Terça, 05 Agosto 2025 06:40

CLIPPING AHPACEG 05/08/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médicos brasileiros formados no exterior relatam desafios para atuar no país

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/medicos-brasileiros-formados-no-exterior-enfrentam-desafios-para-atuar-no-pais-730967/

17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia abordam técnicas de conexão, cooperação e crescimento

https://unimed.empauta.com/e6/noticia/2508051754384287009

Segurança do paciente começa com prevenção e protocolos bem definidos

https://medicinasa.com.br/seguranca-paciente-protocolos/

Desenvolvimento sustentável: a importância de mecanismos éticos

https://medicinasa.com.br/desenvolvimento-sustentavel/

Responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina

https://medicinasa.com.br/cfm-estagio/

Secretaria de Saúde de Goiás divulga que duas clínicas de hemodiálise são liberadas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/secretaria-de-saude-de-goias-divulga-que-duas-clinicas-de-hemodialise-sao-liberadas-13814649.ghtml

Prefeitura de Goiânia é condenada a pagar indenização por morte de mulher

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/prefeitura-de-goiania-e-condenada-a-pagar-indenizacao-por-morte-de-mulher-13813049.ghtml

 

O GLOBO

Unimed Ferj: com pagamentos atrasados, médicos fecham consultórios e operadora perde 17% dos usuários

Crise se arrasta desde migração da carteira de clientes da Unimed-Rio, no ano passado

Em mais um capítulo da crise que se arrasta desde a migração da carteira da Unimed-Rio, há cerca de um ano, médicos cooperados que atendem usuários da Unimed Ferj relatam atrasos recorrentes no pagamento de consultas e procedimentos.

Sem garantia de que vão receber pelo serviço prestado, há casos de especialistas fechando as portas dos consultórios, o que reduz a rede credenciada disponível aos consumidores do plano de saúde, que têm migrado da Ferj para outras operadoras.

Peso no bolso sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período Em tese, pagamentos de consultas, procedimentos e cirurgias são feitos pela Unimed-Rio aos cooperados entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês, a partir dos repasses da Ferj, que administra a carteira de usuários e recebe as mensalidades.

Mas segundo médicos ouvidos pelo GLOBO, desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido. Os procedimentos de abril, que deveriam ser pagos até o dia 27 de junho, ainda estão em aberto.

Mais Já as consultas realizadas em maio, com pagamento previsto para o dia 15 de julho, também não foram depositadas na data. E ainda entra na lista de débitos os procedimentos feitos em maio, cujo prazo de vencimento venceu no último dia 29.

'Revoltante' - Isso é revoltante porque nos deixa sem nenhuma previsibilidade para honrar não apenas nossas despesas pessoais, mas os próprios custos do consultório. Há vários colegas fechando as portas - lamenta um profissional ouvido sob anonimato.

Com os atrasos nos pagamentos, uma gastroenterologista, que também prefere não se identificar, decidiu alugar o consultório próprio e sublocar horários em outra sala para manter os atendimentos, mas driblando as despesas fixas com condomínio, IPTU e luz.

- Usei tudo o que economizei para a aposentadoria para tentar suportar os custos. Fui além do que podia. Sou cooperada há quase 40 anos e agora estou tendo que distribuir currículo, o que é super difícil na minha idade - relata.

Quem acompanha o comando da cooperativa argumenta que os atrasos não atingem apenas os repasses aos cooperados, mas "todos os compromissos" da Unimed-Rio.

Num comunicado enviado aos médicos nesta semana, a direção afirma que desde que assumiu a gestão sabia "que o caminho da recuperação não seria fácil" e que tem "trabalhado incansavelmente para honrar o compromisso de proteger o CPF de cada um dos sócios". O documento, porém, não dá prazos de quando o cenário financeiro será restabelecido.

Gestão Sem citar nomes, a direção da Unimed-Rio ainda diz no texto que tem "negociações estratégicas em curso", mas que atua num "cenário sensível, em um momento em que diversos players do setor tentam fragilizar o sistema Unimed".

"Vivemos um cenário delicado no mercado de saúde suplementar, especialmente no Rio de Janeiro, que há tempos se tornou alvo de grandes grupos do setor. Mesmo diante dessas adversidades, reforçamos que, como parceiros da Ferj, estamos atentos e acompanhando de perto todas as movimentações, sempre com o objetivo de resguardar os interesses, a remuneração e o patrimônio de cada um de vocês", diz o comunicado.

Debandada na base de usuários

Enquanto a crise se prolonga, consumidores desembarcam da Unimed Ferj. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, desde a migração da carteira em maio de 2024, houve uma queda de 17% no número de usuários do plano. Entre junho do ano passado e maio último, 85,8 mil pessoas deixaram o plano. Fontes da Unimed dizem que não há uma queda vertiginosa na carteira, mas que, no balanço, "sai mais gente do que entra".

Entenda Sócio-fundador da consultoria Arquitetos da Saúde, Adriano Londres analisa que esse saldo negativo para a companhia, com mais usuários indo embora do que entrantes, impacta diretamente no equilíbrio econômico-financeiro da operadora.

- O prêmio vai embora e a despesa fica, o que é ruim para os resultados. A conta de alguém que se internou esse mês, por exemplo, só vai ser paga pelo plano ao hospital daqui 120 dias, quando a pessoa às vezes já até deixou a operadora - diz.

Dados não estão disponíveis Londres ainda observa que pode haver um aumento na sinistralidade da Unimed Ferj, a fatia da receita da operadora que é usada para custear a assistência médica dos usuários

- E isso tem muito a ver com o que vem sendo noticiado sobre a operadora, que tem sido incapaz de honrar seus compromissos. Quem pode sair sai. Mas o idoso, por exemplo tem muito mais dificuldade de encontrar uma alternativa, ainda mais se for contrato individual, e a carteira fica mais cara.

Hoje, 31,6% da carteira da Unimed Ferj são de idosos, enquanto a média no setor é de 13,4%.

Apesar de as operadoras serem obrigadas a enviar dados de sinistralidade para a ANS, não é possível verificar dados atualizados da Ferj porque a operadora está liberada da determinação desde que firmou um acordo com o órgão regulador em dezembro de 2024. O termo de compromisso flexibiliza as regras e isenta a operadora de sanções até março de 2026 para que a Unimed tente reequilibrar as contas.

O que diz a operadora Em nota ao GLOBO, a Unimed Ferj afirmou que os atrasos nos pagamentos de honorários médicos e serviços prestados foram pontuais, em função de ajustes no fluxo de caixa, e que está "empenhada em regularizar a situação o mais breve possível".

"A operadora reforça que, desde a assunção da carteira de beneficiários da Unimed-Rio, houve uma melhora no valor da consulta recebida pelos cooperados, o que reflete nosso esforço e compromisso com a valorização do trabalho médico", defende a operadora.

Já sobre a redução no número de beneficiários da carteira, o convênio afirmou que esse movimento "já era previsto e está inserido na estratégia de reestruturação da Unimed Ferj". Isso porque a operadora deixou de vender planos nacionais e está concentrando a atuação na cidade do Rio e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

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JORNAL OPÇÃO

Médicos brasileiros formados no exterior relatam desafios para atuar no país

Relatos de brasileiros que optaram por cursar medicina no exterior, porém ao voltar, enfrentaram um processo de revalidação de diploma complexo

A cada ano, milhares de brasileiros optam por cursar medicina no exterior, atraídos por mensalidades mais acessíveis e processos seletivos menos concorridos. Ao voltar ao país, no entanto, enfrentam um processo de revalidação de diploma considerado complexo, oneroso e, muitas vezes, doloroso — além de lidar com preconceitos que persistem. O Jornal Opção conversou com seis médicos brasileiros formados no exterior para compreender melhor essa realidade.

Para muitos, a decisão de estudar medicina em países vizinhos como Paraguai e Bolívia é impulsionada por fatores financeiros e pela alta concorrência nas universidades brasileiras. Maxmiller Ferreira Machado, médico formado na Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia, entre 2010 e 2016, relata que o sonho de cursar medicina com a esposa, era distante, pois faltavam condições financeiras para pagar uma faculdade particular no Brasil. “Em 2010, o Brasil tinha pouco mais de 180 faculdades de medicina. Hoje já são quase 400. Então, a decisão de estudar fora acabou sendo muito natural”, afirma Maxmiller.

Luis Otávio Benevenuto compartilha da mesma motivação: “Eu não queria perder dois, três, quatro anos com o cursinho pré-vestibular para passar na federal e, na situação financeira em que estávamos, era inviável uma mensalidade particular no Brasil”. Ele encontrou em Pedro Juan, no Paraguai, uma alternativa viável, onde o custo mensal total — incluindo aluguel, alimentação e faculdade — girava em torno de R$ 3.000 a R$ 3.500 no primeiro ano, contraste marcante com a mensalidade média de R$ 8.000 a R$ 10.000 no Brasil.

A goiana, Nicelene Rosse Pereira Crespo, que cursou medicina na Bolívia a partir de 2006, também vivenciou essa realidade. “Eu tinha muito medo de não conseguir entrar na federal. Tinha estudado em colégio público e não se sentia preparada”, confessa Nicelene. A decisão foi incentivada pelo pai, que já havia estudado na UFG e via na Bolívia uma opção mais acessível. “Meu maior receio era que meus irmãos terminassem o colégio e tivessem que trabalhar direto, sem conseguir avançar para uma faculdade”, complementa.

A facilidade de ingresso em universidades estrangeiras também é atrativa. Adelicio Galvão, médico especialista em revalidação, destaca: “Na grande maioria das faculdades [no exterior] não existe vestibular como aqui no Brasil. Em muitos países, basta se matricular na instituição”.

A Experiência Acadêmica e o Choque Cultural

Apesar das diferenças, a qualidade do ensino no exterior é elogiada por alguns. Hudson Lucena, formado na Universidade Maria Auxiliadora (Max) no Paraguai, avalia positivamente sua formação: “Minha experiência na faculdade foi muito boa. Tive bastante suporte e gostei muito da formação que recebi”. Ele acrescenta que, em comparação com colegas no Brasil, sua formação “não deixou nada a desejar” e ressalta a abordagem mais humanizada da medicina no Paraguai: “Os médicos sabem escutar mais os pacientes lá; é mais humanizado. O diagnóstico é mais certeiro por conta disso, coisa que eu não vi aqui no Brasil”.

A adaptação cultural e linguística, porém, pode ser desafiadora. Hudson relata: “Em um mês, consegui me adaptar tranquilamente ao país. É um país acolhedor, o Paraguai. Foi o que senti, pelo menos na região em que fiquei”. Já Wanessa Melo, formada na Uninter, no Paraguai, descreve o idioma como o maior choque: “Tive de me adaptar ao espanhol e ao guarani”. Luis Otávio também menciona as dificuldades com o idioma nos primeiros meses.

Bolívia e Paraguai se tornaram polos de atração para estudantes brasileiros. Adelicio afirma: “O país que mais tem alunos hoje é o Paraguai, pela acessibilidade, pela proximidade da fronteira”. Wanessa corrobora: “Em 2017, nossa turma inicial no Paraguai tinha cerca de 500 alunos, quase todos brasileiros”.

O Revalida: Um Obstáculo “Dificultoso, Injusto e Doloroso”

O retorno ao Brasil e a intenção de atuar profissionalmente esbarram na exigência do Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas médicos estrangeiros. Entre os entrevistados, é consenso que esse processo representa o maior desafio.

Wanessa Melo classifica o processo como “dificultoso, injusto e doloroso”. Ela relata ter sido reprovada na primeira fase do Revalida INEP por “0,06 pontos” em março de 2024 e na segunda fase por três pontos em dezembro de 2024. “O processo é dolorido, vai te desgastar; são muitas noites sem dormir”, critica. Sobre a correção, afirma: “Eles fingem que não viram erros, só passam o olho; não corrigem como deveriam”.

Hudson Lucena defende um “Revalida justo”, reconhecendo a necessidade de avaliar a qualidade das formações estrangeiras, mas critica a aplicação atual: “Nos últimos dois anos, vi provas absurdas, tanto na parte teórica quanto na prática — exigiam protocolos que não se usam no cotidiano”. Ele menciona a pressão psicológica: “Eu estou com mais medo da prática do que da teórica”.

Luis Otávio Benevenuto, que reprovou na primeira fase do Revalida 2024.2 por 1,2 ponto e foi aprovado na edição 2025.1, descreve a segunda etapa como “desafiadora”. “Psicologicamente, a prática não mede só conhecimento clínico; exige controle emocional intenso e gestão do tempo, pela pressão”, compara, lembrando que o Revalida não tem concorrência externa: “Você concorre consigo mesmo”.

Nicelene Pereira enfrentou o Revalida três vezes, passando na teórica em 2020 e na prática em 2021. Ela destaca o alto custo da prova prática: “Paguei R$ 4.500 três vezes, um valor muito alto considerando a bolsa de residência”.

Adelicio Galvão corrobora as dificuldades financeiras: “O Revalida é, talvez, a prova geral mais cara do Brasil”. Ele aponta a baixa taxa de aprovação, de 10% a 12% na primeira fase, e elogia a remoção da prova discursiva: “Havia má correção anterior”, e relata ter conseguido recuperar até 18 dos 50 pontos da prova em recurso.

Preconceito e Luta por Reconhecimento

Além dos desafios burocráticos, médicos formados no exterior enfrentam preconceito no Brasil. Hudson Lucena comenta: “Muitos acham que medicina fora do Brasil é menos rigorosa, mas a língua e a metodologia tornam tudo mais difícil”.

Maxmiller Machado minimiza o estigma: “Durante a faculdade, ouvi muitos comentários sobre isso. Mas, sinceramente, nunca senti isso na prática. Trabalhei por bastante tempo no hospital de referência da minha região, diretamente na emergência, e sempre fui muito bem recebido pela equipe, e já trabalhei em quase todos os hospitais da região e nunca percebi preconceito, então, na minha vivência, considero isso um mito”, relata.

Além disso, como médico formado no exterior, ele explica que passou por uma prova oficial de conclusão de curso organizada pelo Ministério da Saúde da Bolívia. “Tive um desempenho que me garantiu, além do diploma regular, um diploma de excelência. Depois disso, enfrentei mais duas etapas no Revalida: a prova teórica, na qual tive uma nota bem acima da nota de corte, e a prova prática, também aprovada”.

E por fim, Maxmiller conclui sua lógica: “Isso enquanto me preparava para a prova de graduação da faculdade e nem por isso me sinto no direito de julgar ou desmerecer quem se formou no Brasil e recebeu o diploma direto, sem ter que passar por provas semelhantes às que eu enfrentei. Cada trajetória tem seu valor”.

Para Nicelene Pereira, porém, “existe preconceito em grupos médicos, que acreditam que quem estuda fora ‘corta atalhos’ e não está preparado”. Ela cita o programa Mais Médicos: “Neste último Mais Médicos, por exemplo, que teve agora, a gente viu uma mobilização de alguns grupos de médicos formados no Brasil com o CRM, dizendo que iriam ocupar todas as vagas, iriam se inscrever mesmo que não fossem se apresentar. É, para que outros médicos formados no exterior não ocupassem essas vagas, né? Então, foi um movimento muito feio, muito, muito ruim, sabe?”

Luis Otávio Benevenuto concorda que “o preconceito é mais de quem não está na área.” Ele observa que “profissionais que já trabalharam com revalidado não falam mal; mas ‘dinossauros’ e o público geral duvidam do diploma até a revalidação.” Ele ressalta seu empenho: “Queremos mostrar um bom serviço; temos cuidado dobrado para não depor contra nossa reputação”.

Adelicio Galvão observa ainda discriminação de aplicadores: “Alguns fazem comentários pejorativos durante as avaliações práticas”. Para quem não revalida, diz, “há médicos trabalhando em farmácias, como motoristas de aplicativo ou em supermercados”.

Apesar dos percalços, essa geração de médicos mantém o desejo de contribuir com a saúde do país. Entre obstáculos burocráticos e símbolos de preconceito, seguem movidos por um sonho: cuidar de vidas.

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AGÊNCIA UNIMED

17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia abordam técnicas de conexão, cooperação e crescimento


Diretores, gestores e colaboradores do Sistema Unimed se reuniram por três dias para conhecer estratégias que promovem conexão com os clientes e crescimento sustentável

Conectar, cooperar e crescer: esse foi o tema do 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado, realizados pela Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia, que reuniram diretores e equipes durante três dias de trocas de conhecimento, de 31 de julho a 2 de agosto, em Goiânia (GO).

"Eventos como esses fazem parte da nossa estratégia e, neste ano, chegam com mais propósito", afirmou o presidente da Federação, Danúbio Antonio de Oliveira. "Estamos conectados com o mesmo ideal de nos fortalecermos e continuarmos contribuindo com a vida das pessoas", acrescentou.

 
"É uma grande satisfação reunir nossas cooperativas para alinhar estratégias e fortalecer a qualidade da assistência que oferecemos", destacou o diretor de Mercado da Unimed Goiânia, Frederico Xavier.

Para o presidente do Conselho de Administração da Unimed Goiânia, Washington Luiz Ferreira Rios, é importante aproveitar as oportunidades de traçar caminhos para a sustentabilidade das operadoras. "Temos que estar juntos para crescermos", destacou.

O diretor-presidente da Unimed Goiânia, Lueiz Amorim Canêdo, também reforçou a importância do encontro. "Esse é um momento de alinhamento e construção coletiva, que nos permite avançar no cooperativismo", afirmou.

Desafios

Para iniciar a jornada, que contou com o apoio do Sicoob UniCentro Br, o público assistiu a uma palestra do economista e empresário Samy Dana. Ele destacou como a produtividade é a chave para o crescimento de uma economia. No Brasil, apesar de entraves, como a complexidade tributária, há mercado e possibilidades para se desenvolver.

Um dos motivos é o fato de que os consumidores brasileiros são menos conservadores e mais disponíveis para trocar seus hábitos e marcas. Isso se destaca, inclusive, no mercado de planos de saúde.

"É evidente que muitas empresas quebram por fazer investimentos errados, mas outras porque, simplesmente, não fizeram nada. O Brasil tem desafios, mas você pode perder (chances) por não fazer nada", destacou.

As oportunidades existem, como ressaltou a conselheira de Administração da Unimed Goiânia, Márcia Cristina de Toledo, durante uma mesa-redonda no segundo dia do evento. O apoio de cooperativas contribui para essas perspectivas.

 A tarefa é fazer com que os cooperados entendam o que é a cultura cooperativista e os benefícios dela, especialmente entre o público mais jovem, como destacou o conselheiro de Administração do Sicoob UniCentro Br e presidente da Central Sicoob Uni, Raimundo Nonato Leite Pinto.

 "Temos que trazer os jovens para a cooperativa, treiná-los e conhecê-los, para que possamos formar os próximos gestores. Esse é o nosso dever", acrescentou o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira.

 Em meio a isso, é preciso equilibrar os cuidados com o quadro social e a sustentabilidade financeira, lembrou Danúbio Antonio de Oliveira. "Quando o coletivo ganha, também existem ganhos individuais. Por isso, temos sempre que acreditar no cooperativismo".

Comunicação e venda

Não é segredo que, para vender, é preciso se comunicar bem. A jornalista Liliane Bueno conversou com os participantes sobre a potência da comunicação e do reconhecimento de valor no que é vendido.

 "Pessoas que entendem o poder da influência que carregam sabem que comunicação não é sobre o que se fala, mas sobre o que se obtém com a narrativa", descreveu ela. No entanto, não se trata de manipulação, mas de "entender de gente". Ou seja, compreender o comportamento do público e o poder do relacionamento, reconhecendo que desejos mudam de acordo com cada pessoa. "Sai na frente quem entende esse processo e se adapta".

A conexão da população com a marca também é criada por meio de uma publicidade de qualidade, como mostrou o publicitário Frederico Parma. Para isso, é preciso ter mais do que criatividade, mas métricas e dados, que irão ajudar a criar a peça ideal para o grupo a quem ela se destina, com a tão importante ligação emocional.

 Conectar para precificar

 A conexão deve estar em todas as ações de uma cooperativa, inclusive na precificação dos produtos.  A atuária, gestora e consultora de operadoras de planos de saúde, Jacqueline Barbosa, explicou a importância de observar em detalhes o perfil do futuro beneficiário para criar uma tabela de valores adequada, de acordo com os riscos.

 "Isso não atrasa a venda, mas a qualifica, trazendo uma melhor carteira. Essa é uma das responsabilidades do consultor de vendas. Prefira vender certo do que correr o risco de um cancelamento ou desgaste", aconselhou.

 
Inteligência artificial e conexão emocional combinam?
O diretor de Mercado da Unimed Goiânia, Frederico Xavier, foi o responsável por mostrar que, em tempos de inteligência artificial (IA), a conexão ainda deve estar presente. Afinal, apesar da tecnologia, o que é precioso está na performance e nas emoções humanas.


"A IA é programada por humanos e nós temos que mostrar nossos valores éticos e morais a ela. A ferramenta deve aprender com os nossos conhecimentos", ilustrou. "O futuro é a colaboração entre o ser humano e a tecnologia. A IA acelera processos, mas quem cria vínculos são as pessoas".

 
Crescer com ética


Para abordar um dos focos do 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado, o crescimento, os diretores da Unimed Goiânia e Unimed Federação Centro Brasileira debateram as formas de desenvolvimento com base na ética e honestidade, durante uma mesa-redonda.


"Precisamos estar atentos aos nossos valores para que eles sejam mais do que palavras, mas uma prática presente diariamente. Isso começa na alta diretoria", definiu Fernando Henrique Abrão, conselheiro de Administração da operadora e vice-presidente da Unimed Federação Centro Brasileira.

 
Educação continuada, comitês de ética, cultura organizacional e equidade são algumas das formas para conquistar esse objetivo. "Temos que ser conscientes dos problemas e humildes para o aprendizado. É isso o que irá gerar resultado. Eu conclamo a todos, especialmente aos gestores, para que tenham uma escuta ativa, pois podem existir ideias melhores que as nossas e caminhos melhores do que pensamos", resumiu Márcia Cristina de Toledo, também conselheira de Administração.


Talk Show com quem representa o sucesso


Para animar ainda mais os eventos, as ex-jogadoras e campeãs pela Seleção Brasileira de Vôlei, Jaqueline Carvalho e Fernanda Venturini, subiram ao palco para mostrar como o trabalho em conjunto promove vitórias.

 
Elas conversaram sobre como foi participar de gerações que marcaram a história do esporte brasileiro e como o respeito entre as jogadoras foi essencial para o sucesso dos times. Obviamente, os desafios também estavam presentes, como contusões.

 
"Eu fiz três cirurgias no joelho antes das Olimpíadas e muitas pessoas achavam que eu não iria voltar (para as quadras), mas eu voltei. Nós podemos dar a volta por cima", contou Jaqueline, que é bicampeã olímpica.


A Noite Match Point encerrou a programação do segundo dia, com o reconhecimento dos corretores campões em vendas. Foram homenageados 52 profissionais da Unimed GoiâniaUnimed Catalão e Unimed Anápolis.

 

Conectar para gerar confiança

As inspirações continuaram com as histórias e conversas entre os dirigentes da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia, em uma mesa-redonda no último dia de evento. Eles abordaram como a conexão interpessoal impacta diversas áreas, desde aspectos individuais até os organizacionais.

 
"A ética e a transparência devem existir em todas as partes da nossa vida. Acho que isso é o mais importante: a conexão que nos leva a um objetivo, mas sempre sendo honesto com o próximo. A honestidade não é qualidade, é uma obrigação", relatou o presidente da Unimed Goiânia, Lueiz Amorim Canêdo.

 
Essa paz também leva à saúde física, como lembrou Frederico Xavier, diretor de Mercado da Unimed Goiânia. "Quando temos contato com pessoas boas, nós nos tornamos melhores", acrescentou ele.

 
As conexões também são essenciais para o bem-estar mental. "Não nascemos para viver isolados. Socializar, acompanhar e estar ao lado da outra pessoa traz resultados. Somos sociáveis e temos que criar boas conexões", complementou Éder Ribeiro, diretor de Integração e Desenvolvimento Institucional da Federação.

 
Assim, as conexões geram outro ativo valioso: a confiança. "O maior problema que temos nas cooperativas é a confiança. A falta dela torna o produto a ser vendido lento e caro. Hoje, a maior necessidade que temos é ser ágeis em nossa comunicação e conexão, assim como as redes verticalizadas (operadoras concorrentes)", explicou Haikal Helou presidente da Câmara do Setor de Saúde da Associação Comercial Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (ACIEG).

 
Vendas não ocorrem por acaso

 
Após a jornada de aprendizado, o 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado foi finalizado com chave de ouro com uma palestra de Thiago Concer, referência em vendas no Brasil. Ele apresentou que os fechamentos de negócios não ocorrem por "sorte", mas, sim, quando há uma ligação genuína entre vendedor e cliente. Por isso, o segredo não está apenas na qualidade do produto, mas na operação comercial, especialmente em um mercado com ampla concorrência.

 
Nesse âmbito, estão envolvidas a ambição, consistência, disciplina e o que Thiago chamou de "raridade" de cada vendedor. "Venda é consequência. O que você controla são as atividades que levam a ela", definiu.

 
Dessa forma, mais do que planejar algo, é preciso executar. "O que vemos na prática é que grupos que lideram têm capacidade de execução. Colocar na prática aquilo que nós já sabemos", finalizou.

 
Hora de crescer: as opiniões do público

 
"A programação foi produtiva e com assuntos atualizados, acrescentando no âmbito pessoal e profissional. Um dos aprendizados foi conhecer a individualidade de cada cliente, para oferecermos exatamente o que ele está procurando. Não apenas vender um produto, mas vender uma solução".

Fernanda Velasco

Analista de Relacionamento Empresarial da Unimed Goiânia

 
"Os conhecimentos da consultora Jacqueline agregaram na compreensão dos desafios das receitas e mensalidade, incluindo o que deve ser considerado nas estratégias para reduzir a sinistralidade".

Fernando de Oliveira

Coordenador de Controladoria da Unimed Goiânia


"O evento foi incrível, tanto pela logística, quanto pelo espaço e pela organização. As palestras foram dinâmicas. A de inteligência artificial foi ótima. A do Samy Dana também, pois fugiu das questões políticas e mostrou que não temos que ficar esperando o 'tempo certo' para agir".

Clailton José da Silveira

Coordenador da Inteligência de Vendas da Unimed Goiânia
"O tema escolhido, 'conectar, cooperar e crescer', foi muito interessante e estamos caminhando entre esses verbos de forma dinâmica. Estamos aprendendo muito e ainda fazendo networking".

Ellen Andrade

Diretora Comercial e Marketing da Unimed Caldas Novas

"Evento grandioso, os assuntos são temas atuais e que precisamos debater para o nosso crescimento sustentável. Já estamos crescendo de forma sustentável, porque eu acredito que o crescimento de uma operadora não pode ser exagerado. É preciso ter cuidado, com uma carteira sustentável".

Renato Azevedo

Presidente da Unimed Araguaína

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MEDICINA S/A

Segurança do paciente começa com prevenção e protocolos bem definidos

O Brasil registrou 37.170 novos casos de falhas assistenciais em saúde entre janeiro e maio de 2025, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número revela um cenário alarmante na segurança do paciente, envolvendo danos materiais e morais decorrentes de erros e omissões na prestação de serviços de saúde, tanto na rede pública quanto na privada.

Além dos novos casos, o levantamento aponta que há 153.993 processos pendentes relacionados ao tema e 31.119 já foram julgados no mesmo período. Em 2024, o país já havia registrado um aumento de 506% nas ações judiciais por erro médico, totalizando 74.358 processos.

Para o advogado Gustavo Clemente, especialista em Direito Médico e da Saúde, pós-graduado em Administração Hospitalar (IPEP), sócio do Lara Martins Advogados e presidente do Sindicato dos Hospitais do Estado de Goiás (SINDHOESG), o cenário exige ações preventivas urgentes por parte das instituições de saúde. Segundo ele, garantir a segurança do paciente e minimizar os riscos de falhas assistenciais passa por investir em protocolos assistenciais detalhados e juridicamente orientados. "Um padrão operacional com segurança jurídica é essencial. Um protocolo de atendimento bem definido garante padrão e qualidade assistencial, documentando todas as etapas do processo, os resultados esperados são alcançados e os possíveis eventos adversos evitados".

O especialista explica que "o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é o documento de maior relevância jurídica na relação médico-paciente, pois transmite ao paciente todas as informações necessárias de forma clara e acessível, permitindo que ele tome decisões conscientes sobre sua assistência. Já o prontuário médico é juridicamente considerado indispensável, sendo o principal registro da jornada do paciente e a melhor "testemunha" do que foi feito assistencialmente", afirma.

Quanto a elaboração e revisão de protocolos internos que devem ser realizados pelas clínicas e hospitais, Clemente destaca que a atuação preventiva do profissional jurídico, com conhecimento específico da área da saúde, permite identificar brechas nos processos assistenciais e propor melhorias que reforcem a segurança tanto da equipe quanto dos pacientes.

"Essa atuação integrada entre o jurídico e o operacional assistencial resulta em processos mais seguros e eficientes. Para que essa interação seja efetiva, é preciso ir além da especialização jurídica, ou seja, é necessário vivenciar a rotina hospitalar, compreender os fluxos de ponta a ponta e dominar ferramentas de gestão como o PDCA (Plan, Do, Check, Act), amplamente utilizada na avaliação da eficiência dos processos de atenção à saúde", finaliza o advogado.

A advogada Karla Kiuchi, especialista em Direito Médico, alerta que os dados precisam ser interpretados com cautela. "É preciso ressaltar que este número não está relacionado diretamente a 37 mil falhas reais, pois muitas destas ações são julgadas improcedentes, exatamente por não ter havido nenhuma falha assistencial", diz a especialista.

Segundo ela, o crescimento de processos tem duas principais causas: "A facilitação e popularização do acesso à Justiça e a queda na qualidade da assistência", aponta. A má formação de profissionais, a sobrecarga da rede pública e a falta de estrutura figuram entre os principais fatores de risco.

Muitos pacientes ainda atribuem os danos exclusivamente à conduta do médico, mas a especialista explica que, na prática, o cenário é mais complexo. "A responsabilidade do hospital particular, em relação a uma falha pessoal do médico, vai depender da relação existente entre eles. Se o médico é funcionário, o hospital responde. Mas se ele apenas aluga o centro cirúrgico, por exemplo, o hospital responde apenas pelo serviço de hotelaria", explica Karla, citando entendimento do STJ.

Para a médica Caroline Daitx, especialista em medicina legal e perícia médica, com pós-graduação em gestão da qualidade e segurança do paciente, os números refletem uma realidade grave e multifatorial. Segundo ela, as falhas assistenciais decorrem de fatores estruturais e culturais profundamente enraizados nos sistemas de saúde. "Do ponto de vista estrutural, essas falhas frequentemente decorrem de deficiências crônicas como a sobrecarga dos serviços, a escassez de profissionais, a inadequação de protocolos clínicos e a insuficiência de recursos tecnológicos e materiais", explica. Esses elementos comprometem diretamente à execução segura de procedimentos e favorecem a ocorrência de eventos adversos.

No aspecto cultural, a médica destaca a ausência de uma cultura de segurança consolidada como um dos principais entraves à melhoria contínua. "Em muitos ambientes hospitalares, persiste a culpabilização individual em detrimento da análise sistêmica dos incidentes, o que inibe a notificação voluntária de falhas e compromete o aprendizado organizacional. Esse cenário impacta diretamente a segurança do paciente, contribuindo para a ocorrência de eventos evitáveis como erros de medicação, infecções hospitalares e procedimentos realizados de forma incorreta", afirma a especialista.

Entre as medidas mais eficazes para reduzir falhas assistenciais, Daitx destaca a padronização de processos críticos, como a administração de medicamentos e a realização de cirurgias, com uso de duplo cheque independente e checklists de segurança. Ela também enfatiza a importância da comunicação estruturada entre equipes, especialmente nas transições de turno e em situações de emergência, além do treinamento contínuo com simulações clínicas e revisões periódicas de protocolos. "O fortalecimento da cultura de segurança, que valoriza a notificação de incidentes sem punição e promove o aprendizado organizacional, é essencial para criar um ambiente clínico mais resiliente", conclui.

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Desenvolvimento sustentável: a importância de mecanismos éticos

Em recente participação no Fórum Esfera Brasil, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, destacou com precisão um dos eixos mais sensíveis e transformadores da estrutura institucional brasileira: a urgência da autorregulação como pré-condição para o país avançar como civilização. A afirmação não apenas ressoa com os fundamentos defendidos pelo Instituto Ética Saúde (IES), como também se materializa em práticas concretas desenvolvidas ao longo da última década pelo setor de saúde – especialmente no ambiente da saúde suplementar e das relações público-privadas.

A defesa da autorregulação feita pelo ministro Salomão aponta para um amadurecimento institucional que, no Brasil, tem ocorrido muitas vezes à revelia de marcos normativos definitivos. Em diversos setores, o Judiciário tem sido chamado a assumir papéis típicos de mediação regulatória, o que revela, como afirmou o ministro, “que se não acontecer, as coisas acabam não funcionando”. Em outras palavras: onde faltam estruturas de controle, a judicialização se impõe como substituto emergencial da governança.

É precisamente para evitar essa substituição disfuncional que programas estruturados de integridade têm assumido protagonismo, como é o caso da iniciativa Radar da Ética, conduzida pelo IES, desde maio de 2025. O programa mapeia, acompanha e analisa casos de grande relevância envolvendo denúncias, irregularidades, operações de fiscalização e decisões judiciais com impactos diretos no sistema de saúde. O foco está na prevenção e no fortalecimento de uma cultura de conformidade, promovendo a transparência como prática setorial contínua – não apenas como reação eventual.

Paralelamente, o IES tem promovido, ano a ano, o Relatório de Maturidade em Integridade Corporativa, baseado em um questionário técnico aplicado a todos os seus associados. Realizando uma análise dos ciclos entre 2017 e 2024 revelou uma mudança estrutural significativa: mais de 80% das respostas em 2024 demonstraram aderência efetiva às práticas de governança, políticas anticorrupção, canais de denúncia e comitês de integridade, indicando que a conformidade deixou de ser uma meta retórica para se tornar realidade prática.

A experiência do Instituto Ética Saúde se alinha ao conceito de autorregulação privada espontânea, conforme delineado por especialistas em direito regulatório. Trata-se de um sistema normativo construído a partir da autonomia de vontade coletiva dos atores do setor da saúde, que criam, aprovam e se submetem voluntariamente a normas e padrões éticos de conduta. Esse modelo, como reconhece a literatura especializada, promove a segurança jurídica, a previsibilidade e a estabilidade institucional, aspectos fundamentais para a boa governança.

No caso do IES, a autorregulação não se resume à elaboração de códigos ou recomendações. Ela inclui mecanismos concretos de monitoramento, auditoria externa, instâncias de apuração e sanção por descumprimento das normas, além de constante atualização dos compromissos firmados. Essa estrutura operacional aproxima-se daquilo que a doutrina qualifica como autorregulação com função coercitiva e disciplinadora, característica de modelos maduros e efetivos de controle social privado. O engajamento contínuo dos signatários, a corresponsabilidade setorial e o acompanhamento técnico especializado conferem legitimidade e autoridade ao sistema de integridade promovido pelo IES, servindo como referência positiva inclusive para a Administração Pública ao reconhecer, chancelar ou adotar práticas oriundas do setor regulado.

O modelo de autorregulação promovido pelo Instituto Ética Saúde é fundamentado na lógica da corresponsabilidade e da transparência colaborativa. Ele opera por meio de normas internas, compromissos públicos de integridade, e avaliação constante dos associados, com base em critérios técnicos definidos coletivamente e revisados periodicamente. A adesão ao sistema de autorregulação do IES não se limita a uma formalidade institucional – ela implica acompanhamento contínuo, auditoria externa e sanções em caso de descumprimento, garantindo um ciclo permanente de melhoria, confiança e credibilidade setorial.

Esses indicadores demonstram o poder da autorregulação voluntária e monitorada para gerar mudanças substanciais na cultura corporativa, sem a necessidade de imposição exclusivamente estatal. A experiência do IES, inclusive, é emblemática na demonstração de que as empresas que se envolvem genuinamente com processos de avaliação interna e com o acompanhamento institucional elevam seus padrões operacionais e conquistam maior confiança do mercado e da sociedade.

É nesse contexto que a fala do ministro Salomão ganha ainda mais relevância: o desenvolvimento sustentável do país depende da criação de mecanismos estáveis, éticos e transparentes de controle. Isso inclui, sem dúvida, a regulação da atividade econômico-financeira, da política pública e do uso de recursos em setores estratégicos como saúde, meio ambiente, energia e tecnologia.

Mais do que uma exigência técnica, a governança baseada em integridade, como reconhece o próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é uma condição indispensável para a pacificação institucional e a construção de uma justiça social baseada em eficiência e responsabilidade.

Acreditamos que apenas com o envolvimento direto das empresas, da sociedade civil e das instâncias de controle técnico será possível consolidar um ambiente onde a ética e a responsabilidade sejam o centro das decisões estratégicas – e não apenas sua consequência eventual. E tal fato, observando a autorregulação privada proposta pelo Instituto Ética Saúde, e a consolidação dos seus resultados, já é um modelo existente e consolidado, que demonstra um avanço real para a condução do livre mercado e sua justa maneira gerir com ética e transparência os negócios.

*Julio Zanelli é assessor de Ética e Integridade do Instituto Ética Saúde.

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Responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou norma inédita para a regulamentaçãodos locais de estágios curriculares oferecidos no País, onde as competências práticas são apreendidas pelos estudantes de medicina. A Resolução CFM nº 2.434/2025 torna coordenadores dos cursos responsáveis técnicos e éticos pelos campos de estágio durante a graduação, assim como o diretor técnico é responsável pelo hospital.

A norma traz segurança tanto para os estudantes e coordenadores, que terão garantida infraestrutura e condição adequada de estágio, quanto para pacientes, uma vez que graduandos terão atuação obrigatoriamente supervisionada. A medida abrange o estágio obrigatório de formação em serviço (internato) ou em quaisquer outras atividades que envolvam interações entre graduandos de medicina, preceptores ou professores e médicos com pacientes e/ou familiares.

Se os fiscais médicos dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) constatarem algum tipo de problema nas condições de infraestrutura, recursos humanos, responsabilidade técnica, segurança do paciente, entre outros, eles poderão determinar a interdição ética, total ou parcial, temporária ou definitiva das atividades médicas de ensino no campo de estágio irregular. Para o relator, conselheiro Alcindo Cerci Neto, a resolução é um marco essencial para aprimorar a governança da formação médica no Brasil.

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TV ANHANGUERA

Secretaria de Saúde de Goiás divulga que duas clínicas de hemodiálise são liberadas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/secretaria-de-saude-de-goias-divulga-que-duas-clinicas-de-hemodialise-sao-liberadas-13814649.ghtml

Prefeitura de Goiânia é condenada a pagar indenização por morte de mulher

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/prefeitura-de-goiania-e-condenada-a-pagar-indenizacao-por-morte-de-mulher-13813049.ghtml

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 04 Agosto 2025 06:49

CLIPPING AHPACEG 02 A 04/08/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias

https://diariodegoias.com.br/novas-oss-assumirao-maternidades-de-goiania-em-ate-dez-dias/500898/

Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão

https://www.foconacional.com.br/2025/08/exposicao-visoes-compartilhadas.html

Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/08/04/caneta-contra-obesidade-de-farmaceutica-brasileira-comeca-a-ser-vendida-nesta-segunda.ghtml

Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio

https://www.saudebusiness.com/operadoras/hapvida-investe-r-380-milhoes-na-ampliacao-de-rede-propria-no-rio/

Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei 

https://www.saudebusiness.com/gestao/pesquisa-clinica-ja-nasceu-como-eixo-estrategico-na-rede-mater-dei/

Vídeo mostra procedimento estético sendo ensinado em palestra

https://ndmais.com.br/seguranca/bilhete-com-ameacas-ao-procon-e-ao-crm-e-encontrado-em-evento-de-estetica/

DIÁRIO DE GOIÁS

Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias

SMS publicou empenhos e escolheu novas organizações sociais para as maternidades públicas, mas contratos ainda não foram assinados

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um comunicado no qual não confirma os nomes e informa que também não assinou os contratos, mas o órgão já escolheu e já empenhou os valores para as novas organizações sociais (OSs) que vão assumir as três maternidades públicas de Goiânia – Nascer Cidadão, Dona Iris e Célia Câmara, o que deve ocorrer nos próximos dez dias. Os empenhos são referentes a três meses na forma de colaboração emergencial.

Conforme consta no Portal da Transparência, vão assumir os serviços a Associação Hospital Beneficente do Brasil (R$ 5,9 milhões), Instituto Patris (R$ 16,7 milhões) e Sociedade Beneficente São José (R$ 15,3 ) para a gestão, respectivamente, da Maternidade Nascer Cidadão, Dona Íris e Célia Câmara. Os valores são pelos serviços até outubro.

Na nota (lei a íntegra ao final), a SMS informa que os instrumentos jurídicos não foram devidamente formalizados – por isso não cita os nomes, apesar de os empenhos já serem públicos. Além disso, destaca que a atual gestora, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) permanece à frente das três unidades.

Os órgãos envolvidos deverão pactuar a transição. A expectativa é de que o processo seja desgastante já que envolve dívidas milionárias deixadas pela gestão anterior, centenas de servidores e cerca de 80 fornecedores, muitos com créditos a receber.

Na semana passada, a Fundahc se manifestou após a publicação da Portaria nº 212/2025 pela Secretaria Municipal de Saúde, criando uma Comissão Especial de Transição para repassar a administração das três unidades às OSs. Na ocasião, salientou que se manteria na gestão até que todos os trâmites legais fossem cumpridos.

Desde que foi notificada sobre o fim do contrato, no dia 28, questionada sobre quais medidas vai adotar, a Fundahc não confirmou se vai buscar a via judicial.

Nesta sexta-feira (1º) a Fundahc não quis comentar o avanço no desligamento da gestão das maternidades com a publicação dos empenhos no Portal da Transparência, embora tenha ciência deles. A instituição encaminhou a mesma nota que a SMS divulgou sobre o processo.

Saída debaixo de atrasos nos repasses e críticas

A fundação deixará os serviços em momento delicado, sob críticas severas do prefeito Sandro Mabel (UB) que aponta preços elevados em relação à qualidade dos serviços, baseado inclusive em um relatório técnico da própria SMS que pontua diversas falhas e descumprimento de metas.

Já a Fundahc vinha apontando as dificuldades enfrentadas para cumprir o contrato a contento devido a atrasos nos repasses pela SMS ao longo de aproximadamente dois anos (da gestão passada). Esses atrasos teriam resultado em uma dívida total de aproximadamente R$ 158 milhões, dos quais mais de R$ 46 milhões são da reserva destinada ao pagamento de direitos trabalhistas dos funcionários que serão desligados.

Comunicado

“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que os termos de colaboração para a gestão das maternidades municipais não foram assinados e que disponibilizará os nomes das organizações sociais assim que os instrumentos jurídicos forem devidamente formalizados.

Até a assinatura dos novos termos a gestão das unidades segue sob responsabilidade da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).

Ambas as instituições atuam para que a transição de gestão, quando houver, ocorra da melhor maneira possível, prezando por um processo ético, digno e, acima de tudo, respeitoso com colaboradores, pacientes, fornecedores e prestadores de serviço.”

Secretaria de Saúde de Goiânia e Diretoria Executiva da Fundahc

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FOCO NACIONAL

Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão

Mostra cultural é fruto de parceria entre o Instituto Rizzo e o Instituto Panamericano da Visão com obras de alunos e professores dos cursos de pintura da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França

 De 5 de agosto a 30 de setembro, o Instituto Panamericano da Visão (IPVisão), por meio de parceria cultural com o Instituto Rizzo, receberá a exposição “Visões Compartilhadas”, uma iniciativa que integra arte e humanização em seu espaço. Com cerca de 40 quadros, a mostra ocupará o ambiente de atendimento e recepção do IPVisão, promovendo uma experiência estética para pacientes, acompanhantes e visitantes.

Para a exposição foram convidados artistas plásticos e acadêmicos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. Uma forma de celebrar a arte goiana em suas mais variadas técnicas—óleo, acrílica e colagens—e com um rico diálogo entre tradição e inovação. Segundo Gisele Jacinto Lopes, coordenadora de Artes Visuais do Basileu França, a exposição “Visões Compartilhadas” é fruto de uma parceria muito especial.

“Reunimos alunos e professores dos cursos de pintura em um espaço de trocas, experiências e múltiplas expressões artísticas. Aqui, cada obra revela a identidade de quem a criou, seja por meio da pintura a óleo, acrílica ou colagens, e, ao mesmo tempo, dialoga com as demais em uma construção coletiva. Temos a honra de contar com grandes nomes como Carlos Catini, Alexandre Liah, Fernanda Porto e Liliam Rocha, artistas-professores que, com sua trajetória e sensibilidade, inspiram e compartilham seus processos criativos com os alunos. Também celebramos o talento de novos artistas em formação, que vêm se destacando e mostrando a força da arte em transformação”, destaca.

Para a diretora-executiva do Instituto Rizzo, Gabriela Rizzo, a exposição reforça os valores centrais da instituição. “O Instituto Rizzo se consolida como ponte entre passado e futuro, promovendo preservação cultural, arte e meio ambiente em Goiás. Com ‘Visões Compartilhadas’ damos um novo passo: abrir nossos projetos para uma comunidade mais ampla, usando a arte como elo entre pessoas e suas emoções. Queremos promover trocas reais, fortalecer nossa cultura e valorizar talentos locais”.

Em sintonia, o diretor-geral do Instituto Panamericano da Visão, médico oftalmologista Clausmir Zaneti Jacomini, afirma que a abertura da exposição “Visões Compartilhadas” marca um passo importante na missão do IPVisão de ir além da saúde ocular. “Acreditamos que a arte também cura. Este projeto nasceu do desejo de transformar o ambiente hospitalar em um espaço que acolhe com beleza, cultura e sensibilidade. É uma forma de oferecer mais do que atendimento: oferecer experiências que tocam, emocionam, alegram”, afirma.

Ele destaca ainda que essa é a primeira de uma série de exposições previstas para ocorrer em parceria com o Instituto Rizzo. “Queremos que o IPVisão seja um ponto de encontro entre a medicina e a expressão artística. Essa é apenas a primeira de muitas ações culturais que virão”, completa.

Serviço:

Exposição Visão Compartilhada

Data: 5 de agosto a 30 de setembro de 2025

Local: IPVisão - Av. T-8, n° 171 - St. Marista, Goiânia - GO

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PORTAL G1

Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje

Medicamento tem como princípio ativo a liraglutida. Empresa se torna a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.

A primeira caneta contra obesidade com fabricação própria no Brasil estará disponível nas farmácias a partir desta segunda-feira (4). O medicamento injetável chamado de Olire tem como princípio ativo a liraglutida e foi desenvolvido pela farmacêutica brasileira EMS.

Além da caneta voltada para o tratamento da obesidade, a fabricante também lançou uma caneta indicada para o controle do diabetes tipo 2, chamada Lirux.

Segundo a EMS, os produtos devem ser comercializados com preços a partir de R$ 307,26.

Esses são os primeiros análogos de GLP-1 desenvolvidos e produzidos no Brasil que irão atender a população brasileira.

A empresa ainda ressalta que o produto não é classificado como um medicamento genérico.

"Diferentemente de um genérico, a liraglutida da EMS foi aprovada pela Anvisa como um novo medicamento de ingrediente ativo já registrado no Brasil, pois é fruto de uma inovação tecnológica exclusiva no país", afirma a EMS em nota.A aprovação foi concedida pela Anvisa no final de dezembro e fez com que a farmacêutica se tornasse a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.

A previsão da EMS é produzir 200 mil canetas de ambos os lançamentos ainda em 2025. Em 12 meses, deverão ser disponibilizadas mais de 500 mil unidades no Brasil.

A farmacêutica também já prevê o lançamento de canetas de semaglutida em 2026, quando a patente do medicamento vai expirar no país.

Olire e Lirux

Segundo a fabricante, o Olire age na regulação do apetite, além de melhorar marcadores de risco cardiovascular. É indicado para o tratamento da obesidade.

Já o Lirux é recomendado para o tratamento do diabetes tipo 2. Ambos são marcas de liraglutida da EMS.

Tanto o Olire quanto o Lirux devem ser administrados uma vez ao dia, a qualquer horário e independentemente das refeições. Devem ser injetados por via subcutânea no abdômen, coxa ou parte superior do braço.

Em nota, a empresa afirmou que as canetas serão comercializadas com preço de tabela entre 10% e 20% abaixo das marcas de referência do mercado, "garantindo maior disponibilidade para os milhões de pacientes que necessitam dessas terapias".

Drogas contra obesidade evoluem, prometem maior perda de peso e novos modos de uso

Semaglutida e liraglutida

A semaglutida e a liraglutida ainda são as principais substâncias de canetas injetáveis utilizadas para os tratamentos de diabetes 2 e obesidade.

Os medicamentos reduzem o apetite e dão saciedade. Eles precisam estar inseridos em uma estratégia de tratamento e ser administrados junto ao acompanhamento de um médico.

De acordo com os estudos, a perda de peso alegada é de 6% ao longo de 12 semanas. Mas, enquanto a liraglutida é de uso diário, a semaglutida é semanal.

Entre os principais remédios à base de liraglutida estão o Victoza e o Saxenda. Já o Ozempic e o Wegovy têm como princípio ativo a semaglutida.

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SAÚDE BUSINESS

Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio

Hapvida firmou contratos para compra e aluguel de áreas imobiliárias destinadas à construção de novas unidades de assistência à saúde no Rio de Janeiro. O investimento total será de aproximadamente R$ 380 milhões.

Este projeto faz parte de um plano de investimento mais amplo de R$ 2 bilhões para construir dez hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Recife, Belém e Campo Grande até 2026. Do montante total, 50% será direcionado a São Paulo, mercado prioritário na nova estratégia de expansão da empresa.

Financiamento do projeto

Dos R$ 2 bilhões de investimento total, R$ 630 milhões virão das reservas de caixa da Hapvida, enquanto o restante será financiado por parceiros, incluindo a gestora de ativos Riza Asset. Em julho, a Riza Asset assinou um acordo de R$ 600 milhões com a Hapvida para construir dois hospitais em São Paulo e Rio de Janeiro por meio de operações built-to-suit. A empresa está negociando parcerias semelhantes.

Leia mais: Hapvida registra lucro líquido de R$ 1,8 bilhão e expande rede própria

Impacto econômico e estratégico

Segundo o Itaú BBA, o plano de expansão da Hapvida é promissor, pois está alinhado com projeções de menor índice de sinistralidade e maiores margens. A expansão no Rio de Janeiro representa um passo estratégico para a empresa, que busca fortalecer sua presença em um dos principais centros médicos do país.

O Rio de Janeiro é reconhecido como um dos polos de turismo médico no Brasil, ao lado de São Paulo, Recife, Curitiba e Porto Alegre, concentrando serviços médicos de qualidade e infraestrutura turística robusta.

A empresa divulgou recentemente seus resultados financeiros para o primeiro trimestre de 2025, com um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões, demonstrando solidez financeira para sustentar seus planos de expansão.

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Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei 

Com expansão de centros, estudos multicêntricos e atuação multiprofissional, a Rede aposta na pesquisa clínica como alavanca para inovação e acesso à saúde.

Em um cenário cada vez mais orientado por evidências e inovação, a pesquisa clínica tem se consolidado como uma frente relevante para o avanço do cuidado em saúde. Além de garantir segurança e eficácia a novos tratamentos, essa prática contribui para ampliar o acesso a terapias emergentes e fortalecer a assistência baseada em ciência. 

Apesar de o Brasil ocupar a sexta posição no mercado farmacêutico global, sua participação nos estudos clínicos ainda representa cerca de 2% dos ensaios em andamento no mundo. No entanto, o país lidera a América Latina em volume de estudos ativos, com mais de 8.800 registros, segundo dados públicos. 

Diante desse cenário, diversas instituições de saúde têm buscado integrar a pesquisa científica à prática assistencial. A Rede Mater Dei de Saúde, por exemplo, tem estruturado iniciativas voltadas ao fortalecimento da pesquisa clínica, incorporando esse eixo às estratégias de gestão hospitalar. 

A pesquisa como parte da assitência 

Desde a inauguração do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador, em novembro de 2023, a rede vem ampliando sua atuação no campo da pesquisa. A iniciativa busca oferecer suporte qualificado a projetos científicos e ampliar o acesso de pacientes a tratamentos em desenvolvimento. 

“O desenvolvimento do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei foi uma provocação da própria diretoria na minha chegada”, relata Jamary Oliveira Filho, coordenador da UTI Neurológica e Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador. “A ideia partiu do José Henrique, Felipe Ligório e outros membros da diretoria, com o objetivo de tornar a pesquisa clínica mais profissionalizada.” 

O centro foi apresentado durante o quinto Encontro de Lideranças Médicas e do Corpo Clínico da unidade de Salvador. Com uma estrutura física dedicada e equipe multiprofissional — composta por farmacêutica, secretária executiva, coordenadores e equipe de apoio —, o espaço tem possibilitado a condução de estudos clínicos nacionais e internacionais, em diferentes áreas terapêuticas. 

Estrutura integrada favorece agilidade e expansão 

A organização da rede — presente em Minas Gerais, Bahia e Goiás —, com protocolos institucionais padronizados e comitê de ética centralizado, tem viabilizado a participação em estudos multicêntricos. 

“Temos grupos que interagem entre si com protocolos únicos institucionais. Isso facilita a atração de estudos clínicos multicêntricos para serem desenvolvidos dentro da rede”, afirma Jamary. Segundo ele, quando um projeto é aprovado em uma das unidades, há possibilidade de implementação simultânea em outras, o que pode otimizar tempo e ampliar o recrutamento. 

Entre os estudos já realizados, estão pesquisas voltadas à fibrose pulmonar, rinite e doenças pulmonares intersticiais. Novos projetos, relacionados a condições como Parkinson, Alzheimer e AVC, encontram-se em fase de recrutamento. 

“Esses tratamentos novos são oferecidos aos pacientes da instituição, que participam de forma voluntária (…) É uma chance de acesso a terapias que muitas vezes não são custeadas pelo SUS ou pelos planos de saúde”, pontua o coordenador. 

Segundo Jamary, a integração entre os times assistenciais e os projetos de pesquisa ocorre de forma articulada, especialmente em situações clínicas que esgotaram as opções terapêuticas convencionais. 

“As doenças e a medicina têm limites, que estão justamente nas pesquisas. Quando o paciente esgota as linhas de tratamento disponíveis, a pesquisa clínica pode ser a única alternativa”, explica. 

Formação de pesquisadores e governança regulatória 

A entrada de novos estudos pode ocorrer tanto por meio da articulação direta do centro com patrocinadores quanto por propostas apresentadas por investigadores vinculados à instituição. 

“Como temos pesquisadores experientes em recrutamento, muitas vezes são eles que recebem diretamente o convite de patrocinadores”, afirma Jamary. “Nesse caso, avaliamos o interesse institucional e viabilizamos a infraestrutura para conduzir o projeto.” 

A condução dos estudos clínicos na rede segue as diretrizes das boas práticas clínicas internacionais, com auditorias promovidas por patrocinadores, agências reguladoras e entidades independentes. “Todas as pesquisas são auditadas externamente, e precisamos disponibilizar toda a documentação. Isso aumenta a confiabilidade dos resultados gerados”, detalha. 

A capacitação de profissionais também é uma frente considerada prioritária. Para garantir a qualidade desde o início, o centro recrutou profissionais com experiência prévia em pesquisa. Ao mesmo tempo, promove a formação de novos pesquisadores, com orientação individualizada. 

“Faço reuniões frequentes com quem quer conduzir seu primeiro estudo. É importante que entenda o trabalho envolvido, mas também os benefícios de desenvolver essa carreira como médico pesquisador”, reforça. 

Segundo o coordenador, a pesquisa clínica representa hoje uma das frentes em expansão dentro da rede. “Essa é uma das áreas mais desafiadoras e promissoras dentro da rede hoje. A pandemia nos mostrou como a ciência pode responder rapidamente a problemas complexos. Mas diariamente enfrentamos doenças que ainda não têm solução. A pesquisa é o caminho”, afirma. 

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PORTAL ND+

‘Se meteram onde não devem’: Procon e CRM sofrem ameaça em evento de estética em Florianópolis

Fiscais do Procon apuravam irregularidade em congresso sobre harmonização facial; bilhete encontrado no carro continha ameaças ao Procon e ao CRM

uatro fiscais, dois do Procon e dois do CRM (Conselho Federal de Medicina), sofreram represálias, na última quinta-feira (31), durante uma operação no Congrehof (Congresso de Harmonização Facial, Corporal e Saúde Integrativa) que acontece no CentroSul em Florianópolis. O evento continua neste sábado (2).

A operação partiu de uma denúncia sobre falta de qualificação dos palestrantes, que estariam ensinando procedimentos exclusivos a médicos, como harmonização corporal e glútea, a um público leigo. O ingresso do evento chega a custar R$ 3.394,00.

Segundo a Resolução 1.718/2004 do Conselho Federal de Medicina, “é vedado o ensino de atos médicos privativos, sob qualquer forma de transmissão de conhecimento, a profissionais não-médicos”.

Quais foram as ameaças ao Procon e ao CRM

O motivo da operação chegou a ser questionado pelos representantes do evento e, segundo o Procon, os organizadores do evento tentaram barrar a entrada dos agentes.

O Procon tem poder de polícia, então a sua entrada no congresso não poderia ser impedida. Por isso, os fiscais ameaçaram acionar a Polícia Civil para permitir o acesso ao evento.

Um bilhete com ameaças ao Procon e ao CRM foi encontrado no carro dos agentes. Na mensagem estava escrito “vieram se meter onde não devem”.

Órgãos se posicionam sobre ameaças ao Procon e ao CRM

Em notas, o Procon e o CRM repudiaram as ameaças e minimizaram a intimidação. Andréa Antunes, presidente do CRM, disse que o órgão “irá seguir firme contra o exercício ilegal da medicina”.

Já a delegada Michele Alves, diretora do Procon SC, afirmou que as ações do órgão vão continuar para “garantir a segurança do consumidor catarinense, principalmente em relação à saúde”.

Notificações e possíveis irregularidades

No material de divulgação do congresso não constava o número de registro dos respectivos órgãos de classe dos palestrantes, de modo que não era possível saber se os profissionais são registrados.

O CRM verificou os registros e, após a fiscalização, a Congrehof divulgou nesta sexta-feira (1°), segundo dia do evento, o número de registro nos respectivos órgãos de classe dos palestrantes.

A operação também buscou coibir o ensino de práticas médicas para não médicos. Conforme o CRM, o evento não limitou as inscrições para profissionais da área da saúde e qualquer pessoa poderia se inscrever e aprender procedimentos técnicos que estavam sendo expostos.

De acordo com o CRM, as medidas administrativas e judiciais pertinentes serão avaliadas após conclusão do relatória de vistoria.

Ainda, o Procon notificou alguns expositores que estavam ofertando produtos sem indicação de preço, o que, segundo o órgão, foi rapidamente adequado após a ação.

Organizadores não concordam com ameaças ao Procon e ao CRM

A organização do evento repudiou as ameaças ao Procon e ao CRM e disse que se solidariza com os fiscais. Ainda, afirmou que está auxiliando os órgãos de segurança a identificar a origem desse bilhete. No entanto, a violação da norma do CFM foi rebatida.

“Foi informado que os fiscais tentaram identificar uma possível infração do código de ética, com o uso de técnicas exclusivas do profissional médico para lições e ensinamentos para profissionais não médicos, o que não se verificou”, disse o advogado da Congrehof, Luis Burtet.

A reportagem questionou a Congrehof sobre os requisitos para inscrições nas palestras, mas até o momento de publicação não teve retorno. A organização do evento também não se manifestou sobre a tentativa de barrar os fiscais. O espaço segue aberto.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 01 Agosto 2025 06:28

CLIPPING AHPACEG 01/08/25

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DESTAQUES

Crise na hemodiálise: Clínicas interditadas pelo estado podem ser reabertas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/crise-na-hemodialise-clinicas-interditadas-pelo-estado-podem-ser-reabertas-13805523.ghtml

Definidas as OS´s que vão administrar maternidades

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/definidas-as-os-s-que-vao-administrar-maternidades-13805540.ghtml

Presidente do CFM critica abertura indiscriminada de faculdades e cobra criação do Exame de Proficiência

https://portal.cfm.org.br/noticias/presidente-do-cfm-critica-abertura-indiscriminada-de-faculdades-e-cobra-criacao-do-exame-de-proficiencia

CFM e CNBB reafirmam defesa da vida intrauterina e a crueldade da técnica assistolia fetal

https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-e-cnbb-reafirmam-defesa-da-vida-intrauterina-e-a-crueldade-da-tecnica-assistolia-fetal

Caiado reforça articulação com EUA para proteger Goiás do tarifaço

https://www.aredacao.com.br/noticias/237353/caiado-reforca-articulacao-com-eua-para-proteger-goias-do-tarifaco

Planos: quando o conservadorismo custa mais do que a inovação

https://medicinasa.com.br/planos-saude-conservadorismo/

TV ANHANGUERA

Crise na hemodiálise: Clínicas interditadas pelo estado podem ser reabertas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/crise-na-hemodialise-clinicas-interditadas-pelo-estado-podem-ser-reabertas-13805523.ghtml

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Definidas as OS´s que vão administrar maternidades

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/definidas-as-os-s-que-vao-administrar-maternidades-13805540.ghtml

PORTAL CFM

Presidente do CFM critica abertura indiscriminada de faculdades e cobra criação do Exame de Proficiência

Na abertura do XV Fórum Nacional de Ensino Médico de Conselho Federal de Medicina (CFM), o presidente da autarquia, José Hiran Gallo, defendeu a aprovação urgente do Projeto de Lei nº 2.294/2024, que propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina, especialmente diante da explosão do número de escolas médicas no Brasil. A quantidade dobrou em pouco mais de 10 anos, chegando a 448, e ainda há 292 solicitações em tramitação no Ministério da Educação com pedidos de abertura de novos cursos.

“Nos EUA, com uma população 70% maior que a nossa, são 211 faculdades. Na Índia, com quase sete vezes mais habitantes, existem 605. No início de todo esse processo, a justificativa do governo era de que a abertura de cursos seria o caminho para fixar recém-formados nas regiões de difícil provimento. Porém, isso não aconteceu, mantendo-se alta concentração no Sul e Sudeste. O fato é que o crescimento acelerado do ensino superior na medicina ocorreu de forma indiscriminada. Os cursos – em especial privados – surgiram sem lastro em termos de corpo docente e de campos de prática”, ressaltou.

Segundo ele, a ausência de critérios regulatórios repercutiu na qualidade do egresso. Em sua avaliação, trata-se de uma questão que envolve a responsabilidade solidária com a preservação da saúde e da vida. “A criação do Exame de Proficiência é uma medida necessária, urgente e transformadora não só para o ensino, mas para a qualificação da assistência médica no País. O projeto de lei estabelece que somente médicos que passarem nesse exame poderão se registrar nos Conselhos Regionais de Medicina”, explicou Gallo.

Ele ressaltou que, após inúmeros apelos do CFM e de outras entidades médicas, o governo propôs dar início à avaliação de progresso individualizada dos estudantes nos ciclos básicos e clínico por meio do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). Para o presidente do CFM, se trata de uma iniciativa de extrema relevância, que merece apoio sobretudo se levar ao fechamento de vagas e de cursos de medicina que não estiveram cumprindo sua missão: formar adequadamente o médico. “Mas, sem o Exame Nacional de Proficiência em Medicina, não resolverá os problemas”, destacou.

Nas provas, será verificado de forma justa e transparente se o recém-formado tem o preparo mínimo exigido para o exercício da profissão, em processos semelhantes que ocorrem em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Alemanha. “Assim, o Exame Nacional de Proficiência funcionará como barreira de proteção para a sociedade, em especial dos que dependem exclusivamente do SUS”, concluiu.

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CFM e CNBB reafirmam defesa da vida intrauterina e a crueldade da técnica assistolia fetal

Assistolia fetal foi o tema central de reunião institucional entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quinta-feira (31) na sede da autarquia em Brasília.

Suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 989, a Resolução CFM nº 2.378/24 veda a prática a partir da 22ª semana gestacional.

Secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers destacou que o objetivo do encontro é reafirmar o compromisso conjunto com a defesa da vida e com os princípios que regem a atuação médica no Brasil. “Se não defendemos esse tema, nenhum outro tema tem sentido para nós — que é a vida, o início da vida”, enfatizou Dom Ricardo.

A assistolia fetal é um ato médico que, através administração de drogas no coração do feto, leva ao feticídio antes da interrupção de gravidez. Considerando que, a partir da 22ª semana gestacional, há viabilidade de vida extrauterina do nascituro, como já estabelecido pela embriologia, a realização da assistolia fetal a partir dessa idade não tem previsão legal, é antiética e vedada ao médico.

“O bebê está vivo, mas não pode se defender. O direito de nascer deve ser preservado, com base na Constituição Federal e nos direitos fundamentais, assim como a medicina deve ser usada em defesa da vida e da segurança do ser humano”, destacou Hiran Gallo.

A conselheira Dra. Yáscara Pinheiro destacou a incongruência entre o rigor com o bem-estar animal e a defesa da prática com seres humanos: “Existem protocolos rígidos para que pesquisas não submetam ratos ao sofrimento; a assistolia também é proibida com animais. Mas, com humanos, há quem defenda esse tipo de procedimento, que implica em aplicar uma injeção no coração do bebê, provocando diretamente na morte”, alertou Yáscara. O assessor institucional da CNBB Frei Jorge Soares acrescentou: “estamos humanizando os animais e bestializando os humanos.”

Na reunião, o CFM e CNBB reforçaram o compromisso institucional em defesa dos direitos fundamentais, da dignidade humana e da ética médica.

Também participaram da reunião o conselheiro federal Carlos Magno, o subsecretário-geral da CNBB, Leandro Megeto, e o representante da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB Rodolfo Pinho.

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A REDAÇÃO

Caiado reforça articulação com EUA para proteger Goiás do tarifaço

Confira o vídeo publicado nas redes 

O governador Ronaldo Caiado afirmou nesta quinta-feira (31/7) que segue mobilizado para proteger a economia de Goiás diante do aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em vídeo publicado nas redes sociais, Caiado destacou que tem mantido contato direto com o encarregado de negócios da Embaixada Americana, Gabriel Escobar.

Caiado lembrou que, desde que tomou conhecimento da situação, tem trabalhado junto ao secretariado estadual para atender as empresas que serão mais penalizadas, visando cuidar da sobrevivência dos negócios e a manutenção dos empregos dos goianos.

O governador ressaltou que realizou uma audiência por videoconferência com o encarregado direto de negócios da Embaixada Americana, Gabriel Escobar, para tratar do assunto. “Sempre existiu uma parceria do Governo de Goiás com os Estados Unidos. É fundamental que tenhamos esse nível de parceria, pois é isso que o setor também espera por parte do governo americano”, disse o chefe do Executivo goiano ao manifestar sua insatisfação com o fato de setores importantes para a economia goiana, como o de carnes e açúcar, terem sido mantidos na tarifação.

Caiado afirmou que Gabriel Escobar recebeu bem a solicitação do Governo de Goiás e irá “trabalhar intensamente neste sentido” com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, visando reduzir os impactos no setor goiano. Enquanto não há uma posição definitiva entre os dois países em relação às taxas, o Governo de Goiás anunciou uma série de medidas para amparar as empresas goianas atingidas. No dia 22 de julho, o governador anunciou a abertura de linhas de créditos aos empresários. 

Ajuda efetiva

Entre as medidas está a criação do Fundo Creditório, que visa apoiar os 18 segmentos da economia goiana que mais exportam para os Estados Unidos. Com ele, devem ser investidos R$ 628 milhões em créditos de Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) passíveis de utilização como garantia para acesso às linhas de crédito.

Outra opção é a utilização do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), um fundo público de natureza financeira criado durante a pandemia de Covid-19 com o objetivo de fornecer recursos financeiros para subsidiar o pagamento de encargos em operações de crédito. Já o Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, uma reserva financeira destinada a momentos de crise econômica, também pode ser utilizado para amenizar o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos goianos. A medida tem como objetivo garantir a continuidade de serviços considerados essenciais.

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MEDICINA S/A

Planos: quando o conservadorismo custa mais do que a inovação

Nos últimos anos, o debate sobre inovação no setor da saúde se intensificou – especialmente diante dos avanços em inteligência artificial, tecnologia vestível, integração de dados e novos modelos de atendimento. No entanto, uma peça-chave desse ecossistema insiste em se mover lentamente: os planos de saúde.

A impressão é clara: enquanto o mundo avança com tecnologias que prometem mais precisão, prevenção e personalização, os planos continuam presos a um modelo que enxerga inovação como custo – não como valor. Mas até quando essa lógica se sustentará?

Os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram um cenário revelador: os planos de saúde registraram lucro líquido de R$11,1 bilhões em 2024, um aumento de 271% na comparação com 2023. Para colocar em perspectiva, esse resultado é superior ao obtido nos três anos anteriores somados. No entanto, a mesma ANS limitou o reajuste para planos individuais em 6,91% (maio/2024–abril/2025).

Ou seja, embora as receitas cresçam, os custos para o consumidor são mantidos relativamente controlados, deixando no ar a pergunta: onde está sendo investido esse lucro?

De acordo com o Censo 2022 do IBGE, a saúde suplementar caminha em ritmo acelerado. O número de beneficiários cresceu 12% entre 2010 e 2022 – quase o dobro do crescimento da população brasileira, que foi de 6,5% no mesmo período. Isso demonstra que a demanda por serviços privados só aumenta. Mas será que essa demanda está sendo atendida por planos que acompanham a inovação e as necessidades reais dos usuários?

É fato que vivemos em um país onde os serviços de urgência e emergência são majoritariamente responsabilidade do SUS. Ainda assim, os planos privados ocupam um papel central como articuladores do sistema. A questão é que, apesar de contarem com uma quantidade crescente de dados e soluções tecnológicas, muitos ainda preferem manter-se inertes, operando em estruturas ultrapassadas, desconectadas e com uma visão fragmentada do paciente.

Cada stakeholder desse ecossistema – hospitais, médicos, operadoras, pacientes – continua olhando apenas para o seu pedaço da jornada. E é justamente essa falta de visão sistêmica que impede avanços reais. Não é por acaso que empresas que se verticalizam e oferecem soluções ponta a ponta têm crescido. Elas enxergam o todo, conectam as pontas e – mais importante – integram tecnologia com propósito.

A pandemia evidenciou a urgência de transformação. A flexibilização do Conselho Federal de Medicina em relação à telemedicina, por exemplo, escancarou a possibilidade de escalar o atendimento com eficiência. Hoje, é possível imaginar um médico recebendo suporte de inteligência artificial com dados contextuais antes de uma consulta – seja online ou presencial. Isso não substitui o profissional, mas amplia sua capacidade de tomada de decisão. Ainda assim, poucos planos estão investindo seriamente nessa estrutura.

Não é só uma questão tecnológica – é uma mudança de postura. Fala-se muito sobre planos super premium, com promessas de acesso a hospitais de ponta. Mas a inovação não pode ser privilégio de poucos. A verdadeira transformação está na base: integrar dados, promover a prevenção, reconhecer hábitos e personalizar os cuidados. Isso, sim, gera valor real. Isso, sim, reduz custos no médio e longo prazo.

A saúde baseada em dados não é mais um conceito futurista. Hoje, com uma simples pulseira inteligente, já consigo monitorar meus batimentos, níveis de estresse e sono. Compartilho essas informações com meu médico, que passa a atuar de forma muito mais estratégica. Às vezes, a prescrição não será um remédio, mas uma mudança de rotina. Esse é o ponto: a tecnologia não substitui o cuidado humano, mas o potencializa.

Enquanto isso, seguimos com sistemas de gestão que tratam o paciente como um número – e não como alguém com histórico, contexto e necessidades específicas. Continuamos pagando por retratamentos, exames duplicados e consultas desnecessárias simplesmente porque os sistemas não se conversam. A descentralização dos dados segue como um gargalo imenso. Grandes empresas tentaram resolver isso há mais de uma década e desistiram. Mas o problema persiste.

O que falta, então? Visão. Coragem. Liderança. Os planos de saúde precisam deixar de enxergar a inovação como ameaça. Precisam entender que o maior risco hoje é continuar apostando em um modelo ultrapassado, que privilegia o volume em detrimento da qualidade. A inovação não é um custo: é a única forma de tornar o sistema sustentável no futuro.

E aqui está a provocação: quanto vai custar manter o modelo atual pelos próximos cinco anos? Talvez seja hora de repensar não apenas a tecnologia, mas a mentalidade. Porque no fim do dia, inovar na saúde é cuidar melhor de pessoas – com inteligência, com empatia e com visão de longo prazo.

*Eduardo Freire é CEO e estrategista de inovação da FWK Innovation Design.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 31 Julho 2025 07:03

CLIPPING AHPACEG 31/07/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

SUS e planos de saúde: especialistas comentam impactos de integração

https://veja.abril.com.br/saude/sus-e-planos-de-saude-especialistas-comentam-impactos-de-integracao/

Planos de saúde atenderão pacientes do SUS a partir de agosto: entenda como vai funcionar o novo programa

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/07/31/planos-de-saude-atenderao-pacientes-do-sus-a-partir-de-agosto-entenda-como-vai-funcionar-o-novo-programa.ghtml

Mabel promete trocar junta médica responsável por anlisar atestados de servidores

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/mabel-promete-trocar-junta-medica-responsavel-por-anlisar-atestados-de-servidores-13802226.ghtml

Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia para fazer tatuagens

https://g1.globo.com/go/goias/playlist/videos-ultimas-noticias-de-goias.ghtml

Por que os remédios não funcionam igual para todas as pessoas?

https://www.metropoles.com/saude/remedios-nao-funcionam-igual-todos

'Confiei na ciência e na fé': a vida de quem participa de estudos para novos medicamentos

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/07/31/confiei-na-ciencia-e-na-fe-a-vida-de-quem-participa-de-estudos-para-novos-medicamentos.ghtml

Transformação digital e os desafios da saúde privada

https://medicinasa.com.br/transformacao-digital-desafios/

TV ANHANGUERA

Mabel promete trocar junta médica responsável por anlisar atestados de servidores

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/mabel-promete-trocar-junta-medica-responsavel-por-anlisar-atestados-de-servidores-13802226.ghtml

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Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia para fazer tatuagens

https://g1.globo.com/go/goias/playlist/videos-ultimas-noticias-de-goias.ghtml

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REVISTA VEJA

SUS e planos de saúde: especialistas comentam impactos de integração

A fila de pacientes por atendimento com especialistas na rede pública é histórica e um gargalo que afeta o controle e resolução de problemas de saúde. Não surpreende, assim, o apoio dado por entidades à estratégia anunciada nesta semana pelo Ministério da Saúde e Advocacia-Geral da União (AGU) da troca de dívidas de operadoras por atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em planos de saúde. VEJA ouviu especialistas sobre a iniciativa e eles destacaram os benefícios, mas alertaram para a necessidade de acompanhamento da medida para garantir o atendimento daqueles que aguardam por assistência.

Referência nacional no que diz respeito ao SUS, o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Gonzalo Vecina explica que é necessário estabelecer uma série de ações para contornar o problema do acesso a consultas, exames e cirurgias, e o ressarcimento com serviços pode fazer parte desse conjunto.

“Existe um problema de oferta frente a uma demanda muito grande que é muito clara. Não temos instrumentos imediatos para suprir essa demanda para consultas e exames com especialistas que é trabalhada desde antes do SUS. Aumentar a oferta por meio da diminuição da dívida, não vai resolver, mas vai diminuir o tamanho da fila”, avalia.

Segundo ele, o fortalecimento das medidas nas chamadas Regiões de Saúde, blocos com municípios próximos que compartilham similaridades socioeconômicas e de infraestrutura, é o caminho mais adequado para reestruturar a oferta e demanda por atendimento, bem como estabelecer uma medida durável.

Vecina destaca que a importância de receber a assistência especializada é visível em doenças graves, caso do câncer, mas é algo essencial para qualquer tipo de enfermidade.

“Sair da fila significa encaminhar a resolução de um problema de saúde, porque o paciente precisa marcar consulta, exame e cirurgia para continuar o seu projeto de tratamento. Quanto antes a gente intervém, menos efeitos colaterais a pessoa vai ter e o tratamento precoce é fundamental em todas as doenças.”

O advogado Rafael Robba, sócio do Vilhena Silva Advogados, diz que a medida é interessante para reaver o reembolso do que não foi pago pelas empresas. “O ressarcimento é obrigatório quando um beneficiário do plano utiliza o SUS, só que as operadoras, normalmente, ficam devendo valores muito altos. Seria uma forma de viabilizar o atendimento de usuários do SUS e, por outro lado, ainda que de forma indireta, cobrar o ressarcimento dessas operadoras.”

Fiscalização

Para o médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Walter Cintra Ferreira, a iniciativa demanda fiscalização do Ministério da Saúde para verificar se as operadoras realmente vão prestar o atendimento previsto aos pacientes do SUS.

“Como uma medida emergencial para tentar mitigar uma fila acumulada é válida, mas o governo precisa ser rígido com as operadoras, porque elas estão em dívida com a União. Tem um acúmulo muito grande de pacientes e essas pessoas não podem esperar. É preciso ver se o atendimento que precisa ser feito será cumprido.”

Ferreira defende a resolução de problemas como o subfinanciamento do SUS para avanços na assistência na rede pública de saúde. “Assim, o SUS pode contratar os serviços e dar conta da demanda de necessidade da população.”

Advogado especializado em Direito Médico e Hospitalar, Pedro Stein disse que a solução é inovadora, mas complexa, considerando o fato de que algumas operadoras de saúde já operam perto do limite.

“A portaria que regulamenta o programa menciona a fiscalização dos serviços contratados, mas não estabelece regras sobre filas separadas ou horários exclusivos para pacientes do SUS nos prestadores privados. Isso pode gerar sobrecarga e confusão se não houver uma boa organização operacional por parte dos estados e municípios.”

Stein afirma ainda que a assistência não pode fazer distinção entre os pacientes. “O mais importante é que os serviços oferecidos aos pacientes do SUS tenham qualidade equivalente à da rede privada.”

Entenda a iniciativa

Para reduzir as filas em atendimento na rede especializada, o Ministério da Saúde anunciou no início desta semana que as dívidas de ressarcimento ao SUS das operadoras de saúde poderiam ser convertidas em assistência aos pacientes da rede pública nos planos de saúde. A medida integra o programa Agora Tem Especialistas e deve ter ressarcimento inicial de R$ 750 milhões.

A iniciativa prioriza as seis áreas que são gargalos para o SUS: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia. A adesão deve ser feita de forma voluntária pelas operadoras, que vão passar por análise do ministério, e o serviço será gratuito para os pacientes. Os beneficiários dos planos não serão prejudicados, de acordo com a Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Segundo o ministério, o rol de serviços vai funcionar “como uma prateleira de atendimentos especializados com os quais os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão contar”.

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PORTAL G1

Planos de saúde atenderão pacientes do SUS a partir de agosto: entenda como vai funcionar o novo programa

Medida inédita permitirá que operadoras quitem dívidas com o SUS oferecendo consultas, exames e cirurgias para pacientes da rede pública.

Saúde Pública: pacientes do SUS poderão ser atendidos também por planos de saúde

A partir de agosto, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser atendidos em hospitais e clínicas de planos de saúde. A medida integra o programa Agora Tem Especialistas, anunciado pelo Ministério da Saúde, e tem como objetivo reduzir as longas filas por atendimento especializado na rede pública.

A iniciativa prevê que operadoras quitem dívidas com o SUS — que somam mais de R$ 1 bilhão — oferecendo serviços diretamente aos usuários do sistema público. Em um primeiro momento, cerca de R$ 750 milhões devem ser convertidos em consultas, exames e cirurgias eletivas em sete especialidades prioritárias.

Quais pacientes do SUS serão atendidos?

A nova parceria entre SUS e planos de saúde não permite que qualquer paciente escolha ser atendido em um hospital privado. O acesso seguirá o fluxo atual do SUS:

O paciente procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

O médico da UBS avalia a necessidade de atendimento especializado.

A solicitação é inserida na central pública de regulação, gerida por estados ou municípios.

A regulação define o local de atendimento, que poderá ser uma unidade da rede privada conveniada.

A seleção dos pacientes seguirá critérios clínicos e de prioridade, com foco nas especialidades com maior demanda: oncologia, ortopedia, oftalmologia, ginecologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia geral.

“O cidadão não vai precisar fazer nenhum movimento extraordinário. Ele será agendado e informado, inclusive por WhatsApp”, explica ao g1 o diretor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira.

Como será feita a adesão dos planos?

A participação das operadoras é voluntária. Para aderir, elas devem comprovar capacidade técnica e operacional e apresentar uma proposta de oferta de serviços. Essas propostas serão avaliadas pelo Ministério da Saúde, que verificará se as demandas do SUS na região serão atendidas.

A adesão será feita por meio da plataforma InvestSUS, e os atendimentos só começarão após aprovação da oferta e organização da regulação local.

Somente operadoras com capacidade para realizar mais de 100 mil atendimentos mensais poderão aderir ao programa. Em casos excepcionais, operadoras menores — com mínimo de 50 mil atendimentos/mês — também poderão participar, desde que atendam regiões com carência de serviços.

Por que planos vão atender pacientes do SUS?

A medida é uma forma de quitar dívidas de ressarcimento ao SUS. Pela legislação, quando um beneficiário de plano de saúde é atendido na rede pública, a operadora deve reembolsar os custos ao Fundo Nacional de Saúde. No entanto, muitas não fazem o pagamento, gerando um passivo bilionário.

Agora, essas dívidas poderão ser convertidas em atendimentos diretos à população, em vez de pagamentos em dinheiro.

“Se o SUS atendeu um cliente seu, agora você vai atender o povo brasileiro”, diz Oliveira.

Como será o controle e a fiscalização?

Diretora-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla Soares afirma que as operadoras continuarão sendo fiscalizadas e podem ser multadas caso deixem de atender seus próprios clientes ou descumpram obrigações com o SUS.

“Não há espaço para que deixem de atender seus beneficiários para priorizar o SUS. O interesse é ampliar a capacidade de atendimento de forma integrada”, declara.

O programa também prevê um novo modelo de pagamento. Os planos só serão remunerados após entregarem todo o combo de serviços especializados, o que inclui consultas, exames e, se necessário, cirurgias.

Integração de dados: SUS e planos no mesmo sistema

Além da parceria para atendimentos, os dados dos pacientes da saúde suplementar passarão a ser integrados à plataforma nacional do SUS. Com isso, será possível acessar o histórico de atendimentos — como consultas e exames — em um único sistema, facilitando a continuidade do cuidado e evitando a repetição de procedimentos.

O que esperar nos próximos meses?

A publicação do edital com regras de adesão sai nos próximos dias.

As operadoras poderão se cadastrar ainda em agosto.

Os primeiros atendimentos estão previstos para as próximas semanas, conforme a adesão das operadoras e organização local das ofertas.

Segundo o Ministério da Saúde, o programa é uma ação emergencial e estratégica para enfrentar o gargalo histórico na atenção especializada do SUS, agravado pela pandemia. “Estamos ampliando a oferta, mobilizando toda a estrutura possível para dar resposta rápida à população”, conclui Oliveira.

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METRÓPOLES


Por que os remédios não funcionam igual para todas as pessoas?

Mesmo com o mesmo diagnóstico, a resposta ao tratamento pode variar bastante de uma pessoa para outra
Um remédio que funciona bem para você pode não ter o mesmo efeito em outra pessoa. Às vezes, o alívio vem rápido. Em outras, parece que nada acontece. Por que isso acontece mesmo quando o diagnóstico é igual?

Segundo a farmacêutica Leila Maluli, de São Paulo, a explicação está no corpo de quem recebe o medicamento. "Uma pessoa muito acima do peso, com o intestino inflamado e que bebe pouca água, por exemplo, pode ter a absorção mais lenta do remédio. Já alguém hidratado, com o intestino saudável, pode ter um efeito mais rápido", afirma.

A via pela qual o remédio é administrado também interfere. Um analgésico aplicado na veia começa a agir quase imediatamente. Já o mesmo remédio tomado por via oral pode demorar até uma hora para surtir efeito.

Organismo e estilo de vida interferem no efeito

A forma como o corpo metaboliza, distribui e elimina os medicamentos varia de pessoa para pessoa. O farmacêutico Édson Figueiredo, de Brasília, aponta que fatores como idade, peso, doenças no fígado ou rins, e problemas intestinais podem influenciar diretamente na resposta ao tratamento.

"Certas condições clínicas alteram o metabolismo dos fármacos e exigem ajustes na dose ou mesmo na escolha do medicamento", explica.

Além disso, a composição corporal também conta. Medicamentos que se acumulam na gordura podem ter efeito diferente em indivíduos com maior percentual de tecido adiposo. "Isso pode retardar ou prolongar o efeito da substância no organismo", completa Figueiredo.

Diferenças entre faixas etárias são bem conhecidas. Crianças têm maior proporção de água no corpo, o que altera a distribuição de medicamentos hidrossolúveis. Idosos, por outro lado, costumam ter metabolismo mais lento e menor capacidade de eliminação dos fármacos, exigindo mais atenção na hora de ajustar as doses.

Leila acrescenta que até os hormônios femininos podem modificar a resposta ao tratamento. "Nas mulheres, há variação no ciclo menstrual que interfere na digestão, na absorção e até na excreção de substâncias", diz.

Genética e efeitos inesperados

Outro fator importante é a genética de cada indivíduo. Algumas pessoas têm predisposição genética para responder melhor ou pior a determinadas substâncias. "Crianças com necessidades especiais, por exemplo, exigem uma abordagem medicamentosa diferente", explica Leila.

Ela lembra também que nem todas as reações são previsíveis. "Uma alergia a penicilina, por exemplo, pode só aparecer na primeira vez que a pessoa tomar o medicamento. Por isso, a auto-observação é fundamental durante o tratamento", afirma.

Alimentação, álcool e cigarro mudam a resposta

O estilo de vida tem peso na forma como o corpo lida com remédios. Dietas ricas em produtos industrializados e inflamatórios prejudicam a flora intestinal e comprometem a absorção de remédios. "Comer arroz, feijão, legumes e verduras melhora a saúde intestinal e favorece a resposta aos tratamentos", destaca Leila.

O uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas também interfere. O farmacêutico Rogério Hoefler, do Conselho Federal de Farmácia, explica que substâncias presentes na fumaça do cigarro aceleram o metabolismo de certos remédios.

"Fumantes podem precisar de doses maiores de medicamentos como teofilina, benzodiazepínicos e alguns antipsicóticos para atingir o mesmo efeito", alerta.

Já o álcool pode tanto retardar quanto acelerar o metabolismo, dependendo da frequência e quantidade de consumo. "Além disso, ele potencializa o efeito sedativo de medicamentos como antialérgicos e ansiolíticos", aponta Tarcísio José Palhano, também do Conselho Federal de Farmácia.

Possíveis interações

A forma como o medicamento é ingerido também influencia na sua eficácia. Tomar antibióticos como as tetraciclinas junto com leite, por exemplo, pode reduzir a absorção da substância. "Jejum e refeições gordurosas também influenciam na absorção dos fármacos no trato gastrointestinal", destaca Palhano.

Tomar dois ou mais medicamentos ao mesmo tempo também pode prejudicar a eficácia do tratamento. "Alguns remédios, quando usados juntos, competem entre si e podem anular o efeito um do outro ou até causar reações adversas", complementa o especialista.

Quando a mente entra em cena

Armazenar bem os medicamentos é essencial para impedir que eles percam a eficácia

O estado emocional e até as crenças pessoais influenciam a forma como o corpo responde ao tratamento. Rogério Hoefler lembra que o chamado "efeito placebo" é real e tem um papel importante em casos como doenças neurológicas, dor crônica e transtornos psiquiátricos.

Mesmo quando a prescrição está correta e bem ajustada ao diagnóstico, a resposta pode ser afetada por aspectos como perfil genético, hábitos, idade, peso, outras doenças e uso simultâneo de medicamentos.

"Por isso, a individualização do tratamento e o acompanhamento constante são essenciais para garantir uma farmacoterapia segura e eficaz", conclui Hoefler.

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O GLOBO

'Confiei na ciência e na fé': a vida de quem participa de estudos para novos medicamentos

Com mudança recente em legislação, Brasil deve receber mais pesquisas do tipo nos próximos anos

Em 2023, quando tinha 47 anos, o administrador Celso Galvão foi pego de surpresa ao receber o diagnóstico de um câncer de próstata com metástase óssea. Sem histórico familiar da doença ou qualquer sintoma aparente, ele mal pode acreditar quando soube que as razões para as idas constantes ao banheiro, notadas pelos amigos com quem costuma tomar mate gelado todo sábado pela manhã, tinham esse motivo.O oncologista que já havia tratado a mãe de Celso, por sua vez, lhe contou que dali a poucos meses o estudo de um novo medicamento para a doença seria realizado e que para entrar no protocolo da droga experimental (e inovadora) ele teria de aguardar alguns meses sem outro tratamento. O que foi avaliado e aceito por Celso.

- Fiquei nove meses esperando, monitorando. Confiei muito no meu médico e ele em mim. Dois anos depois do diagnóstico, a doença estabilizou e teve uma redução na metástase - contabiliza o baiano de Jequié. - Confiei na ciência e confiei na fé.

Celso é representante do grupo de voluntários brasileiros que aceitam tomar medicamentos experimentais em busca de novas soluções para doenças difíceis de tratar. Assim como foi o caso de Preta Gil (1974-2025) que buscou, nos EUA, uma droga experimental para tratar um câncer colorretal em estágio de metástase. Outros topam entrar em pesquisa exclusivamente por um compromisso com a ciência para prestar um "serviço" à sociedade.

A vontade de colaborar com os pesquisadores, por exemplo, foi o que fez Augusto Codo de Sousa, de 18 anos, topar fazer parte de um estudo clínico para o desenvolvimento de uma vacina para chikungunya, no Brasil - o imunizante tornou-se o primeiro medicamento do tipo para combater a doença no país, aprovado em novembro do ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão de Augusto de colocar seu corpo (e saúde) à disposição da ciência teve influência de berço.

- Por eu ter bastante contato com a área da saúde, meu padrinho é médico anestesista, minha mãe é biomédica, meu irmão farmacêutico, eu sempre vi esse mundo da medicina com outros olhos - explica. - No começo, meus colegas de escola acharam estranho eu estar fazendo parte de um estudo. Diziam: que loucura! Mas quiseram saber mais. Aos poucos, foram me dando apoio para seguir. Se a gente não confiar na ciência, quem vai?

Apenas em 2024, ao menos 315 pedidos de novos estudos clínicos (como são chamados os testes para medicamentos experimentais) do tipo foram realizados junto à Anvisa. O número de participantes no país no momento é difícil de determinar, mas é possível que passe dos milhares. A maior parte deles, seguindo uma tendência global, busca novas alternativas para tratar neoplasias, os tumores, em casos de câncer.Para entrar num estudo, em geral, o paciente é convidado por um médico que conheça o protocolo ou, mais raramente, é avisado da pesquisa por grupos de pessoas que tenham a mesma doença e se organizam em buscas de direito a tratamentos. A jornada de um voluntário é cercada de exames de monitoramento, além de necessitar de atenção extrema aos sinais do próprio corpo, como forma de buscar eventuais efeitos adversos que possam comprometer o uso do fármaco.

- Um paciente em tratamento, regularmente visita o médico a cada seis meses, ou um ano. No caso dos voluntários em pesquisa clínica, esse prazo se reduz para três meses ou até menos - diz Augusto Mota, oncologista do Instituto Ética, especializado em pesquisas do tipo, em Salvador (BA). - Antes de tudo isso o participante assina um termo de consentimento escrito em linguagem leigas, em que ele possa compreender todos os detalhes. Inclusive os eventuais riscos.

A artista plástica Rita Cerqueira, de 53 anos, por exemplo, fazia exames de sangue quinzenais para avaliar um novo protocolo de quimioterapia que iniciou - em pesquisa clínica - há dois anos. Sua necessidade era tratar uma leucemia mieloide aguda que não reagiu bem aos tratamentos já disponíveis. No meio do caminho, passou por um transplante de medula, tendo o próprio filho como doador, e depois voltou ao protocolo do medicamento, como segurança do controle da doença.

- O medicamento me preparou para o transplante. Depois disso, segui fazendo os ciclos da quimio para me dar suporte no tratamento da remissão. O medicamento foi extremamente importante para mim, espero que também possa ser para outras pessoas - analisa Rita.

No Brasil, vale dizer, todos que participam de estudos do tipo são voluntários. Ou seja, não recebem pagamento pela participação. Nos Estados Unidos, por outro lado, essa participação como paciente pode ser remunerada. O FDA (comparável à Anvisa nos EUA) explica em seu mais recente parecer sobre o tema que o tal pagamento deve ocorrer como um "incentivo" ao recrutamento de pacientes e não deve ser considerado um "benefício" que pese positivamente na decisão de entrar na pesquisa. Aqui, porém, o raciocínio sobre o tema é outro.

- Se você abre a possibilidade de ter uma participação remunerada permanente você abre o risco de ter uma profissionalização de risco, e seria bastante desumano se aproveitar de uma situação de vulnerabilidade econômica para uma situação como essa - explica Jorge Venâncio ex-coordenador da Conep, a instância máxima de ética em protocolo de pesquisa em humanos no Brasil.

Mudanças à vista A pesquisa clínica no Brasil, porém, deve passar por mudanças nos próximos anos. Isso porque em 2024 foi sancionada uma lei que define a forma que esse tipo de análise deve ser feita no país. A legislação acelerou prazos, reduziu o período que desenvolvedores são obrigados a fornecer o medicamento ao voluntário após o fim do estudo, e também mudou os critérios da aprovação ética. Um ponto específico que levanta polêmica entre especialistas.

Ainda antes de ser regulamentada, a mudança encontra um setor farmacêutico já interessado em investir no Brasil. A Sanofi, por exemplo, diz que investiu R$ 100 milhões em pesquisas realizadas no país em 2024.

- Em 25 anos de carreira nunca vi tanto crescimento nessa velocidade. É uma confiança no Brasil, é um local em que há diversidade (de população), volume de pessoas - aponta Viviane Rezende, líder de estudos clínicos da farmacêutica no Brasil.

Na Novartis, o investimento em pesquisa também repete a cifra de R$ 100 milhões investidos no Brasil em 2024. Entre as doenças estudadas, explica o diretor de pesquisa clínica André Sanches, estão males "tropicais negligenciados" como como dengue, malária, hanseníase e doença de Chagas, entre outras áreas estratégicas como as terapias gênica e celular.

Eli Lakryc, vice-presidente da Área Médica da divisão Farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina explica que o interesse no Brasil, em geral, está conectado a uma série de fatores. A diversidade populacional, por exemplo, é um desses pilares.

- Quando se faz uma pesquisa clínica, é possível abordar pessoas diferentes, brancas, negras, amarelas e o Brasil tem tudo isso. Estamos todos juntos - diz o executivo. - Temos centros de investigação maravilhosos e há outros se capacitando. O Brasil, além disso, não é muito custoso para fazer pesquisa clínica.

Não basta, contudo, esperar que apenas a movimentação das farmacêuticas deem conta de colocar o país no mapa dos países que mais realizam estudos clínicos. Para movimentar essa área com intensidade é preciso, diz a conselheira sênior da Fundação Gates e pesquisadora sênior do International Vaccine Institute (IVI), Sue Ann Costa Clemens, investir num sistema robusto de desenvolvimento de fármacos, que vá da bancada dos pesquisadores ao mercado global.

- O Brasil tem muitos aspectos positivos. Só que a gente também tem desafios, ou seja, melhorias a fazer. Dentre elas, é importante ter centros de excelência que saibam desenvolver protocolos, pensando em gerar evidências, dados, para um dossiê regulatório, e não só aquela pesquisa acadêmica, que é a maior parte do que a gente tem - diz a pesquisadora que foi fundamental para a realização da pesquisa da vacina de Oxford, contra a Covid-19 no Brasil. - A chave são os desenvolvimentos de ponta a ponta globalizados. Se a gente estiver, por exemplo, dentro de um consórcio internacional, o produto desenvolvido terá, imediatamente, um acesso globalizado - afirma Sue Ann.

Por enquanto, mecanismos já em vigor permitem que pacientes acessem novas drogas, ainda que experimentais. Regina Furuta, de 49 anos, tem uma doença rara chamada HPN (sigla de Hemoglobinúria Paroxística Noturna), cujos desdobramentos incluem quadros de trombose, dores e fraqueza. No caso de Regina, a autorização para o uso do medicamento se deu de maneira diferente, por meio de um mecanismo de "acesso expandido", previsto pela Anvisa, cujo uso é destinado a pacientes que tenham doenças debilitantes e graves, para as quais não exista outra alternativa farmacêutica , entre outros detalhes.

Neste sentido, o uso do medicamento experimental é autorizado pela agência e deve ser acompanhado pelo médico especialista, em caso de efeitos adversos, além de também ocorrer coleta de dados por parte do desenvolvedor do fármaco. O material, embora coletado com rigor, não pode ser incluído no protocolo de aprovação da droga. Regina, mesmo fora da pesquisa, vê sua atitude de receber um remédio antes da aprovação final como um serviço à comunidade.- Depois de oito anos de tratamento com outro medicamento, soube que haveria uma nova medicação oral no Brasil. Quis tentar. Eu sou uma só, mas fiz pensando num todo, inclusive (no impacto) para os pacientes que podem entrar em contato com essa doença no futuro- defende.

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MEDICINA S/A

Transformação digital e os desafios da saúde privada

saúde suplementar brasileira atravessa um momento decisivo. De um lado, há uma pressão crescente provocada pela elevação dos custos assistenciais, aumento da sinistralidade, judicialização de procedimentos e fraudes no sistema. De outro, uma população cada vez mais exigente cobra qualidade no atendimento, agilidade nos processos e um cuidado mais humano e personalizado. Nesse cenário, a tecnologia se consolida como peça-chave para enfrentar esses desafios e transformar o setor.

A sinistralidade tem sido um dos maiores pontos de atenção para as operadoras. Em muitos casos, ela ultrapassa os 85%, comprometendo a sustentabilidade dos planos e exigindo reajustes que penalizam os beneficiários e os contratantes. A judicialização, por sua vez, impõe decisões que muitas vezes desconsideram diretrizes clínicas ou viabilidade econômica, distorcendo o modelo de cuidado e ampliando a insegurança jurídica. Soma-se a isso a incidência de fraudes e desperdícios — práticas que drenam recursos e reduzem a eficiência do sistema.

Paralelamente, cresce a demanda por uma experiência mais fluida e satisfatória. O beneficiário quer ter acesso fácil à rede, entender sua cobertura, consultar um médico sem burocracia e acompanhar seu tratamento de forma integrada. Ou seja, ele deseja um plano de saúde que, de fato, cuide da sua saúde e não apenas que reembolse despesas médicas.

É nesse ponto que a tecnologia se apresenta como uma aliada indispensável. Ferramentas de big data e analytics já são capazes de identificar padrões de comportamento, antecipar riscos e orientar intervenções mais eficazes. A inteligência artificial vem ganhando espaço em áreas como autorização automatizada de procedimentos, apoio à decisão clínica e personalização de planos de cuidado, com ganhos expressivos em agilidade e precisão. A Internet das Coisas (IoT), aplicada à saúde, permite o monitoramento remoto de pacientes crônicos por meio de dispositivos vestíveis, reforçando o cuidado contínuo e ajudando a evitar complicações.

Outro pilar importante é a digitalização do prontuário médico e sua integração entre diferentes elos do sistema. A interoperabilidade das informações é essencial para que hospitais, laboratórios, clínicas e operadoras possam compartilhar dados de forma segura, eficiente e em tempo real, algo fundamental para uma assistência verdadeiramente centrada no paciente. Nesse mesmo sentido, a telemedicina se consolidou como um canal estratégico de cuidado, especialmente quando integrada a modelos híbridos de atenção que combinam tecnologia e presença física, sempre com foco na resolutividade.

Todos esses avanços só fazem sentido se resultarem em um sistema mais sustentável e orientado à saúde, não à doença. E isso só será possível com investimentos consistentes em inovação, governança de dados e uma cultura organizacional aberta à transformação digital.

*Paulo Bittencourt é CEO do Plano Brasil Saúde.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 30 Julho 2025 06:47

CLIPPING AHPACEG 30/07/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prefeitura rompe com Fundahc e maternidades serão administradas por outras OSs

https://www.youtube.com/watch?v=i5K1oc2O7no

Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves

https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw

Auditoria em maternidades de Goiânia apontam falhas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/auditoria-em-maternidades-de-goiania-apontam-falhas-13797793.ghtml

Pacientes estão morando no hospital de São Luís de Montes Belos para receber tratamento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/pacientes-estao-morando-no-hospital-de-sao-luis-de-montes-belos-para-receber-tratamento-13798783.ghtml

MP entra na justiça para anular contrato entre Prefeitura de Goiânia e Sesi

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/mp-entra-na-justica-para-anular-contrato-entre-prefeitura-de-goiania-e-sesi-13798802.ghtml

Em decisão unânime, TCU reconhece a legalidade do Atesta CFM

https://portal.cfm.org.br/noticias/em-decisao-unanime-tcu-reconhece-a-legalidade-do-atesta-cfm

Lideranças discutem articulação entre áreas na saúde suplementar em Goiânia

https://www.aredacao.com.br/noticias/237175/liderancas-discutem-articulacao-entre-areas-na-saude-suplementar-em-goiania

TV SERRA DOURADA

Prefeitura rompe com Fundahc e maternidades serão administradas por outras OSs

https://www.youtube.com/watch?v=i5K1oc2O7no

Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves

https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw

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TV ANHANGUERA

MP entra na justiça para anular contrato entre Prefeitura de Goiânia e Sesi

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/mp-entra-na-justica-para-anular-contrato-entre-prefeitura-de-goiania-e-sesi-13798802.ghtml

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Pacientes estão morando no hospital de São Luís de Montes Belos para receber tratamento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/pacientes-estao-morando-no-hospital-de-sao-luis-de-montes-belos-para-receber-tratamento-13798783.ghtml

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Auditoria em maternidades de Goiânia apontam falhas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/auditoria-em-maternidades-de-goiania-apontam-falhas-13797793.ghtml

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PUC TV

Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves

https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw

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PORTAL CFM

Em decisão unânime, TCU reconhece a legalidade do Atesta CFM

O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, de forma unânime, que o Atesta CFM, ferramenta desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para validar atestados médicos, é segura, tem fundamento legal e é um instrumento de interesse público.

“É uma grande vitória para a classe médica, para o setor produtivo e para o Estado brasileiro, que contarão com um sistema ágil e seguro na verificação de atestados médicos”, avalia o presidente do CFM, José Hiran Gallo.

No Acórdão nº 1.445/20205, considerando o exame técnico, a legislação vigente, a jurisprudência do TCU, as justificativas apresentadas pelo CFM e a adequação da norma ao interesse público, o plenário do Tribunal “concluiu pela improcedência da denúncia” feita contra o Atesta CFM.

O CFM pontuou que normatização da ferramenta tem fundamento na competência legal da autarquia a fim de disciplinar aspectos éticos e operacionais da prática médica, notadamente quanto à padronização dos documentos e à integridade dos dados, ressaltando, ainda, o caráter urgente da regulamentação em face da expansão do uso de atestados eletrônicos.

Os argumentos foram acatados pelo plenário do TCU, que decidiu pela improcedência da denúncia, por inexistirem elementos que apontassem afronta ao ordenamento jurídico ou prejuízo ao interesse público.

Atesta CFM – A plataforma Atesta CFM é regulamentada pela Resolução CFM nº 2.382/2024, estando suspensa por uma decisão liminar judicial.

Quando em funcionamento, permitirá a emissão de quaisquer tipos de atestados, como os de saúde ocupacional, afastamento, acompanhamento e, inclusive, a homologação de atestados pela medicina do trabalho, trazendo, assim, agilidade e praticidade para o ecossistema do trabalho.

O trabalhador não precisará entregar o atestado pessoalmente na empresa. Basta que ele autorize o médico a enviá-lo pelo sistema, conforme prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com isso, o empregador receberá automaticamente o documento digital.

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A REDAÇÃO

Lideranças discutem articulação entre áreas na saúde suplementar em Goiânia

Evento conta com palestra de Samy Dana 

A Unimed Goiânia e a Federação Centro Brasileira realizam no próximo a abertura de mais uma edição do seu encontro voltado à integração de áreas comerciais, marketing e inteligência de mercado, nesta sexta-feira (1/8), às 19h, no World Trade Center Goiânia. Com o tema “Conectar, Cooperar e Crescer”, o evento propõe uma reflexão sobre o papel da articulação estratégica na saúde suplementar, diante de transformações econômicas e setoriais em curso.

A programação será iniciada com a palestra do economista e comentarista Samy Dana, conhecido por sua atuação na mídia e por sua abordagem voltada à análise de dados, comportamento de consumo e gestão. Doutor em Administração pela FGV e com pós-doutorado pela Universidade de Harvard, Dana também atua como empresário e cofundador de startups na área de tecnologia e inteligência artificial.

Além de Samy Dana, integram a programação nomes como a bicampeã olímpica Jaqueline Carvalho, a ex-levantadora da seleção brasileira Fernanda Venturini e o consultor Maurício Pontes, especialista em planejamento estratégico e gestão de risco com atuação em setores críticos como o aéreo.

O encontro reúne lideranças da Unimed Goiânia, Federação Centro Brasileira e profissionais de diferentes frentes do setor de saúde, e busca promover a troca de experiências e o alinhamento de estratégias em um ambiente de colaboração entre especialidades, territórios e áreas de atuação. A iniciativa destaca a importância do uso qualificado de dados e da cooperação entre áreas para enfrentar os desafios da saúde suplementar, marcada por mudanças regulatórias, econômicas e comportamentais constantes.

Serviço:

Lideranças se reúnem em Goiânia para discutir articulação entre áreas na saúde suplementar

Data: 31 de julho

Horário: 19h

Local: WTC - World Trade Center Goiânia – Av. D, 45, Setor Marista

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 29 Julho 2025 07:02

CLIPPING AHPACEG 29/07/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-07/planos-de-saude-poderao-abater-dividas-ao-atender-pacientes-do-sus

Fundação que gere maternidades tentou devolver autorizações de cirurgias e fez uso indevido de Fundo Rescisório, diz documento da SMS

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/fundacao-que-gere-maternidades-tentou-devolver-autorizacoes-de-cirurgias-e-fez-uso-indevido-de-fundo-rescisorio-diz-documento-da-sms-729340/

Prefeitura de Goiânia formaliza rescisão de convênios com Fundahc após constatar falhas na gestão das maternidades

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/prefeitura-de-goiania-formaliza-rescisao-de-convenios-com-fundahc-apos-constatar-falhas-na-gestao-das-maternidades-729262/

Robótica e Inteligência Artificial avançam na medicina brasileira

https://www.aredacao.com.br/vida-e-saude/236905/robotica-e-inteligencia-artificial-avancam-na-medicina-brasileira

Reunião emergencial discute impacto de tarifas na saúde em Goiás

https://www.youtube.com/watch?v=-8I7D5GsL40

As melhores empresas para trabalhar na área da saúde em 2025, segundo o GPTW

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/as-melhores-empresas-para-trabalhar-na-area-da-saude-em-2025-segundo-o-gptw/

Saúde Suplementar retoma rentabilidade após três anos de prejuízos, aponta estudo do IESS

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/saude-suplementar-retoma-rentabilidade-apos-tres-anos-de-prejuizos-aponta-estudo-do-iess/

Comunicação e inclusão em Foco: Hospital de Acidentados promove palestra sobre comunicação com todos os públicos

https://www.foconacional.com.br/2025/07/comunicacao-e-inclusao-em-foco-hospital.html

Fundação que administra três maternidades de Goiânia tem 30 dias para deixar gestão

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fundacao-que-administra-tres-maternidades-de-goiania-tem-30-dias-para-deixar-gestao-13795834.ghtml

Família denuncia demora em parto

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/familia-denuncia-demora-em-parto-13794493.ghtml

 

AGÊNCIA BRASIL

Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS

Planos de saúde terão a possibilidade de abater dívidas de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao atender pacientes da rede pública. A portaria que oficializa a medida foi apresentada nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e pela presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla de Figueiredo Soares.

A expectativa é que os pacientes do SUS sejam atendidos na rede privada a partir de agosto. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, e priorizará seis áreas com mais carência por serviços especializados: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.

Ministério da Saúde abre inscrições para o Agora Tem Especialistas.
Hospitais privados poderão abater dívidas por atendimento ao SUS.
Manicômios judiciários unem o pior da prisão e do hospício, diz CFP.

Segundo o Ministério da Saúde, também será considerada a demanda dos estados e municípios, que vão apresentar suas necessidades. Estima-se que, inicialmente, R$ 750 milhões em dívidas das operadoras privadas sejam convertidos em consultas, exames e cirurgias.

As dívidas ocorrem porque os planos de saúde têm que ressarcir o SUS quando os beneficiários dos planos de saúde usam serviços públicos e estes constam na cobertura contratual assinada.

As operadoras que desejarem participar do programa devem aderir ao edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS. É preciso comprovar capacidade técnica e operacional e disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS. Segundo a pasta, as vantagens da adesão ao edital são a regularidade fiscal, o uso da total capacidade dos hospitais conveniados e a redução de litígios administrativos e judiciais.

Os valores a serem convertidos em atendimento terão que ser negociados com a ANS ou com a Procuradoria-Geral Federal, no caso de dívidas ativas. Os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil atendimentos por mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de R$ 50 mil por mês para planos de saúde de menor porte.

"É a primeira vez na história do SUS que implementamos um mecanismo como este. As dívidas, que antes iam para o Fundo Nacional de Saúde, mas não se convertiam em atendimento, agora viraram ações concretas para reduzir filas e dar dignidade a quem mais precisa", disse o ministro Alexandre Padilha.

Plataforma de integração
Ministério da Saúde também anunciou que os dados dos atendimentos realizados pela rede pública e pela rede de saúde suplementar estarão integrados na Rede Nacional de Dados em Saúde.

A partir de outubro, a promessa é de que os pacientes tenham mais autonomia e facilidade para acessar o histórico clínico. Será possível consultar exames, prescrições médicas, diagnósticos e tratamentos realizados no SUS e nos hospitais, clínicas e laboratórios conveniados aos planos de saúde.

Segundo a pasta, as informações da rede suplementar evitarão a repetição de exames, reduzirão custos e melhorarão diagnósticos e tratamentos.

A integração com a plataforma do SUS ocorrerá em etapas. Entre 1º de agosto e 30 de setembro, a Rede Nacional de Dados em Saúde receberá dados da população dos períodos de 2020 a 2025. A partir de outubro, a transferência será automática, conforme os atendimentos forem realizados.

Dados dos planos de saúde serão visualizados pela população no aplicativo Meu SUS Digital. Profissionais e gestores do SUS poderão acessá-los nas plataformas SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor, respectivamente.

Ministério da Saúde espera que o volume na Rede Nacional de Dados em Saúde passe dos atuais 2,8 bilhões de registros para mais de 5,3 bilhões. A plataforma do SUS já conta com informações referentes a atendimentos públicos: mais de 80% dos estados e 68% dos municípios brasileiros usam a rede para organizar e planejar ações.

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JORNAL OPÇÃO

Fundação que gere maternidades tentou devolver autorizações de cirurgias e fez uso indevido de Fundo Rescisório, diz documento da SMS

Justificativa técnica foi entregue por representantes da Secretaria Municipal de Saúde à direção da Fundahc durante reunião

A justificativa técnica que embasou o encerramento dos convênios entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades municipais, aponta uma série de descumprimentos de metas, falhas administrativas e “utilização indevida de recursos vinculados ao fundo rescisório”.

Assinado pela superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da Prefeitura, Paula dos Santos Pereira, o documento foi entregue por representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) à direção da Fundahc durante reunião na tarde desta segunda-feira, 28, quando foi formalizada a rescisão dos convênios.

Segundo o relatório, a entidade teria “reiteradamente descumprido metas pactuadas nos instrumentos de parceria”, com destaque para a não realização de procedimentos cirúrgicos eletivos entre os anos de 2021 e 2024. A justificativa relata que, em maio deste ano, a fundação tentou devolver autorizações para cirurgias eletivas referentes a 2021, 2022 e 2023, procedimentos que, segundo a SMS, ficaram paralisados nas unidades sob sua gestão durante todo esse período.

Essas cirurgias não executadas, afirma o documento, mantiveram pacientes em longa fila de espera, o que agravou ainda mais a falha na prestação dos serviços acordados. A situação, de acordo com a Secretaria, ocorreu mesmo com os pagamentos sendo realizados em dia.

“Portanto, não merece prosperar, igualmente, o argumento de que a não execução dessas metas decorreu da ausência de pagamento nos referidos anos, tendo em vista que os repasses foram regularmente efetuados pela administração pública”, argumenta.

A justificativa técnica, à qual a reportagem teve acesso, também aponta descumprimento de cláusulas contratuais que vedam o uso da verba do Fundo Rescisório para “qualquer outra finalidade que não aquela originalmente pactuada”. Uma auditoria identificou o que chamou de “achado relevante relacionado à destinação indevida dos recursos vinculados a esse fundo”.

“Parte dos valores do Fundo Rescisório foi empregada para cobrir despesas diversas – possivelmente operacionais ou administrativas – sem amparo normativo e em desconformidade com os objetivos legais e contratuais do fundo”, diz o documento. A prática, segundo a justificativa, não apenas caracteriza descumprimento contratual, mas também afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, eficiência e transparência, conforme previsto no artigo 37 da Constituição Federal de 1988.

Em relação aos custos, o relatório aponta que a Fundahc destinaria até 13% do valor dos convênios a despesas administrativas, enquanto o limite estabelecido para Organizações Sociais (OSs) é de apenas 3%. Isso significa que, do total de R$ 20,6 milhões mensais recebidos, a fundação poderia usar até R$ 2,6 milhões para despesas desse tipo, valor mais de quatro vezes superior ao permitido às OSs.

Em nota enviada ao Jornal Opção na tarde desta segunda-feira, 28, após a Prefeitura de Goiânia informar a oficialização da rescisão, a Fundahc afirmou que os convênios “sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde”.

Veja a nota:

A Fundahc informa que recebeu nesta segunda-feira, 28, notificação formal sobre o pedido de distrato unilateral dos convênios de gestão das maternidades Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão.

Reforçamos que os convênios, de responsabilidade compartilhada entre as partes, sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde.

Os serviços continuam sendo ofertados, conforme a realidade financeira das maternidades, com o mesmo compromisso com a população e respeito às equipes que atuam diariamente no cuidado às gestantes, bebês e famílias.

Diretoria Executiva da Fundahc
28/7/2025

Histórico de crises

A gestão da Fundahc nas maternidades municipais começou em 2012, quando assumiu o Hospital e Maternidade Dona Iris, reinaugurado naquele ano pelo então prefeito Paulo Garcia. O convênio foi renovado em 2018. Em 2015, a fundação assumiu a gestão da Maternidade Nascer Cidadão, com renovação em 2020. Já em 2019, passou a administrar também o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara.

Ao longo desses 13 anos, a administração das unidades foi marcada por altos e baixos (mais baixos do que altos) e as crises se intensificaram durante o governo de Rogério Cruz. Desde 2021, a Fundahc denunciou atrasos frequentes nos repasses por parte da Prefeitura de Goiânia, o que resultou em paralisações de serviços e na atuação de órgãos de controle.

Após uma série de críticas do atual prefeito, Sandro Mabel, à atuação da Fundahc e sinais de mudanças na gestão das maternidades, a SMS instituiu, na última semana, uma Comissão Especial de Transição para o controle das unidades, que passará para Organizações Sociais. O prazo para os trabalhos será de 30 dias.

A Secretaria informou ainda que fará a contratação emergencial de três OSs para administrar temporariamente as unidades, até a conclusão do processo de chamamento público para a gestão definitiva.

“Vamos realizar um chamamento público com estudo de viabilidade técnica, termos de referência e todo o embasamento necessário. Todas as organizações qualificadas para atuar na gestão da saúde do município poderão participar”, garantiu o médico e assessor técnico da SMS, Frank Cardoso.

Já a Fundahc, em um comunicado divulgado após a publicação da portaria que instituiu o Grupo de Transição, reafirmou o que chamou de “compromisso com a legalidade, a transparência e a prestação de serviços de qualidade à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como com as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Goiás”.

“Reforçamos, aqui, o cuidado que temos com os colaboradores, que se empenham no dia a dia, e o quanto nos incomoda esse tipo de comunicado por parte da prefeitura, sem qualquer formalização ou orientação à Fundahc. Antes de tudo, tem agir com dignidade e humanidade com as pessoas que estão no dia a dia e aos usuários! A Fundação seguirá acompanhando os desdobramentos com responsabilidade institucional e respeito às decisões administrativas, mantendo os colaboradores, usuários e a sociedade devidamente informados”, conclui.

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Prefeitura de Goiânia formaliza rescisão de convênios com Fundahc após constatar falhas na gestão das maternidades

A decisão foi recomendada pela Secretaria Municipal de Saúde

A Prefeitura de Goiânia comunicou oficialmente, nesta segunda-feira, 28, a rescisão dos convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades Dona Íris, Célia Câmara e Nascer Cidadão. A decisão foi recomendada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) após análise técnica que identificou descumprimento de metas assistenciais, baixa produtividade e gastos administrativos acima do limite permitido.

De acordo com o assessor técnico da SMS, Frank Cardoso, o estudo que embasou a decisão teve início em março de 2025 e avaliou a produção das unidades entre julho de 2024 e março deste ano. “A meta de internações obstétricas, por exemplo, é de 405 por mês, mas não foi atingida em nenhum dos meses analisados”, aponta Cardoso.

O levantamento também constatou que metas relacionadas a exames e procedimentos, como ultrassonografias, mamografias e inserção de DIUs, foram sistematicamente descumpridas. “Houve mês com apenas 380 exames realizados, quando o contrato previa 1.418. E em metade do período avaliado, nenhuma inserção de DIU foi feita”, detalha o técnico.

Além disso, os dados revelam que a taxa de ocupação dos leitos cirúrgicos e o volume de atendimentos ambulatoriais especializados ficaram aquém do esperado. No Hospital e Maternidade Dona Íris, a meta de 576 consultas mensais vem sendo descumprida desde 2021. Em diversos meses, foram realizadas menos de 200.

Outro ponto crítico identificado no relatório diz respeito aos custos administrativos da Fundahc. Enquanto organizações sociais são limitadas a utilizar até 3% do valor dos convênios com esse tipo de despesa, a Fundahc chegou a comprometer até 13%. “Na prática, isso representa até R$ 2,6 milhões em despesas administrativas por mês, valor quatro vezes maior que o praticado por outras gestoras de saúde”, afirmou Cardoso.

Em 2025, mais de R$ 116 milhões já foram repassados à Fundahc para a manutenção das maternidades. Mesmo com os pagamentos em dia, a SMS afirma que enfrentou paralisações recorrentes, afetando o atendimento à população. “A qualidade do serviço prestado está comprometida. Não podemos permitir que as mulheres goianienses continuem sendo penalizadas”, declarou o assessor.

A prefeitura iniciará agora a transição para um novo modelo de gestão, com a contratação emergencial de organizações sociais (OSs), até a finalização do chamamento público definitivo. “As OSs serão selecionadas com base em critérios técnicos e todas as entidades qualificadas poderão participar do processo”, conclui Cardoso.

A previsão é que a substituição da Fundahc seja concluída em até 30 dias. O objetivo da gestão municipal é garantir mais eficiência, qualidade e regularidade nos atendimentos prestados pelo SUS nas unidades materno-infantis da capital.

Em nota, a Fundahc afirmou que os convênios sempre foram conduzidos com “transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde”. Leia a nota na íntegra:

Comunicado Oficial

A Fundahc informa que recebeu nesta segunda-feira, 28, notificação formal sobre o pedido de distrato unilateral dos convênios de gestão das maternidades Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão.

Reforçamos que os convênios, de responsabilidade compartilhada entre as partes, sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde.

Os serviços continuam sendo ofertados, conforme a realidade financeira das maternidades, com o mesmo compromisso com a população e respeito às equipes que atuam diariamente no cuidado às gestantes, bebês e famílias.

Diretoria Executiva da Fundahc
28/7/2025

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A REDAÇÃO

Robótica e Inteligência Artificial avançam na medicina brasileira

Especialistas revelam otimismo com tecnologia 

Durante décadas, o cinema de ficção científica imaginou um futuro em que humanos e robôs dividiriam o mesmo espaço. Hoje, essa realidade já se desenha, especialmente no campo da tecnologia voltada para a saúde. Na medicina, a robótica tem transformado o modo como cirurgias são realizadas, garantindo procedimentos mais precisos, menos invasivos e com melhor recuperação para os pacientes. A expansão desse avanço depende agora da superação de desafios técnicos, estruturais e de acesso.

Restrita a poucos centros médicos no país, quase todos na rede privada, a técnica está presente no Brasil há 17 anos, com o primeiro procedimento realizado em 2008. De lá para cá, a cirurgia robótica tem crescido de forma exponencial no País.

Segundo dados da Intuitive Surgical, fabricante do robô Da Vinci, o mais utilizado no mundo, já foram realizados mais de 15 milhões de procedimentos robóticos em mais de 70 países, com índices de segurança superiores aos de outras vias de acesso. Além deste modelo, o país conta com outros dois robôs: o Versius, da britânica CMR Surgical, e o Hugo, da americana Medtronic. Ambos chegaram no ano de 2022.
Regulamentadas em 2022 pelo Conselho Federal de Medicina (2022), cirurgias realizadas com robótica devem ser realizadas em hospitais capacitados para atender casos de alta complexidade. Mais do que isso, os cirurgiões precisam passar por uma capacitação para essas intervenções. 

Do ponto de vista técnico, o cirurgião controla braços robóticos com movimentos delicados e altamente filtrados, eliminando tremores naturais da mão humana. O sistema também oferece uma visão ampliada em alta definição e em três dimensões, o que permite identificar, com clareza, estruturas anatômicas complexas e operar com mais segurança.

A expectativa é que esses sistemas e acessórios devem atingir US$ 30,7 bilhões globalmente até 2030, registrando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 10%, estima a GlobalData, uma empresa de dados e análises.

O professor Celso Camilo, docente do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (Inf/UFG) e membro fundador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia/UFG), afirma que, apesar das dificuldades das máquinas interagirem com o mundo  físico, descobertas recentes permitiram um salto de performance em sistemas robóticos. “Seja na área médica ou não, veremos muito mais robôs conosco nos próximos anos. A tendência é que façam desde tarefas simples às mais complexas, como no caso de cirurgias, por exemplo”, diz o cientista em entrevista à reportagem do jornal A Redação

Na medicina, o pesquisador afirma que os benefícios podem ser inúmeros, quando se calcula principalmente maior precisão. Neste sentido, o robô atua como auxiliar do profissional médico e, com isso, o paciente é o maior beneficiado por reduzir os riscos das intervenções e ter disponível novos tratamentos que não seriam possíveis antes.

Celso Camilo ainda avalia que a Inteligência Artificial (IA), seja embarcada em robôs físicos ou em softwares, se consolida com um papel preponderante na ‘nova medicina’. “Os avanços recentes estão tornando os diagnósticos e tratamentos ainda mais precisos e trazendo novas perspectivas para lidar com patologias complexas. Em breve todas as especialidades da medicina devem interagir com IA para melhor atender os pacientes”, ressalta.

“Estamos vivendo uma revolução na sociedade e a área de saúde vai se beneficiar
muito dessas evoluções. Apesar da resistência inicial, os profissionais da área devem buscar atualizações e capacitações para se beneficiar dos novos métodos e melhor atender os pacientes. A revolução já chegou.”

Mas… confiar em um robô?

Essa é uma das perguntas mais recorrentes dentro dos consultórios. Mesmo que a tecnologia não seja tão nova, ainda é limitada no sentido de informação e, consequentemente, gera certa desconfiança. Há anos, se falava em robôs, mas viver essa realidade é completamente diferente, principalmente quando se trata de algo tão delicado, como é o caso da saúde. 

Em um centro cirúrgico, a precisão é fundamental e muito desafiadora. Existem procedimentos que podem durar horas, com o médico em pé e, ao mesmo tempo, se inclinar sobre o paciente, os movimentos das mãos, muitas vezes, limitados por ferramentas rígidas.

Essas limitações podem ser superadas com o auxílio de robôs, como o que ocorre na cirurgia robótica. Nesta técnica, o equipamento é comandado por um médico. A máquina, neste sentido, propícia mais precisão, mobilidade e certo conforto aos cirurgiões. Os profissionais médicos passam a contar com um filtro de tremor e a possibilidade de executar as cirurgias sentados, além de uma visão ampliada. 

Na prática, o médico cirurgião fica na sala cirúrgica comandando o robô, que repete todos os movimentos realizados pelas mãos do profissional. O médico cirurgião é quem se responsabilizará por controlar e operar o paciente. O profissional fica na mesma sala e em um console realiza a operação na máquina. 

Na urologia, por exemplo, a cirurgia robótica, minimamente invasiva, é considerada uma evolução da laparoscopia, que é um procedimento cirúrgico com uma incisão no abdômen e a introdução do aparelho laparoscópio para visualizar a tratar a área doente. Neste sentido, é uma forma mais moderna de tratar câncer de próstata, problemas de rim e bexiga. 

O médico Guilherme Andrade, urologista com foco em Uro-oncologia e Cirurgia Robótica, enfatiza que a técnica é extremamente confiável e capaz de promover maior benefício aos pacientes. “É uma máquina que está disponível, mas o cirurgião precisa estar capacitado para utilizá-la. Costumo dizer que o robô é como se fosse um avião, em que o piloto precisa estar apto, entender como funciona e estar preparado para saber lidar com possíveis intercorrências. Na medicina é da mesma forma, onde a robótica é muito útil e pode nos levar mais longe, com resultados melhores”, detalha em entrevista à reportagem do A Redação.

O especialista ressalta, ainda, que as chances de falha do robô são mínimas. Ele explica que esta tecnologia foi desenvolvida de modo a avisar sobre possíveis intercorrências, onde o profissional capacitado compreenda em tempo hábil. Deste modo, por meio de sinalização em cores amarelo e vermelho a máquina comunica quando existe algum problema, desde os mais simples aos mais graves. Andrade reforça que é uma problematização incomum de ocorrer. 

Leonardo Emílio, médico cirurgião com Certificação Internacional em Cirurgia Robótica do Einstein Goiânia, compartilha o mesmo posicionamento. Para ele, a cirurgia robótica representa um dos avanços mais significativos da medicina moderna. “Homologada para diversas especialidades, a técnica vem se consolidando como uma abordagem segura, precisa e altamente eficaz no tratamento tanto de doenças benignas quanto malignas”, pontua ao A Redação.

Segundo o médico, a tendência é que essa tecnologia esteja cada vez mais presente nos grandes centros médicos e, progressivamente, também em hospitais regionais, à medida que os benefícios se tornam mais reconhecidos e a capacitação das equipes avança. “A cirurgia robótica é, sem dúvida, um presente e futuro da medicina, oferecendo ao paciente o que há de mais moderno, preciso e seguro no tratamento cirúrgico”, enfatiza, com empolgação. 

Maior precisão e mais benefícios ao paciente e aos profissionais

Além de assegurar maior precisão e ser confiável, as cirurgias assistidas por robótica promovem benefícios tanto para os pacientes quanto aos profissionais. 

O cirurgião Leonardo Emílio aponta que diversos estudos científicos publicados em revistas médicas de prestígio, como o Annals of Surgery e o Journal of the American Medical Association (JAMA), demonstram que a cirurgia robótica está associada a menor perda de sangue, menor dor no pós-operatório, redução nas taxas de infecção e complicações, menor tempo de internação e recuperação mais rápida. 

Aqui vale uma diferenciação: na cirurgia aberta, o cirurgião precisa fazer um grande corte para enxergar e acessar o órgão ou tecido do paciente, enquanto na cirurgia minimamente invasiva são feitos pequenos cortes, de um centímetro até poucos milímetros. Em um dos cortes, o cirurgião introduz uma câmera ligada a um monitor e, nos outros, as ferramentas necessárias para a cirurgia. 

Além disso, em procedimentos oncológicos, essa técnica tem se mostrado superior na dissecção e na preservação de estruturas vitais, o que, nas palavras dele, pode impactar diretamente nos índices de cura e qualidade de vida dos pacientes. 

O médico Guilherme Andrade enfatiza que em cada área haverá benefícios particulares. “Na urologia, quando falamos dos principais procedimentos, a exemplo da remoção da próstata com o robô no tratamento do câncer, o menor sangramento é, sem dúvida, o primeiro grande desafio. Com isso, reduz também a necessidade de um cuidado intensivo, que se estende para melhor recuperação e retorno das atividades de forma mais rápida”, detalha.

Ele destaca também que a prostatectomia assistida por robô é associada a menos disfunção erétil e incontinência urinária, efeitos colaterais temidos nesse tipo de procedimento no âmbito urológico.

Já no que abrange aos benefícios aos profissionais, Guilherme atribui, principalmente, aos resultados na melhora clínica dos assistidos. “Com toda a certeza, o mais importante é ver o resultado e a satisfação do paciente, quando recupera suas funções e fica curado da doença que estava sendo tratada. Esse é o nosso maior presente”, descreve, com sorriso no rosto. “Além disso, utilizar o robô também prolonga a vida útil do cirurgião, quando comparamos com os mais antigos”, arremata o especialista. 

“A tecnologia está crescendo, como com a cirurgia robótica e IA, e vejo isso com muito otimismo. Acredito que tudo que for tecnológico e vier para melhorar os resultados para o paciente é bem-vindo. O médico não está concorrendo com a tecnologia e ela não vai substituir o profissional. No entanto, temos que ter sabedoria para utilizá-la da melhor forma possível. A essência humana na medicina não deve ser prejudicada”.

Acesso no SUS e fora dos grandes centros ainda é limitado

Enquanto essas inovações são animadoras, o acesso a elas ainda segue como um desafio em busca de solução. Como mencionado acima, a maioria dos robôs integra a rede privada, sem cobertura na saúde suplementar. Outro fator é que a total dependência de importações pode dificultar a redução dos custos, mas a futura quebra de patentes e a chegada de novas plataformas, especialmente da China, devem tornar as cirurgias mais acessíveis nos próximos anos.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem oito registros válidos de sistemas cirúrgicos robóticos no País. Eles são de empresas dos EUA, Alemanha, China, França, Irlanda, Israel e Reino Unido. Metade dos registros foi concedida no ano passado.

Segundo o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), procedimentos cirúrgicos com auxílio robótico são realizados em caráter experimental, no Hospital do Câncer I, no Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o governo federal, há um financiamento de um estudo conduzido pelo Instituto do Câncer do Ceará (ICC) que compara linfadenectomias inguinais (cirurgias para remover os linfonodos localizados na região da virilha) robóticas e convencionais em pacientes com câncer de pênis, com um investimento previsto de R$ 7,79 milhões.

Porém, apesar do avanço da cirurgia robótica e da promessa de barateamento da técnica, a tecnologia ainda está longe da realidade da grande maioria dos brasileiros que dependem exclusivamente da rede pública. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há mais de 20 hospitais que oferecem cirurgia robótica, mas só três destes são do Sistema Único de Saúde (SUS). São eles o Hospital das Clínicas da USP, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o Hospital Municipal Vila Santa Catarina. Observa-se também que a saúde pública ainda tem dificuldades para oferecer a cirurgia minimamente invasiva anterior à robótica, que é a videolaparoscopia.

Em Goiás, cirurgias assistidas por robótica ainda não são realizadas em nenhuma unidade de saúde pública e ainda não há previsão de quando deve ocorrer, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). De acordo com a pasta, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) utiliza a videolaparoscopia em casos específicos, sendo pioneiro na oferta desta tecnologia na rede pública estadual. Recentemente, segundo a gestão estadual, também passou a ofertar a cirurgia minimamente invasiva para correção de deformidades torácicas. 
 

Para Everton  Wirbitzki da Silveira, chefe do setor de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG|EBSERH), o uso de tecnologias na área da saúde pode ter um custo inicial elevado, mas não é necessariamente caro no longo prazo. A lógica é que se gere economia significativa para os sistemas de saúde decorrente dos ganhos de eficácia e eficiência derivados do uso das ferramentas tecnológicas. 

“Precisamos compreender que todo o campo de inovação tem um lugar importante na pesquisa, que hoje vemos bastante integrada ao uso de ferramentas com Inteligência Artificial ou ao uso de tecnologias da comunicação de tal sorte que, à medida que vamos utilizando essa metodologia, observa-se resultados diferentes e melhores do que seria, eventualmente, sem o apoio dessa ferramenta”, afirma. 

“Automatização de tarefas reduz custo operacional: Chatbots, triagem automatizada e análise de exames agilizam o trabalho e diminuem a sobrecarga sobre médicos e enfermeiros. Melhor uso dos recursos públicos: IA pode prever surtos de doenças, otimizar campanhas de vacinação e planejar melhor a distribuição de medicamentos e equipes. Assim, a IA deve ser implementada de forma estratégica, por exemplo”, destaca à reportagem do jornal A Redação

Inteligência Artificial 

Por falar em Inteligência Artificial, ela está ganhando cada vez mais espaço em diversas áreas de atuação. Na medicina, por exemplo, ela pode ser usada para realizar diagnósticos precoces, antecipar riscos de doenças e pioras no quadro de saúde, além de tornar exames mais precisos.  Além de auxiliar na otimização de campanhas e gestão, pode também ser aliada dentro dos consultórios e até em cirurgias plásticas, como conta o cirurgião plástico Urias Carrijo, Especialista em Lipo a Laser com Inteligência Artificial.

Ele conta que conheceu com a técnica a lipoaspiração a laser, também conhecida como laserlipólise, há 25 anos. Esse método consiste na emissão de calor do laser aplicada abaixo da pele por uma cânula especial bem fina, parecida com a cânula de lipoaspiração. A lipolaser tem dois objetivos principais, segundo o especialista:  estimular a formação de colágeno da pele e promover a lipólise (derretimento de gordura). 

Em 2022, foi desenvolvida a técnica de Lipo AI (lipoaspiração a laser com Inteligência Artificial). Neste sentido, explica o médico, que a ferramenta de IA controla a energia e promove maior precisão e controle do procedimento. “O procedimento, combinado com esse algoritmo, calcula a quantidade de energia a partir do movimento do profissional que opera a máquina. Deve-se também ser um médico capacitado e qualificado para a realização deste processo, porque, ao pisar no pedal e movimentar a mão na velocidade correta, a ferramenta vai entregar o máximo de tecnologia”, detalha Urias Carrijo. 

Na prática, conforme pontua o médico, a combinação com a Inteligência Artificial resulta em mais segurança e resultados melhores aos pacientes. Ele conta à reportagem que foi um dos cirurgiões pioneiros a realizar a técnica no Brasil e que, atualmente, já é amplamente utilizada no País e no mundo. “Ainda recebemos médicos para fazer treinamentos, inclusive de outros países como Colômbia e Equador”, ressalta. 

Para o médico, faltava-se infraestrutura em tecnologia no País. Entretanto, isso mudou e o Brasil já vem acompanhando este processo, inclusive com produções nacionais. “É uma tendência aumentar cada vez mais e não só no laser, mas de modo geral. Hoje, o território brasileiro é um dos maiores mercados da estética mundial e é um mercado que cresce muito”, enfatiza. 

Diversas pesquisas já utilizaram algoritmos e aprendizado de máquina para ajudar na detecção precoce de doenças. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de identificar com precisão quais pacientes com comprometimento cognitivo leve têm maior risco de desenvolver Alzheimer e, com isso, podem se beneficiar de medicamentos em estágio inicial da doença.

A descoberta foi publicada na quarta-feira (17/7) na revista científica Nature e mostra que a IA pode tornar os ensaios clínicos mais eficazes e baratos, ajudando a acelerar o desenvolvimento de tratamentos personalizados para a demência, uma condição que atinge milhões de pessoas no mundo todo.


No Brasil, algumas iniciativas já utilizam IA em procedimentos médicos. Uma tecnologia chamada OncoSeek, por meio de um exame de sangue, permite a detecção e o rastreamento de mais de nove tipos de tumores no estágio inicial. A ferramenta chegou ao País através de uma parceria entre SeekIn e a clínica FirstSaúde.

Em estudo realizado com quase 10 mil pacientes e publicado em julho de 2023 na revista The Lancet, o OncoSeek apresentou uma sensibilidade de 51,7% para todos os tipos de câncer, resultando em uma precisão de 84,3% para a detecção desses tumores. As sensibilidades variaram de 37,1% a 77,6% para a detecção de câncer de mama, colorretal, fígado, pulmão, linfoma, esôfago, ovário, pâncreas e estômago.

"Sem dúvida alguma, a Inteligência Artificial, aplicada com ética e com segurança, pode ser bem aceita por parte dos médicos por trazer esse apoio e contribuir de forma direta para resultados e avanços em tratamentos cada vez melhores. Na medicina é uma ferramenta muito útil se usada com sabedoria e profissionalismo, sempre se atentando aos cuidados necessários", defende o cirurgião plástico Urias Carrijo. 

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TV SERRA DOURADA

Reunião emergencial discute impacto de tarifas na saúde em Goiás

https://www.youtube.com/watch?v=-8I7D5GsL40

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SAUDE BUSINESS

As melhores empresas para trabalhar na área da saúde em 2025, segundo o GPTW

Confira a lista completa das empresas reconhecidas pelo GPTW Saúde 2025, que conquistaram o prêmio por suas boas práticas em gestão, pacotes de benefícios diferenciados e compromisso com o bem-estar e crescimento profissional dos colaboradores.

Hoje, 28 de julho, aconteceu a 12ª edição do prêmio GPTW Saúde de 2025, que reconhece as melhores empresas para se trabalhar no setor de saúde. A premiação avalia práticas de gestão de pessoas, políticas corporativas e a satisfação dos colaboradores.

Este ano, a premiação contou com um número recorde de participantes, foram 274 empresas inscritas, impactando mais de 306 mil funcionários, um aumento de 21% em relação à edição anterior.

Empresas reconhecidas

O ranking completo das Melhores Empresas Para Trabalhar GPTW na Área da Saúde em 2025 incluiu 80 organizações, distribuídas entre diferentes segmentos do setor:

7 Clínicas

8 Corretoras de Seguro

15 Farmacêuticas

5 Farmácias e Distribuidoras

5 Hospitais

15 Indústrias e Serviços

5 Medicina Diagnóstica

20 Planos de Saúde

A região Sudeste manteve sua liderança, com 47 empresas premiadas, enquanto estados como Rondônia e Bahia tiveram menor representatividade, com apenas uma empresa cada. São Paulo, mais uma vez, destacou-se como o estado com maior número de organizações reconhecidas, 34 no total.

Perfil dos colaboradores

A análise demográfica dos colaboradores das empresas premiadas revelou mudanças significativas:

Faixa etária: A faixa de 35 a 44 anos lidera em representatividade e segue crescendo, com 37%, enquanto a participação de jovens até 25 anos caiu para 11%, refletindo uma maior consolidação de profissionais em fases mais maduras da carreira.

Tempo de casa: Aproximadamente 63% dos colaboradores estão há até 5 anos nas empresas, enquanto o grupo com 11 a 15 anos de casa apresentou crescimento, atingindo 11%.

Gênero: Mulheres continuam a ocupar 63% dos postos de trabalho, mas sua presença na alta liderança caiu para 26%, contrastando com avanços em níveis gerenciais e operacionais.

Inclusão feminina na liderança

Embora a presença de mulheres na alta liderança tenha caído para 26%, os níveis gerenciais e operacionais apresentaram avanços significativos. Em 2025, a participação feminina na média liderança atingiu 46%, enquanto na liderança operacional chegou a 61%, o maior patamar desde o início da série histórica. Além disso, 19% dos cargos de CEO nas empresas premiadas são ocupados por mulheres, uma proporção três vezes maior em relação ao mercado geral.

Inovação e transformação

Apesar dos desafios, o índice de velocidade de inovação (IVR) apresentou uma recuperação em 2025, com 18% das empresas premiadas atingindo níveis acelerados de inovação, um aumento em relação aos 12% registrados em 2024, embora ainda abaixo dos 21% observados em 2023. Enquanto isso, apenas 4% das empresas não premiadas alcançaram o estágio acelerado, com a maioria (68%) permanecendo no estágio de atrito, onde a inovação é truncada. Entre as empresas premiadas, o percentual no estágio de atrito manteve-se em 49%, igual ao registrado em 2023.

Motivos de permanência

Quando questionados sobre os motivos para permanecerem em seus empregos, os colaboradores destacaram:

Oportunidades de crescimento e desenvolvimento: 35%

Qualidade de vida: 26%

Alinhamento de valores: 18%

Remuneração e benefícios : 18%

: 18% Estabilidade: 3%

Como é feita a pesquisa?

A pesquisa do Great Place to Work (GPTW) é dividida em duas etapas principais:

Pesquisa quantitativa: A empresa deve alcançar uma amostra mínima de funcionários e obter uma nota mínima de 70% no Trust Index©.

Pilares For All: Após atingir os critérios da primeira etapa, as práticas organizacionais são avaliadas com base nos Pilares For All, que incluem equidade, inclusão e inovação.

Veja o ranking completo das Melhores Empresas Para Trabalhar da Área de Saúde:

Clínicas

1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Médias e Grandes 2 Americas Oftalmocenter Médias e Grandes 1 Odontologia Peixoto Pequenas 2 IMED Saúde Pequenas 3 DDZIABAS MEDICINA LTDA Pequenas 4 ESPACO ACOLHER - CABO Pequenas 5 Pepita Duran Clínica de Multiserviço e HomeCare Pequenas

Corretoras de Seguros

1 Alper Seguros Médias e Grandes 2 LOJACORR S.A. REDE DE CORRETORAS DE SEGUROS Médias e Grandes 3 SICOOB SC/RS CORRETORA E ADMINISTRADORA DE SEGUROS S/A Médias e Grandes 1 GRUPO RITACCO Pequenas 2 MASTER FUTURE CORRETORA DE SEGUROS Pequenas 3 Desistente Pequenas 4 SIGAFY Seguros Imobiliários Pequenas 5 Allcare - Corretora Pequenas

Farmacêuticas

1 Novo Nordisk Produção Farmacêutica do Brasil LTDA Médias e Grandes 2 Novo Nordisk Médias e Grandes 3 SUPERA FARMA LABORATORIOS S.A Médias e Grandes 4 ASTELLAS FARMA BRASIL IMPORTACAO E DISTRIBUICAO DE MEDICAMENTOS LTDA. Médias e Grandes 5 AstraZeneca Médias e Grandes 6 Boehringer Ingelheim Médias e Grandes 7 Eurofarma Laboratórios S/A Médias e Grandes 8 Bayer Brasil Médias e Grandes 9 Teva Farmacêutica Médias e Grandes 10 OFTA VISION HEALTH Médias e Grandes 11 AMGEN BIOTECNOLOGIA DO BRASIL LTDA. Médias e Grandes 12 Laboratórios Servier do Brasil Médias e Grandes 13 LIBBS Médias e Grandes 14 AbbVie Médias e Grandes 15 BLANVER Médias e Grandes

Farmácias e Distribuidoras

1 INVASIVE IMPORTACAO E COMERCIO DE PRODUTOS MEDICOS LTDA Médias e Grandes 2 Farmácia Artesanal Médias e Grandes 3 Henry Schein Brazil Médias e Grandes 1 ULTRA MEDKA PRODUTOS PARA SAÚDE Pequenas 2 Maxxi Distribuidora Pequenas

Hospital

1 ISAC UPA 24H SANTA LUCIA Médias e Grandes 2 HOSPITAL ALBERT EINSTEIN Médias e Grandes 3 HOSPITAL VER EXCELENCIA EM OFTALMOLOGIA Médias e Grandes 4 HOSPITAL UNIMED BLUMENAU Médias e Grandes 5 REAL HOSPITAL PORTUGUES DE BENEFICENCIA EM PERNAMBUCO Médias e Grandes

Indústria e Serviços

1 Coloplast Médias e Grandes 2 MED CENTER COMERCIAL LTDA Médias e Grandes 3 Shift Consultoria e Sistemas Médias e Grandes 4 SIEMENS HEALTHINEERS Médias e Grandes 5 SCHUSTER COMERCIO DE EQUIPAMENTOS ODONTOLOGICOS LTDA Médias e Grandes 6 STRYKER DO BRASIL Médias e Grandes 7 ESSITY DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Médias e Grandes 8 CONTOURLINE EQUIPAMENTOS Médias e Grandes 9 Sorocaps Médias e Grandes 10 CEJAM Médias e Grandes

Indústria e Serviços (continuação)

1 SAID RIO Pequenas 2 HYGEA Pequenas 3 PRÓ VASCULAR Pequenas 4 BUCKMINSTER QUIMICA LTDA Pequenas 5 HelpMed Saúde Pequenas

Medicina Diagnóstica

1 Grupo Sabin Médias e Grandes 2 Med Mais Soluções em Serviços Especiais LTDA Médias e Grandes 3 IMD Medicina Diagnóstica Médias e Grandes 1 IMUNE - MEDICINA LABORATORIAL Pequenas 2 Laboratório Fleming Ltda Pequenas

Planos de Saúde

UNIMED SUL CAPIXABA Médias e Grandes 2 Unimed Porto Alegre Médias e Grandes 3 UNIMED VALES DO TAQUARI E RIO PARDO Médias e Grandes 4 Unimed Fortaleza Médias e Grandes 5 PASA Médias e Grandes 6 Bradesco Seguros Médias e Grandes 7 AllCare - Gestora de Saúde Médias e Grandes 8 UNIMED FEDERAÇÃO/RS Médias e Grandes 9 Odontoprev Médias e Grandes 10 UNIMED PATO BRANCO Médias e Grandes 11 Unimed Curitiba Médias e Grandes 12 Grupo Unimed Santa Catarina Médias e Grandes 13 UNIMED VITORIA EST UNIF Médias e Grandes 14 UNIMED PARANÁ Médias e Grandes 15 UNIMED UBERLÂNDIA Médias e Grandes 16 UNIMED PRESIDENTE PRUDENTE Médias e Grandes 17 Unimed Litoral Médias e Grandes 18 Unimed Gerais de Minas Médias e Grandes 19 Unimed FESP Médias e Grandes 1 Unimed São Sebastião do Paraíso Pequenas

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Saúde Suplementar retoma rentabilidade após três anos de prejuízos, aponta estudo do IESS

Lucro líquido das operadoras alcança R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, sinalizando recuperação que abre caminho para reestruturação do setor.

Após enfrentar um período de severos desequilíbrios operacionais entre 2021 e 2023, o setor de saúde suplementar brasileiro apresenta sinais consistentes de recuperação financeira, criando uma janela de oportunidade para repensar o equilíbrio e a sustentabilidade de todo o sistema. A constatação vem do estudo “Evolução Econômico-Financeira da Saúde Suplementar no Brasil“, recentemente divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A pesquisa, que examina o desempenho econômico do setor desde 2018, abrangendo os períodos durante e pós-pandemia da Covid-19, revela que o lucro líquido das operadoras de planos médico-hospitalares atingiu R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com crescimento significativo em relação ao período anterior. O resultado operacional, indicador que reflete diretamente a atividade-fim do setor, somou R$ 4,4 bilhões. Todos os valores foram corrigidos pela inflação até março de 2025, garantindo uma análise temporal consistente.

A recuperação financeira foi impulsionada por um rigoroso processo de gestão operacional implementado pelas operadoras, com destaque para iniciativas de controle de desperdícios e combate às fraudes. O cenário macroeconômico também contribuiu positivamente, com a elevação da taxa Selic favorecendo os rendimentos financeiros das operadoras, que são legalmente obrigadas a manter níveis elevados de reservas técnicas.

“O setor atravessou um período extremamente crítico, mas a reversão dos indicadores financeiros não pode ser interpretada como solução definitiva. Persistem distorções relevantes na cadeia de valor que precisam ser enfrentadas com diálogo e responsabilidade”, alerta José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Indicadores confirmam tendência de recuperação

A melhora nos principais indicadores do setor confirma a tendência de recuperação:

  • A sinistralidade recuou para 79,2%, após ter atingido picos de até 91,7% em 2022
  • A margem de lucro líquido subiu para 8,6%, representando o melhor desempenho desde o início da pandemia
  • 78,8% das operadoras registraram resultado positivo no período analisado

O estudo revela ainda que as operadoras de grande porte demonstraram maior eficiência, com sinistralidade de 79% no primeiro trimestre de 2025. Operadoras pequenas e médias, embora também tenham apresentado melhora em comparação a 2024, continuam com níveis mais elevados de comprometimento de receitas com despesas assistenciais.

Desafios persistentes exigem atenção

Apesar dos resultados positivos no agregado, o estudo aponta para tensões que ainda persistem no setor: 21,2% das operadoras continuam apresentando resultado negativo, evidenciando uma recuperação heterogênea. Outro ponto crítico é a elevada judicialização, que pressiona tanto os custos operacionais quanto a previsibilidade contratual.

“Sem segurança jurídica e regras claras, não há como planejar investimentos duradouros nem garantir a sustentabilidade do sistema”, enfatiza Cechin, que considera o momento atual propício para discutir mudanças estruturais: “É preciso utilizar esse respiro financeiro como ponto de partida para uma reconfiguração das práticas do setor. A busca por eficiência não pode se limitar ao resultado contábil, mas deve se traduzir em acesso, qualidade e resolutividade para os 52 milhões de beneficiários”.

O superintendente do IESS conclui alertando que “essa combinação de fatores conjunturais não é sustentável no longo prazo. Por isso, é fundamental que o setor avance em modelos de remuneração mais alinhados ao valor assistencial, ao desempenho e à transparência”.

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FOCO NACIONAL

Comunicação e inclusão em Foco: Hospital de Acidentados promove palestra sobre comunicação com todos os públicos

Goiânia (GO) - Como comunicar com clareza, empatia e respeito em um ambiente hospitalar? A resposta a essa pergunta foi o ponto de partida da palestra “Palavras que acolhem, gestos que comunicam: um hospital que fala com todos!”, realizada no dia 24 de julho, no Hospital de Acidentados.

A iniciativa, voltada aos colaboradores da instituição, reforçou um compromisso cada vez mais necessário na área da saúde: garantir uma comunicação acessível, acolhedora e eficaz com todos os públicos, inclusive com pessoas com deficiência auditiva.

A primeira parte da palestra foi conduzida pela jornalista e especialista em Comunicação e Marketing, Rosany Rodrigues da Cunha, que apresentou os pilares de uma boa comunicação no ambiente hospitalar. Ela destacou que, mais do que transmitir mensagens, comunicar na saúde é saber escutar, acolher e orientar com segurança.

“Na saúde, a comunicação clara, empática, acolhedora, ética e verdadeira é ainda mais essencial do que em outras áreas, pois uma pequena falha pode comprometer a credibilidade do profissional, a imagem do hospital e, o mais grave, o tratamento do paciente”, alertou Rosany.

Ela reforçou ainda a importância do conhecimento sobre os processos internos do hospital, destacando que, diante de dúvidas, o mais responsável é perguntar. “É sempre melhor buscar informação do que arriscar passar uma orientação incorreta”, orientou.

Na segunda parte do encontro, o foco foi a inclusão. A pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Gláucia Martins da Cruz, trouxe informações valiosas sobre o atendimento a pessoas surdas, um público que representa cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE.

Ela abordou o tratamento adequado das pessoas com deficiência auditiva, explicando que o uso do termo surdo-mudo, comum no passado, é equivocado. Falou também sobre desafios e diretos das pessoas surdas, mas, principalmente, destacou como se comunicar com essa parcela da população.

A Libras é a linguagem oficial, mas exige anos de estudos e prática. Contudo, é possível melhorar, e muito, a comunicação diária com as pessoas com deficiência auditiva por meio de ferramentas, como a escrita em papel ou aparelhos celulares.

Manter a calma, paciência e segurança durante um atendimento à pessoa surda também é essencial. “As pessoas surdas são muito inteligentes, normalmente não buscam atendimento sozinhas e conseguem ajudar na comunicação”, explicou.

A empatia, o sorriso e a atenção, tão essenciais na linguagem verbal, também são muito importantes na comunicação com surdos. “Ao fazer gestos, sinais positivos, sempre mantenha o sorriso no rosto”, ensinou Gláucia, ressaltando que essa expressão acolhedora “quebra o gelo” e melhora a comunicação.

Durante a palestra, os participantes aprenderam sinais básicos em Libras e puderam aprender mais sobre como tornar o atendimento mais acessível e respeitoso. Com ações como essa, o Hospital de Acidentados avança em seu compromisso de ser uma instituição inclusiva, que respeita a diversidade e oferece não apenas cuidados de saúde, mas também acolhimento humano. Porque comunicar bem também é cuidar.

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TV ANHANGUERA

Fundação que administra três maternidades de Goiânia tem 30 dias para deixar gestão

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fundacao-que-administra-tres-maternidades-de-goiania-tem-30-dias-para-deixar-gestao-13795834.ghtml

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Família denuncia demora em parto

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/familia-denuncia-demora-em-parto-13794493.ghtml

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Assessoria de Comunicação        

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A Ahpaceg sediou, no último sábado (26/07), uma reunião convocada pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) para discutir os possíveis impactos da guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos no setor de saúde. Como resultado, foi definida a criação do Fórum Permanente dos Setores Público e Privado da Saúde, que terá a missão de acompanhar o cenário e propor estratégias para mitigar os efeitos negativos do chamado tarifaço.

O presidente da Ahpaceg, Renato Daher, reforçou que a vigência do tarifaço, prevista para 1º de agosto, e a possível aplicação de reciprocidade nas tarifas de produtos norte-americanos por parte do governo brasileiro terão um grande impacto nos custos de importação e podem comprometer a assistência de alta complexidade.

“Equipamentos como ressonâncias magnéticas, tomógrafos e aparelhos de hemodinâmica dependem fortemente de peças e insumos importados dos EUA, assim como medicamentos oncológicos e outros. Com o aumento dos custos, há risco real de desassistência aos pacientes”, exemplificou.

O secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, reforçou que o impacto estimado é de mais de US$ 3 bilhões anuais, sendo cerca de US$ 1,6 bilhão para o Sistema Único de Saúde (SUS) e US$ 1,65 bilhão para o setor privado. Ele alertou para a sobrecarga iminente no SUS caso mais hospitais privados encerrem atividades, como já ocorreu com cinco unidades neste ano e outras dez que correm risco de fechar. “Quando um hospital privado fecha, o impacto recai diretamente sobre o sistema público”, ressaltou.

Durante o encontro, o presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), Gustavo Clemente, também destacou o risco de colapso no sistema, especialmente se houver retração econômica e aumento do desemprego, que levariam mais pessoas a depender do SUS e agravaria a crise no setor privado.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, destacou que os impactos negativos no setor, que depende de insumos, produtos e equipamentos norte-americanos, podem afetar a boa prática médica, comprometendo o trabalho dos profissionais e a assistência à população. Disse ainda que estará atento para que a ética médica não seja de forma alguma abalada.

O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sindfargo), Marcelo Reis, afirmou que a aplicação de reciprocidade de tarifas por parte do governo federal teria um impacto desastroso. “Medicamentos de alto custo como os oncológicos e para as chamadas doenças órfãs (ou raras), além de imunobiológicos, possuem patente norte-americana. Não se faz substituição de maneira simples”, explicou ele.

O presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg, Haikal Helou, ressaltou a importância da articulação entre os setores e do esforço do Governo de Goiás em envolver todos os atores na construção de respostas conjuntas. “A iniciativa do governador Ronaldo Caiado e do secretário Rasível de promover esse diálogo nos dá a chance de enfrentar um cenário que foge ao nosso controle, mas para o qual precisamos de alternativas que reduzam os impactos”.

Entre as decisões da reunião, destacam-se:

         •        Criação do Fórum Permanente, inspirado no modelo do comitê de crise da pandemia, com participação ampla de entidades da saúde;

         •        Pleito para a inclusão do setor saúde nas linhas de crédito subsidiado já anunciadas pelo Governo do Estado, e para a criação de uma linha exclusiva para o segmento;

         •        Articulação para exclusão da saúde do tarifaço, como medida humanitária, com a pauta sendo levada ao próximo Fórum Nacional de Governadores;

         •        Agendamento de nova reunião do Fórum, marcada para o dia 5 de agosto, no Hospital Cora.

 

Participaram ainda da reunião representantes da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Unimed Goiânia, Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO), Hospital de Olhos, Cerof-UFG, Clínica de Esporte, Halex Istar, Jarbas Doles, dentre outros.

 

NA MÍDIA

 

TV ANHANGUERA

Secretário de saúde se reúne com agentes da saúde

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/secretario-de-saude-se-reune-com-agentes-da-saude-13791217.ghtml

 

O HOJE

Saúde se mobiliza contra risco de colapso por insumos com tarifaço

https://ohoje.com/

 

SES/GO

Saúde estadual e entidades discutem mitigação de impactos do tarifaço americano

https://goias.gov.br/saude/saude-estadual-e-entidades-discutem-mitigacao-de-impactos-do-tarifaco-americano/

 

FOCO NACIONAL

Ahpaceg alerta: Tarifa de 50% dos EUA pode causar colapso na saúde brasileira com impacto imediato de R$ 4,25 bilhões

https://www.foconacional.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

 

TV SERRA DOURADA

Reunião emergencial discute impacto de tarifas na saúde em Goiás

https://www.youtube.com/watch?v=-8I7D5GsL40

 

Segunda, 28 Julho 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 26 A 28/07/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Secretário de saúde se reúne com agentes da saúde

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/secretario-de-saude-se-reune-com-agentes-da-saude-13791217.ghtml

Saúde se mobiliza contra risco de colapso por insumos com tarifaço

https://ohoje.com/

Justiça extingue ação sobre direcionamento de pacientes do Hugo para UTIs privadas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/justica-extingue-acao-sobre-direcionamento-de-pacientes-do-hugo-para-utis-privadas-13791970.ghtml

Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia geral e sedação para realização de tatuagem

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/07/28/proibe-anestesia-geral-sedacao-tatuagem.ghtml

Saúde estadual e entidades discutem mitigação de impactos do tarifaço americano

https://goias.gov.br/saude/saude-estadual-e-entidades-discutem-mitigacao-de-impactos-do-tarifaco-americano/

Ahpaceg alerta: Tarifa de 50% dos EUA pode causar colapso na saúde brasileira com impacto imediato de R$ 4,25 bilhões

https://www.foconacional.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

Goiás cria fórum para acompanhar os impactos do tarifaço de Trump na saúde

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/saude-estadual-cria-forum-para-acompanhar-os-impactos-do-tarifaco-de-trump-no-setor-728924/

Mabel pede, e Ministério da Saúde sinaliza positivamente para investigação que pode comprometer Rogério Cruz

https://www.jornalopcao.com.br/bastidores/mabel-pede-e-ministerio-da-saude-sinaliza-positivamente-para-investigacao-que-pode-comprometer-rogerio-cruz-728857/

Rede de saúde mental sofre com preconceito e abandono histórico, mas resiste com cuidado humanizado

https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/rede-de-saude-mental-enfrenta-preconceito-abandono-historico-e-baixo-investimento-embora-resista-com-cuidado-humanizado-728661/

Impasse judicial em Sertãozinho: Desapropriação de hospital particular para ampliar atendimento no SUS gera controvérsias

https://canaonline.com.br/conteudo/desapropriacao-de-hospital-privado-em-sertaozinho-sp-gera-polemica-e-contestacao-judicial.html

Justiça suspende resolução do CFM que endurece regras para transição de gênero

https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/justica-suspende-resolucao-do-cfm-que-endurece-regras-para-transicao-de-genero/

Tecnologia: menos burocracia, mais tempo para o cuidado

https://medicinasa.com.br/paradoxo-tecnologia-saude/

Gestão na saúde pública e as Organizações Sociais de Saúde

https://medicinasa.com.br/gestao-na-saude-publica/

O HOJE

Saúde se mobiliza contra risco de colapso por insumos com tarifaço

Representantes de hospitais, clínicas, sindicatos e cooperativas buscam soluções conjuntas para proteger o atendimento à população

Diante do cenário de incertezas causado pela possível adoção de tarifas retaliatórias entre Brasil e Estados Unidos, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (SES-GO), anunciou em reunião acontecida no sábado, 26 de julho, a criação de um Fórum Permanente dos Setores Público e Privado da Saúde.

O objetivo é acompanhar de forma conjunta os efeitos da crise comercial e construir estratégias de mitigação para evitar o colapso do sistema estadual de saúde, caso a reciprocidade tarifária entre os países entre em vigor.

A decisão foi tomada durante reunião realizada na sede da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), em Goiânia. Participaram o secretário da Saúde de Goiás, Rasível Santos, e representantes de entidades do setor público e privado.

A estrutura do fórum será semelhante à do comitê gestor da saúde criado durante a pandemia da covid-19, reunindo gestores, especialistas e entidades da cadeia produtiva da saúde. Segundo projeções do governo estadual, caso as tarifas sejam aplicadas, o Sistema Único de Saúde (SUS) pode ter aumento de custos de US$ 1,6 bilhão ao ano, enquanto o setor privado seria impactado com mais US$ 1,65 bilhão.

A soma ultrapassa US$ 3 bilhões anuais apenas em Goiás. “No ano passado, o Estado já gastou 14,31% da receita corrente líquida em saúde, sendo que o mínimo constitucional é 12%. Ou seja, já estamos operando acima do limite”, alertou Rasível.

O secretário também demonstrou preocupação com a possível quebra de hospitais privados, o que poderia causar sobrecarga ainda maior na rede pública. “Já tivemos cinco hospitais que fecharam as portas em 2025. Agora, ouvimos relatos de que outros dez estão em risco. Quando uma unidade privada fecha, o paciente migra automaticamente para o SUS, pressionando nossos serviços”, afirmou.

De acordo com o presidente da Ahpaceg, Renato Daher, o impacto será sentido especialmente na alta complexidade. Equipamentos como ressonâncias magnéticas, tomógrafos e aparelhos de hemodinâmica dependem de peças e manutenção importadas, majoritariamente dos Estados Unidos.

“Não há substituição rápida. A falta desses insumos pode levar à interrupção de serviços essenciais e ao risco de desassistência de pacientes em estado grave”, disse. Já o presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg, Haikal Helou, destacou o risco de colapso: “Hoje, 22% da população de Goiás possui plano de saúde. Se houver aumento de desemprego e queda na renda, como reflexo da crise, essas pessoas vão deixar de pagar os planos e buscar atendimento no SUS. É um efeito cascata.”

Indústria farmacêutica teme desabastecimento

O impacto não se restringe aos hospitais. Representantes da indústria farmacêutica goiana também expressaram preocupação. Segundo Marcelo Reis, presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sinfaego), medicamentos de alto custo como os oncológicos, imunobiológicos e para doenças raras são, em sua maioria, produzidos com patentes e tecnologia dos EUA.

“Não se consegue fazer substituição de forma simples. Muitas vezes, não há sequer similares disponíveis no mercado nacional. A depender da aplicação das tarifas, podemos ter aumento expressivo de preços ou até desabastecimento em determinadas linhas terapêuticas”, afirmou.

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Rafael Martinez, alertou que a escassez de insumos compromete a atuação dos profissionais da saúde, além de provocar aumento da carga de trabalho no setor público e possível redução de vagas no setor privado.

Além da Ahpaceg, participaram da reunião outras entidades da área da saúde. Estiveram presentes representantes da Associação dos HosReunião contou com entidades de saúde, como Ahpaceg, Unimed, Ibross, Coopanest-GO e Sindihoesg pitais do Estado de Goiás (Aehg) e da Unimed Goiânia, duas instituições com forte atuação no setor hospitalar e de planos de saúde.

O encontro também contou com o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindihoesg) e o Sindicato das Clínicas Radiológicas e de Diagnóstico por Imagem (Sindimagem). A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO) contribuiu com informações sobre os impactos para os procedimentos cirúrgicos. Enquanto o Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross) levou preocupações sobre a gestão das unidades públicas. Participaram ainda o Hospital de Olhos, o Cerof/UFG, a Clínica de Esporte e a indústria farmacêutica Halex Istar, entre outras instituições.

Além da criação do fórum estadual, o secretário Rasível Santos informou que o governador Ronaldo Caiado (UB) está articulando, junto ao Fórum Nacional de Governadores, um movimento para tentar excluir o setor da saúde da lista de possíveis retaliações comerciais. “A saúde não pode ser penalizada por uma crise econômica de natureza política e comercial.

O governador está em contato com outros estados e com o governo federal para construir uma solução”, afirmou. Outro ponto debatido foi a necessidade de incentivo à produção nacional de insumos e equipamentos médicos, reduzindo a dependência de fornecedores internacionais.

Segundo a Ahpaceg, a crise tarifária evidencia a fragilidade da indústria nacional da saúde e reforça a urgência de investimentos em pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico.

Além disso, o fórum terá a função de articular medidas com universidades, centros de pesquisa e instituições públicas para embasar decisões com base em dados técnicos e evidências. “Precisamos de agilidade, transparência e planejamento.

Estamos nos preparando para o pior, mas esperamos uma solução diplomática que impeça esse desastre”, concluiu o secretário. A próxima etapa será a instalação oficial do fórum, prevista para agosto, com reuniões periódicas e a elaboração de planos de contingência para diferentes cenários. A expectativa é de que, com mobilização política e técnica, seja possível minimizar os danos à saúde pública e privada de Goiás.

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TV ANHANGUERA

Secretário de saúde se reúne com agentes da saúde

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/secretario-de-saude-se-reune-com-agentes-da-saude-13791217.ghtml

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Justiça extingue ação sobre direcionamento de pacientes do Hugo para UTIs privadas

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/justica-extingue-acao-sobre-direcionamento-de-pacientes-do-hugo-para-utis-privadas-13791970.ghtml

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SES/GO

Saúde estadual e entidades discutem mitigação de impactos do tarifaço americano

Fórum Permanente será criado nos mesmos moldes do que foi instaurado durante a pandemia de Covid-19, com representação dos setores público e privado

Durante reunião realizada na manhã deste sábado (26/07), o secretário da Saúde de Goiás, Rasível Santos, e representantes de entidades do setor, definiram pela criação de um Fórum Permanente dos Setores Público e Privado, para acompanhar o cenário diante dos impactos da guerra tarifária entre o Brasil e os Estados Unidos. A proposta é de que o Fórum siga os mesmos moldes do comitê que foi criado durante a pandemia de Covid-19.

Caso entre em vigor a reciprocidade tarifária, a expectativa é de que as redes pública e privada tenham juntas aumento de custos de mais de US$ 3 bilhões de dólares anualmente. “A gente teria um impacto estimado de US$ 1,6 bilhão de dólares com relação aos gastos em saúde pública, ou seja, para o Sistema Único de Saúde (SUS), e US$ 1,65 bilhão de dólares no setor privado”, explicou o titular da SES, ao lembrar que o Estado já extrapola os gastos da vinculação constitucional. “No ano passado, a gente fechou em 14,31%, sendo que o mínimo constitucional é de 12%. Então é mais de 20% do valor inicial que a gente poderia estar gastando”, explicou o secretário.

Rasível Santos ainda falou sobre o temor de que as tarifas inviabilizem a manutenção de unidades de saúde privadas, o que sobrecarregaria ainda mais o SUS no estado. “A gente já teve cinco hospitais que deixaram de funcionar (em 2025) e eu estava ouvindo agora na reunião que tem em torno de 10 hospitais que estão nessa situação, que podem também se inviabilizar financeiramente e fecharem. Quando fecha um hospital privado, acaba trazendo sobrecarga para o SUS […] Isso traz pressão para os nossos hospitais e nos nossos serviços”, ressaltou.

Aumento de custos
Segundo o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Renato Daher, um dos principais receios gira em torno dos custos de manutenção dos equipamentos, insumos e medicamentos que atendem a alta complexidade, uma vez que a maioria deles são adquiridos principalmente com fornecedores norte-americanos. “O setor de imagem com aparelhos de ressonância magnética, tomógrafos, equipamentos de hemodinâmica, usados para realizar os cateterismos, dependem de peças e insumos importados. Assim, existe a possibilidade de pacientes ficarem desassistidos”, pontuou.

O presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg, Haikal Helou, destacou que, em Goiás, 22% da população possui plano de saúde e que, com possível aumento no desemprego e crise econômica, haverá um grande risco de colapso da rede pública de saúde. “Então a iniciativa do secretário e do governador Ronaldo Caiado, de trazer todos os partícipes para dialogar sobre as dificuldades e podermos assim, avaliar uma contingência em conjunto, é extremamente saudável e nos dá uma chance de lutar contra as mudanças que nós não controlamos, pelo menos para que possamos receber esse impacto e sairmos com alternativas que possam tornar esse risco menor”.

Outros setores
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sinfaego) , Marcelo Reis, um impacto desastroso seria no caso da aplicação de reciprocidade de tarifas por parte do governo federal. “Medicamentos de alto custo como os oncológicos e para as chamadas doenças órfãs (ou raras), além de imunobiológicos, possuem patente norte-americana. Não se faz substituição de maneira simples”, explicou ele.

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Rafael Martinez, comenta que um cenário de falta de insumos afeta o trabalho dos profissionais da saúde, além da sobrecarga de trabalho no sistema público, ou redução de postos de trabalho no privado. Outras entidades participaram da reunião, realizada na sede da Ahpaceg, em Goiânia. Entre elas, a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aehg), a Unimed Goiânia, o Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás (Sindimagem), o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindihoesg), o Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO), Hospital de Olhos, Cerof-UFG, Clínica de Esporte, Halex Istar, Jarbas Doles, dentre outros.

Tratativas
Além da abertura de diálogo que está sendo feita com as entidades de saúde de Goiás, com a previsão de criação do Fórum e outros planos de contingência, o secretário informou que o governador Ronaldo Caiado tem trabalhado para tentar manter o setor de saúde fora do imbróglio tarifário. A pauta deverá ser levada ao próximo fórum de governadores, na tentativa de sensibilizar e garantir o apoio de outras unidades da federação.

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PORTA G1

Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia geral e sedação para realização de tatuagem

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda (28). Segundo texto, procedimentos reparadores com indicação médica são exceções.

O Conselho Federal de Medicina proibiu o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (28).

De acordo com a resolução, a proibição vale para procedimentos de todos os tamanhos e em todas as regiões do corpo. A exceção é no caso de tatuagens indicadas por médicos para reconstrução de partes do corpo.

Em janeiro deste ano, o empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, morreu em um hospital particular de Itapema (SC), depois de supostamente ter tomado anestesia geral para fazer uma tatuagem.

Essa prática era comum entre famosos. Como no caso do cantor Igor Kannário, que decidiu "fechar o corpo" em apenas uma sessão. Ou o da influenciadora e irmã do jogador Neymar, Rafaella Santos, que tatuou um leão nas costas.

MC Cabelinho também revelou que tomou uma anestesia geral em uma das tatuagens. “Contratei uma equipe médica, fechei uma sala de cirurgia, os médicos disseram que era possível e eu tomei anestesia geral, dormi por 8 horas, fiquei entubado, porque era nas costas. Tatuei as costas toda”, explicou em entrevista ao “Na Piscina com Fê Paes Leme”.

Na época da morte de Godoi, o g1 conversou com especialistas para entender as diferenças entre sedação e anestesia geral, os riscos e quando os procedimentos são indicados. (Veja a seguir).

Quais os riscos do procedimento?

Assim como qualquer outro tipo de intervenção, a anestesia tem riscos, explica Esthael Cristina Querido Avelar, médica anestesiologista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

"Alguns tipos de medicações fazem com que ocorra a inibição da respiração espontânea desse paciente. Quando a gente faz anestesia geral, obrigatoriamente a gente provoca isso, e se o médico, por alguma questão anatômica, não conseguir ter acesso à via aérea do paciente, tem risco de fazer uma hipoxemia ou uma falta de oxigênio nos tecidos", diz a anestesiologista, que também é coordenadora do Núcleo de Dor da Clínica Atualli Spine Care.

Além disso, a médica explica que algumas medicações podem provocar uma queda muito abrupta, dependendo da dose, da pressão do paciente e da frequência cardíaca.

George Miguel Goes, médico anestesiologista especialista no tratamento da dor do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que para receber uma anestesia, o paciente precisa de preparação, como o jejum de oito horas.

"Há o risco de broncoaspiração, o alimento que está no estômago ir parar nos pulmões, se ele não estiver em jejum. Essa é uma complicação frequente. Também pode ter problemas com alergias, arritmias, crises de asma. Tudo isso precisa ser pesado antes de uma anestesia".

O tempo também deve ser levado em conta. "Quando falamos em sedação para endoscopia, falamos de 10 minutos. Quanto mais tempo, mais medicação e mais risco", completa o médico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Sedação x anestesia geral

Os especialistas lembram que existem diferenças entre sedação e anestesia geral. Nos casos de Rafaella e Igor Kannário, eles dizem que foram sedados. Já MC Cabelinho diz que tomou anestesia geral.

Anestesia geral: o paciente para de fazer a respiração, ele é inibido de respirar espontaneamente. É aplicada em ambiente hospitalar, precisa de um carrinho de ventilação.

Sedação: pode ser leve, moderada ou até profunda. É possível tirar um pouco a dor do paciente. Ele é induzido ao sono, mas pode despertar durante todo o procedimento. Neste caso, existem clínicas liberadas pela Anvisa para procedimentos com sedação.

"A sedação não tira por completo a sensibilidade da pessoa, seu nível de consciência fica mais rebaixado, mas não está totalmente inconsciente. Na anestesia geral, o paciente fica na mão do anestesista, perde o controle da respiração, precisa de um aparelho de ventilação. A sedação é como um sono mais profundo e a anestesia geral é um estado de inconsciência", aponta George Miguel Goes.

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FOCO NACIONAL

Ahpaceg alerta: Tarifa de 50% dos EUA pode causar colapso na saúde brasileira com impacto imediato de R$ 4,25 bilhões

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) emitiu um alerta urgente à sociedade e ao poder público: uma possível guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos pode comprometer gravemente o funcionamento do sistema de saúde brasileiro, com impacto imediato estimado em R$ 4,25 bilhões para os setores público e privado.

O motivo da preocupação é a possível imposição de tarifa de 50% sobre os US$ 1,7 bilhão em produtos médicos importados anualmente dos EUA, que hoje são essenciais para o funcionamento de hospitais públicos e privados em todo o país.

A explicação é simples. Dados da Secex/Comex apontam que os Estados Unidos são responsáveis por uma grande parcela desses insumos, que incluem desde medicamentos oncológicos de ponta, como o Keytruda (Merck), até equipamentos de imagem avançados (GE Healthcare), contrastes para exames, próteses ortopédicas e insumos de laboratório (Medtronic, entre outros).

A Ahpaceg adverte que não se trata de uma questão meramente comercial, mas de uma ameaça direta à continuidade dos tratamentos médicos e à saúde pública brasileira.

“A quase totalidade dos equipamentos de imagem, insumos farmacêuticos de ponta, órteses, próteses e materiais especiais utilizados em nossos hospitais é importada, com grande concentração de fornecedores americanos. A substituição desses fornecedores pode levar de 3 a 5 anos, o que deixa o sistema altamente vulnerável”, alerta Renato Daher (foto), presidente da Ahpaceg.

Entre os riscos diretos do tarifaço para a saúde, segundo a Ahpaceg, estão: desabastecimento imediato de insumos como imunoglobulina e contrastes para exames; aumento médio de até 15% nos custos operacionais dos hospitais (dados: Mercer); pressão sobre o orçamento do SUS e repasses aos planos de saúde; paralisação de serviços essenciais em hospitais de alta complexidade e risco de encarecimento e limitação no acesso a tratamentos para milhares de pacientes.

A Ahpaceg também destaca que mais de 50% dos dispositivos médicos usados no SUS vêm dos EUA, o que amplia ainda mais a gravidade da situação.

“Estamos em alerta máximo, também porque as compras do setor de saúde são dolarizadas e uma possível desvalorização do real vai impactar esse mercado. O tarifaço anunciado pelos EUA é uma ameaça real à estabilidade do sistema de saúde de Goiás e do Brasil. É urgente que o governo federal atue com firmeza para proteger os pacientes e a sustentabilidade das instituições de saúde”, reforça Renato Daher.

Em reuniões realizadas nos dias 23 e 24 com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e seu secretariado, a Ahpaceg apresentou propostas para enfrentar a crise iminente. Entre elas, estão a inclusão do setor hospitalar privado nas linhas de crédito com juros reduzidos (10% ao ano) já anunciadas pelo governo e medidas emergenciais para garantir o abastecimento de itens críticos.

Sobre a Ahpaceg

Com sede em Goiânia (GO), a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) foi criada em 2003 e representa as principais instituições hospitalares privadas goianas. Trabalhando com foco na excelência, atua na defesa da qualidade e segurança dos serviços de saúde, promovendo políticas públicas eficazes e sustentáveis para o setor privado.

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JORNAL OPÇÃO

Goiás cria fórum para acompanhar os impactos do tarifaço de Trump na saúde

O fórum tem representação dos setores público e privado. A preocupação do governo é com a possibilidade de sobrecarga do SUS, além de aumento de custo e dificuldade de manutenção de peças e equipamentos importados dos EUA

Goiás criou um fórum para acompanhar o impacto, principalmente na saúde, da guerra tarifária entre o Brasil e os Estados Unidos. Chamado de Fórum Permanente dos Setores Público e Privado, foi criado pela Secretaria de Estado de Saúde. A preocupação é com a possibilidade de reciprocidade tarifária, que segundo a pasta causaria um aumento de custos de mais de US$ 3 bilhões de dólares anualmente. 

O Fórum foi determinado em reunião com o secretário da Saúde de Goiás, Rasível Santos, e representantes do setor, no sábado, 26. Este deve seguir os moldes do comitê criado durante a pandemia de Covid-19.

Para o secretário, o governador Ronaldo Caiado tem trabalhado para tentar manter o setor de saúde fora do imbróglio tarifário. Em reunião com empresários, o governador chegou a dizer que haverá um diálogo com autoridades norte-americanas na tentativa de isentar esse segmento, englobando insumos de saúde, das tarifas. “É um gesto humanitário. Não é possível a inclusão da área de medicamentos, que são fundamentais para a vida das pessoas, e também de peças de aparelhos que são da indústria americana”, disse na ocasião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que as medidas devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto. O cenário econômico do Brasil vai depender de algumas variáveis como as soluções propostas pelas empresas e da reação do governo. Segundo Rasível, o impacto estimado com gastos em saúde pública, ou seja, para o Sistema Único de Saúde (SUS), é de US$ 1,6 bilhão de dólares. Já para o setor privado é de US$ 1,65 bilhão de dólares. 

Goiás já extrapola os gastos da vinculação constitucional. “No ano passado, a gente fechou em 14,31%, sendo que o mínimo constitucional é de 12%. Então é mais de 20% do valor inicial que a gente poderia estar gastando”, explicou o secretário. Em 2025, cinco hospitais deixaram de funcionar no Estado. O secretário expressou preocupação sobre a possibilidade das tarifas inviabilizem a manutenção de unidades de saúde privadas, o que sobrecarregaria a rede pública. Segundo ele, há cerca de 10 hospitais privados que podem se inviabilizar financeiramente ou fechar. 

“Quando fecha um hospital privado, acaba trazendo sobrecarga para o SUS […] Isso traz pressão para os nossos hospitais e nos nossos serviços”, disse Rasível. 

Uma das principais preocupações é com o custo de manutenção dos equipamentos, insumos e medicamentos que atendem a alta complexidade, de acordo com a pasta. A maioria deles são adquiridos principalmente com fornecedores norte-americanos, segundo o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Renato Daher. Ele disse que o impacto pode acontecer em aparelhos de ressonância magnética, tomógrafos, equipamentos de hemodinâmica, que dependem de peças e insumos importados. 

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas de Goiás (Sinfaego), Marcelo Reis, medicamento de alto custo como os oncológicos e para doenças raras possuem patente norte-americana. “Não se faz substituição de maneira simples”, explicou ele. 

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Mabel pede, e Ministério da Saúde sinaliza positivamente para investigação que pode comprometer Rogério Cruz

Atual prefeito teria identificado repasses que foram realizados, mas se perdido pelo caminho, sem nenhum investimento que resultasse deles na gestão anterior

Na segunda semana de julho, Sandro Mabel foi a Brasília para uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Oficialmente, o prefeito de Goiânia apresentou demandas e solicitou apoio do Ministério da Saúde para a ampliação do Teto MAC (Média e Alta Complexidade), que define o limite de repasses federais à capital para procedimentos de maior complexidade, além da construção de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Porém, a coluna Bastidores apurou que o chefe do Executivo municipal fez, também, um outro pedido ao ministro Padilha. Acompanhado de seu secretário da Saúde, Luiz Peillizzer, Mabel teria pedido ao Ministério que fizesse uma investigação “pente-fino” em todos os repasses federais feitos para a Saúde de Goiânia durante a gestão de Rogério Cruz.

Isso, porque o atual prefeito teria identificado repasses que foram realizados, mas se perdido pelo caminho, sem nenhum investimento que resultasse deles na gestão anterior.

Padilha, por sua vez, como apurado pela coluna, sinalizou positivamente. O ministro teria garantido que fará a investigação por meio do Departamento Nacional de Auditoria do SUS, o DenaSUS.

Em maio deste ano, o Jornal Opção já havia noticiado que Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) confirmou que formalizaria um pedido para que o DenaSUS ampliasse uma auditoria em curso nas maternidades municipais da capital e investigasse, também, a aplicação dos recursos federais nas unidades nos anos de 2022 a 2024, período da gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. 

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Rede de saúde mental sofre com preconceito e abandono histórico, mas resiste com cuidado humanizado

Faltam recursos, profissionais e estrutura nas unidades da capital. Ao mesmo tempo, gestores, especialistas e usuários defendem o modelo antimanicomial e lutam por mais acolhimento, vínculo e reintegração social

Por trás das paredes desgastadas e do silêncio das salas de espera nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Goiânia, uma rede complexa de cuidados em saúde mental tenta resistir à precariedade e o baixo investimento. Faltam profissionais, insumos básicos, medicamentos essenciais e até computadores para o registro e o repasse de dados ao Ministério da Saúde. O que sobra é a luta cotidiana de usuários, trabalhadores e especialistas para garantir um atendimento mais humano, acolhedor e digno.

Segundo especialistas, a capital enfrenta uma crise estrutural na política de saúde mental, marcada pelo subfinanciamento, má gestão e descaso político que se ampliou na última administração municipal.

O psicólogo sanitarista Marco Aurélio Lima, especialista em saúde coletiva e presidente da Comissão de Saúde Hospitalar do Conselho de Psicologia de Goiás, contextualiza o papel dos CAPS dentro da Reforma Psiquiátrica. “É uma política baseada no cuidado com liberdade, que rompe com a lógica dos hospitais psiquiátricos e propõe acolhimento territorial, em equipe multiprofissional, com projeto terapêutico singular.”

Goiânia, segundo ele, ainda tem uma estrutura insuficiente diante da demanda. “Faltam CAPS, faltam profissionais. A pandemia escancarou isso. Além de psicólogo e psiquiatra, é preciso educador físico, pedagogo, terapeuta ocupacional, assistente social. E o CAPS tem que estar perto de onde o paciente vive, porque isso faz diferença no vínculo e na adesão ao tratamento.”

Para Lima, a ideia de saúde mental precisa ser desconectada do estigma da “loucura”. “Não é frescura. A população passou a buscar atendimento depois da pandemia. Mas, se ao chegar vê que falta tudo, se desilude e só volta na emergência — que é mais caro e menos eficaz.”

Ele reforça que as comunidades terapêuticas, muitas vezes financiadas com dinheiro público, são ambientes de violação de direitos. “Há denúncias de cárcere privado, trabalho forçado (laborterapia), localização em áreas rurais isoladas, sem profissionais qualificados. Ao contrário dos CAPS, que trabalham pela reinserção social, essas instituições promovem o isolamento e o apagamento do sujeito.”

Estigmas

Lima lembra que atendimento em saúde mental ainda enfrenta estigmas sociais. “Não é frescura. As pessoas começaram a buscar atendimento psicológico depois da pandemia, perceberam que não é só para ‘louco’. Mas quando chegam no serviço e veem que não tem profissional, que falta medicamento, o descrédito se instala”, explica

Entre as soluções apontadas, estão o aumento do número de CAPs, a capacitação contínua das equipes, valorização profissional com planos de carreira, articulação com a atenção básica e criação de projetos terapêuticos personalizados. Marco Aurélio defende que o cuidado seja integrado à política de assistência social e à geração de renda, pois o empoderamento do paciente é fundamental para o sucesso terapêutico.

“O atendimento deve ser próximo da casa do usuário, com vínculo, liberdade e dignidade. E não uma reclusão forçada em comunidades terapêuticas. A política de saúde mental precisa ser fortalecida com base na escuta, acolhimento e humanidade. Não podemos retroceder”.

Memes e ataques velados nas redes sociais

Outra preocupação destacada tanto pelo gerente de saúde mental de Goiânia, Roberto Vaz, quanto pelo psicólogo Marco Aurélio Lima, é o crescente número de memes e piadas disseminadas nas redes sociais que fazem referência ao CAPS de forma estigmatizante.

Expressões como “vou te mandar pro CAPS”, “o fulano fugiu do CAPS” ou “parece que esqueceu de tomar o remedinho” são usadas de maneira pejorativa para ridicularizar comportamentos considerados excêntricos ou fora da norma. Embora muitas dessas frases sejam tratadas como brincadeiras inocentes, elas reforçam estigmas profundamente arraigados sobre o sofrimento psíquico e os espaços de cuidado em saúde mental, além de contribuírem para o afastamento da população desses serviços, por medo de julgamento, vergonha ou desinformação.

Essas manifestações humorísticas estão enraizadas em um imaginário social construído ao longo de décadas de internações compulsórias em hospitais psiquiátricos, muitas vezes marcadas por violência, isolamento e violação de direitos. Por outro lado, campanhas e movimentos buscam reforçar a importância do serviço e lutam por uma sociedade que compreenda que sofrimento psíquico não é sinônimo de anormalidade ou desvio, mas uma condição humana que requer escuta, cuidado e respeito.

CAPS residência no Novo Mundo

Apesar das dificuldades enfrentadas pela rede pública, há exemplos de dedicação e práticas inovadoras que resistem ao colapso. No CAPS III Novo Mundo, que conta com residência terapêutica, a proposta é garantir um espaço de acolhimento contínuo, inserido no território e voltado para a autonomia do usuário. O local conta com uma pequena biblioteca, que precisa de doações de livros, área de convivência e oficinas, além de uma área externa fresca e agradável cercada por árvores e sombra.

A gerente da unidade, Consuelo Guilardi, que atua no serviço há 25 anos, explica que o atendimento é multiprofissional e inclui psiquiatras, psicólogos, técnicos e terapeutas. “A prioridade dessa unidade é a criação do vínculo do usuário com os técnicos, com o médico e os profissionais que atendem aqui”, relata.

Consuelo detalha que, por ser um CAPS III, o local funciona em horário comercial, mas conta com acolhimento noturno de até 15 dias para pessoas em crise, com possibilidade de extensão em casos específicos. “O objetivo é evitar a crise ou a internação hospitalar. O usuário pode permanecer conosco nesse período, com suporte técnico, até se estabilizar”, explica.

Além disso, a residência terapêutica associada ao CAPS permite que alguns usuários morem no local por tempo indeterminado, com supervisão contínua, como parte do processo de transição para a vida autônoma. “A residência não é para isolar. Eles precisam vivenciar outros espaços, frequentar clubes, ir ao cinema, ao museu. Isso contribui muito para o tratamento”, afirma.

Para Consuelo, a convivência e a inserção comunitária são tão terapêuticas quanto a medicação. “Temos pacientes que vêm todos os dias, mesmo sem demanda clínica, só para conviver, socializar. Isso mostra a carência de outros dispositivos no território capazes de acolher suas limitações. Precisamos expandir os centros de convivência. O ideal seria ter ao menos um em cada distrito sanitário de Goiânia”, defende.

Demanda crescente e infraestrutura insuficiente

O prédio do CAPS Vassily Chuc, uma das unidades mais importantes da capital, está deteriorado. Segundo Roberto Vaz, gerente de Saúde Mental de Goiânia, o imóvel é alugado e chegou a ser desapropriado e leiloado, mas o processo parou. “Como era alugado, a responsabilidade pela manutenção era do proprietário”, explica. Ainda assim, a unidade segue com capacidade de atendimento de até 30 pacientes por turno.

O problema, contudo, não é só físico. O crescimento da demanda, impulsionado por múltiplos fatores como a pandemia de Covid-19, o aumento no uso de álcool, cigarro, drogas lícitas e ilícitas, o vício em jogos de azar e os impactos das novas tecnologias, tem pressionado o sistema. “A prevenção, o tratamento justo e o acolhimento têm um custo imensurável, tanto humano quanto financeiro”, afirma Roberto.

Além da precariedade visível, há entraves invisíveis: a subnotificação de atendimentos devido à falta de computadores para registro e envio de dados ao Ministério da Saúde, o que compromete o repasse de recursos federais. Segundo ele, a regulação do sistema também foi afetada negativamente desde que a gestão de algumas unidades passou para o Estado.

Ainda assim, o atual modelo de gestão apresenta mudanças. Roberto destaca que a nomeação das gerências de saúde mental, antes atreladas a indicações políticas sem critérios técnicos, passou a ocorrer com mais cuidado a partir de sua chegada ao cargo. Uma das diretrizes da nova gestão, segundo ele, é reforçar o acolhimento nos casos de recaída, evitando rupturas nos vínculos terapêuticos.

Habilitação junto ao Ministério da Saúde

Com a retomada da Coordenação Nacional de Saúde Mental pelo Ministério da Saúde, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia trabalha para habilitar oficialmente diversas unidades da rede psicossocial, o que permitiria ampliar o financiamento federal e fortalecer os serviços existentes. De acordo com o gerente de saúde mental do município, Roberto Vaz, a cidade pretende regularizar a situação de cinco CAPS que ainda não têm habilitação formal junto à União: CAPSP, CAPS Cativar, CAPS Liberdade, CAPS Noroeste e CAPS AD Oeste.

Roberto explica que a habilitação depende da conformidade com normas técnicas e da publicação de novas portarias federais. “A gente teve reunião com a Natália, que é gerente estadual de saúde mental, e ela explicou que ainda não saiu a portaria que define os procedimentos do centro de convivência, como registrar os profissionais, o que pode ser considerado atividade. Sem isso, não dá pra habilitar o ‘Cuca Fresca’, por exemplo”, afirma.

Segundo ele, além das exigências formais, há também questões estruturais. “O centro de convivência não pode ser anexo a outro serviço. Ele tem que estar em um espaço independente. No caso do Cuca Fresca, ele fica ao lado do ambulatório de psiquiatria, então hoje ele não pode ser habilitado.”

A habilitação das unidades não é apenas um trâmite burocrático — ela impacta diretamente o financiamento, a contratação de profissionais, a estabilidade da rede e o reconhecimento da política de saúde mental em âmbito federal. Sem esse vínculo formal, as unidades seguem funcionando com recursos municipais, o que sobrecarrega o orçamento local e limita a expansão dos serviços.

Realidade de abandono

Apesar do modelo proposto, a realidade é outra. Vanete Resende, da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (Aussum), relata que os serviços ficaram “abandonados” durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD) e permanecem desestruturados sob o atual governo. “Falta até o básico, como soro. Falta remédio, principalmente para quem está em tratamento contra dependência química”, denuncia.

Ela relata ainda a ausência de capacitação específica para os profissionais, o que compromete o atendimento em momentos críticos. “Muitas vezes uma pessoa tem um surto psicológico e os profissionais não sabem como agir, porque não foram treinados para isso”, afirma.

Além da falta de estrutura, há risco de despejo de algumas unidades por inadimplência do município com os proprietários dos imóveis alugados. A ameaça de fechamento de CAPS em decorrência de dívidas herdadas da gestão anterior gera insegurança e interrompe tratamentos.

“Esse abandono acaba empurrando as famílias para comunidades terapêuticas, que muitas vezes praticam abuso, tortura e castigo. Não têm médicos, só isolamento. É um manicômio disfarçado. Um retrocesso”, alerta Vanete.

As comunidades terapêuticas e a violação de direitos

A preocupação com o crescimento das comunidades terapêuticas também é compartilhada por Marco Aurélio. Segundo ele, o Conselho Regional de Psicologia de Goiás, em parceria com o Ministério Público e a Vigilância Sanitária, identificou uma série de irregularidades nesses espaços. Em 2025, por exemplo, 28 dessas instituições foram fechadas no município de Anápolis.

“As denúncias vão de cárcere privado a trabalho forçado, a chamada laborterapia. Essas comunidades estão em áreas rurais, isoladas, e os pacientes ficam anos sem contato com o mundo exterior. Isso é o oposto do que propõe o CAPS, que trabalha com autonomia e protagonismo”, enfatiza.

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CANA ONLINE

Impasse judicial em Sertãozinho: Desapropriação de hospital particular para ampliar atendimento no SUS gera controvérsias

Decreto para desapropriar hospital particular e ampliar atendimento no SUS vira impasse judicial em SP; entenda

Em Sertãozinho, a Prefeitura decretou que instalações do Hospital Netto Campello, em funcionamento, são de interesse público. Os fundadores do centro médico entraram na Justiça questionando a medida.

O Hospital Netto Campello, localizado em Sertãozinho (SP), foi fundado nos anos 1950 e é um dos dois da cidade, juntamente com a Santa Casa. Criado para atender trabalhadores do setor sucroenergético e suas famílias, é administrado pelo Grupo Hapvida desde 2023. Com 44 leitos, centro cirúrgico e pronto-socorro 24 horas, o hospital atende pacientes de diversos planos de saúde da região.

A tentativa de ampliação de vagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através da desapropriação de um hospital particular em funcionamento se tornou o centro de uma disputa judicial em Sertãozinho (SP), na região de Ribeirão Preto (SP).

A falta de vagas no SUS e a necessidade de aumentar a oferta de atendimentos médicos pela rede pública foram as justificativas apresentadas pelo prefeito Zezinho Gimenez (MDB) para o decreto de desapropriação. O objetivo era utilizar as instalações do Hospital Netto Campello, que segundo estudos realizados pela administração municipal, encontrava-se subaproveitado.

A Hapvida, responsável pela gestão do hospital, comunicou que segue acompanhando o caso e que todos os serviços continuam sendo realizados normalmente. Enquanto isso, a Canaoeste, associação dos fundadores do centro médico, alega que a desapropriação não resolveria o déficit histórico da cidade e que estrategicamente não faz sentido desapropriar um hospital privado em funcionamento.

Diante do impasse, a Canaoeste entrou com uma ação judicial questionando a medida da Prefeitura. O juiz responsável indeferiu a liminar, porém o mérito da desapropriação ainda será julgado posteriormente. Enquanto isso, a população de Sertãozinho aguarda para entender os rumos que essa decisão tomará e como isso impactará o atendimento médico na região.

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GAZETA DO POVO

Justiça suspende resolução do CFM que endurece regras para transição de gênero

A Justiça Federal no Acre suspendeu nesta sexta-feira (25) a norma do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe o uso de bloqueadores hormonais para mudança de gênero em crianças e adolescentes. A Resolução 2.427/2025, de abril deste ano, também aumenta de 18 para 21 anos a idade mínima para a realização de cirurgias de transição, quando os procedimentos implicarem potencial efeito esterilizador.

O Ministério Público Federal (MPF) argumentou que a regra configura “retrocesso social e jurídico, em flagrante violação às evidências científicas consolidadas”. Os procuradores pediram a suspensão liminar da medida e a condenação do CFM ao pagamento de R$ 3 milhões em danos morais coletivos.

O montante seria revertido em ações, projetos educativos e de enfrentamento das violências contra pessoas trans e travestis, elaborados com a participação de entes da sociedade civil e governamentais.

Nos autos, o Conselho rebateu a ação civil pública do MPF e apontou que o tema já é discutido no Supremo Tribunal Federal (STF), portanto, não caberia à Justiça Federal decidir. O juiz federal Jair Araújo Facundes, da 3ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária do Acre, rejeitou o argumento.

A resolução de abril altera uma norma editada pelo CFM em 2019 (Resolução 2.265/19). Facundes esclareceu que não está em discussão o poder regulamentador do CFM sobre o proceder médico profissional, mas “há discordância genuína acerca dos limites desse poder regulamentador quando o tema envolve outras áreas do conhecimento”.

O magistrado ressaltou que a resolução anterior foi “resultado de um amplo debate com diversos representantes da sociedade civil e pesquisadores”, enquanto a norma atual foi “elaborada exclusivamente pelo CFM”. Dessa forma, ele estabeleceu que qualquer nova alteração na resolução de 2019, “deverão ser necessariamente antecedidas de debate e deliberação com a participação de pelo menos os mesmos órgãos e entidades que participaram de sua elaboração”

“Se o CFM reconheceu a necessidade de várias especialidades na elaboração da regulamentação do tema, não pode revogar sem passar pelo mesmo procedimento de aprovação, exceto se apresentar razões para tanto”, disse Facundes ao apontar vício procedimental e falta de fundamentação na nova resolução do CFM.

Cadastro

O Conselho também determinou que serviços médicos que realizam procedimentos cirúrgicos de transição de gênero deverão, obrigatoriamente, cadastrar os pacientes e repassar as informações aos Conselhos Regionais de Medicina competentes.

O juiz afirmou que cadastros, como o exigido na resolução, são “catalogações de seres humanos em razão de características pessoais são, por definição, incompatíveis com o direito à privacidade e intimidade, com a dignidade e respeito uniforme que todas as pessoas merecem”.

Juiz critica “tom irônico” do CFM

O CFM sustentou que a imposição da idade mínima de 21 para cirurgias de redesignação está prevista em legislação aprovada pelo Congresso. No entanto, o juiz lembrou que a lei foi discutida e aprovada com uma “finalidade ou fim público bem distante do tema ora tratado”.

Facundes apontou que o dispositivo “veicula um paternalismo incompatível com a autonomia da vontade” por dispor a “indivíduos transgêneros que conservem órgãos correspondentes ao sexo biológico junto ao especialista adequado (se genitália masculina, urologista; se feminina, ginecologista)”.

Segundo o magistrado, para justificar essa regra em específico, o CFM “adotou um tom irônico, inapropriado quando se discute temas que envolvam sofrimento humano e dor, junto a público com índices de suicídio acima dos demais grupos sociais”.

“De qualquer forma, há todo um arcabouço jurídico que garante às pessoas o direito de escolher seus médicos, e se alguém, mesmo com genitais masculinos, sente-se mais confortável e seguro em se consultar com um ginecologista, o Estado não deve interferir nessa escolha. Caberá ao médico e paciente decidirem se será chamado um terceiro profissional, mas não se legitima, prima facie, essa imposição”, disse.

Terapia hormonal

Em relação às terapias hormonais, o CFM defendeu a vedação de bloqueadores hormonais para crianças e adolescentes com base na falta de pesquisas durante a vigência da Resolução no 2.265/19 e em estudos europeus como o “Cass Review”, elaborado no Reino Unido.

Facundes ponderou que o Judiciário “não tem expertise para intervir em controvérsias científicas”, porém, defendeu que o Judiciário “deve examinar e decidir se a razão exposta para suspender um tratamento, mesmo que experimental, é, em si mesma, coerente frente às premissas enunciadas”.

“Assim sendo, o mencionado relatório Cass Review não legitima a vedação dos bloqueadores hormonais, antes recomenda sua adoção desde que no âmbito de pesquisa científica, como constava na Res. 2.265/19”, ressaltou.

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MEDICINA S/A

Tecnologia: menos burocracia, mais tempo para o cuidado

O simbolismo da burocracia na saúde brasileira ainda é uma realidade cotidiana. Profissionais da área sobrecarregados, formulários extensos, processos manuais e filas de espera, sobretudo nos postos de saúde, são características que tornam o acesso ao atendimento demorado e exaustivo. Como falar em cuidado humanizado, um termo da moda, se ainda há tanto para mudar?

A boa notícia é que a transformação digital, especialmente após a chegada da inteligência artificial, tornou-se uma aliada poderosa para mudar essa realidade. As ferramentas disponíveis no mercado podem esclarecer dúvidas, traduzir termos técnicos e sugerir planos de cuidado sob medida, tornando a jornada de saúde dos pacientes (e de trabalho dos profissionais) mais compreensível, segura e acolhedora.

De acordo com um levantamento da Medscape, 62% dos profissionais da saúde apontam a sobrecarga de tarefas repetitivas como um dos principais motivos para o esgotamento. Na recepção, isso significa menos tempo para acolher com atenção e mais desgaste com agendamentos e confirmações de consultas e exames. Porém, hoje, a tecnologia já permite automatizar esses processos: com soluções que integram informações dos agendamentos e triagens, é possível otimizar o fluxo de atendimento e garantir uma melhor experiência ao paciente. E o resultado disso são equipes mais disponíveis para cuidar e pacientes satisfeitos desde o primeiro contato.

Sempre ouvimos que a tecnologia poderia afastar o olhar humano do atendimento, o que pode ser verdade em caso de má administração. Mas, na prática, o que vemos é o contrário: usada com inteligência, a tecnologia está permitindo resgatar a atenção e a escuta que o cuidado humanizado exige.

Os efeitos dessa transformação já são visíveis. Em clínicas que adotaram a inteligência artificial, os índices de burnout entre os profissionais de saúde têm diminuído. Na rede norte-americana Kaiser Permanente, por exemplo, 74% dos médicos relataram sentir-ser mais presentes nos atendimentos após a adoção de plataformas machine learning, ou seja, aqueles sistemas que “aprendem” os dados ao longo do tempo, sem a necessidade de reprogramação. Na saúde, a IA pode aprender a reconhecer a voz do médico e interpretar termos clínicos através da repetição.

No Brasil, essa percepção também cresce entre os gestores. Uma pesquisa da PwC Brasil revelou que 68% dos diretores de hospitais acreditam que a tecnologia será o principal fator de transformação nos próximos três anos. Para a maioria, ela tornará o sistema de saúde mais eficiente e ajudará na democratização do acesso aos tratamentos.

Mais do que uma tendência, o uso da IA é um recurso essencial para resgatar o que o cuidado em saúde tem de mais valioso: o tempo dedicado às pessoas. Automatizar o que é repetitivo não significa desumanizar. Pelo contrário, é uma forma de devolver aos profissionais de saúde.

*Eduardo Nunes é fundador e CEO da Wellon.

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Gestão na saúde pública e as Organizações Sociais de Saúde

Nos últimos anos, a gestão da saúde pública no Brasil vem sendo um tema de debate e inovação e passado por diversas transformações, impulsionadas pela necessidade de melhorar a eficiência dos serviços e ampliar o acesso da população. Dentre as estratégias adotadas para melhorar a eficiência e ampliar o acesso aos serviços de saúde, a gestão por Organizações Sociais de Saúde (OSS) tem se destacado como modelo viável e eficaz, participando também do processo de descentralização da saúde. Neste contexto, o modelo de gestão por OSS tem se mostrado importante, proporcionando maior autonomia, eficiência e qualidade nos serviços prestados à população alinhadas às diretrizes e políticas públicas estabelecidas pelo SUS.

A descentralização da saúde pública visa garantir que os serviços de saúde sejam oferecidos de forma mais próxima da população, com decisões sendo tomadas para contemplar as especificidades de cada região. A descentralização facilita o acesso à saúde, promovendo a participação das gestões municipais e estaduais, favorecendo uma resposta mais rápida e adequada às demandas locais, garantindo maior equidade e qualidade no atendimento à população.

Ao assumir a gestão de unidades de saúde, as OSS promovem maior eficiência, agilidade e qualidade nos serviços de saúde, alinhadas com as diretrizes do SUS e atendendo de maneira efetiva as necessidades da população.

Um dos exemplos mais notáveis da aplicação do modelo de gestão por OSS é o Ceará, que tem adotado essa abordagem com sucesso em diversas regiões. A implementação das OSS nas áreas de saúde, como hospitais e unidades de pronto atendimento e atenção primária, permitiu a melhoria na qualidade do atendimento e maior agilidade nos processos administrativos e assistenciais.

As perspectivas para o futuro da gestão por OSS são promissoras. Com o fortalecimento da implementação de boas práticas, controle e transparência e a busca por inovação na gestão, as OSS irão se consolidando cada vez mais como um modelo eficaz de gestão da saúde pública no Brasil.

*Virgínia Silveira é Diretora Presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

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Assessoria de Comunicação        

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A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) emitiu um alerta urgente à sociedade e ao poder público: uma possível guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos pode comprometer gravemente o funcionamento do sistema de saúde brasileiro, com impacto imediato estimado em R$ 4,25 bilhões para os setores público e privado.

O motivo da preocupação é a possível imposição de tarifa de 50% sobre os US$ 1,7 bilhão em produtos médicos importados anualmente dos EUA, que hoje são essenciais para o funcionamento de hospitais públicos e privados em todo o país.

A explicação é simples. Dados da Secex/Comex apontam que os Estados Unidos são responsáveis por uma grande parcela desses insumos, que incluem desde medicamentos oncológicos de ponta, como o Keytruda (Merck), até equipamentos de imagem avançados (GE Healthcare), contrastes para exames, próteses ortopédicas e insumos de laboratório (Medtronic, entre outros).

A Ahpaceg adverte que não se trata de uma questão meramente comercial, mas de uma ameaça direta à continuidade dos tratamentos médicos e à saúde pública brasileira.

renato daher

“A quase totalidade dos equipamentos de imagem, insumos farmacêuticos de ponta, órteses, próteses e materiais especiais utilizados em nossos hospitais é importada, com grande concentração de fornecedores americanos. A substituição desses fornecedores pode levar de 3 a 5 anos, o que deixa o sistema altamente vulnerável”, alerta Renato Daher (foto), presidente da Ahpaceg.

Entre os riscos diretos do tarifaço para a saúde, segundo a Ahpaceg, estão: desabastecimento imediato de insumos como imunoglobulina e contrastes para exames; aumento médio de até 15% nos custos operacionais dos hospitais (dados: Mercer); pressão sobre o orçamento do SUS e repasses aos planos de saúde; paralisação de serviços essenciais em hospitais de alta complexidade e risco de encarecimento e limitação no acesso a tratamentos para milhares de pacientes.

A Ahpaceg também destaca que mais de 50% dos dispositivos médicos usados no SUS vêm dos EUA, o que amplia ainda mais a gravidade da situação.

“Estamos em alerta máximo, também porque as compras do setor de saúde são dolarizadas e uma possível desvalorização do real vai impactar esse mercado. O tarifaço anunciado pelos EUA é uma ameaça real à estabilidade do sistema de saúde de Goiás e do Brasil. É urgente que o governo federal atue com firmeza para proteger os pacientes e a sustentabilidade das instituições de saúde”, reforça Renato Daher.

Em reuniões realizadas nos dias 23 e 24 com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e seu secretariado, a Ahpaceg apresentou propostas para enfrentar a crise iminente. Entre elas, estão a inclusão do setor hospitalar privado nas linhas de crédito com juros reduzidos (10% ao ano) já anunciadas pelo governo e medidas emergenciais para garantir o abastecimento de itens críticos.

Sobre a Ahpaceg

Com sede em Goiânia (GO), a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) foi criada em 2003 e representa as principais instituições hospitalares privadas goianas. Trabalhando com foco na excelência, atua na defesa da qualidade e segurança dos serviços de saúde, promovendo políticas públicas eficazes e sustentáveis para o setor privado.

 

FOCO NACIONAL

https://www.foconacional.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

 

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

https://www.tendenciasenegocios.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

 

FOLHA DO PLANALTO

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

 

CONGRESSO NEWS

https://www.congressonews.com.br/2025/07/ahpaceg-alerta-tarifa-de-50-dos-eua.html

 

 

 

 

JORNAL OPÇÃO - Setor hospitalar alerta para riscos operacionais com reciprocidade do Brasil a tarifas dos EUA

 

O setor de saúde privada de Goiás entregou um documento elencando sérias preocupações com a possibilidade da aplicação da reciprocidade em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A maior parte dos insumos usados em hospitais além de equipamentos e instrumentos são importados dos EUA.

Thiago Salinas CEO da indústria farmacêutica Halex Istar destacou a dependência da embalagem do soro fisiológico que vem dos Estados Unidos e o fato de que a troca de fornecedores exigiria anos de aprovação regulatória, comprometendo o abastecimento. “O principal custo está na embalagem, e ela é vinda diretamente dos Estados Unidos”, alertou. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada.

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Renato Daher, indicou o risco de “desabastecimento de alguns produtos estratégicos, como equipamento de imagem e OPME [Órteses, Próteses e Materiais Especiais]”.

Ele alertou que o anunciado aumento de 50% na tarifação de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos poderá desencadear reações negativas no mercado, similares às vivenciadas durante a pandemia de Covid-19, gerando aumentos de insumos, como contrastes usados em exames de imagem e imunoglobulina, além de peças de manutenção e equipamentos médico-hospitalares.

“A quase totalidade dos equipamentos de imagem, insumos farmacêuticos de ponta, órteses, próteses e materiais especiais (OPME) utilizados em nossos hospitais é importada, com grande concentração de fornecedores americanos. A dependência estratégica em equipamentos de imagem, OPMEs e reagentes de diagnóstico, para os quais não há substitutos nacionais ou de outros mercados a curto prazo, posiciona o setor de saúde em um estado de extrema vulnerabilidade”, afirmou.

Daher ainda enfatizou que a saúde está em alerta máximo. A reciprocidade de uma tarifa de 50% sobre os produtos médicos e farmacêuticos vindos dos EUA não é um problema somente comercial, mas sim uma ameaça direta a saúde pública e à estabilidade do sistema em Goiás.

O documento entregue pela Ahpaceg ao governador, apresenta algumas propostas para mitigar uma possível crise, incluindo acesso ao crédito, que é umas das alternativas já apresentadas pelo Estado.

 

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