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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Demanda anual por radioterapia deve aumentar em 8 milhões de pessoas em 2050
O impacto da violência contra os profissionais de saúde
Artigo - Ao contrário do que se pensa, inteligência artificial pode estar humanizando a Medicina
Governo lança campanha sobre importância do programa Mais Médicos
Nova lei flexibiliza tributação de medicamentos importados
Regulação do uso de sistemas de informação: o caso do Atesta CFM
MEDICINA S/A
Demanda anual por radioterapia deve aumentar em 8 milhões de pessoas em 2050
A radioterapia é um dos três pilares fundamentais do tratamento de pacientes com câncer, sendo utilizada principalmente com proposta curativa, como também como abordagem paliativa, para alívio de sintomas das formas mais avançadas da doença. Segundo o estudo internacional e multicêntrico publicado na The Lancet Global Health, a demanda por profissionais especializados em Radioterapia, como radio-oncologistas e físicos médicos, deverá crescer de forma alarmante, impulsionada pela crescente incidência de novos casos de câncer.
Os autores utilizaram da base nos dados do Global Cancer Observatory (GLOBOCAN) e, a partir disso, estimaram que a força de trabalho global necessária em 2022 era de 51.111 radio-oncologistas (médico que prescreve, planeja e acompanha o tratamento), 28.395 físicos médicos (responsável por medir/calcular as doses de radiação e de garantir a qualidade dos equipamentos) e 85.184 técnicos em radioterapia (especialista que posiciona o paciente e manipula o aparelho no momento do tratamento), saltando no ano de 2050 para um projeção de 84.646 radio-oncologistas, 47.026 físicos médicos e 141.077 técnicos.
Comparativamente, em 2022 houve cerca de 20 milhões de novos diagnósticos de câncer, com aproximadamente 12,8 milhões de pacientes no mundo recebendo a indicação de radioterapia. Para o ano de 2050, os dados do GLOBOCAN indicaram 33,1 milhões de novos diagnósticos de câncer, com e 21,2 milhões necessitando de radioterapia. Esses dados revelam um aumento anual absoluto de 8,4 milhões de indivíduos que necessitam de radioterapia quando analisados os dois períodos.
O gargalo da Radioterapia no Brasil
Em um tabela trazida no estudo os autores quantificaram os recursos atuais e as necessidades previstas na força de trabalho profissional de radioterapia em 32 países, dentre eles o Brasil. Nesta análise, os pesquisadores estabeleceram a proporção de uma unidade de tratamento para 450 pacientes, um radio-oncologista para 250 pacientes, um físico médico para 450 pacientes e um radioterapeuta para 150 pacientes. Foram coletados dados atuais, em nível nacional, sobre a força de trabalho profissional de radioterapia dos centros nacionais de saúde, assim como dados de relatórios, sociedades de oncologia e outras autoridades.
Os números relacionados ao Brasil são preocupantes. Segundo o estudo, em 2022 faltavam 960 radio-oncologistas e 359 físicos médicos, além de 2.676 técnicos em radioterapia no país. Para o ano de 2050, a projeção é que a força de trabalho necessária para oferecer o tratamento a todos os pacientes brasileiros que receberem a indicação de radioterapia será de 2.946 radio-oncologistas, 1637 físicos médicos e 4911 técnicos em radioterapia, números distantes do real cenário encontrado em 2022, quando havia apenas 646 radio-oncologistas e 533 físicos médicos.
O radio-oncologista Erick Rauber, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), destaca que o estudo traz o alerta mundial para que as entidades públicas invistam nos profissionais e tratamentos adequados para cura dos pacientes om câncer. “Há necessidade de parcerias internacionais, modelos de tratamento acessíveis e investimentos em saúde pública para garantir que a radioterapia esteja ao alcance de todos, independentemente da região ou da condição econômica do país”, enfatiza.
O artigo também destaca que em 2022, 71,9% dos países não tinham radio-oncologistas suficientes para atender às necessidades básicas de radioterapia. “Esse déficit é particularmente grave em países de baixa e média renda, onde a infraestrutura de radioterapia e a disponibilidade de profissionais qualificados são extremamente limitadas. Para enfrentar essa lacuna, é importante que os países invistam em estratégias de formação e recrutamento de novos profissionais para os programas de Residência Médica em Radioterapia, disseminação da importância da Radioterapia como pilar do tratamento oncológico e expansão da infraestrutura de tratamento”, diz Rauber.
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O impacto da violência contra os profissionais de saúde
Por Roberto Heloani
O assédio moral e as discriminações no ambiente de trabalho são problemas recorrentes que afetam, em grande parte, as condições de trabalho e o bem-estar dos profissionais, especialmente no setor da saúde. Embora frequentemente abordados em relação ao comportamento dos usuários, esses problemas se intensificam dentro das próprias instituições, principalmente nos sistemas público e privado de saúde, que possuem altos índices de violência no trabalho. Estima-se que cerca de 85% dos trabalhadores da saúde, especialmente enfermeiras(os) e técnicos de enfermagem, enfrentem formas de assédio moral. Essas situações afetam profundamente esses profissionais, gerando estresse, ansiedade e até afastamentos, ao prejudicar a saúde mental e emocional. Como resultado, o atendimento também pode ser comprometido, já que profissionais sobrecarregados e desmotivados têm menos capacidade de oferecer cuidados de qualidade, além de afetar a relação de confiança com os pacientes.
Diante disso, é essencial discutir as múltiplas formas de violência no trabalho e propor soluções que promovam ambientes mais seguros e respeitosos para todos os trabalhadores da saúde.
A violência no trabalho não se limita a agressões físicas, mas inclui uma série de comportamentos que comprometem a saúde mental e emocional dos profissionais de saúde. O assédio moral, por exemplo, é uma prática constante, onde os trabalhadores são alvo de humilhações, desqualificação e abusos psicológicos, levando à diminuição da autoestima, aumento do estresse e até afastamentos do trabalho. Já o assédio sexual e a discriminação, seja por questões de gênero, raça ou orientação sexual, agravam ainda mais esse cenário, gerando um ciclo de violência difícil de romper. A omissão ou ignorância das instituições, aliada à falta de políticas eficazes para a prevenção e tratamento desses problemas, perpetua o ciclo de violência.
Para enfrentar e mitigar os casos de assédio e discriminação nas instituições de saúde, é fundamental que se adote uma série de medidas práticas. Primeiramente, a criação de um compromisso institucional entre empregadores, chefias e trabalhadores é essencial. Um pacto ético que promova um ambiente livre de discriminação e violência deve ser formalizado, com políticas claras de prevenção e tratamento dos casos. A transparência nos fluxos de denúncia, a capacitação dos gestores e a garantia de confidencialidade são fundamentais para criar um ambiente seguro para que as vítimas se sintam amparadas ao reportar abusos.
A atuação governamental, especialmente por meio do Ministério Público do Trabalho, é fundamental na promoção da igualdade de oportunidades no ambiente laboral. A Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (COORDIGUALDADE) tem se destacado nesse campo, com a missão de combater práticas discriminatórias e garantir a inclusão de minorias no mercado de trabalho, como negros, mulheres, pessoas com deficiência, indígenas e LGBTs. Além disso, o Ministério Público do Trabalho tem papel importante na fiscalização das condições de trabalho, garantindo que as normas sejam cumpridas e que as empresas adotem práticas inclusivas. Isso se traduz não apenas em políticas de contratação, mas também em garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que haja um ambiente livre de violência, assédio e discriminação.
Em julho de 2024, foi instituído o decreto nº 12.122, que institui o Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. O objetivo é enfrentar todas as formas de violências decorrentes das relações de trabalho, por meio, por exemplo, de ações coordenadas de prevenção do assédio e da discriminação, por intermédio de estratégias educativas que abordem a formação e a sensibilização de agentes públicos, além de gestão humanizada nos espaços institucionais, físicos ou virtuais.
Outra ação do governo que reforça essa questão foi o lançamento, em dezembro, da versão atualizada do Guia Lilás pela Controladoria-Geral da União (CGU). A iniciativa busca promover o aperfeiçoamento dos processos de tratamento de manifestações relacionadas a assédio e discriminação, bem como contribui com o desenvolvimento de uma cultura institucional mais consciente dos problemas advindos de tais condutas.
Análises recentes, como o relatório do projeto Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-Estar dos Profissionais de Saúde, produzido pelo Synergos Brasil em parceria com a FGVsaúde e com apoio da J&J Foundation, destacam a importância de adotar políticas integradas para promover o bem-estar e a resiliência dos profissionais de saúde. Além das melhorias nas condições de trabalho, é fundamental criar um ambiente de apoio psicológico e físico, capaz de prevenir e combater os efeitos da violência e do assédio no setor.
É urgente que as instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, adotem uma postura mais firme e proativa no combate à violência e discriminação no ambiente de trabalho. Além de promover um pacto ético, é necessário implementar políticas de prevenção robustas e garantir que todos os profissionais sejam tratados com respeito e dignidade. O envolvimento de governos, organizações e trabalhadores é essencial para criar um ambiente seguro, inclusivo e igualitário. Só assim será possível garantir a saúde e o bem-estar dos profissionais da saúde, assegurando, ao mesmo tempo, a qualidade do atendimento prestado à população.
*Roberto Heloani é Professor Titular e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, na área de Gestão, Saúde e Subjetividade e Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
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AGÊNCIA CÂMARA
Nova lei flexibiliza tributação de medicamentos importados
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 15.071/24, que flexibiliza a tributação de medicamentosimportados para uso pessoal.
O texto, publicado no Diário Oficial da União, garante a isenção para os produtos de valor até 10 mil dólares (cerca de R$ 61 mil, pela cotação atual).
A partir de agora, o Ministro da Fazenda poderá ajustar as alíquotas do Imposto de Importação, eliminando os limites de valor e alíquotas mínimas anteriores. O objetivo é assegurar maior acessibilidade a medicamentos essenciais.
A nova lei teve origem em projeto (PL 3449/24), do deputado José Guimarães (PT-CE), aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
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EXAME
Artigo - Ao contrário do que se pensa, inteligência artificial pode estar humanizando a Medicina
A princípio, as ferramentas de IA podem parecer desumanizadoras, mas elas criam mesmo é acessibilidade
Por Dr. Thiago Lima, ortopedista da Casa de Saúde São José
A inteligência artificial está redefinindo a Medicina de forma surpreendente, promovendo não apenas avanços tecnológicos, mas também um paradoxo fascinante: ao automatizar tarefas repetitivas e burocráticas, permite que médicos se concentrem mais na conexão humana com seus pacientes. Apesar do grande receio de sua aplicabilidade na Saúde, a IA pode ajudar a fortalecer laços humanos e a tornar o atendimento mais dedicado, empático e eficiente.
Automatização para mais conexão humana
É comum ouvirmos previsões apocalípticas de que a inteligência artificial desumanizaria as relações na Medicina, substituindo interações humanas por processos comandados por algoritmos. Contudo, o momento que vivemos na Saúde apresenta uma antítese: ao agilizar funções administrativas e resolver atividades repetitivas, a tecnologia libera tempo para aquilo que realmente importa: a boa, velha e indispensável relação entre médico e paciente.
Se médicos sempre dedicaram horas a tarefas administrativas, como o preenchimento de prontuários e a análise detalhada de exames, agora, com ferramentas de inteligência artificial altamente customizáveis - que organizam dados, analisam imagens, pesquisam artigos em bases técnicas confiáveis e ajudam com diagnósticos iniciais -, podem reforçar a atenção primária. Afinal, escutar, compreender preocupações e estabelecer relações íntimas e de confiança a máquina não faz.
Ferramentas que tornam a Medicina mais acessível
Além das plataformas de conversas avançadas, outras tecnologias baseadas em inteligência artificial têm permitido oferecer um atendimento mais humano e focado na comunicação eficaz. Por exemplo: os óculos de realidade virtual têm sido uma ferramenta valiosa nos consultórios para que os pacientes entendam claramente condições como lesões e fraturas, por meio de imagens interativas de altíssimo nível. "O recurso contribui para o diálogo, deixando o diagnóstico mais palpável e acessível ao leigo."
Outro exemplo notável - que está entre nós há bastante tempo, mas poucos se dão conta de que é um caso evidente de inteligência artificial - é a cirurgia robótica. A tecnologia, cada vez mais aprimorada, permite intervenções nos Centro Cirúrgicos com altíssima precisão e menor risco de complicações. Potencializa a habilidade do médico, mas não o substitui. "Pelo contrário, oferece suporte para que ele tome as melhores decisões para o paciente."
Superando o receio com o avanço da IA
E por que ainda tanto receio? O novo assusta. O definitivo assusta. E algoritmos, chatbots, prompts, redes neurais, big datas e outros termos do glossário das máquinas vieram para ficar. Mas é importante destacar que a inteligência artificial não suprime responsabilidades. Então, "que saibamos mergulhar nesse universo e lançar mão do valioso aliado que temos para a desburocratização, para o refino de decisões clínicas, apoio científico e, sim, para maior dedicação aos nossos pacientes." Temos aqui um prognóstico de sucesso.
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AGÊNCIA BRASIL
Governo lança campanha sobre importância do programa Mais Médicos
O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (13/1) uma campanha publicitária sobre o programa Mais Médicos, que será veiculada na televisão, rádio, mídias e painéis digitais.
Chamada de Onde Tem Vida, Tem Mais Médicos. E Onde Tem Mais Médicos, Tem Governo Federal e um Brasil Bem Cuidado, a campanha pretende sensibilizar a população sobre a importância do programa, além de incentivar a busca de informações sobre os atendimentos pelo portal do Mais Médicos.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013, com o objetivo de ampliar a assistência à atenção básica de saúde levando médicos para atuarem em regiões prioritárias, remotas, de difícil acesso e de alto índice de vulnerabilidade, onde há escassez ou ausência desses profissionais.
Em 2023, o programa foi relançado e rebatizado de Mais Médicos para o Brasil, passando a incluir outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais, e prometendo priorizar profissionais brasileiros.
“O Mais Médicos é uma realidade, e faz diferença. Na Estratégia de Saúde da Família , hoje, o programa permite horários de atendimento estendidos”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Segundo o Ministério da Saúde, a atenção primária chegou à marca de 26.872 vagas preenchidas no Mais Médicos no final do ano passado, sendo 601 para atuação em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) . Destes, 50 profissionais foram encaminhados para o território Yanomami. Outro destaque, informou a pasta, foi a abertura de editais com regime de cotas étnico-raciais e para pessoas com deficiência (PCDs), com a oferta de 3,1 mil vagas para profissionais de 1.574 municípios brasileiros.
A nova campanha poderá ser vista no portal do programa.
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SAÚDE BUSINESS
Regulação do uso de sistemas de informação: o caso do Atesta CFM
Justiça suspende resolução que exigia plataforma única para atestados.
No contexto atual, em que diversas instituições tentam ampliar suas competências aproveitando-se de um cipoal normativo complexo e confuso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) implementou, por meio da Resolução 2.382/2024, a plataforma Atesta CFM para emissão e gerenciamento de atestados médicos.
A resolução estabelecia que, a partir de novembro de 2024, apenas os atestados emitidos pela plataforma do CFM ou por sistemas integrados seriam considerados válidos. Essa medida visava combater a falsificação de atestados médicos, centralizando as informações em um banco de dados gerido pelo próprio CFM.
Contudo, essa iniciativa levantou questões jurídicas quanto à competência do CFM para impor o uso obrigatório de um sistema de informações em saúde, e suas possíveis repercussões em termos de segurança jurídica e de proteção de dados sensíveis.
Os conselhos profissionais, como o CFM, têm a função de supervisionar o exercício ético e técnico das profissões regulamentadas. No caso dos médicos, o CFM deve fiscalizar o exercício profissional e zelar pela ética médica, conforme estabelece a Lei 3.268/1957. Contudo, essa mesma legislação não confere ao CFM a prerrogativa de criar sistemas de informação obrigatórios para o exercício da medicina, especialmente em áreas que envolvem o manejo de dados sensíveis, como a saúde dos pacientes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já delimitou o alcance da atuação dos conselhos profissionais, afirmando que esses órgãos possuem autonomia administrativa e financeira, mas suas competências devem se restringir à fiscalização do exercício profissional. Iniciativas que extrapolam essa função, como a criação de sistemas obrigatórios de emissão e armazenamento de atestados, podem comprometer a integridade do sistema regulatório, principalmente se não há alinhamento com os órgãos públicos competentes para a regulação de dados e tecnologias em saúde, como o Ministério da Saúde, a Anvisa e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A plataforma Atesta CFM propôs um sistema único para emitir, armazenar e validar atestados médicos, com um banco de dados acessível a profissionais, pacientes e empregadores, incluindo a oferta de um serviço pago para validação avançada desses documentos.
Essa centralização de dados sensíveis de saúde sob gestão do CFM, porém, suscita preocupações quanto à segurança e privacidade, especialmente diante da ausência de supervisão direta de órgãos especializados em proteção de dados.
A imposição de um sistema centralizado e obrigatório também poderia acarretar riscos de desassistência, pois não considerava as diversidades regionais e as limitações de recursos tecnológicos em várias localidades do Brasil. A obrigatoriedade do uso da plataforma, sem a opção de outros sistemas independentes, cria uma concentração de mercado que favorece o CFM, potencialmente em detrimento da autonomia dos gestores de saúde pública e da escolha de ferramentas que melhor se adaptem às suas necessidades.
Nesse sentido, recente decisão da Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu a Resolução CFM 2.382/2024 em resposta a uma ação anulatória proposta pelo Movimento Inovação Digital. A decisão liminar, proferida pelo juiz Bruno Anderson Santos da Silva, da 3ª Vara Federal de Brasília, considerou que o CFM ultrapassou sua competência regulamentar ao impor o uso exclusivo da plataforma Atesta CFM para a emissão de atestados médicos. Segundo o magistrado, essa medida invade competências reservadas à União e a órgãos específicos, como o Ministério da Saúde e a ANPD, que possuem autoridade para regulamentar o uso de dados e tecnologias em saúde.
Na análise da decisão, o juiz destacou a ausência de uma Avaliação de Impacto Regulatório (AIR) que justificasse a necessidade e adequação do sistema para combater fraudes em atestados. Além disso, a Resolução foi considerada desproporcional, uma vez que a criação de um sistema único e obrigatório de emissão de atestados médicos excede a função de fiscalização profissional do CFM e compromete o livre exercício da profissão ao impor exigências não previstas em lei.
A decisão do Judiciário reflete a importância de que conselhos profissionais atuem dentro de seus limites legais e de forma colaborativa com outros órgãos. A regulação de plataformas digitais e o controle de dados sensíveis de saúde demandam uma abordagem integrada que envolva os setores de saúde pública, proteção de dados e governança digital. A suspensão da resolução ressalta, ainda, o papel dos conselhos em promover alternativas regulatórias que respeitem a legalidade e a competência dos órgãos públicos, evitando a criação de obrigações que extrapolem seu escopo.
A centralização de dados sensíveis, como a proposta na plataforma Atesta CFM, deve ser conduzida por meio de processos transparentes e regulados, assegurando o envolvimento de entidades com expertise em proteção de dados e governança digital, como a ANPD. Além disso, iniciativas como essa demandam uma análise criteriosa dos impactos sobre o direito fundamental à privacidade e à segurança de dados.
Se a medida do CFM tivesse sido implementada, poderia ter estabelecido um precedente de concentração de poder sobre dados sensíveis nos conselhos profissionais, criando um cenário de insegurança jurídica e de fragmentação regulatória. Para evitar esses riscos, a regulamentação de tecnologias de informação em saúde deve ser discutida de forma ampla e em diálogo com as políticas públicas de governança de dados, como preconiza a Lei 13.873/2019, que estabelece a AIR como mecanismo essencial para decisões dessa natureza.
A suspensão da Resolução CFM 2.382/2024 representa um avanço na busca por uma governança equilibrada em saúde e na proteção de dados pessoais. Ao limitar a ação do CFM, o Judiciário preserva o princípio da legalidade e resguarda a competência dos órgãos que atuam na regulação de tecnologias e dados de saúde, como o Ministério da Saúde e a ANPD.
Assim, fica evidente a necessidade de que os conselhos profissionais respeitem suas competências e busquem soluções que, além de legais, sejam construídas por meio do diálogo institucional. A regulação de plataformas digitais e o controle de dados sensíveis devem ser conduzidos por órgãos competentes, com ampla participação das partes interessadas, assegurando a proteção de direitos fundamentais e o respeito aos limites legais.
*Florentino Júnio Araújo Leônidas é sócio da Eixo Estratégia Política, sanitarista pela UnB, mestre em Direito Econômico e Desenvolvimento pelo IDP e pós-graduado em Gestão de Políticas Públicas pelo Insper. Thiago Lopes Cardoso Campos é advogado sanitarista, professor de Direito Sanitário, Diretor Regional Nordeste do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (IDISA) e conselheiro Estadual de Saúde da Bahia.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Sustentabilidade corporativa no setor de saúde: como o compliance impulsionará o mercado em 2025
Telemedicina: conheça os benefícios e as dificuldades da modalidade no Brasil
Ministério da Saúde vai enviar mais 26 mil frascos de insulina humana para apoiar estados
Paciente relata erros e sequelas após procedimento estético em clínica investigada por deformar clientes: 'Sentia tirar a cartilagem'
PORTAL G7
Sustentabilidade corporativa no setor de saúde: como o compliance impulsionará o mercado em 2025
De acordo com especialistas, a implementação de práticas de governança corporativa em operadoras de saúde garante a segurança dos pacientes e fortalece a credibilidade das instituições
Com a crescente demanda por transparência e responsabilidade nas operações empresariais, a sustentabilidade corporativa tem se tornado um pilar fundamental para empresas de diversos setores, e com a saúde não seria diferente. Em 2025, as práticas de compliance serão essenciais no cenário das operadoras de saúde, com impacto significativo tanto para as empresas quanto para seus beneficiários.
O compliance não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também um reflexo da responsabilidade social das instituições. Em um mercado cada vez mais exigente, os consumidores estão mais atentos às práticas das empresas, e a credibilidade se tornou um ativo estratégico. A adesão ao compliance permite que as operadoras de saúde construam relações de confiança com seus usuários. Além disso, um programa de governança mantém a empresa em conformidade com as normas regulatórias do universo que rege o setor, como a Resolução Normativa nº 443 da Anvisa, que estabelece diretrizes básicas de compliance por parte das operadoras e planos de saúde nacional, para garantir a qualidade do atendimento e a segurança dos dados dos pacientes.
A implementação de um programa de governança corporativa eficaz em saúde pode ser o diferencial que assegura o sucesso de uma empresa no mercado. Para isso, é importante seguir alguns passos:
Avaliação de riscos:
Entender os riscos associados à operação e implementar controles internos eficazes para mitigá-los.
Treinamento e capacitação:
Investir em treinamentos constantes para colaboradores, promovendo uma cultura de ética e compliance dentro da organização.
Transparência:
Adotar políticas de transparência que garantam o acesso a informações claras e precisas para os pacientes, parceiros e reguladores.
Tecnologia de governança:
Utilizar ferramentas tecnológicas para garantir a rastreabilidade e o controle das operações, além de melhorar a eficiência e a segurança.
"A implementação de práticas de governança e compliance nas operadoras de saúde não é uma opção, é uma necessidade. Elas garantem não apenas a conformidade legal, mas também contribuem para a construção de um ambiente mais ético e seguro para os pacientes. Em 2025, é imperativo que as instituições de saúde se adaptem a essas novas exigências, garantindo, assim, a sua sustentabilidade no mercado e a confiança dos consumidores"; destaca Waldyr Ceciliano, médico e CEO da True, empresa especializada em auditoria, compliance e consultoria no setor de saúde.
Portanto, as operadoras de saúde que investirem em práticas sólidas de compliance e governança corporativa estarão não apenas protegendo suas operações de possíveis riscos legais, mas também agregando valor à sua imagem, o que se traduz em um diferencial competitivo no mercado atual. A sustentabilidade corporativa, com foco no compliance, será um dos pilares que sustentará o crescimento do setor nos próximos anos.
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GAZETA DA SEMANA
Telemedicina: conheça os benefícios e as dificuldades da modalidade no Brasil
Tecnologia democratiza e amplia o acesso, mas ainda esbarra na falta de inclusão digital
Marco importante na história da saúde, a telemedicina é o recurso tecnológico que possibilita o acesso a serviços de saúde a distância. Por meio do uso de computadores, celulares ou tablets, um paciente pode ter acesso a consultas médicas sem a necessidade de locomoção. Esse expediente foi muito popularizado durante a pandemia de covid-19 e segue sendo fundamental para as questões referentes à acessibilidade.
Principais vantagens da telemedicina
Entre as vantagens da telemedicina, é possível listar o acesso mais rápido ao serviço de saúde e a eliminação da necessidade de deslocamento ou até mesmo viagens por parte do paciente. Para médicos e hospitais, a vantagem é a celeridade no diagnóstico, acesso a imagens melhores, diagnósticos mais precisos e melhor troca de informações entre diferentes serviços. Para a saúde como um todo, há a diminuição no contágio de doenças infecciosas.
Regulamentação do uso é recente
Devido ao sucesso da prática, em 2022, o Conselho Federal de Medicina, o CFM, regulamentou seu uso. Por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União, foram estabelecidas normas importantes para seu uso, como a possibilidade do uso síncrono e assíncrono, isto é, online e offline. Regulamentou também desde as simples consultas até mesmo a telecirurgia e o telemonitoramento de aparelhos.
A resolução também traz pontos importantes, como fiscalização do uso, necessidade de consentimento do usuário, proteção de dados e acompanhamento clínico presencial obrigatório para casos de doenças crônicas. Por ora, nenhuma especialidade médica está restrita de ser praticada a distância. Clínica médica, cardiologia, pneumologia e neurologia estão entre aquelas que mais aderiram a esse uso.
Receituários e atestados possuem a mesma validade dos documentos físicos, desde que cumpram alguns requisitos, como ter o nome e o CRM do médico, identificação do paciente, registros de data e hora do atendimento e assinatura com certificação digital do médico no padrão ICP-Brasil.
Acessibilidade e democratização do acesso
Um papel importante da telemedicina é certamente o papel social e econômico. A telemedicina diminui custos de deslocamento e dispêndio de tempo, e democratiza o acesso, levando atendimento principalmente para quem está distante dos grandes centros. Ou seja, a telemedicina pode chegar às comunidades que eram pouco ou nada atendidas por serviços de saúde.
Em um país grande como o Brasil, pode-se estender esse entendimento para áreas rurais e até mesmo para áreas remotas de floresta, caso de comunidades amazonenses, por exemplo. O impeditivo fica mesmo por questões tecnológicas, como acesso a sinal ou a um aparelho celular. E este problema ainda está longe de ser superado.
Dificuldades socioeconômicas e geográficas ainda se impõem
Pesquisa da TIC Domicílios, feita em 2022, apontou que 36 milhões de pessoas não têm acesso à internet, principalmente pessoas idosas e negras das regiões Sudeste e Nordeste. Trata-se de um dos reflexos da desigualdade socioeconômica do país. Este problema dificulta ou até mesmo impossibilita o acesso ao direito à telemedicina. Nestes casos, a medicina presencial ainda se faz completamente necessária.
Contudo, o cenário é animador. Os profissionais que estão se formando na faculdade de medicina poderão colher frutos desta que é uma das áreas que mais cresce na medicina. Devido à comprovada redução de custos, o estudo Distrito Healthtechs Report 2023 projeta um crescimento no montante movimentado de quase 19% ao ano até 2030. Logo, a telemedicina se mostra vantajosa a todos.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministério da Saúde vai enviar mais 26 mil frascos de insulina humana para apoiar estados
O Ministério da Saúde vai enviar mais 26 mil frascos de insulina humana regular para auxiliar no abastecimento da rede hospitalar do SUS. A distribuição atende à demanda apresentada pelos estados. A iniciativa é parte da estratégia do governo federal para enfrentar a restrição mundial desses medicamentos. Até dezembro de 2024, foram entregues cerca de 59 milhões de unidades de insulina humana NPH e cerca de 12 milhões da regular, nas apresentações frasco e caneta, para atender à demanda da atenção primária.
A pasta coordena, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), ação estratégica de manutenção dos estoques. Os dados referentes ao estoque e consumo mensal nas unidades hospitalares locais foram informados pelos estados, por meio do Coleta Estoque, instrumento desenvolvido para coletar dados nacionais de forma periódica, a fim de contribuir no monitoramento desses medicamentos.
Está em andamento a aquisição dessas insulinas via Parceria de Desenvolvimento Produtivo, com vistas ao fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial de Saúde do país. Para assegurar o abastecimento das insulinas no SUS, o Ministério da Saúde ampliou, em 2024 e 2025, a concorrência nas aquisições com a participação de empresas internacionais. O processo foi orientado pela Resolução da Diretoria Colegiada n° 203/2017 da Anvisa, que dispõe sobre os critérios e procedimentos para importação, em caráter de excepcionalidade, de produtos com registro em agências internacionais de vigilância sanitária certificadas.
Também foram firmados outros dois contratos para aquisição das insulinas humanas NPH e regular. As primeiras remessas desses medicamentos foram entregues em dezembro/2024, com continuidade neste ano de 2025. Com as medidas, a pasta reafirma que o fornecimento das insulinas humanas NPH e regular para a população brasileira é essencial e que tem mantido os estoques abastecidos.
Entre as ações do Ministério da Saúde, destacam-se:
Solicitação de antecipação de entrega das parcelas contratuais;
Articulação junto à Anvisa sobre comercialização, importação e exportação das insulinas humanas NPH e regular;
Solicitação de priorização de processos referentes às insulinas e comunicação quanto ao abastecimento dessas insulinas na Rede SUS;
Aquisição das insulinas humanas frascos e canetas reutilizáveis via Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) Funed-Biomm, fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde;
Incorporação de insulinas análogas de ação rápida e prolongada para diabetes mellitus tipo 2, aumentando assim as opções de oferta de insulinas no SUS;
Celeridade nos processos aquisitivos e priorização no recebimento das insulinas junto aos laboratórios fornecedores e envio às Secretarias de Saúde;
Avaliação do cenário do abastecimento e estoque dos estados e municípios em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems);
Reuniões permanentes com fabricantes de insulinas humanas NPH e regular, com e sem registro na Anvisa, sobre disponibilidade do medicamento no mercado nacional e internacional.
Cidadãos com indicação médica para o uso de insulina humana que enfrentarem dificuldades para obter o medicamento em farmácias privadas, incluindo aquelas vinculadas ao programa Farmácia Popular, devem procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para atendimento.
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PORTAL G1
Paciente relata erros e sequelas após procedimento estético em clínica investigada por deformar clientes: 'Sentia tirar a cartilagem'
Mais de 60 pessoas procuraram a polícia para denunciar erros em procedimentos e lesões irreversíveis. A influenciadora Karine Gouveia e o marido, donos da clínica, estão presos.
Pacientes da clínica de Goiânia investigada por deformar clientes relataram erros e sequelas que sofreram após realizar procedimentos estéticos no local. Em entrevista ao Fantástico, o empresário Marcelo Santos deu detalhes sobre a realização do procedimento: “Fizeram raspagem e eu sentindo, acordado. Senti tirar pele, senti tirar cartilagem, senti raspar o osso”.
A influenciadora Karine Gouveia e o marido Paulo César Dias, donos da clínica, foram presos no dia 18 de dezembro em uma operação policial que investiga a realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos e psicológicos a pacientes (veja nota da defesa no fim do texto). Além de Marcelo, mais de 60 pessoas já procuraram a polícia para denunciar o estabelecimento.
O empresário contou ao Fantástico que fez um procedimento para reduzir o tamanho do nariz. No entanto, a cirurgia não deu certo e ele chegou a fazer um segundo procedimento na mesma clínica para corrigir o erro.
“Hoje, para eu fazer minha cirurgia de correção, vai custar em torno de R$ 60 mil. Eu não tenho condições”, afirmou Marcelo.
Além dos danos estéticos, o empresário disse que precisa de outros tratamentos de saúde para superar o trauma: “Eu não consigo dormir direito. Tive problemas mais fortes, depressão, ansiedade”.
A psicóloga Vânia Ribeiro também passou por procedimentos que não deram certo na Clínica Karine Gouveia. Ela investiu quase R$ 20 mil em uma harmonização facial, que incluia intervenções nas pálpebras inferiores, no "bigode chinês" (linhas de expressão que ficam entre o nariz e boca), nos lábios e no ângulo da mandíbula.
No entanto, ao invés de aplicarem ácido hialurônico conforme combinado com a psicóloga, ela recebeu óleo industrial no rosto. Exames realizados pela Polícia Científica de Goiás comprovaram a verdadeira composição do produto.
“Eu fiquei muito desesperada. Eu furei minhas pálpebras inferiores e apertei bastante para ver se o produto saía”, contou a psicóloga.
O superintendente da Polícia Científica de Goiás, Ricardo Matos, informou que os produtos da clínica eram adulterados para aumentar a margem de lucro dos procedimentos.
“Eles vinham produzindo, adulterando, diluindo esses medicamentos para aplicação nos pacientes”, afirmou ao Fantástico.
Uma outra paciente da clínica, que não quis se identificar, relatou ao Fantástico que pagou cerca de R$ 4,5 mil para realizar uma lipo de papada, e agora precisa conviver com cicatrizes e dor.
“Quando eu olho no espelho, eu levo um choque. Movimentar o pescoço de um lado para o outro, repuxa. Para mim, abaixar, dói. Então, é doloroso até hoje”, afirmou a mulher.
Investigação
Karine Gouveia e o marido Paulo Cesar Dias Gonçalves foram presos no dia 14 de dezembro de 2024 e seguem detidos. A dona da clínica não tem formação na área da saúde e o marido cuidava da parte administrativa do negócio.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Goiás Daniel Oliveira, o casal é investigado pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato.
A polícia informou que os procedimentos eram realizados sem condições adequadas. Os profissionais não tinham habilitação necessária para o manejo das substâncias usadas, e as instalações da clínica apresentavam problemas, como falta de esterilização e uso de bisturis cegos, mostrou a investigação.
As duas unidades da clínica em Goiânia e Anápolis foram fechadas pela Vigilância Sanitária em dezembro de 2024. Daniel Oliveira disse que os fiscais documentaram pelo menos 18 irregularidades durante as inspeções. A unidade de Anápolis sequer possuía alvará de licença sanitária e projeto arquitetônico aprovado pelo órgão sanitário competente para funcionar, apontou a PC.
De acordo com a polícia, um dentista que é responsável técnico pela clínica, afirmou que aprendeu os procedimentos na prática, desde que começou a trabalhar no local. Ele, que afirmou já ter realizado até oito procedimentos num único dia, disse que a clínica cobrava R$ 5 mil para uma cirurgia de nariz. Para o mesmo procedimento, um cirurgião-plástico cobra uma média de R$ 30 mil.
Segundo a PC, o dentista relatou que o baixo custo dos procedimentos gerava uma alta demanda por atendimento. “Ele revelou que havia agendamentos com intervalos menores que uma hora, totalmente insuficientes para procedimentos cirúrgicos”, diz texto enviado pelo delegado Daniel Oliveira.
Os envolvidos tiveram as contas bancárias, bens e valores bloqueados. No total, são R$ 2,5 milhões apreendidos e um helicóptero avaliado em R$ 8 milhões.
Sequelas
O delegado Daniel Oliveira afirmou que a investigação teve início em abril de 2024 após a primeira denúncia de uma paciente. Mais de 60 pessoas já procuraram a polícia para relatar sequelas e erros cometidos na Clínica Karine Gouveia. Há casos graves, como uma vítima que precisou ser entubada após sofrer a necrose no nariz; imagens são fortes (veja abaixo).
"Há vítimas que estão na fila do SUS para reparar os erros desses procedimentos. Além dessas lesões, que elas sofriam, a gente identificou que a presença de substâncias como PMMA e silicone, em procedimentos que só poderiam ser realizados por médicos cirurgiões plásticos", afirmou o delegado.
A polícia informou que a clínica atraía clientes com preços abaixo do mercado, por meio de um forte trabalho nas redes sociais, que contava até com a colaboração de famosos.
“Eu vi a repercussão que tinha clínica, as postagens, a quantidade de famosos, a quantidade de seguidores, a quantidade de pessoas elogiando... O valor foi interessante, mas o fundamental foi a extrema credibilidade que as postagens dela passavam", afirmou o empresário Marcelo Santos.
Quando procurada por alguma vítima, a PC disse que a clínica atribuía culpa ao paciente, dizendo que ele não teria tomado os cuidados necessários no pós-cirúrgico. Em alguns casos, a clínica chegou a intimidar clientes que buscavam reparação, disse Daniel Oliveira.
O que dizem os acusados
Veja abaixo a nota enviada pela defesa dos acusados, na íntegra.
Os advogados dos investigados Karine Gouveia e Paulo César, Romero Ferraz Filho, Tito Souza do Amaral e Caio Victor Lopes Tito, respectivamente, informam:
Karine Gouveia e Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime. Quanto ao número crescente de pessoas que têm se manifestado, os investigados respeitam profundamente, mas é necessário analisar cada caso individualmente. Por exemplo, há pessoas que não seguiram as recomendações pós-procedimento, portanto, as consequências disso não se devem ao procedimento em si. Por isso, é essencial entender cada caso de forma isolada. A defesa alerta para a importância de se realizar perícias em cada caso, o que ainda não foi feito, com a participação de todas as partes envolvidas, incluindo os conselhos responsáveis, para garantir que todas as questões técnicas sejam devidamente validadas.
Sobre os procedimentos estéticos realizados na clínica, todos os pacientes sempre foram tratados com profundo respeito e cuidado. A defesa e os investigados acreditam que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, inclusive - mas não se limitando - aos procedimentos realizados em 2017, que só agora estão vindo a público. É necessário compreender o que ocorreu nesse intervalo de tempo. Esse entendimento é tanto um direito quanto um dever dos empresários, diante dos 8 anos de atuação no mercado e dos mais de 30 mil procedimentos realizados. Vale ressaltar ainda que os empresários investiram milhões na construção da clínica, que conta com uma estrutura de 300 metros quadrados e uma equipe de 30 funcionários. A clínica sempre tratou com seriedade as questões de insatisfação dos pacientes, buscando resolvê-las com respeito e urgência.
Sobre a clínica de Goiânia e o alvará de funcionamento da clínica de Anápolis, em razão das prisões e das apreensões de documentos, a defesa não tem condições de fazer qualquer afirmação quanto aos alvarás, dada a dificuldade de confirmação das informações. Mas ressalta que todas essas questões administrativas serão regularizadas, como sempre são, ao seu tempo e ordem, conforme determinado pela vigilância.
Sobre a formação da Karine, a defesa esclarece que ela é empresária e nunca disse ser biomédica, assim como jamais executou qualquer procedimento na clínica. Esse áudio divulgado pela autoridade policial, violando o processo que corre em sigilo de Justiça, não condiz com a voz de Karine, o que qualquer perícia pode comprovar, se for verídico e íntegro.
A defesa manifesta ainda que o que está acontecendo com a Karine e o Paulo César, para além de ser uma prisão absolutamente ilegal, a acusação da execração e condenação pública contra pessoas ainda em fase de investigação, sem ainda qualquer comprovação de culpa, para constranger o Poder Judiciário a enfrentar a ilegalidade, tal qual aconteceu com a Escola Base de São Paulo, quando uma denúncia de um suposto abuso sexual mudaria para sempre os rumos dos donos da escola, a partir da condenação pública por depoimentos sem fundamentação e comprovação.
O uso irresponsável da forca da autoridade policial em um processo que corre em segredo de justiça, tem instigado e inflamado tal conduta por parte da sociedade com a divulgação de possíveis indícios, mas todas eles, sem qualquer perícia comprovada. Os casos dos quais a defesa tem conhecimento aconteceram em 2017, no início da operação de clínica, há 8 anos. E injusto tirar o direito de defesa de qualquer cidadão. É um absurdo que haja uma condenação, antes mesmo de haver uma investigação que precisa de todos os fatos periciados e comprovados.
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Assessoria de Comunicação
Suspensão de pagamentos de 2024 afeta prestadores de serviços de saúde em Goiânia
Escrito por AdministradorA prefeitura de Goiânia suspendeu os pagamentos das despesas da gestão referentes ao exercício de 2024. A medida, que afeta também os prestadores de serviços de saúde, foi confirmada pelo prefeito Sandro Mabel, formalizada por meio de um decreto publicado no Diário Oficial do Município.
Segundo o decreto, a medida visa “a reavaliação das finanças públicas municipais e a preservação da responsabilidade fiscal”. O secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, disse que a decisão temporária é uma resposta à “necessidade de ajustar os fluxos de caixa do Tesouro Municipal, frente ao atual cenário de restrição financeira, agravado pelo comprometimento de receitas e pelo acúmulo de despesas realizadas em exercícios anteriores”.
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DESTAQUES
Opinião | Judicialização da saúde, 'fenômeno' brasileiro
Exportações de dispositivos médicos crescem 8% no Brasil
Artigo - Inteligência artificial não substitui médico e deve ser usada com critério ético
Riscos criminais da RDC 936/2024 para os profissionais e empresas do setor de saúde
Ministério da Saúde monitora casos de dengue, chikungunya e zika em Goiás
Com fila única de cirurgias, Goiás avança na diminuição da fila e do tempo de espera por procedimentos
O ESTADO DE S.PAULO
Opinião | Judicialização da saúde, 'fenômeno' brasileiro
David Uip e Renata Santos
A medicina vem propiciando que vivamos mais tempo, mas nem o sistema público nem o privado estão preparados para isso. É preciso mais investimentos
Há mais de duas décadas os sistemas público e privado de saúde vêm enfrentando o fenômeno da "judicialização em saúde", que cresce exponencialmente em valores e exige constantes ajustes de rota por parte dos gestores.
Em 2003, a judicialização envolvia artigos como papel higiênico e a entrega de itens comprados em feira; depois, vieram até fraldas e protetores solares. Nada relativo a terapias medicamentosas.
Houve casos em que a judicialização foi benéfica. Existiram grandes demandas judiciais que beneficiaram populações com moléstias então negligenciadas pelo poder público, tais como HIV, hepatite C, doenças raras e oncológicas, entre outras.
De outra sorte, e lamentavelmente, uma parte da indústria farmacêutica promoveu ensaios clínicos de novos produtos por meio da judicialização. Em vez de custear o tratamento com recursos próprios, algumas farmacêuticas apresentavam os resultados clínicos com a base de dados dos pacientes que recebiam medicamentos por meio de ações judiciais. Um descalabro, às custas do erário.
Não para por aí. Existia, e agora está regulamentada, a prescrição de medicamentos para uma doença não descrita na bula daquele fármaco - chamada de prescrição off label. A indústria proprietária da patente do medicamento não confirma a indicação, não fez estudos rigorosos que garantam seu resultado, mas os médicos já receitam e o Judiciário determina a entrega. É outro absurdo.
É de se considerar, no entanto, que, em muitos casos, a procura pelo Judiciário para recepção de medicamentos é justa e se deve ao fato do desabastecimento dos itens nas farmácias públicas. O paciente não tem como esperar.
Também é preciso destacar que a classe médica, de forma abrangente, não se informa sobre quais são os tratamentos possíveis para os diferentes planos de saúde e para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A nossa legislação em saúde tem muitas "vírgulas". Também é esparsa, com a edição de diversas portarias regularmente modificadas ao longo dos anos, o que torna as normativas bastante difíceis de serem acompanhadas.
Entre 2013 e 2018, na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), trabalhamos no combate à judicialização, atuando incansavelmente para minimizar os danos aos pacientes e aos cofres públicos.
Nos aproximamos do Poder Judiciário, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça e Conselho Nacional de Justiça, com o inestimável apoio da Procuradoria-Geral do Estado.
À época existiam em torno de 53 mil demandas ativas, envolvendo solicitação de medicamentos, insumos e correlatos, e de procedimentos, como exames, consultas e cirurgias. No comando da área de judicialização, reduzimos em 25% o número de processos contra a pasta da Saúde no período de 2016 a 2018, com uma queda de 30% (economia de R$ 300 milhões) nos valores despendidos pelo Tesouro do Estado no custeio dessas demandas.
O sucesso veio do grupo de trabalho criado pelo Tribunal de Justiça com vistas à demonstração ao Judiciário dos danos da judicialização, e o oferecimento pela SES-SP da solução administrativa de conflitos.
No SUS, a responsabilidade pela inclusão de medicamentos é da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), do Ministério da Saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação dos planos privados de saúde, usa as mesmas bases da Conitec.
Esses processos, no entanto, não são rápidos o suficiente para alcançar o desenvolvimento da indústria da medicina - até mesmo porque a criação de novas tecnologias precisa de testes, resultados, protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas que muitas vezes são apresentados após o lançamento do novo produto, com base em aprovações feitas no exterior e sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os gastos no Estado de São Paulo ainda giram em torno de R$ 900 milhões ao ano com o atendimento das demandas judiciais.
O "caos judicial" no sistema privado de saúde entrará nas mesmas fases já percorridas pelo poder público: observação, registro, tomada de decisão em conjunto com o Judiciário.
A saúde suplementar cada vez mais vêm apresentando aos pacientes contas altas quando da sua saída de alguns hospitais, com a alegação de que o tratamento não era coberto pelo plano. Ocorre que o paciente, ou mesmo o responsável por ele, não teve, na maior parte dos casos, acesso a essa informação.
Nem sempre os menos favorecidos conseguem alcançar o Judiciário, o que traz ainda mais desigualdade no fornecimento de saúde para todos. Os pacientes e seus familiares são o elo fraco da relação.
A medicina vem propiciando que vivamos mais tempo, mas nem o sistema público nem o privado estão preparados para isso. É preciso mais investimentos.
Dificilmente aquele que deixou acontecer a "catástrofe" terá condições de lidar com seus efeitos. A história é recente, mas basta estudar os caminhos já percorridos, ver o que funciona e o que não funciona, para não levarmos o sistema de saúde à falência.
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São, respectivamente, médico infectologista, reitor do centro universitário FMABC, diretor nacional de infectologia da rede d'or, ex-secretário de estado da saúde de São Paulo (2013-2018); e advogada especializada na área de direito em saúde, ex-assessora de gabinete da secretaria de estado da saúde de São Paulo
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SAÚDE BUSINESS
Exportações de dispositivos médicos crescem 8% no Brasil
Alemanha, Estados Unidos, China, Argentina e Holanda se destacam como os principais parceiros comerciais.
Dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) apontam um aumento de 8% nas exportações brasileiras de produtos para a saúde entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. O total movimentado foi de US$ 616 milhões. As importações, por sua vez, tiveram um crescimento ainda mais expressivo, de 19%, alcançando US$ 6,052 bilhões. Já o consumo de dispositivos médicos no Brasil registrou alta de 10,6% no período.
De acordo com José Márcio Cerqueira Gomes, presidente executivo da ABIIS, o setor retomou níveis similares aos de setembro de 2019, após a desaceleração causada pela pandemia. Ele destaca perspectivas otimistas para o setor, impulsionadas pela conscientização sobre prevenção, maior uso da medicina diagnóstica, adoção de tecnologias inovadoras como robótica e inteligência artificial (IA) e o reconhecimento da qualidade do serviço de saúde brasileiro, que consolida o país como um hub de turismo médico internacional.
“Tudo isso contribui para o aumento da demanda por produtos e serviços do setor. Por outro lado, as fusões e aquisições, a concentração de empresas e a verticalização entre planos de saúde, hospitais e prestadores de serviços de diagnóstico pressionam preços e margens de produtos”, analisa Gomes.
Principais parceiros comerciais
A Alemanha foi o principal fornecedor de dispositivos médicos para o Brasil nos nove primeiros meses de 2024, representando 15,6% das importações do setor. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, com 15,3% e liderança em 10 segmentos de mercado, e a China, com 10,5%.
No campo das exportações, os Estados Unidos lideraram como destino de 22% do total comercializado pelo Brasil no período, movimentando US$ 136 milhões. A Argentina ficou em segundo lugar, com 7,5%, seguida pela Holanda, com 6,4%. Entre os segmentos exportados, destacam-se os equipamentos e materiais de apoio para “OPME” (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), que representaram 61,2% das vendas brasileiras aos Estados Unidos.
Fonte de dados
O Boletim Econômico ABIIS, desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica, apresenta uma análise detalhada sobre o desempenho do setor. Para mais informações, acesse o site da ABIIS – Dados Econômicos.
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Artigo - Inteligência artificial não substitui médico e deve ser usada com critério ético
Sérgio Madeira
A tecnologia é conhecimento humano essencial, em todas as áreas. Não seria diferente na medicina. A Inteligência Artificial (IA) tem a capacidade de processar grandes volumes de dados, identificar padrões e estruturar hipóteses diagnósticas, trazendo agilidade e revolucionando a forma como pensamos o cuidado à saúde. A perspectiva de otimizar e aumentar a eficiência do sistema de saúde é tentadora.
Nesse contexto, é fundamental reforçar que ela jamais substituirá a experiência, a ética e o julgamento clínico humano, pilares essenciais para a prática médica. Doenças, diagnósticos, tratamentos e prevenção formam conjuntos epidemiológicos fundamentais para que o médico oriente o seu caso e a IA pode ajudar nisso. Mas cada ser humano é único, na sua história, no seu nicho social, habitacional, suas emoções, constituindo um intrincado labirinto com sutilezas que nunca vão aparecer na máquina, nos prontuários eletrônicos. Portanto, o uso da IA, que representa compromisso com a ciência, não pode abolir a intuição e a percepção delicada do subjetivo.
Dito de outra forma, vamos considerar a Medicina Baseada em Evidências, uma abordagem que reúne a melhores informações científicas disponíveis para tomar decisões clínicas. Não basta simplesmente aplicar as conclusões de um estudo, é necessário avaliar sua qualidade metodológica, validade, aplicabilidade à população alvo e consistência dos resultados. Há que se considerar a experiência do examinador e as preferências e valores do paciente, dentro da sua história de vida e de suas necessidades. É aí que entra o fator humano, a experiência que deve nortear o dia a dia do médico e nele a questão ética. Ignorar este imenso universo em troca da conclusão da IA é entrar no obscuro de sua caixa preta. A entrada neste sistema com milhões de arquivos, bancos de dados gigantescos e de diferentes origens, computadores e mais, os milhares de programadores e usuários de IA, traz para o produto final a possibilidade de agregar uma grande ajuda, mas também de estar produzindo cenários alucinados e conduzindo o médico a erros. Seja por regras estabelecidas pelo programador (os algoritmos) de forma errônea ou maliciosa.
Aí estão os desafios éticos, relacionados à privacidade e confidencialidade, aorisco de enviesamento que corrompe a trilha de equidade e desafios à transparência e clareza do racional. Como garantir a proteção de dados do paciente contra acessos não autorizados? Como evitar discriminações e garantir que não estamos lidando com resultados que no final, ampliam a iniquidade? Como assegurar que os processos e decisões complexas dos sistemas sejam compreensíveis para profissionais de saúde e pacientes?
A questão é tão relevante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e instituições internacionais como o Vaticano entraram na discussão para estabelecer diretrizes éticas e práticas para o uso dessa tecnologia. Aqui no Brasil esse movimento é liderado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pelo Instituto Ética Saúde (IES). Mais de 20 entidades, empresas e pessoas físicas, com o apoio da OPAS e do Ministério da Saúde, reafirmaram o compromisso com o Marco de Consenso para a Colaboração Ética Multissetorial na Área de Saúde. Trata-se de um dos maiores acordos setoriais da saúde do mundo, proposto pelo IES, com o objetivo de construir confiança e promover a colaboração em questões éticas.
Foram incluídos no Marco dois itens sobre a ética dos algoritmos: um reconhecendo “as limitações, vieses e riscos da IA, que podem gerar erro nos resultados”, e outro com “o compromisso dos signatários de promover programas de educação e treinamento bem como mecanismos de boas práticas para que, quando do uso de ferramentas de inteligência artificial, ocorra a garantia da confidencialidade dos dados, do uso diligente de tais ferramentas, do cumprimento do dever de revelação do uso às partes interessadas, do princípio da não delegação do processo decisório, da responsabilização dos profissionais e organizações que fizerem uso destas ferramentas”.
Este movimento mundial sinaliza que a participação da sociedade, a colaboração entre diferentes organizações, instituições e profissionais são indispensáveis para enfrentarmos os desafios que a tecnologia tem trazido e que se somam àqueles dilemas latentes de um sistema de saúde que responda as necessidades da população e, ao mesmo tempo, dê conta de demandas individuais.
Se há desafios éticos no processo sistêmico, para o médico há também desafios concretos: o uso da IA, no futuro imediato, é praticamente compulsório, exigindo dele, além da navegação no extenso oceano das ciências médicas, a pilotagem dos prompts no universo digital.
Em conclusão, a IA pode oferecer um suporte inestimável, ao pontilhar um caminho à frente. Mas ao médico, autônomo e muitas vezes solitário, cabe a responsabilidade indelegável de apontar o rumo, num processo extremamente sensível e humano, no qual a empatia, a escuta ativa e a consideração pelos valores e preferências do paciente nunca serão substituídas por um algoritmo. A depender do aparelho formador, a Universidade.
*Sérgio Madeira é médico e diretor médico do Instituto Ética Saúde.
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A REDAÇÃO
Ministério da Saúde monitora casos de dengue, chikungunya e zika em Goiás
Para ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores em Goiás, o Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (9/1), a instalação no estado de um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses.
O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com todos os municípios, além de pesquisadores e instituições científicas. Goiás registrou 354 casos prováveis de dengue na primeira semana epidemiológica de 2025. No mesmo período de 2024, foram registrados 3.459 casos.
Ação constante para controle das arboviroses
Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle das arboviroses em todo o território nacional.
Ano passado, para conter o aumento dos casos durante o período sazonal 2024/2025, o Ministério da Saúde reservou investimento de R$ 1,5 bilhão em uma estratégia que inclui uso dessas novas tecnologias, intensificação de campanhas educativas e outras medidas estratégicas. A pasta também reforçou a colaboração tripartite com governos estaduais e municipais.
Ainda como parte das ações para conter os impactos das arboviroses, o Ministério da Saúde realizou, em dezembro, o Dia D de Mobilização contra a Dengue, uma iniciativa nacional que uniu Governo Federal, estados, municípios e a população no controle da doença. A ação buscou conscientizar a sociedade sobre a importância de medidas simples para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Nísia Trindade lançaram o Plano de Ação 2024/2025 para reduzir os impactos das arboviroses no Brasil. Desde setembro de 2024, estão em implementação seis eixos de ação definidos pelo documento, elaborado em parceria com instituições públicas, privadas e organizações sociais.
As iniciativas incluem:
Prevenção e vigilância;
Organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento;
Mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos do mosquito transmissor estão dentro das residências;
Recomposição dos estoques de inseticidas no início da gestão, em 2023. Atualmente, 100% dos estados estão abastecidos;
Distribuição de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e outras arboviroses.
A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025 também foi firmada, como estratégia complementar. Ainda não há doses disponíveis em larga escala, pela limitação de produção do laboratório fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a estratégia principal. Até o momento, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.
Cenário epidemiológico nacional
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde.
Até a quarta-feira (8/1), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.
Plano de Contingência
Outra resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço da doença. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses.
O documento apresenta orientações para elaboração de planos regionalizados, estaduais e municipais, que levem em consideração os cenários específicos do contexto epidemiológico e dos arranjos socioambientais, incorporando experiências e iniciativas locais e regionais.
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JORNAL OPÇÃO
Com fila única de cirurgias, Goiás avança na diminuição da fila e do tempo de espera por procedimentos
A iniciativa reduziu a fila e fez com que ocorresse a busca ativa de pacientes
Goiás realizou, entre janeiro de 2023 e novembro de 2024, quase 339 mil cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No período, foi identificada e organizada a fila única de cirurgia eletivas, que era de 125.894 procedimentos em dezembro de 2022. A iniciativa reduziu a fila e fez com que ocorresse a busca ativa de pacientes.
Ao Jornal Opção, o secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos, a criação da fila única foi essencial para organizar a capacidade e o tempo de espera de procedimentos no Estado. “Conseguimos ter a programação e saber a capacidade que precisamos apoiar na solução dos casos. Além disso, sabemos os tipos de cirurgias, que são várias. Conhecendo essa demanda, conseguimos ter uma organização que permita a distribuição da demanda pelo estado e nossos parceiros para realizar esses procedimentos”, explica.
Rasível explicou que com isso, foi possível buscar pacientes que precisavam de cirurgias por meio de mensagens de texto. “Conseguimos localizar pacientes que não haviam feito cirurgias, verificando a prioridade para saber quem operar primeiro. Hoje, temos o tempo de espera que vai de 30 a 60 dias, a partir do momento em que o paciente é verificado para procedimentos simples”, continuou.
O secretário relata que mesmo não sendo possível zerar a fila, a intenção é diminuir ainda mais esse tempo de espera. “Precisamos fazer a gestão adequada da fila. Os pacientes entrando, conseguimos verificar a prioridade da cirurgia para que os quadros não se agravem e conseguimos fazer o manejo desses pacientes. Estamos trabalhando para ter capacidade que atenda a nossa demanda num tempo curto de espera. Queremos que o goiano não precise esperar mais de dois meses e meio para realizar cirurgias”, completou.
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MEDICINA S/A
Riscos criminais da RDC 936/2024 para os profissionais e empresas do setor de saúde
A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 936/2024, em vigor desde 2 de dezembro de 2024, introduziu mudanças significativas no controle de substâncias entorpecentes e psicotrópicas no Brasil, gerando novos desafios e potenciais riscos criminais para empresas do setor de saúde e profissionais da área.
Com a alteração, a fiscalização sobre a venda e prescrição de substâncias como opioides, fentanila e outros medicamentos de alto risco será ainda mais rigorosa. A prescrição médica será obrigatória para muitos desses medicamentos, com retenção de receita e controles mais rigorosos sobre o seu fornecimento. A consequência para empresas que não se adequarem à norma será o aumento do risco de processos criminais, incluindo acusações de comércio ilegal de substâncias e até falsificação de receitas.
Farmácias, drogarias e distribuidoras de medicamentos terão a responsabilidade de garantir que todas as substâncias controladas sejam vendidas exclusivamente com prescrição médica. Caso contrário, estarão sujeitas a sanções penais, que vão desde multas até o fechamento das operações. A fiscalização, por parte da ANVISA e outros órgãos, será mais intensa, e as empresas precisam se adaptar rapidamente a essa nova realidade, ajustando seus sistemas de vendas e controles internos.
Para os profissionais da saúde, as consequências podem ser igualmente graves. Médicos que prescreverem medicamentos controlados sem justificativa terapêutica ou de forma inadequada, ou ainda que emitirem receitas falsas, podem ser processados criminalmente. As penas podem incluir detenção, multas e até a perda do registro profissional.
A atualização também pode levar ao aumento da demanda por medicamentos no mercado paralelo, onde as substâncias controladas são adquiridas de forma ilegal. Aqueles que comprarem medicamentos sem a devida prescrição poderão ser acusados de tráfico de drogas ou uso de substâncias ilícitas, o que acarreta sérias implicações jurídicas.
A melhor maneira de profissionais e empresas se protegerem é através da adequação às novas normas e da adoção de práticas de compliance rigorosas. Isso inclui treinamentos visando garantir que todos os envolvidos no processo de prescrição, venda e distribuição de medicamentos estejam cientes das novas exigências; consultoria Jurídica, buscando orientação de advogados especializados para prevenir riscos legais e entender as mudanças nas regras de forma clara, bem como ajustes Operacionais, nos quais empresas devem revisar seus sistemas internos de controle e garantir que as vendas e prescrições sigam à risca as novas normas.
É inegável que a Resolução RDC 936/2024 apresenta desafios sérios para o setor de saúde, especialmente em relação aos riscos criminais. Empresas e profissionais precisam se adequar às novas exigências legais para evitar consequências graves. O cumprimento rigoroso da legislação será essencial para garantir a segurança jurídica e proteger a saúde dos pacientes, sem comprometer a integridade dos envolvidos.
*Henrique Zigart Pereira é advogado especialista da área penal empresarial do escritório Finocchio & Ustra Sociedade de Advogados.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Nos planos de saúde coletivos, Amil lidera reajustes; Bradesco acelera alta
Unimed Ferj atrasa pagamentos, e hospitais podem ser descredenciados
Acionistas pedem que UnitedHealth analise impacto de recusas de atendimento médico
Unimed Nacional alcança a maior pontuação no IDSS entre as principais operadoras de saúde do Brasil
Apenas 18% dos hospitais brasileiros possuem estratégias digitais definidas, revela estudo
Relatório analisa avanços da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros
Desamparo do médico frente às responsabilidades éticas e legais
SUS Digital amplia serviços com novos códigos para os serviços de telessaúde
O GLOBO
Nos planos de saúde coletivos, Amil lidera reajustes; Bradesco acelera alta
Entre as maiores operadoras de saúde do país, a Amil é a que mais vem reajustando os preços dos planos coletivos (adesão e empresariais), segundo análise do BTG Pactual com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Na outra ponta, os aumentos mais "tímidos" vêm da Hapvida. E, embora as operadoras estejam reduzindo o ritmo das altas, no geral, o Bradesco acelerou o reajuste, observa o BTG.
O reajuste anual médio praticado pelos planos coletivos entre setembro e novembro (dado mais recente da ANS) foi de 13,2%. No terceiro trimestre (julho a setembro), as operadoras haviam reajustado os planos que fizeram "aniversário" naquele período em 13,4%. No acumulado de 2024 até novembro, o reajuste anual médio aplicado foi de 13,8%, contra 14,5% no mesmo período de 2023.
Lucro?
Entre setembro e novembro, a Amil praticou um reajuste médio de 19,9%, o maior entre as operadoras pesquisadas pelo BTG. No entanto, houve uma desaceleração: no terceiro trimestre, a taxa estava em 21,2%.
"(Os reajustes) da Amil continuam chamando atenção na comparação com a média da indústria", escreveram os analistas do BTG.
Como se sabe, a operadora trocou de mãos no fim de 2023, quando o empresário José Seripieri Filho - o Júnior, fundador da Qualicorp - comprou o negócio das mãos da americana UnitedHealth Group e assumiu um passivo estimado em R$ 9 bilhões. Desde então, o empresário vem focando na rentabilidade do negócio e prometendo apresentar algum lucro no balanço referente a 2024. Em 2023, a operadora registrou uma perda contábil de R$ 4 bilhões.
Contraste
Na Hapvida, o reajuste anual caiu de 12,3% para 11,7% nos períodos analisados; na SulAmérica, foi de 16,8% para 16,6%; na Unimed Nacional, a alta anual média foi de 16% entre setembro e novembro, contra 16,6% no terceiro trimestre.
"Até agora, os números da Hapvida têm sido consistentes com a mensagem da operadora de que os aumentos devem desacelerar durante o ano", observou o relatório do banco. "Em contraste com a média do setor, os reajustes do Bradesco aceleraram."
A Bradesco Saúde praticou um reajuste médio de 17,6% nos planos coletivos entre setembro e novembro, contra 13,9% no terceiro trimestre.
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Unimed Ferj atrasa pagamentos, e hospitais podem ser descredenciados
Rede D' Or deixará de atender pacientes do plano mês que vem. Associação de Hospitais do Rio calcula que operadora deve cerca de R$ 2 bilhões a prestadores; empresa nega
Oito meses após a migração dos usuários da Unimed-Rio, a Unimed Ferj acumula dívidas com hospitais e clínicas que passam dos R$ 2 bilhões. Os cálculos são da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj), que prevê a possibilidade de descredenciamento caso a operadora não se comprometa a quitar as cobranças.
A Rede D'Or já anunciou que deixará de atender clientes da Unimed Ferj a partir de fevereiro. O plano de saúde afirma desconhecer os valores.
A quantia é a soma do passivo herdado pela operadora na transferência dos usuários da Unimed-Rio, de cerca de R$ 1,6 bilhão, com outros R$ 400 milhões em faturas mensais para estabelecimentos de saúde.
Inicialmente, a proposta da Unimed Ferj para os débitos anteriores à migração era um desconto de 30% e o pagamento em 36 meses, mas as negociações com a associação não continuaram, e os acordos passaram a ser feitos individualmente com cada hospital.
Apesar disso, segundo o presidente da Aherj, Marcus Camargo Quintella, as parcelas não estão sendo pagas em dia, formando uma "bola de neve" com as cobranças pelos serviços prestados pelos hospitais mês após mês, que também não são quitados de forma integral.
Risco de descredenciamento Os hospitais propuseram, então, a inclusão das faturas mensais em aberto no passivo da Unimed-Rio e um reparcelamento, mas a decisão espera uma reunião entre as partes, a ser mediada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em nota, a reguladora afirmou que até o momento não há reunião agendada sobre o tema.
Segundo Quintella, se a operadora não se comprometer com os pagamentos, clientes Unimed Ferj podem deixar de ser atendidos em hospitais do Rio.
- Os pacientes continuam chegando, e os hospitais não recebem. Não dá mais para subsidiar. Tudo caminha no sentido de que os hospitais serão obrigados a paralisar por não ter mais capital para sustentar o atendimento. Nossos profissionais e fornecedores não aguardam seis meses para receber - diz.
A Unimed Ferj tem na rede credenciada grandes grupos hospitalares, mas também pequenas instituições independentes. Segundo o presidente da Aherj, são os menores que mais sofrem com a falta de pagamento:
- Não há equidade nos pagamentos. Num mês, pagam a dívida antiga para um hospital. Noutro, quitam parcela corrente de outra instituição. A preocupação da operadora é com as grandes redes, que recebem a maior parte dos usuários e por medo de descredenciamento, mas tem estabelecimento, principalmente os pequenos, que não recebe há praticamente um ano.
Mais Sobre Planos de saúde Planos de saúde: ANS diz que vai manter consulta sobre mudança de regras Planos de saúde: operadoras pedem suspensão de consulta pública sobre mudança de regras Só na maior prestadora de serviços hospitalares da operadora, são R$ 100 milhões em débitos anteriores à migração, além de R$ 60 milhões em faturas mensais atrasadas ou pagas apenas parcialmente. Um executivo da companhia diz que "não há intenção de descredenciamento, mas é impossível trabalhar sem receber".
A Rede D'Or informou que, partir de 18 de fevereiro, os seis hospitais credenciados Unimed Ferj - Quinta D'Or, Norte D'Or, Oeste D'Or, Glória D'Or, Perinatal e o Jutta Batista - deixarão de atender usuários da operadora "por motivos administrativos". O atendimento dos pacientes que já estavam com tratamento em andamento será mantido.
Como informou o Valor, circularam no mercado comunicados de que os hospitais São Lucas, em Copacabana, e Nossa Senhora do Carmo, em Campo Grande, deixariam de atender usuários da Unimed Ferj a partir de 30 de dezembro. Mas a Dasa, dona das unidades, se limitou a dizer que não divulga detalhes de suas tratativas com parceiros comerciais.
A Amil, com cinco unidades credenciadas, como os hospitais Pró-Cardíaco, em Botafogo, e Pasteur, no Méier, também não comentou.
Procurada, a Unimed Ferj informou que desconhece os valores mencionados pela Aherj. Sobre a dívida herdada da Unimed Rio, a operadora informou que "mais de 65% do montante assumido já foi renegociado, com as respectivas repactuações devidamente assinadas e em dia".
Entre dívidas e descredenciamentos, estão os consumidores. A carteira da Ferj passa de 509 mil vidas, sendo 131 mil contratos individuais e 378 mil coletivos.
Segundo a ANS, as operadoras são obrigadas a oferecer aos beneficiários todos os procedimentos previstos no contrato e no rol da agência. Dessa forma, em caso de descredenciamento por parte do hospital, cabe ao plano de saúde manter o atendimento dos usuários de maneira compatível.
Médicos recebem menos Outro gargalo nas finanças da operadora é relativo ao pagamento dos médicos cooperados. Na semana passada, os profissionais foram informados que receberão apenas 35% dos honorários, e não há um cronograma de acerto dos meses de novembro e dezembro.
Sobre isso, a operadora afirmou que houve um "evento pontual relacionado ao fluxo de caixa de final de ano".
"De acordo com o cronograma vigente, a produção de novembro foi apresentada em dezembro, sendo paga em duas datas: a primeira parcela foi quitada integralmente, enquanto a segunda teve 40% de seu valor pago. A Unimed Ferj está empenhada em readequar a nova data para o pagamento", diz o texto.
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INFOMONEY
Acionistas pedem que UnitedHealth analise impacto de recusas de atendimento médico
Se a proposta chegar a ser votada na reunião anual da empresa, ela levantará um tópico muito discutido depois que um executivo sênior foi morto a tiros em NY
Se a proposta chegar a ser votada na reunião anual da empresa, ela levantará um tópico muito discutido depois que um executivo sênior foi morto a tiros em NY
Acionistas da UnitedHealth Group disseram nesta quarta-feira (8) que solicitaram que a empresa preparasse um relatório sobre os custos e o impacto na saúde pública relacionados às suas "práticas que limitam ou atrasam o acesso à saúde".
Se a proposta chegar a ser votada na reunião anual da empresa, ela levantará um tópico muito discutido depois que um executivo sênior foi morto a tiros em Manhattan no mês passado.
Um porta-voz da UnitedHealth disse que a empresa responderá às propostas dos acionistas para sua declaração de procuração de 2025 assim que apresentar o documento que serve como agenda para sua reunião anual, que ainda não foi marcada. Nos últimos anos, a empresa emitiu sua procuração em abril, antes da reunião anual de junho.
Entre os que apresentaram a resolução estão grupos religiosos liderados pelas Irmãs dos Santos Nomes de Jesus e Maria de Quebec e a Trillium Asset Management.
O grupo propôs uma análise de como a autorização prévia, ou seja, a aprovação exigida por uma seguradora antes que um paciente possa receber atendimento médico, e as recusas de serviços médicos levam os pacientes a renunciar ao tratamento.
"O padrão de atrasos e recusas de cuidados médicos necessários por parte da UnitedHealth e de outras seguradoras prejudica mais do que apenas o próprio paciente", disse Wendell Potter, presidente do Center for Health & Democracy e ex-executivo da Cigna, em um comunicado enviado em apoio à resolução pelo Centro Inter-religioso sobre Responsabilidade Corporativa.
A morte do presidente-executivo da UnitedHealthcare Brian Thompson, em dezembro, galvanizou as críticas às seguradoras de saúde dos EUA, com grupos de pacientes descrevendo atrasos ou recusas de atendimento e acusando as empresas de usar práticas enganosas.
Luigi Mangione, 26 anos, que foi acusado de matar Thompson, declarou-se inocente em um tribunal de Nova York em dezembro, depois de receber milhares de dólares em doações públicas logo após sua prisão.
Em um comunicado de dezembro, a UnitedHealth disse que aprova e paga, em média, 90% das solicitações médicas enviadas.
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SAÚDE BUSINESS
Unimed Nacional alcança a maior pontuação no IDSS entre as principais operadoras de saúde do Brasil
Com pontuação de 0,9408, a Unimed Nacional ficou na faixa mais alta do IDSS 2024, avaliação anual da ANS para o setor de saúde suplementar.
A Unimed Nacional alcançou a nota mais alta entre as cinco maiores operadoras de planos de saúde do Brasil no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) 2024, referente ao ano-base 2023. O índice, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é a principal ferramenta de avaliação do setor no país.
Com uma pontuação de 0,9408 (em uma escala de 1,00), a Unimed Nacional foi classificada na faixa verde, a mais alta do ranking. O desempenho consolida a posição de liderança do Sistema Unimed na saúde suplementar. Entre as 25 operadoras médico-hospitalares que atingiram a nota máxima no levantamento, 20 pertencem ao sistema Unimed.
Cooperativas médicas destacam-se no setor
As cooperativas médicas, incluindo a Unimed Nacional, continuam a se sobressair no setor de saúde suplementar. Das 234 operadoras classificadas nas faixas verde e amarela (as duas melhores do IDSS), as cooperativas médicas obtiveram uma nota ponderada de 0,8032, superando a média geral do setor, que foi de 0,7898.
No total, a ANS avaliou 894 operadoras em 2023, mas apenas 48 (5,37%) alcançaram notas superiores a 0,90. Esse desempenho coloca a Unimed Nacional bem acima da média do setor.
Desempenho da Unimed Nacional
A Unimed Nacional obteve a nota máxima em nove critérios avaliados pelo IDSS, com destaque para a dimensão “Indicadores da Gestão de Processos e Regulação”. Nesse quesito, a cooperativa atingiu sua melhor pontuação, especialmente nos indicadores de “Índice Composto de Qualidade Cadastral” e “Proporção de Diagnósticos Inespecíficos nos Eventos de Internação Preenchidos nas Guias TISS”.
Outro ponto relevante foi a nota máxima no critério “Taxa de Resolutividade de Notificação de Intermediação Preliminar”, alcançando uma taxa de sucesso de 92% na resolução consensual de conflitos entre beneficiários e operadora, mediada pela ANS.
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Apenas 18% dos hospitais brasileiros possuem estratégias digitais definidas, revela estudo
O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024 destaca que, apesar de 62% das instituições reconhecerem a importância do digital, a falta de governança e planejamento limita avanços significativos no setor.
O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024 revelou uma importante lacuna entre intenção e execução. Apesar de 60% das instituições de saúde reconhecerem o papel estratégico das iniciativas digitais na melhoria da eficiência e qualidade dos serviços, a ausência de uma direção clara ainda impede a implementação de projetos.
O relatório, elaborado pela FOLKS, baseia-se na análise de 189 hospitais em todo o país. Ele mostra que, embora 62% dos gestores incluam o digital em seus planos estratégicos, apenas 18% possuem estratégias claramente definidas. A falta de governança e planejamento coordenado, somada a investimentos pouco direcionados, tem limitado o potencial de transformação digital no setor.
“Sem uma estratégia robusta, o setor continuará sobrecarregado, incapaz de aproveitar plenamente o potencial das tecnologias para melhorar a experiência dos pacientes, a eficiência operacional e a segurança,” afirma o Dr. Claudio Giulliano, CEO da FOLKS.
Desafios para a digitalização completa
Um dos principais obstáculos destacados no relatório é a falta de competência digital entre gestores e equipes de TI, que raramente contam com especialistas em informática clínica. Como resultado, apenas 9% das instituições alcançam o status de full paperless. Esse cenário reduz significativamente os benefícios da digitalização em termos de eficiência, qualidade no atendimento e segurança da informação.
O estudo também alerta para a tendência de focar na aquisição de tecnologia antes de preparar equipes e processos. Apenas 26% dos hospitais conseguem alinhar a adoção tecnológica a estratégias de longo prazo, o que frequentemente resulta em iniciativas fragmentadas e pouco efetivas.
“Menos de 4% das instituições estruturam suas operações antes de adotar novas soluções, o que compromete iniciativas digitais em sua totalidade,” explica Bernardo Alves, Gerente de Estratégia da FOLKS.
Índice de maturidade digital: resultados médios e lacunas
O Mapa da Transformação Digital utiliza o índice de maturidade digital (DMI-H) para avaliar os hospitais em cinco domínios: Serviços e Aplicações, Dados e Informações, Estrutura e Cultura, Infraestrutura e Arquitetura, e Estratégia e Governança. A maturidade média geral foi de 46,19%. Estrutura e Cultura teve o menor índice (38,63%), enquanto Infraestrutura e Arquitetura liderou com 58,55%.
“É comum que se foque mais na tecnologia e menos nos aspectos culturais e organizacionais, que são fundamentais para uma transformação genuína,” observa o Dr. Leandro Miranda, Líder Médico de HealthTech da FOLKS.
Eficiência e redução de custos como prioridades
Com recursos limitados, os hospitais enfrentam o desafio de equilibrar projetos inovadores e estruturantes com objetivos claros de retorno clínico, operacional ou financeiro. A fragmentação de esforços em sistemas isolados gera ineficiências e custos elevados. Para superar isso, o relatório recomenda investir em governança sólida e equipes multidisciplinares com competências clínicas e tecnológicas.
“Além de estruturar processos e capacitar equipes, é essencial engajar profissionais de saúde e pacientes por meio de jornadas digitais bem planejadas. Isso melhora a experiência e a satisfação de todos os envolvidos,” reforça Giulliano.
Cultura digital e liderança estratégica
O DMI-H não apenas diagnostica a maturidade digital, mas também orienta os próximos passos. “A transformação digital precisa ser vista como uma jornada estratégica que envolve a criação de uma cultura digital e a formação de lideranças capacitadas para promover mudanças reais e sustentáveis,” conclui o CEO da FOLKS.
Entre as recomendações, o relatório sugere:
Estabelecer governança robusta e estratégias digitais bem estruturadas.
Integrar tecnologias às estratégias organizacionais, priorizando pessoas e processos.
Investir na capacitação digital de equipes multidisciplinares.
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Relatório analisa avanços da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros
Diante dos desafios financeiros e operacionais que pressionam o setor de saúde, especialmente após os impactos dos últimos dois anos, o novo relatório da FOLKS, “Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024”, destaca uma importante lacuna entre intenção e execução. Realizado a partir de uma análise abrangente de 189 hospitais em todo o país, o estudo traz um olhar para a realidade desse processo de mudança.
Segundo o relatório, embora 62% das instituições de saúde reconheçam a importância do digital em seus planos estratégicos, apenas 18% possuem estratégias definidas. Aspectos como falta de governança e planejamento coordenado são apontados como fatores que impedem que todo o potencial da transformação digital seja aproveitado. Além disso, os dados demonstram a necessidade urgente de direcionar melhor e mais estrategicamente os investimentos. Isso inclui utilizar os recursos financeiros de forma mais assertiva, garantindo custo-efetividade, traçando um caminho claro para superar as barreiras que ainda limitam o avanço digital e para transformar as operações, a experiência e a segurança dos pacientes.
“A transformação digital é hoje a chave para elevar a qualidade dos serviços hospitalares, segurança do paciente e até competitividade. Sem uma estratégia digital robusta, o setor continuará sobrecarregado e incapaz de aproveitar plenamente o potencial das tecnologias para melhorar tanto a experiência dos pacientes e dos recursos humanos, quanto a eficiência operacional”, afirma Claudio Giulliano, CEO da FOLKS.
A publicação destaca que a desconexão entre intenção e prática decorre de alguns fatores como falta de competência digital dos gestores e equipe de TI sem profissionais especializados em informática clínica. O executivo reforça que, o resultado disso é um ambiente “semi-digital”, no qual, apenas 9% das instituições são realmente full paperless, e assim os hospitais perdem a oportunidade de capturar os benefícios da tecnologia em termos de eficiência operacional, qualidade no atendimento e segurança do paciente e da informação.
Adoção digital: entre o desejo e a realidade
O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024, construído a partir do índice de maturidade digital (DMI-H), constata que a maturidade digital média dos hospitais avaliados está em 46,19%. Dentre os cinco domínios avaliados, Estrutura e Cultura possui a menor média, 38,63%, e Infraestrutura e Arquitetura a maior média, 58,55%. “É muito comum que se olhe na transformação digital muito para a tecnologia e pouco para aspectos organizacionais e culturais. Porém, são bases fundamentais para a transformação acontecer de fato” aponta Leandro Miranda, Líder Médico de HealthTech da FOLKS.
Os dados mostram ainda que, embora o número de hospitais que iniciaram a transformação digital esteja crescendo, apenas 26% conseguem realmente integrar adoção tecnológica com uma estratégia adequada para mantê-la a longo prazo. Entre os principais entraves, estão a baixa capacitação digital e o foco na aquisição de tecnologia antes de preparar equipes e processos. Esse modelo, muitas vezes apressado, limita o potencial transformador da digitalização.
“Por isso, é fundamental reforçar o mantra da FOLKS: ‘pessoas, processos e então tecnologia’. Menos de 4% dos hospitais na amostra analisada estruturam suas operações antes de adotar novas tecnologias. A maioria passa por dificuldade em implementar e capturar plenamente o valor das soluções digitais em suas instituições, pois não olham adequadamente para o processo, governança e treinamento, o que pode comprometer diversas iniciativas de todo o projeto”, comenta Bernardo Alves, Gerente de Estratégia na FOLKS e um dos editores do Mapa.
Outro dado importante é que, embora a transformação digital esteja em pauta nas discussões estratégicas de grande parte das instituições, apenas 40% realizam algum tipo de monitoramento sobre essas iniciativas. Isso indica que, mesmo considerando a transformação digital uma prioridade, metade delas não monitora adequadamente o progresso nem avalia o impacto, revelando uma fragilidade na governança.
Metodologia para a transformação
O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros é direcionado a todos àqueles que trabalham e contribuem para o setor da saúde de alguma maneira. O DMI-H, que subsidia a publicação, foi desenvolvido pela FOLKS em 2019, sendo um instrumento diagnóstico que mede a maturidade digital dos hospitais em cinco domínios: Serviços e Aplicações, Dados e Informações, Estrutura e Cultura, Infraestrutura e Arquitetura, e Estratégia e Governança.
Segundo Giulliano, o DMI-H não só diagnostica, mas orienta. “Em nossos projetos, vemos diariamente as complexidades da transformação digital e atuamos diretamente para superar esses desafios. O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024 reflete o que observamos no dia a dia do setor: há uma necessidade clara de uma abordagem que vá além da simples adoção da tecnologia. É preciso investir na criação de uma cultura digital e na formação de lideranças preparadas para conduzir essa transformação de forma estratégica”, atesta o CEO.
“O objetivo é permitir que cada instituição entenda sua posição no mercado e identifique os passos para evoluir. A transformação digital precisa ser vista como uma jornada estratégica, que envolve criação de cultura digital e formação de lideranças capazes de conduzir mudanças reais e sustentáveis”, acrescenta Giulliano.
Eficiência e redução de custos são prioridades para gestores
Diante de recursos limitados, os hospitais precisam distribuir suas prioridades de forma precisa, seja em projetos estruturantes ou inovadores, sempre com metas claras e retorno sobre o investimento, seja clínico, operacional ou financeiro. A FOLKS destaca que, para alcançar resultados consistentes, é essencial evitar a fragmentação dos esforços em sistemas isolados, que geram ineficiências e custos elevados. Instituições que buscam resultados sólidos e duradouros devem priorizar uma base bem estruturada, combinando governança eficaz com equipes que possuam competências tanto clínicas quanto tecnológicas.
“Além disso, é essencial promover um maior engajamento digital entre profissionais de saúde e pacientes, por meio de jornadas digitais e programas de saúde apoiados por tecnologias inovadoras. Essa abordagem não apenas melhora a experiência, mas também eleva os níveis de satisfação de todos os envolvidos. Ademais, é fundamental entender que a tecnologia é essencial na transformação digital, mas é necessária estar acompanhada de um forte olhar para processos e pessoas”, transformação digital transcende a simples adoção de tecnologia: ela exige uma evolução dos processos, uma mudança cultural, uma governança robusta e um compromisso com a inovação constante”, sentencia o executivo.
O Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024 recomenda que as instituições estabeleçam uma governança robusta com base em uma estratégia digital bem estruturada. Além disso, sugere integrar as tecnologias digitais às estratégias organizacionais, priorizando pessoas, processos e tecnologia. Por fim, destaca a importância de investir na capacitação digital de equipes multidisciplinares para garantir o sucesso das iniciativas.
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Desamparo do médico frente às responsabilidades éticas e legais
Por Gisele Machado Figueiredo Boselli
O ano de 2024 passou rapidamente? Podemos ter essa sensação, mas quando reexaminamos as inúmeras resoluções do CFM, as modificações na jurisprudência dos Tribunais e as novas normas das agências reguladoras - Anvisa e ANS - que impactaram o Direito Médico e da Saúde, lembramos que os dias de estudo e discussão foram longos, visando à melhor compreensão das inúmeras novidades, que repercutem diretamente na atividade médica e na dos demais profissionais da saúde
Minha ideia inicial para este artigo era elaborar uma "retrospectiva" dos assuntos que mais se destacaram no ambiente médico-jurídico neste ano, mas o intento foi logo abandonado, ao prever que o texto se alongaria demasiadamente. Eu me empenharei, portanto, em apresentar, nas próxima linhas, uma resenha sobre o atual cenário da saúde, com enfoque nas questões jurídicas que reiteradamente vêm afetando o cotidiano dos profissionais que nele atuam.
Devo começar pelo impacto das (mais) novas tecnologias, que ainda geram sentimentos antagônicos, seja nos que já as utilizam - os chamados early adopters -, quanto entre os que apenas as observam. Um recente estudo publicado no Jama Network associou o uso de IA por radiologistas como fator determinante para o burnout, especialmente para profissionais com alta carga de trabalho e àqueles com baixa aceitação dessa nova tecnologia . É um alerta, portanto, em relação à forma como as novas tecnologias são introduzidas, sinalizando que deve existir a preocupação com os usuários, frequentemente já sobrecarregados com outros encargos.
O fato de "ansiedade" ter sido eleita a palavra do ano por alguns pesquisadores, pode indicar esse momento de apreensão, preocupação ou temor em relação à atual realidade. Na prática da Medicina, a sensação de desamparo passou a ser uma constante, ao menos para aqueles comprometidos com a atualização profissional. Esse sentimento resulta de questões que transcendem a Ciência Médica, abrangendo temas que tangenciam o Direito, a Ciência de Dados e até mesmo a Publicidade.
No âmbito jurídico, observamos os Tribunais tratando a relação médico-paciente como de consumo e impondo ao prestador de serviço, inúmeras obrigações, sem as quais não é possível demonstrar - judicial ou administrativamente - que atuou de forma diligente, ficando sujeito a penalidades ou indenizações. Nossa agência sanitária - Anvisa - regula os dispositivos médicos e exige, para aprovação, avaliações técnicas rigorosas, impondo aos usuários - os médicos - capacitação para operá-los de forma diligente e responsável, o que comumente envolve conhecimentos de programação e aprendizado de máquinas, o que é alheio à formação da maioria dos profissionais. O CFM, por sua vez, cria regras para publicidade e propaganda tão complexas e extensas que desmotivam sua leitura e dificultam sua aplicação .
A multidisciplinaridade que adentrou ao universo da saúde se depara com um profissional já sobrecarregado pelas infindáveis publicações científicas que proliferam em sua própria especialidade . Não há tempo suficiente para ler todos os estudos e comparecer a todos os congressos e a sensação é a de constante frustração.
Um endocrinologista, por exemplo, além de acompanhar os mais recentes estudos publicados globalmente, deve compreender as inovações tecnológicas dos sistemas de infusão de insulina, que atualmente envolvem sensores de última geração, combinados com algoritmos de inteligência artificial. Porém, caso ele seja convidado pela indústria a participar de um evento - como almoço, por exemplo - para conhecer esses novos dispositivos e suas complexas tecnologias, precisa informar ao CFM sobre sua participação, pois, segundo a Resolução CFM 2.386/24, pode sugerir um conflito de interesse . Na clínica, ao indicar ao paciente o medicamento ou dispositivo mais adequado a ser utilizado no tratamento, deve informá-lo e esclarecer sobre possíveis riscos e benefícios de cada uma das opções disponíveis, preferencialmente por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE . E nem cogitar em copiar um TCLE da internet, ou mesmo elaborar um documento padrão, com lacunas em branco, pois este será desconsiderado em eventual litígio .
Comparada a décadas passadas, é certo que a Medicina avançou significativamente em relação a diagnósticos e tratamentos, além da prevenção e predição, em grande parte decorrente dos avanços científicos e tecnológicos em diversas especialidades, como a reprodução assistida e a cirurgia robótica, por exemplo. A velocidade e a complexidade desses avanços não foram acompanhadas pela atualização do perfil do médico, tampouco o sistema jurídico se adaptou às novas relações sociais. Nas especialidades acima mencionadas, enfrentamos questões acerca da criopreservação de embriões, que possibilita a paternidade post mortem, sem que exista um respaldo legal. Na cirurgia assistida por robôs, por sua vez, emerge a incerteza na responsabilização por eventual falha da máquina. Essas e muitas outras situações ainda carecem de previsão em lei, e continuam gerando enorme insegurança jurídica.
Vislumbramos, portanto, mais uma vez, o paradoxo das novas tecnologias que, apesar de desenvolvidas para melhorar a vida humana e solucionar problemas, frequentemente introduzem novos desafios, novas formas de dependência ou criam consequências imprevistas que tornam ainda mais complexa nossa existência.
Outros problemas mais concretos, mas não menos desafiadores decorrem do aumento no número de novos profissionais da saúde que muitas vezes, pela pouca experiência, forçam a entrada no mercado de trabalho por meio de práticas comerciais desleais, desvirtuando o propósito da Medicina. A redução da remuneração é outra questão invariavelmente trazida ao debate, assim como a sobrecarga de trabalho, que prejudica a qualidade da assistência compromete a contínua atualização do profissional.
O desamparo descrito por Freud em O mal-estar na civilização, pode facilmente ser identificado diante dos desafios contemporâneos do médico, seja no ambiente de trabalho, permeado pelas novas tecnologias, frequentemente ambivalentes e com efeitos nem sempre desejáveis, bem como nas relações humanas, com o paciente ou outros profissionais, que demandam do médico uma nova postura, frente a uma sociedade muito mais complexa e heterogênea. As limitações do profissional, enquanto ser humano, passam a ser ignoradas, gerando expectativas irreais sobre ele.
Se a sensação de desamparo na contemporaneidade não é nova, também é complexa a busca por soluções e ingênua é a propaganda que promete remédios milagrosos ou respostas simplistas.
Faz-se necessário construir um novo cenário, a partir da compreensão das adversidades, visando delimitar as funções e responsabilidades dos envolvidos. Para tanto, é importante unir esforços em diversas áreas do conhecimento, para que, ao final, seja possível obter uma efetiva melhoria em todo o ambiente da Saúde.
No âmbito do Direito Médico, é essencial trazer à luz as delicadas questões ora enfrentadas pelos profissionais da saúde e promover a união entre o Legislativo, o Judiciário, as entidades de classe, instituições de ensino e a própria população médica, que almeja melhorar as condições de trabalho e obter reconhecimento da sociedade, diante de ofício tão nobre, que sempre foi valorizado ao longo da História.
Por fim, não nos esqueçamos de que analisando retrospectivamente podemos considerar os recentes avanços da Medicina como motivo de comemoração. Que essas boas novas sirvam de motivação e renovem a esperança para a construção de um ambiente mais saudável e equitativo, tornando 2025 uma oportunidade para novos recomeços.
*Gisele Machado Figueiredo Boselli é Advogada. Especialista em Direito da Economia e da Empresa pela FGV. Especialista em Direito Médico e da Saúde pela PUC-PR. Membro da Comissão Especial de Bioética e Biodireito da OAB-SP. Associada ao Instituto Miguel Kfouri Neto - Direito Médico e da Saúde.
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PORTAL MS NEWS
SUS Digital amplia serviços com novos códigos para os serviços de telessaúde
por Redacao | jan 9, 2025 | Últimas notícias | 0 Comentários
Portaria publicada insere a telessaúde e formas de organização na tabela de procedimentos e medicamentos do SUS, permitindo dados mais precisos sobre as ações de telessaúde para os usuários. Iniciativa busca padronizar os serviços.
Uma portaria publicada em dezembro pelo Ministério da Saúde incluiu novos procedimentos de telessaúde na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. Essa medida visa organizar e qualificar o monitoramento das ações de telessaúde, proporcionando informações mais precisas que orientarão decisões estratégicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) . Assim, cria-se uma ferramenta de gestão que permite o acompanhamento sistemático, inclusive com série histórica, de cada procedimento, assim como suas compatibilidades, relacionamentos e instrumentos de registro.
A iniciativa está alinhada ao programa SUS Digital e à sua Ação Estratégica SUS Digital - Telessaúde, incluindo procedimentos que dialogam com serviços já existentes no SUS e com novos serviços assistenciais delimitados pela ação estratégica do programa, como teleconsultoria, teleinterconsulta, telediagnóstico, teletriagem e outras modalidades descritas na portaria. Até então, os sistemas do SUS não contavam com códigos específicos para registrar os procedimentos relacionados a esses serviços.
Segundo a secretária de Informação e Saúde Digital da pasta, Ana Estela Haddad, a padronização na telessaúde é de grande importância, pois garante que todos os estabelecimentos de saúde utilizem a mesma linguagem e critérios para registrar os procedimentos. "Isso nos permite avaliar o impacto de cada modalidade, gerando dados que orientam o fortalecimento e aprimoramento da prática de telessaúde. É com métricas claras e resultados concretos que estruturamos uma política robusta e eficiente", afirma.
Com a inclusão dos procedimentos, as ações de telessaúde já realizadas pelos profissionais passam a ser registradas de forma padronizada - um marco no reconhecimento e valorização dos profissionais que atuam na telessaúde. Além disso, a medida estrutura o sistema para acompanhar a expansão do Programa SUS Digital prevista para este ano.
Impactos para profissionais e população
Os profissionais de saúde agora poderão informar os procedimentos corretamente, aplicando os novos códigos nos sistemas de informação, garantindo o registro oficial de suas atividades. Isso não apenas facilita a avaliação do trabalho realizado, como também assegura maior valorização desses profissionais.
Para a população, o impacto será gradual, com a melhoria na qualidade e na expansão dos serviços de telessaúde. O monitoramento contínuo possibilitará ajustes nas políticas públicas e fomentará ações e estratégias que resultarão em ofertas de saúde mais eficientes e estruturadas.
Procedimentos contemplados
Os novos códigos incluem os seguintes procedimentos:
Teleconsultoria;
Teleinterconsulta;
Teletriagem;
Telediagnóstico;
Telemonitoramento;
Teleorientação;
Teleatendimento em grupo;
Telemonitoramento nas ações de vigilância à saúde.
Telessaúde: um marco para o SUS
O SUS foi pioneiro na adoção da telessaúde no Brasil, iniciando essa prática em 2006. Atualmente, a iniciativa é uma das principais estratégias do SUS Digital, utilizando tecnologias digitais para apoiar o atendimento presencial. Essa ferramenta amplia o acesso a especialistas, qualifica e reduz filas de espera na regulação de serviços especializados, promovendo mais acesso a diagnósticos e tratamentos.
Dentre outras vantagens, a telessaúde é uma solução eficiente para o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, permitindo que eles tenham acesso a profissionais de saúde e recebam orientações sem sair de sua unidade de saúde de referência ou, em alguns casos, de casa.
Desde o início de 2023 até julho de 2024, já foram realizados mais de 8 milhões de teleatendimentos nos três níveis de atenção à saúde. Essa rede de serviços do SUS é fomentada pela Ação Estratégica SUS Digital - Telessaúde, que apoia, com recursos, 24 núcleos de telessaúde em todo o país - um aumento significativo em relação aos 10 núcleos existentes no início de 2023.
Esses núcleos reúnem equipes clínicas especializadas e oferecem serviços de telessaúde, como telediagnósticos em oftalmologia, dermatologia e cardiologia. A meta é transformar o acesso aos serviços de saúde, alcançando regiões remotas e garantindo que mais pessoas recebam cuidados de qualidade.
Acesse a portaria que inclui novos procedimentos de telessaúde na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS
Ministério da Saúde
Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/janeiro/sus-digital-amplia-servicos-com-novos-codigos-para-os-servicos-de-telessaude
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Assessoria de Comunicação
Na Mídia: ANS define novas regras para descredenciamento de hospitais em planos de saúde
Escrito por AdministradorMudanças já entraram em vigor, garantindo maior portabilidade de carências, comunicação prévia obrigatória aos beneficiários e critérios mais rígidos para substituição de unidades hospitalares.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) oficializou que, em 2025, entram em vigor as novas regras para alteração de redes hospitalares em planos de saúde, conforme regulamentado pela Resolução Normativa 585/2023. As medidas impactam diretamente consumidores, operadoras e hospitais, ampliando a transparência e a segurança jurídica no setor.
Entre as principais novidades estão a ampliação da portabilidade de carências, critérios mais rigorosos para substituições de hospitais e a obrigatoriedade de comunicação prévia e individualizada aos beneficiários.
Direitos para o consumidor
Os beneficiários de planos de saúde passarão a contar com o direito à portabilidade de carências, mesmo sem cumprir o prazo mínimo de permanência no plano ou a compatibilidade por faixa de preço. Essa flexibilidade será garantida em casos de descredenciamento de hospitais ou serviços de urgência e emergência no município de residência ou contratação do plano.
Além disso, as operadoras serão obrigadas a informar individualmente os beneficiários sobre alterações na rede hospitalar, com antecedência mínima de 30 dias. A comunicação deverá detalhar as exclusões ou substituições de hospitais e serviços contratados.
Regras para operadoras
A exclusão de hospitais da rede credenciada estará sujeita a critérios mais rígidos. Por exemplo, se o hospital representar até 80% das internações da região em um período de 12 meses, a operadora será obrigada a substituí-lo por outro com equivalência de serviços. A substituição deverá incluir todos os serviços utilizados no hospital excluído, especialmente os de urgência e emergência.
Impactos para os hospitais
Os hospitais que forem descredenciados poderão enfrentar novos critérios de avaliação, como a proibição de exclusão parcial de serviços caso a unidade seja considerada essencial para a rede do plano. A norma busca garantir que os beneficiários tenham acesso contínuo a serviços de referência e alta qualidade.
Saúde suplementar
De acordo com Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, as novas regras reforçam o compromisso da agência com a qualidade e a segurança do setor.
“Esta é mais uma contribuição da Agência para ampliar a transparência e a proteção para os beneficiários de planos de saúde. Com a vigência das novas regras para alterações na rede hospitalar, fortalecemos os direitos dos consumidores e reafirmamos o compromisso da ANS com a qualidade e a segurança na saúde suplementar”, afirmou.
Panorama das mudanças
Confira as principais mudanças e seus impactos:
Para o consumidor:
Portabilidade de carências sem exigência de prazo de permanência ou compatibilidade por faixa de preço.
Comunicação prévia e individualizada sobre exclusões ou substituições na rede hospitalar.
Para a operadora:
Avaliação obrigatória de impacto das exclusões, considerando a representatividade do hospital na região.
Substituição de hospitais com equivalência comprovada nos serviços prestados.
Para o hospital:
Regras definidas para exclusão parcial de serviços hospitalares.
Proibição de descredenciamento de unidades essenciais sem substituição adequada.
Fonte: Saúde Business
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
ANS define novas regras para descredenciamento de hospitais em planos de saúde
STF e CFM lançam Plataforma Nacional para Demandas de Medicamentos pelo SUS
Procedimentos de acreditação reduzem infecções hospitalares em 30%
Organização Mundial da Saúde alerta para erros médicos alarmantes
Segurança do paciente: o valor dos dados na anestesiologia
Paradoxo na medicina: estudo revela impacto da defasagem de vagas na residência médica na falta de especialistas
SAÚDE BUSINESS
ANS define novas regras para descredenciamento de hospitais em planos de saúde
Mudanças já entraram em vigor, garantindo maior portabilidade de carências, comunicação prévia obrigatória aos beneficiários e critérios mais rígidos para substituição de unidades hospitalares.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) oficializou que, em 2025, entram em vigor as novas regras para alteração de redes hospitalares em planos de saúde, conforme regulamentado pela Resolução Normativa 585/2023. As medidas impactam diretamente consumidores, operadoras e hospitais, ampliando a transparência e a segurança jurídica no setor.
Entre as principais novidades estão a ampliação da portabilidade de carências, critérios mais rigorosos para substituições de hospitais e a obrigatoriedade de comunicação prévia e individualizada aos beneficiários.
Direitos para o consumidor
Os beneficiários de planos de saúde passarão a contar com o direito à portabilidade de carências, mesmo sem cumprir o prazo mínimo de permanência no plano ou a compatibilidade por faixa de preço. Essa flexibilidade será garantida em casos de descredenciamento de hospitais ou serviços de urgência e emergência no município de residência ou contratação do plano.
Além disso, as operadoras serão obrigadas a informar individualmente os beneficiários sobre alterações na rede hospitalar, com antecedência mínima de 30 dias. A comunicação deverá detalhar as exclusões ou substituições de hospitais e serviços contratados.
Regras para operadoras
A exclusão de hospitais da rede credenciada estará sujeita a critérios mais rígidos. Por exemplo, se o hospital representar até 80% das internações da região em um período de 12 meses, a operadora será obrigada a substituí-lo por outro com equivalência de serviços. A substituição deverá incluir todos os serviços utilizados no hospital excluído, especialmente os de urgência e emergência.
Impactos para os hospitais
Os hospitais que forem descredenciados poderão enfrentar novos critérios de avaliação, como a proibição de exclusão parcial de serviços caso a unidade seja considerada essencial para a rede do plano. A norma busca garantir que os beneficiários tenham acesso contínuo a serviços de referência e alta qualidade.
Saúde suplementar
De acordo com Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, as novas regras reforçam o compromisso da agência com a qualidade e a segurança do setor.
“Esta é mais uma contribuição da Agência para ampliar a transparência e a proteção para os beneficiários de planos de saúde. Com a vigência das novas regras para alterações na rede hospitalar, fortalecemos os direitos dos consumidores e reafirmamos o compromisso da ANS com a qualidade e a segurança na saúde suplementar”, afirmou.
Panorama das mudanças
Confira as principais mudanças e seus impactos:
Para o consumidor:
Portabilidade de carências sem exigência de prazo de permanência ou compatibilidade por faixa de preço.
Comunicação prévia e individualizada sobre exclusões ou substituições na rede hospitalar.
Para a operadora:
Avaliação obrigatória de impacto das exclusões, considerando a representatividade do hospital na região.
Substituição de hospitais com equivalência comprovada nos serviços prestados.
Para o hospital:
Regras definidas para exclusão parcial de serviços hospitalares.
Proibição de descredenciamento de unidades essenciais sem substituição adequada.
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JORNAL GRANDE BAHIA
STF e CFM lançam Plataforma Nacional para Demandas de Medicamentos pelo SUS
Conselho Federal de Medicina (CFM)Gilmar Ferreira MendesSaúde Pública do BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)
O Supremo Tribunal Federal (STF), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), deu um passo significativo para otimizar a gestão e o controle de demandas judiciais relacionadas ao fornecimento de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sob a liderança do ministro Gilmar Mendes, foi lançada uma plataforma nacional destinada a centralizar e integrar os processos administrativos e judiciais envolvendo o acesso a fármacos. O projeto entra em fase de testes externos, com a participação voluntária de profissionais da saúde em Goiás.
De acordo com o despacho do ministro, o sistema foi projetado para simplificar e padronizar as solicitações de medicamentos.
"O acesso médico ocorrerá via plataforma do CFM, que, após o login, conectará automaticamente à plataforma nacional para efetivação das solicitações", explicou Mendes.
A primeira etapa será executada em Goiás, que possui uma plataforma própria em operação e dispõe de suporte técnico para o projeto, sem custos adicionais ao STF.
Na fase inicial, o CFM, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e o Governo do Estado de Goiás indicarão 60 médicos - 20 de cada instituição - para testar a plataforma. Esses profissionais realizarão solicitações e acompanhamentos através do sistema, que utilizará prescrições eletrônicas certificadas para garantir o controle ético e legal das informações.
Hideraldo Cabeça, 1º secretário do CFM e diretor de Tecnologia da Informação da autarquia, destacou a importância da plataforma para aumentar a segurança e a eficiência do processo.
"A centralização das informações permitirá que os cidadãos consultem os dados de forma simples, enquanto o poder público e o Judiciário poderão analisar e resolver as demandas com maior agilidade", afirmou.
Além disso, a plataforma identificará os entes responsáveis pelo custeio e fornecimento de medicamentos, assegurando um fluxo mais transparente e eficiente.
O projeto tem como base a tese fixada pelo plenário do STF no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1366243, que tratou do fornecimento de medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não incorporados ao SUS. A ideia de criar a plataforma surgiu nas fases iniciais do julgamento, realizadas em 2023, e foi concretizada com o apoio técnico do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que já havia implementado soluções semelhantes no Estado de Goiás.
A iniciativa também prevê o monitoramento de pacientes beneficiários de decisões judiciais, permitindo consultas centralizadas por meio de CPF, nome do medicamento, CID, entre outros, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Após os testes e os ajustes necessários, o uso da plataforma nacional será obrigatório para todas as solicitações, dispensas e acompanhamentos de medicamentos pelo SUS.
O ministro Gilmar Mendes enfatizou que a iniciativa visa aprimorar a gestão pública e reduzir os conflitos judiciais, promovendo maior eficiência na entrega de medicamentos aos cidadãos.
"Estamos criando um ambiente integrado que possibilitará melhor articulação entre os poderes, sempre com foco no atendimento às necessidades dos usuários do SUS", concluiu.
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MEDICINA S/A
Procedimentos de acreditação reduzem infecções hospitalares em 30%
Pesquisa da ONA revela impacto positivo da acreditação na redução de infecções hospitalares no Brasil.
A Organização Nacional de Acreditação (ONA) conduziu uma pesquisa com 74 instituições de saúde em todo o Brasil com o objetivo de avaliar a eficácia da acreditação na prática e os benefícios proporcionados para a segurança do paciente.
Os resultados mostraram que, em 41,86% das instituições participantes, os processos implementados por meio da acreditação geraram melhorias superiores a 31%. Quase 12% dos respondentes relataram que as taxas de infecção diminuíram entre 26% e 30%, enquanto 2,33% mencionaram uma redução inferior a 5% nos índices de infecção.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade desse cenário é reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao estimar que aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em decorrência dessas infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções hospitalares acaba falecendo. Na maioria dos estabelecimentos de saúde, faltam procedimentos e protocolos claros para prevenir esses problemas graves.
Para Gilvane Lolato, gerente geral de operações da ONA, o registro de eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. “Esse processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo, onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe em prol de um cuidado mais seguro e eficaz”, ressalta.
Segundo Lolato, quando o prontuário não é adequadamente preenchido, o paciente corre riscos significativos, como erros na administração de medicamentos e falta de continuidade no tratamento. “Nossa pesquisa revelou que 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto após a implementação da acreditação”, salienta Gilvane.
Erros de medicação
Estima-se que o gasto global causado por erros de medicação seja de US$ 42 bilhões por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se da terceira prioridade dentro dos desafios globais de segurança do paciente. Os estudos evidenciam que os danos relacionados ao uso de medicamentos correspondem a 50% de todos os problemas evitáveis, além dos ônus econômicos e psicológicos decorrentes. Conhecer os medicamentos, verificar sistematicamente os itens de segurança de administração e perguntar ao paciente se ele compreendeu o que está sendo realizado são elementos fundamentais para a garantia de um cuidado mais seguro.
A pesquisa da ONA revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma diminuição superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa, enquanto apenas 4,76% relataram uma queda inferior a 5%. Em relação às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes indicaram uma melhoria superior a 31%, e 14,29% informaram uma redução entre 21% e 25%.
Falhas de higienização
Outro desafio enfrentado pelas instituições são as falhas de higienização, que frequentemente resultam em reclamações nas ouvidorias ou no serviço de atendimento ao cliente. Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização, enquanto cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.
Cenário de acreditação no Brasil
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), das mais de 400 mil organizações de saúde instaladas no país, 1932 são acreditadas. Desse total, a ONA é responsável por 72,1% no mercado de acreditação, o que corresponde a mais de 1.400 organizações de saúde acreditadas, das quais 422 são hospitais. Desse montante, 0,45% das instituições de saúde estão certificadas no Brasil, sendo 68,4% (917) de gestão privada, 22,2% (298) de gestão pública, 8,3% (111) de gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
Atualmente, 61% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 12,7%; o Nordeste, por 12,1%; o Centro-Oeste, por 11,4%; e o Norte, por 2,8%.
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Organização Mundial da Saúde alerta para erros médicos alarmantes
Estudos mostram que, em média, 12% dos pacientes sofrem danos em diferentes contextos do atendimento médico.
Em 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o tema "Melhorar o diagnóstico para a segurança do paciente" para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, acompanhado do lema "Diagnósticos corretos, pacientes seguros". O objetivo da entidade é destacar a importância de diagnósticos precisos e realizados em tempo oportuno, como forma de assegurar a segurança dos pacientes e promover melhores resultados clínicos.
A OMS destaca a gravidade dos erros de diagnóstico, que são responsáveis por quase 16% dos danos evitáveis nos sistemas de saúde.
A insegurança no atendimento é um problema significativo de saúde pública, afetando milhões de pacientes globalmente. Estudos mostram que, em média, 12% dos pacientes sofrem danos em diferentes contextos de atendimento médico, evidenciando que mais de um em cada dez pacientes é impactado por eventos adversos resultantes de cuidados inseguros. Aproximadamente 12% desses eventos adversos causam incapacidade permanente ou morte. Além disso, quase 50% dos danos causados por cuidados inseguros foram considerados evitáveis.
Estima-se que anualmente ocorram 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, contribuindo para cerca de 2,6 milhões de mortes. Globalmente, 1 em cada 20 pacientes sofre danos evitáveis causados por medicamentos, evidenciando um desafio significativo em todos os sistemas de saúde. Mais da metade, ou seja, 53% desses danos ocorrem durante a fase de prescrição, o que destaca a necessidade urgente de aprimorar as práticas de segurança relacionadas aos medicamentos.
Nas Américas, a segurança do paciente foi reconhecida como uma prioridade nas políticas nacionais de saúde em 57% dos países. Mais da metade desses países estabeleceu padrões mínimos de segurança para suas instalações de saúde, e há uma base sólida em programas de controle de infecção e segurança dos medicamentos.
Realidade no Brasil
No Brasil, o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela que cinco pessoas morrem a cada minuto no país devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil pacientes por ano.
Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos básicos essenciais para garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
No entanto, muitos estabelecimentos ainda falham em implementar esses protocolos de forma eficaz. Problemas como a falta de medição de indicadores, a ausência de acompanhamento da adesão dos profissionais aos protocolos, a inadequação da infraestrutura para fornecer cuidados seguros e a insuficiência de profissionais continuam a ser desafios significativos.
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Segurança do paciente: o valor dos dados na anestesiologia
Relatório mostra como os dados podem reduzir riscos, otimizar recursos e melhorar desfechos anestésico-cirúrgicos.
A anestesia é o momento mais crítico da jornada do paciente anestésico-cirúrgico, bem como o que gera mais dados. Apesar da sua importância dentro do ecossistema da saúde, esse momento muitas vezes é excluído da adoção digital. Como consequência, há poucos dados disponíveis, o que gera baixa cultura data-driven.
Para mudar esse cenário, a Anestech lançou a segunda edição do relatório “Observatório Anestesia de Valor”, com dados anonimizados de centenas de instituições e milhares de procedimentos. Ao todo, são mais de 1 milhão de horas em dados anestésico-cirúrgicos coletados.
Característica dos Pacientes
A média de idade da população foi 46,6 ± 21,7 anos (1 ano e 4 meses superior à média de 2022), com predomínio de pacientes do sexo feminino (58,1%). A média de idade das mulheres foi 47,1 ± 23,7 anos (de 0 a 109 anos) e a dos homens, 46,2 ± 20,3 anos (de 0 a 109 anos).
A população infantil (dos 0 aos 14 anos) foi majoritariamente masculina (62,9%), enquanto que a senioridade (acima dos 75 anos) foi em sua maioria feminina (53.5%).
Outro ponto importante é o aumento da presença de pacientes centenários no centro cirúrgico. 5,28% da população anestésica de 2023 apresentou idade superior a 80 anos, uma alta de 2 pontos percentuais para a população de 2022 (3,23%) – 63,5% mais pacientes idosos.
A população adulta dos 20 aos 39 anos (principal faixa de idade na gestação) foi constituída predominantemente por mulheres (71,5%), estatística que vai ao encontro da liderança de procedimento cirúrgico registrado na base da empresa: cesariana.
Tipo de Atendimento
A maioria dos atendimentos foi hospitalar (77,9%). A anestesia na modalidade declarada como ambulatorial apresentou um aumento de 15,7% (2022) para 19,5% em 2023.
Cenário de Distribuição de Comorbidades
Em 2023, a taxa de comorbidades foi de 1,29 patologias por paciente. Esse número representa um aumento de 13,2% em comparação com a taxa de 2022 (1,14 por paciente).
De modo geral, todas as comorbidades apresentaram aumento de incidência no último ano (menos psiquiátrica, que se manteve). Em comparação com 2022, houve um aumento relativo de 36% na incidência de doenças respiratórias (de 10,4% para 14,2% dos pacientes) e um aumento relativo de 33,1% na incidência de doenças renais (de 3,61% para 4,81%). Doenças cardiovasculares continuam liderando o cenário de comorbidades, estando presentes em 35,5% dos pacientes.
Porte Cirúrgico
Chama a atenção o número de cirurgias de grande porte (4,8%), evidenciando que o mercado anestésico global é o de pequena (44,6%) e média complexidades (50,6%). As cirurgias de grande porte consomem grande parte dos recursos econômicos, assistenciais e relativos ao tempo de internação, e parecem ser mais frequentes no Sistema Único de Saúde (SUS) do que no setor privado.
Média de Procedimentos e Tempo Anestésico Médio
É comum a realização de mais de um procedimento cirúrgico por anestesia. A média de 2023 foi 1,71 ± 1,36 procedimentos por anestesia, com tempo anestésico médio de 01:33 ± 01:29 h.
Técnicas Anestésicas
A anestesia geral foi a técnica mais utilizada em 2023, com destaque para a Geral Venosa Inalatória Balanceada (AGVI). A Anestesia Venosa Total (AVT) não apresentou crescimento no último ano. Dentre as anestesias regionais, a Raquianestesia é a mais utilizada, apesar do crescimento dos bloqueios periféricos, provavelmente devido à popularização do uso do ultrassom no point-of-care.
O destaque ficou para procedimentos com sedação, que subiram 3,8 pontos percentuais (de 27,7% em 2022 para 31,5% em 2023), provavelmente devido ao aumento da participação dos anestesiologistas em procedimentos de diagnóstico por imagem e anestesias fora do centro cirúrgico.
Incidentes
O acompanhamento de incidentes e eventos adversos e dos danos decorrentes deles é parte de todos os manuais de qualidade e segurança. Existem várias iniciativas em todo o mundo para melhorar a transparência e a notificação de eventos, a fim de possibilitar medidas preventivas e corretivas.
Nesse ponto, há um possível viés de subnotificação, o que pode explicar os valores baixos (0,81%). A cultura do país e de cada instituição e o receio de judicialização contribuem para o baixo número de notificações. Contudo, houve um aumento relativo de 35% na comparação com o ano de 2022.
Dano ao Paciente
Em 2023, 5,03% dos incidentes tiveram relato de dano ao paciente, mais da metade resultando em lesões (55,7%), seguido por incapacidade (22,5%) e sofrimentos (21,8%).
Acesse o estudo completo em:
https://observatorio.anestech.com.br
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AL1 | INFORMAÇÃO
Paradoxo na medicina: estudo revela impacto da defasagem de vagas na residência médica na falta de especialistas
O Brasil vive um paradoxo na medicina: enquanto o número de médicos recém-formados cresce significativamente, o acesso à especialização, fundamental para um atendimento de qualidade, permanece um gargalo. A Residência Médica (RM), tradicionalmente vista como o único caminho para a especialização, não consegue absorver a crescente demanda, deixando milhares de profissionais sem o título de especialista e a população com dificuldades para acessar atendimento especializado.
Diante desse cenário, a pós-graduação médica surge como uma alternativa, mas sua regulamentação e reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ainda são temas de intenso debate na Justiça Federal.
Dados do Informe Técnico nº 05 da "Demografia Médica no Brasil 2025", estudo da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Faculdade de Medicina da USP, apontam para um aumento de 71% no número de estudantes de medicina entre 2018 e 2024, enquanto as vagas de residência cresceram apenas 26%.
O estudo mostra que a defasagem entre oferta de graduação e de residência aumentou e que 14 especialidades tiveram redução de vagas. Outro problema é a concentração das vagas no Sudeste, com São Paulo reunindo quase um terço dos médicos residentes. A consequência é um contingente de mais de 210 mil médicos generalistas sem título de especialista reconhecido pelo CFM.
Ao mesmo tempo, há um enorme contingente de médicos com cursos de pós-graduação credenciados pelo Ministério da Educação (MEC) que são impedidos de divulgar seus títulos.
"A pós-graduação lato sensu é uma via legítima para a especialização, amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que atribui ao MEC a competência para normatizar esses cursos, muitos dos quais oferecidos por universidades públicas, com conteúdo programático e duração semelhantes aos das residências médicas", comenta Eduardo Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo) e professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Regras
O CFM reconhece apenas a residência médica e a prova de títulos como vias para a emissão do Registro de Qualificação de Especialista (RQE). A prova de títulos é restrita a médicos que cursaram especializações reconhecidas pela Associação Médica Brasileira (AMB), ou seja, uma entidade privada define regras que são de responsabilidade da União.
"O nosso questionamento à prova de títulos é que ela não forma especialistas, ao contrário dos cursos de pós-graduação. A prova de títulos apenas afere conhecimentos. Mas quem garante a formação desses profissionais?", indaga o presidente da Abramepo.
A Abramepo reconhece a importância do RQE, mas critica os critérios atuais para sua obtenção. Eduardo Teixeira questiona a prerrogativa do CFM em relação à pós-graduação. "Quem diz quem é médico no Brasil é o MEC, através do diploma de graduação. Na pós-graduação, deveria ser a mesma coisa", argumenta.
A LDB já estabelece requisitos mínimos de qualidade para as pós-graduações, como corpo docente qualificado e aprovação por conselhos universitários, mas é possível estabelecer ainda mais parâmetros de qualidade e segurança para impulsionar a formação de especialistas no Brasil.
"Em vez de negar o reconhecimento dos cursos de pós-graduação, o CFM deveria atuar junto ao MEC para aprimorar a regulamentação, estabelecendo critérios mais rigorosos de qualidade", comenta o professor.
Impacto no SUS
A falta de reconhecimento do título obtido via pós-graduação gera impactos significativos. Médicos qualificados ficam impedidos de anunciar sua especialização e concorrer a cargos públicos ou de pleitear registro em convênios, limitando o acesso da população a especialistas. Além disso, a exigência do RQE em editais de concursos públicos deixa vagas ociosas, prejudicando a oferta de serviços, especialmente no SUS.
Para Teixeira, o reconhecimento da pós-graduação como via de especialização traria benefícios para médicos, governo e pacientes, ampliando o acesso a atendimento especializado, principalmente para a população carente.
"A Abramepo defende um diálogo com o CFM e o MEC para construir um modelo regulatório eficaz que garanta a qualidade da pós-graduação e o reconhecimento dos profissionais qualificados, contribuindo para a solução da escassez de especialistas no Brasil. Essa é uma questão urgente de saúde pública", completa Teixeira.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde se recuperam, mas prejuízo ainda ameaça setor
Mabel anuncia pagamento integral da folha dos médicos de Goiânia nesta segunda-feira, 6
Mabel anuncia continuidade de parceria da prefeitura com o Estado na Saúde
Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente
Sete pautas que o setor da Saúde deve trabalhar em 2025
FOLHA DE S.PAULO
Planos de saúde se recuperam, mas prejuízo ainda ameaça setor
Apesar do recente alivio no desempenho do mercado de planos de saúde, que em 2022 tiveram um prejuízo operacional sem precedentes, é cedo para celebrar a retomada, e o cenário ainda não recuperou os patamares anteriores à pandemia, segundo representantes do setor.
Se os novos dados divulgados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), relativos ao acumulado até o terceiro trimestre de 2024, apresentam um lucro operacional de R$ 3 bilhões das operadoras médico-hospitalares, após dois anos de prejuízo na mesma base de comparação, o resultado ainda não reflete a realidade geral do setor.
Segundo levantamento da Abramge, (Associação Brasileira de Planos de Saúde), hoje, 44% das operadoras de planos médicos ainda registram resultado negativo, uma parcela muito maior do que os 33% de 2019.
"De fato, o ano de 2024 foi melhor para o equilíbrio da sustentabilidade. Por outro lado, chegando ao fim do ano, você vê que o número de empresas em prejuízo operacional pulou para 44%, o que é quase metade do setor. Isso assusta", afirma Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.
Nos últimos anos, o setor tem permanecido dependente do apoio da remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares para compor seu resultado líquido total. Segundo a ANS, no acumulado de 2024 até setembro, o resultado financeiro foi positivo em R$ 6,9 bilhões, próximo ao recorde do ano anterior.
A sinistralidade, um dos principais indicadores neste mercado, melhorou. O índice, que aponta a parcela das receitas de mensalidades que são utilizadas com as despesas assistenciais, desceu do pico de 90,3% no acumulado do terceiro trimestre de 2022 para 84,3%, atingindo a menor taxa para o período desde 2020.
Naquele ano, a sinistralidade foi atipicamente baixa porque o isolamento provocado pela pandemia resultou na queda no uso dos planos de saúde pelos beneficiários.
Entre os grandes movimentos que as operadoras têm feito nos últimos anos para conter a crise, o combate às fraudes praticadas contra os planos de saúde ajudou a estancar parte dos desperdícios e abusos, segundo Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar).
Empresas do setor ainda recebem críticas pela prática de cancelamentos unilaterais de planos coletivos, um problema que ficou conhecido como higienização de carteira, que exclui usuários custosos.
"A melhora era esperada, mas os resultados ainda não chegaram nos níveis pré-pandemia. Se o setor estava se afogando com 20 metros de água acima da cabeça, hoje são 5 metros. Ainda é preocupante. O lucro líquido de janeiro a setembro traduz os esforços de gestão das operadoras, de racionalizar custos e combater fraudes. Estamos nos recuperando após nove trimestres de prejuízo. A sinistralidade começa a entrar em uma janela razoável", diz.
A despeito do alívio, representantes das operadoras de planos de saúde afirmam que o setor ainda enfrenta dificuldades estruturais geradas por mudanças legislativas e regulatórias que estimularam os questionamentos judiciais contra as empresas e agregaram incertezas ao cálculo do risco na operação.
Uma delas é a legislação do rol, publicada em 2022, que colocou fim ao chamado rol taxativo, obrigando os planos de saúde a arcarem com procedimentos que não estejam na lista de cobertura mínima da ANS.
Na mesma época, uma mudança regulatória da ANS acabou com a limitação do número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, tornando o atendimento ilimitado, o que favoreceu a prática de desperdícios e fraudes, segundo representantes do setor.
A entrada de medicamentos de custo milionário no mercado brasileiro, como o Zolgensma, também é citada como empecilho à sustentabilidade das contas.
Para este ano, o setor deve avançar sobre outro tema que impacta as contas das operadoras: a expectativa é que cresça a pressão para que a indústria farmacêutica participe da solução para combater o desequilíbrio da saúde suplementar.
Segundo Ribeiro, da Abramge, a saúde privada paga muito mais caro do que o SUS (Sistema Único de Saúde) por alguns medicamentos e não tem o benefício do compartilhamento de risco, modelo pelo qual o produto só é pago integralmente se houver desfecho positivo para o paciente.
A proposta, segundo ele, é que os planos de saúde possam comprar o produto do próprio SUS, pagando um adicional em torno de 20%, o que beneficiaria o sistema público. Ainda assim, segundo Ribeiro, sairia mais barato para a saúde privada do que ela hoje paga para a indústria.
"Se eu compro do SUS, pagando 22% a mais, o SUS ganha em cima da saúde suplementar. E eu deixo de pagar oito vezes a mais pelo remédio", diz Ribeiro. A ideia deve ser defendida pelo setor em 2025.
Questionados sobre qual deve ser a intensidade dos reajustes nos preços dos planos de saúde, os representantes das operadoras evitam estimar com precisão.
"Este é um mercado de saúde com lastro atuarial baseado em seguro. E seguro é medição de risco. Eu não vi nenhuma grande mudança que faça com que os reajustes sejam maiores. Então, em condição de temperatura e pressão normal, vai seguir a tendência", afirma o presidente da Abramge.
É difícil prever, afirma Vera Valente, da FenaSaúde. Segundo ela, o mercado em geral tem feito esforços para reduzir custos, desperdícios e fraudes, que impactam os reajustes, mas ainda há gargalos regulatórios e de legislação que podem pesar no bolso do consumidor.
No caso dos planos de saúde individuais, as projeções de bancos apontam altas entre 5,6% e 6,8%.
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JORNAL OPÇÃO
Mabel anuncia pagamento integral da folha dos médicos de Goiânia nesta segunda-feira, 6
Mabel também comentou sobre a dívida da Prefeitura de Goiânia com os prestadores de saúde e hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
O prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou que a folha de pagamento dos médicos credenciados à Saúde de Goiânia será quitada nesta segunda-feira, 6, de forma integral. Questionado durante coletiva de imprensa que apresentou os resultados do Gabinete da Crise na Saúde, ele apontou que havia uma expectativa de realizar o pagamento de apenas 50%, mas com a garantia dos recursos em caixa, os salários serão pagos de forma integral.
“Hoje estamos pagando os profissionais da saúde credenciados de forma integral. Na saúde não vamos estar devendo nada para ninguém”, disse.
Mabel também comentou sobre a dívida da Prefeitura de Goiânia com os prestadores de saúde e hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPGO) a dívida com esses hospitais era de cerca de R$ 300 milhões. Uma operação do MP revelou que o ex-secretário de Saúde e seu núcleo mais próximo realizaram pagamento fora da ordem cronológica dos atendimentos, o que teria agravado o déficit e resultou na prisão de Wilson Pollara, além do secretário executivo da pasta, Quesede Henrique e do diretor financeiro, Bruno Viana.
De acordo com o prefeito, o mês de janeiro será “pago em dias” e um plano de parcelamento do restante da dívida será finalizado e apresentado aos credores. “Estamos explicando aos fornecedores que vamos pagar o mês de janeiro em dia e vamos fazer um plano para parcelar o restante para quitar as dívidas que existem para pagar ao longo dos próximos meses. Estamos negociando, mas eles foram camaradas, seguraram as pontas e entenderam que estamos em uma guerra que ainda não acabou”, disse.
Intervenção na saúde
A intervenção instaurada na saúde municipal de Goiânia foi um pedido do Ministério Público e acatado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). O governo criou o gabinete de crise por meio de um decreto instaurado nas 13 unidades de Urgência e Emergência da capital e tinha como objetivo garantir o atendimento da população nas unidades de saúde da Capital.
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A REDAÇÃO
Mabel anuncia continuidade de parceria da prefeitura com o Estado na Saúde
O prefeito Sandro Mabel anunciou a continuidade da parceria com o Governo Estadual na área da Saúde da capital, nesta segunda-feira (6/1), durante apresentação dos resultados do Gabinete de Crise. Na ocasião, confirmou pagamento integral, nesta terça-feira (7/1), dos profissionais de saúde contratados, além da negociação de dívidas com fornecedores.
A ação conjunta zerou a fila de espera nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) há 12 dias e registrou queda de 79% nos pedidos de vagas, além de adquirir 200 mil medicamentos e ampliar o número de ambulâncias disponíveis para atendimento.
“Essa crise nos mostrou uma coisa muito importante: que juntos nós somos mais fortes. Então nós vamos trabalhar juntos em uma série de operações de regulação. Graças a Deus, já há 12 dias nós não temos problemas com falta de vaga para UTI. Conseguimos uma estabilização, mas nós não podemos parar. É por isso que nós vamos continuar juntos, de mãos dadas em todos os aspectos”, afirmou o prefeito Sandro Mabel.
O prefeito agradeceu ao governador Ronaldo Caiado pela ajuda durante a intervenção. Mabel também disse que o pagamento dos servidores contratados da Saúde será feito de forma integral nesta terça-feira (7/1) e que está pedindo aos parlamentares que destinem todas as emendas para o setor.
Mabel também esclareceu que tem conversado com os fornecedores da Saúde para realizar acordos e conciliações. No mês de janeiro, o pagamento será realizado em dia. “Agora, os fornecedores, sim, nós estamos negociando. Tem muito fornecedor que foi camarada nesse momento difícil. Nós estamos pegando um a um e conciliando, comprando medicamentos, fazendo as ambulâncias funcionarem, adquirindo gasolina e contratando profissionais para as equipes. Então, isso foi um trabalho muito bom”, avaliou.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizer, afirmou que a instalação do Gabinete de Crise foi crucial para frear o processo de mortalidade de pacientes. “Conseguimos manter uma estrutura mínima sobre tratamentos desses doentes, reabastecer as unidades, o SAMU e trazer condições para um primeiro atendimento digno. Dessa forma, houve um impacto extremamente positivo criando confiança na Saúde de Goiânia. Na prática, a administração Sandro Mabel começou antes mesmo da posse”, disse.
Resultados
A apresentação foi realizada pelo secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, que esclareceu que o Gabinete de Crise foi criado com objetivo de monitorar a situação da Saúde na capital, planejar, estruturar e mobilizar ações e, por fim, coordenar respostas rápidas e eficientes para o desafio. Foram instalados, em tempo recorde, Gabinetes de Crise em 13 unidades de pronto atendimento e adquiridos 232 mil medicamentos por meio de processos emergenciais.
“Foi uma decisão acertada do nosso governador Ronaldo Caiado. Nós conseguimos integrar o município juntamente com o Estado, com a comissão de transição, e depois com a intervenção. Então, trabalhamos com uma sinergia muito grande com o objetivo de reduzir mortes e complicações evitáveis. E a gente conseguiu fazer isso, porque nenhum paciente evoluiu para óbito aguardando vaga de terapia intensiva, nenhum paciente ficou mais de 24 horas aguardando vaga e nenhum caso foi judicializado nesse período”, disse o secretário Rasível Santos.
O secretário afirmou que a próxima etapa será a implantação do Samu macro-regional. “Será feito o gerenciamento através de um consórcio intermunicipal de saúde, com a cooperação de cada um dos municípios. E como é feita essa cooperação? Um valor per capita. Dessa forma, a gente consegue trazer justiça para esse processo”, pontuou.
De acordo com o secretário, o Estado assumiria a parte variável do custo. Atualmente, o Governo Federal tem um valor fixo destinado para o SAMU e o Estado colabora com 50% do valor destinado pela União. A proposta é inverter, deixando o valor fixo para os municípios e o Estado assumindo a parte variável. “Dessa forma, a gente consegue trabalhar com todos os municípios cooperando, de forma que o SAMU possa ser organizado e operado com o apoio de todos os municípios”, disse.
UTIs
Segundo os dados apresentados na coletiva, atualmente estão à disposição 444 leitos de UTI em Goiânia, sendo que 332 estão ocupados, representando 74% do total. O número de internações autorizadas na capital também subiu vertiginosamente. No dia 11 de dezembro, foram autorizadas, somadas a regulação municipal e estadual, 831 internações. No dia 6 de janeiro o número atingiu 3.764 internações autorizadas no período.
A atuação do Gabinete melhorou a organização na avaliação do paciente, reduzindo o prazo limite definido para permanência de paciente crítico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para 24 horas. Nos últimos 12 dias o número de pendências de solicitação de vagas de UTIs se manteve em zero. Medidas que resultaram em um aumento de 134% no número de vagas autorizadas.
O balanço apontou ainda a ampliação no número de ambulâncias disponíveis para atendimento. O número de Unidades de Suporte Avançado (USAs) subiu de três para quatro, atingindo o número ideal de unidades. Já as Unidades de Suporte Básico (USBs) subiram de 6 para 11 com a instalação do Gabinete de Crise, que considera 13 o número ideal de veículos. O Serviço de Atendimento ao Transporte Sanitário (SATS) subiu de três para onze unidades, sendo que o número ideal é de 22.
Contratações
Na área de Recursos Humanos, após a reunião da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com o Ministério Público (MP), foram realizados esforços significativos para atender às demandas de saúde nas UPAs e no SAMU. Entre os técnicos de enfermagem, 178 vagas foram solicitadas, 148 publicadas e 76 credenciadas. Foram solicitadas 82 vagas para enfermeiros, todas publicadas, resultando no credenciamento de 65 profissionais. Para técnicos de laboratório, foram 20 vagas solicitadas, todas publicadas, com 15 credenciados.
No caso dos auxiliares de farmácia, 15 vagas foram solicitadas e publicadas, com 10 credenciados. Para técnicos de raio-x, 11 vagas foram solicitadas, 9 publicadas e 8 credenciados. Em relação aos biomédicos, 9 vagas foram solicitadas e publicadas e 7 foram credenciados. Por fim, para farmacêuticos, 5 vagas foram solicitadas e publicadas, com 4 profissionais credenciados.
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MEDICINA S/A
Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente
Iniciativa única no país, levantamento chega à segunda edição com mais de 1.000 instituições participantes e dados fundamentais para a gestão e o avanço da cultura da segurança nos serviços de saúde brasileiros.
Os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) presentes em serviços de saúde no país são realmente atuantes? São bem preparados e estão transformando e melhorando as condições de segurança dos pacientes atendidos? Quais dificuldades enfrentam? É possível identificar motivos que expliquem o número ainda reduzido de NSPs cadastrados?
Ciente da importância fundamental de conhecer essa realidade para o avanço da cultura da segurança do paciente no Brasil, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, SOBRASP, realizou ao longo de 2024 a segunda edição da pesquisa “Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente”. Os resultados foram divulgados em primeira mão para a Medicina S/A.
Foram 1.131 instituições participantes de 26 estados e do Distrito Federal, quase o triplo da primeira edição, em 2022 (400 respondentes). O salto é atribuído pela SOBRASP ao empenho na divulgação pela equipe do Núcleo de Informações Estratégicas* da entidade, ao trabalho do grupo “Comitê de Mobilização pela Demografia” (composto por cerca de 50 pessoas em diversas posições nos âmbitos público e privado e criado para fazer a pesquisa chegar ao conhecimento dos serviços de saúde com NSPs no país) e à credibilidade e às parcerias que a Sociedade vem conquistando desde sua fundação em 2017.
A Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente 2024 foi uma websurvey com um questionário de 42 perguntas, divididas em quatro seções: dados da instituição; dados do NSP; dados do(a) coordenador(a)/responsável pelo NSP; e dados sobre o nível de maturidade do Núcleo. A SOBRASP contou com a participação do Ministério da Saúde no início dos trabalhos de confecção e revisão dessas perguntas. Os dados, coletados no período de 1 de março a 21 de junho deste ano, são anonimizados e protegidos no contexto da Lei Geral de Proteção de Dados. Nenhum estabelecimento é identificado.
DE 2013 A 2024: AFINAL, COMO OS NSPs ATUAM?
Segundo Antônio José de Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Informações Estratégicas da SOBRASP, responsável pela Demografia, os principais objetivos da pesquisa são fornecer dados para a criação de políticas públicas que possibilitem o avanço da cultura da segurança no sistema de saúde brasileiro e garantir aos Núcleos de Segurança do Paciente (NSPs) elementos que os auxiliem a mudar sua realidade. “A intenção é levantar uma discussão em nível nacional sobre a atuação dos núcleos e que contribua para entender, também, o que tem dificultado a implementação na maioria dos serviços, a julgar pela proporção de NSPs cadastrados de 2013 até hoje”, diz Lima Júnior. Os Núcleos de Segurança do Paciente integram o conjunto de medidas do Programa Nacional de Segurança do Paciente, lançado em abril de 2013 pelo Ministério da Saúde, e estão previstos na Resolução de Diretoria Colegiada-RDC 36/2013, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A RDC se aplica aos serviços de saúde públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, e ainda aos que exercem ações de ensino e pesquisa; ela não inclui consultórios individualizados, laboratórios clínicos e serviços móveis e de atenção domiciliar.
O documento diz o que compete ao NSP, como, por exemplo, elaborar o Plano de Segurança do Paciente (PSP) e monitorar e notificar os eventos adversos à Anvisa, e define as condições organizacionais dos núcleos. Segundo a RDC, é preciso que a direção do serviço de saúde disponibilize recursos humanos, financeiros, equipamentos, insumos e materiais, além de um profissional responsável pelo NSP com participação nas instâncias deliberativas do serviço de saúde.
“Como a RDC não determina qual a composição mínima dos Núcleos e a formação dos profissionais membros, esses questionamentos fizeram parte da Demografia. Identificamos, por exemplo, que os NSPs são predominantemente compostos por enfermeiros, seguidos de médicos e farmacêuticos. Também consideramos muito importante saber como essas pessoas atuam, quantas horas podem usar para a execução das tarefas do Núcleo e se o responsável pela gestão do NSP tem dedicação exclusiva, já que essas definições acabaram ficando a critério de cada instituição”, destaca Lima Júnior.
De acordo com ele, os resultados da Demografia 2024 ratificaram os dados encontrados na edição anterior sobre esse quesito: das instituições respondentes, a maioria (57,7%) não tem coordenadores com dedicação exclusiva.
ACREDITAÇÃO E MATURIDADE
Nessa edição da pesquisa, a SOBRASP incluiu uma pergunta sobre acreditação, a fim de verificar se essa estratégia pode trazer impacto para a qualidade da atuação dos Núcleos. Apenas 22,2% responderam que têm alguma acreditação e percebem que a atuação do seu NSP é significativa (próxima de 8 numa escala que vai até 10). “Saber que quase 77,8% das instituições participantes não são acreditadas nos leva a entender que essa iniciativa tem evoluído no país, mas que ainda não é uma realidade na maioria dos serviços”, comenta o coordenador.
E, ao associar variáveis de desfecho de resultado com outras variáveis da pesquisa, foram encontradas relações entre o quanto os Núcleos são atuantes e seu tempo de criação no serviço de saúde, ou seja, NSPs criados há mais de sete anos receberam uma avaliação melhor de seus participantes, com média superior a oito. Para Lima Júnior, é um indicador do valor do amadurecimento. “Não se cria um Núcleo hoje e no próximo ano ele já é muito atuante, com resultados. Isso requer tempo”, diz.
APOIO DA ALTA GESTÃO
Outra associação foi entre o quão atuante é o Núcleo com o apoio recebido da alta gestão. Os NSPs que dizem receber apoio da alta gestão tiveram uma nota de 7.9, enquanto que aqueles que afirmam não ter apoio alcançaram 6.68. “Parece pequena essa distância, mas é estatisticamente significante. Além do mais, está descrito na literatura sobre segurança do paciente que o apoio da alta gestão é fundamental para a melhoria da qualidade dessa segurança”, reforça Lima Júnior. “É preciso que a instituição tenha uma política na área e tenha a adesão das pessoas, e quem encabeça esses profissionais é a alta gestão.”
Uma divergência foi identificada entre a informação de que núcleo recebe apoio da alta gestão (90,3%) e a existência de uma agenda de reuniões com a alta gestão (61%). Para o coordenador, não ter encontros para a definição de ações e tomadas de decisão e, ao mesmo tempo, dizer receber apoio passa a impressão de que esse apoio é incondicional, que o NSP pode fazer o que quiser. A discrepância também fortalece a necessidade de aprofundamento da investigação sobre de que forma esse apoio é dado.
DIFICULDADE: ENVOLVIMENTO DE PACIENTES E FAMILIARES NAS AÇÕES DE SEGURANÇA
A necessidade da formação, capacitação e educação continuada dos profissionais de saúde nos aspectos da segurança do cuidado – que inclui o envolvimento de pacientes e familiares nas ações do Núcleo – aparece nos 41,6% dos NSPs que afirmam não ter ações nesse sentido. “Como eu vou dar uma orientação se não desenvolvi aquele olhar? Como posso reduzir o risco de queda sem envolver o paciente e o familiar? A maioria dos serviços de saúde não têm conseguido fazer isso, e a Demografia ratifica essa realidade”, salienta Lima Júnior.
Para o coordenador, atitudes básicas, como se apresentar para o paciente e o familiar antes de qualquer avaliação, pedem que haja uma mudança de comportamento, assim como para envolvê-los na análise de um incidente, de um evento adverso, convidando-os a ajudar na elaboração de um plano de ação para evitar que o problema aconteça novamente (uma das frentes de atuação do chamado disclosure).
“O envolvimento acontece na prevenção e na melhoria contínua, é algo que precisa estar sistematizado. Toda pessoa que é internada vai receber as orientações básicas de onde está a saída de emergência, a campainha para pedir ajuda, o que fazer para evitar uma queda. É preciso, ainda, que o NSP trabalhe para construir e manter um ambiente favorável e seguro que estimule o paciente e o familiar a questionarem o profissional de saúde toda vez que algum medicamento for administrado, por exemplo, e que o profissional seja treinado para essa troca. O quesito envolvimento do paciente e familiar comporta até a nomeação de um representante da comunidade para integrar o NSP”, afirma.
NÚCLEOS MAIS ATUANTES = PROTOCOLOS IMPLANTADOS
Serviços de saúde sem Núcleo de Segurança do Paciente estruturado enfrentam muito mais dificuldades na implantação e no monitoramento dos protocolos de segurança do paciente, segundo Lima Júnior. Por outro lado, como mostrou a Demografia 2024, NSPs com avaliação de atuação próxima ou superior a oito (numa escala de 1 a 10) têm protocolos descritos, implantados e monitorados, o que também envolve apoio da alta gestão, com capacitação dos profissionais para possibilitar adesão e recursos e suprimentos necessários ao cumprimento dos protocolos.
“Todos sabemos que protocolos de segurança do paciente são construídos a partir de evidências científicas, e que trabalhar com eles é condição essencial para melhorar a qualidade da assistência. Também sabemos que um apoio importante da alta gestão é o financeiro, para, por exemplo, ter os materiais previstos no protocolo de prevenção de lesões por pressão. Sem materiais, podemos entender que essa prevenção não é prioridade da gestão”, analisa.
Para a Demografia, os oito protocolos definidos pela SOBRASP foram: identificação do paciente; comunicação segura; segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos; cirurgia segura; prática de higiene das mãos; prevenção de quedas; prevenção de lesão por pressão; e uso seguro de sangue e hemocomponentes.
A pesquisa mostrou, ainda, a associação entre o quão atuante é o núcleo e a análise de eventos adversos. Mais de 80% dos participantes responderam que analisam os eventos adversos, e seus serviços de saúde tiveram nota de atuação próxima de 8, o que também é estatisticamente significante, de acordo com Lima Júnior. Vale lembrar que, no Brasil, o número de eventos adversos notificados pelos serviços de saúde na Anvisa chegou a 370.000 em 2023.
“Só fazemos gestão se tivermos dados, e não tínhamos informações detalhadas sobre a conformação, o trabalho e as dificuldades dos Núcleos de Segurança do Paciente, que são uma célula importante de implantação das ações de segurança nas instituições de saúde do país”, pontua Paola Andreoli, que tomou posse como presidente da SOBRASP (2025-2026) no dia 6 de dezembro. Ela espera que a Demografia possa ser usada pelo Ministério da Saúde, pela Anvisa, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e pela Agência Nacional de Saúde (ANS), órgãos que definem diretrizes que podem apoiar mais os NSPs.
“Esperamos que esse conjunto de informações possa catalisar iniciativas para o desenvolvimento e o apoio às práticas de segurança implantadas pelos Núcleos de Segurança do Paciente e que a Demografia também seja um instrumento para os profissionais que compõem os NSPs, pois eles são a instância propulsora do Programa Nacional de Segurança do Paciente nos serviços de saúde do país”, deseja o Coordenador-geral do Proqualis ENSP/Fiocruz e ex-presidente da SOBRASP, Victor Grabois, que após sete anos deixa o cargo que ocupou desde a fundação da Sociedade.
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Equipe do Núcleo de Informações Estratégicas da SOBRASP, responsável pela Demografia dos Núcleos de Segurança do Paciente
Ana Gabriela Silva de Lima, Antônio José de Lima Júnior, Flávia Portugal, Isabelle Mury, Jurema Corrêa da Mota. Colaboradores da edição 2024: Claudia Toledo, Luiza Gerhardt e Victor Grabois.
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Sete pautas que o setor da Saúde deve trabalhar em 2025
Por Rogério Pires
O avanço tecnológico do setor da Saúde nos últimos anos transformou o modo como as instituições operam. A digitalizaçãotraz benefícios para todos os elos da cadeia: para os pacientes, o diagnóstico e tratamento são aprimorados, melhorando também sua jornada nas instituições de saúde como um todo; para os profissionais, a tecnologia é importante aliada para ganho de produtividade, agilidade e inteligência; e do lado das instituições, a gestão é elevada a um nível superior, conferindo maior eficiência, ponto fundamental para a gestão financeira.
Diante de tantos benefícios, o movimento de transformação digital da saúde deve se acentuar em 2025, a exemplo do aumento do uso da tecnologia na jornada dos pacientes. Além de proporcionar uma experiência muito mais completa e positiva para quem é atendido, a digitalização da jornada do paciente traz mais comodidade e praticidade. Hoje, vemos a crescente popularidade de ferramentas como aplicativos próprios das instituições, chatbots para agendamento de consultas e exames e canais digitais de atendimento para o contato entre pacientes e instituições. Inovações no processo de validação do “token” das operadoras de saúde também vêm ganhando destaque, utilizando tecnologias como a de reconhecimento facial, por exemplo, o mesmo racional usado já há algum tempo pelo setor financeiro.
A tecnologia também é ingrediente essencial na maneira como as instituições de saúde realizam o registro de suas informações, parte essencial da operação. De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), 92% dos estabelecimentos de saúde do Brasil têm algum sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, um aumento de 5 pontos percentuais com relação a 2023.
E conforme essa digitalização se consolida o uso de dadosse torna ainda mais estratégico, abrindo um leque de possibilidades. Para 2025, sem dúvidas, os dados continuarão atuando como protagonistas, uma vez que, se bem coletados, tratados e integrados, auxiliam na gestão das instituições, sejam hospitais, clínicas, cooperativas médicas ou planos de saúde, nos mais variados aspectos. A inteligência de dados já vem sendo aplicada na redução de custos nas operadoras, por exemplo. Por meio de uma visão completa da base de cliente é possível gerenciar gastos e reduzir a sinistralidade, ponto central para as operadoras.
Outro uso dos dados na área da saúde que ganha força são os wearables, ou dispositivos vestíveis. Na medida em que grandes empresas de tecnologia lançam dispositivos como smartwatches e anéis, a população tem demonstrado maior interesse nos benefícios do uso de wearables para sua saúde. Ao captarem dados do usuário ao longo do dia, estes dispositivos podem auxiliar no monitoramento e prevenção de doenças, ajudando na condução de um acompanhamento de saúde mais eficiente por meio da medicina preditiva.
E, quando falamos em dados, não podemos deixar de lado o assunto do momento: Inteligência Artificial. A IA já vem sendo utilizada na área da saúde em diversos processos, a fim de garantir automação e eficiência para as instituições. Por isso, para 2025, aposto que a IA seguirá com destaque no setor, inclusive a IA Generativa. Uma das suas aplicações que já são vistas é no registro de informações em prontuários, possibilitando que o médico dedique total atenção ao paciente, enquanto a ferramenta registra o que foi dito no prontuário.
O mercado de tecnologia para a área da saúde vem evoluindo e, com isso, cresce o número de novidades desenvolvidas especialmente para o segmento. Mas sabemos que a digitalização da saúde no Brasil ainda enfrenta desafios, e existe um longo caminho a ser percorrido para o uso e integração efetiva das soluções no setor. Um exemplo é a necessidade de capacitação dos profissionais com relação ao uso da tecnologia. De acordo com a TIC Saúde 2024, apenas 23% dos médicos e enfermeiros realizaram alguma formação ou treinamento em informática em saúde para lidar com as novas tecnologias nos 12 meses que antecederam a pesquisa.
Outro desafio constante é a cibersegurança. Conforme o uso de soluções aumenta, é fundamental que as organizações de saúde estejam preparadas para garantir a proteção e privacidade dos dados de seus pacientes, garantindo também o cumprimento de legislações, como a LGPD. Ainda de acordo com a mesma pesquisa TIC Saúde 2024, houve um aumento no uso de todos os sistemas de segurança utilizados nas instituições de saúde em comparação à pesquisa do ano anterior. Ferramentas de segurança da informação como antivírus (88%), proteção por senha do acesso ao sistema eletrônico (83%), firewall (60%) foram as três mais citadas.
Frente a um cenário cada vez mais competitivo, volátil e repleto de desafios, as instituições de saúde têm muito a se beneficiar do investimento em digitalização. A tecnologia não é mais apenas uma ferramenta, mas sim a base para um sistema mais eficiente, conectado e centrado nas necessidades do paciente. O futuro da saúde não é apenas sobre como usamos a tecnologia, mas sobre como ela pode ajudar a criar um sistema mais sustentável e acessível para todos.
*Rogério Pires é diretor de produtos para Saúde da TOTVS.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Recibo médico do Imposto de Renda passa a ser digital em 2025
Pesquisa: reembolso é um dos maiores pontos de insatisfação dos clientes de planos de saúde
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Recibo médico do Imposto de Renda passa a ser digital em 2025
Receita Saúde era opcional até 2024; agora, é obrigatório; veja como usar
A partir deste ano, profissionais da saúde, como médicos, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos, deverão emitir seus recibos de pagamento por meio do sistema digital da Receita Federal, o que deve facilitar a dedução dos gastos com saúde na declaração do Imposto de Renda das pessoas físicas.
O recurso está disponível desde abril de 2024, mas a sua utilização não era obrigatória. Agora, os profissionais que emitem seus recibos como pessoas físicas deverão utilizar a ferramenta.
Segundo a Receita Federal, a medida deve reduzir o número de declarações em malha fina- situação em que são encontradas inconsistências entre as informações declaradas e os dados apresentados por outras entidades.
Com o recurso, as informações sobre os pagamentos poderão ser conferidas diretamente no aplicativo e, posteriormente, informadas na declaração do IR. Dessa forma, pacientes e profissionais não precisarão mais guardar os recibos em papel.
Até o início de dezembro do ano passado, mais de 380 mil recibos digitais já tinham sido emitidos - número que representa mais de R$ 215 milhões em serviços de saúde prestados.
Segundo o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a medida busca reduzir o número de declarações em malha fina, uma vez que cerca de 25% das declarações retidas na malha, apresentam erros relacionados aos recibos de prestadores de serviços de saúde pessoas físicas.
QUEM PODE EMITIR O RECIBO?
O Receita Saúde deve ser utilizado por profissionais da saúde que emitem seus recibos como pessoas físicas. São considerados trabalhadores dessa área: médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais com registro ativo em seus conselhos profissionais.
A ferramenta não se aplica a aqueles que tenham empresas e que já fornecem essas informações por meio da Dmed (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde).
Representantes profissionais, ou seja, pessoas para quem o profissional de saúde concede procuração eletrônica para a emissão dos recibos também poderão acessar o aplicativo.
QUANDO O RECIBO DEVE SER EMITIDO?
O recibo deve ser emitido na data do pagamento da prestação de serviço. Para os casos em que o pagamento for parcelado, deverá ser emitido um recibo para cada parcela paga.
Aqueles que desejarem também poderão realizar a emissão retroativa. Para isso, o profissional deverá providenciar os respectivos ajustes no cálculo do Recolhimento Mensal Obrigatório (Carnê-Leão), referente ao IR.
A obrigatoriedade de uso do recurso valerá apenas para as declarações feitas no início de 2026, referente ao ano fiscal de 2025. Contudo, os recibos emitidos no aplicativo em 2024 já impactarão a declaração de 2025, ano-base 2024, facilitando a prestação de conta.
PACIENTES PODEM ACESSAR O APLICATIVO?
Todos os cidadãos com CPF ativo podem acessar o Receita Saúde por meio do Perfil Paciente. Nessa seção do aplicativo, todos os recibos em que o cidadão aparece como beneficiário ou pagador serão exibidos.
COMO UTILIZAR O APLICATIVO?
O Receita Saúde está disponível para dispositivos móveis com sistemas IOS e Android e pode ser baixado nas lojas de aplicativo dos aparelhos (App Store e Play Store).
Os usuários devem acessar o recurso por meio de sua conta gov.br. É necessário, no entanto, que a conta tenha um nível de segurança prata ou ouro.
Para os profissionais, além da conta gov.br, também é necessário apresentar o cadastro no Carnê Leão Web, onde os recibos emitidos são armazenados. O cadastro na plataforma deve ser feito por meio do Portal e-CAC no menu Declarações e Demonstrativos, opção Acessar Carnê-Leão.
COMO EMITIR O RECIBO PELO COMPUTADOR?
Aqueles que preferirem, também poderão emitir o recibo por meio do Carnê Leão Web, localizado na funcionalidade +Receita Saúde, que fica na ficha Rendimentos.
QUAIS SÃO OS DADOS NECESSÁRIOS PARA EMITIR O RECIBO?
Após realizar o seu login com a conta gov.br, o profissional de saúde ou seu representante deverá preencher os seguintes campos para emitir o recibo:
CPF do pagador
Se o pagador for o beneficiário do serviço basta selecionar o checkbox com essa indicação
Se o beneficiário e o pagador não forem a mesma pessoa deve ser informado o CPF do beneficiário
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PORTAL R7
Pesquisa: reembolso é um dos maiores pontos de insatisfação dos clientes de planos de saúde
Associação dos planos de saúde afirma que análise para reembolsos se tornou mais criteriosa por causa do número de fraudes
Qual sua principal insatisfação quando o assunto é plano de saúde? Se respondeu reembolso, você não está sozinho. Pesquisa realizada na cidade de São Paulo, com 26.300 observações, revelou que a solicitação de reembolso e o recebimento do valor por despesas médicas estão entre os pontos mais mal avaliados pelos consumidores.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) tem uma explicação direta sobre essa dificuldade: as fraudes.
Mas vamos aos números: os planos de saúde avaliados analisados incluem 11 operadoras. As médias do setor para as etapas de reembolso foram de 7,26 e 7,55, respectivamente, no Net Promoter Score (NPS), uma métrica que mede a recomendação dos clientes.
Claro, o reembolso não é o único ponto fraco apontado pela pesquisa: espera pelo prazo de carência na adesão do plano (6,82) e o cancelamento do plano (7,10) também aparecem.
Por outro lado, a escolha do médico, clínica ou exame no site da operadora aparece como o ponto mais bem avaliado, com uma média de 7,84. O score médio no uso do plano, considerando todos os elos, foi de 7,57.
A análise foi realizada utilizando uma plataforma de Inteligência Artificial Generativa e dados de reviews online de consumidores do setor de saúde disponíveis na internet. A responsável é a Decoupling Brasil, empresa global que aponta disrupções nos mercados de companhias tradicionais.
As notasOs cofundadores da empresa responsável pelo levantamento, Thales Teixeira e Leandro Guissoni, destacam que notas acima de 8,50 são raras e representam atividades que encantam o consumidor. No entanto, no setor de planos de saúde, não há nenhum elo com nota igual ou superior a 8,50. Já as notas abaixo de 7,50 indicam atividades de forte insatisfação dos consumidores.
Os resultados da pesquisa nos Estados Unidos são muito parecidos com o mercado brasileiro. Lá, entre 15% a 20% dos pedidos de reembolso são negados.
Teixeira explica que a solicitação de reembolso por despesas médicas incorridas é também parte da discussão que está ocorrendo nos EUA após o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Palavras como "Delay, Deny, Defend" (Atrasar, Negar, Defender) estavam escritas na munição do assassino, refletindo a frustração dos consumidores.
1 / 6 A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estipulou novas regras para o cancelamento de planos de saúde por inadimplência. Veja quais foram as mudanças definidas pelo órgão e tire suas dúvidas sobre as regras dos planos e direitos do consumidor com o Jornal da Record!Explicações e soluçõesA Abramge confirma que "a análise na prestação desses serviços tornou-se mais criteriosa para combater irregularidades que impactam os preços e reajustes dos planos de saúde". Segundo a associação, estimativa recente baseada em dados dos últimos cinco anos (2019-2023) indica que mais de R$ 10 bilhões foram gastos fraudulentos (veja a nota completa no fim da matéria).
A solução apontada pela Abramge e pelos responsáveis pela pesquisa são coincidentes, na medida em que envolvem comunicação e uma chance de os planos de saúde se envolverem mais com os clientes.
A associação, por exemplo, afirma que tem investido na comunicação setorial para explicar à população sobre o funcionamento dos planos de saúde, "incluindo a importância da carência, o funcionamento dos reembolsos, cuidados com dados pessoais e fraudes que afetam o setor e seus beneficiários".
Já Guissoni destaca que o trâmite do reembolso representa uma oportunidade de inovação para os planos de saúde, já que startups podem surgir para abocanhar partes da cadeia de valor de empresas estabelecidas.
Confira a nota da Abramge:"A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) destaca que ao ano são realizados mais de 1,7 bilhão de procedimentos no cuidado e atenção aos 51,5 milhões de beneficiários de planos de saúde em todo o país. As operadoras desempenham um papel crucial no acesso a tratamentos, exames e procedimentos médicos, além de colaborar diretamente para aliviar a sobrecarga do sistema público de saúde.
A Abramge e suas operadoras associadas trabalham incansavelmente para superar os desafios encontrados no setor e reforçam seu compromisso com a prestação de um serviço essencial e de qualidade à população brasileira.
No que diz respeito ao tema dos reembolsos, estimativa recente da Abramge, com base em dados dos últimos cinco anos (2019-2023), indica que mais de R$ 10 bilhões foram gastos fraudulentos. Com isso a análise na prestação desses serviços ficou mais criteriosa para combater as irregularidades que impactam profundamente nos preços e nos reajustes dos planos de saúde.
A Abramge tem investido cada vez mais na comunicação setorial com o objetivo de levar informações de credibilidade para esclarecer à população sobre o funcionamento dos planos de saúde, como, por exemplo, explicar a importância da carência, o funcionamento dos reembolsos, os cuidados com os dados pessoais como login e senha do seu plano de saúde, as fraudes que acometem o setor e seus beneficiários.
Por fim, a Abramge reafirma seu compromisso inafastável em defender os interesses dos beneficiários de planos de saúde por meio da defesa dos pilares de sustentação do sistema de saúde suplementar e o combate às fraudes e desperdícios. Vale ressaltar que o setor de saúde suplementar ocupa apenas a 18ª posição em número de reclamações segundo o Consumidor.gov (portal oficial de reclamações do Governo Federal), com uma taxa de apenas 1,6% ao ano, evidenciando os esforços contínuos pela qualidade no atendimento de mais de 51,5 milhões de brasileiros."
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DIÁRIO DO NORDESTE
Hapvida abre novo hospital em Fortaleza com investimento de R$ 50 milhões
Unidade fica no Bairro de Fátima e adiciona 74 leitos à rede de atendimento da empresa cearense
A Hapvida NotreDame Intermédica abre, nesta segunda-feira (6), o Hospital Santa Maria, no bairro de Fátima, em Fortaleza, após um investimento R$ 50 milhões. Os atendimentos ao público começarão a ser realizados nesta noite.
Com mais de 7.602 m² de área construída e 74 leitos disponíveis, a unidade é a sétima da empresa no Ceará.
O novo hospital integra o plano de expansão da companhia, que prevê em torno de R$ 1 bilhão por ano em investimentos para ampliar a rede de atendimento.
Os novos leitos serão destinados a pacientes clínicos e cirúrgicos, incluindo 10 leitos de UTI adulto. A unidade contará com centro cirúrgico, serviço de diagnóstico por imagem e de análises clínicas.
Segundo a Hapvida, o hospital não abrirá para atendimento de urgência e emergência.
200 empregos gerados
Para a unidade, a Hapvida contratou 200 novos colaboradores, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem, coordenadores, supervisores, auxiliares de serviços gerais, recepcionistas, maqueiros, copeiros e nutricionistas.
Local estratégico
O vice-presidente de Operações Hapvida, Francisco Souto, afirma que o hospital está localizado em uma área mapeada como estratégica pela companhia, que permite atender o maior número de pacientes.
"Estamos entregando mais uma unidade com serviços de altíssimo nível em Fortaleza. É uma expansão pensada em cada detalhe, desde a localização privilegiada e de fácil acesso aos usuários, no bairro de Fátima, até o oferecimento de serviços exclusivos que complementam o que já existe em toda a rede, no estado", destaca.
A Hapvida possui 5 unidades de pronto atendimentos, 22 clínicas médicas e 17 centros de diagnóstico por imagem e coleta ambulatorial no Ceará.
Em todo o Brasil, são 87 hospitais e 341 clínicas médicas.
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PORTAL HORA CAMPINAS
Artigo - Tornando a medicina de família uma especialidade mais atrativa: estratégias para enfrentar a escassez de especialistas em atenção básica no Brasil
Carmino de Souza e Colabores
Vou reproduzir neste texto uma publicação feita em janeiro de 2023 na PLOS Saúde Pública Global e que está relacionado ao programa "Mais Médicos Campineiro" para elevar de maneira significativa a formação de médicos de saúde da família e comunidade, programa este instituído por lei municipal de Campinas-SP, com a participação das três escolas médicas de Campinas (Unicamp, PUCC e São Leopoldo Mandic) e do governo municipal de Campinas através da Secretaria Municipal de Saúde e da Rede Mario Gatti (1).
Este texto estava disponível em inglês, mas decidimos publicá-lo em português para dar ciência à nossa comunidade de um importante programa que pode servir de inspiração para outras cidades ou Estados e, porque não dizer, para outras residências médicas de importância estratégica ao país.
A Atenção Primária ou Básica à Saúde (APS) é frequentemente o primeiro nível do sistema de saúde e é responsável pela coordenação do atendimento médico e interdisciplinar. Como porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), a APS é de fundamental importância e está presente em todas as regiões do país.
Ela trabalha para viabilizar o acesso à assistência à saúde e garantir a coordenação e integralidade do cuidado. Essa estrutura pode tratar aproximadamente 80% da necessidade geral relacionada às doenças apresentadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Apesar de sua importância, a valorização da APS e da Medicina de Família (MF) como disciplina e política pública não tem sido priorizada na maioria das instituições de ensino brasileiras.
Segundo o estudo sobre demografia médica realizado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), o Brasil contava com 500 mil médicos em 2020, porém com distribuição desigual entre as cinco regiões do país, e concentração de profissionais nas capitais em relação ao interior. Embora a Estratégia Saúde da Família (ESF) seja considerada prioridade pelo Ministério da Saúde, muitas regiões do Brasil enfrentam dificuldades para recrutar e, principalmente, reter profissionais médicos para a área. Em 2020, o Brasil tinha 7.149 médicos de FM, apenas 2,4% de todos os especialistas do país.
Os esforços contínuos para contratar e reter médicos em áreas rurais continuam desafiadores, e muitas vagas permanecem, deixando os moradores sem acesso a cuidados de qualidade. Esse problema é enfrentado por muitos países.
Nos Estados Unidos (EUA), de 8.116 cargos de treinamento de pós-graduação em cuidados primários (que incluem pediatria, clínica médica e médicos de família), 42% foram preenchidos por graduados de escolas médicas dos EUA e a American Association of Medical Colleges (AAMC) projeta uma escassez de 21.100 a 55.200 médicos de cuidados primários (PCP) até 2034. Na Europa, onde o PCP era tradicionalmente respeitado e reconhecido, a falta de clínicos gerais (GP) também está aumentando e é uma questão preocupante. A carga de trabalho e a falta de prestígio percebido associada à trilha do PCP podem tornar os cuidados primários menos atraentes.
Esses tipos de equívocos, juntamente com salários mais baixos, esgotamento e difícil avanço na carreira, tornam os cuidados primários uma especialidade difícil de atrair e reter médicos.
Para Feuerwerker, as vagas em instituições brasileiras são resultado de vários elementos: o incentivo a especialidades e instituições distintas, a incompreensão histórica e a importância da prática e o incentivo crescente à especialização na educação médica. A falta de investimentos em insumos e infraestrutura na atenção primária, as preocupações com o desenvolvimento de carreira e os baixos salários e a valorização da formação de médicos de MF no trabalho da ESF também contribuem para a dificuldade de retenção dessas posições no Brasil.
Com o objetivo de reduzir a taxa de vagas nos programas de residência médica para FM, alguns departamentos de saúde brasileiros introduziram reformas e financiamento adicional para treinamento em MF. Em 2020, a região de Campinas, onde atuamos, introduziu um programa chamado "Mais Médicos para a Cidade de Campinas" (PMMC), que estabeleceu uma parceria entre instituições de ensino superior públicas e privadas, hospitais e Unidades de Urgência/Emergência com uma nova proposta de pós-graduação para FM. Ele criou um programa para apoiar a formação de especialistas em medicina de família, estimular a pesquisa e expandir o atendimento em Unidades Básicas de Saúde e, desde então, resultou em uma redução de 50% nas vagas.
Um dos elementos bem-sucedidos do programa de Campinas, juntamente com a qualidade da formação médica, é que ele ajuda a aproximar o treinamento em sala de aula médica da comunidade e da realidade social cotidiana. Os médicos formados pelo PMMC estão cientes de como seu trabalho impacta a comunidade local e suas necessidades específicas de saúde.
O programa resultou em um atendimento mais responsivo às necessidades da comunidade, especialmente na perspectiva de adotar um modelo de assistência que prioriza a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico e o tratamento de forma integrada. No entanto, para que a ESF continue a inovar e a melhorar sua capacidade de resposta aos problemas de saúde contemporâneos, ela deve investir fortemente na formação profissional, na incorporação racional de tecnologias de informação e comunicação e na criação de condições de trabalho adequadas para equipes multidisciplinares.
(1)- Carmino De Souza e colaboradores convidados: Clarissa Vasconcellos De Souza, Giuliano Dimarzio, Adail de Almeida Rollo, Aguinaldo Gonçalves, Rubens Bedrikow e Lair Zambon - 13 de janeiro de 2023 PLOS Saúde Pública Global .
Carmino Antônio de Souza é professor titular da Unicamp. Foi secretário de saúde do estado de São Paulo na década de 1990 (1993-1994) e da cidade de Campinas entre 2013 e 2020. Secretário-executivo da secretaria extraordinária de ciência, pesquisa e desenvolvimento em saúde do governo do estado de São Paulo em 2022 e atual Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Butantan. Diretor científico da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e Pesquisador Responsável pelo CEPID-CancerThera-Fapesp.
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MEDICINA S/A
Hospital Vila Nova Star adota modelo inédito de pronto-socorro privativo
O Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, inaugurou uma nova torre com 140 leitos que adotou um modelo inédito de pronto-socorro privativo, sem fila de espera e com exames de sangue e imagem que vão até o paciente. Com a ampliação e modernização do serviço, o atendimento é realizado em suítes individuais localizadas no térreo, onde o paciente não precisa se deslocar para diferentes setores, já que todos os serviços, como triagem, consulta médica, exames (ultrassom e análises clínicas), reavaliação e medicação, são realizados na suíte. As suítes de pronto atendimento estão localizadas na nova torre da unidade.
“No total serão 23 postos de atendimento no térreo, todas com banheiro completo privativo, incluindo ducha, que quadruplicaram a capacidade do pronto atendimento. Todas são equipadas com monitores de sinais vitais. Há também duas salas reservadas para atendimento de pacientes com risco iminente de morte”, explica Daniel Favarão Del Negro, diretor geral do Vila Nova Star.
O pronto-socorro conta com médicos de diferentes especialidades, como clínica médica, cardiologia, ortopedia e cirurgia geral, aptos a atender imediatamente às necessidades dos pacientes.
“Nas primeiras avaliações NPS (Net Promoter Score – métrica que avalia a satisfação e a fidelidade dos clientes de uma empresa), já temos índices superiores a 90, um resultado impressionante e que coloca o hospital entre os melhores do mundo. Além disso, em uma emergência, o tempo até o atendimento médico pode fazer a diferença no desfecho clínico, ou seja, na vida de um paciente. Por essa razão, nos organizamos para que não haja espera no pronto-socorro da unidade”, destaca Paulo Moll, CEO da Rede D’Or.
Expansão
Construída em um espaço de 28,2 mil metros quadrados, com 15 andares e 140 leitos de internação, a nova torre do Vila Nova Star segue o conceito de medicina de alta performance aliada à hotelaria seis estrelas já consolidada pela bandeira Star, além dos mais renomados médicos do país em suas áreas de atuação.
Com a expansão, o Vila Nova Star passou de 89 para 229 leitos, dos quais 68 de UTI. Dois andares são ocupados exclusivamente pelas suítes presidenciais e masters, com mais de 60 metros quadrados cada e antessala.
Erguida diante da necessidade de ampliar o acesso dos pacientes frente à crescente demanda, a nova estrutura integra a expansão de um dos maiores complexos hospitalares da América Latina, situado nas regiões do Itaim Bibi e Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista, que engloba os hospitais São Luiz Itaim, Vila Nova Star, Maternidade São Luiz Star e o novo Centro de Transplantes e Cirurgias de Alta Complexidade, totalizando 720 leitos. O investimento do grupo na ampliação do complexo da Rede D’Or no Itaim é de R$ 1,5 bilhão.
“O conceito da bandeira star é ainda mais diferenciado e baseia-se num padrão assistencial de excelência comparável aos melhores e mais admirados hospitais mundialmente, com hotelaria inigualável, corpo clinico de primeira linha, profissionais altamente qualificados e tecnologia médico-assistencial de última geração para diagnóstico e tratamento, sem descuidar da humanização. O sucesso do Vila Nova Star em apenas cinco anos justifica sua expansão, para oferecer o melhor em saúde para um público exigente e sofisticado”, destaca Rodrigo Gavina, CEO de Hospitais Rede D’Or.
Tecnologias únicas e exclusivas
Paulo Hoff, médico e Presidente da Oncologia D’Or, ressalta que o Vila Nova Star dispõe de tecnologias únicas no Brasil. São equipamentos de imagem de altíssima complexidade e que se complementam para executar o que há de mais inovador em radioterapia no Brasil.
“O Cyberknife, por exemplo, é um equipamento de radioterapia sensível aos movimentos do corpo provocados pela respiração do paciente, o que o torna extremamente preciso para atingir o tumor, sem afetar órgãos sadios ao redor da célula cancerígena. Na prática, funciona como um acelerador linear montado num braço robótico, permitindo o tratamento com precisão submilimétrica de lesões pequenas com altíssima dose, preservando ao máximo os tecidos normais em torno da área tratada”, explica Hoff.
Além do Cyberknife, o hospital dispõe de outros dois equipamentos de última geração – Tomotherapy e Truebeam ST X –, que juntos formam o melhor e mais completo parque tecnológico de radioterapia do país.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Custos médicos corporativos no Brasil devem crescer 12,9% em 2025, aponta estudo
Abramge solicita suspensão de Consulta Pública da ANS sobre reajustes e regulação em planos de saúde
Doctoralia e Feegow lançam o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 com insights exclusivos sobre o setor
Mabel decreta estado de calamidade pública em Goiânia para saúde e finanças
Mamografias 3D superam exames tradicionais nos EUA, mas benefícios ainda são analisados
SAÚDE BUSINESS
Custos médicos corporativos no Brasil devem crescer 12,9% em 2025, aponta estudo
Apesar da desaceleração, aumento supera a média da América Latina e reforça a importância da gestão eficiente dos planos de saúde.
O Relatório de Tendências Globais dos Custos Médicos 2025, produzido pela Aon, projetou um aumento de 12,9% nos custos médicos corporativos no Brasil. Apesar da alta, o número representa uma redução de 1,2% em relação à edição anterior do estudo. Ainda assim, a média brasileira permanece acima da América Latina, com previsões de crescimento de 11,7% para 2024 e 10,7% para 2025.
Fatores que impulsionam os custos no Brasil
De acordo com Leonardo Coelho, vice-presidente de Health & Talent Solutions da Aon Brasil, a estabilização na frequência de uso dos serviços médicos após a pandemia não será suficiente para conter a variação nos custos em 2025. “Tratamentos, terapias e a crescente demanda por medicamentos de alto valor continuam sendo os principais motores dessa alta. Isso reforça a necessidade de uma gestão eficiente dos planos de saúde corporativos pelas empresas”, analisa.
O cálculo da tendência de custos considera o comportamento de utilização dos planos de saúde, custos de eventos médicos como consultas, atendimentos de emergência, exames, terapias e internações, além do impacto da inclusão de novas tecnologias e medicamentos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Destaques para 2025 no Brasil
Terapias simples: a frequência de uso dessas terapias (psicoterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, entre outras) deve aumentar devido à cobertura ilimitada estabelecida pela ANS.
Eventos de menor complexidade: crescimento na procura por eventos eletivos.
Medicamentos de alto custo: impacto significativo, especialmente de quimioterápicos e imunossupressores adicionados ao rol nos últimos dois anos.
O estudo também destacou as condições médicas que mais elevam os custos dos planos corporativos no país: doenças autoimunes (exceto Diabetes Tipo 1), cardiovasculares, câncer e saúde mental, esta última com aumento expressivo desde a pandemia.
Panorama global
O relatório aponta que, globalmente, o aumento médio dos custos médicos será de 10% em 2025, uma leve redução em relação aos 10,1% registrados em 2024. A América Latina, no entanto, apresenta uma tendência de desaceleração, influenciada por ajustes econômicos e estratégias empresariais regionais.
Segundo Max Saraví, head de Human Capital da Aon para a América Latina, a região enfrenta desafios específicos, como desvalorização cambial e inflação, mas o cenário também abre espaço para estratégias inovadoras: “Flexibilizar benefícios é uma tendência crescente, permitindo maior controle de gastos e a criação de pacotes de benefícios mais atrativos.”
Sobre o estudo
O relatório Global Medical Trend Rates 2025 reúne dados de 112 países, consolidando informações de planos médicos corporativos administrados pela Aon. Os insights refletem as expectativas locais, regionais e globais para o comportamento dos custos de saúde.
Leia o relatório completo aqui.
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Abramge solicita suspensão de Consulta Pública da ANS sobre reajustes e regulação em planos de saúde
Entidade crítica abordagem ampla da consulta e propõe análise separada para garantir maior participação e profundidade nas discussões.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) solicitou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a suspensão imediata da Consulta Pública 145. Essa consulta, iniciada em 19 de dezembro de 2024, visa coletar contribuições para a reformulação da Política de Preços e Reajustes do setor e abrange outros três temas: mecanismos de regulação financeira, venda online e revisão técnica. Para a Abramge, a abordagem conjunta dos temas compromete a profundidade das discussões e exige reformulação.
A Abramge defende que cada tema abordado na Consulta Pública 145 seja tratado separadamente, por meio de processos individualizados. “A condução da consulta com temas tão díspares e de tamanho impacto viola a participação social, impedindo que a sociedade tenha tempo e organização para apresentar críticas e sugestões relevantes”, afirmou a entidade em ofício enviado à ANS.
A associação também destaca que a legislação exige participação social robusta em processos regulatórios, conforme disposto na Lei nº 13.848/2019 e no Decreto nº 10.411/2020. Segundo a Abramge, a falta de foco prejudica a qualidade e a legitimidade das contribuições recebidas, comprometendo o processo.
Proposta alternativa: prazos sucessivos
Como alternativa à suspensão total da consulta, a Abramge sugere que a ANS estabeleça prazos sucessivos de 45 dias para cada tema, permitindo maior aprofundamento das discussões. “Cada um dos temas, de tão profundos que são, exige maior foco e tempo nas respectivas análises. Não somos contrários à consulta, mas ela precisa ser conduzida de forma individualizada”, declarou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.
Compromisso com a sustentabilidade da saúde suplementar
A associação reafirma seu compromisso com a modernização da regulação setorial e se coloca à disposição para contribuir com propostas que promovam a sustentabilidade e eficiência da saúde suplementar no Brasil. Segundo a Abramge, mudanças significativas no horizonte regulatório demandam tempo e detalhamento adequado para análise, garantindo que operadoras, prestadores de serviços e consumidores participem de maneira estruturada e assertiva.
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MEDICINA S/A
Doctoralia e Feegow lançam o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 com insights exclusivos sobre o setor
Estudo aponta que 71% das instituições investem em marketing e que isso é determinante para atrair novos profissionais
O Panorama das Clínicas e Hospitais é um estudo realizado pela Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo, juntamente com Feegow, software líder em gestão para clínicas e consultórios, para trazer insights exclusivos do setor no Brasil. O material, que já está na 5ª edição, se consolida cada vez mais como uma referência em dados para descrever o cenário da saúde e apontar as tendências para os próximos anos. Feito em parceria com Memed, Patient Centricity, Neomed, Dr. Fisiologia e Comunidade Inovação em Saúde, a pesquisa ouviu 1.048 representantes de clínicas e hospitais dos 26 Estados do Brasil, entre os dias 15 de agosto e 22 de setembro de 2024.
O estudo aponta que 71% das instituições investem em marketing e que isso é determinante para atrair novos profissionais, principalmente porque a ausência de estratégias de comunicação eficazes em clínicas e hospitais pode criar barreiras, afastando os pacientes quando eles precisam de serviços médicos. Além disso, 16% têm a intenção de investir em marketing, mas ainda não o fizeram, mesmo sabendo da importância de promover suas clínicas e serviços. Agora com relação ao investimento de marketing e o número de especialistas, proporcionalmente as estratégias avançadas são mais adotadas por instituições maiores, com mais de 50 profissionais, e a ausência de investimento em marketing ocorre em maior proporção em clínicas menores, com dois a quatro profissionais.
Canais mais populares
O relatório também traz insights a respeito dos canais de atuação mais populares. Nesse âmbito, 8 em cada 10 instituições de saúde estão no Instagram, e pelo segundo ano consecutivo este é o canal onde as clínicas e hospitais estão mais presentes. Em seguida, destacam-se o WhatsApp (54%), o site próprio (51%) e o Google Perfil da Empresa (51%). Pela primeira vez desde 2021, o Facebook não ocupa a primeira colocação no ranking e apresenta uma queda de mais de 40%. Os resultados obtidos por meio desses canais são: aquisição de novos pacientes, aumento de receita, visibilidade, retenção de pacientes e reconhecimento da marca.
Dessa maneira, ao garantir qualidade em todas as etapas da jornada dos pacientes, as instituições de saúde acumulam os seguintes benefícios: redução do no-show, engajamento com o tratamento e satisfação com os resultados, maior taxa de retorno, mais indicações do boca a boca, custo por aquisição reduzido, menos dependência de ações de marketing, ticket médio elevado e maior percepção de valor da marca.
Principais desafios
O estudo trouxe também os principais desafios enfrentados pelas instituições de saúde. Dentre eles, destacam-se: aquisição de novos pacientes (33%), ter mais pacientes particulares (33%) e aumentar o faturamento (29%). “Atrair novos pacientes é um dos principais desafios dos profissionais de saúde e a tecnologia pode ser uma grande aliada. Por meio de soluções inovadoras é possível oferecer um atendimento cada vez mais personalizado e humanizado, o que faz toda a diferença nos dias de hoje. Cada vez mais os pacientes estão em busca de praticidade e comodidade no atendimento e, por isso, oferecer agendamentos online, disponibilizar opinião dos pacientes, facilitar a vida deles e entender as suas reais necessidades será um diferencial na hora de escolher um profissional ou clínica médica”, afirma Felipe Rizzo, CEO da Doctoralia.
Telemedicina
O relatório traz também uma análise sobre o uso da telemedicina pelos profissionais de saúde. Nesse caso, 69% dos centros de saúde já oferecem telemedicina. Em comparação com o estudo do ano passado, houve uma leve alta no uso do teleatendimento. “Vale reforçar que esse movimento pode desafogar os atendimentos presenciais, reduzir no-shows e melhorar o acesso em áreas remotas. Além disso, a pressão por competitividade e adaptação tecnológica pode ser um fator decisivo para a popularização das consultas online nos próximos anos”, reforça Rizzo.
Digitalização de serviços
É fato que nos últimos anos temos visto a digitalização de determinados serviços de saúde aumentando cada vez mais. Agendamento e confirmação de consultas são digitais em 64% dos centros de saúde; prescrição vem em seguida, com 45%; pesquisa de satisfação com 40%; pagamento (29%), contato com especialistas (26%), check-in (21%) e histórico clínico do paciente (21%).
Objetivos das clínicas e hospitais
O levantamento reforçou os objetivos das clínicas e hospitais para 2025. Os dois que se sobressaíram foram aumento do faturamento, para 59% dos entrevistados, e aquisição de novos pacientes, para 54%. Em contrapartida, metas relacionadas à eficiência operacional e à experiência do paciente foram escolhidas por menos de um terço da amostra.
Tendências
Outro insight relevante foi com relação às tendências para o próximo ano. Para metade das clínicas e hospitais a palavra chave será humanização. Mas, ainda há alguns impeditivos, já que 72% dos entrevistados nunca mapearam a jornada dos seus pacientes, sendo que isso é essencial para identificar oportunidades de humanização. Além disso, para os ouvintes os dois maiores objetivos estão mais relacionados à rentabilidade, como aumento do faturamento e aquisição de novos pacientes.
“Diante desse cenário, a preocupação em oferecer uma jornada de qualidade ao paciente ainda parece ser um mero discurso. Para que a tendência se concretize, precisamos estimular mudanças de mentalidade, de hábitos e de comportamento na gestão da saúde. Outra controvérsia é que, embora apenas 20% da amostra tenha o objetivo de investir em tecnologia, as tendências associadas ao tema tiveram bastante relevância. Nesse contexto, é importante reconhecer que, apesar da dualidade percebida entre humanização e tecnologia, ambas estão diretamente relacionadas. Dessa maneira o futuro da saúde será tão humano quanto às ações que tomamos hoje, já que as clínicas e os hospitais serão tão prósperos e sustentáveis quanto sua dedicação em colocar os pacientes no centro”, finaliza Rizzo.
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Para conhecer o Panorama das Clínicas e Hospitais na íntegra, clique aqui.
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A REDAÇÃO
Mabel decreta estado de calamidade pública em Goiânia para saúde e finanças
Goiânia - O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, assinou nesta quinta-feira (2/1) decretos de calamidade pública para a saúde e para as finanças para enfrentar as crises que afetam o município. Ao todo, foram assinados 12 decretos com foco na contenção de despesas e no enfrentamento da crise na Saúde. As medidas buscam reorganizar as finanças, otimizar recursos e enfrentar os problemas críticos da gestão pública municipal. Análises preliminares da Secretaria de Fazenda estimam rombo operacional entre R$ 2 e R$ 3 bilhões, agravado por problemas na saúde que levaram a uma intervenção estadual.
Os decretos de calamidade pública são válidos por até 180 dias e abrangem desde a suspensão a novas adesões a atas de preços até restrições na aquisição de equipamentos de tecnologia. “Não se trata de cortar serviços, mas de ajustar os valores para que a população tenha um retorno melhor dos recursos públicos investidos”, afirmou o prefeito, destacando que as medidas são essenciais para estabilizar o município e priorizar áreas críticas.
O decreto financeiro visa possibilitar o contingenciamento de despesas e a renegociação de dívidas, incluindo precatórios e obrigações previdenciárias. Além do déficit operacional, estima-se mais de R$ 1 bilhão em dívidas tributárias e bloqueios de contas que dificultam o pagamento de fornecedores.
Na área da saúde, o decreto permitirá ações mais rápidas, como a compra de medicamentos e insumos e a contratação emergencial de leitos de UTI. “Precisamos de agilidade para resolver as urgências da população. O decreto nos dará condições de fazer isso sem burocracia excessiva”, pontuou Mabel.
Na gestão financeira, o decreto autoriza o contingenciamento de despesas e a renegociação de dívidas, incluindo precatórios e obrigações previdenciárias. Na saúde, as medidas emergenciais viabilizam a aquisição rápida de medicamentos, insumos e a contratação de leitos de UTI. “Precisamos de agilidade para resolver as urgências da população. O decreto nos dará condições de fazer isso sem burocracia excessiva”, destacou Mabel. O prefeito também alertou para um possível surto de dengue no início de 2025 e justificou a edição de um decreto emergencial voltado à prevenção. Entre as ações previstas, está o uso de drones para identificar e combater focos do mosquito transmissor de forma mais eficiente.
Além disso, Mabel enfatizou a necessidade de modernizar a gestão financeira com a implantação de sistemas de governança tecnológica e centros de custo, visando maior transparência no uso de recursos públicos. “Hoje, não sabemos quanto cada área realmente gasta. Isso precisa mudar, e a tecnologia será uma aliada para trazer mais eficiência”, afirmou. Os decretos também suspendem temporariamente o pagamento de horas extras aos servidores municipais, com exceção de situações emergenciais na área da saúde.
O prefeito também criticou a burocracia que atrasa entregas essenciais, como medicamentos e materiais escolares, e defendeu o uso de atas de registro de preços de outros entes federativos para acelerar contratações emergenciais. Mabel reforçou que os decretos representam um esforço conjunto para colocar Goiânia nos trilhos, enfrentando com responsabilidade os desafios financeiros e de saúde que assolam a cidade. “Estamos aqui para organizar a casa, trazer transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos”, disse.
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Recadastramento de servidores
Outra iniciativa importante dos decretos será a implementação de um sistema de recadastramento dos servidores municipais. A medida visa identificar trabalhadores ativos, afastados ou em licenças prolongadas, permitindo um controle mais rigoroso da folha de pagamento e otimizando os recursos destinados à gestão de pessoal.
Na gestão financeira, Mabel planeja ainda implementar sistemas de governança tecnológica e criar centros de custo para maior transparência na destinação dos recursos. “Hoje, não sabemos quanto cada área realmente gasta. Isso precisa mudar, e a tecnologia será uma aliada para trazer mais eficiência”, afirmou. O prefeito também criticou os processos burocráticos que atrasam entregas essenciais, como medicamentos e materiais escolares. Ele defendeu o uso de atas de registro de preços de outros entes federativos para acelerar contratações emergenciais.
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FOLHA.COM
Mamografias 3D superam exames tradicionais nos EUA, mas benefícios ainda são analisados
Novo tipo de ferramenta de imagem, a tomossíntese digital da mama é cada vez mais usada para examinar mulheres
Uma nova tecnologia, às vezes chamada de mamografia 3D ou DBT, permite que os médicos examinem a mama com mais detalhes. Algumas pesquisas mostraram que ela pode detectar um pouco mais de cânceres com menos resultados falsos positivos do que as mamografias convencionais - embora ainda seja cedo para saber se esses benefícios se traduzirão em menos mortes por câncer.
"Quando soubermos a resposta, essa já será a tecnologia padrão", diz Ilana Richman, professora assistente na Escola de Medicina de Yale, que estudou a adoção do procedimento nos Estados Unidos.
Quase metade de todas as unidades de mamografia nos EUA agora são unidades de tomossíntese, e mais de 90% de todas as instalações de imagem mamária no país oferecem o procedimento, de acordo com dados federais.
Como funciona a tomossíntese?
O procedimento é semelhante a uma mamografia regular, onde a mama é comprimida entre placas e uma máquina tira raios-X. Mas na DBT, uma máquina tira múltiplos raios-X ao longo da mama e os reconstrói em fatias para criar uma imagem quase 3D. Em contraste, a mamografia tradicional tira um raio-X de toda a mama de uma vista superior e outro de uma vista lateral, criando uma imagem 2D.
Os médicos costumam compará-la a olhar fatias de pão. "A tomossíntese digital da mama nos permite desconstruir a mama em camadas para facilitar a visualização", diz Kathryn Lowry, professora associada de radiologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington e médica no Fred Hutch Cancer Center.
Ver essas camadas adicionais pode, às vezes, ajudar a revelar massas potencialmente cancerígenas escondidas atrás de outros tecidos - ou deixar claro quando uma anormalidade não é nada, disse Richman.
Quais são os benefícios?
Vários estudos mostraram que a DBT encontra alguns cânceres a mais do que a mamografia tradicional, disse Lowry.
A taxa de detecção de câncer de uma mamografia tradicional de rotina é de cerca de quatro a seis cânceres por mil mulheres, disse Lowry. A DBT demonstrou melhorar a taxa de detecção em cerca de 0,5 a quatro cânceres adicionais por mil mulheres, diz ela. As taxas de detecção dependem do ambiente e das características do paciente, incluindo idade e densidade mamária, e se o exame é a primeira mamografia de uma pessoa.
Uma das grandes questões entre os especialistas médicos é se detectar mais cânceres previne mais mortes por câncer de mama ou simplesmente leva a uma maior probabilidade de tratamento desnecessário para cânceres que talvez nunca tivessem progredido.
"Você está realmente encontrando tumores que têm impacto clínico, ou é mais sobre diagnóstico?" diz Karla Kerlikowske, professora de medicina, epidemiologia e bioestatística na Universidade da Califórnia em São Francisco.
Ainda não sabemos se os exames de DBT reduzem as mortes por câncer de mama. A pesquisa de Kerlikowske, baseada em dados de mais de 1 milhão de pacientes, sugere que a DBT pode beneficiar aqueles que estão em alto risco de câncer de mama e têm mamas extremamente densas. Nesses pacientes, sua pesquisa sugeriu que a DBT detecta cânceres agressivos mais cedo do que uma mamografia tradicional faria.
A evidência mais convincente a favor da DBT, disseram os especialistas, é que ela reduz os resultados falso-positivos que exigem que os pacientes voltem para mais exames de imagem - de mais de 100 por mil mulheres para cerca de 90, dependendo do estudo.
"Mesmo que não haja diferença nos resultados do câncer, isso por si só significa que é um teste melhor", diz Lowry.
Reduzir esses falsos positivos significa menos ansiedade para o paciente sobre um possível diagnóstico de câncer e elimina a necessidade (e o incômodo) de retornar para mais exames de imagem.
"Se isso poupa você da ligação que diz: 'Ei, encontramos algo suspeito', isso é um benefício real para as mulheres", afirma Richman.
Os médicos recomendam para todos?
Kerlikowske, que também é médica de cuidados primários, disse que, além dos pacientes que seu estudo encontrou especificamente para se beneficiar da tomossíntese, o tipo de mamografia não importa.
Sarah M. Friedewald, professora de radiologia na Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, afirma que encorajaria todos que podem fazer DBT a fazê-lo. "É simplesmente uma mamografia melhor", diz ela. (Friedewald é consultora da Hologic, que fabrica equipamentos de tomossíntese.)
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA disse que tanto a mamografia digital quanto a DBT são formas eficazes de triagem. O Colégio Americano de Radiologia endossou ambas para fins de triagem e diagnóstico.
Quanto custa a DBT?
Alguns estados exigem que seguradoras privadas cubram os exames sem coparticipação, alguns exigem cobertura mas permitem coparticipação, e vários estados não exigem nada. O Medicare cobre a triagem com DBT como um serviço preventivo gratuito, assim como o Medicaid em alguns estados.
Quando o seguro não cobre totalmente o procedimento, o custo médio do próprio bolso é de cerca de US$ 70 a US$ 77, de acordo com um estudo publicado por Richman em 2022.
Sem seguro, o preço de tabela pode ser de centenas de dólares. Planos de pagamento ou programas de triagem de saúde estaduais e comunitários podem compensar ou eliminar esse custo.
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Assessoria de Comunicação