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DESTAQUES
Vantagens do open health na saúde: benefícios, desafios e futuro
https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/vantagens-do-open-health-na-saude/
Liderança ativa muda perfil do pronto-socorro do Hospital São Paulo
Como oferecer exames on-line com segurança e eficiência
https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/como-oferecer-exames-online/
STJ: operadoras de saúde não são obrigadas a custear exames feitos no exterior
Cerca de 40% dos médicos apresentam quadros de doença mental, aponta novo estudo da Afya
Pedido de ajuda do Hospital do Câncer Araújo Jorge
https://www.youtube.com/watch?v=nJpA_Y1BaDw
Crise no serviço de hemodiálise atinge pacientes em Goiás
Dia Mundial da Segurança do Paciente destaca cuidados pediátricos no Brasil
https://medicinasa.com.br/sobrasp-campanha/
Cartão do SUS será unificado com dados do CPF do usuário
https://medicinasa.com.br/cartao-sus-cpf/
SAÚDE BUSINESS
Vantagens do open health na saúde: benefícios, desafios e futuro
O open health integra sistemas e compartilha dados, aumentando eficácia e personalização no cuidado à saúde.
A digitalização da saúde está transformando a forma como hospitais, clínicas e operadoras interagem com pacientes e profissionais.
O conceito de open health surge como uma evolução do ecossistema de saúde, permitindo o compartilhamento seguro de dados médicos e a integração de sistemas. Ele surge para melhorar a personalização do atendimento, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.
A seguir, exploramos as principais vantagens do open health na saúde, os desafios de implementação e as perspectivas para o futuro da saúde digital.
O que é open health e como funciona?
A integração de dados entre diferentes sistemas — chamada de interoperabilidade — é o alicerce do open health, já que permite que informações de saúde circulem de forma segura e padronizada entre hospitais, clínicas, operadoras e pacientes.
Open health, ou saúde aberta, é um movimento que busca tornar o sistema de saúde mais transparente, acessível e colaborativo.
A iniciativa promove o compartilhamento de dados com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento, ampliar o acesso a informações e possibilitar decisões mais informadas.
Na prática, o open health foca em três pilares:
Tornar os dados de saúde abertos e acessíveis, incluindo prontuários eletrônicos, exames e dados genômicos, permitindo que pesquisadores desenvolvam tratamentos mais eficazes.
Garantir transparência no funcionamento de instituições de saúde, possibilitando que pacientes comparem serviços e façam escolhas informadas.
Incentivar a pesquisa médica colaborativa, com acesso aberto a dados de ensaios clínicos e inovação compartilhada.
Globalmente, diversas iniciativas têm adotado o open health para ampliar o acesso a registros médicos digitais, melhorar a gestão clínica e fortalecer a colaboração entre profissionais e instituições.
No Brasil, a adoção do open health ainda está em fase inicial, seguindo a lógica do open banking, com foco em estimular a concorrência, otimizar planos de saúde e facilitar o acesso a informações para pacientes e operadoras, promovendo experiências mais personalizadas e eficientes.
Vantagens do open health na saúde
O open health oferece benefícios significativos para hospitais, clínicas, operadoras de planos e pacientes, com foco na eficiência, personalização e integração do atendimento.
Melhoria na personalização do atendimento
Com o compartilhamento seguro de dados, médicos e profissionais de saúde têm acesso ao histórico completo do paciente, permitindo decisões mais precisas e um atendimento individualizado.
A centralização de informações em prontuários eletrônicos garante que os pacientes não precisem repetir seu histórico, aumentando a confiança e otimizando a relação médico-paciente.
Redução de custos para operadoras e hospitais
O acesso automatizado a dados clínicos reduz a duplicidade e desperdícios de exames, agiliza processos e diminui custos operacionais.
Ao facilitar a portabilidade de planos e o gerenciamento de informações, hospitais e operadoras podem otimizar recursos, promovendo maior competitividade no mercado.
Maior integração entre sistemas e profissionais
O open health permite que diferentes sistemas de saúde se comuniquem, favorecendo a interoperabilidade na saúde e o compartilhamento de informações entre médicos, laboratórios e operadoras.
Esse trabalho em conjunto acelera diagnósticos, melhora a coordenação do cuidado e contribui para o aperfeiçoamento da gestão hospitalar digital, colocando o paciente no centro do cuidado.
Desafios da implementação do open health
A adoção do open health no Brasil apresenta grande potencial para transformar o sistema de saúde, mas ainda enfrenta obstáculos relacionados à tecnologia, regulamentação e cultura organizacional.
Questões de segurança e privacidade de dados
O compartilhamento de informações médicas exige protocolos robustos de segurança e conformidade com a LGPD na saúde.
Sem garantias de proteção adequadas, os dados dos pacientes podem ficar vulneráveis, comprometendo a confiança no sistema e a eficiência do atendimento.
Barreiras regulatórias e culturais no Brasil
A fragmentação regulatória entre órgãos como ANS e Ministério da Saúde, aliada à resistência cultural de algumas instituições em abrir seus dados, dificulta a implementação ampla do open health.
Assim como ocorreu no open banking, a padronização e incentivos claros são essenciais para acelerar a adesão.
Infraestrutura tecnológica e interoperabilidade
A adoção do open health depende de sistemas interoperáveis e padronizados, capazes de compartilhar dados de forma segura entre hospitais, clínicas e operadoras.
Perspectivas e tendências para o open health
O open health representa um movimento em expansão que deve remodelar o ecossistema da saúde no Brasil.
De acordo com estudo do IESS, países como Estônia, Reino Unido, Singapura e Austrália já avançaram em modelos de interoperabilidade e governança de dados que podem servir de referência para o cenário nacional.
Essas experiências reforçam que a transformação digital no setor exige colaboração entre diferentes players, inovação tecnológica e foco no paciente.
O papel das healthtechs no ecossistema
As healthtechs têm papel estratégico no desenvolvimento de soluções que promovem interoperabilidade e inovação.
Elas trazem para o setor de saúde práticas já testadas em outros mercados digitais, viabilizando maior integração de dados e personalização dos serviços.
Como hospitais e operadoras podem se preparar
A preparação envolve investimento em infraestrutura digital, conformidade com normas de proteção de dados e adoção de padrões de interoperabilidade.
O estudo do IESS mostra que países como Reino Unido, Estônia e Singapura têm utilizado modelos colaborativos e APIs abertas para estimular a inovação — práticas que podem inspirar hospitais e operadoras no Brasil.
Futuro da saúde digital e impacto no paciente
A experiência internacional indica que o open health tende a colocar o paciente no centro do cuidado, ampliando sua autonomia sobre os dados e facilitando o acesso a serviços de qualidade.
Para o cenário brasileiro, isso pode significar maior eficácia, redução de custos e um modelo de cuidado mais ágil e inclusivo.
O open health abre caminho para uma nova era da saúde digital, em que a integração de sistemas, a governança de dados e a inovação colaborativa serão essenciais para garantir eficiência e melhores experiências para pacientes e profissionais.
As referências de outros países mostram que o Brasil tem um potencial expressivo para adaptar modelos de sucesso, mas será necessário investir em infraestrutura, segurança da informação e fortalecimento da cultura de compartilhamento.
Nesse contexto, hospitais, operadoras, healthtechs e órgãos reguladores precisam atuar de forma integrada para tornar essa transformação sustentável e centrada no cuidado.
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Liderança ativa muda perfil do pronto-socorro do Hospital São Paulo
Mudança no pronto-socorro prioriza casos graves, reforça protocolos baseados em evidências e envolve liderança para engajar equipes e integrar o SUS.
O Hospital São Paulo, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), passou por uma transformação em sua unidade de emergência. A mudança, iniciada no final de 2022, teve como objetivo central reorganizar o atendimento para priorizar casos de alta complexidade e fortalecer a missão acadêmica da instituição.
“Não se tratou apenas de uma reforma física, mas de uma nova forma de enxergar a unidade de emergência”, afirmou Eduardo Alexandrino Medeiros, diretor técnico do hospital, durante o Lean Summit 2025. Segundo o executivo, a proposta foi integrar o pronto-socorro ao Sistema Único de Saúde (SUS), evitando a sobrecarga com casos leves.
“Queríamos deixar de gastar energia desnecessária com atendimentos simples e focar naquilo que é nossa missão: casos graves e complexos”, explicou.
Estrutura modernizada e protocolos baseados em evidências
A unidade ganhou banheiros acessíveis, áreas separadas para adultos e crianças e uma sala vermelha para emergências críticas. “Hoje temos duas portas de entrada: uma para ambulâncias e outra para livre demanda, com triagem médica rigorosa”, detalhou Medeiros. Essa mudança visa reduzir filas, aumentar a resolutividade e melhorar a integração com serviços como SAMU e Corpo de Bombeiros.
Além da infraestrutura, a gestão implementou protocolos clínicos baseados em evidências científicas. “A tomada de decisão precisa ser fundamentada em ciência, não em achismos”, destacou o diretor.
Liderança e gestão: pilares da transformação
A mudança exigiu liderança ativa e gestão participativa. “Não basta ter estrutura física; é preciso engajar 4.500 profissionais de enfermagem, 1.200 residentes e mais de mil alunos”, ressaltou Medeiros. O processo incluiu:
Definição de objetivos estratégicos claros
Comunicação interna contínua para reduzir resistências
Protocolos clínicos baseados em evidências científicas
Capacitação em gestão para médicos e líderes de equipe
“Muitos médicos assumem cargos de gestão sem formação específica. Trabalhamos para mudar isso, trazendo ferramentas de gestão e cultura de melhoria contínua”, afirmou.
Desafios financeiros e missão acadêmica
Apesar dos avanços, o hospital enfrenta desafios econômicos. “Uma consulta de emergência é remunerada em apenas R$10 pela tabela SUS, valor muito inferior ao custo real do atendimento”, alertou Medeiros. Essa realidade pressiona a sustentabilidade do serviço, que também é responsável pela formação de profissionais. O Hospital São Paulo mantém 95 programas de residência médica, sendo o maior do país.
“As salas do hospital são nossas salas de aula. A formação acontece à beira do leito, com casos reais”, reforçou Medeiros, lembrando que a instituição alia assistência, ensino e pesquisa.
Impacto esperado
Com a reestruturação, a expectativa é reduzir o tempo de espera, aumentar a qualidade assistencial e garantir maior satisfação da equipe. “Queremos consolidar um modelo que una eficiência, humanização e ensino de excelência”, concluiu.
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Como oferecer exames on-line com segurança e eficiência
Exames on-line garantem praticidade no acesso, envio de laudos e gestão digital em clínicas e laboratórios.
Oferecer exames on-line tornou-se uma estratégia cada vez mais adotada por clínicas e laboratórios.
Essa prática inclui desde pedidos digitais até a entrega de laudos eletrônicos, tornando o acesso aos resultados mais rápido e integrado. A digitalização dos processos melhora a experiência do paciente e otimiza a gestão das unidades de saúde.
A medicina digital entrou em um novo ciclo de expansão em 2025, impulsionada por tecnologias como inteligência artificial, 5G e big data.
Apenas em 2023, mais de 30 milhões de atendimentos médicos foram realizados remotamente no Brasil, segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar, mostrando a consolidação da telemedicina diagnóstica.
A seguir, entenda como oferecer exames on-line com segurança e eficiência, explorando vantagens, tecnologias e boas práticas para o setor.
O que são exames on-line e como funcionam
Antes de entender as vantagens e a aplicação prática dessa modalidade, é importante esclarecer como os exames on-line são estruturados e quais tecnologias estão por trás desse processo.
Definição de exames digitais e telemedicina diagnóstica
Os exames on-line consistem em procedimentos de apoio ao diagnóstico disponibilizados de forma digital, o que inclui tanto a solicitação quanto a entrega dos resultados via plataformas seguras.
Eles podem ser realizados presencialmente, mas o acesso, armazenamento e laudos passam a ser geridos em ambiente on-line.
Esse modelo está diretamente conectado à telemedicina diagnóstica, que possibilita a interpretação remota de exames por médicos especialistas devidamente credenciados, garantindo laudos ágeis e assinados digitalmente.
Além de aumentar a conveniência para pacientes, a prática otimiza recursos e expande a cobertura assistencial.
Solicitação, realização e entrega dos resultados
O fluxo de exames digitais segue etapas semelhantes ao processo tradicional, mas com ganhos de eficiência:
Solicitação digital: durante uma consulta presencial ou teleconsulta, o médico pode emitir pedidos eletrônicos com assinatura digital, que ficam disponíveis ao paciente em uma plataforma on-line.
Exames on-line garantem praticidade no acesso, envio de laudos e gestão digital em clínicas e laboratórios.
Realização do exame: dependendo do tipo, pode ocorrer em clínicas, hospitais, laboratórios ou até via coleta domiciliar, no caso de exames laboratoriais.
Entrega e acesso: os resultados são liberados em ambiente digital seguro, acessíveis por login e senha, com possibilidade de download ou impressão.
Esse processo permite que pacientes consultem laudos sem deslocamento e equipes médicas compartilhem informações em tempo real, favorecendo a continuidade do cuidado.
Tecnologias que viabilizam exames on-line (IA, nuvem, plataformas integradas)
A expansão dos exames digitais só é possível graças a tecnologias que garantem segurança, integração e escalabilidade:
Plataformas em nuvem: oferecem armazenamento seguro, acessível de qualquer lugar e com autenticação protegida por criptografia.
Inteligência Artificial (IA): auxilia na triagem de dados, interpretação de exames complexos e suporte à decisão clínica, aumentando precisão e agilidade.
Sistemas integrados de telessaúde: unificam agendamento, exames, laudos e prontuários em um único ambiente digital, reduzindo retrabalho e ampliando eficiência.
Esses recursos representam não apenas inovação, mas também um passo fundamental na digitalização da medicina diagnóstica, tema que já vem impulsionando avanços em todo o setor.
Vantagens de oferecer exames on-line
Oferecer exames digitais deixou de ser apenas um diferencial competitivo para clínicas e laboratórios: trata-se de uma solução estratégica que amplia o acesso, melhora a jornada do paciente e reduz custos. Veja as principais vantagens.
Agilidade no atendimento e redução de burocracia
A digitalização dos pedidos, laudos e resultados elimina etapas manuais que antes exigiam deslocamentos, impressões e assinaturas físicas.
Com sistemas de telemedicina integrados, o fluxo é automatizado: solicitações são feitas em poucos cliques, laudos ficam prontos rapidamente e documentos podem ser acessados com segurança a qualquer momento.
Essa agilidade contribui para diagnósticos mais rápidos e decisões clínicas mais assertivas.
Melhoria na experiência do paciente e fidelização
Para o paciente, os exames on-line representam conveniência. O acesso aos resultados pode ser feito de casa, sem filas nem necessidade de retornar ao laboratório apenas para retirar laudos.
A integração com aplicativos e plataformas digitais facilita o compartilhamento de informações entre diferentes médicos e especialistas, fortalecendo a confiança e incentivando a fidelização ao serviço de saúde.
Redução de custos operacionais para clínicas e laboratórios
Do ponto de vista da gestão, a digitalização dos exames reduz despesas relacionadas a papel, impressão, armazenamento físico de documentos e deslocamentos de pacientes.
Além disso, a possibilidade de laudos on-line permite que clínicas menores contem com especialistas remotos, sem necessidade de manter grandes equipes presenciais, otimizando recursos e aumentando a rentabilidade.
Acesso ampliado a regiões com menor infraestrutura de saúde
Em localidades afastadas, onde há escassez de especialistas e infraestrutura hospitalar, os exames on-line se tornam uma ferramenta importante para democratizar o acesso.
Plataformas digitais permitem que pacientes em regiões remotas realizem exames em clínicas locais e tenham seus resultados interpretados por médicos de centros de referência em grandes cidades, reduzindo desigualdades e fortalecendo a equidade no cuidado.
Como oferecer exames on-line com segurança
Ao digitalizar exames e laudos médicos, clínicas e laboratórios precisam garantir não apenas a eficácia do serviço, mas também a proteção das informações sensíveis dos pacientes. Para isso, algumas práticas são fundamentais.
Adequação à LGPD e proteção de dados dos pacientes
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) determina regras específicas para o tratamento de informações de saúde, que são consideradas dados sensíveis.
Plataformas de exames on-line precisam operar com criptografia, autenticação de acesso e políticas claras de privacidade, impedindo o uso indevido das informações.
Também é necessário que os pacientes sejam informados sobre como seus dados são coletados, armazenados e compartilhados.
Certificação digital e assinatura eletrônica em laudos
Para que pedidos médicos, resultados e laudos tenham validade jurídica, é necessário o uso de certificação digital reconhecida pelo ICP-Brasil.
A assinatura eletrônica garante autenticidade, integridade e não repúdio dos documentos, o que significa que eles não podem ser alterados ou questionados após a emissão. Essa prática assegura confiança tanto para médicos quanto para pacientes e instituições de saúde.
Treinamento de equipes e integração de sistemas
Não basta adotar tecnologia: é fundamental capacitar médicos, técnicos e agentes administrativos para o uso correto das plataformas digitais.
O treinamento evita erros de operação e garante que todos compreendam os protocolos de segurança.
A integração dos sistemas de gestão clínica com soluções de telemedicina facilita o fluxo de informações, reduz retrabalho e melhora a experiência do paciente.
Boas práticas para garantir eficiência e confiabilidade
Entre as principais recomendações estão: limitar o acesso aos sistemas apenas a usuários autorizados, implementar rotinas de backup em nuvem, atualizar softwares regularmente e auditar os processos internos de segurança.
A aplicação dessas medidas fortalece a proteção contra ataques cibernéticos e garante a continuidade do serviço.
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O HOJE
STJ: operadoras de saúde não são obrigadas a custear exames feitos no exterior
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que as operadoras de planos de saúde não são obrigadas a custear exames realizados no exterior. Segundo o colegiado, salvo disposição contratual expressa, a legislação exclui a obrigação de cobertura para procedimentos fora do país, não se aplicando, nesses casos, o parágrafo 13 do artigo 10 da Lei 9.656/98. A ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso, afirmou que a Lei 9.656/1998 impõe aos planos de saúde a obrigação de arcar com os procedimentos realizados exclusivamente no Brasil. Segundo ela, o artigo 10 da norma que regula o plano-referência determina que a assistência médico-hospitalar seja garantida apenas dentro do território nacional. A relatora apontou que a interpretação do artigo 1º, parágrafo 1º, inciso I, da Resolução Normativa 566/2022 da ANS, em conjunto com o artigo 10 da Lei 9.656/1998, evidencia que a área de abrangência dos planos de saúde, onde a operadora deve assegurar todas as coberturas contratadas, está restrita ao território nacional. Nancy Andrighi ainda citou decisões anteriores do próprio colegiado que reforçam essa posição, como o julgamento do REsp 1.762.313, que validou a negativa de custeio de procedimento internacional, e, mais recentemente, o do REsp 2.167.934, em que a Terceira Turma rejeitou a cobertura do exame Mammaprint justamente por ter sido realizado fora do país.
Mãe de filho com paralisia
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o direito de uma técnica de enfermagem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) de reduzir sua jornada de trabalho em 50% para cuidar do filho com paralisia cerebral, sem redução salarial e sem necessidade de compensação de horários. A decisão seguiu jurisprudência consolidada do TST, que admite a aplicação analógica do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/1990) em casos como esse.
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REVISTA HOSPITALAR
Cerca de 40% dos médicos apresentam quadros de doença mental, aponta novo estudo da Afya
No Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, Afya lança campanha “Está tudo bem?” e disponibiliza atendimento psicológico gratuito para médicos e estudantes de medicina
A Afya, maior hub de educação e soluções para a prática médica do Brasil, apresenta os resultados do estudo “Qualidade de vida dos médicos”, desenvolvido pelo Research Center, núcleo de pesquisa da companhia. Com objetivo de identificar e mapear a saúde mental dos profissionais atuantes no mercado, os dados obtidos na edição 2024 indicam uma leve melhora em relação ao último ensaio realizado em 2022. Contudo, doenças como depressão, ansiedade e burnout continuam presentes em uma parcela significativa dos médicos.
De acordo com o estudo, 39,8% dos médicos enfrentam algum tipo de doença mental, sendo que duas em cada três pessoas afetadas são do gênero feminino. Na faixa etária entre os 25 e 35 anos os dados também chamam a atenção: 49,6% dos profissionais desta idade sofre com doenças mentais.
A pesquisa ainda revelou que cerca de 3,6% dos médicos já esteve internado para tratar alguma condição mental e precisou ficar afastado cerca de 5,1 semanas nos últimos 12 meses.
“A proposta deste estudo é manter um panorama vivo e dinâmico sobre a qualidade de vida médicos e, a partir disso, incentivar a comunidade a criar soluções que deem suporte e acolhimento a este público. Ao compreender esse cenário, podemos promover um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo o esgotamento e assegurando a continuidade de um cuidado médico de qualidade para toda a população”, explica Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya.
Depressão, Ansiedade e Burnout
O transtorno de ansiedade é o que mais acomete os médicos – 33,5% têm esse diagnóstico e 21,1% apresentaram os sintomas nos últimos 12 meses. Desses, 27,1% estão em tratamento e 6,4%, embora constatado o transtorno, não o tratam. As mulheres são as mais impactadas: quatro em cada dez médicas sofrem com a doença enquanto o percentual é de 25,1% para homens. Já 23,9% dos médicos relataram ter sintomas de transtorno de ansiedade, mas sem ter diagnóstico médico.
Em segundo lugar no ranking das doenças mentais está a depressão: 22,1% dos profissionais já receberam esse diagnóstico, sendo que 19,9% tratam e acompanham com especialistas e 2,2% não tratam. Outros 17,1% apresentam sintomas, mas não têm diagnóstico e não tratam a doença. De acordo com o estudo, 22,4% dos profissionais detectaram a condição nos últimos 12 meses.
O burnout aparece com 6,7% dos casos, e metade foram identificados nos últimos 12 meses. 2% dos médicos diagnosticados com a condição não fazem acompanhamento com especialista. Contudo, em uma avaliação mais ampla, mais de 50% dos médicos indicam já terem apresentado sintomas da doença, ainda que não tenham um diagnóstico fechado ou já tenham se curado da condição.
Quase 20% dos médicos já foram diagnosticados com burnout no passado e 27,2% apresentam sintomas, mas não foram diagnosticados e não estão em tratamento. A carga horária elevada é o principal motivo destacado: médicos com diagnóstico de burnout trabalham em média 57,2 horas por semana, cerca de sete horas a mais do que a média geral.
Médico, está tudo bem?
O estigma associado às doenças mentais e a dificuldade de acesso a serviços de apoio frequentemente levam os médicos a evitar buscar ajuda profissional. O tema que ainda é tabu na sociedade, ganha força durante o Setembro Amarelo, mês dedicado ao cuidado com a saúde mental e à prevenção ao suicídio. Ciente desse cenário, a Afya lança nesta quinta-feira, 28, a campanha “Está tudo bem?” para incentivar médicos e estudantes de medicina a procurar por ajuda especializada.
Durante o mês de setembro, médicos e alunos de medicina em todo o país terão acesso a uma nova funcionalidade nas plataformas digitais da Afya: o botão “Está tudo bem?”. Ao utilizar esse recurso, o usuário será direcionado para um mapeamento de saúde mental, que pode oferecer desde conteúdos sobre cuidados com a saúde e bem-estar até suporte médico e psicológico gratuito para aqueles que estiverem enfrentando dificuldades emocionais.
“Precisamos quebrar o estigma das doenças mentais e humanizar a figura do médico como um ser humano que também enfrenta adversidades e indecisões ao longo da jornada. Tratar corretamente sintomas oriundos de condições mentais em desequilíbrio é uma etapa importante para uma vida mais equilibrada e saudável”, finaliza Moura.
Metodologia:
A pesquisa quantitativa foi aplicada entre os dias 2 de julho e 6 de agosto de 2024 com um total de 2005 respostas. A margem de erro estimada é de 2 p.p. e o nível de confiança de 95%. A amostra contou com a participação de médicos de qualquer especialidade, independentemente do tempo de formação.
Sobre a Afya
A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.583 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2023) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
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PUC TV
Pedido de ajuda do Hospital do Câncer Araújo Jorge
https://www.youtube.com/watch?v=nJpA_Y1BaDw
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TV ANHANGUERA
Crise no serviço de hemodiálise atinge pacientes em Goiás
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MEDICINA S/A
Dia Mundial da Segurança do Paciente destaca cuidados pediátricos no Brasil
Em comemoração ao Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado no próximo dia 17 de setembro, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) lança uma campanha nacional com foco na segurança de recém-nascidos e crianças. A iniciativa segue o tema proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2025: “Cuidados seguros para cada recém-nascido e cada criança”.
A campanha pretende conscientizar profissionais de saúde, pacientes e familiares sobre os riscos evitáveis no atendimento pediátrico, promovendo a prevenção de eventos adversos, como erros de medicação e infecções relacionadas à assistência à saúde. Serão disponibilizados webinars, lives e podcasts no site oficial da SOBRASP, abordando boas práticas e estratégias de segurança voltadas ao cuidado à saúde do público infantil.
“A SOBRASP reconhece que a segurança do paciente para o recém-nascido e a criança deve ser abordada de forma integral, desde o pré-natal até a adolescência, respeitando as particularidades de cada fase do desenvolvimento humano”, destaca Priscila Amaral, membro do núcleo de pediatria da entidade.
Ainda segundo a especialista, a campanha reforça o compromisso da SOBRASP em difundir conhecimento técnico, atuar junto a órgãos governamentais e colaborar com outras sociedades científicas para promover melhorias contínuas no cuidado em saúde e na segurança dos pacientes.
Campanha Mundial da OMS: A Campanha Mundial da OMS está estruturada em pilares essenciais para a segurança dos pacientes pediátricos. Entre os principais eixos de atuação estão: nascimento seguro e cuidados pós-natais, administração segura de medicamentos, segurança no diagnóstico, imunização segura, prevenção de infecções e reconhecimento precoce da deterioração clínica. Esses pilares visam fortalecer práticas assistenciais e reduzir riscos que afetam diretamente a saúde de recém-nascidos e crianças em diferentes contextos de cuidado.
Nascimento seguro: Um dos pilares da campanha é o nascimento seguro, que envolve uma assistência pré-natal de qualidade e com amplo acesso às gestantes. Durante esse período, são realizadas ações fundamentais de promoção da saúde, rastreamento de doenças, além de orientações sobre autocuidado, nutrição e vacinação, reforçadas nas consultas de rotina.
A especialista Priscila Amaral, do núcleo de pediatria da SOBRASP, destaca ainda a importância do período pós-natal, que vai do nascimento até as seis semanas de vida do bebê. “É um momento crítico não apenas para os recém-nascidos, mas também para as mulheres, pais, cuidadores e familiares, exigindo atenção especial dos serviços de saúde”, ressalta.
Erros de medicação ainda são frequentes em pediatria e neonatologia: A administração segura de medicamentos é uma das maiores preocupações quando se trata de segurança do paciente pediátrico. Entre os erros mais comuns estão: doses incorretas, omissão de medicamentos e uso inadequado da via de administração, como falhas no uso oral, injetável ou respiratório. A grafia ilegível de prescrições também é apontada como um fator que contribui para essas falhas.
Um estudo realizado, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre fevereiro e junho de 2024, identificou 511 eventos adversos, sendo 68,1% relacionados a erros na administração de medicamentos. Desses, 65,4% envolviam falhas no intervalo de administração, com maior incidência no uso de antimicrobianos, sedativos e analgésicos.
Para reduzir esses riscos, a SOBRASP reforça a adoção de medidas como: sistemas de prescrição eletrônica, quando disponível; aumento do número de enfermeiros por paciente; prática da dupla checagem; identificação correta do paciente e capacitação contínua das equipes.
“Precisamos refletir sobre a responsabilidade inerente à prescrição, preparo e administração de medicamentos. É essencial criar um ambiente adequado que promova a prática da ‘medicação segura'”, afirma Priscila Amaral.
Principais eventos adversos evitáveis em recém-nascidos e crianças durante internação e/ou Unidades de Terapia Intensiva: Entre os eventos adversos mais frequentes e evitáveis em recém-nascidos e crianças internados, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), destacam-se: uso inadequado de dispositivos de ventilação nasal implicando na necessidade de intubação traqueal; problemas relacionados ao uso do clamp umbilical — dispositivo usado para prender o cordão umbilical e interromper o fluxo sanguíneo da placenta para o bebê logo após o parto; complicações com conectores de cateteres venosos; dobras na cânula traqueal; e lesões de pele causadas pelo uso de clorexidina alcoólica em neonatos prematuros extremos.
Segurança diagnóstica: Erros de diagnóstico podem ocorrer em até 1 a cada 14 pacientes hospitalizados (cerca de 7%), segundo um estudo realizado em um centro nos Estados Unidos, publicado no periódico BMJ Quality & Safety. A pesquisa aponta que, em países de alta renda, mais da metade dos profissionais de saúde relatam cometer erros de diagnóstico pelo menos uma ou duas vezes por mês. Já em países de baixa e média renda, os desafios são ainda maiores, devido ao acesso limitado a exames diagnósticos, à escassez de profissionais especializados e à fragilidade dos sistemas de registro clínico.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentiva a adoção de estratégias para reduzir erros diagnósticos por meio de diversas intervenções. Entre as principais recomendações estão a garantia de que os profissionais de saúde tenham acesso ao histórico completo do paciente, a realização de exames clínicos detalhados, a ampliação do acesso a testes diagnósticos, além da implementação de métodos para monitorar e aprender com os erros cometidos. A OMS também destaca a importância da adoção de soluções tecnológicas como caminho eficaz para minimizar os equívocos no diagnóstico”, afirma a entidade.
Imunização segura: O Brasil ainda enfrenta dificuldades para vacinar adequadamente as crianças. Segundo o Anuário Vacina BR 2023, nenhum estado brasileiro atingiu a meta de cobertura para as quatro principais vacinas aplicadas até o primeiro ano de vida: pentavalente, poliomielite, pneumocócica e tríplice viral.
No caso de tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, apenas quatro estados alcançaram a cobertura recomendada de 95%. A redução na cobertura vacinal é preocupante e vem ocorrendo de forma contínua: em 2013, dez estados atingiram a meta para pelo menos três das quatro vacinas.
Como evitar transmissões de infecções: A higienização das mãos é a forma mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de infecções em ambientes hospitalares, afirma Priscila Amaral, do núcleo de pediatria da SOBRASP. A limpeza pode ser feita com água e sabão ou por fricção com álcool 70%, e é recomendada para profissionais de saúde, visitantes e pacientes. Para aumentar a eficácia da higienização, é importante que adornos como anéis, pulseiras e relógios sejam retirados, além da manutenção das unhas curtas e limpas.
No caso de recém-nascidos e crianças maiores internados em Unidades de Terapia Intensiva, que utilizam dispositivos invasivos como cateteres vasculares centrais, ventilação mecânica e cateteres urinários, é necessário que sejam seguidos protocolos rigorosos para inserção e manutenção desses equipamentos para prevenir infecções e reduzir complicações.
Deterioração clínica: A sepse, definida como uma disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, representa uma condição grave e potencialmente fatal.
“A resposta do organismo inclui alterações na temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca, contagem de glóbulos brancos e ritmo respiratório. Sem tratamento adequado, a sepse pode levar à parada cardíaca e à falência múltipla dos órgãos, resultando em óbito”, finaliza Priscila.
Mortalidade infantil: Em 2023, o Brasil alcançou o menor índice de mortalidade infantil e fetal por causas evitáveis em quase três décadas, conforme dados preliminares do Ministério da Saúde divulgados em 2024. Foram registradas 20,2 mil mortes, número que representa o mais baixo desde 1996, quando houve 53,1 mil óbitos – uma diferença de 62% a menos. As mortes consideradas evitáveis são aquelas que poderiam ter sido prevenidas com medidas como vacinação, acompanhamento adequado durante a gestação e o parto, além de cuidados eficazes ao recém-nascido e diagnósticos precisos.
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Cartão do SUS será unificado com dados do CPF do usuário
O novo Cartão Nacional de Saúde (CNS), a partir de agora, passa a exibir nome e CPF no lugar do antigo número. A mudança foi anunciada nesta terça-feira (16) pelos ministérios da Saúde e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
A previsão é que 111 milhões de cadastros sejam inativados até abril de 2026 – desde julho, 54 milhões já foram suspensos. Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que pacientes sem CPF continuam sendo atendidos normalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não estamos deixando ninguém para trás. As pessoas que não têm CPF ainda vão continuar a ser atendidas”, disse. “Não há sistema nacional de saúde público que tenha o volume, a diversidade e a complexidade dos dados que tem o SUS”, completou.
Higienização
Para tornar a unificação possível, a pasta iniciou uma espécie de limpeza da base de cadastros de usuários do SUS, conhecida como CadSUS. Desde então, os registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões de cadastros ativos.
Desse total, 246 milhões já estão vinculadas ao CPF, enquanto 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. O processo de higienização, de acordo com o ministério, alcança ainda cadastros inconsistentes ou duplicados.
“Estamos dando um passo muito decisivo para uma revolução tecnológica no Sistema Único de Saúde. Não é simples o que estamos fazendo”, avaliou Padilha, ao citar que o sistema nacional de saúde pública inglês, ao criar seu cartão de unificação, demorou 10 anos para conseguir implementar a ação.
Integração
A estimativa do governo é que 11 milhões de registros sejam inativados todos os meses, totalizando 111 milhões até abril de 2026. A meta é que, ao final da ação, a base de cadastros de usuários do SUS seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.
O avanço, segundo o ministério, foi possível graças à interoperabilidade do CadSUS e da base de dados da Receita Federal, utilizando o CPF como identificador único do cidadão e viabilizando acesso a dados como histórico de vacinas e medicamentos garantidos no programa Farmácia Popular.
Usuários sem CPF
Em nota, a pasta informou ter estabelecido um cadastro temporário para cidadãos atendidos no SUS sem CPF, válido por um ano. A medida, de acordo com o comunicado, atende a situações em que a pessoa não consegue informar o CPF no momento do atendimento, como em casos de emergência.
“Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF”, destacou o ministério.
Populações que não utilizam CPF, como estrangeiros, indígenas e ribeirinhos, permanecem identificadas pelo Cadastro Nacional de Saúde, nomenclatura que vai substituir a expressão Cartão Nacional de Saúde “para reforçar que se trata de um registro secundário e complementar”, reforçou a pasta.
Bases de dados
O ministério informou que vai readequar todos os sistemas de informação do SUS para que passem a utilizar o CPF do paciente – a começar pelos mais utilizados por estados e municípios, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o prontuário eletrônico da atenção primária.
O calendário, segundo Padilha, será pactuado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O prazo para conclusão é dezembro de 2026.
Ainda de acordo com a pasta, o CadSUS será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo MGI. “A medida permitirá receber informações de outros ministérios e órgão, como IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e CadÚnico [Cadastro Único], e compartilhar dados de saúde de forma segura, sem transferência integral da base”.
“A ação vai melhorar o monitoramento, combater o desperdício e fortalecer a gestão pública”, concluiu o ministério na nota. (Com informações da Agência Brasil)
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Envelhecimento da população brasileira é desafio para a saúde pública
https://www.youtube.com/watch?v=HAxqV4J-CnU
16 hospitais do estado de SP estão entre melhores do mundo em ranking da Newsweek; veja quais são
MV investe na startup Sofya para acelerar superinteligência médica
https://medicinasa.com.br/mv-investimento-sofya/
Por que falhamos em transformar boas ideias em produtos de saúde?
https://medicinasa.com.br/ideias-produtos/
Disaster Recovery para a Saúde: protegendo vidas e dados
https://medicinasa.com.br/disaster-recovery-saude/
Inovação e acesso para revolucionar a saúde
https://medicinasa.com.br/inovacao-acesso-saude/
PUC TV
Envelhecimento da população brasileira é desafio para a saúde pública
https://www.youtube.com/watch?v=HAxqV4J-CnU
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PORTAL G1
16 hospitais do estado de SP estão entre melhores do mundo em ranking da Newsweek; veja quais são
Revista americana divulgou ranking anual dos melhores hospitais do mundo; entre os públicos estão o Instituto do Coração (inCor), o Hospital das Clínicas da Unicamp e Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Já entre os privados estão o Hospital Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês.
Dos 22 hospitais brasileiros que aparecem no ranking World’s Best Specialized Hospitals 2026, divulgado pela revista americana "Newsweek" sobre as melhores instituições de saúde do mundo, 16 ficam no estado de São Paulo, sendo 5 públicos e 11 privados.
Entre os públicos estão o instituto do Coração (inCor), o Hospital das Clínicas da Unicamp e Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. As instituições foram reconhecidas em áreas como cardiologia, cirurgia cardíaca, neurologia, ortopedia, gastroenterologia e oncologia, mantendo-se entre os melhores hospitais brasileiros no ranking internacional.
Já entre os privados estão o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês e Hospital do Coração (HCor).
O levantamento é realizado anualmente por meio de uma pesquisa online mundial, que reúne recomendações de profissionais de saúde, dados de acreditação e certificações, além da Pesquisa de Implementação de PROMs da Statista.
Os resultados passam pela validação de um conselho global de especialistas, que avalia instituições de referência em 12 áreas médicas: cardiologia, cirurgia cardíaca, oncologia, endocrinologia, neurologia, neurocirurgia, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, gastroenterologia, pneumologia, pediatria e urologia.
Veja lista:
Hospitais públicos
Hospital das Clínicas da Unicamp de Campinas — Campinas, SP
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) — São Paulo, SP
Hospital São Paulo – Unifesp — São Paulo, SP
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia — São Paulo, SP
Instituto do Coração (InCor) — São Paulo, SP
Hospitais privados e filantrópicos (com ou sem parceria com o SUS):
A.C. Camargo Cancer Center – São Paulo
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo – São Paulo
Hospital do GRAACC – São Paulo
HCor (Hospital do Coração) – São Paulo
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo
Hospital Infantil Sabará – São Paulo
Hospital Israelita Albert Einstein – São Paulo
Hospital Sírio-Libanês – São Paulo
Hospital e Maternidade Santa Joana – São Paulo
Hospital São Luiz Itaim – São Paulo
Pro Matre Paulista – São Paulo
Segundo a Secretaria Estadual da Educação, o InCor alcançou sua melhor colocação histórica no mundo em cardiologia, chegando à 12ª posição, nove lugares acima em relação a 2024. Também avançou em cirurgia cardíaca, subindo da 43ª para a 28ª colocação mundial.
Em dois anos, o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia apresentou expressivo crescimento, subindo 18 posições, do 64º, em 2024, para o 46º lugar. Já em cirurgia cardíaca, a unidade subiu oito posições, saindo de 70º para 64º.
Já o Hospital das Clínicas está entre os 100 melhores do mundo em ortopedia (74º) e neurocirurgia (90º), além de ocupar a 117ª posição em gastroenterologia. No ranking de 2024, apareceu em 71º em ortopedia, 90º em neurocirurgia e 114º em gastroenterologia.
O Icesp alcançou a 182ª posição mundial em oncologia. Reconhecido como um dos maiores centros oncológicos da América Latina, a unidade atua exclusivamente no atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O destaque no ranking internacional reforça o trabalho contínuo do governo de São Paulo nos investimentos em saúde pública, inovação e qualidade assistencial para salvar vidas. É um orgulho ver hospitais que atendem o SUS paulista entre os melhores do mundo”, disse o secretário da Saúde do estado de São Paulo, Eleuses Paiva, em nota divulgada.
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MEDICINA S/A
MV investe na startup Sofya para acelerar superinteligência médica
A MV, líder latino-americana em soluções de saúde digital, anunciou a aquisição de participação na Sofya, startup brasileira de inteligência artificial aplicada à saúde. A operação fortalece o portfólio da companhia e marca um passo decisivo em sua estratégia de impulsionar a transformação digital do setor, apoiando profissionais de saúde com ferramentas mais assertivas, humanizadas e menos sujeitas a erros.
Fundada em 2022 no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), a Sofya nasceu com a missão de elevar a qualidade clínica e tornar o cuidado em saúde mais eficiente. Em poucos anos, ultrapassou 1 milhão de consultas apoiadas por sua IA e ganhou projeção internacional ao ser aceita para o Mayo Clinic Platform Accelerate, o mais respeitado programa global de desenvolvimento de tecnologias médicas baseadas em inteligência artificial. A startup também integra o Brazil Florida Business Council, ampliando sua rede estratégica de conexões nos Estados Unidos e na América Latina.
Com valuation de R$ 50 milhões em 2025, a startup já recebeu prêmios relevantes no ecossistema global de inovação, como o Johnson & Johnson Health-Tech LATAM e Mana Tech LATAM Competition. Também teve destaque em eventos como Stanford AIMI, Oracle World e publicação na AAAI (Associação para Avanço da Inteligência Artificial) , sendo reconhecida como pioneira no primeiro treinamento de Clinical LLM para interoperabilidade no mundo.
A Sofya desenvolve soluções que vão desde a automação de tarefas rotineiras, como o preenchimento de documentos por comando de voz, até o suporte em decisões clínicas complexas, oferecendo diagnósticos diferenciais, recomendações de exames, otimização de filas em pronto atendimentos e identificação de riscos críticos em prontuários eletrônicos.
Para Paulo Magnus, CEO da MV, a parceria reforça o protagonismo da companhia na transformação digital da saúde. “Estamos unindo a eficiência da nossa plataforma à sofisticação da inteligência artificial da Sofya. Não tenho dúvidas de que essa colaboração vai permitir o desenvolvimento de uma inteligência médica capaz de transformar a prática clínica e levar a inovação da MV a um novo patamar, com alcance internacional e impulsionar cada vez mais a transformação digital na saúde”, afirma.
Já para Igor Couto, um dos fundadores da Sofya, o investimento da MV potencializa a expansão da startup. “Nosso propósito sempre foi aliviar a carga cognitiva dos profissionais de saúde, funcionando como um segundo cérebro que apoia diagnósticos e decisões. A parceria com a MV acelera esse objetivo e projeta muito mais nossa capacidade de levar a expertise clínica brasileira para o mundo”, aponta.
Até o fim de 2025, a tecnologia da Sofya será incorporada em todas as soluções MV, presente em milhares de hospitais e clínicas na América Latina. Além disso, MV e Sofya irão desenvolver conjuntamente algoritmos de IA de fronteira para medicina de precisão e cuidado centrado no paciente, consolidando a visão de uma superinteligência clínica a serviço da vida.
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Por que falhamos em transformar boas ideias em produtos de saúde?
Por Marina Domenech
O Brasil vive um ponto de inflexão. De um lado, temos excelência clínica e acadêmica, modernização regulatória, investimentos relevantes em pesquisa e desenvolvimento, programas de fortalecimento da indústria e de fomento à inovação. De outro, ainda tropeçamos na translação de conhecimento em escala. Projetos de pesquisa nascem muitas vezes descolados da prática, sem clareza de viabilidade e sem um olhar integrado entre ciência, sistema de saúde e mercado.
Essa não é uma realidade exclusiva do nosso país: estudos globais estimam que menos de 10% das descobertas acadêmicas em biomedicina chegam à fase de desenvolvimento clínico, com 1% alcançando o mercado. Aqui, no entanto, esse problema é estrutural e permanece como o maior gargalo do desenvolvimento em saúde. Detemos cerca de 13% da produção científica mundial em biotecnologia, mas nossa capacidade de converter ciência em produto é desproporcionalmente baixa: mais de 70% das startups e spin-offs biotecnológicas brasileiras estagnam no exato momento da translação para a etapa clínica e regulatória, sem a estratégia adequada para que a inovação escale e chegue ao mercado.
Frequentemente chamado de Vale da Morte, esse momento é o ponto crítico no qual a maioria dos projetos científicos, mesmo promissores, não conseguem escalar.
Mas essa paralisia não decorre apenas da falta de investimento. O que está em jogo é a ausência de infraestrutura translacional integrada: ambientes e metodologias que articulem desde estudos toxicológicos, produção sob Boas Práticas de Fabricação (BPF), desenho clínico regulatório e modelagens econômicas compatíveis com tecnologias em maturação.
E é nesse ponto que se torna urgente o fortalecimento de organizações estruturantes, que apresentem capacidade técnica e articulação institucional para traduzir os requisitos regulatórios, técnicos e financeiros de forma integrada. Que consigam alinhar expectativa de risco, cronograma de maturação e modelos de impacto desde os primeiros estágios.
Vivemos uma janela única de fomento, com recursos públicos e privados sendo mobilizados como nunca antes no campo da biotecnologia e da saúde avançada, atualização da lei de pesquisa clínica, o Nova Indústria Brasil e o programa piloto do Ministério da Saúde para inovação radical de fármacos.
Para aproveitá-la, não basta acelerar: é preciso acelerar com segurança. E isso só será possível se reconhecermos que o serviço estruturante é o que viabiliza o produto. Sem serviços especializados, interoperáveis e com capacidade de translação, não há escalada. É hora de valorizar as organizações que ocupam esse papel invisível e essencial. Porque sem estrutura, não há inovação.
*Marina Domenech é CEO e fundadora da SAIL for Health.
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Disaster Recovery para a Saúde: protegendo vidas e dados
Em um cenário onde a digitalização da saúde avança a passos largos, a dependência de sistemas de informação e prontuários eletrônicos tornou-se uma faca de dois gumes para hospitais e clínicas. Se, por um lado, a tecnologia otimiza o atendimento e a gestão, por outro, expõe essas instituições a riscos operacionais e cibernéticos sem precedentes. Nesse contexto, o investimento em uma solução robusta de Disaster Recovery (DR) ou Recuperação de Desastres, deixa de ser um mero item orçamentário de TI para se tornar um pilar estratégico essencial à continuidade do negócio, do cuidado com a segurança do paciente e à sustentabilidade financeira da instituição.
Os benefícios de um plano de recuperação de desastre bem estruturado transcendem a simples recuperação de dados. Para uma instituição de saúde, significa a garantia da continuidade operacional em meio a uma crise, seja ela causada por uma falha de hardware, um desastre natural ou um ataque cibernético. Isso se traduz na capacidade de manter o acesso a prontuários eletrônicos, resultados de exames e sistemas de prescrição, assegurando que a equipe médica possa tomar decisões críticas sem interrupções. Além disso, a implementação de um sistema de recuperação de desastres robusto auxilia na conformidade com regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mitigando riscos jurídicos e fortalecendo a confiança de pacientes e parceiros na instituição.
A ausência de um investimento em DR, por outro lado, expõe as instituições de saúde a um espectro de riscos alarmantes. A interrupção dos sistemas pode levar à paralisação completa das operações, resultando no cancelamento de cirurgias, na impossibilidade de realizar diagnósticos precisos e, em última instância, colocando vidas em risco. A perda de dados de pacientes não apenas representa uma grave violação de privacidade, mas também pode acarretar multas vultosas e danos irreparáveis à reputação da organização. Ignorar essa necessidade é assumir um risco que pode comprometer a missão fundamental de qualquer entidade de saúde: cuidar de pessoas.
No atual panorama de ameaças, os riscos cibernéticos representam um dos maiores desafios para a continuidade dos negócios na área da saúde. Ataques de ransomware, que sequestram os dados da instituição e exigem um resgate para sua liberação, tornaram-se cada vez mais comuns e sofisticados. Sem um plano de DR eficaz, que permita a restauração rápida e segura dos sistemas a partir de backups íntegros e isolados, as instituições ficam à mercê dos cibercriminosos. Uma estratégia de recuperação de desastres é, portanto, um componente crítico da segurança cibernética, funcionando como a última e mais importante linha de defesa para garantir que, mesmo após um ataque bem-sucedido, a operação possa ser retomada com o mínimo de impacto.
Os números do setor reforçam a urgência dessa pauta. O mercado global de soluções de recuperação de desastres projeta um crescimento anual composto (CAGR) de 35,8% entre 2025 e 2033, um claro indicador da crescente conscientização sobre sua importância. No Brasil, o setor de saúde já figura como o terceiro mais visado por ataques cibernéticos em 2024, com prejuízos que já alcançam a marca de R$10,5 bilhões para o setor no país. O custo médio de uma violação de dados no Brasil, segundo relatórios da indústria, pode chegar a milhões de reais, um valor que, para muitas instituições, pode ser a diferença entre a continuidade de suas atividades e o encerramento de suas operações. Investir em Disaster Recovery não é mais uma opção, mas uma necessidade imperativa para a resiliência e o futuro das instituições de saúde.
*Saulo Lima é Diretor da Flowti.
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Inovação e acesso para revolucionar a saúde
As gerações com mais de 35 anos certamente se lembram de uma época em que a epidemia de AIDS causou pânico em todo o mundo, ceifando milhões de vidas, nas décadas de 1980 e 1990. Ainda sem um tratamento eficaz disponível, contrair o HIV era como uma sentença de morte diante de um vírus que não escolhia cor de pele, escolaridade ou classe social. Graças à evolução da ciência e das tecnologias, em especial nos últimos 15 anos, que foi possível chegar a soluções capazes de limitar a transmissão, tornando esses tempos apenas tristes lembranças que não voltam mais. Hoje em dia, novos casos de contaminação por HIV e mortes em decorrência dele basicamente são frutos de dois fatores: falta de diagnóstico e falta de acesso à medicação adequada (muitas das vezes, sendo o segundo fator consequência do primeiro).
O caso mencionado acima é um exemplo evidente e atual de como a inovação e a ampliação do acesso a tratamentos adequados vêm, juntas, revolucionando a medicina. Trinta e cinco anos atrás, quem diria que uma pessoa com HIV poderia viver uma vida com qualidade e longevidade, tendo apenas como rotina diária tomar alguns comprimidos? Tal qual a lenda grega de Perseu que, com inteligência, destreza e abordagem acertada, derrotou a temida e até então invencível Medusa, o binômio mencionado acima, embora não tenha chegado ao que podemos chamar de cura, foi capaz de trazer esperança, tranquilidade e expectativa de vida a quem recebe um resultado reagente para o vírus.
Outro “monstro” nada mitológico, que segue como enorme desafio, é o câncer e suas mais de cem variações. Segunda maior causa de mortes no Brasil, somente em 2025 são esperados mais de 700 mil novos casos em todo o país. E vivemos um paradoxo em relação a isso: quanto mais a ciência avança e nos permite aumentar a expectativa de vida da população, maior a prevalência de câncer. Até o momento, os mesmos esforços que nos ajudam a prolongar a vida na terceira idade ainda não são capazes de fazer com que os casos da doença entrem em declínio.
Além da idade mais avançada, que naturalmente nos torna mais suscetíveis a mutações genéticas que resultem em tumores, outros fatores comuns em nosso dia a dia são apontados como possíveis riscos oncogênicos: o consumo de agrotóxicos, a presença de corantes e outros aditivos nos alimentos, poluição ambiental, a disseminação silenciosa de determinados vírus, como o HPV ou das hepatites virais (B, C e, mais recentemente classificada neste rol, a do tipo D), entre outros. Infelizmente, nossa exposição a uma ou mais dessas variáveis é praticamente inevitável e, somada ao envelhecimento populacional, nos permite estimar que tenhamos uma escalada no número de casos de câncer na próxima década, de 2030.
A única forma que temos de reverter esse quadro é exatamente investindo na combinação de inovação e ampliação do acesso. Seja no tratamento, seja na prevenção. Uma técnica promissora, que deixou o meio científico bastante esperançoso e que pode representar uma revolução no combate ao câncer, é a vacina formulada com RNA mensageiro (mRNA). Sua tecnologia utiliza a molécula de mRNA envolta em partículas de gordura microscópicas para levar instruções às células e gerar uma resposta imunológica.
Curiosamente, o mecanismo foi empregado pela primeira vez de forma ampla muito recentemente: nas vacinas para controlar a pandemia de covid-19, em que o mundo teve que desenvolver, em tempo recorde, técnicas inovadoras (e seguras) para evitar uma tragédia ainda maior causada por aquele coronavírus. A nova abordagem vacinal começou a ser testada em outras frentes e se mostrou eficaz no combate a alguns tipos de câncer quando combinada com os atuais medicamentos imunoterápicos. Nos experimentos em camundongos, ela foi capaz de estimular o organismo a combater diferentes tipos de tumor, em muitos casos fazendo-os desaparecer por completo – incluindo os resistentes a tratamento.
A medicina vive de evoluções, mas, sobretudo, de revoluções. Assim foi com o desenvolvimento da primeira vacina, com o advento da anestesia, com a descoberta da penicilina; assim tem sido com os tratamentos antirretrovirais para o HIV e nas novas tecnologias que nos permitiram voltar à normalidade após a pandemia de covid-19. De cada um desses marcos, pudemos tirar diversos aprendizados que, universalizados, trouxeram mais saúde e qualidade de vida à Humanidade. Que o otimismo trazido pelos primeiros (e promissores) testes possa se converter em realidade brevemente e sacramentar a vacina de mRNA como ferramenta eficaz na luta contra o câncer, assim como a mitológica Harpe, a espada empunhada por Perseu, o fez na vitória sobre a Medusa. Que esses monstros, sejam mito ou realidade, estejam longe de nos assombrar mais no futuro.
*Carlos Gil Ferreira é oncologista torácico, pesquisador e presidente do Instituto Oncoclínicas.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Melhores hospitais do Brasil em 2026: Veja o ranking da Newsweek
Médicas são denunciadas pela morte de menino que colocou grão de milho no nariz
Pacientes são transferidos de setor após ácido ser derramado em UTI do Hospital Araújo Jorge
Médico brasileiro tem visto dos EUA proibido após postagem elogiosa a assassinato viralizar; 'peço desculpas'
Colírios especiais podem reduzir necessidade de óculos de leitura com o avanço da idade, diz estudo
SAÚDE BUSINESS
Melhores hospitais do Brasil em 2026: Veja o ranking da Newsweek
Ranking destaca 22 hospitais brasileiros entre os melhores do mundo, incluindo Albert Einstein, Sírio-Libanês, InCor, Pequeno Príncipe e Mater Dei. Saiba mais!
A revista Newsweek, em colaboração com a empresa de análise de dados Statista, divulgou recentemente a lista dos melhores hospitais do Brasil em 2026. O ranking integra o estudo “World’s Best Specialized Hospitals”, que avaliou milhares de instituições de saúde em mais de 20 países, considerando critérios como:
Recomendações de profissionais de saúde;
Dados de acreditação e certificações;
Pesquisa de Implementação de PROMs (Patient-Reported Outcome Measures);
Produção científica e impacto das publicações.
Segundo a Newsweek, hospitais especializados estão em franca expansão, impulsionados pela busca por tratamentos avançados e personalizados. Em 2023, o mercado global de hospitais especializados movimentou cerca de US$ 74,87 bilhões, com projeção para atingir US$ 176,53 bilhões até 2032.
“Esses hospitais demonstram o melhor cuidado especializado, estabelecendo o padrão de excelência global”, destaca a publicação.
Como é feita a seleção?
O ranking World’s Best Specialized Hospitals 2026 destaca os líderes mundiais em 12 áreas médicas. Este ano, foram incluídos:
300 hospitais para cardiologia e oncologia;
250 para pediatria;
150 para cirurgia cardíaca, endocrinologia, gastroenterologia, pneumologia e ortopedia;
125 para neurocirurgia e urologia;
150 para neurologia e 125 para ginecologia e obstetrícia (ambos ampliados este ano).
A pesquisa foi realizada entre maio e julho de 2025, com milhares de médicos e gestores hospitalares. Entre os hospitais reconhecidos globalmente estão Cleveland Clinic, Johns Hopkins Hospital, Mayo Clinic-Rochester e Memorial Sloan Kettering Cancer Center.
Destaques brasileiros no ranking global
O Brasil teve 22 hospitais reconhecidos, sendo 16 privados e 6 públicos. Entre os destaques:
Hospital Israelita Albert Einstein: 8º lugar em gastroenterologia e 16º em cardiologia.
Hospital Sírio-Libanês: 15º lugar em urologia e 43º em cardiologia.
Instituto do Coração (InCor): 12º lugar em cardiologia, sendo o mais bem posicionado da América Latina.
Hospital Pequeno Príncipe: único exclusivamente pediátrico da América Latina, subiu para a 70ª posição global em pediatria.
“Celebramos esse momento muito especial: pelo quinto ano consecutivo, o Hospital Pequeno Príncipe é reconhecido como o melhor exclusivamente pediátrico da América Latina”, destacou José Álvaro da Silva Carneiro, diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe.
“Conquistar esse reconhecimento mundial pela sexta vez consecutiva é motivo de grande honra e reflete, acima de tudo, a excelência das nossas equipes médicas, multiprofissionais e de apoio, além da força do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou Dr. Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho do InCor.
A Rede Américas também marcou presença com duas unidades: o Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, e o Hospital Nove de Julho, em São Paulo.
“A presença de ambas as instituições no ranking internacional reforça o propósito da Rede em oferecer cuidado de excelência, inovação e acolhimento”, informou a rede em comunicado.
Lista completa dos hospitais brasileiros no ranking 2026
Hospital | Cidade |
Mater Dei Hospital Santo Agostinho | Belo Horizonte |
Hospital das Clínicas da Unicamp de Campinas | Campinas |
Hospital Infantil Pequeno Príncipe | Curitiba |
Hospital Moinhos de Vento | Porto Alegre |
Hospital Pró-Cardíaco | Rio de Janeiro |
Pro Matre Paulista | São Paulo |
A.C. Camargo Cancer Center | São Paulo |
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo | São Paulo |
GRAACC – Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) | São Paulo |
HCor (Hospital do Coração) | São Paulo |
Hospital Alemão Oswaldo Cruz | São Paulo |
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo | São Paulo |
Hospital e Maternidade Santa Joana | São Paulo |
Hospital e Maternidade Sepaco | São Paulo |
Hospital Infantil Sabará | São Paulo |
Hospital Israelita Albert Einstein | São Paulo |
Hospital Nove de Julho | São Paulo |
Hospital São Luiz Itaim | São Paulo |
Hospital São Paulo – UNIFESP | São Paulo |
Hospital Sírio-Libanês | São Paulo |
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia | São Paulo |
Instituto do Coração (InCor) | São Paulo |
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PORTAL G1/GOIÁS
Médicas são denunciadas pela morte de menino que colocou grão de milho no nariz
Ministério Público denunciou as profissionais por homicídio ocorrido sem intenção de matar. Defesa de uma das médicas disse que só vai se manifestar durante o processo
As duas médicas que atenderam Ravi de Souza Figueiredo, de 2 anos, para a retirada de um grão de milho no nariz, foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). O menino morreu após o procedimento realizado no Hospital Municipal de Goiatuba, no sul de Goiás. O MPGO afirmou que elas foram denunciadas por homicídio culposo, ou seja, pela morte de alguém sem intenção, por meio de ação ou omissão voluntária.
A defesa de Isabella Helena Caixeta de Oliveira afirmou ao g1, por nota, que irá se manifestar exclusivamente no processo, "respeitando o curso legal das investigações e o devido contraditório". A reportagem não conseguiu contato com a defesa da outra médica, Daniella Carvalho Ferreira, até a última atualização desta reportagem.
A defesa da família disse ao g1 que, após os procedimentos para tentar retirar o grão de milho, a criança sofreu perfurações no pulmão e no estômago. O prontuário do Hospital de Goiatuba recebido pela família de Ravi e divulgado pela TV Anhanguera, informa que, após o uso do ar comprimido, a equipe médica utilizou um aparelho de video-otoscópio e uma pinça para retirar o milho.
O Ministério Público afirmou à TV Anhanguera que pediu uma indenização de R$ 150 mil para a família da criança e que o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se manifeste nesse caso. O Cremego informou ao g1, por meio de nota, que não recebeu qualquer notificação/solicitação do MPGO sobre este caso.
O Cremego disse, ainda, que , já se posicionou sobre o assunto, por meio de parecer da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia do Conselho, atendendo a uma solicitação da Delegacia de Polícia de Hidrolândia.
A entidade afirmou também que, em relação a denúncias sobre conduta ética de médicos, todas as queixas recebidas, ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
Como foi o procedimento
As profissionais foram indiciadas pela Polícia Civil no mês passado, por homicídio culposo por negligência. Ravi morreu no dia 5 de abril, mas a família só divulgou o acontecido em julho. Segundo a família, o menino inseriu um caroço de milho de pipoca em uma das narinas. Os pais tentaram retirar o grão, mas não conseguiram e, então, o levaram para o Hospital Municipal de Goiatuba.
De acordo com o pai de Ravi, Josenilson Figueiredo, a equipe do hospital tentou retirar o grão com uma pinça, mas sem sucesso. Depois, foi utilizada uma espécie de “cânula de borracha”, por onde saía ar. Segundo Josenilson, após o procedimento, a barriga do menino ficou inchada e a equipe deu remédios para gases.
Depois de apresentar fraqueza, vomitar e nem conseguir falar, o menino foi levado novamente ao hospital e, então, foi encaminhado para Goiânia, em uma ambulância. Mas no caminho ele passou mal novamente e morreu no Hospital Municipal de Hidrolândia, onde foi atendido de forma emergencial.
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Pacientes são transferidos de setor após ácido ser derramado em UTI do Hospital Araújo Jorge
De acordo com os bombeiros, a água utilizada para limpar o ácido após a transferência dos pacientes parece ter causado uma reação que liberou gases irritantes. Funcionários foram atendidos no hospital e encaminhados para um Cais, mas já receberam alta.
Pacientes foram transferidos de setor após um ácido ter sido derramado em uma sala de UTI do Hospital Araújo Jorge, em Goiânia (veja o vídeo acima). Segundo o Corpo de Bombeiros, após a remoção dos pacientes, os funcionários tentaram limpar o produto com água, o que pareceu ter causado uma reação química que liberou gases irritantes. Segundo a assessoria do hospital, todos os funcionários que precisaram de atendimento já receberam alta.
Em nota, o Hospital Araújo Jorge informou que os pacientes da sala foram transferidos imediatamente para outros setores, estando em segurança clínica. Disse ainda que os colaboradores foram avaliados na unidade e, posteriormente, transferidos para um Cais, onde ficaram em observação e receberam alta médica (leia a nota na íntegra ao fim do texto).
O incidente aconteceu na noite desta quinta-feira (11), por volta das 20h. Segundo a assessoria do hospital, um técnico de uma empresa terceirizada fazia o manuseio de um equipamento de hemodiálise quando o ácido peracético foi derramado no chão.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, funcionários do hospital tentaram limpar o produto com água, o que causou a liberação de gases irritantes. Ao todo, nove colaboradores do Araújo Jorge, um funcionário terceirizado, e seis pacientes se envolveram no incidente.
Veja como aconteceu o incidente:
Ácido cai no chão
Pacientes são imediatamente transferidos para setores seguros
Funcionários tentam fazer a limpeza com água
Reação libera gases irritantes
Bombeiros são acionados, isolam e fazem a limpeza do local
Funcionários são avaliados e transferidos para unidade de saúde e recebem alta
Segundo o hospital, os pacientes foram imediatamente removidos do local e transferidos para outros setores, onde foram avaliados. Os funcionários passaram por atendimento primeiramente no Hospital, seguindo os protocolos, e depois foram encaminhados para um Cais, onde passaram por atendimento, ficaram em observação e receberam alta médica.
O bombeiros isolaram o local e conseguiram neutralizar o produto. De acordo com o hospital, os militares fizeram a higienização completa da área afetada, seguindo rigorosamente os protocolos de segurança.
Ainda de acordo com o hospital, a empresa terceirizada responsável já foi notificada e um processo de apuração está em andamento.
Nota do Hospital Araújo Jorge na íntegra
Em resposta ao questionamento do Portal G1, o Araújo Jorge – Hospital de Câncer informa que, na noite dessa quinta-feira (11/09), por volta das 20h, houve um incidente durante o manuseio de um equipamento de hemodiálise por um técnico de empresa terceirizada, ocasionando o derramamento de ácido peracético.
A equipe do hospital prestou atendimento imediato aos pacientes e aos colaboradores que estavam no local. Os pacientes foram transferidos para outros setores do hospital, avaliados pela equipe de saúde, estando em segurança clínica.
Quanto aos colaboradores, estes foram avaliados pela equipe da própria unidade e, em seguida, encaminhados para outra unidade de saúde, onde ficaram em observação e, posteriormente, receberam alta médica.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou a higienização completa da área afetada, seguindo rigorosamente os protocolos de segurança. A empresa terceirizada responsável já foi notificada e um processo de apuração está em andamento.
O Araújo Jorge reforça que a segurança e o cuidado com pacientes e profissionais são prioridades permanentes da instituição.
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PORTAL G1
Médico brasileiro tem visto dos EUA proibido após postagem elogiosa a assassinato viralizar; 'peço desculpas'
Ativista conservador de 31 anos foi assassinado enquanto fazia uma palestra em um evento na universidade de Utah Valley. Ele deixa a mulher e dois filhos.
O médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa teve o visto dos Estados Unidos proibido após uma mensagem elogiosa ao assassinato do ativista conservador Charles Kirk viralizar.
A postagem diz: "um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical".
O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, citou a postagem ao anunciar, no sábado (13), a proibição de vistos para Barbosa. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informou ter aberto uma sindicância para investigar o médico e uma clínica particular, que o demitiu (saiba mais abaixo).
Neste domingo (14), Barbosa pediu desculpas à família de Kirk.
"Trata-se de uma colocação infeliz, fora de contexto e divulgada por pessoas alheias ao meu círculo. Peço desculpas à família enlutada e registro que montagens e sobreposições de imagens distorceram o conteúdo original, em nada condizendo com os princípios que sempre nortearam minha conduta pessoal e profissional: o respeito à vida e à ética".
O médico disse que o conteúdo tem sido usado "por pessoas que estão ameaçando" a família dele, incluindo a esposa e os irmãos. "Muitas ameaças de morte. [...] Temos print de tudo. Todas as pessoas serão denunciadas", afirmou.
Jovem conservador foi assassinado durante discurso
Kirk, de 31 anos, foi assassinado em plena luz do dia, com um tiro no pescoço, enquanto discursava em um evento na Universidade de Utah Valley. Ele deixa a mulher e dois filhos.
Um homem identificado como Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso suspeito de ser o autor do assassinato.
Segundo o FBI, estojos de balas apreendidas junto com a arma do crime incluíam frases como "Ei, fascista! PEGUE!"; "O Bella ciao, Bella ciao, Bella ciao, Ciao, ciao!" (uma referência a uma canção italiana de resistência ao fascismo e ao nazismo); e "Se você ler isso, você é GAY, kkkk".
Investigação pelo Cremepe
Em nota publicada no Instagram na sexta (12), o Cremepe informou que recebeu uma denúncia, "motivada por ampla repercussão nas redes sociais", envolvendo a conduta do médico.
A entidade disse também que "seguirá o rito processual previsto para a devida apuração do caso" e afirmou que "todas as sindicâncias instauradas pela autarquia tramitam sob sigilo", com o intuito de preservar "a lisura e a efetividade da investigação".
Em seu currículo, Ricardo Barbosa informa que é formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e fez residência em neurocirurgia no Hospital da Restauração, maior hospital público do Recife. No perfil acadêmico, ele diz, ainda, que fez treinamentos em cirurgia na Dinamarca.
O médico afirma, na página, que atua na Restauração, no Hospital Unimed III, localizado no Centro da capital pernambucana. Em nota, a Unimed disse que o caso será analisado "com máxima brevidade" em reunião extraordinário do Conselho de Administração da rede, composta por 2.228 médicos cooperados.
"Por ser uma cooperativa, algumas medidas não podem ser tomadas de forma imediata, como no caso de empresas particulares. Serão adotadas as medidas cabíveis, à luz da legislação aplicável e das normas internas da cooperativa, diante de tão grave conduta, que repercutiu na classe médica e na sociedade", afirmou a organização.
Ele também trabalhava na clínica particular Recife Day Clinic, que anunciou o desligamento do profissional no sábado (13).
"Temos como compromisso fundamental a ética médica, o respeito à vida, à diversidade de opiniões e ao acolhimento humano [...]. Diante da gravidade do ocorrido, comunicamos que o profissional em questão foi banido definitivamente das atividades no Recife Day Clinic", informou a empresa em nota divulgada nas redes sociais.
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O GLOBO
Colírios especiais podem reduzir necessidade de óculos de leitura com o avanço da idade, diz estudo
Testes com mais de 700 pacientes mostraram que tratamento farmacológico melhora a visão por até dois anos
Uma das certezas com o passar do tempo é o desenvolvimento da presbiopia, também conhecida como vista cansada. O quadro é caracterizado por uma dificuldade em focar objetos e textos próximos, levando muitas pessoas a precisarem adotar os famosos óculos de leitura. No entanto, uma nova solução pode ser tão simples quanto usar colírios especiais duas ou três vezes ao dia.Um novo estudo apresentado no 43º Congresso da Sociedade Europeia de Cirurgiões de Catarata e Refrativa (ESCRS) avaliou 766 pacientes e apontou que a maioria teve uma melhora da visão com o novo medicamento, e que esse benefício durou até dois anos.
" As soluções atuais, como óculos de leitura ou intervenções cirúrgicas, têm limitações, incluindo inconveniência, desconforto social e potenciais riscos ou complicações. Buscamos fornecer evidências clínicas robustas apoiando uma solução farmacológica inovadora para oferecer aos pacientes uma alternativa não invasiva, conveniente e eficaz", diz Giovanna Benozzi, diretora do Centro de Pesquisa Avançada em Presbiopia de Buenos Aires, na Argentina, em comunicado.
O colírio foi desenvolvido pelo pai de Giovanna, Jorge Benozzi, que atuava no mesmo centro de pesquisa. Ele contém uma combinação de dois agentes ativos: pilocarpina, um medicamento que contrai a pupila e o músculo ciliar, responsável pela acomodação do olho para enxergar objetos em diferentes distâncias, e diclofenaco, um anti-inflamatório que reduz o desconforto frequentemente causado pela pilocarpina.
No estudo, os pacientes usaram o colírio duas vezes ao dia, geralmente ao acordar e cerca de seis horas depois, com uma terceira dose opcional se os sintomas retornassem ou fosse necessário mais conforto visual. Os voluntários, de em média 55 anos, foram divididos em três subgrupos para receber uma de três formulações. Cada uma tinha a mesma dose de diclofenaco, mas concentrações de pilocarpina de 1%, 2% ou 3%.
Os pesquisadores avaliaram a melhora na leitura do gráfico de Jaeger, muito usado em testes de visão, uma hora após a primeira aplicação do colírio, e acompanharam os pacientes por dois anos.
"Nosso resultado mais significativo mostrou melhorias rápidas e sustentadas na visão de perto para todas as três concentrações. Uma hora após a primeira aplicação, os pacientes apresentaram uma melhora média de 3,45 linhas de Jaeger. O tratamento também melhorou o foco em todas as distâncias", contou Giovanna.
A especialista disse que 99% dos 148 pacientes no grupo de concentração de 1% de pilocarpina alcançaram visão de perto ótima e conseguiram ler duas ou mais linhas extras. No grupo de 2%, 69% dos 248 pacientes conseguiram ler três ou mais linhas adicionais no gráfico de Jaeger, e, no grupo de 3%, 84% dos 370 pacientes alcançaram o mesmo resultado.
No geral, 83% de todos os pacientes mantiveram boa visão funcional de perto em 12 meses. A melhora da visão dos pacientes foi sustentada por até dois anos, com duração mediana de 434 dias.
O produto também foi considerado seguro, não tendo sido observados eventos adversos significativos, como aumento da pressão intraocular ou descolamento de retina. Os efeitos mais comuns foram leves, como visão temporariamente escurecida (32% dos casos), irritação na aplicação do colírio (3,7%) e dor de cabeça (3,8%). Nenhum paciente interrompeu o tratamento.
"Esses resultados sugerem que essa terapia combinada oferece uma alternativa segura, eficaz e bem tolerada ao manejo tradicional da presbiopia. Ela reduz significativamente a dependência de óculos de leitura, proporcionando uma opção conveniente e não invasiva, embora não elimine completamente a necessidade de óculos em todos os indivíduos", diz a pesquisadora.
Além do grupo deste estudo, ela tem outros pacientes que recebem o tratamento há mais de dez anos. Novos estudos, porém, são necessários para reforçar a eficácia do colírio, explica o presidente eleito da ESCRS e chefe do departamento de oftalmologia do Hospital Universitário de Olhos de Bochum, na Alemanha, Burkhard Dick:"Estudos mais amplos, de longo prazo e multicêntricos são necessários para confirmar a segurança e a eficácia antes que esse tratamento possa ser amplamente recomendado".
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Assessoria de Comunicação
Com o apoio da Ahpaceg, Goiânia sediou o Higicon Experience Centro-Oeste
Escrito por AdministradorCom o apoio da Ahpaceg, Goiânia sediou nesta quinta-feira o Higicon Experience Centro-Oeste.
Promovido pela Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), o evento foi um sucesso ao reunir profissionais de saúde e de higienização de hospitais públicos e privados de Goiás.
A programação trouxe temas de grande relevância, como o combate às Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e a importância da adoção de estratégias eficazes para prevenir infecções, protegendo tanto os pacientes quanto os profissionais.
As discussões foram conduzidas por especialistas renomados: Marcos Cyrillo, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia; Ellen Dreger Cardoso, enfermeira e mestre em infectologia em Saúde Pública; João Carlos Caldeira, enfermeiro e gestor do Hospital do Coração Anis Rassi; Edmilsom Amaral da Silva, coordenador de Operações e Infraestrutura do HMAP; e Marcelo Boeger, referência nacional em gestão hospitalar.
A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, participou do encontro ao lado de representantes de diversas instituições associadas.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Lula sanciona lei que transforma Setembro Amarelo em política pública nacional
Imas tem pouco mais de 1 mês para apresentar plano de reestruturação ao MPGO
Segurança jurídica na assistência médica salva vidas e reduz litígios
https://medicinasa.com.br/seguranca-juridica-litigios/
Secretaria de Saúde de Goiás confirma mais casos de febre amarela no estado
https://www.youtube.com/watch?v=5kPl3q8-CSk
O IMPARCIAL
Lula sanciona lei que transforma Setembro Amarelo em política pública nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta semana, a Lei nº 15.199/2025, que institui oficialmente a campanha Setembro Amarelo como política pública nacional. A mobilização será realizada todos os anos, em setembro, com foco na promoção da saúde mental e na prevenção da automutilação e do suicídio.
Criada em 2014 por entidades da sociedade civil, a campanha passa agora a ter respaldo legal. Só em 2023, mais de 16,8 mil mortes por suicídio foram registradas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
Publicada no Diário Oficial da União na terça-feira (9), a lei determina que a campanha deve informar a população sobre riscos, orientar sobre recursos de apoio e tratamento, além de fortalecer o acolhimento às pessoas em sofrimento psíquico.
Também foram instituídas duas datas: 10 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e 17 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção da Automutilação. Governos estaduais poderão realizar ações como iluminar prédios públicos de amarelo e veicular campanhas de conscientização.
Campanha e tema de 2025
O Setembro Amarelo, realizado desde 2015, é conduzido atualmente pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e Conselho Federal de Medicina (CFM).
Neste ano, a campanha tem como tema “Conversar pode mudar vidas”, reforçando o diálogo como ferramenta fundamental para acolher pessoas em sofrimento e estimular a prevenção ao suicídio.
Cartilha Amarela
Como parte da mobilização, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou, na quarta-feira (10), a Cartilha Amarela – Prevenção e combate ao assédio, a outras formas de violências e ao suicídio relacionado ao trabalho.
O documento alerta para os efeitos nocivos de ambientes laborais hostis e práticas abusivas, apontando como principais vítimas do assédio moral mulheres, pessoas com deficiência, população LGBTQIAPN+, idosos, migrantes, estrangeiros e trabalhadores que sofreram acidentes ou adoecimento.
A cartilha também desmistifica crenças equivocadas sobre o tema, como a ideia de que falar sobre suicídio aumenta o risco. Segundo o material, discutir o assunto de forma responsável ajuda a proteger vidas e reduzir estigmas.
Rede de apoio
O Brasil conta com uma rede de apoio para assistência em saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que oferecem atendimento especializado com equipes multiprofissionais.
O CVV também presta apoio gratuito e sigiloso, disponível 24 horas por dia pelo telefone 188, chat ou e-mail. Em situações de emergência, a população pode acionar o Samu (192) e a Polícia Militar (190).
Desafio global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 720 mil pessoas morram por suicídio a cada ano no mundo, sendo a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
No Brasil, o número de casos cresceu 66,47% em dez anos (2013–2023), segundo o Atlas da Violência 2025, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em média, 46 brasileiros tiram a própria vida todos os dias.
O país assumiu junto à Organização das Nações Unidas (ONU) o compromisso de reduzir em um terço os casos de suicídio até 2030, conforme a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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A REDAÇÃO
Imas tem pouco mais de 1 mês para apresentar plano de reestruturação ao MPGO
Dívida do Instituto chega a R$ 145 mi
O Ministério Público de Goiás (MPGO) estabeleceu o dia 16 de outubro como prazo final para que o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas) apresente o Plano de Transformação Estrutural da entidade. A definição ocorreu durante reunião realizada nesta quarta-feira (10/9) na sede do MP, conduzida pela promotora de Justiça Carmem Lúcia Santana de Freitas, titular da 20ª Promotoria da capital, e pelo promotor de Justiça Cassius Marcellus de Freitas Rodrigues, da 88ª Promotoria.
Participaram ainda a presidente do Imas, Gardene Fernandes Moreira; a gerente de Credenciamento, Paula Taisa Rezende Borges; a chefe da Advocacia Setorial, Graziane Cardoso Lourenço; o representante do Conselho de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Conas), Weyner Alves Rosa; e a assistente administrativa da Controladoria-Geral do Município Juliana Evangelista Mendonça Correa.
Inconsistências de funcionamento
Durante a reunião, os promotores destacaram as principais inconsistências identificadas no funcionamento do instituto, especialmente no atendimento à saúde. Carmem Lúcia ressaltou a necessidade de transparência nos atos da gestão, com acesso facilitado a informações de interesse dos usuários. Já Juliana Evangelista observou que a falta de confiança da população no Imas é resultado de irregularidades acumuladas ao longo dos anos, defendendo a construção de um vínculo sólido entre usuários e a instituição.
Questionada sobre a composição da diretoria, a presidente do Imas informou que os cargos de secretaria executiva e da Diretoria de Assistência à Saúde permanecem vagos. Também confirmou, após ser indagada pelo promotor de Justiça Cassius Marcellus, que os resultados da auditoria feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) já foram analisados e serão implementados conforme a realidade do órgão. Segundo ela, o Imas enfrenta gargalos financeiros e organizacionais, sendo totalmente dependente do Poder Executivo municipal.
Viabilidade do instituto
A gerente de Credenciamento, Paula Taisa Rezende Borges, apresentou um levantamento das inconsistências apontadas pelo MP e afirmou acreditar na viabilidade do instituto. Ela destacou a importância da reestruturação para garantir qualidade à prestação do serviço de saúde aos servidores e apresentou aos promotores as ferramentas já disponibilizadas no Portal do Beneficiário.
Na ocasião, ficou determinado que o plano deve prever medidas imediatas, como a melhoria qualitativa e a estabilização do quadro de pessoal, a nomeação de gestores com capacidade técnica e conhecimento relacionados às áreas de atuação, bem como o acompanhamento rigoroso da execução e dos pagamentos dos contratos de credenciamento.
A presidente Gardene Fernandes expôs que a dívida do Imas está estimada em mais de R$ 145 milhões. Ela garantiu que a gestão está empenhada em encontrar soluções.
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MEDICINA S/A
Segurança jurídica na assistência médica salva vidas e reduz litígios
Por Gustavo Clemente
Nos primeiros cinco meses de 2025, o Brasil registrou impressionantes 37.170 novos casos de falhas assistenciais na área da saúde. Esses incidentes resultam diretamente em danos morais ou materiais e estão entre os principais motores do crescente número de processos judiciais envolvendo o setor, que chegaram a 74.358 ações em 2024, um aumento de 506 % em relação a 2023, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Diante dessa realidade preocupante, é imprescindível adotar medidas jurídicas preventivas robustas, com participação ativa de advogados especializados em Direito Médico e da Saúde. A construção de protocolos assistenciais ricamente detalhados, combinados com orientação jurídica em todas as etapas, estabelece um padrão operacional seguro e confiável. Esses documentos devem expor com clareza cada etapa do atendimento, os resultados esperados, bem como os riscos e possíveis eventos adversos, assegurando que não haja surpresas no percurso assistencial, o que representa segurança tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
Nesse contexto, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assume papel central. Ele formaliza, em linguagem acessível ao paciente, as informações sobre o procedimento, suas possibilidades de sucesso ou complicações, proporcionando transparência e empoderamento do paciente ao decidir com base em dados claros.
Paralelamente, o prontuário médico funciona como instrumento jurídico imprescindível: nele são registradas todas as intervenções e condutas da equipe assistencial, servindo como prova incontestável da trajetória clínica do paciente.
A colaboração entre equipes multidisciplinares assistenciais e a assessoria jurídica é igualmente essencial. O advogado especializado em Direito Médico aporta visão técnica e estratégica nas revisões e criação de protocolos internos, apontando eventuais brechas, sugerindo ajustes e promovendo uma cultura preventiva que orienta a prática diária dos profissionais. Isso permite não apenas a mitigação de riscos jurídicos, mas também a efetiva redução de eventos adversos, contribuindo para um ambiente mais seguro e confiável na prestação de serviços de saúde.
Outro aspecto crucial é a adoção de ferramentas de gestão como o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), amplamente usado em ambiente hospitalar. Essas práticas de gestão contínua permitem que protocolos sejam avaliados, executados, monitorados e aprimorados de forma sistemática, fortalecendo a cultura de segurança do paciente e a aderência às normas jurídicas.
A segurança do paciente no Brasil também se beneficia da acreditação hospitalar. A Organização Nacional de Acreditação (ONA), com dados baseados na Anvisa, associou a adoção de acreditações à redução significativa de falhas: queda de até 51 % em erros de medicação, 52 % em identificação de pacientes, 42 % nas infecções hospitalares, entre outros ganhos. Apesar de os números iniciais de falhas frequentemente aumentarem numa etapa de implementação – reflexo da subnotificação anterior, com trabalho sistemático, os casos tendem a cair e estabilizar.
Além disso, dados da ONA também indicam que, entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou aproximadamente 396.629 falhas assistenciais, das quais resultaram 2.363 mortes. Muitas dessas tragédias poderiam ter sido evitadas com processos assistenciais mais estruturados e seguros. A OMS estima que globalmente mais de 80 % das falhas assistenciais poderiam ser prevenidas, reforçando a importância da prevenção jurídica e operacional desde o planejamento até a execução dos cuidados.
De forma integrada e preventiva, o advogado da saúde deve ser mais do que um consultor jurídico; deve participar diretamente do cotidiano de uma unidade de saúde, compreendendo gestão hospitalar, logística, fluxos assistenciais e comunicação interna. Essa vivência permite que ele fale a “mesma língua” dos profissionais de saúde e elabore estratégias jurídicas que se adequem à realidade operacional. Sua atuação é fundamental para identificar falhas nos protocolos, treinar equipes quanto ao cumprimento adequado de normas e documentações e garantir que cada etapa do atendimento esteja juridicamente respaldada.
Em resumo, com base no cenário brasileiro atual, marcado pelo alto número de falhas assistenciais, mortalidade evitável, e explosão de processos judiciais, a integração de protocolos detalhados, termos de consentimento transparentes, registros médicos completos e atuação jurídica especializada se revela absolutamente essencial. Essa atuação preventiva não só reduz riscos e litígios, mas fortalece a confiança entre profissional e paciente, eleva a qualidade dos serviços prestados e contribui para a construção de um sistema de saúde mais seguro e eficiente.
* Gustavo Clemente é sócio do Lara Martins Advogados e Presidente do Sindicato dos Hospitais do Estado de Goiás (SINDHOESG).
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TV SERRA DOURADA
Secretaria de Saúde de Goiás confirma mais casos de febre amarela no estado
https://www.youtube.com/watch?v=5kPl3q8-CSk
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Deputado Cairo Salim defende uso de videomonitoramento em UTIs
Unicef: obesidade infantil supera desnutrição pela 1ª vez no mundo
Como as parcerias público-privadas estão ampliando o acesso aos cuidados na AL
https://medicinasa.com.br/ppp-saude/
A redefinição do cuidado em saúde no Brasil passa pela IA
https://medicinasa.com.br/redefinicao-cuidado-ia/
Verdade inconveniente: setor de saúde ainda venera o papel
https://www.saudebusiness.com/colunistas/verdade-inconveniente-setor-de-saude-ainda-venera-o-papel/
Paciente fica ferido após incêndio durante ressonância
A nova experiência do paciente com a digitalização da saúde
https://futurodasaude.com.br/experiencia-do-paciente-brd-yt-einstein/
Judicialização da saúde segue em alta e governo busca soluções
https://futurodasaude.com.br/judicializacao-solucoes/
Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a Pasta
ALEGO
Deputado Cairo Salim defende uso de videomonitoramento em UTIs
Na audiência pública em curso na manhã desta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que debate a instalação de câmeras em unidades de terapia intensiva (UTIs), o deputado Cairo Salim (PSD), propositor do encontro, abriu os trabalhos ressaltando a importância do Parlamento como espaço de escuta da sociedade e de discussão de temas sensíveis na área da saúde.
“Estamos aqui hoje cumprindo uma das nossas missões, que é debater, ouvir a população, ouvir os segmentos organizados da sociedade, as entidades que participam desse tema tão caro para nós, que é a saúde, seja ela pública ou privada”, afirmou o parlamentar. Ele lembrou que já apresentou proposta semelhante em 2019, aprovada pelo Legislativo, mas vetada pelo Executivo.
Salim destacou que a tecnologia já faz parte do cotidiano da sociedade e deve ser utilizada também para garantir segurança e transparência dentro das unidades de saúde. “Vivemos num 'big brother'. Olha o tanto de câmera aqui nesta sala. Como está a cidade de Goiânia agora? Há câmera para todo lado. E é assim no mundo todo”, exemplificou.
O deputado defendeu a medida como forma de proteção tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde, citando casos em que o videomonitoramento foi essencial para esclarecer situações graves. “Por que colocar a câmera? Para prevenir abusos que podem, sim, acontecer e já aconteceram em Goiás”, pontuou, ao mencionar o episódio de uma paciente abusada dentro de uma UTI, caso solucionado graças às imagens gravadas.
Preservar
Salim também argumentou que o recurso pode auxiliar a preservar a atuação correta de médicos e enfermeiros. “A câmera também pode ser um grande solucionador dessas demandas, ajudando os bons profissionais que estão nessas unidades de saúde, poupando-os de processos injustos.”
O parlamentar reiterou que respeita os diferentes posicionamentos sobre o tema, inclusive de entidades médicas e hospitalares, mas defendeu que a decisão sobre a obrigatoriedade cabe ao Parlamento. “Quem tem que definir isso? São os deputados. E eu acredito que essa é uma demanda importante da sociedade”, afirmou.
Ao finalizar sua fala de abertura, Cairo Salim registrou agradecimentos aos representantes presentes, como o gerente de Telessaúde, Rafael Souto, o advogado Leonardo Rocha Machado, representante da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), e o médico Frank Cardoso, da Secretaria de Saúde de Goiânia, ressaltando sua disposição em conduzir o debate de forma ampla e democrática.
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AGÊNCIA BRASIL
Unicef: obesidade infantil supera desnutrição pela 1ª vez no mundo
Rio de Janeiro - Uma em cada cinco crianças ou adolescentes do mundo está acima do peso, o que representa cerca de 391 milhões de indivíduos. Quase metade delas - 188 milhões - apresenta obesidade. Com isso, pela primeira vez na história, o excesso de peso grave superou a desnutrição como a maior forma de ná nutrição infantil. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que alerta para o risco de adoecemento.
Em um relatório com dados de mais de 190 países, a organização mostra que a prevalência de desnutrição entre crianças de 5 a 19 anos caiu de quase 13% para 9,2%, entre 2000 e 2025 Enquanto isso as taxas de obesidade aumentaram de 3% para 9,4%. A obesidade só não superou a desnutrição em duas regiões do mundo: a África Subsaariana e o Sul da Ásia.
No Brasil, esse já é o panorama há algumas décadas. No ano 2000, 5% das crianças e adolescentes apresentavam obesidade, contra 4% afetados pela desnutrição. Até 2022, o índice de obesidade triplicou, chegando a 15%, enquanto a desnutrição continuou caindo para 3% dessa população. Além disso, o sobrepeso dobrou de 18% para 36%.
Segundo o relatório, as maiores taxas de obesidade entre crianças e adolescentes foram encontradas em países das Ilhas do Pacífico, passando de 30%. A principal razão, segundo o Unicef, é a substituição da alimentação tradicional por alimentos ultraprocessados, que são mais baratos.
Ultraprocessados
Mas as taxas de obesidade e o consumo de ultraprocessados também preocupam em países de alta renda, de continentes e com contextos culturais diferentes. No Chile, 27% das habitantes entre 5 a 19 anos vivem com obesidade, e a proporção é de 21% nos Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, ou seja, 2 a cada 10.
“A obesidade é uma preocupação crescente que pode impactar a saúde e o desenvolvimento das crianças. Os alimentos ultraprocessados estão substituindo cada vez mais frutas, vegetais e proteínas, justamente quando a nutrição desempenha um papel crítico no crescimento, desenvolvimento cognitivo e saúde mental das crianças”, lamenta Catherine Russell, Diretora Executiva do Unicef.
De acordo com a organização, a mudança não se deve a escolhas pessoais, mas a "ambientes alimentares prejudiciais que estão moldando a dieta das crianças, para privilegiar alimentos ultraprocessados e fast foods", que contém altas concentrações de açúcar, amido refinado, sal, gorduras não saudáveis e aditivos. "Esses produtos dominam comércios e escolas, enquanto o marketing digital dá à indústria de alimentos e bebidas acesso poderoso ao público jovem", alerta a publicação.
Idades
O relatório mostra também que a desnutrição continua sendo uma preocupação significativa entre crianças menores de 5 anos em muitos países de baixa e média renda, enquanto o excesso de peso é mais prevalente entre as crianças em idade escolar e adolescentes.
De acordo com o relatório, a condição aumenta o risco de desenvolver resistência à insulina, pressão alta e doenças graves ao longo da vida, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
O Unicef calcula que, se os países não intervirem para prevenir o excesso de peso infantil, podem enfrentar grandes impactos econômicos, por causa das consequências na saúde pública. Até 2035, o impacto econômico global do sobrepeso e da obesidade deve ultrapassar US$ 4 trilhões por ano.
Por outro lado, alguns países aparecem como exemplos positivos, incluindo o Brasil. A organização destaca: a restrição progressiva da compra de ultraprocessados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); a vedação de propagandas de alimentos não saudáveis para crianças; a rotulagem frontal, que destaca quando um produto é rico em substâncias nocivas, como açúcar e sódio; e a proibição do uso de gorduras trans na produção de alimentos.
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MEDICINA S/A
Como as parcerias público-privadas estão ampliando o acesso aos cuidados na AL
Acho que tenho um dos melhores empregos do mundo. Isso pode soar como uma afirmação ousada, mas como alguém que trabalha na interseção de inovação e propósito, ajudando os sistemas de saúde em toda a América Latina a melhorar e expandir seu alcance, sinto isso todos os dias. No entanto, nossa região enfrenta uma realidade preocupante: cerca de 30% da população ainda enfrenta barreiras para acessar serviços essenciais de saúde. São mais de 200 milhões de pessoas que não conseguem entrar em contato facilmente com um médico quando precisam de um. E isso não é algo que qualquer organização possa consertar.
A saúde é um dos maiores dilemas para a sociedade resolver. Quer estejamos falando de infraestrutura desatualizada ou escassez de pessoal nas áreas rurais, a necessidade de ação coletiva nunca foi tão clara. A colaboração não é apenas útil, é fundamental. Na verdade, eu diria que é a chave para uma mudança duradoura.
Por que as parcerias público-privadas são importantes
Para causar um impacto real na área da saúde, não podemos olhar para iniciativas de curta duração ou melhorias isoladas. O que precisamos são soluções escaláveis criadas por diversas partes interessadas que se unem em torno de um objetivo comum. E é aqui que entram em jogo as parcerias público-privadas (PPPs).
Ao reunir representantes de todo o ecossistema de saúde – governos, empresas de tecnologia, hospitais e muito mais – as PPPs oferecem uma estrutura para o desenvolvimento em conjunto de serviços eficientes, eficazes e acessíveis. Eles não apenas fornecem ferramentas; eles entregam transformação. Quando implantadas com cuidado, essas parcerias melhoram a saúde da comunidade, coordenam o atendimento de forma mais eficaz e disponibilizam serviços para mais pessoas em mais lugares.
Os líderes de saúde estão a bordo
Esse compromisso com a colaboração se reflete em nosso relatório Future Health Index Brazil 2024. Os líderes de saúde no Brasil estão cada vez mais olhando além de suas organizações para aumentar a qualidade e a acessibilidade do atendimento em suas comunidades. Eles veem um papel claro para parcerias estratégicas para apoiar a saúde da comunidade e preencher lacunas na prestação de cuidados.
Então, com quem eles estão fazendo parceria? Muitos estão de olho em empresas de tecnologia de saúde (42%) e instituições educacionais (33%), com entidades governamentais e seguradoras/pagadoras vistas como igualmente vitais (ambas com 44%), especialmente para melhorar a pontualidade e a qualidade do atendimento. Essas parcerias ajudaram a modernizar os hospitais públicos, simplificando o gerenciamento e integrando tecnologias avançadas, aumentando a sustentabilidade financeira e elevando o atendimento.
Um exemplo disso é o surgimento de redes de tele radiologia, que permitem diagnóstico por imagem e revisão especializada a partir de locais centralizados. Em vez de depender de um único técnico ou médico em um hospital público sobrecarregado, as imagens médicas podem ser processadas remotamente por profissionais treinados. Isso é um divisor de águas para regiões remotas do Brasil, onde o acesso aos cuidados tem sido um desafio. Por meio de análise virtual e suporte de telessaúde, pacientes em áreas carentes recebem diagnósticos mais rápidos e precisos.
Destaque: a transformação diagnóstica da Bahia
Veja a Bahia, um dos maiores estados do Brasil. Com desafios de infraestrutura e escassez contínua de pessoal, o governo enfrentou lutas reais para manter os serviços hospitalares. Em resposta, eles formaram uma parceria público-privada com a Philips e um consórcio de diagnósticos. Juntos, entregamos um novo centro de radiologia centralizado e 44 equipamentos, incluindo 12 unidades de imagem em 12 hospitais. Essa iniciativa não se tratava apenas de colocar máquinas no prédio, mas de conectar equipes de especialistas com médicos da linha de frente em comunidades carentes. Com R$ 120 milhões investidos em infraestrutura e equipamentos, essa colaboração possibilitou mais de 500 mil exames diagnósticos em apenas um ano.
Na década seguinte, mais de 3.5 milhões de pessoas se beneficiaram de exames realizados por meio dessa parceria. Adoro o fato de que esse impacto começou com uma visão compartilhada de construir algo maior do que qualquer organização poderia alcançar sozinha.
Pequenas parcerias, grandes inovações
Embora as colaborações em larga escala muitas vezes ganhem as manchetes, há outro lado da inovação por meio de PPPs: as parcerias menores e ágeis que testam novos modelos e melhoram a eficiência. Esses projetos, muitas vezes combinando necessidades públicas com precisão do setor privado, são um terreno fértil para a implantação de tecnologia de ponta.
Ao emprestar estratégias de produtividade de fluxos de trabalho do setor privado e integrar os melhores sistemas da categoria em ambientes públicos, essas parcerias ajudam a ampliar ainda mais os recursos existentes. Não se trata apenas de aumentar o número de pacientes atendidos, mas também a eficácia. É aí que a mágica acontece: quando a implantação inteligente encontra o compromisso público.
Redefinindo o que o acesso realmente significa
Em última análise, as parcerias público-privadas não têm a ver com a entrega de novas tecnologias brilhantes. Trata-se de redefinir o acesso aos cuidados e colaborar para possibilitar que mais pessoas, independentemente de quem sejam ou de onde morem, obtenham os cuidados de que precisam. Como diz o ditado: se você quer ir rápido, vá sozinho. Mas se você quer ir longe, vá acompanhado.
*Felipe Basso é Diretor Geral da Philips América Latina.
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A redefinição do cuidado em saúde no Brasil passa pela IA
A área da saúde vive uma transformação concreta e em ritmo acelerado, impulsionada por soluções de Inteligência Artificial (IA) cada vez mais especializadas. Mais do que uma promessa futurista, essas tecnologias já estão redefinindo diagnósticos, tratamentos, a gestão hospitalar e, principalmente, abrindo caminho para um sistema de saúde mais acessível, preciso e sustentável.
Um dos exemplos mais impactantes é o AI Diagnostic Orchestrator (MAI-DxO), da Microsoft, que alcançou 85,5% de acurácia em diagnósticos complexos em testes controlados com 304 casos, desempenho muito superior à média de 20% entre médicos experientes em situações semelhantes, segundo publicação no New England Journal of Medicine. Modelos de IA treinados para medicina como esse demonstram um potencial disruptivo: reduzir significativamente os custos com exames complementares ao mesmo tempo em que ampliam a precisão diagnóstica. Este é um avanço especialmente valioso em regiões com acesso limitado a especialistas, onde a carência de profissionais qualificados é um desafio crônico.
A aplicação da IA já apresenta resultados relevantes em áreas como radiologia, cardiologia e urologia, atingindo até 94% de precisão na identificação de patologias específicas. Em cirurgias de alta complexidade, algoritmos já atuam para minimizar riscos e aumentar a eficiência, reforçando o papel da tecnologia como apoio à decisão médica e não como substituto.
O mercado reflete esse movimento. Segundo projeção do GlobeNewswire, o setor de IA em saúde deve crescer de US$ 21,66 bilhões em 2025 para US$ 110,61 bilhões em 2030. Mais do que uma tendência, trata-se de um imperativo estratégico: 94% das organizações de saúde já veem a IA como essencial para suas operações, e 86% utilizam essas ferramentas extensivamente, de acordo com estudo da SS&C Blue Prism.
No Brasil, o cenário começa a avançar. A TIC Saúde 2024 mostra que 17% dos médicos já utilizam IA generativa, enquanto um levantamento da Anahp com a ABSS aponta que 62,5% dos hospitais privados pesquisados aplicam IA em suas rotinas. A adesão ainda é incipiente, mas a curva é positiva, impulsionada pela busca por eficiência e melhoria no atendimento.
Na prática, a IA especializada já tem transformado não apenas o diagnóstico clínico, mas toda a jornada do cuidado. Em projetos estratégicos, já foram implementadas soluções que otimizam a gestão hospitalar, integram assistentes inteligentes e personalizam tratamentos com base em análises genômicas, entregando ganhos concretos em tempo, precisão e experiência do paciente.
É essencial reforçar que a IA é uma aliada estratégica, não um substituto. Sua função é potencializar a atuação médica, liberando os profissionais de tarefas repetitivas para que possam se concentrar em análises clínicas mais complexas e em um cuidado mais próximo e humano. A colaboração entre a expertise humana e a capacidade analítica da IA é o caminho para um sistema de saúde mais robusto.
Mais do que adotar tecnologia, o setor de saúde brasileiro precisa avançar em mentalidade e cultura. Integrar a IA de forma estratégica é o caminho para reduzir desigualdades no acesso à saúde, otimizar recursos e oferecer um cuidado mais eficiente e empático em todas as regiões do país. A pergunta que precisa ser feita é: “como a inteligência artificial pode ampliar a capacidade de cuidado e transformar a experiência do paciente, garantindo um futuro mais equitativo e inovador para a saúde brasileira?”. É essa integração inteligente e humana que guiará o futuro da saúde no Brasil.
*Jefferson Sá é Diretor de Inovação da V8.Tech.
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SAÚDE BUSINESS
Verdade inconveniente: setor de saúde ainda venera o papel
ESG e a inconsciência coletiva.
Considerando o número nacional de internações em 2021, cerca de 19 milhões (SUS e Saúde Suplementar), o setor hospitalar nacional consome, apenas no eixo das internações, cerca de 1,34 bilhão de folhas de papel A4, a um custo aproximado de R$ 340 milhões (podendo ultrapassar 1,73 bilhão). Mesmo com todos os ativos computacionais em uso (desktops, notebooks, smartphones, impressoras, redes de interconectividade, sistemas e aplicações setoriais e/ou hospitalares, IA, etc.) a cadeia hospitalar ainda se vê obrigada a gerar, armazenar e distribuir quase “40 páginas diárias por cada paciente internado”.
Da ‘documentação de entrada’ do paciente (RG, Carteira de Trabalho, CPF, Cartão e guia do Convênio, Prescrições, Laudos, Avaliação pré-anestésica, termos de consentimento, etc.) à ‘documentação intrínseca do hospital’ (AIH, prontuário do paciente, anamnese, evolução diária, prescrições médicas, avaliação pré-anestésica, relatórios cirúrgicos, resumo de alta, dados de catering, etc.), o setor consome só nas internações cerca de 134 mil árvores ao ano, sem falar, é claro, de outro brutal volume de papel gerado pelo back-office de cada entidade, que aqui não está contabilizado.
Mais de 6 mil hospitais nacionais, com poucas exceções, gravitam na quintessência cultural do setor: se puder imprimir ou copiar, faça-o. Abarrote os andares, acumule os SAMEs, lote as gavetas, escaninhos, empanturre aquelas pastas do século XIX (pretas, enormes, que acomodam uma centena de páginas) e mapeie a localização para as necessidades mais bizarras (incêndios, roubo de prontuários, má-fé de funcionários, enxurradas, etc.). Sim, claro, o judiciário pode solicitar nas ações em curso, e como ele, em geral, também ama o papel, não adianta armazenar em arquivos digitais…
Dois modelos de IA generativa, bem municiados com informações de 2021 (múltiplas fontes, mas todas confiáveis), realizaram essa pesquisa em pouco mais de 3 horas (sem papel). Certamente que o volume de sulfite consumido em internações tem múltiplos motivos, dos mais insubstituíveis (regulações, legislação, compliance, etc.), passando pelos mais ultrapassados (insegurança dos dados digitais, base de informações não-confiáveis, questões de interoperabilidade, legado de registros perdidos, etc.) até chegar aos mais arriscados e discutíveis motivos (medo da inovação, zonas de conforto, baixa hierarquia em transformação digital, manutenção do Poder, etc.).
A questão ESG é relevante, mas não é única. A inconsciência coletiva é pior.
Mais da metade de todo papel que circula dentro das empresas de saúde não tem nenhuma utilidade, pelo contrário: tem custo alto, desperdiça tempo e gera uma enorme precariedade operacional. Um paciente que precisa realizar um exame de imagem, e se dirige a um dos dez mais importantes laboratórios de análises clínicas do país, gera mais de 8 folhas de papel, incluindo cópias, impressões de docs, questionários preenchidos à mão, ticket de senhas, laudos, etc. Metade desse montante é por força de regulação e segurança do paciente, o resto é de uma inutilidade atroz. Cada folha de papel consome em média 30 segundos de recursos humanos. Na entrada da unidade de coleta dos exames, existem 10 baias de atendimento, com seus respectivos atendentes. Atrás deles, três gigantescas máquinas copiadoras emitem, sem parar, cópias de tudo aquilo que os atendentes registram de cada paciente.
Na sala de espera, mais de 60 pacientes aguardam, em média, de 30 a 40 minutos para chegarem aos pés do atendente (ainda longe das salas de coleta ou ultrassonografia). Como toda essa operação é orquestrada, todos são avisados a chegar pelo menos 30 minutos antes da hora agendada. Os pacientes aguardam sentados ou em pé, sempre utilizando seus smartphones para distração, irritação ou para comunicar alguém que está tudo atrasado. Enquanto isso, milhares de folhas de papel são geradas incessantemente, a maioria sem nenhuma razão (por que o paciente precisa levar para casa uma cópia dos exames que ele mesmo solicitou?).
Todos os atendentes zelosos e solícitos sentados nas bancadas não estarão mais lá em menos de dois anos. Serão substituídos por “agentes-artificiais”, embarcados em modelos de IA. Todavia, é muito provável que as mesmas copiadoras continuem vomitando cópias, agora, solicitadas pelos Agentes. Isso só revela uma relação de “papel-dependência”, ou até de veneração entre o setor de saúde e o papel. São inseparáveis.
Apesar dos avanços nos Registros Eletrônicos de Saúde (RES), ou da crescente usabilidade da gestão digital de pacientes, a grande maioria dos hospitais e clínicas ainda dependem dos fluxos de trabalho em papel, como admissão de pacientes, gestão de consentimento, laudos clínicos, etc. A “carga papelocrática” do paciente na entrada da internação traz morosidade ao processo, preenchendo vários formulários em papel até chegar ao leito. As equipes clínico-administrativas ainda inserem manualmente muitos dados, aumentando não só o tempo de processamento quanto a possibilidade de erros. Papéis são extraviados, esquecidos, duplicados, triplicados, exigem o dobro de esforço na tomada de decisão. Sem falar que um paciente internado é obrigado a repetir seus dados várias vezes pela baixa integração dos sistemas ou pelas “camadas empilhadas de comando”, sem que ninguém saiba bem quem manda ou quem obedece. Na dúvida, crie mais um registro em papel, ou imprima, copie ou mesmo faça anotações auxiliares em todos os cantos do documento. Sistemas baseados em papel não garantem a continuidade assertiva dos cuidados, mas fornecem álibis, “provas” ou defesas em caso de desconfiança de que “a minha papelada é mais importante que a sua”.
A praga mais comum e antiga são os ‘formulários de consentimento’, em geral exigidos por forças advocatícias que protegem os hospitais de seus pacientes. Por outro lado, a legibilidade de um documento em papel é um oásis para o erro, confusão e repetição. Não importa quem escreve: pacientes, médicos, enfermagem, familiares, etc. É provável que um bom “investigador de escritos” seja sempre requisitado, aquele funcionário que se acostumou a decifrar letras e garranchos em qualquer papel de circulação. Os Registros Clínicos em papel ainda se expandem por milhares de hospitais e clínicas do país. Mesmo que digital, a cópia em papel sempre parece necessária ao fluxo hospitalar. Trata-se de uma inconsciência tóxica e persistente. Um modo de ver as tarefas sob a ótica copista.
Dados da pesquisa TIC Saúde 2024, mostram que mesmo com registros eletrônicos em 92% dos estabelecimentos no Brasil, cerca de 55% das informações dos pacientes ainda são mantidas simultaneamente em papel e meio eletrônico, sendo que 6% só em papel (apenas 37% dos estabelecimentos registram as informações nos prontuários dos pacientes unicamente em formato digital).
Mas não é só no Brasil, o mundo inteiro ainda tem uma formidável admiração pela papelaria informacional. Segundo relatório “2024 CAQH Index Report”, nos EUA, dos chamados “clinical attachments” (laudos, prontuários anexados, autorizações, etc.) apenas 32% são trocados de forma eletrônica; sendo que 68% ainda são transmitidos via telefone, correio, fax ou e-mail (não há uma padronização federal). Além disso, na ‘autorização prévia’, o telefone é o método mais comum e só 23% dos médicos dizem que seu EHR fornece autorização eletrônica para prescrições (o resto recorre a fluxos manuais, segundo a American Medical Association em 2024).
O Reino Unido e seu formidável sistema público de saúde (NHS), ainda luta arduamente contra a papelaria clínico-assistencial. Uma das prioridades do atual governo para o NHS England é incentivar a força de trabalho a reduzir a enorme circulação de papel que ainda navega pelo oceano de suas instituições. Treinar, treinar e treinar é a forma como o NHS pretende reverter esse quadro. O sistema britânico ainda “luta nas trincheiras do paperless”: em muitas áreas os registros médicos continuam em papel, mesmo com “90% dos fundos fiduciários do NHS (e fundos fiduciários de outras entidades) determinarem que até dezembro de 2023 todo e qualquer registro médico deveria ser só digital (95% até março de 2025)”. A sanha de um século de papel-hospitalar talvez precise de outro século para desaparecer.
Dados indicam que cartas atrasadas enviadas pelo correio são responsáveis por 25% das consultas hospitalares perdidas no Reino Unido, incluindo consultas críticas, planos de tratamento e resultados de exames (a maioria depende ainda de selos postais). Listas de espera do NHS, que chegaram a 9,7 milhões de pessoas em 2024, ainda dependem de atrasos de notificações pelo correio (fonte: Escritório de Estatísticas Nacionais). Na rica Alemanha, mesmo após a obrigatoriedade em 2024 do E-Rezept (prescrição eletrônica), de 10 a 20% das receitas médicas ainda continuam sendo impressas em papel. No Canadá, perto de 29% dos médicos compartilham resumos clínicos de forma eletrônica, o restante depende de meios jurássicos, como fax.
Na Índia, a intervenção governamental passou a ser decisiva. Somente em 2019 foi inaugurado um hospital totalmente sem-papel (Instituto Sardar Vallabhbhai Patel de Pesquisa e Ciências Médicas), cujos médicos agora utilizam tablets em vez de pranchetas e esferográficas. No último mês de julho de 2025, um dos maiores hospitais acadêmicos do país, localizado em Belagavi (cerca de 600 mil habitantes), o KLES Dr. Prabhakar Kore Hospital (2000 leitos), anunciou dados extraordinários: o hospital utiliza cerca de 12,5 milhões de páginas de papel anualmente, o que significa mais de 1500 árvores sintetizadas todos os anos em folhas sulfite. Um colossal projeto foi iniciado para reduzir esse fardo, mas o curioso é que o hospital é um dos mais digitalizados da Índia, mostrando que a transformação digital por si só não garante o desuso do papel.
No final do século passado, a assistência residencial anunciou o “home care hospital”. A desospitalização, no início dos anos 2010, instituiu o “hospital sem tijolos” e a Covid-19 forjou o “hospital sem paredes”. Mas, quase meio século depois do início da digitalização hospitalar, o “hospital sem papel” (paperless) insiste em resistir bravamente à veiculação dos meios digitais, mesmo com cada indivíduo tendo seu celular como dispositivo cativo. Não se trata de eliminar o papel por “fadiga existencial”, ou apenas pela conveniência com práticas de sustentabilidade ambiental (ESG). Nada disso. Em muitos casos, a folha solta, física e escriturada a mão tem o seu lugar. O que atrapalha é o “vício papelocrático”, onde se imprime e se fotocopia por metodologia, por regramento infundado, por insegurança ao meio digital, ou simplesmente devido ao fato de: “por via das dúvidas, vamos deixar uma cópia”.
Um exemplo são as reuniões gerenciais/executivas, em que a pauta e os documentos (clínicos ou administrativos) a serem discutidos são previamente enviados por meio digital. Todavia, na data do encontro, todos levam uma cópia de tudo para “facilitar o debate”, isso quando os próprios protagonistas do encontro não deixam as cópias na mesa de reunião (“precisamos ganhar tempo”). Essa cólera burocrática inunda os ambientes assistenciais, que passam a ser reféns da cópia em papel.
A responsabilidade transcende a cadeia de saúde: o paciente é tanto ou mais culpado (ou refém) da papelada. No Brasil, estima-se que o consumo de papel por habitante seja de 50kg ao ano (fonte: PWC), o equivalente a quase uma árvore e meia de eucalipto (ou 10 mil-folhas de sulfite tamanho A4). As embalagens são hors-concours (mais de 60% de tudo o que é consumido), seguida dos materiais de suporte laboral (cadernos, folhas A4, blocos de notas, agendas, registros e uma infinidade de itens), ou seja, todo e qualquer material escriturário, que engole 25% de toda a celulose produzida. A consultoria Gartner também dá seu pitaco na algazarra papelatória: “em todo o mundo, aproximadamente 3% do lucro das empresas é destinado a papel, impressão, armazenamento e manutenção de documentos”. Além disso, ela especifica: 50% dos desperdícios das empresas são em papel (de acordo com Water Footprint Network, uma única folha de papel consome em sua produção cerca de 10 litros de água).
Você pode duvidar, mas nenhuma organização de saúde no Brasil, ou nos principais países do mundo, ainda prescinde do carimbo, que nasceupara validar o papel. Por exemplo:nosso Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) estabeleceu em maio de 2017 aResolução nº 545/2017, que define as normas para o uso do carimbo pelos profissionais de Enfermagem. Muitos outros documentos circulantes nos sistemas de saúde são dependentes de carimbo, como as Operadoras de Saúde, que exigem “carimbo do médico” em pedidos e relatórios.
O carimbo é mais antigo do que as múmias egípcias, mas seu uso nas instâncias de saúde ainda é febril. Na China, por exemplo, todos os “documentos de prova médica” exigem carimbo e selo oficial da instituição, sendo uma parte obrigatória do processo (além da assinatura do médico). O órgão máximo chinês na saúde (NHC – National Health Commission of the People’s Republic of China) determinou em janeiro de 2024 que cada documento tenha “carimbo” e que haja ‘gestão específica’ do uso deles (seja lá o que isso signifique). Na Índia, o Guia Oficial (2024) exige assinatura e carimbo do médico ou do hospital nos encaminhamentos/autorizações (CAPF). Na Indonésia, o mesmo: regulamento federal (MoH 2024) requer carimbo da unidade de saúde em qualquer cópia de prescrição e prontuário médico (mesmo eletrônico). Mesmo na Coreia do Sul, esfinge da transformação digital, há exigênciade carimbo oficial do hospital em resultados de exames desde 2023. Lembre-se: onde há carimbos, há milhões de toneladas de papel. Um não existe sem o outro.
Em 2006, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, lançou o documentário “An Inconvenient Truth” (Uma Verdade Inconveniente), um filme que alertava sobre a crise do aquecimento global e os impactos das atividades humanas no planeta. A obra desmistificava o tema, apresentando dados científicos para mostrar a urgência de ações individuais e coletivas para salvar o mundo. Vinte anos depois do documentário, as emissões globais de CO₂ saltaram de 29 giga-toneladas/ano para 37,8 (2024), um recorde histórico. 2024 foi também o ano mais quente desde 1850, com +1,29 °C acima da média do século XX. Só nos EUA, o complexo de saúde gera quase 1 milhão de toneladas de papel/ano, respondendo por quase “um quarto de todo o lixo hospitalar”.
No fim dos anos 1990, ainda mergulhávamos ‘rolos de filme em banhos químicos para revelar milhões de fotografias em papel glossy’ (brilhante e caríssimo: uma única folha custava o mesmo que 23 folhas de sulfite comum). Duas décadas depois, captamos bilhões de imagens por dia, cada uma já parida em bits, sem exigir uma única grama de celulose. O digital alterou a cultura e o comportamento humano na captação de imagens, além de reinventar a memória coletiva. Nos hospitais, entretanto, a impressora laser ainda dita as regras do plantão (receitas, etiquetas, laudos, prontuários, autorizações, etc.) e o toner dita o ritmo. A verdade inconveniente não é o uso do papel na Saúde, mas o desuso da inteligência em estratificar a sua utilidade. Ter consciência é frequentemente uma condição temporária. Não desistir dela é o que nos torna conscienciosos, aqueles que são diligentes, atentos e que percebem, de súbito, a angústia do inconsciente coletivo.
Guilherme S. Hummel
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)
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TV ANHANGUERA
Paciente fica ferido após incêndio durante ressonância
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FUTURO DA SAÚDE
A nova experiência do paciente com a digitalização da saúde
Na era digital, a jornada do paciente se torna híbrida. Criar espaços e estratégias para ouvi-lo é fundamental para que tal experiência seja aprimorada
Dentre as várias transformações em andamento da saúde, uma delas envolve a experiência do paciente. Com mais tecnologia e dados à disposição, a jornada do paciente virou foco não apenas do ponto de vista do cuidado, mas desde o primeiro contato com o serviço de saúde até o pós-atendimento. Ao organizar a navegação e zelar por todos os pontos de contato, a própria qualidade dos serviços aumenta - assim como se amplia o engajamento dos pacientes.
Esse foi o tema do novo episódio do Pensando no Futuro, que ouviu Claudia Garcia, diretora do escritório de excelência do Einstein, e Flávia Camargo, diretora de experiência em saúde da organização. As especialistas abordaram estratégias para equilibrar uma boa experiência do paciente e a excelência no cuidado prestado, formas de garantir a participação ativa do paciente na construção dessa experiência e a relevância de ter uma equipe integrada e focada na excelência da jornada.
Essa nova fase anda lado a lado com a evolução da tecnologia. Afinal, hoje o paciente está a alguns cliques de distância de aplicativos que centralizam agendamentos, exames e facilitam o contato com o time de saúde. Mesmo a jornada presencial em um hospital de ponta já está digitalizada, através de totens para check-in antecipado e triagem, ferramentas avaliativas pós atendimento e tantos outros recursos.
Mais do que uma simples transformação do analógico para o digital, o momento é de uma transformação de comportamento, reflete Camargo. A maneira como as pessoas se relacionam com a própria saúde e com os serviços de saúde não é mais a mesma de décadas atrás. E entender essa nova dinâmica é um ponto central para desenhar uma jornada de cuidado que seja satisfatória para o paciente.
"Cada um de nós cuida da nossa saúde 365 dias no ano. Não é quando a pessoa vai ao hospital que ela está cuidando da sua saúde. Ali é um momento de cuidado", pondera a diretora de Experiência em Saúde. "Nosso desafio, como time de experiência, é entender comportamento, entender pessoas, para então escolher as melhores tecnologias."
Essa movimentação do paciente e do seu entorno tecnológico demanda também uma mudança interna das instituições. Mas, segundo Garcia, é uma realidade que veio para ficar: "A gente vem se moldando, aprendendo, e descobrindo como utilizar essas tecnologias para a melhoria da saúde de todos."
Novo paciente, novas demandas
O novo paciente apresenta um perfil mais inovador e disruptivo do que se tinha até então. Ele é mais bem informado, ativo no próprio cuidado, e se apoia em tecnologias de suporte como os wearables e ferramentas de inteligência artificial. O paciente do Século XXI busca agilidade, compartilhamento das decisões sobre a sua saúde, respeito e uma relação mais harmoniosa com o seu time de cuidados.
Diante desse cenário, tão importante quanto estimular o letramento desse paciente, é também oferecer suporte para que o profissional de saúde esteja preparado para atendê-lo, como explica Camargo: "Quando a gente modela alguma solução, a gente também tenta entender qual é o impacto para a prática do profissional."
Ela cita como exemplo o fato de que, graças à agilidade do digital, é comum que o paciente tenha acesso ao resultado dos exames antes mesmo do médico, o que pode provocar uma situação mais estressante do que benéfica. "Temos que modelar isso de uma forma em que a jornada seja fluida, transparente, mas também não gere um desconforto no processo do atendimento."
Apesar de a nova geração ter nascido inserida nesse contexto digital, é preciso olhar também para os profissionais que se formaram em um mundo ainda analógico e encontrar estratégias para trazê-los para essa nova realidade, defende Garcia. Por isso, em sua visão, um dos principais desafios atuais da gestão é construir um sistema mais tecnológico ao mesmo tempo em que remodela a capacitação dos profissionais, de maneira simultânea.
"Essas tecnologias estão entrando em todas as dimensões, não só assistencial, mas também para trazer os médicos para esse universo de formas e linguagens de maneira que eles também se sintam confortáveis e não olhem para a tecnologia como algo ameaçador, mas como uma aliada", aponta Garcia.
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Judicialização da saúde segue em alta e governo busca soluções
Mesmo após decisão do STF, país já soma mais de 380 mil novas ações em 2025. Somente em julho, mais de 60 mil processos foram ajuizados
A judicialização da saúde responde em média por 33% dos gastos em medicamentos no país, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2024, foram gastos cerca de R$3,2 bilhões no cumprimento de decisões judiciais pelo Ministério da Saúde. Nesse sentido, representantes do executivo e do judiciário defendem iniciativas para conter a judicialização excessiva, bem como estratégias de aproximação entre os processos de registro, precificação e incorporação de medicamentos.
Com o intuito de regulamentar o tema e diminuir os impactos, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu critérios mais rigorosos para a concessão de medicamentos por via judicial. Entre eles a obrigatoriedade de incorporação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) e apresentação de evidências científicas. No entanto, após quase um ano da decisão, a medida ainda não gerou efeitos significativos para a redução da judicialização.
Segundo dados do Painel de Estatísticas Processuais de Direito à Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até julho de 2025 houve o ingresso de mais de 383 mil novas ações. Destas, mais de 60 mil foram ajuizadas somente em julho deste ano. Em comparação ao primeiro semestre de 2024 a quantidade de novos processos diminuiu 5,5% para casos que envolvam a saúde pública. Contudo, a saúde suplementar registrou um aumento de quase 7% nesse período.
Um dos principais motivos apontados pelo Executivo para o constante aumento de processos judiciais na saúde é a litigância abusiva. A situação ocorre quando o direito de ação é usado de forma distorcida ou desleal, com o objetivo de obter vantagens indevidas, tumultuar o Judiciário ou fraudar o sistema de justiça. Durante evento realizado em Brasília na terça-feira, 9, representantes do governo apontaram que muitas vezes a judicialização tem se tornado uma ferramenta comercial de venda alternativa pela indústria farmacêutica.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, reconhece que parte do problema se deve a problemas estruturais do sistema de saúde e o direito da sociedade de acionar a justiça. No entanto, avalia que o cenário atual se tornou excessivo e abusivo. "Vemos isso como uma estratégia comercial da indústria para introduzir medicamentos de altíssimo custo que são desenvolvidos em uma velocidade exponencial. Precisamos proteger o SUS dessa litigância abusiva que afeta o orçamento público e a nossa capacidade de entregas", avalia o secretário.
Desse modo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) têm destinado esforços para combater a prática. Em março deste ano o STJ definiu que os juízes podem pedir informações complementares para comprovar a legitimidade da ação. Além disso, uma resolução do CNJ de outubro de 2024 também estabeleceu medidas para a identificação, o tratamento e a prevenção da litigância abusiva no Judiciário.
"Se tem uma área que a gente não pode permitir a litigância abusiva é a saúde. Estamos falando de um bem fundamental e que não pode ser objeto de fraude de forma nenhuma. Estamos colocando todos os nossos centros de inteligência do país para identificar esse uso abusivo. O sistema de justiça não pode deixar espaço para ser utilizado indevidamente", afirmou a conselheira do CNJ, Daiane de Lira.
Integração do registro, precificação e incorporação
Outro mecanismo para combater a judicialização na saúde defendido pelos especialistas no evento é a aproximação das etapas do ciclo de avaliação de medicamentos, como a integração dos processos de registro e precificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a incorporação pela Conitec. Uma opção considerada pelos representantes do governo como positiva é a revisão das regras de precificação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
A proposta, que passou por consulta pública e está em fase de análise das contribuições, tem como objetivo trazer maior transparência e atualizar os ritos procedimentais que as empresas devem adotar junto ao órgão. Para diminuir o intervalo da avaliação de medicamentos, a normativa traz como novidade a obrigatoriedade da apresentação do pedido de preços 60 dias após o registro na Anvisa.
"A necessidade de encurtar os prazos foi uma das questões debatidas e trazidas nos acordos decorrentes da decisão do STF. A gente precisa ter o registro mais próximo da precificação e mais próximo do processo de incorporação para evitar essa via alternativa pela justiça de fornecimento de medicamentos", explica a diretora da Anvisa, Daniela Marreco.
Outras alternativas consideradas são o aumento na transparência dos dados para o fomento de acordos de compartilhamento de risco, bem como o fortalecimento da capacidade de negociação do setor público. "Precisamos aumentar a ambição da indústria de negociar com o poder público. A judicialização é um cenário que dificulta e traz um custo muito maior de aquisição de quando as compras são feitas de forma regular", aponta a secretária adjunta do Ministério da Fazenda, Ana Maria Melo Netto.
Plataforma Nacional de Medicamentos
A decisão do STF também exige que seja criada uma plataforma nacional para centralizar demandas envolvendo o acesso e aquisição de medicamentos pelo SUS. A criação do sistema é considerada como crucial para facilitar a análise, a resolução administrativa dos pedidos e o controle judicial. Ainda em fase de desenvolvimento, a ferramenta será gerida em governança colaborativa pelo CNJ, Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais de saúde, sociedade civil organizada, Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
De acordo com o juiz auxiliar do STF, Diego Viegas Veras, a plataforma será um BI de dados com diferentes perfis de acesso e deve respeitar os limites da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Conforme Veras, o sistema é importante para permitir uma visão abrangente das políticas públicas, além de tornar a decisão judicial mais próxima da realidade. "Agora vamos poder saber quantos medicamentos estão sendo pedidos e qual o valor realmente está sendo pago. Por força de decisão judicial alguns medicamentos estão sendo comprados por preço dez vezes mais caro do que em uma compra regular. Esse é um gargalo que podemos enfrentar", diz o magistrado.
A ferramenta estará integrada e interoperável com os sistemas públicos de saúde como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), atas de registro de preços, estoques de medicamentos, entre outros. Também contará com dados da análise de incorporação da Conitec, Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), registros da Anvisa e processo de precificação da CMED. O sistema também tem sido articulado com o Conselho Federal de Medicina (CFM) para poder ser acessado por profissionais de saúde e conter informações dos médicos prescritores.
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PORTAL CÂMARA DOS DEPUTADOS
Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a Pasta
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento a sua preocupação com algumas despesas que cresceram e que não estão no Orçamento deste ano. Ele foi à comissão para atender uma regra que estabelece prestação de contas quadrimestral ao colegiado (Lei Complementar 141/12).
O ministro citou o custo do programa Farmácia Popular, que passou de R$ 2,2 bilhões em 2022 para R$ 6 bilhões neste ano. Ele explicou que houve um aumento da lista de medicamentos gratuitos e a distribuição de fraldas geriátricas. Segundo Padilha, são 60 milhões de fraldas por mês.
Também o programa Agora Tem Especialistas, criado recentemente, não tem todos os recursos necessários. O ministro pediu a colaboração dos parlamentares com o remanejamento de emendas orçamentárias de bancadas estaduais e de comissão para ações como a contratação de carretas e de mutirões de procedimentos especializados; além da aquisição de veículos de transporte, como ambulâncias.
"Às vezes, um recurso de emenda de comissão já está na ata para colocar R$ 1 milhão na cidade. Em vez de botar R$ 1 milhão no fundo municipal, no fundo estadual, você transformar isso numa carreta que fique lá um mês, dá até um protagonismo maior para o parlamentar, para a ação da comissão", disse.
Renato Araújo/Câmara dos Deputados Mauro Benevides Filho sugeriu aumento das emendas obrigatórias para saúde, de 50% para 65%
Decisões judiciais
A terceira fonte de pressão de gastos, segundo Alexandre Padilha, é o cumprimento de decisões judiciais para a compra de medicamentos e realização de procedimentos de média e alta complexidade. O total passou de R$ 1,5 bilhão em 2022 para R$ 2,5 bilhões neste ano.
Apesar do aumento das demandas, o ministro disse que houve um crescimento de 75% na aplicação mínima em saúde entre 2022 e 2025. Para 2026, são R$ 245,5 bilhões. Ainda assim, Padilha afirmou que o país aplica 4,5% do PIB em saúde enquanto países desenvolvidos da OCDE aplicam 7,4%.
Emendas obrigatórias
O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) disse que vai propor que a destinação obrigatória das emendas orçamentárias parlamentares para a saúde passe de 50% para 65%. "Apesar da crítica que isso é muito centralizado e a emenda tenta dar essa descentralização, mas eu acho que o parlamentar ainda consegue visualizar melhor esses lugares onde ainda falta uma intervenção mais precisa", afirmou.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Plano de saúde tem de cobrir emergência nos casos de cirurgia estética
Sucesso nas cirurgias de câncer de mama depende da precisão dos exames de imagem
https://medicinasa.com.br/cirurgias-cancer-exames/
48,3% dos códigos de materiais e medicamentos não existiam no ano anterior
https://medicinasa.com.br/codigos-materiais-medicamentos/
AGÊNCIA BRASIL
Plano de saúde tem de cobrir emergência nos casos de cirurgia estética
STJ decidiu em ação de paciente obrigada a arcar pelo custo extra
Plano de saúde é obrigado a cobrir imprevistos de cirurgia plástica mesmo realizada em hospital particular. O entendimento é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao decidir sobre ação ajuizada por uma paciente contra um hospital e um plano de saúde.
Ela alega que teve que custear indevidamente os procedimentos de emergência – hemograma e transfusão de sangue – realizados durante uma cirurgia plástica eletiva. A paciente pediu para não ter de pagar a conta apresentada pelo hospital em relação a esses procedimentos de emergência, além de indenização por danos morais.
O recurso chegou ao STJ após o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) não acatar a apelação feita pela defesa da paciente, sob a fundamentação de que seria inviável caracterizar atendimento de emergência para atrair a cobertura do plano de saúde nessa hipótese.
A paciente sustentou que a operadora de saúde deveria ter garantido cobertura para as intercorrências que surgissem durante o procedimento cirúrgico inicial, mesmo que este tenha sido eletivo e particular.
A ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma do STJ, relatora do caso, reconheceu que, no caso em julgamento, ficou comprovada uma complicação que exigiu atendimento imediato para preservar a integridade física da paciente, configurando, de acordo com a Lei 9.656/1998, que determina atendimento de emergência de cobertura obrigatória pelo plano de saúde.
“O artigo 11 da Resolução Normativa 465/2011 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dispõe que os planos devem cobrir tratamento de complicações clínicas e cirúrgicas, mesmo que decorram de procedimentos não cobertos, desde que os procedimentos necessários estejam no rol da ANS”, escreveu a ministra na sua decisão.
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A relatora Nancy Andrighi avaliou que o fato de as intercorrências terem decorrido de cirurgia plástica, com fins estéticos, a qual não tinha cobertura do plano, não afasta a obrigação da operadora em relação ao tratamento de emergência, sobretudo porque o hospital em que foi realizada a cirurgia é credenciado pelo plano de saúde da paciente.
“A obrigação de custear o hemograma e a transfusão de sangue, realizados em virtude das complicações havidas durante a cirurgia de lipoescultura e mastopexia com prótese, não é da paciente, mas da operadora do plano de saúde”, concluiu a ministra.
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MEDICINA S/A
Sucesso nas cirurgias de câncer de mama depende da precisão dos exames de imagem
A avaliação pré-operatória é determinante para o sucesso nas cirurgias de câncer de mama. Sob a perspectiva de investigar a efetividade e a precisão dos exames de imagem que detectam o tamanho e a localização dos tumores, pesquisadores brasileiros acabam de publicar um estudo que compara a mamografia digital, a mamografia contrastada, a tomossíntese digital e a ressonância magnética. Com a participação de pacientes com câncer de mama invasivo em estágio inicial do Hospital da Mulher, antigo Pérola Byington, em parceria com a rede Dasa, a investigação constitui uma contribuição científica importante para o aprimoramento de diagnósticos e a melhoria de resultados nos procedimentos cirúrgicos.
O estudo “Avanço no estadiamento pré-operatório do câncer de mama precoce: uma análise comparativa de modalidades de imagem” foi publicado pelo periódico Current Problems in Diagnostic Radiology, dedicado à pesquisa e melhoria da prática em radiologia clínica. Coordenado pelo mastologista André Mattar, tesoureiro-adjunto da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), tem a participação dos pesquisadores Almir Bitencourt, Flora Finguerman Menache Dwek, Andressa Amorim, Luiz Henrique Gebrim e Flavia Paiva. Os especialistas Marcelo Antonini e Henrique Lima Couto, também da SBM, completam a equipe.
As pesquisas científicas que comparam diretamente a mamografia digital, a mamografia contrastada, a tomossíntese digital e a ressonância magnética para estadiamento pré-operatório são escassas. Além disso, o estudo conduzido pelo médico André Mattar é notável por concentrar investigações exclusivamente sobre pacientes com câncer de mama em estágio inicial, elegíveis para cirurgia. “Neste grupo distinto, o dimensionamento preciso do tumor e a detecção da lesão são cruciais para a realização da cirurgia”, ressalta o mastologista da SBM.
Na avaliação pré-operatória, a ressonância magnética, segundo o especialista, é considerada “padrão ouro” para orientar o planejamento cirúrgico e otimizar resultados nos casos de câncer de mama em estágio inicial. “O exame, no entanto, tem várias limitações. Podemos enumerar o alto custo, a disponibilidade reduzida de equipamentos e técnicos para realizá-lo e contraindicações para pacientes com claustrofobia ou dispositivos metálicos implantados, como o marca-passo”, afirma.
No estudo, os pesquisadores brasileiros incluíram 46 mulheres com idade média de 55,4 anos do Hospital da Mulher, em São Paulo (SP), referência no tratamento de câncer feminino que atende pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O levantamento contou ainda com a parceria da rede Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil e na América Latina.
Como resultado, o tumor primário foi identificado pela mamografia digital em 89,1% dos casos; a tomossíntese, em 97,8%. Mas tanto a ressonância magnética quanto a mamografia contrastada identificaram o câncer em 100% dos casos.
“Evidentemente, a ressonância magnética é um recurso de imagem que oferece melhor definição e dá ao cirurgião mais segurança para realizar um procedimento”, destaca Mattar. Mas como alternativa nova e promissora, pondera o médico, a mamografia que utiliza contrastes iodados se mostra superior à mamografia digital e permite uma avaliação mais precisa das lesões.
Na avaliação dos especialistas envolvidos no estudo, a mamografia contrastada “combina de forma única dados anatômicos e funcionais que revelam massas subjacentes e distorções arquitetônicas difíceis de interpretar com a mamografia digital, devido à sobreposição do tecido glandular mamário”. Para mulheres com mamas densas, as imagens obtidas com contraste ajudam a dimensionar, com maior precisão, a extensão do tumor.
Embora não esteja disponível no SUS e no rol de cobertura da saúde suplementar, que inclui os planos de saúde, André Mattar observa que a mamografia contrastada, como demonstra o estudo brasileiro, tem potencial para ser aplicada na avaliação pré-operatória em casos de câncer de mama em estágios iniciais. “O exame também tem a vantagem adicional de ser alternativa mais rápida e barata que a ressonância magnética”, finaliza.
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48,3% dos códigos de materiais e medicamentos não existiam no ano anterior
Estudo realizado pela Arvo, com apoio do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revelou que 48,3% dos códigos únicos de materiais e medicamentos processados não existiam no ano anterior. Os apontamentos por códigos inválidos ou divergentes representam 9% de todos os códigos processados pela empresa em 2024. Se colocarmos esse número em perspectiva para todo o mercado, representa R$ 770 milhões pagos em itens que apresentam inconsistência entre os códigos apresentados e a descrição real, em apenas um ano.
O levantamento analisou R$ 16 bilhões em sinistros processados entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, abrangendo quatro operadoras de saúde, de modelos diferentes (medicina de grupo, seguradora e autogestão), considerando mais de 1 milhão de beneficiários. O estudo joga luz ao desafio da despadronização e fragmentação de códigos, e escancara uma das principais razões da dificuldade das operadoras em rastrear custos e garantir a integridade de pagamentos na saúde suplementar.
Os materiais e medicamentos com códigos próprios, negociados entre prestador e operadora, representam 22% do valor total do sinistro da categoria na base de dados da companhia. Além disso, mudam com frequência maior do que os códigos tabelados e 60% deles sequer existiam no ano anterior. A estimativa é que mais de 1,5 milhão de códigos circulam no sistema brasileiro, pulverizados em ao menos seis tabelas públicas e privadas, tornando o trabalho de auditoria ainda mais complexo e propenso a erros.
“A codificação de materiais e medicamentos na saúde suplementar é complexa, fragmentada e altamente dinâmica. Essa variabilidade dificulta a gestão do sinistro, compromete a precisão das auditorias, fomenta desperdícios e ameaça a sustentabilidade do sistema no longo prazo”, analisa o CEO e cofundador da Arvo, Fabricio Valadão.
Já Linelly Morellato, Líder da área de Health da empresa, afirma que lidar com múltiplas tabelas simultaneamente é um dos grandes gargalos do sistema, resultando em retrabalho constante, atrasos no atendimento e insegurança na autorização de procedimentos.
“Para o auditor, lidar com a codificação de materiais e medicamentos é uma tarefa exaustiva. Um mesmo item pode aparecer com dezenas de variações, e entender qual código se aplica exige tempo, pesquisa e análise criteriosa. No dia a dia, quando o volume de contas é alto, esses casos acabam escapando, porque encontrar a informação certa nem sempre compensa o esforço diante da pressão por produtividade.”
O estudo também aponta que, embora a categoria de materiais e medicamentos represente 33% do valor total do sinistro analisado, é comum que fique fora do foco, uma vez que os esforços de auditoria muitas vezes são direcionados para grandes contas, enquanto montantes de menor valor podem passar despercebidos.
Para o CEO da Arvo, o desafio é estrutural e sistêmico. Sem padronização e diante de um excesso de tabelas circulando no mercado, processos de auditoria manuais baseados em amostragem se tornam ainda mais desafiadores. Por isso, é fundamental potencializar a capacidade humana para atender a esse cenário tão complexo, a fim de evitar pagamentos indevidos e a perda de visibilidade sobre o destino dos recursos por parte das operadoras. Do lado dos prestadores, a falta de padronização provoca glosas e atrasos, afetando o fluxo de caixa e gerando insegurança na relação contratual.
“Mudar esse cenário requer uma mudança de mentalidade no setor da saúde, colocando a inteligência de dados no centro da auditoria de contas médicas. Quando a tecnologia faz o trabalho exaustivo de identificar códigos ativos, variantes e mudanças, o auditor ganha tempo, precisão e capacidade analítica, o que contribui para um processo mais estratégico”, conclui Fabricio.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro
https://www.aredacao.com.br/noticias/239768/caiado-confirma-inauguracao-do-cora-em-25-de-setembro
A inteligência artificial vai substituir os médicos?
https://medicinasa.com.br/ia-medicos/
Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers
https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-elo-fragil/
Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde
https://medicinasa.com.br/empresas-planos-saude/
Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança
Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência
https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/
Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás
A REDAÇÃO
Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro
Unidade está com 97% das obras concluídas
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, confirmou a inauguração do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) para o dia 25 de setembro. O anúncio foi feito durante a vistoria de obras, incluindo o Cora, nesta segunda-feira (8/9), em Goiânia. Para o chefe do Executivo goiano, a unidade de saúde é um marco para a saúde pública do país.
“Hoje, faz três meses que autorizamos a entrada de crianças para serem tratadas no Cora. É inédito o que nós fizemos em Goiás, superando todas as dificuldades e todos aqueles que dificultaram a construção desse hospital”, destacou, ao constatar a rapidez com que o empreendimento foi construído, em apenas 25 meses.
O Cora iniciou as suas atividades em 9 de junho, em fase de pré-operação. É o primeiro hospital estadual 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento inicial oncológico voltado a crianças e adolescentes. A unidade é administrada pela Fundação Pio XII, mesma mantenedora do Hospital de Amor de Barretos (SP), que serviu de modelo para sua implantação.
Durante a visita, o secretário de Estado da Saúde, Rasível Reis fez questão de enaltecer a parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) que está à frente das obras do hospital, que está com 97% dos trabalhos concluídos. “Se não fosse pelo trabalho e controle da Goinfra, a gente não estaria entregando esse hospital em tão pouco tempo. Já estamos com todos os preparativos para a inauguração’, afirmou.
Segundo Rasível, 25 crianças já recebem tratamento contra a leucemia na unidade, evitando o deslocamento para outros estados. O diretor técnico do hospital, Mário de Paula, ressaltou que a unidade já opera em ritmo acelerado. “Tivemos uma grande surpresa com o número de pacientes que estamos atendendo. Em menos de três meses, já estamos com mais de 100 pacientes, vários diagnosticados e 60 em tratamento”, informou.
Mário de Paula ressaltou ainda que o número de procedimentos cirúrgicos também cresce rapidamente. “Estamos realizando duas neurocirurgias por semana. Esse é um volume bem grande para uma instituição que está começando e se adequando em Goiás”.
O Cora está na sua primeira etapa, das três previstas para serem concluídas, e tem capacidade para atender cerca de 300 casos de câncer por ano. Apenas em julho, o hospital realizou aproximadamente 450 consultas, 46 internações e 350 quimioterapias.
Para a inauguração dessa fase, o Governo de Goiás investiu mais de R$ 255 milhões na construção e equipagem de alta tecnologia no Cora. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo contará com 148 leitos e será uma das
Mais obras
Dando sequência às visitas, Caiado vistoriou às obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, que sediará o MotoGP 2026. A previsão é que a obra seja entregue no final de dezembro. “Estamos com duas equipes trabalhando em condições distintas. Uma trabalhando na pista e a outra trabalhando essa na infraestrutura que foi 100% derrubada e está sendo reconstruída de novo”, ressaltou Caiado, ao destacar o ritmo acelerado da obra.
O presidente da Goinfra, Pedro Sales, frisou que as vistorias serão mensais, até o fim do ano, quando uma equipe da MotorSport Mundial certificará que o autódromo está em condições de receber a prova, “Vamos acompanhar todo o andamento das obras, tudo de forma muito rigorosa”, garantiu. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou a vistoria.
Na última vistoria do dia, Caiado acompanhou os trabalhos no canteiro de obras da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. A nova estrutura contará com mais de 200 espaços destinados à prática das diferentes modalidades artísticas. Com a expansão, a área edificada terá cinco vezes o tamanho atual. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2026.
Essa é a mais famosa escola de arte e dança que existe no mundo hoje, porque estamos superando todas as outras, o Basileu está competindo mundialmente. Estamos criando uma estrutura à altura, digna, de poder cada vez mais dar espaço para esses jovens e crianças que tenham essa capacidade e esse potencial de como desenvolver os seus predicados e as suas qualidades em cada uma dessas áreas”, ressaltou o governador.
Segundo o secretário de Estado da Infraestrutura Adib Elias, a visita evidenciou o desenvolvimento e a rapidez da evolução da obra, “Em apenas 20 dias, já estamos com todo esse andamento. A expectativa é que até março estaremos com 80% concluídos””, finalizou.
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MEDICINA S/A
A inteligência artificial vai substituir os médicos?
A medicina, historicamente, sempre caminhou lado a lado com a tecnologia. Do estetoscópio ao prontuário eletrônico, cada avanço ampliou as possibilidades de diagnóstico, tratamento e cuidado. Agora, uma nova fronteira está sendo cruzada: a inteligência artificial (IA) generativa chegou aos consultórios, aos hospitais e às decisões clínicas e com ela, surge a pergunta inevitável: a IA vai substituir os médicos?
Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, 17% dos médicos no Brasil já utilizam tecnologias de inteligência artificial generativa em suas rotinas profissionais. A adoção é de 14% nos estabelecimentos públicos e chega a 20% nos privados, especialmente em instituições com mais de 50 leitos. Entre os principais usos estão o suporte à pesquisa (69%) e a elaboração de relatórios médicos (54%). Esses números, embora ainda modestos, sinalizam uma tendência irreversível. Mas é preciso dizer, com clareza: não, a inteligência artificial não vai substituir os médicos. Ela vai ajudar. E muito.
A inteligência artificial não deve ser vista como uma ameaça à profissão médica. Deve ser compreendida como uma ferramenta poderosa, capaz de atuar como uma segunda opinião, um acelerador de diagnósticos e desfechos clínicos. Se o futuro comprovar que a IA reduz erros médicos, aumenta a assertividade nos diagnósticos e melhora os desfechos clínicos, então evitá-la será um ato de negligência médica.
O objetivo, aqui, não é substituir o julgamento humano. A IA funciona com base em padrões, dados históricos e grandes volumes de informação. Mas ainda está longe de alcançar a complexidade da escuta, da empatia e da intuição médica, que levam em consideração não apenas sintomas, mas histórias, contextos e emoções.
A presença da IA na prática médica exige uma mudança de mentalidade e de formação. Faculdades precisam preparar os profissionais para compreender e operar essas ferramentas, mas também para refletir sobre os impactos éticos e sociais dessa tecnologia. O uso da IA ainda depende de regulações claras da Anvisa, do CFMe de diretrizes éticas sólidas. Mas o caminho já está sendo trilhado. Médicos que dominarem essas tecnologias sairão na frente, tanto do ponto de vista técnico quanto estratégico.
A IA pode, por exemplo, agilizar a leitura de exames, sugerir condutas clínicas baseadas em evidências e gerar relatórios estruturados com rapidez e precisão. Isso libera o médico para dedicar mais tempo ao que mais importa: o cuidado humano, a escuta ativa, a decisão compartilhada com o paciente.
A medicina está mudando e, como em toda mudança, haverá resistência. Mas quem abraça a inovação com consciência crítica, ética e propósito, encontra oportunidades onde outros veem ameaça. A inteligência artificial não veio para ocupar o lugar do médico. Veio para potencializar o seu papel.
*Antonio Carlos Júnior é CEO e fundador da rede Cia do Médico.
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Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers
O número de ataques cibernéticos usando técnicas da engenharia social, que explora a confiança e a psicologia humana, aumenta no Brasil e no resto do mundo. E o setor de saúde é um dos mais visados, afirma Ingrid Winkler, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Phishing (enviar e-mails falsos que solicitam informações de login, dados financeiros ou sensíveis), pretexting (hacker se faz passar por um funcionário de suporte técnico para obter acesso a contas ou sistemas) e vishing (fazer ligações telefônicas para enganar a vítima) são algumas das artimanhas mais aplicadas pelos cibercriminosos especializados em engenharia social.
Ingrid Winkler
Nem mesmo mecanismos de proteção de dados sensíveis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD, no Brasil), o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, da União Europeia) e a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde dos EUA (HIPPA, nos Estados Unidos) inibem o aumento de investidas maliciosas.
“Os diferentes grupos de cibercriminosos ambicionam visibilidade ao obter informações sigilosas para serem revendidas na Deep Web ou mesmo para atuar em colaboração com outros hackers em ataques com métodos da engenharia social. Um dos crimes mais comuns é interromper a prestação de serviço de uma organização, cobrando resgates para normalizar os sistemas corrompidos”, diz Ingrid, sublinhando que o setor de saúde costuma ser um alvo preferencial dos hackers por armazenarem ativos sensíveis e cobiçados em um sistema de conexão com fornecedores terceirizados e prestadores de serviços que dificultam o gerenciamento de um perímetro de monitoramento.
A título de ilustração, para continuar na saúde, pública e privada, esse setor ainda é alvo de ações criminosas com dispositivos capazes de interromper operações, indisponibilizar atendimento e rotinas como marcação de consultas e atendimento por telemedicina. Sem contar na captura de prontuários de pacientes ou investida na cadeia de suprimentos de terceiros diretamente vinculados à rotina da organização.
Além disso, o uso da Inteligência Artificial (IA) para normalizar movimentos fora do padrão e a oferta de ransomware (um software malicioso) como serviço (RaaS) para hackers habilita novos cibercriminosos para ataque às empresas. O ransomware é uma ameaça cibernética frequente, “envolvido em 20% de todos os incidentes de cibercrime, segundo o IBM X-Force Threat Intelligence Index.
Apesar de setores como sistemas financeiro e saúde estarem entre os mais atacados por hackers usando engenharia social, as pessoas físicas também estão cada vez mais vulneráveis. Segundo pesquisa publicada no relatório Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion, divulgado em junho deste ano pela Agência Brasil, “40% dos brasileiros já foram alvo de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto e 10% dos pesquisados disseram ter caído nos golpes. As perdas atingiram uma média de R$ 6.311”.
Ainda conforme o relatório: “53% dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024. E ao menos 47% disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes”.
Como os setores podem se proteger nesse cenário
Os players do segmento financeiro, de saúde e outros ecossistemas indefesos precisam mobilizar esforços para saber quando serão ou são atacados, como isso acontece e o que pode ser feito para minimizar esse risco antecipadamente.
Ingrid recomenda a adoção de governança de risco, somada à segmentação de redes e gestão de terceiros. A estratégia de defesa também inclui backups imutáveis, patching (correção) contínua, proteção redobrada de API (Application Programming Interface, em inglês) a interface de programação de aplicativos. E mais: sistemas em nuvem, de treinamento antiphising e conscientização das equipes que podem ser vítimas de aliciamentos ou chantagens para viabilizar o acesso ilegal aos sistemas.
“Segurança é um risco de negócio inerente ao desenvolvimento de novas ferramentas para simplificar a resolução de problemas. Dessa forma, a tecnologia, os processos e os fatores humanos precisam convergir na mesma direção, com o mesmo propósito”, enfatiza Ingrid, destacando a contribuição dos Centros Setoriais de Troca de Inteligência de Segurança, conhecidos como Information Sharing and Analysis Centers (ISACs) e H-IASC no setor de saúde, por exemplo.
Em outra frente de atuação com o mesmo objetivo, existe um mecanismo de cooperação entre universidades e institutos internacionais de investigação como a sinergia entre o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a OEA/Interpol e centros de ensino no Brasil, como a Universidade SENAI CIMATEC, na Bahia.
Outro caminho para prevenir cibercrimes está sendo desenvolvido no laboratório da mesma instituição de ensino na Bahia. A equipe de Ingrid está debruçada em analisar como o uso de eye-tracking ou rastreamento ocular e análise de sentimento conseguem potencializar a simulação de ataques cibernéticos e, ao mesmo tempo, treinar profissionais desse setor para responderem a esses incidentes. A proposta do trabalho é medir níveis de estresse dos envolvidos na atividade e monitorar a eficácia dessas ações de controle.
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Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde
Pequenas empresas, com até quatro beneficiários, respondem por 88% dos contratos coletivos empresariais de planos de saúde do País, o que equivale a 2 milhões de contratos e 6,45 milhões de beneficiários (17% do total de beneficiários), no ano passado. Por outro lado, 2,7 mil empresas de grande porte, com mais de mil vidas cobertas, corresponderam a 0,1% dos contratos, mas reuniram 15,1 milhões de pessoas, ou 40,7% da base de beneficiários. Os dados integram o novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), “Estrutura e Dinâmica dos Contratantes de Planos Coletivos Empresariais no Brasil”.
Em 2024, os contratos coletivos empresariais são a principal forma de acesso à saúde suplementar no Brasil, reunindo 71% dos vínculos em planos médico-hospitalares, o equivalente a cerca de 37 milhões de beneficiários.
O setor de Serviços abriga 1,33 milhão de contratantes (57,6% do total) e responde por 20,57 milhões de beneficiários (55%). A Indústria, com 203,1 mil empresas (8,8%), cobre 9,54 milhões de beneficiários (25,5%), evidenciando maior densidade de vínculos por contrato. O Comércio aparece com 661,4 mil contratantes (28,6%) e 5,67 milhões de beneficiários (15,2%), enquanto a Construção soma 98,2 mil empresas (4,2%) e 1,32 milhão de beneficiários (3,5%) Já a Agropecuária registra 17,3 mil contratantes (0,8%) e 313 mil beneficiários (0,8%).
Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, esse retrato mostra como os contratos coletivos estão diretamente associados à dinâmica do mercado de trabalho formal. “Os serviços asseguram a maior base contratual, mas é na indústria que observamos a maior densidade de beneficiários por empresa, refletindo estruturas mais organizadas de benefícios e ligadas ao emprego formal. Já setores como comércio, construção e agropecuária, fortemente compostos por pequenos empregadores, tendem a apresentar coberturas mais restritas em número de vidas”, analisa.
Segmentos com maior contratação de planos
O estudo detalha os segmentos específicos da economia que concentram o maior número de contratos coletivos empresariais com base na Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE):
- Comércio varejista: 461,4 mil contratantes (19,9% do total) e 3,13 milhões de beneficiários (8,4%);
- Serviços de escritório e apoio administrativo: 176,7 mil empresas (7,6%) e 1,55 milhão de beneficiários (4,1%);
- Atividades de atenção à saúde humana: 119,8 mil contratantes (5,2%) e 1,63 milhão de beneficiários (4,3%);
- Setor de alimentação: 110,3 mil empresas (4,8%) e 675 mil beneficiários (1,7%);
- Educação: 107,1 mil contratantes (4,6%) e 1,25 milhão de beneficiários (3,3%);
- Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas: 102,8 mil contratantes (4,4%) e 1,85 milhão de beneficiários (4,9%); e
- Outras atividades de serviços pessoais: 99,9 mil contratantes (4,3%) e 287 mil beneficiários (0,8%).
Essas sete divisões somam aproximadamente metade de todos os contratos empresariais de planos médico-hospitalares no País. Cechin comenta que a diversidade desses segmentos reforça a pulverização do mercado. “Atividades como comércio varejista, alimentação e serviços administrativos mostram que os contratos coletivos empresariais estão enraizados no cotidiano dos pequenos negócios do Brasil”, analisa.
Segundo ele, a pulverização é positiva para o acesso, mas desafia operadoras e os próprios contratantes para o desenvolvimento de estratégias de cuidado à saúde. “Quando olhamos que 0,1% das empresas concentram mais de 40% dos beneficiários, é bastante factível pensar em programas de cuidado e promoção à saúde. Por outro lado, 95% dos contratos estão concentrados em empresas de até 19 beneficiários, o que traz muita complexidade nessa frente”, pondera
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TV ANHANGUERA
Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás
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SAÚDE BUSINESS
Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança
Do ransomware à escassez de talentos, passando pela cadeia de suprimentos, CEO da Health-ISAC alerta para desafios que exigem cooperação para proteger pacientes e instituições.
A transformação digital da saúde abriu caminho para ganhos inéditos em eficiência, integração e acesso. No entanto, o avanço tecnológico também escancarou vulnerabilidades que podem comprometer a operação dos hospitais e, principalmente, a segurança dos pacientes.
Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, Denise Anderson, CEO da Health-ISAC, reforça que o momento exige uma mudança de postura das organizações: não basta investir em tecnologia, é preciso aprender a agir em rede.
“Os criminosos digitais compartilham ferramentas e táticas em um verdadeiro mercado global. Se as organizações de saúde não fizerem o mesmo, estarão sempre em desvantagem”, afirma a executiva, que lidera a organização internacional dedicada ao compartilhamento de informações sobre cibersegurança na saúde.
Em visita ao Brasil para um workshop no Einstein, Anderson ressaltou o momento estratégico da aproximação com a América Latina. “Há muito interesse do Brasil em se engajar com o Health-ISAC. A maturidade digital está crescendo, mas os riscos acompanham esse avanço. O tempo certo para intensificar esse diálogo é agora”, enfatiza.
Compartilhar para sobreviver
No Brasil, muitos hospitais e operadoras ainda relutam em dividir informações sobre incidentes, seja pelo receio de exposição da marca, seja pelas implicações da LGPD. Para Anderson, essa postura é um entrave perigoso.
“A ideia de que reportar fragiliza a organização é equivocada. Nossa rede funciona como uma comunidade de confiança, presente em 140 países, onde os dados são trocados de forma segura e controlada. Assim, todos aprendem e se protegem melhor.”
Além de relatórios técnicos, a rede oferece workshops, webinars, grupos de trabalho temáticos e alertas sobre vulnerabilidades emergentes. Um exemplo é o comitê dedicado a dispositivos médicos, que reúne hospitais e fabricantes para analisar falhas e sugerir soluções conjuntas.
Ransomware e a extorsão em novas camadas
Entre as ameaças mais preocupantes, o ransomware continua no topo. Mas, segundo Anderson, os ataques já não se limitam a sequestrar dados. “Agora, além de bloquear o acesso às informações, os criminosos expõem publicamente registros sensíveis e até chegam a contatar pacientes. É uma forma de extorsão múltipla que amplia o impacto reputacional e clínico”, explica.
Para mitigar riscos, a recomendação vai além de simplesmente não pagar o resgate. Resiliência operacional, backups contínuos e planos de recuperação de desastres são práticas indispensáveis para reduzir o tempo de inatividade e garantir a continuidade do atendimento.
O elo frágil da cadeia de suprimentos
Outro ponto crítico é a dependência de fornecedores. Hospitais utilizam centenas de softwares, serviços e insumos, e uma vulnerabilidade em um parceiro pode se transformar em catástrofe. Casos recentes envolvendo gigantes, como Cloudflare, Tenable e CrowdStrike, mostraram como falhas em terceiros podem paralisar operações em escala global.
“Não se trata apenas de monitorar seus fornecedores diretos, mas também os fornecedores deles. É preciso diligência prévia rigorosa, cláusulas contratuais de segurança e controles básicos, como o princípio do menor privilégio. A cadeia de suprimentos é hoje um dos principais vetores de risco”, alerta.
Entre as maiores preocupações, estão os ataques à cadeia de suprimentos e às infraestruturas críticas — como bancos de sangue, energia e água. “Se um hospital perde acesso a seus sistemas ou não pode confiar no estoque de sangue, vidas ficam em risco imediato. E isso pode acontecer não só por falhas técnicas, mas também por tensões geopolíticas, como já vimos em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e Ásia”, detalha.
Regulamentação: avanço ou obstáculo?
Comparando diferentes mercados, Anderson avalia que legislações como a HIPAA, nos EUA, e a GDPR, na Europa, ajudaram a elevar padrões. No Brasil, a LGPD também impulsionou avanços, mas ainda há desafios.
“Muitas vezes, a obrigação de reportar incidentes em prazos rígidos consome energia que deveria estar dedicada à contenção do ataque. É preciso educar reguladores e permitir certa flexibilidade, sobretudo para instituições menores, que não têm os mesmos recursos das grandes redes”, pondera.
Para ela, governos não devem apenas exigir conformidade, mas também apoiar com financiamento, capacitação e incentivos. “Se um hospital tem que escolher entre comprar um equipamento para salvar um paciente ou investir em segurança, a decisão será óbvia. Mas, no longo prazo, um ataque pode custar milhões. Esse mindset precisa mudar”, analisa.
Escassez de talentos e colaboração público-privada
A falta de profissionais qualificados em cibersegurança com conhecimento do ambiente hospitalar é hoje um dos gargalos mais críticos do setor. Ampliar a formação é urgente — programas de estágio, bolsas de estudo e incentivos governamentais podem fazer a diferença.
“Singapura, por exemplo, financia estudantes que se especializam em cibersegurança. Isso atrai talentos e garante que eles estejam disponíveis para o setor de saúde”, exemplifica.
Mas, mesmo com especialistas capacitados, nenhuma instituição conseguirá enfrentar sozinha a complexidade dos ataques. É aí que a cooperação se torna indispensável. No Brasil, a integração entre setor público e privado ainda é limitada, mas precisa avançar para sustentar uma defesa consistente.
“Seja no SUS ou na saúde suplementar, todos tratamos pacientes. O ecossistema é único, e os ataques não distinguem fronteiras. A colaboração precisa ser total”, reforça.
Ameaças no horizonte
Para Anderson, a mensagem é clara: a saúde precisa adotar a cibersegurança como prioridade estratégica.
“Estamos diante de uma batalha que não respeita fronteiras físicas ou digitais. A única forma de vencer é compartilhar conhecimento, investir em resiliência e proteger o que há de mais valioso: os pacientes.”
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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência
Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.
A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas.
Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos.
No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica.
Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.
A medicina de precisão já é realidade no Brasil?
Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética.
No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores.
Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.
Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.
O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.
A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.
Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão
A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas.
Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.
1. Estrutura física e laboratorial limitada
Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas.
Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.
2. Integração e interoperabilidade de dados
Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.
A interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.
Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.
Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.
3. Falta de padronização de protocolos clínicos
A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes.
No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado.
Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.
4. Capacitação das equipes
A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo.
Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.
Os desafios tecnológicos da medicina de precisão
A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas.
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas.
Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.
1. Big data e inteligência artificial na prática
Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida.
Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.
Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos.
Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.
2. Segurança e privacidade de dados
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas.
Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.
Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações.
Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.
Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações.
Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.
3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes.
Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.
Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas.
Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.
Etapas para começar a implementar medicina de precisão
Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas.
Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.
1. Diagnóstico institucional
O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto.
Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.
Recomendado:Caso Preta Gil evidencia avanços e custos no tratamento do câncer
2. Criação de uma estratégia de implementação por fases
Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir.
Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.
3. Formação de uma equipe multidisciplinar
Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos.
Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.
Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão
A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia.
Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.
Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.
O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos.
Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica
Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.
Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.
A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia.
Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial
Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados
Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico
Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos
SAÚDE BUSINESS
Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial
Lucro de R$ 620 milhões, quase 90 milhões de procedimentos e lançamento da Rede Total Care marcam o relatório ESG da empresa.
O Grupo Amil teve avanços em gestão, sustentabilidade e experiência do cliente, segundo o Relatório ESG da empresa. Com 33 mil colaboradores e 5 milhões de clientes, a companhia realizou quase 90 milhões de procedimentos médicos ao longo do ano e registrou lucro de R$ 620 milhões, enquanto investiu R$ 213 milhões em melhorias operacionais e assistenciais.
A companhia simplificou sua estrutura de comando e ampliou a integração da cadeia de serviços, com foco em processos mais eficientes e excelência no atendimento,de acordo com Renato Manso, CEO da Amil.
O relatório também destaca a criação da marca Rede Total Care, voltada à operação da rede assistencial própria do grupo. Atualmente, a rede conta com 19 hospitais e mais de 70 ambulatórios, unidades avançadas e pronto-atendimentos, agora disponíveis para outras operadoras, autogestões e clientes empresariais, segundo Anderson Nascimento, CEO da Rede Total Care.
No eixo “Cuidado com as Pessoas e a Sociedade”, o relatório detalha ações voltadas ao bem-estar dos colaboradores, desenvolvimento profissional e promoção da diversidade. Pelo sétimo ano consecutivo, a Amil manteve o selo Top Employer e foi reconhecida com o Prêmio de Excelência em Gestão de Pessoas. Em 2024, a empresa intensificou programas de saúde mental, ampliou suporte jurídico e financeiro para colaboradores e reforçou ações de inclusão, com grupos de diálogo e campanhas sobre equidade de gênero, convívio intergeracional e inclusão LGBTQIAPN+.
Do lado da experiência do cliente, a Amil implantou canais integrados de atendimento, monitoramento em tempo real e lançou o novo aplicativo Amil Clientes. As ações contribuíram para a melhora no índice NPS e para o reconhecimento externo, como o bicampeonato no Prêmio Reclame Aqui na categoria Planos de Saúde – Grandes Operações.
O relatório também apresenta práticas de sustentabilidade, com foco na redução e descarte de resíduos e materiais perigosos, e ações de responsabilidade social, incluindo a doação de insumos médico-hospitalares avaliados em mais de R$ 2 milhões para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
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Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados
Sobracam liderará discussão na Câmara dos Deputados sobre política nacional de cirurgia ambulatorial para desafogar filas no SUS.
A Câmara dos Deputados sediará, no próximo dia 9 de setembro, audiência pública para discutir como a adoção em larga escala da cirurgia ambulatorial pode ajudar a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS).
O encontro, que contará com a participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (Sobracam), busca demonstrar que procedimentos de baixa e média complexidade, realizados em regime ambulatorial, podem contribuir para reduzir as filas de espera por cirurgias eletivas, um dos principais gargalos da saúde pública no país.
Política nacional em debate
A sessão foi aprovada pela Comissão de Saúde da Câmara, presidida pelo deputado Zé Vitor, a partir de requerimento do deputado Dr. Francisco. O tema escolhido — “Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial: é possível erradicar as filas de espera por cirurgias no SUS?” — coloca em debate a criação de uma política pública estruturada para o setor.
A proposta parte do diagnóstico de que a maioria dos procedimentos represados no SUS é de baixa e média complexidade, não oncológicos, justamente aqueles que poderiam ser realizados em regime ambulatorial.
Segundo a justificativa do requerimento, além de reduzir tempos de espera e aumentar a satisfação do paciente, uma política nacional voltada para esse modelo pode trazer ganhos de eficiência e ampliar o acesso em todas as esferas governamentais — federal, estadual e municipal — fortalecendo o SUS como um todo.
O papel da Sobracam no debate
Para Fabricio Galvão, presidente da Sobracam, a audiência representa um momento decisivo.
“Este é um marco importante para a Sobracam e o desenvolvimento da cirurgia ambulatorial no Brasil, pois representa mais do que o avanço de uma política de saúde, sendo também o avanço de uma política de cidadania. A cirurgia ambulatorial tem o poder de transformar a saúde pública, reduzir drasticamente as filas cirúrgicas e oferecer à população brasileira mais acesso, qualidade e segurança”, explica o presidente.
Galvão, ao lado do diretor de relacionamento com o setor público da Sobracam, Fábio Soares, fará parte da mesa de palestrantes da audiência. Também foram convidados representantes estratégicos, como o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Saúde e o Conasems, o que deve ampliar o alcance e a relevância do debate.
O evento permitirá participação tanto presencial quanto virtua, ampliando as condições para um diálogo plural. A audiência pública será realizada no dia 9 de setembro de 2025, às 17h, no Plenário 7, Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
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AGÊNCIA BRASIL
Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico
Doença tem atingido principalmente crianças
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou nesta sexta-feira (5/9) que casos de covi-19 no Brasil continuam ocorrendo. “Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu. No momento, vivemos um aumento de casos em várias cidades brasileiras”, disse em uma das mesas da 27ª Jornada Nacional de Imunizações, na capital paulista.
Com o mote Vacinando gerações: um compromisso de todos, o evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.
Segundo Chebabo, no momento a covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar. “Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.
Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da covid-19, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção. “Essa população é a de mais risco de complicações e óbito. A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.
Quadros leves não fazem diferença
Chebabo ressaltou que para a maioria da população, a covid-19 é uma doença viral como as outras doenças virais que existem em circulação, e que nos quadros leves não faz diferença. Ele recomendou, como medida de saúde pública, testar a todos. “Como estratégia de saúde pública, com os recursos financeiros que temos, talvez ela não seja importante para a maioria da população, mas para alguns grupos é fundamental. Então, para os idosos, para os imunossuprimidos, para reduzir o risco de complicações, internação hospitalar e morte, a testagem é fundamental”, defendeu.
No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.
acinas combinadas
Segundo o professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Expedito Luna, a comunidade científica tem discutido a possibilidade de combinar a vacina contra influenza com a vacina contra a covid-19, o que permitiria que as pessoas ficassem imunizadas com apenas uma vacina. Entretanto, segundo ele, alguns obstáculos ainda apontam que, por enquanto, ainda não há essa possibilidade.
“No caso da gripe, as vacinas são atualizadas todo ano. Para o mundo, duas vezes por ano, porque tem uma vacina para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Esse processo foi pactuado entre a Organização Mundial da Saúde, de forma que, mesmo com indústrias diferentes, concorrentes entre si, elas produzem a mesma vacina todo ano, porque elas seguem a recomendação de composição da vacina que é padronizada pela OMS”, explicou.
Taxa de mutação
De acordo com Luna, o vírus do SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito alta, assim como o vírus da influenza, porém na influenza já se conhece o comportamento, que é sazonal, permitindo que a vacinação seja feita antes do período de maior incidência.
“Com relação à covid-19, tudo isso é muito recente e o dado mundial nos mostra que ela ainda não tem esse comportamento sazonal claro. Aqui no Brasil, estamos vendo dois picos no ano. Então, não valeria a pena termos uma vacina que tem as duas coisas juntas, quando os vírus ocorrem separadamente”, observou.
Luna lembrou que a política atual do Ministério da Saúde recomenda para os grupos de risco para a covid-19 duas doses da vacina por ano, uma a cada 6 meses, o que seria complicado se a vacina fosse combinada. “Com essas evidências, se estivesse na posição de decidir pelo Brasil, eu decidiria não usar a vacina combinada, continuar com as duas separadas, que dá mais oportunidades de ganhos tanto para uma quanto para outra”, disse.
Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam aumento dos casos de covid-19 no país nas últimas dez semanas de referência. O índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.
Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada. “As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.
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CORREIO BRAZILIENSE
Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos
Ferramenta aplicada às prescrições de 775 pacientes mostra que em 36% dos casos havia excessos ou inadequações. O modelo sugere substituições, alternativas e até suspensão, indicando que há sobrecarga medicamentosa
Pesquisadores sob coordenação da Universidade McGill, no Canadá, conseguiram desenvolver uma ferramenta capaz de ajustar e até reduzir as doses de medicamentos prescritas para os idosos. Batizada de MedSafer, a tecnologia foi projetada para identificar medicamentos potencialmente desnecessários ou prejudiciais, contribuindo para uma prática cada vez mais necessária na geriatria: a desprescrição segura.
Testada em um estudo clínico por cinco instituições de cuidados prolongados na província canadense de New Brunswick, a plataforma auxiliou os profissionais de saúde a interromperem o uso de medicamentos inadequados em 36% dos pacientes. O número representa quase o triplo das desprescrições realizadas sem o suporte do sistema, evidenciando seu potencial como ferramenta clínica essencial para o cuidado de idosos.
Diferentemente de sistemas genéricos, o MedSafer foi desenvolvido para se encaixar perfeitamente na rotina médica, funcionando como uma lista de verificação clínica inteligente. A ferramenta analisa o histórico médico de cada paciente, suas condições de saúde e a lista completa de medicamentos em uso. A partir daí, sinaliza, automaticamente, quais remédios são inapropriados, justificando as decisões e fornecendo sugestões alternativas.
O estudo realizado com 725 idosos demonstrou que a adoção do MedSafer durante as revisões de rotina (geralmente realizadas a cada três meses nas casas de repouso) pode aumentar consideravelmente a taxa de desprescrição segura. A avaliação considerou fatores como histórico médico, idade, função renal, quadro cognitivo e risco de quedas, entre outros critérios clínicos cruciais para decisões mais precisas.
Saudáveis
Com o avanço da idade, é comum que os pacientes acumulem diagnósticos e, com eles, tratamentos. Esse acúmulo, muitas vezes desnecessário, pode levar ao que especialistas chamam de "cascata de prescrição" - um fenômeno em que medicamentos são prescritos para tratar efeitos colaterais causados por outros medicamentos. Isso cria um ciclo difícil de interromper, aumentando o risco de efeitos adversos graves, como confusão mental, quedas, tontura, perda de apetite e hospitalizações frequentes.
"Às vezes, culpamos o envelhecimento por sintomas como perda de memória ou mobilidade limitada, quando na verdade o culpado é o medicamento", explica Emily McDonald, médica assistente no Centro de Saúde da Universidade McGill e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do MedSafer. "Já vi pacientes passarem de quase insensíveis a voltarem a conversar após interromperem um sedativo", acrescenta.
Idealizado por McDonald, em parceria com Todd Lee, professor associado de medicina na Universidade McGill, ambos do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da instituição, o sistema inclui números e estatísticas, além de análises sobre a vida médica dos pacientes idosos. A retirada de certos medicamentos, especialmente os de ação sedativa ou com múltiplas interações, pode resultar em melhoras notáveis no humor, na cognição e na funcionalidade.
"Quanto mais medicamentos você toma, maior é o risco de efeitos adversos e interações perigosas", explica Todd Lee. "Muitas vezes, os profissionais querem desprescrever, mas não sabem por onde começar. O MedSafer oferece um caminho claro e baseado em ciência."
Para os pesquisadores, o uso de uma plataforma como essa não deve se restringir a instituições de cuidados prolongados. Eles defendem a expansão do sistema para a atenção primária à saúde, permitindo que a revisão de medicamentos ocorra antes que os idosos cheguem ao ponto de precisar de cuidados intensivos ou institucionalização.
A ausência de protocolos padronizados de desprescrição, somada à rotina acelerada dos serviços de saúde, muitas vezes impede uma análise criteriosa dos medicamentos utilizados pelos pacientes. O MedSafer entra, justamente, para preencher essa lacuna, oferecendo um suporte automatizado, personalizado e confiável para profissionais da saúde.
Com base em evidências clínicas atualizadas e diretrizes internacionais, a ferramenta já está em processo de licenciamento para uso mais amplo, o que pode representar uma virada na maneira como sistemas de saúde no Canadá - e em outros países - lidam com a polifarmácia em idosos. A integração de soluções digitais no campo da geriatria reforça uma tendência crescente de humanização do cuidado por meio da tecnologia. Ao oferecer apoio à tomada de decisão clínica, o MedSafer permite que médicos atuem com mais confiança e precisão, reduzindo riscos e potencializando benefícios terapêuticos.
Para McDonald e Lee, o projeto é, também, uma forma de devolver autonomia e qualidade de vida a uma população frequentemente vulnerável. "O que queremos é que cada idoso seja tratado com o cuidado e a atenção que merece. E isso começa por garantir que os medicamentos que ele toma todos os dias estejam, de fato, ajudando - não atrapalhando", conclui a pesquisadora.
QUATRO PERGUNTAS PARA
Clóvis Cechinel, geriatra do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba/PR
Na sua prática clínica, qual a frequência de casos de polifarmácia entre idosos?
A frequência de polifarmácia nos idosos depende muito do cenário avaliado. Em idosos de atenção primária, em torno de 40% utilizam polifarmácia, que é o uso de pelo menos cinco medicações diferentes. E há também a hiper polifarmácia, que é o uso de mais de 10 medicações, que gira em torno de 5% dos idosos. No entanto, pensando no cenário hospitalar, esse número pode ser muito maior.
Existe, atualmente, alguma ferramenta digital ou protocolo institucional que auxilie na revisão medicamentosa em sua rotina?
Existem vários protocolos para a desprescrição, ou seja, para tirar medicamentos que tem mais malefícios do que benefícios para o idoso. Dentre essas escalas, existem a escala de start e a escala de stop.
Você acredita que ferramentas como o MedSafer poderiam ser úteis na prática clínica brasileira? Por quê?
Há os critérios de prescrição de medicamentos inapropriados que são os critérios de Beers, que é uma tabela que é frequentemente atualizada e direciona os medicamentos que podem, potencialmente, causar algum malefício. Essas orientações são importantes na prática clínica e direcionam uma desprescrição ou uma otimização terapêutica desses idosos.
Quais barreiras você identifica para uma prática mais ativa de revisão e retirada de medicamentos em idosos?
A grande dificuldade de uma otimização terapêutica é a falta de conhecimento desses malefícios entre os profissionais que atendem esses idosos. Uma outra causa importante é o poder aquisitivo da população em fazer a substituição de um de um medicamento potencialmente inapropriado para um medicamento que seja mais seguro na prescrição e na prática ao idoso.
Pelo menos 1,6 bi no mundo
Só no Brasil, 15% da população, cerca de 32.113.490 pessoas são consideradas, tecnicamente, idosas, pois estão acima dos 66 anos. No mundo, já 1,6 bilhão de idosos. Muitos sofrem com problemas de hipertensão, colesterol alto e diabetes, diagnósticos frequentes na terceira idade, exigindo prescrições específicas.
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Assessoria de Comunicação
Agenda - Renato Daher prestigia posse de Washington Rios na AGM
Escrito por AdministradorO presidente Renato Daher representou a Ahpaceg na posse do médico ginecologista e obstetra Prof. Dr. Washington Luiz Ferreira Rios na Academia Goiana de Medicina. A solenidade foi realizada ontem, 5. Presidente da Associação Médica de Goiás e do Conselho de Administração da Unimed Goiânia, Washington Luiz Ferreira Rios ocupa agora a cadeira número 20 da AGM. Ao Prof. Dr., nossos parabéns pela conquista e pelo reconhecimento de sua atuação na medicina goiana.
Fote: Renato Daher (esq.), Washington Luiz Ferreira Rios e Natalino Peixoto.