Quinta, 06 Novembro 2025 06:51

CLIPPING AHPACEG 06/11/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Plano de saúde aparece em 7º no ranking de desejos dos brasileiros

https://medicinasa.com.br/vox-populi-iess/

35 anos do SUS: o papel das OSSs na consolidação do sistema

https://medicinasa.com.br/35-anos-sus/

Ahpaceg realiza reunião sobre os impactos da reforma tributária na área da saúde

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/ahpaceg-realiza-reuniao-sobre-os.html

Sindhoesg promove evento sobre terapia nutricional e auditoria

https://www.issoegoias.com.br/2025/11/sindhoesg-promove-evento-sobre-terapia.html

Saúde mira filas por cirurgias e anuncia rodízio em hospitais goianos

https://www.aredacao.com.br/noticias/243405/saude-mira-filas-por-cirurgias-e-anuncia-rodizio-em-hospitais-goianos

Após vistoria do TCE-GO, Hugo divulga lista de melhorias no atendimento

https://www.aredacao.com.br/noticias/243394/apos-vistoria-do-tce-go-hugo-divulga-lista-de-melhorias-no-atendimento

Rede D'Or (RDOR3) registra lucro de R$ 1,54 bi no 3º tri de 2025

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/negocios/rede-dor-apura-lucro-de-r-15-bilhao-no-3o-tri-acima-do-esperado/

Execução é cultura: o segredo dos planos de ação na saúde que realmente transformam

https://www.saudebusiness.com/artigos/execucao-e-cultura-o-segredo-dos-planos-de-acao-na-saude-que-realmente-transformam/

Marcos do Val quer debate sobre denúncias contra planos de saúde

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/11/05/marcos-do-val-quer-debate-sobre-denuncias-contra-planos-de-saude

MEDICINA S/A

Plano de saúde aparece em 7º no ranking de desejos dos brasileiros

Possuir carro, casa própria e celular são os três principais desejos dos brasileiros, seguidos por internet, educação, computador e plano de saúde. Os dados constam da nova edição da pesquisa Vox Populi sobre planos de saúde no Brasil, encomendada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e mostram uma mudança de prioridades dos entrevistados, independentemente de possuir ou não plano de saúde.

Até a edição anterior do levantamento, de 2021, casa própria, educação e plano de saúde figuravam entre os três principais desejos do brasileiro, tanto para beneficiários quanto para não beneficiários. O Vox Populi alerta, entretanto, que a comparação entre a atual pesquisa e as anteriores, especialmente a de 2021, deve ser feita com cautela e considerar que alterações metodológicas introduzidas em 2025, que incluíram a substituição de “TV a cabo” por “serviços de streaming”, a separação de “computador” e “internet/Wi-Fi” como categorias distintas e o agrupamento de todos os tipos de seguros em uma única opção. Essas mudanças ampliaram as alternativas de respostas possíveis e impactam a ordem de classificação dos itens em relação às pesquisas anteriores, observa o instituto.

O plano de saúde figura em sétimo lugar entre os dez itens de maior desejo citados pela população nessa nova edição da pesquisa, ficando à frente de planos odontológicos, seguros e serviços de streaming.

O IESS analisa que, feita a ressalva sobre as mudanças metodológicas e suas influências sobre as respostas, a nova pesquisa reflete que o plano de saúde figura dentro dos desejos do brasileiro, mas admite a hipótese de estar se tornando um “sonho distante e de difícil acesso”. Isso porque um conjunto de fatores potencializa o aumento dos custos e reajustes das mensalidades dos planos, encarecendo o preço do produto. É o caso do gigantesco volume de “judicialização predatória” – ações motivadas por demandas não previstas nos contratos e no rol de coberturas e procedimentos –; o processo intenso e “em tempo real” de incorporação de novas tecnologias, especialmente de medicamentos de alto custo, algo sem precedentes no mundo; fraudes; e desperdícios, especialmente de casos de abusos.

“A adoção de novas tecnologias é um dos principais catalizadores de custos. O paciente, que é também o beneficiário, demanda e celebra essa incorporação, que amplia a oferta de tratamentos, mas que também envolve aumento de custos”, explica José Cechin, superintendente executivo do IESS. As características que envolvem a saúde suplementar no Brasil encarecem os planos e, para uma parte da população, os altos valores tornam o produto “inacessível”, a ponto de deixar de ser um objeto de desejo. “Vivemos em um país socialmente desigual e heterogêneo. Os valores dos planos de saúde podem estar se tornando algo muito distante da realidade financeira das pessoas e, diante disso, é admissível a hipótese de a pessoa deixar de desejar algo porque se tornou inatingível”, analisa.

Ainda no contexto de “acesso”, Cechin destaca o desejo da maioria dos brasileiros especialmente pelo que está a seu alcance financeiro. “O levantamento expressa as mudanças estruturais da vida do brasileiro nos últimos anos, especialmente no aumento do valor atribuído ao carro, ao celular e à conectividade — um reflexo direto da capacidade de consumo e do avanço do empreendedorismo, do trabalho remoto e das novas dinâmicas do mercado nas regiões metropolitanas”, complementa. “Mesmo distante dos primeiros lugares, o plano de saúde permanece entre os desejos mais mencionados — e isso mostra o peso simbólico da proteção à saúde em um país onde o acesso público ainda é desafiador”, reforça.

Cechin observa que o resultado demonstra a consolidação do plano como um símbolo de proteção social. “O fato de o plano de saúde aparecer em ambos os grupos, ainda que com intensidades levemente diferentes, mostra que ele já faz parte da cesta de aspirações estruturais do brasileiro — algo que traduz segurança, cuidado e previsibilidade”, conclui.

Ranking de desejos:

O Vox Populi ouviu 3,2 mil pessoas com 18 anos ou mais, entre beneficiários e não beneficiários de planos de saúde e odontológicos, em oito regiões metropolitanas — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília. As entrevistas foram presenciais, realizadas entre 31 de julho e 17 de agosto de 2025, com nível de confiança de 95%.

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35 anos do SUS: o papel das OSSs na consolidação do sistema

Em 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) completou 35 anos de história, consolidando-se como patrimônio coletivo do povo brasileiro e um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo. Criado pela Constituição de 1988, o SUS garante aos mais de 200 milhões de brasileiros o direito universal e gratuito à saúde, sendo referência em atendimento, prevenção e promoção da qualidade de vida.

Ao longo destas décadas, o SUS estruturou políticas que vão da atenção primária a procedimentos de alta complexidade, passando por campanhas de vacinação, programas de saúde da família e ações de vigilância epidemiológica. Manter um sistema dessa magnitude, em um país continental e marcado por desigualdades, exige mais que recursos financeiros: requer gestão eficiente, inovação e parcerias estratégicas. É nesse contexto que as Organizações Sociais de Saúde (OSSs) se tornaram parceiras fundamentais.

As OSSs são instituições privadas, sem fins lucrativos, que colaboram com o poder público na administração de hospitais, unidades básicas, centros de especialidades e prontos-socorros. Essa parceria permite que políticas públicas sejam executadas com agilidade e foco em resultados, utilizando indicadores de desempenho para garantir atendimento de qualidade e segurança a quem mais precisa.

A atenção primária, porta de entrada do SUS, é um exemplo claro de como a gestão eficiente transforma vidas. Por meio de equipes multiprofissionais, os profissionais acompanham pacientes com doenças crônicas, previnem complicações e incentivam hábitos saudáveis. Essa abordagem reduz a demanda por atendimentos de urgência e internações, melhora a experiência do usuário e garante a sustentabilidade do sistema.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 70% da população brasileira depende exclusivamente do SUS. Em muitas localidades, são as OSSs que asseguram consultas, exames e tratamentos especializados, ajudando a diminuir desigualdades históricas e a levar saúde de qualidade para todos.

Celebrar os 35 anos do SUS é reconhecer suas conquistas, mas também assumir o compromisso com os desafios que virão. A sustentabilidade do sistema depende de modelos de gestão inovadores, investimento contínuo e parcerias sólidas que transformem políticas em serviços concretos.

Como gerente executivo de uma OSS, acredito que o SUS é mais do que uma política pública: é um patrimônio coletivo que deve ser protegido e fortalecido. Instituições, gestores e profissionais de saúde seguem trabalhando em parceria com o Estado e a sociedade civil para garantir que, nos próximos anos, o sistema público continue promovendo equidade, inovação e qualidade de vida para todos os brasileiros.

*João Romano é gerente executivo do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”).

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FOLHA DO PLANALTO

Ahpaceg realiza reunião sobre os impactos da reforma tributária na área da saúde

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) promoveu, na tarde desta quarta-feira, uma reunião com os sócios do Grupo Mapah, Manoel Estevam e Leandro Resende, que apresentaram aos associados as principais mudanças na forma de tributação e os reflexos da reforma tributária no setor da saúde. O encontro aconteceu no formato híbrido.

Manoel Estevam, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Financeira e Controladoria, abordou os principais pontos da proposta de simplificação tributária. Com mais de 20 anos de experiência em auditoria contábil, tributária e financeira, ele destacou que a reforma é um passo importante para reduzir a complexidade do sistema atual, que reúne mais de 460 mil normas desde 1988.

Também ressaltou que o novo modelo busca amenizar problemas históricos como litígios, insegurança jurídica, burocracia, falta de transparência e guerra fiscal entre estados e municípios.

Manoel explicou os pilares da nova tributação, os novos tributos sobre valor agregado (IVA) e o cronograma de implantação e transição. Comentou ainda o Projeto de Lei nº 1087/2025, que trata das novas regras de tributação de rendimentos e lucros.

Em seguida, o sócio Leandro Resende, graduado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis, com ampla experiência em consultoria e auditoria tributária, apresentou uma análise sobre a tributação específica da área da saúde.

Ele destacou como os serviços médicos e de saúde serão alcançados pelas novas regras, as reduções e isenções previstas, os desafios e os principais impactos da implementação do IBS e da CBS no setor.

Ahpaceg tem acompanhado as discussões sobre a reforma tributária e promovido encontros com especialistas para manter os associados informados e preparados para as mudanças.

O presidente Renato Daher reforça a importância de as instituições de saúde iniciarem desde já o planejamento e a adequação às novas regras, garantindo segurança e sustentabilidade no período de transição.

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ISSO É GOIÁS

Sindhoesg promove evento sobre terapia nutricional e auditoria

Participantes tiveram aulas a respeito de condutas na nutrição especializada e como esse cuidado contribui financeiramente com os hospitais

Em parceria com o Movimento Nutrindo Vidas, o Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) reuniu colaboradores dos hospitais associados para uma aula sobre auditoria e conexões estratégicas no futuro da saúde, na tarde do dia 4 de novembro. O evento teve o apoio a Danone, Ello Distribuidora e Viva Comércio e Importação.

“Falar sobre auditoria é falar sobre vidas, sobre terapia nutricional”, ressaltou Christine Pinto, consultora hospitalar da Danone Nutricia, responsável pelo Movimento que trabalha pela assistência nutricional especializada.

Assim, os participantes puderam conhecer as condutas atuais que envolvem a terapia nutricional. A nutricionista Débora Berbert destacou como os desfechos clínicos, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), são influenciados pela nutrição.

“Por trás de cada conduta clínica há um fator silencioso, mas que define a saúde, que é a nutrição. Não queremos que os pacientes saiam da UTI como sobreviventes, mas como indivíduos funcionais, que conseguem manter suas atividades”, afirmou.

O cuidado deve ser individualizado no decorrer da jornada do paciente, de acordo com triagens que podem diagnosticar a avaliar os níveis de desnutrição, como apresentou a especialista.

Ela alertou ainda que terapias nutricionais enterais costumam ser interrompidas por motivos evitáveis, comprometendo os tratamentos. “A desnutrição hospitalar é um problema de saúde pública no país e, quanto maior o tempo de internação, maior a prevalência do dano”.

Por isso, Débora recomendou o início precoce da terapia nutricional, nas primeiras 48h. “A nutrição enteral não pode ser adiada. Ela pode salvar vidas, especialmente em casos mais críticos”, aconselhou.

Nutrieconomia

 Quando o assunto é nutrição, também é necessário pensar na sustentabilidade financeira da instituição, o que é chamada de “nutrieconomia”. Esses fatores se tornam cada vez mais relevantes em um cenário de envelhecimento da população, aumento das doenças crônicas e elevação dos custos hospitalares.

Com base em estudos científicos, Karla Oliveira Blue, especialista em auditoria da Danone, reforçou que o acompanhamento nutricional desde os primeiros momentos da internação contribui com a redução de custos no atendimento ao paciente.

“Não existe caro e barato, existe o que você está investindo no desfecho que espera ter”, resumiu.

 Ao final do evento, representantes do Hospital do Rim e do Hospital da Criança, associados do Sindhoesg, apresentaram suas estratégias e debateram com os demais participantes sobre o que pode ser feito para aprimorar a assistência aos pacientes.

A roda vida, contou ainda com a participação de auditores do Ipasgo, que debateram com os representantes dos hospitais as condutas e novas normativas do Instituto para terapia nutricional. Janaína Ferreira Teixeira, coordenadora de Auditoria em Saúde, e Mayara Ferreira dos Santos Cananeia, coordenadora de Atenção Domiciliar do Ipasgo, esclareceram dúvidas dos nutricionistas hospitalares acerca das autorizações e guias de atendimentos parenteral.

O que é o Movimento Nutrindo Vidas?

Com uma coalizão formada por membros segundo e terceiro setores, o Movimento Nutrindo Vidas, relacionado à Danone Nutricia, tem o objetivo de lutar pelo direito à assistência nutricional especializada, principalmente para grupos de pacientes da primeira infância com agravos, oncológicos e idosos.

Uma das maneiras é promover informação por meio de eventos e palestras, como a realizada no Sindhoesg, que é apoiador dos trabalhos. O presidente do Sindicato, Gustavo Clemente, ressaltou a satisfação de fazer parte do movimento e levar informações aos profissionais de saúde.

Você também pode aproveitar essas ações de educação continuada. Fique atento ao cronograma do Sindicato e participe!

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A REDAÇÃO

Saúde mira filas por cirurgias e anuncia rodízio em hospitais goianos

Rasivel dos Reis prestou contas na Alego

Sob a presidência do deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade), a Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento (CTFO), da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), se reuniu na tarde desta quarta-feira (5/11), em audiência pública para a prestação de contas da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), referente aos 1º e 2º quadrimestres de 2025.

A apresentação dos dados foi feita pelo secretário Rasivel dos Reis Santos Júnior na Sala das Comissões Júlio da Retífica. Na ocasião, o gestor relatou, entre outras coisas, o aumento no número de consultas especializadas e queda nas taxas de mortalidade, além de divulgar balanço de atendimentos realizados em hospitais estaduais. Questionado por deputados, Rasivel respondeu sobre gastos com organizações sociais de saúde (OSSs) e demanda por vagas em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).

A apresentação teve início com relatório referente à fila de espera para cirurgias eletivas e consultas especializadas no Estado. “Temos visto uma expansão contínua de consultas e procedimentos especializados”, disse, expondo números da primeira metade de 2025, em contraste com o mesmo período de 2024. Segundo ele, nos dois primeiros quadrimestres de 2025, foram feitas 56.426 cirurgias eletivas. Atualmente, 23.129 pacientes aguardam por procedimentos. “Estamos trabalhando para reduzir essa fila de espera, trabalhando com a priorização”, afirmou.

A estratégia será fazer um rodízio, com a participação de quatro hospitais goianos: de Urgências de Goiás (Hugo), Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana) e Estadual de Aparecida de Goiânia Caio Louzada (Heapa). Neste primeiro momento, cada um deles ficará uma semana sem receber pacientes levados pelo Samu e pelo Corpo de Bombeiros, podendo realizar cirurgias eletivas represadas. 

Consultas especializadas
Com relação às consultas especializadas, o secretário enfatizou que, por meio do Sigo e do painel Regulatron, o percentual de utilização das vagas aumentou de 42,77%, em janeiro, para 72,38% em agosto. “Com o sistema integrado, são mais de 30 mil consultas marcadas automaticamente e, quando o paciente desiste, já entra outro da lista de espera. Isso otimizou muito a questão da consulta especializada”, pontuou Reis.

Mortalidade prematura e materna

Em seguida, o secretário apontou a redução na taxa de mortalidade prematura pelo conjunto de quatro principais doenças crônicas não transmissíveis. O número caiu, de acordo com o Rasível, em mais de 100 por 100 mil habitantes. A redução exposta passou de 287,08 para 185,53. A estimativa era de 275, 71.

Já a redução de mortalidade materna foi de 53,6 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. “Toda morte materna deve ser tratada como um evento catastrófico, porque 95% das mortes maternas são consideradas evitáveis”, frisou Rasivel. “Estamos fazendo todo o esforço para não termos morte materna. Cada morte materna é investigada para sabermos o que devemos fazer para que ela seja evitada”, salientou o titular da pasta da Saúde.

Iniciativas recentes e premiadas

O secretário também apontou as iniciativas recentes e premiadas do período. Ele abordou, primeiramente, a Rede Nascer, que tem foco na melhoria de crianças e gestantes, incluindo a busca pela redução das mortes maternas e infantis.

Outra ação que o secretário destacou foi a Identificação Neonatal, que consiste em identificar a criança e a mãe já na sala de parto, o que evita troca e rapto de bebês, além de ajudar em casos de abandono de recém-nascidos. A iniciativa teve início em setembro de 2025, no Hospital Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, e está em expansão, de acordo com Rasivel dos Reis.

O titular da Saúde abordou, ainda, o Meu Prontuário Eletrônico (Meu PEP), vencedor de prêmio de inovação digital. No prontuário, é disponibilizada aos pacientes uma série de informações relacionadas ao histórico de saúde a partir de dados das redes estaduais e municipais.

Ampliação da cobertura vacinal

Rasivel dos Reis destacou, ainda, o Canal Saúde Goiás como uma grande inovação do Estado. Trata-se de uma nova forma de comunicação com o cidadão, com acesso em tempo real a campanhas direcionadas, agendamento de consultas, exames, cirurgias e posição na fila de espera.

O sistema, que envia mensagens via SMS, mensagem de voz ou por meio do aplicativo WhatsApp, resultou no aumento da taxa de cobertura vacinal. “Começamos com a campanha da influenza e foi um sucesso. Conseguimos em torno de 15 mil pessoas a mais para serem vacinadas”, relatou Rasivel dos Reis ao apontar a importância da vacinação, sobretudo no momento atual.

“O mesmo leito em que eu internaria um paciente com uma complicação evitável porque ele não tomou a vacina seria o mesmo leito em que eu internaria um paciente com AVC, infarto ou algum trauma. Muitas vezes, aquele leito está sendo utilizado de forma inadequada por alguém que tomou a decisão deliberada de não se vacinar”, frisou o secretário.

O secretário de Saúde salientou, ainda, a atuação da gestão estadual no incentivo à imunização. “Precisamos nos recuperar dessa tragédia da hesitação vacinal, que, em momento nenhum, o nosso governador participou. Ronaldo Caiado foi o único gestor de direita que sempre incentivou a vacinação, nunca foi negacionista e sempre valorizou a ciência e a vida. Essa é uma questão extremamente importante, que o Estado de Goiás deu exemplo”, completou Rasivel dos Reis.

Novas unidades hospitalares

No encontro, o secretário também apresentou números referentes a novas unidades hospitalares em Goiás. Segundo o relatório, com um ano de funcionamento, o Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho, em Águas Lindas de Goiás, realizou mais de 200 mil atendimentos à população do Entorno do Distrito Federal (DF). O valor investido na unidade de saúde, que conta com 164 leitos, 40 unidades de terapia intensiva (UTIs) e 22 consultórios, foi de R$ 157 milhões.

Já o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), dedicado ao tratamento do câncer infantojuvenil, registrou no período de três meses de funcionamento: 119 casos atendidos; 81 casos diagnosticados; 146 internações em enfermaria; 35 admissões em UTI; 225 cirurgias realizadas, sendo 18 de grande porte e 19 neurocirurgias; 526 consultas médicas; 926 consultas multi; 104 sessões de quimioterapia; e 853 manipulação de quimioterápicos.

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Após vistoria do TCE-GO, Hugo divulga lista de melhorias no atendimento

Denúncias apontaram superlotação na unidade 

Corredores limpos, sem pacientes em macas e sem superlotação – essas foram as imagens e informações de melhoria no atendimento prestado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mostradas nesta quarta-feira (5/11) pelo secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, ao conselheiro Sebastião Tejota durante reunião no Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). O secretário e assessores trouxeram os primeiros resultados da ação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) após vistoria que o Tribunal realizou no Hugo, motivada pelo recebimento de denúncias de superlotação e demora no atendimento aos pacientes.                                                 

As medidas também implicaram na dinamização dos serviços prestados pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa) e Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana), que passaram a receber um acompanhamento integrado e contínuo da secretaria.

A equipe da SES foi recebida pelo conselheiro Tejota, relator da área de saúde; pela secretária de Controle Externo, Ana Paula Rocha, e por integrantes da equipe técnica especializada. Durante a reunião, os expositores evidenciaram o caráter colaborativo da atuação do Tribunal em relação ao órgão fiscalizado, tendo como foco a melhor prestação de serviços públicos ao cidadão.

Rasível dos Reis explicou ao conselheiro relator e à área técnica do TCE-GO as medidas adotadas para otimizar o atendimento nos hospitais públicos, a partir do acompanhamento contínuo por parte de um grupo de trabalho, com a realização de reuniões diárias junto às equipes das unidades de saúde. A integração entre a Secretaria e os hospitais e o redesenho de processos de trabalho possibilitaram a redistribuição da demanda por cirurgias eletivas e até as de emergência, atendimento no pronto-socorro, bem como na recepção dos casos enviados pelos sistemas de regulação.

Integração em rede, apoio para consultas especializadas e a instituição da Semana Protegida – sistema que permite aos hospitais adotarem, a cada mês, uma semana com redução do número de atendimentos e a possibilidade de planejamento das demais semanas -, bem como a análise do ciclo de altas foram medidas elencadas pelo titular da SES para viabilizar os resultados alcançados após 23 dias de implementação.  

Gestão orientada por evidências
O secretário discorreu ainda sobre gestão orientada por evidências, monitoramento dos ajustes operacionais clínicos e melhorias das condições de trabalho, assegurando que já foram gastos R$ 60 milhões em novos equipamentos para o Hugo e que outros R$ 40 milhões serão aplicados.

As providências, segundo ele, levaram ao aumento do giro de leitos e da eficiência cirúrgica, além da otimização das altas e agilidade nos diagnósticos. E finalizou falando sobre o compromisso da Secretaria de Saúde com a total transparência com o Tribunal de Contas, o monitoramento contínuo da rede, a qualidade e segurança do cuidado e a atuação de forma preventiva no ciclo de demanda.    

O conselheiro Sebastião Tejota ressaltou que a parceria entre o Tribunal e a Secretaria é de caráter colaborativo, com foco em apresentar soluções que propiciem ao cidadão um atendimento público de qualidade, semelhante ao da rede privada. Por seu turno, a secretária de Controle Externo do TCE-GO, Ana Paula Rocha, enfatizou que o Tribunal vem mantendo uma fiscalização próxima à SES, acompanhando de forma contínua as ações direcionadas à melhoria dos serviços de saúde.

Ela explicou que uma das principais motivações para a reunião desta quarta-feira foi justamente a superlotação no Hugo, o que levou à adoção de medidas corretivas e à apresentação dos resultados dessas ações. Além disso, a Secretaria de Controle Externo do TCE-GO está realizando uma auditoria para avaliar os sistemas utilizados pela SES na condução das políticas de saúde, especialmente nas unidades hospitalares do estado.

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CNN

Rede D'Or (RDOR3) registra lucro de R$ 1,54 bi no 3º tri de 2025

A Rede D'Or, a maior rede de hospitais listada na bolsa brasileira, anunciou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão entre julho e setembro de 2025. Este resultado representa um crescimento de 32% em co

A Rede D'Or, a maior rede de hospitais listada na bolsa brasileira, anunciou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão entre julho e setembro de 2025. Este resultado representa um crescimento de 32% em comparação ao mesmo período do ano anterior, superando as expectativas do mercado, que previa um lucro de R$ 1,2 bilhão.

Além do lucro expressivo, a companhia reportou um Ebitda de R$ 3,23 bilhões, um aumento de 24,6% em relação ao ano anterior. A receita líquida também cresceu 10,7%, totalizando R$ 14,4 bilhões, embora tenha ficado abaixo da expectativa média de R$ 15,24 bilhões, conforme análise de analistas financeiros.

Esses números refletem a resiliência e o crescimento contínuo da Rede D'Or em um setor crítico como o da saúde. O desempenho acima do esperado pode influenciar as estratégias futuras da empresa e impactar o mercado de ações, especialmente em um cenário onde o setor de saúde enfrenta desafios constantes.

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SAÚDE BUSINESS

Execução é cultura: o segredo dos planos de ação na saúde que realmente transformam

Na gestão hospitalar, o verdadeiro diferencial não está em planejar, mas em fazer os planos acontecerem.

Quem trabalha na saúde sabe: planos de ação existem em abundância. São dezenas de planos em andamento ao mesmo tempo, tratando de qualidade, acreditação, segurança do paciente, processos assistenciais, indicadores e demandas administrativas. Cada plano nasce de uma boa intenção: corrigir falhas, melhorar resultados, alcançar excelência.

Mas há uma diferença entre ter planos de ação e fazer planos acontecerem. Muitos ficam apenas nos papéis, nas planilhas e nos slides das reuniões. Poucos se transformam em resultados concretos.

Planejar é importante. Mas planejar sem executar é desperdiçar energia estratégica. E é aqui que mora o verdadeiro desafio da gestão em saúde: criar uma cultura da execução.

A distância entre o planejamento e o resultado

Hospitais e clínicas têm se tornado cada vez mais hábeis em planejar. As equipes sabem estruturar 5W2H, aplicar PDCA, participar de reuniões de análise crítica, montar cronogramas. Mas, ao longo dos meses, os planos se perdem.

É comum ouvir frases como: “Esse plano ainda está pendente porque não deu tempo”; “Faltou acompanhamento”; “Começamos, mas não conseguimos finalizar”; Não falta competência técnica, falta disciplina, constância e senso de prioridade.
Quando há excesso de planos, pouco tempo e ausência de rituais de acompanhamento, a execução se torna frágil. Na saúde, onde tempo e atenção são recursos escassos, a execução só se sustenta se for parte da cultura, e não apenas uma etapa de um processo burocrático.

Execução é cultura

Uma organização que executa bem é aquela em que todos entendem que cumprir um plano de ação é compromisso institucional. Não se trata de “seguir ordens” ou “entregar para o gestor ver”. Trata-se de fazer o que precisa ser feito porque o propósito é maior do que a tarefa.

Cultura de execução é construída quando:

Há clareza sobre o porquê de cada plano;

Os resultados são acompanhados com transparência;

As equipes se sentem corresponsáveis pelos desdobramentos;

Existe reconhecimento pelos avanços e aprendizado com os erros.

Executar é um ato coletivo, sustentado por comunicação clara, liderança coerente e constância nos hábitos.

Um bom plano de ação não garante resultado se não for acompanhado de rotina, método e persistência. Os planos que realmente transformam seguem alguns princípios:

Metas claras e realistas: objetivos bem definidos, mensuráveis e alcançáveis dentro do contexto.

Prazos possíveis: um plano impossível de cumprir desmotiva.

Responsáveis definidos: se tudo é de todos, nada é de ninguém.

Monitoramento constante: reuniões curtas e periódicas de acompanhamento.

Revisão contínua: corrigir o rumo é parte do processo, não um sinal de fracasso.

Executar exige uma mistura de técnica e comportamento: organização, priorização e, acima de tudo, disciplina.

Quando a cultura da execução não existe

Sem cultura de execução, a instituição cai em alguns padrões nocivos:

Síndrome do planejamento eterno: novos planos são criados antes que os antigos terminem.

Relatórios que não mudam a realidade: muito documento, pouca ação.

Reuniões de acompanhamento improdutivas: longas, repetitivas e sem decisões.

Desmotivação das equipes: quando as pessoas percebem que nada avança, perdem o engajamento.

O resultado é um sistema de gestão que parece movimentado, mas é ineficaz, uma engrenagem que gira sem sair do lugar.

O papel do líder e das equipes

O líder é o guardião da execução. Seu papel é inspirar constância e remover obstáculos:

Estimular acompanhamento leve e produtivo;

Reconhecer avanços visíveis;

Transformar falhas em aprendizado.

Por outro lado, as equipes também precisam assumir protagonismo: a execução pertence a quem faz, e não apenas a quem cobra. Quando a equipe entende o impacto de suas entregas no resultado institucional, seja para o paciente, seja para o processo, o engajamento cresce naturalmente.

Barreiras e como superá-las

Falta de tempo: priorize o essencial. Menos planos, melhor execução.

Excesso de burocracia: simplifique relatórios e planilhas.

Falta de clareza: revise objetivos e responsabilidades a cada início de ciclo.

Desalinhamento entre áreas: crie rituais de integração e comunicação horizontal.

Falta de feedback: celebre avanços, mesmo pequenos, a motivação sustenta o ritmo.

Superar essas barreiras exige uma liderança comprometida e equipes conscientes de que execução é sinônimo de confiança.

Fazer é o que transforma

Na saúde, cada plano de ação representa uma promessa: melhorar processos, garantir segurança, aprimorar o cuidado. Mas promessas não salvam vidas, ações salvam.

Execução é o ponto em que a cultura se torna visível. Não basta planejar com excelência se não há disciplina para realizar, medir e corrigir.

Por isso, a execução é mais do que gestão, é uma forma de liderança. É o momento em que a intenção se converte em resultado, e a melhoria contínua deixa de ser discurso para se tornar prática viva.

No fim, o que diferencia as instituições que evoluem das que apenas planejam é simples: umas falam sobre o que vão fazer, outras fazem o que prometeram.

E, na saúde, essa diferença pode significar vidas salvas pela força de um plano de ação bem executado.

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AGÊNCIA SENADO

Marcos do Val quer debate sobre denúncias contra planos de saúde

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (5), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou que apresentará à Comissão de Direitos Humanos (CDH) um pedido de audiência pública para debater possíveis irregularidades e práticas ilícitas no setor de planos de saúde. O parlamentar pretende convocar representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), da Unimed Brasil e do Conselho Federal de Medicina (CFM) para prestar esclarecimentos. De acordo com o senador, documentos e áudios recebidos por ele apontam que planos de saúde estão interferindo em prescrições médicas para pacientes em tratamento oncológico.

— Isso é uma violação de direitos humanos. Vamos começar a investigar essa atitude criminosa. Se a Unimed está determinando que os médicos oncologistas não prescrevam essa medicação pelo preço e que prescrevam qualquer outra, ou seja, não cumprindo a sua formação como médico, que é salvar vidas a qualquer custo — afirmou o senador.

O senador comentou ainda sobre a operação policial no Rio de Janeiro, nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro policiais. Ele destacou que o uso de câmeras corporais comprovou a conduta dos agentes e, segundo ele, desmentiu a narrativa de abuso policial. Marcos do Val afirmou que as imagens mostraram os policiais sendo atacados por traficantes que utilizavam drones para monitorar o avanço das tropas.

— Acabou essa narrativa de que são os excluídos da sociedade, os coitadinhos que não tiveram oportunidade e foram para o crime, foram para as drogas, foram ser traficantes. E também acabou-se a narrativa de que a polícia é violenta, criminosa, assassina, perseguidora. Acabou essa narrativa. Contra fatos não há mais argumentos. As imagens mostram isso para o Brasil e para o mundo — concluiu.

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Assessoria de Comunicação        

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A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) promoveu, na tarde desta quarta-feira, uma reunião com os sócios do Grupo Mapah, Manoel Estevam e Leandro Resende, que apresentaram aos associados as principais mudanças na forma de tributação e os reflexos da reforma tributária no setor da saúde. O encontro aconteceu no formato híbrido.

Manoel Estevam, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Financeira e Controladoria, abordou os principais pontos da proposta de simplificação tributária. Com mais de 20 anos de experiência em auditoria contábil, tributária e financeira, ele destacou que a reforma é um passo importante para reduzir a complexidade do sistema atual, que reúne mais de 460 mil normas desde 1988.

Também ressaltou que o novo modelo busca amenizar problemas históricos como litígios, insegurança jurídica, burocracia, falta de transparência e guerra fiscal entre estados e municípios.

Manoel explicou os pilares da nova tributação, os novos tributos sobre valor agregado (IVA) e o cronograma de implantação e transição. Comentou ainda o Projeto de Lei nº 1087/2025, que trata das novas regras de tributação de rendimentos e lucros.

Em seguida, o sócio Leandro Resende, graduado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis, com ampla experiência em consultoria e auditoria tributária, apresentou uma análise sobre a tributação específica da área da saúde.

Ele destacou como os serviços médicos e de saúde serão alcançados pelas novas regras, as reduções e isenções previstas, os desafios e os principais impactos da implementação do IBS e da CBS no setor.

A Ahpaceg tem acompanhado as discussões sobre a reforma tributária e promovido encontros com especialistas para manter os associados informados e preparados para as mudanças.

O presidente Renato Daher reforça a importância de as instituições de saúde iniciarem desde já o planejamento e a adequação às novas regras, garantindo segurança e sustentabilidade no período de transição.

 

AHPACEG NA MÍDIA

FOLHA DO PLANALTO

Ahpaceg realiza reunião sobre os impactos da reforma tributária na área da saúde

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/ahpaceg-realiza-reuniao-sobre-os.html

 

Quarta, 05 Novembro 2025 06:59

CLIPPING AHPACEG 05/11/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

PC interdita fábrica clandestina de produtos hospitalares em Goiânia

https://www.youtube.com/watch?v=ZuJ8K_twDUc

Medicamentos vencidos em UTI de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/medicamentos-vencidos-em-uti-de-hospital-14070605.ghtml

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/ans-atualiza-regulamentacao-de-autogestoes-em-saude-apos-quase-20-anos/

Unimed mantém liderança global entre cooperativas de saúde, aponta relatório

https://medicinasa.com.br/unimed-lideranca-cooperativas/

Correção de Dívidas pela Selic: os impactos em Glosas Hospitalares

https://medicinasa.com.br/stj-dividas-selic/

Hapvida começa a atender pacientes do SUS

https://atarde.com.br/saude/hapvida-comeca-a-atender-pacientes-do-sus-1367106

MPGO aponta irregularidades na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos

https://www.aredacao.com.br/noticias/243337/mpgo-aponta-irregularidades-na-uti-do-hospital-municipal-de-morrinhos

Aluna de Goiânia desenvolve IA que reduz custos em cirurgias oftalmológicas

https://www.aredacao.com.br/noticias/243310/aluna-de-goiania-desenvolve-ia-que-reduz-custos-em-cirurgias-oftalmologicas

TV SERRA DOURADA

PC interdita fábrica clandestina de produtos hospitalares em Goiânia

https://www.youtube.com/watch?v=ZuJ8K_twDUc

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TV ANHANGUERA

Medicamentos vencidos em UTI de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/medicamentos-vencidos-em-uti-de-hospital-14070605.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

Atualização da RN 137 moderniza regras para autogestões em saúde e busca reequilibrar o setor após anos de assimetria regulatória.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a atualização da Resolução Normativa (RN) nº 137, que regulamenta o funcionamento das autogestões no sistema de saúde suplementar.  

A aprovação da medida ocorreu na reunião de diretoria colegiada, no dia 31 de outubro, e busca corrigir um desequilíbrio regulatório. Segundo a Agência, há quase 20 anos, a resolução impõe custos desproporcionais às entidades desse modelo e ameaça sua sustentabilidade econômica. 

A nova normativa moderniza o conceito de autogestão sem alterar sua essência, permitindo maior flexibilidade na operação e na composição das carteiras de beneficiários. Entre as principais mudanças estão: 

Multipatrocínio ampliado: possibilidade de participação de patrocinadores de diferentes ramos de atividade, desde que mantida a representatividade; 

Categorias profissionais integradas: permissão para que mais de uma categoria componha o mesmo grupo de beneficiários; 

Compartilhamento de rede assistencial entre operadoras de diferentes modalidades; 

Ampliação do conceito familiar, agora estendido até o quarto grau de parentesco por afinidade; 

Uso do plano fora da área de abrangência, autorizado para até 10% dos beneficiários da carteira. 

Para Mário Jorge, presidente da UNIDAS, a decisão representa um marco.  

“Hoje é um dia histórico para as autogestões em saúde, pelo qual a UNIDAS batalhava há mais de 10 anos. A decisão, contudo, nos impõe novos desafios. Ao reparar um desequilíbrio no setor, a ANS nos oferece a oportunidade de oxigenar o público elegível, sem perder de vista o nosso papel social e a natureza de nossa atuação, que coloca o beneficiário no centro do cuidado”, afirmou. 

As restrições que vigoravam até agora — como a obrigatoriedade de patrocinadores do mesmo ramo e os limites às categorias profissionais — foram estabelecidas em 2006, com a criação da RN 137. Desde então, apenas uma modificação relevante havia sido feita, em 2014, sem resolver os entraves ao crescimento das autogestões. 

Os dados da ANS reforçam a disparidade. Entre 2006 e 2025, as operadoras de mercado tiveram expansão de quase 50% no número de beneficiários, enquanto as autogestões — entidades sem fins lucrativos e de forte papel social — mantiveram crescimento modesto. Essas organizações contribuem historicamente para aliviar a demanda sobre o SUS, ao atender diretamente trabalhadores e seus dependentes. 

Diante desse cenário, a UNIDAS defendia, há mais de uma década, a revisão da norma. O debate ganhou força nos últimos três anos, culminando na aprovação, uma conquista significativa para as operadoras de autogestão e um passo importante na busca por maior equilíbrio regulatório no setor. 

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MEDICINA S/A

Unimed mantém liderança global entre cooperativas de saúde, aponta relatório

Sistema Unimed reafirma seu protagonismo global, figurando entre as organizações que mais contribuem para o desenvolvimento sustentável e para a democratização do acesso à saúde. De acordo com a edição 2025 do World Cooperative Monitor (WCM), relatório internacional que analisa o impacto econômico e social das maiores cooperativas do planeta, a Unimed continua ocupando a posição de maior cooperativa de saúde do mundo.

Produzido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) com o apoio técnico e científico do Instituto Europeu de Pesquisa sobre Cooperativas e Empresas Sociais (Euricse), o estudo apresenta o ranking das 300 maiores cooperativas do mundo, além de classificações por setor econômico e dados sobre geração de empregos.

O relatório deste ano foi lançado durante as celebrações do Ano Internacional das Cooperativas, reforçando a relevância do modelo cooperativista como motor de inovação, inclusão e prosperidade coletiva. A edição também reúne uma série de entrevistas com líderes do Cooperatives and Mutuals Leadership Circle (CM50), iniciativa da Co-op News, que traz reflexões sobre o futuro do setor e o papel das cooperativas na construção de uma economia mais humana e colaborativa.

“O reconhecimento da Aliança Cooperativa Internacional é motivo de orgulho para todos os médicos e profissionais que integram o Sistema Unimed. Ele reflete a força de um modelo que coloca o cuidado no centro das decisões e que, ao longo de mais de cinco décadas, tem mostrado que é possível unir eficiência, propósito e impacto social”, afirma Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.

Com mais de 20 milhões de clientes, 116 mil médicos cooperados e 338 cooperativas, o Sistema Unimed é hoje o maior sistema cooperativista de saúde do mundo e um dos principais agentes privados de atenção à saúde no Brasil.

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Correção de Dívidas pela Selic: os impactos em Glosas Hospitalares

No dia 15 de outubro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu decisão unânime que redefine o cenário das obrigações civis no Brasil. O julgamento do Recurso Especial nº 2.199.164/PR, sob relatoria do Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, fixou tese vinculante no Tema 1.368 dos recursos repetitivos. A taxa Selic passa a ser o índice obrigatório para juros de mora e correção monetária em dívidas civis.

O aspecto mais relevante da decisão é sua aplicação retroativa. A regra vale inclusive para processos iniciados antes da Lei 14.905/2024, que havia estabelecido a Selic como índice para atualização de débitos civis, mas deixou dúvidas sobre sua aplicação a processos anteriores. A decisão do STJ encerra essa discussão ao afirmar que se trata de interpretação do art. 406 do Código Civil, norma já vigente desde 2002. Encerra-se, assim, uma disputa jurídica de mais de vinte anos.

A afetação ao rito dos recursos repetitivos decorreu da multiplicidade de processos versando sobre o tema e das decisões contraditórias em tribunais estaduais, gerando insegurança especialmente para o setor de saúde, onde litígios sobre glosas hospitalares e inadimplemento contratual movimentam bilhões de reais anualmente.

O Cenário Antes da Decisão no Setor de Saúde

Até então, o Brasil vivia um verdadeiro mosaico de critérios de correção. Um hospital que obteve sentença favorável em 2020 para receber indenização por inadimplemento de contrato de credenciamento com operadora de plano de saúde; o Tribunal de Justiça de São Paulo aplicava IPCA-E mais juros de 1% ao mês. No Paraná, outro tribunal utilizava IGP-M mais a mesma taxa de juros. No Rio Grande do Sul, alguns juízes já adotavam a Selic.

Essa fragmentação gerava insegurança jurídica e dificultava o planejamento financeiro. Hospitais com credenciamento em múltiplas operadoras e disputas em diferentes estados não sabiam quanto efetivamente receberiam. Operadoras não conseguiam calcular com precisão suas obrigações. O mercado de antecipação de recebíveis de glosas judicializadas operava com deságios elevados devido à imprevisibilidade.

O Que Muda com a Decisão

A partir de agora, a uniformização é a regra. A Selic, taxa básica da economia brasileira, torna-se o padrão nacional. A Selic já incorpora correção monetária e juros, evitando-se a cumulação de índices distintos.

Para ilustrar: se uma dívida de R$ 100.000,00 referente a glosas não pagas por operadora está em discussão judicial desde 2022, a atualização será feita exclusivamente pela Selic acumulada no período. Não há mais espaço para discussões sobre qual índice de inflação aplicar ou qual percentual de juros somar. A simplificação é evidente.

Economicamente, a decisão se justifica. O STJ argumenta que permitir remuneração superior à Selic nas relações civis criaria uma distorção. Os próprios bancos, ao captar e emprestar recursos para financiamento de hospitais e clínicas, estão vinculados a essa taxa. Um credor civil não pode ter direito a rendimento maior do que o sistema financeiro oferece. Isso violaria a lógica macroeconômica e criaria incentivos perversos. A decisão promove, assim, harmonia entre as obrigações públicas e privadas.

Quando a Decisão NÃO se Aplica no Setor de Saúde

Aqui reside o ponto crucial que gestores de faturamento, áreas jurídicas e de auditoria de contas devem compreender. A decisão do STJ respeita dois pilares fundamentais do direito: a coisa julgada e a autonomia da vontade.

Primeiro, se o título judicial já transitou em julgado com previsão de outro índice de correção, ele prevalece. Exemplo prático: um hospital obteve sentença definitiva em 2023 determinando correção pelo IPCA mais juros de 1% ao mês em ação sobre glosas de operadora. Essa decisão não será alterada. A coisa julgada é intangível. A nova tese do STJ não tem efeito rescisório. Ela se aplica apenas a processos em curso, sem decisão definitiva.

Segundo, e igualmente importante, quando o próprio contrato de credenciamento entre hospital e operadora estabelece juros e correção monetária, prevalece o pactuado. O princípio do pacta sunt servanda permanece intocado. Se um contrato de credenciamento prevê que, em caso de inadimplemento, haverá correção pelo IPCA-Saúde e juros de 2% ao mês, essa cláusula será respeitada. A decisão do STJ incide apenas quando não há convenção entre as partes. O artigo 406 do Código Civil é claro: aplica-se a taxa legal “quando os juros moratórios não forem convencionados”. A autonomia privada é preservada. Isso é fundamental para contratos de credenciamento, fornecimento de materiais médico-hospitalares e prestação de serviços médicos que preveem índices específicos.

Quadro Resumo: Aplicação da Decisão no Setor de Saúde

Impactos Práticos para Instituições de Saúde

Gestão de Faturamento e Glosas

As áreas de faturamento e auditoria de contas médicas de hospitais e operadoras ganham previsibilidade significativa. Provisões contábeis para glosas judicializadas tornam-se mais precisas. A Selic é uma taxa pública, de fácil acesso e acompanhamento. Não há mais necessidade de consultar múltiplos índices ou interpretar jurisprudências divergentes. A gestão de risco melhora significativamente. Projeções de recebimentos de créditos judicializados ganham previsibilidade, facilitando o planejamento de desembolsos com fornecedores, folha de pagamento e investimentos em equipamentos.

Mercado de Antecipação de Recebíveis

A padronização pode fomentar negociações no mercado de antecipação de recebíveis de saúde. Bancos e factorings especializados em healthcare que descontam recebíveis judicializados terão mais segurança para precificar ativos. O deságio tende a diminuir. Isso beneficia especialmente hospitais filantrópicos e de pequeno porte que desejam antecipar créditos em litígio para manter o fluxo de caixa e continuar operando.

A Questão da Inflação Médica

Contudo, há um ponto de atenção crítico. A Selic é volátil e pode não refletir adequadamente a inflação médica, que historicamente supera a inflação geral. O IPCA-Saúde, subíndice do IPCA que capta variação de preços de medicamentos, planos de saúde e serviços médicos, frequentemente apresenta variação superior à inflação geral e à própria Selic.

Entre 2020 e 2024, por exemplo, enquanto o IPCA geral acumulou aproximadamente 28%, o IPCA-Saúde registrou variação próxima a 35%, uma diferença de 7 pontos percentuais. Medicamentos oncológicos importados chegaram a ter reajustes de 50% a 80% no período devido à variação cambial e à concentração de mercado. Para um hospital com glosa judicializada de R$ 1 milhão em 2020, essa diferença entre índices representaria aproximadamente R$ 70.000,00 a menos no valor atualizado.

A questão é ainda mais sensível considerando que o setor de saúde opera com margens estreitas. Hospitais privados no Brasil trabalham com margens operacionais médias de 3% a 8%, segundo dados da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados). Uma correção que não reflita adequadamente a inflação de custos pode comprometer seriamente a sustentabilidade financeira da instituição.

O próprio acórdão prevê uma válvula de escape: o artigo 404 do Código Civil permite ao juiz conceder indenização suplementar se os juros não cobrirem o prejuízo. Essa ressalva, porém, pode gerar nova onda de litígios. Hospitais podem pleitear indenização adicional demonstrando que a Selic não cobriu a inflação real de custos operacionais, mediante planilhas detalhadas de composição de custos, cotações de medicamentos, materiais médicos e evolução de despesas com pessoal. A discussão se desloca do índice de correção para a suficiência da indenização.

Glosas Hospitalares: Uma Relação Complexa

As glosas hospitalares merecem análise específica. Glosas são contestações feitas por operadoras de planos de saúde sobre procedimentos, materiais ou medicamentos cobrados por hospitais e clínicas. Dividem-se em glosas técnicas (relacionadas à adequação do procedimento) e administrativas (relacionadas a falhas documentais ou contratuais).

O volume de glosas no Brasil é expressivo. Estima-se que entre 10% e 20% do faturamento hospitalar seja glosado pelas operadoras, gerando litígios que podem se estender por anos. A decisão do STJ impacta diretamente essa dinâmica:

Para hospitais: Glosas judicializadas que não tenham previsão contratual específica de índice de correção serão atualizadas pela Selic. Isso pode reduzir o valor efetivamente recebido em comparação com índices setoriais como IPCA-Saúde, que refletem melhor a inflação médica.

Para operadoras: A previsibilidade trazida pela uniformização facilita a provisão de passivos e a gestão de sinistralidade. Operadoras podem precificar com mais precisão o custo de manter glosas em discussão judicial.

Recomendação estratégica: Ambas as partes devem considerar revisão de contratos de credenciamento para incluir cláusulas claras sobre índices de correção em caso de inadimplemento ou glosas judicializadas. A especificação contratual de IPCA-Saúde ou outro índice setorial pode beneficiar hospitais, enquanto a Selic pode ser mais vantajosa para operadoras em cenários de juros elevados.

Contratos de Credenciamento e Fornecimento

Contratos de credenciamento entre hospitais e operadoras são a espinha dorsal do sistema de saúde suplementar brasileiro. A decisão do STJ torna ainda mais importante a redação cuidadosa desses instrumentos.

Cláusulas essenciais a incluir ou revisar:

Índice de correção monetária específico: Definir se será IPCA, IPCA-Saúde, IGP-M ou outro índice

Taxa de juros moratórios: Especificar percentual (1% ou 2% ao mês são comuns)

Prazo para pagamento: Quanto mais claro, menor a chance de litígio

Critérios de glosa: Definir procedimentos administrativos prévios à judicialização

Foro e arbitragem: Considerar cláusulas de mediação ou arbitragem para resolver disputas

Contratos de fornecimento de medicamentos e materiais médico-hospitalares também devem receber atenção especial. Fornecedores frequentemente enfrentam inadimplência de hospitais. Contratos que especifiquem índices de correção adequados protegem ambas as partes.

SUS e Saúde Pública

Um esclarecimento fundamental: a decisão do STJ aplica-se a relações civis entre particulares. Débitos relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo repasses federais, estaduais e municipais a hospitais filantrópicos e conveniados, seguem regras próprias de direito público.

Precatórios e requisições de pequeno valor (RPVs) relacionados a serviços prestados ao SUS têm sistemática específica de correção, estabelecida pela legislação de direito financeiro e pela jurisprudência do STF sobre precatórios. A decisão não altera essa dinâmica.

Contudo, contratos de gestão com Organizações Sociais (OSs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), quando configurarem relações civis e não administrativas típicas, podem ser impactados pela decisão caso não prevejam índices específicos.

Medicina Diagnóstica e Laboratórios

Laboratórios de análises clínicas e clínicas de diagnóstico por imagem frequentemente enfrentam disputas sobre pagamento de exames. A relação entre esses prestadores e operadoras de planos de saúde também é alcançada pela decisão.

Contratos de prestação de serviços diagnósticos que não especifiquem índices de correção para inadimplemento seguirão a Selic em litígios judiciais. Considerando que exames laboratoriais têm custos significativos de insumos (reagentes, muitos importados) e equipamentos (manutenção em dólar), a Selic pode não refletir adequadamente a inflação de custos do setor.

Home Care e Atendimento Domiciliar

O segmento de home care, em franca expansão no Brasil, também merece atenção. Contratos de atendimento domiciliar prolongado envolvem valores expressivos e frequentemente geram disputas entre prestadores, operadoras e famílias.

A natureza contínua desses serviços (muitas vezes por anos) e a complexidade das despesas envolvidas (equipes multidisciplinares, equipamentos, medicamentos) tornam especialmente importante a previsão contratual clara de índices de reajuste e correção em caso de inadimplemento.

A Questão da Retroatividade e Provisões Contábeis

A aplicação retroativa tem impacto direto nas demonstrações financeiras de hospitais e operadoras. Contratos de credenciamento frequentemente se estendem por 3 a 5 anos, e litígios sobre glosas podem tramitar por períodos similares ou superiores.

Para hospitais: É necessário reavaliar provisões de créditos a receber de glosas judicializadas. Se a expectativa era receber correção por IPCA-Saúde mas a Selic será aplicada, pode haver redução do ativo esperado.

Para operadoras: Provisões técnicas de sinistros a liquidar (IBNR – Incurred But Not Reported) e passivos judiciais devem ser recalculados. A uniformização pela Selic pode reduzir provisões se anteriormente se consideravam índices mais elevados.

Impacto em auditoria: Auditores independentes devem revisar a adequação das provisões à luz da nova jurisprudência. A aplicação retroativa pode exigir ajustes em demonstrações de exercícios anteriores se os efeitos forem materialmente relevantes.

A Questão da Retroatividade

A aplicação retroativa merece reflexão cuidadosa. Contratos de credenciamento, que frequentemente se estendem por anos, serão impactados. Um hospital que, em 2021, calculava receber R$ 150.000,00 de glosas judicializadas com base em IPCA-Saúde mais juros de 1% ao mês, pode agora receber valor diferente com a Selic. Dependendo do período e da oscilação das taxas, pode haver ganho ou perda significativa.

Essa mudança nas regras do jogo, embora tecnicamente justificada pela necessidade de uniformização jurisprudencial, toca na previsibilidade que o mercado de saúde tanto valoriza e necessita para sua sustentabilidade.

O STJ fundamenta a retroatividade na interpretação do artigo 406 do Código Civil. A norma sempre existiu. O que muda é apenas a sua interpretação uniforme. Não se trata, portanto, de aplicação retroativa de lei nova, mas de definição do sentido de lei antiga. Esse argumento é juridicamente robusto. Mas, do ponto de vista econômico e gerencial, o efeito prático é semelhante: alteração de expectativas consolidadas e impacto direto em fluxos de caixa projetados.

Recomendações Práticas para o Setor de Saúde

Diante do novo cenário, sugere-se aos agentes do setor:

Revisar todos os contratos de credenciamento em vigência quanto à existência e clareza de cláusulas sobre juros e correção monetária

Atualizar modelos-padrão de contratos incluindo índices que reflitam a inflação médica (IPCA-Saúde, IGP-M)

Reavaliar provisões contábeis de glosas judicializadas e contas a receber/pagar

Considerar acordos judiciais em processos pendentes, aproveitando a nova previsibilidade de cálculo

Documentar detalhadamente a inflação de custos operacionais (medicamentos, materiais, pessoal) para eventual uso do art. 404 do CC

Capacitar equipes de faturamento e auditoria sobre a importância da especificação contratual

Implementar ou revisar processos de mediação e arbitragem para glosas, reduzindo judicialização

Revisar processos de aprovação de minutas contratuais, garantindo análise jurídica e financeira integrada

Considerações Finais

Em síntese, a decisão do STJ inaugura nova era de previsibilidade na atualização de débitos civis, com impactos profundos e imediatos para o setor de saúde brasileiro. A Selic torna-se padrão nacional, mas a autonomia privada permanece intocada: contratos bem redigidos podem e devem prever índices que melhor reflitam a realidade econômica setorial. O desafio está na transição e na adequação de expectativas sobre créditos e débitos passados.

A decisão representa um marco na evolução do direito civil brasileiro. Alinha o Judiciário à realidade econômica contemporânea. Promove isonomia e simplificação. Para hospitais, clínicas, operadoras de planos de saúde, laboratórios e fornecedores, a mensagem é inequívoca: a Selic é agora o denominador comum das obrigações civis não convencionadas. O planejamento financeiro e jurídico deve incorporar urgentemente essa nova realidade, privilegiando a clareza contratual e a especificação de índices adequados ao setor.

O desafio, contudo, permanece. A segurança jurídica não se constrói apenas com uniformização de índices. Ela exige também respeito às expectativas legítimas e à estabilidade das relações passadas. A decisão é tecnicamente impecável. Mas o ideal seria que a uniformidade do presente não gerasse incertezas sobre o passado. O direito e a economia caminham juntos. E ambos dependem de um elemento essencial: a confiança. A decisão fortalece a previsibilidade futura. Resta saber se o custo da transição será absorvido sem abalos pela indústria da saúde, setor que já opera sob significativa pressão financeira e regulatória, e que é absolutamente essencial para a sociedade brasileira.

*Arthur Mendes Lobo é advogado e sócio-fundador do escritório Wambier, Yamasaki, Bevervanço e Lobo Advogados.

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A TARDE

Hapvida começa a atender pacientes do SUS

A partir deste mês de novembro, novas unidades da Hapvida começarão a atender pacientes da rede pública pelo programa federal “Agora Tem Especialistas”, integrado à estratégia do governo federal para reduzir filas e diminuir o tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos estarão disponíveis nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco e também no Distrito Federal.

O anúncio foi realizado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o 29º Congresso Abramge, em São Paulo, no dia 30 de outubro, quando também confirmou a adesão do Hospital Santa Marcelina, referência na Zona Leste da capital paulista, ao programa. Atualmente, 12 instituições participam da iniciativa, incluindo hospitais como Cynthia Charone (PA), Santa Casa de Sobral (CE), Beneficência Portuguesa (PA), Imip (PE) e Santa Casa de Porto Alegre (RS).

Tudo sobre Saúde em primeira mão!

“O Agora Tem Especialistas concretiza a parceria necessária para acabar com o tempo de espera no SUS. Estamos transformando dívidas e incentivos fiscais em mais cirurgias, exames e consultas, garantindo atendimento gratuito e digno à população”, afirmou Padilha durante o evento.

Como funciona

Hospitais privados e filantrópicos habilitados no programa poderão abater dívidas com a União por meio da prestação de serviços ao SUS. No caso da Hapvida, o abatimento ocorre sobre dívidas de ressarcimento ao SUS, que surgem quando pacientes de planos de saúde são atendidos na rede pública. Já outras instituições podem compensar débitos tributários vencidos ou a vencer com os créditos obtidos pela prestação de serviços.

Primeiros atendimentos e prioridades

O programa começou em agosto, no Hospital Ariano Suassuna, em Recife (PE), com cirurgias de prótese de quadril, procedimentos de vesícula e exames de imagem. As especialidades prioritárias incluem oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A expectativa é que até R$ 3,3 bilhões sejam convertidos em serviços de saúde por meio do programa.

Expansão regional

A Hapvida mobilizará equipes médicas ao longo de novembro para atender pacientes encaminhados pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde no Norte, Nordeste e Distrito Federal. O objetivo é ampliar rapidamente a capacidade do SUS com suporte da rede privada.

Inovação e tecnologia

Durante o Congresso, Padilha também anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a HealthAI – The Global Agency for Responsible AI in Health, formalizando a entrada do Brasil na rede global de regulação em inteligência artificial aplicada à saúde. O acordo de 24 meses visa mapear a maturidade regulatória brasileira e desenvolver planos de implementação personalizados, garantindo uso ético e seguro da IA, respeitando a LGPD e a soberania digital do país.

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A REDAÇÃO

MPGO aponta irregularidades na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Morrinhos, recomendou ao município o afastamento imediato da secretária municipal de Saúde, Náryma Angélica Rabello e Silva Diedam, bem como a adoção de medidas urgentes para restabelecer o funcionamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal.
A recomendação, expedida pelo promotor de Justiça Guilherme Vicente de Oliveira nesta terça-feira (4/11), foi motivada por graves irregularidades identificadas na UTI, que culminaram na suspensão temporária do cofinanciamento estadual pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES).
 

Durante vistoria realizada em 5 de setembro deste ano pela SES, em conjunto com a Gerência de Atenção Especializada (GAE) e a Gerência de Regulação de Internações (Gerint), foram constatadas falhas críticas que comprometem diretamente a segurança assistencial e a regularidade do funcionamento da unidade.
Irregularidades
Entre as irregularidades identificadas estão: medicamentos vencidos encontrados em estoque e carrinhos de emergência, com checklist interno que autorizava o uso de fármacos vencidos por até três meses após a validade; insumos críticos reutilizados, como cateteres, cânulas e sondas, reabertos e vedados com fita adesiva; ausência de telas de proteção nas janelas da UTI, permitindo entrada de insetos; e taxas de mortalidade acima do previsto, sem plano de ação corretivo.
A vistoria também apontou a ausência de documentação legal mínima, como Alvará Sanitário e Certificado de Conformidade (Cercom), além da falta de designação formal de responsável técnico médico e fisioterápico. O relatório da SES destacou ainda condutas antiéticas e degradantes em relação às(aos) pacientes, associadas a falhas graves de biossegurança.

Recursos estaduais não repassados à empresa contratada

De acordo com a apuração preliminar realizada pelo MPGO, a Secretaria de Estado da Saúde efetuou regularmente os repasses financeiros ao município de Morrinhos. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde não repassou adequadamente os recursos à empresa responsável pela gestão da UTI (Organização Goiana de Terapia Intensiva Ltda.), comprometendo a prestação do serviço.

Durante inspeção realizada pelo promotor de Justiça no último dia 20 de outubro, constatou-se que os 10 leitos da UTI encontravam-se desocupados desde 17 de outubro. Os gastos públicos correspondem a aproximadamente R$ 440 mil mensais para a manutenção dos leitos, que permanecem desocupados.
 

Segundo apontado na recomendação, a crise na UTI teve início após a posse do atual prefeito e as subsequentes substituições em cargos de natureza política, incluindo a nomeação da atual secretária municipal de Saúde em 30 de janeiro de 2025.

Prazo para cumprimento das medidas

O MPGO estabeleceu prazo de 48 horas para o afastamento da secretária municipal de Saúde e a nomeação de pessoa substituta, além de prazo de 10 dias para a apresentação de todos os elementos informativos a respeito da suspensão temporária do cofinanciamento estadual.
O município de Morrinhos também deverá cumprir, no prazo de 30 dias, todas as recomendações da GAE, Gerint, Subsecretaria de Políticas e Ações em Saúde (Subpas) e da SES, com a finalidade de restabelecer a prestação do serviço público na UTI.
O não atendimento à recomendação poderá ensejar a caracterização do elemento subjetivo “dolo”, para fins de responsabilização na forma da Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992, alterada pela Lei 14.230/2021), além do eventual ajuizamento de ação civil pública e outras medidas judiciais cabíveis.

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Aluna de Goiânia desenvolve IA que reduz custos em cirurgias oftalmológicas

Ela venceu prêmio nacional pelo projeto 

A estudante Gabriela Santos Mendanha, de 24 anos, de Goiânia, aluna do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), foi a grande vencedora do Prêmio Na Prática: Protagonismo Universitário 2025, representando o Centro-Oeste e também conquistando o reconhecimento nacional na cerimônia realizada nesta segunda-feira (3/11), em São Paulo.
O prêmio reconhece universitários com trajetórias de impacto social, científico e econômico em todo o Brasil. Nesta edição, mais de 8 mil candidaturas foram iniciadas e apenas 15 finalistas chegaram à etapa decisiva.
Gabriela foi premiada por desenvolver um algoritmo de inteligência artificial capaz de revolucionar o diagnóstico e o planejamento de cirurgias oftalmológicas. O sistema, criado no Ver Hospital dos Olhos, vinculado à PUC Goiás, interpreta tomografias de córnea no pré-operatório de cirurgias refrativas — um dos maiores desafios da área.
A solução criada por Gabriela atingiu mais de 80% de acurácia, reduziu 70% dos custos de triagem e gerou economia média de R$ 37 mil em 112 pacientes, sendo reconhecida em congressos nacionais e pelo Bascom Palmer Eye Institute, nos Estados Unidos — referência mundial em oftalmologia.
“Espero que esse prêmio seja mais um passo importante na minha trajetória guiada pelo desejo de levar mais saúde à população brasileira”, disse Gabriela ao receber o prêmio de destaque nacional.
A jovem embarca nos próximos meses para uma viagem à China, oferecida aos vencedores do prêmio, para conhecer o ecossistema global de inovação e empreendedorismo.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 05 Novembro 2025 06:59

CLIPPING AHPACEG 05/11/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

PC interdita fábrica clandestina de produtos hospitalares em Goiânia

https://www.youtube.com/watch?v=ZuJ8K_twDUc

Medicamentos vencidos em UTI de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/medicamentos-vencidos-em-uti-de-hospital-14070605.ghtml

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/ans-atualiza-regulamentacao-de-autogestoes-em-saude-apos-quase-20-anos/

Unimed mantém liderança global entre cooperativas de saúde, aponta relatório

https://medicinasa.com.br/unimed-lideranca-cooperativas/

Correção de Dívidas pela Selic: os impactos em Glosas Hospitalares

https://medicinasa.com.br/stj-dividas-selic/

Hapvida começa a atender pacientes do SUS

https://atarde.com.br/saude/hapvida-comeca-a-atender-pacientes-do-sus-1367106

MPGO aponta irregularidades na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos

https://www.aredacao.com.br/noticias/243337/mpgo-aponta-irregularidades-na-uti-do-hospital-municipal-de-morrinhos

Aluna de Goiânia desenvolve IA que reduz custos em cirurgias oftalmológicas

https://www.aredacao.com.br/noticias/243310/aluna-de-goiania-desenvolve-ia-que-reduz-custos-em-cirurgias-oftalmologicas

TV SERRA DOURADA

PC interdita fábrica clandestina de produtos hospitalares em Goiânia

https://www.youtube.com/watch?v=ZuJ8K_twDUc

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TV ANHANGUERA

Medicamentos vencidos em UTI de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/medicamentos-vencidos-em-uti-de-hospital-14070605.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

Atualização da RN 137 moderniza regras para autogestões em saúde e busca reequilibrar o setor após anos de assimetria regulatória.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a atualização da Resolução Normativa (RN) nº 137, que regulamenta o funcionamento das autogestões no sistema de saúde suplementar.  

A aprovação da medida ocorreu na reunião de diretoria colegiada, no dia 31 de outubro, e busca corrigir um desequilíbrio regulatório. Segundo a Agência, há quase 20 anos, a resolução impõe custos desproporcionais às entidades desse modelo e ameaça sua sustentabilidade econômica. 

A nova normativa moderniza o conceito de autogestão sem alterar sua essência, permitindo maior flexibilidade na operação e na composição das carteiras de beneficiários. Entre as principais mudanças estão: 

Multipatrocínio ampliado: possibilidade de participação de patrocinadores de diferentes ramos de atividade, desde que mantida a representatividade; 

Categorias profissionais integradas: permissão para que mais de uma categoria componha o mesmo grupo de beneficiários; 

Compartilhamento de rede assistencial entre operadoras de diferentes modalidades; 

Ampliação do conceito familiar, agora estendido até o quarto grau de parentesco por afinidade; 

Uso do plano fora da área de abrangência, autorizado para até 10% dos beneficiários da carteira. 

Para Mário Jorge, presidente da UNIDAS, a decisão representa um marco.  

“Hoje é um dia histórico para as autogestões em saúde, pelo qual a UNIDAS batalhava há mais de 10 anos. A decisão, contudo, nos impõe novos desafios. Ao reparar um desequilíbrio no setor, a ANS nos oferece a oportunidade de oxigenar o público elegível, sem perder de vista o nosso papel social e a natureza de nossa atuação, que coloca o beneficiário no centro do cuidado”, afirmou. 

As restrições que vigoravam até agora — como a obrigatoriedade de patrocinadores do mesmo ramo e os limites às categorias profissionais — foram estabelecidas em 2006, com a criação da RN 137. Desde então, apenas uma modificação relevante havia sido feita, em 2014, sem resolver os entraves ao crescimento das autogestões. 

Os dados da ANS reforçam a disparidade. Entre 2006 e 2025, as operadoras de mercado tiveram expansão de quase 50% no número de beneficiários, enquanto as autogestões — entidades sem fins lucrativos e de forte papel social — mantiveram crescimento modesto. Essas organizações contribuem historicamente para aliviar a demanda sobre o SUS, ao atender diretamente trabalhadores e seus dependentes. 

Diante desse cenário, a UNIDAS defendia, há mais de uma década, a revisão da norma. O debate ganhou força nos últimos três anos, culminando na aprovação, uma conquista significativa para as operadoras de autogestão e um passo importante na busca por maior equilíbrio regulatório no setor. 

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MEDICINA S/A

Unimed mantém liderança global entre cooperativas de saúde, aponta relatório

Sistema Unimed reafirma seu protagonismo global, figurando entre as organizações que mais contribuem para o desenvolvimento sustentável e para a democratização do acesso à saúde. De acordo com a edição 2025 do World Cooperative Monitor (WCM), relatório internacional que analisa o impacto econômico e social das maiores cooperativas do planeta, a Unimed continua ocupando a posição de maior cooperativa de saúde do mundo.

Produzido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) com o apoio técnico e científico do Instituto Europeu de Pesquisa sobre Cooperativas e Empresas Sociais (Euricse), o estudo apresenta o ranking das 300 maiores cooperativas do mundo, além de classificações por setor econômico e dados sobre geração de empregos.

O relatório deste ano foi lançado durante as celebrações do Ano Internacional das Cooperativas, reforçando a relevância do modelo cooperativista como motor de inovação, inclusão e prosperidade coletiva. A edição também reúne uma série de entrevistas com líderes do Cooperatives and Mutuals Leadership Circle (CM50), iniciativa da Co-op News, que traz reflexões sobre o futuro do setor e o papel das cooperativas na construção de uma economia mais humana e colaborativa.

“O reconhecimento da Aliança Cooperativa Internacional é motivo de orgulho para todos os médicos e profissionais que integram o Sistema Unimed. Ele reflete a força de um modelo que coloca o cuidado no centro das decisões e que, ao longo de mais de cinco décadas, tem mostrado que é possível unir eficiência, propósito e impacto social”, afirma Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.

Com mais de 20 milhões de clientes, 116 mil médicos cooperados e 338 cooperativas, o Sistema Unimed é hoje o maior sistema cooperativista de saúde do mundo e um dos principais agentes privados de atenção à saúde no Brasil.

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Correção de Dívidas pela Selic: os impactos em Glosas Hospitalares

No dia 15 de outubro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu decisão unânime que redefine o cenário das obrigações civis no Brasil. O julgamento do Recurso Especial nº 2.199.164/PR, sob relatoria do Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, fixou tese vinculante no Tema 1.368 dos recursos repetitivos. A taxa Selic passa a ser o índice obrigatório para juros de mora e correção monetária em dívidas civis.

O aspecto mais relevante da decisão é sua aplicação retroativa. A regra vale inclusive para processos iniciados antes da Lei 14.905/2024, que havia estabelecido a Selic como índice para atualização de débitos civis, mas deixou dúvidas sobre sua aplicação a processos anteriores. A decisão do STJ encerra essa discussão ao afirmar que se trata de interpretação do art. 406 do Código Civil, norma já vigente desde 2002. Encerra-se, assim, uma disputa jurídica de mais de vinte anos.

A afetação ao rito dos recursos repetitivos decorreu da multiplicidade de processos versando sobre o tema e das decisões contraditórias em tribunais estaduais, gerando insegurança especialmente para o setor de saúde, onde litígios sobre glosas hospitalares e inadimplemento contratual movimentam bilhões de reais anualmente.

O Cenário Antes da Decisão no Setor de Saúde

Até então, o Brasil vivia um verdadeiro mosaico de critérios de correção. Um hospital que obteve sentença favorável em 2020 para receber indenização por inadimplemento de contrato de credenciamento com operadora de plano de saúde; o Tribunal de Justiça de São Paulo aplicava IPCA-E mais juros de 1% ao mês. No Paraná, outro tribunal utilizava IGP-M mais a mesma taxa de juros. No Rio Grande do Sul, alguns juízes já adotavam a Selic.

Essa fragmentação gerava insegurança jurídica e dificultava o planejamento financeiro. Hospitais com credenciamento em múltiplas operadoras e disputas em diferentes estados não sabiam quanto efetivamente receberiam. Operadoras não conseguiam calcular com precisão suas obrigações. O mercado de antecipação de recebíveis de glosas judicializadas operava com deságios elevados devido à imprevisibilidade.

O Que Muda com a Decisão

A partir de agora, a uniformização é a regra. A Selic, taxa básica da economia brasileira, torna-se o padrão nacional. A Selic já incorpora correção monetária e juros, evitando-se a cumulação de índices distintos.

Para ilustrar: se uma dívida de R$ 100.000,00 referente a glosas não pagas por operadora está em discussão judicial desde 2022, a atualização será feita exclusivamente pela Selic acumulada no período. Não há mais espaço para discussões sobre qual índice de inflação aplicar ou qual percentual de juros somar. A simplificação é evidente.

Economicamente, a decisão se justifica. O STJ argumenta que permitir remuneração superior à Selic nas relações civis criaria uma distorção. Os próprios bancos, ao captar e emprestar recursos para financiamento de hospitais e clínicas, estão vinculados a essa taxa. Um credor civil não pode ter direito a rendimento maior do que o sistema financeiro oferece. Isso violaria a lógica macroeconômica e criaria incentivos perversos. A decisão promove, assim, harmonia entre as obrigações públicas e privadas.

Quando a Decisão NÃO se Aplica no Setor de Saúde

Aqui reside o ponto crucial que gestores de faturamento, áreas jurídicas e de auditoria de contas devem compreender. A decisão do STJ respeita dois pilares fundamentais do direito: a coisa julgada e a autonomia da vontade.

Primeiro, se o título judicial já transitou em julgado com previsão de outro índice de correção, ele prevalece. Exemplo prático: um hospital obteve sentença definitiva em 2023 determinando correção pelo IPCA mais juros de 1% ao mês em ação sobre glosas de operadora. Essa decisão não será alterada. A coisa julgada é intangível. A nova tese do STJ não tem efeito rescisório. Ela se aplica apenas a processos em curso, sem decisão definitiva.

Segundo, e igualmente importante, quando o próprio contrato de credenciamento entre hospital e operadora estabelece juros e correção monetária, prevalece o pactuado. O princípio do pacta sunt servanda permanece intocado. Se um contrato de credenciamento prevê que, em caso de inadimplemento, haverá correção pelo IPCA-Saúde e juros de 2% ao mês, essa cláusula será respeitada. A decisão do STJ incide apenas quando não há convenção entre as partes. O artigo 406 do Código Civil é claro: aplica-se a taxa legal “quando os juros moratórios não forem convencionados”. A autonomia privada é preservada. Isso é fundamental para contratos de credenciamento, fornecimento de materiais médico-hospitalares e prestação de serviços médicos que preveem índices específicos.

Quadro Resumo: Aplicação da Decisão no Setor de Saúde

Impactos Práticos para Instituições de Saúde

Gestão de Faturamento e Glosas

As áreas de faturamento e auditoria de contas médicas de hospitais e operadoras ganham previsibilidade significativa. Provisões contábeis para glosas judicializadas tornam-se mais precisas. A Selic é uma taxa pública, de fácil acesso e acompanhamento. Não há mais necessidade de consultar múltiplos índices ou interpretar jurisprudências divergentes. A gestão de risco melhora significativamente. Projeções de recebimentos de créditos judicializados ganham previsibilidade, facilitando o planejamento de desembolsos com fornecedores, folha de pagamento e investimentos em equipamentos.

Mercado de Antecipação de Recebíveis

A padronização pode fomentar negociações no mercado de antecipação de recebíveis de saúde. Bancos e factorings especializados em healthcare que descontam recebíveis judicializados terão mais segurança para precificar ativos. O deságio tende a diminuir. Isso beneficia especialmente hospitais filantrópicos e de pequeno porte que desejam antecipar créditos em litígio para manter o fluxo de caixa e continuar operando.

A Questão da Inflação Médica

Contudo, há um ponto de atenção crítico. A Selic é volátil e pode não refletir adequadamente a inflação médica, que historicamente supera a inflação geral. O IPCA-Saúde, subíndice do IPCA que capta variação de preços de medicamentos, planos de saúde e serviços médicos, frequentemente apresenta variação superior à inflação geral e à própria Selic.

Entre 2020 e 2024, por exemplo, enquanto o IPCA geral acumulou aproximadamente 28%, o IPCA-Saúde registrou variação próxima a 35%, uma diferença de 7 pontos percentuais. Medicamentos oncológicos importados chegaram a ter reajustes de 50% a 80% no período devido à variação cambial e à concentração de mercado. Para um hospital com glosa judicializada de R$ 1 milhão em 2020, essa diferença entre índices representaria aproximadamente R$ 70.000,00 a menos no valor atualizado.

A questão é ainda mais sensível considerando que o setor de saúde opera com margens estreitas. Hospitais privados no Brasil trabalham com margens operacionais médias de 3% a 8%, segundo dados da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados). Uma correção que não reflita adequadamente a inflação de custos pode comprometer seriamente a sustentabilidade financeira da instituição.

O próprio acórdão prevê uma válvula de escape: o artigo 404 do Código Civil permite ao juiz conceder indenização suplementar se os juros não cobrirem o prejuízo. Essa ressalva, porém, pode gerar nova onda de litígios. Hospitais podem pleitear indenização adicional demonstrando que a Selic não cobriu a inflação real de custos operacionais, mediante planilhas detalhadas de composição de custos, cotações de medicamentos, materiais médicos e evolução de despesas com pessoal. A discussão se desloca do índice de correção para a suficiência da indenização.

Glosas Hospitalares: Uma Relação Complexa

As glosas hospitalares merecem análise específica. Glosas são contestações feitas por operadoras de planos de saúde sobre procedimentos, materiais ou medicamentos cobrados por hospitais e clínicas. Dividem-se em glosas técnicas (relacionadas à adequação do procedimento) e administrativas (relacionadas a falhas documentais ou contratuais).

O volume de glosas no Brasil é expressivo. Estima-se que entre 10% e 20% do faturamento hospitalar seja glosado pelas operadoras, gerando litígios que podem se estender por anos. A decisão do STJ impacta diretamente essa dinâmica:

Para hospitais: Glosas judicializadas que não tenham previsão contratual específica de índice de correção serão atualizadas pela Selic. Isso pode reduzir o valor efetivamente recebido em comparação com índices setoriais como IPCA-Saúde, que refletem melhor a inflação médica.

Para operadoras: A previsibilidade trazida pela uniformização facilita a provisão de passivos e a gestão de sinistralidade. Operadoras podem precificar com mais precisão o custo de manter glosas em discussão judicial.

Recomendação estratégica: Ambas as partes devem considerar revisão de contratos de credenciamento para incluir cláusulas claras sobre índices de correção em caso de inadimplemento ou glosas judicializadas. A especificação contratual de IPCA-Saúde ou outro índice setorial pode beneficiar hospitais, enquanto a Selic pode ser mais vantajosa para operadoras em cenários de juros elevados.

Contratos de Credenciamento e Fornecimento

Contratos de credenciamento entre hospitais e operadoras são a espinha dorsal do sistema de saúde suplementar brasileiro. A decisão do STJ torna ainda mais importante a redação cuidadosa desses instrumentos.

Cláusulas essenciais a incluir ou revisar:

Índice de correção monetária específico: Definir se será IPCA, IPCA-Saúde, IGP-M ou outro índice

Taxa de juros moratórios: Especificar percentual (1% ou 2% ao mês são comuns)

Prazo para pagamento: Quanto mais claro, menor a chance de litígio

Critérios de glosa: Definir procedimentos administrativos prévios à judicialização

Foro e arbitragem: Considerar cláusulas de mediação ou arbitragem para resolver disputas

Contratos de fornecimento de medicamentos e materiais médico-hospitalares também devem receber atenção especial. Fornecedores frequentemente enfrentam inadimplência de hospitais. Contratos que especifiquem índices de correção adequados protegem ambas as partes.

SUS e Saúde Pública

Um esclarecimento fundamental: a decisão do STJ aplica-se a relações civis entre particulares. Débitos relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo repasses federais, estaduais e municipais a hospitais filantrópicos e conveniados, seguem regras próprias de direito público.

Precatórios e requisições de pequeno valor (RPVs) relacionados a serviços prestados ao SUS têm sistemática específica de correção, estabelecida pela legislação de direito financeiro e pela jurisprudência do STF sobre precatórios. A decisão não altera essa dinâmica.

Contudo, contratos de gestão com Organizações Sociais (OSs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), quando configurarem relações civis e não administrativas típicas, podem ser impactados pela decisão caso não prevejam índices específicos.

Medicina Diagnóstica e Laboratórios

Laboratórios de análises clínicas e clínicas de diagnóstico por imagem frequentemente enfrentam disputas sobre pagamento de exames. A relação entre esses prestadores e operadoras de planos de saúde também é alcançada pela decisão.

Contratos de prestação de serviços diagnósticos que não especifiquem índices de correção para inadimplemento seguirão a Selic em litígios judiciais. Considerando que exames laboratoriais têm custos significativos de insumos (reagentes, muitos importados) e equipamentos (manutenção em dólar), a Selic pode não refletir adequadamente a inflação de custos do setor.

Home Care e Atendimento Domiciliar

O segmento de home care, em franca expansão no Brasil, também merece atenção. Contratos de atendimento domiciliar prolongado envolvem valores expressivos e frequentemente geram disputas entre prestadores, operadoras e famílias.

A natureza contínua desses serviços (muitas vezes por anos) e a complexidade das despesas envolvidas (equipes multidisciplinares, equipamentos, medicamentos) tornam especialmente importante a previsão contratual clara de índices de reajuste e correção em caso de inadimplemento.

A Questão da Retroatividade e Provisões Contábeis

A aplicação retroativa tem impacto direto nas demonstrações financeiras de hospitais e operadoras. Contratos de credenciamento frequentemente se estendem por 3 a 5 anos, e litígios sobre glosas podem tramitar por períodos similares ou superiores.

Para hospitais: É necessário reavaliar provisões de créditos a receber de glosas judicializadas. Se a expectativa era receber correção por IPCA-Saúde mas a Selic será aplicada, pode haver redução do ativo esperado.

Para operadoras: Provisões técnicas de sinistros a liquidar (IBNR – Incurred But Not Reported) e passivos judiciais devem ser recalculados. A uniformização pela Selic pode reduzir provisões se anteriormente se consideravam índices mais elevados.

Impacto em auditoria: Auditores independentes devem revisar a adequação das provisões à luz da nova jurisprudência. A aplicação retroativa pode exigir ajustes em demonstrações de exercícios anteriores se os efeitos forem materialmente relevantes.

A Questão da Retroatividade

A aplicação retroativa merece reflexão cuidadosa. Contratos de credenciamento, que frequentemente se estendem por anos, serão impactados. Um hospital que, em 2021, calculava receber R$ 150.000,00 de glosas judicializadas com base em IPCA-Saúde mais juros de 1% ao mês, pode agora receber valor diferente com a Selic. Dependendo do período e da oscilação das taxas, pode haver ganho ou perda significativa.

Essa mudança nas regras do jogo, embora tecnicamente justificada pela necessidade de uniformização jurisprudencial, toca na previsibilidade que o mercado de saúde tanto valoriza e necessita para sua sustentabilidade.

O STJ fundamenta a retroatividade na interpretação do artigo 406 do Código Civil. A norma sempre existiu. O que muda é apenas a sua interpretação uniforme. Não se trata, portanto, de aplicação retroativa de lei nova, mas de definição do sentido de lei antiga. Esse argumento é juridicamente robusto. Mas, do ponto de vista econômico e gerencial, o efeito prático é semelhante: alteração de expectativas consolidadas e impacto direto em fluxos de caixa projetados.

Recomendações Práticas para o Setor de Saúde

Diante do novo cenário, sugere-se aos agentes do setor:

Revisar todos os contratos de credenciamento em vigência quanto à existência e clareza de cláusulas sobre juros e correção monetária

Atualizar modelos-padrão de contratos incluindo índices que reflitam a inflação médica (IPCA-Saúde, IGP-M)

Reavaliar provisões contábeis de glosas judicializadas e contas a receber/pagar

Considerar acordos judiciais em processos pendentes, aproveitando a nova previsibilidade de cálculo

Documentar detalhadamente a inflação de custos operacionais (medicamentos, materiais, pessoal) para eventual uso do art. 404 do CC

Capacitar equipes de faturamento e auditoria sobre a importância da especificação contratual

Implementar ou revisar processos de mediação e arbitragem para glosas, reduzindo judicialização

Revisar processos de aprovação de minutas contratuais, garantindo análise jurídica e financeira integrada

Considerações Finais

Em síntese, a decisão do STJ inaugura nova era de previsibilidade na atualização de débitos civis, com impactos profundos e imediatos para o setor de saúde brasileiro. A Selic torna-se padrão nacional, mas a autonomia privada permanece intocada: contratos bem redigidos podem e devem prever índices que melhor reflitam a realidade econômica setorial. O desafio está na transição e na adequação de expectativas sobre créditos e débitos passados.

A decisão representa um marco na evolução do direito civil brasileiro. Alinha o Judiciário à realidade econômica contemporânea. Promove isonomia e simplificação. Para hospitais, clínicas, operadoras de planos de saúde, laboratórios e fornecedores, a mensagem é inequívoca: a Selic é agora o denominador comum das obrigações civis não convencionadas. O planejamento financeiro e jurídico deve incorporar urgentemente essa nova realidade, privilegiando a clareza contratual e a especificação de índices adequados ao setor.

O desafio, contudo, permanece. A segurança jurídica não se constrói apenas com uniformização de índices. Ela exige também respeito às expectativas legítimas e à estabilidade das relações passadas. A decisão é tecnicamente impecável. Mas o ideal seria que a uniformidade do presente não gerasse incertezas sobre o passado. O direito e a economia caminham juntos. E ambos dependem de um elemento essencial: a confiança. A decisão fortalece a previsibilidade futura. Resta saber se o custo da transição será absorvido sem abalos pela indústria da saúde, setor que já opera sob significativa pressão financeira e regulatória, e que é absolutamente essencial para a sociedade brasileira.

*Arthur Mendes Lobo é advogado e sócio-fundador do escritório Wambier, Yamasaki, Bevervanço e Lobo Advogados.

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A TARDE

Hapvida começa a atender pacientes do SUS

A partir deste mês de novembro, novas unidades da Hapvida começarão a atender pacientes da rede pública pelo programa federal “Agora Tem Especialistas”, integrado à estratégia do governo federal para reduzir filas e diminuir o tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos estarão disponíveis nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco e também no Distrito Federal.

O anúncio foi realizado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o 29º Congresso Abramge, em São Paulo, no dia 30 de outubro, quando também confirmou a adesão do Hospital Santa Marcelina, referência na Zona Leste da capital paulista, ao programa. Atualmente, 12 instituições participam da iniciativa, incluindo hospitais como Cynthia Charone (PA), Santa Casa de Sobral (CE), Beneficência Portuguesa (PA), Imip (PE) e Santa Casa de Porto Alegre (RS).

Tudo sobre Saúde em primeira mão!

“O Agora Tem Especialistas concretiza a parceria necessária para acabar com o tempo de espera no SUS. Estamos transformando dívidas e incentivos fiscais em mais cirurgias, exames e consultas, garantindo atendimento gratuito e digno à população”, afirmou Padilha durante o evento.

Como funciona

Hospitais privados e filantrópicos habilitados no programa poderão abater dívidas com a União por meio da prestação de serviços ao SUS. No caso da Hapvida, o abatimento ocorre sobre dívidas de ressarcimento ao SUS, que surgem quando pacientes de planos de saúde são atendidos na rede pública. Já outras instituições podem compensar débitos tributários vencidos ou a vencer com os créditos obtidos pela prestação de serviços.

Primeiros atendimentos e prioridades

O programa começou em agosto, no Hospital Ariano Suassuna, em Recife (PE), com cirurgias de prótese de quadril, procedimentos de vesícula e exames de imagem. As especialidades prioritárias incluem oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A expectativa é que até R$ 3,3 bilhões sejam convertidos em serviços de saúde por meio do programa.

Expansão regional

A Hapvida mobilizará equipes médicas ao longo de novembro para atender pacientes encaminhados pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde no Norte, Nordeste e Distrito Federal. O objetivo é ampliar rapidamente a capacidade do SUS com suporte da rede privada.

Inovação e tecnologia

Durante o Congresso, Padilha também anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a HealthAI – The Global Agency for Responsible AI in Health, formalizando a entrada do Brasil na rede global de regulação em inteligência artificial aplicada à saúde. O acordo de 24 meses visa mapear a maturidade regulatória brasileira e desenvolver planos de implementação personalizados, garantindo uso ético e seguro da IA, respeitando a LGPD e a soberania digital do país.

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A REDAÇÃO

MPGO aponta irregularidades na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Morrinhos, recomendou ao município o afastamento imediato da secretária municipal de Saúde, Náryma Angélica Rabello e Silva Diedam, bem como a adoção de medidas urgentes para restabelecer o funcionamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal.
A recomendação, expedida pelo promotor de Justiça Guilherme Vicente de Oliveira nesta terça-feira (4/11), foi motivada por graves irregularidades identificadas na UTI, que culminaram na suspensão temporária do cofinanciamento estadual pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES).
 

Durante vistoria realizada em 5 de setembro deste ano pela SES, em conjunto com a Gerência de Atenção Especializada (GAE) e a Gerência de Regulação de Internações (Gerint), foram constatadas falhas críticas que comprometem diretamente a segurança assistencial e a regularidade do funcionamento da unidade.
Irregularidades
Entre as irregularidades identificadas estão: medicamentos vencidos encontrados em estoque e carrinhos de emergência, com checklist interno que autorizava o uso de fármacos vencidos por até três meses após a validade; insumos críticos reutilizados, como cateteres, cânulas e sondas, reabertos e vedados com fita adesiva; ausência de telas de proteção nas janelas da UTI, permitindo entrada de insetos; e taxas de mortalidade acima do previsto, sem plano de ação corretivo.
A vistoria também apontou a ausência de documentação legal mínima, como Alvará Sanitário e Certificado de Conformidade (Cercom), além da falta de designação formal de responsável técnico médico e fisioterápico. O relatório da SES destacou ainda condutas antiéticas e degradantes em relação às(aos) pacientes, associadas a falhas graves de biossegurança.

Recursos estaduais não repassados à empresa contratada

De acordo com a apuração preliminar realizada pelo MPGO, a Secretaria de Estado da Saúde efetuou regularmente os repasses financeiros ao município de Morrinhos. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde não repassou adequadamente os recursos à empresa responsável pela gestão da UTI (Organização Goiana de Terapia Intensiva Ltda.), comprometendo a prestação do serviço.

Durante inspeção realizada pelo promotor de Justiça no último dia 20 de outubro, constatou-se que os 10 leitos da UTI encontravam-se desocupados desde 17 de outubro. Os gastos públicos correspondem a aproximadamente R$ 440 mil mensais para a manutenção dos leitos, que permanecem desocupados.
 

Segundo apontado na recomendação, a crise na UTI teve início após a posse do atual prefeito e as subsequentes substituições em cargos de natureza política, incluindo a nomeação da atual secretária municipal de Saúde em 30 de janeiro de 2025.

Prazo para cumprimento das medidas

O MPGO estabeleceu prazo de 48 horas para o afastamento da secretária municipal de Saúde e a nomeação de pessoa substituta, além de prazo de 10 dias para a apresentação de todos os elementos informativos a respeito da suspensão temporária do cofinanciamento estadual.
O município de Morrinhos também deverá cumprir, no prazo de 30 dias, todas as recomendações da GAE, Gerint, Subsecretaria de Políticas e Ações em Saúde (Subpas) e da SES, com a finalidade de restabelecer a prestação do serviço público na UTI.
O não atendimento à recomendação poderá ensejar a caracterização do elemento subjetivo “dolo”, para fins de responsabilização na forma da Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992, alterada pela Lei 14.230/2021), além do eventual ajuizamento de ação civil pública e outras medidas judiciais cabíveis.

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Aluna de Goiânia desenvolve IA que reduz custos em cirurgias oftalmológicas

Ela venceu prêmio nacional pelo projeto 

A estudante Gabriela Santos Mendanha, de 24 anos, de Goiânia, aluna do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), foi a grande vencedora do Prêmio Na Prática: Protagonismo Universitário 2025, representando o Centro-Oeste e também conquistando o reconhecimento nacional na cerimônia realizada nesta segunda-feira (3/11), em São Paulo.
O prêmio reconhece universitários com trajetórias de impacto social, científico e econômico em todo o Brasil. Nesta edição, mais de 8 mil candidaturas foram iniciadas e apenas 15 finalistas chegaram à etapa decisiva.
Gabriela foi premiada por desenvolver um algoritmo de inteligência artificial capaz de revolucionar o diagnóstico e o planejamento de cirurgias oftalmológicas. O sistema, criado no Ver Hospital dos Olhos, vinculado à PUC Goiás, interpreta tomografias de córnea no pré-operatório de cirurgias refrativas — um dos maiores desafios da área.
A solução criada por Gabriela atingiu mais de 80% de acurácia, reduziu 70% dos custos de triagem e gerou economia média de R$ 37 mil em 112 pacientes, sendo reconhecida em congressos nacionais e pelo Bascom Palmer Eye Institute, nos Estados Unidos — referência mundial em oftalmologia.
“Espero que esse prêmio seja mais um passo importante na minha trajetória guiada pelo desejo de levar mais saúde à população brasileira”, disse Gabriela ao receber o prêmio de destaque nacional.
A jovem embarca nos próximos meses para uma viagem à China, oferecida aos vencedores do prêmio, para conhecer o ecossistema global de inovação e empreendedorismo.

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Assessoria de Comunicação        

dr

Dando sequência à série de encontros com lideranças do setor produtivo goiano, o presidente da Ahpaceg, Renato Daher, e o presidente do Conselho de Administração da entidade, Haikal Helou, estiveram reunidos na segunda-feira (3) com o presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Edwal Freitas Portilho, o Tchequinho.

O encontro teve como foco aproximar as duas entidades e construir parcerias estratégicas em prol de avanços na área da saúde e do desenvolvimento econômico e social de Goiás.

Com quase três décadas de atuação, a Adial representa mais de cem indústrias e 30 operadoras logísticas, sendo uma das principais vozes do setor produtivo goiano. Já a Ahpaceg é referência na defesa e no fortalecimento da saúde privada no Estado.

A união entre as duas instituições promete somar forças, conectar setores e gerar benefícios concretos para a sociedade e para a economia goiana, reforçando o papel de Goiás como um polo de inovação, produtividade e qualidade de vida.

Terça, 04 Novembro 2025 06:29

CLIPPING AHPACEG 04/11/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento

https://afinamenina.com.br/2025/11/03/franquias-medicas-em-alta-saude-ambulatorial-e-medicina-empreendedora-em-crescimento/

A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico

https://medicinasa.com.br/essencia-do-cuidado/

Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa

https://medicinasa.com.br/hev-pediatria-colaborativa/

O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas

https://medicinasa.com.br/custo-invisivel-hipertensao/

Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas

https://medicinasa.com.br/ciencia-avanca-saude-recua/

Diversidade também é competência em saúde

https://medicinasa.com.br/diversidade-competencia-saude/

Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte

https://ohoje.com/2025/11/03/intoxicacao-medicamentosa-entenda-o-que-e/

Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-11/ministerio-da-saude-intensificara-mobilizacao-contra-dengue-no-brasil

Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde 

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/saude-digital-brasil-atualiza-manual-de-boas-praticas-e-consolida-a-maturidade-da-telessaude/

Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos

https://revistacobertura.com.br/noticias/saude-e-odonto-noticias/brasil-avanca-em-melhorias-na-saude-com-anuncios-estrategicos-do-ministerio-da-saude/

AFINA MENINA

Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento

O mercado de saúde privada no Brasil atravessa uma fase de expansão que tem impulsionado modelos de negócio escaláveis, como as franquias médicas. Com mais de 291 mil clínicas médicas particulares em operação e crescimento superior a 20% nos últimos cinco anos, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), há um movimento claro rumo à conveniência e ao atendimento humanizado.

Nesse cenário, as clínicas ambulatoriais especializadas ganham protagonismo ao oferecer tratamentos menos invasivos e alta no mesmo dia. Como destaca a cirurgiã vascular Camila Kill: “Hoje é possível tratar varizes com métodos minimamente invasivos, como o Endolaser, que dispensa internação e cortes, permitindo alta no mesmo dia. Essa conveniência, somada à segurança, é o que o paciente contemporâneo procura.” A padronização de protocolos e o treinamento das equipes em rede também ampliam o acesso a tecnologia antes restrita a hospitais.

O modelo de franquias médicas oferece estrutura, padronização de processos e suporte administrativo, permitindo que médicos se concentrem no cuidado ao paciente sem abrir mão da gestão eficiente. “A medicina mudou. O profissional de hoje precisa entender de finanças, marketing, gestão de pessoas e experiência do paciente. O modelo de franquia permite que ele empreenda com suporte, sem abrir mão da qualidade assistencial”, observa o cofundador da rede.

A estratégia de expansão vem acompanhada de uma aposta em formação. O lançamento do Vascularte Academy, por exemplo, tem foco na capacitação de cirurgiões vasculares e equipes clínicas, com cursos sobre técnicas ambulatoriais, atendimento humanizado e gestão de clínicas. “A medicina do futuro passa por esse equilíbrio entre conhecimento técnico e capacidade de gestão”, afirma Camila Kill. O projeto pretende formar profissionais completos, capazes de combinar excelência técnica e visão empreendedora.

Com crescimento dos serviços privados e demanda por atendimento personalizado e preventivo, o modelo ambulatorial e a franquia médica se consolidam como alternativas relevantes para ampliar acesso, qualificar o atendimento e profissionalizar a gestão das clínicas. Texto produzido com dados da assessoria de imprensa.

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MEDICINA S/A

A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico

Há algo na prática médica que transcende o gesto técnico. É o olhar atento, a escuta paciente, o silêncio que antecede a palavra certa. Cada anamnese é um exercício de sensibilidade e de discernimento: compreender o que é relevante na história, entre exames e relatos, e decidir com responsabilidade diante da singularidade de cada pessoa.

Ser médico é entender que a ciência orienta nossas condutas, mas nem sempre acompanha o tempo da vida. A ciência avança em ritmo próprio, em laboratórios e em publicações; já a medicina exige decisões imediatas, na presença do paciente, diante de um conjunto de variáveis humanas e emocionais que nenhum protocolo contempla por completo.

É nesse espaço — entre o conhecimento técnico e o encontro humano — que nasce a verdadeira arte do cuidado. O médico é, ao mesmo tempo, cientista e intérprete do sofrimento. Sua missão é traduzir o conhecimento em acolhimento, unir empatia, ética e resultado em um gesto de confiança.

A carreira médica, especialmente nos primeiros anos, tem se tornado cada vez mais desafiadora. Exige atualização constante, pensamento crítico e discernimento ético. Já não basta o “como eu faço”, mas o “como se faz”, respaldado em evidências, boas práticas e sensibilidade.

Ser médico também se tornou mais complexo. O paciente chega informado — muitas vezes mal informado — pelas redes e por fake news. A incorporação de novas tecnologias e o custo crescente da saúde fazem com que o cuidado seja um ato que demanda conhecimento, mas também bom senso e equilíbrio. O mesmo impulso que leva o médico a aplicar o que há de mais moderno pode esbarrar nas limitações econômicas e estruturais do sistema.

Hoje, cuidar significa compreender que o ato médico acontece em rede. É uma relação que envolve o paciente, os profissionais, o sistema de saúde e a sociedade. O bom exercício da medicina depende do diálogo entre todos esses atores e da construção coletiva de um ambiente que valorize o conhecimento e priorize o bem-estar das pessoas.

A medicina que praticamos é feita de presença e precisão — e também de perguntas. É uma medicina que escuta, observa e transforma. Ser médico é viver nesse equilíbrio: entre a técnica e a humanidade, entre a ciência e o tempo de cada paciente. É uma escolha diária pela responsabilidade e pela vida.

*Luiz Antonio Nasi é Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento.

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Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa

Hospital Edmundo Vasconcelos está transformando a experiência de atendimento pediátrico com um modelo inovador: a Pediatria Colaborativa, que conecta o pediatra plantonista ao médico que já acompanha a criança. A proposta garante integração das informações clínicas, continuidade do tratamento e mais segurança para pacientes e famílias, um formato ainda pouco comum entre hospitais brasileiros.

Essa comunicação transparente e integrada traz mais tranquilidade para as famílias e fortalece o vínculo de confiança entre médico, paciente e instituição. Todos os exames realizados no hospital ficam disponíveis para o pediatra responsável pela criança, o que assegura acompanhamento contínuo e cuidado de qualidade.

“Nosso objetivo é que cada atendimento, mesmo em situações emergenciais, seja uma experiência de cuidado integral, segura e acolhedora. A Pediatria Colaborativa traduz nosso compromisso com a saúde e o bem-estar das crianças e de suas famílias”, conclui Wallace Gaspar, pediatra do Hospital.

Outro destaque é a composição da equipe: 100% dos profissionais de plantão são pediatras titulados, qualificados para atender situações agudas com agilidade e precisão. O hospital também conta com ambulatório de especialidades pediátricas, que permite dar sequência ao tratamento iniciado no pronto-socorro, proporcionando resolutividade e acolhimento aos pequenos pacientes.

De acordo com Wallace, é natural que, ao longo da infância, surjam situações que gerem dúvidas sobre a necessidade de uma visita ao pronto-socorro, especialmente em casos de febre, tosse ou mal-estar. “Com informação e orientação adequadas, os pais podem agir com mais segurança, sabendo reconhecer quando o atendimento imediato é realmente necessário”, conclui o médico.

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O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas

O que durante décadas simbolizava saúde perfeita agora acende um sinal de alerta. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), reclassificou como pré-hipertensão os níveis de 120/80 mmHg a 139/89 mmHg, o antigo “normal alto”.

A atualização, alinhada às novas recomendações da American Heart Association (AHA), redefine o que é considerado ideal e amplia o número de pessoas que precisam de atenção médica e monitoramento. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Pessoas que antes eram consideradas saudáveis agora fazem parte de um grupo que exige vigilância precoce e mudança de estilo de vida, e essa revisão reforça o valor do diagnóstico antecipado e da prevenção estruturada.

A hipertensão arterial deixou de ser um problema de gerações mais velhas e passou a se manifestar cada vez mais cedo. Uma análise conduzida pela Funcional, com base em 1,2 milhão de vidas ativas em seu Benefício Farmácia, mostra que 27% dos colaboradores em uso de medicamentos para controle da pressão arterial têm entre 30 e 40 anos, representando um aumento de 20% em apenas um ano.

O fenômeno revela uma tendência clara: estamos mapeando o risco cardiovascular mais precocemente para adultos jovens, impulsionado por uma série de possíveis causas, como estresse corporativo, longas jornadas, sono irregular e alimentação inadequada. Trata-se de um desafio silencioso, mas com alto impacto econômico. O controle da hipertensão não é apenas uma questão clínica, é um tema de sustentabilidade e produtividade.

O custo invisível do não controle

As doenças cardiovasculares seguem entre as principais causas de internações e afastamentos no Brasil. A sinistralidade média das operadoras médico-hospitalares chegou a 82,2% em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pressionando diretamente os reajustes dos planos empresariais.

Grande parte desses custos é gerada por condições evitáveis, como o acidente vascular cerebral (AVC), uma das consequências mais graves da hipertensão não controlada. Ele é a ponta mais visível de um problema que começa antes, e pode ser prevenido com acompanhamento médico e adesão ao tratamento. De acordo com o “Estudo econômico sobre o tratamento dos casos de acidente vascular cerebral no Brasil: revisão integrativa”, o custo médio de uma internação por AVC ultrapassa R$ 55 mil em hospitais privados, e as sequelas costumam resultar em meses de afastamento e queda de produtividade.

Por outro lado, pacientes hipertensos que mantêm a pressão arterial controlada reduzem o risco de AVC em até 50% e o de infarto em cerca de 40%, o que significa menos internações, menos afastamentos e maior produtividade. A prevenção, nesse contexto, é um investimento com retorno mensurável, não um custo adicional.

A nova diretriz amplia o papel das empresas na promoção da saúde. Organizações que implementam check-ups baseados em dados, monitoram a adesão medicamentosa e incentivam programas de bem-estar contínuos passam a atuar antes da doença, onde o impacto é maior e o custo, menor.

Quando a empresa apoia o colaborador no cuidado com a própria saúde, ela fortalece vínculos, reduz custos e constrói um ciclo sustentável de cuidado.

*Alexandre Vieira é Diretor Médico da Funcional.

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Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas

Por muito tempo, a medicina seguiu uma lógica reativa: esperar o sintoma aparecer para, então, tentar controlá-lo. Esse modelo nos trouxe avanços, mas já não responde aos desafios atuais. Hoje, vivemos uma transição para uma medicina preventiva, personalizada e regenerativa, que não se limita a prolongar a vida, mas busca antecipar riscos, restaurar tecidos e oferecer qualidade de vida duradoura.

A ciência já nos permite regenerar estruturas que antes acreditávamos impossíveis, como cartilagem e tecidos lesionados. Estudos recentes apontam que não falamos mais de promessas vagas, mas de um campo ativo e diverso. A revisão científica “Emerging Strategies in Cartilage Repair and Joint Preservation” (2024), por exemplo, mostra avanços consistentes em terapias baseadas em células, scaffolds biomateriais, intervenções genéticas e até estratégias de modulação microambiental: todos caminhos concretos para restaurar cartilagem articular, que antes era vista como um tecido “irrecuperável”.

Ainda assim, a maior parte dos pacientes segue recebendo tratamentos paliativos: infiltrações, medicamentos de alívio temporário e intervenções repetidas que não tratam a causa, apenas mascaram o problema.

A pergunta é inevitável: se já sabemos regenerar, por que ainda estamos remediando?

Inovação científica versus barreiras de acesso

Parte da resposta está no descompasso entre ciência e sistemas de saúde. De um lado, o Brasil mostra sinais de avanço: em 2025, o Ministério da Saúde anunciou R$561 milhões para investimentos em pesquisas científicas, valor importante para estimular a inovação no país. De outro, o setor suplementar cresce em tamanho, mas nem sempre em qualidade.

Segundo levantamento da ANS (dezembro/2024), os planos de saúde atingiram 52,2 milhões de usuários em assistência médica, recorde histórico. Número que mostra a força desse mercado, mas que também evidencia a responsabilidade de tornar as inovações acessíveis a quem já paga por esse serviço.

A realidade, no entanto, é que a maioria dos planos ainda reluta em incorporar tecnologias regenerativas, preferindo cobrir soluções mais baratas a curto prazo, mas que se tornam ineficazes e custosas no longo prazo. É uma contradição que precisa ser enfrentada: de que adianta expandir o número de beneficiários se o cuidado oferecido ainda se baseia em protocolos ultrapassados?

O papel de médicos e pacientes nessa mudança

Como cirurgião, vejo diariamente pacientes que poderiam ter sua dor interrompida e sua mobilidade restaurada de maneira mais definitiva, mas acabam presos em ciclos de terapias temporárias até que a doença avance para um estágio irreversível. É como se tivéssemos a chave de uma porta, mas insistimos em manter as pessoas olhando apenas pela fresta.

A transformação da medicina não será completa sem pressão da sociedade. Médicos precisam se atualizar constantemente e defender a adoção de terapias mais eficazes. Pacientes, por sua vez, devem questionar indicações ultrapassadas, exigir respostas e buscar informações sobre o que a ciência já comprova como viável. Quando ambos se posicionam, o sistema é obrigado a mudar.

O futuro da medicina já começou. Ele é regenerativo, antecipatório e centrado no paciente. O que falta não é ciência, mas vontade coletiva para transformar conhecimento em acesso. Quanto tempo mais aceitaremos tratar sintomas quando já podemos, de fato, regenerar e devolver qualidade de vida?

*Bernardo Paiva é cirurgião com doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em medicina regenerativa e inovação no desenvolvimento de produtos.

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Diversidade também é competência em saúde

Recentemente, no dia 30 de setembro, o Ministério da Educação homologou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina. Acredito que para muitas pessoas, mesmo que da área da medicina, esse pode parecer apenas mais um ajuste técnico na formação médica, mas, na minha visão, trata-se de um marco histórico e que me deixou muito entusiasmado. Pela primeira vez, o documento traz com clareza a necessidade de formar médicos preparados não apenas para diagnosticar e tratar doenças, mas também para reconhecer, respeitar e acolher a diversidade humana em todas as suas dimensões.

Ao longo da minha trajetória como médico endocrinologista, professor e pesquisador, percebi (porque não aprendi sobre isso na faculdade) que um dos maiores vazios da formação médica no Brasil está justamente na falta de preparo para atender pessoas diversas, e eu falo especialmente sobre a população trans. Isso se traduz, na prática, em barreiras de acesso, diagnósticos tardios e desfechos de saúde piores do que poderiam ser. Somando-se a episódios de transfobia em equipamentos de saúde, a insegurança médica neste perfil de atendimento por desconhecimento técnico reforça o afastamento da possibilidade de acesso à saúde.

Para ilustrar o que estou falando, compartilho um dado divulgado pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais): 36% das pessoas trans já tiveram atendimentos de saúde recusados devido a sua identidade de gênero. Esse cenário me trouxe um incômodo, que me motivou a dedicar minha carreira à saúde de pessoas trans e a construir pontes entre assistência, pesquisa e ensino.

Quando falamos sobre a formação médica, estamos também falando sobre gestão da qualidade do cuidado. Preparar equipes e currículos para lidar com a diversidade não é apenas uma pauta ética, mas uma estratégia de inovação institucional: profissionais mais capacitados geram maior adesão ao tratamento, reduzem erros e melhoram indicadores de eficiência em saúde. Isso significa que diversidade e gestão caminham juntas e que o investimento em competências humanas é também uma decisão de gestão responsável.

Por isso, ao me deparar com as novas diretrizes do MEC, que colocam ênfase em competências humanas e sociais e com um direcionamento voltado, principalmente, para populações historicamente marginalizadas, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIAPN+ fico mais confiante que estamos avançando e evoluindo. Principalmente, porque a medicina que eu acredito para o futuro precisa ser capaz de olhar para cada paciente de forma integral, considerando pontos para além da biologia, como sua história, identidade, contexto social e cultural.

Realmente acredito que a diversidade também é competência em saúde. Não se trata apenas de um compromisso ético, moral ou de direitos humanos, embora esses aspectos sejam, sim, fundamentais. Trata-se da qualidade do cuidado com cada pessoa que procura atendimento. Quando médicos estão preparados para acolher realidades diversas, eles reduzem o risco de abandono de tratamento e incentivam o paciente a seguir o tratamento corretamente, o que contribui para melhores resultados clínicos.

Como professor, percebo o impacto que esse tema causa nos alunos. Muitos se surpreendem quando descobrem que ainda estamos distantes de uma prática médica verdadeiramente inclusiva. Entretanto, a boa notícia é que há uma nova geração de futuros médicos que estará mais preparada, informada e pronta para construir uma medicina mais justa e acolhedora.

As diretrizes do MEC, não são um ponto de chegada, mas de partida. Agora, precisamos garantir que saiam do papel e se transformem em conhecimento e práticas concretas nas salas de aula, nos estágios e, sobretudo, nas clínicas e hospitais. Só assim conseguiremos formar profissionais capazes de oferecer um atendimento digno a todas as pessoas, independente do grupo que pertençam.

Diversidade não é um detalhe. É uma competência essencial, e deve estar no centro da formação médica brasileira.

*Leonardo Alvares é médico especialista em Endocrinologia e Metabologia, doutor pela USP e autor do livro “Saúde de Pessoas Transgênero – Práticas Multidisciplinares”.

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O HOJE

Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte

Especialista explica como o uso incorreto de remédios pode causar danos graves ao fígado, rins e sistema nervoso

cantor e compositor Lô Borges, de 73 anos, morreu neste domingo (2), em Belo Horizonte (MG), em decorrência de uma intoxicação medicamentosa. O músico, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, estava internado desde 17 de outubro em um hospital da Unimed, onde chegou a ser intubado e passou por uma traqueostomia. O quadro se agravou nos últimos dias, e ele não resistiu.

De acordo com especialistas, a intoxicação medicamentosa é uma condição séria, que pode ocorrer tanto por erro na dose quanto por uso prolongado ou combinação indevida de remédios. O caso reacendeu o alerta entre médicos sobre os riscos da automedicação e do consumo de medicamentos sem acompanhamento profissional.

O que é a intoxicação medicamentosa

A médica Milena Ricardo Alves Moreira, generalista do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que a intoxicação medicamentosa é “uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos”. Segundo ela, o problema pode ocorrer por ingestão exagerada, intolerância ao remédio, erro na administração ou interação entre substâncias usadas ao mesmo tempo.

“Os sintomas variam de acordo com o medicamento e com a quantidade ingerida. Podem incluir alterações no estado mental, problemas cardiovasculares, respiratórios, hepáticos ou renais”, detalha a médica. “Toda medicação tem uma dose máxima e um tempo de intervalo entre uma dose e outra para evitar que isso aconteça.”

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que os medicamentos são a principal causa de intoxicações no Brasil. O levantamento mostra que cerca de 30% dos casos registrados envolvem uso incorreto de remédios de prescrição ou de venda livre.

Riscos de medicamentos de uso comum

Mesmo remédios amplamente utilizados podem representar perigo quando usados sem orientação médica. Analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos estão entre os mais associados a quadros de intoxicação.

De acordo com Milena Moreira, “anti-inflamatórios podem causar lesões nos rins, analgésicos em excesso causam lesão no fígado e alteração no nível de consciência, enquanto antidepressivos podem levar ao rebaixamento da consciência e dificuldade respiratória”.

A automedicação é outro fator que agrava o problema. O uso contínuo de fármacos sem acompanhamento pode provocar sobrecarga nos órgãos responsáveis pela filtragem e eliminação de substâncias — especialmente fígado e rins. Interações entre diferentes medicamentos também podem alterar seus efeitos e causar reações inesperadas.

A intoxicação medicamentosa se torna grave quando afeta órgãos vitais ou compromete a respiração. A médica alerta que qualquer pessoa que apresentar dificuldade para respirar, vômitos incontroláveis ou mudança do nível de consciência deve procurar atendimento médico imediatamente.

Entre os principais sinais de alerta estão:

Náusea e vômito;

Dor abdominal;

Confusão mental e desorientação;

Sonolência ou perda de consciência;

Alterações no ritmo cardíaco;

Dificuldade respiratória;

Tremores ou convulsões;

Sudorese intensa;

Pupilas dilatadas ou contraídas;

Alterações na pressão arterial;

Irritação na boca e garganta (em casos de ingestão tópica).

Esses sintomas podem surgir minutos ou horas após a ingestão, dependendo do tipo e da quantidade de medicamento envolvido. Em muitos casos, o tratamento exige internação hospitalar e suporte respiratório, como aconteceu com o músico mineiro.

A intoxicação medicamentosa é uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos

Cuidados e prevenção

Para evitar esse tipo de situação, Milena recomenda que os pacientes tenham sempre acompanhamento médico e farmacêutico. “Mesmo as medicações que não exigem receita oferecem riscos à saúde. É importante seguir corretamente a prescrição e nunca ultrapassar as doses indicadas”, orienta.

A médica reforça ainda a importância de armazenar os remédios de forma segura e descartar corretamente os que estiverem vencidos ou sem identificação. A prática de compartilhar medicamentos entre familiares ou amigos também deve ser evitada.

De acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), o Brasil registra anualmente milhares de casos de intoxicação medicamentosa, com aumento significativo entre idosos e pessoas que fazem uso contínuo de mais de um remédio.

O caso de Lô Borges chama atenção para uma causa que é comum e muitas vezes silenciosa. O uso inadequado de medicamentos continua sendo um dos principais motivos de internações por intoxicação no país, segundo dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde.

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil

Dia D contra a doença ocorre no sábado (8)

O Ministério da Saúde vai promover uma ação de mobilização nacional contra a dengue no próximo sábado (8/11). O objetivo é conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população em geral sobre a importância das medidas recomendadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.

“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a realização do Dia D contra a dengue. A iniciativa faz parte da campanha nacional “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”, que o ministério lançou nesta segunda-feira (3/11).

“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.

De acordo com o ministério, em 2025, foram registrados, até o momento, 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes. Ainda segundo a pasta, os resultados são, respectivamente, 75% e 72% inferiores aos do mesmo período de 2024.

Redução
Mesmo com a redução dos números, o ministro considera a situação alarmante. Principalmente porque, historicamente, os números de casos de dengue, zika e chikungunya costumam aumentar entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do mosquito.

Além disso, outro dado preocupa os técnicos do ministério: o aumento do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue. Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.

“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, comentou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, chamando a atenção para a importância da participação da população no enfrentamento ao mosquito.

egundo Pimenta, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias que visitaram imóveis em 3,2 mil municípios estavam em ambientes domiciliares, em locais como vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho, lixo, sucata, caixas d´água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas, fontes ornamentais e até mesmo em folhas de bromélias, casas de coco e cavidades de árvores.

Em alerta
Até o momento, as cinco unidades da federação com maior número de casos prováveis de dengue são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil). De acordo com o ministério, o estado de São Paulo também tem o maior número de óbitos: 1.096, ou 64% das 1.688 mortes já confirmadas.

O ministério garante que medidas já estão sendo adotadas para, em conjunto com estados e municípios, preparar a rede de saúde para um eventual aumento do número de casos. Entre elas, o reforço na assistência, com equipes da Força Nacional de Saúde atuando em cidades com alta incidência da doença; instalação de centros de hidratação e a distribuição de insumos e equipamentos, incluindo larvicidas, testes e nebulizadores portáteis.

Para o ministro Alexandre Padilha, contudo, a maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida aqui mesmo, no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês. De acordo com o ministro, a expectativa é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.

“Os estudos finais da Anvisa estão indo muito bem e o calendário que anunciamos em março deste ano vai ser cumprido: teremos o registro da vacina para dengue 100% brasileira até o final deste ano, para que possamos reforçar nosso Programa Nacional de Imunização já no ano que vem”, disse Padilha.

O ministro explicou que, após a aprovação da Anvisa, especialistas do Comitê Técnico do Programa Nacional definirão a melhor estratégia de imunização, incluindo critérios de distribuição. De acordo com ele, a previsão é que a farmacêutica chinesa WuXi Biologics produza e entregue para o Brasil 40 milhões de doses da vacina no próximo ano.

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SAÚDE BUSINESS

Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde 

Documento traz conteúdo inédito sobre telenfermagem e saúde mental digital, além de reforçar padrões de ética, qualidade e interoperabilidade.

Mais de 6,6 milhões de atendimentos por telemedicina foram realizados no Brasil entre 2020 e 2025, segundo o relatório preliminar “Painel de Indicadores de Saúde Digital”, elaborado pela Saúde Digital Brasil (SDB). Desse total, 87% ocorreram por teleconsultas e 13% via telemonitoramento, evidenciando a consolidação da telessaúde como uma prática segura, eficiente e integrada ao sistema nacional de saúde. 

O avanço da modalidade reflete um movimento de amadurecimento do setor e impulsiona a atualização de diretrizes que orientam a prática. No dia 29 de outubro, a SDB lançou, na sede da Fiesp, em São Paulo, a segunda edição do Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde, documento que consolida referências técnicas e éticas para o desenvolvimento sustentável da saúde digital no país. 

Novos temas e desafios da telessaúde 

A nova edição amplia o escopo de orientações ao incorporar capítulos inéditos sobre telenfermagem e saúde mental digital — dois campos em rápida expansão. 

O capítulo sobre telenfermagem reconhece o protagonismo dos profissionais de enfermagem no cuidado remoto, com práticas de telemonitoramento, educação em saúde, protocolos de segurança e inovação assistencial.  

Já o capítulo de saúde mental digital discute os desafios e benefícios da telepsiquiatria, processos de avaliação psicológica em ambiente virtual e o uso ético de tecnologias como inteligência artificial (IA) e realidade aumentada no suporte emocional aos pacientes. 

Outros pontos de atualização incluem o capítulo “Documentos Eletrônicos de Saúde”, que aborda a emissão, uso e integração de registros de dispensação digital. Também ganham espaço os temas de proteção de dados e segurança da informação, com orientações sobre governança, atuação do Data Protection Officer (DPO) e do Chief Information Security Officer (CISO), e adoção de frameworks internacionais como ISO/IEC 27001 e CIS Controls. 

Diretrizes para uma saúde digital ética e segura 

“O Brasil vive uma transformação profunda na forma de cuidar das pessoas. Esta nova edição traduz o compromisso da SDB com uma saúde digital ética, inclusiva e responsável, capaz de unir tecnologia e humanidade”, comenta Carlos Pedrotti, presidente da SDB e gerente médico do centro de telemedicina do Hospital Albert Einstein. 

Com mais de 200 páginas, o manual foi elaborado por especialistas de instituições, como Hospital Albert Einstein, Dasa, Grupo Fleury, Sabin, que compõem o corpo técnico da associação. Cada capítulo foi desenvolvido com base em experiências práticas e alinhamento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e aos referenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Interoperabilidade e integração com o sistema de saúde 

O manual também reforça os princípios de interoperabilidade, destacando o uso do padrão HL7 FHIR e a adesão à Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (2020–2028), fundamentais para a integração segura de sistemas e fortalecimento da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). 

“Mais do que um guia técnico, o manual propõe uma cultura digital responsável, que valoriza a ética, transparência e o protagonismo dos profissionais e pacientes no processo de transformação digital na saúde”, afirma Michele Alves, gerente executiva da SDB. 

Formação, governança e futuro da telessaúde 

Além das diretrizes técnicas, o documento traz recomendações práticas sobre competências profissionais em saúde digital, governança clínica, indicadores de qualidade e equidade no acesso, além de orientações para formação de equipes e gestão de serviços de telessaúde. 

A SDB define o manual como um instrumento vivo, sujeito a atualizações contínuas, que reflete a evolução do setor e o compromisso com um cuidado cada vez mais integrado e sustentável.  

A iniciativa consolida o papel da entidade como uma das principais referências nacionais na representação do ecossistema de saúde digital, conectando sociedade, governo, empresas e profissionais em torno de um propósito comum: fortalecer uma saúde mais acessível, eficiente e humana. Acesse o manual completo!

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PORTAL REVISTA COBERTURA

Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos

Evento consolida o protagonismo da Abramge na criação de diálogos para ações concretas e coloca o país entre líderes globais no uso ético da inteligência artificial e na ampliação do acesso da população à saúde

O Brasil deu importantes passos rumo a um sistema de saúde mais moderno, integrado e sustentável durante o 29º Congresso Abramge, realizado nesta quinta-feira (30), em São Paulo. O maior evento de saúde suplementar do país foi o palco escolhido pelo Ministério da Saúde para anunciar duas iniciativas estratégicas que fortalecem a gestão pública, ampliam o acesso da população a serviços especializados e reforçam o modelo de saúde como um dos melhores do mundo.

Entre as medidas assinadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha está a expansão do programa "Agora Tem Especialistas". Além de Recife, os estados do Ceará e do Pará, além do Distrito Federal, passaram a integrar essa parceria entre os sistemas público e privado no atendimento à população com vistas a reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A outra, um memorando de entendimento inédito com a HealthAI, agência global dedicada à formação técnica de reguladores para o uso responsável da inteligência artificial (IA) no setor.

O termo de ampliação e compromisso do programa "Agora Tem Especialistas" reuniu no palco do 29º Congresso Abramge o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o presidente da Abramge, Gustavo Ribeiro; o governador do Ceará, Elmano de Freitas; o prefeito de Fortaleza, Evandro Sá Barreto Leitão e os representantes das duas instituições da saúde suplementar que aderiram ao programa: Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, e os representantes da Santa Casa Marcelina, Fabrício Santana Ferreira e a irmã Rosane Ghegin. A cerimônia contou ainda com a participação virtual da secretária de Saúde do Pará, Ivete Vaz e do secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda.

A escolha do Congresso Abramge como palco para os anúncios simboliza o reconhecimento da entidade como fórum de diálogo com os diversos agentes do sistema de saúde do país. "As pessoas são a razão de ser desse setor. Nosso propósito é entregar saúde com qualidade e eficiência. É fundamental que o olhar para o beneficiário esteja sempre alinhado à sustentabilidade das operadoras", afirmou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, durante a cerimônia de abertura.

O 29º Congresso Abramge reuniu autoridades nacionais e internacionais, especialistas e executivos sob o tema "A Nova Ordem Mundial da Saúde". O encontro destacou avanços tecnológicos, parcerias inéditas e o papel estratégico da integração entre os setores público e privado na construção de uma saúde mais eficiente e acessível à população. Entre as autoridades presentes estavam os ministros José Antonio Dias Toffoli (STF) e Luís Roberto Barroso, o presidente da ANS, Wadih Damous, e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do Projeto de Lei 2338/2023, que visa regulamentar o uso da Inteligência Artificial (IA) no Brasil.

No encerramento, um painel presencial com o filósofo e escritor israelense Yuval Harari que trouxe reflexões sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade contemporânea. "A inteligência artificial saberá mais da saúde do que nós mesmos e saberá também dar diagnósticos muito mais precisos, por isso uma regulamentação global da IA é tão importante". afirmou Harari.

Em sua 29º edição, o Congresso Abramge reafirmou o protagonismo da saúde suplementar como agente de transformação e inovação no sistema de saúde brasileiro, consolidando o evento como um marco de diálogos que podem servir de insumos para decisões concretas e avanços institucionais em benefício da população.

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Assessoria de Comunicação        

 

10 Madalena Homenagem Coren 31 10 25 2

A enfermeira Madalena Del Duqui, coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, foi homenageada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) durante a solenidade do 12º Prêmio Profissional Destaque da Enfermagem, realizada no dia 31 de outubro.

O prêmio é concedido a profissionais e instituições goianas que, com dedicação, competência e compromisso, contribuem para o fortalecimento e a valorização da enfermagem no Estado.

Durante o evento, a presidente do Coren-GO, Thaís Luane Pereira Prado, enalteceu a trajetória de Madalena e sua contribuição para o desenvolvimento da enfermagem no Estado. Ela destacou o trabalho que Madalena desenvolve à frente da Educação Continuada da Ahpaceg, ressaltando sua contribuição para a formação e atualização das equipes de enfermagem das instituições associadas, o que tem fortalecido a prática profissional e promovido avanços importantes para a enfermagem em Goiás.

 

10 Madalena Homenagem Coren 31 10 25

Na coordenação da Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena tem sido referência na promoção da atualização, capacitação e valorização dos profissionais de enfermagem das instituições associadas. Sua atuação é marcada pela busca permanente da excelência no cuidado, na formação e na humanização da prática profissional, valores que refletem a missão da Ahpaceg de fortalecer a segurança e a qualidade dos serviços de saúde em Goiás.

A Ahpaceg parabeniza Madalena Del Duqui por essa merecida homenagem e reafirma o orgulho em ter em sua equipe uma profissional cuja trajetória inspira, transforma e eleva o nome da enfermagem goiana.

Segunda, 03 Novembro 2025 06:44

CLIPPING AHPACEG 01 A 03/11/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?

https://www.saudebusiness.com/colunistas/proxima-geracao-por-que-a-cirurgia-ambulatorial-exige-um-novo-paradigma-de-formacao-e-certificacao/

Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental

https://medicinasa.com.br/crescimento-transtornos-mentais/

Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?

https://www.maisgoias.com.br/brasil/por-que-tantos-millennials-os-nascidos-entre-1981-e-1995-estao-tendo-cancer/?utm_source=mais-lidas-home

Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer

https://www.maisgoias.com.br/cidades/medico-preso-por-fraude-com-cesio-137-autou-no-crer/

Campanha alerta para riscos da diabetes à visão

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-11/campanha-alerta-para-riscos-da-diabetes-visao?utm_source=chatgpt.com

Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos

https://www.metropoles.com/saude/brasileiros-nao-vao-dermatologista

Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria

https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/caneta-emagrecedora-fundacao-do-ministerio-da-saude-escolheu-proposta-mais-cara-para-parceria

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

https://jovempan.com.br/saude/falta-de-preparo-medico-e-estigma-dificultam-diagnostico-e-cuidados-de-pessoas-com-demencia-no-brasil.html

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

https://jovempan.com.br/saude/falta-de-preparo-medico-e-estigma-dificultam-diagnostico-e-cuidados-de-pessoas-com-demencia-no-brasil.html

Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/saude-suplementar-entre-o-mercado-e-o-bem-publico-fortalecer-a-ans-e-essencial

SAÚDE BUSINESS

Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?

A falta de profissionais capacitados ameaça o avanço da cirurgia ambulatorial — e reformar a base educacional do setor é o caminho para sustentar o futuro do cuidado cirúrgico.

A consolidação da cirurgia ambulatorial como um pilar de eficiência, segurança e valor no ecossistema de saúde é um consenso global. No entanto, à medida que avançamos na expansão deste modelo, deparamo-nos com um gargalo crítico que ameaça a sustentabilidade do setor: a escassez de profissionais com o conjunto de habilidades específicas que este ambiente exige.

Este desafio não é meramente quantitativo; é uma lacuna de competência qualitativa, forjada ao longo de décadas por uma “mentalidade hospitalocêntrica” que ainda domina a formação médica e os programas de residência. Para cultivar a próxima geração de cirurgiões, anestesiologistas e enfermeiros, é imperativo reformular fundamentalmente o treinamento em saúde, alinhando-o às realidades clínicas e operacionais das Unidades de Cirurgia Ambulatorial (UCAs).

A lacuna de competências além do bisturi

O paradigma hospitalocêntrico tradicionalmente foca no manejo de casos complexos, longos períodos de internação e uma vasta infraestrutura de suporte. O ambiente de cirurgia ambulatorial, por outro lado, opera sob um modelo de alta performance, rotatividade rápida e recuperação acelerada, sem prejuízo da segurança do paciente.

Isso exige competências que transcendem a habilidade cirúrgica técnica:

Avaliação e seleção rápida de pacientes: a capacidade de aplicar rigorosamente os critérios de elegibilidade é indispensável para a segurança em UCAs. Isso envolve uma profunda compreensão prática das classificações de risco, como as estabelecidas pela American Society of Anesthesiologists (ASA), focando primariamente em pacientes ASA I (saudáveis) e ASA II (doença sistêmica leve controlada), garantindo que o paciente possa ser gerenciado com segurança fora do ambiente hospitalar.

Protocolos de recuperação rápida (ERAS): o profissional de UCA deve dominar técnicas anestésicas e cirúrgicas minimamente invasivas que reduzam a dor pós-operatória, minimizem o uso de opioides e previnam náuseas e vômitos pós-operatórios (NVPO), fatores críticos para uma alta segura no mesmo dia.

Coordenação de equipe interdisciplinar: em um ambiente de alta rotatividade, a eficiência da equipe não é uma mera necessidade, é um requisito de segurança. O treinamento deve focar na comunicação de “ciclo fechado” e na gestão de fluxo (turnover) de sala, habilidades raramente enfatizadas em programas tradicionais.

Otimização de processos: a cirurgia ambulatorial é um modelo de gestão enxuta (lean management) aplicado à saúde. Os profissionais devem ser treinados não apenas para executar procedimentos, mas para identificar e eliminar gargalos, otimizar o uso de suprimentos e gerenciar custos operacionais.

Um currículo ancorado no passado

Atualmente, a exposição à cirurgia ambulatorial durante a formação médica, de enfermagem e de gestão hospitalar é, muitas vezes, limitada ou suplementar. Programas de residência cirúrgica tendem a priorizar procedimentos de alta complexidade em regime de internação, relegando os casos ambulatoriais, por vezes, a residentes juniores, sem o devido foco nos aspectos gerenciais e de processo que definem o modelo, retroalimentando a “cultura hospitalocêntrica” ainda predominante no Brasil.

Embora cursos de especialização e pós-graduação existam, eles atuam como medidas corretivas para lacunas que não deveriam existir. Para uma mudança sistêmica, os princípios fundamentais da prática ambulatorial devem ser integrados aos currículos centrais de graduação e residência.

Módulos para um novo currículo

Uma reforma curricular eficaz deve incluir módulos dedicados e obrigatórios que reflitam a prática moderna. Um programa de residência cirúrgica ou anestesiológica alinhado ao futuro deveria incluir:

Rodízios estruturados em UCAs de alto volume: exposição mandatória a centros ambulatoriais que permitam ao residente participar ativamente não apenas do ato cirúrgico, mas de todo o ciclo do paciente — da avaliação pré-operatória e seleção de critérios (ASA I/II) até os protocolos de alta e acompanhamento pós-operatório.

Treinamento em anestesia para recuperação rápida: foco em bloqueios regionais, anestesia venosa total (TIVA) e estratégias multimodais de analgesia que são cruciais para o sucesso da UCA.

Princípios de gestão e eficiência: módulos sobre gestão de fluxo de pacientes, comunicação efetiva, controle de infecção em ambiente de alta rotatividade e fundamentos de gestão de negócios, preparando médicos-empreendedores e gestores capazes de liderar essas unidades com foco em qualidade e sustentabilidade financeira.

O papel das Sociedades: padronizando a excelência

A expansão da cirurgia ambulatorial sem padrões claros de formação e acreditação cria um risco regulatório e assistencial. É neste ponto que as sociedades devem assumir o protagonismo.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM) posiciona-se como principal liderança para catalisar essa transformação. Seguindo o exemplo de entidades internacionais, como a International Association for Ambulatory Surgery (IAAS), que há muito defende padrões educacionais específicos, a SOBRACAM tem a responsabilidade de desenvolver e advogar por um padrão nacional de operação e credenciamento para Unidades Cirúrgicas Ambulatoriais e, crucialmente, de certificação para os profissionais que neles atuam.

Além disto a Sociedade tem realizado um papel fundamental no setor público, para a criação e atualização do arcabouço regulatório, que irá permitir maior segurança, padronização e crescimento sustentável da cirurgia ambulatorial no Brasil. A publicação da Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial foi um marco importante neste sentido e tem pautado importantes discussões sobre o tema junto ao setor público.

Cultivar a próxima geração de especialistas em cirurgia ambulatorial não é apenas um desafio acadêmico; é um pilar estratégico para a sustentabilidade e a correta expansão deste modelo no Brasil. Endereçar corretamente as barreiras da mentalidade e da formação hospitalocêntrica é o primeiro passo para construir um legado duradouro de qualidade, segurança e eficiência no cuidado cirúrgico.

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MEDICINA S/A

Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental

O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, rede de clínicas em psiquiatria e psicologia, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.

O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas.

O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):

Prevenção estrutural e políticas públicas;

Integração público-privada com financiamento baseado em valor;

Uso responsável de tecnologia;

Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;

Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e

Redução do estigma e da garantia de direitos.

Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.

“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.

Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.

A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.

“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare.

Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.

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MAIS GOIÁS

Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?

Casos de câncer precoce aumentaram 79% em todo o mundo, e a mortalidade, 28%

Os millennials, grupo formado por pessoas nascidas entre 1981 e 1995, têm apresentado um aumento preocupante nos casos de câncer. Dados mostram que, entre 1990 e 2019, os diagnósticos de tumores em adultos com menos de 50 anos cresceram 79% no mundo, enquanto a mortalidade subiu 28%. Especialistas apontam que a maioria desses casos está ligada a fatores de estilo de vida, e não apenas à genética.

Cerca de 80% dos cânceres são considerados esporádicos — ou seja, resultam de influências externas, como alimentação, sono, estresse e exposição a substâncias nocivas. E o modo de vida dos millennials, marcado por rotinas aceleradas, alta conectividade e hábitos alimentares industrializados, tem contribuído para esse cenário.

Alimentação e obesidade precoce

A obesidade infantil disparou a partir dos anos 1980 e é um dos principais fatores de risco para tumores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 havia mais de 390 milhões de crianças e adolescentes acima do peso, sendo 160 milhões obesos. O problema é que esses efeitos não desaparecem com o tempo.

Uma metanálise com 4,7 milhões de pessoas mostrou que quem teve índice de massa corporal (IMC) alto na infância tem até 39% mais risco de desenvolver câncer colorretal na fase adulta. Além disso, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados altera a microbiota intestinal, reduzindo a diversidade de bactérias boas e favorecendo inflamações que podem gerar doenças digestivas e até tumores.

O impacto do álcool

Outro fator que preocupa é o consumo de álcool. Apesar da ideia de que uma taça de vinho poderia ser benéfica, pesquisas recentes mostram que não existe nível seguro de ingestão. O etanol é transformado pelo corpo em acetaldeído, uma substância que danifica o DNA.

Os millennials também apresentam um padrão de consumo mais perigoso: bebem com menos frequência, mas praticam mais o chamado binge drinking, quando há ingestão excessiva em um curto período. Além disso, estudos detectaram substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) – os chamados “químicos eternos” – em diversas marcas de cerveja, associadas a maior risco de câncer testicular e renal.

Sono e ritmo biológico desregulado

Os millennials dormem, em média, 30 a 45 minutos a menos por noite do que as gerações anteriores. A falta de sono e a exposição prolongada às telas reduzem a liberação de melatonina, hormônio essencial para a regulação celular e a reparação do DNA.

Com o tempo, essa privação constante pode comprometer a capacidade do corpo de eliminar células danificadas, favorecendo o surgimento de tumores. Pesquisas também apontam que a desregulação dos ritmos circadianos interfere na expressão de genes responsáveis pela proteção do organismo.

Estresse e imunidade

A chamada geração do burnout vive sob altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Quando ele permanece elevado por longos períodos, favorece inflamações, hipertensão, resistência à insulina e enfraquece o sistema imunológico. Isso facilita o aparecimento de células tumorais e reduz a capacidade do corpo de combatê-las.

Estudos indicam que pessoas com altos níveis de estresse têm até o dobro de probabilidade de morrer de câncer em comparação com aquelas que conseguem controlar melhor as emoções e o ritmo de vida.

Automedicação e riscos hormonais

A automedicação também preocupa. O uso frequente de paracetamol pode causar danos ao fígado e aumentar o risco de câncer hepático. Já o uso prolongado de anticoncepcionais orais está ligado a uma leve elevação na incidência de câncer de mama e de colo do útero, embora reduza as chances de câncer de ovário e endométrio.

Medicamentos de uso contínuo, como antiácidos e antibióticos, também alteram a flora intestinal e podem contribuir para doenças digestivas relacionadas a processos inflamatórios.

O que esperar do futuro

Projeções globais indicam que os casos de câncer devem saltar de 20 milhões, registrados em 2022, para quase 35 milhões em 2050, um aumento de 77%. A tendência é que os tumores digestivos e ginecológicos se tornem ainda mais comuns entre adultos jovens.

Apesar do cenário preocupante, especialistas reforçam que é possível reduzir os riscos com hábitos mais equilibrados: alimentação natural, sono adequado, controle do estresse, prática de atividades físicas e moderação no consumo de álcool e medicamentos.

Os millennials podem, sim, mudar o rumo das estatísticas — e garantir que o futuro não seja sinônimo de uma geração inteira adoecendo precocemente.

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Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer

Suspeito fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo, conforme a polícia

Entre as cinco pessoas presas por suspeita de desviar quase R$ 2 milhões ao simular a contaminação de militares pelo Césio-137 em operação da Polícia Civil, na quinta-feira (30), está o médico Luciano Henrique da Silva. Conforme informações da TV Anhanguera, nesta sexta-feira (31), o profissional trabalhou no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer) em Goiânia e atendeu até junho deste ano.

Segundo a corporação, Luciano fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo. Com esses documentos, o núcleo jurídico do grupo protocolava ações judiciais. O prejuízo causado estimado é de quase R$ 2 milhões.

Ainda em outro documento divulgado pela TV, consta um mandado de prisão em aberto contra Luciano por dívida de pensão alimentícia de R$ 3.643,51. O médico e os demais presos em prisão temporária estão na Casa do Albergado. São eles: os advogados Letícia Pereira Silva Neto, Guilherme Alves de Matos Bites e Breno Brandão Silva, e o engenheiro Ricardo André Marques.

O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos citados. Caso haja interesse, o espaço segue aberto. O portal também pediu uma posição ao Crer. A unidade informou que o profissional atuava por empresa empresa terceirizada e que seu nome deixou de constar nas escalas em 2023, ficando inativo a partir de julho deste ano.

Nota do Crer:

“O Crer esclarece que, o profissional citado na matéria do jornal primeira edição, não integra o corpo clínico do Crer. Ele atuou por meio de empresa terceirizada, tendo prestado serviços apenas na data de 25 de fevereiro de 2023. Após esse período, seu nome deixou de constar nas escalas da unidade, encontrando-se inativo desde julho de 2025, conforme registros internos e declaração da empresa prestadora de serviços.”

Operação Césio 171

Durante a ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e cinco mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia. O prejuízo estimado aos cofres públicos chegaria a R$ 79 milhões, caso o esquema seguisse. O dano efetivo apurado, contudo, foi de cerca de R$ 1,7 milhão.

As investigações apontam que o grupo utilizava documentos falsos, laudos médicos forjados e ações judiciais fraudulentas para ajuizar processos em nome de militares estaduais, alegando exposição ao elemento radioativo Césio 137. Com isso, buscavam isenção indevida de imposto de renda, benefício previsto apenas para casos comprovados de doenças graves. A polícia destacou que a organização agia de forma estruturada, com divisão de tarefas e acesso a informações sigilosas.

Vale citar que esta é a segunda fase da Operação Césio 171. Na etapa anterior, a Deic identificou os primeiros indícios da falsificação de documentos e mapeou os profissionais envolvidos na fraude. O nome da operação faz referência ao Césio 137, símbolo do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, ocorrido em Goiânia, em 1987.

Polícia Civil segue analisando o material apreendido e não descarta novas prisões. Segundo o delegado responsável, o objetivo é recuperar valores desviados e impedir que o esquema continue ativo por meio de novas ações judiciais. Documentos apreendidos passarão por perícia.

Primeira fase

A investigação começou após a denúncia de médicos contra a advogada Ana Paula Pereira Matos, filha do engenheiro Ricardo. Ela estaria utilizando a assinatura de profissionais da saúde para o esquema. A investigação apontou que o escritório dela mantinha o dinheiro das três primeiras isenções.

Ela foi presa no ano passado, mas solta dias depois. Nessa fase, ela não foi alvo.

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AGÊNCIA BRASIL

Campanha alerta para riscos da diabetes à visão

Campanha de conscientização do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para os riscos aumentados que os portadores de diabetes tem de desenvolver a retinoplastia diabética, doença que pode causar a perda parcial ou total de visão.

Segundo o CBO há estudos que indicam que 4 em cada 5 pacientes crônicos tem risco de comprometimento por retinoplastia em algum grau. A doença afeta os vasos sanguíneos da retina, alvo principal nesta campanha. 

Durando todo o mês de novembro, a mobilização promovida pela CBO começa neste sábado (1º), com uma maratona online de conscientização e o início de um calendário de mutirões de atendimentos em diversas regiões do país, voltados ao diagnóstico e ao tratamento precoces. Os mutirões, organizados por município, podem ser pesquisados pelo site da campanha.

O público também poderá acompanhar a programação ao vivo entre hoje e domingo, no canal da CBO no Youtube, e acessar conteúdos complementares no site oficial do 24 Horas pelo Diabetes, que será atualizado ao longo do mês de novembro com vídeos, podcasts e depoimentos em apoio à campanha.

A diabetes é uma das principais doenças crônicas do país, e atinge mais de 16 milhões de pessoas, cerca de 7% de nossa população. Seu acompanhamento pode ser feito nas unidades básicas de saúde, em todo o território nacional, de maneira gratuita. O Sistema Único de Saúde (SUS) também fornece materiais para medição e controle da doença, capaz de complicar a condição de pacientes para diversas outras doenças, como demências e doenças metabólicas. A própria diabetes é uma doença com risco de complicações metabólicas e circulatórias, podendo levar à morte se não for devidamente tratada.

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METRÓPOLES

Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos

Mesmo sem sintomas, check-ups regulares com dermatologista ajudam a detectar alterações precoces na pele e a prevenir complicações graves
A pele é o maior órgão do corpo e, ao mesmo tempo, um dos mais negligenciados pelos brasileiros. Uma pesquisa realizada em agosto de 2025 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelou que 54% da população nunca consultou um dermatologista.

Entre os idosos com mais de 60 anos, a situação também é preocupante: 46% nunca procuraram avaliação especializada. Apesar de muitos acreditarem que consultas dermatológicas servem apenas para questões estéticas, a visita regular ao especialista é fundamental para identificar problemas que podem evoluir para doenças graves, incluindo câncer de pele.

"Muitas pessoas acreditam que só devem procurar um dermatologista quando há sintomas visíveis, mas alterações sutis podem indicar problemas graves que só um exame cuidadoso consegue identificar", explica a dermatologista Raphaella Marques, do Rio de Janeiro.

A avaliação com dermatologista também ajuda a identificar sinais de envelhecimento, inflamações e infecções silenciosas, orientando sobre proteção solar e cuidados preventivos.

Sinais dermatológicos que exigem atenção

Algumas mudanças na pele não podem ser negligenciadas. Confira alguns sinais na pele que não podem ser ignorados:

Feridas que não cicatrizam.

que não cicatrizam. Lesões que sangram espontaneamente.

que sangram espontaneamente. Manchas que mudam de cor, tamanho ou formato.

que mudam de cor, tamanho ou formato. Pintas com bordas irregulares.

com bordas irregulares. Coceira persistente.

persistente. Dor ou desconforto na pele.

ou desconforto na pele. Descamação intensa e caroços subcutâneos.

Além desses sinais, os especialistas reforçam que qualquer mudança súbita ou persistente na pele merece atenção, mesmo quando não causa dor ou incômodo visível. Alterações cutâneas podem indicar problemas hormonais, metabólicos ou de órgãos como fígado e tireoide.

Manchas escuras em dobras, ressecamento, queda de cabelo, acne adulta e unhas frágeis podem sinalizar desde resistência à insulina até deficiências nutricionais. Detectar essas alterações aumenta as chances de tratamento bem-sucedido e evita complicações graves, incluindo casos de melanoma.

"Muitas vezes, pequenas alterações na pele são os primeiros sinais de que algo no organismo não está funcionando corretamente", afirma o clínico geral Marcelo Bechara, de São Paulo.

Prevenção e cuidados com a pele

Evitar a automedicação continua sendo um dos cuidados mais importantes para a saúde da pele, já que o uso de produtos inadequados pode causar irritações, queimaduras químicas ou piorar lesões existentes.

Cuidados diários com a pele, como hidratação e proteção solar, ajudam a prevenir lesões e envelhecimento precoce

A prevenção inclui hábitos diários simples, como o uso de protetor solar, hidratação adequada e atenção à exposição ao sol, que protegem a pele do envelhecimento precoce e de doenças mais graves.

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Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria

Antes disso, o próprio Ministério da Saúde escanteou parcerias com governos de São Paulo e de Goiás para produção da caneta emagrecedora

Tratado como “novidade bombástica” pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), o projeto do governo brasileiro para produzir caneta emagrecedora beneficiou a proposta do laboratório com o maior preço, excluiu demandas anteriores apresentadas por entidades de governos de oposição e, ainda, vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra.

A parceria foi acertada em agosto pela Farmanguinhos/Fiocruz, um braço do Ministério da Saúde, com a EMS, principal fabricante de medicamentos genéricos do país. O contrato, com prazo de cinco anos, prevê que a contagem desse período contratual tenha início com o “fornecimento” do primeiro medicamento para o Ministério da Saúde – estabelecendo, portanto, vínculo de fato com a pasta.

A EMS acabou sendo a empresa selecionada, apesar de a sua única concorrente na disputa, o laboratório Biomm, ter apresentado proposta mais barata tanto para o fornecimento de liraglutida quanto de semaglutida. O custo não é revelado, mas o resultado mostra que, no quesito preço, a EMS teve a pior nota. A Bionn recebeu 40 pontos, e a EMS, 20.

A pontuação final da EMS foi maior, porém, pelo fato de a empresa já ter solicitado registro de medicamento na Anvisa, embora naquele momento a análise sobre o pedido da empresa não tivesse sido concluída pela agência. A coluna questionou a Fiocruz e a EMS sobre o valor dos contratos, mas nem a fundação do Ministério da Saúde nem a farmacêutica responderam.

Em nota à coluna, o Ministério da Saúde explicou que não participou do acordo firmado diretamente entre a Fiocruz e a EMS e que não há qualquer compromisso de aquisição de canetas emagrecedoras produzidas em razão da parceria, apesar de a previsão ter sido publicada no Diário Oficial da União (DOU). Em agosto, a Conitec rejeitou a inclusão do medicamento nas redes públicas.

Quase três meses antes do contrato firmado entre a EMS e a Farmanguinhos e do anúncio de Padilha, feito em vídeo publicado no Instagram do Ministério da Saúde, com a “notícia bombástica” da parceria com o laboratório EMS, a Saúde havia rejeitado parcerias com dois outros laboratórios vinculados aos governos de São Paulo e de Goiás, que apresentaram propostas pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), são potenciais adversários do presidente Lula na campanha à reeleição no ano que vem.

A Fundação para o Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) apresentaram propostas tendo como entidades privadas parceiras, respectivamente, as farmacêuticas Blanver (brasileira) e Shilpa Medicare (indiana). As propostas de parceria foram rejeitadas e, segundo documento atualizado no início de julho deste ano, ambas as demandas estavam em fase de análise de recurso.

Os documentos disponíveis não esclarecem o motivo da rejeição das propostas. Em nota, contudo, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo a Furp e o Iquego descumpriram requisitos básicos, “como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente”. “A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política”, acrescentou o órgão.

Edital da Farmanguinhos previa formalização de parcerias PDP

O planejamento inicial da Farmanguinhos, previsto no edital lançado em novembro de 2024 e que resultou na seleção da EMS como parceira privada, envolvia fazer esse acerto via PDP ou mesmo como PDIL, o que também não aconteceu. No acerto contratual, saiu a PDP ou PDIL e se tornou um acordo genérico de “parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação”, que se baseia em decreto de sete anos atrás e cujo rito é muito mais simples do que o exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas PDPs (específicas para Ministério da Saúde).

O principal caminho para parcerias entre o governo federal e empresas privadas para transferência de tecnologia e desenvolvimento de medicamentos é a chamada PDP. Em casos similares anteriores, verificados desde 2018 e que resultaram em PDPs, a Farmanguinhos não assinou “contrato” com laboratórios para transferência de tecnologia, mas sim “acordos de cooperação técnica”. O único caso de contrato foi o assinado em 6 de agosto com a EMS, que já prevê o “fornecimento” do medicamento ao Ministério.

Em nota, a Fiocruz ressaltou, porém, que a Farmanguinhos pretende apresentar a proposta de PDP para avaliação do Ministério da Saúde na próxima chamada pública de submissão de propostas destinadas a esse tipo de parceria. A fundação ressaltou também que os contratos com a EMS, apesar de terem apresentado os maiores preços, foram os mais vantajosos para a administração pública.

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JOVEM PAN

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

Doença já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas

A demência já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas. Até 2050, as doenças mentais estarão entre os três maiores grupos de enfermidades na América Latina. No Brasil, oito em cada dez pessoas com demência não sabem que têm a doença, segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão. “O diagnóstico é a porta de entrada para o tratamento, mas o acesso ainda é desigual e depende muito da região do País”, afirmou Cleusa Ferri, professora da Unifesp e integrante do Comitê de Políticas Públicas sobre Demência do Ministério da Saúde.

Um dos principais fatores para o subdiagnóstico é a falta de capacitação dos profissionais de saúde. Muitos pacientes com demência são acompanhados apenas por doenças como diabetes ou hipertensão, sem investigação sobre possíveis alterações cognitivas. “Durante meu treinamento, tive apenas duas horas de aula sobre demência”, relatou Claudia Suemoto, professora de geriatria da Faculdade de Medicina da USP. Ela defendeu que o tema seja incluído de forma mais ampla na graduação e na formação continuada, especialmente para médicos de família, cardiologistas e ginecologistas.

Embora já existam exames aprovados pela Anvisa, como marcadores biológicos, o custo elevado impede o uso no Sistema Único de Saúde (SUS). “Há uma tendência mundial no desenvolvimento de exames de sangue mais acessíveis, que devem facilitar o diagnóstico no futuro”, explicou Eduardo Zimmer, professor da UFRGS e pesquisador do Instituto Serrapilheira.

Além das limitações estruturais, o estigma ainda é um grande obstáculo. “Quando há mudanças de memória ou comportamento, muitos acham que é algo normal da idade. Existe medo, preconceito e negligência”, disse Elaine Mateus, presidente da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz). Ela lembrou que há tratamentos não medicamentosos — como terapias motoras, sociais e afetivas — que podem garantir qualidade de vida. “O diagnóstico precoce é o que permite que o paciente acesse essas abordagens no momento certo”, destacou.

O Brasil sancionou, em 2023, a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências, mas o plano ainda enfrenta dificuldades para sair do papel. “O SUS já faz muito, mas falta integrar ações de prevenção, diagnóstico e apoio a familiares e cuidadores”, afirmou Cleusa Ferri. Ela defende investimentos contínuos e governança intersetorial para garantir a implementação efetiva da política.

Os especialistas reforçam que grande parte dos casos pode ser evitada ou adiada. Segundo estudos, eliminar 14 fatores de risco — como tabagismo, sedentarismo, hipertensão e baixa escolaridade — poderia prevenir até 50% das demências no mundo. “O maior fator de risco é a baixa escolaridade. Investir em educação é investir em prevenção”, disse Claudia Suemoto. Para os participantes, o diagnóstico precoce, aliado a tratamentos integrados e políticas públicas consistentes, pode mudar o curso da doença no país. “Quando há expectativa de uma vida digna, seja qual for o diagnóstico, o medo diminui”, concluiu Elaine Mateus.

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PORTAL JOTA INFO

Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial

Envelhecimento populacional, judicialização e insegurança regulatória reforçam necessidade de autonomia e governança na ANS

O sistema de saúde brasileiro em sua pluralidade combina o SUS - público e gratuito - com uma ampla rede privada regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa coexistência entre o direito universal e o consumo voluntário é o traço estrutural e um desafio do modelo. A coordenação entre os subsistemas ainda é limitada, o que reforça a necessidade de uma regulação sólida, técnica e previsível - capaz de garantir segurança para o cidadão, estabilidade para o mercado e credibilidade para o Estado.

A saúde suplementar atende cerca de 50 milhões de pessoas e influencia toda a cadeia de prestação de serviços, inovação e financiamento. Ela nasce como escolha, mas opera em um sistema de direitos. É mercado e, ao mesmo tempo, política pública regulada. Quando a regulação é frágil, o equilíbrio se rompe: o cidadão perde previsibilidade, o mercado perde credibilidade e o Estado perde controle. Fortalecer a ANS é, portanto, reconhecer que a pluralidade do sistema de saúde brasileiro não é uma fragilidade, mas um arranjo que exige governança e clareza de papéis

O envelhecimento acelerado da população brasileira tornou-se um novo determinante econômico da saúde. O número de idosos com plano de saúde cresceu 33% em uma década, enquanto o de jovens caiu 11%. Essa transição pressiona o modelo de mutualismo - em que os jovens financiam o cuidado dos mais velhos - e eleva os custos assistenciais. Uma regulação moderna precisa lidar com essa mudança, promovendo prevenção, gestão de doenças crônicas e modelos atuariais de longo prazo. É papel da ANS conduzir esse debate como política de Estado, e não como resposta emergencial a crises setoriais.

A regulação da saúde suplementar tem convivido com um excesso de iniciativas legislativas fragmentadas, muitas vezes sem avaliação técnica ou estudo de impacto. Centenas de projetos de lei alteram a Lei nº 9.656/98, gerando insegurança jurídica e descontinuidade regulatória. O caso da Lei nº 14.454/2022, que tornou o rol da ANS exemplificativo, é emblemático: foi aprovada em poucos meses, invertendo anos de debate técnico e ampliando o campo da judicialização. Hoje, o Brasil acumula cerca de 570 mil ações judiciais em saúde - mais de 200 mil apenas na saúde suplementar - , a maioria decidida sem parecer técnico. Fortalecer a ANS é devolver à regulação o espaço técnico de decisão e conter o ciclo de improvisações legislativas que desorganizam o sistema e prejudicam o cidadão.

A incorporação de novas tecnologias tem avançado em ritmo acelerado, nem sempre acompanhado pela devida avaliação de efetividade clínica e custo-efetividade. O Brasil possui prazos de análise significativamente mais curtos que a média internacional, o que amplia o acesso, mas também aumenta o risco de decisões sem base consolidada em evidências. Estudos indicam que menos de um terço das drogas aprovadas por agências como FDA e EMA apresenta ganho clínico comprovado - o que reforça a necessidade de prudência regulatória. Casos como o do Zolgensma, cujo tratamento ultrapassa R$ 7,6 milhões por dose, evidenciam o desafio de equilibrar inovação e sustentabilidade.

A ANS tem o papel de consolidar um processo de incorporação baseado em evidências, que una agilidade, rigor técnico e sustentabilidade, com mecanismos de compartilhamento de risco e monitoramento de resultados, garantindo que cada nova tecnologia traga valor real ao paciente e previsibilidade ao sistema.

Estudos do IPEA e do IDP mostram que boa parte das disputas entre consumidores e operadoras decorre de expectativas criadas no momento da venda - especialmente sobre rede, reembolso e cobertura. Planos prometem uma rede ampla, mas sofrem descredenciamentos frequentes, gerando frustração e litígio. É necessário rever as estratégias comerciais, padronizar a comunicação com o consumidor e garantir integridade nas relações de consumo. A ANS pode exercer papel decisivo nesse processo, estabelecendo parâmetros de transparência e coerência entre o que é ofertado e o que é efetivamente entregue.

O desafio financeiro na gestão em saúde não se resume ao equilíbrio entre receitas e despesas. A carga tributária sobre o setor - que pode representar até 30% do custo final - encarece planos e serviços, restringe o acesso e penaliza a inovação e o consumidor. É papel da ANS mensurar esses impactos e contribuir com dados e evidências para a formulação de políticas fiscais coerentes, articulando-se com o Ministério da Fazenda e o Ministério da Saúde. Sem justiça fiscal e previsibilidade, não há sustentabilidade possível. E este ponto não foi endereçado na aprovação da reforma tributária atual.

Fortalecer a ANS é proteger o cidadão, dar previsibilidade ao mercado e reconstruir a confiança em um sistema que lida com o bem mais valioso da sociedade: a vida. O Ministério da Saúde precisa restabelecer o diálogo técnico com o setor e consolidar a agência como eixo de coordenação entre Estado, mercado e cidadão. Uma ANS autônoma, técnica e estável garante previsibilidade para operadoras, confiança para o governo e proteção para quem mais importa: o usuário de planos de saúde.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 31 Outubro 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 31/10/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica

https://medicinasa.com.br/doctoralia-reputacao-medica/

A comunicação como princípio ativo da prática médica

https://medicinasa.com.br/comunicacao-pratica-medica/

O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025

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Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica

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O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?

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Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'

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Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia

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PC prende cinco pessoas suspeitas de fraudar laudos médicos para militares

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Equipe médica é afastada após morte de menino por apendicite

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Operação Césio 171: Polícia Civil desarticula esquema milionário de fraudes em benefícios a vítimas do acidente radiológico de Goiânia

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Saúde digital: Hapvida consolida escala nacional com resultados recordes

https://www.segs.com.br/seguros/433490-saude-digital-hapvida-consolida-escala-nacional-com-resultados-recordes/amp

Desafios das empresas na adequação à NR-1 sobre saúde mental

https://revistacobertura.com.br/noticias/estudos-de-mercado/desafios-das-empresas-na-adequacao-a-nr-1-sobre-saude-mental/

MEDICINA S/A

Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica

Com mais de 80% dos pacientes pesquisando opiniões antes de agendar uma consulta, segundo dados da Doctoralia, aprender a gerenciar comentários virou peça-chave na estratégia de negócio para clínicas e consultórios

A forma de escolher um especialista para realizar uma consulta médica mudou. Se antes a recomendação de amigos e familiares era um grande trunfo, hoje, ela divide espaço com as opiniões publicadas na internet. De acordo com dados da Doctoralia, 90% dos pacientes buscam informações de saúde na internet e 80% escolhem um especialista com base na avaliação de outros pacientes - números que reforçam a importância da reputação digital como fator decisivo na jornada de saúde.

Essa mudança de comportamento também traz novos desafios. Segundo o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025, 42% das clínicas já realizam pesquisas de satisfação com seus clientes, mas ainda há 7% dos estabelecimentos que não conseguem consolidar uma imagem positiva online.

“O paciente atual é digital e quer autonomia. Ele pesquisa, compara e decide com base na experiência de outros. Por isso, cada comentário é uma oportunidade de reforçar a credibilidade do consultório”, afirma Gabriel Manes, Head de Marketing da Doctoralia Brasil e Chile.

Pontos de atenção são oportunidades

As avaliações, sejam elas positivas ou negativas, são uma janela de percepção sobre o atendimento e o cuidado oferecido. Comentários elogiosos relacionados à empatia, pontualidade e clareza ajudam a consolidar a imagem do profissional e do estabelecimento de saúde. Já as críticas, quando bem gerenciadas, podem se tornar oportunidades de melhoria e, até, de fidelização.

Responder com cordialidade, agradecer o retorno e demonstrar disposição em evoluir são gestos que fortalecem a confiança e a transparência. “O silêncio diante de uma crítica é mais prejudicial do que a própria avaliação. Uma resposta empática mostra compromisso com o paciente e maturidade profissional”, complementa Dayane Carvalho, Relações Públicas da Doctoralia.

O risco das avaliações falsas

A popularização das plataformas digitais também abriu espaço para comentários falsos, ou seja, pessoas mal intencionadas publicam opiniões sem ter sequer passado por consulta. A Doctoralia, por exemplo, adota uma política rígida de moderação que combina filtros automáticos e análise humana, assegurando que apenas experiências reais sejam publicadas.

Entre os principais sinais de falsificação estão linguagem genérica, volume atípico de comentários sobre determinado especialista e perfis sem histórico. Nesses casos, a recomendação é acionar os canais de denúncia das plataformas e evitar respostas impulsivas.

Legislação protege profissionais e pacientes

O ambiente digital está amparado por leis que regulam o uso e a autenticidade das avaliações. O Código de Defesa do Consumidor, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) asseguram direitos tanto aos pacientes quanto aos profissionais, garantindo que as interações ocorram de forma ética e segura.

Além disso, comentários ofensivos ou inverídicos podem configurar crimes contra a honra, previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal.

A reputação digital como diferencial competitivo

O Brasil tem hoje mais de 600 mil médicos ativos, segundo a Demografia Médica 2025. Nesse cenário, a reputação online se tornou um diferencial competitivo – e não apenas um detalhe de imagem.

Estar presente em plataformas reconhecidas, como a Doctoralia, ajuda o profissional a ganhar visibilidade e consolidar sua credibilidade com base em experiências reais. Perfis completos, com fotos, agenda atualizada e respostas a comentários, ampliam a confiança e favorecem o agendamento de novas consultas.

“A reputação não se constrói apenas com boa medicina, mas também com boa comunicação. Cuidar das interações digitais é cuidar da própria marca profissional”, reforça Dayane Carvalho.

O papel da Doctoralia na gestão da reputação médica

Com mais de 33 milhões de visitantes mensais e 10 milhões de agendamentos por mês, a Doctoralia se consolidou como uma das principais plataformas digitais de saúde do Brasil.

Além de promover visibilidade, a plataforma permite gerenciar avaliações, responder a comentários e fortalecer a presença digital de clínicas e consultórios – tudo dentro de regras claras de moderação e transparência.

Quer se aprofundar no tema?

A Doctoralia disponibiliza gratuitamente o e-book completo “Como gerenciar comentários online para clínicas e consultórios”, com orientações práticas, checklists e exemplos de respostas estratégicas.

O material pode ser acessado neste link: https://pro.doctoralia.com.br/recursos-gratuitos/ebook

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A comunicação como princípio ativo da prática médica

Ao longo de mais de 25 anos atuando com comunicação no setor de saúde, tenho observado uma tensão recorrente que acompanha médicos e profissionais da saúde: a necessidade de construir uma presença profissional que vá além da competência clínica, que não dilua a essência da prática médica. Em um cenário em que a medicina muitas vezes se torna uma “commodity”, o que distingue um profissional não é apenas sua técnica, mas a forma como se comunica, se conecta e se posiciona diante de pacientes, pares e sociedade.

A comunicação, claramente, não substitui o diagnóstico nem a habilidade cirúrgica. Ela não cura nem trata, mas corretamente estruturada ela certamente torna-se um instrumento de ancoragem que favorece ao profissional ser reconhecido por sua autoridade, construindo confiança e estabelecendo relações consistentes, mesmo em meio a um mundo digital volátil e a uma sociedade saturada de informações.

O desafio, porém, é grande. Médicos lidam diariamente com agendas extenuantes, pressões regulatórias, complexidade clínica e expectativas sociais. A ideia de “ter que estar presente” em redes, eventos e fóruns pode parecer mais um peso do que uma oportunidade. É nesse ponto que a comunicação estruturada — ética, coerente e ancorada em normas do setor — se torna fundamental. Diferentemente de autopromoção vazia, ela exerce a função de integrar conhecimento, cuidado e visibilidade estratégica.

Manter a coerência exige clareza sobre limites e objetivos, em que o conteúdo compartilhado deve respeitar códigos de conduta médica, confidencialidade, legislações e normas institucionais. O tom da presença digital precisa refletir exatamente a postura do consultório: sério, confiável, humano. Isso exige planejamento, disciplina e, muitas vezes, apoio profissional de comunicação que entenda o setor e saiba navegar entre oportunidades de visibilidade e riscos reputacionais.

A ausência de estrutura leva a inconsistências e exposição desnecessária. Profissionais que improvisam, baseando-se apenas na intuição ou na lógica das redes, rapidamente percebem que atenção e engajamento não são sinônimos de autoridade. A comunicação sem estratégia pode até gerar visibilidade, mas nem sempre de qualidade e dificilmente com credibilidade duradoura.

Por outro lado, médicos que se apropriam da comunicação de forma consciente veem resultados concretos: fortalecem relações com pacientes, ampliam oportunidades de colaboração, contribuem para debates públicos e preservam sua imagem profissional em cenários complexos. A comunicação se torna, então, extensão da prática médica: ética, eficiente e humanizada, mas sempre subordinada à ciência e à prática clínica.

No fim, estar presente não representa estar em todos os canais, mas em lugares estratégicos onde a voz profissional importa. Também não representa ser e nem competir com influenciadores, mas de se posicionar com clareza, relevância e integridade, que são elementos naturais para a consolidação da imagem profissional.

Mas é fato que o diferencial do médico moderno não é não será “apenas” a excelência técnica, mas a capacidade de transformar a comunicação em pilar de carreira, ferramenta de impacto e estrutura de segurança em um mundo cada vez mais conectado.

A prática clínica continua sendo o centro, mas a comunicação é o instrumento que permite operar com segurança e consistência pelo território digital e relacional, construindo reputação, confiança e presença profissional segura.

*Erika Baruco é Jornalista, pós-graduada em Neurocomunicação, Certificação em Gestão da Experiência do Cliente na Saúde Digital e Diretora da Baruco Comunicação Estratégica.

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SAÚDE BUSINESS

O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025

A Philips encerrou mais uma edição do ConnectDay, desta vez em novo formato e realizado em parceria com o Healthcare Innovation Show (HIS). No dia 30 de setembro, o ConnectDay aconteceu de forma independente, enquanto nos dias 1 e 2 de outubro integrou a programação do HIS. O evento como um todo recebeu mais de 4 mil participantes, que também puderam ser impactados diretamente pelas atividades do ConnectDay. Essa estrutura ampliou significativamente o alcance da iniciativa, potencializando as oportunidades de conexão e negócios. Com mais de 30 palestras ao longo dos três dias, os debates se concentraram em como a Inteligência Artificial (IA) pode resolver desafios críticos da saúde, reforçando o papel estratégico da plataforma na construção do futuro do setor.

A relevância do evento foi reforçada pela participação de líderes como o Dr. Woojin Kim, Diretor de Estratégia e Informações Médicas da HOPPR. Em sua palestra, ele destacou como a nuvem e a IA são cruciais para a radiologia. Segundo o Dr. Kim, a IA já está promovendo uma “revolução silenciosa” no setor, não apenas com o uso de dados na nuvem para priorizar exames urgentes, mas também com a automação de tarefas repetitivas, como medições e segmentações. O foco deve ser a utilidade clínica, garantindo que as soluções de IA se integrem ao fluxo de trabalho e lidem com o aumento do volume de exames.

Outro destaque do evento foi a programação do Tasy Community Summit, uma imersão completa no sistema de gestão em saúde presente em cerca de 2.000 instituições na América Latina. A programação cobriu desde casos práticos até temas de Enterprise e funcionalidades clínicas avançadas do Tasy, com o objetivo de maximizar a sua utilização, melhorar a percepção de valor e, com isso, beneficiar os pacientes. Dentre as inovações apresentadas, destaca-se o Tasy Academy, uma plataforma de aprendizagem que oferece capacitação nos processos do Tasy para qualquer pessoa, permitindo o desenvolvimento de habilidades de forma prática e acessível.

O ConnectDay também recebeu grandes líderes locais, incluindo representantes da Santa Casa de Porto Alegre, Hospital Moinhos de Vento, Hcor, Santa Casa da Bahia, Unimed BH e Fleury, que compartilharam insights sobre inovação aplicada às soluções de Healthcare Informatics da Philips. As conversas também foram levadas ao estúdio Philips & AWS, podcast gravado durante a programação do evento e já disponível em Connect Day 2025 | Philips, permitindo aos convidados discutir em mais detalhes o futuro da saúde no país e o papel da tecnologia nessa jornada.

O sucesso do ConnectDay reforça a influência da Philips no setor, destacando seu papel por integrar equipamentos, software e inteligência clínica em um ecossistema verdadeiramente interoperável. Todo o conteúdo do evento, incluindo as palestras gravadas, será disponibilizado no site e redes sociais da Philips, estendendo o impacto das discussões sobre o futuro da saúde conectada no Brasil.

Explore todo o conteúdo do ConnectDay 2025, incluindo palestras, entrevistas e materiais exclusivos, em Connect Day 2025 | Philips.

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Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica

Por que digitalizar não é transformar – e o que a liderança tem a ver com isso?

O título deste artigo foi uma frase falada pelo head de Saúde Digital da Nvidia, Raghav Mani, no HLTH, que aconteceu de 19 a 22 de outubro, em Las Vegas, e eu queria discorrer um pouco sobre ela.

Nos últimos anos, o setor de saúde viveu uma corrida pela digitalização. Prontuários eletrônicos, dashboards, ERPs, APIs. Quase tudo agora tem um dado, um ID e um backend. Mas, apesar de termos colocado os dados no digital, a experiência segue analógica — para o paciente, para o profissional e, muitas vezes, para o próprio gestor.

Digitalizamos processos, mas não transformamos jornadas. Automatizamos tarefas, mas seguimos com fluxos que começam e terminam em silos. Criamos ferramentas de inteligência, mas ainda tomamos decisões baseadas em conveniência, não em evidência.

No fundo, o desafio não é mais tecnológico — é cultural e de liderança. Transformar exige redesenhar o que vem antes e depois da tecnologia: o fluxo, a decisão, o papel de cada ator. É o que foi chamado no HLTH de workflow-first AI: começar pelo problema, não pela ferramenta. A boa inovação é a que tira atrito, devolve tempo e gera aprendizado.

Quem vive o meio do caminho — entre o discurso da inovação e a prática da operação — sabe que as dores da transição são reais. Implementar uma ferramenta que promete integrar o cuidado, por exemplo, pode gerar mais telas e mais burocracia se o processo não for redesenhado. O que era para ser leve vira mais um clique. E é aí que a liderança faz diferença.

Liderar nesse novo tempo é ter coragem de simplificar. É entender que a transformação digital não é sobre tecnologia, mas sobre experiência — do paciente, do colaborador e da própria instituição. É assumir que transformar dá trabalho, mas dá retorno: o piloto que escala é o que muda o fluxo, não necessariamente o software.

A maturidade digital se mede menos pelo número de sistemas instalados e mais pela fluidez da jornada. E essa fluidez é produto direto de lideranças que sabem integrar tecnologia, propósito e gente.

Talvez o próximo salto da saúde não venha de mais uma API, mas de uma nova forma de fazer. Mais simples, mais conectada, mais humana. É o que dizemos, menos sobre o dado — e mais sobre o que fazemos com ele.

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O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?

Liderar na saúde exige, cada vez mais, visão sistêmica, capacidade de inovação e compromisso com o impacto social.

Na última década, o setor da saúde atravessou transformações profundas. Da emergência da Covid-19 às novas fronteiras da medicina personalizada, aprendemos — muitas vezes à força — que saúde não é um tema setorial, mas um reflexo direto das condições sociais, econômicas e ambientais.

É nesse contexto que o Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) completa uma década, atuando como observador privilegiado e agente ativo na formação de lideranças que buscam responder, com excelência, aos desafios desse período. Olhando para trás, é possível traçar um mapa do que será exigido das lideranças que desejam permanecer relevantes na próxima década.

A tríplice carga de doenças como bússola da complexidade

A saúde global deixou de lidar com uma única frente. Hoje, os líderes enfrentam a chamada tríplice carga de doenças: o controle contínuo de doenças infectocontagiosas (como arboviroses e a reemergência de casos como tuberculose), o crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (cardiovasculares, metabólicas e de saúde mental) e, cada vez mais, os impactos da violência e da insegurança pública sobre a saúde física e emocional da população. Gerir nesse cenário requer mais do que competência técnica: exige visão sistêmica, articulação intersetorial e a coragem de assumir decisões que vão além das métricas convencionais.

Liderança em transição: do jaleco ao pitch

Enquanto isso, um novo perfil de profissional de saúde emerge. Segundo pesquisas recentes, cerca de 30% dos estudantes de medicina já consideram o empreendedorismo como uma possibilidade concreta de carreira. Essa mentalidade reflete uma transição: de profissionais formados exclusivamente para atender demandas clínicas, para líderes dispostos a repensar o próprio sistema. As novas lideranças não querem apenas operar dentro da estrutura existente — querem redesenhar os alicerces.

Tecnologia como meio, não fim

Nesse novo ciclo, a tecnologia será um componente inevitável — da análise de dados populacionais à inteligência artificial aplicada ao cuidado, passando por modelos digitais de gestão e operação. No entanto, ainda existe um descompasso importante entre a velocidade da inovação e a capacidade dos profissionais e gestores de incorporá-la com criticidade e responsabilidade. A próxima década exigirá um salto em literacia digital: compreender o potencial e os limites da tecnologia será tão essencial quanto entender as bases da anatomia ou da administração hospitalar.

O que fica e o que muda

Dos últimos 10 anos, ficam aprendizados duros sobre preparo, resiliência e a importância de lideranças conectadas com a realidade do país e não apenas dos grandes centros. Para os próximos 10, o desafio será conciliar inovação com equidade, eficiência com cuidado, tecnologia com humanidade. A liderança do futuro precisará ser menos hierárquica e mais colaborativa; menos verticalizada e mais em rede. Terá que integrar dados e intuição, ciência e sensibilidade.

Porque se há uma certeza sobre o que vem pela frente, é esta: saúde nunca mais será uma pauta isolada. E liderar na saúde será, cada vez mais, liderar também o futuro da sociedade.

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PORTAL G1

Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'

Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, era médico intensivista e foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás se solidarizou com a família e os amigos.

A morte do médico Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, causou comoção nas redes sociais, “jamais será esquecido”, escreveu uma pessoa. Clélio era residente de medicina intensiva no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) se solidarizou com a família e os amigos.

A morte foi divulgada pela Sociedade de Terapia Intensiva de Goiás (Sotiego) nas redes sociais na quarta-feira (29). A causa da morte não foi divulgada.

Nas redes sociais, o médico foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. "Que menino fantástico, ser humano ímpar, inteligente, educado, íntegro, um coração enorme”, escreveu um seguidor.

Os amigos lembraram da trajetória na medicina e como ele se tornou um ótimo profissional. “Uma pessoa extraordinária!! Um estudante de medicina brilhante!! Descanse em paz!”, escreveu uma seguidora.

O velório foi realizado no Complexo Vale do Cerrado, na GO-060. Clélio foi sepultado na quinta-feira (30).

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Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia

Golpe causou prejuízos de cerca de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos por meio de isenção de Imposto de Renda, de acordo com a polícia. Segunda fase da operação prendeu três advogados, um médico e um engenheiro.

Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados com isenção de Imposto de Renda a partir de laudos falsos de exposição ao césio-137 em 1987, o maior acidente radiológico do Brasil, segundo a Polícia Civil. A investigação identificou que o grupo criminoso, composto por advogados, médico, engenheiro e militar, causou um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 1,7 milhão.

“Conseguimos identificar o grupo de forma bem distinta. Havia um núcleo jurídico, um núcleo de captação, um núcleo de fraude e um núcleo de advogados laranjas”, explicou o delegado Leonardo Dias Pires.

Quinta, 30 Outubro 2025 06:27

CLIPPING AHPACEG 30/10/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso

https://medicinasa.com.br/salva-vidas/

Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década

https://www.terra.com.br/noticias/planos-de-saude-acumulam-alta-de-quase-400-em-uma-decada,e802955f6925982d11432ae2e7c055b5ofydki1e.html#google_vignette

Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento

https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw

Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde

https://www.saudebusiness.com/esg/dimensao-social-do-esg-ganha-protagonismo-na-saude/

Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama

https://www.issoegoias.com.br/2025/10/inovacao-em-exames-de-imagem-tomografia.html

AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente

https://www.issoegoias.com.br/2025/10/avc-nao-espera-saiba-como-identificar.html

Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos

https://www.migalhas.com.br/depeso/443192/como-a-advocacia-preventiva-protege-medicos-de-riscos-e-processos

Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes

https://futurodasaude.com.br/dialogo-hospitais-operadoras/

Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina

https://girosa.com.br/da-consulta-ao-diagnostico-ia-ganha-espaco-medicina/#google_vignette

MEDICINA S/A

Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso

A medicina está exausta.

No Brasil, dois a cada três médicos relatam sintomas de burnout, segundo a pesquisa Saúde Mental do Médico, da Afya. Quase metade já teve diagnóstico de ansiedade ou depressão. Nunca tivemos tantos recursos tecnológicos e, paradoxalmente, tantos profissionais adoecendo. O que está “matando” quem salva vidas não é o paciente, mas a ineficiência operacional : o excesso de decisões, informações e burocracia que rouba tempo, foco e empatia.

O problema não está no cuidado, mas na estrutura de trabalho que se tornou insustentável. Médicos passam horas diante de telas, preenchendo prontuários e lidando com tarefas repetitivas. Um estudo da Medscape mostra que 65% dos profissionais gastam mais de 10 horas semanais com tarefas administrativas, alguns chegam a 25.

Instituições como o Hospital Albert Einstein e o Hospital das Clínicas já aplicam IA em exames, triagem e gestão de pacientes. Mas o avanço mais significativo no sentido de fluxo de trabalho e eficiência virá de plataformas que permitam ao profissional organizar sua rotina em um único ambiente, independentemente do número de locais em que atua.

Esse ponto é essencial para médicos que atuam em diferentes locais e precisam otimizar cada minuto de consulta: com a tecnologia absorvendo parte da burocracia, o tempo passa a ser investido em momentos de autocuidado, de lazer e com a família. Para esses profissionais, significa maior previsibilidade na rotina, menos deslocamentos desnecessários e melhor distribuição das demandas, prevenindo o burnout.

É aqui que a inteligência artificial entra, não como substituta, mas sim como guardiã da mente médica. Segundo um levantamento da Mass General Brigham, hospitais que adotaram IA generativa para documentação clínica, a carga cognitiva caiu 72%, o burnout reduziu 21% e o bem-estar aumentou 30%.

Um exemplo concreto dessa transformação é o DAX Copilot, da Microsoft, uma ferramenta que grava consultas, redige rascunhos de prontuários e sugere hipóteses clínicas em tempo real. O resultado: 70% menos burnout, 93% dos pacientes mais satisfeitos e US$ 41 mil de economia anual por profissional.

A tecnologia, quando bem aplicada, não desumaniza a medicina, ela a devolve aos médicos. Não é automação. É libertação. Ao assumir o que é repetitivo, a IA devolve o que é insubstituível: a escuta, o olhar, a presença.

Muitas das soluções que estão salvando a medicina nasceram em outros setores. A Netflix, por exemplo, usa algoritmos para prever o que você vai querer assistir. A startup Verge Genomics aplica o mesmo princípio a genes: analisa milhões de variações genéticas e recomenda tratamentos personalizados, encurtando o ciclo de desenvolvimento de novos medicamentos de décadas para poucos anos.

Na indústria de games, tecnologias de reconhecimento emocional inspiraram hospitais como o Cedars-Sinai, em Los Angeles, a usar assistentes de voz capazes de identificar alterações sutis na fala e detectar sinais precoces de infecções e doenças neurológicas, antes mesmo de os sintomas aparecerem. Esses exemplos mostram algo essencial: a IA não está tornando o cuidado mais frio. Está tornando-o mais atento, mais preciso, mais humano.

A transformação digital da saúde não é sobre eficiência, mas sobre propósito. Florence Nightingale revolucionou os hospitais com estatísticas. No século XXI, a revolução será feita por algoritmos, não para substituir o toque humano, mas para torná-lo novamente possível. Profissionais precisam de ferramentas inteligentes para manejar um volume crescente de dados, decisões e pacientes, sem sacrificar seu bem-estar ou qualidade de vida.

A IA está ajudando médicos a recuperar o tempo que a burocracia tirou. Está devolvendo à medicina o que sempre foi a sua essência: estar ao lado das pessoas. No fim, a grande revolução da IA na saúde não é tecnológica. É humana. E talvez seja justamente isso o que a medicina mais precisava: uma forma de lembrar que cuidar sempre foi, e continuará sendo, um ato profundamente humano.

*Guto Quirós é CEO da Plenno.

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PORTAL TERRA

Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década

Reajuste de planos coletivos chega a 383,5% em 10 anos, enquanto projeção para 2025 segue na casa dos dois dígitos; advogado especialista em Direito da Saúde explica alternativas para consumidores

Os planos de saúde coletivos registram aumentos acumulados que superam em quatro vezes a inflação geral nos últimos dez anos. Entre 2015 e 2025, os reajustes nos contratos coletivos por adesão e empresariais alcançaram 383,5%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 84%, e os planos individuais variaram 146,48%.

O setor atende 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o equivalente a 25% da população brasileira, que atualmente é de 213,4 milhões de habitantes. Essa cobertura se mantém estável em relação a 2015, apesar de adições recentes de cerca de 4 milhões de contratos desde 2020.

Os reajustes elevados afetam diretamente 83% dos beneficiários (44.397.575) por meio de planos coletivos por adesão e empresariais, que não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A maior parte dos contratos comercializados atualmente são os coletivos, cujos reajustes escapam do controle automático da ANS", afirma o advogado especialista em planos de saúde, Elton Fernandes.

Diferença entre os reajustes

Os reajustes dos planos de saúde variam conforme o tipo de contrato. Nos coletivos, o acumulado de 2015 a 2025 atingiu 383,5%. Essa modalidade inclui planos empresariais e por adesão, negociados diretamente com operadoras, sem teto regulado pela ANS.

Os planos por adesão, vinculados a entidades de classe, enfrentam reajustes acima de 25% em média nos últimos anos. Já os planos empresariais de pequenas e médias empresas (PME), que cresceram devido à ausência de oferta individual, também registraram altas de dois dígitos, com projeções de 15% para 2025.

Nos planos individuais e familiares, regulados pela ANS, o cenário é mais controlado. O teto para maio de 2025 a abril de 2026 é de 6,06%, aplicável a 8,6 milhões de beneficiários, ou 16,4% do total. Esse índice resulta da combinação entre a variação de despesas assistenciais (9,35% em 2024) e o IPCA sem subitem de planos (4,83%). Comparado a 2024, quando o limite foi de 6,91%, há uma redução de 0,85 ponto percentual.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de 2023 mostrou que os reajustes coletivos foram até duas vezes maiores que os individuais entre 2017 e 2022. O advogado especialista em reajuste de plano de saúde, Elton Fernandes, ressalta que essa disparidade decorre da regulação. Enquanto a ANS limita o aumento dos contratos individuais e familiares, os coletivos dependem de negociações diretas com as operadoras.

"Hoje, as famílias contratam planos de saúde para os seus via um CNPJ e, assim, os reajustes praticados não seguem o índice da ANS. É isso o que a Justiça tem revisto, pois, nesses casos, uma das possibilidades é que o reajuste siga a regra dos contratos familiares, com reajustes inferiores", explica Elton Fernandes.

Impactos nas empresas brasileiras

Para empresas, os planos de saúde representam 15,8% da folha em 2025, contra 11,5% em 2015, segundo a consultoria Mercer Marsh, que administra carteira com 5 milhões de usuários. O custo médio subiu 215% em dez anos, indo de R$ 225,23 em 2015 para R$ 709,50 em 2025 por funcionário.

Segundo a consultoria, as empresas passaram a adotar estratégias de contenção de gastos frente ao aumento dos custos com os planos de saúde. Há dez anos, 51% cobravam dos funcionários parte do valor do convênio; em 2021, caiu para 36%, mas subiu para 55% em 2025.

A pesquisa Mercer Marsh de 2025 também mostrou que 66% das empresas redesenharam benefícios, trocando operadoras, enquanto 31% planejam isso em 12 meses. O custo corporativo deve subir 10,5% em 2025, tornando os convênios o segundo maior gasto após salários. "O aumento dos custos de um plano de saúde faz com que, em muitos casos, o valor da mensalidade seja o segundo maior gasto da empresa, logo depois do salário. Isso traz desafios para a gestão do negócio", pondera Elton Fernandes, especialista em Direito da Saúde.

Reajuste do plano de saúde 2025/2026

Um dos indicadores que influenciam os aumentos dos planos de saúde, a inflação médica no Brasil deve continuar acima da média global em 2025. Segundo um levantamento da consultoria Aon com dados de 112 países, o custo médico no país terá alta de 12,9% neste ano, 2,9 pontos percentuais acima da média global, que deve ser de 10%.

Com base nessa projeção, a Aon estimou que os reajustes dos planos empresariais e coletivos ficariam entre duas médias possíveis em 2025: 13,7% e 21,8%, conforme os critérios adotados por cada operadora, enquanto o índice ANS para planos individuais foi de 6,06% para o período de maio de 2025 a abril de 2026.

O advogado Elton Fernandes explica que beneficiários de planos coletivos podem questionar os percentuais aplicados em seus contratos. Uma das maneiras é solicitar à operadora a demonstração técnica detalhada dos critérios aplicados no cálculo do aumento. Caso a justificativa não seja clara ou proporcional, é possível buscar orientação jurídica para entender as medidas legais cabíveis.

Além disso, o advogado especialista em Direito da Saúde em São Paulo afirma que o consumidor pode avaliar a troca de plano de saúde por meio da portabilidade de carências ou realizar um downgrade, que é a mudança para uma categoria inferior de rede credenciada dentro do mesmo contrato. "A portabilidade e a redução de cobertura via downgrade podem implicar mudança de rede credenciada, ao contrário da revisão do reajuste. Contudo, é importante ao consumidor compreender seus direitos para avaliar o que é melhor para si", detalha Elton Fernandes.

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PUC TV

Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento

https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw

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SAÚDE BUSINESS

Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde

Hospital Pequeno Príncipe e Sistema Unimed mostram como programas de equidade, prevenção e educação fortalecem o cuidado, ampliam o acesso e consolidam a sustentabilidade no setor.

As políticas ESG (Environmental, Social and Governance) vêm sendo cada vez mais usadas para avaliar instituições não só pelos aspectos ambientais ou de governança, mas também pelo fator social.

No setor da saúde, a dimensão “S” envolve a gestão das relações das instituições de saúde com seus funcionários, pacientes, comunidades e demais stakeholders. Nesse cenário, as principais abordagens incluem: promoção da saúde e bem-estar das comunidades, bem-estar e valorização dos colaboradores, qualidade do atendimento e segurança dos pacientes.

Na área hospitalar, o Hospital Pequeno Príncipe busca democratizar o acesso à medicina de alta complexidade. Em 2024, 74% de todos os atendimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A instituição possui diversas iniciativas que consolidam o impacto social do hospital. Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva, elenca algumas delas:

Programa Família Participante: garante a presença de familiares junto aos pacientes do SUS, oferecendo alimentação, apoio psicológico e social, e orientação para o cuidado infantil;

Casa de Apoio Pequeno Príncipe: oferece hospedagem e alimentação gratuitas a pacientes e familiares de outras regiões, reduzindo barreiras de acesso à saúde especializada;

Setor de Educação e Cultura (Educ): assegura o direito à educação durante a internação, com professores das redes pública e da própria instituição;

Projetos culturais via leis de incentivo: promovem o acesso de pacientes, familiares e colaboradores a apresentações artísticas e oficinas de teatro, música e literatura;

Campanha Pra Toda Vida: reforça o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, com ações de prevenção, capacitação de profissionais e advocacy em políticas públicas;

Programa Cuidando de Quem Cuida: dedicado ao bem-estar dos colaboradores, oferece atendimento psicológico, terapias complementares e apoio financeiro;

Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe: oferece atendimento gratuito a crianças e adolescentes com deficiências e doenças raras, com foco em reabilitação, autonomia e inclusão social.

Entre as iniciativas recentes que ampliam o acesso à saúde e fortalecem a prevenção, destacam-se a Telepediatria, em parceria com secretarias municipais de saúde, que fortalece a atenção primária do SUS; o Telessaúde, que oferece teleconsultorias e monitoramento remoto a profissionais de outras instituições; e programas de educação e prevenção, como o Primeiríssima Infância, voltado à capacitação de cuidadores de crianças de 0 a 3 anos, e o HPP nas Escolas, focado em segurança e promoção da saúde.

Ety destaca que o hospital também mantém canais estruturados de diálogo com pacientes, famílias e colaboradores, reforçando a cultura de escuta ativa. O programa Voz do Paciente, criado em 2023, coleta relatos presenciais e on-line para fortalecer o cuidado centrado na pessoa. Internamente, o Canal de Escuta e a Central de Atendimento ao Colaborador (CAC PP) acolhem manifestações de forma anônima e digital, enquanto as Rodas de Conversa promovem integração entre equipes, estimulando pertencimento e corresponsabilidade.

Para medir o resultado de suas iniciativas, o Pequeno Príncipe adota uma abordagem integrada que combina indicadores assistenciais, de experiência do paciente, engajamento comunitário e reconhecimento institucional. Net Promoter Score (NPS), tempos de espera e densidade de reclamações funcionam como referências estratégicas para aprimorar práticas, fortalecer programas e embasar decisões voltadas à humanização e ampliação do cuidado.

Ety conta que, em 2024, o hospital alcançou NPS de 92,91%, superando a meta de 83,3%, e reduziu a densidade de reclamações de 1,5 para 1,1 por mil pacientes.

O Pequeno Príncipe atende crianças de todo o país, mas o equilíbrio financeiro é desafiador. Atualmente, o hospital conta com o apoio de 334 empresas e 4.120 doadores.

“Em 2024, o déficit de R$ 43 milhões foi compensado por doações e parcerias estratégicas. Cerca de 17,6% da receita bruta do Complexo Pequeno Príncipe veio da sociedade civil — recursos financeiros, doações de medicamentos e alimentos, patrocínios e investimentos de governos. Esses aportes permitiram cobrir o déficit assistencial e investir em pesquisas, equipamentos e infraestrutura.”

O hospital também participa de redes colaborativas como o Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) e de conselhos de direitos da criança, reforçando a governança compartilhada.

Em busca de reforçar sua sustentabilidade, a instituição criou o Futurin — Funds for Life, fundo patrimonial voltado à perenidade financeira e social.

“Para os próximos anos, o foco é consolidar a sustentabilidade institucional em múltiplas dimensões — financeira, ambiental e social — com metas como: ampliação da telemedicina e programas de prevenção, conclusão do hospital-dia do Pequeno Príncipe Norte e investimentos contínuos em tecnologia e digitalização hospitalar.”

Cooperativismo que transforma

“A dimensão social está no centro da atuação do Sistema Unimed. Em 2024, cerca de 200 cooperativas investiram R$ 102 milhões em ações socioambientais em todo o país, voltadas à responsabilidade social, capacitação profissional, cultura, esporte, meio ambiente e promoção da saúde”, diz Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.

Esses recursos sustentam programas como o Movimento Mude1Hábito, que incentiva estilos de vida mais saudáveis, e políticas de diversidade e inclusão, refletidas na criação de mais de 7 mil novos empregos diretos em 2024 — um crescimento de 27,5% em relação a 2023. “Hoje, 76% dos 130 mil postos de trabalho nas cooperativas participantes são ocupados por mulheres, demonstrando compromisso com a equidade de gênero.”

Na formação profissional, foram investidos mais de R$ 84 milhões na capacitação de médicos e colaboradores em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), além da inserção de mais de 4 mil jovens em programas de estágio e aprendizagem.

“Todas essas iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), e as melhores práticas são reconhecidas pelo Selo ESG Unimed, que fortalece a cultura de responsabilidade em todo o Sistema”, pontua Abujamra.

As cooperativas também mantêm parcerias com municípios e secretarias de saúde para ampliar o acesso à medicina de qualidade, sobretudo em regiões vulneráveis.

O impacto dessas ações é medido por meio do Balanço Social da Unimed do Brasil, que consolida indicadores econômicos, sociais e ambientais de 200 cooperativas. Em 2024, 16 cooperativas Unimed figuraram entre as 18 operadoras médico-hospitalares com nota máxima no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e 82 foram classificadas na faixa de excelência.

“Os programas sociais e de prevenção são financiados majoritariamente com recursos próprios. Em 2024, o Sistema movimentou R$ 96 bilhões em serviços de saúde privados e R$ 102 milhões em investimentos socioambientais, além de colaborações com Organizações Não Governamentais (ONGs), universidades e órgãos públicos que potencializam o alcance das ações.”

Na avaliação de Abujamra, os benefícios são amplos e compartilhados, refletindo em diferentes dimensões e beneficiando públicos diversos. “As comunidades têm acesso ampliado a iniciativas de promoção da saúde, educação, capacitação profissional, diversidade e inclusão, o que contribui para o fortalecimento social e econômico dos territórios onde a marca atua. Os pacientes percebem ganhos diretos na qualidade de vida, com a redução de internações evitáveis e o estímulo a hábitos mais saudáveis.”

O setor público também é beneficiado, na medida em que as ações de promoção e prevenção colaboram para desafogar o sistema de saúde e reduzir a demanda por atendimentos de alta complexidade. “Já o próprio Sistema Unimed reforça sua eficiência e capacidade assistencial, com 665 milhões de eventos assistenciais realizados em 2024, entre consultas, exames, internações e outros procedimentos.”

Para os próximos anos, a instituição projeta novas frentes de impacto, voltadas à saúde digital, economia verde e transição energética, conectando inovação, sustentabilidade e propósito social. “Assim, o cooperativismo médico se consolida como um dos pilares mais relevantes da sustentabilidade no ecossistema de saúde brasileiro, transformando investimento social em valor compartilhado para toda a sociedade.”

O preço de não investir no social

A dimensão social do ESG não pode ser vista como acessória para instituições de saúde: ela integra diretamente missão, operações, reputação, sustentabilidade financeira e compliance. Quando bem endereçada, traz impactos positivos — melhor qualidade de cuidado, maior equidade, equipes mais engajadas, comunidades mais saudáveis, maior confiança dos pacientes e parceiros.

Por outro lado, negligenciá-la pode acarretar riscos: reputação debilitada, maior rotatividade de colaboradores, menor eficiência operacional, dificuldade de atração de capital ou parcerias, e até impacto adverso na qualidade de atendimento.

“A inclusão da estratégia ESG é uma questão muito particular de cada empresa. Aquelas que escolhem a estratégia ESG se beneficiarão do acesso ao capital de impacto, além de dirimirem questões sociais e ambientais”, analisa Alexandre Furtado, professor do MBA em Saúde da Fundação Getulio Vargas.

Na visão de Furtado, há grandes oportunidades sociais para empresas privadas de saúde, como as parcerias público-privadas para coordenar programas de equidade e prevenção de saúde. “Basta ter a capacidade de oferecer esse tipo de serviço, o que acredito que muitos hospitais privados que já possuem SUS poderiam realizar com excelência, ou até mesmo operadoras de saúde. Existe um nicho interessante de modelo de negócio da saúde que vem com a pegada social do ESG.”

Mas Furtado destaca que as empresas do setor que não perceberem esse tipo de modelo de negócio, que é alavancado pelo social, acabarão perdendo a relevância na rede de atenção.

Quando se fala de risco reputacional, o especialista avalia que as empresas ainda estão situadas na seara da obrigatoriedade regulatória, onde o seu não atendimento por falta de transparência gerará multas e outras punições por parte dos órgãos reguladores, o que gera, na mesma amplitude, a perda de reputação.

“Essa perda reputacional se agravará ainda mais com a vinda das novas normas de sustentabilidade sob o padrão do International Financial Reporting Standards (IFRS), as IFRS S1 e S2, que tratam das obrigatoriedades de divulgação das informações de ESG aos investidores que companhias abertas, bancos e seguradoras do setor de saúde terão que atender a partir de 2026.”

As normas internacionais de sustentabilidade determinam que as empresas divulguem não apenas os riscos, mas também as oportunidades ligadas ao ESG, refletindo uma mudança estrutural nas finanças corporativas.

“Essa transformação tem origem no modelo de “cap and trade” (limite e compensação) — base das finanças sustentáveis — criado nos Estados Unidos no fim dos anos 1980. O sistema surgiu para combater as chuvas ácidas causadas por emissões industriais: as empresas poluidoras eram cobradas, enquanto as que reduziam emissões recebiam incentivos.”

O princípio é simples: governos impõem metas e penalidades a quem polui e oferecem incentivos a quem investe em sustentabilidade. Com isso, a sustentabilidade deixou de ser vista como um custo regulatório e passou a representar uma vantagem competitiva.

“No setor de saúde, essa mudança é clara: instituições que incorporam práticas ESG têm acesso tanto a financiamentos mais baratos quanto a gerar ganhos com créditos de carbono, por exemplo. As empresas estão percebendo que a sustentabilidade é hoje uma exigência estratégica, principalmente, para ter acesso a um capital mais barato para financiar suas operações”, diz Furtado.

O impacto social no setor de saúde deixou de ser apenas uma ação filantrópica para se tornar um investimento estratégico. Iniciativas como as do Hospital Pequeno Príncipe e do Sistema Unimed demonstram que programas de equidade, prevenção e educação produzem resultados concretos para pacientes, comunidades, colaboradores e o sistema de saúde como um todo.

Além disso, a adoção de práticas ESG gera vantagens financeiras e estratégicas. Por outro lado, negligenciar a dimensão social implica riscos significativos: perda de reputação, dificuldade em atrair capital ou parcerias, menor engajamento de equipes e impacto negativo na qualidade do cuidado.

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ISSO É GOIÁS

Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama

Goiânia (GO) - Quando se fala em diagnóstico do câncer de mama, o exame de imagem mais lembrado é a mamografia. No entanto, um estudo conduzido pelo médico goiano Celso Augusto de Paula Nunes (foto), especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, mostra que a tomografia das mamas com tecnologias exclusivas e protocolos avançados também é uma importante aliada na detecção precoce e acompanhamento do câncer de mama.

Esse reforço diagnóstico não substitui a mamografia, mas torna-se ainda mais relevante quando se considera que a identificação precoce pode garantir melhores prognósticos e taxas de cura que chegam a 95%.

“A falha no diagnóstico do câncer de mama representa uma grande preocupação. O uso de protocolos dedicados e de novas tecnologias na tomografia, como o mapa de iodo por subtração e a dupla energia espectral, tem mostrado resultados promissores no auxílio ao diagnóstico e acompanhamento”, afirma Celso Augusto de Paula Nunes.

Essas tecnologias, presentes nos tomógrafos da Canon Medical Systems, utilizam técnicas avançadas de aprendizado profundo (Deep Learning) e inteligência artificial (IA) utilizando dupla energia espectral com mapa de iodo, para fornecer imagens com maior diferenciação de tecidos e riqueza de detalhes anatômicos, com quantificação do iodo captado pela lesão, elevando o padrão de precisão do exame e facilitando controle pós-tratamento de lesões nas mamas.

A tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo quantitativo já está disponível em algumas das melhores clínicas de imagem do Brasil, entre elas, o CDI Premium, em Goiânia, que é uma das poucas unidades do país a contar com essa tecnologia de ponta.

O estudo elaborado por Celso Augusto de Paula Nunes em parceria com Henrique J. Cirino, líder estratégico de Aplicação Clínica em Tomografia na Canon Medical Systems Brasil, evidencia como essas inovações agregam valor à prática diagnóstica e ampliam as possibilidades de rastreamento preciso do câncer de mama, principalmente em pacientes com impossibilidades de utilizar outros métodos como a mamografia e ressonância de mamas

Por ser realizado em um equipamento de tomografia, é uma excelente opção para pacientes claustrofóbicos, com contraindicações para exames de ressonância magnética ou com outras limitações, como peso excessivo ou dificuldade de posicionamento em máquinas convencionais.

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AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente

Neurologista alerta para importância da informação e da rapidez no atendimento

O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo — mas também uma das mais evitáveis. De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (Neurológico), Iron Dangoni Filho, o tema ganha destaque no Dia Mundial e Dia Nacional de Prevenção ao do Acidente Vascular Cerebral, em 29 de outubro, como um lembrete urgente: informação e rapidez salvam vidas.

No Brasil, os números também preocupam: são mais de 400 mil novos casos por ano, fazendo da doença uma das principais causas de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos.

Segundo o especialista, a data é uma oportunidade de reforçar, reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença, pois o tempo é o fator mais importante, quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação completa.

“Existe uma janela de até quatro horas e meia para o uso de medicamentos que dissolvem o coágulo e podem reverter o quadro. Em situações mais graves, a trombectomia mecânica — procedimento que retira o coágulo por cateter — também precisa ser feita o quanto antes.  Cada minuto de AVC leva à morte de aproximadamente dois milhões de neurônios. Por isso, a rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequela”, reforça Iron Dangoni.

Fatores de risco e prevenção

Os principais fatores de risco são conhecidos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial. Há ainda fatores que não podem ser modificados, como idade, sexo feminino (para casos mais graves), etnia e histórico familiar. Por isso, a prevenção deve ser constante e acompanhada de mudanças de hábito.

Entre as medidas preventivas, ele destaca a pressão arterial controlada, a alimentação equilibrada, a atividade física regular, o abandono do cigarro, o controle do diabetes e do colesterol, além de boas noites de sono e consultas médicas periódicas.

Para identificar um AVC, o neurologista ensina uma maneira simples de lembrar os sinais: a palavra SAMU — Sorriso torto, Abraço fraco, Mensagem confusa e Urgência. “Qualquer alteração súbita, seja de fala, força, visão ou equilíbrio, é um alerta. É essencial procurar imediatamente atendimento médico o quanto antes. Somente exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, destaca.

Nos últimos anos, a medicina avançou em novas técnicas de tratamento e reabilitação. Além da trombectomia, há protocolos de reabilitação intensiva iniciados ainda durante a internação, com apoio de tecnologias como realidade virtual e estimulação cerebral.

O processo de recuperação envolve uma equipe multidisciplinar — neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas —, todos atuando para devolver autonomia e qualidade de vida ao paciente.

Mesmo com todos os progressos, Iron Dangoni ressalta que a desinformação ainda é um grande desafio. “Muita gente acredita que o AVC é uma doença exclusiva dos idosos, o que não é verdade. Ele pode atingir qualquer faixa etária, inclusive jovens. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para quebrar mitos e ensinar a agir no momento certo”, observa.

Para o especialista, o conhecimento é a maior arma contra o AVC. Quando a população reconhece os sinais, busca ajuda rapidamente e adota hábitos saudáveis, muitas vidas estão sendo salvas. Informação é prevenção, é cuidado e é vida.

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PORTAL MIGALHAS

Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos

Entenda como a advocacia preventiva no Direito Médico pode evitar ações judiciais, proteger a imagem do profissional e garantir segurança jurídica ao exercício da medicina.

A medicina sempre valorizou a prevenção como estratégia de cuidado. Tratar antes que a doença se instale é não apenas mais eficaz, como também mais seguro e menos oneroso.

Essa lógica, aplicada ao campo jurídico, ganha corpo na advocacia preventiva, especialmente no contexto do Direito Médico. Trata-se de um campo ainda subestimado, mas essencial para garantir segurança ao exercício profissional da medicina em tempos de judicialização da saúde e intensa exposição digital.

É comum que o médico só procure um advogado quando já está envolvido em um processo ético no Conselho Regional de Medicina, numa ação civil por suposta falha técnica, ou mesmo em inquérito criminal por lesão ou homicídio culposo.

Essa busca tardia costuma ocorrer quando os danos - à reputação, ao emocional e ao patrimônio - já estão em curso. O custo da defesa é, invariavelmente, mais alto do que o da prevenção.

A advocacia preventiva oferece ao profissional da saúde algo que o contencioso raramente consegue: controle. A presença de um advogado especializado desde o início da atividade médica contribui para a elaboração criteriosa dos documentos utilizados no atendimento, como contratos de prestação de serviços e termos de consentimento.

Também permite a análise rotineira de protocolos clínicos e operacionais, a resposta técnica a reclamações de pacientes e a orientação quanto à publicidade médica, evitando infrações éticas que, muitas vezes, ocorrem sem má-fé, mas por desconhecimento.

A assessoria jurídica adequada atua como uma extensão estratégica da gestão do consultório ou da clínica, zelando pela conformidade legal das rotinas e oferecendo respostas rápidas em contextos de crise. Com o avanço da telemedicina, as fronteiras entre atendimento presencial e remoto se diluíram, o que ampliou os desafios jurídicos e exigiu novas formas de proteção.

Além disso, o uso intensivo das redes sociais pelos profissionais da saúde gerou conflitos com as normas do Código de Ética Médica, muitas vezes negligenciadas.

O risco jurídico, no entanto, não é uma hipótese remota. O médico está sujeito a diversas formas de responsabilização, e sua conduta pode ser questionada sob diferentes prismas: civil, penal e administrativo. Em todas essas esferas, o acompanhamento jurídico prévio é decisivo.

A diferença entre uma conduta bem documentada e uma situação mal gerida pode ser o que define o rumo de um processo e o desfecho da carreira de um profissional.

Nesse cenário, o advogado especializado em Direito Médico não é apenas um defensor. Ele é também orientador, educador e escudo.

Ele conhece os direitos e deveres que regem a atividade médica, acompanha as transformações legais e éticas do setor da saúde e está preparado para proteger o médico, a clínica e, por consequência, os pacientes. A advocacia preventiva, portanto, é um investimento em tranquilidade, em longevidade profissional e em qualidade no exercício da medicina.

Mais do que evitar processos, essa atuação fortalece a relação médico-paciente, aumenta a segurança das decisões clínicas e reforça a credibilidade da prática profissional.

Assim como um exame de rotina pode salvar uma vida, a advocacia preventiva pode salvar uma carreira.

Quer proteger sua atuação médica com segurança jurídica? Entre em contato com um especialista em Direito Médico e inicie sua assessoria preventiva agora mesmo.

Luciana de Araújo Chaves Guimarães Pimentel - Advogada em Direito Médico e da Saúde. Vice-Pres da Com de Dir Médico e da Saúde da OAB/PE, Vice-Pres da Com de Dir Penal Médico da ABRACRIM/PE. Membro Consultora da Com de Dir Médico da OAB Nacional

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FUTURO DA SAÚDE

Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes Hospitais afirma

Os hospitais privados seguem enfrentando e cobrando que as melhoras econômicas das operadoras de planos de saúde, que tiveram lucro de 12,9 bilhões de reais no primeiro semestre de 2025, cheguem até o setor hospitalar.

Nos bastidores, o tema de redução de custos e possíveis cortes de despesas, incluindo redução de investimentos e equipes, começam a circular. Pequenos e médios hospitais devem ser os principais atingidos, caso a relação com as operadoras não melhore nos próximos meses e reflita em reajustes.

Dados da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) apontam que 41% dos hospitais não conseguiram realizar os investimentos planejados. O prazo para recebimento de serviços prestados, que chega a 120 dias, é apontado como um dos principais motivos.

"Os contratos, em boa parte dos casos, não têm sido respeitados. Eles dizem que a operadora deve reajustar os valores uma vez por ano, e se não houver entendimento entre a operadora e o hospital sobre o valor do reajuste, se aplica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo assim, a maioria das operadoras tem se recusado a aplicar", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

O cenário é diferente em grandes redes hospitalares e hospitais-referência, que possuem caixa e possibilidade de investimentos. Apesar de ter mais capacidade de negociação, também têm enfrentado desafios nas relações com as operadoras. Reforçar a relevância e entregas assistenciais têm sido o caminho para abrir diálogo.

"Temos diálogos mais estratégicos com as maiores operadoras para poder desenvolver as práticas do futuro, que é o que nos interessa. Temos encontrado espaço para a construção. O setor pede por evoluções e nós estamos abertos, até de uma maneira estratégica, a testar novos modelos que gerem valor para o sistema como um todo", afirma José Marcelo de Oliveira, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Desafios de custos e soluções

Na visão de Henrique Salvador, presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde, o sistema de saúde é complexo, com causas multifatoriais como desafios do setor no momento. "A indústria da saúde, que é de capital intensivo, está sempre precisando de dinheiro para investir em equipamentos, em capacitação de pessoas, em capex para poder melhorar as instalações físicas. Em um país em que a taxa Selic está 15%, o primeiro desafio é a estrutura de capital", afirma.

Junto ao impacto das glosas e questões de reajustes, a taxa de juros é considerada um entrave para a formação de caixa. Por isso, hospitais com menor capacidade financeira podem acabar reduzindo os investimentos planejados, com pequenos e médios sendo os principais afetados. Por outro lado, grandes redes e hospitais-referência atuam de forma diferente.

"Existem redes nacionais como o Mater Dei, mas a relação com operadoras é local. Em Belo Horizonte, nos nossos quatro hospitais temos uma relação com as operadoras mais relevantes que é diferente da relação que nós temos em Uberlândia, por exemplo. Desenvolvemos produtos que são diferentes. Há negociações que precisam ser tratadas no corporativo, mas há situações que é a nível local", explica Salvador.

Apesar do piso da enfermagem ainda ser um desafio para os hospitais, Antônio Britto, da Anahp, explica que o problema não está no custo com equipes de saúde, mas sim na falta de reajustes das operadoras. Ele reforça que os custos da saúde seguem aumentando continuamente e é preciso encontrar caminhos para solucionar a questão financeira.

"Para os hospitais, a situação só pode ser boa e sustentável se a situação das operadoras também é boa e sustentável. Não existe escolha, ambos precisam estar bem. Os hospitais dependem de recursos repassados pelas operadoras, e as operadoras oferecem aos beneficiários serviços dos hospitais. São interdependentes", observa Britto.

Apesar de não observar melhoria em reajustes e antecipações de pagamentos, Oliveira explica que há uma aproximação das operadoras aos hospitais para entender critérios e resultados. Segundo ele, no passado não havia essa abertura e perspectiva de diálogo: "Há uma discussão um pouco mais direta com argumentos em cima de práticas e melhorias. Falamos dos elementos que seguram uma conta hospitalar, por exemplo. Tem sido uma discussão mais produtiva, percebemos que também temos que mudar nossas práticas para melhoria contínua de processo. Saber que o caminho é de perspectiva de melhoria é muito mais positivo", afirma.

Importância do hospital impacta nas negociações

Segundo o CEO do HAOC, resultados assistenciais têm aparecido como força de barganha. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem produzido relatórios trimestrais com dados de cada operadora, mostrando desfechos e qualidade. Isso também colabora com os planos de saúde, que podem cobrar de outros parceiros os resultados com base neste referencial.

"As operadoras querem nivelar o mercado por baixo. Por sermos uma marca de referência, há um custo adequado para aquele nível de atendimento, e a complexidade do nosso paciente acaba sendo maior. Quando se compara só os indicadores financeiros sem olhar a complexidade, isso prejudica. Buscamos qualificar essa discussão", observa João Marcelo, do HAOC.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos hospitais membros da Anahp reduziu de 14% para 10% em 2 anos. O número é uma média dos associados, e pode variar para cima ou para baixo de acordo com o porte e tipo da instituição. No entanto, há preocupação sobre os resultados como setor.

"Não vemos nenhuma saída para essa situação que não seja o diálogo. O diálogo entre hospitais, operadoras, indústria e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a única saída. Infelizmente, não tem sido como deveria. Há muitas desconfianças e dificuldades, mas na Anahp entendemos que o diálogo tem que ser uma obrigação", afirma Antônio Britto.

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Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina

A inteligência artificial está revolucionando a saúde ao automatizar atendimentos, apoiar diagnósticos, otimizar a gestão hospitalar e até salvar vidas. Com a IA, é possível prever demandas, reduzir filas, agilizar laudos e melhorar o uso de leitos e recursos. “Além disso, a integração de dados clínicos e operacionais permite decisões mais rápidas e precisas, resultando em mais eficiência, qualidade e melhor experiência para paciente e equipe médica”, afirma o especialista em Inteligência Artificial e inovação tecnológica Cássio Marcelo Morando Salinas, diretor de Engenharia de Soluções e Tecnologia para a América Latina da Aaxis, empresa focada em IA, Transformação Digital e Customer Experience.

Nos próximos anos, a IA deve se integrar ainda mais à rotina médica, de forma ética, transparente e colaborativa. “A detecção precoce de doenças como o Alzheimer, a partir de padrões sutis de exames cerebrais, é um exemplo de uso da tecnologia no futuro”, diz ele, que acrescenta: “Será possível também a descoberta acelerada de medicamentos, reduzindo em anos o tempo de desenvolvimento; integração com sensores corporais, permitindo detectar alterações fisiológicas antes de sintomas visíveis; além de monitoramento em saúde mental, com a IA analisando voz, escrita e comportamento para detectar precocemente sinais de depressão.”

Mas, a inteligência artificial vai substituir o ser humano? Não. Afinal, a empatia, a escuta e o discernimento clínico são frutos de anos de estudo, prática e sensibilidade — qualidades que pertencem exclusivamente aos profissionais de saúde. Ela pode apoiar, mas é o coração e a experiência humana que fazem e vão continuar fazendo a diferença na vida dos pacientes.

“Ela pode analisar dados, mas não sente empatia. Pode reconhecer sintomas, mas não entende a dor. O fator humano e emocional — o toque, o olhar e a escuta — continuam sendo o que mais cura na medicina. E é justamente nessa união entre ciência, tecnologia e humanidade que está o verdadeiro futuro da saúde. Afinal, a IA salva tempo. O humano salva vidas”, afirma Salinas.

Uso da IA em hospitais

Para Marcelo Teixeira, diretor médico do Hospital São Luiz Alphaville, a inteligência artificial permitirá, cada vez mais, que os profissionais de saúde dediquem seu tempo ao contato humano, ao acolhimento dos pacientes e de seus familiares. “Aparentemente pode ser estranho e contra intuitivo, mas vejo que a IA resultará em uma maior humanização na Saúde”, afirma Dr. Teixeira.

O Hospital São Luiz Alphaville utiliza a tecnologia em diversos processos. Confira alguns deles:

Processo assistencial

1. Avaliação de imagens sugestivas de neoplasia nos exames de RX, tomografia e ressonância magnética ;

2. Monitorização de exames e seus resultados , antecipando e alertando o médico de potenciais doenças raras;

3. Criação de contraste venoso ou arterial virtual, evitando a infusão de grandes volumes de contraste nos pacientes; e

4. Nas salas cirúrgicas, possibilitando ao cirurgião planejar e realizar a cirurgia de forma virtual se adaptando inclusive durante a realização da cirurgia.

Processo de Monitorização e Segurança Patrimonial

1. Por meio de câmeras de monitorização, a IA acompanha e identifica atitudes suspeitas no hospital, aumento a segurança contra furtos, golpes e vazamento de exames.

O hospital está implantando vários projetos que envolvem a tecnologia, abrangendo todas as áreas da unidade em Alphaville: no agendamento cirúrgico, na experiência do cliente e em processos financeiros.

IA usada em diagnósticos

A Inteligência Artificial já é uma aliada poderosa dos médicos no diagnóstico de doenças. Em vez de substituir o olhar humano, ela o amplia — ajudando a detectar padrões e sinais sutis em exames de imagem ou dados clínicos. “Hoje, sistemas de IA analisam radiografias, tomografias e ressonâncias com precisão surpreendente. Há um estudo bem interessante publicado na ScienceDirect na qual os médicos consideraram correta a hipótese gerada pela IA em 84% dos casos”, conta Cássio Salinas.

Em alguns estudos, modelos de IA superaram radiologistas humanos em até 10% na acurácia de diagnóstico de doenças cardíacas e pulmonares. “Enfim, ela funciona como um segundo par de olhos — ela alerta, prioriza e dá mais confiança, mas quem interpreta e decide é sempre o médico.

Tecnologia em tratamentos

A IA permite personalizar terapias, sugerir combinações de medicamentos mais eficazes e até prever reações adversas antes que elas aconteçam — sempre com base em dados clínicos e genéticos. “Na prática, já existem sistemas que monitoram pacientes em tempo real em UTIs, analisando batimentos cardíacos, pressão, oxigenação e outros sinais vitais para emitir alertas precoces quando algo sai do padrão”, afirma o especialista.
Em oncologia, modelos de IA são capazes de propor ajustes de quimioterapia personalizados conforme o perfil genético do tumor, aumentando a chance de sucesso do tratamento.

“Um exemplo que vale a pena citar também é um estudo clínico que mostrou que intervenções de saúde baseadas na trecnologia ajudaram pacientes a parar de fumar e obter melhorar hábitos alimentares, reforçando o papel da tecnologia como aliada da medicina preventiva”, cita Salinas.

Maior revolução na prevenção

A maior revolução da inteligência artificial na saúde pode estar antes do diagnóstico, ou seja, na prevenção. Com o uso de grandes volumes de dados, a tecnologia auxilia médicos e autoridades de saúde a identificar riscos, prever surtos e agir antes que as doenças apareçam.

Algoritmos que cruzam informações de histórico médico, genética e estilo de vida conseguem prever risco de diabetes, doenças cardíacas ou câncer com boa precisão.

Salinas destaca que clínicos gerais da Inglaterra estão utilizando um sistema que aumentou em 8% a taxa de detecção de câncer entre pacientes do SUS britânico. “Outro avanço está em plataformas que acompanham tendências populacionais: com IA, é possível antecipar epidemias ou ajustar campanhas de vacinação antes de um surto”, diz ele.

Apoio clínico

João Galdino, CEO da Genesis, especialista em desenvolvimento de projetos com inteligência artificial, destaca a capacidade da tecnologia analisar de forma mais ampla todos os parâmetros clínicos de um paciente, comparando com o seu histórico. “Estamos falando de melhorar o prognóstico em mais de 50%, 60%, combinando o uso da IA junto com o médico. Os ganhos são estratosféricos”, afirma Galdino.

A Genesis desenvolveu a doutora Mia, que atende, auxilia, ajuda e tira dúvidas, dando apoio clínico a enfermeiros e médicos. “Ela dá laudo, analisa os sinais vitais do paciente, dá o prognóstico e alerta o médico, ou seja, auxilia no diagnóstico clínico”, explica ele.

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Assessoria de Comunicação        

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