Terça, 09 Setembro 2025 07:01

CLIPPING AHPACEG 09/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro

https://www.aredacao.com.br/noticias/239768/caiado-confirma-inauguracao-do-cora-em-25-de-setembro

A inteligência artificial vai substituir os médicos?

https://medicinasa.com.br/ia-medicos/

Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers

https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-elo-fragil/

Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde

https://medicinasa.com.br/empresas-planos-saude/

Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/ceo-da-health-isac-alerta-para-riscos-globais-e-urgencia-de-cooperacao-em-ciberseguranca/

Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/

Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/confirmacao-de-febre-amarela-em-macaco-acende-alerta-em-abadia-de-goias-13911022.ghtml

 

A REDAÇÃO

Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro

Unidade está com 97% das obras concluídas

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, confirmou a inauguração do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) para o dia 25 de setembro. O anúncio foi feito durante a vistoria de obras, incluindo o Cora, nesta segunda-feira (8/9), em Goiânia. Para o chefe do Executivo goiano, a unidade de saúde é um marco para a saúde pública do país.

“Hoje, faz três meses que autorizamos a entrada de crianças para serem tratadas no Cora. É inédito o que nós fizemos em Goiás, superando todas as dificuldades e todos aqueles que dificultaram a construção desse hospital”, destacou, ao constatar a rapidez com que o empreendimento foi construído, em apenas 25 meses. 

O Cora iniciou as suas atividades em 9 de junho, em fase de pré-operação. É o primeiro hospital estadual 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento inicial oncológico voltado a crianças e adolescentes. A unidade é administrada pela Fundação Pio XII, mesma mantenedora do Hospital de Amor de Barretos (SP), que serviu de modelo para sua implantação. 

Durante a visita, o secretário de Estado da Saúde, Rasível Reis fez questão de enaltecer a parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) que está à frente das obras do hospital, que está com 97% dos trabalhos concluídos.  “Se não fosse pelo trabalho e controle da Goinfra, a gente não estaria entregando esse hospital em tão pouco tempo. Já estamos com todos os preparativos para a inauguração’, afirmou.  

Segundo Rasível, 25 crianças já recebem tratamento contra a leucemia na unidade, evitando o deslocamento para outros estados. O diretor técnico do hospital, Mário de Paula, ressaltou que a unidade já opera em ritmo acelerado. “Tivemos uma grande surpresa com o número de pacientes que estamos atendendo. Em menos de três meses, já estamos com mais de 100 pacientes, vários diagnosticados e 60 em tratamento”, informou. 

Mário de Paula ressaltou ainda que o número de procedimentos cirúrgicos também cresce rapidamente. “Estamos realizando duas neurocirurgias por semana. Esse é um volume bem grande para uma instituição que está começando e se adequando em Goiás”.

O Cora está na sua primeira etapa, das três previstas para serem concluídas, e tem capacidade para atender cerca de 300 casos de câncer por ano. Apenas em julho, o hospital realizou aproximadamente 450 consultas, 46 internações e 350 quimioterapias.

Para a inauguração dessa fase, o Governo de Goiás investiu mais de R$ 255 milhões na construção e equipagem de alta tecnologia no Cora. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo contará com 148 leitos e será uma das

Mais obras

Dando sequência às visitas, Caiado vistoriou às obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, que sediará o MotoGP 2026. A previsão é que a obra seja entregue no final de dezembro. “Estamos com duas equipes trabalhando em condições distintas. Uma trabalhando na pista e a outra trabalhando essa na infraestrutura que foi 100% derrubada e está sendo reconstruída de novo”, ressaltou Caiado, ao destacar o ritmo acelerado da obra. 

O presidente da Goinfra, Pedro Sales, frisou que as vistorias serão mensais, até o fim do ano, quando uma equipe da MotorSport Mundial certificará que o autódromo está em condições de receber a prova, “Vamos acompanhar todo o andamento das obras, tudo de forma muito rigorosa”, garantiu. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou a vistoria. 

Na última vistoria do dia, Caiado acompanhou os trabalhos no canteiro de obras da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. A nova estrutura contará com mais de 200 espaços destinados à prática das diferentes modalidades artísticas. Com a expansão, a área edificada terá cinco vezes o tamanho atual. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2026. 

Essa é a mais famosa escola de arte e dança que existe no mundo hoje, porque estamos superando todas as outras, o Basileu está competindo mundialmente. Estamos criando uma estrutura à altura, digna, de poder cada vez mais dar espaço para esses jovens e crianças que tenham essa capacidade e esse potencial de como desenvolver os seus predicados e as suas qualidades em cada uma dessas áreas”, ressaltou o governador.  

Segundo o secretário de Estado da Infraestrutura Adib Elias, a visita evidenciou o desenvolvimento e a rapidez da evolução da obra, “Em apenas 20 dias, já estamos com todo esse andamento. A expectativa é que até março estaremos com 80% concluídos””, finalizou. 

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MEDICINA S/A

A inteligência artificial vai substituir os médicos?

A medicina, historicamente, sempre caminhou lado a lado com a tecnologia. Do estetoscópio ao prontuário eletrônico, cada avanço ampliou as possibilidades de diagnóstico, tratamento e cuidado. Agora, uma nova fronteira está sendo cruzada: a inteligência artificial (IA) generativa chegou aos consultórios, aos hospitais e às decisões clínicas e com ela, surge a pergunta inevitável: a IA vai substituir os médicos?

Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, 17% dos médicos no Brasil já utilizam tecnologias de inteligência artificial generativa em suas rotinas profissionais. A adoção é de 14% nos estabelecimentos públicos e chega a 20% nos privados, especialmente em instituições com mais de 50 leitos. Entre os principais usos estão o suporte à pesquisa (69%) e a elaboração de relatórios médicos (54%). Esses números, embora ainda modestos, sinalizam uma tendência irreversível. Mas é preciso dizer, com clareza: não, a inteligência artificial não vai substituir os médicos. Ela vai ajudar. E muito.

A inteligência artificial não deve ser vista como uma ameaça à profissão médica. Deve ser compreendida como uma ferramenta poderosa, capaz de atuar como uma segunda opinião, um acelerador de diagnósticos e desfechos clínicos. Se o futuro comprovar que a IA reduz erros médicos, aumenta a assertividade nos diagnósticos e melhora os desfechos clínicos, então evitá-la será um ato de negligência médica.

O objetivo, aqui, não é substituir o julgamento humano. A IA funciona com base em padrões, dados históricos e grandes volumes de informação. Mas ainda está longe de alcançar a complexidade da escuta, da empatia e da intuição médica, que levam em consideração não apenas sintomas, mas histórias, contextos e emoções.

A presença da IA na prática médica exige uma mudança de mentalidade e de formação. Faculdades precisam preparar os profissionais para compreender e operar essas ferramentas, mas também para refletir sobre os impactos éticos e sociais dessa tecnologia. O uso da IA ainda depende de regulações claras da Anvisa, do CFMe de diretrizes éticas sólidas. Mas o caminho já está sendo trilhado. Médicos que dominarem essas tecnologias sairão na frente, tanto do ponto de vista técnico quanto estratégico.

A IA pode, por exemplo, agilizar a leitura de exames, sugerir condutas clínicas baseadas em evidências e gerar relatórios estruturados com rapidez e precisão. Isso libera o médico para dedicar mais tempo ao que mais importa: o cuidado humano, a escuta ativa, a decisão compartilhada com o paciente.

A medicina está mudando e, como em toda mudança, haverá resistência. Mas quem abraça a inovação com consciência crítica, ética e propósito, encontra oportunidades onde outros veem ameaça. A inteligência artificial não veio para ocupar o lugar do médico. Veio para potencializar o seu papel.

*Antonio Carlos Júnior é CEO e fundador da rede Cia do Médico.

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Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers

O número de ataques cibernéticos usando técnicas da engenharia social, que explora a confiança e a psicologia humana, aumenta no Brasil e no resto do mundo. E o setor de saúde é um dos mais visados, afirma Ingrid Winkler, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Phishing (enviar e-mails falsos que solicitam informações de login, dados financeiros ou sensíveis), pretexting (hacker se faz passar por um funcionário de suporte técnico para obter acesso a contas ou sistemas) e vishing (fazer ligações telefônicas para enganar a vítima) são algumas das artimanhas mais aplicadas pelos cibercriminosos especializados em engenharia social.

Ingrid Winkler

Nem mesmo mecanismos de proteção de dados sensíveis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD, no Brasil), o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, da União Europeia) e a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde dos EUA (HIPPA, nos Estados Unidos) inibem o aumento de investidas maliciosas.

“Os diferentes grupos de cibercriminosos ambicionam visibilidade ao obter informações sigilosas para serem revendidas na Deep Web ou mesmo para atuar em colaboração com outros hackers em ataques com métodos da engenharia social. Um dos crimes mais comuns é interromper a prestação de serviço de uma organização, cobrando resgates para normalizar os sistemas corrompidos”, diz Ingrid, sublinhando que o setor de saúde costuma ser um alvo preferencial dos hackers por armazenarem ativos sensíveis e cobiçados em um sistema de conexão com fornecedores terceirizados e prestadores de serviços que dificultam o gerenciamento de um perímetro de monitoramento.

A título de ilustração, para continuar na saúde, pública e privada, esse setor ainda é alvo de ações criminosas com dispositivos capazes de interromper operações, indisponibilizar atendimento e rotinas como marcação de consultas e atendimento por telemedicina. Sem contar na captura de prontuários de pacientes ou investida na cadeia de suprimentos de terceiros diretamente vinculados à rotina da organização.

Além disso, o uso da Inteligência Artificial (IA) para normalizar movimentos fora do padrão e a oferta de ransomware (um software malicioso) como serviço (RaaS) para hackers habilita novos cibercriminosos para ataque às empresas. O ransomware é uma ameaça cibernética frequente, “envolvido em 20% de todos os incidentes de cibercrime, segundo o IBM X-Force Threat Intelligence Index.

Apesar de setores como sistemas financeiro e saúde estarem entre os mais atacados por hackers usando engenharia social, as pessoas físicas também estão cada vez mais vulneráveis. Segundo pesquisa publicada no relatório Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion, divulgado em junho deste ano pela Agência Brasil, “40% dos brasileiros já foram alvo de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto e 10% dos pesquisados disseram ter caído nos golpes. As perdas atingiram uma média de R$ 6.311”.

Ainda conforme o relatório: “53% dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024. E ao menos 47% disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes”.

Como os setores podem se proteger nesse cenário

Os players do segmento financeiro, de saúde e outros ecossistemas indefesos precisam mobilizar esforços para saber quando serão ou são atacados, como isso acontece e o que pode ser feito para minimizar esse risco antecipadamente.

Ingrid recomenda a adoção de governança de risco, somada à segmentação de redes e gestão de terceiros. A estratégia de defesa também inclui backups imutáveis, patching (correção) contínua, proteção redobrada de API (Application Programming Interface, em inglês) a interface de programação de aplicativos. E mais: sistemas em nuvem, de treinamento antiphising e conscientização das equipes que podem ser vítimas de aliciamentos ou chantagens para viabilizar o acesso ilegal aos sistemas.

“Segurança é um risco de negócio inerente ao desenvolvimento de novas ferramentas para simplificar a resolução de problemas. Dessa forma, a tecnologia, os processos e os fatores humanos precisam convergir na mesma direção, com o mesmo propósito”, enfatiza Ingrid, destacando a contribuição dos Centros Setoriais de Troca de Inteligência de Segurança, conhecidos como Information Sharing and Analysis Centers (ISACs) e H-IASC no setor de saúde, por exemplo.

Em outra frente de atuação com o mesmo objetivo, existe um mecanismo de cooperação entre universidades e institutos internacionais de investigação como a sinergia entre o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a OEA/Interpol e centros de ensino no Brasil, como a Universidade SENAI CIMATEC, na Bahia.

Outro caminho para prevenir cibercrimes está sendo desenvolvido no laboratório da mesma instituição de ensino na Bahia. A equipe de Ingrid está debruçada em analisar como o uso de eye-tracking ou rastreamento ocular e análise de sentimento conseguem potencializar a simulação de ataques cibernéticos e, ao mesmo tempo, treinar profissionais desse setor para responderem a esses incidentes. A proposta do trabalho é medir níveis de estresse dos envolvidos na atividade e monitorar a eficácia dessas ações de controle.

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Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde

Pequenas empresas, com até quatro beneficiários, respondem por 88% dos contratos coletivos empresariais de planos de saúde do País, o que equivale a 2 milhões de contratos e 6,45 milhões de beneficiários (17% do total de beneficiários), no ano passado. Por outro lado, 2,7 mil empresas de grande porte, com mais de mil vidas cobertas, corresponderam a 0,1% dos contratos, mas reuniram 15,1 milhões de pessoas, ou 40,7% da base de beneficiários. Os dados integram o novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), “Estrutura e Dinâmica dos Contratantes de Planos Coletivos Empresariais no Brasil”.

Em 2024, os contratos coletivos empresariais são a principal forma de acesso à saúde suplementar no Brasil, reunindo 71% dos vínculos em planos médico-hospitalares, o equivalente a cerca de 37 milhões de beneficiários.

O setor de Serviços abriga 1,33 milhão de contratantes (57,6% do total) e responde por 20,57 milhões de beneficiários (55%). A Indústria, com 203,1 mil empresas (8,8%), cobre 9,54 milhões de beneficiários (25,5%), evidenciando maior densidade de vínculos por contrato. O Comércio aparece com 661,4 mil contratantes (28,6%) e 5,67 milhões de beneficiários (15,2%), enquanto a Construção soma 98,2 mil empresas (4,2%) e 1,32 milhão de beneficiários (3,5%) Já a Agropecuária registra 17,3 mil contratantes (0,8%) e 313 mil beneficiários (0,8%).

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, esse retrato mostra como os contratos coletivos estão diretamente associados à dinâmica do mercado de trabalho formal. “Os serviços asseguram a maior base contratual, mas é na indústria que observamos a maior densidade de beneficiários por empresa, refletindo estruturas mais organizadas de benefícios e ligadas ao emprego formal. Já setores como comércio, construção e agropecuária, fortemente compostos por pequenos empregadores, tendem a apresentar coberturas mais restritas em número de vidas”, analisa.

Segmentos com maior contratação de planos

O estudo detalha os segmentos específicos da economia que concentram o maior número de contratos coletivos empresariais com base na Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE):

  • Comércio varejista: 461,4 mil contratantes (19,9% do total) e 3,13 milhões de beneficiários (8,4%);
  • Serviços de escritório e apoio administrativo: 176,7 mil empresas (7,6%) e 1,55 milhão de beneficiários (4,1%);
  • Atividades de atenção à saúde humana: 119,8 mil contratantes (5,2%) e 1,63 milhão de beneficiários (4,3%);
  • Setor de alimentação: 110,3 mil empresas (4,8%) e 675 mil beneficiários (1,7%);
  • Educação: 107,1 mil contratantes (4,6%) e 1,25 milhão de beneficiários (3,3%);
  • Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas: 102,8 mil contratantes (4,4%) e 1,85 milhão de beneficiários (4,9%); e
  • Outras atividades de serviços pessoais: 99,9 mil contratantes (4,3%) e 287 mil beneficiários (0,8%).

Essas sete divisões somam aproximadamente metade de todos os contratos empresariais de planos médico-hospitalares no País. Cechin comenta que a diversidade desses segmentos reforça a pulverização do mercado. “Atividades como comércio varejista, alimentação e serviços administrativos mostram que os contratos coletivos empresariais estão enraizados no cotidiano dos pequenos negócios do Brasil”, analisa.

Segundo ele, a pulverização é positiva para o acesso, mas desafia operadoras e os próprios contratantes para o desenvolvimento de estratégias de cuidado à saúde. “Quando olhamos que 0,1% das empresas concentram mais de 40% dos beneficiários, é bastante factível pensar em programas de cuidado e promoção à saúde. Por outro lado, 95% dos contratos estão concentrados em empresas de até 19 beneficiários, o que traz muita complexidade nessa frente”, pondera

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TV ANHANGUERA

Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/confirmacao-de-febre-amarela-em-macaco-acende-alerta-em-abadia-de-goias-13911022.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança

Do ransomware à escassez de talentos, passando pela cadeia de suprimentos, CEO da Health-ISAC alerta para desafios que exigem cooperação para proteger pacientes e instituições.

A transformação digital da saúde abriu caminho para ganhos inéditos em eficiência, integração e acesso. No entanto, o avanço tecnológico também escancarou vulnerabilidades que podem comprometer a operação dos hospitais e, principalmente, a segurança dos pacientes.

Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, Denise Anderson, CEO da Health-ISAC, reforça que o momento exige uma mudança de postura das organizações: não basta investir em tecnologia, é preciso aprender a agir em rede.

“Os criminosos digitais compartilham ferramentas e táticas em um verdadeiro mercado global. Se as organizações de saúde não fizerem o mesmo, estarão sempre em desvantagem”, afirma a executiva, que lidera a organização internacional dedicada ao compartilhamento de informações sobre cibersegurança na saúde.

Em visita ao Brasil para um workshop no Einstein, Anderson ressaltou o momento estratégico da aproximação com a América Latina. “Há muito interesse do Brasil em se engajar com o Health-ISAC. A maturidade digital está crescendo, mas os riscos acompanham esse avanço. O tempo certo para intensificar esse diálogo é agora”, enfatiza.

Compartilhar para sobreviver

No Brasil, muitos hospitais e operadoras ainda relutam em dividir informações sobre incidentes, seja pelo receio de exposição da marca, seja pelas implicações da LGPD. Para Anderson, essa postura é um entrave perigoso.

“A ideia de que reportar fragiliza a organização é equivocada. Nossa rede funciona como uma comunidade de confiança, presente em 140 países, onde os dados são trocados de forma segura e controlada. Assim, todos aprendem e se protegem melhor.”

Além de relatórios técnicos, a rede oferece workshops, webinars, grupos de trabalho temáticos e alertas sobre vulnerabilidades emergentes. Um exemplo é o comitê dedicado a dispositivos médicos, que reúne hospitais e fabricantes para analisar falhas e sugerir soluções conjuntas.

Ransomware e a extorsão em novas camadas

Entre as ameaças mais preocupantes, o ransomware continua no topo. Mas, segundo Anderson, os ataques já não se limitam a sequestrar dados. “Agora, além de bloquear o acesso às informações, os criminosos expõem publicamente registros sensíveis e até chegam a contatar pacientes. É uma forma de extorsão múltipla que amplia o impacto reputacional e clínico”, explica.

Para mitigar riscos, a recomendação vai além de simplesmente não pagar o resgate. Resiliência operacional, backups contínuos e planos de recuperação de desastres são práticas indispensáveis para reduzir o tempo de inatividade e garantir a continuidade do atendimento.

O elo frágil da cadeia de suprimentos

Outro ponto crítico é a dependência de fornecedores. Hospitais utilizam centenas de softwares, serviços e insumos, e uma vulnerabilidade em um parceiro pode se transformar em catástrofe. Casos recentes envolvendo gigantes, como Cloudflare, Tenable e CrowdStrike, mostraram como falhas em terceiros podem paralisar operações em escala global.

“Não se trata apenas de monitorar seus fornecedores diretos, mas também os fornecedores deles. É preciso diligência prévia rigorosa, cláusulas contratuais de segurança e controles básicos, como o princípio do menor privilégio. A cadeia de suprimentos é hoje um dos principais vetores de risco”, alerta.

Entre as maiores preocupações, estão os ataques à cadeia de suprimentos e às infraestruturas críticas — como bancos de sangue, energia e água. “Se um hospital perde acesso a seus sistemas ou não pode confiar no estoque de sangue, vidas ficam em risco imediato. E isso pode acontecer não só por falhas técnicas, mas também por tensões geopolíticas, como já vimos em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e Ásia”, detalha.

Regulamentação: avanço ou obstáculo?

Comparando diferentes mercados, Anderson avalia que legislações como a HIPAA, nos EUA, e a GDPR, na Europa, ajudaram a elevar padrões. No Brasil, a LGPD também impulsionou avanços, mas ainda há desafios.

“Muitas vezes, a obrigação de reportar incidentes em prazos rígidos consome energia que deveria estar dedicada à contenção do ataque. É preciso educar reguladores e permitir certa flexibilidade, sobretudo para instituições menores, que não têm os mesmos recursos das grandes redes”, pondera.

Para ela, governos não devem apenas exigir conformidade, mas também apoiar com financiamento, capacitação e incentivos. “Se um hospital tem que escolher entre comprar um equipamento para salvar um paciente ou investir em segurança, a decisão será óbvia. Mas, no longo prazo, um ataque pode custar milhões. Esse mindset precisa mudar”, analisa.

Escassez de talentos e colaboração público-privada

A falta de profissionais qualificados em cibersegurança com conhecimento do ambiente hospitalar é hoje um dos gargalos mais críticos do setor. Ampliar a formação é urgente — programas de estágio, bolsas de estudo e incentivos governamentais podem fazer a diferença.

“Singapura, por exemplo, financia estudantes que se especializam em cibersegurança. Isso atrai talentos e garante que eles estejam disponíveis para o setor de saúde”, exemplifica.

Mas, mesmo com especialistas capacitados, nenhuma instituição conseguirá enfrentar sozinha a complexidade dos ataques. É aí que a cooperação se torna indispensável. No Brasil, a integração entre setor público e privado ainda é limitada, mas precisa avançar para sustentar uma defesa consistente.

“Seja no SUS ou na saúde suplementar, todos tratamos pacientes. O ecossistema é único, e os ataques não distinguem fronteiras. A colaboração precisa ser total”, reforça.

Ameaças no horizonte

Para Anderson, a mensagem é clara: a saúde precisa adotar a cibersegurança como prioridade estratégica.

“Estamos diante de uma batalha que não respeita fronteiras físicas ou digitais. A única forma de vencer é compartilhar conhecimento, investir em resiliência e proteger o que há de mais valioso: os pacientes.”

Saiba como proteger sua instituição antes que seja tarde. Conheça as estratégias mais avançadas em cibersegurança, no Healthcare Innovation Show, nos dias 1 e 2 de outubro. O evento terá um palco novo dedicado, exclusivamente, à cibersegurança pela primeira vez. Garanta sua vaga já!

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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.

A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas. 

Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos. 

No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica. 

Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.

A medicina de precisão já é realidade no Brasil?

Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética. 

No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores. 

Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.

Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.

O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer. 

A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.

Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão

A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas. 

Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.

1. Estrutura física e laboratorial limitada

Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas. 

Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.

2. Integração e interoperabilidade de dados

Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.

interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.

Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.

Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.

3. Falta de padronização de protocolos clínicos

A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes. 

No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado. 

Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.

 4. Capacitação das equipes

A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo. 

Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.

Os desafios tecnológicos da medicina de precisão

A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas. 

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas. 

Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.

1. Big data e inteligência artificial na prática

Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida. 

Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.

Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos. 

Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.

2. Segurança e privacidade de dados

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas. 

Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.

Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações. 

Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.

Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações. 

Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.

3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes. 

Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.

Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas. 

Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.

Etapas para começar a implementar medicina de precisão

Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas. 

Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.

1. Diagnóstico institucional

O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto. 

Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.

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2. Criação de uma estratégia de implementação por fases

Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir. 

Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.

3. Formação de uma equipe multidisciplinar

Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos. 

Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.

Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão

A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia. 

Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.

Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.

O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos. 

Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica

Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.

Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.

A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia. 

Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 08 Setembro 2025 07:18

CLIPPING AHPACEG 06 A 08/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial

https://www.saudebusiness.com/operadoras/grupo-amil-registra-crescimento-e-moderniza-operacao-assistencial/

Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/cirurgia-ambulatorial-e-tema-de-audiencia-publica-na-camara-dos-deputados/

Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/covid-19-nao-desapareceu-e-casos-continuam-ocorrendo-alerta-medico

Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos

https://www.correiobraziliense.com.br/tecnologia/2025/09/7219841-ferramenta-ajuda-medicos-a-reduzir-uso-de-remedios-desnecessarios-em-idosos.html

SAÚDE BUSINESS

Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial

Lucro de R$ 620 milhões, quase 90 milhões de procedimentos e lançamento da Rede Total Care marcam o relatório ESG da empresa.

O Grupo Amil teve avanços em gestão, sustentabilidade e experiência do cliente, segundo o Relatório ESG da empresa. Com 33 mil colaboradores e 5 milhões de clientes, a companhia realizou quase 90 milhões de procedimentos médicos ao longo do ano e registrou lucro de R$ 620 milhões, enquanto investiu R$ 213 milhões em melhorias operacionais e assistenciais.

A companhia simplificou sua estrutura de comando e ampliou a integração da cadeia de serviços, com foco em processos mais eficientes e excelência no atendimento,de acordo com Renato Manso, CEO da Amil.

O relatório também destaca a criação da marca Rede Total Care, voltada à operação da rede assistencial própria do grupo. Atualmente, a rede conta com 19 hospitais e mais de 70 ambulatórios, unidades avançadas e pronto-atendimentos, agora disponíveis para outras operadoras, autogestões e clientes empresariais, segundo Anderson Nascimento, CEO da Rede Total Care.

No eixo “Cuidado com as Pessoas e a Sociedade”, o relatório detalha ações voltadas ao bem-estar dos colaboradores, desenvolvimento profissional e promoção da diversidade. Pelo sétimo ano consecutivo, a Amil manteve o selo Top Employer e foi reconhecida com o Prêmio de Excelência em Gestão de Pessoas. Em 2024, a empresa intensificou programas de saúde mental, ampliou suporte jurídico e financeiro para colaboradores e reforçou ações de inclusão, com grupos de diálogo e campanhas sobre equidade de gênero, convívio intergeracional e inclusão LGBTQIAPN+.

Do lado da experiência do cliente, a Amil implantou canais integrados de atendimento, monitoramento em tempo real e lançou o novo aplicativo Amil Clientes. As ações contribuíram para a melhora no índice NPS e para o reconhecimento externo, como o bicampeonato no Prêmio Reclame Aqui na categoria Planos de Saúde – Grandes Operações.

O relatório também apresenta práticas de sustentabilidade, com foco na redução e descarte de resíduos e materiais perigosos, e ações de responsabilidade social, incluindo a doação de insumos médico-hospitalares avaliados em mais de R$ 2 milhões para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

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Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados 

Sobracam liderará discussão na Câmara dos Deputados sobre política nacional de cirurgia ambulatorial para desafogar filas no SUS.

A Câmara dos Deputados sediará, no próximo dia 9 de setembro, audiência pública para discutir como a adoção em larga escala da cirurgia ambulatorial pode ajudar a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS).

O encontro, que contará com a participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (Sobracam), busca demonstrar que procedimentos de baixa e média complexidade, realizados em regime ambulatorial, podem contribuir para reduzir as filas de espera por cirurgias eletivas, um dos principais gargalos da saúde pública no país.

Política nacional em debate

A sessão foi aprovada pela Comissão de Saúde da Câmara, presidida pelo deputado Zé Vitor, a partir de requerimento do deputado Dr. Francisco. O tema escolhido — “Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial: é possível erradicar as filas de espera por cirurgias no SUS?” — coloca em debate a criação de uma política pública estruturada para o setor.

A proposta parte do diagnóstico de que a maioria dos procedimentos represados no SUS é de baixa e média complexidade, não oncológicos, justamente aqueles que poderiam ser realizados em regime ambulatorial.

Segundo a justificativa do requerimento, além de reduzir tempos de espera e aumentar a satisfação do paciente, uma política nacional voltada para esse modelo pode trazer ganhos de eficiência e ampliar o acesso em todas as esferas governamentais — federal, estadual e municipal — fortalecendo o SUS como um todo.

O papel da Sobracam no debate

Para Fabricio Galvão, presidente da Sobracam, a audiência representa um momento decisivo.

“Este é um marco importante para a Sobracam e o desenvolvimento da cirurgia ambulatorial no Brasil, pois representa mais do que o avanço de uma política de saúde, sendo também o avanço de uma política de cidadania. A cirurgia ambulatorial tem o poder de transformar a saúde pública, reduzir drasticamente as filas cirúrgicas e oferecer à população brasileira mais acesso, qualidade e segurança”, explica o presidente.

Galvão, ao lado do diretor de relacionamento com o setor público da Sobracam, Fábio Soares, fará parte da mesa de palestrantes da audiência. Também foram convidados representantes estratégicos, como o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Saúde e o Conasems, o que deve ampliar o alcance e a relevância do debate.

O evento permitirá participação tanto presencial quanto virtua, ampliando as condições para um diálogo plural. A audiência pública será realizada no dia 9 de setembro de 2025, às 17h, no Plenário 7, Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

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AGÊNCIA BRASIL

Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico

Doença tem atingido principalmente crianças 

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou nesta sexta-feira (5/9) que casos de covi-19 no Brasil continuam ocorrendo. “Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu. No momento, vivemos um aumento de casos em várias cidades brasileiras”, disse em uma das mesas da 27ª Jornada Nacional de Imunizações, na capital paulista. 

Com o mote Vacinando gerações: um compromisso de todos, o evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.

Segundo Chebabo, no momento a covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar. “Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.

Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da covid-19, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção. “Essa população é a de mais risco de complicações e óbito. A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.

Quadros leves não fazem diferença
Chebabo ressaltou que para a maioria da população, a covid-19 é uma doença viral como as outras doenças virais que existem em circulação, e que nos quadros leves não faz diferença. Ele recomendou, como medida de saúde pública, testar a todos. “Como estratégia de saúde pública, com os recursos financeiros que temos, talvez ela não seja importante para a maioria da população, mas para alguns grupos é fundamental. Então, para os idosos, para os imunossuprimidos, para reduzir o risco de complicações, internação hospitalar e morte, a testagem é fundamental”, defendeu.

No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.

acinas combinadas

Segundo o professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Expedito Luna, a comunidade científica tem discutido a possibilidade de combinar a vacina contra influenza com a vacina contra a covid-19, o que permitiria que as pessoas ficassem imunizadas com apenas uma vacina. Entretanto, segundo ele, alguns obstáculos ainda apontam que, por enquanto, ainda não há essa possibilidade.

“No caso da gripe, as vacinas são atualizadas todo ano. Para o mundo, duas vezes por ano, porque tem uma vacina para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Esse processo foi pactuado entre a Organização Mundial da Saúde, de forma que, mesmo com indústrias diferentes, concorrentes entre si, elas produzem a mesma vacina todo ano, porque elas seguem a recomendação de composição da vacina que é padronizada pela OMS”, explicou.

Taxa de mutação
De acordo com Luna, o vírus do SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito alta, assim como o vírus da influenza, porém na influenza já se conhece o comportamento, que é sazonal, permitindo que a vacinação seja feita antes do período de maior incidência. 

“Com relação à covid-19, tudo isso é muito recente e o dado mundial nos mostra que ela ainda não tem esse comportamento sazonal claro. Aqui no Brasil, estamos vendo dois picos no ano. Então, não valeria a pena termos uma vacina que tem as duas coisas juntas, quando os vírus ocorrem separadamente”, observou.

Luna lembrou que a política atual do Ministério da Saúde recomenda para os grupos de risco para a covid-19 duas doses da vacina por ano, uma a cada 6 meses, o que seria complicado se a vacina fosse combinada. “Com essas evidências, se estivesse na posição de decidir pelo Brasil, eu decidiria não usar a vacina combinada, continuar com as duas separadas, que dá mais oportunidades de ganhos tanto para uma quanto para outra”, disse.

Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam aumento dos casos de covid-19 no país nas últimas dez semanas de referência. O índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.

Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada. “As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.

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CORREIO BRAZILIENSE

Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos

Ferramenta aplicada às prescrições de 775 pacientes mostra que em 36% dos casos havia excessos ou inadequações. O modelo sugere substituições, alternativas e até suspensão, indicando que há sobrecarga medicamentosa

Pesquisadores sob coordenação da Universidade McGill, no Canadá, conseguiram desenvolver uma ferramenta capaz de ajustar e até reduzir as doses de medicamentos prescritas para os idosos. Batizada de MedSafer, a tecnologia foi projetada para identificar medicamentos potencialmente desnecessários ou prejudiciais, contribuindo para uma prática cada vez mais necessária na geriatria: a desprescrição segura.

Testada em um estudo clínico por cinco instituições de cuidados prolongados na província canadense de New Brunswick, a plataforma auxiliou os profissionais de saúde a interromperem o uso de medicamentos inadequados em 36% dos pacientes. O número representa quase o triplo das desprescrições realizadas sem o suporte do sistema, evidenciando seu potencial como ferramenta clínica essencial para o cuidado de idosos.

Diferentemente de sistemas genéricos, o MedSafer foi desenvolvido para se encaixar perfeitamente na rotina médica, funcionando como uma lista de verificação clínica inteligente. A ferramenta analisa o histórico médico de cada paciente, suas condições de saúde e a lista completa de medicamentos em uso. A partir daí, sinaliza, automaticamente, quais remédios são inapropriados, justificando as decisões e fornecendo sugestões alternativas.

O estudo realizado com 725 idosos demonstrou que a adoção do MedSafer durante as revisões de rotina (geralmente realizadas a cada três meses nas casas de repouso) pode aumentar consideravelmente a taxa de desprescrição segura. A avaliação considerou fatores como histórico médico, idade, função renal, quadro cognitivo e risco de quedas, entre outros critérios clínicos cruciais para decisões mais precisas.

Saudáveis

Com o avanço da idade, é comum que os pacientes acumulem diagnósticos e, com eles, tratamentos. Esse acúmulo, muitas vezes desnecessário, pode levar ao que especialistas chamam de "cascata de prescrição" - um fenômeno em que medicamentos são prescritos para tratar efeitos colaterais causados por outros medicamentos. Isso cria um ciclo difícil de interromper, aumentando o risco de efeitos adversos graves, como confusão mental, quedas, tontura, perda de apetite e hospitalizações frequentes.

"Às vezes, culpamos o envelhecimento por sintomas como perda de memória ou mobilidade limitada, quando na verdade o culpado é o medicamento", explica Emily McDonald, médica assistente no Centro de Saúde da Universidade McGill e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do MedSafer. "Já vi pacientes passarem de quase insensíveis a voltarem a conversar após interromperem um sedativo", acrescenta.

Idealizado por McDonald, em parceria com Todd Lee, professor associado de medicina na Universidade McGill, ambos do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da instituição, o sistema inclui números e estatísticas, além de análises sobre a vida médica dos pacientes idosos. A retirada de certos medicamentos, especialmente os de ação sedativa ou com múltiplas interações, pode resultar em melhoras notáveis no humor, na cognição e na funcionalidade.

"Quanto mais medicamentos você toma, maior é o risco de efeitos adversos e interações perigosas", explica Todd Lee. "Muitas vezes, os profissionais querem desprescrever, mas não sabem por onde começar. O MedSafer oferece um caminho claro e baseado em ciência."

Para os pesquisadores, o uso de uma plataforma como essa não deve se restringir a instituições de cuidados prolongados. Eles defendem a expansão do sistema para a atenção primária à saúde, permitindo que a revisão de medicamentos ocorra antes que os idosos cheguem ao ponto de precisar de cuidados intensivos ou institucionalização.

A ausência de protocolos padronizados de desprescrição, somada à rotina acelerada dos serviços de saúde, muitas vezes impede uma análise criteriosa dos medicamentos utilizados pelos pacientes. O MedSafer entra, justamente, para preencher essa lacuna, oferecendo um suporte automatizado, personalizado e confiável para profissionais da saúde.

Com base em evidências clínicas atualizadas e diretrizes internacionais, a ferramenta já está em processo de licenciamento para uso mais amplo, o que pode representar uma virada na maneira como sistemas de saúde no Canadá - e em outros países - lidam com a polifarmácia em idosos. A integração de soluções digitais no campo da geriatria reforça uma tendência crescente de humanização do cuidado por meio da tecnologia. Ao oferecer apoio à tomada de decisão clínica, o MedSafer permite que médicos atuem com mais confiança e precisão, reduzindo riscos e potencializando benefícios terapêuticos.

Para McDonald e Lee, o projeto é, também, uma forma de devolver autonomia e qualidade de vida a uma população frequentemente vulnerável. "O que queremos é que cada idoso seja tratado com o cuidado e a atenção que merece. E isso começa por garantir que os medicamentos que ele toma todos os dias estejam, de fato, ajudando - não atrapalhando", conclui a pesquisadora.

QUATRO PERGUNTAS PARA

Clóvis Cechinel, geriatra do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba/PR

Na sua prática clínica, qual a frequência de casos de polifarmácia entre idosos?

A frequência de polifarmácia nos idosos depende muito do cenário avaliado. Em idosos de atenção primária, em torno de 40% utilizam polifarmácia, que é o uso de pelo menos cinco medicações diferentes. E há também a hiper polifarmácia, que é o uso de mais de 10 medicações, que gira em torno de 5% dos idosos. No entanto, pensando no cenário hospitalar, esse número pode ser muito maior.

Existe, atualmente, alguma ferramenta digital ou protocolo institucional que auxilie na revisão medicamentosa em sua rotina?

Existem vários protocolos para a desprescrição, ou seja, para tirar medicamentos que tem mais malefícios do que benefícios para o idoso. Dentre essas escalas, existem a escala de start e a escala de stop.

Você acredita que ferramentas como o MedSafer poderiam ser úteis na prática clínica brasileira? Por quê?

Há os critérios de prescrição de medicamentos inapropriados que são os critérios de Beers, que é uma tabela que é frequentemente atualizada e direciona os medicamentos que podem, potencialmente, causar algum malefício. Essas orientações são importantes na prática clínica e direcionam uma desprescrição ou uma otimização terapêutica desses idosos.

Quais barreiras você identifica para uma prática mais ativa de revisão e retirada de medicamentos em idosos?

A grande dificuldade de uma otimização terapêutica é a falta de conhecimento desses malefícios entre os profissionais que atendem esses idosos. Uma outra causa importante é o poder aquisitivo da população em fazer a substituição de um de um medicamento potencialmente inapropriado para um medicamento que seja mais seguro na prescrição e na prática ao idoso.

Pelo menos 1,6 bi no mundo

Só no Brasil, 15% da população, cerca de 32.113.490 pessoas são consideradas, tecnicamente, idosas, pois estão acima dos 66 anos. No mundo, já 1,6 bilhão de idosos. Muitos sofrem com problemas de hipertensão, colesterol alto e diabetes, diagnósticos frequentes na terceira idade, exigindo prescrições específicas.

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Assessoria de Comunicação       

9 posse AGM 05 09 25 site

O presidente Renato Daher representou a Ahpaceg na posse do médico ginecologista e obstetra Prof. Dr. Washington Luiz Ferreira Rios na Academia Goiana de Medicina. A solenidade foi realizada ontem, 5. Presidente da Associação Médica de Goiás e do Conselho de Administração da Unimed Goiânia, Washington Luiz Ferreira Rios ocupa agora a cadeira número 20 da AGM. Ao Prof. Dr., nossos parabéns pela conquista e pelo reconhecimento de sua atuação na medicina goiana.

Fote: Renato Daher (esq.), Washington Luiz Ferreira Rios e Natalino Peixoto.

Sexta, 05 Setembro 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 05/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde

https://www.cartacapital.com.br/publieditorial/seguranca-e-estabilidade-sao-essenciais-para-a-ampliacao-do-acesso-a-saude/

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

https://ohoje.com/2025/09/04/cinco-estudantes-de-medicina-perdem-bolsas-integrais/

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

https://medicinasa.com.br/erro-medico-ou-complicacao/

Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

https://medicinasa.com.br/ms-pcdt-hipertensao/

Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

https://medicinasa.com.br/etica-consultas/

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/abcis-lanca-manual-de-boas-praticas-para-aquisicao-de-tecnologia-em-saude/

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/setembro/ministerio-da-saude-anuncia-criacao-do-primeiro-hospital-publico-inteligente-do-brasil

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fabricacao-clandestina-de-remedios-usa-betoneira-de-obras-para-misturar-substancias-13901988.ghtml

CARTA CAPITAL

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde 

Foi uma honra acompanhar de perto o início dos atendimentos do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Padilha, no Hospital Ariano Suassuna, do Grupo Hapvida NotreDame, no Recife (PE). A iniciativa representa um marco na história da saúde no Brasil e evidencia, de forma incontestável, o papel estratégico da saúde suplementar no alívio das pressões orçamentárias sobre o SUS, que garante assistência a 75% da população. Estrutura suficiente para expandir essa bem-vinda integração entre o público e o privado que a saúde suplementar detém.

Em apenas um ano, a saúde suplementar realizou junto aos seus 52,8 milhões de beneficiários perto de 1,9 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e internações. Historicamente, responde por quase 3% do PIB e pela maior parte dos 5,18 milhões de empregos formais do sistema. Manter essa engrenagem em funcionamento, contudo, exige condições mínimas de segurança jurídica e econômica, que tragam estabilidade e sustentabilidade, premissas fundamentais desse sistema. Qualquer tentativa de artificializar os mecanismos desse setor representa um risco real de colapso. A única exceção prevista pela lei são os planos individuais, cujos reajustes são controlados pela ANS. Ademais, o modelo de saúde privado brasileiro sustenta-se nas bases do mutualismo e do livre mercado. Tentar, por exemplo,aplicar a mesma lógica de controle dos planos individuais aos coletivos significa desconsiderar a natureza distinta desses contratos e as inúmeras diferenças estruturais entre esses dois produtos e realidades.

Nos planos corporativos ou por adesão, empresas, associações e operadoras negociam livremente serviços, preços e condições, em um ambiente de concorrência saudável. O contratante pode comparar, avaliar e escolher a opção mais adequada do ponto de vista tanto da qualidade assistencial quanto do custo financeiro. Romper com essa lógica, impondo controles artificiais, é fragilizar as bases de qualquer relação econômica equilibrada em um mercado sob as regras da livre democracia.

A experiência com os planos individuais ilustra bem o problema: a regulação engessada reduziu a oferta e inviabilizou economicamente o modelo para parte significativa do mercado. Repetir esse modelo limitante com os planos coletivos comprometeria um dos principais instrumentos de acesso à saúde no País e traria impactos negativos tanto para o setor privado quanto para o público, cujo orçamento segue cada vez mais pressionado. Vide o exemplo da Alemanha, que, em um modelo econômico muito mais estável que o brasileiro, se vê pressionada a realizar com urgência uma reforma do Estado de Bem-Estar Social, tarefa conduzida pelo premier Friedrich Merz, diante da incapacidade de arcar com os custos crescentes, entre os quais o da saúde.

Por isso, é fundamental que o debate sobre a saúde suplementar seja conduzido com responsabilidade, sem medidas que possam gerar desequilíbrios irreversíveis. A sustentabilidade do setor depende da compreensão de suas complexidades, que variam conforme o porte da operadora, o tipo de produto, a região de atuação e outras tantas variáveis. Como entidade que representa mais de 140 operadoras, pelas quais são atendidos quase 40% dos usuários do sistema privado de saúde, o nosso objetivo é sempre o de estabelecer diálogos propositivos. Para isso, precisamos de dados, fatos e ciência na busca de soluções de longo prazo que garantam o bom atendimento assistencial da população, com uma integração cada vez mais eficiente com o Sistema Único de Saúde e com a imprescindível viabilidade econômico-financeira das empresas.

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O HOJE

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

Prefeitura de Anápolis identificou irregularidades em quatro inscrições e fraude em uma

22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações Foto: Divulgação / Prefeitura de Anápolis

Cinco estudantes de medicina de uma universidade de Anápolis tiveram as bolsas integrais canceladas após a identificação de irregularidades em quatro inscrições e indícios de fraude em uma delas. O resultado foi publicado nesta quarta-feira (3) no Diário Oficial do município.

Ao todo, 22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações. Entre os problemas apontados pela prefeitura estão reprovações acima do limite permitido, renovações irregulares, incompatibilidade socioeconômica e sinais de fraude.

Segundo a administração municipal, os documentos serão enviados ao Ministério Público. Já os alunos que discordarem da decisão poderão recorrer na Justiça. Para os 14 estudantes considerados regulares, está prevista a retomada das bolsas em parceria com as universidades.

O procedimento antifraude foi criado para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e o acesso justo ao benefício. A investigação preliminar envolveu coleta e análise de documentos, e, por ora, todas as bolsas permanecem suspensas. Alunos identificados com irregularidades poderão ser obrigados a devolver os valores recebidos desde o início do programa.

Em julho, outra estudante já havia perdido a bolsa por decisão judicial após alegar baixa renda enquanto exibia viagens internacionais nas redes sociais. A prefeitura não confirmou se ela está entre os cinco beneficiários que tiveram o cancelamento anunciado nesta quarta-feira.

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MEDICINA S/A

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

Na minha atuação diária defendendo médicos, observo um padrão perigoso: a maioria dos processos judiciais não nasce de uma falha técnica, mas sim da confusão sobre um conceito fundamental — a diferença entre erro médico e complicação. Para o paciente, qualquer desfecho negativo é um erro. Para a Justiça, no entanto, a análise é técnica, e essa diferença conceitual pode ser o divisor de águas entre uma absolvição e uma condenação. Compreender como essa distinção é tratada nos tribunais não é um exercício acadêmico — é a estratégia mais importante de gestão de risco para a sua carreira e para o seu negócio.

A medicina é uma ciência de meios, não de resultados. Nenhum profissional pode garantir a cura, apenas comprometer-se com a melhor conduta técnica possível diante de cada caso concreto. Contudo, essa premissa, tão clara no meio médico, costuma ser ignorada em situações de insucesso terapêutico. E é justamente nesse momento que a palavra “erro” passa a circular — muitas vezes, sem base técnica, mas com força emocional suficiente para desencadear litígios longos, custosos e profundamente danosos à imagem do profissional.

Como advogada especialista em Direito Médico, afirmo com segurança: a fronteira entre a absolvição e a responsabilização está, quase sempre, na qualidade da documentação médica. Provar que o resultado decorreu de uma complicação inerente — e não de uma falha de conduta — exige mais do que uma boa técnica: exige uma estratégia de registro e defesa preventiva bem estruturada.

A Visão do Judiciário: Onde a Responsabilidade Realmente Começa

Do ponto de vista legal, a responsabilidade do médico é subjetiva. Isso significa que, para haver condenação, é indispensável a comprovação de culpa. Este é o alicerce de toda a discussão, formalizado no Artigo 1º do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 2.217/2018), que veda ao médico causar dano por imperícia, imprudência ou negligência.

Para aplicar esse conceito na prática, é vital organizar os fatos com precisão terminológica:

Intercorrência: É um evento clínico inesperado que ocorre durante o tratamento, e que geralmente é leve, transitório e controlável com medidas simples. A intercorrência é o fato, o sinal de alerta.

Complicação: Trata-se de uma evolução clínica desfavorável, muitas vezes inesperada, que pode surgir mesmo quando o procedimento é conduzido de forma correta e dentro das boas práticas médicas. Em geral, a complicação é um risco inerente ao ato médico, previsto na literatura especializada e que pode demandar condutas adicionais para contenção ou reversão do quadro, sem, contudo, configurar erro ou falha técnica.

Erro Médico: Erro médico é a conduta inadequada do profissional, por ação ou omissão, praticada sem intenção de causar dano, mas que resulta em prejuízo à saúde, integridade ou vida do paciente. Ocorre quando o médico não observa os cuidados técnicos, éticos ou científicos exigidos pela medicina, e essa falha gera um desfecho que poderia ter sido evitado.

Pode se manifestar por:

Imperícia: falta de habilidade ou conhecimento técnico;

Imprudência: ação precipitada ou arriscada;

Negligência: omissão de conduta que era obrigatória.

Diferencia-se da complicação porque o erro não decorre de um risco inerente ao ato médico, mas de uma falha pessoal na conduta ou no julgamento profissional.

O que a Justiça avalia quando julga o médico?

A questão central em um processo é sempre esta: o dano (a complicação) foi um risco inerente ao procedimento, devidamente informado e corretamente manejado, ou foi consequência de uma falha na conduta profissional? A resposta, invariavelmente, está nos seus documentos.

A defesa mais eficaz é aquela que se constrói no dia a dia da clínica, por meio de uma documentação robusta e estratégica.

1. O Termo de Consentimento Informado: A Prova do Dever de Informar

Muitos profissionais ainda utilizam modelos de termo de consentimento genéricos, que pouco ou nada protegem. O termo de consentimento é a prova material de que o médico cumpriu seu dever ético, previsto nos artigos 22 e 34 do Código de Ética, de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento — ou seja, sobre as complicações possíveis. Um termo que detalha as complicações mais frequentes e as mais graves, em linguagem clara, transforma-se em uma poderosa ferramenta de defesa, neutralizando a alegação de que o paciente “não sabia do risco”.

2. O Prontuário: A Narrativa Factual da Sua Diligência

O prontuário é a “caixa-preta” do atendimento e o documento de maior peso em um processo. Conforme a Resolução CFM nº 1.638/2002, ele possui caráter legal. É nele que a distinção entre os conceitos se materializa de forma decisiva. Um prontuário defensivo deve registrar:

A Intercorrência: “Paciente apresentou pico febril de 38.5ºC às 22h”.

A Investigação: “Solicitados exames X e Y para apuração da causa”.

O Diagnóstico da Complicação: “Confirmado diagnóstico de pneumonia”.

O Manejo Detalhado: “Iniciada antibioticoterapia com [fármaco], conforme protocolo. Paciente e familiares comunicados sobre o diagnóstico e a conduta adotada”.

Essa descrição minuciosa transforma o que poderia ser interpretado como negligência em uma prova irrefutável de diligência e boa prática médica no manejo de um evento adverso.

A implementação de protocolos documentais rigorosos é uma decisão estratégica. Investir no treinamento da equipe e na revisão periódica de documentos como termo de consentimento não é um custo, mas uma proteção. A assessoria jurídica preventiva garante que a percepção leiga de “erro” não se sobreponha à realidade técnica dos fatos, protegendo seu maior ativo: a sua reputação.

Médicos não precisam viver com medo de processos. Com orientação jurídica especializada, é possível alinhar sua prática assistencial à segurança legal. Se você deseja revisar seus documentos ou implementar protocolos eficazes de proteção profissional, busque um advogado especialista. A prevenção é sempre o melhor remédio — inclusive na medicina.

*Marcela Freire é Advogada especialista em Direito Médico e Presidente da Comissão de Direito Médico da OAB/ Duque de Caxias.

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Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

Foi oficialmente publicado, por meio da Portaria SECTICS/MS nº 49/2025, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi desenvolvido pela Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde, no contexto do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).

Esse é um marco inédito e essencial para o sistema público de saúde brasileiro, pois trata-se da primeira versão oficial de um protocolo clínico que orienta de forma abrangente e padronizada o manejo da hipertensão arterial sistêmica no SUS, condição que afeta 48% da população adulta brasileira. Desse total, apenas 10% têm a pressão controlada.

“A publicação é um avanço extraordinário para a saúde pública no Brasil. Estamos entregando, pela primeira vez, um documento técnico científico de referência nacional, que guiará o cuidado da hipertensão no SUS com base em evidências científicas atualizadas e com foco na integralidade da atenção”, afirma Rosa Lucchetta, gerente de pesquisas e projetos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para mortalidade no Brasil e no mundo, estando diretamente relacionada a complicações cardiovasculares, renais e neurológicas. Além de causar cardiopatia e nefropatia hipertensivas, é precursora de condições graves como doença isquêmica cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, e até doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular, quando iniciada precocemente.

“Sabemos que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente a carga da doença. Por isso, este documento estabelece estratégias de rastreamento, diagnóstico, tratamento farmacológico e não farmacológico, além do monitoramento contínuo da condição”, complementa a pesquisadora.

Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é incorporada

Outro avanço importante incluído neste protocolo foi a incorporação da tecnologia de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) para o diagnóstico da pressão alta em adultos com suspeita da doença. Esta recomendação foi embasada em parecer técnico favorável.

Com a adoção da MRPA, estima-se que mais de seis milhões de brasileiros poderão se beneficiar de um diagnóstico mais preciso, seguro e acessível, contribuindo para uma intervenção mais eficaz e redução de complicações a longo prazo.

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Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

Nos últimos anos, o debate sobre assédio e importunação sexual ganhou força em diversos setores da sociedade. Na área da saúde, esse tema exige atenção redobrada, pois envolve diretamente o corpo e a vulnerabilidade do paciente. “O atendimento em saúde é, antes de tudo, uma relação de confiança. O paciente entrega seu corpo e sua intimidade ao profissional, que deve agir sempre com ética, cuidado e respeito”, afirma Katia Lema Perez, diretora do Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (Ibrac).

Segundo ela, é essencial que o profissional saiba diferenciar acolhimento de invasão. Acolher significa escutar, transmitir segurança e oferecer apoio. Já a invasão ocorre quando há toque, comentário ou atitude sem necessidade clínica ou sem o consentimento do paciente. “Mesmo um gesto simples pode ser interpretado como constrangimento se não houver explicação prévia”, completa Perez.

Consentimento é indispensável

Nenhum procedimento deve ser feito sem que o paciente compreenda o que será realizado e dê sua autorização. Esse cuidado protege todos os envolvidos, evitando situações que possam ser vistas como assédio ou importunação.

A diretora do Ibrac afirma que ainda é comum casos em que profissionais que ultrapassam os limites, seja com toques desnecessários, comentários inapropriados ou condutas invasivas. Além de crime, essas atitudes ferem a ética da profissão e minam a confiança na relação de cuidado.

Orientações básicas para profissionais da saúde

Para Katia Lema Perez, algumas práticas fundamentais devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para assegurar a integridade no atendimento:

Explicar e pedir consentimento antes de qualquer exame ou procedimento.

Manter postura profissional e respeitosa em todos os momentos.

Evitar toques demasiados e assuntos de cunho íntimo que não tenham a ver com o tratamento.

Sempre que possível, permitir a presença de acompanhante em consultas e procedimentos.

Cumprir os códigos de ética da categoria e as normas de compliance da instituição.

O papel do compliance na saúde

Programas de compliance e auditoria têm papel essencial nesse processo. Eles ajudam a prevenir riscos, estabelecer regras claras de conduta, oferecer treinamentos e criar canais de denúncia seguros. Dessa forma, fortalecem a cultura de respeito e confiança nas instituições de saúde.

“Cuidar é acolher, mas nunca invadir. O respeito ao corpo do paciente e a ética profissional devem ser princípios inegociáveis. Somente assim é possível garantir um atendimento humano, seguro e digno, que ampere tanto o profissional quanto o paciente”, enfatiza.

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SAÚDE BUSINESS

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

Publicação orienta processos éticos e estratégicos de compra de tecnologia em hospitais brasileiros.

ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, anuncia o lançamento do “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”, uma iniciativa estratégica desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação. O documento surge como resposta a um problema crônico no setor: a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções tecnológicas em instituições de saúde.

Objetivo e importância do manual

O principal propósito da publicação é educar gestores e profissionais da área de saúde na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições. Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, lidera o projeto e destaca sua relevância.

“Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma.

Problemas abordados pelo manual

A publicação foi concebida após a identificação de que hospitais de todos os portes, desde grandes centros até instituições menores, frequentemente realizam investimentos inadequados devido à falta de critérios técnicos nas decisões de compra. Segundo Marcus, muitos gestores relatam que adquirem tecnologia baseando-se apenas no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo, comprometendo tanto o orçamento quanto a segurança do atendimento ao paciente.

Conteúdo e fundamentação

Desenvolvido com base na experiência prática dos membros do GT e em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), além de metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual abrange temas essenciais:

diagnóstico estratégico e técnico;

planejamento estratégico e plano diretor;

RFI e RFP;

benchmark de mercado;

regras de conduta ética e integridade;

avaliação de custo versus valor;

inteligência orçamentária;

plano de implementação;

gestão da mudança.

Erros comuns e soluções propostas

O documento identifica e propõe soluções para falhas recorrentes nos processos de compra, como:

escolhas baseadas apenas em preço, ignorando TCO e ROI;

desalinhamento entre decisões de TI e objetivos estratégicos institucionais;

falta de transparência e ética nos processos de aquisição;

implantações mal planejadas com baixa adesão das equipes.

Para cada problema, o manual oferece mecanismos práticos de prevenção, como a definição de regras claras de governança e ferramentas de comunicação e treinamento durante a implementação das tecnologias adquiridas.

Impacto esperado

Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS, explica que a publicação representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira.

“Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, conclui Ferreira.

O manual visa promover maior transparência e eficiência financeira, além de fortalecer a segurança do paciente. Tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas, evitam falhas críticas no atendimento. Outro importante benefício está no alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para a expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente, entre outros.

“A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor.

O manual está disponível para download gratuito para associados e demais interessados no setor de saúde. Acesse!

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira, 04 de setembro, da reunião de início da implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. Instalado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027.

"É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas - da atenção primária até os serviços de urgência e emergência - garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência", detalhou o ministro Padilha.

O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), o banco dos BRICS.

"O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional", afirmou o ministro.

O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.

"O hospital inteligente representa um novo patamar para a Saúde brasileira e, sobretudo, para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma iniciativa que nos consolida como um complexo hospitalar referência em assistência e inovação no país, incorporando a nova unidade a sua estrutura institucional. Estes são os primeiros passos de um futuro no qual o cuidado em saúde será mais ágil, mais preciso e mais humano, graças à força da ciência e à responsabilidade pública", destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo.

Além da assistência, o ITMI atuará como centro de pesquisa, inovação e formação de profissionais em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, soluções de logística avançada e ambientes humanizados para pacientes e equipes.

O investimento também financiará a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será expandida gradualmente. As UTIs estarão conectadas à UTIs do Hospital das Clínicas da USP e poderão contar com o suporte e expertise de seus profissionais. Nessas unidades, o monitoramento ocorrerá em tempo real com uso de inteligência artificial para apoiar a regulação de leitos e a tomada de decisões clínicas.

O Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho para conduzir a implantação do projeto do ITMI-Brasil em articulação com outros ministérios e parceiros. A iniciativa integra os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.

Ainda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferta 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS). No local, Padilha anunciou que a unidade foi contemplada com um acelerador linear no valor de R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A ação é mais uma medida do Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera pelo atendimento especializado.

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TV ANHANGUERA

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fabricacao-clandestina-de-remedios-usa-betoneira-de-obras-para-misturar-substancias-13901988.ghtml

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Assessoria de Comunicação        

Higicom Experience 2025: ganhadores do sorteio das inscrições [ATUALIZADO]

 

Alessandra Alves

Antonia Nair Sobrinho

Bárbara Medeiros

Charla Ana M. B. Martins

Deborah Regina Zago dos Santos

Deusalina Ferreira da Silva

Fabiane Marinelli

Haikal Helou Yaspers

Irany Araujo Lima

Jefferson Machado

João Osório

Jorgeanne Luitha Bonassoli

José Carlos Gomes Rocha

Karina Martins Prado Soares

Lais Santos

Maria Elisangela dos Santos Campos

Maria Sônia Pereira

Maysa da Fonseca Signoreli

Meirelucy A. S. Leão Rabelo Ribeiro

Newton Tristão

Roberta de Lacerda Lemes Tavares

Rosemeire Ramos Bernardes

Seni Simão de Souza

Tainara nogueira Leão de Faria

Tanandra Mynele Vieira Santos de Oliveira

Tatiana Mendes

Valéria da Silva Paiva Rodrigues

Wagner Miranda

Parabéns! Entrem em contato com a Ahpaceg pelo WhatsApp 62 9690-0712 para efetivar sua inscrição.

Dia 11 de setembro, Goiânia vai sediar o HIGICON eXperience.

Promovido pela Associação Brasileira do Mercado Limpeza Profissional (Abralimp), com o apoio da Ahpaceg, o evento vai discutir como a higienização impacta diretamente na redução das IRAS em hospitais públicos e privados.

Podem participar: Enfermeiros, CCIH, SCIH, Gestores e Administradores Hospitalares ou de Hotelaria, Qualidade, Compras e todos que influenciam diretamente nas decisões sobre limpeza, desinfecção e biossegurança.

Antonia Nair Sobrinho

Bárbara Medeiros

Charla Ana M. B. Martins

Fabiane Marinelli

Haikal Helou Yaspers

Jefferson Machado

João Osório

José Carlos Gomes Rocha

Karina Martins Prado Soares

Lais Santos

Maria Elisangela dos Santos Campos

Maria Sônia Pereira

Meirelucy A. S. Leão Rabelo Ribeiro

Newton Tristão

Roberta de Lacerda Lemes Tavares

Rosemeire Ramos Bernardes

Tainara nogueira Leão de Faria

Tanandra Mynele Vieira Santos de Oliveira

Valéria da Silva Paiva Rodrigues

Wagner Miranda

Quinta, 04 Setembro 2025 07:06

CLIPPING AHPACEG 04/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde usam IA para redução de custos e mais eficiência

https://futurodasaude.com.br/planos-de-saude-uso-ia/

Sindhoesg e Instituto Rizzo inovam e lançam curso gratuito e exclusivo de Libras para colaboradores da rede hospitalar

https://www.foconacional.com.br/2025/09/sindhoesg-e-instituto-rizzo-inovam-e.html

Após adiamento, secretário de Saúde presta contas na Câmara na próxima terça-feira

https://www.jornalopcao.com.br/camara-municipal/apos-adiamento-secretario-de-saude-presta-contas-na-camara-na-proxima-terca-feira-741501/#google_vignette

Cade homologa acordo em investigação no setor de serviços médicos especializados

https://www.gov.br/cade/pt-br/assuntos/noticias/cade-homologa-acordo-em-investigacao-no-setor-de-servicos-medicos-especializados

Hospitais que adotaram cirurgia robótica: impactos clínicos e financeiros

https://www.saudebusiness.com/hospitais/hospitais-que-adotaram-cirurgia-robotica/

Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/

Rede Total Care investe R$ 1,6 milhão em expansão de rede oftalmológica

https://medicinasa.com.br/total-care-oftalmologia/

FUTURO DA SAÚDE

Planos de saúde usam IA para redução de custos e mais eficiência

O uso de inteligência artificial na saúde tem chamado atenção da sociedade, pelo potencial de revolucionar tratamentos e auxiliar profissionais. Nas operadoras de planos de saúde, a tecnologia é vista como uma forma de ganhar eficiência em processos, evitar desperdícios e reduzir custos. Atualmente, as operadoras utilizam IA para análise de fraudes, autorizações, encaminhamentos e reembolsos. Também são comuns assistentes virtuais e uso da tecnologia para auxiliar o setor jurídico e desenvolver análise preditivas.

"A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa e muito promissora em diversos setores. E não é diferente na saúde. Tem que ser tratada com muita seriedade, com regulamentação adequada e com respeito aos direitos fundamentais. Mas fato é que temos visto iniciativas que fazem com que a IA seja uma aliada. E, quando bem estruturada, pode contribuir muito para um sistema suplementar mais inteligente", afirma Maira Imperatriz, sócia de Life Sciences & Healthcare do Lefosse.

Nos Estados Unidos, a United Health e outras empresas são investigadas por supostamente utilizarem algoritmos para negar autorizações de procedimentos médicos. Enquanto isso, no Brasil, os cases ainda estão surgindo, seja pela complexidade do sistema, a falta de organização dos dados ou a clareza sobre as áreas que podem ser beneficiadas.

Enquanto o uso dessas tecnologias ganha espaço nas operadoras, a sua regulamentação ainda está em debate. O Marco Regulatório da Inteligência Artificial, já aprovado no Senado Federal, segue em análise na Câmara dos Deputados. O texto deve pautar a forma como o país utiliza a tecnologia em diferentes áreas.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirma que ainda não possui regulamentação sobre o tema. Em nota, diz que, a partir da definição em lei, irá "promover debates sobre sua aplicação na saúde suplementar, pois é necessário estabelecer ações regulatórias que protejam a privacidade e os dados pessoais dos consumidores, assegurando o acompanhamento e a fiscalização dos entes envolvidos nesses processos, garantindo direitos e mantendo o setor alinhado com as necessidades e os anseios da sociedade".

O que tem sido feito

As operadoras de planos de saúde têm usado a IA como apoio a tarefas e decisões. A ideia é que os sistemas venham trazer mais eficiência, com base em dados e evidências científicas. A redução de desperdícios e custos é o principal objetivo, em busca de falhas de assistência e processos.

"As operadoras têm nos procurado para ajudar a implementar políticas mais estruturadas para essas tecnologias. Práticas para a governança algorítmica, teste de sistemas, evitar vieses algoritmos com base nessas aplicações, compliance desses sistemas junto ao LGPD e para garantir que isso seja de fato respeitado", afirma Maira Imperatriz, do Lefosse.

Os serviços em geral têm sido através de startups ou contratação de empresas de tecnologias. O ideal é que seja feito para a realidade de cada operadora, seguindo seus padrões e bases de dados, em uma construção conjunta, reduzindo possíveis falhas e vieses. "A intenção da inteligência artificial é facilitar esse processo, deixar ele mais objetivo, diminuir o tempo de análise, otimizar o acesso aos dados para que essa decisão seja tomada ou discutida de maneira mais assertiva e rápida", observa a sócia.

Segundo Maira, uma regulamentação por parte do Congresso e da ANS é importante para dar mais segurança jurídica até mesmo para as operadoras, além de proteger os beneficiários. "O ideal é que se tenha um arcabouço jurídico específico, especialmente delineado, a nível federal e a nível das agências reguladoras, entendendo qual é a realidade da saúde suplementar e de que forma se garante segurança e responsabilidades", afirma ela.

Alice e Unimed

Operadoras como Alice e Unimed já reportam ganhos de eficiência com o uso da ferramenta. "Os ganhos operacionais já são evidentes e tangíveis em diversas Unimeds. A automação de liberações de procedimentos, por exemplo, tem alcançado mais de 90% de assertividade em algumas cooperativas, agilizando processos e reduzindo a burocracia", afirma Maurício Cerri, superintendente de tecnologia e negócios da Unimed do Brasil.

Cerri explica que já foram mapeadas mais de 300 startups conectadas ao Sistema Unimed, sendo que 70% delas já aplicam IA em suas soluções. Junto com as federações e singulares, estão estruturando um hub nacional de dados clínicos e administrativos com IA, que permitirá integrar informações e gerar inteligência de cuidado e de gestão.

"Os desafios são multidimensionais. Envolvem desde aspectos éticos até questões de infraestrutura, cultura organizacional e conformidade com a legislação. A implementação da IA demanda governança sólida, letramento digital e engajamento dos times locais", afirma o executivo.

Na Alice, Cesar Biselli, médico e Head de Produtos de IA, explica que a operadora tem utilizado a tecnologia para, entre outros projetos, encaminhar pacientes do atendimento. Antes, o beneficiário que entrava no sistema do pronto-socorro passava obrigatoriamente pela avaliação de um profissional de enfermagem. Agora, a IA faz este processo, a partir dos dados fornecidos. Dos 70% encaminhados, 45% são feitos pela tecnologia.

"A IA é muito mais rápida nesse processo de tentar entender o que está acontecendo com aquela pessoa, se ela tem algum sinal de alarme, e qual a expectativa dela. E, com isso, reduzimos cerca de 20% o tempo de atendimento total. Se ela tem certeza absoluta que o paciente precisa ir para a telemedicina, encaminha. Se não tiver, encaminha para avaliação da enfermagem", explica o executivo, que também comenta a diminuição no custo operacional.

Segundo Biselli, os profissionais de saúde se sentiram valorizados por atuarem quando o paciente necessita de auxílio e não só em uma tarefa de encaminhamento. Não houve alteração na avaliação dos beneficiários sobre o serviço.

Para garantir a viabilidade, o produto foi testado por oito meses internamente. "Não consigo imaginar construir um produto de IA para a saúde sem testar. Depois, tem que pôr na prática, com supervisão de um profissional. Em seguida, começar a escalar, monitorar erros e possíveis ajustes do processo. Tem que olhar para a IA na saúde como um método científico", explica Cesar.

Agora, a operadora desenvolve novas ferramentas. Um projeto de busca ativa de pacientes para realização de exames está sendo construído a partir dos dados de prontuário. Beneficiários com indicação de mamografia, por exemplo, irão receber uma mensagem por Whatsapp com um lembrete, dizendo que a pessoa está na idade onde há indicação para rastreamento de câncer de mama e é importante a realização de exames. Nos próximos dois meses, ele entrará na fase de testes.

Startups de IA

A Maida Health, healthtech do ecossistema MV, tem atendido operadoras de planos de saúde com sua IA para autorização de procedimentos. Em um plano de saúde com 500 mil beneficiários, a tecnologia automatiza 95% das solicitações. Os outros 5% são casos que precisam de avaliação da equipe médica.

"A IA faz a leitura de documentos anexados, cruzando com o histórico do paciente, autorizações anteriores e evidências científicas. Com esse cruzamento, conseguimos aplicar regras que apontam que um número de ressonâncias em um determinado período de tempo precisa ter uma justificativa médica, por exemplo", afirma André Machado, diretor da Maida Health.

A MV também conta com a OncoAudit, empresa voltada à aprovação de tratamentos oncológicos com uso de IA e análise baseada em evidências clínicas. Uma operadora com 220 mil vidas está utilizando o sistema que, de acordo com Machado, trouxe uma redução de 42% do custo per capita. Já o desfecho clínico teve uma evolução de 10%.

"Reduzir custos só por reduzir é muito fácil. Por isso sempre atrelamos e testamos muito para ver qual é o desfecho que vai trazer, olhando para a saúde. Hoje conseguem atender mais gente com o mesmo recurso. O futuro da IA direciona muito, cada vez de forma mais rápida, para o melhor tratamento", afirma André.

O executivo explica que é difícil garantir que todo uso de inteligência artificial nas operadoras de saúde vai ser feito seguindo as diretrizes legais e a ética, sem trazer iniquidades. Neste sentido, o papel da regulamentação e da fiscalização por parte dos órgãos reguladores se faz necessário para que não haja discrepâncias, como qualquer outra falha assistencial. "Vamos tratar disso sempre com muita cautela e responsabilidade, porque pode ser usado sempre por um lado ou por o outro. Que seja para favorecer a saúde das pessoas", observa.

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FOCO NACIONAL

Sindhoesg e Instituto Rizzo inovam e lançam curso gratuito e exclusivo de Libras para colaboradores da rede hospitalar

O Sindhoesg (Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás), em parceria com o Instituto Rizzo, traz uma grande novidade para colaboradores das áreas administrativa e assistencial das instituições associadas: a promoção de cursos gratuitos de iniciação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

A primeira turma já tem data marcada: dias 22 e 24 de setembro, com aulas das 18h30 às 21 horas, na sede do Instituto Rizzo, na Avenida Cora Coralina, 242, Setor Sul, em Goiânia.

Mas qual a importância da participação neste curso? Dados oficiais apontam que cerca de 5% da população brasileira, aproximadamente 10 milhões de pessoas, apresentam algum grau de surdez.

São brasileiros que em algum momento vão buscar atendimento médico-hospitalar e precisam contar com equipes preparadas para acolhê-los e bem atendê-los.

O objetivo do curso de iniciação é apresentar aos alunos formas básicas de comunicação com a população surda, melhorando o acesso destes pacientes aos serviços de saúde e sua jornada em busca de atendimento.

“Investir em Libras é investir na humanização da saúde. Essa formação vai oferecer aos colaboradores dos nossos estabelecimentos associados ferramentas para ampliar a acessibilidade e fortalecer a qualidade e a segurança da assistência”, diz o presidente do Sindhoesg, Gustavo Clemente.

Parcerias institucionais como essa fazem parte das ações do Instituto Rizzo, que desde 2001 vem atuando em causas sociais, artísticas e ambientais.

Para garantir vaga na primeira turma do curso, basta que o colaborador da rede associada entre em contato com o Sindhoesg, pelo WhatsApp (62) 9504 8333, informando nome completo, função, telefone e e-mail e o nome do estabelecimento associado.

As vagas são limitadas.

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JORNAL OPÇÃO

Após adiamento, secretário de Saúde presta contas na Câmara na próxima terça-feira

Audiência deve tratar sobre os dados do primeiro quadrimestre de 2025

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia realizará, na próxima terça-feira, 12, às 13h, a prestação de contas da saúde referente ao 1º quadrimestre deste ano. A reunião estava inicialmente prevista para o dia 3 de julho, mas foi adiada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo o presidente da Comissão de Saúde, vereador Dr. Gustavo (Agir), após a apresentação da próxima semana, a expectativa é de que o secretário de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, retorne à Casa entre outubro e novembro para apresentar os dados do 2º quadrimestre.

Anteriormente, o secretário prestou contas em março do último quadrimestre de 2024, a respeito dos dados da gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).

Conforme a Lei Complementar nº 141/2012, o gestor da Saúde deve apresentar as prestações de contas até o final de maio e agosto, referentes ao 1º e 2º quadrimestres, respectivamente. Já os dados do último quadrimestre precisam ser apresentados até fevereiro do ano seguinte.

Segundo a legislação, o atraso na apresentação dos relatórios pode até levar à convocação do secretário para esclarecimentos extras. Além disso, o descumprimento dos prazos previstos em lei compromete a transparência da gestão e pode ser apontado pelos órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, como falha administrativa.

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GOV.BR

Cade homologa acordo em investigação no setor de serviços médicos especializados

Cooperativa deverá pagar R$ 9,34 milhões, implementar programa de compliance e admitir participação na conduta investigada

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) homologou, nesta quarta-feira (20/08), Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado com a Cooperativa de Anestesiologia do Estado do Espírito Santo (COOPANEST/ES), entidade investigada em processo que apurou práticas anticompetitivas no mercado de serviços médicos especializados. 

A investigação teve início em 2016, a partir de denúncia da Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (AEBES), que relatou condutas coordenadas por cooperativas médicas capixabas e pela Federação Brasileira das Cooperativas de Especialidades Médicas (Febracem).  

Entre as práticas apuradas estavam uniformização de propostas contratuais, ameaças de paralisação, boicotes e negativa de prestação de serviços. 

Em setembro de 2024, o Tribunal do Cade condenou a COOPANEST/ES, aplicando multa de R$ 14,5 milhões. Em seguida, a cooperativa solicitou a celebração de TCC, como alternativa consensual para encerrar a persecução sancionadora. 

Pelo acordo homologado, a COOPANEST/ES reconhece participação nas condutas investigadas e se compromete pagar R$ 9,3 milhões ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), se compromete a implementar programa de compliance com treinamentos periódicos, manual de boas práticas e canal de denúncias, além de abster-se de praticar condutas anticompetitivas.  

O presidente Gustavo Augusto, relator do caso, destacou que a homologação do TCC reforça o compromisso da autarquia com a promoção da concorrência e a utilização de instrumentos de solução consensual em benefício do interesse público. 

Ainda segundo a decisão, o descumprimento do acordo poderá implicar retomada do processo original e aplicação de multas adicionais. 

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SAÚDE BUSINESS WEB

Hospitais que adotaram cirurgia robótica: impactos clínicos e financeiros

Hospitais que adotaram cirurgia robótica alcançam mais precisão e retorno estratégico ao investimento.

A cirurgia robótica no Brasil deixou de ser exclusividade de poucos centros para se tornar um diferencial estratégico em hospitais de diversas regiões.

Instituições vêm ampliando a oferta de procedimentos cirúrgicos robóticos, combinando precisão, segurança e recuperação mais rápida para os pacientes.

Este conteúdo reúne exemplos de hospitais com tecnologia robótica, seus resultados clínicos, benefícios operacionais e desafios financeiros, mostrando por que investir nessa área pode representar não apenas inovação, mas também vantagem competitiva no setor de saúde.

Nos últimos anos, diversos hospitais que adotaram cirurgia robótica no Brasil se tornaram referência em inovação clínica e excelência técnica. 

Instituições como o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio-Libanês, o Hospital de Base de São José do Rio Preto, o Hospital Brasília e o Hospital São Vicente de Paulo mostram como a tecnologia em cirurgia minimamente invasiva vem transformando o atendimento.

O Hospital Sírio-Libanês foi pioneiro na América Latina, realizando sua primeira cirurgia robotizada em 2000. Desde 2008, conta com dois robôs Da Vinci — um voltado a procedimentos e outro para treinamentos — e, em 2015, inaugurou seu Centro de Cirurgia Robótica, reunindo especialistas de diversas áreas e se consolidando como centro de treinamento para novos cirurgiões.

Hospital Brasília, da Rede Américas, já realizou mais de 2 mil procedimentos cirúrgicos robóticos desde 2018. Reconhecido como centro de formação, mantém simuladores de última geração e parcerias com programas de residência, com destaque para as cirurgias urológicas.

Outro exemplo é o Hospital de Base de São José do Rio Preto, que se tornou um dos hospitais com tecnologia robótica mais inclusivos do país. Em apenas 14 meses, realizou 260 cirurgias, destinando parte delas a pacientes do SUS — iniciativa que inclui mutirões e amplia o acesso à tecnologia.

No Rio de Janeiro, o Hospital São Vicente de Paulo atingiu a marca de 100 procedimentos no primeiro ano de seu programa, resultado de treinamento intensivo e integração da robótica à rotina cirúrgica.

Esses centros de cirurgia robótica realizam uma variedade de procedimentos, incluindo urologia, cirurgia geral, ginecologia e oncologia, e exemplificam como os avanços em cirurgia assistida por robô estão elevando padrões de precisão, segurança e recuperação. 

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Benefícios operacionais e estratégicos para hospitais

A adoção da cirurgia robótica vai além dos ganhos clínicos para o paciente — ela também gera impactos diretos na gestão e na competitividade dos hospitais que adotaram cirurgia robótica. 

Entre os principais está a otimização do tempo cirúrgico. A precisão de plataformas como o robô Da Vinci ou o Versius reduz movimentos desnecessários e estabiliza tremores, permitindo que procedimentos sejam concluídos de forma mais ágil e previsível.

Outro ponto relevante é a redução do tempo de internação e, consequentemente, dos custos a longo prazo. 

No Hospital Angelina Caron (PR), cirurgias que antes exigiam até quatro dias de internação agora podem ter alta em 48 horas — e, em alguns casos, como na bariátrica, até em menos de 24 horas. A liberação de leitos mais rápida aumenta a capacidade de atendimento.

No Hospital Unimed Volta Redonda (RJ), a chegada da plataforma Versius trouxe não apenas eficiência, mas também resultados clínicos de alto impacto. Um dos casos mais emblemáticos foi o de uma paciente de 73 anos com nódulo sólido no rim.

Graças à precisão da tecnologia em cirurgia minimamente invasiva, foi possível preservar 70% do órgão, evitando uma nefrectomia radical e garantindo recuperação mais rápida.

Além disso, investir em avanços em cirurgia assistida por robô fortalece a imagem institucional. Hospitais com tecnologia robótica atraem pacientes em busca de tratamentos mais seguros e menos invasivos, além de se destacarem no mercado pela inovação. 

Essa visibilidade também facilita a formação de parcerias estratégicas, amplia o leque de procedimentos e consolida a reputação como referência em vantagens da cirurgia robótica em hospitais.

Cases de sucesso e resultados clínicos

Os hospitais que adotaram cirurgia robótica acumulam exemplos de alto impacto que mostram como a tecnologia pode transformar resultados clínicos e ampliar o acesso a procedimentos complexos.

Na China, médicos do Hospital Torácico de Xangai realizaram uma cirurgia remota para remover um câncer de pulmão em uma paciente localizada a 5 mil quilômetros de distância. 

Utilizando braços robóticos controlados em tempo real, a equipe concluiu o procedimento em apenas uma hora, com precisão milimétrica, provando o potencial da robótica na saúde para atender pacientes distantes de grandes centros.

No Brasil, o Hospital Moinhos de Vento executou a primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda para Doença de Parkinson na América Latina usando o sistema Loop-X Brainlab. 

A tecnologia reduziu o tempo do procedimento de oito para quatro horas, combinando aquisição de imagens 3D e navegação robótica no mesmo espaço, o que elevou a segurança e o conforto do paciente.

Em Minas Gerais, o Hospital Orizonti foi pioneiro ao realizar a primeira artroplastia total de quadril assistida por robô cirúrgico. O procedimento garante cortes mais precisos, menos dor pós-operatória e recuperação acelerada, beneficiando especialmente pacientes com artrose avançada.

Já em Porto Alegre, o Hospital Mãe de Deus iniciou o uso da cirurgia robótica em procedimentos de coluna, alcançando até 99% de precisão na colocação de implantes, sem desvios, e reforçando as vantagens dessa tecnologia no tratamento de patologias ortopédicas complexas.

Esses casos de sucesso em cirurgia robótica mostram que a combinação de inovação, capacitação médica e investimento certo é capaz de gerar benefícios tangíveis — desde maior precisão cirúrgica até ampliação do acesso a tratamentos de alta complexidade.

Custos de investimento e manutenção da cirurgia robótica

Implantar um programa de cirurgia robótica exige planejamento financeiro robusto. 

De acordo com dados da Medscape Brasil, um robô cirúrgico custa em torno de R$ 16 milhões, enquanto os custos por procedimento variam de R$ 10 mil a R$ 15 mil, considerando manutenção e materiais descartáveis. 

Esses valores explicam por que a adoção costuma começar em grandes centros e hospitais com forte capacidade de investimento.

O cenário brasileiro, no entanto, mostra um avanço consistente. Segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), já existem cerca de 200 plataformas de cirurgia robótica no Brasil, espalhadas por diferentes regiões, ampliando o acesso para além do eixo Rio–São Paulo. 

Desde as primeiras unidades instaladas no Hospital Israelita Albert Einstein e no Hospital Sírio-Libanês, em 2008, o crescimento foi constante, com novas especialidades incorporando a tecnologia.

Esse investimento é impulsionado pelo potencial da tecnologia em cirurgia minimamente invasiva para atrair pacientes, diferenciar a instituição e viabilizar procedimentos de alta complexidade com maior segurança. 

Embora o retorno financeiro dependa de volume cirúrgico e gestão eficiente, os hospitais que adotaram cirurgia robótica relatam ganhos estratégicos que compensam o alto custo inicial, como fortalecimento de marca, captação de novos casos e expansão de portfólio.

A experiência dos hospitais que adotaram cirurgia robótica no Brasil comprova que a tecnologia oferece ganhos clínicos, operacionais e estratégicos. 

De mutirões no SUS a procedimentos pioneiros de alta complexidade, esses centros mostram que a tecnologia em cirurgia minimamente invasiva pode transformar a prática médica e gerar valor para instituições que investem em capacitação, parcerias e gestão eficiente.

O alto custo de aquisição e manutenção é um desafio, mas, quando bem planejado, o investimento traz retorno em forma de reputação, diferenciação e atração de pacientes que buscam tratamentos mais seguros e inovadores. 

A tendência é que, com a expansão do acesso e o avanço de novas plataformas, a robótica na saúde se torne cada vez mais presente no cenário cirúrgico brasileiro.

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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.

A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas. 

Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos. 

No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica. 

Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.

A medicina de precisão já é realidade no Brasil?

Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética. 

No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores. 

Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.

Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.

O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer. 

A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.

Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão

A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas. 

Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.

1. Estrutura física e laboratorial limitada

Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas. 

Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.

2. Integração e interoperabilidade de dados

Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.

interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.

Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.

Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.

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3. Falta de padronização de protocolos clínicos

A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes. 

No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado. 

Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.

 4. Capacitação das equipes

A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo. 

Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.

Os desafios tecnológicos da medicina de precisão

A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas. 

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas. 

Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.

1. Big data e inteligência artificial na prática

Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida. 

Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.

Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos. 

Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.

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2. Segurança e privacidade de dados

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas. 

Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.

Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações. 

Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.

Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações. 

Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.

3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes. 

Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.

Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas. 

Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.

Etapas para começar a implementar medicina de precisão

Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas. 

Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.

1. Diagnóstico institucional

O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto. 

Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.

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2. Criação de uma estratégia de implementação por fases

Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir. 

Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.

3. Formação de uma equipe multidisciplinar

Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos. 

Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.

Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão

A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia. 

Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.

Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.

O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos. 

Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica

Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.

Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.

A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia. 

Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.

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MEDICINA S/A

Rede Total Care investe R$ 1,6 milhão em expansão de rede oftalmológica

Rede Total Care anunciou investimento em quatro unidades da Eye Clinic em São Paulo — localizadas na Berrini, Angélica, Santo Amaro e Paraíso — como parte de uma estratégia de expansão e fortalecimento da linha de cuidado oftalmológico na capital paulista. Com um investimento total de mais de R$ 1,6 milhão, os espaços foram modernizados com foco em tecnologia, experiência do paciente e ampliação do acesso a serviços de saúde ocular.

Voltadas para atendimento ambulatorial, os espaços oferecem consultas, exames, procedimentos e pequenas cirurgias oftalmológicas. “O objetivo é descentralizar o acesso e garantir resolutividade com qualidade técnica em diferentes pontos da cidade”, afirma Naiana Cunha, Diretora de Relacionamento Médico e Auditoria da Total Care.

Entre os destaques tecnológicos estão equipamentos como o OCT de alta resolução, que permite avaliação não invasiva e em tempo real da retina; o Yag Laser, indicado para tratamentos como capsulotomia e iridotomia; além do Crosslinking, que fortalece a córnea e contribuiu para impedir doenças oculares, por exemplo, a ceratocone, que é uma alteração ocular com sintomas de visão embaçada, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. A incorporação dessas tecnologias possibilita diagnósticos mais precisos, agilidade no atendimento, apoio à decisão clínica e maior conforto ao paciente.

As unidades também seguem o padrão internacional de qualidade Qmentum, comprovando os protocolos de alta performance para que as organizações melhorem constantemente o seu desempenho, além de reforçar o compromisso com a segurança, sustentabilidade e boas práticas assistenciais. O diferencial está na padronização da qualidade, no atendimento humanizado e na integração com outras frentes assistenciais da Rede Total Care.

Com o reforço nas equipes médicas e operacionais, as unidades passam a ter capacidade conjunta de até 19 mil atendimentos mensais. “Esses investimentos elevam a experiência do paciente e fortalecem a confiança no cuidado ocular, posicionando a Eye Clinic como uma referência em oftalmologia no estado de São Paulo”, destaca Naiana.

A expansão também é estratégica para a Rede Total Care, que avança no objetivo de se consolidar como um ecossistema de saúde integrado e resolutivo, atendendo pacientes de forma personalizadas, além de promover o acesso a uma assistência oftalmológica de excelência.

Para o oftalmologista Gabriel Gorgone, especialista em córnea, a interdisciplinaridade entre as especialidades oftalmológicas contribui para diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficientes. “Pacientes que necessitam de acompanhamento multidisciplinar, como aqueles com doenças combinadas, como diabetes e glaucoma, podem ser acompanhados de perto por médicos que compartilham informações e discutem o melhor caminho terapêutico, sempre com base na experiência de diferentes áreas da oftalmologia”, explica.

“Nosso objetivo com cada unidade é ampliar o atendimento e oferecer às pessoas mais opções para o cuidado com a saúde ocular de qualidade. A abertura da clínica também possibilita dobrarmos o número de atendimento e garantir que nossos pacientes tenham acesso aos melhores recursos para cuidar da visão”, conclui Naiana Cunha.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 03 Setembro 2025 06:48

CLIPPING AHPACEG 03/09/25

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O Peso do Diploma de Medicina e Sua Responsabilidade Social

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Planos de saúde têm lucro de R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre, o maior em quatro anos

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Prefeitura de Goiânia amplia leitos de UTI Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas

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Rede Atlântica D’Or assume gestão do Hospital Glória D’Or

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Uso racional de medicamentos: um compromisso pela saúde coletiva

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Manual de boas práticas da ABCIS orienta hospitais na aquisição ética e eficiente de tecnologia

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ONA divulga principais causas de incidentes e eventos adversos na saúde 

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Turismo médico no Brasil: qualidade hospitalar e custo acessível

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A lição do Titanic: a medicina brasileira pode naufragar?

https://veja.abril.com.br/coluna/cronicas-de-peso/a-licao-do-titanic-a-medicina-brasileira-pode-naufragar/

OLHAR DINÂMICO

O Peso do Diploma de Medicina e Sua Responsabilidade Social

Mais do que um documento acadêmico, o diploma médico representa compromisso ético, responsabilidade e preparo para salvar vidas.

A medicina como vocação e desafio

A medicina é uma das profissões mais respeitadas e exigentes do mundo. Para chegar até o momento da formatura, o estudante enfrenta uma longa jornada de estudos, estágios e experiências práticas que moldam não apenas o conhecimento técnico, mas também a sensibilidade humana necessária para lidar com pacientes em situações de vulnerabilidade.

O diploma de medicina simboliza, portanto, muito mais do que a conclusão de um curso superior. Ele é a validação de anos de esforço e da formação de um profissional que carregará a responsabilidade de cuidar da vida de outras pessoas.

O valor do diploma para o exercício da profissão

No Brasil, para atuar legalmente como médico, não basta ter concluído o curso. É necessário apresentar o diploma de uma instituição reconhecida e obter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Sem esses requisitos, o exercício da medicina é considerado ilegal e passível de punição criminal.

Essa exigência existe porque a prática médica envolve riscos diretos à vida humana. Um erro causado por falta de preparo pode ter consequências irreversíveis, e é justamente o diploma legítimo que assegura que o profissional passou por todas as etapas necessárias de capacitação.

O diploma de medicina como símbolo cultural

Além de sua função prática, o diploma médico tem um peso simbólico muito forte. Para muitas famílias, a formatura de um médico representa a realização de um sonho coletivo. O esforço do estudante, somado ao apoio de seus familiares, é coroado com a conquista de um documento que simboliza não apenas status social, mas também respeito e confiança.

A cerimônia de colação de grau em medicina é um evento marcante, repleto de rituais que reforçam a importância ética e social da profissão. O juramento de Hipócrates, realizado nesse momento, é o lembrete de que o diploma carrega consigo responsabilidades que vão além do mercado de trabalho.

A formação longa e intensa

Conquistar um diploma de medicina não é fácil. O curso dura, em média, seis anos, seguidos por residência médica, que pode se estender por mais alguns anos dependendo da especialização escolhida. Durante esse tempo, os estudantes passam por estágios em hospitais, clínicas e laboratórios, enfrentando situações reais que os preparam para a prática profissional.

Essa formação intensa é necessária para garantir que o médico esteja apto a diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com segurança. O diploma é apenas a formalização de um processo longo e rigoroso de aprendizado.

Diploma e empregabilidade

No mercado de trabalho, o diploma de medicina abre portas em diferentes áreas: hospitais públicos e privados, clínicas especializadas, atendimento domiciliar, consultórios próprios e até mesmo carreiras acadêmicas.

A medicina também oferece estabilidade e reconhecimento. Mesmo em tempos de crise econômica, a demanda por profissionais da saúde continua alta, o que reforça a importância do diploma como ferramenta de empregabilidade.

Diploma digital e modernização

Assim como em outras áreas, a medicina também foi impactada pela digitalização dos diplomas. Hoje, documentos emitidos por instituições reconhecidas possuem versões digitais com certificação eletrônica, que podem ser validadas instantaneamente por meio de sistemas oficiais.

Esse avanço aumenta a segurança contra fraudes e simplifica o processo de contratação, garantindo que empresas e órgãos reguladores possam confirmar a autenticidade do diploma de maneira rápida e confiável.

O perigo dos atalhos ilegais

Apesar de todo o rigor da formação médica, existem pessoas que buscam caminhos duvidosos para obter o documento. Não é incomum encontrar buscas relacionadas a comprar diploma de medicina, o que revela tentativas de obter credibilidade sem passar pelos anos de estudo exigidos.

Essa prática é extremamente perigosa. Além de ilegal, coloca vidas em risco. Alguém que utiliza um diploma falso para exercer a medicina não apenas comete fraude, mas também compromete a saúde de pacientes. Os Conselhos Regionais de Medicina possuem mecanismos rigorosos para verificar a autenticidade dos diplomas, o que torna praticamente impossível sustentar esse tipo de fraude por muito tempo.

Ética e credibilidade profissional

A medicina é uma das profissões que mais dependem da confiança social. Um médico precisa transmitir segurança, competência e ética em sua atuação. Quando um diploma não é legítimo, toda essa credibilidade é destruída, comprometendo não apenas o indivíduo, mas também a confiança no sistema de saúde como um todo.

Por isso, conquistar o diploma de forma legítima é essencial. Ele não é apenas um documento burocrático, mas a materialização da competência necessária para exercer uma profissão vital para a sociedade.

O diploma como investimento no futuro

Apesar da longa jornada e dos custos elevados de uma formação em medicina, o diploma traz benefícios que compensam os sacrifícios. Médicos diplomados encontram estabilidade, remuneração acima da média nacional e oportunidades em diversas áreas de especialização.

Além disso, o diploma de medicina abre portas para atuação internacional, já que muitos países reconhecem ou permitem a validação de diplomas emitidos no Brasil. Isso amplia as possibilidades de carreira e fortalece ainda mais o valor do documento.

Considerações finais

O diploma de medicina é um dos documentos mais valiosos e significativos da vida profissional. Ele representa esforço, responsabilidade e compromisso ético com a sociedade. Mais do que uma formalidade, é o símbolo de que o indivíduo está preparado para exercer uma das profissões mais importantes do mundo.

Tentativas de atalhos, como a busca por comprar diploma de medicina, apenas colocam em risco a credibilidade profissional e a segurança dos pacientes. O verdadeiro valor está no conhecimento adquirido ao longo da formação, no esforço para superar desafios e no compromisso de exercer a medicina com ética e dedicação.

Em última análise, o diploma médico não é apenas um papel: é o reflexo de uma jornada que une vocação, disciplina e responsabilidade social, sendo indispensável para quem deseja transformar vidas por meio da ciência e do cuidado humano.

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O GLOBO

Planos de saúde têm lucro de R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre, o maior em quatro anos

Planos de saúde médico-hospitalares encerraram o primeiro semestre de 2025 com lucro operacional de R$ 6,3 bilhões, um aumento de 157% na comparação com o mesmo período do ano passado e o maior desde 2021. Já o resultado líquido, que também considera a remuneração das aplicações financeiras das operadoras em meio a altas taxas de juros, alcançou R$ 12,4 bilhões, 143% acima do registrado nos primeiros seis meses de 2024.

Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta terça-feira.

Entre janeiro e junho, operadoras de planos de saúde médico-hospitalares — principal segmento do setor — acumularam R$ 187 bilhões em receita, a maior parte disso, cerca de R$ 166 bilhões, das mensalidades pagas pelos usuários.

Além do resultado operacional, representado pela diferença entre a receita recolhida com as mensalidades e as despesas assistenciais, comerciais e administrativas, os ganhos financeiros também impulsionaram os bons resultados das empresas.

Num cenário de alta da taxa Selic, hoje em 15%, os investimentos das operadoras vêm crescendo: no primeiro semestre de 2024, eram R$ 119 bilhões, patamar que alcançou R$ 130 bilhões em junho deste ano. O resultado foi um retorno de R$ 6,8 bilhões no período, aumento de 55,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

Considerando todo o setor — operadoras médico-hospitalares, odontológicas e administradoras de benefícios —, a remuneração ajudou o lucro líquido das empresas a alcançar R$ 12,9 nos primeiros seis meses desse ano, valor que já é superior ao total observado pelo setor em todo o ano de 2024.

— Na composição do resultado líquido, o resultado financeiro sempre esteve muito acima do resultado operacional. Foi o que equilibrou as contas do setor no pós-pandemia e que contribuiu ainda mais em 2024. Estamos chegando praticamente metade-metade, e é isso que explica no final do dia o resultado líquido — explicou Washington Alves, gerente de Habilitação e Estudos de Mercado da ANS.

A taxa de sinistralidade — fatia da receita das operadoras usada para custear a assistência aos usuários — ficou em 81,1% no primeiro semestre, 2,7 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado e o menor índice registrado para um 1º semestre desde 2018 — à exceção de 2020, quando a sinistralidade foi ainda mais baixa em razão dos efeitos da pandemia.

— Os números do primeiro semestre de 2025 mostram um resultado histórico para a saúde suplementar: aumento do resultado operacional, redução da sinistralidade e manutenção de receitas financeiras robustas. Esse conjunto de fatores contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor, o que é fundamental para garantir a continuidade da assistência a mais de 50 milhões de beneficiários — analisou o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.

Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as maiores operadoras do setor, os dados são positivos, mas o resultado representa apenas uma recuperação após “margens negativas por quase três anos”.

“Para consolidar esses resultados de maneira sustentável, o setor precisa voltar a crescer, algo que não ocorre há dez anos. E para crescer o setor depende muito da evolução do mercado de trabalho formal, já que a grande maioria dos planos de saúde são empresariais, oferecidos aos trabalhadores pelos seus empregadores”, disse o diretor-executivo da entidade, Bruno Sobral. 

Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa a maior parte das operadoras, destacou que cerca de 40% das operadoras registraram resultados operacionais negativos, principalmente “pequenas e médias operadoras responsáveis por levar saúde de qualidade para regiões fora dos grandes centros financeiros do país”.

“São muitos os desafios estruturais: incorporação acelerada de novas tecnologias (foram 124 nos últimos três anos), decisões judiciais que obrigam a cobertura de tratamentos ainda não incorporados, experimentais ou off-label (fora da recomendação de bula) e fraudes contra planos de saúde que, somente com reembolsos nos últimos cinco anos, estima-se um custo desnecessário de R$ 12 bilhões. No mesmo período o custo com judicialização da saúde suplementar foi de R$ 21,5 bilhões.

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JORNAL OPÇÃO

Prefeitura de Goiânia amplia leitos de UTI Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas

Atualmente, Goiânia conta com 228 leitos de UTI ativos, distribuídos entre adultos, adultos coronarianos, neonatais e pediátricos

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), disponibilizou nesta terça-feira, 2, quatro novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas. Os leitos serão destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) encaminhados pelo complexo regulador da capital, garantindo atendimento mais ágil e adequado para crianças em situação crítica.

“Com essas novas vagas de UTI Pediátrica, conseguimos reduzir o tempo de espera e garantir maior agilidade no encaminhamento das crianças que necessitam de cuidados intensivos”, afirmou o secretário da SMS, Pellizzer. “Muitos casos em pediatria exigem suporte intensivo imediato e essa parceria garante capacidade de resposta instantânea em situações críticas que afetam crianças e adolescentes”, disse o secretário de Saúde de Goiânia, Luiz Pellizzer.

O diretor executivo do hospital, Márcio Coelho, destacou a estrutura da unidade e a qualificação da equipe médica. “O HIF conta com infraestrutura de ponta, equipe médica altamente capacitada e equipamentos modernos que garantem o melhor atendimento em UTI Pediátrica. Nosso objetivo é colaborar com a saúde pública oferecendo o melhor cuidado possível”, afirmou

Reativação de leitos

Atualmente, Goiânia conta com 228 leitos de UTI ativos, distribuídos entre adultos, adultos coronarianos, neonatais e pediátricos. Desde o início da gestão, 34 leitos de cuidados intensivos foram reativados, que estavam fechados por falta de regularidade nos pagamentos na administração anterior.

A superintendente de Avaliação, Regulação e Controle da SMS, Paula dos Santos Pereira, afirmou que a prefeitura mantém negociações com outras instituições privadas para ampliar ainda mais a rede:

“Seguimos em tratativas com outras instituições privadas para ampliar os leitos contratados e a cobertura, garantindo reserva técnica para absorver picos de demanda, como em sazonalidades e emergências sanitárias.”

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MEDICINA S/A

Gigantes da ortopedia global: lições e oportunidades para o Brasil em ascensão

O setor global de dispositivos ortopédicos movimentou US$ 62 bilhões em 2024, sendo que apenas oito empresas concentram mais de dois terços dessa receita. Entre elas, figuram Johnson & Johnson, com faturamento de US$ 8,9 bilhões, Stryker, com US$ 8,7 bilhões, e Zimmer Biomet, com US$ 7,4 bilhões. Companhias de médio porte, com receitas entre US$ 400 e 900 milhões, respondem por 8% do mercado, enquanto as menores, que faturam entre US$ 200 e 399 milhões, representam pouco mais de 4%.

Apesar de ainda não estar entre as gigantes globais, o Brasil começa a ganhar relevância. Startups e empresas de médio porte nacionais estão ampliando investimentos em áreas como implantes, órteses e reabilitação. Esse movimento acompanha o crescimento da demanda interna e a valorização tanto do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto da rede privada.

De acordo com Michel Goya, diretor da Associação Brasileira de Startups de Saúde e Healthtechs (ABSS) e CEO da OPME Log, o Brasil não precisa apenas acompanhar a velocidade dos líderes globais. “O país tem condições únicas para criar soluções próprias, adaptadas à nossa realidade e exportáveis para o mundo”, explica.

O envelhecimento populacional e a maior procura por procedimentos ortopédicos têm impulsionado os grandes players internacionais. Nos Estados Unidos, a Zimmer Biomet elevou suas projeções de lucro para 2025, impulsionada pelo aumento nas vendas de implantes de quadril e joelho e pelo crescimento de tecnologias como os sistemas robóticos cirúrgicos. Já a britânica Smith & Nephew, mesmo sob pressão acionária para reestruturar sua divisão de ortopedia, apresentou recuperação nas vendas de implantes graças a estratégias de produção global e redução de tarifas.

Esses exemplos reforçam como escala, inovação tecnológica e flexibilidade estratégica são essenciais para prosperar nesse segmento. No Brasil, fatores como a diversidade regional, as parcerias público-privadas e a mão de obra qualificada criam um terreno fértil para avançar. “O SUS, pela sua capilaridade, pode ser um campo de testes e validação para novas tecnologias — desde órteses adaptativas até sensores biomecânicos — reduzindo custos e ampliando o acesso da população. Nossa indústria, mesmo com menor escala, tem agilidade para adaptar e customizar tecnologias a um país continental”, reforça Goya.

O fortalecimento das parcerias entre empresas, universidades e centros de pesquisa também pode acelerar a criação de soluções para osteoartrite, reabilitação funcional e capacitação profissional. Um exemplo do avanço nacional é a Víncula, investida do Pátria com foco em ortopedia, coluna, trauma e crânio-maxilofacial. A companhia alia inovação, qualidade e acessibilidade, com produtos como endopróteses e sistemas modulares cirúrgicos adaptados à realidade latino-americana.

De acordo com a ABIMED, que representa cerca de 65% do faturamento do setor de dispositivos médicos no país, políticas públicas que incentivem pesquisa e desenvolvimento, aliadas a parcerias estratégicas, podem transformar o Brasil em um protagonista do mercado de ortopedia na América Latina.

“Se a liderança global já decolou, o desafio brasileiro é acionar também sua turbina nacional e voar com autonomia, inovação e relevância”, conclui Michel. Tal como em um avião bimotor, a turbina global garante o alcance e a força, mas é preciso que a turbina nacional opere em plena potência para que o país decole com segurança e protagonismo.

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Hapvida investe R$ 35 milhões em unidade premium em São Paulo

Com investimento de R$ 35 milhões, a Hapvida inaugurou a Unidade Avançada Brigadeiro, a primeira premium da companhia na capital paulista. Em sete andares, distribuem-se um parque diagnóstico completo, consultórios médicos, centro de cardiologia, área exclusiva para oncologia e boxes para infusões de quimioterapia.

“O lançamento simboliza a evolução da nossa proposta de valor em saúde. Esse é um marco para a nossa presença em São Paulo e reafirma a estratégia nacional de oferecer saúde de qualidade, próxima, com padrão de excelência em cada detalhe”, afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.

Espaços dedicados

Um dos pavimentos é inteiramente voltado à saúde da mulher, sendo a primeira unidade da rede com essa estrutura, com consultórios e salas de exames que contemplam todas as fases da vida.

O setor especializado em Cardiologia será concentrado em um andar específico, com esteiras ergométricas, aparelhos de ecocardiograma e salas para realização de MAPA, holter e teste pulmonar.

O prédio terá ainda um pavimento voltado para a área de diagnósticos e coletas de exames e outro para oncologia, com boxes para infusões de quimioterapia. O valor do investimento deve chegar a R$ 50 milhões nos próximos anos.

“Cuidado em cada detalhe para proporcionar um serviço diferenciado, com conforto, para um público que valoriza exclusividade, conveniência e excelência. O nosso paciente viverá uma experiência dentro de um centro de bem-estar: não apenas um atendimento”, afirma Cidéria Barbosa da Costa, diretora Executiva de Medicina Diagnóstica da Hapvida.

Expansão da rede

A inauguração integra o plano estratégico de expansão nacional da companhia, cujo objetivo é ampliar sua presença em regiões estratégicas e oferecer soluções integradas e cada vez mais qualificadas em saúde. Entre 2025 e 2026 a Hapvida investirá R$ 2 bilhões em todas as regiões do país.

Dentro do plano diretor da companhia, além da Unidade Avançada Brigadeiro, já foram entregues, nos últimos meses, cinco novos hospitais: Ariano Suassuna, em Recife (PE); Santa Maria, em Fortaleza (CE); Jardim Anália, em São Paulo (SP); Nilton Lins, em Manaus (AM); e Layr Maia, em Belém (PA). Até o fim de 2026, a Hapvida vai entregar 10 hospitais pelo Brasil, além de novas clínicas, prontos atendimentos, unidades de diagnóstico e de coleta laboratorial.

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Rede Atlântica D’Or assume gestão do Hospital Glória D’Or

Atlântica D’Or, parceria entre a Rede D’Or e a Atlântica Hospitais e Participações (controlada pela Bradseg Participações e do Grupo Bradesco Seguros), assumirá a gestão do Hospital Glória D’Or.

Trata-se do primeiro hospital da Atlântica D’Or na capital fluminense e o sétimo da parceria, que já conta com quatro unidades em funcionamento: Macaé D’Or (RJ), São Luiz Campinas (SP), São Luiz Guarulhos (SP) e São Luiz Alphaville (SP). Outras duas unidades estão em construção: Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e Taubaté, na região do Vale do Paraíba.

Com localização estratégica, a unidade ocupa 36.220 m² – sendo 22.000 m2 de área construída -, com 256 leitos totais (entre internação adulta, pediátrica e maternidade), 13 salas cirúrgicas, quatro salas PPP (pré-parto, parto e pós-parto), além de UTIs adulta, pediátrica e neonatal. Uma nova torre de oito pavimentos, com 4.728 m² de área construída, está em fase de obras e ampliará ainda mais a capacidade instalada. A estrutura inclui ainda um Centro Médico com mais de 30 especialidades, espaço exclusivo para gestantes e um Centro de Imagens equipado com tecnologia de ponta para exames como biópsias minimamente invasivas.

Com a expansão prevista, a unidade hospitalar passará a contar com 337 leitos e 20 salas cirúrgicas em uma área de mais de 27.000 m2.

“A chegada da Atlântica D’Or ao município do Rio de Janeiro se constitui em mais um marco do compromisso histórico de empresas com raízes profundas nessa cidade. Essas conexões autênticas com o passado, vivenciadas pela Rede D’Or e pelo Grupo Bradesco, estabelecem as diretrizes de investimentos que se traduzem hoje na construção de um futuro melhor para a sociedade, dando suporte a novos patamares para a medicina de excelência no Brasil”, afirma Jorge Moll, presidente do Conselho de Administração da Rede D’Or.

“O Grupo Bradesco Seguros e a Rede D’Or são duas empresas com relações históricas e longevas com a cidade do Rio de Janeiro. A integração do Hospital Glória D’Or à parceria Atlântica D’Or tem simbolismo especial, reafirmando nossas trajetórias e a crença que temos em comum, no fortalecimento e no crescimento da estrutura de Saúde no país”, destaca Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco.

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Uso racional de medicamentos: um compromisso pela saúde coletiva

A sociedade contemporânea, em grande parte, vive uma maior facilidade no acesso aos mais diferentes produtos e serviços. Dentre esses, a obtenção de medicamentos se destaca, trazendo consigo tanto vantagens quanto riscos.. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade dos medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente. Um dado alarmante e que torna emergencial a discussão sobre o Uso Racional de Medicamentos.

No Brasil, a luta pela conscientização da utilização responsável de fármacos ganhou uma data especial, no dia 05 de maio. A primeira campanha nacional sobre o tema aconteceu nesta data em 1999, mesmo ano, inclusive, da criação da Anvisa, iniciativa do Governo Federal à crescente necessidade de um ecossistema farmacêutico mais seguro e eficiente.

Efetivamente, qual o significado do uso racional de um medicamento? A OMS define como a utilização de medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses que atendam suas necessidades individuais, por um período adequado de tempo e ao menor custo para os pacientes e suas comunidades. Com essa orientação, o acesso facilitado ainda levanta questões que precisam de atenção, principalmente sobre os riscos individuais e para a saúde pública trazidos pela automedicação.

Quando alguém recorre à automedicação, normalmente ignora posologias, associa tratamentos sem orientação médica ou utiliza medicamentos sem necessidade clínica real. Os riscos para a saúde do uso inadequado de fármacos incluem a possibilidade de piora de uma doença, uma vez que pode esconder os sintomas de uma situação grave de saúde, a combinação inadequada com outro medicamento, anulando ou potencializando o efeito, possibilidade de reação alérgica ou dependência e, ainda, a resistência aos medicamentos, para citar alguns.

Com 20 anos de atuação liderando times de farmacovigilância, acompanho de perto os impactos estruturais que o uso indevido de medicamentos pode causar. Tal uso inadvertido pode resultar em eventos adversos inesperados e desconhecidos, com potencial razoável de resultar em dano à saúde, minando a credibilidade de tratamentos que, quando administrados corretamente, ajudam a salvar vidas.

O esforço para oferecer tratamentos inovadores com máxima segurança e eficácia só se completa com a adesão consciente da população e o apoio de políticas públicas que eduquem e orientem sobre o uso racional. Profissionais de saúde, estado, indústria e sociedade: todos temos papéis essenciais nesse ecossistema.

O uso racional de medicamentos não é apenas um conceito técnico. É um pacto de responsabilidade. É a ponte entre a inovação científica e o bem-estar individual e coletivo, porque a saúde de todos começa com o compromisso e a consciência de cada um.

*Sun Rei Dim é Diretora de Farmacovigilância da MSD Brasil.

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Manual de boas práticas da ABCIS orienta hospitais na aquisição ética e eficiente de tecnologia

Em um movimento estratégico para elevar o nível de maturidade tecnológica do setor de saúde brasileiro, a ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, produziu o “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”. A iniciativa é liderada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação e tem como objetivo principal educar gestores e profissionais da área na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições.

Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, está à frente do projeto, destacando a importância da iniciativa como reflexo da missão do grupo dentro da associação. “Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma o executivo.

A ideia do manual surgiu da observação de um problema crônico no setor, a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções de infraestrutura e tecnologia, incluindo sistemas. De acordo com Marcus, essa lacuna afeta hospitais de todos os portes, dos grandes centros até instituições de menor escala, e frequentemente resulta em investimentos inadequados e em risco operacional.

“Ouvimos gestores dizendo que compram com base no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo. Isso compromete não só o orçamento, mas a própria segurança do atendimento ao paciente”, comenta Marcus.

Desenvolvido com base na vivência prática dos membros do GT, em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), e em metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual se propõe a ser um guia completo, que acompanha o ciclo de vida da gestão de infraestrutura nas instituições de saúde.

O manual aborda temas, como diagnóstico estratégico e técnico, planejamento estratégico e plano diretor, RFI e RFP, benchmark de mercado, regras de conduta ética e integridade, avaliação de custo versus valor, inteligência orçamentária, e plano de implementação e gestão da mudança.

O manual também responde a lacunas recorrentes nos processos de compra. Entre os erros mais comuns se encontram escolhas baseadas apenas em preço, ignorando o TCO e o ROI, desalinhamento entre as decisões de TI e os objetivos estratégicos da instituição, falta de transparência e ética nos processos de aquisição, e implantações mal planejadas e com baixa adesão das equipes. Para cada um desses problemas, o manual propõe mecanismos práticos de prevenção, desde a definição de regras claras de governança até ferramentas de comunicação e treinamento durante a implantação de novas tecnologias.

“A publicação do manual representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira. A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS. “Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, completa Ferreira.

Além de promover maior transparência e eficiência financeira, o manual também fortalece a segurança do paciente, uma vez que tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas reduzem riscos de falhas críticas no atendimento. Outro impacto importante é o alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para iniciativas como expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente.

O manual está disponível e pode ser baixado livremente pelos associados e demais interessados clicando aqui: https://medicinasa.com.br/manual-abcis/.

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SAÚDE BUSINESS

ONA divulga principais causas de incidentes e eventos adversos na saúde 

Quedas de pacientes, falhas logísticas e infecções associadas à assistência lideram registros do primeiro semestre de 2025, segundo levantamento.

Quedas, falhas médicas e infecções associadas ao cuidado continuam entre os principais desafios para a segurança do paciente no Brasil. Esse é o resultado do mais recente levantamento da Organização Nacional de Acreditação (ONA), realizado em parceria com a Epimed Solutions, baseado nos incidentes e eventos adversos notificados no primeiro semestre de 2025.  

Ao todo, mais de 220 instituições acreditadas pela ONA, entre públicas e privadas, participaram voluntariamente, o que evidencia o avanço da cultura de segurança assistencial no país. 

Eventos fatais: falhas médicas são a principal causa 

Entre os eventos adversos com desfecho fatal, falhas na assistência médica foram responsáveis por 25,21% das ocorrências, seguidas por falhas de assistência multidisciplinar (17,36%) e por infecções relacionadas à assistência à saúde (14,46%). A maioria dos óbitos foi registrada em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) (21,07%), seguida por unidades de internação (7,85%) e setores de emergência/urgência (2,07%). Outros setores não especificados somaram 67,36%. 

Eventos graves: lesões de pele e falhas de assistência 

Nos eventos adversos graves, as lesões de pele e partes moles aparecem em segundo lugar (14,01%), logo após as falhas médicas (12,64%) e as falhas na assistência multidisciplinar (9,89%). Aproximadamente 22,8% dos casos não tiveram a gravidade detalhada. Em termos de local, 23,35% aconteceram em UTIs, 9,07% em unidades de internação e 4,95% em centros cirúrgicos, enquanto 62,64% ocorreram em setores não especificados. 

Eventos moderados: infecções lideram registros 

Já entre os eventos adversos moderados, as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam a maioria dos registros, com 52,21% das ocorrências. Em seguida, vêm as lesões de pele e de partes moles (10,56%) e as falhas da assistência médica (4,99%). 

Segundo Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA, essas infecções podem ocorrer em qualquer ambiente de cuidado — hospitais, clínicas ou até no domicílio — e estão diretamente associadas aos procedimentos realizados. 

“É importante enfatizar que as infecções surgem durante ou após a internação ou em decorrência de um procedimento específico, não estando presentes no momento da admissão do paciente”, explica. 

As IRAS mais comuns incluem infecção do trato urinário associada ao uso de sondas vesicais, infecção da corrente sanguínea relacionada a cateteres venosos centrais, pneumonia associada à ventilação mecânica e infecção de sítio cirúrgico. A maioria dos eventos moderados ocorreu em setores não especificados (61,04%), seguidos por UTIs (13,82%) e ambulatórios/consultórios (12,48%). 

Eventos leves: lesões de pele e complicações em procedimentos 

Nos eventos adversos leves, as lesões de pele e de partes moles são predominantes, respondendo por 40,09% das notificações. Em seguida, destacam-se falhas relacionadas a exames laboratoriais, anatomopatológicos e de imagem (13,22%) e complicações no acesso venoso periférico (13%). 
As UTIs concentram a maior parte dessas ocorrências (35,46%), seguidas por outros setores (30,18%) e unidades de internação (15,20%). 

Entre os incidentes sem dano, as quedas de pacientes lideraram os registros, representando 15,58% das notificações. Em seguida, aparecem falhas de logística — incluindo compra, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos (10,82%) —, erros na identificação do paciente (9,96%) e falhas de documentação clínica, como prontuários, pedidos de exames e laudos (8,66%). 
Problemas relacionados à assistência de enfermagem e aos exames laboratoriais (interpretação, extravio, atraso ou retificação de laudos) também foram relevantes, ambos com 6,93%. 

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TRIBUNA DO NORTE

Turismo médico no Brasil: qualidade hospitalar e custo acessível

Além das praias e riquezas culturais que atraem milhões de visitantes todos os anos, o Brasil se consolidou como um destino de referência em tratamentos médicos. Inclusive, a revista americana Patients Beyond Borders estima que 140 mil estrangeiros venham anualmente para realizar procedimentos, que vão desde lipoaspiração HD até rinoplastia e harmonização facial.

Isso ocorre devido à qualidade reconhecida de seus profissionais e à diferença de preços em relação a outros mercados. Por exemplo, procedimentos que em países como Estados Unidos, Canadá ou Reino Unido custam caro, no Brasil podem ser de 30% a 70% mais baratos, sem abrir mão da excelência.

Assim, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de cirurgias plásticas, tendo ultrapassado a marca de 2 milhões de procedimentos em 2022.

Outro diferencial é a certificação internacional de instituições brasileiras. Afinal, foi o segundo país a conquistar credenciamento da Joint Commission International (JCI), referência mundial em padrões de qualidade hospitalar. Atualmente, mais de 50 centros médicos no território nacional possuem este selo.

Entre os polos que concentram a demanda, São Paulo se destaca como o maior. Segundo dados do Ministério do Turismo, o estado reúne 34,4% de todas as cirurgias plásticas realizadas no Brasil, sendo que 60% delas ocorrem na capital.

O Rio Grande do Norte ainda não figura entre os principais polos de turismo médico do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraná. No entanto, o estado vem ganhando destaque graças aos investimentos em programas como o Mais Médicos e na expansão da infraestrutura hospitalar privada.

O que é e como funciona o turismo médico

Turismo médico é o ato de viajar em busca de tratamentos de saúde ou procedimentos específicos. Embora muitas vezes seja associado a cirurgias estéticas, ele abrange também áreas como odontologia, ortopedia, cardiologia e oncologia.

O funcionamento envolve diferentes etapas, que começam com a pesquisa sobre clínicas, médicos e hospitais de referência. Para agilizar o processo, muitos pacientes enviam previamente seus exames, permitindo que os médicos avaliem o caso e preparem o tratamento com antecedência.

Assim, ao chegar ao destino, é necessário apenas realizar exames burocráticos ou complementares antes de seguir para o procedimento. Feito isso, a estadia pode se estender por dias ou semanas, dependendo da complexidade, para consultas de acompanhamento e recuperação.

Impacto global do turismo médico

A prática de associar tratamento de saúde a uma viagem movimenta setores diversos, não se limitando apenas à medicina. Em 2019, antes da pandemia, estima-se que entre 21 e 26 milhões de pessoas tenham cruzado fronteiras em busca de cuidados médicos e estéticos, segundo a consultoria Patient Beyond Borders.

Desse modo, o impacto financeiro chegou a valores entre US$ 74 bilhões e US$ 92 bilhões, considerando gastos com saúde, transporte, hospedagem e internação.

Este mercado beneficia diretamente o setor hoteleiro, o transporte urbano e até o imobiliário, que investe em empreendimentos próximos a centros médicos de referência.

Perspectivas de crescimento

As projeções indicam que o turismo médico continuará em expansão no Brasil e no mundo. Levantamento da Brain Inteligência Estratégica aponta que o setor deve crescer entre 15% e 25% ao ano no país, podendo movimentar cerca de US$ 13 bilhões até 2030.

No cenário global, o mercado de turismo médico foi avaliado em US$ 35,78 bilhões em 2024, e, segundo pesquisa da Precedence, a expectativa é de que alcance, aproximadamente, US$ 252,94 bilhões até 2034.

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REVISTA VEJA

A lição do Titanic: a medicina brasileira pode naufragar?

Nosso grande navio não começou a ser construído em Belfast (Irlanda do Norte), mas em Bolonha, na Itália, local da primeira faculdade de medicina. Demorou séculos até configurarem um modelo de embarcação capaz de navegar em todos os países de forma estável e segura. No início, nem todos os  passageiros eram tão privilegiados para conseguir fazer uma viagem, como a do famoso Titanic.

No convés, salas de aulas bem distribuídas, enfermarias, centro cirúrgicos e um salão onde se disseca e se estuda a perfeição dos corpos. Na sala de máquinas, laboratórios completos onde se estudam células, órgãos, ossos e todo o mecanismo fisiológico do barco chamado corpo humano. Cada setor possui um oficial responsável nomeado professor e, quanto mais apurada a matéria, mais graduado é esse oficial.

Do século XI, mais precisamente de 1008 para cá, quase nada mudou nessa arquitetura de ensino. O tempo só foi atualizando os sistemas de navegação. No Brasil, nosso primeiro estaleiro começou a funcionar na Bahia, 800 anos depois, e por lá meu bisavô se formou dando origem à tradição de médicos na minha família.

A criação do navio da universidade da medicina envolveu uma enorme engenharia: era preciso concentrar uma profissão com tantas variáveis em um mesmo casco. Como o filme mostra, ela foi dividida em vários compartimentos, ou melhor, especialidades. Imaginava-se ser fundamental que o estudante e futuro médico, ao ser confrontado pelos questionamentos da profissão no isolamento do alto mar, soubesse resolver e salvar as vidas a bordo.

Anos de construção, discussões e aprendizados. Noites sem dormir, fins de semana de dedicação. Tudo com o objetivo de criar algo sólido e que não levasse riscos às vidas que seriam carregadas, assim como na impactante história de Hollywood.

A expectativa sobre um projeto tão bem bolado e executado, em que se dedicou anos na sua formação, é que ele seja algo extremamente seguro e que as pessoas não corram risco de vida. Por séculos, o cuidado no detalhe dessa construção foi muito criterioso, difícil e cuidadoso, mas agora um Iceberg chamado “Novas Universidades” se desprendeu das geleiras da ganância e ameaçam as vidas de quem antes navegava em águas calmas e em transatlânticos preparados para as adversidades.

Construir um navio para a medicina nunca foi algo fácil, e isso é sabido por todos. Não envolve só prédios bonitos, com telas de computadores e ambientes refrigerados e, sim, uma responsabilidade enorme no saber. É inevitável que a divulgação pelas redes de um estilo de vida glamouroso tem levado muitos jovens a se imaginarem como na primeira classe do Titanic, com joias, ternos, bolsas caras e serviçais.

Em um mundo rápido e imediatista, jovens acham que ser médico, a qualquer custo, é a melhor opção. Nesse navio, eu diria canoa, temos ChatGPT, Google e pouquíssimos oficiais, quer dizer, professores, até porque, não temos quantidade suficiente para cuidar dessa frota que está à deriva em alto mar.

Examinar, pensar e discutir parecem tarefas distantes quando um dia já foram fundamentais. Assim como em qualquer profissão, alcançar objetivos financeiros e até algum glamour (para quem gosta) envolve dedicação e esforço de quem se dispõe a atravessar um oceano, na maior parte das vezes bem turbulento.

Mas a sociedade também erra ao não valorizar esses profissionais. Médicos já formados, ao ingressarem em uma residência médica, recebem salário de marinheiro e não de oficiais e, por anos, limpam convés com um soldo que não dá possibilidade de viverem com dignidade. A fuga para empregos que remunerem melhor e não os faça ter que ficar embarcado integralmente é inevitável.

É perturbador saber que, diferentemente da época do Titanic, temos informações suficientes de que esses icebergs estão vindo em nossa direção. Porém, o mar de dinheiro controla o nosso navegar. E o destino desse navio, assim como na famosa história, poderá ser inevitavelmente a perda de milhares, talvez milhões, de vidas.

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 02 Setembro 2025 06:40

CLIPPING AHPACEG 02/09/25

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Tempo de espera por transplante de córnea dobra em 10 anos

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Defasagem na tabela SUS: diálise pública está ameaçada

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Integridade e IA marcam debates sobre regulação no setor da saúde  

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/integridade-e-ia-marcam-debates-sobre-regulacao-no-setor-da-saude/

Setembro Amarelo: a saúde mental no trabalho é fundamental na prevenção do suicídio

https://www.tst.jus.br/-/setembro-amarelo-a-saude-mental-no-trabalho-e-fundamental-na-prevencao-do-suicidio

Ozonioterapia: os 6 tratamentos liberados pelo CFM no Brasil

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/09/02/ozonioterapia-os-6-tratamentos-liberados-pelo-cfm-no-brasil.ghtml

JORNAL OPÇÃO

Goiás registrou mais de 8,6 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2025

De acordo com a SES, os números referem-se a casos de síndromes gripais que evoluem de forma mais grave, exigindo internação hospitalar

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou novo boletim sobre a situação da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. Até o momento, já foram confirmados 8.686 casos, dos quais 1.494 estão relacionados à Influenza e 391 à Covid-19. O levantamento aponta ainda 607 óbitos provocados pela síndrome, sendo 162 em decorrência da Influenza e 77 pela Covid-19.

De acordo com a SES, os números referem-se a casos de síndromes gripais que evoluem de forma mais grave, exigindo internação hospitalar.

Crescimento da Covid em Goiás

Os dados mais recentes também indicam crescimento nos registros de Covid-19 nas últimas semanas epidemiológicas. Entre as semanas 28 e 31 (entre os dias 6/7 e 2/8), a média foi de quatro casos por semana. Na semana 32 (entre 3/8 e 9/8), os registros subiram para 10 (entre 10/8 e 16/8); na 33, chegaram a 18; e na 34 (entre 17/8 e 23/8), foram 17. Na semana 35, que é a atual, já são 7 casos confirmados.

Apesar da oscilação, a SES alerta para a necessidade de atenção redobrada, principalmente diante da possibilidade de agravamento em idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades.

Prevenção e vacinação

A Secretaria reforça que a melhor forma de reduzir riscos continua sendo a vacinação atualizada contra Influenza e Covid-19, além da adoção de medidas simples, mas eficazes, como:

  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel;
  • Utilizar máscara ao apresentar sintomas respiratórios;
  • Manter ambientes arejados e evitar aglomerações.

As campanhas de conscientização promovidas pela pasta buscam estimular a adesão da população à vacinação e às práticas de prevenção. A pasta reforça que a atenção deve ser constante para impedir o agravamento das síndromes gripais que evoluem para SRAG.

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MEDICINA S/A

Tempo de espera por transplante de córnea dobra em 10 anos

A média de espera por uma cirurgia de transplante de córnea no Brasil atualmente é de 374 dias – mais que o dobro do registrado há 10 anos, quando a média de espera era de 174 dias. O cálculo compara informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) no período entre 2015 e 2024.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que a tendência de crescimento da fila deve se manter: nos seis primeiros meses deste ano, o indicador já estava 369 dias. “Esses números correspondem à média nacional consolidada, que pondera informações por volume de procedimentos, e não à simples média aritmética dos estados”, detalhou a entidade.

Os dados foram apresentados durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Curitiba (PR). Para o CBO, o cenário tem origem em múltiplos fatores, incluindo a falta de reajuste nos valores pagos pelos procedimentos e o impacto da pandemia de covid-19, que causou o represamento de pacientes, sobretudo entre 2020 a 2023.

“Além de repasses congelados durante anos e repercussão do coronavírus na regulação do sistema de saúde, os especialistas apontam a necessidade de contornar o problema enfrentado pelos bancos de olhos para sua manutenção frente aos custos dos insumos cotados em dólar”, destacou o CBO.

Outro ponto identificado pelo conselho trata do incremento nas exigências durante as fases de produção e processamento da córnea, como a necessidade de gestão de qualidade. “Essas causas alinhadas geram uma fatura que não fecha para o banco de olhos, que recebe a mesma coisa que há uma década, quando não existiam tantos requerimentos na legislação”.

Estados

O levantamento do CBO indica que, entre os estados, o tempo de espera para transplantes de córnea é diversificado. Em 2024, Acre, Alagoas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, por exemplo, registraram fila que ultrapassou mil dias, chegando a 1.424 no estado fluminense.

Outros estados mostraram melhor desempenho e foram classificados pela entidade como “bons exemplos”, incluindo Ceará (58 dias), Santa Catarina (164 dias), Mato Grosso (227 dias), Amazonas (243 dias), São Paulo (247 dias) e Paraná (256 dias).

“Apesar de preocupantes, os especialistas do CBO ressaltam que o Brasil, em termos gerais, permanece muito bem avaliado em nível internacional, com um desempenho compatível com Canadá, Austrália e países da Europa. Na América Latina, é o grande destaque regional, bem à frente de Argentina, Chile, Colômbia e México.”

Pacientes

Até julho de 2025, o Brasil contabilizava 31.240 pessoas inscritas na fila por um transplante de córnea. São Paulo concentrava o maior número, 6.617 pacientes (21% do total nacional), seguido por Rio de Janeiro (5.141) e Minas Gerais (4.346). Entre os estados com menor demanda estão Mato Grosso (55) e Ceará (58).

As mulheres são maioria na fila (55,7% dos pacientes). Já pessoas com 65 anos ou mais representam quase a metade dos que aguardam pelo transplante (47%) o que, segundo o CBO, reflete o envelhecimento da população e o aumento das doenças degenerativas da córnea.

Jovens também estão presentes na lista: 17% dos pacientes que aguardam um transplante de córnea têm entre 18 e 34 anos, casos provocados, em sua maioria, pelo ceratocone, doença que afeta a estrutura da córnea. Há ainda 458 crianças e adolescentes na lista de espera.

Desempenho

Apesar de classificar o momento atual como algo que exige atenção, o CBO avalia que o desempenho dos transplantes de córnea no Brasil ainda apresenta um resultado positivo. Entre janeiro de 2015 e julho de 2025, foram realizadas 150.376 cirurgias desse tipo.

No período, o destaque foi São Paulo, com 52.913 procedimentos realizados – cinco vezes mais que o Ceará, segundo colocado no ranking, com 10.706 transplantes. Também apresentaram alto desempenho Minas Gerais (10.397), Paraná (9.726), Rio Grande do Sul (6.895) e Goiás (6.533). No extremo oposto, estão Acre (212), Tocantins (451) e Alagoas (866).

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Defasagem na tabela SUS: diálise pública está ameaçada

Há no Brasil atualmente cerca de 150 mil pessoas em tratamento de diáliseporque seus rins deixaram de funcionar e uma máquina faz o papel dos órgãos, os únicos do organismo humano cujas funções podem ser substituídas. Assim, não faltam no país casos de pessoas que sobrevivem há 10, 20, 30 anos graças a esse tratamento. Entre esses pacientes, cerca de 90% são mantidos por recursos do SUS. O Ministério da Saúde contratualiza com clínicas privadas de diálise que oferecem esse serviço altamente especializado e que envolve investimentos vultosos. Há pouco mais de 800 clínicas no Brasil.

Ocorre que, ao estabelecer contratos de prestação de serviços para atendimento aos pacientes do SUS, as clínicas são remuneradas por valores fixos por cada sessão de diálise realizada, previamente estipulados pelo tomador de serviços, o Governo Federal. Bem diferente das relações comerciais estabelecidas entre instituições privadas, o governo determina quanto vai pagar e ainda, não se compromete contratualmente em reajustar anualmente o valor dos serviços prestados. E mais, tem a liberdade de aumentar exigências quanto a metas, números de profissionais necessários ao serviço, diferenças regionais de custos, alta do dólar, pandemia, entre outras.

Considerando longos períodos em que as clínicas de diálise ficaram sem reajustes no valor das sessões, aumentos de custos por exigência de mais médicos e enfermeiros, equipes multiprofissionais como psicólogo, assistente social, enfermeiros e técnicos, e também por inflação nos produtos médicos e de saúde, estamos há alguns anos diante de uma situação financeira difícil. Podemos categoricamente afirmar que as clínicas se mantêm ainda, graças a diminuição de custos proporcionadas pelos próprios governantes, como por exemplo, a isenção de ICMS destinada às empresas fabricantes de insumos e equipamentos utilizados na diálise. Iniciativa importante num país em que cerca de 75% da população é assistida pelo SUS, ao menos 180 milhões de pessoas.

Mas não basta este tipo de subsídio. O que o setor precisa é de reajuste anual da tabela SUS. Sem que isso ocorra, coloca-se perto do desmantelamento, uma rede de serviços que já respira por aparelhos por algum tempo. Há cerca de 20 anos, por exemplo, o Brasil possuía 20 fábricas de concentrados de diálise e hoje possui quatro. Mais de 40 clínicas de diálise fecharam nos últimos seis anos. E nós nefrologistas, seguimos muito preocupados. Porque pacientes de diálise não sobrevivem sem o tratamento. Não tem sido facultativo aos gestores de clínicas fecharem suas unidades, por exemplo, enquanto não se encontram outras clínicas aos pacientes. É a vida que está em jogo. E como ficaremos nesse cenário que nem mesmo o governo federal tem tido a responsabilidade de assumir os gastos reais dos doentes renais? Os doentes não podem esperar pela coerência das decisões governamentais.

*Yussif Ali Mere Júnior é médico nefrologista e presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT).

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SAÚDE BUSINESS

Integridade e IA marcam debates sobre regulação no setor da saúde  

Autorregulação, programas de compliance e legislação para inteligência artificial estão entre os principais temas que moldam a integridade e a inovação no setor da saúde.

A autorregulação, os marcos regulatórios e a inteligência artificial (IA) estão no centro das discussões que buscam fortalecer a integridade e a transparência no setor da saúde. Esses temas foram discutidos no 2º Fórum de Integridade na Saúde, realizado em São Paulo, que reuniu representantes de órgãos de controle, agências reguladoras, entidades médicas e lideranças empresariais. 

Autorregulação e programas de compliance

A experiência brasileira em autorregulação já é referência internacional, mas ainda depende da adesão consistente de empresas e instituições. Defendeu-se, por exemplo, que programas de compliance sejam reconhecidos e valorizados como norteadores de boas práticas. 

Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Controladoria-Geral da União (CGU) reforçaram o papel preventivo da autorregulação, que ajuda a reduzir judicialização e conflitos. 

Foram apresentados ainda avanços em transparência, iniciativas de governança e programas de integridade como o Pró-Ética e o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, ambos com forte adesão do setor da saúde. 

Inteligência artificial e inovação regulatória 

Também foi apresentado um estudo inédito, conduzido pelo Instituto Ética Saúde (IES) em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. O levantamento está mapeando toda a legislação e regulamentação da área, com o objetivo de propor revisões e inovações. A pesquisa deve servir de base para políticas públicas mais consistentes, evitando propostas legislativas fundamentadas em percepções subjetivas e trazendo dados concretos para o debate. 

Em encontro técnico da Frente Parlamentar Médica da Saúde (FPMS), as discussões giraram em torno do Projeto de Lei 2338/2023, em tramitação na Câmara. A proposta é que a norma seja guiada por princípios gerais, deixando o detalhamento a cargo de órgãos reguladores e, possivelmente, também da autorregulação. Entre os pontos levantados estiveram segurança da informação, supervisão humana e alinhamento a padrões internacionais. 

As contribuições serão consolidadas em um documento da Comissão Temática de Inteligência Artificial na Saúde da FPMS e encaminhadas ao Congresso, com o objetivo de estimular uma regulação ética, segura e inovadora, capaz de fortalecer a confiança da sociedade e ampliar a competitividade do setor. 

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TST JUS

Setembro Amarelo: a saúde mental no trabalho é fundamental na prevenção do suicídio

O “Setembro Amarelo”, campanha dedicada à conscientização da prevenção ao suicídio e a promoção da saúde mental, conta com o apoio institucional da Justiça do Trabalho. Através do Programa Trabalho Seguro, o judiciário trabalhista tem buscado ampliar e disseminar a cultura de trabalho decente para garantir saúde e higiene física e mental das trabalhadoras e trabalhadores do país.

Um país que precisa cuidar da saúde mental no trabalho 

Segundo o Ministério da Previdência Social, somente em 2024 foram registrados 472 mil afastamentos por transtornos mentais. Isso representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior e um marco na série histórica dos últimos 10 anos.

Os dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que a maioria dos afastamentos foram de mulheres (64%), com idade média de 41 anos, com quadros de ansiedade e de depressão e que ficaram afastadas do trabalho por até três meses.

Responsabilidade compartilhada 

Para o coordenador nacional do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho, ministro Alberto Balazeiro, é necessário um esforço nacional, que englobe o poder público, iniciativa privada, bem como as próprias pessoas que trabalham. Segundo ele, é de grande relevância a consolidação de uma consciência coletiva nacional acerca da promoção do bem-estar físico e psicológico no ambiente de trabalho.

“Cada vez mais é importante que o ambiente corporativo ou de pequenos negócios também seja espaço de acolhimento, de escuta ativa, onde exista uma cultura de responsabilidade social sobre a saúde mental dos empregadores, gestores e trabalhadores”, disse. “É questão de dignidade humana.

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

No dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data foi criada em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de incentivar os países a adotarem estratégias de enfrentamento ao problema. 

No Brasil, a campanha existe desde 2014 e foi idealizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Precisa de ajuda?

O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta  um serviço gratuito  voltado ao apoio emocional de forma geral, antes que o suicídio seja uma possibilidade.  Os contatos com o CVV podem ser feitos pelo telefone 188, que funciona todos os dias por 24 horas, ou via chat ou e-mail, acessando o site  www.cvv.org.br

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O GLOBO

Ozonioterapia: os 6 tratamentos liberados pelo CFM no Brasil

Apesar de críticas sobre falta de evidências, conselho aprovou técnica para tratar feridas infecciosas, úlceras, osteoartrite de joelho e dor lombar por hérnia de disco

Na última semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou a prática da ozonioterapia para 6 tratamentos no Brasil. De forma tópica (na pele), a técnica foi autorizada para feridas infecciosas agudas e úlceras venosas crônicas, arteriais isquêmicas e decorrentes do pé diabético. Já de modo injetável, como terapia adjuvante, foi aprovada para osteoartrite de joelho e dor lombar por hérnia de disco.

A ozonioterapia é uma prática antiga que envolve uma mistura do gás ozônio, que tem potencial oxidante e bactericida, com oxigênio. Ela pode ser aplicada de diversas maneiras no paciente, como na pele ou por injeção. Em tese, o uso melhoraria a oxigenação dos tecidos e levaria a um fortalecimento do sistema imunológico.

A norma estabeleceu que, para feridas infecciosas agudas e úlceras de pé diabético, arteriais isquêmicas e venosas crônicas, a terapia poderá ser feita em ambiente médico adequado pelas técnicas de bolsa plástica hermética (ozone bagging), óleo ou pomada ozonizada.

Já no tratamento complementar de osteoartrite de joelho, a ozonioterapia poderá ser aplicada por meio de injeção intra-articular em clínicas especializadas ou consultórios médicos com infraestrutura adequada. Para dor lombar por hérnia de disco, o uso deverá ser por meio de injeções paravertebrais ou intradiscais em ambiente hospitalar com técnica asséptica rigorosa e orientação por imagem.

No entanto, as alegações de benefícios na prática clínica são questionadas por entidades médicas que citam a ausência de evidências científicas robustas para apoiar o tratamento. É o que diz o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI):

- Não temos nenhuma evidência científica para tratar feridas infecciosas, de que isso vá fazer alguma diferença no tratamento. O que fazemos que tem evidência, por exemplo, é (terapia) hiperbárica. Mas para ozonioterapia, não conheço evidências robustas, nem para feridas infecciosas, nem para nenhum outro tratamento.

Em artigo publicado após a norma, o editor-chefe da Revista Questão de Ciência, do Instituto Questão de Ciência (IQC), Carlos Orsi, escreveu que "a evidência positiva de eficácia e segurança das diversas formas de ozonioterapia, incluindo as agora autorizadas pelo Conselho (de Medicina), segue baseada em estudos inconclusivos, com número pequeno de participantes, in vitro, ou de baixa qualidade".

Do outro lado, a Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz) comemorou a nova norma do CFM. Em nota, disse ser "um marco regulatório sem precedentes" e que, "partir de agora, a ozonioterapia poderá ser aplicada com ainda mais respaldo, responsabilidade e integração aos protocolos clínicos". Segundo o conselheiro do CFM e relator da resolução, Diogo Sampaio, a nova norma segue uma lei sancionada em 2023 que autorizou a prática no país e passa a regulamentar o uso da técnica na medicina.

Para ele, é "o cumprimento do dever do CFM de definir os critérios, indicações e limites para a prática segura do ato por médicos, após anos em que o procedimento foi mantido em caráter experimental e diante da necessidade de nova análise à luz das evidências científicas atuais".

De acordo com o relator, foi realizada uma "análise criteriosa e segmentada" das evidências científicas disponíveis sobre desfechos clínicos da ozonioterapia para indicações específicas, em especial para o tratamento de diferentes tipos de feridas e dores musculoesqueléticas.

Os estudos mais robustos citados pelo Conselho, no entanto, não encontraram benefícios claros da ozonioterapia. Entre a literatura analisada pelo CFM, estão duas revisões de trabalhos publicadas na Cochrane, considerada o nível mais alto de evidência científica.

Em um deles, a conclusão foi de que, "com base nas informações limitadas e de baixa qualidade disponíveis, os autores da revisão não foram capazes de tirar quaisquer conclusões sobre a eficácia da terapia com ozônio no tratamento de úlceras nos pés em pessoas com diabetes".

Já no outro, os pesquisadores escreveram que "não há evidências sólidas a favor ou contra o uso de qualquer tipo de terapia por injeção para indivíduos com dor lombar subaguda ou crônica".

Cenário no Brasil Pelo mundo, a ozonioterapia é permitida em alguns países, como Portugal, e proibida em outros, como nos Estados Unidos. No país norte-americano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora, diz que a quantidade de ozônio necessária para ter um efeito germicida é muito superior à tolerada pelo ser humano.

No Brasil, o cenário é complexo. Enquanto alguns conselhos, como o de Farmácia e de Biomedicina, já regulamentavam seu uso, o CFM proibia a técnica desde 2018, liberando-a apenas no contexto experimental de pesquisas clínicas. No entanto, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que liberou todos os profissionais de saúde a prescreverem a técnica como tratamento complementar.

Na época, entidades médicas pediram que a lei fosse vetada, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Academia Nacional de Medicina (ANM). Em uma carta a Lula, a ANM defendeu que a ozonioterapia gera "um risco de ilusão em pessoas leigas (...) de que condutas dessa natureza possam ter efeito terapêutico".

Ainda assim, os procedimentos são facilmente encontrados em anúncios nas redes sociais e clínicas privadas com promessas que vão desde o tratamento de câncer até de problemas de reprodução, dores crônicas, infecção pelo HIV, diabetes, entre uma série de outras doenças.

Além disso, a Anvisa permite a regularização de equipamentos de ozonioterapia somente para a área odontológica e estética, considerando que não há evidências para outros usos, e que eles podem configurar infração sanitária. Em 2023, porém, especialistas alertaram que a nova lei abriu uma brecha para que aparelhos regularizados para essas áreas passassem a ser utilizados com finalidades distintas sem grandes repercussões.

Na nova norma, o CFM determinou que apenas podem ser utilizados equipamentos devidamente regularizados pela Anvisa. Além disso, que o médico responsável mantenha registro sistemático em prontuário, detalhando a indicação, a técnica utilizada, a concentração de ozônio, o tempo de exposição ou volume injetado, a frequência das aplicações e os desfechos clínicos observados.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 01 Setembro 2025 06:47

CLIPPING AHPACEG 30/08 A 01/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações

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Os Melhores Hospitais do Mundo

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Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões

https://medicinasa.com.br/fraudes-saude-suplementar/

Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora

https://opopular.com.br/politica/goiania-entra-em-top-100-de-ranking-mas-saude-tem-piora-1.3306700

Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/31/morre-aos-76-anos-neurologista-jose-alberto-alvarenga.ghtml

Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos

https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/08/30/quatro-anos-depois-acusacoes-contra-prevent-senior-param-na-justica-e-medicos-que-denunciaram-sao-alvo-de-processos.ghtml

Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás

https://www.aredacao.com.br/vida-e-saude/239236/mais-de-2-mil-pessoas-aguardam-na-fila-para-transplante-em-goias

Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-08/teste-do-olhinho-deve-ser-repetido-tres-vezes-ao-ano-ate-os-3-anos

Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind

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Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon

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MEDICINA S/A

Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), popularmente conhecidas como infecções hospitalares, são um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Estima-se que de 5% a 14% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquiram algum tipo de infecção durante o período de hospitalização, conforme dados do Ministério da Saúde. Além do impacto direto na qualidade da assistência, essas infecções elevam em 55% o custo diário da internação, de acordo com relatório da Anvisa. O cenário também se reflete em números alarmantes: são mais de 45 mil mortes por ano, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), número que pode chegar a 100 mil, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o infectologista Marcos Cyrillo, ex-diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e membro da Câmara Técnica da Anvisa de Saneantes e Infecção Hospitalar, as IRAS são definidas pela Anvisa como infecções que acontecem durante a internação ou mesmo depois da internação em serviços de saúde. “Normalmente consideramos após 72 horas de internação, ou se o paciente sofreu um procedimento cirúrgico, até um mês depois, ou até três meses no caso de cirurgias com colocação de prótese”, explica o especialista.

Entre os tipos mais frequentes de IRAS identificados nos hospitais brasileiros, estão:

Infecções relacionadas à corrente sanguínea em pacientes com cateter venoso central;

Infecções urinárias em pacientes com sonda vesical de demora;

Pneumonias associadas à ventilação mecânica;

Infecções pós-cirúrgicas.

A prevenção passa por um conjunto robusto de medidas. Cyrillo explica que o controle das IRAS envolve desde protocolos rigorosos de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, até a adesão a práticas fundamentais como a higiene das mãos, o isolamento de pacientes infectados, a limpeza técnica e ambiental qualificada e o uso racional de antimicrobianos, conhecido como programa de stewardship. A higienização profissional dos ambientes de saúde desponta como uma das estratégias mais eficazes na contenção dessas infecções.

Ambientes limpos 

A Lei nº 9.431 impõe que todas as instituições de saúde devem manter um Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), com atuação obrigatória da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Esses órgãos são responsáveis por monitorar os casos, atualizar os protocolos e treinar continuamente os profissionais.

Para a ABRALIMP (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), a atuação de equipes de limpeza treinadas, com métodos padronizados e produtos adequados, é fundamental para interromper a cadeia de contaminação em ambientes como hospitais, clínicas e unidades de pronto atendimento. A entidade reforça que a limpeza técnica deve ser reconhecida como parte integrante dos protocolos de biossegurança, para promover a integração entre os profissionais da limpeza profissional e as equipes de saúde.

A discussão sobre a gravidade das IRAS, seus impactos e meios de prevenção será aprofundada no Higicon Experience, evento promovido pela entidade, que acontecerá no dia 11 de setembro, em Goiás. A edição contará com especialistas da saúde e da limpeza profissional, como Marcos Cyrillo, com foco no enfrentamento das infecções relacionadas à assistência à saúde por meio da higiene profissional.

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Os Melhores Hospitais do Mundo

Ranking da Newsweek destaca os melhores hospitais do mundo. Brasil marca presença com 115 instituições e se consolida como referência na América Latina

A revista Newsweek, em colaboração com a Statista, divulgou a aguardada edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, que reconhece as instituições de saúde com melhor desempenho em 30 países. Em sua sétima edição, a lista classifica 2.445 hospitais e apresenta um avanço significativo em critérios e abrangência, com destaque para a nova "Global Top 250", que reúne os 250 melhores hospitais do mundo com base em recomendações de especialistas, indicadores de qualidade e uma nova métrica: a pontuação bibliométrica.

Neste ano, o ranking reforça sua ênfase em excelência clínica e cuidado centrado no paciente, incluindo critérios como as PROMs (Medidas de Resultados Relatados por Pacientes), novas certificações ampliadas, como ANCC Magnet, Planetree e ICONTEC, e integra novas fontes de dados sobre experiência do paciente. 

A pontuação bibliométrica, que mede o impacto das pesquisas e a relevância de publicações científicas, também passa a ser um critério para avaliar a excelência hospitalar.

O Brasil aparece em destaque com 115 instituições mencionadas, entre elas o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), único hospital público brasileiro na lista global. De uma forma geral, a América Latina vem ganhando espaço e o Brasil lidera esse avanço. Dos participantes da região, 57% são brasileiros.

Estreando no ranking, o Hospital do Coração (Hcor) integra a elite dos 250 melhores do mundo ao lado de hospitais como o NYU Langone Tisch Hospital (EUA) e o Gleneagles Hospital Kuala Lumpur (Malásia). Além disso, algumas instituições tiveram grande ascensão em relação a 2024, como o Keck Hospital of USC (EUA) e o Virginia Mason Medical Center (EUA), além do Bumrungrad International Hospital (Tailândia) e do St. Bartholomew’s Hospital (Inglaterra), que registraram avanços significativos. De acordo com a publicação norte-americana, essas inclusões refletem a evolução dinâmica da excelência em saúde, impulsionada por inovações no atendimento e um foco crescente nos resultados dos pacientes.

“Esses rankings destacam os hospitais que estão definindo o padrão de excelência médica, inovação e atendimento centrado no paciente em nível global”, afirmou Alexis Kayser, editora de saúde da Newsweek. “Ao incorporar novas métricas de qualidade e resultados relatados por pacientes, a lista deste ano oferece uma visão ainda mais abrangente das instituições que lideram o setor. Temos orgulho em reconhecer os hospitais que estão causando um impacto real no bem-estar dos pacientes e impulsionando o futuro da medicina.”

Os pilares por trás do ranking mundial de hospitais

Responsável por uma das metodologias mais respeitadas do setor, a Statista trouxe avanços importantes para a edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, elaborado em parceria com a revista Newsweek. Em entrevista exclusiva à Medicina S/A, a analista sênior da empresa de análise de dados, Judith Reincke-Schmidt, explica os critérios da avaliação internacional e destaca a importância crescente de indicadores como qualidade assistencial, experiência do paciente e produção científica.

“A lista é baseada em quatro fontes principais de dados”, explica Reincke-Schmidt. “Primeiro, contamos com recomendações diretas de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros e diretores hospitalares de 30 países, totalizando mais de 85 mil convidados. Em segundo lugar, analisamos a experiência dos pacientes por meio de pesquisas públicas. O terceiro pilar são as métricas de qualidade hospitalar e, por fim, a implementação das PROMs, as Medidas de Desfecho Reportadas pelo Paciente.”

A análise atual revela que as PROMs vêm ganhando protagonismo. Segundo Judith, a implementação foi incorporada aos rankings como um reflexo da crescente importância da medicina baseada em valor no panorama hospitalar global. As PROMs são definidas como questionários-padrão validados e preenchidos diretamente pelos pacientes para refletir sua percepção acerca do estado da própria saúde, e oferecem uma avaliação mais completa sobre os impactos físicos, mentais e sociais dos tratamentos, além da simples taxa de sobrevivência. “O propósito é entender como os pacientes se sentem após o tratamento e como isso influencia a qualidade de vida. Nos últimos anos, esse aspecto se tornou essencial para os sistemas de saúde ao redor do mundo.”

Para refletir essa tendência, a edição 2025 aumentou o peso das métricas qualitativas e da implementação das PROMs no modelo de pontuação. O ranking também passou a considerar novas certificações internacionais e fontes de dados ampliadas, como o VIKZ, da Bélgica, e o LUP, da Dinamarca. Além disso, uma novidade relevante é a inclusão da pontuação bibliométrica na lista Global Top 250.

“Essa pontuação mede a reputação científica de cada instituição com base em indicadores objetivos, como o índice h, número de citações e volume de publicações científicas”, detalha Reincke-Schmidt. “Os dados foram obtidos por meio do Exaly.com, uma base especializada em cienciometria. Dessa forma, buscamos incorporar ao ranking uma avaliação que vá além da percepção dos especialistas.”

A metodologia é atualizada anualmente. “Antes de cada edição, avaliamos novos países com base em critérios como padrão de vida, expectativa de vida, número de hospitais e disponibilidade de dados”, afirma a analista. “É assim que determinamos quais nações têm condições de integrar a lista.”

Os avanços de alguns hospitais no ranking também chamam a atenção. De acordo com Judith, essa evolução pode ocorrer por uma combinação de fatores: “Melhorias nas métricas de qualidade, reconhecimento mais consolidado, experiências positivas dos pacientes e ampliação das acreditações e PROMs. Mas vale lembrar que o modelo de pontuação é complexo, e não é possível atribuir a ascensão a um único fator.”

Entre os 250 melhores hospitais do mundo, aponta Reincke-Schmidt, aqueles que se destacam compartilham características comuns: “Eles possuem padrões de cuidado muito elevados, resultados clínicos excelentes, segurança para os pacientes e reconhecimento internacional. Além disso, têm presença relevante na produção científica e são constantemente recomendados por profissionais de saúde de diversos países.”

Apesar da evolução na coleta de dados, ainda existem desafios. “A principal barreira é a disponibilidade de informações padronizadas entre os países. Nem todos os sistemas de saúde oferecem dados públicos confiáveis. Por isso, usamos apenas informações transparentes e verificáveis. Onde os dados são frágeis ou inconsistentes, optamos por não incluí-los.”

Para os gestores hospitalares, os rankings representam mais do que uma classificação. “Eles oferecem insights valiosos para o aprimoramento da gestão”, afirma Reincke-Schmidt. “Servem como parâmetro para comparar práticas, analisar indicadores e implementar melhorias, com foco em segurança do paciente, qualidade assistencial e desfechos clínicos.”

A tecnologia, embora não seja medida diretamente, também exerce influência indireta. “A inovação médica impacta a qualidade dos cuidados, fortalece a reputação dos hospitais e melhora seus indicadores. Tanto que, além do ranking geral, a Newsweek e a Statista mantêm o levantamento dos Melhores Hospitais Inteligentes do Mundo, dedicado à tecnologia em saúde.”

Quanto ao futuro, Judith Reincke-Schmidt antecipa: “A tendência é aprofundar o foco em métricas qualitativas e na saúde baseada em valor. Mas ainda é cedo para definir as mudanças que virão na edição de 2026”.

Destaques da Edição

Conheça 15 instituições brasileiras que se destacaram no Ranking dos Melhores Hospitais do Mundo 2025, da Newsweek, com iniciativas que estão transformando a assistência médica, promovendo a inovação e fortalecendo o cuidado centrado no paciente no País.

Hospital Albert Einstein

Hospital Anchieta

Hospital Bruno Born

Hospital Evangélico de Londrina

Hospital Felício Rocho

Hospital Márcio Cunha

Hospital Moinhos de Vento

Hospital Monte Sinai

Hospital Santa Izabel

Rede Américas

Rede D’or

Rede Santa Catarina

Unimed Araçatuba

Unimed Campinas

Unimed Piracicaba

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Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões

As fraudes contra os planos de saúde se tornaram uma das maiores ameaças à sustentabilidade do setor no Brasil. Estima-se que, apenas em 2022, as operadoras perderam mais de R$ 30 bilhões em decorrência de fraudes e desperdícios, segundo o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS). Esse montante representou 12,7% das receitas do período, um percentual alarmante que compromete a eficiência, aumenta os custos e gera insegurança em toda a cadeia da saúde suplementar.

O impacto não recai apenas sobre as operadoras. Médicos cooperados no caso das cooperativas de saúde, prestadores de serviços e, sobretudo, os beneficiários, acabam pagando a conta por meio de reajustes elevados e restrição de acesso. Esse efeito em cascata ameaça o mutualismo, princípio fundamental do setor, baseado na solidariedade entre os segurados para a preservação dos direitos contratados.

A gravidade do problema ganhou visibilidade em 2022, quando a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) denunciou a existência de empresas de fachada que geraram prejuízos de R$ 51 milhões. O levantamento identificou 4 mil notícias-crime e ações cíveis contra fraudadores, sendo 2.042 casos apenas em 2023, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior. O cenário evidencia que a fraude não é pontual, mas uma prática sistemática e crescente.

Para conter esse avanço, as operadoras investem em uma verdadeira “corrida armamentista tecnológica”. São utilizadas ferramentas de inteligência artificial, machine learning, biometria facial, tokens de segurança, auditorias presenciais, algoritmos de detecção de padrões suspeitos, canais de denúncia estruturados e até a criação de comitês específicos de combate à fraude. Além disso, equipes vêm sendo treinadas regularmente para identificar e coibir irregularidades.

Apesar dos avanços, a ausência de uma legislação específica dificulta a punição. Hoje, os fraudadores acabam enquadrados em crimes genéricos, como estelionato, o que fragiliza a responsabilização e incentiva a continuidade das práticas ilícitas. Essa lacuna regulatória expõe a urgência de um marco jurídico mais robusto, capaz de tratar a fraude em saúde como um crime grave contra um setor vital para a sociedade.

Outro ponto crucial é o papel das empresas contratantes de planos de saúde, já que grande parte das carteiras de beneficiários está na modalidade empresarial. O monitoramento do uso por parte dos empregadores pode ajudar a identificar excessos, reduzir desperdícios e colaborar com as operadoras no combate a práticas suspeitas.

O problema não se resume a perdas financeiras: ele ameaça a sobrevivência da saúde suplementar. Cada fraude cometida mina a confiança no sistema, gera aumento de custos e empurra parte da população para o já sobrecarregado Sistema Único de Saúde (SUS). Se não houver enfrentamento firme, o acesso à saúde privada ficará cada vez mais restrito a poucos.

Portanto, combater fraudes não é apenas proteger o caixa das operadoras, mas sim preservar um mercado que gera empregos, paga impostos, garante assistência a milhões de brasileiros e contribui para desafogar a rede pública. Trata-se de uma luta pela sustentabilidade do sistema e pelo direito de acesso à saúde. Cada medida de prevenção, cada ação punitiva e cada avanço tecnológico representam um passo para blindar a saúde suplementar. O futuro do setor depende de união entre todos os atores direta e indiretamente envolvidos. O recado é claro: fraudar a saúde é comprometer a vida de todos.

*Joé Sestello é Diretor-Presidente da Unimed Nova Iguaçu.

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O POPULAR

Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora

Goiânia subiu 29 posições e passou a integrar o top 100 nacional do ranking de competitividade dos municípios. A cidade saiu da 124ª posição em 2024 para a 95ª neste ano. Contudo, entre as capitais do Centro-Oeste, a melhora não foi suficiente para ultrapassar Campo Grande (MS) - considerada a cidade mais competitiva da região e que ocupa o 71º lugar -, nem Cuiabá (MT), que ocupa a 74ª posição no estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove, plataforma de inteligência para gestão municipal, e a Seall.

Seguindo tendência já apontada do ano passado, a Saúde teve o resultado mais negativo, com o acesso à área voltando a figurar com um desempenho ruim no ranking para a capital. O recuo no indicador foi de 14 posições. A piora na colocação foi puxada por fatores como cobertura vacinal, cobertura da atenção primária e redução no atendimento pré-natal.

Na mesma linha, o item qualidade de saúde também teve queda de 22 posições, mantendo-se aquém do panorama de cidades que ocupam o top 100. Segundo o CLP, a principal justificativa para a piora do indicador é a colocação nos números sobre obesidade e mortalidade infantil.

Ao avaliar os dados do levantamento, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou que a intenção é subir posições no ranking no próximo ano. "Na Saúde, pegamos ela muito ruim no final do ano passado e não conseguimos recuperar a tempo neste ano, pois os primeiros meses (de mandato) foram muito difíceis e com calamidade financeira não pudemos fazer mais", disse o prefeito.

Reforçando a argumentação, Mabel afirmou que a gestão tem feito mudanças na área para melhorar os problemas de acesso. "Estamos aumentando nossa produção junto ao SUS, então deve melhorar a nota desse ano para o ano que vem. Vamos atendendo bem mais pessoas, estamos fazendo mais procedimentos, reportando mais. Isso deve melhorar", destacou.

O resultado geral de Goiânia este ano segue a curva de crescimento que já vinha sendo apontada desde 2024, quando subiu 14 posições e passou a ocupar o 124º lugar. A capital estava fora do top 100 das cidades mais competitivas desde 2022, segundo o CLP, e teve crescimento influenciado pela boa performance em indicadores como acesso e qualidade de educação; segurança pública; meio ambiente; inovação e dinamismo econômico; e capital humano.

O levantamento, que ajuda a balizar políticas públicas dos estados e municípios, analisou a capacidade competitiva de 418 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. O estudo, que chega a sua sexta edição este ano, observa 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública.

Entre os quesitos nas cidades brasileiras analisados estão sustentabilidade fiscal, funcionamento da máquina pública, acesso à saúde, qualidade da saúde, acesso à educação, qualidade da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inserção econômica, inovação e dinamismo econômico, capital humano e telecomunicações.

Até 2024, o ranking analisou 404 cidades com mais de 80 mil habitantes. Neste ano, porém, foi utilizada para recorte populacional dos municípios a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o ano de 2024. Assim, 14 cidades passaram a compor levantamento, somando 418 municípios no total.

Recuo na saúde

A executiva de relações governamentais e competitividade do CLP, Carla Marinho, diz que o contraste em Goiânia do bom desempenho em pilares como qualidade de Educação e inovação econômica com os índices relacionados à Saúde revela a necessidade de enfrentamento dos gargalos na área. Sobretudo em políticas de prevenção e atenção básica, fundamentais para garantir a qualidade de vida da população, segundo ela.

"Desde 2021, a série histórica do ranking mostra que o pilar de acesso à Saúde em Goiânia está em declínio, perdendo posições a cada edição. De fato, a pandemia da covid-19 impactou fortemente esses indicadores e alterou a série histórica. No entanto, em vez de uma retomada acelerada, o que se observa é uma queda persistente, o que evidencia que o problema vai além de fatores conjunturais. Esse cenário pode ser também o reflexo de um quadro estrutural, que revela fragilidade na oferta de serviços de saúde, sobretudo na rede básica", afirma Carla.

Em outra frente, diante da piora dos índices de Goiânia relacionados à sustentabilidade fiscal da capital, que mostram recuo em itens como a dependência fiscal, a taxa de investimento, a despesa com pessoal, e o endividamento, a executiva do CLP aponta que uma saída para subir posições no top 100 de competitividade seria justamente avançar em pontos que as demais capitais do Centro-Oeste vêm se destacando.

Carla destaca as melhorias de Cuiabá em áreas como sustentabilidade fiscal e funcionamento da máquina pública, diretamente ligados à qualificação dos servidores e à qualidade da informação contábil e fiscal. "Para Goiânia, ainda há espaço para avançar justamente nesses pontos em que suas capitais vizinhas têm se destacado - fortalecimento da gestão pública e aprimoramento dos serviços ligados à eficiência administrativa. Esses avanços podem ampliar ainda mais o protagonismo de Goiânia no cenário nacional", afirma a executiva da organização.

Mabel afirma que o estudo do CLP será avaliado pela gestão e deve fazer parte das mudanças de estratégias que serão implementadas. "Nós vamos pegar essa pesquisa, dar uma analisada nela e outras que nós temos também para fazer comparativo e vamos avançando nos pontos que estamos negativos, e vamos fazer mais nos pontos positivos para chegar mais a frente ainda. Tenho certeza que em dois ou três anos, no terceiro ano do nosso governo, Goiânia vai estar muito melhor."

Municípios goianos

O ranking deste ano do CLP mostra que Goiás conta com cinco cidades entre as 200 mais competitivas do país: além da capital, Rio Verde, Catalão, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Rio Verde caiu 10 posições, mas segue entre as 150 primeiras, ocupando a 128ª colocação. O município se destacou em acesso e qualidade da saúde e da educação, além de segurança pública, meio ambiente, capital humano e telecomunicações.

Catalão avançou 35 posições e alcançou o 161º lugar. Os melhores resultados vieram em qualidade da saúde e da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inovação e dinamismo econômico. Aparecida de Goiânia registrou a maior evolução: subiu 66 colocações e chegou ao 179º lugar. Teve bom desempenho na maioria dos indicadores, com exceção de inserção econômica e inovação e dinamismo econômico.

Anápolis também melhorou, com avanço de 27 posições, ocupando a 195ª colocação. O município apresentou resultados positivos em quase todos os pilares, mas ficou abaixo da média em funcionamento da máquina pública, inserção econômica e telecomunicações.

Já Itumbiara (230º) e Jataí (211º), que no ranking anterior figuravam entre os 200 municípios mais competitivos do país, perderam espaço neste ano, com quedas de 70 e 37 posições, respectivamente.

Carla diz que o levantamento funciona como um guia para que as decisões dos gestores municipais sejam baseadas em dados. "A análise é sistêmica, evidenciando em suas dimensões como diferentes áreas se relacionam entre si e com as políticas de entes estaduais e federais, permitindo uma visão integrada da gestão pública", destaca.

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PORTAL G1

Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga

Médico atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Ele participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.

Morreu neste domingo (31) o neurologista José Alberto Alvarenga, que atuou especialmente na formação de outros médicos na especialização, em Goiás. Ele atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), e, mesmo aposentado como servidor público estadual, continuou sua missão, passando a integrar os quadros de membros da Organização Social (OS) que administra o hospital. Colegas de trabalho e ex-alunos se despediram de Alvarenga nas redes sociais.

Alvarenga foi membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e da Academia Goiana de Medicina. Em nota, o HGG lamentou a morte do médico, e destacou que ele era uma “figura de grande relevância” para a neurologia brasileira e goiana, que participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.

"Seu legado de conhecimento, humanidade e compromisso com a medicina será eternamente lembrado. Nossos sentimentos à família, amigos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”, acrescentou.

A Academia Brasileira de Neurologia também utilizou as redes sociais para homenagear o médico, que também era membro. A instituição ressaltou o papel dele na residência de outros especialistas, e apontou que o seu primeiro residente foi o atual presidente da academia, o doutor Delson José da Silva.

"Nossos profundos sentimentos à família e a todos que tiveram a honra de conviver com o Dr. José Alberto, cujo legado de conhecimento e humanidade será eternamente lembrado”, escreveu.

José Alvarenga deixa esposa e filhos. O g1 não conseguiu informações sobre o velório.

Colegas e ex-alunos se despedem

Na internet, colegas de trabalho, ex-alunos e até ex-pacientes dele prestaram suas condolências e evidenciaram seu legado.

"Foi um grande mestre e líder! Me ensinou muito na Santa Casa, que Deus le dê bom descanso e conforte os familiares do doutor José Alvarenga", afirmou uma internauta.

"Nossa que triste, trabalhei com ele no apoio diagnóstico”, disse um homem. "Uma grande perda, pessoa maravilhosa”, relatou uma seguidora.

"Que Deus de um bom lugar, doutor de excelência que foi de suma importância em meu tratamento”, revelou uma ex-paciente.

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Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos

Justiça ainda não analisou as denúncias e ações do Ministério Público. Profissionais de saúde que denunciaram irregularidades temem perder registro médico.

Quatro anos depois após as denúncias contra a operadora Prevent Senior terem sido reveladas, nenhum acusado foi responsabilizado na Justiça e alguns dos médicos que denunciaram as práticas irregulares respondem a processos na Justiça ou estão sujeitos a perder o registro profissional.

“A indignação ainda me consome. É uma revolta amarga”, diz Walter Correa de Souza Neto, um dos principais denunciantes do caso, hoje alvo de um processo aberto por ordem do Conselho Federal de Medicina (CFM). "O processo é surreal, descabido e sem base legal".

Ao mesmo tempo, familiares de pacientes que morreram nas dependências da operadora de saúde aguardam um desfecho do caso.

"Nossa vida parou, a nossa família foi destruída, perdemos a nossa matriarca, peça-chave da família", afirmou, ao g1, a representante Kátia Castilho, cuja mãe morreu na Prevent Senior após ser submetida a tratamentos ilegais, segundo o Ministério Público (MP).

O plano de saúde nega que qualquer irregularidade tenha sido cometida. “A Prevent Senior não comenta processos que estão sob sigilo, mas confia que todos os profissionais serão absolvidos pela Justiça por não terem cometido qualquer crime ou irregularidade”.

Já o CFM afirmou que não se manifesta sobre processos que estejam em andamento, sob pena de prejudicar as apurações.

Cronologia do caso

As denúncias vieram à tona em reportagens da GloboNews, TV Globo e g1 em abril e agosto de 2021. Na época, a CPI da Covid no Senado Federal também recebeu um dossiê produzido por médicos que trabalhavam na Prevent Senior.

O documento trouxe uma série de acusações contra a operadora, tais como:

prescrição em massa e sem critério de medicamentos ineficazes no 'Kit Covid' (cloroquina, ivermectina, azitromicina, entre outros);

testes de medicamentos nos pacientes sem autorização deles e sem aval dos órgãos pesquisa;

ocultação de mortes e outras fraudes em um estudo da Prevent sobre o uso de cloroquina;

coação sistemática dos médicos para que prescrevessem medicamentos ineficazes;

falsidade ideológica por omitir a Covid-19 na causa da morte de pacientes tratados com medicamentos ineficazes.

Caso Prevent Senior foi um dos principais capítulos da CPI da Covid, que concluiu que a operadora de saúde agiu de forma associada ao chamado “Gabinete Paralelo” do Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL).

CPI pediu o indiciamento de 12 médicos, diretores e donos do plano por diversos crimes, como perigo à vida ou à saúde de outrem, falsidade ideológica, crime contra a humanidade, e omissão de notificação de doença. Na época, a Procuradoria-Geral da República, chefiada por Augusto Aras, não abriu investigação.

Em setembro de 2021, a Prevent assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público em que se comprometeu, entre outras coisas, a não prosseguir com tratamentos ineficazes contra a Covid-19, além de admitir que um estudo feito sobre a cloroquina não tinha valor científico.

A Câmara Municipal de São Paulo instalou uma CPI própria, com foco exclusivo na Prevent Senior, e ampliou as investigações da CPI do Senado. Após seis meses de trabalhos, os vereadores pediram o indiciamento de 20 médicos e dirigentes da Prevent pelos mesmos crimes elencados pelos senadores, além de homicídio e tentativa de homicídio.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu duas frentes de investigação, uma na área criminal e outra nas áreas cível e trabalhista, esta última em parceria com Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT).

As duas frentes chegaram a conclusões semelhantes das CPIs, corroboraram as acusações dos médicos que trabalhavam na Prevent e ainda apresentaram elementos novos.

Denúncia criminal por homicídio

Na frente criminal, os promotores ofereceram denúncia em junho de 2024 contra dez dirigentes da Prevent, incluindo os donos Eduardo e Fernando Parrillo, pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), omissão de notificação de doença, perigo à vida ou à saúde de outrem.

O MP também sugeriu ao Congresso que aprove uma nova legislação para criar um tipo penal para o crime de “cobaia”, já que a legislação brasileira não prevê essa tipificação.

O caso está em segredo de Justiça, mas a reportagem apurou que, mais de um ano após a aceitação da denúncia, o processo não avançou porque alguns dos réus sequer foram localizados e notificados.

“Acho isso terrível, em plena era digital, ter que esperar encontrar a pessoa no endereço para ser intimado. Isso tudo me leva a crer que estão querendo ganhar tempo para que o processo prescreva”, afirmou Kátia Castilho.

A mãe dela, Irene Castilho, morreu em abril de 2021 em uma unidade da Prevent em São Paulo, após 33 dias de internação. Enquanto esteve no hospital, a paciente foi medicada diariamente com flutamida, um remédio indicado somente para câncer de próstata e que foi usado pela operadora em pacientes com Covid-19, sem autorização dos órgãos de pesquisa.

Irene não poderia receber a medicação por ter insuficiência hepática decorrente de um câncer no fígado. A flutamida é totalmente contra-indicada nestes casos. A filha afirma que a Prevent não pediu autorização para que o remédio fosse administrado.

O prontuário da paciente também demonstrou que ela foi medicada várias vezes com dipirona, mesmo sendo alérgica ao remédio. Para os promotores, houve crime de homicídio culposo na morte de Irene.

Possível acordo

Todos os crimes apontados pelo MP têm penas baixas, de no máximo três anos. Nestes casos, é comum que a Justiça proponha um acordo entre as partes, mediante a confissão de culpa e o pagamento de indenizações.

Os promotores iniciaram uma tentativa de acordo, mas até agora não houve avanços.

Ao longo dos quase três anos de investigação, os promotores colheram os depoimentos de aproximadamente 60 testemunhas, entre pacientes, familiares e médicos. Os prontuários dos pacientes foram analisados por peritos do Instituto de Medicina Criminal e Sociologia de São Paulo (Imesc) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Os laudos demonstraram que, em sete casos analisados, foi possível concluir que a medicação indevida e outras condutas contribuíram para a morte dos pacientes, o que caracteriza o crime de homicídio culposo.

Irregularidades também foram identificadas nos tratamentos de outros pacientes, mas não foi possível estabelecer o nexo causal entre as falhas e a morte das pessoas.

Ação bilionária na esfera trabalhista

Em fevereiro de 2024, o MPF, MP-SP e MPF ajuizaram uma ação na Justiça do Trabalho contra o plano de saúde exigindo o pagamento de R$ 940 milhões a título de indenização por dano moral coletivo. Os procuradores ouviram 57 profissionais que trabalhavam na Prevent e reuniram 37 mil documentos.

Nesta ação, os procuradores e a Prevent firmaram acordos judiciais parciais em que a operadora se comprometeu a seguir 27 das 34 determinações da procuradoria. Não houve acordo em sete obrigações, que ficaram para julgamento na Justiça do Trabalho, assim como o valor da indenização por dano moral.

Os procuradores concluíram, entre outras coisas, que a empresa praticou assédio moral contra os médicos, forçando-os a prescrever medicamentos ineficazes e não exigiu que seus profissionais se vacinassem contra a Covid-19.

Além disso, a investigação identificou que milhares de profissionais trabalharam nos hospitais enquanto estavam infectados com o vírus da Covid-19, com permissão e incentivo da Prevent.

Denunciante teme perder registro médico

Ao longo das várias frentes de investigação, senadores, vereadores e integrantes do MP colheram depoimentos de diversos médicos que mencionaram práticas irregulares pelo plano de saúde. Um deles, Walter Correa de Souza Neto, chegou a prestar depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.

Hoje, Walter é alvo de um processo aberto no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado pela Prevent Senior de ter vazado o prontuário médico do toxicologista Anthony Wong, o que Walter nega de forma veemente.

O caso de Wong provocou grande repercussão quando as denúncias contra a Prevent Senior vieram à tona. Assim como o plano de saúde, o toxicologista era defensor do uso de medicamentos ineficazes, como a cloroquina, para tratar a Covid-19.

O prontuário de Wong mostra que ele contraiu o vírus e ficou internado na Prevent, onde foi medicado com cloroquina, ivermectina e outros remédios, além de ter sido submetido a várias sessões de ozonioterapia, uma prática não autorizada em pacientes dentro do ambiente hospitalar. O toxicologista morreu em decorrência da Covid-19, mas a operadora omitiu a doença na causa da morte.

Em 2023, o Cremesp arquivou, por unanimidade, a denúncia que a Prevent Senior fez contra Walter pelo suposto vazamento do prontuário. A entidade concluiu que não havia qualquer prova de que Walter e outros três médicos vazaram o prontuário.

No ano passado, a operadora apresentou recurso ao CFM. Em decisão individual, o relator do caso determinou que o Cremesp abrisse outro processo, mas só contra Walter, deixando de fora os outros três médicos que haviam sido alvo da mesma acusação.

O g1 teve acesso à sindicância arquivada e ao processo em curso. Para acusar Walter, a Prevent baseia-se na declaração de um ex-diretor da companhia, Pedro Batista Junior, que atribuiu o vazamento a ele.

Batista Júnior foi um dos diretores da Prevent com pedido de indiciamento nas duas CPIs que investigaram o caso. Na época da CPI do Senado, veio à tona o áudio de um telefonema de Batista Júnior para Walter, em que o ex-diretor pressiona o médico para não relatar as irregularidades para a imprensa.

Além de apontar a ausência de provas, a defesa de Walter juntou no processo registros que mostram que mais de 100 médicos atuaram naquela época no tratamento de Wong, com acesso ao prontuário do paciente.

Os advogados também argumentam que o sistema de gestão de prontuários da Prevent era acessado com login e senha compartilhados pelos profissionais de saúde.

“Não há nenhuma prova ou indício de qualquer infração da minha parte, como concluiu o Cremesp ao arquivar a sindicância, mas o CFM determinou que a sindicância não só deveria continuar como também deveria ser convertida em processo, sem dar justificativa legal e contrariando o próprio Código de Ética Médica”, afirmou Walter à reportagem.

Em outra frente, a operadora chegou a mover uma ação na Justiça por danos morais contra Walter, exigindo o pagamento de R$ 300 mil de indenização, mas a própria Prevent decidiu desistir do processo em agosto deste ano.

O plano de saúde também entrou com processo por danos morais contra a advogada Bruna Morato - que defende Walter e também depôs à CPI do Senado - mas a Justiça rejeitou as ações na primeira e na segunda instância, arquivando o processo.

“Quero minha liberdade psicológica”

Um dos casos em que o MP-SP denunciou a cúpula da Prevent por homicídio culposo é o do empresário Fábio Senas, que morreu em um hospital da operadora em São Paulo em março de 2021, após duas semanas de internação. A promotoria identificou uma sequência de erros e de negligências no tratamento.

Cardiopata, Fábio não poderia tomar cloroquina, mas foi tratado com o medicamento ao longo da internação. O hospital ainda não teria administrado ao paciente os remédios de uso controlado que ele precisava.

“Desejo que a justiça seja feita e que, parte dessa história, tenha um desfecho libertador para nós, familiares das vítimas. O que mais quero é por minha liberdade psicológica e emocional, afinal, elas seguem algemadas em 28 de março de 2021, dia em que perdi o grande amor da minha vida”, afirmou Andrea Rotta, viúva do empresário, à reportagem.

“Sinto-me humilhada e invisível. Como muitos, sigo em acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Sempre tive esperança de que a justiça nos desse um mínimo de alento que, depois de tanto sofrimento, merecíamos”, acrescentou.

Entre a esperança e o desânimo

Os promotores também identificaram que houve homicídio no caso de Sueli Oliveira Pereira, que morreu aos 70 anos em uma unidade da Prevent na capital paulista em agosto de 2021. Assim como milhares de pacientes com Covid-19, ela foi tratada na operadora com flutamida.

“Mesmo com hemorragia interna eles continuaram a administrar a flutamida, que é proibida para esses casos”, afirma o publicitário Luiz Cezar Oliveira, filho de Sueli.

“Vivemos em constante ansiedade. Meu pai e minha irmã oscilam entre esperança e desânimo. Sigo firme, acreditando que a justiça virá. A gente espera também que a sociedade científica aprenda com esse caso, criando normas rígidas e fiscalização contínua”.

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A REDAÇÃO

Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás

Estado bateu recorde de procedimentos em 2024 

O Estado de Goiás registra 2.435 pessoas na fila de espera para transplante, seja de órgãos ou de tecidos. No momento, a maior lista é para doação de tecidos (córneas), com 1.731 pacientes. 

Na sequência o transplante de rins é o mais aguardado, com 685 pessoas. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a recusa familiar continua sendo um dos principais desafios para estes procedimentos.

No ano passado, o estado atingiu um novo recorde em número de doadores efetivos de órgãos, chegando a 114, o maior número da série histórica. Ao todo, foram captados 1.168 órgãos e tecidos em 2024 e realizados 890 transplantes de órgãos e tecidos, sendo que o Hospital Estadual Dr Alberto Rassi (HGG) foi responsável por 98% do total de transplantes de órgãos sólidos. Em 2025 (até julho), foram realizados 481 transplantes de órgãos e tecidos no estado.

Campanha 

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), lança, nesta segunda-feira (1º/09), a campanha Setembro Verde, voltada para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

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AGÊNCIA BRASIL

Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos

Recomendação é da Sociedade de Oftalmologia

A maioria das mães sente alívio quando o bebê, ainda na maternidade, recebe resultado normal após passar pelo teste do olhinho. O que nem todo mundo sabe é que o exame, rápido e indolor, ainda precisa ser repetido pelo menos mais três vezes todos os anos até que a criança complete 3 anos.

“Não acabou ali na maternidade. Pelo contrário, só começou ali. Ao longo do primeiro ano, são pelo menos três novos testes, além desse da maternidade. Isso até a criança completar 3 anos”, reforçou a presidente do 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, Luisa Hopker.

Em entrevista à Agência Brasil, a médica explicou que o teste do olhinho funciona como uma espécie de rastreio para doenças como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma, mas não detecta erros de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Ele só vai identificar se aquela criança precisa ou não ir com urgência para o oftalmologista.”

Exame completo 

Luisa lembrou que uma diretriz da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda, além do teste do olhinho feito pelo pediatra, um exame oftalmológico completo, feito por um especialista, entre 6 e 12 meses de idade e, novamente, aos 3 anos. “Esse é o principal exame oftalmológico que deve ser realizado durante a infância porque ele consegue detectar vários problemas que ainda estão a tempo de serem tratados.”

“Nesse exame completo, aos 3 anos de idade, você consegue medir a visão por meio do exame de acuidade visual. Você consegue ver se essa criança tem estrabismo ou não, consegue fazer avaliação do grau com a pupila dilatada e consegue fazer o exame do fundo do olho pra ver se está tudo bem com a retina”, completou.

A médica alertou que a maioria dos problemas oftalmológicos na infância não apresenta sinais e sintomas. Por esse motivo, manter a rotina de consultas da criança é a melhor estratégia para pais e cuidadores. “Olho preguiçoso não dá nenhum sintoma. Grau alto de hipermetropia, na maioria das vezes, não dá nenhum sintoma. Grau alto de miopia, muitas vezes, não dá nenhum sintoma. É algo que faz com que a gente fique preocupado porque, se não dá sintoma,  não tem como você detectar a não ser examinando.”

“Muita gente ainda tem aquele conceito: ‘Meu filho não está batendo na porta na hora que anda, não está tropeçando’. Mas esses são sinais que, quando aparecem, por causa de uma doença oftalmológica, já está tudo muito grave. A gente não espera esse tipo de sintoma pra ir ao oftalmologista”, concluiu. 

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ESTADÃO

Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind

Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 vezes

A empresa de planos de saúde Hapvida é a mais lembrada na categoria plano de saúde do Anuário Datafolha Top of Mind 2025-2026, e recebe 46,8% das menções espontâneas.

Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 edições, sendo a maior vencedora no segmento. A Unimed, outro forte concorrente no setor, obteve nove vitórias.

"Isso reflete o compromisso que vem sendo cumprido com um dos principais objetivos da empresa cearense: participar do desenvolvimento do Ceará, vê-lo prosperar por meio de sua gente bem cuidada. A Hapvida cresce na mesma medida em que também possibilita o crescimento de mais empregos, mais renda e mais saúde para a população cearense", afirmou Jaqueline Sena, vice-presidente de Marketing e Odontologia da marca.

A empresa foi fundada em 1979, em Fortaleza, e expandiu para todo o Brasil, tendo 809 unidades próprias pelo território nacional.

Outros planos citados foram a própria Unimed (35,1%), Bradesco (1,3%), SUS (1,3%), IPM (1,1%), Cartão de Todos (1%), entre outros de menor expressão.

Uma pequena parcela de 7,8% não informaram o nome de algum plano de saúde. Esse número estava em 10,5% na edição passada.

Entre o público da classe A e B a Unimed se manteve na liderança em todas as 17 edições da pesquisa.

Na edição de 2025-2026 entre o público A e B consolidou-se em um empate, com Unimed conquistando índice de 43,3% e Hapvida com 36,6%.

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FOLHA DE S.PAULO

Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon

Método impede a gravidez por três anos; medida entra em vigor nesta segunda-feira (1º)

O implante contraceptivo hormonal Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir desta segunda-feira (1º), para pessoas de 18 a 49 anos de idade.

O Implanon impede a gravidez por três anos. Ele atua liberando etonogestrel, um derivado sintético da progesterona - hormônio feminino essencial para o ciclo menstrual e a gravidez. Recentemente o implante foi incorporado também ao SUS (Sistema Único de Saúde), e a previsão do Ministério da Saúde é que esteja disponível ainda neste ano na rede pública.

Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a cobertura do Implanon pelos planos é positiva. "Amplia o acesso das mulheres a um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração, que traz comodidade e conforto, especialmente para as mais jovens".

Com o implante não existe o risco de esquecer de tomar o anticoncepcional diariamente, "o que oferece mais segurança em relação a uma gestação, que, quando ocorre na juventude, muitas vezes não é planejada e pode representar riscos para a mãe e o bebê", acrescenta.

A médica ressalta, contudo, que o implante não é indicado para todas e que cada paciente deve passar por avaliação médica individualizada.

O método não deve ser utilizado por mulheres com histórico atual ou prévio de câncer de mama, doença hepática grave (como cirrose descompensada ou tumores hepáticos), sangramento vaginal de causa não esclarecida ou hipersensibilidade conhecida ao etonogestrel, substância ativa do implante.

A inserção do Implanon é um procedimento simples, realizado em consultório médico com anestesia local. O implante, que consiste em uma pequena haste flexível, é colocado sob a pele da face interna do braço por meio de um aplicador. A remoção também é feita em ambiente ambulatorial, sendo necessária apenas uma pequena incisão para a retirada do dispositivo.

Embora o procedimento seja seguro, podem ocorrer efeitos adversos como hematoma, dor ou inchaço no local da inserção. Em casos mais raros, pode haver infecção local, geralmente associada a erro técnico durante o procedimento.

O Implanon e o DIU são métodos contraceptivos reversíveis de longa duração, oferecidos pelo SUS e com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. A principal diferença entre eles está na eficácia: o Implanon apresenta taxa de falha de 0,05%, enquanto a do DIU varia de 0,2% a 0,8%, dependendo do tipo

Em caso de recusa de serviços obrigatórios, o segurado deve procurar a operadora e, se não conseguir resolver o problema, deve acionar a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) por meio dos canais oficiais.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) disse em nota que orienta suas 140 operadoras associadas a seguirem as normas definidas pela ANS.

"A Abramge reafirma seu compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde suplementar, de forma a garantir não apenas a continuidade da assistência aos 52,9 milhões de beneficiários de planos de saúde, mas também sua expansão com sustentabilidade e qualidade", afirmou na nota.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 29 Agosto 2025 06:47

CLIPPING AHPACEG 29/08/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos

80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações

https://www.saudebusiness.com/hospitais/80-dos-hospitais-privados-tem-ia-mas-74-nao-se-sentem-preparados-para-as-transformacoes/

O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás

https://cleubercarlos.blogspot.com/2025/08/o-avanco-de-joesley-batista-na.html

Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/prefeitura-de-goiania-publica-rescisao-de-convenios-com-a-ufg-e-fundahc-para-gestao-das-tres-maternidades-739512/#google_vignette

O GLOBO

Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos

Medida pode atenuar problemas para usuários, que têm sido recusados por profissionais que têm repasses atrasados. Dívida da Unimed-Rio preocupa

Com médicos cooperados relatando atrasos nos pagamentos, a propôs na última terça-feira que os profissionais ligados à Unimed-Rio se credenciem como prestadores de serviço da Ferj, que há um ano herdou a carteira da ex-operadora. A medida pode resolver problemas relatados pelos usuários, que veem a rede credenciada diminuir com médicos recusando atendimento pela falta de pagamento. No entanto, médicos continuam preocupados, apontam falta de transparência nos dados financeiros da cooperativa e temem ter que assumir dívidas na casa dos milhares de reais.

Desde a migração, em 2024, a carteira de usuários passou a ser administrada pela Ferj, mas os médicos cooperados são vinculados à Unimed-Rio, que paga os honorários dos profissionais a partir dos repasses da primeira. Há meses, porém, os médicos enfrentam atrasos nos pagamentos.

Como mostrou O GLOBO, os repasses aos cooperados são feitos entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês. Mas desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido.

Nesse cenário, a Ferj propôs construir uma rede credenciada própria, burlando a Unimed-Rio. Em um e-mail enviado pela diretoria executiva da operadora aos médicos cooperados, a que O GLOBO teve acesso, a Ferj convida os profissionais a se credenciarem como prestadores.

Valores excedentes Sem detalhar valores ou apresentar comprovantes, a operadora destaca que já havia repassado anteriormente recursos excedentes à prestadora, dando a entender que o atraso nos pagamentos aos médicos é de responsabilidade da Unimed-Rio.

O comunicado argumenta que a operadora tem encontrado "resistência sistemática" no diálogo com a Unimed-Rio, e que teria proposto "antecipação de boa-fé do montante alegadamente devido, independentemente de qualquer apuração de saldo, para que os médicos possam receber de imediato".

: O texto afirma que a Unimed-Rio não se manifestou sobre a proposta. Por isso, a Ferj apresentou aos médicos cooperados a possibilidade de credenciamento, oferecendo "relação direta e transparente, pagamentos pontuais e regulares, fluxo administrativo simplificado e respeito mútuo aos princípios cooperativistas".

Em resposta, a Unimed-Rio enviou um comunicado orientando que os cooperados devem desconsiderar qualquer mensagem ou solicitação cujo remetente não seja a cooperativa.

A Unimed-Rio foi procurada, mas não respondeu. Já a Ferj afirmou que tomou a iniciativa "visando assegurar a continuidade do atendimento aos mais de 400 mil beneficiários". "A informa que a medida é legítima, e não configura qualquer irregularidade. O credenciamento médico se fez necessário para a garantia do atendimento aos beneficiários nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias", diz a nota.

O GLOBO também buscou a Unimed do Brasil, gestora da marca Unimed, para entender se a proposta da Ferj aos médicos cooperados fere o estatuto do Sistema Unimed. A entidade informou que "monitora e presta apoio operacional" às cooperativas, "com o propósito de assegurar o atendimento aos beneficiários".

Médicos cautelosos A iniciativa da direção da Ferj foi recebida com cautela por parte dos médicos, temerosos de que o credenciamento como prestador crie problemas, principalmente em relação à situação financeira da Unimed-Rio.

Há meses os profissionais reclamam de falta de transparência nos dados econômico-financeiros da cooperativa. Sem acesso aos números, eles dizem desconhecer o tamanho da dívida da operadora, e temem prejuízos.

- Está uma confusão terrível. Não sei qual vai ser a solução. Estamos todos com muita desconfiança e dúvidas. Como vão ficar os atrasados? Ninguém fala. E a dívida também é uma questão, a gente não sabe o tamanho, e nem o que pode acontecer - reclama a médica Nilcéa Neder Cardoso, da chapa de oposição nas últimas eleições da cooperativa Unimed-Rio.

Na avaliação de advogados, se credenciar à Ferj pode não resolver o que ficou para trás.

- Pela lei, o cooperado pode pedir pra sair, mas vai ficar responsável pela dívida, até o limite do capital que ele integralizou na entrada na cooperativa. Se esse cooperado entender que a dívida foi gerada por má gestão, ele pode questionar ter que arcar com isso, mas se torna uma briga na Justiça - observa o advogado Rodrigo Tostes, associado sênior do Pinheiro Neto Advogados.

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SAÚDE BUSINESS

80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações

Pesquisa da Anahp e da Wolters Kluwer também revela que qualidade dos médicos recém-formados é preocupação em 95,1% das instituições.

Um levantamento inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, mostra o contraste no uso de tecnologia na saúde no Brasil. Embora 82% dos hospitais privados já utilizem recursos de Inteligência Artificial (IA) em práticas ou processos, 74% afirmam não se sentir preparados para as transformações que a tecnologia deve trazer às áreas clínicas nos próximos dois anos.

A discrepância também aparece no campo da telemedicina. O estudo indica que a principal aplicação segue voltada para o treinamento remoto de equipes (59%) e consultas com profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento de pacientes à distância foi citado por apenas 23% dos respondentes, enquanto o atendimento primário por teleconsulta não passou de 16,7%.

A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi respondida por 102 hospitais associados à Anahp, das 5 regiões do país, entre os dias 9 de maio e 10 de junho deste ano.

qualidade dos médicos recém-formados também foi abordada e apontada como uma das principais preocupações pelas instituições (95,1%), assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%). “Precisávamos saber de maneira efetiva sobre o cenário dos avanços tecnológicos na saúde e temos agora uma radiografia que nos anima, nos preocupa e sinaliza falta de maturidade, já que os números ora são muito bons, ora são muitos ruins. Temos percentuais muito parecidos – como o de 82% das instituições já utilizarem algo ligado à IA e, quase as mesmas, 74% dizendo que se sentem pouco preparadas. Baixo uso da telemedicina em prol dos pacientes e uma preocupação elevadíssima com a qualidade dos médicos recém-formados também foram apontados”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

Especificamente sobre o uso IA nas instituições, foram apontados: auxílio no diagnóstico (47%), auxílio no processo de decisão clínica (46%), auxílio na análise de exames por imagem (41%), processos administrativos e de backoffice (36%), triagem e correção de dados do prontuário eletrônico (36%), além de outras aplicações. Mas a pesquisa também apontou que a adoção de novas tecnologias é percebida pela equipe clínica com grau moderado de aceitação para 62,75%.
Apesar das operadoras de saúde apontarem este ano uma considerável melhora econômica, este levantamento também apontou que os principais desafios dos hospitais nos próximos três anos em relação à qualidade do atendimento e segurança do paciente está o equilíbrio entre custos e qualidade do cuidado.

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BLOG CLEUBER CARLOS

O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás

Expansão bilionária no setor de saúde reforça denúncias de concentração de mercado e risco de “mistanásia” em Goiás 

Um novo capítulo na guerra pelo mercado da oncologia

A notícia publicada em 23 de agosto de 2025 pelo jornal O Globo revelou que o empresário Joesley Batista, da família controladora da JBS, está de olho em ampliar sua participação na rede de clínicas Oncoclínicas. O movimento pode injetar mais de R$ 1,5 bilhão na companhia, boa parte pela conversão de dívidas em ações.

O negócio, que envolveria a compra da fatia de pouco mais de 15% de Daniel Vorcaro, do Banco Master, e o uso de debêntures já adquiridas por Joesley, sinaliza a entrada definitiva de um dos maiores grupos econômicos do país no setor de tratamento do câncer.

O elo com o cartel da oncologia em Goiás

Essa movimentação empresarial não pode ser analisada de forma isolada. Apenas três dias antes, este blog publicou com exclusividade o dossiê de 514 páginas protocolado no Ministério Público denunciando a formação de um cartel da oncologia em Goiás.

Segundo o documento, clínicas e laboratórios se organizaram para:

boicotar concorrentes e inviabilizar programas de acesso do IPASGO;

impor reajustes abusivos e restrições a pacientes oncológicos;

promover a precarização deliberada do sistema público, resultando em mortes evitáveis, caracterizadas como “mistanásia”.

Esse cartel, segundo o dossiê, giraria em torno da Goiás Oncologia e Participações Ltda., criada em 2018 como uma holding informal que centraliza poder e decisões.

O risco da concentração e da “mistanásia”

A entrada de capital bilionário de um grupo como o de Joesley Batista na Oncoclínicas pode aprofundar ainda mais a concentração de mercado na área oncológica. Se antes já existiam denúncias de acordos entre poucas empresas para controlar preços e acesso, a chegada de um gigante do setor de alimentos e finanças na oncologia reforça o temor de que o câncer vire um negócio controlado por interesses econômicos, e não pela ética médica.

Essa lógica empresarial, voltada para ganhos financeiros em detrimento da vida, é exatamente o que o dossiê nomeou como mistanásia: a morte socialmente produzida pela negligência deliberada.

Impactos para Goiás

Em Goiás, onde o IPASGO já enfrenta colapsos e pacientes oncológicos são vítimas de filas, atrasos e restrições de acesso, o fortalecimento de grupos econômicos na oncologia traz preocupações imediatas:

Quem controla a oncologia controla a vida de milhares de pacientes.

A concentração ameaça a livre concorrência e a sustentabilidade do SUS e do IPASGO.

O risco é que lucro e poder político se sobreponham ao direito fundamental à saúde.

Conclusão: o fio condutor da denúncia à expansão

A coincidência temporal entre a denúncia do cartel da oncologia em Goiás e a notícia do avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas não pode ser ignorada. Estamos diante de um setor estratégico da saúde pública brasileira sendo capturado por grandes interesses financeiros, enquanto pacientes lutam pela vida.

Cabe ao Ministério Público, ao Judiciário e à sociedade civil questionar:

Estamos diante de um investimento legítimo ou da consolidação de um sistema que transforma o câncer em negócio lucrativo às custas da morte de pacientes?

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JORNAL OPÇÃO

Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades

Organizações sociais começam a gerir maternidades a partir desta sexta-feira, 29

A Prefeitura de Goiânia publicou, na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira, 28, a rescisão unilateral dos três convênios firmados com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsáveis por parcerias na gestão das três maternidades da capital. A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, 29.

Os convênios envolviam a Maternidade Nascer Cidadão (MNC), o Hospital e Maternidade Dona Iris e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Segundo os termos assinados pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, os acordos foram encerrados com base nos artigos 78 e 79 da Lei nº 8.666/1993, que trata de licitações e contratos, além de parecer jurídico da Advocacia Setorial da pasta.

Novas gestoras

Com o fim dos convênios com a UFG e a Fundahc, a Prefeitura de Goiânia firmou novos contratos de gestão. A partir de agora, o Instituto Patris, do Mato Grosso, passa a administrar o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com um repasse total de R$ 16,7 milhões.

A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assume o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões. Por fim, a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, gerencia a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) com um contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal para manter as três unidades será de R$ 12,6 milhões.

A mudança de gestão ocorre após um período de crise nos hospitais, marcado por repetidas interrupções nos atendimentos. A situação se agravou em 2024, quando atrasos nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a Fundahc causaram um grande problema.

O ápice da crise foi no início de julho, quando os partos foram suspensos no Célia Câmara devido à falta de pagamento aos anestesiologistas. Pouco tempo depois, as demais unidades limitaram o atendimento apenas a casos de urgência e emergência.

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Assessoria de Comunicação         

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

*CLIPPING 29/08/25*

Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos

80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações

https://www.saudebusiness.com/hospitais/80-dos-hospitais-privados-tem-ia-mas-74-nao-se-sentem-preparados-para-as-transformacoes/

O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás

https://cleubercarlos.blogspot.com/2025/08/o-avanco-de-joesley-batista-na.html

Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/prefeitura-de-goiania-publica-rescisao-de-convenios-com-a-ufg-e-fundahc-para-gestao-das-tres-maternidades-739512/#google_vignette

 

 

O GLOBO

Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos

Medida pode atenuar problemas para usuários, que têm sido recusados por profissionais que têm repasses atrasados. Dívida da Unimed-Rio preocupa

Com médicos cooperados relatando atrasos nos pagamentos, a propôs na última terça-feira que os profissionais ligados à Unimed-Rio se credenciem como prestadores de serviço da Ferj, que há um ano herdou a carteira da ex-operadora. A medida pode resolver problemas relatados pelos usuários, que veem a rede credenciada diminuir com médicos recusando atendimento pela falta de pagamento. No entanto, médicos continuam preocupados, apontam falta de transparência nos dados financeiros da cooperativa e temem ter que assumir dívidas na casa dos milhares de reais.

Desde a migração, em 2024, a carteira de usuários passou a ser administrada pela Ferj, mas os médicos cooperados são vinculados à Unimed-Rio, que paga os honorários dos profissionais a partir dos repasses da primeira. Há meses, porém, os médicos enfrentam atrasos nos pagamentos.

Como mostrou O GLOBO, os repasses aos cooperados são feitos entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês. Mas desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido.

Nesse cenário, a Ferj propôs construir uma rede credenciada própria, burlando a Unimed-Rio. Em um e-mail enviado pela diretoria executiva da operadora aos médicos cooperados, a que O GLOBO teve acesso, a Ferj convida os profissionais a se credenciarem como prestadores.

Valores excedentes Sem detalhar valores ou apresentar comprovantes, a operadora destaca que já havia repassado anteriormente recursos excedentes à prestadora, dando a entender que o atraso nos pagamentos aos médicos é de responsabilidade da Unimed-Rio.

O comunicado argumenta que a operadora tem encontrado "resistência sistemática" no diálogo com a Unimed-Rio, e que teria proposto "antecipação de boa-fé do montante alegadamente devido, independentemente de qualquer apuração de saldo, para que os médicos possam receber de imediato".

: O texto afirma que a Unimed-Rio não se manifestou sobre a proposta. Por isso, a Ferj apresentou aos médicos cooperados a possibilidade de credenciamento, oferecendo "relação direta e transparente, pagamentos pontuais e regulares, fluxo administrativo simplificado e respeito mútuo aos princípios cooperativistas".

Em resposta, a Unimed-Rio enviou um comunicado orientando que os cooperados devem desconsiderar qualquer mensagem ou solicitação cujo remetente não seja a cooperativa.

A Unimed-Rio foi procurada, mas não respondeu. Já a Ferj afirmou que tomou a iniciativa "visando assegurar a continuidade do atendimento aos mais de 400 mil beneficiários". "A informa que a medida é legítima, e não configura qualquer irregularidade. O credenciamento médico se fez necessário para a garantia do atendimento aos beneficiários nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias", diz a nota.

O GLOBO também buscou a Unimed do Brasil, gestora da marca Unimed, para entender se a proposta da Ferj aos médicos cooperados fere o estatuto do Sistema Unimed. A entidade informou que "monitora e presta apoio operacional" às cooperativas, "com o propósito de assegurar o atendimento aos beneficiários".

Médicos cautelosos A iniciativa da direção da Ferj foi recebida com cautela por parte dos médicos, temerosos de que o credenciamento como prestador crie problemas, principalmente em relação à situação financeira da Unimed-Rio.

Há meses os profissionais reclamam de falta de transparência nos dados econômico-financeiros da cooperativa. Sem acesso aos números, eles dizem desconhecer o tamanho da dívida da operadora, e temem prejuízos.

- Está uma confusão terrível. Não sei qual vai ser a solução. Estamos todos com muita desconfiança e dúvidas. Como vão ficar os atrasados? Ninguém fala. E a dívida também é uma questão, a gente não sabe o tamanho, e nem o que pode acontecer - reclama a médica Nilcéa Neder Cardoso, da chapa de oposição nas últimas eleições da cooperativa Unimed-Rio.

Na avaliação de advogados, se credenciar à Ferj pode não resolver o que ficou para trás.

- Pela lei, o cooperado pode pedir pra sair, mas vai ficar responsável pela dívida, até o limite do capital que ele integralizou na entrada na cooperativa. Se esse cooperado entender que a dívida foi gerada por má gestão, ele pode questionar ter que arcar com isso, mas se torna uma briga na Justiça - observa o advogado Rodrigo Tostes, associado sênior do Pinheiro Neto Advogados.

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SAÚDE BUSINESS

80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações

Pesquisa da Anahp e da Wolters Kluwer também revela que qualidade dos médicos recém-formados é preocupação em 95,1% das instituições.

Um levantamento inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, mostra o contraste no uso de tecnologia na saúde no Brasil. Embora 82% dos hospitais privados já utilizem recursos de Inteligência Artificial (IA) em práticas ou processos, 74% afirmam não se sentir preparados para as transformações que a tecnologia deve trazer às áreas clínicas nos próximos dois anos.

A discrepância também aparece no campo da telemedicina. O estudo indica que a principal aplicação segue voltada para o treinamento remoto de equipes (59%) e consultas com profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento de pacientes à distância foi citado por apenas 23% dos respondentes, enquanto o atendimento primário por teleconsulta não passou de 16,7%.

A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi respondida por 102 hospitais associados à Anahp, das 5 regiões do país, entre os dias 9 de maio e 10 de junho deste ano.

qualidade dos médicos recém-formados também foi abordada e apontada como uma das principais preocupações pelas instituições (95,1%), assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%). “Precisávamos saber de maneira efetiva sobre o cenário dos avanços tecnológicos na saúde e temos agora uma radiografia que nos anima, nos preocupa e sinaliza falta de maturidade, já que os números ora são muito bons, ora são muitos ruins. Temos percentuais muito parecidos – como o de 82% das instituições já utilizarem algo ligado à IA e, quase as mesmas, 74% dizendo que se sentem pouco preparadas. Baixo uso da telemedicina em prol dos pacientes e uma preocupação elevadíssima com a qualidade dos médicos recém-formados também foram apontados”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

Especificamente sobre o uso IA nas instituições, foram apontados: auxílio no diagnóstico (47%), auxílio no processo de decisão clínica (46%), auxílio na análise de exames por imagem (41%), processos administrativos e de backoffice (36%), triagem e correção de dados do prontuário eletrônico (36%), além de outras aplicações. Mas a pesquisa também apontou que a adoção de novas tecnologias é percebida pela equipe clínica com grau moderado de aceitação para 62,75%.
Apesar das operadoras de saúde apontarem este ano uma considerável melhora econômica, este levantamento também apontou que os principais desafios dos hospitais nos próximos três anos em relação à qualidade do atendimento e segurança do paciente está o equilíbrio entre custos e qualidade do cuidado.

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BLOG CLEUBER CARLOS

O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás

Expansão bilionária no setor de saúde reforça denúncias de concentração de mercado e risco de “mistanásia” em Goiás 

Um novo capítulo na guerra pelo mercado da oncologia

A notícia publicada em 23 de agosto de 2025 pelo jornal O Globo revelou que o empresário Joesley Batista, da família controladora da JBS, está de olho em ampliar sua participação na rede de clínicas Oncoclínicas. O movimento pode injetar mais de R$ 1,5 bilhão na companhia, boa parte pela conversão de dívidas em ações.

O negócio, que envolveria a compra da fatia de pouco mais de 15% de Daniel Vorcaro, do Banco Master, e o uso de debêntures já adquiridas por Joesley, sinaliza a entrada definitiva de um dos maiores grupos econômicos do país no setor de tratamento do câncer.

O elo com o cartel da oncologia em Goiás

Essa movimentação empresarial não pode ser analisada de forma isolada. Apenas três dias antes, este blog publicou com exclusividade o dossiê de 514 páginas protocolado no Ministério Público denunciando a formação de um cartel da oncologia em Goiás.

Segundo o documento, clínicas e laboratórios se organizaram para:

boicotar concorrentes e inviabilizar programas de acesso do IPASGO;

impor reajustes abusivos e restrições a pacientes oncológicos;

promover a precarização deliberada do sistema público, resultando em mortes evitáveis, caracterizadas como “mistanásia”.

Esse cartel, segundo o dossiê, giraria em torno da Goiás Oncologia e Participações Ltda., criada em 2018 como uma holding informal que centraliza poder e decisões.

O risco da concentração e da “mistanásia”

A entrada de capital bilionário de um grupo como o de Joesley Batista na Oncoclínicas pode aprofundar ainda mais a concentração de mercado na área oncológica. Se antes já existiam denúncias de acordos entre poucas empresas para controlar preços e acesso, a chegada de um gigante do setor de alimentos e finanças na oncologia reforça o temor de que o câncer vire um negócio controlado por interesses econômicos, e não pela ética médica.

 

Essa lógica empresarial, voltada para ganhos financeiros em detrimento da vida, é exatamente o que o dossiê nomeou como mistanásia: a morte socialmente produzida pela negligência deliberada.

Impactos para Goiás

Em Goiás, onde o IPASGO já enfrenta colapsos e pacientes oncológicos são vítimas de filas, atrasos e restrições de acesso, o fortalecimento de grupos econômicos na oncologia traz preocupações imediatas:

Quem controla a oncologia controla a vida de milhares de pacientes.

A concentração ameaça a livre concorrência e a sustentabilidade do SUS e do IPASGO.

O risco é que lucro e poder político se sobreponham ao direito fundamental à saúde.

Conclusão: o fio condutor da denúncia à expansão

A coincidência temporal entre a denúncia do cartel da oncologia em Goiás e a notícia do avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas não pode ser ignorada. Estamos diante de um setor estratégico da saúde pública brasileira sendo capturado por grandes interesses financeiros, enquanto pacientes lutam pela vida.

Cabe ao Ministério Público, ao Judiciário e à sociedade civil questionar:

Estamos diante de um investimento legítimo ou da consolidação de um sistema que transforma o câncer em negócio lucrativo às custas da morte de pacientes?

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JORNAL OPÇÃO

Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades

Organizações sociais começam a gerir maternidades a partir desta sexta-feira, 29

A Prefeitura de Goiânia publicou, na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira, 28, a rescisão unilateral dos três convênios firmados com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsáveis por parcerias na gestão das três maternidades da capital. A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, 29.

Os convênios envolviam a Maternidade Nascer Cidadão (MNC), o Hospital e Maternidade Dona Iris e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Segundo os termos assinados pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, os acordos foram encerrados com base nos artigos 78 e 79 da Lei nº 8.666/1993, que trata de licitações e contratos, além de parecer jurídico da Advocacia Setorial da pasta.

Novas gestoras

Com o fim dos convênios com a UFG e a Fundahc, a Prefeitura de Goiânia firmou novos contratos de gestão. A partir de agora, o Instituto Patris, do Mato Grosso, passa a administrar o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com um repasse total de R$ 16,7 milhões.

A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assume o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões. Por fim, a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, gerencia a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) com um contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal para manter as três unidades será de R$ 12,6 milhões.

A mudança de gestão ocorre após um período de crise nos hospitais, marcado por repetidas interrupções nos atendimentos. A situação se agravou em 2024, quando atrasos nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a Fundahc causaram um grande problema.

O ápice da crise foi no início de julho, quando os partos foram suspensos no Célia Câmara devido à falta de pagamento aos anestesiologistas. Pouco tempo depois, as demais unidades limitaram o atendimento apenas a casos de urgência e emergência.

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Assessoria de Comunicação