CLIPPING AHPACEG 02 A 04/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias
https://diariodegoias.com.br/novas-oss-assumirao-maternidades-de-goiania-em-ate-dez-dias/500898/
Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão
https://www.foconacional.com.br/2025/08/exposicao-visoes-compartilhadas.html
Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje
Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio
Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei
Vídeo mostra procedimento estético sendo ensinado em palestra
DIÁRIO DE GOIÁS
Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias
SMS publicou empenhos e escolheu novas organizações sociais para as maternidades públicas, mas contratos ainda não foram assinados
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um comunicado no qual não confirma os nomes e informa que também não assinou os contratos, mas o órgão já escolheu e já empenhou os valores para as novas organizações sociais (OSs) que vão assumir as três maternidades públicas de Goiânia – Nascer Cidadão, Dona Iris e Célia Câmara, o que deve ocorrer nos próximos dez dias. Os empenhos são referentes a três meses na forma de colaboração emergencial.
Conforme consta no Portal da Transparência, vão assumir os serviços a Associação Hospital Beneficente do Brasil (R$ 5,9 milhões), Instituto Patris (R$ 16,7 milhões) e Sociedade Beneficente São José (R$ 15,3 ) para a gestão, respectivamente, da Maternidade Nascer Cidadão, Dona Íris e Célia Câmara. Os valores são pelos serviços até outubro.
Na nota (lei a íntegra ao final), a SMS informa que os instrumentos jurídicos não foram devidamente formalizados – por isso não cita os nomes, apesar de os empenhos já serem públicos. Além disso, destaca que a atual gestora, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) permanece à frente das três unidades.
Os órgãos envolvidos deverão pactuar a transição. A expectativa é de que o processo seja desgastante já que envolve dívidas milionárias deixadas pela gestão anterior, centenas de servidores e cerca de 80 fornecedores, muitos com créditos a receber.
Na semana passada, a Fundahc se manifestou após a publicação da Portaria nº 212/2025 pela Secretaria Municipal de Saúde, criando uma Comissão Especial de Transição para repassar a administração das três unidades às OSs. Na ocasião, salientou que se manteria na gestão até que todos os trâmites legais fossem cumpridos.
Desde que foi notificada sobre o fim do contrato, no dia 28, questionada sobre quais medidas vai adotar, a Fundahc não confirmou se vai buscar a via judicial.
Nesta sexta-feira (1º) a Fundahc não quis comentar o avanço no desligamento da gestão das maternidades com a publicação dos empenhos no Portal da Transparência, embora tenha ciência deles. A instituição encaminhou a mesma nota que a SMS divulgou sobre o processo.
Saída debaixo de atrasos nos repasses e críticas
A fundação deixará os serviços em momento delicado, sob críticas severas do prefeito Sandro Mabel (UB) que aponta preços elevados em relação à qualidade dos serviços, baseado inclusive em um relatório técnico da própria SMS que pontua diversas falhas e descumprimento de metas.
Já a Fundahc vinha apontando as dificuldades enfrentadas para cumprir o contrato a contento devido a atrasos nos repasses pela SMS ao longo de aproximadamente dois anos (da gestão passada). Esses atrasos teriam resultado em uma dívida total de aproximadamente R$ 158 milhões, dos quais mais de R$ 46 milhões são da reserva destinada ao pagamento de direitos trabalhistas dos funcionários que serão desligados.
Comunicado
“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que os termos de colaboração para a gestão das maternidades municipais não foram assinados e que disponibilizará os nomes das organizações sociais assim que os instrumentos jurídicos forem devidamente formalizados.
Até a assinatura dos novos termos a gestão das unidades segue sob responsabilidade da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).
Ambas as instituições atuam para que a transição de gestão, quando houver, ocorra da melhor maneira possível, prezando por um processo ético, digno e, acima de tudo, respeitoso com colaboradores, pacientes, fornecedores e prestadores de serviço.”
Secretaria de Saúde de Goiânia e Diretoria Executiva da Fundahc
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FOCO NACIONAL
Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão
Mostra cultural é fruto de parceria entre o Instituto Rizzo e o Instituto Panamericano da Visão com obras de alunos e professores dos cursos de pintura da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França
De 5 de agosto a 30 de setembro, o Instituto Panamericano da Visão (IPVisão), por meio de parceria cultural com o Instituto Rizzo, receberá a exposição “Visões Compartilhadas”, uma iniciativa que integra arte e humanização em seu espaço. Com cerca de 40 quadros, a mostra ocupará o ambiente de atendimento e recepção do IPVisão, promovendo uma experiência estética para pacientes, acompanhantes e visitantes.
Para a exposição foram convidados artistas plásticos e acadêmicos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. Uma forma de celebrar a arte goiana em suas mais variadas técnicas—óleo, acrílica e colagens—e com um rico diálogo entre tradição e inovação. Segundo Gisele Jacinto Lopes, coordenadora de Artes Visuais do Basileu França, a exposição “Visões Compartilhadas” é fruto de uma parceria muito especial.
“Reunimos alunos e professores dos cursos de pintura em um espaço de trocas, experiências e múltiplas expressões artísticas. Aqui, cada obra revela a identidade de quem a criou, seja por meio da pintura a óleo, acrílica ou colagens, e, ao mesmo tempo, dialoga com as demais em uma construção coletiva. Temos a honra de contar com grandes nomes como Carlos Catini, Alexandre Liah, Fernanda Porto e Liliam Rocha, artistas-professores que, com sua trajetória e sensibilidade, inspiram e compartilham seus processos criativos com os alunos. Também celebramos o talento de novos artistas em formação, que vêm se destacando e mostrando a força da arte em transformação”, destaca.
Para a diretora-executiva do Instituto Rizzo, Gabriela Rizzo, a exposição reforça os valores centrais da instituição. “O Instituto Rizzo se consolida como ponte entre passado e futuro, promovendo preservação cultural, arte e meio ambiente em Goiás. Com ‘Visões Compartilhadas’ damos um novo passo: abrir nossos projetos para uma comunidade mais ampla, usando a arte como elo entre pessoas e suas emoções. Queremos promover trocas reais, fortalecer nossa cultura e valorizar talentos locais”.
Em sintonia, o diretor-geral do Instituto Panamericano da Visão, médico oftalmologista Clausmir Zaneti Jacomini, afirma que a abertura da exposição “Visões Compartilhadas” marca um passo importante na missão do IPVisão de ir além da saúde ocular. “Acreditamos que a arte também cura. Este projeto nasceu do desejo de transformar o ambiente hospitalar em um espaço que acolhe com beleza, cultura e sensibilidade. É uma forma de oferecer mais do que atendimento: oferecer experiências que tocam, emocionam, alegram”, afirma.
Ele destaca ainda que essa é a primeira de uma série de exposições previstas para ocorrer em parceria com o Instituto Rizzo. “Queremos que o IPVisão seja um ponto de encontro entre a medicina e a expressão artística. Essa é apenas a primeira de muitas ações culturais que virão”, completa.
Serviço:
Exposição Visão Compartilhada
Data: 5 de agosto a 30 de setembro de 2025
Local: IPVisão - Av. T-8, n° 171 - St. Marista, Goiânia - GO
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PORTAL G1
Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje
Medicamento tem como princípio ativo a liraglutida. Empresa se torna a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.
A primeira caneta contra obesidade com fabricação própria no Brasil estará disponível nas farmácias a partir desta segunda-feira (4). O medicamento injetável chamado de Olire tem como princípio ativo a liraglutida e foi desenvolvido pela farmacêutica brasileira EMS.
Além da caneta voltada para o tratamento da obesidade, a fabricante também lançou uma caneta indicada para o controle do diabetes tipo 2, chamada Lirux.
Segundo a EMS, os produtos devem ser comercializados com preços a partir de R$ 307,26.
Esses são os primeiros análogos de GLP-1 desenvolvidos e produzidos no Brasil que irão atender a população brasileira.
A empresa ainda ressalta que o produto não é classificado como um medicamento genérico.
"Diferentemente de um genérico, a liraglutida da EMS foi aprovada pela Anvisa como um novo medicamento de ingrediente ativo já registrado no Brasil, pois é fruto de uma inovação tecnológica exclusiva no país", afirma a EMS em nota.A aprovação foi concedida pela Anvisa no final de dezembro e fez com que a farmacêutica se tornasse a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.
A previsão da EMS é produzir 200 mil canetas de ambos os lançamentos ainda em 2025. Em 12 meses, deverão ser disponibilizadas mais de 500 mil unidades no Brasil.
A farmacêutica também já prevê o lançamento de canetas de semaglutida em 2026, quando a patente do medicamento vai expirar no país.
Olire e Lirux
Segundo a fabricante, o Olire age na regulação do apetite, além de melhorar marcadores de risco cardiovascular. É indicado para o tratamento da obesidade.
Já o Lirux é recomendado para o tratamento do diabetes tipo 2. Ambos são marcas de liraglutida da EMS.
Tanto o Olire quanto o Lirux devem ser administrados uma vez ao dia, a qualquer horário e independentemente das refeições. Devem ser injetados por via subcutânea no abdômen, coxa ou parte superior do braço.
Em nota, a empresa afirmou que as canetas serão comercializadas com preço de tabela entre 10% e 20% abaixo das marcas de referência do mercado, "garantindo maior disponibilidade para os milhões de pacientes que necessitam dessas terapias".
Drogas contra obesidade evoluem, prometem maior perda de peso e novos modos de uso
Semaglutida e liraglutida
A semaglutida e a liraglutida ainda são as principais substâncias de canetas injetáveis utilizadas para os tratamentos de diabetes 2 e obesidade.
Os medicamentos reduzem o apetite e dão saciedade. Eles precisam estar inseridos em uma estratégia de tratamento e ser administrados junto ao acompanhamento de um médico.
De acordo com os estudos, a perda de peso alegada é de 6% ao longo de 12 semanas. Mas, enquanto a liraglutida é de uso diário, a semaglutida é semanal.
Entre os principais remédios à base de liraglutida estão o Victoza e o Saxenda. Já o Ozempic e o Wegovy têm como princípio ativo a semaglutida.
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SAÚDE BUSINESS
Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio
A Hapvida firmou contratos para compra e aluguel de áreas imobiliárias destinadas à construção de novas unidades de assistência à saúde no Rio de Janeiro. O investimento total será de aproximadamente R$ 380 milhões.
Este projeto faz parte de um plano de investimento mais amplo de R$ 2 bilhões para construir dez hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Recife, Belém e Campo Grande até 2026. Do montante total, 50% será direcionado a São Paulo, mercado prioritário na nova estratégia de expansão da empresa.
Financiamento do projeto
Dos R$ 2 bilhões de investimento total, R$ 630 milhões virão das reservas de caixa da Hapvida, enquanto o restante será financiado por parceiros, incluindo a gestora de ativos Riza Asset. Em julho, a Riza Asset assinou um acordo de R$ 600 milhões com a Hapvida para construir dois hospitais em São Paulo e Rio de Janeiro por meio de operações built-to-suit. A empresa está negociando parcerias semelhantes.
Leia mais: Hapvida registra lucro líquido de R$ 1,8 bilhão e expande rede própria
Impacto econômico e estratégico
Segundo o Itaú BBA, o plano de expansão da Hapvida é promissor, pois está alinhado com projeções de menor índice de sinistralidade e maiores margens. A expansão no Rio de Janeiro representa um passo estratégico para a empresa, que busca fortalecer sua presença em um dos principais centros médicos do país.
O Rio de Janeiro é reconhecido como um dos polos de turismo médico no Brasil, ao lado de São Paulo, Recife, Curitiba e Porto Alegre, concentrando serviços médicos de qualidade e infraestrutura turística robusta.
A empresa divulgou recentemente seus resultados financeiros para o primeiro trimestre de 2025, com um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões, demonstrando solidez financeira para sustentar seus planos de expansão.
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Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei
Com expansão de centros, estudos multicêntricos e atuação multiprofissional, a Rede aposta na pesquisa clínica como alavanca para inovação e acesso à saúde.
Em um cenário cada vez mais orientado por evidências e inovação, a pesquisa clínica tem se consolidado como uma frente relevante para o avanço do cuidado em saúde. Além de garantir segurança e eficácia a novos tratamentos, essa prática contribui para ampliar o acesso a terapias emergentes e fortalecer a assistência baseada em ciência.
Apesar de o Brasil ocupar a sexta posição no mercado farmacêutico global, sua participação nos estudos clínicos ainda representa cerca de 2% dos ensaios em andamento no mundo. No entanto, o país lidera a América Latina em volume de estudos ativos, com mais de 8.800 registros, segundo dados públicos.
Diante desse cenário, diversas instituições de saúde têm buscado integrar a pesquisa científica à prática assistencial. A Rede Mater Dei de Saúde, por exemplo, tem estruturado iniciativas voltadas ao fortalecimento da pesquisa clínica, incorporando esse eixo às estratégias de gestão hospitalar.
A pesquisa como parte da assitência
Desde a inauguração do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador, em novembro de 2023, a rede vem ampliando sua atuação no campo da pesquisa. A iniciativa busca oferecer suporte qualificado a projetos científicos e ampliar o acesso de pacientes a tratamentos em desenvolvimento.
“O desenvolvimento do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei foi uma provocação da própria diretoria na minha chegada”, relata Jamary Oliveira Filho, coordenador da UTI Neurológica e Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador. “A ideia partiu do José Henrique, Felipe Ligório e outros membros da diretoria, com o objetivo de tornar a pesquisa clínica mais profissionalizada.”
O centro foi apresentado durante o quinto Encontro de Lideranças Médicas e do Corpo Clínico da unidade de Salvador. Com uma estrutura física dedicada e equipe multiprofissional — composta por farmacêutica, secretária executiva, coordenadores e equipe de apoio —, o espaço tem possibilitado a condução de estudos clínicos nacionais e internacionais, em diferentes áreas terapêuticas.
Estrutura integrada favorece agilidade e expansão
A organização da rede — presente em Minas Gerais, Bahia e Goiás —, com protocolos institucionais padronizados e comitê de ética centralizado, tem viabilizado a participação em estudos multicêntricos.
“Temos grupos que interagem entre si com protocolos únicos institucionais. Isso facilita a atração de estudos clínicos multicêntricos para serem desenvolvidos dentro da rede”, afirma Jamary. Segundo ele, quando um projeto é aprovado em uma das unidades, há possibilidade de implementação simultânea em outras, o que pode otimizar tempo e ampliar o recrutamento.
Entre os estudos já realizados, estão pesquisas voltadas à fibrose pulmonar, rinite e doenças pulmonares intersticiais. Novos projetos, relacionados a condições como Parkinson, Alzheimer e AVC, encontram-se em fase de recrutamento.
“Esses tratamentos novos são oferecidos aos pacientes da instituição, que participam de forma voluntária (…) É uma chance de acesso a terapias que muitas vezes não são custeadas pelo SUS ou pelos planos de saúde”, pontua o coordenador.
Segundo Jamary, a integração entre os times assistenciais e os projetos de pesquisa ocorre de forma articulada, especialmente em situações clínicas que esgotaram as opções terapêuticas convencionais.
“As doenças e a medicina têm limites, que estão justamente nas pesquisas. Quando o paciente esgota as linhas de tratamento disponíveis, a pesquisa clínica pode ser a única alternativa”, explica.
Formação de pesquisadores e governança regulatória
A entrada de novos estudos pode ocorrer tanto por meio da articulação direta do centro com patrocinadores quanto por propostas apresentadas por investigadores vinculados à instituição.
“Como temos pesquisadores experientes em recrutamento, muitas vezes são eles que recebem diretamente o convite de patrocinadores”, afirma Jamary. “Nesse caso, avaliamos o interesse institucional e viabilizamos a infraestrutura para conduzir o projeto.”
A condução dos estudos clínicos na rede segue as diretrizes das boas práticas clínicas internacionais, com auditorias promovidas por patrocinadores, agências reguladoras e entidades independentes. “Todas as pesquisas são auditadas externamente, e precisamos disponibilizar toda a documentação. Isso aumenta a confiabilidade dos resultados gerados”, detalha.
A capacitação de profissionais também é uma frente considerada prioritária. Para garantir a qualidade desde o início, o centro recrutou profissionais com experiência prévia em pesquisa. Ao mesmo tempo, promove a formação de novos pesquisadores, com orientação individualizada.
“Faço reuniões frequentes com quem quer conduzir seu primeiro estudo. É importante que entenda o trabalho envolvido, mas também os benefícios de desenvolver essa carreira como médico pesquisador”, reforça.
Segundo o coordenador, a pesquisa clínica representa hoje uma das frentes em expansão dentro da rede. “Essa é uma das áreas mais desafiadoras e promissoras dentro da rede hoje. A pandemia nos mostrou como a ciência pode responder rapidamente a problemas complexos. Mas diariamente enfrentamos doenças que ainda não têm solução. A pesquisa é o caminho”, afirma.
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PORTAL ND+
‘Se meteram onde não devem’: Procon e CRM sofrem ameaça em evento de estética em Florianópolis
Fiscais do Procon apuravam irregularidade em congresso sobre harmonização facial; bilhete encontrado no carro continha ameaças ao Procon e ao CRM
uatro fiscais, dois do Procon e dois do CRM (Conselho Federal de Medicina), sofreram represálias, na última quinta-feira (31), durante uma operação no Congrehof (Congresso de Harmonização Facial, Corporal e Saúde Integrativa) que acontece no CentroSul em Florianópolis. O evento continua neste sábado (2).
A operação partiu de uma denúncia sobre falta de qualificação dos palestrantes, que estariam ensinando procedimentos exclusivos a médicos, como harmonização corporal e glútea, a um público leigo. O ingresso do evento chega a custar R$ 3.394,00.
Segundo a Resolução 1.718/2004 do Conselho Federal de Medicina, “é vedado o ensino de atos médicos privativos, sob qualquer forma de transmissão de conhecimento, a profissionais não-médicos”.
Quais foram as ameaças ao Procon e ao CRM
O motivo da operação chegou a ser questionado pelos representantes do evento e, segundo o Procon, os organizadores do evento tentaram barrar a entrada dos agentes.
O Procon tem poder de polícia, então a sua entrada no congresso não poderia ser impedida. Por isso, os fiscais ameaçaram acionar a Polícia Civil para permitir o acesso ao evento.
Um bilhete com ameaças ao Procon e ao CRM foi encontrado no carro dos agentes. Na mensagem estava escrito “vieram se meter onde não devem”.
Órgãos se posicionam sobre ameaças ao Procon e ao CRM
Em notas, o Procon e o CRM repudiaram as ameaças e minimizaram a intimidação. Andréa Antunes, presidente do CRM, disse que o órgão “irá seguir firme contra o exercício ilegal da medicina”.
Já a delegada Michele Alves, diretora do Procon SC, afirmou que as ações do órgão vão continuar para “garantir a segurança do consumidor catarinense, principalmente em relação à saúde”.
Notificações e possíveis irregularidades
No material de divulgação do congresso não constava o número de registro dos respectivos órgãos de classe dos palestrantes, de modo que não era possível saber se os profissionais são registrados.
O CRM verificou os registros e, após a fiscalização, a Congrehof divulgou nesta sexta-feira (1°), segundo dia do evento, o número de registro nos respectivos órgãos de classe dos palestrantes.
A operação também buscou coibir o ensino de práticas médicas para não médicos. Conforme o CRM, o evento não limitou as inscrições para profissionais da área da saúde e qualquer pessoa poderia se inscrever e aprender procedimentos técnicos que estavam sendo expostos.
De acordo com o CRM, as medidas administrativas e judiciais pertinentes serão avaliadas após conclusão do relatória de vistoria.
Ainda, o Procon notificou alguns expositores que estavam ofertando produtos sem indicação de preço, o que, segundo o órgão, foi rapidamente adequado após a ação.
Organizadores não concordam com ameaças ao Procon e ao CRM
A organização do evento repudiou as ameaças ao Procon e ao CRM e disse que se solidariza com os fiscais. Ainda, afirmou que está auxiliando os órgãos de segurança a identificar a origem desse bilhete. No entanto, a violação da norma do CFM foi rebatida.
“Foi informado que os fiscais tentaram identificar uma possível infração do código de ética, com o uso de técnicas exclusivas do profissional médico para lições e ensinamentos para profissionais não médicos, o que não se verificou”, disse o advogado da Congrehof, Luis Burtet.
A reportagem questionou a Congrehof sobre os requisitos para inscrições nas palestras, mas até o momento de publicação não teve retorno. A organização do evento também não se manifestou sobre a tentativa de barrar os fiscais. O espaço segue aberto.
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Assessoria de Comunicação