CLIPPING AHPACEG 25/07/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Setor hospitalar alerta para riscos operacionais com reciprocidade do Brasil a tarifas dos EUA
Novas OSs devem assumir maternidades municipais de Goiânia em até 90 dias
IMAS prevê cobrança a todos os beneficiários com variação de acordo com a idade
'Hospitais maiores são melhores e mais eficientes', diz Paulo Moll, da Rede D'Or
Anvisa suspende o uso do medicamento de terapia avançada ELEVIDYS® (delandistrogeno moxeparvoveque)
JORNAL OPÇÃO
Setor hospitalar alerta para riscos operacionais com reciprocidade do Brasil a tarifas dos EUA
O setor de saúde privada de Goiás entregou um documento elencando sérias preocupações com a possibilidade da aplicação da reciprocidade em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A maior parte dos insumos usados em hospitais além de equipamentos e instrumentos são importados dos EUA.
Thiago Salinas CEO da indústria farmacêutica Halex Istar destacou a dependência da embalagem do soro fisiológico que vem dos Estados Unidos e o fato de que a troca de fornecedores exigiria anos de aprovação regulatória, comprometendo o abastecimento. “O principal custo está na embalagem, e ela é vinda diretamente dos Estados Unidos”, alertou. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada.
O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Renato Daher, indicou o risco de “desabastecimento de alguns produtos estratégicos, como equipamento de imagem e OPME [Órteses, Próteses e Materiais Especiais]”.
Ele alertou que o anunciado aumento de 50% na tarifação de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos poderá desencadear reações negativas no mercado, similares às vivenciadas durante a pandemia de Covid-19, gerando aumentos de insumos, como contrastes usados em exames de imagem e imunoglobulina, além de peças de manutenção e equipamentos médico-hospitalares.
“A quase totalidade dos equipamentos de imagem, insumos farmacêuticos de ponta, órteses, próteses e materiais especiais (OPME) utilizados em nossos hospitais é importada, com grande concentração de fornecedores americanos. A dependência estratégica em equipamentos de imagem, OPMEs e reagentes de diagnóstico, para os quais não há substitutos nacionais ou de outros mercados a curto prazo, posiciona o setor de saúde em um estado de extrema vulnerabilidade”, afirmou.
Daher ainda enfatizou que a saúde está em alerta máximo. A reciprocidade de uma tarifa de 50% sobre os produtos médicos e farmacêuticos vindos dos EUA não é um problema somente comercial, mas sim uma ameaça direta a saúde pública e à estabilidade do sistema em Goiás.
O documento entregue pela Ahpaceg ao governador, apresenta algumas propostas para mitigar uma possível crise, incluindo acesso ao crédito, que é umas das alternativas já apresentadas pelo Estado.
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A REDAÇÃO
Novas OSs devem assumir maternidades municipais de Goiânia em até 90 dias
Nomes ainda não foram divulgados
Conforme já havia adiantado, mesmo sem muitos detalhes, o prefeito Sandro Mabel confirmou, nesta quinta-feira (24/7), a troca definitiva na gestão das três principais maternidades da rede municipal de Goiânia. Assim, dentro de até 90 dias, Célia Câmara, Nascer Cidadão e Dona Íris estarão sob gestão de novas Organizações Sociais (OSs). Os nomes das entidades, segundo divulgou o jornal O Popular, serão anunciados em até 20 dias.
A decisão marca o fim da parceria com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que hoje administra as três unidades. De acordo com o próprio Mabel, o acordo atual custa quase R$ 20 milhões por mês. Os contratos com as novas OSs serão emergenciais, com duração de até um ano e valor mensal total estimado em R$ 12,5 milhões.
Em nota, a Fundahc disse que mais de 1,2 mil profissionais trabalham nas três maternidades, além de equipes médicas de 18 empresas prestadoras de serviço.
A Fundação alegou ainda que até o momento não recebeu qualquer notificação oficial da Prefeitura de Goiânia sobre o encerramento dos convênios de gestão. Por isso, não há procedimentos jurídicos em curso com efeito prático e imediato.
"A falta de definições oficiais, acarreta prejuízos aos serviços prestados, impactando diretamente a população que necessita de atendimento de qualidade, os trabalhadores que se dedicam diariamente à oferta de assistência humanizada e os fornecedores, que seguem como nossos parceiros, mesmo diante de altos valores em aberto", conclui o documento.
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RÁDIO CBN GOIÂNIA
IMAS prevê cobrança a todos os beneficiários com variação de acordo com a idade
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REVISTA VEJA
'Hospitais maiores são melhores e mais eficientes', diz Paulo Moll, da Rede D'Or
Maior grupo hospitalar do Brasil defende o modelo em rede em detrimento de estruturas verticalizadas, para melhor controle de custos e alocação de capital
Paulo Moll, de 44 anos, cresceu em um ambiente hospitalar. Não entre médicos ou macas, mas entre faturas e recibos de serviços de saúde. Ele vivia num apartamento de três quartos no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com os pais Alice e Jorge Moll e quatro irmãos. Nos primeiros anos da década de 1980, ali funcionava a parte administrativa do Grupo Labs, então um ainda discreto laboratório de análises clínicas. Eram doze funcionários entrando e saindo da residência todos os dias. Enquanto o pai lutava para colocar o negócio de pé, o pequeno Paulo passava os fins de semana ajudando como podia: carimbando guias de convênios. "É a primeira lembrança que eu tenho. A gente viveu muito o início da empresa", disse o empresário a VEJA NEGÓCIOS. Naquele ambiente onde ele deu seus primeiros passos, nasceu também o que viria a ser a Rede D'Or: um império com oitenta hospitais, uma seguradora de saúde (a SulAmérica) e mais de 13 bilhões de reais de faturamento. na entrevista a seguir.
A Rede D'Or surgiu a partir de pequenos laboratórios de análises clínicas fundados por seu pai no fim da década de 1970. Como foi o começo? A família sempre acreditou muito no negócio. A primeira lembrança que eu tenho é da área administrativa do Grupo Labs, então um negócio de médio porte, dentro do nosso apartamento. Foi a forma que meu pai encontrou de controlar custos. Nos fins de semana, ainda muito pequeno, lembro que eu ficava carimbando guias de convênio, ajudando no faturamento. Na época, o meu pai já tinha a visão de que o Rio de Janeiro precisava de grandes hospitais privados. Era uma carência da cidade, mas ele só conseguiu construí-los no fim dos anos 1990. Foi um movimento muito ousado, mas que deu certo.
Oficialmente, você começou a trabalhar na operação em 2002. Foi difícil assumir um negócio de família? Foi um período muito duro e de altos investimentos - apesar da dificuldade de acesso ao mercado de capitais. A gente captava recursos com prazos curtos e juros altos. Era sempre um estica e puxa para pagar a folha no fim do mês. Na minha primeira semana, conseguimos captar uma linha de crédito num banco médio de Minas Gerais. Voltamos superfelizes. Mas não tínhamos ainda a taxa - que seria altíssima. Só de conseguir o recurso já era motivo de comemoração. Enfrentávamos muitos desafios financeiros.
Quando a Rede D'Or deu um salto em sua operação? Atingimos um nível de maturidade em 2010 e fizemos uma operação de debêntures conversíveis com o BTG Pactual. Efetivamos a compra da Rede São Luiz e entramos em São Paulo. Depois, tivemos fôlego com a entrada do Fundo Soberano de Singapura (GIC), em 2015, e do fundo Carlyle, em 2018, até o IPO (oferta pública de ações), em 2020. Sempre mantendo as nossas convicções e não tendo receio de tomar decisões diferentes daquelas que a maioria das outras empresas ou que o mercado estavam adotando.
Quais foram essas decisões do mercado que vocês não acompanharam? De 2020 em diante, aconteceram aquisições bilionárias dentro do setor, das quais a gente não participou, entendendo que não ofereciam o retorno adequado.
O setor viveu esse boom de aquisições e agora está mais parado. A que se deve isso? Há alguns anos, o custo de capital no estava muito baixo, acompanhando a taxa de juros. Como consequência, muitas empresas foram precificadas com valuations esticados. Abrimos o capital em bolsa mais valorizados do que se fosse hoje. Quando os retornos comprimiram, porque existia uma competição maior pelos ativos devido à concorrência, voltamos a nossa energia para a expansão orgânica. Mas fizemos algumas aquisições, sim, de hospitais de tamanho médio onde não enfrentamos competição.
A Rede D'Or avalia novas aquisições? Não temos problema nenhum em enfrentar pressão e questionamentos pelo fato de não estarmos tão ativos no mercado quanto sugere nosso histórico, mas as aquisições estão a preços que não permitem retornos adequados. Temos disciplina de capital, porque estamos sempre sujeitos a choques na taxa de juros, como vimos recentemente. Muitas empresas que estavam expostas, altamente alavancadas, acabaram tendo uma dificuldade bastante grande. No momento em que os preços caírem, não teremos problemas em acelerar o crescimento inorgânico.
Presente em treze estados, além do Distrito Federal, qual é a próxima fronteira de expansão? Não queremos nos internacionalizar. Nossa energia para os próximos anos está focada em executar um plano de expansão expressivo no . Eventualmente, podemos ter oportunidades em estados onde não atuamos, mas nosso foco é em locais onde já temos presença.
A Rede D'Or cresce com pouco dinheiro emprestado, ao contrário dos principais concorrentes. Qual é o segredo? Não tem segredo. A nossa posição hoje é fruto de um trabalho consistente de décadas. Meus pais foram ter alguma reserva fora da operação só em 2010. Até então, tiravam o suficiente para pagar as contas e o resto era tudo reinvestido no negócio. Tínhamos pouco acesso a capital, então eles avalizavam tudo na pessoa física. Até o apartamento onde minha mãe vive hoje, na Lagoa Rodrigo de Freitas, esteve em risco em algum momento, dado como garantia a empréstimos para a empresa. Eles colocaram tudo em risco e mais um pouco. Isso nos deu muita disciplina na nossa atual alocação de capital e no compromisso com o longo prazo da companhia.
No setor, muito se fala em hospitais verticalizados, vinculados a uma operadora de saúde, para otimização de custos, o que não é o caso de vocês. Por que não foram por esse caminho? É muito importante que redes verticalizadas, que atuam no mercado de baixo ticket, consigam ter um absoluto controle de tudo o que está sendo ofertado aos clientes para que possam oferecer produtos na casa de 200 ou 300 reais, mas não estamos competindo por esse mercado de preço baixo. A gente quer ter preferência pela qualidade.
Ao recusar o modelo de verticalização, o grupo optou por atuar em rede. Quais as vantagens disso? No , o tamanho médio de um hospital é de sessenta leitos, o que torna muito difícil ter eficiência, capacidade de investimento, equilíbrio financeiro e qualidade. Muitos estão, infelizmente, fechando as portas. Nos últimos dez anos, o país perdeu cerca de 500 hospitais privados. Por isso, precisamos de hospitais maiores e mais modernos. Ao operar em rede, temos uma redução de custo muito importante nas áreas administrativas e na aquisição de insumos, em função da escala. Assim, a gente libera recursos para investir em outras frentes. Temos capacidade de fazer hospitais mais eficientes porque são maiores.
Por que é mais difícil operar um hospital pequeno? Na Rede D'Or, só 4% da nossa receita vai para o pagamento do centro de serviço compartilhado. Um hospital individual, com sessenta leitos, chega a gastar 15% nessa frente. Quando você libera esse gasto, consegue investir em melhores experiências para médicos e pacientes. O país precisa disso.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. Em caso de reciprocidade, a taxação de produtos americanos afetaria a Rede D'Or? Nossos contratos de insumos são de longo prazo e determinados em reais, com multinacionais que atuam no . Então (uma reciprocidade) não deve impactar. Já para importação de grandes equipamentos, renovação de parque tecnológico, com uma mudança de alíquota, obviamente aumentaria o custo do meu investimento. Mas temos fornecedores no mundo inteiro. Há alternativas no Japão ou na Europa.
"No , o tamanho médio de um hospital é de sessenta leitos, o que torna difícil ter eficiência e qualidade"
Em 2022, a Rede D'Or adquiriu a seguradora SulAmérica. Ainda há sinergias a explorar? Temos oportunidades. Estamos no início de uma revolução tecnológica com a ascensão da inteligência artificial. Isso vai permitir que a gente ganhe eficiência, principalmente em tarefas administrativas. Na seguradora, a gente fez um esforço bastante grande de redução de custos e redesenho de produtos. Incentivamos a venda de planos com coparticipação. Isso nos dá a possibilidade de oferecer planos mais competitivos.
A relação entre hospitais e operadoras de saúde nem sempre é harmoniosa. Como lidam com isso? No e no mundo, essa é uma fricção histórica. As negociações de pagamento, reajustes e glosas são sempre muito duras. Mas estamos caminhando para uma relação mais equilibrada. O fato de atuarmos nas duas pontas nos dá tranquilidade: quando um lado está pressionado, o outro está melhor. É uma relação espelhada.
O grupo reduziu em 21% sua projeção de entrega de novos leitos hospitalares de 2025 a 2028, passando de 4 036 para 3 203 leitos. A que se deve esse movimento? A gente espera um ciclo de queda da taxa de juros, mas esse movimento não teve nada a ver com custo de capital. Na realidade, tivemos que fazer adequações de contratos comerciais. No pós-pandemia, algumas operadoras que não tinham reservas enfrentaram dificuldades. Por isso, a gente acabou reduzindo parcerias e até descontinuando algumas. Isso adiou o nosso plano de expansão.
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ANVISA
Anvisa suspende o uso do medicamento de terapia avançada ELEVIDYS® (delandistrogeno moxeparvoveque)
Como se trata de um produto inovador, complexo e de uso restrito, qualquer dúvida razoável sobre seu perfil de segurança exige ação regulatória imediata.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que decidiu, por medida de precaução, suspender temporariamente a comercialização, distribuição, fabricação importação, propaganda e uso do medicamento de terapia gênica Elevidys® (delandistrogeno moxeparvoveque) no Brasil. A suspensão vale até que sejam integralmente esclarecidas as recentes incertezas de segurança relacionadas a relatos de casos fatais de insuficiência hepática aguda em pacientes tratados com o produto nos Estados Unidos. Confira a RE 2813/2025, publicada na Edição Extra do Diário Oficial desta quinta-feira (24/7).
Essa decisão foi tomada à luz de novas informações regulatórias divulgadas pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, que relata três óbitos associados ao uso de produtos de terapia gênica com a tecnologia vetorial AAVrh74, desenvolvida pela empresa Sarepta Therapeutics, sendo dois casos em pacientes pediátricos não deambuladores com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) tratados com Elevidys® e um terceiro caso em paciente adulto com Distrofia Muscular de Cinturas, que utilizaram produto de terapia gênica experimental baseado no mesmo vetor viral. Os eventos envolveram evolução para insuficiência hepática aguda com desfecho fatal. Destaca-se que a empresa Sarepta Therapeutics é a responsável pelo registro do Elevydis® nos Estados Unidos.
Uso autorizado no Brasil
No Brasil, o registro do Elevidys® foi concedido à empresa Roche Farma Brasil em dezembro de 2024, em caráter excepcional, exclusivamente para pacientes pediátricos deambuladores (que andam) na faixa etária de 4 a 7 anos com mutação confirmada no gene DMD, e condicionado a monitoramento intensivo de segurança e confirmação de eficácia de longo prazo, conforme a RDC nº 505/2021.
Nenhum dos casos fatais acima relatados ocorreu no Brasil. Tais óbitos se referem a cenários clínicos com indicações não autorizadas pela Anvisa, conforme divulgado pela Agência, em 17 de junho de 2025, referente aos dois casos iniciais. Matéria completa no link: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/atualizacoes-sobre-o-uso-do-medicamento-de-terapia-avancada-elevidys-r-delandistrogeno-moxeparvoveque
Interrupção nos Estados Unidos e outros países
É relevante destacar que a empresa Sarepta atendeu a uma solicitação da FDA e interrompeu voluntariamente a distribuição do medicamento Elevidys® para todos os pacientes, incluindo aqueles deambuladores e não deambuladores, nos Estados Unidos (Link: https://investorrelations.sarepta.com/news-releases/news-release-details/sarepta-therapeutics-announces-voluntary-pause-elevidys ).
De forma semelhante, a Roche comunicou a suspensão voluntária e temporária do fornecimento de Elevidys® para novos pacientes deambuladores com DMD em países fora dos Estados Unidos que dependem exclusivamente da aprovação da FDA para uso local do produto, além daqueles com programas assistenciais específicos. Após articulação com a Anvisa, a empresa Roche decidiu suspender voluntariamente, também no Brasil, a disponibilização do produto Elevidys® com as devidas comunicações técnicas aos profissionais da saúde brasileiros.
Embora os casos de óbito tenham ocorrido em perfil de pacientes para os quais o Elevidys® não está indicado no Brasil e não haja, até o momento, relatos de problemas relacionados à sua aplicação no país, a Anvisa decidiu suspender temporariamente o uso do produto. A decisão foi tomada de forma cientificamente prudente e preventiva, diante do surgimento de novos dados internacionais que apontam para hepatotoxicidade grave com desfecho fatal.
Desta forma, apesar da situação restritiva e controlada do uso no Brasil e da experiência internacional com mais de 700 pacientes tratados sem óbitos na população deambuladora, a suspensão temporária do uso do produto, como medida preventiva, em alinhamento com a empresa Roche, tem o objetivo de:
Garantir a segurança dos pacientes brasileiros, que deve sempre prevalecer sobre qualquer outra consideração;
Permitir a avaliação aprofundada dos sinais de risco hepático emergentes nos Estados Unidos;
Discutir, com base nos novos achados e correlações, possíveis aprimoramentos e ajustes no plano de gerenciamento de risco e nas estratégias de manejo clínico, se necessário, antes de eventual retomada da comercialização.
Como se trata de um produto inovador, complexo e de uso restrito, qualquer dúvida razoável sobre seu perfil de segurança exige ação regulatória imediata.
Conforme estabelece o art. 11 da RDC nº 505/2021, a Anvisa pode, a qualquer tempo, solicitar provas adicionais de segurança e eficácia, bem como aplicar medidas regulatórias cautelares, inclusive a suspensão temporária da importação, comercialização e distribuição do produto, até que a relação benefício-risco seja novamente considerada favorável. A RDC 948/2024 determina que em caso de novas evidências demonstrem que o medicamento regularizado deixou de ter relação benefício/risco positiva, a regularização sanitária poderá ser suspensa quando medidas preventivas e cautelares podem ser adotadas.
Informa-se que a Anvisa segue em articulação com a FDA, dos Estados Unidos e com PMDA (Pharmaceuticals and Medical Devices Agency), agência reguladora do Japão, para o aprofundamento do monitoramento contínuo da segurança, qualidade e eficácia do Elevidys®. Informa-se que o Elevidys® está registrado no Brasil, Estados Unidos e Japão.
Entenda melhor sobre o monitoramento do Elevidys® no Brasil
No Brasil, o registro do Elevidys® foi concedido em dezembro de 2024, em caráter excepcional, exclusivamente para pacientes pediátricos deambuladores (4 a 7 anos) com mutação confirmada no gene DMD, e condicionado a monitoramento intensivo de segurança e confirmação de eficácia de longo prazo, conforme a RDC nº 505/2021. Segundo informações da empresa Roche foram tratados com o produto cerca de 10 pacientes brasileiros.
Até 24 de julho de 2025, foram recebidas na Anvisa três notificações de eventos adversos pela empresa Roche, todos no ano de 2025.
De acordo com a análise de causalidade dos eventos adversos, dois deles foram classificados como prováveis e com evolução favorável e compatível com os efeitos já descritos em bula e observados nos estudos clínicos. Destacam-se: aumento de enzimas musculares (creatina quinase), sendo um efeito demonstrado na referida terapia gênica para DMD, possivelmente relacionado à resposta imune ao vetor AAV ou à expressão de microdistrofina em fibras musculares afetadas; e sintomas gastrointestinais, que podem estar relacionados a corticoterapia (usada para supressão imunológica).
Observou-se também aumentos das enzimas hepáticas e hepatite. A toxicidade hepática é um risco documentado com vetores AAV, devido ao seu tropismo hepático. A hepatite pode ser mediada por resposta imune ao vetor ou ao transgene.
Cabe ressaltar que o terceiro caso notificado no Brasil apresentou nexo causal improvável com o uso do Elevidys®, sendo o quadro clinicamente compatível com uma infecção viral grave (Influeza A), exacerbada por imunossupressão, resultando em óbito. A bula do Elevidys® recomenda adiar a administração em casos de infecção ativa e preconiza a vacinação como mecanismo preventivo.
Os eventos notificados no Brasil relacionados ao Elevidys®, até o momento, não configuram sinal de segurança novo ou inesperado à saúde na população de pacientes brasileiros deambuladores com DMD. A bula brasileira já inclui alertas específicos sobre risco de lesão hepática grave, e recomendações de precaução para pacientes com comprometimento hepático ou infecção hepática crônica, dentre outras advertências relacionadas, como infecções concomitantes e consequências de imunossupressão devido ao uso de corticoides. Em pesquisa nesta quinta-feira (24/7/2025) ao VigiMed, não foram identificados novos casos, além dos 3 já notificados.
A Anvisa reforça seu compromisso com a proteção da saúde da população, com o rigor técnico regulatório e com o acesso seguro e responsável às terapias avançadas no Brasil.
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Assessoria de Comunicação