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CLIPPING AHPACEG 04/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento
A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico
https://medicinasa.com.br/essencia-do-cuidado/
Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa
https://medicinasa.com.br/hev-pediatria-colaborativa/
O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas
https://medicinasa.com.br/custo-invisivel-hipertensao/
Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas
https://medicinasa.com.br/ciencia-avanca-saude-recua/
Diversidade também é competência em saúde
https://medicinasa.com.br/diversidade-competencia-saude/
Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte
https://ohoje.com/2025/11/03/intoxicacao-medicamentosa-entenda-o-que-e/
Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil
Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde
Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos
AFINA MENINA
Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento
O mercado de saúde privada no Brasil atravessa uma fase de expansão que tem impulsionado modelos de negócio escaláveis, como as franquias médicas. Com mais de 291 mil clínicas médicas particulares em operação e crescimento superior a 20% nos últimos cinco anos, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), há um movimento claro rumo à conveniência e ao atendimento humanizado.
Nesse cenário, as clínicas ambulatoriais especializadas ganham protagonismo ao oferecer tratamentos menos invasivos e alta no mesmo dia. Como destaca a cirurgiã vascular Camila Kill: “Hoje é possível tratar varizes com métodos minimamente invasivos, como o Endolaser, que dispensa internação e cortes, permitindo alta no mesmo dia. Essa conveniência, somada à segurança, é o que o paciente contemporâneo procura.” A padronização de protocolos e o treinamento das equipes em rede também ampliam o acesso a tecnologia antes restrita a hospitais.
O modelo de franquias médicas oferece estrutura, padronização de processos e suporte administrativo, permitindo que médicos se concentrem no cuidado ao paciente sem abrir mão da gestão eficiente. “A medicina mudou. O profissional de hoje precisa entender de finanças, marketing, gestão de pessoas e experiência do paciente. O modelo de franquia permite que ele empreenda com suporte, sem abrir mão da qualidade assistencial”, observa o cofundador da rede.
A estratégia de expansão vem acompanhada de uma aposta em formação. O lançamento do Vascularte Academy, por exemplo, tem foco na capacitação de cirurgiões vasculares e equipes clínicas, com cursos sobre técnicas ambulatoriais, atendimento humanizado e gestão de clínicas. “A medicina do futuro passa por esse equilíbrio entre conhecimento técnico e capacidade de gestão”, afirma Camila Kill. O projeto pretende formar profissionais completos, capazes de combinar excelência técnica e visão empreendedora.
Com crescimento dos serviços privados e demanda por atendimento personalizado e preventivo, o modelo ambulatorial e a franquia médica se consolidam como alternativas relevantes para ampliar acesso, qualificar o atendimento e profissionalizar a gestão das clínicas. Texto produzido com dados da assessoria de imprensa.
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MEDICINA S/A
A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico
Há algo na prática médica que transcende o gesto técnico. É o olhar atento, a escuta paciente, o silêncio que antecede a palavra certa. Cada anamnese é um exercício de sensibilidade e de discernimento: compreender o que é relevante na história, entre exames e relatos, e decidir com responsabilidade diante da singularidade de cada pessoa.
Ser médico é entender que a ciência orienta nossas condutas, mas nem sempre acompanha o tempo da vida. A ciência avança em ritmo próprio, em laboratórios e em publicações; já a medicina exige decisões imediatas, na presença do paciente, diante de um conjunto de variáveis humanas e emocionais que nenhum protocolo contempla por completo.
É nesse espaço — entre o conhecimento técnico e o encontro humano — que nasce a verdadeira arte do cuidado. O médico é, ao mesmo tempo, cientista e intérprete do sofrimento. Sua missão é traduzir o conhecimento em acolhimento, unir empatia, ética e resultado em um gesto de confiança.
A carreira médica, especialmente nos primeiros anos, tem se tornado cada vez mais desafiadora. Exige atualização constante, pensamento crítico e discernimento ético. Já não basta o “como eu faço”, mas o “como se faz”, respaldado em evidências, boas práticas e sensibilidade.
Ser médico também se tornou mais complexo. O paciente chega informado — muitas vezes mal informado — pelas redes e por fake news. A incorporação de novas tecnologias e o custo crescente da saúde fazem com que o cuidado seja um ato que demanda conhecimento, mas também bom senso e equilíbrio. O mesmo impulso que leva o médico a aplicar o que há de mais moderno pode esbarrar nas limitações econômicas e estruturais do sistema.
Hoje, cuidar significa compreender que o ato médico acontece em rede. É uma relação que envolve o paciente, os profissionais, o sistema de saúde e a sociedade. O bom exercício da medicina depende do diálogo entre todos esses atores e da construção coletiva de um ambiente que valorize o conhecimento e priorize o bem-estar das pessoas.
A medicina que praticamos é feita de presença e precisão — e também de perguntas. É uma medicina que escuta, observa e transforma. Ser médico é viver nesse equilíbrio: entre a técnica e a humanidade, entre a ciência e o tempo de cada paciente. É uma escolha diária pela responsabilidade e pela vida.
*Luiz Antonio Nasi é Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento.
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Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa
O Hospital Edmundo Vasconcelos está transformando a experiência de atendimento pediátrico com um modelo inovador: a Pediatria Colaborativa, que conecta o pediatra plantonista ao médico que já acompanha a criança. A proposta garante integração das informações clínicas, continuidade do tratamento e mais segurança para pacientes e famílias, um formato ainda pouco comum entre hospitais brasileiros.
Essa comunicação transparente e integrada traz mais tranquilidade para as famílias e fortalece o vínculo de confiança entre médico, paciente e instituição. Todos os exames realizados no hospital ficam disponíveis para o pediatra responsável pela criança, o que assegura acompanhamento contínuo e cuidado de qualidade.
“Nosso objetivo é que cada atendimento, mesmo em situações emergenciais, seja uma experiência de cuidado integral, segura e acolhedora. A Pediatria Colaborativa traduz nosso compromisso com a saúde e o bem-estar das crianças e de suas famílias”, conclui Wallace Gaspar, pediatra do Hospital.
Outro destaque é a composição da equipe: 100% dos profissionais de plantão são pediatras titulados, qualificados para atender situações agudas com agilidade e precisão. O hospital também conta com ambulatório de especialidades pediátricas, que permite dar sequência ao tratamento iniciado no pronto-socorro, proporcionando resolutividade e acolhimento aos pequenos pacientes.
De acordo com Wallace, é natural que, ao longo da infância, surjam situações que gerem dúvidas sobre a necessidade de uma visita ao pronto-socorro, especialmente em casos de febre, tosse ou mal-estar. “Com informação e orientação adequadas, os pais podem agir com mais segurança, sabendo reconhecer quando o atendimento imediato é realmente necessário”, conclui o médico.
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O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas
O que durante décadas simbolizava saúde perfeita agora acende um sinal de alerta. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), reclassificou como pré-hipertensão os níveis de 120/80 mmHg a 139/89 mmHg, o antigo “normal alto”.
A atualização, alinhada às novas recomendações da American Heart Association (AHA), redefine o que é considerado ideal e amplia o número de pessoas que precisam de atenção médica e monitoramento. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Pessoas que antes eram consideradas saudáveis agora fazem parte de um grupo que exige vigilância precoce e mudança de estilo de vida, e essa revisão reforça o valor do diagnóstico antecipado e da prevenção estruturada.
A hipertensão arterial deixou de ser um problema de gerações mais velhas e passou a se manifestar cada vez mais cedo. Uma análise conduzida pela Funcional, com base em 1,2 milhão de vidas ativas em seu Benefício Farmácia, mostra que 27% dos colaboradores em uso de medicamentos para controle da pressão arterial têm entre 30 e 40 anos, representando um aumento de 20% em apenas um ano.
O fenômeno revela uma tendência clara: estamos mapeando o risco cardiovascular mais precocemente para adultos jovens, impulsionado por uma série de possíveis causas, como estresse corporativo, longas jornadas, sono irregular e alimentação inadequada. Trata-se de um desafio silencioso, mas com alto impacto econômico. O controle da hipertensão não é apenas uma questão clínica, é um tema de sustentabilidade e produtividade.
O custo invisível do não controle
As doenças cardiovasculares seguem entre as principais causas de internações e afastamentos no Brasil. A sinistralidade média das operadoras médico-hospitalares chegou a 82,2% em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pressionando diretamente os reajustes dos planos empresariais.
Grande parte desses custos é gerada por condições evitáveis, como o acidente vascular cerebral (AVC), uma das consequências mais graves da hipertensão não controlada. Ele é a ponta mais visível de um problema que começa antes, e pode ser prevenido com acompanhamento médico e adesão ao tratamento. De acordo com o “Estudo econômico sobre o tratamento dos casos de acidente vascular cerebral no Brasil: revisão integrativa”, o custo médio de uma internação por AVC ultrapassa R$ 55 mil em hospitais privados, e as sequelas costumam resultar em meses de afastamento e queda de produtividade.
Por outro lado, pacientes hipertensos que mantêm a pressão arterial controlada reduzem o risco de AVC em até 50% e o de infarto em cerca de 40%, o que significa menos internações, menos afastamentos e maior produtividade. A prevenção, nesse contexto, é um investimento com retorno mensurável, não um custo adicional.
A nova diretriz amplia o papel das empresas na promoção da saúde. Organizações que implementam check-ups baseados em dados, monitoram a adesão medicamentosa e incentivam programas de bem-estar contínuos passam a atuar antes da doença, onde o impacto é maior e o custo, menor.
Quando a empresa apoia o colaborador no cuidado com a própria saúde, ela fortalece vínculos, reduz custos e constrói um ciclo sustentável de cuidado.
*Alexandre Vieira é Diretor Médico da Funcional.
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Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas
Por muito tempo, a medicina seguiu uma lógica reativa: esperar o sintoma aparecer para, então, tentar controlá-lo. Esse modelo nos trouxe avanços, mas já não responde aos desafios atuais. Hoje, vivemos uma transição para uma medicina preventiva, personalizada e regenerativa, que não se limita a prolongar a vida, mas busca antecipar riscos, restaurar tecidos e oferecer qualidade de vida duradoura.
A ciência já nos permite regenerar estruturas que antes acreditávamos impossíveis, como cartilagem e tecidos lesionados. Estudos recentes apontam que não falamos mais de promessas vagas, mas de um campo ativo e diverso. A revisão científica “Emerging Strategies in Cartilage Repair and Joint Preservation” (2024), por exemplo, mostra avanços consistentes em terapias baseadas em células, scaffolds biomateriais, intervenções genéticas e até estratégias de modulação microambiental: todos caminhos concretos para restaurar cartilagem articular, que antes era vista como um tecido “irrecuperável”.
Ainda assim, a maior parte dos pacientes segue recebendo tratamentos paliativos: infiltrações, medicamentos de alívio temporário e intervenções repetidas que não tratam a causa, apenas mascaram o problema.
A pergunta é inevitável: se já sabemos regenerar, por que ainda estamos remediando?
Inovação científica versus barreiras de acesso
Parte da resposta está no descompasso entre ciência e sistemas de saúde. De um lado, o Brasil mostra sinais de avanço: em 2025, o Ministério da Saúde anunciou R$561 milhões para investimentos em pesquisas científicas, valor importante para estimular a inovação no país. De outro, o setor suplementar cresce em tamanho, mas nem sempre em qualidade.
Segundo levantamento da ANS (dezembro/2024), os planos de saúde atingiram 52,2 milhões de usuários em assistência médica, recorde histórico. Número que mostra a força desse mercado, mas que também evidencia a responsabilidade de tornar as inovações acessíveis a quem já paga por esse serviço.
A realidade, no entanto, é que a maioria dos planos ainda reluta em incorporar tecnologias regenerativas, preferindo cobrir soluções mais baratas a curto prazo, mas que se tornam ineficazes e custosas no longo prazo. É uma contradição que precisa ser enfrentada: de que adianta expandir o número de beneficiários se o cuidado oferecido ainda se baseia em protocolos ultrapassados?
O papel de médicos e pacientes nessa mudança
Como cirurgião, vejo diariamente pacientes que poderiam ter sua dor interrompida e sua mobilidade restaurada de maneira mais definitiva, mas acabam presos em ciclos de terapias temporárias até que a doença avance para um estágio irreversível. É como se tivéssemos a chave de uma porta, mas insistimos em manter as pessoas olhando apenas pela fresta.
A transformação da medicina não será completa sem pressão da sociedade. Médicos precisam se atualizar constantemente e defender a adoção de terapias mais eficazes. Pacientes, por sua vez, devem questionar indicações ultrapassadas, exigir respostas e buscar informações sobre o que a ciência já comprova como viável. Quando ambos se posicionam, o sistema é obrigado a mudar.
O futuro da medicina já começou. Ele é regenerativo, antecipatório e centrado no paciente. O que falta não é ciência, mas vontade coletiva para transformar conhecimento em acesso. Quanto tempo mais aceitaremos tratar sintomas quando já podemos, de fato, regenerar e devolver qualidade de vida?
*Bernardo Paiva é cirurgião com doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em medicina regenerativa e inovação no desenvolvimento de produtos.
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Diversidade também é competência em saúde
Recentemente, no dia 30 de setembro, o Ministério da Educação homologou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina. Acredito que para muitas pessoas, mesmo que da área da medicina, esse pode parecer apenas mais um ajuste técnico na formação médica, mas, na minha visão, trata-se de um marco histórico e que me deixou muito entusiasmado. Pela primeira vez, o documento traz com clareza a necessidade de formar médicos preparados não apenas para diagnosticar e tratar doenças, mas também para reconhecer, respeitar e acolher a diversidade humana em todas as suas dimensões.
Ao longo da minha trajetória como médico endocrinologista, professor e pesquisador, percebi (porque não aprendi sobre isso na faculdade) que um dos maiores vazios da formação médica no Brasil está justamente na falta de preparo para atender pessoas diversas, e eu falo especialmente sobre a população trans. Isso se traduz, na prática, em barreiras de acesso, diagnósticos tardios e desfechos de saúde piores do que poderiam ser. Somando-se a episódios de transfobia em equipamentos de saúde, a insegurança médica neste perfil de atendimento por desconhecimento técnico reforça o afastamento da possibilidade de acesso à saúde.
Para ilustrar o que estou falando, compartilho um dado divulgado pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais): 36% das pessoas trans já tiveram atendimentos de saúde recusados devido a sua identidade de gênero. Esse cenário me trouxe um incômodo, que me motivou a dedicar minha carreira à saúde de pessoas trans e a construir pontes entre assistência, pesquisa e ensino.
Quando falamos sobre a formação médica, estamos também falando sobre gestão da qualidade do cuidado. Preparar equipes e currículos para lidar com a diversidade não é apenas uma pauta ética, mas uma estratégia de inovação institucional: profissionais mais capacitados geram maior adesão ao tratamento, reduzem erros e melhoram indicadores de eficiência em saúde. Isso significa que diversidade e gestão caminham juntas e que o investimento em competências humanas é também uma decisão de gestão responsável.
Por isso, ao me deparar com as novas diretrizes do MEC, que colocam ênfase em competências humanas e sociais e com um direcionamento voltado, principalmente, para populações historicamente marginalizadas, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIAPN+ fico mais confiante que estamos avançando e evoluindo. Principalmente, porque a medicina que eu acredito para o futuro precisa ser capaz de olhar para cada paciente de forma integral, considerando pontos para além da biologia, como sua história, identidade, contexto social e cultural.
Realmente acredito que a diversidade também é competência em saúde. Não se trata apenas de um compromisso ético, moral ou de direitos humanos, embora esses aspectos sejam, sim, fundamentais. Trata-se da qualidade do cuidado com cada pessoa que procura atendimento. Quando médicos estão preparados para acolher realidades diversas, eles reduzem o risco de abandono de tratamento e incentivam o paciente a seguir o tratamento corretamente, o que contribui para melhores resultados clínicos.
Como professor, percebo o impacto que esse tema causa nos alunos. Muitos se surpreendem quando descobrem que ainda estamos distantes de uma prática médica verdadeiramente inclusiva. Entretanto, a boa notícia é que há uma nova geração de futuros médicos que estará mais preparada, informada e pronta para construir uma medicina mais justa e acolhedora.
As diretrizes do MEC, não são um ponto de chegada, mas de partida. Agora, precisamos garantir que saiam do papel e se transformem em conhecimento e práticas concretas nas salas de aula, nos estágios e, sobretudo, nas clínicas e hospitais. Só assim conseguiremos formar profissionais capazes de oferecer um atendimento digno a todas as pessoas, independente do grupo que pertençam.
Diversidade não é um detalhe. É uma competência essencial, e deve estar no centro da formação médica brasileira.
*Leonardo Alvares é médico especialista em Endocrinologia e Metabologia, doutor pela USP e autor do livro “Saúde de Pessoas Transgênero – Práticas Multidisciplinares”.
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O HOJE
Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte
Especialista explica como o uso incorreto de remédios pode causar danos graves ao fígado, rins e sistema nervoso
O cantor e compositor Lô Borges, de 73 anos, morreu neste domingo (2), em Belo Horizonte (MG), em decorrência de uma intoxicação medicamentosa. O músico, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, estava internado desde 17 de outubro em um hospital da Unimed, onde chegou a ser intubado e passou por uma traqueostomia. O quadro se agravou nos últimos dias, e ele não resistiu.
De acordo com especialistas, a intoxicação medicamentosa é uma condição séria, que pode ocorrer tanto por erro na dose quanto por uso prolongado ou combinação indevida de remédios. O caso reacendeu o alerta entre médicos sobre os riscos da automedicação e do consumo de medicamentos sem acompanhamento profissional.
O que é a intoxicação medicamentosa
A médica Milena Ricardo Alves Moreira, generalista do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que a intoxicação medicamentosa é “uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos”. Segundo ela, o problema pode ocorrer por ingestão exagerada, intolerância ao remédio, erro na administração ou interação entre substâncias usadas ao mesmo tempo.
“Os sintomas variam de acordo com o medicamento e com a quantidade ingerida. Podem incluir alterações no estado mental, problemas cardiovasculares, respiratórios, hepáticos ou renais”, detalha a médica. “Toda medicação tem uma dose máxima e um tempo de intervalo entre uma dose e outra para evitar que isso aconteça.”
Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que os medicamentos são a principal causa de intoxicações no Brasil. O levantamento mostra que cerca de 30% dos casos registrados envolvem uso incorreto de remédios de prescrição ou de venda livre.
Riscos de medicamentos de uso comum
Mesmo remédios amplamente utilizados podem representar perigo quando usados sem orientação médica. Analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos estão entre os mais associados a quadros de intoxicação.
De acordo com Milena Moreira, “anti-inflamatórios podem causar lesões nos rins, analgésicos em excesso causam lesão no fígado e alteração no nível de consciência, enquanto antidepressivos podem levar ao rebaixamento da consciência e dificuldade respiratória”.
A automedicação é outro fator que agrava o problema. O uso contínuo de fármacos sem acompanhamento pode provocar sobrecarga nos órgãos responsáveis pela filtragem e eliminação de substâncias — especialmente fígado e rins. Interações entre diferentes medicamentos também podem alterar seus efeitos e causar reações inesperadas.
A intoxicação medicamentosa se torna grave quando afeta órgãos vitais ou compromete a respiração. A médica alerta que qualquer pessoa que apresentar dificuldade para respirar, vômitos incontroláveis ou mudança do nível de consciência deve procurar atendimento médico imediatamente.
Entre os principais sinais de alerta estão:
Náusea e vômito;
Dor abdominal;
Confusão mental e desorientação;
Sonolência ou perda de consciência;
Alterações no ritmo cardíaco;
Dificuldade respiratória;
Tremores ou convulsões;
Sudorese intensa;
Pupilas dilatadas ou contraídas;
Alterações na pressão arterial;
Irritação na boca e garganta (em casos de ingestão tópica).
Esses sintomas podem surgir minutos ou horas após a ingestão, dependendo do tipo e da quantidade de medicamento envolvido. Em muitos casos, o tratamento exige internação hospitalar e suporte respiratório, como aconteceu com o músico mineiro.
A intoxicação medicamentosa é uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos
Cuidados e prevenção
Para evitar esse tipo de situação, Milena recomenda que os pacientes tenham sempre acompanhamento médico e farmacêutico. “Mesmo as medicações que não exigem receita oferecem riscos à saúde. É importante seguir corretamente a prescrição e nunca ultrapassar as doses indicadas”, orienta.
A médica reforça ainda a importância de armazenar os remédios de forma segura e descartar corretamente os que estiverem vencidos ou sem identificação. A prática de compartilhar medicamentos entre familiares ou amigos também deve ser evitada.
De acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), o Brasil registra anualmente milhares de casos de intoxicação medicamentosa, com aumento significativo entre idosos e pessoas que fazem uso contínuo de mais de um remédio.
O caso de Lô Borges chama atenção para uma causa que é comum e muitas vezes silenciosa. O uso inadequado de medicamentos continua sendo um dos principais motivos de internações por intoxicação no país, segundo dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde.
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AGÊNCIA BRASIL
Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil
Dia D contra a doença ocorre no sábado (8)
O Ministério da Saúde vai promover uma ação de mobilização nacional contra a dengue no próximo sábado (8/11). O objetivo é conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população em geral sobre a importância das medidas recomendadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a realização do Dia D contra a dengue. A iniciativa faz parte da campanha nacional “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”, que o ministério lançou nesta segunda-feira (3/11).
“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.
De acordo com o ministério, em 2025, foram registrados, até o momento, 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes. Ainda segundo a pasta, os resultados são, respectivamente, 75% e 72% inferiores aos do mesmo período de 2024.
Redução
 Mesmo com a redução dos números, o ministro considera a situação alarmante. Principalmente porque, historicamente, os números de casos de dengue, zika e chikungunya costumam aumentar entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do mosquito.
Além disso, outro dado preocupa os técnicos do ministério: o aumento do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue. Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.
“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, comentou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, chamando a atenção para a importância da participação da população no enfrentamento ao mosquito.
egundo Pimenta, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias que visitaram imóveis em 3,2 mil municípios estavam em ambientes domiciliares, em locais como vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho, lixo, sucata, caixas d´água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas, fontes ornamentais e até mesmo em folhas de bromélias, casas de coco e cavidades de árvores.
Em alerta
 Até o momento, as cinco unidades da federação com maior número de casos prováveis de dengue são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil). De acordo com o ministério, o estado de São Paulo também tem o maior número de óbitos: 1.096, ou 64% das 1.688 mortes já confirmadas.
O ministério garante que medidas já estão sendo adotadas para, em conjunto com estados e municípios, preparar a rede de saúde para um eventual aumento do número de casos. Entre elas, o reforço na assistência, com equipes da Força Nacional de Saúde atuando em cidades com alta incidência da doença; instalação de centros de hidratação e a distribuição de insumos e equipamentos, incluindo larvicidas, testes e nebulizadores portáteis.
Para o ministro Alexandre Padilha, contudo, a maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida aqui mesmo, no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês. De acordo com o ministro, a expectativa é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.
“Os estudos finais da Anvisa estão indo muito bem e o calendário que anunciamos em março deste ano vai ser cumprido: teremos o registro da vacina para dengue 100% brasileira até o final deste ano, para que possamos reforçar nosso Programa Nacional de Imunização já no ano que vem”, disse Padilha.
O ministro explicou que, após a aprovação da Anvisa, especialistas do Comitê Técnico do Programa Nacional definirão a melhor estratégia de imunização, incluindo critérios de distribuição. De acordo com ele, a previsão é que a farmacêutica chinesa WuXi Biologics produza e entregue para o Brasil 40 milhões de doses da vacina no próximo ano.
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SAÚDE BUSINESS
Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde
Documento traz conteúdo inédito sobre telenfermagem e saúde mental digital, além de reforçar padrões de ética, qualidade e interoperabilidade.
Mais de 6,6 milhões de atendimentos por telemedicina foram realizados no Brasil entre 2020 e 2025, segundo o relatório preliminar “Painel de Indicadores de Saúde Digital”, elaborado pela Saúde Digital Brasil (SDB). Desse total, 87% ocorreram por teleconsultas e 13% via telemonitoramento, evidenciando a consolidação da telessaúde como uma prática segura, eficiente e integrada ao sistema nacional de saúde.
O avanço da modalidade reflete um movimento de amadurecimento do setor e impulsiona a atualização de diretrizes que orientam a prática. No dia 29 de outubro, a SDB lançou, na sede da Fiesp, em São Paulo, a segunda edição do Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde, documento que consolida referências técnicas e éticas para o desenvolvimento sustentável da saúde digital no país.
Novos temas e desafios da telessaúde
A nova edição amplia o escopo de orientações ao incorporar capítulos inéditos sobre telenfermagem e saúde mental digital — dois campos em rápida expansão.
O capítulo sobre telenfermagem reconhece o protagonismo dos profissionais de enfermagem no cuidado remoto, com práticas de telemonitoramento, educação em saúde, protocolos de segurança e inovação assistencial.
Já o capítulo de saúde mental digital discute os desafios e benefícios da telepsiquiatria, processos de avaliação psicológica em ambiente virtual e o uso ético de tecnologias como inteligência artificial (IA) e realidade aumentada no suporte emocional aos pacientes.
Outros pontos de atualização incluem o capítulo “Documentos Eletrônicos de Saúde”, que aborda a emissão, uso e integração de registros de dispensação digital. Também ganham espaço os temas de proteção de dados e segurança da informação, com orientações sobre governança, atuação do Data Protection Officer (DPO) e do Chief Information Security Officer (CISO), e adoção de frameworks internacionais como ISO/IEC 27001 e CIS Controls.
Diretrizes para uma saúde digital ética e segura
“O Brasil vive uma transformação profunda na forma de cuidar das pessoas. Esta nova edição traduz o compromisso da SDB com uma saúde digital ética, inclusiva e responsável, capaz de unir tecnologia e humanidade”, comenta Carlos Pedrotti, presidente da SDB e gerente médico do centro de telemedicina do Hospital Albert Einstein.
Com mais de 200 páginas, o manual foi elaborado por especialistas de instituições, como Hospital Albert Einstein, Dasa, Grupo Fleury, Sabin, que compõem o corpo técnico da associação. Cada capítulo foi desenvolvido com base em experiências práticas e alinhamento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e aos referenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Interoperabilidade e integração com o sistema de saúde
O manual também reforça os princípios de interoperabilidade, destacando o uso do padrão HL7 FHIR e a adesão à Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (2020–2028), fundamentais para a integração segura de sistemas e fortalecimento da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
“Mais do que um guia técnico, o manual propõe uma cultura digital responsável, que valoriza a ética, transparência e o protagonismo dos profissionais e pacientes no processo de transformação digital na saúde”, afirma Michele Alves, gerente executiva da SDB.
Formação, governança e futuro da telessaúde
Além das diretrizes técnicas, o documento traz recomendações práticas sobre competências profissionais em saúde digital, governança clínica, indicadores de qualidade e equidade no acesso, além de orientações para formação de equipes e gestão de serviços de telessaúde.
A SDB define o manual como um instrumento vivo, sujeito a atualizações contínuas, que reflete a evolução do setor e o compromisso com um cuidado cada vez mais integrado e sustentável.
A iniciativa consolida o papel da entidade como uma das principais referências nacionais na representação do ecossistema de saúde digital, conectando sociedade, governo, empresas e profissionais em torno de um propósito comum: fortalecer uma saúde mais acessível, eficiente e humana. Acesse o manual completo!
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PORTAL REVISTA COBERTURA
Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos
Evento consolida o protagonismo da Abramge na criação de diálogos para ações concretas e coloca o país entre líderes globais no uso ético da inteligência artificial e na ampliação do acesso da população à saúde
 
 O Brasil deu importantes passos rumo a um sistema de saúde mais moderno, integrado e sustentável durante o 29º Congresso Abramge, realizado nesta quinta-feira (30), em São Paulo. O maior evento de saúde suplementar do país foi o palco escolhido pelo Ministério da Saúde para anunciar duas iniciativas estratégicas que fortalecem a gestão pública, ampliam o acesso da população a serviços especializados e reforçam o modelo de saúde como um dos melhores do mundo.
 
 Entre as medidas assinadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha está a expansão do programa "Agora Tem Especialistas". Além de Recife, os estados do Ceará e do Pará, além do Distrito Federal, passaram a integrar essa parceria entre os sistemas público e privado no atendimento à população com vistas a reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A outra, um memorando de entendimento inédito com a HealthAI, agência global dedicada à formação técnica de reguladores para o uso responsável da inteligência artificial (IA) no setor.
 
 O termo de ampliação e compromisso do programa "Agora Tem Especialistas" reuniu no palco do 29º Congresso Abramge o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o presidente da Abramge, Gustavo Ribeiro; o governador do Ceará, Elmano de Freitas; o prefeito de Fortaleza, Evandro Sá Barreto Leitão e os representantes das duas instituições da saúde suplementar que aderiram ao programa: Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, e os representantes da Santa Casa Marcelina, Fabrício Santana Ferreira e a irmã Rosane Ghegin. A cerimônia contou ainda com a participação virtual da secretária de Saúde do Pará, Ivete Vaz e do secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda.
 
 A escolha do Congresso Abramge como palco para os anúncios simboliza o reconhecimento da entidade como fórum de diálogo com os diversos agentes do sistema de saúde do país. "As pessoas são a razão de ser desse setor. Nosso propósito é entregar saúde com qualidade e eficiência. É fundamental que o olhar para o beneficiário esteja sempre alinhado à sustentabilidade das operadoras", afirmou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, durante a cerimônia de abertura.
 
 O 29º Congresso Abramge reuniu autoridades nacionais e internacionais, especialistas e executivos sob o tema "A Nova Ordem Mundial da Saúde". O encontro destacou avanços tecnológicos, parcerias inéditas e o papel estratégico da integração entre os setores público e privado na construção de uma saúde mais eficiente e acessível à população. Entre as autoridades presentes estavam os ministros José Antonio Dias Toffoli (STF) e Luís Roberto Barroso, o presidente da ANS, Wadih Damous, e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do Projeto de Lei 2338/2023, que visa regulamentar o uso da Inteligência Artificial (IA) no Brasil.
 
 No encerramento, um painel presencial com o filósofo e escritor israelense Yuval Harari que trouxe reflexões sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade contemporânea. "A inteligência artificial saberá mais da saúde do que nós mesmos e saberá também dar diagnósticos muito mais precisos, por isso uma regulamentação global da IA é tão importante". afirmou Harari.
 
 Em sua 29º edição, o Congresso Abramge reafirmou o protagonismo da saúde suplementar como agente de transformação e inovação no sistema de saúde brasileiro, consolidando o evento como um marco de diálogos que podem servir de insumos para decisões concretas e avanços institucionais em benefício da população.
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Assessoria de Comunicação
Excelência que Inspira: Madalena Del Duqui é homenageada no 12º Prêmio Profissional Destaque da Enfermagem

A enfermeira Madalena Del Duqui, coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, foi homenageada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) durante a solenidade do 12º Prêmio Profissional Destaque da Enfermagem, realizada no dia 31 de outubro.
O prêmio é concedido a profissionais e instituições goianas que, com dedicação, competência e compromisso, contribuem para o fortalecimento e a valorização da enfermagem no Estado.
Durante o evento, a presidente do Coren-GO, Thaís Luane Pereira Prado, enalteceu a trajetória de Madalena e sua contribuição para o desenvolvimento da enfermagem no Estado. Ela destacou o trabalho que Madalena desenvolve à frente da Educação Continuada da Ahpaceg, ressaltando sua contribuição para a formação e atualização das equipes de enfermagem das instituições associadas, o que tem fortalecido a prática profissional e promovido avanços importantes para a enfermagem em Goiás.

Na coordenação da Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena tem sido referência na promoção da atualização, capacitação e valorização dos profissionais de enfermagem das instituições associadas. Sua atuação é marcada pela busca permanente da excelência no cuidado, na formação e na humanização da prática profissional, valores que refletem a missão da Ahpaceg de fortalecer a segurança e a qualidade dos serviços de saúde em Goiás.
A Ahpaceg parabeniza Madalena Del Duqui por essa merecida homenagem e reafirma o orgulho em ter em sua equipe uma profissional cuja trajetória inspira, transforma e eleva o nome da enfermagem goiana.
CLIPPING AHPACEG 01 A 03/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?
Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental
https://medicinasa.com.br/crescimento-transtornos-mentais/
Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?
Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer
https://www.maisgoias.com.br/cidades/medico-preso-por-fraude-com-cesio-137-autou-no-crer/
Campanha alerta para riscos da diabetes à visão
Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos
https://www.metropoles.com/saude/brasileiros-nao-vao-dermatologista
Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria
Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil
Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil
Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial
SAÚDE BUSINESS
Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?
A falta de profissionais capacitados ameaça o avanço da cirurgia ambulatorial — e reformar a base educacional do setor é o caminho para sustentar o futuro do cuidado cirúrgico.
A consolidação da cirurgia ambulatorial como um pilar de eficiência, segurança e valor no ecossistema de saúde é um consenso global. No entanto, à medida que avançamos na expansão deste modelo, deparamo-nos com um gargalo crítico que ameaça a sustentabilidade do setor: a escassez de profissionais com o conjunto de habilidades específicas que este ambiente exige.
Este desafio não é meramente quantitativo; é uma lacuna de competência qualitativa, forjada ao longo de décadas por uma “mentalidade hospitalocêntrica” que ainda domina a formação médica e os programas de residência. Para cultivar a próxima geração de cirurgiões, anestesiologistas e enfermeiros, é imperativo reformular fundamentalmente o treinamento em saúde, alinhando-o às realidades clínicas e operacionais das Unidades de Cirurgia Ambulatorial (UCAs).
A lacuna de competências além do bisturi
O paradigma hospitalocêntrico tradicionalmente foca no manejo de casos complexos, longos períodos de internação e uma vasta infraestrutura de suporte. O ambiente de cirurgia ambulatorial, por outro lado, opera sob um modelo de alta performance, rotatividade rápida e recuperação acelerada, sem prejuízo da segurança do paciente.
Isso exige competências que transcendem a habilidade cirúrgica técnica:
Avaliação e seleção rápida de pacientes: a capacidade de aplicar rigorosamente os critérios de elegibilidade é indispensável para a segurança em UCAs. Isso envolve uma profunda compreensão prática das classificações de risco, como as estabelecidas pela American Society of Anesthesiologists (ASA), focando primariamente em pacientes ASA I (saudáveis) e ASA II (doença sistêmica leve controlada), garantindo que o paciente possa ser gerenciado com segurança fora do ambiente hospitalar.
Protocolos de recuperação rápida (ERAS): o profissional de UCA deve dominar técnicas anestésicas e cirúrgicas minimamente invasivas que reduzam a dor pós-operatória, minimizem o uso de opioides e previnam náuseas e vômitos pós-operatórios (NVPO), fatores críticos para uma alta segura no mesmo dia.
Coordenação de equipe interdisciplinar: em um ambiente de alta rotatividade, a eficiência da equipe não é uma mera necessidade, é um requisito de segurança. O treinamento deve focar na comunicação de “ciclo fechado” e na gestão de fluxo (turnover) de sala, habilidades raramente enfatizadas em programas tradicionais.
Otimização de processos: a cirurgia ambulatorial é um modelo de gestão enxuta (lean management) aplicado à saúde. Os profissionais devem ser treinados não apenas para executar procedimentos, mas para identificar e eliminar gargalos, otimizar o uso de suprimentos e gerenciar custos operacionais.
Um currículo ancorado no passado
Atualmente, a exposição à cirurgia ambulatorial durante a formação médica, de enfermagem e de gestão hospitalar é, muitas vezes, limitada ou suplementar. Programas de residência cirúrgica tendem a priorizar procedimentos de alta complexidade em regime de internação, relegando os casos ambulatoriais, por vezes, a residentes juniores, sem o devido foco nos aspectos gerenciais e de processo que definem o modelo, retroalimentando a “cultura hospitalocêntrica” ainda predominante no Brasil.
Embora cursos de especialização e pós-graduação existam, eles atuam como medidas corretivas para lacunas que não deveriam existir. Para uma mudança sistêmica, os princípios fundamentais da prática ambulatorial devem ser integrados aos currículos centrais de graduação e residência.
Módulos para um novo currículo
Uma reforma curricular eficaz deve incluir módulos dedicados e obrigatórios que reflitam a prática moderna. Um programa de residência cirúrgica ou anestesiológica alinhado ao futuro deveria incluir:
Rodízios estruturados em UCAs de alto volume: exposição mandatória a centros ambulatoriais que permitam ao residente participar ativamente não apenas do ato cirúrgico, mas de todo o ciclo do paciente — da avaliação pré-operatória e seleção de critérios (ASA I/II) até os protocolos de alta e acompanhamento pós-operatório.
Treinamento em anestesia para recuperação rápida: foco em bloqueios regionais, anestesia venosa total (TIVA) e estratégias multimodais de analgesia que são cruciais para o sucesso da UCA.
Princípios de gestão e eficiência: módulos sobre gestão de fluxo de pacientes, comunicação efetiva, controle de infecção em ambiente de alta rotatividade e fundamentos de gestão de negócios, preparando médicos-empreendedores e gestores capazes de liderar essas unidades com foco em qualidade e sustentabilidade financeira.
O papel das Sociedades: padronizando a excelência
A expansão da cirurgia ambulatorial sem padrões claros de formação e acreditação cria um risco regulatório e assistencial. É neste ponto que as sociedades devem assumir o protagonismo.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM) posiciona-se como principal liderança para catalisar essa transformação. Seguindo o exemplo de entidades internacionais, como a International Association for Ambulatory Surgery (IAAS), que há muito defende padrões educacionais específicos, a SOBRACAM tem a responsabilidade de desenvolver e advogar por um padrão nacional de operação e credenciamento para Unidades Cirúrgicas Ambulatoriais e, crucialmente, de certificação para os profissionais que neles atuam.
Além disto a Sociedade tem realizado um papel fundamental no setor público, para a criação e atualização do arcabouço regulatório, que irá permitir maior segurança, padronização e crescimento sustentável da cirurgia ambulatorial no Brasil. A publicação da Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial foi um marco importante neste sentido e tem pautado importantes discussões sobre o tema junto ao setor público.
Cultivar a próxima geração de especialistas em cirurgia ambulatorial não é apenas um desafio acadêmico; é um pilar estratégico para a sustentabilidade e a correta expansão deste modelo no Brasil. Endereçar corretamente as barreiras da mentalidade e da formação hospitalocêntrica é o primeiro passo para construir um legado duradouro de qualidade, segurança e eficiência no cuidado cirúrgico.
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MEDICINA S/A
Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental
O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, rede de clínicas em psiquiatria e psicologia, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.
O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas.
O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):
Prevenção estrutural e políticas públicas;
Integração público-privada com financiamento baseado em valor;
Uso responsável de tecnologia;
Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;
Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e
Redução do estigma e da garantia de direitos.
Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.
“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.
Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.
A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.
“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare.
Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.
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MAIS GOIÁS
Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?
Casos de câncer precoce aumentaram 79% em todo o mundo, e a mortalidade, 28%
Os millennials, grupo formado por pessoas nascidas entre 1981 e 1995, têm apresentado um aumento preocupante nos casos de câncer. Dados mostram que, entre 1990 e 2019, os diagnósticos de tumores em adultos com menos de 50 anos cresceram 79% no mundo, enquanto a mortalidade subiu 28%. Especialistas apontam que a maioria desses casos está ligada a fatores de estilo de vida, e não apenas à genética.
Cerca de 80% dos cânceres são considerados esporádicos — ou seja, resultam de influências externas, como alimentação, sono, estresse e exposição a substâncias nocivas. E o modo de vida dos millennials, marcado por rotinas aceleradas, alta conectividade e hábitos alimentares industrializados, tem contribuído para esse cenário.
Alimentação e obesidade precoce
A obesidade infantil disparou a partir dos anos 1980 e é um dos principais fatores de risco para tumores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 havia mais de 390 milhões de crianças e adolescentes acima do peso, sendo 160 milhões obesos. O problema é que esses efeitos não desaparecem com o tempo.
Uma metanálise com 4,7 milhões de pessoas mostrou que quem teve índice de massa corporal (IMC) alto na infância tem até 39% mais risco de desenvolver câncer colorretal na fase adulta. Além disso, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados altera a microbiota intestinal, reduzindo a diversidade de bactérias boas e favorecendo inflamações que podem gerar doenças digestivas e até tumores.
O impacto do álcool
Outro fator que preocupa é o consumo de álcool. Apesar da ideia de que uma taça de vinho poderia ser benéfica, pesquisas recentes mostram que não existe nível seguro de ingestão. O etanol é transformado pelo corpo em acetaldeído, uma substância que danifica o DNA.
Os millennials também apresentam um padrão de consumo mais perigoso: bebem com menos frequência, mas praticam mais o chamado binge drinking, quando há ingestão excessiva em um curto período. Além disso, estudos detectaram substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) – os chamados “químicos eternos” – em diversas marcas de cerveja, associadas a maior risco de câncer testicular e renal.
Sono e ritmo biológico desregulado
Os millennials dormem, em média, 30 a 45 minutos a menos por noite do que as gerações anteriores. A falta de sono e a exposição prolongada às telas reduzem a liberação de melatonina, hormônio essencial para a regulação celular e a reparação do DNA.
Com o tempo, essa privação constante pode comprometer a capacidade do corpo de eliminar células danificadas, favorecendo o surgimento de tumores. Pesquisas também apontam que a desregulação dos ritmos circadianos interfere na expressão de genes responsáveis pela proteção do organismo.
Estresse e imunidade
A chamada geração do burnout vive sob altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Quando ele permanece elevado por longos períodos, favorece inflamações, hipertensão, resistência à insulina e enfraquece o sistema imunológico. Isso facilita o aparecimento de células tumorais e reduz a capacidade do corpo de combatê-las.
Estudos indicam que pessoas com altos níveis de estresse têm até o dobro de probabilidade de morrer de câncer em comparação com aquelas que conseguem controlar melhor as emoções e o ritmo de vida.
Automedicação e riscos hormonais
A automedicação também preocupa. O uso frequente de paracetamol pode causar danos ao fígado e aumentar o risco de câncer hepático. Já o uso prolongado de anticoncepcionais orais está ligado a uma leve elevação na incidência de câncer de mama e de colo do útero, embora reduza as chances de câncer de ovário e endométrio.
Medicamentos de uso contínuo, como antiácidos e antibióticos, também alteram a flora intestinal e podem contribuir para doenças digestivas relacionadas a processos inflamatórios.
O que esperar do futuro
Projeções globais indicam que os casos de câncer devem saltar de 20 milhões, registrados em 2022, para quase 35 milhões em 2050, um aumento de 77%. A tendência é que os tumores digestivos e ginecológicos se tornem ainda mais comuns entre adultos jovens.
Apesar do cenário preocupante, especialistas reforçam que é possível reduzir os riscos com hábitos mais equilibrados: alimentação natural, sono adequado, controle do estresse, prática de atividades físicas e moderação no consumo de álcool e medicamentos.
Os millennials podem, sim, mudar o rumo das estatísticas — e garantir que o futuro não seja sinônimo de uma geração inteira adoecendo precocemente.
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Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer
Suspeito fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo, conforme a polícia
Entre as cinco pessoas presas por suspeita de desviar quase R$ 2 milhões ao simular a contaminação de militares pelo Césio-137 em operação da Polícia Civil, na quinta-feira (30), está o médico Luciano Henrique da Silva. Conforme informações da TV Anhanguera, nesta sexta-feira (31), o profissional trabalhou no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer) em Goiânia e atendeu até junho deste ano.
Segundo a corporação, Luciano fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo. Com esses documentos, o núcleo jurídico do grupo protocolava ações judiciais. O prejuízo causado estimado é de quase R$ 2 milhões.
Ainda em outro documento divulgado pela TV, consta um mandado de prisão em aberto contra Luciano por dívida de pensão alimentícia de R$ 3.643,51. O médico e os demais presos em prisão temporária estão na Casa do Albergado. São eles: os advogados Letícia Pereira Silva Neto, Guilherme Alves de Matos Bites e Breno Brandão Silva, e o engenheiro Ricardo André Marques.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos citados. Caso haja interesse, o espaço segue aberto. O portal também pediu uma posição ao Crer. A unidade informou que o profissional atuava por empresa empresa terceirizada e que seu nome deixou de constar nas escalas em 2023, ficando inativo a partir de julho deste ano.
Nota do Crer:
“O Crer esclarece que, o profissional citado na matéria do jornal primeira edição, não integra o corpo clínico do Crer. Ele atuou por meio de empresa terceirizada, tendo prestado serviços apenas na data de 25 de fevereiro de 2023. Após esse período, seu nome deixou de constar nas escalas da unidade, encontrando-se inativo desde julho de 2025, conforme registros internos e declaração da empresa prestadora de serviços.”
Operação Césio 171
Durante a ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e cinco mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia. O prejuízo estimado aos cofres públicos chegaria a R$ 79 milhões, caso o esquema seguisse. O dano efetivo apurado, contudo, foi de cerca de R$ 1,7 milhão.
As investigações apontam que o grupo utilizava documentos falsos, laudos médicos forjados e ações judiciais fraudulentas para ajuizar processos em nome de militares estaduais, alegando exposição ao elemento radioativo Césio 137. Com isso, buscavam isenção indevida de imposto de renda, benefício previsto apenas para casos comprovados de doenças graves. A polícia destacou que a organização agia de forma estruturada, com divisão de tarefas e acesso a informações sigilosas.
Vale citar que esta é a segunda fase da Operação Césio 171. Na etapa anterior, a Deic identificou os primeiros indícios da falsificação de documentos e mapeou os profissionais envolvidos na fraude. O nome da operação faz referência ao Césio 137, símbolo do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, ocorrido em Goiânia, em 1987.
A Polícia Civil segue analisando o material apreendido e não descarta novas prisões. Segundo o delegado responsável, o objetivo é recuperar valores desviados e impedir que o esquema continue ativo por meio de novas ações judiciais. Documentos apreendidos passarão por perícia.
Primeira fase
A investigação começou após a denúncia de médicos contra a advogada Ana Paula Pereira Matos, filha do engenheiro Ricardo. Ela estaria utilizando a assinatura de profissionais da saúde para o esquema. A investigação apontou que o escritório dela mantinha o dinheiro das três primeiras isenções.
Ela foi presa no ano passado, mas solta dias depois. Nessa fase, ela não foi alvo.
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AGÊNCIA BRASIL
Campanha alerta para riscos da diabetes à visão
Campanha de conscientização do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para os riscos aumentados que os portadores de diabetes tem de desenvolver a retinoplastia diabética, doença que pode causar a perda parcial ou total de visão.
Segundo o CBO há estudos que indicam que 4 em cada 5 pacientes crônicos tem risco de comprometimento por retinoplastia em algum grau. A doença afeta os vasos sanguíneos da retina, alvo principal nesta campanha.
Durando todo o mês de novembro, a mobilização promovida pela CBO começa neste sábado (1º), com uma maratona online de conscientização e o início de um calendário de mutirões de atendimentos em diversas regiões do país, voltados ao diagnóstico e ao tratamento precoces. Os mutirões, organizados por município, podem ser pesquisados pelo site da campanha.
O público também poderá acompanhar a programação ao vivo entre hoje e domingo, no canal da CBO no Youtube, e acessar conteúdos complementares no site oficial do 24 Horas pelo Diabetes, que será atualizado ao longo do mês de novembro com vídeos, podcasts e depoimentos em apoio à campanha.
A diabetes é uma das principais doenças crônicas do país, e atinge mais de 16 milhões de pessoas, cerca de 7% de nossa população. Seu acompanhamento pode ser feito nas unidades básicas de saúde, em todo o território nacional, de maneira gratuita. O Sistema Único de Saúde (SUS) também fornece materiais para medição e controle da doença, capaz de complicar a condição de pacientes para diversas outras doenças, como demências e doenças metabólicas. A própria diabetes é uma doença com risco de complicações metabólicas e circulatórias, podendo levar à morte se não for devidamente tratada.
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METRÓPOLES
Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos
Mesmo sem sintomas, check-ups regulares com dermatologista ajudam a detectar alterações precoces na pele e a prevenir complicações graves
 A pele é o maior órgão do corpo e, ao mesmo tempo, um dos mais negligenciados pelos brasileiros. Uma pesquisa realizada em agosto de 2025 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelou que 54% da população nunca consultou um dermatologista.
 
 Entre os idosos com mais de 60 anos, a situação também é preocupante: 46% nunca procuraram avaliação especializada. Apesar de muitos acreditarem que consultas dermatológicas servem apenas para questões estéticas, a visita regular ao especialista é fundamental para identificar problemas que podem evoluir para doenças graves, incluindo câncer de pele.
 
 "Muitas pessoas acreditam que só devem procurar um dermatologista quando há sintomas visíveis, mas alterações sutis podem indicar problemas graves que só um exame cuidadoso consegue identificar", explica a dermatologista Raphaella Marques, do Rio de Janeiro.
 
 A avaliação com dermatologista também ajuda a identificar sinais de envelhecimento, inflamações e infecções silenciosas, orientando sobre proteção solar e cuidados preventivos.
 
 Sinais dermatológicos que exigem atenção
 
 Algumas mudanças na pele não podem ser negligenciadas. Confira alguns sinais na pele que não podem ser ignorados:
 
 Feridas que não cicatrizam.
 
 que não cicatrizam. Lesões que sangram espontaneamente.
 
 que sangram espontaneamente. Manchas que mudam de cor, tamanho ou formato.
 
 que mudam de cor, tamanho ou formato. Pintas com bordas irregulares.
 
 com bordas irregulares. Coceira persistente.
 
 persistente. Dor ou desconforto na pele.
 
 ou desconforto na pele. Descamação intensa e caroços subcutâneos.
 
 Além desses sinais, os especialistas reforçam que qualquer mudança súbita ou persistente na pele merece atenção, mesmo quando não causa dor ou incômodo visível. Alterações cutâneas podem indicar problemas hormonais, metabólicos ou de órgãos como fígado e tireoide.
 
 Manchas escuras em dobras, ressecamento, queda de cabelo, acne adulta e unhas frágeis podem sinalizar desde resistência à insulina até deficiências nutricionais. Detectar essas alterações aumenta as chances de tratamento bem-sucedido e evita complicações graves, incluindo casos de melanoma.
 
 "Muitas vezes, pequenas alterações na pele são os primeiros sinais de que algo no organismo não está funcionando corretamente", afirma o clínico geral Marcelo Bechara, de São Paulo.
 
 Prevenção e cuidados com a pele
 
 Evitar a automedicação continua sendo um dos cuidados mais importantes para a saúde da pele, já que o uso de produtos inadequados pode causar irritações, queimaduras químicas ou piorar lesões existentes.
 
 Cuidados diários com a pele, como hidratação e proteção solar, ajudam a prevenir lesões e envelhecimento precoce
 
 A prevenção inclui hábitos diários simples, como o uso de protetor solar, hidratação adequada e atenção à exposição ao sol, que protegem a pele do envelhecimento precoce e de doenças mais graves.
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Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria
Antes disso, o próprio Ministério da Saúde escanteou parcerias com governos de São Paulo e de Goiás para produção da caneta emagrecedora
Tratado como “novidade bombástica” pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), o projeto do governo brasileiro para produzir caneta emagrecedora beneficiou a proposta do laboratório com o maior preço, excluiu demandas anteriores apresentadas por entidades de governos de oposição e, ainda, vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra.
A parceria foi acertada em agosto pela Farmanguinhos/Fiocruz, um braço do Ministério da Saúde, com a EMS, principal fabricante de medicamentos genéricos do país. O contrato, com prazo de cinco anos, prevê que a contagem desse período contratual tenha início com o “fornecimento” do primeiro medicamento para o Ministério da Saúde – estabelecendo, portanto, vínculo de fato com a pasta.
A EMS acabou sendo a empresa selecionada, apesar de a sua única concorrente na disputa, o laboratório Biomm, ter apresentado proposta mais barata tanto para o fornecimento de liraglutida quanto de semaglutida. O custo não é revelado, mas o resultado mostra que, no quesito preço, a EMS teve a pior nota. A Bionn recebeu 40 pontos, e a EMS, 20.
A pontuação final da EMS foi maior, porém, pelo fato de a empresa já ter solicitado registro de medicamento na Anvisa, embora naquele momento a análise sobre o pedido da empresa não tivesse sido concluída pela agência. A coluna questionou a Fiocruz e a EMS sobre o valor dos contratos, mas nem a fundação do Ministério da Saúde nem a farmacêutica responderam.
Em nota à coluna, o Ministério da Saúde explicou que não participou do acordo firmado diretamente entre a Fiocruz e a EMS e que não há qualquer compromisso de aquisição de canetas emagrecedoras produzidas em razão da parceria, apesar de a previsão ter sido publicada no Diário Oficial da União (DOU). Em agosto, a Conitec rejeitou a inclusão do medicamento nas redes públicas.
Quase três meses antes do contrato firmado entre a EMS e a Farmanguinhos e do anúncio de Padilha, feito em vídeo publicado no Instagram do Ministério da Saúde, com a “notícia bombástica” da parceria com o laboratório EMS, a Saúde havia rejeitado parcerias com dois outros laboratórios vinculados aos governos de São Paulo e de Goiás, que apresentaram propostas pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), são potenciais adversários do presidente Lula na campanha à reeleição no ano que vem.
A Fundação para o Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) apresentaram propostas tendo como entidades privadas parceiras, respectivamente, as farmacêuticas Blanver (brasileira) e Shilpa Medicare (indiana). As propostas de parceria foram rejeitadas e, segundo documento atualizado no início de julho deste ano, ambas as demandas estavam em fase de análise de recurso.
Os documentos disponíveis não esclarecem o motivo da rejeição das propostas. Em nota, contudo, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo a Furp e o Iquego descumpriram requisitos básicos, “como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente”. “A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política”, acrescentou o órgão.
Edital da Farmanguinhos previa formalização de parcerias PDP
O planejamento inicial da Farmanguinhos, previsto no edital lançado em novembro de 2024 e que resultou na seleção da EMS como parceira privada, envolvia fazer esse acerto via PDP ou mesmo como PDIL, o que também não aconteceu. No acerto contratual, saiu a PDP ou PDIL e se tornou um acordo genérico de “parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação”, que se baseia em decreto de sete anos atrás e cujo rito é muito mais simples do que o exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas PDPs (específicas para Ministério da Saúde).
O principal caminho para parcerias entre o governo federal e empresas privadas para transferência de tecnologia e desenvolvimento de medicamentos é a chamada PDP. Em casos similares anteriores, verificados desde 2018 e que resultaram em PDPs, a Farmanguinhos não assinou “contrato” com laboratórios para transferência de tecnologia, mas sim “acordos de cooperação técnica”. O único caso de contrato foi o assinado em 6 de agosto com a EMS, que já prevê o “fornecimento” do medicamento ao Ministério.
Em nota, a Fiocruz ressaltou, porém, que a Farmanguinhos pretende apresentar a proposta de PDP para avaliação do Ministério da Saúde na próxima chamada pública de submissão de propostas destinadas a esse tipo de parceria. A fundação ressaltou também que os contratos com a EMS, apesar de terem apresentado os maiores preços, foram os mais vantajosos para a administração pública.
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JOVEM PAN
Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil
Doença já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas
A demência já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas. Até 2050, as doenças mentais estarão entre os três maiores grupos de enfermidades na América Latina. No Brasil, oito em cada dez pessoas com demência não sabem que têm a doença, segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão. “O diagnóstico é a porta de entrada para o tratamento, mas o acesso ainda é desigual e depende muito da região do País”, afirmou Cleusa Ferri, professora da Unifesp e integrante do Comitê de Políticas Públicas sobre Demência do Ministério da Saúde.
Um dos principais fatores para o subdiagnóstico é a falta de capacitação dos profissionais de saúde. Muitos pacientes com demência são acompanhados apenas por doenças como diabetes ou hipertensão, sem investigação sobre possíveis alterações cognitivas. “Durante meu treinamento, tive apenas duas horas de aula sobre demência”, relatou Claudia Suemoto, professora de geriatria da Faculdade de Medicina da USP. Ela defendeu que o tema seja incluído de forma mais ampla na graduação e na formação continuada, especialmente para médicos de família, cardiologistas e ginecologistas.
Embora já existam exames aprovados pela Anvisa, como marcadores biológicos, o custo elevado impede o uso no Sistema Único de Saúde (SUS). “Há uma tendência mundial no desenvolvimento de exames de sangue mais acessíveis, que devem facilitar o diagnóstico no futuro”, explicou Eduardo Zimmer, professor da UFRGS e pesquisador do Instituto Serrapilheira.
Além das limitações estruturais, o estigma ainda é um grande obstáculo. “Quando há mudanças de memória ou comportamento, muitos acham que é algo normal da idade. Existe medo, preconceito e negligência”, disse Elaine Mateus, presidente da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz). Ela lembrou que há tratamentos não medicamentosos — como terapias motoras, sociais e afetivas — que podem garantir qualidade de vida. “O diagnóstico precoce é o que permite que o paciente acesse essas abordagens no momento certo”, destacou.
O Brasil sancionou, em 2023, a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências, mas o plano ainda enfrenta dificuldades para sair do papel. “O SUS já faz muito, mas falta integrar ações de prevenção, diagnóstico e apoio a familiares e cuidadores”, afirmou Cleusa Ferri. Ela defende investimentos contínuos e governança intersetorial para garantir a implementação efetiva da política.
Os especialistas reforçam que grande parte dos casos pode ser evitada ou adiada. Segundo estudos, eliminar 14 fatores de risco — como tabagismo, sedentarismo, hipertensão e baixa escolaridade — poderia prevenir até 50% das demências no mundo. “O maior fator de risco é a baixa escolaridade. Investir em educação é investir em prevenção”, disse Claudia Suemoto. Para os participantes, o diagnóstico precoce, aliado a tratamentos integrados e políticas públicas consistentes, pode mudar o curso da doença no país. “Quando há expectativa de uma vida digna, seja qual for o diagnóstico, o medo diminui”, concluiu Elaine Mateus.
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PORTAL JOTA INFO
Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial
Envelhecimento populacional, judicialização e insegurança regulatória reforçam necessidade de autonomia e governança na ANS
 
 O sistema de saúde brasileiro em sua pluralidade combina o SUS - público e gratuito - com uma ampla rede privada regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa coexistência entre o direito universal e o consumo voluntário é o traço estrutural e um desafio do modelo. A coordenação entre os subsistemas ainda é limitada, o que reforça a necessidade de uma regulação sólida, técnica e previsível - capaz de garantir segurança para o cidadão, estabilidade para o mercado e credibilidade para o Estado.
 
 A saúde suplementar atende cerca de 50 milhões de pessoas e influencia toda a cadeia de prestação de serviços, inovação e financiamento. Ela nasce como escolha, mas opera em um sistema de direitos. É mercado e, ao mesmo tempo, política pública regulada. Quando a regulação é frágil, o equilíbrio se rompe: o cidadão perde previsibilidade, o mercado perde credibilidade e o Estado perde controle. Fortalecer a ANS é, portanto, reconhecer que a pluralidade do sistema de saúde brasileiro não é uma fragilidade, mas um arranjo que exige governança e clareza de papéis
 
 O envelhecimento acelerado da população brasileira tornou-se um novo determinante econômico da saúde. O número de idosos com plano de saúde cresceu 33% em uma década, enquanto o de jovens caiu 11%. Essa transição pressiona o modelo de mutualismo - em que os jovens financiam o cuidado dos mais velhos - e eleva os custos assistenciais. Uma regulação moderna precisa lidar com essa mudança, promovendo prevenção, gestão de doenças crônicas e modelos atuariais de longo prazo. É papel da ANS conduzir esse debate como política de Estado, e não como resposta emergencial a crises setoriais.
 
 A regulação da saúde suplementar tem convivido com um excesso de iniciativas legislativas fragmentadas, muitas vezes sem avaliação técnica ou estudo de impacto. Centenas de projetos de lei alteram a Lei nº 9.656/98, gerando insegurança jurídica e descontinuidade regulatória. O caso da Lei nº 14.454/2022, que tornou o rol da ANS exemplificativo, é emblemático: foi aprovada em poucos meses, invertendo anos de debate técnico e ampliando o campo da judicialização. Hoje, o Brasil acumula cerca de 570 mil ações judiciais em saúde - mais de 200 mil apenas na saúde suplementar - , a maioria decidida sem parecer técnico. Fortalecer a ANS é devolver à regulação o espaço técnico de decisão e conter o ciclo de improvisações legislativas que desorganizam o sistema e prejudicam o cidadão.
 
 A incorporação de novas tecnologias tem avançado em ritmo acelerado, nem sempre acompanhado pela devida avaliação de efetividade clínica e custo-efetividade. O Brasil possui prazos de análise significativamente mais curtos que a média internacional, o que amplia o acesso, mas também aumenta o risco de decisões sem base consolidada em evidências. Estudos indicam que menos de um terço das drogas aprovadas por agências como FDA e EMA apresenta ganho clínico comprovado - o que reforça a necessidade de prudência regulatória. Casos como o do Zolgensma, cujo tratamento ultrapassa R$ 7,6 milhões por dose, evidenciam o desafio de equilibrar inovação e sustentabilidade.
 
 A ANS tem o papel de consolidar um processo de incorporação baseado em evidências, que una agilidade, rigor técnico e sustentabilidade, com mecanismos de compartilhamento de risco e monitoramento de resultados, garantindo que cada nova tecnologia traga valor real ao paciente e previsibilidade ao sistema.
 
 Estudos do IPEA e do IDP mostram que boa parte das disputas entre consumidores e operadoras decorre de expectativas criadas no momento da venda - especialmente sobre rede, reembolso e cobertura. Planos prometem uma rede ampla, mas sofrem descredenciamentos frequentes, gerando frustração e litígio. É necessário rever as estratégias comerciais, padronizar a comunicação com o consumidor e garantir integridade nas relações de consumo. A ANS pode exercer papel decisivo nesse processo, estabelecendo parâmetros de transparência e coerência entre o que é ofertado e o que é efetivamente entregue.
 
 O desafio financeiro na gestão em saúde não se resume ao equilíbrio entre receitas e despesas. A carga tributária sobre o setor - que pode representar até 30% do custo final - encarece planos e serviços, restringe o acesso e penaliza a inovação e o consumidor. É papel da ANS mensurar esses impactos e contribuir com dados e evidências para a formulação de políticas fiscais coerentes, articulando-se com o Ministério da Fazenda e o Ministério da Saúde. Sem justiça fiscal e previsibilidade, não há sustentabilidade possível. E este ponto não foi endereçado na aprovação da reforma tributária atual.
 
 Fortalecer a ANS é proteger o cidadão, dar previsibilidade ao mercado e reconstruir a confiança em um sistema que lida com o bem mais valioso da sociedade: a vida. O Ministério da Saúde precisa restabelecer o diálogo técnico com o setor e consolidar a agência como eixo de coordenação entre Estado, mercado e cidadão. Uma ANS autônoma, técnica e estável garante previsibilidade para operadoras, confiança para o governo e proteção para quem mais importa: o usuário de planos de saúde.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 31/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica
https://medicinasa.com.br/doctoralia-reputacao-medica/
A comunicação como princípio ativo da prática médica
https://medicinasa.com.br/comunicacao-pratica-medica/
O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025
Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica
O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?
https://www.saudebusiness.com/colunistas/o-que-os-ultimos-10-anos-nos-dizem-sobre-os-proximos-10/
Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'
Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia
PC prende cinco pessoas suspeitas de fraudar laudos médicos para militares
Equipe médica é afastada após morte de menino por apendicite
Operação Césio 171: Polícia Civil desarticula esquema milionário de fraudes em benefícios a vítimas do acidente radiológico de Goiânia
Saúde digital: Hapvida consolida escala nacional com resultados recordes
Desafios das empresas na adequação à NR-1 sobre saúde mental
MEDICINA S/A
Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica
Com mais de 80% dos pacientes pesquisando opiniões antes de agendar uma consulta, segundo dados da Doctoralia, aprender a gerenciar comentários virou peça-chave na estratégia de negócio para clínicas e consultórios
A forma de escolher um especialista para realizar uma consulta médica mudou. Se antes a recomendação de amigos e familiares era um grande trunfo, hoje, ela divide espaço com as opiniões publicadas na internet. De acordo com dados da Doctoralia, 90% dos pacientes buscam informações de saúde na internet e 80% escolhem um especialista com base na avaliação de outros pacientes - números que reforçam a importância da reputação digital como fator decisivo na jornada de saúde.
Essa mudança de comportamento também traz novos desafios. Segundo o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025, 42% das clínicas já realizam pesquisas de satisfação com seus clientes, mas ainda há 7% dos estabelecimentos que não conseguem consolidar uma imagem positiva online.
“O paciente atual é digital e quer autonomia. Ele pesquisa, compara e decide com base na experiência de outros. Por isso, cada comentário é uma oportunidade de reforçar a credibilidade do consultório”, afirma Gabriel Manes, Head de Marketing da Doctoralia Brasil e Chile.
Pontos de atenção são oportunidades
As avaliações, sejam elas positivas ou negativas, são uma janela de percepção sobre o atendimento e o cuidado oferecido. Comentários elogiosos relacionados à empatia, pontualidade e clareza ajudam a consolidar a imagem do profissional e do estabelecimento de saúde. Já as críticas, quando bem gerenciadas, podem se tornar oportunidades de melhoria e, até, de fidelização.
Responder com cordialidade, agradecer o retorno e demonstrar disposição em evoluir são gestos que fortalecem a confiança e a transparência. “O silêncio diante de uma crítica é mais prejudicial do que a própria avaliação. Uma resposta empática mostra compromisso com o paciente e maturidade profissional”, complementa Dayane Carvalho, Relações Públicas da Doctoralia.
O risco das avaliações falsas
A popularização das plataformas digitais também abriu espaço para comentários falsos, ou seja, pessoas mal intencionadas publicam opiniões sem ter sequer passado por consulta. A Doctoralia, por exemplo, adota uma política rígida de moderação que combina filtros automáticos e análise humana, assegurando que apenas experiências reais sejam publicadas.
Entre os principais sinais de falsificação estão linguagem genérica, volume atípico de comentários sobre determinado especialista e perfis sem histórico. Nesses casos, a recomendação é acionar os canais de denúncia das plataformas e evitar respostas impulsivas.
Legislação protege profissionais e pacientes
O ambiente digital está amparado por leis que regulam o uso e a autenticidade das avaliações. O Código de Defesa do Consumidor, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) asseguram direitos tanto aos pacientes quanto aos profissionais, garantindo que as interações ocorram de forma ética e segura.
Além disso, comentários ofensivos ou inverídicos podem configurar crimes contra a honra, previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal.
A reputação digital como diferencial competitivo
O Brasil tem hoje mais de 600 mil médicos ativos, segundo a Demografia Médica 2025. Nesse cenário, a reputação online se tornou um diferencial competitivo – e não apenas um detalhe de imagem.
Estar presente em plataformas reconhecidas, como a Doctoralia, ajuda o profissional a ganhar visibilidade e consolidar sua credibilidade com base em experiências reais. Perfis completos, com fotos, agenda atualizada e respostas a comentários, ampliam a confiança e favorecem o agendamento de novas consultas.
“A reputação não se constrói apenas com boa medicina, mas também com boa comunicação. Cuidar das interações digitais é cuidar da própria marca profissional”, reforça Dayane Carvalho.
O papel da Doctoralia na gestão da reputação médica
Com mais de 33 milhões de visitantes mensais e 10 milhões de agendamentos por mês, a Doctoralia se consolidou como uma das principais plataformas digitais de saúde do Brasil.
Além de promover visibilidade, a plataforma permite gerenciar avaliações, responder a comentários e fortalecer a presença digital de clínicas e consultórios – tudo dentro de regras claras de moderação e transparência.
Quer se aprofundar no tema?
A Doctoralia disponibiliza gratuitamente o e-book completo “Como gerenciar comentários online para clínicas e consultórios”, com orientações práticas, checklists e exemplos de respostas estratégicas.
O material pode ser acessado neste link: https://pro.doctoralia.com.br/recursos-gratuitos/ebook
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A comunicação como princípio ativo da prática médica
Ao longo de mais de 25 anos atuando com comunicação no setor de saúde, tenho observado uma tensão recorrente que acompanha médicos e profissionais da saúde: a necessidade de construir uma presença profissional que vá além da competência clínica, que não dilua a essência da prática médica. Em um cenário em que a medicina muitas vezes se torna uma “commodity”, o que distingue um profissional não é apenas sua técnica, mas a forma como se comunica, se conecta e se posiciona diante de pacientes, pares e sociedade.
A comunicação, claramente, não substitui o diagnóstico nem a habilidade cirúrgica. Ela não cura nem trata, mas corretamente estruturada ela certamente torna-se um instrumento de ancoragem que favorece ao profissional ser reconhecido por sua autoridade, construindo confiança e estabelecendo relações consistentes, mesmo em meio a um mundo digital volátil e a uma sociedade saturada de informações.
O desafio, porém, é grande. Médicos lidam diariamente com agendas extenuantes, pressões regulatórias, complexidade clínica e expectativas sociais. A ideia de “ter que estar presente” em redes, eventos e fóruns pode parecer mais um peso do que uma oportunidade. É nesse ponto que a comunicação estruturada — ética, coerente e ancorada em normas do setor — se torna fundamental. Diferentemente de autopromoção vazia, ela exerce a função de integrar conhecimento, cuidado e visibilidade estratégica.
Manter a coerência exige clareza sobre limites e objetivos, em que o conteúdo compartilhado deve respeitar códigos de conduta médica, confidencialidade, legislações e normas institucionais. O tom da presença digital precisa refletir exatamente a postura do consultório: sério, confiável, humano. Isso exige planejamento, disciplina e, muitas vezes, apoio profissional de comunicação que entenda o setor e saiba navegar entre oportunidades de visibilidade e riscos reputacionais.
A ausência de estrutura leva a inconsistências e exposição desnecessária. Profissionais que improvisam, baseando-se apenas na intuição ou na lógica das redes, rapidamente percebem que atenção e engajamento não são sinônimos de autoridade. A comunicação sem estratégia pode até gerar visibilidade, mas nem sempre de qualidade e dificilmente com credibilidade duradoura.
Por outro lado, médicos que se apropriam da comunicação de forma consciente veem resultados concretos: fortalecem relações com pacientes, ampliam oportunidades de colaboração, contribuem para debates públicos e preservam sua imagem profissional em cenários complexos. A comunicação se torna, então, extensão da prática médica: ética, eficiente e humanizada, mas sempre subordinada à ciência e à prática clínica.
No fim, estar presente não representa estar em todos os canais, mas em lugares estratégicos onde a voz profissional importa. Também não representa ser e nem competir com influenciadores, mas de se posicionar com clareza, relevância e integridade, que são elementos naturais para a consolidação da imagem profissional.
Mas é fato que o diferencial do médico moderno não é não será “apenas” a excelência técnica, mas a capacidade de transformar a comunicação em pilar de carreira, ferramenta de impacto e estrutura de segurança em um mundo cada vez mais conectado.
A prática clínica continua sendo o centro, mas a comunicação é o instrumento que permite operar com segurança e consistência pelo território digital e relacional, construindo reputação, confiança e presença profissional segura.
*Erika Baruco é Jornalista, pós-graduada em Neurocomunicação, Certificação em Gestão da Experiência do Cliente na Saúde Digital e Diretora da Baruco Comunicação Estratégica.
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SAÚDE BUSINESS
O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025
A Philips encerrou mais uma edição do ConnectDay, desta vez em novo formato e realizado em parceria com o Healthcare Innovation Show (HIS). No dia 30 de setembro, o ConnectDay aconteceu de forma independente, enquanto nos dias 1 e 2 de outubro integrou a programação do HIS. O evento como um todo recebeu mais de 4 mil participantes, que também puderam ser impactados diretamente pelas atividades do ConnectDay. Essa estrutura ampliou significativamente o alcance da iniciativa, potencializando as oportunidades de conexão e negócios. Com mais de 30 palestras ao longo dos três dias, os debates se concentraram em como a Inteligência Artificial (IA) pode resolver desafios críticos da saúde, reforçando o papel estratégico da plataforma na construção do futuro do setor.
A relevância do evento foi reforçada pela participação de líderes como o Dr. Woojin Kim, Diretor de Estratégia e Informações Médicas da HOPPR. Em sua palestra, ele destacou como a nuvem e a IA são cruciais para a radiologia. Segundo o Dr. Kim, a IA já está promovendo uma “revolução silenciosa” no setor, não apenas com o uso de dados na nuvem para priorizar exames urgentes, mas também com a automação de tarefas repetitivas, como medições e segmentações. O foco deve ser a utilidade clínica, garantindo que as soluções de IA se integrem ao fluxo de trabalho e lidem com o aumento do volume de exames.
Outro destaque do evento foi a programação do Tasy Community Summit, uma imersão completa no sistema de gestão em saúde presente em cerca de 2.000 instituições na América Latina. A programação cobriu desde casos práticos até temas de Enterprise e funcionalidades clínicas avançadas do Tasy, com o objetivo de maximizar a sua utilização, melhorar a percepção de valor e, com isso, beneficiar os pacientes. Dentre as inovações apresentadas, destaca-se o Tasy Academy, uma plataforma de aprendizagem que oferece capacitação nos processos do Tasy para qualquer pessoa, permitindo o desenvolvimento de habilidades de forma prática e acessível.
O ConnectDay também recebeu grandes líderes locais, incluindo representantes da Santa Casa de Porto Alegre, Hospital Moinhos de Vento, Hcor, Santa Casa da Bahia, Unimed BH e Fleury, que compartilharam insights sobre inovação aplicada às soluções de Healthcare Informatics da Philips. As conversas também foram levadas ao estúdio Philips & AWS, podcast gravado durante a programação do evento e já disponível em Connect Day 2025 | Philips, permitindo aos convidados discutir em mais detalhes o futuro da saúde no país e o papel da tecnologia nessa jornada.
O sucesso do ConnectDay reforça a influência da Philips no setor, destacando seu papel por integrar equipamentos, software e inteligência clínica em um ecossistema verdadeiramente interoperável. Todo o conteúdo do evento, incluindo as palestras gravadas, será disponibilizado no site e redes sociais da Philips, estendendo o impacto das discussões sobre o futuro da saúde conectada no Brasil.
Explore todo o conteúdo do ConnectDay 2025, incluindo palestras, entrevistas e materiais exclusivos, em Connect Day 2025 | Philips.
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Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica
Por que digitalizar não é transformar – e o que a liderança tem a ver com isso?
O título deste artigo foi uma frase falada pelo head de Saúde Digital da Nvidia, Raghav Mani, no HLTH, que aconteceu de 19 a 22 de outubro, em Las Vegas, e eu queria discorrer um pouco sobre ela.
Nos últimos anos, o setor de saúde viveu uma corrida pela digitalização. Prontuários eletrônicos, dashboards, ERPs, APIs. Quase tudo agora tem um dado, um ID e um backend. Mas, apesar de termos colocado os dados no digital, a experiência segue analógica — para o paciente, para o profissional e, muitas vezes, para o próprio gestor.
Digitalizamos processos, mas não transformamos jornadas. Automatizamos tarefas, mas seguimos com fluxos que começam e terminam em silos. Criamos ferramentas de inteligência, mas ainda tomamos decisões baseadas em conveniência, não em evidência.
No fundo, o desafio não é mais tecnológico — é cultural e de liderança. Transformar exige redesenhar o que vem antes e depois da tecnologia: o fluxo, a decisão, o papel de cada ator. É o que foi chamado no HLTH de workflow-first AI: começar pelo problema, não pela ferramenta. A boa inovação é a que tira atrito, devolve tempo e gera aprendizado.
Quem vive o meio do caminho — entre o discurso da inovação e a prática da operação — sabe que as dores da transição são reais. Implementar uma ferramenta que promete integrar o cuidado, por exemplo, pode gerar mais telas e mais burocracia se o processo não for redesenhado. O que era para ser leve vira mais um clique. E é aí que a liderança faz diferença.
Liderar nesse novo tempo é ter coragem de simplificar. É entender que a transformação digital não é sobre tecnologia, mas sobre experiência — do paciente, do colaborador e da própria instituição. É assumir que transformar dá trabalho, mas dá retorno: o piloto que escala é o que muda o fluxo, não necessariamente o software.
A maturidade digital se mede menos pelo número de sistemas instalados e mais pela fluidez da jornada. E essa fluidez é produto direto de lideranças que sabem integrar tecnologia, propósito e gente.
Talvez o próximo salto da saúde não venha de mais uma API, mas de uma nova forma de fazer. Mais simples, mais conectada, mais humana. É o que dizemos, menos sobre o dado — e mais sobre o que fazemos com ele.
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O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?
Liderar na saúde exige, cada vez mais, visão sistêmica, capacidade de inovação e compromisso com o impacto social.
Na última década, o setor da saúde atravessou transformações profundas. Da emergência da Covid-19 às novas fronteiras da medicina personalizada, aprendemos — muitas vezes à força — que saúde não é um tema setorial, mas um reflexo direto das condições sociais, econômicas e ambientais.
É nesse contexto que o Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) completa uma década, atuando como observador privilegiado e agente ativo na formação de lideranças que buscam responder, com excelência, aos desafios desse período. Olhando para trás, é possível traçar um mapa do que será exigido das lideranças que desejam permanecer relevantes na próxima década.
A tríplice carga de doenças como bússola da complexidade
A saúde global deixou de lidar com uma única frente. Hoje, os líderes enfrentam a chamada tríplice carga de doenças: o controle contínuo de doenças infectocontagiosas (como arboviroses e a reemergência de casos como tuberculose), o crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (cardiovasculares, metabólicas e de saúde mental) e, cada vez mais, os impactos da violência e da insegurança pública sobre a saúde física e emocional da população. Gerir nesse cenário requer mais do que competência técnica: exige visão sistêmica, articulação intersetorial e a coragem de assumir decisões que vão além das métricas convencionais.
Liderança em transição: do jaleco ao pitch
Enquanto isso, um novo perfil de profissional de saúde emerge. Segundo pesquisas recentes, cerca de 30% dos estudantes de medicina já consideram o empreendedorismo como uma possibilidade concreta de carreira. Essa mentalidade reflete uma transição: de profissionais formados exclusivamente para atender demandas clínicas, para líderes dispostos a repensar o próprio sistema. As novas lideranças não querem apenas operar dentro da estrutura existente — querem redesenhar os alicerces.
Tecnologia como meio, não fim
Nesse novo ciclo, a tecnologia será um componente inevitável — da análise de dados populacionais à inteligência artificial aplicada ao cuidado, passando por modelos digitais de gestão e operação. No entanto, ainda existe um descompasso importante entre a velocidade da inovação e a capacidade dos profissionais e gestores de incorporá-la com criticidade e responsabilidade. A próxima década exigirá um salto em literacia digital: compreender o potencial e os limites da tecnologia será tão essencial quanto entender as bases da anatomia ou da administração hospitalar.
O que fica e o que muda
Dos últimos 10 anos, ficam aprendizados duros sobre preparo, resiliência e a importância de lideranças conectadas com a realidade do país e não apenas dos grandes centros. Para os próximos 10, o desafio será conciliar inovação com equidade, eficiência com cuidado, tecnologia com humanidade. A liderança do futuro precisará ser menos hierárquica e mais colaborativa; menos verticalizada e mais em rede. Terá que integrar dados e intuição, ciência e sensibilidade.
Porque se há uma certeza sobre o que vem pela frente, é esta: saúde nunca mais será uma pauta isolada. E liderar na saúde será, cada vez mais, liderar também o futuro da sociedade.
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PORTAL G1
Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'
Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, era médico intensivista e foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás se solidarizou com a família e os amigos.
A morte do médico Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, causou comoção nas redes sociais, “jamais será esquecido”, escreveu uma pessoa. Clélio era residente de medicina intensiva no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) se solidarizou com a família e os amigos.
A morte foi divulgada pela Sociedade de Terapia Intensiva de Goiás (Sotiego) nas redes sociais na quarta-feira (29). A causa da morte não foi divulgada.
Nas redes sociais, o médico foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. "Que menino fantástico, ser humano ímpar, inteligente, educado, íntegro, um coração enorme”, escreveu um seguidor.
Os amigos lembraram da trajetória na medicina e como ele se tornou um ótimo profissional. “Uma pessoa extraordinária!! Um estudante de medicina brilhante!! Descanse em paz!”, escreveu uma seguidora.
O velório foi realizado no Complexo Vale do Cerrado, na GO-060. Clélio foi sepultado na quinta-feira (30).
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Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia
Golpe causou prejuízos de cerca de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos por meio de isenção de Imposto de Renda, de acordo com a polícia. Segunda fase da operação prendeu três advogados, um médico e um engenheiro.
Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados com isenção de Imposto de Renda a partir de laudos falsos de exposição ao césio-137 em 1987, o maior acidente radiológico do Brasil, segundo a Polícia Civil. A investigação identificou que o grupo criminoso, composto por advogados, médico, engenheiro e militar, causou um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 1,7 milhão.
“Conseguimos identificar o grupo de forma bem distinta. Havia um núcleo jurídico, um núcleo de captação, um núcleo de fraude e um núcleo de advogados laranjas”, explicou o delegado Leonardo Dias Pires.
CLIPPING AHPACEG 30/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso
https://medicinasa.com.br/salva-vidas/
Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década
Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento
https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw
Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde
https://www.saudebusiness.com/esg/dimensao-social-do-esg-ganha-protagonismo-na-saude/
Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama
https://www.issoegoias.com.br/2025/10/inovacao-em-exames-de-imagem-tomografia.html
AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente
https://www.issoegoias.com.br/2025/10/avc-nao-espera-saiba-como-identificar.html
Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos
Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes
https://futurodasaude.com.br/dialogo-hospitais-operadoras/
Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina
https://girosa.com.br/da-consulta-ao-diagnostico-ia-ganha-espaco-medicina/#google_vignette
MEDICINA S/A
Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso
A medicina está exausta.
No Brasil, dois a cada três médicos relatam sintomas de burnout, segundo a pesquisa Saúde Mental do Médico, da Afya. Quase metade já teve diagnóstico de ansiedade ou depressão. Nunca tivemos tantos recursos tecnológicos e, paradoxalmente, tantos profissionais adoecendo. O que está “matando” quem salva vidas não é o paciente, mas a ineficiência operacional : o excesso de decisões, informações e burocracia que rouba tempo, foco e empatia.
O problema não está no cuidado, mas na estrutura de trabalho que se tornou insustentável. Médicos passam horas diante de telas, preenchendo prontuários e lidando com tarefas repetitivas. Um estudo da Medscape mostra que 65% dos profissionais gastam mais de 10 horas semanais com tarefas administrativas, alguns chegam a 25.
Instituições como o Hospital Albert Einstein e o Hospital das Clínicas já aplicam IA em exames, triagem e gestão de pacientes. Mas o avanço mais significativo no sentido de fluxo de trabalho e eficiência virá de plataformas que permitam ao profissional organizar sua rotina em um único ambiente, independentemente do número de locais em que atua.
Esse ponto é essencial para médicos que atuam em diferentes locais e precisam otimizar cada minuto de consulta: com a tecnologia absorvendo parte da burocracia, o tempo passa a ser investido em momentos de autocuidado, de lazer e com a família. Para esses profissionais, significa maior previsibilidade na rotina, menos deslocamentos desnecessários e melhor distribuição das demandas, prevenindo o burnout.
É aqui que a inteligência artificial entra, não como substituta, mas sim como guardiã da mente médica. Segundo um levantamento da Mass General Brigham, hospitais que adotaram IA generativa para documentação clínica, a carga cognitiva caiu 72%, o burnout reduziu 21% e o bem-estar aumentou 30%.
Um exemplo concreto dessa transformação é o DAX Copilot, da Microsoft, uma ferramenta que grava consultas, redige rascunhos de prontuários e sugere hipóteses clínicas em tempo real. O resultado: 70% menos burnout, 93% dos pacientes mais satisfeitos e US$ 41 mil de economia anual por profissional.
A tecnologia, quando bem aplicada, não desumaniza a medicina, ela a devolve aos médicos. Não é automação. É libertação. Ao assumir o que é repetitivo, a IA devolve o que é insubstituível: a escuta, o olhar, a presença.
Muitas das soluções que estão salvando a medicina nasceram em outros setores. A Netflix, por exemplo, usa algoritmos para prever o que você vai querer assistir. A startup Verge Genomics aplica o mesmo princípio a genes: analisa milhões de variações genéticas e recomenda tratamentos personalizados, encurtando o ciclo de desenvolvimento de novos medicamentos de décadas para poucos anos.
Na indústria de games, tecnologias de reconhecimento emocional inspiraram hospitais como o Cedars-Sinai, em Los Angeles, a usar assistentes de voz capazes de identificar alterações sutis na fala e detectar sinais precoces de infecções e doenças neurológicas, antes mesmo de os sintomas aparecerem. Esses exemplos mostram algo essencial: a IA não está tornando o cuidado mais frio. Está tornando-o mais atento, mais preciso, mais humano.
A transformação digital da saúde não é sobre eficiência, mas sobre propósito. Florence Nightingale revolucionou os hospitais com estatísticas. No século XXI, a revolução será feita por algoritmos, não para substituir o toque humano, mas para torná-lo novamente possível. Profissionais precisam de ferramentas inteligentes para manejar um volume crescente de dados, decisões e pacientes, sem sacrificar seu bem-estar ou qualidade de vida.
A IA está ajudando médicos a recuperar o tempo que a burocracia tirou. Está devolvendo à medicina o que sempre foi a sua essência: estar ao lado das pessoas. No fim, a grande revolução da IA na saúde não é tecnológica. É humana. E talvez seja justamente isso o que a medicina mais precisava: uma forma de lembrar que cuidar sempre foi, e continuará sendo, um ato profundamente humano.
*Guto Quirós é CEO da Plenno.
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PORTAL TERRA
Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década
Reajuste de planos coletivos chega a 383,5% em 10 anos, enquanto projeção para 2025 segue na casa dos dois dígitos; advogado especialista em Direito da Saúde explica alternativas para consumidores
Os planos de saúde coletivos registram aumentos acumulados que superam em quatro vezes a inflação geral nos últimos dez anos. Entre 2015 e 2025, os reajustes nos contratos coletivos por adesão e empresariais alcançaram 383,5%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 84%, e os planos individuais variaram 146,48%.
O setor atende 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o equivalente a 25% da população brasileira, que atualmente é de 213,4 milhões de habitantes. Essa cobertura se mantém estável em relação a 2015, apesar de adições recentes de cerca de 4 milhões de contratos desde 2020.
Os reajustes elevados afetam diretamente 83% dos beneficiários (44.397.575) por meio de planos coletivos por adesão e empresariais, que não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A maior parte dos contratos comercializados atualmente são os coletivos, cujos reajustes escapam do controle automático da ANS", afirma o advogado especialista em planos de saúde, Elton Fernandes.
Diferença entre os reajustes
Os reajustes dos planos de saúde variam conforme o tipo de contrato. Nos coletivos, o acumulado de 2015 a 2025 atingiu 383,5%. Essa modalidade inclui planos empresariais e por adesão, negociados diretamente com operadoras, sem teto regulado pela ANS.
Os planos por adesão, vinculados a entidades de classe, enfrentam reajustes acima de 25% em média nos últimos anos. Já os planos empresariais de pequenas e médias empresas (PME), que cresceram devido à ausência de oferta individual, também registraram altas de dois dígitos, com projeções de 15% para 2025.
Nos planos individuais e familiares, regulados pela ANS, o cenário é mais controlado. O teto para maio de 2025 a abril de 2026 é de 6,06%, aplicável a 8,6 milhões de beneficiários, ou 16,4% do total. Esse índice resulta da combinação entre a variação de despesas assistenciais (9,35% em 2024) e o IPCA sem subitem de planos (4,83%). Comparado a 2024, quando o limite foi de 6,91%, há uma redução de 0,85 ponto percentual.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de 2023 mostrou que os reajustes coletivos foram até duas vezes maiores que os individuais entre 2017 e 2022. O advogado especialista em reajuste de plano de saúde, Elton Fernandes, ressalta que essa disparidade decorre da regulação. Enquanto a ANS limita o aumento dos contratos individuais e familiares, os coletivos dependem de negociações diretas com as operadoras.
"Hoje, as famílias contratam planos de saúde para os seus via um CNPJ e, assim, os reajustes praticados não seguem o índice da ANS. É isso o que a Justiça tem revisto, pois, nesses casos, uma das possibilidades é que o reajuste siga a regra dos contratos familiares, com reajustes inferiores", explica Elton Fernandes.
Impactos nas empresas brasileiras
Para empresas, os planos de saúde representam 15,8% da folha em 2025, contra 11,5% em 2015, segundo a consultoria Mercer Marsh, que administra carteira com 5 milhões de usuários. O custo médio subiu 215% em dez anos, indo de R$ 225,23 em 2015 para R$ 709,50 em 2025 por funcionário.
Segundo a consultoria, as empresas passaram a adotar estratégias de contenção de gastos frente ao aumento dos custos com os planos de saúde. Há dez anos, 51% cobravam dos funcionários parte do valor do convênio; em 2021, caiu para 36%, mas subiu para 55% em 2025.
A pesquisa Mercer Marsh de 2025 também mostrou que 66% das empresas redesenharam benefícios, trocando operadoras, enquanto 31% planejam isso em 12 meses. O custo corporativo deve subir 10,5% em 2025, tornando os convênios o segundo maior gasto após salários. "O aumento dos custos de um plano de saúde faz com que, em muitos casos, o valor da mensalidade seja o segundo maior gasto da empresa, logo depois do salário. Isso traz desafios para a gestão do negócio", pondera Elton Fernandes, especialista em Direito da Saúde.
Reajuste do plano de saúde 2025/2026
Um dos indicadores que influenciam os aumentos dos planos de saúde, a inflação médica no Brasil deve continuar acima da média global em 2025. Segundo um levantamento da consultoria Aon com dados de 112 países, o custo médico no país terá alta de 12,9% neste ano, 2,9 pontos percentuais acima da média global, que deve ser de 10%.
Com base nessa projeção, a Aon estimou que os reajustes dos planos empresariais e coletivos ficariam entre duas médias possíveis em 2025: 13,7% e 21,8%, conforme os critérios adotados por cada operadora, enquanto o índice ANS para planos individuais foi de 6,06% para o período de maio de 2025 a abril de 2026.
O advogado Elton Fernandes explica que beneficiários de planos coletivos podem questionar os percentuais aplicados em seus contratos. Uma das maneiras é solicitar à operadora a demonstração técnica detalhada dos critérios aplicados no cálculo do aumento. Caso a justificativa não seja clara ou proporcional, é possível buscar orientação jurídica para entender as medidas legais cabíveis.
Além disso, o advogado especialista em Direito da Saúde em São Paulo afirma que o consumidor pode avaliar a troca de plano de saúde por meio da portabilidade de carências ou realizar um downgrade, que é a mudança para uma categoria inferior de rede credenciada dentro do mesmo contrato. "A portabilidade e a redução de cobertura via downgrade podem implicar mudança de rede credenciada, ao contrário da revisão do reajuste. Contudo, é importante ao consumidor compreender seus direitos para avaliar o que é melhor para si", detalha Elton Fernandes.
PUC TV
Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento
https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw
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SAÚDE BUSINESS
Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde
Hospital Pequeno Príncipe e Sistema Unimed mostram como programas de equidade, prevenção e educação fortalecem o cuidado, ampliam o acesso e consolidam a sustentabilidade no setor.
As políticas ESG (Environmental, Social and Governance) vêm sendo cada vez mais usadas para avaliar instituições não só pelos aspectos ambientais ou de governança, mas também pelo fator social.
No setor da saúde, a dimensão “S” envolve a gestão das relações das instituições de saúde com seus funcionários, pacientes, comunidades e demais stakeholders. Nesse cenário, as principais abordagens incluem: promoção da saúde e bem-estar das comunidades, bem-estar e valorização dos colaboradores, qualidade do atendimento e segurança dos pacientes.
Na área hospitalar, o Hospital Pequeno Príncipe busca democratizar o acesso à medicina de alta complexidade. Em 2024, 74% de todos os atendimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A instituição possui diversas iniciativas que consolidam o impacto social do hospital. Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva, elenca algumas delas:
Programa Família Participante: garante a presença de familiares junto aos pacientes do SUS, oferecendo alimentação, apoio psicológico e social, e orientação para o cuidado infantil;
Casa de Apoio Pequeno Príncipe: oferece hospedagem e alimentação gratuitas a pacientes e familiares de outras regiões, reduzindo barreiras de acesso à saúde especializada;
Setor de Educação e Cultura (Educ): assegura o direito à educação durante a internação, com professores das redes pública e da própria instituição;
Projetos culturais via leis de incentivo: promovem o acesso de pacientes, familiares e colaboradores a apresentações artísticas e oficinas de teatro, música e literatura;
Campanha Pra Toda Vida: reforça o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, com ações de prevenção, capacitação de profissionais e advocacy em políticas públicas;
Programa Cuidando de Quem Cuida: dedicado ao bem-estar dos colaboradores, oferece atendimento psicológico, terapias complementares e apoio financeiro;
Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe: oferece atendimento gratuito a crianças e adolescentes com deficiências e doenças raras, com foco em reabilitação, autonomia e inclusão social.
Entre as iniciativas recentes que ampliam o acesso à saúde e fortalecem a prevenção, destacam-se a Telepediatria, em parceria com secretarias municipais de saúde, que fortalece a atenção primária do SUS; o Telessaúde, que oferece teleconsultorias e monitoramento remoto a profissionais de outras instituições; e programas de educação e prevenção, como o Primeiríssima Infância, voltado à capacitação de cuidadores de crianças de 0 a 3 anos, e o HPP nas Escolas, focado em segurança e promoção da saúde.
Ety destaca que o hospital também mantém canais estruturados de diálogo com pacientes, famílias e colaboradores, reforçando a cultura de escuta ativa. O programa Voz do Paciente, criado em 2023, coleta relatos presenciais e on-line para fortalecer o cuidado centrado na pessoa. Internamente, o Canal de Escuta e a Central de Atendimento ao Colaborador (CAC PP) acolhem manifestações de forma anônima e digital, enquanto as Rodas de Conversa promovem integração entre equipes, estimulando pertencimento e corresponsabilidade.
Para medir o resultado de suas iniciativas, o Pequeno Príncipe adota uma abordagem integrada que combina indicadores assistenciais, de experiência do paciente, engajamento comunitário e reconhecimento institucional. Net Promoter Score (NPS), tempos de espera e densidade de reclamações funcionam como referências estratégicas para aprimorar práticas, fortalecer programas e embasar decisões voltadas à humanização e ampliação do cuidado.
Ety conta que, em 2024, o hospital alcançou NPS de 92,91%, superando a meta de 83,3%, e reduziu a densidade de reclamações de 1,5 para 1,1 por mil pacientes.
O Pequeno Príncipe atende crianças de todo o país, mas o equilíbrio financeiro é desafiador. Atualmente, o hospital conta com o apoio de 334 empresas e 4.120 doadores.
“Em 2024, o déficit de R$ 43 milhões foi compensado por doações e parcerias estratégicas. Cerca de 17,6% da receita bruta do Complexo Pequeno Príncipe veio da sociedade civil — recursos financeiros, doações de medicamentos e alimentos, patrocínios e investimentos de governos. Esses aportes permitiram cobrir o déficit assistencial e investir em pesquisas, equipamentos e infraestrutura.”
O hospital também participa de redes colaborativas como o Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) e de conselhos de direitos da criança, reforçando a governança compartilhada.
Em busca de reforçar sua sustentabilidade, a instituição criou o Futurin — Funds for Life, fundo patrimonial voltado à perenidade financeira e social.
“Para os próximos anos, o foco é consolidar a sustentabilidade institucional em múltiplas dimensões — financeira, ambiental e social — com metas como: ampliação da telemedicina e programas de prevenção, conclusão do hospital-dia do Pequeno Príncipe Norte e investimentos contínuos em tecnologia e digitalização hospitalar.”
Cooperativismo que transforma
“A dimensão social está no centro da atuação do Sistema Unimed. Em 2024, cerca de 200 cooperativas investiram R$ 102 milhões em ações socioambientais em todo o país, voltadas à responsabilidade social, capacitação profissional, cultura, esporte, meio ambiente e promoção da saúde”, diz Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.
Esses recursos sustentam programas como o Movimento Mude1Hábito, que incentiva estilos de vida mais saudáveis, e políticas de diversidade e inclusão, refletidas na criação de mais de 7 mil novos empregos diretos em 2024 — um crescimento de 27,5% em relação a 2023. “Hoje, 76% dos 130 mil postos de trabalho nas cooperativas participantes são ocupados por mulheres, demonstrando compromisso com a equidade de gênero.”
Na formação profissional, foram investidos mais de R$ 84 milhões na capacitação de médicos e colaboradores em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), além da inserção de mais de 4 mil jovens em programas de estágio e aprendizagem.
“Todas essas iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), e as melhores práticas são reconhecidas pelo Selo ESG Unimed, que fortalece a cultura de responsabilidade em todo o Sistema”, pontua Abujamra.
As cooperativas também mantêm parcerias com municípios e secretarias de saúde para ampliar o acesso à medicina de qualidade, sobretudo em regiões vulneráveis.
O impacto dessas ações é medido por meio do Balanço Social da Unimed do Brasil, que consolida indicadores econômicos, sociais e ambientais de 200 cooperativas. Em 2024, 16 cooperativas Unimed figuraram entre as 18 operadoras médico-hospitalares com nota máxima no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e 82 foram classificadas na faixa de excelência.
“Os programas sociais e de prevenção são financiados majoritariamente com recursos próprios. Em 2024, o Sistema movimentou R$ 96 bilhões em serviços de saúde privados e R$ 102 milhões em investimentos socioambientais, além de colaborações com Organizações Não Governamentais (ONGs), universidades e órgãos públicos que potencializam o alcance das ações.”
Na avaliação de Abujamra, os benefícios são amplos e compartilhados, refletindo em diferentes dimensões e beneficiando públicos diversos. “As comunidades têm acesso ampliado a iniciativas de promoção da saúde, educação, capacitação profissional, diversidade e inclusão, o que contribui para o fortalecimento social e econômico dos territórios onde a marca atua. Os pacientes percebem ganhos diretos na qualidade de vida, com a redução de internações evitáveis e o estímulo a hábitos mais saudáveis.”
O setor público também é beneficiado, na medida em que as ações de promoção e prevenção colaboram para desafogar o sistema de saúde e reduzir a demanda por atendimentos de alta complexidade. “Já o próprio Sistema Unimed reforça sua eficiência e capacidade assistencial, com 665 milhões de eventos assistenciais realizados em 2024, entre consultas, exames, internações e outros procedimentos.”
Para os próximos anos, a instituição projeta novas frentes de impacto, voltadas à saúde digital, economia verde e transição energética, conectando inovação, sustentabilidade e propósito social. “Assim, o cooperativismo médico se consolida como um dos pilares mais relevantes da sustentabilidade no ecossistema de saúde brasileiro, transformando investimento social em valor compartilhado para toda a sociedade.”
O preço de não investir no social
A dimensão social do ESG não pode ser vista como acessória para instituições de saúde: ela integra diretamente missão, operações, reputação, sustentabilidade financeira e compliance. Quando bem endereçada, traz impactos positivos — melhor qualidade de cuidado, maior equidade, equipes mais engajadas, comunidades mais saudáveis, maior confiança dos pacientes e parceiros.
Por outro lado, negligenciá-la pode acarretar riscos: reputação debilitada, maior rotatividade de colaboradores, menor eficiência operacional, dificuldade de atração de capital ou parcerias, e até impacto adverso na qualidade de atendimento.
“A inclusão da estratégia ESG é uma questão muito particular de cada empresa. Aquelas que escolhem a estratégia ESG se beneficiarão do acesso ao capital de impacto, além de dirimirem questões sociais e ambientais”, analisa Alexandre Furtado, professor do MBA em Saúde da Fundação Getulio Vargas.
Na visão de Furtado, há grandes oportunidades sociais para empresas privadas de saúde, como as parcerias público-privadas para coordenar programas de equidade e prevenção de saúde. “Basta ter a capacidade de oferecer esse tipo de serviço, o que acredito que muitos hospitais privados que já possuem SUS poderiam realizar com excelência, ou até mesmo operadoras de saúde. Existe um nicho interessante de modelo de negócio da saúde que vem com a pegada social do ESG.”
Mas Furtado destaca que as empresas do setor que não perceberem esse tipo de modelo de negócio, que é alavancado pelo social, acabarão perdendo a relevância na rede de atenção.
Quando se fala de risco reputacional, o especialista avalia que as empresas ainda estão situadas na seara da obrigatoriedade regulatória, onde o seu não atendimento por falta de transparência gerará multas e outras punições por parte dos órgãos reguladores, o que gera, na mesma amplitude, a perda de reputação.
“Essa perda reputacional se agravará ainda mais com a vinda das novas normas de sustentabilidade sob o padrão do International Financial Reporting Standards (IFRS), as IFRS S1 e S2, que tratam das obrigatoriedades de divulgação das informações de ESG aos investidores que companhias abertas, bancos e seguradoras do setor de saúde terão que atender a partir de 2026.”
As normas internacionais de sustentabilidade determinam que as empresas divulguem não apenas os riscos, mas também as oportunidades ligadas ao ESG, refletindo uma mudança estrutural nas finanças corporativas.
“Essa transformação tem origem no modelo de “cap and trade” (limite e compensação) — base das finanças sustentáveis — criado nos Estados Unidos no fim dos anos 1980. O sistema surgiu para combater as chuvas ácidas causadas por emissões industriais: as empresas poluidoras eram cobradas, enquanto as que reduziam emissões recebiam incentivos.”
O princípio é simples: governos impõem metas e penalidades a quem polui e oferecem incentivos a quem investe em sustentabilidade. Com isso, a sustentabilidade deixou de ser vista como um custo regulatório e passou a representar uma vantagem competitiva.
“No setor de saúde, essa mudança é clara: instituições que incorporam práticas ESG têm acesso tanto a financiamentos mais baratos quanto a gerar ganhos com créditos de carbono, por exemplo. As empresas estão percebendo que a sustentabilidade é hoje uma exigência estratégica, principalmente, para ter acesso a um capital mais barato para financiar suas operações”, diz Furtado.
O impacto social no setor de saúde deixou de ser apenas uma ação filantrópica para se tornar um investimento estratégico. Iniciativas como as do Hospital Pequeno Príncipe e do Sistema Unimed demonstram que programas de equidade, prevenção e educação produzem resultados concretos para pacientes, comunidades, colaboradores e o sistema de saúde como um todo.
Além disso, a adoção de práticas ESG gera vantagens financeiras e estratégicas. Por outro lado, negligenciar a dimensão social implica riscos significativos: perda de reputação, dificuldade em atrair capital ou parcerias, menor engajamento de equipes e impacto negativo na qualidade do cuidado.
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ISSO É GOIÁS
Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama
Goiânia (GO) - Quando se fala em diagnóstico do câncer de mama, o exame de imagem mais lembrado é a mamografia. No entanto, um estudo conduzido pelo médico goiano Celso Augusto de Paula Nunes (foto), especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, mostra que a tomografia das mamas com tecnologias exclusivas e protocolos avançados também é uma importante aliada na detecção precoce e acompanhamento do câncer de mama.
Esse reforço diagnóstico não substitui a mamografia, mas torna-se ainda mais relevante quando se considera que a identificação precoce pode garantir melhores prognósticos e taxas de cura que chegam a 95%.
“A falha no diagnóstico do câncer de mama representa uma grande preocupação. O uso de protocolos dedicados e de novas tecnologias na tomografia, como o mapa de iodo por subtração e a dupla energia espectral, tem mostrado resultados promissores no auxílio ao diagnóstico e acompanhamento”, afirma Celso Augusto de Paula Nunes.
Essas tecnologias, presentes nos tomógrafos da Canon Medical Systems, utilizam técnicas avançadas de aprendizado profundo (Deep Learning) e inteligência artificial (IA) utilizando dupla energia espectral com mapa de iodo, para fornecer imagens com maior diferenciação de tecidos e riqueza de detalhes anatômicos, com quantificação do iodo captado pela lesão, elevando o padrão de precisão do exame e facilitando controle pós-tratamento de lesões nas mamas.
A tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo quantitativo já está disponível em algumas das melhores clínicas de imagem do Brasil, entre elas, o CDI Premium, em Goiânia, que é uma das poucas unidades do país a contar com essa tecnologia de ponta.
O estudo elaborado por Celso Augusto de Paula Nunes em parceria com Henrique J. Cirino, líder estratégico de Aplicação Clínica em Tomografia na Canon Medical Systems Brasil, evidencia como essas inovações agregam valor à prática diagnóstica e ampliam as possibilidades de rastreamento preciso do câncer de mama, principalmente em pacientes com impossibilidades de utilizar outros métodos como a mamografia e ressonância de mamas
Por ser realizado em um equipamento de tomografia, é uma excelente opção para pacientes claustrofóbicos, com contraindicações para exames de ressonância magnética ou com outras limitações, como peso excessivo ou dificuldade de posicionamento em máquinas convencionais.
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AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente
Neurologista alerta para importância da informação e da rapidez no atendimento
O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo — mas também uma das mais evitáveis. De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (Neurológico), Iron Dangoni Filho, o tema ganha destaque no Dia Mundial e Dia Nacional de Prevenção ao do Acidente Vascular Cerebral, em 29 de outubro, como um lembrete urgente: informação e rapidez salvam vidas.
No Brasil, os números também preocupam: são mais de 400 mil novos casos por ano, fazendo da doença uma das principais causas de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos.
Segundo o especialista, a data é uma oportunidade de reforçar, reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença, pois o tempo é o fator mais importante, quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação completa.
“Existe uma janela de até quatro horas e meia para o uso de medicamentos que dissolvem o coágulo e podem reverter o quadro. Em situações mais graves, a trombectomia mecânica — procedimento que retira o coágulo por cateter — também precisa ser feita o quanto antes. Cada minuto de AVC leva à morte de aproximadamente dois milhões de neurônios. Por isso, a rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequela”, reforça Iron Dangoni.
Fatores de risco e prevenção
Os principais fatores de risco são conhecidos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial. Há ainda fatores que não podem ser modificados, como idade, sexo feminino (para casos mais graves), etnia e histórico familiar. Por isso, a prevenção deve ser constante e acompanhada de mudanças de hábito.
Entre as medidas preventivas, ele destaca a pressão arterial controlada, a alimentação equilibrada, a atividade física regular, o abandono do cigarro, o controle do diabetes e do colesterol, além de boas noites de sono e consultas médicas periódicas.
Para identificar um AVC, o neurologista ensina uma maneira simples de lembrar os sinais: a palavra SAMU — Sorriso torto, Abraço fraco, Mensagem confusa e Urgência. “Qualquer alteração súbita, seja de fala, força, visão ou equilíbrio, é um alerta. É essencial procurar imediatamente atendimento médico o quanto antes. Somente exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, destaca.
Nos últimos anos, a medicina avançou em novas técnicas de tratamento e reabilitação. Além da trombectomia, há protocolos de reabilitação intensiva iniciados ainda durante a internação, com apoio de tecnologias como realidade virtual e estimulação cerebral.
O processo de recuperação envolve uma equipe multidisciplinar — neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas —, todos atuando para devolver autonomia e qualidade de vida ao paciente.
Mesmo com todos os progressos, Iron Dangoni ressalta que a desinformação ainda é um grande desafio. “Muita gente acredita que o AVC é uma doença exclusiva dos idosos, o que não é verdade. Ele pode atingir qualquer faixa etária, inclusive jovens. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para quebrar mitos e ensinar a agir no momento certo”, observa.
Para o especialista, o conhecimento é a maior arma contra o AVC. Quando a população reconhece os sinais, busca ajuda rapidamente e adota hábitos saudáveis, muitas vidas estão sendo salvas. Informação é prevenção, é cuidado e é vida.
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PORTAL MIGALHAS
Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos
Entenda como a advocacia preventiva no Direito Médico pode evitar ações judiciais, proteger a imagem do profissional e garantir segurança jurídica ao exercício da medicina.
A medicina sempre valorizou a prevenção como estratégia de cuidado. Tratar antes que a doença se instale é não apenas mais eficaz, como também mais seguro e menos oneroso.
Essa lógica, aplicada ao campo jurídico, ganha corpo na advocacia preventiva, especialmente no contexto do Direito Médico. Trata-se de um campo ainda subestimado, mas essencial para garantir segurança ao exercício profissional da medicina em tempos de judicialização da saúde e intensa exposição digital.
É comum que o médico só procure um advogado quando já está envolvido em um processo ético no Conselho Regional de Medicina, numa ação civil por suposta falha técnica, ou mesmo em inquérito criminal por lesão ou homicídio culposo.
Essa busca tardia costuma ocorrer quando os danos - à reputação, ao emocional e ao patrimônio - já estão em curso. O custo da defesa é, invariavelmente, mais alto do que o da prevenção.
A advocacia preventiva oferece ao profissional da saúde algo que o contencioso raramente consegue: controle. A presença de um advogado especializado desde o início da atividade médica contribui para a elaboração criteriosa dos documentos utilizados no atendimento, como contratos de prestação de serviços e termos de consentimento.
Também permite a análise rotineira de protocolos clínicos e operacionais, a resposta técnica a reclamações de pacientes e a orientação quanto à publicidade médica, evitando infrações éticas que, muitas vezes, ocorrem sem má-fé, mas por desconhecimento.
A assessoria jurídica adequada atua como uma extensão estratégica da gestão do consultório ou da clínica, zelando pela conformidade legal das rotinas e oferecendo respostas rápidas em contextos de crise. Com o avanço da telemedicina, as fronteiras entre atendimento presencial e remoto se diluíram, o que ampliou os desafios jurídicos e exigiu novas formas de proteção.
Além disso, o uso intensivo das redes sociais pelos profissionais da saúde gerou conflitos com as normas do Código de Ética Médica, muitas vezes negligenciadas.
O risco jurídico, no entanto, não é uma hipótese remota. O médico está sujeito a diversas formas de responsabilização, e sua conduta pode ser questionada sob diferentes prismas: civil, penal e administrativo. Em todas essas esferas, o acompanhamento jurídico prévio é decisivo.
A diferença entre uma conduta bem documentada e uma situação mal gerida pode ser o que define o rumo de um processo e o desfecho da carreira de um profissional.
Nesse cenário, o advogado especializado em Direito Médico não é apenas um defensor. Ele é também orientador, educador e escudo.
Ele conhece os direitos e deveres que regem a atividade médica, acompanha as transformações legais e éticas do setor da saúde e está preparado para proteger o médico, a clínica e, por consequência, os pacientes. A advocacia preventiva, portanto, é um investimento em tranquilidade, em longevidade profissional e em qualidade no exercício da medicina.
Mais do que evitar processos, essa atuação fortalece a relação médico-paciente, aumenta a segurança das decisões clínicas e reforça a credibilidade da prática profissional.
Assim como um exame de rotina pode salvar uma vida, a advocacia preventiva pode salvar uma carreira.
Quer proteger sua atuação médica com segurança jurídica? Entre em contato com um especialista em Direito Médico e inicie sua assessoria preventiva agora mesmo.
Luciana de Araújo Chaves Guimarães Pimentel - Advogada em Direito Médico e da Saúde. Vice-Pres da Com de Dir Médico e da Saúde da OAB/PE, Vice-Pres da Com de Dir Penal Médico da ABRACRIM/PE. Membro Consultora da Com de Dir Médico da OAB Nacional
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FUTURO DA SAÚDE
Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes Hospitais afirma
Os hospitais privados seguem enfrentando e cobrando que as melhoras econômicas das operadoras de planos de saúde, que tiveram lucro de 12,9 bilhões de reais no primeiro semestre de 2025, cheguem até o setor hospitalar.
 
 Nos bastidores, o tema de redução de custos e possíveis cortes de despesas, incluindo redução de investimentos e equipes, começam a circular. Pequenos e médios hospitais devem ser os principais atingidos, caso a relação com as operadoras não melhore nos próximos meses e reflita em reajustes.
 
 Dados da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) apontam que 41% dos hospitais não conseguiram realizar os investimentos planejados. O prazo para recebimento de serviços prestados, que chega a 120 dias, é apontado como um dos principais motivos.
 
 "Os contratos, em boa parte dos casos, não têm sido respeitados. Eles dizem que a operadora deve reajustar os valores uma vez por ano, e se não houver entendimento entre a operadora e o hospital sobre o valor do reajuste, se aplica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo assim, a maioria das operadoras tem se recusado a aplicar", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
 
 O cenário é diferente em grandes redes hospitalares e hospitais-referência, que possuem caixa e possibilidade de investimentos. Apesar de ter mais capacidade de negociação, também têm enfrentado desafios nas relações com as operadoras. Reforçar a relevância e entregas assistenciais têm sido o caminho para abrir diálogo.
 
 "Temos diálogos mais estratégicos com as maiores operadoras para poder desenvolver as práticas do futuro, que é o que nos interessa. Temos encontrado espaço para a construção. O setor pede por evoluções e nós estamos abertos, até de uma maneira estratégica, a testar novos modelos que gerem valor para o sistema como um todo", afirma José Marcelo de Oliveira, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
 
 Desafios de custos e soluções
 
 Na visão de Henrique Salvador, presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde, o sistema de saúde é complexo, com causas multifatoriais como desafios do setor no momento. "A indústria da saúde, que é de capital intensivo, está sempre precisando de dinheiro para investir em equipamentos, em capacitação de pessoas, em capex para poder melhorar as instalações físicas. Em um país em que a taxa Selic está 15%, o primeiro desafio é a estrutura de capital", afirma.
 
 Junto ao impacto das glosas e questões de reajustes, a taxa de juros é considerada um entrave para a formação de caixa. Por isso, hospitais com menor capacidade financeira podem acabar reduzindo os investimentos planejados, com pequenos e médios sendo os principais afetados. Por outro lado, grandes redes e hospitais-referência atuam de forma diferente.
 
 "Existem redes nacionais como o Mater Dei, mas a relação com operadoras é local. Em Belo Horizonte, nos nossos quatro hospitais temos uma relação com as operadoras mais relevantes que é diferente da relação que nós temos em Uberlândia, por exemplo. Desenvolvemos produtos que são diferentes. Há negociações que precisam ser tratadas no corporativo, mas há situações que é a nível local", explica Salvador.
 
 Apesar do piso da enfermagem ainda ser um desafio para os hospitais, Antônio Britto, da Anahp, explica que o problema não está no custo com equipes de saúde, mas sim na falta de reajustes das operadoras. Ele reforça que os custos da saúde seguem aumentando continuamente e é preciso encontrar caminhos para solucionar a questão financeira.
 
 "Para os hospitais, a situação só pode ser boa e sustentável se a situação das operadoras também é boa e sustentável. Não existe escolha, ambos precisam estar bem. Os hospitais dependem de recursos repassados pelas operadoras, e as operadoras oferecem aos beneficiários serviços dos hospitais. São interdependentes", observa Britto.
 
 Apesar de não observar melhoria em reajustes e antecipações de pagamentos, Oliveira explica que há uma aproximação das operadoras aos hospitais para entender critérios e resultados. Segundo ele, no passado não havia essa abertura e perspectiva de diálogo: "Há uma discussão um pouco mais direta com argumentos em cima de práticas e melhorias. Falamos dos elementos que seguram uma conta hospitalar, por exemplo. Tem sido uma discussão mais produtiva, percebemos que também temos que mudar nossas práticas para melhoria contínua de processo. Saber que o caminho é de perspectiva de melhoria é muito mais positivo", afirma.
 
 Importância do hospital impacta nas negociações
 
 Segundo o CEO do HAOC, resultados assistenciais têm aparecido como força de barganha. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem produzido relatórios trimestrais com dados de cada operadora, mostrando desfechos e qualidade. Isso também colabora com os planos de saúde, que podem cobrar de outros parceiros os resultados com base neste referencial.
 
 "As operadoras querem nivelar o mercado por baixo. Por sermos uma marca de referência, há um custo adequado para aquele nível de atendimento, e a complexidade do nosso paciente acaba sendo maior. Quando se compara só os indicadores financeiros sem olhar a complexidade, isso prejudica. Buscamos qualificar essa discussão", observa João Marcelo, do HAOC.
 
 A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos hospitais membros da Anahp reduziu de 14% para 10% em 2 anos. O número é uma média dos associados, e pode variar para cima ou para baixo de acordo com o porte e tipo da instituição. No entanto, há preocupação sobre os resultados como setor.
 
 "Não vemos nenhuma saída para essa situação que não seja o diálogo. O diálogo entre hospitais, operadoras, indústria e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a única saída. Infelizmente, não tem sido como deveria. Há muitas desconfianças e dificuldades, mas na Anahp entendemos que o diálogo tem que ser uma obrigação", afirma Antônio Britto.
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Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina
A inteligência artificial está revolucionando a saúde ao automatizar atendimentos, apoiar diagnósticos, otimizar a gestão hospitalar e até salvar vidas. Com a IA, é possível prever demandas, reduzir filas, agilizar laudos e melhorar o uso de leitos e recursos. “Além disso, a integração de dados clínicos e operacionais permite decisões mais rápidas e precisas, resultando em mais eficiência, qualidade e melhor experiência para paciente e equipe médica”, afirma o especialista em Inteligência Artificial e inovação tecnológica Cássio Marcelo Morando Salinas, diretor de Engenharia de Soluções e Tecnologia para a América Latina da Aaxis, empresa focada em IA, Transformação Digital e Customer Experience.
Nos próximos anos, a IA deve se integrar ainda mais à rotina médica, de forma ética, transparente e colaborativa. “A detecção precoce de doenças como o Alzheimer, a partir de padrões sutis de exames cerebrais, é um exemplo de uso da tecnologia no futuro”, diz ele, que acrescenta: “Será possível também a descoberta acelerada de medicamentos, reduzindo em anos o tempo de desenvolvimento; integração com sensores corporais, permitindo detectar alterações fisiológicas antes de sintomas visíveis; além de monitoramento em saúde mental, com a IA analisando voz, escrita e comportamento para detectar precocemente sinais de depressão.”
Mas, a inteligência artificial vai substituir o ser humano? Não. Afinal, a empatia, a escuta e o discernimento clínico são frutos de anos de estudo, prática e sensibilidade — qualidades que pertencem exclusivamente aos profissionais de saúde. Ela pode apoiar, mas é o coração e a experiência humana que fazem e vão continuar fazendo a diferença na vida dos pacientes.
“Ela pode analisar dados, mas não sente empatia. Pode reconhecer sintomas, mas não entende a dor. O fator humano e emocional — o toque, o olhar e a escuta — continuam sendo o que mais cura na medicina. E é justamente nessa união entre ciência, tecnologia e humanidade que está o verdadeiro futuro da saúde. Afinal, a IA salva tempo. O humano salva vidas”, afirma Salinas.
Uso da IA em hospitais
Para Marcelo Teixeira, diretor médico do Hospital São Luiz Alphaville, a inteligência artificial permitirá, cada vez mais, que os profissionais de saúde dediquem seu tempo ao contato humano, ao acolhimento dos pacientes e de seus familiares. “Aparentemente pode ser estranho e contra intuitivo, mas vejo que a IA resultará em uma maior humanização na Saúde”, afirma Dr. Teixeira.
O Hospital São Luiz Alphaville utiliza a tecnologia em diversos processos. Confira alguns deles:
Processo assistencial
1. Avaliação de imagens sugestivas de neoplasia nos exames de RX, tomografia e ressonância magnética ;
2. Monitorização de exames e seus resultados , antecipando e alertando o médico de potenciais doenças raras;
3. Criação de contraste venoso ou arterial virtual, evitando a infusão de grandes volumes de contraste nos pacientes; e
4. Nas salas cirúrgicas, possibilitando ao cirurgião planejar e realizar a cirurgia de forma virtual se adaptando inclusive durante a realização da cirurgia.
Processo de Monitorização e Segurança Patrimonial
1. Por meio de câmeras de monitorização, a IA acompanha e identifica atitudes suspeitas no hospital, aumento a segurança contra furtos, golpes e vazamento de exames.
O hospital está implantando vários projetos que envolvem a tecnologia, abrangendo todas as áreas da unidade em Alphaville: no agendamento cirúrgico, na experiência do cliente e em processos financeiros.
IA usada em diagnósticos
A Inteligência Artificial já é uma aliada poderosa dos médicos no diagnóstico de doenças. Em vez de substituir o olhar humano, ela o amplia — ajudando a detectar padrões e sinais sutis em exames de imagem ou dados clínicos. “Hoje, sistemas de IA analisam radiografias, tomografias e ressonâncias com precisão surpreendente. Há um estudo bem interessante publicado na ScienceDirect na qual os médicos consideraram correta a hipótese gerada pela IA em 84% dos casos”, conta Cássio Salinas.
Em alguns estudos, modelos de IA superaram radiologistas humanos em até 10% na acurácia de diagnóstico de doenças cardíacas e pulmonares. “Enfim, ela funciona como um segundo par de olhos — ela alerta, prioriza e dá mais confiança, mas quem interpreta e decide é sempre o médico.
Tecnologia em tratamentos
A IA permite personalizar terapias, sugerir combinações de medicamentos mais eficazes e até prever reações adversas antes que elas aconteçam — sempre com base em dados clínicos e genéticos. “Na prática, já existem sistemas que monitoram pacientes em tempo real em UTIs, analisando batimentos cardíacos, pressão, oxigenação e outros sinais vitais para emitir alertas precoces quando algo sai do padrão”, afirma o especialista.
 Em oncologia, modelos de IA são capazes de propor ajustes de quimioterapia personalizados conforme o perfil genético do tumor, aumentando a chance de sucesso do tratamento.
“Um exemplo que vale a pena citar também é um estudo clínico que mostrou que intervenções de saúde baseadas na trecnologia ajudaram pacientes a parar de fumar e obter melhorar hábitos alimentares, reforçando o papel da tecnologia como aliada da medicina preventiva”, cita Salinas.
Maior revolução na prevenção
A maior revolução da inteligência artificial na saúde pode estar antes do diagnóstico, ou seja, na prevenção. Com o uso de grandes volumes de dados, a tecnologia auxilia médicos e autoridades de saúde a identificar riscos, prever surtos e agir antes que as doenças apareçam.
Algoritmos que cruzam informações de histórico médico, genética e estilo de vida conseguem prever risco de diabetes, doenças cardíacas ou câncer com boa precisão.
Salinas destaca que clínicos gerais da Inglaterra estão utilizando um sistema que aumentou em 8% a taxa de detecção de câncer entre pacientes do SUS britânico. “Outro avanço está em plataformas que acompanham tendências populacionais: com IA, é possível antecipar epidemias ou ajustar campanhas de vacinação antes de um surto”, diz ele.
Apoio clínico
João Galdino, CEO da Genesis, especialista em desenvolvimento de projetos com inteligência artificial, destaca a capacidade da tecnologia analisar de forma mais ampla todos os parâmetros clínicos de um paciente, comparando com o seu histórico. “Estamos falando de melhorar o prognóstico em mais de 50%, 60%, combinando o uso da IA junto com o médico. Os ganhos são estratosféricos”, afirma Galdino.
A Genesis desenvolveu a doutora Mia, que atende, auxilia, ajuda e tira dúvidas, dando apoio clínico a enfermeiros e médicos. “Ela dá laudo, analisa os sinais vitais do paciente, dá o prognóstico e alerta o médico, ou seja, auxilia no diagnóstico clínico”, explica ele.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 29/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Quanto ganha um médico no Brasil em 2025 e onde estão os melhores salários
Os incentivos que estão moldando (e distorcendo) a medicina
https://medicinasa.com.br/incentivos-mercado-medicina/
Estudo projeta alta de custos de até 60% e crescimento da prevalência de transtornos mentais até 2035
https://medicinasa.com.br/crescimento-transtornos-mentais/
Empresas aumentam investimentos em bem-estar e saúde dos funcionários
https://medicinasa.com.br/investimento-saude-funcionarios/
Dados não curam sozinhos: é o uso inteligente que redefine a saúde
https://medicinasa.com.br/dados-saude-empresas/
Coren-GO e sindicato cobram explicações sobre escala de enfermagem
Protocolo rápido de ressonância magnética acelera diagnóstico do câncer de mama
Unimed-RS lança plano de saúde veterinário com atendimento para cães e gatos
ANS promove reunião sobre o programa Agora Tem Especialistas
O ANTAGONISTA
Quanto ganha um médico no Brasil em 2025 e onde estão os melhores salários
Plantões, SUS, CLT ou consultório? Veja quanto ganha um médico no Brasil hoje e os detalhes que impactam diretamente na remuneração.
 
 O salário de um médico no Brasil em 2025 pode variar significativamente. Fatores como especialidade, tipo de vínculo e localização influenciam bastante nos valores. Descubra o que esperar em termos de remuneração.
 
 Qual é a média salarial de um médico em 2025?
 
 A média salarial nacional para médicos varia de R$ 8.000 a R$ 12.000 por mês para aqueles em regime CLT com jornada normal. Especialistas ou médicos com consultório próprio podem alcançar ganhos de R$ 15.000 a R$ 20.000 ou mais. Além disso, cargos de chefia em hospitais privados e gestores de saúde podem superar os R$ 25.000 mensais, especialmente em grandes centros urbanos.
 
 Quanto ganham os médicos residentes em 2025?
 
 Para aqueles em processo de formação, como médicos residentes, a bolsa em 2025 está estimada em cerca de R$ 4.106,09 por mês. Vale destacar que, em algumas instituições, podem ser oferecidos auxílios adicionais, como alimentação ou transporte, variando conforme o hospital universitário.
 
 Quais são os ganhos nos contratos públicos em 2025?
 
 No Sistema Único de Saúde (SUS), o salário pode variar dependendo da carga horária e do local. Médicos gerais podem ganhar entre R$ 6.000 e R$ 11.000 por mês. Em cidades do interior e regiões de difícil acesso, são comuns incentivos extras, elevando os valores para até R$ 15.000 mensais em alguns casos.
 
 Quanto se recebe por um plantão médico atualmente?
 
 Os plantões médicos também são uma importante fonte de renda. Por exemplo, um plantão de 12 horas pode render entre R$ 1.200 e R$ 3.000. Valores podem ser superiores em datas especiais, como feriados e finais de semana, ou em unidades de terapia intensiva.
 
 Dica rápida: O local de atuação pode influenciar nos ganhos. Regiões mais afastadas geralmente oferecem salários mais altos para atrair profissionais.
 
 Como construir uma carreira médica de sucesso em 2025?
 
 Atenção à Especialização: Escolher uma especialidade pode aumentar consideravelmente seus rendimentos.
 
 Importância do Local: Salários podem ser mais atrativos em regiões menos povoadas.
 
 Flexibilidade de Horários: Plantões permitem aumentar a renda mensal significativamente.
 
 Atualização constante: Investir em formação continuada e congressos pode abrir portas para empregos mais competitivos e salários mais altos.
 
 Redes de contacto: Participar em sociedades médicas e grupos profissionais favorece oportunidades e parcerias.
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MEDICINA S/A
Os incentivos que estão moldando (e distorcendo) a medicina
Nos últimos anos, tenho observado um fenômeno curioso: profissionais de outras áreas, principalmente mulheres advogadas, engenheiras ou atuando em diferentes campos, migrando para a medicina. Essa decisão, em muitos casos, reflete duas motivações principais: ou uma vocação genuína para cuidar das pessoas, ou a expectativa de melhor remuneração.
Infelizmente, a segunda motivação é a mais comum. E aqui reside um equívoco fundamental: muitos não compreendem a dinâmica de oferta e demanda do mercado médico. Não é erro individual, mas consequência de um cenário estrutural.
Nos últimos 20 anos, o Brasil assistiu a um crescimento exponencial do número de faculdades de medicina. Em 2005, existiam 143 instituições; hoje, são 448, um aumento superior a 200%. A oferta anual de vagas atingiu 48.491 em 2025. Segundo projeções da Demografia Médica no Brasil 2025, o país deve alcançar 1.152.230 médicos em atividade até 2035, o que corresponde a cerca de 5,25 médicos por 1.000 habitantes, aproximadamente 1 médico para cada 190 brasileiros, considerando uma população estimada de 219,5 milhões.
O impacto disso no mercado de trabalho é imediato. Plantões que antes pagavam de R$1.000 a R$1.500, hoje chegam a R$500. A tendência é que os valores continuem caindo, à medida que milhares de médicos se formam a cada semestre. Para entrar em um mercado cada vez mais competitivo e mal remunerado, muitos desses jovens assumem endividamentos significativos, já que algumas graduações chegam a custar mais de um milhão de reais por aluno.
A situação se agrava com a consolidação do setor privado em hospitais e clínicas, que concentra o poder de negociação e reduz a capacidade de jovens médicos negociarem salários justos. Paralelamente, os municípios diminuem a remuneração nas UPAs, muitas delas geridas por associações e cooperativas cientes do excesso de profissionais disponíveis.
O efeito prático é que o sonho de muitos jovens, ingressar na medicina para garantir uma carreira segura e financeiramente vantajosa, dificilmente se realizará. As residências médicas oferecem pouquíssimas vagas, e a concorrência se torna cada vez mais acirrada.
O governo, ao acreditar que a expansão de faculdades resolveria a escassez de médicos, especialmente no interior, errou a mão: os profissionais evitam essas regiões, os salários caem e o problema persiste.
O Brasil vive uma distorção incomum: existem mais faculdades de medicina do que de direito, um número desproporcional de advogados em relação a engenheiros, e ainda assim criou-se a ideia de que um diploma é a chave para uma vida transformada. A experiência mostra que não é assim. Incentivos mal planejados, aplicados por governos de diferentes espectros políticos nos últimos 10 anos, estão corroendo a boa remuneração do mercado médico e comprometendo a qualidade do atendimento básico à população.
O reflexo dessa política educacional mal orientada já é visível: médicos recém-formados sem experiência consultam colegas via WhatsApp sobre procedimentos. O resultado é um mercado saturado, remuneração em queda e alta frustração entre jovens profissionais.
Podemos traçar analogias com fenômenos passados, como o “advogado Uber” ou o “engenheiro Uber” em períodos de crise econômica. Em breve, veremos o “médico Uber”, fruto de incentivos equivocados que beneficiam principalmente as faculdades, não os estudantes ou a população.
É urgente repensar a política de formação médica no Brasil. Sem ajustes estruturais, milhares de jovens verão seus sonhos frustrados, não por falta de talento ou dedicação, mas por erros de planejamento e incentivos mal desenhados.
Garantir acesso à medicina não pode significar apenas multiplicar faculdades e gerar um excesso de profissionais; é necessário criar condições reais para que esses médicos tenham carreira sustentável, remuneração adequada e impacto positivo na saúde da população.
*Igor Lucena é economista, Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa e CEO da Amero Consulting. Membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política.
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Estudo projeta alta de custos de até 60% e crescimento da prevalência de transtornos mentais até 2035
O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, rede de clínicas em psiquiatria e psicologia, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.
O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas.
O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):
Prevenção estrutural e políticas públicas;
Integração público-privada com financiamento baseado em valor;
Uso responsável de tecnologia;
Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;
Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e
Redução do estigma e da garantia de direitos.
Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.
“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.
Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.
A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.
“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare.
Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.
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Empresas aumentam investimentos em bem-estar e saúde dos funcionários
As empresas brasileiras estão intensificando os investimentos em saúde, bem-estar e qualidade de vida para seus colaboradores. É o que mostra estimativas da 32ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da consultoria Mercer Marsh Benefícios, que avaliou programas de gestão de saúde, bem-estar e qualidade de vida de 1.007 grandes e médias empresas no Brasil. A amostra analisada compreende 5 milhões de trabalhadores brasileiros.
De acordo com o estudo, o valor médio alocado por funcionário em iniciativas de qualidade de vida e bem-estar alcançou R$ 409,69 em 2024, um aumento de 11% em relação aos R$ 330,44 investidos em 2023. Esse movimento reforça o crescente compromisso das organizações com a saúde e a satisfação de suas equipes.
Metade das empresas participantes da pesquisa indicaram que planejam aumentar esse investimento nos próximos 12 meses, sinalizando que a tendência de priorizar o bem-estar no ambiente corporativo deve continuar.
As empresas participantes da pesquisa são do segmento financeiro, tecnologia, agronegócio, infraestrutura, varejo, bens de consumo não duráveis, energia, entre outros. Mais de 66% delas têm faturamento acima de R$ 100 milhões. A coleta dos dados online foi realizada de janeiro a março deste ano.
Foco em saúde mental e prevenção
O estudo também revela que mais de 60% das empresas estão investindo em ações voltadas para a saúde mental e a prática de exercícios físicos. Outras áreas de destaque incluem:
44% em programas para gestantes e família
43% em rotinas de check-up
30% nas iniciativas de rodas de conversas sobre saúde e bem-estar, mapeamento de saúde e benefício medicamentos.
Além disso, a atenção primária à saúde, o gerenciamento de doenças crônicas e o suporte a pacientes em tratamento de doenças graves também figuram entre as prioridades. Outras iniciativas relevantes incluem ações de combate ao tabagismo, drogas e uso excessivo de álcool.
Aumento significativo na implementação de ações de qualidade de vida
O relatório aponta que 81% das empresas brasileiras estão implementando ativamente ações de qualidade de vida neste ano, um crescimento notável de 16 pontos percentuais em relação à edição de 2023 da pesquisa. As lideranças de Recursos Humanos (RH) das empresas participantes veem esse investimento como uma estratégia que vai além do cuidado com o funcionário. Eles acreditam que o bem-estar impulsiona diretamente a produtividade organizacional e fortalece o ambiente de trabalho.
Esses números demonstram uma mudança significativa na cultura corporativa, onde a saúde e a qualidade de vida do colaborador são cada vez mais reconhecidas como fatores essenciais para o sucesso e a sustentabilidade dos negócios.
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Dados não curam sozinhos: é o uso inteligente que redefine a saúde
Nos últimos anos, falar sobre dados virou quase um clichê. Todos repetem que eles são importantes, mas poucos entendem que o valor não está em acumular planilhas, relatórios e dashboards coloridos. O ponto central é transformar esse conhecimento em ações que mudem a realidade das pessoas e gerem resultados práticos, seja no cuidado individual, seja na gestão dentro das empresas.
Lembro do episódio do ConecteSUS, em 2021, quando milhares de brasileiros ficaram sem acesso ao comprovante de vacinação. O que parecia “apenas” uma falha técnica virou um caos: pessoas perderam voos, estados ficaram sem registros confiáveis e a vacinação foi prejudicada em diversos pontos. O que isso ensina? Que informações não são apenas números em um sistema; elas são a base que garante a continuidade da vida em sociedade. Quando não estão disponíveis ou não são usadas de forma correta, o impacto é imediato e profundo.
O desafio das organizações diante de dados dispersos
Dentro das organizações, a situação se repete em outra escala. Companhias com milhares de funcionários produzem uma enxurrada de registros sobre saúde, como exames admissionais, ausências, plano médico, campanhas de bem-estar, programas de saúde mental. Mas, quando tudo fica disperso em sistemas que não se conectam, a gestão vira um jogo de adivinhação. Decisões tomadas no escuro, custos assistenciais inflados e equipes que percebem a falta de cuidado integral com sua saúde.
É aqui que o RH precisa assumir um papel de liderança. Não mais como um setor operacional, restrito à folha de pagamento ou ao controle de benefícios, mas como protagonista da transformação da saúde corporativa. O desafio está em integrar registros, cruzar informações e antecipar riscos. É preciso coragem para encarar indicadores de saúde mental, presenteísmo ou risco ocupacional de frente. Não basta esperar relatórios prontos de terceiros, é hora de se tornar verdadeiramente data-driven — orientado por dados —, usando os números como ferramenta de gestão humana.
Na minha visão, o que diferencia companhias competitivas hoje é justamente a capacidade de transformar conhecimento em decisões que beneficiem efetivamente os colaboradores. O sucesso não se resume à redução de custos ou a balanços mais enxutos. A métrica real está no equilíbrio entre cuidado e desempenho. Organizações que entendem isso se destacam no mercado e ainda criam ambientes de trabalho nos quais as pessoas querem permanecer, crescer e dar o seu melhor.
Tecnologia e integração como pilares estratégicos
E a tecnologia tem um papel essencial nesse movimento. Ferramentas de Inteligência Artificial e machine learning (aprendizado de máquina) já são capazes de identificar padrões que o olhar humano dificilmente perceberia sozinho. Um aumento dos atestados de saúde mental pode ser correlacionado a indicadores de estresse ou de clima organizacional. Daí pode surgir uma intervenção preventiva que evita adoecimentos, afastamentos e até mesmo crises maiores.
As implicações estratégicas também não podem ser ignoradas. Cada centavo investido em prevenção pode gerar múltiplos ganhos em engajamento e eficiência. O oposto também é verdadeiro: quando as informações permanecem fragmentadas, o resultado é perda de visibilidade objetiva, mais retrabalho administrativo e maior vulnerabilidade jurídica, especialmente em tempos de LGPD. Integrar diferentes fontes deixou de ser um luxo — tornou-se uma necessidade estratégica para quem quer gerir equipes de forma inteligente.
Por isso, defendo que o futuro da saúde corporativa não será escrito por quem se limita a coletar registros, mas sim por quem souber interpretá-los e agir sobre eles. As organizações que compreenderem essa lógica estarão à frente, não porque gastam menos, mas porque cuidam melhor das pessoas que fazem seus negócios acontecerem. E, no fim, é sempre isso que diferencia uma empresa comum de uma instituição verdadeiramente transformadora: a capacidade de colocar as pessoas no centro, usando informações como meio, nunca como fim.
*Ana Beatriz Pereira é diretora de Dados da HealthBit.
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A REDAÇÃO
Coren-GO e sindicato cobram explicações sobre escala de enfermagem
Entidades defendem modelo 12x36
A defesa da manutenção da escala 12x36 pautou a visita do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg) ao Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) na segunda-feira (27/10). As entidades pedem que a Organização Social (OS) Imed esclareça a proposta de alteração para o regime 6x1, reforçando que o modelo atual garante melhores condições de trabalho, segurança assistencial e qualidade no atendimento à população.
Durante a visita, representantes locais informaram que a proposta ainda está em fase de estudo e que eventuais definições caberiam à gestão central da OS. Ainda assim, Coren-GO e Sieg reafirmaram sua posição contrária à mudança, destacando que o regime 12x36 é essencial para a qualidade da assistência e para a preservação dos direitos da categoria.
Direção
As entidades já adotaram medidas para tratar do tema diretamente com a direção da Imed, que também pretende implementar o novo regime no Hospital Estadual Centro-Norte (HCN) e no Hospital Estadual de Formosa. Os profissionais já foram informados sobre a possível mudança e, no caso de Formosa, um edital de novas contratações já prevê o regime 6x1.
 
 
O Coren-GO reforça que a escala 12x36 está consolidada como a mais adequada às especificidades da enfermagem, por garantir períodos de descanso compatíveis com a carga física e emocional do trabalho hospitalar e contribuir para a continuidade e qualidade do cuidado prestado aos pacientes.
Sobrecarga
A presidente do Coren-GO, Thaís Luane de Almeida, alerta que a alteração unilateral da escala para o regime 6x1 fere princípios de razoabilidade e de proteção à saúde do trabalhador. “A mudança pode gerar sobrecarga laboral, reduzir a segurança assistencial e comprometer a qualidade do atendimento à população”, afirma.
 
 
Thaís Luane lembra ainda que o artigo 7º da Constituição Federal assegura a redução dos riscos inerentes ao trabalho e que a Lei nº 7.498/1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, garante condições adequadas para o pleno desempenho profissional.
“Seremos implacáveis na defesa de condições dignas de trabalho para os profissionais e da qualidade da assistência prestada à população”, conclui a presidente.
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 SAÚDE BUSINESS
Protocolo rápido de ressonância magnética acelera diagnóstico do câncer de mama
Nova abordagem reduz o tempo do exame, mantém precisão superior a 98% e aumenta a capacidade de atendimento, além de oferecer mais eficiência e conforto a pacientes de alto risco.
Um exame essencial para mulheres com risco de câncer de mama, que antes levava cerca de 40 minutos, agora pode ser concluído em poucos minutos sem comprometer a qualidade diagnóstica. É o que propõe o protocolo rápido de ressonância magnética (RM) das mamas, técnica que vem transformando o diagnóstico e o acompanhamento do câncer de mama no Brasil e no mundo.
A RM das mamas é considerada um dos métodos mais sensíveis para a detecção precoce da doença, capaz de identificar alterações funcionais que muitas vezes passam despercebidas em mamografias ou ultrassonografias. Isso porque o exame utiliza contraste, que aumenta a acurácia do diagnóstico, além de oferecer imagens anatômicas de alta resolução.
Com o novo protocolo, o tempo médio do exame caiu para 5 a 10 minutos, graças a tecnologias avançadas de captação e processamento de imagens. A segurança do diagnóstico supera 98%.
“Entre as principais vantagens do protocolo rápido estão o maior conforto para as pacientes, que permanecem menos tempo no equipamento, e o aumento da capacidade de atendimento dos serviços de diagnóstico por imagem”, explica José Luiz Bevilacqua, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.
O executivo acrescenta que o exame tem custo reduzido, tornando-se uma alternativa mais acessível para programas de rastreamento em grupos de maior risco.
Precisão que faz diferença
A ressonância magnética é um exame não invasivo que produz imagens internas de alta nitidez. Por meio de campo magnético e ondas de radiofrequência, gera imagens detalhadas, favorecendo diagnósticos precisos, especialmente de estruturas pequenas, como microcalcificações, que podem indicar o início de um câncer de mama.
A RM não é indicada para rastreio de rotina na população geral. Entre suas principais indicações estão: rastrear mulheres com alto risco de câncer de mama — incluindo aquelas com mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2 —, avaliar mamas densas, investigar achados inconclusivos em outros exames, planejar cirurgias, acompanhar a resposta à quimioterapia e monitorar pacientes no pós-tratamento.
A precisão do exame permite determinar com mais exatidão o tamanho do tumor, identificar tumores adicionais e realizar o estadiamento da doença.
“No protocolo rápido de ressonância magnética, foca-se na captação das chamadas imagens de subtração, que são as informações mais importantes que precisamos para o rastreio das pacientes com alto risco. Por isso, conseguimos o que mais precisamos para o diagnóstico da paciente com a agilidade de menos de 10 minutos na sala de exames”, esclarece Bevilacqua.
Embora o protocolo rápido não substitua totalmente o exame completo — indicado quando há necessidade de avaliação mais detalhada —, ele representa um avanço relevante no cuidado oncológico, ampliando o acesso, otimizando o tempo dos profissionais e proporcionando às pacientes uma experiência mais ágil e confortável.
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FORÇA DO VALE
Unimed-RS lança plano de saúde veterinário com atendimento para cães e gatos
Novo serviço será oferecido em todo o Brasil com contratação digital e diferentes faixas de cobertura
A Unimed do Rio Grande do Sul anunciou nesta semana a criação do UniPets, um plano de saúde voltado exclusivamente para cães e gatos. A novidade marca a entrada oficial da cooperativa médica no setor pet, que cresce em ritmo acelerado no Brasil.
O plano foi desenvolvido pela RS Empreendimentos, holding da Unimed-RS, e já está disponível para contratação em todo o país. A adesão é 100% digital e o serviço será ofertado em três modalidades, com diferentes faixas de mensalidade, cobertura e limite de uso.
Serviços incluídos
Entre os atendimentos previstos nos planos estão:
Consultas veterinárias presenciais
Atendimento ambulatorial
Exames laboratoriais e de imagem
Internações e cirurgias
Assistência funeral para pets
Teleorientação veterinária 24h
Serviços de concierge
A proposta, segundo a Unimed-RS, é reduzir impactos financeiros para tutores em situações inesperadas de saúde dos animais.
Base em pesquisa regional
O lançamento do UniPets foi baseado em uma pesquisa feita na Região Metropolitana de Porto Alegre, conduzida pela consultoria Pesquisa Quanti. O estudo apontou que os tutores demonstram alta preocupação com os custos veterinários, o que motivou a criação do novo produto.
A Unimed atende hoje cerca de 2 milhões de clientes no RS e mais de 20 milhões em todo o Brasil. Com o UniPets, a cooperativa busca diversificar seus serviços e ampliar sua atuação em segmentos conectados ao dia a dia das famílias.
A contratação do plano pode ser feita no site: https://lp.apetsaude.com.br/apet/unipets/home
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ANS
ANS promove reunião sobre o programa Agora Tem Especialistas
Encontro reuniu representantes da Agência, do Ministério da Saúde e da operadora Amil na tarde desta terça-feira, 28/10
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promoveu, na tarde desta terça-feira, 28/10, uma reunião com representantes da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde e da operadora de planos de saúde Amil. O objetivo do encontro foi tratar do programa Agora Tem Especialistas.
“O engajamento das operadoras é fundamental para que esse programa colabore com o atendimento ao cidadão brasileiro, reduzindo filas de atendimento no SUS", enfatizou o diretor-presidente da ANS, Wadih Damous.
O Programa Agora Tem Especialistas permite o atendimento em troca de dívidas, impostos ou cursos administrativos correntes das operadoras e prestadoras. A operadora Amil, por exemplo, não tem dívidas de ressarcimento ao SUS e irá se engajar no programa a partir desta reunião.
Além de Damous, participaram da reunião, pela ANS: a diretora de Gestão Interina, Carla Soares; o gerente-geral de Análise Técnica da Presidência, Vitor Guimarães; e a assessora-chefe de Relações Institucionais, Ana Carolina Rios. Representaram o Ministério da Saúde: o diretor do Departamento de Estratégias para a Expansão e Qualificação da Atenção Especializada, Rodrigo Alves Torres Oliveira; e o assessor jurídico João Luis Pereira.
Pela Amil, participaram Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais; Kenneth Almeida, diretor executivo da Amil Total Care; e Anderson Nascimento, CEO Rede Total Care.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg e Fieg avaliam parceria para fortalecer ações em saúde e bem-estar dos trabalhadores

Haikal Helou (esq.), Renato Daher e André Rocha
Diretores da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) se reuniram nesta terça-feira (28) com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, para discutir uma possível parceria voltada à saúde e ao cuidado com o trabalhador.
Durante o encontro, o presidente da Diretoria Executiva da Ahpaceg, Renato Daher, e o presidente do Conselho Administrativo, Haikal Helou, destacaram a importância de aproximar o setor hospitalar da indústria. Eles ressaltaram que o Serviço Social da Indústria (Sesi), vinculado à Fieg, é atualmente a maior rede de prestação de serviços em saúde de Goiás. A proposta, segundo os representantes da Ahpaceg, busca ampliar o acesso dos trabalhadores a ações de prevenção, promoção da saúde e atendimento médico.
André Rocha afirmou que a parceria está em fase de estudo e análise. De acordo com ele, a Fieg avalia as possibilidades de cooperação a partir da estrutura do Sesi e das necessidades das indústrias goianas.
Ahpaceg e Fieg devem manter o diálogo para identificar projetos conjuntos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar dos trabalhadores do estado.
CLIPPING AHPACEG 28/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Estudo aponta que só 15% dos jovens médicos utilizam alguma tecnologia para buscar emprego
https://medicinasa.com.br/trabalho-jovens-medicos/
Curso gratuito ensina profissionais de saúde a lidar com vícios digitais
https://medicinasa.com.br/curso-vicios-digitais/
Eficiência hospitalar começa com inteligência operacional
https://medicinasa.com.br/noxtec-dashboards/
IA na saúde: entre a lentidão da lei e o risco de travar a inovação
https://medicinasa.com.br/ia-saude-lei/
MEDICINA S/A
Estudo aponta que só 15% dos jovens médicos utilizam alguma tecnologia para buscar emprego
Apenas 15% dos médicos brasileiros utilizam algum tipo de tecnologia para procurar emprego. Um estudo realizado pela DocSolution apontou que a principal porta de entrada no mercado de trabalho ainda é a indicação direta de colegas (quase 80%), seguida pelos plantões compartilhados em grupos de WhatsApp (70%).
O levantamento, que traça um panorama da entrada de médicos no mercado de trabalho, revela um cenário descentralizado, pouco profissionalizado e ainda muito analógico, baseado em relações pessoais, o que acaba resultando em insegurança, falta de previsibilidade e desigualdade de acesso a oportunidades. E o preço disso é alto.
A pesquisa mostrou que mais da metade dos entrevistados afirmou já ter enfrentado situações problemáticas ou inseguras ao tentar conseguir oportunidades, incluindo dúvidas sobre a estrutura do local, medo de não receber o pagamento, aceitação de plantões sem saber exatamente onde ou em quais condições iriam trabalhar, ou saber a própria veracidade da vaga anunciada.
A sondagem indica que a busca de oportunidades no mercado médico ainda opera de maneira informal e sem regulação adequada, abrindo espaço para insegurança e falta de suporte aos profissionais em início de carreira. “Esse cenário ajuda a entender por que quase 74% dos jovens médicos afirmam já ter recusado oportunidades por medo ou falta de respaldo no trabalho, segundo Vanessa Conte, diretora da DocSolution e responsável pelo levantamento.
Apesar dos plantões pagarem relativamente bem, a oferta é irregular (tanto em periodicidade, quanto em localização – 52% dizem que não encontram oportunidades em sua região). Isso torna a renda variável e instável e pressiona 56% dos jovens médicos a estarem o tempo inteiro online e atentos ao WhatsApp para não perder oportunidades.
Os jovens médicos ainda disseram que:
31,7% dizem que as oportunidades existem, mas difíceis de encontrar
29,6% dizem que a concorrência é muito alta.
33,2% considerarem o mercado desorganizado e pouco acessível.
Segundo Vanessa, o maior obstáculo para o médico iniciante, além da falta de oportunidade, é o medo de atuar sem suporte. “É um mercado onde a confiança ainda é pessoal, e não sistêmica. Isso aprofunda desigualdades e afasta o médico daquilo que deveria ser o foco: cuidar das pessoas”, completa.
A desconexão digital e seus efeitos
A falta de plataformas seguras e dedicadas ao público médico explica por que apenas 15% dos profissionais afirmam usar tecnologia para buscar oportunidades. Enquanto outras áreas já contam com ferramentas estruturadas de recrutamento, a medicina ainda depende da confiança pessoal, e não de processos baseados em transparência e competência profissional.
Isso reforça outro achado importante do levantamento: quase 75% dos jovens médicos dizem não contar com um espaço digital confiável para apresentar currículo, certificações ou trajetória profissional, e 80% afirmam não saber (ou sentem-se inseguros) como montar um portfólio. O reflexo disso é uma classe jovem, sobrecarregada e desassistida em termos de suporte técnico, emocional e de carreira.
A pesquisa
O levantamento “Entrada de Médicos no Mercado de Trabalho”, realizado pela DocSolution entre 18 de setembro e 13 de outubro de 2025, ouviu 206 médicos. O estudo investigou temas como remuneração, canais de busca por vagas, segurança emocional, visibilidade profissional e o uso (ainda baixo) da tecnologia na empregabilidade médica.
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Curso gratuito ensina profissionais de saúde a lidar com vícios digitais
A MEV Brasil, escola de Medicina do Estilo de Vida, lança o primeiro curso sobre vícios digitais voltado a médicos e profissionais da saúde. Online e gratuito, o material procura oferecer ferramentas práticas para reconhecer, rastrear e tratar precocemente casos de dependência digital.
O vício em telas tornou-se um problema de saúde pública. Segundo o documento “Apostas, scrolls, porn e likes: ameaças digitais à saúde”, lançado pela empresa em outubro usado de inspiração para a formatação do curso, o Brasil está entre os países com maior tempo médio online: 9h32 por dia. A média global é de 6h30. O levantamento também aponta que cerca de 1 em cada 20 adultos no país apresenta sinais de dependência severa de internet.
“O vício em internet tem crescido em proporções alarmantes, e a identificação para um tratamento adequado ainda é um desafio para muitos profissionais. É uma epidemia silenciosa que provoca uma constelação de sintomas físicos e mentais em pessoas de todas as idades, classes, raças e gêneros. Queremos mudar esse cenário”, Luiz Carlos, Fundador da MEV Brasil, psiquiatra e professor de Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Com aulas conduzidas por professores da instituição, o curso, gratuito e 100% online, é destinado a profissionais da saúde interessados em ampliar seus conhecimentos e aprimorar habilidades clínicas. Serão seis aulas de aproximadamente 30 minutos cada, totalizando três horas de conteúdo, que abordam desde a triagem e o rastreamento de pacientes com sinais de dependência até protocolos iniciais de conduta.
“Vamos oferecer uma base conceitual, diagnóstica e prática para o atendimento inicial. Nosso objetivo é que, ao fim do curso, os profissionais tenham conhecimento suficiente para reconhecer e manejar casos de dependência digital, e busquem se aprofundar no tema”, finaliza Luiz.
O curso estará disponível a partir da segunda quinzena de novembro por tempo limitado no site da MEV Brasil.
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Eficiência hospitalar começa com inteligência operacional
Saiba como líderes hospitalares estão usando dashboards em tempo real para reduzir custos, otimizar a ocupação de leitos e aumentar a margem
Você sabe, neste exato momento, qual é a taxa de ocupação da sua UTI? E a previsão de faturamento para hoje, já descontando as glosas prováveis?
Se a resposta depende de relatórios que só ficam prontos no fim do dia ou da semana, sua instituição pode estar perdendo dinheiro e eficiência.
Um estudo da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) mostra: cada dia a mais no tempo médio de permanência de um paciente representa custos adicionais de milhares de reais. É um dreno silencioso que compromete a sustentabilidade da sua instituição.
Na prática, tomar decisões com dados defasados é como pilotar um avião moderno com um mapa de papel. A boa notícia: já existe tecnologia para assumir a torre de comando da gestão hospitalar.
Os 4 indicadores que exigem sua atenção imediata
Esqueça as dezenas de métricas que poluem suas planilhas. Para um gestor focado em resultados, a clareza é poder. Quatro indicadores-chave, quando monitorados em tempo real, funcionam como o painel de controle de uma operação de alta performance.
Taxa de ocupação de leitos:
Este é o indicador mais importante da sua capacidade operacional. Uma taxa abaixo de 80% pode significar ociosidade e desperdício de recursos fixos. Acima de 95%, pode indicar sobrecarga da equipe, risco assistencial e perda de novas internações. Onde está o equilíbrio?
Nova sugestão, para deixar mais objetivo: Com dashboards em tempo real, é possível prever picos de demanda, agilizar altas e otimizar equipes, transformando leitos parados em receita ativa.
2. Tempo Médio de Permanência (TMP)
O TMP é um dos maiores vilões da rentabilidade hospitalar. Cada dia que um paciente permanece internado além do necessário representa não apenas um custo direto (hotelaria, insumos, pessoal), mas também um custo de oportunidade, impedindo que outro paciente ocupe o leito.
Reduzir o TMP em apenas 0,5 dia, por meio da otimização de fluxos e processos, pode gerar uma economia de milhões ao final de um ano. Sem visão em tempo real, otimizar fluxos é praticamente impossível.
Fila Cirúrgica: O Motor da Receita (e da Reputação)
O centro cirúrgico é o coração financeiro de muitos hospitais privados. Uma fila mal gerenciada, com atrasos e cancelamentos, não apenas frustra pacientes e médicos, mas impacta diretamente o faturamento. Monitorar salas, tempos de limpeza e equipes em tempo real aumenta giro, receita e satisfação.
Faturamento e Glosas
De que adianta uma operação impecável se o faturamento não se converte em caixa? As glosas, que segundo a ANS podem corroer até 5% do faturamento de um hospital, são frequentemente resultado de falhas de comunicação e registros inconsistentes entre as áreas clínica e administrativa.
Um sistema que monitora o faturamento em tempo real e cruza informações para identificar potenciais glosas antes do envio da fatura é uma ferramenta poderosa para estancar essa hemorragia financeira e garantir a saúde do seu fluxo de caixa.
Como os dashboards transformam dados em ações práticas
A solução não é contratar mais analistas para gerar mais planilhas, mas sim, transformar essa avalanche de dados desconexos em inteligência acionável e visual. É exatamente neste ponto que um parceiro tecnológico como a Noxtec se torna um ativo estratégico.
São dashboards centralizados que integram dados clínicos, operacionais e financeiros em uma única tela que fazem a diferença. Imagine poder:
Receber alertas automáticos quando um setor atinge níveis críticos.
Visualizar mapas de calor dos gargalos que aumentam o tempo de permanência.
Prever demanda cirúrgica e alocar recursos com antecedência.
Reduzir glosas com análise em tempo real.
Hospitais que implementam tecnologias como essa, adotam uma nova filosofia de gestão, onde cada decisão é informada, precisa e estratégica, fazendo total diferença nos resultados.
O futuro da gestão hospitalar não pode esperar
Continuar gerenciando sua instituição com base em dados passados é uma escolha que deixa dinheiro na mesa, compromete a qualidade assistencial e mina sua competitividade. O fato é: o foco em eficiência operacional e redução de custos hospitalares já virou uma questão de sobrevivência e prosperidade.
Assumir o controle em tempo real é o que separa os hospitais que lideram dos que apenas reagem.
Não adie mais a transformação da sua gestão. Conheça as soluções da Noxtec para gestão hospitalar em tempo real. Entre em contato com nossos especialistas clicando aqui e descubra como transformar seus indicadores em resultados.
Para mais informações, acesse:
 www.noxtec.com.br
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IA na saúde: entre a lentidão da lei e o risco de travar a inovação
A inteligência artificial já deixou de ser promessa e faz parte do dia a dia de hospitais e clínicas no Brasil. Ela auxilia diagnósticos, automatiza registros e devolve tempo precioso aos médicos. Mas, enquanto a tecnologia avança, o Congresso discute lentamente o Projeto de Lei 2338/2023, que cria um marco regulatório para IA e classifica sistemas por níveis de risco. Na saúde, a classificação é sempre de alto risco, e o debate, arrastado, mantém soluções que poderiam salvar vidas em terreno jurídico incerto.
Em 2022, o Brasil foi o segundo país do mundo mais atingido por ataques cibernéticos na saúde, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a IBM. Os dados expostos são extremamente sensíveis e protegidos pela LGPD, o que torna qualquer brecha uma ameaça direta à segurança dos pacientes. Ao mesmo tempo, a Accenture aponta que 82% dos executivos do setor já testam ou planejam adotar IA, evidenciando a corrida global por soluções que aumentem eficiência e reduzam custos. Ignorar esse movimento não significa apenas perder competitividade: o mercado global de IA em saúde deve atingir US$ 187 bilhões até 2030, e o Brasil corre o risco de ficar fora de uma transformação que pode salvar vidas e aliviar a sobrecarga do sistema de saúde.
O risco maior está em regulamentações genéricas que tratam igualmente ferramentas de apoio e sistemas autônomos de diagnóstico. Aplicar as mesmas exigências a um robô que decide sozinho e a um software que apenas automatiza prontuários é um erro que paralisa startups e afasta investidores. A União Europeia, com o AI Act, já diferencia níveis de risco e cobra explicabilidade de sistemas decisórios autônomos, sem sufocar ferramentas de apoio. O Brasil deveria aprender com essa experiência, em vez de escolher o atalho da generalização.
Médicos brasileiros gastam em média 30% do tempo de consulta com burocracia, segundo a Harvard Business Review, enquanto 60% sofrem burnout, de acordo com Fiocruz e CFM. No SUS, a desigualdade regional se agrava com a falta de especialistas em áreas críticas, problema que a OPAS projeta piorar até 2030. Nesse cenário, ferramentas de triagem automatizada, gestão de exames e apoio administrativo não são luxo: são formas de aliviar sobrecarga, liberar tempo médico e reduzir desigualdades. Travar sua adoção em nome de uma cautela mal calibrada é, na prática, comprometer a saúde de milhões de brasileiros.
Alguns defendem regras duras como único caminho para evitar vieses e proteger pacientes. Mas há um risco invisível nessa lógica: o de congelar avanços que poderiam aumentar a eficiência da saúde suplementar, reduzir filas no SUS e ampliar o acesso a cuidados de qualidade. Já existem startups brasileiras desenvolvendo soluções promissoras nessa frente. Se o marco regulatório não for adaptado à realidade do país, essas empresas podem perder competitividade e migrar para mercados mais ágeis e previsíveis.
O Brasil não pode se dar ao luxo de desperdiçar esse momento. A regulação é necessária e urgente, mas precisa ser feita com inteligência e equilíbrio. A escolha não é entre segurança e inovação, e sim entre um marco legal que inspira confiança ou uma lei genérica que mata a criatividade. Cada mês de inércia ou excesso de cautela significa manter pacientes e médicos reféns de um sistema já sobrecarregado. Proteger vidas e dados é obrigação, mas sufocar a inovação é uma escolha, e uma escolha que o país não pode fazer.
*Karlyse Claudino Belli é Chief of business & data officer iHealth, empresa do grupo DoctorAssistant.ai.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 27/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro
Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa
A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil
https://medicinasa.com.br/leve-saude-edi31/
Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA
https://medicinasa.com.br/alice-ia-cancer/
O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil
https://medicinasa.com.br/medico-responsabilidade-civil/
A região que virou referência em saúde privada no Brasil
Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030
CORREIO BRAZILIENSE
A região que virou referência em saúde privada no Brasil
No interior do estado de São Paulo, observa-se um notável crescimento na adesão aos planos de Saúde Suplementares. Este fenômeno acompanha a busca por sistemas mais confiáveis que possam suprir a lacuna deixada pelo sobrecarregado sistema público. Mediante a valorização da medicina preventiva, a população tem procurado formas de garantir um atendimento mais ágil e preventivo, capaz de proporcionar desde consultas expedidas até exames regulares e segurança para emergências.
Em cidades como São José do Rio Preto, essa tendência é especialmente evidente. Dados de diversas organizações de saúde indicam que a região experimentou um aumento expressivo no número de usuários de planos privados, o que pode ser atribuído ao crescimento demográfico e à variedade de coberturas oferecidas, adaptadas às diferentes necessidades econômicas e de saúde da população local.
Como a saúde suplementar afeta a vida cotidiana?
Optar por um plano de saúde particular muda profundamente a forma como muitos encaram suas necessidades médicas. Além de oferecer segurança em casos de emergência, estas opções garantem um acompanhamento frequente de saúde por meio de exames preventivos, aconselhamento nutricional e suporte psicológico. A conveniência associada aos planos particulares também está no tempo de espera reduzido para consultas e tratamentos, contrastando com a longa espera do sistema público, e beneficiando principalmente aqueles que precisam de atenção contínua para condições crônicas.
Quais são as inovações na saúde suplementar?
O setor de saúde suplementar vem se transformando com inovações que ajudam a definir seu futuro. Isso inclui a digitalização dos serviços, como o uso crescente da telemedicina, que permite realizar consultas médicas de forma remota, tornando o atendimento mais acessível. Além disso, programas de prevenção focados em promover hábitos de vida saudáveis são uma prioridade, visando reduzir a incidência de doenças como a diabetes e a hipertensão antes que demandem intervenções complexas.
A regionalização dos serviços representa outra inovação significativa, permitindo que as pessoas tenham acesso a atendimento de qualidade próximo de suas casas, sem a necessidade de viajar grandes distâncias. Isso inclui a expansão de clínicas e centros médicos em locais que antes dependiam exclusivamente dos grandes centros urbanos para cuidados especializados.
São José do Rio Preto: um exemplo de avanço em saúde suplementar
No panorama dos serviços de Saúde Suplementares, São José do Rio Preto se destaca como uma região em plena expansão. Hospedando um conjunto abrangente de especialistas e instalações médicas, a cidade se tornou um centro de atenção médica no interior paulista. Grandes operadores regionais, como Austa Clínicas e Bensaúde, têm estabelecido uma forte presença, refletindo a demanda por uma rede diversificada de serviços de saúde adaptados às necessidades locais.
Este crescimento evidencia um setor em amadurecimento, capaz de adaptar sua oferta a diferentes mercados, desde pequenas famílias até grandes corporações, e promovendo uma gama variada de opções que atendem à diversificada população da região.
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TV ANHANGUERA
Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro
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AGÊNCIA BRASIL
Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa
Estado de saúde é estável
O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos principais nomes da música popular brasileira (MPB), está internado no hospital da Unimed, de Belo Horizonte, após sofrer uma intoxicação medicamentosa. Aos 73 anos, o artista deu entrada na unidade de saúde na sexta-feira (17/10), após passar mal em casa. A confirmação foi do irmão mais novo, Yé Borges, nesta quarta-feira (22).
Segundo o último boletim médico, o estado de saúde de Lô Borges é considerado estável. “O estado de saúde é de estabilidade, com todas os parâmetros clínicos em bom nível”, afirmou o hospital. O músico apresenta melhora significativa em seu quadro clínico, mas ainda não há previsão de alta hospitalar.
Discografia
Nascido Salomão Borges Filho, Lô Borges, foi um dos fundadores, ao lado do cantor e compositor Milton Nascimento, do movimento Clube da Esquina, que revolucionou a música nacional a partir dos anos 1970 e 1980. O movimento, batizado em referência a um disco homônimo de 1972, fundia influências do rock, do jazz e da música psicodélica com a tradição da MPB e das mineiras, criando uma sonoridade atemporal e complexa.
lgumas canções de autoria de Lô Borges: O Trem Azul, Um girassol da cor do seu cabelo, Tudo Que Você Podia Ser e Nada Será Como Antes, em parceria com Milton Nascimento.
A obra de Lô Borges é considerada um dos pilares que sustentam a riqueza e a diversidade da produção musical do país. Ele teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Beto Guedes, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.
Intoxicação
De acordo com o Conselho Nacional de Farmácia, o caso envolvendo o artista serve como um alerta grave para um problema de saúde público silencioso e frequente. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) apontam consistentemente os medicamentos como uma das principais causas de intoxicação no Brasil.
A atuação do farmacêutico é uma ferramenta de prevenção necessária. Ele é fundamental para orientar pacientes e familiares sobre a administração correta de cada medicamento, como dose, horários, via administração, o que pode prevenir erros graves.
Em casos de pacientes que utilizam vários remédios, situação comum entre idosos, o medicamento pode identificar interações perigosas entre as substâncias, potencializando efeitos tóxicos.
Uma das atribuições do farmacêutico “é alertar sobre os riscos da automedicação, uma prática culturalmente enraizada no país, é uma de suas atribuições primordiais. A ingestão inadvertida de um remédio, ou sua combinação com outro, pode ter consequências graves”.
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MEDICINA S/A
A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil
Com foco em atenção primária, rede verticalizada e uso de tecnologia, empresa aposta em modelo inovador para levar saúde acessível e de qualidade à população.
A Leve Saúde é uma das operadoras que mais crescem no Brasil atualmente e isso não se dá por acaso. Criada no Rio de Janeiro com o propósito de oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis, a empresa nasceu com o objetivo de ampliar o acesso à saúde suplementar para um público historicamente negligenciado, o de pessoas com mais de 45 anos das classes B, C e D. Essa decisão estratégica foi o ponto de partida de um modelo que rapidamente demonstrou potencial de escala. Com apenas cinco anos de existência, a Leve ultrapassou R$ 700 milhões em faturamento e já conquistou mais de 95 mil clientes.
No entanto, o foco inicial não limita a atuação da empresa. A operadora vem expandindo seus serviços com um portfólio que engloba diversos perfis de clientes, mas que não deixa de lado o compromisso de oferecer uma saúde mais acessível, contínua e centrada no cuidado do paciente. Neste ano, lançou uma nova grade de planos médicos, com hospitais de ponta e preços ainda mais competitivos – especialmente para o público sênior – e ampliou a abrangência dos planos odontológicos.
Com um modelo que combina três pilares essenciais (rede própria, tecnologia e atenção primária), a operadora vem redefinindo a experiência dos clientes em todas as etapas da jornada assistencial, desde a prevenção até o acompanhamento especializado.
A empresa mantém uma rede de 12 clínicas próprias em pontos estratégicos do estado do Rio de Janeiro, onde já realiza a maior parte dos atendimentos ambulatoriais. Cerca de 75% dos clientes já realizam exames e consultas dentro da rede, e mais de 30% passam por atendimento ao menos uma vez por mês em uma das unidades. A meta é que, em breve, 90% dos atendimentos aconteçam nas clínicas Leve, garantindo mais integração, agilidade e personalização. É dessa forma que a Leve mantém um cuidado mais próximo, com médicos que conhecem o histórico do cliente e acompanham sua saúde de forma contínua e integrada.
Tecnologia
Com o objetivo de elevar a excelência de seus serviços e oferecer uma experiência mais completa aos clientes, a Leve também aposta em tecnologia. Em 2024, implantou um novo sistema de gestão ambulatorial que centraliza todos os dados clínicos em um único Repositório Eletrônico de Saúde. Com isso, garante a interoperabilidade com parceiros laboratoriais e acesso imediato a dados e histórico pelos profissionais de saúde, beneficiando tanto as equipes de cuidado quanto os próprios pacientes. A empresa também implementou, em todas as suas clínicas, uma ferramenta de check-in com reconhecimento facial em totens automatizados que permite o cadastro inicial em poucos segundos. Com uma expressiva redução do tempo de espera, a Leve garante redução de custos, prevenção de fraudes e maior automação de processos – além de mais comodidade para seus clientes.
O app de autoatendimento da operadora, usado por 80% dos seus clientes mensalmente, reúne mais de 25 funcionalidades, como agendamento de consultas, acesso a resultados de exames, receitas médicas e atestados, além de conexão a um sistema próprio de telemedicina, que reduz a necessidade de consultas presenciais e amplia a possibilidade de conversar com o time de cuidados para orientações de saúde.
Toda essa digitalização também se traduz em eficiência operacional e combate a fraudes, o que colabora para que os valores dos planos se mantenham acessíveis. Desde 2024, análises assistidas por inteligência artificial passaram a ser utilizadas para autorizar exames e procedimentos, otimizando prazos e reduzindo riscos. Ainda em 2025, esse sistema será expandido para a auditoria de contas médicas, criando uma linha de defesa integrada que conecta autorização, execução e faturamento.
Atenção Primária
O terceiro pilar da Leve Saúde está na atenção primária à saúde. Em um setor em que a média de investimentos em prevenção não passa de 0,25% da receita, a Leve investe seis vezes mais. Em 2024, foram R$ 4,5 milhões destinados a programas e iniciativas de cuidado. Em 2025, a expectativa é dobrar esse número e chegar a R$ 10 milhões. São nove programas já em curso e outros em fase de lançamento. Há projetos voltados para puérperas, gestantes, saúde mental, autismo, doenças renais, alta complexidade e home care. Um novo programa para emagrecimento saudável também estreará ainda este ano. Ao todo, a empresa conta com um time de 150 médicos e 60 enfermeiros dedicados ao atendimento nas clínicas e nas plataformas virtuais.
Mas um dos maiores símbolos da valorização da Leve Saúde aos cuidados preventivos está fora das clínicas e dos aplicativos. A Arena Leve, projeto de bem-estar e inclusão patrocinado pela operadora, transformou quatro espaços icônicos do Rio de Janeiro em centros de atividade física gratuita e promoção de saúde. Com aulas diárias de yoga, ritmos, funcional, pilates, boxe e até futevôlei, o projeto já superou 70 mil inscrições em um ano e impactou diretamente 13 mil pessoas. Além das atividades esportivas, os participantes contam com acesso a serviços de saúde, estrutura com vestiários, materiais de treino e apoio de mais de 70 professores. Aberta a todos, a Arena reforça o compromisso da Leve com a democratização do acesso à saúde e o incentivo à vida ativa. Até o fim de 2026, o investimento previsto na Arena Leve é de R$ 3 milhões.
Todo esse conjunto de inovações contribuiu para que a empresa alcançasse o segundo menor índice de sinistralidade do setor, com 58%. Com isso, a Leve demonstra que é possível ser sustentável, oferecer saúde de qualidade e ainda manter planos com preços até 30% mais acessíveis do que a média do mercado. Esse é um feito ainda mais expressivo se considerarmos que mais de 50% da base da Leve não possuía plano em até 6 meses antes da contratação. Além disso, metade da base atual contratou diretamente com a empresa, sem migrar de outras operadoras.
Em um mercado com mais de 70 milhões de brasileiros acima dos 45 anos e menos da metade com acesso à saúde privada, a Leve possui planos de expansão para além do Rio de Janeiro, e em breve contará com hospitais próprios em sua rede.
Ao ampliar sua atuação calcada em atenção primária, presença digital consolidada, tecnologia própria e uma filosofia de cuidado genuíno, a Leve Saúde mostra que é possível crescer rápido sem abrir mão do essencial: cuidar de pessoas. E faz isso de maneira leve, acessível, integrada e humana, tendo sempre como foco principal o próprio cliente. Uma verdadeira receita de sucesso para quem quer, mais do que planos de saúde, construir um novo futuro para a saúde no Brasil.
Para mais informações, acesse:
 www.levesaude.com.br
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Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA
Apesar de o câncer de mama ser o tipo que mais mata mulheres no Brasil, com cerca de 19 mil mortes por ano, 40% das brasileiras em idade de rastreamento não estão com a mamografia em dia, segundo o Inca. Quando falamos do câncer de colo do útero, o cenário também é crítico: são aproximadamente 6 mil mortes anuais, em grande parte evitáveis com detecção precoce. Para enfrentar esse desafio, a Alice, plano de saúde para empresas, passou a usar inteligência artificial como copiloto de cuidado para localizar mulheres com exames preventivos atrasados e engajá-las ativamente no rastreamento.
A população elegível para a mamografia é de pessoas com mais de 40 anos que possuam mamas, mesmo sem sintomas ou sinais de câncer. “A IA identifica esse perfil e o primeiro passo é fazer um contato ativo para confirmar informações e verificar se há algum grau de risco. Nos casos complexos, como quando a pessoa já fez cirurgia ou possui nódulos, por exemplo, o agente encaminha para o atendimento humano”, explica Cesar Ferreira, líder médico de saúde digital na Alice.
Mas se a IA identifica um perfil sem riscos que aceita realizar o exame após as verificações, a tecnologia auxilia no agendamento do procedimento. “Além disso, o agente pode tirar dúvidas sobre como é feito o exame, quanto tempo demora, se dói e também sobre questões administrativas, sempre fundamentado em protocolos internacionais de saúde. O objetivo é eliminar ou encurtar distâncias burocráticas que podem impedir a pessoa de fazer a mamografia”, complementa o médico.
Até o fim do ano, o mesmo agente de IA será expandido para o rastreamento de câncer do colo do útero (com o exame Papanicolau, por exemplo). Diferente de modelos de IA voltados ao diagnóstico, a IA da Alice tem como papel ampliar o engajamento e tirar dúvidas comuns que podem ser barreiras para a execução.
“A IA não substitui o olhar humano do profissional de saúde. Ela amplia a nossa capacidade de cuidar. Em vez de analisar imagens ou emitir laudos, ela atua nos bastidores, identificando quem precisa de atenção e garantindo que o cuidado certo chegue na hora certa”, ressalta Cesar. “É um uso de tecnologia que tem propósito: trazer eficiência e precisão à prevenção, que ainda é o maior desafio da saúde no Brasil”, completa.
Entre as mais de 28 mil pessoas da população-alvo, aproximadamente 4 mil ainda não realizaram um dos exames preventivos previstos (14,3%), público que a IA agora ajuda a alcançar de forma personalizada e contínua. Nas primeiras semanas de uso, a Alice já observou taxas de engajamento superiores às registradas por lembretes automáticos no app, tradicionalmente na faixa de 20% a 30%. Isso porque, como foi mostrado, para além de lembrar de fazer o exame, a IA auxilia com o agendamento do exame, além de tirar dúvidas. Embora os dados ainda estejam em consolidação, a expectativa é de aumento expressivo na adesão aos exames de rastreamento.
Prevenção como pilar do modelo de cuidado
Segundo o Inca, o câncer de mama é o mais incidente entre mulheres no Brasil, e o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum, apesar de quase totalmente evitável com rastreamento regular. Para a Alice, a tecnologia é um meio para fortalecer a coordenação de cuidado, princípio que norteia todo o seu modelo de saúde. “O verdadeiro avanço não está só em usar IA, mas em integrá-la a um modelo de cuidado que valoriza a prevenção e a continuidade. É isso que faz diferença nos desfechos de saúde das pessoas”, finaliza o médico.
Além da expansão para o rastreamento de câncer do colo do útero ainda neste ano, a Alice avalia novas aplicações da IA para acompanhamento de condições crônicas e adesão a planos de cuidado, fortalecendo a visão de saúde integral e preventiva.
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O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil
O médico intimado a depor como testemunha em processo judicial sobre alegado erro médico costuma enxergar o chamado apenas como uma obrigação cívica, restrita a comparecer em juízo e dizer a verdade. No entanto, quando a ação envolve entes públicos ou instituições de saúde que exercem função pública, a posição do médico-testemunha ganha uma complexidade que raramente é percebida.
Nesses casos, incide a responsabilidade civil objetiva prevista no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal. A regra determina que o Estado e as instituições de saúde respondem diretamente perante o paciente pelos danos, independentemente de culpa, ao mesmo tempo que assegura a possibilidade de ação regressiva contra o profissional que tenha agido com dolo ou culpa. É nesse ponto que o depoimento do médico, ainda que prestado na condição de testemunha, pode repercutir em sua própria esfera de responsabilidade.
O peso da palavra médica em juízo é diferenciado. Uma resposta imprecisa, ambígua ou mal formulada pode acabar interpretada como reconhecimento de falha, quando a intenção era apenas relatar a rotina institucional. O médico intimado como testemunha muitas vezes acredita estar imune a riscos por não ser parte do processo. No entanto, sua fala pode ser registrada e utilizada em momento posterior para fundamentar uma ação regressiva contra ele.
Em situações como essa, os seguros de responsabilidade civil médica não oferecem cobertura, pois se aplicam apenas às hipóteses em que o profissional figura como réu direto em ações de erro médico. Isso significa que, mesmo na condição de testemunha, o médico pode estar exposto a riscos patrimoniais futuros sem qualquer proteção securitária, o que reforça a importância da orientação jurídica prévia.
Cabe destacar que a testemunha pode se fazer acompanhar por advogado, desde que este não interfira ou responda em seu lugar, atuando apenas para resguardar direitos fundamentais, como o de não produzir prova contra si mesma. Essa previsão garantida pelo artigo 5º da Constituição Federal, embora voltada a proteger a testemunha em situações de autoincriminação, também respalda a ideia de que a orientação jurídica prévia não é apenas legítima, mas necessária em contextos de alta complexidade como as ações de responsabilidade civil médica.
Nesse contexto, a assessoria jurídica da testemunha deve ser entendida como instrumento de proteção preventiva. Ela não retira do ato o seu caráter público e colaborativo, mas garante que o depoimento seja prestado com segurança, clareza e objetividade. Trata-se de medida de prudência que fortalece a ética do testemunho e reduz os riscos de repercussões indesejadas.
Esse cuidado fortalece a função da testemunha e também resguarda o médico. O profissional que se prepara compreende melhor a relevância do ato que desempenha, contribui de forma mais consciente para o processo e preserva a própria proteção jurídica.
Diante disso, ao ser intimado para depor em ações que envolvem responsabilidade civil objetiva por erro médico, torna-se essencial buscar orientação jurídica prévia. Essa preparação não altera a verdade a ser dita, mas assegura que o depoimento cumpra integralmente sua finalidade sem expor o médico a riscos desnecessários.
*Thianne de Azevedo Silva Martins é sócia e Giovanna Aposto é advogada do Azevedo Martins Advocacia.
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SAUDE BUSINESS
Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030
Pesquisa inédita do Ibravs mostra que só 10% dos hospitais têm acordos realmente baseados em valor e projeta crescimento.
A lenta adoção de modelos de Value-Based Health Care (VBHC) na saúde suplementar brasileira ganha um retrato inédito em estudo elaborado pela L.E.K. Consulting em parceria com o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (Ibravs).
Embora 60% dos executivos entrevistados reconheçam a relevância do conceito para a sustentabilidade do setor, apenas cerca de 10% dos hospitais têm algum contrato efetivamente baseado em valor.
A mesma proporção se aplica aos acordos de capitation + valor, modalidade em que o pagamento é per capita, com foco em prevenção e desfechos. Os resultados foram divulgados recentemente durante o CLAVS’25, no Rio de Janeiro.
O levantamento mostra que 75% dos hospitais já trabalham com modelos de preço fixo — sobretudo pacotes — que em 2024 concentraram 13,2% de todos os gastos assistenciais. Contudo, apenas 7% adotam o modelo Diagnosis-Related Group (DRG) + valor, considerado mais avançado por incluir desfechos do paciente.
“Há uma confusão frequente entre pacote e VBHC. Empacotar não é necessariamente entregar valor; é somente transferir risco do pagador para o prestador”, observa César Abicalaffe, presidente do Ibravs.
Barreiras estruturais e culturais
A pesquisa também mapeia entraves conhecidos: ausência de confiança entre operadoras e hospitais, falta de dados integrados e resistência cultural. Médicos tendem a associar o modelo à perda de autonomia, enquanto operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização dos beneficiários.
“Ainda predomina a ideia de que um ganha e o outro perde, quando o verdadeiro beneficiário deveria ser o paciente”, avalia Abicalaffe.
A fragmentação do cuidado é outro desafio central. Cirurgia em um hospital, reabilitação em outra clínica e acompanhamento em um terceiro local ainda ocorrem sem integração de prontuários ou indicadores de desfecho.
“Sem dados confiáveis e compartilhados, é impossível remunerar pelo que realmente importa: o resultado clínico”, reforça o presidente do Ibravs.
Apesar das barreiras, há expectativa de avanço. Segundo o estudo, 67% dos provedores pretendem ampliar o uso de modelos baseados em performance ou população até 2025, e 78% projetam crescimento até 2030.
Para Abicalaffe, a transição é irreversível: “O fee-for-service está esgotado. O aumento do sinistro e a pressão por qualidade e sustentabilidade criam a tempestade perfeita para quebrar o ciclo do pagamento por volume”.
Papel do regulador
O estudo ressalta ainda a importância de estímulos regulatórios e governamentais. Experiências internacionais, como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos Estados Unidos, mostram como políticas públicas podem acelerar a mudança.
No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem testando iniciativas como o Projeto Parto Adequado e o OncoRede, mas de forma limitada. “Precisamos de um marco regulatório que premie de fato o desfecho e a pertinência clínica”, defende Abicalaffe.
Caminhos futuros
O VBHC é amplamente reconhecida, mas pouco monetizada. O desafio está em transformar discurso em prática. “O futuro da saúde depende da capacidade de remunerar pelo que realmente importa: mais saúde com melhor custo. Esse é o norte que deve guiar o setor nos próximos anos”, resume o presidente do Ibravs.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 23/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Baixa adesão à resolução do CFM sobre transparência com indústria farmacêutica preocupa
ESG ganha força nas decisões estratégicas e na remuneração executiva
Gestão da internação do idoso: sucesso se mede na volta para casa
Governo anuncia apoio a serviços que oferecem radioterapia
Pesquisa sobre longevidade revela cenário otimista em relação ao envelhecer
https://medicinasa.com.br/bradesco-seguros-longevidade/
IA: saúde vive revolução que o marketing digital trouxe há 10 anos
https://medicinasa.com.br/ia-marketing-digital/
SAUDE BUSINESS
Baixa adesão à resolução do CFM sobre transparência com indústria farmacêutica preocupa
Instituto Ética Saúde defende maior rigor nas relações entre médicos e a indústria, e propõe que o CFM torne obrigatória a declaração de vínculos profissionais.
Em nota pública divulgada nesta terça-feira, 21 de outubro, o Instituto Ética Saúde (IES) expressou preocupação com a baixa adesão de médicos à Resolução nº 2.386/2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM). A norma determina a divulgação de vínculos e potenciais conflitos de interesse entre profissionais e empresas do setor de saúde.
No documento, assinado por Candida Bollis, presidente do Conselho de Administração do IES, e Edson Vismona, presidente do Conselho de Ética da instituição, o Instituto reforça que “as relações profissionais com indústrias e fornecedores farmacêuticos, de insumos da área da saúde e equipamentos médicos, devem ser formalmente declaradas aos órgãos competentes”.
Segundo o texto, essas informações devem ser publicadas no site dos Conselhos Regionais de Medicina e na plataforma própria do CFM, de modo a garantir “rastreabilidade, integridade e conformidade ética”.
O IES se coloca à disposição do Conselho Federal de Medicina e de outras entidades do setor para colaborar com iniciativas que estimulem a adesão dos profissionais e empresas à transparência. O Instituto também defende a criação de uma legislação que torne obrigatória a prestação dessas informações por força de lei.
“Defendemos, ainda, a aprovação de legislação que torne obrigatória a prestação dessas informações por força de lei, com suporte tecnológico e operacional adequado por parte do Estado”, destaca o manifesto, mencionando o apoio à Frente Parlamentar de Fiscalização, Integridade e Transparência (FIT) e aos projetos de lei nº 4.864/2024, nº 1.041/2024 e nº 7.990/2017, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Entre as propostas apresentadas, o Instituto sugere que o prazo para envio das declarações pelos médicos seja reduzido de 60 para 30 dias, com o objetivo de dar mais agilidade e compatibilidade aos ciclos financeiros do setor. O documento também faz um apelo para que o CFM torne as declarações mandatórias.
“O CFM tem uma oportunidade histórica de se posicionar contra os malefícios que comprometem a integridade do sistema e afetam diretamente os pacientes. A omissão na prestação dessas informações enfraquece a confiança da sociedade e perpetua práticas incompatíveis com os princípios éticos que devem nortear a atuação médica e empresarial. É hora de agir com responsabilidade, firmeza e urgência. Transparência não é uma escolha, é um compromisso inadiável e ético”, afirma o texto.
O manifesto reafirma o apoio à resolução do CFM e à construção coletiva de mecanismos que fortaleçam a transparência e a ética nas relações entre médicos, empresas e demais agentes do setor.
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ESG ganha força nas decisões estratégicas e na remuneração executiva
De relatórios auditados a metas atreladas à remuneração, a governança reforça padrões de transparência, ética e sustentabilidade no setor da saúde.
A dimensão G (Governança) do ESG evoluiu de um foco restrito ao cumprimento de normas para se tornar o pilar que sustenta e dá longevidade às agendas ambiental (E) e social (S).
No setor de saúde, instituições que incorporam práticas de governança ESG de forma estruturada — por meio de comitês nos conselhos de administração, cláusulas contratuais de sustentabilidade, metas vinculadas à remuneração executiva e auditoria independente — reforçam sua credibilidade diante de investidores, parceiros e órgãos reguladores, ao mesmo tempo em que mitigam riscos jurídicos e operacionais.
Em linha com a crescente integração das práticas ESG à estratégia corporativa, a Rede Mater Dei de Saúde vem fortalecendo sua estrutura de governança e transparência para garantir que a sustentabilidade seja um eixo permanente da gestão.
Em 2025, a instituição criou o Comitê Nacional de Sustentabilidade, com o objetivo de potencializar e acelerar os impactos da Mater Dei na sociedade. O grupo é formado pelas principais lideranças corporativas e tem como missão discutir resultados, propor avanços e monitorar o desempenho ESG da organização. As ações e deliberações do Comitê são reportadas regularmente à vice-presidência, que apresenta os resultados nas reuniões do Conselho de Administração, assegurando o alinhamento entre a alta liderança e a estratégia institucional.
“A mensuração e auditoria das métricas ESG seguem padrões reconhecidos internacionalmente, e no âmbito das relações comerciais, todos os contratos formais da Mater Dei incluem cláusulas robustas de sustentabilidade e compliance, que tratam de integridade, responsabilidade ambiental e boas práticas empresariais”, explica Renata Salvador Grande, vice-presidente Comercial e Marketing.
O descumprimento dessas cláusulas pode acarretar rescisão contratual. No entanto, a instituição reconhece que parte das compras e contratações ainda ocorre por meio de ordens de compra ou acordos simplificados, e trabalha para ampliar a inclusão dessas cláusulas em toda a cadeia de suprimentos.
“A comunicação dos avanços também segue um padrão estruturado. Publicamos Relatórios de Sustentabilidade anuais, elaborados com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), e disponíveis publicamente em nosso site de Relações com Investidores, além de serem divulgados nas redes sociais e canais de relacionamento com stakeholders.”
Entre as metas de médio e longo prazo, Renata destaca a adoção e o aprimoramento de frameworks internacionais, como o GRI, e, a partir do próximo relatório, do Sustainability Accounting Standards Board (SASB); e a convergência com normas globais de sustentabilidade, com estudos em andamento para o cumprimento das novas regras contábeis IFRS S1 e IFRS S2, emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).
Governança na prática laboratorial
Na área laboratorial, o Grupo Fleury tem buscado fortalecer sua governança ESG por meio da estruturação de processos e metas e pela criação de comitês formais que asseguram a integração da sustentabilidade à estratégia corporativa.
Desde 2021, a empresa conta com o Comitê de ESG e Novos Modelos, formado por cinco membros — quatro deles externos ao Grupo. O colegiado tem o papel de orientar e aprimorar a jornada ESG da companhia, impulsionar o tema na cultura organizacional e identificar novas oportunidades de geração de valor sustentável.
A cadeia de fornecedores e parceiros também está alinhada às diretrizes ESG. “Todos os contratos incluem anexos específicos — o Termo de Sustentabilidade e Cidadania e o Termo Anticorrupção — com cláusulas relacionadas a meio ambiente, direitos humanos, governança e integridade, bem como à privacidade e proteção de dados, quando aplicável”, explica Daniel Marques Périgo, gerente sênior de Sustentabilidade.
O executivo conta que, antes da homologação, os fornecedores passam por diligência de compliance, e aqueles com maior relevância no volume de compras são convidados a participar do Programa de Excelência no Relacionamento com a Cadeia de Fornecimento (PERC), que possui critérios de desempenho ESG. As melhores práticas são reconhecidas anualmente, e todos os parceiros devem seguir as diretrizes do Código de Confiança para Terceiros.
A transparência é outro pilar essencial da governança. O Grupo Fleury publica, anualmente, seu Relatório de Sustentabilidade, verificado de forma independente e elaborado de acordo com as diretrizes GRI, SASB, Relato Integrado e Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD). “O documento está disponível ao público na homepage institucional e no site de Relações com Investidores”, destaca Périgo.
Com metas de médio e longo prazos, o Plano Estratégico ESG do Grupo Fleury estabelece objetivos até 2030 relacionados à redução de resíduos, diversidade em liderança e ampliação do acesso à saúde.
No campo da governança e transparência, o Grupo se prepara para adotar as normas IFRS S1 e S2, que em breve serão obrigatórias pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para companhias abertas.
Outro exemplo de práticas ESG na governança vem do Grupo Sabin, que desde 2022 possui um Grupo de Trabalho ESG (GT ESG), fórum multidisciplinar que reúne gestores de áreas-chave, como Comunicação Corporativa, Estratégia, Pessoas, Qualidade e Sustentabilidade Ambiental — além do Instituto Sabin. O grupo acompanha metas e indicadores definidos para toda a organização, assegurando que a agenda ESG esteja presente desde o planejamento até a execução.
“Há 18 anos a empresa publica seu Relatório de Sustentabilidade e, desde 2022, segue o padrão da GRI. O documento apresenta resultados, estratégias e impactos de programas e práticas vinculados à matriz de materialidade, com verificação externa e independente das informações financeiras”, explica Andréa Pinheiro, diretora de Relações Institucionais.
O Sabin incorpora critérios ESG também na qualificação de fornecedores. Os contratos incluem cláusulas explícitas de compliance, exigindo conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a Lei Anticorrupção e compromissos socioambientais, além de avaliações sobre práticas éticas, trabalhistas e ambientais.
Andréa conta que a transparência com stakeholders é contínua. “Além da publicação anual do Relatório de Sustentabilidade, o Grupo realiza o Encontro Nacional com Stakeholders, evento híbrido voltado à prestação de contas e apresentação de resultados, avanços e metas.”
Para o futuro, a executiva diz que a companhia planeja incluir a asseguração externa do Relatório de Sustentabilidade nos próximos ciclos, consolidando assim a confiabilidade de seus dados. As metas de curto e médio prazo contemplam o avanço da migração da matriz energética, a expansão da reciclagem de resíduos, o investimento em empreendedorismo de impacto social, a formação de líderes comunitários de saúde e o aumento da representatividade de profissionais negros em cargos de liderança.
ESG atrelado à remuneração já é uma realidade
A remuneração variável de executivos é cada vez mais atrelada ao cumprimento de metas ESG, incentivando a liderança a priorizar essas pautas.
Relatório divulgado pela KPMG em 2024 apontou que 78% das 375 empresas estudadas, em 15 países, usam medidas de sustentabilidade no cálculo da remuneração dos executivos seniores.
Mas a divulgação dos resultados e a associação direta entre desempenho ESG e remuneração ainda é um desafio. Embora as metas de sustentabilidade e diversidade ainda não estejam formalmente atreladas à remuneração variável dos executivos na Mater Dei, esses temas já integram os processos de gestão, compliance e acompanhamento de desempenho.
Já o Grupo Fleury tem entre seus diferenciais da governança a inclusão de metas ESG na remuneração variável (PLR) de todos os colaboradores, incluindo os executivos.
“Há alguns anos, o programa de PLR corporativo contempla três indicadores ESG — um ambiental, um social e um de governança — que representam 10% do total do bônus anual. Essas metas são derivadas do Plano Estratégico de ESG e validadas anualmente, reforçando o compromisso com resultados mensuráveis”, conta Périgo.
Além dos indicadores corporativos, áreas específicas possuem metas táticas próprias, relacionadas à redução de resíduos biológicos, ampliação do acesso à saúde, cumprimento de treinamentos de integridade e compliance, e diversidade em cargos de liderança.
No Sabin, sustentabilidade e diversidade não são tratadas como metas isoladas ou bonificações acessórias. Elas estão integradas ao planejamento estratégico e fazem parte do desempenho global que orienta a remuneração variável dos executivos.
“O mapa estratégico da companhia incorpora Objectives and Key Results (OKRs) ambientais, sociais e de governança, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) prioritários do ciclo vigente. Essa abordagem reforça que o avanço da agenda ESG e o crescimento do negócio são indissociáveis”, comenta Andréa.
Segundo Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil, independentemente do setor, há vários exemplos de empresas que colocam indicadores relacionados às metas sociais e ambientais, inclusive, éticas e de transparência, dentro das metas que devem ser atingidas para que o executivo ou líder tenha acesso à remuneração variável.
“Quando os indicadores passam a compor metas vinculadas à remuneração variável, a qualidade e a precisão de sua mensuração aumentam significativamente. Isso ocorre porque os sistemas de gestão associados a esses indicadores tendem a ser mais robustos e confiáveis, uma vez que todos os envolvidos têm interesse em saber, com clareza, quando as metas são atingidas — e quando não são.”
No entanto, Nelmara alerta que, antes da definição de que indicadores ou quais metas entrarão no cálculo da remuneração variável, a liderança deve discutir quais indicadores entrarão na remuneração variável e, depois, comunicar claramente essa informação aos times.”
Segundo a executiva, há evidências crescentes de que vincular metas ESG à remuneração variável de executivos e colaboradores contribui para aprimorar não apenas o desempenho financeiro das empresas, mas também sua reputação e credibilidade institucional.
“Nas escolas de gestão, é consenso que toda meta atrelada à remuneração estimula melhorias de performance. Quando a organização define indicadores ESG como parte de seu sistema de incentivos, ela eleva o nível das discussões internas, promove reflexão estratégica sobre o que realmente importa para o negócio e aprimora a qualidade da gestão como um todo.”
Além disso, na sua visão, investidores e avaliadores de risco têm reconhecido que a boa administração de temas sociais, ambientais, éticos e de transparência é um sinal da solidez da governança corporativa — e, portanto, um fator determinante na avaliação da sustentabilidade financeira de longo prazo.
“No entanto, não existe um modelo único para estruturar a inclusão de metas ESG na remuneração variável. As empresas costumam chegar a essa decisão por diferentes caminhos, mas o princípio é o mesmo: as metas devem refletir aspectos essenciais para o sucesso, a resiliência e o resultado financeiro da organização, seja em horizontes de curto, médio ou longo prazo. A governança deve atuar como condutora desse processo, garantindo que a escolha dos indicadores seja feita com critérios técnicos e estratégicos, da mesma forma que ocorre com as metas financeiras”, destaca Nelmara.
Os riscos para quem não acompanha essa transformação podem ser significativos. Instituições de saúde que mantêm estruturas de governança frágeis enfrentam dificuldade de acesso a capital ESG, maior exposição a litígios e penalidades regulatórias, além de perda de credibilidade junto a parceiros e pacientes. A ausência de processos claros de auditoria e prestação de contas pode minar a confiança do mercado e afastar investidores comprometidos com critérios de sustentabilidade.
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Gestão da internação do idoso: sucesso se mede na volta para casa
Planejamento clínico, equipe integrada e alta funcional definem o sucesso da internação do idoso — mais do que o tempo de leito.
Amanda De Paula
O Brasil tem 32,1 milhões de pessoas com mais de 60 anos, representando 15,6% da população, e a tendência é de crescimento nas próximas décadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse cenário exige um olhar ainda mais atento no cuidado intra-hospitalar do idoso, começando pela redução do tempo de leito, que não é o mesmo que precipitar alta, e pela proteção dele contra complicações evitáveis, como quedas, lesões por pressão, infecções, broncoaspiração e tromboembolismo.
O sucesso no tratamento desse paciente, quando internado, não se mede somente pela alta. A qualidade está no quanto de movimento, autonomia e vida ele leva de volta para casa.
Esse caminho, portanto, começa no que a prática clínica chama de projeto terapêutico, uma avaliação de quem ele era antes de internar. Perguntas como qual o grau de mobilidade, a presença de demência e o nível de autonomia em casa ajudam a organizar a jornada de cuidado do paciente.
Com esse rastreio inicial em mãos, o papel de cada área é melhor definido. A equipe médica avalia diagnóstico e risco. A enfermagem monitora sinais, previne quedas e orienta sobre segurança no leito, enquanto estomaterapeutas evitam lesões de pele.
A fisioterapia inicia movimento e caminhada assim que possível. A nutrição ajusta cardápio (textura, aceitação, risco de desnutrição) de acordo com a capacidade alimentar, em conjunto com a fonoaudiologia, que avalia deglutição para reduzir engasgos. Já a psicologia tem papel fundamental no acolhimento do paciente e seus familiares e ajuda na adesão ao plano de tratamento.
Na prática, isso se traduz em decisões diárias para encontrar o ponto de equilíbrio entre não precipitar a saída e não prolongar a permanência, especialmente de idosos 80+, que são mais suscetíveis à perda de função. O meio-termo seguro é retirar da cama quanto antes, com critério, e manter vigilância para evitar complicações. Em quadros como infecções e acidente vascular cerebral (AVC), a disponibilidade de leitos de reabilitação e a integração entre especialistas aceleram a recuperação do paciente.
Em outras palavras, um plano terapêutico bem definido e ancorado numa disciplina clínica reduz riscos. Para isso as unidades de saúde precisam estar bem articuladas e preparadas diante de números volumosos no cuidado desta população. Na Rede Total Care, por exemplo, entre agosto de 2024 e agosto de 2025 os hospitais registraram mais de 59 mil internações de idosos, com idade média de 74 anos. Em prontos-socorros, foram mais de 422 mil atendimentos. São números que traduzem o desafio e reforçam a importância da qualidade assistencial.
No hospital, o cuidado pede equipe alinhada, reabilitação desde o primeiro dia e informação clara. Em casa, é fundamental a continuidade no tratamento. E, no fim, o sucesso de todo o processo é percebido quando, no retorno ao cotidiano, autonomia e movimentos são preservados, consequências do uso do tempo de leito adequado e da alta funcional. Esse é o ponto central do cuidado dessa população.
Amanda De Paula é gerente médica clínica do Hospital Pan-Americano, da Rede Total Care
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AGÊNCIA BRASIL
Governo anuncia apoio a serviços que oferecem radioterapia
Novo auxílio integra 'Agora Tem Especialistas'
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (22/10), em Brasília, ações para expandir os serviços de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre elas, estão a centralização da aquisição de medicamentos, a criação de um auxílio para custear transporte, alimentação e hospedagem dos pacientes e o repasse de R$ 156 milhões por ano em estímulo financeiro para que os serviços de saúde ampliem o número de atendimentos.
 “Estamos colocando a radioterapia em outro patamar, em relação ao cuidado ao paciente com câncer”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva à imprensa. Durante o evento, ele assinou portarias sobre as novas regras para os serviços de radioterapia e para a Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade (Apac).
De acordo com o Ministério da Saúde, quase 40% dos pacientes do SUS buscam atendimento fora da sua região de saúde para fazer radioterapia e precisam se deslocar, em média, por 145 quilômetros. A radioterapia é indicada em 60% dos casos de câncer. O novo auxílio garante, então, R$ 150 para custear o transporte e mais R$ 150 por dia para alimentação e hospedagem dos pacientes e acompanhantes.
Assistência farmacêutica oncológica
 O Ministério da Saúde publicou ainda, no Diário Oficial da União, uma portaria sobre a assistência farmacêutica oncológica, que visa ampliar o acesso a medicamentos de alto custo. A partir dela, a União assume a responsabilidade pela aquisição de medicamentos para tratamento de câncer, com prioridade para novas tecnologias em oncologia.
A expectativa é reduzir preços em até 60% com as negociações de abrangência e escala nacional. O formato combina compra centralizada feita diretamente pelo ministério, negociações nacionais via registro de preços e aquisições descentralizadas pelos serviços oncológicos, mediante autorização específica.
O novo componente também garante ressarcimento a estados e municípios por demandas judiciais: durante o período de transição de 12 meses, a União reembolsará 80% dos valores judicializados. Além disso, serão criados centros regionais de diluição de medicamentos oncológicos, para reduzir desperdícios e otimizar o uso dos insumos.
As medidas anunciadas para o cuidado ao paciente com câncer fazem parte do programa Agora Tem Especialistas. Lançada em maio deste ano, a iniciativa tem o objetivo de reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados na rede pública.
Estímulo financeiro
A nova portaria do Ministério da Saúde mudou a forma de financiamento dos serviços de radioterapia, criando um mecanismo de estímulo financeiro para aumentar o número de pacientes atendidos. Agora, quanto mais pacientes atendidos, mais recursos serão repassados por atendimento, “estimulando ao máximo o uso da capacidade do acelerador linear, equipamento utilizado nas sessões”.
Unidades que atenderem entre 40 e 50 novos pacientes por acelerador linear receberão 10% a mais por procedimento; o acréscimo sobe para 20%, entre 50 e 60; e para 30%, acima de 60 novos pacientes. “Essa é uma nova lógica para estimular que essa capacidade ociosa possa atender mais e, com isso, reduzir o tempo de espera de quem está aguardando o tratamento”, destacou o ministro Padilha.
Os estabelecimentos que já atendem o SUS passarão a receber progressivamente, por procedimento realizado, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Até então, os recursos entravam no orçamento geral, no valor fixo repassado mensalmente aos estados e municípios para custeio dos serviços de média e alta complexidade. “É uma forma direta de remuneração para os estados e municípios, que não disputa com os outros recursos gerais da média e alta complexidade, como é a quimioterapia, porque a gente remunera a quimioterapia pela Apac. Assim, a gente tira a radioterapia de ser o patinho feio do tratamento ao câncer”, afirmou Padilha.
Por fim, o governo quer mobilizar o setor privado, que terá condições especiais para o financiamento de equipamentos de radioterapia. Para isso, deverão ofertar, no mínimo, 30% de sua capacidade instalada para o SUS por, no mínimo, três anos. “Não tem como você consolidar uma rede pública sem atrair a estrutura privada que existe no Brasil, hoje, de tratamento ao câncer. Porque os equipamentos e boa parte dos profissionais estão concentrados nessa estrutura privada”, disse o ministro.
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MEDICINA S/A
Pesquisa sobre longevidade revela cenário otimista em relação ao envelhecer
No Brasil, apenas 1 em cada 6 pessoas enxerga o envelhecimento de forma negativa, enquanto 97% demonstram algum nível de interesse pelo tema. O dado faz parte da nova edição do Indicador de Longevidade Pessoal (ILP), pesquisa realizada pela Edelman para o Grupo Bradesco Seguros. O estudo revela que, embora a consciência sobre a longevidade seja alta, ainda existem lacunas em planejamento e prática para envelhecer com qualidade.
Com 4.400 respondentes de todas as regiões do Brasil, com idade igual ou superior a 18 anos, a segunda edição do ILP se consolida como maior pesquisa sobre longevidade pessoal do país, ampliando o acervo de informações do setor e oferecendo subsídios relevantes para a compreensão da sociedade sobre o envelhecimento.
Em 2025, a média do ILP – em uma escala de 0 a 100 – foi de 61 pontos, indicando uma tendência de estabilidade. O pilar “Atitudes em relação à longevidade” apresentou a pontuação mais alta, enquanto “Finanças” teve o desempenho mais baixo. Além da leitura nacional, esta edição da pesquisa analisou em profundidade 10 estados: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Entre os destaques estão: 79% brasilienses dizem buscar novas habilidades ou conhecimentos com alta frequência; 42% dos baianos consideram a longevidade uma prioridade em suas vidas; e 79% dos paulistas consideram o impacto de suas atitudes no futuro sempre ou frequentemente.
“O alto nível de interesse pelo tema mostra que estamos diante de uma sociedade cada vez mais consciente e engajada com a ideia de envelhecer bem. Sabemos que longevidade vai muito além da genética – depende, sobretudo, das escolhas que fazemos ao longo da vida”, explica Alexandre Nogueira, diretor de Marketing do Grupo Bradesco Seguros.
Principais descobertas da edição 2025
Mudanças significativas nos hábitos, atitudes e percepções dos brasileiros em relação à saúde, bem-estar e planejamento para o futuro foram identificadas nesta edição. O estudo aponta avanços pontuais, mas também reforça desafios recorrentes.
Os resultados revelam um panorama interessante sobre os hábitos de saúde da população. Embora 78% das pessoas ainda consumam menos da metade da porção diária de frutas, verduras e legumes recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há sinais de equilíbrio em outras escolhas alimentares. Além disso, três em cada quatro respondentes relatam praticar algum tipo de atividade física, ainda que apenas 36% mantenham uma rotina mais frequente, com quatro dias ou mais de exercícios por semana.
Um contraponto observado é o engajamento em determinadas atitudes: os brasileiros demonstram maior dedicação quando o cuidado com a saúde está sob seu controle direto, como nas escolhas alimentares ou na prática de atividade física. Isso porque, embora 77% declarem buscar informações sobre exames preventivos, os cuidados permanecem, em grande parte, reativos: 45% só procuram atendimento médico ao perceber sintomas leves, e 14% apenas quando estes se tornam muito incômodos.
O levantamento também traz nuances importantes sobre a percepção de bem-estar e autoestima entre os brasileiros. Apenas quatro em cada dez pessoas afirmam sentir-se plenamente bem consigo mesmas – um índice ainda menor entre as mulheres (39%), em comparação aos homens (46%). A satisfação pessoal, no entanto, tende a crescer com a idade: entre os participantes com 50 anos ou mais, 56% dizem estar bastante ou extremamente satisfeitos com quem são, enquanto entre os jovens de 18 a 29 anos esse número cai para 36%. Quando o assunto são os laços sociais, o cenário é mais positivo: 58% dos entrevistados declaram estar satisfeitos com seus relacionamentos pessoais, incluindo amigos, familiares, colegas e conhecidos.
A pesquisa destaca, ainda, o impacto da preparação financeira sobre a percepção da longevidade. 45% dos respondentes demonstraram forte dedicação às suas metas financeiras, e 32% se esforçam parcialmente. Ainda assim, 1 em cada 4 pessoas não possui ou possui baixo comprometimento com suas metas. Esse comportamento reflete-se no planejamento de longo prazo: 60% não têm reserva para a aposentadoria – um número ainda maior entre os adultos de 30 a 49 anos (64%), o que se mostra alarmante diante do ciclo de vida financeira.
“A longevidade é um processo multifatorial, que envolve o equilíbrio físico, mental, social e ambiental. A rodada do ILP de 2025 demonstrou que, apesar do interesse pelo tema, o principal desafio está em transformar informação em hábito, integrando prevenção, propósito e planejamento financeiro desde a juventude”, completa Nogueira.
Um instrumento de transformação
Criado em 2024, o Indicador de Longevidade Pessoal é uma metodologia inédita desenvolvida pelo Grupo Bradesco Seguros, em parceria com o Instituto Locomotiva e o especialista em envelhecimento saudável Alexandre Kalache. A ferramenta oferece um retrato abrangente dos hábitos e percepções da população brasileira em relação ao envelhecimento ao analisar 31 variáveis distribuídas em seis pilares: saúde física, saúde mental, saúde social, saúde ambiental, cuidados com prevenção e finanças.
“Embora o ILP seja, por definição, um indicador pessoal, sua aplicação em larga escala oferece uma visão valiosa sobre como estamos, enquanto sociedade, lidando com os desafios e oportunidades de viver mais e melhor. Identificar avanços e reconhecer lacunas é fundamental para orientar ações consistentes em favor de um envelhecimento saudável e ativo”, finaliza Nogueira, destacando o papel estratégico do ILP dentro da missão da companhia.
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IA: saúde vive revolução que o marketing digital trouxe há 10 anos
A transformação da inteligência artificial (IA) nos negócios lembra o que aconteceu há dez anos quando o marketing digital chegou às empresas. Estratégias para redes sociais, parcerias com influenciadores e planos SEO revolucionaram a maneira de atrair, converter e fidelizar clientes. Entre os segmentos que mais vêm se transformando em razão do avanço da IA está o setor de saúde: especialmente em clínicas e hospitais, tudo será diferente, da triagem de pacientes à gestão de suprimentos, passando pelo acompanhamento de tratamentos. O que antes era manual será automatizado por agentes autônomos e inteligentes.
Deve impulsionar esse movimento o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado pelo governo federal, que prevê cerca de R$ 23 bilhões em investimentos até 2028, sendo R$ 98 milhões aplicados diretamente em saúde em iniciativas como prontuários inteligentes e automação de compras do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o montante ainda pareça modesto diante da dimensão do setor, o investimento marca um ponto de inflexão ao inserir a IA na modernização do sistema público.
Assim como a digitalização obrigou empresas a reverem estratégias, a automação inteligente exige que clínicas e hospitais repensem seus modelos de operação antes que se tornem obsoletos. O marketing digital mostrou como a integração entre dados e automação pode criar novas formas de operar em grande escala. Esse paralelo ajuda a compreender como a próxima etapa da IA aplicada à saúde pode cumprir tarefas e combinar diferentes sistemas em cooperação. No campo clínico, o modelo de multiagentes surge como próximo passo evolutivo: em vez de depender de um único sistema de decisão, diferentes agentes de IA colaboram entre si, validam diagnósticos e reduzem falhas, atingindo níveis de precisão superiores aos de médicos em estudos recentes.
A pesquisa TIC Saúde 2024, conduzida pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), reforça esse avanço ao apontar que 17% dos médicos e 16% dos enfermeiros no Brasil já utilizam ferramentas de IA generativa em suas rotinas. Nos estabelecimentos públicos, o índice é de 14% entre médicos e 11% entre enfermeiros; nos privados, 20% e 26%, respectivamente. Estudo realizado pela consultoria Allied Market Research, aponta que é esperado um crescimento anual de 41,7% no mercado global de IA em saúde, impulsionado por soluções de monitoramento remoto, diagnósticos automatizados e análise preditiva (Allied Market Research). No entanto, para a adoção em escala é necessário atentar-se à qualidade dos dados, integração entre plataformas e a criação de uma regulação que assegure privacidade e ética no uso das informações dos pacientes que ficam armazenadas.
O Brasil está acompanhando esse movimento da inovação na saúde, basta olhar para a quantidade de empresas em atuação. Segundo o relatório HealthTech Recap 2024, produzido pela Distrito — plataforma de inovação e monitoramento do mercado de startups —, o país já abriga 602 startups de saúde, o que representa 64,8% do total da América Latina. A combinação de investimentos públicos, adoção crescente no setor privado e avanço tecnológico cria as bases para um salto histórico para o futuro da saúde brasileira. A diferença em relação ao marketing digital de uma década atrás é que, desta vez, não se trata apenas de atrair mais clientes e gerar mais receita, mas de redefinir o cuidado, a experiência do paciente e a sustentabilidade do sistema.
*Eduardo Barros é especialista em IA e CEO da WorkAI.
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Assessoria de Comunicação