Postado em: 25/07/2025

AHPACEG NA MÍDIA - Setor hospitalar alerta para riscos operacionais com reciprocidade do Brasil a tarifas dos EUA

JORNAL OPÇÃO - Setor hospitalar alerta para riscos operacionais com reciprocidade do Brasil a tarifas dos EUA

 

O setor de saúde privada de Goiás entregou um documento elencando sérias preocupações com a possibilidade da aplicação da reciprocidade em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A maior parte dos insumos usados em hospitais além de equipamentos e instrumentos são importados dos EUA.

Thiago Salinas CEO da indústria farmacêutica Halex Istar destacou a dependência da embalagem do soro fisiológico que vem dos Estados Unidos e o fato de que a troca de fornecedores exigiria anos de aprovação regulatória, comprometendo o abastecimento. “O principal custo está na embalagem, e ela é vinda diretamente dos Estados Unidos”, alertou. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada. O empresário ainda comentou sobre os entraves regulatórios: a troca de fornecedor de embalagens poderia levar anos até ser autorizada.

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Renato Daher, indicou o risco de “desabastecimento de alguns produtos estratégicos, como equipamento de imagem e OPME [Órteses, Próteses e Materiais Especiais]”.

Ele alertou que o anunciado aumento de 50% na tarifação de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos poderá desencadear reações negativas no mercado, similares às vivenciadas durante a pandemia de Covid-19, gerando aumentos de insumos, como contrastes usados em exames de imagem e imunoglobulina, além de peças de manutenção e equipamentos médico-hospitalares.

“A quase totalidade dos equipamentos de imagem, insumos farmacêuticos de ponta, órteses, próteses e materiais especiais (OPME) utilizados em nossos hospitais é importada, com grande concentração de fornecedores americanos. A dependência estratégica em equipamentos de imagem, OPMEs e reagentes de diagnóstico, para os quais não há substitutos nacionais ou de outros mercados a curto prazo, posiciona o setor de saúde em um estado de extrema vulnerabilidade”, afirmou.

Daher ainda enfatizou que a saúde está em alerta máximo. A reciprocidade de uma tarifa de 50% sobre os produtos médicos e farmacêuticos vindos dos EUA não é um problema somente comercial, mas sim uma ameaça direta a saúde pública e à estabilidade do sistema em Goiás.

O documento entregue pela Ahpaceg ao governador, apresenta algumas propostas para mitigar uma possível crise, incluindo acesso ao crédito, que é umas das alternativas já apresentadas pelo Estado.

 

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