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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Faustão e a fila de transplantes no Brasil: como funciona o sistema de prioridade
Do Entorno a Brasília: o vaivém de mães em busca de partos seguros
Para 87% da população, médicos precisam comprovar atualização profissional
https://medicinasa.com.br/atualizacao-medicos/
Nova estratégia terapêutica é testada para controle de condições como a sepse
https://medicinasa.com.br/estrategia-terapeutica/
Bioética e direito médico: fundamentos que todo médico deve dominar
https://medicinasa.com.br/bioetica-direito-medico/
Cuidados Intensivos: Construindo uma UTI de Alta Performance
https://medicinasa.com.br/uti-alta-performance/
O desafio de proteger dados em um setor em transformação
https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-saude-desafios/
IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
https://medicinasa.com.br/ia-medicina-sinergia/
Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência
Comando do Imas é alterado
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/comando-do-imas-e-alterado-13828398.ghtml
O POVO
Faustão e a fila de transplantes no Brasil: como funciona o sistema de prioridade
Faustão passou por transplantes rápidos após internação grave, reacendendo dúvidas sobre a fila única e os critérios de prioridade
O apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, realizou dois transplantes de órgãos nas últimas quarta e quinta-feira, dias 6 e 7 de agosto.
Faustão, que tem 75 anos de idade, precisou passar pelas cirurgias após ser internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na manhã de quinta-feira, 7.
A hospitalização — iniciada em 21 de maio — foi motivada por uma infecção bacteriana aguda, diagnosticada como sepse, uma condição grave que pode levar à falência múltipla de órgãos e até ser fatal, segundo boletim médico divulgado na sexta-feira, 8.
O ex-comandante do Domingão recebeu o transplante de fígado no dia 6 de agosto e o retransplante de rim no dia seguinte, 7 de agosto. Ambos os órgãos vieram do mesmo doador, e a cirurgia do rim já estava prevista há cerca de um ano.
Durante o período de internação, o apresentador foi “submetido a tratamento para controle da infecção, além de reabilitação clínica e nutricional, com o objetivo de estabilizar seu quadro de saúde”, conforme o boletim médico.
Essa não é a primeira vez que Faustão passa por transplante de órgãos. Em agosto de 2023, ele foi submetido a um transplante de coração, devido ao agravamento de insuficiência cardíaca.
Menos de um ano depois, em fevereiro de 2024, precisou fazer um transplante de rim, já que a função renal estava comprometida e ele necessitava de hemodiálise.
Com as cirurgias desta semana, Faustão já soma quatro transplantes realizados: um coração, um fígado e dois rins.
A rapidez na realização dos transplantes gerou questionamentos sobre possível favorecimento na fila de espera. Em resposta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), usou suas redes sociais para esclarecer o caso:
“O Faustão fez o transplante porque já estava na fila de urgência. Casos como o dele são realizados com prioridade e podem ocorrer em até 48 horas. Só no ano passado, mais de 100 pessoas no SUS passaram por dois ou mais transplantes”, explicou.
“Não há nenhuma irregularidade no caso do Faustão. Respeite o SUS, respeite o Faustão, respeite os profissionais de saúde”, completou Alexandre Padilha.
Entenda os transplantes no Brasil
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde, administra a maior rede pública de transplantes do mundo, garantindo acesso gratuito e integral aos pacientes, seja pelo SUS ou planos de saúde. No país, existe uma lista única de espera, que prioriza pacientes por critérios técnicos.
Atualmente, cerca de 46.718 pessoas aguardam por transplantes, sendo mais de 43 mil para rim.
A seleção dos pacientes é feita com base em critérios como tipo sanguíneo, dentre eles:
peso
altura
compatibilidade genética e anatômica
estado de gravidade
tempo de espera
Quando esses critérios são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro é usada como critério de desempate.
O tempo de espera varia conforme o órgão e a disponibilidade. Por exemplo, no transplante de coração, 27,5% dos pacientes esperam menos de 30 dias, enquanto 29% aguardam entre 30 e 90 dias.
Apesar dos avanços — como transplantes inéditos pelo SUS e aumento no número de doadores —, o Brasil ainda enfrenta desafios. Em 2024, foram realizados 30.300 transplantes, batendo o recorde anterior de 28.700 em 2023, mas a fila de espera segue grande.
Para aumentar a compatibilidade e reduzir o tempo de espera, o SUS implementou a Prova Cruzada Virtual, que simula a reação entre o soro do receptor e os antígenos do doador, antecipando possíveis rejeições.
A transparência e equidade são pilares do sistema brasileiro de transplantes, que busca aprimorar-se para salvar mais vidas.
Sobre o assunto
Doação por doadores vivos
Pessoas vivas podem doar rim, parte do fígado, medula óssea ou pulmão. Pela lei brasileira, parentes até o quarto grau e cônjuges podem doar. Doadores sem parentesco só podem doar com autorização judicial.
Nesses casos, a doação é feita diretamente ao paciente, sem a necessidade de entrar na lista do SNT, seguindo critérios técnicos rigorosos. A doação deve ser espontânea e voluntária, com manifestação formal perante a Justiça, pois a venda de órgãos é proibida.
Além disso, o doador passa por exames para comprovar compatibilidade e assegurar a saúde do órgão.
No caso de Faustão, entretanto, os transplantes realizados esta semana ocorreram após acionamento da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, segundo o Hospital Albert Einstein.
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CORREIO BRAZILIENSE
Do Entorno a Brasília: o vaivém de mães em busca de partos seguros
A rede pública de saúde do Distrito Federal é referência além das fronteiras da capital. Milhares de pacientes vindos de outras cidades, principalmente dos municípios goianos do Entorno, chegam ao DF em busca de atendimento, especialmente para um dos momentos mais delicados da vida: o nascimento de um filho.
Em 2024, o DF registrou 238.733 internações hospitalares. Desse total, 46.628 (ou 19,53%) foram de moradores de Goiás. As cidades mais atendidas são Valparaíso, Águas Lindas e Luziânia — parte da Região Metropolitana do Entorno, que inclui 11 municípios.
Além disso, no último ano, dos 31.553 partos realizados no DF, 9.410 foram de mulheres de Goiás, o que representa 29,82%. A explicação para isso passa por muitos fatores. Não é uma mera questão de escolha, visto que muitas cidades do Entorno ainda enfrentam a falta ou a insuficiência de estruturas hospitalares para o parto.
Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, das 11 cidades do Entorno, apenas seis contam com maternidades públicas pelo SUS. Três delas são da rede estadual: os hospitais estaduais de Águas Lindas, Formosa e Luziânia. As outras três são municipais: Cocalzinho, Cristalina e Santo Antônio do Descoberto.
Esse cenário gera desafios para a capital do país. A região centro-sul do DF (que abrange Candangolândia, Cidade Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento) não conta com maternidade. Isso obriga as gestantes a buscar atendimento em hospitais de outras regiões, como o Materno Infantil (HMIB) ou o Regional da Asa Norte (HRAN).
No Distrito Federal, a rede de atenção à saúde está estruturada em 7 regiões de Saúde, que estão organizadas em 3 macrorregiões: Macrorregião 1 (Regiões Oeste e Sudoeste), Macrorregião 2 (Regiões Central, Centro-sul e Sul) e Macrorregião 3 (Regiões Norte e Leste)
A pressão é ainda maior nos hospitais do Gama e Santa Maria, que recebem grande parte da população da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE), o que pode comprometer a qualidade do atendimento. Segundo o documento Planejamento Regional Integrado 2024-2027, elaborado pela Secretaria de Saúde do DF, o fluxo intenso dificulta a articulação entre os cuidados do pré-natal e a assistência hospitalar, considerada essencial para um parto seguro.
A história da vendedora Jovana Danielly, moradora de Águas Lindas de Goiás, ilustra esse cenário. Em 2021, ela realizou todo o pré-natal no município onde mora, localizado a cerca de 50km de Brasília. A orientação médica era que o parto fosse realizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Em 7 de julho daquele ano, ao sentir desconfortos que acreditava ser indicativo de trabalho de parto, Danielly buscou ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e foi orientada a voltar para casa.
As dores aumentaram ao longo do dia, e ela decidiu tentar chegar ao Hospital de Ceilândia, mais próximo do que o HUB. Mas a bolsa rompeu no meio do caminho, já no trecho da BR-070, próximo à barragem do Rio Descoberto. Já era fim de tarde, horário de trânsito intenso. Então, a família decidiu parar na unidade operacional da Polícia Rodoviária Federal a fim de pedir ajuda. Foi ali que a pequena Isadora nasceu, com o auxílio do policial Alessandro Castro. “Foi tudo muito rápido. Ele me acalmou, me passou muita segurança”, lembra Danielly. Hoje, Isadora, 4 anos, mantém um carinho especial por aquele que a ajudou a vir ao mundo.
Casos como o de Danielly não são exceção. Segundo a professora Carla Pintas Marques, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), está pactuado entre o Distrito Federal e os municípios do Entorno para que os partos, especialmente os de alto risco, sejam feitos em Brasília. “Essas gestantes precisam de cuidados especializados, e o transporte até o DF é responsabilidade do município de origem”, explica.
A especialista destaca que, embora o pré-natal seja feito nas unidades básicas de saúde locais, muitas cidades do Entorno não têm estrutura para manter maternidades adequadas. “Mas as unidades de parto de risco habitual — que é o novo nome do antigo ‘baixo risco’ —, essas, sim, poderiam funcionar nos próprios municípios”, cita. Se isso fosse colocado em prática, Brasília poderia atender especificamente os casos de alto risco, pois a capital têm melhores condições de dar esse suporte. “Muitas dessas consultas de alto risco são feitas aqui em Brasília, nos hospitais especializados”, pontua.
Silvia Badim Marques, professora do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, ressalta que as maternidades devem ser ampliadas. “Precisamos ter mais profissionais e mais leitos. O Hospital Regional de Ceilândia, por exemplo, atende uma população muito grande. Já tivemos iniciativas como a criação de uma casa de parto naquela região, que tem muita demanda inclusive do Entorno”, cita.
“Acredito muito que a solução passa justamente pelo aprimoramento dos acordos entre Goiás o Distrito Federal, para que possamos melhorar as políticas públicas, inclusive no que diz respeito ao deslocamento e à oferta de transporte adequado. Também é fundamental estabelecer um sistema eficiente de referência e contrarreferência nessas regiões, para que as gestantes não sofram com os impactos desse deslocamento”, acrescenta Silvia.
União de forças
A Secretaria de Saúde do DF afirma que reconhece a importância da pactuação entre o DF e os municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), especialmente na assistência obstétrica de alto risco. Para organizar o fluxo e reduzir a peregrinação das gestantes, foi publicada, em dezembro de 2018, a Portaria nº 1.321, que estabelece a vinculação das gestantes às maternidades de referência, tanto no DF quanto nos municípios da RIDE. A medida visa garantir o acesso, reduzir a sobrecarga em unidades específicas e, sobretudo, contribuir para a redução da mortalidade materna.
“Para unirmos força, é fundamental que tenhamos diálogo com os outros secretários e com o Ministério da Saúde. O caminho é o diálogo. A meta é definir responsabilidades entre as partes, encontrando assim soluções perenes para o atendimento da população do DF e dos municípios vizinhos”, reforça o secretário de Saúde do DF, Juracy Lacerda.
Já o secretário de Saúde de Goiás, Rasivel Santos, frisou que a meta do governo é regionalizar e qualificar a assistência materno-infantil em todo o estado, incluindo, prioritariamente, regiões como o Entorno. “Além dos três hospitais estaduais implantados no Entorno do DF, a partir de 2021, temos também a Policlínica de Formosa, com suporte ambulatorial à saúde da mulher. Todas as unidades são referências regionais na assistência”, diz ao Correio.
Ainda segundo o secretário, Goiás está implementando a Rede Nascer, política de atenção integral à saúde materno-infantil a ser lançada em setembro, que prevê o reforço no pré-natal, com incremento na carteira de exames, contrapartida estadual para o custeio de serviços de assistência ao parto de risco habitual e alto risco, plataforma para o cadastro e acompanhamento das gestantes, call center de apoio e acompanhamento da gestante.
Rasivel frisou que a pasta atua com os municípios do Entorno, em parceria com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde, na estruturação da Rede Nascer. “Muitos deles já têm investido na ampliação do serviço, como Novo Gama e Águas Lindas, com construção de um Centro de Parto e Maternidade, respectivamente. Dessa forma, estado e municípios têm trabalhado para uma melhor organização da atenção materno-infantil em Goiás”, destaca.
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MEDICINA S/A
Para 87% da população, médicos precisam comprovar atualização profissional
A Associação Médica Brasileira (AMB) acaba de lançar uma pesquisa inédita para conhecer a opinião dos brasileiros sobre a importância da Certificação Médica no país. O levantamento foi feito pelo Instituto Datafolha. Para 87% da população brasileira, os médicos são os profissionais que mais precisam ter comprovação de atualização profissional. A pesquisa avaliou a percepção da população sobre a importância dessa comprovação para seis profissões, com base em uma escala de 0 a 10.
Considerando as atribuições de notas 9 e 10, a classe médica ficou em primeiro lugar.
Pilotos de avião (82%) ficaram em segundo lugar, seguidos por jornalistas (75%), engenheiros (74%), advogados (71%), com uma avaliação semelhante. A atualização profissional de arquitetos (68%) foi percebida como menos importante. Outro dado relevante é que 76% dos entrevistados consideram que, no Brasil, deveria ser obrigatória a atualização do certificado para médico especialista, 16% consideram que deveria ser opcional, ficando a critério de cada médico, 5% acham desnecessária, porque o médico já é especialista e 2% não souberam responder. Os índices são semelhantes entre as cinco regiões do país e entre a região metropolitana e interior.
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, destacou a importância da pesquisa inédita da entidade, que revelou a grande preocupação da população brasileira com a qualificação dos médicos no país, bandeira defendida pela associação. Segundo César, no Brasil hoje, há aproximadamente 600 mil médicos e 40 mil novos médicos se formando todos os anos. Dentro de poucos anos, teremos mais de um milhão de médicos. Por habitante, o país tem mais médicos que os Estados Unidos e a França, Inglaterra e Canadá, por exemplo.
“Mas e a qualificação e certificação desses médicos? Temos médicos que estão saindo com muitas deficiências das escolas. Não por culpa deles, claro, mas por culpa do aparelho formador. Por isso somos favoráveis a criação da realização de um exame de proficiência para os graduados e formados em Medicina, nos moldes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a chamada “OAB dos médicos”, que está sendo discutida em um projeto de lei, que tramita no Senado”, explica César.
“Do jeito que está hoje, a pessoa sai da faculdade com o certificado de conclusão de curso e já ganha seu registro profissional, e está, portanto, habilitado legalmente a atender pacientes. Mas não sabemos a qualidade desta formação e a população identificou isso na pesquisa”, relatou.
Segundo o presidente, há 440 escolas de medicina, mais 95 escolas autorizadas a abrir, em municípios pequenos, e cerca de 190 com processo judicial com ganho de causa. “Ou seja, chegaremos em breve a mais de 700 escolas de medicina, o que é um descalabro total. O Brasil já é o segundo país com mais escolas médicas do mundo, só perde para a Índia, que tem 600, mas com uma população 6 vezes maior que a nossa. Isso começou com uma ideia provavelmente boa, de aumentar a disponibilidade de médicos no país, mas se perdeu com o tempo e muitas destas instituições viraram grandes negócios. É preciso haver regras mais rígidas”. concluiu.
A AMB lançou em junho a Campanha de Valorização do Título de Especialista com o objetivo de divulgar a importância da especialização dos médicos para a sociedade brasileira, incentivar os médicos a buscarem a certificação e o aprimoramento contínuo e por fim destacar os rigorosos critérios exigidos para a obtenção do título de especialista da AMB.
Riscos aos pacientes
O secretário geral da AMB, Florisval Meinão, afirma que o profissional mal formado pode ter muito mais dificuldades reais para estabelecer diagnósticos corretos, e atrasar tratamentos que poderiam oferecer mais qualidade de vida ao paciente.
“Ao fazer diagnóstico equivocados, ele irá oferecer tratamentos equivocados, pedir mais exames, onerar o sistema público e privado de saúde. Então certamente a má formação médica e falta de atualização e certificação, pode oferecer riscos à população.
E completa: “Preocupa a velocidade e a fúria na formação de novos profissionais. Em breve, teremos um número excessivo de médicos— e médicos muito mal preparados. São médicos que estudam em escolas onde faltam docentes, falta campo de ensino, que também cresceram significativamente. E o médico não se forma assistindo vídeos ou fazendo provas, mas sim atendendo pacientes, tendo contato constante com os professores. E isso falta nas escolas”, concluiu.
Mais dados
Outra informação importante do levantamento, foi se o paciente procuraria informações sobre a qualificação do médico especialista, como onde se formou, se participou de congressos, cursos ou outras atualizações, antes de marcar uma consulta. 64% dos entrevistados procurariam informações sobre a qualificação do médico especialista antes de marcar uma consulta, caso estejam disponíveis, sendo que 31% deles buscariam para todas as consultas e 33% para algumas especialidades. Comparando o total com cada região, o Centro-Oeste é o que tem o menor índice de intenção de buscar de informações (56%).
“É necessário ter uma política de provisionamento de médicos, o profissional precisa ser qualificado e sobretudo determinante nas unidades básicas de saúde. A nossa resolutividade é muito baixa por conta da desqualificação de médicos no nosso país. Precisamos, efetivamente, de uma carreira de Estado. “Entendemos que o problema do Brasil não é falta de médicos. O ponto é: qualidade”, finaliza o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes.
Perfil dos entrevistados
O estudo foi realizado no final de março de 2025 com a população de 16 anos ou mais de todas as classes econômicas. Ao todo, foram feitas 2002 entrevistas em 113 municípios brasileiros, sendo 40% em regiões metropolitanas das capitais e 60% no interior. (Esta amostra é representativa da população brasileira com 16 anos ou mais: 166,485 mi habitantes – população estimada 16 anos ou mais – PNAD 2023/ Estimativa IBGE 2024). A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.
A amostra é composta por 52% de mulheres e 48% de homens, com média de idade de 43 anos. Quanto à escolaridade, 22% cursaram o nível superior, 45% chegaram ao ensino médio e 34% ensino fundamental. Em relação à classe econômica, 25% pertencem às classes AB, 47% à classe C e 29% às classes DE. Observa-se que os índices das questões abordadas no estudo, importância da comprovação da atualização profissional, obrigatoriedade da atualização do certificado médico para especialista e a busca de informações sobre a qualificação dos médicos antes das consultas, são mais altos entre os entrevistados com maior escolaridade e renda, entre os economicamente ativos e os que têm plano ou seguro de saúde.
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Nova estratégia terapêutica é testada para controle de condições como a sepse
Estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP descobriu que a inibição da enzima PAD4, envolvida nos processos inflamatórios, pode reduzir os sintomas da covid-19. Os testes, feitos em modelo animal, mostram ainda consequências na resposta imunológica do organismo e apontam para uma possível estratégia terapêutica para o controle de casos graves da doença, com potencial para outras situações em que há resposta inflamatória desregulada. Os resultados, porém, também chamam atenção para os riscos associados à diminuição da chamada resposta imune adaptativa, responsável por reconhecer e combater o vírus em novas exposições.
Conduzida por pesquisadores do Laboratório de Imunorregulação e Doenças (LID) da FMRP, a pesquisa avaliou os efeitos de uma substância que inibe essa enzima PAD4 e verificou que a inibição é comparável à ação da DNase recombinante, droga que degrada estruturas chamadas NETs (armadilhas extracelulares de neutrófilos) que se formam durante as infecções para conter agentes infecciosos. Quando essas NETs se acumulam, podem causar inflamação intensa e danificar os tecidos, especialmente os pulmões.
Segundo Caio Santos Bonilha, responsável pelo estudo, a inibição da PAD4 impede a formação das NETs, o que contribui para reduzir o processo inflamatório. “Entendemos que o efeito clínico observado se deve à redução das NETs no microambiente pulmonar, as quais induzem dano tecidual e, em casos graves, podem levar à insuficiência respiratória”, afirma o pesquisador que atua sob supervisão do professor Fernando Queiroz Cunha do Departamento de Farmacologia da FMRP.
Embora o foco do estudo tenha sido o coronavírus, a PAD4 está envolvida em outras doenças inflamatórias e autoimunes. A inibição dessa enzima pode ser investigada em situações em que a formação excessiva de NETs contribui para o agravamento dos sintomas, como em doenças pulmonares crônicas, sepse ou distúrbios autoimunes.
Melhora clínica com impacto na imunidade
Ao comparar a ação da inibição da PAD4 com a da DNase, os pesquisadores observaram que ambos os tratamentos levaram à melhora dos sintomas clínicos nos animais. No entanto, apenas o inibidor de PAD4 interferiu na imunidade. A substância comprometeu a ativação dos linfócitos T, células fundamentais para a defesa contra o vírus e para a formação de memória imunológica. Esse efeito ocorreu, entre outros motivos, pela redução na apresentação de antígenos pelas células dendríticas e pela diminuição da produção de interleucina-2 (IL-2) pelos próprios linfócitos T, substância essencial para a multiplicação dessas células de defesa.
“Essa descoberta não era esperada e nos levou a investigar mais a fundo. Verificamos que o inibidor da PAD4 afeta a produção de IL-2, citocina fundamental para a expansão dos linfócitos T”, comenta Bonilha. Na prática, embora o medicamento reduza a inflamação, também pode enfraquecer a capacidade do organismo de reagir a novas infecções pelo mesmo vírus.
Caminhos futuros: riscos, possibilidades e precauções
Os autores reconhecem que a utilização do inibidor de PAD4 deve ser cuidadosamente avaliada. Uma das hipóteses discutidas é seu uso em casos graves da covid-19, quando a inflamação descontrolada causa mais prejuízos do que a presença do vírus. No entanto, essa abordagem pode ser inadequada em pacientes com o sistema imunológico comprometido ou quando se deseja estimular uma resposta imune duradoura.
“É razoável supor que a primeira escolha em uma terapia visando às NETs em doenças infecciosas seja com o uso de DNase, por ter efeito similar ao inibidor de PAD4 na neutralização do dano tecidual, mas mantendo a formação de memória imunológica”, afirma o cientista.
Segundo Bonilha, há também a possibilidade de utilizar o inibidor da PAD4 em combinação com outros medicamentos, como agentes que estimulem a imunidade. Estudos semelhantes já são realizados com corticoides, outro tipo de anti-inflamatório que também reduz a resposta imune.
Para ele, o avanço dessa linha de pesquisa depende de novos estudos pré-clínicos, especialmente em modelos de covid longa, além da avaliação de segurança e eficácia da substância antes de qualquer tentativa de aplicação em humanos. Se esses estudos tiverem resultados positivos, os primeiros testes clínicos podem ocorrer nos próximos anos.
Na avaliação do pesquisador, os resultados também reforçam a importância da continuidade dos investimentos em ciência no Brasil. “É fundamental que pesquisas como essa continuem sendo desenvolvidas no País. O Brasil tem pleno potencial para liderar descobertas com impacto global desde que haja valorização contínua da ciência nacional”, conclui Bonilha. (Com informações do Jornal da USP)
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Bioética e direito médico: fundamentos que todo médico deve dominar
Com a crescente complexidade dos sistemas de saúde, a presença de profissionais do Direito especializados em temas como Bioética, Direito Médico e Compliance tem se tornado cada vez mais essencial. Questões como a judicialização da saúde, os dilemas éticos no cuidado, o conflito de interesses na prescrição médica e os riscos regulatórios exigem respostas técnicas, sensíveis e alinhadas aos princípios que norteiam o cuidado em saúde.
Para aprofundar essas discussões, Camila Cortez, advogada especialista em Bioética, Direito Médico e Compliance, analisa os principais desafios enfrentados por instituições, profissionais da saúde e gestores diante de um cenário em constante transformação. A profissional é fundadora da KCortez Consultoria e conta com passagem pelo CREMESP.
Qual o papel da Bioética nos desafios contemporâneos da saúde brasileira?
Camila Cortez: A Bioética, hoje, é uma ferramenta fundamental para lidarmos com as questões que enfrentamos diariamente na saúde, especialmente na atuação dentro dos hospitais. Desde a entrada do paciente — a forma como nos comunicamos, acolhemos e apresentamos o termo de consentimento — até dilemas extremamente complexos como pacientes que não aceitam nenhum tipo de suporte e desejam que a morte ocorra de forma natural, sem intervenção, por exemplo. Esses são debates presentes no nosso cotidiano, e a bioética surge como uma aliada essencial para resolver esses conflitos da melhor maneira possível, sempre priorizando aquilo que é melhor para o paciente.
Quais temas você considera mais urgentes no debate sobre compliance em saúde?
Camila Cortez: Hoje, no compliance, eu costumo dizer que o tema ao qual precisamos dedicar mais atenção é o conflito de interesse, especialmente envolvendo o profissional de saúde prescritor. É fundamental observar quais relações esse profissional mantém com a indústria, de que forma realiza suas prescrições e se essas decisões são, de fato, voltadas para o melhor interesse do paciente ou influenciadas por algum vínculo externo.
Esse mapeamento precisa estar estruturado dentro da instituição de saúde. É necessário que existam mecanismos de controle claros e eficazes. Na minha atuação com compliance, esse tem sido um dos principais desafios. É evidente que cada instituição possui seu próprio perfil e suas dores específicas, mas o conflito de interesses, especialmente no âmbito da prescrição médica, é um tema que está constantemente no meu radar e que, sem dúvida, merece atenção prioritária.
Quais mudanças você observa no comportamento das instituições diante da judicialização da saúde?
Camila Cortez: A judicialização da medicina trouxe, infelizmente, um reflexo nas instituições e nos profissionais de muito medo. E eu digo que eu não sei o que veio antes: Se foi a judicialização ou se foi esse distanciamento entre relação médico-paciente. Porque essa judicialização contribui para esse distanciamento que gera judicialização.
Então, o nosso trabalho dentro dos hospitais é justamente empoderar os médicos, deixá-los seguros para que façam o melhor para o paciente e sempre, de uma forma também responsável, colocando tudo no prontuário, deixando de uma forma que eles, se questionados, possam justificar. Mas sem que isso seja uma barreira de aproximação entre as partes, porque esse distanciamento é justamente o que leva ao problema que a gente tem na saúde hoje. Fortalecer a relação médico-paciente me parece que é o melhor caminho e o que vai barrar efetivamente a judicialização.
Como eventos que debatem esses temas contribuem para a evolução do setor?
Camila Cortez: Esses eventos trazem à tona alguns temas que estão em voga e que a gente não consegue parar muito no dia a dia para olhar para eles. A gente consome muita informação e a medicina está evoluindo. Eu acredito muito na educação e na prevenção, de estarmos ao máximo preparados para os cenários que a gente tem que encarar na nossa profissão.
Eventos como esse contribuem de forma fundamental para que a gente olhe para esses temas e também que a gente consiga fazer um bom networking, que a gente troque com os profissionais, faça contatos, veja como é que está a experiência dos profissionais e criar uma grande rede de apoio.
Qual mensagem você gostaria de deixar para os profissionais da saúde que atuam na ponta?
Camila Cortez: Vocês não estão sozinhos. É importante que enxerguem o profissional do direito como um aliado. Diante de tantos desafios que temos vivenciado na saúde, é essencial ter alguém de confiança ao lado, que possa ajudar a embasar as decisões do dia a dia.
Estamos vivendo um momento de profissionalização intensa na Medicina — e isso também vale para outras áreas da saúde. Essa transformação exige que profissionais capacitados atuem em conjunto. Não cabe mais a figura do médico ser também advogado, contador, secretário e assumir todas as funções ao mesmo tempo. Da mesma forma, não temos nenhuma pretensão de que os médicos se tornem juristas.
O que faz a diferença hoje é uma equipe multidisciplinar, formada por pessoas com propósitos alinhados, mas com expertises diferentes. Esperamos que, cada vez mais, os profissionais de saúde enxerguem valor nesse tipo de parceria e façam adesão a esse tipo de serviço.
Quais os principais dilemas éticos enfrentados por instituições de saúde no contexto pós-pandemia?
Camila Cortez: Aprendemos a buscar novas formas de lidar com os problemas, como é o caso da bioética. Entendemos como uma gestão fortalecida pode mudar completamente o rumo das decisões dentro de uma organização.
Percebo que, ainda hoje, existe uma sensibilidade e até uma vulnerabilidade muito grande entre os profissionais de saúde. Esse é um ponto que precisamos manter sempre no nosso radar. Não podemos deixar esses profissionais desassistidos.
Outra lição importante diz respeito à comunicação. Muitas vezes, o que resta em momentos difíceis é o acolhimento e uma boa conversa. E a comunicação em saúde ainda é, de forma geral, bastante precária. Precisamos incentivar e valorizar uma comunicação mais clara, empática e efetiva entre equipes, pacientes e instituições.
De que forma a Bioética pode apoiar políticas públicas de saúde mais inclusivas e justas?
Camila Cortez: A bioética, que tem como um de seus princípios fundamentais a justiça, junto com a beneficência, a não maleficência e a autonomia, pode oferecer um olhar valioso e lançar luz sobre questões complexas discutidas nos hospitais.
O que ainda observamos é que poucas equipes possuem aptidão ou profissionais capacitados para lidar com bioética dentro das organizações de saúde. É um ponto que precisa ser fortalecido. Ainda é um movimento muito incipiente, se comparado ao que gostaríamos de ver implantado nas instituições.
O que é debatido pelos comitês de Bioética pode — e, muitas vezes, deve — ser compartilhado com a sociedade, desde que de forma ética e segura, sem a identificação dos envolvidos. Essas discussões podem gerar conhecimento e orientar boas práticas.
Nossa sociedade está envelhecendo, e precisamos começar a olhar com mais seriedade para esse cenário. A desospitalização será um dos grandes desafios dos próximos anos, e políticas públicas bem estruturadas podem fazer parte da solução.
Qual a importância do compliance nas relações entre instituições de saúde e operadoras?
Camila Cortez: O compliance é fundamental na relação entre as instituições de saúde e as operadoras — seja por questões relacionadas a fraudes, prescrição de materiais com valores acima do adequado ou até mesmo por exigências específicas das operadoras, como a entrega completa do prontuário do paciente.
Hoje, o compliance atua de forma integrada nesse relacionamento entre hospital e operadora. É uma relação que requer atenção redobrada com a fonte pagadora. Sabemos que existe um contrato, e que essa fonte pagadora é essencial para a sustentabilidade da instituição. No entanto, há diversas camadas em que o compliance precisa atuar.
Os contratos podem conter cláusulas abusivas, podem ferir normas éticas e até mesmo regulatórias. Muitas vezes, observamos conflitos entre as exigências contratuais e as normas dos Conselhos Regionais de Medicina, por exemplo. O olhar do compliance é essencial para mediar essas divergências e garantir segurança jurídica para as instituições.
Em uma perspectiva mais ampla, o que tem se tornado cada vez mais relevante é o problema da prescrição de materiais indevidos, materiais com valores acima do necessário ou em quantidades excessivas. Esse é um tema sensível, que envolve diretamente a ética e os custos da assistência, e o compliance tem sido cada vez mais acionado para atuar nessas frentes de forma estratégica e preventiva.
Como preparar líderes e gestores para lidar com questões éticas complexas no cotidiano assistencial?
Camila Cortez: Os líderes e gestores estão em um patamar de exigência muito diferente do que víamos há 10 ou 15 anos. Eles precisam estar preparados para esse novo papel — com um olhar mais amplo e, no mínimo, com noções sobre governança. Ainda que não dominem todos os temas, é essencial que contem com equipes multidisciplinares que os auxiliem.
Líderes e gestores precisam enxergar a saúde de forma sistêmica, compreender todos os stakeholders envolvidos e reconhecer quais são os mecanismos de apoio disponíveis, para que se sintam seguros e respaldados por profissionais com as expertises adequadas.
A principal ferramenta de preparação é o treinamento. O incentivo a debates sobre temas que fazem parte do dia a dia é essencial, porque os riscos não são estáticos. Eles evoluem com o tempo. À medida que os cenários se transformam, novos riscos surgem, e precisamos estar atentos a isso.
Se eu tivesse que destacar um único ponto, seria justamente esse: o treinamento contínuo. O gestor precisa estar aberto a aprender sobre diferentes áreas, para que possa orientar sua equipe com mais segurança e, assim, estar preparado para um cenário da saúde muito mais complexo do que aquele que enfrentamos anos atrás.
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Cuidados Intensivos: Construindo uma UTI de Alta Performance
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de alta performance representam centros de excelência em saúde, onde convergem tecnologia de ponta, práticas clínicas baseadas em evidências, equipes multiprofissionais qualificadas e um compromisso contínuo com a segurança, eficiência e humanização do cuidado. Este artigo discute os principais pilares que sustentam esse modelo de atendimento, com base em indicadores robustos, protocolos padronizados e inovação tecnológica.
Uma UTI de alta performance se diferencia por integrar estrutura adequada, processos assistenciais bem definidos e resultados mensuráveis — conceito inspirado no modelo de qualidade de Donabedian (Donabedian, A. A. (1990). The Seven Pillars of Quality. Archives of Pathology & Laboratory Medicine, 114, 1115-1118). A qualidade do cuidado é mensurada por meio de indicadores estruturais, processuais e de desfecho, os quais devem estar alinhados às melhores práticas internacionais.
No coração desse ecossistema está a equipe multiprofissional, composta por intensivistas, enfermeiros especializados, fisioterapeutas respiratórios e motores, farmacêuticos clínicos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Essa equipe atua de forma sinérgica, realizando visitas interdisciplinares diárias, com discussão de casos e revisão contínua dos planos terapêuticos, promovendo a personalização do cuidado de acordo com a evolução clínica de cada paciente.
A excelência clínica é sustentada por *indicadores de desempenho robustos*, que avaliam fatores como tempo de permanência, taxa de infecção hospitalar, mortalidade ajustada à gravidade e uso de recursos. Ferramentas como o SAPS 3 (Simplified Acute Physiology Score), TMP (Tempo Médio de Permanência) e TURP (Taxa de Utilização de Recursos por Paciente) permitem transformar dados clínicos em informações estratégicas, fundamentais para tomada de decisão, previsão de desfechos e alocação eficiente de recursos.
Em 2025, essa abordagem consolidou-se como padrão em UTIs de alta performance, promovendo não apenas melhores resultados clínicos, mas também maior transparência e accountability. A integração de sistemas eletrônicos e painéis gerenciais possibilita o acompanhamento em tempo real e a comparação com benchmarks nacionais e internacionais.
O reconhecimento do alto desempenho da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz veio com a conquista do selo Top Performer, concedido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), por quatro anos consecutivos. A premiação leva em consideração os melhores índices de mortalidade ajustada e eficiência na utilização de recursos, refletindo a qualidade do modelo assistencial adotado pela instituição.
A excelência técnica é indissociável da humanização do cuidado. A presença familiar é incentivada, dentro de protocolos seguros, por meio de visitas e reuniões regulares com os familiares. A comunicação transparente, o respeito à dignidade do paciente e a escuta ativa são elementos centrais na condução do atendimento, especialmente em contextos de alta complexidade clínica.
A segurança do paciente é tratada como prioridade absoluta. A UTI adota protocolos rigorosos para prevenção de eventos adversos, como sepse, pneumonia associada à ventilação mecânica, tromboembolismo venoso e lesões por pressão. Além disso, a equipe participa de treinamentos periódicos com simulações realísticas, promovendo uma cultura organizacional voltada para a prevenção, resposta rápida e melhoria contínua.
Outro diferencial fundamental é a incorporação de tecnologias da informação. Sistemas de prontuário eletrônico integrados auxiliam os médicos com o monitoramento contínuo da evolução clínica, facilitando a tomada de decisões embasadas e oportunas. Ferramentas de análise preditiva oferecem suporte à antecipação de complicações e à otimização do uso de recursos, transformando dados em ações concretas de cuidado.
A UTI de alta performance representa um modelo avançado, seguro e centrado no paciente. Sua operação reflete um compromisso inabalável com a vida, a qualidade assistencial e a inovação. Em um cenário de desafios crescentes e demandas complexas, manter e aprimorar esse padrão de atendimento é não apenas uma conquista, mas uma necessidade.
A incorporação de estratégias baseadas em evidência, dados e empatia oferece uma oportunidade concreta de elevar a qualidade e a segurança no cuidado intensivo, promovendo desfechos clínicos superiores e sustentáveis para os pacientes mais vulneráveis.
*Amilton Silva Junior é gerente médico da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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O desafio de proteger dados em um setor em transformação
Vivemos um momento de inflexão no setor de saúde. A transformação digital, antes vista como uma tendência, hoje é uma realidade consolidada em muitas instituições. Prontuários eletrônicos, inteligência artificial, interoperabilidade, dispositivos médicos conectados e sistemas em nuvem se tornaram parte do cotidiano de clínicas e hospitais. Mas com essa modernização acelerada, uma sombra tem crescido na mesma velocidade: o risco cibernético.
Não é mais possível ignorar que a saúde se tornou um dos setores mais visados por cibercriminosos. Segundo dados da Check Point Research, empresa de inteligência de ameaças cibernéticas, em 2025, o número de tentativas de ataques a instituições de saúde ultrapassou a média global. O Brasil registrou 2.664 ataques semanais por organização, com um crescimento de 73% em relação ao ano anterior. O dado mais alarmante é o salto de tentativas de ransomware, que foi de 6.500 em 2023 para 16.000 em 2024. Em dois anos, a saúde foi da 7ª para a 3ª posição entre os setores mais atacados do país.
Essa escalada não é um acaso. A saúde é um setor essencial e vulnerável. Carrega dados extremamente sensíveis, opera com sistemas muitas vezes legados e conta com uma cultura organizacional ainda despreparada para os desafios da segurança digital. É nesse ponto que devemos refletir com urgência, a transformação digital sem uma estratégia robusta de cibersegurança é uma ameaça disfarçada de progresso.
Quando a inovação encontra a fragilidade
É inegável que a tecnologia trouxe ganhos valiosos para a assistência, da melhoria na jornada do paciente à eficiência dos processos administrativos. Mas a pressa em adotar soluções inovadoras sem um olhar atento à segurança abriu brechas perigosas, como infraestruturas defasadas, múltiplos fornecedores desconectados, adoção de IA sem revisão de compliance e uma baixa maturidade cibernética são parte da equação que precisa ser revista.
É comum ver a TI ainda como o “guardião único” da segurança, quando na verdade esse é um compromisso coletivo. A cultura organizacional precisa evoluir. É necessário compreender que o cuidado com os dados do paciente faz parte do próprio cuidado com a saúde dele.
O impacto do despreparo
O que acontece quando a segurança é negligenciada? O resultado pode ser devastador, vazamento de dados, paralisação de sistemas, quebra de confiança e prejuízos financeiros imensuráveis. E pior, muitas vezes as instituições já foram atacadas antes mesmo de perceberem o quão vulneráveis estavam. Isso porque erros primários continuam sendo cometidos, como falta de um plano de resposta a incidentes testado e estruturado, backups ineficientes, sem criptografia ou testes reais de recuperação, permissões de acesso excessivas a dados sensíveis, falta de monitoramento contínuo e alertas proativos, e treinamentos escassos, especialmente para evitar ataques de phishing.
Em um cenário como esse, é quase inevitável que a crise aconteça. E quando ela vem, não há tempo para improvisos, apenas para arcar com as consequências.
Na saúde, a segurança da informação não é um item de checklist técnico, é um pilar de confiança pública. Profissionais da assistência devem compreender os limites éticos e legais do acesso à informação. Desenvolvedores e fornecedores de tecnologia devem entregar soluções com segurança desde o design, respeitando a LGPD, adotando arquiteturas “Zero Trust” e com rastreabilidade plena.
Já os sistemas de prontuário eletrônico precisam ir além da funcionalidade clínica. Devem incorporar criptografia, controle de acesso por perfil, logs auditáveis e múltiplas camadas de autenticação, especialmente com autenticação multifator (MFA). Tudo isso com governança clara e integrada.
Boas práticas: Da teoria à ação
A teoria já está escrita em normativas como a LGPD. Mas o que falta é a prática, o cotidiano seguro. É preciso atualizar constantemente sistemas e dispositivos médicos conectados, implantar MFA em sistemas clínicos e administrativos, realizar revisões periódicas de permissões com base em controle de acesso por função (RBAC), investir em treinamentos frequentes e contextualizados em segurança digital, criptografar dados em trânsito e em repouso, auditar os acessos de forma contínua, realizar pentests e simulações reais de ataque, ter contratos bem definidos com fornecedores, prevendo responsabilidades sobre segurança e privacidade, e contar com um plano de resposta a incidentes bem desenhado, testado e com papéis definidos.
Tudo isso pode parecer complexo, mas é a base mínima para quem deseja operar com segurança no setor da saúde. A ausência dessas práticas não é apenas um risco operacional, é um descuido com a vida humana mediada por sistemas.
A transformação digital na saúde não pode andar em paralelo à segurança, elas precisam caminhar juntas. A saúde não é apenas um serviço, é um direito, é confiança, é vida. E proteger os dados que sustentam essa missão é um compromisso inadiável.
Não podemos esperar o próximo ataque para perceber o valor da prevenção. Cibersegurança, hoje, é parte inseparável da assistência. É o que garante não só a integridade da informação, mas a continuidade do cuidado. Na saúde digital, proteger o dado é proteger o paciente.
*Andréa Rangel é Head de Negócios em Saúde da Hexa IT.
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IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
A Inteligência Artificial tem demonstrado avanços notáveis, especialmente em especialidades como a radiologia. A mamografia, por exemplo, é feita não porque a mulher sente algo, mas por prevenção. Espera-se que a maioria dos exames seja normal.
De fato, cerca de 91% das mamografias não apresentam anormalidades, enquanto apenas 9% indicam necessidade de investigação mais detalhada, como biópsias ou cirurgias.
Nesse contexto, a IA se mostra uma ferramenta valiosa para aumentar a eficiência médica. Ao examinar centenas de mamografias, o médico pode facilmente se distrair ou cometer erros ao buscar os 9% que realmente exigem atenção. A IA, por sua vez, processa vastas quantidades de imagens — normais e anormais — com rapidez e precisão.
Um supercomputador analisa imagens com velocidade, comparando padrões normais e não normais. Isso reduz a fadiga humana e foca a atenção nos casos críticos.
Essa aplicação se estende a diversos outros exames de imagem, como tomografias, ressonâncias e radiografias.
A experiência médica é aliada da IA
A amigdalite, por exemplo, o diagnóstico é direto:
É fácil identificar uma amigdalite. Um estudante de medicina vê as placas de pus e já sabe o que fazer.
O tratamento segue um protocolo claro, sem muitas variações. Mas o cenário muda em doenças como a depressão: O computador não consegue identificar depressão facilmente. Isso depende muito da análise do médico.
Há ainda doenças cujo caminho diagnóstico não é bem definido, ou que envolvem variabilidade genética. Nestes casos, a experiência médica é insubstituível.
As vezes, a medicina ainda não tem clareza sobre o melhor tratamento, ou há muitas variáveis genéticas. Aí entra a intuição e o conhecimento do médico.”
É justamente nessas situações que a IA pode expandir as possibilidades de diagnóstico.
A inteligência artificial oferece um leque muito amplo. O médico experiente consegue filtrar essas opções com discernimento. Sem IA, ele pode deixar passar doenças que nunca estudou.
A sabedoria clínica e o olhar humano seguem essenciais, com a IA atuando como complemento estratégico. Muitos médicos não estão preparados para usar essas ferramentas.
É importante ressaltar que a prática médica exige investigação minuciosa de sinais e sintomas. Médicos experientes extraem mais das consultas, enquanto profissionais menos preparados podem se apoiar excessivamente em exames, sem dominar sua interpretação.
Se a IA recebe poucas informações, pode sugerir uma conduta equivocada. O médico precisa saber interpretar os resultados.
A precisão da IA depende da qualidade dos dados inseridos e da competência do profissional em contextualizá-los.
Sempre é importante lembrar que a tecnologia existe para otimizar o tempo e fazer com que o profissional de saúde tenha mais tempo para o que é mais importante: a atenção ao paciente.
*Antonio Carlos Endrigo é diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB).
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TV GLOBO/FANTÁSTICO
Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência
A reportagem especial do Fantástico deste domingo (10) mostrou como essas experiências têm provocado traumas sérios e quais as consequências no atendimento de saúde no país.
Pesquisas recentes mostram que 80% dos profissionais de saúde reclamam já ter sido vítimas de algum tipo de agressão no local de trabalho. São xingamentos, violência física e até ameaças de morte. A reportagem especial do Fantástico deste domingo (10) mostrou como essas experiências têm provocado traumas sérios e quais as consequências no atendimento de saúde no país. Veja no vídeo acima.
Ataques em série
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, a técnica de enfermagem Evelyn Rossi relembra com detalhes o dia em que foi agredida por uma paciente. O motivo da agressão teria sido a insatisfação da paciente com o número de dias de afastamento concedido por um médico.
“Ela me deu um tapa na cara, começou a me chutar e bater. Machucou minha barriga e meu braço”, conta.
Na mesma semana, outros dois profissionais da mesma unidade de pronto atendimento também foram agredidos.
“Eles trabalham pela vida, mas mesmo assim são atacados”, lamenta Evelyn.
Em Franca, interior paulista, outra técnica de enfermagem relata ter sido perseguida e agredida por uma paciente. A profissional está em acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e ainda sofre com insônia.
“Ela me deu um tapa no rosto e jogou meu celular em mim. Me senti humilhada e desvalorizada”, diz.
A agressora não quis se manifestar.
Botão de pânico e prevenção
Em São Bernardo do Campo, uma médica foi agredida após negar um atestado. A unidade possui botões de pânico que acionam a guarda municipal e empresas de segurança, mas nem sempre conseguem evitar os ataques.
“Ela me xingou e disse que era para aprender a não recusar atestados. Ela tinha dor no ombro, não tinha nenhuma restrição de movimento, estava conseguindo mexer, tanto é que conseguiu me agredir”, explica Giovana Paliares, médica.
Miria Fonseca Pereira enviou mensagem para a produção dizendo que Giovana estava com o namorado no consultório e não atendida os pacientes, mas a ficha dela recebeu alta após medicação. Ou seja, teria sido atendida.
Impunidade e reincidência
O estado de São Paulo concentra o maior número de ocorrências, mas violência contra profissionais da saúde é registrada de norte a sul do país. Em cinco anos, quase 15 mil médicos registraram boletins de ocorrência sobre algum tipo de violência.
Em alguns casos, a Justiça determinou punições como pagamento de um salário mínimo ou prestação de serviços comunitários. Em outros, os agressores são proibidos de se aproximar das vítimas.
A médica Maria Isabel Spinola, do interior de Minas, já registrou 13 boletins de ocorrência.
“Já vi paciente quebrar armário, já ouvi ameaças de morte. Eu já sofri agressão de ter que ficar trancada por horas na recepção”, relata.
Ambiente hostil e impacto psicológico
As consequências emocionais são graves. Profissionais relatam desenvolvimento de ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
"Se percebo que alguém eleva o tom de voz, já saio de perto", diz Evelyn.
Ela conta que está concluindo a faculdade de psicologia, área que pretende atuar.
“Não perdi o amor pela enfermagem, mas sei que em outra área terei mais valor e menos risco”.
Apesar das dificuldades, muitos ainda mantêm a vocação.
"Vejo a medicina como amor ao próximo. Quero continuar com o brilho nos olhos que tive quando me formei", afirma Giovana.
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TV ANHANGUERA
Comando do Imas é alterado
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/comando-do-imas-e-alterado-13828398.ghtml
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Agentes de IA: o que os líderes da saúde precisam entender sobre a tecnologia
https://medicinasa.com.br/agentes-ia/
ONA abre consulta pública para atualização do Manual OPSS 2026
https://medicinasa.com.br/consulta-publica-manual-opss26/
Investir em equipamentos próprios pode triplicar o retorno líquido de clínicas
https://medicinasa.com.br/equipamentos-estetica/
Conselho de Saúde de Goiânia rejeita terceirização do Samu
https://www.dm.com.br/goiania/conselho-de-saude-de-goiania-rejeita-terceirizacao-do-samu/
Qualicorp vende Gama Saúde por R$ 164 milhões e ações sobem 16%
https://noticiasdoplanalto.com.br/qualicorp-vende-gama-saude-por-r-164-milhoes-e-acoes-sobem-16/
Fim de patentes estendidas reduz em 20% preço de medicamentos oncológicos
Unimed Cerrado mantém certificação GPTW pelo quarto ano
Por que Unimed Ferj terá reajuste maior que o dobro dos outros planos de saúde? Entenda
MEDICINA S/A
Agentes de IA: o que os líderes da saúde precisam entender sobre a tecnologia
O crescimento da força de trabalho digital, ou seja, das tecnologias que automatizam tarefas, tem um novo protagonista: os Agentes de Inteligência Artificial (AIA). Projetados para otimizar tarefas e apoiar a tomada de decisões, a utilização desses assistentes digitais cresce exponencialmente. Segundo relatório da McKinsey publicado em abril deste ano, o mercado global de AIA deve ultrapassar US$ 50 bilhões até 2030 — um salto de 40 vezes em relação ao volume investido no primeiro trimestre de 2025.
Esse forte apetite da indústria reforça a expectativa de que essa tecnologia emergente transformará profundamente diferentes setores da economia, com impacto especialmente expressivo na área da saúde – desde a reformulação de processos administrativos até o aprimoramento direto do cuidado do paciente e do time assistencial.
Um AIA é um programa de software capaz de interagir com seu ambiente, coletar dados, processar informações e tomar decisões, muitas vezes, sem a necessidade de intervenção humana direta. Diferente de um chatbot tradicional, que apenas responde a perguntas, os AIAs vão além, aprendendo com estímulos externos para atingir objetivos específicos. Assim, a tecnologia refina seu comportamento com base em experiências e feedback do usuário – ou do paciente.
Embora o setor de saúde ainda esteja nos estágios iniciais de adoção, a tendência é evidente e o potencial transformador da tecnologia é imenso. Para a saúde, alguns exemplos que materializam os benefícios, de acordo com o tipo de AIA são:
Agentes reflexivos simples: reagem diretamente a estímulos do ambiente com base em regras predefinidas. Um exemplo é um sistema de alerta que dispara um alarme quando os sinais vitais de um paciente, como a saturação de oxigênio, caem abaixo de um limite crítico.
Agentes reflexivos baseados em modelo: têm um “modelo interno” do ambiente, que é atualizado com as novas informações recebidas – e isso permite decisões mais sofisticadas. Podem, por exemplo, identificar quedas na saturação de oxigênio, levando em conta o histórico do paciente e interações medicamentosas. Assim, emitem alertas mais precisos ou ajustam protocolos de forma proativa.
Agentes baseados em objetivos: avaliam diferentes possibilidades com base em objetivos a serem alcançados. No tratamento oncológico, o agente pode buscar reduzir o volume tumoral enquanto preserva a qualidade de vida do paciente. Ele ajusta quimioterapia, radioterapia e cirurgia conforme dados como tipo histológico do câncer, perfil genético, estágio da doença e histórico clínico.
Agentes baseados em utilidade: usados em decisões complexas com múltiplos critérios. Na gestão de leitos hospitalares, avaliam variáveis como gravidade, prognóstico e tempo de espera para maximizar benefícios ou minimizar riscos.
Agentes com capacidade de aprendizado: aprendem com a experiência e ajustam seu comportamento para melhorar a performance. Como exemplo, cito um sistema de diagnóstico por imagem para doenças cerebrais que, inicialmente, tem precisão limitada. À medida que novos dados de treinamento (imagens com diagnósticos confirmados) são incorporados, o sistema se torna mais preciso, refinando suas habilidades diagnósticas.
Na melhoria do cuidado, os agentes também auxiliam na identificação de condições e doenças ao analisar dados como resultados de laboratório, exames digitais, histórico e literatura médica. Também podem gerar recomendações de tratamento personalizadas e adaptar planos de tratamento com base nas necessidades do paciente, pesquisas recentes e diretrizes clínicas, sempre para revisão e aprovação do médico.
A análise preditiva é outra capacidade transformadora das AIA, calculando riscos de doenças e resultados de pacientes, considerando fatores como idade, gênero, geografia, estilo de vida, histórico de saúde e genômica. Ao se conectarem aos wearables (smartwatches, monitores cardíacos), permitem o monitoramento em tempo real da saúde do paciente, alertando médicos apenas quando intervenções são necessárias e filtrando grandes volumes de dados para fornecer apenas informações relevantes.
Outro impacto significativo dos AIAs é o alívio da sobrecarga administrativa e do burnout médico, com o excesso de tarefas burocráticas. Ao funcionarem de maneira integrada aos sistemas de prontuário eletrônico, automatizam atividades repetitivas como o preenchimento de formulários, a atualização de registros e a codificação de procedimentos para fins de reembolso. Com isso, os profissionais ganham mais tempo para se dedicar à interação com os pacientes e à tomada de decisões clínicas complexas. O Hospital Comunitário St. John’s Health, de Los Angeles, nos Estados Unidos, é um exemplo de instituição de saúde que utiliza AIA para registrar automaticamente as notas pós-consulta, permitindo que os médicos foquem no atendimento ao paciente.
Riscos potenciais
Apesar do entusiasmo, a adoção de agentes de IA envolve potenciais riscos. Violações de privacidade e segurança de dados, com implicações legais, como a LGPD; viés algorítmico que pode reforçar discriminações; deepfakes ou ciberataques e perda de controle humano em sistemas autônomos, são alguns deles. Por isso, os investimentos são altos: a implementação requer infraestrutura tecnológica robusta, integração com sistemas, governança de dados eficaz.
Nesse cenário complexo e promissor, o papel do líder executivo será não apenas compreender a tecnologia, mas também liderar seu uso de forma estratégica, segura e ética. A transformação é inevitável, e a capacidade de inovar e integrar essas tecnologias definirá o sucesso no futuro do cuidado à saúde.
*Leonardo Vedolin é Vice-presidente Médico da Dasa.
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ONA abre consulta pública para atualização do Manual OPSS 2026
Está aberta a consulta pública para a atualização do Manual OPSS 2026 da ONA (Organização Nacional de Acreditação). Profissionais de todo o país podem enviar suas contribuições, ajudando a construir uma versão mais alinhadas às reais necessidades e desafios do setor.
O conteúdo está disponível para leitura no site da ONA, ainda em versão não diagramada, com foco exclusivo na validação técnica das informações e na escuta ativa de profissionais de saúde, instituições, gestores, pesquisadores e toda a sociedade interessada.
A participação é fundamental para garantir que o manual represente com precisão as demandas atuais da saúde. O conteúdo estará disponível até o dia 15 de agosto.
A revisão do conteúdo contou com mais de diversos profissionais, incluindo representantes das Instituições Acreditadoras Credenciadas (IACs), Avaliadores do SBA (Sistema Brasileira de Acreditação), especialistas de mercado, além de membros da sociedade civil e associações setoriais. representantes de sociedade e associações, dentre outros.
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Investir em equipamentos próprios pode triplicar o retorno líquido de clínicas
A decisão entre financiar ou adquirir diretamente um equipamento de alto valor altera significativamente o desempenho financeiro de clínicas. De acordo com simulação realizada por Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP® pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), clínicas que utilizam recursos próprios alcançam retorno líquido de R$ 630 mil em cinco anos. Já aquelas que optam pelo financiamento acumulam cerca de R$ 207 mil no mesmo período. A diferença de R$ 423 mil demonstra o peso da escolha na construção de um negócio financeiramente sustentável.
Em segmentos com forte sazonalidade e margens sensíveis à demanda, essa diferença pode representar a possibilidade de reinvestir em estrutura, atrair profissionais qualificados ou suportar ciclos econômicos adversos com mais solidez. O impacto direto sobre o caixa também afeta a capacidade de resposta da clínica, que depende de liquidez para tomar decisões estratégicas em momentos de expansão, crise ou inovação. Manter o controle sobre os recursos disponíveis torna-se uma vantagem competitiva relevante.
A análise considera um cenário objetivo: um equipamento de R$ 500 mil, capaz de gerar receita mensal de R$ 40 mil, com despesas operacionais de R$ 25 mil. O lucro líquido estimado gira em torno de R$ 15 mil. Na compra com recursos próprios, o retorno ocorre em 33 meses. Quando se aplica o rendimento de 0,9% ao mês que esse capital poderia gerar em uma aplicação conservadora, o prazo se estende a 47 meses. Ainda assim, o desempenho supera o retorno obtido no modelo financiado em quatro anos.
Com taxa mensal de 1,5% em 48 parcelas, a prestação reduz drasticamente o lucro nos primeiros anos, limitando a margem líquida a R$ 572 por mês. Apenas após a quitação, no quinto ano, o ganho volta ao patamar inicial. “O financiamento consome boa parte da receita operacional, limitando o crescimento e aumentando o risco de comprometimento do caixa em caso de sazonalidade ou instabilidade econômica”, afirma Guimarães. A diferença acumulada ao longo do período demonstra como o custo do crédito impacta diretamente a eficiência financeira.
Mesmo quando se considera o rendimento perdido pelo uso do capital próprio, o modelo de compra à vista ainda oferece retorno três vezes maior. Para a especialista, os dados deixam clara a relevância do planejamento financeiro. “A diferença entre os dois modelos ilustra o poder da decisão bem planejada. Os números falam por si quando se analisa com clareza o impacto de cada escolha sobre o patrimônio da clínica”, avalia a planejadora. Escolhas com base técnica produzem resultados mais consistentes no longo prazo.
Além do ganho superior, o modelo à vista preserva o fluxo de caixa desde o início da operação. A ausência de parcelas permite manter o lucro líquido elevado e garante margem de manobra para absorver oscilações, reinvestir em melhorias ou lidar com períodos de menor movimento. Clínicas que mantêm esse tipo de equilíbrio financeiro operam com maior tranquilidade e conseguem crescer de forma estruturada, sem recorrer a endividamentos adicionais.
A opção por financiamento só se justifica em casos muito específicos, como ausência completa de capital sem comprometimento das operações ou retorno imediato e comprovado com o novo equipamento. Guimarães aponta que é necessário avaliar o histórico de agendamentos, a consistência da demanda e o potencial real de monetização. Sem dados claros, a operação pode comprometer mais do que beneficiar. Cada decisão deve considerar os limites da clínica e sua capacidade de gerar resultado com o ativo adquirido.
O risco de subutilização também precisa ser levado em conta. Equipamentos parados ou usados de forma irregular representam capital imobilizado, comprometendo o giro e a liquidez. “É necessário garantir demanda mínima, consistência nos atendimentos e um modelo de negócio preparado para absorver o investimento. Caso contrário, o equipamento deixa de agregar valor e passa a travar a operação”, alerta a especialista. Clareza comercial e planejamento de uso são condições fundamentais para retorno eficiente.
Outro fator que impacta a decisão é a velocidade da inovação tecnológica. Em setores com evolução acelerada, a obsolescência reduz o ciclo de aproveitamento do equipamento, afetando diretamente o retorno financeiro. A impulsividade, segundo a planejadora, pode transformar uma compra estratégica em passivo. “A melhor decisão nasce de números bem avaliados, projeções realistas e clareza sobre os objetivos. Planejar significa escolher com consciência, não com pressa ou otimismo excessivo”, conclui Guimarães.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Conselho de Saúde de Goiânia rejeita terceirização do Samu
O Conselho Municipal de Saúde de Goiânia (CMS-GYN) emitiu resolução contrária à terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O documento alerta para riscos como precarização do trabalho, fragmentação do serviço e perda de transparência na gestão pública.
O órgão defende a manutenção do modelo atual, com investimentos em servidores concursados e infraestrutura pública. Segundo o CMS-GYN, essa é a única forma de garantir atendimento universal e de qualidade à população.
O conselho orientou formalmente o prefeito Sandro Mabel e a Secretaria Municipal de Saúde a rejeitarem propostas de gestão consorciada ou terceirizada. A recomendação enfatiza a necessidade de fortalecer o Samu como serviço público essencial.
A Constituição Federal (Art. 199) e a Lei Orgânica do SUS (8.080/1990) permitem parcerias complementares com o setor privado, mas vedam a terceirização da gestão do sistema. Contratos existem apenas para suprir lacunas pontuais na rede pública.
ARGUMENTOS PRÓ-TERCEIRIZAÇÃO
Agilidade na contratação e aquisições
Redução de custos operacionais
Possibilidade de inovação tecnológica
ARGUMENTOS CONTRA
Riscos de precarização trabalhista
Fragilização do controle social
Possível quebra da integralidade do SUS
Dificuldades na fiscalização de contratos
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NOTÍCIAS DO PLANALTO
Qualicorp vende Gama Saúde por R$ 164 milhões e ações sobem 16%
A administradora de planos de saúde e corretora Qualicorp anunciou a alienação integral de sua participação na Gama Saúde para a holding ESB, pertencente ao empresário Fernando Vieira, por um valor de R$ 163,9 milhões.
A operação, comunicada oficialmente na noite da quarta-feira (6), provocou um aumento de 16,4% no valor das ações da Qualicorp na quinta-feira (7).
Ao término do pregão, as ações da empresa finalizaram em alta de 10,3%, cotadas a R$ 1,82.
No informe ao mercado, a Qualicorp destacou que, após a transação, a ESB passará a ser a única proprietária da Gama. O pagamento será efetuado ao longo de 60 meses, ou seja, cinco anos.
Com mais de 25 anos no mercado, a Gama Saúde não comercializa mais planos de saúde e foca exclusivamente na terceirização de serviços na área da saúde.
De acordo com o comunicado da Qualicorp, a conclusão do negócio depende da aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A empresa acredita que essa decisão fortalece seu compromisso com a eficiência e a criação de valor para seus acionistas, representando um passo importante em seu plano estratégico de concentração no segmento principal de negócios, que é a gestão e comercialização de planos de saúde coletivos por adesão e PME.
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TV ANHANGUERA
Menina de 6 anos consegue vaga em UTI para passar por cirurgia no crânio
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SAÚDE BUSINESS
Fim de patentes estendidas reduz em 20% preço de medicamentos oncológicos
Estudo revela que decisão do STF de 2021 ampliou concorrência no setor farmacêutico e beneficiou pacientes oncológicos com medicamentos mais acessíveis.
Um estudo realizado pelo Instituto Esfera de Estudos e Inovação em parceria com a farmacêutica EMS revelou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2021, que pôs fim à extensão automática de patentes, resultou em uma redução média de 20% nos preços de medicamentos oncológicos de alto custo no Brasil.
A pesquisa, intitulada “O Impacto da Concorrência: evidências do fim da extensão automática das patentes pelo STF“, foi conduzida pelo professor de Economia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Cristiano Oliveira, utilizou dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) aplicados a um modelo econométrico para mensurar como a entrada antecipada de concorrentes afetou os preços no mercado farmacêutico.
Concorrência como fator determinante na redução de preços
O estudo demonstra que o principal fator para a redução de preços dos medicamentos é a presença de mais competidores no mercado, superando o impacto da própria regulação de preços-teto vigente no Brasil. Após a decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5529, verificou-se uma redução gradual e consistente de aproximadamente 20% nos preços mínimos regulados dos medicamentos oncológicos afetados pela medida.
Equilíbrio entre inovação e acesso
A pesquisa analisa o dilema entre a proteção patentária, necessária para estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e o acesso a medicamentos. Quando excessivamente longas ou sujeitas a prorrogações, as patentes podem criar distorções de mercado, desestimulando novos entrantes e reduzindo a competição, o que mantém preços elevados e dificulta o acesso a tratamentos, especialmente em países de menor renda.
Fernando Meneguin, diretor acadêmico do Instituto Esfera, ressalta que “o estudo reforça que as políticas públicas devem garantir a previsibilidade em sua aplicação e incentivar a concorrência, pois nessa direção haverá redução de preços e ganhos de bem-estar social”.
Impactos da decisão do STF
A decisão do STF na ADI 5529 representou um marco nas políticas de propriedade intelectual na saúde brasileira, minimizando a imprevisibilidade e contendo o aumento de custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o estudo aponta que ainda persiste certa insegurança jurídica devido à judicialização por parte de empresas insatisfeitas, que buscam caso a caso a extensão de seus monopólios como compensação pela morosidade do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
Recomendações para políticas públicas
Com base nos resultados, o estudo propõe direcionamentos para os Três Poderes:
Judiciário: Considerar o impacto econômico nas decisões sobre extensão de patentes
Executivo e Legislativo: Buscar soluções estruturais para dinamizar o trabalho do INPI, reduzindo a morosidade e o número de litígios
A principal conclusão do estudo é que políticas voltadas ao aumento da concorrência e à maior previsibilidade regulatória, com simplificação do ambiente de negócios, conseguem promover ganhos significativos de bem-estar para a população brasileira, especialmente para pacientes que dependem de medicamentos oncológicos de alto custo.
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Unimed Cerrado mantém certificação GPTW pelo quarto ano
Cooperativa de saúde recebe selo que avalia práticas de gestão de pessoas e ambiente organizacional.
A Unimed Cerrado obteve novamente a certificação Great Place to Work (GPTW), figurando entre as empresas reconhecidas por suas práticas de gestão de pessoas. Esta é a quarta certificação consecutiva da cooperativa, que iniciou esta trajetória em 2022.
O processo de certificação baseia-se em pesquisas anônimas respondidas pelos próprios colaboradores da instituição, que avaliam diversos aspectos do ambiente de trabalho. Com mais de 160 profissionais, a Unimed Cerrado atende milhares de beneficiários na região.
De acordo com Lina Souza de Oliveira, gerente de Desenvolvimento Humano, a certificação contribui para o engajamento interno e para a imagem institucional. “O selo representa uma chancela de credibilidade e demonstra nosso compromisso com um ambiente de trabalho saudável”, afirma.
Leandro Soto, supervisor comercial da cooperativa, compartilha sua experiência: “O que mais valorizo aqui é a oportunidade de desenvolvimento, a transparência da gestão e o ambiente de trabalho.”
Histórico de certificações
Em 2022, quando recebeu sua primeira certificação, a Unimed Cerrado alcançou o 2º lugar nacional entre empresas de pequeno porte no segmento de saúde. Nos anos seguintes – 2023, 2024 e 2025 – a cooperativa manteve o reconhecimento.
A gerência de Desenvolvimento Humano da instituição destaca a implementação de uma cultura de escuta, onde sugestões de melhorias são recebidas e analisadas conforme a viabilidade.
Gestão e atendimento
Para a diretora-presidente da Unimed Cerrado, Dra. Shirley Gonçalves de Pádua Miguel, o ambiente de trabalho tem impacto direto na qualidade dos serviços prestados. “Promover um ambiente adequado para os colaboradores fortalece toda a estrutura da cooperativa, o que se reflete no atendimento aos beneficiários”, observa.
A certificação GPTW é considerada um dos principais reconhecimentos em gestão de pessoas no Brasil, avaliando aspectos como confiança, transparência e práticas organizacionais.
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EXTRA
Por que Unimed Ferj terá reajuste maior que o dobro dos outros planos de saúde? Entenda
Planos de saúde individuais e familiares da Unimed Ferj serão reajustados em 14,43% este ano, mais que o dobro do limite de 6,06% estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para esses contratos. É o segundo ano em que a operadora aplica aumentos "fura-teto". Dessa vez, a justificativa é que a correção considera, além do reajuste máximo autorizado, um "percentual residual" do acordo feito no ano passado com a reguladora, que autorizou um aumento além do limite para reequilíbrio econômico-financeiro da carteira.
A medida extraordinária já constava no Termo de Compromisso da transferência das carteiras entre a Unimed-Rio e a Ferj estabelecido no início de 2024. Para reequilíbrio técnico-atuarial dos contratos individuais da operadora, foram liberados reajustes de 21,1%.
No entanto, a ANS limitou a aplicação do percentual a 20%, sob a justificativa de proteger os consumidores. Isso porque, no mesmo período, os contratos também estavam sujeitos ao reajuste anual, de 6,91%. A combinação dos dois índices (6,91% e 21,1%) resultaria em um aumento de 29,47%, o que foi considerado excessivo.
O cálculo dos percentuais não deve ser feito por simples soma ou subtração, mas por juros compostos. Dessa forma, a limitação do reajuste a 20% no ano passado fez com que parte do percentual autorizado (os 21,1%) ficasse pendente para aplicação futura. Esse "resíduo" foi calculado em 7,89%, que será aplicado agora, em 2025, junto com o novo reajuste anual de 6,06%, chegando a 14,43%.
O aumento acima do teto da ANS pegou de surpresa os usuários. Caso da pesquisadora Roni Filgueiras, que junto com as duas irmãs ajuda a custear o plano da mãe, Roni Maia, de 82. O contrato subiu de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil.
- A má gestão da Unimed está sendo premiada pela ANS. É dividir o prejuízo com a carteira de clientes, isso não existe - protesta.
A advogada Melissa Areal Pires, especializada em Direito Aplicado aos Serviços de Saúde e Direito do Consumidor, explica que o reajuste não é irregular, porque foi autorizado pela agência reguladora.
- Mas entendo a justificativa como abusiva. Tudo depende, porém, de uma avaliação à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC) numa eventual judicialização do caso. Ainda assim, enfrentaria uma tese complicada pela decisão da ANS - analisa.
O aumento nas mensalidades não é o único ponto que incomoda os usuários. Entre as operadoras de grande porte, a Ferj lidera com o maior índice geral de reclamações (IGR). A métrica da ANS é calculada a partir do volume de queixas sobre o tamanho da carteira da operadora num determinado período. Somente em julho, foram 1.834 notificações feitas por usuários à agência reguladora. Desde janeiro, são 13 mil queixas, a maior parte delas relacionadas à cobertura.
Enquanto a mensalidade pesa mais no bolso, usuários veem a rede credenciada reduzir. No caso mais recente, a rede Oncoclínicas deixou de atender usuários da Ferj neste mês de agosto, sem comunicação prévia da operadora, segundo os consumidores. Cerca de 12 mil pacientes da Ferj em tratamento de câncer eram atendidos na rede.
Um dos afetados foi o médico aposentado Antonio Mizael Lustosa, que tratava um câncer de próstata com metástase na coluna numa das unidades conveniadas da Oncoclínicas. A esposa dele, a advogada aposentada Vaneida Pires, conta que não recebeu nenhum comunicado da Unimed, descobrindo no último dia 22 que a unidade de saúde deixaria de atender o plano do marido a partir de 1º de agosto. Juntos, eles desembolsam quase R$ 7 mil pela cobertura.
Vaneida diz que foi orientada a ligar numa central telefônica da Unimed, mas não foi atendida. Depois, tentou atendimento via e-mail, enviando o histórico e exames do marido - até hoje sem retorno.
Sem saber o que fazer, buscou atendimento Espaço Cuidar Bem, unidade oncológica própria da Unimed, inaugurada em Botafogo no último dia 28. No dia agendado para que ele recebesse a infusão, porém, o atendimento foi suspenso porque o tratamento não tinha sido entregue pelo fornecedor. A família segue sem informações de quando o tratamento do idoso, que precisa receber doses trimestrais da medicação, deve acontecer.
- O atendimento na Oncoclínicas era maravilhoso, tínhamos uma equipe que acompanhava não apenas o Mizael, mas todos nós. O câncer é uma doença que atinge toda a família. Mas chegando lá, foi péssimo. O atendimento dele, que é trimestral, foi cancelado. Era um monte de gente, uma confusão - lamenta.
Já segundo a Unimed Ferj, não houve descredenciamento, mas uma "repactuação contratual, sem interrupção abrupta de vínculo", o que não obrigaria a operadora a cumprir o aviso prévio de 30 dias aos beneficiários, conforme previsto pela ANS, "por não se tratar de atendimento hospitalar".
"A transição dos atendimentos para o Espaço Cuidar Bem vem sendo conduzida com responsabilidade e cuidado. A comunicação com os pacientes foi iniciada no dia 28/07 por meio de canais diretos da Unimed Ferj e com todas as informações sobre a transição para a nova unidade, além de contato por telefone com os beneficiários incluídos no primeiro ciclo de atendimento", afirmou a operadora, em nota.
Já a Oncoclínicas disse que a Unimed Ferj anunciou a criação de um serviço próprio para atendimento oncológico, como parte da reestruturação de sua rede assistencial, e que a comunicação aos beneficiários foi conduzida pela operadora.
Procurada novamente sobre o caso do aposentado Antônio Mizael, a Ferj ainda não respondeu.
Em nota, a ANS ressaltou que os consumidores que não desejarem permanecer na Unimed Ferj podem trocar de operadora sem cumprir novos prazos de carência, desde que atendam às regras da portabilidade previstas na Resolução Normativa nº 438/2018. A agência disponibiliza uma cartilha com orientações e oferece, em seu site, um guia para comparar planos de saúde.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Padilha critica “arroubos tarifários” dos EUA e defende produção nacional de medicamentos
Pacientes denunciam neurocirurgião por erros médicos graves
https://www.youtube.com/watch?v=3aVteJFdYLM&list=PL6HeYSHGvEdWIvBCI8ZbwJCEK5CTQGUCg&index=3
UTI's do Hospital das Clínicas estão fechadas
Funcionários da Maternidade Dona Iris denunciam que terão salários reduzidos
Servidor de Goiânia com câncer denuncia que clínicas se recusam a atender pelo Imas
Pacientes denunciam médico neurocirurgião por erro médico
https://www.youtube.com/watch?v=3-sBP-TYvG8
Pacientes denunciam neurocirurgião de Goiânia ao Cremego após sequelas em cirurgias
Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião
CORREIO BRAZILIENSE
Padilha critica “arroubos tarifários” dos EUA e defende produção nacional de medicamentos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou nesta quarta-feira (6/8) a postura do governo dos Estados Unidos em relação à saúde global e defendeu o fortalecimento da produção nacional de medicamentos e tecnologias médicas. A declaração foi feita durante o Fórum Saúde 2025, realizado pela Esfera Brasil e pela EMS, evento que reuniu em Brasília autoridades dos Três Poderes, empresários e especialistas da área.
Segundo Padilha, o recente tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, que afeta diretamente o Brasil e entra em vigor hoje, representa mais uma entre várias ações unilaterais que geram insegurança global e ameaçam o equilíbrio das cadeias produtivas da saúde. “Temos que enfrentar mais uma dessas inseguranças geradas por esse anúncio de tarifas”, comentou.
Ele lembrou que medidas semelhantes já haviam sido anunciadas antes da Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando Trump declarou que os medicamentos nos EUA eram caros e que a solução seria “aumentar as tarifas sobre outros países”.
Para Padilha, o tarifaço deve ser visto como uma oportunidade estratégica para o Brasil. “O Brasil não pode perder essa oportunidade. […] Nenhum país do mundo quer passar de novo o que nós passamos na pandemia, de ficar da noite para o dia absolutamente sem acesso a insumos básicos da saúde. […] O Brasil tem que aproveitar isso como oportunidade — sem ufanismo, mas com estratégia — para cada vez mais aumentar a sua capacidade de produzir aqui no Brasil: tecnologia, insumos, medicamentos, conhecimento para a área da saúde”, enfatizou.
O ministro destacou ainda que a atual reorganização das cadeias globais de insumos e medicamentos impõe ao país o desafio de se tornar menos dependente de um único fornecedor ou região, em especial após os gargalos vividos durante a pandemia da covid-19. “Ninguém quer ficar mais dependente de um país só ou de uma região só depois de tudo que aconteceu na pandemia. A gente tem que aproveitar ao máximo essa oportunidade”, reforçou ele, lembrando a falta de máscaras e que apenas a China fornecia a proteção.
Investimentos
Padilha também criticou a recente decisão do governo norte-americano de suspender o financiamento a pesquisas com o RNA mensageiro. “Hoje, o meu correspondente, ministro da Saúde dos Estados Unidos, fez uma declaração pública… baixou uma ordem executiva de definitivamente cortar qualquer investimento para as plataformas de RNA mensageiro. Isso já gera insegurança para quem quer investir naquele país”, afirmou. Segundo ele, Trump chegou a “rasgar contrato com empresa americana desenvolvedora de uma das vacinas de RNA mensageiro”, o que amplia o ambiente de instabilidade no setor.
Em resposta a esse cenário, Padilha disse que o governo brasileiro está mobilizado para acelerar registros e investimentos em inovação farmacêutica no país. “A Anvisa vai lançar nos próximos dias um chamamento para que indústrias que queiram fazer registros desses peptídeos GLP e GLP-1 tenham um fluxo prioritário absoluto”, anunciou. Ele também informou que o Ministério da Saúde está disposto a investir recursos para apoiar o INPI, a fim de agilizar o reconhecimento da propriedade intelectual e estimular a inovação.
Ao final do discurso, o ministro frisou que a estratégia do governo é transformar o ambiente de instabilidade internacional em uma alavanca de crescimento. “O Brasil vai sair mais forte diante de todas as dificuldades e também mais forte a partir desse futuro de organização global na área da saúde”, declarou.
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TV SERRA DOURADA
Pacientes denunciam neurocirurgião por erros médicos graves
https://www.youtube.com/watch?v=3aVteJFdYLM&list=PL6HeYSHGvEdWIvBCI8ZbwJCEK5CTQGUCg&index=3
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TV ANHANGUERA
UTI's do Hospital das Clínicas estão fechadas
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Funcionários da Maternidade Dona Iris denunciam que terão salários reduzidos
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Servidor de Goiânia com câncer denuncia que clínicas se recusam a atender pelo Imas
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PUC TV
Pacientes denunciam médico neurocirurgião por erro médico
https://www.youtube.com/watch?v=3-sBP-TYvG8
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DIÁRIO DE GOIÁS
Pacientes denunciam neurocirurgião de Goiânia ao Cremego após sequelas em cirurgias
Defesa alega que até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética
Vítimas afirmam ter sofrido com sequelas permanentes e alegam negligência médica. Fotos: Reprodução/Diário de Goiás.
Pacientes que se submeteram a cirurgias com o neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes, em Goiânia, relataram complicações graves de saúde após os procedimentos. Ao abrirem denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), eles afirmam ter sofrido com sequelas permanentes e alegam negligência médica. Os relatos foram feitos em entrevista ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares na manhã desta terça-feira (6).
Márcio Lima, uma das vítimas, relata seu drama: “Depois da cirurgia, eu não tenho mais movimento do pé. Sinto muitas dores que atrapalham minha vida. Antes eu jogava futebol, trabalhava muito, era uma vida corrida. Hoje, só fico em casa, não consigo mais ter a rotina que tinha. Para me locomover, preciso da ajuda da minha família. Muitas coisas da minha vida foram decepadas.”
Ele diz que só agora conseguiu coragem para denunciar: “Eu tinha um pouco de medo, mas com o apoio de outros pacientes e do advogado, fui ganhando força. Sozinho, eu não tinha sucesso, porque ninguém me dava atenção. O médico não me deu nenhum suporte depois da cirurgia. Nem telefone para contato, só falava com a secretária e nunca atendiam. No hospital, a atenção era quase nenhuma.”
Vale lembrar que em junho deste ano, Márcio apresentou as denúncias na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Goiânia, durante a sessão. De acordo com o empresário, a cirurgia feita pelo neurocirurgião violou protocolos de sociedades médicas especializadas em cirurgia de coluna.
Outro paciente, Edson Alves, também denuncia o atendimento e a postura do neurocirurgião. “O que estamos fazendo é o que deve ser feito para quem se sente prejudicado por erro ou negligência médica: buscar o conselho e a justiça. Eu ofereci denúncia às autoridades para que haja fiscalização sobre os planos de saúde. Minha ação é contra o plano, o hospital e o neurocirurgião. Hoje, estamos protocolando mais quatro denúncias de pessoas que passaram pelo mesmo médico, que sofreu abandono médico e negligência.”
Ambos receberam atendimento pelo plano de saúde Hapvida, que em nota enviada ao Diário de Goiás em junho, afirmou que tem mantido contato com o empresário e que está à disposição dos clientes citados por Márcio Lima, para prestar o suporte necessário. A empresa também afirmou estar à disposição para prestar esclarecimentos as autoridades e instituições responsáveis.
Posicionamento da defesa
Em nota geral enviada à reportagem, a defesa do médico afirma que o profissional “desconhece a existência de qualquer processo judicial ou ético-disciplinar instaurado contra si”. Ainda segundo o comunicado, a matéria “se vale de expressões genéricas, como ‘diversos pacientes’, sem indicar datas, contextos clínicos, nomes completos ou qualquer elemento objetivo que possibilite o legítimo exercício do contraditório e do direito de resposta por parte do médico”, se referindo as matérias anteriores de outros veículos que chegaram ao conhecimento da defesa. (Confira a nota na íntegra ao final).
A nota, assinada pelos advogados Jordão Horácio e Airton Pereira, também destaca que o médico possui uma trajetória marcada por conduta técnica e ética, e que “não há, até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética”. A defesa reforça que permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos formais que venham a ser solicitados por meios legítimos.
Andamento do processo e novas cirurgias
Sobre o andamento do processo, Edson comemora uma conquista recente: “Ontem, o Nat Jus, que auxilia o judiciário com especialistas, determinou o reembolso urgente para minha segunda cirurgia. Pode ser que eu precise de uma terceira. Os exames e laudos comprovaram que a primeira cirurgia não teve eficiência. A justiça está reconhecendo que houve um fato grave.”
Ele também comenta as tentativas do médico de intimidá-lo: “O neurocirurgião entrou com ações contra mim, dizendo que eu o difamava, mas perdeu todas. O Ministério Público arquivou o caso. Ele até registrou um boletim de ocorrência contra mim, porque eu divulgava meu problema e alertava outras pessoas. Minha denúncia já revelou oito casos.”
Márcio Lima reforça o sentimento de abandono após a cirurgia: “Eu queria fazer nova cirurgia, mas como vou operar com o mesmo médico que me complicou? Tenho receio. Passei por outros especialistas que indicaram um procedimento mais tranquilo, que não afetaria minha coluna. Uso órteses, cinta, para me ajudar. Acho que não tenho esperança de recuperar a função do pé, porque os médicos me disseram que não tem reversão.”
Confira a nota da defesa do neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes na íntegra:
“Nota
A respeito da reportagem publicada, que trata de supostas falhas médicas envolvendo um neurocirurgião de Goiânia, a defesa do médico esclarece que o profissional desconhece a existência de qualquer processo judicial ou ético-disciplinar instaurado contra si. Importa frisar que a matéria se vale de expressões genéricas, como “diversos pacientes”, sem indicar datas, contextos clínicos, nomes completos ou qualquer elemento objetivo que possibilite o legítimo exercício do contraditório e do direito de resposta por parte do médico, não é possível, sequer, constatar que se tratam de pacientes atendidos pelo médico.
A ausência de dados mínimos e a abordagem sensacionalista impedem, inclusive, a identificação concreta dos fatos ou da sua eventual veracidade.
O médico possui uma trajetória marcada por conduta técnica e ética compatível com as melhores práticas da neurocirurgia, tendo realizado milhares de procedimentos com zelo, responsabilidade e dedicação aos seus pacientes. Não há, até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética. Vale lembrar que a caracterização de erro médico demanda rigoroso processo de apuração, conduzido por autoridade competente e instruído com prova técnica pericial.
Por fim, a defesa reitera que permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos formais que venham a ser solicitados por meios legítimos, sempre no espírito da transparência e do respeito às instituições.”
Jordão Horácio – Advogado especialista em Direito Público e da Saúde, Doutor em Saúde Global (USP)
Airton Pereira – Advogado e pós-graduando em Direito Médico e da Saúde
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DIÁRIO DO ESTADO
Pacientes denunciam neurocirurgião por falhas médicas em Goiás
Cinco pacientes compareceram ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em Goiânia, na manhã desta quarta-feira, 6, para denunciar o neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes. Acompanhados pelo advogado Leonardo Felipe, os denunciantes relataram falhas graves durante procedimentos cirúrgicos, ausência de acompanhamento após as operações e consequências irreversíveis para a saúde.
Apesar de não se conhecerem, os pacientes compartilham uma mesma realidade: todos foram operados pelo mesmo médico e hoje convivem com sequelas permanentes. São pessoas com perfis diversos, unidas apenas pela alegação de que foram vítimas de negligência médica.
“Estamos aqui para formalizar denúncias sérias sobre falhas médicas envolvendo esse profissional. Os relatos incluem erros cirúrgicos, diagnósticos equivocados e abandono de pacientes. Nosso objetivo é garantir que essas situações sejam investigadas e que os direitos dos pacientes sejam respeitados. Queremos justiça, mas também prevenir que outros passem pelo mesmo sofrimento”, afirmou o advogado.
Entre os denunciantes está o motorista Edson Nunes, de 45 anos. Ele conta que passou por uma cirurgia na coluna em setembro de 2023. O procedimento, que deveria durar cerca de duas horas, se estendeu por sete. Após a operação, Edson desenvolveu uma paralisia no pé — conhecida como “pé caído” — e uma fístula liquórica (vazamento de líquido da medula), que, segundo ele, não foi comunicada à família. Apesar da gravidade, recebeu alta dois dias depois. Exames apontaram lesão neurológica e tecido cicatricial comprimindo a raiz nervosa. Hoje, convive com dores crônicas, atrofia muscular e só se locomove com muletas. “Entrei no hospital andando e saí sem conseguir mexer o pé. Só quero justiça”, desabafou.
Outro caso é o da lojista Janaína Nunes. Após apresentar sintomas neurológicos, ela foi submetida, em maio de 2023, a uma cirurgia de urgência indicada por Fernandes, para retirada de um suposto tumor cerebral. A biópsia, no entanto, revelou que se tratava de uma malformação arteriovenosa (MAV), e não de um tumor. Janaína também enfrentou uma infecção grave, foi diagnosticada com osteomielite e afirma ter sido abandonada pelo médico, o que consta no prontuário de abril de 2024. Atualmente, ela sofre com epilepsia, hemiplegia e está afastada do trabalho. “Saí da cirurgia sem conseguir mexer metade do corpo e tive alta no mesmo dia. Minha vida foi destruída por um erro”, lamentou.
As denúncias começaram a ganhar repercussão após o empresário Márcio Lima relatar em suas redes sociais que também sofreu sequelas permanentes após uma cirurgia na coluna com o mesmo médico. Ele, assim como Edson, agora depende de muletas para andar.
Outros dois pacientes, Márcio Geraldo e mais um que não teve a identidade revelada, também protocolaram denúncias no Cremego. Assim como os demais, eles alegam negligência e prejuízos severos à saúde após cirurgias conduzidas por Tiago Fernandes.
O que chama atenção é que nenhum dos pacientes tinha qualquer vínculo anterior. São histórias distintas que se cruzaram por conta do mesmo profissional. As denúncias agora serão apuradas pelo Cremego, e tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público devem acompanhar as investigações.
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O GLOBO
Os planos de saúde que mais cresceram no 1º semestre, em número de ‘vidas’
A SulAmérica aumentou em cerca de 342 mil “vidas” sua carteira de clientes no primeiro semestre do ano, na maior expansão líquida entre os planos de saúde no período, mostram dados compilados pelo Itaú BBA com base em números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Depois da SulAmérica, aparece a Amil, cuja carteira aumentou 284 mil entre janeiro e junho, no segundo maior crescimento. O ranking, porém, pode ser ajustado nos meses seguintes por eventual distorção estatística.
“Os números indicam um crescimento muito forte, mas é preciso considerar que os resultados podem estar distorcidos. A SulAmérica registrou mais um mês de crescimento significativo, com adição líquida de 88 mil beneficiários em junho. No 2º trimestre de 2025, a SulAmérica aumentou sua base em 270 mil clientes. No entanto, observamos que os índices de cancelamento (churn) da SulAmérica vêm sendo reportados como zero nos últimos meses, o que pode sugerir alguma distorção nos dados”, escreveram os analistas do Itaú BBA no relatório.
De acordo com o levantamento, uma das principais fontes de crescimento da Amil é o desempenho no mercado do Rio.
“A empresa registrou um crescimento expressivo de 46 mil beneficiários no mês, totalizando 167 mil no 2º trimestre de 2025. A maior parte desse crescimento se concentrou na região metropolitana do Rio, enquanto cooperativas médicas e um operador regional de medicina de grupo apresentaram resultados fracos, sugerindo que a Amil está ganhando participação dessas empresas”, explicaram os analistas.
De acordo com o relatório, a Porto Seguro também se destacou em crescimento, com expansão de 73 mil “vidas”. No sistema Unimed, embora a Unimed Nacional tenha perdido 76 mil clientes, a Unimed Seguros ampliou sua carteira em 44 mil clientes, enquanto a Unimed BH avançou em 28 mil “vidas”.
A Hapvida — de longe, a maior operadora do país — manteve o número de vidas praticamente estável no ano (aumento de cerca de 3 mil clientes apenas, segundo a tabulação do Itaú BBA). Mas os analistas reagiram positivamente à tendência:
“Na Hapvida, houve ansiedade antes da divulgação dos números; alívio e otimismo após a divulgação. Houve uma reversão de tendência relevante no mês, com a NDI Saúde — subsidiária responsável pelas operações nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro — registrando acréscimo de 6 mil beneficiários, ante quedas de 16 mil e 23 mil em abril e maio, respectivamente. A Hapvida Assistência Médica — subsidiária que atua no Norte, Nordeste e interior do estado de São Paulo — manteve seu desempenho sólido, com acréscimo de 21 mil beneficiários no mês.”
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JORNAL OPÇÃO
Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião
Um dos pacientes relata que com a denúncia dele, apareceram mais oito casos ao todo. E todos são casos de sequelas que, posteriormente, dificultaram a vida dos pacientes
Cinco pacientes compareceram, nesta quarta-feira, 6, ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em Goiânia, para denunciar supostas falhas médicas cometidas pelo neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes. Acompanhados pelo advogado, os denunciantes relataram procedimentos mal conduzidos, falta de acompanhamento pós-operatório e sequelas graves. Procurado pelo Jornal Opção, o Cremego aponta que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, recebidas pelo Conselho ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
Ao Jornal Opção, o empresário Márcio Lima, que já tinha relatado o caso em uma reportagem veiculada no dia 24 de junho deste ano, afirma que, nesta quarta-feira, 6, ele e mais quatro pacientes foram ao Cremego com o objetivo de buscar justiça. “Hoje mais quatro pacientes protocolaram junto ao Cremego uma ação de investigação administrativa. A partir daí, na sexta-feira (8), vai ser feita uma denúncia na Polícia Civil para abrir investigação e automaticamente reportar isso ao Ministério Público, porque nós estamos suspeitando que há muito mais casos envolvendo esse médico”, relata.
Lima ainda afirmou que a partir da denúncia dele outras oito pessoas apareceram alegando que também passaram por procedimentos com o neurocirurgião. “Uma dessas pessoas vão mover um processo a parte o restante será uma ação coletiva. Outro paciente, o Fabrício, disse que não tem condições psicológicas para continuar e futuramente vai cuidar dos processos e a gente entende isso porque as sequelas também afetaram muito o nosso psicológico”, afirmou o empresário.
Ele ainda conta o caso do paciente Márcio Geraldo, que foi operado no Hospital São Silvestre e que hoje tem muita dificuldade de se locomover. “Nós fizemos a denúncia, entramos na justiça e vamos à delegacia registrar o boletim de ocorrência. O que aconteceu com a gente, o que nos uniu, foi o sofrimento. Mas o que vai nos manter nessa união agora é a justiça. E nós não vamos parar”, afirma Márcio Lima.
O empresário também alega que o advogado do médico está fazendo pressão, dizendo que ele é um consagrado. “Eu tenho várias histórias de médicos que têm um perfil de ‘médico-monstro’: de dia é médico, à noite é um monstro. E ele não foge à regra. Ele deixou pessoas mutiladas, deixou pessoas com sequelas. O que a gente quer agora é que realmente a coisa ande no Cremego, que é obrigação deles. Mesmo sabendo que existe corporativismo, a gente não tem problema nenhum com a classe médica. Só queremos que aqueles que erraram sejam responsabilizados”, finaliza.
Em nota, a assessoria do neurocirurgião Tiago Vinícius Silva Fernandes afirmou que até o momento ele não foi notificado oficialmente sobre qualquer denúncia e também não foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Cremego. A nova ainda informa que o médico considerou positivo o caso ser levado até o Cremego, que é o órgão competente para avaliar a responsabilidade das condutas médicas. (Leia a nota na íntegra no final da matéria)
Não se conheciam
O advogado Leonardo Felipe, que representa os pacientes, declara que formalizou as denúncias sobre as falhas médicas envolvendo o médico. Segundo ele, os relatos incluem erros cirúrgicos, diagnósticos equivocados e abandono de pacientes. O objetivo, diz o advogado, é garantir que essas situações sejam investigadas e que os direitos dos pacientes sejam respeitados. “Queremos justiça, mas também prevenir que outros passem pelo mesmo sofrimento”, completa.
Entre os cinco denunciantes está o motorista Edson Nunes, de 45 anos. Ele afirma ter sofrido lesões permanentes após uma cirurgia na coluna realizada em 21 de setembro de 2023. O procedimento, que deveria durar até duas horas, se estendeu por sete. Logo após a operação, Edson desenvolveu paralisia no pé (conhecida como “pé caído”) e uma fístula liquórica (vazamento de líquido da medula) que, segundo ele, não foi comunicada à família.
Apesar do quadro grave de Edson, recebeu alta em apenas dois dias. Exames posteriores confirmaram lesão neurológica e formação de tecido cicatricial comprimindo a raiz nervosa. Hoje, vive com dores crônicas, atrofia muscular e depende de muletas. “Entrei no hospital andando e saí sem conseguir mexer o pé. Só quero justiça”, desabafa.
Outro caso grave é o da lojista Janaína Nunes. Em maio de 2023, após apresentar sintomas neurológicos, ela foi submetida a uma cirurgia de urgência indicada por Tiago Fernandes para retirada de um suposto tumor cerebral. No entanto, a biópsia realizada três dias após a operação revelou que se tratava, na verdade, de uma Malformação Arteriovenosa (MAV). A paciente ainda enfrentou uma infecção grave na ferida operatória, foi diagnosticada com osteomielite e afirma ter sido abandonada pelo médico, como consta no prontuário de abril de 2024.
Atualmente, Janaína convive com epilepsia, hemiplegia e está impossibilitada de trabalhar. “Saí da cirurgia sem conseguir mexer metade do corpo e tive alta no mesmo dia. Minha vida foi destruída por um erro”, lamenta. As denúncias ganharam repercussão após o empresário Márcio Lima relatar nas redes sociais que também sofreu sequelas permanentes após cirurgia na coluna realizada pelo mesmo neurocirurgião. Ele agora depende de muletas para se locomover.
Outro paciente, Márcio Geraldo, também esteve no Cremego para registrar denúncia semelhante. Completando o grupo de cinco vítimas, há ainda um quinto paciente que também formalizou sua denúncia contra o neurocirurgião. O que chama atenção nos casos é que os cinco pacientes não possuíam qualquer relação entre si antes das cirurgias. Eram pessoas comuns que se encontram unidas apenas pela tragédia de terem confiado no mesmo profissional.
A única ligação entre eles foi de terem escolhido, ou sido encaminhados, para o mesmo neurocirurgião. Os casos já foram oficialmente protocolados no Cremego. As denúncias devem ser apuradas pela Polícia Civil, e o Ministério Público acompanhará as investigações.
Em nota oficial
A assessoria jurídica do médico neurocirurgião informa que, até o momento, não foi notificada oficialmente sobre qualquer denúncia, tampouco lhe foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o que torna impossível comentar especificamente os casos mencionados.
O médico considera positivo que o assunto tenha sido levado ao Cremego, órgão competente e imparcial para avaliar com responsabilidade as condutas médicas. Importante destacar que para comprovar a existência de negligência, imprudência ou imperícia, é preciso demonstrar a existência de nexo de causalidade entre o ato do médico e o dano suportado pelo paciente, ou seja, que o ato causou eventual dano. Isso só pode ser feito com produção de provas fundamentadas cientificamente, com a atuação de um perito judicial ou no âmbito do Conselho Regional de Medicina, pelos próprios pares do médico.
Outro aspecto fundamental é que a relação médico-paciente, a obrigação do profissional da medicina é uma obrigação de meio, ou seja, ele não se compromete com o resultado, mas com o uso dos melhores protocolos operacionais existentes na literatura médica para aquele caso concreto. Nem todo efeito adverso caracteriza, necessariamente, erro médico.
Finalmente, o médico que é alvo dessa campanha difamatória sempre pautou sua conduta pelos melhores protocolos operacionais relacionados à literatura médica. É um neurocirurgião consagrado, respeitado internacionalmente, e utilizará todos os espaços devidos — judiciais e administrativos — dentro do direito da ampla defesa e do contraditório, para refutar todas essas acusações. Ele tem plena confiança de que, caso haja apuração, será constatada a inexistência de qualquer falha, porque não houve qualquer conduta nesse sentido.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Judicialização na saúde suplementar cresce 8% no primeiro semestre
https://medicinasa.com.br/judicializacao-saude-cresce/
Hetrin recebe reacreditação ONA2
https://medicinasa.com.br/hetrin-ona2/
Artigo - IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
https://medicinasa.com.br/ia-medicina-sinergia/
Ministério da Saúde anuncia R$ 1,2 milhão para ampliar ações do programa Agora Tem Especialistas em Goiás
Atlântica D’Or anuncia novo hospital de R$ 250 milhões em Ribeirão Preto
ABCIS e ONA firmam parceria para segurança digital na acreditação hospitalar
Exportações brasileiras de dispositivos médicos crescem 7,5%
MEDICINA S/A
Judicialização na saúde suplementar cresce 8% no primeiro semestre
De acordo com dados do painel Estatísticas Processuais de Direito à Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), durante o primeiro semestre de 2025 foram abertos 156.482 novos processos relacionados à saúde suplementar. Um crescimento de 8,2%, se comparado ao mesmo período de 2024, quando o número chegou a 144.542.
As principais queixas são relacionadas a negativas de cobertura para tratamentos médico-hospitalares, reajustes contratuais e ao fornecimento de medicamentos. Em relação aos processos baixados (encerrados), no primeiro semestre do ano passado, foram 94.057. Neste ano, 135.497.
Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, “a crescente judicialização do sistema suplementar de saúde revela fragilidades estruturais graves, especialmente em relação à transparência na regulação e à previsibilidade das coberturas. Esse cenário gera insegurança tanto para os profissionais de saúde quanto para os usuários, que veem na Justiça o único caminho para salvaguardar seus direitos”.
Canal também destaca que a combinação de crescimento de custos médicos, envelhecimento populacional e expectativas elevadas de atendimento impõem novos desafios à saúde suplementar brasileira.
“É preciso promover um diálogo mais transparente entre operadoras, Judiciário e órgãos reguladores, buscando soluções que garantam o equilíbrio do sistema e o acesso justo aos tratamentos pelos usuários”, completou o especialista em Direito Médico.
Em abril deste ano, a Anadem analisou o recorde de lucros do sistema suplementar de saúde em 2024 e reforçou que o crescimento do valor dos planos não necessariamente impacta positivamente a prestação dos serviços aos usuários e as condições de trabalho dos profissionais de saúde.
Em maio, dados divulgados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), por meio da Nota de Acompanhamento de Beneficiários 104 (NAB 104), mostram que, em fevereiro deste ano, o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares chegou a 52,1 milhões.
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Hetrin recebe reacreditação ONA2
O Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), unidade do governo de Goiás, passou recentemente pelo processo de certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), atendendo aos padrões e requisitos de segurança do paciente, gestão integrada e excelência em gestão. Referência em atendimentos em Trindade e região, o hospital consolidou a qualidade do trabalho que presta à população ao manter-se com o segundo nível do certificado de qualidade concedido pela ONA como Acreditado Pleno.
A ONA 2, segundo nível do modelo de acreditação brasileira conquistada pelo Hetrin, tem foco nos processos hospitalares, avaliando sua gestão e suas interações, além da segurança do paciente. Mesmo em fase de reforma e expansão de sua estrutura física, a unidade manteve todos os seus serviços em pleno funcionamento, oferecendo saúde de excelência à população goiana. Ao final da obra a unidade passará de 2.491 m² para 10.011 m² e de 56 para 149 leitos.
No estado de Goiás, apenas três hospitais públicos são acreditados com o nível Acreditado Pleno pela ONA. Durante os dois dias de avaliação presencial, diversos requisitos foram verificados, passando por todos os setores do hospital. “Estamos muito orgulhosos por essa conquista. A certificação representa não apenas benefícios diretos para a população, mas também reforça o compromisso de toda a equipe em manter um atendimento de excelência, sempre focado nas necessidades da comunidade”, afirma a diretora da unidade, Vânia Fernandes.
Metas e Compromissos
O Hetrin obteve o certificado “Acreditado – ONA 1” em 2021, passando pelo processo de manutenção, e alcançou o selo “Acreditado Pleno – ONA 2”, em junho de 2023. Esse nível exige que a unidade atenda a pelo menos 80% dos padrões de qualidade e segurança e 90% dos requisitos da ONA para gestão integrada. Esse reconhecimento faz parte das metas estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) nos contratos com as organizações sociais de saúde parceiras.
O trabalho desenvolvido pela equipe de colaboradores da unidade, é fundamental para a conquista de avaliações positivas. Composta por profissionais de diversas áreas, a equipe atua com dedicação, cuidado e atendimento humanizado, sempre buscando oferecer um serviço de excelência, dar voz aos pacientes e garantir qualidade e conforto durante todo o processo de atendimento e internação.
Com a manutenção da certificação, o Hetrin reforça seu compromisso com a qualidade e segurança nos serviços de saúde. O planejamento estratégico da unidade inclui a expansão para novas áreas e, após as obras, a busca pela conquista da certificação ONA 3, consolidando seu papel como referência na assistência à saúde pública de Goiás.
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Artigo - IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
A Inteligência Artificial tem demonstrado avanços notáveis, especialmente em especialidades como a radiologia. A mamografia, por exemplo, é feita não porque a mulher sente algo, mas por prevenção. Espera-se que a maioria dos exames seja normal.
De fato, cerca de 91% das mamografias não apresentam anormalidades, enquanto apenas 9% indicam necessidade de investigação mais detalhada, como biópsias ou cirurgias.
Nesse contexto, a IA se mostra uma ferramenta valiosa para aumentar a eficiência médica. Ao examinar centenas de mamografias, o médico pode facilmente se distrair ou cometer erros ao buscar os 9% que realmente exigem atenção. A IA, por sua vez, processa vastas quantidades de imagens — normais e anormais — com rapidez e precisão.
Um supercomputador analisa imagens com velocidade, comparando padrões normais e não normais. Isso reduz a fadiga humana e foca a atenção nos casos críticos.
Essa aplicação se estende a diversos outros exames de imagem, como tomografias, ressonâncias e radiografias.
A experiência médica é aliada da IA
A amigdalite, por exemplo, o diagnóstico é direto:
É fácil identificar uma amigdalite. Um estudante de medicina vê as placas de pus e já sabe o que fazer.
O tratamento segue um protocolo claro, sem muitas variações. Mas o cenário muda em doenças como a depressão: O computador não consegue identificar depressão facilmente. Isso depende muito da análise do médico.
Há ainda doenças cujo caminho diagnóstico não é bem definido, ou que envolvem variabilidade genética. Nestes casos, a experiência médica é insubstituível.
As vezes, a medicina ainda não tem clareza sobre o melhor tratamento, ou há muitas variáveis genéticas. Aí entra a intuição e o conhecimento do médico.”
É justamente nessas situações que a IA pode expandir as possibilidades de diagnóstico.
A inteligência artificial oferece um leque muito amplo. O médico experiente consegue filtrar essas opções com discernimento. Sem IA, ele pode deixar passar doenças que nunca estudou.
A sabedoria clínica e o olhar humano seguem essenciais, com a IA atuando como complemento estratégico. Muitos médicos não estão preparados para usar essas ferramentas.
É importante ressaltar que a prática médica exige investigação minuciosa de sinais e sintomas. Médicos experientes extraem mais das consultas, enquanto profissionais menos preparados podem se apoiar excessivamente em exames, sem dominar sua interpretação.
Se a IA recebe poucas informações, pode sugerir uma conduta equivocada. O médico precisa saber interpretar os resultados.
A precisão da IA depende da qualidade dos dados inseridos e da competência do profissional em contextualizá-los.
Sempre é importante lembrar que a tecnologia existe para otimizar o tempo e fazer com que o profissional de saúde tenha mais tempo para o que é mais importante: a atenção ao paciente.
*Antonio Carlos Endrigo é diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB).
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministério da Saúde anuncia R$ 1,2 milhão para ampliar ações do programa Agora Tem Especialistas em Goiás
Recursos destinados ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (GO) visam ampliar a capacidade de atendimento do SUS. Objetivo é reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias
O secretário-adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, anunciou nesta sexta-feira (1º), em Aparecida de Goiânia (GO), o investimento de R$ 1,2 milhão destinado ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia. O objetivo é ampliar a capacidade de atendimento na rede pública de saúde do estado de Goiás. O novo repasse faz parte do montante de R$ 440 milhões do programa Agora Tem Especialistas, anunciados hoje pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Rio de Janeiro, para a habilitação de novos serviços especializados em dez estados e no Distrito Federal.
O programa Agora Tem Especialistas, do governo federal, tem como objetivo reduzir o tempo de espera para pacientes do SUS em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia e cardiologia.
“O Agora Tem Especialistas vai mobilizar tudo que a gente puder da saúde pública e privada para reduzir o tempo de espera. Nós criamos, inclusive, mecanismos inovadores para parceria com a rede privada. Vamos trocar as dívidas dos planos de saúde e dos hospitais por mais cirurgias, mais exames, mais consultas especializadas”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em Aparecida de Goiânia (GO), o secretário-adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, detalhou como os investimentos serão aplicados no município. Com o recurso, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia será habilitado a realizar novos procedimentos especializados. A ação integra as iniciativas do programa Agora Tem Especialistas, que conta com um conjunto de ações para ampliar a capacidade de atendimento do SUS em todo o Brasil, com a realização de mais consultas, exames e cirurgias eletivas.
Com a medida, o hospital recebe habilitação em traumatologia e ortopedia e se torna referência em alta complexidade na região, incluindo sistemas de internação, diagnóstico por imagem e emergências hemodinâmicas, além de ampliar a assistência com alta capacidade operacional em múltiplas especialidades, como cardiologia, ortopedia, cirurgia geral e pediatria.
Medidas para fortalecer o Agora Tem Especialistas em 10 estados e DF
Nesta sexta-feira (1), representantes do Ministério da Saúde também estiveram em outros estados para o anúncio de ações do programa Agora Tem Especialistas. Somados aos recursos destinados às unidades de saúde do estado do Rio de Janeiro, a pasta vai investir o total de R$ 440 milhões para a ampliação do atendimento especializado no SUS em: Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Piauí, Paraná, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
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SAÚDE BUSINESS
Atlântica D’Or anuncia novo hospital de R$ 250 milhões em Ribeirão Preto
Unidade será voltada à alta complexidade e integra o plano de expansão da joint venture entre Rede D’Or e Grupo Bradesco Seguros.
A Atlântica D’Or — joint venture formada pela Rede D’Or, maior rede hospitalar da América Latina, e pela Atlântica Hospitais e Participações, controlada pela Bradseg Participações (Grupo Bradesco Seguros) — realizou hoje, 5 de agosto, a cerimônia de lançamento das obras de seu novo hospital em Ribeirão Preto (SP). A unidade marca a expansão da marca para uma das principais cidades do interior paulista, conhecida por seu polo médico e hospitalar.
Localizado no bairro Jardim Califórnia, zona sul da cidade, o hospital ocupará uma área estratégica dentro do complexo RibeirãoShopping, com acesso facilitado pela Avenida Braz Olaia Acosta, 815. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2026.
A solenidade contou com a presença de executivos da área da saúde e autoridades locais, entre eles Rodrigo Gavina, CEO de Hospitais da Rede D’Or; Rodrigo Bacellar, diretor-presidente da Atlântica Hospitais e Participações; Vander Giordano, vice-presidente de Compliance e Institucional da Multiplan; e Ricardo Silva, prefeito de Ribeirão Preto.
“Trata-se de um serviço de alto nível que reúne a expertise da Rede D’Or em gestão e operação hospitalar à capacidade da Atlântica de desenvolver soluções que agregam valor ao setor de saúde”, destacou Rodrigo Gavina.
Estrutura voltada à alta complexidade
Com investimento estimado em R$ 250 milhões, o novo hospital terá aproximadamente 19 mil m² de área construída e será voltado ao atendimento de alta complexidade. A estrutura contará com leitos de internação, UTI adulto e pediátrica, centro cirúrgico de alta complexidade, pronto-socorro adulto e infantil, além de um centro médico com diversas especialidades.
A unidade também abrigará um centro completo de diagnóstico por imagem, com serviços como tomografia, ressonância magnética, raio-X, ultrassonografia e hemodinâmica — voltado para procedimentos minimamente invasivos no tratamento de doenças cardiovasculares e neurológicas.
“Ribeirão Preto se destaca pelo dinamismo econômico e demanda crescente por serviços de saúde qualificados. Com essa nova unidade, trazemos uma infraestrutura moderna e integrada, com foco em tecnologia, humanização e eficiência assistencial”, afirmou Rodrigo Bacellar, Diretor-Presidente da Atlântica Hospitais e Participações.
Expansão estratégica
A chegada da Atlântica D’Or a Ribeirão Preto está inserida em um plano robusto de crescimento da marca. Desde sua criação, a joint venture já entregou três hospitais — São Luiz Guarulhos e São Luiz Alphaville (SP) e Macaé D’Or (RJ) — e incorporou, em março de 2025, o Hospital São Luiz Campinas. Há ainda uma nova unidade em planejamento em Taubaté (SP), além do recém-anunciado projeto em Ribeirão.
“Integrar um hospital deste porte ao ecossistema do RibeirãoShopping reforça o potencial da cidade em atrair investimentos estratégicos com alto impacto social e econômico”, destacou Vander Giordano da Multiplan.
Com a nova unidade, a Atlântica D’Or consolida sua atuação em regiões com forte vocação para a saúde e reafirma seu compromisso com a ampliação do acesso a serviços hospitalares de excelência no Brasil.
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ABCIS e ONA firmam parceria para segurança digital na acreditação hospitalar
Iniciativa vai estabelecer critérios técnicos e alinhados à LGPD para avaliar maturidade digital, cibersegurança e proteção de dados no setor hospitalar
A segurança digital no setor de saúde brasileiro ganha um importante reforço. A Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde (ABCIS) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA) assinaram recentemente um termo de cooperação técnica. Esta união visa incluir critérios estruturados de segurança da informação no processo de acreditação das instituições de saúde.
A ONA contribui com sua experiência em avaliação da qualidade assistencial. Já a ABCIS traz seu conhecimento especializado em tecnologia e cibersegurança na saúde. Juntas, as organizações desenvolverão requisitos específicos para proteção de dados e governança digital. Todos os critérios seguirão as exigências da LGPD e padrões internacionais.
“A parceria com a ABCIS responde à crescente importância da tecnologia nos processos de cuidado em saúde”, destaca Fabio Leite Gastal, presidente da ONA. Atualmente, a segurança da informação já aparece nos processos de acreditação, principalmente em requisitos de gestão de riscos. Contudo, a nova cooperação permitirá uma abordagem mais técnica e estruturada.
Metodologia e desenvolvimento dos critérios
Grupos técnicos formados por profissionais das duas organizações conduzirão o trabalho. Eles realizarão encontros regulares para:
Analisar referências nacionais e internacionais
Mapear riscos de segurança digital
Definir parâmetros claros de avaliação
A metodologia seguirá os princípios da ONA, com foco em segurança, integridade e disponibilidade da informação.
Desafios atuais das instituições brasileiras
As instituições de saúde enfrentam hoje diversos obstáculos na área digital. Entre eles destacam-se:
Falta de políticas claras de segurança da informação
Baixa maturidade digital
Investimentos insuficientes em infraestrutura tecnológica
Necessidade urgente de capacitação profissional
Para Vitor Ferreira, presidente da ABCIS e CIO do Hospital Sabará, esta parceria representa um divisor de águas. “Segurança da informação não é apenas uma questão técnica, mas um componente essencial da qualidade assistencial”, afirma. “Estamos orgulhosos de contribuir para elevar o padrão da acreditação no Brasil.”
Cronograma de implementação
Os primeiros resultados da cooperação chegarão no segundo semestre de 2025. Nesta fase, ocorrerão projetos-piloto e capacitação de avaliadores. A implementação completa dos novos critérios está prevista para 2026, quando será publicado o novo manual OPSS.
“Esperamos implementar os padrões com equilíbrio entre flexibilidade e responsabilização”, conclui Ferreira. Assim, a parceria estabelecerá um novo patamar de maturidade digital nas instituições de saúde brasileiras, beneficiando profissionais e pacientes com ambientes digitais mais seguros.
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Exportações brasileiras de dispositivos médicos crescem 7,5%
Setor fatura mais de meio bilhão de dólares no primeiro semestre de 2025, com destaque para produtos médico-hospitalares, enquanto monitora possível impacto de novas tarifas nos EUA.
A indústria brasileira de dispositivos médicos consolidou sua expansão internacional no primeiro semestre de 2025, registrando um crescimento de 7,5% nas exportações em comparação ao mesmo período do ano anterior. O valor total alcançou impressionantes US$ 572,6 milhões, evidenciando o reconhecimento global da qualidade dos produtos de saúde fabricados no Brasil e fortalecendo o posicionamento estratégico do país na cadeia global de saúde.
“Os resultados demonstram a confiança internacional na tecnologia e inovação da indústria nacional. Nosso setor entrega qualidade, segurança e competitividade para sistemas de saúde em diversos países”, destaca Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos).
O desempenho positivo também se refletiu nas 135 empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da ABIMO em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Estas companhias exportaram US$ 74,2 milhões no período, mantendo o ritmo de crescimento e conquistando novos mercados. Um dado significativo revela que mais da metade das empresas do BHD expandiram para novos destinos, enquanto 27,4% começaram a exportar produtos anteriormente comercializados apenas no mercado doméstico.
“Este movimento demonstra maturidade exportadora. As empresas estão inovando, diversificando seu portfólio e alcançando novos compradores em diferentes regiões do mundo”, complementa Larissa.
Estados Unidos lideram importações, mas tarifa gera apreensão
Entre os 174 países que adquiriram produtos da indústria brasileira, os Estados Unidos mantêm a liderança como principal destino, com importações superiores a US$ 150 milhões, representando mais de 25% do total exportado. Este volume expressivo intensifica a preocupação do setor diante do “tarifaço” anunciado pelo governo de Donald Trump, que pretende aplicar uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entrarem no país.
Após os EUA, países latino-americanos figuram como importantes compradores: Argentina (US$ 44,7 milhões), Colômbia (US$ 42,5 milhões), México (US$ 41,2 milhões) e Chile (US$ 29,4 milhões). Juntos, estes cinco mercados respondem por 53,7% do total exportado pelo setor.
O primeiro trimestre foi determinante para o resultado semestral positivo. Somente entre janeiro e março, o setor acumulou US$ 288,4 milhões em vendas internacionais.
Diversidade de produtos exportados
No primeiro semestre de 2025, mais de 200 tipos de produtos foram exportados para diferentes regiões do mundo. Os itens médico-hospitalares lideraram com 66,3% do total e crescimento de 6,27% no período. Destacam-se categutes esterilizados para suturas cirúrgicas (US$ 76,1 milhões), válvulas cardíacas (US$ 49,3 milhões), sacos e bolsas de plástico para uso médico (US$ 37,2 milhões) e pensos adesivos (US$ 24,5 milhões).
A odontologia também apresentou desempenho favorável, com US$ 67,13 milhões exportados e alta de 7,45% em relação ao primeiro semestre de 2024. O segmento de reabilitação registrou o maior crescimento percentual: 19,9%, totalizando US$ 64,3 milhões.
Desempenho do Brazilian Health Devices
As 135 fabricantes participantes do projeto BHD finalizaram o semestre com US$ 74,2 milhões em exportações, resultado ligeiramente superior ao mesmo período do ano anterior.
No âmbito do BHD, os produtos odontológicos representaram 33,9% do total, seguidos pelos médico-hospitalares (32,7%), reabilitação (30,6%) e laboratório (2,59%). Estas empresas comercializaram 190 produtos em 125 países, com destaque para EUA, Argentina, Colômbia, Chile e Paraguai como principais destinos. Em 68 desses mercados houve aumento no volume exportado, demonstrando maior confiança e fortalecimento das parcerias internacionais.
Um indicador positivo adicional revela que mais da metade das empresas participantes do BHD abriram novos mercados neste primeiro semestre, enquanto 27,4% passaram a exportar produtos anteriormente comercializados apenas no mercado interno. Destacam-se artigos e aparelhos ortopédicos e de prótese, instrumentos e aparelhos de odontologia e de medicina, além de cimentos para obturação dentária.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Médicos brasileiros formados no exterior relatam desafios para atuar no país
17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia abordam técnicas de conexão, cooperação e crescimento
https://unimed.empauta.com/e6/noticia/2508051754384287009
Segurança do paciente começa com prevenção e protocolos bem definidos
https://medicinasa.com.br/seguranca-paciente-protocolos/
Desenvolvimento sustentável: a importância de mecanismos éticos
https://medicinasa.com.br/desenvolvimento-sustentavel/
Responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina
https://medicinasa.com.br/cfm-estagio/
Secretaria de Saúde de Goiás divulga que duas clínicas de hemodiálise são liberadas
Prefeitura de Goiânia é condenada a pagar indenização por morte de mulher
O GLOBO
Unimed Ferj: com pagamentos atrasados, médicos fecham consultórios e operadora perde 17% dos usuários
Crise se arrasta desde migração da carteira de clientes da Unimed-Rio, no ano passado
Em mais um capítulo da crise que se arrasta desde a migração da carteira da Unimed-Rio, há cerca de um ano, médicos cooperados que atendem usuários da Unimed Ferj relatam atrasos recorrentes no pagamento de consultas e procedimentos.
Sem garantia de que vão receber pelo serviço prestado, há casos de especialistas fechando as portas dos consultórios, o que reduz a rede credenciada disponível aos consumidores do plano de saúde, que têm migrado da Ferj para outras operadoras.
Peso no bolso sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período Em tese, pagamentos de consultas, procedimentos e cirurgias são feitos pela Unimed-Rio aos cooperados entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês, a partir dos repasses da Ferj, que administra a carteira de usuários e recebe as mensalidades.
Mas segundo médicos ouvidos pelo GLOBO, desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido. Os procedimentos de abril, que deveriam ser pagos até o dia 27 de junho, ainda estão em aberto.
Mais Já as consultas realizadas em maio, com pagamento previsto para o dia 15 de julho, também não foram depositadas na data. E ainda entra na lista de débitos os procedimentos feitos em maio, cujo prazo de vencimento venceu no último dia 29.
'Revoltante' - Isso é revoltante porque nos deixa sem nenhuma previsibilidade para honrar não apenas nossas despesas pessoais, mas os próprios custos do consultório. Há vários colegas fechando as portas - lamenta um profissional ouvido sob anonimato.
Com os atrasos nos pagamentos, uma gastroenterologista, que também prefere não se identificar, decidiu alugar o consultório próprio e sublocar horários em outra sala para manter os atendimentos, mas driblando as despesas fixas com condomínio, IPTU e luz.
- Usei tudo o que economizei para a aposentadoria para tentar suportar os custos. Fui além do que podia. Sou cooperada há quase 40 anos e agora estou tendo que distribuir currículo, o que é super difícil na minha idade - relata.
Quem acompanha o comando da cooperativa argumenta que os atrasos não atingem apenas os repasses aos cooperados, mas "todos os compromissos" da Unimed-Rio.
Num comunicado enviado aos médicos nesta semana, a direção afirma que desde que assumiu a gestão sabia "que o caminho da recuperação não seria fácil" e que tem "trabalhado incansavelmente para honrar o compromisso de proteger o CPF de cada um dos sócios". O documento, porém, não dá prazos de quando o cenário financeiro será restabelecido.
Gestão Sem citar nomes, a direção da Unimed-Rio ainda diz no texto que tem "negociações estratégicas em curso", mas que atua num "cenário sensível, em um momento em que diversos players do setor tentam fragilizar o sistema Unimed".
"Vivemos um cenário delicado no mercado de saúde suplementar, especialmente no Rio de Janeiro, que há tempos se tornou alvo de grandes grupos do setor. Mesmo diante dessas adversidades, reforçamos que, como parceiros da Ferj, estamos atentos e acompanhando de perto todas as movimentações, sempre com o objetivo de resguardar os interesses, a remuneração e o patrimônio de cada um de vocês", diz o comunicado.
Debandada na base de usuários
Enquanto a crise se prolonga, consumidores desembarcam da Unimed Ferj. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, desde a migração da carteira em maio de 2024, houve uma queda de 17% no número de usuários do plano. Entre junho do ano passado e maio último, 85,8 mil pessoas deixaram o plano. Fontes da Unimed dizem que não há uma queda vertiginosa na carteira, mas que, no balanço, "sai mais gente do que entra".
Entenda Sócio-fundador da consultoria Arquitetos da Saúde, Adriano Londres analisa que esse saldo negativo para a companhia, com mais usuários indo embora do que entrantes, impacta diretamente no equilíbrio econômico-financeiro da operadora.
- O prêmio vai embora e a despesa fica, o que é ruim para os resultados. A conta de alguém que se internou esse mês, por exemplo, só vai ser paga pelo plano ao hospital daqui 120 dias, quando a pessoa às vezes já até deixou a operadora - diz.
Dados não estão disponíveis Londres ainda observa que pode haver um aumento na sinistralidade da Unimed Ferj, a fatia da receita da operadora que é usada para custear a assistência médica dos usuários
- E isso tem muito a ver com o que vem sendo noticiado sobre a operadora, que tem sido incapaz de honrar seus compromissos. Quem pode sair sai. Mas o idoso, por exemplo tem muito mais dificuldade de encontrar uma alternativa, ainda mais se for contrato individual, e a carteira fica mais cara.
Hoje, 31,6% da carteira da Unimed Ferj são de idosos, enquanto a média no setor é de 13,4%.
Apesar de as operadoras serem obrigadas a enviar dados de sinistralidade para a ANS, não é possível verificar dados atualizados da Ferj porque a operadora está liberada da determinação desde que firmou um acordo com o órgão regulador em dezembro de 2024. O termo de compromisso flexibiliza as regras e isenta a operadora de sanções até março de 2026 para que a Unimed tente reequilibrar as contas.
O que diz a operadora Em nota ao GLOBO, a Unimed Ferj afirmou que os atrasos nos pagamentos de honorários médicos e serviços prestados foram pontuais, em função de ajustes no fluxo de caixa, e que está "empenhada em regularizar a situação o mais breve possível".
"A operadora reforça que, desde a assunção da carteira de beneficiários da Unimed-Rio, houve uma melhora no valor da consulta recebida pelos cooperados, o que reflete nosso esforço e compromisso com a valorização do trabalho médico", defende a operadora.
Já sobre a redução no número de beneficiários da carteira, o convênio afirmou que esse movimento "já era previsto e está inserido na estratégia de reestruturação da Unimed Ferj". Isso porque a operadora deixou de vender planos nacionais e está concentrando a atuação na cidade do Rio e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
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JORNAL OPÇÃO
Médicos brasileiros formados no exterior relatam desafios para atuar no país
Relatos de brasileiros que optaram por cursar medicina no exterior, porém ao voltar, enfrentaram um processo de revalidação de diploma complexo
A cada ano, milhares de brasileiros optam por cursar medicina no exterior, atraídos por mensalidades mais acessíveis e processos seletivos menos concorridos. Ao voltar ao país, no entanto, enfrentam um processo de revalidação de diploma considerado complexo, oneroso e, muitas vezes, doloroso — além de lidar com preconceitos que persistem. O Jornal Opção conversou com seis médicos brasileiros formados no exterior para compreender melhor essa realidade.
Para muitos, a decisão de estudar medicina em países vizinhos como Paraguai e Bolívia é impulsionada por fatores financeiros e pela alta concorrência nas universidades brasileiras. Maxmiller Ferreira Machado, médico formado na Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia, entre 2010 e 2016, relata que o sonho de cursar medicina com a esposa, era distante, pois faltavam condições financeiras para pagar uma faculdade particular no Brasil. “Em 2010, o Brasil tinha pouco mais de 180 faculdades de medicina. Hoje já são quase 400. Então, a decisão de estudar fora acabou sendo muito natural”, afirma Maxmiller.
Luis Otávio Benevenuto compartilha da mesma motivação: “Eu não queria perder dois, três, quatro anos com o cursinho pré-vestibular para passar na federal e, na situação financeira em que estávamos, era inviável uma mensalidade particular no Brasil”. Ele encontrou em Pedro Juan, no Paraguai, uma alternativa viável, onde o custo mensal total — incluindo aluguel, alimentação e faculdade — girava em torno de R$ 3.000 a R$ 3.500 no primeiro ano, contraste marcante com a mensalidade média de R$ 8.000 a R$ 10.000 no Brasil.
A goiana, Nicelene Rosse Pereira Crespo, que cursou medicina na Bolívia a partir de 2006, também vivenciou essa realidade. “Eu tinha muito medo de não conseguir entrar na federal. Tinha estudado em colégio público e não se sentia preparada”, confessa Nicelene. A decisão foi incentivada pelo pai, que já havia estudado na UFG e via na Bolívia uma opção mais acessível. “Meu maior receio era que meus irmãos terminassem o colégio e tivessem que trabalhar direto, sem conseguir avançar para uma faculdade”, complementa.
A facilidade de ingresso em universidades estrangeiras também é atrativa. Adelicio Galvão, médico especialista em revalidação, destaca: “Na grande maioria das faculdades [no exterior] não existe vestibular como aqui no Brasil. Em muitos países, basta se matricular na instituição”.
A Experiência Acadêmica e o Choque Cultural
Apesar das diferenças, a qualidade do ensino no exterior é elogiada por alguns. Hudson Lucena, formado na Universidade Maria Auxiliadora (Max) no Paraguai, avalia positivamente sua formação: “Minha experiência na faculdade foi muito boa. Tive bastante suporte e gostei muito da formação que recebi”. Ele acrescenta que, em comparação com colegas no Brasil, sua formação “não deixou nada a desejar” e ressalta a abordagem mais humanizada da medicina no Paraguai: “Os médicos sabem escutar mais os pacientes lá; é mais humanizado. O diagnóstico é mais certeiro por conta disso, coisa que eu não vi aqui no Brasil”.
A adaptação cultural e linguística, porém, pode ser desafiadora. Hudson relata: “Em um mês, consegui me adaptar tranquilamente ao país. É um país acolhedor, o Paraguai. Foi o que senti, pelo menos na região em que fiquei”. Já Wanessa Melo, formada na Uninter, no Paraguai, descreve o idioma como o maior choque: “Tive de me adaptar ao espanhol e ao guarani”. Luis Otávio também menciona as dificuldades com o idioma nos primeiros meses.
Bolívia e Paraguai se tornaram polos de atração para estudantes brasileiros. Adelicio afirma: “O país que mais tem alunos hoje é o Paraguai, pela acessibilidade, pela proximidade da fronteira”. Wanessa corrobora: “Em 2017, nossa turma inicial no Paraguai tinha cerca de 500 alunos, quase todos brasileiros”.
O Revalida: Um Obstáculo “Dificultoso, Injusto e Doloroso”
O retorno ao Brasil e a intenção de atuar profissionalmente esbarram na exigência do Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas médicos estrangeiros. Entre os entrevistados, é consenso que esse processo representa o maior desafio.
Wanessa Melo classifica o processo como “dificultoso, injusto e doloroso”. Ela relata ter sido reprovada na primeira fase do Revalida INEP por “0,06 pontos” em março de 2024 e na segunda fase por três pontos em dezembro de 2024. “O processo é dolorido, vai te desgastar; são muitas noites sem dormir”, critica. Sobre a correção, afirma: “Eles fingem que não viram erros, só passam o olho; não corrigem como deveriam”.
Hudson Lucena defende um “Revalida justo”, reconhecendo a necessidade de avaliar a qualidade das formações estrangeiras, mas critica a aplicação atual: “Nos últimos dois anos, vi provas absurdas, tanto na parte teórica quanto na prática — exigiam protocolos que não se usam no cotidiano”. Ele menciona a pressão psicológica: “Eu estou com mais medo da prática do que da teórica”.
Luis Otávio Benevenuto, que reprovou na primeira fase do Revalida 2024.2 por 1,2 ponto e foi aprovado na edição 2025.1, descreve a segunda etapa como “desafiadora”. “Psicologicamente, a prática não mede só conhecimento clínico; exige controle emocional intenso e gestão do tempo, pela pressão”, compara, lembrando que o Revalida não tem concorrência externa: “Você concorre consigo mesmo”.
Nicelene Pereira enfrentou o Revalida três vezes, passando na teórica em 2020 e na prática em 2021. Ela destaca o alto custo da prova prática: “Paguei R$ 4.500 três vezes, um valor muito alto considerando a bolsa de residência”.
Adelicio Galvão corrobora as dificuldades financeiras: “O Revalida é, talvez, a prova geral mais cara do Brasil”. Ele aponta a baixa taxa de aprovação, de 10% a 12% na primeira fase, e elogia a remoção da prova discursiva: “Havia má correção anterior”, e relata ter conseguido recuperar até 18 dos 50 pontos da prova em recurso.
Preconceito e Luta por Reconhecimento
Além dos desafios burocráticos, médicos formados no exterior enfrentam preconceito no Brasil. Hudson Lucena comenta: “Muitos acham que medicina fora do Brasil é menos rigorosa, mas a língua e a metodologia tornam tudo mais difícil”.
Maxmiller Machado minimiza o estigma: “Durante a faculdade, ouvi muitos comentários sobre isso. Mas, sinceramente, nunca senti isso na prática. Trabalhei por bastante tempo no hospital de referência da minha região, diretamente na emergência, e sempre fui muito bem recebido pela equipe, e já trabalhei em quase todos os hospitais da região e nunca percebi preconceito, então, na minha vivência, considero isso um mito”, relata.
Além disso, como médico formado no exterior, ele explica que passou por uma prova oficial de conclusão de curso organizada pelo Ministério da Saúde da Bolívia. “Tive um desempenho que me garantiu, além do diploma regular, um diploma de excelência. Depois disso, enfrentei mais duas etapas no Revalida: a prova teórica, na qual tive uma nota bem acima da nota de corte, e a prova prática, também aprovada”.
E por fim, Maxmiller conclui sua lógica: “Isso enquanto me preparava para a prova de graduação da faculdade e nem por isso me sinto no direito de julgar ou desmerecer quem se formou no Brasil e recebeu o diploma direto, sem ter que passar por provas semelhantes às que eu enfrentei. Cada trajetória tem seu valor”.
Para Nicelene Pereira, porém, “existe preconceito em grupos médicos, que acreditam que quem estuda fora ‘corta atalhos’ e não está preparado”. Ela cita o programa Mais Médicos: “Neste último Mais Médicos, por exemplo, que teve agora, a gente viu uma mobilização de alguns grupos de médicos formados no Brasil com o CRM, dizendo que iriam ocupar todas as vagas, iriam se inscrever mesmo que não fossem se apresentar. É, para que outros médicos formados no exterior não ocupassem essas vagas, né? Então, foi um movimento muito feio, muito, muito ruim, sabe?”
Luis Otávio Benevenuto concorda que “o preconceito é mais de quem não está na área.” Ele observa que “profissionais que já trabalharam com revalidado não falam mal; mas ‘dinossauros’ e o público geral duvidam do diploma até a revalidação.” Ele ressalta seu empenho: “Queremos mostrar um bom serviço; temos cuidado dobrado para não depor contra nossa reputação”.
Adelicio Galvão observa ainda discriminação de aplicadores: “Alguns fazem comentários pejorativos durante as avaliações práticas”. Para quem não revalida, diz, “há médicos trabalhando em farmácias, como motoristas de aplicativo ou em supermercados”.
Apesar dos percalços, essa geração de médicos mantém o desejo de contribuir com a saúde do país. Entre obstáculos burocráticos e símbolos de preconceito, seguem movidos por um sonho: cuidar de vidas.
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AGÊNCIA UNIMED
17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia abordam técnicas de conexão, cooperação e crescimento
Diretores, gestores e colaboradores do Sistema Unimed se reuniram por três dias para conhecer estratégias que promovem conexão com os clientes e crescimento sustentável
Conectar, cooperar e crescer: esse foi o tema do 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado, realizados pela Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia, que reuniram diretores e equipes durante três dias de trocas de conhecimento, de 31 de julho a 2 de agosto, em Goiânia (GO).
"Eventos como esses fazem parte da nossa estratégia e, neste ano, chegam com mais propósito", afirmou o presidente da Federação, Danúbio Antonio de Oliveira. "Estamos conectados com o mesmo ideal de nos fortalecermos e continuarmos contribuindo com a vida das pessoas", acrescentou.
"É uma grande satisfação reunir nossas cooperativas para alinhar estratégias e fortalecer a qualidade da assistência que oferecemos", destacou o diretor de Mercado da Unimed Goiânia, Frederico Xavier.
Para o presidente do Conselho de Administração da Unimed Goiânia, Washington Luiz Ferreira Rios, é importante aproveitar as oportunidades de traçar caminhos para a sustentabilidade das operadoras. "Temos que estar juntos para crescermos", destacou.
O diretor-presidente da Unimed Goiânia, Lueiz Amorim Canêdo, também reforçou a importância do encontro. "Esse é um momento de alinhamento e construção coletiva, que nos permite avançar no cooperativismo", afirmou.
Desafios
Para iniciar a jornada, que contou com o apoio do Sicoob UniCentro Br, o público assistiu a uma palestra do economista e empresário Samy Dana. Ele destacou como a produtividade é a chave para o crescimento de uma economia. No Brasil, apesar de entraves, como a complexidade tributária, há mercado e possibilidades para se desenvolver.
Um dos motivos é o fato de que os consumidores brasileiros são menos conservadores e mais disponíveis para trocar seus hábitos e marcas. Isso se destaca, inclusive, no mercado de planos de saúde.
"É evidente que muitas empresas quebram por fazer investimentos errados, mas outras porque, simplesmente, não fizeram nada. O Brasil tem desafios, mas você pode perder (chances) por não fazer nada", destacou.
As oportunidades existem, como ressaltou a conselheira de Administração da Unimed Goiânia, Márcia Cristina de Toledo, durante uma mesa-redonda no segundo dia do evento. O apoio de cooperativas contribui para essas perspectivas.
A tarefa é fazer com que os cooperados entendam o que é a cultura cooperativista e os benefícios dela, especialmente entre o público mais jovem, como destacou o conselheiro de Administração do Sicoob UniCentro Br e presidente da Central Sicoob Uni, Raimundo Nonato Leite Pinto.
"Temos que trazer os jovens para a cooperativa, treiná-los e conhecê-los, para que possamos formar os próximos gestores. Esse é o nosso dever", acrescentou o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira.
Em meio a isso, é preciso equilibrar os cuidados com o quadro social e a sustentabilidade financeira, lembrou Danúbio Antonio de Oliveira. "Quando o coletivo ganha, também existem ganhos individuais. Por isso, temos sempre que acreditar no cooperativismo".
Comunicação e venda
Não é segredo que, para vender, é preciso se comunicar bem. A jornalista Liliane Bueno conversou com os participantes sobre a potência da comunicação e do reconhecimento de valor no que é vendido.
"Pessoas que entendem o poder da influência que carregam sabem que comunicação não é sobre o que se fala, mas sobre o que se obtém com a narrativa", descreveu ela. No entanto, não se trata de manipulação, mas de "entender de gente". Ou seja, compreender o comportamento do público e o poder do relacionamento, reconhecendo que desejos mudam de acordo com cada pessoa. "Sai na frente quem entende esse processo e se adapta".
A conexão da população com a marca também é criada por meio de uma publicidade de qualidade, como mostrou o publicitário Frederico Parma. Para isso, é preciso ter mais do que criatividade, mas métricas e dados, que irão ajudar a criar a peça ideal para o grupo a quem ela se destina, com a tão importante ligação emocional.
Conectar para precificar
A conexão deve estar em todas as ações de uma cooperativa, inclusive na precificação dos produtos. A atuária, gestora e consultora de operadoras de planos de saúde, Jacqueline Barbosa, explicou a importância de observar em detalhes o perfil do futuro beneficiário para criar uma tabela de valores adequada, de acordo com os riscos.
"Isso não atrasa a venda, mas a qualifica, trazendo uma melhor carteira. Essa é uma das responsabilidades do consultor de vendas. Prefira vender certo do que correr o risco de um cancelamento ou desgaste", aconselhou.
Inteligência artificial e conexão emocional combinam?
O diretor de Mercado da Unimed Goiânia, Frederico Xavier, foi o responsável por mostrar que, em tempos de inteligência artificial (IA), a conexão ainda deve estar presente. Afinal, apesar da tecnologia, o que é precioso está na performance e nas emoções humanas.
"A IA é programada por humanos e nós temos que mostrar nossos valores éticos e morais a ela. A ferramenta deve aprender com os nossos conhecimentos", ilustrou. "O futuro é a colaboração entre o ser humano e a tecnologia. A IA acelera processos, mas quem cria vínculos são as pessoas".
Crescer com ética
Para abordar um dos focos do 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado, o crescimento, os diretores da Unimed Goiânia e Unimed Federação Centro Brasileira debateram as formas de desenvolvimento com base na ética e honestidade, durante uma mesa-redonda.
"Precisamos estar atentos aos nossos valores para que eles sejam mais do que palavras, mas uma prática presente diariamente. Isso começa na alta diretoria", definiu Fernando Henrique Abrão, conselheiro de Administração da operadora e vice-presidente da Unimed Federação Centro Brasileira.
Educação continuada, comitês de ética, cultura organizacional e equidade são algumas das formas para conquistar esse objetivo. "Temos que ser conscientes dos problemas e humildes para o aprendizado. É isso o que irá gerar resultado. Eu conclamo a todos, especialmente aos gestores, para que tenham uma escuta ativa, pois podem existir ideias melhores que as nossas e caminhos melhores do que pensamos", resumiu Márcia Cristina de Toledo, também conselheira de Administração.
Talk Show com quem representa o sucesso
Para animar ainda mais os eventos, as ex-jogadoras e campeãs pela Seleção Brasileira de Vôlei, Jaqueline Carvalho e Fernanda Venturini, subiram ao palco para mostrar como o trabalho em conjunto promove vitórias.
Elas conversaram sobre como foi participar de gerações que marcaram a história do esporte brasileiro e como o respeito entre as jogadoras foi essencial para o sucesso dos times. Obviamente, os desafios também estavam presentes, como contusões.
"Eu fiz três cirurgias no joelho antes das Olimpíadas e muitas pessoas achavam que eu não iria voltar (para as quadras), mas eu voltei. Nós podemos dar a volta por cima", contou Jaqueline, que é bicampeã olímpica.
A Noite Match Point encerrou a programação do segundo dia, com o reconhecimento dos corretores campões em vendas. Foram homenageados 52 profissionais da Unimed Goiânia, Unimed Catalão e Unimed Anápolis.
Conectar para gerar confiança
As inspirações continuaram com as histórias e conversas entre os dirigentes da Unimed Federação Centro Brasileira e Unimed Goiânia, em uma mesa-redonda no último dia de evento. Eles abordaram como a conexão interpessoal impacta diversas áreas, desde aspectos individuais até os organizacionais.
"A ética e a transparência devem existir em todas as partes da nossa vida. Acho que isso é o mais importante: a conexão que nos leva a um objetivo, mas sempre sendo honesto com o próximo. A honestidade não é qualidade, é uma obrigação", relatou o presidente da Unimed Goiânia, Lueiz Amorim Canêdo.
Essa paz também leva à saúde física, como lembrou Frederico Xavier, diretor de Mercado da Unimed Goiânia. "Quando temos contato com pessoas boas, nós nos tornamos melhores", acrescentou ele.
As conexões também são essenciais para o bem-estar mental. "Não nascemos para viver isolados. Socializar, acompanhar e estar ao lado da outra pessoa traz resultados. Somos sociáveis e temos que criar boas conexões", complementou Éder Ribeiro, diretor de Integração e Desenvolvimento Institucional da Federação.
Assim, as conexões geram outro ativo valioso: a confiança. "O maior problema que temos nas cooperativas é a confiança. A falta dela torna o produto a ser vendido lento e caro. Hoje, a maior necessidade que temos é ser ágeis em nossa comunicação e conexão, assim como as redes verticalizadas (operadoras concorrentes)", explicou Haikal Helou presidente da Câmara do Setor de Saúde da Associação Comercial Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (ACIEG).
Vendas não ocorrem por acaso
Após a jornada de aprendizado, o 17º Workshop de Vendas e 4ª Convenção de Mercado foi finalizado com chave de ouro com uma palestra de Thiago Concer, referência em vendas no Brasil. Ele apresentou que os fechamentos de negócios não ocorrem por "sorte", mas, sim, quando há uma ligação genuína entre vendedor e cliente. Por isso, o segredo não está apenas na qualidade do produto, mas na operação comercial, especialmente em um mercado com ampla concorrência.
Nesse âmbito, estão envolvidas a ambição, consistência, disciplina e o que Thiago chamou de "raridade" de cada vendedor. "Venda é consequência. O que você controla são as atividades que levam a ela", definiu.
Dessa forma, mais do que planejar algo, é preciso executar. "O que vemos na prática é que grupos que lideram têm capacidade de execução. Colocar na prática aquilo que nós já sabemos", finalizou.
Hora de crescer: as opiniões do público
"A programação foi produtiva e com assuntos atualizados, acrescentando no âmbito pessoal e profissional. Um dos aprendizados foi conhecer a individualidade de cada cliente, para oferecermos exatamente o que ele está procurando. Não apenas vender um produto, mas vender uma solução".
Fernanda Velasco
Analista de Relacionamento Empresarial da Unimed Goiânia
"Os conhecimentos da consultora Jacqueline agregaram na compreensão dos desafios das receitas e mensalidade, incluindo o que deve ser considerado nas estratégias para reduzir a sinistralidade".
Fernando de Oliveira
Coordenador de Controladoria da Unimed Goiânia
"O evento foi incrível, tanto pela logística, quanto pelo espaço e pela organização. As palestras foram dinâmicas. A de inteligência artificial foi ótima. A do Samy Dana também, pois fugiu das questões políticas e mostrou que não temos que ficar esperando o 'tempo certo' para agir".
Clailton José da Silveira
Coordenador da Inteligência de Vendas da Unimed Goiânia
"O tema escolhido, 'conectar, cooperar e crescer', foi muito interessante e estamos caminhando entre esses verbos de forma dinâmica. Estamos aprendendo muito e ainda fazendo networking".
Ellen Andrade
Diretora Comercial e Marketing da Unimed Caldas Novas
"Evento grandioso, os assuntos são temas atuais e que precisamos debater para o nosso crescimento sustentável. Já estamos crescendo de forma sustentável, porque eu acredito que o crescimento de uma operadora não pode ser exagerado. É preciso ter cuidado, com uma carteira sustentável".
Renato Azevedo
Presidente da Unimed Araguaína
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MEDICINA S/A
Segurança do paciente começa com prevenção e protocolos bem definidos
O Brasil registrou 37.170 novos casos de falhas assistenciais em saúde entre janeiro e maio de 2025, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número revela um cenário alarmante na segurança do paciente, envolvendo danos materiais e morais decorrentes de erros e omissões na prestação de serviços de saúde, tanto na rede pública quanto na privada.
Além dos novos casos, o levantamento aponta que há 153.993 processos pendentes relacionados ao tema e 31.119 já foram julgados no mesmo período. Em 2024, o país já havia registrado um aumento de 506% nas ações judiciais por erro médico, totalizando 74.358 processos.
Para o advogado Gustavo Clemente, especialista em Direito Médico e da Saúde, pós-graduado em Administração Hospitalar (IPEP), sócio do Lara Martins Advogados e presidente do Sindicato dos Hospitais do Estado de Goiás (SINDHOESG), o cenário exige ações preventivas urgentes por parte das instituições de saúde. Segundo ele, garantir a segurança do paciente e minimizar os riscos de falhas assistenciais passa por investir em protocolos assistenciais detalhados e juridicamente orientados. "Um padrão operacional com segurança jurídica é essencial. Um protocolo de atendimento bem definido garante padrão e qualidade assistencial, documentando todas as etapas do processo, os resultados esperados são alcançados e os possíveis eventos adversos evitados".
O especialista explica que "o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é o documento de maior relevância jurídica na relação médico-paciente, pois transmite ao paciente todas as informações necessárias de forma clara e acessível, permitindo que ele tome decisões conscientes sobre sua assistência. Já o prontuário médico é juridicamente considerado indispensável, sendo o principal registro da jornada do paciente e a melhor "testemunha" do que foi feito assistencialmente", afirma.
Quanto a elaboração e revisão de protocolos internos que devem ser realizados pelas clínicas e hospitais, Clemente destaca que a atuação preventiva do profissional jurídico, com conhecimento específico da área da saúde, permite identificar brechas nos processos assistenciais e propor melhorias que reforcem a segurança tanto da equipe quanto dos pacientes.
"Essa atuação integrada entre o jurídico e o operacional assistencial resulta em processos mais seguros e eficientes. Para que essa interação seja efetiva, é preciso ir além da especialização jurídica, ou seja, é necessário vivenciar a rotina hospitalar, compreender os fluxos de ponta a ponta e dominar ferramentas de gestão como o PDCA (Plan, Do, Check, Act), amplamente utilizada na avaliação da eficiência dos processos de atenção à saúde", finaliza o advogado.
A advogada Karla Kiuchi, especialista em Direito Médico, alerta que os dados precisam ser interpretados com cautela. "É preciso ressaltar que este número não está relacionado diretamente a 37 mil falhas reais, pois muitas destas ações são julgadas improcedentes, exatamente por não ter havido nenhuma falha assistencial", diz a especialista.
Segundo ela, o crescimento de processos tem duas principais causas: "A facilitação e popularização do acesso à Justiça e a queda na qualidade da assistência", aponta. A má formação de profissionais, a sobrecarga da rede pública e a falta de estrutura figuram entre os principais fatores de risco.
Muitos pacientes ainda atribuem os danos exclusivamente à conduta do médico, mas a especialista explica que, na prática, o cenário é mais complexo. "A responsabilidade do hospital particular, em relação a uma falha pessoal do médico, vai depender da relação existente entre eles. Se o médico é funcionário, o hospital responde. Mas se ele apenas aluga o centro cirúrgico, por exemplo, o hospital responde apenas pelo serviço de hotelaria", explica Karla, citando entendimento do STJ.
Para a médica Caroline Daitx, especialista em medicina legal e perícia médica, com pós-graduação em gestão da qualidade e segurança do paciente, os números refletem uma realidade grave e multifatorial. Segundo ela, as falhas assistenciais decorrem de fatores estruturais e culturais profundamente enraizados nos sistemas de saúde. "Do ponto de vista estrutural, essas falhas frequentemente decorrem de deficiências crônicas como a sobrecarga dos serviços, a escassez de profissionais, a inadequação de protocolos clínicos e a insuficiência de recursos tecnológicos e materiais", explica. Esses elementos comprometem diretamente à execução segura de procedimentos e favorecem a ocorrência de eventos adversos.
No aspecto cultural, a médica destaca a ausência de uma cultura de segurança consolidada como um dos principais entraves à melhoria contínua. "Em muitos ambientes hospitalares, persiste a culpabilização individual em detrimento da análise sistêmica dos incidentes, o que inibe a notificação voluntária de falhas e compromete o aprendizado organizacional. Esse cenário impacta diretamente a segurança do paciente, contribuindo para a ocorrência de eventos evitáveis como erros de medicação, infecções hospitalares e procedimentos realizados de forma incorreta", afirma a especialista.
Entre as medidas mais eficazes para reduzir falhas assistenciais, Daitx destaca a padronização de processos críticos, como a administração de medicamentos e a realização de cirurgias, com uso de duplo cheque independente e checklists de segurança. Ela também enfatiza a importância da comunicação estruturada entre equipes, especialmente nas transições de turno e em situações de emergência, além do treinamento contínuo com simulações clínicas e revisões periódicas de protocolos. "O fortalecimento da cultura de segurança, que valoriza a notificação de incidentes sem punição e promove o aprendizado organizacional, é essencial para criar um ambiente clínico mais resiliente", conclui.
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Desenvolvimento sustentável: a importância de mecanismos éticos
Em recente participação no Fórum Esfera Brasil, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, destacou com precisão um dos eixos mais sensíveis e transformadores da estrutura institucional brasileira: a urgência da autorregulação como pré-condição para o país avançar como civilização. A afirmação não apenas ressoa com os fundamentos defendidos pelo Instituto Ética Saúde (IES), como também se materializa em práticas concretas desenvolvidas ao longo da última década pelo setor de saúde – especialmente no ambiente da saúde suplementar e das relações público-privadas.
A defesa da autorregulação feita pelo ministro Salomão aponta para um amadurecimento institucional que, no Brasil, tem ocorrido muitas vezes à revelia de marcos normativos definitivos. Em diversos setores, o Judiciário tem sido chamado a assumir papéis típicos de mediação regulatória, o que revela, como afirmou o ministro, “que se não acontecer, as coisas acabam não funcionando”. Em outras palavras: onde faltam estruturas de controle, a judicialização se impõe como substituto emergencial da governança.
É precisamente para evitar essa substituição disfuncional que programas estruturados de integridade têm assumido protagonismo, como é o caso da iniciativa Radar da Ética, conduzida pelo IES, desde maio de 2025. O programa mapeia, acompanha e analisa casos de grande relevância envolvendo denúncias, irregularidades, operações de fiscalização e decisões judiciais com impactos diretos no sistema de saúde. O foco está na prevenção e no fortalecimento de uma cultura de conformidade, promovendo a transparência como prática setorial contínua – não apenas como reação eventual.
Paralelamente, o IES tem promovido, ano a ano, o Relatório de Maturidade em Integridade Corporativa, baseado em um questionário técnico aplicado a todos os seus associados. Realizando uma análise dos ciclos entre 2017 e 2024 revelou uma mudança estrutural significativa: mais de 80% das respostas em 2024 demonstraram aderência efetiva às práticas de governança, políticas anticorrupção, canais de denúncia e comitês de integridade, indicando que a conformidade deixou de ser uma meta retórica para se tornar realidade prática.
A experiência do Instituto Ética Saúde se alinha ao conceito de autorregulação privada espontânea, conforme delineado por especialistas em direito regulatório. Trata-se de um sistema normativo construído a partir da autonomia de vontade coletiva dos atores do setor da saúde, que criam, aprovam e se submetem voluntariamente a normas e padrões éticos de conduta. Esse modelo, como reconhece a literatura especializada, promove a segurança jurídica, a previsibilidade e a estabilidade institucional, aspectos fundamentais para a boa governança.
No caso do IES, a autorregulação não se resume à elaboração de códigos ou recomendações. Ela inclui mecanismos concretos de monitoramento, auditoria externa, instâncias de apuração e sanção por descumprimento das normas, além de constante atualização dos compromissos firmados. Essa estrutura operacional aproxima-se daquilo que a doutrina qualifica como autorregulação com função coercitiva e disciplinadora, característica de modelos maduros e efetivos de controle social privado. O engajamento contínuo dos signatários, a corresponsabilidade setorial e o acompanhamento técnico especializado conferem legitimidade e autoridade ao sistema de integridade promovido pelo IES, servindo como referência positiva inclusive para a Administração Pública ao reconhecer, chancelar ou adotar práticas oriundas do setor regulado.
O modelo de autorregulação promovido pelo Instituto Ética Saúde é fundamentado na lógica da corresponsabilidade e da transparência colaborativa. Ele opera por meio de normas internas, compromissos públicos de integridade, e avaliação constante dos associados, com base em critérios técnicos definidos coletivamente e revisados periodicamente. A adesão ao sistema de autorregulação do IES não se limita a uma formalidade institucional – ela implica acompanhamento contínuo, auditoria externa e sanções em caso de descumprimento, garantindo um ciclo permanente de melhoria, confiança e credibilidade setorial.
Esses indicadores demonstram o poder da autorregulação voluntária e monitorada para gerar mudanças substanciais na cultura corporativa, sem a necessidade de imposição exclusivamente estatal. A experiência do IES, inclusive, é emblemática na demonstração de que as empresas que se envolvem genuinamente com processos de avaliação interna e com o acompanhamento institucional elevam seus padrões operacionais e conquistam maior confiança do mercado e da sociedade.
É nesse contexto que a fala do ministro Salomão ganha ainda mais relevância: o desenvolvimento sustentável do país depende da criação de mecanismos estáveis, éticos e transparentes de controle. Isso inclui, sem dúvida, a regulação da atividade econômico-financeira, da política pública e do uso de recursos em setores estratégicos como saúde, meio ambiente, energia e tecnologia.
Mais do que uma exigência técnica, a governança baseada em integridade, como reconhece o próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é uma condição indispensável para a pacificação institucional e a construção de uma justiça social baseada em eficiência e responsabilidade.
Acreditamos que apenas com o envolvimento direto das empresas, da sociedade civil e das instâncias de controle técnico será possível consolidar um ambiente onde a ética e a responsabilidade sejam o centro das decisões estratégicas – e não apenas sua consequência eventual. E tal fato, observando a autorregulação privada proposta pelo Instituto Ética Saúde, e a consolidação dos seus resultados, já é um modelo existente e consolidado, que demonstra um avanço real para a condução do livre mercado e sua justa maneira gerir com ética e transparência os negócios.
*Julio Zanelli é assessor de Ética e Integridade do Instituto Ética Saúde.
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Responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou norma inédita para a regulamentaçãodos locais de estágios curriculares oferecidos no País, onde as competências práticas são apreendidas pelos estudantes de medicina. A Resolução CFM nº 2.434/2025 torna coordenadores dos cursos responsáveis técnicos e éticos pelos campos de estágio durante a graduação, assim como o diretor técnico é responsável pelo hospital.
A norma traz segurança tanto para os estudantes e coordenadores, que terão garantida infraestrutura e condição adequada de estágio, quanto para pacientes, uma vez que graduandos terão atuação obrigatoriamente supervisionada. A medida abrange o estágio obrigatório de formação em serviço (internato) ou em quaisquer outras atividades que envolvam interações entre graduandos de medicina, preceptores ou professores e médicos com pacientes e/ou familiares.
Se os fiscais médicos dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) constatarem algum tipo de problema nas condições de infraestrutura, recursos humanos, responsabilidade técnica, segurança do paciente, entre outros, eles poderão determinar a interdição ética, total ou parcial, temporária ou definitiva das atividades médicas de ensino no campo de estágio irregular. Para o relator, conselheiro Alcindo Cerci Neto, a resolução é um marco essencial para aprimorar a governança da formação médica no Brasil.
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TV ANHANGUERA
Secretaria de Saúde de Goiás divulga que duas clínicas de hemodiálise são liberadas
Prefeitura de Goiânia é condenada a pagar indenização por morte de mulher
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias
https://diariodegoias.com.br/novas-oss-assumirao-maternidades-de-goiania-em-ate-dez-dias/500898/
Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão
https://www.foconacional.com.br/2025/08/exposicao-visoes-compartilhadas.html
Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje
Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio
Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei
Vídeo mostra procedimento estético sendo ensinado em palestra
DIÁRIO DE GOIÁS
Novas OSs assumirão maternidades de Goiânia em até dez dias
SMS publicou empenhos e escolheu novas organizações sociais para as maternidades públicas, mas contratos ainda não foram assinados
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou um comunicado no qual não confirma os nomes e informa que também não assinou os contratos, mas o órgão já escolheu e já empenhou os valores para as novas organizações sociais (OSs) que vão assumir as três maternidades públicas de Goiânia – Nascer Cidadão, Dona Iris e Célia Câmara, o que deve ocorrer nos próximos dez dias. Os empenhos são referentes a três meses na forma de colaboração emergencial.
Conforme consta no Portal da Transparência, vão assumir os serviços a Associação Hospital Beneficente do Brasil (R$ 5,9 milhões), Instituto Patris (R$ 16,7 milhões) e Sociedade Beneficente São José (R$ 15,3 ) para a gestão, respectivamente, da Maternidade Nascer Cidadão, Dona Íris e Célia Câmara. Os valores são pelos serviços até outubro.
Na nota (lei a íntegra ao final), a SMS informa que os instrumentos jurídicos não foram devidamente formalizados – por isso não cita os nomes, apesar de os empenhos já serem públicos. Além disso, destaca que a atual gestora, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) permanece à frente das três unidades.
Os órgãos envolvidos deverão pactuar a transição. A expectativa é de que o processo seja desgastante já que envolve dívidas milionárias deixadas pela gestão anterior, centenas de servidores e cerca de 80 fornecedores, muitos com créditos a receber.
Na semana passada, a Fundahc se manifestou após a publicação da Portaria nº 212/2025 pela Secretaria Municipal de Saúde, criando uma Comissão Especial de Transição para repassar a administração das três unidades às OSs. Na ocasião, salientou que se manteria na gestão até que todos os trâmites legais fossem cumpridos.
Desde que foi notificada sobre o fim do contrato, no dia 28, questionada sobre quais medidas vai adotar, a Fundahc não confirmou se vai buscar a via judicial.
Nesta sexta-feira (1º) a Fundahc não quis comentar o avanço no desligamento da gestão das maternidades com a publicação dos empenhos no Portal da Transparência, embora tenha ciência deles. A instituição encaminhou a mesma nota que a SMS divulgou sobre o processo.
Saída debaixo de atrasos nos repasses e críticas
A fundação deixará os serviços em momento delicado, sob críticas severas do prefeito Sandro Mabel (UB) que aponta preços elevados em relação à qualidade dos serviços, baseado inclusive em um relatório técnico da própria SMS que pontua diversas falhas e descumprimento de metas.
Já a Fundahc vinha apontando as dificuldades enfrentadas para cumprir o contrato a contento devido a atrasos nos repasses pela SMS ao longo de aproximadamente dois anos (da gestão passada). Esses atrasos teriam resultado em uma dívida total de aproximadamente R$ 158 milhões, dos quais mais de R$ 46 milhões são da reserva destinada ao pagamento de direitos trabalhistas dos funcionários que serão desligados.
Comunicado
“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que os termos de colaboração para a gestão das maternidades municipais não foram assinados e que disponibilizará os nomes das organizações sociais assim que os instrumentos jurídicos forem devidamente formalizados.
Até a assinatura dos novos termos a gestão das unidades segue sob responsabilidade da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).
Ambas as instituições atuam para que a transição de gestão, quando houver, ocorra da melhor maneira possível, prezando por um processo ético, digno e, acima de tudo, respeitoso com colaboradores, pacientes, fornecedores e prestadores de serviço.”
Secretaria de Saúde de Goiânia e Diretoria Executiva da Fundahc
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FOCO NACIONAL
Exposição “Visões Compartilhadas” aproxima arte e sensibilidade no IPVisão
Mostra cultural é fruto de parceria entre o Instituto Rizzo e o Instituto Panamericano da Visão com obras de alunos e professores dos cursos de pintura da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França
De 5 de agosto a 30 de setembro, o Instituto Panamericano da Visão (IPVisão), por meio de parceria cultural com o Instituto Rizzo, receberá a exposição “Visões Compartilhadas”, uma iniciativa que integra arte e humanização em seu espaço. Com cerca de 40 quadros, a mostra ocupará o ambiente de atendimento e recepção do IPVisão, promovendo uma experiência estética para pacientes, acompanhantes e visitantes.
Para a exposição foram convidados artistas plásticos e acadêmicos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. Uma forma de celebrar a arte goiana em suas mais variadas técnicas—óleo, acrílica e colagens—e com um rico diálogo entre tradição e inovação. Segundo Gisele Jacinto Lopes, coordenadora de Artes Visuais do Basileu França, a exposição “Visões Compartilhadas” é fruto de uma parceria muito especial.
“Reunimos alunos e professores dos cursos de pintura em um espaço de trocas, experiências e múltiplas expressões artísticas. Aqui, cada obra revela a identidade de quem a criou, seja por meio da pintura a óleo, acrílica ou colagens, e, ao mesmo tempo, dialoga com as demais em uma construção coletiva. Temos a honra de contar com grandes nomes como Carlos Catini, Alexandre Liah, Fernanda Porto e Liliam Rocha, artistas-professores que, com sua trajetória e sensibilidade, inspiram e compartilham seus processos criativos com os alunos. Também celebramos o talento de novos artistas em formação, que vêm se destacando e mostrando a força da arte em transformação”, destaca.
Para a diretora-executiva do Instituto Rizzo, Gabriela Rizzo, a exposição reforça os valores centrais da instituição. “O Instituto Rizzo se consolida como ponte entre passado e futuro, promovendo preservação cultural, arte e meio ambiente em Goiás. Com ‘Visões Compartilhadas’ damos um novo passo: abrir nossos projetos para uma comunidade mais ampla, usando a arte como elo entre pessoas e suas emoções. Queremos promover trocas reais, fortalecer nossa cultura e valorizar talentos locais”.
Em sintonia, o diretor-geral do Instituto Panamericano da Visão, médico oftalmologista Clausmir Zaneti Jacomini, afirma que a abertura da exposição “Visões Compartilhadas” marca um passo importante na missão do IPVisão de ir além da saúde ocular. “Acreditamos que a arte também cura. Este projeto nasceu do desejo de transformar o ambiente hospitalar em um espaço que acolhe com beleza, cultura e sensibilidade. É uma forma de oferecer mais do que atendimento: oferecer experiências que tocam, emocionam, alegram”, afirma.
Ele destaca ainda que essa é a primeira de uma série de exposições previstas para ocorrer em parceria com o Instituto Rizzo. “Queremos que o IPVisão seja um ponto de encontro entre a medicina e a expressão artística. Essa é apenas a primeira de muitas ações culturais que virão”, completa.
Serviço:
Exposição Visão Compartilhada
Data: 5 de agosto a 30 de setembro de 2025
Local: IPVisão - Av. T-8, n° 171 - St. Marista, Goiânia - GO
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PORTAL G1
Caneta contra obesidade brasileira começa a ser vendida hoje
Medicamento tem como princípio ativo a liraglutida. Empresa se torna a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.
A primeira caneta contra obesidade com fabricação própria no Brasil estará disponível nas farmácias a partir desta segunda-feira (4). O medicamento injetável chamado de Olire tem como princípio ativo a liraglutida e foi desenvolvido pela farmacêutica brasileira EMS.
Além da caneta voltada para o tratamento da obesidade, a fabricante também lançou uma caneta indicada para o controle do diabetes tipo 2, chamada Lirux.
Segundo a EMS, os produtos devem ser comercializados com preços a partir de R$ 307,26.
Esses são os primeiros análogos de GLP-1 desenvolvidos e produzidos no Brasil que irão atender a população brasileira.
A empresa ainda ressalta que o produto não é classificado como um medicamento genérico.
"Diferentemente de um genérico, a liraglutida da EMS foi aprovada pela Anvisa como um novo medicamento de ingrediente ativo já registrado no Brasil, pois é fruto de uma inovação tecnológica exclusiva no país", afirma a EMS em nota.A aprovação foi concedida pela Anvisa no final de dezembro e fez com que a farmacêutica se tornasse a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1.
A previsão da EMS é produzir 200 mil canetas de ambos os lançamentos ainda em 2025. Em 12 meses, deverão ser disponibilizadas mais de 500 mil unidades no Brasil.
A farmacêutica também já prevê o lançamento de canetas de semaglutida em 2026, quando a patente do medicamento vai expirar no país.
Olire e Lirux
Segundo a fabricante, o Olire age na regulação do apetite, além de melhorar marcadores de risco cardiovascular. É indicado para o tratamento da obesidade.
Já o Lirux é recomendado para o tratamento do diabetes tipo 2. Ambos são marcas de liraglutida da EMS.
Tanto o Olire quanto o Lirux devem ser administrados uma vez ao dia, a qualquer horário e independentemente das refeições. Devem ser injetados por via subcutânea no abdômen, coxa ou parte superior do braço.
Em nota, a empresa afirmou que as canetas serão comercializadas com preço de tabela entre 10% e 20% abaixo das marcas de referência do mercado, "garantindo maior disponibilidade para os milhões de pacientes que necessitam dessas terapias".
Drogas contra obesidade evoluem, prometem maior perda de peso e novos modos de uso
Semaglutida e liraglutida
A semaglutida e a liraglutida ainda são as principais substâncias de canetas injetáveis utilizadas para os tratamentos de diabetes 2 e obesidade.
Os medicamentos reduzem o apetite e dão saciedade. Eles precisam estar inseridos em uma estratégia de tratamento e ser administrados junto ao acompanhamento de um médico.
De acordo com os estudos, a perda de peso alegada é de 6% ao longo de 12 semanas. Mas, enquanto a liraglutida é de uso diário, a semaglutida é semanal.
Entre os principais remédios à base de liraglutida estão o Victoza e o Saxenda. Já o Ozempic e o Wegovy têm como princípio ativo a semaglutida.
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SAÚDE BUSINESS
Hapvida investe R$ 380 milhões na ampliação de rede própria no Rio
A Hapvida firmou contratos para compra e aluguel de áreas imobiliárias destinadas à construção de novas unidades de assistência à saúde no Rio de Janeiro. O investimento total será de aproximadamente R$ 380 milhões.
Este projeto faz parte de um plano de investimento mais amplo de R$ 2 bilhões para construir dez hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Recife, Belém e Campo Grande até 2026. Do montante total, 50% será direcionado a São Paulo, mercado prioritário na nova estratégia de expansão da empresa.
Financiamento do projeto
Dos R$ 2 bilhões de investimento total, R$ 630 milhões virão das reservas de caixa da Hapvida, enquanto o restante será financiado por parceiros, incluindo a gestora de ativos Riza Asset. Em julho, a Riza Asset assinou um acordo de R$ 600 milhões com a Hapvida para construir dois hospitais em São Paulo e Rio de Janeiro por meio de operações built-to-suit. A empresa está negociando parcerias semelhantes.
Leia mais: Hapvida registra lucro líquido de R$ 1,8 bilhão e expande rede própria
Impacto econômico e estratégico
Segundo o Itaú BBA, o plano de expansão da Hapvida é promissor, pois está alinhado com projeções de menor índice de sinistralidade e maiores margens. A expansão no Rio de Janeiro representa um passo estratégico para a empresa, que busca fortalecer sua presença em um dos principais centros médicos do país.
O Rio de Janeiro é reconhecido como um dos polos de turismo médico no Brasil, ao lado de São Paulo, Recife, Curitiba e Porto Alegre, concentrando serviços médicos de qualidade e infraestrutura turística robusta.
A empresa divulgou recentemente seus resultados financeiros para o primeiro trimestre de 2025, com um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões, demonstrando solidez financeira para sustentar seus planos de expansão.
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Pesquisa clínica já nasceu como eixo estratégico na Rede Mater Dei
Com expansão de centros, estudos multicêntricos e atuação multiprofissional, a Rede aposta na pesquisa clínica como alavanca para inovação e acesso à saúde.
Em um cenário cada vez mais orientado por evidências e inovação, a pesquisa clínica tem se consolidado como uma frente relevante para o avanço do cuidado em saúde. Além de garantir segurança e eficácia a novos tratamentos, essa prática contribui para ampliar o acesso a terapias emergentes e fortalecer a assistência baseada em ciência.
Apesar de o Brasil ocupar a sexta posição no mercado farmacêutico global, sua participação nos estudos clínicos ainda representa cerca de 2% dos ensaios em andamento no mundo. No entanto, o país lidera a América Latina em volume de estudos ativos, com mais de 8.800 registros, segundo dados públicos.
Diante desse cenário, diversas instituições de saúde têm buscado integrar a pesquisa científica à prática assistencial. A Rede Mater Dei de Saúde, por exemplo, tem estruturado iniciativas voltadas ao fortalecimento da pesquisa clínica, incorporando esse eixo às estratégias de gestão hospitalar.
A pesquisa como parte da assitência
Desde a inauguração do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador, em novembro de 2023, a rede vem ampliando sua atuação no campo da pesquisa. A iniciativa busca oferecer suporte qualificado a projetos científicos e ampliar o acesso de pacientes a tratamentos em desenvolvimento.
“O desenvolvimento do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei foi uma provocação da própria diretoria na minha chegada”, relata Jamary Oliveira Filho, coordenador da UTI Neurológica e Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Mater Dei Salvador. “A ideia partiu do José Henrique, Felipe Ligório e outros membros da diretoria, com o objetivo de tornar a pesquisa clínica mais profissionalizada.”
O centro foi apresentado durante o quinto Encontro de Lideranças Médicas e do Corpo Clínico da unidade de Salvador. Com uma estrutura física dedicada e equipe multiprofissional — composta por farmacêutica, secretária executiva, coordenadores e equipe de apoio —, o espaço tem possibilitado a condução de estudos clínicos nacionais e internacionais, em diferentes áreas terapêuticas.
Estrutura integrada favorece agilidade e expansão
A organização da rede — presente em Minas Gerais, Bahia e Goiás —, com protocolos institucionais padronizados e comitê de ética centralizado, tem viabilizado a participação em estudos multicêntricos.
“Temos grupos que interagem entre si com protocolos únicos institucionais. Isso facilita a atração de estudos clínicos multicêntricos para serem desenvolvidos dentro da rede”, afirma Jamary. Segundo ele, quando um projeto é aprovado em uma das unidades, há possibilidade de implementação simultânea em outras, o que pode otimizar tempo e ampliar o recrutamento.
Entre os estudos já realizados, estão pesquisas voltadas à fibrose pulmonar, rinite e doenças pulmonares intersticiais. Novos projetos, relacionados a condições como Parkinson, Alzheimer e AVC, encontram-se em fase de recrutamento.
“Esses tratamentos novos são oferecidos aos pacientes da instituição, que participam de forma voluntária (…) É uma chance de acesso a terapias que muitas vezes não são custeadas pelo SUS ou pelos planos de saúde”, pontua o coordenador.
Segundo Jamary, a integração entre os times assistenciais e os projetos de pesquisa ocorre de forma articulada, especialmente em situações clínicas que esgotaram as opções terapêuticas convencionais.
“As doenças e a medicina têm limites, que estão justamente nas pesquisas. Quando o paciente esgota as linhas de tratamento disponíveis, a pesquisa clínica pode ser a única alternativa”, explica.
Formação de pesquisadores e governança regulatória
A entrada de novos estudos pode ocorrer tanto por meio da articulação direta do centro com patrocinadores quanto por propostas apresentadas por investigadores vinculados à instituição.
“Como temos pesquisadores experientes em recrutamento, muitas vezes são eles que recebem diretamente o convite de patrocinadores”, afirma Jamary. “Nesse caso, avaliamos o interesse institucional e viabilizamos a infraestrutura para conduzir o projeto.”
A condução dos estudos clínicos na rede segue as diretrizes das boas práticas clínicas internacionais, com auditorias promovidas por patrocinadores, agências reguladoras e entidades independentes. “Todas as pesquisas são auditadas externamente, e precisamos disponibilizar toda a documentação. Isso aumenta a confiabilidade dos resultados gerados”, detalha.
A capacitação de profissionais também é uma frente considerada prioritária. Para garantir a qualidade desde o início, o centro recrutou profissionais com experiência prévia em pesquisa. Ao mesmo tempo, promove a formação de novos pesquisadores, com orientação individualizada.
“Faço reuniões frequentes com quem quer conduzir seu primeiro estudo. É importante que entenda o trabalho envolvido, mas também os benefícios de desenvolver essa carreira como médico pesquisador”, reforça.
Segundo o coordenador, a pesquisa clínica representa hoje uma das frentes em expansão dentro da rede. “Essa é uma das áreas mais desafiadoras e promissoras dentro da rede hoje. A pandemia nos mostrou como a ciência pode responder rapidamente a problemas complexos. Mas diariamente enfrentamos doenças que ainda não têm solução. A pesquisa é o caminho”, afirma.
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PORTAL ND+
‘Se meteram onde não devem’: Procon e CRM sofrem ameaça em evento de estética em Florianópolis
Fiscais do Procon apuravam irregularidade em congresso sobre harmonização facial; bilhete encontrado no carro continha ameaças ao Procon e ao CRM
uatro fiscais, dois do Procon e dois do CRM (Conselho Federal de Medicina), sofreram represálias, na última quinta-feira (31), durante uma operação no Congrehof (Congresso de Harmonização Facial, Corporal e Saúde Integrativa) que acontece no CentroSul em Florianópolis. O evento continua neste sábado (2).
A operação partiu de uma denúncia sobre falta de qualificação dos palestrantes, que estariam ensinando procedimentos exclusivos a médicos, como harmonização corporal e glútea, a um público leigo. O ingresso do evento chega a custar R$ 3.394,00.
Segundo a Resolução 1.718/2004 do Conselho Federal de Medicina, “é vedado o ensino de atos médicos privativos, sob qualquer forma de transmissão de conhecimento, a profissionais não-médicos”.
Quais foram as ameaças ao Procon e ao CRM
O motivo da operação chegou a ser questionado pelos representantes do evento e, segundo o Procon, os organizadores do evento tentaram barrar a entrada dos agentes.
O Procon tem poder de polícia, então a sua entrada no congresso não poderia ser impedida. Por isso, os fiscais ameaçaram acionar a Polícia Civil para permitir o acesso ao evento.
Um bilhete com ameaças ao Procon e ao CRM foi encontrado no carro dos agentes. Na mensagem estava escrito “vieram se meter onde não devem”.
Órgãos se posicionam sobre ameaças ao Procon e ao CRM
Em notas, o Procon e o CRM repudiaram as ameaças e minimizaram a intimidação. Andréa Antunes, presidente do CRM, disse que o órgão “irá seguir firme contra o exercício ilegal da medicina”.
Já a delegada Michele Alves, diretora do Procon SC, afirmou que as ações do órgão vão continuar para “garantir a segurança do consumidor catarinense, principalmente em relação à saúde”.
Notificações e possíveis irregularidades
No material de divulgação do congresso não constava o número de registro dos respectivos órgãos de classe dos palestrantes, de modo que não era possível saber se os profissionais são registrados.
O CRM verificou os registros e, após a fiscalização, a Congrehof divulgou nesta sexta-feira (1°), segundo dia do evento, o número de registro nos respectivos órgãos de classe dos palestrantes.
A operação também buscou coibir o ensino de práticas médicas para não médicos. Conforme o CRM, o evento não limitou as inscrições para profissionais da área da saúde e qualquer pessoa poderia se inscrever e aprender procedimentos técnicos que estavam sendo expostos.
De acordo com o CRM, as medidas administrativas e judiciais pertinentes serão avaliadas após conclusão do relatória de vistoria.
Ainda, o Procon notificou alguns expositores que estavam ofertando produtos sem indicação de preço, o que, segundo o órgão, foi rapidamente adequado após a ação.
Organizadores não concordam com ameaças ao Procon e ao CRM
A organização do evento repudiou as ameaças ao Procon e ao CRM e disse que se solidariza com os fiscais. Ainda, afirmou que está auxiliando os órgãos de segurança a identificar a origem desse bilhete. No entanto, a violação da norma do CFM foi rebatida.
“Foi informado que os fiscais tentaram identificar uma possível infração do código de ética, com o uso de técnicas exclusivas do profissional médico para lições e ensinamentos para profissionais não médicos, o que não se verificou”, disse o advogado da Congrehof, Luis Burtet.
A reportagem questionou a Congrehof sobre os requisitos para inscrições nas palestras, mas até o momento de publicação não teve retorno. A organização do evento também não se manifestou sobre a tentativa de barrar os fiscais. O espaço segue aberto.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Crise na hemodiálise: Clínicas interditadas pelo estado podem ser reabertas
Definidas as OS´s que vão administrar maternidades
Presidente do CFM critica abertura indiscriminada de faculdades e cobra criação do Exame de Proficiência
CFM e CNBB reafirmam defesa da vida intrauterina e a crueldade da técnica assistolia fetal
Caiado reforça articulação com EUA para proteger Goiás do tarifaço
Planos: quando o conservadorismo custa mais do que a inovação
https://medicinasa.com.br/planos-saude-conservadorismo/
TV ANHANGUERA
Crise na hemodiálise: Clínicas interditadas pelo estado podem ser reabertas
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Definidas as OS´s que vão administrar maternidades
PORTAL CFM
Presidente do CFM critica abertura indiscriminada de faculdades e cobra criação do Exame de Proficiência
Na abertura do XV Fórum Nacional de Ensino Médico de Conselho Federal de Medicina (CFM), o presidente da autarquia, José Hiran Gallo, defendeu a aprovação urgente do Projeto de Lei nº 2.294/2024, que propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina, especialmente diante da explosão do número de escolas médicas no Brasil. A quantidade dobrou em pouco mais de 10 anos, chegando a 448, e ainda há 292 solicitações em tramitação no Ministério da Educação com pedidos de abertura de novos cursos.
“Nos EUA, com uma população 70% maior que a nossa, são 211 faculdades. Na Índia, com quase sete vezes mais habitantes, existem 605. No início de todo esse processo, a justificativa do governo era de que a abertura de cursos seria o caminho para fixar recém-formados nas regiões de difícil provimento. Porém, isso não aconteceu, mantendo-se alta concentração no Sul e Sudeste. O fato é que o crescimento acelerado do ensino superior na medicina ocorreu de forma indiscriminada. Os cursos – em especial privados – surgiram sem lastro em termos de corpo docente e de campos de prática”, ressaltou.
Segundo ele, a ausência de critérios regulatórios repercutiu na qualidade do egresso. Em sua avaliação, trata-se de uma questão que envolve a responsabilidade solidária com a preservação da saúde e da vida. “A criação do Exame de Proficiência é uma medida necessária, urgente e transformadora não só para o ensino, mas para a qualificação da assistência médica no País. O projeto de lei estabelece que somente médicos que passarem nesse exame poderão se registrar nos Conselhos Regionais de Medicina”, explicou Gallo.
Ele ressaltou que, após inúmeros apelos do CFM e de outras entidades médicas, o governo propôs dar início à avaliação de progresso individualizada dos estudantes nos ciclos básicos e clínico por meio do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). Para o presidente do CFM, se trata de uma iniciativa de extrema relevância, que merece apoio sobretudo se levar ao fechamento de vagas e de cursos de medicina que não estiveram cumprindo sua missão: formar adequadamente o médico. “Mas, sem o Exame Nacional de Proficiência em Medicina, não resolverá os problemas”, destacou.
Nas provas, será verificado de forma justa e transparente se o recém-formado tem o preparo mínimo exigido para o exercício da profissão, em processos semelhantes que ocorrem em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Alemanha. “Assim, o Exame Nacional de Proficiência funcionará como barreira de proteção para a sociedade, em especial dos que dependem exclusivamente do SUS”, concluiu.
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CFM e CNBB reafirmam defesa da vida intrauterina e a crueldade da técnica assistolia fetal
Assistolia fetal foi o tema central de reunião institucional entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quinta-feira (31) na sede da autarquia em Brasília.
Suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 989, a Resolução CFM nº 2.378/24 veda a prática a partir da 22ª semana gestacional.
Secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers destacou que o objetivo do encontro é reafirmar o compromisso conjunto com a defesa da vida e com os princípios que regem a atuação médica no Brasil. “Se não defendemos esse tema, nenhum outro tema tem sentido para nós — que é a vida, o início da vida”, enfatizou Dom Ricardo.
A assistolia fetal é um ato médico que, através administração de drogas no coração do feto, leva ao feticídio antes da interrupção de gravidez. Considerando que, a partir da 22ª semana gestacional, há viabilidade de vida extrauterina do nascituro, como já estabelecido pela embriologia, a realização da assistolia fetal a partir dessa idade não tem previsão legal, é antiética e vedada ao médico.
“O bebê está vivo, mas não pode se defender. O direito de nascer deve ser preservado, com base na Constituição Federal e nos direitos fundamentais, assim como a medicina deve ser usada em defesa da vida e da segurança do ser humano”, destacou Hiran Gallo.
A conselheira Dra. Yáscara Pinheiro destacou a incongruência entre o rigor com o bem-estar animal e a defesa da prática com seres humanos: “Existem protocolos rígidos para que pesquisas não submetam ratos ao sofrimento; a assistolia também é proibida com animais. Mas, com humanos, há quem defenda esse tipo de procedimento, que implica em aplicar uma injeção no coração do bebê, provocando diretamente na morte”, alertou Yáscara. O assessor institucional da CNBB Frei Jorge Soares acrescentou: “estamos humanizando os animais e bestializando os humanos.”
Na reunião, o CFM e CNBB reforçaram o compromisso institucional em defesa dos direitos fundamentais, da dignidade humana e da ética médica.
Também participaram da reunião o conselheiro federal Carlos Magno, o subsecretário-geral da CNBB, Leandro Megeto, e o representante da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB Rodolfo Pinho.
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A REDAÇÃO
Caiado reforça articulação com EUA para proteger Goiás do tarifaço
Confira o vídeo publicado nas redes
O governador Ronaldo Caiado afirmou nesta quinta-feira (31/7) que segue mobilizado para proteger a economia de Goiás diante do aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em vídeo publicado nas redes sociais, Caiado destacou que tem mantido contato direto com o encarregado de negócios da Embaixada Americana, Gabriel Escobar.
Caiado lembrou que, desde que tomou conhecimento da situação, tem trabalhado junto ao secretariado estadual para atender as empresas que serão mais penalizadas, visando cuidar da sobrevivência dos negócios e a manutenção dos empregos dos goianos.
O governador ressaltou que realizou uma audiência por videoconferência com o encarregado direto de negócios da Embaixada Americana, Gabriel Escobar, para tratar do assunto. “Sempre existiu uma parceria do Governo de Goiás com os Estados Unidos. É fundamental que tenhamos esse nível de parceria, pois é isso que o setor também espera por parte do governo americano”, disse o chefe do Executivo goiano ao manifestar sua insatisfação com o fato de setores importantes para a economia goiana, como o de carnes e açúcar, terem sido mantidos na tarifação.
Caiado afirmou que Gabriel Escobar recebeu bem a solicitação do Governo de Goiás e irá “trabalhar intensamente neste sentido” com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, visando reduzir os impactos no setor goiano. Enquanto não há uma posição definitiva entre os dois países em relação às taxas, o Governo de Goiás anunciou uma série de medidas para amparar as empresas goianas atingidas. No dia 22 de julho, o governador anunciou a abertura de linhas de créditos aos empresários.
Ajuda efetiva
Entre as medidas está a criação do Fundo Creditório, que visa apoiar os 18 segmentos da economia goiana que mais exportam para os Estados Unidos. Com ele, devem ser investidos R$ 628 milhões em créditos de Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) passíveis de utilização como garantia para acesso às linhas de crédito.
Outra opção é a utilização do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), um fundo público de natureza financeira criado durante a pandemia de Covid-19 com o objetivo de fornecer recursos financeiros para subsidiar o pagamento de encargos em operações de crédito. Já o Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, uma reserva financeira destinada a momentos de crise econômica, também pode ser utilizado para amenizar o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos goianos. A medida tem como objetivo garantir a continuidade de serviços considerados essenciais.
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MEDICINA S/A
Planos: quando o conservadorismo custa mais do que a inovação
Nos últimos anos, o debate sobre inovação no setor da saúde se intensificou – especialmente diante dos avanços em inteligência artificial, tecnologia vestível, integração de dados e novos modelos de atendimento. No entanto, uma peça-chave desse ecossistema insiste em se mover lentamente: os planos de saúde.
A impressão é clara: enquanto o mundo avança com tecnologias que prometem mais precisão, prevenção e personalização, os planos continuam presos a um modelo que enxerga inovação como custo – não como valor. Mas até quando essa lógica se sustentará?
Os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram um cenário revelador: os planos de saúde registraram lucro líquido de R$11,1 bilhões em 2024, um aumento de 271% na comparação com 2023. Para colocar em perspectiva, esse resultado é superior ao obtido nos três anos anteriores somados. No entanto, a mesma ANS limitou o reajuste para planos individuais em 6,91% (maio/2024–abril/2025).
Ou seja, embora as receitas cresçam, os custos para o consumidor são mantidos relativamente controlados, deixando no ar a pergunta: onde está sendo investido esse lucro?
De acordo com o Censo 2022 do IBGE, a saúde suplementar caminha em ritmo acelerado. O número de beneficiários cresceu 12% entre 2010 e 2022 – quase o dobro do crescimento da população brasileira, que foi de 6,5% no mesmo período. Isso demonstra que a demanda por serviços privados só aumenta. Mas será que essa demanda está sendo atendida por planos que acompanham a inovação e as necessidades reais dos usuários?
É fato que vivemos em um país onde os serviços de urgência e emergência são majoritariamente responsabilidade do SUS. Ainda assim, os planos privados ocupam um papel central como articuladores do sistema. A questão é que, apesar de contarem com uma quantidade crescente de dados e soluções tecnológicas, muitos ainda preferem manter-se inertes, operando em estruturas ultrapassadas, desconectadas e com uma visão fragmentada do paciente.
Cada stakeholder desse ecossistema – hospitais, médicos, operadoras, pacientes – continua olhando apenas para o seu pedaço da jornada. E é justamente essa falta de visão sistêmica que impede avanços reais. Não é por acaso que empresas que se verticalizam e oferecem soluções ponta a ponta têm crescido. Elas enxergam o todo, conectam as pontas e – mais importante – integram tecnologia com propósito.
A pandemia evidenciou a urgência de transformação. A flexibilização do Conselho Federal de Medicina em relação à telemedicina, por exemplo, escancarou a possibilidade de escalar o atendimento com eficiência. Hoje, é possível imaginar um médico recebendo suporte de inteligência artificial com dados contextuais antes de uma consulta – seja online ou presencial. Isso não substitui o profissional, mas amplia sua capacidade de tomada de decisão. Ainda assim, poucos planos estão investindo seriamente nessa estrutura.
Não é só uma questão tecnológica – é uma mudança de postura. Fala-se muito sobre planos super premium, com promessas de acesso a hospitais de ponta. Mas a inovação não pode ser privilégio de poucos. A verdadeira transformação está na base: integrar dados, promover a prevenção, reconhecer hábitos e personalizar os cuidados. Isso, sim, gera valor real. Isso, sim, reduz custos no médio e longo prazo.
A saúde baseada em dados não é mais um conceito futurista. Hoje, com uma simples pulseira inteligente, já consigo monitorar meus batimentos, níveis de estresse e sono. Compartilho essas informações com meu médico, que passa a atuar de forma muito mais estratégica. Às vezes, a prescrição não será um remédio, mas uma mudança de rotina. Esse é o ponto: a tecnologia não substitui o cuidado humano, mas o potencializa.
Enquanto isso, seguimos com sistemas de gestão que tratam o paciente como um número – e não como alguém com histórico, contexto e necessidades específicas. Continuamos pagando por retratamentos, exames duplicados e consultas desnecessárias simplesmente porque os sistemas não se conversam. A descentralização dos dados segue como um gargalo imenso. Grandes empresas tentaram resolver isso há mais de uma década e desistiram. Mas o problema persiste.
O que falta, então? Visão. Coragem. Liderança. Os planos de saúde precisam deixar de enxergar a inovação como ameaça. Precisam entender que o maior risco hoje é continuar apostando em um modelo ultrapassado, que privilegia o volume em detrimento da qualidade. A inovação não é um custo: é a única forma de tornar o sistema sustentável no futuro.
E aqui está a provocação: quanto vai custar manter o modelo atual pelos próximos cinco anos? Talvez seja hora de repensar não apenas a tecnologia, mas a mentalidade. Porque no fim do dia, inovar na saúde é cuidar melhor de pessoas – com inteligência, com empatia e com visão de longo prazo.
*Eduardo Freire é CEO e estrategista de inovação da FWK Innovation Design.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
SUS e planos de saúde: especialistas comentam impactos de integração
https://veja.abril.com.br/saude/sus-e-planos-de-saude-especialistas-comentam-impactos-de-integracao/
Planos de saúde atenderão pacientes do SUS a partir de agosto: entenda como vai funcionar o novo programa
Mabel promete trocar junta médica responsável por anlisar atestados de servidores
Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia para fazer tatuagens
https://g1.globo.com/go/goias/playlist/videos-ultimas-noticias-de-goias.ghtml
Por que os remédios não funcionam igual para todas as pessoas?
https://www.metropoles.com/saude/remedios-nao-funcionam-igual-todos
'Confiei na ciência e na fé': a vida de quem participa de estudos para novos medicamentos
Transformação digital e os desafios da saúde privada
https://medicinasa.com.br/transformacao-digital-desafios/
TV ANHANGUERA
Mabel promete trocar junta médica responsável por anlisar atestados de servidores
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Conselho Federal de Medicina proíbe o uso de anestesia para fazer tatuagens
https://g1.globo.com/go/goias/playlist/videos-ultimas-noticias-de-goias.ghtml
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REVISTA VEJA
SUS e planos de saúde: especialistas comentam impactos de integração
A fila de pacientes por atendimento com especialistas na rede pública é histórica e um gargalo que afeta o controle e resolução de problemas de saúde. Não surpreende, assim, o apoio dado por entidades à estratégia anunciada nesta semana pelo Ministério da Saúde e Advocacia-Geral da União (AGU) da troca de dívidas de operadoras por atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em planos de saúde. VEJA ouviu especialistas sobre a iniciativa e eles destacaram os benefícios, mas alertaram para a necessidade de acompanhamento da medida para garantir o atendimento daqueles que aguardam por assistência.
Referência nacional no que diz respeito ao SUS, o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Gonzalo Vecina explica que é necessário estabelecer uma série de ações para contornar o problema do acesso a consultas, exames e cirurgias, e o ressarcimento com serviços pode fazer parte desse conjunto.
“Existe um problema de oferta frente a uma demanda muito grande que é muito clara. Não temos instrumentos imediatos para suprir essa demanda para consultas e exames com especialistas que é trabalhada desde antes do SUS. Aumentar a oferta por meio da diminuição da dívida, não vai resolver, mas vai diminuir o tamanho da fila”, avalia.
Segundo ele, o fortalecimento das medidas nas chamadas Regiões de Saúde, blocos com municípios próximos que compartilham similaridades socioeconômicas e de infraestrutura, é o caminho mais adequado para reestruturar a oferta e demanda por atendimento, bem como estabelecer uma medida durável.
Vecina destaca que a importância de receber a assistência especializada é visível em doenças graves, caso do câncer, mas é algo essencial para qualquer tipo de enfermidade.
“Sair da fila significa encaminhar a resolução de um problema de saúde, porque o paciente precisa marcar consulta, exame e cirurgia para continuar o seu projeto de tratamento. Quanto antes a gente intervém, menos efeitos colaterais a pessoa vai ter e o tratamento precoce é fundamental em todas as doenças.”
O advogado Rafael Robba, sócio do Vilhena Silva Advogados, diz que a medida é interessante para reaver o reembolso do que não foi pago pelas empresas. “O ressarcimento é obrigatório quando um beneficiário do plano utiliza o SUS, só que as operadoras, normalmente, ficam devendo valores muito altos. Seria uma forma de viabilizar o atendimento de usuários do SUS e, por outro lado, ainda que de forma indireta, cobrar o ressarcimento dessas operadoras.”
Fiscalização
Para o médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Walter Cintra Ferreira, a iniciativa demanda fiscalização do Ministério da Saúde para verificar se as operadoras realmente vão prestar o atendimento previsto aos pacientes do SUS.
“Como uma medida emergencial para tentar mitigar uma fila acumulada é válida, mas o governo precisa ser rígido com as operadoras, porque elas estão em dívida com a União. Tem um acúmulo muito grande de pacientes e essas pessoas não podem esperar. É preciso ver se o atendimento que precisa ser feito será cumprido.”
Ferreira defende a resolução de problemas como o subfinanciamento do SUS para avanços na assistência na rede pública de saúde. “Assim, o SUS pode contratar os serviços e dar conta da demanda de necessidade da população.”
Advogado especializado em Direito Médico e Hospitalar, Pedro Stein disse que a solução é inovadora, mas complexa, considerando o fato de que algumas operadoras de saúde já operam perto do limite.
“A portaria que regulamenta o programa menciona a fiscalização dos serviços contratados, mas não estabelece regras sobre filas separadas ou horários exclusivos para pacientes do SUS nos prestadores privados. Isso pode gerar sobrecarga e confusão se não houver uma boa organização operacional por parte dos estados e municípios.”
Stein afirma ainda que a assistência não pode fazer distinção entre os pacientes. “O mais importante é que os serviços oferecidos aos pacientes do SUS tenham qualidade equivalente à da rede privada.”
Entenda a iniciativa
Para reduzir as filas em atendimento na rede especializada, o Ministério da Saúde anunciou no início desta semana que as dívidas de ressarcimento ao SUS das operadoras de saúde poderiam ser convertidas em assistência aos pacientes da rede pública nos planos de saúde. A medida integra o programa Agora Tem Especialistas e deve ter ressarcimento inicial de R$ 750 milhões.
A iniciativa prioriza as seis áreas que são gargalos para o SUS: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia. A adesão deve ser feita de forma voluntária pelas operadoras, que vão passar por análise do ministério, e o serviço será gratuito para os pacientes. Os beneficiários dos planos não serão prejudicados, de acordo com a Associação Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Segundo o ministério, o rol de serviços vai funcionar “como uma prateleira de atendimentos especializados com os quais os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão contar”.
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PORTAL G1
Planos de saúde atenderão pacientes do SUS a partir de agosto: entenda como vai funcionar o novo programa
Medida inédita permitirá que operadoras quitem dívidas com o SUS oferecendo consultas, exames e cirurgias para pacientes da rede pública.
Saúde Pública: pacientes do SUS poderão ser atendidos também por planos de saúde
A partir de agosto, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser atendidos em hospitais e clínicas de planos de saúde. A medida integra o programa Agora Tem Especialistas, anunciado pelo Ministério da Saúde, e tem como objetivo reduzir as longas filas por atendimento especializado na rede pública.
A iniciativa prevê que operadoras quitem dívidas com o SUS — que somam mais de R$ 1 bilhão — oferecendo serviços diretamente aos usuários do sistema público. Em um primeiro momento, cerca de R$ 750 milhões devem ser convertidos em consultas, exames e cirurgias eletivas em sete especialidades prioritárias.
Quais pacientes do SUS serão atendidos?
A nova parceria entre SUS e planos de saúde não permite que qualquer paciente escolha ser atendido em um hospital privado. O acesso seguirá o fluxo atual do SUS:
O paciente procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
O médico da UBS avalia a necessidade de atendimento especializado.
A solicitação é inserida na central pública de regulação, gerida por estados ou municípios.
A regulação define o local de atendimento, que poderá ser uma unidade da rede privada conveniada.
A seleção dos pacientes seguirá critérios clínicos e de prioridade, com foco nas especialidades com maior demanda: oncologia, ortopedia, oftalmologia, ginecologia, otorrinolaringologia, cardiologia e cirurgia geral.
“O cidadão não vai precisar fazer nenhum movimento extraordinário. Ele será agendado e informado, inclusive por WhatsApp”, explica ao g1 o diretor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira.
Como será feita a adesão dos planos?
A participação das operadoras é voluntária. Para aderir, elas devem comprovar capacidade técnica e operacional e apresentar uma proposta de oferta de serviços. Essas propostas serão avaliadas pelo Ministério da Saúde, que verificará se as demandas do SUS na região serão atendidas.
A adesão será feita por meio da plataforma InvestSUS, e os atendimentos só começarão após aprovação da oferta e organização da regulação local.
Somente operadoras com capacidade para realizar mais de 100 mil atendimentos mensais poderão aderir ao programa. Em casos excepcionais, operadoras menores — com mínimo de 50 mil atendimentos/mês — também poderão participar, desde que atendam regiões com carência de serviços.
Por que planos vão atender pacientes do SUS?
A medida é uma forma de quitar dívidas de ressarcimento ao SUS. Pela legislação, quando um beneficiário de plano de saúde é atendido na rede pública, a operadora deve reembolsar os custos ao Fundo Nacional de Saúde. No entanto, muitas não fazem o pagamento, gerando um passivo bilionário.
Agora, essas dívidas poderão ser convertidas em atendimentos diretos à população, em vez de pagamentos em dinheiro.
“Se o SUS atendeu um cliente seu, agora você vai atender o povo brasileiro”, diz Oliveira.
Como será o controle e a fiscalização?
Diretora-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla Soares afirma que as operadoras continuarão sendo fiscalizadas e podem ser multadas caso deixem de atender seus próprios clientes ou descumpram obrigações com o SUS.
“Não há espaço para que deixem de atender seus beneficiários para priorizar o SUS. O interesse é ampliar a capacidade de atendimento de forma integrada”, declara.
O programa também prevê um novo modelo de pagamento. Os planos só serão remunerados após entregarem todo o combo de serviços especializados, o que inclui consultas, exames e, se necessário, cirurgias.
Integração de dados: SUS e planos no mesmo sistema
Além da parceria para atendimentos, os dados dos pacientes da saúde suplementar passarão a ser integrados à plataforma nacional do SUS. Com isso, será possível acessar o histórico de atendimentos — como consultas e exames — em um único sistema, facilitando a continuidade do cuidado e evitando a repetição de procedimentos.
O que esperar nos próximos meses?
A publicação do edital com regras de adesão sai nos próximos dias.
As operadoras poderão se cadastrar ainda em agosto.
Os primeiros atendimentos estão previstos para as próximas semanas, conforme a adesão das operadoras e organização local das ofertas.
Segundo o Ministério da Saúde, o programa é uma ação emergencial e estratégica para enfrentar o gargalo histórico na atenção especializada do SUS, agravado pela pandemia. “Estamos ampliando a oferta, mobilizando toda a estrutura possível para dar resposta rápida à população”, conclui Oliveira.
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METRÓPOLES
Por que os remédios não funcionam igual para todas as pessoas?
Mesmo com o mesmo diagnóstico, a resposta ao tratamento pode variar bastante de uma pessoa para outra
Um remédio que funciona bem para você pode não ter o mesmo efeito em outra pessoa. Às vezes, o alívio vem rápido. Em outras, parece que nada acontece. Por que isso acontece mesmo quando o diagnóstico é igual?
Segundo a farmacêutica Leila Maluli, de São Paulo, a explicação está no corpo de quem recebe o medicamento. "Uma pessoa muito acima do peso, com o intestino inflamado e que bebe pouca água, por exemplo, pode ter a absorção mais lenta do remédio. Já alguém hidratado, com o intestino saudável, pode ter um efeito mais rápido", afirma.
A via pela qual o remédio é administrado também interfere. Um analgésico aplicado na veia começa a agir quase imediatamente. Já o mesmo remédio tomado por via oral pode demorar até uma hora para surtir efeito.
Organismo e estilo de vida interferem no efeito
A forma como o corpo metaboliza, distribui e elimina os medicamentos varia de pessoa para pessoa. O farmacêutico Édson Figueiredo, de Brasília, aponta que fatores como idade, peso, doenças no fígado ou rins, e problemas intestinais podem influenciar diretamente na resposta ao tratamento.
"Certas condições clínicas alteram o metabolismo dos fármacos e exigem ajustes na dose ou mesmo na escolha do medicamento", explica.
Além disso, a composição corporal também conta. Medicamentos que se acumulam na gordura podem ter efeito diferente em indivíduos com maior percentual de tecido adiposo. "Isso pode retardar ou prolongar o efeito da substância no organismo", completa Figueiredo.
Diferenças entre faixas etárias são bem conhecidas. Crianças têm maior proporção de água no corpo, o que altera a distribuição de medicamentos hidrossolúveis. Idosos, por outro lado, costumam ter metabolismo mais lento e menor capacidade de eliminação dos fármacos, exigindo mais atenção na hora de ajustar as doses.
Leila acrescenta que até os hormônios femininos podem modificar a resposta ao tratamento. "Nas mulheres, há variação no ciclo menstrual que interfere na digestão, na absorção e até na excreção de substâncias", diz.
Genética e efeitos inesperados
Outro fator importante é a genética de cada indivíduo. Algumas pessoas têm predisposição genética para responder melhor ou pior a determinadas substâncias. "Crianças com necessidades especiais, por exemplo, exigem uma abordagem medicamentosa diferente", explica Leila.
Ela lembra também que nem todas as reações são previsíveis. "Uma alergia a penicilina, por exemplo, pode só aparecer na primeira vez que a pessoa tomar o medicamento. Por isso, a auto-observação é fundamental durante o tratamento", afirma.
Alimentação, álcool e cigarro mudam a resposta
O estilo de vida tem peso na forma como o corpo lida com remédios. Dietas ricas em produtos industrializados e inflamatórios prejudicam a flora intestinal e comprometem a absorção de remédios. "Comer arroz, feijão, legumes e verduras melhora a saúde intestinal e favorece a resposta aos tratamentos", destaca Leila.
O uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas também interfere. O farmacêutico Rogério Hoefler, do Conselho Federal de Farmácia, explica que substâncias presentes na fumaça do cigarro aceleram o metabolismo de certos remédios.
"Fumantes podem precisar de doses maiores de medicamentos como teofilina, benzodiazepínicos e alguns antipsicóticos para atingir o mesmo efeito", alerta.
Já o álcool pode tanto retardar quanto acelerar o metabolismo, dependendo da frequência e quantidade de consumo. "Além disso, ele potencializa o efeito sedativo de medicamentos como antialérgicos e ansiolíticos", aponta Tarcísio José Palhano, também do Conselho Federal de Farmácia.
Possíveis interações
A forma como o medicamento é ingerido também influencia na sua eficácia. Tomar antibióticos como as tetraciclinas junto com leite, por exemplo, pode reduzir a absorção da substância. "Jejum e refeições gordurosas também influenciam na absorção dos fármacos no trato gastrointestinal", destaca Palhano.
Tomar dois ou mais medicamentos ao mesmo tempo também pode prejudicar a eficácia do tratamento. "Alguns remédios, quando usados juntos, competem entre si e podem anular o efeito um do outro ou até causar reações adversas", complementa o especialista.
Quando a mente entra em cena
Armazenar bem os medicamentos é essencial para impedir que eles percam a eficácia
O estado emocional e até as crenças pessoais influenciam a forma como o corpo responde ao tratamento. Rogério Hoefler lembra que o chamado "efeito placebo" é real e tem um papel importante em casos como doenças neurológicas, dor crônica e transtornos psiquiátricos.
Mesmo quando a prescrição está correta e bem ajustada ao diagnóstico, a resposta pode ser afetada por aspectos como perfil genético, hábitos, idade, peso, outras doenças e uso simultâneo de medicamentos.
"Por isso, a individualização do tratamento e o acompanhamento constante são essenciais para garantir uma farmacoterapia segura e eficaz", conclui Hoefler.
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O GLOBO
'Confiei na ciência e na fé': a vida de quem participa de estudos para novos medicamentos
Com mudança recente em legislação, Brasil deve receber mais pesquisas do tipo nos próximos anos
Em 2023, quando tinha 47 anos, o administrador Celso Galvão foi pego de surpresa ao receber o diagnóstico de um câncer de próstata com metástase óssea. Sem histórico familiar da doença ou qualquer sintoma aparente, ele mal pode acreditar quando soube que as razões para as idas constantes ao banheiro, notadas pelos amigos com quem costuma tomar mate gelado todo sábado pela manhã, tinham esse motivo.O oncologista que já havia tratado a mãe de Celso, por sua vez, lhe contou que dali a poucos meses o estudo de um novo medicamento para a doença seria realizado e que para entrar no protocolo da droga experimental (e inovadora) ele teria de aguardar alguns meses sem outro tratamento. O que foi avaliado e aceito por Celso.
- Fiquei nove meses esperando, monitorando. Confiei muito no meu médico e ele em mim. Dois anos depois do diagnóstico, a doença estabilizou e teve uma redução na metástase - contabiliza o baiano de Jequié. - Confiei na ciência e confiei na fé.
Celso é representante do grupo de voluntários brasileiros que aceitam tomar medicamentos experimentais em busca de novas soluções para doenças difíceis de tratar. Assim como foi o caso de Preta Gil (1974-2025) que buscou, nos EUA, uma droga experimental para tratar um câncer colorretal em estágio de metástase. Outros topam entrar em pesquisa exclusivamente por um compromisso com a ciência para prestar um "serviço" à sociedade.
A vontade de colaborar com os pesquisadores, por exemplo, foi o que fez Augusto Codo de Sousa, de 18 anos, topar fazer parte de um estudo clínico para o desenvolvimento de uma vacina para chikungunya, no Brasil - o imunizante tornou-se o primeiro medicamento do tipo para combater a doença no país, aprovado em novembro do ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão de Augusto de colocar seu corpo (e saúde) à disposição da ciência teve influência de berço.
- Por eu ter bastante contato com a área da saúde, meu padrinho é médico anestesista, minha mãe é biomédica, meu irmão farmacêutico, eu sempre vi esse mundo da medicina com outros olhos - explica. - No começo, meus colegas de escola acharam estranho eu estar fazendo parte de um estudo. Diziam: que loucura! Mas quiseram saber mais. Aos poucos, foram me dando apoio para seguir. Se a gente não confiar na ciência, quem vai?
Apenas em 2024, ao menos 315 pedidos de novos estudos clínicos (como são chamados os testes para medicamentos experimentais) do tipo foram realizados junto à Anvisa. O número de participantes no país no momento é difícil de determinar, mas é possível que passe dos milhares. A maior parte deles, seguindo uma tendência global, busca novas alternativas para tratar neoplasias, os tumores, em casos de câncer.Para entrar num estudo, em geral, o paciente é convidado por um médico que conheça o protocolo ou, mais raramente, é avisado da pesquisa por grupos de pessoas que tenham a mesma doença e se organizam em buscas de direito a tratamentos. A jornada de um voluntário é cercada de exames de monitoramento, além de necessitar de atenção extrema aos sinais do próprio corpo, como forma de buscar eventuais efeitos adversos que possam comprometer o uso do fármaco.
- Um paciente em tratamento, regularmente visita o médico a cada seis meses, ou um ano. No caso dos voluntários em pesquisa clínica, esse prazo se reduz para três meses ou até menos - diz Augusto Mota, oncologista do Instituto Ética, especializado em pesquisas do tipo, em Salvador (BA). - Antes de tudo isso o participante assina um termo de consentimento escrito em linguagem leigas, em que ele possa compreender todos os detalhes. Inclusive os eventuais riscos.
A artista plástica Rita Cerqueira, de 53 anos, por exemplo, fazia exames de sangue quinzenais para avaliar um novo protocolo de quimioterapia que iniciou - em pesquisa clínica - há dois anos. Sua necessidade era tratar uma leucemia mieloide aguda que não reagiu bem aos tratamentos já disponíveis. No meio do caminho, passou por um transplante de medula, tendo o próprio filho como doador, e depois voltou ao protocolo do medicamento, como segurança do controle da doença.
- O medicamento me preparou para o transplante. Depois disso, segui fazendo os ciclos da quimio para me dar suporte no tratamento da remissão. O medicamento foi extremamente importante para mim, espero que também possa ser para outras pessoas - analisa Rita.
No Brasil, vale dizer, todos que participam de estudos do tipo são voluntários. Ou seja, não recebem pagamento pela participação. Nos Estados Unidos, por outro lado, essa participação como paciente pode ser remunerada. O FDA (comparável à Anvisa nos EUA) explica em seu mais recente parecer sobre o tema que o tal pagamento deve ocorrer como um "incentivo" ao recrutamento de pacientes e não deve ser considerado um "benefício" que pese positivamente na decisão de entrar na pesquisa. Aqui, porém, o raciocínio sobre o tema é outro.
- Se você abre a possibilidade de ter uma participação remunerada permanente você abre o risco de ter uma profissionalização de risco, e seria bastante desumano se aproveitar de uma situação de vulnerabilidade econômica para uma situação como essa - explica Jorge Venâncio ex-coordenador da Conep, a instância máxima de ética em protocolo de pesquisa em humanos no Brasil.
Mudanças à vista A pesquisa clínica no Brasil, porém, deve passar por mudanças nos próximos anos. Isso porque em 2024 foi sancionada uma lei que define a forma que esse tipo de análise deve ser feita no país. A legislação acelerou prazos, reduziu o período que desenvolvedores são obrigados a fornecer o medicamento ao voluntário após o fim do estudo, e também mudou os critérios da aprovação ética. Um ponto específico que levanta polêmica entre especialistas.
Ainda antes de ser regulamentada, a mudança encontra um setor farmacêutico já interessado em investir no Brasil. A Sanofi, por exemplo, diz que investiu R$ 100 milhões em pesquisas realizadas no país em 2024.
- Em 25 anos de carreira nunca vi tanto crescimento nessa velocidade. É uma confiança no Brasil, é um local em que há diversidade (de população), volume de pessoas - aponta Viviane Rezende, líder de estudos clínicos da farmacêutica no Brasil.
Na Novartis, o investimento em pesquisa também repete a cifra de R$ 100 milhões investidos no Brasil em 2024. Entre as doenças estudadas, explica o diretor de pesquisa clínica André Sanches, estão males "tropicais negligenciados" como como dengue, malária, hanseníase e doença de Chagas, entre outras áreas estratégicas como as terapias gênica e celular.
Eli Lakryc, vice-presidente da Área Médica da divisão Farmacêutica da Bayer no Brasil e na América Latina explica que o interesse no Brasil, em geral, está conectado a uma série de fatores. A diversidade populacional, por exemplo, é um desses pilares.
- Quando se faz uma pesquisa clínica, é possível abordar pessoas diferentes, brancas, negras, amarelas e o Brasil tem tudo isso. Estamos todos juntos - diz o executivo. - Temos centros de investigação maravilhosos e há outros se capacitando. O Brasil, além disso, não é muito custoso para fazer pesquisa clínica.
Não basta, contudo, esperar que apenas a movimentação das farmacêuticas deem conta de colocar o país no mapa dos países que mais realizam estudos clínicos. Para movimentar essa área com intensidade é preciso, diz a conselheira sênior da Fundação Gates e pesquisadora sênior do International Vaccine Institute (IVI), Sue Ann Costa Clemens, investir num sistema robusto de desenvolvimento de fármacos, que vá da bancada dos pesquisadores ao mercado global.
- O Brasil tem muitos aspectos positivos. Só que a gente também tem desafios, ou seja, melhorias a fazer. Dentre elas, é importante ter centros de excelência que saibam desenvolver protocolos, pensando em gerar evidências, dados, para um dossiê regulatório, e não só aquela pesquisa acadêmica, que é a maior parte do que a gente tem - diz a pesquisadora que foi fundamental para a realização da pesquisa da vacina de Oxford, contra a Covid-19 no Brasil. - A chave são os desenvolvimentos de ponta a ponta globalizados. Se a gente estiver, por exemplo, dentro de um consórcio internacional, o produto desenvolvido terá, imediatamente, um acesso globalizado - afirma Sue Ann.
Por enquanto, mecanismos já em vigor permitem que pacientes acessem novas drogas, ainda que experimentais. Regina Furuta, de 49 anos, tem uma doença rara chamada HPN (sigla de Hemoglobinúria Paroxística Noturna), cujos desdobramentos incluem quadros de trombose, dores e fraqueza. No caso de Regina, a autorização para o uso do medicamento se deu de maneira diferente, por meio de um mecanismo de "acesso expandido", previsto pela Anvisa, cujo uso é destinado a pacientes que tenham doenças debilitantes e graves, para as quais não exista outra alternativa farmacêutica , entre outros detalhes.
Neste sentido, o uso do medicamento experimental é autorizado pela agência e deve ser acompanhado pelo médico especialista, em caso de efeitos adversos, além de também ocorrer coleta de dados por parte do desenvolvedor do fármaco. O material, embora coletado com rigor, não pode ser incluído no protocolo de aprovação da droga. Regina, mesmo fora da pesquisa, vê sua atitude de receber um remédio antes da aprovação final como um serviço à comunidade.- Depois de oito anos de tratamento com outro medicamento, soube que haveria uma nova medicação oral no Brasil. Quis tentar. Eu sou uma só, mas fiz pensando num todo, inclusive (no impacto) para os pacientes que podem entrar em contato com essa doença no futuro- defende.
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MEDICINA S/A
Transformação digital e os desafios da saúde privada
A saúde suplementar brasileira atravessa um momento decisivo. De um lado, há uma pressão crescente provocada pela elevação dos custos assistenciais, aumento da sinistralidade, judicialização de procedimentos e fraudes no sistema. De outro, uma população cada vez mais exigente cobra qualidade no atendimento, agilidade nos processos e um cuidado mais humano e personalizado. Nesse cenário, a tecnologia se consolida como peça-chave para enfrentar esses desafios e transformar o setor.
A sinistralidade tem sido um dos maiores pontos de atenção para as operadoras. Em muitos casos, ela ultrapassa os 85%, comprometendo a sustentabilidade dos planos e exigindo reajustes que penalizam os beneficiários e os contratantes. A judicialização, por sua vez, impõe decisões que muitas vezes desconsideram diretrizes clínicas ou viabilidade econômica, distorcendo o modelo de cuidado e ampliando a insegurança jurídica. Soma-se a isso a incidência de fraudes e desperdícios — práticas que drenam recursos e reduzem a eficiência do sistema.
Paralelamente, cresce a demanda por uma experiência mais fluida e satisfatória. O beneficiário quer ter acesso fácil à rede, entender sua cobertura, consultar um médico sem burocracia e acompanhar seu tratamento de forma integrada. Ou seja, ele deseja um plano de saúde que, de fato, cuide da sua saúde e não apenas que reembolse despesas médicas.
É nesse ponto que a tecnologia se apresenta como uma aliada indispensável. Ferramentas de big data e analytics já são capazes de identificar padrões de comportamento, antecipar riscos e orientar intervenções mais eficazes. A inteligência artificial vem ganhando espaço em áreas como autorização automatizada de procedimentos, apoio à decisão clínica e personalização de planos de cuidado, com ganhos expressivos em agilidade e precisão. A Internet das Coisas (IoT), aplicada à saúde, permite o monitoramento remoto de pacientes crônicos por meio de dispositivos vestíveis, reforçando o cuidado contínuo e ajudando a evitar complicações.
Outro pilar importante é a digitalização do prontuário médico e sua integração entre diferentes elos do sistema. A interoperabilidade das informações é essencial para que hospitais, laboratórios, clínicas e operadoras possam compartilhar dados de forma segura, eficiente e em tempo real, algo fundamental para uma assistência verdadeiramente centrada no paciente. Nesse mesmo sentido, a telemedicina se consolidou como um canal estratégico de cuidado, especialmente quando integrada a modelos híbridos de atenção que combinam tecnologia e presença física, sempre com foco na resolutividade.
Todos esses avanços só fazem sentido se resultarem em um sistema mais sustentável e orientado à saúde, não à doença. E isso só será possível com investimentos consistentes em inovação, governança de dados e uma cultura organizacional aberta à transformação digital.
*Paulo Bittencourt é CEO do Plano Brasil Saúde.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Prefeitura rompe com Fundahc e maternidades serão administradas por outras OSs
https://www.youtube.com/watch?v=i5K1oc2O7no
Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves
https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw
Auditoria em maternidades de Goiânia apontam falhas
Pacientes estão morando no hospital de São Luís de Montes Belos para receber tratamento
MP entra na justiça para anular contrato entre Prefeitura de Goiânia e Sesi
Em decisão unânime, TCU reconhece a legalidade do Atesta CFM
https://portal.cfm.org.br/noticias/em-decisao-unanime-tcu-reconhece-a-legalidade-do-atesta-cfm
Lideranças discutem articulação entre áreas na saúde suplementar em Goiânia
TV SERRA DOURADA
Prefeitura rompe com Fundahc e maternidades serão administradas por outras OSs
https://www.youtube.com/watch?v=i5K1oc2O7no
Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves
https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw
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TV ANHANGUERA
MP entra na justiça para anular contrato entre Prefeitura de Goiânia e Sesi
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Pacientes estão morando no hospital de São Luís de Montes Belos para receber tratamento
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Auditoria em maternidades de Goiânia apontam falhas
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PUC TV
Governo de Goiás amplia distribuição gratuita de medicamentos para doenças graves
https://www.youtube.com/watch?v=qDLVy29U7yw
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PORTAL CFM
Em decisão unânime, TCU reconhece a legalidade do Atesta CFM
O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, de forma unânime, que o Atesta CFM, ferramenta desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para validar atestados médicos, é segura, tem fundamento legal e é um instrumento de interesse público.
“É uma grande vitória para a classe médica, para o setor produtivo e para o Estado brasileiro, que contarão com um sistema ágil e seguro na verificação de atestados médicos”, avalia o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
No Acórdão nº 1.445/20205, considerando o exame técnico, a legislação vigente, a jurisprudência do TCU, as justificativas apresentadas pelo CFM e a adequação da norma ao interesse público, o plenário do Tribunal “concluiu pela improcedência da denúncia” feita contra o Atesta CFM.
O CFM pontuou que normatização da ferramenta tem fundamento na competência legal da autarquia a fim de disciplinar aspectos éticos e operacionais da prática médica, notadamente quanto à padronização dos documentos e à integridade dos dados, ressaltando, ainda, o caráter urgente da regulamentação em face da expansão do uso de atestados eletrônicos.
Os argumentos foram acatados pelo plenário do TCU, que decidiu pela improcedência da denúncia, por inexistirem elementos que apontassem afronta ao ordenamento jurídico ou prejuízo ao interesse público.
Atesta CFM – A plataforma Atesta CFM é regulamentada pela Resolução CFM nº 2.382/2024, estando suspensa por uma decisão liminar judicial.
Quando em funcionamento, permitirá a emissão de quaisquer tipos de atestados, como os de saúde ocupacional, afastamento, acompanhamento e, inclusive, a homologação de atestados pela medicina do trabalho, trazendo, assim, agilidade e praticidade para o ecossistema do trabalho.
O trabalhador não precisará entregar o atestado pessoalmente na empresa. Basta que ele autorize o médico a enviá-lo pelo sistema, conforme prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com isso, o empregador receberá automaticamente o documento digital.
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A REDAÇÃO
Lideranças discutem articulação entre áreas na saúde suplementar em Goiânia
Evento conta com palestra de Samy Dana
A Unimed Goiânia e a Federação Centro Brasileira realizam no próximo a abertura de mais uma edição do seu encontro voltado à integração de áreas comerciais, marketing e inteligência de mercado, nesta sexta-feira (1/8), às 19h, no World Trade Center Goiânia. Com o tema “Conectar, Cooperar e Crescer”, o evento propõe uma reflexão sobre o papel da articulação estratégica na saúde suplementar, diante de transformações econômicas e setoriais em curso.
A programação será iniciada com a palestra do economista e comentarista Samy Dana, conhecido por sua atuação na mídia e por sua abordagem voltada à análise de dados, comportamento de consumo e gestão. Doutor em Administração pela FGV e com pós-doutorado pela Universidade de Harvard, Dana também atua como empresário e cofundador de startups na área de tecnologia e inteligência artificial.
Além de Samy Dana, integram a programação nomes como a bicampeã olímpica Jaqueline Carvalho, a ex-levantadora da seleção brasileira Fernanda Venturini e o consultor Maurício Pontes, especialista em planejamento estratégico e gestão de risco com atuação em setores críticos como o aéreo.
O encontro reúne lideranças da Unimed Goiânia, Federação Centro Brasileira e profissionais de diferentes frentes do setor de saúde, e busca promover a troca de experiências e o alinhamento de estratégias em um ambiente de colaboração entre especialidades, territórios e áreas de atuação. A iniciativa destaca a importância do uso qualificado de dados e da cooperação entre áreas para enfrentar os desafios da saúde suplementar, marcada por mudanças regulatórias, econômicas e comportamentais constantes.
Serviço:
Lideranças se reúnem em Goiânia para discutir articulação entre áreas na saúde suplementar
Data: 31 de julho
Horário: 19h
Local: WTC - World Trade Center Goiânia – Av. D, 45, Setor Marista
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS
Fundação que gere maternidades tentou devolver autorizações de cirurgias e fez uso indevido de Fundo Rescisório, diz documento da SMS
Prefeitura de Goiânia formaliza rescisão de convênios com Fundahc após constatar falhas na gestão das maternidades
Robótica e Inteligência Artificial avançam na medicina brasileira
Reunião emergencial discute impacto de tarifas na saúde em Goiás
https://www.youtube.com/watch?v=-8I7D5GsL40
As melhores empresas para trabalhar na área da saúde em 2025, segundo o GPTW
Saúde Suplementar retoma rentabilidade após três anos de prejuízos, aponta estudo do IESS
Comunicação e inclusão em Foco: Hospital de Acidentados promove palestra sobre comunicação com todos os públicos
https://www.foconacional.com.br/2025/07/comunicacao-e-inclusao-em-foco-hospital.html
Fundação que administra três maternidades de Goiânia tem 30 dias para deixar gestão
Família denuncia demora em parto
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/familia-denuncia-demora-em-parto-13794493.ghtml
AGÊNCIA BRASIL
Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS
Planos de saúde terão a possibilidade de abater dívidas de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao atender pacientes da rede pública. A portaria que oficializa a medida foi apresentada nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e pela presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla de Figueiredo Soares.
A expectativa é que os pacientes do SUS sejam atendidos na rede privada a partir de agosto. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, e priorizará seis áreas com mais carência por serviços especializados: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Ministério da Saúde abre inscrições para o Agora Tem Especialistas.
Hospitais privados poderão abater dívidas por atendimento ao SUS.
Manicômios judiciários unem o pior da prisão e do hospício, diz CFP.
Segundo o Ministério da Saúde, também será considerada a demanda dos estados e municípios, que vão apresentar suas necessidades. Estima-se que, inicialmente, R$ 750 milhões em dívidas das operadoras privadas sejam convertidos em consultas, exames e cirurgias.
As dívidas ocorrem porque os planos de saúde têm que ressarcir o SUS quando os beneficiários dos planos de saúde usam serviços públicos e estes constam na cobertura contratual assinada.
As operadoras que desejarem participar do programa devem aderir ao edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS. É preciso comprovar capacidade técnica e operacional e disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS. Segundo a pasta, as vantagens da adesão ao edital são a regularidade fiscal, o uso da total capacidade dos hospitais conveniados e a redução de litígios administrativos e judiciais.
Os valores a serem convertidos em atendimento terão que ser negociados com a ANS ou com a Procuradoria-Geral Federal, no caso de dívidas ativas. Os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil atendimentos por mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de R$ 50 mil por mês para planos de saúde de menor porte.
"É a primeira vez na história do SUS que implementamos um mecanismo como este. As dívidas, que antes iam para o Fundo Nacional de Saúde, mas não se convertiam em atendimento, agora viraram ações concretas para reduzir filas e dar dignidade a quem mais precisa", disse o ministro Alexandre Padilha.
Plataforma de integração
O Ministério da Saúde também anunciou que os dados dos atendimentos realizados pela rede pública e pela rede de saúde suplementar estarão integrados na Rede Nacional de Dados em Saúde.
A partir de outubro, a promessa é de que os pacientes tenham mais autonomia e facilidade para acessar o histórico clínico. Será possível consultar exames, prescrições médicas, diagnósticos e tratamentos realizados no SUS e nos hospitais, clínicas e laboratórios conveniados aos planos de saúde.
Segundo a pasta, as informações da rede suplementar evitarão a repetição de exames, reduzirão custos e melhorarão diagnósticos e tratamentos.
A integração com a plataforma do SUS ocorrerá em etapas. Entre 1º de agosto e 30 de setembro, a Rede Nacional de Dados em Saúde receberá dados da população dos períodos de 2020 a 2025. A partir de outubro, a transferência será automática, conforme os atendimentos forem realizados.
Dados dos planos de saúde serão visualizados pela população no aplicativo Meu SUS Digital. Profissionais e gestores do SUS poderão acessá-los nas plataformas SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor, respectivamente.
O Ministério da Saúde espera que o volume na Rede Nacional de Dados em Saúde passe dos atuais 2,8 bilhões de registros para mais de 5,3 bilhões. A plataforma do SUS já conta com informações referentes a atendimentos públicos: mais de 80% dos estados e 68% dos municípios brasileiros usam a rede para organizar e planejar ações.
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JORNAL OPÇÃO
Fundação que gere maternidades tentou devolver autorizações de cirurgias e fez uso indevido de Fundo Rescisório, diz documento da SMS
Justificativa técnica foi entregue por representantes da Secretaria Municipal de Saúde à direção da Fundahc durante reunião
A justificativa técnica que embasou o encerramento dos convênios entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades municipais, aponta uma série de descumprimentos de metas, falhas administrativas e “utilização indevida de recursos vinculados ao fundo rescisório”.
Assinado pela superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da Prefeitura, Paula dos Santos Pereira, o documento foi entregue por representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) à direção da Fundahc durante reunião na tarde desta segunda-feira, 28, quando foi formalizada a rescisão dos convênios.
Segundo o relatório, a entidade teria “reiteradamente descumprido metas pactuadas nos instrumentos de parceria”, com destaque para a não realização de procedimentos cirúrgicos eletivos entre os anos de 2021 e 2024. A justificativa relata que, em maio deste ano, a fundação tentou devolver autorizações para cirurgias eletivas referentes a 2021, 2022 e 2023, procedimentos que, segundo a SMS, ficaram paralisados nas unidades sob sua gestão durante todo esse período.
Essas cirurgias não executadas, afirma o documento, mantiveram pacientes em longa fila de espera, o que agravou ainda mais a falha na prestação dos serviços acordados. A situação, de acordo com a Secretaria, ocorreu mesmo com os pagamentos sendo realizados em dia.
“Portanto, não merece prosperar, igualmente, o argumento de que a não execução dessas metas decorreu da ausência de pagamento nos referidos anos, tendo em vista que os repasses foram regularmente efetuados pela administração pública”, argumenta.
A justificativa técnica, à qual a reportagem teve acesso, também aponta descumprimento de cláusulas contratuais que vedam o uso da verba do Fundo Rescisório para “qualquer outra finalidade que não aquela originalmente pactuada”. Uma auditoria identificou o que chamou de “achado relevante relacionado à destinação indevida dos recursos vinculados a esse fundo”.
“Parte dos valores do Fundo Rescisório foi empregada para cobrir despesas diversas – possivelmente operacionais ou administrativas – sem amparo normativo e em desconformidade com os objetivos legais e contratuais do fundo”, diz o documento. A prática, segundo a justificativa, não apenas caracteriza descumprimento contratual, mas também afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, eficiência e transparência, conforme previsto no artigo 37 da Constituição Federal de 1988.
Em relação aos custos, o relatório aponta que a Fundahc destinaria até 13% do valor dos convênios a despesas administrativas, enquanto o limite estabelecido para Organizações Sociais (OSs) é de apenas 3%. Isso significa que, do total de R$ 20,6 milhões mensais recebidos, a fundação poderia usar até R$ 2,6 milhões para despesas desse tipo, valor mais de quatro vezes superior ao permitido às OSs.
Em nota enviada ao Jornal Opção na tarde desta segunda-feira, 28, após a Prefeitura de Goiânia informar a oficialização da rescisão, a Fundahc afirmou que os convênios “sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde”.
Veja a nota:
A Fundahc informa que recebeu nesta segunda-feira, 28, notificação formal sobre o pedido de distrato unilateral dos convênios de gestão das maternidades Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão.
Reforçamos que os convênios, de responsabilidade compartilhada entre as partes, sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde.
Os serviços continuam sendo ofertados, conforme a realidade financeira das maternidades, com o mesmo compromisso com a população e respeito às equipes que atuam diariamente no cuidado às gestantes, bebês e famílias.
Diretoria Executiva da Fundahc
28/7/2025
Histórico de crises
A gestão da Fundahc nas maternidades municipais começou em 2012, quando assumiu o Hospital e Maternidade Dona Iris, reinaugurado naquele ano pelo então prefeito Paulo Garcia. O convênio foi renovado em 2018. Em 2015, a fundação assumiu a gestão da Maternidade Nascer Cidadão, com renovação em 2020. Já em 2019, passou a administrar também o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara.
Ao longo desses 13 anos, a administração das unidades foi marcada por altos e baixos (mais baixos do que altos) e as crises se intensificaram durante o governo de Rogério Cruz. Desde 2021, a Fundahc denunciou atrasos frequentes nos repasses por parte da Prefeitura de Goiânia, o que resultou em paralisações de serviços e na atuação de órgãos de controle.
Após uma série de críticas do atual prefeito, Sandro Mabel, à atuação da Fundahc e sinais de mudanças na gestão das maternidades, a SMS instituiu, na última semana, uma Comissão Especial de Transição para o controle das unidades, que passará para Organizações Sociais. O prazo para os trabalhos será de 30 dias.
A Secretaria informou ainda que fará a contratação emergencial de três OSs para administrar temporariamente as unidades, até a conclusão do processo de chamamento público para a gestão definitiva.
“Vamos realizar um chamamento público com estudo de viabilidade técnica, termos de referência e todo o embasamento necessário. Todas as organizações qualificadas para atuar na gestão da saúde do município poderão participar”, garantiu o médico e assessor técnico da SMS, Frank Cardoso.
Já a Fundahc, em um comunicado divulgado após a publicação da portaria que instituiu o Grupo de Transição, reafirmou o que chamou de “compromisso com a legalidade, a transparência e a prestação de serviços de qualidade à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como com as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Goiás”.
“Reforçamos, aqui, o cuidado que temos com os colaboradores, que se empenham no dia a dia, e o quanto nos incomoda esse tipo de comunicado por parte da prefeitura, sem qualquer formalização ou orientação à Fundahc. Antes de tudo, tem agir com dignidade e humanidade com as pessoas que estão no dia a dia e aos usuários! A Fundação seguirá acompanhando os desdobramentos com responsabilidade institucional e respeito às decisões administrativas, mantendo os colaboradores, usuários e a sociedade devidamente informados”, conclui.
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Prefeitura de Goiânia formaliza rescisão de convênios com Fundahc após constatar falhas na gestão das maternidades
A decisão foi recomendada pela Secretaria Municipal de Saúde
A Prefeitura de Goiânia comunicou oficialmente, nesta segunda-feira, 28, a rescisão dos convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades Dona Íris, Célia Câmara e Nascer Cidadão. A decisão foi recomendada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) após análise técnica que identificou descumprimento de metas assistenciais, baixa produtividade e gastos administrativos acima do limite permitido.
De acordo com o assessor técnico da SMS, Frank Cardoso, o estudo que embasou a decisão teve início em março de 2025 e avaliou a produção das unidades entre julho de 2024 e março deste ano. “A meta de internações obstétricas, por exemplo, é de 405 por mês, mas não foi atingida em nenhum dos meses analisados”, aponta Cardoso.
O levantamento também constatou que metas relacionadas a exames e procedimentos, como ultrassonografias, mamografias e inserção de DIUs, foram sistematicamente descumpridas. “Houve mês com apenas 380 exames realizados, quando o contrato previa 1.418. E em metade do período avaliado, nenhuma inserção de DIU foi feita”, detalha o técnico.
Além disso, os dados revelam que a taxa de ocupação dos leitos cirúrgicos e o volume de atendimentos ambulatoriais especializados ficaram aquém do esperado. No Hospital e Maternidade Dona Íris, a meta de 576 consultas mensais vem sendo descumprida desde 2021. Em diversos meses, foram realizadas menos de 200.
Outro ponto crítico identificado no relatório diz respeito aos custos administrativos da Fundahc. Enquanto organizações sociais são limitadas a utilizar até 3% do valor dos convênios com esse tipo de despesa, a Fundahc chegou a comprometer até 13%. “Na prática, isso representa até R$ 2,6 milhões em despesas administrativas por mês, valor quatro vezes maior que o praticado por outras gestoras de saúde”, afirmou Cardoso.
Em 2025, mais de R$ 116 milhões já foram repassados à Fundahc para a manutenção das maternidades. Mesmo com os pagamentos em dia, a SMS afirma que enfrentou paralisações recorrentes, afetando o atendimento à população. “A qualidade do serviço prestado está comprometida. Não podemos permitir que as mulheres goianienses continuem sendo penalizadas”, declarou o assessor.
A prefeitura iniciará agora a transição para um novo modelo de gestão, com a contratação emergencial de organizações sociais (OSs), até a finalização do chamamento público definitivo. “As OSs serão selecionadas com base em critérios técnicos e todas as entidades qualificadas poderão participar do processo”, conclui Cardoso.
A previsão é que a substituição da Fundahc seja concluída em até 30 dias. O objetivo da gestão municipal é garantir mais eficiência, qualidade e regularidade nos atendimentos prestados pelo SUS nas unidades materno-infantis da capital.
Em nota, a Fundahc afirmou que os convênios sempre foram conduzidos com “transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde”. Leia a nota na íntegra:
Comunicado Oficial
A Fundahc informa que recebeu nesta segunda-feira, 28, notificação formal sobre o pedido de distrato unilateral dos convênios de gestão das maternidades Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão.
Reforçamos que os convênios, de responsabilidade compartilhada entre as partes, sempre foram conduzidos com transparência, seriedade e avaliações favoráveis por parte da própria Secretaria Municipal de Saúde.
Os serviços continuam sendo ofertados, conforme a realidade financeira das maternidades, com o mesmo compromisso com a população e respeito às equipes que atuam diariamente no cuidado às gestantes, bebês e famílias.
Diretoria Executiva da Fundahc
28/7/2025
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A REDAÇÃO
Robótica e Inteligência Artificial avançam na medicina brasileira
Especialistas revelam otimismo com tecnologia
Durante décadas, o cinema de ficção científica imaginou um futuro em que humanos e robôs dividiriam o mesmo espaço. Hoje, essa realidade já se desenha, especialmente no campo da tecnologia voltada para a saúde. Na medicina, a robótica tem transformado o modo como cirurgias são realizadas, garantindo procedimentos mais precisos, menos invasivos e com melhor recuperação para os pacientes. A expansão desse avanço depende agora da superação de desafios técnicos, estruturais e de acesso.
Restrita a poucos centros médicos no país, quase todos na rede privada, a técnica está presente no Brasil há 17 anos, com o primeiro procedimento realizado em 2008. De lá para cá, a cirurgia robótica tem crescido de forma exponencial no País.
Segundo dados da Intuitive Surgical, fabricante do robô Da Vinci, o mais utilizado no mundo, já foram realizados mais de 15 milhões de procedimentos robóticos em mais de 70 países, com índices de segurança superiores aos de outras vias de acesso. Além deste modelo, o país conta com outros dois robôs: o Versius, da britânica CMR Surgical, e o Hugo, da americana Medtronic. Ambos chegaram no ano de 2022.
Regulamentadas em 2022 pelo Conselho Federal de Medicina (2022), cirurgias realizadas com robótica devem ser realizadas em hospitais capacitados para atender casos de alta complexidade. Mais do que isso, os cirurgiões precisam passar por uma capacitação para essas intervenções.
Do ponto de vista técnico, o cirurgião controla braços robóticos com movimentos delicados e altamente filtrados, eliminando tremores naturais da mão humana. O sistema também oferece uma visão ampliada em alta definição e em três dimensões, o que permite identificar, com clareza, estruturas anatômicas complexas e operar com mais segurança.
A expectativa é que esses sistemas e acessórios devem atingir US$ 30,7 bilhões globalmente até 2030, registrando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 10%, estima a GlobalData, uma empresa de dados e análises.
O professor Celso Camilo, docente do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (Inf/UFG) e membro fundador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia/UFG), afirma que, apesar das dificuldades das máquinas interagirem com o mundo físico, descobertas recentes permitiram um salto de performance em sistemas robóticos. “Seja na área médica ou não, veremos muito mais robôs conosco nos próximos anos. A tendência é que façam desde tarefas simples às mais complexas, como no caso de cirurgias, por exemplo”, diz o cientista em entrevista à reportagem do jornal A Redação.
Na medicina, o pesquisador afirma que os benefícios podem ser inúmeros, quando se calcula principalmente maior precisão. Neste sentido, o robô atua como auxiliar do profissional médico e, com isso, o paciente é o maior beneficiado por reduzir os riscos das intervenções e ter disponível novos tratamentos que não seriam possíveis antes.
Celso Camilo ainda avalia que a Inteligência Artificial (IA), seja embarcada em robôs físicos ou em softwares, se consolida com um papel preponderante na ‘nova medicina’. “Os avanços recentes estão tornando os diagnósticos e tratamentos ainda mais precisos e trazendo novas perspectivas para lidar com patologias complexas. Em breve todas as especialidades da medicina devem interagir com IA para melhor atender os pacientes”, ressalta.
“Estamos vivendo uma revolução na sociedade e a área de saúde vai se beneficiar
muito dessas evoluções. Apesar da resistência inicial, os profissionais da área devem buscar atualizações e capacitações para se beneficiar dos novos métodos e melhor atender os pacientes. A revolução já chegou.”
Mas… confiar em um robô?
Essa é uma das perguntas mais recorrentes dentro dos consultórios. Mesmo que a tecnologia não seja tão nova, ainda é limitada no sentido de informação e, consequentemente, gera certa desconfiança. Há anos, se falava em robôs, mas viver essa realidade é completamente diferente, principalmente quando se trata de algo tão delicado, como é o caso da saúde.
Em um centro cirúrgico, a precisão é fundamental e muito desafiadora. Existem procedimentos que podem durar horas, com o médico em pé e, ao mesmo tempo, se inclinar sobre o paciente, os movimentos das mãos, muitas vezes, limitados por ferramentas rígidas.
Essas limitações podem ser superadas com o auxílio de robôs, como o que ocorre na cirurgia robótica. Nesta técnica, o equipamento é comandado por um médico. A máquina, neste sentido, propícia mais precisão, mobilidade e certo conforto aos cirurgiões. Os profissionais médicos passam a contar com um filtro de tremor e a possibilidade de executar as cirurgias sentados, além de uma visão ampliada.
Na prática, o médico cirurgião fica na sala cirúrgica comandando o robô, que repete todos os movimentos realizados pelas mãos do profissional. O médico cirurgião é quem se responsabilizará por controlar e operar o paciente. O profissional fica na mesma sala e em um console realiza a operação na máquina.
Na urologia, por exemplo, a cirurgia robótica, minimamente invasiva, é considerada uma evolução da laparoscopia, que é um procedimento cirúrgico com uma incisão no abdômen e a introdução do aparelho laparoscópio para visualizar a tratar a área doente. Neste sentido, é uma forma mais moderna de tratar câncer de próstata, problemas de rim e bexiga.
O médico Guilherme Andrade, urologista com foco em Uro-oncologia e Cirurgia Robótica, enfatiza que a técnica é extremamente confiável e capaz de promover maior benefício aos pacientes. “É uma máquina que está disponível, mas o cirurgião precisa estar capacitado para utilizá-la. Costumo dizer que o robô é como se fosse um avião, em que o piloto precisa estar apto, entender como funciona e estar preparado para saber lidar com possíveis intercorrências. Na medicina é da mesma forma, onde a robótica é muito útil e pode nos levar mais longe, com resultados melhores”, detalha em entrevista à reportagem do A Redação.
O especialista ressalta, ainda, que as chances de falha do robô são mínimas. Ele explica que esta tecnologia foi desenvolvida de modo a avisar sobre possíveis intercorrências, onde o profissional capacitado compreenda em tempo hábil. Deste modo, por meio de sinalização em cores amarelo e vermelho a máquina comunica quando existe algum problema, desde os mais simples aos mais graves. Andrade reforça que é uma problematização incomum de ocorrer.
Leonardo Emílio, médico cirurgião com Certificação Internacional em Cirurgia Robótica do Einstein Goiânia, compartilha o mesmo posicionamento. Para ele, a cirurgia robótica representa um dos avanços mais significativos da medicina moderna. “Homologada para diversas especialidades, a técnica vem se consolidando como uma abordagem segura, precisa e altamente eficaz no tratamento tanto de doenças benignas quanto malignas”, pontua ao A Redação.
Segundo o médico, a tendência é que essa tecnologia esteja cada vez mais presente nos grandes centros médicos e, progressivamente, também em hospitais regionais, à medida que os benefícios se tornam mais reconhecidos e a capacitação das equipes avança. “A cirurgia robótica é, sem dúvida, um presente e futuro da medicina, oferecendo ao paciente o que há de mais moderno, preciso e seguro no tratamento cirúrgico”, enfatiza, com empolgação.
Maior precisão e mais benefícios ao paciente e aos profissionais
Além de assegurar maior precisão e ser confiável, as cirurgias assistidas por robótica promovem benefícios tanto para os pacientes quanto aos profissionais.
O cirurgião Leonardo Emílio aponta que diversos estudos científicos publicados em revistas médicas de prestígio, como o Annals of Surgery e o Journal of the American Medical Association (JAMA), demonstram que a cirurgia robótica está associada a menor perda de sangue, menor dor no pós-operatório, redução nas taxas de infecção e complicações, menor tempo de internação e recuperação mais rápida.
Aqui vale uma diferenciação: na cirurgia aberta, o cirurgião precisa fazer um grande corte para enxergar e acessar o órgão ou tecido do paciente, enquanto na cirurgia minimamente invasiva são feitos pequenos cortes, de um centímetro até poucos milímetros. Em um dos cortes, o cirurgião introduz uma câmera ligada a um monitor e, nos outros, as ferramentas necessárias para a cirurgia.
Além disso, em procedimentos oncológicos, essa técnica tem se mostrado superior na dissecção e na preservação de estruturas vitais, o que, nas palavras dele, pode impactar diretamente nos índices de cura e qualidade de vida dos pacientes.
O médico Guilherme Andrade enfatiza que em cada área haverá benefícios particulares. “Na urologia, quando falamos dos principais procedimentos, a exemplo da remoção da próstata com o robô no tratamento do câncer, o menor sangramento é, sem dúvida, o primeiro grande desafio. Com isso, reduz também a necessidade de um cuidado intensivo, que se estende para melhor recuperação e retorno das atividades de forma mais rápida”, detalha.
Ele destaca também que a prostatectomia assistida por robô é associada a menos disfunção erétil e incontinência urinária, efeitos colaterais temidos nesse tipo de procedimento no âmbito urológico.
Já no que abrange aos benefícios aos profissionais, Guilherme atribui, principalmente, aos resultados na melhora clínica dos assistidos. “Com toda a certeza, o mais importante é ver o resultado e a satisfação do paciente, quando recupera suas funções e fica curado da doença que estava sendo tratada. Esse é o nosso maior presente”, descreve, com sorriso no rosto. “Além disso, utilizar o robô também prolonga a vida útil do cirurgião, quando comparamos com os mais antigos”, arremata o especialista.
“A tecnologia está crescendo, como com a cirurgia robótica e IA, e vejo isso com muito otimismo. Acredito que tudo que for tecnológico e vier para melhorar os resultados para o paciente é bem-vindo. O médico não está concorrendo com a tecnologia e ela não vai substituir o profissional. No entanto, temos que ter sabedoria para utilizá-la da melhor forma possível. A essência humana na medicina não deve ser prejudicada”.
Acesso no SUS e fora dos grandes centros ainda é limitado
Enquanto essas inovações são animadoras, o acesso a elas ainda segue como um desafio em busca de solução. Como mencionado acima, a maioria dos robôs integra a rede privada, sem cobertura na saúde suplementar. Outro fator é que a total dependência de importações pode dificultar a redução dos custos, mas a futura quebra de patentes e a chegada de novas plataformas, especialmente da China, devem tornar as cirurgias mais acessíveis nos próximos anos.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem oito registros válidos de sistemas cirúrgicos robóticos no País. Eles são de empresas dos EUA, Alemanha, China, França, Irlanda, Israel e Reino Unido. Metade dos registros foi concedida no ano passado.
Segundo o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (Inca), procedimentos cirúrgicos com auxílio robótico são realizados em caráter experimental, no Hospital do Câncer I, no Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o governo federal, há um financiamento de um estudo conduzido pelo Instituto do Câncer do Ceará (ICC) que compara linfadenectomias inguinais (cirurgias para remover os linfonodos localizados na região da virilha) robóticas e convencionais em pacientes com câncer de pênis, com um investimento previsto de R$ 7,79 milhões.
Porém, apesar do avanço da cirurgia robótica e da promessa de barateamento da técnica, a tecnologia ainda está longe da realidade da grande maioria dos brasileiros que dependem exclusivamente da rede pública. Na cidade de São Paulo, por exemplo, há mais de 20 hospitais que oferecem cirurgia robótica, mas só três destes são do Sistema Único de Saúde (SUS). São eles o Hospital das Clínicas da USP, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o Hospital Municipal Vila Santa Catarina. Observa-se também que a saúde pública ainda tem dificuldades para oferecer a cirurgia minimamente invasiva anterior à robótica, que é a videolaparoscopia.
Em Goiás, cirurgias assistidas por robótica ainda não são realizadas em nenhuma unidade de saúde pública e ainda não há previsão de quando deve ocorrer, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). De acordo com a pasta, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) utiliza a videolaparoscopia em casos específicos, sendo pioneiro na oferta desta tecnologia na rede pública estadual. Recentemente, segundo a gestão estadual, também passou a ofertar a cirurgia minimamente invasiva para correção de deformidades torácicas.
Para Everton Wirbitzki da Silveira, chefe do setor de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG|EBSERH), o uso de tecnologias na área da saúde pode ter um custo inicial elevado, mas não é necessariamente caro no longo prazo. A lógica é que se gere economia significativa para os sistemas de saúde decorrente dos ganhos de eficácia e eficiência derivados do uso das ferramentas tecnológicas.
“Precisamos compreender que todo o campo de inovação tem um lugar importante na pesquisa, que hoje vemos bastante integrada ao uso de ferramentas com Inteligência Artificial ou ao uso de tecnologias da comunicação de tal sorte que, à medida que vamos utilizando essa metodologia, observa-se resultados diferentes e melhores do que seria, eventualmente, sem o apoio dessa ferramenta”, afirma.
“Automatização de tarefas reduz custo operacional: Chatbots, triagem automatizada e análise de exames agilizam o trabalho e diminuem a sobrecarga sobre médicos e enfermeiros. Melhor uso dos recursos públicos: IA pode prever surtos de doenças, otimizar campanhas de vacinação e planejar melhor a distribuição de medicamentos e equipes. Assim, a IA deve ser implementada de forma estratégica, por exemplo”, destaca à reportagem do jornal A Redação.
Inteligência Artificial
Por falar em Inteligência Artificial, ela está ganhando cada vez mais espaço em diversas áreas de atuação. Na medicina, por exemplo, ela pode ser usada para realizar diagnósticos precoces, antecipar riscos de doenças e pioras no quadro de saúde, além de tornar exames mais precisos. Além de auxiliar na otimização de campanhas e gestão, pode também ser aliada dentro dos consultórios e até em cirurgias plásticas, como conta o cirurgião plástico Urias Carrijo, Especialista em Lipo a Laser com Inteligência Artificial.
Ele conta que conheceu com a técnica a lipoaspiração a laser, também conhecida como laserlipólise, há 25 anos. Esse método consiste na emissão de calor do laser aplicada abaixo da pele por uma cânula especial bem fina, parecida com a cânula de lipoaspiração. A lipolaser tem dois objetivos principais, segundo o especialista: estimular a formação de colágeno da pele e promover a lipólise (derretimento de gordura).
Em 2022, foi desenvolvida a técnica de Lipo AI (lipoaspiração a laser com Inteligência Artificial). Neste sentido, explica o médico, que a ferramenta de IA controla a energia e promove maior precisão e controle do procedimento. “O procedimento, combinado com esse algoritmo, calcula a quantidade de energia a partir do movimento do profissional que opera a máquina. Deve-se também ser um médico capacitado e qualificado para a realização deste processo, porque, ao pisar no pedal e movimentar a mão na velocidade correta, a ferramenta vai entregar o máximo de tecnologia”, detalha Urias Carrijo.
Na prática, conforme pontua o médico, a combinação com a Inteligência Artificial resulta em mais segurança e resultados melhores aos pacientes. Ele conta à reportagem que foi um dos cirurgiões pioneiros a realizar a técnica no Brasil e que, atualmente, já é amplamente utilizada no País e no mundo. “Ainda recebemos médicos para fazer treinamentos, inclusive de outros países como Colômbia e Equador”, ressalta.
Para o médico, faltava-se infraestrutura em tecnologia no País. Entretanto, isso mudou e o Brasil já vem acompanhando este processo, inclusive com produções nacionais. “É uma tendência aumentar cada vez mais e não só no laser, mas de modo geral. Hoje, o território brasileiro é um dos maiores mercados da estética mundial e é um mercado que cresce muito”, enfatiza.
Diversas pesquisas já utilizaram algoritmos e aprendizado de máquina para ajudar na detecção precoce de doenças. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de identificar com precisão quais pacientes com comprometimento cognitivo leve têm maior risco de desenvolver Alzheimer e, com isso, podem se beneficiar de medicamentos em estágio inicial da doença.
A descoberta foi publicada na quarta-feira (17/7) na revista científica Nature e mostra que a IA pode tornar os ensaios clínicos mais eficazes e baratos, ajudando a acelerar o desenvolvimento de tratamentos personalizados para a demência, uma condição que atinge milhões de pessoas no mundo todo.
No Brasil, algumas iniciativas já utilizam IA em procedimentos médicos. Uma tecnologia chamada OncoSeek, por meio de um exame de sangue, permite a detecção e o rastreamento de mais de nove tipos de tumores no estágio inicial. A ferramenta chegou ao País através de uma parceria entre SeekIn e a clínica FirstSaúde.
Em estudo realizado com quase 10 mil pacientes e publicado em julho de 2023 na revista The Lancet, o OncoSeek apresentou uma sensibilidade de 51,7% para todos os tipos de câncer, resultando em uma precisão de 84,3% para a detecção desses tumores. As sensibilidades variaram de 37,1% a 77,6% para a detecção de câncer de mama, colorretal, fígado, pulmão, linfoma, esôfago, ovário, pâncreas e estômago.
"Sem dúvida alguma, a Inteligência Artificial, aplicada com ética e com segurança, pode ser bem aceita por parte dos médicos por trazer esse apoio e contribuir de forma direta para resultados e avanços em tratamentos cada vez melhores. Na medicina é uma ferramenta muito útil se usada com sabedoria e profissionalismo, sempre se atentando aos cuidados necessários", defende o cirurgião plástico Urias Carrijo.
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TV SERRA DOURADA
Reunião emergencial discute impacto de tarifas na saúde em Goiás
https://www.youtube.com/watch?v=-8I7D5GsL40
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SAUDE BUSINESS
As melhores empresas para trabalhar na área da saúde em 2025, segundo o GPTW
Confira a lista completa das empresas reconhecidas pelo GPTW Saúde 2025, que conquistaram o prêmio por suas boas práticas em gestão, pacotes de benefícios diferenciados e compromisso com o bem-estar e crescimento profissional dos colaboradores.
Hoje, 28 de julho, aconteceu a 12ª edição do prêmio GPTW Saúde de 2025, que reconhece as melhores empresas para se trabalhar no setor de saúde. A premiação avalia práticas de gestão de pessoas, políticas corporativas e a satisfação dos colaboradores.
Este ano, a premiação contou com um número recorde de participantes, foram 274 empresas inscritas, impactando mais de 306 mil funcionários, um aumento de 21% em relação à edição anterior.
Empresas reconhecidas
O ranking completo das Melhores Empresas Para Trabalhar GPTW na Área da Saúde em 2025 incluiu 80 organizações, distribuídas entre diferentes segmentos do setor:
7 Clínicas
8 Corretoras de Seguro
15 Farmacêuticas
5 Farmácias e Distribuidoras
5 Hospitais
15 Indústrias e Serviços
5 Medicina Diagnóstica
20 Planos de Saúde
A região Sudeste manteve sua liderança, com 47 empresas premiadas, enquanto estados como Rondônia e Bahia tiveram menor representatividade, com apenas uma empresa cada. São Paulo, mais uma vez, destacou-se como o estado com maior número de organizações reconhecidas, 34 no total.
Perfil dos colaboradores
A análise demográfica dos colaboradores das empresas premiadas revelou mudanças significativas:
Faixa etária: A faixa de 35 a 44 anos lidera em representatividade e segue crescendo, com 37%, enquanto a participação de jovens até 25 anos caiu para 11%, refletindo uma maior consolidação de profissionais em fases mais maduras da carreira.
Tempo de casa: Aproximadamente 63% dos colaboradores estão há até 5 anos nas empresas, enquanto o grupo com 11 a 15 anos de casa apresentou crescimento, atingindo 11%.
Gênero: Mulheres continuam a ocupar 63% dos postos de trabalho, mas sua presença na alta liderança caiu para 26%, contrastando com avanços em níveis gerenciais e operacionais.
Inclusão feminina na liderança
Embora a presença de mulheres na alta liderança tenha caído para 26%, os níveis gerenciais e operacionais apresentaram avanços significativos. Em 2025, a participação feminina na média liderança atingiu 46%, enquanto na liderança operacional chegou a 61%, o maior patamar desde o início da série histórica. Além disso, 19% dos cargos de CEO nas empresas premiadas são ocupados por mulheres, uma proporção três vezes maior em relação ao mercado geral.
Inovação e transformação
Apesar dos desafios, o índice de velocidade de inovação (IVR) apresentou uma recuperação em 2025, com 18% das empresas premiadas atingindo níveis acelerados de inovação, um aumento em relação aos 12% registrados em 2024, embora ainda abaixo dos 21% observados em 2023. Enquanto isso, apenas 4% das empresas não premiadas alcançaram o estágio acelerado, com a maioria (68%) permanecendo no estágio de atrito, onde a inovação é truncada. Entre as empresas premiadas, o percentual no estágio de atrito manteve-se em 49%, igual ao registrado em 2023.
Motivos de permanência
Quando questionados sobre os motivos para permanecerem em seus empregos, os colaboradores destacaram:
Oportunidades de crescimento e desenvolvimento: 35%
Qualidade de vida: 26%
Alinhamento de valores: 18%
Remuneração e benefícios : 18%
: 18% Estabilidade: 3%
Como é feita a pesquisa?
A pesquisa do Great Place to Work (GPTW) é dividida em duas etapas principais:
Pesquisa quantitativa: A empresa deve alcançar uma amostra mínima de funcionários e obter uma nota mínima de 70% no Trust Index©.
Pilares For All: Após atingir os critérios da primeira etapa, as práticas organizacionais são avaliadas com base nos Pilares For All, que incluem equidade, inclusão e inovação.
Veja o ranking completo das Melhores Empresas Para Trabalhar da Área de Saúde:
Clínicas
1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Médias e Grandes 2 Americas Oftalmocenter Médias e Grandes 1 Odontologia Peixoto Pequenas 2 IMED Saúde Pequenas 3 DDZIABAS MEDICINA LTDA Pequenas 4 ESPACO ACOLHER - CABO Pequenas 5 Pepita Duran Clínica de Multiserviço e HomeCare Pequenas
Corretoras de Seguros
1 Alper Seguros Médias e Grandes 2 LOJACORR S.A. REDE DE CORRETORAS DE SEGUROS Médias e Grandes 3 SICOOB SC/RS CORRETORA E ADMINISTRADORA DE SEGUROS S/A Médias e Grandes 1 GRUPO RITACCO Pequenas 2 MASTER FUTURE CORRETORA DE SEGUROS Pequenas 3 Desistente Pequenas 4 SIGAFY Seguros Imobiliários Pequenas 5 Allcare - Corretora Pequenas
Farmacêuticas
1 Novo Nordisk Produção Farmacêutica do Brasil LTDA Médias e Grandes 2 Novo Nordisk Médias e Grandes 3 SUPERA FARMA LABORATORIOS S.A Médias e Grandes 4 ASTELLAS FARMA BRASIL IMPORTACAO E DISTRIBUICAO DE MEDICAMENTOS LTDA. Médias e Grandes 5 AstraZeneca Médias e Grandes 6 Boehringer Ingelheim Médias e Grandes 7 Eurofarma Laboratórios S/A Médias e Grandes 8 Bayer Brasil Médias e Grandes 9 Teva Farmacêutica Médias e Grandes 10 OFTA VISION HEALTH Médias e Grandes 11 AMGEN BIOTECNOLOGIA DO BRASIL LTDA. Médias e Grandes 12 Laboratórios Servier do Brasil Médias e Grandes 13 LIBBS Médias e Grandes 14 AbbVie Médias e Grandes 15 BLANVER Médias e Grandes
Farmácias e Distribuidoras
1 INVASIVE IMPORTACAO E COMERCIO DE PRODUTOS MEDICOS LTDA Médias e Grandes 2 Farmácia Artesanal Médias e Grandes 3 Henry Schein Brazil Médias e Grandes 1 ULTRA MEDKA PRODUTOS PARA SAÚDE Pequenas 2 Maxxi Distribuidora Pequenas
Hospital
1 ISAC UPA 24H SANTA LUCIA Médias e Grandes 2 HOSPITAL ALBERT EINSTEIN Médias e Grandes 3 HOSPITAL VER EXCELENCIA EM OFTALMOLOGIA Médias e Grandes 4 HOSPITAL UNIMED BLUMENAU Médias e Grandes 5 REAL HOSPITAL PORTUGUES DE BENEFICENCIA EM PERNAMBUCO Médias e Grandes
Indústria e Serviços
1 Coloplast Médias e Grandes 2 MED CENTER COMERCIAL LTDA Médias e Grandes 3 Shift Consultoria e Sistemas Médias e Grandes 4 SIEMENS HEALTHINEERS Médias e Grandes 5 SCHUSTER COMERCIO DE EQUIPAMENTOS ODONTOLOGICOS LTDA Médias e Grandes 6 STRYKER DO BRASIL Médias e Grandes 7 ESSITY DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Médias e Grandes 8 CONTOURLINE EQUIPAMENTOS Médias e Grandes 9 Sorocaps Médias e Grandes 10 CEJAM Médias e Grandes
Indústria e Serviços (continuação)
1 SAID RIO Pequenas 2 HYGEA Pequenas 3 PRÓ VASCULAR Pequenas 4 BUCKMINSTER QUIMICA LTDA Pequenas 5 HelpMed Saúde Pequenas
Medicina Diagnóstica
1 Grupo Sabin Médias e Grandes 2 Med Mais Soluções em Serviços Especiais LTDA Médias e Grandes 3 IMD Medicina Diagnóstica Médias e Grandes 1 IMUNE - MEDICINA LABORATORIAL Pequenas 2 Laboratório Fleming Ltda Pequenas
Planos de Saúde
1 UNIMED SUL CAPIXABA Médias e Grandes 2 Unimed Porto Alegre Médias e Grandes 3 UNIMED VALES DO TAQUARI E RIO PARDO Médias e Grandes 4 Unimed Fortaleza Médias e Grandes 5 PASA Médias e Grandes 6 Bradesco Seguros Médias e Grandes 7 AllCare - Gestora de Saúde Médias e Grandes 8 UNIMED FEDERAÇÃO/RS Médias e Grandes 9 Odontoprev Médias e Grandes 10 UNIMED PATO BRANCO Médias e Grandes 11 Unimed Curitiba Médias e Grandes 12 Grupo Unimed Santa Catarina Médias e Grandes 13 UNIMED VITORIA EST UNIF Médias e Grandes 14 UNIMED PARANÁ Médias e Grandes 15 UNIMED UBERLÂNDIA Médias e Grandes 16 UNIMED PRESIDENTE PRUDENTE Médias e Grandes 17 Unimed Litoral Médias e Grandes 18 Unimed Gerais de Minas Médias e Grandes 19 Unimed FESP Médias e Grandes 1 Unimed São Sebastião do Paraíso Pequenas
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Saúde Suplementar retoma rentabilidade após três anos de prejuízos, aponta estudo do IESS
Lucro líquido das operadoras alcança R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, sinalizando recuperação que abre caminho para reestruturação do setor.
Após enfrentar um período de severos desequilíbrios operacionais entre 2021 e 2023, o setor de saúde suplementar brasileiro apresenta sinais consistentes de recuperação financeira, criando uma janela de oportunidade para repensar o equilíbrio e a sustentabilidade de todo o sistema. A constatação vem do estudo “Evolução Econômico-Financeira da Saúde Suplementar no Brasil“, recentemente divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
A pesquisa, que examina o desempenho econômico do setor desde 2018, abrangendo os períodos durante e pós-pandemia da Covid-19, revela que o lucro líquido das operadoras de planos médico-hospitalares atingiu R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com crescimento significativo em relação ao período anterior. O resultado operacional, indicador que reflete diretamente a atividade-fim do setor, somou R$ 4,4 bilhões. Todos os valores foram corrigidos pela inflação até março de 2025, garantindo uma análise temporal consistente.
A recuperação financeira foi impulsionada por um rigoroso processo de gestão operacional implementado pelas operadoras, com destaque para iniciativas de controle de desperdícios e combate às fraudes. O cenário macroeconômico também contribuiu positivamente, com a elevação da taxa Selic favorecendo os rendimentos financeiros das operadoras, que são legalmente obrigadas a manter níveis elevados de reservas técnicas.
“O setor atravessou um período extremamente crítico, mas a reversão dos indicadores financeiros não pode ser interpretada como solução definitiva. Persistem distorções relevantes na cadeia de valor que precisam ser enfrentadas com diálogo e responsabilidade”, alerta José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Indicadores confirmam tendência de recuperação
A melhora nos principais indicadores do setor confirma a tendência de recuperação:
- A sinistralidade recuou para 79,2%, após ter atingido picos de até 91,7% em 2022
- A margem de lucro líquido subiu para 8,6%, representando o melhor desempenho desde o início da pandemia
- 78,8% das operadoras registraram resultado positivo no período analisado
O estudo revela ainda que as operadoras de grande porte demonstraram maior eficiência, com sinistralidade de 79% no primeiro trimestre de 2025. Operadoras pequenas e médias, embora também tenham apresentado melhora em comparação a 2024, continuam com níveis mais elevados de comprometimento de receitas com despesas assistenciais.
Desafios persistentes exigem atenção
Apesar dos resultados positivos no agregado, o estudo aponta para tensões que ainda persistem no setor: 21,2% das operadoras continuam apresentando resultado negativo, evidenciando uma recuperação heterogênea. Outro ponto crítico é a elevada judicialização, que pressiona tanto os custos operacionais quanto a previsibilidade contratual.
“Sem segurança jurídica e regras claras, não há como planejar investimentos duradouros nem garantir a sustentabilidade do sistema”, enfatiza Cechin, que considera o momento atual propício para discutir mudanças estruturais: “É preciso utilizar esse respiro financeiro como ponto de partida para uma reconfiguração das práticas do setor. A busca por eficiência não pode se limitar ao resultado contábil, mas deve se traduzir em acesso, qualidade e resolutividade para os 52 milhões de beneficiários”.
O superintendente do IESS conclui alertando que “essa combinação de fatores conjunturais não é sustentável no longo prazo. Por isso, é fundamental que o setor avance em modelos de remuneração mais alinhados ao valor assistencial, ao desempenho e à transparência”.
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FOCO NACIONAL
Comunicação e inclusão em Foco: Hospital de Acidentados promove palestra sobre comunicação com todos os públicos
Goiânia (GO) - Como comunicar com clareza, empatia e respeito em um ambiente hospitalar? A resposta a essa pergunta foi o ponto de partida da palestra “Palavras que acolhem, gestos que comunicam: um hospital que fala com todos!”, realizada no dia 24 de julho, no Hospital de Acidentados.
A iniciativa, voltada aos colaboradores da instituição, reforçou um compromisso cada vez mais necessário na área da saúde: garantir uma comunicação acessível, acolhedora e eficaz com todos os públicos, inclusive com pessoas com deficiência auditiva.
A primeira parte da palestra foi conduzida pela jornalista e especialista em Comunicação e Marketing, Rosany Rodrigues da Cunha, que apresentou os pilares de uma boa comunicação no ambiente hospitalar. Ela destacou que, mais do que transmitir mensagens, comunicar na saúde é saber escutar, acolher e orientar com segurança.
“Na saúde, a comunicação clara, empática, acolhedora, ética e verdadeira é ainda mais essencial do que em outras áreas, pois uma pequena falha pode comprometer a credibilidade do profissional, a imagem do hospital e, o mais grave, o tratamento do paciente”, alertou Rosany.
Ela reforçou ainda a importância do conhecimento sobre os processos internos do hospital, destacando que, diante de dúvidas, o mais responsável é perguntar. “É sempre melhor buscar informação do que arriscar passar uma orientação incorreta”, orientou.
Na segunda parte do encontro, o foco foi a inclusão. A pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia clínica e institucional e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Gláucia Martins da Cruz, trouxe informações valiosas sobre o atendimento a pessoas surdas, um público que representa cerca de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE.
Ela abordou o tratamento adequado das pessoas com deficiência auditiva, explicando que o uso do termo surdo-mudo, comum no passado, é equivocado. Falou também sobre desafios e diretos das pessoas surdas, mas, principalmente, destacou como se comunicar com essa parcela da população.
A Libras é a linguagem oficial, mas exige anos de estudos e prática. Contudo, é possível melhorar, e muito, a comunicação diária com as pessoas com deficiência auditiva por meio de ferramentas, como a escrita em papel ou aparelhos celulares.
Manter a calma, paciência e segurança durante um atendimento à pessoa surda também é essencial. “As pessoas surdas são muito inteligentes, normalmente não buscam atendimento sozinhas e conseguem ajudar na comunicação”, explicou.
A empatia, o sorriso e a atenção, tão essenciais na linguagem verbal, também são muito importantes na comunicação com surdos. “Ao fazer gestos, sinais positivos, sempre mantenha o sorriso no rosto”, ensinou Gláucia, ressaltando que essa expressão acolhedora “quebra o gelo” e melhora a comunicação.
Durante a palestra, os participantes aprenderam sinais básicos em Libras e puderam aprender mais sobre como tornar o atendimento mais acessível e respeitoso. Com ações como essa, o Hospital de Acidentados avança em seu compromisso de ser uma instituição inclusiva, que respeita a diversidade e oferece não apenas cuidados de saúde, mas também acolhimento humano. Porque comunicar bem também é cuidar.
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TV ANHANGUERA
Fundação que administra três maternidades de Goiânia tem 30 dias para deixar gestão
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Família denuncia demora em parto
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/familia-denuncia-demora-em-parto-13794493.ghtml
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Assessoria de Comunicação