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Com o apoio da Ahpaceg, Goiânia sediou nesta quinta-feira o Higicon Experience Centro-Oeste.

Promovido pela Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), o evento foi um sucesso ao reunir profissionais de saúde e de higienização de hospitais públicos e privados de Goiás.

A programação trouxe temas de grande relevância, como o combate às Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e a importância da adoção de estratégias eficazes para prevenir infecções, protegendo tanto os pacientes quanto os profissionais.

As discussões foram conduzidas por especialistas renomados: Marcos Cyrillo, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia; Ellen Dreger Cardoso, enfermeira e mestre em infectologia em Saúde Pública; João Carlos Caldeira, enfermeiro e gestor do Hospital do Coração Anis Rassi; Edmilsom Amaral da Silva, coordenador de Operações e Infraestrutura do HMAP; e Marcelo Boeger, referência nacional em gestão hospitalar.

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A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, participou do encontro ao lado de representantes de diversas instituições associadas.

Sexta, 12 Setembro 2025 07:04

CLIPPING AHPACEG 12/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Lula sanciona lei que transforma Setembro Amarelo em política pública nacional

https://oimparcial.com.br/brasil/2025/09/lula-sanciona-lei-que-transforma-setembro-amarelo-em-politica-publica-nacional/

Imas tem pouco mais de 1 mês para apresentar plano de reestruturação ao MPGO

https://www.aredacao.com.br/noticias/240025/imas-tem-pouco-mais-de-1-mes-para-apresentar-plano-de-reestruturacao-ao-mpgo

Segurança jurídica na assistência médica salva vidas e reduz litígios

https://medicinasa.com.br/seguranca-juridica-litigios/

Secretaria de Saúde de Goiás confirma mais casos de febre amarela no estado

https://www.youtube.com/watch?v=5kPl3q8-CSk

O IMPARCIAL

Lula sanciona lei que transforma Setembro Amarelo em política pública nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta semana, a Lei nº 15.199/2025, que institui oficialmente a campanha Setembro Amarelo como política pública nacional. A mobilização será realizada todos os anos, em setembro, com foco na promoção da saúde mental e na prevenção da automutilação e do suicídio.

Criada em 2014 por entidades da sociedade civil, a campanha passa agora a ter respaldo legal. Só em 2023, mais de 16,8 mil mortes por suicídio foram registradas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Publicada no Diário Oficial da União na terça-feira (9), a lei determina que a campanha deve informar a população sobre riscos, orientar sobre recursos de apoio e tratamento, além de fortalecer o acolhimento às pessoas em sofrimento psíquico.

Também foram instituídas duas datas: 10 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e 17 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção da Automutilação. Governos estaduais poderão realizar ações como iluminar prédios públicos de amarelo e veicular campanhas de conscientização.

Campanha e tema de 2025

O Setembro Amarelo, realizado desde 2015, é conduzido atualmente pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e Conselho Federal de Medicina (CFM).

Neste ano, a campanha tem como tema “Conversar pode mudar vidas”, reforçando o diálogo como ferramenta fundamental para acolher pessoas em sofrimento e estimular a prevenção ao suicídio.

Cartilha Amarela

Como parte da mobilização, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou, na quarta-feira (10), a Cartilha Amarela – Prevenção e combate ao assédio, a outras formas de violências e ao suicídio relacionado ao trabalho.

O documento alerta para os efeitos nocivos de ambientes laborais hostis e práticas abusivas, apontando como principais vítimas do assédio moral mulheres, pessoas com deficiência, população LGBTQIAPN+, idosos, migrantes, estrangeiros e trabalhadores que sofreram acidentes ou adoecimento.

A cartilha também desmistifica crenças equivocadas sobre o tema, como a ideia de que falar sobre suicídio aumenta o risco. Segundo o material, discutir o assunto de forma responsável ajuda a proteger vidas e reduzir estigmas.

Rede de apoio

O Brasil conta com uma rede de apoio para assistência em saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que oferecem atendimento especializado com equipes multiprofissionais.

O CVV também presta apoio gratuito e sigiloso, disponível 24 horas por dia pelo telefone 188, chat ou e-mail. Em situações de emergência, a população pode acionar o Samu (192) e a Polícia Militar (190).

Desafio global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 720 mil pessoas morram por suicídio a cada ano no mundo, sendo a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

No Brasil, o número de casos cresceu 66,47% em dez anos (2013–2023), segundo o Atlas da Violência 2025, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em média, 46 brasileiros tiram a própria vida todos os dias.

O país assumiu junto à Organização das Nações Unidas (ONU) o compromisso de reduzir em um terço os casos de suicídio até 2030, conforme a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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A REDAÇÃO

Imas tem pouco mais de 1 mês para apresentar plano de reestruturação ao MPGO

Dívida do Instituto chega a R$ 145 mi 

O Ministério Público de Goiás (MPGO) estabeleceu o dia 16 de outubro como prazo final para que o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas) apresente o Plano de Transformação Estrutural da entidade. A definição ocorreu durante reunião realizada nesta quarta-feira (10/9) na sede do MP, conduzida pela promotora de Justiça Carmem Lúcia Santana de Freitas, titular da 20ª Promotoria da capital, e pelo promotor de Justiça Cassius Marcellus de Freitas Rodrigues, da 88ª Promotoria.

Participaram ainda a presidente do Imas, Gardene Fernandes Moreira; a gerente de Credenciamento, Paula Taisa Rezende Borges; a chefe da Advocacia Setorial, Graziane Cardoso Lourenço; o representante do Conselho de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Conas), Weyner Alves Rosa; e a assistente administrativa da Controladoria-Geral do Município Juliana Evangelista Mendonça Correa.

Inconsistências de funcionamento 
Durante a reunião, os promotores destacaram as principais inconsistências identificadas no funcionamento do instituto, especialmente no atendimento à saúde. Carmem Lúcia ressaltou a necessidade de transparência nos atos da gestão, com acesso facilitado a informações de interesse dos usuários. Já Juliana Evangelista observou que a falta de confiança da população no Imas é resultado de irregularidades acumuladas ao longo dos anos, defendendo a construção de um vínculo sólido entre usuários e a instituição.

Questionada sobre a composição da diretoria, a presidente do Imas informou que os cargos de secretaria executiva e da Diretoria de Assistência à Saúde permanecem vagos. Também confirmou, após ser indagada pelo promotor de Justiça Cassius Marcellus, que os resultados da auditoria feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) já foram analisados e serão implementados conforme a realidade do órgão. Segundo ela, o Imas enfrenta gargalos financeiros e organizacionais, sendo totalmente dependente do Poder Executivo municipal.

Viabilidade do instituto
A gerente de Credenciamento, Paula Taisa Rezende Borges, apresentou um levantamento das inconsistências apontadas pelo MP e afirmou acreditar na viabilidade do instituto. Ela destacou a importância da reestruturação para garantir qualidade à prestação do serviço de saúde aos servidores e apresentou aos promotores as ferramentas já disponibilizadas no Portal do Beneficiário.

Na ocasião, ficou determinado que o plano deve prever medidas imediatas, como a melhoria qualitativa e a estabilização do quadro de pessoal, a nomeação de gestores com capacidade técnica e conhecimento relacionados às áreas de atuação, bem como o acompanhamento rigoroso da execução e dos pagamentos dos contratos de credenciamento.

A presidente Gardene Fernandes expôs que a dívida do Imas está estimada em mais de R$ 145 milhões. Ela garantiu que a gestão está empenhada em encontrar soluções.

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MEDICINA S/A

Segurança jurídica na assistência médica salva vidas e reduz litígios

Por Gustavo Clemente

Nos primeiros cinco meses de 2025, o Brasil registrou impressionantes 37.170 novos casos de falhas assistenciais na área da saúde. Esses incidentes resultam diretamente em danos morais ou materiais e estão entre os principais motores do crescente número de processos judiciais envolvendo o setor, que chegaram a 74.358 ações em 2024, um aumento de 506 % em relação a 2023, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Diante dessa realidade preocupante, é imprescindível adotar medidas jurídicas preventivas robustas, com participação ativa de advogados especializados em Direito Médico e da Saúde. A construção de protocolos assistenciais ricamente detalhados, combinados com orientação jurídica em todas as etapas, estabelece um padrão operacional seguro e confiável. Esses documentos devem expor com clareza cada etapa do atendimento, os resultados esperados, bem como os riscos e possíveis eventos adversos, assegurando que não haja surpresas no percurso assistencial, o que representa segurança tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

Nesse contexto, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assume papel central. Ele formaliza, em linguagem acessível ao paciente, as informações sobre o procedimento, suas possibilidades de sucesso ou complicações, proporcionando transparência e empoderamento do paciente ao decidir com base em dados claros.
Paralelamente, o prontuário médico funciona como instrumento jurídico imprescindível: nele são registradas todas as intervenções e condutas da equipe assistencial, servindo como prova incontestável da trajetória clínica do paciente.

A colaboração entre equipes multidisciplinares assistenciais e a assessoria jurídica é igualmente essencial. O advogado especializado em Direito Médico aporta visão técnica e estratégica nas revisões e criação de protocolos internos, apontando eventuais brechas, sugerindo ajustes e promovendo uma cultura preventiva que orienta a prática diária dos profissionais. Isso permite não apenas a mitigação de riscos jurídicos, mas também a efetiva redução de eventos adversos, contribuindo para um ambiente mais seguro e confiável na prestação de serviços de saúde.

Outro aspecto crucial é a adoção de ferramentas de gestão como o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), amplamente usado em ambiente hospitalar. Essas práticas de gestão contínua permitem que protocolos sejam avaliados, executados, monitorados e aprimorados de forma sistemática, fortalecendo a cultura de segurança do paciente e a aderência às normas jurídicas.

A segurança do paciente no Brasil também se beneficia da acreditação hospitalar. A Organização Nacional de Acreditação (ONA), com dados baseados na Anvisa, associou a adoção de acreditações à redução significativa de falhas: queda de até 51 % em erros de medicação, 52 % em identificação de pacientes, 42 % nas infecções hospitalares, entre outros ganhos. Apesar de os números iniciais de falhas frequentemente aumentarem numa etapa de implementação – reflexo da subnotificação anterior, com trabalho sistemático, os casos tendem a cair e estabilizar.
Além disso, dados da ONA também indicam que, entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou aproximadamente 396.629 falhas assistenciais, das quais resultaram 2.363 mortes. Muitas dessas tragédias poderiam ter sido evitadas com processos assistenciais mais estruturados e seguros. A OMS estima que globalmente mais de 80 % das falhas assistenciais poderiam ser prevenidas, reforçando a importância da prevenção jurídica e operacional desde o planejamento até a execução dos cuidados.

De forma integrada e preventiva, o advogado da saúde deve ser mais do que um consultor jurídico; deve participar diretamente do cotidiano de uma unidade de saúde, compreendendo gestão hospitalar, logística, fluxos assistenciais e comunicação interna. Essa vivência permite que ele fale a “mesma língua” dos profissionais de saúde e elabore estratégias jurídicas que se adequem à realidade operacional. Sua atuação é fundamental para identificar falhas nos protocolos, treinar equipes quanto ao cumprimento adequado de normas e documentações e garantir que cada etapa do atendimento esteja juridicamente respaldada.

Em resumo, com base no cenário brasileiro atual, marcado pelo alto número de falhas assistenciais, mortalidade evitável, e explosão de processos judiciais, a integração de protocolos detalhados, termos de consentimento transparentes, registros médicos completos e atuação jurídica especializada se revela absolutamente essencial. Essa atuação preventiva não só reduz riscos e litígios, mas fortalece a confiança entre profissional e paciente, eleva a qualidade dos serviços prestados e contribui para a construção de um sistema de saúde mais seguro e eficiente.

* Gustavo Clemente é sócio do Lara Martins Advogados e Presidente do Sindicato dos Hospitais do Estado de Goiás (SINDHOESG).

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TV SERRA DOURADA

Secretaria de Saúde de Goiás confirma mais casos de febre amarela no estado

https://www.youtube.com/watch?v=5kPl3q8-CSk

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 11 Setembro 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 11/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Deputado Cairo Salim defende uso de videomonitoramento em UTIs

https://portal.al.go.leg.br/noticias/157908/deputado-cairo-salim-defende-uso-de-videomonitoramento-em-utis

Unicef: obesidade infantil supera desnutrição pela 1ª vez no mundo

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/unicef-obesidade-infantil-supera-desnutricao-pela-1a-vez-no-mundo

Como as parcerias público-privadas estão ampliando o acesso aos cuidados na AL

https://medicinasa.com.br/ppp-saude/

A redefinição do cuidado em saúde no Brasil passa pela IA

https://medicinasa.com.br/redefinicao-cuidado-ia/

Verdade inconveniente: setor de saúde ainda venera o papel

https://www.saudebusiness.com/colunistas/verdade-inconveniente-setor-de-saude-ainda-venera-o-papel/

Paciente fica ferido após incêndio durante ressonância

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/paciente-fica-ferido-apos-incendio-durante-ressonancia-13917255.ghtml

A nova experiência do paciente com a digitalização da saúde

https://futurodasaude.com.br/experiencia-do-paciente-brd-yt-einstein/

Judicialização da saúde segue em alta e governo busca soluções

https://futurodasaude.com.br/judicializacao-solucoes/

Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a Pasta

https://www.camara.leg.br/noticias/1199002-ministro-da-saude-detalha-aumento-das-despesas-e-pede-mais-recursos-para-a-pasta/

ALEGO

Deputado Cairo Salim defende uso de videomonitoramento em UTIs

Na audiência pública em curso na manhã desta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que debate a instalação de câmeras em unidades de terapia intensiva (UTIs), o deputado Cairo Salim (PSD), propositor do encontro, abriu os trabalhos ressaltando a importância do Parlamento como espaço de escuta da sociedade e de discussão de temas sensíveis na área da saúde.

“Estamos aqui hoje cumprindo uma das nossas missões, que é debater, ouvir a população, ouvir os segmentos organizados da sociedade, as entidades que participam desse tema tão caro para nós, que é a saúde, seja ela pública ou privada”, afirmou o parlamentar. Ele lembrou que já apresentou proposta semelhante em 2019, aprovada pelo Legislativo, mas vetada pelo Executivo.

Salim destacou que a tecnologia já faz parte do cotidiano da sociedade e deve ser utilizada também para garantir segurança e transparência dentro das unidades de saúde. “Vivemos num 'big brother'. Olha o tanto de câmera aqui nesta sala. Como está a cidade de Goiânia agora? Há câmera para todo lado. E é assim no mundo todo”, exemplificou.

O deputado defendeu a medida como forma de proteção tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde, citando casos em que o videomonitoramento foi essencial para esclarecer situações graves. “Por que colocar a câmera? Para prevenir abusos que podem, sim,  acontecer e já aconteceram em Goiás”, pontuou, ao mencionar o episódio de uma paciente abusada dentro de uma UTI, caso solucionado graças às imagens gravadas.

Preservar

Salim também argumentou que o recurso pode auxiliar a preservar a atuação correta de médicos e enfermeiros. “A câmera também pode ser um grande solucionador dessas demandas, ajudando os bons profissionais que estão nessas unidades de saúde, poupando-os de processos injustos.”

O parlamentar reiterou que respeita os diferentes posicionamentos sobre o tema, inclusive de entidades médicas e hospitalares, mas defendeu que a decisão sobre a obrigatoriedade cabe ao Parlamento. “Quem tem que definir isso? São os deputados. E eu acredito que essa é uma demanda importante da sociedade”, afirmou.

Ao finalizar sua fala de abertura, Cairo Salim registrou agradecimentos aos representantes presentes, como o gerente de Telessaúde, Rafael Souto, o advogado Leonardo Rocha Machado, representante da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), e o médico Frank Cardoso, da Secretaria de Saúde de Goiânia, ressaltando sua disposição em conduzir o debate de forma ampla e democrática.

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AGÊNCIA BRASIL

Unicef: obesidade infantil supera desnutrição pela 1ª vez no mundo

Rio de Janeiro - Uma em cada cinco crianças ou adolescentes do mundo está acima do peso, o que representa cerca de 391 milhões de indivíduos. Quase metade delas - 188 milhões - apresenta obesidade. Com isso, pela primeira vez na história, o excesso de peso grave superou a desnutrição como a maior forma de ná nutrição infantil. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que alerta para o risco de adoecemento.

Em um relatório com dados de mais de 190 países, a organização mostra que a prevalência de desnutrição entre crianças de 5 a 19 anos caiu de quase 13% para 9,2%, entre 2000 e 2025 Enquanto isso as taxas de obesidade aumentaram de 3% para 9,4%. A obesidade só não superou a desnutrição em duas regiões do mundo: a África Subsaariana e o Sul da Ásia.

No Brasil, esse já é o panorama há algumas décadas. No ano 2000, 5% das crianças e adolescentes apresentavam obesidade, contra 4% afetados pela desnutrição. Até 2022, o índice de obesidade triplicou, chegando a 15%, enquanto a desnutrição continuou caindo para 3% dessa população. Além disso, o sobrepeso dobrou de 18% para 36%.

Segundo o relatório, as maiores taxas de obesidade entre crianças e adolescentes foram encontradas em países das Ilhas do Pacífico, passando de 30%. A principal razão, segundo o Unicef, é a substituição da alimentação tradicional por alimentos ultraprocessados, que são mais baratos.  

Ultraprocessados
Mas as taxas de obesidade e o consumo de ultraprocessados também preocupam em países de alta renda, de continentes e com contextos culturais diferentes. No Chile, 27% das habitantes entre 5 a 19 anos vivem com obesidade, e a proporção é de 21% nos Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, ou seja, 2 a cada 10.

“A obesidade é uma preocupação crescente que pode impactar a saúde e o desenvolvimento das crianças. Os alimentos ultraprocessados estão substituindo cada vez mais frutas, vegetais e proteínas, justamente quando a nutrição desempenha um papel crítico no crescimento, desenvolvimento cognitivo e saúde mental das crianças”, lamenta Catherine Russell, Diretora Executiva do Unicef.

De acordo com a organização, a mudança não se deve a escolhas pessoais, mas a "ambientes alimentares prejudiciais que estão moldando a dieta das crianças, para privilegiar alimentos ultraprocessados e fast foods", que contém altas concentrações de açúcar, amido refinado, sal, gorduras não saudáveis e aditivos. "Esses produtos dominam comércios e escolas, enquanto o marketing digital dá à indústria de alimentos e bebidas acesso poderoso ao público jovem", alerta a publicação.

Idades
O relatório mostra também que a desnutrição continua sendo uma preocupação significativa entre crianças menores de 5 anos em muitos países de baixa e média renda, enquanto o excesso de peso é mais prevalente entre as crianças em idade escolar e adolescentes.

De acordo com o relatório, a condição aumenta o risco de desenvolver resistência à insulina, pressão alta e doenças graves ao longo da vida, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

O Unicef calcula que, se os países não intervirem para prevenir o excesso de peso infantil,  podem enfrentar grandes impactos econômicos, por causa das consequências na saúde pública. Até 2035, o impacto econômico global do sobrepeso e da obesidade deve ultrapassar US$ 4 trilhões por ano.

Por outro lado, alguns países aparecem como exemplos positivos, incluindo o Brasil. A organização destaca: a restrição progressiva da compra de ultraprocessados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); a vedação de propagandas de alimentos não saudáveis para crianças; a rotulagem frontal, que destaca quando um produto é rico em substâncias nocivas, como açúcar e sódio; e a proibição do uso de gorduras trans na produção de alimentos.

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MEDICINA S/A

Como as parcerias público-privadas estão ampliando o acesso aos cuidados na AL

Acho que tenho um dos melhores empregos do mundo. Isso pode soar como uma afirmação ousada, mas como alguém que trabalha na interseção de inovação e propósito, ajudando os sistemas de saúde em toda a América Latina a melhorar e expandir seu alcance, sinto isso todos os dias. No entanto, nossa região enfrenta uma realidade preocupante: cerca de 30% da população ainda enfrenta barreiras para acessar serviços essenciais de saúde. São mais de 200 milhões de pessoas que não conseguem entrar em contato facilmente com um médico quando precisam de um. E isso não é algo que qualquer organização possa consertar.

A saúde é um dos maiores dilemas para a sociedade resolver. Quer estejamos falando de infraestrutura desatualizada ou escassez de pessoal nas áreas rurais, a necessidade de ação coletiva nunca foi tão clara. A colaboração não é apenas útil, é fundamental. Na verdade, eu diria que é a chave para uma mudança duradoura.

Por que as parcerias público-privadas são importantes

Para causar um impacto real na área da saúde, não podemos olhar para iniciativas de curta duração ou melhorias isoladas. O que precisamos são soluções escaláveis criadas por diversas partes interessadas que se unem em torno de um objetivo comum. E é aqui que entram em jogo as parcerias público-privadas (PPPs).

Ao reunir representantes de todo o ecossistema de saúde – governos, empresas de tecnologia, hospitais e muito mais – as PPPs oferecem uma estrutura para o desenvolvimento em conjunto de serviços eficientes, eficazes e acessíveis. Eles não apenas fornecem ferramentas; eles entregam transformação. Quando implantadas com cuidado, essas parcerias melhoram a saúde da comunidade, coordenam o atendimento de forma mais eficaz e disponibilizam serviços para mais pessoas em mais lugares.

Os líderes de saúde estão a bordo

Esse compromisso com a colaboração se reflete em nosso relatório Future Health Index Brazil 2024. Os líderes de saúde no Brasil estão cada vez mais olhando além de suas organizações para aumentar a qualidade e a acessibilidade do atendimento em suas comunidades. Eles veem um papel claro para parcerias estratégicas para apoiar a saúde da comunidade e preencher lacunas na prestação de cuidados.

Então, com quem eles estão fazendo parceria? Muitos estão de olho em empresas de tecnologia de saúde (42%) e instituições educacionais (33%), com entidades governamentais e seguradoras/pagadoras vistas como igualmente vitais (ambas com 44%), especialmente para melhorar a pontualidade e a qualidade do atendimento. Essas parcerias ajudaram a modernizar os hospitais públicos, simplificando o gerenciamento e integrando tecnologias avançadas, aumentando a sustentabilidade financeira e elevando o atendimento.

Um exemplo disso é o surgimento de redes de tele radiologia, que permitem diagnóstico por imagem e revisão especializada a partir de locais centralizados. Em vez de depender de um único técnico ou médico em um hospital público sobrecarregado, as imagens médicas podem ser processadas remotamente por profissionais treinados. Isso é um divisor de águas para regiões remotas do Brasil, onde o acesso aos cuidados tem sido um desafio. Por meio de análise virtual e suporte de telessaúde, pacientes em áreas carentes recebem diagnósticos mais rápidos e precisos.

Destaque: a transformação diagnóstica da Bahia

Veja a Bahia, um dos maiores estados do Brasil. Com desafios de infraestrutura e escassez contínua de pessoal, o governo enfrentou lutas reais para manter os serviços hospitalares. Em resposta, eles formaram uma parceria público-privada com a Philips e um consórcio de diagnósticos. Juntos, entregamos um novo centro de radiologia centralizado e 44 equipamentos, incluindo 12 unidades de imagem em 12 hospitais. Essa iniciativa não se tratava apenas de colocar máquinas no prédio, mas de conectar equipes de especialistas com médicos da linha de frente em comunidades carentes. Com R$ 120 milhões investidos em infraestrutura e equipamentos, essa colaboração possibilitou mais de 500 mil exames diagnósticos em apenas um ano.

Na década seguinte, mais de 3.5 milhões de pessoas se beneficiaram de exames realizados por meio dessa parceria. Adoro o fato de que esse impacto começou com uma visão compartilhada de construir algo maior do que qualquer organização poderia alcançar sozinha.

Pequenas parcerias, grandes inovações

Embora as colaborações em larga escala muitas vezes ganhem as manchetes, há outro lado da inovação por meio de PPPs: as parcerias menores e ágeis que testam novos modelos e melhoram a eficiência. Esses projetos, muitas vezes combinando necessidades públicas com precisão do setor privado, são um terreno fértil para a implantação de tecnologia de ponta.

Ao emprestar estratégias de produtividade de fluxos de trabalho do setor privado e integrar os melhores sistemas da categoria em ambientes públicos, essas parcerias ajudam a ampliar ainda mais os recursos existentes. Não se trata apenas de aumentar o número de pacientes atendidos, mas também a eficácia. É aí que a mágica acontece: quando a implantação inteligente encontra o compromisso público.

Redefinindo o que o acesso realmente significa

Em última análise, as parcerias público-privadas não têm a ver com a entrega de novas tecnologias brilhantes. Trata-se de redefinir o acesso aos cuidados e colaborar para possibilitar que mais pessoas, independentemente de quem sejam ou de onde morem, obtenham os cuidados de que precisam. Como diz o ditado: se você quer ir rápido, vá sozinho. Mas se você quer ir longe, vá acompanhado.

*Felipe Basso é Diretor Geral da Philips América Latina.

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A redefinição do cuidado em saúde no Brasil passa pela IA

A área da saúde vive uma transformação concreta e em ritmo acelerado, impulsionada por soluções de Inteligência Artificial (IA) cada vez mais especializadas. Mais do que uma promessa futurista, essas tecnologias já estão redefinindo diagnósticos, tratamentos, a gestão hospitalar e, principalmente, abrindo caminho para um sistema de saúde mais acessível, preciso e sustentável.

Um dos exemplos mais impactantes é o AI Diagnostic Orchestrator (MAI-DxO), da Microsoft, que alcançou 85,5% de acurácia em diagnósticos complexos em testes controlados com 304 casos, desempenho muito superior à média de 20% entre médicos experientes em situações semelhantes, segundo publicação no New England Journal of Medicine. Modelos de IA treinados para medicina como esse demonstram um potencial disruptivo: reduzir significativamente os custos com exames complementares ao mesmo tempo em que ampliam a precisão diagnóstica. Este é um avanço especialmente valioso em regiões com acesso limitado a especialistas, onde a carência de profissionais qualificados é um desafio crônico.

A aplicação da IA já apresenta resultados relevantes em áreas como radiologia, cardiologia e urologia, atingindo até 94% de precisão na identificação de patologias específicas. Em cirurgias de alta complexidade, algoritmos já atuam para minimizar riscos e aumentar a eficiência, reforçando o papel da tecnologia como apoio à decisão médica e não como substituto.

O mercado reflete esse movimento. Segundo projeção do GlobeNewswire, o setor de IA em saúde deve crescer de US$ 21,66 bilhões em 2025 para US$ 110,61 bilhões em 2030. Mais do que uma tendência, trata-se de um imperativo estratégico: 94% das organizações de saúde já veem a IA como essencial para suas operações, e 86% utilizam essas ferramentas extensivamente, de acordo com estudo da SS&C Blue Prism.

No Brasil, o cenário começa a avançar. A TIC Saúde 2024 mostra que 17% dos médicos já utilizam IA generativa, enquanto um levantamento da Anahp com a ABSS aponta que 62,5% dos hospitais privados pesquisados aplicam IA em suas rotinas. A adesão ainda é incipiente, mas a curva é positiva, impulsionada pela busca por eficiência e melhoria no atendimento.

Na prática, a IA especializada já tem transformado não apenas o diagnóstico clínico, mas toda a jornada do cuidado. Em projetos estratégicos, já foram implementadas soluções que otimizam a gestão hospitalar, integram assistentes inteligentes e personalizam tratamentos com base em análises genômicas, entregando ganhos concretos em tempo, precisão e experiência do paciente.

É essencial reforçar que a IA é uma aliada estratégica, não um substituto. Sua função é potencializar a atuação médica, liberando os profissionais de tarefas repetitivas para que possam se concentrar em análises clínicas mais complexas e em um cuidado mais próximo e humano. A colaboração entre a expertise humana e a capacidade analítica da IA é o caminho para um sistema de saúde mais robusto.

Mais do que adotar tecnologia, o setor de saúde brasileiro precisa avançar em mentalidade e cultura. Integrar a IA de forma estratégica é o caminho para reduzir desigualdades no acesso à saúde, otimizar recursos e oferecer um cuidado mais eficiente e empático em todas as regiões do país. A pergunta que precisa ser feita é: “como a inteligência artificial pode ampliar a capacidade de cuidado e transformar a experiência do paciente, garantindo um futuro mais equitativo e inovador para a saúde brasileira?”. É essa integração inteligente e humana que guiará o futuro da saúde no Brasil.

*Jefferson Sá é Diretor de Inovação da V8.Tech.

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SAÚDE BUSINESS

Verdade inconveniente: setor de saúde ainda venera o papel

ESG e a inconsciência coletiva.

Considerando o número nacional de internações em 2021, cerca de 19 milhões (SUS e Saúde Suplementar), o setor hospitalar nacional consome, apenas no eixo das internações, cerca de 1,34 bilhão de folhas de papel A4, a um custo aproximado de R$ 340 milhões (podendo ultrapassar 1,73 bilhão). Mesmo com todos os ativos computacionais em uso (desktops, notebooks, smartphones, impressoras, redes de interconectividade, sistemas e aplicações setoriais e/ou hospitalares, IA, etc.) a cadeia hospitalar ainda se vê obrigada a gerar, armazenar e distribuir quase “40 páginas diárias por cada paciente internado”.

Da ‘documentação de entrada’ do paciente (RG, Carteira de Trabalho, CPF, Cartão e guia do Convênio, Prescrições, Laudos, Avaliação pré-anestésica, termos de consentimento, etc.) à ‘documentação intrínseca do hospital’ (AIH, prontuário do paciente, anamnese, evolução diária, prescrições médicas, avaliação pré-anestésica, relatórios cirúrgicos, resumo de alta, dados de catering, etc.), o setor consome só nas internações cerca de 134 mil árvores ao ano, sem falar, é claro, de outro brutal volume de papel gerado pelo back-office de cada entidade, que aqui não está contabilizado.

Mais de 6 mil hospitais nacionais, com poucas exceções, gravitam na quintessência cultural do setor: se puder imprimir ou copiar, faça-o. Abarrote os andares, acumule os SAMEs, lote as gavetas, escaninhos, empanturre aquelas pastas do século XIX (pretas, enormes, que acomodam uma centena de páginas) e mapeie a localização para as necessidades mais bizarras (incêndios, roubo de prontuários, má-fé de funcionários, enxurradas, etc.). Sim, claro, o judiciário pode solicitar nas ações em curso, e como ele, em geral, também ama o papel, não adianta armazenar em arquivos digitais…

Dois modelos de IA generativa, bem municiados com informações de 2021 (múltiplas fontes, mas todas confiáveis), realizaram essa pesquisa em pouco mais de 3 horas (sem papel). Certamente que o volume de sulfite consumido em internações tem múltiplos motivos, dos mais insubstituíveis (regulações, legislação, compliance, etc.), passando pelos mais ultrapassados (insegurança dos dados digitais, base de informações não-confiáveis, questões de interoperabilidade, legado de registros perdidos, etc.) até chegar aos mais arriscados e discutíveis motivos (medo da inovação, zonas de conforto, baixa hierarquia em transformação digital, manutenção do Poder, etc.).

A questão ESG é relevante, mas não é única. A inconsciência coletiva é pior.

Mais da metade de todo papel que circula dentro das empresas de saúde não tem nenhuma utilidade, pelo contrário: tem custo alto, desperdiça tempo e gera uma enorme precariedade operacional. Um paciente que precisa realizar um exame de imagem, e se dirige a um dos dez mais importantes laboratórios de análises clínicas do país, gera mais de 8 folhas de papel, incluindo cópias, impressões de docs, questionários preenchidos à mão, ticket de senhas, laudos, etc. Metade desse montante é por força de regulação e segurança do paciente, o resto é de uma inutilidade atroz. Cada folha de papel consome em média 30 segundos de recursos humanos. Na entrada da unidade de coleta dos exames, existem 10 baias de atendimento, com seus respectivos atendentes. Atrás deles, três gigantescas máquinas copiadoras emitem, sem parar, cópias de tudo aquilo que os atendentes registram de cada paciente.

Na sala de espera, mais de 60 pacientes aguardam, em média, de 30 a 40 minutos para chegarem aos pés do atendente (ainda longe das salas de coleta ou ultrassonografia). Como toda essa operação é orquestrada, todos são avisados a chegar pelo menos 30 minutos antes da hora agendada. Os pacientes aguardam sentados ou em pé, sempre utilizando seus smartphones para distração, irritação ou para comunicar alguém que está tudo atrasado. Enquanto isso, milhares de folhas de papel são geradas incessantemente, a maioria sem nenhuma razão (por que o paciente precisa levar para casa uma cópia dos exames que ele mesmo solicitou?).

Todos os atendentes zelosos e solícitos sentados nas bancadas não estarão mais lá em menos de dois anos. Serão substituídos por “agentes-artificiais”, embarcados em modelos de IA. Todavia, é muito provável que as mesmas copiadoras continuem vomitando cópias, agora, solicitadas pelos Agentes. Isso só revela uma relação de “papel-dependência”, ou até de veneração entre o setor de saúde e o papel. São inseparáveis.

Apesar dos avanços nos Registros Eletrônicos de Saúde (RES), ou da crescente usabilidade da gestão digital de pacientes, a grande maioria dos hospitais e clínicas ainda dependem dos fluxos de trabalho em papel, como admissão de pacientes, gestão de consentimento, laudos clínicos, etc. A “carga papelocrática” do paciente na entrada da internação traz morosidade ao processo, preenchendo vários formulários em papel até chegar ao leito. As equipes clínico-administrativas ainda inserem manualmente muitos dados, aumentando não só o tempo de processamento quanto a possibilidade de erros. Papéis são extraviados, esquecidos, duplicados, triplicados, exigem o dobro de esforço na tomada de decisão. Sem falar que um paciente internado é obrigado a repetir seus dados várias vezes pela baixa integração dos sistemas ou pelas “camadas empilhadas de comando”, sem que ninguém saiba bem quem manda ou quem obedece. Na dúvida, crie mais um registro em papel, ou imprima, copie ou mesmo faça anotações auxiliares em todos os cantos do documento. Sistemas baseados em papel não garantem a continuidade assertiva dos cuidados, mas fornecem álibis, “provas” ou defesas em caso de desconfiança de que “a minha papelada é mais importante que a sua”.

A praga mais comum e antiga são os ‘formulários de consentimento’, em geral exigidos por forças advocatícias que protegem os hospitais de seus pacientes. Por outro lado, a legibilidade de um documento em papel é um oásis para o erro, confusão e repetição. Não importa quem escreve: pacientes, médicos, enfermagem, familiares, etc. É provável que um bom “investigador de escritos” seja sempre requisitado, aquele funcionário que se acostumou a decifrar letras e garranchos em qualquer papel de circulação. Os Registros Clínicos em papel ainda se expandem por milhares de hospitais e clínicas do país. Mesmo que digital, a cópia em papel sempre parece necessária ao fluxo hospitalar. Trata-se de uma inconsciência tóxica e persistente. Um modo de ver as tarefas sob a ótica copista. 

Dados da pesquisa TIC Saúde 2024, mostram que mesmo com registros eletrônicos em 92% dos estabelecimentos no Brasil, cerca de 55% das informações dos pacientes ainda são mantidas simultaneamente em papel e meio eletrônico, sendo que 6% só em papel (apenas 37% dos estabelecimentos registram as informações nos prontuários dos pacientes unicamente em formato digital).

Mas não é só no Brasil, o mundo inteiro ainda tem uma formidável admiração pela papelaria informacional. Segundo relatório “2024 CAQH Index Report”, nos EUA, dos chamados “clinical attachments” (laudos, prontuários anexados, autorizações, etc.) apenas 32% são trocados de forma eletrônica; sendo que 68% ainda são transmitidos via telefone, correio, fax ou e-mail (não há uma padronização federal). Além disso, na ‘autorização prévia’, o telefone é o método mais comum e só 23% dos médicos dizem que seu EHR fornece autorização eletrônica para prescrições (o resto recorre a fluxos manuais, segundo a American Medical Association em 2024).

O Reino Unido e seu formidável sistema público de saúde (NHS), ainda luta arduamente contra a papelaria clínico-assistencial. Uma das prioridades do atual governo para o NHS England é incentivar a força de trabalho a reduzir a enorme circulação de papel que ainda navega pelo oceano de suas instituições. Treinar, treinar e treinar é a forma como o NHS pretende reverter esse quadro. O sistema britânico ainda “luta nas trincheiras do paperless”: em muitas áreas os registros médicos continuam em papel, mesmo com “90% dos fundos fiduciários do NHS (e fundos fiduciários de outras entidades) determinarem que até dezembro de 2023 todo e qualquer registro médico deveria ser só digital (95% até março de 2025)”. A sanha de um século de papel-hospitalar talvez precise de outro século para desaparecer.

Dados indicam que cartas atrasadas enviadas pelo correio são responsáveis ​​por 25% das consultas hospitalares perdidas no Reino Unido, incluindo consultas críticas, planos de tratamento e resultados de exames (a maioria depende ainda de selos postais). Listas de espera do NHS, que chegaram a 9,7 milhões de pessoas em 2024, ainda dependem de atrasos de notificações pelo correio (fonte: Escritório de Estatísticas Nacionais). Na rica Alemanha, mesmo após a obrigatoriedade em 2024 do E-Rezept (prescrição eletrônica), de 10 a 20% das receitas médicas ainda continuam sendo impressas em papel. No Canadá, perto de 29% dos médicos compartilham resumos clínicos de forma eletrônica, o restante depende de meios jurássicos, como fax.

Na Índia, a intervenção governamental passou a ser decisiva. Somente em 2019 foi inaugurado um hospital totalmente sem-papel (Instituto Sardar Vallabhbhai Patel de Pesquisa e Ciências Médicas), cujos médicos agora utilizam tablets em vez de pranchetas e esferográficas. No último mês de julho de 2025, um dos maiores hospitais acadêmicos do país, localizado em Belagavi (cerca de 600 mil habitantes), o KLES Dr. Prabhakar Kore Hospital (2000 leitos), anunciou dados extraordinários: o hospital utiliza cerca de 12,5 milhões de páginas de papel anualmente, o que significa mais de 1500 árvores sintetizadas todos os anos em folhas sulfite. Um colossal projeto foi iniciado para reduzir esse fardo, mas o curioso é que o hospital é um dos mais digitalizados da Índia, mostrando que a transformação digital por si só não garante o desuso do papel.

No final do século passado, a assistência residencial anunciou o “home care hospital”. A desospitalização, no início dos anos 2010, instituiu o “hospital sem tijolos” e a Covid-19 forjou o “hospital sem paredes”. Mas, quase meio século depois do início da digitalização hospitalar, o “hospital sem papel” (paperless) insiste em resistir bravamente à veiculação dos meios digitais, mesmo com cada indivíduo tendo seu celular como dispositivo cativo. Não se trata de eliminar o papel por “fadiga existencial”, ou apenas pela conveniência com práticas de sustentabilidade ambiental (ESG). Nada disso. Em muitos casos, a folha solta, física e escriturada a mão tem o seu lugar. O que atrapalha é o “vício papelocrático”, onde se imprime e se fotocopia por metodologia, por regramento infundado, por insegurança ao meio digital, ou simplesmente devido ao fato de: “por via das dúvidas, vamos deixar uma cópia”.

Um exemplo são as reuniões gerenciais/executivas, em que a pauta e os documentos (clínicos ou administrativos) a serem discutidos são previamente enviados por meio digital. Todavia, na data do encontro, todos levam uma cópia de tudo para “facilitar o debate”, isso quando os próprios protagonistas do encontro não deixam as cópias na mesa de reunião (“precisamos ganhar tempo”). Essa cólera burocrática inunda os ambientes assistenciais, que passam a ser reféns da cópia em papel.

A responsabilidade transcende a cadeia de saúde: o paciente é tanto ou mais culpado (ou refém) da papelada. No Brasilestima-se que o consumo de papel por habitante seja de 50kg ao ano (fonte: PWC), o equivalente a quase uma árvore e meia de eucalipto (ou 10 mil-folhas de sulfite tamanho A4). As embalagens são hors-concours (mais de 60% de tudo o que é consumido), seguida dos materiais de suporte laboral (cadernos, folhas A4, blocos de notas, agendas, registros e uma infinidade de itens), ou seja, todo e qualquer material escriturário, que engole 25% de toda a celulose produzida. A consultoria Gartner também dá seu pitaco na algazarra papelatória: “em todo o mundo, aproximadamente 3% do lucro das empresas é destinado a papel, impressão, armazenamento e manutenção de documentos”. Além disso, ela especifica: 50% dos desperdícios das empresas são em papel (de acordo com Water Footprint Network, uma única folha de papel consome em sua produção cerca de 10 litros de água).

Você pode duvidar, mas nenhuma organização de saúde no Brasil, ou nos principais países do mundo, ainda prescinde do carimbo, que nasceupara validar o papel. Por exemplo:nosso Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) estabeleceu em maio de 2017 aResolução nº 545/2017que define as normas para o uso do carimbo pelos profissionais de Enfermagem. Muitos outros documentos circulantes nos sistemas de saúde são dependentes de carimbo, como as Operadoras de Saúde, que exigem “carimbo do médico” em pedidos e relatórios.

carimbo é mais antigo do que as múmias egípcias, mas seu uso nas instâncias de saúde ainda é febril. Na China, por exemplo, todos os “documentos de prova médica” exigem carimbo e selo oficial da instituição, sendo uma parte obrigatória do processo (além da assinatura do médico). O órgão máximo chinês na saúde (NHC – National Health Commission of the People’s Republic of China) determinou em janeiro de 2024 que cada documento tenha “carimbo” e que haja ‘gestão específica’ do uso deles (seja lá o que isso signifique). Na Índia, o Guia Oficial (2024) exige assinatura e carimbo do médico ou do hospital nos encaminhamentos/autorizações (CAPF). Na Indonésia, o mesmo: regulamento federal (MoH 2024) requer carimbo da unidade de saúde em qualquer cópia de prescrição e prontuário médico (mesmo eletrônico). Mesmo na Coreia do Sul, esfinge da transformação digital, há exigênciade carimbo oficial do hospital em resultados de exames desde 2023. Lembre-se: onde há carimbos, há milhões de toneladas de papel. Um não existe sem o outro.

Em 2006, Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, lançou o documentário “An Inconvenient Truth” (Uma Verdade Inconveniente), um filme que alertava sobre a crise do aquecimento global e os impactos das atividades humanas no planeta. A obra desmistificava o tema, apresentando dados científicos para mostrar a urgência de ações individuais e coletivas para salvar o mundo. Vinte anos depois do documentário, as emissões globais de CO saltaram de 29 giga-toneladas/ano para 37,8 (2024), um recorde histórico. 2024 foi também o ano mais quente desde 1850, com +1,29 °C acima da média do século XX. Só nos EUA, o complexo de saúde gera quase 1 milhão de toneladas de papel/ano, respondendo por quase “um quarto de todo o lixo hospitalar”.

No fim dos anos 1990, ainda mergulhávamos ‘rolos de filme em banhos químicos para revelar milhões de fotografias em papel glossy’ (brilhante e caríssimo: uma única folha custava o mesmo que 23 folhas de sulfite comum). Duas décadas depois, captamos bilhões de imagens por dia, cada uma já parida em bits, sem exigir uma única grama de celulose. O digital alterou a cultura e o comportamento humano na captação de imagens, além de reinventar a memória coletiva. Nos hospitais, entretanto, a impressora laser ainda dita as regras do plantão (receitas, etiquetas, laudos, prontuários, autorizações, etc.) e o toner dita o ritmo. A verdade inconveniente não é o uso do papel na Saúde, mas o desuso da inteligência em estratificar a sua utilidade. Ter consciência é frequentemente uma condição temporária. Não desistir dela é o que nos torna conscienciosos, aqueles que são diligentes, atentos e que percebem, de súbito, a angústia do inconsciente coletivo.

Guilherme S. Hummel
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)

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TV ANHANGUERA

Paciente fica ferido após incêndio durante ressonância

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/paciente-fica-ferido-apos-incendio-durante-ressonancia-13917255.ghtml

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FUTURO DA SAÚDE

A nova experiência do paciente com a digitalização da saúde

Na era digital, a jornada do paciente se torna híbrida. Criar espaços e estratégias para ouvi-lo é fundamental para que tal experiência seja aprimorada

Dentre as várias transformações em andamento da saúde, uma delas envolve a experiência do paciente. Com mais tecnologia e dados à disposição, a jornada do paciente virou foco não apenas do ponto de vista do cuidado, mas desde o primeiro contato com o serviço de saúde até o pós-atendimento. Ao organizar a navegação e zelar por todos os pontos de contato, a própria qualidade dos serviços aumenta - assim como se amplia o engajamento dos pacientes.

Esse foi o tema do novo episódio do Pensando no Futuro, que ouviu Claudia Garcia, diretora do escritório de excelência do Einstein, e Flávia Camargo, diretora de experiência em saúde da organização. As especialistas abordaram estratégias para equilibrar uma boa experiência do paciente e a excelência no cuidado prestado, formas de garantir a participação ativa do paciente na construção dessa experiência e a relevância de ter uma equipe integrada e focada na excelência da jornada.

Essa nova fase anda lado a lado com a evolução da tecnologia. Afinal, hoje o paciente está a alguns cliques de distância de aplicativos que centralizam agendamentos, exames e facilitam o contato com o time de saúde. Mesmo a jornada presencial em um hospital de ponta já está digitalizada, através de totens para check-in antecipado e triagem, ferramentas avaliativas pós atendimento e tantos outros recursos.

Mais do que uma simples transformação do analógico para o digital, o momento é de uma transformação de comportamento, reflete Camargo. A maneira como as pessoas se relacionam com a própria saúde e com os serviços de saúde não é mais a mesma de décadas atrás. E entender essa nova dinâmica é um ponto central para desenhar uma jornada de cuidado que seja satisfatória para o paciente.

"Cada um de nós cuida da nossa saúde 365 dias no ano. Não é quando a pessoa vai ao hospital que ela está cuidando da sua saúde. Ali é um momento de cuidado", pondera a diretora de Experiência em Saúde. "Nosso desafio, como time de experiência, é entender comportamento, entender pessoas, para então escolher as melhores tecnologias."

Essa movimentação do paciente e do seu entorno tecnológico demanda também uma mudança interna das instituições. Mas, segundo Garcia, é uma realidade que veio para ficar: "A gente vem se moldando, aprendendo, e descobrindo como utilizar essas tecnologias para a melhoria da saúde de todos."

Novo paciente, novas demandas

O novo paciente apresenta um perfil mais inovador e disruptivo do que se tinha até então. Ele é mais bem informado, ativo no próprio cuidado, e se apoia em tecnologias de suporte como os wearables e ferramentas de inteligência artificial. O paciente do Século XXI busca agilidade, compartilhamento das decisões sobre a sua saúde, respeito e uma relação mais harmoniosa com o seu time de cuidados.

Diante desse cenário, tão importante quanto estimular o letramento desse paciente, é também oferecer suporte para que o profissional de saúde esteja preparado para atendê-lo, como explica Camargo: "Quando a gente modela alguma solução, a gente também tenta entender qual é o impacto para a prática do profissional."

Ela cita como exemplo o fato de que, graças à agilidade do digital, é comum que o paciente tenha acesso ao resultado dos exames antes mesmo do médico, o que pode provocar uma situação mais estressante do que benéfica. "Temos que modelar isso de uma forma em que a jornada seja fluida, transparente, mas também não gere um desconforto no processo do atendimento."

Apesar de a nova geração ter nascido inserida nesse contexto digital, é preciso olhar também para os profissionais que se formaram em um mundo ainda analógico e encontrar estratégias para trazê-los para essa nova realidade, defende Garcia. Por isso, em sua visão, um dos principais desafios atuais da gestão é construir um sistema mais tecnológico ao mesmo tempo em que remodela a capacitação dos profissionais, de maneira simultânea.

"Essas tecnologias estão entrando em todas as dimensões, não só assistencial, mas também para trazer os médicos para esse universo de formas e linguagens de maneira que eles também se sintam confortáveis e não olhem para a tecnologia como algo ameaçador, mas como uma aliada", aponta Garcia.

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Judicialização da saúde segue em alta e governo busca soluções

Mesmo após decisão do STF, país já soma mais de 380 mil novas ações em 2025. Somente em julho, mais de 60 mil processos foram ajuizados

judicialização da saúde responde em média por 33% dos gastos em medicamentos no país, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2024, foram gastos cerca de R$3,2 bilhões no cumprimento de decisões judiciais pelo Ministério da Saúde. Nesse sentido, representantes do executivo e do judiciário defendem iniciativas para conter a judicialização excessiva, bem como estratégias de aproximação entre os processos de registro, precificação e incorporação de medicamentos.

Com o intuito de regulamentar o tema e diminuir os impactos, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu critérios mais rigorosos para a concessão de medicamentos por via judicial. Entre eles a obrigatoriedade de incorporação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) e apresentação de evidências científicas. No entanto, após quase um ano da decisão, a medida ainda não gerou efeitos significativos para a redução da judicialização.

Segundo dados do Painel de Estatísticas Processuais de Direito à Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até julho de 2025 houve o ingresso de mais de 383 mil novas ações. Destas, mais de 60 mil foram ajuizadas somente em julho deste ano. Em comparação ao primeiro semestre de 2024 a quantidade de novos processos diminuiu 5,5% para casos que envolvam a saúde pública. Contudo, a saúde suplementar registrou um aumento de quase 7% nesse período.

Um dos principais motivos apontados pelo Executivo para o constante aumento de processos judiciais na saúde é a litigância abusiva. A situação ocorre quando o direito de ação é usado de forma distorcida ou desleal, com o objetivo de obter vantagens indevidas, tumultuar o Judiciário ou fraudar o sistema de justiça. Durante evento realizado em Brasília na terça-feira, 9, representantes do governo apontaram que muitas vezes a judicialização tem se tornado uma ferramenta comercial de venda alternativa pela indústria farmacêutica.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, reconhece que parte do problema se deve a problemas estruturais do sistema de saúde e o direito da sociedade de acionar a justiça. No entanto, avalia que o cenário atual se tornou excessivo e abusivo. "Vemos isso como uma estratégia comercial da indústria para introduzir medicamentos de altíssimo custo que são desenvolvidos em uma velocidade exponencial. Precisamos proteger o SUS dessa litigância abusiva que afeta o orçamento público e a nossa capacidade de entregas", avalia o secretário.

Desse modo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) têm destinado esforços para combater a prática. Em março deste ano o STJ definiu que os juízes podem pedir informações complementares para comprovar a legitimidade da ação. Além disso, uma resolução do CNJ de outubro de 2024 também estabeleceu medidas para a identificação, o tratamento e a prevenção da litigância abusiva no Judiciário.

"Se tem uma área que a gente não pode permitir a litigância abusiva é a saúde. Estamos falando de um bem fundamental e que não pode ser objeto de fraude de forma nenhuma. Estamos colocando todos os nossos centros de inteligência do país para identificar esse uso abusivo. O sistema de justiça não pode deixar espaço para ser utilizado indevidamente", afirmou a conselheira do CNJ, Daiane de Lira.

Integração do registro, precificação e incorporação

Outro mecanismo para combater a judicialização na saúde defendido pelos especialistas no evento é a aproximação das etapas do ciclo de avaliação de medicamentos, como a integração dos processos de registro e precificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a incorporação pela Conitec. Uma opção considerada pelos representantes do governo como positiva é a revisão das regras de precificação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

A proposta, que passou por consulta pública e está em fase de análise das contribuições, tem como objetivo trazer maior transparência e atualizar os ritos procedimentais que as empresas devem adotar junto ao órgão. Para diminuir o intervalo da avaliação de medicamentos, a normativa traz como novidade a obrigatoriedade da apresentação do pedido de preços 60 dias após o registro na Anvisa.

"A necessidade de encurtar os prazos foi uma das questões debatidas e trazidas nos acordos decorrentes da decisão do STF. A gente precisa ter o registro mais próximo da precificação e mais próximo do processo de incorporação para evitar essa via alternativa pela justiça de fornecimento de medicamentos", explica a diretora da Anvisa, Daniela Marreco.

Outras alternativas consideradas são o aumento na transparência dos dados para o fomento de acordos de compartilhamento de risco, bem como o fortalecimento da capacidade de negociação do setor público. "Precisamos aumentar a ambição da indústria de negociar com o poder público. A judicialização é um cenário que dificulta e traz um custo muito maior de aquisição de quando as compras são feitas de forma regular", aponta a secretária adjunta do Ministério da Fazenda, Ana Maria Melo Netto.

Plataforma Nacional de Medicamentos

A decisão do STF também exige que seja criada uma plataforma nacional para centralizar demandas envolvendo o acesso e aquisição de medicamentos pelo SUS. A criação do sistema é considerada como crucial para facilitar a análise, a resolução administrativa dos pedidos e o controle judicial. Ainda em fase de desenvolvimento, a ferramenta será gerida em governança colaborativa pelo CNJ, Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais de saúde, sociedade civil organizada, Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

De acordo com o juiz auxiliar do STF, Diego Viegas Veras, a plataforma será um BI de dados com diferentes perfis de acesso e deve respeitar os limites da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Conforme Veras, o sistema é importante para permitir uma visão abrangente das políticas públicas, além de tornar a decisão judicial mais próxima da realidade. "Agora vamos poder saber quantos medicamentos estão sendo pedidos e qual o valor realmente está sendo pago. Por força de decisão judicial alguns medicamentos estão sendo comprados por preço dez vezes mais caro do que em uma compra regular. Esse é um gargalo que podemos enfrentar", diz o magistrado.

A ferramenta estará integrada e interoperável com os sistemas públicos de saúde como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), atas de registro de preços, estoques de medicamentos, entre outros. Também contará com dados da análise de incorporação da Conitec, Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), registros da Anvisa e processo de precificação da CMED. O sistema também tem sido articulado com o Conselho Federal de Medicina (CFM) para poder ser acessado por profissionais de saúde e conter informações dos médicos prescritores.

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PORTAL CÂMARA DOS DEPUTADOS

Ministro da Saúde detalha aumento das despesas e pede mais recursos para a Pasta

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento a sua preocupação com algumas despesas que cresceram e que não estão no Orçamento deste ano. Ele foi à comissão para atender uma regra que estabelece prestação de contas quadrimestral ao colegiado (Lei Complementar 141/12).

O ministro citou o custo do programa Farmácia Popular, que passou de R$ 2,2 bilhões em 2022 para R$ 6 bilhões neste ano. Ele explicou que houve um aumento da lista de medicamentos gratuitos e a distribuição de fraldas geriátricas. Segundo Padilha, são 60 milhões de fraldas por mês.

Também o programa Agora Tem Especialistas, criado recentemente, não tem todos os recursos necessários. O ministro pediu a colaboração dos parlamentares com o remanejamento de emendas orçamentárias de bancadas estaduais e de comissão para ações como a contratação de carretas e de mutirões de procedimentos especializados; além da aquisição de veículos de transporte, como ambulâncias.

"Às vezes, um recurso de emenda de comissão já está na ata para colocar R$ 1 milhão na cidade. Em vez de botar R$ 1 milhão no fundo municipal, no fundo estadual, você transformar isso numa carreta que fique lá um mês, dá até um protagonismo maior para o parlamentar, para a ação da comissão", disse.

Renato Araújo/Câmara dos Deputados Mauro Benevides Filho sugeriu aumento das emendas obrigatórias para saúde, de 50% para 65%

Decisões judiciais

A terceira fonte de pressão de gastos, segundo Alexandre Padilha, é o cumprimento de decisões judiciais para a compra de medicamentos e realização de procedimentos de média e alta complexidade. O total passou de R$ 1,5 bilhão em 2022 para R$ 2,5 bilhões neste ano.

Apesar do aumento das demandas, o ministro disse que houve um crescimento de 75% na aplicação mínima em saúde entre 2022 e 2025. Para 2026, são R$ 245,5 bilhões. Ainda assim, Padilha afirmou que o país aplica 4,5% do PIB em saúde enquanto países desenvolvidos da OCDE aplicam 7,4%.

Emendas obrigatórias

O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) disse que vai propor que a destinação obrigatória das emendas orçamentárias parlamentares para a saúde passe de 50% para 65%. "Apesar da crítica que isso é muito centralizado e a emenda tenta dar essa descentralização, mas eu acho que o parlamentar ainda consegue visualizar melhor esses lugares onde ainda falta uma intervenção mais precisa", afirmou.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 10 Setembro 2025 06:59

CLIPPING AHPACEG 10/09/25

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DESTAQUES

Plano de saúde tem de cobrir emergência nos casos de cirurgia estética

https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-09/plano-de-saude-tem-de-cobrir-ermergencia-nos-casos-de-cirurgia-estetica

Sucesso nas cirurgias de câncer de mama depende da precisão dos exames de imagem

https://medicinasa.com.br/cirurgias-cancer-exames/

48,3% dos códigos de materiais e medicamentos não existiam no ano anterior

https://medicinasa.com.br/codigos-materiais-medicamentos/

AGÊNCIA BRASIL

Plano de saúde tem de cobrir emergência nos casos de cirurgia estética

STJ decidiu em ação de paciente obrigada a arcar pelo custo extra

Plano de saúde é obrigado a cobrir imprevistos de cirurgia plástica mesmo realizada em hospital particular. O entendimento é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao decidir sobre ação ajuizada por uma paciente contra um hospital e um plano de saúde.

Ela alega que teve que custear indevidamente os procedimentos de emergência – hemograma e transfusão de sangue – realizados durante uma cirurgia plástica eletiva. A paciente pediu para não ter de pagar a conta apresentada pelo hospital em relação a esses procedimentos de emergência, além de indenização por danos morais.

O recurso chegou ao STJ após o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) não acatar a apelação feita pela defesa da paciente, sob a fundamentação de que seria inviável caracterizar atendimento de emergência para atrair a cobertura do plano de saúde nessa hipótese.

A paciente sustentou que a operadora de saúde deveria ter garantido cobertura para as intercorrências que surgissem durante o procedimento cirúrgico inicial, mesmo que este tenha sido eletivo e particular.

A ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma do STJ, relatora do caso, reconheceu que, no caso em julgamento, ficou comprovada uma complicação que exigiu atendimento imediato para preservar a integridade física da paciente, configurando, de acordo com a Lei 9.656/1998, que determina atendimento de emergência de cobertura obrigatória pelo plano de saúde.

“O artigo 11 da Resolução Normativa 465/2011 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dispõe que os planos devem cobrir tratamento de complicações clínicas e cirúrgicas, mesmo que decorram de procedimentos não cobertos, desde que os procedimentos necessários estejam no rol da ANS”, escreveu a ministra na sua decisão.

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A relatora Nancy Andrighi avaliou que o fato de as intercorrências terem decorrido de cirurgia plástica, com fins estéticos, a qual não tinha cobertura do plano, não afasta a obrigação da operadora em relação ao tratamento de emergência, sobretudo porque o hospital em que foi realizada a cirurgia é credenciado pelo plano de saúde da paciente.

“A obrigação de custear o hemograma e a transfusão de sangue, realizados em virtude das complicações havidas durante a cirurgia de lipoescultura e mastopexia com prótese, não é da paciente, mas da operadora do plano de saúde”, concluiu a ministra.

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MEDICINA S/A

Sucesso nas cirurgias de câncer de mama depende da precisão dos exames de imagem

A avaliação pré-operatória é determinante para o sucesso nas cirurgias de câncer de mama. Sob a perspectiva de investigar a efetividade e a precisão dos exames de imagem que detectam o tamanho e a localização dos tumores, pesquisadores brasileiros acabam de publicar um estudo que compara a mamografia digital, a mamografia contrastada, a tomossíntese digital e a ressonância magnética. Com a participação de pacientes com câncer de mama invasivo em estágio inicial do Hospital da Mulher, antigo Pérola Byington, em parceria com a rede Dasa, a investigação constitui uma contribuição científica importante para o aprimoramento de diagnósticos e a melhoria de resultados nos procedimentos cirúrgicos.

estudo “Avanço no estadiamento pré-operatório do câncer de mama precoce: uma análise comparativa de modalidades de imagem” foi publicado pelo periódico Current Problems in Diagnostic Radiology, dedicado à pesquisa e melhoria da prática em radiologia clínica. Coordenado pelo mastologista André Mattar, tesoureiro-adjunto da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), tem a participação dos pesquisadores Almir Bitencourt, Flora Finguerman Menache Dwek, Andressa Amorim, Luiz Henrique Gebrim e Flavia Paiva. Os especialistas Marcelo Antonini e Henrique Lima Couto, também da SBM, completam a equipe.

As pesquisas científicas que comparam diretamente a mamografia digital, a mamografia contrastada, a tomossíntese digital e a ressonância magnética para estadiamento pré-operatório são escassas. Além disso, o estudo conduzido pelo médico André Mattar é notável por concentrar investigações exclusivamente sobre pacientes com câncer de mama em estágio inicial, elegíveis para cirurgia. “Neste grupo distinto, o dimensionamento preciso do tumor e a detecção da lesão são cruciais para a realização da cirurgia”, ressalta o mastologista da SBM.

Na avaliação pré-operatória, a ressonância magnética, segundo o especialista, é considerada “padrão ouro” para orientar o planejamento cirúrgico e otimizar resultados nos casos de câncer de mama em estágio inicial. “O exame, no entanto, tem várias limitações. Podemos enumerar o alto custo, a disponibilidade reduzida de equipamentos e técnicos para realizá-lo e contraindicações para pacientes com claustrofobia ou dispositivos metálicos implantados, como o marca-passo”, afirma.

No estudo, os pesquisadores brasileiros incluíram 46 mulheres com idade média de 55,4 anos do Hospital da Mulher, em São Paulo (SP), referência no tratamento de câncer feminino que atende pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O levantamento contou ainda com a parceria da rede Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil e na América Latina.

Como resultado, o tumor primário foi identificado pela mamografia digital em 89,1% dos casos; a tomossíntese, em 97,8%. Mas tanto a ressonância magnética quanto a mamografia contrastada identificaram o câncer em 100% dos casos.

“Evidentemente, a ressonância magnética é um recurso de imagem que oferece melhor definição e dá ao cirurgião mais segurança para realizar um procedimento”, destaca Mattar. Mas como alternativa nova e promissora, pondera o médico, a mamografia que utiliza contrastes iodados se mostra superior à mamografia digital e permite uma avaliação mais precisa das lesões.

Na avaliação dos especialistas envolvidos no estudo, a mamografia contrastada “combina de forma única dados anatômicos e funcionais que revelam massas subjacentes e distorções arquitetônicas difíceis de interpretar com a mamografia digital, devido à sobreposição do tecido glandular mamário”. Para mulheres com mamas densas, as imagens obtidas com contraste ajudam a dimensionar, com maior precisão, a extensão do tumor.

Embora não esteja disponível no SUS e no rol de cobertura da saúde suplementar, que inclui os planos de saúde, André Mattar observa que a mamografia contrastada, como demonstra o estudo brasileiro, tem potencial para ser aplicada na avaliação pré-operatória em casos de câncer de mama em estágios iniciais. “O exame também tem a vantagem adicional de ser alternativa mais rápida e barata que a ressonância magnética”, finaliza.

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48,3% dos códigos de materiais e medicamentos não existiam no ano anterior

Estudo realizado pela Arvo, com apoio do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revelou que 48,3% dos códigos únicos de materiais e medicamentos processados não existiam no ano anterior. Os apontamentos por códigos inválidos ou divergentes representam 9% de todos os códigos processados pela empresa em 2024. Se colocarmos esse número em perspectiva para todo o mercado, representa R$ 770 milhões pagos em itens que apresentam inconsistência entre os códigos apresentados e a descrição real, em apenas um ano.

O levantamento analisou R$ 16 bilhões em sinistros processados entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, abrangendo quatro operadoras de saúde, de modelos diferentes (medicina de grupo, seguradora e autogestão), considerando mais de 1 milhão de beneficiários. O estudo joga luz ao desafio da despadronização e fragmentação de códigos, e escancara uma das principais razões da dificuldade das operadoras em rastrear custos e garantir a integridade de pagamentos na saúde suplementar.

Os materiais e medicamentos com códigos próprios, negociados entre prestador e operadora, representam 22% do valor total do sinistro da categoria na base de dados da companhia. Além disso, mudam com frequência maior do que os códigos tabelados e 60% deles sequer existiam no ano anterior. A estimativa é que mais de 1,5 milhão de códigos circulam no sistema brasileiro, pulverizados em ao menos seis tabelas públicas e privadas, tornando o trabalho de auditoria ainda mais complexo e propenso a erros.

“A codificação de materiais e medicamentos na saúde suplementar é complexa, fragmentada e altamente dinâmica. Essa variabilidade dificulta a gestão do sinistro, compromete a precisão das auditorias, fomenta desperdícios e ameaça a sustentabilidade do sistema no longo prazo”, analisa o CEO e cofundador da Arvo, Fabricio Valadão.

Já Linelly Morellato, Líder da área de Health da empresa, afirma que lidar com múltiplas tabelas simultaneamente é um dos grandes gargalos do sistema, resultando em retrabalho constante, atrasos no atendimento e insegurança na autorização de procedimentos.

“Para o auditor, lidar com a codificação de materiais e medicamentos é uma tarefa exaustiva. Um mesmo item pode aparecer com dezenas de variações, e entender qual código se aplica exige tempo, pesquisa e análise criteriosa. No dia a dia, quando o volume de contas é alto, esses casos acabam escapando, porque encontrar a informação certa nem sempre compensa o esforço diante da pressão por produtividade.”

O estudo também aponta que, embora a categoria de materiais e medicamentos represente 33% do valor total do sinistro analisado, é comum que fique fora do foco, uma vez que os esforços de auditoria muitas vezes são direcionados para grandes contas, enquanto montantes de menor valor podem passar despercebidos.

Para o CEO da Arvo, o desafio é estrutural e sistêmico. Sem padronização e diante de um excesso de tabelas circulando no mercado, processos de auditoria manuais baseados em amostragem se tornam ainda mais desafiadores. Por isso, é fundamental potencializar a capacidade humana para atender a esse cenário tão complexo, a fim de evitar pagamentos indevidos e a perda de visibilidade sobre o destino dos recursos por parte das operadoras. Do lado dos prestadores, a falta de padronização provoca glosas e atrasos, afetando o fluxo de caixa e gerando insegurança na relação contratual.

“Mudar esse cenário requer uma mudança de mentalidade no setor da saúde, colocando a inteligência de dados no centro da auditoria de contas médicas. Quando a tecnologia faz o trabalho exaustivo de identificar códigos ativos, variantes e mudanças, o auditor ganha tempo, precisão e capacidade analítica, o que contribui para um processo mais estratégico”, conclui Fabricio.

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 09 Setembro 2025 07:01

CLIPPING AHPACEG 09/09/25

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DESTAQUES

Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro

https://www.aredacao.com.br/noticias/239768/caiado-confirma-inauguracao-do-cora-em-25-de-setembro

A inteligência artificial vai substituir os médicos?

https://medicinasa.com.br/ia-medicos/

Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers

https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-elo-fragil/

Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde

https://medicinasa.com.br/empresas-planos-saude/

Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/ceo-da-health-isac-alerta-para-riscos-globais-e-urgencia-de-cooperacao-em-ciberseguranca/

Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/

Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/confirmacao-de-febre-amarela-em-macaco-acende-alerta-em-abadia-de-goias-13911022.ghtml

 

A REDAÇÃO

Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro

Unidade está com 97% das obras concluídas

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, confirmou a inauguração do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) para o dia 25 de setembro. O anúncio foi feito durante a vistoria de obras, incluindo o Cora, nesta segunda-feira (8/9), em Goiânia. Para o chefe do Executivo goiano, a unidade de saúde é um marco para a saúde pública do país.

“Hoje, faz três meses que autorizamos a entrada de crianças para serem tratadas no Cora. É inédito o que nós fizemos em Goiás, superando todas as dificuldades e todos aqueles que dificultaram a construção desse hospital”, destacou, ao constatar a rapidez com que o empreendimento foi construído, em apenas 25 meses. 

O Cora iniciou as suas atividades em 9 de junho, em fase de pré-operação. É o primeiro hospital estadual 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento inicial oncológico voltado a crianças e adolescentes. A unidade é administrada pela Fundação Pio XII, mesma mantenedora do Hospital de Amor de Barretos (SP), que serviu de modelo para sua implantação. 

Durante a visita, o secretário de Estado da Saúde, Rasível Reis fez questão de enaltecer a parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) que está à frente das obras do hospital, que está com 97% dos trabalhos concluídos.  “Se não fosse pelo trabalho e controle da Goinfra, a gente não estaria entregando esse hospital em tão pouco tempo. Já estamos com todos os preparativos para a inauguração’, afirmou.  

Segundo Rasível, 25 crianças já recebem tratamento contra a leucemia na unidade, evitando o deslocamento para outros estados. O diretor técnico do hospital, Mário de Paula, ressaltou que a unidade já opera em ritmo acelerado. “Tivemos uma grande surpresa com o número de pacientes que estamos atendendo. Em menos de três meses, já estamos com mais de 100 pacientes, vários diagnosticados e 60 em tratamento”, informou. 

Mário de Paula ressaltou ainda que o número de procedimentos cirúrgicos também cresce rapidamente. “Estamos realizando duas neurocirurgias por semana. Esse é um volume bem grande para uma instituição que está começando e se adequando em Goiás”.

O Cora está na sua primeira etapa, das três previstas para serem concluídas, e tem capacidade para atender cerca de 300 casos de câncer por ano. Apenas em julho, o hospital realizou aproximadamente 450 consultas, 46 internações e 350 quimioterapias.

Para a inauguração dessa fase, o Governo de Goiás investiu mais de R$ 255 milhões na construção e equipagem de alta tecnologia no Cora. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo contará com 148 leitos e será uma das

Mais obras

Dando sequência às visitas, Caiado vistoriou às obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, que sediará o MotoGP 2026. A previsão é que a obra seja entregue no final de dezembro. “Estamos com duas equipes trabalhando em condições distintas. Uma trabalhando na pista e a outra trabalhando essa na infraestrutura que foi 100% derrubada e está sendo reconstruída de novo”, ressaltou Caiado, ao destacar o ritmo acelerado da obra. 

O presidente da Goinfra, Pedro Sales, frisou que as vistorias serão mensais, até o fim do ano, quando uma equipe da MotorSport Mundial certificará que o autódromo está em condições de receber a prova, “Vamos acompanhar todo o andamento das obras, tudo de forma muito rigorosa”, garantiu. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou a vistoria. 

Na última vistoria do dia, Caiado acompanhou os trabalhos no canteiro de obras da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. A nova estrutura contará com mais de 200 espaços destinados à prática das diferentes modalidades artísticas. Com a expansão, a área edificada terá cinco vezes o tamanho atual. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2026. 

Essa é a mais famosa escola de arte e dança que existe no mundo hoje, porque estamos superando todas as outras, o Basileu está competindo mundialmente. Estamos criando uma estrutura à altura, digna, de poder cada vez mais dar espaço para esses jovens e crianças que tenham essa capacidade e esse potencial de como desenvolver os seus predicados e as suas qualidades em cada uma dessas áreas”, ressaltou o governador.  

Segundo o secretário de Estado da Infraestrutura Adib Elias, a visita evidenciou o desenvolvimento e a rapidez da evolução da obra, “Em apenas 20 dias, já estamos com todo esse andamento. A expectativa é que até março estaremos com 80% concluídos””, finalizou. 

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MEDICINA S/A

A inteligência artificial vai substituir os médicos?

A medicina, historicamente, sempre caminhou lado a lado com a tecnologia. Do estetoscópio ao prontuário eletrônico, cada avanço ampliou as possibilidades de diagnóstico, tratamento e cuidado. Agora, uma nova fronteira está sendo cruzada: a inteligência artificial (IA) generativa chegou aos consultórios, aos hospitais e às decisões clínicas e com ela, surge a pergunta inevitável: a IA vai substituir os médicos?

Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, 17% dos médicos no Brasil já utilizam tecnologias de inteligência artificial generativa em suas rotinas profissionais. A adoção é de 14% nos estabelecimentos públicos e chega a 20% nos privados, especialmente em instituições com mais de 50 leitos. Entre os principais usos estão o suporte à pesquisa (69%) e a elaboração de relatórios médicos (54%). Esses números, embora ainda modestos, sinalizam uma tendência irreversível. Mas é preciso dizer, com clareza: não, a inteligência artificial não vai substituir os médicos. Ela vai ajudar. E muito.

A inteligência artificial não deve ser vista como uma ameaça à profissão médica. Deve ser compreendida como uma ferramenta poderosa, capaz de atuar como uma segunda opinião, um acelerador de diagnósticos e desfechos clínicos. Se o futuro comprovar que a IA reduz erros médicos, aumenta a assertividade nos diagnósticos e melhora os desfechos clínicos, então evitá-la será um ato de negligência médica.

O objetivo, aqui, não é substituir o julgamento humano. A IA funciona com base em padrões, dados históricos e grandes volumes de informação. Mas ainda está longe de alcançar a complexidade da escuta, da empatia e da intuição médica, que levam em consideração não apenas sintomas, mas histórias, contextos e emoções.

A presença da IA na prática médica exige uma mudança de mentalidade e de formação. Faculdades precisam preparar os profissionais para compreender e operar essas ferramentas, mas também para refletir sobre os impactos éticos e sociais dessa tecnologia. O uso da IA ainda depende de regulações claras da Anvisa, do CFMe de diretrizes éticas sólidas. Mas o caminho já está sendo trilhado. Médicos que dominarem essas tecnologias sairão na frente, tanto do ponto de vista técnico quanto estratégico.

A IA pode, por exemplo, agilizar a leitura de exames, sugerir condutas clínicas baseadas em evidências e gerar relatórios estruturados com rapidez e precisão. Isso libera o médico para dedicar mais tempo ao que mais importa: o cuidado humano, a escuta ativa, a decisão compartilhada com o paciente.

A medicina está mudando e, como em toda mudança, haverá resistência. Mas quem abraça a inovação com consciência crítica, ética e propósito, encontra oportunidades onde outros veem ameaça. A inteligência artificial não veio para ocupar o lugar do médico. Veio para potencializar o seu papel.

*Antonio Carlos Júnior é CEO e fundador da rede Cia do Médico.

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Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers

O número de ataques cibernéticos usando técnicas da engenharia social, que explora a confiança e a psicologia humana, aumenta no Brasil e no resto do mundo. E o setor de saúde é um dos mais visados, afirma Ingrid Winkler, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Phishing (enviar e-mails falsos que solicitam informações de login, dados financeiros ou sensíveis), pretexting (hacker se faz passar por um funcionário de suporte técnico para obter acesso a contas ou sistemas) e vishing (fazer ligações telefônicas para enganar a vítima) são algumas das artimanhas mais aplicadas pelos cibercriminosos especializados em engenharia social.

Ingrid Winkler

Nem mesmo mecanismos de proteção de dados sensíveis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD, no Brasil), o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, da União Europeia) e a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde dos EUA (HIPPA, nos Estados Unidos) inibem o aumento de investidas maliciosas.

“Os diferentes grupos de cibercriminosos ambicionam visibilidade ao obter informações sigilosas para serem revendidas na Deep Web ou mesmo para atuar em colaboração com outros hackers em ataques com métodos da engenharia social. Um dos crimes mais comuns é interromper a prestação de serviço de uma organização, cobrando resgates para normalizar os sistemas corrompidos”, diz Ingrid, sublinhando que o setor de saúde costuma ser um alvo preferencial dos hackers por armazenarem ativos sensíveis e cobiçados em um sistema de conexão com fornecedores terceirizados e prestadores de serviços que dificultam o gerenciamento de um perímetro de monitoramento.

A título de ilustração, para continuar na saúde, pública e privada, esse setor ainda é alvo de ações criminosas com dispositivos capazes de interromper operações, indisponibilizar atendimento e rotinas como marcação de consultas e atendimento por telemedicina. Sem contar na captura de prontuários de pacientes ou investida na cadeia de suprimentos de terceiros diretamente vinculados à rotina da organização.

Além disso, o uso da Inteligência Artificial (IA) para normalizar movimentos fora do padrão e a oferta de ransomware (um software malicioso) como serviço (RaaS) para hackers habilita novos cibercriminosos para ataque às empresas. O ransomware é uma ameaça cibernética frequente, “envolvido em 20% de todos os incidentes de cibercrime, segundo o IBM X-Force Threat Intelligence Index.

Apesar de setores como sistemas financeiro e saúde estarem entre os mais atacados por hackers usando engenharia social, as pessoas físicas também estão cada vez mais vulneráveis. Segundo pesquisa publicada no relatório Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion, divulgado em junho deste ano pela Agência Brasil, “40% dos brasileiros já foram alvo de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto e 10% dos pesquisados disseram ter caído nos golpes. As perdas atingiram uma média de R$ 6.311”.

Ainda conforme o relatório: “53% dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024. E ao menos 47% disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes”.

Como os setores podem se proteger nesse cenário

Os players do segmento financeiro, de saúde e outros ecossistemas indefesos precisam mobilizar esforços para saber quando serão ou são atacados, como isso acontece e o que pode ser feito para minimizar esse risco antecipadamente.

Ingrid recomenda a adoção de governança de risco, somada à segmentação de redes e gestão de terceiros. A estratégia de defesa também inclui backups imutáveis, patching (correção) contínua, proteção redobrada de API (Application Programming Interface, em inglês) a interface de programação de aplicativos. E mais: sistemas em nuvem, de treinamento antiphising e conscientização das equipes que podem ser vítimas de aliciamentos ou chantagens para viabilizar o acesso ilegal aos sistemas.

“Segurança é um risco de negócio inerente ao desenvolvimento de novas ferramentas para simplificar a resolução de problemas. Dessa forma, a tecnologia, os processos e os fatores humanos precisam convergir na mesma direção, com o mesmo propósito”, enfatiza Ingrid, destacando a contribuição dos Centros Setoriais de Troca de Inteligência de Segurança, conhecidos como Information Sharing and Analysis Centers (ISACs) e H-IASC no setor de saúde, por exemplo.

Em outra frente de atuação com o mesmo objetivo, existe um mecanismo de cooperação entre universidades e institutos internacionais de investigação como a sinergia entre o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a OEA/Interpol e centros de ensino no Brasil, como a Universidade SENAI CIMATEC, na Bahia.

Outro caminho para prevenir cibercrimes está sendo desenvolvido no laboratório da mesma instituição de ensino na Bahia. A equipe de Ingrid está debruçada em analisar como o uso de eye-tracking ou rastreamento ocular e análise de sentimento conseguem potencializar a simulação de ataques cibernéticos e, ao mesmo tempo, treinar profissionais desse setor para responderem a esses incidentes. A proposta do trabalho é medir níveis de estresse dos envolvidos na atividade e monitorar a eficácia dessas ações de controle.

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Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde

Pequenas empresas, com até quatro beneficiários, respondem por 88% dos contratos coletivos empresariais de planos de saúde do País, o que equivale a 2 milhões de contratos e 6,45 milhões de beneficiários (17% do total de beneficiários), no ano passado. Por outro lado, 2,7 mil empresas de grande porte, com mais de mil vidas cobertas, corresponderam a 0,1% dos contratos, mas reuniram 15,1 milhões de pessoas, ou 40,7% da base de beneficiários. Os dados integram o novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), “Estrutura e Dinâmica dos Contratantes de Planos Coletivos Empresariais no Brasil”.

Em 2024, os contratos coletivos empresariais são a principal forma de acesso à saúde suplementar no Brasil, reunindo 71% dos vínculos em planos médico-hospitalares, o equivalente a cerca de 37 milhões de beneficiários.

O setor de Serviços abriga 1,33 milhão de contratantes (57,6% do total) e responde por 20,57 milhões de beneficiários (55%). A Indústria, com 203,1 mil empresas (8,8%), cobre 9,54 milhões de beneficiários (25,5%), evidenciando maior densidade de vínculos por contrato. O Comércio aparece com 661,4 mil contratantes (28,6%) e 5,67 milhões de beneficiários (15,2%), enquanto a Construção soma 98,2 mil empresas (4,2%) e 1,32 milhão de beneficiários (3,5%) Já a Agropecuária registra 17,3 mil contratantes (0,8%) e 313 mil beneficiários (0,8%).

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, esse retrato mostra como os contratos coletivos estão diretamente associados à dinâmica do mercado de trabalho formal. “Os serviços asseguram a maior base contratual, mas é na indústria que observamos a maior densidade de beneficiários por empresa, refletindo estruturas mais organizadas de benefícios e ligadas ao emprego formal. Já setores como comércio, construção e agropecuária, fortemente compostos por pequenos empregadores, tendem a apresentar coberturas mais restritas em número de vidas”, analisa.

Segmentos com maior contratação de planos

O estudo detalha os segmentos específicos da economia que concentram o maior número de contratos coletivos empresariais com base na Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE):

  • Comércio varejista: 461,4 mil contratantes (19,9% do total) e 3,13 milhões de beneficiários (8,4%);
  • Serviços de escritório e apoio administrativo: 176,7 mil empresas (7,6%) e 1,55 milhão de beneficiários (4,1%);
  • Atividades de atenção à saúde humana: 119,8 mil contratantes (5,2%) e 1,63 milhão de beneficiários (4,3%);
  • Setor de alimentação: 110,3 mil empresas (4,8%) e 675 mil beneficiários (1,7%);
  • Educação: 107,1 mil contratantes (4,6%) e 1,25 milhão de beneficiários (3,3%);
  • Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas: 102,8 mil contratantes (4,4%) e 1,85 milhão de beneficiários (4,9%); e
  • Outras atividades de serviços pessoais: 99,9 mil contratantes (4,3%) e 287 mil beneficiários (0,8%).

Essas sete divisões somam aproximadamente metade de todos os contratos empresariais de planos médico-hospitalares no País. Cechin comenta que a diversidade desses segmentos reforça a pulverização do mercado. “Atividades como comércio varejista, alimentação e serviços administrativos mostram que os contratos coletivos empresariais estão enraizados no cotidiano dos pequenos negócios do Brasil”, analisa.

Segundo ele, a pulverização é positiva para o acesso, mas desafia operadoras e os próprios contratantes para o desenvolvimento de estratégias de cuidado à saúde. “Quando olhamos que 0,1% das empresas concentram mais de 40% dos beneficiários, é bastante factível pensar em programas de cuidado e promoção à saúde. Por outro lado, 95% dos contratos estão concentrados em empresas de até 19 beneficiários, o que traz muita complexidade nessa frente”, pondera

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TV ANHANGUERA

Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/confirmacao-de-febre-amarela-em-macaco-acende-alerta-em-abadia-de-goias-13911022.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança

Do ransomware à escassez de talentos, passando pela cadeia de suprimentos, CEO da Health-ISAC alerta para desafios que exigem cooperação para proteger pacientes e instituições.

A transformação digital da saúde abriu caminho para ganhos inéditos em eficiência, integração e acesso. No entanto, o avanço tecnológico também escancarou vulnerabilidades que podem comprometer a operação dos hospitais e, principalmente, a segurança dos pacientes.

Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, Denise Anderson, CEO da Health-ISAC, reforça que o momento exige uma mudança de postura das organizações: não basta investir em tecnologia, é preciso aprender a agir em rede.

“Os criminosos digitais compartilham ferramentas e táticas em um verdadeiro mercado global. Se as organizações de saúde não fizerem o mesmo, estarão sempre em desvantagem”, afirma a executiva, que lidera a organização internacional dedicada ao compartilhamento de informações sobre cibersegurança na saúde.

Em visita ao Brasil para um workshop no Einstein, Anderson ressaltou o momento estratégico da aproximação com a América Latina. “Há muito interesse do Brasil em se engajar com o Health-ISAC. A maturidade digital está crescendo, mas os riscos acompanham esse avanço. O tempo certo para intensificar esse diálogo é agora”, enfatiza.

Compartilhar para sobreviver

No Brasil, muitos hospitais e operadoras ainda relutam em dividir informações sobre incidentes, seja pelo receio de exposição da marca, seja pelas implicações da LGPD. Para Anderson, essa postura é um entrave perigoso.

“A ideia de que reportar fragiliza a organização é equivocada. Nossa rede funciona como uma comunidade de confiança, presente em 140 países, onde os dados são trocados de forma segura e controlada. Assim, todos aprendem e se protegem melhor.”

Além de relatórios técnicos, a rede oferece workshops, webinars, grupos de trabalho temáticos e alertas sobre vulnerabilidades emergentes. Um exemplo é o comitê dedicado a dispositivos médicos, que reúne hospitais e fabricantes para analisar falhas e sugerir soluções conjuntas.

Ransomware e a extorsão em novas camadas

Entre as ameaças mais preocupantes, o ransomware continua no topo. Mas, segundo Anderson, os ataques já não se limitam a sequestrar dados. “Agora, além de bloquear o acesso às informações, os criminosos expõem publicamente registros sensíveis e até chegam a contatar pacientes. É uma forma de extorsão múltipla que amplia o impacto reputacional e clínico”, explica.

Para mitigar riscos, a recomendação vai além de simplesmente não pagar o resgate. Resiliência operacional, backups contínuos e planos de recuperação de desastres são práticas indispensáveis para reduzir o tempo de inatividade e garantir a continuidade do atendimento.

O elo frágil da cadeia de suprimentos

Outro ponto crítico é a dependência de fornecedores. Hospitais utilizam centenas de softwares, serviços e insumos, e uma vulnerabilidade em um parceiro pode se transformar em catástrofe. Casos recentes envolvendo gigantes, como Cloudflare, Tenable e CrowdStrike, mostraram como falhas em terceiros podem paralisar operações em escala global.

“Não se trata apenas de monitorar seus fornecedores diretos, mas também os fornecedores deles. É preciso diligência prévia rigorosa, cláusulas contratuais de segurança e controles básicos, como o princípio do menor privilégio. A cadeia de suprimentos é hoje um dos principais vetores de risco”, alerta.

Entre as maiores preocupações, estão os ataques à cadeia de suprimentos e às infraestruturas críticas — como bancos de sangue, energia e água. “Se um hospital perde acesso a seus sistemas ou não pode confiar no estoque de sangue, vidas ficam em risco imediato. E isso pode acontecer não só por falhas técnicas, mas também por tensões geopolíticas, como já vimos em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e Ásia”, detalha.

Regulamentação: avanço ou obstáculo?

Comparando diferentes mercados, Anderson avalia que legislações como a HIPAA, nos EUA, e a GDPR, na Europa, ajudaram a elevar padrões. No Brasil, a LGPD também impulsionou avanços, mas ainda há desafios.

“Muitas vezes, a obrigação de reportar incidentes em prazos rígidos consome energia que deveria estar dedicada à contenção do ataque. É preciso educar reguladores e permitir certa flexibilidade, sobretudo para instituições menores, que não têm os mesmos recursos das grandes redes”, pondera.

Para ela, governos não devem apenas exigir conformidade, mas também apoiar com financiamento, capacitação e incentivos. “Se um hospital tem que escolher entre comprar um equipamento para salvar um paciente ou investir em segurança, a decisão será óbvia. Mas, no longo prazo, um ataque pode custar milhões. Esse mindset precisa mudar”, analisa.

Escassez de talentos e colaboração público-privada

A falta de profissionais qualificados em cibersegurança com conhecimento do ambiente hospitalar é hoje um dos gargalos mais críticos do setor. Ampliar a formação é urgente — programas de estágio, bolsas de estudo e incentivos governamentais podem fazer a diferença.

“Singapura, por exemplo, financia estudantes que se especializam em cibersegurança. Isso atrai talentos e garante que eles estejam disponíveis para o setor de saúde”, exemplifica.

Mas, mesmo com especialistas capacitados, nenhuma instituição conseguirá enfrentar sozinha a complexidade dos ataques. É aí que a cooperação se torna indispensável. No Brasil, a integração entre setor público e privado ainda é limitada, mas precisa avançar para sustentar uma defesa consistente.

“Seja no SUS ou na saúde suplementar, todos tratamos pacientes. O ecossistema é único, e os ataques não distinguem fronteiras. A colaboração precisa ser total”, reforça.

Ameaças no horizonte

Para Anderson, a mensagem é clara: a saúde precisa adotar a cibersegurança como prioridade estratégica.

“Estamos diante de uma batalha que não respeita fronteiras físicas ou digitais. A única forma de vencer é compartilhar conhecimento, investir em resiliência e proteger o que há de mais valioso: os pacientes.”

Saiba como proteger sua instituição antes que seja tarde. Conheça as estratégias mais avançadas em cibersegurança, no Healthcare Innovation Show, nos dias 1 e 2 de outubro. O evento terá um palco novo dedicado, exclusivamente, à cibersegurança pela primeira vez. Garanta sua vaga já!

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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.

A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas. 

Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos. 

No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica. 

Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.

A medicina de precisão já é realidade no Brasil?

Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética. 

No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores. 

Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.

Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.

O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer. 

A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.

Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão

A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas. 

Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.

1. Estrutura física e laboratorial limitada

Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas. 

Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.

2. Integração e interoperabilidade de dados

Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.

interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.

Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.

Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.

3. Falta de padronização de protocolos clínicos

A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes. 

No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado. 

Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.

 4. Capacitação das equipes

A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo. 

Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.

Os desafios tecnológicos da medicina de precisão

A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas. 

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas. 

Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.

1. Big data e inteligência artificial na prática

Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida. 

Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.

Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos. 

Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.

2. Segurança e privacidade de dados

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas. 

Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.

Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações. 

Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.

Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações. 

Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.

3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes. 

Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.

Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas. 

Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.

Etapas para começar a implementar medicina de precisão

Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas. 

Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.

1. Diagnóstico institucional

O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto. 

Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.

Recomendado:Caso Preta Gil evidencia avanços e custos no tratamento do câncer

2. Criação de uma estratégia de implementação por fases

Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir. 

Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.

3. Formação de uma equipe multidisciplinar

Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos. 

Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.

Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão

A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia. 

Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.

Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.

O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos. 

Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica

Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.

Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.

A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia. 

Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 08 Setembro 2025 07:18

CLIPPING AHPACEG 06 A 08/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial

https://www.saudebusiness.com/operadoras/grupo-amil-registra-crescimento-e-moderniza-operacao-assistencial/

Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/cirurgia-ambulatorial-e-tema-de-audiencia-publica-na-camara-dos-deputados/

Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/covid-19-nao-desapareceu-e-casos-continuam-ocorrendo-alerta-medico

Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos

https://www.correiobraziliense.com.br/tecnologia/2025/09/7219841-ferramenta-ajuda-medicos-a-reduzir-uso-de-remedios-desnecessarios-em-idosos.html

SAÚDE BUSINESS

Grupo Amil registra crescimento e moderniza operação assistencial

Lucro de R$ 620 milhões, quase 90 milhões de procedimentos e lançamento da Rede Total Care marcam o relatório ESG da empresa.

O Grupo Amil teve avanços em gestão, sustentabilidade e experiência do cliente, segundo o Relatório ESG da empresa. Com 33 mil colaboradores e 5 milhões de clientes, a companhia realizou quase 90 milhões de procedimentos médicos ao longo do ano e registrou lucro de R$ 620 milhões, enquanto investiu R$ 213 milhões em melhorias operacionais e assistenciais.

A companhia simplificou sua estrutura de comando e ampliou a integração da cadeia de serviços, com foco em processos mais eficientes e excelência no atendimento,de acordo com Renato Manso, CEO da Amil.

O relatório também destaca a criação da marca Rede Total Care, voltada à operação da rede assistencial própria do grupo. Atualmente, a rede conta com 19 hospitais e mais de 70 ambulatórios, unidades avançadas e pronto-atendimentos, agora disponíveis para outras operadoras, autogestões e clientes empresariais, segundo Anderson Nascimento, CEO da Rede Total Care.

No eixo “Cuidado com as Pessoas e a Sociedade”, o relatório detalha ações voltadas ao bem-estar dos colaboradores, desenvolvimento profissional e promoção da diversidade. Pelo sétimo ano consecutivo, a Amil manteve o selo Top Employer e foi reconhecida com o Prêmio de Excelência em Gestão de Pessoas. Em 2024, a empresa intensificou programas de saúde mental, ampliou suporte jurídico e financeiro para colaboradores e reforçou ações de inclusão, com grupos de diálogo e campanhas sobre equidade de gênero, convívio intergeracional e inclusão LGBTQIAPN+.

Do lado da experiência do cliente, a Amil implantou canais integrados de atendimento, monitoramento em tempo real e lançou o novo aplicativo Amil Clientes. As ações contribuíram para a melhora no índice NPS e para o reconhecimento externo, como o bicampeonato no Prêmio Reclame Aqui na categoria Planos de Saúde – Grandes Operações.

O relatório também apresenta práticas de sustentabilidade, com foco na redução e descarte de resíduos e materiais perigosos, e ações de responsabilidade social, incluindo a doação de insumos médico-hospitalares avaliados em mais de R$ 2 milhões para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

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Cirurgia ambulatorial é tema de debate na Câmara dos Deputados 

Sobracam liderará discussão na Câmara dos Deputados sobre política nacional de cirurgia ambulatorial para desafogar filas no SUS.

A Câmara dos Deputados sediará, no próximo dia 9 de setembro, audiência pública para discutir como a adoção em larga escala da cirurgia ambulatorial pode ajudar a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS).

O encontro, que contará com a participação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (Sobracam), busca demonstrar que procedimentos de baixa e média complexidade, realizados em regime ambulatorial, podem contribuir para reduzir as filas de espera por cirurgias eletivas, um dos principais gargalos da saúde pública no país.

Política nacional em debate

A sessão foi aprovada pela Comissão de Saúde da Câmara, presidida pelo deputado Zé Vitor, a partir de requerimento do deputado Dr. Francisco. O tema escolhido — “Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial: é possível erradicar as filas de espera por cirurgias no SUS?” — coloca em debate a criação de uma política pública estruturada para o setor.

A proposta parte do diagnóstico de que a maioria dos procedimentos represados no SUS é de baixa e média complexidade, não oncológicos, justamente aqueles que poderiam ser realizados em regime ambulatorial.

Segundo a justificativa do requerimento, além de reduzir tempos de espera e aumentar a satisfação do paciente, uma política nacional voltada para esse modelo pode trazer ganhos de eficiência e ampliar o acesso em todas as esferas governamentais — federal, estadual e municipal — fortalecendo o SUS como um todo.

O papel da Sobracam no debate

Para Fabricio Galvão, presidente da Sobracam, a audiência representa um momento decisivo.

“Este é um marco importante para a Sobracam e o desenvolvimento da cirurgia ambulatorial no Brasil, pois representa mais do que o avanço de uma política de saúde, sendo também o avanço de uma política de cidadania. A cirurgia ambulatorial tem o poder de transformar a saúde pública, reduzir drasticamente as filas cirúrgicas e oferecer à população brasileira mais acesso, qualidade e segurança”, explica o presidente.

Galvão, ao lado do diretor de relacionamento com o setor público da Sobracam, Fábio Soares, fará parte da mesa de palestrantes da audiência. Também foram convidados representantes estratégicos, como o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Saúde e o Conasems, o que deve ampliar o alcance e a relevância do debate.

O evento permitirá participação tanto presencial quanto virtua, ampliando as condições para um diálogo plural. A audiência pública será realizada no dia 9 de setembro de 2025, às 17h, no Plenário 7, Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

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AGÊNCIA BRASIL

Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico

Doença tem atingido principalmente crianças 

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou nesta sexta-feira (5/9) que casos de covi-19 no Brasil continuam ocorrendo. “Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu. No momento, vivemos um aumento de casos em várias cidades brasileiras”, disse em uma das mesas da 27ª Jornada Nacional de Imunizações, na capital paulista. 

Com o mote Vacinando gerações: um compromisso de todos, o evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.

Segundo Chebabo, no momento a covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar. “Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.

Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da covid-19, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção. “Essa população é a de mais risco de complicações e óbito. A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.

Quadros leves não fazem diferença
Chebabo ressaltou que para a maioria da população, a covid-19 é uma doença viral como as outras doenças virais que existem em circulação, e que nos quadros leves não faz diferença. Ele recomendou, como medida de saúde pública, testar a todos. “Como estratégia de saúde pública, com os recursos financeiros que temos, talvez ela não seja importante para a maioria da população, mas para alguns grupos é fundamental. Então, para os idosos, para os imunossuprimidos, para reduzir o risco de complicações, internação hospitalar e morte, a testagem é fundamental”, defendeu.

No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.

acinas combinadas

Segundo o professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Expedito Luna, a comunidade científica tem discutido a possibilidade de combinar a vacina contra influenza com a vacina contra a covid-19, o que permitiria que as pessoas ficassem imunizadas com apenas uma vacina. Entretanto, segundo ele, alguns obstáculos ainda apontam que, por enquanto, ainda não há essa possibilidade.

“No caso da gripe, as vacinas são atualizadas todo ano. Para o mundo, duas vezes por ano, porque tem uma vacina para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Esse processo foi pactuado entre a Organização Mundial da Saúde, de forma que, mesmo com indústrias diferentes, concorrentes entre si, elas produzem a mesma vacina todo ano, porque elas seguem a recomendação de composição da vacina que é padronizada pela OMS”, explicou.

Taxa de mutação
De acordo com Luna, o vírus do SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito alta, assim como o vírus da influenza, porém na influenza já se conhece o comportamento, que é sazonal, permitindo que a vacinação seja feita antes do período de maior incidência. 

“Com relação à covid-19, tudo isso é muito recente e o dado mundial nos mostra que ela ainda não tem esse comportamento sazonal claro. Aqui no Brasil, estamos vendo dois picos no ano. Então, não valeria a pena termos uma vacina que tem as duas coisas juntas, quando os vírus ocorrem separadamente”, observou.

Luna lembrou que a política atual do Ministério da Saúde recomenda para os grupos de risco para a covid-19 duas doses da vacina por ano, uma a cada 6 meses, o que seria complicado se a vacina fosse combinada. “Com essas evidências, se estivesse na posição de decidir pelo Brasil, eu decidiria não usar a vacina combinada, continuar com as duas separadas, que dá mais oportunidades de ganhos tanto para uma quanto para outra”, disse.

Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam aumento dos casos de covid-19 no país nas últimas dez semanas de referência. O índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.

Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada. “As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.

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CORREIO BRAZILIENSE

Ferramenta ajuda médicos a reduzir uso de remédios desnecessários em idosos

Ferramenta aplicada às prescrições de 775 pacientes mostra que em 36% dos casos havia excessos ou inadequações. O modelo sugere substituições, alternativas e até suspensão, indicando que há sobrecarga medicamentosa

Pesquisadores sob coordenação da Universidade McGill, no Canadá, conseguiram desenvolver uma ferramenta capaz de ajustar e até reduzir as doses de medicamentos prescritas para os idosos. Batizada de MedSafer, a tecnologia foi projetada para identificar medicamentos potencialmente desnecessários ou prejudiciais, contribuindo para uma prática cada vez mais necessária na geriatria: a desprescrição segura.

Testada em um estudo clínico por cinco instituições de cuidados prolongados na província canadense de New Brunswick, a plataforma auxiliou os profissionais de saúde a interromperem o uso de medicamentos inadequados em 36% dos pacientes. O número representa quase o triplo das desprescrições realizadas sem o suporte do sistema, evidenciando seu potencial como ferramenta clínica essencial para o cuidado de idosos.

Diferentemente de sistemas genéricos, o MedSafer foi desenvolvido para se encaixar perfeitamente na rotina médica, funcionando como uma lista de verificação clínica inteligente. A ferramenta analisa o histórico médico de cada paciente, suas condições de saúde e a lista completa de medicamentos em uso. A partir daí, sinaliza, automaticamente, quais remédios são inapropriados, justificando as decisões e fornecendo sugestões alternativas.

O estudo realizado com 725 idosos demonstrou que a adoção do MedSafer durante as revisões de rotina (geralmente realizadas a cada três meses nas casas de repouso) pode aumentar consideravelmente a taxa de desprescrição segura. A avaliação considerou fatores como histórico médico, idade, função renal, quadro cognitivo e risco de quedas, entre outros critérios clínicos cruciais para decisões mais precisas.

Saudáveis

Com o avanço da idade, é comum que os pacientes acumulem diagnósticos e, com eles, tratamentos. Esse acúmulo, muitas vezes desnecessário, pode levar ao que especialistas chamam de "cascata de prescrição" - um fenômeno em que medicamentos são prescritos para tratar efeitos colaterais causados por outros medicamentos. Isso cria um ciclo difícil de interromper, aumentando o risco de efeitos adversos graves, como confusão mental, quedas, tontura, perda de apetite e hospitalizações frequentes.

"Às vezes, culpamos o envelhecimento por sintomas como perda de memória ou mobilidade limitada, quando na verdade o culpado é o medicamento", explica Emily McDonald, médica assistente no Centro de Saúde da Universidade McGill e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do MedSafer. "Já vi pacientes passarem de quase insensíveis a voltarem a conversar após interromperem um sedativo", acrescenta.

Idealizado por McDonald, em parceria com Todd Lee, professor associado de medicina na Universidade McGill, ambos do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da instituição, o sistema inclui números e estatísticas, além de análises sobre a vida médica dos pacientes idosos. A retirada de certos medicamentos, especialmente os de ação sedativa ou com múltiplas interações, pode resultar em melhoras notáveis no humor, na cognição e na funcionalidade.

"Quanto mais medicamentos você toma, maior é o risco de efeitos adversos e interações perigosas", explica Todd Lee. "Muitas vezes, os profissionais querem desprescrever, mas não sabem por onde começar. O MedSafer oferece um caminho claro e baseado em ciência."

Para os pesquisadores, o uso de uma plataforma como essa não deve se restringir a instituições de cuidados prolongados. Eles defendem a expansão do sistema para a atenção primária à saúde, permitindo que a revisão de medicamentos ocorra antes que os idosos cheguem ao ponto de precisar de cuidados intensivos ou institucionalização.

A ausência de protocolos padronizados de desprescrição, somada à rotina acelerada dos serviços de saúde, muitas vezes impede uma análise criteriosa dos medicamentos utilizados pelos pacientes. O MedSafer entra, justamente, para preencher essa lacuna, oferecendo um suporte automatizado, personalizado e confiável para profissionais da saúde.

Com base em evidências clínicas atualizadas e diretrizes internacionais, a ferramenta já está em processo de licenciamento para uso mais amplo, o que pode representar uma virada na maneira como sistemas de saúde no Canadá - e em outros países - lidam com a polifarmácia em idosos. A integração de soluções digitais no campo da geriatria reforça uma tendência crescente de humanização do cuidado por meio da tecnologia. Ao oferecer apoio à tomada de decisão clínica, o MedSafer permite que médicos atuem com mais confiança e precisão, reduzindo riscos e potencializando benefícios terapêuticos.

Para McDonald e Lee, o projeto é, também, uma forma de devolver autonomia e qualidade de vida a uma população frequentemente vulnerável. "O que queremos é que cada idoso seja tratado com o cuidado e a atenção que merece. E isso começa por garantir que os medicamentos que ele toma todos os dias estejam, de fato, ajudando - não atrapalhando", conclui a pesquisadora.

QUATRO PERGUNTAS PARA

Clóvis Cechinel, geriatra do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba/PR

Na sua prática clínica, qual a frequência de casos de polifarmácia entre idosos?

A frequência de polifarmácia nos idosos depende muito do cenário avaliado. Em idosos de atenção primária, em torno de 40% utilizam polifarmácia, que é o uso de pelo menos cinco medicações diferentes. E há também a hiper polifarmácia, que é o uso de mais de 10 medicações, que gira em torno de 5% dos idosos. No entanto, pensando no cenário hospitalar, esse número pode ser muito maior.

Existe, atualmente, alguma ferramenta digital ou protocolo institucional que auxilie na revisão medicamentosa em sua rotina?

Existem vários protocolos para a desprescrição, ou seja, para tirar medicamentos que tem mais malefícios do que benefícios para o idoso. Dentre essas escalas, existem a escala de start e a escala de stop.

Você acredita que ferramentas como o MedSafer poderiam ser úteis na prática clínica brasileira? Por quê?

Há os critérios de prescrição de medicamentos inapropriados que são os critérios de Beers, que é uma tabela que é frequentemente atualizada e direciona os medicamentos que podem, potencialmente, causar algum malefício. Essas orientações são importantes na prática clínica e direcionam uma desprescrição ou uma otimização terapêutica desses idosos.

Quais barreiras você identifica para uma prática mais ativa de revisão e retirada de medicamentos em idosos?

A grande dificuldade de uma otimização terapêutica é a falta de conhecimento desses malefícios entre os profissionais que atendem esses idosos. Uma outra causa importante é o poder aquisitivo da população em fazer a substituição de um de um medicamento potencialmente inapropriado para um medicamento que seja mais seguro na prescrição e na prática ao idoso.

Pelo menos 1,6 bi no mundo

Só no Brasil, 15% da população, cerca de 32.113.490 pessoas são consideradas, tecnicamente, idosas, pois estão acima dos 66 anos. No mundo, já 1,6 bilhão de idosos. Muitos sofrem com problemas de hipertensão, colesterol alto e diabetes, diagnósticos frequentes na terceira idade, exigindo prescrições específicas.

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Assessoria de Comunicação       

9 posse AGM 05 09 25 site

O presidente Renato Daher representou a Ahpaceg na posse do médico ginecologista e obstetra Prof. Dr. Washington Luiz Ferreira Rios na Academia Goiana de Medicina. A solenidade foi realizada ontem, 5. Presidente da Associação Médica de Goiás e do Conselho de Administração da Unimed Goiânia, Washington Luiz Ferreira Rios ocupa agora a cadeira número 20 da AGM. Ao Prof. Dr., nossos parabéns pela conquista e pelo reconhecimento de sua atuação na medicina goiana.

Fote: Renato Daher (esq.), Washington Luiz Ferreira Rios e Natalino Peixoto.

Sexta, 05 Setembro 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 05/09/25

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DESTAQUES

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde

https://www.cartacapital.com.br/publieditorial/seguranca-e-estabilidade-sao-essenciais-para-a-ampliacao-do-acesso-a-saude/

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

https://ohoje.com/2025/09/04/cinco-estudantes-de-medicina-perdem-bolsas-integrais/

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

https://medicinasa.com.br/erro-medico-ou-complicacao/

Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

https://medicinasa.com.br/ms-pcdt-hipertensao/

Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

https://medicinasa.com.br/etica-consultas/

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/abcis-lanca-manual-de-boas-praticas-para-aquisicao-de-tecnologia-em-saude/

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/setembro/ministerio-da-saude-anuncia-criacao-do-primeiro-hospital-publico-inteligente-do-brasil

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fabricacao-clandestina-de-remedios-usa-betoneira-de-obras-para-misturar-substancias-13901988.ghtml

CARTA CAPITAL

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde 

Foi uma honra acompanhar de perto o início dos atendimentos do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Padilha, no Hospital Ariano Suassuna, do Grupo Hapvida NotreDame, no Recife (PE). A iniciativa representa um marco na história da saúde no Brasil e evidencia, de forma incontestável, o papel estratégico da saúde suplementar no alívio das pressões orçamentárias sobre o SUS, que garante assistência a 75% da população. Estrutura suficiente para expandir essa bem-vinda integração entre o público e o privado que a saúde suplementar detém.

Em apenas um ano, a saúde suplementar realizou junto aos seus 52,8 milhões de beneficiários perto de 1,9 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e internações. Historicamente, responde por quase 3% do PIB e pela maior parte dos 5,18 milhões de empregos formais do sistema. Manter essa engrenagem em funcionamento, contudo, exige condições mínimas de segurança jurídica e econômica, que tragam estabilidade e sustentabilidade, premissas fundamentais desse sistema. Qualquer tentativa de artificializar os mecanismos desse setor representa um risco real de colapso. A única exceção prevista pela lei são os planos individuais, cujos reajustes são controlados pela ANS. Ademais, o modelo de saúde privado brasileiro sustenta-se nas bases do mutualismo e do livre mercado. Tentar, por exemplo,aplicar a mesma lógica de controle dos planos individuais aos coletivos significa desconsiderar a natureza distinta desses contratos e as inúmeras diferenças estruturais entre esses dois produtos e realidades.

Nos planos corporativos ou por adesão, empresas, associações e operadoras negociam livremente serviços, preços e condições, em um ambiente de concorrência saudável. O contratante pode comparar, avaliar e escolher a opção mais adequada do ponto de vista tanto da qualidade assistencial quanto do custo financeiro. Romper com essa lógica, impondo controles artificiais, é fragilizar as bases de qualquer relação econômica equilibrada em um mercado sob as regras da livre democracia.

A experiência com os planos individuais ilustra bem o problema: a regulação engessada reduziu a oferta e inviabilizou economicamente o modelo para parte significativa do mercado. Repetir esse modelo limitante com os planos coletivos comprometeria um dos principais instrumentos de acesso à saúde no País e traria impactos negativos tanto para o setor privado quanto para o público, cujo orçamento segue cada vez mais pressionado. Vide o exemplo da Alemanha, que, em um modelo econômico muito mais estável que o brasileiro, se vê pressionada a realizar com urgência uma reforma do Estado de Bem-Estar Social, tarefa conduzida pelo premier Friedrich Merz, diante da incapacidade de arcar com os custos crescentes, entre os quais o da saúde.

Por isso, é fundamental que o debate sobre a saúde suplementar seja conduzido com responsabilidade, sem medidas que possam gerar desequilíbrios irreversíveis. A sustentabilidade do setor depende da compreensão de suas complexidades, que variam conforme o porte da operadora, o tipo de produto, a região de atuação e outras tantas variáveis. Como entidade que representa mais de 140 operadoras, pelas quais são atendidos quase 40% dos usuários do sistema privado de saúde, o nosso objetivo é sempre o de estabelecer diálogos propositivos. Para isso, precisamos de dados, fatos e ciência na busca de soluções de longo prazo que garantam o bom atendimento assistencial da população, com uma integração cada vez mais eficiente com o Sistema Único de Saúde e com a imprescindível viabilidade econômico-financeira das empresas.

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O HOJE

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

Prefeitura de Anápolis identificou irregularidades em quatro inscrições e fraude em uma

22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações Foto: Divulgação / Prefeitura de Anápolis

Cinco estudantes de medicina de uma universidade de Anápolis tiveram as bolsas integrais canceladas após a identificação de irregularidades em quatro inscrições e indícios de fraude em uma delas. O resultado foi publicado nesta quarta-feira (3) no Diário Oficial do município.

Ao todo, 22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações. Entre os problemas apontados pela prefeitura estão reprovações acima do limite permitido, renovações irregulares, incompatibilidade socioeconômica e sinais de fraude.

Segundo a administração municipal, os documentos serão enviados ao Ministério Público. Já os alunos que discordarem da decisão poderão recorrer na Justiça. Para os 14 estudantes considerados regulares, está prevista a retomada das bolsas em parceria com as universidades.

O procedimento antifraude foi criado para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e o acesso justo ao benefício. A investigação preliminar envolveu coleta e análise de documentos, e, por ora, todas as bolsas permanecem suspensas. Alunos identificados com irregularidades poderão ser obrigados a devolver os valores recebidos desde o início do programa.

Em julho, outra estudante já havia perdido a bolsa por decisão judicial após alegar baixa renda enquanto exibia viagens internacionais nas redes sociais. A prefeitura não confirmou se ela está entre os cinco beneficiários que tiveram o cancelamento anunciado nesta quarta-feira.

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MEDICINA S/A

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

Na minha atuação diária defendendo médicos, observo um padrão perigoso: a maioria dos processos judiciais não nasce de uma falha técnica, mas sim da confusão sobre um conceito fundamental — a diferença entre erro médico e complicação. Para o paciente, qualquer desfecho negativo é um erro. Para a Justiça, no entanto, a análise é técnica, e essa diferença conceitual pode ser o divisor de águas entre uma absolvição e uma condenação. Compreender como essa distinção é tratada nos tribunais não é um exercício acadêmico — é a estratégia mais importante de gestão de risco para a sua carreira e para o seu negócio.

A medicina é uma ciência de meios, não de resultados. Nenhum profissional pode garantir a cura, apenas comprometer-se com a melhor conduta técnica possível diante de cada caso concreto. Contudo, essa premissa, tão clara no meio médico, costuma ser ignorada em situações de insucesso terapêutico. E é justamente nesse momento que a palavra “erro” passa a circular — muitas vezes, sem base técnica, mas com força emocional suficiente para desencadear litígios longos, custosos e profundamente danosos à imagem do profissional.

Como advogada especialista em Direito Médico, afirmo com segurança: a fronteira entre a absolvição e a responsabilização está, quase sempre, na qualidade da documentação médica. Provar que o resultado decorreu de uma complicação inerente — e não de uma falha de conduta — exige mais do que uma boa técnica: exige uma estratégia de registro e defesa preventiva bem estruturada.

A Visão do Judiciário: Onde a Responsabilidade Realmente Começa

Do ponto de vista legal, a responsabilidade do médico é subjetiva. Isso significa que, para haver condenação, é indispensável a comprovação de culpa. Este é o alicerce de toda a discussão, formalizado no Artigo 1º do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 2.217/2018), que veda ao médico causar dano por imperícia, imprudência ou negligência.

Para aplicar esse conceito na prática, é vital organizar os fatos com precisão terminológica:

Intercorrência: É um evento clínico inesperado que ocorre durante o tratamento, e que geralmente é leve, transitório e controlável com medidas simples. A intercorrência é o fato, o sinal de alerta.

Complicação: Trata-se de uma evolução clínica desfavorável, muitas vezes inesperada, que pode surgir mesmo quando o procedimento é conduzido de forma correta e dentro das boas práticas médicas. Em geral, a complicação é um risco inerente ao ato médico, previsto na literatura especializada e que pode demandar condutas adicionais para contenção ou reversão do quadro, sem, contudo, configurar erro ou falha técnica.

Erro Médico: Erro médico é a conduta inadequada do profissional, por ação ou omissão, praticada sem intenção de causar dano, mas que resulta em prejuízo à saúde, integridade ou vida do paciente. Ocorre quando o médico não observa os cuidados técnicos, éticos ou científicos exigidos pela medicina, e essa falha gera um desfecho que poderia ter sido evitado.

Pode se manifestar por:

Imperícia: falta de habilidade ou conhecimento técnico;

Imprudência: ação precipitada ou arriscada;

Negligência: omissão de conduta que era obrigatória.

Diferencia-se da complicação porque o erro não decorre de um risco inerente ao ato médico, mas de uma falha pessoal na conduta ou no julgamento profissional.

O que a Justiça avalia quando julga o médico?

A questão central em um processo é sempre esta: o dano (a complicação) foi um risco inerente ao procedimento, devidamente informado e corretamente manejado, ou foi consequência de uma falha na conduta profissional? A resposta, invariavelmente, está nos seus documentos.

A defesa mais eficaz é aquela que se constrói no dia a dia da clínica, por meio de uma documentação robusta e estratégica.

1. O Termo de Consentimento Informado: A Prova do Dever de Informar

Muitos profissionais ainda utilizam modelos de termo de consentimento genéricos, que pouco ou nada protegem. O termo de consentimento é a prova material de que o médico cumpriu seu dever ético, previsto nos artigos 22 e 34 do Código de Ética, de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento — ou seja, sobre as complicações possíveis. Um termo que detalha as complicações mais frequentes e as mais graves, em linguagem clara, transforma-se em uma poderosa ferramenta de defesa, neutralizando a alegação de que o paciente “não sabia do risco”.

2. O Prontuário: A Narrativa Factual da Sua Diligência

O prontuário é a “caixa-preta” do atendimento e o documento de maior peso em um processo. Conforme a Resolução CFM nº 1.638/2002, ele possui caráter legal. É nele que a distinção entre os conceitos se materializa de forma decisiva. Um prontuário defensivo deve registrar:

A Intercorrência: “Paciente apresentou pico febril de 38.5ºC às 22h”.

A Investigação: “Solicitados exames X e Y para apuração da causa”.

O Diagnóstico da Complicação: “Confirmado diagnóstico de pneumonia”.

O Manejo Detalhado: “Iniciada antibioticoterapia com [fármaco], conforme protocolo. Paciente e familiares comunicados sobre o diagnóstico e a conduta adotada”.

Essa descrição minuciosa transforma o que poderia ser interpretado como negligência em uma prova irrefutável de diligência e boa prática médica no manejo de um evento adverso.

A implementação de protocolos documentais rigorosos é uma decisão estratégica. Investir no treinamento da equipe e na revisão periódica de documentos como termo de consentimento não é um custo, mas uma proteção. A assessoria jurídica preventiva garante que a percepção leiga de “erro” não se sobreponha à realidade técnica dos fatos, protegendo seu maior ativo: a sua reputação.

Médicos não precisam viver com medo de processos. Com orientação jurídica especializada, é possível alinhar sua prática assistencial à segurança legal. Se você deseja revisar seus documentos ou implementar protocolos eficazes de proteção profissional, busque um advogado especialista. A prevenção é sempre o melhor remédio — inclusive na medicina.

*Marcela Freire é Advogada especialista em Direito Médico e Presidente da Comissão de Direito Médico da OAB/ Duque de Caxias.

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Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

Foi oficialmente publicado, por meio da Portaria SECTICS/MS nº 49/2025, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi desenvolvido pela Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde, no contexto do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).

Esse é um marco inédito e essencial para o sistema público de saúde brasileiro, pois trata-se da primeira versão oficial de um protocolo clínico que orienta de forma abrangente e padronizada o manejo da hipertensão arterial sistêmica no SUS, condição que afeta 48% da população adulta brasileira. Desse total, apenas 10% têm a pressão controlada.

“A publicação é um avanço extraordinário para a saúde pública no Brasil. Estamos entregando, pela primeira vez, um documento técnico científico de referência nacional, que guiará o cuidado da hipertensão no SUS com base em evidências científicas atualizadas e com foco na integralidade da atenção”, afirma Rosa Lucchetta, gerente de pesquisas e projetos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para mortalidade no Brasil e no mundo, estando diretamente relacionada a complicações cardiovasculares, renais e neurológicas. Além de causar cardiopatia e nefropatia hipertensivas, é precursora de condições graves como doença isquêmica cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, e até doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular, quando iniciada precocemente.

“Sabemos que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente a carga da doença. Por isso, este documento estabelece estratégias de rastreamento, diagnóstico, tratamento farmacológico e não farmacológico, além do monitoramento contínuo da condição”, complementa a pesquisadora.

Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é incorporada

Outro avanço importante incluído neste protocolo foi a incorporação da tecnologia de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) para o diagnóstico da pressão alta em adultos com suspeita da doença. Esta recomendação foi embasada em parecer técnico favorável.

Com a adoção da MRPA, estima-se que mais de seis milhões de brasileiros poderão se beneficiar de um diagnóstico mais preciso, seguro e acessível, contribuindo para uma intervenção mais eficaz e redução de complicações a longo prazo.

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Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

Nos últimos anos, o debate sobre assédio e importunação sexual ganhou força em diversos setores da sociedade. Na área da saúde, esse tema exige atenção redobrada, pois envolve diretamente o corpo e a vulnerabilidade do paciente. “O atendimento em saúde é, antes de tudo, uma relação de confiança. O paciente entrega seu corpo e sua intimidade ao profissional, que deve agir sempre com ética, cuidado e respeito”, afirma Katia Lema Perez, diretora do Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (Ibrac).

Segundo ela, é essencial que o profissional saiba diferenciar acolhimento de invasão. Acolher significa escutar, transmitir segurança e oferecer apoio. Já a invasão ocorre quando há toque, comentário ou atitude sem necessidade clínica ou sem o consentimento do paciente. “Mesmo um gesto simples pode ser interpretado como constrangimento se não houver explicação prévia”, completa Perez.

Consentimento é indispensável

Nenhum procedimento deve ser feito sem que o paciente compreenda o que será realizado e dê sua autorização. Esse cuidado protege todos os envolvidos, evitando situações que possam ser vistas como assédio ou importunação.

A diretora do Ibrac afirma que ainda é comum casos em que profissionais que ultrapassam os limites, seja com toques desnecessários, comentários inapropriados ou condutas invasivas. Além de crime, essas atitudes ferem a ética da profissão e minam a confiança na relação de cuidado.

Orientações básicas para profissionais da saúde

Para Katia Lema Perez, algumas práticas fundamentais devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para assegurar a integridade no atendimento:

Explicar e pedir consentimento antes de qualquer exame ou procedimento.

Manter postura profissional e respeitosa em todos os momentos.

Evitar toques demasiados e assuntos de cunho íntimo que não tenham a ver com o tratamento.

Sempre que possível, permitir a presença de acompanhante em consultas e procedimentos.

Cumprir os códigos de ética da categoria e as normas de compliance da instituição.

O papel do compliance na saúde

Programas de compliance e auditoria têm papel essencial nesse processo. Eles ajudam a prevenir riscos, estabelecer regras claras de conduta, oferecer treinamentos e criar canais de denúncia seguros. Dessa forma, fortalecem a cultura de respeito e confiança nas instituições de saúde.

“Cuidar é acolher, mas nunca invadir. O respeito ao corpo do paciente e a ética profissional devem ser princípios inegociáveis. Somente assim é possível garantir um atendimento humano, seguro e digno, que ampere tanto o profissional quanto o paciente”, enfatiza.

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SAÚDE BUSINESS

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

Publicação orienta processos éticos e estratégicos de compra de tecnologia em hospitais brasileiros.

ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, anuncia o lançamento do “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”, uma iniciativa estratégica desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação. O documento surge como resposta a um problema crônico no setor: a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções tecnológicas em instituições de saúde.

Objetivo e importância do manual

O principal propósito da publicação é educar gestores e profissionais da área de saúde na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições. Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, lidera o projeto e destaca sua relevância.

“Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma.

Problemas abordados pelo manual

A publicação foi concebida após a identificação de que hospitais de todos os portes, desde grandes centros até instituições menores, frequentemente realizam investimentos inadequados devido à falta de critérios técnicos nas decisões de compra. Segundo Marcus, muitos gestores relatam que adquirem tecnologia baseando-se apenas no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo, comprometendo tanto o orçamento quanto a segurança do atendimento ao paciente.

Conteúdo e fundamentação

Desenvolvido com base na experiência prática dos membros do GT e em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), além de metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual abrange temas essenciais:

diagnóstico estratégico e técnico;

planejamento estratégico e plano diretor;

RFI e RFP;

benchmark de mercado;

regras de conduta ética e integridade;

avaliação de custo versus valor;

inteligência orçamentária;

plano de implementação;

gestão da mudança.

Erros comuns e soluções propostas

O documento identifica e propõe soluções para falhas recorrentes nos processos de compra, como:

escolhas baseadas apenas em preço, ignorando TCO e ROI;

desalinhamento entre decisões de TI e objetivos estratégicos institucionais;

falta de transparência e ética nos processos de aquisição;

implantações mal planejadas com baixa adesão das equipes.

Para cada problema, o manual oferece mecanismos práticos de prevenção, como a definição de regras claras de governança e ferramentas de comunicação e treinamento durante a implementação das tecnologias adquiridas.

Impacto esperado

Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS, explica que a publicação representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira.

“Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, conclui Ferreira.

O manual visa promover maior transparência e eficiência financeira, além de fortalecer a segurança do paciente. Tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas, evitam falhas críticas no atendimento. Outro importante benefício está no alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para a expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente, entre outros.

“A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor.

O manual está disponível para download gratuito para associados e demais interessados no setor de saúde. Acesse!

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira, 04 de setembro, da reunião de início da implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. Instalado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027.

"É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas - da atenção primária até os serviços de urgência e emergência - garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência", detalhou o ministro Padilha.

O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), o banco dos BRICS.

"O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional", afirmou o ministro.

O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.

"O hospital inteligente representa um novo patamar para a Saúde brasileira e, sobretudo, para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma iniciativa que nos consolida como um complexo hospitalar referência em assistência e inovação no país, incorporando a nova unidade a sua estrutura institucional. Estes são os primeiros passos de um futuro no qual o cuidado em saúde será mais ágil, mais preciso e mais humano, graças à força da ciência e à responsabilidade pública", destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo.

Além da assistência, o ITMI atuará como centro de pesquisa, inovação e formação de profissionais em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, soluções de logística avançada e ambientes humanizados para pacientes e equipes.

O investimento também financiará a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será expandida gradualmente. As UTIs estarão conectadas à UTIs do Hospital das Clínicas da USP e poderão contar com o suporte e expertise de seus profissionais. Nessas unidades, o monitoramento ocorrerá em tempo real com uso de inteligência artificial para apoiar a regulação de leitos e a tomada de decisões clínicas.

O Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho para conduzir a implantação do projeto do ITMI-Brasil em articulação com outros ministérios e parceiros. A iniciativa integra os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.

Ainda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferta 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS). No local, Padilha anunciou que a unidade foi contemplada com um acelerador linear no valor de R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A ação é mais uma medida do Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera pelo atendimento especializado.

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TV ANHANGUERA

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fabricacao-clandestina-de-remedios-usa-betoneira-de-obras-para-misturar-substancias-13901988.ghtml

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Assessoria de Comunicação        

Higicom Experience 2025: ganhadores do sorteio das inscrições [ATUALIZADO]

 

Alessandra Alves

Antonia Nair Sobrinho

Bárbara Medeiros

Charla Ana M. B. Martins

Deborah Regina Zago dos Santos

Deusalina Ferreira da Silva

Fabiane Marinelli

Haikal Helou Yaspers

Irany Araujo Lima

Jefferson Machado

João Osório

Jorgeanne Luitha Bonassoli

José Carlos Gomes Rocha

Karina Martins Prado Soares

Lais Santos

Maria Elisangela dos Santos Campos

Maria Sônia Pereira

Maysa da Fonseca Signoreli

Meirelucy A. S. Leão Rabelo Ribeiro

Newton Tristão

Roberta de Lacerda Lemes Tavares

Rosemeire Ramos Bernardes

Seni Simão de Souza

Tainara nogueira Leão de Faria

Tanandra Mynele Vieira Santos de Oliveira

Tatiana Mendes

Valéria da Silva Paiva Rodrigues

Wagner Miranda

Parabéns! Entrem em contato com a Ahpaceg pelo WhatsApp 62 9690-0712 para efetivar sua inscrição.

Dia 11 de setembro, Goiânia vai sediar o HIGICON eXperience.

Promovido pela Associação Brasileira do Mercado Limpeza Profissional (Abralimp), com o apoio da Ahpaceg, o evento vai discutir como a higienização impacta diretamente na redução das IRAS em hospitais públicos e privados.

Podem participar: Enfermeiros, CCIH, SCIH, Gestores e Administradores Hospitalares ou de Hotelaria, Qualidade, Compras e todos que influenciam diretamente nas decisões sobre limpeza, desinfecção e biossegurança.

Antonia Nair Sobrinho

Bárbara Medeiros

Charla Ana M. B. Martins

Fabiane Marinelli

Haikal Helou Yaspers

Jefferson Machado

João Osório

José Carlos Gomes Rocha

Karina Martins Prado Soares

Lais Santos

Maria Elisangela dos Santos Campos

Maria Sônia Pereira

Meirelucy A. S. Leão Rabelo Ribeiro

Newton Tristão

Roberta de Lacerda Lemes Tavares

Rosemeire Ramos Bernardes

Tainara nogueira Leão de Faria

Tanandra Mynele Vieira Santos de Oliveira

Valéria da Silva Paiva Rodrigues

Wagner Miranda

Quinta, 04 Setembro 2025 07:06

CLIPPING AHPACEG 04/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde usam IA para redução de custos e mais eficiência

https://futurodasaude.com.br/planos-de-saude-uso-ia/

Sindhoesg e Instituto Rizzo inovam e lançam curso gratuito e exclusivo de Libras para colaboradores da rede hospitalar

https://www.foconacional.com.br/2025/09/sindhoesg-e-instituto-rizzo-inovam-e.html

Após adiamento, secretário de Saúde presta contas na Câmara na próxima terça-feira

https://www.jornalopcao.com.br/camara-municipal/apos-adiamento-secretario-de-saude-presta-contas-na-camara-na-proxima-terca-feira-741501/#google_vignette

Cade homologa acordo em investigação no setor de serviços médicos especializados

https://www.gov.br/cade/pt-br/assuntos/noticias/cade-homologa-acordo-em-investigacao-no-setor-de-servicos-medicos-especializados

Hospitais que adotaram cirurgia robótica: impactos clínicos e financeiros

https://www.saudebusiness.com/hospitais/hospitais-que-adotaram-cirurgia-robotica/

Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/

Rede Total Care investe R$ 1,6 milhão em expansão de rede oftalmológica

https://medicinasa.com.br/total-care-oftalmologia/

FUTURO DA SAÚDE

Planos de saúde usam IA para redução de custos e mais eficiência

O uso de inteligência artificial na saúde tem chamado atenção da sociedade, pelo potencial de revolucionar tratamentos e auxiliar profissionais. Nas operadoras de planos de saúde, a tecnologia é vista como uma forma de ganhar eficiência em processos, evitar desperdícios e reduzir custos. Atualmente, as operadoras utilizam IA para análise de fraudes, autorizações, encaminhamentos e reembolsos. Também são comuns assistentes virtuais e uso da tecnologia para auxiliar o setor jurídico e desenvolver análise preditivas.

"A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa e muito promissora em diversos setores. E não é diferente na saúde. Tem que ser tratada com muita seriedade, com regulamentação adequada e com respeito aos direitos fundamentais. Mas fato é que temos visto iniciativas que fazem com que a IA seja uma aliada. E, quando bem estruturada, pode contribuir muito para um sistema suplementar mais inteligente", afirma Maira Imperatriz, sócia de Life Sciences & Healthcare do Lefosse.

Nos Estados Unidos, a United Health e outras empresas são investigadas por supostamente utilizarem algoritmos para negar autorizações de procedimentos médicos. Enquanto isso, no Brasil, os cases ainda estão surgindo, seja pela complexidade do sistema, a falta de organização dos dados ou a clareza sobre as áreas que podem ser beneficiadas.

Enquanto o uso dessas tecnologias ganha espaço nas operadoras, a sua regulamentação ainda está em debate. O Marco Regulatório da Inteligência Artificial, já aprovado no Senado Federal, segue em análise na Câmara dos Deputados. O texto deve pautar a forma como o país utiliza a tecnologia em diferentes áreas.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirma que ainda não possui regulamentação sobre o tema. Em nota, diz que, a partir da definição em lei, irá "promover debates sobre sua aplicação na saúde suplementar, pois é necessário estabelecer ações regulatórias que protejam a privacidade e os dados pessoais dos consumidores, assegurando o acompanhamento e a fiscalização dos entes envolvidos nesses processos, garantindo direitos e mantendo o setor alinhado com as necessidades e os anseios da sociedade".

O que tem sido feito

As operadoras de planos de saúde têm usado a IA como apoio a tarefas e decisões. A ideia é que os sistemas venham trazer mais eficiência, com base em dados e evidências científicas. A redução de desperdícios e custos é o principal objetivo, em busca de falhas de assistência e processos.

"As operadoras têm nos procurado para ajudar a implementar políticas mais estruturadas para essas tecnologias. Práticas para a governança algorítmica, teste de sistemas, evitar vieses algoritmos com base nessas aplicações, compliance desses sistemas junto ao LGPD e para garantir que isso seja de fato respeitado", afirma Maira Imperatriz, do Lefosse.

Os serviços em geral têm sido através de startups ou contratação de empresas de tecnologias. O ideal é que seja feito para a realidade de cada operadora, seguindo seus padrões e bases de dados, em uma construção conjunta, reduzindo possíveis falhas e vieses. "A intenção da inteligência artificial é facilitar esse processo, deixar ele mais objetivo, diminuir o tempo de análise, otimizar o acesso aos dados para que essa decisão seja tomada ou discutida de maneira mais assertiva e rápida", observa a sócia.

Segundo Maira, uma regulamentação por parte do Congresso e da ANS é importante para dar mais segurança jurídica até mesmo para as operadoras, além de proteger os beneficiários. "O ideal é que se tenha um arcabouço jurídico específico, especialmente delineado, a nível federal e a nível das agências reguladoras, entendendo qual é a realidade da saúde suplementar e de que forma se garante segurança e responsabilidades", afirma ela.

Alice e Unimed

Operadoras como Alice e Unimed já reportam ganhos de eficiência com o uso da ferramenta. "Os ganhos operacionais já são evidentes e tangíveis em diversas Unimeds. A automação de liberações de procedimentos, por exemplo, tem alcançado mais de 90% de assertividade em algumas cooperativas, agilizando processos e reduzindo a burocracia", afirma Maurício Cerri, superintendente de tecnologia e negócios da Unimed do Brasil.

Cerri explica que já foram mapeadas mais de 300 startups conectadas ao Sistema Unimed, sendo que 70% delas já aplicam IA em suas soluções. Junto com as federações e singulares, estão estruturando um hub nacional de dados clínicos e administrativos com IA, que permitirá integrar informações e gerar inteligência de cuidado e de gestão.

"Os desafios são multidimensionais. Envolvem desde aspectos éticos até questões de infraestrutura, cultura organizacional e conformidade com a legislação. A implementação da IA demanda governança sólida, letramento digital e engajamento dos times locais", afirma o executivo.

Na Alice, Cesar Biselli, médico e Head de Produtos de IA, explica que a operadora tem utilizado a tecnologia para, entre outros projetos, encaminhar pacientes do atendimento. Antes, o beneficiário que entrava no sistema do pronto-socorro passava obrigatoriamente pela avaliação de um profissional de enfermagem. Agora, a IA faz este processo, a partir dos dados fornecidos. Dos 70% encaminhados, 45% são feitos pela tecnologia.

"A IA é muito mais rápida nesse processo de tentar entender o que está acontecendo com aquela pessoa, se ela tem algum sinal de alarme, e qual a expectativa dela. E, com isso, reduzimos cerca de 20% o tempo de atendimento total. Se ela tem certeza absoluta que o paciente precisa ir para a telemedicina, encaminha. Se não tiver, encaminha para avaliação da enfermagem", explica o executivo, que também comenta a diminuição no custo operacional.

Segundo Biselli, os profissionais de saúde se sentiram valorizados por atuarem quando o paciente necessita de auxílio e não só em uma tarefa de encaminhamento. Não houve alteração na avaliação dos beneficiários sobre o serviço.

Para garantir a viabilidade, o produto foi testado por oito meses internamente. "Não consigo imaginar construir um produto de IA para a saúde sem testar. Depois, tem que pôr na prática, com supervisão de um profissional. Em seguida, começar a escalar, monitorar erros e possíveis ajustes do processo. Tem que olhar para a IA na saúde como um método científico", explica Cesar.

Agora, a operadora desenvolve novas ferramentas. Um projeto de busca ativa de pacientes para realização de exames está sendo construído a partir dos dados de prontuário. Beneficiários com indicação de mamografia, por exemplo, irão receber uma mensagem por Whatsapp com um lembrete, dizendo que a pessoa está na idade onde há indicação para rastreamento de câncer de mama e é importante a realização de exames. Nos próximos dois meses, ele entrará na fase de testes.

Startups de IA

A Maida Health, healthtech do ecossistema MV, tem atendido operadoras de planos de saúde com sua IA para autorização de procedimentos. Em um plano de saúde com 500 mil beneficiários, a tecnologia automatiza 95% das solicitações. Os outros 5% são casos que precisam de avaliação da equipe médica.

"A IA faz a leitura de documentos anexados, cruzando com o histórico do paciente, autorizações anteriores e evidências científicas. Com esse cruzamento, conseguimos aplicar regras que apontam que um número de ressonâncias em um determinado período de tempo precisa ter uma justificativa médica, por exemplo", afirma André Machado, diretor da Maida Health.

A MV também conta com a OncoAudit, empresa voltada à aprovação de tratamentos oncológicos com uso de IA e análise baseada em evidências clínicas. Uma operadora com 220 mil vidas está utilizando o sistema que, de acordo com Machado, trouxe uma redução de 42% do custo per capita. Já o desfecho clínico teve uma evolução de 10%.

"Reduzir custos só por reduzir é muito fácil. Por isso sempre atrelamos e testamos muito para ver qual é o desfecho que vai trazer, olhando para a saúde. Hoje conseguem atender mais gente com o mesmo recurso. O futuro da IA direciona muito, cada vez de forma mais rápida, para o melhor tratamento", afirma André.

O executivo explica que é difícil garantir que todo uso de inteligência artificial nas operadoras de saúde vai ser feito seguindo as diretrizes legais e a ética, sem trazer iniquidades. Neste sentido, o papel da regulamentação e da fiscalização por parte dos órgãos reguladores se faz necessário para que não haja discrepâncias, como qualquer outra falha assistencial. "Vamos tratar disso sempre com muita cautela e responsabilidade, porque pode ser usado sempre por um lado ou por o outro. Que seja para favorecer a saúde das pessoas", observa.

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FOCO NACIONAL

Sindhoesg e Instituto Rizzo inovam e lançam curso gratuito e exclusivo de Libras para colaboradores da rede hospitalar

O Sindhoesg (Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás), em parceria com o Instituto Rizzo, traz uma grande novidade para colaboradores das áreas administrativa e assistencial das instituições associadas: a promoção de cursos gratuitos de iniciação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

A primeira turma já tem data marcada: dias 22 e 24 de setembro, com aulas das 18h30 às 21 horas, na sede do Instituto Rizzo, na Avenida Cora Coralina, 242, Setor Sul, em Goiânia.

Mas qual a importância da participação neste curso? Dados oficiais apontam que cerca de 5% da população brasileira, aproximadamente 10 milhões de pessoas, apresentam algum grau de surdez.

São brasileiros que em algum momento vão buscar atendimento médico-hospitalar e precisam contar com equipes preparadas para acolhê-los e bem atendê-los.

O objetivo do curso de iniciação é apresentar aos alunos formas básicas de comunicação com a população surda, melhorando o acesso destes pacientes aos serviços de saúde e sua jornada em busca de atendimento.

“Investir em Libras é investir na humanização da saúde. Essa formação vai oferecer aos colaboradores dos nossos estabelecimentos associados ferramentas para ampliar a acessibilidade e fortalecer a qualidade e a segurança da assistência”, diz o presidente do Sindhoesg, Gustavo Clemente.

Parcerias institucionais como essa fazem parte das ações do Instituto Rizzo, que desde 2001 vem atuando em causas sociais, artísticas e ambientais.

Para garantir vaga na primeira turma do curso, basta que o colaborador da rede associada entre em contato com o Sindhoesg, pelo WhatsApp (62) 9504 8333, informando nome completo, função, telefone e e-mail e o nome do estabelecimento associado.

As vagas são limitadas.

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JORNAL OPÇÃO

Após adiamento, secretário de Saúde presta contas na Câmara na próxima terça-feira

Audiência deve tratar sobre os dados do primeiro quadrimestre de 2025

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia realizará, na próxima terça-feira, 12, às 13h, a prestação de contas da saúde referente ao 1º quadrimestre deste ano. A reunião estava inicialmente prevista para o dia 3 de julho, mas foi adiada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo o presidente da Comissão de Saúde, vereador Dr. Gustavo (Agir), após a apresentação da próxima semana, a expectativa é de que o secretário de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, retorne à Casa entre outubro e novembro para apresentar os dados do 2º quadrimestre.

Anteriormente, o secretário prestou contas em março do último quadrimestre de 2024, a respeito dos dados da gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).

Conforme a Lei Complementar nº 141/2012, o gestor da Saúde deve apresentar as prestações de contas até o final de maio e agosto, referentes ao 1º e 2º quadrimestres, respectivamente. Já os dados do último quadrimestre precisam ser apresentados até fevereiro do ano seguinte.

Segundo a legislação, o atraso na apresentação dos relatórios pode até levar à convocação do secretário para esclarecimentos extras. Além disso, o descumprimento dos prazos previstos em lei compromete a transparência da gestão e pode ser apontado pelos órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, como falha administrativa.

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GOV.BR

Cade homologa acordo em investigação no setor de serviços médicos especializados

Cooperativa deverá pagar R$ 9,34 milhões, implementar programa de compliance e admitir participação na conduta investigada

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) homologou, nesta quarta-feira (20/08), Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado com a Cooperativa de Anestesiologia do Estado do Espírito Santo (COOPANEST/ES), entidade investigada em processo que apurou práticas anticompetitivas no mercado de serviços médicos especializados. 

A investigação teve início em 2016, a partir de denúncia da Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (AEBES), que relatou condutas coordenadas por cooperativas médicas capixabas e pela Federação Brasileira das Cooperativas de Especialidades Médicas (Febracem).  

Entre as práticas apuradas estavam uniformização de propostas contratuais, ameaças de paralisação, boicotes e negativa de prestação de serviços. 

Em setembro de 2024, o Tribunal do Cade condenou a COOPANEST/ES, aplicando multa de R$ 14,5 milhões. Em seguida, a cooperativa solicitou a celebração de TCC, como alternativa consensual para encerrar a persecução sancionadora. 

Pelo acordo homologado, a COOPANEST/ES reconhece participação nas condutas investigadas e se compromete pagar R$ 9,3 milhões ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), se compromete a implementar programa de compliance com treinamentos periódicos, manual de boas práticas e canal de denúncias, além de abster-se de praticar condutas anticompetitivas.  

O presidente Gustavo Augusto, relator do caso, destacou que a homologação do TCC reforça o compromisso da autarquia com a promoção da concorrência e a utilização de instrumentos de solução consensual em benefício do interesse público. 

Ainda segundo a decisão, o descumprimento do acordo poderá implicar retomada do processo original e aplicação de multas adicionais. 

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SAÚDE BUSINESS WEB

Hospitais que adotaram cirurgia robótica: impactos clínicos e financeiros

Hospitais que adotaram cirurgia robótica alcançam mais precisão e retorno estratégico ao investimento.

A cirurgia robótica no Brasil deixou de ser exclusividade de poucos centros para se tornar um diferencial estratégico em hospitais de diversas regiões.

Instituições vêm ampliando a oferta de procedimentos cirúrgicos robóticos, combinando precisão, segurança e recuperação mais rápida para os pacientes.

Este conteúdo reúne exemplos de hospitais com tecnologia robótica, seus resultados clínicos, benefícios operacionais e desafios financeiros, mostrando por que investir nessa área pode representar não apenas inovação, mas também vantagem competitiva no setor de saúde.

Nos últimos anos, diversos hospitais que adotaram cirurgia robótica no Brasil se tornaram referência em inovação clínica e excelência técnica. 

Instituições como o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio-Libanês, o Hospital de Base de São José do Rio Preto, o Hospital Brasília e o Hospital São Vicente de Paulo mostram como a tecnologia em cirurgia minimamente invasiva vem transformando o atendimento.

O Hospital Sírio-Libanês foi pioneiro na América Latina, realizando sua primeira cirurgia robotizada em 2000. Desde 2008, conta com dois robôs Da Vinci — um voltado a procedimentos e outro para treinamentos — e, em 2015, inaugurou seu Centro de Cirurgia Robótica, reunindo especialistas de diversas áreas e se consolidando como centro de treinamento para novos cirurgiões.

Hospital Brasília, da Rede Américas, já realizou mais de 2 mil procedimentos cirúrgicos robóticos desde 2018. Reconhecido como centro de formação, mantém simuladores de última geração e parcerias com programas de residência, com destaque para as cirurgias urológicas.

Outro exemplo é o Hospital de Base de São José do Rio Preto, que se tornou um dos hospitais com tecnologia robótica mais inclusivos do país. Em apenas 14 meses, realizou 260 cirurgias, destinando parte delas a pacientes do SUS — iniciativa que inclui mutirões e amplia o acesso à tecnologia.

No Rio de Janeiro, o Hospital São Vicente de Paulo atingiu a marca de 100 procedimentos no primeiro ano de seu programa, resultado de treinamento intensivo e integração da robótica à rotina cirúrgica.

Esses centros de cirurgia robótica realizam uma variedade de procedimentos, incluindo urologia, cirurgia geral, ginecologia e oncologia, e exemplificam como os avanços em cirurgia assistida por robô estão elevando padrões de precisão, segurança e recuperação. 

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Benefícios operacionais e estratégicos para hospitais

A adoção da cirurgia robótica vai além dos ganhos clínicos para o paciente — ela também gera impactos diretos na gestão e na competitividade dos hospitais que adotaram cirurgia robótica. 

Entre os principais está a otimização do tempo cirúrgico. A precisão de plataformas como o robô Da Vinci ou o Versius reduz movimentos desnecessários e estabiliza tremores, permitindo que procedimentos sejam concluídos de forma mais ágil e previsível.

Outro ponto relevante é a redução do tempo de internação e, consequentemente, dos custos a longo prazo. 

No Hospital Angelina Caron (PR), cirurgias que antes exigiam até quatro dias de internação agora podem ter alta em 48 horas — e, em alguns casos, como na bariátrica, até em menos de 24 horas. A liberação de leitos mais rápida aumenta a capacidade de atendimento.

No Hospital Unimed Volta Redonda (RJ), a chegada da plataforma Versius trouxe não apenas eficiência, mas também resultados clínicos de alto impacto. Um dos casos mais emblemáticos foi o de uma paciente de 73 anos com nódulo sólido no rim.

Graças à precisão da tecnologia em cirurgia minimamente invasiva, foi possível preservar 70% do órgão, evitando uma nefrectomia radical e garantindo recuperação mais rápida.

Além disso, investir em avanços em cirurgia assistida por robô fortalece a imagem institucional. Hospitais com tecnologia robótica atraem pacientes em busca de tratamentos mais seguros e menos invasivos, além de se destacarem no mercado pela inovação. 

Essa visibilidade também facilita a formação de parcerias estratégicas, amplia o leque de procedimentos e consolida a reputação como referência em vantagens da cirurgia robótica em hospitais.

Cases de sucesso e resultados clínicos

Os hospitais que adotaram cirurgia robótica acumulam exemplos de alto impacto que mostram como a tecnologia pode transformar resultados clínicos e ampliar o acesso a procedimentos complexos.

Na China, médicos do Hospital Torácico de Xangai realizaram uma cirurgia remota para remover um câncer de pulmão em uma paciente localizada a 5 mil quilômetros de distância. 

Utilizando braços robóticos controlados em tempo real, a equipe concluiu o procedimento em apenas uma hora, com precisão milimétrica, provando o potencial da robótica na saúde para atender pacientes distantes de grandes centros.

No Brasil, o Hospital Moinhos de Vento executou a primeira cirurgia de estimulação cerebral profunda para Doença de Parkinson na América Latina usando o sistema Loop-X Brainlab. 

A tecnologia reduziu o tempo do procedimento de oito para quatro horas, combinando aquisição de imagens 3D e navegação robótica no mesmo espaço, o que elevou a segurança e o conforto do paciente.

Em Minas Gerais, o Hospital Orizonti foi pioneiro ao realizar a primeira artroplastia total de quadril assistida por robô cirúrgico. O procedimento garante cortes mais precisos, menos dor pós-operatória e recuperação acelerada, beneficiando especialmente pacientes com artrose avançada.

Já em Porto Alegre, o Hospital Mãe de Deus iniciou o uso da cirurgia robótica em procedimentos de coluna, alcançando até 99% de precisão na colocação de implantes, sem desvios, e reforçando as vantagens dessa tecnologia no tratamento de patologias ortopédicas complexas.

Esses casos de sucesso em cirurgia robótica mostram que a combinação de inovação, capacitação médica e investimento certo é capaz de gerar benefícios tangíveis — desde maior precisão cirúrgica até ampliação do acesso a tratamentos de alta complexidade.

Custos de investimento e manutenção da cirurgia robótica

Implantar um programa de cirurgia robótica exige planejamento financeiro robusto. 

De acordo com dados da Medscape Brasil, um robô cirúrgico custa em torno de R$ 16 milhões, enquanto os custos por procedimento variam de R$ 10 mil a R$ 15 mil, considerando manutenção e materiais descartáveis. 

Esses valores explicam por que a adoção costuma começar em grandes centros e hospitais com forte capacidade de investimento.

O cenário brasileiro, no entanto, mostra um avanço consistente. Segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), já existem cerca de 200 plataformas de cirurgia robótica no Brasil, espalhadas por diferentes regiões, ampliando o acesso para além do eixo Rio–São Paulo. 

Desde as primeiras unidades instaladas no Hospital Israelita Albert Einstein e no Hospital Sírio-Libanês, em 2008, o crescimento foi constante, com novas especialidades incorporando a tecnologia.

Esse investimento é impulsionado pelo potencial da tecnologia em cirurgia minimamente invasiva para atrair pacientes, diferenciar a instituição e viabilizar procedimentos de alta complexidade com maior segurança. 

Embora o retorno financeiro dependa de volume cirúrgico e gestão eficiente, os hospitais que adotaram cirurgia robótica relatam ganhos estratégicos que compensam o alto custo inicial, como fortalecimento de marca, captação de novos casos e expansão de portfólio.

A experiência dos hospitais que adotaram cirurgia robótica no Brasil comprova que a tecnologia oferece ganhos clínicos, operacionais e estratégicos. 

De mutirões no SUS a procedimentos pioneiros de alta complexidade, esses centros mostram que a tecnologia em cirurgia minimamente invasiva pode transformar a prática médica e gerar valor para instituições que investem em capacitação, parcerias e gestão eficiente.

O alto custo de aquisição e manutenção é um desafio, mas, quando bem planejado, o investimento traz retorno em forma de reputação, diferenciação e atração de pacientes que buscam tratamentos mais seguros e inovadores. 

A tendência é que, com a expansão do acesso e o avanço de novas plataformas, a robótica na saúde se torne cada vez mais presente no cenário cirúrgico brasileiro.

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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência

Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.

A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas. 

Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos. 

No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica. 

Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.

A medicina de precisão já é realidade no Brasil?

Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética. 

No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores. 

Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.

Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.

O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer. 

A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.

Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão

A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas. 

Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.

1. Estrutura física e laboratorial limitada

Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas. 

Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.

2. Integração e interoperabilidade de dados

Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.

interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.

Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.

Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.

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3. Falta de padronização de protocolos clínicos

A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes. 

No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado. 

Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.

 4. Capacitação das equipes

A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo. 

Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.

Os desafios tecnológicos da medicina de precisão

A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas. 

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas. 

Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.

1. Big data e inteligência artificial na prática

Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida. 

Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.

Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos. 

Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.

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2. Segurança e privacidade de dados

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas. 

Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.

Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações. 

Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.

Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações. 

Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.

3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos

Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes. 

Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.

Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas. 

Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.

Etapas para começar a implementar medicina de precisão

Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas. 

Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.

1. Diagnóstico institucional

O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto. 

Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.

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2. Criação de uma estratégia de implementação por fases

Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir. 

Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.

3. Formação de uma equipe multidisciplinar

Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos. 

Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.

Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão

A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia. 

Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.

Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.

O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos. 

Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica

Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.

Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.

A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia. 

Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.

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MEDICINA S/A

Rede Total Care investe R$ 1,6 milhão em expansão de rede oftalmológica

Rede Total Care anunciou investimento em quatro unidades da Eye Clinic em São Paulo — localizadas na Berrini, Angélica, Santo Amaro e Paraíso — como parte de uma estratégia de expansão e fortalecimento da linha de cuidado oftalmológico na capital paulista. Com um investimento total de mais de R$ 1,6 milhão, os espaços foram modernizados com foco em tecnologia, experiência do paciente e ampliação do acesso a serviços de saúde ocular.

Voltadas para atendimento ambulatorial, os espaços oferecem consultas, exames, procedimentos e pequenas cirurgias oftalmológicas. “O objetivo é descentralizar o acesso e garantir resolutividade com qualidade técnica em diferentes pontos da cidade”, afirma Naiana Cunha, Diretora de Relacionamento Médico e Auditoria da Total Care.

Entre os destaques tecnológicos estão equipamentos como o OCT de alta resolução, que permite avaliação não invasiva e em tempo real da retina; o Yag Laser, indicado para tratamentos como capsulotomia e iridotomia; além do Crosslinking, que fortalece a córnea e contribuiu para impedir doenças oculares, por exemplo, a ceratocone, que é uma alteração ocular com sintomas de visão embaçada, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. A incorporação dessas tecnologias possibilita diagnósticos mais precisos, agilidade no atendimento, apoio à decisão clínica e maior conforto ao paciente.

As unidades também seguem o padrão internacional de qualidade Qmentum, comprovando os protocolos de alta performance para que as organizações melhorem constantemente o seu desempenho, além de reforçar o compromisso com a segurança, sustentabilidade e boas práticas assistenciais. O diferencial está na padronização da qualidade, no atendimento humanizado e na integração com outras frentes assistenciais da Rede Total Care.

Com o reforço nas equipes médicas e operacionais, as unidades passam a ter capacidade conjunta de até 19 mil atendimentos mensais. “Esses investimentos elevam a experiência do paciente e fortalecem a confiança no cuidado ocular, posicionando a Eye Clinic como uma referência em oftalmologia no estado de São Paulo”, destaca Naiana.

A expansão também é estratégica para a Rede Total Care, que avança no objetivo de se consolidar como um ecossistema de saúde integrado e resolutivo, atendendo pacientes de forma personalizadas, além de promover o acesso a uma assistência oftalmológica de excelência.

Para o oftalmologista Gabriel Gorgone, especialista em córnea, a interdisciplinaridade entre as especialidades oftalmológicas contribui para diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficientes. “Pacientes que necessitam de acompanhamento multidisciplinar, como aqueles com doenças combinadas, como diabetes e glaucoma, podem ser acompanhados de perto por médicos que compartilham informações e discutem o melhor caminho terapêutico, sempre com base na experiência de diferentes áreas da oftalmologia”, explica.

“Nosso objetivo com cada unidade é ampliar o atendimento e oferecer às pessoas mais opções para o cuidado com a saúde ocular de qualidade. A abertura da clínica também possibilita dobrarmos o número de atendimento e garantir que nossos pacientes tenham acesso aos melhores recursos para cuidar da visão”, conclui Naiana Cunha.

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Assessoria de Comunicação        

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