Postado em: 03/11/2025

CLIPPING AHPACEG 01 A 03/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?

https://www.saudebusiness.com/colunistas/proxima-geracao-por-que-a-cirurgia-ambulatorial-exige-um-novo-paradigma-de-formacao-e-certificacao/

Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental

https://medicinasa.com.br/crescimento-transtornos-mentais/

Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?

https://www.maisgoias.com.br/brasil/por-que-tantos-millennials-os-nascidos-entre-1981-e-1995-estao-tendo-cancer/?utm_source=mais-lidas-home

Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer

https://www.maisgoias.com.br/cidades/medico-preso-por-fraude-com-cesio-137-autou-no-crer/

Campanha alerta para riscos da diabetes à visão

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-11/campanha-alerta-para-riscos-da-diabetes-visao?utm_source=chatgpt.com

Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos

https://www.metropoles.com/saude/brasileiros-nao-vao-dermatologista

Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria

https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/caneta-emagrecedora-fundacao-do-ministerio-da-saude-escolheu-proposta-mais-cara-para-parceria

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

https://jovempan.com.br/saude/falta-de-preparo-medico-e-estigma-dificultam-diagnostico-e-cuidados-de-pessoas-com-demencia-no-brasil.html

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

https://jovempan.com.br/saude/falta-de-preparo-medico-e-estigma-dificultam-diagnostico-e-cuidados-de-pessoas-com-demencia-no-brasil.html

Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/saude-suplementar-entre-o-mercado-e-o-bem-publico-fortalecer-a-ans-e-essencial

SAÚDE BUSINESS

Próxima geração: por que a Cirurgia Ambulatorial exige um novo paradigma de formação e certificação?

A falta de profissionais capacitados ameaça o avanço da cirurgia ambulatorial — e reformar a base educacional do setor é o caminho para sustentar o futuro do cuidado cirúrgico.

A consolidação da cirurgia ambulatorial como um pilar de eficiência, segurança e valor no ecossistema de saúde é um consenso global. No entanto, à medida que avançamos na expansão deste modelo, deparamo-nos com um gargalo crítico que ameaça a sustentabilidade do setor: a escassez de profissionais com o conjunto de habilidades específicas que este ambiente exige.

Este desafio não é meramente quantitativo; é uma lacuna de competência qualitativa, forjada ao longo de décadas por uma “mentalidade hospitalocêntrica” que ainda domina a formação médica e os programas de residência. Para cultivar a próxima geração de cirurgiões, anestesiologistas e enfermeiros, é imperativo reformular fundamentalmente o treinamento em saúde, alinhando-o às realidades clínicas e operacionais das Unidades de Cirurgia Ambulatorial (UCAs).

A lacuna de competências além do bisturi

O paradigma hospitalocêntrico tradicionalmente foca no manejo de casos complexos, longos períodos de internação e uma vasta infraestrutura de suporte. O ambiente de cirurgia ambulatorial, por outro lado, opera sob um modelo de alta performance, rotatividade rápida e recuperação acelerada, sem prejuízo da segurança do paciente.

Isso exige competências que transcendem a habilidade cirúrgica técnica:

Avaliação e seleção rápida de pacientes: a capacidade de aplicar rigorosamente os critérios de elegibilidade é indispensável para a segurança em UCAs. Isso envolve uma profunda compreensão prática das classificações de risco, como as estabelecidas pela American Society of Anesthesiologists (ASA), focando primariamente em pacientes ASA I (saudáveis) e ASA II (doença sistêmica leve controlada), garantindo que o paciente possa ser gerenciado com segurança fora do ambiente hospitalar.

Protocolos de recuperação rápida (ERAS): o profissional de UCA deve dominar técnicas anestésicas e cirúrgicas minimamente invasivas que reduzam a dor pós-operatória, minimizem o uso de opioides e previnam náuseas e vômitos pós-operatórios (NVPO), fatores críticos para uma alta segura no mesmo dia.

Coordenação de equipe interdisciplinar: em um ambiente de alta rotatividade, a eficiência da equipe não é uma mera necessidade, é um requisito de segurança. O treinamento deve focar na comunicação de “ciclo fechado” e na gestão de fluxo (turnover) de sala, habilidades raramente enfatizadas em programas tradicionais.

Otimização de processos: a cirurgia ambulatorial é um modelo de gestão enxuta (lean management) aplicado à saúde. Os profissionais devem ser treinados não apenas para executar procedimentos, mas para identificar e eliminar gargalos, otimizar o uso de suprimentos e gerenciar custos operacionais.

Um currículo ancorado no passado

Atualmente, a exposição à cirurgia ambulatorial durante a formação médica, de enfermagem e de gestão hospitalar é, muitas vezes, limitada ou suplementar. Programas de residência cirúrgica tendem a priorizar procedimentos de alta complexidade em regime de internação, relegando os casos ambulatoriais, por vezes, a residentes juniores, sem o devido foco nos aspectos gerenciais e de processo que definem o modelo, retroalimentando a “cultura hospitalocêntrica” ainda predominante no Brasil.

Embora cursos de especialização e pós-graduação existam, eles atuam como medidas corretivas para lacunas que não deveriam existir. Para uma mudança sistêmica, os princípios fundamentais da prática ambulatorial devem ser integrados aos currículos centrais de graduação e residência.

Módulos para um novo currículo

Uma reforma curricular eficaz deve incluir módulos dedicados e obrigatórios que reflitam a prática moderna. Um programa de residência cirúrgica ou anestesiológica alinhado ao futuro deveria incluir:

Rodízios estruturados em UCAs de alto volume: exposição mandatória a centros ambulatoriais que permitam ao residente participar ativamente não apenas do ato cirúrgico, mas de todo o ciclo do paciente — da avaliação pré-operatória e seleção de critérios (ASA I/II) até os protocolos de alta e acompanhamento pós-operatório.

Treinamento em anestesia para recuperação rápida: foco em bloqueios regionais, anestesia venosa total (TIVA) e estratégias multimodais de analgesia que são cruciais para o sucesso da UCA.

Princípios de gestão e eficiência: módulos sobre gestão de fluxo de pacientes, comunicação efetiva, controle de infecção em ambiente de alta rotatividade e fundamentos de gestão de negócios, preparando médicos-empreendedores e gestores capazes de liderar essas unidades com foco em qualidade e sustentabilidade financeira.

O papel das Sociedades: padronizando a excelência

A expansão da cirurgia ambulatorial sem padrões claros de formação e acreditação cria um risco regulatório e assistencial. É neste ponto que as sociedades devem assumir o protagonismo.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM) posiciona-se como principal liderança para catalisar essa transformação. Seguindo o exemplo de entidades internacionais, como a International Association for Ambulatory Surgery (IAAS), que há muito defende padrões educacionais específicos, a SOBRACAM tem a responsabilidade de desenvolver e advogar por um padrão nacional de operação e credenciamento para Unidades Cirúrgicas Ambulatoriais e, crucialmente, de certificação para os profissionais que neles atuam.

Além disto a Sociedade tem realizado um papel fundamental no setor público, para a criação e atualização do arcabouço regulatório, que irá permitir maior segurança, padronização e crescimento sustentável da cirurgia ambulatorial no Brasil. A publicação da Política Nacional de Cirurgia Ambulatorial foi um marco importante neste sentido e tem pautado importantes discussões sobre o tema junto ao setor público.

Cultivar a próxima geração de especialistas em cirurgia ambulatorial não é apenas um desafio acadêmico; é um pilar estratégico para a sustentabilidade e a correta expansão deste modelo no Brasil. Endereçar corretamente as barreiras da mentalidade e da formação hospitalocêntrica é o primeiro passo para construir um legado duradouro de qualidade, segurança e eficiência no cuidado cirúrgico.

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MEDICINA S/A

Estudo projeta alta de custos de até 60% com saúde mental

O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, rede de clínicas em psiquiatria e psicologia, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.

O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas.

O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):

Prevenção estrutural e políticas públicas;

Integração público-privada com financiamento baseado em valor;

Uso responsável de tecnologia;

Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;

Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e

Redução do estigma e da garantia de direitos.

Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.

“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.

Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.

A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.

“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare.

Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.

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MAIS GOIÁS

Por que tantos millennials, os nascidos entre 1981 e 1995, estão tendo câncer?

Casos de câncer precoce aumentaram 79% em todo o mundo, e a mortalidade, 28%

Os millennials, grupo formado por pessoas nascidas entre 1981 e 1995, têm apresentado um aumento preocupante nos casos de câncer. Dados mostram que, entre 1990 e 2019, os diagnósticos de tumores em adultos com menos de 50 anos cresceram 79% no mundo, enquanto a mortalidade subiu 28%. Especialistas apontam que a maioria desses casos está ligada a fatores de estilo de vida, e não apenas à genética.

Cerca de 80% dos cânceres são considerados esporádicos — ou seja, resultam de influências externas, como alimentação, sono, estresse e exposição a substâncias nocivas. E o modo de vida dos millennials, marcado por rotinas aceleradas, alta conectividade e hábitos alimentares industrializados, tem contribuído para esse cenário.

Alimentação e obesidade precoce

A obesidade infantil disparou a partir dos anos 1980 e é um dos principais fatores de risco para tumores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 havia mais de 390 milhões de crianças e adolescentes acima do peso, sendo 160 milhões obesos. O problema é que esses efeitos não desaparecem com o tempo.

Uma metanálise com 4,7 milhões de pessoas mostrou que quem teve índice de massa corporal (IMC) alto na infância tem até 39% mais risco de desenvolver câncer colorretal na fase adulta. Além disso, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados altera a microbiota intestinal, reduzindo a diversidade de bactérias boas e favorecendo inflamações que podem gerar doenças digestivas e até tumores.

O impacto do álcool

Outro fator que preocupa é o consumo de álcool. Apesar da ideia de que uma taça de vinho poderia ser benéfica, pesquisas recentes mostram que não existe nível seguro de ingestão. O etanol é transformado pelo corpo em acetaldeído, uma substância que danifica o DNA.

Os millennials também apresentam um padrão de consumo mais perigoso: bebem com menos frequência, mas praticam mais o chamado binge drinking, quando há ingestão excessiva em um curto período. Além disso, estudos detectaram substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) – os chamados “químicos eternos” – em diversas marcas de cerveja, associadas a maior risco de câncer testicular e renal.

Sono e ritmo biológico desregulado

Os millennials dormem, em média, 30 a 45 minutos a menos por noite do que as gerações anteriores. A falta de sono e a exposição prolongada às telas reduzem a liberação de melatonina, hormônio essencial para a regulação celular e a reparação do DNA.

Com o tempo, essa privação constante pode comprometer a capacidade do corpo de eliminar células danificadas, favorecendo o surgimento de tumores. Pesquisas também apontam que a desregulação dos ritmos circadianos interfere na expressão de genes responsáveis pela proteção do organismo.

Estresse e imunidade

A chamada geração do burnout vive sob altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Quando ele permanece elevado por longos períodos, favorece inflamações, hipertensão, resistência à insulina e enfraquece o sistema imunológico. Isso facilita o aparecimento de células tumorais e reduz a capacidade do corpo de combatê-las.

Estudos indicam que pessoas com altos níveis de estresse têm até o dobro de probabilidade de morrer de câncer em comparação com aquelas que conseguem controlar melhor as emoções e o ritmo de vida.

Automedicação e riscos hormonais

A automedicação também preocupa. O uso frequente de paracetamol pode causar danos ao fígado e aumentar o risco de câncer hepático. Já o uso prolongado de anticoncepcionais orais está ligado a uma leve elevação na incidência de câncer de mama e de colo do útero, embora reduza as chances de câncer de ovário e endométrio.

Medicamentos de uso contínuo, como antiácidos e antibióticos, também alteram a flora intestinal e podem contribuir para doenças digestivas relacionadas a processos inflamatórios.

O que esperar do futuro

Projeções globais indicam que os casos de câncer devem saltar de 20 milhões, registrados em 2022, para quase 35 milhões em 2050, um aumento de 77%. A tendência é que os tumores digestivos e ginecológicos se tornem ainda mais comuns entre adultos jovens.

Apesar do cenário preocupante, especialistas reforçam que é possível reduzir os riscos com hábitos mais equilibrados: alimentação natural, sono adequado, controle do estresse, prática de atividades físicas e moderação no consumo de álcool e medicamentos.

Os millennials podem, sim, mudar o rumo das estatísticas — e garantir que o futuro não seja sinônimo de uma geração inteira adoecendo precocemente.

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Médico preso por fraude com Césio-137 atuou no Crer

Suspeito fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo, conforme a polícia

Entre as cinco pessoas presas por suspeita de desviar quase R$ 2 milhões ao simular a contaminação de militares pelo Césio-137 em operação da Polícia Civil, na quinta-feira (30), está o médico Luciano Henrique da Silva. Conforme informações da TV Anhanguera, nesta sexta-feira (31), o profissional trabalhou no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer) em Goiânia e atendeu até junho deste ano.

Segundo a corporação, Luciano fornecia laudos falsos para atestar problemas de saúde devido à exposição ao elemento radioativo. Com esses documentos, o núcleo jurídico do grupo protocolava ações judiciais. O prejuízo causado estimado é de quase R$ 2 milhões.

Ainda em outro documento divulgado pela TV, consta um mandado de prisão em aberto contra Luciano por dívida de pensão alimentícia de R$ 3.643,51. O médico e os demais presos em prisão temporária estão na Casa do Albergado. São eles: os advogados Letícia Pereira Silva Neto, Guilherme Alves de Matos Bites e Breno Brandão Silva, e o engenheiro Ricardo André Marques.

O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos citados. Caso haja interesse, o espaço segue aberto. O portal também pediu uma posição ao Crer. A unidade informou que o profissional atuava por empresa empresa terceirizada e que seu nome deixou de constar nas escalas em 2023, ficando inativo a partir de julho deste ano.

Nota do Crer:

“O Crer esclarece que, o profissional citado na matéria do jornal primeira edição, não integra o corpo clínico do Crer. Ele atuou por meio de empresa terceirizada, tendo prestado serviços apenas na data de 25 de fevereiro de 2023. Após esse período, seu nome deixou de constar nas escalas da unidade, encontrando-se inativo desde julho de 2025, conforme registros internos e declaração da empresa prestadora de serviços.”

Operação Césio 171

Durante a ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e cinco mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia. O prejuízo estimado aos cofres públicos chegaria a R$ 79 milhões, caso o esquema seguisse. O dano efetivo apurado, contudo, foi de cerca de R$ 1,7 milhão.

As investigações apontam que o grupo utilizava documentos falsos, laudos médicos forjados e ações judiciais fraudulentas para ajuizar processos em nome de militares estaduais, alegando exposição ao elemento radioativo Césio 137. Com isso, buscavam isenção indevida de imposto de renda, benefício previsto apenas para casos comprovados de doenças graves. A polícia destacou que a organização agia de forma estruturada, com divisão de tarefas e acesso a informações sigilosas.

Vale citar que esta é a segunda fase da Operação Césio 171. Na etapa anterior, a Deic identificou os primeiros indícios da falsificação de documentos e mapeou os profissionais envolvidos na fraude. O nome da operação faz referência ao Césio 137, símbolo do maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, ocorrido em Goiânia, em 1987.

Polícia Civil segue analisando o material apreendido e não descarta novas prisões. Segundo o delegado responsável, o objetivo é recuperar valores desviados e impedir que o esquema continue ativo por meio de novas ações judiciais. Documentos apreendidos passarão por perícia.

Primeira fase

A investigação começou após a denúncia de médicos contra a advogada Ana Paula Pereira Matos, filha do engenheiro Ricardo. Ela estaria utilizando a assinatura de profissionais da saúde para o esquema. A investigação apontou que o escritório dela mantinha o dinheiro das três primeiras isenções.

Ela foi presa no ano passado, mas solta dias depois. Nessa fase, ela não foi alvo.

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AGÊNCIA BRASIL

Campanha alerta para riscos da diabetes à visão

Campanha de conscientização do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para os riscos aumentados que os portadores de diabetes tem de desenvolver a retinoplastia diabética, doença que pode causar a perda parcial ou total de visão.

Segundo o CBO há estudos que indicam que 4 em cada 5 pacientes crônicos tem risco de comprometimento por retinoplastia em algum grau. A doença afeta os vasos sanguíneos da retina, alvo principal nesta campanha. 

Durando todo o mês de novembro, a mobilização promovida pela CBO começa neste sábado (1º), com uma maratona online de conscientização e o início de um calendário de mutirões de atendimentos em diversas regiões do país, voltados ao diagnóstico e ao tratamento precoces. Os mutirões, organizados por município, podem ser pesquisados pelo site da campanha.

O público também poderá acompanhar a programação ao vivo entre hoje e domingo, no canal da CBO no Youtube, e acessar conteúdos complementares no site oficial do 24 Horas pelo Diabetes, que será atualizado ao longo do mês de novembro com vídeos, podcasts e depoimentos em apoio à campanha.

A diabetes é uma das principais doenças crônicas do país, e atinge mais de 16 milhões de pessoas, cerca de 7% de nossa população. Seu acompanhamento pode ser feito nas unidades básicas de saúde, em todo o território nacional, de maneira gratuita. O Sistema Único de Saúde (SUS) também fornece materiais para medição e controle da doença, capaz de complicar a condição de pacientes para diversas outras doenças, como demências e doenças metabólicas. A própria diabetes é uma doença com risco de complicações metabólicas e circulatórias, podendo levar à morte se não for devidamente tratada.

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METRÓPOLES

Alerta: 54% dos brasileiros nunca foi ao dermatologista. Saiba riscos

Mesmo sem sintomas, check-ups regulares com dermatologista ajudam a detectar alterações precoces na pele e a prevenir complicações graves
A pele é o maior órgão do corpo e, ao mesmo tempo, um dos mais negligenciados pelos brasileiros. Uma pesquisa realizada em agosto de 2025 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelou que 54% da população nunca consultou um dermatologista.

Entre os idosos com mais de 60 anos, a situação também é preocupante: 46% nunca procuraram avaliação especializada. Apesar de muitos acreditarem que consultas dermatológicas servem apenas para questões estéticas, a visita regular ao especialista é fundamental para identificar problemas que podem evoluir para doenças graves, incluindo câncer de pele.

"Muitas pessoas acreditam que só devem procurar um dermatologista quando há sintomas visíveis, mas alterações sutis podem indicar problemas graves que só um exame cuidadoso consegue identificar", explica a dermatologista Raphaella Marques, do Rio de Janeiro.

A avaliação com dermatologista também ajuda a identificar sinais de envelhecimento, inflamações e infecções silenciosas, orientando sobre proteção solar e cuidados preventivos.

Sinais dermatológicos que exigem atenção

Algumas mudanças na pele não podem ser negligenciadas. Confira alguns sinais na pele que não podem ser ignorados:

Feridas que não cicatrizam.

que não cicatrizam. Lesões que sangram espontaneamente.

que sangram espontaneamente. Manchas que mudam de cor, tamanho ou formato.

que mudam de cor, tamanho ou formato. Pintas com bordas irregulares.

com bordas irregulares. Coceira persistente.

persistente. Dor ou desconforto na pele.

ou desconforto na pele. Descamação intensa e caroços subcutâneos.

Além desses sinais, os especialistas reforçam que qualquer mudança súbita ou persistente na pele merece atenção, mesmo quando não causa dor ou incômodo visível. Alterações cutâneas podem indicar problemas hormonais, metabólicos ou de órgãos como fígado e tireoide.

Manchas escuras em dobras, ressecamento, queda de cabelo, acne adulta e unhas frágeis podem sinalizar desde resistência à insulina até deficiências nutricionais. Detectar essas alterações aumenta as chances de tratamento bem-sucedido e evita complicações graves, incluindo casos de melanoma.

"Muitas vezes, pequenas alterações na pele são os primeiros sinais de que algo no organismo não está funcionando corretamente", afirma o clínico geral Marcelo Bechara, de São Paulo.

Prevenção e cuidados com a pele

Evitar a automedicação continua sendo um dos cuidados mais importantes para a saúde da pele, já que o uso de produtos inadequados pode causar irritações, queimaduras químicas ou piorar lesões existentes.

Cuidados diários com a pele, como hidratação e proteção solar, ajudam a prevenir lesões e envelhecimento precoce

A prevenção inclui hábitos diários simples, como o uso de protetor solar, hidratação adequada e atenção à exposição ao sol, que protegem a pele do envelhecimento precoce e de doenças mais graves.

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Caneta emagrecedora: fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara para parceria

Antes disso, o próprio Ministério da Saúde escanteou parcerias com governos de São Paulo e de Goiás para produção da caneta emagrecedora

Tratado como “novidade bombástica” pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), o projeto do governo brasileiro para produzir caneta emagrecedora beneficiou a proposta do laboratório com o maior preço, excluiu demandas anteriores apresentadas por entidades de governos de oposição e, ainda, vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra.

A parceria foi acertada em agosto pela Farmanguinhos/Fiocruz, um braço do Ministério da Saúde, com a EMS, principal fabricante de medicamentos genéricos do país. O contrato, com prazo de cinco anos, prevê que a contagem desse período contratual tenha início com o “fornecimento” do primeiro medicamento para o Ministério da Saúde – estabelecendo, portanto, vínculo de fato com a pasta.

A EMS acabou sendo a empresa selecionada, apesar de a sua única concorrente na disputa, o laboratório Biomm, ter apresentado proposta mais barata tanto para o fornecimento de liraglutida quanto de semaglutida. O custo não é revelado, mas o resultado mostra que, no quesito preço, a EMS teve a pior nota. A Bionn recebeu 40 pontos, e a EMS, 20.

A pontuação final da EMS foi maior, porém, pelo fato de a empresa já ter solicitado registro de medicamento na Anvisa, embora naquele momento a análise sobre o pedido da empresa não tivesse sido concluída pela agência. A coluna questionou a Fiocruz e a EMS sobre o valor dos contratos, mas nem a fundação do Ministério da Saúde nem a farmacêutica responderam.

Em nota à coluna, o Ministério da Saúde explicou que não participou do acordo firmado diretamente entre a Fiocruz e a EMS e que não há qualquer compromisso de aquisição de canetas emagrecedoras produzidas em razão da parceria, apesar de a previsão ter sido publicada no Diário Oficial da União (DOU). Em agosto, a Conitec rejeitou a inclusão do medicamento nas redes públicas.

Quase três meses antes do contrato firmado entre a EMS e a Farmanguinhos e do anúncio de Padilha, feito em vídeo publicado no Instagram do Ministério da Saúde, com a “notícia bombástica” da parceria com o laboratório EMS, a Saúde havia rejeitado parcerias com dois outros laboratórios vinculados aos governos de São Paulo e de Goiás, que apresentaram propostas pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), são potenciais adversários do presidente Lula na campanha à reeleição no ano que vem.

A Fundação para o Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) apresentaram propostas tendo como entidades privadas parceiras, respectivamente, as farmacêuticas Blanver (brasileira) e Shilpa Medicare (indiana). As propostas de parceria foram rejeitadas e, segundo documento atualizado no início de julho deste ano, ambas as demandas estavam em fase de análise de recurso.

Os documentos disponíveis não esclarecem o motivo da rejeição das propostas. Em nota, contudo, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo a Furp e o Iquego descumpriram requisitos básicos, “como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente”. “A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política”, acrescentou o órgão.

Edital da Farmanguinhos previa formalização de parcerias PDP

O planejamento inicial da Farmanguinhos, previsto no edital lançado em novembro de 2024 e que resultou na seleção da EMS como parceira privada, envolvia fazer esse acerto via PDP ou mesmo como PDIL, o que também não aconteceu. No acerto contratual, saiu a PDP ou PDIL e se tornou um acordo genérico de “parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação”, que se baseia em decreto de sete anos atrás e cujo rito é muito mais simples do que o exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas PDPs (específicas para Ministério da Saúde).

O principal caminho para parcerias entre o governo federal e empresas privadas para transferência de tecnologia e desenvolvimento de medicamentos é a chamada PDP. Em casos similares anteriores, verificados desde 2018 e que resultaram em PDPs, a Farmanguinhos não assinou “contrato” com laboratórios para transferência de tecnologia, mas sim “acordos de cooperação técnica”. O único caso de contrato foi o assinado em 6 de agosto com a EMS, que já prevê o “fornecimento” do medicamento ao Ministério.

Em nota, a Fiocruz ressaltou, porém, que a Farmanguinhos pretende apresentar a proposta de PDP para avaliação do Ministério da Saúde na próxima chamada pública de submissão de propostas destinadas a esse tipo de parceria. A fundação ressaltou também que os contratos com a EMS, apesar de terem apresentado os maiores preços, foram os mais vantajosos para a administração pública.

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JOVEM PAN

Falta de preparo médico e estigma dificultam diagnóstico e cuidados de pessoas com demência no Brasil

Doença já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas

A demência já figura entre as principais causas de incapacidade no mundo e deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas. Até 2050, as doenças mentais estarão entre os três maiores grupos de enfermidades na América Latina. No Brasil, oito em cada dez pessoas com demência não sabem que têm a doença, segundo especialistas que participaram do Summit Saúde e Bem-Estar, promovido pelo Estadão. “O diagnóstico é a porta de entrada para o tratamento, mas o acesso ainda é desigual e depende muito da região do País”, afirmou Cleusa Ferri, professora da Unifesp e integrante do Comitê de Políticas Públicas sobre Demência do Ministério da Saúde.

Um dos principais fatores para o subdiagnóstico é a falta de capacitação dos profissionais de saúde. Muitos pacientes com demência são acompanhados apenas por doenças como diabetes ou hipertensão, sem investigação sobre possíveis alterações cognitivas. “Durante meu treinamento, tive apenas duas horas de aula sobre demência”, relatou Claudia Suemoto, professora de geriatria da Faculdade de Medicina da USP. Ela defendeu que o tema seja incluído de forma mais ampla na graduação e na formação continuada, especialmente para médicos de família, cardiologistas e ginecologistas.

Embora já existam exames aprovados pela Anvisa, como marcadores biológicos, o custo elevado impede o uso no Sistema Único de Saúde (SUS). “Há uma tendência mundial no desenvolvimento de exames de sangue mais acessíveis, que devem facilitar o diagnóstico no futuro”, explicou Eduardo Zimmer, professor da UFRGS e pesquisador do Instituto Serrapilheira.

Além das limitações estruturais, o estigma ainda é um grande obstáculo. “Quando há mudanças de memória ou comportamento, muitos acham que é algo normal da idade. Existe medo, preconceito e negligência”, disse Elaine Mateus, presidente da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz). Ela lembrou que há tratamentos não medicamentosos — como terapias motoras, sociais e afetivas — que podem garantir qualidade de vida. “O diagnóstico precoce é o que permite que o paciente acesse essas abordagens no momento certo”, destacou.

O Brasil sancionou, em 2023, a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências, mas o plano ainda enfrenta dificuldades para sair do papel. “O SUS já faz muito, mas falta integrar ações de prevenção, diagnóstico e apoio a familiares e cuidadores”, afirmou Cleusa Ferri. Ela defende investimentos contínuos e governança intersetorial para garantir a implementação efetiva da política.

Os especialistas reforçam que grande parte dos casos pode ser evitada ou adiada. Segundo estudos, eliminar 14 fatores de risco — como tabagismo, sedentarismo, hipertensão e baixa escolaridade — poderia prevenir até 50% das demências no mundo. “O maior fator de risco é a baixa escolaridade. Investir em educação é investir em prevenção”, disse Claudia Suemoto. Para os participantes, o diagnóstico precoce, aliado a tratamentos integrados e políticas públicas consistentes, pode mudar o curso da doença no país. “Quando há expectativa de uma vida digna, seja qual for o diagnóstico, o medo diminui”, concluiu Elaine Mateus.

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Saúde suplementar entre o mercado e o bem público: fortalecer a ANS é essencial

Envelhecimento populacional, judicialização e insegurança regulatória reforçam necessidade de autonomia e governança na ANS

O sistema de saúde brasileiro em sua pluralidade combina o SUS - público e gratuito - com uma ampla rede privada regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa coexistência entre o direito universal e o consumo voluntário é o traço estrutural e um desafio do modelo. A coordenação entre os subsistemas ainda é limitada, o que reforça a necessidade de uma regulação sólida, técnica e previsível - capaz de garantir segurança para o cidadão, estabilidade para o mercado e credibilidade para o Estado.

A saúde suplementar atende cerca de 50 milhões de pessoas e influencia toda a cadeia de prestação de serviços, inovação e financiamento. Ela nasce como escolha, mas opera em um sistema de direitos. É mercado e, ao mesmo tempo, política pública regulada. Quando a regulação é frágil, o equilíbrio se rompe: o cidadão perde previsibilidade, o mercado perde credibilidade e o Estado perde controle. Fortalecer a ANS é, portanto, reconhecer que a pluralidade do sistema de saúde brasileiro não é uma fragilidade, mas um arranjo que exige governança e clareza de papéis

O envelhecimento acelerado da população brasileira tornou-se um novo determinante econômico da saúde. O número de idosos com plano de saúde cresceu 33% em uma década, enquanto o de jovens caiu 11%. Essa transição pressiona o modelo de mutualismo - em que os jovens financiam o cuidado dos mais velhos - e eleva os custos assistenciais. Uma regulação moderna precisa lidar com essa mudança, promovendo prevenção, gestão de doenças crônicas e modelos atuariais de longo prazo. É papel da ANS conduzir esse debate como política de Estado, e não como resposta emergencial a crises setoriais.

A regulação da saúde suplementar tem convivido com um excesso de iniciativas legislativas fragmentadas, muitas vezes sem avaliação técnica ou estudo de impacto. Centenas de projetos de lei alteram a Lei nº 9.656/98, gerando insegurança jurídica e descontinuidade regulatória. O caso da Lei nº 14.454/2022, que tornou o rol da ANS exemplificativo, é emblemático: foi aprovada em poucos meses, invertendo anos de debate técnico e ampliando o campo da judicialização. Hoje, o Brasil acumula cerca de 570 mil ações judiciais em saúde - mais de 200 mil apenas na saúde suplementar - , a maioria decidida sem parecer técnico. Fortalecer a ANS é devolver à regulação o espaço técnico de decisão e conter o ciclo de improvisações legislativas que desorganizam o sistema e prejudicam o cidadão.

A incorporação de novas tecnologias tem avançado em ritmo acelerado, nem sempre acompanhado pela devida avaliação de efetividade clínica e custo-efetividade. O Brasil possui prazos de análise significativamente mais curtos que a média internacional, o que amplia o acesso, mas também aumenta o risco de decisões sem base consolidada em evidências. Estudos indicam que menos de um terço das drogas aprovadas por agências como FDA e EMA apresenta ganho clínico comprovado - o que reforça a necessidade de prudência regulatória. Casos como o do Zolgensma, cujo tratamento ultrapassa R$ 7,6 milhões por dose, evidenciam o desafio de equilibrar inovação e sustentabilidade.

A ANS tem o papel de consolidar um processo de incorporação baseado em evidências, que una agilidade, rigor técnico e sustentabilidade, com mecanismos de compartilhamento de risco e monitoramento de resultados, garantindo que cada nova tecnologia traga valor real ao paciente e previsibilidade ao sistema.

Estudos do IPEA e do IDP mostram que boa parte das disputas entre consumidores e operadoras decorre de expectativas criadas no momento da venda - especialmente sobre rede, reembolso e cobertura. Planos prometem uma rede ampla, mas sofrem descredenciamentos frequentes, gerando frustração e litígio. É necessário rever as estratégias comerciais, padronizar a comunicação com o consumidor e garantir integridade nas relações de consumo. A ANS pode exercer papel decisivo nesse processo, estabelecendo parâmetros de transparência e coerência entre o que é ofertado e o que é efetivamente entregue.

O desafio financeiro na gestão em saúde não se resume ao equilíbrio entre receitas e despesas. A carga tributária sobre o setor - que pode representar até 30% do custo final - encarece planos e serviços, restringe o acesso e penaliza a inovação e o consumidor. É papel da ANS mensurar esses impactos e contribuir com dados e evidências para a formulação de políticas fiscais coerentes, articulando-se com o Ministério da Fazenda e o Ministério da Saúde. Sem justiça fiscal e previsibilidade, não há sustentabilidade possível. E este ponto não foi endereçado na aprovação da reforma tributária atual.

Fortalecer a ANS é proteger o cidadão, dar previsibilidade ao mercado e reconstruir a confiança em um sistema que lida com o bem mais valioso da sociedade: a vida. O Ministério da Saúde precisa restabelecer o diálogo técnico com o setor e consolidar a agência como eixo de coordenação entre Estado, mercado e cidadão. Uma ANS autônoma, técnica e estável garante previsibilidade para operadoras, confiança para o governo e proteção para quem mais importa: o usuário de planos de saúde.

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Assessoria de Comunicação