CLIPPING AHPACEG 04/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento
A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico
https://medicinasa.com.br/essencia-do-cuidado/
Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa
https://medicinasa.com.br/hev-pediatria-colaborativa/
O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas
https://medicinasa.com.br/custo-invisivel-hipertensao/
Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas
https://medicinasa.com.br/ciencia-avanca-saude-recua/
Diversidade também é competência em saúde
https://medicinasa.com.br/diversidade-competencia-saude/
Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte
https://ohoje.com/2025/11/03/intoxicacao-medicamentosa-entenda-o-que-e/
Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil
Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde
Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos
AFINA MENINA
Franquias médicas em alta: saúde ambulatorial e medicina empreendedora em crescimento
O mercado de saúde privada no Brasil atravessa uma fase de expansão que tem impulsionado modelos de negócio escaláveis, como as franquias médicas. Com mais de 291 mil clínicas médicas particulares em operação e crescimento superior a 20% nos últimos cinco anos, segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), há um movimento claro rumo à conveniência e ao atendimento humanizado.
Nesse cenário, as clínicas ambulatoriais especializadas ganham protagonismo ao oferecer tratamentos menos invasivos e alta no mesmo dia. Como destaca a cirurgiã vascular Camila Kill: “Hoje é possível tratar varizes com métodos minimamente invasivos, como o Endolaser, que dispensa internação e cortes, permitindo alta no mesmo dia. Essa conveniência, somada à segurança, é o que o paciente contemporâneo procura.” A padronização de protocolos e o treinamento das equipes em rede também ampliam o acesso a tecnologia antes restrita a hospitais.
O modelo de franquias médicas oferece estrutura, padronização de processos e suporte administrativo, permitindo que médicos se concentrem no cuidado ao paciente sem abrir mão da gestão eficiente. “A medicina mudou. O profissional de hoje precisa entender de finanças, marketing, gestão de pessoas e experiência do paciente. O modelo de franquia permite que ele empreenda com suporte, sem abrir mão da qualidade assistencial”, observa o cofundador da rede.
A estratégia de expansão vem acompanhada de uma aposta em formação. O lançamento do Vascularte Academy, por exemplo, tem foco na capacitação de cirurgiões vasculares e equipes clínicas, com cursos sobre técnicas ambulatoriais, atendimento humanizado e gestão de clínicas. “A medicina do futuro passa por esse equilíbrio entre conhecimento técnico e capacidade de gestão”, afirma Camila Kill. O projeto pretende formar profissionais completos, capazes de combinar excelência técnica e visão empreendedora.
Com crescimento dos serviços privados e demanda por atendimento personalizado e preventivo, o modelo ambulatorial e a franquia médica se consolidam como alternativas relevantes para ampliar acesso, qualificar o atendimento e profissionalizar a gestão das clínicas. Texto produzido com dados da assessoria de imprensa.
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MEDICINA S/A
A essência do cuidado: um novo olhar sobre o ato médico
Há algo na prática médica que transcende o gesto técnico. É o olhar atento, a escuta paciente, o silêncio que antecede a palavra certa. Cada anamnese é um exercício de sensibilidade e de discernimento: compreender o que é relevante na história, entre exames e relatos, e decidir com responsabilidade diante da singularidade de cada pessoa.
Ser médico é entender que a ciência orienta nossas condutas, mas nem sempre acompanha o tempo da vida. A ciência avança em ritmo próprio, em laboratórios e em publicações; já a medicina exige decisões imediatas, na presença do paciente, diante de um conjunto de variáveis humanas e emocionais que nenhum protocolo contempla por completo.
É nesse espaço — entre o conhecimento técnico e o encontro humano — que nasce a verdadeira arte do cuidado. O médico é, ao mesmo tempo, cientista e intérprete do sofrimento. Sua missão é traduzir o conhecimento em acolhimento, unir empatia, ética e resultado em um gesto de confiança.
A carreira médica, especialmente nos primeiros anos, tem se tornado cada vez mais desafiadora. Exige atualização constante, pensamento crítico e discernimento ético. Já não basta o “como eu faço”, mas o “como se faz”, respaldado em evidências, boas práticas e sensibilidade.
Ser médico também se tornou mais complexo. O paciente chega informado — muitas vezes mal informado — pelas redes e por fake news. A incorporação de novas tecnologias e o custo crescente da saúde fazem com que o cuidado seja um ato que demanda conhecimento, mas também bom senso e equilíbrio. O mesmo impulso que leva o médico a aplicar o que há de mais moderno pode esbarrar nas limitações econômicas e estruturais do sistema.
Hoje, cuidar significa compreender que o ato médico acontece em rede. É uma relação que envolve o paciente, os profissionais, o sistema de saúde e a sociedade. O bom exercício da medicina depende do diálogo entre todos esses atores e da construção coletiva de um ambiente que valorize o conhecimento e priorize o bem-estar das pessoas.
A medicina que praticamos é feita de presença e precisão — e também de perguntas. É uma medicina que escuta, observa e transforma. Ser médico é viver nesse equilíbrio: entre a técnica e a humanidade, entre a ciência e o tempo de cada paciente. É uma escolha diária pela responsabilidade e pela vida.
*Luiz Antonio Nasi é Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento.
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Hospital Edmundo Vasconcelos adota modelo de Pediatria Colaborativa
O Hospital Edmundo Vasconcelos está transformando a experiência de atendimento pediátrico com um modelo inovador: a Pediatria Colaborativa, que conecta o pediatra plantonista ao médico que já acompanha a criança. A proposta garante integração das informações clínicas, continuidade do tratamento e mais segurança para pacientes e famílias, um formato ainda pouco comum entre hospitais brasileiros.
Essa comunicação transparente e integrada traz mais tranquilidade para as famílias e fortalece o vínculo de confiança entre médico, paciente e instituição. Todos os exames realizados no hospital ficam disponíveis para o pediatra responsável pela criança, o que assegura acompanhamento contínuo e cuidado de qualidade.
“Nosso objetivo é que cada atendimento, mesmo em situações emergenciais, seja uma experiência de cuidado integral, segura e acolhedora. A Pediatria Colaborativa traduz nosso compromisso com a saúde e o bem-estar das crianças e de suas famílias”, conclui Wallace Gaspar, pediatra do Hospital.
Outro destaque é a composição da equipe: 100% dos profissionais de plantão são pediatras titulados, qualificados para atender situações agudas com agilidade e precisão. O hospital também conta com ambulatório de especialidades pediátricas, que permite dar sequência ao tratamento iniciado no pronto-socorro, proporcionando resolutividade e acolhimento aos pequenos pacientes.
De acordo com Wallace, é natural que, ao longo da infância, surjam situações que gerem dúvidas sobre a necessidade de uma visita ao pronto-socorro, especialmente em casos de febre, tosse ou mal-estar. “Com informação e orientação adequadas, os pais podem agir com mais segurança, sabendo reconhecer quando o atendimento imediato é realmente necessário”, conclui o médico.
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O custo invisível do não controle da hipertensão nas empresas
O que durante décadas simbolizava saúde perfeita agora acende um sinal de alerta. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), reclassificou como pré-hipertensão os níveis de 120/80 mmHg a 139/89 mmHg, o antigo “normal alto”.
A atualização, alinhada às novas recomendações da American Heart Association (AHA), redefine o que é considerado ideal e amplia o número de pessoas que precisam de atenção médica e monitoramento. Estamos diante de uma mudança de paradigma. Pessoas que antes eram consideradas saudáveis agora fazem parte de um grupo que exige vigilância precoce e mudança de estilo de vida, e essa revisão reforça o valor do diagnóstico antecipado e da prevenção estruturada.
A hipertensão arterial deixou de ser um problema de gerações mais velhas e passou a se manifestar cada vez mais cedo. Uma análise conduzida pela Funcional, com base em 1,2 milhão de vidas ativas em seu Benefício Farmácia, mostra que 27% dos colaboradores em uso de medicamentos para controle da pressão arterial têm entre 30 e 40 anos, representando um aumento de 20% em apenas um ano.
O fenômeno revela uma tendência clara: estamos mapeando o risco cardiovascular mais precocemente para adultos jovens, impulsionado por uma série de possíveis causas, como estresse corporativo, longas jornadas, sono irregular e alimentação inadequada. Trata-se de um desafio silencioso, mas com alto impacto econômico. O controle da hipertensão não é apenas uma questão clínica, é um tema de sustentabilidade e produtividade.
O custo invisível do não controle
As doenças cardiovasculares seguem entre as principais causas de internações e afastamentos no Brasil. A sinistralidade média das operadoras médico-hospitalares chegou a 82,2% em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pressionando diretamente os reajustes dos planos empresariais.
Grande parte desses custos é gerada por condições evitáveis, como o acidente vascular cerebral (AVC), uma das consequências mais graves da hipertensão não controlada. Ele é a ponta mais visível de um problema que começa antes, e pode ser prevenido com acompanhamento médico e adesão ao tratamento. De acordo com o “Estudo econômico sobre o tratamento dos casos de acidente vascular cerebral no Brasil: revisão integrativa”, o custo médio de uma internação por AVC ultrapassa R$ 55 mil em hospitais privados, e as sequelas costumam resultar em meses de afastamento e queda de produtividade.
Por outro lado, pacientes hipertensos que mantêm a pressão arterial controlada reduzem o risco de AVC em até 50% e o de infarto em cerca de 40%, o que significa menos internações, menos afastamentos e maior produtividade. A prevenção, nesse contexto, é um investimento com retorno mensurável, não um custo adicional.
A nova diretriz amplia o papel das empresas na promoção da saúde. Organizações que implementam check-ups baseados em dados, monitoram a adesão medicamentosa e incentivam programas de bem-estar contínuos passam a atuar antes da doença, onde o impacto é maior e o custo, menor.
Quando a empresa apoia o colaborador no cuidado com a própria saúde, ela fortalece vínculos, reduz custos e constrói um ciclo sustentável de cuidado.
*Alexandre Vieira é Diretor Médico da Funcional.
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Quando a ciência avança e a saúde recua: contradição que custa vidas
Por muito tempo, a medicina seguiu uma lógica reativa: esperar o sintoma aparecer para, então, tentar controlá-lo. Esse modelo nos trouxe avanços, mas já não responde aos desafios atuais. Hoje, vivemos uma transição para uma medicina preventiva, personalizada e regenerativa, que não se limita a prolongar a vida, mas busca antecipar riscos, restaurar tecidos e oferecer qualidade de vida duradoura.
A ciência já nos permite regenerar estruturas que antes acreditávamos impossíveis, como cartilagem e tecidos lesionados. Estudos recentes apontam que não falamos mais de promessas vagas, mas de um campo ativo e diverso. A revisão científica “Emerging Strategies in Cartilage Repair and Joint Preservation” (2024), por exemplo, mostra avanços consistentes em terapias baseadas em células, scaffolds biomateriais, intervenções genéticas e até estratégias de modulação microambiental: todos caminhos concretos para restaurar cartilagem articular, que antes era vista como um tecido “irrecuperável”.
Ainda assim, a maior parte dos pacientes segue recebendo tratamentos paliativos: infiltrações, medicamentos de alívio temporário e intervenções repetidas que não tratam a causa, apenas mascaram o problema.
A pergunta é inevitável: se já sabemos regenerar, por que ainda estamos remediando?
Inovação científica versus barreiras de acesso
Parte da resposta está no descompasso entre ciência e sistemas de saúde. De um lado, o Brasil mostra sinais de avanço: em 2025, o Ministério da Saúde anunciou R$561 milhões para investimentos em pesquisas científicas, valor importante para estimular a inovação no país. De outro, o setor suplementar cresce em tamanho, mas nem sempre em qualidade.
Segundo levantamento da ANS (dezembro/2024), os planos de saúde atingiram 52,2 milhões de usuários em assistência médica, recorde histórico. Número que mostra a força desse mercado, mas que também evidencia a responsabilidade de tornar as inovações acessíveis a quem já paga por esse serviço.
A realidade, no entanto, é que a maioria dos planos ainda reluta em incorporar tecnologias regenerativas, preferindo cobrir soluções mais baratas a curto prazo, mas que se tornam ineficazes e custosas no longo prazo. É uma contradição que precisa ser enfrentada: de que adianta expandir o número de beneficiários se o cuidado oferecido ainda se baseia em protocolos ultrapassados?
O papel de médicos e pacientes nessa mudança
Como cirurgião, vejo diariamente pacientes que poderiam ter sua dor interrompida e sua mobilidade restaurada de maneira mais definitiva, mas acabam presos em ciclos de terapias temporárias até que a doença avance para um estágio irreversível. É como se tivéssemos a chave de uma porta, mas insistimos em manter as pessoas olhando apenas pela fresta.
A transformação da medicina não será completa sem pressão da sociedade. Médicos precisam se atualizar constantemente e defender a adoção de terapias mais eficazes. Pacientes, por sua vez, devem questionar indicações ultrapassadas, exigir respostas e buscar informações sobre o que a ciência já comprova como viável. Quando ambos se posicionam, o sistema é obrigado a mudar.
O futuro da medicina já começou. Ele é regenerativo, antecipatório e centrado no paciente. O que falta não é ciência, mas vontade coletiva para transformar conhecimento em acesso. Quanto tempo mais aceitaremos tratar sintomas quando já podemos, de fato, regenerar e devolver qualidade de vida?
*Bernardo Paiva é cirurgião com doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e especialista em medicina regenerativa e inovação no desenvolvimento de produtos.
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Diversidade também é competência em saúde
Recentemente, no dia 30 de setembro, o Ministério da Educação homologou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina. Acredito que para muitas pessoas, mesmo que da área da medicina, esse pode parecer apenas mais um ajuste técnico na formação médica, mas, na minha visão, trata-se de um marco histórico e que me deixou muito entusiasmado. Pela primeira vez, o documento traz com clareza a necessidade de formar médicos preparados não apenas para diagnosticar e tratar doenças, mas também para reconhecer, respeitar e acolher a diversidade humana em todas as suas dimensões.
Ao longo da minha trajetória como médico endocrinologista, professor e pesquisador, percebi (porque não aprendi sobre isso na faculdade) que um dos maiores vazios da formação médica no Brasil está justamente na falta de preparo para atender pessoas diversas, e eu falo especialmente sobre a população trans. Isso se traduz, na prática, em barreiras de acesso, diagnósticos tardios e desfechos de saúde piores do que poderiam ser. Somando-se a episódios de transfobia em equipamentos de saúde, a insegurança médica neste perfil de atendimento por desconhecimento técnico reforça o afastamento da possibilidade de acesso à saúde.
Para ilustrar o que estou falando, compartilho um dado divulgado pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais): 36% das pessoas trans já tiveram atendimentos de saúde recusados devido a sua identidade de gênero. Esse cenário me trouxe um incômodo, que me motivou a dedicar minha carreira à saúde de pessoas trans e a construir pontes entre assistência, pesquisa e ensino.
Quando falamos sobre a formação médica, estamos também falando sobre gestão da qualidade do cuidado. Preparar equipes e currículos para lidar com a diversidade não é apenas uma pauta ética, mas uma estratégia de inovação institucional: profissionais mais capacitados geram maior adesão ao tratamento, reduzem erros e melhoram indicadores de eficiência em saúde. Isso significa que diversidade e gestão caminham juntas e que o investimento em competências humanas é também uma decisão de gestão responsável.
Por isso, ao me deparar com as novas diretrizes do MEC, que colocam ênfase em competências humanas e sociais e com um direcionamento voltado, principalmente, para populações historicamente marginalizadas, como indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIAPN+ fico mais confiante que estamos avançando e evoluindo. Principalmente, porque a medicina que eu acredito para o futuro precisa ser capaz de olhar para cada paciente de forma integral, considerando pontos para além da biologia, como sua história, identidade, contexto social e cultural.
Realmente acredito que a diversidade também é competência em saúde. Não se trata apenas de um compromisso ético, moral ou de direitos humanos, embora esses aspectos sejam, sim, fundamentais. Trata-se da qualidade do cuidado com cada pessoa que procura atendimento. Quando médicos estão preparados para acolher realidades diversas, eles reduzem o risco de abandono de tratamento e incentivam o paciente a seguir o tratamento corretamente, o que contribui para melhores resultados clínicos.
Como professor, percebo o impacto que esse tema causa nos alunos. Muitos se surpreendem quando descobrem que ainda estamos distantes de uma prática médica verdadeiramente inclusiva. Entretanto, a boa notícia é que há uma nova geração de futuros médicos que estará mais preparada, informada e pronta para construir uma medicina mais justa e acolhedora.
As diretrizes do MEC, não são um ponto de chegada, mas de partida. Agora, precisamos garantir que saiam do papel e se transformem em conhecimento e práticas concretas nas salas de aula, nos estágios e, sobretudo, nas clínicas e hospitais. Só assim conseguiremos formar profissionais capazes de oferecer um atendimento digno a todas as pessoas, independente do grupo que pertençam.
Diversidade não é um detalhe. É uma competência essencial, e deve estar no centro da formação médica brasileira.
*Leonardo Alvares é médico especialista em Endocrinologia e Metabologia, doutor pela USP e autor do livro “Saúde de Pessoas Transgênero – Práticas Multidisciplinares”.
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O HOJE
Intoxicação medicamentosa: entenda a doença que levou o músico Lô Borges à morte
Especialista explica como o uso incorreto de remédios pode causar danos graves ao fígado, rins e sistema nervoso
O cantor e compositor Lô Borges, de 73 anos, morreu neste domingo (2), em Belo Horizonte (MG), em decorrência de uma intoxicação medicamentosa. O músico, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, estava internado desde 17 de outubro em um hospital da Unimed, onde chegou a ser intubado e passou por uma traqueostomia. O quadro se agravou nos últimos dias, e ele não resistiu.
De acordo com especialistas, a intoxicação medicamentosa é uma condição séria, que pode ocorrer tanto por erro na dose quanto por uso prolongado ou combinação indevida de remédios. O caso reacendeu o alerta entre médicos sobre os riscos da automedicação e do consumo de medicamentos sem acompanhamento profissional.
O que é a intoxicação medicamentosa
A médica Milena Ricardo Alves Moreira, generalista do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que a intoxicação medicamentosa é “uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos”. Segundo ela, o problema pode ocorrer por ingestão exagerada, intolerância ao remédio, erro na administração ou interação entre substâncias usadas ao mesmo tempo.
“Os sintomas variam de acordo com o medicamento e com a quantidade ingerida. Podem incluir alterações no estado mental, problemas cardiovasculares, respiratórios, hepáticos ou renais”, detalha a médica. “Toda medicação tem uma dose máxima e um tempo de intervalo entre uma dose e outra para evitar que isso aconteça.”
Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que os medicamentos são a principal causa de intoxicações no Brasil. O levantamento mostra que cerca de 30% dos casos registrados envolvem uso incorreto de remédios de prescrição ou de venda livre.
Riscos de medicamentos de uso comum
Mesmo remédios amplamente utilizados podem representar perigo quando usados sem orientação médica. Analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos estão entre os mais associados a quadros de intoxicação.
De acordo com Milena Moreira, “anti-inflamatórios podem causar lesões nos rins, analgésicos em excesso causam lesão no fígado e alteração no nível de consciência, enquanto antidepressivos podem levar ao rebaixamento da consciência e dificuldade respiratória”.
A automedicação é outro fator que agrava o problema. O uso contínuo de fármacos sem acompanhamento pode provocar sobrecarga nos órgãos responsáveis pela filtragem e eliminação de substâncias — especialmente fígado e rins. Interações entre diferentes medicamentos também podem alterar seus efeitos e causar reações inesperadas.
A intoxicação medicamentosa se torna grave quando afeta órgãos vitais ou compromete a respiração. A médica alerta que qualquer pessoa que apresentar dificuldade para respirar, vômitos incontroláveis ou mudança do nível de consciência deve procurar atendimento médico imediatamente.
Entre os principais sinais de alerta estão:
Náusea e vômito;
Dor abdominal;
Confusão mental e desorientação;
Sonolência ou perda de consciência;
Alterações no ritmo cardíaco;
Dificuldade respiratória;
Tremores ou convulsões;
Sudorese intensa;
Pupilas dilatadas ou contraídas;
Alterações na pressão arterial;
Irritação na boca e garganta (em casos de ingestão tópica).
Esses sintomas podem surgir minutos ou horas após a ingestão, dependendo do tipo e da quantidade de medicamento envolvido. Em muitos casos, o tratamento exige internação hospitalar e suporte respiratório, como aconteceu com o músico mineiro.
A intoxicação medicamentosa é uma condição causada pelo uso excessivo, inadequado ou impróprio de medicamentos
Cuidados e prevenção
Para evitar esse tipo de situação, Milena recomenda que os pacientes tenham sempre acompanhamento médico e farmacêutico. “Mesmo as medicações que não exigem receita oferecem riscos à saúde. É importante seguir corretamente a prescrição e nunca ultrapassar as doses indicadas”, orienta.
A médica reforça ainda a importância de armazenar os remédios de forma segura e descartar corretamente os que estiverem vencidos ou sem identificação. A prática de compartilhar medicamentos entre familiares ou amigos também deve ser evitada.
De acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), o Brasil registra anualmente milhares de casos de intoxicação medicamentosa, com aumento significativo entre idosos e pessoas que fazem uso contínuo de mais de um remédio.
O caso de Lô Borges chama atenção para uma causa que é comum e muitas vezes silenciosa. O uso inadequado de medicamentos continua sendo um dos principais motivos de internações por intoxicação no país, segundo dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde.
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AGÊNCIA BRASIL
Ministério da Saúde intensificará mobilização contra dengue no Brasil
Dia D contra a doença ocorre no sábado (8)
O Ministério da Saúde vai promover uma ação de mobilização nacional contra a dengue no próximo sábado (8/11). O objetivo é conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população em geral sobre a importância das medidas recomendadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a realização do Dia D contra a dengue. A iniciativa faz parte da campanha nacional “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”, que o ministério lançou nesta segunda-feira (3/11).
“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.
De acordo com o ministério, em 2025, foram registrados, até o momento, 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes. Ainda segundo a pasta, os resultados são, respectivamente, 75% e 72% inferiores aos do mesmo período de 2024.
Redução
 Mesmo com a redução dos números, o ministro considera a situação alarmante. Principalmente porque, historicamente, os números de casos de dengue, zika e chikungunya costumam aumentar entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do mosquito.
Além disso, outro dado preocupa os técnicos do ministério: o aumento do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue. Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.
“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, comentou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, chamando a atenção para a importância da participação da população no enfrentamento ao mosquito.
egundo Pimenta, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias que visitaram imóveis em 3,2 mil municípios estavam em ambientes domiciliares, em locais como vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho, lixo, sucata, caixas d´água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas, fontes ornamentais e até mesmo em folhas de bromélias, casas de coco e cavidades de árvores.
Em alerta
 Até o momento, as cinco unidades da federação com maior número de casos prováveis de dengue são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil). De acordo com o ministério, o estado de São Paulo também tem o maior número de óbitos: 1.096, ou 64% das 1.688 mortes já confirmadas.
O ministério garante que medidas já estão sendo adotadas para, em conjunto com estados e municípios, preparar a rede de saúde para um eventual aumento do número de casos. Entre elas, o reforço na assistência, com equipes da Força Nacional de Saúde atuando em cidades com alta incidência da doença; instalação de centros de hidratação e a distribuição de insumos e equipamentos, incluindo larvicidas, testes e nebulizadores portáteis.
Para o ministro Alexandre Padilha, contudo, a maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida aqui mesmo, no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês. De acordo com o ministro, a expectativa é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.
“Os estudos finais da Anvisa estão indo muito bem e o calendário que anunciamos em março deste ano vai ser cumprido: teremos o registro da vacina para dengue 100% brasileira até o final deste ano, para que possamos reforçar nosso Programa Nacional de Imunização já no ano que vem”, disse Padilha.
O ministro explicou que, após a aprovação da Anvisa, especialistas do Comitê Técnico do Programa Nacional definirão a melhor estratégia de imunização, incluindo critérios de distribuição. De acordo com ele, a previsão é que a farmacêutica chinesa WuXi Biologics produza e entregue para o Brasil 40 milhões de doses da vacina no próximo ano.
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SAÚDE BUSINESS
Saúde Digital Brasil atualiza manual de boas práticas e consolida a maturidade da telessaúde
Documento traz conteúdo inédito sobre telenfermagem e saúde mental digital, além de reforçar padrões de ética, qualidade e interoperabilidade.
Mais de 6,6 milhões de atendimentos por telemedicina foram realizados no Brasil entre 2020 e 2025, segundo o relatório preliminar “Painel de Indicadores de Saúde Digital”, elaborado pela Saúde Digital Brasil (SDB). Desse total, 87% ocorreram por teleconsultas e 13% via telemonitoramento, evidenciando a consolidação da telessaúde como uma prática segura, eficiente e integrada ao sistema nacional de saúde.
O avanço da modalidade reflete um movimento de amadurecimento do setor e impulsiona a atualização de diretrizes que orientam a prática. No dia 29 de outubro, a SDB lançou, na sede da Fiesp, em São Paulo, a segunda edição do Manual de Boas Práticas de Telemedicina e Telessaúde, documento que consolida referências técnicas e éticas para o desenvolvimento sustentável da saúde digital no país.
Novos temas e desafios da telessaúde
A nova edição amplia o escopo de orientações ao incorporar capítulos inéditos sobre telenfermagem e saúde mental digital — dois campos em rápida expansão.
O capítulo sobre telenfermagem reconhece o protagonismo dos profissionais de enfermagem no cuidado remoto, com práticas de telemonitoramento, educação em saúde, protocolos de segurança e inovação assistencial.
Já o capítulo de saúde mental digital discute os desafios e benefícios da telepsiquiatria, processos de avaliação psicológica em ambiente virtual e o uso ético de tecnologias como inteligência artificial (IA) e realidade aumentada no suporte emocional aos pacientes.
Outros pontos de atualização incluem o capítulo “Documentos Eletrônicos de Saúde”, que aborda a emissão, uso e integração de registros de dispensação digital. Também ganham espaço os temas de proteção de dados e segurança da informação, com orientações sobre governança, atuação do Data Protection Officer (DPO) e do Chief Information Security Officer (CISO), e adoção de frameworks internacionais como ISO/IEC 27001 e CIS Controls.
Diretrizes para uma saúde digital ética e segura
“O Brasil vive uma transformação profunda na forma de cuidar das pessoas. Esta nova edição traduz o compromisso da SDB com uma saúde digital ética, inclusiva e responsável, capaz de unir tecnologia e humanidade”, comenta Carlos Pedrotti, presidente da SDB e gerente médico do centro de telemedicina do Hospital Albert Einstein.
Com mais de 200 páginas, o manual foi elaborado por especialistas de instituições, como Hospital Albert Einstein, Dasa, Grupo Fleury, Sabin, que compõem o corpo técnico da associação. Cada capítulo foi desenvolvido com base em experiências práticas e alinhamento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e aos referenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Interoperabilidade e integração com o sistema de saúde
O manual também reforça os princípios de interoperabilidade, destacando o uso do padrão HL7 FHIR e a adesão à Estratégia de Saúde Digital para o Brasil (2020–2028), fundamentais para a integração segura de sistemas e fortalecimento da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
“Mais do que um guia técnico, o manual propõe uma cultura digital responsável, que valoriza a ética, transparência e o protagonismo dos profissionais e pacientes no processo de transformação digital na saúde”, afirma Michele Alves, gerente executiva da SDB.
Formação, governança e futuro da telessaúde
Além das diretrizes técnicas, o documento traz recomendações práticas sobre competências profissionais em saúde digital, governança clínica, indicadores de qualidade e equidade no acesso, além de orientações para formação de equipes e gestão de serviços de telessaúde.
A SDB define o manual como um instrumento vivo, sujeito a atualizações contínuas, que reflete a evolução do setor e o compromisso com um cuidado cada vez mais integrado e sustentável.
A iniciativa consolida o papel da entidade como uma das principais referências nacionais na representação do ecossistema de saúde digital, conectando sociedade, governo, empresas e profissionais em torno de um propósito comum: fortalecer uma saúde mais acessível, eficiente e humana. Acesse o manual completo!
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PORTAL REVISTA COBERTURA
Brasil avança em melhorias na saúde com anúncios estratégicos
Evento consolida o protagonismo da Abramge na criação de diálogos para ações concretas e coloca o país entre líderes globais no uso ético da inteligência artificial e na ampliação do acesso da população à saúde
 
 O Brasil deu importantes passos rumo a um sistema de saúde mais moderno, integrado e sustentável durante o 29º Congresso Abramge, realizado nesta quinta-feira (30), em São Paulo. O maior evento de saúde suplementar do país foi o palco escolhido pelo Ministério da Saúde para anunciar duas iniciativas estratégicas que fortalecem a gestão pública, ampliam o acesso da população a serviços especializados e reforçam o modelo de saúde como um dos melhores do mundo.
 
 Entre as medidas assinadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha está a expansão do programa "Agora Tem Especialistas". Além de Recife, os estados do Ceará e do Pará, além do Distrito Federal, passaram a integrar essa parceria entre os sistemas público e privado no atendimento à população com vistas a reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A outra, um memorando de entendimento inédito com a HealthAI, agência global dedicada à formação técnica de reguladores para o uso responsável da inteligência artificial (IA) no setor.
 
 O termo de ampliação e compromisso do programa "Agora Tem Especialistas" reuniu no palco do 29º Congresso Abramge o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o presidente da Abramge, Gustavo Ribeiro; o governador do Ceará, Elmano de Freitas; o prefeito de Fortaleza, Evandro Sá Barreto Leitão e os representantes das duas instituições da saúde suplementar que aderiram ao programa: Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, e os representantes da Santa Casa Marcelina, Fabrício Santana Ferreira e a irmã Rosane Ghegin. A cerimônia contou ainda com a participação virtual da secretária de Saúde do Pará, Ivete Vaz e do secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda.
 
 A escolha do Congresso Abramge como palco para os anúncios simboliza o reconhecimento da entidade como fórum de diálogo com os diversos agentes do sistema de saúde do país. "As pessoas são a razão de ser desse setor. Nosso propósito é entregar saúde com qualidade e eficiência. É fundamental que o olhar para o beneficiário esteja sempre alinhado à sustentabilidade das operadoras", afirmou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, durante a cerimônia de abertura.
 
 O 29º Congresso Abramge reuniu autoridades nacionais e internacionais, especialistas e executivos sob o tema "A Nova Ordem Mundial da Saúde". O encontro destacou avanços tecnológicos, parcerias inéditas e o papel estratégico da integração entre os setores público e privado na construção de uma saúde mais eficiente e acessível à população. Entre as autoridades presentes estavam os ministros José Antonio Dias Toffoli (STF) e Luís Roberto Barroso, o presidente da ANS, Wadih Damous, e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do Projeto de Lei 2338/2023, que visa regulamentar o uso da Inteligência Artificial (IA) no Brasil.
 
 No encerramento, um painel presencial com o filósofo e escritor israelense Yuval Harari que trouxe reflexões sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade contemporânea. "A inteligência artificial saberá mais da saúde do que nós mesmos e saberá também dar diagnósticos muito mais precisos, por isso uma regulamentação global da IA é tão importante". afirmou Harari.
 
 Em sua 29º edição, o Congresso Abramge reafirmou o protagonismo da saúde suplementar como agente de transformação e inovação no sistema de saúde brasileiro, consolidando o evento como um marco de diálogos que podem servir de insumos para decisões concretas e avanços institucionais em benefício da população.
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Assessoria de Comunicação