CLIPPING AHPACEG 21/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Novas diretrizes do MEC para Medicina ampliam integração com o SUS e reforçam formação prática desde o início do curso
https://www.paulomelo.blog.br/2025/10/novas-diretrizes-do-mec-para-medicina.html
Goiânia volta a sediar o maior evento de inovação do cooperativismo do país
Do Kuwait ao Paraná: cirurgia robótica realizada por brasileiro entra para o Guinness pela maior distância geográfica entre médico e paciente
Em caso raro, irmãos recebem rins de uma mesma doadora, em Goiás
Brasil amplia uso de saúde digital e atrai novos investimentos
https://ohoje.com/2025/10/21/brasil-amplia-uso-de-saude-digital-e-atrai-novos-investimentos/
Crescimento dos planos empresariais supera avanço do emprego formal no Brasil
https://medicinasa.com.br/crescimento-planos-emprego/
AVC mata 1 pessoa a cada 6 minutos e gera custo de quase R$ 1 bilhão em seis anos
https://medicinasa.com.br/avc-mortalidade-custos/
Como healthtechs e hospitais cocriam soluções de impacto
Capital Estratégico dos Dados: o diferencial na Saúde Suplementar
https://medicinasa.com.br/capital-estrategico-dados/
BLOG PAULO MELO
Novas diretrizes do MEC para Medicina ampliam integração com o SUS e reforçam formação prática desde o início do curso
Professor David Alves Teixeira Lima, do Centro Universitário Mauá do DF e de Goiás, avalia as mudanças como positivas e alinhadas às demandas da sociedade
O Ministério da Educação (MEC) anunciou uma atualização nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Medicina - a primeira em mais de uma década. As novas normas reforçam a integração dos estudantes ao Sistema Único de Saúde (SUS), ampliam a carga horária prática desde o início da graduação e introduzem novas exigências formativas voltadas à realidade social e à saúde mental da população.
De acordo com David Alves Teixeira Lima, Coordenador Adjunto do Curso de Medicina do Centro Universitário Mauá DF e da Faculdade Mauá GO, as mudanças representam um avanço significativo na formação médica no país. "As diretrizes curriculares são uma forma de o MEC coordenar o que as faculdades de Medicina devem oferecer ao longo dos seis anos de curso. Elas não eram alteradas há mais de dez anos, e agora o Ministério traz inovações substanciais", explica o professor.
Entre as principais novidades está a obrigatoriedade das atividades de extensão - projetos que aproximam o estudante da comunidade desde o primeiro período do curso. "Essa mudança é muito positiva, pois leva o futuro médico a vivenciar a realidade social e as necessidades de saúde da população logo no início da formação", ressalta David Alves.
O MEC também reforçou a importância do ensino sobre o SUS, além de ampliar a ênfase em saúde mental, ortopedia e medicina intensiva (UTI). Segundo o professor, o foco nessas áreas reflete as novas demandas da sociedade e do sistema de saúde brasileiro. "O Ministério reforça, de maneira correta, o estudo da saúde mental, uma preocupação crescente na população de hoje. Também valoriza o aprendizado em ortopedia e em medicina intensiva, áreas fundamentais para a prática clínica", avalia o coordenador.
As instituições de ensino superior terão até dois anos para se adaptar às novas diretrizes. Para o docente, as mudanças consolidam um modelo de ensino mais humano, técnico e conectado à realidade brasileira. "Essas atualizações vão trazer resultados muito positivos para a formação médica e, consequentemente, para o atendimento à sociedade", conclui David Alves Teixeira Lima.
.............................
A REDAÇÃO
Goiânia volta a sediar o maior evento de inovação do cooperativismo do país
Ação é promovida pelo Sistema OCB/GO
Com o tema “Inovar é cooperar com o futuro”, o CoopsParty Summit 2025 chega à sua segunda edição entre 29 de outubro e 1º de novembro, no Centro de Convenções de Goiânia. Promovido pelo Sistema OCB/GO, o maior evento de inovação do cooperativismo brasileiro promete uma programação ampliada e deve reunir público ainda maior que os 1,5 mil participantes da estreia.
Serão quatro dias de palestras, painéis, mentorias e uma verdadeira imersão, com cerca de 42 palestras que fornecerão mais de 14 horas de conteúdo. O Sistema OCB/GO promove o CoopsParty Summit 2025 com o objetivo principal de incentivar o empreendedorismo e a inovação em Goiás, além de divulgar os ideais cooperativistas. A revista Mundo Coop, Wex e a PUC Goiás também são realizadores do evento.
De acordo com Carla Vinhadelli, coordenadora de inovação do Sistema OCB/GO, o principal objetivo é promover a inovação dentro do cooperativismo goiano. “O evento foi criado para inspirar cooperativas, dirigentes e colaboradores a pensarem de forma criativa sobre o futuro, conectando pessoas, ideias e soluções que possam fortalecer o movimento cooperativista e impulsionar o desenvolvimento sustentável em Goiás.”
Palestrantes e palcos
Entre os principais palestrantes estão Eduardo Feldberg, influenciador digital conhecido como Primo Pobre por ensinar educação financeira para pessoas de baixa renda; Murilo Gun, um dos pioneiros da internet no Brasil e professor de criatividade; Luiza Possi, cantora e empresária; e Ricardo Belino, ex-sócio do presidente americano Donald Trump.
O CoopsParty Summit 2025 contará com três palcos simultâneos (Intermídias, Coopsparty e Experience), que trarão painéis e debates sobre diferentes temas. Neles, a programação acontecerá de forma simultânea e os visitantes podem escolher a qual fala ouvir através dos fones disponibilizados no local. As palestras principais ocuparão os três palcos ao mesmo tempo.
O evento contará também com diversos stands de parceiros, que proporcionarão diferentes experiências relacionadas à inovação, cooperativismo e empreendedorismo. Nesta edição, a CoopsParty terá como atração especial o InovaCoop, uma maratona de inovação voltada ao cooperativismo que reunirá líderes, especialistas e empreendedores. A novidade trará workshops de Inteligência Artificial realizados por embaixadores do site Canva para cooperativas.
“O CoopsParty é mais do que um evento, é um movimento de transformação. É o espaço onde o cooperativismo se conecta ao futuro, onde ideias ganham força e pessoas se inspiram para inovar”, enfatiza Carla Vinhadelli.
FIC
Na edição deste ano, o CoopsParty Summit estará integrado à Feira da Indústria, Comércio, Habitação, Serviços, Empreendedorismo e Cooperativismo de Goiás (FIC Goiás), o maior encontro de negócios e empreendedorismo do Brasil. Com o tema “Tecnologia, Sustentabilidade e Conexões Estratégicas”, o evento tem expectativa de gerar R$ 800 milhões em novos negócios e atrair público de 30 mil visitantes.
.............................
PORTAL G1
Do Kuwait ao Paraná: cirurgia robótica realizada por brasileiro entra para o Guinness pela maior distância geográfica entre médico e paciente
O médico brasileiro, no Hospital Aldiaber, no Kuwait, operou um paciente com hérnia inguinal no Hospital da Cruz Vermelha, no Paraná — separados por 12 mil quilômetros.
Em setembro, a telecirurgia chegou a uma escala inédita. Um médico brasileiro, no Hospital Aldiaber, no Kuwait, operou um paciente com hérnia inguinal no Hospital da Cruz Vermelha, no Paraná — separados por 12 mil quilômetros.
“Qual era a primeira etapa? Provar que a cirurgia era segura e factível, dentro de um ambiente de pesquisa e ensino”, explicou Leandro Totti, o médico responsável. A equipe percebeu que a distância entre os hospitais poderia quebrar um recorde mundial.
“Um dos caras da telecomunicação disse: ‘Olha, pessoal, eu acho que essa telecirurgia que vocês vão fazer é a mais longa do planeta’”, contou o médico.
E foi. O Guinness, o livro dos recordes, registrou a marca.
“Nós conseguimos, durante toda a nossa cirurgia, manter esse delay abaixo de 0,194. Então foi muito seguro para o paciente”, afirmou o Leandro Totti.
Primeira cirurgia robótica no Brasil
No início de outubro, o Brasil alcançou outro feito histórico na medicina: uma telecirurgia robótica inédita conectou um médico em São Paulo a um paciente com câncer em Porto Alegre. O procedimento, realizado com sucesso entre hospitais separados por mais de mil quilômetros, marca um avanço tecnológico importante e promete ampliar o acesso a cirurgias minimamente invasivas pelo SUS.
O gaúcho Paulo Feijó de Almeida, de 73 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de próstata e aceitou ser operado por um robô. O procedimento foi realizado por Rafael Ferreira Coelho, urologista e especialista em cirurgia robótica, que estava no Hospital Nove de Julho, em São Paulo
O robô é dividido em duas partes: uma fica junto ao paciente, com braços e pinças usados na cirurgia; a outra é o console, controlado pelo médico como se fosse um joystick de videogame.
......................
Em caso raro, irmãos recebem rins de uma mesma doadora, em Goiás
Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, e Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, são policiais militares da reserva. Irmãos fazem parte de uma família de sete irmãos de Porangatu.
Os irmãos Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, e Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, receberam transplante de rim da mesma doadora, no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia. Em entrevista ao g1, o urologista e cirurgião responsável pelo procedimento, Rodrigo Rosa de Lima, informou que o caso é considerado raro.
“Em 13 anos trabalhando com transplante, eu nunca tinha visto uma situação parecida. Acredito que seja a primeira vez que algo assim acontece em Goiás”, afirmou.
Policiais militares da reserva, Aldemar e Divino fazem parte de uma família de sete irmãos de Porangatu, na região norte do estado. Eles estavam na lista de espera para receber o órgão e receberam a notícia que mudaria as suas vidas por ligação no dia anterior.
De acordo com o hospital, o mais velho, Aldemar, perdeu as funções renais devido a complicações de um quadro de diabetes. O ex-militar aguardava o transplante há quatro anos, após iniciar a diálise, um tratamento médico que substitui a função dos rins. O mais novo, Divino, que também foi diagnosticado com diabetes, convivia com a perda das funções renais há um ano.
Os transplantes foram realizados na sexta-feira (17). “O primeiro começou por volta das 17h30 e terminou às 19h30. O segundo teve início às 21h e terminou às 23h”, contou o cirurgião. Os pacientes seguem internados, com boa evolução.
“Nas primeiras 48 a 72 horas, eles ficam na UTI para monitoramento da pressão arterial e de possíveis sangramentos, mas estão se recuperando bem”, relatou o médico.
Lista de espera
Aldemar estava em Goiânia para fazer um check-up do coração quando foi informado de que o dia tão esperado havia chegado: ele receberia um rim após anos de espera.
O médico explicou que um dos pacientes ocupava a terceira posição na lista de espera, enquanto o outro fazia o tratamento há um ano e estava em quinto. “Quando os órgãos chegaram, os dois primeiros e o quarto da lista não estavam aptos a realizar o transplante por questões clínicas. O órgão foi oferecido ao quinto da lista, que, por coincidência, era irmão do primeiro paciente”, detalhou.
O hospital pontuou que a posição na lista de espera para doação de órgãos depende de fatores como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, além da avaliação da equipe cirúrgica.
Os órgãos foram captados em outro estado, onde não há a realização de transplantes. De acordo com o cirurgião, “quando ocorre a captação, os órgãos são oferecidos à Central Nacional de Transplantes, que faz a distribuição conforme a compatibilidade”.
Mudança de vida
O urologista também destacou a importância da doação de órgãos e o impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes transplantados. “O transplante é uma terapia renal substitutiva, assim como a hemodiálise, mas com grandes benefícios. A pessoa deixa de precisar ir à clínica três ou quatro vezes por semana e volta a ter uma vida muito próxima do normal”, explicou.
Segundo ele, o transplante exige cuidados contínuos e o uso de medicamentos imunossupressores. “O paciente troca as sessões de hemodiálise pela responsabilidade de cuidar do rim. Ele passa a tomar de 20 a 25 comprimidos por dia e precisa de acompanhamento constante do nefrologista”, afirmou.
Realização de transplantes em Goiás
Somente em 2025, o HGG realizou 127 transplantes renais. No total, a unidade já foi responsável por mais de 1,2 mil transplantes e é considerada o maior transplantador do Centro-Oeste.
Conforme dados da Central Estadual de Transplantes, mais de 2,4 mil pessoas aguardam na fila para realizar transplantes em Goiás. Desse número, 686 são de casos renais, como os irmãos.
O cirurgião Rodrigo Rosa de Lima reforçou a necessidade de conscientização sobre a doação. “Um único doador pode ajudar até nove pessoas. Mas, no Brasil, a doação só é autorizada se a família concordar após a morte encefálica, mesmo que o desejo tenha sido manifestado em vida”, lembrou.
De acordo com o profissional, atualmente, cerca de 40 mil pessoas fazem hemodiálise no país, mas apenas 7 mil transplantes de rim são realizados por ano. “Temos capacidade para aumentar esse número. Por isso, é fundamental conversar sobre o tema com a família e amigos, para que a vontade de ser doador seja respeitada”, concluiu o nefrologista.
O médico ressaltou que ainda há muitos mitos que dificultam o processo. “Há quem acredite que o corpo fica deformado, que não será possível fazer o velório com caixão aberto ou que é preciso cremá-lo, o que não é verdade. É preciso desmistificar essas questões”, finalizou.
...........................
O HOJE
Brasil amplia uso de saúde digital e atrai novos investimentos
Mercado brasileiro pode atingir US$ 21,9 bilhões até 2030
Em Mato Grosso, mais de 520 mil telediagnósticos foram realizados até outubro de 2025
A expansão da telessaúde e dos telediagnósticos está redefinindo a dinâmica da saúde pública e privada no país. A digitalização dos serviços médicos avança como vetor de eficiência e investimento, especialmente em regiões com carência de especialistas.
Mato Grosso aposta em teleoftalmologia
No Mato Grosso, o programa estadual de saúde digital foi ampliado para incluir um projeto de telediagnósticos voltado à oftalmologia. A proposta é encurtar distâncias e reduzir custos, integrando a Atenção Primária e o atendimento especializado.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 250 retinógrafos portáteis já foram adquiridos — 75 deles prontos para implantação — capazes de capturar imagens de alta resolução da retina e dos vasos oculares. Os exames são enviados para uma plataforma em nuvem, com laudos emitidos em até 72 horas.
O programa estadual já atua em 42 especialidades médicas e seis tipos de telediagnóstico, entre eles telerretinografia, teledermatologia e tele-ECG. Até outubro de 2025, foram realizados mais de 520 mil telediagnósticos, 12,5 mil teleinterconsultas e 11,7 mil teleconsultorias, com economia estimada em R$ 270 milhões.
Mercado global cresce em ritmo acelerado
A transformação digital também se reflete nos números globais. Segundo levantamento da Precedence Research, o mercado de saúde digital deve movimentar US$ 420 bilhões em 2025, podendo atingir US$ 1,09 trilhão até 2034, com crescimento médio anual (CAGR) de 11,7%.
Outra projeção, da Grand View Research, aponta expansão ainda mais acelerada, chegando a US$ 946 bilhões em 2030, partindo de US$ 288 bilhões em 2024. No Brasil, o setor já movimenta US$ 6,3 bilhões e pode alcançar US$ 21,9 bilhões até 2030, com crescimento anual de 23,2%. A teleassistência é o segmento de maior peso nas receitas.
Eficiência e novos modelos de cuidado
A integração de tecnologias digitais cria oportunidades para o setor. No campo público, os telediagnósticos reduzem deslocamentos, agilizam resultados e melhoram a produtividade das equipes de saúde. No privado, abrem espaço para novos modelos de cuidado, baseados em acompanhamento remoto e atenção preventiva.
Empresas de tecnologia, software e análise de dados também encontram um ambiente de expansão. Estima-se que a teleassistência já represente cerca de 45% do faturamento global da saúde digital.
O mercado global de saúde digital deve alcançar US$ 1,09 trilhão até 2034
Desafios e perspectivas de mercado
Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta obstáculos. A interoperabilidade entre sistemas e a segurança dos dados continuam sendo desafios centrais. Mais de 50% dos gestores de saúde relatam preocupação com riscos de violação de informações.
Além disso, a escassez de infraestrutura tecnológica e de capacitação em áreas remotas limita a adoção plena de serviços digitais. A regulação das soluções baseadas em inteligência artificial e a validação clínica de diagnósticos à distância também exigem atenção constante.
Mesmo com esses entraves, o Brasil desponta como ambiente estratégico para a consolidação de plataformas digitais em saúde. Experiências estaduais, como a de Mato Grosso, demonstram ganhos financeiros e operacionais com potencial de replicação nacional.
Negócios em transformação
Para investidores e gestores, a digitalização da saúde representa um campo de oportunidades que une tecnologia, políticas públicas e inovação. O avanço da telemedicina e dos telediagnósticos amplia o mercado para empresas de tecnologia e consultoria, e cria espaço para parcerias público-privadas.
A chamada “nova medicina conectada” já mostra resultados concretos: economia milionária em programas estaduais, maior eficiência no uso de recursos e alcance ampliado dos serviços. O setor caminha para se consolidar como um dos pilares da economia digital brasileira.
..........................
MEDICINA S/A
Crescimento dos planos empresariais supera avanço do emprego formal no Brasil
O número de beneficiários de planos médico-hospitalares coletivos empresariais cresceu 4,1% em agosto de 2025, ante o mesmo mês de 2024, o que representa 1,5 milhão de novos vínculos. No mesmo período, o emprego formal aumentou 3%, com a criação de 1,44 milhão de postos de trabalho. O dado consta da 110ª Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e mostra que a expansão dos planos empresariais superou o ritmo do mercado de trabalho.
Para o IESS, mais do que reforçar a correlação direta entre a geração de empregos no País e o avanço da saúde suplementar, o resultado é um indicativo de que o plano de saúde continua muito atrativo e, possivelmente, esteja sendo usado como um instrumento de atração e retenção de profissionais no mercado de trabalho. O relatório mostra que, segundo o Novo Caged, o estoque de empregos foi puxado principalmente pelos setores de serviços (767 mil vagas) e comércio (315 mil).
“Quando a economia gera empregos, a cobertura em saúde suplementar se expande. O fato de o crescimento dos planos empresariais ter superado o do emprego é um indício, a ser acompanhado e talvez confirmado nos próximos meses, de que o plano de saúde esteja sendo utilizado pelas empresas para atrair e reter talentos diante de um mercado no qual, em muitos setores, há uma crise de oferta de mão de obra qualificada”, pontua José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Nesse momento, o dado é um sintoma de uma possível tendência”, adiciona.
No total, o setor alcançou recorde de 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares e 34,7 milhões em planos exclusivamente odontológicos em agosto de 2025. Desse universo, a modalidade coletiva empresarial representa 72,7% dos vínculos médico-hospitalares.
Em relação a agosto do ano passado, o crescimento dos planos médico-hospitalares foi de 1,29 milhão de beneficiários, alta de 2,5%. Os planos individuais, em contrapartida, seguiram em retração, com a saída de 177,4 mil beneficiários (queda de 2%).
Planos odontológicos
O número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos também atingiu recorde histórico, alcançando 34,7 milhões em agosto de 2025, crescimento de 2,9% em relação a agosto de 2024, o equivalente a 987,6 mil novos vínculos.
A NAB também destaca um movimento estrutural de longo prazo: a redução da diferença entre o número de beneficiários de planos médico-hospitalares e odontológicos. Em setembro de 2000, havia 28,8 milhões de vínculos a mais em planos médicos; em agosto de 2025, essa diferença caiu para 18,3 milhões, uma redução de cerca de 10 milhões de vínculos em 25 anos. O resultado reflete o crescimento sustentado do segmento odontológico, impulsionado pela maior conscientização sobre saúde bucal, pela oferta de produtos acessíveis e pela incorporação das coberturas odontológicas nos pacotes corporativos de benefícios.
“Os números confirmam que a saúde suplementar mantém uma trajetória robusta de expansão, ancorada em bases diversificadas de contratação e em um processo contínuo de inclusão de beneficiários. Essa evolução contribui não apenas para o equilíbrio do setor, mas também para a ampliação do acesso à saúde no país”, conclui José Cechin, superintendente executivo do IESS.
............................
AVC mata 1 pessoa a cada 6 minutos e gera custo de quase R$ 1 bilhão em seis anos
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Neste ano, até 1º de outubro, o AVC matou 64.471 brasileiros, de acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. O cenário equivale a 1 morte a cada 6 minutos. Em todo o ano de 2024, 85.457 pessoas morreram, número superior aos óbitos por infarto: 77.935.
A atenção ao problema será reforçada em 29 de outubro, Dia Mundial do AVC e Dia Nacional de Prevenção ao AVC, que pode acontecer de duas maneiras. Uma delas é o tipo hemorrágico, quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o outro tipo, o AVC isquêmico. Esse, ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.
Em um episódio de AVC, cada segundo conta, por isso, é fundamental saber identificar os sintomas. “A cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Sinais como fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente, são alertas e o SAMU (192), deve ser imediatamente acionado”, explica a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.
A especialista ressalta que quanto mais rápido o atendimento, menores são as sequelas e o tempo de internação, mas alerta para a desigualdade regional no acesso ao tratamento adequado. “O Brasil precisa expandir a rede de hospitais preparados para o atendimento rápido ao AVC, com equipes treinadas e protocolos bem definidos. Quando conseguimos aplicar terapias específicas, como a trombólise ou a trombectomia mecânica, o impacto positivo é enorme: os pacientes se recuperam mais rápido, diminuem as sequelas e os custos hospitalares caem drasticamente.”
A presidente da Rede Brasil AVC lembra, ainda, que até 80% dos casos podem ser evitados. “O controle da hipertensão, do diabetes e do colesterol, somado a hábitos saudáveis como atividade física regular, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo, reduz significativamente a incidência do AVC. Prevenir é mais eficaz e muito menos oneroso do que tratar”, salienta.
Impacto econômico
Se o impacto humano já é alarmante, o custo financeiro do AVC também revela a dimensão do problema. De acordo com levantamento realizado pela Planisa – consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares, entre 2019 e setembro de 2024, as internações por AVC custaram R$ 910,3 milhões, sendo R$ 417,9 milhões em diárias críticas e R$ 492,4 milhões em diárias não críticas. Em 2024, até setembro, o montante já ultrapassava R$ 197 milhões.
O levantamento analisou 85.839 internações em hospitais, com permanência média de 7,9 dias por paciente, o que resultou em mais de 680 mil diárias hospitalares. Desse total, 25% ocorreram em Unidades de Terapia Intensiva, que possuem custos mais elevados, e 75% em enfermarias não críticas.
“Esses números mostram que o AVC não é apenas um problema de saúde individual, mas um enorme desafio coletivo. Cada morte representa uma vida interrompida, mas também há milhares de pessoas que sobrevivem com sequelas e demandam cuidado contínuo”, diz Sheila. “O impacto reforça a urgência de investir em prevenção, diagnóstico rápido e reabilitação. Se quisermos mudar essa realidade, precisamos olhar para o AVC como uma prioridade nacional em saúde pública”, conclui.
.............................
SAÚDE BUSINESS
Como healthtechs e hospitais cocriam soluções de impacto
Executivos destacam como essa colaboração pode aumentar eficiência, sustentabilidade e impacto no setor.
Startups e grandes instituições de saúde estão cocriando soluções que transformam a forma como o setor enfrenta desafios estratégicos, operacionais e tecnológicos. No painel “Inovação por meio de parcerias: as healthtechs que estão levando os negócios em saúde para outro nível”, realizado no Healthcare Innovation Show 2025, líderes do setor discutiram os caminhos para integrar inovação, métricas claras e alinhamento estratégico em iniciativas de saúde.
O debate evidenciou que inovação em saúde vai além da tecnologia, exigindo alinhamento estratégico, maturidade institucional e clareza de métricas.
“No dia a dia, percebemos quantos desafios isso traz, quantas metodologias são importantes e quanto o alinhamento da estratégia principal com o que a startup está fazendo pode fazer a diferença”, afirmou Rafael Zanatta, Head do Vibbe – Unimed VTPR.
Evolução das healthtechs e maturidade do setor
Istvan Camargo, CIO do Grupo Sabin, analisou a evolução das healthtechs no Brasil, dividida em quatro ondas. O executivo mostrou que a pandemia acelerou a entrada de novos players, mas também gerou uma saturação de soluções pouco conectadas à realidade do setor.
“A saúde cobra esse pedágio da gente, como profissional e como pessoa. Não vai ser fácil para o empreendedor também”, destacou. Camargo reforçou que o momento atual é de depuração e amadurecimento. “Hoje vejo propostas de valor muito mais sofisticadas, com founders mais treinados e nativos em inteligência artificial”, avaliou.
Inovação como ferramenta de sustentabilidade
Guilherme Sanchez, head de Inovação do Harena – Hospital do Amor, trouxe o exemplo da instituição onde atua, que atua em 18 estados e realizou mais de 2 milhões de atendimentos oncológicos gratuitos em 2024.
Com um déficit operacional mensal de cerca de R$ 50 milhões, a instituição aposta na inovação como ferramenta de sustentabilidade.
“A gente traz aplicação de projetos com startups e colaboração com centros de inovação para resolver problemas de saúde pública e buscar sustentabilidade do sistema”, explicou.
Metodologia e métricas para pilotos de inovação
A metodologia do hospital para avaliar pilotos com startups se baseia em três pilares: congruência com a tese de inovação, nível de prontidão tecnológica (TRL) e aderência a métricas.
“Temos sete áreas-chave e cerca de 22 perguntas norteadoras atualizadas anualmente. Se o piloto não é sensível às métricas, ele não tem sucesso”, afirmou Sanchez.
O painel também ressaltou a importância de preparar executivos para receber inovação. O Hospital de Amor criou um board de inovação com 13 líderes e implementou programas internos de letramento e vivência empreendedora.
“Fizemos os colaboradores criarem uma startup, validarem hipóteses, conversarem com usuários. Isso gerou empatia e entendimento real do processo de inovação”, contou Sanchez.
Camargo reforçou que inovar exige uma cultura de risco e aprendizado contínuo. “Inovação é muito mais o cara do ‘não’ do que o cara do ‘sim’. De cada dez conversas que eu começo, uma chega no final. Muitas vezes, quando o executivo não tem essa experiência, começa a gerar frustração”, alertou.
Os três executivos definiram os requisitos para que uma startup eleve o desempenho de uma corporação. “Combinar o jogo. Falar o que se espera daqui 3, 5, 10 anos e ver se há congruência nas metas”, disse Sanchez.
O próximo Healthcare Innovation Show já tem data marcada, 16 e 17 de setembro de 2026, no São Paulo Expo.
...........................
Capital Estratégico dos Dados: o diferencial na Saúde Suplementar
O cenário da saúde suplementar no Brasil é de contínua contradição. Embora a sinistralidade média tenha apresentado melhora nos últimos meses, a sustentabilidade do setor continua enfrentando desafios estruturais. A pressão existente no necessário balanceamento entre custo e eficácia médica é implacável, impulsionada por dois fatores principais: a importante incorporação de novas tecnologias e medicamentos, e a inflação médica, que historicamente supera a inflação geral do país. Este contexto exige uma busca incessante por eficiência operacional e assistencial.
Nesse contexto, os dados assumem o papel de novo capital estratégico. Mais do que registros administrativos, eles se tornam instrumentos decisivos para compreensão de riscos, para a personalização de serviços e criação de vantagens competitivas sustentáveis, sem deixar de atender às exigências dos beneficiários na excelência na prestação de serviços.
As operadoras já dispõem de informações valiosas, como dados do histórico de uso do plano, dados cadastrais, reembolsos, glosas e informações sobre a rede de prestadores. Esses elementos internos permitem compreender a dinâmica de custos e frequências, mas sozinhos apresentam limitações. Quando enriquecidos com dados de fontes externas e públicas, como indicadores de governança empresarial, econômicos, ocupacionais e até de relacionamentos digitais, esses dados ganham uma nova dimensão, transformando-se em um ativo estratégico para tomada de decisão, principalmente quando combinados com inteligência artificial e, obviamente, atendendo às exigências da LGPD.
Por exemplo, é possível entender não apenas o perfil cadastral e histórico de uso dos planos, mas também cruzar informações criminais, financeiras, jurídicas e ainda de vínculos societários para qualificar melhor os prestadores, fornecedores, parceiros ou entender melhor o perfil dos beneficiários.
Essa integração tem aplicações diretas em áreas críticas da saúde suplementar. Na prevenção de fraudes, a análise criteriosa e ágil do cruzamento entre histórico do uso do plano e vínculos entre beneficiários, prestadores e intermediários podem revelar padrões suspeitos que indicam tentativas de enriquecimento ilícito, ou mesmo sinalizar que determinada pessoa é um “laranja” ou até vítima de redes criminosas. A análise precisa ser feita com rapidez e rigor, justamente para separar de maneira justa quem de fato necessita de assistência médica, daqueles que buscam explorar “brechas” do sistema.
Outro campo relevante é a gestão da rede prestadora. Avaliar hospitais, clínicas e profissionais com base em tempo de atividade, taxa de sobrevivência no mercado, governança, perfil dos sócios e histórico de reclamações permite negociar contratos mais sólidos e previsíveis, além de assegurar continuidade e qualidade no atendimento ao beneficiário. A exposição georreferenciada também contribui para identificar sobreposição ou ausência de rede e otimizar a distribuição de recursos, tornando os serviços mais eficientes.
Na experiência do beneficiário, os dados também são transformadores. Ao cruzar informações de perfil de consumo digital com dados internos das operadoras, é possível personalizar jornadas de atendimento, oferecendo canais mais ágeis e adequados ao perfil de cada usuário. Beneficiários com mais facilidade em lidar com tecnologia, por exemplo, podem ser direcionados para soluções digitais-first, enquanto outros perfis podem demandar um atendimento híbrido ou presencial. Essa personalização reduz atritos e aumenta a percepção de valor, evitando, inclusive, que uma jornada de acompanhamento de saúde seja interrompida, o que poderia agravar uma eventual comorbidade e impactar a sinistralidade, cenário este negativo para todos os envolvidos.
Os benefícios são tangíveis: melhoria da margem operacional, fidelização de beneficiários por meio de jornadas mais rápidas e personalizadas e fortalecimento da governança assistencial. Operadoras que conseguem estruturar essa inteligência de dados internos e externos consolidam um relacionamento mais saudável com prestadores, corretores, estipulantes e beneficiários e aumentam a previsibilidade dos riscos.
Naturalmente, esse movimento necessita atenção. O cumprimento da legislação, em especial da LGPD, exige anonimização a depender da aplicação e rígida governança de acesso às informações sensíveis. A integração de múltiplas fontes demanda infraestrutura tecnológica robusta, como data lakes bem estruturados e variáveis pré-consolidadas. Além disso, é necessário investir em cultura orientada a dados, formando equipes capacitadas para transformar informação em decisões executivas.
Trabalhar com parceiros especializados, que compreendem a complexidade do setor e sabem lidar com diferentes jornadas, também se torna fundamental. A empresa que se isola e tenta resolver tudo sozinha provavelmente irá avançar de forma mais lenta e corre o risco de se tornar obsoleta. E, novamente, devo alertar que toda a análise precisa ser criteriosa, ágil e justa.
O futuro da saúde suplementar dependerá, em grande medida, da capacidade das operadoras de transformar dados em vantagem competitiva. A integração entre informações internas, como sinistros, glosas e rede prestadora, e dados externos, que vão de indicadores socioeconômicos a compliance e governança, é o caminho para alcançar previsibilidade, eficiência e melhor experiência ao beneficiário. As empresas que estruturarem esse processo desde já estarão mais preparadas para enfrentar a pressão sobre margens e entregar valor sustentável ao mercado, posicionando-se à frente na próxima fase de transformação do setor.
*Thiago Kovtunin é head de produtos da Neurotech.
......................
Assessoria de Comunicação