Segunda, 29 Setembro 2025 06:36

CLIPPING AHPACEG 27 A 29/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pesquisa indica consciência de brasileiros com saúde do coração

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/pesquisa-indica-consciencia-de-brasileiros-com-saude-do-coracao

Turquia vira capital mundial do transplante capilar e atrai pacientes de todo o mundo

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/09/28/turquia-vira-capital-mundial-do-transplante-capilar-e-atrai-pacientes-de-todo-o-mundo.ghtml

Filha acusa hospital de negligência após perder pai e mãe em minutos em Goiás

https://www.dm.com.br/saude/filha-acusa-hospital-de-negligencia-apos-perder-pai-e-mae-em-minutos-em-goias/

Equipamentos médicos e insumos de saúde bucal serão afetados por tarifaço de Trump, diz Padilha 

https://exame.com/brasil/equipamentos-medicos-e-insumos-de-saude-bucal-serao-afetados-por-tarifaco-de-trump-diz-padilha/

Estudo inédito vai revelar o estágio de Interoperabilidade do sistema de saúde brasileiro

https://medicinasa.com.br/brasil-interoperabilidade/

Segurança do Paciente: dados, transparência e comunicação

https://medicinasa.com.br/seguranca-paciente-einstein/

Amortalidade: o futuro possível além do mito da imortalidade

https://medicinasa.com.br/amortalidade-futuro-possivel/

PORTAL G1

Turquia vira capital mundial do transplante capilar e atrai pacientes de todo o mundo

Indústria movimenta bilhões de dólares por ano com pacotes que incluem cirurgia, hotel de luxo e tradutor. Fantástico acompanhou brasileiros em clínicas de Istambul.

Nos últimos anos, a Turquia se tornou o destino número um no mundo para quem quer fazer transplante capilar.

Uma indústria que movimenta bilhões de dólares por ano cresce com a promessa de resolver o problema de quem não quer ficar careca.

Istambul, cidade que já foi capital dos impérios Romano, Bizantino e Otomano, agora ganhou outro título: a capital mundial dos cabelos.

Mais de um milhão de pessoas viajaram ao país em 2024 para realizar procedimentos estéticos — e a maior parte delas buscava transplantes capilares.

Hoje, a cidade tem mais de mil clínicas especializadas nesse tipo de cirurgia.

Nos últimos anos, a Turquia se tornou o destino número um no mundo para quem quer fazer transplante capilar. Uma indústria que movimenta bilhões de dólares por ano cresce com a promessa de resolver o problema de quem não quer ficar careca.

Istambul, cidade que já foi capital dos impérios Romano, Bizantino e Otomano, agora ganhou outro título: a capital mundial dos cabelos. Mais de um milhão de pessoas viajaram ao país em 2024 para realizar procedimentos estéticos — e a maior parte delas buscava transplantes capilares. Hoje, a cidade tem mais de mil clínicas especializadas nesse tipo de cirurgia.

A procura não se explica apenas pelo resultado médico. O país oferece pacotes que unem cirurgia estética e turismo.

“O paciente não vem só operar. Ele tem uma experiência completa: carro de luxo no aeroporto, hotel cinco estrelas, tradutor acompanhando”, explicou ao Fantástico a empresária de turismo médico Ellen Assis Koçtürk.

Valores mais acessíveis

Os preços também atraem: no Brasil, um transplante pode custar de R$ 20 mil a R$ 40 mil. Na Turquia, os valores variam de 1.500 a 4 mil euros — cerca de R$ 9.300 a R$ 25 mil — incluindo cirurgia, hospedagem, traslado, exames e acompanhamento inicial.

Essa diferença fez surgir até uma imagem simbólica nas redes sociais: voos que saem de Istambul lotados de passageiros com curativos na cabeça, apelidados de “Hairline”. O termo em inglês, que mistura “linha do cabelo” e “companhia aérea”, virou piada internacional e mostra o tamanho do fluxo de pacientes.

Entre eles está o ator brasileiro Arthur Amado, que mora na Holanda. Ele pesquisou por dois anos antes de decidir fazer o primeiro transplante. Gostou tanto do resultado que voltou para uma segunda etapa.

“Como ator, a imagem é importante. Eu sempre tive muito cabelo e, quando comecei a perder, me incomodou. Fiz o transplante, e ficou ótimo. Agora fiz a manutenção para deixar o preenchimento mais acentuado”, contou.

Antes da cirurgia, os pacientes passam por consulta médica, exames e marcações no couro cabeludo. Depois, os fios são raspados para a preparação. A técnica mais usada, chamada FUE, envolve três etapas. Primeiro, os folículos — estruturas da pele que produzem os cabelos — são retirados um a um da parte de trás da cabeça. Depois, o médico faz pequenas aberturas na área que vai receber o transplante. Por fim, os folículos são reimplantados, fio por fio.

Cada cirurgia pode durar até dez horas e alcançar seis mil fios transplantados.

No caso de Arthur, foram 3.200 folículos. Foram oito horas de cirurgia. "As anestesias foram tranquilas, o mais difícil foram as posições, muitas horas deitado de lado ou de bruço", conta. No dia seguinte, ele voltou à clínica para receber um kit com medicamentos e shampoo especial, usado na primeira lavagem.

Paciente, não cliente

Apesar da popularidade, especialistas reforçam que o transplante é uma cirurgia e envolve riscos.

"Pode haver sangramento, infecção, necrose de pele. O acompanhamento médico é essencial, ainda mais quando o paciente viaja longas horas de avião logo após operar”, explicou o cirurgião plástico brasileiro Fabrício Ribeiro.

O britânico Greg Williams, presidente da Associação de Cirurgia de Restauração Capilar do Reino Unido, destacou a importância da avaliação médica:

“O paciente deve ser tratado como paciente, não como cliente. É preciso analisar histórico de saúde, medicamentos e condições como diabetes ou hipertensão.”

Casos graves já foram registrados. Em janeiro deste ano, o britânico Martyn Latchman, de 38 anos, morreu durante um transplante em Istambul, após sofrer parada cardíaca ainda na anestesia. A clínica não tinha licença médica.

Outro episódio que viralizou foi o do influenciador britânico Ruben Chorlton-Owen que ignorou recomendações do pós-operatório e fez sexo três dias após a cirurgia. O esforço físico aumentou a pressão na região operada e provocou inchaço no rosto. “Acordei deformado, em pânico. Depois entendi que era efeito do transplante”, relatou.

Segundo o Ministério da Saúde da Turquia, os padrões de segurança seguem regulamentos da União Europeia. Ainda assim, as clínicas não são obrigadas a prestar contas às autoridades locais sobre como realizam os procedimentos. Essa brecha permite a existência de estabelecimentos sem supervisão adequada, o que aumenta o risco de complicações.

Mesmo assim, o setor cresce e atrai também brasileiros famosos. Rodrigo Faro fez um transplante no Brasil em 2016, quando foram implantados 3.500 folículos. "Fez total diferença para mim, melhorou muito a autoestima", afirmou o apresentador.

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AGÊNCIA BRASIL

Pesquisa indica consciência de brasileiros com saúde do coração

6 em cada 10 entrevistados mudaram hábitos 

Um questionário online respodido por 2 mil pessoas em todo o Brasil aponta que hábitos saudáveis para o coração são uma preocupação comum entre brasileiros. 

Realizada entre 25 de agosto e 2 de setembro pelo Instituto Ipsos a pedido da farmacêutica Novartis, a pesquisa ouviu de 64% dos entrevistados a afirmação de que adotaram novos hábitos de vida pela saúde do coração. A percepção de que esses hábitos são importantes também foi captada: 76% dos entrevistados disseram estar conscientes de que é possível se prevenir contra um infarto, e 72% disseram conhecer uma pessoa que infartou.

Entre os entrevistados que declararam ter mudado sua rotina em prol da saúde, 70% passaram a se alimentar de uma forma mais saudável, 64% começaram a se exercitar e 45% procuraram atividades com a finalidade de reduzir o estresse.

Ouvida pelo Ipsos para comentar a pesquisa, a cardiologista Maria Cristina Izar, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e diretora científica do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia, comemorou parte dos resultados.

“Esta pesquisa é uma prova de que as pessoas estão mais bem informadas e interessadas em preservar a saúde do coração, adotando comportamentos mais saudáveis. Isso significa um avanço importante se pensarmos que a nossa expectativa de vida mudou e a prevenção é o caminho do envelhecimento saudável”, destacou a cardiologista.

Sintomas diferentes em homens e mulheres
Por outro lado, apesar de 82% dos entrevistados terem consciência de que o infarto não distingue faixa etária, 51% das pessoas não sabiam que os sintomas do infarto são diferentes em homens e mulheres.

“Isso significa que precisamos abordar melhor esse tópico e informar a população sobre essa diferença, pois no lugar da clássica dor no peito, as mulheres podem apresentar cansaço extremo, náusea, dor nas costas, no pescoço ou falta de ar como manifestações do infarto. Inclusive, por serem considerados atípicos para doenças do coração, esses sintomas são frequentemente atribuídos a causas como estresse ou ansiedade, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento adequado das mulheres”, alerta a cardiologista.

Exames

Outro dado considerado positivo nas respostas foi que 77% dos entrevistados sabem que existe mais de um tipo de colesterol, e 82% reconhecem que as taxas de colesterol ruim (LDL) podem ocorrer em qualquer idade.

Mais da metade dos entrevistados, 55%, também sabe que o colesterol ruim (LDL) alto aumenta a possibilidade do infarto, e oito em cada dez já fizeram exame de sangue para medir o colesterol.

Entre os que já fizeram exames de colesterol, 77% levam os resultados para algum especialista, mesmo que raramente. O principal profissional que avalia esse laudo é o clínico geral e, em segundo lugar, o cardiologista.

Para Maria Cristina Izar, é preocupante que 18% dos entrevistados nem sempre levem o resultado do exame para um médico avaliar. “Após a realização de um exame, é ideal mostrar os resultados para que o médico possa interpretá-los da maneira correta e indicar o devido tratamento”, avaliou. 

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DIÁRIO DA MANHÃ

Filha acusa hospital de negligência após perder pai e mãe em minutos em Goiás

A jovem Ghenyffer Lowrrany Fernandes, de 26 anos, acusa uma unidade de saúde de Corumbá de Goiás de negligência no atendimento à mãe, Cleonice Coelho Furtado de Sousa, de 53 anos. O caso ocorreu há 1 ano e 5 meses, quando Cleonice sofreu um infarto minutos após a morte do marido, Genismar Fernandes, conhecido como “Graia”, vítima de ataque cardíaco.

O boletim registrado na Polícia Civil aponta possíveis irregularidades no atendimento, ao incluir omissão de socorro, falhas no preenchimento de prontuário e relatos sobre a exposição dos corpos do casal. Segundo Ghenyffer, a mãe chegou consciente ao hospital, embora debilitada, com histórico de doença renal, diabetes e hipertensão.

De acordo com a filha, a mãe foi encaminhada para a enfermaria, mas não recebeu atendimento imediato. O médico de plantão teria se afastado após breve conversa, ao ignorar a queixa de falta de ar. O primeiro auxílio partiu de um acompanhante de outro paciente, já que enfermeiros não estavam na sala.

Momentos depois, Cleonice sofreu parada cardíaca. Ghenyffer relatou que implorou pela intervenção médica, mas o profissional teria se limitado a observar. A mãe apertou a mão da filha antes de morrer, enquanto a equipe só se aproximou após a retirada da jovem do quarto.

Câmeras de segurança mostram Cleonice quando chega ao hospital com dificuldade para andar, amparada pelos filhos. Nas imagens, ela aparece ao ser levada a um dos quartos, onde faleceu pouco depois.

No dia seguinte, a família foi informada de que os corpos do casal teriam sido colocados lado a lado em uma sala e expostos a comentários de funcionários. Também circulou a notícia de que imagens teriam sido compartilhadas na internet, mas Ghenyffer afirma não ter tido coragem de vê-las.

A jovem destacou ainda que o prontuário da mãe não foi preenchido pelo médico, mas por terceiros, que não presenciaram o óbito. O documento só foi disponibilizado à família 30 dias após a morte.

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EXAME

Equipamentos médicos e insumos de saúde bucal serão afetados por tarifaço de Trump, diz Padilha

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, neste sábado, 27, que os preços dos medicamentos não devem ser diretamente impactados pelo novo tarifaço do presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Segundo o ministro, o impacto são voltados para a indústria exportadora brasileira.

“O impacto que essas tarifas absurdas feitas pelo presidente dos Estados Unidos gerou é para a indústria exportadora brasileira. A gente tem uma indústria na área da saúde, sobretudo da saúde bucal, de equipamentos médicos, de insumos para a saúde bucal que exportava inclusive para os Estados Unidos”, disse.

A declaração foi dada à jornalistas durante visita às obras e a inauguração de novas alas no Hospital Federal do Andaraí, localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

Na última quinta-feira, 26, Trump anunciou tarifas de 100% sobre produtos farmacêuticos de marca ou patenteados. Segundo ele, a taxa será aplicada, a menos que a empresa farmacêutica esteja construindo uma fábrica nos EUA. A cobrança começará a partir de 1º de outubro.

Ele pondera, que já estão sendo tomadas medidas para mitigar esses impactos, por parte do governo federal, do Ministério da Saúde, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para poderem manter os empregos, a produção e descobrir outros mercados.

“Essa indústria está exportando para outros países, não tem só os Estados Unidos para exportar”, afirmou.

Sobre medicamentos, o ministro disse que as restrições incentivaram novas parcerias para a produção nacional, como da insulina, medicamento usado no tratamento de diabetes.

Padilha também destacou que as próprias empresas americanas estão buscando parcerias com o Brasil, trazendo tecnologia para o país. Ele citou como exemplo, o acordo para a produção de vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite.

Segundo o ministro, a vacina estará disponível no SUS a partir de novembro.

“Essas empresas que têm sede nos Estados Unidos, nessas situações, elas investem ainda mais no Brasil, transferem a tecnologia aqui no Brasil. A gente garante a vacina da bronquiolite para o povo brasileiro com essas parcerias e vai gerando renda, empregos e tecnologia aqui no Brasil”, afirmou.

Viagem para ONU

Padilha disse ainda que as restrições impostas à participação dele nas reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente norte-americano, Donald Trump, podem até atrasar, mas não impedirão o Brasil de firmar parcerias na área da saúde com outros países.

“Eles até podem restringir a circulação de um ministro, mas não podem restringir a ideia. Não conseguem segurar a circulação da ideia e nem a força do Brasil na cooperação internacional com os outros países para trazer investimentos para cá”, disse.

Padilha, a esposa e a filha de 10 anos sofreram represálias por parte do governo de Trump. No mês passado, tanto a esposa quanto a filha tiveram os vistos para os EUA cancelados. O do ministro não foi cancelado porque já estava vencido desde 2024.

Este mês, por conta da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, que começou nessa terça-feira, 23, e segue até este sábado, Trump suspendeu a proibição de entrada de Padilha no país, mas restringiu a circulação dele ao hotel, à sede da ONU, e a instalações médicas, em caso de emergência. A participação presencial na reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington, seguiu, no entanto, restrita.

Padilha, que viajaria de Nova York a Washington nessa sexta-feira, 26, para a reunião, optou por não ir.

“Eu tinha reuniões marcadas em embaixadas de outros países e as restrições não permitiam que eu pudesse fazer isso. Eu ia sair de Nova York ontem para estar segunda-feira em Washington, na Assembleia da OPAS. Tudo isso foi impedido por essas restrições absurdas. Isso pode atrasar, mas não vai impedir que a gente possa firmar essas parcerias. Obviamente, o fato de não estar presente lá, essas reuniões não aconteceram presencialmente, [pode atrasar], mas elas vão acontecer aqui no Brasil ou em outros países”, garantiu.

Gravidez planejada

Durante a visita, o ministro fez uma demonstração da utilização do Implanon, implante contraceptivo, usado para prevenir a gravidez. Fácil de implantar, o medicamento custa de R$ 3 mil a R$ 5 mil em clínicas particulares.

De acordo com Padilha, o SUS irá ofertar, até o final do ano, 500 mil unidades, e 1,8 milhão até o final de 2026, de forma gratuita.

“Vai ser mais uma forma das mulheres poderem organizar a sua vida, organizar a vida da sua família e a gente poder reduzir algo que é muito grave no Brasil, que é a gravidez na adolescência”, disse Padilha.

Hospitais no Rio de Janeiro

Padilha cumpre agenda durante todo o sábado em hospitais no município do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu (RJ). Além de visitar o Hospital Federal do Andaraí, o ministro visita, em Nova Iguaçu, o Hospital Geral de Nova Iguaçu, Instituto Estadual de Oncologia da Baixada Fluminense, Rio Imagem Baixada – Centro de Diagnóstico.

No Hospital Federal do Andaraí, a visita marcou a reabertura do Centro de Tratamento de Queimados, do serviço de ortopedia e do espaço da cozinha, que estava fechado há mais de dez anos. A ação integra o Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais, que objetiva ampliar o atendimento especializado e reduzir o tempo de espera por cirurgias na rede federal de saúde, em articulação com o programa Agora Tem Especialistas.

O Hospital do Andaraí é mantido por investimentos federais. Ao todo, são R$ 600 milhões para recuperar a unidade federal, que está sob a gestão municipal. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, com 30% das obras concluídas, a expectativa é finalizar todas as principais obras no primeiro trimestre de 2026.

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MEDICINA S/A

Estudo inédito vai revelar o estágio de Interoperabilidade do sistema de saúde brasileiro

ABCIS – Associação Brasileira CIO e Líderes de Tecnologia em Saúde, a SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, e o Instituto HL7 Brasil, organização desenvolvedora de padrões (SDOs) internacional, se uniram para lançar o “Panorama da interoperabilidade na saúde brasileira”, uma série histórica que pretende retratar a partir de 2025 os avanços do país sobre o tema.

A interoperabilidade, que é a capacidade de diferentes sistemas se comunicarem de forma padronizada e segura, ainda é um dos maiores desafios no Brasil. Problemas como silos de informação, falta de padronização, custos de integração elevados e barreiras regulatórias comprometem a continuidade do cuidado, a eficiência operacional e a segurança do paciente.

O estudo será feito a partir de realização de uma pesquisa de âmbito nacional. Trata-se de um questionário com 24 questões e com um tempo médio estimado de 20 minutos para responder na sua totalidade.

Voltado para os hospitais, laboratórios, operadoras e demais atores de saúde, a pesquisa tem como objetivo coletar dados sobre como as instituições estão lidando com a troca de informações, seja internamente ou com atores externos.

O comitê técnico da pesquisa é formado por representantes de três instituições reconhecidas: ABCIS, que traz a visão estratégica dos CIOs e líderes de tecnologia em saúde; SBIS, referência em conhecimento técnico, normativo e científico em informática em saúde; e o Instituto HL7 Brasil, responsável por fomentar no país os padrões internacionais de interoperabilidade, fundamentais para que os dados circulem de forma segura e eficiente.

A soma das expertises traz legitimidade, representatividade e força técnica à iniciativa, criando uma oportunidade inédita para construir uma visão integrada sobre o estágio da interoperabilidade no Brasil.

Segundo Jussara Rötzsch, presidente do HL7 Brasil, e terminologista e especialista em modelagem de informação no Hospital Sírio-Libanês, a união das entidades é um marco. “É a primeira vez que as principais instituições de saúde digital do Brasil se unem em uma pesquisa nacional sobre interoperabilidade. Esse diagnóstico é histórico porque nos ajudará a enxergar onde estamos e para onde precisamos ir. Cada avanço nessa agenda traz mais eficiência ao sistema de saúde e salva vidas”, comenta.

“A realização conjunta nasce da convergência de propósitos e da complementaridade de atuação dessas três entidades cíveis referenciadas pelo setor. Essa união inédita fortalece o propósito comum, que é acelerar a transformação digital da saúde no Brasil, tornando a interoperabilidade uma realidade em benefício de pacientes, profissionais e instituições, complementa Sonia Poloni, CEO da ABCIS.

“A interoperabilidade é mais que um desafio, ela é o futuro da saúde quebrando todos os paradigmas que conhecemos e criando realidades no Brasil e no mundo. Com isso, essa pesquisa se torna fundamental para todos nós que trabalhamos nesse sentido, unindo esforços institucionais de diferentes frentes para ampliar a nossa capilaridade de alcance e engajamento. As respostas com as informações de forma colaborativa serão uma grande bússola para orientar a consolidação da interoperabilidade no Brasil”, afirma Antônio Carlos Onofre de Lira, presidente da SBIS.

Contexto Regulatório

No Brasil, a interoperabilidade no sistema de saúde tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente com a evolução da saúde digital. Diversos marcos regulatórios, estratégias e normas técnicas vêm sendo implementados para garantir a troca segura, padronizada e eficiente de dados de saúde entre diferentes sistemas e instituições.

O recente Decreto Presidencial n° 12560 de julho de 2025 estabelece diretrizes nacionais para interoperabilidade em saúde. Na prática, determina que os sistemas de informação em saúde, tanto públicos quanto privados, sigam os padrões de interoperabilidade definidos pelo Ministério da Saúde.

A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) se consolidou como o ambiente central de interoperabilidade nacional, permitindo que diferentes sistemas compartilhem dados clínicos, exames, vacinação.

Diagnóstico estratégico para apoiar decisões

De acordo com Atualpa Aguiar, diretor de tecnologia na MêdSenior, e coordenador do Grupo de Trabalho de Interoperabilidade na ABCIS, a iniciativa será fundamental para orientar políticas e investimentos. “Historicamente, a saúde suplementar e o SUS têm operado de forma paralela, com sistemas que não conversam entre si. Essa iniciativa permitirá mapear de forma realista o estágio da interoperabilidade no país, identificar lacunas e propor caminhos consistentes para evolução”, explica.

O levantamento também será uma ferramenta prática para os gestores. “Para hospitais, clínicas e operadoras, o diagnóstico será uma referência útil, vai ajudá-los a investir melhor, a escolher soluções mais alinhadas com padrões internacionais e a evoluir a partir do que já possuem hoje”, reforça Jussara.

Não se trata de uma ferramenta para medir o nível de maturidade em interoperabilidade de cada instituição e sim, um estudo estatístico que será útil do ponto de vista de benchmarking e referência no tema interoperabilidade em saúde. Nenhuma instituição terá os dados expostos, auditados. Serão dados que serão usados de forma anonimizada e macro”, explica Sonia.

Além disso, os resultados devem reduzir a tomada de decisão baseada apenas em percepções fragmentadas. “O grande valor dessa pesquisa está em oferecer um raio-x nacional sobre interoperabilidade. Em vez de decisões baseadas em percepções subjetivas, passaremos a ter dados concretos para orientar políticas públicas, investimentos e estratégias institucionais”, acrescenta Aguiar.

Próximos passos

O questionário já está disponível para participação de hospitais, clínicas, operadoras, laboratórios e demais instituições em todo o Brasil. Um recorte do resultado da pesquisa será apresentado publicamente durante o Healthcare Innovation Show (HIS), um dos mais importantes eventos de inovação em saúde do país, que acontece em outubro.

“A pesquisa tem potencial de criar uma base comum de entendimento para todo o setor. Com um diagnóstico nacional em mãos, passamos a falar a mesma língua e podemos estabelecer prioridades que tragam ganhos reais em eficiência, qualidade assistencial e sustentabilidade”, exalta Jussara. “Mais do que levantar dados, queremos provocar reflexão e mudança. Nosso objetivo é entregar ao setor um instrumento que sirva de guia para decisões estratégicas, de forma que a interoperabilidade deixe de ser apenas um discurso e se consolide como parte da infraestrutura crítica da saúde no Brasil”, completa Aguiar.

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Segurança do Paciente: dados, transparência e comunicação

A segurança do paciente é um dos pilares fundamentais da assistência em saúde de excelência. No Einstein, essa premissa é mais do que um compromisso institucional — é uma estratégia sustentada por uma cultura organizacional madura, orientada por dados, transparência e comunicação estruturada.

Essa trajetória é marcada pelo pioneirismo: da certificação ISO 9001, em 1994, à acreditação pela Joint Commission International (JCI), em 1999 — a primeira concedida a um hospital fora dos Estados Unidos —, o Einstein mantém alinhamento com os mais altos padrões internacionais.

Nos últimos anos, essa abordagem tornou-se ainda mais orientada por dados. A mensuração contínua de indicadores de qualidade, segurança e desfechos clínicos — incluindo os PROMs, reportados pelos próprios pacientes — passou a ser central para a tomada de decisões e melhoria contínua. A relevância dos PROMs é tamanha que a Newsweek, em seu respeitado ranking global de melhores hospitais, passou a dar maior peso a esse critério – e, ao obter a pontuação máxima, o Einstein alcançou o 22º lugar entre os melhores do mundo em 2025.

A formalização do Núcleo de Avaliação de Cuidados em Saúde (NAVS) e a criação do Escritório de Valor em 2017 são exemplos claros dessa virada estratégica. O Escritório de Valor, em particular, atua de forma integrada à Divisão de Prática Médica, desenvolvendo indicadores e dashboards para monitoramento da performance médica e assistencial, sistematizando iniciativas que evidenciam a entrega de valor e fornecendo suporte técnico para análises de impacto clínico e econômico. Já a parceria com o Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) garante que a incorporação de novas tecnologias esteja alinhada à efetividade clínica e ao cuidado centrado no paciente.

Um dos pilares fundamentais para a segurança do paciente é a comunicação eficaz, especialmente durante as transições de cuidado, conhecidas como handover communication. Sabemos que a falha na comunicação é uma das principais causas de eventos adversos em saúde, reconhecendo essa criticidade, implementamos estratégias para mitigar os riscos.

Um exemplo é o monitoramento da “taxa de conformidade no processo de passagem de plantão”, que verifica o percentual de profissionais que realizam o processo entre turnos e entre áreas, garantindo a comunicação de informações fundamentais de forma padronizada, utilizando o método I-PASS. Essa padronização é crucial para evitar a perda de informações vitais sobre o paciente, seu histórico, medicações e plano de tratamento.

Outro indicador chave é a “taxa de conformidade na comunicação de resultado crítico”. O Einstein verifica se o enfermeiro descreve o processo de comunicação de resultados críticos de exames laboratoriais, se o radiologista descreve o processo de comunicação de resultados de pânico de exames de imagem, e se o laboratório comunica o resultado crítico em até 1 hora, com registro da conduta em prontuário. A agilidade e a precisão nessa comunicação são vitais para intervenções rápidas e seguras.

Já a “taxa de conformidade no processo de ordem verbal e telefônica” assegura que as ordens verbais sejam permitidas apenas em situações de urgência e emergência, e que as ordens telefônicas sigam um processo de registro, releitura e confirmação (read-back). Isso minimiza erros de interpretação e garante a rastreabilidade das informações.

Os indicadores clínicos refletem diretamente o impacto das práticas de segurança. A taxa de infecção de sítio cirúrgico em cirurgia limpa é de apenas 0,42%, e a densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea associada a um cateter venoso central é de 0,25 — ambas inferiores às referências da literatura médica. Já na Anestesiologia, a taxa de infarto agudo do miocárdio no intraoperatório é de apenas 0,002%. Esses resultados são continuamente comparados com benchmarks internacionais, evidenciando o compromisso com a minimização de complicações e a entrega de valor assistencial.

A Pesquisa de Cultura de Segurança, aplicada bienalmente, reforça a solidez do sistema. Em 2023, pela primeira vez, 50% dos domínios foram classificados como fortes, e nenhum foi considerado frágil — superando a média dos hospitais americanos em seis domínios. Isso revela uma cultura organizacional resiliente, proativa e orientada ao aprendizado contínuo, com a comunicação como elemento central.

O futuro da segurança do paciente passa pela incorporação de tecnologias como robótica, inteligência artificial e patologia digital, além da expansão do Programa de Pertinência do Cuidado e da busca por acreditações internacionais focadas em condições clínicas. A equidade no acesso também é prioridade, com iniciativas como o Cuidado Integrado Acessível e o uso de dados para monitoramento de condições crônicas na atenção primária, inclusive no SUS.

A comunicação eficaz — presente desde o diagnóstico até o pós-alta — é o elo que conecta profissionais, sistemas e decisões, garantindo que o cuidado seja seguro, oportuno e centrado na pessoa. Com esse olhar para o futuro, o Einstein reafirma seu compromisso com a promoção de vidas mais saudáveis e com a evolução contínua do sistema de saúde.

*Paula Tuma é diretora de Qualidade e Segurança do Einstein Hospital Israelita.

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Amortalidade: o futuro possível além do mito da imortalidade

A ideia de viver eternamente sempre fascinou a humanidade. Desde a Epopeia de Gilgamesh, escrita há quase quatro mil anos, reis, alquimistas e até cientistas têm sonhado com a vida eterna. Hoje, líderes globais acompanham de perto os avanços da biotecnologia e do transplante de órgãos como forma de prolongar a existência. Mas se a imortalidade continua a povoar imaginários e conversas políticas, é preciso dizer com clareza: não passa de mito.

A ciência tem outro horizonte, muito mais concreto e plausível: a amortalidade. Diferente da imortalidade, ela não pretende eliminar a morte, mas sim adiar ao máximo suas causas naturais, expandindo a longevidade humana com qualidade de vida. O conceito parte de um reconhecimento: existe um limite biológico. Um estudo publicado em 2021 na Nature Communications estima que esse teto esteja entre 120 e 150 anos. Nosso corpo perde progressivamente a capacidade de se recuperar do estresse celular, mesmo na ausência de doenças graves. É um freio natural, até agora intransponível.

Mas a pergunta que mobiliza cientistas não é “como viver para sempre”, e sim “como chegar mais perto desse limite com saúde e autonomia?”. E aí entra o papel decisivo da medicina regenerativa e da terapia celular.

As pesquisas com células-tronco mostram que já vivemos uma revolução. Elas podem se transformar em diferentes tecidos (pele, músculo cardíaco, vasos sanguíneos, neurônios) e regenerar áreas comprometidas do corpo. Estudos publicados em periódicos internacionais, como o Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, destacam o avanço dessas terapias no reparo de tecidos danificados e no tratamento de doenças degenerativas. A combinação com engenharia de tecidos abre caminho para tratamentos cada vez mais sofisticados, capazes de restaurar funções vitais perdidas ao longo do envelhecimento.

Não é ficção. Existem terapias desse tipo já aprovadas em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul e na União Europeia. No Brasil, a Anvisa autorizou, em 2023, o início de um ensaio clínico com células CAR-T para tratar cânceres hematológicos: um passo histórico. Desde 2020, a agência também aprovou terapias gênicas para leucemias, linfomas, mielomas e doenças genéticas raras. O próprio Ministério da Saúde destinou mais de R$ 200 milhões para pesquisas com CAR-T em instituições brasileiras. Esses movimentos mostram que o caminho da amortalidade já está sendo trilhado, ainda que de forma inicial e restrita.

O entusiasmo, porém, não dispensa cautela. Para que essas inovações cheguem com segurança aos pacientes, é preciso uma base regulatória sólida. No Brasil, a Anvisa já publicou normas específicas para produtos de terapia avançada, assim como FDA (EUA) e EMA (Europa) estabelecem critérios para terapia celular, medicina regenerativa e dispositivos associados. Coreia do Sul e Japão também investem pesado em regulações e ensaios clínicos. Esse cuidado não é burocracia: é a garantia de que avanços não virem promessas vazias ou riscos à saúde.

Mas talvez o maior desafio não esteja no laboratório nem na legislação, e sim na sociedade. Viver mais tempo, e com vitalidade, vai exigir mudanças profundas: novas formas de organizar o trabalho, educação contínua ao longo da vida, previdência reestruturada e atenção aos impactos ambientais de populações mais longevas. Também surgem dilemas éticos: quem terá acesso a essas terapias de alto custo? Como evitar que a longevidade seja um privilégio de poucos? Como equilibrar inovação científica e justiça social?

É por isso que precisamos refinar o debate. A imortalidade pertence ao campo da ficção científica, às narrativas mitológicas e às utopias tecnológicas. A amortalidade, por outro lado, é um conceito com base científica, que reconhece nossos limites biológicos mas busca expandi-los com responsabilidade. Mais do que prolongar a vida, trata-se de prolongar a vida saudável.

O futuro da humanidade não está em sonhar com a eternidade, mas em garantir que possamos viver cada vez mais e melhor. Hollywood adora vender a imortalidade como em filmes de vampiro, mas a ciência não compra esse roteiro. É hora de investir no que realmente importa: a ciência da amortalidade.

*Raul Canal é advogado especialista em Direito Médico e Odontológico, Presidente da Anadem, da AAAPV e da Confseg.

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O POPULAR

Uma luta contra o sol, o maior inimigo

Há dez anos, a realidade do povoado Recanto das Araras, no município de Faina, a 245 km de Goiânia, veio à tona por iniciativa do médico Gabriel Gontijo, então presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Atendendo o apelo da colega Sulamita Costa Wirth Chaibub, que lutava pelo reconhecimento de uma condição genética anormal envolvendo toda a comunidade, a entidade realizou a primeira ação naquele ponto distante dos grandes centros. Foi assim que o Brasil soube do Xeroderma Pigmentoso (XP), uma doença genética rara que deixa a pele muito sensível à luz solar, aumentando em até mil vezes o risco de câncer de pele.

Neste final de semana - nos dias 26 e 27 de setembro - a SBD, em parceria com a La Roche-Posay, retornou ao Recanto das Araras reafirmando o compromisso de a cada dois anos atender a comunidade. Com o suporte de 13 profissionais médicos, 700 pessoas foram atendidas, mais de cem consultas realizadas e 42 micro cirurgias realizadas. À frente da SBD, o dermatologista Carlos Barcaui, que há oito anos visita o povoado, comemora os avanços proporcionados pelas expedições. "Quando vim pela primeira vez, aqui não tinha árvores. Agora há muita sombra e as pessoas estão mais orientadas, mais conscientes de sua condição. Estamos pegando tumores bem menores."

Nas primeiras incursões, a SBD chegava ao povoado em caminhões adaptados com salas cirúrgicas. A partir de Faina é preciso vencer 40 km de estrada de chão e de Matrinchã, 20 km. Uma logística complicada. Este ano, três salas do colégio municipal da comunidade foram transformadas em centros cirúrgicos. "Melhorou muito", comemora Carlos Barcaui. Entre os pacientes atendidos estava Luiz Carlos Apolinário de Bastos, 48 anos, que descobriu a condição aos 18. Ele é irmão de Maria Darci Apolinário de Bastos, atual presidente da Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso (ABRAXP), que desde o início do ano substitui Gleice Freire Machado, a maior referência na luta pelo reconhecimento da situação da comunidade.

Luiz Carlos Apolinário conta que decidiu não ter filhos. "Fiz essa opção porque já vi muita gente sofrer e não pude fazer nada". Outro irmão, também portador do gene, não sobreviveu à condição e ao câncer de cérebro e pulmão. O presidente da SBD lembra que desde o início das excursões muitos pacientes morreram, entre eles o agricultor Deíde Freire, que após mais de cem cirurgias para remover lesões cancerígenas, passou a usar prótese no rosto. Deíde, que morreu em junho de 2023, se tornou um personagem símbolo de Araras. O XP é uma condição que não tem cura, por isso a prevenção é o melhor caminho para combater a desordem genética e os malefícios provocados pela exposição aos raios ultravioletas.

Embora pesquisadores tenham identificado portadores de XP em todo o Brasil, a comunidade goiana possui a maior incidência mundial, com uma proporção de 1 para cada 400 pessoas. Embora muitos a tratem como uma doença, o presidente da SBD , Carlos Barcaui prefere chamar o XP de condição genética rara e não contagiosa que afeta homens e mulheres igualmente. Seus portadores possuem falhas no reparo do DNA, danificado pela radiação ultravioleta (UV). A exposição contínua ao sol provoca lesões cutâneas, tumores e complicações neurológicas.

As pesquisas, em especial na área da genética, avançam em busca de uma terapia que possa combater o XP. Por enquanto, os portadores do gene modificado devem usar protetores solares potentes, roupas especiais e abusarem de barreiras físicas como sombreamento. Procedimentos cirúrgicos contribuem para reduzir as lesões cutâneas, evitando o surgimento de tumores de grandes proporções que em alguns casos levam os pacientes a optarem pelo uso de prótese facial. O trabalho desenvolvido nos últimos dez anos em Araras reduziu consideravelmente o número de pacientes nessa condição.

Condição genética atinge ao menos 200 no Brasil

Durante a expedição da SBD, a pesquisadora Veridiana Munford, que atua ao lado de Carlos Menck, no Laboratório de Reparo de DNA da USP, esteve em Araras coletando material genético para compor um novo estudo em andamento. Ela lembra que o grupo de pesquisadores da USP esteve na comunidade pela primeira vez em 2010. "Na época, praticamente não havia estudos sobre XP." O que foi descoberto ali deu início a uma ampla investigação em todo o país. "Hoje sabemos que são cerca de 200 pacientes no Brasil inteiro com a doença, 23 deles em Araras. Neste trabalho vai entrar 120 portadores do gene de Goiás. Mas há oito subtítulos diferentes. Quando a gente vê a genética, percebemos que são genes distintos, com algumas peculiaridades, como neurodegeneração e sensibilidade ao sol diferentes."

Para Veridiana, a diferença dos moradores de Araras para pacientes de outras localidades do país é o fato de terem formado uma comunidade a partir, acredita-se, de um único ramo familiar. Os casamentos consanguíneos foram responsáveis pela continuidade dos casos. "Agora, como sabemos que existe a mutação, podemos orientar geneticamente. Os pacientes com XP apresentam câncer de pele, mas há alguns grupos que desenvolvem tumores internos." A pesquisadora Lígia Pereira Castro, em estudo coordenado por Carlos Menck, descobriu que a mutação do gene predominante nos pacientes de XP em Araras é exatamente igual ao de pacientes oriundos de quatro famílias que vivem na região do País Basco e de Cantábria, na Espanha. "Na Europa, a mutação está presente há mais de mil anos. Em Araras, os casamentos consanguíneos e o isolamento geográfico deram origem a uma alta frequência de pacientes com XP", informou Carlos Menck a uma publicação da USP.

"XP é muito mais do que apenas passar filtro solar"

"Xeroderma Pigmentoso não é somente operar e passar filtro solar. É muito mais", brada a dermatologista Sulamita Chaibub. Em 2009 ela atendeu o primeiro paciente da comunidade de Araras, Alisson Wendel Machado Freire, então com 4 anos, levado pela mãe, Gleice Freire Machado. Ela ouviu que muitos outros moradores da localidade apresentavam a mesma condição e outros tantos já tinham morrido. Servidora do Ministério da Saúde lotada no Hospital Alberto Rassi (HGG), unidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES), ao lado de Gleice ela deu início a um movimento junto às autoridades para garantir o atendimento aos moradores do povoado e à ciência brasileira para garantir as pesquisas necessárias.

Hoje, Sulamita Chaibub não tem dúvidas de que o grande responsável pela visibilidade dada a Araras foi o colega Gabriel Gontijo, ex-presidente da SBD. "Ele é nosso patrono, abriu as portas e merece um monumento." Mas ela sabe também que a SES compreendeu a importância de manter o atendimento contínuo à comunidade. "Aqueles pacientes não tinham nada e estavam cheios de tumores, trabalhando no sol. Não sabiam nem usar um filtro solar. A SES envia uma médica mensalmente para atender na comunidade, entrega protetores solares e garante um carro com motorista para levar ao HGG e ao Hospital Araújo Jorge", elenca. O HGG é referência no tratamento de portadores de XP.

Sulamita Chaibub, se aposentou do serviço público em 2017 e continua atuante em seu consultório privado, além de manter o trabalho junto aos pacientes de XP. "Eu não tinha como fugir. Mesmo se eu quisesse, minha consciência não deixava. Caiu diante de nós um diagnóstico terrível, envolvendo uma comunidade inteira. Há 15 anos eu durmo pensando nisso", revela. Hoje a médica é diretora científica da Abrxp e a personagem médica mais respeitada de Araras. Na ação da SBD de 2025, ela entregou ao presidente Carlos Barcaui e ao representante da La Roche-Posay um dossiê de todo o trabalho e estudos científicos desenvolvidos ao longo dos últimos anos sobre a condição genética no povoado goiano.

"A genética dos portadores de XP precisa continuar a ser estudada", defende Sulamita Chaibub. Quem primeiro investigou cientificamente a comunidade de Araras foi o professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Frederico Martins Menck, que tem experiência em genética molecular. "Ele e sua equipe identificaram que o gene de XP veio da Espanha na época da colonização do Brasil, mas acredito que tenha mais coisa", diz a médica. Ela conta que há pouco uma criança, filha de dois primos com o gen, mas não portadores de XP, foi diagnosticada com uma doença rara, de difícil tratamento. "Acredito que, além do XP, o gen pode apresentar outras comorbidades."

Casas específicas para portadores

A assistente social Gleice Freire Machado e o marido Jarbas são primos, carregam o DNA de XP, mas não desenvolveram a doença. Desde 2009, ao lado da médica Sulamita Chaibub ela tem empreendido uma luta incansável em busca de tratamento e qualidade de vida para os portadores de XP. Criadora e até o início do ano presidente da ABRAXP, ela decidiu entregar a função à Maria Darci Apolinário de Bastos depois de ter sido eleita vereadora de Faina e mais tarde indicada para a Secretaria de Saúde do município. "Preferi não misturar as coisas", explica. Ela continua vivendo em Araras com a família e se desloca diariamente para a sede do município, enfrentando os 40 km de estrada sem asfalto.

O filho Alisson, hoje com 22 anos, que desencadeou todo o processo que deu visibilidade ao povoado, também mora em Araras. Ruivo, ele já enfrentou cerca de cem procedimentos cirúrgicos para remover manchas provenientes de sua condição genética e atende todas as recomendações médicas, como o uso de filtro solar e roupas que protegem a pele do sol. Gleice lembra que qualquer mancha evolui muito rápido, por isso não é possível descuidar. "Além do XP, há outras doenças que podem surgir", afirma. Para ela, a expedição da SBD é de grande importância, mas defende algumas mudanças para garantir uma presença maior de portadores. "Veja esse sol, ninguém suporta e dificulta muito. Talvez tenhamos de repensar essa logística", afirma.

Gleice Machado lamenta que algumas reivindicações necessárias ao povoado ainda não tenham sido atendidas, como a cobertura da quadra esportiva, mas comemora a mais recente conquista da comunidade, o conjunto de 50 casas construída com verba do governo federal através do programa Minha Casa, Minha Vida Entidades, que a ABRAXP viabilizou. Araras conta atualmente com 200 famílias, aproximadamente 700 pessoas, mas parte delas vive na zona rural. "Depois de 11 anos conseguimos terminar as casas e algumas famílias já se mudaram. Foi uma longa caminhada até aqui. Tirei uma tonelada das costas. Teve uma paciente que morreu esperando a casa", conta.

As moradias foram projetadas especialmente para os portadores de XP. Com dois quartos, sala, banheiro e cozinha, todas as janelas possuem um insulfilm especial e toldos. "Elas foram idealizadas e planejadas considerando a particularidade deles. A entrada de sol é zero", explica. Diante da construção paralisada da Unidade Básica de Saúde (UBS), Gleice explica que a unidade deveria ter sido inaugurada em 2014. "Agora ela entrou para o PAC da Retomada. Esperamos que a conclusão realmente ocorra." Em novembro do ano passado o Tribunal de Justiça de Goiás inaugurou no povoado um Ponto de Inclusão Digital (PID). "Facilitou muito a vida dos moradores que agora não precisam sair daqui para serviços essenciais."

Ação envolveu outros tipos de atendimento

Nos dois dias da expedição 2025 da SBD em Araras, a La Roche-Posay, além de garantir todo o apoio logístico para a entidade, fez a entrega de cestas básicas e de um kit composto de protetor solar, hidratante e reparador às famílias com portadores da doença provocada pela mutação genética. Este ano, a empresa apresentou um produto novo, com 99% de proteção UV. "Ele é capaz de penetrar nas camadas mais profundas da pele, ideal para as pessoas dessa comunidade", explica Matheus Vieira, gerente de Marketing da empresa.

Além de 164 consultas e 42 cirurgias dermatológicas, a ação, com apoio da prefeitura de Faina, possibilitou outros tipos de atendimento, como odontológico e consultas com médicos generalista, ginecologista e psiquiatra. Foram levados ainda serviços bancários, orientação jurídica, atualização do CadÚnico e emissão do cartão SUS. Os atendimentos culminaram na regulação de 51 pessoas para outros tipos de procedimentos.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 26 Setembro 2025 06:20

CLIPPING AHPACEG 26/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

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PORTAL PATRÍCIA FINOTTI

Crer celebra 23 anos cuidando com excelência e reabilitando com amor


A unidade de saúde do Governo de Goiás, já realizou mais de 25 milhões de atendimentos/procedimentos, e é referência nacional em reabilitação e readaptação

Fundado em 25 de setembro de 2002, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo - Crer - celebra 22 anos de uma trajetória marcada por excelência e dedicação ao cuidado centrado na pessoa. Ao longo desse período, a unidade realizou mais de 25 milhões de atendimentos e procedimentos, reafirmando seu papel como referência em reabilitação e readaptação no estado de Goiás e em todo o país.

Comemorando mais de duas décadas de serviços prestados à população, o Crer preparou uma semana especial de eventos que envolve pacientes, usuários, colaboradores e parceiros. Este será um momento de celebração e de reconhecimento às pessoas que, diariamente, contribuem para a construção dessa história de sucesso.

O diretor-geral do Crer, Luiz Carlos Junio Sampaio Teles, A transformação que o Crer trouxe para a saúde pública não está apenas nos números ou nas certificações, mas nas histórias de vida. Está em cada paciente que retoma sua independência, em cada família que volta a acreditar, em cada exemplo que prova que a deficiência não é um limite para viver com dignidade e qualidade de vida. Esse é o legado vivo que construímos diariamente. Nossas conquistas institucionais, como a acreditação Qmentum International - Diamond, confirmam que o SUS pode alcançar padrões internacionais de qualidade e segurança. Mas a maior vitória é social: está no incentivo ao esporte adaptado, na pesquisa, na formação de profissionais, na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na promoção da inclusão em todas as suas dimensões.

Crer em Números

Desde sua fundação, em setembro de 2002, até agosto de 2025, o Crer realizou um total de 25.528.783 atendimentos e procedimentos. Entre eles, 1.967.345 consultas médicas ambulatoriais, 14.850.078 atendimentos em reabilitação e consultas multiprofissionais, tanto em regime ambulatorial quanto de internação. Além disso, foram feitos 5.235.365 exames de laboratório e análises clínicas, 1.484.534 exames de imagem, 718.488 exames de audiologia, 4.600 procedimentos no laboratório de marcha, 299.292 procedimentos odontológicos e 122.558 cirurgias. A unidade também registrou 288 implantes cocleares, confeccionou 158.333 próteses e órteses na oficina ortopédica e dispensou 59.315 aparelhos de amplificação sonora (AASI). No mesmo período, o Crer contabilizou 7.224 atendimentos pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). Esses números demonstram a abrangência e o impacto significativo da instituição na reabilitação e cuidado dos seus pacientes.

Referência Nacional e Internacional

Reconhecido como Centro Especializado em Reabilitação e Readaptação (CER IV) pelo Ministério da Saúde, o Crer se destaca no atendimento de alta e média complexidade nas áreas hospitalar e ambulatorial. Primeira unidade pública do país focada em reabilitação e readaptação, o hospital atua nas deficiências físicas, auditivas, visuais e intelectuais, e é certificado com o selo de Excelência Nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a norma ISO 9001:2015.

Em 2022, o Crer foi o único hospital do governo estadual a atingir 100% de conformidade na Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente, divulgada pela Anvisa. Recebeu ainda o selo 'UTI Top Performer 2022', concedido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), e o título de 'Great Place to Work' (GPTW), consolidando-se como um excelente ambiente de trabalho, com uma cultura organizacional baseada em confiança e alto desempenho.

Também em 2022, o Crer foi reconhecido nacionalmente, sendo o hospital público mais bem avaliado de Goiás e ocupando a 14ª posição no ranking dos melhores hospitais públicos do Brasil, uma honraria concedida pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Em 2024, o Crer se destacou por ser o 1º hospital de Goiás e único 100% SUS do centro-oeste a obter a Acreditação Canadense Qmentum Internacional, selo diamante (nível máximo de certificação). A metodologia Qmentum é um modelo de avaliação internacional de serviços de saúde, reconhecido em 30 países, que garante que as organizações cumpram requisitos de governança e boas práticas assistenciais.

Em 2025 E pelo terceiro ano consecutivo, a Unidade de Terapia Intensiva - UTI da unidade foi contemplada com o selo "UTI Top Performer", do "Projeto UTIs Brasileiras", da Associação de Medicina Intensiva Brasileira - Amib e Epimed Solutions. Em Goiás, o único da Secretaria de Estado da Saúde (SES) a conseguir essa honraria.

Ensino e Pesquisa

Na área de ensino, o Crer é um hospital escola reconhecido pelo Ministério da Educação, já formando mais de 224 especialistas e publicando inúmeros estudos em revistas nacionais e internacionais. O programa de Aperfeiçoamento Profissional da unidade já qualificou mais de 500 profissionais.

Estrutura de Ponta

Com mais de 33 mil metros quadrados de área construída, o Crer conta com 156 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI, 8 salas cirúrgicas, 4 piscinas aquecidas para hidroterapia e 5 ginásios de reabilitação. A estrutura inclui ainda um moderno Centro de Diagnóstico e o único serviço de Aconselhamento e Laboratório de Genética do estado.

Além disso, o Crer possui uma oficina ortopédica fixa e itinerante, credenciada pelo Ministério da Saúde, que confecciona órteses, próteses e outros dispositivos sob prescrição médica, garantindo aos pacientes um atendimento completo e integrado, promovendo a autonomia e a qualidade de vida.

Com uma equipe altamente qualificada, o Crer continua sendo um símbolo de cuidado humanizado centrado na pessoa, inovação e excelência na reabilitação, consolidando-se como um dos maiores patrimônios da saúde pública em Goiás e no Brasil.

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IMPRENSA PÚBLICA

Treinamento de médicos generalistas ajuda a acelerar tratamento do paciente, diz SBR

Desde a infância, Regiane Araújo Pacheco, artesã de 40 anos da cidade de Ipupiara, na Bahia, sofria com dores nos joelhos e quadril. Ela buscava ajuda médica localmente, mas só recebeu um diagnóstico definitivo quando, aos 15 anos, foi a São Paulo consultar especialistas.

Ela conta que antes desse diagnóstico teve crises intensas de dor que a impediram de andar. Em São Paulo, visitou vários médicos sem sucesso até ser diagnosticada com artrite reumatoide infantil por um reumatologista.

Ainda assim, as dores persistiram e, em 2008, após muitas viagens à cidade de Vitória da Conquista, ela foi diagnosticada com lúpus, doença para a qual faz tratamento até hoje.

Essa busca por diagnóstico e tratamento é chamada de jornada do paciente, que, no caso de Regiane, foi longa e difícil devido às grandes distâncias e demora para obtenção de atendimento especializado.

José Eduardo Martinez, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), destaca que um dos maiores desafios da saúde é justamente reduzir essa jornada, especialmente para pacientes com doenças reumáticas.

Ele explica que muitos pacientes passam por vários médicos não especialistas antes de chegarem a um diagnóstico correto. Martinez defende o programa "Agora tem Especialistas", criado pelo governo para aumentar o número de especialistas e, principalmente, encurtar a jornada do paciente.

Programa Agora Tem Especialistas

Esse programa do Ministério da Saúde visa diminuir o tempo de espera por consultas, cirurgias e exames no Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o atendimento especializado em áreas prioritárias como oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

A medida provisória que criou o programa foi aprovada pelo Congresso Nacional e aguarda sanção presidencial. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca que o programa traz inovações legislativas e promove a distribuição de especialistas em regiões que atualmente carecem desses profissionais.

Importância da Atenção Básica

Martinez aponta que, embora o programa seja positivo, é essencial melhorar a atenção básica para agilizar o atendimento inicial e facilitar o encaminhamento correto dos pacientes.

Ele exemplifica com a realidade de pacientes que vêm de cidades distantes para atendimento em centros especializados, enfrentando longas viagens e esperas. Uma melhor capacitação dos médicos generalistas poderia permitir que eles acompanhassem esses pacientes localmente, acelerando o tratamento.

Valderilio Azevedo, reumatologista da SBR, concorda que uma formação mais sólida dos médicos generalistas pode facilitar o diagnóstico e tratamento precoces, diminuindo a necessidade de encaminhamento imediato ao especialista.

Licia Maria Henrique da Mota, diretora científica da SBR, acrescenta que o problema também está na comunicação entre os serviços de saúde especializados e os de atenção básica, que precisa ser aprimorada para tornar o processo mais eficiente.

O Ministério da Saúde informa que tem aumentado significativamente os investimentos na Atenção Primária à Saúde, responsável por cerca de 70% do atendimento da população no SUS. O orçamento para esse nível de cuidado subiu de R$ 35,3 bilhões em 2022 para R$ 54,1 bilhões em 2024.

A Atenção Primária não apenas oferece cuidados através de médicos de família e comunidade, mas também integra ações de qualificação profissional e acompanhamento de condições crônicas, ajudando a reduzir o tempo de espera e encurtar a jornada do paciente até a atenção especializada.

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O HOJE

Hospital de Rio Verde realiza cirurgia inédita e salva recém-nascido com malformação rara

Procedimento corrige atresia de esôfago e marca avanço na saúde infantil de alta complexidade no Hospital Materno Infantil Augusta Bastos

O Hospital Materno Infantil Augusta Bastos, em Rio Verde, realizou pela primeira vez uma cirurgia de correção de atresia de esôfago, malformação congênita rara que impede o bebê de se alimentar pela boca. A intervenção inédita foi conduzida com sucesso por uma equipe especializada, representando um marco na assistência pediátrica de alta complexidade oferecida pelo município.

A atresia de esôfago provoca uma desconexão entre o esôfago proximal, ligado à boca, e o esôfago distal, ligado ao estômago. Essa condição compromete a alimentação e pode vir acompanhada de outras anomalias, como malformações cardíacas, nos membros ou em outros órgãos do sistema digestivo. Por isso, o tratamento exige uma abordagem médica especializada e multidisciplinar.

Os cirurgiões pediátricos Dr. Antonio Rozeni Gomes Barbosa Junior e Dra. Mallu Emrich lideraram o procedimento, garantindo ao recém-nascido a chance de se alimentar naturalmente, com dignidade e qualidade de vida. A correção cirúrgica impacta diretamente no desenvolvimento e bem-estar da criança.

Com a realização da cirurgia, o Hospital Materno Infantil Augusta Bastos se consolida como referência regional em tratamentos pediátricos de alta complexidade. Esta foi a intervenção mais desafiadora já realizada na unidade, evidenciando a competência da equipe médica e o avanço da estrutura de saúde de Rio Verde.

A Prefeitura de Rio Verde continua investindo na saúde pública, ampliando o acesso a tratamentos especializados e salvando vidas desde os primeiros dias de vida.

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Mulher denuncia que mãe diabética dormiu no chão do corredor do HCN em Uruaçu

Paciente transferida de Alvorada do Norte percorreu 500 km e, sem leito, passou a noite em condições insalubres

Uma moradora de Alvorada do Norte denunciou nesta quinta-feira (25) ao jornal O Hoje a situação da mãe, paciente transferida pela Central de Regulação de Goiás para o Hospital Estadual Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu. Segundo a família, apesar da indicação de vaga, a mulher não conseguiu ser internada e permanece em condições precárias no corredor da unidade.

De acordo com os relatos, a paciente, que apresenta necrose em um dos dedos do pé, é diabética, hipertensa e possui histórico de outras complicações médicas. A filha afirma que a transferência foi autorizada com a informação de que havia leito disponível. Entretanto, após percorrer mais de 500 quilômetros até Uruaçu, a paciente foi mantida no corredor do hospital.

Ainda segundo a família, a mulher possui baixa visão, dificuldade de locomoção e depende de acompanhamento constante. A denúncia aponta que a paciente dormiu no chão, sem acesso adequado a banho ou alimentação desde a noite de quarta-feira (24). Além disso, a filha relata que a equipe teria cogitado deixar a paciente sem acompanhante, apesar da condição clínica e da limitação física.

O hospital, de acordo com o relato, também não realizou os cuidados básicos necessários, como curativos no pé da paciente. A denúncia acrescenta que outros usuários enfrentam situação semelhante, aguardando por leitos em corredores da unidade.

O jornal entrou em contato com a administração do HCN de Uruaçu para esclarecer os fatos e questionar a denúncia. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação da unidade e da Secretaria Estadual de Saúde.

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MEDICINA S/A

Judicialização da saúde custou R$ 9,6 bilhões à União entre 2020 e 2024

O peso da judicialização da saúde sobre o orçamento público segue em crescimento. Dados do Ministério da Saúde, obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), revelam que a União desembolsou R$ 9,6 bilhões no cumprimento de decisões judiciais entre 2020 e 2024. No período, foram contabilizadas 23.046 ações.

Os gastos estão relacionados ao fornecimento de medicamentos, a cirurgias e a internações, entre outros. Entre as medicações mais solicitadas, em primeiro lugar está o eculizumabe, de alto custo, utilizado no tratamento de doenças raras e graves, como a hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) e a síndrome hemolítico-urêmica atípica (SHUa). Foram 2.871 registros entre 2020 e 2024, com um gasto total de R$ 1.769.646.368,94.

Em segundo lugar, está o alfagalsidase, indicado para terapia crônica de reposição enzimática em pacientes com diagnóstico confirmado de doença de Fabry. Foram gastos R$ 408.853.784,83 com o medicamento nesse período.

Os medicamentos elexacaftor, tezacaftor e ivacaftor, que são indicados juntos para o tratamento da fibrose cística (FC), estão em terceiro lugar. O valor pago pelo Ministério da Saúde foi de R$ 551.733.997,88 em 1.246 solicitações.

A judicialização da saúde, embora seja um mecanismo legítimo de acesso a direitos individuais, tem produzido efeitos colaterais significativos no planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, comenta que a imprevisibilidade desses gastos pode desorganizar a gestão financeira, impor cortes em outras áreas e criar desigualdade. “Esse gasto de R$ 9,6 bilhões em 4 anos mostra que o país segue sem políticas públicas eficazes para atender às demandas por terapias de alto custo”, afirmou.

O especialista em Direito Médico e Odontológico reforça a importância do fortalecimento da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras (PNAIPDR). “O Brasil precisa avançar em uma estratégia específica para esse público, com financiamento adequado, protocolos claros e programas de acesso estruturados”.

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Sale and Leaseback – modalidade de captação de capital ganha força

No mercado corporativo a perspectiva sobre o Sale and Leaseback (SLB) evoluiu nos últimos anos e passou a ser reconhecida como uma ferramenta eficaz de gestão de ativos. A Diretoria Executiva da Unimed Nova Iguaçu vislumbrou na modalidade a solução do enorme agravo financeiro diagnosticado na Cooperativa, responsável pela corrosão da sustentabilidade operacional do negócio. A transação, finalizada com êxito após meses de negociação, envolveu o prédio do futuro hospital próprio.

No país, a modalidade ganhou força impulsionada, principalmente, pela escassez de crédito e carência de alternativas para captação de capital. Em um cenário onde o acesso a financiamentos é restrito e as alternativas de captação de recursos são limitadas, o SLB emerge como uma solução viável e atraente não apenas em tempos de crise, mas como parte de uma estratégia financeira sólida e de longo prazo. No Brasil a operação é autorizada pela Lei nº 6.099/74, que estabelece as normas para o arrendamento mercantil (leasing). Embora a Lei nº 6.099/74 seja o arcabouço legal fundamental, a prática do leaseback também é regulada por Resoluções do Banco Central do Brasil, como a de nº 4.977/2021, que define requisitos específicos, como a restrição da operação para pessoas jurídicas.

O mecanismo é simples: trata-se de uma operação estruturada abrangendo a alienação de um ativo imobiliário por determinada empresa a um investidor – geralmente um fundo de investimento imobiliário (FII) ou uma instituição financeira – com a subsequente locação atípica do imóvel de volta à empresa alienante. No caso da Unimed Nova Iguaçu, o prazo estabelecido em contrato foi de 25 anos, renováveis. A operação financeira, por sua vez, respondeu com a injeção imediata de capital na Cooperativa, destinado à quitação do seu endividamento, oriundo de financiamentos adquiridos, em 2018, para a construção do seu hospital. Importante salientar que todos os mecanismos de transparência foram respeitados e incluíram troca de ideias junto ao Conselho de Administração e Conselho Fiscal da Cooperativa, assim como realização de Assembleia Geral Extraordinária com os cooperados.

O recurso também poderá atender a demandas estratégicas ou operacionais da organização, como investimento em novas tecnologias, ampliação de negócios ou desenvolvimento de projetos estratégicos. A flexibilidade financeira proporcionada pelo SLB pode ser crucial em um ambiente econômico desafiador, já que mitiga a dependência de financiamentos bancários.

Os benefícios para o proprietário são inúmeros: geração de caixa, crucial em cenários de dificuldade de acesso ao crédito; contabilização dos aluguéis pagos ao investidor como despesa operacional, permitindo uma redução de sua carga tributária; desoneração do balanço com a venda do imóvel, melhorando índices de liquidez e margens financeiras; e transferência de riscos jurídicos e comerciais para o novo proprietário.

Além disso, a natureza atípica do contrato de SLB propicia às partes envolvidas uma ampla margem de liberdade contratual. Na prática, os contratantes podem estabelecer cláusulas e condições que se desviem das disposições da Lei n.º 8.245, de 18 de outubro de 1991 (Lei de Locações), desde que não contrariem princípios basilares do direito e da ordem pública. Isso porque, na locação derivada de um SLB, as disposições contratuais devem ser consideradas como fontes normativas preponderantes, e a interferência do Poder Judiciário nas condições pactuadas pelas partes, embora possível, deve ser medida excepcional.

Por fim, importante destacar que o processo de due diligence do imóvel e da empresa vendedora – e de seus antecessores na propriedade do imóvel, quando aplicável – é essencial para garantir a segurança e o sucesso da operação de SLB, pois permite que o investidor identifique e avalie os riscos compreendidos na operação que possam afetar ou inviabilizar os retornos financeiros previstos. Esse processo envolve etapas como a inspeção física do imóvel, a análise da documentação do imóvel e dos proprietários para confirmar a inexistência de ônus ou gravames, e a avaliação da saúde financeira da empresa vendedora.

As transações de Sale and Leaseback são complexas e demandam análise criteriosa sob diversos aspectos jurídicos, financeiros, contábeis e estratégicos. Ao buscar uma solução desta natureza, devem ser considerados alguns fatores, como a relevância dos imóveis para as suas operações. A decisão necessita estar alinhada ao seu planejamento estratégico e, eventuais riscos operacionais, devem ser ponderados.

Assim, com a ampla disseminação e o maior entendimento a respeito das operações de Sale and Leaseback, será natural que cada vez mais organizações de variados segmentos, inclusive, do Sistema Unimed, recorram à parceria fundamentada pela legislação com o propósito de otimizar sua estrutura de capital e melhorar a eficiência operacional para potenciais expansões e investimentos, mantendo sua competitividade no mercado.

*Joé Gonçalves Sestello é Diretor-Presidente da Unimed Nova Iguaçu.

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Assessoria de Comunicação        

9 AHPACEG REUNIÃO ENFERMAGEM 25 09 25

A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, reuniu-se ontem, 25, com gestores de enfermagem e coordenadores de CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) das instituições associadas. A reunião, realizada na sede da Associação, reforçou o compromisso da Ahpaceg em promover o alinhamento de boas práticas na assistência hospitalar.

Entre os temas debatidos, estiveram a adoção da luva nitrílica na rotina hospitalar e a apresentação do relatório de testagem do sistema de drenagem fechado da Ross. O encontro também trouxe uma novidade para os associados: em outubro será realizado um curso de epidemiologia com foco na ficha técnica, ampliando as oportunidades de capacitação na área.

Madalena Del Duqui ainda apresentou o funcionamento da plataforma de indicadores da Ahpaceg, ressaltando a importância do engajamento das instituições para garantir registros consistentes e o monitoramento efetivo dos dados

Quinta, 25 Setembro 2025 06:22

CLIPPING AHPACEG 25/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospital público especializado em câncer infantil propõe atendimento humanizado em Goiás: 'Acolhimento e até comida personalizada'

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/09/25/hospital-publico-especializado-em-cancer-infantil-propoe-atendimento-humanizado-em-goias-acolhimento-e-ate-comida-personalizada.ghtml

Decisão do STF sobre cobertura do rol traz alertas e otimismo

https://futurodasaude.com.br/stf-decisao-cobertura-fora-do-rol-repercussao/

A combinação que está mudando o jogo na saúde corporativa

https://medicinasa.com.br/telemedicina-plano-medicamentos/

Desafios da Indústria Farmacêutica Nacional para os próximos anos

https://medicinasa.com.br/industria-farmaceutica-nacional/

PORTAL G1

Hospital público especializado em câncer infantil propõe atendimento humanizado em Goiás: 'Acolhimento e até comida personalizada'

Cora está localizado em Goiânia e alia tecnologia ao lúdico para tornar ambiente acolhedor e eficiente no tratamento de crianças. Atendimentos já começaram a ser feitos, mas inauguração oficial acontece nesta quinta-feira (25).

Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) tem oferecido tratamento a crianças diagnosticadas com câncer em Goiás. O hospital é o primeiro da rede pública destinado ao tratamento de câncer infantil no estado. Inaugurado oficialmente nesta quinta-feira (25), a unidade opera desde junho de 2025 e já fez a diferença na vida de famílias que precisariam se mudar ou viajar para outros estados para realizar o tratamento de crianças.

O Cora está localizado Residencial Barravento, em Goiânia, e foi construído em 2 anos. A família de Henry Gabriel, de 5 anos, está entre as que foram acolhidas no hospital. De acordo com a mãe dele, Emanuela, de 24 anos, o menino faz tratamento para leucemia linfoide aguda (LLA). Ele estava internado no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) e ficou 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Com a suspeita de câncer, ele foi encaminhado ao Cora, recebeu o diagnóstico e iniciou o tratamento, há dois meses. Toda semana, a família, que é de Trindade, vai até o hospital realizar exame de sangue e quimioterapias.

“É muito difícil receber um diagnóstico desses, mas aqui a gente sempre foi bem recebido. A estrutura é muito boa. Quando fica internado na enfermaria, eles fazem comida personalizada, do jeito que a criança quer”, relatou.

Emanuela conta que a abertura do hospital permitiu que ela e a família continuassem em casa. “Eu sou muito grata a Deus pelo hospital ter ficado pronto a tempo, porque quando ele veio aqui, não fazia nem um mês que tinha começado as atividades no hospital. Se não tivesse ficado pronto, provavelmente a gente tinha que ir para outro estado e ficar longe do meu outro filho”, disse .

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FUTURO DA SAÚDE

Decisão do STF sobre cobertura do rol traz alertas e otimismo

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobertura de tratamentos fora do rol da ANS reacendeu o debate entre segurança regulatória e acesso à saúde. Enquanto operadoras comemoram critérios mais rígidos para o fornecimento de medicamentos e procedimentos, pacientes temem perder acesso a terapias essenciais.

Do lado das operadoras de planos de saúde, o tema é visto como um caminho para reduzir a judicialização da saúde, tida como um dos maiores problemas do setor, junto a fraudes e desperdícios. De acordo com o Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, elaborado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram gastos cerca de R$ 15,8 bilhões em despesas judiciais entre julho de 2024 e junho de 2025. Do total, 40,5% são de procedimentos e medicamentos que não estão previstos em contrato.

Para beneficiários, a decisão do STF representa um risco para pessoas com doenças que demandam coberturas além do rol. Entre os argumentos estão a demora na chegada de novas tecnologias ao Brasil e na sua incorporação no sistema de saúde, a obrigação do paciente preencher critérios cumulativos para ter acesso ao tratamento e a dificuldade, em casos como doenças raras, de ter comprovação científica robusta, já que o número de participantes em estudos é menor.

Um dos critérios para que a pessoa consiga solicitar cobertura além do rol é o tratamento não ter sido expressamente negado pela ANS. Atualmente, 24 propostas de incorporação estão em análise técnica, sendo a mais antiga proposta em outubro de 2024. Entre as últimas 50 tecnologias avaliadas pela Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde), 29 foram incorporadas e 21 não foram incorporadas.

Na visão de fontes ouvidas por Futuro da Saúde, parte dos desafios a partir da decisão passa pelo Judiciário, já que os juízes de primeira instância deverão utilizar os critérios estabelecidos e solicitar suporte técnico quando necessário. Também passa pelas operadoras e pela ANS, contribuindo para que situações sejam resolvidas na parte administrativa, sem precisar chegar à justiça. Há dúvidas se de fato vai reduzir a judicialização de forma expressiva.

"Há um discurso fundamentado de que a judicialização é uma âncora para o desenvolvimento da regulação do setor. Daqui em diante o tema não vai sumir, mas vai diminuir de forma significativa. Como o mercado e o regulador vão agir?", indaga Silvio Guidi, advogado sanitarista e sócio do SPLAW.

Planos de Saúde

Desde que o STF começou a discutir a judicialização da saúde no âmbito do SUS junto ao Ministério da Saúde, havia um interesse das operadoras de planos de saúde que as decisões tomadas para a saúde pública se estendessem para a saúde suplementar. Por isso, a definição de critérios para cobertura fora do rol da ANS foi celebrada por diferentes entidades.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirma que a decisão que cria novos critérios para a lei do rol exemplificativo, aprovada em 2022, pode trazer impactos positivos para o setor, depois de três anos de aumento da judicialização. "Agora vai começar uma melhora. No horizonte de médio prazo para frente o que se espera é que esses impactos positivos ajudem a reduzir a inflação médica e os impactos dessa judicialização indevida. Com certeza, no futuro reverberará em menores reajustes, em menores preços, que é o que se espera", defende Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.

Em nota, a FenaSaúde afirma que "a decisão do STF representa uma vitória do paciente e de sua segurança clínica. Fica estabelecido que apenas terapias com comprovação científica sejam ofertadas, trazendo segurança e proteção contra práticas abusivas, desnecessárias ou arriscadas. Alinha-se, assim, aos melhores sistemas de saúde do mundo, que têm na medicina baseada em evidências o seu parâmetro central".

Já a Unidas, autora da ação contra a lei do rol exemplificativo, avalia que "a aplicação desses critérios ajuda a evitar indicações sem respaldo técnico e reduz divergências de interpretação, preservando a segurança do paciente e a maior previsibilidade das regras".

Os critérios definidos pelo STF são:

O tratamento deve ser prescrito por médico ou odontólogo assistente;

O tratamento não pode ter sido expressamente negado pela ANS nem estar pendente de análise para sua inclusão no rol;

Não deve haver alternativa terapêutica adequada no rol da ANS;

O tratamento deve ter comprovação científica de eficácia e segurança;

O tratamento deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para Ribeiro, da Abramge, apesar de um espaço de subjetividade, a cumulatividade dos itens vai trazer uma redução da judicialização. "Passa a trazer uma segurança muito maior tanto para o beneficiário, quanto para a operadora. A cumulatividade demonstra que não é tão frágil, porque vem de uma construção muito bem feita, olhando para a ciência, estabelecendo quais são os fatores mundialmente consagrados que podem justificar que o medicamento seja entregue fora do rol, com segurança para o beneficiário", afirma.

Em nota publicada no site da ANS, o diretor-presidente da agência, Wadih Damous, considerou a decisão equilibrada. "Além de garantir o direito do consumidor de forma coerente, reafirma a importância da saúde baseada em evidências, da capacidade institucional da agência reguladora e racionalidade decisória", disse ele.

Questionada por Futuro da Saúde sobre qual o papel da ANS em relação ao cumprimento da lei, com os critérios estabelecidos pelo STF, a agência afirma que a decisão não definiu papel específico para a ANS para além das suas competências legais, mas que está buscando diálogo com o Poder Judiciário para avaliar a execução da decisão no que se refere à Agência.

Avaliação de especialistas e indústria

Na avaliação de Silvio Guidi, do SPLAW, há uma oportunidade para o setor e a agência reguladora conseguirem resultados a partir da decisão do STF. No entanto, é preciso que haja engajamento do Judiciário e uma percepção de resultados. "O Judiciário, em primeira e segunda instância, vai demonstrar o quanto concorda ou não com a posição do STF. Como há certa margem de interpretação, os juízes podem aplicar esses critérios de forma subjetiva, o que tende a incentivar a continuidade da judicialização, mesmo diante da tentativa do STF de pacificar o tema", pondera.

Por não se tratar de uma súmula vinculante, a decisão do STF não obriga juízes de instâncias inferiores a segui-la integralmente, o que abre espaço para interpretações divergentes e pode comprometer a uniformização das decisões. No entanto, processos que cheguem ao Supremo serão julgados com base na decisão. A orientação do STF é que se utilize os pareceres do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NAT-Jus) para a tomada de decisão.

Guidi também questiona se de fato somente a decisão será capaz de reduzir a judicialização: "As operadoras nunca entregaram sem decisão judicial algo que tivesse extra rol, com raríssimas exceções. Isso deve continuar. Agora, um caminho interessante para as operadoras é começar a desenvolver uma espécie de autorregulação, em um espaço de mercado com os laboratórios e fabricantes de produtos."

Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) afirma que irá aguardar a publicação da decisão para se posicionar sobre o tema. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) estuda entrar com embargos de declaração no processo, mas especialistas apontam que há pouca probabilidade do STF alterar o entendimento.

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, afirma que há um equívoco na decisão em estabelecer que se deve cobrar os mesmos critérios para fornecimento de medicamentos no SUS e na saúde suplementar. "Por isso se chama suplementar. Para dar mais do que temos na saúde. Se é para fazer igual o SUS, deveríamos ser radicais e acabar com todos os planos de saúde", defende Mussolini.

Resolve a judicialização?

Para Renata Rothbarth, sócia de Life Sciences, Digital Health & Healthcare do Machado Meyer Advogados, é preciso que haja uma regulação por parte da ANS que traga mais definições para reduzir as subjetividades de critérios estabelecidos pelo STF. "Quando se pensa em técnica é fundamental ter uma regulação da ANS, definindo o que é medicina baseada em evidência no ambiente da saúde suplementar. Vai ter espaço para judicialização, sempre vão existir casos possíveis, e aquele conceito definido pela ANS pode eventualmente ser desafiado", explica.

No entanto, reforça que mesmo que haja tais definições, a decisão não deve resolver a judicialização na saúde suplementar. "Continuamos tendo um grau de subjetividade grande em relação ao que é a alternativa terapêutica disponível, por exemplo. A operadora pode continuar fazendo uma interpretação restritiva disso, apontando que há uma alternativa terapêutica que não é a mais inovadora, não é a técnica específica ou não é o medicamento de última geração, mas há uma alternativa terapêutica. Isso vai continuar gerando um fluxo de ações judiciais", afirma Rothbarth.

A sócia do Machado Meyer Advogados observa que é preciso aguardar a publicação da decisão para entender se vai haver alguma dosimetria, definindo a partir de quando os critérios estabelecidos serão válidos para aplicação em processos ou se poderão ser utilizados para processos que já estão correndo na justiça.

"As operadoras vão ter que se organizar para olhar para seus processos e pedir para que esses critérios sejam endereçados. Foi algo que vimos nos processos contra o SUS no âmbito do tema 6 e 1234. Existem situações que tribunais, juízes e pedidos das procuradorias no sentido de que a partir da decisão o processo deveria voltar para a origem para que o beneficiário tenha a oportunidade de demonstrar o cumprimento desses requisitos ou não", explica Renata.

Defesa de consumidores

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) aguarda a publicação da decisão para entender qual será o entendimento final, principalmente se a decisão irá impactar casos que tramitam na justiça ou que houve fornecimento por via judicial, impactando no tratamento de pacientes. "O que nos preocupa especialmente é como esses cinco requisitos vão ser atendidos, se as operadoras vão facilitar esse atendimento de forma extrajudicial ou se o consumidor de fato vai continuar tendo que buscar o poder judiciário para resolver essas situações", afirma Marina Paulelli, advogada do programa de saúde do Idec.

Segundo a coordenadora, diante desse julgamento, cabe à ANS também indicar como esses requisitos determinados pelo STF podem ser atendidos de forma extrajudicial, sem que as pessoas necessitem ingressar na justiça para discutir a cobertura.

"A parte mais programática dos princípios do Estado também deve ser aplicada nessas situações. E a principal delas é justamente a inversão do ônus da prova. O consumidor vai ter mais que uma dificuldade e, dessa vez, camadas técnicas para provar o tratamento que pleiteia, sendo que, de acordo com o próprio Código de Defesa do Consumidor, os usuários de planos de saúde são a parte vulnerável da relação de consumo", afirma Marina.

O Idec discorda da visão da corte de que os planos devem oferecer o mesmo que está ofertado no SUS. Segundo o instituto, ao longo dos anos, os planos de saúde têm dificuldade de atender aos parâmetros de cuidados estabelecidos no SUS, levando a um aumento da dívida de ressarcimento. "A corte entendeu que é necessário garantir o equilíbrio econômico das operadoras, que a lei do rol de 2022 poderia causar um desequilíbrio econômico-financeiro frente a sua abertura, mas o Idec não concorda com essa avaliação. Isso porque os dados da própria ANS mostram que as operadoras estão em uma situação de equilíbrio-financeiro e o setor registrou lucros", argumenta Marina.

Doenças raras

"Ainda que o rol não seja fechado, o filtro que foi imposto pela decisão do Barroso reduz drasticamente o alcance da Lei 14.454. Nas doenças raras, há uma escassez de estudos de grande escala, o que não pode ser confundido, de forma alguma, com ausência de eficácia. E essa confusão é feita no Judiciário", explica Andreia Bessa, diretora jurídica da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (Febrararas).

Um dos critérios definidos pelo STF, o registro na Anvisa pode inviabilizar o acesso a novos tratamentos que acabaram de chegar ao mercado, segundo a avaliação de Bessa. "Muitos medicamentos chegam primeiro via importação ou acesso expandido. Muitos medicamentos são órfãos e nem sempre o Brasil está na expectativa de ser um país para aquela farmacêutica trazer seu medicamento para comercialização", explica.

Andreia defende que é preciso que o Judiciário olhe para outros tipos de estudos, como dados de vida real, para não excluir tratamentos de doenças raras de sua cobertura. Da mesma forma, defende que a ANS aperfeiçoe o processo de incorporação para atender a população com doenças raras.

A Febrararas está buscando o Legislativo para dialogar sobre a decisão do STF e os riscos a pessoas com doenças raras visando uma mudança. Nomes como os senadores Romário, Damares Alves e Mara Gabrilli, além da deputada federal Rosângela Moro, estão entre os principais parceiros.

"Temos provocado audiências públicas com as partes que são importantes nessa discussão e tentado colocar de forma muito transparente qual é o real problema. E a partir disso fazer a construção de si uma mudança legislativa, de uma discussão mais profunda sobre o tema", explica Andreia. A ideia é tornar a lei mais clara e criar um estatuto específico para doenças raras. De acordo com Bessa, há perspectiva de que projetos de lei sejam propostos em breve.

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MEDICINA S/A

A combinação que está mudando o jogo na saúde corporativa

Os reajustes dos planos de saúde corporativos seguem como um dos maiores desafios para empresas que precisam conter custos e manter a qualidade da assistência oferecida aos colaboradores. Em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a sinistralidade média do setor alcançou 83,8%, um patamar elevado que pressiona diretamente a sustentabilidade financeira das operadoras. O impacto aparece no bolso: de acordo com a consultoria Aon, os reajustes médios dos planos corporativos chegaram a 14,1% no ano passado, quase três vezes a inflação oficial do período.

Diante desse cenário, empresas e operadoras buscam soluções inovadoras e sustentáveis. A telemedicina desponta como uma das estratégias mais eficazes, e sua adoção vem sendo potencializada por uma ferramenta poderosa: o plano de medicamentos. Essa combinação não apenas otimiza a gestão de custos, como também incentiva uma mudança cultural no uso dos serviços de saúde.

A matemática é simples: uma ida ao pronto-socorro custa mais de R$ 400; uma consulta presencial varia de R$ 150 a R$ 250; já uma teleconsulta sai por R$ 30 a R$ 60. A economia pode chegar a 78% nos custos diretos de atendimento, segundo levantamento da Mercer Marsh Benefícios.

Mas não basta falar dos benefícios, é preciso criar incentivos reais para que as pessoas migrem para o digital quando for o caso mais adequado. É aqui que o plano de medicamentos faz toda a diferença. Empresas que oferecem medicamentos gratuitos quando prescritos em teleconsulta conseguem ampliar as opções de cuidado disponíveis aos colaboradores.

Se você sabe que pode resolver seu problema sem sair de casa e ainda receber o remédio sem pagar nada, a chance de optar pela teleconsulta aumenta exponencialmente. Esse é o primeiro passo para reduzir custos e melhorar a experiência de cuidado. A ideia não é substituir o atendimento presencial, mas complementá-lo com soluções flexíveis e preventivas. Garantir acesso facilitado a medicamentos é, por si só, uma forma eficaz de evitar que casos simples evoluam para situações que demandem internações.

Falo isso com a experiência de quem ajudou a trazer o conceito de plano de medicamentos para o Brasil. Nos Estados Unidos, os planos de saúde chegam a subsidiar até 80% do custo dos medicamentos prescritos. Aqui, quando comecei a empreender, esse recurso não existia. Sem acesso facilitado a medicamentos, as pessoas interrompiam o tratamento, voltavam a adoecer e sobrecarregavam o sistema com novas consultas e internações.

Apostar na jornada digital na saúde corporativa é muito mais do que cortar custos. É engajar pessoas e melhorar desfechos clínicos. Quando um colaborador consegue falar com um médico por teleconsulta e, de forma simples, já receber seu medicamento sem custo, eliminamos duas das maiores barreiras ao cuidado: tempo e dinheiro.

Isso incentiva o atendimento logo nos primeiros sinais de um problema, evitando agravamentos e, consequentemente, custos muito maiores para a empresa e para o sistema de saúde. O cuidado começa na consulta, mas a experiência precisa ser fluida do início ao fim. Quando conseguimos oferecer essa jornada digital desde o primeiro contato, o impacto sobre engajamento, qualidade e custo do cuidado é positivo.

Com um público mais habituado a soluções digitais, posso afirmar que a combinação de telemedicina e plano de medicamentos se tornará um pilar central da saúde corporativa. Ela une conveniência, eficiência e controle de custos mas, acima de tudo, coloca as pessoas no centro da solução.

*Luis Gonzalez é CEO e cofundador da Vidalink.

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Desafios da Indústria Farmacêutica Nacional para os próximos anos

Como observador e sempre atento ao que pode impactar a nossa indústria farmacêutica, verifico, e não deve ser um privilégio só meu, mas de todos que atuam nesse importante setor da economia e da saúde, que estamos em um momento crucial.

Isso porque, ao mesmo tempo em que cresce a pressão por inovação (biotecnologia, terapias avançadas, digitalização), também aumentam os desafios regulatórios, econômicos e de acesso, além de fatores geopolíticos.

Não é nenhuma novidade que o mercado global segue uma forte tendência e necessidade de desenvolver medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais, terapias celulares e gênicas). O nosso país precisa investir e ampliar sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D), para que a produção local se torne relevante e menos dependente de empresas multinacionais. Além disso, verifica-se, hoje, uma forte tendência em terapias direcionadas com base em perfil genético e molecular, o que desafia novos modelos de ensaios clínicos e companion diagnostic.

Todo esse cenário, sugere que haja colaboração com universidades, startups de biotecnologia e centros de inovação. Do contrário, a indústria nacional sempre ficará léguas atrás das multinacionais e delas dependente.

A transformação tecnológica é outro desafio, será necessário investir em big datas e IA, como ferramenta para descoberta de moléculas, farmacovigilância e análise preditiva de desfechos.

Além de todos esses desafios, não exaustivos, necessitamos de um ambiente regulatório que traga segurança e, de um judiciário que compreenda as demandas que porventura venham surgir para dar uma solução célere. Embora pareça mais do mesmo, é imprescindível, como para qualquer setor que exige fortes investimentos, que exista um ambiente de previsibilidade e segurança jurídica.

Portanto, ter uma assessoria jurídica interna ou externa, é fundamental para mitigar riscos e conflitos. Esse apoio legal, regulatório e jurídico, pari passu aos investimentos da indústria, poderá representar uma economia enorme no futuro, evitando-se gargalos junto aos órgãos reguladores e demandas indesejáveis.

Por fim, e não menos importante, deve-se ficar atento às discussões com o poder público, uma vez que notamos cada vez mais orçamentos pressionados, apesar de maior arrecadação do Estado, através de impostos, devendo ficar ainda mais evidente a queda de braço sobre custo-benefício e modelos de pagamento baseados no value-based healthcare.

O Brasil também precisa, urgentemente, incentivar a produção local de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) para tentar reduzir a dependência externa. Essa é uma pauta que o Governo Federal deveria enfrentar como política pública de saúde. Não podemos só contar com medicamentos genéricos e biossimilares, como única forma de ampliar o acesso e reduzir custos. Precisamos mirar no futuro, e construir um ecossistema de saúde no Brasil, para gerar sinergias e, com isso entregar ao sistema de saúde e aos cidadãos produtos de altíssima qualidade e de ponta.

E tudo isso, pautado pelas boas práticas, diversidade em pesquisas clínicas e baixo impacto ambiental.

Com a nossa população a cada dia mais longeva, importante investir em saúde e em P&D para que novos medicamentos sejam lançados, diminuindo a dependência que se tem hoje do mercado externo.

Um país próspero, não se faz sem educação, saúde, segurança e previsibilidade nas decisões dos órgãos reguladores e do judiciário.

*Ruy Dourado é sócio do Dourado & Cambraia Advogados.

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Assessoria de Comunicação       

compra

Ahpaceg, por meio de sua Central de Compras, firmou importantes Termos de Acordo Comercial (TAC) com grandes empresas do setor farmacêutico e de nutrição clínica.

 

As negociações, que visam oferecer aos associados condições comerciais vantajosas, abrangem 130 medicamentos essenciais, como antibióticos, sedo-anestésicos, heparinas, corticoides, entre outros, além de mais de 30 opções de dietas enterais, suplementos e fórmulas infantis.

 

Os TACs foram firmados com importantes fornecedores, incluindo Eurofarma, ABL, Blau, União Química, Halex Istar, B. Braun e Sanofi, no segmento de medicamentos, e Danone, Nestlé e Fresenius, no setor de nutrição clínica.

 

Essa ampla rede de parcerias garante acesso a produtos de alta qualidade, essenciais para o funcionamento das instituições de saúde associadas.

 

Os contratos são revisados a cada três meses, permitindo ajustes que acompanhem as dinâmicas do mercado e garantam a competitividade dos acordos.

 

A Ahpaceg reforça que a participação ativa dos associados, por meio do compartilhamento de informações sobre o mercado, é fundamental para a manutenção e o sucesso contínuo dos TACs, por isso, conta com a adesão de todos.

 

Para mais informações sobre os TACs e como participar das negociações, entre em contato

 

Telefone: (62) 3088-5800

WhatsApp: (62) 9690-0712

E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Site: www.ahpaceg.com.br

9 FORUM 2025

 

A advogada Ana Valéria Miranda representou a Ahpaceg na reunião da Comissão de Direito Eclesiástico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás. Realizado no dia 10, na OAB/GO, o encontro debateu a assistência religiosa a pacientes internados em hospitais públicos e privados da capital e do interior.

 

O acesso de padres, pastores e outros religiosos aos pacientes foi um dos temas em pauta. Houve queixas sobre a demora na liberação da entrada de religiosos em hospitais.

 

A presidente da Comissão, Rita de Cássia Nunes Machado, explicou que o suporte espiritual é um direito constitucional garantido aos pacientes e que o objetivo da reunião era encontrar soluções para queixas sobre esse acesso.

 

Foi solicitada a criação de um fluxo que garanta mais agilidade à entrada dos religiosos nos hospitais, com o objetivo de levar assistência espiritual aos pacientes interessados.

 

Também foi solicitada a separação do horário de visita comum daquele destinado aos religiosos e o fim da limitação de acessos que estaria sendo imposta por alguns hospitais de Goiânia.

 

 

 A Ahpaceg ouviu as demandas e orienta os associados a buscarem a melhor forma de viabilizar essa assistência religiosa aos pacientes, pois é reconhecida a importância da religião no tratamento, promoção do bem-estar e recuperação de pacientes.

*Ahpaceg participa de debate sobre assistência religiosa a pacientes*

A advogada Ana Valéria Miranda representou a Ahpaceg na reunião da Comissão de Direito Eclesiástico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás. Realizado no dia 10, na OAB/GO, o encontro debateu a assistência religiosa a pacientes internados em hospitais públicos e privados da capital e do interior.

O acesso de padres, pastores e outros religiosos aos pacientes foi um dos temas em pauta. Houve queixas sobre a demora na liberação da entrada de religiosos em hospitais.

A presidente da Comissão, Rita de Cássia Nunes Machado, explicou que o suporte espiritual é um direito constitucional garantido aos pacientes e que o objetivo da reunião era encontrar soluções para queixas sobre esse acesso.

Foi solicitada a criação de um fluxo que garanta mais agilidade à entrada dos religiosos nos hospitais, com o objetivo de levar assistência espiritual aos pacientes interessados.

Também foi solicitada a separação do horário de visita comum daquele destinado aos religiosos e o fim da limitação de acessos que estaria sendo imposta por alguns hospitais de Goiânia.

A Ahpaceg ouviu as demandas e orienta os associados a buscarem a melhor forma de viabilizar essa assistência religiosa aos pacientes, pois é reconhecida a importância da religião no tratamento, promoção do bem-estar e recuperação de pacientes.

Quarta, 24 Setembro 2025 06:37

CLIPPING AHPACEG 24/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cremego publica resolução que trata sobre o tempo necessário para cada atendimento médico

https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/cremego-publica-resoluc-o-que-trata-sobre-o-tempo-necessario-para-cada-atendimento-medico-1.3315424

Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/ministerio-da-saude-passa-recomendar-mamografia-partir-dos-40-anos

Araújo Jorge busca apoio para ampliar acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera

https://www.maisgoias.com.br/cidades/araujo-jorge-busca-apoio-para-ampliar-acesso-a-radioterapia-em-goias-e-reduzir-filas-de-espera/

Após fala de Trump, Ministério da Saúde desmente ligação entre paracetamol e autismo

https://ohoje.com/2025/09/23/ministerio-da-saude-desmente-ligacao-entre-paracetamol-e-autismo-apos-fala-de-trump/

Saúde inclui teste de autismo na rotina infantil

https://ohoje.com/2025/09/23/saude-inclui-teste-de-autismo-na-rotina-infantil/

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

https://www.saudebusiness.com/operadoras/saude-baseada-em-valor-excecao-brasil-estudo-aponta-mudanca/

RÁDIO CBN GOIÂNIA

Cremego publica resolução que trata sobre o tempo necessário para cada atendimento médico

https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/cremego-publica-resoluc-o-que-trata-sobre-o-tempo-necessario-para-cada-atendimento-medico-1.3315424

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos

Faixa concentra 23% dos casos de câncer

O Ministério da Saúde passou a recomendar o acesso a mamografia, via Sistema Único de Saúde (SUS), para mulheres de 40 a 49 anos – mesmo que não haja sinais ou sintomas de câncer de mama. De acordo com a pasta, a faixa etária concentra 23% dos casos da doença, e a detecção precoce aumenta as chances de cura.

Até então, a orientação era que o exame fosse feito a partir dos 50 anos.

A medida faz parte de um conjunto de ações anunciadas nesta terça-feira (23) voltado para a melhoria do diagnóstico e da assistência. A recomendação para mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.

“A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas”, informou o ministério em nota.

As mamografias via SUS em pacientes com menos de 50 anos, de acordo com a pasta, representam 30% do total, o equivalente a mais de 1 milhão apenas no ano de 2024.

Rastreamento ativo

Outra medida anunciada é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo – quando a mamografia é solicitada de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, até então, era 69 anos. Agora, passa a ser 74 anos. Dados do ministério revelam que quase 60% dos casos de câncer de mama estão concentrados entre 50 e 74 anos.

“A ampliação do acesso à mamografia aproxima o Brasil de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e reforça o compromisso em garantir diagnóstico precoce e cuidado integral às mulheres brasileiras. O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres, com 37 mil casos por ano”, reforçou a pasta.

Os números mostram que, em 2024, cerca de 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos foram realizados no SUS.

Unidades móveis

O ministério anunciou ainda a oferta de 27 carretas de saúde da mulher em 22 estados por meio do programa Agora Tem Especialistas. A ação é voltada para a expansão do acesso a consultas, exames e cirurgias com o objetivo de reduzir o tempo de espera para atendimento no SUS.

Os primeiros testes foram realizados em Goiânia. No próximo mês, as carretas seguem para diferentes estados do país. A expectativa é alcançar até 120 mil atendimentos ao longo de outubro, com investimento de R$ 18 milhões para a execução da ação.

“As unidades móveis vão oferecer uma ampla gama de serviços para o diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo do útero, incluindo mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina”, informou a pasta.

Biópsia

Outra iniciativa é a aquisição de 60 kits de biópsia, cada um com uma mesa de biópsia estereotática em decúbito ventral e um equipamento de raio-X especializado. Os equipamentos, segundo ministério, utilizam tecnologia de imagem 2D e 3D, garantindo maior precisão diagnóstica e reduzindo a necessidade de repetição de procedimentos.

Medicamentos mais modernos

A partir de outubro, o SUS vai disponibilizar também novos medicamentos para o tratamento do câncer de mama. Um deles é o trastuzumabe entansina, indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença mesmo após a primeira fase do tratamento com quimioterapia antes da cirurgia.

Outro grupo de medicamentos inclui os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), recomendados para pacientes com câncer de mama avançado ou metastático – quando a doença já se espalhou para outras partes do corpo – e que têm receptor hormonal positivo e negativo.

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MAIS GOIÁS

Araújo Jorge busca apoio para ampliar acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera

Unidade atua para adquirir um novo acelerador linear, equipamento essencial no combate ao câncer

O Serviço de Radioterapia do Araújo Jorge – Hospital de Câncer, em Goiânia, quer ampliar o acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera. Atualmente, a unidade de saúde realiza cerca de 320 sessões por dia, de forma ininterrupta, das 6h da manhã às 2h da madrugada, de segunda a sexta-feira. Apesar do trabalho, pacientes como Raimundo José da Silva aguardam semanas para começar o tratamento.

Para dinamizar o processo, o Araújo Jorge busca apoio de empresários para adquirir um novo acelerador linear, equipamento essencial no combate ao câncer. O Ministério da Saúde já aprovou o projeto para a aquisição e instalação do novo equipamento, por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon 2025), mas é preciso captar R$ 9.945.568,00 até novembro de 2025. Segundo o hospital, essa captação depende exclusivamente de empresas tributadas pelo Lucro Real, que podem destinar até 1% do Imposto de Renda devido diretamente ao projeto, sem nenhum custo adicional.

Caso não seja possível captar o valor dentro do prazo, a instalação ficará inviabilizada em 2026, o que fará com que os pacientes continuem a enfrentar filas de espera por radioterapia em Goiás. “Apoiar esse projeto é apoiar a luta pela vida. É também uma forma de o empresariado goiano e nacional demonstrar, na prática, sua responsabilidade social. Cada real destinado via Imposto de Renda representa mais pacientes tratados, menos filas e mais esperança. Por isso, convoco o empresariado goiano e nacional a apoiar essa iniciativa”, afirma Kleber Rosa, diretor-executivo do Araújo Jorge. Segundo ele, a chegada do novo acelerador linear vai ampliar em 30% a capacidade de atendimento.

Atualmente, o hospital possui dois aceleradores lineares. Eram três, mas, em abril deste ano, um dos aparelhos – em operação desde 1999 – apresentou falhas graves, o que fez a instituição redirecionar pacientes para a unidade de Anápolis. “Se esse equipamento parar definitivamente, será um verdadeiro colapso. Não há outra instituição pública em Goiás habilitada pelo SUS para absorver essa demanda”, alerta Paulo Moacir Campoli, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, mantenedora do Araújo Jorge.

Vale destacar que o Araújo Jorge é o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) em Goiás. Além disso, ele é referência nacional em oncologia.

Mais informações:

  • Telefone: (62) 98320-1334
  • E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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O HOJE

Após fala de Trump, Ministério da Saúde desmente ligação entre paracetamol e autismo

Pasta reforça segurança do medicamento e alerta para riscos da desinformação sobre saúde pública

O Ministério da Saúde emitiu uma nota oficial nesta terça-feira (23) para reforçar que o paracetamol, um fármaco de propriedades analgésica e antipirética (redução da febre), é seguro, eficaz e não está relacionado a ocorrência de autismo. A manifestação ocorre um dia depois de o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter feito essa correlação, sem apresentar provas, em uma declaração à imprensa.

A desinformação disseminada por Trump também foi negada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas agências de saúde da União Europeia e do Reino Unido.

“A saúde não pode ser alvo de atos irresponsáveis. A atuação de lideranças políticas na criação de informações deturpadas pode gerar consequências desastrosas para a saúde pública, como vimos na pandemia de Covid-19, com mais de 700 mil vidas perdidas no Brasil”, disse o Ministério da Saúde, em nota.

“O anúncio de que autismo é causado pelo uso de paracetamol na gestação pode causar pânico e prejuízo para a saúde de mães e filhos, inclusive com a recusa de tratamento em casos de febre e dor, além do desrespeito às pessoas que vivem com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias”,

De acordo com o Ministério da Saúde, “o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades”.

Na nota, a pasta diz que busca reverter os prejuízos causados pelo negacionismo no Brasil, “que impactou na adesão da população às vacinas em um país que já foi referência mundial neste tema”.

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Saúde inclui teste de autismo na rotina infantil

O governo estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA

O Ministério da Saúde anunciou, na quinta-feira (18), a implementação de uma nova linha de cuidado voltada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre as principais mudanças, está a inclusão do teste de triagem para identificar sinais do transtorno em todas as crianças entre 16 e 30 meses de idade, durante a rotina de avaliação do desenvolvimento na atenção primária.

A medida prevê que intervenções e estímulos sejam iniciados ainda antes da confirmação diagnóstica. Em nota, a pasta enfatizou que a detecção precoce é determinante para ampliar a autonomia e favorecer a interação social na vida adulta.

Atualmente, o governo estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 71% dessas pessoas apresentam deficiências associadas, o que reforça, segundo o ministério, a urgência de estratégias integradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A nova linha de cuidado oferece diretrizes a gestores e profissionais sobre o funcionamento da rede, desde a atenção básica até os serviços especializados. O foco está no rastreamento precoce, no encaminhamento ágil e no início imediato das intervenções.

O instrumento utilizado para triagem será o M-Chat, questionário que possibilita identificar sinais de autismo já nos primeiros anos de vida. Ele está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Para complementar o processo, a versão atualizada do Guia de Intervenção Precoce, que contém orientações sobre estímulos e terapias, será submetida à consulta pública.

Outra frente prevista é o fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), plano de acompanhamento personalizado elaborado por equipes multiprofissionais em conjunto com as famílias. O documento também destaca a necessidade de acolhimento e suporte contínuo aos pais e cuidadores, reconhecendo o papel decisivo que exercem no desenvolvimento infantil.

Entre as ações anunciadas estão programas de orientação parental, criação de grupos de apoio e capacitação de profissionais da atenção primária. A proposta busca potencializar o ambiente domiciliar como espaço complementar às práticas conduzidas pelas equipes de saúde.

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SAÚDE BUSINESS

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

Pesquisa inédita do Ibravs mostra que só 10% dos hospitais têm acordos realmente baseados em valor e projeta crescimento.

A lenta adoção de modelos de Value-Based Health Care (VBHC) na saúde suplementar brasileira ganha um retrato inédito em estudo elaborado pela L.E.K. Consulting em parceria com o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (Ibravs). 

Embora 60% dos executivos entrevistados reconheçam a relevância do conceito para a sustentabilidade do setor, apenas cerca de 10% dos hospitais têm algum contrato efetivamente baseado em valor.  

A mesma proporção se aplica aos acordos de capitation + valor, modalidade em que o pagamento é per capita, com foco em prevenção e desfechos. Os resultados foram divulgados recentemente durante o CLAVS’25, no Rio de Janeiro. 

O levantamento mostra que 75% dos hospitais já trabalham com modelos de preço fixo — sobretudo pacotes — que em 2024 concentraram 13,2% de todos os gastos assistenciais. Contudo, apenas 7% adotam o modelo Diagnosis-Related Group (DRG) + valor, considerado mais avançado por incluir desfechos do paciente. 

 “Há uma confusão frequente entre pacote e VBHC. Empacotar não é necessariamente entregar valor; é somente transferir risco do pagador para o prestador”, observa César Abicalaffe, presidente do Ibravs. 

Barreiras estruturais e culturais 

A pesquisa também mapeia entraves conhecidos: ausência de confiança entre operadoras e hospitais, falta de dados integrados e resistência cultural. Médicos tendem a associar o modelo à perda de autonomia, enquanto operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização dos beneficiários.  

“Ainda predomina a ideia de que um ganha e o outro perde, quando o verdadeiro beneficiário deveria ser o paciente”, avalia Abicalaffe. 

A fragmentação do cuidado é outro desafio central. Cirurgia em um hospital, reabilitação em outra clínica e acompanhamento em um terceiro local ainda ocorrem sem integração de prontuários ou indicadores de desfecho.  

“Sem dados confiáveis e compartilhados, é impossível remunerar pelo que realmente importa: o resultado clínico”, reforça o presidente do Ibravs. 

Apesar das barreiras, há expectativa de avanço. Segundo o estudo, 67% dos provedores pretendem ampliar o uso de modelos baseados em performance ou população até 2025, e 78% projetam crescimento até 2030.  

Para Abicalaffe, a transição é irreversível: “O fee-for-service está esgotado. O aumento do sinistro e a pressão por qualidade e sustentabilidade criam a tempestade perfeita para quebrar o ciclo do pagamento por volume”. 

Papel do regulador 

O estudo ressalta ainda a importância de estímulos regulatórios e governamentais. Experiências internacionais, como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos Estados Unidos, mostram como políticas públicas podem acelerar a mudança.  

No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem testando iniciativas como o Projeto Parto Adequado e o OncoRede, mas de forma limitada. “Precisamos de um marco regulatório que premie de fato o desfecho e a pertinência clínica”, defende Abicalaffe. 

Caminhos futuros 

O VBHC é amplamente reconhecida, mas pouco monetizada. O desafio está em transformar discurso em prática. “O futuro da saúde depende da capacidade de remunerar pelo que realmente importa: mais saúde com melhor custo. Esse é o norte que deve guiar o setor nos próximos anos”, resume o presidente do Ibravs. 

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 23 Setembro 2025 07:04

CLIPPING AHPACEG 23/09/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida

https://www.maisgoias.com.br/cidades/vizinho-e-detido-apos-atacar-ambulancias-e-ameacar-incendiar-hospital-em-aparecida/

Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia

https://www.maisgoias.com.br/cidades/cremego-garante-autonomia-medica-apos-polemica-das-consultas-de-15-minutos-em-goiania/

Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou

https://medicinasa.com.br/tecnologia-prevencao/

Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes

https://medicinasa.com.br/poder-dados-saude/

O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde

https://revistacobertura.com.br/noticias/saude-e-odonto-noticias/o-impacto-do-transtorno-do-espectro-autista-nos-planos-de-saude/

SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada

https://93noticias.com.br/sus-realiza-60-por-cento-dos-exames-de-imagem-mas-acesso-maior-na-rede-privada/

Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso

https://ohoje.com/2025/09/23/sepse-mata-136-criancas-goianas-em-dois-anos-e-traz-alerta-para-risco-silencioso/

Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata

https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/setembro-marca-campanha-de-conscientizac-o-sobre-a-alopecia-areata-1.3314987

Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/09/23/superbacterias-resistentes-a-antibioticos-podem-superar-mortes-por-cancer-no-mundo-alerta-onu.ghtml

MAIS GOIÁS

Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida

O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele

Um homem foi detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendia o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). O suspeito, que seria vizinho da unidade de saúde, ofendeu funcionários e chegou a lançar garrafas de vidro contra ambulâncias. O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele. O caso ocorreu na noite de sábado (20) e deve ser investigado.

De acordo com o relato da Polícia Militar, o homem entrou no hospital acompanhado do filho em estado de grande agitação. Aos gritos, dirigiu ofensas a servidores, ameaçou “resolver a situação com as próprias mãos” e jogou uma garrafa em direção a uma ambulância. Segundo consta no boletim de ocorrência, “em razão do comportamento violento, a equipe policial, com apoio do Comandante do Policiamento da Unidade (CPU), interveio para garantir a segurança de pacientes e profissionais. Foi necessário o uso de algemas para contê-lo”.

Ameaças

Imagens feitas por testemunhas registraram o momento em que o suspeito, alterado, discute com um segurança do hospital. Apontando o dedo no rosto do servidor, ele reclama da iluminação e do barulho das ambulâncias: “Para que você deixa essa lâmpada acesa que vai dentro da minha casa, esse motor dos infern0s? Vai pra p** que pariu, eu tô cansado. Eu entendo que aqui é um hospital, mas esse inferno está acabando com a minha vida, estou adoecendo por causa desse inferno.”

Em outro momento, ao ser questionado por um servidor do Samu sobre ter arremessado garrafas na ambulância, Samuel responde: “Meu irmão, para mim era para tacar na sua cabeça, para te matar.” Segundo relatos, ele ainda afirmou que iria atear fogo na unidade de saúde e matar funcionários.

Prisão

Segundo o boletim policial, o homem ofendeu, desacatou, injuriou e colocou em risco a integridade física de pelo menos 8 trabalhadores do hospital. Após ser contido, ele foi encaminhado à Central Geral de Flagrantes (CGF), onde a autoridade policial adotou as medidas cabíveis.

Em nota, o HMAP confirmou a ocorrência e disse que não houve danos à estrutura do hospital, nem registro de feridos. “O hospital esclarece ainda que o nível de ruído gerado pelas ambulâncias que atendem aos pacientes da unidade está dentro do que prevê a legislação. O HMAP mantém contato direto com a Guarda Civil Metropolitana e já solicitou intensificação das rondas em seu entorno, visando garantir a segurança de pacientes e colaboradores.”

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Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia

Medida "garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente"

Nova resolução do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) prevê que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida, publicada em 19 de setembro no Diário Oficial da União, “garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente”, conforme a entidade.

Vale lembrar que, em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) enviou um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No mês passado, o Cremego realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforçou que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente. Além disso, elaborou a minuta da resolução, à época.

Em nota, nesta segunda-feira (22), o presidente do Cremego, Rafael Martinez, disse que a nova norma é um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, afirmou.

À época em que houve a reunião do Cremego, a SMS disse, em nota, que a proposta buscava garantir que os pacientes tivessem consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, afirmou que a medida não seria adotada nas unidades de urgência e emergência. “A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos, sem pacientes agendados”, informou naquele momento.

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MEDICINA S/A

Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou

Da inteligência artificial aos dispositivos vestíveis, a inovação vem transformando a medicina preventiva e oferecendo novos caminhos para viver mais e melhor.

A medicina sempre foi moldada por grandes avanços tecnológicos. Da descoberta dos antibióticos ao advento da imagem digital, cada etapa abriu possibilidades antes inimagináveis. Hoje, vivemos mais uma transformação: a revolução digital que coloca a prevenção no centro da prática médica.

Não se trata apenas de tratar doenças quando elas já se instalaram, mas de usar ciência, dados e tecnologia para antecipar riscos e orientar escolhas de vida. Essa mudança já está documentada por estudos recentes, como o publicado na Journal of Medical Internet Research (De la Torre et al.), que aponta para uma redefinição global do cuidado em saúde: a medicina está migrando para o modelo preditivo, preventivo, personalizado e participativo, a chamada P4.

Um dos pilares dessa mudança é a inteligência artificial. Com capacidade de analisar grandes volumes de dados em segundos, a IA consegue identificar padrões invisíveis ao olho humano. Pequenas alterações em exames, no sono ou nos batimentos cardíacos, que antes poderiam passar despercebidas, hoje já acendem alertas que orientam médicos e pacientes. Isso significa diagnósticos mais precoces, tratamentos menos invasivos e maior chance de evitar complicações futuras.

Outro vetor é a integração de dispositivos vestíveis. O editorial da Nature Reviews Electrical Engineering destacou como a engenharia biomédica tem avançado para criar sensores acoplados ao corpo, capazes de monitorar em tempo real frequência cardíaca, respiração, temperatura e até níveis de estresse. Esses equipamentos vão muito além de relógios inteligentes: são plataformas completas que permitem ao indivíduo acompanhar sua saúde de forma contínua, gerando informações valiosas para médicos e sistemas de saúde.

Na prática clínica, a telemedicina também tem se consolidado como ferramenta essencial. Ela garante acessibilidade, aproxima especialistas de pacientes em qualquer lugar e possibilita acompanhamento pós-consulta ou pós-check-up. Em um cenário de envelhecimento populacional e sobrecarga dos sistemas de saúde, soluções digitais tornam a prevenção mais viável, personalizada e sustentável.

Mas é importante ressaltar: tecnologia sozinha não faz saúde. É preciso integrá-la a um olhar humano e ético. A prevenção depende tanto de algoritmos sofisticados quanto da consciência de cada pessoa sobre hábitos de vida. Dormir bem, praticar atividade física, manter alimentação equilibrada, reduzir o estresse e realizar exames periódicos são atitudes que continuam sendo a base para evitar doenças crônicas. O diferencial é que, hoje, a tecnologia potencializa esses cuidados, oferecendo informações objetivas, suporte em tempo real e programas de acompanhamento mais eficazes.

Do ponto de vista da gestão, a inovação aplicada à medicina preventiva também tem um impacto social relevante. Ao reduzir hospitalizações e aumentar a adesão a hábitos saudáveis, diminui-se a pressão sobre os sistemas de saúde, com benefícios econômicos e maior qualidade de vida para a população. No entanto, esse processo exige governança responsável: privacidade, proteção de dados e práticas alinhadas aos princípios ESG são indispensáveis para que a tecnologia seja de fato confiável e transformadora.

O grande desafio está lançado: como usar inovação e tecnologia não apenas para prolongar a vida, mas para garantir que ela seja vivida com autonomia, equilíbrio e bem-estar? A resposta está na integração entre ciência e cuidado, prevenção e propósito.

Estamos diante de uma oportunidade histórica. A tecnologia nos dá ferramentas inéditas para antecipar doenças, personalizar cuidados e ampliar a longevidade. Mas cabe a nós, médicos, gestores e cidadãos, escolher colocá-la a serviço do que realmente importa: a vida.

*Gilberto Ururahy é Diretor-médico especializado em medicina preventiva na Med-Rio Check-up.

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Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes

Os hospitais produzem um volume impressionante de informações clínicas todos os dias. Contudo, grande parte desses dados — especialmente os não estruturados, como laudos, anotações médicas e evoluções — acaba não sendo aproveitada em sua totalidade. Essa realidade não é uma falha tecnológica ou humana, mas sim uma oportunidade de transformar esses registros em inteligência estratégica, capaz de orientar decisões mais assertivas e impulsionar tanto os resultados clínicos quanto os financeiros.

Hospitais que centralizam seus dados e adotam plataformas de IA conseguem reduzir custos administrativos em até 40%, além de aumentar a precisão de seus indicadores de qualidade e compliance. Com dados bem estruturados, é possível agir antes que o paciente se agrave — e até evitar a chamada “fuga de pacientes”, identificando padrões de consumo e fragmentação do cuidado para trazer os usuários de volta à instituição, o que pode elevar a receita em até 17% .

No entanto, na minha visão, o maior desafio não é só identificar esses dados, é dar valor real para eles e maior poder de decisão aos gestores de saúde. Tecnologias que capturam e processam dados não estruturados com NLP (natural language processing) são fundamentais. Estima-se que 70% a 80% do conteúdo dos EHRs esteja em notas livres, que são invisíveis para sistemas tradicionais, de acordo com informações do Institute for Health Metrics (IHM). Nesse sentido, ferramentas de IA habilitam o resumo automático de prontuários e extração de sinais clínicos relevantes, reduzindo erros e tempo médico dedicado à revisão manual, segundo estudo publicado na plataforma Arxvi, da Cornell University.

Recentemente, falei do desenho de uma solução para lidar com esse desafio. Pensem que quase todo dado no setor de saúde é textual – evoluções clínicas, anotações médicas, exames — e infelizmente, a maioria não é utilizada corretamente, ou aproveitada em sua totalidade. Logo, é preciso criar pontinhos de dados e transformar tudo num único filme do paciente. Essa capacidade de transformar fragmentos desestruturados em uma visão integrada é o que reduz riscos clínicos e permite ações mais rápidas e direcionadas por parte das equipes assistenciais.

Como CEO de uma helthtech, atuo diariamente ao lado de hospitais e outros gestores de saúde que enfrentam essa realidade. Assim, atuamos no sentido de identificar pacientes com risco clínico elevado, mas que também entrega os meios para que a instituição entre em ação — e garanta que intervenções, triagens e linhas de cuidado sejam, de fato, implementados. Agimos assim, pois o simples envio de uma lista de indivíduos em risco não basta. É preciso que a instituição tenha ferramentas para captar e acompanhar aquele paciente de forma segura e sustentável.

Na prática, a tecnologia precisa mais do que detectar risco e oferecer recursos para atrair o paciente identificado. É essencial inseri-lo em jornadas de cuidado oncológico ou cronológico e monitorar se o que precisa ser feito está realmente acontecendo. Essa ponte entre risco identificado e ação efetiva é o que pode acelerar diagnósticos, reduzir reinternações e fortalecer o relacionamento com o paciente.

Assim, vejo que a eficiência não é só cortar custos, mas fazer mais com os recursos que já existem, especialmente os humanos. Um exemplo concreto disso, é o caso de um hospital mineiro, em que se conseguiu reduzir uma fila de 45 dias de análises de laudos para câncer de pulmão para praticamente zero, usando IA. Em apenas seis meses, uma única enfermeira altamente capacitada conseguiu inserir 36 pacientes em linhas de cuidado oncológico — pessoas que provavelmente não seriam diagnosticadas a tempo sem esse tipo de apoio tecnológico.

Além disso, quando executada corretamente, a integração e inteligência aplicada aos dados também garantem governança e transparência num sistema hospitalar cada vez mais regulamentado e exigente. Estudos indicam que 33% de melhoria no compliance da CMS (autoridade americana de saúde) pode ser alcançada em três meses com dados centralizados e de alta integridade, em artigo publicado no exterior.

Hospitais que implementam essa cultura data-driven ganham eficiência operacional e melhores desfechos para pacientes, além da sustentabilidade ao longo prazo. Para líderes de hospitais e operadoras, é hora de considerar estratégias integradas que tornem dados clínicos — mesmo os não estruturados — em uma fonte de rendimento assistencial e valor para o paciente.

Minha experiência mostra que transformar dados em diagnóstico, ações e resultados concretos não se trata de uma opção. Estamos falando de uma necessidade urgente para quem quer antecipar crises clínicas com semanas de antecedência — ao mesmo tempo que eleva a eficiência hospitalar, melhora as margens financeiras, sem comprometer a segurança do paciente ou deixar de lado a necessária humanização do cuidado.

Contudo, é importante lembrar que a IA na saúde não é um fim, mas sim um meio. Ela deve ser usada para identificar o paciente certo, no momento certo, e garantir que ele receba o cuidado mais adequado. Nesse contexto, a tecnologia deve atuar como aliada dos profissionais de saúde: uma ferramenta de apoio, nunca uma substituta.

*Anthony Eigier é CEO e fundador da Neuralmed.

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REVISTA COBERTURA

O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde

O autismo tem ganhado cada vez mais relevância no debate sobre saúde suplementar no Brasil. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aponta que os custos com terapias para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) cresceram 74,4% entre 2021 e 2023. O percentual é expressivo, sobretudo quando comparado ao aumento de 37,3% observado nos tratamentos oncológicos no mesmo período, historicamente entre os mais onerosos do setor.

Segundo o Censo 2022, o Brasil conta com 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo, o equivalente a 1,2% da população. O dado evidencia a dimensão do desafio e ajuda a explicar a pressão crescente sobre os planos de saúde: a ampliação da conscientização sobre o diagnóstico precoce e a importância de terapias adequadas têm elevado de forma significativa a demanda por atendimento contínuo.

Essa tendência já se reflete diretamente nos custos corporativos. Em levantamento realizado por meio de pesquisa de consultoria empresarial, a Lockton, maior corretora de seguros independente e privada do mundo, identificou que, em 2024, 37,38% das crianças e adolescentes de 1 a 18 anos com plano de saúde realizaram terapias relacionadas ao TEA. Esses atendimentos representaram 4,82% de todo o sinistro do período. O custo anual médio do tratamento possui uma alta variação conforme a necessidade de cada paciente, porém, alguns casos já ultrapassam a marca de R$ 450 mil/ano. Desde a mudança da lei em 2022, os gastos associados ao tratamento já acumulam alta superior a 300%.

"Estamos diante de uma realidade que exige atenção e proatividade", alerta Leonardo Ribeiro, Diretor Médico da Lockton. "É fundamental que empresas e operadoras compreendam esse cenário e transformem dados em estratégia, por meio de análises detalhadas e de parcerias com clínicas e profissionais especializados. Somente assim será possível desenhar soluções que reduzam custos sem comprometer a qualidade do cuidado. Nosso compromisso é com a saúde e o bem-estar, buscando continuamente formas de tornar o tratamento do TEA mais acessível e inclusivo", finaliza Ribeiro.

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93 NOTÍCIAS

SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada

O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023.

Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários.

Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023.

A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP).

A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desigualdade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23).

Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas.

No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio a partir dos 40 anos.

O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrado no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos do que entre os usuários de serviços públicos.

O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período.

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O HOJE

Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso

A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças idosos e grávidas

Pouco conhecida por grande parte da população segundo o Ministério da Saúde, a sepse, também chamada de  infecção generalizada, é uma condição grave que surge como resposta descontrolada do organismo a uma infecção. Quando isso acontece, o corpo libera substâncias que, em vez de ajudar, acabam provocando uma inflamação generalizada. Isso compromete o funcionamento dos órgãos e, em casos mais sérios, pode levar à morte em poucas horas.

A doença pode ser desencadeada por infecções simples, como uma pneumonia, uma infecção urinária ou mesmo uma lesão na pele. Mas o problema está na forma como o corpo reage. Em vez de combater apenas o foco da infecção, o sistema imunológico ataca o próprio organismo, afetando coração, rins, fígado e outros órgãos vitais.

Em Goiás, os números revelam a gravidade do cenário. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foram registradas 91 mortes de bebês e crianças de até 12 anos por sepse em 2024. Neste ano, até o momento, já são 45 óbitos pela mesma causa, totalizando 136 mortes infantis em dois anos. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e ainda podem passar por atualizações.

Além das mortes, os registros de internações também chamam atenção: 374 crianças foram internadas em hospitais estaduais em 2024 com diagnóstico de sepse. Em 2025, até o momento, são 183 internações em unidades sob gestão estadual.

A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças pequenas, idosos, grávidas, pacientes com doenças crônicas (como diabetes, insuficiência renal ou cardíaca), imunossuprimidos (como pessoas com Aids ou em tratamento contra o câncer), transplantados, usuários frequentes de antibióticos, além de pacientes hospitalizados com uso de sondas, cateteres ou ventilação mecânica.

O pediatra Tiago Dalcin, membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, alerta que é preciso atenção com qualquer infecção em crianças. Segundo ele, a sepse pode ter várias origens. “Existem vários tipos de infecções que podem causar sepse em crianças: como doenças respiratórias, infecções urinárias, meningite, até uma infecção de pele pode evoluir para sepse”, explica.

Ele reforça que o principal risco da doença está na  letalidade. “O grande perigo é que ela está associada a maior mortalidade. Cerca de 20% das crianças com sepse morrem, isso significa que 1 a cada 5 crianças com sepse não sobrevive”, alerta o médico.

Reconhecer os sinais iniciais pode salvar vidas. De acordo com Dalcin, os pais devem observar mudanças no comportamento da criança durante quadros de infecção.

“Os principais sinais e sintomas que os pais devem ficar atentos, eu diria, têm a ver com o estado geral da criança. Uma criança que está muito prostrada, eventualmente sonolenta, associada a um quadro de infecção, deve ser avaliada o mais rápido possível por um profissional de saúde. Muito importante deixar claro que, felizmente, a maioria dos quadros infecciosos não evolui para a sepsis, mas alguns sim acabam evoluindo e, quando evoluem, a gente sabe que tem um risco maior de morte”, afirma.

Em caso de suspeita, a recomendação é agir rápido. “A primeira coisa a fazer numa desconfiança de que pode ser sepse é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo. E a grande questão da importância do diagnóstico de sepsis cedo é que quanto mais cedo a gente conseguir diagnosticar sepsis, mais cedo a gente vai conseguir fazer uma intervenção”, orienta.

A prevenção da sepse, segundo o especialista, está ligada ao controle de infecções em geral. Higiene e vacinação são as principais recomendações para proteger os pequenos. “A grande prevenção da sepsis, na realidade, acaba sendo a prevenção das infecções que podem evoluir com a sepsis. A gente enfatiza há bastante tempo medidas fundamentais como a higiene de mãos, medidas fundamentais como a imunização. A gente tem novas vacinas, cada vez mais o calendário vacinal brasileiro está mais completo. E a gente sabe que as vacinas funcionam bastante para a gente poder fazer esse tratamento, essa prevenção.”, afirma.

Segundo a superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES/GO, Amanda Melo, os profissionais de saúde fazem treinamentos com frequência para criar um protocolo padronizado de atendimento. ” Nós, com frequência fazemos treinamentos com os profissionais, e nesse momento nós estamos com um projeto chamado IHR, que é Integração Hospitalar em Rede. E a partir disso, com parceria do Instituto IHI e também Einstein, a gente vem fazendo capacitações e treinamentos dentro das nossas unidades de saúde, nos nossos hospitais estaduais, para que eles tenham os protocolos padronizados”, afirmou

Em relação a estrutura dos hospitais, Amanda ressaltou que o Estado possui leitos de UTI pediátricas suficientes e preparadas para receber esses pacientes. ” A gente faz muitas visitas, além dos nossos hospitais estaduais, nós temos alguns planos de fortalecimento, , que nós cofinanciamos também alguns leitos de UTIs pediátricas. Em quantidade nós temos um quantitativo suficiente para atendimento das crianças”, comentou. 

Diante dos números crescentes e da falta de conhecimento sobre a sepse, em 2024 foi lançada a Agenda Global para a Sepse. A iniciativa tem metas a serem cumpridas até 2030 e é apoiada por mais de 70 organizações internacionais. Ela se baseia em cinco pilares: liderança política com planos nacionais, preparação dos sistemas de saúde para atendimento, mobilização social com campanhas educativas, incentivo à pesquisa e inclusão do tema em políticas públicas.

A sepse é uma emergência médica e precisa ser tratada como tal. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são determinantes para a sobrevivência. Ao menor sinal de agravamento em um quadro infeccioso, principalmente em crianças, é essencial buscar atendimento médico. Quanto antes a sepse for identificada, maiores são as chances de recuperação.

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RÁDIO CBN GOIÂNIA

Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata

https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/setembro-marca-campanha-de-conscientizac-o-sobre-a-alopecia-areata-1.3314987

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PORTAL G1

Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU

Avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, mas cientistas do MIT acreditam que a IA pode abrir uma nova “era de ouro” dos antibióticos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: até 2050, infecções causadas por superbactérias podem provocar dez milhões de mortes por ano no mundo, superando o número de vítimas de câncer.

O Fantástico mostrou que o avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, que reduziu a eficácia desses medicamentos e abriu caminho para microrganismos mais fortes. VEJA O VÍDEO ACIMA.

No Brasil, por exemplo, antibióticos chegaram a ser vendidos sem receita médica, o que contribuiu para acelerar a resistência. A preocupação é global: em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou 12 famílias de bactérias resistentes que representam ameaça prioritária à saúde pública.

Ao mesmo tempo em que o cenário é alarmante, a ciência busca soluções. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, vêm utilizando inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento de novos antibióticos. Os algoritmos já projetaram mais de 36 milhões de moléculas e identificaram compostos com potencial antimicrobiano em tempo recorde.

Antes, a criação de uma nova substância podia levar até dois anos; agora, os resultados aparecem em dias e já avançam para testes em laboratório e em animais. O objetivo é encontrar alternativas para combater bactérias que desafiam os tratamentos atuais, como as que causam gonorreia e pneumonia.

Para especialistas, a inteligência artificial pode inaugurar uma “era de ouro” dos antibióticos, quase um século após a descoberta da penicilina. Em meio ao alerta da ONU, a tecnologia surge como uma das principais apostas para evitar que o mundo enfrente uma crise sanitária de proporções inéditas.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 22 Setembro 2025 06:32

CLIPPING AHPACEG 20 A 22/09/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Nova resolução do Cremego reforça autonomia do médico na definição do tempo de atendimento

https://www.issoegoias.com.br/2025/09/nova-resolucao-do-cremego-reforca.html

Nota técnica sobre suspensão parcial da Resolução CFM nº 2.434/2025

https://portal.cfm.org.br/noticias/nota-tecnica-sobre-a-suspensao-parcial-da-resolucao-cfm-no2-434-2025

Dino proíbe conselhos de intervir diretamente em universidades de medicina

https://www.contrafatos.com.br/dino-proibe-conselhos-de-intervir-diretamente-em-universidades-de-medicina/#google_vignette

Mutirão no Hugo realiza 347 cirurgias em duas semanas

https://www.aredacao.com.br/noticias/240610/mutirao-no-hugo-realiza-347-cirurgias-em-duas-semanas

Alopecia Areata: a doença que provoca queda repentina de cabelo

https://www.youtube.com/watch?v=KeVRo8hFLrU

Crise dos opioides: da tragédia americana ao risco brasileiro

https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/crise-dos-opioides-da-tragedia-americana-ao-risco-brasileiro-747491/#google_vignette

Inovação goiana aprimora treinamento em cirurgias oculares

https://www.foconacional.com.br/2025/09/inovacao-goiana-aprimora-treinamento-em.html

Glosa é jabuticaba para consumidor e jaca na cabeça de fornecedor

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/glosa-e-jabuticaba-para-consumidor-e-jaca-na-cabeca-de-fornecedor/

STF define regras para procedimentos fora do rol; Idec vê prejuízo a pacientes

https://medicinasa.com.br/stf-procedimentos-rol-ans/

Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental

https://medicinasa.com.br/medicina-doenca-mental/

Especialistas alertam para risco de falta de radiofármacos no Brasil

https://medicinasa.com.br/falta-radiofarmacos/

Diagnóstico por imagem: menos excessos, mais precisão

https://medicinasa.com.br/diagnostico-por-imagem/

ISSO É GOIÁS

Nova resolução do Cremego reforça autonomia do médico na definição do tempo de atendimento

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou, no dia 19 de setembro, a Resolução nº 118/2025, que trata diretamente da autonomia médica e estabelece diretrizes éticas voltadas à valorização da boa prática da medicina.

Em vigor desde sua publicação, a resolução deixa claro que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, afirma que a nova norma representa um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, destaca.

A Resolução Cremego nº 118/2025 está disponível na íntegra no Diário Oficial da União. Acesse e confira: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-cremego-n-118-de-21-de-agosto-de-2025-657079323

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PORTAL MÉDICO

Nota técnica sobre suspensão parcial da Resolução CFM nº 2.434/2025

A Resolução nº 2.434/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que trata da responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina em campos de estágio, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 01 de agosto de 2025 e entrará em vigora dia 1º de outubro deste ano. Trata-se de uma resolução inovadora que amplia a fiscalização de campos de estágio, dando maior segurança ao ato médico e garantindo o ensino de habilidades práticas aos estudantes de medicina nos locais de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

 A Associação de Mantenedoras de Instituições de Ensino Superior (AMIES) entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI – 7.864) solicitando ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão integral da resolução.

No dia 19 de setembro de 2025, o ministro relator Flávio Dino reconheceu a legalidade da resolução, mantendo a sua vigência e suspendendo liminarmente trechos que podem ser verificados aqui. Em tempo, o CFM se manifestará processualmente, mas, há pontos de extrema importância nessa decisão que merecem ser destacados:

1- A resolução CFM nº 2.434/2025 continua válida e entrará em vigor no dia 01/10/2025, excetuando-se nos artigos que estão temporariamente suspensos.

2- Foi reconhecido o direito do CFM de fiscalização do ato médico.

3- Foi ratificado que o CFM e os CRMs “podem e devem apontar irregularidades”, se reportando as autoridades competentes como o MEC.

4- Houve o reconhecimento de que as intervenções do CFM visando assegurar padrões de qualidade e conformidade com os objetivos fundamentais da educação nacional não são obstáculos a livre iniciativa e podem ser realizados.

5- Reconhece a OBRIGATORIEDADE do coordenador do curso de medicina e do internato médico serem MÉDICOS e reconhece a exigência de comunicação pelas IES quanto à identidade do médico designado como coordenador do curso para que seja viabilizada a fiscalização ética e técnica da atuação profissional.

6- Fica mantida os princípios gerais da resolução CFM 2.434/2025 em seus principais eixos: o estabelecimento da responsabilidade técnica do coordenador do curso de medicina quanto aos campos de estágio; a obrigatoriedade do coordenador e todos os professores de disciplinas médicas serem médicos regularmente inscritos nos CRMs onde ocorrerem os estágios obrigatórios; a comunicação ao CRM de quaisquer irregularidades, infrações éticas ou eventos adversos graves observados nos campos de estágio que envolvam estudantes, professores ou preceptores; o cadastro de todas as informações sobre os campos de estágio e a identificação dos coordenadores.

Brasília, 20 de setembro de 2025.

Conselho Federal de Medicina (CFM)

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CONTRAFATOS

Dino proíbe conselhos de intervir diretamente em universidades de medicina

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu trechos da Resolução 2.434/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que permitiam aos conselhos de médicos interditar cursos universitários de medicina.

A decisão foi tomada em caráter monocrático, atendendo a pedido da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior, que ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a norma. A entidade alegou que o CFM estaria invadindo atribuições que são de competência exclusiva da União.

Limites à atuação dos conselhos

Dino determinou a suspensão de dispositivos específicos, entre eles os que previam a interdição de cursos, a exigência de anuência em convênios e a definição de critérios para salários de funcionários das instituições de ensino.

Na decisão, o ministro destacou:

“Não é dado aos Conselhos Profissionais reivindicarem para si, por ato unilateral e infralegal, as prerrogativas titularizadas pela União e conferidas por lei em sentido formal e material aos órgãos federais e estaduais de educação”.

Segundo ele, os conselhos de classe têm competência normativa restrita a aspectos técnicos e de fiscalização profissional, sem poder para impor obrigações às universidades ou intervir diretamente na área educacional.

Fiscalização possível

Dino ressaltou que os conselhos podem identificar e relatar irregularidades, mas devem encaminhar essas informações às autoridades educacionais competentes, como prevê a legislação, evitando conflitos normativos e insegurança jurídica.

A medida ainda será analisada pelo plenário do STF, que dará decisão definitiva sobre a constitucionalidade da resolução.

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A REDAÇÃO

Mutirão no Hugo realiza 347 cirurgias em duas semanas

Equipes trabalharam à noite e fins de semana

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) concluiu um mutirão que resultou em 347 cirurgias realizadas em cerca de duas semanas, superando a meta inicial de 160 procedimentos. A ação, prevista em plano de contingência do Governo de Goiás, ampliou em 25% a média de atendimentos no período, com equipes atuando também à noite e nos fins de semana para enfrentar o aumento da demanda na unidade.

A prioridade foi atender os casos ortopédicos, que representavam a maior demanda, além de procedimentos gerais, vasculares e neurocirúrgicos. A iniciativa ocorreu de 27 de agosto a 14 de setembro e de acordo com a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla, o engajamento das equipes foi essencial. “Conseguimos garantir resolutividade, mesmo em um cenário desafiador, de alta demanda e gerenciamento de casos urgentes. Nosso objetivo foi atender com celeridade, mas preservando o cuidado centrado no paciente. O resultado possibilitou maior giro de leitos e, consequentemente, ampliou o acesso dos pacientes”, destaca a médica.

Outro dado destacado pela gestão da unidade de saúde é que, em menos de um ano, houve redução do tempo médio de espera por cirurgias de cerca de 60 dias para apenas oito. Isso graças à implementação de um conjunto de ações estruturadas, como o Projeto Terapêutico Singular (PTS), programas de controle de infecções e novas estratégias de alta hospitalar planejada e acompanhamento ambulatorial.

A mobilização também se somou a outras medidas previstas no plano de contingência, como a criação de novos fluxos assistenciais no pronto-socorro e o direcionamento interno dos pacientes, conforme o nível de gravidade, para as Unidades de Internação (UI), Ortopedia (UOT) e Cirurgia (UDC). Nelas, os pacientes recebem assistência integral e todo o cuidado necessário enquanto aguardam o leito definitivo de enfermaria.

“Apesar de ser uma unidade regulada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o dia a dia no Hugo é dinâmico e imprevisível, pois recebemos diariamente pacientes direcionados pelo Samu e Corpo de Bombeiros, sem que seja possível prever quantas pessoas chegarão ou qual será a gravidade dos casos, o que exige um modelo de gestão e profissionais preparados”, destaca a diretora médica, ao completar: “O plano será acionado sempre que necessário, visando assegurar que o hospital trabalhe de forma ágil e organizada, mesmo diante de alta demanda”.

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PUC TV

Alopecia Areata: a doença que provoca queda repentina de cabelo

https://www.youtube.com/watch?v=KeVRo8hFLrU

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JORNAL OPÇÃO

Crise dos opioides: da tragédia americana ao risco brasileiro

Entre a saúde e a geopolítica, a nova guerra às drogas envolve o combate aos opioides sintéticos e tensões internacionais

“É uma epidemia”, diz Antônio Caiado, goiano que vive nos Estados Unidos há 20 anos. “Muitos jovens, principalmente no Norte do país, têm morrido por overdose de fentanil. Muitos adolescentes têm perdido a vida”. Desde 2018, cenas de usuários dos opioides sintéticos chamam a atenção nas redes sociais e nos noticiários: pessoas inconscientes, aparentemente paralisadas em pé ou sentadas. 

Segundo o Centers for Disease Control (CDC), a crise chegou ao auge em 2023, quando 105 mil pessoas morreram por overdose nos EUA. Desde então, medidas de controle nas fronteiras fizeram com que a disponibilidade da droga caísse e as mortes diminuíssem nos Estados Unidos. Neste período, entretanto, no Brasil e no restante do mundo, cresceu a circulação de fentanil e outros opioides sintéticos ainda mais potentes, como os nitazenos.​

​O Relatório Mundial sobre Drogas 2025 da ONU revela que os opioides sintéticos foram o segundo grupo de drogas sintéticas mais apreendido no mundo em 2023, com o fentanil dominando em termos de número de doses devido à sua alta potência. O tráfico ainda concentra-se na América do Norte, onde os opióides sintéticos foram originalmente usados como agente de corte para drogas já estabelecidas no mercado, como heroína, mas começaram a surgir também na América Latina. 

Estudo de 2025 do Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que as apreensões desses opioides têm se tornado frequentes: de 2022 a 2023, a Polícia Civil de São Paulo realizou 133 apreensões de drogas em que nitazenos estavam presentes. O tipo mais comum identificado foi o metonitazeno, em forma de vegetal seco e fragmentado, o que sugere o uso por via inalatória (fumada). Os nitazenos também foram misturados com canabinoides sintéticos, bem como com cocaína. 

Polícias civis de três estados já identificaram nitazenos em apreensões: São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Questionados pelo Jornal Opção, tanto a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) quanto a superintendência da Polícia Federal em Goiás afirmaram que não há registros de apreensões dos opioides sintéticos no Estado. Nos países da América Latina, o fentanil circula principalmente em ampolas desviadas de sistemas de saúde, segundo a subdiretoria de Drogas da Procuradoria Nacional. 

Menos de cinco apreensões foram feitas no Brasil no período analisado pelo relatório de 2025 da ONU — mas, desde então, outras apreensões chegaram aos jornais. Em 15 de setembro, uma jovem de 20 anos foi presa em flagrante em Recife portando 20 frascos de fentanil, por exemplo. 

Infográfico no Relatório Mundial sobre Drogas 2025 ilustra a potência da droga em comparação com similares:​

​Renata Mazaro é professora titular do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG). A professora faz parte do Centro Regional de Referência para Formação Permanente sobre Drogas, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Drogas e Outras Dependências, e desenvolve a linha de pesquisa neurobiologia das drogas de abuso. Em entrevista ao Jornal Opção, a pesquisadora explica o funcionamento dos opioides sintéticos e a razão de sua letalidade. 

“Os nitazenos são mais potentes, e portanto provocam maior risco de morte”, diz Mazaro. “Apesar de possuírem o mesmo mecanismo de ação da morfina, precisam de quantidades bem menores para exercer o mesmo efeito, seja analgésico, ou seja de deprimir a região do cérebro que controla a respiração. A morte induzida pelos opioides ocorre, principalmente, pelo fato dessas drogas inibirem a resposta do centro respiratório (neurônios no cérebro que respondem às modificações de parâmetros sanguíneos referentes à respiração, principalmente a quantidade de gás carbônico no sangue).”

“Se a quantidade de gás carbônico estiver alta no corpo, os neurônios do centro respiratório disparam uma resposta para o sistema respiratório aumentar a troca gasosa e eliminar o CO2. Contudo, sob efeito dos opioides, esses neurônios perdem a habilidade de identificar essa alteração, e o corpo não consegue compensar o alto CO2 — o indivíduo vai parando de respirar, até a morte.”

“Como a potência é maior, os nitazenos e o fentanil deprimem o centro respiratório com pouca quantidade. Ao mesmo tempo, induzem a dependência rapidamente; tudo porque os receptores que se ligam as essas drogas têm alta afinidade por elas e possuem um mecanismo de adaptação rápida frente sua a presença. O corpo passa a precisar de mais e mais drogas para obter o efeito inicial.”

A heroína é menos potente em termos farmacológicos em comparação com o fentanil e os nitazenos, mas ainda é muito perigosa, destaca Renata Mazaro. 

De problema de saúde à crise geopolítica

O governo do republicano Donald Trump tem tomado medidas para controlar a crise dos opioides nos Estados Unidos. Além de aumentar o controle domesticamente, com operações e forças-tarefa policiais para desmobilizar redes de tráfico, o país passou a cobrar que países latinoamericanos persigam narcotraficantes e produtores de drogas em seus próprios territórios. 

A atitude está alinhada à nova diplomacia linha-dura dos Estados Unidos — em harmonia com tarifaços globais, suspensão do suprimento de armas para aliados e disputa agressiva por minérios estratégicos. Na última segunda-feira, 15, militares americanos destruíram um navio venezuelano que viajava em águas internacionais, supostamente com drogas a caminho dos EUA. Nicolás Maduro disse sofrer “agressão” dos EUA, chamando o principal diplomata americano, Marco Rubio, de “senhor da morte e da guerra”.

Embora não tenha recorrido à ação militar, os Estados Unidos pressionaram o México (após a China, o México é o maior produtor mundial de fentanil) a reforçar o combate ao narcotráfico por meio de sanções econômicas. Atualmente, os EUA estão em uma disputa tarifária e política com o Brasil — movida em parte pela condenção do ex-presidente Bolsonaro, aliado de Trump. Abrigando grandes facções criminosas que exportam drogas, o Brasil se preocupa com a possibilidade de se tornar um alvo.

Em 9 de setembro a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, não tem medo de usar recursos militares e econômicos contra o Brasil. Um dia antes, o presidente Lula (PT) havia criticado o envio de forças navais dos Estados Unidos para o Caribe (com propósito de coibir o narcotráfico), chamando-as de uma fonte de tensão que poderia minar a paz na região.

Para entender até onde o conflito pode escalar, o Jornal Opção ouviu um militar de dupla cidadania. Nascido em Mossâmedes, Goiás, Antônio Caiado vive nos Estados Unidos há 20 anos. Atualmente morando em Dallas, ele é primeiro-sargento na Texas Army National Guard, responsável por gerenciar equipes que coletam informações usadas na elaboração de operações estratégicas do exército americano. Ele revela detalhes da “guerra às drogas” conduzida por Donald Trump.

“Os Estados Unidos vêm adotando ações não apenas no México, mas também dentro do próprio território. Na semana passada, por exemplo, o exército apreendeu um grande volume de material utilizado na produção de fentanil que estava dentro dos Estados Unidos. O maior produtor é a China. O México funciona, na verdade, como rota de trânsito: os insumos chegam lá, a produção é finalizada e, em seguida, a droga é enviada para os Estados Unidos.” 

“Atualmente, no entanto, a fronteira está muito mais fechada, o que dificulta bastante a entrada de qualquer tipo de droga. A forma como Trump tem combatido o tráfico deve reduzir o consumo interno nos próximos anos. Ele reforçou o controle em todo o Caribe, além de intensificar a vigilância nas fronteiras com o México e o Canadá. Ele não está brincando: os Estados Unidos mantêm vigilância em nível global.”

“Por outro lado, à medida que Trump endurece o combate, os traficantes também buscam novas rotas alternativas. Ou seja, a luta contra o tráfico e, em especial, contra o fentanil não é apenas um pretexto político, trata-se de uma preocupação real. A intenção é reduzir as mortes de cidadãos, não se trata de uma tentativa de interferir em outros governos.”

Por que nos EUA e não no Brasil?

Renata Mazaro explica que fatores históricos e de políticas públicas explicam por que os opioides se tornaram um enorme problema nos Estados Unidos, mas nem tanto no Brasil. Essa realidade não diz respeito apenas ao fentanil e nitazenos, mas remonta à heroína no século 20. O elevado custo da heroína desestimulou seu uso no Brasil, enquanto nos EUA, a maior penetração dos opióides está associada ao uso da morfina por veteranos de guerra. 

“No Brasil, o perfil de usuários de opioides está ligado aos profissionais da área da saúde, que têm acesso aos medicamentos controlados. Sobre as overdoses, temos principalmente casos de intoxicação acidental, quando essas drogas estão misturadas em outras. Há registro de fentanil colocado nos selinhos de LSD, por exemplo. A pessoa compra o LSD e consome fentanil sem saber.”

“Pela facilidade de síntese em laboratórios clandestinos de algumas moléculas presentes nas drogas sintéticas, elas acabam entrando no mercado de forma muito fácil”, diz Renata Mazaro sobre novas drogas não catalogadas. Ela explica que para que uma nova droga passe a ser monitorada pelas autoridades, os órgãos competentes da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD) solicitam à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sua inclusão nas listas de classificação. “Isso ajuda muito a polícia no controle da repreensão desse tipo de droga quando chega no Brasil”.

A cientista explica por que e como produtores e traficantes seguem criando novas moléculas. “Pensando da perspectiva dos traficantes, fazendo uma ‘análise de mercado’, a existência de drogas muito potentes, que levam à morte os usuários, isso não é interessante. O tráfico perde seu usuário. Então, eles fazem ajustes de acordo com a resposta de intoxicação desse usuário. É um processo bem primitivo do ponto de vista científico e farmacológico, mas é a forma que eles fazem o equilíbrio do mercado de consumo deles, infelizmente”. 

Os laboratórios forenses associados às polícias Civil e Federal são capazes de identificar opioides, sejam naturais ou sintéticos, como é o caso do fentanil e os nitazenos. “A rede dos CIATox (Centros de Informação e Assistência Toxicológica) estão distribuídos em 22 das 27 unidades federativas do Brasil, totalizando 32 centros ativos”, diz Renata Mazaro. 

Quando uma vítima busca tratamento e a intoxicação é confirmada, médicos podem reverter o efeito depressor respiratório com a droga Naloxona — um antagonista de opioide indicado para o tratamento de emergência de superdose. “Após o acolhimento e tratamento da vítima, o sangue é enviado para laboratórios de análises cadastrados.”

“O grande alerta feito pela United Nations Office on Drugs and Crime (UNDOC) hoje, e de todos órgãos responsáveis dos países que trabalham avidamente para o combate do tráfico de drogas, são as drogas sintéticas. Essas drogas são produzidas a todo momento. São refúgios de moléculas da indústria farmacêutica que não foram aproveitadas para uso terapêutico, mas que encontraram uso de forma abusiva por conta de seus efeitos colaterais”, conclui Renata Mazaro.  

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FOCO NACIONAL

Inovação goiana aprimora treinamento em cirurgias oculares

Os oftalmologistas goianos Bruna Thomé Rassi e Leiser Franco, membros do corpo clínico do Instituto Panamericano da Visão (IPVisão), desenvolveram um dispositivo inovador que está transformando o treinamento de residentes e especialistas em oftalmologia. Trata-se do iChamber.

O equipamento permite a simulação realista de cirurgias oculares, como a cirurgia de catarata, oferecendo um ambiente seguro e eficaz para o aperfeiçoamento técnico dos profissionais. Com o uso do iChamber, oftalmologistas em formação e já experientes podem praticar, repetir movimentos e simular situações complexas, aumentando sua precisão cirúrgica e segurança no atendimento ao paciente.

Segundo Leiser Franco, o treinamento contínuo e controlado é essencial para o domínio de técnicas e a atualização em novas abordagens, sem expor pacientes a riscos. “A possibilidade de simular diferentes cenários e repetir procedimentos torna o aprendizado muito mais eficiente e contribui para o desenvolvimento da precisão cirúrgica”, destaca.

A inovação tem sido apresentada por Bruna Thomé Rassi e Leiser Franco em cursos, workshops e congressos especializados, contribuindo significativamente para a formação e o aperfeiçoamento de médicos na área da cirurgia ocular.

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MEDICINA S/A

Glosa é jabuticaba para consumidor e jaca na cabeça de fornecedor

Prática comum no Brasil, as glosas desafiam a sustentabilidade das empresas de produtos para saúde, geram insegurança financeira e expõem a falta de transparência no relacionamento com operadoras.

Lembro-me, como se fosse hoje, de um episódio ocorrido há cerca de uma década. Na época, Martha Oliveira, então diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), relatava a surpresa de um executivo alemão ao ouvir, em uma reunião internacional na Europa, a menção às “glosas” praticadas com tanta frequência por operadoras e planos de saúde no Brasil.

O executivo não conseguia compreender o que era uma glosa, como se aplicava e, sobretudo, por que era imposta quando o procedimento já havia sido previamente autorizado. Não foi apenas ele: segundo Martha, o espanto se espalhou entre todos os integrantes da mesa e da plateia.

Mais do que uma “jabuticaba”, a glosa parece uma verdadeira jaca pendurada, a seis metros de altura, sobre a cabeça dos fornecedores de produtos para a saúde. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) constatou que 80% das empresas associadas tiveram sua prestação de contas glosada por operadoras e planos de saúde ao longo do último ano.

A glosa ocorre quando o cliente suspende total ou parcialmente o pagamento por equipamentos e materiais utilizados em cirurgias, assim como acontece com os consumidores que têm um reembolso lícito glosado, por exemplo.

O problema se agrava porque, muitas vezes, os motivos da glosa sequer são informados. Quando são, a comunicação carece de transparência e costuma vir acompanhada de justificativas vagas, baseadas em “razões técnicas ou administrativas”. O que se sabe de fato é que o pagamento não será realizado ou sofrerá atrasos significativos.

Na mesma pesquisa, apontou-se um prazo médio de pagamento de 139 dias — o equivalente a quatro meses e 19 dias. Essa prática recorrente cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior, subtraindo ou postergando aproximadamente R$ 30 milhões do caixa das empresas de produtos para a saúde. Trata-se do valor mais alto desde o início da série histórica da ABRAIDI, que começou em 2017.

Os pagamentos glosados atingem toda a gama de procedimentos, tanto cirurgias de urgência e emergência quanto procedimentos eletivos, previamente programados e autorizados pelas operadoras. A proporção de glosas entre ambos os tipos de atendimento foi equivalente. É interessante notar, porém, que essa prática recuou durante os anos da pandemia de Covid-19 — provavelmente devido à queda no número de cirurgias eletivas —, mas voltou a crescer gradativamente nos anos seguintes, até atingir o pico em 2024.

As glosas geram incerteza e dificuldades na gestão financeira, comprometem o fluxo de caixa, afetam a sustentabilidade das empresas e, inevitavelmente, desgastam o relacionamento comercial. Fornecedores de produtos para a saúde acabam obrigados a se submeter a condições que os prejudicam, assim como os consumidores, que enfrentam no dia a dia problema semelhante.

Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de ações contra planos de saúde dobrou nos últimos quatro anos, passando de 141 mil novos processos em 2020 para quase 300 mil em 2024.

O consumidor não quer uma jabuticaba lhe desça torta pela garganta, nem o fornecedor de produtos deseja viver sob o risco de uma jaca sobre a cabeça. O que se busca é um diálogo mais transparente com as operadoras, para que juntos possamos construir soluções para um problema tão grave.

Instituto Ética Saúde tem debatido as distorções do setor. No entanto, nessas discussões, permanece vazia a cadeira que deveria ser ocupada por representantes dos planos de saúde.

Um dos maiores filósofos da Grécia Antiga Sócrates ensinava que “a palavra é o instrumento irresistível da conquista da razão”. Quem foge do diálogo o faz porque sabe que não há nada de racional em suas atitudes, apenas a busca pelo benefício próprio, sem qualquer compromisso com o coletivo.

*Sérgio Madeira é médico e diretor técnico da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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STF define regras para procedimentos fora do rol; Idec vê prejuízo a pacientes

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (18) permitir que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir procedimentos que não estão no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos. Com a decisão, a Corte considerou constitucional obrigar as operadoras a cobrir tratamentos ou procedimentos fora do rol da ANS.

Contudo, a cobertura de tratamentos fora do rol deverá levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.

Parâmetros para autorização

Prescrição do tratamento por medico ou odontólogo habilitado;

Inexistência de negativa expressa ou pendência de análise de atualização do rol da ANS;

Inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;

Existência de registro da Anvisa.

Decisões judiciais

Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, o Supremo entendeu que o juiz deverá fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.

Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;

Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou lado médico apresentado pelo usuário do plano.

Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos.

Os parâmetros foram estabelecidos pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, que foi seguido pelo ministro Nunes Marques, André Mendonça, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Os demais ministros também votaram pela validade da cobertura de procedimentos que não estão no rol, mas entenderam que a Corte não poderia estabelecer os parâmetros. Estão nessa situação os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Cármen Lúcia.

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou os procedimentos fora do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai prejudicar os usuários de planos de saúde.

Mais cedo, a Corte decidiu validar uma lei de 2022 que obriga os planos de saúde a cobrir os tratamentos fora da lista da ANS. Contudo, a maioria dos ministros estabeleceu novos critérios para as autorizações.

Na avaliação do Idec, um dos principais órgãos de defesa do consumidor no país, a decisão do Supremo é “gravemente prejudicial” aos usuários de planos e privilegia argumentos econômicos das operadoras em detrimento da saúde dos pacientes.

De acordo com o advogado Walter Moura, representante do instituto, o entendimento do STF terá consequências concretas para os usuários.

“Apesar de afirmar que o rol continua exemplificativo, trouxe uma situação pior da que a prevista pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou o Poder Legislativo a editar uma lei para salvar o cidadão, que já paga valores estratosféricos para manter seu contrato de plano de saúde”, avaliou Moura.

Hospitais

Em nota, a Federação dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (FeSaúde) disse que o setor precisa de segurança jurídica e equilíbrio regulatório.

Para Francisco Balestrin, presidente da entidade, o rol de procedimentos não pode ser absoluto nem um “convite a coberturas sem limites”.

“É exatamente essa a posição que defendemos. Exceções podem existir, mas com critérios técnicos claros, eficácia comprovada, registro regulatório, ausência de alternativas adequadas e avaliação científica”, afirmou.

Balestrin também defendeu o reconhecimento a ANS como instância técnica para atualizar a lista de procedimentos e evitar a “judicialização excessiva” no setor.

“Esse é o caminho que protege a sustentabilidade dos planos, assegura a viabilidade dos prestadores e, sobretudo, preserva o direito do paciente de acessar inovações de forma responsável”, completou.

Entenda

A Corte julgou uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022.

A norma definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.

A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS.

O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.

Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo.

Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Com a decisão do Supremo, o rol exemplificativo continua valendo, mas as concessões de autorizações para a cobertura de tratamentos fora do rol deverão levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados. 

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Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental

Com rotinas de trabalho que podem ultrapassar 70 horas semanais e uma pressão constante pela excelência em toda jornada, médicos enfrentam condições que favorecem o esgotamento emocional. Nova pesquisa Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, ecossistema de educação e tecnologia em medicina, mostra que cerca de 45% desses profissionais apresentam algum quadro de doença mental.

“A formação médica exige dedicação integral, o que, somado à cobrança por excelência e à dificuldade de reservar tempo para si, pode favorecer o esgotamento emocional”, destaca Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

Burnout, ansiedade e depressão

Em comparação com o ano anterior, o estudo Qualidade de Vida do Médico aponta um aumento de 13% no número de profissionais que relatam algum quadro de doença mental, um retorno ao patamar observado no período pós-pandemia.

O recorte de gênero também chama atenção: 51,8% das médicas foram diagnosticadas com algum transtorno em 2025, frente a 46,8% no ano anterior. “O aumento geral desses números pode estar relacionado à maior conscientização sobre saúde mental, que tem levado mais médicos a reconhecer sintomas, buscar apoio especializado e obter diagnósticos adequados”, explica o médico Eduardo Moura, que está à frente do Research & Innovation Center da Afya.

O estudo também aponta que 1 a cada 2 médicos (58,2%) já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho, enquanto 4 em cada 10 convivem com um diagnóstico de transtorno de ansiedade. Apenas 24,7% dos respondentes afirmam nunca ter apresentado sintomas de ansiedade — o que significa que mais de 75% já vivenciaram algum grau de sofrimento ansioso ao longo da vida.

A pesquisa também busca avaliar o número de diagnósticos de depressão entre médicos e médicas e se há tratamento e acompanhamento com um especialista.

No caso específico da depressão, apenas 36,1% nunca apresentaram sintomas — ou seja, quase dois terços da amostra já vivenciaram, em algum grau, experiências depressivas. Além disso, 22,6% já foram diagnosticados em algum momento e atualmente não convivem com a condição. Hoje, 41,3% manifestam sintomas de depressão, sendo 25,7% diagnosticados formalmente com a condição. Ainda assim, parte desse grupo não realiza acompanhamento com especialista.

 

As mulheres relatam a condição com mais frequência em todas as etapas do ciclo da doença. Elas são maioria tanto entre aquelas que têm diagnóstico atual e fazem acompanhamento (25,1%, contra 18,2% dos homens) quanto entre as que já foram diagnosticadas (24,6% contra 20%).

“Os números mostram que o sofrimento emocional dos médicos não é pontual, é estrutural. Altos índices de ansiedade, burnout e depressão, somados às desigualdades de gênero, revelam a urgência de reposicionar o cuidado com quem cuida como prioridade estratégica. Isso exige políticas contínuas, integradas e sensíveis às realidades da profissão. Mais do que estatísticas, os dados escancaram urgências humanas que o país não pode mais ignorar”, conclui Eduardo Moura.

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Especialistas alertam para risco de falta de radiofármacos no Brasil

Debatedores apontaram riscos no abastecimento de radiofármacos no país durante audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, realizada a pedido da deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e do deputado Frederico (PRD-MG). Radiofármacos são medicamentos combinados com material radioativo usados em exames e tratamentos, auxiliando no diagnóstico de câncer, doenças cardíacas, neurológicas e da tireoide.

Em 2022, a Emenda Constitucional 118 derrubou o monopólio estatal na fabricação desses medicamentos, com o objetivo de democratizar o acesso e viabilizar a produção regionalizada. No entanto, segundo os especialistas, desde a mudança, a oferta caiu e os preços aumentaram. Entre 2022 e 2025, por exemplo, o kit Sestamibi — usado em cintilografias — quase dobrou de preço, passando de R$ 795 para R$ 1.565.

A presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Elba Cristina Echtebehere, lembrou que a especialidade cresce 11% ao ano e que o Brasil poderia atender três vezes mais pacientes por ano. Hoje, são realizados cerca de 2 milhões de exames anualmente.

Falta de concorrência

De acordo com Davi Chaves, do Instituto Livre Mercado, as regras editadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inviabilizaram a concorrência na produção de radiofármacos pelo setor privado e prejudicaram o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear.

A professora da Universidade de Brasília (UnB) Amanda Flávio de Oliveira avaliou que as exigências da Anvisa comprometem o setor, provocam desabastecimento e levam à adoção de medidas paliativas. “As medidas paliativas têm prazo e vão sendo reeditadas, o que mostra a inadequação da regulamentação.”

Problemas de transporte

Outro entrave é o transporte dos radiofármacos. O presidente da Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (ANAEMN), Marcos Villela Pedras, disse que companhias aéreas evitam transportar os produtos por receio de ações trabalhistas. O problema é mais grave nas regiões Norte e Nordeste.

“As empresas aéreas não querem transportar o material radioativo porque estão sendo processadas por questões trabalhistas relativas à periculosidade, mesmo quando o material já está liberado e não emite radiação.”

Risco de interrupção da produção

A coordenadora de Radiofarmácia do Ipen, Elaine Bortoleti de Araújo, alertou para o risco de interrupção na produção. “A fabricação é feita em instalações antigas, da década de 1970, o que representa risco iminente de interrupção. Dos 36 radiofármacos peticionados na Anvisa, o Ipen tem 18 registros sanitários. É fundamental ampliar a interação entre os ministérios de Ciência e Tecnologia e da Saúde para discutir um novo modelo de gestão.”

Ravvi Madruga, do Ministério da Fazenda, informou que a pasta avalia a questão sob o ponto de vista da concorrência, ouvindo Anvisa, Ipen e agentes de mercado.

A Anvisa foi convidada para a audiência, mas não enviou representante. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Diagnóstico por imagem: menos excessos, mais precisão

Um exame de imagem pode mudar os rumos de um tratamento. Em poucos minutos, fornece informações essenciais que orientam decisões médicas e pode salvar vidas. No entanto, para garantir segurança e efetividade, o exame de diagnóstico por imagem deve ser solicitado com critério e realizado conforme protocolos que equilibrem benefícios e riscos. Segundo o Painel D-TISS da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), somente na saúde suplementar, foram realizados mais de 10 milhões de exames de raios-X em 2024. O dado evidencia como essa modalidade está presente no cotidiano médico, mas também reforça a necessidade de uso responsável, especialmente em contextos de alta demanda.

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no setor permitiram reduzir significativamente as doses de radiação utilizadas, sem prejuízo da qualidade diagnóstica. Protocolos otimizados possibilitam, por exemplo, realizar tomografias de tórax ou abdômen com até 75% menos exposição em comparação aos métodos convencionais. Essa redução é especialmente relevante para pacientes mais sensíveis, como crianças e idosos, que se beneficiam de ajustes específicos ao seu perfil clínico.

O uso criterioso dos exames de imagem traz benefícios não apenas para o paciente, mas também para todo o sistema de saúde. Em ambientes públicos, onde os recursos são limitados, cada exame realizado de forma adequada contribui para que mais pessoas tenham acesso ao diagnóstico no momento certo, aumentando a eficiência, a qualidade e a equidade no atendimento.

Manter esse padrão exige a adoção de protocolos baseados em evidências, alinhados a diretrizes nacionais, como as do Colégio Brasileiro de Radiologia, e internacionais, como as do Colégio Americano de Radiologia (ACR). Também requer investimento contínuo em atualização tecnológica, capacitação das equipes e implantação de sistemas que favoreçam a agilidade e a segurança na entrega dos resultados. Entre as práticas que vêm transformando o setor estão a interoperabilidade de sistemas, que permite acesso rápido às informações; a telerradiologia, que amplia a avaliação médica à distância; a operação remota de equipamentos, viabilizada por centrais de comando; e o uso de inteligência artificial para triagem de exames, acelerando a identificação de achados críticos em situações de urgência.

O diagnóstico por imagem tornou-se um pilar da medicina moderna. Mais do que detectar doenças, os exames encurtam o tempo até o tratamento e devolvem qualidade de vida aos pacientes, desde que realizados com critério, protocolos rigorosos e equipes capacitadas.

Avanços como a interoperabilidade de sistemas, a operação remota de equipamentos e o uso de inteligência artificial na triagem de exames aceleram a identificação de achados críticos e elevam a precisão, tornando o processo mais ágil e seguro para todos. Por isso, a qualidade no diagnóstico por imagem não se mede apenas pelo número de exames realizados, mas pela capacidade de fazer o exame certo, da forma certa e no momento certo. Esse é um compromisso essencial para garantir que cada imagem captada represente um passo seguro na jornada de recuperação de um paciente — unindo ciência, tecnologia e cuidado.

*Henrique Carrete Jr. é médico radiologista e Head de Qualidade da FIDI – Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 19 Setembro 2025 06:44

CLIPPING AHPACEG 19/10/25

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DESTAQUES

Maioria dos ministros do STF vota a favor de regras claras para coberturas fora do Rol

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/sobre-ans/maioria-dos-ministros-do-stf-vota-a-favor-de-regras-claras-para-coberturas-fora-do-rol

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/idec-diz-que-decisao-do-stf-vai-prejudicar-usuarios-de-planos-de-saude

Anahp expõe descompasso entre ganhos de operadoras e pressão sobre hospitais 

https://www.saudebusiness.com/gestao/anahp-expoe-descompasso-entre-ganhos-das-operadoras-e-pressao-sobre-hospitais/

Posse da nova diretoria da ANS marca momento estratégico para a saúde suplementar 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/posse-da-nova-diretoria-da-ans-marca-momento-estrategico-para-a-saude-suplementar/

Presidente do Conselho Federal de Medicina reage à crítica de Lula sobre ‘elite médica’

https://nn1.com.br/presidente-do-conselho-federal-de-medicina-reage-a-critica-de-lula-sobre-elite-medica/

Fila única para atendimento pelo SUS em Goiás é sancionada

https://www.aredacao.com.br/noticias/240512/fila-unica-para-atendimento-pelo-sus-em-goias-e-sancionada

Glosas: um significativo obstáculo para pacientes e fornecedores

https://medicinasa.com.br/glosas-obstaculo/

04|10 – Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente

https://www.cremego.org.br/noticias/0410-forum-multidisciplinar-de-seguranca-do-paciente

ANS

Maioria dos ministros do STF vota a favor de regras claras para coberturas fora do Rol

Com a decisão, o Supremo reafirma que cabe à ANS definir o que os planos têm obrigação de oferecer. Coberturas fora da lista deverão seguir critérios específicos

Em um importante julgamento finalizado na tarde desta quinta-feira, 18/9, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria sobre a necessidade de definição de critérios claros para a cobertura de procedimentos e tratamentos que não estão no Rol da ANS.

O julgamento analisou a validade da Lei 14.454/2022. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, foi o relator do caso e teve seu voto acompanhado por outros cinco ministros.

Pela proposta de Barroso, todos os critérios abaixo deverão ser cumpridos em caso de cobertura extra-rol:

Prescrição por médico ou odontólogo assistente

Inexistência de negativa expressa da ANS ou de pendência de análise em proposta de atualização do rol

Ausência de alternativa terapêutica adequada para a condição do paciente no rol da ANS

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento à luz da medicina, baseada em evidências, necessariamente respaldadas por comprovações científicas de alto nível

Existência de registro na Anvisa


“Com esta decisão, o STF reafirma que cabe à ANS a definição do rol de coberturas obrigatórias dos planos de saúde e que os casos excepcionais deverão ser tratados de acordo com regras objetivas. Trata-se de uma decisão equilibrada que, para além de garantir o direito do consumidor de forma coerente, reafirma a importância da saúde baseada em evidências, da capacidade institucional da agência reguladora e racionalidade decisória”, pontuou o diretor-presidente eda ANS, Wadih Damous.

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AGÊNCIA BRASIL

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

Operadoras serão obrigadas a cobrir tratamentos fora do rol da ANS

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) afirmou nesta quinta-feira (18) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou os procedimentos fora do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai prejudicar os usuários de planos de saúde.

Mais cedo, a Corte decidiu validar uma lei de 2022 que obriga os planos de saúde a cobrir os tratamentos fora da lista da ANS. Contudo, a maioria dos ministros estabeleceu novos critérios para as autorizações. 

Na avaliação do Idec, um dos principais órgãos de defesa do consumidor no país, a decisão do Supremo é “gravemente prejudicial” aos usuários de planos e privilegia argumentos econômicos das operadoras em detrimento da saúde dos pacientes.

De acordo com o advogado Walter Moura, representante do instituto, o entendimento do STF terá consequências concretas para os usuários.

“Apesar de afirmar que o rol continua exemplificativo, trouxe uma situação pior da que a prevista pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou o Poder Legislativo a editar uma lei para salvar o cidadão, que já paga valores estratosféricos para manter seu contrato de plano de saúde”, avaliou Moura.

Hospitais

Em nota enviada à Agência Brasil, a Federação dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (FeSaúde) disse que o setor precisa de segurança jurídica e equilíbrio regulatório.

Para Francisco Balestrin, presidente da entidade, o rol de procedimentos não pode ser absoluto nem um “convite a coberturas sem limites”.

“É exatamente essa a posição que defendemos. Exceções podem existir, mas com critérios técnicos claros, eficácia comprovada, registro regulatório, ausência de alternativas adequadas e avaliação científica”, afirmou.

Balestrin também defendeu o reconhecimento a ANS como instância técnica para atualizar a lista de procedimentos e evitar a “judicialização excessiva” no setor.

“Esse é o caminho que protege a sustentabilidade dos planos, assegura a viabilidade dos prestadores e, sobretudo, preserva o direito do paciente de acessar inovações de forma responsável", completou.

Entenda 

A Corte julgou uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022.

A norma definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.

A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS. 

O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.

Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo.

Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).   

Com a decisão do Supremo, o rol exemplificativo continua valendo, mas as concessões de autorizações para a cobertura de tratamentos fora do rol deverão levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.

Parâmetros para autorização

Prescrição do tratamento por médico ou odontólogo habilitado;

Inexistência de negativa expressa ou pendência de análise de atualização do rol da ANS;

Inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;

Existência de registro da Anvisa. 

Decisões Judiciais 

Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, o Supremo entendeu que o juiz do caso deverá fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.

Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;

Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou laudo médico apresentado pelo usuário do plano. 

Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos. 

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SAÚDE BUSINESS

Anahp expõe descompasso entre ganhos de operadoras e pressão sobre hospitais 

Balanço evidencia que margem EBITDA das instituições caiu ao menor nível em quatro anos, enquanto glosas e provisões técnicas das operadoras seguem em alta.

A 7ª edição do Balanço Observatório Anahp aponta que as operadoras de planos de saúde seguem registrando bons resultados financeiros, mas esses ganhos não chegam de forma proporcional aos demais elos da cadeia, especialmente os hospitais. O levantamento destaca a queda do EBITDA das instituições associadas à Anahp, o aumento das taxas de glosa e o crescimento das provisões feitas pelas operadoras para despesas futuras. 

Os dados foram tema do “Anahp Ao Vivo”, evento on-line que analisou as informações recém-divulgadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Sistema de Indicadores da Anahp. Participaram do debate os sócios-fundadores da Arquitetos da Saúde, Luiz Feitosa e Adriano Londres, além de Antônio Britto, diretor executivo da associação. 

Hospitais privados sob pressão 

Do ponto de vista hospitalar, o cenário segue de dificuldades. A margem EBITDA recuou para 10,74% no segundo trimestre de 2025, frente a 14% em 2023 – o menor patamar dos últimos quatro anos. 

As glosas também chamam atenção. A taxa inicial subiu de 12,45% em 2024 para 14,6% em 2025, e na comparação com 2023 o aumento já supera cinco pontos percentuais. A glosa final foi de 1,97% no segundo trimestre deste ano. 

“Em março do ano passado, eu disse que, enquanto o ano fosse ruim para as operadoras, dificilmente seria bom para o restante da cadeia. Isso não significa, porém, que um ano bom para as operadoras se traduza em um ano bom para os prestadores. Quando você apresenta os dados de glosas para alguém de fora, a reação é de espanto: começa em 14% ou 15% e termina em 2%. Isso claramente é ganho de prazo. Acredito que só poderemos afirmar que os resultados serão sustentáveis quando eliminarmos aquilo que é comum a todos: as ineficiências e desperdícios”, analisou Adriano Londres. 

“Somos um setor. Não haveria saúde suplementar sem empresas que contratam operadoras, que contratam hospitais e empresas de medicina diagnóstica, que contratam fornecedores de equipamentos, serviços e insumos. A sustentabilidade do setor depende da boa prestação de serviços ao nosso verdadeiro patrão: o beneficiário. Seguimos na expectativa positiva e, por meio do diálogo e do debate, buscamos apontar possíveis caminhos para todos.”, concluiu Antônio Britto. 

Glosa inicial das operadoras de planos de saúde (%) – Média dos hospitais Anahp – 2TRI 2023 a 2TRI 2025

 

Gráfico x | Margem EBITDA (%) – Média dos hospitais Anahp – 2TRI 2022 a 2TRI 2025

 

Fonte: Sistema de Indicadores Hospitalares Anahp.

A dúvida sobre a razão do crescimento de reservas técnicas 

A própria ANS tem chamado a atenção para outro ponto relevante nos dados divulgados neste mês e comentados pelo Balanço da Anahp: o crescimento da PEONA – Provisão de Eventos Ocorridos e Não Avisados. O montante representa procedimentos já realizados pelos beneficiários, mas ainda não comunicados às operadoras. 

Nos últimos meses, sobretudo no trimestre mais recente, o aumento foi considerado atípico. Entre as hipóteses, está a relação com o volume de glosas. Esse movimento, segundo especialistas, pode representar ganhos financeiros para as operadoras, mas gera preocupação ao afetar o fluxo de caixa e a agilidade no pagamento das despesas médicas. 

“Esse provisionamento pode gerar maior rentabilidade sobre aplicações financeiras, mas nos preocupa porque, de alguma forma, tem refletido no fluxo de caixa das operadoras e na velocidade com que elas pagam as despesas médicas – ainda que isso não seja totalmente transparente nos dados públicos”, avaliou Luiz Feitosa. 

 

O cenário reforça a necessidade de maior equilíbrio entre os resultados financeiros das operadoras e a sustentabilidade dos prestadores. Enquanto os números mostram ganhos expressivos de um lado, a pressão sobre hospitais e serviços evidencia fragilidades no modelo atual. A construção de soluções conjuntas, com mais transparência e eficiência, pode abrir caminhos para que toda a cadeia avance de forma mais sustentável e em benefício do paciente.

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Posse da nova diretoria da ANS marca momento estratégico para a saúde suplementar 

Wadih Damous assume a presidência da agência e Lenise Secchin passa a comandar normas e habilitação de produtos.

Nesta quarta, 17 de setembro, ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no Ministério da Saúde, no Auditório Emílio Ribas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, oficializou a nomeação de Wadih Damous como diretor-presidente da agência e de Lenise Secchin como diretora de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO). 

O evento reuniu autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário, além de lideranças políticas e representantes do setor de saúde, evidenciando o peso estratégico da ANS na regulação da saúde suplementar no país. 

Integração entre SUS e saúde suplementar

Durante o discurso, o ministro Alexandre Padilha enfatizou a relevância da integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar. Segundo o minsitro, essa articulação é essencial para o fortalecimento da rede de atenção à saúde no país. 

“Essa união é fundamental para impulsionar o desenvolvimento e garantir uma assistência mais robusta e acessível à população”, afirmou. 

Compromissos da nova diretoria da ANS 

Ao assumir a presidência da ANS, Wadih Damous reafirmou o compromisso da agência em avançar na regulação e na estruturação da saúde suplementar, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e eficiente.  

Lenise Secchin, por sua vez, defendeu uma regulação baseada em evidências científicas e no diálogo com a sociedade. “Saúde é um direito, e precisa ser respeitada também na regulação econômica e social”, pontuou. 

Papel da ANS e colaboração com o setor privado

A cerimônia também trouxe à tona o papel estratégico da ANS no cenário da saúde suplementar, com reflexos diretos na sustentabilidade e na qualidade do setor. Nesse contexto, a Informa Markets, organizadora de eventos como a Hospitalar e o Healthcare Innovation Show (HIS), destacou sua disposição em colaborar com iniciativas que promovam avanços no setor. 

“Nosso propósito é aproximar atores-chave, fomentar debates relevantes e apoiar iniciativas que tragam sustentabilidade e qualidade para todo o ecossistema da saúde. A ANS é parte fundamental desse processo, e estamos à disposição para colaborar em ações que fortaleçam o setor e beneficiem a sociedade”, afirmou Juliana Vicente, diretora do portfólio de saúde da Informa Markets. 

O encontro reforçou ainda a necessidade de buscar soluções que garantam eficiência e equidade em um cenário no qual a saúde suplementar enfrenta pressões crescentes para responder às demandas da população. 

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PORTAL NN1

Presidente do Conselho Federal de Medicina reage à crítica de Lula sobre ‘elite médica’

No último sábado (13), o presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT) participou de um mutirão nacional para redução das filas do Sistema Único da Saúde (SUS), em Brasília, e aproveitou seu discurso no evento para criticar “uma parte da elite médica brasileira que acha que a gente não precisa formar mais médicos”.

Ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o presidente falava da resistência inicial ao programa Mais Médicos, lançado em 2013 no governo Dilma Rousseff, cujo número de profissionais despencou após o impeachment dela e voltou a crescer na atual gestão.

Declarou Lula:

— Nós agora já estamos com quase 30 mil médicos. Nós mais do que dobramos, em apenas 2 anos e meio, a quantidade de médicos que nós achamos. E nós achamos que é pouco. Porque tem uma parte da elite médica brasileira que acha que a gente não precisa formar mais médicos. Que acha que tem muito médico. Tem muito médico em uma certa região do país. Nas cidades brasileiras. Mas e quando a gente entra no coração deste país? Quando a gente vai pra cidade de 8 mil habitantes, 5 mil habitantes, 6 mil habitantes, que a gente vai pro Norte, pro Nordeste, pro sertão. Tem médico? Não tem.

As declarações provocaram uma reação do presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, que vai divulgar logo mais uma nota “aos médicos e à sociedade” para dizer que “os médicos brasileiros não formam uma elite, mas um grupo de profissionais comprometidos com a população e o país”.

O texto classifica o comentário como lamentável e diz que “posicionamentos desse tipo não contribuem em nada para a solução desse problema e ainda alimentam a narrativa do ‘nós’ contra ‘eles’ que tanto mal tem feito ao funcionamento dos serviços públicos de saúde, palcos frequentes de casos de violência contra médicos em locais de atendimento”.

Afirma Gallo:

“Aos adeptos desse discurso, lembro que os médicos brasileiros são trabalhadores comprometidos com a qualidade da assistência da população e têm cumprido seu papel com dedicação, competência e qualidade, em contextos nem sempre favoráveis, onde imperam a falta de infraestrutura, de recursos humanos, de financiamento e, sobretudo, de gestão”.

Ele também convidou autoridades federais a visitarem “sem aviso prévio” postos de saúde, prontos-socorros, UPAs e hospitais de áreas distantes e com indicadores de desenvolvimento humano precários.

Conclui o chefe do CFM:

“Com certeza essa imersão deixará claro que pacientes e médicos compartilham uma mesma posição: a de vítimas de um sistema injusto que carece de vontade política para ser corrigido e não precisa de falas de efeito que ganham manchetes, mas não resolvem os problemas de doentes e equipes de saúde”.

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A REDAÇÃO

Fila única para atendimento pelo SUS em Goiás é sancionada

O atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás deverá ser realizado com base em uma fila única informatizada e gerida por sistema centralizado de regulação estadual. A novidade é estabelecida pela Lei Estadual nº 23.585, de 19 de agosto de 2025, que é resultado de proposta do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB).

O texto da legislação define que as centrais do Complexo Regulador Estadual devem utilizar o sistema informatizado de regulação e atuar de forma integrada, observando os princípios da regionalização e da integração das ações e serviços de saúde, respeitada a autonomia de cada ente federativo.

O uso dos módulos já disponibilizados pelo Estado de Goiás deve ocorrer em, no máximo, 30 dias para o de internação e 120 dias para o de consulta e exames. Os prazos valem a partir da data de publicação da lei. No caso do módulo de cirurgias eletivas e faturamento, o limite é de 120 dias a partir da data em que estiver disponível.

Modernização da administração pública
Na justificativa do projeto que deu origem à nova lei, Bruno Peixoto afirmou que se trata de uma medida para a modernização da administração pública e gestão eficiente e econômica dos recursos públicos, em especial aqueles destinados à saúde. “Vale mencionar que a multiplicidade de sistemas de regulação inviabiliza o conhecimento real da demanda em saúde nas redes estadual e municipais, dificultando a adequada configuração dessas redes”, observou.

Conforme a norma, é de responsabilidade dos municípios inserir os pacientes no Complexo Regulador Estadual, sempre que houver necessidade de acesso e oferta na rede estadual de serviços prestados sob gestão do Estado. Além disso, a esfera municipal também deve cumprir as obrigações que assumiram nas pactuações estabelecidas na Comissão Intergestores Bipartite.

Complexo Regulador Estadual
A norma isenta o Estado de responsabilidade nos casos de pacientes ainda não inseridos no Complexo Regulador Estadual ou inseridos em desconformidade com os protocolos estabelecidos pela Comissão Intergestores Bipartite. As solicitações que não cumprirem com os requisitos do colegiado serão encerradas.

Mais um ponto de destaque é o abordado pelo artigo 6º, para a celebração de convênios, acordos, ajustes ou afins, bem como para o repasse de transferências voluntárias de recursos financeiros do Estado de Goiás aos municípios. Deverá ser demonstrada, pelo ente municipal, a regularidade no cumprimento das normas, diretrizes e pactuações estabelecidas na Comissão Intergestores Bipartite e por essa lei.

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MEDICINA S/A

Glosas: um significativo obstáculo para pacientes e fornecedores

Lembro-me, como se fosse hoje, de um episódio ocorrido há cerca de uma década. Na época, Martha Oliveira, então diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), relatava a surpresa de um executivo alemão ao ouvir, em uma reunião internacional na Europa, a menção às “glosas” praticadas com tanta frequência por operadoras e planos de saúde no Brasil. O executivo não conseguia compreender o que era uma glosa, como se aplicava e, sobretudo, por que era imposta quando o procedimento já havia sido previamente autorizado. Não foi apenas ele: segundo Martha, o espanto se espalhou entre todos os integrantes da mesa e da plateia.

Mais do que uma “jabuticaba”, a glosa parece uma verdadeira jaca pendurada a seis metros de altura sobre a cabeça dos fornecedores de produtos para a saúde. Uma pesquisa da ABRAIDI constatou que 80% das empresas associadas tiveram sua prestação de contas glosada por operadoras e planos de saúde ao longo do último ano. A glosa ocorre quando o cliente suspende total ou parcialmente o pagamento por equipamentos e materiais utilizados em cirurgias, assim como acontece com os consumidores que têm um reembolso lícito glosado, por exemplo.

O problema se agrava porque, muitas vezes, os motivos da glosa sequer são informados. Quando são, a comunicação carece de transparência e costuma vir acompanhada de justificativas vagas, baseadas em “razões técnicas ou administrativas”. O que se sabe de fato é que o pagamento não será realizado ou sofrerá atrasos significativos. Na mesma pesquisa, apontou-se um prazo médio de pagamento de 139 dias — o equivalente a quatro meses e 19 dias.

Essa prática recorrente cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior, subtraindo ou postergando aproximadamente R$ 30 milhões do caixa das empresas de produtos para a saúde. Trata-se do valor mais alto desde o início da série histórica da ABRAIDI, em 2017.

Os pagamentos glosados atingem toda a gama de procedimentos, tanto cirurgias de urgência e emergência quanto procedimentos eletivos, previamente programados e autorizados pelas operadoras. A proporção de glosas entre ambos os tipos de atendimento foi equivalente. É interessante notar, porém, que essa prática recuou durante os anos da pandemia de Covid-19— provavelmente devido à queda no número de cirurgias eletivas —, mas voltou a crescer gradativamente nos anos seguintes, até atingir o pico em 2024.

As glosas geram incerteza e dificuldades na gestão financeira, comprometem o fluxo de caixa, afetam a sustentabilidade das empresas e, inevitavelmente, desgastam o relacionamento comercial. Fornecedores de produtos para a saúde acabam obrigados a se submeter a condições que os prejudicam, assim como os consumidores, que enfrentam no dia a dia problema semelhante.

Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de ações contra planos de saúde dobrou nos últimos quatro anos, passando de 141 mil novos processos em 2020 para quase 300 mil em 2024.

O consumidor não quer uma jabuticaba que lhe desça torta pela garganta, nem o fornecedor de produtos para a saúde deseja viver sob o risco de uma jaca sobre a cabeça. O que se busca é um diálogo mais transparente com as operadoras, para que juntos possamos construir soluções para um problema tão grave. O Instituto Ética Saúde tem debatido as distorções do setor; no entanto, nessas discussões permanece vazia a cadeira que deveria ser ocupada por representantes dos planos de saúde.

Um dos maiores filósofos da Grécia Antiga, Sócrates, ensinava que “a palavra é o instrumento irresistível da conquista da razão”. Quem foge do diálogo o faz porque sabe que não há nada de racional em suas atitudes, apenas a busca pelo benefício próprio, sem qualquer compromisso com o coletivo.

*Sérgio Madeira é médico e diretor técnico da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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CREMEGO

04|10 – Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente

A segurança do paciente será o tema do próximo fórum do Cremego, que acontecerá no dia 4 de outubro (sábado), das 8h30 às 12h30, na sede do Conselho.

O Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente é aberto a médicos, profissionais de saúde, gestores de instituições de saúde e demais interessados no tema.

Os interessados em participar já podem ser inscrever gratuitamente pelo link: bit.ly/forum_seguranca

Em breve, serão divulgadas as informações sobre a programação.

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Assessoria de Comunicação        

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