CLIPPING AHPACEG 27/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro
Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa
A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil
https://medicinasa.com.br/leve-saude-edi31/
Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA
https://medicinasa.com.br/alice-ia-cancer/
O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil
https://medicinasa.com.br/medico-responsabilidade-civil/
A região que virou referência em saúde privada no Brasil
Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030
CORREIO BRAZILIENSE
A região que virou referência em saúde privada no Brasil
No interior do estado de São Paulo, observa-se um notável crescimento na adesão aos planos de Saúde Suplementares. Este fenômeno acompanha a busca por sistemas mais confiáveis que possam suprir a lacuna deixada pelo sobrecarregado sistema público. Mediante a valorização da medicina preventiva, a população tem procurado formas de garantir um atendimento mais ágil e preventivo, capaz de proporcionar desde consultas expedidas até exames regulares e segurança para emergências.
Em cidades como São José do Rio Preto, essa tendência é especialmente evidente. Dados de diversas organizações de saúde indicam que a região experimentou um aumento expressivo no número de usuários de planos privados, o que pode ser atribuído ao crescimento demográfico e à variedade de coberturas oferecidas, adaptadas às diferentes necessidades econômicas e de saúde da população local.
Como a saúde suplementar afeta a vida cotidiana?
Optar por um plano de saúde particular muda profundamente a forma como muitos encaram suas necessidades médicas. Além de oferecer segurança em casos de emergência, estas opções garantem um acompanhamento frequente de saúde por meio de exames preventivos, aconselhamento nutricional e suporte psicológico. A conveniência associada aos planos particulares também está no tempo de espera reduzido para consultas e tratamentos, contrastando com a longa espera do sistema público, e beneficiando principalmente aqueles que precisam de atenção contínua para condições crônicas.
Quais são as inovações na saúde suplementar?
O setor de saúde suplementar vem se transformando com inovações que ajudam a definir seu futuro. Isso inclui a digitalização dos serviços, como o uso crescente da telemedicina, que permite realizar consultas médicas de forma remota, tornando o atendimento mais acessível. Além disso, programas de prevenção focados em promover hábitos de vida saudáveis são uma prioridade, visando reduzir a incidência de doenças como a diabetes e a hipertensão antes que demandem intervenções complexas.
A regionalização dos serviços representa outra inovação significativa, permitindo que as pessoas tenham acesso a atendimento de qualidade próximo de suas casas, sem a necessidade de viajar grandes distâncias. Isso inclui a expansão de clínicas e centros médicos em locais que antes dependiam exclusivamente dos grandes centros urbanos para cuidados especializados.
São José do Rio Preto: um exemplo de avanço em saúde suplementar
No panorama dos serviços de Saúde Suplementares, São José do Rio Preto se destaca como uma região em plena expansão. Hospedando um conjunto abrangente de especialistas e instalações médicas, a cidade se tornou um centro de atenção médica no interior paulista. Grandes operadores regionais, como Austa Clínicas e Bensaúde, têm estabelecido uma forte presença, refletindo a demanda por uma rede diversificada de serviços de saúde adaptados às necessidades locais.
Este crescimento evidencia um setor em amadurecimento, capaz de adaptar sua oferta a diferentes mercados, desde pequenas famílias até grandes corporações, e promovendo uma gama variada de opções que atendem à diversificada população da região.
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TV ANHANGUERA
Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro
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AGÊNCIA BRASIL
Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa
Estado de saúde é estável
O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos principais nomes da música popular brasileira (MPB), está internado no hospital da Unimed, de Belo Horizonte, após sofrer uma intoxicação medicamentosa. Aos 73 anos, o artista deu entrada na unidade de saúde na sexta-feira (17/10), após passar mal em casa. A confirmação foi do irmão mais novo, Yé Borges, nesta quarta-feira (22).
Segundo o último boletim médico, o estado de saúde de Lô Borges é considerado estável. “O estado de saúde é de estabilidade, com todas os parâmetros clínicos em bom nível”, afirmou o hospital. O músico apresenta melhora significativa em seu quadro clínico, mas ainda não há previsão de alta hospitalar.
Discografia
Nascido Salomão Borges Filho, Lô Borges, foi um dos fundadores, ao lado do cantor e compositor Milton Nascimento, do movimento Clube da Esquina, que revolucionou a música nacional a partir dos anos 1970 e 1980. O movimento, batizado em referência a um disco homônimo de 1972, fundia influências do rock, do jazz e da música psicodélica com a tradição da MPB e das mineiras, criando uma sonoridade atemporal e complexa.
lgumas canções de autoria de Lô Borges: O Trem Azul, Um girassol da cor do seu cabelo, Tudo Que Você Podia Ser e Nada Será Como Antes, em parceria com Milton Nascimento.
A obra de Lô Borges é considerada um dos pilares que sustentam a riqueza e a diversidade da produção musical do país. Ele teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Beto Guedes, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.
Intoxicação
De acordo com o Conselho Nacional de Farmácia, o caso envolvendo o artista serve como um alerta grave para um problema de saúde público silencioso e frequente. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) apontam consistentemente os medicamentos como uma das principais causas de intoxicação no Brasil.
A atuação do farmacêutico é uma ferramenta de prevenção necessária. Ele é fundamental para orientar pacientes e familiares sobre a administração correta de cada medicamento, como dose, horários, via administração, o que pode prevenir erros graves.
Em casos de pacientes que utilizam vários remédios, situação comum entre idosos, o medicamento pode identificar interações perigosas entre as substâncias, potencializando efeitos tóxicos.
Uma das atribuições do farmacêutico “é alertar sobre os riscos da automedicação, uma prática culturalmente enraizada no país, é uma de suas atribuições primordiais. A ingestão inadvertida de um remédio, ou sua combinação com outro, pode ter consequências graves”.
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MEDICINA S/A
A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil
Com foco em atenção primária, rede verticalizada e uso de tecnologia, empresa aposta em modelo inovador para levar saúde acessível e de qualidade à população.
A Leve Saúde é uma das operadoras que mais crescem no Brasil atualmente e isso não se dá por acaso. Criada no Rio de Janeiro com o propósito de oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis, a empresa nasceu com o objetivo de ampliar o acesso à saúde suplementar para um público historicamente negligenciado, o de pessoas com mais de 45 anos das classes B, C e D. Essa decisão estratégica foi o ponto de partida de um modelo que rapidamente demonstrou potencial de escala. Com apenas cinco anos de existência, a Leve ultrapassou R$ 700 milhões em faturamento e já conquistou mais de 95 mil clientes.
No entanto, o foco inicial não limita a atuação da empresa. A operadora vem expandindo seus serviços com um portfólio que engloba diversos perfis de clientes, mas que não deixa de lado o compromisso de oferecer uma saúde mais acessível, contínua e centrada no cuidado do paciente. Neste ano, lançou uma nova grade de planos médicos, com hospitais de ponta e preços ainda mais competitivos – especialmente para o público sênior – e ampliou a abrangência dos planos odontológicos.
Com um modelo que combina três pilares essenciais (rede própria, tecnologia e atenção primária), a operadora vem redefinindo a experiência dos clientes em todas as etapas da jornada assistencial, desde a prevenção até o acompanhamento especializado.
A empresa mantém uma rede de 12 clínicas próprias em pontos estratégicos do estado do Rio de Janeiro, onde já realiza a maior parte dos atendimentos ambulatoriais. Cerca de 75% dos clientes já realizam exames e consultas dentro da rede, e mais de 30% passam por atendimento ao menos uma vez por mês em uma das unidades. A meta é que, em breve, 90% dos atendimentos aconteçam nas clínicas Leve, garantindo mais integração, agilidade e personalização. É dessa forma que a Leve mantém um cuidado mais próximo, com médicos que conhecem o histórico do cliente e acompanham sua saúde de forma contínua e integrada.
Tecnologia
Com o objetivo de elevar a excelência de seus serviços e oferecer uma experiência mais completa aos clientes, a Leve também aposta em tecnologia. Em 2024, implantou um novo sistema de gestão ambulatorial que centraliza todos os dados clínicos em um único Repositório Eletrônico de Saúde. Com isso, garante a interoperabilidade com parceiros laboratoriais e acesso imediato a dados e histórico pelos profissionais de saúde, beneficiando tanto as equipes de cuidado quanto os próprios pacientes. A empresa também implementou, em todas as suas clínicas, uma ferramenta de check-in com reconhecimento facial em totens automatizados que permite o cadastro inicial em poucos segundos. Com uma expressiva redução do tempo de espera, a Leve garante redução de custos, prevenção de fraudes e maior automação de processos – além de mais comodidade para seus clientes.
O app de autoatendimento da operadora, usado por 80% dos seus clientes mensalmente, reúne mais de 25 funcionalidades, como agendamento de consultas, acesso a resultados de exames, receitas médicas e atestados, além de conexão a um sistema próprio de telemedicina, que reduz a necessidade de consultas presenciais e amplia a possibilidade de conversar com o time de cuidados para orientações de saúde.
Toda essa digitalização também se traduz em eficiência operacional e combate a fraudes, o que colabora para que os valores dos planos se mantenham acessíveis. Desde 2024, análises assistidas por inteligência artificial passaram a ser utilizadas para autorizar exames e procedimentos, otimizando prazos e reduzindo riscos. Ainda em 2025, esse sistema será expandido para a auditoria de contas médicas, criando uma linha de defesa integrada que conecta autorização, execução e faturamento.
Atenção Primária
O terceiro pilar da Leve Saúde está na atenção primária à saúde. Em um setor em que a média de investimentos em prevenção não passa de 0,25% da receita, a Leve investe seis vezes mais. Em 2024, foram R$ 4,5 milhões destinados a programas e iniciativas de cuidado. Em 2025, a expectativa é dobrar esse número e chegar a R$ 10 milhões. São nove programas já em curso e outros em fase de lançamento. Há projetos voltados para puérperas, gestantes, saúde mental, autismo, doenças renais, alta complexidade e home care. Um novo programa para emagrecimento saudável também estreará ainda este ano. Ao todo, a empresa conta com um time de 150 médicos e 60 enfermeiros dedicados ao atendimento nas clínicas e nas plataformas virtuais.
Mas um dos maiores símbolos da valorização da Leve Saúde aos cuidados preventivos está fora das clínicas e dos aplicativos. A Arena Leve, projeto de bem-estar e inclusão patrocinado pela operadora, transformou quatro espaços icônicos do Rio de Janeiro em centros de atividade física gratuita e promoção de saúde. Com aulas diárias de yoga, ritmos, funcional, pilates, boxe e até futevôlei, o projeto já superou 70 mil inscrições em um ano e impactou diretamente 13 mil pessoas. Além das atividades esportivas, os participantes contam com acesso a serviços de saúde, estrutura com vestiários, materiais de treino e apoio de mais de 70 professores. Aberta a todos, a Arena reforça o compromisso da Leve com a democratização do acesso à saúde e o incentivo à vida ativa. Até o fim de 2026, o investimento previsto na Arena Leve é de R$ 3 milhões.
Todo esse conjunto de inovações contribuiu para que a empresa alcançasse o segundo menor índice de sinistralidade do setor, com 58%. Com isso, a Leve demonstra que é possível ser sustentável, oferecer saúde de qualidade e ainda manter planos com preços até 30% mais acessíveis do que a média do mercado. Esse é um feito ainda mais expressivo se considerarmos que mais de 50% da base da Leve não possuía plano em até 6 meses antes da contratação. Além disso, metade da base atual contratou diretamente com a empresa, sem migrar de outras operadoras.
Em um mercado com mais de 70 milhões de brasileiros acima dos 45 anos e menos da metade com acesso à saúde privada, a Leve possui planos de expansão para além do Rio de Janeiro, e em breve contará com hospitais próprios em sua rede.
Ao ampliar sua atuação calcada em atenção primária, presença digital consolidada, tecnologia própria e uma filosofia de cuidado genuíno, a Leve Saúde mostra que é possível crescer rápido sem abrir mão do essencial: cuidar de pessoas. E faz isso de maneira leve, acessível, integrada e humana, tendo sempre como foco principal o próprio cliente. Uma verdadeira receita de sucesso para quem quer, mais do que planos de saúde, construir um novo futuro para a saúde no Brasil.
Para mais informações, acesse:
www.levesaude.com.br
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Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA
Apesar de o câncer de mama ser o tipo que mais mata mulheres no Brasil, com cerca de 19 mil mortes por ano, 40% das brasileiras em idade de rastreamento não estão com a mamografia em dia, segundo o Inca. Quando falamos do câncer de colo do útero, o cenário também é crítico: são aproximadamente 6 mil mortes anuais, em grande parte evitáveis com detecção precoce. Para enfrentar esse desafio, a Alice, plano de saúde para empresas, passou a usar inteligência artificial como copiloto de cuidado para localizar mulheres com exames preventivos atrasados e engajá-las ativamente no rastreamento.
A população elegível para a mamografia é de pessoas com mais de 40 anos que possuam mamas, mesmo sem sintomas ou sinais de câncer. “A IA identifica esse perfil e o primeiro passo é fazer um contato ativo para confirmar informações e verificar se há algum grau de risco. Nos casos complexos, como quando a pessoa já fez cirurgia ou possui nódulos, por exemplo, o agente encaminha para o atendimento humano”, explica Cesar Ferreira, líder médico de saúde digital na Alice.
Mas se a IA identifica um perfil sem riscos que aceita realizar o exame após as verificações, a tecnologia auxilia no agendamento do procedimento. “Além disso, o agente pode tirar dúvidas sobre como é feito o exame, quanto tempo demora, se dói e também sobre questões administrativas, sempre fundamentado em protocolos internacionais de saúde. O objetivo é eliminar ou encurtar distâncias burocráticas que podem impedir a pessoa de fazer a mamografia”, complementa o médico.
Até o fim do ano, o mesmo agente de IA será expandido para o rastreamento de câncer do colo do útero (com o exame Papanicolau, por exemplo). Diferente de modelos de IA voltados ao diagnóstico, a IA da Alice tem como papel ampliar o engajamento e tirar dúvidas comuns que podem ser barreiras para a execução.
“A IA não substitui o olhar humano do profissional de saúde. Ela amplia a nossa capacidade de cuidar. Em vez de analisar imagens ou emitir laudos, ela atua nos bastidores, identificando quem precisa de atenção e garantindo que o cuidado certo chegue na hora certa”, ressalta Cesar. “É um uso de tecnologia que tem propósito: trazer eficiência e precisão à prevenção, que ainda é o maior desafio da saúde no Brasil”, completa.
Entre as mais de 28 mil pessoas da população-alvo, aproximadamente 4 mil ainda não realizaram um dos exames preventivos previstos (14,3%), público que a IA agora ajuda a alcançar de forma personalizada e contínua. Nas primeiras semanas de uso, a Alice já observou taxas de engajamento superiores às registradas por lembretes automáticos no app, tradicionalmente na faixa de 20% a 30%. Isso porque, como foi mostrado, para além de lembrar de fazer o exame, a IA auxilia com o agendamento do exame, além de tirar dúvidas. Embora os dados ainda estejam em consolidação, a expectativa é de aumento expressivo na adesão aos exames de rastreamento.
Prevenção como pilar do modelo de cuidado
Segundo o Inca, o câncer de mama é o mais incidente entre mulheres no Brasil, e o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum, apesar de quase totalmente evitável com rastreamento regular. Para a Alice, a tecnologia é um meio para fortalecer a coordenação de cuidado, princípio que norteia todo o seu modelo de saúde. “O verdadeiro avanço não está só em usar IA, mas em integrá-la a um modelo de cuidado que valoriza a prevenção e a continuidade. É isso que faz diferença nos desfechos de saúde das pessoas”, finaliza o médico.
Além da expansão para o rastreamento de câncer do colo do útero ainda neste ano, a Alice avalia novas aplicações da IA para acompanhamento de condições crônicas e adesão a planos de cuidado, fortalecendo a visão de saúde integral e preventiva.
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O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil
O médico intimado a depor como testemunha em processo judicial sobre alegado erro médico costuma enxergar o chamado apenas como uma obrigação cívica, restrita a comparecer em juízo e dizer a verdade. No entanto, quando a ação envolve entes públicos ou instituições de saúde que exercem função pública, a posição do médico-testemunha ganha uma complexidade que raramente é percebida.
Nesses casos, incide a responsabilidade civil objetiva prevista no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal. A regra determina que o Estado e as instituições de saúde respondem diretamente perante o paciente pelos danos, independentemente de culpa, ao mesmo tempo que assegura a possibilidade de ação regressiva contra o profissional que tenha agido com dolo ou culpa. É nesse ponto que o depoimento do médico, ainda que prestado na condição de testemunha, pode repercutir em sua própria esfera de responsabilidade.
O peso da palavra médica em juízo é diferenciado. Uma resposta imprecisa, ambígua ou mal formulada pode acabar interpretada como reconhecimento de falha, quando a intenção era apenas relatar a rotina institucional. O médico intimado como testemunha muitas vezes acredita estar imune a riscos por não ser parte do processo. No entanto, sua fala pode ser registrada e utilizada em momento posterior para fundamentar uma ação regressiva contra ele.
Em situações como essa, os seguros de responsabilidade civil médica não oferecem cobertura, pois se aplicam apenas às hipóteses em que o profissional figura como réu direto em ações de erro médico. Isso significa que, mesmo na condição de testemunha, o médico pode estar exposto a riscos patrimoniais futuros sem qualquer proteção securitária, o que reforça a importância da orientação jurídica prévia.
Cabe destacar que a testemunha pode se fazer acompanhar por advogado, desde que este não interfira ou responda em seu lugar, atuando apenas para resguardar direitos fundamentais, como o de não produzir prova contra si mesma. Essa previsão garantida pelo artigo 5º da Constituição Federal, embora voltada a proteger a testemunha em situações de autoincriminação, também respalda a ideia de que a orientação jurídica prévia não é apenas legítima, mas necessária em contextos de alta complexidade como as ações de responsabilidade civil médica.
Nesse contexto, a assessoria jurídica da testemunha deve ser entendida como instrumento de proteção preventiva. Ela não retira do ato o seu caráter público e colaborativo, mas garante que o depoimento seja prestado com segurança, clareza e objetividade. Trata-se de medida de prudência que fortalece a ética do testemunho e reduz os riscos de repercussões indesejadas.
Esse cuidado fortalece a função da testemunha e também resguarda o médico. O profissional que se prepara compreende melhor a relevância do ato que desempenha, contribui de forma mais consciente para o processo e preserva a própria proteção jurídica.
Diante disso, ao ser intimado para depor em ações que envolvem responsabilidade civil objetiva por erro médico, torna-se essencial buscar orientação jurídica prévia. Essa preparação não altera a verdade a ser dita, mas assegura que o depoimento cumpra integralmente sua finalidade sem expor o médico a riscos desnecessários.
*Thianne de Azevedo Silva Martins é sócia e Giovanna Aposto é advogada do Azevedo Martins Advocacia.
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SAUDE BUSINESS
Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030
Pesquisa inédita do Ibravs mostra que só 10% dos hospitais têm acordos realmente baseados em valor e projeta crescimento.
A lenta adoção de modelos de Value-Based Health Care (VBHC) na saúde suplementar brasileira ganha um retrato inédito em estudo elaborado pela L.E.K. Consulting em parceria com o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (Ibravs).
Embora 60% dos executivos entrevistados reconheçam a relevância do conceito para a sustentabilidade do setor, apenas cerca de 10% dos hospitais têm algum contrato efetivamente baseado em valor.
A mesma proporção se aplica aos acordos de capitation + valor, modalidade em que o pagamento é per capita, com foco em prevenção e desfechos. Os resultados foram divulgados recentemente durante o CLAVS’25, no Rio de Janeiro.
O levantamento mostra que 75% dos hospitais já trabalham com modelos de preço fixo — sobretudo pacotes — que em 2024 concentraram 13,2% de todos os gastos assistenciais. Contudo, apenas 7% adotam o modelo Diagnosis-Related Group (DRG) + valor, considerado mais avançado por incluir desfechos do paciente.
“Há uma confusão frequente entre pacote e VBHC. Empacotar não é necessariamente entregar valor; é somente transferir risco do pagador para o prestador”, observa César Abicalaffe, presidente do Ibravs.
Barreiras estruturais e culturais
A pesquisa também mapeia entraves conhecidos: ausência de confiança entre operadoras e hospitais, falta de dados integrados e resistência cultural. Médicos tendem a associar o modelo à perda de autonomia, enquanto operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização dos beneficiários.
“Ainda predomina a ideia de que um ganha e o outro perde, quando o verdadeiro beneficiário deveria ser o paciente”, avalia Abicalaffe.
A fragmentação do cuidado é outro desafio central. Cirurgia em um hospital, reabilitação em outra clínica e acompanhamento em um terceiro local ainda ocorrem sem integração de prontuários ou indicadores de desfecho.
“Sem dados confiáveis e compartilhados, é impossível remunerar pelo que realmente importa: o resultado clínico”, reforça o presidente do Ibravs.
Apesar das barreiras, há expectativa de avanço. Segundo o estudo, 67% dos provedores pretendem ampliar o uso de modelos baseados em performance ou população até 2025, e 78% projetam crescimento até 2030.
Para Abicalaffe, a transição é irreversível: “O fee-for-service está esgotado. O aumento do sinistro e a pressão por qualidade e sustentabilidade criam a tempestade perfeita para quebrar o ciclo do pagamento por volume”.
Papel do regulador
O estudo ressalta ainda a importância de estímulos regulatórios e governamentais. Experiências internacionais, como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos Estados Unidos, mostram como políticas públicas podem acelerar a mudança.
No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem testando iniciativas como o Projeto Parto Adequado e o OncoRede, mas de forma limitada. “Precisamos de um marco regulatório que premie de fato o desfecho e a pertinência clínica”, defende Abicalaffe.
Caminhos futuros
O VBHC é amplamente reconhecida, mas pouco monetizada. O desafio está em transformar discurso em prática. “O futuro da saúde depende da capacidade de remunerar pelo que realmente importa: mais saúde com melhor custo. Esse é o norte que deve guiar o setor nos próximos anos”, resume o presidente do Ibravs.
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Assessoria de Comunicação