CLIPPING AHPACEG 30/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso
https://medicinasa.com.br/salva-vidas/
Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década
Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento
https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw
Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde
https://www.saudebusiness.com/esg/dimensao-social-do-esg-ganha-protagonismo-na-saude/
Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama
https://www.issoegoias.com.br/2025/10/inovacao-em-exames-de-imagem-tomografia.html
AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente
https://www.issoegoias.com.br/2025/10/avc-nao-espera-saiba-como-identificar.html
Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos
Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes
https://futurodasaude.com.br/dialogo-hospitais-operadoras/
Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina
https://girosa.com.br/da-consulta-ao-diagnostico-ia-ganha-espaco-medicina/#google_vignette
MEDICINA S/A
Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso
A medicina está exausta.
No Brasil, dois a cada três médicos relatam sintomas de burnout, segundo a pesquisa Saúde Mental do Médico, da Afya. Quase metade já teve diagnóstico de ansiedade ou depressão. Nunca tivemos tantos recursos tecnológicos e, paradoxalmente, tantos profissionais adoecendo. O que está “matando” quem salva vidas não é o paciente, mas a ineficiência operacional : o excesso de decisões, informações e burocracia que rouba tempo, foco e empatia.
O problema não está no cuidado, mas na estrutura de trabalho que se tornou insustentável. Médicos passam horas diante de telas, preenchendo prontuários e lidando com tarefas repetitivas. Um estudo da Medscape mostra que 65% dos profissionais gastam mais de 10 horas semanais com tarefas administrativas, alguns chegam a 25.
Instituições como o Hospital Albert Einstein e o Hospital das Clínicas já aplicam IA em exames, triagem e gestão de pacientes. Mas o avanço mais significativo no sentido de fluxo de trabalho e eficiência virá de plataformas que permitam ao profissional organizar sua rotina em um único ambiente, independentemente do número de locais em que atua.
Esse ponto é essencial para médicos que atuam em diferentes locais e precisam otimizar cada minuto de consulta: com a tecnologia absorvendo parte da burocracia, o tempo passa a ser investido em momentos de autocuidado, de lazer e com a família. Para esses profissionais, significa maior previsibilidade na rotina, menos deslocamentos desnecessários e melhor distribuição das demandas, prevenindo o burnout.
É aqui que a inteligência artificial entra, não como substituta, mas sim como guardiã da mente médica. Segundo um levantamento da Mass General Brigham, hospitais que adotaram IA generativa para documentação clínica, a carga cognitiva caiu 72%, o burnout reduziu 21% e o bem-estar aumentou 30%.
Um exemplo concreto dessa transformação é o DAX Copilot, da Microsoft, uma ferramenta que grava consultas, redige rascunhos de prontuários e sugere hipóteses clínicas em tempo real. O resultado: 70% menos burnout, 93% dos pacientes mais satisfeitos e US$ 41 mil de economia anual por profissional.
A tecnologia, quando bem aplicada, não desumaniza a medicina, ela a devolve aos médicos. Não é automação. É libertação. Ao assumir o que é repetitivo, a IA devolve o que é insubstituível: a escuta, o olhar, a presença.
Muitas das soluções que estão salvando a medicina nasceram em outros setores. A Netflix, por exemplo, usa algoritmos para prever o que você vai querer assistir. A startup Verge Genomics aplica o mesmo princípio a genes: analisa milhões de variações genéticas e recomenda tratamentos personalizados, encurtando o ciclo de desenvolvimento de novos medicamentos de décadas para poucos anos.
Na indústria de games, tecnologias de reconhecimento emocional inspiraram hospitais como o Cedars-Sinai, em Los Angeles, a usar assistentes de voz capazes de identificar alterações sutis na fala e detectar sinais precoces de infecções e doenças neurológicas, antes mesmo de os sintomas aparecerem. Esses exemplos mostram algo essencial: a IA não está tornando o cuidado mais frio. Está tornando-o mais atento, mais preciso, mais humano.
A transformação digital da saúde não é sobre eficiência, mas sobre propósito. Florence Nightingale revolucionou os hospitais com estatísticas. No século XXI, a revolução será feita por algoritmos, não para substituir o toque humano, mas para torná-lo novamente possível. Profissionais precisam de ferramentas inteligentes para manejar um volume crescente de dados, decisões e pacientes, sem sacrificar seu bem-estar ou qualidade de vida.
A IA está ajudando médicos a recuperar o tempo que a burocracia tirou. Está devolvendo à medicina o que sempre foi a sua essência: estar ao lado das pessoas. No fim, a grande revolução da IA na saúde não é tecnológica. É humana. E talvez seja justamente isso o que a medicina mais precisava: uma forma de lembrar que cuidar sempre foi, e continuará sendo, um ato profundamente humano.
*Guto Quirós é CEO da Plenno.
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PORTAL TERRA
Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década
Reajuste de planos coletivos chega a 383,5% em 10 anos, enquanto projeção para 2025 segue na casa dos dois dígitos; advogado especialista em Direito da Saúde explica alternativas para consumidores
Os planos de saúde coletivos registram aumentos acumulados que superam em quatro vezes a inflação geral nos últimos dez anos. Entre 2015 e 2025, os reajustes nos contratos coletivos por adesão e empresariais alcançaram 383,5%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 84%, e os planos individuais variaram 146,48%.
O setor atende 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o equivalente a 25% da população brasileira, que atualmente é de 213,4 milhões de habitantes. Essa cobertura se mantém estável em relação a 2015, apesar de adições recentes de cerca de 4 milhões de contratos desde 2020.
Os reajustes elevados afetam diretamente 83% dos beneficiários (44.397.575) por meio de planos coletivos por adesão e empresariais, que não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A maior parte dos contratos comercializados atualmente são os coletivos, cujos reajustes escapam do controle automático da ANS", afirma o advogado especialista em planos de saúde, Elton Fernandes.
Diferença entre os reajustes
Os reajustes dos planos de saúde variam conforme o tipo de contrato. Nos coletivos, o acumulado de 2015 a 2025 atingiu 383,5%. Essa modalidade inclui planos empresariais e por adesão, negociados diretamente com operadoras, sem teto regulado pela ANS.
Os planos por adesão, vinculados a entidades de classe, enfrentam reajustes acima de 25% em média nos últimos anos. Já os planos empresariais de pequenas e médias empresas (PME), que cresceram devido à ausência de oferta individual, também registraram altas de dois dígitos, com projeções de 15% para 2025.
Nos planos individuais e familiares, regulados pela ANS, o cenário é mais controlado. O teto para maio de 2025 a abril de 2026 é de 6,06%, aplicável a 8,6 milhões de beneficiários, ou 16,4% do total. Esse índice resulta da combinação entre a variação de despesas assistenciais (9,35% em 2024) e o IPCA sem subitem de planos (4,83%). Comparado a 2024, quando o limite foi de 6,91%, há uma redução de 0,85 ponto percentual.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de 2023 mostrou que os reajustes coletivos foram até duas vezes maiores que os individuais entre 2017 e 2022. O advogado especialista em reajuste de plano de saúde, Elton Fernandes, ressalta que essa disparidade decorre da regulação. Enquanto a ANS limita o aumento dos contratos individuais e familiares, os coletivos dependem de negociações diretas com as operadoras.
"Hoje, as famílias contratam planos de saúde para os seus via um CNPJ e, assim, os reajustes praticados não seguem o índice da ANS. É isso o que a Justiça tem revisto, pois, nesses casos, uma das possibilidades é que o reajuste siga a regra dos contratos familiares, com reajustes inferiores", explica Elton Fernandes.
Impactos nas empresas brasileiras
Para empresas, os planos de saúde representam 15,8% da folha em 2025, contra 11,5% em 2015, segundo a consultoria Mercer Marsh, que administra carteira com 5 milhões de usuários. O custo médio subiu 215% em dez anos, indo de R$ 225,23 em 2015 para R$ 709,50 em 2025 por funcionário.
Segundo a consultoria, as empresas passaram a adotar estratégias de contenção de gastos frente ao aumento dos custos com os planos de saúde. Há dez anos, 51% cobravam dos funcionários parte do valor do convênio; em 2021, caiu para 36%, mas subiu para 55% em 2025.
A pesquisa Mercer Marsh de 2025 também mostrou que 66% das empresas redesenharam benefícios, trocando operadoras, enquanto 31% planejam isso em 12 meses. O custo corporativo deve subir 10,5% em 2025, tornando os convênios o segundo maior gasto após salários. "O aumento dos custos de um plano de saúde faz com que, em muitos casos, o valor da mensalidade seja o segundo maior gasto da empresa, logo depois do salário. Isso traz desafios para a gestão do negócio", pondera Elton Fernandes, especialista em Direito da Saúde.
Reajuste do plano de saúde 2025/2026
Um dos indicadores que influenciam os aumentos dos planos de saúde, a inflação médica no Brasil deve continuar acima da média global em 2025. Segundo um levantamento da consultoria Aon com dados de 112 países, o custo médico no país terá alta de 12,9% neste ano, 2,9 pontos percentuais acima da média global, que deve ser de 10%.
Com base nessa projeção, a Aon estimou que os reajustes dos planos empresariais e coletivos ficariam entre duas médias possíveis em 2025: 13,7% e 21,8%, conforme os critérios adotados por cada operadora, enquanto o índice ANS para planos individuais foi de 6,06% para o período de maio de 2025 a abril de 2026.
O advogado Elton Fernandes explica que beneficiários de planos coletivos podem questionar os percentuais aplicados em seus contratos. Uma das maneiras é solicitar à operadora a demonstração técnica detalhada dos critérios aplicados no cálculo do aumento. Caso a justificativa não seja clara ou proporcional, é possível buscar orientação jurídica para entender as medidas legais cabíveis.
Além disso, o advogado especialista em Direito da Saúde em São Paulo afirma que o consumidor pode avaliar a troca de plano de saúde por meio da portabilidade de carências ou realizar um downgrade, que é a mudança para uma categoria inferior de rede credenciada dentro do mesmo contrato. "A portabilidade e a redução de cobertura via downgrade podem implicar mudança de rede credenciada, ao contrário da revisão do reajuste. Contudo, é importante ao consumidor compreender seus direitos para avaliar o que é melhor para si", detalha Elton Fernandes.
PUC TV
Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento
https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw
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SAÚDE BUSINESS
Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde
Hospital Pequeno Príncipe e Sistema Unimed mostram como programas de equidade, prevenção e educação fortalecem o cuidado, ampliam o acesso e consolidam a sustentabilidade no setor.
As políticas ESG (Environmental, Social and Governance) vêm sendo cada vez mais usadas para avaliar instituições não só pelos aspectos ambientais ou de governança, mas também pelo fator social.
No setor da saúde, a dimensão “S” envolve a gestão das relações das instituições de saúde com seus funcionários, pacientes, comunidades e demais stakeholders. Nesse cenário, as principais abordagens incluem: promoção da saúde e bem-estar das comunidades, bem-estar e valorização dos colaboradores, qualidade do atendimento e segurança dos pacientes.
Na área hospitalar, o Hospital Pequeno Príncipe busca democratizar o acesso à medicina de alta complexidade. Em 2024, 74% de todos os atendimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A instituição possui diversas iniciativas que consolidam o impacto social do hospital. Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva, elenca algumas delas:
Programa Família Participante: garante a presença de familiares junto aos pacientes do SUS, oferecendo alimentação, apoio psicológico e social, e orientação para o cuidado infantil;
Casa de Apoio Pequeno Príncipe: oferece hospedagem e alimentação gratuitas a pacientes e familiares de outras regiões, reduzindo barreiras de acesso à saúde especializada;
Setor de Educação e Cultura (Educ): assegura o direito à educação durante a internação, com professores das redes pública e da própria instituição;
Projetos culturais via leis de incentivo: promovem o acesso de pacientes, familiares e colaboradores a apresentações artísticas e oficinas de teatro, música e literatura;
Campanha Pra Toda Vida: reforça o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, com ações de prevenção, capacitação de profissionais e advocacy em políticas públicas;
Programa Cuidando de Quem Cuida: dedicado ao bem-estar dos colaboradores, oferece atendimento psicológico, terapias complementares e apoio financeiro;
Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe: oferece atendimento gratuito a crianças e adolescentes com deficiências e doenças raras, com foco em reabilitação, autonomia e inclusão social.
Entre as iniciativas recentes que ampliam o acesso à saúde e fortalecem a prevenção, destacam-se a Telepediatria, em parceria com secretarias municipais de saúde, que fortalece a atenção primária do SUS; o Telessaúde, que oferece teleconsultorias e monitoramento remoto a profissionais de outras instituições; e programas de educação e prevenção, como o Primeiríssima Infância, voltado à capacitação de cuidadores de crianças de 0 a 3 anos, e o HPP nas Escolas, focado em segurança e promoção da saúde.
Ety destaca que o hospital também mantém canais estruturados de diálogo com pacientes, famílias e colaboradores, reforçando a cultura de escuta ativa. O programa Voz do Paciente, criado em 2023, coleta relatos presenciais e on-line para fortalecer o cuidado centrado na pessoa. Internamente, o Canal de Escuta e a Central de Atendimento ao Colaborador (CAC PP) acolhem manifestações de forma anônima e digital, enquanto as Rodas de Conversa promovem integração entre equipes, estimulando pertencimento e corresponsabilidade.
Para medir o resultado de suas iniciativas, o Pequeno Príncipe adota uma abordagem integrada que combina indicadores assistenciais, de experiência do paciente, engajamento comunitário e reconhecimento institucional. Net Promoter Score (NPS), tempos de espera e densidade de reclamações funcionam como referências estratégicas para aprimorar práticas, fortalecer programas e embasar decisões voltadas à humanização e ampliação do cuidado.
Ety conta que, em 2024, o hospital alcançou NPS de 92,91%, superando a meta de 83,3%, e reduziu a densidade de reclamações de 1,5 para 1,1 por mil pacientes.
O Pequeno Príncipe atende crianças de todo o país, mas o equilíbrio financeiro é desafiador. Atualmente, o hospital conta com o apoio de 334 empresas e 4.120 doadores.
“Em 2024, o déficit de R$ 43 milhões foi compensado por doações e parcerias estratégicas. Cerca de 17,6% da receita bruta do Complexo Pequeno Príncipe veio da sociedade civil — recursos financeiros, doações de medicamentos e alimentos, patrocínios e investimentos de governos. Esses aportes permitiram cobrir o déficit assistencial e investir em pesquisas, equipamentos e infraestrutura.”
O hospital também participa de redes colaborativas como o Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) e de conselhos de direitos da criança, reforçando a governança compartilhada.
Em busca de reforçar sua sustentabilidade, a instituição criou o Futurin — Funds for Life, fundo patrimonial voltado à perenidade financeira e social.
“Para os próximos anos, o foco é consolidar a sustentabilidade institucional em múltiplas dimensões — financeira, ambiental e social — com metas como: ampliação da telemedicina e programas de prevenção, conclusão do hospital-dia do Pequeno Príncipe Norte e investimentos contínuos em tecnologia e digitalização hospitalar.”
Cooperativismo que transforma
“A dimensão social está no centro da atuação do Sistema Unimed. Em 2024, cerca de 200 cooperativas investiram R$ 102 milhões em ações socioambientais em todo o país, voltadas à responsabilidade social, capacitação profissional, cultura, esporte, meio ambiente e promoção da saúde”, diz Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.
Esses recursos sustentam programas como o Movimento Mude1Hábito, que incentiva estilos de vida mais saudáveis, e políticas de diversidade e inclusão, refletidas na criação de mais de 7 mil novos empregos diretos em 2024 — um crescimento de 27,5% em relação a 2023. “Hoje, 76% dos 130 mil postos de trabalho nas cooperativas participantes são ocupados por mulheres, demonstrando compromisso com a equidade de gênero.”
Na formação profissional, foram investidos mais de R$ 84 milhões na capacitação de médicos e colaboradores em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), além da inserção de mais de 4 mil jovens em programas de estágio e aprendizagem.
“Todas essas iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), e as melhores práticas são reconhecidas pelo Selo ESG Unimed, que fortalece a cultura de responsabilidade em todo o Sistema”, pontua Abujamra.
As cooperativas também mantêm parcerias com municípios e secretarias de saúde para ampliar o acesso à medicina de qualidade, sobretudo em regiões vulneráveis.
O impacto dessas ações é medido por meio do Balanço Social da Unimed do Brasil, que consolida indicadores econômicos, sociais e ambientais de 200 cooperativas. Em 2024, 16 cooperativas Unimed figuraram entre as 18 operadoras médico-hospitalares com nota máxima no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e 82 foram classificadas na faixa de excelência.
“Os programas sociais e de prevenção são financiados majoritariamente com recursos próprios. Em 2024, o Sistema movimentou R$ 96 bilhões em serviços de saúde privados e R$ 102 milhões em investimentos socioambientais, além de colaborações com Organizações Não Governamentais (ONGs), universidades e órgãos públicos que potencializam o alcance das ações.”
Na avaliação de Abujamra, os benefícios são amplos e compartilhados, refletindo em diferentes dimensões e beneficiando públicos diversos. “As comunidades têm acesso ampliado a iniciativas de promoção da saúde, educação, capacitação profissional, diversidade e inclusão, o que contribui para o fortalecimento social e econômico dos territórios onde a marca atua. Os pacientes percebem ganhos diretos na qualidade de vida, com a redução de internações evitáveis e o estímulo a hábitos mais saudáveis.”
O setor público também é beneficiado, na medida em que as ações de promoção e prevenção colaboram para desafogar o sistema de saúde e reduzir a demanda por atendimentos de alta complexidade. “Já o próprio Sistema Unimed reforça sua eficiência e capacidade assistencial, com 665 milhões de eventos assistenciais realizados em 2024, entre consultas, exames, internações e outros procedimentos.”
Para os próximos anos, a instituição projeta novas frentes de impacto, voltadas à saúde digital, economia verde e transição energética, conectando inovação, sustentabilidade e propósito social. “Assim, o cooperativismo médico se consolida como um dos pilares mais relevantes da sustentabilidade no ecossistema de saúde brasileiro, transformando investimento social em valor compartilhado para toda a sociedade.”
O preço de não investir no social
A dimensão social do ESG não pode ser vista como acessória para instituições de saúde: ela integra diretamente missão, operações, reputação, sustentabilidade financeira e compliance. Quando bem endereçada, traz impactos positivos — melhor qualidade de cuidado, maior equidade, equipes mais engajadas, comunidades mais saudáveis, maior confiança dos pacientes e parceiros.
Por outro lado, negligenciá-la pode acarretar riscos: reputação debilitada, maior rotatividade de colaboradores, menor eficiência operacional, dificuldade de atração de capital ou parcerias, e até impacto adverso na qualidade de atendimento.
“A inclusão da estratégia ESG é uma questão muito particular de cada empresa. Aquelas que escolhem a estratégia ESG se beneficiarão do acesso ao capital de impacto, além de dirimirem questões sociais e ambientais”, analisa Alexandre Furtado, professor do MBA em Saúde da Fundação Getulio Vargas.
Na visão de Furtado, há grandes oportunidades sociais para empresas privadas de saúde, como as parcerias público-privadas para coordenar programas de equidade e prevenção de saúde. “Basta ter a capacidade de oferecer esse tipo de serviço, o que acredito que muitos hospitais privados que já possuem SUS poderiam realizar com excelência, ou até mesmo operadoras de saúde. Existe um nicho interessante de modelo de negócio da saúde que vem com a pegada social do ESG.”
Mas Furtado destaca que as empresas do setor que não perceberem esse tipo de modelo de negócio, que é alavancado pelo social, acabarão perdendo a relevância na rede de atenção.
Quando se fala de risco reputacional, o especialista avalia que as empresas ainda estão situadas na seara da obrigatoriedade regulatória, onde o seu não atendimento por falta de transparência gerará multas e outras punições por parte dos órgãos reguladores, o que gera, na mesma amplitude, a perda de reputação.
“Essa perda reputacional se agravará ainda mais com a vinda das novas normas de sustentabilidade sob o padrão do International Financial Reporting Standards (IFRS), as IFRS S1 e S2, que tratam das obrigatoriedades de divulgação das informações de ESG aos investidores que companhias abertas, bancos e seguradoras do setor de saúde terão que atender a partir de 2026.”
As normas internacionais de sustentabilidade determinam que as empresas divulguem não apenas os riscos, mas também as oportunidades ligadas ao ESG, refletindo uma mudança estrutural nas finanças corporativas.
“Essa transformação tem origem no modelo de “cap and trade” (limite e compensação) — base das finanças sustentáveis — criado nos Estados Unidos no fim dos anos 1980. O sistema surgiu para combater as chuvas ácidas causadas por emissões industriais: as empresas poluidoras eram cobradas, enquanto as que reduziam emissões recebiam incentivos.”
O princípio é simples: governos impõem metas e penalidades a quem polui e oferecem incentivos a quem investe em sustentabilidade. Com isso, a sustentabilidade deixou de ser vista como um custo regulatório e passou a representar uma vantagem competitiva.
“No setor de saúde, essa mudança é clara: instituições que incorporam práticas ESG têm acesso tanto a financiamentos mais baratos quanto a gerar ganhos com créditos de carbono, por exemplo. As empresas estão percebendo que a sustentabilidade é hoje uma exigência estratégica, principalmente, para ter acesso a um capital mais barato para financiar suas operações”, diz Furtado.
O impacto social no setor de saúde deixou de ser apenas uma ação filantrópica para se tornar um investimento estratégico. Iniciativas como as do Hospital Pequeno Príncipe e do Sistema Unimed demonstram que programas de equidade, prevenção e educação produzem resultados concretos para pacientes, comunidades, colaboradores e o sistema de saúde como um todo.
Além disso, a adoção de práticas ESG gera vantagens financeiras e estratégicas. Por outro lado, negligenciar a dimensão social implica riscos significativos: perda de reputação, dificuldade em atrair capital ou parcerias, menor engajamento de equipes e impacto negativo na qualidade do cuidado.
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ISSO É GOIÁS
Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama
Goiânia (GO) - Quando se fala em diagnóstico do câncer de mama, o exame de imagem mais lembrado é a mamografia. No entanto, um estudo conduzido pelo médico goiano Celso Augusto de Paula Nunes (foto), especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, mostra que a tomografia das mamas com tecnologias exclusivas e protocolos avançados também é uma importante aliada na detecção precoce e acompanhamento do câncer de mama.
Esse reforço diagnóstico não substitui a mamografia, mas torna-se ainda mais relevante quando se considera que a identificação precoce pode garantir melhores prognósticos e taxas de cura que chegam a 95%.
“A falha no diagnóstico do câncer de mama representa uma grande preocupação. O uso de protocolos dedicados e de novas tecnologias na tomografia, como o mapa de iodo por subtração e a dupla energia espectral, tem mostrado resultados promissores no auxílio ao diagnóstico e acompanhamento”, afirma Celso Augusto de Paula Nunes.
Essas tecnologias, presentes nos tomógrafos da Canon Medical Systems, utilizam técnicas avançadas de aprendizado profundo (Deep Learning) e inteligência artificial (IA) utilizando dupla energia espectral com mapa de iodo, para fornecer imagens com maior diferenciação de tecidos e riqueza de detalhes anatômicos, com quantificação do iodo captado pela lesão, elevando o padrão de precisão do exame e facilitando controle pós-tratamento de lesões nas mamas.
A tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo quantitativo já está disponível em algumas das melhores clínicas de imagem do Brasil, entre elas, o CDI Premium, em Goiânia, que é uma das poucas unidades do país a contar com essa tecnologia de ponta.
O estudo elaborado por Celso Augusto de Paula Nunes em parceria com Henrique J. Cirino, líder estratégico de Aplicação Clínica em Tomografia na Canon Medical Systems Brasil, evidencia como essas inovações agregam valor à prática diagnóstica e ampliam as possibilidades de rastreamento preciso do câncer de mama, principalmente em pacientes com impossibilidades de utilizar outros métodos como a mamografia e ressonância de mamas
Por ser realizado em um equipamento de tomografia, é uma excelente opção para pacientes claustrofóbicos, com contraindicações para exames de ressonância magnética ou com outras limitações, como peso excessivo ou dificuldade de posicionamento em máquinas convencionais.
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AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente
Neurologista alerta para importância da informação e da rapidez no atendimento
O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo — mas também uma das mais evitáveis. De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (Neurológico), Iron Dangoni Filho, o tema ganha destaque no Dia Mundial e Dia Nacional de Prevenção ao do Acidente Vascular Cerebral, em 29 de outubro, como um lembrete urgente: informação e rapidez salvam vidas.
No Brasil, os números também preocupam: são mais de 400 mil novos casos por ano, fazendo da doença uma das principais causas de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos.
Segundo o especialista, a data é uma oportunidade de reforçar, reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença, pois o tempo é o fator mais importante, quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação completa.
“Existe uma janela de até quatro horas e meia para o uso de medicamentos que dissolvem o coágulo e podem reverter o quadro. Em situações mais graves, a trombectomia mecânica — procedimento que retira o coágulo por cateter — também precisa ser feita o quanto antes. Cada minuto de AVC leva à morte de aproximadamente dois milhões de neurônios. Por isso, a rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequela”, reforça Iron Dangoni.
Fatores de risco e prevenção
Os principais fatores de risco são conhecidos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial. Há ainda fatores que não podem ser modificados, como idade, sexo feminino (para casos mais graves), etnia e histórico familiar. Por isso, a prevenção deve ser constante e acompanhada de mudanças de hábito.
Entre as medidas preventivas, ele destaca a pressão arterial controlada, a alimentação equilibrada, a atividade física regular, o abandono do cigarro, o controle do diabetes e do colesterol, além de boas noites de sono e consultas médicas periódicas.
Para identificar um AVC, o neurologista ensina uma maneira simples de lembrar os sinais: a palavra SAMU — Sorriso torto, Abraço fraco, Mensagem confusa e Urgência. “Qualquer alteração súbita, seja de fala, força, visão ou equilíbrio, é um alerta. É essencial procurar imediatamente atendimento médico o quanto antes. Somente exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, destaca.
Nos últimos anos, a medicina avançou em novas técnicas de tratamento e reabilitação. Além da trombectomia, há protocolos de reabilitação intensiva iniciados ainda durante a internação, com apoio de tecnologias como realidade virtual e estimulação cerebral.
O processo de recuperação envolve uma equipe multidisciplinar — neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas —, todos atuando para devolver autonomia e qualidade de vida ao paciente.
Mesmo com todos os progressos, Iron Dangoni ressalta que a desinformação ainda é um grande desafio. “Muita gente acredita que o AVC é uma doença exclusiva dos idosos, o que não é verdade. Ele pode atingir qualquer faixa etária, inclusive jovens. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para quebrar mitos e ensinar a agir no momento certo”, observa.
Para o especialista, o conhecimento é a maior arma contra o AVC. Quando a população reconhece os sinais, busca ajuda rapidamente e adota hábitos saudáveis, muitas vidas estão sendo salvas. Informação é prevenção, é cuidado e é vida.
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PORTAL MIGALHAS
Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos
Entenda como a advocacia preventiva no Direito Médico pode evitar ações judiciais, proteger a imagem do profissional e garantir segurança jurídica ao exercício da medicina.
A medicina sempre valorizou a prevenção como estratégia de cuidado. Tratar antes que a doença se instale é não apenas mais eficaz, como também mais seguro e menos oneroso.
Essa lógica, aplicada ao campo jurídico, ganha corpo na advocacia preventiva, especialmente no contexto do Direito Médico. Trata-se de um campo ainda subestimado, mas essencial para garantir segurança ao exercício profissional da medicina em tempos de judicialização da saúde e intensa exposição digital.
É comum que o médico só procure um advogado quando já está envolvido em um processo ético no Conselho Regional de Medicina, numa ação civil por suposta falha técnica, ou mesmo em inquérito criminal por lesão ou homicídio culposo.
Essa busca tardia costuma ocorrer quando os danos - à reputação, ao emocional e ao patrimônio - já estão em curso. O custo da defesa é, invariavelmente, mais alto do que o da prevenção.
A advocacia preventiva oferece ao profissional da saúde algo que o contencioso raramente consegue: controle. A presença de um advogado especializado desde o início da atividade médica contribui para a elaboração criteriosa dos documentos utilizados no atendimento, como contratos de prestação de serviços e termos de consentimento.
Também permite a análise rotineira de protocolos clínicos e operacionais, a resposta técnica a reclamações de pacientes e a orientação quanto à publicidade médica, evitando infrações éticas que, muitas vezes, ocorrem sem má-fé, mas por desconhecimento.
A assessoria jurídica adequada atua como uma extensão estratégica da gestão do consultório ou da clínica, zelando pela conformidade legal das rotinas e oferecendo respostas rápidas em contextos de crise. Com o avanço da telemedicina, as fronteiras entre atendimento presencial e remoto se diluíram, o que ampliou os desafios jurídicos e exigiu novas formas de proteção.
Além disso, o uso intensivo das redes sociais pelos profissionais da saúde gerou conflitos com as normas do Código de Ética Médica, muitas vezes negligenciadas.
O risco jurídico, no entanto, não é uma hipótese remota. O médico está sujeito a diversas formas de responsabilização, e sua conduta pode ser questionada sob diferentes prismas: civil, penal e administrativo. Em todas essas esferas, o acompanhamento jurídico prévio é decisivo.
A diferença entre uma conduta bem documentada e uma situação mal gerida pode ser o que define o rumo de um processo e o desfecho da carreira de um profissional.
Nesse cenário, o advogado especializado em Direito Médico não é apenas um defensor. Ele é também orientador, educador e escudo.
Ele conhece os direitos e deveres que regem a atividade médica, acompanha as transformações legais e éticas do setor da saúde e está preparado para proteger o médico, a clínica e, por consequência, os pacientes. A advocacia preventiva, portanto, é um investimento em tranquilidade, em longevidade profissional e em qualidade no exercício da medicina.
Mais do que evitar processos, essa atuação fortalece a relação médico-paciente, aumenta a segurança das decisões clínicas e reforça a credibilidade da prática profissional.
Assim como um exame de rotina pode salvar uma vida, a advocacia preventiva pode salvar uma carreira.
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Luciana de Araújo Chaves Guimarães Pimentel - Advogada em Direito Médico e da Saúde. Vice-Pres da Com de Dir Médico e da Saúde da OAB/PE, Vice-Pres da Com de Dir Penal Médico da ABRACRIM/PE. Membro Consultora da Com de Dir Médico da OAB Nacional
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FUTURO DA SAÚDE
Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes Hospitais afirma
Os hospitais privados seguem enfrentando e cobrando que as melhoras econômicas das operadoras de planos de saúde, que tiveram lucro de 12,9 bilhões de reais no primeiro semestre de 2025, cheguem até o setor hospitalar.
 
 Nos bastidores, o tema de redução de custos e possíveis cortes de despesas, incluindo redução de investimentos e equipes, começam a circular. Pequenos e médios hospitais devem ser os principais atingidos, caso a relação com as operadoras não melhore nos próximos meses e reflita em reajustes.
 
 Dados da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) apontam que 41% dos hospitais não conseguiram realizar os investimentos planejados. O prazo para recebimento de serviços prestados, que chega a 120 dias, é apontado como um dos principais motivos.
 
 "Os contratos, em boa parte dos casos, não têm sido respeitados. Eles dizem que a operadora deve reajustar os valores uma vez por ano, e se não houver entendimento entre a operadora e o hospital sobre o valor do reajuste, se aplica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo assim, a maioria das operadoras tem se recusado a aplicar", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
 
 O cenário é diferente em grandes redes hospitalares e hospitais-referência, que possuem caixa e possibilidade de investimentos. Apesar de ter mais capacidade de negociação, também têm enfrentado desafios nas relações com as operadoras. Reforçar a relevância e entregas assistenciais têm sido o caminho para abrir diálogo.
 
 "Temos diálogos mais estratégicos com as maiores operadoras para poder desenvolver as práticas do futuro, que é o que nos interessa. Temos encontrado espaço para a construção. O setor pede por evoluções e nós estamos abertos, até de uma maneira estratégica, a testar novos modelos que gerem valor para o sistema como um todo", afirma José Marcelo de Oliveira, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
 
 Desafios de custos e soluções
 
 Na visão de Henrique Salvador, presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde, o sistema de saúde é complexo, com causas multifatoriais como desafios do setor no momento. "A indústria da saúde, que é de capital intensivo, está sempre precisando de dinheiro para investir em equipamentos, em capacitação de pessoas, em capex para poder melhorar as instalações físicas. Em um país em que a taxa Selic está 15%, o primeiro desafio é a estrutura de capital", afirma.
 
 Junto ao impacto das glosas e questões de reajustes, a taxa de juros é considerada um entrave para a formação de caixa. Por isso, hospitais com menor capacidade financeira podem acabar reduzindo os investimentos planejados, com pequenos e médios sendo os principais afetados. Por outro lado, grandes redes e hospitais-referência atuam de forma diferente.
 
 "Existem redes nacionais como o Mater Dei, mas a relação com operadoras é local. Em Belo Horizonte, nos nossos quatro hospitais temos uma relação com as operadoras mais relevantes que é diferente da relação que nós temos em Uberlândia, por exemplo. Desenvolvemos produtos que são diferentes. Há negociações que precisam ser tratadas no corporativo, mas há situações que é a nível local", explica Salvador.
 
 Apesar do piso da enfermagem ainda ser um desafio para os hospitais, Antônio Britto, da Anahp, explica que o problema não está no custo com equipes de saúde, mas sim na falta de reajustes das operadoras. Ele reforça que os custos da saúde seguem aumentando continuamente e é preciso encontrar caminhos para solucionar a questão financeira.
 
 "Para os hospitais, a situação só pode ser boa e sustentável se a situação das operadoras também é boa e sustentável. Não existe escolha, ambos precisam estar bem. Os hospitais dependem de recursos repassados pelas operadoras, e as operadoras oferecem aos beneficiários serviços dos hospitais. São interdependentes", observa Britto.
 
 Apesar de não observar melhoria em reajustes e antecipações de pagamentos, Oliveira explica que há uma aproximação das operadoras aos hospitais para entender critérios e resultados. Segundo ele, no passado não havia essa abertura e perspectiva de diálogo: "Há uma discussão um pouco mais direta com argumentos em cima de práticas e melhorias. Falamos dos elementos que seguram uma conta hospitalar, por exemplo. Tem sido uma discussão mais produtiva, percebemos que também temos que mudar nossas práticas para melhoria contínua de processo. Saber que o caminho é de perspectiva de melhoria é muito mais positivo", afirma.
 
 Importância do hospital impacta nas negociações
 
 Segundo o CEO do HAOC, resultados assistenciais têm aparecido como força de barganha. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem produzido relatórios trimestrais com dados de cada operadora, mostrando desfechos e qualidade. Isso também colabora com os planos de saúde, que podem cobrar de outros parceiros os resultados com base neste referencial.
 
 "As operadoras querem nivelar o mercado por baixo. Por sermos uma marca de referência, há um custo adequado para aquele nível de atendimento, e a complexidade do nosso paciente acaba sendo maior. Quando se compara só os indicadores financeiros sem olhar a complexidade, isso prejudica. Buscamos qualificar essa discussão", observa João Marcelo, do HAOC.
 
 A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos hospitais membros da Anahp reduziu de 14% para 10% em 2 anos. O número é uma média dos associados, e pode variar para cima ou para baixo de acordo com o porte e tipo da instituição. No entanto, há preocupação sobre os resultados como setor.
 
 "Não vemos nenhuma saída para essa situação que não seja o diálogo. O diálogo entre hospitais, operadoras, indústria e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a única saída. Infelizmente, não tem sido como deveria. Há muitas desconfianças e dificuldades, mas na Anahp entendemos que o diálogo tem que ser uma obrigação", afirma Antônio Britto.
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Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina
A inteligência artificial está revolucionando a saúde ao automatizar atendimentos, apoiar diagnósticos, otimizar a gestão hospitalar e até salvar vidas. Com a IA, é possível prever demandas, reduzir filas, agilizar laudos e melhorar o uso de leitos e recursos. “Além disso, a integração de dados clínicos e operacionais permite decisões mais rápidas e precisas, resultando em mais eficiência, qualidade e melhor experiência para paciente e equipe médica”, afirma o especialista em Inteligência Artificial e inovação tecnológica Cássio Marcelo Morando Salinas, diretor de Engenharia de Soluções e Tecnologia para a América Latina da Aaxis, empresa focada em IA, Transformação Digital e Customer Experience.
Nos próximos anos, a IA deve se integrar ainda mais à rotina médica, de forma ética, transparente e colaborativa. “A detecção precoce de doenças como o Alzheimer, a partir de padrões sutis de exames cerebrais, é um exemplo de uso da tecnologia no futuro”, diz ele, que acrescenta: “Será possível também a descoberta acelerada de medicamentos, reduzindo em anos o tempo de desenvolvimento; integração com sensores corporais, permitindo detectar alterações fisiológicas antes de sintomas visíveis; além de monitoramento em saúde mental, com a IA analisando voz, escrita e comportamento para detectar precocemente sinais de depressão.”
Mas, a inteligência artificial vai substituir o ser humano? Não. Afinal, a empatia, a escuta e o discernimento clínico são frutos de anos de estudo, prática e sensibilidade — qualidades que pertencem exclusivamente aos profissionais de saúde. Ela pode apoiar, mas é o coração e a experiência humana que fazem e vão continuar fazendo a diferença na vida dos pacientes.
“Ela pode analisar dados, mas não sente empatia. Pode reconhecer sintomas, mas não entende a dor. O fator humano e emocional — o toque, o olhar e a escuta — continuam sendo o que mais cura na medicina. E é justamente nessa união entre ciência, tecnologia e humanidade que está o verdadeiro futuro da saúde. Afinal, a IA salva tempo. O humano salva vidas”, afirma Salinas.
Uso da IA em hospitais
Para Marcelo Teixeira, diretor médico do Hospital São Luiz Alphaville, a inteligência artificial permitirá, cada vez mais, que os profissionais de saúde dediquem seu tempo ao contato humano, ao acolhimento dos pacientes e de seus familiares. “Aparentemente pode ser estranho e contra intuitivo, mas vejo que a IA resultará em uma maior humanização na Saúde”, afirma Dr. Teixeira.
O Hospital São Luiz Alphaville utiliza a tecnologia em diversos processos. Confira alguns deles:
Processo assistencial
1. Avaliação de imagens sugestivas de neoplasia nos exames de RX, tomografia e ressonância magnética ;
2. Monitorização de exames e seus resultados , antecipando e alertando o médico de potenciais doenças raras;
3. Criação de contraste venoso ou arterial virtual, evitando a infusão de grandes volumes de contraste nos pacientes; e
4. Nas salas cirúrgicas, possibilitando ao cirurgião planejar e realizar a cirurgia de forma virtual se adaptando inclusive durante a realização da cirurgia.
Processo de Monitorização e Segurança Patrimonial
1. Por meio de câmeras de monitorização, a IA acompanha e identifica atitudes suspeitas no hospital, aumento a segurança contra furtos, golpes e vazamento de exames.
O hospital está implantando vários projetos que envolvem a tecnologia, abrangendo todas as áreas da unidade em Alphaville: no agendamento cirúrgico, na experiência do cliente e em processos financeiros.
IA usada em diagnósticos
A Inteligência Artificial já é uma aliada poderosa dos médicos no diagnóstico de doenças. Em vez de substituir o olhar humano, ela o amplia — ajudando a detectar padrões e sinais sutis em exames de imagem ou dados clínicos. “Hoje, sistemas de IA analisam radiografias, tomografias e ressonâncias com precisão surpreendente. Há um estudo bem interessante publicado na ScienceDirect na qual os médicos consideraram correta a hipótese gerada pela IA em 84% dos casos”, conta Cássio Salinas.
Em alguns estudos, modelos de IA superaram radiologistas humanos em até 10% na acurácia de diagnóstico de doenças cardíacas e pulmonares. “Enfim, ela funciona como um segundo par de olhos — ela alerta, prioriza e dá mais confiança, mas quem interpreta e decide é sempre o médico.
Tecnologia em tratamentos
A IA permite personalizar terapias, sugerir combinações de medicamentos mais eficazes e até prever reações adversas antes que elas aconteçam — sempre com base em dados clínicos e genéticos. “Na prática, já existem sistemas que monitoram pacientes em tempo real em UTIs, analisando batimentos cardíacos, pressão, oxigenação e outros sinais vitais para emitir alertas precoces quando algo sai do padrão”, afirma o especialista.
 Em oncologia, modelos de IA são capazes de propor ajustes de quimioterapia personalizados conforme o perfil genético do tumor, aumentando a chance de sucesso do tratamento.
“Um exemplo que vale a pena citar também é um estudo clínico que mostrou que intervenções de saúde baseadas na trecnologia ajudaram pacientes a parar de fumar e obter melhorar hábitos alimentares, reforçando o papel da tecnologia como aliada da medicina preventiva”, cita Salinas.
Maior revolução na prevenção
A maior revolução da inteligência artificial na saúde pode estar antes do diagnóstico, ou seja, na prevenção. Com o uso de grandes volumes de dados, a tecnologia auxilia médicos e autoridades de saúde a identificar riscos, prever surtos e agir antes que as doenças apareçam.
Algoritmos que cruzam informações de histórico médico, genética e estilo de vida conseguem prever risco de diabetes, doenças cardíacas ou câncer com boa precisão.
Salinas destaca que clínicos gerais da Inglaterra estão utilizando um sistema que aumentou em 8% a taxa de detecção de câncer entre pacientes do SUS britânico. “Outro avanço está em plataformas que acompanham tendências populacionais: com IA, é possível antecipar epidemias ou ajustar campanhas de vacinação antes de um surto”, diz ele.
Apoio clínico
João Galdino, CEO da Genesis, especialista em desenvolvimento de projetos com inteligência artificial, destaca a capacidade da tecnologia analisar de forma mais ampla todos os parâmetros clínicos de um paciente, comparando com o seu histórico. “Estamos falando de melhorar o prognóstico em mais de 50%, 60%, combinando o uso da IA junto com o médico. Os ganhos são estratosféricos”, afirma Galdino.
A Genesis desenvolveu a doutora Mia, que atende, auxilia, ajuda e tira dúvidas, dando apoio clínico a enfermeiros e médicos. “Ela dá laudo, analisa os sinais vitais do paciente, dá o prognóstico e alerta o médico, ou seja, auxilia no diagnóstico clínico”, explica ele.
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Assessoria de Comunicação
 
								