Quarta, 04 Dezembro 2024 07:30

CLIPPING AHPACEG 04/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Desafios éticos no uso da Inteligência Artificial na Saúde

Regulamentar a pós-graduação médica: um imperativo jurídico

Conselho de Medicina e Sociedade Goiana de Cardiologia entregam exames de Pollara ao MP

Produto usado no rosto de servidora pública que morreu após procedimento estético não é autorizado pela Anvisa, diz polícia

MEDICINA S/A

Desafios éticos no uso da Inteligência Artificial na Saúde

Que a transformação digital na saúde chegou para ficar, somando ao diagnóstico clínico do paciente, não há dúvidas. Afinal, foi através da implementação da tecnologia no setor que se tornou possível a automatização - fundamental para uma gestão operacional mais eficiente; da proteção e integração de sistemas com dados sensíveis do paciente; acesso remoto às informações e monitoramento à distância; entre outros.

Poderíamos passar horas falando sobre os benefícios da Saúde 4.0 e o quanto a tecnologia, em especial, a inclusão da Inteligência Artificial (IA), contribui para a presença de um tratamento de excelência em instituições.

Entretanto, apesar de suas inúmeras vantagens, é necessário atentar-se às "letras miúdas" da IA, especialmente no que se refere à ética no seu uso e até que ponto o caminho indicado pela ferramenta é o ideal.

Manter as informações sensíveis do paciente é um dos maiores desafios éticos no uso das IAs. É de extrema importância a ocorrência de uma mudança cultural e estrutural das organizações.

Não basta apenas conectar um sistema de proteção ou colocar uma senha mais forte. É preciso mudar a mentalidade para que as artimanhas do externo não deixem o fator humano suscetível ao risco.

Além disso, há alguns preceitos defendidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no guia Grandes Modelos Multimodais (LMMS), divulgado no primeiro semestre deste ano, sobre a entrada da IA no setor, e que podem orientar nesse novo caminho.

Sob o ponto de vista ético, a Organização defende seis pontos, são eles: proteção de autonomia (médico controla a decisão clínica); promover o bem-estar, segurança humana e o interesse público (desenvolvedores devem seguir os requisitos regulatórios de segurança); garantir transparência e inteligibilidade (IA deve ser compreensível aos entendimentos médicos); promover a responsabilidade e a prestação de contas (IA só pode ser utilizada por profissionais treinados previamente); garantir a inclusão e equidade (encoraja o uso e acesso amplo); e ser responsiva e sustentável (promover a sustentabilidade dos sistemas de saúde).

Assim, levando em consideração os argumentos defendidos pela OMS, é importante frisar que a IA não deve ser vista como "detentora da verdade", mas sim como mais um meio de suporte à saúde - já que ela pode consultar conteúdos livros de medicina e estudos de casos em milésimos de segundo - assim como são os exames de imagem e de coleta. Há, inclusive, soluções que são capazes de verificar padrões em imagens de Raio-X que, a olho nu, não seriam visíveis, apoiando, dessa forma, no diagnóstico preventivo.

E, por fim, mas não menos importante, acredito que não haverá momento em nossa história no qual a IA será capaz de substituir a pessoa do médico. Não tenho receio em afirmar que isso jamais acontecerá.

Afinal, por mais que a ferramenta gere insights na decisão médica, ela nunca terá a empatia e carisma humano necessários à profissão. A IA é nossa aliada nesse caminho, e não a nossa substituta.

*Carlos Alberto Pereira é Head de Estratégia da Flowti.

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Regulamentar a pós-graduação médica: um imperativo jurídico

regulamentação da pós-graduação médica no Brasil levanta importantes questões jurídicas, envolvendo o direito à Educação e o direito à Saúde. A ausência de um marco regulatório adequado e a falta de reconhecimento desses cursos como especialização médica não apenas compromete a formação de novos especialistas, mas também pode configurar uma violação do dever do Estado de garantir o acesso à saúde de qualidade, conforme previsto no artigo 196 da Constituição Federal.

Dados preliminares da “Demografia Médica no Brasil 2025”, estudo conduzido pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), revelam o boom no surgimento de novos cursos de pós-graduação nos últimos anos e reforçam a necessidade de uma regulamentação para adequar as regras à nova realidade, gerada pela crescente demanda por especialização e pela escassez de vagas em programas de residência.

A competência legal do Ministério da Educação para normatizar os cursos de pós-graduação, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), entra em conflito com as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelecem a residência médica como único caminho para formar especialistas. Esta situação evidencia uma antinomia jurídica que precisa ser resolvida para garantir segurança jurídica aos profissionais e instituições de ensino.

Atualmente, menos de um terço dos médicos recém-formados consegue ingressar em programas de residência. Dados da Demografia Médica de 2023 mostram que há apenas 1,58 médico especialista por grupo de 1.000 habitantes, o que ressalta a urgência de se abordar esta questão. Mais que garantir a qualidade da formação médica, é preciso também aumentar a disponibilidade de especialistas à população.

Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo) entende que os cursos de pós-graduação no Brasil surgem como um caminho para garantir a formação especializada de qualidade e para reduzir a defasagem de especialistas em todo país. A legislação brasileira já prevê requisitos mínimos para a qualidade desses cursos, como corpo docente titulado (mestres e doutores) e a aprovação pelos conselhos universitários. Tais requisitos estão presentes em centenas de cursos realizados por milhares de médicos em atuação no país. No entanto, a Abramepo defende que, para além desses requisitos mínimos já existentes, outros aspectos devem ser considerados na regulamentação, visando um controle ainda mais rigoroso e eficiente a partir da explosão de novos cursos.

O Ministério da Educação, em colaboração com entidades médicas, deve estabelecer critérios claros, como carga horária mínima e conteúdo programático adequado às especificidades de cada especialidade. Esta regulamentação deve observar o princípio da legalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, assegurando que as normas estabelecidas estejam em conformidade com o ordenamento jurídico vigente e respeitem a hierarquia das leis.

Mais ainda, é preciso implementar rigorosos mecanismos de fiscalização para que o Estado cumpra seu papel regulador e fiscalizador, conforme previsto no artigo 174 da Constituição Federal. Essa regulamentação, amparada no ordenamento jurídico, é uma forma de garantir um padrão mínimo de excelência à formação continuada na medicina.

Acreditamos que a qualificação profissional deva ser valorizada e incentivada, e não marginalizada por normas ultrapassadas que preveem a residência médica como único caminho para formar especialistas. É fundamental que o MEC, em conjunto com o CFM e entidades representativas da classe médica, trabalhem para a construção de um modelo regulatório eficaz para a pós-graduação médica. Isso assegurará a qualidade da formação oferecida pelas pós-graduações e o reconhecimento adequado aos profissionais que buscam o aprimoramento de suas habilidades.

Negar a relevância da pós-graduação em medicina e ignorar a importância dessa modalidade para sanar a histórica falta de especialistas é fechar os olhos para uma realidade que afeta diretamente a saúde pública e contribui para as desumanas filas de espera por consultas e cirurgias.

A regulamentação da pós-graduação médica é uma questão de interesse público que demanda uma solução jurídica adequada. É imperativo que o legislador e os órgãos competentes atuem para preencher essa lacuna normativa, garantindo assim o pleno exercício do direito à educação continuada dos médicos e, por conseguinte, o direito à saúde da população brasileira.

*Eduardo Teixeira é presidente e Bruno Reis Figueiredo é advogado da Associação Brasileira de Médicos com Expertise em Pós-Graduação (Abramepo) 

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TV ANHANGUERA

Conselho de Medicina e Sociedade Goiana de Cardiologia entregam exames de Pollara ao MP

https://globoplay.globo.com/v/13154776/

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PORTAL G1

Produto usado no rosto de servidora pública que morreu após procedimento estético não é autorizado pela Anvisa, diz polícia

Danielle Mendes teve um choque anafilático depois de aplicar hialuronidase abaixo dos olhos, disse a PC. Ela foi levada ao hospital, mas teve morte cerebral no dia seguinte à aplicação.

O produto usado no rosto da servidora pública que morreu após realizar um procedimento estético não é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com a Polícia Civil. Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro tinha 44 anos e recebeu a aplicação numa clínica no Parque Lozandes, em Goiânia. A dona do espaço foi responsável pela aplicação do produto. A PC informou que ela foi presa por irregularidades encontradas na clínica.

Danielle morreu no domingo (1º), um dia após realizar a aplicação do produto. De acordo com a delegada Débora Melo, a servidora recebeu uma aplicação de hialuronidase. O produto é um tipo de enzima, produzida de forma manipulada, usado para corrigir procedimentos feitos com ácido hialurônico.

“[A hialuronidase] é uma substância que serve para retirar um preenchimento anterior. É um produto manipulado que foi utilizado na paciente que morreu e isso é contra as determinações da Anvisa”, explicou Débora Melo.

Em nota, a defesa da empresária afirmou que ela "possui formação acadêmica em biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos". Sobre os produtos usados na clínica, o texto diz que "todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação". A nota é assinada pelos advogados José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto.

A delegada informou ainda que, de acordo com informações apuradas até o momento, Danielle teria ido até à clínica apenas para fazer uma avaliação. Até então, a servidora nunca tinha ido ao local onde passou mal.

Sobre o caso

A delegada Débora Melo relatou que Danielle Mendes chegou à clínica por volta das 9h da manhã de sábado (30) para realizar a avaliação. A delegada pontuou que a aplicação da substância ocorreu na "região abaixo dos olhos".

De acordo com a Polícia Civil, a servidora pública sofreu um choque anafilático e teve uma parada cardiorrespiratória no local. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas teve morte cerebral no dia seguinte, informou a PC.

Débora destacou que a clínica não possuía os equipamentos básicos de atendimento em casos de uma reação alérgica grave, por exemplo.

"Para o caso de uma parada cardiorrespiratória é necessário que haja um desfibrilador e não havia um desfibrilador normal. Trabalhamos com esses eventos adversos na área da estética, e esse caso nos mostra que até mesmo os procedimentos mais simples trazem esse risco tremendo", acrescentou Débora Melo.

Prisão

A dona da clínica, que é biomédica, foi presa na segunda-feira (2) por conta de irregularidades encontradas no estabelecimento, disse a delegada. Medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização, materiais limpos misturados com materiais sujos estão entre as irregularidades identificadas.

Diante do encontrado, a clínica foi interditada e a proprietária foi presa por:

Execução de serviço de alta periculosidade – previsto no Código de Defesa do Consumidor.

Exercício ilegal da medicina – conforme a legislação federal, que determina que procedimentos invasivos só podem ser realizados por profissionais médicos.

Oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo – devido ao uso de produtos vencidos e materiais sem registro na Anvisa.

Débora Melo, informou que, por enquanto, a empresária não foi detida pela morte da servidora. “Só depois de toda essa investigação que a gente vai poder concluir qual o grau de responsabilidade da presa em relação ao óbito da paciente”, explicou.

O Conselho Regional de Biomedicina confirmou que a dona da clínica possui registro profissional e disse que apura o caso (leia nota completa abaixo).

Revolta

A irmã de Danielle, Ana Elise Coelho, contou à TV Anhanguera que o sentimento da família é de revolta. Ana disse que a equipe da clínica demorou a chamar o Samu e que tentou realizar uma intervenção médica na irmã.

“A gente descobriu depois, no hospital, que a moça que atendeu a minha irmã, a esteticista, tentou fazer uma traqueostomia nela”, relatou.

Ana Elise acredita que se o socorro tivesse chegado mais rápido, a irmã poderia ter sobrevivido.

Nota do Conselho Regional de Biomedicina

O Conselho Regional de Biomedicina – 3ª Região (CRBM-3) informa que tomou conhecimento do caso pela imprensa e apura as circunstâncias. Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico.

A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho.

O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 03 Dezembro 2024 06:48

CLIPPING AHPACEG 03/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de Saúde: entenda as novas regras da ANS para cancelamento por falta de pagamento

Medicamento de R$ 17 milhões para doença rara tem registro aprovado pela Anvisa

STF decide que o médico Victor Sorrentino deve seguir nas redes sociais normas do Código de Ética Médica

UPA Itaipú: “Aqui morre pacientes toda semana por falta de leitos em UTI”, diz técnica de enfermagem

Governo do Estado instala gabinete de crise para lidar com problemas na saúde de Goiânia

Wilson Pollara passa por angioplastia e está em UTI com saúde estável

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ISTOÉ

Planos de Saúde: entenda as novas regras da ANS para cancelamento por falta de pagamento

No domingo, 1º de dezembro, entraram em vigor as novas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) sobre a notificação de beneficiários de plano de saúde por inadimplência.

Com as novas regras, o usuário só poderá ter o plano cancelado por inadimplência se deixar de pagar, no mínimo, duas mensalidades, sejam elas consecutivas ou não.

Para os planos contratados até 30 de novembro deste ano, a regra continua sendo a anterior, o cancelamento de contrato pode ser realizado se o pagamento ficar em aberto por mais de 60 dias, consecutivos ou não, nos últimos 12 meses de vigência do contrato.

Em casos como estes não há um número mínimo de mensalidades vencidas. Assim, uma única fatura sem pagamento por período superior a 60 dias já é o suficiente para implicar no cancelamento do contrato.

Quem será afetado pela mudança?

As novas regras regulamentadas na Resolução Normativa nº 593/2023, valem para os contratantes do plano de saúde individual ou familiar e para o contratante empresário individual (pessoa jurídica) de plano coletivo empresarial, que segundo a ANS devem ser comunicados previamente sobre o possível cancelamento do contrato no caso da falta de pagamento.

As mudanças também servem para contratos de plano coletivo diretor com a operadora, como ex-empregados (demitidos e aposentados), servidores públicos, beneficiários de operadoras de autogestão ou aqueles que pagam a uma administradora de benefícios.

Como serão realizadas as notificações?

Por e-mail

A proposta da ANS é para que as notificações sejam realizadas por meio eletrônicos, como e-mail, desde que ele possua certificado digital ou haja confirmação de leitura.

Pelo celular

Também serão adotas mensagens de texto como SMS e WhatsApp, desde que haja uma resposta do beneficiário confirmando o recebimento da mensagem, além de ligações telefônicas gravadas com confirmação de dados pelo beneficiário.

Por carta

Outra maneira de notificar beneficiários inadimplentes será o envio de correspondências com “aviso de recebimento” dos Correios, ou entrega por um representante da operadora.

A ANS ressalta que é fundamental que os beneficiários mantenham seus dados cadastrais atualizados junto à operadora de plano de saúde para que recebam comunicados e fiquem bem informados.

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VEJA

Medicamento de R$ 17 milhões para doença rara tem registro aprovado pela Anvisa

Elevidys é a primeira terapia gênica aprovada para distrofia muscular de Duchenne; indicação é para crianças de 4 a 7 anos que ainda conseguem andar

Considerado um dos medicamentos mais caros da atualidade e centro de discussões sobre oferta de tratamento para pessoas que vivem com doenças raras, o Elevidys , da farmacêutica Roche, teve o registro aprovado para crianças de 4 a 7 anos com distrofia muscular de Duchenne nesta segunda-feira, 2, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A liberação foi em caráter excepcional por causa da gravidade da doença e da falta de outros tratamentos para a condição. O fármaco - que tem custo de R$ 17 milhões por aplicação - é a primeira terapia gênica aprovada para a população infantil impactada pela doença genética que afeta a capacidade de se locomover, causando ainda problemas cardíacos e respiratórios.

O delandistrogeno moxeparvoveque, de nome comercial Elevidys, poderá ser indicado apenas para crianças dessa faixa etária que ainda conseguem caminhar sem ajuda de andadores e que não necessitam de cadeira de rodas. Isso porque a distrofia muscular de Duchenne leva ao enfraquecimento dos músculos do corpo que, com o passar do tempo, também vão se deteriorando.

Normalmente diagnosticada em crianças com 3 a 6 anos, a doença é causada por uma falha genética que faz com que o paciente não tenha uma proteína chamada distrofina, essencial para o funcionamento das células musculares. A gravidade se dá não só pela perda dos movimentos, que leva a quedas constantes, mas por afetar o aprendizado, além de causar problemas nos músculos do coração e do sistema respiratório.

Segundo a agência, a droga é contraindicada para pacientes com perdas de parte do cromossomo "nos éxons (região específica do DNA ) 8 e/ou 9 do gene DMD ou com títulos elevados de anticorpos contra o vetor viral".

"Para pacientes acima de 7 anos e que perderam a capacidade de locomoção funcional, mesmo que com algumas dificuldades ou limitações, os dados disponíveis são limitados e ainda não são suficientes para verificar o benefício do uso do produto", informou, em nota, a agência.

O medicamento é uma terapia avançada que utiliza um vetor viral para substituir a proteína relacionada com a doença (a distrofina) que apresenta mau funcionamento ou que está ausente no organismo da pessoa. Administrada por dose única intravenosa, a terapia restaura a função muscular dos pacientes.

Judicialização e suspensão de liminares

Medicamento inovador, mas com alto custo, o Elevidys estava sendo obtido pelos pacientes por meio de liminares por não ser ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está entre os medicamentos que alimentam o debate sobre os impactos da judicialização para o sistema de saúde .

Em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão das decisões para compra do remédio pelo Ministério da Saúde e foi iniciado um processo de conciliação entre a pasta, a Anvisa, a Roche Brasil, a a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), além dos dois hospitais credenciados para fazer a aplicação no país.

Naquele momento, havia 55 ações em curso das quais 13 tinham decisões favoráveis ao fornecimento e 11 aguardavam a compra. O valor para cumprir as liminares foi calculado em R$ 252 milhões e a proposta era de negociar um acordo com o laboratório.

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BLOG FELIPE VIEIRA

STF decide que o médico Victor Sorrentino deve seguir nas redes sociais normas do Código de Ética Médica

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que médicos que atuam nas redes sociais devem observar rigorosamente os preceitos do Código de Ética Médica (CEM), mesmo na condição de influenciadores digitais. A decisão foi tomada em recurso extraordinário no qual o médico Victor Sorrentino, influenciador conhecido nacionalmente contestava fiscalizações realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers).

O médico alegava que suas postagens em redes sociais, que incluem dicas de alimentação, exercícios físicos e cuidados gerais de saúde, não configuravam prática médica e, portanto, estariam fora do alcance da fiscalização do Conselho. Contudo, o STF entendeu que o exercício de atividades nas redes sociais por profissionais da Medicina, especialmente aquelas que envolvem informações sobre saúde, está vinculado à responsabilidade ética da profissão.

Segundo o ministro relator Alexandre de Moraes, a liberdade de expressão, garantida constitucionalmente, não é um direito absoluto. Dessa forma, o Cremers tem a atribuição de fiscalizar atos que possam representar infrações éticas, mesmo que ocorram fora do ambiente tradicional de consultório. O STF reafirmou que a atuação dos Conselhos Profissionais é essencial para proteger a sociedade, garantindo que informações relacionadas à saúde sejam transmitidas com responsabilidade e embasamento científico.

Eduardo Neubarth Trindade

A decisão estabelece que, mesmo em atividades como influenciadores digitais, médicos devem evitar publicações que possam induzir o público ao erro, como propaganda de métodos sem comprovação científica. O caso reforça a necessidade de os profissionais manterem uma postura ética alinhada às regulamentações da área, independentemente do meio em que atuem.

O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, ressaltou que a decisão do STF é uma vitória para a população, uma vez que garante a segurança das informações médicas transmitidas nas redes sociais. "As pessoas têm cada vez mais acesso à internet. E ela não pode ser tratada como território de ninguém. Os médicos são responsáveis por tudo o que publicam na área da saúde. Por isso, comemoramos a decisão do STF", explicou Trindade.

A redação está procurando contato com Victor Sorrentino, o médico ainda não se pronunciou sobre a decisão do STF.

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JORNAL OPÇÃO

UPA Itaipú: “Aqui morre pacientes toda semana por falta de leitos em UTI”, diz técnica de enfermagem

“O problema é a falta de medicamentos essenciais, como antibióticos adequados para estabilizar casos graves. Muitas vezes, os familiares precisam comprar medicamentos por conta própria, pois os disponíveis não são eficazes para os casos mais críticos", diz médico

“Falta insumos, falta medicamentos, falta antibióticos, medicação essencial para quem está em uma situação grave em decorrência de infecção generalizada, falta até a dieta que os pacientes precisam usar quando estão usando sonda. Aqui morre pacientes toda semana por falta de leitos em UTI. Quem dera se fosse somente essas mortes noticiados pela imprensa, contou ao Jornal Opção uma técnica de enfermagem que pediu para não ser identificada, da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) do Residencial Itaipú, em Goiânia.

A crise na saúde pública de Goiânia, que culminou na prisão do secretário de saúde, Wilson Pollara, ganhou repercussão nacional, inclusive na grande imprensa. A situação se agravou nas duas últimas semanas de novembro, com a morte de seis pacientes internados nas chamadas salas vermelhas — áreas destinadas ao atendimento emergencial de casos graves — enquanto aguardavam vagas em leitos de UTI. Entre as vítimas, três estavam internadas na UPA do Residencial Itaipu à espera de transferência.

A técnica de enfermagem relatou que a UPA está funcionando com recursos mínimos, que, segundo ela, são insuficientes para atender à demanda. Ela destacou que três pacientes permanecem internados na sala vermelha, aguardando vaga em UTI há mais de quatro dias. Por lei, o prazo máximo de permanência nessas condições é de 24 horas. “Há pacientes que chegam a esperar de 30 a 40 dias nesta sala. Trabalho aqui há 12 anos, e sempre foi complicado, mas confesso que esta é a pior gestão da saúde que já presenciei”, afirmou.

A reportagem também ouviu um médico, que corroborou os relatos sobre a precariedade do sistema de saúde da capital. Ele mencionou um paciente de 53 anos, entubado na noite de domingo, 1º de dezembro, devido a uma infecção generalizada. Segundo o médico, o pedido de vaga em UTI foi feito no dia 27 de novembro e reforçado na manhã de segunda-feira, 2 de dezembro, após a piora do quadro clínico do paciente.

“O problema é a falta de medicamentos essenciais, como antibióticos adequados para estabilizar casos graves. Muitas vezes, os familiares precisam comprar medicamentos por conta própria, pois os disponíveis não são eficazes para os casos mais críticos. O mesmo ocorre com as dietas específicas. O que temos aqui é boa vontade para salvar vidas, mas, infelizmente, nas condições atuais, só fazemos milagres”, desabafou o médico.

Outra técnica de enfermagem revelou que a máquina de esterilização da unidade está quebrada há meses e não foi consertada nem substituída. Com isso, os materiais precisam ser enviados ao Cais do Novo Horizonte para esterilização, o que atrasa os atendimentos. “O problema é que várias UPAs estão com as máquinas de estufa quebradas e utilizam o mesmo serviço do Cais, o que torna o retorno dos materiais ainda mais demorado”, explicou.

Vânio Mendes, que acompanhava um amigo com um corte no braço causado por um acidente de trabalho, relatou que não havia insumos para realizar a sutura. “É um descaso com a população. Uma UPA que não consegue fazer uma sutura? Não tem lógica”, lamentou.

Cibele Batista, moradora do Residencial Ipanema, levou a filha para realizar um exame de raio-x e ficou impressionada com as condições da unidade. “Tudo está deteriorado. Os bancos estão rasgados e sem espuma. É desolador”, afirmou. Apesar disso, ela elogiou os servidores, que se esforçam para atender bem, mesmo em um cenário tão caótico. “Os médicos daqui não são deuses, mas fazem milagres todos os dias”, completou.

Por outro lado, Kelly Lima, coordenadora geral da UPA, contestou as denúncias. Segundo ela, havia apenas um paciente intubado aguardando vaga em UTI. “No sistema, consta apenas um pedido de transferência para UTI. Quanto aos demais pacientes, é possível que já tenham sido estabilizados”, disse. Sobre a falta de medicamentos, Kelly afirmou que está sendo feito um remanejamento, e alguns itens já foram repostos. Quanto ao paciente entubado, ela ressaltou que foram oferecidas duas vagas em Nerópolis, mas a família recusou.

A reportagem pediu resposta para a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o momento não tivemos retorno. O espaço fica aberto para esclarecimentos.

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Governo do Estado instala gabinete de crise para lidar com problemas na saúde de Goiânia

O gabinete, instaurado nas 13 unidades de Urgência e Emergência da capital, conta com membros da SES e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.

A Secretaria de Estado e Saúde de Goiás (SES-GO) publicou portaria que cria um gabinete de crise para lidar com os problemas enfrentados pela saúde de Goiânia. O gabinete, instaurado nas 13 unidades de Urgência e Emergência da capital, conta com membros da SES e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.

De acordo com a gerente das Regionais de Saúde da SES, Jaqueline Rocha, os gabinetes utilizam um painel de indicadores que servem para monitorar recursos humanos, insumos, medicamentos e solicitações de leitos, facilitando a tomada de decisões e o redirecionamento de recursos para otimizar o atendimento aos pacientes. O objetivo da medida é melhorar a eficiência e a rapidez no atendimento, reduzindo o tempo de espera e garantindo acesso oportuno a leitos e tratamentos.

“O gabinete é um instrumento de gestão. As informações serão alimentadas diariamente para que a gestão municipal possa tomar decisões. Por exemplo, se existir sobra de insumos ou medicamentos em determinada unidade e falta em outra é possível que a gestão municipal faça este dimensionamento e esse redirecionamento de insumos entre uma unidade e outra”, explicou Jaqueline.

Segundo a gerente, também possa ser necessário o remanejamento de recursos humanos entre unidades de acordo com a demanda por atendimentos, que será observada diariamente. “Isso faz com que a rotatividade e a resolutividade do atendimento nas unidades seja mais acelerado para que o paciente espere menos. Quando falamos de solicitações de leitos de UTI, o gabinete de crise vai permitir quais são essas unidades que estão com maiores solicitações, quem é este paciente, para que em tempo oportuno o paciente tenha atendido na unidade de saúde adequada e em tempo oportuno”, afirma.

Um dos pontos da portaria é dispensa de licitação para compra de medicamentos e insumos. Um dos pontos citados por uma interlocutora da SMS é a possibilidade de acordos “verbais” para a compra desses medicamentos. “Estão sendo feitas duas compras, então devemos ter medicamentos nesta quinta ou sexta, que são injetáveis para unidades de urgência, e outra emergêncial, que deve chegar em até 30 dias, para suprir a falta de medicação nas unidades de saúde”, disse.

Por fim, a gerente afirma que o gabinete de crise deve ser mantido ainda na gestão de Sandro Mabel, que assumirá como prefeito em 1º de janeiro. “O prosseguimento do gabinete é de decisão da gestão municipal, mas acreditamos que ele deva permanecer. Ele [Sandro Mabel] precisará tomar pé da gestão e o gabinete de crise é um instrumento de gestão, então ele deve perdurar por se tratar de uma ferramenta em que os gestores das unidades podem continuar utilizando”, completa.

A crise

A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Agora, a situação se agrava já que, na última semana, pacientes começaram a morrer na espera por vagas na UTI, apesar de, em alguns casos, já existir decisão judicial determinando que o poder público encontrasse alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS) ou que arcasse com os gastos do leito na rede privada.

Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por “falta de credibilidade”. “Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI’s”, explicou.

“Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito”, continuou.

A “falta de credibilidade” citada por Rasível já havia sido mencionado pelo ex-secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Durante sua fala no início da reunião entre a SMS e a SES, na última segunda-feira, 25, Pollara afirmou que a a “Prefeitura está sem credibilidade financeira” como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.

Pollara também destacou como “honrosa” a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. “É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento”, disse.

Em nota enviada ao Jornal Opção, a SES-GO afirmou que a responsabilidade “pela gestão dos leitos municipais e conveniados” é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. “A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal”, afirmam.

De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). “A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado”, explicam.

Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.

Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: “A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde”. Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.

A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.

Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. “Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes”, concluiu.

Prisão de Pollara

O secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso na manhã desta quarta-feira, 27, durante operação do Ministério do Ministério Público (MP). O secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo, também foram detidos e conduzidos à Casa do Albergado suspeitos de associação criminosa e pagamento irregular em contrato administrativo no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 

Foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três investigados. O órgão também cumpriu, com o auxílio da Polícia Militar de Goiás (PMGO), oito mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Um dos alvos estava em posse de mais de R$ 20 mil em espécie.

A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (GAEPP), aponta que a prática reiterada de crimes por parte dos investigados, como a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Foi constatada a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI – o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana. 

A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

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A REDAÇÃO

Wilson Pollara passa por angioplastia e está em UTI com saúde estável

Defesa teve pedido de habeas corpus indeferido  

O ex-secretário da saúde de Goiânia, Wilson Pollara, passou por uma angioplastia, neste domingo (1/12), no Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia. Segundo o boletim médico, o paciente encontra-se estável e permanece sob observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pollara possui um quadro de angina instável. 

Pollara deu entrada no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams), neste domingo, com suspeita de infarto. Feito um primeiro atendimento, ele foi encaminhado para o Hospital Ruy Azeredo. Após avaliação clínica detalhada e exames complementares, Wilson Pollara passou por angioplastia percutânea com implante de stent farmacológico.

A defesa do ex-secretário se manifestou ''temendo'', pela saúde de Pollara. ''Como forma de proteger a saúde e a dignidade humana de seu cliente, a defesa impetrou ontem um novo habeas corpus com pedido em liminar, porém o pedido liminar foi indeferido pela justiça. A defesa reforça que continuará buscando todas as medidas legais para que seu cliente tenha acesso aos cuidados necessários, e reitera o alerta de que a manutenção da prisão temporária representa risco de morte ao médico'', relata a nota do advogado de Pollara, Thiago Peres.

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AGÊNCIA BRASIL

Dezembro Laranja 2024 reforça prevenção contra o câncer de pele no Brasil

Campanha destaca a importância da prevenção e oferece atendimentos gratuitos em todo o país no próximo sábado

Com a chegada do verão, a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ganha destaque na conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse câncer corresponde a 30% dos tumores malignos registrados no país, sendo o tipo não melanoma o mais frequente, com 176.930 casos estimados em 2020.

A radiação ultravioleta (UV), principal causa da doença, acumula-se ao longo da vida. Para se proteger, é essencial usar protetor solar, evitar o sol entre 10h e 16h e adotar acessórios como chapéus e roupas com proteção UV. A melanina, embora proteja parcialmente, não torna a pele imune ao câncer, o que torna os cuidados necessários para todos os tons de pele.

Neste sábado (7), a SBD realizará atendimentos gratuitos em mais de 100 postos pelo Brasil. Cerca de 3.500 dermatologistas orientarão a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento.

O câncer de pele divide-se em dois tipos principais: o não melanoma, de menor mortalidade, e o melanoma, mais agressivo e com alto potencial de metástase. Ambos podem ser prevenidos com hábitos saudáveis e diagnósticos precoces, fundamentais para salvar vidas e garantir qualidade de vida.

Para mais informações sobre sintomas e locais de atendimento, acesse os canais oficiais da SBD.

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GONEWS 365

Neurocirurgiã alerta sobre distúrbios de movimento e doenças que eles podem ocultar

Para muitos, sintomas como tremores nas mãos, rigidez muscular e movimentos involuntários podem parecer sinais de envelhecimento…

“Tremores e rigidez não são normais. Fique atento aos sinais”. O alerta é da médica neurocirurgiã goiana Ana Maria Moura, que aproveitou o Dia Mundial de Distúrbios de Movimento, celebrado 29 de novembro, para a divulgação de um material educativo, que mostra à população que esses sinais não devem ser ignorados. Para muitos, sintomas como tremores nas mãos, rigidez muscular e movimentos involuntários podem parecer sinais de envelhecimento, mas a verdade é que esses sintomas, quando frequentes, podem ser indicativos de distúrbios de movimento graves, que surgem em qualquer idade e exigem atenção médica imediata.

Em um folder elaborado especialmente para orientar os leigos sobre esse tema, a médica destaca que esses sintomas podem esconder doenças, como Parkinson, Alzheimer, distonia, Tremor Essencial, Coreia de Huntington, Síndrome de Tourette e outros distúrbios neurológicos. Segundo a neurocirurgiã, as disfunções na região do cérebro, onde estão os núcleos de base, podem gerar movimentos involuntários lentos ou mais rápidos. A distonia, por exemplo, é caracterizada por contrações musculares involuntárias e espasmos, muitas vezes repetitivos, podendo causar dores.

Mas, quando procurar um especialista? De acordo com Ana Maria Moura, há vários sinais que começam a impactar o dia a dia da pessoa e recomendam procurar um médico neurologista que trate distúrbios do movimento, entre eles:

>Tremores constantes ou repetidos

>Contrações musculares involuntárias
>Alterações da fala, que pode ficar tremulante ou mais baixa
>Alterações da velocidade da marcha ou de outros movimentos, dificultando a execução de tarefas cotidianas, como trocar de roupa ou escovar os dentes
>Diminuição do tamanho da letra ao escrever (micrografia, um sinal clássico da doença de Parkinson).

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O GLOBO

Planos de saúde e hospitais investem em clínicas especializadas em câncer. Veja como funcionam


Aposta no modelo visa otimizar tratamento e aumentar eficiência, reduzindo os custos

No momento em que o setor de saúde passa por transformações, como a união de operadoras de planos com hospitais para controlar despesas, um dos segmentos mais caros também passa por mudanças: a oncologia.

Tratamentos descentralizados dão lugar a centros especializados que integram a jornada de cuidados e ampliam a comunicação entre os profissionais envolvidos. Para o paciente, a expectativa é que o modelo otimize o tratamento, enquanto, para as empresas, traz mais eficiência financeira, reduzindo custos.

O movimento mais recente foi confirmado semana passada, com o lançamento da Croma Oncologia. A empresa é uma joint venture (parceria) da Beneficência Portuguesa, do Grupo Fleury e da Atlântica, braço hospitalar da Bradesco Saúde. As três investiram R$ 678 milhões na nova empresa.

No dia a dia, a Croma vai coordenar o tratamento do paciente com câncer e o suporte à família. Toda a assistência ambulatorial - como consultas com os especialistas e acompanhamento psicológico e psiquiátrico - será feito nas unidades da empresa. Inicialmente, serão quatro clínicas.

As duas primeiras, com inauguração prevista para fevereiro, ficam na Lapa e no Tatuapé, na capital paulista, e outra deve ser aberta até abril no Morumbi. Na cidade do Rio, a clínica da Croma está prevista para ser inaugurada em maio, em Botafogo.

Mercado em expansão Exames diagnósticos ficarão a cargo da rede de laboratórios do Grupo Fleury. Já as sessões de quimioterapia e radioterapia, cirurgias e atendimentos emergenciais acontecerão nos hospitais da Beneficência Portuguesa. No Rio, a Croma ainda negocia parceria com uma rede hospitalar, inclusive com a possibilidade de participação societária na empresa.

- Estamos olhando para Minas Gerais e alguns estados do Nordeste e Centro-Oeste. Encontrando parceiros em cada praça que tenham alinhamento com o nosso modelo, pode ser uma relação comercial ou até mesmo virar uma relação de joint venture local - afirma Cesar Franco, presidente da companhia.

O tratamento coordenado pela Croma acontecerá com a integração dos sistemas, permitindo às equipes dos três eixos acompanhar as informações dos pacientes, através de modelo de remuneração baseado em prestação de serviços, e não no uso de materiais e medicamentos, o que auxilia na redução de custos, diz Franco:

- Muitas das consolidações de grupos econômicos de saúde no Brasil são nesse sentido, mas integrar é sempre um desafio. Sem integração, o desperdício cresce muito. A quantidade de exames solicitados aumenta, linhas de tratamento às vezes divergem, e o paciente fica perdido no meio.

A iniciativa das empresas de se juntar para criar uma companhia que coordene atendimentos oncológicos não é isolada, e ocorre em um mercado caro, grande e com potencial de expansão.

Números da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) dão conta de que, no ano passado, 1,2 milhão de consultas oncológicas foram realizadas, além de 2,3 milhões de procedimentos de radioterapia e quimioterapia e 332 mil internações relacionadas ao câncer, cerca de 4% do total de hospitalizações.

- Algumas operadoras já levantaram que só as terapias oncológicas respondem por cerca de 8% do total de despesas - calcula Marcos Novais, superintendente da entidade.

Um estudo publicado na revista Lancet mostra que o câncer já é a doença que mais causa mortes em cerca de 700 municípios brasileiros. Coordenador do Grupo de Estudos de Oncologia da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o médico patologista Victor Piana analisa que a doença caminha para se tornar crônica, o que demanda cuidados contínuos.

Além disso, num país em que a população está envelhecendo de forma acelerada, com mudanças na pirâmide etária, as perspectivas para as próximas décadas não são animadoras: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expetativa é que o número de pacientes oncológicos no país cresça 76% em 20 anos, patamar que é mais que o dobro do constatado em países como EUA (33%) e Espanha (36%).

- Centralizar faz com que se tenha menos redundância de procedimentos, tornando o tratamento mais inteligente. Mas é preciso mudar o modelo de pagamento do setor, deixando de ser por volume (quanto mais procedimentos e tratamentos, maior a remuneração) para ser por valor, por ciclos de cuidado - diz Piana, que comanda o A.C. Camargo Cancer Center.

Fundador e CEO da Oncoclínicas, Bruno Ferrari lembra que o modelo de centros especializados em oncologia é realidade no exterior há décadas. O grupo, fundado há 14 anos, tem 145 unidades em 15 estados e parcerias com hospitais como Grupo Santa, no Distrito Federal, Casa de Saúde São José, no Rio, e Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte.

Em agosto, a empresa formou uma joint venture com o grupo empresarial árabe Al Faisaliah para abrir uma unidade em Riad, na Arábia Saudita, e planeja expansão no Golfo Pérsico. O investimento é de até US$ 20 milhões.

- Quando somos altamente qualificados, o tratamento é mais assertivo- diz Ferrari.

Professora da FGV Saúde, Ana Maria Malik destaca que centros especializados ou alianças entre empresas podem melhorar a qualidade do atendimento, torná-lo mais humanizado (evitando deslocamento do paciente em tratamento em vários locais) e otimizar recursos pelas empresas:

- Existe um axioma de que quando você faz muito de determinada coisa, a probabilidade de fazer melhor é maior. Não é verdade eterna, mas é forte evidência de que a centralização pode contribuir para que profissionais e empresas aprendam a fazer melhor.

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MEDICINA S/A

Médicos lideram casos de assédio, abuso e má conduta entre profissionais de saúde

Um estudo inédito realizado pelo Medscape entre junho e setembro de 2024 revelou dados preocupantes sobre a frequência de assédio, abuso e má conduta sexual na área da saúde no Brasil. A pesquisa contou com a participação de médicos, residentes, enfermeiros e estudantes de medicina e destacou as dinâmicas de poder, os perfis de assediadores e vítimas, além das graves consequências emocionais e profissionais enfrentadas pelas vítimas. Médicos foram apontados como os responsáveis pelo assédio em 46% das experiências de assédio vividas pelos participantes vítimas desse tipo de violência.

A pesquisa identificou, ainda, que o assédio ocorre com maior frequência em situações de hierarquia, com 46% das vítimas sendo assediadas por superiores, 37% por colegas de mesmo nível hierárquico e 17% por subordinados. Um estudante de medicina relatou no levantamento que recebeu convites para sair feitos por uma pessoa que não tinha intimidade para tal, além de pedidos de informações de contato e redes sociais.

“Eu estava no estágio de Pediatria, no setor de urgência, quando ocorreu o assédio. O preceptor médico me chamou para acompanhá-lo na evolução dos pacientes na enfermaria. No meio do caminho, começou a me fazer perguntas pessoais: se eu morava sozinho, em qual local, e se eu namorava. Ele chegou, inclusive, a insinuar que eu devia aprontar bastante por morar sozinho na cidade. Fiquei constrangido e tentei mudar de assunto”, comenta o estudante.

Além do assédio entre colegas, a conduta inadequada por parte de pacientes também foi abordada no levantamento. Cerca de 15% dos profissionais afirmaram ter enfrentado situações de sexualização explícita por parte de pacientes, incluindo gestos, comentários inapropriados e convites para sair, sendo que 8% receberam abordagens diretas que ultrapassaram os limites profissionais.

Muitos profissionais relataram mudanças em seus horários para evitar contato com os agressores, dificuldades de concentração, atrasos e até absenteísmo. 37% dos entrevistados mudaram suas rotinas por medo ou desconforto, enquanto 34% afirmaram que o assédio não influenciou diretamente seu comportamento.

“Muitos desses profissionais que participaram da pesquisa não denunciaram seus agressores por medo ou com receio de retaliação no ambiente de trabalho. 78% das pessoas que responderam nosso questionário on-line não denunciaram o perpetrador, sendo que 54% justificaram essa decisão afirmando acreditarem que nenhuma providência seria tomada”, comenta Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape em português.

Cerca de 46% dos entrevistados acreditam que, nos últimos cinco anos, o assédio sexual passou a ser tratado com mais seriedade no ambiente de trabalho. Além disso, 70% apontaram que a cobertura midiática de casos de assédio em outros setores, como esporte, cinema e política, contribuiu para ampliar a conscientização e promover discussões mais abertas na área médica.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado com um total de 885 médicos, residentes, enfermeiros e estudantes de medicina assinantes do Medscape em português, entre 11 de junho a 7 de setembro de 2024. com 57% homens e 43% mulheres.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 02 Dezembro 2024 06:34

CLIPPING AHPACEG 30/11 A 02/12/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Judicialização predatória afeta equilíbrio do setor de saúde

O papel da ANS na sustentabilidade do setor privado de saúde

Brasil tem carência de 1,5 mil leitos de UTI neonatal para atender recém-nascidos

Ex-secretário de saúde Wilson Pollara sofre infarto e é hospitalizado

Manobra de Kristeller é violência obstétrica e justifica indenização

Governo Lula descumpre portaria e gasta R$ 457 milhões com Zolgensma

Diagnóstico molecular, telemedicina e inteligência artificial começam a mudar a saúde da população brasileira

Mãe de bebê que morreu após serviço de home care da Prefeitura de Goiânia ser suspenso se revolta: 'Estão escolhendo quem salvar'

ESTADÃO ONLINE

Judicialização predatória afeta equilíbrio do setor de saúde

Crescimento do número de ações judiciais impacta previsibilidade, segurança e eficiência em pilar estratégico da Nação; no Congresso da Abramge, ministros do STF pedem 'redução de conflitos' e busca por parcerias

Entre janeiro e outubro de 2024, mais de 550 mil casos judiciais envolvendo temas de saúde pública e suplementar foram abertos na Justiça brasileira, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). É um número que chama a atenção não só pelo valor absoluto, mas também pelo crescimento de 95% na comparação com o do mesmo período de 2020. Mais do que sobrecarregar o Poder Judiciário, a insegurança jurídica que afeta o sistema de saúde resulta em alta de casos abertos - atualmente na faixa dos 800 mil processos- e desequilíbrio em um dos setores mais importantes do Brasil. A extrema e indevida judicialização da saúde no Brasil foi um dos principais temas do 28º Congresso da Abramge, associação de operadoras de saúde suplementar que reúne 140 empresas em 19 Estados do País.

Realizado nos dias 21 e 22 de novembro de 2024, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, o evento teve a participação de autoridades do governo, do Supremo Tribunal Federal e lideranças da área da saúde. "São preocupantes os números no que concerne à judicialização, que cada vez mais se intensifica", destacou o ministro do STF Gilmar Mendes, que participou da abertura do evento e tem liderado esforços para implementar mudanças que levem à redução do número de casos.

Hoje, no Brasil, o principal motivo para a litigância na Saúde é a negação da cobertura assistencial e quebra de carência, segundo pesquisa da FGV Justiça liderada pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça Antonio Saldanha Palheiro. Em fala no evento, ele mostrou preocupação não só com o número de casos judiciais, mas também com as fraudes no setor. "A judicialização a gente enxerga, mas a fraude fica debaixo do tapete", ressaltou Saldanha.

Movimento

Reduzir a judicialização é uma demanda coletiva dos ministros da Suprema Corte, como demonstrou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também durante o evento. "Não é possível aumentar a estrutura do Judiciário se a judicialização aumentar, até porque o Judiciário é uma instância patológica na vida de um país. Os problemas devem ser resolvidos administrativamente, porque litigar é barato para quem litiga, mas é caro para a sociedade", declarou Barroso em sua fala, lembrando que o País gasta 1,2% do PIB com o Judiciário atualmente.

Barroso ressaltou ainda que muitos juízes possuem dificuldade de compreender o equilíbrio entre as decisões que proclamam e o sistema de saúde. "Os juízes não são treinados para fazerem análises sistêmicas, do impacto das decisões", disse o presidente do STF. "É preciso desfazer um equívoco que a decisão está entre a vida de um demandante e o limite orçamentário do outro: quando se direcionam recursos para um tratamento que custa R$ 10 milhões por mês, no final alguém não recebe esse dinheiro para sua assistência."

A busca por equilíbrio e eficiência foi uma das tônicas do evento, que contou ainda com a assinatura de um acordo de cooperação entre a Abramge e o IPSConsumo para compreender as causas da judicialização e com a presença de autoridades internacionais, como a ex-primeira-ministra britânica Theresa May, que trouxe exemplos de sucesso e desafios do sistema de saúde público do Reino Unido.

Outro tema importante no congresso foi a busca pela integração entre os sistemas de saúde público e privado no Brasil, como bem lembrou o ministro José Antonio Dias Toffoli. "A saúde suplementar também é pública e temos que pensar juntos", lembrou o magistrado do STF.

Ex-primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May falou sobre sucesso do sistema de saúde público mais antigo do mundo; já Rafael Caviedes mostrou como colapso da saúde no país latino pode se repetir aqui

Aprender com os próprios erros é bom. Aprender com erros e acertos dos outros é melhor ainda. Ao longo de seus dois dias de programação, o 28º Congresso da Abramge trouxe não só discussões vigorosas a respeito da saúde no Brasil, mas também exemplos de como diferentes modelos da gestão do setor ao redor do mundo podem ter impactos muito variados. Presentes no evento, a ex-primeira-ministra do Reino Unido Theresa May e o ex-presidente da associação de planos de saúde do Chile (Isapres) Rafael Caviedes trouxeram ensinamentos que podem servir de exemplo e alerta para o sistema brasileiro.

Utilizado por mais de 65 milhões de pessoas em todo o Reino Unido, independentemente da renda, o National Health Service (NHS) é o mais antigo sistema de saúde pública do mundo, tendo sido criado após os escombros da Segunda Guerra Mundial. "É um aspecto fundamental do serviço britânico. Ele é gratuito para todas as pessoas, mas temos muitos desafios ao longo do tempo", destacou Theresa May, em sessão na qual foi entrevistada pela jornalista Natuza Nery.

Entre os desafios, Theresa destacou o envelhecimento populacional, que faz com que o sistema precise arcar com doenças mais complexas, e a adoção de novas tecnologias. Quando esteve à frente do governo, a antiga premiê britânica promoveu um programa de reformas e investimento no NHS, aumentando em cerca de 20 bilhões de libras por ano os gastos do sistema - em 2025, o orçamento deve girar em torno de 190 bilhões de libras (cerca de R$ 1,38 trilhão).

Mais do que isso, porém, ela procurou promover e fiscalizar políticas capazes de controlar os gastos do serviço, como o uso de uma agência única para regular todo o sistema de saúde britânico - incluindo a oferta privada - e o foco na atenção primária. "Quando há algo errado, o primeiro passo é passar por um clínico-geral, designado para a área em que a pessoa vive. Ele é quem determina se você passa por um especialista. Se houver uma emergência, as pessoas vão direto ao hospital, mas esse clínico-geral é sempre informado", diz Theresa. "Triagem é o segredo para manter a integridade de todas as demais etapas do NHS."

Para desafogar o sistema, que atende mais de 1,3 milhão de pessoas diariamente, a ex-primeira-ministra reforçou os poderes de farmacêuticos, que podem ajudar em casos de menor gravidade. "São profissionais que têm expertise para lidar com alguns assuntos, o que nos ajuda a diminuir o problema de pressão dos clínicos-gerais e dos hospitais", ressaltou. Outro ponto importante, segundo a inglesa, foi reforçar políticas de prevenção. "Precisamos encorajar comportamentos saudáveis, como o que as pessoas comem, se exercitam, como se informam e como cuidam de si mesmas", disse May.

Ao falar sobre o futuro do sistema de saúde britânico, May destacou ainda a importância que o NHS terá no combate a questões de saúde mental. "Nós precisamos quebrar o gelo com essa conversa. Um ponto particularmente importante é discutir a saúde mental dentro dos locais de trabalho, o que pode levar a perdas de produtividade importantes", declarou a ex-líder do Partido Conservador do Reino Unido. Para ela, é um tema que tem impacto especial na população jovem, ainda mais após a pandemia da covid-19.

Crise no Chile

Na sequência da fala de Theresa May, o ex-presidente da associação de planos de saúde privados do Chile (conhecida pela sigla Isapres) Rafael Caviedes falou sobre como o sistema de saúde no país latino entrou em colapso nos últimos anos.

Estabelecido nos anos 1980, o modelo de saúde chileno é, assim como o brasileiro, dividido entre um sistema público e outro privado. Lá, os chilenos devem dedicar 7% de seu salário para a saúde. Eles podem optar por fazer contribuições para um fundo nacional público, usado por 80% da população, ou para uma associação privada pertencente à Isapres. "É um serviço complementar. Quando se adere a um plano de saúde particular, o chileno não utiliza a rede pública", explicou Caviedes.

Com alto índice de judicialização, especialmente por conta de reclamações acerca de tabelas de preços que diferenciavam pacientes por fatores de risco que incluíam gênero e idade, o país acumulou decisões em favor dos usuários. As operadoras protestaram, o que levou a uma intervenção da Justiça em 2022.

Na ocasião, a Suprema Corte local decidiu que as operadoras de saúde privadas deveriam não só encerrar a diferenciação, mas também ressarcir os usuários pela diferença de valores pagos desde 2019, em uma dívida que chegaria a US$ 1,5 bilhão. "Foi uma decisão muito dura", destacou Caviedes. "Sinceramente, não sabemos como as coisas vão ficar nos próximos anos. É o que acontece quando se mudam as regras do jogo do nada."

Durante o evento da Abramge, a fala de Caviedes foi vista como um alerta para a realidade da saúde suplementar brasileira, cujos últimos anos foram marcados por altos índices de judicialização e mudanças de normas e incorporação de novas leis sem qualquer avaliação de impacto regulatório. O que a princípio pode parecer um benefício pode acabar por prejudicar o acesso à saúde. "Para ter uma evolução concreta, precisamos trabalhar em temas como segurança jurídica e a utilização de uma agência única de incorporação. Esperar e não fazer significa ver o colapso do sistema, como aconteceu no Chile", destacou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, durante conversa com o jornalista Márcio Gomes e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, ao final do evento.

Observatório buscará entender motivos da judicialização na saúde

Acordo de cooperação entre a Abramge e o IPSConsumo permitirá estudo qualitativo de reclamações e ações judiciais; primeira fase do processo deverá ser revelada no final de 2025

Com cerca de 55 mil causas judiciais iniciadas por mês entre janeiro e outubro de 2024, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o setor de saúde é um dos mais judicializados do Brasil - a despeito de não ocupar os primeiros lugares quando o assunto são reclamações administrativas, seja no Procon ou em serviços como o Consumidor.gov . A fim de entender tal descompasso e caminhar em busca de evolução, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) firmou, durante seu 28º Congresso, um acordo de cooperação com o Instituto de Pesquisa e Estudos da Sociedade e Consumo (IPSConsumo) para aprofundar estudos sobre os motivos da judicialização extrema do mercado.

Chamada de Observatório do Consumidor da Saúde, a iniciativa pretende analisar, de maneira independente, dados obtidos a partir de reclamações e ações judiciais envolvendo as mais de 140 operadoras de saúde associadas à Abramge. "A litigância é prejudicial para todos, até porque o que é investido para se defender deixa de ser utilizado na atuação da assistência de saúde", destaca Juliana Pereira, presidente do IPSConsumo e ex-secretária nacional do Consumidor, entre os anos de 2012 e 2016. "Precisamos dar um passo de maior profundidade para entender, por exemplo, se há situações não contempladas pela regulação ou se há judicialização mesmo com a regulação."

Nos próximos meses, a iniciativa pretende reunir especialistas de diferentes setores para começar o trabalho de estudo dos dados. De acordo com Juliana, a expectativa é de que a primeira parte do trabalho, voltada a uma análise qualitativa de reclamações e ações judiciais, seja concluída até o final de 2025, perto da próxima edição do Congresso da Abramge.

Para a presidente do IPSConsumo, a iniciativa da Abramge é elogiável por buscar compreensão e responsabilidade. "É a primeira vez que eu vejo um passo dado de forma transparente num compromisso dessa envergadura", disse ela, durante a cerimônia de assinatura do acordo de cooperação. "Queremos ajudar a reduzir os conflitos no mercado e discutir que processos podem ser aprimorados."

Ao longo do processo, as descobertas devem ser divulgadas tanto pelo instituto de pesquisa quanto pela Abramge. "Queremos consolidar não só volumes estatísticos, mas também entender o que está por trás das estatísticas", ressaltou ainda Juliana Pereira. A pesquisadora demonstrou ainda o interesse em ampliar o escopo do Observatório. "Espero que o poder público se junte a nós, porque este é um tema importante também para as políticas públicas."

Depois da análise, será feito um plano de ação, entregue à Abramge para que a associação possa trabalhar nas questões - seja na comunicação dos planos de saúde, na venda, nos contratos ou até mesmo na regulação do setor. "A judicialização é um efeito, e não uma causa. Para olharmos a causa, precisamos entender os consumidores - e não podemos esquecer que o principal motivo de o setor de saúde suplementar existir é o consumidor. A busca é por esse diálogo", complementou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.

Notas técnicas

Além do acordo de cooperação entre IPSConsumo e Abramge, outra importante parceria anunciada nos últimos dias pode impactar diretamente as ações judiciais envolvendo a saúde suplementar. Bastante celebrado durante o 28º Congresso da Abramge, um acordo entre o CNJ e a ANS prevê a elaboração de notas técnicas e pareceres científicos para auxiliar os juízes em casos que envolvem o tema da saúde suplementar.

Já existente no campo da saúde pública, a parceria abastecerá o Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (e-NatJus) para que, em poucas horas ou alguns dias, os magistrados tenham apoio na hora de proferir suas decisões. "Um juiz não pode mais decidir sem ouvir uma manifestação técnica", destacou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, em sua fala durante o Congresso da Abramge.

"Hoje, é até desumano que um juiz de direito tenha de responder a questões técnicas que qualquer pessoa leva dez anos, entre faculdade, residência e especialização, para conseguir compreender. É uma novidade que vai ajudar muito e o CNJ está no caminho certo", complementou Gustavo Ribeiro, da Abramge. É também um avanço que ajuda a integrar o esforço de saúde pública e privada serem vistas como parte de um só sistema, percepção que precisa ser mais difundida no País.

Integração de sistemas e uso de novas tecnologias entram em pauta no Congresso

Empresas, autoridades e especialistas debateram a necessidade de criação de agência única de incorporação de medicamentos, interoperabilidade de dados e uso de inteligência artificial

A discussão sobre a crescente judicialização na saúde brasileira não foi a única pauta do 28º Congresso da Abramge. Ao longo de 12 horas de evento, mais de 30 palestrantes e mil inscritos - entre representantes de empresas, autoridades dos três Poderes e especialistas do setor - debateram temas que podem auxiliar o setor a reduzir gastos, ser mais eficiente e trazer melhor atendimento para os brasileiros. Entre as principais pautas, estiveram assuntos como a necessidade de uma criação de agência única de incorporação de medicamentos, a interoperabilidade de dados dos pacientes e o uso de inteligência artificial.

Hoje, o Brasil tem um sistema duplo de incorporação de medicamentos e tratamentos na saúde: enquanto a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) cuida do setor público, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem seu próprio rol. É uma situação que, na visão do setor, cria distorções.

"Com duas agências, o modelo fragiliza o setor de saúde suplementar: quando a Conitec aprova um medicamento, as associadas da ANS têm 60 dias para incorporar, mesmo com projetos e precificações diferentes. Ao desbalancear um lado, o outro sente o impacto", afirmou Ludhmila Hajjar, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em uma das falas mais aplaudidas do evento. "É meu desejo que a gente tenha uma bela agência de incorporação única, até para o setor ter mais margem de discussão com a indústria farmacêutica."

A criação de uma agência única também evitaria desigualdades na forma com que as pessoas são tratadas. "Não existe remédio para o brasileiro A ou para o brasileiro B, são todos brasileiros", destacou Marcos Novais, diretor executivo da Abramge, ressaltando que países como Inglaterra, Canadá ou Austrália trabalham com modelo semelhante, além de terem um sistema de monitoramento robusto para acompanhar a inserção de novas possibilidades.

Dados e IA

Outra demanda antiga e que poderia auxiliar na integração dos sistemas de saúde público e privado é a existência de um protocolo de interoperabilidade de dados - que permitiria, por exemplo, a um médico saber o histórico de exames e enfermidades de um paciente, com o devido consentimento. É algo que poderia auxiliar muito não só na resolução de emergências, mas também fazer o setor ganhar eficiência.

"A interoperabilidade hoje é uma necessidade", destacou Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde. Durante o debate, ela declarou que o ministério está trabalhando nas bases do sistema. "Estamos preparando o terreno em todo o território brasileiro, com ações de conectividade, equipamentos, prontuário eletrônico. A aposta do ministério é na Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS), com mais de 2,3 bilhões de dados", disse a secretária, cujo posto foi criado no início da atual gestão de Nísia Trindade, em janeiro de 2023.

"A interoperabilidade não é só para o SUS, mas também para a saúde suplementar, porque a jornada de um paciente passa pelos dois lados", ressaltou ainda Ana Estela, que conclamou os presentes a baixarem o app Meu SUS Digital, onde os dados de cada cidadão brasileiro estarão reunidos a partir da RNDS. A rede de dados é também um primeiro passo importante para a organização do uso de inteligência artificial dentro do setor, mas não o único: em sua fala, Ana Estela ressaltou a necessidade da regulamentação da tecnologia, atualmente sendo discutida no Congresso Nacional.

Definições também precisam ser feitas em legislações já existentes, como a Lei Geral de Proteção de Dados, cuja regulamentação ainda precisa ser mais bem debatida para auxiliar o setor. "Quem atua com saúde sabe como a LGPD dificulta o tratamento de dados no setor e traz ambiguidade em relação ao entendimento da população", reclamou a advogada Walquiria Favero, sócia no escritório Machado Melo e Favero Advogados, em debate que discutiu a implementação de IA na área.

No mesmo painel, o advogado Bruno Marcelos ressaltou a dificuldade de a regulação seguir o compasso da tecnologia. "Mas espero que nossa regulação seja capaz de acompanhar o desenvolvimento, garantindo segurança de dados e equilíbrio para o mercado", ressaltou.

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O papel da ANS na sustentabilidade do setor privado de saúde

O envelhecimento da população, o aumento da judicialização na saúde, entre outros, são desafios que precisam ser discutidos para que os integrantes do complexo econômico e produtivo da saúde encontrem soluções consensuais

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi criada em janeiro de 2000, através da Lei n.º 9.961, ou cerca de um ano e meio após a sanção da Lei n.º 9656, que regulamenta esse setor. Como autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, a agência tem como finalidade institucional regular, normatizar, controlar e fiscalizar as atividades que garantem a assistência suplementar à saúde; promover a defesa do interesse público, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores; e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no País.

No decorrer dos seus quase 25 anos de existência, dados da própria ANS mostram como o mercado vem se adaptando à regulamentação. Quando a agência foi criada, atuavam nesse setor 2.723 operadoras de planos de saúde, que possuíam cerca de 31 milhões de beneficiários, ou 18% dos 170 milhões de brasileiros da época. Em novembro de 2024, o número de empresas com beneficiários caiu para 909 (redução de 67%), e o de usuários da saúde suplementar saltou para 51,4 milhões, que representam 24% da atual população de 212,6 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portanto, em duas décadas e meia, houve um incremento de 66% no número de usuários, mas a cobertura populacional da saúde suplementar cresceu 33%, pouco acima do crescimento registrado pela população brasileira, que foi de 25%.

O porcentual de beneficiários ligados a planos coletivos ou por adesão, que não têm o reajuste controlado pela ANS, é o termômetro que baliza esse crescimento. No final de 2000, esses planos possuíam 36% do total de beneficiários; hoje, detêm 83% deles, um aumento de mais de 130%. A concentração é outro fruto do mercado regulado: atualmente, 14 operadoras de planos de saúde, ou 1,5% das existentes, concentram 45% dos usuários.

A necessidade de regulamentar esse segmento é inquestionável, pois ele responde pela assistência à saúde de quase um quarto dos brasileiros e realizou, em 2023, segundo o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, 9,2 milhões de internações, 275,3 milhões de consultas médicas, 1,1 bilhão de exames diagnósticos e 79,9 milhões de terapias. É, portanto, parte integrante e importante do Sistema Único de Saúde (SUS).

As agências reguladoras desempenham papel valioso na democracia, na garantia da prestação de serviços e na defesa do consumidor. Por atuarem com autonomia e participarem de forma indireta da administração do Estado, buscam garantir assimetria entre os interesses dos usuários, das organizações envolvidas e do Poder Executivo. Por isso, a indicação para composição de suas diretorias deve sempre ser feita obedecendo a critérios técnicos, e nunca políticos, para que elas possam se empoderar e fazer o que deve ser feito.

No setor da saúde, de relevância notória para o desenvolvimento socioeconômico do País, a ANS tem uma missão importantíssima na defesa dos usuários e como protagonista da sustentabilidade do setor privado de saúde. O envelhecimento da população, o aumento das doenças crônicas, de casos relacionados à saúde mental, a incorporação profícua de novas tecnologias, o aumento da judicialização na saúde, a capacidade limitada de pagamento por parte dos beneficiários, o difícil relacionamento entre operadoras e prestadores e a ameaça iminente de novas endemias e pandemias, entre outros, são desafios que precisam ser seriamente discutidos para que os integrantes do complexo econômico e produtivo da saúde encontrem soluções consensuais. A agência pode e deve fomentar esses debates.

Certamente todos, sem exceção, terão de inovar, confiar uns nos outros, aprender a fazer melhor e diferente. Talvez essa missão não seja tão árdua, afinal, os grandes desafios da saúde já são conhecidos. Um provérbio japonês, porém, ensina que "tropeçamos nas pequenas pedras, porque as grandes a gente logo enxerga". Que os que integram o ecossistema da saúde tenham bom senso e essa visão de curto e longo alcance, para o bem do setor, da sociedade e do País.

* Médico, é presidente da Fesaúde-SP e do SindHosp

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AGÊNCIA ESTADO

Brasil tem carência de 1,5 mil leitos de UTI neonatal para atender recém-nascidos

Das 27 unidades federativas do Brasil, 17 dispõem de menos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do que o recomendado pela literatura científica. É o que afirma a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) em um novo levantamento. De acordo com a pesquisa, seriam necessários 1,5 mil novos leitos no País para que essas regiões atingissem a cobertura adequada.

Segundo o Ministério da Saúde, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 930 por dia. O sistema de saúde, porém, dispõe de 10.288 leitos de UTI para atendê-los, número inferior ao recomendado por entidades internacionais e nacionais, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para estas, a oferta de leitos de UTI para recém-nascidos deve ser de, no mínimo, quatro para cada mil nascidos vivos.

A conta feita pela Amib abrange tanto leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto do setor privado. Quando considerados apenas os leitos públicos, o quadro piora: nenhum Estado alcança a quantidade adequada. Os números foram levantados a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, e são referentes ao mês de dezembro de 2023. As informações foram cruzadas com os registros do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do mesmo ano.

Distribuição desigual
No Norte, a média regional é de apenas 2,42 leitos para cada mil nascidos vivos. De acordo com o levantamento, seriam necessárias cerca de 450 vagas adicionais na região para alcançar a recomendação mínima. Em contrapartida, na região Sudeste, a média total é de 5,55 leitos de UTI neonatal para cada mil nascidos vivos. Os locais com a situação mais crítica são Acre, Amazonas, Roraima e Maranhão, onde há menos de dois leitos por 1 mil nascidos vivos. No Acre, estão disponíveis 15 leitos no SUS e 13 na saúde suplementar.

Em contrapartida, o Estado teve 23.912 nascidos vivos em 2023, o que lhe rende uma média de 1,94 leitos para cada mil nascidos vivos. Nesse cenário, seriam necessários mais 30 leitos para alcançar o total recomendado. No Amazonas, são 59 leitos no SUS e 73 na rede privada, gerando um déficit de 149 leitos. Em Roraima, onde há 23 leitos no SUS e dois na saúde suplementar, seriam necessários 27 novos leitos. Já no Maranhão, com 156 leitos no SUS e 21 particulares, faltam 212 leitos para a média indicada pelas entidades médicas.

Veja média de leitos de UTI neonatal em cada estado:
- Acre: 1,94
- Alagoas: 3,03
- Amapá: 2,85
- Amazonas: 1,88
- Bahia: 2,73
- Ceará: 2,57
- Distrito Federal: 5,63
- Espírito Santo: 5,15
- Goiás: 3,38
- Maranhão: 1,82
- Mato Grosso: 3,64
- Mato Grosso do Sul: 2,96
- Minas Gerais: 4,10
- Pará: 2,25
- Paraíba: 2,52
- Paraná: 4,49
- Pernambuco: 2,56
- Piauí: 2,73
- Rio de Janeiro: 9,05
- Rio Grande do Norte: 4,11
- Rio Grande do Sul: 4,24
- Rondônia: 4,18
- Roraima: 1,91
- Santa Catarina: 3,97
- São Paulo: 5,03
- Sergipe: 3,62
- Tocantins: 2,85

Para Amarílis Batista Teixeira, coordenadora do Departamento de Neonatologia da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva, ligada à Amib, os dados sobre déficits são um alerta, pois a escassez de leitos está ligada a maiores taxas de mortalidade neonatal, principalmente em regiões com infraestrutura deficiente. "Muitos recém-nascidos poderiam ter desfechos melhores se tivessem acesso oportuno a suporte ventilatório, monitoramento avançado e intervenções especializadas, sem sobrecarregar outras unidades de saúde, comprometendo a qualidade do cuidado", reflete.

Taxas 'em conformidade com o Ministério da Saúde'
O ministério estabelece que o mínimo de leitos de UTI neonatal no Brasil deve ser de dois por mil nascidos vivos, conforme a Portaria GM/MS nº 930, de 2012. Porém especialistas como Nilzete Bresolin, diretora vice-presidente da Amib, reforçam que o ideal seriam quatro leitos por mil recém-nascidos, número baseado em estudos epidemiológicos e análises estatísticas de necessidades assistenciais. A portaria também estabelece que o cuidado neonatal deve ser progressivo. "Ou seja, complementado com leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UCINCo) e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru (UCINCa)", afirma o ministério em nota.

A pasta argumenta que "o desenho da rede e a definição dos leitos é conduzido pelos estados e municípios e o Ministério da Saúde atua para o incentivo e qualificação dos mesmos, por meio das habilitações com recursos financeiros e processos formativos".

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão informou, em nota, que o Estado conta atualmente com 134 leitos de UTI neonatal, distribuídos em 10 dos 19 serviços de parto sob gestão estadual. A pasta afirmou que "está em conformidade com a portaria de 2012" do ministério e adicionou que "está planejando ampliar o número de vagas".

Em Roraima, a Secretaria de Saúde disse que, em setembro de 2024, ampliou o número de leitos na UTI Neonatal do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, passando de 28 para 66. O órgão acrescentou que a taxa de ocupação da UTI é de aproximadamente 65% durante períodos sazonais de gripe, sem registro de demanda reprimida, o que "atende a atual realidade e rotina hospitalar". Os governos do Acre e do Amazonas não responderam até a publicação do texto. 

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O HOJE

Ex-secretário de saúde Wilson Pollara sofre infarto e é hospitalizado

Pollara foi preso na última quarta-feira (27) durante a Operação Comorbidade, que investiga irregularidades na gestão da Secretaria Municipal de Saúde

O ex-secretário de saúde Wilson Pollara, de 75 anos, sofreu um infarto na tarde deste domingo (1º/12) e foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, onde passa por exames.

Pollara foi preso na última quarta-feira (27) durante a Operação Comorbidade, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que investiga irregularidades na gestão da Secretaria Municipal de Saúde.

A saúde do ex-secretário havia sido apontada por sua defesa como argumento em um pedido de habeas corpus, negado pelo Judiciário em caráter liminar.

De acordo com a defesa, Pollara apresenta histórico de problemas cardíacos, incluindo doença arterial coronariana, arritmias e hipertensão arterial, além de já ter enfrentado tratamentos contra dois tipos de câncer. Além disso, estaria tendo dificuldades de se locomover por conta de problemas musculares.

A operação teve como alvos, além de Pollara, outros ex-gestores da pasta. O MPGO sustenta que há indícios de desvios de recursos e práticas ilícitas durante a gestão investigada, embora detalhes sigam sob sigilo judicial.

A defesa de Pollara questiona a prorrogação de sua prisão, alegando que as condições de saúde do ex-secretário tornam o encarceramento inadequado.

No sábado (30), o MPGO obteve a prorrogação da prisão temporária de Pollara por mais cinco dias, fundamentada pela necessidade de aprofundar as investigações.

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CONSULTOR JURÍDICO

Manobra de Kristeller é violência obstétrica e justifica indenização

A manobra de Kristeller, procedimento que consiste em pressionar a parte superior do útero de uma gestante para tentar forçar a saída do bebê durante o parto, é considerada prática de violência obstétrica , o que gera dever de indenizar.

Com esse entendimento, o juiz Sérgio Menezes Lucas, da 1ª Vara Cível de Aracaju, determinou que um hospital e um plano de saúde indenizem em R$ 50 mil uma mulher a título de reparação por danos morais.

Na ocasião em que ela deu à luz o filho, a equipe do hospital, ao qual a gestante teve acesso pelo plano, não administrou anestesia suficiente, o que fez com que ela sentisse os instrumentos médicos e dores extremamente fortes durante o parto.

A mulher também foi submetida à manobra de Kristeller, que, além de ser ineficaz na maior parte dos casos, é também contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), "principalmente pelo risco de danos neurológicos irreversíveis no feto e danos ginecológicos na mãe, o que restou comprovado nos autos", conforme escreveu o julgador, em referência às sequelas sofridas pela mulher.

"A indenização pelo dano moral não tem o objetivo de reparar a dor, mas de compensá-la de alguma forma, minimizando o sofrimento da autora que sofre em razão da violência obstétrica sofrida quando da prática de manobra proibida, causando-lhe danos."

Atuou na causa o advogado Carlos Henrique de Lima Andrade . "Essa condenação reforça o direito das mulheres a um parto humanizado e digno. A violência obstétrica é uma realidade que precisa ser combatida", comentou ele.

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METRÓPOLES

Governo Lula descumpre portaria e gasta R$ 457 milhões com Zolgensma


Ministério da Saúde atrasa distribuição do Zolgensma desde junho de 2023. Judicialização é o caminho encontrado para os pacientes
O Ministério da Saúde gastou R$ 457 milhões com o fornecimento do Zolgensma - usado contra Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I - em 2023 e 2024. Essa terapia gênica da Novartis deveria estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 4 de junho do ano passado, mas ainda não é ofertada aos pacientes. Uma das saídas encontradas para que não fiquem sem tratamento passa pela judicialização.

Ao todo, o governo federal desembolsou R$ 305 milhões em 2023, com 64 ações judiciais em 12 estados e no Distrito Federal. Mais R$ 152 milhões saíram dos cofres em 2024, com 41 processos em nove estados e na capital federal - recordista em casos judicializados.

A coluna obteve os dados a partir da Lei de Acesso à Informação (LAI). A resposta chegou na última quarta-feira (27/11).

O Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (Iname) estima que haja 1.795 pacientes com AME no Brasil. Do total, 75 têm até 2 anos, idade limite para o uso do medicamento, de acordo com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Das oito terapias gênicas aprovadas pela Anvisa, o maior gasto durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se dá, disparadamente, com o Zolgensma (onasemnogeno abeparvoque). O valor acumulado dele é 44 vezes maior que o do segundo lugar: o Kymriah (tisagenlecleucel), para tratar alguns tipos de câncer de sangue, custou R$ 10,3 milhões ao governo - foram quatro processos neste ano.

Já o Luxturna (voretigeno neparvoveque), contra perda de visão causada por distrofia hereditária da retina, ocupa a terceira posição: foram R$ 4,6 milhões em um processo de 2023. Não houve judicialização dos outros cinco medicamentos no período.

O principal entrave para a disponibilização no SUS, apurou a coluna, é o preço que o governo arcará pelo Zolgensma, que ainda não está definido. Segundo interlocutores ligados ao tema, a pasta e a Novartis se reúnem nesta segunda-feira (2/12) para discutir ajustes no acordo de compartilhamento de risco (ACR). O último encontro foi em 22 de novembro.

"O maior desafio das pessoas com AME hoje é a equidade, ou seja, o acesso aos tratamentos para todos. Temos um medicamento que está incorporado, mas ainda não está disponível para as famílias: o Zolgensma. Temos, ainda, os pacientes do tipo III, que continuam sem acesso a tratamento. Essas duas questões precisam de solução urgente, pois quem tem uma doença degenerativa não pode esperar", afirmou a diretora nacional do Iname, Diovana Loriato.

O que existe até o momento é um protocolo de intenções, assinado pelo ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e pela Novartis em dezembro de 2022, às vésperas do fim do mandato. As diretrizes do SUS, de acordo com o anúncio oficial da época, definem que bebês com AME tipos I de até 6 meses e fora da ventilação invasiva por mais de 16 horas diárias podem ser contemplados.

À época, a justificativa dele para restringir a idade foi a maior eficácia do tratamento nessa faixa etária. Há famílias, porém, que judicializam o pedido da terapia gênica fora dos critérios estabelecidos pela pasta.

"Para que o medicamento seja disponibilizado à população, é necessária a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e a formalização de um Acordo de Compartilhamento de Risco (ACR), atualmente em fase de pactuação. Assim, o Ministério da Saúde oferece o medicamento Zolgensma apenas mediante ordem judicial, com a devida instrução da Advocacia-Geral da União", informou a pasta em nota.

Diagnóstico de AME

Outra dificuldade passa pelo diagnóstico, que, muitas vezes, é de difícil acesso e precisa ser precoce para haver uma melhor evolução no tratamento.

"Se a criança não recebe (o Zolgensma), perde toda a possibilidade de ter uma melhora clínica, porque o problema da AME é que os neurônios que são perdidos não são recuperados. O que se espera é que não perca os neurônios. Por isso, a ideia é começar o quanto antes", disse a geneticista e professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz.

A Lei 14.154/2021, que institui o teste do pezinho ampliado, tenta mudar esse cenário ao incluir a detecção da doença em recém-nascidos na quinta fase do exame. Essa legislação, porém, ainda não foi regulamentada. Distrito Federal e Minas Gerais são minoria ao oferecê-lo já com o diagnóstico de AME, uma vez que o avanço do Programa Nacional da Triagem Neonatal (PNTN), do Ministério da Saúde, é desigual no Brasil.

É responsabilidade da pasta comprar o Zolgensma, de forma centralizada com a fabricante. Segundo ofício enviado à coluna, o orçamento destinado a decisões judiciais está alocado conforme a Política ou o Programa de Saúde a que esteja ligado, em conjunto com a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SPO). O do Zolgensma é vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), comandada pelo economista Carlos Gadelha.

Associações se uniram para pressionar o governo pela liberação da terapia gênica. "Até que as famílias consigam o medicamento pela via judicial (o que pode demorar mais de 12 meses), os pacientes iniciam o tratamento com outro medicamento disponível no SUS. O custo, também elevado, desse tratamento ponte poderia ser evitado caso o Zolgensma estivesse disponível de imediato como primeira opção terapêutica", diz manifesto do Universo Coletivo AME, obtido pela coluna.

6 imagens Fechar modal. 1 de 6 Ministério da Saúde também está na ação Marcelo Camargo/Agência Brasil 2 de 6 Igo Estrela/Metrópoles 3 de 6 Ministra da Saúde, Nísia Trindade, participa de evento na Fiesp Fábio Vieira/Metrópoles 4 de 6 Ministra da Saúde, Nísia Trindade Fábio Vieira/Metrópoles 5 de 6 Ministério da Saúde apresentou distorção de R$ 44 bilhões em suas contas de 2023 Rafaela Felicciano/Metrópoles 6 de 6 Ministério da Saúde, onde fica a Funasa Ministério da Saúde

Caminho do Zolgensma no SUS e nos planos de saúde

Um dos medicamentos mais caros do mundo, o Zolgensma entrou para o SUS em dezembro de 2022, após aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A partir de então, a Saúde tinha 180 dias para publicar o Protocolo de Tratamento e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) - documento que norteia o cuidado com o paciente - e disponibilizar a terapia gênica.

O prazo, estipulado pela Lei 12.401/2011 e pelo decreto 7.646/2011, não se concretizou. A espera pelo Zolgensma soma quase 1 ano e 6 meses na rede pública até esta segunda-feira (2/12).

A decisão de incluí-lo no SUS não ocorreria se o parecer inicial, desfavorável à incorporação, fosse mantido. Veio, então, a consulta pública e a proposta da Novartis de fazer um acordo de compartilhamento de risco (ACR).

Esse último ponto mudou o rumo da decisão. Com a proposta na mesa, o ministério e a fabricante se propuseram a dividir a responsabilidade. Funciona da seguinte maneira, segundo o anúncio oficial: o pagamento deve se dividir em cinco parcelas anuais, de 20% do valor cada, condicionadas à evolução do paciente. Desse total, segundo a Novartis, 3% devem ser revertidos para o PNTN.

Dessa forma, a União não precisará arcar com os custos em caso de morte ou de piora. Os termos do acordo ainda estão em debate.

"A Novartis é contrária a judicialização como política de acesso a medicamentos, pois entendemos que isso prejudica a sustentabilidade do sistema e não garante o amplo acesso dos pacientes. Por isso, a companhia trabalha em estreita parceria e colaboração com os atores do sistema de saúde para viabilizar modelos customizados e sustentáveis de acesso. Dessa forma, todos os centros habilitados para o tratamento com ZOLGENSMA já possuem acordos comerciais estabelecidos e estão aptos a negociar os casos individualmente, caso necessário", diz a nota.

Os requisitos do SUS também valem para os planos de saúde. O Zolgensma entrou para o rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em fevereiro de 2023. Desde então, os planos de saúde são obrigados a custeá-lo, o que gerou uma discussão no setor.

O prazo das operadoras é menor que o da rede pública, uma vez que a Lei 14.307/2022 estabelece que os planos têm até 60 dias para incluir um tratamento recomendado pela Conitec e, posteriormente, incorporado pela Saúde.

O que é AME

A AME é uma doença genética rara, degenerativa, progressiva e hereditária que acomete células nervosas da medula espinhal e do cérebro. A causa reside numa mutação no gene SMN1, responsável pela produção da proteína SMN - a falta dela ocasiona na degeneração e na morte de neurônios motores, que controlam os movimentos musculares do corpo.

A doença se divide entre os tipos I (mais grave, afeta bebês), II (aparece em crianças de até 10 anos) e III (surge na adolescência e na vida adulta), explica Zatz, da USP. Estima-se que a AME acometa 1 em cada 10 mil pessoas. Além do Zolgensma, a Saúde já incorporou o nusinersena e o risdiplam como tratamentos.

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CANAL COM Q

Diagnóstico molecular, telemedicina e inteligência artificial começam a mudar a saúde da população brasileira


Quando se fala sobre como melhorar a saúde da população brasileira, sempre pensamos em altos custos, necessidade de mais recursos e sobre o desafio de levar mais médicos e construir novos hospitais nas imensas áreas deste país/continente, onde parcela significativa da população continua a viver longe das grandes cidades e de boa infraestrutura da saúde pública.

Uma revolução silenciosa está ocorrendo, entretanto, não só com a telemedicina, que leva de forma virtual o médico até o paciente por mais distante que ele resida, mas principalmente graças ao diagnóstico molecular multiplex. Ele reduz drasticamente a espera para o resultado de um teste, permite que imensa quantidade de pacientes, que de outra forma não teriam sua patologia diagnosticada, passem a ter diagnóstico e, consequentemente, tratamento eficaz.

Atualmente, para citar alguns exemplos, o paciente dos rincões que na sua linguagem peculiar se queixa de 'dor na cacunda', 'que não para nada no estômago' ou que 'tenho uma lombeira, não consigo nem trabalhar', começa seu 'tratamento' tomando o chá caseiro recomendado pelo vizinho.

Quando isso não resolve vai trabalhosamente para a cidade muitas vezes para que a consulta com especialista seja marcada para semanas depois. Volta para o 'sertão' ou para o 'sítio' para regressar de novo à cidade, ser atendido e fazer um exame cujo resultado sairá em uma semana ou dez dias, tornando necessária outra viagem, que geralmente acaba não fazendo.

Resultado: continua convivendo com a doença que não sabe qual é e quando o tempo passa e a situação se agrava, é levado de novo para a cidade, já então para ser hospitalizado e submetido a um tratamento dispendioso, demorado, que teria sido evitado com o diagnóstico precoce e o combate imediato à doença.

Com a incorporação da agenda ESG (environmental, social and Governance), que objetiva atender às necessidades sociais, ambientais e à governança, os planos de saúde e governos (municipais, estaduais e federal) estão se voltando para redes de alto desempenho e centros de excelência que facilitam o acesso e a qualidade dos cuidados, principalmente aos pacientes mais vulneráveis.

A implementação de unidades móveis de diagnóstico, as campanhas de conscientização sobre a importância da detecção precoce de doenças e a capacitação de profissionais locais são algumas maneiras de usar as novas tecnologias para beneficiar comunidades vulneráveis.

Com o diagnóstico molecular multiplex e a automação dos processos laboratoriais o brasileiro do exemplo acima faz apenas uma vez a trabalhosa e cara viagem para o grande centro e, após coleta única de material recebe rapidamente o diagnóstico que se tornou mais barato, muitíssimo mais rápido e, consequentemente, acessível. E volta para a casa com a medicação adequada e a expectativa de uma rápida recuperação.

O SUS, que atende a 75% da população e que, sempre com carência de recursos, não reajusta sua tabela há décadas, conseguirá reduzir significativamente custos operacionais à medida que incorpora as inovações tecnológicas.

As melhorias nos fluxos de trabalho, as iniciativas sustentáveis, como a automação de processos laboratoriais e a utilização de tecnologias para reduzir desperdícios e a adoção de práticas ecoeficientes começam a produzir resultados positivos na saúde da população.

As parcerias estratégicas também são fundamentais na promoção de soluções mais integradas e acessíveis. No nosso setor, vão se formando parcerias com governos locais, ONGs e sistemas de saúde comunitários para levar exames de diagnóstico molecular a regiões carentes, onde o acesso à saúde sempre foi mais limitado

Ganha com isso a saúde pública e ganha principalmente a população, à medida que o Brasil busca caminhos para ser um país um pouco menos desigual, com oportunidades semelhantes na área da saúde, para aqueles que se valem da medicina privada e para os que contam exclusivamente com o SUS.

*Guilherme Ambar é biólogo e CEO da Seegene Brazil

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PORTAL G1

Mãe de bebê que morreu após serviço de home care da Prefeitura de Goiânia ser suspenso se revolta: 'Estão escolhendo quem salvar'

Empresa diz que serviço foi suspenso porque os repasses estão atrasados há mais de 5 meses. Maria Ayla Pereira Silva morreu 14 dias depois de completar 1 ano.

A mãe da bebê Maria Ayla Pereira Silva, que nasceu com uma síndrome rara e morreu após serviço de tratamento domiciliar da Prefeitura de Goiânia ser suspenso, desabafou sobre a morte da filha e lamentou a crise na saúde pública da capital. A empresa responsável pelo Home Care diz que não recebe os repasses públicos há meses e, por isso, o serviço está suspenso para algumas famílias.

“Suspenderam [ o serviço de Home Care de ] alguns e outros não. Então, eles estão tendo que escolher quem eles vão salvar. Isso é muito triste porque a gente, que é mãe, quer o melhor para os nossos filhos, apesar das condições deles. A gente tem que esperar pelos outros, né?”, desabafou Andreia Silva Oliveira.

Por ter nascido com uma síndrome rara, que provoca insuficiência respiratória grave, Maria Ayla dependia de oxigênio quase o tempo todo. A família entrou na Justiça para que ela recebesse tratamento em casa, pago pela Prefeitura de Goiânia. Depois de quase um ano, conseguiram. Mas o serviço foi suspenso após uma semana de uso, porque a empresa não estava recebendo a verba pública. A menina morreu 14 dias depois de completar 1 ano.

A Transmedica Home Care, empresa responsável pela assistência domiciliar e que é uma extensão da rede de saúde pública, informou, por nota enviada na última terça-feira (26), que não está conseguindo dar continuidade nos serviços por conta de um atraso de mais de cinco meses nos repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde. A dívida ultrapassa R$ 4 milhões.

“A interrupção dos repasses da Secretaria Municipal de Saúde comprometeu gravemente a capacidade da empresa em manter suas operações, especialmente os atendimentos contínuos a pacientes de alta complexidade. (...) O impacto dessa situação na vida dos pacientes e na sustentabilidade da empresa exige uma ação rápida e eficaz das autoridades competentes”, afirmou a empresa.

g1 entrou em contato com a Transmedica por mensagem, enviada às 15h deste sábado (30), para saber se houve alguma reunião com a Prefeitura de Goiânia para resolver a situação. Mas, até a última atualização da reportagem, não houve retorno.

À TV Anhanguera, também na terça-feira (26), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia disse que “trabalha para colocar o pagamento de todos os serviços em dia, inclusive o de Home Care”.

g1 também entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Goiânia neste sábado (30), por e-mail enviado às 14h55, pedindo uma atualização da situação, mas não teve respostas até a última edição da matéria.

O caso Maria Ayla

Maria Ayla Pereira Silva nasceu no dia 12 de outubro de 2023, com síndrome de Moebius. Ao g1, o neuropediatra Rafael Monteiro Bruno e a oftalmologista pediátrica Renata Karina explicaram que se trata de uma anomalia congênita, em que ocorre paralisia de alguns nervos faciais e comorbidades como epilepsia e problemas respiratórios.

"É rara e não tem cura, pois é uma condição definitiva. Mas tem tratamento paliativo e das possíveis comorbidades , sendo o trabalho multidisciplinar essencial para a melhora da qualidade de vida do paciente", explica Rafael Monteiro Bruno.

Por conta desta síndrome, a menina passou a maior parte do tempo de vida internada em hospitais de Goiânia. A mãe, Andréia Silva Oliveira, precisou pedir uma licença no trabalho para acompanhá-la quase que em tempo integral.

Com a ajuda da Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), Andréia lutou para que a filha conseguisse o direito de receber o tratamento gratuito em casa, e conseguiu em outubro deste ano. A casa da família foi equipada com um berço e uma cama especial, aparelho de oxigênio e outros equipamentos.

Por uma semana, a menina pôde estar em casa, com o irmão e a família. E era acompanhada por médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e uma equipe técnica de enfermagem. No dia 22 de outubro, a família foi comunicada da suspensão.

“Para mim foi desesperador. Angustiante, né? Porque foi quase um ano de espera para poder trazer minha filha para casa. E quando finalmente a gente tem essa oportunidade de estar com ela em casa, eu perco esse amparo para cuidar dela”, explica a mãe.

No dia 23 de outubro, a Defensoria Pública se manifestou sobre o caso, pedindo ao Prefeito Municipal e ao Secretário Municipal de Saúde esclarecimentos a respeito do assunto. “Estamos aguardando seu retorno sobre as providências que serão tomadas para resolver a questão do atendimento home care dos pacientes”, cobrou o órgão.

Mas nenhuma atitude foi tomada. No dia 26 de outubro, a menina teve uma parada cardíaca, chegou a ser reanimada pela família e levada ao Hospital Célia Câmara, que fica a 1km da casa onde morava. Mas não resistiu e morreu.

“Ela teve uma parada cardíaca. Eu tentei. O que eu pude fazer, eu fiz, mesmo sendo leiga nesse sentido. Porque a gente treina, mas não sabe como um profissional, né? Eu tentei, reanimei, só que ela não respondia. A gente correu com ela para a maternidade, mas não adiantou”, lembra a mãe, Andréia Silva Oliveira.

Dívida de R$ 4 milhões

Segundo a Transmedica, atualmente, a falta de pagamento totalizou mais de R$ 4 milhões em dívidas acumuladas, resultando em:

Suspensão parcial dos serviços de atendimento domiciliar;

Impacto direto na saúde dos pacientes atendidos, que dependem da continuidade do tratamento para recuperação ou estabilização;

Desmotivação e insegurança entre os profissionais de saúde envolvidos nos cuidados, devido à incerteza quanto ao recebimento de seus salários e à manutenção dos seus empregos.

A empresa ressalta que a paralisação dos serviços afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes atendidos, uma vez que muitos deles dependem de tratamento contínuo e assistência especializada.

Para a solução do problema, a Transmedica recomenda uma reunião de urgência com representantes da Secretaria Municipal de Saúde para um plano de regularização dos repasses. Na visão da empresa, é preciso que haja a implementação de um plano de pagamento escalonado, para que a empresa possa retomar os serviços gradativamente.

Crise na saúde

Goiânia vive um caos na saúde pública. Além dos problemas relacionados ao Home Care, durante a gestão do prefeito Rogério Cruz, três maternidades públicas suspenderam os atendimentos eletivos várias vezes ao ano por falta de recursos públicos. Além disso, nas últimas semanas, pelo menos cinco pessoas morreram à espera de leitos de UTI em Goiânia.

Na quarta-feira (27), o então secretário de Saúde Wilson Pollara, o diretor financeiro Bruno Vianna e secretário executivo de Saúde Quesede Ayres foram presos suspeitos de pagamento irregular em contratos administrativos e associação criminosa na secretaria.

Em meio à crise, a superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde, Cynara Mathias Costa, foi nomeada como nova secretária municipal de Saúde da capital.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 29 Novembro 2024 06:57

CLIPPING AHPACEG 29/11/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

O valor da vida e as negativas de coberturas dos planos de saúde

76% dos médicos no Brasil fazem uso da Telemedicina. Veja como usar a tecnologia em diferentes casos

Médica com mais de 200 mil seguidores tem CRM suspenso após denúncias violência obstétrica

Inclusão da Saúde no pacote de corte de gastos seria ineficiente, diz Tebet

Maternidade Ela: 30 anos de excelência e inovação

Em nota oficial, presidente da SBCP-GO alerta sobre riscos da realização de procedimentos, como lipoaspiração em consultórios

Saúde estadual e equipe de transição formam Gabinete de Crise para UTIs

Deputado critica tentativa de barrar auditoria sobre a Saúde  

Estudante denuncia que equipe esqueceu compressa dentro da barriga dela após cesariana

Mantida a prisão do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara

HOJE EM DIA

O valor da vida e as negativas de coberturas dos planos de saúde


Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo trouxe à tona, mais uma vez, o debate sobre os limites da atuação dos planos de saúde e o direito à vida. Na última quinta-feira, 21 de novembro, a Justiça determinou que a SulAmérica, uma das maiores operadoras de saúde do país, autorizasse, em até 24 horas, a implantação de um marca-passo definitivo em um aposentado de 78 anos. O paciente, internado desde o início do mês na UTI do Hospital Samaritano, em São Paulo, corre risco de vida devido a uma condição grave de bradicardia severa. Entretanto, até o momento, a operadora se nega a realizar o procedimento por questões financeiras e administrativas. E a questão que fica é: existe valor para a vida de um paciente?

Importante destacar que em caráter emergencial o idoso havia recebido um marca-passo provisório, mas a solução temporária o mantém imobilizado, expondo-o a complicações graves como escaras e infecções. Mesmo diante da urgência médica, a SulAmérica negou o procedimento definitivo, alegando "ausência de cobertura contratual". A negativa levou a família a buscar assistência jurídica.

A decisão judicial foi necessária diante da postura da operadora. Trata-se de um procedimento essencial para a sobrevivência do aposentado, que há mais de três décadas paga suas mensalidades em dia. A negativa coloca a vida dele em risco iminente e demonstra descaso absoluto com o direito fundamental à saúde, assegurado pela Constituição Federal.

E aqui cabe frisar que a jurisprudência é clara ao classificar como abusiva a negativa de cobertura para tratamentos indispensáveis à vida do consumidor. Amparada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que impede limitações contratuais a procedimentos prescritos por médicos em situações de emergência, a decisão também se baseou no artigo 421 do Código Civil, que enfatiza a função social do contrato, e na Súmula 608 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que obriga os planos a custearem tratamentos essenciais, mesmo que não estejam previstos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A juíza Carina Bandeira Margarido Paes Leme, responsável pela decisão, foi enfática ao estabelecer uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A medida visa garantir que a SulAmérica cumpra a determinação e que o procedimento seja realizado dentro do prazo estipulado.

Entretanto, após várias horas e dias, a operadora continua negando a cobertura do marca-passo e ignorando a decisão judicial e as chances de sobrevivência do aposentado. Será que para a SulAmérica as suas questões financeiras e administravas estão acima da Justiça e também do valor da vida?

Casos como esses ilustram um problema frequente no setor de planos de saúde: a resistência em autorizar procedimentos essenciais, especialmente os que envolvem custos elevados.

Embora as operadoras defendam que o rol da ANS seja considerado taxativo, ou seja, que apenas os procedimentos listados sejam obrigatórios, o Judiciário tem reiterado que a lista deve ser vista como exemplificativa, garantindo a cobertura de tratamentos indispensáveis à vida e à dignidade do paciente.

Mais do que uma questão contratual, situações como essa trazem à tona reflexões sobre a humanização da saúde e o valor da vida em um sistema frequentemente guiado por interesses financeiros. A decisão da Justiça de São Paulo é uma lembrança de que, em casos extremos, a lei precisa intervir para proteger o que há de mais precioso: a vida humana.

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PORTAL G7

76% dos médicos no Brasil fazem uso da Telemedicina. Veja como usar a tecnologia em diferentes casos


Além de oferecer mais conforto para os pacientes, consultas à distância permitem que profissionais de saúde ampliem possibilidades de atendimento

Um levantamento feito pelo Centro de Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) indicou que pelo menos 33% dos profissionais de saúde realizaram algum tipo de atendimento à distância em 2022.

Essa modalidade foi potencializada durante a pandemia, mas mesmo após a volta da normalidade médicos a pacientes decidiram seguir com o modelo. As vantagens para quem procura a telemedicina são muitas, tanto para médicos quanto para pacientes.

Clínicas e consultórios que optaram pelo investimento em tecnologia para atender essa demanda têm resultados promissores. E mais: o uso de software para gestão médica pode tornar a integração entre as informações ainda mais ágil e precisa, trazendo mais benefícios para todos os envolvidos.

O que é a telemedicina e como está o seu uso no Brasil? A telemedicina nada mais é do que a prestação de serviços médicos à distância, utilizando tecnologias de comunicação para facilitar a interação entre profissionais de saúde e pacientes.

Isso pode incluir consultas virtuais, monitoramento remoto de pacientes, emissão de receitas online e troca de informações médicas por meio de plataformas digitais.

No Brasil, a telemedicina ganhou destaque especialmente durante a pandemia de COVID-19, quando as restrições de movimentação e o medo de contágio levaram à busca por alternativas de atendimento médico.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) flexibilizou temporariamente as regras para a prática da telemedicina, permitindo uma maior adoção dessa modalidade. Essa flexibilidade resultou em oportunidades para as empresas mais bem preparadas do ponto de vista tecnológico.

As principais vantagens da telemedicina para o médico É importante lembrar que não são todos os casos nos quais a telemedicina pode substituir as consultas presenciais. O contato do médico com o paciente é, em inúmeros casos, determinante para um diagnóstico mais preciso.

Contudo, consultas de retorno, apresentação e análise de resultados de exames laboratoriais ou mesmo possíveis encaminhamentos para especialistas, podem ser resolvidos de forma online. Assim, ganham o médico e o paciente em termos de agilidade. Veja outros benefícios dessa modalidade.

1 - Possibilidade de alcançar um público mais amplo A telemedicina permite que os profissionais de saúde expandam a área geográfica na qual fazem atendimentos. Por exemplo, se antes as consultas eram restritas a pacientes da região, agora é possível conversar com pacientes do mundo inteiro.

Essa vantagem é extremamente benéfica para localidades mais afastadas, sem acesso facilitado a especialistas, por exemplo. Para os médicos, essa é a oportunidade de ampliar os horários de atendimento com novos pacientes ou mesmo firmar parcerias com médicos de uma determinada região para encaminhamento e análise conjunta.

2 - Economia de tempo e aumento na produtividade Para uma consulta online, o médico não precisa, necessariamente, se deslocar até o consultório. Na sua própria residência ou mesmo durante uma viagem, é possível realizar atendimentos, desde que a qualidade da conexão com a internet seja satisfatória.

Essa flexibilidade, tanto em termos de horário quanto em economia de tempo de deslocamento, permite maior produtividade, sem deixar de lado a qualidade de vida. Trata-se de uma forma inteligente de preencher horários ociosos, sem precisar desmarcar compromissos.

3 - Colaboração entre profissionais Regiões mais afastadas podem não ter especialistas disponíveis para atendimento ao grande público. Por meio de parcerias com clínicos gerais, você pode ser o especialista consultado, em análises de caso feitas em parcerias com outros médicos.

Presencialmente, um clínico geral pode dar o seu parecer e realizar os exames iniciais e, posteriormente, o especialista entra no caso para conduzir o tratamento. Essas parcerias são extremamente benéficas para os pacientes e abrem muitas oportunidades para os médicos.

4 - Redução de custos operacionais Para alguns profissionais de saúde, pode ser possível reduzir custos operacionais relacionados ao aluguel de espaço físico e custos administrativos. O foco passa a ser uma boa conexão com a internet, e não o investimento no ambiente, o que inclui sala de espera, por exemplo.

O uso de software de gestão médica, pode simplificar ainda mais esse trabalho. Em um só lugar ficam reunidas informações administrativas, financeiras e prontuários, e o acesso fica disponível online até mesmo via celular.

Mais do que uma tendência, a telemedicina integrada é uma realidade no cotidiano dos profissionais de saúde brasileiros. O ato de cuidar da saúde deixou de ter a obrigatoriedade de deslocamento até um consultório: o atendimento pode ser feito em qualquer lugar, a qualquer hora.

O uso da tecnologia proporciona mais conforto e agilidade para os pacientes e abre muitas portas para que os médicos explorem novas oportunidades. Mercados que antes eram inacessíveis, tornam-se disponíveis com um único clique.

Ao conciliar conhecimento técnico e tecnologia, os profissionais podem ser mais produtivos e eficientes, obtendo melhor rentabilidade. Quando esses fatores são combinados com organização administrativa via software, as chances de sucesso se tornam ainda maiores.

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CNN BRASIL

Médica com mais de 200 mil seguidores tem CRM suspenso após denúncias violência obstétrica


Em documento, maternidade cita que profissional possui "histórico consistente de condutas que podem configurar eventual infração ao Código de Ética Médica", colocando gestantes e seus respectivos recém-nascidos em sério risco

A médica obstetra e influenciadora Anna Beatriz Herief Gomes teve o registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e pelo Conselho Federal de Medicina após decisão da Justiça, que levou consideração, denúncias feitas por mulheres que alegam ter sofrido violência obstétrica durante o parto.

Nas redes sociais, Anna, que conta com mais de 230 mil seguidores, dá dicas sobre partos, além de promover um curso chamado de "Curso de Preparação para o Parto".

Nesta quinta (28), ela se manifestou sobre a decisão, lamentando sobre o veredito e afirmou que seu caso "viola o princípio da proporcionalidade".

"Por enquanto, sigo servindo por aqui da melhor forme que posso como sempre", finalizou.

No documento ao qual a CNN teve a acesso, a maternidade onde a médica trabalhou afirma que "a não ser que, para a Autora, "bem-sucedido" signifique o mero nascimento com vida do bebê, a PERINATAL e a REDE D'OR demonstrarão que o parto possui indícios de imprudência que estão sendo avaliados pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro - CREMERJ", diz.

Em 2018, a atriz Juliana Didone, que teve o parto realizado por Anna relatou ter sofrido violência obstétrica durante o trabalho de parto de sua filha, Liz, hoje com cinco anos.

Ainda na petição, o hospital afirma que um dos casos citados "não é isolado e não foi o único a ser considerado" para levar o local a suspender a médica, finaliza.

Somente no documento citado, ao menos quatro mães acusam formalmente a médica por violência obstétrica.

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Inclusão da Saúde no pacote de corte de gastos seria ineficiente, diz Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou nesta quinta-feira (28) que a inclusão do Ministério da Saúde no pacote de corte de gastos do governo seria uma medida ineficiente.

Durante uma coletiva de imprensa, Tebet explicou que, embora teoricamente pudesse gerar uma economia de cerca de R$ 5 bilhões, na prática, o impacto seria nulo.

"A saúde tem uma diferença mínima que daria uma economia de talvez R$ 4 ou R$ 5 bi ao longo de todos os anos, mas seria na teoria, porque, na prática, como a população está envelhecendo e nós vamos precisar lá para 2027 ou 2028 de mais recursos para a saúde, seria um ajuste ineficiente", afirmou a ministra.

Tebet ressaltou que a decisão de não incluir a Saúde no pacote de cortes foi unânime dentro do governo. Ela argumentou que, além do impacto fiscal ser insignificante, as implicações políticas seriam consideráveis, com grande chance de rejeição no Congresso Nacional.

A ministra enfatizou a importância de um ajuste fiscal responsável e eficiente.

"O Brasil precisa caber dentro do orçamento público, como a renda familiar, o orçamento das famílias brasileiras precisam caber dentro dos seus reajustes", comparou Tebet.

Ela alertou sobre as consequências de gastos excessivos, como juros futuros altos, câmbio elevado e inflação corroendo o salário mínimo do trabalhador brasileiro. Tebet destacou o papel do Ministério do Planejamento e Orçamento em garantir a qualidade do gasto público e assegurar a justiça fiscal.

"Nós sabemos que o orçamento brasileiro precisa ser eficiente, nós precisamos garantir qualidade do gasto público, esse é o papel do Ministério do Planejamento e do Orçamento, e dentro disso nós não podemos esquecer que uma condição fundamental é garantir justiça fiscal", explicou a ministra.

Por fim, Tebet mencionou que o governo está considerando apresentar uma reforma tributária da renda, reforçando o compromisso com um ajuste fiscal que atinja também as camadas mais altas da sociedade.

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PORTAL G1

Maternidade Ela: 30 anos de excelência e inovação

Referência na área de saúde da mulher, Ela comemora três décadas e atinge marcas relevantes, com 700 procedimentos cirúrgicos por mês e selo ONA 3

Durante o ano, o hospital - referência no Centro-Oeste em Medicina especializa à mulher - realizou encontros que valorizaram sua jornada de três décadas, recebendo também reconhecimento da sociedade e setorial, como Conselho Regional de Medicina. Para ampliar esse ano de comemoração, a Maternidade Ela recebeu acreditação ONA nível 3 e recebeu o título de membro-associado especial da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), a entidade que representa o seleto grupo dos principais hospitais privados do País.

Em várias oportunidades durante o ano, os membros-fundadores foram lembrados e destacados na Maternidade Ela, em instituições parceiras e na sociedade.

Em 1989, os médicos idealizaram um espaço para trabalharem juntos em Goiânia (GO) e oferecerem o melhor atendimento possível, com qualidade técnica, segurança clínica, inovação e humanização no trato das mulheres, gestantes e seus bebês.

"Tudo começou quando decidimos alugar uma casa para transformá-la em nossos consultórios. Não demorou muito para sonharmos com uma maternidade nossa. Adquirir um lote baldio no setor Aeroporto foi o ponto de partida para a construção da Maternidade Ela", explica um dos sócios-fundadores e membro do conselho, Clidenor Gomes Filho. Altamiro Campos (in-memorian), Clidenor Gomes, José Martins da Costa, Maria Ilca Meireles, Paulo Jubé, Sebastião Mesquita e Vardeli Moraes (in-memorian) são os sócios-fundadores da Maternidade Ela.

Iniciada efetivamente em dezembro de 1994, a Maternidade contava com apenas nove apartamentos. Desde então, a instituição se destacou pela busca constante por melhorias e inovações.

Ainda relembrando os inícios das atividades da Maternidade Ela, Clidenor Gomes faz questão de mencionar a importância de um ambiente acolhedor e confortável tanto para as pacientes quanto para o corpo clínico. Detalhes, como um café da manhã especial para os médicos e uma sopa de frango tradicional para as parturientes, ajudaram a criar uma cultura de acolhimento.

A entrada da Dra. Cristiane Aparecida Pereira Vaz e Dra. Heloisa Meireles, como sócias, são um marco. Outros acontecimentos como a entrada do CEA, entidade que realiza o maior número de anestesias em Ginecologia e Obstetrícia no Estado, bem como a chegada da equipe de Pediatria e Neonatologia, possibilitou um maior aporte de investimentos em inovações e novas tecnologias adaptadas para a saúde da mulher, especialmente para a gestação de alto risco.

Desde então, a Maternidade Ela segue sua trajetória na vanguarda da assistência médica com modernos recursos tecnológicos. Foi uma das pioneiras na implementação de cirurgias endoscópicas e na UTI Neonatal. Destaca-se o Baby Log, um avançado aparelho de ventilação mecânica para prematuros extremos.

Atualmente, a Sala Glass é uma marca registrada da estrutura da Maternidade, um espaço reservado aos familiares para que eles possam assistir ao nascimento do bebê. Ainda há a Sala Gold, que oferece um espaço maior para receber familiares e amigos com conforto e comodidade, equipada com sofás, frigobar, TV e espaço para decoração.

Para mulheres que optam pelo parto natural, a Suíte Água Marinha, com banheira aquecida, é toda equipada para proporcionar segurança e tranquilidade ao momento. Como grande diferencial está toda a tecnologia de ponta para monitorar a saúde da mãe e do bebê durante o trabalho de parto.

Uma equipe formada por profissionais multidisciplinares renomados e altamente especializados sempre está à disposição das mães e seus bebês na Maternidade Ela. Hoje, são 170 funcionários e uma média de 300 nascimentos por mês, totalizando mais de 700 procedimentos cirúrgicos a cada mês.

Os pacientes que buscam por uma experiência de total aconchego para a família após o nascimento do bebê podem escolher uma entre as sete suítes luxuosas da maternidade. Luzes, climatização e som com comando de voz, banheiros espaçosos e bem equipados e antessala com itens de cozinha fazem parte do combo de sofisticação e segurança das acomodações da Maternidade Ela.

Números

Apartamentos: 20

Colaboradores: 170

Média de Nascimentos/ Mês: + de 300

Principal UTI Neonatal da cidade, número de leitos: 10

Número de Suítes Luxuosas com Automatização Alexa: 07 + 01 Suíte Especial para parto normal: Suíte Água Marinha

Espaço para a família acompanhar o parto: salas Glass e Gold

Administração técnica e expansão dos negócios

A Maternidade Ela, que começou com sete sócios, agora opera sob um sistema de holding, sem sócios pessoa física diretamente na operação.

Clidenor ressalta que a maternidade nunca deu prejuízo e que o futuro reserva novos projetos. Entre eles, a construção de um hospital com diversas especialidades e a expansão contínua das instalações.

Com uma história repleta de inovação e cuidado, a Maternidade Ela está pronta para continuar oferecendo um atendimento de excelência às mulheres goianas, especialmente durante o nascimento de seus bebês.

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FOCO NACIONAL

Em nota oficial, presidente da SBCP-GO alerta sobre riscos da realização de procedimentos, como lipoaspiração em consultórios

O alerta do presidente da SBCP-GO, Fabiano Calixto Fortes de Arruda (foto), vem após mais uma morte de paciente durante procedimento de lipoaspiração realizado em condições inadequadas. A mulher, de 31 anos, morreu em São Paulo (SP) na terça-feira, 26

Nota Oficial do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO)

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO) reforça seu compromisso com a segurança e a ética na prática da cirurgia plástica, alertando para os riscos da realização de procedimentos, como lipoaspiração, em consultórios ou clínicas que não atendam aos critérios de segurança recomendados. 

A lipoaspiração é um procedimento invasivo, que deve ser conduzido com extremo cuidado em ambiente hospitalar, equipado com infraestrutura adequada e recursos de suporte à vida, para minimizar os riscos de complicações graves, incluindo hemorragias, infecções e problemas anestésicos. 

Técnicas nomeadas como mini lipo, hidrolipo e MELA não apresentam estudos comprovando sua segurança e podem colocar em risco a vida da população. A utilização de lipo em pequenas áreas para retoque ou lipoenxertia em pequenas áreas não se enquadra nas modalidades técnicas citadas acima.

É importante destacar que, conforme as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), a realização de lipoaspiração em ambientes inadequados é uma prática contrária às orientações vigentes, podendo colocar em risco a vida dos pacientes e comprometer a qualidade dos resultados obtidos. 

Recomendamos que os pacientes busquem sempre profissionais qualificados, devidamente registrados na SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e realizem seus procedimentos em locais que sigam rigorosamente os protocolos de segurança e higiene. Nossa prioridade é garantir que os pacientes tenham acesso a um tratamento ético, responsável e com os mais altos padrões de segurança. 

Temos observado um aumento de denúncias relacionadas à realização de lipoaspiração em ambientes inadequados, por profissionais sem a competência na formação para realizar lipoaspiração e que, em geral, trabalham de forma itinerante.

A SBCP-GO permanece à disposição para esclarecer dúvidas e orientações, reafirmando seu compromisso com a excelência e o bem-estar da população. 

Dr. Fabiano Calixto Fortes de Arruda

Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Goiás

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A REDAÇÃO

Saúde estadual e equipe de transição formam Gabinete de Crise para UTIs

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a equipe de transição formaram um gabinete de crise para acompanhar a situação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Goiânia. O secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, participou da reunião de forma remota nesta quarta-feira (27/11).

“Houve redução do número de leitos que resultou em uma desproporção entre a demanda por internações e a capacidade de atendimentos nos hospitais da capital”, disse. Para o secretário, a criação do gabinete, neste momento, é a única forma de oferecer a população de Goiânia uma resposta eficiente, com gestão contínua dos recursos e atendimento às necessidades dos pacientes. 

O gabinete de crise iniciará os trabalhos com um levantamento detalhado das condições das unidades de urgência e emergência do município. Esses dados subsidiarão o desenvolvimento de um sistema, pela equipe técnica da SES, que permitirá a atualização em tempo real das informações, acessíveis à sociedade e aos veículos de comunicação.

“A nova secretária municipal de Saúde, Cynara Costa, já iniciou o levantamento e participará do gabinete. Com base nas informações trazidas pelo município, começaremos a implementar as medidas necessárias”, afirmou o secretário-adjunto da SES, Sérgio Vencio. Ele destacou que a coordenação do Gabinete será compartilhada entre a Saúde Estadual, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel.

O levantamento buscará traçar um panorama das unidades de saúde municipais. O objetivo do trabalho é garantir que os pacientes recebam assistência adequada desde o primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS), prevenindo a evolução para quadros mais graves que exijam internação em UTI, o que sobrecarrega ainda mais a rede de saúde municipal. Além disso, a SES buscará apoio do Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que a Prefeitura de Goiânia regularize os pagamentos pendentes a fornecedores e prestadores de serviços.


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O HOJE

Deputado critica tentativa de barrar auditoria sobre a Saúde  

Na tribuna do Legislativo, parlamentar questionou comportamento dos colegas que tentam, via requerimento, impedir a auditoria

O deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB), presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), utilizou a tribuna para criticar um requerimento apresentado por colegas parlamentares que busca inviabilizar uma auditoria solicitada ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). A auditoria tem como objetivo investigar denúncias relacionadas à Secretaria de Estado da Saúde (SES).

De acordo com o parlamentar, a solicitação de auditoria foi realizada com base em prerrogativa legal prevista na Lei Orgânica do TCE-GO (Lei Estadual nº 16.168/2007). Sebba explicou que o artigo 108, parágrafo IV, do Capítulo V da referida lei, assegura a presidentes de comissões da Alego a competência para apresentar consultas e pedidos ao Tribunal. “A lei é clara. A auditoria que corre no TCE foi requisitada por mim, enquanto presidente da Comissão de Saúde da Assembleia. Não há qualquer irregularidade nesse pedido”, afirmou Sebba.

Durante o discurso, Sebba criticou o requerimento apresentado pelos deputados Jamiu Calife, Doutora Zeli, Andrea do Premium, Rosângela Rezende e Lucas do Vale, chamando-o de “aberração” e questionando sua validade jurídica. Ele ainda levantou suspeitas sobre as reais motivações da iniciativa, argumentando: “Qual o problema do TCE investigar? O que há de errado em um órgão auxiliar fiscalizar denúncias que chegam a esta Casa? Se não há irregularidades, que o TCE confirme isso. Mas qual o medo dessa auditoria?”.

O deputado também sugeriu que a resistência pode estar relacionada à possibilidade de a investigação se estender a contratos de hospitais privados que recebem recursos públicos. “Além das Organizações Sociais de Saúde (OESs), é possível que o TCE investigue hospitais privados que recebem repasses do Estado. Essa tentativa de impedir a auditoria levanta muitas dúvidas sobre os interesses por trás do requerimento”, afirmou.  Ao encerrar sua fala, Sebba reafirmou: “Não vou retirar o pedido que fiz. Meu papel, enquanto deputado, é garantir que as denúncias recebidas tenham o devido encaminhamento. Essa tentativa de barrar o trabalho do TCE é inaceitável”, concluiu.

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PORTAL G1

Estudante denuncia que equipe esqueceu compressa dentro da barriga dela após cesariana

Objeto estranho só foi descoberto cinco meses após o parto. Durante cirurgia de remoção, ela perdeu parte do intestino.

Uma estudante de 25 anos denunciou que ficou com uma compressa no abdômen após fazer uma cesariana no Hospital Municipal de Nova Crixás, no norte de Goiás. Mariana Silveira Neves fez o parto em 5 de abril de 2024, mas só em setembro conseguiu identificar o objeto estranho que causou dores abdominais durante cinco meses.

A cirurgia de remoção da compressa foi realizada no dia 15 de setembro. Até então, a jovem realizou consultas e exames que não apontavam a causa da dor e do inchado abdominal que ela apresentava.

g1 solicitou um posicionamento da Prefeitura de Nova Crixás por e-mail na tarde de quinta-feira (28), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

De acordo com Mariana, foram necessárias duas incisões para que a equipe médica localizasse o corpo estranho, que, até então, não sabiam o que era.

“Abriram [o local da] cesariana e não estava lá. Aí, teve que cortar a minha barriga. Eles falaram que estava colado no intestino”, contou a jovem.

De acordo com Mariana, só ao abrir o abdômen a equipe médica identificou que se tratava de uma gaze. A jovem perdeu parte do intestino e uma trompa de falópio no procedimento de remoção da gaze. Ela ficou três dias na UTI e só soube o que havia acontecido algum tempo.

“Demoraram a me contar. Fiquei bem triste. Não esperava ficar com uma cicatriz grande assim. E fiquei mais triste ainda quando soube da perda da trompa”, declarou a jovem.

Mariana registrou ocorrência contra o médico que fez o parto. De acordo com a delegada Fernanda Simão de Almeida, ele já foi ouvido e que tudo correu bem com cesariana.

“Ele [o médico] alega que a cirurgia dela correu dentro do procedimento e que não teve intercorrências”, afirmou a delegada.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do médico denunciado até a última atualização desta matéria.

A Polícia Civil ainda está ouvindo testemunhas e aguarda o laudo da perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica.

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DIÁRIO DE GOIÁS

Mantida a prisão do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara

Defesa de Pollara entrou com pedido de habeas corpus, que foi negado. Ex-secretário segue detido na Casa do Albergado desde sua prisão preventiva, na última quarta (27)

O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, teve a prisão temporária mantida e pedido de habeas corpus negado pela Justiça de Goiás. Ele foi preso preventivamente na última quarta-feira (27), junto com seus dois principais auxiliares: Quesede Ayres Henrique, que era secretário-executivo da pasta, e Bruno Vianna, ex-diretor financeiro da SMS. 

Pollara é suspeito de uma série de irregularidades financeiras articuladas dentro da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), que culminaram na crise da saúde na capital e o rombo de aproximadamente R$ 300 milhões. Na quarta (27), a defesa já tinha tido um pedido de habeas corpus negado e, nesta quinta (28), após a realização de custódia, teve a decisão da manutenção da prisão anunciada.

Em nota ao Diário de Goiás, a defesa de Pollara informou que “aguarda a apreciação por parte do Tribunal de Justiça de Goiás da liminar em habeas corpus impetrada, confiante de que ela será concedida”. Os advogados alegam que a prisão é “desnecessária e já cumpriu sua finalidade”.

A defesa argumenta que o ex-secretário sempre colaborou com as investigações e prestou os devidos esclarecimentos todas as vezes em que o foi solicitado. Reitera, ainda, que ele não demonstrou intenção de obstruir as investigações e trata-se de uma figura de renome, em idade avançada e que a prisão coloca sua saúde em xeque.

prisão de Pollara foi antecipada pelo Ministério Público, na Operação Comorbidades, quando soube informações de que ele iria para São Paulo, sua cidade de origem. Conforme apurações, ele pretendia procurar outro trabalho na capital paulista, visto que perderia o cargo após a troca de gestão municipal.

Confira abaixo a nota da defesa na íntegra:

NOTA À IMPRENSA DA DEFESA DE WILSON POLLARA

A defesa de Wilson Pollara lamenta a decisão de manutenção da prisão temporária de seu cliente, após a realização da audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (28), e aguarda a apreciação por parte do Tribunal de Justiça de Goiás da liminar em habeas corpus impetrada, confiante de que ela será concedida.

Conforme o entendimento da defesa, a prisão de Pollara é desnecessária e já cumpriu sua finalidade. Já houve a apreensão de aparelhos celulares e de eventuais documentos na residência e nos locais públicos onde o investigado prestava serviço.

Além disso, as medidas cautelares fixadas juntamente com o decreto de prisão mostram-se mais do que suficientes para garantir o procedimento de investigação criminal do Ministério Público de Goiás (MP-GO) – suspensão do exercício das funções públicas, proibição de entrada em prédios relacionados à prestação de serviços de saúde e restrição de contato com testemunhas ou outros investigados.

A decisão vai de encontro à Ação Direta de Inconstitucionalidade 3360 e 4109 do STF, que estabelece que a prisão temporária deve ser decretada apenas em casos em que há a impossibilidade de aplicação de medidas cautelares.

Por fim, é necessário frisar que Wilson Pollara é um médico renomado, de conduta ilibada, e que em momento algum demonstrou qualquer intenção de obstruir as investigações. Como secretário, todas as vezes em que foi intimado, compareceu ao Ministério Público para prestar os devidos esclarecimentos. Trata-se, ainda de um idoso de 75 anos, que acumula diversas comorbidades de saúde, cuja prisão coloca em xeque a questão da dignidade da pessoa humana.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 28 Novembro 2024 07:44

CLIPPING AHPACEG 28/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

ONA completa 25 anos e apresenta projeto inédito no Brasil: acreditação de mais da metade das UBSs de São Paulo

Entenda quais são as irregularidades na Saúde de Goiânia que motivaram prisão de secretário, diretor e executivo da pasta

Crise na saúde: Após UTIs, Atenção Básica é foco para conter caos

Cynara Mathias Costa assume Secretaria de Saúde de Goiânia

Secretário de saúde de Goiânia é preso suspeito de pagamentos irregulares

Modelo de saúde favorece que médico e paciente definam a melhor forma de tratamento

Artigo - O valor da vida e as negativas de coberturas dos planos de saúde

O mercado de saúde no Brasil: desafios e potencial de crescimento

GAZETA 24H

ONA completa 25 anos e apresenta projeto inédito no Brasil: acreditação de mais da metade das UBSs de São Paulo


Organização é responsável pela certificação da qualidade dos serviços de saúde; projeto realizado em parceria com a secretaria municipal de Saúde de São Paulo também é considerado o maior do mundo em acreditação

São Paulo, 27 de novembro - Jornalistas de diversas regiões do Brasil, estiveram reunidos nesta quarta-feira, dia 27, na sede da Organização Nacional de Acreditação (ONA), em São Paulo, para uma entrevista coletiva. Durante o evento, que faz parte das comemorações dos 25 anos de atuação da organização na promoção da segurança da saúde primária no Brasil, foram divulgadas informações relevantes sobre o cenário da acreditação e o impacto da acreditação ONA nos estabelecimentos de saúde. Um dos destaques foi a apresentação de um projeto inovador e inédito no país e que também é considerado o maior em acreditação no mundo: o avanço da acreditação através do Projeto Avança Saúde da Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo, responsável pela acreditação de 276 das 465 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) existentes na capital. O trabalho contou com um investimento de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

A ONA é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços, com foco na segurança do paciente. A organização é a terceira maior certificadora do mundo em termos de volume, com mais de 5 mil certificados emitidos e mais de 50 mil pessoas capacitadas.

No Brasil, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), existem 380 mil organizações de saúde, das quais 2003 são acreditadas. A ONA é responsável por 72,1% desse mercado, totalizando 1.459 organizações de saúde acreditadas, incluindo mais de 430 hospitais, um crescimento de 17% ao ano. Atualmente, são 432.208 leitos cadastrados no Brasil e somente 71.860 são acreditados, ou seja, 16,6% dos leitos brasileiros. Regionalmente, 62% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 13%; Nordeste 11,1%; Centro-Oeste, 11% e Norte por 3%. A distribuição das organizações acreditadas pela ONA é diversificada: 68,4% (917) são de gestão privada, 22,2% (298) são públicas, 8,3% (111) de gestão filantrópica, e 0,1% militar.

Para o CEO da ONA, Dr. Fábio Gastal entre os grandes desafios da expansão da acreditação no Brasil, estão a logística, devido ao número de localidades, áreas e pessoas envolvidas e a duração do projeto e o número de visitas que precisam ser feitas. Ele citou ainda, a dificuldade que muitos municípios enfrentam na elaboração de projetos relacionados à saúde. "Os financiamentos são acessíveis aos municípios. O problema é que alguns municípios têm dificuldade na formulação de propostas que serão aprovadas pelo próprio governo. O Estado pode colaborar ajudando-os a formular os projetos e encaminhá-los para que sejam bem sucedidos. A metodologia é acessível. A gente pode colaborar e ajudar com este caminho. São Paulo mostrou que a acreditação é para todos", destacou.

Projeto Acreditações São Paulo- Com o objetivo de avaliar e reconhecer a qualidade dos serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) implementou um abrangente processo de acreditação. O Projeto Avança Saúde SP que conta com um investimento de US$ 100 milhões, sendo o maior investimento individual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em saúde municipal desenvolvido para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) está em finalização e a previsão é certificar todas as 465 UBSs da capital. Somente este ano, 276 unidades de saúde foram acreditadas pela ONA. Todo este processo contou com o trabalho da Fundação Vanzolini, como instituição acreditadora contratada.

As UBSs acreditadas alcançaram o Nível 1, que enfatiza a segurança do paciente e a qualidade na assistência prestada. O processo está em finalização e a previsão é certificar todas as 465 UBSs da capital. As 465 UBS escolhidas pela Atenção Básica para processo de certificação da ONA - distribuídas por todo o território municipal - receberam visitas de equipes de avaliadores indicados pela IAC (Instituições Acreditadoras Credenciadas), os quais avaliaram padrões e requisitos relacionados com a qualidade e segurança do paciente, tanto na área assistencial quanto a aspectos relacionados à infraestrutura do serviço.

Cerca de 1.200 profissionais da rede municipal, envolvidos no processo de acreditação, foram capacitados na metodologia ONA. As UBSs acreditadas passaram a operar com processos mais estruturados, gestão integrada e foco contínuo na melhoria da qualidade. Isso resultou em maior eficiência operacional, melhor organização dos serviços e reconhecimento pela excelência no atendimento. Um projeto inédito e inovador que segundo o coordenador do Programa Avança Saúde da Secretaria da Saúde Municipal de SP, Dr. Marcelo Takano, deve servir de modelo para todo o Brasil. "A iniciativa da secretaria é inovadora. É o maior projeto de acreditação do mundo. Em plena pandemia fomos protagonistas em buscar a certificação em atenção primária. A gente tinha o orçamento aprovado e a oportunidade de melhorias. Ampliamos, e no marco final, conseguimos as 276 unidades acreditadas. Hoje é um exemplo a ser lembrando pelo resto do país", ressaltou.

Para o Superintendente Técnico da ONA, Dr. Péricles Góes da Cruz ,"a iniciativa de São Paulo quebra barreiras, pois mostra que a acreditação é para todos. Que os recursos são escassos e por isto os requisitos para a acreditação ajudam e são imprescindíveis pois o setor de saúde representa uma despesa alta para os municípios brasileiros".

ONA Premia 74 instituições- Como reconhecimento pelo compromisso com a segurança do paciente, amanhã, dia 28, serão homenageadas pela ONA, com o "Prêmio Destaque da Acreditação", 74 instituições brasileiras de saúde no país que mantêm mais de 15 anos de acreditação ininterrupta, beneficiando pacientes com processos organizados, redução de erros nos atendimentos e fortalecimento da segurança ao paciente. A festa de premiação contará com a presença do Secretário Municipal da Saúde, Dr. Luiz Carlos Zamarco.

Prêmio Destaque de Acreditação Cidade Instituicao Premiada Diadema Hospital Estadual de Diadema São Bernardo Tecnolab - matriz Campinas Hospital Beneficência Portuguesa Fundação Centro Médico Hospital Maternidade de Campinas Hospita Madre Theodora Campinas Valinhos Santa Casa de Misericórdia Jundiaí Colsan Hospital Pitangueiras Nova Imagem Diagnóstico Médico Laboratório de Análises Clínicas Anchieta Sorocaba BOS - Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringologia Intermédica Sistema de Saúde Limeira Hospital Unimed Barueri Cientificalab Prods.Laboratoriais e Sistema Mogi das Cruzes Hospital de Clínicas Luzia Pinho Melo Sancet Lab. Médico Itapecerica da Serra Hospital Geral de Itapecerica da Serra São José dos Campos Santa Casa de Misericórdia LabVivalle Ribeirão Preto Lab. De Patologia Dr. Prates Botucatu Lab. De Patologia Bacchi Belo Horizonte Hospital Madre Teresa Hospital Lifecenter Oculare Hospital de Oftalmologia Sermig 198 Sermig 90 Axial Bernardo Monteiro Lab Rede Anatomia Patólogica e Citologia Biovisao Hospital Felício Rocho Oncomed BH Contagem - MG Hospital Santa Rita Ipatinga - MG Hospital Márcio cunha Juiz de Fora - MG Hospital Monte Sinai Lavras - MG Lab. Santa Cecília Muriaé - MG Hospital do Câncer Passos - MG Santa Casa de Misericórdia Uberlândia - MG Check-Up Laboratório Curitiba - PR Hospital Santa Cruz Hospital Nossa Senhora das Graças Instituto de Neurologia de Curitiba Foz do Iguaçu - PR Hospital Ministro Costa Cavalcanti Rio de Janeiro Hospital Dr. Badim Santa Catarina Centro de Diagnóstico Anátomo e Patológico Cariacica - ES Hospital Meridional Vitória - ES Hospital Unimed São Mateus - ES Laboratório Maia Serra - ES Vitoria Apart Hospital Caxias do Sul - RS Hospital Pompeia Hospital Unimed Banco de Sangue Bento Goncalves Hospital Tacchini Belém Consaúde Hospital Porto Dias Hospital Saúde da Mulher Lab. Ruth Brazão Bahia Hospital Jorge Valente Núcleo de Terapia Oncologógica Fortaleza Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara São Paulo Centro de Combate ao Câncer COLSAN FEMME - Lab. Da Mulher Hospital do Rim e Hipertensão Hospital Edmundo Vasconcelos Hospital Estadual Sumaré Hospital Santa Maria Santa Marcelina (Cidade Tiradentes) Hospital e Maternidade São Cristóvao Lab. Patologia Cir. Ferdinando Costa Lab. Locus Diagnostika Unidade Diagnóstica, Patológica e Citologia Hospital São Luiz

Pesquisa inédita sobre impacto da acreditação- No Brasil, o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela que, a cada minuto, cinco pessoas morrem devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil mortes por ano. Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidadosa. A ONA realizou uma pesquisa com as instituições premiadas. Das 74 entidades, 49 responderam, trazendo resultados significativos sobre a relação entre acreditação e segurança do paciente. Através da pesquisa soube o quanto a acreditação ajudou as instituições a agilizarem e melhorarem a qualidade dos seus processos. "A pesquisa foi voltada para estas instituições porque queríamos ouvir delas qual o impacto das acreditações. Nós consideramos que foi uma mostra bastante positiva. Através da pesquisa soubemos o quanto a acreditação ajudou as instituições a agilizarem e melhorarem a qualidade dos seus processos", explicou a gerente de operações da ONA, Gilvane Lolato.

Confira alguns dados da pesquisa:

Preenchimento de prontuário. De acordo com a pesquisa realizada pela ONA, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação.

Falhas na cadeia medicamentosa e de suprimentos - A pesquisa também revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma redução superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa. Apenas 4,76% informaram uma diminuição inferior a 5%. Já no que diz respeito às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes afirmaram ter conseguido uma redução superior a 31%. Enquanto 14,29% relataram uma contenção de falhas de 21% a 25%.

Falhas de higienização - Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização. Cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.

Infecções hospitalares - Com a acreditação, para 41,86% das instituições que participaram da pesquisa, os processos implementados com a acreditação melhoraram mais de 31%. Quase 12%, relatou que os níveis de infecções melhoraram de 26 a 30% e 2,33% dos entrevistados comentaram que tiveram menos de 5% de seus índices reduzidos.

Erros de diagnóstico - A pesquisa aponta que, com acreditação, os erros de diagnóstico reduziram em mais de 31% para quase 33% dos entrevistados.

Queda do paciente no leito- Segundo dados apresentados, com a metodologia ONA, para 32,56% dos entrevistados, os índices de queda reduziram mais de 31%.

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PORTAL G1

Entenda quais são as irregularidades na Saúde de Goiânia que motivaram prisão de secretário, diretor e executivo da pasta

Segundo MP, investigações começaram em maio deste ano. Promotores explicaram que foram feitos pagamentos 'fora dos canais oficiais', que não eram registrados na contabilidade pública.

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, o secretário executivo, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo, foram presos durante uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A ação investiga pagamentos irregulares em contratos administrativos e a possível formação de uma associação criminosa dentro da pasta – entenda abaixo.

Em nota, a defesa de Wilson Pollara disse que irá se manifestar formalmente após ter acesso ao processo. No texto, o advogado Thiago Peres diz ainda que acredita que a inocência do secretário será provada durante as investigações - leia nota completa ao final do texto.

A Prefeitura de Goiânia, por meio de nota, informou que "está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás" - leia nota completa ao final do texto.

g1 não localizou a defesa dos outros envolvidos até a última atualização desta reportagem.

As prisões ocorreram na quarta-feira (27). Segundo o MP, as investigações começaram em maio deste ano, após denúncias recebidas pelo órgão.

Em coletiva de imprensa, os promotores explicaram que foram feitos pagamentos "fora dos canais oficiais". Esses pagamentos "extra caixa" não eram registrados na contabilidade pública.

“Nós identificamos o direcionamento de pagamentos a determinadas pessoas jurídicas credoras da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, em detrimento de outros credores. Identificamos também pagamentos feitos de maneira irregular, podemos dizer, clandestinamente, fora dos cofres ou caixas oficiais, sem a devida declaração na contabilidade pública", disse o promotor Rafael Correa Costa.

Na investigação, foi identificado ainda que a Secretaria Municipal de Saúde não estava respeitando a ordem cronológica ao fazer pagamentos. De acordo com o Ministério Público, a manobra viola o princípio da impessoalidade, conforme previsto em lei.

Os promotores explicaram que a Lei de Licitações e Contratos garante o princípio da impessoalidade, que assegura que todos sejam tratados igualmente. A lei exige que os pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços sigam uma ordem cronológica, para evitar qualquer favorecimento indevido.

Se a regra for descumprida em benefício de alguém, isso configura um crime. A Lei de Licitações prevê punições para quem violar a norma. Segundo os promotores, atualmente a investigação está focada em garantir o cumprimento dessa ordem e a igualdade no tratamento dos envolvidos.

A promotoria destacou que, com base nos elementos já identificados, há indícios de possível atuação direta na omissão de provas, incluindo orientações para que potenciais testemunhas permanecessem em silêncio. Em razão disso, foi solicitado o pedido de prisão temporária.

Segundo os promotores, a investigação busca delimitar os fornecedores privilegiados e os vínculos suspeitos com agentes públicos. O Ministério Público não divulgou qual seria a participação de cada preso no esquema.

Esquema agravou crise na saúde, diz MP

O Ministério Público ressaltou que o esquema teria agravado a crise na saúde pública de Goiânia, afetando o repasse de verbas para entidades como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). Segundo a promotora Marlene Nunes, a dívida da Saúde de Goiânia com hospitais chega a quase R$ 300 milhões, dos quais cerca de R$ 120 milhões são referentes à Fundahc.

Em agosto deste ano, a Fundahc suspendeu atendimentos nas maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, mantendo apenas os atendimentos eletivos, que são procedimentos médicos não considerados de urgência ou emergência.

O Ministério Público ressaltou que a rede pública de Goiânia enfrenta uma grave crise na assistência hospitalar, com restrições no acesso a leitos de enfermaria e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além disso, a prefeitura estaria descumprindo decisões judiciais relacionadas à saúde.

"Houve serviços indispensáveis que foram suspensos, como, por exemplo, a colocação de marca-passo. Cirurgias deixaram de ser realizadas porque não se pagava anestesistas. Isso foi gerando, então, uma bola de neve", disse a promotora Marlene Nunes.

"O Araújo Jorge está com equipamentos cuja vida útil já foi ultrapassada, necessitando de reformulação. Esses pacientes estão sendo obrigados a se submeter à radioterapia nas madrugadas, porque a máquina precisa de descanso. Isso é uma violação sem precedentes, do paciente com câncer, porque sabemos que, a cada dia que passa, a doença se agrava. Esse é só um exemplo do impacto dessa gestão", completou.

Mortes

Nos últimos dias, pelo menos cinco pessoas morreram à espera de leitos de UTI em Goiânia. As vítimas são Severino Santos, Katiane Silva, Janaína de Jesus e Luiz Felipe Figueiredo da Silva. Além de João Batista Ferreira, que morreu no início desta semana. As famílias contaram que procuraram auxílio do MP-GO e da Justiça para conseguir atendimento, mas o serviço de saúde pública não chegou a tempo.

Sobre a morte de Severino, a SMS de Goiânia informou que o paciente, com quadro clínico relacionado a uma fratura ortopédica, estava sob cuidados e a Secretaria buscava por vagas na rede SUS, o que inclui hospitais estaduais. Sobre Katiane Silva, foi informado que ela morreu de dengue hemorrágica e que não houve falta de assistência. Em relação à Janaína não houve resposta e no caso de Luiz Felipe a Secretaria disse que “a causa da morte vai ser investigada pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) do município.

Nova secretária

Após a prisão de Wilson Pollara e dos outros dois servidores da pasta, a Prefeitura de Goiânia anunciou os novos ocupantes dos cargos na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A cirurgiã-dentista, odontopediatra e superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde, Cynara Mathias Costa, foi nomeada nova secretária municipal de Saúde.

Acácia Cristina Marcondes Almeida Spirandelli assumirá o cargo de secretária executiva. A servidora é especialista em Saúde e mestre em saúde coletiva. Bruno Costa assumirá o cargo de diretor financeiro da SMS. De acordo com a prefeitura, ele é servidor efetivo e especialista em Saúde.

Isadora Morais Parreira Rodrigues acumulará o cargo de Gerente de Saúde Bucal de Urgência e Emergência Especializada com a Superintendência de Redes de Atenção à Saúde.

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A REDAÇÃO

Crise na saúde: Após UTIs, Atenção Básica é foco para conter caos

Cremego relata condições precárias 

 Goiânia - A saúde pública de Goiânia enfrenta profunda crise.  Segundo dados apresentados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), o colapso é fruto de falhas de gestão, falta de planejamento e outros problemas estruturais. As dívidas são superiores a R$ 250 milhões e 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)estão bloqueados. Além da prioridade no atendimento de média e alta complexidade, passos devem ser dados para desafogar a saúde básica.

Em entrevista ao jornal A Redação, a presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Sheila Soares Ferro,  conta que o caos financeiro reflete diretamente na qualidade do atendimento e no funcionamento das unidades públicas, que enfrentam a falta de insumos e profissionais.

O sistema vive um colapso que resultou na morte de pelo menos quatro pacientes à espera de atendimento. Agora, as atenções se voltam para ações emergenciais que possam reorganizar a estrutura de atendimento e evitar novas tragédias.

Sheila Ferro relata que o impacto sobre os profissionais de saúde também é preocupante. Ela destaca que médicos que atuam em unidades básicas, prontos-socorros e UTIs estão com pagamentos atrasados e condições precárias de trabalho.

Frente a este cenário, algumas medidas emergenciais estão sendo traçadas para os próximos dias. A abertura de 40 novos leitos de UTI é uma das principais ações anunciadas pelo prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil), que já articula estratégias com o governo estadual e a equipe de transição.

Além disso, Mabel pretende priorizar o pagamento de valores atrasados às maternidades da cidade, assim como o fortalecimento dos Programas de Saúde da Família (PSFs), considerados cruciais para reduzir a sobrecarga no sistema de urgência e emergência.
Destaca-se ainda o fortalecimento da gestão compartilhada entre o estado e o município, com o objetivo de otimizar recursos e melhorar a coordenação dos serviços de saúde.

Também está prevista a reativação dos contratos que foram suspensos com prestadores de serviços de saúde, uma medida crucial para garantir a continuidade do atendimento à população e reduzir a sobrecarga no sistema público.

Câmara
Na Câmara de Goiânia, durante a sessão ordinária desta terça-feira (26), vereadores propuseram redirecionar parte dos R$ 710 milhões aprovados para obras em março deste ano para a saúde pública.

“Existe a legalidade para fazermos um remanejamento do uso do dinheiro já aprovado por esta Casa, porque o dinheiro já está à disposição, já está em caixa. Podemos fazer o remanejamento e ao invés de gastar com cimento, gastar com vidas? Então essa é a nossa ideia de montarmos um comitê para saber se teremos a legalidade para poder fazer. Para que a Prefeitura de Goiânia possa ter uma alternativa para a resolução desse problema imediato. Esta Casa aprovou o projeto com um fim”, defendeu o vereador Thialu Guiotti (Avante) durante a sessão.

Anselmo Pereira (MDB) também reforçou a necessidade de priorizar a saúde. Um comitê composto por diversos vereadores deve ser formado para auxiliar na contenção da crise na Saúde. 

"Existe a legalidade de transformarmos o fim das obras em prol da saúde? Se existir, esta Câmara, acredito eu, estará pronta para aprovar esse remanejamento. Nós queremos apoiar uma ação conjunta para que o dinheiro parado seja aplicado imediatamente para otimizar UTIs e, ao mesmo tempo, fazer com que a rede principal básica dê uma assistência fundamental à saúde do município”, declarou.

Atenção básica
A reportagem do jornal A Redação apurou que o fortalecimento da atenção básica tende a ser uma das prioridades. O tema já foi destacado pelo prefeito eleito Sandro Mabel em algumas oportunidades.

"A saúde começa na ponta, e é lá que vamos agir. O fortalecimento dos Programas de Saúde da Família (PSFs) será essencial para evitar que o sistema entre em colapso", explicou Mabel. Ele também defendeu o aumento da eficiência nas unidades básicas de saúde para prevenir casos que evoluam para situações críticas.

Programas como o Saúde da Família devem ser reorganizados para oferecer atendimento preventivo e reduzir a sobrecarga nas urgências e emergências.

"A atenção básica é essencial para evitar que pacientes cheguem em condições graves às UTIs. Precisamos de médicos capacitados, insumos e infraestrutura nas unidades básicas de saúde", explicou Sheila Ferro.

Ainda assim, o desafio é imenso. Com dívidas acumuladas, falta de insumos e a ausência de um hospital municipal, a nova gestão terá que lidar com problemas que se arrastam há anos. "Estamos de portas abertas para colaborar e monitorar as ações. A saúde dos goianienses não pode mais esperar", argumentou Sheila Ferro.

Atualmente, Goiânia conta com 312 leitos contratados para o atendimento de pacientes, mas 20 desses leitos estão bloqueados devido à falta de pagamento. A distribuição dos pacientes entre essas unidades depende de diversos fatores, como a natureza da doença e a capacidade técnica dos hospitais.

Sheila Soares Ferro elogiou a parceria entre as gestões atual e futura com o estado, mas destacou que as ações precisam ser rápidas. "A vida não espera. Não podemos lidar com burocracia ou soluções morosas. Temos vidas em jogo", declarou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que a proporção ideal de leitos de UTI seja de 1 a 3 para cada 10 mil habitantes. Em Goiânia, essa proporção ultrapassa os 3 leitos por 10 mil habitantes, o que, teoricamente, indica uma quantidade adequada de leitos.

No entanto, devido à alta demanda e à carência de infraestrutura em algumas unidades, essa quantidade ainda se mostra insuficiente para atender a todas as necessidades da população.

Estado
Para o governador Ronaldo Caiado, um dos maiores desafios da saúde pública em Goiânia é a falta de confiança entre a Prefeitura e os prestadores de serviços. "O problema não está na falta de recursos ou de legislação, mas na credibilidade. Os hospitais precisam ter a certeza de que serão devidamente remunerados", afirmou Caiado em entrevista coletiva nesta terça (26).

Como parte das ações emergenciais, o governo estadual trabalha para restabelecer essa relação de confiança e ampliar a oferta de leitos na rede pública. "Estamos determinados a encontrar soluções rápidas para evitar novas mortes", reforçou Caiado.

Ronaldo Caiado (UB), destacou que um dos grandes entraves para a recuperação do sistema é a falta de credibilidade da Prefeitura junto aos fornecedores e hospitais. "O problema não está na falta de recursos ou legislação, mas na ausência de confiança. Precisamos restabelecer essa relação para que os serviços sejam retomados com qualidade", afirmou.

Caiado garantiu que o estado está mobilizado para ajudar Goiânia a superar a crise, orientando o secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, a implementar medidas emergenciais. Entre as ações anunciadas estão a ampliação de leitos e a regularização de repasses às unidades conveniadas. "Estamos focados em salvar vidas e garantir o atendimento que a população merece", declarou.


Outros problemas
Sheila Ferro apontou problemas estruturais e administrativos que agravam a crise, como o atraso no pagamento de médicos e a falta de insumos básicos.

"Em unidades como o Cais de Campinas, faltam medicamentos simples, como dipirona e anti-inflamatórios, além de técnicos de enfermagem para aplicar medicações prescritas pelos médicos. Isso é inadmissível", afirmou.

Para ela, a solução passa pela abertura de novos leitos, mas também por uma reestruturação completa da atenção básica.
"Precisamos de pediatras em todas as unidades, equipes completas, insumos e ambulâncias para garantir o transporte adequado dos pacientes", ressaltou.

Em nota enviada à imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que a falta de leitos de UTIs "é um problema enfrentado por muitos municípios brasileiros" e ressaltou que "Goiânia conta com quase 200 leitos".

A SMS também informou que recentemente repassou R$ 1,7 milhão à Santa Casa de Misericórdia para a abertura de mais 20 leitos. A Secretaria destacou ainda que a questão foi discutida em uma reunião no domingo entre o secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, o secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, e o prefeito eleito, Sandro Mabel, com o objetivo de buscar soluções para a crise.

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Cynara Mathias Costa assume Secretaria de Saúde de Goiânia

Goiânia - Cynara Mathias Costa asume Secretaria Municipal de Saúde em substituição a Wilson Pollara, que foi preso em operação do Ministério Público (MPGO) por pagamentos irregulares em contratos administrativos. A nomeação ainda será publicada no Diário Oficial do Município desta quarta-feira (27/11) e trará ainda nomeações de servidores que assumem Secretaria Executiva, Diretoria Financeira e Superintendência de Redes de Atenção e Saúde.

Cynara Mathias Costa é cirurgiã-dentista e odontopediatra, além disso é servidora pública há 25 anos. A servidora efetiva Acácia Cristina Marcondes Almeida Spirandelli, especialista em Saúde e mestre em Saúde Coletiva, assume a Secretaria Executiva. O servidor efetivo e especialista em Saúde, Bruno Costa, assume como diretor financeiro da pasta. Já a profissional Isadora Morais Parreira Rodrigues vai acumular o cargo de Gerente de Saúde Bucal de Urgência e Emergência Especializada com a Superintendência de Redes de Atenção e Saúde. 

Operação

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso nesta quarta-feira (27/11) em operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) que apura  pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde da Capital. Também foram presos temporariamente o secretário executivo e o diretor financeiro da pasta.

Ainda de acordo com o MPGO, foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três agentes públicos investigados. Os mandados foram expedidos pelo 1º Juízo de Garantias da Capital, atendendo a pedido do MPGO, e cumpridos com apoio da Polícia Militar. 

A investigação aponta para a associação dos alvos para a prática reiterada de crimes, com a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Constatou-se a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro.

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Secretário de saúde de Goiânia é preso suspeito de pagamentos irregulares

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso nesta quarta-feira (27/11) em operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) que apura  pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde da Capital. Também foram presos temporariamente o secretário executivo e o diretor financeiro da pasta.

Ainda de acordo com o MPGO, foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três agentes públicos investigados. Os mandados foram expedidos pelo 1º Juízo de Garantias da Capital, atendendo a pedido do MPGO, e cumpridos com apoio da Polícia Militar. 

A investigação aponta para a associação dos alvos para a prática reiterada de crimes, com a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Constatou-se a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro.

Esquema impactou o atendimento à população

Conforme apurado, os envolvidos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), deixando-a com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial sem precedentes, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar, restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI, falta de inúmeros básicos, interrupção de serviços essenciais, graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais, frustração e burla deliberada à atuação dos órgãos de controle externo, além de indícios de irregularidades em diversas contratações. 

Essa situação resulta em violação massiva de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde.

Os mandados estão sendo cumpridos pelo GAEPP, com apoio de 11 promotores de Justiça, servidores do MPGO, um delegado de polícia e vinte e oito policiais militares. 

GAEPP foi criado recentemente para combater irregularidades na área do Patrimônio Público

O Grupo de Atuação Especial do Patrimônio Público (GAEPP), criado em agosto de 2023 pelo Ministério Público de Goiás, representa um reforço significativo no combate às irregularidades na administração pública goiana. A estrutura, que atua em todo o território estadual, foi instituída para enfrentar casos complexos que apresentem grave lesão ao erário ou demandem investigação especializada.

Com poderes para instaurar procedimentos investigatórios criminais e cíveis, acompanhar inquéritos e ajuizar ações, o GAEPP trabalha de forma integrada com os demais órgãos do MPGO. O grupo é formado por promotores de Justiça especializados e conta com o suporte técnico de diversos setores da instituição, como o Centro de Apoio Técnico e Pericial.

Uma das diretrizes do grupo é priorizar a resolução extrajudicial dos casos, buscando soluções mais ágeis e efetivas para a recuperação de recursos públicos. Além disso, o GAEPP atua no fortalecimento da transparência e no aprimoramento dos mecanismos de controle da administração pública.

A criação do grupo segue recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público para a especialização no combate à corrupção e consolida a estratégia do MPGO de fortalecer a proteção ao patrimônio público por meio de estruturas dedicadas e altamente especializadas. 

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ZERO HORA

Modelo de saúde favorece que médico e paciente definam a melhor forma de tratamento


O setor de saúde passa por momento de transformação relevante, especialmente por conta do conceito Value Based Healthcare (VBHC), em português, cuidados de saúde baseados em valor. O diferencial está no atendimento, mais centrado no paciente, que indica suas preferências.

Conforme destaca o médico líder do Escritório de Valor da Unimed Porto Alegre, Marcelo Haertel Miglioranza, nesta abordagem, o profissional da saúde necessita entender o grau de satisfação a partir do procedimento realizado.

Para facilitar o entendimento, Miglioranza, que é cardiologista, exemplifica. Em um caso em que um paciente esteja com uma estenose valvular aórtica (doença cardíaca que provoca o estreitamento da abertura da válvula aórtica), dependendo da sua idade, o fluxo de sangue do coração pode estar prejudicado. Para resolver este problema mecânico, pode ser necessária a substituição desta válvula, implicando em uma cirurgia mais complexa.

"Descobrimos uma forma inédita de modificar essa célula", afirma médico gaúcho que desenvolveu vacina contra o câncer de próstata em teste nos EUA Final de ano pode ampliar sentimento de solidão, mas manter planos para o futuro é essencial para saúde mental dos idosos RS tem maior proporção de médicos intensivistas do Brasil, mas distribuição de profissionais é desigual

No modo convencional, o médico faria todas as escolhas e o paciente não teria o envolvimento. Já nesta outra abordagem, a tomada de decisão é feita de forma conjunta.

- Posso indicar colocar uma prótese biológica ou uma mecânica e, caso seja a última opção, o paciente terá que tomar anticoagulante para o resto da vida. No entanto, não precisará mais trocar a prótese. Ou seja, ele se empoderou e participou da decisão final - diz.

Dor lombar

A dor lombar é a principal causa que afeta a vida de muitas pessoas e limita a capacidade de realizar atividades rotineiras, segundo aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda conforme dados da OMS, em 2020, um a cada 13 indivíduos no mundo - cerca de 619 milhões de pessoas - teve pelo menos um episódio deste problema. Nas próximas décadas, esta dor pode crescer, afetando 843 milhões de pessoas em 2050.

Para minimizar este tipo de enfermidade, a Unimed Porto Alegre criou a Rede de Cuidado Dor Lombar baseada em Valor, que atende o paciente de forma abrangente, com atenção multiprofissional e coordenação de cuidado.

A superintendente de Provimento de Saúde e responsável pelo programa Viver Bem da Unimed Porto Alegre, Daniela Medeiros, reforça que cada pessoa possui um objetivo diferente e, para verificar se um tratamento gerou valor ou não, é necessário um olhar para o que é almejado pelo paciente.

- Se você tem uma dor lombar e é um maratonista, o objetivo pode ser voltar a correr e ter novamente a performance para participar de maratonas. O paciente combina o desfecho esperado e é acompanhado com a coleta destes dados. Essa é a lógica dos cuidados de saúde baseados em valor - diz.

Já o neurocirurgião e gestor do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Mãe de Deus, Luiz Felipe de Alencastro, explica que o paciente que for atendido dentro da Rede de Cuidado Dor Lombar baseada em Valor terá seu tratamento otimizado. Ele iniciará sua jornada por meio de um especialista da coluna, seguindo para a realização de exames, consultas com fisioterapeuta e revisões com datas específicas.

Ele comenta que muitos pacientes ficam somente consultando nas emergências quando a dor está mais acentuada, sem fazer a outra parte do tratamento ambulatorial (no consultório médico), que é muito importante. Logo, o objetivo da Rede é possibilitar que a pessoa retorne às suas atividades diárias, sem dor , sem limitações funcionais e com menor possibilidade de voltar a ter dor no futuro.

Atenção individual

Para isso, são aplicados protocolos de manejo de dor, fisioterápico e tratamento cirúrgico, caso este último seja necessário. Em cada etapa do tratamento, existem escalas de acompanhamento (medindo dor, capacidade motora, atividade laboral e satisfação). Com base nos resultados obtidos, pode-se otimizar o tratamento de forma individualizada e personalizada.

Alencastro, que também é médico cooperado da Unimed Porto Alegre, salienta que o manejo da maioria das doenças caminha neste sentido, desde que se respeitem os protocolos de cuidado estabelecidos em estudos clínicos bem conduzidos. Além disso, é importante observar as características de cada paciente.

- A dor lombar tem inúmeras causas, como sedentarismo, postura, obesidade, processos degenerativos, entre outras. Assim, dois pacientes com dor lombar aparentemente semelhante podem precisar de manejos completamente diferentes - conclui.

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PORTAL SEGS

Artigo - O valor da vida e as negativas de coberturas dos planos de saúde

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e da Saúde e sócia do escritório Natália Soriani Advocacia

Porto Velho, RO - Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo trouxe à tona, mais uma vez, o debate sobre os limites da atuação dos planos de saúde e o direito à vida. Na última quinta-feira, 21 de novembro, a Justiça determinou que a SulAmérica, uma das maiores operadoras de saúde do país, autorizasse, em até 24 horas, a implantação de um marca-passo definitivo em um aposentado de 78 anos.

O paciente, internado desde o início do mês na UTI do Hospital Samaritano, em São Paulo, corre risco de vida devido a uma condição grave de bradicardia severa. Entretanto, até o momento, a operadora se nega a realizar o procedimento por questões financeiras e administrativas. E a questão que fica é: existe valor para a vida de um paciente?

Importante destacar que em caráter emergencial, o idoso havia recebido um marca-passo provisório, mas a solução temporária o mantém imobilizado, expondo-o a complicações graves como escaras e infecções. Mesmo diante da urgência médica, a SulAmérica negou o procedimento definitivo, alegando "ausência de cobertura contratual". A negativa levou a família a buscar assistência jurídica.

A decisão judicial foi necessária diante da postura da operadora. Trata-se de um procedimento essencial para a sobrevivência do aposentado, que há mais de três décadas paga suas mensalidades em dia. A negativa coloca a vida dele em risco iminente e demonstra descaso absoluto com o direito fundamental à saúde, assegurado pela Constituição Federal.

E aqui cabe frisar que a jurisprudência é clara ao classificar como abusiva a negativa de cobertura para tratamentos indispensáveis à vida do consumidor. Amparada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que impede limitações contratuais a procedimentos prescritos por médicos em situações de emergência, a decisão também se baseou no artigo 421 do Código Civil, que enfatiza a função social do contrato, e na Súmula 608 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que obriga os planos a custearem tratamentos essenciais, mesmo que não estejam previstos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A juíza Carina Bandeira Margarido Paes Leme, responsável pela decisão, foi enfática ao estabelecer uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A medida visa garantir que a SulAmérica cumpra a determinação e que o procedimento seja realizado dentro do prazo estipulado.

Entretanto, após várias horas e dias, a operadora continua negando a cobertura do marca-passo e ignorando a decisão judicial e as chances de sobrevivência do aposentado. Será que para a SulAmérica as suas questões financeiras e administravas estão acima da Justiça e também do valor da vida?

Casos como esses ilustram um problema frequente no setor de planos de saúde: a resistência em autorizar procedimentos essenciais, especialmente os que envolvem custos elevados. Embora as operadoras defendam que o rol da ANS seja considerado taxativo, ou seja, que apenas os procedimentos listados sejam obrigatórios, o Judiciário tem reiterado que a lista deve ser vista como exemplificativa, garantindo a cobertura de tratamentos indispensáveis à vida e à dignidade do paciente.

Mais do que uma questão contratual, situações como essa trazem à tona reflexões sobre a humanização da saúde e o valor da vida em um sistema frequentemente guiado por interesses financeiros. A decisão da Justiça de São Paulo é uma lembrança de que, em casos extremos, a lei precisa intervir para proteger o que há de mais precioso: a vida humana.

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MEDICINA S/A

O mercado de saúde no Brasil: desafios e potencial de crescimento


O mercado de saúde no Brasil, apesar do momento desafiador que enfrenta, apresenta um grande potencial de crescimento e consolidação no setor privado a médio e longo prazo. O setor privado responde por aproximadamente 60% do investimento em saúde no país, refletindo a crescente participação do mercado de planos de saúde médico-hospitalares e serviços hospitalares privados. Em comparação com outros países, como os Estados Unidos - que lideram os gastos em saúde, representando 16% do PIB, com mais de 80% do valor vindo do setor privado - o Brasil ainda apresenta uma cobertura privada restrita.


O setor de saúde no Brasil é fortemente influenciado pela crescente base demográfica e pelo envelhecimento acelerado da população. O mercado de planos de saúde no Brasil é estimado em cerca de R$ 520 bilhões, com uma taxa de cobertura de aproximadamente 26% da população. Isso demonstra um grande potencial de crescimento, especialmente se houver uma maior oferta de emprego formal e uma melhora no panorama econômico do país. No entanto, o Brasil enfrenta um déficit significativo de leitos privados, estimado em mais de 10 mil, o que torna o mercado hospitalar subpenetrado.

As três maiores redes hospitalares do Brasil - Rede D'Or, Hapvida e Dasa - controlam cerca de 20% dos leitos privados, o que indica um grande potencial de consolidação no setor. Segundo Fernando Kunzel, sócio da JGP Financial Advisory, "o mercado hospitalar é concentrado em grandes centros urbanos, mas há oportunidades interessantes no interior de grandes estados. A médio prazo, após o cenário desafiador que o setor enfrenta, acreditamos que as aquisições devem acelerar, embora com valuations mais realistas."


O setor de saúde no Brasil tem enfrentado desafios econômicos significativos nos últimos anos, especialmente no período pós-pandemia. Esse cenário resulta de uma combinação de fatores que pressionaram as operadoras de planos de saúde e, consequentemente, seus prestadores. A demanda reprimida por exames, que havia sido represada durante o pico da pandemia, gerou um aumento expressivo na quantidade de atendimentos e exames realizados, o que pressionou ainda mais as operadoras e os hospitais.


De acordo com William May, também sócio da JGP Financial Advisory, a elevação da taxa Selic de 3% para 13,75% impactou consideravelmente as empresas do setor que se alavancaram durante o período de Selic baixa. Segundo ele, essas empresas estão agora tendo que olhar para "dentro" de suas operações e buscar uma desalavancagem. Após esse período de ajustes, o mercado deve retomar as consolidações.

De acordo com um estudo da JGP Financial Advisory, o número de operações de M&A no setor hospitalar caiu drasticamente em 2023. Enquanto em 2020 e 2021 ocorreram 25 e 32 aquisições, respectivamente, em 2023 o número de transações foi reduzido para apenas 3.


Porém, Fernando Kunzel afirma que, em 2024, alguns movimentos de M&A no setor já voltaram a acontecer, como a fusão entre os hospitais da Amil e Dasa, a criação de uma joint venture (JV) entre a Rede D'Or e o Bradesco para projetos greenfield, com investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão, e aquisições realizadas pela Aliança no setor de imagem. "Entendemos que os movimentos nesse momento foram muito mais estratégicos e oportunistas, mas acreditamos que, em um setor tão resiliente como o da saúde, ainda falaremos muito sobre consolidações e aquisições", afirma Kunzel.


Kunzel conclui que o setor de saúde no Brasil está passando por um período de ajustes estruturais, com grandes consolidações e reconfigurações no horizonte. "Isso pode criar novas oportunidades, mas também impor desafios financeiros e operacionais para os envolvidos", conclui.

O mercado de saúde no Brasil, apesar do momento desafiador que enfrenta, apresenta um grande potencial de crescimento e consolidação no setor privado a médio e longo prazo. O setor privado responde por aproximadamente 60% do investimento em saúde no país, refletindo a crescente participação do mercado de planos de saúde médico-hospitalares e serviços hospitalares privados. Em comparação com outros países, como os Estados Unidos - que lideram os gastos em saúde, representando 16% do PIB, com mais de 80% do valor vindo do setor privado - o Brasil ainda apresenta uma cobertura privada restrita.

O setor de saúde no Brasil é fortemente influenciado pela crescente base demográfica e pelo envelhecimento acelerado da população. O mercado de planos de saúde no Brasil é estimado em cerca de R$ 520 bilhões, com uma taxa de cobertura de aproximadamente 26% da população. Isso demonstra um grande potencial de crescimento, especialmente se houver uma maior oferta de emprego formal e uma melhora no panorama econômico do país. No entanto, o Brasil enfrenta um déficit significativo de leitos privados, estimado em mais de 10 mil, o que torna o mercado hospitalar subpenetrado.

As três maiores redes hospitalares do Brasil - Rede D'Or, Hapvida e Dasa - controlam cerca de 20% dos leitos privados, o que indica um grande potencial de consolidação no setor. Segundo Fernando Kunzel, sócio da JGP Financial Advisory, "o mercado hospitalar é concentrado em grandes centros urbanos, mas há oportunidades interessantes no interior de grandes estados. A médio prazo, após o cenário desafiador que o setor enfrenta, acreditamos que as aquisições devem acelerar, embora com valuations mais realistas."

O setor de saúde no Brasil tem enfrentado desafios econômicos significativos nos últimos anos, especialmente no período pós-pandemia. Esse cenário resulta de uma combinação de fatores que pressionaram as operadoras de planos de saúde e, consequentemente, seus prestadores. A demanda reprimida por exames, que havia sido represada durante o pico da pandemia, gerou um aumento expressivo na quantidade de atendimentos e exames realizados, o que pressionou ainda mais as operadoras e os hospitais.

De acordo com William May, também sócio da JGP Financial Advisory, a elevação da taxa Selic de 3% para 13,75% impactou consideravelmente as empresas do setor que se alavancaram durante o período de Selic baixa. Segundo ele, essas empresas estão agora tendo que olhar para "dentro" de suas operações e buscar uma desalavancagem. Após esse período de ajustes, o mercado deve retomar as consolidações.

De acordo com um estudo da JGP Financial Advisory, o número de operações de M&A no setor hospitalar caiu drasticamente em 2023. Enquanto em 2020 e 2021 ocorreram 25 e 32 aquisições, respectivamente, em 2023 o número de transações foi reduzido para apenas 3.

Porém, Fernando Kunzel afirma que, em 2024, alguns movimentos de M&A no setor já voltaram a acontecer, como a fusão entre os hospitais da Amil e Dasa, a criação de uma joint venture (JV) entre a Rede D'Or e o Bradesco para projetos greenfield, com investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão, e aquisições realizadas pela Aliança no setor de imagem. "Entendemos que os movimentos nesse momento foram muito mais estratégicos e oportunistas, mas acreditamos que, em um setor tão resiliente como o da saúde, ainda falaremos muito sobre consolidações e aquisições", afirma Kunzel.

Kunzel conclui que o setor de saúde no Brasil está passando por um período de ajustes estruturais, com grandes consolidações e reconfigurações no horizonte. "Isso pode criar novas oportunidades, mas também impor desafios financeiros e operacionais para os envolvidos", conclui.

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Assessoria de Comunicação

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No dia 25, nutricionistas e gestores de instituições associadas à Ahpaceg participaram de um encontro promovido pela associação em parceria com a Nestlé HealthScience e apoio da Via Nut. O tema central foi “Intestino no centro do cuidado do paciente grave”.

A médica nutróloga Juliana Tepedino, do Hospital Sírio Libanês (Brasília), falou sobre como identificar o paciente com disfunção gastrointestinal e destacou o papel da inteligência artificial no diagnóstico e tratamento deste problema. A nutricionista Karina Kroth abordou como a escolha da nutrição enteral pode impactar os resultados clínicos.

Realizado no Bianco Restaurante, o evento uniu atualização profissional e troca de experiências, reforçando o compromisso da equipe de nutricionistas e gestores da Ahpaceg com a melhoria da assistência aos pacientes.

Quarta, 27 Novembro 2024 06:49

CLIPPING AHPACEG 27/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Doutores da Alegria enfrenta crise e luta para manter atividades nos hospitais

Unimed é acusada de descumprir ordens judiciais e negar terapias para crianças autistas

PL permite a técnico em enfermagem atuar como auxiliar sem custo extra

Saúde de Goiás e equipe de Mabel definem soluções para crise das UTIs

Receita especial: Anvisa atualiza regras para venda de implantes hormonais; entenda quais são

SAÚDE BUSINESS

Doutores da Alegria enfrenta crise e luta para manter atividades nos hospitais

Com alguns projetos já suspensos, organização corre risco de encerrar atividades após 33 anos de história.

A presença de palhaços em um ambiente hospitalar pode parecer inusitada, mas para o projeto Doutores da Alegria, essa intervenção artística é uma poderosa ferramenta de humanização, inclusão e terapia. Atuando há 33 anos, a organização leva alegria e leveza a crianças e adolescentes em hospitais públicos de todo o Brasil, transformando a experiência de internação em um momento lúdico.  

Como explica Luis Vieira da Rocha, diretor presidente dos Doutores da Alegria, o trabalho dos palhaços vai muito além do riso. “Em longas internações, crianças e adolescentes podem enfrentar uma carga elevada de estresse físico e psicológico, o que pode afetar o apetite, o sono e até o desempenho cognitivo. Brincar é uma maneira de recuperar o bem-estar desses pequenos pacientes”, comenta. Nos encontros semanais, os artistas criam um espaço de “descompressão”, onde as crianças podem brincar e esquecer, ainda que por alguns instantes, a seriedade do ambiente hospitalar.  

Uma pesquisa realizada pelo Doutores da Alegria em parceria com o Instituto Fonte mostrou em números a eficácia desse trabalho:  

96% dos profissionais de saúde afirmam que as crianças se sentem mais à vontade no hospital após as intervenções dos palhaços;  

95% percebem que elas ficam mais ativas;  

89% observam que os pequenos se tornam mais colaborativos com a equipe.  

“Esses resultados são prova de que o lúdico e a afetividade têm o poder de suavizar o ambiente hospitalar, promovendo uma mudança no comportamento das crianças e das famílias”, afirma Vieira da Rocha.  

Arte como mínimo social  

Desde 2016, os Doutores da Alegria defendem a arte como um “mínimo social” necessário para a saúde e o bem-estar das crianças hospitalizadas. Segundo Vieira da Rocha, o contato com a arte muitas vezes representa a primeira experiência cultural para essas crianças e seus familiares. “Nós levamos o lúdico para dentro do hospital, e com isso, fortalecemos o ideal de arte e cultura como um direito essencial”, ele observa.  

O impacto da arte hospitalar não se limita apenas aos pacientes e familiares, mas também reverbera entre os profissionais de saúde. “Enfermeiros e médicos relatam que se sentem mais leves, o ambiente fica menos hostil, e a presença do palhaço cria uma atmosfera onde é mais fácil lidar com os desafios diários do hospital”, comenta Vieira da Rocha.  

Preparação antes da visita dos palhaços  

A atuação do Doutores da Alegria nos hospitais depende de uma relação sólida de parceria. “Nós só entramos nos hospitais com a abertura da gestão hospitalar. Cada unidade precisa ser um hospital público de referência, com no mínimo 50 leitos pediátricos e abertura para ações de humanização”, explica o diretor. A preparação envolve um estudo interno e a construção de um roteiro de visita, que inclui até encontros com a equipe médica para adaptar as intervenções às necessidades de cada paciente.  

Esse cuidado facilita a aceitação do projeto entre médicos e enfermeiros, que muitas vezes veem as crianças mais receptivas ao tratamento e até as famílias mais confiantes. “O trabalho em conjunto com as equipes dos hospitais é essencial para que a visita dos palhaços seja mais efetiva. Não somos uma ‘atração externa’, mas sim parte da experiência de cuidado”, reforça Vieira da Rocha.  

Quanto mais artista melhor  

Além das visitas nos hospitais, a organização se expandiu para além das unidades de saúde com a criação da Escola Doutores da Alegria. O Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ) oferece cursos gratuitos para jovens em situação de vulnerabilidade social, preparando-os para o mercado de trabalho artístico. Essa formação, além de capacitar novos artistas, promove a autonomia econômica e fortalece o desenvolvimento social e profissional de dezenas de jovens.  

O impacto do programa é mensurável. Uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) em 2018 revelou que cada R$1 investido no PFPJ gera R$2,61 em benefícios sociais. “Vimos que 80% dos jovens formados atuam no mercado em áreas como teatro, TV e até em hospitais. A renda mensal média dos estudantes era de R$ 868 antes de ingressarem no programa, chegando a R$ 2.085 ao final do curso. É uma oportunidade de dignidade e de futuro”, destaca o diretor presidente.  

Doação é o que mantém o projeto vivo  

“Desde o final de 2023, Doutores da Alegria vem sendo rodeada de desafios. O maior deles é na captação de recursos”, explica Luis. Em outubro, a instituição precisou tomar medidas coletivas frente ao número insuficiente de recursos, interrompendo as atividades nos hospitais de Pernambuco e Rio de Janeiro e em 90% das unidades de saúde de São Paulo.   

Pela 1ª vez em 33 anos, os palhaços e palhaças não irão visitar crianças e adolescentes internadas. Além disso, outros três projetos serão impactos diretamente com a interrupção das atividades:  

a suspensão das aulas do PFPJ (Programa de Formação de Palhaço para Jovens);   

o adiantamento do fim das aulas do Curso Livre de Palhaçaria para Jovens para novembro – antes previsto para terminar em dezembro;  

e a suspensão do Plateias Hospitalares, projeto itinerante de espetáculos do RJ.  

“Em um futuro próximo, se não conseguir reverter a situação, Doutores da Alegria pode não mais existir”, conta.   

Como organização da sociedade civil, o Doutores da Alegria depende de doações para manter suas atividades. “Nossa sustentabilidade é possível graças às doações de pessoas físicas e jurídicas, além de incentivos como a Lei de Incentivo à Cultura”, explica Vieira da Rocha. Para quem deseja contribuir, é possível doar por meio de cartão, boleto bancário, pix e até através de milhas e notas fiscais. Acesse o site para saber mais. 

Essas contribuições são fundamentais para que a organização continue a expandir seu alcance. Além das visitas hospitalares, os Doutores da Alegria têm um projeto no Rio de Janeiro que leva espetáculos para pessoas internadas, promovendo momentos de alegria e distração para públicos adultos. Em São Paulo, cerca de 20 jovens em situação de vulnerabilidade recebem bolsas de estudos para aprender a arte da palhaçaria.  

Hospitalar 2025  

O Doutores da Alegria marcará presença na Hospitalar, a principal feira do setor da saúde da América Latina, que acontecerá entre os dias 20 e 23 de maio de 2025, no São Paulo Expo. A organização espera fortalecer laços com parceiros do setor de saúde e captar apoio para a continuidade de suas atividades. 

Luis Vieira comentou a importância deste momento: “Nós já conhecíamos a Hospitalar de vários anos, já que muitas das empresas que participam são parceiras nossas, e costumávamos visitá-las. Neste ano, em um formato diferente, esperamos que a associação possa apresentar seu trabalho, criar redes de conexão e relacionamento com as empresas e, assim, poder manter suas atividades.” 

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BNEWS

Unimed é acusada de descumprir ordens judiciais e negar terapias para crianças autistas


Mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão acusando a Unimed de descumprir ordens judiciais e negar terapias aos pacientes. Nesta terça-feira (26), elas se reuniram em frente a uma unidade da empresa em Salvador para cobrar soluções.

Ao BNews, Taís Dantas, uma das mães, informou que a operadora de planos de saúde pediu cinco dias úteis para resolver a situação. No entanto, esse prazo encerrou na última sexta-feira (22) e, até o momento, a situação não foi resolvida.

As mães continuam na mesma situação. Crianças sem terapia por cinco a seis meses. Ou seja, nada foi solucionado", declarou Taís.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Unimed, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

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MEDICINA S/A

PL permite a técnico em enfermagem atuar como auxiliar sem custo extra

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 7322/17, que permite ao técnico em enfermagem exercer a função de auxiliar sem a necessidade de inscrição específica para esta função no Conselho Regional de Enfermagem (Coren).

O objetivo do autor, deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), é evitar a cobrança em duplicidade da anuidade.

O projeto acrescenta dispositivo à Lei 7.498/86, que trata da regulamentação do exercício da enfermagem. Pela lei, as atividades de enfermagem são tecnicamente hierarquizadas na seguinte ordem decrescente: enfermeiro, técnico e auxiliar.

Parecer a favor

O relator, deputado Luiz Ovando (PP-MS), que também é médico, apresentou parecer favorável ao texto. “Nesse contexto, cabe ao conselho de classe fiscalizar a atuação do profissional no âmbito de sua competência, independentemente do cargo que ele ocupa em determinado emprego”, afirmou.

“Não há justificativa para a necessidade de registros diferenciados, o que ainda acarreta duplicidade de cobrança da anuidade”, criticou o parlamentar.

Tramitação

A proposta ainda será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado ainda pela Câmara e pelo Senado.

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A REDAÇÃO

Saúde de Goiás e equipe de Mabel definem soluções para crise das UTIs

A Secretaria de Estado da Saúde do Estado (SES-GO) e a Comissão de Transição do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, definiram um plano de fortalecimento para resolver a crise dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) da saúde municipal de Goiânia. A definição ocorreu durante reunião, na tarde desta segunda-feira (25/11), entre o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos; Sandro Mabel; o secretário municipal de saúde da capital, Wilson Pollara; o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO); e representantes do Hospital Ruy Azeredo. 

O plano de fortalecimento garante o repasse mensal de R$ 2 milhões da SES-GO, a partir de janeiro, para o Fundo Municipal de Saúde de Goiânia, por 12 meses, garantindo a abertura de mais 20 leitos de UTI no Hospital Ruy Azeredo, totalizando o cofinanciamento de 47 leitos SUS conveniados em funcionamento na unidade privada. A expectativa é de que novos leitos também sejam abertos na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, garantindo a assistência adequada aos moradores da capital. 

O titular da SES-GO destacou a importância da união de esforços entre os entes municipal e estadual para solucionar o problema. “Estamos vivendo uma crise sanitária que tem origem em uma crise de credibilidade, em que o secretário municipal não tem conseguido, pela deficiência de orçamento, arcar com o combinado feito com os hospitais. Por isso, chamamos o prefeito eleito Sandro Mabel, exatamente para reconstruir essa confiança dos prestadores”, esclareceu Rasível Santos.

O secretário de Estado da Saúde já havia se reunido com o prefeito eleito de Goiânia no domingo (24/11), para discutir soluções para a situação. A comissão de transição da capital também se comprometeu a acionar os diretores técnicos das unidades para verificar in loco a situação dos pacientes que aguardam leitos de UTI na rede de saúde municipal. “Três vezes por dia vão fazer atualização dos pacientes, da gravidade dos doentes em todas essas Upas e Cais, juntamente com os diretores técnicos, de forma que não durma de um dia para o outro nenhum paciente nessas unidades, até a gente conseguir uma vaga de terapia intensiva. Claro que essa questão vai ser feita de forma escalonada, mas é um compromisso que o prefeito fez com a área da saúde”, assinalou. 

Medidas emergenciais

Sandro Mabel ressaltou que as medidas são emergenciais e que, com o apoio do Estado, o município irá arcar com os valores previstos para a abertura dos novos leitos de UTI. “Nós criamos essa força-tarefa de todos nós e aí o prestador quer saber: espera aí, o que vai entrar? Vai pagar a conta? Então, estou aqui, junto com o secretário da Fazenda, junto com a turma de transição da saúde, dizendo sim, nós vamos pagar a conta. […] Nós pedimos para que os hospitais pudessem fazer um preço especial. O estado se comprometeu a repassar esse dinheiro para ajudar e nós nos comprometemos a, imediatamente, assim que o dinheiro cair no caixa, repassarmos aos fornecedores”, garantiu. 

Na última semana, o Ministério Público chegou a acionar a prefeitura de Goiânia devido à estagnação da ampliação de leitos municipais. O Estado entra como parceiro, uma vez que o município possui regulação própria e é responsável pela gestão dos leitos municipais e conveniados. A capital saiu de um total de 186 leitos de UTI Adulto em 2022 para 118, em 2024. A situação traz sobrecarga a rede estadual que atende, além de Goiânia, solicitações dos outros 245 municípios goianos. 

O Governo de Goiás, por meio da SES-GO, em contrapartida, tem desenvolvido ações para ampliar a assistência à saúde em território goiano. Em cinco anos, o número de leitos teve um aumento significativo de 128%. Em 2018, o Estado possuía um total de 1.635 leitos de internação de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria, da rede própria e contratualizada. Em 2024, este número saltou para 3.738.

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O GLOBO ONLINE

Receita especial: Anvisa atualiza regras para venda de implantes hormonais; entenda quais são

Chips da beleza seguem proibidos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira novas regras para a manipulação e a venda de implantes hormonais no Brasil. Em outubro, a autarquia havia proibido o uso e a comercialização de todos os produtos do tipo. Porém, na semana passada, liberou aqueles com finalidades médicas. Já os para fins estéticos, de desempenho esportivo e ganho de massa muscular, como os "chips da beleza", seguem vetados.

Além disso, a propaganda de qualquer implante, seja qual for a finalidade, também continuou proibida no Brasil. Os produtos são feitos com hormônios à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos em farmácias de manipulação mediante prescrição. Eles são inseridos sob a pele e utilizados quando há indicação de reposição hormonal.

No novo despacho desta terça-feira, a Anvisa estabeleceu as regras para a manipulação e venda dos implantes liberados. Em primeiro lugar, determinou que apenas poderão ser manipulados aqueles com insumos farmacêuticos ativos (IFA) que já tiveram eficácia e segurança avaliadas pela agência e que tenham sido devidamente registrados.

Também tornou obrigatória a apresentação de receita de controle especial para a compra, que deverá ser registrada pelas farmácias de manipulação no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). A medida "facilitará a inspeção pelas vigilâncias sanitárias locais, podendo sinalizar eventual abuso na manipulação e entrega dessas formulações", diz a agência.

O médico que prescrever o implante, por sua vez, deverá a inserir na receita médica o código CID da condição clínica a ser tratada com aquela formulação. A indicação para estética, ganho de massa muscular e melhora de desempenho esportivo também é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A prescrição deverá estar acompanhada de um Termo de Responsabilidade/Esclarecimento assinado pelo médico, pelo paciente e pelo responsável da farmácia de manipulação. O modelo do documento, que esclarece os riscos envolvidos no uso de implantes hormonais, foi disponibilizado no despacho pela Anvisa.

O termo deve ser assinado em três vias. A primeira permanecerá no prontuário, a segunda será arquivada na farmácia de manipulação, e a terceira ficará mantida com o paciente.

A Anvisa disse ainda que dará continuidade ao programa de fiscalização de farmácias que manipulam os implantes hormonais para verificar se as regras estão sendo devidamente seguidas. Além disso, tornou obrigatória a notificação de eventos adversos dos implantes pelos profissionais de saúde e pelas farmácias de manipulação.

Entenda o cenário

Em outubro, a agência atendeu a pedidos de sociedades médicas e proibiu o uso, a venda e a propaganda inicialmente de todos os implantes hormonais no Brasil.

- O uso de implantes hormonais para finalidades estéticas ou de desempenho não possui respaldo científico nem aprovação regulatória, e seguimos vigilantes em relação ao endurecimento regulatório sobre o tema. Orientamos a população a buscar informações com médicos especialistas registrados no Conselho Regional de Medicina e com sociedades científicas pautadas pela ética e pelo embasamento científico sério - disse o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paulo Miranda, que celebrou a proibição como um passo importante .

Em carta enviada à agência antes da decisão, entidades como a SBEM e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destacaram que "a aplicação desses implantes está atrelada a um viés altamente comercial" e que a "prescrição está banalizada" no país.

As entidades enfatizaram que "não existe dose, tampouco acompanhamento médico que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance . Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício", alertaram.

Ao determinar a proibição, a Anvisa emitiu um comunicado citando uma série de relatos sobre efeitos adversos graves atrelados ao uso indevido. Citou que as principais complicações observadas são: elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e arritmia cardíaca. Além disso, que também pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acnes, alteração na voz (disfonia) insônia e agitação.

Na carta, as entidades médicas também mencionaram efeitos como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo, complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares, infecções e manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão.

Na última sexta-feira, após se reunir com um grupo formado por médicos, farmacêuticos e empresários, a Anvisa atualizou a norma especificando que estão proibidos somente os implantes destinados a fins estéticos, ganho de massa muscular e de desempenho esportivo. Na prática, liberou aqueles usados para tratamento de condições médicas, como de reposição hormonal e anticoncepcional.

- A primeira foi uma medida mais abrangente que proibiu todo e qualquer uso e manipulação. Na segunda, detalharam melhor os tipos de uso e finalidades que estão proibidos, abrindo a possibilidade do uso dos implantes para finalidades de saúde. Outro detalhe importante é a proibição total de propaganda - explica o diretor do Centro de Pesquisas em Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da USP (Cepedisa), Fernando Aith.

Porém, a agência ressalta que "medicamentos manipulados devem ser utilizados somente diante da indisponibilidade do produto industrializado, registrado na Agência, na dosagem ou forma farmacêutica específica necessária ao paciente, e a partir de avaliação e da prescrição do profissional médico responsável".

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Assessoria de Comunicação

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A Ahpaceg orienta os associados a estarem atentos sobre o cumprimento da Lei Nº 22.236, de 24 de agosto de 2023, que dispõe sobre o direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.

Em vigor desde 25 de agosto de 2023, quando foi publicada, a lei estadual assegura às mulheres o direito a um acompanhante, de sua livre escolha, nas consultas e exames em geral, em procedimentos cirúrgicos ou qualquer outro que exija a sedação.

As instituições de saúde também devem afixar placas, em locais visíveis na recepção, informando as pacientes sobre esse direito.

O descumprimento pode ser punido com advertência (na primeira irregularidade) e multas (a partir de segunda irregularidade) que variam de R$ 1 mil a R$ 10 mil, valores que serão duplicados em caso de reincidência.

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, disse ao Jornal Opção que a crise da rede pública de Saúde em Goiânia é crônica, mas que que se agravou nos últimos meses. Ele explica que um dos fatores que contribuíram para a pressão nas vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) é a falta, ou redução, de unidades satélites, capazes de receber pacientes que superaram quadros graves e que pode ser transferidos.

O tempo de permanência nas UTIs de grandes unidades hospitalares como Hugo e Hugol está cada vez maior com a deterioração da rede de saída. Quando esse paciente não tem mais esse quadro emergencial, ele tem que ter um lugar para ser transferido e desafogar esses hospitais

Helou diz ainda que a Saúde pública na Capital enfrenta um processo de desmantelamento que se agravou nos últimos meses. “Há 10 anos, metade dos hospitais de Goiânia atendiam pelo SUS e tinham 50% do faturamento pelo modelo. Hoje, o faturamento de alguns hospitais com o SUS não chega a 3%”, explica.

Ele acrescenta que a insuficiência dos recursos federais, provocado pela defasagem de mais de duas décadas da tabela SUS, fez com que muitos hospitais decretassem falência ou deixassem de atender pelo modelo. “Quando você vê vidas jovens sendo perdidas esperando por uma vaga de UTI é uma tragédia social. O sistema entrou em colapso, não é um problema médico, é um problema social que atinge a sociedade como um todo”, lamenta.

Prefeito eleito convoca reunião de emergência

O prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), convocou uma reunião de emergência com a equipe para tratar sobre a falta de UTIs e a crise na saúde em Goiânia. O grupo reuniu com o secretário estadual de saúde, Rasível Santos, e membros da equipe de transição. Mabel também conversou com o governador Ronaldo Caiado (UB) e manifestou preocupação com pacientes morrendo devido à falta de vagas.

Uma segunda reunião sobre o mesmo assunto, acontece na tarde desta segunda-feira, 25, na sede da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Participam da discussão o secretario estadual e o titular da pasta municipal, Wilson Pollara.

Mortes por espera de UTIs chegam a quatro

Na última semana, a imprensa noticiou pelo menos três mortes de pacientes que aguardavam por uma vaga de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em Goiânia. Uma quarta morte foi confirmada pelo Jornal Opção. O técnico de informática, Luiz Felipe, 30 anos, morreu no último sábado, 23, enquanto aguardava vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), único hospital que tratava da doença do paciente.

Severino Ramos Vasconcelos Santos, 63, aguardava a transferência para a unidade de tratamento intensivo após uma fratura no fêmur após uma queda. Ele havia sido internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu em 18 de novembro, mas o quadro do paciente se agravou, apresentando esforço respiratório, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia, hipotensão arterial e episódios febris.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a impor que o município de Goiânia encontrasse uma vaga em caráter de urgência ou arcasse com os custos do leito na rede privada. A vaga não foi encontrada e o paciente morreu cinco dias após ser internado na UPA.

Katiane de Araújo Silva, 36, foi diagnosticada com dengue hemorrágica e morreu na fila de esperava por uma vaga de UTI na Capital. Ela foi internada no dia 19 de novembro e veio a óbito no dia 22 após apresentar sintomas mais graves. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso está sendo investigado pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

Janaína de Jesus, 29 anos, deu entrada com dengue hemorrágica na UPA do Jardim Itaipu. Ela morreu três dias após ser internada, enquanto aguardava transferência para a UTI. O prontuário da jovem também indicava falecimento por dengue hemorrágica, mas a nota da SMS diz que “conforme laudo médico, Janaína de Jesus faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes Mellitus”.

Terça, 26 Novembro 2024 07:06

CLIPPING AHPACEG 26/11/24

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DESTAQUES

Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país

Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada

Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP

Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato

Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia

MEDICINA S/A

Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país

As adesões de homens a planos médico-hospitalares apresentaram crescimento expressivo (9,7%) entre 2020 e 2024 (média dos três primeiros trimestres) - passaram de 22 milhões para 24,1 milhões, marca histórica recorde. O número representa 47% do volume total de vínculos no País (51,1 milhões), aponta Análise Especial da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) nº 99, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A nova marca demonstra a preocupação do público masculino com a saúde, já que supera o indicador anterior, de 2014, quando havia 23,6 milhões de beneficiários assistidos. Lembrando que a divulgação dos novos dados acontece dentro da campanha "Novembro Azul", voltada à conscientização sobre a saúde do homem, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

De modo geral, entre 2014 e 2020, o setor de saúde suplementar passou por um período desafiador, no qual apresentou redução de 6,2% no número total de contratos, refletindo os efeitos da crise econômica enfrentada pelo Brasil. Essa queda foi mais acentuada, inclusive, entre os homens (6,7%) em comparação com as mulheres (5,8%).

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o crescimento de adesões a planos de médico-hospitalares demonstra uma recuperação no setor de saúde suplementar após um período longo de retração. "Mesmo diante dos desafios enfrentados com a pandemia de Covid-19, o cenário ficou mais favorável a partir de 2020. Especialmente nos contratos dos homens, indica que esse público está mais preocupado, dando mais atenção e cuidando melhor da saúde", explica.

Distribuição de beneficiários por região

De acordo com a análise, do total de beneficiários do sexo masculino (24,1 milhões), levando em conta a média dos três primeiros trimestres de 2024, a maior parte (59,8%) é composta por moradores da região Sudeste. São Paulo agrega o maior número de vínculos (8,5 milhões), seguido por Minas Gerais (2,8 milhões), Rio de Janeiro (2,5 milhões) e Espírito Santo (651 mil).

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SAÚDE BUSINESS

Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada


Neste mês, o Hospital Sírio-Libanês inaugurou o novo laboratório de análises clínicas, batizado de Superlab. A instituição encerrou a parceria com o Fleury e decidiu apostar em um laboratório próprio. O novo espaço é parte de um plano de expansão, que inclui a inauguração de uma nova unidade no Morumbi, em 2025, e o objetivo de dobrar a estrutura do hospital até 2030.

O laboratório começou a operar há três semanas e realizou mais de 300 mil exames. A capacidade total de processamento chega ao em torno de 450 mil e 500 mil exames mensais. Com 1.100 metros quadrados de área construída e tecnologia de ponta, a estrutura exigiu um investimento na ordem de R$ 70 milhões, incluindo equipamentos de última geração de parceiros estratégicos, como Roche Diagnóstica, BD, bioMérieux, Abbott e Euroimmun. Além disso, foram contratados 80 novos profissionais de saúde para compor a equipe.

Construído de forma ágil e intensa ao longo de um ano e meio, o Superlab é apresentado como o mais moderno da América Latina. Nasce com a promessa de transformar a experiência do paciente, otimizar o diagnóstico médico e reforçar o protagonismo do Hospital Sírio-Libanês na medicina personalizada.

Diferenciais do novo laboratório

"Esse laboratório foi projetado do zero, com uma infraestrutura completamente nova e voltada para a eficiência e qualidade. Hoje, ele é o mais avançado em funcionamento no Brasil", afirma César Nomura, diretor de Medicina Diagnóstica do hospital.

Entre as novidades, destacam-se linhas de automação exclusivas para casos de urgência e emergência, conectadas diretamente ao pronto-socorro e ao centro cirúrgico por tubos pneumáticos. Isso permite que as amostras cheguem ao laboratório em até 10 segundos, reduzindo drasticamente o tempo de resposta.

"O resultado de exames simples, como hemogramas, pode sair em menos de 20 minutos, o que é crucial em situações críticas, como no tratamento oncológico", explica Nomura. O sistema também conta com uma capacidade automatizada de armazenamento de 27 mil tubos, que possibilita a realização de novos exames sem a necessidade de coleta adicional, o que otimiza a experiência do paciente.

O laboratório também conta com tecnologias, como a inteligência artificial, para triagem automatizada de amostras, capaz de identificar alterações e acionar exames confirmatórios de forma autônoma. A análise é finalizada pelo biomédico especialista com maior assertividade e segurança técnica.

"Diminui retrabalho e melhora a segurança do paciente, permitindo maior agilidade nos diagnósticos", destaca o diretor.

Interoperabilidade

O Superlab não apenas moderniza o diagnóstico, mas também é mais um passo na intraoperabilidade. A gestão integrada de informações dos pacientes já implementada pela instituição é essencial para o futuro da interoperabilidade em saúde no Brasil de acordo com Nomura.

"Independentemente da unidade onde o paciente seja atendido, todos os dados ficam integrados no sistema. Isso elimina lacunas na jornada de cuidado e oferece uma visão completa da saúde do paciente, conectando exames laboratoriais, radiológicos e outras informações clínicas em uma única plataforma", explica o diretor.

Essa abordagem não apenas fortalece a experiência do paciente, mas também abre novas possibilidades para a pesquisa e a ciência. "Com a integração dos dados, podemos cruzar informações, como exames de sangue e ultrassons, permitindo análises mais profundas. Isso contribui para a identificação de riscos, desenvolvimento de estudos populacionais e, no futuro, alertas personalizados para médicos e pacientes", destaca Nomura.

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JORNAL OPÇÃO

Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP

Valor apurado, no entanto, pode ser ainda maior, tendo em vista novos atrasos nos pagamentos às unidades hospitalares

A dívida da Prefeitura de Goiânia com os hospitais particulares e filantrópicos ultrapassa os R$ 250 milhões, aponta levantamento do Ministério Público de Goiás (MPGO). O levantamento, feito em maio por meio de uma ação civil pública que obrigou o município a quitar os débitos, identificou ainda o fechamento de leitos de Unidades de Tratamento Intenso (UTI) e enfermaria na cidade. Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MPGO, Marlene Nunes, disse ao Jornal Opção que o volume total da dívida só será conhecido através de uma auditoria nas contas da Prefeitura de Goiânia.

O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) sobre a questão, mas até o fechamento desta reportagem, a demanda ainda não havia sido respondida. O espaço segue aberto.

Conforme Marlene Nunes, o MP apurou “que muitas pessoas estavam permanecendo em UPAs e Cais por um tempo muito elevado à espera de um leito hospitalar”. Ela conta que foram instaurados procedimentos e inspeções que detectaram o rompimento de contrato de prestadores de serviço com a Prefeitura de Goiânia, a exemplo do Hospital Ortopédico e o Hospital da Criança, “por falta de pagamento”.

Prosseguimos nas apurações e vimos que havia hospitais dispostos a receber pacientes, mas a Secretaria [Municipal de Saúde] não estava pagando. O que apuramos é que todo esse imbróglio é problema de acerto, problema de pagamento

Encolhimento dos leitos

A promotora do MP relata que o acúmulo de dívidas e a quebra de contrato dos hospitais “gerou um encolhimento da oferta de leitos de UTI na Capital“. A instituição chegou a conseguir decisão liminar favorável que obrigou a Prefeitura a quitar o montante, mas o Paço recorreu da decisão e conseguiu suspender a liminar por um período. “Fizemos com que a liminar fosse reestabelecida e estamos na fase de cumprimento da decisão”, revela Nunes.

Além do encolhimento do número de leitos de UTI, o Ministério Público também identificou que o número de leitos de enfermaria teve encolhimento de igual modo. “É curioso que muitos leitos não estão sendo ocupados, mas eles estão habilitados no SUS. Por que eles não estão sendo ocupados? Porque o Município não está pagando o prestador e não encaminha o paciente”, explica.

Dívidas

Em junho deste ano, o responsável técnico do Hospital Gastro Salustiano informou a existência de um débito da SMS referente ao custeio de diárias de UTI adulto tipo II e enfermaria destinada a pacientes com Covid-19 no período de maio a junho de 2022. O valor total, segundo a ação civil pública, é de R$ 203,1 milhões.

Foi apurado ainda “a existência de dívidas com praticamente todas as unidades contratualizadas”, diz o documento. Na Santa Casa, a dívida chega a cerca de R$ 18 milhões, no Hospital Jacob Facuri seriam R$ 20 milhões; Araújo Jorge, R$ 34 milhões; Hospital Ortopédico. R$ 1 milhão; São Judas Tadeus, R$ 6 milhões, além de um total momentâneo de cerca de R$ 102 milhões que não teriam sido repassados para as unidades com contrato, embora os repasses tenham sido encaminhados pelo Ministério da Saúde.

Em outubro, o secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, disse ao Jornal Opção que chegou ao comando da pasta com uma dívida de mais de R$ 260 milhões, mas que teria conseguido quitar aproximadamente 70%. A informação é contestada por diretores médicos e sindicatos, que apontam o atraso de salário de médicos e de pagamentos referentes aos atendimentos, inclusive de verbas carimbadas do MS.

Pollara voltou a repetir o discurso de que quitou parte dos débitos com os prestadores de saúde, no entanto, não soube especificar qual seria o valor atualizado da dívida. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.

Habilitação de 20 leitos em 10 dias

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia.

Mabel afirmou que 20 leitos de UTI devem ser habilitados, de forma imediata, para atender a demanda na saúde da Capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou durante coletiva.

Redução dos leitos provocou quatro mortes

À espera por leitos de UTI na Capital, ao menos quatro pacientes pereceram na fila da saúde em Goiânia. O técnico de informática, Luiz Felipe, 30 anos, morreu no último sábado, 23, enquanto aguardava vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), único hospital que tratava da doença do paciente.

Severino Ramos Vasconcelos Santos, 63, aguardava a transferência para a unidade de tratamento intensivo após uma fratura no fêmur após uma queda. Ele havia sido internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu em 18 de novembro, mas o quadro do paciente se agravou, apresentando esforço respiratório, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia, hipotensão arterial e episódios febris.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a impor que o município de Goiânia encontrasse uma vaga em caráter de urgência ou arcasse com os custos do leito na rede privada. A vaga não foi encontrada e o paciente morreu cinco dias após ser internado na UPA.

Katiane de Araújo Silva, 36, foi diagnosticada com dengue hemorrágica e morreu na fila de esperava por uma vaga de UTI na Capital. Ela foi internada no dia 19 de novembro e veio a óbito no dia 22 após apresentar sintomas mais graves. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso está sendo investigado pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

Janaína de Jesus, 29 anos, deu entrada com dengue hemorrágica na UPA do Jardim Itaipu. Ela morreu três dias após ser internada, enquanto aguardava transferência para a UTI. O prontuário da jovem também indicava falecimento por dengue hemorrágica, mas a nota da SMS diz que “conforme laudo médico, Janaína de Jesus faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes Mellitus”.

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Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato

Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia. Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital.

Em coletiva de imprensa, Mabel afirmou que a principio a intenção é a abrir de forma imediata ao menos 20 leitos de UTI na capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou.

De acordo com o prefeito eleito, ainda não se tem certeza da dimensão do rombo financeiro na Saúde da capital. Porém, a equipe de transição já trabalha para garantir o pagamento de fornecedores para manter o funcionamento de hospitais, Cais e UPAs de Goiânia. “A partir de primeiro de janeiro, mesmo o que for faturado em dezembro, será pago pela Prefeitura com ajuda do Estado. Os fornecedores poderão voltar a trabalhar dentro de uma normalidade. Estamos combinando contratos para que, caso seja preciso, haja uma redução de preço do serviço para que possamos vencer o caos. O rombo financeiro estamos averiguando para tentar ver condições de pagar”, disse.

Outra forma de diminuir a demanda por UTIs, segundo Mabel, é aumentar a atenção à Saúde básica na capital. “Vamos contratar equipes de saúde da família e colocar para funcionar. Vamos rastrear todo mundo que precisa de atenção básica antes que o problema cresça a ponto de esses pacientes precisem de UTI. Isso é uma gestão que tem que ser feita. Muitas vezes a pessoa tem pico de pressão que pode chegar em um AVC e essa pessoa terá que ocupar um leito de UTI. Vamos monitorar tudo para que isso não aconteça”, continuou.

A crise

A reunião desta segunda-feira, 25, foi motivada pela falta de vagas de Unidade de Tratamento Intensivo nas unidades de saúde de Goiânia, o que tem levado à morte de pacientes na espera por leitos. Apesar disso, diversos outros setores da pasta acusam crise.

A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e seu titular, Wilson Pollara.

Agora, a situação se agrava já que, na última semana, pacientes começaram a morrer na espera por vagas na UTI, apesar de, em alguns casos, já existir decisão judicial determinando que o poder público encontrasse alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS) ou que arcasse com os gastos do leito na rede privada.

Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por “falta de credibilidade”. “Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI’s”, explicou.

“Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito”, continuou.

A “falta de credibilidade” citada por Rasível já havia sido mencionado pelo secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Durante sua fala no início da reunião, Pollara afirmou que a a “Prefeitura está sem credibilidade financeira” como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.

Pollara também destacou como “honrosa” a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. “É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento”, disse.

Em nota enviada ao Jornal Opção, a SES-GO afirmou que a responsabilidade “pela gestão dos leitos municipais e conveniados” é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. “A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal”, afirmam.

De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). “A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado”, explicam.

Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.

Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: “A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde”. Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.

A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.

Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. “Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes”, concluiu.

Rombo financeiro e frustração

O secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou que não tem um número exato do tamanho do rombo financeiro da saúde da capital. Esse número, no entanto, teria caído nos últimos meses. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.

“Não me deram dinheiro para fazer o necessário, e não posso culpar o prefeito Rogério Cruz e nem a administração anterior. Os problemas começaram muito antes, inclusive, da gestão Rogério Cruz. Foram compromissos assumidos acima da capacidade de pagamento que se refletiram nas gestões seguintes, tanto na do Durval quanto na minha. Recebi um rombo grande na saúde e realmente fiquei frustrado com isso. Muita coisa deveria ser feita e não pôde ser”, completou.

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A REDAÇÃO

Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia

Depois de se reunir com o atual titular Secretaria de Estado da Saúde (SES), Rasível Santo, no domingo (24/11), o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), começou a semana anunciando a contratação de 20 novos leitos de UTI para a capital. Segundo o futuro chefe do executivo, as vagas emergenciais serão abertas nos próximos 10 dias, e há a possibilidade da contratação de mais 40 leitos no curto prazo.
A notícia é uma resposta aos casos noticiados pela imprensa de, ao menos três, pacientes que estariam internados em unidades na rede municipal e que morreram enquanto aguardavam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva.

No domingo (24/11), em vídeo publicado no Instagram, Mabel afirmou que havia conversado com o governador Ronaldo Caiado e recebido do chefe do Executivo estadual apoio para se comprometer financeiramente com o tema. "Vamos garantir pra esses hospitais que eles podem abrir as UTIs deles que Goiânia vai pagar. Mês de janeiro a gente começa a pagar. O que não podemos deixar é a situação ficar como está. Não podemos deixar gente morrer assim não”, disse.
Já nesta segunda-feira (25/11), Mabel disse que está trabalhando com urgência para salvar vidas. "A regulação estadual está empenhada em agilizar os encaminhamentos, e estamos garantindo o pagamento aos fornecedores para que os serviços sejam retomados com confiança”, afirmou o prefeito eleito.

O anúncio das novas vagas de UTI ocoreu depois de reunião entre Mabel, Rasível dos Reis, e o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara. “Estamos renegociando contratos com hospitais e fornecedores para obter preços reduzidos e mais serviços com menos dinheiro. Garantimos que os pagamentos pendentes serão auditados e quitados. O apoio do governador Ronaldo Caiado será essencial para viabilizar os repasses e estabilizar o sistema”, explicou Sandro depois do encontro. 

Mabel também anunciou que está em busca de recursos junto ao Ministério da Saúde e à bancada federal para equipar as unidades de saúde de Goiânia, desde postos de atendimento até hospitais. Ele destacou que os investimentos serão usados para adquirir medicamentos, modernizar estruturas e contratar profissionais. “Queremos um sistema de saúde que funcione plenamente. Vamos equipar nossas unidades, garantir a presença de profissionais capacitados e reabastecer os estoques de medicamentos. Nosso compromisso é entregar uma saúde digna para a população”, afirmou.

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Assessoria de Comunicação