Postado em: 20/08/2025

CLIPPING AHPACEG 20/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem

https://www.maisgoias.com.br/cidades/entidades-medicas-questionam-termo-instrutivo-que-estabelece-15-minutos-para-consultas-em-goiania/

Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros

https://www.saudebusiness.com/operadoras/planos-de-saude-combinados-conquistam-36-milhoes-de-brasileiros/

Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público

https://ohoje.com/2025/08/19/vereador-invade-hospital-em-morrinhos-e-vira-alvo-do-ministerio-publico/

Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos

https://ohoje.com/impresso/

Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?

https://www.em.com.br/saude/2025/08/7229802-erro-medico-o-que-e-como-identificar-e-o-que-fazer-nesse-caso.html

Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte

https://afinamenina.com.br/2025/08/19/brasil-se-destaca-mundialmente-em-cirurgia-plastica-e-turismo-medico-cresce-forte/#google_vignette

Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS

https://www.cartacapital.com.br/politica/senado-aprova-wadih-damous-para-a-presidencia-da-ans/

Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano

https://medicinasa.com.br/industria-tecnologia/

Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde

https://medicinasa.com.br/due-diligence-saude/

Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência

https://medicinasa.com.br/dados-clinicos-emergencia/

Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações

https://monitormercantil.com.br/plano-de-saude-praticas-irregulares-impactam-no-valor-das-prestacoes/

Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/08/19/enamed-cursos-de-medicina-mec.ghtml

Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/08/19/leandro-safatle-e-aprovado-em-plenario-para-presidencia-da-anvisa

MAIS GOIÁS

Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem

Prefeitura diz que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto

A Secretaria de Saúde de Goiânia enviou, em março, um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No sábado (16), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforça que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente.

“O que é a medicina sem sua autonomia? Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno”, afirmou o presidente do Cremego, Rafael Martinez. “A autonomia não é apenas um direito do médico ou algo corporativo, é uma garantia à sociedade de que cada paciente será visto como único e não como um dado administrativo”, enfatizou.

Na ocasião, foi apresentada uma minuta de resolução do Cremego sobre a jornada médica e sua autonomia, que será finalizada e votada nos próximos dias. Entre outras coisas, “o texto afirma que o tempo de atendimento é definido pelo médico, de acordo com a complexidade do caso e a experiência do profissional. Acordos e protocolos coletivos podem existir, desde que não restrinjam a autonomia”.

Martinez reforçou: “É o médico e apenas o médico que deve definir o tempo e as condições para o cuidado. Essa resolução não pertence apenas ao Conselho, mas a cada médico que exerce a Medicina com ética e a cada paciente que confia em nós a sua vida.”

Ainda sobre o termo, ele é destinado a consultas agendadas em Cais, UPAs e Ciams. Em nota ao Mais Goiás, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), repudiaram o que chamaram de “imposição de limite de 15 minutos para consultas médicas” na rede pública de Goiânia, “por considerar que a medida desrespeita pacientes e profissionais, compromete a qualidade da assistência e fere princípios éticos da Medicina. Cobramos revisão imediata desta decisão”. Confira na íntegra no fim da matéria.

O portal procurou a prefeitura de Goiânia sobre a medida. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que até então eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, reforça que a medida não será adotada nas unidades de urgência e emergência.

“A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos sem pacientes agendados.”

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SAÚDE BUSINESS

Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros

Modalidade que integra cobertura médica e odontológica em um único contrato ganha espaço no mercado e reflete nova tendência de cuidado integrado na saúde suplementar.

Um levantamento inédito revela que 3,6 milhões de brasileiros já aderiram a planos de saúde que integram cobertura médica e odontológica em um único contrato. Os dados, apresentados na Análise Especial da 108ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), evidenciam uma tendência crescente no setor de saúde suplementar brasileiro.

Esta modalidade de plano combinado representa não apenas uma alternativa mais conveniente para o consumidor, mas também uma estratégia de valor agregado para as operadoras, que conseguem maior fidelização de seus beneficiários através de uma oferta mais completa de serviços.

O relatório completo está disponível para consulta no site do IESS.

Integração de cuidados

Os planos combinados emergem como um vetor fundamental para a integração dos cuidados em saúde no setor suplementar brasileiro. Ao unificar diferentes tipos de cobertura — ambulatorial, hospitalar e odontológica — em um único contrato, este modelo proporciona um escopo ampliado de atendimento ao beneficiário, facilitando o acompanhamento preventivo e promovendo maior continuidade assistencial.

O beneficiário experimenta uma jornada assistencial mais fluida e integrada entre especialidades médicas e odontológicas, incluindo serviços complementares. Esta abordagem contribui significativamente para um sistema mais eficiente dentro de um planejamento coordenado de cuidado.

Além dos benefícios assistenciais, estes planos oferecem maior praticidade administrativa tanto para empresas contratantes quanto para os usuários finais, possivelmente resultando em redução de custos operacionais devido à sinergia entre as diferentes coberturas.

Crescimento impulsionado pelo mercado de trabalho formal

A expansão da oferta integrada está fortemente correlacionada ao crescimento dos planos coletivos empresariais, que por sua vez acompanham o desempenho do mercado de trabalho formal. Segundo dados do Novo Caged, o Brasil gerou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada entre junho de 2024 e junho de 2025, representando um crescimento de 3,4%. No mesmo período, os planos médico-hospitalares do tipo coletivo empresarial registraram exatamente 1,6 milhão de novos vínculos, com alta de 4,5%.

“Há uma correlação direta entre a formalização do trabalho e o acesso à saúde suplementar. Os planos combinados, embora ainda representem uma fatia minoritária, apontam para uma diversificação importante na forma como os serviços são ofertados e contratados e, para as empresas que concedem o benefício a seus colaboradores, uma clara demonstração de oferecer as melhores condições assistenciais em saúde”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Panorama atual do setor

A análise revela que, dos 52,9 milhões de beneficiários com planos médico-hospitalares ativos em junho de 2025:

49,3 milhões possuem exclusivamente cobertura médico-hospitalar

3,6 milhões contam com contratos combinados que incluem assistência odontológica

Quando somados aos 34,4 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, o Brasil totaliza 38 milhões de pessoas com algum tipo de cobertura odontológica ativa.

Destaques adicionais da NAB 108

A cobertura médico-hospitalar alcança 24,8% da população brasileira

A cobertura exclusivamente odontológica atinge 16,1% dos brasileiros

Os planos coletivos representam 83,7% dos vínculos médico-hospitalares, sendo 86,7% destes empresariais

Crescimento regional

Os estados que apresentaram maior crescimento absoluto entre junho de 2024 e junho de 2025 foram:

São Paulo: adição de 469 mil vínculos médico-hospitalares e 296 mil odontológicos

Rio de Janeiro e Minas Gerais também registraram aumentos significativos no período

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TV ANHANGUERA

Fundahc deixa gestão de maternidades em 10 dias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fundahc-deixa-gestao-de-maternidades-em-10-dias-13855948.ghtml

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O HOJE

Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público

Cremego pede apuração imediata e cobra medidas da Câmara, da Secretaria e da direção hospitalar

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) encaminhou ao Ministério Público documentos para subsidiar a apuração de denúncia contra um vereador de Morrinhos. O parlamentar é acusado de ultrapassar as atribuições do Legislativo ao acessar de forma reiterada as dependências do Hospital Municipal e interferir diretamente na rotina da unidade. Segundo o Cremego, as ações do vereador colocam em risco a segurança de pacientes e profissionais de saúde.

No ofício enviado à Promotoria de Justiça, o Conselho destacou que houve desrespeito ao sigilo médico e à privacidade dos pacientes. O órgão lembrou que tais garantias estão previstas no Código de Ética Médica, além de regulamentações específicas, como a Resolução CFM nº 1.638/2002, que trata do prontuário médico, e a Resolução CFM nº 1.958/2010, que define o ato médico.

O Cremego ainda apontou que a conduta relatada viola normas de segurança assistencial, entre elas a Portaria nº 529/2013, responsável por instituir o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Também infringe a Resolução Cremego nº 116/2025, que restringe o acesso de terceiros, inclusive autoridades políticas, a ambientes onde são realizados atos médicos.

Além de solicitar a investigação formal, o Conselho pediu ao Ministério Público que avalie a possibilidade de recomendar às autoridades públicas que se abstenham de ingressar irregularmente em hospitais e unidades de saúde.

Paralelamente, o Cremego enviou ofícios à direção do Hospital Municipal, à Secretaria Municipal de Saúde e à Câmara Municipal de Morrinhos. À gestão hospitalar, requisitou informações sobre registros e medidas administrativas já adotadas diante dos episódios. À Câmara, pediu providências para apurar a conduta do parlamentar. À Secretaria de Saúde, cobrou esclarecimentos sobre as ações implementadas para resguardar pacientes e equipes médicas.

O Conselho reafirmou que continuará atuando em defesa da autonomia profissional, da ética médica e da segurança da população que depende do atendimento prestado na rede pública.

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Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos

Uma portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, publicada em março deste ano, tem gerado intensa polêmica entre médicos que atuam em unidades da rede pública, como Cais, UPAs e Ciams. O documento estabelece que cada consulta agendada, seja com clínico geral ou especialista, deve durar no máximo 15 minutos.

Na prática, a regra prevê que cada profissional atenda quatro pacientes por hora e alcance uma meta de 384 consultas mensais. O critério, entretanto, não se aplica a casos de urgência e emergência. A normativa rapidamente foi alvo de reação. O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) publicou nota de repúdio classificando a medida como “arbitrária, desumana e um risco para a população”.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) também recebeu denúncia formal para avaliar providências. Segundo o Simego, o modelo imposto pela SMS desrespeita tanto os profissionais quanto os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade argumenta que um limite fixo ignora a diversidade e complexidade dos casos, podendo comprometer diagnósticos e tratamentos.

“A imposição de tempo rígido e insuficiente de atendimento fere frontalmente os princípios da boa prática médica e compromete a segurança do paciente”, diz a nota. A crítica vai além: o sindicato sustenta que a portaria pode configurar infração ética por parte dos gestores, já que o Código de Ética Médica assegura autonomia ao profissional na definição do tempo necessário para cada consulta.

Em defesa da classe, o Simego reforça que a Medicina “não pode ser regida por metas de produtividade, mas por critérios técnicos e éticos, que respeitem a individualidade de cada paciente”. Diante da repercussão, representantes de entidades médicas e órgãos de saúde se reuniram em Goiânia no último dia 16 de agosto para o Fórum de Carga Horária e Ética Médica. No encontro, foram discutidos pontos como jornada prolongada, metas de produtividade e a autonomia do médico na condução da consulta. O diretor do Simego, Diolindo Freire, lembrou que a rotina dos profissionais já é marcada por alta demanda e longos plantões, e que impor prazos fixos apenas agrava a pressão.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, reforçou que a autonomia é condição essencial para o exercício da Medicina. “Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno. A autonomia não é apenas um direito do médico, mas uma garantia à sociedade, de que cada paciente será visto como único e não como um número administrativo”, afirmou. Durante o fórum, os presentes tiveram acesso a uma prévia da minuta de resolução que será votada pelo Cremego nos próximos dias.

O texto prevê que apenas o médico pode definir o tempo de atendimento de acordo com a complexidade de cada caso, permitindo protocolos ou acordos coletivos, desde que não suprimam a autonomia individual. A SMS, por sua vez, defende que a portaria não deve ser interpretada de forma inflexível. O representante da pasta, Frank Cardoso, explicou que os 15 minutos servem como referência, mas não impedem adaptações conforme a realidade de cada especialidade.

“É uma base, mas não precisa ser seguida estritamente. Existe autonomia para ajustes”, disse. Segundo ele, o desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) é equilibrar a ampliação da cobertura com a qualidade do atendimento. “É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, sem comprometer a atenção ao paciente e garantindo acesso ao maior número de pessoas possível”, argumentou. Na mesma linha, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, Venerando Lemes, destacou que o objetivo deve ser sempre “o melhor atendimento, no melhor tempo”.

Ele orientou que os profissionais levem eventuais dificuldades ao Conselho, para que sejam debatidas de forma coletiva. Já o assessor jurídico do Cremego, Nuno Oliveira, ressaltou que acordos trabalhistas podem existir, mas sempre preservando a autonomia do profissional. “A jornada de trabalho é fluida e nem sempre corresponderá ao que está escrito. Cabe ao médico coordenar essa dinâmica, de acordo com o Código de Ética Médica”, disse. Em nota enviada ao jornal O HOJE, a SMS esclarece que a proposta tem como objetivo garantir que os pacientes tenham suas consultas ambulatoriais agendadas por horário, reduzindo o tempo de espera e oferecendo maior conforto.

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ESTADO DE MINAS

Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?

Nem toda frustração com um atendimento médico representa, de fato, um erro profissional. Em um cenário onde os pacientes estão cada vez mais atentos aos seus direitos, cresce também a necessidade de compreender os limites da medicina e os critérios jurídicos que definem o chamado “erro médico”.

De acordo com a advogada Gabrielle Brandão, especialista em Direito Médico, muitas pessoas confundem complicações naturais ou resultados insatisfatórios com falhas médicas. “Só podemos falar em erro médico quando há uma conduta inadequada do profissional que resulte em um dano comprovado ao paciente, algo que poderia ter sido evitado com a aplicação correta da técnica, do conhecimento ou dos protocolos exigidos”, esclarece.

Três formas de erro médico

No campo jurídico, o erro médico pode ser classificado em três categorias principais:

Imperícia: quando o profissional atua sem o preparo técnico necessário

Negligência: quando há omissão ou descuido, como deixar de solicitar exames importantes

Imprudência: quando o profissional age de forma precipitada, assumindo riscos desnecessários

Segundo a especialista, muitas disputas judiciais poderiam ser evitadas com uma comunicação mais clara e humanizada. A falta de explicações adequadas, o uso de termos técnicos sem contextualização e o registro incompleto no prontuário estão entre os principais fatores que contribuem para conflitos. “Médicos bem orientados juridicamente tendem a proteger melhor a si e aos seus pacientes”, observa Gabrielle.

Direito à informação é proteção mútua
A transparência no relacionamento entre médico e paciente é apontada como fundamental para a segurança de ambos. “O paciente tem direito de entender os riscos, benefícios, alternativas e limitações de um tratamento. Isso evita frustrações e reduz riscos legais”, afirma a advogada.

O termo de consentimento, quando bem elaborado e explicado, funciona como uma importante ferramenta de proteção para os dois lados. “Não é apenas uma formalidade — é um instrumento de comunicação e esclarecimento”, reforça.

Como agir em caso de suspeita de erro?
Caso o paciente desconfie que houve uma falha no atendimento, a orientação é reunir todos os documentos relacionados ao caso — 
laudos, exames, receitas, fotos, prontuário — e buscar uma avaliação especializada, preferencialmente com suporte jurídico.

Também é possível formalizar denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina, que tem a função de apurar condutas éticas de profissionais da área.

Gabrielle recomenda atenção a comportamentos que podem indicar risco:

Promessa de resultados garantidos, algo considerado antiético na medicina

Falta de explicações sobre o procedimento proposto

Recusa em entregar ou explicar termos de consentimento

Desqualificação de colegas sem justificativas técnicas claras

“Nenhum profissional sério pode garantir resultados exatos. A medicina lida com variáveis e respostas individuais de cada organismo”, pontua.

E quando há responsabilização?
Para que um profissional da saúde seja responsabilizado civilmente por erro médico, é preciso comprovar três elementos: 
conduta inadequada, dano causado ao paciente e nexo de causalidade entre ambos.

Em casos mais graves, pode haver ainda responsabilização criminal — como em situações que envolvam lesão grave ou morte por imprudência — e responsabilização ética, com sanções administrativas, incluindo a possibilidade de perda do registro profissional.

Prevenção também é dever do profissional
Gabrielle destaca que profissionais da saúde também estão sujeitos a acusações injustas e, por isso, devem adotar medidas preventivas. “É fundamental manter registros minuciosos, utilizar linguagem clara no prontuário e formalizar o consentimento dos pacientes. Não se trata de excesso de formalidade, e sim de responsabilidade”, afirma.

A advogada destaca que tanto pacientes quanto médicos se beneficiam quando há maior consciência sobre os direitos e deveres envolvidos na relação assistencial. “O conhecimento jurídico básico empodera o paciente e resguarda o profissional. Informação e diálogo reduzem conflitos e melhoram os resultados.”

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AFINA MENINA

Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte

O Brasil reafirma sua posição de destaque no cenário global da cirurgia plástica, consolidando-se também como um dos principais destinos de turismo médico. Segundo dados recentes da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o país realiza mais de 3 milhões de procedimentos estéticos por ano, com padrão de excelência reconhecido internacionalmente.

O setor de turismo médico no Brasil movimentou cerca de US$ 3,1 bilhões em 2024, com uma projeção de crescimento anual de quase 19% até 2033, conforme levantamento do IMARC Group. Esse crescimento expressivo reflete a confiança crescente de pacientes estrangeiros na qualidade técnica dos cirurgiões brasileiros, na infraestrutura hospitalar de alto padrão e na segurança dos procedimentos realizados.

Estima-se que 8,2% dos pacientes atendidos no Brasil sejam provenientes de outros países, principalmente Estados Unidos, Portugal e Itália. Essa diversidade reforça a atratividade internacional da cirurgia plástica brasileira, que representa 14% de todas as cirurgias estéticas realizadas no mundo, de acordo com o relatório da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) de 2024. O número total de intervenções, incluindo procedimentos minimamente invasivos como toxina botulínica e preenchimentos, ultrapassa 3,1 milhões.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desempenha papel fundamental nesse cenário. Com mais de 7 mil especialistas, todos rigorosamente formados por meio de residência em cirurgia geral e cirurgia plástica credenciada, e aprovados em prova de título reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a SBCP assegura a qualidade técnica e ética da especialidade no país. Além disso, a entidade promove educação científica contínua, estabelece diretrizes de segurança e contribui para políticas públicas que garantem a prática responsável da cirurgia plástica no Brasil.

Fundada em 1948, a SBCP é uma das maiores associações mundiais da especialidade e o órgão oficial para concessão do título de especialista em cirurgia plástica no Brasil. Seu compromisso é zelar pelo renome da cirurgia plástica nacional, incentivando o aperfeiçoamento dos conhecimentos e a formação de profissionais altamente capacitados.

Com esse conjunto de fatores, o Brasil não só mantém sua liderança mundial em cirurgia plástica, mas também se consolida como um destino seguro e confiável para quem busca procedimentos estéticos de alta qualidade, atraindo pacientes de diferentes partes do mundo e impulsionando o turismo médico no país.

Essas informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

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O GLOBO

No 2º lugar, Einstein tem ecossistema que impulsiona excelência na saúde

Poucas organizações extrapolam suas ambições originais e viram referência até fora de seu setor. A atuação do Einstein Hospital Israelita não só transformou a instituição em um dos centros hospitalares de excelência do país em novos processos e tecnologias, como também vem se refletindo em posições de destaque no ranking Valor Inovação Brasil nos últimos oito anos. Em 2025 não foi diferente. O Einstein conquistou a segunda posição entre as 150 empresas mais inovadoras do país.

“Priorizar a pesquisa e o desenvolvimento é um norte”, resume o presidente do Einstein, Sidney Klajner. A instituição mantém-se fiel aos pilares estratégicos desde sua fundação: além de ensino e pesquisa, também a inovação, que recebe investimento de 5% das receitas. “Não entra nessa conta quando a gente tem algo que parte da própria liderança. Nosso modelo de atuação é fazer o espraiamento da cultura de inovação”, explica Klajner.

Para isso, o Einstein conta com um ecossistema que inclui um laboratório de design em saúde, para desenvolver novos produtos e serviços para o setor; uma aceleradora de startups (Eretz.bio); um centro de inovação e tecnologia em saúde (o CITS), responsável pela gestão da inovação e propriedade intelectual, e um escritório de validação e incorporação de tecnologias.

A organização tem dois centros de inovação em São Paulo, um em Goiás e outro em Manaus. Soma 79 ativos entre patentes e softwares desenvolvidos. Apenas no ano passado, três patentes foram depositadas no Brasil e uma no exterior, onde já totaliza 15 (outra foi depositada neste ano).

Um marco dessa atuação, diz Klajner, aconteceu quando o hospital passou a integrar a rede Embrapii, que une instituições públicas e privadas de ciência e tecnologia, permitindo desenvolver produtos e tratamentos avançados. É o caso da terapia CAR-T, que utiliza células do sistema imunológico do paciente para combater doenças como o mieloma múltiplo.

O Einstein é um dos quatro centros autorizados pela Agência Nacional de Vigilência Sanitária (Anvisa) a atuar nessa área de reprogramação celular, uma expertise que abre a perspectiva de usar esse tipo de tratamento para doenças degenerativas, por exemplo. Atualmente, estão em desenvolvimento 22 produtos de terapias avançadas, incluindo dez terapias gênicas, seis terapias celulares e dois produtos de engenharia tecidual, com destaque para aplicações em onco-hematologia.

É natural que nesse ambiente a inteligência artificial (IA) ocupe papel de destaque. Mas essa tecnologia não é uma novidade para o Einstein, que a adotava antes da popularização da IA generativa. O hospital já havia sido premiado quando desenvolveu e apresentou, em parceria com uma empresa de equipamentos de imagem de ressonância magnética, um diagnóstico de câncer de próstata sem a presença do médico. E alguns algoritmos já eram utilizados na instituição, como para a predição de leitos — quando é necessário prever com eficácia a demanda por atendimentos.

Klajner diz que o hospital prefere falar em inteligência aumentada, para não dar a sensação de que o médico vai ser substituído pela nova tecnologia. E ela não é o único vetor de inovação. O Einstein conta desde 2016 com uma área de big data e analytics, que, junto com a IA, permeia a rotina da organização. Um produto desse trabalho é a plataforma HStory, disponível a todos os médicos que têm acesso ao sistema de prontuário eletrônico do hospital. Ela é uma IA generativa que permite uma visão do histórico do paciente, ordenando informações e focando nas áreas corretas.

Segundo Klajner, há 120 algoritmos em funcionamento que melhoram todos os dias a parte da gestão e eficiência como uma organização hospitalar. O próprio executivo participa do desenvolvimento experimental de uma nova tecnologia usando IA. Trata-se de uma solução que escuta a conversa entre o médico e o paciente e coloca a informação médica no campo adequado do prontuário, sem que o profissional precise digitar, filtrando tudo aquilo que não é informação médica. Isso, diz ele, vai permitir uma relação mais próxima e uma atenção do médico totalmente voltada ao paciente. “Tenho feito o uso como usuário beta, faço questão”, afirma.

Esse conhecimento em IA tem sido empregado em projetos em parceria com o Ministério da Saúde para monitorar os efeitos climáticos, cruzando dados da saúde e do ambiente onde vivem populações vulneráveis indígenas. As ferramentas vão propiciar a geração de dados de qualidade da água e do solo, permitindo que as decisões da pasta na prevenção e no investimento sejam tomadas com base em informações reais, e não apenas em dados presuntivos pelo profissional de saúde no local.

As novas ferramentas contam com o impulso decisivo da Eretz.bio, responsável por acelerar atualmente 42 startups. Por meio dela, a instituição apoiou 140 startups de saúde. No último ano, um dos destaques foi o estímulo a startups voltadas à saúde pública — desdobramento natural, já que o Einstein atua hoje em mais leitos no setor público do que no setor privado. Outra startup trouxe uma solução desenvolvida com biodiversidade amazônica para tratamento de úlceras por quimioterapia na oncologia. “Isso foi adotado aqui dentro e está trazendo resultados muito bons durante esse processo de validação”, diz Klajner.

Dentro do hospital, o uso da inovação é rotina. Um exemplo é o aplicativo Escala, desenvolvido enquanto uma startup era acelerada. Permite fazer a gestão de escalas de trabalho de hospitais e clínicas. “O grande benefício de possuirmos uma aceleradora é no sentido da maturidade da cultura organizacional em termos de inovação. A organização inteira cresce e evolui”, pontua.

Muito antes de a IA virar o estado da arte da corrida tecnológica, esse ecossistema já havia ganhado impulso com a criação da área de big data e analytics, em 2016. O desdobramento foi o convite para o Einstein se tornar membro-fundador da Mayo Clinic Platform_Connect, uma rede global de oito instituições de saúde para acelerar a inovação por meio da análise de dados clínicos qualificados, anonimizados e seguros. “É uma das organizações mais inovadoras em termos de transformação digital da saúde. Já chegamos ao número de 50 milhões de pacientes pela união dessas bases de dados”, diz Klajner.

O desafio de permitir uma cultura de inovação, que pressupõe liberdade e a possibilidade de erros, não se sobrepõe no caso do Einstein à necessidade de garantir a segurança de todos os procedimentos, uma cláusula “pétrea”, nas palavras de Klajner. “A cultura de segurança é muito maior do que a de inovação.” Essa ênfase levou ao desenvolvimento de uma solução que sugere diagnósticos a serem descartados. “E isso é inclusive fator de atração das startups, já que elas vão poder validar seus produtos em um ambiente seguro, sem a necessidade de correr qualquer tipo de risco.”

A cultura de inovação se estende também para o braço educacional. “Nossa faculdade tem o seu projeto pedagógico, que também é inovador, baseado em aprendizado em grupo. Nosso aluno já entra na faculdade com um mecanismo de seleção que procura avaliar muito mais soft skills do que o conhecimento cognitivo. Ele está exposto a isso durante o curso todo. Não por acaso, faz uns cinco anos, já emergiram duas startups dos próprios alunos.

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CARTA CAPITAL

Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS

O Senado aprovou, nesta terça-feira 19, a indicação de Wadih Damous para a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. Foram 38 votos favoráveis e 20 contrários. O relator da indicação foi Sérgio Petecão (PSD-AC).

Vinculada ao Ministério da Saúde, a ANS é a agência reguladora responsável por normatizar e fiscalizar os planos de saúde. Tem quatro diretores e um diretor-presidente, com mandatos de cinco anos não coincidentes.

Ex-deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, Wadih Damous é o atual titular da Secretaria Nacional do Consumidor. Seu antecessor na ANS foi Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, cujo mandato terminou em dezembro de 2024.

Wadih Damous foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Sociais na última quarta-feira 13. Um dos assuntos debatidos foi a integração de exames e dados entre SUS e planos privados, como ocorre no SUS Digital. Damous disse que a medida permitiria que exames realizados em um sistema fossem válidos no outro, evitando duplicidade e desperdício.

“Essa integração é necessária e historicamente exigida no setor”, afirmou. “Reforço que assumo o compromisso de estreitar laços com o Ministério da Saúde, visando beneficiar a população brasileira. O SUS é um patrimônio do povo e não deve haver dissociação absoluta entre setor público e privado. É necessária uma maior integração em prol de quem mais precisa.”

Advogado e mestre em Direito Constitucional, Damous foi presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (2007-2012), presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (2013-2015) e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB (2014-2015). É autor do livro Medidas Provisórias no Brasil: origem, evolução e novo regime, em coautoria com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

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MEDICINA S/A

Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano

O Termômetro ABIMED, levantamento de tendências para o setor realizado pela Associação Brasileira da Indústria de tecnologia para a Saúde (ABIMED) mantém perspectivas positivas para 2025, mesmo diante de um ambiente econômico e político desafiador. De acordo com o Termômetro ABIMED, referente ao 2º semestre de 2025, 45% das empresas projetam crescimento superior a 10% no ano, sustentado principalmente por decisões estratégicas internas. O resultado vem acompanhado de cautela diante do anúncio de tarifas adicionais de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto. Para 30% das empresas, ainda é cedo para avaliar o impacto da medida; 30% não preveem efeitos relevantes e 20% estimam impactos diretos nas exportações.

A tendência de crescimento para o segundo semestre permanece para 40% dos respondentes apontando para uma expansão superior a dois dígitos, em relação ao primeiro semestre de 2025. O aumento de custos segue no radar para 90% das empresas, impulsionado por inflação, logística e câmbio. Para 65% delas, o aumento foi de até 10% e para 25% a elevação dos custos ficou entre 10 e 20%. Apesar disso, 65% não relatam dificuldades com suprimentos.

Os investimentos para 2025 e 2026 demonstram otimismo em novas linhas de produto — prioridade para 85% das empresas — e estabilidade ou ampliação de recursos destinados a recursos humanos (90%) e estrutura operacional (85%). Em P&D, 37% ampliarão recursos, 32% manterão investimentos e outros 26% não tem planos no momento. Com a reforma tributária no horizonte, 58% pretendem expandir ou incorporar novas linhas de produtos nos próximos três a cinco anos.

Na agenda regulatória, 58% das empresas avaliam que a criação de uma Agência Única de Incorporação traria mais agilidade, enquanto 21% veem redução de barreiras para novas tecnologias. No campo da saúde digital, a inteligência artificial desponta como prioridade: 40% investem em capacitação, 20% no desenvolvimento de produtos e outros 25% aguardam diretrizes regulatórias mais claras.

As práticas ESG seguem no radar: 35% adotam boas práticas, 30% focam em compliance e cadeias responsáveis, e 20% miram energia limpa ou carbono neutro. Apesar das iniciativas para fomentar a industrialização no Brasil, 70% das empresas avaliam que o atual ambiente regulatório e político não favorece a nacionalização da produção ou a expansão industrial no Brasil.

“O setor mostra resiliência e aposta na inovação como motor de crescimento, mas mantém a atenção ao cenário global e às mudanças internas que afetam sua competitividade”, afirma Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED. “Temos atuado intensamente em pautas estratégicas, como o PL 2583 e a renovação do Convênio ICMS 01/99, além de promover debates sobre saúde digital e inteligência artificial. A combinação de avanços regulatórios e investimentos estratégicos será decisiva para o futuro da indústria.”

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Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde

No cenário de negócios da saúde, marcado por pressões econômicas, avanços tecnológicos e exigências regulatórias cada vez mais rigorosas, a gestão estratégica de fornecedores deixou de ser um procedimento administrativo para se tornar um diferencial competitivo.

Hospitais, operadoras, clínicas e indústrias do setor já perceberam que avaliar, classificar e desenvolver fornecedores de forma estruturada reduz riscos, eleva padrões de qualidade e otimiza custos. Mais do que isso, fortalece a sustentabilidade de toda a cadeia de valor da saúde.

Por que a Due Diligence se tornou indispensável

A due diligence de fornecedores vai além de verificar documentos e preços. É uma análise profunda que envolve aspectos financeiros, jurídicos, ambientais, reputacionais e, no contexto da saúde, também qualidade assistencial e segurança do paciente.

Ao adotar esse tipo de avaliação, as organizações conseguem identificar riscos antes da contratação, ajustar processos e exigir padrões mais elevados de conformidade e desempenho.

Classificação estratégica para decisões assertivas

Nem todos os insumos e serviços têm o mesmo peso para a operação. Categorizar fornecedores em estratégicos, críticos, convencionais ou de baixo impacto ajuda a calibrar o nível de exigência e acompanhamento.

Para itens críticos, como medicamentos de alto custo, equipamentos cirúrgicos ou serviços essenciais, existem metodologias reconhecidas internacionalmente – como Matriz de Kraljic e análises multicritério que permitem decisões mais alinhadas à realidade do negócio.

Impactos diretos nos quatro fluxos da cadeia de valor da saúde

A avaliação robusta de fornecedores gera resultados concretos em todos os fluxos da cadeia de valor:

Produtos e Serviços – Garantia de insumos de alta qualidade, entregues no prazo, minimizando riscos operacionais.

Financeiro – Identificação de custos ocultos, desperdícios e ineficiências, favorecendo a alocação inteligente de recursos.

Inovação e Conhecimento – Seleção de parceiros que investem em melhorias e inovação alinhadas às necessidades do setor.

Informação – Monitoramento de desempenho e análise de dados para decisões ágeis e conformidade regulatória.

O equilíbrio entre cobrança e desenvolvimento

A desqualificação imediata de fornecedores com desempenho abaixo do esperado pode gerar rupturas e custos inesperados. Planos de ação estruturados, com acompanhamento e metas claras, permitem transformar fornecedores problemáticos em parceiros estratégicos. Apenas em casos de descumprimento persistente a exclusão deve ser considerada.

Gestão de fornecedores como motor de inovação e sustentabilidade

Em um setor onde o custo de alguns insumos ultrapassa 80% do total da operação, a eficiência da cadeia de suprimentos é determinante para a viabilidade financeira e para a qualidade assistencial.

A adoção de processos maduros de due diligence e avaliação de desempenho não é apenas uma boa prática de governança, é uma estratégia para garantir competitividade, inovação e sustentabilidade no setor da saúde.

Líderes que incorporam essa visão fortalecem não só suas organizações, mas também todo o ecossistema em que atuam.

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Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência

Quando pensamos nos impactos de uma catástrofe ambiental, é inevitável associarmos as prioridades à preservação da vida, à integridade física das pessoas e à contenção de danos materiais imediatos. Em instituições de saúde, essa lógica se aplica diretamente: salvar pacientes, realocar equipamentos, proteger insumos e garantir energia mínima para manter sistemas essenciais em funcionamento.

Mas há um aspecto que não pode ser negligenciado nas etapas iniciais de resposta a emergências: a preservação dos dados clínicos. Em contextos hospitalares, a informação armazenada nos sistemas é tão estratégica quanto o estoque de medicamentos ou a manutenção de aparelhos de suporte à vida.

O histórico médico digitalizado, o prontuário eletrônico, os resultados de exames, prescrições e anotações clínicas formam o alicerce do cuidado assistencial moderno. Sem eles, a continuidade do tratamento se torna incerta, a tomada de decisão médica perde agilidade e precisão, e a segurança do paciente é colocada em risco.

Eu sou gaúcha e acompanhei com aflição o que aconteceu no estado em 2024, quando as chuvas forçaram o deslocamento de 600 mil pessoas de suas casas. Acompanhei novamente esse ano, quando o tempo extremo causou novos estragos, ainda que não tão intensos quanto os do ano passado. Sei que, mesmo os hospitais e clínicas que contam com planejamento físico de contingência, enfrentam dificuldades operacionais por não conseguirem garantir o acesso seguro aos seus sistemas e bases de dados.

Esse tipo de fragilidade não se limita a eventos extremos. Quedas de energia prolongadas, ataques cibernéticos e falhas em equipamentos também podem interromper o acesso a dados clínicos em momentos críticos. E em todos esses cenários, a ausência de protocolos bem definidos de gestão e recuperação de dados pode comprometer a prestação de cuidados essenciais.

Preservar informações clínicas é uma questão de responsabilidade institucional. Em tempos de digitalização acelerada e interoperabilidade entre sistemas, a perda de dados representa uma falha em cadeia com consequências éticas, administrativas e financeiras. O conceito de resiliência digital passa a integrar o conjunto mínimo de critérios estruturais para instituições de saúde. Isso inclui: sistemas redundantes e replicação geográfica de dados; planos operacionais para migração e recuperação emergencial; testes regulares de contingência digital e infraestrutura escalável e compatível com ambientes críticos. Esses elementos precisam ser planejados antes da crise, com investimentos direcionados, definição de responsabilidades e revisão periódica de estratégias de continuidade.

A operação de saúde moderna não existe sem dados. E, em contextos emergenciais, garantir a integridade e a disponibilidade dessas informações é parte indissociável da resposta rápida e segura aos pacientes. O desafio não está apenas em reagir à crise, mas em ter meios técnicos, humanos e estratégicos para sustentar a operação quando o imprevisível acontece. Os dados, nesse cenário, não são suporte – são estrutura.

*Caroline Figueredo é diretora de serviços gerenciados da Octafy.

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MONITOR MERCANTIL

Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações

Quase metade da população brasileira (48%) percebe um aumento nas fraudes praticadas contra planos de saúde nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Ipespe Saúde, encomendada pela FenaSaúde. A sondagem ouviu 2 mil brasileiros de todas as regiões do país.

O levantamento mostra que 55% dos entrevistados acreditam que as fraudes são um dos principais fatores que contribuem para o aumento das mensalidades dos planos, ao lado do envelhecimento da população (52%). Essa percepção reforça o entendimento de que condutas irregulares impactam não apenas financeiramente as operadoras, mas também penalizam os benefíciários de planos de saúde.

As fraudes mais reconhecidas pela população são a emissão de recibos de atendimentos não realizados (38%), a emissão de nota para alguém que não recebeu atendimento médico (34%) e o empréstimo da carteirinha do plano (30%). Apesar disso, apenas 21% afirmam ter recebido material de comunicação alertando sobre práticas fraudulentas.

As campanhas de conscientização têm grande potencial de impacto: entre os que foram expostos a esse tipo de comunicação, 86% consideraram o conteúdo importante ou muito importante. A campanha “Saúde sem Fraude”, promovida pela FenaSaúde, foi reconhecida por 17% dos entrevistados e teve avaliação positiva de 86% entre esse público.

A pesquisa também revelou apoio majoritário da população a medidas de enfrentamento ao problema: 70% concordam totalmente com a necessidade de investir em campanhas educativas contra fraudes, e 67% apoiam o reforço da fiscalização para prevenir e coibir práticas indevidas no setor.

“Fraudes prejudicam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. É fundamental que sociedade, operadoras e autoridades unam esforços para combater essas práticas e preservar os recursos destinados ao atendimento de quem realmente precisa”, afirma Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde.

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PORTAL G1

Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed

Anúncio foi feito nesta terça-feira (19), em evento com jornalistas em Brasília. Exame será aplicado anualmente com o objetivo de avaliar a qualidade da formação médica no país.

Os cursos de graduação de Medicina que forem mal avaliados no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) estarão sujeitos a penalidades a partir de 2026, como a proibição de entrada de novos estudantes. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19) pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

"Resultados insatisfatórios no exame vão acarretar medidas de supervisão dos cursos", disse o ministro em evento com jornalistas em Brasília. Segundo ele, as instituições com conceito 1 ou 2 no exame estarão sujeitas às penalidades.

Entre elas, estão:

impedimento da ampliação de vagas,

suspensão de novos contratos do Fies, e

suspensão da participação no Prouni.

Cursos com conceito 2 terão redução de vagas para ingresso. Já aqueles com conceito 1 terá suspensão total do ingresso de novos estudantes.  

Estes cursos terão até 30 dias após a aplicação das medidas para apresentar defesa no MEC.

As graduações com conceito 1 e 2 ficarão em supervisão por um ano, até a aplicação seguinte do Enamed. Caso o desempenho permaneça baixo, o curso poderá ser fechado.

Sobre o Enamed

O Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) é uma prova anual aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para avaliar a formação médica no Brasil.

Ele tem como objetivos principais:

Medir o desempenho dos estudantes com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs);

Verificar se os formandos adquiriram os conhecimentos, habilidades e competências necessários para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS);

Estabelecer um instrumento único de avaliação da formação médica;

Fornecer dados para a formulação de políticas públicas voltadas ao ensino médico.

É obrigatória a participação para todos os estudantes concluintes dos cursos de Medicina, inscritos pelas instituições no Enade. A participação é componente curricular obrigatório estabelecido por lei.

Outros interessados também poderão participar exclusivamente para fins de ingresso em programas de residência médica (Enare), desde que atendam aos requisitos previstos em edital do Inep.

Cronograma do Enamed 2025

Inscrições: 7 a 18 de julho (encerrado)

Aplicação da prova: 19 de outubro

Gabarito preliminar: 22 de outubro

Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro

Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro

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AGÊNCIA SENADO

Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa

 

O Plenário do Senado confirmou, nesta terça-feira (19), a indicação do economista Leandro Pinheiro Safatle para o cargo de diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foram 54 votos favoráveis e apenas dois contrários.

O nome de Safatle já havia sido aprovado em sabatina na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) no último dia 13 de agosto. O relatório da indicação (MSF 91/2024) foi apresentado pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP). Safatle vai substituir Antônio Barra Torres, cujo mandato se encerrou em dezembro.

Formado em economia pela Universidade de Brasília, Safatle foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Safatle também é servidor público federal desde 2011, tendo atuado na própria Anvisa, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Ministério da Saúde, onde ocupa desde 2024 cargo de secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

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Assessoria de Comunicação