CLIPPING AHPACEG 15/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE
https://www.metropoles.com/saude/pacientes-sus-atendidos-em-plano-privado
Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone
https://www.metropoles.com/saude/1o-caso-de-cancer-de-silicone
Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA
Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde
Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo
Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento
Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã
Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma
Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas
https://ohoje.com/2025/08/15/infartos-em-jovens-aumentam-180-no-brasil-em-duas-decadas/
Leis ampliam garantias de parto seguro
https://ohoje.com/2025/08/15/leis-ampliam-garantias-de-parto-seguro/
Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre
https://medicinasa.com.br/kpmg-fusoes-aquisicoes/
Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento
https://medicinasa.com.br/censo-trabalhadores-sus/
Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde
https://veja.abril.com.br/saude/opioide-mil-vezes-mais-potente-que-morfina-passa-a-circular-ilegalmente-e-preocupa-autoridades-da-saude/
TV SERRA DOURADA
Caso Ravi: médicas indiciadas por homicídio culposo por negligência
https://www.youtube.com/watch?v=C7-zb01AcvA
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METRÓPOLES
Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE
Programa usa dívidas de operadoras para custear consultas, exames e cirurgias e reduzir filas de pacientes do SUS sem custo aos usuários
Nesta quinta-feira (14/8), o governo inicia um projeto para que os pacientes do SUS sejam atendidos em hospitais privados como se fossem usuários de plano de saúde. Os primeiros oito pacientes foram recebidos no Hospital Ariano Suassuna, em Recife, em uma ação acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os oito pacientes são uma criança de oito anos e cinco mulheres e dois homens entre 23 e 67 anos. Eles farão quatro procedimentos diferentes. Serão duas cirurgias de artroplastia de quadril para colocação de próteses e duas cirurgias de vesícula, além da realização de exames: duas tomografias e duas ressonâncias magnéticas.
O hospital é parte da rede do plano Hapvida, que foi o primeiro a se cadastrar na iniciativa para receber usuários do SUS. A unidade, inaugurada em junho na capital de Pernambuco, é especializada em ortopedia e trauma.
“As pessoas morrem por não terem acesso aos especialistas. Uma espera de meses para poder ser atendido por uma especialidade, mais meses a fio para esperar um exame. A nossa ideia agora é que a consulta seja o mais rápido possível. Eu quero que o povo tenha direito de ter acesso a essas máquinas, a esses profissionais. Quem está doente não pode esperar!”, afirmou o presidente Lula ao celebrar a iniciativa.
A iniciativa de atender pacientes que estão na fila de consultas no SUS na rede privada busca ampliar a oferta de serviços especializados e reduzir o tempo de espera da saúde pública. As consultas, exames e cirurgias realizadas serão custeadas por abatimentos das dívidas das operadoras com o governo.
Como vai funcionar o atendimento aos pacientes do SUS?
Planos de saúde voluntários poderão atender pacientes do SUS, convertendo dívidas em consultas, exames e cirurgias.
O atendimento privilegiará seis áreas com carência grave: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Os planos devem aderir a um edital da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e comprovar capacidade operacional de mais de 100 mil atendimentos por mês para participar.
Não serão os pacientes que marcarão suas consultas. Estados e municípios vão avaliar as áreas prioritárias de atendimento para reduzir suas filas.
O atendimento aos pacientes do SUS na rede privada será gratuito, mantendo a característica de gratuidade do sistema público de saúde.
Uma plataforma eletrônica integrará dados dos atendimentos na rede pública e no privada no app Meu SUS Digital para acelerar o diagnóstico e permitir que o paciente seja corretamente acompanhado.
O pagamento não será por atendimento. As operadoras receberão certificados de ressarcimento após concluir “combos de cuidado” (pacotes de consulta, exame e tratamento), que geram abatimento de dívida.
Dívidas convertidas em serviços
A primeira fase do programa prevê o uso de R$ 750 milhões da dívida de planos de saúde para custear os atendimentos. O modelo substitui as cobranças judiciais por prestação direta de serviços. A ação prevê a conversão de até R$ 1,3 bilhão por ano dessas dívidas de todas as operadoras em atendimento especializado.
A adesão é voluntária pelos planos mas, para participar, as operadoras precisam comprovar estrutura técnica e capacidade operacional para realizar pelo menos 100 mil atendimentos por mês, ou, de forma excepcional, 50 mil em áreas de baixa cobertura.
A ação será descentralizada, com estados e municípios indicando onde há maior necessidade de especialistas para diminuir as filas de espera. As áreas iniciais de atendimento incluem oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Os encaminhamentos para hospitais privados seguirão decisão de equipes do SUS. O pagamento será por pacote de cuidados, englobando todas as etapas do tratamento. O governo afirma que o modelo evita priorização indevida. A Agência Nacional de Saúde Suplementar manterá fiscalização e poderá aplicar penalidades.
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Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone
Além de documentar caso inédito, estudo propõe novo sistema para diagnóstico para o câncer ligado a implantes mamários
O Brasil registrou o primeiro caso de um tipo de câncer de mama extremamente raro associado a implante mamário de silicone. O carcinoma espinocelular foi descrito pela primeira vez na medicina em 1992 e, desde então, apenas 20 mulheres no mundo foram diagnosticadas com a doença.
O caso brasileiro foi relatado por uma equipe coordenada pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, do Hospital de Amor, em Barretos (SP), em uma publicação no Annals of Surgical Oncology, em 23 de julho. Além de identificar o caso, o estudo propõe uma forma inédita de padronizar o estadiamento e o tratamento da doença, muito associada ao uso das próteses por longos períodos sem a realização da troca, quando recomendada.
“Devido ao número limitado de ocorrências, os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor altamente agressivo são desconhecidos. Estamos diante de uma doença de comportamento agressivo. O diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficiente com maior sobrevida para a paciente”, observa o mastologista Oliveira Junior em comunicado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
A paciente brasileira, de 38 anos, tinha a prótese de silicone desde os 20 anos. Ela foi ao médico após sentir dores e o aumento do volume em uma das mamas. O exame revelou acúmulo de líquido ao redor da prótese e alterações na cápsula.
O material foi enviado para biópsia, que confirmou a presença do carcinoma. A mulher passou pela retirada da prótese e mastectomia, mas logo em seguida houve o retorno do tumor e ela acabou falecendo dez meses após o novo diagnóstico.
Segundo Oliveira Junior, a ocorrência é rara, mas exige atenção. “A cada ano, temos mais mulheres vivendo por longo tempo com próteses de silicone. Neste sentido, é importante que qualquer alteração apresentada nos implantes seja considerada e investigada”, afirma o especialista.
O que é o câncer causado pelo silicone?
Descrito pela primeira vez em 1992, o carcinoma espinocelular ligado à prótese mamária é um tipo agressivo de câncer de mama e tem prognóstico preocupante. Dos 17 casos analisados pelos médicos brasileiros em seu estudo, nove tiveram recorrência dos tumores ainda no primeiro ano de doença e seis faleceram nos primeiros dois anos. A taxa média de sobrevida global foi de 15,5 meses, e a de sobrevida livre de progressão, de 13,5 meses.
Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas inflamações crônicas na cápsula do implante podem levar à transformação maligna das células, percebida, em geral, pela presença de líquido ao redor do implante.
Com base nessas informações, foi proposto um sistema de estadiamento clínico e cirúrgico específico para o tumor. No geral, o estudo liderado por Idam indica que a maioria das metástases deste tumor atinge pulmões e fígado. Os médicos aconselharam que seja realizada a mastectomia total, para diminuir o risco de recidiva.
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AGÊNCIA BRASIL
Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA
Presidente defendeu programa que teve cooperação de médicos cubanos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (14), o bloqueio dos Estados Unidos (EUA) contra Cuba e defendeu o Programa Mais Médicos, implementado no Brasil em 2013, inicialmente em cooperação com país caribenho. Lula afirmou que a relação do Brasil com Cuba é de respeito.
Nesta quarta-feira (13), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares, que atuaram com o programa de cooperação em saúde de Cuba.
Foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
“O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje, estão passando necessidade, em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixa os cubanos viverem em paz, deixa os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo”, disse Lula em evento em Goiana, em Pernambuco.
Os EUA impõem, há mais de 60 anos, um duro bloqueio econômico à ilha caribenha com o objetivo de mudar o regime político do país, estabelecido após a Revolução de 1959. Como a exportação de médicos é uma das principais formas de Cuba conseguir recursos frente ao bloqueio, o governo de Donald Trump tenta, desde o início de seu segundo mandato, constranger os países que recebem profissionais cubanos.
Funcionários de países caribenhos como São Vicente y Granadinas, Barbados e Trinidad e Tobago saíram em defesa dos acordos firmados por Cuba após críticas dos EUA contra as parcerias na área médica.
Cuba tem esse programa de cooperação desde a década de 1960. Ao longo da história, 605 mil médicos de Cuba atuaram em 165 nações. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Cuba, países como Portugal, Ucrânia, Rússia e Espanha, Argélia e Chile receberam médicos cubanos ao longo de mais de 60 anos.
A participação de médicos cubanos no Mais Médicos, via cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), durou de 2013 a 2018 .
Lula afirmou que a criação do Mais Médicos foi necessária para cobrir os vazios assistenciais que existem no país. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Mais Médicos mudou de nome e foi reformulado e ampliado neste terceiro governo Lula.
“Quando nós criamos o Mais Médicos, qual era a bronca dos médicos [que criticaram a participação dos cubanos]? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital”, disse Lula.
“É preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão”, acrescentou Lula.
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A REDAÇÃO
Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde
Foi aprovado, em definitivo pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira (14/8), o repasse financeiro de R$ 477.712.253,66 ao Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde). A análise da matéria terminou com o aval de 22 deputados. Não foram registrados votos contrários.
De acordo com a justificativa encaminhada ao Parlamento, o objetivo da medida é suprir eventual desequilíbrio entre receitas e despesas das operações assistenciais apuradas no exercício de 2025.
Segundo laudos técnicos e projeções atuariais apresentados pelo Ipasgo e auditadas de forma independente, os ativos garantidores são insuficientes para cobrir os custos assistenciais projetados para o ano. O déficit estimado é exatamente o valor previsto no projeto de lei.
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Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo
André Rocha alertou para entraves estruturais
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, considera o plano emergencial do governo federal, ‘Brasil Soberano’, positivas, mas alertou para entraves estruturais. O plano tem como objetivo enfrentar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras.
“É preciso garantir que o recurso chegue rápido à indústria e que os programas sejam de fato acessíveis, principalmente às pequenas e médias empresas”, afirmou. Ele também defendeu que o Brasil reforce a estratégia diplomática e a articulação internacional para contestar a medida norte-americana.
André Rocha destacou como positivo o Brasil não ter feito nenhuma medida de retaliação, pois demonstra a disposição para continuar dialogando. Segundo ele, alguns setores serão beneficiados com as medidas anunciada mas que, em Goiás, elas não terão alcance amplo, e que as empreasa mais afetadas vão precisar de outras medidas do governo federal e estadual para atendê-las.
O pacote prevê ações como crédito emergencial de R$ 30 bilhões, ampliação do Reintegra, flexibilização do drawback e reforço ao seguro de exportações, entre outras medidas. Goiás é um dos estados mais afetados pelas tarifas, por exportar produtos industrializados, alimentos processados e máquinas agrícolas aos EUA.
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JORNAL OPÇÃO
Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento
A Casa Ronaldo McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras
O governador Ronaldo Caiado anunciou uma parceria com o instituto Ronald McDonald para a construção de 22 apartamentos voltados para acolher familiares e crianças em tratamento no Complexo Oncológico de Referência no Estado de Goiás, o Cora. O complexo de habitação será erguido na área do hospital e a moradia não terá nenhum custo para o paciente.
A Casa Ronald McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras (ainda sem data definida, mas que deve começar neste ano). O projeto será custeado com recursos da iniciativa privada, por meio da Marfrig e JBS, do governo de Goiás e pelo montante arrecadado na campanha do McDia Feliz.
Após reunião com representantes do instituto Ronald McDonald, nesta quinta-feira, 14, quando o projeto de construção dos apartamentos foi entregue, o governador Ronaldo Caiado comemorou a iniciativa.
“Só tenho a agradecer. É algo que ninguém acreditava. A média de tempo para se construir um hospital era de 25 anos. E o Cora nós construímos em 25 meses […]. O instituto Ronald McDonald nos traz, agora, uma planta [do complexo de moradias] totalmente sustentável, aprovada dentro do Conselho, para que seja instalada a partir agora num terreno que já está preparado para começar a obra”, comentou.
Presente na reunião com o governador e os representantes do instituto Ronald McDonald, a vice-prefeita Cláudia Lira afirmou que, no que depender da Prefeitura de Goiânia para liberação de alvarás e autorizações, as obras da Casa Ronald McDonald começarão o mais rápido possível.
“Todas as necessidades em relação às licenças, alvarás, tudo o que envolver a construção da Casa Ronald McDonald serão um compromisso da Prefeitura de Goiânia, para que possamos ter essa obra realizada o mais breve possível”, concluiu.
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PORTAL G1
Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã
A morte de Flávia Ogata causou comoção nas redes sociais. Flávia era proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura.
A arquiteta Flávia Ogata morreu após complicações de uma cirurgia para a retirada de pedras nos rins, confirmou ao g1 a irmã, Fernanda Ogata. Nas redes sociais, amigos e familiares se solidarizaram com a perda e descreveram Flávia como uma mulher “sensacional" e "sempre disposta a ajudar”.
O falecimento foi comunicado pela família na quarta-feira (13). Proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Flávia foi lembrada como referência no mercado de Anápolis e Goiânia.
Flávia foi sepultada no cemitério São Miguel, em Anápolis, na quinta-feira (14), às 10h.
Nas redes sociais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) lamentou o falecimento. De acordo com o conselho, Flávia era graduada pela Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica), e atuava nas áreas de arquitetura de interiores, projetos residenciais e comerciais, projetos de paisagismo e gestão de obras.
Homenagem
Fernanda, que é sócia do escritório de arquitetura da irmã, postou nas redes sociais uma homenagem para Flávia. Fernanda inicia o texto destacando que sua vida, por anos, foi feita a quatro mãos: as dela e as da irmã.
“Quatro mãos que desenhavam, calculavam, imaginavam, moldavam, ajustavam. Quatro mãos que carregaram sonhos do papel para a realidade, que sustentaram projetos e também abraços,” escreveu Fernanda.
No texto, a irmã destaca a parceria da dupla em mais de 10 anos no escritório de arquitetura. Fernanda escreveu que Flávia era a firmeza das decisões e a ousadia de avançar. Por outro lado, Fernanda era o cuidado com detalhes e a escuta silenciosa do que o espaço pedia. “Era nessa dança, tão nossa, que a vida acontecia: yin e yang, complementares, inseparáveis,” destacou Fernanda.
A irmã lembrou que bastava um olhar para saber o que a outra pensava, as duas se apoiavam e não caminhavam sozinhas. Fernanda finaliza o texto lamentando que agora vai fazer com duas mãos o que antes era obra de quatro.
“Vou ter que redesenhar o meu caminho, mas sem nunca deixar de sentir o seu passo ao meu lado. E assim sigo, acreditando que a luz do nosso vínculo é mais forte que a distância entre mundos. Que a sua luz continue me iluminando a cada dia! , " finalizou Fernanda.
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TV ANHANGUERA
Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma
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O HOJE
Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas
Sedentarismo, má alimentação, uso de anabolizantes e drogas ilícitas estão entre os principais gatilhos para ataques cardíacos antes dos 40 anos
Casos súbitos em jovens reforçam a necessidade de diagnóstico precoce e cuidados com hábitos de vida Foto : Freepik
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a quantidade de infartos em pessoas com menos de 40 anos aumentou 180% nas últimas duas décadas. O número de internações na rede pública por conta da condição passou de menos de 2 casos para cada 100 mil habitantes nos anos 2000 para quase 5 por 100 mil em 2024.
Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que as doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, são responsáveis por 30% de todas as mortes no Brasil, o que equivale a cerca de 400 mil óbitos por ano. Essas doenças matam 2,3 vezes mais do que todas as causas externas somadas (acidentes e violência).
O cardiologista intervencionista Thiago Marinho, alerta para o crescimento dos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos. Segundo ele, aproximadamente 6% dos episódios acontecem nessa faixa etária, e os principais fatores de risco incluem histórico familiar de infarto precoce, colesterol alto – especialmente em casos de hipercolesterolemia familiar, diabetes, tabagismo e sobrepeso.
“Estamos vivendo uma epidemia de infartos em usuários de anabolizantes. Hoje, praticamente toda semana realizo cateterismo em um paciente jovem que fez uso dessas substâncias”, relata Marinho.
A cardiologista Mariana Bello complementa: “Temos duas grandes causas: a genética e o infarto mediado por substâncias ilícitas, principalmente anabolizantes e cocaína. Essas substâncias alteram o endotélio, revestimento interno dos vasos, favorecendo a formação de trombos e, consequentemente, o infarto.” Ela lembra que a Covid-19 também é um fator de risco, pois pode causar lesão vascular independentemente da presença de outros problemas.
No mês de fevereiro o cantor gospel Pedro Henrique, 30, morreu durante uma apresentação na Bahia após sofrer mal súbito. Ele pode ter sido mais um dos jovens vitimados por doenças cardiovasculares no Brasil, problema que cresce.
De acordo com o especialista, os infartos em jovens tendem a ocorrer de forma mais súbita. “Mais da metade nunca apresentou dor no peito antes do episódio. Isso dificulta a percepção do risco e retarda a procura por atendimento”, explica Thiago.
Sedentarismo, alimentação ultraprocessada e estresse são apontados como alguns dos principais gatilhos para infartos precoces. “É fundamental praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação saudável, evitar produtos industrializados, cuidar do sono e controlar o estresse. Cerca de 90% dos casos estão ligados a causas que poderiam ser prevenidas”, afirma.
O especialista destaca um diferencial importante entre infartos em jovens e em pacientes mais velhos: a relação com cigarro eletrônico, anabolizantes e drogas ilícitas, especialmente cocaína. “Em muitos casos, esse é o único fator de risco presente”, observa.
Condições como diabetes e colesterol alto estão surgindo cada vez mais cedo, e o médico relaciona o fenômeno ao estilo de vida inadequado. “A prevenção é a nossa principal arma contra a doença arterial coronariana, e isso precisa começar já na juventude”, reforça.
Para Marinho, é crucial que os jovens reconheçam que também podem sofrer um infarto. “Dor no peito é motivo para procurar imediatamente um pronto-socorro. Consultas regulares com cardiologista ajudam a detectar e controlar fatores de risco antes que eles se tornem graves”, orienta.
O diagnóstico de infarto em jovens, ainda é feito tardiamente em alguns casos. “Muitos não acreditam que estão tendo um infarto e demoram a buscar ajuda. Por isso, também é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos e preparados, com protocolos bem estabelecidos e acesso a unidades de hemodinâmica”, conclui Thiago.
Hipertensão afeta 27,9% dos brasileiros e cresce com a idade
A hipertensão arterial atinge cerca de 27,9% da população brasileira, de acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023. O levantamento mostra que a prevalência do diagnóstico médico é maior entre mulheres (29,3%) do que entre homens (26,4%) nas 27 capitais brasileiras. Em ambos os sexos, a frequência aumenta com a idade e diminui conforme o nível de escolaridade.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, o dia 26 de abril foi instituído como Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, por meio da Lei nº 10.439/2002.
A hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial, geralmente assintomática, caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial (≥ 140 mmHg e/ou ≥ 90 mmHg). É considerada um dos fatores de risco metabólicos que mais contribuem para todas as causas de morte e para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV).
Por ser um “mal silencioso”, pode ou não apresentar sinais de alerta. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alterações na visão.
A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser prevenida. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Prevenção e Promoção à Saúde (Deppros), reforça que a adoção de um estilo de vida saudável é essencial para reduzir o risco de doenças crônicas, como a pressão alta.
Entre as recomendações estão evitar alimentos ultraprocessados, priorizar o consumo de frutas, verduras, legumes, carnes e cereais integrais, além de utilizar temperos naturais para reduzir o sal nas preparações. Essas medidas ajudam a manter uma alimentação equilibrada e adequada.
O Ministério também desenvolve uma série de ações estratégicas por meio da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), que inclui a promoção de hábitos alimentares saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional e o cuidado integral dos problemas relacionados à alimentação e nutrição.
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Leis ampliam garantias de parto seguro
Normas federais e estaduais asseguram presença de acompanhante em qualquer atendimento, apoio psicológico gratuito pelo SUS e mais autonomia nas escolhas da gestante
O Dia da Gestante, lembrado em 15 de agosto, marca mais do que uma homenagem à maternidade. É também um momento para reforçar a necessidade de conhecer e exigir o cumprimento dos direitos previstos em lei que asseguram condições seguras, dignas e humanizadas desde a gestação até o pós-parto. Nos últimos anos, mudanças na legislação brasileira ampliaram o alcance dessas garantias, estabelecendo novas proteções tanto para a saúde física quanto para o bem-estar emocional das mulheres.
De acordo com a advogada Edylaine Rodrigues, especialista em direito à saúde, a legislação atual vai além da assistência médica básica e consolida direitos que precisam ser amplamente divulgados. “Hoje, a gestante tem direitos consolidados, como a presença de um acompanhante, a informação sobre a maternidade de referência e, mais recentemente, o atendimento psicológico gratuito pelo SUS. Tudo isso visa cuidar não apenas do corpo, mas também da saúde emocional da mulher”, afirma.
Entre as normas mais conhecidas está a Lei nº 11.108/2005, que garante à gestante a presença de um acompanhante de sua escolha durante todo o processo de parto, desde o trabalho de parto até o pós-parto imediato, no sistema público de saúde. O alcance dessa prerrogativa foi ampliado pela Lei nº 14.737/2023, que assegura o direito à presença de acompanhante também em consultas, exames e procedimentos, na rede pública e privada. Em São Paulo, a Lei nº 17.803/2023 reforça essa permissão em hospitais e clínicas de todo o estado.
Outro avanço é a inclusão, na Lei nº 14.721/2023, de atendimento psicológico integral e gratuito pelo Sistema Único de Saúde para gestantes, parturientes e puérperas. Em vigor desde maio, a norma determina que o acompanhamento comece no pré-natal e se estenda até o puerpério, que pode variar de 40 a 60 dias após o parto, sem limite de sessões quando houver indicação de profissional habilitado. Hospitais públicos e privados também devem realizar ações educativas sobre saúde mental materna. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a depressão pós-parto afeta cerca de 25% das brasileiras entre seis e 18 meses após o nascimento do bebê.
Além das garantias previstas em lei, práticas recomendadas, como a elaboração do plano de parto, fortalecem a autonomia da gestante. No documento, a mulher registra suas preferências sobre o nascimento, como a posição para dar à luz, o uso de analgesia e a adoção de procedimentos médicos. “Embora não tenha força de lei, é uma prática recomendada para garantir que as escolhas da mulher sejam respeitadas”, observa a advogada.
Outro direito que ainda é pouco conhecido é o reembolso em casos de falha na prestação de serviços pelos planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que, em situações de urgência e emergência, o parto deve ser coberto mesmo quando realizado fora da rede credenciada. Mas, segundo a advogada, o direito ao reembolso integral não se limita a esses casos. “Sempre que houver falha no atendimento, a beneficiária pode exigir uma carta de autorização para contratar o serviço de forma particular e depois solicitar o reembolso integral”, orienta.
Esse tipo de demanda é frequente entre gestantes que optam pelo parto normal e não encontram profissionais credenciados para assisti-las. A baixa remuneração paga pelas operadoras para esse procedimento afasta médicos que defendem práticas humanizadas, levando muitas mulheres a contratar equipes particulares. “Nesses casos, é possível pleitear o reembolso integral, mas é fundamental que a gestante esteja informada e se prepare ainda durante a gravidez para garantir que seus direitos sejam respeitados”, finaliza.
A ampliação das leis e a divulgação de direitos são passos fundamentais para que as gestantes possam exercer plenamente sua autonomia e vivenciar a maternidade com segurança, respeito e amparo integral. Mais do que um marco no calendário, a data serve como um chamado à conscientização e à ação, lembrando que conhecer a lei é a primeira condição para que ela seja cumprida
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MEDICINA S/A
Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre
O setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas no Brasil realizaram 16 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. Trata-se de uma alta de 45% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 11 negócios. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia.
“O resultado do semestre, a exemplo do resultado do primeiro trimestre, ratifica o processo de consolidação do setor nos últimos anos e a busca de investidores estratégicos e financeiros. Os principais fatores para este crescimento continuam sendo a aplicação da inteligência artificial, o aumento das clínicas populares e a digitalização dos serviços de saúde”, destaca o sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
Com relação ao tipo de operação realizada no setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas, das 16 concretizadas no primeiro semestre de 2025, 10 são domésticas, ou seja, realizadas entre empresas brasileiras; 3 envolveram empresas estrangeiras adquirindo companhia estabelecida no país (tipo CB1), 2 foi de brasileira adquirindo, de estrangeiros, outra estabelecida no exterior (Tipo CB2) e 1 foi de empresas estrangeira comprando, de estrangeiros, outra estabelecida no Brasil (Tipo CB4).
Brasil: queda de 4,8% e maior participação estrangeira
As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG. Esse número representa uma queda de quase 4,8% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios.
O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).
“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais” analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
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Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento
O Ministério da Saúde que conhecer, de forma bem mais aprofundada, quem são os profissionais que compõem a força de trabalho direta e indireta do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, vai implementar o Censo da Força de Trabalho em Saúde (CFTS).
O projeto-piloto do censo foi iniciado em julho de 2025, no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, e representa o passo inicial para unir dados sobre formação, funções e locais de atuação dos profissionais do sistema de saúde.
Nesta primeira etapa, a ideia é visitar 6.291 estabelecimentos de saúde no Distrito Federal e 6.297 estabelecimentos em Mato Grosso do Sul.
“A escolha das localidades se justifica pelas características específicas e complementares dos territórios. O DF apresenta uma alta concentração populacional em um território menor, com complexidade nas redes de saúde e diversidade de serviços. O Mato Grosso do Sul apresenta grande extensão territorial, baixa densidade populacional, desafios de acessibilidade e atenção às populações indígenas e rurais”, justifica o Ministério da Saúde.
Políticas públicas
Os dados obtidos – com informações atualizadas e qualificadas para o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) – subsidiarão políticas públicas de planejamento e de dimensionamento do trabalho desses profissionais. Será possível identificar tanto a quantidade como a qualidade de profissionais necessários para um bom atendimento às demandas da população.
Trata-se, segundo o ministério, de uma medida estratégica para garantir equidade, visibilidade e reconhecimento do papel fundamental dos profissionais da saúde para o funcionamento efetivo do sistema, “o que também contribui com a eliminação das desigualdades e o fortalecimento das políticas públicas inclusivas e mais justas no SUS”, informou o ministério.
O levantamento incluirá também os trabalhadores das áreas de limpeza, alimentação e segurança das unidades de saúde, bem como motoristas do SAMU, maqueiros, copeiros e as equipes administrativas.
Curso para recenseadores
Desde 2024, está disponível o Curso de Informação e Gestão do Trabalho na Saúde, que já qualificou 65 profissionais para a coleta de dados – 32 no DF; e 33 no Mato Grosso do Sul.
Segundo o ministério, a coleta dos dados será feita tanto de forma presencial quanto remota, “dependendo das particularidades locais e do tipo de estabelecimento”. (Com informações da Agência Brasil)
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REVISTA VEJA
Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde
Um grupo de opioides sintéticos extremamente potentes — conhecidos como nitazenos — tem ganhado espaço no mercado ilegal de drogas e chamado a atenção de pesquisadores e autoridades de saúde. Segundo um estudo publicado na Drug and Alcohol Review, sete variantes dessa substância foram identificadas em resíduos de seringas e outros materiais geralmente usados para consumo de drogas na Austrália. Os nitazenos são conhecidos por serem mil vezes mais potentes que a morfina, de 50 a 100 vezes mais potentes que o fentanil e cerca de duas vezes mais potentes que a heroína.
O levantamento, conduzido pela Universidade da Austrália do Sul em parceria com serviços estaduais de saúde, analisou 300 amostras de seringas, embalagens e filtros coletados em novembro e dezembro de 2024. Em 5% dos casos havia nitazenos, quase sempre misturados a outras drogas, como heroína, cocaína ou metanfetamina. Em dois casos, eles apareceram combinados à xilazina, um sedativo veterinário associado a overdoses graves e lesões graves de pele.
A preocupação é dupla: a potência alta dos nitazenos aumenta o risco de overdose mesmo em quantidades baixas, e muitos usuários sequer sabem que estão consumindo a substância. No estudo, mais de 80% das pessoas atendidas em emergências após intoxicação por nitazenos relataram não ter usado a droga de forma intencional. Ela costuma aparecer como adulterante, “batizando” outras substâncias ilícitas. Misturas assim podem ter diferentes objetivos, como potencializar o efeito da droga principal, reduzir custos de produção ou substituir substâncias mais caras ou difíceis de obter, como a heroína ou o fentanil.
Depressão respiratória e risco de morte
Entre as variantes de nitazenos detectadas estão metonitazeno, isotonitazeno e etonitazeno — todos opioides capazes de causar depressão respiratória, uma condição em que a respiração fica tão lenta e superficial que o corpo não recebe oxigênio suficiente, podendo levar à perda de consciência e até à morte em poucos minutos. O risco aumenta quando essas substâncias aparecem misturadas a estimulantes, como cocaína e metanfetamina, ou a sedativos, como a xilazina. Foi justamente a combinação com a xilazina que provocou episódios de overdose no País, resultando na morte de três pessoas no final de 2023.
Além disso, em alguns casos, comprimidos vendidos como oxicodona continham protonitazeno, e pós comercializados como metanfetamina ou GHB também estavam adulterados. A oxicodona é um opioide geralmente prescrito para dor intensa, e o GHB é usado para distúrbios do sono — mas ambos costumam ser consumidos ilegalmente como drogas recreativas.
“O maior risco é o efeito surpresa”, afirma Cobus Gerber, autor sênior do estudo. “Quando alguém consome, por exemplo, cocaína ou metanfetamina adulterada com nitazenos, não espera uma reação típica de opioide e pode não ter tempo de buscar ajuda.”
O fenômeno não se restringe à Austrália. Casos semelhantes vêm sendo relatados nos Estados Unidos e na Europa, onde os nitazenos, criados originalmente na década de 1950 para uso médico — mas nunca aprovados —, ressurgiram no mercado ilegal impulsionados por laboratórios clandestinos. A diferença é que agora eles chegam mais diversificados e potentes, exigindo atenção redobrada de serviços de saúde, autoridades e usuários.
No Reino Unido, por exemplo, a medida tomada foi a classificação do nitazeno como droga de classe A, e qualquer pessoa flagrada fabricando ou fornecendo a droga pode ser condenada à prisão perpétua.
Nitazeno já circula no Brasil
Em janeiro deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou um relatório sobre os riscos dos nitazenos. O estudo, elaborado em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), surgiu após o Brasil registrar um aumento no número de apreensões dessas substâncias. Para ter ideia, entre julho de 2022 e abril de 2023, 133 das 140 amostras de opioides apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo estavam misturadas a nitazenos. Até então, a droga também havia sido detectada em Minas Gerais e Santa Catarina.
O metonitazeno foi a versão de nitazeno mais encontrada e, em 98,5% das amostras, estava presente na forma de fragmentos de ervas, indicando consumo por meio de fumo. Esse formato é geralmente associado a cocaína e a drogas K (substância sintética criada com o objetivo de simular os efeitos da maconha), sugerindo que, por aqui, usuários também podem estar consumindo nitazeno de forma não intencional.
Ainda em janeiro, a Polícia Federal usou um formulário especial para notificar novas substâncias à Anvisa e pediu que o nitazeno fosse incluído na lista de drogas proibidas. O pedido foi aceito. Com isso, a substância passou a ser considerada droga de uso proibido, o que tem implicações legais, com seu porte, venda ou distribuição podendo ser enquadrados como crime no direito penal.
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Assessoria de Comunicação