Quinta, 06 Fevereiro 2025 07:19

CLIPPING AHPACEG 06/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Valor de contrato com fundação que administra maternidades de Goiânia vai ser reduzido

Pacientes e profissionais denunciam falta de leitos em unidades de saúde de Anápolis

Desempenho de 74,9% das operadoras é considerado 'bom' ou 'excelente' pela ANS

Planos de saúde e a Justiça que salva vidas

Aumento de casos de dengue coloca 27 cidades de Goiás em emergência

Aborto legal: ação no STF pede que enfermeiros possam realizar técnica

TV ANHANGUERA

Valor de contrato com fundação que administra maternidades de Goiânia vai ser reduzido

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/valor-de-contrato-com-fundacao-que-administra-maternidades-de-goiania-vai-ser-reduzido-13316678.ghtml

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Pacientes e profissionais denunciam falta de leitos em unidades de saúde de Anápolis

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/pacientes-e-profissionais-denunciam-falta-de-leitos-em-unidades-de-saude-de-anapolis-13316703.ghtml

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MEDICINA S/A

Desempenho de 74,9% das operadoras é considerado 'bom' ou 'excelente' pela ANS

O desempenho de quase 75% das operadoras de saúde do país foi considerado "bom" ou "excelente" pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no melhor resultado por faixa avaliativa do setor desde 2017. A análise foi feita pela Blendus, healthtech que atua na governança de dados regulatórios em saúde suplementar, com base nos dados do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgados pelo órgão regulador no final de dezembro com a avaliação de 833 operadoras no país.

O IDSS é uma nota atribuída anualmente pela ANS às operadoras de saúde que avalia dimensões como qualidade e atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade no mercado e gestão de processos e regulação. A classificação varia de 0 a 1, sendo 1 a melhor nota. Os números divulgados são referentes ao ano-base 2023, e a análise da Blendus levou em conta as médias aritmética simples do IDSS, sem diferenciação em relação ao porte das operadoras.

De acordo com o levantamento, 52,2% das operadoras de saúde foram classificadas na faixa de avaliação "boa", enquanto 22,7% foram consideradas "excelentes". A escala utilizada pela ANS conta ainda com as faixas "intermediária", onde se enquadraram 16% das operadoras, "penúltima" (7,7%) e "última" (1,3%).

Levando em conta todas as dimensões do IDSS, a média geral das operadoras de saúde foi de 0,6786, melhor desempenho em quatro anos. Por outro lado, apenas 2,16% (18 operadoras) receberam a nota máxima no IDSS.

Para Flávio Exterkoetter, CEO e sócio-fundador da Blendus, os resultados são positivos para o setor. "Fazendo uma análise do cenário como um todo, os números revelam que as operadoras de saúde estão melhorando o desempenho em aspectos como serviços e atendimentos, com base nos critérios da ANS. Ao mesmo tempo, demonstram também uma evolução na qualidade e tratamento de dados, pois isso diminui erros na comunicação com a Agência Nacional de Saúde e tem impacto importante na avaliação", analisa.

Garantia de acesso segue como principal desafio

Entre as dimensões avaliadas pela ANS, a Garantia de Acesso (IDGA) registrou o menor desempenho, com média de 0,4232 no ano-base 2023. Historicamente, essa é uma dimensão desafiadora para as operadoras. "Mesmo em 2019, quando o setor alcançou sua melhor média nessa categoria, o índice foi de apenas 0,4594, ainda dentro da faixa avaliativa intermediária", destaca Flávio Exterkoetter, CEO da Blendus.

Um dos principais entraves nessa dimensão é o indicador 2.2. Ele avalia o acesso dos beneficiários idosos à consulta eletiva com seu médico generalista, com meta de duas consultas ao ano para cada um dos beneficiários da operadora com 60 anos ou mais. Em 2023, 73,2% das operadoras receberam nota zero nesse indicador, enquanto 92,81% das operadoras foram enquadradas nas faixas "penúltima" ou "última".

Em contrapartida, a Sustentabilidade no Mercado (IDSM) foi a dimensão mais bem avaliada, com média de 0,8863, o melhor desempenho desde 2017. Em seguida, aparecem Gestão de Processos e Regulação (IDGR), com 0,8104, e Qualidade em Atenção à Saúde (IDQS), que alcançou 0,6714, também registrando sua melhor média desde 2017.

Sul lidera desempenho regional no IDSS

As operadoras da região Sul apresentaram a melhor média de desempenho no último Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), com 0,7323, destacando-se como a região mais bem avaliada do país, ainda conforme a análise da Blendus. Na sequência, aparecem Centro-Oeste (0,6836), Norte (0,6813), Sudeste (0,6670) e Nordeste (0,6574).

Apesar da média positiva na maior parte do país, três estados do Nordeste ficaram com a média na faixa intermediária: Piauí (0,5991), Sergipe (0,5967) e Maranhão (0,5622). Já no Norte, o Amazonas foi o único estado a registrar média intermediária (0,5655). As demais unidades federativas apresentaram médias nas faixas avaliativas "boa" ou "excelente", reforçando os avanços gerais observados nas operadoras em todas as regiões.

"Os resultados do IDSS reforçam a importância de uma gestão estratégica e eficiente dos dados regulatórios pelas operadoras de saúde, o que contribui para decisões assertivas que podem influenciar a melhoria assistencial à saúde dos beneficiários", comenta Flávio Exterkoetter.

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PORTAL G7

Planos de saúde e a Justiça que salva vidas

No Brasil, a Justiça que faz a diferença diante do descaso e descompromisso de muitas operadoras de planos de saúde

*Natália Soriani

A cada ano, a ciência se debruça em inovações tecnológicas e medicamentosas com o propósito de fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas. O mesmo objetivo deveria ser compartilhado pelas operadoras de saúde. No Brasil, contudo, esse cuidado infelizmente nem sempre acontece. É onde entra a Justiça que, em muitos casos, representa o caminho que salva vidas diante do descaso e descompromisso dessas empresas.

Em um caso recente, um jovem de 25 anos que enfrenta uma intensa batalha contra a depressão grave, precisou recorrer ao judiciário para garantir acesso a um medicamento revolucionário que fora recomendado por médicos como uma última possibilidade de tratamento, mas negado pela operadora SulAmérica Seguradora de Saúde S.A..

O medicamento chama-se Spravato, produzido à base de Cloridrato de Escetamina. Por ser uma droga ainda não inserida no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador das operadoras de saúde no país, o convênio médico do beneficiário negou acesso a esta possibilidade que surgiu como recurso final para tratamento de sua doença.

Julgado pela Juíza da 5ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Luciana Bassi de Melo, o caso foi deferido favoravelmente ao beneficiário para o acesso a tal medicamento. Em sua decisão, a magistrada destacou que "apesar das limitações naturais decorrentes deste início de processamento do feito, e sem desconsiderar que...a recusa decorre da ausência de previsão do fármaco no rol da ANS, bem como em razão do cumprimento do período de carência ...entendo que as provas pré-constituídas que acompanham a petição inicial se mostram suficientes para convencer este Juízo a respeito da plausibilidade do direito invocado, em virtude do grave problema de saúde apresentado pelo autor, inclusive com risco a sua integridade física caso o tratamento não seja iniciado com a medição indicada pelo médico".

Na decisão, a juíza também ressaltou "a situação de 'urgência', justificando o encaminhamento médico existente nos autos e também diante do potencial de ocorrência de perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, caso a medida viesse a ser concedida apenas a final, daí...a antecipação de tutela de urgência pleiteada, a fim de determinar que a ré autorize o tratamento do autor, no prazo de cinco dias com o medicamento indicado".

A decisão em prol da vida deve ser aplaudida e reforça o olhar da Justiça acerca da relação, por vezes abusivas, existente entre beneficiário e seu plano de saúde. Pela relevância que tem, este caso não deve ser visto como a história de uma pessoa, mas um componente importante para um debate vital sobre a importância do acesso a tratamentos adequados e a luta contra a burocracia na saúde.

O paciente deste caso não ficou resiliente com a negativa do plano de saúde. Foi em busca de seus direitos, inclusive aquele que é tão fundamental, qual seja o direito à vida. Outros exemplos semelhantes acontecem pelos tribunais do país, mas, infelizmente, ainda em pequeno número comparado com a quantidade de negativas a tratamentos e outras condutas abusivas das operadoras de saúde, em contradição ao que determina o Código de Defesa do Consumidor.

Nesse sentido, beneficiários em todas as regiões do país que se sintam lesados por seus planos de saúde podem e devem buscar auxílio jurídico para, na Justiça, garantir seu pleno direito à saúde, especialmente em casos de gravidade e de risco de morte. A Justiça tem entendido a abusividade cometida por muitos planos em questões sensíveis e, de fato, tem sido aplicada para salvar vidas.

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e de Saúde

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A REDAÇÃO

Aumento de casos de dengue coloca 27 cidades de Goiás em emergência

Goiás está em alerta devido ao aumento de casos de dengue no início de 2025. O Estado já registra 6.191 casos e duas mortes em decorrência da doença. Além disso, outros 16 óbitos estão sendo investigados para verificar possível ligação com o vírus. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a pasta segue monitorando a situação das arboviroses.

A SES-GO informou à reportagem do jornal A Redação que 27 municípios goianos estão em situação de emergência, devido à taxa de incidência por 4 semanas consecutivas acima do limite esperado para o período.

Municípios em situação de emergência:

Iporá

Itumbiara

Faina

Itapuranga

Itapaci

Catalão

Jaraguá

Caçu

Santo Antônio do Descoberto

Diorama

Mozarlândia

Nerópolis

Araguapaz

Heitoraí

Mundo Novo

Americano do Brasil

Guarinos

Brazabrantes

Campos Belos

Santo Antônio de Goiás

Cromínia

Mossâmedes

Palestina de Goiás

Itajá

Turvelândia

Davinópolis

Gouvelândia

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CNN BRASIL

Aborto legal: ação no STF pede que enfermeiros possam realizar técnica

Uma ação protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) pede para que profissionais de enfermagem estejam autorizados para realização de abortos, nos casos em que a legislação permite a prática de interrupção da gestação. Atualmente, apenas médicos têm a permissão.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para que enfermeiros e outros profissionais de saúde, além de médicos, possam realizar abortos legais. A ação questiona a interpretação do Código Penal que restringe o procedimento aos médicos.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1207 foi distribuída ao ministro Edson Fachin. O ministro já relata outra ação sobre aborto no STF. O pedido busca ampliar o acesso ao aborto legal nos casos já previstos em lei: risco de morte da gestante e gravidez resultante de estupro.

Entidades argumentam que restrição viola direitos e dificulta acesso ao aborto legal

Atualmente, o Código Penal brasileiro criminaliza o aborto, exceto em duas situações: quando não há outra maneira de salvar a vida da gestante e em casos de gravidez decorrente de estupro.

Em 2012, o STF também descriminalizou a interrupção da gravidez de feto com anencefalia. PSOL e Aben argumentam que a interpretação literal do Código Penal, limitando o procedimento aos médicos, viola direitos e contraria as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo as entidades, o aborto é um procedimento de baixa complexidade que pode ser realizado por outros profissionais de saúde capacitados, em unidades de atenção primária.

A tese ressalta que a classificação do aborto como procedimento médico complexo torna o atendimento lento e burocrático, dificultando o acesso, principalmente para meninas em situação de vulnerabilidade.

A decisão do STF sobre a ADPF 1207 poderá ter impacto significativo na saúde pública e nos direitos das mulheres.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 05 Fevereiro 2025 07:32

CLIPPING AHPACEG 05/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quem é Lígia Bahia, professora da UFRJ acusada de difamação pelo Conselho Federal de Medicina

Cuide de sua saúde: Clínica São Marcelo promoverá ação solidária de doação de sangue

NSC TOTAL

Quem é Lígia Bahia, professora da UFRJ acusada de difamação pelo Conselho Federal de Medicina

Órgão alega que médica fez acusações infundadas durante uma entrevista a um canal do Youtube em outubro do ano passado

A médica sanitarista e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, está sendo acusada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por difamação. Nesta semana, a acadêmica recebeu apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) por meio de uma nota conjunta. As informações são da Folha de S. Paulo.

O CFM pede uma indenização de R$ 100 mil de Lígia, por conta de declarações feitas pela professora durante uma entrevista ao canal do Youtube do Instituto e Livraria Conhecimento Liberta. O vídeo não está mais no ar.

O órgão alega que a professora fez "acusações infundadas", "proselitismo ideológico" e "discurso de ódio" contra a instituição.

No processo contra Lígia, constam supostos trechos da entrevista onde a professora diz: " É ultra preocupante que o Conselho Federal de Medicina seja ocupado, digamos assim, politicamente, por posicionamentos político-partidários muito claros ".

O episódio foi dois meses após a eleição da nova gestão do CFM, em agosto do ano passado. Na época, dos 27 conselheiros, 18 eram contra o aborto legal, filiados a um partido político ou defendiam o uso de cloroquina para tratar a Covid - medicamento que já foi provado ineficaz no tratamento da doença. Alguns dos médicos, inclusive, foram investigados pelo próprio conselho por apoiarem os atos golpistas de 8 de janeiro.

Dois anos depois, atos de 8 de janeiro têm 371 condenações e 650 casos à espera de definição

O que diz a defesa de Lígia

Na época, a defesa de Lígia negou as acusações e defendeu a garantia do direito à liberdade de expressão: " Acreditamos que a possibilidade de manifestar opiniões e experiências pessoais contribui para a construção de senso crítico e de uma sociedade democrática e plural ", dizia a nota.

Em comunicado conjunto, a ABC e SBPC saíram em defesa da médica alegando que as declarações da professora na entrevista "refletem consensos científicos amplamente reconhecidos".

A nota dos dois órgãos diz, ainda, que o "CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e uma sociedade democrática".

Além da indenização de R$ 100 mil, o CFM pede uma retratação pública da professora, além da proibição de novas publicações que o órgão considere ofensivo. Na ação, são réus a empresa Google, dona do Youtube, e o Instituto Conhecimento Liberta.

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GONEWS 365

Cuide de sua saúde: Clínica São Marcelo promoverá ação solidária de doação de sangue

A prática de esportes após recomendação médica salva vidas, por isso sempre que puder faça sua caminhada, corrida, academia e tudo aquilo que seja importante para qualidade de vida.

Nessa sexta-feira, 7 de fevereiro, quem for a Unidade Marista da Clínica São Marcelo, além de realizar seus exames de imagem com segurança e precisão, ainda poderá fazer uma boa ação, doando sangue e ajudando a salvar até quatro vidas. A ação solidária para estimular a doação de sangue entre colaboradores, pacientes e visitantes acontecerá em parceria com o Hemocentro de Goiás e a Unidade Oeste da clínica. As doações poderão ser feitas das 8 às 16 horas, na Unidade Marista, localizada na Alameda Coronel Eugênio Jardim, 355, em frente ao Parque Areião.

Terça, 04 Fevereiro 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 04/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quase metade dos médicos brasileiros não tem especialidade

Unimed Federação Centro Brasileira conquista Selo ESG Unimed 2024 na categoria Prata

Vamos falar de práticas ESG na saúde?

Câncer em mulheres: como a medicina personalizada pode transformar vidas

Diagnóstico de Covid longa passa despercebido nos serviços de saúde

Mudanças do governo Lula no Médicos pelo Brasil podem prejudicar 4 mil profissionais

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

DIÁRIO MS NEWS

Quase metade dos médicos brasileiros não tem especialidade

Dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025 expõem urgência na revisão do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil

O cenário atual da formação médica especializada no Brasil revela um descompasso alarmante entre a oferta de especialistas e a crescente demanda por atendimento especializado, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Resultados preliminares do estudo Demografia Médica no Brasil 2025 destaca a necessidade de reavaliar e reformular o modelo de formação de especialistas para garantir uma oferta adequada de profissionais qualificados onde são mais necessários. Segundo o estudo, o Brasil tem mais de 260 mil médicos generalistas, o que equivale a quase metade do contingente de profissionais em atuação no país.

Em 2022, 25.500 médicos se formaram, mas havia apenas 16.000 vagas de residência médica em 2023. O déficit de quase 10 mil vagas em residência médica provoca impactos graves na saúde pública. O resultado da política implantada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece a residência médica como único caminho para a formação de especialistas, é a dificuldade de acesso a atendimento especializado pela população que depende do SUS, principalmente nas regiões mais remotas do país.

O presidente da Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo), Eduardo Teixeira, entende que este cenário evidencia a urgência de repensar as vias de especialização médica no país. "A maior parte destes 260 mil médicos sem o registro de especialidade no CFM é composta por especialistas que não têm essa condição reconhecida porque, em vez de residência médica, fizeram cursos de pós-graduação lato sensu. Estamos falando de dezenas de milhares de profissionais atualizados e com conhecimento para atuar em inúmeras áreas da medicina que hoje sofrem com a falta de especialistas", comenta o cirurgião.

Quase metade dos médicos não tem especialidade registrada no CFM

É preciso deixar claro que a pós-graduação lato sensu é uma via legítima para a especialização, amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que atribui ao MEC a competência para normatizar esses cursos. "Temos muitos cursos de pós com conteúdo programático e duração semelhantes e até mais extensos que os das residências médicas", afirma Teixeira, que é professor titular da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Frente ampla em defesa da saúde pública

A Abramepo defende a criação de uma frente formada pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e entidades médicas para regulamentar os cursos de pós-graduações médicas e estabelecer a modalidade como uma forma legítima de especialização. "Diante da escassez de vagas de residência, precisamos reconhecer a pós-graduação lato sensu como via legítima de especialização. Para isso, devemos estabelecer requisitos rigorosos de qualidade. A Abramepo defende um diálogo com diversas entidades médicas e o MEC para construir um modelo regulatório eficaz que garanta a qualidade da pós-graduação e o reconhecimento dos profissionais qualificados, contribuindo para a solução da escassez de especialistas no Brasil. Essa é uma questão urgente de saúde pública", reforça Teixeira.

Lei autoriza atuação em todas as áreas

A Lei 3268/57 diz que todos os médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) podem atuar em qualquer área da medicina. Mas uma norma do CFM limita a divulgação, por parte dos médicos, de seus cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Na prática, o médico pode e atua em sua área de especialidade, mas não pode informar corretamente os pacientes sobre sua formação. "Isso tem consequências drásticas para os profissionais. Muitos editais de concurso para médico do SUS vêm com a obrigatoriedade de RQE para atuar e muitos convênios não credenciam profissionais sem RQE. O resultado é falta de especialistas no SUS e em convênios mais populares. Essa reserva de mercado atinge justamente quem não tem condições de pagar por consultas particulares. Se nada for feito, a saúde pública vai entrar em colapso", afirma o presidente da Abramepo.

O caminho para a solução

A revisão urgente do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil é fundamental para enfrentar o desafio da escassez de profissionais especializados no SUS. A proposta da Abramepo oferece uma via promissora para equilibrar a oferta e a demanda de especialistas, garantindo a qualidade da formação e o atendimento às necessidades da população brasileira. "É fundamental que as autoridades competentes e as entidades médicas unam esforços para implementar mudanças significativas, assegurando o cumprimento da Constituição, que garante a cada brasileiro o acesso integral à Saúde", completa Teixeira.

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FOLHA DO PLANALTO

Unimed Federação Centro Brasileira conquista Selo ESG Unimed 2024 na categoria Prata

A conquista da certificação é um reconhecimento da importância das medidas implantadas em prol da governança ambiental, social e corporativa

A missão da Unimed Federação Centro Brasileira de oferecer serviços de excelência e sustentabilidade foi mais uma vez reconhecida. Agora, com o Selo ESG Unimed 2024, na categoria Prata.

O selo foi concedido pela Unimed do Brasil e ressalta a importância das medidas implantadas pela Federação em prol da governança ambiental, social e corporativa, que fortalecem os princípios do cooperativismo, como gestão comprometida com a integração e perenidade das Unimeds federadas.

O Selo ESG Unimed 2024 inaugura um ciclo da certificação, agora bianual. Para a concessão, são analisados requisitos mínimos de evidências de boas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (“ESG”, na sigla em inglês) nas cooperativas do Sistema Unimed e em recursos próprias.

Por meio da pontuação, são definidas as categorias Ouro, Prata e Bronze. A mais recente edição, contou com a participação de 113 Unimeds e 60 hospitais, que tiveram a oportunidade de autodiagnosticar suas ações em ESG.

Exemplos rotineiros desse compromisso na Federação estão nos cursos, workshops e demais eventos promovidos, que visam levar conhecimentos e atualizações às equipes, assim como as reuniões periódicas com as diretorias.

Outro exemplo da atuação da Federação nas boas práticas ESG está na parceria com o projeto Tampatas, com a instalação de um ponto de recolhimento de tampas plásticas que serão vendidas e terão os recursos destinados à castração de animais abandonados.

A Unimed Federação Centro Brasileira parabeniza todos que contribuíram para essa conquista e seguirá investindo nos pilares da ESG para manter a qualidade já reconhecida dos serviços prestados.

As diretrizes ESG têm lugar de destaque estratégico no Sistema Unimed como alavancadoras na evolução do modelo de negócio, refletindo o compromisso da marca com um futuro mais responsável e alinhado aos desafios e demandas globais.

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CANAL COM Q

Vamos falar de práticas ESG na saúde?

Nos últimos anos, a discussão sobre ESG (Environmental, Social and Governance) - conhecido no Brasil como ASG (Ambiental, Social e Governança) - ganhou destaque em diversos setores, incluindo a saúde. Instituições e empresas enfrentam o desafio de integrar esses princípios em suas práticas diárias, promovendo uma abordagem ética e sustentável.

Embora o tema ESG tenha sido politizado, é importante focar na essência positiva das práticas ESG, deixando de lado as circunstâncias políticas. Valorizar ESG é construir um mundo mais sustentável em diversos aspectos. No setor da saúde, isso significa não apenas melhorar a qualidade e ampliar o atendimento, mas também preservar o meio ambiente e promover o bem-estar social.

Estudos mostram que instituições que adotam práticas ESG frequentemente alcançam melhor desempenho financeiro e ampliam o acesso dos pacientes a tratamentos. A sustentabilidade e a responsabilidade social podem reduzir custos, fidelizar pacientes e atrair investimentos.

Para avançar na implementação de ESG na saúde no Brasil, é necessário mudar mentalidades, promovendo a formação de profissionais e uma cultura organizacional que valorize ética e responsabilidade. A colaboração entre setor público e privado é crucial, pois permite unir recursos e esforços para viabilizar práticas sustentáveis em larga escala. O setor público pode oferecer incentivos fiscais, apoio regulatório e financiamento para a infraestrutura necessária, enquanto o setor privado contribui com inovações, investimentos e conhecimento técnico. Essa parceria torna possível a criação de soluções acessíveis e sustentáveis, mesmo em áreas com recursos limitados.

A adoção do ESG também requer uma estrutura de compliance que assegure a ética e a conformidade regulatória em todas as esferas de atuação, fortalecendo a governança interna e promovendo transparência. Um programa de compliance robusto orienta gestores e colaboradores na aplicação dos princípios ESG, criando uma estrutura que valoriza a responsabilidade e o equilíbrio entre objetivos financeiros e impactos sociais e ambientais.

A implementação de práticas ESG no setor de saúde é um desafio, mas também uma oportunidade para inovação e novos modelos de negócios. Vejamos alguns bons exemplos de práticas ESG na saúde:

Gestão de resíduos hospitalares: Desenvolvimento de sistemas eficientes de separação, reciclagem e descarte de resíduos, reduzindo o impacto ambiental;

Eficiência energética em instalações de saúde: Investimentos em tecnologia de baixo consumo, como iluminação LED e sistemas de aquecimento e refrigeração sustentáveis;

Telemedicina e redução de deslocamentos: Adoção de telemedicina para diminuir deslocamentos de pacientes, reduzindo a pegada de carbono e promovendo acesso remoto a tratamentos;

Aquisição de insumos de fornecedores sustentáveis: Priorizar fornecedores que adotam práticas responsáveis, como a redução do uso de plásticos e a escolha de materiais biodegradáveis;

Práticas de trabalho inclusivas e programas de diversidade: Desenvolver iniciativas de inclusão que promovam igualdade de oportunidades para grupos sub-representados, melhorando o bem-estar social;

Capacitação contínua em sustentabilidade e ética: Programas de formação para profissionais de saúde sobre práticas sustentáveis e ética, criando uma cultura de responsabilidade.

Essas iniciativas também incentivam a criação de um legado duradouro para as próximas gerações e oportunidades de inovação para a indústria da saúde.

Como disse John Elkington, criador do conceito de "Triple Bottom Line": "As empresas que prosperarão no futuro são aquelas que entenderam que o lucro e o propósito não são opostos, mas sim complementares." Isso nos lembra que o caminho para um setor de saúde sustentável e ético passa pela harmonização de objetivos financeiros, ambientais e sociais.

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ESTADÃO

Câncer em mulheres: como a medicina personalizada pode transformar vidas


Entender os subtipos de câncer de mama, ovário e endométrio é essencial para tratamentos individualizados, que aumentam as chances de sobrevida e a qualidade de vida das pacientes
O câncer é uma doença complexa e cada caso traz características únicas que influenciam no prognóstico e nas possibilidades de tratamento. No caso dos cânceres comuns em mulheres, como de mama, ovário e endométrio, a individualização do cuidado, baseada em testes genéticos e moleculares, tem sido um divisor de águas na forma como as pacientes são tratadas.

Mas qual a diferença entre esses dois tipos de teste? Segundo a oncologista Bruna Zucchetti, do Grupo Dasa, testes genéticos analisam o DNA herdado e identificam mutações transmitidas de geração em geração, como nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo. Essas alterações podem indicar predisposição para determinados tipos de câncer e são essenciais para orientar medidas preventivas ou tratamentos personalizados.

Os testes moleculares avaliam alterações no DNA do tumor da paciente e mostram mutações adquiridas durante o desenvolvimento da doença. "Esses testes ajudam a identificar alvos terapêuticos específicos e a escolher medicamentos mais eficazes", explica a médica.

Luciana Cavalcante (ao centro) enfrentou simultaneamente cânceres de mama e ovário e reforça a importância da testagem genética Foto: Acervo PessoalCâncer de mama

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e afeta cerca de uma a cada oito ao longo da vida, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) . Mas dizer que uma mulher tem câncer de mama é apenas o ponto de partida. Os subtipos - triplo-negativo, HER2 positivo e luminal - são determinantes para a escolha do tratamento.

A oncologista do Grupo Dasa explica que o tratamento varia conforme o subtipo tumoral. "No caso dos tumores triplo-negativos, a quimioterapia associada à imunoterapia é o pilar principal. Já nos tumores HER2 positivos, usamos terapias-alvo, como anticorpos monoclonais e medicamentos que bloqueiam essa proteína na superfície das células tumorais", diz.

Outro ponto fundamental é a testagem genética. De acordo com a especialista, pacientes com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 podem se beneficiar com uma classe específica de medicamentos que tentam impedir que as células cancerígenas reparem o DNA tumoral danificado e, assim, aumentam significativamente a resposta ao tratamento. "A testagem genética também impacta familiares, que podem adotar medidas preventivas", afirma a oncologista.

Câncer de ovário

Embora não seja tão prevalente quanto o de mama, o câncer de ovário é o mais letal entre os ginecológicos, frequentemente diagnosticado em estágios avançados . Para a oncologista clínica Andrea Gadelha, do A.C.Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), os testes genéticos são essenciais. "Toda paciente com câncer de ovário epitelial deve ser submetida a testagem genética para identificar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, pois isso define opções de tratamento e estratégias de prevenção para familiares", afirma.

O tratamento inclui cirurgia e quimioterapia, mas também conta com avanços como uma classe específica de medicamentos que bloqueia o reparo do DNA, revolucionando o cuidado. "Para pacientes com mutação BRCA, o risco de recidiva cai drasticamente com o uso desses medicamentos", explica Andrea. Segundo ela, outro marco foi a inclusão de testes moleculares que avaliam a deficiência de recombinação homóloga (HRD), um biomarcador que indica a capacidade de reparo do DNA da paciente e, dessa forma, amplia o acesso a terapias-alvo.

Câncer de endométrio

O câncer de endométrio é o sétimo mais frequente entre as mulheres no Brasil, com 7.800 casos estimados para 2025 pelo Inca . Andreia Melo, oncologista do Grupo Oncoclínicas e chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Inca, destaca a relação entre obesidade, síndrome metabólica e o aumento da incidência da doença. "Com a crescente adoção de dietas ultraprocessadas e sedentarismo, esperamos um aumento significativo de casos", alerta.

Para identificar pacientes que podem se beneficiar de tratamentos personalizados, os testes moleculares têm ganhado espaço. Uma mutação comumente encontrada no câncer de endométrio é a deficiência em enzimas de reparo de DNA. Nesses casos, a combinação de quimioterapia com imunoterapia tem mostrado resultados impressionantes em tumores avançados. "Hoje, dividimos as pacientes em subgrupos com base em alterações moleculares, o que permite tratamentos mais eficazes. Infelizmente, essas terapias ainda não estão disponíveis no SUS, o que limita o acesso a tratamentos inovadores", lamenta Andreia.

Prevenção e impacto familiar

A dona de casa Luciana Cavalcante, de 54 anos, que enfrentou simultaneamente cânceres de mama e ovário, reforça a importância da testagem genética. Após ser diagnosticada com uma mutação no gene BRCA2, Luciana incentivou os filhos a realizar o teste. Sua filha testou negativo, mas seu filho apresentou a mesma alteração genética.

Com o resultado, ele passou a adotar medidas de prevenção precoce, como exames regulares, para minimizar riscos futuros. "Saber dessa mutação foi como ter um mapa para agir de forma preventiva. Hoje, meu filho faz exames regulares que talvez só fossem recomendados muito mais tarde. Essa informação é um privilégio", afirma Luciana.

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AGÊNCIA BRASIL

Diagnóstico de Covid longa passa despercebido nos serviços de saúde

Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela elevado índice de Covid longa na cidade do Rio de Janeiro, além de altas prevalências de sintomas associados à síndrome pós-Covid, tais como fadiga, dor articular e comprometimento cognitivo. Os dados apontam que a síndrome permanece despercebida nos serviços de saúde, indicando que os pacientes não conseguem obter os cuidados necessários e os serviços de saúde não estão preparados para cuidar deles. A pesquisa aponta ainda que, apesar do alto custo da Covid longa para indivíduos, famílias e sociedade, a conscientização e compreensão sobre essa condição são muito baixas.

A pesquisa realizada em parceria com a Escola de Saúde Pública de Harvard (Harvard T. H. Chan School of Public Health) e a Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres (London School of Economics and Political Science), objetiva fortalecer o cuidado com a síndrome pós-Covid no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram coletados entre novembro de 2022 e abril de 2024.

Também conhecida como Covid longa, a síndrome pós-Covid é uma condição crônica associada à infecção (CCAI), que pode se desenvolver após uma infecção por SARS-CoV-2, podendo durar de três meses até anos. A síndrome envolve entre um a vários sintomas, que podem variar ao longo do tempo. Os pacientes também podem apresentar danos em alguns órgãos.

A coordenadora do projeto no Brasil, Margareth Portela contou que "o estudo foi uma iniciativa internacional, interdisciplinar e com engajamento de pacientes, com vistas a estimar a prevalência de Covid longa, a partir da probabilidade de pacientes que foram hospitalizados por Covid-19 em hospitais do SUS, na cidade do Rio de Janeiro".

A pesquisadora da ENSP explicou ainda que o estudo buscou, "identificar as necessidades, o uso e as barreiras de acesso aos serviços de saúde. No componente quantitativo do estudo, realizamos 651 entrevistas com pacientes hospitalizados durante o quadro agudo da doença. O componente qualitativo incluiu 29 entrevistas com gestores e profissionais de saúde da rede, além de 31 entrevistas sobre a experiência de pacientes vivendo com a Covid longa, independentemente de hospitalização prévia", esclareceu Portela.

Sintomas

Os resultados da pesquisa apontaram alta prevalência de sintomas pós-Covid: 91,1% dos entrevistados relataram, pelo menos, um sintoma; e 71,3% afirmaram vivenciar pelo menos um sintoma frequente. Do total de entrevistados, 39,3% falaram em síndrome pós-Covid, mas apenas 8,3% tiveram um diagnóstico de Covid longa de um profissional de saúde. Também foi constatada elevada mortalidade (12%) entre a alta do paciente e o seu recrutamento para o estudo até dois anos depois.

Os cinco sintomas mais comuns da doença foram: fadiga, mal-estar pós-exercícios (piora ou surgimento de sintomas entre 24 e 72 horas após esforço físico ou cognitivo), dor nas articulações, alterações no sono e comprometimento cognitivo.

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Mudanças do governo Lula no Médicos pelo Brasil podem prejudicar 4 mil profissionais

As recentes mudanças promovidas pelo governo Lula no Programa Médicos pelo Brasil (PMpB) , criado em 2019 pelo governo Bolsonaro com o objetivo de especializar médicos e contratá-los sob regime CLT, vão contra a legislação.

Essas alterações afetam cerca de quatro mil profissionais que atuam em áreas remotas e vulneráveis no Brasil e colocam em risco a qualidade do atendimento nessas regiões.

Raphael Câmara Medeiros Parente, conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) , alerta que "se o governo não cumprir o que está na lei, os médicos vão acabar pedindo demissão, e as comunidades ficarão sem assistência".

Ele explica que os médicos do PMpB foram aprovados em concurso para cumprir uma carga horária de 60 horas semanais durante dois anos e, então, obter o título de especialista em Medicina de Família e Comunidade (MFC).

No entanto, no final do processo, em outubro, o Ministério da Saúde anunciou que os médicos não receberiam mais o título de especialista e, ao invés, farão um teste eliminatório neste ano.

"Caso algum médico não seja aprovado, poderá permanecer no mesmo local [ de trabalho ] como bolsista do Programa Mais Médicos [ não mais do Programa Médicos pelo Brasil ]", explicou o Ministério da Saúde, em nota enviada ao jornal Gazeta do Povo .

"Isso é um desrespeito com esse grupo, que aceitou o apelo de cuidar dos brasileiros diante da promessa de contratação pela CLT", diz o presidente do CFM, José Hiran Gallo. De acordo com ele, não há previsão em edital ou na legislação para a mudança anunciada pelo governo, o que a torna ilegal.

Segundo Raphael Câmara, essa transição para o Mais Médicos prejudica os profissionais, pois esse programa não oferece estabilidade ou benefícios trabalhistas, como FGTS, INSS e férias, ao contrário do PMpB, que contrata em regime CLT com melhores condições.

"O Mais Médicos trabalha com bolsas e tem rotatividade muito alta, enquanto o PMpB seleciona profissionais por concurso, os especializa na área e contrata em regime CLT, com estabilidade, melhores salários e garantia de que o médico não será demitido por qualquer motivo", diz Câmara, que era Secretário de Atenção Primária à Saúde em 2021, quando o programa  saiu do papel efetivamente.

Já a Associação Médicos Pelo Brasil (AMPB), que representa os médicos do PMpB, pontua que essa tentativa de aprimorar o conhecimento e a carreira dos profissionais em busca de melhor atendimento aos cidadãos parece estar sendo ignorada.

Criada em 2022, a AMPB luta pela valorização da carreira federal em MFC, independentemente dos governos. "Tínhamos receio de que o Programa Médicos pelo Brasil fosse desconstruído por ter sido feito pela oposição", diz Camacho. "E estamos vendo isso acontecer."

Ele destaca que os médicos do PMpB cumpriram uma jornada de 60 horas semanais durante dois anos - mais de seis mil horas de trabalho -, mas agora estão sem a titulação prometida. "Na prática, já está indo para três anos, sem encerramento do processo."

A médica generalista Camila Ignácio, da zona leste de São Paulo, é uma das participantes do programa. Ela fez o curso entre 2023 e 2024 e garante que o conteúdo "foi excelente, baseado em competências do Médico de Família, com a supervisão de tutores clínicos e uma plataforma de estudos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)".

À Gazeta , ela também relatou como foi extenuante ocupar 60 horas semanais para o programa, sendo 40 horas de atendimento a pacientes e 20 de estudos. "Essas horas de dedicação significaram menos tempo com meus amigos e familiares e menos horas de lazer, mas havia a motivação de me tornar especialista."

Estudante de uma escola pública da periferia, Camila se tornou a primeira médica da família e estava ansiosa para prestar a prova de titulação. Ela conta que chegou a passar na residência tradicional em Medicina de Família antes de ingressar no PMpB, mas desistiu da vaga para fazer a especialização do programa do governo federal, com vaga garantida em regime CLT.

"Confiei que uma entidade da magnitude do Ministério da Saúde cumpriria o prometido e que o médico deixaria de ser um eterno bolsista", diz Camila.

Mas o período de dois anos de curso com carga horária extensiva terminou e ela descobriu, no fim de 2024, que não receberia a titulação esperada e que até mesmo quem já tinha esse título antes de ingressar no programa poderia ser eliminado, sem contratação. "Me sinto enganada", lamentou a paulista de 33 anos, que diz ter sido "desesperador" acompanhar as informações divulgadas pelo governo.

Fernando Sabia Tallo, conselheiro titular da Associação Médica Brasileira (AMB) na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), também criticou as mudanças. "Mais uma vez, o médico brasileiro é passado para trás", disse ela em vídeo publicado nas redes sociais.

De acordo com Tallo, a Lei 13.958 dá aos bolsistas que cumprissem todas as etapas do programa o direito de fazer a prova para obter título de especialista.

Ele explica que a prova de título de MFC é prestada no Brasil em três situações: por médicos que desempenharam a função durante quatro anos, por profissionais que tenham cursado residência credenciada pela CNRM, ou por quem concluiu uma residência similar, certificada pela sociedade da especialidade.

No PMpB, o governo federal tentou realizar a terceira opção com um currículo semelhante à residência em MFC. Porém, Tallo aponta que o programa "não foi vinculado diretamente à Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)", o que é exigido nesses casos.

Então, como "nenhuma outra entidade tem autoridade para fazer um curso que dê direito à prova de título, surgiu o problema", diz o conselheiro da AMB, ao afirmar ainda que todas as titulações precisam ser autorizadas pela associação, e que a entidade deve cumprir as normas vigentes. "A posição tecnicamente é essa."

Em nota encaminhada à Gazeta do Povo , a AMB diz que o assunto está em análise pelo departamento jurídico. "Tão logo tenhamos posição definida a respeito, iremos divulgá-la."

Entretanto, o médico anestesista Diogo Leite Sampaio, vice-presidente da AMB na época do lançamento do PMpB, informa que a associação participou da elaboração do programa, que surgiu da necessidade de especialistas em Medicina da Família para regiões remotas e vulneráveis.

De acordo com Sampaio, a AMB percebeu que o programa Mais Médicos, criado em 2013, pelo governo de Dilma Rousseff, não atendia às necessidades relacionadas à atenção primária e que municípios de áreas remotas e de vulnerabilidade precisavam urgentemente de especialistas em Medicina da Família que se fixassem nessas regiões.

"Foi algo excepcional para aquele momento, e depois voltaríamos a valorizar a residência médica tradicional", diz ele. O médico também ressalta que o Congresso Nacional sancionou a lei para estabelecer o programa, e que "a lei é superior às normas".

A SBMFC, que pode certificar residência similar à tradicional para a titulação de especialista, também apoiou a iniciativa e participou da elaboração do programa. Em 28 de agosto de 2019, o então diretor da instituição, Daniel Knupp, afirmou no Senado que a entidade estava disposta a oferecer a prova aos profissionais que concluíssem a carga horária de trabalho e estudos exigida pelo PMpB.

"Acreditamos que esse curso será suficiente para formar profissionais com as competências necessárias para atendimento à população nos serviços de atenção primária", disse Knupp, à época.

A instituição também chegou a emitir uma nota técnica em relação ao programa, em agosto de 2019, reconhecendo o contexto nacional de déficit de especialistas em MFC e pontuando que "a formação proposta, composta por curso de especialização com duração de dois anos e carga horária de 60 horas semanais" seria suficiente, desde que tivesse "apoio pedagógico da SBMFC".

No entanto, em nota enviada à Gazeta na última semana, a diretoria atual da Sociedade informa que, embora tenha existido esse entendimento inicial, não foi realizada a "construção conjunta do Projeto Político-Pedagógico do curso com a SBMFC" e nem o monitoramento e avaliação.

De acordo com Raphael Câmara, que atuou como secretário de Atenção Primária à Saúde na época, as gestões das entidades mudaram depois da assinatura da lei, e o encerramento do prazo de dois anos para titulação dos médicos se deu no governo Lula, que "não têm interesse em continuar o programa por questão ideológica".

A SBMFC, no entanto, aponta que tem posicionamento resultante do não atendimento dos critérios. Além disso, reitera que a titulação de especialistas em MFC para médicos sem residência exige quatro anos de atuação na área. Portanto, os profissionais bolsistas do PMpB ainda não possuem a experiência exigida.

Diante disso, a responsável pela administração dos programas médicos governamentais - AgSUS -, esclarece que a prova agendada para abril deste ano será realizada "em parceria com a SBMFC", mas sem caráter de titulação.

A agência informa em seu site oficial que, depois do exame, os profissionais aprovados serão contratados com vínculo trabalhista no programa Mais Médicos, e não mais do PMpB.

A situação causa temor de entidades como a AMPB, que vê o novo exame como tentativa de aplicar uma prova de nível dificultado para que mais profissionais sejam eliminados e não tenham acesso à carreira.

O CFM também acompanha o caso com preocupação, já que, segundo o conselheiro Raphael Câmara, a prova tradicional da SBMF tem em torno de 90% de aprovação, e esse não é o porcentual esperado para o novo teste. "Infelizmente, podem fazer uma prova impossível que tem caráter eliminatório, então o médico não poderá fazer outra."

O Ministério da Saúde, no entanto, disse em nota à Gazeta do Povo que o exame será baseado "exclusivamente nos conteúdos estudados pelos médicos ao longo dos dois anos de especialização".

Diante da incerteza, a AMPB entrou na Justiça para solicitar à AgSUS e ao Ministério da Saúde a suspensão desse teste e a realização da prova de título prevista na lei. "Ou seja, uma prova de título realizada pela SBMFC para habilitar o profissional como especialista em medicina de família e comunidade", informa o advogado Rafael Studart.

O caso segue na Justiça.

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PORTAL G1

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

Profissionais foram afastados das funções e pelo menos uma mulher foi transferida. Polícia Penal investiga o caso.

Um médico e um enfermeiro que atuavam na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia são suspeitos de envolvimento sexual com detentas do local. De acordo com a Polícia Penal (PP), eles estariam mantendo “relações libidinosas” com mulheres no Posto de Saúde da CPP. O caso é investigado.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não conseguiu localizá-los para que se posicionassem.

A Polícia Penal relatou em nota que recebeu a denúncia sobre o caso no dia 7 de janeiro. Afirmou que ouviu detentas e profissionais de saúde no mesmo dia.

“Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade”, diz nota da polícia.

No dia 8, foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. A PP informou que foram encontrados “elementos mais robustos” de que os profissionais realmente tenham praticado as infrações.

Diante disso, um médico e um enfermeiro foram proibidos de entrar em qualquer unidade prisional do estado por tempo indeterminado, declarou a polícia.

g1 questionou sobre que tipo de relações o médico e o enfermeiro tinham com as detentas e o motivo de apenas uma ter sido transferida, mas a corporação informou que o caso ainda está em investigação.

A PP reforçou que "não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa”.

Contratos encerrados

De acordo com a PP, os profissionais suspeitos eram ligados à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Eles prestam serviços no posto de saúde da CPP por meio de um convênio firmado entre o município e a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP). A Secretaria de Saúde de Aparecida informou que encerrou o contrato com os suspeitos e que soube do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal.

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) disse que "está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas". O conselho afirmou ainda que tem compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que, até o momento, "não recebeu qualquer informação oficial sobre o caso. Mas, todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomam conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico".

Nota da Polícia Penal de Goiás

No dia 7 de janeiro de 2025 chegou ao conhecimento da 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal uma situação em que, supostamente, servidores da saúde do município de Aparecida de Goiânia estariam mantendo relações libidinosas com presas privadas de liberdade no Posto de Saúde daquele estabelecimento penal.

Na mesma data, a Gerência de Segurança e Monitoramento, em conjunto com a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal, realizaram oitivas iniciais das presas e servidores da saúde. Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade.

A Diretoria-Geral de Polícia Penal determinou a imediata instauração de sindicância preliminar pela Corregedoria Setorial, o que foi feito já no dia 08/01/2025.

Com o andamento das apurações, constatou-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município. As apurações elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas.

Um médico e um enfermeiro, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida foram proibidos de adentrar em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado.

A Polícia Penal reitera está colaborando com as investigações, e não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Comunicação Setorial da Polícia Penal de Goiás

Nota da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia

A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) informa:

- Que tomou conhecimento do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal, responsável pela gestão dos serviços de saúde dentro do complexo prisional;
-
Que o caso está sendo investigado sob sigilo pela Polícia Penal;
-
E que os contratos dos profissionais envolvidos estão encerrados.

Nota do Coren-GO

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, responsável por normatizar e fiscalizar o exercício profissional da categoria já está ciente do caso e está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas.

O abuso de poder e a violação da dignidade de pessoas privadas de liberdade são inaceitáveis e devem ser combatidos com rigor. Profissionais da Enfermagem têm o dever de atuar com ética, respeito e humanidade, garantindo atendimento digno e livre de qualquer forma de violência.

Reforçamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos, dentro e fora das instituições de saúde.

Contem conosco para verificar a situação, junto às autoridades competentes, a fim de responsabilizar devidamente todos os envolvidos. A investigação continua e nossa luta também, por um correto exercício da profissão nos ambientes de trabalho.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 03 Fevereiro 2025 07:03

CLIPPING AHPACEG 01 A 03/02/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Redimensionamento de rede de atendimento dos planos de saúde: resolução da ANS reforça jurisprudência

Há limitação de prazo para internação hospitalar?

Periodicidade de mamografias divide médicos e autoridades de saúde

Governo de Goiás investe R$ 919,2 mil em centro cirúrgico do Crer

IMAS acumula dívidas milionárias e deixa usuários sem assistência

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

SAÚDE BUSINESS

Redimensionamento de rede de atendimento dos planos de saúde: resolução da ANS reforça jurisprudência

Nos últimos anos, operadoras de planos de saúde no Brasil têm adotado a verticalização como estratégia para integrar a gestão de planos à prestação direta de serviços médicos. A prática visa a reduzir custos operacionais e, teoricamente, beneficiar o consumidor. No entanto, essa abordagem também gera desafios significativos, especialmente em razão do descredenciamento de hospitais, clínicas e laboratórios, mudanças que muitos beneficiários percebem como restrições ao acesso.

De fato, a verticalização, marcada pela substituição ou descredenciamento de prestadores, tende a reduzir a diversidade e a acessibilidade da rede assistencial, por vezes prejudicando os beneficiários. A descontinuidade de tratamentos com prestadores de confiança e a natural sobrecarga das estruturas próprias das operadoras podem comprometer a qualidade dos serviços e os prazos no atendimento, sobretudo em regiões com opções limitadas desses prestadores.

Além disso, a centralização dos serviços na operadora tende a enfraquecer o vínculo médico-paciente e a ameaçar a viabilidade econômica de prestadores independentes, isto é, aqueles que não possuem relações contratuais com os planos de saúde, mas que são essenciais para a sustentabilidade do setor. Nesse contexto, é fundamental que os critérios para redução ou substituição da rede assistencial sejam rigorosos e objetivos, garantindo equilíbrio entre eficiência operacional para as operadoras, que já arcam com diversos impactos financeiros relevantes anualmente, e a proteção dos direitos e interesses dos beneficiários e dos prestadores de serviços de apoio à saúde.

Foi nesse cenário que entrou em vigor, em 31 de dezembro de 2024, a Resolução Normativa nº 585 da ANS (“RN 585”), que atualiza as normas vigentes à realidade que se impõe, e regulamenta alterações na rede hospitalar. A nova regra exige comunicação prévia aos beneficiários, assegura a manutenção da qualidade dos serviços e detalha os critérios para substituições e redimensionamentos, procurando equilibrar eficiência operacional e proteção ao consumidor.

A nova resolução obriga o Plano, para o caso de substituição de prestador de serviço credenciado, a comunicar individualmente os clientes, e a pelo menos manter a qualificação do prestador a ser substituído.

Tal obrigação não pode ser encarada como novidade, na medida em que o artigo 17, da Lei Federal 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, estabelece como regra geral a manutenção dos prestadores de serviços médicos ao longo da vigência dos contratos, mas admite a substituição do prestador, desde que por outro prestador equivalente e mediante comunicação aos consumidores com 30 (trinta) dias de antecedência.  Em caso de redução da rede, cabe esclarecer, em seu parágrafo 4º esse mesmo artigo exige autorização expressa da ANS.

Por outro lado, é importante ressaltar que o conceito de rede ou entidade hospitalar, na linha da jurisprudência hoje existente do Superior Tribunal de Justiça, “…deve ser entendido como gênero, a englobar também clínicas médicas, laboratórios, médicos e demais serviços conveniados”[1].

Para o Superior Tribunal de Justiça, outrossim, o “redimensionamento configura-se pela mera supressão de um estabelecimento hospitalar da rede do produto”[2], e tal entendimento é refletido pelo inciso VI, do artigo 2º, da RN 585.

Não há razão ou fundamento, portanto, para que se defenda que a RN 585 altera o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a propósito da supressão de prestador/redução de rede, de modo que a supressão de uma clínica especializada em tratamento renal, ou de uma instituição médica de exames e diagnósticos, para dar alguns exemplos, deva ser precedida de autorização da ANS.

A nova resolução também reflete o entendimento jurisprudencial quanto à obrigatoriedade de comunicação individualizada aos beneficiários (artigo 21), providência que já vinha sendo exigida pelo Poder Judiciário[3].

Outro ponto a destacar da RN 585 é a estipulação dos critérios de equivalência de entidades hospitalares para fins de substituição (artigos 7 a 9), e dos requisitos para o redimensionamento por redução (artigos 10 a 12), incluindo as hipóteses concretas que podem motivar o redimensionamento (artigo 11), e que devem constar no pedido de autorização expressa para a ANS (art. 17, § 4º, inciso IV da Lei n. 9.656/1998).

A nova RN 585 também dispõe, em seu artigo 13, dos critérios objetivos relacionados aos impactos sobre a massa assistida, o que deve tornar a avaliação da ANS mais objetiva, e nesse sentido melhor balizar as operadoras e mitigar eventuais questionamentos face a decisões discricionárias da Agência.

A RN 585, enfim, consolida o entendimento jurisprudencial sobre a substituição e o redimensionamento de sua rede, reforçando a transparência e a objetividade nas mudanças. O sucesso de sua aplicação dependerá da adesão rigorosa das operadoras às exigências normativas e da capacidade da ANS de realizar análises ágeis, técnicas e objetivas, dentro dos limites da lei e da regulamentação, reduzindo a insegurança jurídica que gera impactos negativos às operadoras, aos segurados e aos prestadores de serviços médicos de apoio à saúde.

* Leonardo Ribas é sócio da área de Contencioso, Arbitragem e Mediação do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper. Foi eleito um dos advogados mais admirados de 2025 no Setor Econômico de Saúde Edição 2025 (Band 1).

* Giulia Distler é associada da área de Contencioso, Arbitragem e Mediação do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper.

* Jaqueline Suryan é sócia da área de Seguros e Resseguros do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper. Foi destacada no Leaders League 2024.

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O DIA ONLINE

Há limitação de prazo para internação hospitalar?

Meu filho nasceu prematuro, e o hospital informou que ele precisaria de internação em UTI neonatal por tempo indeterminado. O plano de saúde quer limitar o período de cobertura a 15 dias. Essa restrição é legal? Como posso garantir o atendimento completo? Marcelo Portella, Bento Ribeiro.

A advogada Melissa Areal Pires, especialista em Direito à Saúde, destaca que a Lei 9656/98, que regulamenta os planos de saúde, veda, no artigo 12, II, "a", a limitação de prazo para internações hospitalares. Além disso, o STJ editou a Súmula 302, que considera abusiva e, portanto, nula de pleno direito, qualquer cláusula contratual que limite a duração da internação do segurado. Segundo Melissa, isso se aplica a casos em que o paciente precisa prorrogar sua permanência em unidade de tratamento intensivo ou ser internado novamente devido a complicações da mesma doença coberta pelo plano de saúde.

A Corte Superior reconhece, portanto, que o paciente não é senhor do prazo de sua recuperação, que, como é curial, depende de muitos fatores, que nem mesmo os médicos são capazes de controlar. "Se a enfermidade está coberta pelo seguro, não é possível, sob pena de grave abuso, impor ao paciente que se retire da unidade de tratamento intensivo, com o risco de morte, porque está fora do limite temporal estabelecido em uma determinada cláusula. Não pode a estipulação contratual ofender o princípio da razoabilidade, e se o faz, comete abusividade vedada pelo art. 51, IV, do CDC", explica a especialista. Anote-se que a regra protetiva, expressamente, refere-se a uma desvantagem exagerada do consumidor e, ainda, a obrigações incompatíveis com a boa-fé e a equidade.

Essa decisão do STJ reforça a proteção dos direitos do consumidor, garantindo que as cláusulas contratuais de planos de saúde não prejudiquem o paciente em momentos críticos de sua recuperação, e que os princípios da boa-fé e da equidade prevaleçam nas relações contratuais, salienta o advogado Átila Nunes do serviço www.reclamar adianta com br. O atendimento é gratuito pelo e-mail juríO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou pelo WhatsApp (21) 993289328.

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PORTAL EXTRA NEWS

Periodicidade de mamografias divide médicos e autoridades de saúde

A partir de quantos anos se deve fazer a mamografia de rastreio, ou seja, como um exame de rotina, mesmo sem sintomas? Para autoridades públicas, como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ideal é que a mamografia seja feita a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Algumas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entretanto, recomendam exame anual a partir dos 40 anos.

As divergências ganharam notoriedade há alguns dias, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez consulta pública sobre as atualizações do Manual de Boas Práticas em Atenção Oncológica, usado no Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde. Órgão regulador dos planos de saúde, cabe à ANS fiscalizar o serviço prestado e criar normas e outras iniciativas que melhorem o atendimento à população.

Entre os critérios para que as operadoras de planos de saúde sejam certificadas, está a realização de exames de rastreamento de diversos tipos de câncer, o que contribui para o diagnóstico precoce. No caso do câncer de mama, a minuta elaborada pela ANS estabelece o rastreamento organizado, com a convocação de todas as beneficiárias dentro da faixa etária para fazer a mamografia e outros exames complementares que forem necessários.

Até esse ponto, há consenso. "A melhor maneira de desenvolver a linha de cuidados do câncer é tentar fazer o diagnóstico da doença o mais precocemente possível. Porque quanto mais precoce for o diagnóstico, o tratamento é mais efetivo e é menos dispendioso", diz o diretor-geral do Inca, Roberto Gil.

A mastologista Rosemar Rahal, que integra a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), complementa: "Este é o caminho, não tenho dúvida. Os países que reduziram a mortalidade por causa de câncer de mama conseguiram fazendo o rastreamento organizado."

Divergências

A ANS decidiu, entretanto, seguir em sua minuta o protocolo do Inca, que também é adotado no Sistema Único de Saúde (SUS) e preconiza a realização de mamografia de rastreio apenas a partir dos 50 anos, com intervalo de dois anos entre os exames, caso nenhum problema seja encontrado. "O rastreamento do câncer deve ser direcionado às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama e em que o balanço entre benefícios e possíveis danos à saúde dessa prática seja mais favorável", diz a minuta.

A escolha motivou protestos de várias entidades médicas, que defendem a inclusão de pessoas de 40 a 50 anos e a realização anual dos exames. "Esse já é um posicionamento das sociedades médicas há alguns anos. Nós já temos três diretivas publicadas pela SBM, pela Febrasgo [Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia] e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia nos anos de 2012, 2017 e 2023, colocando o que essas três sociedades médicas consideram como sendo ideal para o rastreamento mamográfico no Brasil. ( ) Porque nós temos no Brasil 25% dos cânceres de mama entre 40 e 50 anos de idade. Então, se nós fazemos esse rastreamento só a partir dos 50 anos, estaremos postergando o diagnóstico. Essa lesão prolifera dentro desse tecido mamário e chega para gente em um estágio mais avançado", afirma Rosemar Rahal.

O diretor-geral do Inca enfatiza que o protocolo do instituto está de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer: "A informação científica que temos hoje não é da opinião de um especialista, é da literatura médica, avaliada com o nível de evidência 1, meta-análise e estudo randomizado, que é o maior nível de evidência que se tem. Grande parte dos trabalhos não conseguiu mostrar nenhum aumento de sobrevida na faixa dos 40 aos 50 anos. Só houve aumento de sobrevida na faixa de 50 a 69 anos."

Roberto Gil explica por que esses estudos consideram que os 50 anos são a idade certa para o início do rastreamento na população em geral: "Não estamos negando que mulheres abaixo de 50 anos tenham câncer de mama. Estamos falando que, abaixo dos 50 anos, acumulam-se outros problemas e o rastreamento populacional é menos eficiente. A mamografia é um exame de raio X, que vai ser mais efetivo na medida que a mama seja menos densa e que se tenha mais contraste na imagem, para não se confundir o parênquima normal com um nódulo. Então [antes dessa idade], aumenta muito mais a possibilidade de ter falsos positivos e ter que fazer mais exames. Posso fazer uma biópsia e ser mais difícil interpretar e levar a uma cirurgia desnecessária."

O médico afirma também que a mudança da faixa etária pode atrapalhar o rastreamento da população atualmente incluída. "Hoje, 30% das mulheres brasileiras nunca fizeram uma mamografia. Então, para dar um exemplo, seria como se eu estivesse fazendo um salto em altura. Eu botei o meu sarrafo em 2 metros e não estou conseguindo pular. A minha próxima medida vai ser tentar melhorar e treinar muito para pular os 2 metros, ou elevar o sarrafo para 2,50?"

A mastologista Rosemar Rahal, porém, ressalta que o aumento da demanda não seria um problema por si só. "No Brasil, não temos déficit de aparelho de mamografia, temos déficit de mamografias. O aparelho está lá, mas não é usado. E aí tem uma série de questões que vêm à tona. Talvez esse exame não seja solicitado, ou quando é solicitado a paciente não faz por medo do exame e do diagnóstico. A nossa questão não é de falta de equipamento, a nossa questão é de comunicação."

Cobertura

Quando a discussão chegou às redes sociais, muitos usuários começaram a dizer que a ANS pretendia mudar as regras de cobertura, impedindo mulheres mais jovens de fazer a mamografia pelos planos A agência esclareceu que os critérios do manual se referem apenas ao programa de certificação, que é de adesão voluntária das operadoras, e não tem nenhuma relação com o chamado rol obrigatório: uma lista com todas as consultas, exames, cirurgias e tratamentos que as operadoras devem cobrir.

Atualmente, o rol garante direito à mamografia bilateral para mulheres de qualquer idade, conforme indicação médica, e mamografia digital, dos 40 aos 69 anos. Até a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota enfatizando que os planos de saúde não podem negar mamografia, sob pena de multa.

Mesmo assim, a mastologista Rosemar Rahal teme que a adoção do manual com a redação atual possa embasar negativas de cobertura por parte dos planos de saúde: "Se a Agência Nacional coloca um selo de qualidade e considera como qualidade realizar mamografia a partir dos 50 anos, de 2 em 2 anos, toda a saúde suplementar vai considerar aquilo como ideal. O que a gente acredita é que, se o documento for publicado desse jeito, os planos de saúde vão assumir isso como regra."

Na última segunda-feira (27), a ANS realizou reunião com representantes de diversas entidades médicas para esclarecer dúvidas sobre a consulta pública e concedeu prazo de 30 dias para que s apresentem os estudos científicos e dados técnicos que embasam o pedido de mudanças nos critérios de rastreamento. Além disso, a ANS recebeu mais de 63 mil contribuições por meio da consulta pública e informou que vai analisar todas as propostas recebidas.

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A REDAÇÃO

Governo de Goiás investe R$ 919,2 mil em centro cirúrgico do Crer

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia, recebeu em janeiro três novos equipamentos de cirurgia por vídeo. A atualização do parque tecnológico do centro cirúrgico demandou investimento de R$ 919,2 mil, recursos do Tesouro Estadual, repassados pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

Com a aquisição das novas torres de videoendoscopia; videolaparoscopia e videoartroscopia, o Crer dá mais um passo importante no aprimoramento tecnológico dos procedimentos oferecidos ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Os equipamentos são essenciais para procedimentos cirúrgicos menos invasivos, permitindo maior precisão com imagens de alta definição, pequenas incisões e menor risco de complicações, resultando em menos dor e recuperação mais rápida para os pacientes.

Segundo o gerente de infraestrutura do Crer, Vagner Aurélio Diniz Novaes, as novas aquisições representam um avanço. “As torres de vídeo agora compõem o portfólio de equipamentos modernos da unidade, reforçando a missão de oferecer um atendimento de qualidade, seguro e humanizado”, afirma.

O coordenador médico do centro cirúrgico do Crer, Henrique do Carmo Rodrigues, explica que as torres de vídeo adquiridas pelo Crer aprimoram a qualidade das cirurgias minimamente invasivas, tornando os procedimentos mais rápidos, precisos e seguros. “Esses equipamentos reduzem o tempo de cirurgia, aceleram a recuperação e diminuem os riscos”, comenta.

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O HOJE

IMAS acumula dívidas milionárias e deixa usuários sem assistência

Devido à crise no Imas, servidores pagam, mas continuam enfrentando problemas com filas e falta de atendimento

O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS) enfrenta uma crise sem precedentes, deixando milhares de usuários desamparados. Apesar dos descontos mensais em folha de pagamento, servidores municipais relatam dificuldades extremas para obter atendimento médico, acesso a exames e realização de cirurgias. Com uma dívida acumulada de R$ 227,1 milhões, a situação afeta diretamente cerca de 78.619 beneficiários, entre titulares, dependentes e agregados, que dependem do plano de saúde para seus cuidados.

Em janeiro de 2025, o presidente do IMAS, Paulo Henrique da Farmácia, anunciou medidas emergenciais para enfrentar os problemas herdados de gestões anteriores. Entre as ações planejadas, ele destacou a elaboração de um cronograma de pagamento das dívidas e uma auditoria para reorganizar as finanças do instituto.

Em entrevista, Paulo Henrique da Farmácia apontou que os pagamentos aos prestadores de serviço seriam feitos no início de fevereiro, sendo esses os débitos de 2024. “Estamos conversando com todos os hospitais e avaliando uma questão cronológica para que eles voltem a atender. Claro que é necessário um pouco de paciência, pois temos apenas 20 dias de gestão”, afirmou o presidente. Enquanto isso, os usuários reclamam da falta de atendimento, mesmo pagando todos os meses através do desconto na folha de pagamento.

“A saúde pública é uma prioridade, e estamos trabalhando para resolver essas pendências com responsabilidade e agilidade. Nosso compromisso é com a população e com a qualidade dos serviços oferecidos”, afirmou Paulo Henrique.

Entretanto, a demora na apresentação do plano de pagamento gerou mais insatisfação entre os servidores. Em 17 de janeiro, o IMAS havia se comprometido a divulgar o cronograma em até 10 dias, mas até 28 de janeiro nenhuma proposta concreta foi apresentada. Essa situação levou à suspensão de atendimentos por parte de vários hospitais credenciados, incluindo o Instituto Goiano de Pediatria (IGOP), que não recebe repasses desde setembro de 2023.

Déficit financeiro 

A raiz do problema está no constante déficit orçamentário do Imas, que enfrenta despesas mensais de R$ 20 milhões, enquanto sua receita é de apenas R$ 14 a R$ 15 milhões. Atualmente, a contribuição patronal da Prefeitura é de 4%, valor equivalente ao descontado dos servidores. Para equilibrar as contas, Paulo Henrique afirmou que será necessária uma revisão nos valores descontados em folha, o que dependerá de um projeto de lei a ser encaminhado à Câmara Municipal.

“Temos que organizar a questão financeira junto com o projeto de lei para dar saúde ao instituto, aumentar a receita e organizar o atendimento para o usuário de maneira fácil”, destacou o presidente. Ele também afirmou que os pagamentos de 2025 serão feitos pontualmente, como forma de assegurar a continuidade dos serviços.

Em resposta às críticas, o Imas enviou uma nota oficial ao Jornal O Hoje, destacando os esforços da atual gestão para enfrentar a crise. “O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) esclarece que a atual gestão tem se debruçado em encontrar soluções para problemas históricos da capital, dentre eles a dívida do Imas. Diante do grave quadro herdado, o instituto tem se reunido com diferentes entidades para traçar um plano de ação para este momento.”, afirmou o comunicado.

Crise compromete atendimento e gera desespero entre usuários

A crise financeira reflete diretamente na qualidade do atendimento. Mariângela Pereira, usuária do IMAS, relatou as dificuldades enfrentadas por ela e sua família. “Meu esposo precisou de uma cirurgia no ano passado, mas não conseguiu atendimento pelo plano. Ele teve que recorrer ao SUS, mas também não conseguiu por falta de médicos. No fim, tivemos que pagar particular”, desabafou. “Os médicos não querem atender pelo IMAS, a realidade é essa”, afirma.

Além disso, a usuária também mencionou filas longas como problemas recorrentes enquanto o IMAS estava sob a antiga gestão. “ O Imas estava bem pior, nem consultar você não conseguia. Agora depois que o Mabel entrou começou a melhorar, deu uma leve melhorada, não tá bom não, mas tá uma leve melhorada. Antes só tinham dois hospitais em Goiânia que atendia pelo Imas e a maior dificuldade. “

Essas situações negativas que ainda persistem tem gerado manifestações por parte dos servidores, que cobram melhorias urgentes no serviço. Em março de 2024, o então presidente do Imas, Marcelo Teixeira, revelou que o instituto enfrentava um déficit mensal de R$ 6 milhões. Para o atual prefeito Sandro Mabel, a solução passa pela gestão técnica e pela eliminação de indicações políticas na administração do Imas.

Apesar das promessas, os servidores continuam apreensivos quanto ao futuro do Imas. A crise financeira e a falta de atendimento médico são sintomas de uma gestão que enfrenta desafios estruturais e necessita de soluções imediatas para recuperar a confiança de seus beneficiários. Enquanto isso, milhares de usuários seguem sem a assistência de saúde pela qual pagam mensalmente, gerando um cenário de incerteza e revolta entre os servidores de Goiânia.

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PORTAL G1

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

Profissionais foram afastados das funções e pelo menos uma mulher foi transferida. Polícia Penal investiga o caso.

Um médico e um enfermeiro que atuavam na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia são suspeitos de envolvimento sexual com detentas do local. De acordo com a Polícia Penal (PP), eles estariam mantendo “relações libidinosas” com mulheres no Posto de Saúde da CPP. O caso é investigado.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não conseguiu localizá-los para que se posicionassem.

A Polícia Penal relatou em nota que recebeu a denúncia sobre o caso no dia 7 de janeiro. Afirmou que ouviu detentas e profissionais de saúde no mesmo dia.

“Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade”, diz nota da polícia.

No dia 8, foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. A PP informou que foram encontrados “elementos mais robustos” de que os profissionais realmente tenham praticado as infrações.

Diante disso, um médico e um enfermeiro foram proibidos de entrar em qualquer unidade prisional do estado por tempo indeterminado, declarou a polícia.

g1 questionou sobre que tipo de relações o médico e o enfermeiro tinham com as detentas e o motivo de apenas uma ter sido transferida, mas a corporação informou que o caso ainda está em investigação.

A PP reforçou que "não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa”.

Contratos encerrados

De acordo com a PP, os profissionais suspeitos eram ligados à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Eles prestam serviços no posto de saúde da CPP por meio de um convênio firmado entre o município e a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP). A Secretaria de Saúde de Aparecida informou que encerrou o contrato com os suspeitos e que soube do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal.

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) disse que "está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas". O conselho afirmou ainda que tem compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos.

A reportagem também solicitou um posicionamento do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas não teve retorno até a última atualização deste texto.

Nota da Polícia Penal de Goiás

No dia 7 de janeiro de 2025 chegou ao conhecimento da 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal uma situação em que, supostamente, servidores da saúde do município de Aparecida de Goiânia estariam mantendo relações libidinosas com presas privadas de liberdade no Posto de Saúde daquele estabelecimento penal.

Na mesma data, a Gerência de Segurança e Monitoramento, em conjunto com a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal, realizaram oitivas iniciais das presas e servidores da saúde. Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade.

A Diretoria-Geral de Polícia Penal determinou a imediata instauração de sindicância preliminar pela Corregedoria Setorial, o que foi feito já no dia 08/01/2025.

Com o andamento das apurações, constatou-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município. As apurações elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas.

Um médico e um enfermeiro, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida foram proibidos de adentrar em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado.

A Polícia Penal reitera está colaborando com as investigações, e não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Comunicação Setorial da Polícia Penal de Goiás

Nota da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia

A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) informa:

- Que tomou conhecimento do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal, responsável pela gestão dos serviços de saúde dentro do complexo prisional;
-
Que o caso está sendo investigado sob sigilo pela Polícia Penal;
-
E que os contratos dos profissionais envolvidos estão encerrados.

Nota do Coren-GO

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, responsável por normatizar e fiscalizar o exercício profissional da categoria já está ciente do caso e está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas.

O abuso de poder e a violação da dignidade de pessoas privadas de liberdade são inaceitáveis e devem ser combatidos com rigor. Profissionais da Enfermagem têm o dever de atuar com ética, respeito e humanidade, garantindo atendimento digno e livre de qualquer forma de violência.

Reforçamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos, dentro e fora das instituições de saúde.

Contem conosco para verificar a situação, junto às autoridades competentes, a fim de responsabilizar devidamente todos os envolvidos. A investigação continua e nossa luta também, por um correto exercício da profissão nos ambientes de trabalho.

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Assessoria de Comunicação

1 Janeiro Cursos SES dengue 31 01 25

 

A partir de 6 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) oferecerá cursos online, todas as quintas-feiras, para a atualização de profissionais de saúde sobre manejo clínico e enfrentamento da dengue e outras arboviroses.

Os cursos acontecerão até abril e são abertos a profissionais da Atenção Primária à Saúde, incluindo médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, técnicos de enfermagem e gestores.

O objetivo é garantir o correto diagnóstico e manejo dos casos, além de preparar a rede de saúde para complicações das doenças. A SES ressalta que tem registrado aumento de casos de dengue em Goiás, principalmente do sorotipo DENV-3. 

Serão oito cursos, realizados via Microsoft Teams e transmitidos pelo canal do Youtube da SES, todas as quintas-feiras, das 14h às 16h. As capacitações abordarão diversos temas, incluindo manejo clínico, vigilância epidemiológica e laboratorial, testes rápidos de diagnóstico, e o papel dos agentes comunitários de saúde. 

Acesse o arquivo anexo, confira a programação completa e participe.

Sexta, 31 Janeiro 2025 06:31

CLIPPING AHPACEG 31/01/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

A dose certa para aproveitar os benefícios do café

Blitz da Saúde CDI Premium vai oferecer exames gratuitos amanhã (31)

Ministério da Saúde anuncia retomada de 24 obras em Goiás

Goiás reativa Sala de Situação para combater dengue e outras arboviroses

'Não faltam médicos no Brasil, nosso problema é de distribuição', afirma oncologista Paulo Hoff

Médicos apostam na empatia como ferramenta para melhorar atendimentos

Profissionais de saúde já incorporam prontuário eletrônico e relógios inteligentes na prática clínica

Como transformar relacionamento em receita na área da saúde

 

TV SERRA DOURADA

A dose certa para aproveitar os benefícios do café

https://www.youtube.com/watch?v=8yPTsSKiYBs

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STG News Redação

Blitz da Saúde CDI Premium vai oferecer exames gratuitos amanhã (31)

Primeira edição de 2025 ocorre das 8 às 17 horas

Eletrocardiograma, aferição de pressão arterial, teste de glicemia e hemoglobina glicada são exames que o CDI Premium vai oferecer gratuitamente à população na primeira edição de 2025 da Blitz da Saúde, que acontece nesta sexta-feira, 31, das 8 às 17 horas.

Os atendimentos e orientações para cuidados com a saúde cardiovascular serão disponibilizados na entrada do CDI Premium – Avenida Portugal, 496, esquina com a Rua 22, no Setor Oeste, em Goiânia –, em parceria com a Sociedade Goiana de Cardiologia e as empresas Omron e Tiradentes Saúde.

O objetivo desta ação social e de saúde é oferecer à população orientações e exames gratuitos para a prevenção das doenças cardiovasculares, que, a cada hora, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são responsáveis pela morte de 46 brasileiros. São mais de 1 mil óbitos por dia e 80% deles poderiam ser evitados com cuidados com a saúde.

As doenças cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e hipertensão, segundo o Ministério da Saúde, também estão entre as oito doenças com maior mortalidade no país.

Exames de rotina, uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas podem ajudar a reduzir os riscos dessas doenças e a Blitz da Saúde chega para contribuir com essa prevenção.

Serviço | Blitz da Saúde
Data: 31/01/25 (Sexta-feira)
Horário: 8 às 17 horas
Local: CDI Premium – Avenida Portugal, 496, esquina com a Rua 22, no Setor Oeste

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A REDAÇÃO

Ministério da Saúde anuncia retomada de 24 obras em Goiás

O Ministério da Saúde anunciou a retomada de 24 obras em Goiás, como parte de um esforço nacional para retomar 478 canteiros em todo o Brasil. No Estado, 15 obras serão reativadas ou regularizadas e outras nove repactuadas, beneficiando 18 municípios goianos.
 
A medida, prevista em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta semana, apresenta a relação de 282 obras que serão reativadas ou regularizadas e outras 196 obras que receberam autorização para serem repactuadas no país. A retomada das 478 obras totaliza um investimento de R$ 189 milhões.
 
“O governo federal está resolvendo o problema de mais 478 obras inacabadas na saúde graças a aplicação da Lei do Pacto Nacional da Retomada de Obras Inacabadas, sancionada pelo presidente Lula”, destaca o secretário executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.

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Goiás reativa Sala de Situação para combater dengue e outras arboviroses

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) reativou a Sala de Situação para Arboviroses. O objetivo é unir esforços para avaliar e redirecionar as estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, e dar agilidade no encaminhamento de materiais, regulação de pacientes e apoio técnico aos municípios. A primeira reunião ordinária da equipe ocorre nesta quinta-feira (30/1), na Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES/GO. Os encontros vão analisar o cenário epidemiológico dos municípios, possibilitando a avaliação e redirecionamento das ações nas regiões de alto risco.
 
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, materiais de suporte como o cartão de acompanhamento do paciente e o fluxograma de manejo clínico da dengue serão enviados aos municípios novamente, como foi feito em 2024. “Todas as ações são importantes, do combate aos criadouros ao diagnóstico oportuno do paciente e manejo clínico”, explica Santos.
 
Diversas áreas da SES participam da Sala de Situação, como as superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa), de Política de Atenção Integral à Saúde (Spais) e Regulação Controle e Avaliação, além da Defesa Civil Estadual do Estado. Goiás registra até o momento, 4.033 casos confirmados, 1 óbito confirmado e 11 em investigação pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbitos Suspeitos por Arboviroses.
 
A subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, explica que a Sala de Situação trabalha com reuniões semanais para discutir estratégias da assistência ao paciente e elencar os municípios prioritários onde deverão ser reforçadas as ações de combate ao vetor. “Esses municípios terão uma atenção maior por parte da SES, principalmente no que se refere ao controle do Aedes aegypti, ao monitoramento dos casos e à vigilância laboratorial”, acrescenta.
 
A superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES, Amanda Limongi, ressalta que já foram definidos os hospitais estaduais que servirão de referência para os casos mais graves. “Além das unidades que serão retaguarda para os casos mais graves, a secretaria programou capacitações que começam no final de janeiro e vão até abril para com os profissionais da saúde sobre o manejo clínico dos pacientes”, reforça ela.
 
Apoio
Outra ação importante é a realização do matriciamento, que é a seleção de unidades de referência da SES de cada macrorregião para fornecer apoio, suporte médico e clínico, para os profissionais de outros serviços. Todos os dias da semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, o profissional médico de qualquer unidade que tiver alguma dúvida poderá entrar em contato com a unidade disponível naquele dia e ter orientações em relação ao manejo adequado para o paciente que ele está cuidando.
 
Nesta semana, municípios com aumento de casos acima do esperado, como Catalão, Iporá, Diorama, Santo Antônio do Descoberto e Brazabrantes, estão recebendo equipes do Controle de Vetor da SES para dar suporte nas ações de apoio presencial, como identificar e selecionar as áreas de maior risco no município para atuação dos agentes de combate às endemias.
 
Cenário
Goiás registra neste ano 9.630 casos notificados de dengue, com 4.033 confirmados. Um óbito foi confirmado, em Heitoraí. Outros 11 estão em investigação. Em relação à chikungunya, são 102 casos confirmados e nenhum óbito registrado. Até o momento, Goiás possui 1 caso confirmado de zika, sem registro de óbito. No caso da dengue, a maioria dos registros mostra a circulação predominante do sorotipo 2 em 2025. Goiás registrou 3 casos de dengue tipo 3 no ano passado, em Rio Verde, Jataí e Goiatuba - todos evoluíram para cura. Em 2025, um caso importado foi identificado em Anápolis.
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O GLOBO

'Não faltam médicos no Brasil, nosso problema é de distribuição', afirma oncologista Paulo Hoff

Especialista avalia a formação de medicina no país e aponta gargalos para atendimento adequado

Não falta médico no Brasil; o que o país precisa é melhorar a cobertura do atendimento, criando atrativos para que jovens profissionais se estabeleçam desde a sua formação em regiões com carências assistenciais. O caminho é desenvolver programas de residência robustos nessas áreas, com infraestrutura e remuneração adequadas, defende o médico Paulo Hoff, professor titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor de oncologia da Rede D'Or.

Em entrevista ao GLOBO, o especialista, aos 34 anos de experiência profissional, externa preocupação quanto à criação de muitos novos cursos de Medicina no país e à necessária aferição da qualidade da formação dos alunos. Ele também analisa os avanços tecnológicos aplicados à promoção da saúde e ao atendimento dos pacientes.

Qual a sua avaliação da formação médica oferecida no Brasil atualmente?

O Brasil tem excelentes médicos, e muitas das nossas faculdades têm reconhecimento internacional quanto à qualidade dos profissionais nelas formados. No entanto, preocupa o grande aumento no número de escolas médicas pelo país. Isso traz desafios na formação e na garantia de que todos os profissionais tenham o mesmo grau de qualidade assistencial.

Afinal, falta médico no Brasil ou não? A média atual é de 2,8 profissionais por mil habitantes, mas existe concentração no Sudeste e no Sul e nos grandes centros.

É uma falácia dizer que no Brasil existe carência de profissionais médicos. Não falta, mas precisamos distribuir melhor e nos concentrar na qualidade dos médicos que estão sendo formados. Devemos terminar esta década com algo próximo a um milhão de médicos, um índice por habitante igual ou superior ao da maior parte dos países. Nos Estados Unidos e Canadá, a média é essa, 2,6 (a cada mil habitantes), 2,7 Aumentar o número de médicos não resolverá o problema do acesso.

O desafio, há décadas, tem sido justamente atrair médicos às áreas que mais precisam de atendimento

É preciso levar programas de residência bem planejados para as regiões onde há necessidade de se ter mais profissionais. Os médicos têm um período de formação muito longo, então quando ele começa a trabalhar efetivamente, já passou pelo período de formação da família. Dessa forma, é muito comum que se estabeleça e continue sua trajetória onde passou grande parte da sua vida adulta, onde tem familiares, amigos etc. Além disso, para que o profissional seja atraído, é muito importante que haja remuneração e condições de trabalho adequadas. Outra questão é a infraestrutura. Alguém que fez uma boa faculdade e bom treinamento e que acaba deslocado para uma região do interior que não tem um ambulatório vai desanimar e querer voltar. A sociedade precisa participar dessas discussões; não adianta simplesmente aumentar o número de faculdades.

Os programas de residência representam outro gargalo. Qual o déficit de vagas?

Hoje temos vagas de residência apenas para metade dos formandos, o que é grave: são cerca de 40 mil novos médicos por ano e temos 18 mil vagas de residência. E vai piorar, porque grande parte das faculdades novas, que foram criadas recentemente, ainda não formaram a primeira turma. O país está formando médicos até demais. Muita gente diz "é sempre melhor ter mais médico". Mas não basta ter o médico. Alguém que não está bem formado aumenta os custos, vai pedir mais exames, por exemplo, sem que isso traga benefício.

Está em debate no Senado o projeto do Exame Nacional de Proficiência em Medicina, que, se implementado, vai se tornar um instrumento para certificar a qualidade da formação médica no Brasil. Qual sua opinião sobre isso?

Sou muito a favor de algum tipo de prova padronizada para a área, como a Ordem dos Advogados do Brasil tem para os advogados. Talvez a cada dois anos de faculdade. A vasta maioria dos professores é a favor deste modelo. Hoje, a faculdade de Medicina é um grande negócio, e a gente tem que pensar nisso. O intuito das provas não seria evitar a aprovação, eliminar pessoas, e sim assegurar que os programas estão preparados, o conhecimento foi adquirido e que a pessoa está apta a assumir uma das profissões mais importantes que existem.

Como avalia os currículos das faculdades?

Acredito que o currículo deve estar adequado à infraestrutura e aos objetivos de ensino que aquela escola se propõe a fazer. Ou seja, o currículo tem que corresponder ao tipo de profissional que se gostaria de formar. Creio que a maior parte delas tenha currículos adequados, embora, certamente, pequenas modificações possam ser interessantes. Por exemplo, uma inclusão maior de oncologia na graduação, já que é um tipo de doença que está se tornando a principal causa de morte em diversos municípios e estados brasileiros.

Estima-se que já em 2030 o câncer passe a ser a doença que mais mata no Brasil, o que pode aumentar a demanda por oncologistas. Como está o ensino da oncologia hoje?

O aluno pode ter contato com a oncologia como disciplina isolada ou como parte da clínica médica; neste caso, entra em outras disciplinas, como pneumologia ou gastroenterologia, por exemplo. Mas pela relevância do assunto, seria interessante expor um pouco mais os alunos a isso. Dado o número esperado de casos, mesmo quem não vai seguir carreira na oncologia terá que necessariamente estar preparado para reconhecer um caso, saber como encaminhar. Algumas faculdades, como a USP, já têm a presença desse conteúdo desde os anos 1990. Outras ainda precisam incorporá-lo entre suas disciplinas.

Aumentou o interesse dos futuros médicos pela oncologia com os avanços terapêuticos contra o câncer?

Sim, melhorou muito a percepção do aluno sobre a doença, está menos negativa. Quando o presidente da República ou um ator famoso tem um tumor, se trata e está aí, bem, curado, reforçamos que o câncer não é uma sentença de morte. Surge aí um senso de propósito, por ser uma doença potencialmente curável. A taxa de cura é, em média, de 60%.

A tecnologia traz um cenário que seria inimaginável 34 anos atrás, quando o senhor iniciou sua carreira. As novas gerações de médicos vão lidar com uma prática muito diferente da sua geração? Por exemplo, como a inteligência artificial pode auxiliar os futuros profissionais?

Assim como a telemedicina, a inteligência artificial é algo que veio para ficar. Mas nós ainda não temos, na minha opinião, uma noção exata de qual extensão terá no atendimento futuro. Os prontuários eletrônicos deveriam ter, de preferência, um ferramenta de interoperabilidade, que permitisse que dados coletados de um paciente em uma localidade pudessem estar acessíveis se este paciente procurar auxílio médico em outra. E esses prontuários eletrônicos, num futuro muito próximo, poderiam ou deveriam estar conectados a ferramentas de IA, que ajudassem a conduzir melhor os casos, seja no diagnóstico, seja no tratamento.

Quais seriam os principais ganhos com essa inovação?

Tudo isso pode gerar uma enorme quantidade de novos dados, o que permitiria uma análise constante de resultados e desfechos. Isso não só para a pesquisa científica, mas também para o acompanhamento da qualidade do atendimento nas diversas regiões do país. Tanto o prontuário eletrônico quanto a telemedicina e a IA melhoram a eficiência do atendimento médico. Teremos cada vez mais o uso dessas ferramentas no dia a dia dos nossos consultórios.

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Médicos apostam na empatia como ferramenta para melhorar atendimentos

Escuta ativa, grupos consultivos de pacientes e conversas sobre medos ajudam a promover conforto em tratamentos

A oncologista Ana Coradazzi não esquece, mesmo muitos anos depois, o impacto que uma paciente teve em sua trajetória na medicina. Internada, a mulher em questão ouvia Ana ao longo de diversos dias explicar suas condutas técnicas. Ao longo das visitas, a especialista detalhava à paciente que iria, por exemplo, usar um antibiótico para dar conta de uma alteração, ou sugerir novas abordagens na quimioterapia, entre outras alternativas. Sempre focando nos aspectos técnicos daquele atendimento. Em um certo momento, porém, a paciente ergueu as mãos e respondeu à médica: "chega, não faça mais isso comigo!", demonstrando claro cansaço da falta de tato da especialista.

- - Foi um momento transformador para mim. A partir daí fui buscar uma formação diferente, pois notei que não estava minimamente alinhada com o que ela precisava. Foi um momento muito doloroso, no qual decidi que não queria nunca mais passar por isso - afirma.

Passado o episódio, Ana dedicou-se ao estudo dos cuidados paliativos - aqueles dedicados aos pacientes com gravidade, que não têm cura disponível, mas são tratados tendo seu bem-estar como norte, considerando também seus familiares - e dedicou-se a falar sobre a prática médica baseada na empatia. Focada em disseminar esse entendimento, a especialista lançou recentemente o livro "O Médico Sutil", pela MG Editores, em que há uma coletânea de textos focados na delicada relação entre médicos e pacientes. Há ali relatos nos quais escuta atenta é o atalho para melhorar a vida de quem enfrenta um difícil diagnóstico, mas também a transcrição de condutas arrogantes e despreparadas para lidar com o sofrimento alheio, absolutamente inaceitáveis nos dias de hoje e que devem ser combatidas.

Ana, porém, não é a única de olho nessa temática. Especialistas das mais diversas áreas de atendimento dão conta que o cuidado compassivo e o atendimento que leva em consideração a situação sócioemocional do paciente ocupam cada vez mais espaço em consultórios brasileiros. Essa mudança está de mãos dadas com o que esperam os brasileiros. Ao menos é o que mostra uma pesquisa realizada com 2.794 pessoas, no ano passado, pela empresa de inteligência SoluCX, junto à Sociedade Brasileira de Experiência do Paciente e Cuidado Centrado na Pessoa (SOBREXP) e mais o The Beryl Institute, uma organização internacional focada no tema. No levantamento 70% dos respondentes dizem que a "empatia" é extremamente importante na relação com o médico.

- O maior desafio é ter tempo disponível para conhecer os valores e entender o paciente. Isso porque a medicina, cada vez mais, nos apresenta diversos caminhos a seguir (diante de um diagnóstico). E, não se trata mais de um cenário em que o médico decide e o paciente acata. Essa decisão é tomada em conjunto - conta Marina Sahade, oncologista do Hospital Sírio-Libanês. - Ouvir o paciente é muito importante. Cada vez mais se formam grupos de voluntários dispostos a falar o que passaram no tratamento médico. E eles contam coisas que nós não imaginávamos. Por exemplo, uma paciente jovem, com o diagnóstico de câncer ouve muito frequentemente "puxa, você é tão novinha!". E a gente só vai notar que faz isso quando escuta uma reclamação sobre o tema.

No centro de atendimento liderado pelo endocrinologista Ricardo Cohen, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, a preocupação com o conforto de quem é atendido se dá, inclusive, na dimensão de portas, poltronas e banheiros projetados em tamanho maior, para que todos possam usar com conforto. Isso porque Cohen é um dos maiores especialistas em obesidade no mundo e está acostumado a receber pacientes que tentaram, sem sucesso, diversas alternativas de tratamento para a doença. Nesse caso, a conversa com o médico também figura um dos principais trunfos acolher o paciente que precisa de atenção.

- Uma coisa muito comum na obesidade é ver o paciente com culpa. A primeira coisa que fazemos lá no hospital, todos, desde os endócrinos, passando pelos cardiologistas, nutricionistas e psicólogos, é mostrar para essa pessoa que não há razões para a culpa e que a obesidade é uma doença que pode ser tratada - diz Cohen. - Alguns chegam dizendo que não comem tanto assim para ter esse quadro de saúde. E nós explicamos que não é comer muito que leva à obesidade e sim o contrário (a doença leva ao aumento de peso). Metade dos que recebemos chegam a chorar ouvindo isso, porque estão acostumados a serem culpabilizados e a ouvir comentários pejorativos. Nós precisamos ajudar a mudar esse cenário.

No digital Embora a telemedicina seja ainda uma estratégia nova de atendimento, cuja aplicação no Brasil só foi liberada diante da emergência de saúde deflagrada pela Covid-19, o serviço também pode ser um atalho para oferecer mais comodidade e atenção aos pacientes que procuram algum atendimento de saúde. É o que explica Ronaldo Gismondi, cardiologista e editor do Afya Whitebook, uma plataforma de divulgação de conteúdo científico para médicos.

- No digital não dá pra você ter, claro, o contato físico com seu paciente, mas dá para fazer algumas estratégias como: não olhar para baixo, anotar, enquanto ele estiver falando. É importante olhar para a tela, demonstrar por meio de expressões faciais que está entendendo enquanto o outro se comunica. Além disso, mesmo no digital, é possível validar o que a outra pessoa está dizendo. Isso é possível ao perguntar como o paciente está se sentido e porque decidiu procurar uma consulta médica naquele momento.

O grande desafio no setor, explica Ronaldo, que também é professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, é justamente atrelar essa capacidade de dialogar com o paciente em esquema de consultas de tempo muito reduzido, como ocorre em alguns sistemas de convênio e também no Sistema Único de Saúde (SUS).

- Nesse caso, é importante focar na escuta ativa e na comunicação clara com o paciente, explicando os detalhes do tratamento. Esse é um desafio para diversos lugares do mundo que também operacionalizam grandes sistemas de saúde - comenta.

Voluntários consultores A necessidade de ouvir os pacientes têm, inclusive, extrapolado os limites das paredes dos consultórios. Também no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, foi montado um conselho consultivo de pacientes voluntários que dá dicas, ideias e opiniões sobre como o centro de saúde poderia ser mais amigável aos pacientes e familiares. Foi dessa comitiva de participantes, por exemplo, que saiu a ideia de criar um tipo de "cartilha" de alta, onde os medicamentos a serem usados em casa pelos pacientes são descritos com detalhamento. A cor da roupa dos especialistas médicos, alvo de dúvida entre quem passa por cuidados de saúde, passou a ser explicada em quadros informativos, para que pacientes e familiares tenham mais segurança ao procurar a pessoa certa para tirar dúvidas. O grupo, que existe desde 2018, também foi um dos grandes aconselhadores para que o hospital incluísse um time de 80 voluntários voltados às atividades lúdicas como leitura, acompanhamento e entretenimento para quem está internado.

- Uma das coisas que discutimos no conselho e também é aplicada no pronto-socorro é que o especialista pergunte a quem chegue em busca de atendimento se ele está com algum medo. Isso é superimportante porque às vezes a pessoa está com tosse, mas na verdade está com receio de ser diagnosticada com Covid e ter infectado um parente. Nesse caso, o médico precisa entender o medo para que seja possível dar as explicações sobre o diagnóstico - comenta Fátima Gerolin, diretora executiva assistencial e de ensino do hospital. - Aqui, inclusive, nos preocupamos que o médico possa passar o máximo de tempo possível com os mesmos pacientes, tudo para que tenham a oportunidade de criar uma relação firme, de confiança e de abertura entre eles.

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Profissionais de saúde já incorporam prontuário eletrônico e relógios inteligentes na prática clínica

Adesão dos profissionais a recursos tecnológicos como prontuário eletrônico aumenta e já transforma dados de saúde

O perfil dos médicos brasileiros está mudando, dando espaço para uma nova geração alinhada ao avanço da tecnologia e inovação na área da saúde. Segundo o relatório ProvMed 2030, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em cinco anos mais de 80% dos médicos terão entre 22 e 45 anos.

Essa pesquisa corrobora os dados do estudo "Demografia Médica no Brasil 2020", parceria do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Universidade de São Paulo (USP), que mostrou que mais de 85% dos graduados em 2019 tinham menos de 30 anos.

Ao mesmo tempo, ocorre outro fenômeno: a transformação digital da saúde, que não é mais uma expectativa, mas uma realidade acelerada em grande parte pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

À medida que os nativos digitais das gerações Y ou millenials (nascidos entre 1980 e 1995) e da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) se tornam a maior parte da força de trabalho na medicina, a incorporações de soluções inovadoras e tecnológicas na área da saúde tende a se intensificar.

Crescimento O estudo da USP em parceria com o CFM mostrou, por exemplo, que 78% dos médicos paulistas eram favoráveis à utilização de aplicativos de mensagens na relação com os pacientes. Para fator de comparação, na edição anterior, o índice foi de 67%. O levantamento apontou também que o prontuário eletrônico já se tornou uma tecnologia incorporada por 76% dos participantes.

- Hoje os consultórios são muito diferentes. Se você for a um médico que costuma se atualizar, vai ver que no computador dele está simultaneamente aberto o prontuário eletrônico e a ferramenta de telemedicina, por exemplo. Tem aplicativo para consultar remédio, doenças, para tentar relacionar sintomas e ajudar a fazer diagnóstico, para ver o resultado de exames. É uma prática muito diferente. Antes a gente tinha muitos papéis na frente do médico, que eram o prontuário do paciente - pontua Alexandre Holthausen Campos, diretor executivo de Ensino do Einstein.

A adoção de ferramentas como o prontuário eletrônico melhoram o atendimento do paciente, dizem os profissionais. Se ele estiver associado à receita digital, por exemplo, existem ferramentas que detectam e sinalizar a interação medicamentosa. No fim, cabe ao médico decidir se segue com a prescrição ou altera a receita, mas ele conta com um dado a mais que poderia passar despercebido.

Não há dúvidas entre especialistas que a quantidade de informação disponível na área da medicina atualmente é um dos principais desafios para os médicos. Ferramentas que utilizam inteligência artificial para fazer a síntese desses dados, como o ChatGPT são considerados aliados.

Outra ferramenta de IA já utilizada nos consultórios e popular em especial entre os mais jovens são mecanismos de transcrição de consulta. Em vez do médico ter que ficar anotando o relato do paciente para colocar no prontuário, essas ferramentas transcrevem o relato dos pacientes, incluindo a tradução de vocabulário leigo para termos médicos.

Há ainda os dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, que, muitas vezes coletam dados de saúde dos usuários e podem sinalizar condições como arritmias cardíacas e apneia do sono. Ou os equipamentos de diagnóstico portáteis com inteligência artificial, como um estetoscópio eletrônico que transforma o som em traçados gráficos e manda essas informações para o computador do médico, um ultrassom que pode ser conectado ao celular e sinaliza possíveis diagnósticos.

Tudo isso não só facilita o dia a do médico, como se traduz em melhor atendimento. Mas os profissionais são categóricos em dizer que esses recursos não vêm para reduzir seu papel, pelo contrário.

- Eu sempre brinco que ninguém fez Medicina sonhando em passar cinco horas por dia digitando no computador. A pessoa fez o curso para salvar vidas e aliviar sofrimento e é isso o que essas ferramentas proporcionam - ressalta o cardiologista Eduardo Lapa, fundador do Afya CardioPapers.

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MEDICINA S/A

Como transformar relacionamento em receita na área da saúde

Garantir a sustentabilidade de um negócio é um desafio para qualquer gestor. Aumentar a receita, ganhar eficiência e gerar valor ao cliente — como equilibrar esse tripé? Essa inquietação deve estar na agenda de todo líder que almeja o crescimento sólido de sua empresa. E essa busca passa, entre outros pontos, pela proximidade e pelo relacionamento com o cliente.

O consumidor, seja ao realizar uma compra online ou ao buscar informações sobre um serviço, espera uma jornada fluida: sem atritos, rápida, intuitiva e resolutiva. Essa experiência, muitas vezes, é o que define a atração e retenção de clientes.

Ao aplicarmos esse conceito à área da saúde, podemos falar, por exemplo, de um agendamento de consulta simples e funcional, disponível em todos os pontos de contato com a clínica, independentemente do canal escolhido pelo paciente. E esse é apenas o início de um relacionamento, que deve ser nutrido com lembretes sobre o compromisso, orientações pré e pós-atendimento e, principalmente, a manutenção dessa proximidade ao longo do tempo.

Estudos comprovam que, quando bem estruturada e apoiada por soluções tecnológicas, essa conexão gera resultados expressivos para as empresas. A pesquisa da Salesforce “State of Sales Report”, por exemplo, mostra que negócios que utilizam plataformas e estratégias de CRM (Customer Relationship Management) de forma eficaz aumentam a produtividade, a receita e a satisfação do cliente. Além disso, um estudo da Nucleus Research revelou que, para cada dólar investido em CRM, o retorno era de US$ 8,71.

No cenário atual, apostar em softwares de gestão e relacionamento deixou de ser uma mera opção: tornou-se uma questão de sobrevivência no mercado. Com o “boom” dos serviços digitais, especialmente após a pandemia, o consumidor se tornou ainda mais exigente em relação às interações online. Se antes as empresas competiam apenas com aquelas do mesmo segmento e região, hoje disputam a atenção dos consumidores com players de todo o país, cuja qualidade de atendimento e experiência digital proporcionada define as expectativas do consumidor.

E para além do investimento em uma plataforma que irá automatizar, otimizar e organizar a rotina de atendimento ao cliente — além de monitorar dados e gerar relatórios —, é fundamental que a empresa desenvolva um processo robusto. Seguindo no exemplo de clínicas e consultórios médicos, aquelas que adotam como processo o levantamento de dados do paciente são as que melhor conseguem trabalhar o relacionamento e se destacar no mercado, gerando mais receita.

Exemplos práticos para aumento de receita

Algumas práticas adotadas por clínicas médicas em todo o país podem ilustrar como processos bem implementados, quando aliados à tecnologia, promovem resultados significativos:

Confirmação de atendimento – A confirmação automatizada de consultas tem um impacto direto na redução de faltas. Isso não só diminui a perda de horários, mas também aumenta os agendamentos, otimizando a agenda da clínica.

Datas especiais – O uso de dados, como a data de aniversário do paciente, ajuda a criar um vínculo mais próximo com o cliente. Quando uma clínica envia um simples lembrete ou mensagem de felicitações, reforça sua marca na memória do consumidor, o que aumenta a probabilidade de retorno.

Fluxos de comunicação – Garantir que o paciente saiba qual é o próximo passo em sua jornada é fundamental para evitar que ele se sinta perdido no processo. O envio de informações pré e pós-consulta é um exemplo prático de como isso pode ser feito, guiando o paciente até seu próximo atendimento preventivo, por exemplo.

Programas de indicação – Criar um programa estruturado de indicação é outra forma de fortalecer o relacionamento e aumentar a receita. O ato de agradecer e recompensar o paciente que faz uma indicação pode ser ativado com ofertas de cashback ou vantagens para ambas as partes.

Campanhas de engajamento – Utilizar listas de transmissão para enviar dicas de cuidados com a saúde ou informações específicas sobre prevenção e tratamento contribui para o reforço da marca. O engajamento contínuo com o paciente aumenta a probabilidade de ele recomendar a clínica e retornar para novos atendimentos.

Tudo isso pode ser automatizado a partir de ferramentas próprias de gestão e relacionamento. A transformação de um simples atendimento em uma receita recorrente passa, essencialmente, pelo reconhecimento e valorização dos principais clientes, que entregam mais valor ao longo do tempo.

A jornada relacional não é um resultado, mas o próprio processo contínuo de interação, engajamento e personalização. Gestores que tratam isso como algo essencial e o colocam no centro da tomada de decisão são os que realmente prosperam e garantem um crescimento sólido e sustentável para os seus negócios.

*Felipe Ravanello é Sócio-fundador e CGBO da GestãoDS.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 30 Janeiro 2025 06:36

CLIPPING AHPACEG 30/01/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cartões de desconto em saúde: um olhar sobre a regulamentação e seus impactos

Golden Cross diz tomar medidas legais contra ANS

Unimed Goiânia substitui cartão físico pelo virtual em apoio à sustentabilidade

Artigo - IA: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Artigo - Saúde: a transformação da cultura corporativa por meio da NR1

Estudo da Unifesp revela que câncer mata mais que doenças cardiovasculares em algumas cidades do Brasil

Goiás registra aumento de 31% em cirurgias eletivas pelo SUS

Casos de covid no Brasil aumentam 151% em janeiro, maior alta em 10 meses

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Cartões de desconto em saúde: um olhar sobre a regulamentação e seus impactos

Segundo informações da ANS, atualmente, 51,5 milhões de brasileiros possuem planos de assistência médica, que garantem acesso amplo a hospitais e profissionais de saúde. No entanto, esse número representa apenas 25% da população, evidenciando que os altos custos dos planos de saúde ainda os tornam inacessíveis para a maior parte da população brasileira.

Diante desse cenário, a busca por serviços de saúde mais acessíveis tem crescido, abrindo espaço para o surgimento de empresas que oferecem cartões de benefícios de saúde. Esses produtos proporcionam descontos em clínicas e hospitais privados e se apresentam como uma solução economicamente viável para quem não tem condições de arcar com um plano de saúde. Com eles, é possível acessar consultas, exames e procedimentos médicos a custos reduzidos, sem as exigências de períodos de carência que caracterizam os planos tradicionais.

Existem dois tipos de cartões de benefícios de saúde. O primeiro é o cartão de desconto, que requer o pagamento de uma taxa para sua emissão e oferece descontos em consultas e serviços médicos, cujo pagamento é negociado diretamente com o estabelecimento. O outro é o cartão pré-pago, que também exige uma taxa, além do carregamento com um valor. Esse modelo permite o pagamento de consultas e procedimentos médicos com desconto em locais conveniados.

Estima-se que ao menos 40 milhões de brasileiros utilizem atualmente cartões de benefícios, constatando-se uma disseminação das clínicas e empresas que trabalham com o produto. O ponto de alerta é que, embora ampliem o acesso a serviços privados de saúde para aqueles que não têm condições de contratar um plano, esses cartões não oferecem as mesmas coberturas assistenciais de um plano de saúde e, ainda assim, vêm sendo comercializados sem qualquer regulamentação.

É fundamental destacar que os cartões de desconto em saúde não são planos de saúde. Embora ofereçam descontos em procedimentos médicos, eles não garantem acesso ilimitado aos procedimentos obrigatórios listados no rol da ANS, nem cobrem atendimentos emergenciais e internações, como fazem os planos de saúde. Alguns cartões podem até oferecer atendimento para consultas online em caso de emergências, mas isso não substitui a abrangência de um plano de saúde em casos de urgência. Por essa razão, a expectativa é de que a regulamentação desse tipo de produto permita que as próprias operadoras participem desse mercado, sem alterar as regras dos planos ambulatoriais.

Atualmente, as operadoras de planos de saúde não podem comercializar, oferecer ou se associar a empresas que disponibilizem esse tipo de serviço. Conforme o art. 1º da RN nº 484/2022, é vedado às operadoras "a operação de sistemas de descontos ou de garantia de preços diferenciados a serem pagos diretamente pelo consumidor ao prestador dos serviços, bem como a oferta de qualquer produto ou serviço de saúde que não apresente as características definidas no inciso I e § 1º do art. 1º da Lei nº 9.656, de 1998."

Essa questão já havia sido debatida pela ANS em 2002, quando foi concluído que tais produtos estariam fora da competência regulatória da Agência, por não se enquadrarem nas características definidas pela Lei nº 9.656/98.

No entanto, uma decisão de 02/10/2023, do ministro Herman Benjamin, da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no acórdão AgInt no AREsp n. 2.183.7040, determinou que é competência da ANS regular e fiscalizar os cartões de descontos, sob o argumento de que tais produtos se assemelhariam aos planos com coparticipação, tornando irrelevante o fato de os pagamentos serem realizados diretamente pelos usuários.

A partir dessa decisão, o tema voltou a ser debatido na ANS, que realizou a Tomada Pública de Subsídios nº 5, em outubro de 2024. O objetivo foi receber propostas para a reformulação das regras dos planos ambulatoriais, e incentivar a venda de planos com cobertura de consultas e exames de forma segura para o consumidor.

Muito se discute sobre os impactos que uma eventual regulamentação pela ANS poderá trazer para os cartões de desconto. É inegável que o número de consumidores é expressivo e que uma regulação nos moldes dos planos de saúde poderia resultar em um encarecimento substancial dos produtos ofertados, podendo comprometer o acesso dos consumidores a esse tipo de serviço.

Por outro lado, a regulamentação trará maior segurança aos consumidores, e permitiria às operadoras, hoje impedidas de comercializar tais produtos, ingressarem nesse segmento, oferecendo novos produtos, e promovendo uma competitividade benéfica ao setor.

Atualmente, o plano ambulatorial oferece cobertura para consultas, exames e atendimentos oncológicos, conforme as coberturas mínimas estabelecidas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, além de atendimento ambulatorial nas primeiras 12 (doze) horas em casos de urgência/emergência.

Para que as coberturas mínimas já asseguradas aos planos ambulatoriais não sejam afetadas e, ao mesmo tempo, viabilizar a comercialização de produtos que ofereçam coberturas pontuais para consultas e procedimentos previamente estabelecidos, o caminho que parece viável ao mercado seria o da criação de uma nova modalidade de plano, alternativa que vem sendo considerada pela Agência.

Em 16/12/2024, durante a 616ª Reunião da Diretoria Colegiada, a ANS aprovou o edital de chamamento público para a regulamentação do cartão de desconto por meio do sandbox regulatório, ferramenta recém regulamentada (RN nº 621/2024), que permite às operadoras testar produtos ou serviços inovadores em um ambiente regulatório experimental e controlado pela Agência, com suspensão temporária das normas vigentes. O edital está atualmente sob avaliação da Procuradoria Federal.

O esperado é que a experiência obtida com o sandbox proporcione à ANS e ao mercado informações e perspectivas que sirvam de base para a formulação de uma regulação que atenda aos consumidores, ao mercado e promova a sustentabilidade do setor.

A Agência ainda tem um longo caminho a percorrer. Será necessário realizar diversos estudos e testes para chegar ao produto, que será oferecido pelas operadoras. O sucesso do serviço e sua adesão pelos consumidores dependerão das restrições que a Agência decidir impor ao novo produto.

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PORTAL CORREIO DA MANHÃ

Golden Cross diz tomar medidas legais contra ANS

A Golden Cross engrossou a conversa com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que determinou a venda de toda sua carteira de clientes. No dia 23, a operadora disse à coluna que tomaria as "medidas cabíveis" relacionadas à decisão.

Agora, afirma não concordar com a determinação e que já está adotando "medidas administrativas e legais".

A ANS deu 30 dias para a Golden Cross repassar seus clientes para outra operadora. Isto, ao detectar a incapacidade da operadora de sanar suas "anormalidades econômico-financeiras". Desde julho que, por um acordo, clientes da Golden são atendidos pela Amil.

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PORTAL ADUF

Unimed Goiânia substitui cartão físico pelo virtual em apoio à sustentabilidade

Com o intuito de fomentar a sustentabilidade, a Unimed Goiânia informa aos seus beneficiários que parou de emitir cartões físicos, adotando somente o modelo virtual. O novo formato deve ser acessado pelo aplicativo Cliente Unimed Goiânia.

Para acessar o cartão virtual, o primeiro passo é baixar o aplicativo no celular iOS ou Android. Em seguida, o beneficiário deve entrar na área "Não possui cadastro", ou caso já possua, deve fornecer o CPF e a senha para acessar sua página. Depois de realizar o login e acessar a página do beneficiário, basta clicar em "Cartão Virtual".

Para visualização do dependente no App Cliente Unimed Goiânia junto ao Titular, o mesmo deve ter o CPF cadastrado no sistema. Caso haja algum dependente sem a informação do CPF, é necessário entrar em contato com o setor de Planos Assistenciais e solicitar a atualização cadastral junto à Unimed.

Para aqueles que optarem pelo cartão físico, o mesmo poderá ser solicitado pelos e-mails O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. no departamento de planos Assistenciais do Adufg-Sindicato e será cobrado o valor de R$ 10,00 por unidade, podendo este valor ser alterado a qualquer momento.

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MEDICINA S/A

Artigo - IA: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Por Marcel Andrade

O ano de 2025 promete ser um marco na transformação digital da saúde, com a Inteligência Artificial (IA) emergindo como uma ferramenta poderosa para fortalecer o vínculo entre médicos, instituições e pacientes. A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados, personalizar tratamentos e a comunicação, além de otimizar processos, está revolucionando a forma como cuidamos da saúde e abrindo novas possibilidades para a fidelização de pacientes.

Uma das principais vantagens da IA é a sua capacidade de personalizar a experiência do usuário do serviço de saúde. Por meio da análise de dados clínicos, históricos de saúde e preferências individuais, a IA pode identificar padrões e gerar insights valiosos para que a comunicação entre instituição de saúde e paciente seja aprimorada. Essa abordagem não apenas melhora a eficácia dos tratamentos, mas também demonstra ao paciente que ele está sendo cuidado de forma individualizada, aumentando a sua satisfação e fidelidade.

A IA também está transformando a forma como médicos e pacientes se comunicam. Chatbots e assistentes virtuais baseados em IA podem responder a dúvidas comuns, agendar consultas e fornecer informações relevantes para otimizar o tempo das instituições e do paciente. Dessa forma, a equipe de profissionais de saúde se dedica ao acolhimento e tratamento das pessoas, deixando a automação cuidar de processos burocráticos.

Essa ferramenta permite que os médicos se concentrem em tarefas mais complexas, como a realização de diagnósticos e a prescrição de medicamentos, enquanto os pacientes têm acesso a informações precisas e atualizadas a qualquer hora e lugar.

A automação de tarefas repetitivas e a otimização de processos são outras vantagens da IA no setor da saúde. Através da análise de dados, a IA pode identificar gargalos e ineficiências, permitindo que as instituições de saúde aloquem seus recursos de forma mais eficiente. Além disso, a IA pode auxiliar na previsão de demandas e na gestão de estoques, reduzindo custos e otimizando a operação.

Apesar dos benefícios da automação, é importante destacar que a implementação dessa tecnologia no setor da saúde apresenta alguns desafios, como a necessidade de garantir a segurança e a privacidade dos dados dos pacientes, além de investir em infraestrutura e capacitação de profissionais.

Sai na frente dessa corrida quem entrega uma ferramenta que funcione integrada ao sistema que cada cliente tem instalado em sua organização, eliminando a barreira de contratação de uma nova ferramenta para a integração, o que, na maioria das vezes, demandaria muito trabalho e aumento do custo de implantação.

No entanto, as oportunidades são vastas e a IA tem o potencial de transformar a saúde em um setor mais eficiente, personalizado e centrado no paciente.

Um estudo recente da McKinsey & Company revelou que a adoção de tecnologias de IA no setor da saúde pode gerar economias de até US$ 100 bilhões por ano nos Estados Unidos. Além disso, uma pesquisa realizada pela Accenture mostrou que 80% dos pacientes estão dispostos a compartilhar seus dados de saúde com provedores que utilizam a IA para melhorar seus cuidados.

Segundo a McKinsey, as áreas de marketing, vendas, desenvolvimento de produtos, engenharia de software e P&D concentram o maior potencial de geração de valor da IA generativa nas empresas. Nesse contexto, a busca por vantagem competitiva está levando as empresas a repensarem a forma como utilizam a tecnologia.

Enquanto muitas organizações se limitam a soluções prontas, as líderes de mercado estão investindo em soluções personalizadas que se adaptam às suas necessidades específicas. Ao customizar modelos existentes ou desenvolver soluções próprias, essas empresas estão explorando novas oportunidades de negócio e se diferenciando da concorrência. A capacidade de capturar o valor dos dados proprietários e integrar a tecnologia aos processos internos é o segredo para o sucesso nessa nova era digital.

*Marcel Andrade é o cofundador e CPO da Wellon.

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Artigo - Saúde: a transformação da cultura corporativa por meio da NR1

Por Aline Silva

Com as novas exigências regulatórias, a gestão de saúde e segurança no trabalho (SST) evolui para um foco mais amplo, integrando a saúde mental ao planejamento estratégico das empresas. A recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1) introduz o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que agora inclui a gestão de riscos psicossociais. Essa mudança não é apenas uma exigência legal, mas uma verdadeira transformação cultural que desafia muitas empresas a repensar como integram a saúde mental ao seu ambiente de trabalho.

Apesar dessa evolução, muitas empresas, especialmente as de maior porte, enfrentam dificuldades em gerenciar essas mudanças. Para elas, o papel de garantir a implementação do PGR e o mapeamento dos riscos psicossociais muitas vezes recai sobre profissionais de saúde ocupacional, enquanto os Recursos Humanos (RH) ficam com a responsabilidade de integrar essas novas demandas ao cotidiano corporativo. Esse desafio é amplificado pela falta de expertise em avaliação de riscos psicossociais e pela dificuldade em alocar recursos financeiros suficientes para a implementação do PGR, além da necessidade de um sistema dinâmico e baseado em dados, que demanda investimentos em tecnologia.

Uma solução para essa transição envolve o uso de ferramentas como a ISO 45003, que ajudam no mapeamento de riscos psicossociais e no impacto do ambiente de trabalho na saúde mental dos colaboradores. Treinamentos regulares para gestores, campanhas de conscientização e plataformas de monitoramento da saúde emocional dos colaboradores são fundamentais para integrar o bem-estar ao cotidiano da empresa, com medidas preventivas eficazes.

Além disso, a gestão do PGR deve ser incorporada ao planejamento estratégico da empresa, mostrando que o investimento em saúde mental traz retorno financeiro. Criar indicadores de desempenho específicos para o PGR é essencial para garantir a eficácia das ações e ajustar as estratégias conforme necessário.

O ano de 2025 é uma oportunidade para empresas que desejam alinhar seus objetivos às novas exigências do PGR. A implementação dessa mudança não apenas cumpre uma exigência regulatória, mas contribui para um ambiente corporativo mais saudável e seguro, com benefícios como a redução do absenteísmo, maior engajamento, produtividade e retenção de talentos. Investir na saúde mental não é apenas uma obrigação, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade do negócio.

*Aline Silva é Head de Gestão Clínica da Telavita.

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Estudo da Unifesp revela que câncer mata mais que doenças cardiovasculares em algumas cidades do Brasil

Trabalho publicado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), publicado na revista científica Lancet Regional Health – Americas, em novembro de 2024, identificou uma mudança no perfil das principais causas de mortalidade em mais de 700 municípios brasileiros. O câncer se tornou a principal causa de morte nesses locais, superando as doenças cardiovasculares (que historicamente ocupavam esse lugar), com uma taxa crescente de mortalidade associada ao aumento de tumores diagnosticados. Segundo os autores, essa transição epidemiológica reflete uma mudança contínua, com notáveis disparidades econômicas e regionais.

Na pesquisa, foram analisados os 5.570 municípios brasileiros no período de 2000 a 2019. Em 2000, a mortalidade por câncer era inferior à em todos os estados, mas já em 2019, 13% dos municípios apresentaram taxas de mortalidade por câncer superiores às de doenças cardiovasculares. Os autores mostram também que as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares diminuíram em 25 dos 27 estados, enquanto a mortalidade por câncer aumentou em 15 estados. Além disso, uma maior renda familiar correlacionou-se com uma maior mortalidade por câncer quando comparada com as decorrentes por doenças cardiovasculares. “Houve uma redução mais acentuada nas mortes cardiovasculares (de 30% a 60%) do que por câncer (de 20% a 30%)”, analisa Erick Rauber, radio-oncologista e diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).

 

Ainda segundo o especialista, há a necessidade de políticas públicas de saúde voltadas para a prevenção e o tratamento do câncer. “A mudança no perfil de mortalidade representa um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que o câncer exige estratégias diferenciadas de prevenção e tratamento. Além disso, os custos elevados para tratamentos de câncer podem sobrecarregar o sistema de saúde, especialmente em regiões com menor acesso a serviços especializados”, aponta.

O estudo aponta que um dos indícios para essa mudança é o aumento da expectativa de vida da população, associada a uma melhor capacidade de monitoramento e tratamento precoce dos problemas cardiovasculares. “É importante destacar que avanços significativos no controle de fatores de risco, como hipertensão e tabagismo, além de melhorias no diagnóstico precoce e no tratamento de doenças cardiovasculares podem ter contribuído para a diminuição do número de óbitos. Por outro lado, o câncer apresenta desafios mais complexos para prevenção e tratamento. O aumento da mortalidade por câncer no Brasil reflete, em parte, a crescente incidência de tipos de câncer associados ao envelhecimento da população e ao estilo de vida, como câncer de pulmão, mama e cólon”, explica Erick.

É possível baixar o número de casos de câncer também?

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o Brasil registrará 704 mil novos casos de câncer em 2025. “Apesar de números altos de estimativa de casos, vivemos uma cenário em que há exames de rastreamento com foco em diagnóstico precoce, além de várias e eficazes opções de tratamento como a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. O que complica é o acesso desigual em muitas regiões do país. Porém, vale destacar que as entidades internacionais já estão comprometidas em diminuir esses números. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, lançou a estratégia global para a eliminação do câncer do colo do útero”, pontua Rauber.

Radioterapia como um dos pilares do tratamento de câncer

A radioterapia é uma das principais modalidades de tratamento para o câncer, especialmente eficaz no combate a tumores localizados ou em estágios iniciais. “Apesar de não ser o único tratamento viável, a radioterapia utiliza radiação ionizante para destruir células cancerígenas, danificando o DNA dessas células doentes de forma que elas não possam mais se dividir e crescer. A radioterapia é frequentemente combinada com outros tratamentos, como a cirurgia e a quimioterapia. O uso de técnicas avançadas, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a radioterapia guiada por imagem (IGRT), tem permitido um controle mais preciso da radiação, reduzindo os efeitos colaterais e proporcionando tratamentos mais seguros e eficazes”, finaliza.

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A REDAÇÃO

Goiás registra aumento de 31% em cirurgias eletivas pelo SUS

O Ministério da Saúde realizou o maior número de cirurgias eletivas da história do Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, foram realizados 13.663.782 procedimentos, 10,8% maior do que em 2023, quando o número chegou a 12.322.368 operações. Em comparação com 2022, a alta é ainda maior, chegando a 32%, onde foram realizadas 10.314.385 cirurgias. No estado de Goiás, entre 2022 e 2023, o aumento foi de 31%, quando o número de cirurgias passou de 290.022 para 380.793. Até novembro de 2024, já haviam sido realizadas 383.461 operações no estado. 

O  Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), que visa a expansão de cirurgias prioritárias, também apresenta crescimento de procedimentos. No ano passado, 5.324.823 cirurgias foram realizadas. O índice é 18% maior do que o registrado em 2023 (4.510.740). Entre 2022 e 2024, houve aumento de 1.573.966 cirurgias: alta de 42% nos atendimentos. Neste período, 1.355.192 cirurgias foram financiadas pelo programa. Em Goiás, o número de procedimentos pelo PNRF passou de 24.430, em 2023, para 24.551, em 2024.  

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que a redução das filas e o fortalecimento do SUS são prioridades do governo federal. “Estamos trabalhando em programas que diminuem o tempo de espera do paciente nas filas. Além disso, nos últimos dois anos, concentramos nossos esforços na reestruturação do SUS, que passou por um período de desestruturação. Nosso objetivo é que a população seja atendida em tempo hábil e com muita qualidade”, frisa. 

Nísia Trindade destaca que o programa Mais Acesso a Especialistas é de extrema importância para o alcance dos resultados. “Com o programa, alcançamos o maior crescimento no número de serviços especializados no SUS nos últimos 10 anos. Além disso, ampliamos o número de médicos especialistas que atendem no SUS entre 2022 e 2024”, destaca a ministra. 

Sobre o programa 

O Mais Acesso a Especialistas traz inovações como a incorporação de um modelo de remuneração baseado no cuidado integral, que prioriza o paciente. Para isso, estão sendo investidos R$ 2,4 bilhões nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. 

O programa já alcançou adesão de 100% dos estados e do Distrito Federal, além de 97,9% dos municípios. Até o momento, foram enviados 136 planos de ação regionais, abrangendo 167,9 milhões de habitantes.

O programa prioriza a redução do tempo de espera para consultas, exames e tratamentos, com foco no diagnóstico precoce. As especialidades prioritárias são oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. 

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CORREIO BRAZILIENSE

Casos de covid no Brasil aumentam 151% em janeiro, maior alta em 10 meses

O país registrou 57.713 diagnósticos da doença nas três primeiras semanas deste mês

Os casos de covid-19 nas primeiras três semanas de 2025 no Brasil já superaram os registros dos últimos 10 meses. Nesse período, o país contabilizou 57.713 diagnósticos da doença, o que representa um aumento de 151% em comparação com as três últimas semanas de dezembro, quando foram registradas 23.018 infecções.

Os números foram divulgados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com base nas informações do Ministério da e da plataforma de pesquisadores da Unesp, SP Info Tracker.

Segundo as informações, o pico da doença ocorreu entre 5 e 11 de janeiro, quando 23,5 mil casos foram notificados às autoridades de saúde. Já entre 29 de dezembro e 4 de janeiro, 16 mil casos foram registrados, enquanto entre 22 e 28 de dezembro apenas 6.090 infecções foram contabilizadas.

Desde março de 2024 não eram observados números tão altos de infecção. Na primeira semana daquele mês, foram 53,8 mil casos. Já na segunda semana, 35,6 mil. A partir da terceira semana de março, houve uma queda significativa nos números, com apenas 14 mil casos. Nos últimos meses do ano passado, os casos não ultrapassaram 10 mil.

Segundo o professor da Unesp e coordenador do InfoTracker, Wallace Casaca, o aumento do número de casos no primeiro mês de 2025 pode estar relacionado com dois motivos: "A questão das festas de fim de ano, que levam a aglomerações e são uma oportunidade para que o vírus se dissemine. Além disso, existe também a nova variante da ômicron que é mais transmissível". "Quando junta esses dois fatores, temos um aumento significativo", explica.

Casaca adverte que a primeira grande medida para combater o vírus é atualizar o calendário vacinal. "Pessoas com comorbidade, pessoas idosas, crianças devem estar atentos para a vacina", frisa.

O professor aponta contudo que, apesar da alta, a tendência é de que em algumas semanas os casos diminuam. "É como uma sanfona, uma hora aumenta outra hora diminui, mas é preciso sempre ficar atento. Não deixe de se vacinar e de usar máscara quando estiver gripado", recomenda.

SRAG

De acordo com o último boletim InfoGripe da Fiocruz, entre 12 e 18 de janeiro houve também um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 na região Norte e Nordeste. "O crescimento ocorre principalmente na população mais idosa, mas em alguns estados também temos observado um aumento dos casos graves na população de jovens e adultos", afirma Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, no vídeo de divulgação do boletim.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 29 Janeiro 2025 07:11

CLIPPING AHPACEG 29/01/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

As 8 doenças que mais matam no Brasil e como preveni-las

Remédio mais caro do Brasil custa até R$ 20 milhões e não tem previsão para chegar ao SUS

Artigo - Luciana Felipetto: A importância dos novos critérios para o diagnóstico do autismo

Pacientes renais de Anápolis relatam dificuldade no atendimento pelo SUS

O GLOBO ONLINE

As 8 doenças que mais matam no Brasil e como preveni-las

Infarto lidera lista de causas de óbito no país, que tem ainda diagnósticos como pneumonia e diabetes no topo

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60 milhões de pessoas morrem a cada ano, 1,5 milhão delas no Brasil. De um modo geral, o grupo de doenças cardiovasculares é a principal responsável pelos óbitos, seguido pelos cânceres e pelas doenças do aparelho respiratório. Mas quais são os diagnósticos exatos que mais matam os brasileiros?

Um levantamento do GLOBO, feito com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), mostra as 8 doenças específicas com maior mortalidade no país: infarto agudo do miocárdio; pneumonia; diabetes; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); hipertensão; acidente vascular cerebral (AVC); câncer de pulmão e insuficiência cardíaca.

Em 2023, os 8 diagnósticos responderam juntos por 423,2 mil mortes, cerca de 28,9% do total registrado naquele ano (1,46 milhão) - ou seja, representaram mais de 1 a cada 4 óbitos. No ano passado, dados de até agosto já contabilizavam 257 mil vidas perdidas pelas 8 doenças, 27,6% de todas as 932,6 mil mortes identificadas no período.

Especialistas ouvidos pelo GLOBO explicam por que as doenças têm uma mortalidade tão alta, ainda que tenha ocorrido um avanço significativo no tratamento nas últimas décadas, e listam o que pode ser feito para preveni-las a nível individual e populacional. Eles destacam que grande parte das condições podem ser evitadas por medidas simples em comum, que devem ser incorporadas ao dia a dia.

Infarto, hipertensão, AVC e insuficiência cardíaca Para a Ana Luiza Ferreira Sales, coordenadora da unidade cardiointensiva do Hospital Pró-Cardíaco e do Serviço de Transplante Cardíaco e Suporte Circulatório, no Rio de Janeiro, não é surpresa que as doenças cardíacas apareçam no topo da lista. De um modo geral, todas as causas cardiovasculares foram responsáveis por 388,2 mil óbitos em 2023.

- Costumamos englobar essas doenças porque elas têm uma origem muito semelhante e medidas em comum que influenciam como prevenção. Isso porque o que evita uma protege contra a outra. Tratando a hipertensão, por exemplo, você diminui taxas de insuficiência cardíaca. Evitando infarto, você evita um AVC - explica a médica.

O infarto, também conhecido como ataque cardíaco, foi a causa sozinho de 94 mil vidas perdidas. Ele ocorre quando há um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo no coração, o que leva à morte de células cardíacas. Geralmente esse bloqueio é resultado da aterosclerose, quando placas de gordura se acumulam no interior das artérias até obstruí-las.

Já a hipertensão essencial, também chamada de primária, é a elevação da pressão arterial que não é provocada por uma doença específica, mas sim por fatores como histórico familiar, sedentarismo ou obesidade. Ela respondeu por cerca de 34,3 mil óbitos. Quando não tratada, leva a danos de longo prazo em diversos órgãos e torna-se o principal fator de risco de desfechos graves, como infarto.

O AVC (33,8 mil mortes), assim como o infarto, é causado pelo bloqueio no fluxo sanguíneo, porém em vasos que ficam no cérebro. Outro motivo é quando esse vaso se rompe, causando uma hemorragia no órgão. Enquanto isso, a insuficiência cardíaca (30,9 mil mortes) é uma síndrome clínica que leva o coração a perder ou a diminuir a capacidade de bombear sangue adequadamente. Geralmente, decorre de outros problemas de saúde, estima-se que 2 milhões de brasileiros vivam com a doença.

- O diagnóstico de insuficiência cardíaca se destaca porque é muito prevalente e impacta de maneira muito negativa a sobrevida do paciente. Mas avançamos muito nos tratamentos de todas essas doenças nos últimos 10 anos. Hoje temos muitas opções de terapias medicamentosas para insuficiência cardíaca, e temos diversos anti-hipertensivos, técnicas de revascularização e protocolos mais efetivos para pacientes que sofreram infarto ou AVC - conta Ana Luiza.

Em relação à prevenção, ela explica que, no caso de pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca, que são doenças crônicas, é importante a correta adesão ao tratamento para evitar os desfechos graves. Já para se proteger contra o surgimento de todos os quatro diagnósticos, a principal medida é adotar melhores hábitos de vida.

- Atividade física regular, uma dieta pobre em gorduras insaturadas, rica em fibras e alimentos mais naturais, menos ultraprocessados, tratar a obesidade como doença, deixar de fumar, inclusive os cigarros eletrônicos, evitar abuso de álcool e outras drogas, tudo é efetivo. Evitar o diabetes, que é um grande fator de risco, também é importante. Com essas medidas, conseguimos impactar o número de casos dessas doenças e, consequentemente, a mortalidade geral do país - diz.

Pneumonia, DPOC e câncer de pulmão A pneumonia, causa da morte de 85,2 mil brasileiros em 2023, é uma inflamação que acomete os pulmões e que, geralmente, está ligada ao agravamento de uma infecção, como por um vírus ou uma bactéria. Por isso, costuma ter início com uma simples gripe ou resfriado, mas que evolui para a forma grave, especialmente em grupos de risco, como tabagistas, idosos, imunocomprometidos e recém-nascidos.

- No mundo inteiro, a pneumonia é a principal causa de morte por doenças infecciosas. Houve uma redução da mortalidade ao longo do tempo com a melhora dos sistemas de saúde, das condições sanitárias, dos tratamentos, das vacinas, mas os números continuam muito altos. E a pneumonia é comum porque os pulmões, além da pele, são o órgão que tem um contato direto com o meio ambiente pelo ar e está exposto a esses agentes infecciosos - explica Ricardo de Amorim Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O especialista explica que ter uma boa qualidade de vida, com práticas de exercícios e alimentação adequada, protege contra formas graves das infecções. Mas, no caso da pneumonia, há outras medidas importantes: a vacinação e o cuidado de pessoas contaminadas para evitar a transmissão de vírus e bactérias:

- A vacinação tem um papel fundamental, principalmente para crianças pequenas e outros grupos de risco. A vacinação contra a gripe, por exemplo, é essencial porque o vírus Influenza é um agente que também propicia o desenvolvimento de pneumonia por uma bactéria chamada pneumococo. Temos vacinas avançadas para a pneumococo, recentemente tivemos o lançamento no Brasil de uma dose que protege contra os 20 principais tipos da bactéria, mas existem mais de 100 sorotipos. As vacinas não impedem a transmissão, mas reduzem consideravelmente as complicações graves.

Em relação a pessoas infectadas, ele destaca a importância de se higienizar as mãos, usar máscaras e evitar aglomerações para evitar a propagação dos agentes respiratórios. Em caso de sintomas, as pessoas devem procurar o serviço de saúde porque, se for uma pneumonia, cada hora de atraso no início do antibiótico adequado implica um aumento no risco de morte em 30 dias pela doença.

Já a DPOC, causa de 43,4 mil vidas perdidas em 2023, ocorre em decorrência da inalação de fumaça tóxica. A maioria dos casos, 80%, é relacionada ao tabagismo, mas também pode ser provocada por fumaça ocupacional e ambiental. O quadro é caracterizado por uma inflamação dos brônquios e destruição dos alvéolos, que é onde ocorre a troca gasosa no pulmão.

- Os pacientes sofrem uma redução da capacidade pulmonar, o que leva à redução da oxigenação, da capacidade de exercício físico. Eles ficam mais sedentários, perdem massa muscular, função cardíaca, então enfrentam risco aumentado de morte também por doença cardíaca. E os pulmões ficam extremamente expostos à invasão por agentes infecciosos. Qualquer resfriado, gripe, que seriam bem tolerados em pessoas sem DPOC, nesses pacientes às vezes significa um abismo, um risco enorme de internação e morte - explica Amorim Corrêa.

A prevenção ocorre ao evitar a inalação da fumaça tóxica. Uma delas é utilizar equipamento de proteção individual em casos de trabalhos que levam à exposição à fumaça tóxica. Mas a principal é não aderir ou abandonar o tabagismo.

Hoje, no país, 9,3% dos brasileiros com mais de 18 anos são fumantes, segundo a edição de 2023 do levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde. Há 35 anos, em 1989, esse percentual era de 34,8% da população adulta, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) da época.

- O Brasil teve um avanço importante na cessação do tabagismo, que precisa ser mantido. Só que ainda temos pessoas que fumam e hoje temos um risco grande com a disseminação dos cigarros eletrônicos. Além disso, o impacto na DPOC que vemos hoje é dos altos níveis de tabagismo de 20, 40 anos atrás. A estimativa é que a mortalidade pode crescer e se tornar a principal causa de óbito nas próximas décadas - diz o pneumologista.

O câncer de pulmão, que matou 31,1 mil brasileiros, é um dos mais difíceis e graves de tratar, explica o presidente da SBPT. Cerca de 70% dos casos é também associado ao tabagismo. No entanto, os tumores têm se modificado com mutações importantes que levam a quadros mais agressivos e mais precoces.

- Felizmente, paralelamente ao aumento de casos, temos visto um avanço grande na tecnologia do diagnóstico, que melhora o tratamento. Hoje podemos detectar em bases moleculares as mutações e os antígenos presentes no câncer para guiar a utilização de medicamentos imunoterápicos ou quimioterápicos, direcionados especificamente a essa mutação. Essas drogas específicas evitam efeitos colaterais e impacto em células saudáveis - diz.

Em relação à prevenção, além de não fumar, como 30% dos casos não são causados pelo cigarro, a detecção precoce se torna a principal ferramenta para identificar o câncer em estágios iniciais e aumentar as chances de cura para até cerca de 85%, explica o pneumologista:

- Existem protocolos de rastreamento, trabalhamos aqui no Brasil para que eles sejam implantados de forma definitiva no Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, os médicos têm tomado mais consciência e aumentado a adoção dos protocolos. Eles envolvem a realização de tomografias de baixa dose de radiação nas pessoas que apresentam micro nódulos ou anualmente em pessoas de 50 a 80 anos que fumam ou deixaram de fumar há menos de 15 anos.

Diabetes A diabetes, doença por trás de 70,4 mil óbitos no Brasil em 2023, tem uma alta mortalidade por dois fatores: ser muito prevalente na população (cerca de 10% dos adultos) e poder levar a complicações graves. É o que explica Bianca de Almeida Pititto, coordenadora de Epidemiologia do Departamento de Saúde Pública, Epidemiologia, Economia da saúde e Advocacy da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD):

- São cerca de 20 milhões de brasileiros com a doença. A relevância desses números é que ela é um dos principais fatores de risco para infarto, insuficiência cardíaca e derrame. Quando analisamos os dados de óbito por diabetes, entende-se que ela foi a base para todas as complicações que levaram à morte. Mas às vezes o atestado coloca como causa base o infarto, então a diabetes pode ser ainda mais relevante, com estimativas de que chega a estar por trás de 10% das mortes.

A doença é causada pela produção insuficiente ou má absorção da insulina, hormônio que regula os níveis de glicose (açúcar) no sangue. No caso da diabetes tipo 1, menos comum, isso ocorre devido a uma resposta imunológica que leva o próprio corpo a atacar as células produtoras de insulina. Já no do tipo 2, que responde por 95% dos casos, a má produção e absorção do hormônio são resultado de fatores de estilo de vida, como obesidade e sedentarismo.

Bianca explica que existem causas de morte decorrentes da descompensação aguda do diabetes, como a cetoacidose diabética e a hipoglicemia. Mas são menos comuns do que as complicações cardíacas e renais de longo prazo. O tratamento adequado da doença, com os medicamentos e a reposição do hormônio, nos casos em que há necessidade, é a principal maneira de evitar os desfechos fatais.

Já para prevenir o surgimento da doença, os estudos comprovam que mudanças no estilo de vida conseguem postergar ou prevenir por completo o diagnóstico, mesmo em pessoas consideradas de risco, conta a médica:

- Nos casos de pessoas com sobrepeso ou obesidade, uma perda de 7% do peso corporal, adoção de 150 minutos de atividade física por semana e a incorporação de uma dieta saudável, com pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia, por ao menos cinco dias na semana, faz muita diferença. O grande desafio é levar essas intervenções para todas as pessoas que são de risco no país.

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PORTAL G1

Remédio mais caro do Brasil custa até R$ 20 milhões e não tem previsão para chegar ao SUS

Medicamento de terapia gênica é utilizado para tratar crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD). Uma das únicas formas de tratamento desse tipo de distrofia, o remédio é um dos mais caros do mundo.

Aprovado no início de dezembro pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Elevidys (delandistrogeno moxeparvoveque) pode chegar a custar até R$ milhões no Brasil e ainda não há previsão de quando o medicamento será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O remédio de terapia gênica é utilizado para tratar crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética rara que causa atraso no desempenho motor, dificuldade para se levantar e quedas frequentes.

O medicamento é considerado um dos mais caros do mundo e é um dos únicos tratamentos para a esse tipo de distrofia. No Brasil, são diagnosticados cerca de novos casos da doença por ano.

A Anvisa aprovou o uso para crianças deambuladoras (que ainda conseguem caminhar) de a anos que tenham a distrofia. Para maiores de anos e que perderam a capacidade de locomoção, os dados ainda são limitados, não permitindo a comprovação de eficácia.

Após o processo de aprovação pela agência reguladora brasileira, o preço do medicamento foi estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que determinou no início de janeiro um custo que pode chegar a R$ milhões, considerando os impostos.

Segundo o Ministério da Saúde, agora cabe à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) analisar as evidências científicas sobre a tecnologia, considerando aspectos como eficácia e segurança, além de realizar uma "avaliação econômica comparativa dos benefícios, custos e impactos orçamentários para o SUS".

Apesar da disposição da farmacêutica Roche, fabricante do medicamento, em negociar com os órgãos públicos para facilitar o acesso aos pacientes, especialistas ouvidos pelo g explicam que muito dificilmente será possível conseguir o remédio sem entrar na justiça.

Dificuldade no acessoMesmo com a aprovação da Anvisa, o acesso ao remédio ainda é difícil. Além do altíssimo custo, o medicamento possui uso restrito a estabelecimentos de saúde, segundo a agência reguladora.

"O registro do medicamento é a autorização para que o produto possa ser utilizado e comercializado no Brasil, mas a logística e prazos de comercialização cabem ao fabricante", explica a Anvisa, em nota.A Roche, fabricante do Elevidys, afirma que, com a aprovação do preço pela CMED, o medicamento já pode ser comercializado localmente - o que, até o momento, está restrito ao mercado privado.

Mesmo antes da autorização da Anvisa, famílias buscavam o acesso ao tratamento por meio de ações judiciais.

Juliana Hasse, advogada e presidente da comissão especial de direito médico e da saúde da OAB-SP, explica que, além da aprovação conferir segurança e permissão legal para o uso do medicamento no Brasil, pode facilitar o aspecto da judicialização.

"Para judicializar é exigido que o remédio possua registro na Anvisa, no sentido de provar que não é nada experimental", afirma.Para Karina Zuge, presidente da Aliança Distrofia Brasil, organização nacional de pacientes com distrofias musculares, a aprovação na Anvisa garante o acesso com garantia de que há segurança ao paciente.

"Ficamos muito felizes, porque é um momento histórico e muito aguardado. E agora é seguir para que o medicamento chegue a quem precisa", pontua.Uma vez que o tratamento anual tem valor que supera os salários-mínimos e envolve um medicamento não incorporado ao SUS, mas agora com registro na Anvisa, os processos devem tramitar na Justiça Federal - e a União deve custear integralmente o remédio.

Incorporação ao SUSAtualmente, a incorporação do Elevidys ao SUS se encontra em "análise de conformidade", de acordo com o Ministério da Saúde.

"Caso atenda aos critérios estabelecidos, o tema será pautado para avaliação inicial em reunião da Conitec até o final do primeiro semestre de ", detalha o ministério.O processo de avaliação pelo Conitec prevê um prazo de dias, prorrogáveis por mais dias. Depois disso, o órgão emite uma recomendação ao Ministério da Saúde para a incorporação ou não do remédio no SUS.

Com isso, ainda não há previsão para que o medicamento chegue ao SUS. E isso pode nem de fato acontecer.

"Em tese deveria ser incorporado ao SUS, mas por questões burocráticas e até pelo altíssimo custo do medicamento, pouco provável que haverá fácil acesso, a exemplo do que ocorre com outros medicamentos de altíssimo custo hoje no país. Necessariamente haverá judicialização", prevê Juliana Hasse. disso, a falta de exigências científicas mais robustas pode dificultar a inclusão do medicamento como remédio de alto custo.

"O tratamento tem potencial de cura, mas há incertezas no que se refere aos resultados e sequelas a longo prazo, que ainda são desconhecidas por se tratar de uma tecnologia relativamente nova no mercado", complementa Juliana.

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O DIA ONLINE

Artigo - Luciana Felipetto: A importância dos novos critérios para o diagnóstico do autismo

Luciana Felipetto - Divulgação

Segundo levantamentos da Organização Mundial da Saúde - OMS, uma em cada 160 crianças no mundo são autistas. No Brasil, seriam aproximadamente 2 milhões de autistas. Estes cidadãos demandam políticas públicas e adaptações que são estabelecidas a partir do grau de suporte que necessitam e levando em consideração critérios que o médico avalia e que estão descritos no CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), elaborado pela Organização Mundial da Saúde.

Vale a ressalva que o diagnóstico do Autismo é dado pelo médico, mas a equipe multidisciplinar tem papel relevante neste percurso e na criação das adaptações e no suporte para a intervenção terapêutica.

Atualmente, houve a necessidade de uma atualização nestes critérios diagnósticos e a partir de 2025 entraria em vigor a CID- 11, mas como seria uma mudança significativa, esta atualização entrará em vigor somente em 2027, pois vai demandar capacitação dos profissionais da saúde e do sistema único de saúde.

Com a CID- 11 o Transtorno do Espectro do Autismo passará a ser classificado pelo código 6A02 e estabelecerá critérios diagnósticos parecidos com os encontrados no DSM-V que é o Manual Estatístico de Transtornos Mentais, publicado em 2013 e em vigor, principalmente nos Estados Unidos. E o que mudará então?

Mudará que os critérios diagnósticos de TEA passarão a agrupar aspectos relacionados à socialização e comunicação em uma categoria e em outra a inclusão dos sintomas sensoriais. Também vai oferecer mais dados para detalhar o autismo com e sem deficiência intelectual e comprometimento de linguagem funcional, além da gravidade de cada um.

Ademais, com esta padronização, os critérios passam a ser universais e o detalhamento proposto vai ajudar a evitar diagnósticos errados e dúvidas quanto à grande diversidade encontradas neste espectro tão amplo. Assim, a forma de intervenção será mais assertiva também.

E é importante dizer que, quanto mais precocemente for o diagnóstico de Autismo, mais cedo se iniciam as intervenções e orientações que fazem toda a diferença na vida dos pacientes e de seus familiares.

E enquanto a Cid-11 não é implementada, cabe estudo, capacitação, troca de sistema do SUS e muita discussão sobre estes novos critérios que serão adotados. Mas o que não pode faltar é o respeito às pessoas que estão no espectro do autismo e que eles tenham visibilidade na sociedade.

Técnicas e avaliações pautadas em evidências científicas são imprescindíveis para a boa condução e autonomia destes cidadãos, mas a empatia por eles deve ser genuína e natural.

Cabe aqui expor que ninguém é igual e os indivíduos com autismo também não são iguais. Assegurar saúde, educação e a inclusão destes cidadãos precisa ser um movimento pensado e individualizado.

Já avançamos muito em políticas públicas e em direitos dos autistas. Mas ainda não é suficiente. Vamos continuar lutando para que a inclusão não só dos autistas, mas de todas as pessoas com deficiências, seja algo natural em nossa sociedade, a ponto de não serem mais necessárias legislações para garantir seus direitos constitucionais.

Luciana Felipetto é doutoranda e mestre em Ciências da Educação

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A REDAÇÃO

Pacientes renais de Anápolis relatam dificuldade no atendimento pelo SUS

Depois de apurar denúncias sobre a dificuldade de acesso de pacientes renais ao tratamento pelo SUS em Anápolis, o Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou que o município tome uma série de medidas visando garantir o atendimento em um hospital de retaguarda - unidade que presta atendimento pós-hospitalar, com o objetivo de continuar o tratamento de quem necessita de longos períodos de internação.

De acordo com o promotor de Justiça Marcelo de Freitas, a orientação do órgão é de que a secretária municipal de Saúde, Eliane Pereira dos Santos, informe qual é o hospital para esta finalidade, enviando documentos que comprovem esse pacto e garantindo que o local tem condições de receber os pacientes do Instituto Nefrológico de Anápolis (Inan).

Para isso, deverá ser observado, caso ainda não exista hospital vinculado, que se defina uma unidade no prazo de 15 dias. Também deverá, no prazo de 20 dias, definir formalmente o fluxo de acesso ao hospital vinculado ao SUS de retaguarda dos pacientes do Inan.

Por fim, terá de adotar as medidas administrativas para garantir aos pacientes as transfusões de sangue das quais venham eventualmente necessitar e que o respectivo procedimento ocorra na unidade nefrológica na qual realizam hemodiálise.  

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Assessoria de Comunicação

 

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Setor atinge 5,15 milhões de postos de trabalho no 3º trimestre de 2024, com destaque para a saúde suplementar e maior participação feminina.

Análise Especial do Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS), elaborada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revelou um aumento expressivo nas oportunidades de trabalho na área da saúde até o terceiro trimestre de 2024. Destaque para o segmento de saúde suplementar, que inclui operadoras e prestadores de serviços, onde o saldo de empregos foi positivo. 

Crescimento de ocupações 

No comparativo com o trimestre anterior, o saldo total de empregos gerados na cadeia da saúde foi de 76,2 mil novas ocupações, um crescimento de 1,5%, totalizando 5,15 milhões de postos de trabalho. Esse desempenho supera a média da economia geral, que registrou crescimento de 1,3% no mesmo período. 

Apesar da expansão no número de empregos, foi observada uma desaceleração no aumento dos rendimentos médios reais. Essa tendência reflete desafios no equilíbrio entre geração de vagas e a valorização salarial no setor. 

Liderança feminina e escolaridade 

A presença feminina continua em destaque na saúde suplementar. As mulheres lideraram a geração de postos de trabalho nas regiões Sudeste (+3.936) e Nordeste (+2.022). A análise também apontou o ensino médio completo como a principal qualificação demandada no setor, enquanto níveis de escolaridade mais altos, como ensino superior e pós-graduação, enfrentaram crescimento mais modesto ou até quedas em determinadas categorias. 

Variações regionais 

O desempenho do mercado de trabalho na saúde apresentou diferenças regionais marcantes: 

Centro-Oeste: Crescimento moderado, com estabilidade nas oportunidades para profissionais com ensino médio e superior completo. 

Nordeste: Expansão significativa em operadoras, impulsionada pela contratação de mulheres e profissionais com ensino médio completo. 

Sudeste: Forte concentração de vagas em operadoras e prestadores, com destaque para mulheres e trabalhadores com ensino médio. 

Norte e Sul: Crescimento mais tímido, acompanhado de quedas em ocupações que exigem níveis de escolaridade mais baixos. 

Destaques por gênero e escolaridade 

Gênero 

As mulheres registraram menor perda percentual nos rendimentos médios reais em comparação aos homens no terceiro trimestre de 2024. 

Em 12 meses, no entanto, as mulheres apresentaram uma queda percentual mais acentuada nos rendimentos. 

A presença feminina foi mais expressiva em áreas de operadoras e prestadores, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. 

Escolaridade 

O ensino médio completo foi a qualificação mais procurada, refletindo a forte demanda por profissionais com esse nível de formação. 

O ensino superior e a pós-graduação cresceram de forma moderada, com algumas categorias enfrentando retrações. 

O fundamental incompleto sofreu perdas em diversas regiões. 

Fonte: Saúde Business

Terça, 28 Janeiro 2025 06:59

CLIPPING AHPACEG 28/01/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Halex Istar anuncia novo Chief Financial Officer

Como liderar em um setor de alta complexidade e impacto humano

Cadeia produtiva da saúde gera 76,2 mil novos empregos, aponta pesquisa

A revolução da Inteligência Artificial na Gestão da Saúde Pública

61% das empresas de saúde usam a automação para

Ministério da Saúde anuncia retomada de obras em Goiás e outros 22 estados

EUA ordena interrupção imediata de trabalhos com a OMS

SAÚDE BUSINESS

Halex Istar anuncia novo Chief Financial Officer

Executivo Leilson Queiroz traz experiência em finanças e governança corporativa para apoiar o crescimento estratégico da empresa.

Halex Istar, farmacêutica brasileira com mais de 60 anos de atuação, anunciou a contratação de Leilson Queiroz como Chief Financial Officer (CFO). 

Leilson, natural do Rio de Janeiro, possui mais de 20 anos de experiência na área financeira em empresas de grande porte. Formado em Contabilidade, iniciou sua carreira aos 18 anos e, após 12 anos no setor contábil, assumiu cargos executivos em finanças, com foco na implantação de governança corporativa. Em sua trajetória recente, atuou na Kora Saúde, onde participou da estruturação das áreas de governança financeira, também esteve à frente da gestão da maior unidade hospitalar da Rede Kora em Brasília, unindo sua experiência financeira à gestão operacional para implementar mudanças estratégicas. 

Objetivos do novo CFO 

Entre os objetivos de Leilson na Halex Istar estão o fortalecimento da governança corporativa, a melhoria de processos internos e a busca por um crescimento estruturado e sustentável. Ele também pretende incentivar o desenvolvimento de talentos internos e promover práticas que reforcem a transparência e a meritocracia no ambiente de trabalho. 

“Estou motivado com este novo desafio profissional. A Halex Istar tem foco em governança corporativa e na valorização de seus colaboradores, o que me dá a oportunidade de contribuir com o crescimento da empresa”, afirmou Leilson Queiroz. 

Segundo Tiago Salinas, CEO da Halex Istar, “a experiência de Leilson no setor da saúde e sua abordagem voltada ao desenvolvimento de pessoas são fatores que vão contribuir para o avanço da empresa em suas estratégias de governança e crescimento sustentável.” 

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Como liderar em um setor de alta complexidade e impacto humano

Os líderes de negócios de saúde ocupam uma posição singular e estratégica, sendo um fator determinante para a sustentabilidade e o sucesso das organizações desse setor. Este mercado é um dos mais desafiadores e sensíveis da economia global, pois não apenas lida com bens ou serviços, mas com algo intrinsecamente precioso: a vida e o bem-estar das pessoas. Essa peculiaridade coloca a liderança em saúde em um patamar diferenciado, onde a complexidade operacional, a diversidade de stakeholders e a relevância das decisões exigem uma combinação única de habilidades técnicas e humanas.

Nos últimos anos, o setor de saúde enfrentou transformações profundas, impulsionadas por fatores como o envelhecimento populacional, a adoção acelerada de novas tecnologias, as crises sanitárias globais e o aumento das expectativas dos pacientes por experiências mais personalizadas e acessíveis. Nesse contexto, líderes em saúde não podem se limitar a habilidades tradicionais de gestão; eles precisam ser agentes de mudança, capazes de inspirar equipes, alinhar propósitos organizacionais e superar desafios que muitas vezes envolvem dilemas éticos e decisões de alto impacto.

Outro aspecto crucial é que o mercado de saúde é profundamente interconectado. Uma decisão tomada em um único ponto da cadeia de valor – seja no atendimento ao paciente, na aquisição de insumos ou na formação de equipes médicas – pode ter repercussões significativas para diferentes stakeholders, como operadoras de saúde, médicos, pacientes e familiares. Líderes precisam navegar por essa rede complexa com clareza, responsabilidade e uma visão holística, garantindo que os objetivos financeiros sejam alcançados sem comprometer a qualidade e a segurança do paciente.

Neste artigo, destacarei quatro pontos fundamentais que tornam a liderança em saúde uma prática tão desafiadora quanto essencial: o papel do propósito, a gestão de clientes complexos, a prevenção de erros que podem custar vidas e o desafio de liderar superespecialistas. Essas particularidades demonstram que liderar em saúde vai muito além da gestão tradicional – é uma jornada desafiadora de impacto humano e transformação constante.

1. Propósito: O pilar fundamental da liderança em saúde

O propósito não é apenas um elemento desejável na liderança em saúde; ele é o alicerce sobre o qual todas as decisões e ações devem ser construídas. Liderar em saúde significa assumir a responsabilidade por vidas humanas, e isso exige uma profunda conexão com valores e princípios que transcendem os objetivos financeiros ou operacionais. Nesse setor, o propósito é o fio condutor que une equipes multidisciplinares, engaja pacientes e estabelece uma relação de confiança com a comunidade.

Nos cenários desafiadores que frequentemente surgem no mercado de saúde – como a pressão por eficiência, a tomada de decisões em contextos de crise e a necessidade de alinhar interesses conflitantes entre stakeholders –, é o propósito que orienta os líderes a tomarem as melhores decisões. Ele dá significado ao trabalho das equipes e conecta os profissionais à missão maior de cuidar da vida e do bem-estar das pessoas.

Além disso, o propósito atua como um poderoso fator motivacional, especialmente em um setor onde as demandas emocionais e psicológicas podem ser intensas. Equipes que compreendem e compartilham um propósito comum são mais resilientes, colaborativas e comprometidas em entregar resultados que realmente fazem a diferença na vida dos pacientes. Portanto, liderar com propósito em saúde não é apenas uma questão de inspiração – é uma exigência para a sustentabilidade e o impacto positivo dos negócios no setor.

2. Clientes complexos: A multiplicidade de demandas no setor de saúde

Um dos aspectos mais desafiadores da liderança em saúde é a gestão de clientes que possuem necessidades, expectativas e interesses diferentes e muitas vezes conflitantes. Diferentemente de outros setores, onde o cliente pode ser claramente definido, na saúde lidamos com uma rede diversificada e interconectada de stakeholders, cada um desempenhando um papel crucial no ecossistema do cuidado.

Considere o exemplo de um laboratório de diagnósticos: o paciente é o cliente direto que realiza os exames, mas o médico que solicita os procedimentos também desempenha um papel essencial no processo, assim como a operadora de saúde, que arca com os custos. Cada um desses stakeholders tem expectativas únicas e, muitas vezes, divergentes. O paciente busca um atendimento ágil, humanizado e preciso; o médico espera confiança nos resultados e agilidade no suporte; e a operadora, por sua vez, prioriza eficiência de custos e conformidade com padrões contratuais. Esse mesmo cenário se repete em clínicas e hospitais, com diferentes nuances e níveis de complexidade.

Essa multiplicidade de demandas coloca os líderes em uma posição delicada, exigindo a capacidade de negociar, alinhar interesses e encontrar soluções que entreguem valor para todas as partes envolvidas. Mais desafiador ainda é o fato de que, muitas vezes, os interesses de cada cliente podem ser antagônicos. Por exemplo, atender à necessidade de um paciente por um exame mais avançado pode gerar tensões com operadoras que questionam a justificativa de custos. Cabe ao líder navegar por essas dinâmicas com transparência, empatia e visão estratégica.

Além disso, a fragmentação do cuidado em saúde muitas vezes amplifica a complexidade da experiência do cliente. O paciente, que deveria ser o centro das decisões, frequentemente sente o peso de uma jornada desconexa entre diferentes prestadores e profissionais. Líderes em saúde precisam olhar além dos interesses individuais e trabalhar para integrar processos e alinhar expectativas, criando uma experiência que priorize o bem-estar do paciente enquanto mantém a sustentabilidade do sistema.

Gerir clientes ultra complexos não é apenas um exercício de estratégia, mas de liderança empática e colaborativa. É entender que, no coração dessa diversidade de interesses, está uma oportunidade única de criar valor compartilhado, impactando vidas de forma positiva e sustentável.

3. Erros que custam vidas: A responsabilidade singular da liderança em saúde

Enquanto em outros setores os erros podem resultar em perdas financeiras ou danos à reputação, na saúde as falhas têm um peso muito maior: elas podem custar vidas. Essa realidade coloca a liderança em saúde diante de uma responsabilidade única e inegociável. Cada decisão, processo ou protocolo implementado tem impacto direto na segurança e no bem-estar dos pacientes, exigindo um compromisso contínuo com a excelência e a prevenção de riscos.

A disciplina de qualidade e segurança em saúde foi desenvolvida justamente para lidar com esses desafios. Ela busca prevenir erros e mitigar danos, abrangendo desde falhas no diagnóstico até problemas operacionais que podem desencadear eventos adversos. Um exemplo recente e alarmante ocorreu no Rio de Janeiro, onde a ausência de controle de qualidade eficaz em um laboratório resultou na contaminação pelo vírus HIV em pacientes pré-transplante hepático. Este caso reflete a gravidade de erros no setor de saúde e reforça a importância de líderes comprometidos com a implantação de sistemas rigorosos de gestão.

Promover uma cultura de segurança é essencial para evitar esses incidentes. Isso significa mais do que apenas implementar protocolos ou checklists, trata-se de criar um ambiente onde os profissionais se sintam seguros para reportar problemas, discutir falhas e propor melhorias sem receio de retaliações. Uma cultura que prioriza a segurança deve ser liderada pelo exemplo, com os gestores demonstrando que a integridade dos cuidados está acima de qualquer outra prioridade.

A prevenção de erros na saúde não é apenas uma questão técnica, mas também uma responsabilidade ética e moral. Cada decisão tomada pelos líderes desde a escolha de parceiros estratégicos até a alocação de recursos precisa refletir o compromisso com a vida e o bem-estar dos pacientes. Reconhecer que erros podem ter consequências irreparáveis reforça a necessidade de liderar com rigor, empatia e foco na construção de sistemas mais resilientes. Afinal, garantir a segurança não é apenas uma prioridade; é o verdadeiro propósito da liderança em saúde.

4. Gestão de superespecialistas: O desafio de liderar profissionais altamente qualificados

Liderar superespecialistas, como médicos, enfermeiros, pesquisadores e outros profissionais com alta formação técnica, é um dos maiores desafios da liderança em saúde. Esses profissionais possuem um conhecimento técnico profundo e altamente especializado, em geral maior do que o do próprio gestor, o que cria dinâmicas únicas e complexas na relação de liderança.

Uma das principais características dos superespecialistas é a necessidade de autonomia. Eles geralmente não respondem bem a modelos tradicionais de comando e controle, preferindo atuar em ambientes onde suas opiniões sejam valorizadas e consideradas. Essa dinâmica exige que os líderes adotem uma abordagem mais colaborativa, baseada em escuta ativa, respeito mútuo e inclusão no processo decisório. Em vez de simplesmente impor regras, o gestor precisa construir confiança e estabelecer uma visão compartilhada que conecte o trabalho individual ao propósito maior da organização.

Outro desafio é lidar com as expectativas e demandas desses profissionais, que muitas vezes são tão elevadas quanto suas competências. Superespecialistas não apenas desejam reconhecimento pelo seu trabalho, mas também buscam participar ativamente na definição de estratégias e na tomada de decisões organizacionais. Esse perfil exige do líder a capacidade de equilibrar a valorização da expertise técnica com a necessidade de alinhar o time em torno de objetivos estratégicos mais amplos.

A assimetria de conhecimento entre líderes e superespecialistas também pode ser um fator crítico. É comum que os líderes tenham formação em gestão, enquanto os especialistas dominam as áreas técnicas. Para liderar com eficácia nesse cenário, os gestores precisam não apenas respeitar o conhecimento técnico desses profissionais, mas também buscar constantemente expandir sua própria compreensão sobre os aspectos clínicos e operacionais do setor. Essa postura demonstra humildade, interesse genuíno e disposição para aprender, fortalecendo a confiança mútua.

A gestão de superespecialistas não é apenas um desafio técnico, mas também uma arte que combina empatia, respeito, visão estratégica e capacidade de liderar pelo exemplo. Com uma abordagem cuidadosa e colaborativa, os líderes podem transformar esse desafio em uma vantagem competitiva, criando equipes de alto desempenho e impacto transformador no setor de saúde.

Conclusão: Liderar em saúde é um chamado único

Liderar no setor de saúde não é apenas ocupar uma posição; é responder a um chamado maior que envolve tanto a gestão de negócios quanto o cuidado com vidas humanas. É uma responsabilidade que exige coragem, visão estratégica e um compromisso profundo com o propósito. Trata-se de liderar em um ambiente onde o impacto das decisões transcende as métricas financeiras e operacionais, alcançando o coração daquilo que mais importa: a saúde e o bem-estar das pessoas.

A liderança em saúde carrega consigo desafios únicos. O propósito deve ser o guia central de toda ação, conectando equipes e organizações a uma missão maior. A complexidade dos clientes – pacientes, médicos, operadoras e outros stakeholders – exige uma abordagem sensível e inteligente para equilibrar interesses e gerar valor para todos os envolvidos. A margem de erro é mínima, e a gestão deve ser orientada por uma cultura de segurança, qualidade e aprendizado contínuo, onde falhas são prevenidas com rigor e ética. Além disso, a gestão de superespecialistas requer uma combinação de empatia, respeito pelo conhecimento técnico e habilidade para alinhar talentos individuais aos objetivos coletivos.

Liderar em saúde é, acima de tudo, uma oportunidade de transformar vidas, não apenas dentro das instituições, mas em toda a comunidade que essas organizações impactam. É sobre construir um legado que vai além de números e resultados, deixando uma marca duradoura na forma como o cuidado é oferecido e como vidas são transformadas.

Para aqueles que aceitam esse desafio, a liderança em saúde se torna uma jornada de crescimento, resiliência e realização. É um caminho que exige esforço contínuo, mas que recompensa com a satisfação única de saber que cada decisão e cada ação contribuem para um mundo melhor. Liderar em saúde é mais do que um papel profissional – é um ato de serviço, uma missão e um privilégio. É liderar com propósito, coragem e impacto duradouro.

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Cadeia produtiva da saúde gera 76,2 mil novos empregos, aponta pesquisa

Setor atinge 5,15 milhões de postos de trabalho no 3º trimestre de 2024, com destaque para a saúde suplementar e maior participação feminina.

Análise Especial do Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS), elaborada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revelou um aumento expressivo nas oportunidades de trabalho na área da saúde até o terceiro trimestre de 2024. Destaque para o segmento de saúde suplementar, que inclui operadoras e prestadores de serviços, onde o saldo de empregos foi positivo. 

Crescimento de ocupações 

No comparativo com o trimestre anterior, o saldo total de empregos gerados na cadeia da saúde foi de 76,2 mil novas ocupações, um crescimento de 1,5%, totalizando 5,15 milhões de postos de trabalho. Esse desempenho supera a média da economia geral, que registrou crescimento de 1,3% no mesmo período. 

Apesar da expansão no número de empregos, foi observada uma desaceleração no aumento dos rendimentos médios reais. Essa tendência reflete desafios no equilíbrio entre geração de vagas e a valorização salarial no setor. 

Liderança feminina e escolaridade 

A presença feminina continua em destaque na saúde suplementar. As mulheres lideraram a geração de postos de trabalho nas regiões Sudeste (+3.936) e Nordeste (+2.022). A análise também apontou o ensino médio completo como a principal qualificação demandada no setor, enquanto níveis de escolaridade mais altos, como ensino superior e pós-graduação, enfrentaram crescimento mais modesto ou até quedas em determinadas categorias. 

Variações regionais 

O desempenho do mercado de trabalho na saúde apresentou diferenças regionais marcantes: 

Centro-Oeste: Crescimento moderado, com estabilidade nas oportunidades para profissionais com ensino médio e superior completo. 

Nordeste: Expansão significativa em operadoras, impulsionada pela contratação de mulheres e profissionais com ensino médio completo. 

Sudeste: Forte concentração de vagas em operadoras e prestadores, com destaque para mulheres e trabalhadores com ensino médio. 

Norte e Sul: Crescimento mais tímido, acompanhado de quedas em ocupações que exigem níveis de escolaridade mais baixos. 

Destaques por gênero e escolaridade 

Gênero 

As mulheres registraram menor perda percentual nos rendimentos médios reais em comparação aos homens no terceiro trimestre de 2024. 

Em 12 meses, no entanto, as mulheres apresentaram uma queda percentual mais acentuada nos rendimentos. 

A presença feminina foi mais expressiva em áreas de operadoras e prestadores, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. 

Escolaridade 

O ensino médio completo foi a qualificação mais procurada, refletindo a forte demanda por profissionais com esse nível de formação. 

O ensino superior e a pós-graduação cresceram de forma moderada, com algumas categorias enfrentando retrações. 

O fundamental incompleto sofreu perdas em diversas regiões. 

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MEDICINA S/A

A revolução da Inteligência Artificial na Gestão da Saúde Pública

Aplicação prática e avançada da IA oferece ferramentas inovadoras projetadas para otimizar o cotidiano dos profissionais

A saúde pública enfrenta desafios cada vez maiores: prazos apertados, alto volume de atendimentos e a necessidade constante de decisões rápidas e precisas. Para vencer essas barreiras, a tecnologia se torna a maior aliada dos profissionais de saúde e gestores.

Nesse cenário, a IDS Software & Assessoria, referência em soluções para Gestão Pública, inova mais uma vez ao evoluir o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), potencializando-o com Inteligência Artificial (IA).

O novo PEP aprimora o fluxo de trabalho dos profissionais de saúde ao automatizar tarefas, organizar informações complexas e oferecer suporte ao processo diagnóstico. O resultado? Mais tempo para focar no paciente, decisões mais assertivas e gestão mais eficiente dos recursos públicos.

Tecnologias que Transformam o Atendimento

O diferencial está na aplicação prática e avançada da IA, que oferece ferramentas inovadoras projetadas para otimizar o cotidiano dos profissionais:

Sumarização Automática da Anamnese: em poucos segundos, a IA analisa o histórico do paciente e destaca as informações essenciais. Em vez de percorrer registros longos e dispersos, o profissional tem em mãos um resumo claro, organizado e atualizado. Isso significa mais agilidade, principalmente em ambientes críticos como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), onde cada minuto pode salvar vidas;

Identificação de Palavras-Chave: através da IA, o sistema analisa dados da anamnese, identifica padrões e faz sugestões personalizadas de preenchimento automático em campos essenciais. Com isso, o suporte ao diagnóstico se torna mais eficiente, garantindo que nenhuma informação crucial seja ignorada;

Suporte ao Diagnóstico Assistido: a IA analisa o histórico do paciente aliado a padrões clínicos, oferecendo insights que enriquecem o processo de diagnóstico, contribuindo para uma abordagem mais ágil e fundamentada. Essa funcionalidade não substitui a expertise do profissional, mas atua como um aliado estratégico, reforçando a precisão e a assertividade nas decisões médicas.

Essas tecnologias atuam em sinergia, eliminando barreiras no acesso às informações e entregando mais eficiência em todas as etapas do atendimento.

Resultados que Impactam na Prática

Tratando-se de saúde pública, cada avanço tecnológico tem impacto direto no bem-estar da população. Com a evolução do PEP da IDS, os resultados são visíveis e mensuráveis:

Atendimento mais ágil e eficiente: acesso rápido e objetivo ao histórico do paciente, economizando tempo em cada consulta;

Decisões mais precisas: a IA organiza dados e fornece informações estratégicas, oferecendo aos médicos um suporte adicional para ações fundamentadas e seguras;

Fluxo de trabalho otimizado: com a automatização de tarefas repetitivas, as equipes de saúde podem focar no que realmente importa: o cuidado com as pessoas.

IDS Saúde não apenas traz inovação tecnológica — ele humaniza o atendimento, devolvendo aos médicos o tempo e as ferramentas necessárias para exercerem a medicina com excelência. Enquanto os algoritmos cuidam das informações, os profissionais podem focar em ouvir, diagnosticar e acolher o paciente.

O Futuro da Saúde Pública Começa Agora

A transformação digital não é mais uma promessa: é uma realidade ao alcance dos municípios brasileiros. Ao adotar o Prontuário Eletrônico do Paciente com Inteligência Artificial, as Secretarias Municipais de Saúde posicionam suas equipes na vanguarda tecnológica, melhorando a eficiência dos processos, a qualidade do atendimento e, principalmente, o bem-estar da população.

A IDS acredita que a inovação é o caminho para um sistema de saúde mais eficiente, humano e conectado.

O futuro da saúde pública passa por ferramentas inteligentes que otimizam o trabalho dos profissionais e colocam a informação certa, no momento certo, nas mãos de quem realmente precisa.

Junte-se à revolução tecnológica da saúde pública com a IDS Software & Assessoria. O futuro é agora!

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61% das empresas de saúde usam a automação para agendamento de consultas

O número de vendas não é mais o único fator que interessa às grandes empresas – elas precisam se comunicar bem antes mesmo de vender. Um novo levantamento da Infobip, unicórnio focado em tecnologia para comunicação em nuvem, constatou um problema em calls centers, uma vez que 50% deles estão sobrecarregados e com longos tempos de espera. Além disso, 54% têm problemas para interagir com clientes. De acordo com a pesquisa Relatório de Maturidade de CX Conversacional, a automação desse setor é capaz de resolver esse gargalo e áreas como de telecomunicações e saúde estão na frente nesse sentido – 64% e 61%, respectivamente, dessas empresas que responderam a pesquisa disseram que já automatizaram seu suporte ao cliente ou agendamentos de consultas.

“Estabelecer uma boa comunicação com o consumidor é um dos pilares mais importantes para a fidelização e a automação desse processo garante o que chamamos de maturidade em experiência conversacional. Não dá mais para permanecer em modelos antigos. Cada segmento precisa entender quais as demandas de seu público para supri-las da maneira mais eficiente e prática possível”, explica Caio Borges, Country Manager da Infobip.

Muitas empresas ainda precisam explorar o potencial de tecnologias como a Inteligência Artificial e os chatbots para auxiliá-las em processos de atendimento, suporte, coleta de dados e feedbacks. Segundo o relatório, 32% não usam ferramentas digitais para comunicação de vendas, e 23% das marcas apontaram os problemas tecnológicos como o principal desafio para as interações digitais.

Dentre todos os segmentos apontados pelo relatório, um dos que mais se destacam com alta maturidade da experiência conversacional do cliente é o varejo e o e-commerce. “As empresas deste setor são expert no desenvolvimento de jornadas de compra. Apesar de ainda depender de agentes humanos, a comunicação com o cliente por meio da tecnologia está ganhando destaque com o uso de IA e chatbots”, detalha Caio. 78% dessas empresas ouvidas disseram usar chatbots, enquanto 73% afirmaram usar IA para a comunicação com o cliente. Desta forma, é possível personalizar as interações, provendo atendimento rápido e direcionado para demandas específicas.

Já no setor de telecomunicações, 72% dos profissionais ouvidos pelo estudo disseram que suas empresas utilizam IA para comunicação com o cliente e 74% usam chatbots. “As telecoms tendem a ser mais maduras em jornada e sofisticação. A expertise dessas empresas está na combinação de canais de comunicação tradicionais e digitais”, diz Caio. Neste contexto, os principais desafios que o segmento encontra são os problemas técnicos e a sobrecarga de contact centers, apontado por 55% delas. Por outro lado, o relatório da Infobip mostrou que 62% das empresas do setor ouvidas usam um CRM (Customer Relationship Management) — uma boa solução para os problemas de falta de integração de ferramentas.

Setor financeiro e saúde

Outro mercado que também mostrou-se maduro para experiência do cliente conversacional foi o de finanças. “Bancos e fintechs hoje são conhecidos por oferecerem atendimento no meio digital, já que se deslocar até uma agência não é mais uma necessidade. Por meio de chats em aplicativos, comunicação por email ou SMS, o setor tem apostado em processos que tornam a jornada do cliente sem entraves, rápida e com resoluções de problemas práticas”, detalha Caio. Apesar de 56% das marcas enfrentarem dificuldades com ferramentas fragmentadas que não estão alinhadas ou sincronizadas, 81% das empresas ouvidas automatizam interações de atendimento ao cliente.

Melhorar a experiência do cliente na área da saúde tornou-se prioridade para muitas empresas. Marcar consultas e receber atualizações de exames, por exemplo, são atividades corriqueiras — e que podem ser proporcionadas com melhor usabilidade. De acordo com os profissionais que responderam a pesquisa da Infobip, 52% das empresas de saúde têm dificuldade de interagir com seus clientes, e é por isso que muitas delas, assim como bancos e fintechs, têm buscado automação. “Este segmento faz uso de diversos canais de comunicação, buscando na automatização casos de uso mais específicos e complexos”, comenta Caio. Um dos casos em que automação mais funciona é justamente para marcação de consultas, feita por 61% das empresas de saúde ouvidas pelo relatório.

Ainda de acordo com o relatório, o e-mail é o canal favorito das empresas, sendo utilizado por 94% delas. Como puderam responder a mais de um meio de comunicação com o cliente, vieram logo atrás as mídias sociais (70%), o SMS (60%), o WhatsApp (59%), as chamadas de voz (44%) e o RCS (10%). “”Jornadas de compra que combinam mais de um desses canais mostram uma maturidade maior da marca, assim como personalizar o envio para o canal preferido do cliente e customizar as mensagens para as demandas específicas de cada consumidor”, comenta Caio. “Neste contexto, as empresas devem aprimorar o uso de ferramentas de IA e chatbots para elevar a experiência dos seus clientes”, finaliza.

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde anuncia retomada de obras em Goiás e outros 22 estados

O governo federal autorizou nesta segunda-feira (27/1) a retomada de mais 478 obras na área da saúde em 290 municípios de todo o país. A medida consta eum portaria do Ministério da Saúde, assinada pela ministra Nísia Trindade, e publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A publicação traz uma relação de 282 obras que serão reativadas ou regularizadas e outras 196 obras que tiveram autorização para serem repactuadas. As obras de reforma, ampliação ou construção de unidades de saúde incluem os estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins. Os recursos federais para as obras somam R$ 189 milhões.

De acordo com a pasta, as obras anunciadas nesta segunda-feira estão divididas em 109 Academias de Saúde, duas Ambiências, dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps), cinco Centros Especializados em Reabilitação (CER), 340 Requalifica Unidades Básicas de Saúde (UBS), uma Unidade Básica de Saúde Fluvial e 19 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

"Com o novo anúncio, o governo federal alcança um total de 1.478 obras reativadas e repactuadas pelo Programa de Retomada de Obras na Saúde. Isso significa que já foram retomadas cerca de 60% das obras com documentação apresentada para participar do programa", informou o ministério, em nota.

Desde o início do governo, foram identificadas um total de 5.573 obras na área da saúde paralisadas ou inacabadas. Em janeiro de 2024, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Retomada de Obras na Saúde. Estados e municípios foram consultados e 3.594 obras tiveram manifestação de interesse em participar do programa. No total, 2.504 obras apresentaram a documentação exigida pela pasta para participar da retomada. 

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BAND.COM

EUA ordena interrupção imediata de trabalhos com a OMS

Autoridades de saúde pública dos EUA foram orientadas a parar de trabalhar com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de forma imediata

As autoridades de saúde pública dos EUA foram orientadas a parar de trabalhar com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de forma imediata. O funcionário dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) John Nkengasong enviou um memorando aos principais líderes da agência na noite de ontem, informando que todos os funcionários da agência que trabalham com a OMS devem interromper imediatamente suas colaborações e "aguardar novas orientações".

Especialistas afirmaram que a interrupção repentina foi uma surpresa e atrasaria o trabalho de investigação e tentativa de interromper os surtos do vírus de Marburg e do mpox na África, bem como as ameaças que estão surgindo em todo o mundo. Isso também ocorre no momento em que as autoridades de saúde estão monitorando os surtos de gripe aviária entre animais dos EUA.

A Associated Press teve acesso a uma cópia do memorando de Nkengasong, que dizia que a política de suspensão do trabalho se aplicava a "todos os funcionários do CDC envolvidos com a OMS por meio de grupos técnicos de trabalho, centros de coordenação, conselhos consultivos, acordos de cooperação ou outros meios - presenciais ou virtuais". Ele também diz que a equipe do CDC não tem permissão para visitar os escritórios da OMS.

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Assessoria de Comunicação

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