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Ahpaceg inova e oferece visitas técnicas na área de nutrição aos associados acreditados ONA
Escrito por Administrador
A Ahpaceg está oferecendo um serviço exclusivo e estratégico para seus hospitais associados: a realização centralizada de visitas técnicas a fornecedores, exigidas no processo de Acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação).
Os hospitais que buscam ou mantêm a Acreditação ONA são obrigados a realizar visitas periódicas aos seus fornecedores, assegurando que esses parceiros estejam em conformidade com os rigorosos critérios de qualidade e segurança exigidos pela certificação.
Para facilitar esse processo, como muitos hospitais têm fornecedores em comum, a Ahpaceg entrou em contato com a ONA e obteve o aval para a realização de visitas técnicas compartilhadas.
Assim, a visita feita por um nutricionista da rede associada gera um relatório técnico de conformidade, que é validado pela Ahpaceg e compartilhado com os hospitais clientes desse fornecedor.
Esse serviço prestado aos associados traz ganhos significativos para todos os envolvidos. Os hospitais economizam tempo e recursos com a vistoria, e os fornecedores ficam dispensados do agendamento de múltiplas visitas de avaliação.
“Essa iniciativa representa um avanço importante na otimização de processos dentro da nossa rede. Ao evitar visitas repetidas ao mesmo fornecedor por parte de diferentes hospitais, estamos poupando tempo, reduzindo custos e contribuindo para uma gestão mais eficiente dos recursos humanos das equipes de nutrição clínica e hospitalar”, destaca Ana Valéria Miranda, coordenadora da Central de Compras da Ahpaceg.
Oferecido sem custo adicional, esse é mais um exemplo do apoio técnico que a Ahpaceg proporciona aos associados. O serviço está disponível para todos os hospitais associados interessados.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Procon autua Unimed Goiânia por limitar terapias a pacientes com TEA
GEAP avança sobre estados e municípios e tenta driblar a lei de licitação
Especialista em direito da saúde analisa onda de ações por erro médico
Menos de 35% das operadoras e hospitais têm contratos formais
https://medicinasa.com.br/operadoras-fornecedores/
Marketing Médico: ética, estratégia e tecnologia para conquistar pacientes
https://medicinasa.com.br/marketing-medico-curso/
69% dos brasileiros confiam em IA para descrever sintomas médicos
https://medicinasa.com.br/ia-sintomas/
Paciente morre, e corpo fica cinco horas em enfermaria junto a outros internos em hospital de Goiânia, denuncia acompanhante
Justiça nega pedido de suspensão de contratação de OS para gestão de maternidades de Goiânia
Médico é indiciado por morte de paciente que teve infecção após cirurgia plástica
Médica é denunciada por injúria racial
Acompanhantes denunciam pacientes nos corredores e demora para fazer cirurgia no Hugo
AGÊNCIA CORA
Procon autua Unimed Goiânia por limitar terapias a pacientes com TEA
Autuação ocorreu após análises de documentos em resposta a notificações expedidas pela fiscalização do órgão, de abril a maio deste ano. Foram consideradas práticas infratoras: recusa de terapias e consultas para autistas, redução de terapias para tratamento dos pacientes e demora no atendimento prestado (Foto: Procon Goiás)
O Procon Goiás autuou a Unimed Goiânia por irregularidades constatadas no atendimento e prestação de serviço do plano a pacientes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A autuação ocorreu após análises de documentos em resposta a notificações expedidas pela fiscalização do órgão nos meses de abril a maio deste ano.
Foram consideradas práticas infratoras: a recusa de terapias e consultas para autistas, redução de terapias para o tratamento dos pacientes e a demora no atendimento prestado.
O órgão recebeu cerca de 20 denúncias sobre redução de tempo e quantidade de terapias. Alguns relatos são de que a Unimed Goiânia estava exigindo uma reavaliação, feita por junta médica do plano, das terapias prescritas por médicos dos pacientes com TEA.
Após análise dos documentos encaminhados pelo plano de saúde, a fiscalização do Procon Goiás considerou que a junta emitia pareceres padronizados sem análise individualizada, desconsiderando o histórico clínico individual de cada paciente.
Em um dos relatos, uma mãe afirmou que a junta médica havia reduzido drasticamente as horas terapêuticas de seu filho. Nos documentos apresentados, enquanto o médico indicou 20 horas semanais de fonoaudiologia, a junta sugeriu apenas 4 horas.
O mesmo ocorreu com as sessões com psicólogo: o médico indicou 20 horas semanais e a junta médica da instituição reduziu para 8 horas. A indicação de diminuição nas horas ocorreu ainda nas sessões de psicopedagogia, terapia ocupacional e fisioterapia neurológica.
O superintendente do Procon Goiás, Marco Palmerston explica que o plano de saúde está cometendo uma série de infrações, como a limitação das sessões terapêuticas e o descumprimento da obrigatoriedade de cobertura dos tratamentos prescritos pela equipe médica.
“Existem resoluções da ANS que estabelecem que os planos de saúde não podem limitar sessões terapêuticas para pacientes com Transtorno Espectro Autista e também obrigam a cobertura dos tratamentos prescritos pelo médico assistente”, explica.
Marco Palmerston chama a atenção de que o não cumprimento do tratamento conforme indicação médica pode significar regressão de pacientes com TEA.
“Há o perigo de crianças que já se comunicavam parar de falar, pacientes que já conseguiam ter um controle se desorganizarem psicologicamente. Com isso, eles perdem autonomia e qualidade de vida, podendo deixar de executar tarefas básicas”, alerta o superintendente do Procon Goiás.
Outras infrações
A notificação encaminhada para a Unimed Goiânia no início de 2025 também solicitou informações sobre o descredenciamento, por parte do plano de saúde, de clínicas que ofereciam tratamentos específicos para pacientes TEA, como ABA, Psicopedagogia e Fonoaudiologia especializada, entre outros. Este ano, quase 50 denúncias chegaram ao órgão relatando sobre os prejuízos que esse descredenciamento causaria.
Em resposta ao Procon Goiás, o plano de saúde informou que outras unidades de saúde substituiriam o tratamento dos pacientes, porém não comprovou se tais clínicas ofereciam o tratamento adequado ou se as clínicas substitutas conseguiriam absorver de forma adequada, em qualidade e quantidade, a demanda dos pacientes TEA.
“Boa parte dessas crianças estava em tratamento nessas clínicas há muitos anos, criaramm vínculo com os terapeutas, faziam todas as sessões necessárias em um só lugar. O descredenciamento das clínicas sem que o sistema consiga continuar prestando o mesmo padrão de atendimento aos pacientes é uma infração ao Código de Defesa do Consumidor”, explica Marco Palmerston, superintendente do Procon Goiás.
Pela falha na qualidade do atendimento, má prestação de serviço, por falta de informações claras, além de prevalecer da vulnerabilidade do consumidor, entre outras infrações ao CDC, o Procon Goiás autuou a Unimed Goiânia. A empresa tem 20 dias para apresentar defesa.
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DIÁRIO DE SP
GEAP avança sobre estados e municípios e tenta driblar a lei de licitação
Convênios firmados fora da esfera federal levantam suspeitas de ilegalidade e configuram tratamento privilegiado a uma fundação privada
A GEAP – Autogestão em Saúde, entidade privada sem fins lucrativos, tem ampliado sua atuação para além da esfera federal, firmando convênios com órgãos estaduais e municipais sem a realização de processo licitatório. A prática, que se ampara em interpretações controversas do Decreto Federal de 7 de outubro de 2013, vem sendo alvo de questionamentos jurídicos e pode configurar burla ao regime de contratações públicas.
O decreto em questão autoriza a União, suas autarquias e fundações a celebrarem convênios com a GEAP para oferecer assistência médica a servidores federais ativos, inativos e pensionistas. Entretanto, não há qualquer previsão legal para que estados e municípios firmem ajustes semelhantes. Ainda assim, câmaras municipais, tribunais estaduais e até ministérios públicos locais têm recorrido ao convênio direto, sem licitação, sob justificativas frágeis e sem respaldo constitucional.
Precedente perigoso e favorecimento indevido
Segundo a análise jurídica apresentada, a natureza privada da GEAP impede sua equiparação às autogestões públicas de previdência e saúde, ligadas diretamente à Administração. Dessa forma, a dispensa de licitação não poderia ser estendida à fundação. “Interpretar de maneira ampliativa o Decreto de 2013 significa conceder privilégios a uma entidade privada, em detrimento da isonomia e da concorrência justa entre operadoras de planos de saúde”, aponta o parecer.
Na prática, o modelo abre espaço para tratamento diferenciado e indevido, prejudicando empresas privadas que participam de concorrências públicas rigorosas, enquanto a GEAP fecha contratos bilionários sem disputar editais ou comprovar inviabilidade de competição. Casos concretos e vícios de legalidade O documento cita situações específicas em que o vício de legalidade é evidente:
Câmara Municipal de Manaus: convênio firmado sem processo licitatório ou vínculo de patrocínio autorizado;
Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM): ajuste celebrado sem base legal estadual e sem licitação;
Ministério Público da Bahia: repetição da prática, igualmente sem respaldo jurídico.
Esses exemplos revelam um padrão de atuação da GEAP fora da esfera federal, em claro descompasso com a Constituição (art. 37, caput e XXI), que exige legalidade, isonomia e impessoalidade nas contratações.
Risco institucional
Especialistas alertam que, caso essa prática se consolide, cria-se um precedente perigoso: uma entidade privada se beneficiando de privilégios típicos da Administração Pública, sem estar submetida aos mesmos controles. Isso enfraquece o regime licitatório, compromete a transparência e abre margem para favoritismos.
Conclusão
A expansão da GEAP para estados e municípios, à margem da lei, revela uma tentativa de contornar o processo licitatório e distorcer a finalidade restritiva do Decreto de 2013. A questão não se resume a um debate técnico: trata-se da defesa da legalidade e da igualdade de condições no acesso a contratos públicos.
Enquanto entidades privadas são obrigadas a enfrentar editais e exigências rigorosas, a GEAP vem acumulando convênios sem concorrência. Para juristas, a prática viola frontalmente os princípios constitucionais e precisa ser revista urgentemente.
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RÁDIO SENADO
Especialista em direito da saúde analisa onda de ações por erro médico
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MEDICINA S/A
Menos de 35% das operadoras e hospitais têm contratos formais
A saúde, especificamente o segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), formado por cerca de 2.500 empresas no Brasil, vive um cenário de instabilidade que ameaça sua própria sobrevivência e do setor como um todo. A ausência de regulação específica – que normatize a celebração de contratos formais entre os fornecedores de produtos médico-hospitalares, os hospitais e as operadoras de planos de saúde – tem gerado insegurança jurídica, fragilizado a estrutura financeira das empresas e comprometido investimentos em inovação.
O ciclo de vida médio das empresas de OPME é curto, reflexo de um fluxo de caixa pressionado por atrasos e inadimplência. Mesmo após a entrega e implantação de materiais em procedimentos cirúrgicos, não há garantias de pagamento. Na prática, o risco integral da operação recai sobre o fornecedor. Em recente pesquisa constatamos que essas distorções representam um volume financeiro da ordem de R$ 4,6 bilhões, em recursos contingenciados por planos de saúde e hospitais por meio de retenções de faturamento, glosas injustificadas e inadimplência.
No mesmo estudo, foi revelado um baixíssimo índice de contratualização pelos planos de saúde e hospitais com as empresas fornecedoras de produtos. Situação que vem se agravando nos últimos dois anos. Pela pesquisa, apenas 33% das operadoras de saúde mantêm contratos formais com os fornecedores e com os hospitais esse índice é ainda mais baixo: 32%. Em levantamentos anteriores as contratualizações representavam 54% com hospitais e 46% com planos de saúde.
Vivemos uma relação comercial sem segurança mínima, sem obrigações e prazos claros, o que contraria princípios básicos do direito contratual e transfere todo o risco ao lado mais vulnerável da cadeia. Mas a falta de previsibilidade não é apenas um problema econômico. Do ponto de vista da governança corporativa, ela inviabiliza planejamento estratégico, dificulta o acesso a crédito e afasta potenciais investidores, nacionais e estrangeiros. Processos de fusões, aquisições e IPOs também são prejudicados pela ausência de volumetria definida e métricas transparentes, fatores essenciais para avaliar a saúde de um negócio.
O impacto chega até a inovação. Sem estabilidade e segurança contratual, o setor perde atratividade para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, reduzindo a velocidade de incorporação de novas tecnologias no sistema de saúde brasileiro.
Para reverter esse quadro, a ABRAIDI defende que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleça parâmetros mínimos de contratualização e previsibilidade, contemplando alguns pontos essenciais como longevidade empresarial e estabilidade da cadeia de suprimentos; mitigação de riscos jurídicos e financeiros; restauração da confiança de investidores e parceiros estratégicos; fomento à inovação e competitividade, beneficiando hospitais, operadoras e pacientes.
O que pleiteamos não é privilégio, mas isonomia e segurança jurídica para que possamos continuar cumprindo nossa função essencial com qualidade e responsabilidade. Para o setor, essa regulação é chave para equilibrar as relações comerciais, fortalecer a cadeia de valor e garantir um ambiente saudável que favoreça toda a sociedade.
*Wanessa Ramos é Diretora Executiva da Rooter Medical (Grupo Dott’s), e Davi Uemoto, gerente executivo da ABRAIDI.
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Marketing Médico: ética, estratégia e tecnologia para conquistar pacientes
Doctoralia disponibiliza o curso online gratuito “Marketing e Negócios para Consultórios Médicos”, que ensina a atrair e reter pacientes, usar IA para simplificar a operação, fortalecer a reputação e impulsionar crescimento.
Até o fim de 2025, o Brasil deve registrar 635.706 médicos em atividade – uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes, segundo dados do estudo Demografia Médica, divulgado pelo Ministério da Saúde em abril deste ano. Para quem atua na iniciativa privada, o dado mostra a importância de estratégias eficazes de comunicação. O marketing médico, quando realizado de forma ética e alinhada às normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), surge como ferramenta essencial para profissionais, clínicas e hospitais que buscam se destacar no cenário cada vez mais digitalizado da saúde.
Segundo o Panorama de Clínicas e Hospitais lançado pela Doctoralia em 2025, 74% das clínicas e hospitais já investem em marketing, entre elas, 24% adotam estratégias avançadas. O dado reforça uma mudança de mentalidade no setor: o marketing médico deixou de ser uma ação pontual ou um diferencial e passou a ser parte integrante do planejamento estratégico de clínicas e consultórios.
“O comportamento do paciente mudou. Hoje, ele é muito mais digital: pesquisa, compara, lê avaliações e toma decisões de forma autônoma. Estar presente no ambiente digital com uma comunicação ética e eficiente é imprescindível para garantir visibilidade e credibilidade”, destaca Gabriel Manes, Head de Marketing da Doctoralia para Brasil e Chile. Segundo o Perfil do Paciente Digital, no Brasil, o tempo médio diário nas redes sociais é de 3 horas e 42 minutos, e a busca por serviços de saúde na internet cresceu de forma exponencial. Plataformas digitais como a Doctoralia assumem papel estratégico ao conectar médicos e pacientes de maneira ágil e segura.
Marketing Médico: o que é e por que é importante?
O marketing médico envolve um conjunto de ações para atrair, conquistar e fidelizar pacientes, e fortalecer a reputação do profissional ou da instituição. Além de melhorar a experiência do paciente, também contribui para a sustentabilidade financeira dos consultórios e clínicas. Ele vai além da simples presença nas redes sociais.
Conheça as práticas que mais geram resultados
SEO (otimização para buscadores): Ter um perfil atualizado em plataformas como a Doctoralia, com informações claras sobre especialidade, localização e horários, aumenta a chance de ser encontrado por pacientes na fase de pesquisa em sites buscadores, como o Google.
Marketing de conteúdo: escrever artigos de opinião ou responder dúvidas de pacientes em seções como “Pergunte ao Especialista”, da Doctoralia, é uma estratégia eficaz para gerar autoridade e visibilidade. Segundo a plataforma, mais de 670 mil perguntas já foram respondidas por profissionais no Brasil, e muitos deles relatam aumento na procura por consultas após se posicionarem como fontes confiáveis de informação.
Gestão de reputação online: ter avaliações autênticas de pacientes após a consulta ajuda a construir confiança. No ambiente digital, a opinião de outros usuários é um dos principais fatores de decisão.
Comunicação personalizada: envio de lembretes de consulta, orientações pós-atendimento ou conteúdos educativos contribuem para a fidelização.
Telemedicina e agendamento online: facilidade e comodidade são elementos cada vez mais valorizados pelo paciente. Consultórios que oferecem agendamento via plataformas digitais e atendimento remoto tendem a ter taxas de conversão mais altas.
Um exemplo é o IEPL – Instituto de Especialidades Pediátricas de Londrina que, comprometidos em proporcionar a melhor experiência para as famílias, investiu em posicionamento digital e passou a utilizar recursos da Doctoralia e da Feegow, desde dezembro de 2022, com o objetivo principal de reduzir as faltas dos pacientes, que vinham crescendo, dia após dia. Com a união das tecnologias, a clínica teve um crescimento exponencial ao:
Fortalecer o posicionamento nos buscadores e a reputação online;
Adotar um sistema de agendamento que fosse simples tanto para o paciente como para o profissional de saúde;
Automatizar tarefas operacionais, poupando tempo da recepção;
Implantar lembretes de consultas automáticos, diminuindo drasticamente o número de faltas.
“Poupamos tempo de enviar 7 mil e poucas mensagens, isso para a clínica é muito bom, porque poupa a secretária de fazer esse serviço. Consequentemente, a gente ganha uma funcionária”, relata Giuliano C. de Oliveira Campos – Gerente Administrativo e Sócio-Proprietário do IEPL.
Ética em primeiro lugar
Apesar das oportunidades, é fundamental lembrar que o marketing médico tem regras claras. O CFM proíbe, por exemplo, o uso de imagens de “antes e depois”, promessas de cura ou resultados garantidos, assim como sensacionalismo. Toda comunicação deve priorizar o bem-estar e a segurança do paciente. “É preciso encontrar o equilíbrio entre atratividade e responsabilidade. Um bom marketing não precisa recorrer ao exagero: basta entregar valor real e manter a ética como prioridade”, reforça Gabriel Manes.
Segundo um estudo da McKinsey sobre marketing em saúde, o paciente de hoje valoriza a experiência completa, do primeiro clique à consulta. Isso inclui agilidade no agendamento, clareza nas informações, atendimento humanizado e comunicação pós-consulta. O estudo aponta que instituições que adotam uma abordagem centrada no paciente digital conseguem aumentar a fidelidade em até 30%.
Já as clínicas que oferecem uma jornada digital integrada, como agendamento fácil, lembretes automáticos e conteúdo personalizado, conseguem melhorar a experiência do usuário, além de reduzir custos operacionais e aumentar a receita.
Como começar com o pé direito
Especialistas recomendam seguir alguns passos fundamentais:
Definir metas claras: como atrair novos pacientes, melhorar a taxa de retorno ou fortalecer a reputação em determinada especialidade.
Conhecer o público-alvo: entender faixa etária, localização, hábitos e principais dúvidas dos pacientes.
Escolher os canais certos: site, redes sociais, plataformas como a Doctoralia, WhatsApp e e-mail são meios eficazes quando bem utilizados.
Acompanhar métricas: número de agendamentos, avaliações, taxa de retorno e engajamento nos canais digitais são indicadores essenciais para ajustes constantes.
“O marketing médico de sucesso é aquele que conecta conhecimento, empatia e tecnologia para melhorar a vida das pessoas. Um bom planejamento envolve comunicação adequada, uso ético de redes sociais, presença em plataformas digitais robustas e atenção ao relacionamento com o paciente. É isso que constrói confiança e reputação”, destaca Manes.
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69% dos brasileiros confiam em IA para descrever sintomas médicos
A saúde digital está mudando a forma como pacientes se relacionam com instituições médicas. Segundo a pesquisa global The State of Customer Communications 2025, conduzida pela Sinch — referência mundial em comunicação conversacional na nuvem — 69% dos brasileiros se sentem confortáveis em descrever sintomas ou condições de saúde a uma solução de IA se isso significar um atendimento mais rápido. O dado é superior à média global, de 41%, e reforça o avanço da confiança em tecnologias inteligentes no país.
Além disso, a pesquisa mostra que:
65,7% dos brasileiros se sentem à vontade para interagir com chatbots de IA de marcas de saúde para agendamento de consultas.
57,1% aceitariam utilizar IA para esclarecer dúvidas sobre cuidados preventivos.
65,4% estariam confortáveis em interagir com um chatbot desenvolvido pelo próprio provedor de saúde.
69% dos pacientes querem ou esperam receber mensagens com orientações personalizadas relacionadas às suas necessidades específicas.
Esse novo comportamento é impulsionado por um sentimento-chave: confiança. De acordo com o estudo, 69,3% dos pacientes no Brasil se sentiriam à vontade para compartilhar informações sensíveis, como sintomas, com uma inteligência artificial, desde que isso garanta um atendimento mais rápido. Essa disposição reflete uma lógica clara de troca de valor: o paciente moderno busca eficiência, mas não à custa da segurança ou do vínculo.
“A confiança do paciente na era digital não é um dado adquirido, é uma conquista baseada em valor”, afirma Mario Marchetti, diretor-geral da Sinch para a América Latina. “Os brasileiros mostram que estão dispostos a dialogar com a tecnologia, desde que ela entregue resultados concretos, como menos espera, mais clareza e respostas no canal certo, na hora certa.”
Essa confiança começa com interações mais simples. A pesquisa indica que 65,7% dos brasileiros confiariam em uma IA para agendar consultas médicas e 57,1% aceitariam tirar dúvidas sobre cuidados preventivos com assistentes automatizados.
Automação melhora eficiência e reduz falhas
O estudo também revela que 73,9% dos brasileiros consideram úteis os lembretes automatizados sobre consultas, receitas e rotinas de cuidados médicos. Esse recurso se conecta diretamente à eficiência operacional: 47,5% dos pacientes admitem que podem perder uma consulta caso não recebam lembretes automatizados – um risco que impacta diretamente a receita e a organização das instituições de saúde.
Canais digitais como aliados do cuidado
Os canais de mensagem também desempenham um papel central: 41,6% dos brasileiros preferem receber atualizações de saúde por aplicativos como WhatsApp e Messenger. Além disso, 68,9% esperam receber recomendações e orientações de saúde personalizadas por esses meios, evidenciando que a mensageria vai além da conveniência e está se consolidando como um novo padrão de cuidado digital.
De acordo com Mario Marchetti, a IA mais eficaz será aquela que resolve os principais pontos de atrito do paciente, como a espera e a fragmentação da informação. “Quando isso acontece, a eficiência se transforma em confiança — e o cuidado em experiência”, destaca.
A pesquisa The State of Customer Communications 2025 da Sinch ouviu 2.800 consumidores em 12 países e mais de 1.600 líderes de negócios em quatro setores (Finanças, Saúde, Varejo e Tecnologia). No Brasil e no México, foram 407 respostas de consumidores, sendo 257 do Brasil.
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PORTAL G1/GOIÁS
Paciente morre, e corpo fica cinco horas em enfermaria junto a outros internos em hospital de Goiânia, denuncia acompanhante
Diretora médica do Hugo explicou que os profissionais acolheram os pacientes que estavam no quarto durante o ocorrido. De acordo com ela, o caso foi incomum e 'infeliz'.
A acompanhante de um paciente, que não quis ser identificada, denunciou à TV Anhanguera que uma pessoa morreu no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia, e o corpo ficou 5 horas na enfermaria. Segundo ela, o corpo foi coberto (veja acima).
"Colocaram [o corpo dela] dentro do saco, cobriu ela e entregou o lanche para os pacientes lanchar. [Tivemos] que lanchar com ela lá", afirmou.
Em nota ao g1, o Hugo lamentou o ocorrido e afirmou que a unidade "instaurou investigação para adotar as medidas necessárias". O hospital também garantiu que existe um protocolo para situações de morte, com assistência humanizada para pacientes e familiares (leia a nota completa ao final do texto).
A denúncia aconteceu na quarta-feira (27). Em um vídeo, a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla, explicou que os profissionais acolheram os pacientes que estavam no quarto durante o ocorrido e que o hospital se solidarizou com a família.
De acordo com a médica, o caso foi incomum e "infeliz". Ela destacou que o hospital analisa o ocorrido para evitar casos similares e tomar possíveis medidas administrativas sobre o fato.
"Foi uma situação pontual, infeliz, onde houve, imediatamente, o acolhimento dos pacientes que estavam no quarto, o acolhimento da família e uma análise desse evento para que a gente não permita que isso aconteça de novo e para que medidas administrativas sejam tomadas", afirmou.
Nota do Hugo
"O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com os familiares e pacientes que estavam no quarto. A unidade instaurou investigação para adotar as medidas necessárias e evitar que a situação ocorra novamente. Em condições que envolvem óbito, informa que atua com base em protocolo assistencial e administrativo para oferecer assistência humanizada, bem como acolhimento a familiares e pacientes."
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Justiça nega pedido de suspensão de contratação de OS para gestão de maternidades de Goiânia
Ação popular foi elaborada pelos vereadores Fabrício Rosa (PT) e Edward Madureira (PT) e o deputado Mauro Rubem (PT). Justiça entendeu que não há ilegalidade no edital de chamamento público das Os's.
A Justiça de Goiás negou o pedido de suspensão elaborado pelos vereadores Fabrício Rosa (PT) e Edward Madureira (PT) e o pelo deputado Mauro Rubem (PT). A ação popular teve o objetivo de suspender a contratação de Oorganizações Sociais (OS’s) para a gestão das maternidades de Goiânia. Emitida pelo juiz William Fabian, em Goiânia, a Justiça entendeu que não há ilegalidade no edital de chamamento público das OS's.
Ao g1, as assessorias dos políticos confirmaram que eles vão recorrer da decisão. Em nota, o vereador Edward Madureira disse que respeita a decisão, mas destacou que o processo é marcado por ambiguidades e pela ausência de mecanismos de fiscalização adequados (leia a nota na íntegra abaixo).
O Edital de Chamamento Público nº 001/2025 foi publicado em junho de 2025, sobre a qualificação de Organizações Sociais para o gerenciamento e a operacionalização de unidades de saúde no município.
De acordo com a liminar apresentada, o edital descumpre regras do Conselho Municipal de Saúde. O documento ainda cita que a gestão municipal deixou de convocar os candidatos aprovados no concurso da saúde, mantendo “contratações precárias”.
O texto do documento apontou que a continuidade do edital “representa risco de precarização da saúde pública municipal, com afronta aos princípios da legalidade, moralidade, publicidade e eficiência,” trecho da liminar.
Decisão
O juiz Willian considerou a constitucionalidade do modelo de Organizações Sociais e reconheceu que a atuação das OS's permite a prestação de serviços sociais.
“Não se trata de privatização ou delegação indevida de serviços públicos, mas de parceria nos moldes constitucionalmente admitidos,” trecho da liminar.
A decisão destacou que o edital segue rigorosamente a lei, a existência de aprovados em concurso público não impede as parcerias com OS's, uma vez que se tratam de modelos distintos de prestação de serviços públicos.
Nota
Respeito a decisão proferida pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, que indeferiu o pedido liminar formulado em nossa Ação Popular conjunta. No entanto, nunca é demais pontuar que o fato de o juízo não ter identificado a presença de elementos ensejadores de uma cautelar não é o mesmo que dizer que o mérito da ação fora desconsiderado. O processo ainda não se debruçou sobre as inequívocas ilegalidades apontadas, tampouco sobre os riscos iminentes que a terceirização representa para a saúde pública em Goiânia. Neste particular, tenho muito otimismo de que a justiça acatará nossas alegações.
Trata-se de um processo marcado por ambiguidades e pela ausência de mecanismos de fiscalização adequados, o que abre espaço para a precarização da gestão e do trabalho na rede municipal de saúde.
Reafirmo a convicção de que a terceirização da saúde municipal, já em curso, compromete a qualidade do atendimento à população, ameaça a transparência na gestão dos recursos públicos e esvazia a função constitucional do Estado na prestação direta de serviços essenciais. Prosseguirei na defesa do cumprimento integral da Resolução do Conselho Municipal de Saúde e da valorização da rede pública, com servidores concursados e sob controle social democrático.
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Médico é indiciado por morte de paciente que teve infecção após cirurgia plástica
Paciente havia feito uma cirurgia estética para colocar próteses nos seios, informou a Polícia Civil. Segundo delegado, o médico foi negligente.
Mulher morre após fazer plástica
Um médico foi indiciado por homicídio culposo pela morte da paciente Ana Paiva de Freitas Lucas, de 48 anos, que morreu de infecção urinária após realizar uma cirurgia estética em Inhumas, Região Metropolitana de Goiás, segundo a Polícia Civil. Ao g1, o delegado Miguel Mota declaou que a investigação aponta que houve negligência médica.
"O marido dela entrou em contato com o médico da cirurgia e relatou a situação, que ela estava com dor. Sem consultar a paciente, sem falar com ela por telefone ou consulta online, o marido relatou os sintomas e o médico prescreveu a medicação", afirmou.
O g1 tentou entrar em contato com a defesa do médico, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ana Paiva morreu no dia 11 de fevereiro de 2025, oito dias após o procedimento cirúrgico estético para colocar prótese nas mamas. No dia 26 de agosto, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o médico, procura de provas que pudessem complementar o caso.
De acordo com o delegado Miguel, o médico receitou os medicamentos mesmo não estando na cidade de Inhumas para avaliar a paciente. Com a receita em mãos, Miguel afirmou que a vítima foi até o hospital particular onde havia realizado a cirurgia e tomou a medicação indicada pelo suspeito.
"Alivou a dor dela e ela voltou para casa. Mas ela estava com uma infecção. Então, a infecção dela foi evoluindo e ela voltou a passar mal", destacou Miguel.
Após a vítima passar mal novamente, o marido de Ana chamou uma ambulância para socorrer a esposa, que a levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas, mas ela não resistiu, de acordo com o delegado.
Indiciamento
Segundo Miguel, por não ter solicitado nenhum exame da paciente, o médico foi negligente e isso levou à morte de Ana. Por conta disso, Miguel explicou que indiciou o médico por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público de Goiás na terça-feira (26), segundo o delegado. Ele também afirmou que o suspeito ficou em silêncio durante o depoimento. O médico respondia o processo em liberdade até a última atualização desta reportagem, segundo a polícia.
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TV ANHANGUERA
Médica é denunciada por injúria racial
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Acompanhantes denunciam pacientes nos corredores e demora para fazer cirurgia no Hugo
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Rede hospitalar do DF terá plano de segurança contra o vandalismo
Indústria farmacêutica fatura R$ 138,3 bilhões no semestre e cresce 11,5%
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Pacientes com doenças raras enfrentam escassez de especialistas e longa espera por diagnóstico no Brasil
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Comissão aprova fim da exigência de junta médica em divergência com plano
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A crise silenciosa da Patologia: quem vai diagnosticar o câncer?
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Conheça a blefaroplastia, a cirurgia estética mais realizada em 2024, que pode ir além da beleza
CORREIO BRAZILIENSE
Rede hospitalar do DF terá plano de segurança contra o vandalismo
Casos de vandalismo acenderam o alerta para a necessidade de garantir a integridade de servidores, de pacientes e do patrimônio público. Em fase de elaboração, plano distrital visa reforçar as áreas de prevenção, de repressão e de dimensionamento de riscos
Após episódios de em hospitais e unidades públicas de saúde no Distrito Federal, a pasta responsável pela área está elaborando o Plano Distrital de Segurança Hospitalar. A ideia da Secretaria de do DF (SES) é reforçar o aparato de para servidores e pacientes. Ao Correio, o secretário adjunto de Integração da pasta, Valmir Lemos de Oliveira, informou que, no momento, a secretaria está colhendo dados para subsidiar o trabalho.
"A proposta é criar um plano de para toda a rede hospitalar. Temos que tratar de controle de acesso, câmeras de , vigilância. É um trabalho complexo que envolve diversas áreas", explicou Valmir. "A ideia não é somente fazer instalações físicas, é pensar em hospitalar como um sistema que tem uma área de prevenção, de repressão, de dimensionamento de riscos", completou.
O secretário adjunto explicou que, para elaboração do plano, diferentes especificidades de cada unidade de saúde estão sendo consideradas. "Unidades que atuam somente com vacinação requerem um atenção diferente daquelas que atuam com cirurgias, por exemplo. As estruturas que estão sob administração do Instituto de Gestão Estratégica de do DF (Iges) também serão consideradas e, se necessário, faremos ajustes definidos pela presidência do instituto", enfatizou. "As soluções não podem ser isoladas, têm que ser pensadas, discutidas e precisam estar previstas em algum lugar", completou.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) está participando da elaboração do plano. "O projeto em desenvolvimento vai garantir a e a integridade das unidades do sistema público de saúde, seus servidores, usuários e equipamentos. Atualmente em fase de instalação, o projeto realizará o monitoramento de unidades de saúde em tempo real, permitindo ações de pronta resposta em caso de necessidade, por meio do imediato acionamento do Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM)", disse a pasta, em nota.
Causas
Psicóloga e especialista em orientação psicanalista, Alessandra Araújo Vieira explicou que, no calor de uma situação de estresse extremo, como a demora em um atendimento de saúde urgente, o cérebro humano entra em um modo de "luta ou fuga". "Esse estado é orquestrado, principalmente, pelo sistema límbico, que é responsável pelas emoções e libera um coquetel de hormônios como o cortisol, o famoso hormônio do estresse, e a adrenalina", detalhou.
Segundo Alessandra, em pessoas com menor capacidade de regulação emocional, ou que já possuem desequilíbrios em neurotransmissores, como a serotonina, que ajuda a regular o humor e a impulsividade, essa descarga pode levar a uma explosão de agressividade. "A sensação de impotência e a percepção de ameaça à saúde ou à vida podem sobrecarregar as áreas cerebrais responsáveis pelo controle de impulsos, resultando em comportamentos desproporcionais e violentos, um verdadeiro 'curto-circuito' emocional", ressaltou.
Consequências
Em 2025, houve pelo menos quatro episódios de em hospitais e unidades públicas de saúde do Distrito Federal devido à demora no atendimento (veja memória). O Código Penal brasileiro prevê sanções para destruição, deterioração, subtração ou alteração de bens que pertencem ao patrimônio público, ou seja, ao Estado.
"As pessoas que danificam patrimônio podem ser enquadradas no artigo 163 do Código Penal, que prevê detenção de um a seis meses ou multa. Além da sanção penal, o autor pode ser obrigado a indenizar os cofres públicos pelos danos causados. Isso ocorre por meio de ação civil pública ou ação regressiva do Estado", esclareceu o advogado Diego Serafim, da Almeida Advogados. "Se o crime é cometido contra o patrimônio da União, Estado, Município ou empresa concessionária de serviços públicos, a reclusão pode ir de seis meses a três anos", completou.
Advogado criminalista, Amaury Santos de Andrade lembrou ainda que, pelo fato de o bem público pertencer à coletividade, o dano afeta não apenas o Estado. "O cidadão é o verdadeiro destinatário dos serviços e estruturas públicas. O prejuízo desse tipo de afeta também a sociedade e revela uma conduta antissocial que precisa ser firmemente responsabilizada. A responsabilização criminal não exclui, ainda, a possibilidade de responsabilização civil, ou seja, o autor do dano poderá ser compelido a indenizar os prejuízos causados ao erário", salientou.
Caminhos
Doutora em administração e especialista em gestão de saúde, Chrystina Barros destacou que uma parte dos gargalos que motivam alguns atos de podem ser resolvidos com inteligência artificial. "A IA pode favorecer o atendimento remoto, busca ativa de pessoas para que elas não precisem ficar retornando à unidade para acompanhar sinais e sintomas, etc. Existem ferramentas que podem ser aplicadas. A pandemia foi disruptiva para isso. Antes dela, a telemedicina não tinha regulamentação. Foi justamente a limitação da pandemia que trouxe essa ferramenta como uma solução real", relembrou.
A especialista salientou que não se pode abrir mão de contratar profissionais de saúde. "Infelizmente, vemos que faltam profissionais e que há sobrecarga dos que estão trabalhando, o que impede, muitas vezes, o atendimento digno. É preciso uma revisão de protocolos, de fluxos, de comunicação entre unidades, sistema de referência contra a referência, e também no uso da telemedicina e inteligência artificial", sugeriu.
Diretor e fundador do Hospital Ceuta, Silvio de Moraes Júnior destacou que a situação de tensão devido a longas esperas também é comum em hospitais particulares. "Tanto os grandes hospitais quanto as emergências particulares enfrentam o desafio de lidar com uma demanda superior à sua capacidade, levando pacientes e familiares à sensação de abandono e impotência diante de quadros de urgência", disse. "A resposta dos hospitais passa por reforço na , investimento em triagem e treinamento de equipes para o acolhimento humanizado. No entanto, essas ações aliviam, mas não atacam o cerne da questão, que é a sobrecarga do sistema. É preciso ir além de soluções paliativas", alertou.
O médico falou sobre uma alternativa que já se mostra eficaz em diversos países e começa a ganhar espaço no Brasil. "É o modelo dos chamados hospitais dia. Essas unidades são estruturadas para atendimento de baixa e média complexidade, oferecendo procedimentos que não exigem internação prolongada. Ao descentralizar o atendimento e desafogar prontos-socorros e grandes hospitais, os hospitais dia permitem que casos simples sejam resolvidos com mais rapidez, conforto e eficiência", descreveu.
Memória
27/4 - Um homem foi preso após quebrar portas de vidro da UPA de Ceilândia. O foi registrado em vídeo por pacientes que aguardavam atendimento e mostra o detido jogando um objeto contra a estrutura, que foi ao chão. O acusado teria se irritado com uma suposta falta de atendimento médico.
23/5 - Com pedaços de madeira, duas mulheres quebraram uma porta do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O motivo teria sido a demora no atendimento para o filho de uma delas. No mesmo dia, outras pessoas chegaram a chutar portas, quebrar objetos e ameaçar vigilantes.
28/5 - Em um ataque de fúria, um homem destruiu equipamentos da UBS 1, na Asa Sul. Ele teria sido atendido anteriormente por um programa itinerante do GDF, onde os médicos vão às ruas fazer consultas. Ao chegar à unidade de saúde, o profissional não estava no local. A ausência teria revoltado o paciente, que quebrou um computador e lançou objetos contra o vidro de uma sala.
6/7 - Um policial militar de folga agrediu dois s no Hospital de Base após chegar ao hospital com a mãe inconsciente e precisando de atendimento. Ele teria se irritado com a burocracia do hospital na hora de dar entrada, gritado com servidoras e dito que "daria um tiro em todos".
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O HOJE
Indústria farmacêutica fatura R$ 138,3 bilhões no semestre e cresce 11,5%
Genéricos e similares crescem e vendas digitais disparam 38%
A indústria farmacêutica brasileira encerrou o primeiro semestre de 2025 em franca expansão. Foram mais de 5,7 bilhões de embalagens de medicamentos comercializadas, número 5% superior ao do mesmo período do ano passado. O crescimento foi puxado sobretudo pelos genéricos e similares, que juntos representaram mais de 4 bilhões de unidades vendidas.
O avanço em volume se somou aos reajustes autorizados no início do ano, de até 5%, resultando em um salto também no faturamento. Entre janeiro e junho, o setor movimentou R$ 138,3 bilhões, alta de 11,5% em relação a 2024.
Nacionalização e força dos genéricos
De acordo com a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, sete em cada dez embalagens vendidas foram produzidas no país. Os genéricos lideraram com 2 bilhões de unidades, seguidos pelos similares, com 2,1 bilhões. Os medicamentos de referência, dominados por multinacionais, responderam por 305 milhões.
Esse desempenho confirma uma trajetória de longo prazo. Nos últimos 25 anos, o mercado nacional cresceu 180% em número de unidades vendidas. Só desde 2020, a alta foi de 19%. Parte desse avanço se deve ao fortalecimento da lei dos genéricos, criada em 1999, que multiplicou as opções disponíveis no país: de menos de 5 mil registros ativos na Anvisa em 2000, o Brasil passou a contar com mais de 17 mil medicamentos aprovados.
"O desempenho da indústria nacional mostra como genéricos e similares se consolidaram como pilares de acesso e sustentabilidade do sistema de saúde", avaliou o presidente executivo da entidade.
SUS como motor do setor
O Sistema Único de Saúde (SUS) é hoje o principal comprador de genéricos e similares, respondendo por 74% da demanda. A compra pública garante não apenas a distribuição gratuita à população, mas também volume suficiente para manter a produção em escala industrial.
Projeções do setor indicam que, até 2030, cerca de 1,5 mil patentes de medicamentos vão expirar, abrindo espaço para novas ondas de genéricos. O movimento deve consolidar ainda mais a posição das empresas brasileiras, que já respondem por quase 80% do mercado interno.
Se no início dos anos 2000 a participação era dividida de forma equilibrada entre laboratórios nacionais e estrangeiros, hoje as multinacionais concentram-se em produtos de referência e detêm apenas 20% das vendas. A expectativa é que essa fatia caia para 10% até o fim da década.
"O setor nacional tornou-se estratégico para o abastecimento de medicamentos essenciais. O desafio é equilibrar acesso, qualidade e inovação tecnológica", destacou o dirigente da associação.
Varejo aposta no digital
O setor como um todo faturou R$ 138,3 bilhões
Enquanto a indústria reforça a liderança dos genéricos, o varejo farmacêutico vive um processo acelerado de digitalização. Nos últimos 12 meses até junho de 2025, as vendas totais - em lojas físicas e digitais - cresceram 10,9%. Mas o grande destaque veio do comércio online, que avançou 35,6% no período.
Entre janeiro e junho, as vendas digitais subiram 38% frente ao mesmo semestre de 2024. No segundo trimestre, o salto chegou a 42,4%. A curva histórica mostra que, em cinco anos, as transações pela internet quase quadruplicaram, consolidando-se como alternativa preferida para grande parte dos consumidores.
Os aplicativos próprios das redes são hoje os principais canais de compra, responsáveis por 60% das vendas digitais - um faturamento de R$ 5,8 bilhões. A promessa de entrega em até uma hora, com pagamento salvo no cartão do cliente, ajuda a fidelizar usuários.
Outros canais também avançam. O televendas, incluindo WhatsApp, cresceu 42,2%, alcançando R$ 800 milhões em um ano. O modelo atrai principalmente consumidores idosos, que costumam gastar mais por pedido. Já os marketplaces e superaplicativos duplicaram participação, com crescimento de 118% e R$ 1 bilhão movimentados, embora ainda representem apenas 10% do total digital.
Pressão sobre pequenos negócios
O ritmo acelerado da digitalização, no entanto, tem imposto desafios a farmácias independentes. Sem recursos para investir em tecnologia e logística, muitas não conseguem competir com as grandes redes. Analistas apontam que, pela primeira vez, há mais farmácias independentes fechando do que abrindo no país.
Ainda assim, cooperativas regionais e redes de empresários locais conseguem manter competitividade em alguns mercados, apoiadas em gestão profissional e serviços compartilhados.
Perspectivas
O balanço do semestre revela um setor fortalecido pela produção nacional e pela rápida migração ao digital. O horizonte para os próximos anos aponta para crescimento contínuo, alimentado pela chegada de novos genéricos e pela consolidação das vendas online.
O grande desafio, segundo especialistas, será equilibrar preço acessível e inovação. Garantir medicamentos baratos à população sem perder a capacidade de investir em pesquisa e tecnologia será a chave para sustentar a relevância da indústria farmacêutica brasileira na próxima década.
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MEDICINA S/A
Pacientes com doenças raras enfrentam escassez de especialistas e longa espera por diagnóstico no Brasil
No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas vivem com uma das mais de 8 mil doenças raras conhecidas. Apesar do número expressivo, o acesso ao diagnóstico e ao tratamento ainda é marcado por uma série de obstáculos: falta de profissionais capacitados, serviços de referência mal distribuídos e pouco engajamento das esferas públicas e privadas no enfrentamento desses desafios.
Do total de patologias raras conhecidas, aproximadamente 80% têm origem genética, o que reforça o papel essencial do médico geneticista na jornada do paciente. No entanto, o Brasil conta atualmente com apenas 342 profissionais habilitados na área – um para cada 625 mil habitantes, número muito aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere 1 geneticista para cada 100 mil pessoas.
“A jornada de quem vive com uma doença rara costuma ser longa e cheia de incertezas. Muitos pacientes passam por múltiplos diagnósticos errados, tratamentos inadequados e até cirurgias desnecessárias, antes de chegar a uma resposta definitiva”, afirma o médico geneticista Rodrigo Ambrosio Fock, especialista em genética médica e referência no atendimento de doenças raras.
Política nacional avança a passos lentos
Instituída em 2014, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras previa a criação de centros especializados e uma rede estruturada de atendimento. No entanto, mais de uma década depois, apenas 18 centros estão credenciados junto ao Ministério da Saúde, concentrados majoritariamente nas regiões Sul e Sudeste. A região Norte permanece sem nenhum serviço oficialmente habilitado. “Essa lacuna no credenciamento não significa que não haja profissionais atuando em genética médica nesses estados, mas indica a dificuldade de estruturação e financiamento dos serviços para serem reconhecidos como centros de referência”, ressalta o geneticista.
Formação profissional ainda é insuficiente
Nos últimos anos, houve crescimento no interesse pela genética médica: o número de candidatos por vaga em programas de residência aumentou em mais de 10 vezes entre 2012 e 2025. Contudo, o ritmo de expansão ainda não é suficiente para suprir a demanda nacional.
Além da ampliação das vagas, Fock aponta como urgente a revisão dos currículos de graduação na área da saúde, de forma que o tema das doenças raras e da genética seja tratado com a devida profundidade. “É preciso também investir em estratégias como o teleatendimento, protocolos clínicos e modelos de matriciamento para apoiar os profissionais em regiões desassistidas”, defende.
Ações devem ser tomadas para mudar essa realidade
Para o geneticista, o enfrentamento das doenças raras deve ser encarado como um esforço intersetorial. “O poder público, a indústria, os profissionais de saúde e a academia precisam agir de forma coordenada para transformar a realidade desses pacientes. A falta de estrutura não pode ser mais uma barreira para quem já enfrenta uma condição de saúde complexa”, conclui.
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Comissão aprova fim da exigência de junta médica em divergência com plano
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que elimina a exigência de junta médica ou odontológica para decidir sobre a cobertura de um procedimento quando houver divergência entre o plano de saúde e o profissional que assiste o paciente.
Foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo 784/17, do ex-deputado Chico D’Angelo (RJ), que susta resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A norma da ANS determina a formação da junta sempre que houver discordância entre a operadora e o profissional responsável pelo atendimento.
Segundo a ANS, o objetivo da medida era dar transparência ao processo e agilizar o atendimento, reduzindo a judicialização.
A comissão aprovou a proposta por recomendação do relator, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Segundo ele, a legislação não prevê mediação obrigatória como condição para cobertura contratual, nem autoriza a ANS a instituir esse tipo de procedimento.
“Essa exigência pode ser interpretada como forma de negar cobertura sem fundamento técnico claro, o que configura violação do direito do paciente à assistência tempestiva”, afirmou.
Gilberto Silva acrescentou que há relatos de uso das juntas como obstáculo ao acesso à saúde. Ele mencionou, entre os abusos, negativas padronizadas disfarçadas de análise individual, indução à desistência e decisões sem base científica.
“Impor um modelo obrigatório por via regulamentar fragiliza a proteção ao beneficiário e a autoridade clínica do médico assistente”, disse o deputado.
Próximos passos
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votada pelo Plenário.
Para vigorar, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
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A crise silenciosa da Patologia: quem vai diagnosticar o câncer?
Pouca gente sabe, mas estamos vivendo uma crise silenciosa na Medicina: a queda contínua do número de patologistas no Brasil e no mundo. Esses são os profissionais que, diante de uma lâmina de biópsia, confirmam ou afastam um diagnóstico de câncer, orientam cirurgias e definem tratamentos que podem salvar vidas.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Patologia alerta: temos pouco mais de 2.500 patologistas em atividade, número muito abaixo do necessário para atender a crescente demanda oncológica.
E o dado mais preocupante: 93,8% dos estudantes de Medicina afirmam não ter interesse em seguir a especialidade.
Nos Estados Unidos, entre 2007 e 2017, o número de patologistas caiu 17,5%, enquanto a carga de trabalho por profissional aumentou em mais de 40%. No Reino Unido, o cenário é semelhante, com vagas de residência não preenchidas e serviços sobrecarregados. A previsão para 2050 é sombria: se nada for feito, haverá um descompasso estrutural entre a demanda por exames e a disponibilidade de especialistas.
Entre os motivos que levam para que ninguém queira ser patologista estão:
Por que ninguém quer ser patologista?
Exposição tardia à especialidade: durante a graduação, a patologia aparece pouco e de forma teórica, distante da prática clínica;
Baixa atratividade da carreira: percepção de pouco contato com pacientes, excesso de laudos e insegurança diante do avanço da inteligência artificial;
Carga de trabalho crescente: mais exames, mais complexidade e prazos cada vez mais curtos;
Bolsa de residência congelada: no Brasil, o valor nacional está parado em R$ 4.106 desde 2022, sem qualquer diferencial para áreas críticas como a patologia.
O que pode mudar esse quadro?
Aqui entra uma oportunidade estratégica: o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação poderiam criar um incentivo diferenciado para os residentes em Patologia, valorizando quem escolhe uma especialidade vital para o SUS. Um adicional de bolsa, auxílio moradia e acesso a programas de capacitação em patologia digital e biologia molecular fariam toda a diferença para atrair jovens médicos.
Outros países já mostraram que mentoria precoce, estágios bem estruturados e reconhecimento financeiro ajudam a reverter a evasão. No Brasil, esse movimento precisa começar agora, antes que seja tarde demais.
O risco de não agir
Sem patologistas suficientes, a consequência será clara: atraso nos diagnósticos de câncer, filas maiores no SUS e sobrecarga nos poucos serviços existentes. A luta contra o câncer depende diretamente desses profissionais invisíveis ao grande público, mas indispensáveis para salvar vidas.
É hora de trazer luz a essa crise silenciosa. Se queremos um futuro com diagnósticos rápidos e tratamentos eficazes, precisamos valorizar a patologia hoje.
*Francine Hehn de Oliveira é Médica Neuropatologista e Membro do Conselho de Administração do Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC).
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JORNAL OPÇÃO
Conheça a blefaroplastia, a cirurgia estética mais realizada em 2024, que pode ir além da beleza
Segundo o especialista, a cirurgia trata essa flacidez, devolvendo à pálpebra sua capacidade funcional
A blefaroplastia, conhecida como cirurgia das pálpebras, foi o procedimento estético mais realizado no mundo em 2024, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Foram mais de 2,1 milhões de intervenções, representando um crescimento de 13,4% em relação ao ano anterior. Mas o que muitos não sabem é que essa cirurgia vai muito além da estética, ela pode melhorar significativamente a saúde ocular.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o médico oftalmologista, Dr. Luciano Pereira, da equipe do Instituto Panamericano da Visão, explica que a blefaroplastia não apenas rejuvenesce o olhar, mas também corrige disfunções funcionais das pálpebras que afetam diretamente a visão. Somente no Instituto Panamericano, de janeiro a julho, foram realizadas 450 cirurgias, mais de duas por dia.
“As pálpebras têm um papel fundamental na proteção dos olhos e na distribuição da lágrima sobre a superfície ocular. Para que funcionem bem, precisam de um tônus adequado, que se perde com o tempo. O excesso de pele e gordura, somado à flacidez dos tecidos, compromete essa função”, explica Dr. Luciano.
Segundo o especialista, a cirurgia trata essa flacidez, devolvendo à pálpebra sua capacidade funcional. “Além de melhorar a estética, ela melhora o funcionamento da pálpebra, desde que realizada por um profissional competente. O contrário também pode ocorrer, se houver retirada excessiva de tecido.”
Embora seja mais comum após os 40 anos, a blefaroplastia também é indicada em pacientes mais jovens, quando há excesso de pele ou bolsas que causam desconforto. “Temos pacientes operando antes dos 40. A indicação depende da anatomia e da demanda individual”, afirma.
Há dois perfis principais de pacientes: os que buscam o rejuvenescimento facial e os que têm prejuízo funcional. “Quando o excesso de pele invade o campo visual, além da melhora estética, a cirurgia recupera a função visual perdida. Além disso, a correção da flacidez palpebral pode melhorar a distribuição da lágrima, o que impacta diretamente no conforto e na qualidade da visão”, destaca o médico.
Complicações
Dr. Luciano reconhece que, como qualquer cirurgia, a blefaroplastia envolve riscos. “Esses riscos são controláveis quando o procedimento é feito por um cirurgião com formação adequada, em ambiente hospitalar seguro, e com um paciente comprometido com o pós-operatório”, aponta.
Entre as complicações mais comuns estão irregularidades no contorno da pálpebra e o ectrópio, que é quando a pálpebra inferior se projeta para fora. “Mas são situações evitáveis com planejamento e técnica”, reforça.
Tecnologia
Um dos avanços que têm contribuído para resultados mais precisos é o uso do laser de CO₂. “Ele pode ser usado como instrumento de corte, o que gera menos inchaço e hematomas, acelerando a recuperação. Também pode ser aplicado para resurfacing da pele, melhorando textura e somando ao rejuvenescimento”, explica Dr. Luciano.
Após a cicatrização, o tratamento pode ser complementado com toxina botulínica, oferecendo um resultado estético mais completo. “Tudo é planejado com base nas características e nas expectativas de cada paciente. A blefaroplastia, portanto, não é apenas uma cirurgia para melhorar o olhar, é uma intervenção que pode devolver visão, conforto e autoestima”, conclui.
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Assessoria de Comunicação
Em evento da Ahpaceg, nutricionistas debatem indicadores de qualidade
Escrito por AdministradorCom palestra, profissionais aprenderam sobre uso de indicadores para gestão de qualidade
Antecipando a celebração do Dia do Nutricionista, comemorado em 31 de agosto, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) promoveu um encontro de nutrição clínica, no auditório do Hospital do Rim. O evento, realizado na tarde da terça-feira, 26, teve o apoio da Danone Nutricia.
Ana Valéria Miranda, da Central de Compras da Ahpaceg, abriu o evento com uma boa notícia para os associados: uma nova negociação com a Danone Nutricia garantiu a redução de preços do contrato de dietas enterais vigente e sua prorrogação de junho de 2026 para setembro de 2026.
Palestra
A partir do tema “O GPS da excelência: navegando pela terapia nutricional com indicadores de qualidade”, os nutricionistas dos hospitais associados tiveram a oportunidade de entender a importância dos dados para a tomada de decisões, com o palestrante Fábio Resende, diretor de Nutrição Clínica e do Núcleo de Qualidade do Ibranutro.
“A qualidade é algo complexo e nunca deve ser tratada de forma superficial. Por isso, é preciso mensurar as diversas áreas que representam um todo para sabermos se estamos ofertando um bom serviço. Os indicadores servem para que possamos ver se está tudo alinhado”, esclareceu ele, que é especialista em Gestão da Qualidade em Saúde.
Os indicadores precisam ter objetivos claros e fontes seguras. “Eles devem ser destinados à promoção de resultados para os pacientes e para a instituição, respondendo se estou na direção da meta que quero alcançar”.
Em seguida, é necessário interpretar e estabelecer ações. “A cultura (do hospital) precisa estar preparada para agir e olhar com calma quando um problema aparece, sem colocá-lo ‘debaixo do tapete’”, detalhou.
Cases de sucesso
Os participantes também conheceram medidas tomadas pelas equipes de nutrição dos associados da Ahpaceg. Flávio Augusto Tavares e Patrícia Lisboa, da equipe do Hospital do Rim, por exemplo, apresentaram o fluxo de terapia nutricional implantado, que integra dados da auditoria e do plano financeiro da instituição.
Nathália Ferre e Maisa Silva, profissionais do Hospital Santa Mônica, também mostraram estratégicas de sustentabilidade financeira nas prescrições, que contribuem ainda com o menor tempo de internação dos pacientes.
Elas listaram o que os nutricionistas precisam ter atenção, como aspectos nutricionais do quadro clínico e fatores dos planos de saúde, antes da definição da indicação de terapias enterais.
Afinal, como afirmou Fábio Resende: “a qualidade tem custo, mas a ausência dela tem um custo ainda maior”.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Secretária de saúde de Goiânia antecipa troca de gestão de maternidades
CFM realiza evento para debater a auditoria médica
https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-realiza-evento-para-debater-a-auditoria-medica
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MPGO investiga faculdade de Medicina por infraestrutura precária e ensino deficiente
“Preto safado”: enfermeiro revela ataques sofridos durante confusão em UPA do Jardim Curitiba, em Goiânia
Exposição “Visões Compartilhadas” já recebeu mais de 10 mil visitantes no IPVisão
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Fundahc pressiona Prefeitura por R$ 50,4 mi para rescisões
Saúde Digital 4.0: O caminho para um cuidado personalizado
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ANS aprova inclusão de radioterapia IMRT em rol de procedimentos
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Por que repensar jornadas, linhas de cuidado e protocolos é a chave
https://medicinasa.com.br/protocolos-saude/
Participação ativa: pacientes e o poder de sua voz coletiva
https://medicinasa.com.br/pacientes-voz-coletiva/
Anvisa convida hospitais para Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/anvisa-convida-hospitais-para-avaliacao-nacional-dos-programas-de-prevencao-e-controle-de-infeccao
TV ANHANGUERA
Secretária de saúde de Goiânia antecipa troca de gestão de maternidades
CFM
CFM realiza evento para debater a auditoria médica
Com o tema “Auditoria médica: valorização profissional, ética e competências”, o CFM realizará no dia 3 de setembro o I Fórum da Câmara Técnica de Auditoria Médica, na sede da autarquia, em Brasília. O evento vai reunir representantes da Agência Nacional de Saúde (ANS), das sociedades de especialidades e dos médicos auditores para debater os principais problemas que afetam o trabalho das auditorias e como essas questões afetam a saúde do paciente.
Fala, AQUI, sua inscrição.
A primeira atividade pela manhã será a conferência “Judicialização da saúde e sustentabilidade”, seguida do painel “Prerrogativa médica, autonomia e segurança do paciente”, o qual debaterá os seguintes temas: visão do médico assistente, visão do médico auditor e papel regulador da ANS. Ainda no horário da manhã será realizada a conferência “ANS sustentabilidade e custos da saúde suplementar”.
As atividades do horário da tarde começarão com o debate “Deveres de conduta médica e responsabilidade civil”, que debaterá os seguintes subtemas: “Responsabilidade dos diretores técnicos dos planos de saúde, seguros saúde, cooperativas médicas e prestadores de serviço em autogestão, Responsabilidade civil do médico auditor e Responsabilidade civil do médico assistente”.
O debate seguinte vai debater o tema “Auditoria médica no Brasil”, que se desdobrará em “Auditoria Médica: panorama atual e desafios futuros” e “A contribuição das sociedades de especialidades frente à auditoria médica”. Após o debate, será lida a Carta de Brasília, com as principais sugestões debatidas no Fórum.
“O médico auditor tem uma função singular, que é garantir o fiel cumprimento das normas, ao mesmo tempo em que busca o melhor para o paciente. Neste I Fórum, vamos debater a valorização da especialidade e as melhores práticas de auditoria, que sejam boas para o paciente e para o sistema de saúde, seja ele público ou suplementar”, afirmou a coordenadora da Câmara Técnica, Rosylane Rocha.
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DIÁRIO DE SUZANO
Hapvida é pioneira em parceria com o Governo Federal no programa "Agora Tem Especialistas"
Hospital Ariano Suassuna, no Recife, é uma das primeiras unidades privadas do Brasil a integrar a iniciativa. Equipamento recebeu visita do presidente Lula e de autoridades nesta quinta (14).
Recife, agosto de 2025 - A Hapvida, maior empresa de saúde e odontologia integrada da América Latina, é uma das primeiras instituições privadas do Brasil a aderir ao programa "Agora Tem Especialistas" do Governo Federal, cujo objetivo é reduzir o tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias especializadas.
A parceria foi inaugurada no Hospital Ariano Suassuna, localizado na Ilha do Leite, no Recife, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do prefeito do Recife, João Campos, e de outras autoridades. A unidade, recém-inaugurada, é o maior hospital da rede Norte/Nordeste da Hapvida, com estrutura de alta complexidade, tecnologia de ponta e equipes altamente qualificadas.
"É uma honra para a Hapvida participar de um programa tão grandioso, que vai beneficiar milhares de brasileiros. Essa iniciativa está alinhada ao nosso propósito desde a fundação: alcançar o máximo de pessoas, oferecendo saúde acessível, com qualidade, em um modelo integrado. Nossa parceria começa pelo Estado de Pernambuco, com perspectivas de ampliação para outras regiões nas quais estamos presentes", afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.
O Hospital Ariano Suassuna conta atualmente com 90 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI adulto, centro cirúrgico com quatro salas, 10 consultórios e um parque diagnóstico completo, incluindo tomografia, ressonância magnética, raio-X, mamografia, densitometria, endoscopia, colonoscopia e análises clínicas. Os leitos disponibilizados para o programa não comprometem o atendimento aos beneficiários da Hapvida e poderão ser redimensionados conforme a demanda.
No ato inaugural, foram atendidos os oito primeiros pacientes encaminhados pela Central de Regulação do município, que realizaram exames e procedimentos cirúrgicos complexos de forma ágil, evidenciando o potencial do programa em reduzir filas e acelerar o acesso a tratamentos especializados. O presidente Lula, com a comitiva e lideranças da Hapvida, visitou os pacientes e conheceu as instalações do hospital.
A Hapvida analisa a participação de outras unidades da rede no "Agora Tem Especialistas", reforçando seu compromisso de colaborar com o SUS e oferecer atendimento de qualidade à população em todo o Brasil.
Sobre a Hapvida
Com cerca de 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 71 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 87 hospitais, 78 prontos atendimentos, 351 clínicas médicas e 299 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.
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PORTAL 6
MPGO investiga faculdade de Medicina por infraestrutura precária e ensino deficiente
São citadas condições sanitárias inadequadas, falta de equipamentos, ensino de baixa qualidade e presença de animais silvestres
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) publicou a instauração de um procedimento preparatório de inquérito civil público para verificar as condições do curso de Medicina oferecido pela Universidade de Rio Verde (Unirv), em Goianésia.
Na portaria, publicada no Diário Oficial (DOMP) nesta quinta-feira (21), consta que denúncias apontam diversas irregularidades, especialmente acerca da deficiência na infraestrutura da instituição.
São citadas condições sanitárias inadequadas, falta de equipamentos, ensino de baixa qualidade, presença de animais silvestres, ausência de forro, ocorrência de alagamentos, falta de cantina, ruídos, instalação elétrica inadequada e falta de itens básicos, como papel higiênico e sabonete nos banheiros.
Além disso, no campo do ensino também é citado o emprego de metodologia ultrapassada e desorganizada, falta de qualificação dos docentes, ausência de internato e preceptor, laboratórios insuficientes e preferência na abertura de novos cursos no lugar de melhorar os já implementados.
A promotora Margarida Bittencourt da Silva Liones está à frente do caso e deverá acompanhar as apurações. A coluna Rápidas entrou em contato com a Unirv para solicitar um posicionamento, mas, até o momento da publicação desta reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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“Preto safado”: enfermeiro revela ataques sofridos durante confusão em UPA do Jardim Curitiba, em Goiânia
Em vídeo compartilhado no Instagram, profissional repudiou situação e destacou falta de segurança aos profissionais de saúde
A confusão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Curitiba, que resultou na prisão de quatro pessoas no domingo (24), teve novos desdobramentos. Agora, o enfermeiro Aliomar Santos usou as redes sociais para fazer um desabafo.
Segundo o profissional, ele sofreu ataques racistas e homofóbicos ao pedir para que um paciente, que estava com um corte na mão, aguardasse, já que seria o próximo a ser atendido.
“Eu pedi para aguardar, e a acompanhante que estava com ele começou a agredir verbalmente, a falar grosso. Disse que, se eu não atendesse, ele iria quebrar tudo e chamar a reportagem. Aí me chamou de ‘preto safado’, ‘pretinho’, ‘seu viado’, ‘seu gay’… Imediatamente, eu me retirei do local e acionei a polícia”, relatou.
Enquanto aguardava a chegada da polícia, a vítima afirma que os bombeiros chegaram ao local com outro paciente – em estado mais grave – e que as mesmas pessoas passaram a agredi-los pelo atendimento.
Ainda no vídeo, Aliomar repudiou a situação, destacando a falta de segurança que os profissionais de saúde enfrentam.
A situação só foi controlada após a chegada da Polícia Militar (PM) e os envolvidos foram encaminhados até a Central de Flagrantes.
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FOCO NACIONAL
Exposição “Visões Compartilhadas” já recebeu mais de 10 mil visitantes no IPVisão
A mostra cultural segue até 30 de setembro e valoriza o talento de artistas goianos
A exposição “Visões Compartilhadas”, realizada pelo Instituto Panamericano da Visão (IPVisão) em parceria com o Instituto Rizzo, já foi visitada por mais de 10 mil pessoas desde a abertura, em 5 de agosto.
A mostra segue aberta ao público até 30 de setembro, oferecendo a pacientes, acompanhantes e demais interessados a oportunidade de conhecer o talento de artistas goianos em um espaço que integra arte e sensibilidade.
Com cerca de 40 obras, a exposição ocupa o ambiente de atendimento e recepção do IPVisão - hospital especializado em oftalmologia e localizado na Avenida T-8, no Setor Marista, em Goiânia -, promovendo uma experiência estética que aproxima cultura e humanização.
O visitante pode admirar e adquirir obras de artistas plásticos e acadêmicos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, que expõem seu talento em diferentes técnicas: óleo, acrílica e colagens, dialogando tradição e inovação. Dentre os artistas, estão os professores Alexandre Liah, Carlos Catini, Fernanda Porto e Liliam Rocha, que compartilham a mostra com alunos.
“Visões Compartilhadas” é a primeira de uma série de exposições que o IPVisão realizará em parceria com o Instituto Rizzo, consolidando o espaço como ponto de encontro entre medicina e expressão artística.
Essa ação cultural faz parte do compromisso do IPVisão com o bem-estar dos pacientes e visitantes, que vai além do cuidado com a saúde ocular, pois o hospital acredita que a arte também é uma forma de cuidar e curar.
Serviço
Exposição Visões Compartilhadas
Data: 5 de agosto a 30 de setembro de 2025
Local: IPVisão - Av. T-8, n° 171 - St. Marista, Goiânia - GO
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O POPULAR
Fundahc pressiona Prefeitura por R$ 50,4 mi para rescisões
Prestes a entregar a gestão das maternidades municipais de Goiânia, a Fundação de Apoio de ao Hospital das Clínicas (Fundahc) pressiona a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para que ela repasse o recurso necessário para que a fundação pague as rescisões trabalhistas dos seus colaboradores. A Fundahc alega que, por conta dos repasses insuficientes por parte da Prefeitura de Goiânia, utilizou valores do fundo rescisório para cobrir despesas e pede R$ 50,4 milhões para arcar com os encargos.
Na semana passada, reportagem do POPULAR já havia mostrado que os trabalhadores das maternidades temem ficar sem seus acertos. Enquanto isso, os colaboradores da fundação que atuam na Dona Iris foram orientados a continuar com rotinas de trabalho mesmo com a unidade de saúde já estando sob gestão plena da organização social (OS) Instituto Patris desde o último sábado (23).
A diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa, diz que o fundo rescisório foi composto durante a gestão passada e utilizado com anuência da SMS quando a Prefeitura começou a atrasar os repasses ou a fazê-los em quantitativo insuficiente. "Foi uma definição para garantir o funcionamento das maternidades nos momentos de irregularidade e falta de repasse. Isso tudo está documentado e registrado", defende.
Assista entrevista com o secretário de Saúde na TV Anhanguera: Novos gestores para as maternidades
Segundo Lucilene, o uso do recurso foi motivo de preocupação da Fundahc, sendo que ela chegou a procurar a secretaria para discutir o assunto. "Ouvi de lá: 'Professora, não se preocupe. Não existe isso de ter composição, de ficar um dinheiro parado. De acordo com a necessidade, nós vamos aportando recurso'", lembra.
Questionada, a SMS afirma que "foi informada pelos dirigentes da Fundahc do uso, de forma indevida, do fundo rescisório da instituição em 2024" e que "a informação consta ainda em estudo técnico da pasta que avaliou a eficiência operacional do atual modelo de gestão das unidades". Na prática, o imbróglio envolvendo a falta de recursos tem impedido que os trabalhadores das maternidades recebam suas rescisões. Na sexta-feira (22), em nota, a fundação comunicou que "não emitirá qualquer notificação de rescisão de contratos com colaboradores, fornecedores ou prestadores de serviços enquanto a SMS não definir formalmente a composição dos valores em aberto e a garantia dos direitos trabalhistas. Lucilene defende o posicionamento da fundação. "É uma orientação do nosso jurídico trabalhista. Não posso falar em desligamento de colaboradores sem ter a definição dos valores devidos, dos direitos trabalhistas", explica.
No fim de julho, a SMS notificou a Fundahc sobre o fim dos contratos, após meses de desgaste com a Prefeitura. Na terça-feira (19), uma nota assinada em conjunto pela Fundahc e pela SMS informou que a fundação iria entregar a gestão das três maternidades municipais de Goiânia na sexta-feira (29). Até lá, seriam realizadas agendas de alinhamento para a transição da gestão para as OSs escolhidas para administrar as unidades.
Em paralelo, houve reunião no Ministério Público do Trabalho para discutir o pagamento da rescisão dos trabalhadores da Fundahc. Nela, o Paço apresentou proposta que consiste no pagamento das rescisões em 20 vezes para os trabalhadores que forem recontratados pelas OSs e em 12 vezes para aqueles que não forem. Além disso, o pagamento de 40% da multa rescisória cairia para 20%.
A proposta foi levada para as representações sindicais. Nesta segunda-feira (25), duas audiências foram realizadas na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para comunicar a proposta oficialmente aos trabalhadores, que recusaram a proposta. "Acharam indecorosa", comenta Néia Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO).
Conforme a diretora-executiva da Fundahc, ficou definido que um novo encontro para discutir o assunto ocorrerá na próxima terça-feira (2). "Como vou fazer com esses colaboradores? Não posso falar em aviso prévio. Não tem nenhuma definição da secretaria. Estou até pedindo que o Ministério Público antecipe essa reunião", diz.
Lucilene ainda teme que a situação atual afete outras áreas de atuação da fundação, já que ela conduz, por exemplo, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), as atividades do Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Sobre o assunto, a SMS disse que "a negociação sobre a forma de pagamento dos passivos trabalhistas está sendo realizada junto aos colaboradores, à Fundahc e ao Ministério Público do Trabalho".
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Dona Iris
Nesta segunda, o prefeito Sandro Mabel (UB) visitou a Dona Iris para conhecer a nova gestão e destacou que a maternidade segue em pleno funcionamento e abastecida de insumos. Os dois pontos foram motivo de reclamação por parte dos usuários e trabalhadores na última semana.
A Fundahc afirma que serviços como lavanderia e higienização ainda são realizados por profissionais ligados à fundação, já que a orientação da Fundahc para os colaboradores foi de continuarem suas rotinas, inclusive o registro de ponto. Ao POPULAR, trabalhadores relataram animosidades com equipes do Instituto Patris, sendo que o relógio de ponto deles teria sido arrancado da parede.
Em nota, o Patris informou que foi notificado pela SMS, na última sexta, para assumir a gestão da Dona Iris, sendo que isso foi feito, no sábado, "dentro dos princípios de legalidade e impessoalidade, em substituição à antiga gestora". Sendo assim, "não havendo que se falar em qualquer desrespeito à administração pública e ao Direito Administrativo".
ENTREVISTA | Lucilene Maria de Sousa
"Acreditávamos em uma negociação"
À frente da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa relembra quando a relação com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começou a se tornar dificultosa, reclama de decisões unilaterais por parte da atual administração municipal e defende o trabalho desenvolvido pela fundação à frente das maternidades municipais de Goiânia.
A Fundahc esteve à frente das maternidades por anos. Quando a relação com a SMS começou a apresentar problemas?
Começou a cronificar na época do Dr. Durval (Pedroso). Quando eu entro aqui na fundação, em 2022.
Como foi em 2023, ano em que Wilson Pollara assumiu a secretaria?
Aí piora a situação. Piora e muito. Ele afirmava que não tinha recursos financeiros para passar.
Após a mudança na gestão municipal, foi definida a redução do valor do contrato da Prefeitura com a Fundahc de R$ 20,5 milhões para R$ 12,3 milhões mensais. Como isso aconteceu?
Foi de forma impositiva. Unilateral. A gente não tinha por onde sair. Nós fizemos toda a adequação do plano, só que colocamos a eles os prejuízos à saúde pública materno infantil. Inclusive, nosso estudo mostrou que tinha de ser até R$ 17,5 milhões (o valor do contrato). Não dava para ser R$ 12,5 milhões, mas o prefeito era irredutível (...) Eles falavam sempre assim: 'Professora, lembre que é por 120 dias essa proposta. Vamos ter a reorganização financeira do município e voltaremos a reavaliar esses planos de trabalho'.
Como foi fazer a gestão das maternidades durante esses oito meses de 2025?
Foi uma situação muito difícil, que não difere das situações do ano passado. A folha consome mais de 80% desse valor (R$ 12,5 milhões). Então, como vou pagar fornecedores e uma série de outros serviços? (...) Trabalhamos em um espaço em que os fornecedores sempre foram muito solidários à condição de dar continuidade ao trabalho (...) Com isso, tivemos que começar a fazer restrição de serviços.
Na última sexta-feira (22), a SMS comunicou que o Instituto Patris iria assumir a gestão plena da Dona Iris no sábado (23). Como foi esse processo?
Foi unilateral. Estava em uma reunião externa e me ligam falando que tinham acabado de receber um ofício aqui (na sede da Fundahc) determinando que às 7 horas do outro dia o Instituto Patris assumiria o serviço pleno da maternidade. Eu até questionei, na sexta-feira mesmo, porque ele (Luiz Pellizzer, secretário municipal de Saúde) tinha tomado aquela decisão, em relação à HMDI (Dona Iris). Ele falou: 'Lucilene, para evitar um colapso do sistema'. Não colocamos objeção, de forma alguma. Queríamos só nos resguardar. Acionei a procuradoria da UFG, juntamente com meu jurídico. Solicitamos um documento de transferência das responsabilidades, já que ainda estamos com os convênios vigentes.
No momento, como definiria o relacionamento da Fundahc com a Prefeitura?
O que posso afirmar é que fomos extremamente transparentes e verdadeiros. Apresentamos toda a situação. Não omitimos nenhuma informação. Estavamos abertos ao diálogo integralmente. Se houve uma conduta diferente deles conosco, cabe a eles avaliarem.
A Prefeitura aponta que conseguiu contratar três organizações sociais (OSs) por R$ 12,6 milhões para fazer o mesmo trabalho que a Fundahc cobra R$ 20,5 milhões. O serviço da Fundahc é, de fato, mais caro?
Para nossa precificação, usamos a Planisa (empresa brasileira amplamente usada como referência em gestão de custos para o setor de saúde). Quando a gente sentava, de forma técnica, para apresentar para a secretaria, sempre apresentamos a referência da Planisa (...) Diversas vezes já foi explicado para a secretaria. Esse é um plano de trabalho tripartite. Para ele ser implantado, quem bate lá no martelo? A secretaria.
A Fundahc aponta um débito de R$ 172,1 milhões por parte da Prefeitura, que já sinalizou o desejo de auditar este valor. Existe uma previsão de pagamento da dívida?
Estamos à espera da secretaria. Não tem nenhuma devolutiva de como será o repasse desses valores em aberto.
Qual era a expectativa da Fundahc quando Sandro Mabel (UB) ganhou a eleição municipal?
Acreditávamos em uma negociação dentro de um processo extremamente dialogado e justo. De forma muito transparente.
Ainda existe clima para a fundação voltar a trabalhar com a Prefeitura?
A Fundahc presta apoio à UFG. Se um coordenador nos procurar com um projeto, assumiremos como qualquer outro. Tanto é que a universidade tem vários projetos com a Prefeitura. Isso, nada muda.
Como a senhora avalia este tempo em que a Fundahc esteve à frente das maternidades municipais de Goiânia?
O diferencial da fundação estar nessas três maternidades é pelo compromisso que ela assume em ser um ambiente de escola. Um espaço de formação. Então, garantimos a formação de futuros profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), seja no campo de residências médicas ou profissionais. Campo de estágio, de prática, de visitas técnicas. Somado a isso, o reconhecido do trabalho técnico desenvolvido dentro das maternidades. Tanto é que tivemos grandes reconhecimentos, certificações que recebemos.
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MEDICINA S/A
Saúde Digital 4.0: O caminho para um cuidado personalizado
A transformação digital em saúde deixou de ser uma visão defendida por poucos entusiastas para se tornar uma força estruturante em todo o sistema. A convergência de Internet das Coisas (IoT), Big Data e inteligência artificial, em particular dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs, sigla em inglês), não é apenas uma evolução tecnológica: é um convite para repensar a prática clínica, a gestão hospitalar e a experiência do paciente, criando impacto em escala e otimizando recursos de forma sistêmica.
A chamada Saúde Digital 4.0 vai além da automação de processos e da mera coleta de dados. Ela permite entregar valor real, medido por desfechos clínicos significativos para o paciente em relação aos recursos utilizados, promovendo equidade e garantindo que o cuidado de qualidade alcance todos, de forma contínua e personalizada.
A hiperconectividade, às vezes vista com cautela, revela-se uma aliada poderosa. Sensores vestíveis, dispositivos conectados e aplicativos inteligentes permitem monitorar sinais vitais – como a adesão a tratamentos e hábitos de vida em tempo real –, criando um ecossistema em que a informação flui continuamente. Esse fluxo possibilita identificar precocemente mudanças de padrões e intervir de forma rápida e proativa, atuando na prevenção de complicações e em ajustes dinâmicos de planos terapêuticos. Assim, transforma-se o cuidado de reativo em preditivo, de uniforme em personalizado, com alcance em larga escala e impacto significativo na população.
No entanto, o maior desafio da Saúde Digital 4.0 é cultural. Empresas, profissionais e pacientes precisam desenvolver letramento digital, implementando, compreendendo e utilizando sistemas novos que, em um primeiro momento, causam insegurança e resistência. Entre médicos, as barreiras muitas vezes são a falta de confiança e a adaptação a novas rotinas. A falta de integração entre sistemas prejudica a experiência e gera frustração. Para pacientes, desigualdades de acesso e receio quanto ao uso dos seus dados de saúde podem limitar o engajamento. Superar essas lacunas exige educação contínua, interfaces intuitivas, programas de capacitação e uma governança de dados que assegure ética, transparência e segurança.
As LLMs e outras inovações recentes oferecem suporte transformador à tomada de decisão. Ao sintetizar prontuários extensos, analisar padrões populacionais, predizer riscos e integrar evidências científicas, essas ferramentas ampliam a capacidade humana, tornando as decisões mais rápidas, seguras e fundamentadas. Na gestão hospitalar, contribuem para otimizar recursos, prever demanda de serviços e reduzir desperdícios, gerando impacto direto na sustentabilidade do sistema e na experiência do paciente.
A aceleração dessa transformação depende de liderança estratégica, engajamento genuíno e participação ativa de pacientes como parceiros. Profissionais de saúde precisam ser protagonistas na cocriação dos novos fluxos digitais. E cada decisão, cada algoritmo, cada sensor deve convergir para melhorar a vida daqueles que buscam cuidado.
A Saúde Digital 4.0 só será sustentável se for capaz de equilibrar governança, eficiência tecnológica e humanidade. Não se trata de substituir o profissional ou desumanizar o cuidado; trata-se de potencializar decisões, otimizar recursos e ampliar o alcance da atenção à saúde. Além de LLMs, tecnologias como IA e IoT permitem que dados complexos sejam convertidos em insights acionáveis, que processos hospitalares sejam mais eficientes e que o acompanhamento do paciente seja contínuo e personalizado.
O futuro da saúde dependerá de nossa capacidade de integrar inteligência tecnológica à prática clínica e à gestão, promovendo impacto real, equitativo e sustentável na qualidade do cuidado e na experiência de cada paciente.
*Teresa Sacchetta é diretora de Saúde da InterSystems.
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ANS aprova inclusão de radioterapia IMRT em rol de procedimentos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação da radioterapia de intensidade modulada (IMRT) no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde, com vigência a partir de 1º de setembro de 2025. A decisão foi fundamentada em relatório técnico elaborado pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), que demonstrou a eficácia do tratamento no aumento da sobrevida e na redução de toxicidades.
A decisão da ANS ocorreu após a Consulta Pública nº 157, em que a mobilização da comunidade científica e de pacientes reforçou a relevância da tecnologia. Antes dessa decisão, a IMRT já constava no Rol de Procedimentos da ANS para tumores de cabeça e pescoço, neoplasias torácicas (câncer de pulmão, mediastino e esôfago) e, mais recentemente, câncer de próstata. Além da SBRT, também participaram do processo entidades como o Instituto Oncoguia, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG) e o movimento Todos Juntos Contra o Câncer.
De acordo com o relatório da ANS, a IMRT representa um aprimoramento da radioterapia convencional. A técnica permite o direcionamento de doses elevadas de radiação de forma precisa ao tumor, com menor exposição de tecidos saudáveis — o que torna o tratamento mais efetivo e reduz significativamente os efeitos colaterais.
Para o presidente da SBRT, Gustavo Nader Marta, a decisão representa um avanço importante na qualidade do cuidado oncológico. Ele explica que a IMRT é a única técnica capaz de concentrar a radiação no tumor com alta precisão. “No caso do canal anal, conseguimos modular a dose para atingir, de forma segura, apenas a área tumoral, poupando estruturas saudáveis próximas, como bexiga, intestino e genitais, e assim reduzindo o risco de efeitos colaterais”, afirma.
“Esse tipo de precisão é especialmente importante em regiões muito sensíveis. Com a IMRT, conseguimos tratar com eficácia e, ao mesmo tempo, preservar a qualidade de vida do paciente.”, complementa o também radio-oncologista.
Embora a técnica já seja utilizada no Brasil há mais de 20 anos, a incorporação no Rol é fundamental para ampliar o acesso a esse padrão internacional de tratamento. “A IMRT é considerada o padrão em grande parte do mundo”, destaca Marta.
Segundo a SBRT, o próximo passo é manter o tema em evidência para ampliar a cobertura da técnica em tumores de outras regiões do corpo. O documento embasado pela SBRT mostra que, em países com sistemas públicos de saúde, como Reino Unido e Canadá, mais da metade dos pacientes recebem tratamento com IMRT para diferentes tipos de câncer, não apenas os já contemplados no Brasil.
A entidade reforça que a IMRT deve ser a técnica de escolha sempre que houver intenção de aumentar significativamente as chances de cura do paciente ou quando houver alto risco de toxicidade, em que a proteção aos tecidos saudáveis se torna decisiva.
O Relatório RT2030, também elaborado pela SBRT, revela que cerca de 70% dos serviços privados no Brasil já utilizam a técnica de IMRT. Com a inclusão no Rol, a expectativa é que os 30% restantes invistam na tecnologia, agora com possibilidade de remuneração pelos planos de saúde.
Investimento e custo-efetividade – Para ser realizada, a IMRT exige investimentos em hardware e software específicos e se utiliza o mesmo equipamento que as demais técnicas de radioterapia, que é o acelerador linear. Os tratamentos com IMRT consomem mais tempo de pessoal durante a simulação e planejamento, mais tempo de equipamento para entrega de dose, além de cuidados mais precisos com controle de qualidade e segurança de tratamento, exigindo maior treinamento de toda a equipe envolvida. Por sua vez, estudos evidenciam ser uma técnica custo-efetiva e com impacto na redução de mortalidade.
Tumor de canal anal – Embora raro quando comparado a outros tipos de câncer, o tumor de canal anal tem apresentado aumento de incidência, especialmente entre pessoas com mais de 50 anos, mulheres e pacientes imunossuprimidos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que esse tipo de tumor representa cerca de 2% das neoplasias do trato gastrointestinal. A técnica de intensidade modulada (IMRT) é especialmente indicada para garantir eficácia e reduzir complicações, dada a proximidade do tumor com estruturas sensíveis, como reto, bexiga, intestino e genitais.
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Por que repensar jornadas, linhas de cuidado e protocolos é a chave
Em um cenário cada vez mais pressionado por aumento de custos, margens apertadas e exigência por transparência, repensar a forma de organizar o cuidado deixou de ser uma escolha técnica e passou a ser uma estratégia essencial de sustentabilidade.
Dados do Observatório ANAHP mostram que, em média, os custos assistenciais representam 69% das despesas totais dos hospitais privados, enquanto a receita cresce em ritmo inferior à inflação médica. Nesse contexto, buscar eficiência não significa cortar custos: exige alinhar processos e desfechos que importam para o paciente e para o sistema.
Nesse cenário, jornada do paciente, linha de cuidado e protocolos não são somente “mapas” ou obrigações formais. São conceitos presentes no dia a dia das instituições, mas que precisam ser revisitados e colocados em prática efetivamente — como ferramentas capazes de reduzir desperdícios, melhorar desfechos clínicos e fortalecer a sustentabilidade financeira.
A jornada do paciente, quando bem mapeada, permite identificar barreiras de acesso, tempos de espera desnecessários e lacunas que geram custos invisíveis, além de impactar diretamente a experiência e os resultados clínicos.
As linhas de cuidado, quando orientadas por dados de vida real (Real-World Data — RWD), se transformam em aliadas poderosas para reduzir variações indesejadas, melhorar a adesão ao tratamento e apoiar modelos de remuneração baseados em valor.
Guidelines, diretrizes e protocolos também precisam ser vistos como instrumentos vivos, em constante evolução. Incorporar evidências do mundo real, adaptar-se ao perfil dos pacientes e revisá-los continuamente são passos fundamentais para assegurar eficiência operacional e cuidado de qualidade.
Esse movimento ganha ainda mais força com a expansão da Saúde Baseada em Valor (VBHC). As organizações que não revisitarem esses instrumentos estratégicos arriscam perder relevância, competitividade e, em última instância, sua própria sustentabilidade.
Instituições que já avançaram nessa agenda colhem benefícios concretos: redução de reinternações, maior previsibilidade financeira, fortalecimento da confiança entre pacientes e parceiros e diferenciação no mercado.
O futuro da saúde será guiado por resultados reais e valor percebido — para o paciente, para o sistema e para o negócio. Quem liderar esse movimento, ocupará uma posição estratégica na transformação do setor.
Gabriela Tannus é Diretora de Relações Institucionais do IBRAVS (Instituto Brasileiro de Valor em Saúde).
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Participação ativa: pacientes e o poder de sua voz coletiva
Na era da escuta social e das tecnologias de comunicação eficientes, grupos de pacientes conseguiram amplificar sua voz coletiva, tornando-se cada vez mais influentes na formação do cenário da saúde em benefício dos pacientes que representam. O fenômeno é global.
O impacto dessa defesa dos pacientes tem consequências importantes para a indústria farmacêutica. Hoje, os reguladores de medicamentos buscam regularmente se envolver com pacientes e grupos de pacientes para identificar necessidades não atendidas, validar a relevância de novos tratamentos para os pacientes e até mesmo avaliar as melhores maneiras de administrá-los.
Como resultado, as empresas farmacêuticas aumentaram seus níveis de engajamento com grupos de pacientes para refinar as estratégias farmacêuticas e se tornarem mais “centradas no paciente”. Por sua vez, os grupos de pacientes desejam se envolver mais em todas as atividades da indústria farmacêutica, para que a produção do setor atenda melhor às necessidades dos pacientes. Por exemplo, grupos de pacientes buscam envolvimento nas fases iniciais de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, no planejamento de ensaios clínicos e até mesmo na coleta de dados do mundo real.
A Covid-19, sem dúvida, deu um impulso significativo ao movimento de pacientes. Embora muitos grupos de pacientes já existissem há décadas, durante a pandemia, quando os pacientes foram colocados em isolamento, as pessoas recorreram a grupos de pacientes em busca de aconselhamento e apoio — papéis anteriormente desempenhados por médicos. Os grupos de pacientes atenderam às novas demandas impostas a eles e continuam a fazê-lo até hoje. Por todas essas razões, muitos grupos de pacientes se consideram parte intrínseca do sistema de saúde, o que, por sua vez, explica as aspirações dessas organizações de se envolverem com a indústria farmacêutica.
Para entender a importância dos grupos de pacientes em seus sistemas de saúde, a PatientView realizou uma pesquisa online no final de 2024 com grupos de pacientes em todo o mundo, incluindo a América Latina. Cem grupos de pacientes da América Latina responderam de uma ampla gama de países: Argentina, Brasil, Bolívia, México, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Uma das perguntas feitas foi em que medida os grupos de pacientes se sentem como uma parte interessada fundamental nos sistemas de saúde. Sessenta e nove por cento dos grupos de pacientes latino-americanos declararam se considerar uma parte interessada vital, em comparação com 58% dos grupos de pacientes em todo o mundo.
Além disso, a grande maioria dos grupos de pacientes latino-americanos declarou ter impacto e influência na área da saúde, incluindo a educação em saúde, o sistema de saúde e até mesmo a pesquisa e o desenvolvimento farmacêutico. Eles também acreditavam ser respeitados e ouvidos por empresas de saúde, pacientes, profissionais da mídia, órgãos reguladores e formuladores de políticas. Grupos latino-americanos também oferecem uma ampla gama de serviços aos pacientes em seus sistemas de saúde: 80% oferecem apoio entre pares, 70% oferecem aconselhamento em saúde e 58% apoiam pacientes com dificuldades financeiras. Importante para as próprias empresas farmacêuticas, 86% dos grupos de pacientes latino-americanos afirmaram promover melhor acesso a medicamentos, 93% defendem melhor atendimento ao paciente, 88% conscientizam sobre as necessidades dos pacientes e seus cuidadores e até 76% representam os interesses dos pacientes perante as autoridades reguladoras de medicamentos.
Grupos de pacientes, incluindo os da América Latina, tornaram-se participantes ativos e influentes no sistema de saúde. As crescentes pressões sobre os custos da saúde significam que sua importância continua a crescer diariamente. Da perspectiva da indústria, é essencial reconhecer o importante papel que os grupos de pacientes têm hoje, conhecer os interesses e necessidades dos pacientes para respondê-los e, assim, apoiá-los para que possam cumprir seu papel, resultando em relacionamentos das empresas com os grupos de pacientes que só podem melhorar.
*Alex Wyke é Diretora Executiva da PatientView.
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ANVISA
Anvisa convida hospitais para Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção
Prazo vai até 30 de setembro. Saiba mais.
AAnvisa convida todos os hospitais do país a participar da Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção (ANPCI) 2025 – Hospitais (Ano 4).
O objetivo é que os hospitais façam uma autoavaliação para entender como está a situação atual do seu Programa de Prevenção e Controle de Infecção (PCI). Isso inclui verificar as atividades e os recursos disponíveis, reconhecer os pontos fortes e apontar as lacunas para planejar ações no futuro.
A ANPCI é uma ferramenta de diagnóstico que ajuda a detectar problemas relevantes ou deficiências que precisam de melhorias e a identificar áreas que podem atender aos padrões e requisitos nacionais e internacionais.
Ao preencher a avaliação, os hospitais permitem que a Anvisa entenda como os Programas de PCI estão sendo usados no país. Essas informações ajudam a planejar ações nacionais para fortalecer e melhorar esses programas nos hospitais, elevando a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.
Como participar
O acesso ao formulário pode ser feito pelo QR Code disponível no fôlder anexo, ou diretamente pelo link https://pesquisa.anvisa.gov.br/index.php/153814?lang=pt-BR.
A data limite para o preenchimento completo do formulário e para enviá-lo à Anvisa é 30 de setembro.
Não perca a oportunidade de participar dessa importante iniciativa de avaliação e melhoria das ações de prevenção e controle de infecções em nosso país!
A lista dos hospitais participantes será publicada no portal da Anvisa, em reconhecimento — por parte da Agência e das Coordenações de Prevenção e Controle de Infecção estaduais e distrital — ao compromisso de se autoavaliarem regularmente, buscando a melhoria contínua das suas ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras).
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Prefeito pede ajuda a cidades da Região Metropolitana para pacientes de maternidades
Atendimentos na maternidade Dona Íris são retomados
Com presença de anestesiologistas, Nascer Cidadão normaliza atendimentos
Digitalização na saúde pública exige persistência e estratégia
https://medicinasa.com.br/digitalizacao-saude-publica/
Estudo aponta percepção dos brasileiros sobre fraudes contra planos
https://medicinasa.com.br/fraudes-contra-planos/
SUS amplia telessaúde com 3 mil kits e parceria inédita com hospitais privados
TV ANHANGUERA
Atendimentos na maternidade Dona Íris são retomados
Prefeito pede ajuda a cidades da Região Metropolitana para pacientes de maternidades
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A REDAÇÃO
Com presença de anestesiologistas, Nascer Cidadão normaliza atendimentos
Início da nova gestora do local foi antecipado
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, no início da noite desta sexta-feira (22/8), que a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), Organização Social (OS) que assumirá posteriormente a gestão da Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, já começou a intervir pontualmente no funcionamento do local. É que a entidade passou a oferecer desde hoje serviços de anestesiologia para a unidade.
A decisão veio após a suspensão dos atendimentos na maternidade nesta quinta-feira (21/8), ainda sob administração da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que recebeu um ofício assinado pelo diretor técnico Harley Ricardo Rodrigues, determinando o encerramento das atividades assistenciais por falta de anestesistas. No documento, ele cita como justificativa, usando como base o Código de Ética Médica, a necessidade de resguardar a segurança das gestantes.
A interrupção foi desdobramento da alegação da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) sobre o não repasse de R$ 1.431.967,53 - pagamento devido desde setembro de 2024, por parte da Fundahc. "Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população, mantendo o atendimento por quase um ano", disse a cooperativa em nota.
A entidade chegou a reforçar que a Fundahc foi formalmente, e antecipadamente, notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização, a cooperativa adiou essa data. "Mas agora, com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente, os atendimentos serão interrompidos. Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação, como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem."
Nesta sexta-feira (22/8), então, a SMS articulou o fornecimento de serviços de anestesiologia por parte da AHBB. “A organização passa a oferecer desde hoje os serviços de anestesiologia, assegurando a retomada dos atendimentos. As ordens de serviço que autorizam o início da atuação, inclusive, já foram assinadas", disse a secretaria em nota.
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MEDICINA S/A
Digitalização na saúde pública exige persistência e estratégia
Transformar a saúde pública por meio da digitalização não é apenas uma mudança de ferramentas, mas uma nova forma de cuidar das pessoas. No Brasil, onde desigualdades regionais, infraestrutura precária e sobrecarga no sistema público ainda são obstáculos diários, apostar na informatização das unidades de saúde é um desafio tão complexo quanto necessário. Quando bem conduzido, esse processo pode significar uma revolução silenciosa e altamente eficiente na vida dos cidadãos.
Um dos principais entraves da digitalização nas redes municipais de saúde é a infraestrutura deficiente. Dados do IBGE mostram que apenas 36% dos estabelecimentos públicos de saúde no Brasil possuem acesso à internet por banda larga, e mais de 60% ainda realizam registros em papel. Ou seja, o país ainda está distante de uma cobertura mínima que permita a gestão integrada de informações, essencial para o funcionamento de qualquer sistema digital.
Diante desse cenário, algumas cidades estão encontrando caminhos viáveis. Em vez de tentar digitalizar tudo de uma só vez, o que gera alto custo, resistência interna e falhas técnicas, gestores têm adotado abordagens progressivas, priorizando unidades-piloto. Essa estratégia permite testar o sistema, capacitar as equipes e corrigir falhas antes da expansão. Em experiências relatadas por prefeituras que optaram por esse modelo, os custos de implementação chegaram a ser até 40% menores em comparação com tentativas de digitalização em larga escala e sem preparação adequada. Além disso, a adesão dos profissionais aumentou justamente por terem tempo e suporte para se adaptar.
Exemplos concretos mostram que a mudança é possível. Em Rio Claro, a digitalização do agendamento e do prontuário eletrônico permitiu reduzir o tempo de espera por consultas, além de integrar os dados do paciente em toda a rede municipal. Isso significa que qualquer atendimento, em qualquer ponto da cidade, parte de um histórico unificado, algo impensável nos modelos baseados em papel. Em Curitiba, a digitalização dos dados de saúde permitiu identificar em tempo real os bairros com maior incidência de síndromes gripais durante a pandemia, otimizando o envio de equipes e insumos. Já em Fortaleza, o monitoramento digital da fila de cirurgias reduziu em 30% o tempo de espera para procedimentos eletivos, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.
É comum que gestores hesitem em embarcar em projetos digitais por receio de falhas técnicas, dificuldade de adesão ou falta de retorno imediato. Mas esse é um erro estratégico. O impacto da digitalização na saúde não deve ser medido apenas em economia, mas na capacidade de prever demandas, evitar desperdícios e cuidar melhor da população. Além disso, dados digitais bem estruturados permitem ao poder público identificar gargalos com precisão, redirecionar recursos e planejar políticas públicas com base em evidências, e não em achismos.
Mais do que um projeto tecnológico, a digitalização da saúde pública é uma política de transformação estrutural. Mas ela exige visão de longo prazo. É preciso paciência para lidar com os obstáculos, comprometimento para sustentar o projeto e coragem para desafiar modelos obsoletos. A experiência de quem avança mostra que, mesmo com limitações, é possível transformar o caos administrativo em inteligência pública, e isso começa por onde sempre deveria: cuidando melhor de quem mais precisa.
*Wilian Josué é diretor e fundador da UniCidades.
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Estudo aponta percepção dos brasileiros sobre fraudes contra planos
Quase metade da população brasileira (48%) percebe um aumento nas fraudes praticadas contra planos de saúde nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Ipespe Saúde, encomendada pela FenaSaúde. A sondagem ouviu 2 mil brasileiros de todas as regiões do país.
O levantamento mostra que 55% dos entrevistados acreditam que as fraudes são um dos principais fatores que contribuem para o aumento das mensalidades dos planos, ao lado do envelhecimento da população (52%). Essa percepção reforça o entendimento de que condutas irregulares impactam não apenas financeiramente as operadoras, mas também penalizam os beneficiários de planos de saúde.
As fraudes mais reconhecidas pela população são a emissão de recibos de atendimentos não realizados (38%), a emissão de nota para alguém que não recebeu atendimento médico (34%) e o empréstimo da carteirinha do plano (30%). Apesar disso, apenas 21% afirmam ter recebido material de comunicação alertando sobre práticas fraudulentas.
As campanhas de conscientização têm grande potencial de impacto: entre os que foram expostos a esse tipo de comunicação, 86% consideraram o conteúdo importante ou muito importante. A campanha “Saúde sem Fraude”, promovida pela FenaSaúde, foi reconhecida por 17% dos entrevistados e teve avaliação positiva de 86% entre esse público.
A pesquisa também revelou apoio majoritário da população a medidas de enfrentamento ao problema: 70% concordam totalmente com a necessidade de investir em campanhas educativas contra fraudes, e 67% apoiam o reforço da fiscalização para prevenir e coibir práticas indevidas no setor.
“Fraudes prejudicam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. É fundamental que sociedade, operadoras e autoridades unam esforços para combater essas práticas e preservar os recursos destinados ao atendimento de quem realmente precisa”, afirma Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde.
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SAÚDE BUSINESS
SUS amplia telessaúde com 3 mil kits e parceria inédita com hospitais privados
Investimento de R$ 20 milhões visa reduzir filas de espera e levar atendimento especializado a regiões vulneráveis; meta é alcançar 10 milhões de consultas remotas até 2027.
O Ministério da Saúde iniciará na próxima semana a distribuição de 3 mil kits de telessaúde para Unidades Básicas de Saúde (UBS), como parte do programa Agora Tem Especialistas. O investimento de R$ 20 milhões, proveniente do Novo PAC Saúde, visa ampliar o atendimento especializado remoto no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em regiões de maior vulnerabilidade social e difícil acesso.
De acordo com dados do Ministério, a telessaúde pode contribuir para uma redução de até 30% nas filas de espera por consultas ou diagnósticos na rede especializada. Os números indicam que o atendimento por telessaúde registrou um aumento de 65% em um ano, passando de 1,5 milhão em 2023 para 2,5 milhões em 2024. A meta estabelecida é alcançar 10 milhões de atendimentos remotos até 2027.
Estrutura e conectividade
Os kits que serão entregues até novembro contêm notebook, teclado, televisor, webcam e outros equipamentos necessários para o atendimento à distância. Atualmente, o Brasil possui 26 Núcleos de Telessaúde distribuídos em 17 estados.
Para viabilizar o funcionamento adequado do sistema, o Ministério também investe em conectividade. Em 2023, foram conectadas 920 UBS em áreas remotas via satélite, e há previsão de que outras 3 mil recebam fibra ótica até o final deste ano. Dados oficiais apontam que 87% das UBS já utilizam prontuário eletrônico, facilitando a integração com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
Editais para expansão do serviço
Paralelamente à entrega dos equipamentos, foram publicados dois editais para expandir a oferta de Núcleos de Telessaúde. O edital nº 2/2025 é direcionado a estabelecimentos de saúde do setor privado, com ou sem fins lucrativos, que poderão ser contratados por estados, Distrito Federal e municípios para prestação de serviços de telessaúde. Este edital terá vigência de um ano, com possibilidade de prorrogação por igual período.
O edital nº 3/2025 é voltado para Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde, Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa públicas, hospitais públicos e instituições de assistência, ensino e pesquisa. O prazo para apresentação de propostas vai até 6 de setembro.
Modalidades e padronização
Os novos Núcleos de Telessaúde deverão ser registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e seguir protocolos nacionais padronizados. Os serviços oferecidos incluem:
Teleconsultoria: troca de informações entre profissionais de saúde
Teleconsulta: atendimento remoto entre médico e paciente
Teleinterconsulta: atendimento com um profissional remoto e outro presencial
Telemonitoramento: acompanhamento à distância do paciente
Integração nacional
Entre as novas medidas previstas está a criação de um Catálogo Nacional de Telessaúde, que funcionará como um repositório centralizado de serviços disponíveis para contratação pelos gestores locais. Esta iniciativa busca integrar a oferta que atualmente se encontra distribuída entre diferentes estados e municípios.
Também serão implementados, pela primeira vez, protocolos específicos para atendimentos em telessaúde, estabelecendo diretrizes para os setores público e privado. Estes protocolos definirão aspectos como elegibilidade do paciente, equipamentos necessários e procedimentos pré e pós-consulta.
As medidas visam otimizar o encaminhamento da Atenção Primária para a Especializada, buscando reduzir o tempo de espera e ampliar o acesso aos serviços de saúde.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg apresenta indicadores de qualidade ao Ipasgo Saúde
Escrito por Administrador
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) recebeu, no dia 21, representantes do Ipasgo Saúde para apresentar os indicadores assistenciais da rede associada.
Participaram da reunião o presidente da Ahpaceg, Renato Daher; o presidente do Conselho Administrativo, Haikal Helou; diretores e associados da entidade; a diretora de Assistência e Saúde do Ipasgo, Fabíola Pereira; o gerente de Rede Assistencial, Tiago Acioly Cabral; o assessor da diretoria João Victor Franco e a gerente de Serviços e Atenção à Saúde, Bruna Gomes.
Durante o encontro, a coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, apresentou dados como taxa de ocupação, média de permanência e taxa de mortalidade nas instituições.
Os indicadores foram desenvolvidos para apoiar a rede Ahpaceg na tomada de decisões estratégicas, contribuir com a melhoria contínua dos serviços e dar maior transparência ao sistema de saúde, beneficiando diretamente a população, que passa a ter acesso a informações relevantes na hora de escolher onde deseja ser atendida.
Madalena Del Duqui Lemes detalhou a metodologia dos dados, que demonstram a fidedignidade dos indicadores da Ahpaceg, e destacou os esforços e investimentos implementados pelos associados para melhorar a qualidade assistencial e a segurança dos pacientes.
A apresentação também destacou o alto nível de qualidade da rede associada, reconhecida por importantes certificações.
Atualmente, 17 instituições associadas possuem Acreditação ONA (1, 2 e 3), dez conquistaram a Certificação de Alta Conformidade em Práticas de Segurança do Paciente, oito receberam o selo "UTI Top Performer", concedido pela Epimed Solutions e pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), dois, a certificação PADI (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem) e um deles com a Certificação ACSA International Nível Avançado.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Novo presidente da ANS quer 'choque de transparência' no setor
https://platobr.com.br/novo-presidente-da-ans-quer-choque-de-transparencia-no-setor
Cremego contesta e solicita a retificação do edital de contratação do HEANA
https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/08/cremego-contesta-e-solicita-retificacao.html
Nova paralisação na Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia
Justiça suspende contrato de R$ 9 milhões da Prefeitura com o Sesi
Sem anestesiologistas, Maternidade Nascer Cidadão suspende atendimentos
Exame de Residência bate recorde com 138 mil candidatos inscritos
A medicina do trabalho faz bem à saúde do Brasil
Receita vitalícia é mais cara: os bastidores do mercado ilegal de compra e venda de documentos médicos falsos
Faculdades de Medicina devem acabar após decisão do governo
https://diariodocomercio.com.br/mix/faculdades-de-medicina-devem-acabar-apos-decisao-do-governo/
PLATÔ BR
Novo presidente da ANS quer 'choque de transparência' no setor
Novo presidente da ANS aponta problemas em planos populares, impõe freios a reajustes excepcionais e defende que Congresso enfrente cancelamentos abusivos de coletivos
Aprovado pelo Senado nesta semana, Wadih Damous assume a presidência da Agência de Suplementar (ANS) prometendo mudar o tom da regulação no setor. Nos últimos dias como secretário nacional do Consumidor, Damous disse apostar em um "choque de transparência" como marca de sua gestão, defendendo acesso público e linguagem clara nas informações das operadoras.
Amigo de Lula, de quem foi advogado, disse não ver problema em não ser do setor de saúde, e prometeu zelar pela saúde das empresas, mas disse haver um DNA de cuidado com o consumidor na origem da agência.
Damous disse haver problemas nos chamados "planos populares", que considera insustentáveis e potencialmente prejudiciais ao SUS. Disse ser refratário à revisão técnica de reajustes - aceitando apenas em casos extremos e com condicionantes, como a obrigatoriedade de ofertar planos individuais. Reconheceu ainda os abusos nos cancelamentos de contratos coletivos, que hoje atingem famílias com idosos e pessoas autistas, e sugeriu que o Congresso deveria assumir sua responsabilidade regulatória.
Leia abaixo a entrevista.
Você chega à presidência da ANS sem ter atuado diretamente no setor de saúde. Como pretende compensar essa ausência de experiência específica para conduzir uma agência com tantos desafios regulatórios?
Um senador me fez essa tua pergunta, quando, numa das visitas que eu fiz, antes da sabatina. Eu ponderei com ele: se pegar o histórico de todos os presidentes até hoje da ANS, muitos não eram médicos, não eram da área de saúde. Em certa medida, o fato de eu ser do direito, de ser um quadro do direito, talvez tenha mais a ver do que, propriamente, ser um médico, ser alguém formado em uma faculdade de medicina. Por quê? Isso tem a ver com direito regulatório, agência reguladora. Tem a ver com interpretação. Tem a ver com interpretação de normas. Tem a ver com elaborar normas. Quem é do direito tem uma facilidade maior para tratar dessas dimensões. A ANS elabora normas, tem que interpretar e deliberar sobre normas. Quem tem formação jurídica está mais apto para fazer isso. Óbvio que, em certa medida, alguém da área médica, por outra dimensão, também pode desenvolver ali um trabalho importante, como já foi o caso na ANS ao longo da sua história. Não vejo problema nenhum no fato de não ser da área da saúde.
A ANS tem discutido mudanças profundas nas regras de reajuste, coparticipação e sinistralidade, que seriam as maiores dos últimos 20 anos. Como pretende conduzir esse debate sem comprometer a previsibilidade para o consumidor e para as operadoras?
A ANS tem uma história sui generis, que a distingue em relação a outras agências. Nada precedeu a ANS. Por exemplo, a ANP, a Agência de Petróleo, era uma espécie de costela da Petrobras. A Aneel, da Eletrobras. Tinha alguma coisa que deu origem, né? Que deu origem. Havia já marcos normativos.
A ANS, não. A ANS foi marco zero. Ela construiu um acervo normativo muito importante. Porque antes da regulação da ANS e da Lei dos Planos de , era selvageria. Era selvageria. Mas a ANS não regula aquilo que o legislador não quis enfrentar. Um exemplo disso são os planos coletivos. Os planos individuais, que já não são mais ofertados no mercado, são regulados: a operadora não pode rescindi-los unilateralmente, exceto em casos de fraude ou inadimplência, e os reajustes são definidos pela própria ANS. Já em relação aos planos coletivos, o legislador se conteve. A interpretação é simples: se a lei não proíbe, as operadoras podem fazer. O resultado é que muitos consumidores enfrentam reajustes violentos, muito acima da inflação. Quando questionadas, as operadoras argumentam que a inflação médica não é a mesma da inflação geral, o que abre um outro problema.
Recentemente, a agência autorizou reajustes excepcionais acima do teto para alguns planos individuais. Considera necessário rever esses critérios? Como equilibrar sustentabilidade financeira das operadoras e proteção de consumidores mais vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência?
Existe uma demanda de algumas operadoras que enfrentam dificuldades com suas carteiras e pedem a chamada revisão técnica, ou seja, a possibilidade de obter um reajuste maior do que aquele fixado pela ANS para o conjunto do setor. Esse tema está em debate dentro da agência. Eu vou entrar nesse debate agora, mas, a princípio, sou refratário a esse tipo de pleito - a não ser que fique comprovado que a negativa possa levar à quebra da operadora ou à inviabilização da oferta de serviços.
Mesmo assim, haveria de se estabelecer condicionantes. Um exemplo seria: "Tudo bem, mas, em contrapartida, a operadora terá que comercializar planos individuais por três anos". Esse tipo de condicionante pode ser interessante.
De fora, é possível apenas acompanhar a existência dessas propostas. Mas, lá dentro, como diretor, estarei obrigado a deliberar e a ouvir meus pares. E é importante lembrar: no , o cargo de presidente costuma ser entendido como alguém que manda em tudo. Em uma agência reguladora, não é assim. O meu voto tem o mesmo peso dos demais diretores; posso ser vencido em qualquer decisão. O presidente não decide sozinho, as deliberações são sempre colegiadas.
Vejo nisso um desafio interessante, porque obriga a persuadir os interlocutores e construir consensos. Esse formato cria um ambiente profícuo de debate, democrático e coletivo, em que as decisões ganham legitimidade pelo processo.
Vocêjá afirmou que os cancelamentos unilaterais de planos coletivos devem ser tratados pelo Congresso. Ainda assim, a ANS tem um papel regulatório nesse tema. Qual será sua postura diante de operadoras que continuam cancelando contratos em massa?
Essa questão foi tratada na sabatina, como você deve ter acompanhado. O que eu disse ali, e repito agora, é que o legislador não quis regular os planos coletivos. Se ele regulou os planos individuais, mas não fez o mesmo com os coletivos, ou deixou isso pela metade, foi porque deliberadamente não quis. A interpretação, naquele momento, foi a de que os planos coletivos deveriam ficar à mercê da livre negociação entre as partes.
Agora, por que os planos individuais não são mais ofertados? Porque são regulados. O consumidor, ao buscar contratar um plano individual ou familiar, encontrou barreiras. Em vez disso, passou-se a criar pessoas jurídicas apenas para viabilizar a contratação. Esse desequilíbrio gerou uma distorção. Por isso, entidades de defesa do consumidor corretamente passaram a caracterizar muitos desses contratos como "falsos coletivos".
O que são, então, os coletivos? Em alguns casos, grandes entidades, como a OAB - que reúne milhares de advogados - firmam convênios de adesão. Acontece que a OAB, apesar de ser uma entidade de grande porte, não tem capacidade técnica ou poder de barganha para negociar de forma equilibrada com as operadoras, já que sua finalidade não é oferecer planos de saúde. Assim, quando a operadora decide aplicar um reajuste, a entidade pouco pode fazer para reagir.
Esse é o resultado da escolha do legislador: quem detém poder econômico dita as regras. É a operadora quem impõe o reajuste e quem cancela contratos, simplesmente porque pode.
E por que a ANS não interfere? Porque, se fizesse isso, haveria uma enxurrada de judicializações. As operadoras recorreriam imediatamente ao Judiciário, alegando que a agência estaria invadindo uma competência do legislador. Como a decisão de não regular os coletivos partiu do Congresso, a ANS não pode, por meio de normas infralegais ou regulamentares, proibir algo que a lei não proibiu.
E é um argumento válido do ponto de vista jurídico?
Tem argumento para os dois lados. Mas, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prevalece a interpretação de que a ANS esbarraria em um impedimento jurídico. Por isso eu disse que essa questão deveria ser enfrentada pelo Congresso. Há diversos projetos de lei nesse sentido: alguns proibindo simplesmente a rescisão unilateral, outros prevendo exceções, como nos casos de autistas ou de pessoas idosas.
O Congresso tem diante de si uma gama de propostas que precisam ser discutidas. Porque, do contrário, a situação se agrava. Eu, como beneficiário de plano de saúde, considero absolutamente legítima a reclamação dos consumidores: ninguém aceita reajustes abusivos ou cancelamentos baseados em seleção de risco. Cancelar porque a carteira envelheceu ou porque há autistas, por exemplo, é ilegal. Mas isso acontece.
Se a ANS tomasse a decisão sozinha de proibir tais práticas, haveria instabilidade e insegurança jurídica. Tribunais diferentes poderiam decidir de forma divergente até o tema chegar ao STJ. Por isso, é mais prudente que o Congresso legisle sobre o assunto. Uma lei tem mais robustez do que qualquer norma administrativa ou regulamentar da ANS.
A criação de planos de baixa cobertura, ou "planos populares", recebeu fortes críticas. Considera que esse modelo pode ter viabilidade no ? Quais condições mínimas de cobertura o senhor acredita que deveriam ser inegociáveis?
Essa discussão coincidiu justamente com o período em que minha sabatina estava marcada, mas não ocorria. Em dezembro, a ANS lançou o chamado sandbox regulatório, para testar esse tipo de plano. A iniciativa, porém, não contou com o apoio nem do corpo técnico da agência, altamente qualificado, nem de entidades ligadas ao consumidor. Pelo contrário: Ministério Público, Defensorias Públicas e organizações da sociedade criticaram, repudiaram e judicializaram a proposta. A ANS acabou recuando e transferiu o tema para uma Câmara Técnica.
Os argumentos a favor dos planos populares são: preço mais baixo, possibilidade de ampliar a oferta de planos individuais e desafogar o SUS em consultas e exames. O contra-argumento é evidente: se uma pessoa faz uma consulta, descobre uma doença grave como um câncer, não terá cobertura para internação ou tratamento e voltará para o SUS, aumentando a fila da alta complexidade.
Ou seja, esses planos esvaziam a fila da atenção primária, mas sobrecarregam a de casos graves. Por isso, vejo muita dificuldade em aprovar algo com esse formato. A cobertura mínima prevista é tão restrita que sequer incluiria urgência e emergência, o que obrigaria o paciente a correr para o SUS em situações críticas. Na prática, os chamados planos populares se revelam impopulares. Ainda assim, o tema está em debate na Câmara Técnica, e eu vou participar dessa discussão.
O Superior Tribunal de Justiça determinou que cabe à ANS regular os cartões de desconto em saúde, usados hoje por mais de 60 milhões de brasileiros. Pretende avançar nessa regulação? Que tipo de salvaguardas para o consumidor poderiam ser adotadas?
Se a decisão judicial transitar em julgado, não restará alternativa à ANS a não ser cumpri-la. Hoje ela ainda está em discussão, mas minha preocupação é com a capacidade operacional da agência. Os cortes orçamentários têm sido severos e há déficit de pessoal. Cumprir uma nova atribuição pode ser difícil para um corpo técnico já sobrecarregado.
Caso a decisão se confirme, a ANS terá de estabelecer uma regulação clara, com salvaguardas para os consumidores. Não conheço em detalhes o funcionamento desses cartões, mas sei que eles têm grande apelo popular por oferecerem consultas e serviços a preços mais acessíveis. A tarefa será definir regras que garantam segurança e transparência aos usuários.
O setor de saúde suplementar passou de prejuízos bilionários em 2022 e 2023 a lucro líquido em 2024. Na sua visão, o que explica essa virada? A ANS deve interferir mais ativamente na transparência das operadoras sobre receitas e despesas?
A ANS precisa, sim, atuar nesse ponto. Defendo o máximo de transparência possível, até porque estamos lidando com saúde, com vida e morte. Não pode haver caixa-preta nem dados confidenciais. Tudo deve ser público e acessível.
Quero ver, por exemplo, como se calcula a inflação dos serviços médicos e quais os métodos utilizados para isso. Pretendo ser um defensor exigente da transparência e convencer meus pares nesse sentido. A ideia é implementar um verdadeiro choque de transparência: informações claras, seguras, acessíveis ao consumidor, sem "mediquês".
Isso não é novidade: já está no Código de Defesa do Consumidor. Informação clara é uma determinação legal. O consumidor não é advogado nem juiz para ter de interpretar seu contrato. Ao entrar no site de uma operadora, deve ter a certeza de que está diante de informações completas e compreensíveis. Do meu ponto de vista, a transparência deve ser a pedra de toque da regulação da ANS.
Pretende fazer alguma mudança na forma de funcionamento da diretoria da ANS?
Algumas respostas são difíceis de dar sem estar no dia a dia da agência. Mas uma proposta que quero levar aos meus pares é a de que as reuniões sejam presenciais. Por mais que a tecnologia permita encontros à distância, acredito que a eficiência do trabalho e a cultura regulatória da ANS se fortalecem no contato direto.
Quanto aos funcionários, sei que boa parte está em home office. Não pretendo impor nada de forma autoritária. A pandemia transformou o trabalho remoto em regra, mas quero discutir a possibilidade de reduzir o home office, talvez por meio de rodízio, para determinados setores. Tudo em diálogo e sem traumas.
Reconheço que o home office pode trazer ganhos de produtividade, especialmente no formato híbrido. Mas também há relatos de sobrecarga. No trabalho presencial, os limites de horário são mais claros. Em casa, muitas vezes as pessoas acabam exploradas. Quero ouvir o corpo técnico - que é altamente qualificado - e negociar uma forma equilibrada de atuação.
Você vai trabalhar a partir de Brasília ou vai se mudar para o Rio de Janeiro?
Minha intenção é permanecer em Brasília. O centro do poder está aqui, as demandas principais estão aqui e é daqui que se dá a interação com Congresso, Ministério Público e demais atores. A ANS tem uma estrutura em Brasília, mas ela está praticamente vazia. Quero revitalizá-la, transformá-la em um ponto de atendimento ao público e de referência institucional.
Claro, as reuniões de diretoria ocorrem no Rio, a cada três semanas, como determina a lei. Então estarei no Rio sempre que necessário. Mas, estando em Brasília, acredito que fortaleço a eficácia da atuação da agência.
Você vem de uma trajetória política e de defesa do consumidor. Como pretende blindar sua gestão de pressões políticas, de um lado, e econômicas, de outro, para que a ANS atue com autonomia técnica?
O setor é altamente conflituoso, e essa tensão se agravou nos últimos tempos, sobretudo por conta de rescisões unilaterais que atingiram famílias com pessoas autistas. Essa conflitosidade não começou agora, mas de fato se acentuou.
O que posso garantir é que não sou irresponsável. Não estou indo para "quebrar o plano de saúde". Ao contrário, é determinação legal zelar pelo equilíbrio econômico do setor e pela solvência das operadoras. Isso não significa, porém, virar as costas para os consumidores.
A história da ANS mostra isso: mesmo dirigentes liberais, favoráveis ao mercado, não desviaram a regulação em favor das operadoras. O corpo técnico e a própria agência se moldaram com forte atenção ao consumidor.
Na Secretaria do Consumidor, meu papel era claro: defender o consumidor. Na ANS, o papel é de regulador, mas não dá para ignorar a vulnerabilidade acentuada de quem depende de um plano de saúde. Estamos falando de vida e saúde.
Por isso, serei firme em buscar o equilíbrio: operadoras robustas, saudáveis, que não corram risco de quebra, mas sem que isso se faça às custas de abusos contra os beneficiários.
Quando o presidente Lula te convidou para perguntar se aceitava ser indicado, o que ele te falou? Qual foi a missão que ele te deu?
O presidente foi direto. Disse: "Eu tive um câncer e tive o melhor tratamento. Não me faltou nada. Por que eu tenho esse direito e os outros não têm?". A questão é filosófica: buscar igualdade de acesso, mesmo sabendo que talvez nunca se alcance plenamente.
O é único por ter, ao mesmo tempo, um sistema universal de saúde - o SUS, que é um patrimônio nacional - e um sistema privado robusto. Mas o SUS sofre com subfinanciamento e precisa de reforço.
Inclusive, recebi hoje de uma funcionária do Ministério da um boneco do Zé Gotinha, que passei a usar como símbolo desse compromisso. É uma forma de marcar que estou, sim, lidando com a saúde.
Recentemente, estrangeiros que precisaram de atendimento no SUS relataram surpresa ao serem atendidos de graça e com qualidade. Isso mostra o valor que temos e precisamos preservar. Claro, o setor privado não é SUS, mas as operadoras também devem ter consciência da responsabilidade de lidar com vidas.
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FOLHA DO PLANALTO
Cremego contesta e solicita a retificação do edital de contratação do HEANA
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) enviou ofício à Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), entidade gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA), contestando o Edital nº 21/2025 divulgado pela instituição para a contratação de médico cirurgião geral, médico plantonista (área fechada) e médico ortopedista e traumatologista, com jornadas de 60h mensais e salários de R$ 4.196.
O Cremego aponta as seguintes irregularidades no documento:
Carga horária diária não definida;
Salário aquém do piso salarial estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM);
Falta de descrição dos critérios para a gratificação de produção.
O Conselho solicitou a retificação do edital, a fim de que sejam asseguradas aos médicos condições dignas para o exercício da profissão.
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TV ANHANGUERA
Nova paralisação na Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia
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Justiça suspende contrato de R$ 9 milhões da Prefeitura com o Sesi
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A REDAÇÃO
Sem anestesiologistas, Maternidade Nascer Cidadão suspende atendimentos
Como desdobramento da interrupção dos serviços de anestesiologia prestados à Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, a unidade suspendeu, nesta quinta-feira (21/8), os atendimentos médicos na unidade. A informação foi confirmada pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que recebeu um ofício assinado pelo diretor técnico Harley Ricardo Rodrigues, determinando o encerramento das atividades assistenciais já às 19h. No documento, ele cita como justificativa, usando como base o Código de Ética Médica, a necessidade de resguardar a segurança das gestantes.
A decisão veio depois que a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) oficializou a interrupção dos serviços, alegando o não repasse de R$ 1.431.967,53 - pagamento devido desde setembro de 2024, por parte da Fundahc. "Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população, mantendo o atendimento por quase um ano", disse a cooperativa em nota.
A entidade reforçou que a Fundahc foi formalmente, e antecipadamente, notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização, a cooperativa adiou essa data. "Mas agora, com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente, os atendimentos serão interrompidos. Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação, como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem."
Em nota, a SMS afirmou ter enviado equipe à Nascer Cidadão para acompanhar a situação in loco e reorganizar os fluxos de atendimento.
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AGÊNCIA BRASIL
Exame de Residência bate recorde com 138 mil candidatos inscritos
Aplicação das provas ocorrerá em 19 de outubro
A edição 2025 do Exame Nacional de Residência (Enare) registrou o número recorde de 138.974 inscritos, o que representa um crescimento de 56% em relação à prova do ano passado, que contou com mais de 89 mil inscritos.
A residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação, destinada somente a médicos formados, sob a forma de cursos de especialização na área escolhida.
A residência médica conta com atividades de treinamento em serviço e teórico-práticas complementares, realizadas dentro de instituições de saúde, universitárias ou não. Os residentes atuam sob a orientação e supervisão de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional.
Dos quase 139 mil inscritos no Enare 2025, 51 mil estão interessados em residência uni e multiprofissional, contemplando 15 profissões da área da saúde. A residência uniprofissional foca em uma única profissão da área da saúde, enquanto a multiprofissional reúne profissionais de diversas áreas para atuarem em conjunto.
Outros 87 mil se inscreveram para residência médica. Desses, mais de 80 mil farão as provas de acesso direto via Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed).
Vagas
Os candidatos do?Enare?concorrerão a 11.174 vagas ofertadas nas modalidades de residência médica, uni e multiprofissional, em 235 instituições.?O número de vagas cresceu 28% em comparação com a última edição. Pela primeira vez, o exame contará com a participação de instituições privadas com ou sem fins lucrativos, além das unidades públicas.
Essas instituições ofertaram, nesta edição, 3.877 programas de residência reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), com vagas autorizadas e bolsas financiadas
Confira aqui as instituições participantes do Enare 2025, o mapa das vagas disponibilizadas e os editais disponíveis.
Enare & Enamed
Uma das principais novidades deste ano é a integração do Enare com o Enamed, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC.
O Enamed estreia em 2025 e será anual, em substituição ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) – Medicina.
Enamed é obrigatório para estudantes de medicina que concluem o curso em 2025. Estes formandos poderão optar por usar a nota obtida para concorrer a vagas em programas de residência médica de acesso direto pelo Enare. Os médicos que já se formaram em anos anteriores também puderam se inscrever para fazer o Enamed para disputar as vagas.
A prova
A aplicação das provas ocorrerá no dia 19 de outubro. A edição de 2025 do exame será composta por uma única etapa obrigatória, eliminatória e classificatória: uma prova objetiva que corresponderá a 100% da nota final do candidato.
A prova para os programas de residência médica de acesso direto será o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), com aplicação prevista em 225 municípios, 275% a mais que o número de cidades de 2024.
Já para os programas de residência médica com pré-requisito e para as residências uni e multiprofissional, a banca responsável será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com aplicação em 60 cidades.
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JORNAL OPÇÃO
A medicina do trabalho faz bem à saúde do Brasil
Francisco Cortes Fernandes
Você já pensou que a crise da Previdência poderia ter um impacto menor sobre o erário público se a saúde do trabalhador não fosse negligenciada? Já imaginou que, antes de chegar ao pedido de aposentadoria ou de auxílio-doença, milhares de brasileiros sofrem por anos com adoecimento precoce e recorrente?
Essas questões têm sido ignoradas historicamente. Pouco se fala sobre isso, dando-se ênfase apenas ao problema – o déficit previdenciário –, sem buscar soluções para suas causas, o que ajudaria a minimizar danos individuais que resultam em uma alta fatura para todos. Como mostram dados, esse enredo poderia ser outro se a saúde ocupacional fosse tratada como prioridade.
Somente em junho de 2025, mais de 330 mil brasileiros maiores de 18 anos solicitaram ao governo afastamento de suas atividades profissionais. Desse total, 76% dos benefícios concedidos pelo INSS foram motivados por doenças, um número que se repete mês após mês, com pequenas variações, compondo um ciclo silencioso de alto impacto econômico e social.
Lesões por esforço repetitivo, dores lombares e doenças crônicas recorrentes ocupam o topo do ranking dos motivos de afastamento. Junto a elas, aparecem os transtornos mentais e comportamentais que, segundo pesquisas recentes, entre 2006 e 2021, levaram mais de 3,2 milhões de brasileiros a pedirem para se afastar do trabalho, número que disparou após 2019, sendo mais um reflexo da pandemia de Covid-19.
Contra essa distorção, a medicina do trabalho, frequentemente lembrada apenas nas fases de admissão e demissão de funcionários, é umaimportante aliada para preservar a saúde do brasileiro e do Brasil. Por sua capacitação e preparo, o Médico do Trabalho pode liderar dentro das empresas o esforço rumo à prevenção de agravos e transtornos que afetam a saúde do trabalhador.
Neste caso, esse especialista ocupa papel estratégico, que não se resume a atestar capacidade laboral ou emitir laudos para o INSS. Com o devido apoio, cabe a ele trazer para dentro das empresas (públicas e privadas) um olhar amplo e resolutivo sobre prevenção e combate a cenários de risco que faz a diferença entre um colaborador saudável e um que, com o tempo, engrossará as estatísticas da Previdência.
Esse papel a ser exercído pelo Médico do Trabalho começa, entre outros pontos, pelo mapeamento de riscos ocupacionais, avaliação de dificuldades ergonômicas, planejamento de pausas programadas, análise de riscos psicossociais e acompanhamento sistemático de sinais e sintomas relacionados à saúde mental, tanto individual quanto a resultante das relação em grupo.
Assim, a presença efetiva do Médico do Trabalho dentro das organizações significa uma salvaguarda contra o adoecimento (físico e mental), estimulando práticas saudáveis e prevenindo e combatendo aquelas que induzem ao agravamento de quadros: ações claras e embasadas que ajudam a entender a real condição do trabalhador.
Para que o país reduza os quase 300 mil afastamentos mensais devido a doenças será preciso ir além da reforma previdenciária. É preciso apostar na saúde ocupacional, não por um impositivo legal, mas como estratégia e investimento. A prevenção custa menos, funciona melhor e, acima de tudo, respeita quem move a economia: o trabalhador.
Com o rompimento desse ciclo perverso, que hoje gera tantos prejuízos, o Brasil verá surgir ambientes que valorizam a saúde e acolhem o trabalhador em sofrimento, reduzindo demissões, aumentando o produtividade e fortalecendo a cultura organizacional. Sem dúvidas, esses são diferenciais competitivos.
Esse é um desafio estrutural que exige ações em diferentes frentes, não se podendo ignorar a relevância da medicina do trabalho dentro desse processo de reconhecimento de que saúde e desempenho caminham juntos.
Sem dúvida, esse será o primeiro passo – de muitos outros – para trazer transformações profundas às relações entre empregados e empregadores e reduzir significativamente o impacto do adoecimento nas instituições públicas e privadas. No fim das contas, tudo isso deixa claro que, com apoio e adequado posicionamento estratégico, a medicina do trabalho faz muito bem à saúde do Brasil.
Francisco Cortes Fernandes, Presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT)
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PORTAL G1
Receita vitalícia é mais cara: os bastidores do mercado ilegal de compra e venda de documentos médicos falsos
Redes clandestinas crescem mais de 20 vezes em sete anos e vendem documentos médicos com dados reais de profissionais sem consentimento. Canais funcionam como marketplaces e usam bots para driblar fiscalização.
O cardápio é variado. De hipnóticos para dormir até inibidores de apetite, o mercado de receitas médicas e atestados falsos nas redes sociais oferece produtos para todos os gostos. Os valores mudam conforme a necessidade e o tipo de receita, com a quantidade de dias dos atestados e, no caso da venda de medicamentos, com o tipo de substância.
O g1 acompanhou por dois meses o universo digital onde receitas médicas, medicamentos e atestados falsos são vendidos ilegalmente. Mercado esse que cresceu 20 vezes em sete anos no Telegram. O problema é tão grande que tem forçado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) a pensarem soluções para brecá-lo.
Encontrar os vendedores é fácil: basta um clique no Telegram para as opções se derramarem sobre a tela. No Facebook e Instagram, há inclusive anúncios patrocinados de documentos médicos falsos, enquanto no X e TikTok os vendedores anunciam seus produtos em postagens e comentários.
Os bastidores da compra e venda
Vendedores no X usam fotos e nomes falsos. Deixam, entretanto, um número de WhatsApp à disposição. Ao entrar em contato, o cliente recebe instruções –e a garantia de que a receita será aceita em farmácias.
Receitas brancas, usadas para medicamentos comuns sem controle especial, custam R$ 30 e são preenchidas, carimbadas e assinadas pelos vendedores, com QR Code ativo.
O QR Code direciona para um documento muito similar a um original, com dados do médico prescritor e data de prescrição. Na maioria das vezes, o médico que assina o documento falso não é do estado onde mora o cliente, e o próprio vendedor explica: “Não há necessidade de o médico e nem da clínica serem do seu estado”.
É uma forma de dificultar a identificação do profissional por farmácias. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), na maior parte das vezes os médicos sequer sabem que seus dados estão sendo usados de forma ilegal.
Com receitas coloridas –azuis, exigidas para psicotrópicos de uso controlado e amarelas, destinadas a entorpecentes e remédios de uso mais restrito—, o modus operandi da venda é diferente. O vendedor envia um PDF da receita virgem, para que o próprio cliente preencha. Essa receita é vitalícia, e custa mais caro, R$ 70. Ao comprar, o usuário pode reeditá-la quantas vezes quiser.
Para esse tipo de prescrição, também há instruções: o vendedor envia um documento preenchido para o cliente ter como referência. “Altere os seguintes dados: data, nome completo, dosagem e nome do medicamento”, explica. “Assine em cima do carimbo”, conclui.
É o próprio comprador quem imprime a receita. Para a impressão, é enviado um passo a passo que ensina desde a forma de posicionar o documento na folha até o tipo de papel em que ela deve ser impressa.
“A receita é válida em qualquer estado, independentemente de onde foi emitida. As farmácias são obrigadas a vender”, explica o vendedor. “Para garantir a aceitação, prefira farmácias menores, pois costumam ter menos burocracia”.
“Evite farmácias grandes, algumas aceitam, mas é mais seguro optar por pequenas. Se uma farmácia recusar, tente outra. A receita está correta e dentro da legalidade, então dificilmente haverá problemas", diz.
Feedbacks são importantes
Ao encerrar a venda, o vendedor pede que o cliente dê feedback sobre o uso do documento. É por meio desses retornos que ele faz propaganda do negócio – também nas redes sociais. “Mais um cliente satisfeito”, diz uma publicação no Telegram.
Por lá, a abordagem varia. Alguns grupos são configurados de modo que apenas o administrador envie mensagens, com a venda sendo finalizada em conversas privadas. Outros ficam abertos, e, nesses casos, é por ali que os usuários enviam os feedbacks.
Além disso, no chat coletivo, interessados perguntam sobre medicamentos específicos, sobre como funciona o esquema de receitas e qual o máximo de dias que os vendedores podem inserir em um atestado médico.
“Quatro dias de férias graças a vocês", comenta um membro do grupo ao enviar uma foto viajando e agradecendo ao proprietário do canal onde são vendidos os atestados falsos.
Em um dos grupos mais acessados no Telegram, são mais de 6 mil participantes. A descrição explica o intuito e também detalhe quais produtos são vendidos. “RECEITAS MÉDICAS, ATESTADOS, LAUDOS E EXAMES. Use o grupo para tirar suas dúvidas, solicitar serviços e buscar referências. Nosso trabalho é sério e de responsabilidade, estamos sempre de prontidão, entrega rápida e segura”, afirma o texto descritivo do grupo.
Para os atestados falsos, o usuário tanto pode decidir o CID – código da doença responsável pelo afastamento– ou deixar que o vendedor decida. Uma vez escolhido o problema, ele determina por quantos dias quer ficar fora do trabalho.
O levantamento exclusivo do g1 feito pelo pesquisador Ergon Cugler, do Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas (DesinfoPop/CEAPG/FGV), encontrou 28 mil usuários inseridos em comunidades de vendas de receitas e atestados falsos.
Em 2025, até julho, esses conteúdos já foram visualizados quase meio milhão de vezes —segundo dados que podem ser vistos na própria plataforma.
Anvisa e CFM tentam mitigar o estrago
Na tentativa de frear esse comércio, em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou um sistema nacional para emissão e controle de números de receitas de medicamentos sujeitos a controle especial.
Funciona como um “cartório” digital: cada número é gerado pela Anvisa e vinculado a um médico, permitindo verificar se a receita existe e se foi emitida por um profissional autorizado.
Agora, o órgão testa uma nova etapa, ainda em fase piloto, que vai permitir:
Conexão: plataforma vai conectar esse sistema diretamente aos programas de prescrição digital usados pelos médicos.
Autenticação: quando a receita for emitida de forma eletrônica, a plataforma solicitará automaticamente um número válido a Anvisa.
Checagem: na farmácia, o atendente poderá checar, em tempo real, se o documento é verdadeiro, se já foi utilizado e confirmar a identidade do prescritor.
O CFM batalha na Justiça para derrubar uma liminar que proíbe a utilização do Atesta CFM, sistema de emissão de atestados criado pelo Conselho com o intuito de mitigar o estrago feito pelo mercado digital de documentos médicos falsos.
A plataforma, que ainda não pode ser utilizada, notifica o médico sempre que um atestado em seu nome é emitido, e o profissional confirma ou não a validade do documento. A ferramenta inclui biometria, assinatura digital e integração com plataformas do governo. O imbróglio judicial envolve empresas de tecnologia, que alegam que o CFM tenta monopolizar o processo.
O que dizem as plataformas
O g1 explica aqui como esse mercado funciona. A reportagem acionou o Telegram, mas não obteve resposta. A empresa não tem sede nem representante legal no Brasil, o que dificulta ações judiciais e impede o cumprimento de decisões locais.
Também foram procurados Google, Meta e X, que não responderam aos questionamentos. Já o TikTok afirma que tem “um time robusto de Segurança, que combina tecnologia e trabalho humano (mais de 40 mil profissionais) para localizar e remover qualquer conteúdo ou interação que possa ser relacionada a comportamentos nocivos. Continuamente identificamos e removemos conteúdos e perfis que violam nossas Diretrizes da Comunidade e nossas Políticas de Anúncios”.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Faculdades de Medicina devem acabar após decisão do governo
O governo federal anunciou nesta terça-feira (19) um conjunto de medidas que pode levar ao fechamento de cursos de Medicina considerados de baixa qualidade no Brasil. A principal ferramenta será o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) , que passa a ser aplicado anualmente a partir de outubro de 2025.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os cursos que obtiverem nota 1 ou 2 no Enamed - em uma escala que vai de 1 a 5 - entrarão em "supervisão estratégica" a partir de 2026. As instituições terão prazo de 30 dias para apresentar defesa e comprovar melhorias. Caso contrário, estarão sujeitas a punições como:
proibição de ampliar vagas;
suspensão de contratos do Fies e da participação no Prouni ;
corte de vagas em cursos com nota 2;
bloqueio de novos ingressos em cursos com nota 1;
eventual desativação do curso.
Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana , a medida busca elevar o padrão de qualidade na formação médica. "Estamos tratando da formação de profissionais que cuidam da vida dos brasileiros. Por isso, queremos rigor e excelência nos cursos de medicina", afirmou.
O Enamed será aplicado inicialmente para estudantes concluintes do sexto ano, mas, a partir de 2026, também avaliará alunos do quarto ano. Essa etapa valerá 20% da nota do Enare , exame nacional de residência médica, permitindo ajustes nos cursos antes do internato.
Os resultados do exame de 2025 serão divulgados em dezembro do mesmo ano e servirão de base para o processo de supervisão. Em paralelo, o Inep e a Ebserh realizarão visitas in loco em 2026, verificando infraestrutura, laboratórios, inserção dos alunos no SUS e práticas pedagógicas.
Entre 2017 e 2022, o número de cursos de Medicina cresceu de forma acelerada. Para o MEC, a nova política é uma resposta à expansão sem garantia de qualidade. "Vamos tomar medidas que vão de penalidades cautelares até o fechamento de cursos que não atenderem aos padrões exigidos", disse Santana.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha , destacou a parceria entre as pastas. "Estamos muito animados com as medidas do MEC. Vamos apoiar para que se concretizem e garantir a melhoria da formação médica no país", afirmou.
As mudanças se somam à aprovação, neste mês, das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina, que reforçam a integração dos cursos com o SUS , o foco em atenção primária e políticas de inclusão e bem-estar estudantil.
Com o novo modelo, o governo espera alinhar a expansão do ensino médico à qualidade exigida pela sociedade e pelo sistema de saúde.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Seguros e planos de saúde enfrentam novos riscos com tecnologia
Testamento vital: documento diz o que pode ser feito com a sua saúde
https://www.metropoles.com/saude/testamento-vital-documento-sua-saude
87,7% dos hospitais do país administram antibióticos de forma indiscriminada, diz estudo
Documento firmado entre Secretaria de Saúde de Goiânia e OS's é publicado
Saúde de Goiânia inicia transição de gestão das maternidades municipais
Protesto contra fechamento da emergência do CIAMS Novo Horizonte
https://www.youtube.com/watch?v=q-LsYyikB54
SONHO SEGURO
Seguros e planos de saúde enfrentam novos riscos com tecnologia
Garantir a sustentabilidade do setor de planos de saúde e seguros é um dos principais motivadores para investimentos em inovação. De um lado, o envelhecimento da população, a judicialização e o aumento da complexidade assistencial exigem uma revisão profunda dos modelos tradicionais de saúde. De outro, ao mesmo tempo que alcança um novo recorde de beneficiários, registra lucro significativo impulsionado por reajustes de preços e relata ter atingido em 2024 o menor índice de sinistralidade desde 2018, o setor de planos de saúde ainda encontra grandes desafios.
"O que temos hoje é uma realidade paradoxal. O acesso, por vezes, ainda é fragmentado, burocrático e ineficiente. Isso compromete o atendimento e gera desperdícios que afetam o sistema como um todo. É nesse ponto que a inovação se torna decisiva. Ela tem o potencial de transformar esse cenário, trazendo soluções mais inteligentes e sustentáveis", afirma Frederico Peret, diretor-presidente da Unimed-BH, a vencedora do segmento de planos de saúde e seguros da pesquisa do anuário Valor Inovação Brasil 2025, seguida por OdontoPrev, Athena Saúde, SulAmérica Seguros Saúde e Junto Seguros.
Já em seguros patrimoniais e de vida, o grande desafio está na adaptação do setor em relação a novas regulamentações e também à integração de alternativas que unam seguradoras, empresas e governos no propósito de gerenciar, mitigar e adaptar a infraestrutura para evitar desastres. Em 2024, as perdas globais com catástrofes naturais atingiram US$ 320 bilhões, com US$ 137 bilhões em perdas seguradas. O Brasil também sofreu com desastres, registrando perdas econômicas superiores a US$ 12 bilhões, segundo a corretora de seguros Aon. Somente as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado causaram perdas econômicas superiores a R$ 100 bilhões. Mas, como poucos contavam com seguros, foram pagos apenas R$ 6 bilhões em indenizações.
"A inovação é uma aliada fundamental na construção de uma economia sustentável, e as seguradoras oferecem proteções que vão da preservação da vida à reconstrução de infraestruturas afetadas por eventos climáticos. Esse cenário exige uma nova mentalidade sobre o gerenciamento de riscos", afirma Dyogo de Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Vencedora do setor, a Unimed-BH destina de 1% a 5% da sua receita líquida a inovação. Peret conta que a companhia aposta em múltiplas frentes de inovação: tecnológica, assistencial, social, ambiental e de negócios. A Unimed-BH mantém ainda um fundo de R$ 60 milhões, em parceria com a Abertta Saúde e a ArcelorMittal, para investimento em startups voltadas à saúde. "A inteligência artificial [IA] tem colocado no radar possibilidades concretas para superar desafios históricos do setor de planos e seguros de saúde, como o acesso, os altos custos assistenciais e a fragmentação do cuidado", acrescenta Peret.
A operadora já soma mais de dois milhões de teleconsultas, conta com plataforma digital para 5,1 mil médicos cooperados e mais de 30 modelos de IA em operação - além de 20 em desenvolvimento - para automatizar processos, reduzir a burocracia, melhorar o acesso ao cuidado e gerar diferenciais competitivos. A seguradora estruturou o espaço físico e digital Horizontes Hub para abrigar laboratórios de experimentação com tecnologias emergentes e fomentar a inovação aberta, acelerando o desenvolvimento de novas soluções com parceiros estratégicos. Também criou o programa Juntos Inovamos, que mobiliza mais de cinco mil colaboradores com ideias e propostas de melhoria contínua.
Na OdontoPrev, o investimento em tecnologia superou R$ 88 milhões em 2024, com foco em digitalização da jornada, automação e IA. "Esses valores foram direcionados, sobretudo, ao aperfeiçoamento da nossa infraestrutura e otimização de processos na nossa plataforma tecnológica proprietária, permitindo importantes ganhos em satisfação dos beneficiários", afirma o CIO, CMO e CSO, Renato Costa.
"Por meio do uso de tecnologias avançadas, é possível garantir que os dados se tornem direcionadores estratégicos para tomadas de decisão, personalizando ofertas e melhorando a experiência dos clientes. A inovação também abre caminho para modelos de negócios disruptivos, que podem transformar a forma como os serviços odontológicos são oferecidos e consumidos, contribuindo para um impacto positivo na saúde bucal e no bem-estar da população", considera Costa.
Ele cita o lançamento de soluções como o OdontoToken, que permite validação digital segura de procedimentos, e o agenciamento digital, que substituiu formulários em papel e promoveu mais de 20 mil adesões digitais. A IA generativa foi usada com sucesso para estimar consumo e custos, enquanto a plataforma Busca de Rede apresentou 90% de assertividade na indicação de especialidades odontológicas. Outro uso da IA foi para a realização de diagnósticos remotos gratuitos no âmbito do projeto Sorria+, uma plataforma que conecta clientes a dentistas e que promove ações de saúde bucal junto a jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Terceira colocada, a Athena Saúde destinou cerca de R$ 100 milhões à tecnologia e inovação em 2024, de forma transversal em toda a organização. "A expectativa é que esse investimento aumente ainda mais nos próximos anos, refletindo uma estratégia de fortalecimento e expansão nesse setor crucial", informa o vice-presidente de tecnologia e atendimento ao cliente, Breno Rios Sa. Segundo ele, a inovação está presente na cultura organizacional, com metas vinculadas à remuneração do C-Level.
Os investimentos têm foco em IA, automação e melhoria da experiência do cliente. Protocolos padronizados reduziram em 54% o custo de exames por consulta e a telemedicina representa 11% dos atendimentos, com 94% de resolutividade. A biometria facial com geolocalização está sendo implantada para autenticação e validação de presença em atendimentos de terapias, exames e consultas, evitando procedimentos indevidos, garantindo a segurança do cliente e otimizando processos administrativos.
Já a SulAmérica Seguros Saúde passa por um grande processo de transformação e pretende se tornar uma empresa digital de saúde completa. Esse processo está pautado por incorporação de inovações em várias vertentes e recebeu mais de R$ 100 milhões em 2025. "Estamos aplicando inovação na busca pelas oportunidades estratégicas mais relevantes da companhia, que mais contribuem com o valor que geramos para nossos clientes e acionistas: melhoria da experiência do cliente, crescimento sustentável do market share, redução de sinistro indevido, aumento de eficiência operacional", conta Leonardo Fraga, vice-presidente de tecnologia.
Parte dos recursos foi usada para modernizar seu legado com soluções como o SulaDocs, que transforma documentos não estruturados em conhecimento para uso na subscrição, combate a fraudes e suporte jurídico. A análise, que antes levava 30 minutos, agora ocorre em menos de três minutos, com maior precisão e padronização. A análise guiada atua na regulação de sinistros com IA semiautônoma e modo copiloto, com potencial de automação de até 80% dos casos.
O Sula Partner Hub permite integração de novos parceiros em duas a quatro semanas, ante prazos anteriores de até seis meses. Design system e engenharia de plataformas aceleram entregas, com mais de 50% de ganho de produtividade. A companhia também investe no desenvolvimento de novo app de relacionamento com o cliente, novos portais de acesso digital, reestruturação da jornada de reembolso e marketplace de APIs (interfaces que fazem conexão entre sistemas e aplicativos) para ampliar a integração com prestadores e parceiros estratégicos. Em todas as iniciativas de inovação, tanto as já entregues quanto as que estão em andamento, são mais de cem profissionais de tecnologia envolvidos, além dos prestadores de serviços.
A Junto Seguros, líder em seguro garantia, destina mais de 30% do orçamento anual à tecnologia e inovação. "Enxergamos a inovação como meio de entregar a melhor experiência para parceiros e clientes. Temos a responsabilidade de criar soluções centradas em pessoas e acreditamos que esta estratégia permite nos diferenciar em um mercado que inova rapidamente e, assim, sustentar a nossa missão de garantir negócios que movem o país", diz o CEO da companhia, Roque de Holanda Melo.
Ele informa que cerca de 23% dos colaboradores atuam diretamente com inovação. A IA Llobo interpreta balanços, contratos e editais, automatizando análises de crédito e subscrição com precisão e agilidade. A ferramenta Apólice do Futuro, baseada em visual law, apresenta cláusulas com linguagem clara, menus interativos e maior acessibilidade para corretores, segurados e tomadores.
O API Junto cresceu 35% em 2024, com quase 60 mil documentos emitidos. Já a plataforma de fiança locatícia aprovou automaticamente R$ 2 bilhões em crédito e mais que dobrou o volume de emissões. A empresa aposta ainda na remodelação de sistemas internos, mais personalização com IA, novos canais de distribuição e expansão da oferta para clientes empresariais, com foco em segmentos de alto valor.
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METRÓPOLES
Testamento vital: documento diz o que pode ser feito com a sua saúde
Testamento permite que paciente registre tratamentos que aceita ou recusa, garantindo autonomia e prevalecendo sobre desejos de familiares
Com o envelhecimento da população, cada vez mais brasileiros têm recusado tratamentos que prolongariam a vida sem qualidade. O fenômeno tem feito crescer a popularidade dos testamentos vitais, também chamados de diretivas antecipadas de vontade (DAV).
Eles são documentos registrados em cartório em que uma pessoa define quais tratamentos deseja ou não receber caso fique incapaz de se manifestar. A medida vale durante a vida e orienta condutas médicas em situações de terminalidade, sobre o que fazer ou não em casos de cuidados paliativos.
Como práticas como a eutanásia e o suicídio assistido não são permitidas no Brasil, o documento não pode versar sobre a interrupção da vida, mas pode recusar, por exemplo, que a pessoa seja reanimada em caso de falecimento. Os DAVs podem, inclusive, recusar a transfusão de sangue, tema que foi debatido recente no Supremo Tribunal Federal (STF).
No Brasil, não há lei específica sobre o tema. A regulamentação atual está baseada na Resolução 1.995/2012 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que determina que o médico deve respeitar a vontade do paciente registrada no documento ou informada em prontuário.
Resolução garante validade das DAVs
Segundo a norma, a hierarquia das decisões começa pelo que foi declarado pelo paciente em vida. Em seguida, devem ser observadas as orientações de algum representante, caso ele tenha sido formalmente designado. Em terceiro lugar, ficam as DAVs, diante até da vontade de familiares não-designados.
"As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares", afirma a resolução. Como o documento só é válido enquanto o paciente estiver vivo, as determinações não valem para o caso de doação de órgãos.
Apesar da regulamentação de 2012, a prática de fazer testamentos vitais no Brasil ainda é incomum, com uma média de 700 registros ao ano.
Como é possível fazer o testamento vital?
A formalização é simples. A pessoa pode relatar a decisão diretamente ao médico para registro em prontuário. No entanto, a forma mais recomendada é a escritura pública em cartório, que garante autenticidade e arquivamento permanente do documento.
A DAV pode ser alterada ou cancelada a qualquer momento, desde que o paciente esteja lúcido ao solicitá-lo. Também é possível nomear representantes legais para falar em nome do paciente, inclusive em situações temporárias de incapacidade.
O que pode ser estabelecido no documento?
A pessoa pode registrar se aceita prolongamento artificial da vida em UTI, se prefere cuidados paliativos para alívio da dor ou se deseja limitar intervenções invasivas. Também se pode recusar intubações ou ressuscitações que apenas prolonguem um quadro irreversível.
Especialistas lembram que a clareza no texto evita dúvidas em situações de emergência. Por isso, tabeliões recomendam que o documento seja redigido com testemunhas e que detalhe motivações e valores que orientam cada decisão.
Para a advogada e bioeticista Luciana Dadalto, presidente da Eu Decido, sociedade civil que defende o direito do testamento vital, dos cuidados paliativos e da eutanásia, o testamento vital é um avanço por preservar a autonomia do paciente.
"O documento impede que a decisão fique a cargo de familiares e profissionais de saúde e possibilita que a vontade do paciente seja cumprida mesmo quando ele perder a capacidade decisória", defende ela.
Dadalto aconselha que nos casos de doenças graves, condições de saúde irreversíveis ou terminais, seja considerada a confecção do documento.
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JORNAL DE BRASÍLIA
87,7% dos hospitais do país administram antibióticos de forma indiscriminada, diz estudo
No Brasil, 87,7% dos hospitais públicos e privados brasileiros administram antibióticos de forma indiscriminada. É o que mostra um estudo divulgado nesta quarta-feira (20) pelo (IQG) Instituto Qualisa de Gestão. Na mesma data, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) lançou a campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”.
Segundo a levantamento, 94,7% das instituições participantes possuem um programa de controle de infecção hospitalar, mas não há adesão aos protocolos e diretrizes do uso racional de antimicrobianos.
O trabalho também revelou que um quinto dos hospitais do país não ajustam de forma correta a dosagem de antibióticos.
“O paciente não nasce sabendo usar antibiótico. Ele aprendeu isso em algum lugar e toma de qualquer maneira. Se hoje queremos uma discussão para mudar esse cenário, precisamos fazer um exercício dentro do próprio sistema de saúde”, afirma Mara Machado, CEO do IQG.
“O que nós queríamos, na verdade, era fazer uma pesquisa para entender porquê em 30 anos nós não conseguimos mudar o comportamento dos profissionais de saúde quando se fala sobre o uso de antimicrobianos, quanto os profissionais e os gestores da saúde conhecem sobre o assunto e, mais do que isso, levar à discussão do quanto impacta no meio ambiente”, completa Mara, ao destacar que desde 1997 o Brasil tem uma legislação sobre a obrigatoriedade do programa de controle de infecção.
Para a pesquisa Uso Racional de Antimicrobianos no Brasil: Diagnóstico Atual e Riscos Ambientais Emergentes, realizada de 10 de fevereiro a 9 de março de 2025, o IQG enviou questionários online a farmacêuticos, infectologistas e diretores de 300 hospitais públicos e privados de todas as regiões do Brasil; 104 responderam —a maioria do Sul e do Sudeste. O instituto de pesquisa garantiu sigilo aos funcionários, por isso os hospitais não foram identificados.
Segundo a Confederação Nacional de Saúde, o Brasil possui 7.309 hospitais (último dado, de 2024).
Os 104 hospitais não possuem um comitê stewardship, ou seja, que controle o uso de antibióticos. Todos descartam a medicação sem protocolo específico.
“Nenhuma instituição utiliza uma lista que a Organização Mundial da Saúde publicou em 2017 sobre a relação correta do uso de antibióticos. Em 2021, a OMS lançou um novo conceito que é o One Health, quer dizer, saúde humana, animal e ambiental. O Brasil ainda não conseguiu juntar todos esses conceitos dentro desse processo. E o mais complexo é que os antibióticos mais utilizados têm impacto ambiental e risco muito alto para resistência antimicrobiana”, alerta Mara Machado.
Os antibióticos mais utilizados
Substância | Impacto Ambiental | Risco de Resistência Antimicrobiana (Ram) |
Amoxacilina + Clavulonato | alto | alto |
Azitromicina | alto | alto |
Ceftriaxona | alto | alto |
Ciprofloxacino | muito alto | muito alto |
Clindamicina | alto | alto |
Levofloxacino | muito alto | muito alto |
Meropenem | muito alto | muito alto |
Metronizadol | alto | alto |
Piperacilina | alto | alto |
Sulfametoxazol + Trimetropina | muito alto | muito alto |
Tazobactam | alto | alto |
Vancomicina | alto | alto |
Voriconazol | muito alto | muito alto |
O estudo também evidenciou a falta de conhecimento dos médicos não infectologistas. “Aqueles que se dedicaram a estudar sobre isso sabem muito, publicam muito, mas não contam para os demais o que é necessário. Então, a resistência antimicrobiana é o que chamamos de tragédia dos comuns. O benefício individual de hoje rouba a sobrevivência coletiva de amanhã. Esse conceito veio da economia e da ciência social, mas que estamos vivendo hoje dentro da saúde e precisamos começar a refletir, porque quem vai pagar tudo isso no final são as próximas gerações”, diz a CEO.
Na opinião da infectologista Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI, fazer uso empírico e sem evidências pode levar a outros graves problemas de saúde pública. A resistência aos antibióticos é um fator agravante em muitos casos de morte, por exemplo, em UTIs.
“São riscos desnecessários que poderiam ser evitados com maior controle. Os hospitais possuem as comissões de controle de anvisa-alega-sigilo-e-omite-numero-de-infeccoes-hospitalares-por-unidade-de-saude.shtml” rel=”” target=””>infecção hospitalar, mas existem muitas falhas”, completa a especialista.
No Brasil
de 40% a 60% das klebsiella pneumoniae em hospitais brasileiros já são resistentes a carbapenêmicos —antibióticos usados como último recurso no tratamento de infecções bacterianas graves, em especial as causadas por bactérias resistentes a outros antibióticos;
em UTIs, até 80% de algumas bactérias não respondem mais a antibióticos de última linha;
50% das prescrições hospitalares de antibióticos são inadequadas;
infecções resistentes aumentam tempo de internação em até 20 dias (custo extra médio R$ 25 mil por paciente)
resíduos de antibióticos já são encontrados em rios brasileiros.
Fontes: anvisa/” rel=”” target=””>Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), OMS (Organização Mundial da Saúde) e Fiocruz
Como reverter o cenário
Para o IQG, além de técnico, a resistência antimicrobiana deve ser encarada como um problema político e social. Não adianta controlar antibióticos no hospital se eles continuam sendo usados sem critério em animais, despejados em rios e prescritos sem explicação.
Panorama global da resistência antimicrobiana
Se nada for feito, até 2050 o mundo terá até 10 milhões de óbitos por ano e superará o câncer como causa de morte.
Um estudo conduzido pelo economista James O’Neill, a pedido do governo do Reino Unido, que projetou um cenário catastrófico para 2050. Se nada for feito, as infecções resistentes aos antibióticos deverão causar 10 milhões de mortes por ano na metade do século e provocar perdas na economia que podem chegar a US$ 100 trilhões.
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TV ANHANGUERA
Documento firmado entre Secretaria de Saúde de Goiânia e OS's é publicado
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A REDAÇÃO
Saúde de Goiânia inicia transição de gestão das maternidades municipais
Novas OSs assumem dia 29 de agosto
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) publicou nesta quarta-feira (20/8), um dia depois de oficializar o encerramento dos convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), os documentos que formalizam a substituição da entidade por três Organizações Sociais (OSs) na administração das maternidades públicas da capital - mudança que passa a valer no próximo dia 29 de agosto.
De acordo com a SMS, a escolha das instituições foi feita em caráter emergencial, com contratos de três meses e valor total de R$ 38 milhões já empenhado. O Instituto Patris, do Mato Grosso, ficará responsável pelo Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com repasse de R$ 16,7 milhões. A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assumirá o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões.
Já a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, será responsável pela Maternidade Nascer Cidadão (MNC), com contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal estimado é de R$ 12,6 milhões.
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TV SERRA DOURADA
Protesto contra fechamento da emergência do CIAMS Novo Horizonte
https://www.youtube.com/watch?v=q-LsYyikB54
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem
Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros
Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público
Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos
Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?
Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte
Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS
https://www.cartacapital.com.br/politica/senado-aprova-wadih-damous-para-a-presidencia-da-ans/
Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano
https://medicinasa.com.br/industria-tecnologia/
Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde
https://medicinasa.com.br/due-diligence-saude/
Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência
https://medicinasa.com.br/dados-clinicos-emergencia/
Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações
Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/08/19/enamed-cursos-de-medicina-mec.ghtml
Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa
MAIS GOIÁS
Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem
Prefeitura diz que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto
A Secretaria de Saúde de Goiânia enviou, em março, um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No sábado (16), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforça que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente.
“O que é a medicina sem sua autonomia? Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno”, afirmou o presidente do Cremego, Rafael Martinez. “A autonomia não é apenas um direito do médico ou algo corporativo, é uma garantia à sociedade de que cada paciente será visto como único e não como um dado administrativo”, enfatizou.
Na ocasião, foi apresentada uma minuta de resolução do Cremego sobre a jornada médica e sua autonomia, que será finalizada e votada nos próximos dias. Entre outras coisas, “o texto afirma que o tempo de atendimento é definido pelo médico, de acordo com a complexidade do caso e a experiência do profissional. Acordos e protocolos coletivos podem existir, desde que não restrinjam a autonomia”.
Martinez reforçou: “É o médico e apenas o médico que deve definir o tempo e as condições para o cuidado. Essa resolução não pertence apenas ao Conselho, mas a cada médico que exerce a Medicina com ética e a cada paciente que confia em nós a sua vida.”
Ainda sobre o termo, ele é destinado a consultas agendadas em Cais, UPAs e Ciams. Em nota ao Mais Goiás, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), repudiaram o que chamaram de “imposição de limite de 15 minutos para consultas médicas” na rede pública de Goiânia, “por considerar que a medida desrespeita pacientes e profissionais, compromete a qualidade da assistência e fere princípios éticos da Medicina. Cobramos revisão imediata desta decisão”. Confira na íntegra no fim da matéria.
O portal procurou a prefeitura de Goiânia sobre a medida. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que até então eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, reforça que a medida não será adotada nas unidades de urgência e emergência.
“A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos sem pacientes agendados.”
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SAÚDE BUSINESS
Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros
Modalidade que integra cobertura médica e odontológica em um único contrato ganha espaço no mercado e reflete nova tendência de cuidado integrado na saúde suplementar.
Um levantamento inédito revela que 3,6 milhões de brasileiros já aderiram a planos de saúde que integram cobertura médica e odontológica em um único contrato. Os dados, apresentados na Análise Especial da 108ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), evidenciam uma tendência crescente no setor de saúde suplementar brasileiro.
Esta modalidade de plano combinado representa não apenas uma alternativa mais conveniente para o consumidor, mas também uma estratégia de valor agregado para as operadoras, que conseguem maior fidelização de seus beneficiários através de uma oferta mais completa de serviços.
O relatório completo está disponível para consulta no site do IESS.
Integração de cuidados
Os planos combinados emergem como um vetor fundamental para a integração dos cuidados em saúde no setor suplementar brasileiro. Ao unificar diferentes tipos de cobertura — ambulatorial, hospitalar e odontológica — em um único contrato, este modelo proporciona um escopo ampliado de atendimento ao beneficiário, facilitando o acompanhamento preventivo e promovendo maior continuidade assistencial.
O beneficiário experimenta uma jornada assistencial mais fluida e integrada entre especialidades médicas e odontológicas, incluindo serviços complementares. Esta abordagem contribui significativamente para um sistema mais eficiente dentro de um planejamento coordenado de cuidado.
Além dos benefícios assistenciais, estes planos oferecem maior praticidade administrativa tanto para empresas contratantes quanto para os usuários finais, possivelmente resultando em redução de custos operacionais devido à sinergia entre as diferentes coberturas.
Crescimento impulsionado pelo mercado de trabalho formal
A expansão da oferta integrada está fortemente correlacionada ao crescimento dos planos coletivos empresariais, que por sua vez acompanham o desempenho do mercado de trabalho formal. Segundo dados do Novo Caged, o Brasil gerou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada entre junho de 2024 e junho de 2025, representando um crescimento de 3,4%. No mesmo período, os planos médico-hospitalares do tipo coletivo empresarial registraram exatamente 1,6 milhão de novos vínculos, com alta de 4,5%.
“Há uma correlação direta entre a formalização do trabalho e o acesso à saúde suplementar. Os planos combinados, embora ainda representem uma fatia minoritária, apontam para uma diversificação importante na forma como os serviços são ofertados e contratados e, para as empresas que concedem o benefício a seus colaboradores, uma clara demonstração de oferecer as melhores condições assistenciais em saúde”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Panorama atual do setor
A análise revela que, dos 52,9 milhões de beneficiários com planos médico-hospitalares ativos em junho de 2025:
49,3 milhões possuem exclusivamente cobertura médico-hospitalar
3,6 milhões contam com contratos combinados que incluem assistência odontológica
Quando somados aos 34,4 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, o Brasil totaliza 38 milhões de pessoas com algum tipo de cobertura odontológica ativa.
Destaques adicionais da NAB 108
A cobertura médico-hospitalar alcança 24,8% da população brasileira
A cobertura exclusivamente odontológica atinge 16,1% dos brasileiros
Os planos coletivos representam 83,7% dos vínculos médico-hospitalares, sendo 86,7% destes empresariais
Crescimento regional
Os estados que apresentaram maior crescimento absoluto entre junho de 2024 e junho de 2025 foram:
São Paulo: adição de 469 mil vínculos médico-hospitalares e 296 mil odontológicos
Rio de Janeiro e Minas Gerais também registraram aumentos significativos no período
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TV ANHANGUERA
Fundahc deixa gestão de maternidades em 10 dias
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O HOJE
Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público
Cremego pede apuração imediata e cobra medidas da Câmara, da Secretaria e da direção hospitalar
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) encaminhou ao Ministério Público documentos para subsidiar a apuração de denúncia contra um vereador de Morrinhos. O parlamentar é acusado de ultrapassar as atribuições do Legislativo ao acessar de forma reiterada as dependências do Hospital Municipal e interferir diretamente na rotina da unidade. Segundo o Cremego, as ações do vereador colocam em risco a segurança de pacientes e profissionais de saúde.
No ofício enviado à Promotoria de Justiça, o Conselho destacou que houve desrespeito ao sigilo médico e à privacidade dos pacientes. O órgão lembrou que tais garantias estão previstas no Código de Ética Médica, além de regulamentações específicas, como a Resolução CFM nº 1.638/2002, que trata do prontuário médico, e a Resolução CFM nº 1.958/2010, que define o ato médico.
O Cremego ainda apontou que a conduta relatada viola normas de segurança assistencial, entre elas a Portaria nº 529/2013, responsável por instituir o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Também infringe a Resolução Cremego nº 116/2025, que restringe o acesso de terceiros, inclusive autoridades políticas, a ambientes onde são realizados atos médicos.
Além de solicitar a investigação formal, o Conselho pediu ao Ministério Público que avalie a possibilidade de recomendar às autoridades públicas que se abstenham de ingressar irregularmente em hospitais e unidades de saúde.
Paralelamente, o Cremego enviou ofícios à direção do Hospital Municipal, à Secretaria Municipal de Saúde e à Câmara Municipal de Morrinhos. À gestão hospitalar, requisitou informações sobre registros e medidas administrativas já adotadas diante dos episódios. À Câmara, pediu providências para apurar a conduta do parlamentar. À Secretaria de Saúde, cobrou esclarecimentos sobre as ações implementadas para resguardar pacientes e equipes médicas.
O Conselho reafirmou que continuará atuando em defesa da autonomia profissional, da ética médica e da segurança da população que depende do atendimento prestado na rede pública.
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Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos
Uma portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, publicada em março deste ano, tem gerado intensa polêmica entre médicos que atuam em unidades da rede pública, como Cais, UPAs e Ciams. O documento estabelece que cada consulta agendada, seja com clínico geral ou especialista, deve durar no máximo 15 minutos.
Na prática, a regra prevê que cada profissional atenda quatro pacientes por hora e alcance uma meta de 384 consultas mensais. O critério, entretanto, não se aplica a casos de urgência e emergência. A normativa rapidamente foi alvo de reação. O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) publicou nota de repúdio classificando a medida como “arbitrária, desumana e um risco para a população”.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) também recebeu denúncia formal para avaliar providências. Segundo o Simego, o modelo imposto pela SMS desrespeita tanto os profissionais quanto os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade argumenta que um limite fixo ignora a diversidade e complexidade dos casos, podendo comprometer diagnósticos e tratamentos.
“A imposição de tempo rígido e insuficiente de atendimento fere frontalmente os princípios da boa prática médica e compromete a segurança do paciente”, diz a nota. A crítica vai além: o sindicato sustenta que a portaria pode configurar infração ética por parte dos gestores, já que o Código de Ética Médica assegura autonomia ao profissional na definição do tempo necessário para cada consulta.
Em defesa da classe, o Simego reforça que a Medicina “não pode ser regida por metas de produtividade, mas por critérios técnicos e éticos, que respeitem a individualidade de cada paciente”. Diante da repercussão, representantes de entidades médicas e órgãos de saúde se reuniram em Goiânia no último dia 16 de agosto para o Fórum de Carga Horária e Ética Médica. No encontro, foram discutidos pontos como jornada prolongada, metas de produtividade e a autonomia do médico na condução da consulta. O diretor do Simego, Diolindo Freire, lembrou que a rotina dos profissionais já é marcada por alta demanda e longos plantões, e que impor prazos fixos apenas agrava a pressão.
O presidente do Cremego, Rafael Martinez, reforçou que a autonomia é condição essencial para o exercício da Medicina. “Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno. A autonomia não é apenas um direito do médico, mas uma garantia à sociedade, de que cada paciente será visto como único e não como um número administrativo”, afirmou. Durante o fórum, os presentes tiveram acesso a uma prévia da minuta de resolução que será votada pelo Cremego nos próximos dias.
O texto prevê que apenas o médico pode definir o tempo de atendimento de acordo com a complexidade de cada caso, permitindo protocolos ou acordos coletivos, desde que não suprimam a autonomia individual. A SMS, por sua vez, defende que a portaria não deve ser interpretada de forma inflexível. O representante da pasta, Frank Cardoso, explicou que os 15 minutos servem como referência, mas não impedem adaptações conforme a realidade de cada especialidade.
“É uma base, mas não precisa ser seguida estritamente. Existe autonomia para ajustes”, disse. Segundo ele, o desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) é equilibrar a ampliação da cobertura com a qualidade do atendimento. “É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, sem comprometer a atenção ao paciente e garantindo acesso ao maior número de pessoas possível”, argumentou. Na mesma linha, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, Venerando Lemes, destacou que o objetivo deve ser sempre “o melhor atendimento, no melhor tempo”.
Ele orientou que os profissionais levem eventuais dificuldades ao Conselho, para que sejam debatidas de forma coletiva. Já o assessor jurídico do Cremego, Nuno Oliveira, ressaltou que acordos trabalhistas podem existir, mas sempre preservando a autonomia do profissional. “A jornada de trabalho é fluida e nem sempre corresponderá ao que está escrito. Cabe ao médico coordenar essa dinâmica, de acordo com o Código de Ética Médica”, disse. Em nota enviada ao jornal O HOJE, a SMS esclarece que a proposta tem como objetivo garantir que os pacientes tenham suas consultas ambulatoriais agendadas por horário, reduzindo o tempo de espera e oferecendo maior conforto.
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ESTADO DE MINAS
Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?
Nem toda frustração com um atendimento médico representa, de fato, um erro profissional. Em um cenário onde os pacientes estão cada vez mais atentos aos seus direitos, cresce também a necessidade de compreender os limites da medicina e os critérios jurídicos que definem o chamado “erro médico”.
De acordo com a advogada Gabrielle Brandão, especialista em Direito Médico, muitas pessoas confundem complicações naturais ou resultados insatisfatórios com falhas médicas. “Só podemos falar em erro médico quando há uma conduta inadequada do profissional que resulte em um dano comprovado ao paciente, algo que poderia ter sido evitado com a aplicação correta da técnica, do conhecimento ou dos protocolos exigidos”, esclarece.
Três formas de erro médico
No campo jurídico, o erro médico pode ser classificado em três categorias principais:
Imperícia: quando o profissional atua sem o preparo técnico necessário
Negligência: quando há omissão ou descuido, como deixar de solicitar exames importantes
Imprudência: quando o profissional age de forma precipitada, assumindo riscos desnecessários
Segundo a especialista, muitas disputas judiciais poderiam ser evitadas com uma comunicação mais clara e humanizada. A falta de explicações adequadas, o uso de termos técnicos sem contextualização e o registro incompleto no prontuário estão entre os principais fatores que contribuem para conflitos. “Médicos bem orientados juridicamente tendem a proteger melhor a si e aos seus pacientes”, observa Gabrielle.
Direito à informação é proteção mútua
A transparência no relacionamento entre médico e paciente é apontada como fundamental para a segurança de ambos. “O paciente tem direito de entender os riscos, benefícios, alternativas e limitações de um tratamento. Isso evita frustrações e reduz riscos legais”, afirma a advogada.
O termo de consentimento, quando bem elaborado e explicado, funciona como uma importante ferramenta de proteção para os dois lados. “Não é apenas uma formalidade — é um instrumento de comunicação e esclarecimento”, reforça.
Como agir em caso de suspeita de erro?
Caso o paciente desconfie que houve uma falha no atendimento, a orientação é reunir todos os documentos relacionados ao caso — laudos, exames, receitas, fotos, prontuário — e buscar uma avaliação especializada, preferencialmente com suporte jurídico.
Também é possível formalizar denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina, que tem a função de apurar condutas éticas de profissionais da área.
Gabrielle recomenda atenção a comportamentos que podem indicar risco:
Promessa de resultados garantidos, algo considerado antiético na medicina
Falta de explicações sobre o procedimento proposto
Recusa em entregar ou explicar termos de consentimento
Desqualificação de colegas sem justificativas técnicas claras
“Nenhum profissional sério pode garantir resultados exatos. A medicina lida com variáveis e respostas individuais de cada organismo”, pontua.
E quando há responsabilização?
Para que um profissional da saúde seja responsabilizado civilmente por erro médico, é preciso comprovar três elementos: conduta inadequada, dano causado ao paciente e nexo de causalidade entre ambos.
Em casos mais graves, pode haver ainda responsabilização criminal — como em situações que envolvam lesão grave ou morte por imprudência — e responsabilização ética, com sanções administrativas, incluindo a possibilidade de perda do registro profissional.
Prevenção também é dever do profissional
Gabrielle destaca que profissionais da saúde também estão sujeitos a acusações injustas e, por isso, devem adotar medidas preventivas. “É fundamental manter registros minuciosos, utilizar linguagem clara no prontuário e formalizar o consentimento dos pacientes. Não se trata de excesso de formalidade, e sim de responsabilidade”, afirma.
A advogada destaca que tanto pacientes quanto médicos se beneficiam quando há maior consciência sobre os direitos e deveres envolvidos na relação assistencial. “O conhecimento jurídico básico empodera o paciente e resguarda o profissional. Informação e diálogo reduzem conflitos e melhoram os resultados.”
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AFINA MENINA
Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte
O Brasil reafirma sua posição de destaque no cenário global da cirurgia plástica, consolidando-se também como um dos principais destinos de turismo médico. Segundo dados recentes da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o país realiza mais de 3 milhões de procedimentos estéticos por ano, com padrão de excelência reconhecido internacionalmente.
O setor de turismo médico no Brasil movimentou cerca de US$ 3,1 bilhões em 2024, com uma projeção de crescimento anual de quase 19% até 2033, conforme levantamento do IMARC Group. Esse crescimento expressivo reflete a confiança crescente de pacientes estrangeiros na qualidade técnica dos cirurgiões brasileiros, na infraestrutura hospitalar de alto padrão e na segurança dos procedimentos realizados.
Estima-se que 8,2% dos pacientes atendidos no Brasil sejam provenientes de outros países, principalmente Estados Unidos, Portugal e Itália. Essa diversidade reforça a atratividade internacional da cirurgia plástica brasileira, que representa 14% de todas as cirurgias estéticas realizadas no mundo, de acordo com o relatório da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) de 2024. O número total de intervenções, incluindo procedimentos minimamente invasivos como toxina botulínica e preenchimentos, ultrapassa 3,1 milhões.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desempenha papel fundamental nesse cenário. Com mais de 7 mil especialistas, todos rigorosamente formados por meio de residência em cirurgia geral e cirurgia plástica credenciada, e aprovados em prova de título reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a SBCP assegura a qualidade técnica e ética da especialidade no país. Além disso, a entidade promove educação científica contínua, estabelece diretrizes de segurança e contribui para políticas públicas que garantem a prática responsável da cirurgia plástica no Brasil.
Fundada em 1948, a SBCP é uma das maiores associações mundiais da especialidade e o órgão oficial para concessão do título de especialista em cirurgia plástica no Brasil. Seu compromisso é zelar pelo renome da cirurgia plástica nacional, incentivando o aperfeiçoamento dos conhecimentos e a formação de profissionais altamente capacitados.
Com esse conjunto de fatores, o Brasil não só mantém sua liderança mundial em cirurgia plástica, mas também se consolida como um destino seguro e confiável para quem busca procedimentos estéticos de alta qualidade, atraindo pacientes de diferentes partes do mundo e impulsionando o turismo médico no país.
Essas informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
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O GLOBO
No 2º lugar, Einstein tem ecossistema que impulsiona excelência na saúde
Poucas organizações extrapolam suas ambições originais e viram referência até fora de seu setor. A atuação do Einstein Hospital Israelita não só transformou a instituição em um dos centros hospitalares de excelência do país em novos processos e tecnologias, como também vem se refletindo em posições de destaque no ranking Valor Inovação Brasil nos últimos oito anos. Em 2025 não foi diferente. O Einstein conquistou a segunda posição entre as 150 empresas mais inovadoras do país.
“Priorizar a pesquisa e o desenvolvimento é um norte”, resume o presidente do Einstein, Sidney Klajner. A instituição mantém-se fiel aos pilares estratégicos desde sua fundação: além de ensino e pesquisa, também a inovação, que recebe investimento de 5% das receitas. “Não entra nessa conta quando a gente tem algo que parte da própria liderança. Nosso modelo de atuação é fazer o espraiamento da cultura de inovação”, explica Klajner.
Para isso, o Einstein conta com um ecossistema que inclui um laboratório de design em saúde, para desenvolver novos produtos e serviços para o setor; uma aceleradora de startups (Eretz.bio); um centro de inovação e tecnologia em saúde (o CITS), responsável pela gestão da inovação e propriedade intelectual, e um escritório de validação e incorporação de tecnologias.
A organização tem dois centros de inovação em São Paulo, um em Goiás e outro em Manaus. Soma 79 ativos entre patentes e softwares desenvolvidos. Apenas no ano passado, três patentes foram depositadas no Brasil e uma no exterior, onde já totaliza 15 (outra foi depositada neste ano).
Um marco dessa atuação, diz Klajner, aconteceu quando o hospital passou a integrar a rede Embrapii, que une instituições públicas e privadas de ciência e tecnologia, permitindo desenvolver produtos e tratamentos avançados. É o caso da terapia CAR-T, que utiliza células do sistema imunológico do paciente para combater doenças como o mieloma múltiplo.
O Einstein é um dos quatro centros autorizados pela Agência Nacional de Vigilência Sanitária (Anvisa) a atuar nessa área de reprogramação celular, uma expertise que abre a perspectiva de usar esse tipo de tratamento para doenças degenerativas, por exemplo. Atualmente, estão em desenvolvimento 22 produtos de terapias avançadas, incluindo dez terapias gênicas, seis terapias celulares e dois produtos de engenharia tecidual, com destaque para aplicações em onco-hematologia.
É natural que nesse ambiente a inteligência artificial (IA) ocupe papel de destaque. Mas essa tecnologia não é uma novidade para o Einstein, que a adotava antes da popularização da IA generativa. O hospital já havia sido premiado quando desenvolveu e apresentou, em parceria com uma empresa de equipamentos de imagem de ressonância magnética, um diagnóstico de câncer de próstata sem a presença do médico. E alguns algoritmos já eram utilizados na instituição, como para a predição de leitos — quando é necessário prever com eficácia a demanda por atendimentos.
Klajner diz que o hospital prefere falar em inteligência aumentada, para não dar a sensação de que o médico vai ser substituído pela nova tecnologia. E ela não é o único vetor de inovação. O Einstein conta desde 2016 com uma área de big data e analytics, que, junto com a IA, permeia a rotina da organização. Um produto desse trabalho é a plataforma HStory, disponível a todos os médicos que têm acesso ao sistema de prontuário eletrônico do hospital. Ela é uma IA generativa que permite uma visão do histórico do paciente, ordenando informações e focando nas áreas corretas.
Segundo Klajner, há 120 algoritmos em funcionamento que melhoram todos os dias a parte da gestão e eficiência como uma organização hospitalar. O próprio executivo participa do desenvolvimento experimental de uma nova tecnologia usando IA. Trata-se de uma solução que escuta a conversa entre o médico e o paciente e coloca a informação médica no campo adequado do prontuário, sem que o profissional precise digitar, filtrando tudo aquilo que não é informação médica. Isso, diz ele, vai permitir uma relação mais próxima e uma atenção do médico totalmente voltada ao paciente. “Tenho feito o uso como usuário beta, faço questão”, afirma.
Esse conhecimento em IA tem sido empregado em projetos em parceria com o Ministério da Saúde para monitorar os efeitos climáticos, cruzando dados da saúde e do ambiente onde vivem populações vulneráveis indígenas. As ferramentas vão propiciar a geração de dados de qualidade da água e do solo, permitindo que as decisões da pasta na prevenção e no investimento sejam tomadas com base em informações reais, e não apenas em dados presuntivos pelo profissional de saúde no local.
As novas ferramentas contam com o impulso decisivo da Eretz.bio, responsável por acelerar atualmente 42 startups. Por meio dela, a instituição apoiou 140 startups de saúde. No último ano, um dos destaques foi o estímulo a startups voltadas à saúde pública — desdobramento natural, já que o Einstein atua hoje em mais leitos no setor público do que no setor privado. Outra startup trouxe uma solução desenvolvida com biodiversidade amazônica para tratamento de úlceras por quimioterapia na oncologia. “Isso foi adotado aqui dentro e está trazendo resultados muito bons durante esse processo de validação”, diz Klajner.
Dentro do hospital, o uso da inovação é rotina. Um exemplo é o aplicativo Escala, desenvolvido enquanto uma startup era acelerada. Permite fazer a gestão de escalas de trabalho de hospitais e clínicas. “O grande benefício de possuirmos uma aceleradora é no sentido da maturidade da cultura organizacional em termos de inovação. A organização inteira cresce e evolui”, pontua.
Muito antes de a IA virar o estado da arte da corrida tecnológica, esse ecossistema já havia ganhado impulso com a criação da área de big data e analytics, em 2016. O desdobramento foi o convite para o Einstein se tornar membro-fundador da Mayo Clinic Platform_Connect, uma rede global de oito instituições de saúde para acelerar a inovação por meio da análise de dados clínicos qualificados, anonimizados e seguros. “É uma das organizações mais inovadoras em termos de transformação digital da saúde. Já chegamos ao número de 50 milhões de pacientes pela união dessas bases de dados”, diz Klajner.
O desafio de permitir uma cultura de inovação, que pressupõe liberdade e a possibilidade de erros, não se sobrepõe no caso do Einstein à necessidade de garantir a segurança de todos os procedimentos, uma cláusula “pétrea”, nas palavras de Klajner. “A cultura de segurança é muito maior do que a de inovação.” Essa ênfase levou ao desenvolvimento de uma solução que sugere diagnósticos a serem descartados. “E isso é inclusive fator de atração das startups, já que elas vão poder validar seus produtos em um ambiente seguro, sem a necessidade de correr qualquer tipo de risco.”
A cultura de inovação se estende também para o braço educacional. “Nossa faculdade tem o seu projeto pedagógico, que também é inovador, baseado em aprendizado em grupo. Nosso aluno já entra na faculdade com um mecanismo de seleção que procura avaliar muito mais soft skills do que o conhecimento cognitivo. Ele está exposto a isso durante o curso todo. Não por acaso, faz uns cinco anos, já emergiram duas startups dos próprios alunos.
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CARTA CAPITAL
Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS
O Senado aprovou, nesta terça-feira 19, a indicação de Wadih Damous para a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. Foram 38 votos favoráveis e 20 contrários. O relator da indicação foi Sérgio Petecão (PSD-AC).
Vinculada ao Ministério da Saúde, a ANS é a agência reguladora responsável por normatizar e fiscalizar os planos de saúde. Tem quatro diretores e um diretor-presidente, com mandatos de cinco anos não coincidentes.
Ex-deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, Wadih Damous é o atual titular da Secretaria Nacional do Consumidor. Seu antecessor na ANS foi Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, cujo mandato terminou em dezembro de 2024.
Wadih Damous foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Sociais na última quarta-feira 13. Um dos assuntos debatidos foi a integração de exames e dados entre SUS e planos privados, como ocorre no SUS Digital. Damous disse que a medida permitiria que exames realizados em um sistema fossem válidos no outro, evitando duplicidade e desperdício.
“Essa integração é necessária e historicamente exigida no setor”, afirmou. “Reforço que assumo o compromisso de estreitar laços com o Ministério da Saúde, visando beneficiar a população brasileira. O SUS é um patrimônio do povo e não deve haver dissociação absoluta entre setor público e privado. É necessária uma maior integração em prol de quem mais precisa.”
Advogado e mestre em Direito Constitucional, Damous foi presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (2007-2012), presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (2013-2015) e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB (2014-2015). É autor do livro Medidas Provisórias no Brasil: origem, evolução e novo regime, em coautoria com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.
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MEDICINA S/A
Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano
O Termômetro ABIMED, levantamento de tendências para o setor realizado pela Associação Brasileira da Indústria de tecnologia para a Saúde (ABIMED) mantém perspectivas positivas para 2025, mesmo diante de um ambiente econômico e político desafiador. De acordo com o Termômetro ABIMED, referente ao 2º semestre de 2025, 45% das empresas projetam crescimento superior a 10% no ano, sustentado principalmente por decisões estratégicas internas. O resultado vem acompanhado de cautela diante do anúncio de tarifas adicionais de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto. Para 30% das empresas, ainda é cedo para avaliar o impacto da medida; 30% não preveem efeitos relevantes e 20% estimam impactos diretos nas exportações.
A tendência de crescimento para o segundo semestre permanece para 40% dos respondentes apontando para uma expansão superior a dois dígitos, em relação ao primeiro semestre de 2025. O aumento de custos segue no radar para 90% das empresas, impulsionado por inflação, logística e câmbio. Para 65% delas, o aumento foi de até 10% e para 25% a elevação dos custos ficou entre 10 e 20%. Apesar disso, 65% não relatam dificuldades com suprimentos.
Os investimentos para 2025 e 2026 demonstram otimismo em novas linhas de produto — prioridade para 85% das empresas — e estabilidade ou ampliação de recursos destinados a recursos humanos (90%) e estrutura operacional (85%). Em P&D, 37% ampliarão recursos, 32% manterão investimentos e outros 26% não tem planos no momento. Com a reforma tributária no horizonte, 58% pretendem expandir ou incorporar novas linhas de produtos nos próximos três a cinco anos.
Na agenda regulatória, 58% das empresas avaliam que a criação de uma Agência Única de Incorporação traria mais agilidade, enquanto 21% veem redução de barreiras para novas tecnologias. No campo da saúde digital, a inteligência artificial desponta como prioridade: 40% investem em capacitação, 20% no desenvolvimento de produtos e outros 25% aguardam diretrizes regulatórias mais claras.
As práticas ESG seguem no radar: 35% adotam boas práticas, 30% focam em compliance e cadeias responsáveis, e 20% miram energia limpa ou carbono neutro. Apesar das iniciativas para fomentar a industrialização no Brasil, 70% das empresas avaliam que o atual ambiente regulatório e político não favorece a nacionalização da produção ou a expansão industrial no Brasil.
“O setor mostra resiliência e aposta na inovação como motor de crescimento, mas mantém a atenção ao cenário global e às mudanças internas que afetam sua competitividade”, afirma Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED. “Temos atuado intensamente em pautas estratégicas, como o PL 2583 e a renovação do Convênio ICMS 01/99, além de promover debates sobre saúde digital e inteligência artificial. A combinação de avanços regulatórios e investimentos estratégicos será decisiva para o futuro da indústria.”
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Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde
No cenário de negócios da saúde, marcado por pressões econômicas, avanços tecnológicos e exigências regulatórias cada vez mais rigorosas, a gestão estratégica de fornecedores deixou de ser um procedimento administrativo para se tornar um diferencial competitivo.
Hospitais, operadoras, clínicas e indústrias do setor já perceberam que avaliar, classificar e desenvolver fornecedores de forma estruturada reduz riscos, eleva padrões de qualidade e otimiza custos. Mais do que isso, fortalece a sustentabilidade de toda a cadeia de valor da saúde.
Por que a Due Diligence se tornou indispensável
A due diligence de fornecedores vai além de verificar documentos e preços. É uma análise profunda que envolve aspectos financeiros, jurídicos, ambientais, reputacionais e, no contexto da saúde, também qualidade assistencial e segurança do paciente.
Ao adotar esse tipo de avaliação, as organizações conseguem identificar riscos antes da contratação, ajustar processos e exigir padrões mais elevados de conformidade e desempenho.
Classificação estratégica para decisões assertivas
Nem todos os insumos e serviços têm o mesmo peso para a operação. Categorizar fornecedores em estratégicos, críticos, convencionais ou de baixo impacto ajuda a calibrar o nível de exigência e acompanhamento.
Para itens críticos, como medicamentos de alto custo, equipamentos cirúrgicos ou serviços essenciais, existem metodologias reconhecidas internacionalmente – como Matriz de Kraljic e análises multicritério que permitem decisões mais alinhadas à realidade do negócio.
Impactos diretos nos quatro fluxos da cadeia de valor da saúde
A avaliação robusta de fornecedores gera resultados concretos em todos os fluxos da cadeia de valor:
Produtos e Serviços – Garantia de insumos de alta qualidade, entregues no prazo, minimizando riscos operacionais.
Financeiro – Identificação de custos ocultos, desperdícios e ineficiências, favorecendo a alocação inteligente de recursos.
Inovação e Conhecimento – Seleção de parceiros que investem em melhorias e inovação alinhadas às necessidades do setor.
Informação – Monitoramento de desempenho e análise de dados para decisões ágeis e conformidade regulatória.
O equilíbrio entre cobrança e desenvolvimento
A desqualificação imediata de fornecedores com desempenho abaixo do esperado pode gerar rupturas e custos inesperados. Planos de ação estruturados, com acompanhamento e metas claras, permitem transformar fornecedores problemáticos em parceiros estratégicos. Apenas em casos de descumprimento persistente a exclusão deve ser considerada.
Gestão de fornecedores como motor de inovação e sustentabilidade
Em um setor onde o custo de alguns insumos ultrapassa 80% do total da operação, a eficiência da cadeia de suprimentos é determinante para a viabilidade financeira e para a qualidade assistencial.
A adoção de processos maduros de due diligence e avaliação de desempenho não é apenas uma boa prática de governança, é uma estratégia para garantir competitividade, inovação e sustentabilidade no setor da saúde.
Líderes que incorporam essa visão fortalecem não só suas organizações, mas também todo o ecossistema em que atuam.
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Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência
Quando pensamos nos impactos de uma catástrofe ambiental, é inevitável associarmos as prioridades à preservação da vida, à integridade física das pessoas e à contenção de danos materiais imediatos. Em instituições de saúde, essa lógica se aplica diretamente: salvar pacientes, realocar equipamentos, proteger insumos e garantir energia mínima para manter sistemas essenciais em funcionamento.
Mas há um aspecto que não pode ser negligenciado nas etapas iniciais de resposta a emergências: a preservação dos dados clínicos. Em contextos hospitalares, a informação armazenada nos sistemas é tão estratégica quanto o estoque de medicamentos ou a manutenção de aparelhos de suporte à vida.
O histórico médico digitalizado, o prontuário eletrônico, os resultados de exames, prescrições e anotações clínicas formam o alicerce do cuidado assistencial moderno. Sem eles, a continuidade do tratamento se torna incerta, a tomada de decisão médica perde agilidade e precisão, e a segurança do paciente é colocada em risco.
Eu sou gaúcha e acompanhei com aflição o que aconteceu no estado em 2024, quando as chuvas forçaram o deslocamento de 600 mil pessoas de suas casas. Acompanhei novamente esse ano, quando o tempo extremo causou novos estragos, ainda que não tão intensos quanto os do ano passado. Sei que, mesmo os hospitais e clínicas que contam com planejamento físico de contingência, enfrentam dificuldades operacionais por não conseguirem garantir o acesso seguro aos seus sistemas e bases de dados.
Esse tipo de fragilidade não se limita a eventos extremos. Quedas de energia prolongadas, ataques cibernéticos e falhas em equipamentos também podem interromper o acesso a dados clínicos em momentos críticos. E em todos esses cenários, a ausência de protocolos bem definidos de gestão e recuperação de dados pode comprometer a prestação de cuidados essenciais.
Preservar informações clínicas é uma questão de responsabilidade institucional. Em tempos de digitalização acelerada e interoperabilidade entre sistemas, a perda de dados representa uma falha em cadeia com consequências éticas, administrativas e financeiras. O conceito de resiliência digital passa a integrar o conjunto mínimo de critérios estruturais para instituições de saúde. Isso inclui: sistemas redundantes e replicação geográfica de dados; planos operacionais para migração e recuperação emergencial; testes regulares de contingência digital e infraestrutura escalável e compatível com ambientes críticos. Esses elementos precisam ser planejados antes da crise, com investimentos direcionados, definição de responsabilidades e revisão periódica de estratégias de continuidade.
A operação de saúde moderna não existe sem dados. E, em contextos emergenciais, garantir a integridade e a disponibilidade dessas informações é parte indissociável da resposta rápida e segura aos pacientes. O desafio não está apenas em reagir à crise, mas em ter meios técnicos, humanos e estratégicos para sustentar a operação quando o imprevisível acontece. Os dados, nesse cenário, não são suporte – são estrutura.
*Caroline Figueredo é diretora de serviços gerenciados da Octafy.
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MONITOR MERCANTIL
Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações
Quase metade da população brasileira (48%) percebe um aumento nas fraudes praticadas contra planos de saúde nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Ipespe Saúde, encomendada pela FenaSaúde. A sondagem ouviu 2 mil brasileiros de todas as regiões do país.
O levantamento mostra que 55% dos entrevistados acreditam que as fraudes são um dos principais fatores que contribuem para o aumento das mensalidades dos planos, ao lado do envelhecimento da população (52%). Essa percepção reforça o entendimento de que condutas irregulares impactam não apenas financeiramente as operadoras, mas também penalizam os benefíciários de planos de saúde.
As fraudes mais reconhecidas pela população são a emissão de recibos de atendimentos não realizados (38%), a emissão de nota para alguém que não recebeu atendimento médico (34%) e o empréstimo da carteirinha do plano (30%). Apesar disso, apenas 21% afirmam ter recebido material de comunicação alertando sobre práticas fraudulentas.
As campanhas de conscientização têm grande potencial de impacto: entre os que foram expostos a esse tipo de comunicação, 86% consideraram o conteúdo importante ou muito importante. A campanha “Saúde sem Fraude”, promovida pela FenaSaúde, foi reconhecida por 17% dos entrevistados e teve avaliação positiva de 86% entre esse público.
A pesquisa também revelou apoio majoritário da população a medidas de enfrentamento ao problema: 70% concordam totalmente com a necessidade de investir em campanhas educativas contra fraudes, e 67% apoiam o reforço da fiscalização para prevenir e coibir práticas indevidas no setor.
“Fraudes prejudicam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. É fundamental que sociedade, operadoras e autoridades unam esforços para combater essas práticas e preservar os recursos destinados ao atendimento de quem realmente precisa”, afirma Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde.
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PORTAL G1
Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed
Anúncio foi feito nesta terça-feira (19), em evento com jornalistas em Brasília. Exame será aplicado anualmente com o objetivo de avaliar a qualidade da formação médica no país.
Os cursos de graduação de Medicina que forem mal avaliados no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) estarão sujeitos a penalidades a partir de 2026, como a proibição de entrada de novos estudantes. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19) pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
"Resultados insatisfatórios no exame vão acarretar medidas de supervisão dos cursos", disse o ministro em evento com jornalistas em Brasília. Segundo ele, as instituições com conceito 1 ou 2 no exame estarão sujeitas às penalidades.
Entre elas, estão:
impedimento da ampliação de vagas,
suspensão de novos contratos do Fies, e
suspensão da participação no Prouni.
Cursos com conceito 2 terão redução de vagas para ingresso. Já aqueles com conceito 1 terá suspensão total do ingresso de novos estudantes.
Estes cursos terão até 30 dias após a aplicação das medidas para apresentar defesa no MEC.
As graduações com conceito 1 e 2 ficarão em supervisão por um ano, até a aplicação seguinte do Enamed. Caso o desempenho permaneça baixo, o curso poderá ser fechado.
Sobre o Enamed
O Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) é uma prova anual aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para avaliar a formação médica no Brasil.
Ele tem como objetivos principais:
Medir o desempenho dos estudantes com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs);
Verificar se os formandos adquiriram os conhecimentos, habilidades e competências necessários para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS);
Estabelecer um instrumento único de avaliação da formação médica;
Fornecer dados para a formulação de políticas públicas voltadas ao ensino médico.
É obrigatória a participação para todos os estudantes concluintes dos cursos de Medicina, inscritos pelas instituições no Enade. A participação é componente curricular obrigatório estabelecido por lei.
Outros interessados também poderão participar exclusivamente para fins de ingresso em programas de residência médica (Enare), desde que atendam aos requisitos previstos em edital do Inep.
Cronograma do Enamed 2025
Inscrições: 7 a 18 de julho (encerrado)
Aplicação da prova: 19 de outubro
Gabarito preliminar: 22 de outubro
Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro
Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro
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AGÊNCIA SENADO
Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa
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O Plenário do Senado confirmou, nesta terça-feira (19), a indicação do economista Leandro Pinheiro Safatle para o cargo de diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foram 54 votos favoráveis e apenas dois contrários.
O nome de Safatle já havia sido aprovado em sabatina na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) no último dia 13 de agosto. O relatório da indicação (MSF 91/2024) foi apresentado pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP). Safatle vai substituir Antônio Barra Torres, cujo mandato se encerrou em dezembro.
Formado em economia pela Universidade de Brasília, Safatle foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Safatle também é servidor público federal desde 2011, tendo atuado na própria Anvisa, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Ministério da Saúde, onde ocupa desde 2024 cargo de secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
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Assessoria de Comunicação