Administrador

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Sexta, 31 Outubro 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 31/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica

https://medicinasa.com.br/doctoralia-reputacao-medica/

A comunicação como princípio ativo da prática médica

https://medicinasa.com.br/comunicacao-pratica-medica/

O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025

https://www.saudebusiness.com/contentnetworking/o-novo-momento-da-saude-no-brasil-ia-e-dados-foram-os-destaques-do-philips-connectday-2025/

Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica

https://www.saudebusiness.com/colunistas/os-dados-foram-para-o-digital-mas-a-experiencia-ainda-e-analogica/

O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?

https://www.saudebusiness.com/colunistas/o-que-os-ultimos-10-anos-nos-dizem-sobre-os-proximos-10/

Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/10/30/morte-de-medico-residente-do-hugol-causa-comocao-nas-redes-sociais-jamais-sera-esquecido.ghtml

Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/10/30/cerca-de-50-militares-da-reserva-foram-beneficiados-por-esquema-de-fraude-do-cesio-137-diz-policia.ghtml

PC prende cinco pessoas suspeitas de fraudar laudos médicos para militares

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/pc-prende-cinco-pessoas-suspeitas-de-fraudar-laudos-medicos-para-militares-14057763.ghtml

Equipe médica é afastada após morte de menino por apendicite

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/equipe-medica-e-afastada-apos-morte-de-menino-por-apendicite-14055970.ghtml

Operação Césio 171: Polícia Civil desarticula esquema milionário de fraudes em benefícios a vítimas do acidente radiológico de Goiânia

https://goianiaurgente.com.br/operacao-cesio-171-policia-civil-desarticula-esquema-milionario-de-fraudes-em-beneficios-a-vitimas-do-acidente-radiologico-de-goiania/

Saúde digital: Hapvida consolida escala nacional com resultados recordes

https://www.segs.com.br/seguros/433490-saude-digital-hapvida-consolida-escala-nacional-com-resultados-recordes/amp

Desafios das empresas na adequação à NR-1 sobre saúde mental

https://revistacobertura.com.br/noticias/estudos-de-mercado/desafios-das-empresas-na-adequacao-a-nr-1-sobre-saude-mental/

MEDICINA S/A

Como transformar comentários de pacientes em aliados da sua reputação médica

Com mais de 80% dos pacientes pesquisando opiniões antes de agendar uma consulta, segundo dados da Doctoralia, aprender a gerenciar comentários virou peça-chave na estratégia de negócio para clínicas e consultórios

A forma de escolher um especialista para realizar uma consulta médica mudou. Se antes a recomendação de amigos e familiares era um grande trunfo, hoje, ela divide espaço com as opiniões publicadas na internet. De acordo com dados da Doctoralia, 90% dos pacientes buscam informações de saúde na internet e 80% escolhem um especialista com base na avaliação de outros pacientes - números que reforçam a importância da reputação digital como fator decisivo na jornada de saúde.

Essa mudança de comportamento também traz novos desafios. Segundo o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025, 42% das clínicas já realizam pesquisas de satisfação com seus clientes, mas ainda há 7% dos estabelecimentos que não conseguem consolidar uma imagem positiva online.

“O paciente atual é digital e quer autonomia. Ele pesquisa, compara e decide com base na experiência de outros. Por isso, cada comentário é uma oportunidade de reforçar a credibilidade do consultório”, afirma Gabriel Manes, Head de Marketing da Doctoralia Brasil e Chile.

Pontos de atenção são oportunidades

As avaliações, sejam elas positivas ou negativas, são uma janela de percepção sobre o atendimento e o cuidado oferecido. Comentários elogiosos relacionados à empatia, pontualidade e clareza ajudam a consolidar a imagem do profissional e do estabelecimento de saúde. Já as críticas, quando bem gerenciadas, podem se tornar oportunidades de melhoria e, até, de fidelização.

Responder com cordialidade, agradecer o retorno e demonstrar disposição em evoluir são gestos que fortalecem a confiança e a transparência. “O silêncio diante de uma crítica é mais prejudicial do que a própria avaliação. Uma resposta empática mostra compromisso com o paciente e maturidade profissional”, complementa Dayane Carvalho, Relações Públicas da Doctoralia.

O risco das avaliações falsas

A popularização das plataformas digitais também abriu espaço para comentários falsos, ou seja, pessoas mal intencionadas publicam opiniões sem ter sequer passado por consulta. A Doctoralia, por exemplo, adota uma política rígida de moderação que combina filtros automáticos e análise humana, assegurando que apenas experiências reais sejam publicadas.

Entre os principais sinais de falsificação estão linguagem genérica, volume atípico de comentários sobre determinado especialista e perfis sem histórico. Nesses casos, a recomendação é acionar os canais de denúncia das plataformas e evitar respostas impulsivas.

Legislação protege profissionais e pacientes

O ambiente digital está amparado por leis que regulam o uso e a autenticidade das avaliações. O Código de Defesa do Consumidor, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) asseguram direitos tanto aos pacientes quanto aos profissionais, garantindo que as interações ocorram de forma ética e segura.

Além disso, comentários ofensivos ou inverídicos podem configurar crimes contra a honra, previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal.

A reputação digital como diferencial competitivo

O Brasil tem hoje mais de 600 mil médicos ativos, segundo a Demografia Médica 2025. Nesse cenário, a reputação online se tornou um diferencial competitivo – e não apenas um detalhe de imagem.

Estar presente em plataformas reconhecidas, como a Doctoralia, ajuda o profissional a ganhar visibilidade e consolidar sua credibilidade com base em experiências reais. Perfis completos, com fotos, agenda atualizada e respostas a comentários, ampliam a confiança e favorecem o agendamento de novas consultas.

“A reputação não se constrói apenas com boa medicina, mas também com boa comunicação. Cuidar das interações digitais é cuidar da própria marca profissional”, reforça Dayane Carvalho.

O papel da Doctoralia na gestão da reputação médica

Com mais de 33 milhões de visitantes mensais e 10 milhões de agendamentos por mês, a Doctoralia se consolidou como uma das principais plataformas digitais de saúde do Brasil.

Além de promover visibilidade, a plataforma permite gerenciar avaliações, responder a comentários e fortalecer a presença digital de clínicas e consultórios – tudo dentro de regras claras de moderação e transparência.

Quer se aprofundar no tema?

A Doctoralia disponibiliza gratuitamente o e-book completo “Como gerenciar comentários online para clínicas e consultórios”, com orientações práticas, checklists e exemplos de respostas estratégicas.

O material pode ser acessado neste link: https://pro.doctoralia.com.br/recursos-gratuitos/ebook

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A comunicação como princípio ativo da prática médica

Ao longo de mais de 25 anos atuando com comunicação no setor de saúde, tenho observado uma tensão recorrente que acompanha médicos e profissionais da saúde: a necessidade de construir uma presença profissional que vá além da competência clínica, que não dilua a essência da prática médica. Em um cenário em que a medicina muitas vezes se torna uma “commodity”, o que distingue um profissional não é apenas sua técnica, mas a forma como se comunica, se conecta e se posiciona diante de pacientes, pares e sociedade.

A comunicação, claramente, não substitui o diagnóstico nem a habilidade cirúrgica. Ela não cura nem trata, mas corretamente estruturada ela certamente torna-se um instrumento de ancoragem que favorece ao profissional ser reconhecido por sua autoridade, construindo confiança e estabelecendo relações consistentes, mesmo em meio a um mundo digital volátil e a uma sociedade saturada de informações.

O desafio, porém, é grande. Médicos lidam diariamente com agendas extenuantes, pressões regulatórias, complexidade clínica e expectativas sociais. A ideia de “ter que estar presente” em redes, eventos e fóruns pode parecer mais um peso do que uma oportunidade. É nesse ponto que a comunicação estruturada — ética, coerente e ancorada em normas do setor — se torna fundamental. Diferentemente de autopromoção vazia, ela exerce a função de integrar conhecimento, cuidado e visibilidade estratégica.

Manter a coerência exige clareza sobre limites e objetivos, em que o conteúdo compartilhado deve respeitar códigos de conduta médica, confidencialidade, legislações e normas institucionais. O tom da presença digital precisa refletir exatamente a postura do consultório: sério, confiável, humano. Isso exige planejamento, disciplina e, muitas vezes, apoio profissional de comunicação que entenda o setor e saiba navegar entre oportunidades de visibilidade e riscos reputacionais.

A ausência de estrutura leva a inconsistências e exposição desnecessária. Profissionais que improvisam, baseando-se apenas na intuição ou na lógica das redes, rapidamente percebem que atenção e engajamento não são sinônimos de autoridade. A comunicação sem estratégia pode até gerar visibilidade, mas nem sempre de qualidade e dificilmente com credibilidade duradoura.

Por outro lado, médicos que se apropriam da comunicação de forma consciente veem resultados concretos: fortalecem relações com pacientes, ampliam oportunidades de colaboração, contribuem para debates públicos e preservam sua imagem profissional em cenários complexos. A comunicação se torna, então, extensão da prática médica: ética, eficiente e humanizada, mas sempre subordinada à ciência e à prática clínica.

No fim, estar presente não representa estar em todos os canais, mas em lugares estratégicos onde a voz profissional importa. Também não representa ser e nem competir com influenciadores, mas de se posicionar com clareza, relevância e integridade, que são elementos naturais para a consolidação da imagem profissional.

Mas é fato que o diferencial do médico moderno não é não será “apenas” a excelência técnica, mas a capacidade de transformar a comunicação em pilar de carreira, ferramenta de impacto e estrutura de segurança em um mundo cada vez mais conectado.

A prática clínica continua sendo o centro, mas a comunicação é o instrumento que permite operar com segurança e consistência pelo território digital e relacional, construindo reputação, confiança e presença profissional segura.

*Erika Baruco é Jornalista, pós-graduada em Neurocomunicação, Certificação em Gestão da Experiência do Cliente na Saúde Digital e Diretora da Baruco Comunicação Estratégica.

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SAÚDE BUSINESS

O novo momento da saúde no Brasil: IA e dados foram os destaques do Philips ConnectDay 2025

A Philips encerrou mais uma edição do ConnectDay, desta vez em novo formato e realizado em parceria com o Healthcare Innovation Show (HIS). No dia 30 de setembro, o ConnectDay aconteceu de forma independente, enquanto nos dias 1 e 2 de outubro integrou a programação do HIS. O evento como um todo recebeu mais de 4 mil participantes, que também puderam ser impactados diretamente pelas atividades do ConnectDay. Essa estrutura ampliou significativamente o alcance da iniciativa, potencializando as oportunidades de conexão e negócios. Com mais de 30 palestras ao longo dos três dias, os debates se concentraram em como a Inteligência Artificial (IA) pode resolver desafios críticos da saúde, reforçando o papel estratégico da plataforma na construção do futuro do setor.

A relevância do evento foi reforçada pela participação de líderes como o Dr. Woojin Kim, Diretor de Estratégia e Informações Médicas da HOPPR. Em sua palestra, ele destacou como a nuvem e a IA são cruciais para a radiologia. Segundo o Dr. Kim, a IA já está promovendo uma “revolução silenciosa” no setor, não apenas com o uso de dados na nuvem para priorizar exames urgentes, mas também com a automação de tarefas repetitivas, como medições e segmentações. O foco deve ser a utilidade clínica, garantindo que as soluções de IA se integrem ao fluxo de trabalho e lidem com o aumento do volume de exames.

Outro destaque do evento foi a programação do Tasy Community Summit, uma imersão completa no sistema de gestão em saúde presente em cerca de 2.000 instituições na América Latina. A programação cobriu desde casos práticos até temas de Enterprise e funcionalidades clínicas avançadas do Tasy, com o objetivo de maximizar a sua utilização, melhorar a percepção de valor e, com isso, beneficiar os pacientes. Dentre as inovações apresentadas, destaca-se o Tasy Academy, uma plataforma de aprendizagem que oferece capacitação nos processos do Tasy para qualquer pessoa, permitindo o desenvolvimento de habilidades de forma prática e acessível.

O ConnectDay também recebeu grandes líderes locais, incluindo representantes da Santa Casa de Porto Alegre, Hospital Moinhos de Vento, Hcor, Santa Casa da Bahia, Unimed BH e Fleury, que compartilharam insights sobre inovação aplicada às soluções de Healthcare Informatics da Philips. As conversas também foram levadas ao estúdio Philips & AWS, podcast gravado durante a programação do evento e já disponível em Connect Day 2025 | Philips, permitindo aos convidados discutir em mais detalhes o futuro da saúde no país e o papel da tecnologia nessa jornada.

O sucesso do ConnectDay reforça a influência da Philips no setor, destacando seu papel por integrar equipamentos, software e inteligência clínica em um ecossistema verdadeiramente interoperável. Todo o conteúdo do evento, incluindo as palestras gravadas, será disponibilizado no site e redes sociais da Philips, estendendo o impacto das discussões sobre o futuro da saúde conectada no Brasil.

Explore todo o conteúdo do ConnectDay 2025, incluindo palestras, entrevistas e materiais exclusivos, em Connect Day 2025 | Philips.

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Os dados foram para o digital, mas a experiência ainda é analógica

Por que digitalizar não é transformar – e o que a liderança tem a ver com isso?

O título deste artigo foi uma frase falada pelo head de Saúde Digital da Nvidia, Raghav Mani, no HLTH, que aconteceu de 19 a 22 de outubro, em Las Vegas, e eu queria discorrer um pouco sobre ela.

Nos últimos anos, o setor de saúde viveu uma corrida pela digitalização. Prontuários eletrônicos, dashboards, ERPs, APIs. Quase tudo agora tem um dado, um ID e um backend. Mas, apesar de termos colocado os dados no digital, a experiência segue analógica — para o paciente, para o profissional e, muitas vezes, para o próprio gestor.

Digitalizamos processos, mas não transformamos jornadas. Automatizamos tarefas, mas seguimos com fluxos que começam e terminam em silos. Criamos ferramentas de inteligência, mas ainda tomamos decisões baseadas em conveniência, não em evidência.

No fundo, o desafio não é mais tecnológico — é cultural e de liderança. Transformar exige redesenhar o que vem antes e depois da tecnologia: o fluxo, a decisão, o papel de cada ator. É o que foi chamado no HLTH de workflow-first AI: começar pelo problema, não pela ferramenta. A boa inovação é a que tira atrito, devolve tempo e gera aprendizado.

Quem vive o meio do caminho — entre o discurso da inovação e a prática da operação — sabe que as dores da transição são reais. Implementar uma ferramenta que promete integrar o cuidado, por exemplo, pode gerar mais telas e mais burocracia se o processo não for redesenhado. O que era para ser leve vira mais um clique. E é aí que a liderança faz diferença.

Liderar nesse novo tempo é ter coragem de simplificar. É entender que a transformação digital não é sobre tecnologia, mas sobre experiência — do paciente, do colaborador e da própria instituição. É assumir que transformar dá trabalho, mas dá retorno: o piloto que escala é o que muda o fluxo, não necessariamente o software.

A maturidade digital se mede menos pelo número de sistemas instalados e mais pela fluidez da jornada. E essa fluidez é produto direto de lideranças que sabem integrar tecnologia, propósito e gente.

Talvez o próximo salto da saúde não venha de mais uma API, mas de uma nova forma de fazer. Mais simples, mais conectada, mais humana. É o que dizemos, menos sobre o dado — e mais sobre o que fazemos com ele.

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O que os últimos 10 anos nos dizem sobre os próximos 10?

Liderar na saúde exige, cada vez mais, visão sistêmica, capacidade de inovação e compromisso com o impacto social.

Na última década, o setor da saúde atravessou transformações profundas. Da emergência da Covid-19 às novas fronteiras da medicina personalizada, aprendemos — muitas vezes à força — que saúde não é um tema setorial, mas um reflexo direto das condições sociais, econômicas e ambientais.

É nesse contexto que o Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) completa uma década, atuando como observador privilegiado e agente ativo na formação de lideranças que buscam responder, com excelência, aos desafios desse período. Olhando para trás, é possível traçar um mapa do que será exigido das lideranças que desejam permanecer relevantes na próxima década.

A tríplice carga de doenças como bússola da complexidade

A saúde global deixou de lidar com uma única frente. Hoje, os líderes enfrentam a chamada tríplice carga de doenças: o controle contínuo de doenças infectocontagiosas (como arboviroses e a reemergência de casos como tuberculose), o crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (cardiovasculares, metabólicas e de saúde mental) e, cada vez mais, os impactos da violência e da insegurança pública sobre a saúde física e emocional da população. Gerir nesse cenário requer mais do que competência técnica: exige visão sistêmica, articulação intersetorial e a coragem de assumir decisões que vão além das métricas convencionais.

Liderança em transição: do jaleco ao pitch

Enquanto isso, um novo perfil de profissional de saúde emerge. Segundo pesquisas recentes, cerca de 30% dos estudantes de medicina já consideram o empreendedorismo como uma possibilidade concreta de carreira. Essa mentalidade reflete uma transição: de profissionais formados exclusivamente para atender demandas clínicas, para líderes dispostos a repensar o próprio sistema. As novas lideranças não querem apenas operar dentro da estrutura existente — querem redesenhar os alicerces.

Tecnologia como meio, não fim

Nesse novo ciclo, a tecnologia será um componente inevitável — da análise de dados populacionais à inteligência artificial aplicada ao cuidado, passando por modelos digitais de gestão e operação. No entanto, ainda existe um descompasso importante entre a velocidade da inovação e a capacidade dos profissionais e gestores de incorporá-la com criticidade e responsabilidade. A próxima década exigirá um salto em literacia digital: compreender o potencial e os limites da tecnologia será tão essencial quanto entender as bases da anatomia ou da administração hospitalar.

O que fica e o que muda

Dos últimos 10 anos, ficam aprendizados duros sobre preparo, resiliência e a importância de lideranças conectadas com a realidade do país e não apenas dos grandes centros. Para os próximos 10, o desafio será conciliar inovação com equidade, eficiência com cuidado, tecnologia com humanidade. A liderança do futuro precisará ser menos hierárquica e mais colaborativa; menos verticalizada e mais em rede. Terá que integrar dados e intuição, ciência e sensibilidade.

Porque se há uma certeza sobre o que vem pela frente, é esta: saúde nunca mais será uma pauta isolada. E liderar na saúde será, cada vez mais, liderar também o futuro da sociedade.

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PORTAL G1

Morte de médico residente do Hugol causa comoção nas redes sociais: 'Jamais será esquecido'

Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, era médico intensivista e foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás se solidarizou com a família e os amigos.

A morte do médico Clélio Barbosa Barros Filho, de 28 anos, causou comoção nas redes sociais, “jamais será esquecido”, escreveu uma pessoa. Clélio era residente de medicina intensiva no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Em nota de pesar, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) se solidarizou com a família e os amigos.

A morte foi divulgada pela Sociedade de Terapia Intensiva de Goiás (Sotiego) nas redes sociais na quarta-feira (29). A causa da morte não foi divulgada.

Nas redes sociais, o médico foi lembrado como um profissional dedicado, competente e humano. "Que menino fantástico, ser humano ímpar, inteligente, educado, íntegro, um coração enorme”, escreveu um seguidor.

Os amigos lembraram da trajetória na medicina e como ele se tornou um ótimo profissional. “Uma pessoa extraordinária!! Um estudante de medicina brilhante!! Descanse em paz!”, escreveu uma seguidora.

O velório foi realizado no Complexo Vale do Cerrado, na GO-060. Clélio foi sepultado na quinta-feira (30).

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Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados por esquema de fraude do césio-137, diz polícia

Golpe causou prejuízos de cerca de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos por meio de isenção de Imposto de Renda, de acordo com a polícia. Segunda fase da operação prendeu três advogados, um médico e um engenheiro.

Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados com isenção de Imposto de Renda a partir de laudos falsos de exposição ao césio-137 em 1987, o maior acidente radiológico do Brasil, segundo a Polícia Civil. A investigação identificou que o grupo criminoso, composto por advogados, médico, engenheiro e militar, causou um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 1,7 milhão.

“Conseguimos identificar o grupo de forma bem distinta. Havia um núcleo jurídico, um núcleo de captação, um núcleo de fraude e um núcleo de advogados laranjas”, explicou o delegado Leonardo Dias Pires.

Quinta, 30 Outubro 2025 06:27

CLIPPING AHPACEG 30/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso

https://medicinasa.com.br/salva-vidas/

Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década

https://www.terra.com.br/noticias/planos-de-saude-acumulam-alta-de-quase-400-em-uma-decada,e802955f6925982d11432ae2e7c055b5ofydki1e.html#google_vignette

Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento

https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw

Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde

https://www.saudebusiness.com/esg/dimensao-social-do-esg-ganha-protagonismo-na-saude/

Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama

https://www.issoegoias.com.br/2025/10/inovacao-em-exames-de-imagem-tomografia.html

AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente

https://www.issoegoias.com.br/2025/10/avc-nao-espera-saiba-como-identificar.html

Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos

https://www.migalhas.com.br/depeso/443192/como-a-advocacia-preventiva-protege-medicos-de-riscos-e-processos

Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes

https://futurodasaude.com.br/dialogo-hospitais-operadoras/

Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina

https://girosa.com.br/da-consulta-ao-diagnostico-ia-ganha-espaco-medicina/#google_vignette

MEDICINA S/A

Quem salva vidas não tem tempo e a IA veio para mudar isso

A medicina está exausta.

No Brasil, dois a cada três médicos relatam sintomas de burnout, segundo a pesquisa Saúde Mental do Médico, da Afya. Quase metade já teve diagnóstico de ansiedade ou depressão. Nunca tivemos tantos recursos tecnológicos e, paradoxalmente, tantos profissionais adoecendo. O que está “matando” quem salva vidas não é o paciente, mas a ineficiência operacional : o excesso de decisões, informações e burocracia que rouba tempo, foco e empatia.

O problema não está no cuidado, mas na estrutura de trabalho que se tornou insustentável. Médicos passam horas diante de telas, preenchendo prontuários e lidando com tarefas repetitivas. Um estudo da Medscape mostra que 65% dos profissionais gastam mais de 10 horas semanais com tarefas administrativas, alguns chegam a 25.

Instituições como o Hospital Albert Einstein e o Hospital das Clínicas já aplicam IA em exames, triagem e gestão de pacientes. Mas o avanço mais significativo no sentido de fluxo de trabalho e eficiência virá de plataformas que permitam ao profissional organizar sua rotina em um único ambiente, independentemente do número de locais em que atua.

Esse ponto é essencial para médicos que atuam em diferentes locais e precisam otimizar cada minuto de consulta: com a tecnologia absorvendo parte da burocracia, o tempo passa a ser investido em momentos de autocuidado, de lazer e com a família. Para esses profissionais, significa maior previsibilidade na rotina, menos deslocamentos desnecessários e melhor distribuição das demandas, prevenindo o burnout.

É aqui que a inteligência artificial entra, não como substituta, mas sim como guardiã da mente médica. Segundo um levantamento da Mass General Brigham, hospitais que adotaram IA generativa para documentação clínica, a carga cognitiva caiu 72%, o burnout reduziu 21% e o bem-estar aumentou 30%.

Um exemplo concreto dessa transformação é o DAX Copilot, da Microsoft, uma ferramenta que grava consultas, redige rascunhos de prontuários e sugere hipóteses clínicas em tempo real. O resultado: 70% menos burnout, 93% dos pacientes mais satisfeitos e US$ 41 mil de economia anual por profissional.

A tecnologia, quando bem aplicada, não desumaniza a medicina, ela a devolve aos médicos. Não é automação. É libertação. Ao assumir o que é repetitivo, a IA devolve o que é insubstituível: a escuta, o olhar, a presença.

Muitas das soluções que estão salvando a medicina nasceram em outros setores. A Netflix, por exemplo, usa algoritmos para prever o que você vai querer assistir. A startup Verge Genomics aplica o mesmo princípio a genes: analisa milhões de variações genéticas e recomenda tratamentos personalizados, encurtando o ciclo de desenvolvimento de novos medicamentos de décadas para poucos anos.

Na indústria de games, tecnologias de reconhecimento emocional inspiraram hospitais como o Cedars-Sinai, em Los Angeles, a usar assistentes de voz capazes de identificar alterações sutis na fala e detectar sinais precoces de infecções e doenças neurológicas, antes mesmo de os sintomas aparecerem. Esses exemplos mostram algo essencial: a IA não está tornando o cuidado mais frio. Está tornando-o mais atento, mais preciso, mais humano.

A transformação digital da saúde não é sobre eficiência, mas sobre propósito. Florence Nightingale revolucionou os hospitais com estatísticas. No século XXI, a revolução será feita por algoritmos, não para substituir o toque humano, mas para torná-lo novamente possível. Profissionais precisam de ferramentas inteligentes para manejar um volume crescente de dados, decisões e pacientes, sem sacrificar seu bem-estar ou qualidade de vida.

A IA está ajudando médicos a recuperar o tempo que a burocracia tirou. Está devolvendo à medicina o que sempre foi a sua essência: estar ao lado das pessoas. No fim, a grande revolução da IA na saúde não é tecnológica. É humana. E talvez seja justamente isso o que a medicina mais precisava: uma forma de lembrar que cuidar sempre foi, e continuará sendo, um ato profundamente humano.

*Guto Quirós é CEO da Plenno.

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PORTAL TERRA

Planos de saúde acumulam alta de quase 400% em uma década

Reajuste de planos coletivos chega a 383,5% em 10 anos, enquanto projeção para 2025 segue na casa dos dois dígitos; advogado especialista em Direito da Saúde explica alternativas para consumidores

Os planos de saúde coletivos registram aumentos acumulados que superam em quatro vezes a inflação geral nos últimos dez anos. Entre 2015 e 2025, os reajustes nos contratos coletivos por adesão e empresariais alcançaram 383,5%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 84%, e os planos individuais variaram 146,48%.

O setor atende 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o equivalente a 25% da população brasileira, que atualmente é de 213,4 milhões de habitantes. Essa cobertura se mantém estável em relação a 2015, apesar de adições recentes de cerca de 4 milhões de contratos desde 2020.

Os reajustes elevados afetam diretamente 83% dos beneficiários (44.397.575) por meio de planos coletivos por adesão e empresariais, que não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). "A maior parte dos contratos comercializados atualmente são os coletivos, cujos reajustes escapam do controle automático da ANS", afirma o advogado especialista em planos de saúde, Elton Fernandes.

Diferença entre os reajustes

Os reajustes dos planos de saúde variam conforme o tipo de contrato. Nos coletivos, o acumulado de 2015 a 2025 atingiu 383,5%. Essa modalidade inclui planos empresariais e por adesão, negociados diretamente com operadoras, sem teto regulado pela ANS.

Os planos por adesão, vinculados a entidades de classe, enfrentam reajustes acima de 25% em média nos últimos anos. Já os planos empresariais de pequenas e médias empresas (PME), que cresceram devido à ausência de oferta individual, também registraram altas de dois dígitos, com projeções de 15% para 2025.

Nos planos individuais e familiares, regulados pela ANS, o cenário é mais controlado. O teto para maio de 2025 a abril de 2026 é de 6,06%, aplicável a 8,6 milhões de beneficiários, ou 16,4% do total. Esse índice resulta da combinação entre a variação de despesas assistenciais (9,35% em 2024) e o IPCA sem subitem de planos (4,83%). Comparado a 2024, quando o limite foi de 6,91%, há uma redução de 0,85 ponto percentual.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de 2023 mostrou que os reajustes coletivos foram até duas vezes maiores que os individuais entre 2017 e 2022. O advogado especialista em reajuste de plano de saúde, Elton Fernandes, ressalta que essa disparidade decorre da regulação. Enquanto a ANS limita o aumento dos contratos individuais e familiares, os coletivos dependem de negociações diretas com as operadoras.

"Hoje, as famílias contratam planos de saúde para os seus via um CNPJ e, assim, os reajustes praticados não seguem o índice da ANS. É isso o que a Justiça tem revisto, pois, nesses casos, uma das possibilidades é que o reajuste siga a regra dos contratos familiares, com reajustes inferiores", explica Elton Fernandes.

Impactos nas empresas brasileiras

Para empresas, os planos de saúde representam 15,8% da folha em 2025, contra 11,5% em 2015, segundo a consultoria Mercer Marsh, que administra carteira com 5 milhões de usuários. O custo médio subiu 215% em dez anos, indo de R$ 225,23 em 2015 para R$ 709,50 em 2025 por funcionário.

Segundo a consultoria, as empresas passaram a adotar estratégias de contenção de gastos frente ao aumento dos custos com os planos de saúde. Há dez anos, 51% cobravam dos funcionários parte do valor do convênio; em 2021, caiu para 36%, mas subiu para 55% em 2025.

A pesquisa Mercer Marsh de 2025 também mostrou que 66% das empresas redesenharam benefícios, trocando operadoras, enquanto 31% planejam isso em 12 meses. O custo corporativo deve subir 10,5% em 2025, tornando os convênios o segundo maior gasto após salários. "O aumento dos custos de um plano de saúde faz com que, em muitos casos, o valor da mensalidade seja o segundo maior gasto da empresa, logo depois do salário. Isso traz desafios para a gestão do negócio", pondera Elton Fernandes, especialista em Direito da Saúde.

Reajuste do plano de saúde 2025/2026

Um dos indicadores que influenciam os aumentos dos planos de saúde, a inflação médica no Brasil deve continuar acima da média global em 2025. Segundo um levantamento da consultoria Aon com dados de 112 países, o custo médico no país terá alta de 12,9% neste ano, 2,9 pontos percentuais acima da média global, que deve ser de 10%.

Com base nessa projeção, a Aon estimou que os reajustes dos planos empresariais e coletivos ficariam entre duas médias possíveis em 2025: 13,7% e 21,8%, conforme os critérios adotados por cada operadora, enquanto o índice ANS para planos individuais foi de 6,06% para o período de maio de 2025 a abril de 2026.

O advogado Elton Fernandes explica que beneficiários de planos coletivos podem questionar os percentuais aplicados em seus contratos. Uma das maneiras é solicitar à operadora a demonstração técnica detalhada dos critérios aplicados no cálculo do aumento. Caso a justificativa não seja clara ou proporcional, é possível buscar orientação jurídica para entender as medidas legais cabíveis.

Além disso, o advogado especialista em Direito da Saúde em São Paulo afirma que o consumidor pode avaliar a troca de plano de saúde por meio da portabilidade de carências ou realizar um downgrade, que é a mudança para uma categoria inferior de rede credenciada dentro do mesmo contrato. "A portabilidade e a redução de cobertura via downgrade podem implicar mudança de rede credenciada, ao contrário da revisão do reajuste. Contudo, é importante ao consumidor compreender seus direitos para avaliar o que é melhor para si", detalha Elton Fernandes.

https://www.terra.com.br/noticias/planos-de-saude-acumulam-alta-de-quase-400-em-uma-decada,e802955f6925982d11432ae2e7c055b5ofydki1e.html?utm_source=clipboard

PUC TV

Psoríase afeta milhões de brasileiros; campanha alerta para sintomas e tratamento

https://www.youtube.com/watch?v=a5FpOWaxMVw

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SAÚDE BUSINESS

Dimensão social do ESG ganha protagonismo na saúde

Hospital Pequeno Príncipe e Sistema Unimed mostram como programas de equidade, prevenção e educação fortalecem o cuidado, ampliam o acesso e consolidam a sustentabilidade no setor.

As políticas ESG (Environmental, Social and Governance) vêm sendo cada vez mais usadas para avaliar instituições não só pelos aspectos ambientais ou de governança, mas também pelo fator social.

No setor da saúde, a dimensão “S” envolve a gestão das relações das instituições de saúde com seus funcionários, pacientes, comunidades e demais stakeholders. Nesse cenário, as principais abordagens incluem: promoção da saúde e bem-estar das comunidades, bem-estar e valorização dos colaboradores, qualidade do atendimento e segurança dos pacientes.

Na área hospitalar, o Hospital Pequeno Príncipe busca democratizar o acesso à medicina de alta complexidade. Em 2024, 74% de todos os atendimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A instituição possui diversas iniciativas que consolidam o impacto social do hospital. Ety Cristina Forte Carneiro, diretora-executiva, elenca algumas delas:

Programa Família Participante: garante a presença de familiares junto aos pacientes do SUS, oferecendo alimentação, apoio psicológico e social, e orientação para o cuidado infantil;

Casa de Apoio Pequeno Príncipe: oferece hospedagem e alimentação gratuitas a pacientes e familiares de outras regiões, reduzindo barreiras de acesso à saúde especializada;

Setor de Educação e Cultura (Educ): assegura o direito à educação durante a internação, com professores das redes pública e da própria instituição;

Projetos culturais via leis de incentivo: promovem o acesso de pacientes, familiares e colaboradores a apresentações artísticas e oficinas de teatro, música e literatura;

Campanha Pra Toda Vida: reforça o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, com ações de prevenção, capacitação de profissionais e advocacy em políticas públicas;

Programa Cuidando de Quem Cuida: dedicado ao bem-estar dos colaboradores, oferece atendimento psicológico, terapias complementares e apoio financeiro;

Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe: oferece atendimento gratuito a crianças e adolescentes com deficiências e doenças raras, com foco em reabilitação, autonomia e inclusão social.

Entre as iniciativas recentes que ampliam o acesso à saúde e fortalecem a prevenção, destacam-se a Telepediatria, em parceria com secretarias municipais de saúde, que fortalece a atenção primária do SUS; o Telessaúde, que oferece teleconsultorias e monitoramento remoto a profissionais de outras instituições; e programas de educação e prevenção, como o Primeiríssima Infância, voltado à capacitação de cuidadores de crianças de 0 a 3 anos, e o HPP nas Escolas, focado em segurança e promoção da saúde.

Ety destaca que o hospital também mantém canais estruturados de diálogo com pacientes, famílias e colaboradores, reforçando a cultura de escuta ativa. O programa Voz do Paciente, criado em 2023, coleta relatos presenciais e on-line para fortalecer o cuidado centrado na pessoa. Internamente, o Canal de Escuta e a Central de Atendimento ao Colaborador (CAC PP) acolhem manifestações de forma anônima e digital, enquanto as Rodas de Conversa promovem integração entre equipes, estimulando pertencimento e corresponsabilidade.

Para medir o resultado de suas iniciativas, o Pequeno Príncipe adota uma abordagem integrada que combina indicadores assistenciais, de experiência do paciente, engajamento comunitário e reconhecimento institucional. Net Promoter Score (NPS), tempos de espera e densidade de reclamações funcionam como referências estratégicas para aprimorar práticas, fortalecer programas e embasar decisões voltadas à humanização e ampliação do cuidado.

Ety conta que, em 2024, o hospital alcançou NPS de 92,91%, superando a meta de 83,3%, e reduziu a densidade de reclamações de 1,5 para 1,1 por mil pacientes.

O Pequeno Príncipe atende crianças de todo o país, mas o equilíbrio financeiro é desafiador. Atualmente, o hospital conta com o apoio de 334 empresas e 4.120 doadores.

“Em 2024, o déficit de R$ 43 milhões foi compensado por doações e parcerias estratégicas. Cerca de 17,6% da receita bruta do Complexo Pequeno Príncipe veio da sociedade civil — recursos financeiros, doações de medicamentos e alimentos, patrocínios e investimentos de governos. Esses aportes permitiram cobrir o déficit assistencial e investir em pesquisas, equipamentos e infraestrutura.”

O hospital também participa de redes colaborativas como o Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif), do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração (Confoco) e de conselhos de direitos da criança, reforçando a governança compartilhada.

Em busca de reforçar sua sustentabilidade, a instituição criou o Futurin — Funds for Life, fundo patrimonial voltado à perenidade financeira e social.

“Para os próximos anos, o foco é consolidar a sustentabilidade institucional em múltiplas dimensões — financeira, ambiental e social — com metas como: ampliação da telemedicina e programas de prevenção, conclusão do hospital-dia do Pequeno Príncipe Norte e investimentos contínuos em tecnologia e digitalização hospitalar.”

Cooperativismo que transforma

“A dimensão social está no centro da atuação do Sistema Unimed. Em 2024, cerca de 200 cooperativas investiram R$ 102 milhões em ações socioambientais em todo o país, voltadas à responsabilidade social, capacitação profissional, cultura, esporte, meio ambiente e promoção da saúde”, diz Omar Abujamra Junior, presidente da Unimed do Brasil.

Esses recursos sustentam programas como o Movimento Mude1Hábito, que incentiva estilos de vida mais saudáveis, e políticas de diversidade e inclusão, refletidas na criação de mais de 7 mil novos empregos diretos em 2024 — um crescimento de 27,5% em relação a 2023. “Hoje, 76% dos 130 mil postos de trabalho nas cooperativas participantes são ocupados por mulheres, demonstrando compromisso com a equidade de gênero.”

Na formação profissional, foram investidos mais de R$ 84 milhões na capacitação de médicos e colaboradores em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), além da inserção de mais de 4 mil jovens em programas de estágio e aprendizagem.

“Todas essas iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), e as melhores práticas são reconhecidas pelo Selo ESG Unimed, que fortalece a cultura de responsabilidade em todo o Sistema”, pontua Abujamra.

As cooperativas também mantêm parcerias com municípios e secretarias de saúde para ampliar o acesso à medicina de qualidade, sobretudo em regiões vulneráveis.

O impacto dessas ações é medido por meio do Balanço Social da Unimed do Brasil, que consolida indicadores econômicos, sociais e ambientais de 200 cooperativas. Em 2024, 16 cooperativas Unimed figuraram entre as 18 operadoras médico-hospitalares com nota máxima no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e 82 foram classificadas na faixa de excelência.

“Os programas sociais e de prevenção são financiados majoritariamente com recursos próprios. Em 2024, o Sistema movimentou R$ 96 bilhões em serviços de saúde privados e R$ 102 milhões em investimentos socioambientais, além de colaborações com Organizações Não Governamentais (ONGs), universidades e órgãos públicos que potencializam o alcance das ações.”

Na avaliação de Abujamra, os benefícios são amplos e compartilhados, refletindo em diferentes dimensões e beneficiando públicos diversos. “As comunidades têm acesso ampliado a iniciativas de promoção da saúde, educação, capacitação profissional, diversidade e inclusão, o que contribui para o fortalecimento social e econômico dos territórios onde a marca atua. Os pacientes percebem ganhos diretos na qualidade de vida, com a redução de internações evitáveis e o estímulo a hábitos mais saudáveis.”

O setor público também é beneficiado, na medida em que as ações de promoção e prevenção colaboram para desafogar o sistema de saúde e reduzir a demanda por atendimentos de alta complexidade. “Já o próprio Sistema Unimed reforça sua eficiência e capacidade assistencial, com 665 milhões de eventos assistenciais realizados em 2024, entre consultas, exames, internações e outros procedimentos.”

Para os próximos anos, a instituição projeta novas frentes de impacto, voltadas à saúde digital, economia verde e transição energética, conectando inovação, sustentabilidade e propósito social. “Assim, o cooperativismo médico se consolida como um dos pilares mais relevantes da sustentabilidade no ecossistema de saúde brasileiro, transformando investimento social em valor compartilhado para toda a sociedade.”

O preço de não investir no social

A dimensão social do ESG não pode ser vista como acessória para instituições de saúde: ela integra diretamente missão, operações, reputação, sustentabilidade financeira e compliance. Quando bem endereçada, traz impactos positivos — melhor qualidade de cuidado, maior equidade, equipes mais engajadas, comunidades mais saudáveis, maior confiança dos pacientes e parceiros.

Por outro lado, negligenciá-la pode acarretar riscos: reputação debilitada, maior rotatividade de colaboradores, menor eficiência operacional, dificuldade de atração de capital ou parcerias, e até impacto adverso na qualidade de atendimento.

“A inclusão da estratégia ESG é uma questão muito particular de cada empresa. Aquelas que escolhem a estratégia ESG se beneficiarão do acesso ao capital de impacto, além de dirimirem questões sociais e ambientais”, analisa Alexandre Furtado, professor do MBA em Saúde da Fundação Getulio Vargas.

Na visão de Furtado, há grandes oportunidades sociais para empresas privadas de saúde, como as parcerias público-privadas para coordenar programas de equidade e prevenção de saúde. “Basta ter a capacidade de oferecer esse tipo de serviço, o que acredito que muitos hospitais privados que já possuem SUS poderiam realizar com excelência, ou até mesmo operadoras de saúde. Existe um nicho interessante de modelo de negócio da saúde que vem com a pegada social do ESG.”

Mas Furtado destaca que as empresas do setor que não perceberem esse tipo de modelo de negócio, que é alavancado pelo social, acabarão perdendo a relevância na rede de atenção.

Quando se fala de risco reputacional, o especialista avalia que as empresas ainda estão situadas na seara da obrigatoriedade regulatória, onde o seu não atendimento por falta de transparência gerará multas e outras punições por parte dos órgãos reguladores, o que gera, na mesma amplitude, a perda de reputação.

“Essa perda reputacional se agravará ainda mais com a vinda das novas normas de sustentabilidade sob o padrão do International Financial Reporting Standards (IFRS), as IFRS S1 e S2, que tratam das obrigatoriedades de divulgação das informações de ESG aos investidores que companhias abertas, bancos e seguradoras do setor de saúde terão que atender a partir de 2026.”

As normas internacionais de sustentabilidade determinam que as empresas divulguem não apenas os riscos, mas também as oportunidades ligadas ao ESG, refletindo uma mudança estrutural nas finanças corporativas.

“Essa transformação tem origem no modelo de “cap and trade” (limite e compensação) — base das finanças sustentáveis — criado nos Estados Unidos no fim dos anos 1980. O sistema surgiu para combater as chuvas ácidas causadas por emissões industriais: as empresas poluidoras eram cobradas, enquanto as que reduziam emissões recebiam incentivos.”

O princípio é simples: governos impõem metas e penalidades a quem polui e oferecem incentivos a quem investe em sustentabilidade. Com isso, a sustentabilidade deixou de ser vista como um custo regulatório e passou a representar uma vantagem competitiva.

“No setor de saúde, essa mudança é clara: instituições que incorporam práticas ESG têm acesso tanto a financiamentos mais baratos quanto a gerar ganhos com créditos de carbono, por exemplo. As empresas estão percebendo que a sustentabilidade é hoje uma exigência estratégica, principalmente, para ter acesso a um capital mais barato para financiar suas operações”, diz Furtado.

O impacto social no setor de saúde deixou de ser apenas uma ação filantrópica para se tornar um investimento estratégico. Iniciativas como as do Hospital Pequeno Príncipe e do Sistema Unimed demonstram que programas de equidade, prevenção e educação produzem resultados concretos para pacientes, comunidades, colaboradores e o sistema de saúde como um todo.

Além disso, a adoção de práticas ESG gera vantagens financeiras e estratégicas. Por outro lado, negligenciar a dimensão social implica riscos significativos: perda de reputação, dificuldade em atrair capital ou parcerias, menor engajamento de equipes e impacto negativo na qualidade do cuidado.

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ISSO É GOIÁS

Inovação em exames de imagem: tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo amplia a detecção precoce do câncer de mama

Goiânia (GO) - Quando se fala em diagnóstico do câncer de mama, o exame de imagem mais lembrado é a mamografia. No entanto, um estudo conduzido pelo médico goiano Celso Augusto de Paula Nunes (foto), especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, mostra que a tomografia das mamas com tecnologias exclusivas e protocolos avançados também é uma importante aliada na detecção precoce e acompanhamento do câncer de mama.

Esse reforço diagnóstico não substitui a mamografia, mas torna-se ainda mais relevante quando se considera que a identificação precoce pode garantir melhores prognósticos e taxas de cura que chegam a 95%.

“A falha no diagnóstico do câncer de mama representa uma grande preocupação. O uso de protocolos dedicados e de novas tecnologias na tomografia, como o mapa de iodo por subtração e a dupla energia espectral, tem mostrado resultados promissores no auxílio ao diagnóstico e acompanhamento”, afirma Celso Augusto de Paula Nunes.

Essas tecnologias, presentes nos tomógrafos da Canon Medical Systems, utilizam técnicas avançadas de aprendizado profundo (Deep Learning) e inteligência artificial (IA) utilizando dupla energia espectral com mapa de iodo, para fornecer imagens com maior diferenciação de tecidos e riqueza de detalhes anatômicos, com quantificação do iodo captado pela lesão, elevando o padrão de precisão do exame e facilitando controle pós-tratamento de lesões nas mamas.

A tomografia com dupla energia espectral e mapa de iodo quantitativo já está disponível em algumas das melhores clínicas de imagem do Brasil, entre elas, o CDI Premium, em Goiânia, que é uma das poucas unidades do país a contar com essa tecnologia de ponta.

O estudo elaborado por Celso Augusto de Paula Nunes em parceria com Henrique J. Cirino, líder estratégico de Aplicação Clínica em Tomografia na Canon Medical Systems Brasil, evidencia como essas inovações agregam valor à prática diagnóstica e ampliam as possibilidades de rastreamento preciso do câncer de mama, principalmente em pacientes com impossibilidades de utilizar outros métodos como a mamografia e ressonância de mamas

Por ser realizado em um equipamento de tomografia, é uma excelente opção para pacientes claustrofóbicos, com contraindicações para exames de ressonância magnética ou com outras limitações, como peso excessivo ou dificuldade de posicionamento em máquinas convencionais.

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AVC não espera: saiba como identificar os sinais e agir imediatamente

Neurologista alerta para importância da informação e da rapidez no atendimento

O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo — mas também uma das mais evitáveis. De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (Neurológico), Iron Dangoni Filho, o tema ganha destaque no Dia Mundial e Dia Nacional de Prevenção ao do Acidente Vascular Cerebral, em 29 de outubro, como um lembrete urgente: informação e rapidez salvam vidas.

No Brasil, os números também preocupam: são mais de 400 mil novos casos por ano, fazendo da doença uma das principais causas de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos.

Segundo o especialista, a data é uma oportunidade de reforçar, reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença, pois o tempo é o fator mais importante, quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação completa.

“Existe uma janela de até quatro horas e meia para o uso de medicamentos que dissolvem o coágulo e podem reverter o quadro. Em situações mais graves, a trombectomia mecânica — procedimento que retira o coágulo por cateter — também precisa ser feita o quanto antes.  Cada minuto de AVC leva à morte de aproximadamente dois milhões de neurônios. Por isso, a rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequela”, reforça Iron Dangoni.

Fatores de risco e prevenção

Os principais fatores de risco são conhecidos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial. Há ainda fatores que não podem ser modificados, como idade, sexo feminino (para casos mais graves), etnia e histórico familiar. Por isso, a prevenção deve ser constante e acompanhada de mudanças de hábito.

Entre as medidas preventivas, ele destaca a pressão arterial controlada, a alimentação equilibrada, a atividade física regular, o abandono do cigarro, o controle do diabetes e do colesterol, além de boas noites de sono e consultas médicas periódicas.

Para identificar um AVC, o neurologista ensina uma maneira simples de lembrar os sinais: a palavra SAMU — Sorriso torto, Abraço fraco, Mensagem confusa e Urgência. “Qualquer alteração súbita, seja de fala, força, visão ou equilíbrio, é um alerta. É essencial procurar imediatamente atendimento médico o quanto antes. Somente exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, destaca.

Nos últimos anos, a medicina avançou em novas técnicas de tratamento e reabilitação. Além da trombectomia, há protocolos de reabilitação intensiva iniciados ainda durante a internação, com apoio de tecnologias como realidade virtual e estimulação cerebral.

O processo de recuperação envolve uma equipe multidisciplinar — neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas —, todos atuando para devolver autonomia e qualidade de vida ao paciente.

Mesmo com todos os progressos, Iron Dangoni ressalta que a desinformação ainda é um grande desafio. “Muita gente acredita que o AVC é uma doença exclusiva dos idosos, o que não é verdade. Ele pode atingir qualquer faixa etária, inclusive jovens. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para quebrar mitos e ensinar a agir no momento certo”, observa.

Para o especialista, o conhecimento é a maior arma contra o AVC. Quando a população reconhece os sinais, busca ajuda rapidamente e adota hábitos saudáveis, muitas vidas estão sendo salvas. Informação é prevenção, é cuidado e é vida.

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PORTAL MIGALHAS

Como a advocacia preventiva protege médicos de riscos e processos

Entenda como a advocacia preventiva no Direito Médico pode evitar ações judiciais, proteger a imagem do profissional e garantir segurança jurídica ao exercício da medicina.

A medicina sempre valorizou a prevenção como estratégia de cuidado. Tratar antes que a doença se instale é não apenas mais eficaz, como também mais seguro e menos oneroso.

Essa lógica, aplicada ao campo jurídico, ganha corpo na advocacia preventiva, especialmente no contexto do Direito Médico. Trata-se de um campo ainda subestimado, mas essencial para garantir segurança ao exercício profissional da medicina em tempos de judicialização da saúde e intensa exposição digital.

É comum que o médico só procure um advogado quando já está envolvido em um processo ético no Conselho Regional de Medicina, numa ação civil por suposta falha técnica, ou mesmo em inquérito criminal por lesão ou homicídio culposo.

Essa busca tardia costuma ocorrer quando os danos - à reputação, ao emocional e ao patrimônio - já estão em curso. O custo da defesa é, invariavelmente, mais alto do que o da prevenção.

A advocacia preventiva oferece ao profissional da saúde algo que o contencioso raramente consegue: controle. A presença de um advogado especializado desde o início da atividade médica contribui para a elaboração criteriosa dos documentos utilizados no atendimento, como contratos de prestação de serviços e termos de consentimento.

Também permite a análise rotineira de protocolos clínicos e operacionais, a resposta técnica a reclamações de pacientes e a orientação quanto à publicidade médica, evitando infrações éticas que, muitas vezes, ocorrem sem má-fé, mas por desconhecimento.

A assessoria jurídica adequada atua como uma extensão estratégica da gestão do consultório ou da clínica, zelando pela conformidade legal das rotinas e oferecendo respostas rápidas em contextos de crise. Com o avanço da telemedicina, as fronteiras entre atendimento presencial e remoto se diluíram, o que ampliou os desafios jurídicos e exigiu novas formas de proteção.

Além disso, o uso intensivo das redes sociais pelos profissionais da saúde gerou conflitos com as normas do Código de Ética Médica, muitas vezes negligenciadas.

O risco jurídico, no entanto, não é uma hipótese remota. O médico está sujeito a diversas formas de responsabilização, e sua conduta pode ser questionada sob diferentes prismas: civil, penal e administrativo. Em todas essas esferas, o acompanhamento jurídico prévio é decisivo.

A diferença entre uma conduta bem documentada e uma situação mal gerida pode ser o que define o rumo de um processo e o desfecho da carreira de um profissional.

Nesse cenário, o advogado especializado em Direito Médico não é apenas um defensor. Ele é também orientador, educador e escudo.

Ele conhece os direitos e deveres que regem a atividade médica, acompanha as transformações legais e éticas do setor da saúde e está preparado para proteger o médico, a clínica e, por consequência, os pacientes. A advocacia preventiva, portanto, é um investimento em tranquilidade, em longevidade profissional e em qualidade no exercício da medicina.

Mais do que evitar processos, essa atuação fortalece a relação médico-paciente, aumenta a segurança das decisões clínicas e reforça a credibilidade da prática profissional.

Assim como um exame de rotina pode salvar uma vida, a advocacia preventiva pode salvar uma carreira.

Quer proteger sua atuação médica com segurança jurídica? Entre em contato com um especialista em Direito Médico e inicie sua assessoria preventiva agora mesmo.

Luciana de Araújo Chaves Guimarães Pimentel - Advogada em Direito Médico e da Saúde. Vice-Pres da Com de Dir Médico e da Saúde da OAB/PE, Vice-Pres da Com de Dir Penal Médico da ABRACRIM/PE. Membro Consultora da Com de Dir Médico da OAB Nacional

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FUTURO DA SAÚDE

Pressionados, hospitais reforçam necessidades de diálogo com operadoras e reajustes Hospitais afirma

Os hospitais privados seguem enfrentando e cobrando que as melhoras econômicas das operadoras de planos de saúde, que tiveram lucro de 12,9 bilhões de reais no primeiro semestre de 2025, cheguem até o setor hospitalar.

Nos bastidores, o tema de redução de custos e possíveis cortes de despesas, incluindo redução de investimentos e equipes, começam a circular. Pequenos e médios hospitais devem ser os principais atingidos, caso a relação com as operadoras não melhore nos próximos meses e reflita em reajustes.

Dados da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) apontam que 41% dos hospitais não conseguiram realizar os investimentos planejados. O prazo para recebimento de serviços prestados, que chega a 120 dias, é apontado como um dos principais motivos.

"Os contratos, em boa parte dos casos, não têm sido respeitados. Eles dizem que a operadora deve reajustar os valores uma vez por ano, e se não houver entendimento entre a operadora e o hospital sobre o valor do reajuste, se aplica o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo assim, a maioria das operadoras tem se recusado a aplicar", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

O cenário é diferente em grandes redes hospitalares e hospitais-referência, que possuem caixa e possibilidade de investimentos. Apesar de ter mais capacidade de negociação, também têm enfrentado desafios nas relações com as operadoras. Reforçar a relevância e entregas assistenciais têm sido o caminho para abrir diálogo.

"Temos diálogos mais estratégicos com as maiores operadoras para poder desenvolver as práticas do futuro, que é o que nos interessa. Temos encontrado espaço para a construção. O setor pede por evoluções e nós estamos abertos, até de uma maneira estratégica, a testar novos modelos que gerem valor para o sistema como um todo", afirma José Marcelo de Oliveira, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Desafios de custos e soluções

Na visão de Henrique Salvador, presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde, o sistema de saúde é complexo, com causas multifatoriais como desafios do setor no momento. "A indústria da saúde, que é de capital intensivo, está sempre precisando de dinheiro para investir em equipamentos, em capacitação de pessoas, em capex para poder melhorar as instalações físicas. Em um país em que a taxa Selic está 15%, o primeiro desafio é a estrutura de capital", afirma.

Junto ao impacto das glosas e questões de reajustes, a taxa de juros é considerada um entrave para a formação de caixa. Por isso, hospitais com menor capacidade financeira podem acabar reduzindo os investimentos planejados, com pequenos e médios sendo os principais afetados. Por outro lado, grandes redes e hospitais-referência atuam de forma diferente.

"Existem redes nacionais como o Mater Dei, mas a relação com operadoras é local. Em Belo Horizonte, nos nossos quatro hospitais temos uma relação com as operadoras mais relevantes que é diferente da relação que nós temos em Uberlândia, por exemplo. Desenvolvemos produtos que são diferentes. Há negociações que precisam ser tratadas no corporativo, mas há situações que é a nível local", explica Salvador.

Apesar do piso da enfermagem ainda ser um desafio para os hospitais, Antônio Britto, da Anahp, explica que o problema não está no custo com equipes de saúde, mas sim na falta de reajustes das operadoras. Ele reforça que os custos da saúde seguem aumentando continuamente e é preciso encontrar caminhos para solucionar a questão financeira.

"Para os hospitais, a situação só pode ser boa e sustentável se a situação das operadoras também é boa e sustentável. Não existe escolha, ambos precisam estar bem. Os hospitais dependem de recursos repassados pelas operadoras, e as operadoras oferecem aos beneficiários serviços dos hospitais. São interdependentes", observa Britto.

Apesar de não observar melhoria em reajustes e antecipações de pagamentos, Oliveira explica que há uma aproximação das operadoras aos hospitais para entender critérios e resultados. Segundo ele, no passado não havia essa abertura e perspectiva de diálogo: "Há uma discussão um pouco mais direta com argumentos em cima de práticas e melhorias. Falamos dos elementos que seguram uma conta hospitalar, por exemplo. Tem sido uma discussão mais produtiva, percebemos que também temos que mudar nossas práticas para melhoria contínua de processo. Saber que o caminho é de perspectiva de melhoria é muito mais positivo", afirma.

Importância do hospital impacta nas negociações

Segundo o CEO do HAOC, resultados assistenciais têm aparecido como força de barganha. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz tem produzido relatórios trimestrais com dados de cada operadora, mostrando desfechos e qualidade. Isso também colabora com os planos de saúde, que podem cobrar de outros parceiros os resultados com base neste referencial.

"As operadoras querem nivelar o mercado por baixo. Por sermos uma marca de referência, há um custo adequado para aquele nível de atendimento, e a complexidade do nosso paciente acaba sendo maior. Quando se compara só os indicadores financeiros sem olhar a complexidade, isso prejudica. Buscamos qualificar essa discussão", observa João Marcelo, do HAOC.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dos hospitais membros da Anahp reduziu de 14% para 10% em 2 anos. O número é uma média dos associados, e pode variar para cima ou para baixo de acordo com o porte e tipo da instituição. No entanto, há preocupação sobre os resultados como setor.

"Não vemos nenhuma saída para essa situação que não seja o diálogo. O diálogo entre hospitais, operadoras, indústria e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a única saída. Infelizmente, não tem sido como deveria. Há muitas desconfianças e dificuldades, mas na Anahp entendemos que o diálogo tem que ser uma obrigação", afirma Antônio Britto.

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Da consulta ao diagnóstico: a IA ganha espaço na medicina

A inteligência artificial está revolucionando a saúde ao automatizar atendimentos, apoiar diagnósticos, otimizar a gestão hospitalar e até salvar vidas. Com a IA, é possível prever demandas, reduzir filas, agilizar laudos e melhorar o uso de leitos e recursos. “Além disso, a integração de dados clínicos e operacionais permite decisões mais rápidas e precisas, resultando em mais eficiência, qualidade e melhor experiência para paciente e equipe médica”, afirma o especialista em Inteligência Artificial e inovação tecnológica Cássio Marcelo Morando Salinas, diretor de Engenharia de Soluções e Tecnologia para a América Latina da Aaxis, empresa focada em IA, Transformação Digital e Customer Experience.

Nos próximos anos, a IA deve se integrar ainda mais à rotina médica, de forma ética, transparente e colaborativa. “A detecção precoce de doenças como o Alzheimer, a partir de padrões sutis de exames cerebrais, é um exemplo de uso da tecnologia no futuro”, diz ele, que acrescenta: “Será possível também a descoberta acelerada de medicamentos, reduzindo em anos o tempo de desenvolvimento; integração com sensores corporais, permitindo detectar alterações fisiológicas antes de sintomas visíveis; além de monitoramento em saúde mental, com a IA analisando voz, escrita e comportamento para detectar precocemente sinais de depressão.”

Mas, a inteligência artificial vai substituir o ser humano? Não. Afinal, a empatia, a escuta e o discernimento clínico são frutos de anos de estudo, prática e sensibilidade — qualidades que pertencem exclusivamente aos profissionais de saúde. Ela pode apoiar, mas é o coração e a experiência humana que fazem e vão continuar fazendo a diferença na vida dos pacientes.

“Ela pode analisar dados, mas não sente empatia. Pode reconhecer sintomas, mas não entende a dor. O fator humano e emocional — o toque, o olhar e a escuta — continuam sendo o que mais cura na medicina. E é justamente nessa união entre ciência, tecnologia e humanidade que está o verdadeiro futuro da saúde. Afinal, a IA salva tempo. O humano salva vidas”, afirma Salinas.

Uso da IA em hospitais

Para Marcelo Teixeira, diretor médico do Hospital São Luiz Alphaville, a inteligência artificial permitirá, cada vez mais, que os profissionais de saúde dediquem seu tempo ao contato humano, ao acolhimento dos pacientes e de seus familiares. “Aparentemente pode ser estranho e contra intuitivo, mas vejo que a IA resultará em uma maior humanização na Saúde”, afirma Dr. Teixeira.

O Hospital São Luiz Alphaville utiliza a tecnologia em diversos processos. Confira alguns deles:

Processo assistencial

1. Avaliação de imagens sugestivas de neoplasia nos exames de RX, tomografia e ressonância magnética ;

2. Monitorização de exames e seus resultados , antecipando e alertando o médico de potenciais doenças raras;

3. Criação de contraste venoso ou arterial virtual, evitando a infusão de grandes volumes de contraste nos pacientes; e

4. Nas salas cirúrgicas, possibilitando ao cirurgião planejar e realizar a cirurgia de forma virtual se adaptando inclusive durante a realização da cirurgia.

Processo de Monitorização e Segurança Patrimonial

1. Por meio de câmeras de monitorização, a IA acompanha e identifica atitudes suspeitas no hospital, aumento a segurança contra furtos, golpes e vazamento de exames.

O hospital está implantando vários projetos que envolvem a tecnologia, abrangendo todas as áreas da unidade em Alphaville: no agendamento cirúrgico, na experiência do cliente e em processos financeiros.

IA usada em diagnósticos

A Inteligência Artificial já é uma aliada poderosa dos médicos no diagnóstico de doenças. Em vez de substituir o olhar humano, ela o amplia — ajudando a detectar padrões e sinais sutis em exames de imagem ou dados clínicos. “Hoje, sistemas de IA analisam radiografias, tomografias e ressonâncias com precisão surpreendente. Há um estudo bem interessante publicado na ScienceDirect na qual os médicos consideraram correta a hipótese gerada pela IA em 84% dos casos”, conta Cássio Salinas.

Em alguns estudos, modelos de IA superaram radiologistas humanos em até 10% na acurácia de diagnóstico de doenças cardíacas e pulmonares. “Enfim, ela funciona como um segundo par de olhos — ela alerta, prioriza e dá mais confiança, mas quem interpreta e decide é sempre o médico.

Tecnologia em tratamentos

A IA permite personalizar terapias, sugerir combinações de medicamentos mais eficazes e até prever reações adversas antes que elas aconteçam — sempre com base em dados clínicos e genéticos. “Na prática, já existem sistemas que monitoram pacientes em tempo real em UTIs, analisando batimentos cardíacos, pressão, oxigenação e outros sinais vitais para emitir alertas precoces quando algo sai do padrão”, afirma o especialista.
Em oncologia, modelos de IA são capazes de propor ajustes de quimioterapia personalizados conforme o perfil genético do tumor, aumentando a chance de sucesso do tratamento.

“Um exemplo que vale a pena citar também é um estudo clínico que mostrou que intervenções de saúde baseadas na trecnologia ajudaram pacientes a parar de fumar e obter melhorar hábitos alimentares, reforçando o papel da tecnologia como aliada da medicina preventiva”, cita Salinas.

Maior revolução na prevenção

A maior revolução da inteligência artificial na saúde pode estar antes do diagnóstico, ou seja, na prevenção. Com o uso de grandes volumes de dados, a tecnologia auxilia médicos e autoridades de saúde a identificar riscos, prever surtos e agir antes que as doenças apareçam.

Algoritmos que cruzam informações de histórico médico, genética e estilo de vida conseguem prever risco de diabetes, doenças cardíacas ou câncer com boa precisão.

Salinas destaca que clínicos gerais da Inglaterra estão utilizando um sistema que aumentou em 8% a taxa de detecção de câncer entre pacientes do SUS britânico. “Outro avanço está em plataformas que acompanham tendências populacionais: com IA, é possível antecipar epidemias ou ajustar campanhas de vacinação antes de um surto”, diz ele.

Apoio clínico

João Galdino, CEO da Genesis, especialista em desenvolvimento de projetos com inteligência artificial, destaca a capacidade da tecnologia analisar de forma mais ampla todos os parâmetros clínicos de um paciente, comparando com o seu histórico. “Estamos falando de melhorar o prognóstico em mais de 50%, 60%, combinando o uso da IA junto com o médico. Os ganhos são estratosféricos”, afirma Galdino.

A Genesis desenvolveu a doutora Mia, que atende, auxilia, ajuda e tira dúvidas, dando apoio clínico a enfermeiros e médicos. “Ela dá laudo, analisa os sinais vitais do paciente, dá o prognóstico e alerta o médico, ou seja, auxilia no diagnóstico clínico”, explica ele.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 29 Outubro 2025 06:36

CLIPPING AHPACEG 29/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quanto ganha um médico no Brasil em 2025 e onde estão os melhores salários

https://oantagonista.com.br/saude/quanto-ganha-um-medico-no-brasil-em-2025-e-onde-estao-os-melhores-salarios/#google_vignette

Os incentivos que estão moldando (e distorcendo) a medicina

https://medicinasa.com.br/incentivos-mercado-medicina/

Estudo projeta alta de custos de até 60% e crescimento da prevalência de transtornos mentais até 2035

https://medicinasa.com.br/crescimento-transtornos-mentais/

Empresas aumentam investimentos em bem-estar e saúde dos funcionários

https://medicinasa.com.br/investimento-saude-funcionarios/

Dados não curam sozinhos: é o uso inteligente que redefine a saúde

https://medicinasa.com.br/dados-saude-empresas/

Coren-GO e sindicato cobram explicações sobre escala de enfermagem

https://www.aredacao.com.br/noticias/242939/coren-go-e-sindicato-cobram-explicacoes-sobre-escala-de-enfermagem

Protocolo rápido de ressonância magnética acelera diagnóstico do câncer de mama 

https://www.saudebusiness.com/hospitais/protocolo-rapido-de-ressonancia-magnetica-acelera-diagnostico-do-cancer-de-mama/

Unimed-RS lança plano de saúde veterinário com atendimento para cães e gatos

https://jornalforcadovale.com.br/destaques/unimed-rs-lanca-plano-de-saude-veterinario-com-atendimento-para-caes-e-gatos/

ANS promove reunião sobre o programa Agora Tem Especialistas

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/integracao-com-SUS/ans-promove-reuniao-sobre-o-programa-agora-tem-especialistas

O ANTAGONISTA

Quanto ganha um médico no Brasil em 2025 e onde estão os melhores salários

Plantões, SUS, CLT ou consultório? Veja quanto ganha um médico no Brasil hoje e os detalhes que impactam diretamente na remuneração.

O salário de um médico no Brasil em 2025 pode variar significativamente. Fatores como especialidade, tipo de vínculo e localização influenciam bastante nos valores. Descubra o que esperar em termos de remuneração.

Qual é a média salarial de um médico em 2025?

A média salarial nacional para médicos varia de R$ 8.000 a R$ 12.000 por mês para aqueles em regime CLT com jornada normal. Especialistas ou médicos com consultório próprio podem alcançar ganhos de R$ 15.000 a R$ 20.000 ou mais. Além disso, cargos de chefia em hospitais privados e gestores de saúde podem superar os R$ 25.000 mensais, especialmente em grandes centros urbanos.

Quanto ganham os médicos residentes em 2025?

Para aqueles em processo de formação, como médicos residentes, a bolsa em 2025 está estimada em cerca de R$ 4.106,09 por mês. Vale destacar que, em algumas instituições, podem ser oferecidos auxílios adicionais, como alimentação ou transporte, variando conforme o hospital universitário.

Quais são os ganhos nos contratos públicos em 2025?

No Sistema Único de Saúde (SUS), o salário pode variar dependendo da carga horária e do local. Médicos gerais podem ganhar entre R$ 6.000 e R$ 11.000 por mês. Em cidades do interior e regiões de difícil acesso, são comuns incentivos extras, elevando os valores para até R$ 15.000 mensais em alguns casos.

Quanto se recebe por um plantão médico atualmente?

Os plantões médicos também são uma importante fonte de renda. Por exemplo, um plantão de 12 horas pode render entre R$ 1.200 e R$ 3.000. Valores podem ser superiores em datas especiais, como feriados e finais de semana, ou em unidades de terapia intensiva.

Dica rápida: O local de atuação pode influenciar nos ganhos. Regiões mais afastadas geralmente oferecem salários mais altos para atrair profissionais.

Como construir uma carreira médica de sucesso em 2025?

Atenção à Especialização: Escolher uma especialidade pode aumentar consideravelmente seus rendimentos.

Importância do Local: Salários podem ser mais atrativos em regiões menos povoadas.

Flexibilidade de Horários: Plantões permitem aumentar a renda mensal significativamente.

Atualização constante: Investir em formação continuada e congressos pode abrir portas para empregos mais competitivos e salários mais altos.

Redes de contacto: Participar em sociedades médicas e grupos profissionais favorece oportunidades e parcerias.

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MEDICINA S/A

Os incentivos que estão moldando (e distorcendo) a medicina

Nos últimos anos, tenho observado um fenômeno curioso: profissionais de outras áreas, principalmente mulheres advogadas, engenheiras ou atuando em diferentes campos, migrando para a medicina. Essa decisão, em muitos casos, reflete duas motivações principais: ou uma vocação genuína para cuidar das pessoas, ou a expectativa de melhor remuneração.

Infelizmente, a segunda motivação é a mais comum. E aqui reside um equívoco fundamental: muitos não compreendem a dinâmica de oferta e demanda do mercado médico. Não é erro individual, mas consequência de um cenário estrutural.

Nos últimos 20 anos, o Brasil assistiu a um crescimento exponencial do número de faculdades de medicina. Em 2005, existiam 143 instituições; hoje, são 448, um aumento superior a 200%. A oferta anual de vagas atingiu 48.491 em 2025. Segundo projeções da Demografia Médica no Brasil 2025, o país deve alcançar 1.152.230 médicos em atividade até 2035, o que corresponde a cerca de 5,25 médicos por 1.000 habitantes, aproximadamente 1 médico para cada 190 brasileiros, considerando uma população estimada de 219,5 milhões.

O impacto disso no mercado de trabalho é imediato. Plantões que antes pagavam de R$1.000 a R$1.500, hoje chegam a R$500. A tendência é que os valores continuem caindo, à medida que milhares de médicos se formam a cada semestre. Para entrar em um mercado cada vez mais competitivo e mal remunerado, muitos desses jovens assumem endividamentos significativos, já que algumas graduações chegam a custar mais de um milhão de reais por aluno.

A situação se agrava com a consolidação do setor privado em hospitais e clínicas, que concentra o poder de negociação e reduz a capacidade de jovens médicos negociarem salários justos. Paralelamente, os municípios diminuem a remuneração nas UPAs, muitas delas geridas por associações e cooperativas cientes do excesso de profissionais disponíveis.

O efeito prático é que o sonho de muitos jovens, ingressar na medicina para garantir uma carreira segura e financeiramente vantajosa, dificilmente se realizará. As residências médicas oferecem pouquíssimas vagas, e a concorrência se torna cada vez mais acirrada.

O governo, ao acreditar que a expansão de faculdades resolveria a escassez de médicos, especialmente no interior, errou a mão: os profissionais evitam essas regiões, os salários caem e o problema persiste.

O Brasil vive uma distorção incomum: existem mais faculdades de medicina do que de direito, um número desproporcional de advogados em relação a engenheiros, e ainda assim criou-se a ideia de que um diploma é a chave para uma vida transformada. A experiência mostra que não é assim. Incentivos mal planejados, aplicados por governos de diferentes espectros políticos nos últimos 10 anos, estão corroendo a boa remuneração do mercado médico e comprometendo a qualidade do atendimento básico à população.

O reflexo dessa política educacional mal orientada já é visível: médicos recém-formados sem experiência consultam colegas via WhatsApp sobre procedimentos. O resultado é um mercado saturado, remuneração em queda e alta frustração entre jovens profissionais.

Podemos traçar analogias com fenômenos passados, como o “advogado Uber” ou o “engenheiro Uber” em períodos de crise econômica. Em breve, veremos o “médico Uber”, fruto de incentivos equivocados que beneficiam principalmente as faculdades, não os estudantes ou a população.

É urgente repensar a política de formação médica no Brasil. Sem ajustes estruturais, milhares de jovens verão seus sonhos frustrados, não por falta de talento ou dedicação, mas por erros de planejamento e incentivos mal desenhados.

Garantir acesso à medicina não pode significar apenas multiplicar faculdades e gerar um excesso de profissionais; é necessário criar condições reais para que esses médicos tenham carreira sustentável, remuneração adequada e impacto positivo na saúde da população.

*Igor Lucena é economista, Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa e CEO da Amero Consulting. Membro da Chatham House – The Royal Institute of International Affairs e da Associação Portuguesa de Ciência Política.

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Estudo projeta alta de custos de até 60% e crescimento da prevalência de transtornos mentais até 2035

O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, rede de clínicas em psiquiatria e psicologia, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.

O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas.

O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):

Prevenção estrutural e políticas públicas;

Integração público-privada com financiamento baseado em valor;

Uso responsável de tecnologia;

Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;

Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e

Redução do estigma e da garantia de direitos.

Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.

“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.

Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.

A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.

“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare.

Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.

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Empresas aumentam investimentos em bem-estar e saúde dos funcionários

As empresas brasileiras estão intensificando os investimentos em saúde, bem-estar e qualidade de vida para seus colaboradores. É o que mostra estimativas da 32ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da consultoria Mercer Marsh Benefícios, que avaliou programas de gestão de saúde, bem-estar e qualidade de vida de 1.007 grandes e médias empresas no Brasil. A amostra analisada compreende 5 milhões de trabalhadores brasileiros.

De acordo com o estudo, o valor médio alocado por funcionário em iniciativas de qualidade de vida e bem-estar alcançou R$ 409,69 em 2024, um aumento de 11% em relação aos R$ 330,44 investidos em 2023. Esse movimento reforça o crescente compromisso das organizações com a saúde e a satisfação de suas equipes.

Metade das empresas participantes da pesquisa indicaram que planejam aumentar esse investimento nos próximos 12 meses, sinalizando que a tendência de priorizar o bem-estar no ambiente corporativo deve continuar.

As empresas participantes da pesquisa são do segmento financeiro, tecnologia, agronegócio, infraestrutura, varejo, bens de consumo não duráveis, energia, entre outros. Mais de 66% delas têm faturamento acima de R$ 100 milhões. A coleta dos dados online foi realizada de janeiro a março deste ano.

Foco em saúde mental e prevenção

O estudo também revela que mais de 60% das empresas estão investindo em ações voltadas para a saúde mental e a prática de exercícios físicos. Outras áreas de destaque incluem:

44% em programas para gestantes e família

43% em rotinas de check-up

30% nas iniciativas de rodas de conversas sobre saúde e bem-estar, mapeamento de saúde e benefício medicamentos.

Além disso, a atenção primária à saúde, o gerenciamento de doenças crônicas e o suporte a pacientes em tratamento de doenças graves também figuram entre as prioridades. Outras iniciativas relevantes incluem ações de combate ao tabagismo, drogas e uso excessivo de álcool.

Aumento significativo na implementação de ações de qualidade de vida

O relatório aponta que 81% das empresas brasileiras estão implementando ativamente ações de qualidade de vida neste ano, um crescimento notável de 16 pontos percentuais em relação à edição de 2023 da pesquisa. As lideranças de Recursos Humanos (RH) das empresas participantes veem esse investimento como uma estratégia que vai além do cuidado com o funcionário. Eles acreditam que o bem-estar impulsiona diretamente a produtividade organizacional e fortalece o ambiente de trabalho.

Esses números demonstram uma mudança significativa na cultura corporativa, onde a saúde e a qualidade de vida do colaborador são cada vez mais reconhecidas como fatores essenciais para o sucesso e a sustentabilidade dos negócios.

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Dados não curam sozinhos: é o uso inteligente que redefine a saúde

Nos últimos anos, falar sobre dados virou quase um clichê. Todos repetem que eles são importantes, mas poucos entendem que o valor não está em acumular planilhas, relatórios e dashboards coloridos. O ponto central é transformar esse conhecimento em ações que mudem a realidade das pessoas e gerem resultados práticos, seja no cuidado individual, seja na gestão dentro das empresas.

Lembro do episódio do ConecteSUS, em 2021, quando milhares de brasileiros ficaram sem acesso ao comprovante de vacinação. O que parecia “apenas” uma falha técnica virou um caos: pessoas perderam voos, estados ficaram sem registros confiáveis e a vacinação foi prejudicada em diversos pontos. O que isso ensina? Que informações não são apenas números em um sistema; elas são a base que garante a continuidade da vida em sociedade. Quando não estão disponíveis ou não são usadas de forma correta, o impacto é imediato e profundo.

O desafio das organizações diante de dados dispersos

Dentro das organizações, a situação se repete em outra escala. Companhias com milhares de funcionários produzem uma enxurrada de registros sobre saúde, como exames admissionais, ausências, plano médico, campanhas de bem-estar, programas de saúde mental. Mas, quando tudo fica disperso em sistemas que não se conectam, a gestão vira um jogo de adivinhação. Decisões tomadas no escuro, custos assistenciais inflados e equipes que percebem a falta de cuidado integral com sua saúde.

É aqui que o RH precisa assumir um papel de liderança. Não mais como um setor operacional, restrito à folha de pagamento ou ao controle de benefícios, mas como protagonista da transformação da saúde corporativa. O desafio está em integrar registros, cruzar informações e antecipar riscos. É preciso coragem para encarar indicadores de saúde mental, presenteísmo ou risco ocupacional de frente. Não basta esperar relatórios prontos de terceiros, é hora de se tornar verdadeiramente data-driven — orientado por dados —, usando os números como ferramenta de gestão humana.

Na minha visão, o que diferencia companhias competitivas hoje é justamente a capacidade de transformar conhecimento em decisões que beneficiem efetivamente os colaboradores. O sucesso não se resume à redução de custos ou a balanços mais enxutos. A métrica real está no equilíbrio entre cuidado e desempenho. Organizações que entendem isso se destacam no mercado e ainda criam ambientes de trabalho nos quais as pessoas querem permanecer, crescer e dar o seu melhor.

Tecnologia e integração como pilares estratégicos

E a tecnologia tem um papel essencial nesse movimento. Ferramentas de Inteligência Artificial e machine learning (aprendizado de máquina) já são capazes de identificar padrões que o olhar humano dificilmente perceberia sozinho. Um aumento dos atestados de saúde mental pode ser correlacionado a indicadores de estresse ou de clima organizacional. Daí pode surgir uma intervenção preventiva que evita adoecimentos, afastamentos e até mesmo crises maiores.

As implicações estratégicas também não podem ser ignoradas. Cada centavo investido em prevenção pode gerar múltiplos ganhos em engajamento e eficiência. O oposto também é verdadeiro: quando as informações permanecem fragmentadas, o resultado é perda de visibilidade objetiva, mais retrabalho administrativo e maior vulnerabilidade jurídica, especialmente em tempos de LGPD. Integrar diferentes fontes deixou de ser um luxo — tornou-se uma necessidade estratégica para quem quer gerir equipes de forma inteligente.

Por isso, defendo que o futuro da saúde corporativa não será escrito por quem se limita a coletar registros, mas sim por quem souber interpretá-los e agir sobre eles. As organizações que compreenderem essa lógica estarão à frente, não porque gastam menos, mas porque cuidam melhor das pessoas que fazem seus negócios acontecerem. E, no fim, é sempre isso que diferencia uma empresa comum de uma instituição verdadeiramente transformadora: a capacidade de colocar as pessoas no centro, usando informações como meio, nunca como fim.

*Ana Beatriz Pereira é diretora de Dados da HealthBit.

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A REDAÇÃO

Coren-GO e sindicato cobram explicações sobre escala de enfermagem

Entidades defendem modelo 12x36 

A defesa da manutenção da escala 12x36 pautou a visita do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg) ao Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) na segunda-feira (27/10). As entidades pedem que a Organização Social (OS) Imed esclareça a proposta de alteração para o regime 6x1, reforçando que o modelo atual garante melhores condições de trabalho, segurança assistencial e qualidade no atendimento à população.

Durante a visita, representantes locais informaram que a proposta ainda está em fase de estudo e que eventuais definições caberiam à gestão central da OS. Ainda assim, Coren-GO e Sieg reafirmaram sua posição contrária à mudança, destacando que o regime 12x36 é essencial para a qualidade da assistência e para a preservação dos direitos da categoria.

Direção

As entidades já adotaram medidas para tratar do tema diretamente com a direção da Imed, que também pretende implementar o novo regime no Hospital Estadual Centro-Norte (HCN) e no Hospital Estadual de Formosa. Os profissionais já foram informados sobre a possível mudança e, no caso de Formosa, um edital de novas contratações já prevê o regime 6x1.

O Coren-GO reforça que a escala 12x36 está consolidada como a mais adequada às especificidades da enfermagem, por garantir períodos de descanso compatíveis com a carga física e emocional do trabalho hospitalar e contribuir para a continuidade e qualidade do cuidado prestado aos pacientes.

Sobrecarga

A presidente do Coren-GO, Thaís Luane de Almeida, alerta que a alteração unilateral da escala para o regime 6x1 fere princípios de razoabilidade e de proteção à saúde do trabalhador. “A mudança pode gerar sobrecarga laboral, reduzir a segurança assistencial e comprometer a qualidade do atendimento à população”, afirma.

Thaís Luane lembra ainda que o artigo 7º da Constituição Federal assegura a redução dos riscos inerentes ao trabalho e que a Lei nº 7.498/1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, garante condições adequadas para o pleno desempenho profissional.

“Seremos implacáveis na defesa de condições dignas de trabalho para os profissionais e da qualidade da assistência prestada à população”, conclui a presidente.

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SAÚDE BUSINESS

Protocolo rápido de ressonância magnética acelera diagnóstico do câncer de mama 

Nova abordagem reduz o tempo do exame, mantém precisão superior a 98% e aumenta a capacidade de atendimento, além de oferecer mais eficiência e conforto a pacientes de alto risco.

Um exame essencial para mulheres com risco de câncer de mama, que antes levava cerca de 40 minutos, agora pode ser concluído em poucos minutos sem comprometer a qualidade diagnóstica. É o que propõe o protocolo rápido de ressonância magnética (RM) das mamas, técnica que vem transformando o diagnóstico e o acompanhamento do câncer de mama no Brasil e no mundo. 

A RM das mamas é considerada um dos métodos mais sensíveis para a detecção precoce da doença, capaz de identificar alterações funcionais que muitas vezes passam despercebidas em mamografias ou ultrassonografias. Isso porque o exame utiliza contraste, que aumenta a acurácia do diagnóstico, além de oferecer imagens anatômicas de alta resolução.  

Com o novo protocolo, o tempo médio do exame caiu para 5 a 10 minutos, graças a tecnologias avançadas de captação e processamento de imagens. A segurança do diagnóstico supera 98%. 

“Entre as principais vantagens do protocolo rápido estão o maior conforto para as pacientes, que permanecem menos tempo no equipamento, e o aumento da capacidade de atendimento dos serviços de diagnóstico por imagem”, explica José Luiz Bevilacqua, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.  

O executivo acrescenta que o exame tem custo reduzido, tornando-se uma alternativa mais acessível para programas de rastreamento em grupos de maior risco. 

Precisão que faz diferença 

A ressonância magnética é um exame não invasivo que produz imagens internas de alta nitidez. Por meio de campo magnético e ondas de radiofrequência, gera imagens detalhadas, favorecendo diagnósticos precisos, especialmente de estruturas pequenas, como microcalcificações, que podem indicar o início de um câncer de mama. 

A RM não é indicada para rastreio de rotina na população geral. Entre suas principais indicações estão: rastrear mulheres com alto risco de câncer de mama — incluindo aquelas com mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2 —, avaliar mamas densas, investigar achados inconclusivos em outros exames, planejar cirurgias, acompanhar a resposta à quimioterapia e monitorar pacientes no pós-tratamento.

A precisão do exame permite determinar com mais exatidão o tamanho do tumor, identificar tumores adicionais e realizar o estadiamento da doença. 

“No protocolo rápido de ressonância magnética, foca-se na captação das chamadas imagens de subtração, que são as informações mais importantes que precisamos para o rastreio das pacientes com alto risco. Por isso, conseguimos o que mais precisamos para o diagnóstico da paciente com a agilidade de menos de 10 minutos na sala de exames”, esclarece Bevilacqua. 

Embora o protocolo rápido não substitua totalmente o exame completo — indicado quando há necessidade de avaliação mais detalhada —, ele representa um avanço relevante no cuidado oncológico, ampliando o acesso, otimizando o tempo dos profissionais e proporcionando às pacientes uma experiência mais ágil e confortável. 

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FORÇA DO VALE

Unimed-RS lança plano de saúde veterinário com atendimento para cães e gatos

Novo serviço será oferecido em todo o Brasil com contratação digital e diferentes faixas de cobertura

A Unimed do Rio Grande do Sul anunciou nesta semana a criação do UniPets, um plano de saúde voltado exclusivamente para cães e gatos. A novidade marca a entrada oficial da cooperativa médica no setor pet, que cresce em ritmo acelerado no Brasil.

O plano foi desenvolvido pela RS Empreendimentos, holding da Unimed-RS, e já está disponível para contratação em todo o país. A adesão é 100% digital e o serviço será ofertado em três modalidades, com diferentes faixas de mensalidade, cobertura e limite de uso.

Serviços incluídos

Entre os atendimentos previstos nos planos estão:

Consultas veterinárias presenciais

Atendimento ambulatorial

Exames laboratoriais e de imagem

Internações e cirurgias

Assistência funeral para pets

Teleorientação veterinária 24h

Serviços de concierge

A proposta, segundo a Unimed-RS, é reduzir impactos financeiros para tutores em situações inesperadas de saúde dos animais.

Base em pesquisa regional

O lançamento do UniPets foi baseado em uma pesquisa feita na Região Metropolitana de Porto Alegre, conduzida pela consultoria Pesquisa Quanti. O estudo apontou que os tutores demonstram alta preocupação com os custos veterinários, o que motivou a criação do novo produto.

A Unimed atende hoje cerca de 2 milhões de clientes no RS e mais de 20 milhões em todo o Brasil. Com o UniPets, a cooperativa busca diversificar seus serviços e ampliar sua atuação em segmentos conectados ao dia a dia das famílias.

A contratação do plano pode ser feita no site: https://lp.apetsaude.com.br/apet/unipets/home

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ANS

ANS promove reunião sobre o programa Agora Tem Especialistas

Encontro reuniu representantes da Agência, do Ministério da Saúde e da operadora Amil na tarde desta terça-feira, 28/10

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promoveu, na tarde desta terça-feira, 28/10, uma reunião com representantes da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde e da operadora de planos de saúde Amil. O objetivo do encontro foi tratar do programa Agora Tem Especialistas.

“O engajamento das operadoras é fundamental para que esse programa colabore com o atendimento ao cidadão brasileiro, reduzindo filas de atendimento no SUS", enfatizou o diretor-presidente da ANS, Wadih Damous.

O Programa Agora Tem Especialistas permite o atendimento em troca de dívidas, impostos ou cursos administrativos correntes das operadoras e prestadoras. A operadora Amil, por exemplo, não tem dívidas de ressarcimento ao SUS e irá se engajar no programa a partir desta reunião.

Além de Damous, participaram da reunião, pela ANS: a diretora de Gestão Interina, Carla Soares; o gerente-geral de Análise Técnica da Presidência, Vitor Guimarães; e a assessora-chefe de Relações Institucionais, Ana Carolina Rios. Representaram o Ministério da Saúde: o diretor do Departamento de Estratégias para a Expansão e Qualificação da Atenção Especializada, Rodrigo Alves Torres Oliveira; e o assessor jurídico João Luis Pereira.

Pela Amil, participaram Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais; Kenneth Almeida, diretor executivo da Amil Total Care; e Anderson Nascimento, CEO Rede Total Care.

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Assessoria de Comunicação        

10 reunião Fieg 28 10 25

Haikal Helou (esq.), Renato Daher e André Rocha

 

Diretores da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) se reuniram nesta terça-feira (28) com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, para discutir uma possível parceria voltada à saúde e ao cuidado com o trabalhador.

Durante o encontro, o presidente da Diretoria Executiva da Ahpaceg, Renato Daher, e o presidente do Conselho Administrativo, Haikal Helou, destacaram a importância de aproximar o setor hospitalar da indústria. Eles ressaltaram que o Serviço Social da Indústria (Sesi), vinculado à Fieg, é atualmente a maior rede de prestação de serviços em saúde de Goiás. A proposta, segundo os representantes da Ahpaceg, busca ampliar o acesso dos trabalhadores a ações de prevenção, promoção da saúde e atendimento médico.

André Rocha afirmou que a parceria está em fase de estudo e análise. De acordo com ele, a Fieg avalia as possibilidades de cooperação a partir da estrutura do Sesi e das necessidades das indústrias goianas.

Ahpaceg e Fieg devem manter o diálogo para identificar projetos conjuntos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar dos trabalhadores do estado.

Terça, 28 Outubro 2025 06:36

CLIPPING AHPACEG 28/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Estudo aponta que só 15% dos jovens médicos utilizam alguma tecnologia para buscar emprego

https://medicinasa.com.br/trabalho-jovens-medicos/

Curso gratuito ensina profissionais de saúde a lidar com vícios digitais

https://medicinasa.com.br/curso-vicios-digitais/

Eficiência hospitalar começa com inteligência operacional

https://medicinasa.com.br/noxtec-dashboards/

IA na saúde: entre a lentidão da lei e o risco de travar a inovação

https://medicinasa.com.br/ia-saude-lei/

MEDICINA S/A

Estudo aponta que só 15% dos jovens médicos utilizam alguma tecnologia para buscar emprego

Apenas 15% dos médicos brasileiros utilizam algum tipo de tecnologia para procurar emprego. Um estudo realizado pela DocSolution apontou que a principal porta de entrada no mercado de trabalho ainda é a indicação direta de colegas (quase 80%), seguida pelos plantões compartilhados em grupos de WhatsApp (70%).

O levantamento, que traça um panorama da entrada de médicos no mercado de trabalho, revela um cenário descentralizado, pouco profissionalizado e ainda muito analógico, baseado em relações pessoais, o que acaba resultando em insegurança, falta de previsibilidade e desigualdade de acesso a oportunidades. E o preço disso é alto.

A pesquisa mostrou que mais da metade dos entrevistados afirmou já ter enfrentado situações problemáticas ou inseguras ao tentar conseguir oportunidades, incluindo dúvidas sobre a estrutura do local, medo de não receber o pagamento, aceitação de plantões sem saber exatamente onde ou em quais condições iriam trabalhar, ou saber a própria veracidade da vaga anunciada.

A sondagem indica que a busca de oportunidades no mercado médico ainda opera de maneira informal e sem regulação adequada, abrindo espaço para insegurança e falta de suporte aos profissionais em início de carreira. “Esse cenário ajuda a entender por que quase 74% dos jovens médicos afirmam já ter recusado oportunidades por medo ou falta de respaldo no trabalho, segundo Vanessa Conte, diretora da DocSolution e responsável pelo levantamento.

Apesar dos plantões pagarem relativamente bem, a oferta é irregular (tanto em periodicidade, quanto em localização – 52% dizem que não encontram oportunidades em sua região). Isso torna a renda variável e instável e pressiona 56% dos jovens médicos a estarem o tempo inteiro online e atentos ao WhatsApp para não perder oportunidades.

Os jovens médicos ainda disseram que:

31,7% dizem que as oportunidades existem, mas difíceis de encontrar

29,6% dizem que a concorrência é muito alta.

33,2% considerarem o mercado desorganizado e pouco acessível.

Segundo Vanessa, o maior obstáculo para o médico iniciante, além da falta de oportunidade, é o medo de atuar sem suporte. “É um mercado onde a confiança ainda é pessoal, e não sistêmica. Isso aprofunda desigualdades e afasta o médico daquilo que deveria ser o foco: cuidar das pessoas”, completa.

A desconexão digital e seus efeitos

A falta de plataformas seguras e dedicadas ao público médico explica por que apenas 15% dos profissionais afirmam usar tecnologia para buscar oportunidades. Enquanto outras áreas já contam com ferramentas estruturadas de recrutamento, a medicina ainda depende da confiança pessoal, e não de processos baseados em transparência e competência profissional.

Isso reforça outro achado importante do levantamento: quase 75% dos jovens médicos dizem não contar com um espaço digital confiável para apresentar currículo, certificações ou trajetória profissional, e 80% afirmam não saber (ou sentem-se inseguros) como montar um portfólio. O reflexo disso é uma classe jovem, sobrecarregada e desassistida em termos de suporte técnico, emocional e de carreira.

A pesquisa

O levantamento “Entrada de Médicos no Mercado de Trabalho”, realizado pela DocSolution entre 18 de setembro e 13 de outubro de 2025, ouviu 206 médicos. O estudo investigou temas como remuneração, canais de busca por vagas, segurança emocional, visibilidade profissional e o uso (ainda baixo) da tecnologia na empregabilidade médica.

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Curso gratuito ensina profissionais de saúde a lidar com vícios digitais

MEV Brasil, escola de Medicina do Estilo de Vida, lança o primeiro curso sobre vícios digitais voltado a médicos e profissionais da saúde. Online e gratuito, o material procura oferecer ferramentas práticas para reconhecer, rastrear e tratar precocemente casos de dependência digital.

O vício em telas tornou-se um problema de saúde pública. Segundo o documento “Apostas, scrolls, porn e likes: ameaças digitais à saúde”, lançado pela empresa em outubro usado de inspiração para a formatação do curso, o Brasil está entre os países com maior tempo médio online: 9h32 por dia. A média global é de 6h30. O levantamento também aponta que cerca de 1 em cada 20 adultos no país apresenta sinais de dependência severa de internet.

“O vício em internet tem crescido em proporções alarmantes, e a identificação para um tratamento adequado ainda é um desafio para muitos profissionais. É uma epidemia silenciosa que provoca uma constelação de sintomas físicos e mentais em pessoas de todas as idades, classes, raças e gêneros. Queremos mudar esse cenário”, Luiz Carlos, Fundador da MEV Brasil, psiquiatra e professor de Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Com aulas conduzidas por professores da instituição, o curso, gratuito e 100% online, é destinado a profissionais da saúde interessados em ampliar seus conhecimentos e aprimorar habilidades clínicas. Serão seis aulas de aproximadamente 30 minutos cada, totalizando três horas de conteúdo, que abordam desde a triagem e o rastreamento de pacientes com sinais de dependência até protocolos iniciais de conduta.

“Vamos oferecer uma base conceitual, diagnóstica e prática para o atendimento inicial. Nosso objetivo é que, ao fim do curso, os profissionais tenham conhecimento suficiente para reconhecer e manejar casos de dependência digital, e busquem se aprofundar no tema”, finaliza Luiz.

O curso estará disponível a partir da segunda quinzena de novembro por tempo limitado no site da MEV Brasil.

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Eficiência hospitalar começa com inteligência operacional

Saiba como líderes hospitalares estão usando dashboards em tempo real para reduzir custos, otimizar a ocupação de leitos e aumentar a margem

Você sabe, neste exato momento, qual é a taxa de ocupação da sua UTI? E a previsão de faturamento para hoje, já descontando as glosas prováveis?

Se a resposta depende de relatórios que só ficam prontos no fim do dia ou da semana, sua instituição pode estar perdendo dinheiro e eficiência.

Um estudo da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) mostra: cada dia a mais no tempo médio de permanência de um paciente representa custos adicionais de milhares de reais. É um dreno silencioso que compromete a sustentabilidade da sua instituição.

Na prática, tomar decisões com dados defasados é como pilotar um avião moderno com um mapa de papel. A boa notícia: já existe tecnologia para assumir a torre de comando da gestão hospitalar.

Os 4 indicadores que exigem sua atenção imediata

Esqueça as dezenas de métricas que poluem suas planilhas. Para um gestor focado em resultados, a clareza é poder. Quatro indicadores-chave, quando monitorados em tempo real, funcionam como o painel de controle de uma operação de alta performance.

Taxa de ocupação de leitos:

Este é o indicador mais importante da sua capacidade operacional. Uma taxa abaixo de 80% pode significar ociosidade e desperdício de recursos fixos. Acima de 95%, pode indicar sobrecarga da equipe, risco assistencial e perda de novas internações. Onde está o equilíbrio?

Nova sugestão, para deixar mais objetivo: Com dashboards em tempo real, é possível prever picos de demanda, agilizar altas e otimizar equipes, transformando leitos parados em receita ativa.

2. Tempo Médio de Permanência (TMP)

O TMP é um dos maiores vilões da rentabilidade hospitalar. Cada dia que um paciente permanece internado além do necessário representa não apenas um custo direto (hotelaria, insumos, pessoal), mas também um custo de oportunidade, impedindo que outro paciente ocupe o leito.

Reduzir o TMP em apenas 0,5 dia, por meio da otimização de fluxos e processos, pode gerar uma economia de milhões ao final de um ano. Sem visão em tempo real, otimizar fluxos é praticamente impossível.

Fila Cirúrgica: O Motor da Receita (e da Reputação)

O centro cirúrgico é o coração financeiro de muitos hospitais privados. Uma fila mal gerenciada, com atrasos e cancelamentos, não apenas frustra pacientes e médicos, mas impacta diretamente o faturamento. Monitorar salas, tempos de limpeza e equipes em tempo real aumenta giro, receita e satisfação.

Faturamento e Glosas

De que adianta uma operação impecável se o faturamento não se converte em caixa? As glosas, que segundo a ANS podem corroer até 5% do faturamento de um hospital, são frequentemente resultado de falhas de comunicação e registros inconsistentes entre as áreas clínica e administrativa.

Um sistema que monitora o faturamento em tempo real e cruza informações para identificar potenciais glosas antes do envio da fatura é uma ferramenta poderosa para estancar essa hemorragia financeira e garantir a saúde do seu fluxo de caixa.

Como os dashboards transformam dados em ações práticas

A solução não é contratar mais analistas para gerar mais planilhas, mas sim, transformar essa avalanche de dados desconexos em inteligência acionável e visual. É exatamente neste ponto que um parceiro tecnológico como a Noxtec se torna um ativo estratégico.

São dashboards centralizados que integram dados clínicos, operacionais e financeiros em uma única tela que fazem a diferença. Imagine poder:

Receber alertas automáticos quando um setor atinge níveis críticos.

Visualizar mapas de calor dos gargalos que aumentam o tempo de permanência.

Prever demanda cirúrgica e alocar recursos com antecedência.

Reduzir glosas com análise em tempo real.

Hospitais que implementam tecnologias como essa, adotam uma nova filosofia de gestão, onde cada decisão é informada, precisa e estratégica, fazendo total diferença nos resultados.

O futuro da gestão hospitalar não pode esperar

Continuar gerenciando sua instituição com base em dados passados é uma escolha que deixa dinheiro na mesa, compromete a qualidade assistencial e mina sua competitividade. O fato é: o foco em eficiência operacional e redução de custos hospitalares já virou uma questão de sobrevivência e prosperidade.

Assumir o controle em tempo real é o que separa os hospitais que lideram dos que apenas reagem.

Não adie mais a transformação da sua gestão. Conheça as soluções da Noxtec para gestão hospitalar em tempo real. Entre em contato com nossos especialistas clicando aqui e descubra como transformar seus indicadores em resultados.

Para mais informações, acesse:
www.noxtec.com.br

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IA na saúde: entre a lentidão da lei e o risco de travar a inovação

A inteligência artificial já deixou de ser promessa e faz parte do dia a dia de hospitais e clínicas no Brasil. Ela auxilia diagnósticos, automatiza registros e devolve tempo precioso aos médicos. Mas, enquanto a tecnologia avança, o Congresso discute lentamente o Projeto de Lei 2338/2023, que cria um marco regulatório para IA e classifica sistemas por níveis de risco. Na saúde, a classificação é sempre de alto risco, e o debate, arrastado, mantém soluções que poderiam salvar vidas em terreno jurídico incerto.

Em 2022, o Brasil foi o segundo país do mundo mais atingido por ataques cibernéticos na saúde, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a IBM. Os dados expostos são extremamente sensíveis e protegidos pela LGPD, o que torna qualquer brecha uma ameaça direta à segurança dos pacientes. Ao mesmo tempo, a Accenture aponta que 82% dos executivos do setor já testam ou planejam adotar IA, evidenciando a corrida global por soluções que aumentem eficiência e reduzam custos. Ignorar esse movimento não significa apenas perder competitividade: o mercado global de IA em saúde deve atingir US$ 187 bilhões até 2030, e o Brasil corre o risco de ficar fora de uma transformação que pode salvar vidas e aliviar a sobrecarga do sistema de saúde.

O risco maior está em regulamentações genéricas que tratam igualmente ferramentas de apoio e sistemas autônomos de diagnóstico. Aplicar as mesmas exigências a um robô que decide sozinho e a um software que apenas automatiza prontuários é um erro que paralisa startups e afasta investidores. A União Europeia, com o AI Act, já diferencia níveis de risco e cobra explicabilidade de sistemas decisórios autônomos, sem sufocar ferramentas de apoio. O Brasil deveria aprender com essa experiência, em vez de escolher o atalho da generalização.

Médicos brasileiros gastam em média 30% do tempo de consulta com burocracia, segundo a Harvard Business Review, enquanto 60% sofrem burnout, de acordo com Fiocruz e CFM. No SUS, a desigualdade regional se agrava com a falta de especialistas em áreas críticas, problema que a OPAS projeta piorar até 2030. Nesse cenário, ferramentas de triagem automatizada, gestão de exames e apoio administrativo não são luxo: são formas de aliviar sobrecarga, liberar tempo médico e reduzir desigualdades. Travar sua adoção em nome de uma cautela mal calibrada é, na prática, comprometer a saúde de milhões de brasileiros.

Alguns defendem regras duras como único caminho para evitar vieses e proteger pacientes. Mas há um risco invisível nessa lógica: o de congelar avanços que poderiam aumentar a eficiência da saúde suplementar, reduzir filas no SUS e ampliar o acesso a cuidados de qualidade. Já existem startups brasileiras desenvolvendo soluções promissoras nessa frente. Se o marco regulatório não for adaptado à realidade do país, essas empresas podem perder competitividade e migrar para mercados mais ágeis e previsíveis.

O Brasil não pode se dar ao luxo de desperdiçar esse momento. A regulação é necessária e urgente, mas precisa ser feita com inteligência e equilíbrio. A escolha não é entre segurança e inovação, e sim entre um marco legal que inspira confiança ou uma lei genérica que mata a criatividade. Cada mês de inércia ou excesso de cautela significa manter pacientes e médicos reféns de um sistema já sobrecarregado. Proteger vidas e dados é obrigação, mas sufocar a inovação é uma escolha, e uma escolha que o país não pode fazer.

*Karlyse Claudino Belli é Chief of business & data officer iHealth, empresa do grupo DoctorAssistant.ai.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 27 Outubro 2025 07:46

CLIPPING AHPACEG 27/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/goiania-vai-cobrar-emissao-da-nota-fiscal-eletronica-a-partir-de-dezembro-14042272.ghtml

Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-10/cantor-e-compositor-lo-borges-e-internado-por-intoxicacao-medicamentos

A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil

https://medicinasa.com.br/leve-saude-edi31/

Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA

https://medicinasa.com.br/alice-ia-cancer/

O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil

https://medicinasa.com.br/medico-responsabilidade-civil/

A região que virou referência em saúde privada no Brasil

https://www.correiobraziliense.com.br/cbradar/a-regiao-que-virou-referencia-em-saude-privada-no-brasil/#google_vignette

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

https://www.saudebusiness.com/operadoras/saude-baseada-em-valor-excecao-brasil-estudo-aponta-mudanca/

CORREIO BRAZILIENSE

A região que virou referência em saúde privada no Brasil

No interior do estado de São Paulo, observa-se um notável crescimento na adesão aos planos de Saúde Suplementares. Este fenômeno acompanha a busca por sistemas mais confiáveis que possam suprir a lacuna deixada pelo sobrecarregado sistema público. Mediante a valorização da medicina preventiva, a população tem procurado formas de garantir um atendimento mais ágil e preventivo, capaz de proporcionar desde consultas expedidas até exames regulares e segurança para emergências.

Em cidades como São José do Rio Preto, essa tendência é especialmente evidente. Dados de diversas organizações de saúde indicam que a região experimentou um aumento expressivo no número de usuários de planos privados, o que pode ser atribuído ao crescimento demográfico e à variedade de coberturas oferecidas, adaptadas às diferentes necessidades econômicas e de saúde da população local.

Como a saúde suplementar afeta a vida cotidiana?

Optar por um plano de saúde particular muda profundamente a forma como muitos encaram suas necessidades médicas. Além de oferecer segurança em casos de emergência, estas opções garantem um acompanhamento frequente de saúde por meio de exames preventivos, aconselhamento nutricional e suporte psicológico. A conveniência associada aos planos particulares também está no tempo de espera reduzido para consultas e tratamentos, contrastando com a longa espera do sistema público, e beneficiando principalmente aqueles que precisam de atenção contínua para condições crônicas.

Quais são as inovações na saúde suplementar?

O setor de saúde suplementar vem se transformando com inovações que ajudam a definir seu futuro. Isso inclui a digitalização dos serviços, como o uso crescente da telemedicina, que permite realizar consultas médicas de forma remota, tornando o atendimento mais acessível. Além disso, programas de prevenção focados em promover hábitos de vida saudáveis são uma prioridade, visando reduzir a incidência de doenças como a diabetes e a hipertensão antes que demandem intervenções complexas.

A regionalização dos serviços representa outra inovação significativa, permitindo que as pessoas tenham acesso a atendimento de qualidade próximo de suas casas, sem a necessidade de viajar grandes distâncias. Isso inclui a expansão de clínicas e centros médicos em locais que antes dependiam exclusivamente dos grandes centros urbanos para cuidados especializados.

São José do Rio Preto: um exemplo de avanço em saúde suplementar

No panorama dos serviços de Saúde Suplementares, São José do Rio Preto se destaca como uma região em plena expansão. Hospedando um conjunto abrangente de especialistas e instalações médicas, a cidade se tornou um centro de atenção médica no interior paulista. Grandes operadores regionais, como Austa Clínicas e Bensaúde, têm estabelecido uma forte presença, refletindo a demanda por uma rede diversificada de serviços de saúde adaptados às necessidades locais.

Este crescimento evidencia um setor em amadurecimento, capaz de adaptar sua oferta a diferentes mercados, desde pequenas famílias até grandes corporações, e promovendo uma gama variada de opções que atendem à diversificada população da região.

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TV ANHANGUERA

Goiânia vai cobrar emissão da nota fiscal eletrônica a partir de dezembro

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/goiania-vai-cobrar-emissao-da-nota-fiscal-eletronica-a-partir-de-dezembro-14042272.ghtml

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AGÊNCIA BRASIL

Músico Lô Borges é internado por intoxicação medicamentosa

Estado de saúde é estável 

O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos principais nomes da música popular brasileira (MPB), está internado no hospital da Unimed, de Belo Horizonte, após sofrer uma intoxicação medicamentosa. Aos 73 anos, o artista deu entrada na unidade de saúde na sexta-feira (17/10), após passar mal em casa. A confirmação foi do irmão mais novo, Yé Borges, nesta quarta-feira (22).

Segundo o último boletim médico, o estado de saúde de Lô Borges é considerado estável. “O estado de saúde é de estabilidade, com todas os parâmetros clínicos em bom nível”, afirmou o hospital. O músico apresenta melhora significativa em seu quadro clínico, mas ainda não há previsão de alta hospitalar.

Discografia

Nascido Salomão Borges Filho, Lô Borges, foi um dos fundadores, ao lado do cantor e compositor Milton Nascimento, do movimento Clube da Esquina, que revolucionou a música nacional a partir dos anos 1970 e 1980. O movimento, batizado em referência a um disco homônimo de 1972, fundia influências do rock, do jazz e da música psicodélica com a tradição da MPB e das mineiras, criando uma sonoridade atemporal e complexa.

lgumas canções de autoria de Lô Borges: O Trem Azul, Um girassol da cor do seu cabelo, Tudo Que Você Podia Ser e Nada Será Como Antes, em parceria com Milton Nascimento.

A obra de Lô Borges é considerada um dos pilares que sustentam a riqueza e a diversidade da produção musical do país. Ele teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Beto Guedes, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.

Intoxicação

De acordo com o Conselho Nacional de Farmácia, o caso envolvendo o artista serve como um alerta grave para um problema de saúde público silencioso e frequente. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) apontam consistentemente os medicamentos como uma das principais causas de intoxicação no Brasil.

A atuação do farmacêutico é uma ferramenta de prevenção necessária. Ele é fundamental para orientar pacientes e familiares sobre a administração correta de cada medicamento, como dose, horários, via administração, o que pode prevenir erros graves.

Em casos de pacientes que utilizam vários remédios, situação comum entre idosos, o medicamento pode identificar interações perigosas entre as substâncias, potencializando efeitos tóxicos.

Uma das atribuições do farmacêutico “é alertar sobre os riscos da automedicação, uma prática culturalmente enraizada no país, é uma de suas atribuições primordiais. A ingestão inadvertida de um remédio, ou sua combinação com outro, pode ter consequências graves”.

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MEDICINA S/A

A receita da Leve Saúde para ser uma das operadoras que mais crescem no Brasil

Com foco em atenção primária, rede verticalizada e uso de tecnologia, empresa aposta em modelo inovador para levar saúde acessível e de qualidade à população.

Leve Saúde é uma das operadoras que mais crescem no Brasil atualmente e isso não se dá por acaso. Criada no Rio de Janeiro com o propósito de oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis, a empresa nasceu com o objetivo de ampliar o acesso à saúde suplementar para um público historicamente negligenciado, o de pessoas com mais de 45 anos das classes B, C e D. Essa decisão estratégica foi o ponto de partida de um modelo que rapidamente demonstrou potencial de escala. Com apenas cinco anos de existência, a Leve ultrapassou R$ 700 milhões em faturamento e já conquistou mais de 95 mil clientes.

No entanto, o foco inicial não limita a atuação da empresa. A operadora vem expandindo seus serviços com um portfólio que engloba diversos perfis de clientes, mas que não deixa de lado o compromisso de oferecer uma saúde mais acessível, contínua e centrada no cuidado do paciente. Neste ano, lançou uma nova grade de planos médicos, com hospitais de ponta e preços ainda mais competitivos – especialmente para o público sênior – e ampliou a abrangência dos planos odontológicos.

Com um modelo que combina três pilares essenciais (rede própria, tecnologia e atenção primária), a operadora vem redefinindo a experiência dos clientes em todas as etapas da jornada assistencial, desde a prevenção até o acompanhamento especializado.

A empresa mantém uma rede de 12 clínicas próprias em pontos estratégicos do estado do Rio de Janeiro, onde já realiza a maior parte dos atendimentos ambulatoriais. Cerca de 75% dos clientes já realizam exames e consultas dentro da rede, e mais de 30% passam por atendimento ao menos uma vez por mês em uma das unidades. A meta é que, em breve, 90% dos atendimentos aconteçam nas clínicas Leve, garantindo mais integração, agilidade e personalização. É dessa forma que a Leve mantém um cuidado mais próximo, com médicos que conhecem o histórico do cliente e acompanham sua saúde de forma contínua e integrada.

Tecnologia

Com o objetivo de elevar a excelência de seus serviços e oferecer uma experiência mais completa aos clientes, a Leve também aposta em tecnologia. Em 2024, implantou um novo sistema de gestão ambulatorial que centraliza todos os dados clínicos em um único Repositório Eletrônico de Saúde. Com isso, garante a interoperabilidade com parceiros laboratoriais e acesso imediato a dados e histórico pelos profissionais de saúde, beneficiando tanto as equipes de cuidado quanto os próprios pacientes. A empresa também implementou, em todas as suas clínicas, uma ferramenta de check-in com reconhecimento facial em totens automatizados que permite o cadastro inicial em poucos segundos. Com uma expressiva redução do tempo de espera, a Leve garante redução de custos, prevenção de fraudes e maior automação de processos – além de mais comodidade para seus clientes.

O app de autoatendimento da operadora, usado por 80% dos seus clientes mensalmente, reúne mais de 25 funcionalidades, como agendamento de consultas, acesso a resultados de exames, receitas médicas e atestados, além de conexão a um sistema próprio de telemedicina, que reduz a necessidade de consultas presenciais e amplia a possibilidade de conversar com o time de cuidados para orientações de saúde.

Toda essa digitalização também se traduz em eficiência operacional e combate a fraudes, o que colabora para que os valores dos planos se mantenham acessíveis. Desde 2024, análises assistidas por inteligência artificial passaram a ser utilizadas para autorizar exames e procedimentos, otimizando prazos e reduzindo riscos. Ainda em 2025, esse sistema será expandido para a auditoria de contas médicas, criando uma linha de defesa integrada que conecta autorização, execução e faturamento.

Atenção Primária

O terceiro pilar da Leve Saúde está na atenção primária à saúde. Em um setor em que a média de investimentos em prevenção não passa de 0,25% da receita, a Leve investe seis vezes mais. Em 2024, foram R$ 4,5 milhões destinados a programas e iniciativas de cuidado. Em 2025, a expectativa é dobrar esse número e chegar a R$ 10 milhões. São nove programas já em curso e outros em fase de lançamento. Há projetos voltados para puérperas, gestantes, saúde mental, autismo, doenças renais, alta complexidade e home care. Um novo programa para emagrecimento saudável também estreará ainda este ano. Ao todo, a empresa conta com um time de 150 médicos e 60 enfermeiros dedicados ao atendimento nas clínicas e nas plataformas virtuais.

Mas um dos maiores símbolos da valorização da Leve Saúde aos cuidados preventivos está fora das clínicas e dos aplicativos. A Arena Leve, projeto de bem-estar e inclusão patrocinado pela operadora, transformou quatro espaços icônicos do Rio de Janeiro em centros de atividade física gratuita e promoção de saúde. Com aulas diárias de yoga, ritmos, funcional, pilates, boxe e até futevôlei, o projeto já superou 70 mil inscrições em um ano e impactou diretamente 13 mil pessoas. Além das atividades esportivas, os participantes contam com acesso a serviços de saúde, estrutura com vestiários, materiais de treino e apoio de mais de 70 professores. Aberta a todos, a Arena reforça o compromisso da Leve com a democratização do acesso à saúde e o incentivo à vida ativa. Até o fim de 2026, o investimento previsto na Arena Leve é de R$ 3 milhões.

Todo esse conjunto de inovações contribuiu para que a empresa alcançasse o segundo menor índice de sinistralidade do setor, com 58%. Com isso, a Leve demonstra que é possível ser sustentável, oferecer saúde de qualidade e ainda manter planos com preços até 30% mais acessíveis do que a média do mercado. Esse é um feito ainda mais expressivo se considerarmos que mais de 50% da base da Leve não possuía plano em até 6 meses antes da contratação. Além disso, metade da base atual contratou diretamente com a empresa, sem migrar de outras operadoras.

Em um mercado com mais de 70 milhões de brasileiros acima dos 45 anos e menos da metade com acesso à saúde privada, a Leve possui planos de expansão para além do Rio de Janeiro, e em breve contará com hospitais próprios em sua rede.

Ao ampliar sua atuação calcada em atenção primária, presença digital consolidada, tecnologia própria e uma filosofia de cuidado genuíno, a Leve Saúde mostra que é possível crescer rápido sem abrir mão do essencial: cuidar de pessoas. E faz isso de maneira leve, acessível, integrada e humana, tendo sempre como foco principal o próprio cliente. Uma verdadeira receita de sucesso para quem quer, mais do que planos de saúde, construir um novo futuro para a saúde no Brasil.

Para mais informações, acesse:
www.levesaude.com.br

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Alice amplia rastreamento de câncer de mama e colo do útero com IA

Apesar de o câncer de mama ser o tipo que mais mata mulheres no Brasil, com cerca de 19 mil mortes por ano, 40% das brasileiras em idade de rastreamento não estão com a mamografia em dia, segundo o Inca. Quando falamos do câncer de colo do útero, o cenário também é crítico: são aproximadamente 6 mil mortes anuais, em grande parte evitáveis com detecção precoce. Para enfrentar esse desafio, a Alice, plano de saúde para empresas, passou a usar inteligência artificial como copiloto de cuidado para localizar mulheres com exames preventivos atrasados e engajá-las ativamente no rastreamento.

A população elegível para a mamografia é de pessoas com mais de 40 anos que possuam mamas, mesmo sem sintomas ou sinais de câncer. “A IA identifica esse perfil e o primeiro passo é fazer um contato ativo para confirmar informações e verificar se há algum grau de risco. Nos casos complexos, como quando a pessoa já fez cirurgia ou possui nódulos, por exemplo, o agente encaminha para o atendimento humano”, explica Cesar Ferreira, líder médico de saúde digital na Alice.

Mas se a IA identifica um perfil sem riscos que aceita realizar o exame após as verificações, a tecnologia auxilia no agendamento do procedimento. “Além disso, o agente pode tirar dúvidas sobre como é feito o exame, quanto tempo demora, se dói e também sobre questões administrativas, sempre fundamentado em protocolos internacionais de saúde. O objetivo é eliminar ou encurtar distâncias burocráticas que podem impedir a pessoa de fazer a mamografia”, complementa o médico.

Até o fim do ano, o mesmo agente de IA será expandido para o rastreamento de câncer do colo do útero (com o exame Papanicolau, por exemplo). Diferente de modelos de IA voltados ao diagnóstico, a IA da Alice tem como papel ampliar o engajamento e tirar dúvidas comuns que podem ser barreiras para a execução.

“A IA não substitui o olhar humano do profissional de saúde. Ela amplia a nossa capacidade de cuidar. Em vez de analisar imagens ou emitir laudos, ela atua nos bastidores, identificando quem precisa de atenção e garantindo que o cuidado certo chegue na hora certa”, ressalta Cesar. “É um uso de tecnologia que tem propósito: trazer eficiência e precisão à prevenção, que ainda é o maior desafio da saúde no Brasil”, completa.

Entre as mais de 28 mil pessoas da população-alvo, aproximadamente 4 mil ainda não realizaram um dos exames preventivos previstos (14,3%), público que a IA agora ajuda a alcançar de forma personalizada e contínua. Nas primeiras semanas de uso, a Alice já observou taxas de engajamento superiores às registradas por lembretes automáticos no app, tradicionalmente na faixa de 20% a 30%. Isso porque, como foi mostrado, para além de lembrar de fazer o exame, a IA auxilia com o agendamento do exame, além de tirar dúvidas. Embora os dados ainda estejam em consolidação, a expectativa é de aumento expressivo na adesão aos exames de rastreamento.

Prevenção como pilar do modelo de cuidado

Segundo o Inca, o câncer de mama é o mais incidente entre mulheres no Brasil, e o câncer do colo do útero é o terceiro mais comum, apesar de quase totalmente evitável com rastreamento regular. Para a Alice, a tecnologia é um meio para fortalecer a coordenação de cuidado, princípio que norteia todo o seu modelo de saúde. “O verdadeiro avanço não está só em usar IA, mas em integrá-la a um modelo de cuidado que valoriza a prevenção e a continuidade. É isso que faz diferença nos desfechos de saúde das pessoas”, finaliza o médico.

Além da expansão para o rastreamento de câncer do colo do útero ainda neste ano, a Alice avalia novas aplicações da IA para acompanhamento de condições crônicas e adesão a planos de cuidado, fortalecendo a visão de saúde integral e preventiva.

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O médico como testemunha em ações de responsabilidade civil

O médico intimado a depor como testemunha em processo judicial sobre alegado erro médico costuma enxergar o chamado apenas como uma obrigação cívica, restrita a comparecer em juízo e dizer a verdade. No entanto, quando a ação envolve entes públicos ou instituições de saúde que exercem função pública, a posição do médico-testemunha ganha uma complexidade que raramente é percebida.

Nesses casos, incide a responsabilidade civil objetiva prevista no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal. A regra determina que o Estado e as instituições de saúde respondem diretamente perante o paciente pelos danos, independentemente de culpa, ao mesmo tempo que assegura a possibilidade de ação regressiva contra o profissional que tenha agido com dolo ou culpa. É nesse ponto que o depoimento do médico, ainda que prestado na condição de testemunha, pode repercutir em sua própria esfera de responsabilidade.

O peso da palavra médica em juízo é diferenciado. Uma resposta imprecisa, ambígua ou mal formulada pode acabar interpretada como reconhecimento de falha, quando a intenção era apenas relatar a rotina institucional. O médico intimado como testemunha muitas vezes acredita estar imune a riscos por não ser parte do processo. No entanto, sua fala pode ser registrada e utilizada em momento posterior para fundamentar uma ação regressiva contra ele.

Em situações como essa, os seguros de responsabilidade civil médica não oferecem cobertura, pois se aplicam apenas às hipóteses em que o profissional figura como réu direto em ações de erro médico. Isso significa que, mesmo na condição de testemunha, o médico pode estar exposto a riscos patrimoniais futuros sem qualquer proteção securitária, o que reforça a importância da orientação jurídica prévia.

Cabe destacar que a testemunha pode se fazer acompanhar por advogado, desde que este não interfira ou responda em seu lugar, atuando apenas para resguardar direitos fundamentais, como o de não produzir prova contra si mesma. Essa previsão garantida pelo artigo 5º da Constituição Federal, embora voltada a proteger a testemunha em situações de autoincriminação, também respalda a ideia de que a orientação jurídica prévia não é apenas legítima, mas necessária em contextos de alta complexidade como as ações de responsabilidade civil médica.

Nesse contexto, a assessoria jurídica da testemunha deve ser entendida como instrumento de proteção preventiva. Ela não retira do ato o seu caráter público e colaborativo, mas garante que o depoimento seja prestado com segurança, clareza e objetividade. Trata-se de medida de prudência que fortalece a ética do testemunho e reduz os riscos de repercussões indesejadas.

Esse cuidado fortalece a função da testemunha e também resguarda o médico. O profissional que se prepara compreende melhor a relevância do ato que desempenha, contribui de forma mais consciente para o processo e preserva a própria proteção jurídica.

Diante disso, ao ser intimado para depor em ações que envolvem responsabilidade civil objetiva por erro médico, torna-se essencial buscar orientação jurídica prévia. Essa preparação não altera a verdade a ser dita, mas assegura que o depoimento cumpra integralmente sua finalidade sem expor o médico a riscos desnecessários.

*Thianne de Azevedo Silva Martins é sócia e Giovanna Aposto é advogada do Azevedo Martins Advocacia.

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SAUDE BUSINESS

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

Pesquisa inédita do Ibravs mostra que só 10% dos hospitais têm acordos realmente baseados em valor e projeta crescimento.

A lenta adoção de modelos de Value-Based Health Care (VBHC) na saúde suplementar brasileira ganha um retrato inédito em estudo elaborado pela L.E.K. Consulting em parceria com o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (Ibravs). 

Embora 60% dos executivos entrevistados reconheçam a relevância do conceito para a sustentabilidade do setor, apenas cerca de 10% dos hospitais têm algum contrato efetivamente baseado em valor.  

A mesma proporção se aplica aos acordos de capitation + valor, modalidade em que o pagamento é per capita, com foco em prevenção e desfechos. Os resultados foram divulgados recentemente durante o CLAVS’25, no Rio de Janeiro. 

O levantamento mostra que 75% dos hospitais já trabalham com modelos de preço fixo — sobretudo pacotes — que em 2024 concentraram 13,2% de todos os gastos assistenciais. Contudo, apenas 7% adotam o modelo Diagnosis-Related Group (DRG) + valor, considerado mais avançado por incluir desfechos do paciente. 

 “Há uma confusão frequente entre pacote e VBHC. Empacotar não é necessariamente entregar valor; é somente transferir risco do pagador para o prestador”, observa César Abicalaffe, presidente do Ibravs. 

Barreiras estruturais e culturais 

A pesquisa também mapeia entraves conhecidos: ausência de confiança entre operadoras e hospitais, falta de dados integrados e resistência cultural. Médicos tendem a associar o modelo à perda de autonomia, enquanto operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização dos beneficiários.  

“Ainda predomina a ideia de que um ganha e o outro perde, quando o verdadeiro beneficiário deveria ser o paciente”, avalia Abicalaffe. 

A fragmentação do cuidado é outro desafio central. Cirurgia em um hospital, reabilitação em outra clínica e acompanhamento em um terceiro local ainda ocorrem sem integração de prontuários ou indicadores de desfecho.  

“Sem dados confiáveis e compartilhados, é impossível remunerar pelo que realmente importa: o resultado clínico”, reforça o presidente do Ibravs. 

Apesar das barreiras, há expectativa de avanço. Segundo o estudo, 67% dos provedores pretendem ampliar o uso de modelos baseados em performance ou população até 2025, e 78% projetam crescimento até 2030.  

Para Abicalaffe, a transição é irreversível: “O fee-for-service está esgotado. O aumento do sinistro e a pressão por qualidade e sustentabilidade criam a tempestade perfeita para quebrar o ciclo do pagamento por volume”. 

Papel do regulador 

O estudo ressalta ainda a importância de estímulos regulatórios e governamentais. Experiências internacionais, como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos Estados Unidos, mostram como políticas públicas podem acelerar a mudança.  

No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem testando iniciativas como o Projeto Parto Adequado e o OncoRede, mas de forma limitada. “Precisamos de um marco regulatório que premie de fato o desfecho e a pertinência clínica”, defende Abicalaffe. 

Caminhos futuros 

O VBHC é amplamente reconhecida, mas pouco monetizada. O desafio está em transformar discurso em prática. “O futuro da saúde depende da capacidade de remunerar pelo que realmente importa: mais saúde com melhor custo. Esse é o norte que deve guiar o setor nos próximos anos”, resume o presidente do Ibravs. 

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 23 Outubro 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 23/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Baixa adesão à resolução do CFM sobre transparência com indústria farmacêutica preocupa

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/ies-se-preocupa-com-baixa-adesao-a-resolucao-do-cfm-sobre-transparencia-em-relacao-a-industria-farmaceutica/

ESG ganha força nas decisões estratégicas e na remuneração executiva

https://www.saudebusiness.com/esg/esg-ganha-forca-nas-decisoes-estrategicas-e-na-remuneracao-executiva/

Gestão da internação do idoso: sucesso se mede na volta para casa

https://www.saudebusiness.com/hospitais/gestao-da-internacao-do-idoso-sucesso-se-mede-na-volta-para-casa/

Governo anuncia apoio a serviços que oferecem radioterapia

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-10/governo-anuncia-apoio-pacientes-e-servicos-que-oferecem-radioterapia

Pesquisa sobre longevidade revela cenário otimista em relação ao envelhecer

https://medicinasa.com.br/bradesco-seguros-longevidade/

IA: saúde vive revolução que o marketing digital trouxe há 10 anos

https://medicinasa.com.br/ia-marketing-digital/

SAUDE BUSINESS

Baixa adesão à resolução do CFM sobre transparência com indústria farmacêutica preocupa

Instituto Ética Saúde defende maior rigor nas relações entre médicos e a indústria, e propõe que o CFM torne obrigatória a declaração de vínculos profissionais.

Em nota pública divulgada nesta terça-feira, 21 de outubro, o Instituto Ética Saúde (IES) expressou preocupação com a baixa adesão de médicos à Resolução nº 2.386/2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM). A norma determina a divulgação de vínculos e potenciais conflitos de interesse entre profissionais e empresas do setor de saúde. 

No documento, assinado por Candida Bollis, presidente do Conselho de Administração do IES, e Edson Vismona, presidente do Conselho de Ética da instituição, o Instituto reforça que “as relações profissionais com indústrias e fornecedores farmacêuticos, de insumos da área da saúde e equipamentos médicos, devem ser formalmente declaradas aos órgãos competentes”.  

Segundo o texto, essas informações devem ser publicadas no site dos Conselhos Regionais de Medicina e na plataforma própria do CFM, de modo a garantir “rastreabilidade, integridade e conformidade ética”. 

O IES se coloca à disposição do Conselho Federal de Medicina e de outras entidades do setor para colaborar com iniciativas que estimulem a adesão dos profissionais e empresas à transparência. O Instituto também defende a criação de uma legislação que torne obrigatória a prestação dessas informações por força de lei.  

“Defendemos, ainda, a aprovação de legislação que torne obrigatória a prestação dessas informações por força de lei, com suporte tecnológico e operacional adequado por parte do Estado”, destaca o manifesto, mencionando o apoio à Frente Parlamentar de Fiscalização, Integridade e Transparência (FIT) e aos projetos de lei nº 4.864/2024, nº 1.041/2024 e nº 7.990/2017, em tramitação na Câmara dos Deputados. 

Entre as propostas apresentadas, o Instituto sugere que o prazo para envio das declarações pelos médicos seja reduzido de 60 para 30 dias, com o objetivo de dar mais agilidade e compatibilidade aos ciclos financeiros do setor. O documento também faz um apelo para que o CFM torne as declarações mandatórias.  

“O CFM tem uma oportunidade histórica de se posicionar contra os malefícios que comprometem a integridade do sistema e afetam diretamente os pacientes. A omissão na prestação dessas informações enfraquece a confiança da sociedade e perpetua práticas incompatíveis com os princípios éticos que devem nortear a atuação médica e empresarial. É hora de agir com responsabilidade, firmeza e urgência. Transparência não é uma escolha, é um compromisso inadiável e ético”, afirma o texto. 

O manifesto reafirma o apoio à resolução do CFM e à construção coletiva de mecanismos que fortaleçam a transparência e a ética nas relações entre médicos, empresas e demais agentes do setor. 

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ESG ganha força nas decisões estratégicas e na remuneração executiva

De relatórios auditados a metas atreladas à remuneração, a governança reforça padrões de transparência, ética e sustentabilidade no setor da saúde.

A dimensão G (Governança) do ESG evoluiu de um foco restrito ao cumprimento de normas para se tornar o pilar que sustenta e dá longevidade às agendas ambiental (E) e social (S).

No setor de saúde, instituições que incorporam práticas de governança ESG de forma estruturada — por meio de comitês nos conselhos de administração, cláusulas contratuais de sustentabilidade, metas vinculadas à remuneração executiva e auditoria independente — reforçam sua credibilidade diante de investidores, parceiros e órgãos reguladores, ao mesmo tempo em que mitigam riscos jurídicos e operacionais.

Em linha com a crescente integração das práticas ESG à estratégia corporativa, a Rede Mater Dei de Saúde vem fortalecendo sua estrutura de governança e transparência para garantir que a sustentabilidade seja um eixo permanente da gestão.

Em 2025, a instituição criou o Comitê Nacional de Sustentabilidade, com o objetivo de potencializar e acelerar os impactos da Mater Dei na sociedade. O grupo é formado pelas principais lideranças corporativas e tem como missão discutir resultados, propor avanços e monitorar o desempenho ESG da organização. As ações e deliberações do Comitê são reportadas regularmente à vice-presidência, que apresenta os resultados nas reuniões do Conselho de Administração, assegurando o alinhamento entre a alta liderança e a estratégia institucional.

“A mensuração e auditoria das métricas ESG seguem padrões reconhecidos internacionalmente, e no âmbito das relações comerciais, todos os contratos formais da Mater Dei incluem cláusulas robustas de sustentabilidade e compliance, que tratam de integridade, responsabilidade ambiental e boas práticas empresariais”, explica Renata Salvador Grande, vice-presidente Comercial e Marketing.

O descumprimento dessas cláusulas pode acarretar rescisão contratual. No entanto, a instituição reconhece que parte das compras e contratações ainda ocorre por meio de ordens de compra ou acordos simplificados, e trabalha para ampliar a inclusão dessas cláusulas em toda a cadeia de suprimentos.

“A comunicação dos avanços também segue um padrão estruturado. Publicamos Relatórios de Sustentabilidade anuais, elaborados com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), e disponíveis publicamente em nosso site de Relações com Investidores, além de serem divulgados nas redes sociais e canais de relacionamento com stakeholders.”

Entre as metas de médio e longo prazo, Renata destaca a adoção e o aprimoramento de frameworks internacionais, como o GRI, e, a partir do próximo relatório, do Sustainability Accounting Standards Board (SASB); e a convergência com normas globais de sustentabilidade, com estudos em andamento para o cumprimento das novas regras contábeis IFRS S1 e IFRS S2, emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).

Governança na prática laboratorial

Na área laboratorial, o Grupo Fleury tem buscado fortalecer sua governança ESG por meio da estruturação de processos e metas e pela criação de comitês formais que asseguram a integração da sustentabilidade à estratégia corporativa.

Desde 2021, a empresa conta com o Comitê de ESG e Novos Modelos, formado por cinco membros — quatro deles externos ao Grupo. O colegiado tem o papel de orientar e aprimorar a jornada ESG da companhia, impulsionar o tema na cultura organizacional e identificar novas oportunidades de geração de valor sustentável.

A cadeia de fornecedores e parceiros também está alinhada às diretrizes ESG. “Todos os contratos incluem anexos específicos — o Termo de Sustentabilidade e Cidadania e o Termo Anticorrupção — com cláusulas relacionadas a meio ambiente, direitos humanos, governança e integridade, bem como à privacidade e proteção de dados, quando aplicável”, explica Daniel Marques Périgo, gerente sênior de Sustentabilidade.

O executivo conta que, antes da homologação, os fornecedores passam por diligência de compliance, e aqueles com maior relevância no volume de compras são convidados a participar do Programa de Excelência no Relacionamento com a Cadeia de Fornecimento (PERC), que possui critérios de desempenho ESG. As melhores práticas são reconhecidas anualmente, e todos os parceiros devem seguir as diretrizes do Código de Confiança para Terceiros.

A transparência é outro pilar essencial da governança. O Grupo Fleury publica, anualmente, seu Relatório de Sustentabilidade, verificado de forma independente e elaborado de acordo com as diretrizes GRI, SASB, Relato Integrado e Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD). “O documento está disponível ao público na homepage institucional e no site de Relações com Investidores”, destaca Périgo.

Com metas de médio e longo prazos, o Plano Estratégico ESG do Grupo Fleury estabelece objetivos até 2030 relacionados à redução de resíduos, diversidade em liderança e ampliação do acesso à saúde.

No campo da governança e transparência, o Grupo se prepara para adotar as normas IFRS S1 e S2, que em breve serão obrigatórias pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para companhias abertas.

Outro exemplo de práticas ESG na governança vem do Grupo Sabin, que desde 2022 possui um Grupo de Trabalho ESG (GT ESG), fórum multidisciplinar que reúne gestores de áreas-chave, como Comunicação Corporativa, Estratégia, Pessoas, Qualidade e Sustentabilidade Ambiental — além do Instituto Sabin. O grupo acompanha metas e indicadores definidos para toda a organização, assegurando que a agenda ESG esteja presente desde o planejamento até a execução.

“Há 18 anos a empresa publica seu Relatório de Sustentabilidade e, desde 2022, segue o padrão da GRI. O documento apresenta resultados, estratégias e impactos de programas e práticas vinculados à matriz de materialidade, com verificação externa e independente das informações financeiras”, explica Andréa Pinheiro, diretora de Relações Institucionais.

O Sabin incorpora critérios ESG também na qualificação de fornecedores. Os contratos incluem cláusulas explícitas de compliance, exigindo conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a Lei Anticorrupção e compromissos socioambientais, além de avaliações sobre práticas éticas, trabalhistas e ambientais.

Andréa conta que a transparência com stakeholders é contínua. “Além da publicação anual do Relatório de Sustentabilidade, o Grupo realiza o Encontro Nacional com Stakeholders, evento híbrido voltado à prestação de contas e apresentação de resultados, avanços e metas.”

Para o futuro, a executiva diz que a companhia planeja incluir a asseguração externa do Relatório de Sustentabilidade nos próximos ciclos, consolidando assim a confiabilidade de seus dados. As metas de curto e médio prazo contemplam o avanço da migração da matriz energética, a expansão da reciclagem de resíduos, o investimento em empreendedorismo de impacto social, a formação de líderes comunitários de saúde e o aumento da representatividade de profissionais negros em cargos de liderança.

ESG atrelado à remuneração já é uma realidade

A remuneração variável de executivos é cada vez mais atrelada ao cumprimento de metas ESG, incentivando a liderança a priorizar essas pautas.

Relatório divulgado pela KPMG em 2024 apontou que 78% das 375 empresas estudadas, em 15 países, usam medidas de sustentabilidade no cálculo da remuneração dos executivos seniores.

Mas a divulgação dos resultados e a associação direta entre desempenho ESG e remuneração ainda é um desafio. Embora as metas de sustentabilidade e diversidade ainda não estejam formalmente atreladas à remuneração variável dos executivos na Mater Dei, esses temas já integram os processos de gestão, compliance e acompanhamento de desempenho.

Já o Grupo Fleury tem entre seus diferenciais da governança a inclusão de metas ESG na remuneração variável (PLR) de todos os colaboradores, incluindo os executivos.

“Há alguns anos, o programa de PLR corporativo contempla três indicadores ESG — um ambiental, um social e um de governança — que representam 10% do total do bônus anual. Essas metas são derivadas do Plano Estratégico de ESG e validadas anualmente, reforçando o compromisso com resultados mensuráveis”, conta Périgo.

Além dos indicadores corporativos, áreas específicas possuem metas táticas próprias, relacionadas à redução de resíduos biológicos, ampliação do acesso à saúde, cumprimento de treinamentos de integridade e compliance, e diversidade em cargos de liderança.

No Sabin, sustentabilidade e diversidade não são tratadas como metas isoladas ou bonificações acessórias. Elas estão integradas ao planejamento estratégico e fazem parte do desempenho global que orienta a remuneração variável dos executivos.

“O mapa estratégico da companhia incorpora Objectives and Key Results (OKRs) ambientais, sociais e de governança, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) prioritários do ciclo vigente. Essa abordagem reforça que o avanço da agenda ESG e o crescimento do negócio são indissociáveis”, comenta Andréa.

Segundo Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil, independentemente do setor, há vários exemplos de empresas que colocam indicadores relacionados às metas sociais e ambientais, inclusive, éticas e de transparência, dentro das metas que devem ser atingidas para que o executivo ou líder tenha acesso à remuneração variável.

“Quando os indicadores passam a compor metas vinculadas à remuneração variável, a qualidade e a precisão de sua mensuração aumentam significativamente. Isso ocorre porque os sistemas de gestão associados a esses indicadores tendem a ser mais robustos e confiáveis, uma vez que todos os envolvidos têm interesse em saber, com clareza, quando as metas são atingidas — e quando não são.”

No entanto, Nelmara alerta que, antes da definição de que indicadores ou quais metas entrarão no cálculo da remuneração variável, a liderança deve discutir quais indicadores entrarão na remuneração variável e, depois, comunicar claramente essa informação aos times.”

Segundo a executiva, há evidências crescentes de que vincular metas ESG à remuneração variável de executivos e colaboradores contribui para aprimorar não apenas o desempenho financeiro das empresas, mas também sua reputação e credibilidade institucional.

“Nas escolas de gestão, é consenso que toda meta atrelada à remuneração estimula melhorias de performance. Quando a organização define indicadores ESG como parte de seu sistema de incentivos, ela eleva o nível das discussões internas, promove reflexão estratégica sobre o que realmente importa para o negócio e aprimora a qualidade da gestão como um todo.”

Além disso, na sua visão, investidores e avaliadores de risco têm reconhecido que a boa administração de temas sociais, ambientais, éticos e de transparência é um sinal da solidez da governança corporativa — e, portanto, um fator determinante na avaliação da sustentabilidade financeira de longo prazo.

“No entanto, não existe um modelo único para estruturar a inclusão de metas ESG na remuneração variável. As empresas costumam chegar a essa decisão por diferentes caminhos, mas o princípio é o mesmo: as metas devem refletir aspectos essenciais para o sucesso, a resiliência e o resultado financeiro da organização, seja em horizontes de curto, médio ou longo prazo. A governança deve atuar como condutora desse processo, garantindo que a escolha dos indicadores seja feita com critérios técnicos e estratégicos, da mesma forma que ocorre com as metas financeiras”, destaca Nelmara.

Os riscos para quem não acompanha essa transformação podem ser significativos. Instituições de saúde que mantêm estruturas de governança frágeis enfrentam dificuldade de acesso a capital ESG, maior exposição a litígios e penalidades regulatórias, além de perda de credibilidade junto a parceiros e pacientes. A ausência de processos claros de auditoria e prestação de contas pode minar a confiança do mercado e afastar investidores comprometidos com critérios de sustentabilidade.

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Gestão da internação do idoso: sucesso se mede na volta para casa

Planejamento clínico, equipe integrada e alta funcional definem o sucesso da internação do idoso — mais do que o tempo de leito.

Amanda De Paula

O Brasil tem 32,1 milhões de pessoas com mais de 60 anos, representando 15,6% da população, e a tendência é de crescimento nas próximas décadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse cenário exige um olhar ainda mais atento no cuidado intra-hospitalar do idoso, começando pela redução do tempo de leito, que não é o mesmo que precipitar alta, e pela proteção dele contra complicações evitáveis, como quedas, lesões por pressão, infecções, broncoaspiração e tromboembolismo.

O sucesso no tratamento desse paciente, quando internado, não se mede somente pela alta. A qualidade está no quanto de movimento, autonomia e vida ele leva de volta para casa.

Esse caminho, portanto, começa no que a prática clínica chama de projeto terapêutico, uma avaliação de quem ele era antes de internar. Perguntas como qual o grau de mobilidade, a presença de demência e o nível de autonomia em casa ajudam a organizar a jornada de cuidado do paciente.

Com esse rastreio inicial em mãos, o papel de cada área é melhor definido. A equipe médica avalia diagnóstico e risco. A enfermagem monitora sinais, previne quedas e orienta sobre segurança no leito, enquanto estomaterapeutas evitam lesões de pele.

A fisioterapia inicia movimento e caminhada assim que possível. A nutrição ajusta cardápio (textura, aceitação, risco de desnutrição) de acordo com a capacidade alimentar, em conjunto com a fonoaudiologia, que avalia deglutição para reduzir engasgos. Já a psicologia tem papel fundamental no acolhimento do paciente e seus familiares e ajuda na adesão ao plano de tratamento.

Na prática, isso se traduz em decisões diárias para encontrar o ponto de equilíbrio entre não precipitar a saída e não prolongar a permanência, especialmente de idosos 80+, que são mais suscetíveis à perda de função. O meio-termo seguro é retirar da cama quanto antes, com critério, e manter vigilância para evitar complicações. Em quadros como infecções e acidente vascular cerebral (AVC), a disponibilidade de leitos de reabilitação e a integração entre especialistas aceleram a recuperação do paciente.

Em outras palavras, um plano terapêutico bem definido e ancorado numa disciplina clínica reduz riscos. Para isso as unidades de saúde precisam estar bem articuladas e preparadas diante de números volumosos no cuidado desta população. Na Rede Total Care, por exemplo, entre agosto de 2024 e agosto de 2025 os hospitais registraram mais de 59 mil internações de idosos, com idade média de 74 anos. Em prontos-socorros, foram mais de 422 mil atendimentos. São números que traduzem o desafio e reforçam a importância da qualidade assistencial.

No hospital, o cuidado pede equipe alinhada, reabilitação desde o primeiro dia e informação clara. Em casa, é fundamental a continuidade no tratamento. E, no fim, o sucesso de todo o processo é percebido quando, no retorno ao cotidiano, autonomia e movimentos são preservados, consequências do uso do tempo de leito adequado e da alta funcional. Esse é o ponto central do cuidado dessa população.

Amanda De Paula é gerente médica clínica do Hospital Pan-Americano, da Rede Total Care

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AGÊNCIA BRASIL

Governo anuncia apoio a serviços que oferecem radioterapia

Novo auxílio integra 'Agora Tem Especialistas'

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (22/10), em Brasília, ações para expandir os serviços de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre elas, estão a centralização da aquisição de medicamentos, a criação de um auxílio para custear transporte, alimentação e hospedagem dos pacientes e o repasse de R$ 156 milhões por ano em estímulo financeiro para que os serviços de saúde ampliem o número de atendimentos.
“Estamos colocando a radioterapia em outro patamar, em relação ao cuidado ao paciente com câncer”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva à imprensa. Durante o evento, ele assinou portarias sobre as novas regras para os serviços de radioterapia e para a Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade (Apac).

De acordo com o Ministério da Saúde, quase 40% dos pacientes do SUS buscam atendimento fora da sua região de saúde para fazer radioterapia e precisam se deslocar, em média, por 145 quilômetros. A radioterapia é indicada em 60% dos casos de câncer. O novo auxílio garante, então, R$ 150 para custear o transporte e mais R$ 150 por dia para alimentação e hospedagem dos pacientes e acompanhantes.

Assistência farmacêutica oncológica
O Ministério da Saúde publicou ainda, no Diário Oficial da União, uma portaria sobre a assistência farmacêutica oncológica, que visa ampliar o acesso a medicamentos de alto custo. A partir dela, a União assume a responsabilidade pela aquisição de medicamentos para tratamento de câncer, com prioridade para novas tecnologias em oncologia.

A expectativa é reduzir preços em até 60% com as negociações de abrangência e escala nacional. O formato combina compra centralizada feita diretamente pelo ministério, negociações nacionais via registro de preços e aquisições descentralizadas pelos serviços oncológicos, mediante autorização específica.

O novo componente também garante ressarcimento a estados e municípios por demandas judiciais: durante o período de transição de 12 meses, a União reembolsará 80% dos valores judicializados. Além disso, serão criados centros regionais de diluição de medicamentos oncológicos, para reduzir desperdícios e otimizar o uso dos insumos.

As medidas anunciadas para o cuidado ao paciente com câncer fazem parte do programa Agora Tem Especialistas. Lançada em maio deste ano, a iniciativa tem o objetivo de reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados na rede pública.

Estímulo financeiro

A nova portaria do Ministério da Saúde mudou a forma de financiamento dos serviços de radioterapia, criando um mecanismo de estímulo financeiro para aumentar o número de pacientes atendidos. Agora, quanto mais pacientes atendidos, mais recursos serão repassados por atendimento, “estimulando ao máximo o uso da capacidade do acelerador linear, equipamento utilizado nas sessões”.

Unidades que atenderem entre 40 e 50 novos pacientes por acelerador linear receberão 10% a mais por procedimento; o acréscimo sobe para 20%, entre 50 e 60; e para 30%, acima de 60 novos pacientes. “Essa é uma nova lógica para estimular que essa capacidade ociosa possa atender mais e, com isso, reduzir o tempo de espera de quem está aguardando o tratamento”, destacou o ministro Padilha.

Os estabelecimentos que já atendem o SUS passarão a receber progressivamente, por procedimento realizado, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Até então, os recursos entravam no orçamento geral, no valor fixo repassado mensalmente aos estados e municípios para custeio dos serviços de média e alta complexidade. “É uma forma direta de remuneração para os estados e municípios, que não disputa com os outros recursos gerais da média e alta complexidade, como é a quimioterapia, porque a gente remunera a quimioterapia pela Apac. Assim, a gente tira a radioterapia de ser o patinho feio do tratamento ao câncer”, afirmou Padilha.

Por fim, o governo quer mobilizar o setor privado, que terá condições especiais para o financiamento de equipamentos de radioterapia. Para isso, deverão ofertar, no mínimo, 30% de sua capacidade instalada para o SUS por, no mínimo, três anos. “Não tem como você consolidar uma rede pública sem atrair a estrutura privada que existe no Brasil, hoje, de tratamento ao câncer. Porque os equipamentos e boa parte dos profissionais estão concentrados nessa estrutura privada”, disse o ministro.

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MEDICINA S/A

Pesquisa sobre longevidade revela cenário otimista em relação ao envelhecer

No Brasil, apenas 1 em cada 6 pessoas enxerga o envelhecimento de forma negativa, enquanto 97% demonstram algum nível de interesse pelo tema. O dado faz parte da nova edição do Indicador de Longevidade Pessoal (ILP), pesquisa realizada pela Edelman para o Grupo Bradesco Seguros. O estudo revela que, embora a consciência sobre a longevidade seja alta, ainda existem lacunas em planejamento e prática para envelhecer com qualidade.

Com 4.400 respondentes de todas as regiões do Brasil, com idade igual ou superior a 18 anos, a segunda edição do ILP se consolida como maior pesquisa sobre longevidade pessoal do país, ampliando o acervo de informações do setor e oferecendo subsídios relevantes para a compreensão da sociedade sobre o envelhecimento.

Em 2025, a média do ILP – em uma escala de 0 a 100 – foi de 61 pontos, indicando uma tendência de estabilidade. O pilar “Atitudes em relação à longevidade” apresentou a pontuação mais alta, enquanto “Finanças” teve o desempenho mais baixo. Além da leitura nacional, esta edição da pesquisa analisou em profundidade 10 estados: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Entre os destaques estão: 79% brasilienses dizem buscar novas habilidades ou conhecimentos com alta frequência; 42% dos baianos consideram a longevidade uma prioridade em suas vidas; e 79% dos paulistas consideram o impacto de suas atitudes no futuro sempre ou frequentemente.

“O alto nível de interesse pelo tema mostra que estamos diante de uma sociedade cada vez mais consciente e engajada com a ideia de envelhecer bem. Sabemos que longevidade vai muito além da genética – depende, sobretudo, das escolhas que fazemos ao longo da vida”, explica Alexandre Nogueira, diretor de Marketing do Grupo Bradesco Seguros.

Principais descobertas da edição 2025

Mudanças significativas nos hábitos, atitudes e percepções dos brasileiros em relação à saúde, bem-estar e planejamento para o futuro foram identificadas nesta edição. O estudo aponta avanços pontuais, mas também reforça desafios recorrentes.

Os resultados revelam um panorama interessante sobre os hábitos de saúde da população. Embora 78% das pessoas ainda consumam menos da metade da porção diária de frutas, verduras e legumes recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há sinais de equilíbrio em outras escolhas alimentares. Além disso, três em cada quatro respondentes relatam praticar algum tipo de atividade física, ainda que apenas 36% mantenham uma rotina mais frequente, com quatro dias ou mais de exercícios por semana.

Um contraponto observado é o engajamento em determinadas atitudes: os brasileiros demonstram maior dedicação quando o cuidado com a saúde está sob seu controle direto, como nas escolhas alimentares ou na prática de atividade física. Isso porque, embora 77% declarem buscar informações sobre exames preventivos, os cuidados permanecem, em grande parte, reativos: 45% só procuram atendimento médico ao perceber sintomas leves, e 14% apenas quando estes se tornam muito incômodos.

O levantamento também traz nuances importantes sobre a percepção de bem-estar e autoestima entre os brasileiros. Apenas quatro em cada dez pessoas afirmam sentir-se plenamente bem consigo mesmas – um índice ainda menor entre as mulheres (39%), em comparação aos homens (46%). A satisfação pessoal, no entanto, tende a crescer com a idade: entre os participantes com 50 anos ou mais, 56% dizem estar bastante ou extremamente satisfeitos com quem são, enquanto entre os jovens de 18 a 29 anos esse número cai para 36%. Quando o assunto são os laços sociais, o cenário é mais positivo: 58% dos entrevistados declaram estar satisfeitos com seus relacionamentos pessoais, incluindo amigos, familiares, colegas e conhecidos.

A pesquisa destaca, ainda, o impacto da preparação financeira sobre a percepção da longevidade. 45% dos respondentes demonstraram forte dedicação às suas metas financeiras, e 32% se esforçam parcialmente. Ainda assim, 1 em cada 4 pessoas não possui ou possui baixo comprometimento com suas metas. Esse comportamento reflete-se no planejamento de longo prazo: 60% não têm reserva para a aposentadoria – um número ainda maior entre os adultos de 30 a 49 anos (64%), o que se mostra alarmante diante do ciclo de vida financeira.

“A longevidade é um processo multifatorial, que envolve o equilíbrio físico, mental, social e ambiental. A rodada do ILP de 2025 demonstrou que, apesar do interesse pelo tema, o principal desafio está em transformar informação em hábito, integrando prevenção, propósito e planejamento financeiro desde a juventude”, completa Nogueira.

Um instrumento de transformação

Criado em 2024, o Indicador de Longevidade Pessoal é uma metodologia inédita desenvolvida pelo Grupo Bradesco Seguros, em parceria com o Instituto Locomotiva e o especialista em envelhecimento saudável Alexandre Kalache. A ferramenta oferece um retrato abrangente dos hábitos e percepções da população brasileira em relação ao envelhecimento ao analisar 31 variáveis distribuídas em seis pilares: saúde física, saúde mental, saúde social, saúde ambiental, cuidados com prevenção e finanças.

“Embora o ILP seja, por definição, um indicador pessoal, sua aplicação em larga escala oferece uma visão valiosa sobre como estamos, enquanto sociedade, lidando com os desafios e oportunidades de viver mais e melhor. Identificar avanços e reconhecer lacunas é fundamental para orientar ações consistentes em favor de um envelhecimento saudável e ativo”, finaliza Nogueira, destacando o papel estratégico do ILP dentro da missão da companhia.

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IA: saúde vive revolução que o marketing digital trouxe há 10 anos

A transformação da inteligência artificial (IA) nos negócios lembra o que aconteceu há dez anos quando o marketing digital chegou às empresas. Estratégias para redes sociais, parcerias com influenciadores e planos SEO revolucionaram a maneira de atrair, converter e fidelizar clientes. Entre os segmentos que mais vêm se transformando em razão do avanço da IA está o setor de saúde: especialmente em clínicas e hospitais, tudo será diferente, da triagem de pacientes à gestão de suprimentos, passando pelo acompanhamento de tratamentos. O que antes era manual será automatizado por agentes autônomos e inteligentes.

Deve impulsionar esse movimento o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado pelo governo federal, que prevê cerca de R$ 23 bilhões em investimentos até 2028, sendo R$ 98 milhões aplicados diretamente em saúde em iniciativas como prontuários inteligentes e automação de compras do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o montante ainda pareça modesto diante da dimensão do setor, o investimento marca um ponto de inflexão ao inserir a IA na modernização do sistema público.

Assim como a digitalização obrigou empresas a reverem estratégias, a automação inteligente exige que clínicas e hospitais repensem seus modelos de operação antes que se tornem obsoletos. O marketing digital mostrou como a integração entre dados e automação pode criar novas formas de operar em grande escala. Esse paralelo ajuda a compreender como a próxima etapa da IA aplicada à saúde pode cumprir tarefas e combinar diferentes sistemas em cooperação. No campo clínico, o modelo de multiagentes surge como próximo passo evolutivo: em vez de depender de um único sistema de decisão, diferentes agentes de IA colaboram entre si, validam diagnósticos e reduzem falhas, atingindo níveis de precisão superiores aos de médicos em estudos recentes.

A pesquisa TIC Saúde 2024, conduzida pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), reforça esse avanço ao apontar que 17% dos médicos e 16% dos enfermeiros no Brasil já utilizam ferramentas de IA generativa em suas rotinas. Nos estabelecimentos públicos, o índice é de 14% entre médicos e 11% entre enfermeiros; nos privados, 20% e 26%, respectivamente. Estudo realizado pela consultoria Allied Market Research, aponta que é esperado um crescimento anual de 41,7% no mercado global de IA em saúde, impulsionado por soluções de monitoramento remoto, diagnósticos automatizados e análise preditiva (Allied Market Research). No entanto, para a adoção em escala é necessário atentar-se à qualidade dos dados, integração entre plataformas e a criação de uma regulação que assegure privacidade e ética no uso das informações dos pacientes que ficam armazenadas.

O Brasil está acompanhando esse movimento da inovação na saúde, basta olhar para a quantidade de empresas em atuação. Segundo o relatório HealthTech Recap 2024, produzido pela Distrito — plataforma de inovação e monitoramento do mercado de startups —, o país já abriga 602 startups de saúde, o que representa 64,8% do total da América Latina. A combinação de investimentos públicos, adoção crescente no setor privado e avanço tecnológico cria as bases para um salto histórico para o futuro da saúde brasileira. A diferença em relação ao marketing digital de uma década atrás é que, desta vez, não se trata apenas de atrair mais clientes e gerar mais receita, mas de redefinir o cuidado, a experiência do paciente e a sustentabilidade do sistema.

*Eduardo Barros é especialista em IA e CEO da WorkAI.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 22 Outubro 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 22/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Aparecida lança curso de pós-graduação em Preceptoria em Saúde no Estado

https://www.aredacao.com.br/noticias/242570/aparecida-lanca-curso-de-pos-graduacao-em-preceptoria-em-saude-no-estado

Senado aprova incentivo ao diagnóstico de autismo em adultos e idosos

https://www.aredacao.com.br/noticias/242583/senado-aprova-incentivo-ao-diagnostico-de-autismo-em-adultos-e-idosos

HDT abre processo seletivo com salários de até R$ 13,5 mil

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/hdt-abre-processo-seletivo-com-salarios-de-ate-r-135-mil-758228/#google_vignette

OMS adverte sobre resistência generalizada em todo o mundo a antibióticos de uso comum

https://www.paho.org/pt/noticias/13-10-2025-oms-adverte-sobre-resistencia-generalizada-em-todo-mundo-antibioticos-uso-comum

MP pede indenização milionária contra Unimed por negar equoterapia a pacientes com autismo

https://www.msemdia.com.br/noticias/geral/mp_pede_indenizacao_milionaria_contra_unimed_por_negar_equoterapia_a_pacientes_com_autismo

A transformação como Estratégia de Sobrevivência

https://medicinasa.com.br/estrategia-sobrevivencia/

A REDAÇÃO

Aparecida lança curso de pós-graduação em Preceptoria em Saúde no Estado

Iniciativa qualifica profissionais da rede

O Ministério da Saúde (MS) e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), abriram, em parceria com a Escola Municipal de Saúde Pública (EMSP) de Aparecida de Goiânia, na manhã da segunda-feira (20/10), uma iniciativa inédita no Estado de Goiás. Foi o início do primeiro curso de pós-graduação lato sensu em Preceptoria para Educação Profissional Técnica em Saúde, com ênfase na Atenção Primária e Vigilância em Saúde. O evento de abertura das aulas foi realizado às 8h, no Centro Universitário Estácio, localizado no Shopping Estação, em Goiânia.
 
O curso tem carga horária de mais de 400 horas, divididas em momentos presenciais, aulas à distância e estudos dirigidos, e tem 118 profissionais matriculados de secretarias de Saúde de todas as macrorregiões do Estado. Ele é conduzido pela coordenadora da EMSP, Ana Valéria dos Santos Barroso, e coordenado pelo representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO), Arivan Alves, e por José Antônio de Oliveira, também da equipe da EMSP.
 
Para o secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, a capacitação dos profissionais tem impacto direto na prevenção de doenças e na eficiência do SUS. “Quando investimos na capacitação de quem está na linha de frente, seja nas Unidades Básicas (UBS), nas visitas domiciliares e na vigilância, o impacto é direto na vida das pessoas. É ali que se previnem doenças e se começa a construção de um Sistema mais humano e eficiente”, afirmou.

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Senado aprova incentivo ao diagnóstico de autismo em adultos e idosos

Projeto inclui medidas em política nacional 

O Senado aprovou nesta terça-feira (21/10) um projeto de lei (PL) 4540/2023 que incentiva o diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) entre adultos e idosos. O projeto, inclui esse incentivo entre as diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O projeto segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O relator da proposta, senador Mecias de Jesus (Republicanos–RR), argumentou que o incentivo ao diagnóstico atende a um público cada vez maior de pessoas que chegam à vida adulta ou à velhice sem terem recebido diagnóstico formal.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em maio de 2025 2,4 milhões de brasileiros (com 2 anos ou mais de idade) declararam terem sido diagnosticados com TEA por algum profissional de saúde, o que representa 1,2 % da população nessa faixa etária.

Segundo o senador, esse percentual não corresponde à realidade, em vista do subdiagnóstico na população adulta. Mecias de Jesus observou ainda que, no passado, a falta de informações levou muitos autistas a serem confundidos com portadores de outros transtornos, como ansiedade, depressão ou esquizofrenia. 

“Para muitos adultos, receber o diagnóstico de autismo em fases mais avançadas da vida representa tanto um alívio quanto um desafio. O alívio está no fato de compreenderem melhor suas características, comportamentos e dificuldades que antes eram vistas como ‘falhas pessoais’. Por outro lado, o diagnóstico tardio pode trazer à tona sentimento de frustração por não terem recebido apoio adequado e tempestivo ao longo da vida”, destacou.

Funções no STF

Nesta terça-feira, os senadores também aprovaram, por 36 votos favoráveis e 18 contrários, a criação de 160 funções comissionadas no quadro de pessoal do Supremo Tribunal Federal (STF). As funções serão ocupadas nos gabinetes dos ministros da Corte. A proposta segue para sanção presidencial.

As funções criadas são no valor de R$ 3.256,70. Ao apresentar o projeto, o STF argumentou que as funções ajudarão a reter servidores mais qualificados, para auxiliar os juízes nos processos que tramitam na Corte.

Além das funções comissionadas, o projeto cria 40 cargos efetivos para o quadro de pessoal do STF, para Técnico Judiciário, Área Administrativa, Agente da Polícia Judicial, pertencentes a carreira dos servidores do Poder Judiciário da União. 

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JORNAL OPÇÃO

 HDT abre processo seletivo com salários de até R$ 13,5 mil

As inscrições serão realizadas presencialmente entre os dias 28 e 31 de outubro, das 9h às 14h, na sede do HDT

O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás, abriu inscrições para o Processo Seletivo nº 008/2025, que visa à formação de cadastro reserva em 32 cargos das áreas assistencial e administrativa. Há oportunidades também para pessoas com deficiência (PCDs).

Entre as funções disponíveis estão analista de qualidade, analista de suporte, analista financeiro/custos, auxiliar administrativo, auxiliar de farmácia, enfermeiro, médico do trabalho, nutricionista e técnico de TI, entre outras. As remunerações variam de R$ 1.674,04 a R$ 13.498,84, conforme o cargo.

As inscrições serão realizadas presencialmente entre os dias 28 e 31 de outubro, das 9h às 14h, na sede do HDT, localizada na Alameda do Contorno, nº 3.556, Jardim Bela Vista, em Goiânia. A participação é gratuita. Os candidatos devem comparecer ao local com a ficha de inscrição preenchida e os documentos exigidos no Edital nº 008/2025, em originais e cópias.

O edital completo pode ser acessado no site www.isgsaude.org.br/hdt/trabalhe-conosco. Em caso de instabilidade, o conteúdo está disponível também neste link alternativo.

O processo seletivo será composto por avaliação curricular e prova oral, ambas de caráter classificatório e eliminatório. As convocações ocorrerão conforme a necessidade da instituição e seguirão a ordem de classificação dos candidatos.

Referência em infectologia

Referência em média e alta complexidade, o HDT é especializado no tratamento de doenças como HIV/aids, tuberculose, meningite, hepatites virais, tétano e acidentes com animais peçonhentos. É o único hospital da América Latina com foco exclusivo em Infectologia a receber o selo ONA 3 – Acreditado com Excelência, o mais alto nível de qualidade e segurança concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

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OPAS

OMS adverte sobre resistência generalizada em todo o mundo a antibióticos de uso comum

Genebra, 13 de outubro de 2025 – De acordo com novo relatório apresentado nesta segunda-feira (13/10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, uma em cada seis infecções bacterianas confirmadas em laboratório que evoluíram para infecções comuns em pessoas mostrou-se resistente aos tratamentos com antibióticos. Entre 2018 e 2023, a resistência a antibióticos aumentou em mais de 40% entre os medicamentos monitorados, com um crescimento médio anual entre 5% e 15%.

Os dados comunicados ao Sistema Mundial de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos e de seu Uso (GLASS) da OMS por mais de 100 países constituem um alerta de que o aumento da resistência a antibióticos essenciais representa uma ameaça crescente à saúde global.

O novo relatório mundial sobre a vigilância da resistência aos antibióticos de 2025 apresenta, pela primeira vez, estimativas da prevalência de resistência em 22 antibióticos utilizados para tratar infecções urinárias, gastrointestinais, na corrente sanguínea e gonorreia. O documento aborda oito patógenos bacterianos comuns — Acinetobacter spp., Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae, Salmonella spp. não tifoide, Shigella spp., Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae —, cada um associado a uma ou mais dessas infecções.

A OMS estima que a maior resistência aos antibióticos ocorre nas Regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental, onde uma em cada três infecções notificadas era resistente. Na Região da África, uma em cada cinco infecções apresentou resistência. Os dados da Região das Américas mostram que uma em cada sete infecções é resistente a antibióticos — um índice ligeiramente melhor que a média mundial. A resistência também é mais comum e tende a piorar em locais onde os sistemas de saúde carecem de capacidade para diagnosticar ou tratar patógenos bacterianos.

Nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) coordena a Rede Latino-Americana de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos (ReLAVRA+), uma plataforma regional criada para apoiar os países na geração, análise e disseminação de dados de alta qualidade sobre resistência aos antimicrobianos. Enquanto o sistema GLASS proporciona o marco global para coleta e notificação de dados, a ReLAVRA+ atua como sua contraparte regional — fortalecendo a capacidade dos laboratórios nacionais, harmonizando metodologias e garantindo que os dados provenientes das Américas sejam sólidos, comparáveis e contribuam efetivamente para a compreensão global da resistência aos antimicrobianos.

“A resistência aos antimicrobianos avança mais rapidamente do que os progressos da medicina moderna, representando uma ameaça à saúde das famílias em todo o mundo”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “À medida que os países fortalecem seus sistemas de vigilância da RAM, devemos usar os antibióticos de forma responsável e assegurar que todas as pessoas tenham acesso a medicamentos, diagnósticos e vacinas de qualidade garantida. Nosso futuro também depende do fortalecimento dos sistemas para prevenir, diagnosticar e tratar infecções, bem como da inovação em antibióticos de nova geração e testes moleculares rápidos nos locais de atendimento.”

Patógenos bacterianos gram-negativos representam a maior ameaça

O relatório destaca que as bactérias gram-negativas farmacorresistentes estão se tornando cada vez mais perigosas em escala global, especialmente nos países menos preparados para enfrentá-las. Entre elas, E. coli e K. pneumoniae são as principais bactérias gram-negativas resistentes detectadas em infecções sanguíneas — as infecções bacterianas mais graves, que frequentemente evoluem para sepse, falência de órgãos e até morte. Atualmente, mais de 40% das infecções por E. coli e 55% por K. pneumoniae em todo o mundo são resistentes às cefalosporinas de terceira geração, tratamento de primeira linha para essas infecções. Na Região da África, a resistência ultrapassa 70%.

Outros antibióticos essenciais que salvam vidas, como carbapenêmicos e fluoroquinolonas, estão se tornando cada vez menos eficazes contra E. coli, K. pneumoniae, Salmonella e Acinetobacter. A resistência aos carbapenêmicos, antes rara, está se tornando mais comum, reduzindo as opções terapêuticas e forçando o uso de antibióticos de último recurso. Esses medicamentos, no entanto, são caros, de difícil acesso e muitas vezes indisponíveis em países de baixa e média renda.

Avanços na vigilância da RAM, mas são necessárias mais ações

O número de países participantes do sistema GLASS quadruplicou, passando de 25 em 2016 para 104 em 2023. No entanto, 48% dos países não relataram dados ao GLASS em 2023, e cerca da metade dos que o fizeram ainda não possuem sistemas capazes de gerar dados confiáveis. De fato, os países que enfrentam as maiores dificuldades carecem de capacidade de vigilância para avaliar sua situação em relação à resistência aos antimicrobianos.

declaração política sobre a RAM, adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2024, estabeleceu metas para enfrentar o problema por meio do fortalecimento dos sistemas de saúde e da adoção da abordagem “Uma Só Saúde”, que coordena os setores de saúde humana, saúde animal e meio ambiente. Para combater o desafio crescente da resistência antimicrobiana, os países devem se comprometer a fortalecer seus sistemas laboratoriais e gerar dados de vigilância confiáveis — especialmente em áreas desatendidas —, a fim de orientar tratamentos e políticas.

A OMS faz um chamado a todos os países para que enviem ao GLASS dados de qualidade sobre a RAM e o uso de antimicrobianos até 2030. Alcançar essa meta exigirá ações coordenadas para aprimorar a qualidade, a cobertura geográfica e o intercâmbio de dados de vigilância, permitindo acompanhar o progresso. Os países devem expandir intervenções coordenadas para enfrentar a resistência antimicrobiana em todos os níveis da atenção à saúde e garantir que as diretrizes terapêuticas e listas de medicamentos essenciais estejam alinhadas aos padrões locais de resistência.

O relatório é acompanhado por conteúdo digital ampliado, disponível no painel GLASS da OMS, que apresenta resumos globais e regionais, perfis de países baseados na cobertura de vigilância não ajustada e dados sobre a RAM, além de informações detalhadas sobre o uso de antimicrobianos.

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MSEMDIA

MP pede indenização milionária contra Unimed por negar equoterapia a pacientes com autismo

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul ingressou com uma ação civil pública contra a Unimed Campo Grande após a cooperativa negar o custeio de sessões de equoterapia a beneficiários com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A promotora de Justiça Luciana do Amaral Rabelo, da 25ª Promotoria de Defesa do Consumidor, pede que a empresa seja condenada ao pagamento de indenização por danos morais coletivos de, no mínimo, R$ 3 milhões, além de multa diária de R$ 80 mil em caso de descumprimento de eventual decisão judicial. As informações são do Correio do Estado.

A ação é resultado de um inquérito instaurado para apurar denúncias de que a operadora de saúde vinha negando o tratamento sob o argumento de que a equoterapia não integra o rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A promotora contesta a justificativa, lembrando que o rol da ANS é apenas exemplificativo, conforme determina a Lei nº 14.454/2022 e entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Para Luciana Rabelo, a conduta da Unimed é abusiva e fere direitos fundamentais assegurados pela Constituição e por legislações específicas, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e o Código de Defesa do Consumidor. “Negar cobertura a um tratamento essencial, reconhecido cientificamente e prescrito por profissional de saúde, representa discriminação e afronta direta à Constituição”, destacou a promotora na petição.

O Ministério Público solicita ainda que, em caráter liminar, a Unimed seja obrigada a autorizar e custear o tratamento para todos os beneficiários que tenham indicação médica, sob pena de multa diária de R$ 80 mil. A ação também requer a notificação dos consumidores que tiveram o atendimento negado para garantir o início imediato da terapia.

A denúncia que deu origem ao processo foi feita por uma mãe de uma criança autista de sete anos, após a operadora manter a negativa mesmo diante de tentativas de acordo extrajudicial. O MP chegou a propor a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas a Unimed recusou o compromisso.

Na ação, o Ministério Público destaca que a equoterapia é reconhecida como método terapêutico eficaz por entidades como o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), além de estar regulamentada pela Lei nº 13.830/2019.

“A interrupção ou a negação desse tratamento compromete o desenvolvimento cognitivo, motor e social de crianças com TEA, muitas vezes de forma irreversível”, argumenta a promotora.

De acordo com o Correio do Estado, o MP pede ainda que a Unimed seja condenada a reembolsar em dobro os valores pagos por consumidores que custearam, por conta própria, as sessões de equoterapia. A indenização, caso deferida, será destinada ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor.

Luciana Rabelo conclui que é necessário “fazer cessar de imediato uma prática reiterada que prejudica pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente crianças com autismo, que necessitam de terapias contínuas para garantir seu pleno desenvolvimento e dignidade”.

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MEDICINA S/A

A transformação como Estratégia de Sobrevivência

Gerir um negócio olhando apenas pelo retrovisor é a forma mais rápida de colidir com o futuro. Em saúde, onde o impacto é humano antes de financeiro, a complacência é o inimigo mais perigoso do SLA e do NPS: nasce do sucesso passado e bloqueia a evolução.

Transformar não é implantar inúmeras tecnologias digitais, é de fato mudar a cultura, conectando propósito, eficiência e resultado. Em qualquer setor, especialmente no da saúde, onde a vida e o bem-estar estão em jogo, a estagnação não é apenas um risco de mercado, é uma falha de propósito.

A transformação deixou de ser uma opção para se tornar a única estratégia viável de sobrevivência e relevância. Mas não falo de uma mudança cosmética, e sim de uma metamorfose cultural profunda e contínua. O questionamento deve ser diário: “Existe um método, uma ferramenta, um processo ou uma inovação que ofereça um resultado mais preciso e seguro? Uma forma de reduzir a ansiedade de quem nos procura?” Se a resposta for sim, nosso dever não é questionar o custo do investimento, mas o custo de não o fazer, e não fazer custa caro. Adotar a inovação não é uma busca por modernidade, mas uma obrigação ética com quem confia em nosso trabalho e que, de fato, nos financia.

O primeiro pilar dessa transformação, o famoso turnaround, vai muito além da essência do esgotamento econômico-financeiro. É transformar gestão em performance, com disciplina inteligente, controle de caixa e sustentabilidade do negócio. O segundo pilar, a liderança e gestão de pessoas, exige substituir o medo por propósito e a burocracia por autonomia. E mesmo com pouco ou nenhum investimento, é possível reinventar-se com expansão e novos negócios, gerando crescimento sustentável com visão estratégica, inovação e parcerias de valor.

Por décadas, nosso setor esteve focado quase que exclusivamente na excelência técnica e operacional. Isso continua sendo inegociável, mas hoje é apenas a base. O paciente evoluiu. Agora ele é um cliente consciente, bombardeado por informações e respostas em segundos, que busca clareza, agilidade e empatia no cuidado. No fim do dia, a saúde de uma organização é reflexo direto de sua capacidade de se adaptar.

As empresas que prosperarão na próxima década não serão necessariamente as maiores ou as mais antigas, mas as mais dispostas a ressignificar, aprender e se transformar de dentro para fora. A pergunta mais importante em qualquer sala de reunião hoje não é “o que nos levará adiante?”. A resposta, invariavelmente, estará na coragem de se transformar.

*Diego Dotoli é Diretor de Operações, Novos Negócios e Estratégia na Medicom Exames.

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 21 Outubro 2025 06:44

CLIPPING AHPACEG 21/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Novas diretrizes do MEC para Medicina ampliam integração com o SUS e reforçam formação prática desde o início do curso

https://www.paulomelo.blog.br/2025/10/novas-diretrizes-do-mec-para-medicina.html

Goiânia volta a sediar o maior evento de inovação do cooperativismo do país

https://www.aredacao.com.br/noticias/242473/goiania-volta-a-sediar-o-maior-evento-de-inovacao-do-cooperativismo-do-pais

Do Kuwait ao Paraná: cirurgia robótica realizada por brasileiro entra para o Guinness pela maior distância geográfica entre médico e paciente

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/10/21/do-kuwait-ao-parana-cirurgia-robotica-realizada-por-brasileiro-entra-para-o-guinness-pela-maior-distancia-geografica-entre-medico-e-paciente.ghtml

Em caso raro, irmãos recebem rins de uma mesma doadora, em Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/10/21/em-caso-raro-irmaos-recebem-rins-de-uma-mesma-doadora-em-goias.ghtml

Brasil amplia uso de saúde digital e atrai novos investimentos

https://ohoje.com/2025/10/21/brasil-amplia-uso-de-saude-digital-e-atrai-novos-investimentos/

Crescimento dos planos empresariais supera avanço do emprego formal no Brasil

https://medicinasa.com.br/crescimento-planos-emprego/

AVC mata 1 pessoa a cada 6 minutos e gera custo de quase R$ 1 bilhão em seis anos

https://medicinasa.com.br/avc-mortalidade-custos/

Como healthtechs e hospitais cocriam soluções de impacto

https://www.saudebusiness.com/eventos-3/healthcare-innovation-show/como-healthtechs-e-hospitais-cocriam-solucoes-de-impacto/

Capital Estratégico dos Dados: o diferencial na Saúde Suplementar

https://medicinasa.com.br/capital-estrategico-dados/

BLOG PAULO MELO

Novas diretrizes do MEC para Medicina ampliam integração com o SUS e reforçam formação prática desde o início do curso

Professor David Alves Teixeira Lima, do Centro Universitário Mauá do DF e de Goiás, avalia as mudanças como positivas e alinhadas às demandas da sociedade

O Ministério da Educação (MEC) anunciou uma atualização nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Medicina - a primeira em mais de uma década. As novas normas reforçam a integração dos estudantes ao Sistema Único de Saúde (SUS), ampliam a carga horária prática desde o início da graduação e introduzem novas exigências formativas voltadas à realidade social e à saúde mental da população.

De acordo com David Alves Teixeira Lima, Coordenador Adjunto do Curso de Medicina do Centro Universitário Mauá DF e da Faculdade Mauá GO, as mudanças representam um avanço significativo na formação médica no país. "As diretrizes curriculares são uma forma de o MEC coordenar o que as faculdades de Medicina devem oferecer ao longo dos seis anos de curso. Elas não eram alteradas há mais de dez anos, e agora o Ministério traz inovações substanciais", explica o professor.

Entre as principais novidades está a obrigatoriedade das atividades de extensão - projetos que aproximam o estudante da comunidade desde o primeiro período do curso. "Essa mudança é muito positiva, pois leva o futuro médico a vivenciar a realidade social e as necessidades de saúde da população logo no início da formação", ressalta David Alves.

O MEC também reforçou a importância do ensino sobre o SUS, além de ampliar a ênfase em saúde mental, ortopedia e medicina intensiva (UTI). Segundo o professor, o foco nessas áreas reflete as novas demandas da sociedade e do sistema de saúde brasileiro. "O Ministério reforça, de maneira correta, o estudo da saúde mental, uma preocupação crescente na população de hoje. Também valoriza o aprendizado em ortopedia e em medicina intensiva, áreas fundamentais para a prática clínica", avalia o coordenador.

As instituições de ensino superior terão até dois anos para se adaptar às novas diretrizes. Para o docente, as mudanças consolidam um modelo de ensino mais humano, técnico e conectado à realidade brasileira. "Essas atualizações vão trazer resultados muito positivos para a formação médica e, consequentemente, para o atendimento à sociedade", conclui David Alves Teixeira Lima.

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A REDAÇÃO

Goiânia volta a sediar o maior evento de inovação do cooperativismo do país

Ação é promovida pelo Sistema OCB/GO 

Com o tema “Inovar é cooperar com o futuro”, o CoopsParty Summit 2025 chega à sua segunda edição entre 29 de outubro e 1º de novembro, no Centro de Convenções de Goiânia. Promovido pelo Sistema OCB/GO, o maior evento de inovação do cooperativismo brasileiro promete uma programação ampliada e deve reunir público ainda maior que os 1,5 mil participantes da estreia.

Serão quatro dias de palestras, painéis, mentorias e uma verdadeira imersão, com cerca de 42 palestras que fornecerão mais de 14 horas de conteúdo. O Sistema OCB/GO promove o CoopsParty Summit 2025 com o objetivo principal de incentivar o empreendedorismo e a inovação em Goiás, além de divulgar os ideais cooperativistas. A revista Mundo Coop, Wex e a PUC Goiás também são realizadores do evento.

De acordo com Carla Vinhadelli, coordenadora de inovação do Sistema OCB/GO, o principal objetivo é promover a inovação dentro do cooperativismo goiano. “O evento foi criado para inspirar cooperativas, dirigentes e colaboradores a pensarem de forma criativa sobre o futuro, conectando pessoas, ideias e soluções que possam fortalecer o movimento cooperativista e impulsionar o desenvolvimento sustentável em Goiás.”

Palestrantes e palcos

Entre os principais palestrantes estão Eduardo Feldberg, influenciador digital conhecido como Primo Pobre por ensinar educação financeira para pessoas de baixa renda; Murilo Gun, um dos pioneiros da internet no Brasil e professor de criatividade; Luiza Possi, cantora e empresária; e Ricardo Belino, ex-sócio do presidente americano Donald Trump.

O CoopsParty Summit 2025 contará com três palcos simultâneos (Intermídias, Coopsparty e Experience), que trarão painéis e debates sobre diferentes temas. Neles, a programação acontecerá de forma simultânea e os visitantes podem escolher a qual fala ouvir através dos fones disponibilizados no local. As palestras principais ocuparão os três palcos ao mesmo tempo.

O evento contará também com diversos stands de parceiros, que proporcionarão diferentes experiências relacionadas à inovação, cooperativismo e empreendedorismo. Nesta edição, a CoopsParty terá como atração especial o InovaCoop, uma maratona de inovação voltada ao cooperativismo que reunirá líderes, especialistas e empreendedores. A novidade trará workshops de Inteligência Artificial realizados por embaixadores do site Canva para cooperativas.

“O CoopsParty é mais do que um evento, é um movimento de transformação. É o espaço onde o cooperativismo se conecta ao futuro, onde ideias ganham força e pessoas se inspiram para inovar”, enfatiza Carla Vinhadelli.

FIC

Na edição deste ano, o CoopsParty Summit estará integrado à Feira da Indústria, Comércio, Habitação, Serviços, Empreendedorismo e Cooperativismo de Goiás (FIC Goiás), o maior encontro de negócios e empreendedorismo do Brasil. Com o tema “Tecnologia, Sustentabilidade e Conexões Estratégicas”, o evento tem expectativa de gerar R$ 800 milhões em novos negócios e atrair público de 30 mil visitantes.

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PORTAL G1

Do Kuwait ao Paraná: cirurgia robótica realizada por brasileiro entra para o Guinness pela maior distância geográfica entre médico e paciente

O médico brasileiro, no Hospital Aldiaber, no Kuwait, operou um paciente com hérnia inguinal no Hospital da Cruz Vermelha, no Paraná — separados por 12 mil quilômetros.

Em setembro, a telecirurgia chegou a uma escala inédita. Um médico brasileiro, no Hospital Aldiaber, no Kuwait, operou um paciente com hérnia inguinal no Hospital da Cruz Vermelha, no Paraná — separados por 12 mil quilômetros.

“Qual era a primeira etapa? Provar que a cirurgia era segura e factível, dentro de um ambiente de pesquisa e ensino”, explicou Leandro Totti, o médico responsável. A equipe percebeu que a distância entre os hospitais poderia quebrar um recorde mundial.

“Um dos caras da telecomunicação disse: ‘Olha, pessoal, eu acho que essa telecirurgia que vocês vão fazer é a mais longa do planeta’”, contou o médico.

E foi. O Guinness, o livro dos recordes, registrou a marca.

“Nós conseguimos, durante toda a nossa cirurgia, manter esse delay abaixo de 0,194. Então foi muito seguro para o paciente”, afirmou o Leandro Totti.

Primeira cirurgia robótica no Brasil

No início de outubro, o Brasil alcançou outro feito histórico na medicina: uma telecirurgia robótica inédita conectou um médico em São Paulo a um paciente com câncer em Porto Alegre. O procedimento, realizado com sucesso entre hospitais separados por mais de mil quilômetros, marca um avanço tecnológico importante e promete ampliar o acesso a cirurgias minimamente invasivas pelo SUS.

O gaúcho Paulo Feijó de Almeida, de 73 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de próstata e aceitou ser operado por um robô. O procedimento foi realizado por Rafael Ferreira Coelho, urologista e especialista em cirurgia robótica, que estava no Hospital Nove de Julho, em São Paulo

O robô é dividido em duas partes: uma fica junto ao paciente, com braços e pinças usados na cirurgia; a outra é o console, controlado pelo médico como se fosse um joystick de videogame.

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Em caso raro, irmãos recebem rins de uma mesma doadora, em Goiás

Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, e Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, são policiais militares da reserva. Irmãos fazem parte de uma família de sete irmãos de Porangatu.

Os irmãos Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, e Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, receberam transplante de rim da mesma doadora, no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia. Em entrevista ao g1, o urologista e cirurgião responsável pelo procedimento, Rodrigo Rosa de Lima, informou que o caso é considerado raro.

“Em 13 anos trabalhando com transplante, eu nunca tinha visto uma situação parecida. Acredito que seja a primeira vez que algo assim acontece em Goiás”, afirmou.

Policiais militares da reserva, Aldemar e Divino fazem parte de uma família de sete irmãos de Porangatu, na região norte do estado. Eles estavam na lista de espera para receber o órgão e receberam a notícia que mudaria as suas vidas por ligação no dia anterior.

De acordo com o hospital, o mais velho, Aldemar, perdeu as funções renais devido a complicações de um quadro de diabetes. O ex-militar aguardava o transplante há quatro anos, após iniciar a diálise, um tratamento médico que substitui a função dos rins. O mais novo, Divino, que também foi diagnosticado com diabetes, convivia com a perda das funções renais há um ano.

Os transplantes foram realizados na sexta-feira (17). “O primeiro começou por volta das 17h30 e terminou às 19h30. O segundo teve início às 21h e terminou às 23h”, contou o cirurgião. Os pacientes seguem internados, com boa evolução.

“Nas primeiras 48 a 72 horas, eles ficam na UTI para monitoramento da pressão arterial e de possíveis sangramentos, mas estão se recuperando bem”, relatou o médico.

Lista de espera

Aldemar estava em Goiânia para fazer um check-up do coração quando foi informado de que o dia tão esperado havia chegado: ele receberia um rim após anos de espera.

O médico explicou que um dos pacientes ocupava a terceira posição na lista de espera, enquanto o outro fazia o tratamento há um ano e estava em quinto. “Quando os órgãos chegaram, os dois primeiros e o quarto da lista não estavam aptos a realizar o transplante por questões clínicas. O órgão foi oferecido ao quinto da lista, que, por coincidência, era irmão do primeiro paciente”, detalhou.

O hospital pontuou que a posição na lista de espera para doação de órgãos depende de fatores como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, além da avaliação da equipe cirúrgica.

Os órgãos foram captados em outro estado, onde não há a realização de transplantes. De acordo com o cirurgião, “quando ocorre a captação, os órgãos são oferecidos à Central Nacional de Transplantes, que faz a distribuição conforme a compatibilidade”.

Mudança de vida

O urologista também destacou a importância da doação de órgãos e o impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes transplantados. “O transplante é uma terapia renal substitutiva, assim como a hemodiálise, mas com grandes benefícios. A pessoa deixa de precisar ir à clínica três ou quatro vezes por semana e volta a ter uma vida muito próxima do normal”, explicou.

Segundo ele, o transplante exige cuidados contínuos e o uso de medicamentos imunossupressores. “O paciente troca as sessões de hemodiálise pela responsabilidade de cuidar do rim. Ele passa a tomar de 20 a 25 comprimidos por dia e precisa de acompanhamento constante do nefrologista”, afirmou.

Realização de transplantes em Goiás

Somente em 2025, o HGG realizou 127 transplantes renais. No total, a unidade já foi responsável por mais de 1,2 mil transplantes e é considerada o maior transplantador do Centro-Oeste.

Conforme dados da Central Estadual de Transplantes, mais de 2,4 mil pessoas aguardam na fila para realizar transplantes em Goiás. Desse número, 686 são de casos renais, como os irmãos.

O cirurgião Rodrigo Rosa de Lima reforçou a necessidade de conscientização sobre a doação. “Um único doador pode ajudar até nove pessoas. Mas, no Brasil, a doação só é autorizada se a família concordar após a morte encefálica, mesmo que o desejo tenha sido manifestado em vida”, lembrou.

De acordo com o profissional, atualmente, cerca de 40 mil pessoas fazem hemodiálise no país, mas apenas 7 mil transplantes de rim são realizados por ano. “Temos capacidade para aumentar esse número. Por isso, é fundamental conversar sobre o tema com a família e amigos, para que a vontade de ser doador seja respeitada”, concluiu o nefrologista.

O médico ressaltou que ainda há muitos mitos que dificultam o processo. “Há quem acredite que o corpo fica deformado, que não será possível fazer o velório com caixão aberto ou que é preciso cremá-lo, o que não é verdade. É preciso desmistificar essas questões”, finalizou.

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O HOJE

Brasil amplia uso de saúde digital e atrai novos investimentos

Mercado brasileiro pode atingir US$ 21,9 bilhões até 2030

Em Mato Grosso, mais de 520 mil telediagnósticos foram realizados até outubro de 2025

A expansão da telessaúde e dos telediagnósticos está redefinindo a dinâmica da saúde pública e privada no país. A digitalização dos serviços médicos avança como vetor de eficiência e investimento, especialmente em regiões com carência de especialistas.

Mato Grosso aposta em teleoftalmologia

No Mato Grosso, o programa estadual de saúde digital foi ampliado para incluir um projeto de telediagnósticos voltado à oftalmologia. A proposta é encurtar distâncias e reduzir custos, integrando a Atenção Primária e o atendimento especializado.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 250 retinógrafos portáteis já foram adquiridos — 75 deles prontos para implantação — capazes de capturar imagens de alta resolução da retina e dos vasos oculares. Os exames são enviados para uma plataforma em nuvem, com laudos emitidos em até 72 horas.
O programa estadual já atua em 42 especialidades médicas e seis tipos de telediagnóstico, entre eles telerretinografia, teledermatologia e tele-ECG. Até outubro de 2025, foram realizados mais de 520 mil telediagnósticos, 12,5 mil teleinterconsultas e 11,7 mil teleconsultorias, com economia estimada em R$ 270 milhões.

Mercado global cresce em ritmo acelerado

A transformação digital também se reflete nos números globais. Segundo levantamento da Precedence Research, o mercado de saúde digital deve movimentar US$ 420 bilhões em 2025, podendo atingir US$ 1,09 trilhão até 2034, com crescimento médio anual (CAGR) de 11,7%.
Outra projeção, da Grand View Research, aponta expansão ainda mais acelerada, chegando a US$ 946 bilhões em 2030, partindo de US$ 288 bilhões em 2024. No Brasil, o setor já movimenta US$ 6,3 bilhões e pode alcançar US$ 21,9 bilhões até 2030, com crescimento anual de 23,2%. A teleassistência é o segmento de maior peso nas receitas.

Eficiência e novos modelos de cuidado

A integração de tecnologias digitais cria oportunidades para o setor. No campo público, os telediagnósticos reduzem deslocamentos, agilizam resultados e melhoram a produtividade das equipes de saúde. No privado, abrem espaço para novos modelos de cuidado, baseados em acompanhamento remoto e atenção preventiva.
Empresas de tecnologia, software e análise de dados também encontram um ambiente de expansão. Estima-se que a teleassistência já represente cerca de 45% do faturamento global da saúde digital.

O mercado global de saúde digital deve alcançar US$ 1,09 trilhão até 2034

Desafios e perspectivas de mercado

Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta obstáculos. A interoperabilidade entre sistemas e a segurança dos dados continuam sendo desafios centrais. Mais de 50% dos gestores de saúde relatam preocupação com riscos de violação de informações.
Além disso, a escassez de infraestrutura tecnológica e de capacitação em áreas remotas limita a adoção plena de serviços digitais. A regulação das soluções baseadas em inteligência artificial e a validação clínica de diagnósticos à distância também exigem atenção constante.
Mesmo com esses entraves, o Brasil desponta como ambiente estratégico para a consolidação de plataformas digitais em saúde. Experiências estaduais, como a de Mato Grosso, demonstram ganhos financeiros e operacionais com potencial de replicação nacional.

Negócios em transformação

Para investidores e gestores, a digitalização da saúde representa um campo de oportunidades que une tecnologia, políticas públicas e inovação. O avanço da telemedicina e dos telediagnósticos amplia o mercado para empresas de tecnologia e consultoria, e cria espaço para parcerias público-privadas.
A chamada “nova medicina conectada” já mostra resultados concretos: economia milionária em programas estaduais, maior eficiência no uso de recursos e alcance ampliado dos serviços. O setor caminha para se consolidar como um dos pilares da economia digital brasileira.

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MEDICINA S/A

Crescimento dos planos empresariais supera avanço do emprego formal no Brasil

O número de beneficiários de planos médico-hospitalares coletivos empresariais cresceu 4,1% em agosto de 2025, ante o mesmo mês de 2024, o que representa 1,5 milhão de novos vínculos. No mesmo período, o emprego formal aumentou 3%, com a criação de 1,44 milhão de postos de trabalho. O dado consta da 110ª Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e mostra que a expansão dos planos empresariais superou o ritmo do mercado de trabalho.

Para o IESS, mais do que reforçar a correlação direta entre a geração de empregos no País e o avanço da saúde suplementar, o resultado é um indicativo de que o plano de saúde continua muito atrativo e, possivelmente, esteja sendo usado como um instrumento de atração e retenção de profissionais no mercado de trabalho. O relatório mostra que, segundo o Novo Caged, o estoque de empregos foi puxado principalmente pelos setores de serviços (767 mil vagas) e comércio (315 mil).

“Quando a economia gera empregos, a cobertura em saúde suplementar se expande. O fato de o crescimento dos planos empresariais ter superado o do emprego é um indício, a ser acompanhado e talvez confirmado nos próximos meses, de que o plano de saúde esteja sendo utilizado pelas empresas para atrair e reter talentos diante de um mercado no qual, em muitos setores, há uma crise de oferta de mão de obra qualificada”, pontua José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Nesse momento, o dado é um sintoma de uma possível tendência”, adiciona.

No total, o setor alcançou recorde de 53 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares e 34,7 milhões em planos exclusivamente odontológicos em agosto de 2025. Desse universo, a modalidade coletiva empresarial representa 72,7% dos vínculos médico-hospitalares.

Em relação a agosto do ano passado, o crescimento dos planos médico-hospitalares foi de 1,29 milhão de beneficiários, alta de 2,5%. Os planos individuais, em contrapartida, seguiram em retração, com a saída de 177,4 mil beneficiários (queda de 2%).

Planos odontológicos

O número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos também atingiu recorde histórico, alcançando 34,7 milhões em agosto de 2025, crescimento de 2,9% em relação a agosto de 2024, o equivalente a 987,6 mil novos vínculos.

A NAB também destaca um movimento estrutural de longo prazo: a redução da diferença entre o número de beneficiários de planos médico-hospitalares e odontológicos. Em setembro de 2000, havia 28,8 milhões de vínculos a mais em planos médicos; em agosto de 2025, essa diferença caiu para 18,3 milhões, uma redução de cerca de 10 milhões de vínculos em 25 anos. O resultado reflete o crescimento sustentado do segmento odontológico, impulsionado pela maior conscientização sobre saúde bucal, pela oferta de produtos acessíveis e pela incorporação das coberturas odontológicas nos pacotes corporativos de benefícios.

“Os números confirmam que a saúde suplementar mantém uma trajetória robusta de expansão, ancorada em bases diversificadas de contratação e em um processo contínuo de inclusão de beneficiários. Essa evolução contribui não apenas para o equilíbrio do setor, mas também para a ampliação do acesso à saúde no país”, conclui José Cechin, superintendente executivo do IESS.

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AVC mata 1 pessoa a cada 6 minutos e gera custo de quase R$ 1 bilhão em seis anos

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Neste ano, até 1º de outubro, o AVC matou 64.471 brasileiros, de acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. O cenário equivale a 1 morte a cada 6 minutos. Em todo o ano de 2024, 85.457 pessoas morreram, número superior aos óbitos por infarto: 77.935.

A atenção ao problema será reforçada em 29 de outubro, Dia Mundial do AVC e Dia Nacional de Prevenção ao AVC, que pode acontecer de duas maneiras. Uma delas é o tipo hemorrágico, quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o outro tipo, o AVC isquêmico. Esse, ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

Em um episódio de AVC, cada segundo conta, por isso, é fundamental saber identificar os sintomas. “A cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Sinais como fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente, são alertas e o SAMU (192), deve ser imediatamente acionado”, explica a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.

A especialista ressalta que quanto mais rápido o atendimento, menores são as sequelas e o tempo de internação, mas alerta para a desigualdade regional no acesso ao tratamento adequado. “O Brasil precisa expandir a rede de hospitais preparados para o atendimento rápido ao AVC, com equipes treinadas e protocolos bem definidos. Quando conseguimos aplicar terapias específicas, como a trombólise ou a trombectomia mecânica, o impacto positivo é enorme: os pacientes se recuperam mais rápido, diminuem as sequelas e os custos hospitalares caem drasticamente.”

A presidente da Rede Brasil AVC lembra, ainda, que até 80% dos casos podem ser evitados. “O controle da hipertensão, do diabetes e do colesterol, somado a hábitos saudáveis como atividade física regular, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo, reduz significativamente a incidência do AVC. Prevenir é mais eficaz e muito menos oneroso do que tratar”, salienta.

Impacto econômico

Se o impacto humano já é alarmante, o custo financeiro do AVC também revela a dimensão do problema. De acordo com levantamento realizado pela Planisa – consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares, entre 2019 e setembro de 2024, as internações por AVC custaram R$ 910,3 milhões, sendo R$ 417,9 milhões em diárias críticas e R$ 492,4 milhões em diárias não críticas. Em 2024, até setembro, o montante já ultrapassava R$ 197 milhões.

O levantamento analisou 85.839 internações em hospitais, com permanência média de 7,9 dias por paciente, o que resultou em mais de 680 mil diárias hospitalares. Desse total, 25% ocorreram em Unidades de Terapia Intensiva, que possuem custos mais elevados, e 75% em enfermarias não críticas.

“Esses números mostram que o AVC não é apenas um problema de saúde individual, mas um enorme desafio coletivo. Cada morte representa uma vida interrompida, mas também há milhares de pessoas que sobrevivem com sequelas e demandam cuidado contínuo”, diz Sheila. “O impacto reforça a urgência de investir em prevenção, diagnóstico rápido e reabilitação. Se quisermos mudar essa realidade, precisamos olhar para o AVC como uma prioridade nacional em saúde pública”, conclui.

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SAÚDE BUSINESS

Como healthtechs e hospitais cocriam soluções de impacto

Executivos destacam como essa colaboração pode aumentar eficiência, sustentabilidade e impacto no setor.

Startups e grandes instituições de saúde estão cocriando soluções que transformam a forma como o setor enfrenta desafios estratégicos, operacionais e tecnológicos. No painel “Inovação por meio de parcerias: as healthtechs que estão levando os negócios em saúde para outro nível”, realizado no Healthcare Innovation Show 2025, líderes do setor discutiram os caminhos para integrar inovação, métricas claras e alinhamento estratégico em iniciativas de saúde.  

O debate evidenciou que inovação em saúde vai além da tecnologia, exigindo alinhamento estratégico, maturidade institucional e clareza de métricas.  

“No dia a dia, percebemos quantos desafios isso traz, quantas metodologias são importantes e quanto o alinhamento da estratégia principal com o que a startup está fazendo pode fazer a diferença”, afirmou Rafael Zanatta, Head do Vibbe – Unimed VTPR. 

Evolução das healthtechs e maturidade do setor 

Istvan Camargo, CIO do Grupo Sabin, analisou a evolução das healthtechs no Brasil, dividida em quatro ondas. O executivo mostrou que a pandemia acelerou a entrada de novos players, mas também gerou uma saturação de soluções pouco conectadas à realidade do setor.  

“A saúde cobra esse pedágio da gente, como profissional e como pessoa. Não vai ser fácil para o empreendedor também”, destacou. Camargo reforçou que o momento atual é de depuração e amadurecimento. “Hoje vejo propostas de valor muito mais sofisticadas, com founders mais treinados e nativos em inteligência artificial”, avaliou. 

Inovação como ferramenta de sustentabilidade 

Guilherme Sanchez, head de Inovação do Harena – Hospital do Amor, trouxe o exemplo da instituição onde atua, que atua em 18 estados e realizou mais de 2 milhões de atendimentos oncológicos gratuitos em 2024.  

Com um déficit operacional mensal de cerca de R$ 50 milhões, a instituição aposta na inovação como ferramenta de sustentabilidade.  

“A gente traz aplicação de projetos com startups e colaboração com centros de inovação para resolver problemas de saúde pública e buscar sustentabilidade do sistema”, explicou. 

Metodologia e métricas para pilotos de inovação 

A metodologia do hospital para avaliar pilotos com startups se baseia em três pilares: congruência com a tese de inovação, nível de prontidão tecnológica (TRL) e aderência a métricas.  

“Temos sete áreas-chave e cerca de 22 perguntas norteadoras atualizadas anualmente. Se o piloto não é sensível às métricas, ele não tem sucesso”, afirmou Sanchez. 

O painel também ressaltou a importância de preparar executivos para receber inovação. O Hospital de Amor criou um board de inovação com 13 líderes e implementou programas internos de letramento e vivência empreendedora.  

“Fizemos os colaboradores criarem uma startup, validarem hipóteses, conversarem com usuários. Isso gerou empatia e entendimento real do processo de inovação”, contou Sanchez. 

Camargo reforçou que inovar exige uma cultura de risco e aprendizado contínuo. “Inovação é muito mais o cara do ‘não’ do que o cara do ‘sim’. De cada dez conversas que eu começo, uma chega no final. Muitas vezes, quando o executivo não tem essa experiência, começa a gerar frustração”, alertou. 

Os três executivos definiram os requisitos para que uma startup eleve o desempenho de uma corporação. “Combinar o jogo. Falar o que se espera daqui 3, 5, 10 anos e ver se há congruência nas metas”, disse Sanchez.  

O próximo Healthcare Innovation Show já tem data marcada, 16 e 17 de setembro de 2026, no São Paulo Expo. 

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Capital Estratégico dos Dados: o diferencial na Saúde Suplementar

O cenário da saúde suplementar no Brasil é de contínua contradição. Embora a sinistralidade média tenha apresentado melhora nos últimos meses, a sustentabilidade do setor continua enfrentando desafios estruturais. A pressão existente no necessário balanceamento entre custo e eficácia médica é implacável, impulsionada por dois fatores principais: a importante incorporação de novas tecnologias e medicamentos, e a inflação médica, que historicamente supera a inflação geral do país. Este contexto exige uma busca incessante por eficiência operacional e assistencial.

Nesse contexto, os dados assumem o papel de novo capital estratégico. Mais do que registros administrativos, eles se tornam instrumentos decisivos para compreensão de riscos, para a personalização de serviços e criação de vantagens competitivas sustentáveis, sem deixar de atender às exigências dos beneficiários na excelência na prestação de serviços.

As operadoras já dispõem de informações valiosas, como dados do histórico de uso do plano, dados cadastrais, reembolsos, glosas e informações sobre a rede de prestadores. Esses elementos internos permitem compreender a dinâmica de custos e frequências, mas sozinhos apresentam limitações. Quando enriquecidos com dados de fontes externas e públicas, como indicadores de governança empresarial, econômicos, ocupacionais e até de relacionamentos digitais, esses dados ganham uma nova dimensão, transformando-se em um ativo estratégico para tomada de decisão, principalmente quando combinados com inteligência artificial e, obviamente, atendendo às exigências da LGPD.

Por exemplo, é possível entender não apenas o perfil cadastral e histórico de uso dos planos, mas também cruzar informações criminais, financeiras, jurídicas e ainda de vínculos societários para qualificar melhor os prestadores, fornecedores, parceiros ou entender melhor o perfil dos beneficiários.

Essa integração tem aplicações diretas em áreas críticas da saúde suplementar. Na prevenção de fraudes, a análise criteriosa e ágil do cruzamento entre histórico do uso do plano e vínculos entre beneficiários, prestadores e intermediários podem revelar padrões suspeitos que indicam tentativas de enriquecimento ilícito, ou mesmo sinalizar que determinada pessoa é um “laranja” ou até vítima de redes criminosas. A análise precisa ser feita com rapidez e rigor, justamente para separar de maneira justa quem de fato necessita de assistência médica, daqueles que buscam explorar “brechas” do sistema.

Outro campo relevante é a gestão da rede prestadora. Avaliar hospitais, clínicas e profissionais com base em tempo de atividade, taxa de sobrevivência no mercado, governança, perfil dos sócios e histórico de reclamações permite negociar contratos mais sólidos e previsíveis, além de assegurar continuidade e qualidade no atendimento ao beneficiário. A exposição georreferenciada também contribui para identificar sobreposição ou ausência de rede e otimizar a distribuição de recursos, tornando os serviços mais eficientes.

Na experiência do beneficiário, os dados também são transformadores. Ao cruzar informações de perfil de consumo digital com dados internos das operadoras, é possível personalizar jornadas de atendimento, oferecendo canais mais ágeis e adequados ao perfil de cada usuário. Beneficiários com mais facilidade em lidar com tecnologia, por exemplo, podem ser direcionados para soluções digitais-first, enquanto outros perfis podem demandar um atendimento híbrido ou presencial. Essa personalização reduz atritos e aumenta a percepção de valor, evitando, inclusive, que uma jornada de acompanhamento de saúde seja interrompida, o que poderia agravar uma eventual comorbidade e impactar a sinistralidade, cenário este negativo para todos os envolvidos.

Os benefícios são tangíveis: melhoria da margem operacional, fidelização de beneficiários por meio de jornadas mais rápidas e personalizadas e fortalecimento da governança assistencial. Operadoras que conseguem estruturar essa inteligência de dados internos e externos consolidam um relacionamento mais saudável com prestadores, corretores, estipulantes e beneficiários e aumentam a previsibilidade dos riscos.

Naturalmente, esse movimento necessita atenção. O cumprimento da legislação, em especial da LGPD, exige anonimização a depender da aplicação e rígida governança de acesso às informações sensíveis. A integração de múltiplas fontes demanda infraestrutura tecnológica robusta, como data lakes bem estruturados e variáveis pré-consolidadas. Além disso, é necessário investir em cultura orientada a dados, formando equipes capacitadas para transformar informação em decisões executivas.

Trabalhar com parceiros especializados, que compreendem a complexidade do setor e sabem lidar com diferentes jornadas, também se torna fundamental. A empresa que se isola e tenta resolver tudo sozinha provavelmente irá avançar de forma mais lenta e corre o risco de se tornar obsoleta. E, novamente, devo alertar que toda a análise precisa ser criteriosa, ágil e justa.

O futuro da saúde suplementar dependerá, em grande medida, da capacidade das operadoras de transformar dados em vantagem competitiva. A integração entre informações internas, como sinistros, glosas e rede prestadora, e dados externos, que vão de indicadores socioeconômicos a compliance e governança, é o caminho para alcançar previsibilidade, eficiência e melhor experiência ao beneficiário. As empresas que estruturarem esse processo desde já estarão mais preparadas para enfrentar a pressão sobre margens e entregar valor sustentável ao mercado, posicionando-se à frente na próxima fase de transformação do setor.

*Thiago Kovtunin é head de produtos da Neurotech.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 20 Outubro 2025 06:27

CLIPPING AHPACEG 20/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médico denuncia gestão de UPA por priorizar rapidez e colocar pacientes em risco em Anápolis

https://www.maisgoias.com.br/cidades/medico-denuncia-gestao-de-upa-por-priorizar-rapidez-e-colocar-pacientes-em-risco-em-anapolis/

Servidora da Secretaria de Saúde de Aparecida é presa por pedir PIX para liberar exame

https://www.maisgoias.com.br/cidades/servidora-da-secretaria-de-saude-de-aparecida-e-presa-por-pedir-pix-para-liberar-exame/

Alta demanda por remédios para emagrecer pode afetar fornecimento de insulina no SUS

https://www.metro1.com.br/noticias/saude/171806,alta-demanda-por-remedios-para-emagrecer-pode-afetar-fornecimento-de-insulina-no-sus

CFM defende proibição de enfermeiros atuarem em abortos legais

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-10/cfm-defende-proibicao-de-enfermeiros-atuarem-em-abortos-legais

Barroso autoriza enfermeiros a realizar aborto legal e proíbe punição

https://www.aredacao.com.br/noticias/242366/barroso-autoriza-enfermeiros-a-realizar-aborto-legal-e-proibe-punicao

Governo de Goiás facilita acesso a medicamentos de alto custo

https://www.aredacao.com.br/noticias/242420/governo-de-goias-facilita-acesso-a-medicamentos-de-alto-custo

Saúde pública do Brasil perde para a de Portugal e do Chile… e ninguém faz nada para melhorá-la

https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/contraponto/saude-publica-do-brasil-perde-para-a-de-portugal-e-do-chile-e-ninguem-faz-nada-para-melhora-la-756143/#google_vignette

MAIS GOIÁS

Médico denuncia gestão de UPA por priorizar rapidez e colocar pacientes em risco em Anápolis

Município antecipou que vai apurar a questão junto à organização social (OS) responsável pela administração

O médico Edson Veloso Vieira Neto denunciou, nesta sexta-feira (17), ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) que a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Alair Mafra, em Anápolis, pressiona as equipes por produtividade, supostamente colocando a rapidez no atendimento acima da segurança dos pacientes. Como resultado de críticas e reclamações que já havia feito no local, o profissional foi demitido da UPA por mensagem de WhatsApp, na quinta-feira (16). Ao Mais Goiás, o município já antecipou que vai apurar a questão junto à organização social (OS) responsável pela administração.

Segundo Edson, que é neurodivergente (transtorno do espectro autista), a cobrança por “acelerar o passo” gera um ambiente de medo e eleva o risco de erros médicos. No caso dele, devido à condição, a tensão é ainda maior pela falta de previsibilidade. Sobre a demissão, ele afirma que ela ocorreu após fazer críticas internas sobre essa e outras questões ao diretor clínico da unidade. De fato, afirma o profissional, o desligamento aconteceu horas após questionar os critérios de gestão e a performance de outros profissionais.

“Eu estava vendo o que acontecia e expus. Médicos cansados, pressão que sofremos desde a gestão passada. Não sei se é ordem da prefeitura, mas é preciso contratar mais médicos, não pressionar mais”, disse. Segundo ele, o resultado de um atendimento às pressas é que o paciente retorna de forma precoce, pois não tem a situação resolvida. As cobranças e pressões partiam, sobretudo, do diretor clínico. Além disso, existe uma técnica em enfermagem no local apenas para cobrar os profissionais. “Fica por conta de cobrar pela produção.”

Vale lembrar que, no último mês, o Cremego publicou, por meio do Diário Oficial da União, nova resolução com a previsão de que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao profissional responsável. A medida “garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente”, conforme a entidade.

Esta surgiu após, em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) enviar um termo instrutivo que sugeria aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. Em agosto, o Cremego realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforçou que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente. Além disso, elaborou a minuta da resolução, à época.

Mais Goiás solicitou uma resposta à prefeitura de Anápolis, que apura a situação junto à OS. Esta matéria poderá ser atualizada, caso haja retorno.

Já o Cremego se manifestou por nota. Confira:

“Todas as denúncias recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais toma conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Sobre o tempo de consulta, o Cremego publicou, no dia 19 de setembro, a Resolução nº 118/2025, que trata diretamente da autonomia médica e estabelece diretrizes éticas voltadas à valorização da boa prática da medicina.

Em vigor desde sua publicação, a resolução deixa claro que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, afirma que a nova norma representa um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, destaca.

A Resolução Cremego nº 118/2025 está disponível na íntegra no Diário Oficial da União. Acesse e confira: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-cremego-n-118-de-21-de-agosto-de-2025-657079323.

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Servidora da Secretaria de Saúde de Aparecida é presa por pedir PIX para liberar exame

A servidora admitiu ter solicitado o pagamento à vítima, confirmando o teor das conversas e reconhecendo a cobrança indevida

Uma servidora do Centro de Atendimento Integrado de Saúde (CAIS) Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, foi presa em flagrante suspeita de corrupção passiva ao pedir PIX para liberação de exames. A prisão aconteceu na quinta-feira (16/10). As informações são da Polícia Militar (PM).

A corporação foi acionada por uma paciente que denunciou a tentativa de cobrança para a realização de um exame que é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o registro da ocorrência, a paciente procurou o CAIS Colina Azul para realizar um exame médico. Inicialmente, a servidora Andressa Gonzaga Moreira informou a falta de vagas, prometendo tentar um encaixe posterior.

Cerca de 24 horas depois, a servidora iniciou uma comunicação com a paciente via aplicativo WhatsApp. Nas conversas, que ocorreram na manhã desta quinta-feira, a servidora afirmou ter conseguido viabilizar o exame. No entanto, exigiu que a mulher efetuasse um depósito via Pix correspondente à metade do valor cobrado por um laboratório particular para liberar o encaminhamento.

Desconfiada da exigência, uma vez que o serviço deveria ser público e gratuito, a paciente retornou à unidade de saúde para esclarecer a situação pessoalmente. A servidora, contudo, manteve a cobrança, condicionando a liberação do exame ao pagamento e negando o atendimento caso o valor não fosse depositado.

Diante da recusa e da conduta da servidora, a vítima acionou a Polícia Militar via 190. A guarnição da PM se deslocou ao CAIS Colina Azul, onde analisou as capturas de tela das conversas de WhatsApp apresentadas pela paciente. Durante a abordagem, a servidora admitiu ter solicitado o pagamento à vítima, confirmando o teor das conversas e reconhecendo a cobrança indevida em razão de seu cargo público.

Considerando os fatos e a possível caracterização do crime de concussão (Art. 316 do Código Penal Brasileiro), a servidora e a vítima foram conduzidas à Central Geral de Flagrantes de Aparecida de Goiânia. Após análise preliminar dos elementos, a autoridade policial deliberou pela lavratura do auto de prisão em flagrante contra Andressa Gonzaga Moreira.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) informou que, assim que tomou conhecimento dos fatos, adotou medidas administrativas imediatas como demissão e abertura de procedimento interno para averiguar o ocorrido. A SMS também assegurou que está em contato com as autoridades policiais e colabora integralmente com as investigações para o completo esclarecimento do caso.

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METRO 1

Alta demanda por remédios para emagrecer pode afetar fornecimento de insulina no SUS

Indústria prioriza produção de medicamentos mais lucrativos

A crescente procura por remédios para emagrecimento, como Ozempic e Mounjaro, pode estar afetando o fornecimento de insulina no SUS. A priorização da indústria farmacêutica na produção desses medicamentos pode estar dificultando o acesso à insulina registrada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Parte da insulina distribuída pelo SUS não tem registro na Anvisa. O Ministério da Saúde entregou 46 milhões de unidades, em 2025, de um total previsto de 67 milhões, com certificação apenas de agências internacionais. A medida, emergencial, tem sido criticada por representantes da indústria nacional.

A escassez estaria ligada à alta demanda por insumos usados tanto na produção de insulina quanto nos emagrecedores. Empresas como Novo Nordisk (produtora do Ozempic) e Eli Lilly (fabricante do Mounjaro), que produzem remédios para diabete, estariam priorizando o mais lucrativo mercado de obesidade.

Já laboratórios como EMS alegam enfrentar barreiras para vender insulina ao SUS. 

Segundo documentos obtidos pela reportagem da Folha de São Paulo, as empresas afirmam que a demanda é alta, mas o preço pago pelo governo é baixo, o que desestimula a produção.

A Novo Nordisk, também fabricante dos medicamentos para emagrecimento, declarou estar modernizando suas linhas para diabete e que “não há relação entre a produção dos emagrecedores e o fornecimento de insulina”. Afirmou também que, em 2024, antecipou cerca de 90% das entregas previstas para 2025. Ainda assim, em 2025, forneceu apenas 20 milhões de unidades, menos de um terço do total distribuído pelo Ministério da Saúde, segundo dados via Lei de Acesso à Informação.

O Ministério da Saúde atribuiu a queda no fornecimento à escolha das farmacêuticas por produtos mais rentáveis: “A redução da oferta de insulina no Brasil e no mundo ocorre, principalmente, pela prioridade que as empresas estão dando a produtos mais rentáveis, como as canetas emagrecedoras”.

Em resposta, o governo informou estar investindo na produção nacional de insulina, com a meta de fabricar 45 milhões de doses por ano em parceria com laboratórios da Índia e China. Estuda também substituir a insulina humana atualmente usada no SUS por uma análoga, mais moderna, mas de aplicação ainda limitada na rede pública.

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AGÊNCIA BRASIL

CFM defende proibição de enfermeiros atuarem em abortos legais

Em nota aos “médicos e à população”, neste domingo (19), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, concordou com votos de ministros do Supremo Tribunal Federal contra a liminar de Luís Roberto Barroso que autorizaria enfermeiros a atuarem em procedimentos de abortos legais.

No Brasil, a realização de abortos está previsto em lei nos casos de estupro, risco à saúde da gestante e de fetos anencéfalos. No sábado, o STF formou maioria para derrubar decisão do ex-presidente do STF, que se aposentou nesta semana. 

A primeira divergência ao voto de Barroso foi do ministro Gilmar Mendes. O voto dele foi acompanhado por Cristiano Zanin, Flávio Dino, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.

"Médicos o suficiente"

Na nota, o presidente do CFM acrescentou que espera que no julgamento do mérito, os ministros mantenham a posição. Ele argumenta que existem médicos em quantidade suficiente para atender às “políticas públicas de saúde determinadas pelo Estado”.

José Gallo entende que as decisões do Judiciário devem levar em conta o que está previsto no “ato médico”, que é a Lei 12.842, de 2013.

“Isso ocorre por serem os médicos preparados para o diagnóstico e prognóstico de doenças, bem como para atuar de modo intempestivo na ocorrência de evento adverso”.

O presidente do CFM defendeu que a autorização de profissionais de “outras categorias” a atuarem em procedimentos desse tipo pode provocar “situações imprevisíveis, com desfechos indesejados, por conta da ampliação dos riscos (...)”.

Liminar de Barroso

Na liminar expedida por Barroso, na sexta, o ministro defendeu que profissionais de enfermagem não deveriam ser punidos em caso de atuação nos procedimentos para o aborto legal

“Não era possível ao legislador da década de 1940 antever que a tecnologia evoluiria a ponto de a interrupção da gravidez poder ser realizada de maneira segura por profissionais que não são médicos”, ponderou o ministro. Para ele, o “anacronismo da legislação penal” não deveria impedir os “direitos fundamentais consagrados pela Constituição”.

O ministro, na sexta, também determinou a suspensão de processos penais e administrativos abertos contra enfermeiros e a proibição da criação de obstáculos para realização do aborto legal. A decisão do ministro passou a valer, mas precisava ser referendada pelo plenário da Corte.

A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para comentar a liminar e votos de ministros do STF. 

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A REDAÇÃO

Barroso autoriza enfermeiros a realizar aborto legal e proíbe punição

Processos contra profissionais serão suspensos 

Brasília - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira (17/10) que enfermeiros e técnicos em enfermagem podem auxiliar na realização de abortos que estão previstos em lei, como casos de estupro, risco à saúde da gestante e de fetos anencéfalos. O ministro também garantiu que os profissionais não podem ser punidos. 

Os anúncios foram proferidos em duas ações protocoladas por entidades que apontaram precariedade da saúde pública na assistência de mulheres que buscam a realização de aborto legal em hospitais públicos.

Com a decisão, Barroso entendeu que enfermeiros e técnicos em enfermagem podem atuar na interrupção da gestação. Para o ministro, a atuação deve ser compatível com o nível de formação profissional em relação a casos de aborto medicamentoso na fase inicial da gestação.

Para garantir que os profissionais não sejam punidos, o ministro estendeu a aplicação do Artigo 128, do Código Penal, aos enfermeiros e técnicos. O texto diz que os médicos não podem ser punidos no caso de aborto para salvar a vida da gestante e de estupro.

“No presente caso, não era possível ao legislador da década de 1940 antever que a tecnologia evoluiria a ponto de a interrupção da gravidez poder ser realizada de maneira segura por profissionais que não são médicos. Não se pode permitir, todavia, que o anacronismo da legislação penal impeça o resguardo de direitos fundamentais consagrados pela Constituição”, justificou Barroso.

O ministro também determinou a suspensão de processos penais e administrativos abertos contra enfermeiros e a proibição da criação de obstáculos para realização do aborto legal. A decisão precisará ser referendada pelo plenário da Corte.

Mais cedo, Barroso também votou pela descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez. Os votos representaram os últimos posicionamentos do ministro no Supremo. A partir deste sábado (18/10), Barroso deixará a Corte após anunciar aposentadoria antecipada do cargo.

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Governo de Goiás facilita acesso a medicamentos de alto custo

Avisos chegam via WhatsApp

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) criou um sistema inovador para notificações dos usuários do Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa (CEMAC/JB).  As mensagens automáticas são enviadas via WhatsApp sempre que houver atualizações em etapas específicas do processo de solicitação de medicamentos no Sistema de Dispensação de Medicamentos Especiais (SDME). 

A nova ferramenta elimina a necessidade de deslocamentos desnecessários ou contatos telefônicos para verificação do andamento dos processos. “A iniciativa representa mais um avanço na digitalização dos serviços públicos, tornando o acompanhamento dos processos mais ágil, transparente e acessível para os pacientes que dependem de medicamentos de alto custo”, avalia o secretário da SES, Rasível Santos. 

As mensagens serão enviadas pelo número oficial (62) 3201-3797 e têm caráter meramente informativo, alertando os pacientes sobre movimentações em suas solicitações, com orientações para consultar detalhes no Portal Expresso através do link https://www.go.gov.br/expresso.

"Nosso intuito é aprimorar a comunicação com os pacientes, oferecendo praticidade e transparência. Com esse recurso, o cidadão é informado de forma rápida sobre movimentações no seu processo, podendo acompanhar tudo on-line", destaca a diretora geral do CEMAC Juarez Barbosa, Viviane de Cássia Troncha.

*Sistema seguro*

As mensagens seguem um formato padronizado e genérico, garantindo uniformidade na comunicação. O conteúdo é automatizado e não requer resposta dos usuários. Um exemplo da mensagem recebida: "Sr.(a) MARIA, o Canal Saúde Goiás informa que houve uma atualização na sua solicitação de medicamento de alto custo junto ao CEMAC Juarez Barbosa. Por favor acesse o portal do SDME Expresso e visualize mais informações de atualização do status da sua solicitação."

O novo recurso integra as ações de modernização e digitalização dos serviços oferecidos pelo Governo de Goiás consolidando o compromisso do estado com a inovação tecnológica aplicada à saúde pública. A iniciativa busca melhorar significativamente a experiência do usuário e garantir maior eficiência na gestão dos processos de dispensa de medicamentos.

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JORNAL OPÇÃO

Saúde pública do Brasil perde para a de Portugal e do Chile… e ninguém faz nada para melhorá-la

Portugal gasta três vezes mais que o Brasil e o Chile gasta o dobro com a saúde pública. E por que é assim? Falta dinheiro aqui? Não falta — sobra

Não há melhor aprendizado do que o da experiência pessoal. A experiência dos que nos são próximos também é valiosa e segue-se depois, como mais eficiente, o que se aprende por estudos sérios ao longo da existência.

Na vivência pessoal, na família e nos estudos, moldamos o conhecimento que nos orientará na vida.

Segue-se, como corolário, que quem não estudou, não bebeu da sabedoria materna ou paterna, e apenas viveu, terá deficiente capacidade de escolha em sua vida. Se tiver influência nos rumos de outras pessoas, levará muitos para o mau caminho. O leitor sabe do que falo.

Pretendo, nas linhas que se seguem, falar um pouco do que aprendi de nossa saúde pública.

Tenho observado, principalmente nos últimos anos, que amigos e conhecidos, os de menores posses principalmente, têm passado por grandes angústias quando buscam o serviço público de saúde, nessa nossa Pátria Amada.

Vejo com pesar e preocupação que a saúde no Brasil, se comparada no contexto mundial, é de envergonhar.

Tenho pena dos humildes, que só a ela podem recorrer nos momentos de aflição, e que encontram suas portas fechadas. E nada vejo, nos últimos 20 anos, de mudança para melhor. Ao contrário.

Na Saúde Pública, falo por observar de perto, até uma consulta não costuma ser fácil. Um procedimento simples, como reduzir uma fratura e aplicar um gesso, pode se transformar em um drama. Uma cirurgia de urgência pode se transformar em tragédia, como pode ocorrer com a necessidade de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Conseguir um medicamento importante pode demandar anos, enquanto o paciente definha. Esgoto a céu aberto e falta de água tratada são constantes ameaças às nossas crianças.

Por conhecimento pessoal, vejo que países não ricos como França ou Alemanha, mas relativamente pobres, como Portugal, ostentam serviços excelentes de saúde pública, com instalações simples, mas funcionais, com atendentes e enfermeiros competentes e educados e médicos qualificados, e com serviços prestados a tempo e a hora.

Não poderíamos ter um Serviço de Saúde nos moldes do português? É de se perguntar. E a resposta é sim.

E se perguntarmos por que não temos, a resposta também não é difícil de se encontrar. Veja o leitor o quadro abaixo, que contempla três países selecionados: nosso Brasil, um vizinho latino-americano, o Chile, e nosso avozinho, Portugal, que mencionei aqui, por conhecer sua saúde pública e ser, até, em termos europeus, um país pobre.

O quadro nos mostra coisas ao mesmo tempo tristes e interessantes, para os brasileiros:

1

Nossos bebês morrem, em média — que tristeza! — cinco vezes mais que os bebês portugueses e duas vezes e meia mais que os nenéns chilenos, como mostra a coluna 4.

2

Nossos velhinhos, nossos pais e avós, vivem quatro ou cinco anos menos que os velhinhos chilenos ou portugueses, como se vê na coluna 5.

Uma coisa e outra, que têm tudo a ver com saúde pública, se explicam pela coluna 3: Portugal gasta três vezes mais que o Brasil e o Chile gasta o dobro, com a saúde pública. E por que é assim? Falta dinheiro aqui? Fatos são fatos, e listamos alguns para os leitores:

A —  Embora os gastos públicos sejam exagerados no Brasil, com sua máquina de governo gigantesca, esses gastos não se dirigem à população carente e aos serviços que beneficiam a sociedade, como acontece, por exemplo, com Portugal.

No Brasil, a prioridade é gastar com a elite, e com os “companheiros” do governo, ainda que faltem recursos para saúde e educação.

Enquanto o Brasil gasta com a Justiça 1,60 % do PIB, principalmente com os salários da cúpula, Portugal gasta 0,35%, menos que a quarta parte.

Um deputado português recebe por mês a quantia inferior a 5 mil euros, ou seja, algo como 30 mil reais, enquanto nossos deputados, com suas vantagens inexplicáveis, chegam ao dobro disso, ou mais.

Emendas parlamentares pouco ou nada fiscalizadas correspondem a enormes quantias levadas para lugares incertos e não sabidos. Bilhões contemplam um Fundo Partidário que beneficia parlamentares sem nenhuma contrapartida social.

B — O Poder Executivo usa e abusa do dinheiro público nos cartões de crédito corporativos (são mais de 5.000), nos ministérios inúteis (são 40, quando bastariam 14 ou 15), nos funcionários, bolsistas e pescadores fantasmas, nas viagens em jatos da FAB, nos programas sociais feitos para ganhar eleições consumindo bilhões de reais, nas verbas generosas para comprar a voz dos artistas.

As viagens presidenciais são hoje faustosas, com uma primeira-dama deslumbrada e mais de uma centena de acompanhantes do Presidente em cada viagem ao exterior, acompanhantes esses, também esquerdistas deslumbrados, lambuzando-se de dinheiro público nos hotéis mais caros do mundo, nas viaturas de luxo, nos restaurantes frequentados pelos milionários internacionais. Bilhões são gastos para comprar uma imprensa desinformativa, que esconde o que atinge o Governo e publicar elogios a ele.

C — Uma montanha de dinheiro de impostos, que seria bem-vinda na Saúde Pública, sai pelo ralo na corrupção, nos mensalões, petrolões, roubos no INSS e nas empresas públicas.

D — Quantias fabulosas, tiradas do trabalhador brasileiro foram entregues, de mão beijada, para “companheiros” esquerdistas no exterior, embora façam falta aqui dentro, e nunca serão devolvidas. Vide Porto de Mariel, em Cuba, aeroporto em Moçambique, bilhões entregues à Venezuela, para citar alguns poucos exemplos.

E — Os programas sociais, se cumprissem sua finalidade de socorro aos carentes, por certo custariam uma fração do que custam e dariam resultados melhores.

Mas o que ocorre: os programas sociais do governo não são temporários, como deveriam — eternizam a dependência, encabrestam votos e promovem a vadiagem.

Não estimulando o trabalho e criando hordas de permanentes e verdadeiros mendigos do dinheiro público, sobrecarregam os verdadeiros trabalhadores e promovem o desperdício – justamente dos recursos que fazem falta na saúde (para não dizer na educação e na segurança). Aqui, até bandido tem “bolsa”.

Por essas e por outras, com tantas “prioridades companheiras”, não sobra muito dinheiro para o que atende a sociedade carente. Por isso, não temos saúde pública que preste.

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Assessoria de Comunicação        

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