Administrador

Administrador

reuniao

No dia 3 de julho, a Ahpaceg promoveu uma roda de conversa voltada a gestores de Recursos Humanos e Enfermagem das instituições associadas. O encontro, organizado pela coordenadora de Educação Continuada da Associação, Madalena Del Duqui, foi conduzido pela psicóloga Analice Arruda Vinhal, referência em mediação de conflitos e práticas colaborativas.

O objetivo da iniciativa foi oferecer um espaço de troca de informações, reflexão e fortalecimento dos conhecimentos sobre os desafios enfrentados pelos profissionais que atuam diretamente com a gestão de pessoas em ambientes hospitalares.

Durante a conversa, Analice abordou estratégias para o manejo construtivo de conflitos no ambiente organizacional, ressaltando que o conflito, por ser parte da condição humana, não necessariamente se resolve, mas se dissolve quando enfrentado com diálogo, corresponsabilidade e cooperação.

“Tentar gerenciar conflitos sem as ferramentas adequadas será um esforço em vão. É preciso preparo para construir soluções em conjunto”, destacou a psicóloga, que é doutora em Psicologia pela PUC Goiásmestre em Ciências da Família pela Brigham Young University (EUA) e graduada em Psicologia pela University of Utah (EUA).

Analice Arruda Vinhal também é vice-presidente do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família) Seccional Goiás, professora universitária e especialista em diversas áreas, como Psicologia Jurídica, Terapia Familiar, Mediação e Práticas Colaborativas e sua atuação envolve ainda a formação de profissionais em cursos de pós-graduação e certificações internacionais na área.

Durante o encontro, os participantes compartilharam experiências do dia a dia e refletiram sobre o impacto das relações interpessoais nos resultados institucionais. A palestra provocou importantes questionamentos sobre a postura dos líderes diante de situações delicadas na gestão de equipes em cenários de alta complexidade, como os hospitais.

A roda de conversa revelou o quanto espaços de diálogo fazem diferença para quem lida com equipes em ambientes exigentes como os hospitais. A realização de eventos como esse faz parte da programação educativa da Ahpaceg, que está sempre atenta à atualização dos gestores e profissionais que atuam no setor de saúde de alta complexidade.

Sexta, 04 Julho 2025 06:59

CLIPPING AHPACEG 04/07/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Profissionais da saúde protestam por melhores condições trabalhistas em Aparecida e Anápolis

https://ohoje.com/2025/07/03/profissionais-da-saude-protestam-por-melhores-condicoes-trabalhistas-em-aparecida-e-anapolis/

Mãe de filho atípico denuncia dificuldade de atendimento durante reunião que impediu redução salarial de médicos

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/mae-de-filho-atipico-denuncia-dificuldade-de-atendimento-durante-reuniao-que-impediu-reducao-salarial-de-medicos-da-rede-municipal-722118/

Mais de 20 milhões de beneficiários do sistema de saúde brasileiro são atendidos por cooperativas

https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/07/04/mais-de-20-milhoes-de-beneficiarios-do-sistema-de-saude-brasileiro-sao-atendidos-por-cooperativas.ghtml

Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, quase o dobro da inflação

https://www.apm.org.br/planos-de-saude-sobem-327-em-18-anos-acima-da-inflacao-no-periodo/

Estudo aponta riscos e oportunidades da criação de Agência Única de Avaliação de Tecnologias em Saúde

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/estudo-aponta-riscos-e-oportunidades-da-criacao-de-agencia-unica-de-avaliacao-de-tecnologias-em-saude/

Por que o número de diagnósticos de autismo está aumentando?

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/por-que-o-numero-de-diagnosticos-de-autismo-esta-aumentando/

O HOJE

Profissionais da saúde protestam por melhores condições trabalhistas em Aparecida e Anápolis

Os trabalhadores reivindicam pagamento de salários atrasados e regularização da progressão salarial

Na manhã desta quinta-feira (03/07), o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde Goiás (Sindsaúde-GO) se reuniu em frente à Prefeitura de Aparecida de Goiânia para reivindicar melhores condições trabalhistas. A partir do prédio, o grupo seguiu em direção à Secretaria Municipal de Saúde, em carreata pelas ruas da cidade. Os manifestantes permaneceram no local ao longo do dia. O ato, compartilhado na rede social do sindicato, foi de denúncia contra as condições de trabalho atualmente enfrentadas pelos profissionais da saúde.

A manifestação desta manhã faz parte de um conjunto de reivindicações do sindicato que também se reuniu em Anápolis, na tarde desta quarta-feira (2). No primeiro ato, o grupo se reuniu em frente à Prefeitura Municipal e partiu “em caminhada de protesto pelas ruas do centro da cidade, reforçando o apelo por respeito e valorização profissional”, conforme também publicação na rede social do sindicato.

Ao fim da assembleia em Anápolis, ficou definida a realização de uma paralisação no dia 8 de julho (terça-feira), a partir das 8h, como forma de pressionar o poder público a atender as demandas da categoria.

Reivindicações dos profissionais da saúde

O foco central da paralisação desta quinta (3) foi a resolução de uma problemática de longa data. Em nota exclusiva ao O Hoje, o Sindsaúde-Go denunciou que servidores estão há um ano e sete meses sem receber as progressões de carreira. Os servidores também estão há quatro meses sem o pagamento do retroativo do piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), mesmo com recursos federais já repassados.

Em Aparecida de Goiânia, a diretora do Sindsaúde-GO, Sirley Braga, afirma que a categoria está há mais de um ano sem a progressão salarial. Esse é um documento que estabelece os valores de remuneração para diferentes cargos e níveis dentro de uma estrutura de saúde.

Segundo a diretora, a progressão do plano de carreira de 2% dos servidores dos SUS está atrasada desde janeiro de 2024 e sem perspectiva de regularização.

Promessas vazias 

Em nota ao Hoje, o Sindsaúde-GO revelou que foram realizadas, anteriormente, tentativas de resolver as pendências. Porém, apesar das promessas, as reivindicações não foram atendidas. Confira um trecho da nota do sindicato, na íntegra: 

Em Anápolis, o Sindsaúde chegou a se reunir com o prefeito Márcio Corrêa, no dia 6 de maio, que se comprometeu a apresentar uma proposta de quitação dos débitos com os trabalhadores após o dia 19 de maio. No entanto, passados mais de 40 dias, não houve retorno, não foi estabelecida mesa de negociação e não houve qualquer sinalização de cumprimento do compromisso assumido. Por esse motivo, decidimos pela paralisação das atividades no município na próxima terça-feira, 8 de julho. No município, também reivindicamos a atualização do piso salarial e a correção da tabela salarial dos agentes.

Em Aparecida de Goiânia, nos reunimos com o prefeito Leandro Vilela, em abril, que, embora tenha acolhido nossas demandas, não apresentou nenhuma proposta concreta. Após delegar estudos sobre o impacto financeiro aos seus secretários, o prefeito e sua equipe deixaram de atender ligações e de responder às entidades representativas dos trabalhadores. 

A falta de diálogo e de compromisso com a saúde pública tem deixado os profissionais sem alternativas, levando-nos a mobilizar a categoria para cobrar respeito e valorização.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) informa que continua dialogando abertamente com todas as categorias para discutir quaisquer reivindicações apresentadas.

A redação do O Hoje tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, mas não obteve retorno.

...........................

JORNAL OPÇÃO

Mãe de filho atípico denuncia dificuldade de atendimento durante reunião que impediu redução salarial de médicos

Mãe relatou que precisa pegar oito ônibus por dia para levar o filho à fisioterapia

Kleydes Ferreira cuida do filho de 30 anos que tem paralisia cerebral e autismo. Ela denunciou a dificuldade que enfrenta para o tratamento do filho durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde que impediu a redução salarial de médicos credenciados na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, na última quarta-feira, 2.

Ela depende do transporte público para levar Lucas, que é cadeirante, à fisioterapia. Kleydes relatou que precisa pegar oito ônibus por dia, isso porque mora no Setor Buena Vista e só conseguiu médico no Setor Jaó. O trajeto pode chegar a quase duas horas de ônibus. “Eu cruzo a cidade todinha de ônibus”, disse ela em vídeo que circula nas redes sociais.

Sobre a redução salarial, Kleydes afirma, no vídeo, que é um retrocesso. “Eu tenho um grupo de 720 mães atípicas. Nós vamos bater tanto lá na frente da Prefeitura que o prefeito vai se arrepender”, disse e foi aplaudida por quem acompanhava a reunião. 

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que retirou de pauta o novo credenciamento médico. A secretaria irá dialogar com as unidades representativas da categoria e reenviar proposta ao Conselho Municipal de Saúde.

Redução foi impedida 

Com a reunião, uma resolução foi publicada impedindo a redução nos valores pagos por plantões na rede municipal. Com a movimentação da categoria, a Secretaria de Saúde, então, retirou essa redução da pauta do Conselho Municipal de Saúde.

..............................................

O GLOBO

Mais de 20 milhões de beneficiários do sistema de saúde brasileiro são atendidos por cooperativas

Há também organizações formadas por profissionais como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas

Números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dão conta de que, de 52,3 milhões de pessoas com planos de saúde no Brasil, mais de 20 milhões estão em cooperativas. O Sistema Unimed responde pela maior parte dessa fatia, mas o cooperativismo na saúde vai além, alcançando outros braços do atendimento assistencial.

Coordenador de Ramos da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Hugo Andrade observa que o país também se destaca no cenário global com a Central Nacional de Cooperativas Odontológicas (Uniodonto), no segmento de planos odontológicos, dona de 17% do mercado e considerada a maior do mundo.

O sistema nasceu em 1972, com a criação de duas cooperativas odontológicas: uma em Santos (SP) e outra no Vale do Taquari (RS). Hoje, são 117 cooperativas em todos os estados, com 20 mil dentistas e 3,3 milhões de pacientes.

Citando dados da ANS, o presidente da Uniodonto, José Alves de Souza Neto, diz que operadoras de planos odontológicos têm uma sinistralidade de 45%. A cada R$ 100 pagos pelos usuários, R$ 45 vão para o custeio dos atendimentos - principalmente honorários dos profissionais - e o restante vai para despesas e resultados da operadora. Nas cooperativas, 60% vão para os profissionais.

- As empresas miram o lucro e acabam sacrificando a rede prestadora e o cliente. Na cooperativa, procuramos manter um tripé equilibrado, dando sustentabilidade ao coletivo e remunerando melhor o profissional.

Outro segmento relevante são as cooperativas de especialidades médicas e de profissionais: fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. A Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) reúne 38 entidades do país, somando 20 mil médicos.

Comum em algumas especialidades, como a de anestesiologia, o modelo de atuação via cooperativa é recorrente em regiões como Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), onde boa parte dos hospitais contrata cooperados.

Diretor-presidente da federação, Sérgio Murta lembra que as primeiras cooperativas profissionais nasceram na década de 1990.

- O médico atendia num hospital, mas às vezes o pagamento demorava a sair. Quando o valor chegava, era menor do que o previsto. A cooperativa veio como uma solução, unindo a categoria - afirma.

...........................

PORTAL APM

Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, quase o dobro da inflação

O custo dos planos de saúde no Brasil disparou nos últimos 18 anos, acumulando uma alta de 327% entre 2006 e 2024 - quase o dobro da inflação oficial do período, de 170%, medida pelo IPCA. Os dados foram revelados em estudo do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps), divulgado pelo jornal O Globo neste domingo (29).

O levantamento, elaborado a partir de estatísticas do IBGE, indica que os planos de saúde se tornaram o item que mais pressiona os gastos com saúde e cuidados pessoais na cesta de consumo dos brasileiros.

O objetivo era olhar o quanto está saindo do bolso e sendo pago por famílias e empresas ao longo do tempo comparado a outros itens da cesta de consumo", explicou Vinicius Peçanha, economista e um dos autores do estudo.

A pesquisa mostra que o aumento dos preços dos convênios supera com folga o de outros setores essenciais: alimentos e bebidas subiram 276% no mesmo intervalo; educação, 203%; habitação, 176%. Já serviços médicos e dentários acumularam 233% de alta, enquanto os laboratoriais e hospitalares ficaram em 179%.

Regulação desigual

Enquanto os planos individuais têm reajuste limitado pela ANS - com teto de 6,06% para 2025 - , os coletivos, que atendem a maioria dos beneficiários, não seguem essa limitação. Essa brecha tem levado muitos consumidores a migrar para contratos coletivos por adesão, mais vulneráveis a aumentos abusivos.

Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirmou que os custos em saúde crescem, em todo o mundo, a taxas superiores à inflação média da economia, e que análises sobre comprometimento da renda devem considerar outros fatores, como a variação da renda do trabalho e a troca de planos.

O estudo do Ieps alerta, no entanto, que, mantida a tendência, o acesso à saúde privada pode se tornar inviável para milhões de brasileiros, aprofundando desigualdades e ampliando a demanda sobre um Sistema Único de Saúde já sobrecarregado.

Custo elevado e acesso comprometido

Hoje, cerca de 72% dos 52,3 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil estão vinculados a contratos coletivos empresariais. Para Peçanha, além da incorporação de novas tecnologias e mudanças demográficas - como o envelhecimento da população - , há fatores estruturais que explicam a escalada dos custos, incluindo ineficiências regulatórias e a própria lógica dos reajustes autorizados por órgãos reguladores.

O Brasil tem gasto privado per capita de saúde muito mais alto do que a renda per capita, e muito disso vem do plano de saúde. O aumento acelerado dos preços pode tornar o mercado proibitivo para parte da população e pressionar mais o SUS", alertou.

O advogado Marcos Patullo, especializado na área, aponta que esse cenário se repete com frequência entre aposentados. "Temos clientes em que o benefício do INSS vai quase inteiro para o plano, e os familiares precisam ajudar a fechar o orçamento", relatou.

Empresas também sentem o impacto

Segundo Marcelo Borges, diretor executivo da consultoria Mercer Marsh, que assessora cerca de 5 milhões de usuários de planos coletivos empresariais, o impacto nos custos corporativos é direto. "O plano já representou 7% da folha de pagamento. Hoje é o segundo maior custo, chegando a 15,79% em 2024", disse.

A conta, afirma ele, é composta por dois fatores: o perfil de uso dos usuários e a chamada inflação médica - que reflete aumentos em insumos, equipamentos e frequência de utilização. "Empresas que não investem em prevenção e gestão da saúde ocupacional acabam pagando mais", afirmou.

Judicialização e incorporação de terapias pressionam preços

Bruno Sobral, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), reconhece que o problema é global, mas ressalta: "A tecnologia em saúde não substitui a anterior, ela se agrega. Isso tem um custo". Ele também aponta a judicialização da saúde como um fator que dificulta o planejamento financeiro das operadoras.

Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), lembrou que os tratamentos atuais são muito mais caros do que há duas décadas. "Em 2006, um exame de ressonância custava R$ 1 mil. Hoje, há medicamentos que custam R$ 20 mil por caixa", exemplificou.

................................

SAUDE BUSINESS

Estudo aponta riscos e oportunidades da criação de Agência Única de Avaliação de Tecnologias em Saúde

Publicação do IESS aponta benefícios da centralização para operadoras de planos de saúde, mas alerta para riscos como burocratização e perda de autonomia regulatória.

A proposta de criar uma Agência Nacional de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ANATS) tem ganhado espaço no debate sobre a regulação da saúde no Brasil. Um novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), parte da série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, analisa os potenciais efeitos da centralização das decisões sobre medicamentos, tratamentos e dispositivos médicos — especialmente no setor suplementar.

Atualmente, o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é fragmentado entre diferentes órgãos federais:

Conitec, que avalia novas tecnologias para o SUS;

Cosaúde, da ANS, que atualiza o rol da saúde suplementar;

Anvisa, responsável por liberar medicamentos e dispositivos;

CMED, que regula os preços de medicamentos.

Essa estrutura dispersa gera sobreposição de funções e decisões descoordenadas. A proposta da ANATS busca unificar esses processos, oferecendo mais agilidade, previsibilidade e eficiência.

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, a medida pode trazer ganhos para as operadoras: “A centralização pode oferecer mais clareza e critérios uniformes, o que facilita a gestão de custos e a negociação com fornecedores.” Ao mesmo tempo, ele alerta para riscos como burocratização, perda de autonomia do setor suplementar e foco excessivo nas demandas do SUS.

Desafios de integração entre sistemas

O estudo destaca que alinhar os sistemas público e privado exige cautela. Um exemplo é a Lei nº 14.307/2022, que determinou a incorporação automática na saúde suplementar de tecnologias já aprovadas para o SUS. A medida expôs as dificuldades de integrar dois sistemas com estruturas e lógicas distintas.

Segundo especialistas que participaram das discussões promovidas pelo IESS, como o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, a ANATS deve funcionar como um centro de inteligência em saúde — e não apenas como um órgão de incorporação tecnológica. A agência precisa refletir as prioridades da população, respeitar as diferenças entre os setores e avaliar a viabilidade prática de cada decisão.

Referências internacionais e caminhos possíveis

Modelos adotados em países como Canadá, Reino Unido e Austrália mostram que uma estrutura centralizada pode funcionar bem, desde que conte com autonomia técnica, financiamento estável e diálogo contínuo entre os setores público e privado.

“A saúde suplementar precisa de segurança regulatória, mas também de capacidade de inovar. Uma agência única só será bem-sucedida se conseguir equilibrar esses objetivos”, conclui Cechin.

O estudo completo está disponível no site do IESS.

...............................

Por que o número de diagnósticos de autismo está aumentando?

No Brasil, é crescente o debate em torno do número de diagnósticos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Nas escolas, por exemplo, as matrículas de alunos com TEA cresceu 44% de 2023 para 2024, segundo o Censo Escolar 2024, divulgado este mês pelo Ministério da Educação.1 Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, conforme o relatório publicado em abril de 2025, apontam que 1 em cada 31 crianças de 8 anos nos Estados Unidos está no espectro do autismo. Esta é a maior prevalência já registrada na série histórica do CDC, superando a taxa anterior de 1 em cada 36 crianças e correspondendo a mais de 3% da população estudada2.

Esse aumento alimenta a impressão de que o transtorno estaria se tornando mais comum — mas é preciso analisar esse quadro com cautela, pois trata-se de um aumento na prevalência (número total de casos existentes), e não na incidência (número de novos casos). Dados do Censo Brasileiro 2022, informam que mais de dois milhões de brasileiros declararam ter recebido o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autista (TEA). O número (2,4 milhões de pessoas) equivale a 1,2% da população. O dado considera somente quem relatou ter diagnóstico realizado por profissionais de saúde3.

Observa-se que, embora hoje os diagnósticos de transtorno do espectro do autismo sejam mais frequentes do que no passado, os dados disponíveis sugerem que isso pode estar mais relacionado a mudanças importantes tanto no conhecimento sobre o TEA quanto na estrutura de saúde e educação do Brasil, do que a um fenômeno de hiperdiagnóstico. Na base desse fenômeno, podemos identificar:

Critérios diagnósticos mais amplos, abrangendo perfis que antes ficavam fora do espectro, como síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TID-SOE ou PDD-NOS).

Capacitação crescente dos profissionais, permitindo detecção precoce e mais precisa do TEA, facilitando o diagnóstico e o acesso a tratamentos adequados

Maior acesso aos serviços de saúde, que permite que mais crianças e adolescentes sejam avaliados precocemente.

Sensibilização das famílias e sociedade a respeito do tema, promovendo busca ativa por diagnóstico.

A consequência direta desse cenário é o aumento da demanda por atenção e monitoramento especializado, acompanhada por uma expansão dos serviços públicos e privados da oferta de cuidados. Um exemplo relevante é a inauguração recente de unidades municipais de autismo na cidade de São Paulo, que oferece apoio e atendimento especializado a crianças diagnosticadas, marcando um avanço importante no acesso ao cuidado no sistema público.

No setor privado, surgem novos modelos de cuidado, como o das clínicas especializadas que adotam uma abordagem de jornada integral para pessoas com TEA e suas famílias. O formato implementado recentemente pela Dasa em São Paulo, por exemplo, aposta num sistema interdisciplinar integrado: neuropediatras, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, psicopedagogos e psicomotricistas que atuam de maneira articulada, construindo juntos um plano terapêutico individualizado para cada paciente. Além disso, há articulação direta com a escola e suporte estruturado às famílias desde o momento da avaliação, promovendo continuidade e eficiência no tratamento.

A demanda ampliada por diagnósticos trouxe o crescimento e a necessidade de especialização da mão de obra envolvida nessa assistência. O desafio passa a ser garantir não só o aumento do acesso ao diagnóstico, mas principalmente a oferta de um acompanhamento qualificado, efetivo e humanizado, capaz de garantir desenvolvimento e inclusão.

Devemos enxergar esse cenário como um copo cheio: celebrando os avanços conquistados e reconhecendo os esforços contínuos para estruturar uma rede de cuidado mais abrangente, humana e integrada. O transtorno do espectro do autismo, quando identificado precocemente e acompanhado por uma abordagem qualificada, possibilita atuação no desenvolvimento das potencialidades individuais. Nosso compromisso, enquanto sociedade, profissionais da saúde e gestores públicos, deve ser transformar cada diagnóstico em um ponto de partida para uma vida com mais oportunidades, autonomia e respeito.

*Fabiane Minozzo, gerente de práticas assistências da Dasa.

Referências:

1 – AGÊNCIA GOV. Crescem matrículas de alunos com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: www.agenciagov.ebc.com.br. Acesso em: 02 maio 2025.

2- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevalence and Early Identification of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 4 and 8 Years — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 16 Sites, United States, 2022. MMWR Surveillance Summaries, Atlanta, v. 74, n. SS-2, p. 1-20, abr. 2025. Disponível em: www.cdc.gov. Acesso em: 27 maio 2025.

3 – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2022: 2,4 milhões de pessoas de 2 anos ou mais se declararam autistas. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em: agenciadenoticias.ibge.gov.br. Acesso em: 27 maio 2025.

...............................

Assessoria de Comunicação        

Quinta, 03 Julho 2025 06:57

CLIPPING AHPACEG 03/07/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ministério abre adesão ao programa Agora Tem Especialistas

https://medicinasa.com.br/agora-tem-especialistas/

Hospital Evangélico reduz óbitos e custos com gerenciamento de crônicos

https://medicinasa.com.br/hel-cronicos/

Descentralização da saúde reduz hospitalizações, melhora desfechos e desafoga sistemas

https://medicinasa.com.br/descentralizacao-saude/

Crise afeta salários de médicos e Prefeitura de Goiânia faz reunião sobre novos valores

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/crise-afeta-salarios-de-medicos-e-prefeitura-de-goiania-faz-reuniao-sobre-novos-valores-13726523.ghtml

Morte de criança de 2 anos é investigada após família denunciar erro médico

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/morte-de-crianca-de-2-anos-e-investigada-apos-familia-denunciar-erro-medico-13726295.ghtml

Uso de IA nas regras de regulação acelera autorizações para operadoras de planos de saúde

https://revistacobertura.com.br/noticias/tecnologia-servicos/uso-de-ia-nas-regras-de-regulacao-acelera-autorizacoes-para-operadoras-de-planos-de-saude/#:~:text=A%20tecnologia%20est%C3%A1%20contribuindo%20para,operadoras%20de%20planos%20de%20sa%C3%BAde.

Justiça obriga plano de saúde reduzir mensalidade pela segunda vez

https://revistacobertura.com.br/noticias/saude-e-odonto-noticias/justica-obriga-plano-de-saude-reduzir-mensalidade-pela-segunda-vez/#:~:text=A%20a%C3%A7%C3%A3o%20foi%20improcedente%20em,anos%20de%202020%20a%202024.

Antes de vender para os 60+, é preciso escutá-los de verdade

https://epocanegocios.globo.com/colunas/50-vida-e-trabalho/coluna/2025/07/antes-de-vender-para-os-60-e-preciso-escuta-los-de-verdade.ghtml

Especialista fala sobre compliance jurídico no setor médico

https://www.em.com.br/mundo-corporativo/2025/07/7189985-especialista-fala-sobre-compliance-juridico-no-setor-medico.html#google_vignette

Nova resolução da ANS determina prazo de 10 dias para autorização de cirurgias

https://tribunaonline.com.br/saude/nova-resolucao-da-ans-determina-prazo-de-10-dias-para-autorizacao-de-cirurgias-246554?home=esp%C3%ADrito+santo

Plano de saúde terá que informar por escrito motivo para negativa de cobertura; veja outras mudanças

https://www.estadao.com.br/saude/plano-de-saude-tera-que-informar-por-escrito-motivo-para-negativa-de-cobertura-veja-outras-mudancas-nprm/

Família diz que filho de 2 anos morreu após erro no hospital de Goiatuba

https://www.maisgoias.com.br/cidades/familia-diz-que-filho-de-2-anos-morreu-apos-erro-no-hospital-de-goiatuba/

MEDICINA S/A

Ministério abre adesão ao programa Agora Tem Especialistas

Hospitais, clínicas e empresas privadas ou filantrópicas que prestam serviços de saúde já podem se credenciar para participar do programa Agora Tem Especialistas. Criado pelo governo federal, em parceria com estados e municípios, a iniciativa permite que os estabelecimentos que aderirem ao programa ofereçam atendimento especializado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando para reduzir o tempo de espera da população por cirurgias, exames e consultas na saúde pública.

"Qualquer ente privado pode participar do credenciamento", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao reforçar que as unidades de saúde privadas que não têm dívidas com a União também podem participar da iniciativa, em troca de créditos tributários que poderão descontar de seus impostos.

O programa foca em seis áreas prioritárias - oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia -, mas segundo Padilha, poderá ser ampliado, futuramente, conforme a demanda de estados e municípios. Os primeiros atendimentos devem ocorrer a partir de agosto.

"Teremos uma multiplicidade de serviços, baseada na realidade do sistema local e nas necessidades de saúde de cada região e estado", disse o coordenador do programa Agora Tem Especialista, Rodrigo Oliveira.

De acordo com Oliveira, a meta inicial do programa é ofertar 1,3 mil procedimentos com o apoio da rede privada. Para isso, além de ampliar a oferta dos serviços especializados, o programa prevê turnos estendidos nos hospitais da rede pública e em unidades móveis para levar atendimento às regiões mais remotas, como territórios indígenas e quilombolas, entre outras ações, como mutirões aos finais de semana e feriados.

Um primeiro mutirão a cargo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) acontecerá neste sábado (5). Segundo o presidente da estatal vinculada ao Ministério da Educação, Arthur Chioro, os 45 hospitais universitários da rede Ebserh já confirmaram o agendamento de mais de 1 mil cirurgias; 5,6 mil exames e 1,2 mil consultas.

"Nessas mais de 1 mil cirurgias, teremos absolutamente de tudo, e muitas de grande porte, de forma que o volume [número de procedimentos] não representa a importância da oferta que os hospitais universitários federais estão fazendo", explicou Chioro, adiantando que a Ebserh já tem outras duas atividades de esforço concentrado previstas para ocorrer em setembro e dezembro deste ano.

Modalidades

O credenciamento dos hospitais, clínicas e empresas prestadoras de serviços de saúde interessados em participar do programa podem ser feitos em três modalidades.

Na primeira, para a qual o Ministério da Saúde destinará R$ 2 bilhões anuais para que estados e municípios façam a contratação direta das entidades selecionadas, os responsáveis pelos estabelecimentos deverão informar os serviços especializados que estão aptos a oferecer, por região.

"Assim, será criada uma matriz de oferta, que funciona como uma prateleira de serviços em áreas prioritárias para o SUS", explicou a pasta.

"A partir dessa matriz, os gestores municipais e estaduais poderão realizar a contratação de acordo com a necessidade local ou regional. Subsidiariamente, [as entidades parceiras] AgSUS [Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS] e GHC [Grupo Hospitalar Conceição] poderão contratar os estabelecimentos credenciados não aproveitados pelos gestores locais", informou.

Para a segunda modalidade, o ministério vai disponibilizar R$ 2,5 bilhões por ano para a contratação de serviços privados que reforçarão o atendimento nas unidades de saúde públicas ou conveniadas, preenchendo a capacidade ociosa dos estabelecimentos públicos conveniados ao SUS.

"Para garantir mais consultas, exames, cirurgias eletivas e outros procedimentos, [as empresas contratadas] vão disponibilizar profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos. Também poderão ofertar serviços de telessaúde", explicou a pasta, destacando a expectativa de ampliar em duas a três vezes o número de atendimentos especializados realizados nos estados e municípios.

Por fim, na terceira modalidade de convênios, o ministério vai destinar R$ 1 bilhão para a contratação de 150 carretas dotadas de toda a estrutura necessária para a realização de consultas médicas, exames e pequenas cirurgias.

Segundo o ministério, o objetivo é proporcionar a realização de 4,6 milhões de consultas; 9,4 milhões de exames e 720 mil cirurgias para populações vulnerabilizadas de áreas remotas. Nesses casos, as empresas credenciadas deverão oferecer toda a estrutura e prestar o serviço conforme planejamento a cargo da AgSUS, responsável pela contratação. 

........................

Hospital Evangélico reduz óbitos e custos com gerenciamento de crônicos

Cerca de 41% dos R$ 246 bilhões previstos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias para financiar ações e serviços públicos de saúde (ASPS) e garantir o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2025, é destinado para o tratamento de doenças crônicas. Este percentual de gastos com doentes crônicos é similar, tanto no sistema público quanto no sistema privado.

Para reverter este quadro, o Programa Viva Saúde, implementado dentro do Plano Hospitalar, do Hospital Evangélico de Londrina (HE Londrina), encontrou um caminho eficiente, humano e financeiramente sustentável.

Desde o início do programa, em 2023, foram economizados R$ 2,48 milhões (redução mensal de R$ 207 mil), com o tratamento de doentes crônicos, incluindo a melhoria das condições de saúde dos pacientes e, consequentemente, redução de idas ao pronto-atendimento, de exames e de consultas.

Ao todo, a economia chega a R$ 2.031,31 por paciente em um ano. O número de internações caiu e foram menos 11.979 atendimentos de emergência. A estimativa é que 108 óbitos tenham sido evitados apenas em 2025.

O programa – que acompanha ativamente, neste momento, 1.223 pacientes  crônicos apontados como críticos por uma plataforma instalada e que dá suporte aos médicos e enfermeiros – também conseguiu reduzir 2.884 consultas eletivas e mais 23.823 exames eletivos em um ano.

Desde o início do programa Viva Saúde, 72 pacientes de alto risco foram identificados e 60 deles (83,33%), tiveram seu risco diminuído após o início de acompanhamento.

Por ser um Hospital filantrópico, o valor economizado está sendo reinvestido mensalmente em novos serviços, equipamentos de ponta e ampliação do atendimento à comunidade.

Tecnologia, prevenção e cuidado humanizado

O diferencial do programa está na combinação de tecnologia, telemonitoramento, atendimento domiciliar e um cuidado contínuo, personalizado por equipes multiprofissionais. O custo médio anual por paciente crônico caiu de R$ 6.407,12 (antes da implantação do programa) para R$ 4.375,81 – mesmo já considerando o investimento no programa.

As doenças crônicas já são responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil. Metade da população adulta apresenta alguma condição crônica, como diabetes, hipertensão, obesidade, depressão ou doenças cardiovasculares. Mas o Viva Saúde tem mostrado que é possível reverter o agravamento desses casos e garantir mais qualidade de vida.

“A plataforma integra tecnologia, prevenção e uma equipe de cuidados que monitora cada paciente de forma contínua. Isso evita agravos, melhora a qualidade de vida e reduz os custos com tratamentos mais caros”, explica Eduardo Otoni, superintendente da Associação Evangélica Beneficente de Londrina (AEBEL). Segundo ele, estudos mostram que a sobreutilização de recursos diagnósticos e terapêuticos adiciona uma carga financeira significativa ao sistema de saúde.

Além dos 108 óbitos prevenidos, foram 423 internações a menos e 11.979 atendimentos de urgência e emergência prevenidos em um único ano.

A tecnologia utilizada, plataforma PGS/NAGIS, é reconhecida pela International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial. Ela cruza dados clínicos, classifica os pacientes por risco e recomenda ações específicas. Desde janeiro de 2023, mais de 1.700 pacientes foram incluídos no sistema e cerca de 300 já receberam alta.

Resultados acima da média mundial

Enquanto programas de referência internacional como o National Health Service (Reino Unido) e a Kaiser Permanente (EUA) alcançam reduções anuais  de 14% a 17% no risco clínico, o Viva Saúde já atingiu 24,37%. Apenas entre os pacientes de alto risco, 83,33% conseguiram reverter o quadro com o acompanhamento.

Outros indicadores também se destacam:

87,86% dos pacientes aderem às orientações clínicas;

19,94% dos pacientes reduziram o Índice de Massa Corporal (IMC) desde o início do programa (dos 1.414 identificados, 282 reduziram IMC);

20,58% dos pacientes com obesidade (IMC acima de 30) conseguiram reduzir o peso e, com isso, controlar doenças como diabetes e hipertensão. Foram 447 identificados (31,61%) e 92 deles reduziram o peso.

Para Wagner Marques, gestor da Nagis Health, o segredo está na personalização: “O software aprende com os dados e ajuda os profissionais de saúde a adaptar os protocolos de cuidado à realidade de cada paciente. É um cuidado inteligente, humano e de resultado”, detalha.

Um modelo para o SUS

Com resultados comprovados, baixo custo operacional e adesão significativa, o Viva Saúde tem se mostrado uma alternativa viável para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente em cidades de médio porte. “Estamos falando de salvar vidas, evitar sofrimentos e ainda economizar recursos. O sucesso do Viva Saúde mostra que é possível fazer mais e melhor com menos”, conclui Eduardo Otoni.

..............................

Descentralização da saúde reduz hospitalizações, melhora desfechos e desafoga sistemas

Uma mudança de paradigma na gestão da saúde ganha força em diversos países e chega ao Brasil: a descentralização da assistência médica. Um relatório inédito, realizado pela consultoria Frontier View com o apoio da Roche Farma, avaliou os resultados dessa forma de gestão do cuidado no Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica.

De acordo com o levantamento, os benefícios desse modelo são evidentes. O Reino Unido teve redução de 12% nas admissões hospitalares em 2022 em comparação com 2019 — o que representa 800 mil internações a menos —, além de queda de 21% em admissões eletivas e de 9% nas emergenciais. Em Singapura, o programa MIC@Home, que leva o cuidado hospitalar para a casa dos pacientes, poupou 7 mil dias de leito até meados de 2023 e aumentou em 40% as teleconsultas. Já na Holanda, a iniciativa Better@Home gerou uma economia anual de 2 milhões de euros e aumentou o acesso ao cuidado remoto em 20%. Na Bélgica, um projeto-piloto para pacientes com insuficiência cardíaca reduziu as readmissões em 15% e diminuiu o tempo médio de deslocamento em regiões rurais de 45 minutos para 15 minutos.

O conceito de descentralização consiste em organizar os serviços de saúde para que os atendimentos ocorram no ambiente de menor complexidade possível, de acordo com a condição clínica, deslocando parte do cuidado para unidades básicas de saúde, ambulatórios ou até a casa do paciente. É uma proposta que visa aliviar a pressão sobre os hospitais, melhorar o acesso e promover uma experiência mais humana e personalizada no tratamento.

O documento apresenta quatro pilares fundamentais para viabilizar modelos de cuidados descentralizados. São eles a políticas públicas e regulação, conectando diferentes níveis de atenção e setores; tecnologia e dados, essenciais para viabilizar o atendimento fora dos hospitais; infraestrutura, que visa estimular prevenção, cuidado domiciliar e remuneração baseada em valor e desfechos, e capacitação de profissionais e engajamento da comunidade, para fortalecer a rede de apoio ao paciente.

Oportunidade para o Brasil

A descentralização do cuidado é especialmente relevante para o Brasil, país de dimensões continentais, marcado por desigualdades regionais e crescente pressão sobre os estabelecimentos de saúde e seus financiadores. “O debate sobre descentralização é indispensável para redesenhar o acesso à saúde no Brasil, aproveitando os avanços em tecnologia e conectividade. Os resultados internacionais mostram que é possível reduzir internações, melhorar a experiência dos pacientes e otimizar recursos públicos e privados”, afirma Cintia Scala, líder de estratégia de dados em saúde da Roche.

O estudo destaca que o Brasil pode adaptar os aprendizados dessas experiências para construir um modelo integrado e sustentável, considerando suas especificidades. O país já conta experiências importantes, como a Estratégia Saúde da Família, que atua a partir de equipes multiprofissionais em territórios definidos, integrando médicos, enfermeiros e agentes comunitários que conhecem de perto as demandas das comunidades e trabalham de forma preventiva e contínua. Outro exemplo relevante é a utilização histórica de escolas, centros comunitários e outros espaços públicos como pontos de vacinação, o que amplia o acesso e facilita a adesão da população às campanhas.

“Precisamos transformar essas experiências em políticas permanentes e estruturadas, pois são fundamentais para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Ao organizar o cuidado próximo da população e otimizar recursos de forma regionalizada, essas estratégias reduzem pressões desnecessárias sobre hospitais, reduzem internações e promovem o uso mais racional e eficiente dos recursos públicos”, avalia José Gomes Temporão, ex-Ministro da Saúde e pesquisador da Fiocruz.

..................................

TV ANHANGUERA

Crise afeta salários de médicos e Prefeitura de Goiânia faz reunião sobre novos valores

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/crise-afeta-salarios-de-medicos-e-prefeitura-de-goiania-faz-reuniao-sobre-novos-valores-13726523.ghtml

TV ANHANGUERA

Morte de criança de 2 anos é investigada após família denunciar erro médico

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/morte-de-crianca-de-2-anos-e-investigada-apos-familia-denunciar-erro-medico-13726295.ghtml

...................................

REVISTA COBERTURA

Uso de IA nas regras de regulação acelera autorizações para operadoras de planos de saúde

Batizada de "Ymir", tecnologia que usa IA garantiu automação de 95% de uma autogestão

A tecnologia está contribuindo para aumentar a eficiência do setor de autorização de procedimentos de operadoras de planos de saúde. Um "motor de regras", desenvolvido pela Maida Health, para atender a demanda de uma autogestão com 500 mil vidas, garantiu a automação de 95,1% das respostas a pedidos de exames, consultas, internações e outros procedimentos. No total, a plataforma processou 9 milhões de solicitações no primeiro semestre de 2024. Pouco mais de 90% dos pedidos (8,1 milhões) atendiam às regras de uso e foram liberados de imediato. Outros 4,8% eram solicitações equivocadas e foram negadas. Apenas 4,9% dos casos tiveram de ser encaminhados para análise da equipe técnica especializada responsável pelo trabalho.

André Machado

A plataforma usa inteligência artificial e não depende da atuação de equipes de tecnologia para atualização. Em vez disso, o sistema "interage" com bancos de dados da operadora que incluem informações sobre o perfil dos beneficiários, as coberturas garantidas, a utilização do plano e regras de uso. A partir daí, e com uma interface de uso bastante simples, encaminha mensagens automáticas e detalhadas que indicam a autorização, a negação, o bloqueio ou o envio para análise técnica de cada pedido recebido.

"A intervenção humana ainda é essencial, principalmente quando há necessidade de avaliação de um pedido. Mas o ganho de agilidade e a possibilidade de melhorias automáticas, sem necessidade de intervenção do time de tecnologia da operadora, mostram que esse é um novo caminho para quem precisa ganhar eficiência no atendimento sem perder qualidade na prestação do serviço. Claro que sempre é resguardado protocolo técnico e a medicina baseada em evidências, o que traz segurança a todo esse processo", diz o CEO da Maida, André Machado.

No dia a dia, as operadoras convivem com volume gigantesco de pedidos de autorizações. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que em 2023 os 51,4 milhões de beneficiários de planos de saúde brasileiros fizeram mais de 1,7 bilhão de procedimentos (exames, consultas, internações, entre outros). Números referentes a 2024 ainda não foram divulgados. Mas o total de pessoas atendidas pelo setor cresceu - chegou a 52,2 milhões.

Nesse cenário, o desafio das operadoras é preservar a agilidade das autorizações sem aumentar os custos dos processos de avaliação e liberação de cada pedido. Elas precisam ter segurança de que a análise dos pedidos é adequada e não resulta em gastos excessivos, pela liberação de procedimentos de forma equivocada, nem em insatisfação do beneficiário, pelo represamento de demandas que devem ser atendidas.

.........................

Justiça obriga plano de saúde reduzir mensalidade pela segunda vez

Inconformado com os aumentos de mensalidades impostos pela Unimed, o advogado Percival Maricato ajuizou uma ação em 2019, pleiteando a redução de aumentos por cinco anos anteriores (2014 a 2018), de mais de 166% e devolução do que teria sido cobrado abusivamente. A ação foi improcedente em primeira instância e reformada nas superiores. E além da redução da mensalidade, Maricato recebeu devolução dos valores pleiteados, com juros e correção. Os anos se passaram e a Unimed voltou a aumentar mensalidades em 37,88 % correspondentes aos anos de 2020 a 2024. E desta vez, com a inicial elaborada por seu colega de escritório Walter Landio, o advogado voltou ao Judiciário, com os mesmos pedidos: redução da mensalidade e devolução do cobrado irregularmente. E acaba de receber decisão da 45.ª Vara Civil do Fórum Central de São Paulo, dando procedência às duas reinvindicações. Nos anos anteriores ao ajuizamento, a Unimed poderá aumentar o valor segundo a tabela da ANS e por todo o cobrado a mais terá que ser devolvidos ao beneficiário.

Na decisão diz o juiz quanto aos aumentos dispôs que: Logo, não provada a causa justa para a aplicação dos índices de 13,37% no ano de 2021, e de 24,51% no ano de 2023, e diante da discrepância em relação aos índices aplicados pela ANS ao mesmo período, quais sejam, -8,19% e 9,63% (fl. 9), impõe-se a declaração de abusividade, adotando-se, em substituição, o índice admitido pela ANS aos planos individuais, do mesmo período.

.............................

ÉPOCA NEGÓCIOS

Antes de vender para os 60+, é preciso escutá-los de verdade

Seguradora desenvolve produtos exclusivos para o público 60+ a partir de uma imersão real nas necessidades dos adultos mais velhos

No livro "A Revolução Prateada - Ageingnomics ou as oportunidades de uma economia do envelhecimento", os coautores Antonio Huertas e Iñaki Ortega citam dezenas de pesquisas que mostram que o envelhecimento da população é "uma das tendências mais influentes da atualidade".

Ao longo de 240 páginas, eles examinam as oportunidades e os desafios desse fenômeno global, no qual estamos vivendo mais anos com mais qualidade de vida.

Huertas é CEO e chairman global da seguradora espanhola Mapfre - e suas palavras não ecoaram no vazio na empresa que lidera a partir de Majadahonda, nos arredores de Madri.

A filial brasileira, por exemplo, iniciou há alguns anos uma jornada para ouvir, entender as necessidades e oferecer soluções sob medida ao público 60+.

Os primeiros produtos já estão saindo do forno, mas não nasceram de reuniões no sofisticado prédio da empresa, na Avenida Nações Unidas, em São Paulo.

"A gente foi a campo para ouvir, conversar, observar", diz Ivo Kanashiro, 39 anos, superintendente de sustentabilidade da empresa, que me conta sobre a cultura japonesa que aprendeu em casa: ouvir antes de falar.

Em eventos da Coordenadoria da Terceira Idade de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, ele e a equipe ouviram sobre uma dor comum a quem envelhece: manter a independência sem pedir favores nas tarefas cotidianas.

"Então, pensamos: por que não colocamos assistências diferenciadas no seguro residencial para os 60+?", diz Ivo. Instalação de barras de segurança no banheiro e colocação de fitas antiderrapantes são algumas das novidades do produto, que, no momento, está com venda exclusiva para funcionários e familiares. "Estamos colhendo feedbacks e fazendo melhorias antes de levar ao mercado."

Seguindo o mesmo método básico de ouvir antes, nasceu um seguro empresarial voltado para Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).

Neste caso, o laboratório de aprendizado foi a rede Terça da Serra, do Grupo SMZTO, que tem 160 unidades próprias e franqueadas, e espera atingir 210 milhões de reais de faturamento este ano, um crescimento de pouco mais de 30% em relação ao ano passado.

"Foi ouvindo os empreendedores que descobrimos que uma das suas maiores preocupações é com a responsabilidade civil", diz Ivo. Lançado em 2024, o seguro ainda é exclusivo para as unidades do Terça, mas Ivo diz que o momento agora é de escalonamento.

"A gente está disposto a aprender", afirma o executivo, que estudou gestão ambiental na USP. E isso passa também por aculturar a própria equipe da Mapfre para o tema da longevidade, com palestras, debates e celebrações de datas como o Dia do Idoso e o Dia dos Avós.

A investida no público 60+ é parte do Plano Estratégico de Sustentabilidade da seguradora, que está ancorado em meio ambiente, social, governança e negócios. "Nossa estratégia tem propósito", diz Ivo.

No livro "Stage (Not Age): How to Understand and Serve People Over 60 - the Fastest Growing, Most Dynamic Market in the World" ("Etapa, não idade: como entender e atender pessoas com mais de 60 anos - o mercado mais dinâmico e que mais cresce no mundo", em tradução livre), Susan Golden, professora da Stanford Business School, diz que as empresas devem envolver os idosos no design de produtos: "Não é razoável pensar que os jovens entendem os desejos e necessidades de um adulto mais velho". A Mapfre e sua equipe de Sustentabilidade estão no caminho certo.

*Maria Tereza Gomes é jornalista, mestre em administração de empresas pela FEA-USP, CEO da Jabuticaba Conteúdo e mediadora do podcast "Mulheres de 50"

.......................

ESTADO DE MINAS

Especialista fala sobre compliance jurídico no setor médico

A advogada especialista em direito médico, Sarah Figueiredo, analisa o debate sobre riscos financeiros e regulatórios decorrentes de falhas em compliance e governança em saúde. Ela enfatiza a urgência da adoção do direito médico preventivo, com contratos personalizados, políticas de integridade e gestão ativa, frente ao alto índice de judicialização na área da saúde no Brasil e às novas exigências regulatórias nos EUA

Câmara Técnica do Conass intensificou, em 2025, o debate sobre a implementação do Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021–2030, proposta internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltada à redução de danos evitáveis em serviços de saúde. O plano reforça a criação de indicadores estaduais, oficinas práticas e mecanismos de governança para transformar a cultura organizacional dos hospitais e aprimorar a gestão de riscos assistenciais. Essa abordagem priorizaria o fortalecimento de protocolos de prevenção, o que inevitavelmente ampliaria a demanda por assessoramento jurídico institucional, focado em responsabilidade técnica, civil e regulatória.

Paralelamente, um relatório da plataforma VComply revelou que falhas em políticas internas de compliance, má governança contratual e ausência de integração entre departamentos jurídico e clínico estão entre as principais causas de sanções regulatórias e perdas financeiras em instituições de saúde globalmente. Problemas relacionados à privacidade de dados, fraudes em reembolsos, falhas em documentação clínicas e contratos mal redigidos criam um cenário propício à judicialização.

As instituições que vinculam segurança do paciente ao mapeamento jurídico de riscos podem prever falhas críticas e evitar litígios, comenta a advogada e especialista em direito médico, Sarah Georgia de Figueiredo. Ela explica que esse contexto sinaliza a necessidade de adoção urgente de práticas de direito médico preventivo — com ênfase em contratos personalizados, políticas de integridade aplicadas ao setor hospitalar e gestão ativa de riscos legais. “A formalização de contratos com cláusulas preventivas, auditorias jurídicas periódicas e integração entre jurídico e protocolo assistencial é o que garante a sustentabilidade dos hospitais”, afirma.

De acordo com o portal Metrópoles, o Judiciário brasileiro recebe em média 30 novas ações relacionadas à saúde por hora. Sarah argumenta que esse índice alarmante reflete a urgência de adoção do direito médico preventivo em larga escala. Ela defende que a implementação de protocolos legais e contratos bem estruturados podem preservar a reputação das instituições. “O compliance deve estar inserido na rotina das organizações de saúde como ferramenta de gestão e proteção institucional. É preciso prever desde a responsabilidade civil de prestadores até cláusulas específicas de conformidade com normas sanitárias e éticas no ambiente hospitalar”, alerta Sarah.

Sarah Figueiredo, integrante da Comissão Nacional de Direito Médico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secretária-geral da Comissão de Saúde Suplementar da OAB Amazonas e membro da Associação Americana de Direito da Saúde (AHLA), reforça que a ausência de cláusulas bem desenhadas é um dos principais fatores de condenações hospitalares em casos envolvendo erro médico ou omissão institucional. “A responsabilidade civil, os limites técnicos de atuação dos prestadores, a guarda dos documentos médicos, a rastreabilidade de prescrições e os fluxos de consentimento informado devem constar expressamente nos contratos e políticas internas. São dispositivos que funcionam como escudo preventivo frente a ações judiciais ou sanções de órgãos fiscalizadores”, aponta a especialista.

De acordo com uma análise da QX Global Group, os Estados Unidos têm intensificado os mecanismos regulatórios voltados ao setor de saúde. Entre as atualizações mais relevantes estão a ampliação do No Surprises Act para garantir maior transparência na cobrança de serviços médicos, o reforço das normas de cibersegurança para proteção de dados clínicos, a exigência de checagem de antecedentes e a capacitação contínua de profissionais da saúde. Sarah explica que essas atualizações mostram como o compliance em saúde está cada vez mais orientado por um olhar multidimensional. “O No Surprises Act, por exemplo, exige não apenas transparência na relação com o paciente, mas também uma revisão técnica dos contratos, com cláusulas específicas sobre comunicação, cobrança e resolução de conflitos. Esse é o tipo de medida que fortalece tanto a governança clínica quanto a segurança jurídica”, complementa.

Casos de litígio envolvendo médicos contratados diretamente por pacientes também podem evidenciar a necessidade de revisão contratual. Conforme abordado por escritórios especializados, a omissão em definir responsabilidades e critérios de supervisão nos contratos pode expor os hospitais a riscos legais mesmo em relações indiretas. “Conformidade contratual não é luxo, é gestão de risco. A solução está em revisar os vínculos jurídicos de forma preventiva, com cláusulas claras sobre limites de responsabilidade, seguro profissional e critérios de supervisão técnica”, afirma Sarah.

blog jurídico The Legal Designer reconheceu a advogada Sarah Georgia de Figueiredo por sua atuação de destaque no campo do direito médico, indicando-a como uma das principais referências do Brasil em direito médico. Com uma trajetória de mais de dez anos na advocacia, Sarah recebeu reconhecimento formal da Câmara Municipal de Manaus em 2019 como advogada destaque do município, devido aos resultados obtidos em causas estratégicas de direito condominial e bancário. Conforme a matéria do blog, em 2025 o escritório Duk & Figueiredo foi convidado a integrar o Selo Referência Nacional 2025 da Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação (ANCEC), na categoria Ouro, pelo protagonismo do escritório na área da saúde.

Sarah, que foi líder de um projeto de auditoria interna em um hospital do Amazonas e, atualmente, conduz os processos de transformação digital e implementações de estruturas internas de conformidade e governança do escritório Duk & Figueiredo Advocacia, defende a consolidação de programas de direito médico preventivo dentro das rotinas hospitalares. Ela recomenda a implantação de sistemas que integrem avaliação jurídica de riscos, auditorias, treinamentos e uso de tecnologias para gestão contratual. “É urgente que clínicas e hospitais tratem a prevenção jurídica com o mesmo zelo com que tratam a biossegurança. O papel do especialista em compliance médico é estratégico: promover a longevidade das instituições, proteger seus profissionais e garantir um ambiente de atendimento seguro para todos”, finaliza.

.........................................

TRIBUNA ONLINE

Nova resolução da ANS determina prazo de 10 dias para autorização de cirurgias

Beneficiários de planos de saúde que precisam de cirurgias ou internações serão atendidos com mais rapidez.

Continue Lendo

A Resolução Normativa (RN) nº623/2024 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que entrou em vigor na última terça-feira (01), determina que as operadoras aprovem ou neguem as solicitações em até 10 dias úteis. O prazo anterior era de 21 dias. A normativa abrange cirurgias eletivas, procedimentos de alta complexidade e internações eletivas.

A nova resolução vem para evitar agravos à saúde de pacientes, causados por demora excessiva nos retornos às solicitações, explica o presidente da Comissão de Direito Médico da OAB-ES, Eduardo Amorim.

“A nova resolução tenta corrigir uma distorção que existe entre as operadoras ao estabelecer um limite claro de tempo para resposta. É muito comum beneficiários enfrentarem demora excessiva para conseguir autorizações, especialmente de procedimentos de alta complexidade. Em caso de negativa da cobertura, a operadora é obrigada a apresentar os motivos, de forma clara e fundamentada, por escrito e em até 24 horas”.

Além dos novos prazos para resposta, a normativa também determina outras medidas, como atendimento telefônico 24 horas para operadoras de grande porte e geração de protocolo no início de cada atendimento do beneficiário.

Porém, o que muda é o tempo de resposta, não o de garantira de realização da consulta ou procedimento, destaca a advogada especialista em Direito Médico e da Saúde Fernanda Andreão Ronchi.

“O procedimento solicitado deve ser concedido nos prazos estabelecidos pela normativa 566/2022, que dispõe sobre a garantia de atendimento dos beneficiários de plano privado de assistência à saúde no País”.

A advogada também aponta que outras mudanças são necessárias para a melhoria no atendimento dos planos, como simplificação nos processos administrativos.

“É necessário incluir maior uso de tecnologia e padronização dos documentos exigidos pelas operadoras. Muitos beneficiários desconhecem as proteções legais que possuem, sendo que grande parte das queixas envolve atrasos na autorização de exames, de cirurgias e recusa de cobertura para tratamentos ou medicamentos”.

Instituições pedem adiamento

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) defendeu, em nota, o adiamento da normativa 623/2024 por 12 meses, para “garantir ao setor tempo necessário para adaptar sistemas e processos complexos”.

A associação afirma ainda que manifesta preocupação com a ampliação de sanções aplicadas às operadoras “em demandas administrativas que não envolvem atendimento assistencial direto aos beneficiários”.

A entidade também reforça “o compromisso com a sustentabilidade da saúde suplementar, com um ambiente regulatório equilibrado, e com a oferta de um cuidado cada vez mais eficiente e acessível à população”.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) considera que as mudanças definidas pela ANS “qualificam ainda mais o atendimento dos planos de saúde”, mas diz que exigem “complexas alterações operacionais para que a integração dos diferentes canais de atendimento seja feita sem perda da qualidade dos serviços”.

A instituição defende também que “a adoção das novas regras e eventuais sanções pela ANS sejam feitas de forma gradual”, na medida em que a nova norma “mantém aspectos que representam custos para o relacionamento entre as operadoras e seus beneficiários”.

Entenda

O que muda?

A Resolução Normativa nº 623/2024 determina que os planos de saúde aprovem ou neguem solicitações específicas de beneficiários em até 10 dias úteis. O prazo anterior era de 21 dias.

Dentre os pedidos contemplados estão cirurgias eletivas, procedimentos de alta complexidade (PAC) e internações eletivas. A medida foi instituída pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e entrou em vigor em terrirório nacional na terça-feira (01).

Legislação

A Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656/1998) regula o setor no País e é normatizada através de resoluções emitidas pela ANS, que definem aspectos como cobertura obrigatória e reajuste de preços.

Tempo de resposta

A RN 623/2024 determina apenas o tempo de resposta para solicitações específicas, e não os prazos de atendimento integral das coberturas previstas no plano de saúde contratado, discricionados no terceiro artigo da RN 566/2022, publicada no endereço eletrônico www.bvs.saude.gov.br.

Atendimento 24h

Além de prazos claros para resposta, a normativa determina atendimento telefônico 24 horas para operadoras de grande porte, geração de protocolo no início do atendimento e proibição de respostas genéricas às solicitações como “em análise” ou “em auditoria”. Negativas genéricas ou sem justificativa configuram desrespeito à regulação e podem ser objeto de revisão administrativa via ANS.

Negativas por escrito

Em caso de negativa da solicitação, a operadora é obrigada a apresentar, por escrito e em até 24horas, os motivos, de forma clara e fundamentada, para permitir que o beneficiário possa contestar a decisão. Caso os prazos de resposta ou de atendimento não sejam respeitados, o beneficiário pode tomar providências.

Registrando reclamação

É possível registrar uma reclamação diretamente no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da operadora e exigir o cumprimento do prazo, sendo importante guardar o protocolo da solicitação. A documentação detalhada das interações com a operadora é fundamental para o beneficiário.

Procurando ANS

Caso a questão não seja solucionada por vias administrativas com a operadora, o beneficiário pode registrar reclamação através da central telefônica da ANS (0800-701-9656) ou por meio do site oficial da agência: www.ans.gov.br.

Procon ou judicialização

Em situações graves de descumprimento, o beneficiário pode pleitear os direitos junto ao Programa de Proteção de Defesa ao Consumidor (Procon). Também é possível acionar vias judiciais, quando necessário, solicitando medidas urgentes, como liminares para obrigar a execução do procedimento.

........................................

ESTADO DE SÃO PAULO

Plano de saúde terá que informar por escrito motivo para negativa de cobertura; veja outras mudanças

Começaram a valer nesta terça-feira, 1, as novas regras para relacionamento entre as operados e beneficiários de planos de saúde no Brasil, estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As normas estão regulamentadas na Resolução Normativa (RN) nº 623/2024 e buscam garantir respostas mais rápidas, atendimento digital 24 horas por dia e mais transparência em casos de negativas de cobertura.

De acordo com a agência, a medida marca um novo modelo de fiscalização na saúde suplementar, com foco na prevenção de falhas e na promoção de boas práticas. “Antes, a atuação da ANS era predominantemente repressiva. Agora, queremos estimular a resolução dos problemas na origem”, explicou Eliane Medeiros, diretora de Fiscalização da ANS, em nota.

Ainda segundo a instituição, desde 2016, a ANS já possuía regras para esse tipo de atendimento, mas o aumento expressivo das reclamações a partir de 2019 evidenciou a necessidade de revisão.

Assim, a nova resolução estabelece que as operadoras deverão:

Tratar solicitações não ligadas à cobertura de procedimentos; 

Permitir que os beneficiários façam acompanhamento online do andamento de suas solicitações; 

Divulgar, de forma clara, no site da operadora, os canais de atendimento, inclusive da Ouvidoria; 

Fornecer respostas claras e dentro dos prazos determinados pela ANS (veja abaixo); 

Esclarecer por escrito, obrigatoriamente, as razões de negativas de cobertura, mesmo sem o consumidor pedir. 

Medidas passam a valer em 1º de julho e visam garantir agilidade, transparência e qualidade no atendimento. Foto: Adobe Stock

O que muda?

Veja abaixo mais detalhes sobre as principais novidades e como elas podem ajudar os beneficiários:

Prazo para resposta mais claro

Fica reforçado que o plano de saúde deve seguir um prazo para responder conclusivamente se vai autorizar ou não um exame, cirurgia ou outro procedimento. Dessa forma, a operadora não poderá utilizar termos genéricos como “em análise”, “em processamento”, justamente por não atender ao que se espera de uma resposta conclusiva.

Sendo assim, o consumidor deve ser informado de maneira definitiva sobre essas decisões nos seguintes prazos:

Resposta imediata: urgência e emergência; 

Até 10 dias úteis: procedimentos de alta complexidade ou de atendimento em regime de internação eletiva; 

Até 5 dias úteis: aplicável para os demais casos não enquadrados nos anteriores. 

Para as demais solicitações que não se referem à cobertura de procedimento, o prazo de resposta conclusiva é de 7 dias úteis. São os casos de reajuste, cancelamento de contrato, portabilidade, entre outros.

A ANS alerta que o prazo de resposta conclusiva não se confunde com o prazo da garantia de atendimento. Os tempos máximos para a realização de procedimentos não foi alterado.

Por exemplo, se o plano precisar chamar uma junta médica (um grupo de médicos para avaliar o caso), isso pode atrasar a resposta, mas não altera o prazo para fazer o procedimento quando ele for autorizado.

Número de protocolo e acompanhamento

A ANS também reforça que as operadoras são obrigadas a fornecer número de protocolo ou registro ao final do atendimento. Uma novidade é que está garantido que o beneficiário possa acompanhar o andamento da sua solicitação pelo canal indicado pela operadora.

Acesso à negativa de cobertura por escrito 

Outro ponto relevante da nova resolução da ANS é que a operadora deverá informar por escrito as razões para todas as negativas de procedimento, independentemente de solicitação do beneficiário. Esse documento deverá ser disponibilizado pela operadora em formato que permita sua impressão e o beneficiário deve ser informado onde acessá-lo.

Atendimento virtual obrigatório  

Além dos canais de atendimento presencial e telefônico, que já eram obrigatórios, as operadoras deverão oferecer canais eletrônicos de atendimento, disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, acessíveis por site, aplicativo ou outras tecnologias digitais.

Planos terão que mostrar se o atendimento funciona de verdade

A nova norma passa a exigir que a operadora meça a resolutividade dos seus canais de atendimento. A ANS poderá requisitar informações sobre essa medição.

Ouvidoria ganha mais força

A ouvidoria da operadora, que é o setor responsável por ouvir as reclamações dos clientes, também passa a ter um papel mais importante. Ela deve ajudar a verificar se os canais de atendimento estão funcionando bem e reavaliar os pedidos negados pela central de atendimento. As operadoras também precisam facilitar o acesso à ouvidoria.

Reconhecimento às boas práticas

Por último, a ANS passará a reconhecer as operadoras que se destacarem em boas práticas, por meio de metas de excelência e redução do Índice Geral de Reclamações (IGR). O desempenho poderá influenciar, por exemplo, na aplicação de agravantes ou abatimentos nos valores de multas nos processos sancionadores.

Acompanhamento e fiscalização 

Segundo a ANS, a nova regra faz parte de um conjunto de medidas para melhorar a forma como a agência fiscaliza os planos de saúde. “O foco é evitar falhas, atuar preventivamente e induzir melhorias no setor”, diz a agência, em nota.

A fiscalização será feita com base nas ferramentas que a ANS já usa, especialmente na análise das reclamações feitas pelos próprios beneficiários.

Melhorias para o consumidor

De acordo com a advogada Marina Paullelli, coordenadora do programa de Saúde do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), a nova resolução avança na qualidade do atendimento aos beneficiários de planos de saúde, atendendo a uma demanda frequente.

“De modo geral, os consumidores sempre reclamam da dificuldade de atendimento com as operadoras de planos de saúde”, explica. Segundo a advogada, muitas vezes, eles afirmam que não conseguem finalizar uma reclamação por telefone, ou que não obtêm resposta para uma solicitação feita.

“É justamente esse tipo de cenário que essa nova regulação pretende superar. As novas regras são bastante positivas”, aponta.

O Procon Paulistano diz ter recebido neste ano reclamações por demora na autorização de procedimentos, exames ou internações, “o que compromete o acesso oportuno ao tratamento de saúde”, disse em nota.

Já do lado das operadoras, o apoio às novas normas vem com ressalvas. Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que as regras têm como mérito “qualificar ainda mais o atendimento dos planos de saúde, buscando reduzir conflitos”.

No entanto, ressalta que as mudanças exigem alterações operacionais complexas, especialmente no que diz respeito à integração dos diversos canais de atendimento.

“Por isso, a FenaSaúde defende que a adoção das novas regras e eventuais sanções pela ANS sejam feitas de forma gradual”, completa a entidade.

Outras reinvindicações

Marina destaca que, historicamente, os planos de saúde ficam no topo das reclamações que são feitas ao Idec, respondendo a 29,10% do total de queixas que o instituto recebe. Entre os principais temas reclamados estão:

Reajustes abusivos, especialmente em planos coletivos;

Problemas relacionados aos contratos, como dúvidas sobre reembolso, dificuldades no cancelamento;

Práticas abusivas, como rompimento unilateral, exclusão de dependentes e negativa de cobertura.

Para a advogada, apesar dos avanços, ainda é vital que outras práticas do mercado sejam superadas para que a nova resolução da ANS tenha um efeito mais profundo. “Um exemplo são as reclamações sobre reajustes e cancelamentos unilaterais de planos coletivos”, destaca.

No final de junho, a ANS definiu em 6,06% o limite máximo de aumento anual permitido para os planos de saúde individuais e familiares regulamentados no País. Esse limite vale para o período de maio de 2025 a abril de 2026 e se aplica a todos os planos contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

De acordo com o advogado Caio Henrique Fernandes, sócio do escritório Vilhena Silva Advogados, especializado em direito à saúde, esse é o menor reajuste aplicado desde 2008, com exceção do período pandêmico, quando houve, na verdade, um desconto. A medida impacta mais de 8 milhões de beneficiários, o equivalente a 16,4% dos 52 milhões de usuários de planos médicos no País.

No entanto, o reajuste não se aplica aos planos coletivos, como os oferecidos por empresas aos seus funcionários ou contratados por meio de sindicatos e associações. Essas modalidades são a maioria no mercado de saúde suplementar.

Frente à medida, o Idec emitiu um posicionamento, em que questiona a falta de um teto para essa parcela de usuários. “É muito importante que, principalmente na parte dos reajustes, a ANS defina regras para que eles sejam fixados dentro de patamares razoáveis para os planos coletivos”, reforça Marina.

De acordo Fernandes, há casos de reajustes anuais aplicados a planos coletivos com percentuais de 30% a 40%. A boa notícia, segundo o advogado, é que o teto aplicado aos planos individuais poderá servir como parâmetro para combater os reajustes abusivos nos planos coletivos, que correspondem a 80% do mercado.

Isso porque, diz Fernandes, o teto aplicado indica que os estudos da própria autarquia demonstram que é possível reajustar as mensalidades com índices mais baixos. “Nas ações judiciais, solicitamos que as operadoras justifiquem de forma clara como chegaram ao percentual de reajuste aplicado. Caso não haja comprovação, judicializamos para que os valores sejam substituídos pelo índice de 6,06%”, exemplifica.

Ainda assim, a expectativa é de que, em um futuro próximo, sejam definidas regras para este grupo. “Ou uma forma de limitar esses aumentos de maneira mais justa para o consumidor”, defende Marina.

O que fazer caso regras não sejam cumpridas

Em caso de descumprimento das regras, o consumidor pode registrar uma reclamação no Procon. No Estado de São Paulo, por exemplo, o atendimento pode ser feito presencialmente, na sede localizada no Largo do Pátio do Colégio, nº 5, no centro histórico de São Paulo, ou por meio do Atendimento Eletrônico disponível no portal 156.

Também é possível registrar a denúncia diretamente na ANS, acessando o site da agência, no Espaço do Consumidor, clicando em “Canais de Atendimento” ou, se preferir, pelo telefone 0800 701 9656.

................................

MAIS GOIÁS

Família diz que filho de 2 anos morreu após erro no hospital de Goiatuba

Segundo advogado dos pais, dois prontuários conflitantes foram emitidos

Uma família de Goiatuba denuncia que o filho de 2 anos morreu após atendimento em um hospital da cidade. Ele precisou ir à unidade de saúde após colocar, acidentalmente, um grão de milho no nariz e os pais acreditam que houve erro de uma médica durante o procedimento para retirada do corpo estranho. A morte aconteceu em abril deste ano, mas as informações ganharam repercussão neste momento.

Os pais de Ravi de Sousa Figueiredo tentaram retirar o milho em casa, mas, sem conseguir, foram até o Hospital Municipal de Goiatuba. Em um dos relatórios, é dito que a profissional teria utilizado ar comprimido com o paciente deitado de costas e que houve vômito, sem sinais de sangramento. Após cinco minutos, foi feita nova tentativa de retirada do corpo estranho com aparelho de videotoscopia – equipamento com câmera integrada.

À TV Anhanguera, os pais disseram que, após o procedimento, a barriga da criança estava muito inchada, e o menor inquieto e vomitando, ainda no hospital. Eles, contudo, foram para casa, mas Ravi passou mal novamente, retornando ao hospital. Ele foi enviado para Goiânia de ambulância, mas precisou parar em Hidrolândia após piora, onde foi atendido às pressas. Um relatório do local afirma que a criança estava com insuficiência respiratória aguda e foi intubada na sala de emergência. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. As informações foram confirmadas ao Mais Goiás pelo advogado da família, Vinícius Dias.

Vinícius disse, ainda, que foram emitidos dois prontuários em dois momentos distintos, que foram entregues à família. As informações são conflitantes e serão apresentadas à Justiça. “A ação judicial cabível já está finalizada e pronta para ser ajuizada nos próximos dias, visando a responsabilização civil dos envolvidos e a devida reparação pelos danos sofridos pela família, diante da gravidade dos fatos ocorridos.”

Polícia Civil investiga o caso. Conforme laudo da perícia, Ravi estava com um líquido amarelado na cavidade abdominal e uma mancha indicativa de perfuração no estômago. Esta teria sido causada por lesão durante o atendimento no hospital de Goiatuba. “O médico legista disse que o procedimento foi errado. Usaram uma técnica que não é usual, com introdução de uma câmera de ar comprimido nas vias aéreas superiores da criança. Fez com que o ar entrasse com força no pulmão e estômago, provocando o rompimento”, disse o delegado Sérgio Henrique Alves em entrevista à TV Anhanguera.

O Mais Goiás procurou a prefeitura de Goiatuba por e-mail e aguarda retorno.

Nota da defesa da família:

“A família do pequeno Ravi de Sousa Figueiredo, de apenas dois anos, falecido após atendimento no Hospital Municipal de Goiatuba, está sendo representada judicialmente pelo advogado Dr. Vinícius dos Santos Dias, inscrito na OAB/GO sob o nº 39.873, atuante na comarca de Goiatuba, interiores e também na capital, Goiânia/GO.

Segundo o advogado, a ação judicial cabível já está finalizada e pronta para ser ajuizada nos próximos dias, visando a responsabilização civil dos envolvidos e a devida reparação pelos danos sofridos pela família, diante da gravidade dos fatos ocorridos.

No bojo da referida ação, será requerido o envio de ofício ao Conselho Regional de Medicina (CRM) ao qual estão vinculadas as médicas envolvidas, a fim de que sejam adotadas as medidas administrativas e disciplinares cabíveis. Embora o procedimento médico principal tenha sido realizado por uma profissional, consta nos autos a existência de dois prontuários distintos elaborados no mesmo dia, sendo que um deles, possivelmente adulterado, teria sido confeccionado por outra médica, que igualmente deverá responder por seus atos caso sejam confirmadas as irregularidades no decorrer da instrução processual.

O advogado também informa que, por orientação profissional e em respeito à dor dos pais da criança, não serão divulgados outros detalhes técnicos do processo neste momento, justamente para não comprometer a boa condução dos trabalhos judiciais e preservar a integridade da ação a ser ajuizada.“

..............................................

Assessoria de Comunicação        

Quarta, 02 Julho 2025 06:54

CLIPPING AHPACEG 02/07/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Dia do Hospital: Quem cuida também precisa ser cuidado

https://medicinasa.com.br/dia-do-hospital/

Os cinco maiores “ralos financeiros” que afetam as clínicas médicas

https://medicinasa.com.br/ralos-financeiros/

Por que o paciente deve estar no centro da transformação digital

https://medicinasa.com.br/patient-included/

Revolução digital na saúde: um olhar para 2025

https://jornaldobras.com.br/noticia/77055/revolucao-digital-na-saude-um-olhar-para-2025

Médicos Brasileiros Poderão Exercer A Medicina No Texas Sem Repetir Residência

https://jornaldobras.com.br/noticia/77252/medicos-brasileiros-poderao-exercer-a-medicina-no-texas-sem-repetir-residencia

'Hospital das despedidas': primeira unidade de cuidados paliativos do SUS completa seis meses com mais de 700 pacientes atendidos

https://g1.globo.com/ba/bahia/saudenabahia/noticia/2025/07/02/hospital-das-despedidas-primeira-unidade-de-cuidados-paliativos-do-sus-atendimento.ghtml

Prefeitura de Goiânia quer reduzir em 30% o valor dos plantões de médicos da rede municipal

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/prefeiura-de-goiania-quer-reduzir-em-30-o-valor-dos-plantoes-de-medicos-da-rede-municipal-13723512.ghtml

MEDICINA S/A

Dia do Hospital: Quem cuida também precisa ser cuidado

Por Anis Ghattás Mitri Filho

Hospitais são mais do que prédios com equipamentos e profissionais em plantão. São estruturas vivas que operam diariamente no limite para garantir o cuidado de milhões de brasileiros. Neste 2 de julho, Dia do Hospital, é necessário mais do que celebração: é preciso reconhecer os desafios profundos enfrentados por essas instituições e, acima de tudo, os caminhos possíveis para fortalecê-las.

No imaginário coletivo, o hospital é o lugar da urgência, da cirurgia, do nascimento e da recuperação. Mas, na prática, ele também é o ponto de chegada de um sistema que muitas vezes falha em garantir atenção básica resolutiva, acompanhamento de doenças crônicas e acesso ágil a exames. O resultado é previsível: unidades sobrecarregadas, filas crescentes e equipes que fazem muito com pouco.

Apesar de sua importância, os hospitais convivem com um cenário de subfinanciamento persistente, insegurança regulatória, alta rotatividade de normas e exigências burocráticas que dificultam a gestão eficiente. Em muitas cidades, especialmente no interior, a unidade hospitalar local é a única referência de cuidado e, mesmo assim, sobrevive com margens financeiras apertadas, contratos defasados e pressões crescentes.

É preciso tratar essa realidade com seriedade. Valorizar os hospitais não é defender interesses corporativos. É reconhecer que não existe acesso digno à saúde sem serviços estruturados, profissionais valorizados e financiamento compatível com a complexidade da assistência. É compreender que sustentabilidade hospitalar não se resolve apenas com repasses pontuais ou medidas de curto prazo, mas com políticas públicas consistentes, diálogo federativo e foco em qualidade e resultados.

Também é hora de rever a forma como regulamos e contratualizamos os serviços. Precisamos de pactos mais justos entre gestores públicos, operadoras, prestadores e sociedade. E, acima de tudo, de escuta qualificada para que quem está na linha de frente possa contribuir com soluções.

Neste Dia do Hospital, o melhor gesto que governos, legisladores e formadores de opinião podem fazer é olhar com atenção para quem sustenta a assistência na prática. Cuidar dos hospitais é cuidar de quem cuida da população. Que este seja um ponto de partida para um debate mais sério, menos retórico e mais comprometido com a saúde como direito e não apenas como promessa.

*Anis Ghattás Mitri Filho é presidente da AHOSP (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo).

............................

Os cinco maiores “ralos financeiros” que afetam as clínicas médicas

A gestão de um consultório ou clínica médica demanda alguns cuidados que, se não observados, podem resultar em perda de dinheiro. São os chamados “ralos financeiros”. Para “tapar” esses ralos e cessar o desperdício de recursos, é preciso, primeiro, conhecer onde estão tais vazamentos. E, imediatamente, buscar assessoria especializada, capaz de combinar os conhecimentos em contabilidade com as especificidades dos negócios em saúde.

Mas, enfim, que “ralos” são esses? A especialista em planejamento tributário Julia Lázaro, fundadora e CEO da fintech Mitfokus, e o supervisor financeiro Nilson Gabriel Andrade Barbosa enumeram pelo menos cinco ralos financeiros a impactar os negócios em saúde.

Os especialistas explicam a metáfora: “ralo financeiro é tudo aquilo que faz o dinheiro ‘escorrer’ da clínica, sem que os gestores percebam de imediato. Assim como um ralo mal vedado deixa a água escapar, esses problemas fazem os recursos financeiros sumirem aos poucos, ou até rapidamente, prejudicando o resultado final”.

Na prática, continuam, “são gargalos na gestão, falhas de processos ou omissões que impactam diretamente o caixa, afetam a saúde financeira do negócio”. Assim, os cinco maiores ralos financeiros que afetam consultórios e clínicas são:

Faturamento – Julia Lazaro explica que estão nesse item a não renegociação com convênios, as glosas (não cobertura de algum item pela operadora de saúde) e a não cobrança, dos convênios, de materiais e medicamentos. Ou seja: deixa-se de obter receitas imprescindíveis para a sustentabilidade do negócio.

Tesouraria – Aqui, está a falta de capital de giro e de controle do fluxo de caixa. Antecipar recebíveis de cartão e não fazer a conciliação da maquininha de cartões estão entre fatores a contribuírem para o escoamento de dinheiro.

Impostos – Deixar de fazer um planejamento tributário especializado é desperdício de dinheiro na certa, adverte a especialista. “O médico deixa de aproveitar benefícios fiscais, que só uma contabilidade especializada consegue identificar com precisão, e paga mais tributos do que o que deveria”. Ou, pior, ter bitributação.

Compras e estoque – Nesse ralo está o hábito de comprar em pequena quantidade parcelada, de não aplicar técnicas de negociação de compras e não controlar estoque.

Gestão de pessoas – Rotatividade do quadro de colaboradores, não preparar para prestar bom atendimento e falta de comissionamento estruturado e de engajamento com na clínica podem afetar o desempenho do consultório e clínica e, consequente, sua receita e rentabilidade.

Na avaliação de Julia Lázaro, esses ralos surgem e se expandem quando o profissional foca exclusivamente na prestação do serviço médico. Isso é fundamental, entretanto a gestão do negócio também deve merecer atenção, cuidado aprimorado. “Às vezes, até há um administrador, porém sem o conhecimento especializado necessário para clínicas”, conclui.

.................................

Por que o paciente deve estar no centro da transformação digital

Por Loraine Burgard

O avanço da tecnologia trouxe importantes transformações para a medicina na última década, o que nos leva a crer que o futuro da saúde será, sem dúvidas, digital. A Internet das Coisas (IoT) e o uso da Inteligência Artificial (IA) já estão sendo integrados aos equipamentos e sistemas de saúde e devem moldar profundamente o setor em escala global.

Mas… e os pacientes?

Nesse movimento cada vez mais tecnológico e inovador, não podemos esquecer que o paciente continua sendo humano, e é ele quem deve estar no centro de cada atendimento, consulta e exame.

Muito se discute sobre o impacto dessas inovações na rotina dos profissionais de saúde, na estrutura hospitalar e em todo o ecossistema da saúde. No entanto, é preciso incluir a experiência do paciente como elemento essencial na avaliação e no planejamento de qualquer serviço de saúde.

Um conceito conhecido como “Patient Included” evidencia justamente essa necessidade: a inclusão ativa e significativa dos pacientes em todas as etapas dos processos de saúde. Esse conceito está ligado a uma abordagem chamada Medicina Participativa, que reforça o protagonismo do paciente no cuidado com sua própria saúde.

Embora esse termo ainda seja pouco difundido no Brasil, representa uma tendência poderosa, que conversa diretamente com o comportamento atual dos brasileiros.

A pesquisa Saúde do Brasileiro de 2023 revelou que 45% da população utiliza a internet como primeiro recurso para buscar informações sobre saúde, e 20% pesquisam sintomas em sites de busca antes de procurar ajuda profissional. Isso mostra que os pacientes estão chegando aos consultórios munidos de dados, dúvidas e, muitas vezes, hipóteses sobre seu estado de saúde.

Esse empoderamento precisa ser aproveitado. E acredito que o caminho está em transformar o paciente em parceiro ativo de seu cuidado, aproveitando sua curiosidade e engajamento para garantir um tratamento mais eficaz e participativo. A combinação da tecnologia com a expertise do profissional de saúde e o envolvimento do paciente representa uma tríade poderosa para o futuro da medicina.

Quando fazemos um recorte para a telemedicina, ter o paciente no centro do atendimento torna-se ainda mais essencial para garantir que a tecnologia atenda verdadeiramente às necessidades humanas. Em cabines de teleatendimento, por exemplo, que contam com a presença de uma enfermeira, é possível oferecer um atendimento com escuta ativa, empatia e personalização do cuidado.

Não tenho dúvidas de que quando o paciente é tratado como protagonista — compreendido em sua individualidade, contexto social e expectativas — há maior engajamento com o tratamento, mais clareza nas decisões compartilhadas e melhores resultados clínicos. Além disso, incluir o paciente ajuda a construir confiança na relação digital, promovendo uma experiência mais positiva e eficaz, mesmo à distância. Afinal, quem melhor que a própria pessoa para entender e cuidar de seu corpo?

*Loraine Burgard é founder da H.ai.

...............................

JORNAL DO BRÁS

Revolução digital na saúde: um olhar para 2025

Por Miguel Gomes, CEO do Grupo Vivhas**

Com a melhoria da conectividade e a automação dos serviços, a tecnologia tornou-se indispensável no setor da saúde. Estamos presenciando uma verdadeira revolução com aplicativos e dispositivos vestíveis, como smartwatches e anéis inteligentes, que monitoram nossa saúde continuamente. Esses aparelhos, em rápida evolução, são capazes de detectar anomalias, emitir alertas e fornecer recomendações em tempo real, ajudando a prevenir doenças graves.

Sistemas de aprendizado de máquina estão sendo utilizados para recomendar tratamentos terapêuticos baseados em protocolos e evidências científicas, permitindo ajustes conforme o histórico individual de cada paciente. Isso resulta em tratamentos mais eficazes.

Além disso, organizações de saúde estão aproveitando essas tecnologias para otimizar a gestão de clínicas e hospitais. Ao personalizar e tornar a administração mais eficiente, estas tecnologias ajudam a reduzir custos e enfrentar desafios.

Soluções do sistema de gestão hospitalar já estão customizadas para atender também a clínicas de pequeno e médio porte, impulsionando o crescimento desses negócios, graças à sua implementação ágil, custo-benefício atrativo e suporte especializado garantido.

Para oferecer inovação às instituições, os sistemas disponíveis no mercado se adaptam à infraestrutura existente de cada organização em um tempo reduzido e com custo acessível. Dessa forma, é possível adotar soluções transacionais especializadas para atender às demandas táticas e estratégicas das instituições.

A automação na gestão hospitalar, que inclui processos como agendamentos, faturamento, controle de estoque, triagem de pacientes e gestão de centros cirúrgicos, representa um avanço significativo ao diminuir a burocracia envolvida.

No contexto da evolução da saúde digital, a inteligência artificial e a automação permitem analisar grandes volumes de dados, otimizando o trabalho em hospitais e clínicas. Os sistemas de aprendizado de máquina recomendam tratamentos baseados em protocolos e evidências científicas, personalizando-os para cada paciente. Isso garante que cada pessoa receba o tratamento mais adequado para sua condição.

Outro ponto importante são as plataformas integradas, que promovem o compartilhamento eficiente de informações entre médicos, laboratórios, hospitais e pacientes. Com isso, há um aumento da segurança e da eficiência no atendimento.

Nos últimos cinco anos, a população obteve maior acesso a serviços de saúde que anteriormente eram restritos. Nesse cenário, é possível afirmar que tanto o Brasil quanto a América Latina se beneficiam das tecnologias para democratizar e facilitar a aproximação da população aos serviços de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento imediato de doenças.

Em 2025, o mercado de saúde estará ainda mais conectado, tecnologicamente avançado e focado em resultados. A combinação de inteligência artificial, medicina de precisão, telemedicina e modelos de pagamento baseados em valor promete revolucionar a prestação e o financiamento dos cuidados de saúde.

Além disso, a saúde mental e a sustentabilidade permanecerão como temas centrais, destacando a necessidade de um setor que, ao mesmo tempo, enfrenta desafios de infraestrutura e mantém o ser humano - pacientes, famílias e profissionais - como prioridade.

**Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere. Com mais de 40 anos de experiência, é um dos mais importantes executivos do país. Formado em Administração pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) e pós-graduado em Sistemas de Informação pela Fundação Santo André, o executivo acumula passagens por empresas como Unilever, Pirelli, Ibersis e Itteligence.

.......................................

Médicos Brasileiros Poderão Exercer A Medicina No Texas Sem Repetir Residência

Especialista orienta profissionais brasileiros a aproveitarem essa nova oportunidade com segurança jurídica e migratória

Estados Unidos acaba de abrir uma nova porta para médicos estrangeiros: o Texas sancionou oficialmente a DOCTOR Act, lei que autoriza profissionais formados fora dos EUA a exercer a medicina no estado sem necessidade de residência americana prévia.

A nova legislação, que entra em vigor em 1º de setembro de 2025, cria uma licença provisória de dois anos, permitindo que médicos com qualificação internacional possam trabalhar sob supervisão em hospitais, clínicas e instituições com programas de residência no Texas. Ao final desse período, há ainda a possibilidade de transição para a licença médica completa.
O impacto é direto: os Estados Unidos, que enfrentam uma escassez crescente de profissionais de saúde, reconhecem agora a importância de integrar médicos estrangeiros ao sistema, de forma regulamentada e estruturada.

O que muda com a nova licença?

Durante os dois anos de validade, médicos estrangeiros poderão:
 

Atuar legalmente em hospitais, clínicas e centros com programas de residência

Trabalhar sob supervisão de um médico licenciado nos EUA

Ingressar no sistema de saúde com visto de trabalho patrocinado pelo empregador (sponsor)

Solicitar o licenciamento completo ao fim do período provisório, se cumpridos os requisitos

 As diretrizes detalhadas serão divulgadas até 1º de janeiro de 2026, mas o momento de se preparar é agora.

Quem pode se beneficiar?
A nova licença não está aberta para qualquer profissional. Há critérios claros definidos pela legislação, como:

Diploma médico reconhecido

Residência concluída fora dos EUA

Licença ativa no país de origem

Certificação ECFMG - documento essencial que valida a formação do médico estrangeiro para exercer a medicina nos Estados Unidos, emitido pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates

Aprovação nos Steps 1 e 2C - exames do USMLE (United States Medical Licensing Examination) que avaliam conhecimentos médicos, raciocínio clínico e habilidades práticas exigidas nos EUA

Oferta de emprego nos EUA (com sponsor de visto)

Autorização legal para trabalhar nos EUA

Outros estados já adotaram medidas semelhantes

A iniciativa do Texas segue um movimento que vem ganhando força nos Estados Unidos. Tennessee e Flórida já aprovaram legislações que permitem a atuação de médicos formados no exterior sem a exigência de nova residência médica, diante da crescente escassez de profissionais.
“A aprovação no Texas confirma uma tendência e outros estados devem seguir. Isso reforça que o médico brasileiro tem hoje um caminho legítimo e em expansão para atuar nos EUA,” afirma o Dr. Vinicius Bicalho, advogado especializado em imigração, CEO e fundador da Bicalho Consultoria Legal

Visão do especialista: planejamento é o diferencial entre oportunidade e frustração

Nesse novo cenário, o médico precisa de um suporte jurídico completo do sponsor ao visto, da validação documental à orientação para atuação, para acessar essa nova via com segurança.
Segundo Dr. Vinicius Bicalho, essa medida não representa apenas uma mudança legal, mas uma transformação concreta das possibilidades de carreira médica internacional.
“O que está sendo criado no Texas é uma rota real, legítima e promissora para o médico brasileiro que já tem uma base sólida de formação e quer expandir sua atuação para os Estados Unidos. Mas é preciso entender que essa não é uma porta aberta para qualquer perfil, é uma oportunidade que exige preparação técnica, jurídica e estratégica”, explica.
Dr. Vinicius Bicalho destaca que muitos profissionais perdem grandes chances por desinformação ou por iniciarem o processo sem o suporte adequado. “Ter os requisitos em dia é o primeiro passo. O segundo, e mais decisivo, é estruturar a aplicação com segurança jurídica, selecionar corretamente o sponsor, alinhar expectativas migratórias e profissionais. E isso não se faz sozinho.”
Para ele, quem começa agora sai na frente, já que as regras complementares da licença serão divulgadas até janeiro de 2026, e os empregadores já estarão à procura de candidatos organizados e elegíveis. “Esse é o momento de agir com foco, responsabilidade e clareza. O Texas está mostrando que o sistema americano está pronto para acolher talentos, desde que eles cheguem bem orientados.”

Mercado brasileiro saturado reforça a urgência de buscar alternativas
Enquanto o Texas cria alternativas para atrair talentos médicos, o cenário brasileiro caminha na direção oposta. Dados do estudo Demografia Médica 2025 divulgado pela USP, revelam que o número de médicos no Brasil deve dobrar até 2035, ampliando a concorrência e pressionando ainda mais o mercado.
Em 2012, o salário médio de um médico no Brasil era de R$ 39 mil. Dez anos depois, esse valor caiu para R$ 36 mil, sem qualquer correção pela inflação, que no período acumulou 91%. Ou seja, houve perda real de poder de compra, mesmo com a alta demanda por serviços de saúde.
Paralelamente, o número de cursos de medicina disparou: em 2004 eram 143 e chegaram a 448 em 2024. Com cada vez mais profissionais entrando no mercado e sem estrutura para absorver todos, a consequência é um cenário de saturação, com aumento da concorrência, queda na remuneração e poucas perspectivas de crescimento sustentável.
“Cada vez mais médicos, menos oportunidades, salários estagnados. O momento exige visão estratégica e apoio especializado”, reforça Dr. Vinicius Bicalho.

Como a Bicalho Consultoria Legal pode ajudar

Com forte atuação em imigração para os Estados Unidos, a Bicalho Consultoria Legal é referência no suporte jurídico para brasileiros que desejam expandir suas carreiras internacionalmente.
A Bicalho Consultoria oferece uma análise individualizada para médicos brasileiros com interesse em atuar nos EUA, com foco nos requisitos da nova lei e na viabilidade migratória real.
“Essa legislação representa uma virada de chave. Mas para aproveitá-la, é fundamental compreender os critérios e organizar a documentação com antecedência”, afirma o Dr. Vinicius Bicalho.
A Bicalho atua desde o diagnóstico da elegibilidade até a elaboração da estratégia migratória, passando pela análise do perfil, alinhamento com a legislação estadual e estruturação do pedido de visto com respaldo jurídico.
“Nosso papel é garantir que o médico brasileiro chegue aos Estados Unidos com base legal sólida, clareza sobre o caminho e segurança para avançar com foco na sua carreira”, reforça Dr. Vinicius.

Sobre a Bicalho Consultoria Legal
A Bicalho Consultoria Legal é uma empresa com ampla experiência em processos migratórios para os Estados Unidos, com escritórios no Brasil, em Portugal e nos EUA. Oferece soluções para empresas, empreendedores e profissionais liberais, que incluem assessoria jurídica, consultoria nas áreas empresarial, tributária e trabalhista, além de planejamento patrimonial, auxiliando na internacionalização de negócios e carreiras. A consultoria conta com uma equipe experiente e multidisciplinar de profissionais.

Quem é Vinícius Bicalho
Advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal;
Sócio fundador da Bicalho Legal Consulting P.A.;
Mestre em direito nos EUA pela University of Southern California;
Mestre em direito no Brasil pela Faculdade de Direito Milton Campos (MG);
Membro da AILA – American Immigration Lawyers Association;
Responsável pelo Guia de Imigração da AMCHAM;
Professor de Pós-graduação em direito migratório;
O único advogado brasileiro citado recentemente na lista dos “confiáveis" do New York Times.

................................

PORTAL G1

'Hospital das despedidas': primeira unidade de cuidados paliativos do SUS completa seis meses com mais de 700 pacientes atendidos

Unidade possui 70 leitos, no bairro Monte Serrat, em Salvador. Internação é feita por meio da Central Estadual de Regulação.

O primeiro e único hospital dedicado aos cuidados paliativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) completou seis meses de atividade na terça-feira (1º), em Salvador, com um histórico de mais de 700 pacientes atendidos.

Conhecida como "hospital das despedidas", a unidade de saúde fica em um casarão do século 19, no bairro Mont Serrat, na região da Cidade Baixa. No local, antes funcionava o Hospital Couto Maia – especializado em doenças infectocontagiosas.

Em 2019, o imóvel chegou a ser ocupado por famílias e movimentos sociais, mas acabou reintegrado e ganhou novo sentido desde janeiro deste ano, com a inauguração do Hospital Mont Serrat.

Atualmente, a estrutura oferece 70 leitos clínicos de enfermaria, sendo 7 pediátricas e 63 para adultos. Destes, 57 seguem ocupados.

Construída a partir de uma parceria entre os governos da Bahia e Federal, a unidade integra os investimentos da Política Nacional de Cuidados Paliativos, implementada pelo Ministério da Saúde no ano passado.

São 344 colaboradores e 86 médicos, o que permite o atendimento de mais de 2 mil paciente por mês, em diversas especialidades. Confira as áreas de cobertura:

cardiologia;

anestesia;

infectologia;

nefrologia;

neurologia;

psiquiatria;

pneumologia;

gastroenterologia;

nutrologia;

pneumologia;

unidades específicas para terapia da dor e apoio ao luto.

As pessoas atendidas no local moram em Salvador e Região Metropolitana (RMS) e são encaminhadas, via Central Estadual de Regulação, de hospitais e unidades de pronto atendimento.

Trata-se de pacientes que buscam melhorar a qualidade de vida e atenuar sintomas de doenças graves ou que não têm cura. Entre os grupos que podem ser acolhidos no hospital estão:

pacientes em cuidados paliativos de fim de vida;

idosos com quadros de demência grave;

portadores de sequelas neurológicas severas;

pacientes com doenças oncológicas avançadas.

Segundo as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), entidade que administra a instituição de saúde, eles costumam ficar, em média, 10 dias na unidade.

Lá, além de poder contar com a companhia dos familiares durante o atendimento, essas pessoas encontram infraestrutura como:

ambulatórios;

serviços de bioimagem;

laboratório;

telemedicina;

além de suporte de ensino e pesquisa para capacitação dos profissionais internos e externos das unidades de saúde.

................................

TV ANHANGUERA

Prefeitura de Goiânia quer reduzir em 30% o valor dos plantões de médicos da rede municipal

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/prefeiura-de-goiania-quer-reduzir-em-30-o-valor-dos-plantoes-de-medicos-da-rede-municipal-13723512.ghtml

........................

Assessoria de Comunicação        

Terça, 01 Julho 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 01|07|25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Evento do CFM debate o impacto da espiritualidade na saúde do paciente

https://news.conect.company/news-1751308226499-14093/

Médico influenciador Gabriel Almeida recebe punição do Cremeb por quebra do Código de Ética Médica

https://www.bahianoticias.com.br/noticia/306098-medico-influenciador-gabriel-almeida-recebe-punicao-do-cremeb-por-quebra-do-codigo-de-etica-medica

59% das UBSs no Brasil operam com apenas um médico

https://liberal.com.br/brasil-e-mundo/brasil/59-das-ubss-no-brasil-operam-com-apenas-um-medico-2417825/

Mabel anuncia retomada de cirurgias cardíacas infantis pelo SUS em Goiânia

https://www.aredacao.com.br/noticias/235462/mabel-anuncia-retomada-de-cirurgias-cardiacas-infantis-pelo-sus-em-goiania

Paciente é presa suspeita de chamar enfermeira de ‘macaca’ e ‘preta velha’, diz secretaria

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/06/30/paciente-e-presa-suspeita-de-chamar-enfermeira-de-macaca-e-preta-velha-diz-secretaria.ghtml

Se há diagnóstico, por que ainda estamos internando as pessoas?

https://medicinasa.com.br/doenca-diagnosticada-internacao/

Observabilidade: uma forte aliada à segurança da nuvem hospitalar

https://medicinasa.com.br/nuvem-hospitalar/

Cibersegurança com IA: invasões bárbaras na Saúde

https://www.saudebusiness.com/colunistas/ciberseguranca-com-ia-invasoes-barbaras-na-saude/

PORTAL CFM

Evento do CFM debate o impacto da espiritualidade na saúde do paciente

A religiosidade e a espiritualidade podem afetar as condições de saúde e de adoecimento dos pacientes? Este foi o grande debate realizado na mesa redonda “Medicina e Espiritualidade em Foco”, que debateu dois temas: “Conceito e evidências o impacto da espiritualidade em saúde”, apresentado pelo cardiologista Álvaro Avezum Junior, e “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, debatido pelo psiquiatra Alexander Moreira de Almeida.

O evento já está disponível na página do CFM no YouTube. Acesse AQUI.

Em sua fala, o cardiologista Álvaro Avezum apresentou vários estudos que comprovam como a espiritualidade pode melhorar a saúde de cardiopatas. Um desses estudos, avaliou 12 fatores relacionados ao infarto e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo que dois, o estresse e a depressão, estão relacionados à espiritualidade.

“Essa pesquisa mostrou que esses dois fatores são responsáveis por 32% dos infartos no mundo. Sendo que no Brasil este percentual é de 44%. Ou seja, além de marcadores como genética e hábitos saudáveis, questões relacionadas à espiritualidade podem contribuir, e muito, para a prevenção de cardiopatias”, argumentou. Outro estudo, com enfermeiros americanos, mostrou que a religiosidade estava relacionada a redução de 30% da mortalidade desses profissionais. Acesse a apresentação cfm.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Saude_espiritualidade_Dr.-Alvaro-Avezum-Junior.pdf”>AQUI.

Álvaro Avezum também ressaltou a necessidade da construção de evidências científicas sobre o papel da espiritualidade nos processos de cura. Para que esse conhecimento seja construído, ele propôs alguns passos, como a investigação, a confluência de saberes e a elaboração de hipóteses científicas. “A ciência pode elucidar a nossa prática clínica baseada na espiritualidade”, afirmou.

Ao falar sobre “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, o psiquiatra Alexander Moreira de Almeida também elencou vários estudos sobre o impacto da espiritualidade na saúde das pessoas.

Um desses estudos, que acompanhou 90 mil americanos por 14 anos, mostrou que quem tinha alguma religiosidade teve uma mortalidade por suicídio seis vezes menor do que quem não tinha nenhum acompanhamento espiritual. Outro estudo, realizado com pacientes em hemodiálise, mostrou que pessoas com alguma religiosidade suportavam melhor o tratamento e eram mais felizes. Acesse a apresentação cfm.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Saude_espiritualidade_Alexander-Moreira-de-Almeida.pdf”>AQUI.

O psiquiatra destacou que a espiritualidade não vai substituir o tratamento convencional “são abordagens integradas”. Também sugeriu que os médicos, ao realizarem a anamnese, façam a coleta histórica espiritual do paciente, procurando saber mais sobre a fé e a crença religiosa, a importância que o paciente dá ao apoio espiritual, se faz parte de comunidades de apoio e quais ações está disposto a empreender em busca da saúde. “Além disso, é preciso incentivar abordagens colaborativas e virtudes como o perdão e a generosidade”, afirmou.

Os dois palestrantes enfatizaram que a espiritualidade não deve ser confundida com religiosidade e que devem ser feitos mais estudos para corroborar o que muito médicos já vivenciam em suas práticas clínicas.

................................

BAHIA NOTÍCIAS

Médico influenciador Gabriel Almeida recebe punição do Cremeb por quebra do Código de Ética Médica

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) aplicou sanção disciplinar de censura pública em publicação oficial ao médico Dr. Gabriel Almeida. A medida divulgada nesta segunda-feira (30) afirma que o influenciador infligiu quatro artigos do Código de Ética Médica. Acumulando mais de 500 mil seguidores, Gabriel Almeida é conhecido nas redes sociais por receitar Mounjaro como receita de emagrecimento.

Conforme o aviso do Cremeb, a penalidade foi comunicada em aviso oficial datado de 16 de junho de 2025, assinado pelo presidente do Conselho, Otávio Marambaia dos Santos.

Segundo o texto, a sanção foi decidida com base no Processo Ético-Profissional pelo Tribunal Superior de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, que reconheceu infrações ao Código de Ética Médica.

A infração foi enquadrada nos seguintes artigos do Código de Ética Médica:

Artigo 11
Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de  seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.

Artigo 21
Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte

Artigo 80
Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.

Artigo 87
Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.

Segundo o Código de Ética Médica, esse tipo de penalidade representa a segunda entre as cinco previstas, sendo mais grave que a advertência confidencial e menos grave que a suspensão do exercício profissional.

..........................

O LIBERAL

59% das UBSs no Brasil operam com apenas um médico

Cerca de 59,4% (26,6 mil) das UBSs (unidades básicas de saúde) do Brasil operaram com apenas um médico em 2024, e 65,8% (29,5 mil) delas funcionaram com um enfermeiro, de acordo com o Censo Nacional das UBS, do Ministério da Saúde.

Do total de 44.938 unidades espalhadas pelo país, 1.724 delas não possuem nenhum médico, e 1.491 não têm enfermeiros.

A maioria dos postos que funcionam com um médico está concentrada na região Nordeste (13.702). O Sudeste concentra a maior parte das UBSs que contam com quatro ou mais médicos.

Procurado, o ministério afirmou que a pasta avançou na expansão do atendimento médico na atenção primária, “principalmente com a retomada do Mais Médicos, que chegou a 25 mil profissionais em atividade”, e que 60% dos médicos nas localidades de alta vulnerabilidade social são profissionais do programa.

Sobre o número de médicos por equipe de saúde da família, disse que grande parte das unidades está em regiões com perfil rural e baixa densidade populacional.

O censo foi feito com base em respostas das UBSs a um questionário composto de 141 questões, entre 3 de junho e 30 de setembro de 2024. Para a coleta de dados foi criada uma plataforma eletrônica disponibilizada no sistema público e-Gestor APS, para preenchimento online.

A atenção primária é o primeiro contato do paciente com o SUS (Sistema Único de Saúde). Ela compreende não só os atendimentos nas UBSs e nos hospitais, mas também a estratégia de saúde da família, as estratégias de prevenção e a educação em saúde.

A maioria das unidades conta com ao menos uma equipe de saúde da família, sendo mais frequente a presença de apenas uma equipe por unidade (30.041), o que explicaria a presença de um médico por UBS.

O relatório também destaca que, embora a maioria das UBSs funcione em prédios próprios, uma parcela expressiva das unidades necessita de reforma ou ampliação (60,4% precisam de reforma).

Além disso, apenas 21% das postos possuem sala para coleta de exames laboratoriais, 44,7% das UBSs não possuem geladeira exclusiva para conservação de vacinas e 61,6% não possuem câmara fria exclusiva.

fortalecimento da atenção primária é apontado há muito por especialistas como uma maneira eficaz de melhorar a qualidade de vida da população. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela é capaz de atender de 80% a 90% das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo de toda a sua vida —desde a assistência pré-natal, passando pela infância com o acompanhamento nutricional e a vacinação, até o acompanhamento das doenças crônicas não transmissíveis.

Cuide-se

Levantamentos anteriores já mostravam que a distribuição dos médicos é desigual no país, com a maior parte deles se concentrando nas capitais e cidades grandes e de médio porte.

Para o ministro da SaúdeAlexandre Padilha, há uma conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e o esforço da gestão em acelerar o atendimento especializado no SUS , que é uma das principais preocupações da pasta.

Segundo Padilha, a atuação integrada desses profissionais, pelo prontuário eletrônico e os fluxos que vão reduzir o tempo de espera do paciente, facilitará o acesso à média e alta complexidade.

............................

A REDAÇÃO

Mabel anuncia retomada de cirurgias cardíacas infantis pelo SUS em Goiânia

Iniciativa vai atender 15 crianças por mês 

O prefeito Sandro Mabel confirmou nesta segunda-feira (30/6) o retorno das cirurgias cardiopediátricas pelo SUS, em parceria com o Hospital da Criança. A iniciativa vai atender, inicialmente, 15 crianças por mês e tem como objetivo reduzir a fila de espera por procedimentos e consultas interrompidos desde 2023, priorizando casos de cardiopatias congênitas mais comuns: Tetralogia de Fallot, Comunicação Interatrial, Comunicação Interventricular e Defeito do Septo Atrioventricular.

O serviço havia sido interrompido em 2023, em razão da descontinuidade dos repasses financeiros pela gestão anterior, o que resultou na suspensão das cirurgias e no acúmulo de demanda reprimida. Atualmente, cerca de 180 crianças aguardam por consulta especializada em cardiopediatria na rede municipal. Durante o anúncio, Mabel destacou o compromisso da atual gestão com a reconstrução dos serviços de saúde e o cuidado integral à infância, por meio do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), do Ministério da Saúde. 

“Nós estamos trabalhando firmes para poder cumprir esses compromissos. Serão 15 procedimentos cirúrgicos ofertados mensalmente para crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas. A parceria com o Hospital da Criança prevê ainda a realização de todas as consultas e exames do pré e pós-operatório na própria instituição, garantindo um acompanhamento completo e humanizado. Então, nós esperamos que, nesses próximos 12 meses, possamos dar vazão a essa fila, uma vez que ela estava parada há cerca de dois anos”, afirmou o prefeito.

O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, também reforçou a importância da medida, especialmente em relação ao diagnóstico precoce e à agilidade no tratamento. “É uma fila que está parada desde 2023, e é bem possível que existam outras crianças que também precisam de um tratamento completo e digno. O diagnóstico precoce das cardiopatias e o acesso à intervenção cirúrgica no tempo correto aumentam de forma muito significativa as chances de sobrevivência e a qualidade de vida das crianças. Corrigir o problema no momento adequado evita complicações que podem comprometer o desenvolvimento físico e neurológico dos pequenos”, pontuou Pellizzer.

“Nós retomamos esse serviço dentro de um programa de valorização do Ministério da Saúde, juntamente com a gestão do município. Inicialmente, vamos oferecer essas 15 vagas, mas que podem aumentar futuramente, adequando fluxos e linhas de atendimento para que possamos abranger mais crianças”, destacou a diretora clínica do Hospital da Criança, Paula Pires de Souza. “Como presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Goiânia, eu tenho plena confiança que essa parceria da Prefeitura com o Hospital da Criança só vai fazer a saúde melhorar”, disse o vereador, Dr Gustavo Gomides. 

Balanço da saúde

O prefeito Sandro Mabel fez, durante a coletiva de imprensa, um balanço do primeiro semestre na área da saúde, destacando ainda os principais desafios para o ano de 2025. “Nós reforçamos o estoque de medicamentos em todas as nossas unidades de saúde e estamos partindo para os postos de saúde, que também estão recebendo insumos, medicamentos, reforço nas equipes de trabalho, cumprindo escalas de médico, mantendo-as em dia. Estamos, ainda, com serviço pediátrico em 13 unidades de saúde funcionando 24h, 7 dias por semana”, destacou Mabel.

Preocupado com a cobertura vacinal, o prefeito reforçou que 80 salas de vacinas estão funcionando. “Nós estamos ampliando a cobertura vacinal, pois nós precisamos proteger a nossa população. Hoje, abrangemos a vacinação nas escolas municipais e também nas unidades estaduais. Quando você se vacina hoje, você evita a doença no futuro. Então, nós temos trabalhado muito para evitar que a síndrome respiratória aguda piore. Nós somos uma rede só. Volto a pedir que as pessoas se vacinem. Procurem nossas salas de vacinas para se protegerem. Não custa nada, é de graça”, reforçou. Para se vacinar, a população pode acessar a lista de salas de vacina e os horários de funcionamento no site da Prefeitura de Goiânia, por meio do link https://saude.goiania.go.gov.br/_servicos/vacinas/salas-de-vacina-em-goiania-2/

.............................

PORTAL G1

Paciente é presa suspeita de chamar enfermeira de ‘macaca’ e ‘preta velha’, diz secretaria

Segundo a Secretaria de Saúde de Itaberaí, a Polícia Militar foi acionada e a paciente foi conduzida e presa em flagrante. Em nota, a secretaria destacou que repudia a agressão.

Uma enfermeira de Itaberaí, região noroeste de Goiás, denunciou que foi vítima de injúria racial por uma paciente. Em entrevista à TV Anhanguera, a servidora, que não quis se identificar, contou que foi xingada com palavrões e termos racistas após a suspeita pedir um encaixe alegando que estaria grávida (veja acima).

g1 entrou em contato com a defesa da suspeita, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí destacou que repudia quaisquer atos de agressão, violência, desacato e, especialmente, de injúria ou de discriminação racial (leia a nota completa ao final do texto).

O caso aconteceu na quarta-feira (25). A enfermeira também explicou que o problema da paciente, relacionado ao olho dela, não era grave a ponto de precisar de um encaixe. Mesmo assim, ela pediu uma comprovação da gravidez para iniciar o procedimento, quando a suspeita começou a agir de forma rude.

"Ela foi bem ríspida comigo e falou que só ia entregar os documentos para a médica, que não queria mais passar comigo e eu falei: 'Moça, mas é protocolo, se tem encaixe, precisa passar comigo'", afirmou.

A enfermeira declarou que conversou com a médica e conseguiu abrir uma exceção para que a paciente fosse atendida. Mesmo assim, a SMS de Itaberaí afirmou que a mulher agrediu verbalmente a servidora com as injúrias, chamando ela de "preta", "macaca" e "fedida".

Ainda de acordo com a gestão, a Polícia Militar foi então acionada e a paciente foi conduzida para a delegacia e presa em flagrante por injúria racial. Além disso, segundo a Polícia Civil, na delegacia também ficou comprovado que a suspeita não estava grávida.

Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp

A corporação informou que a mulher foi solta após passar pela audiência de custódia.

Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí

"Ontem, uma servidora pública municipal foi vítima de injúria racial, praticada por uma paciente na UBS – Unidade Básica de Saúde – José Nonato Vieira, do Fernanda Park.

A paciente na presença de inúmeras testemunhas agrediu, verbalmente, a servidora com palavras injuriosas, tais como: MACACA, PRETA e FEDIDA.

Durante o ocorrido a Vereadora Jozina Marques e seu marido, estiveram no local em defesa da paciente e, exaltados, acabaram desacatando alguns servidores.

Importante relatar que a paciente não tinha horário agendado e seu caso não se tratava de urgência ou emergência, como confirmado posteriormente no Hospital Municipal.

A Polícia Militar foi acionada e conduziu todos para a Delegacia de Polícia Civil, sendo instaurados alguns procedimentos:

1- A servidora pública vítima da injúria racial representou criminalmente a paciente;
2- A paciente foi presa em flagrante por injúria racial e conduzida ao Presídio Feminino de Inhumas-GO;
3- Outra servidora foi desacatada no exercício de sua função e representou criminalmente a Vereadora Jozina e seu marido;
4- Com relação à Vereadora Jozina e seu marido, fora instaurado um procedimento investigativo por suposta prática do crime de desacato;

A Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí, bem como toda a equipe da UBS – Fernanda Park reforçam o compromisso com a excelência no atendimento aos pacientes, bem como repudia quaisquer atos de agressão, de violência, de desacato, e, especialmente, de injúria ou de discriminação racial.

Por fim, informamos que a UBS do Fernanda Park está em pleno funcionamento e os atendimentos estão acontecendo normalmente, como já acontecia. E, apesar de todo o tumulto, a respeitável equipe continua prestando os serviços com carinho, respeito, dedicação e o acolhimento de sempre."

...........................

MEDICINA S/A

Se há diagnóstico, por que ainda estamos internando as pessoas?

Essa pergunta me fez refletir quando vi os números do último levantamento da Umane – associação civil sem fins lucrativos que administra um fundo patrimonial e se dedica a apoiar, desenvolver e acelerar iniciativas de prevenção de doenças e promoção de saúde – no âmbito da saúde pública. Em 2024, mais de 1,6 milhão de brasileiros foram internados por condições que poderiam ter sido evitadas. Isso significa que, a cada três minutos, uma pessoa dá entrada no SUS por uma falha previsível. Hipertensão, diabetes, infecções respiratórias, doenças crônicas ou outras, que com um acompanhamento minimamente eficiente, não deveriam ter chegado a esse ponto.

O que vejo é um sistema ainda muito reativo, que só age quando o quadro já está instalado. Se uma doença já foi diagnosticada, mas ainda assim evolui para uma internação, isso evidencia uma falha estrutural grave na continuidade do cuidado. Faltou coordenação. Faltou acompanhamento.

E o problema não está apenas na falta de recursos. A desorganização dos fluxos é crítica. Médicos estão sobrecarregados com tarefas administrativas, lidando com sistemas que não conversam. O paciente fica perdido nesse labirinto. Não há uma linha de cuidado clara e isso compromete diretamente tanto a qualidade quanto o custo da assistência.

Além da sobrecarga e da fragmentação, a pesquisa aponta para a subutilização de tecnologias que já estão disponíveis. Ferramentas que poderiam ajudar na triagem, no acompanhamento e no engajamento dos pacientes estão sendo pouco exploradas ou mal integradas.

A questão hoje não é mais se devemos usar tecnologia. A pergunta certa é: como podemos usar essas ferramentas de forma inteligente, coordenada e centrada na realidade do paciente? Temos um volume imenso de dados clínicos sendo desperdiçados por falta de estrutura para organizá-los e interpretá-los com eficiência.

Segundo o estudo, 53% das internações evitáveis aconteceram por falhas na linha de cuidado após a identificação do risco. A ausência de protocolos, a escassez de equipes multidisciplinares e o difícil acesso à atenção primária formam os principais gargalos. E tudo isso aponta para um sistema que ainda opera no improviso.

Não se trata apenas de adotar tecnologia por adotar. O que precisamos é de um novo modelo assistencial: centrado no paciente, com acompanhamento contínuo, capacidade preditiva e coordenação real. Só assim conseguiremos prevenir problemas, reduzir internações desnecessárias e promover saúde de forma mais eficiente e humana.

A atenção primária precisa ser fortalecida com ação conjunta entre União, estados e municípios. Regionalização, integração de dados e digitalização não são mais tendências, são obrigações. O Ministério da Saúde já sinalizou que irá anunciar, ainda em maio, um pacote de iniciativas voltado à reformulação do programa “Mais Acesso a Especialistas”. É um passo, mas ainda temos um caminho longo.

Enquanto isso, seguimos enfrentando um sistema que, além de falho, custa caro, em vidas, em sofrimento e em recursos. Precisamos, com urgência, virar essa chave.

*Maurício Honorato é CEO do Doutor-AI.

...................

Observabilidade: uma forte aliada à segurança da nuvem hospitalar

tecnologia está cada vez mais presente em instituições de saúde. Felizmente, isso já é uma realidade. E, garantir a segurança dos dados armazenados em sua maioria na nuvem (devido ao seu custo mais baixo em comparação à estrutura on-premise), é um dos principais desafios dos profissionais de TI que atuam nesses ambientes.

Muito se fala sobre a criação de barreiras contra cibercriminosos através de investimento em segurança, treinamento de colaboradores, entre outros.

É diante de um cenário cada vez mais orientado por sistemas distribuídos e aplicações em nuvem, que a observabilidade se tornou um pilar essencial no monitoramento moderno de software.

Afinal, mais do que simplesmente coletar métricas ou logs, a observabilidade envolve a capacidade de entender o estado interno de um sistema de gestão em saúde a partir de suas saídas externas. Isso permite que as equipes de TI identifiquem, analisem e resolvam problemas de forma proativa e eficiente (sem que o usuário final perceba) – o que contribui diretamente tanto para a proteção dos dados do paciente como para a continuidade de negócios.

Utilizar-se da observabilidade no setor de TI hospitalar apoia, também, no fornecimento de uma visão mais clara e contínua – o que possibilita a detecção de anomalias, gargalos de performance e falhas antes que o usuário final seja impactado. Esse conhecimento em tempo real torna as decisões técnicas mais precisas e rápidas, reduzindo o tempo de resposta e de recuperação em incidentes.

Além disso, por ajudar a identificar falhas e possíveis invasões com antecedência, a observabilidade é uma grande aliada no combate ao ransomware — um tipo de programa malicioso que bloqueia o acesso a dados importantes e exige pagamento para liberá-los. Esse tipo de ameaça é um dos mais usados para roubar informações na área da saúde. Segundo uma pesquisa da Kaspersky, os ataques desse tipo cresceram 146% em 2024, só no setor de saúde.

Os resultados dessas invasões podem causar danos irreversíveis. Entre eles, destaca-se o risco à vida do paciente, já que a indisponibilidade de sistemas e a interrupção na troca de informações podem impedir atendimentos essenciais. Além disso, o vazamento de dados sensíveis compromete a privacidade do paciente e expõe a instituição de saúde a sérios prejuízos financeiros e reputacionais.

Assim, é possível concluir que, através da implantação eficaz da observabilidade nos cuidados com a nuvem, as instituições de saúde serão contempladas com sistemas mais robustos. Além disso, haverá uma maior entrega de valor e, por fim, mais agilidade diante das mudanças de mercado.

*Saulo Lima é Diretor da Flowti.

...........................

SAUDE BUSINESS

Cibersegurança com IA: invasões bárbaras na Saúde

Roma, em 410 d.C., foi surpreendida por Alarico I, rei dos Visigodos, comandando cerca de 40 mil guerreiros bárbaros. Após anos de negociações malsucedidas e avisos perdidos na arrogância romana, Alarico sitiou Roma e, na noite de 24 de agosto de 410, seus homens abriram o Portão Salariano — com ajuda de escravos godos dentro das muralhas — e entraram sem resistência organizada. Foi uma das maiores pilhagens da história, com Alarico tomando 1,6 toneladas de ouro, 9,8 toneladas de prata, seda, púrpura, pimenta e tudo o mais que pudesse ser carregado. As Basílicas de São Pedro e São Paulo foram usadas como refúgio romano, evitando um massacre generalizado. Houve incêndios e saques, embora as principais estruturas públicas ficassem intactas. O choque não foi só físico, mas simbólico. Era a primeira queda da “Urbs” em quase 800 anos. São Jerônimo lamentou: “A cidade que tomara o mundo foi tomada”. O saque detonou uma crise de confiança no poder romano, estimulou visões apocalípticas e é lembrado como o estopim do desmantelamento do Império Romano.

Ultimamente, muitos se esforçam em aterrorizar seus pares com a ideia de que a invasão das inteligências artificiais (IAs) seja algo similar ao estrago de Alarico. É cedo para tanto terror e tarde para desconsiderar o impacto das IAs na civilização contemporânea. Mas há um alerta notável que pode ser considerado parecido com o saque a Roma: as IAs estão municiando e habilitando as gangues cibernéticas como nunca foi feito antes. Estamos diante da maior batalha de segurança cibernética deste século, notadamente dentro das Cadeias de Saúde. O que vem pela frente é imponderável. Não estamos mais falando só de prejuízos econômicos ou estruturais, mas de vidas humanas. Sim, a ‘insegurança cibernética’ está matando pessoas nas alas e nos leitos hospitalares.

A expressão “paciente com morte por ataque cibernético” está se tornando realidade em vários hospitais do mundo. O Health Service Journal (HSJ), por exemplo, uma publicação que cobre o NHS (Reino Unido), anunciou que um ataque cibernético de ransomware aos laboratórios Synnovis (principal fornecedora de exames diagnósticos do NHS na região de Londres), ocorrido em 3 de junho de 2024, teria causado quase “600 incidentes com pacientes”. O ataque interrompeu os serviços em cinco grandes hospitais durante meses, incluindo o hospital universitário King’s College, os hospitais Guy’s e St. Thomas, o Evelina London Children’s Hospital e o Royal Brompton, todos severamente afetados.

Reivindicado poucos dias depois pela gangue de ransomware Qilin, os hospitais foram imediatamente forçados a encaminhar seus pacientes para outras instalações e cancelar mais de 10 mil consultas, procedimentos eletivos e operações cirúrgicas, incluindo todos os transplantes. Dos incidentes, perto de 170 casos referem-se a pacientes, incluindo um caso com dano “grave”, 14 casos com dano “moderado”, sendo os incidentes restantes considerados de baixo dano. Além disso, como resultado do ataque, 2 pacientes teriam sofrido danos “permanentes” à saúde, informou a Bloomberg em janeiro último. Ransomware é um tipo de malware, também conhecido como software malicioso, que criptografa os arquivos da vítima e exige resgate para descriptografá-los. Uma operação que já exigiu grande expertise, mas que hoje, com os LLMs, é mais fácil e menos arriscado que “bater uma carteira”.

A Synnovis administra mais de 100 laboratórios especializados em Londres, oferecendo testes e diagnósticos de diabetes, genética, neuropatia, imunologia, oncologia, etc. O pedido de resgate à Synnovis teria sido de US$ 50 milhões. O grupo Qilin é considerado uma das cinco maiores gangues ativas (total de 376 vítimas ao ano), de acordo com a ferramenta de rastreamento Cybernews Ransomlooker. O mesmo grupo atacou em fevereiro de 2025 a Utsunomiya Central Clinic (UCC), o prestigiado centro de tratamento oncológico do Japão, expondo informações confidenciais de 300 mil pacientes e deixando seu sistema hospitalar “inutilizável” (um único registro médico pode valer até 20 vezes o preço dos dados de um cartão de crédito).

Assim, o descuido no combate ao cibercrime na Saúde mata pacientes, e ponto final. O CEO da Synnovis, Mark Dollar, disse em um comunicado em 26/06/2025: “Estamos profundamente tristes em saber que o ataque cibernético criminoso do ano passado foi identificado como um dos fatores que contribuíram para a morte de um paciente”. O Dr. Saif Abed, especialista em segurança cibernética na saúde pública, explicou ao Financial Times: “Mais pacientes sofrem devido a violações de dados do que ficamos sabendo. Pela minha experiência e analisando ataques cibernéticos à saúde no Reino Unido e no mundo, é quase certo que houve mais mortes ao longo dos anos, que não foram descobertas simplesmente devido à falta de investigações oficiais”. Os ciberataques atrasam tratamentos e testes, aumentam o tempo de espera, sem falar na necessidade de locomover os pacientes quando os ataques causam o fechamento das instalações. Da mesma forma, afetam as cadeias de suprimentos médicos, dificultando o funcionamento operacional.  

Não faltam dados relatando essa invasão bárbara. O relatório “2025 Spotlight Report: Cyber Resilience and Business Impact in Healthcare”, publicado pela provedora de segurança cibernética LevelBlue, mostrou que 32% das instituições de saúde sofreram pelo menos uma violação grave de segurança nos últimos 12 meses. Além disso, 46% dos entrevistados (CISO) relataram ter sofrido um volume significativamente maior de ataques cibernéticos em comparação com anos anteriores. A pesquisa “Global Incident Response Report 2025”, publicada pela Unit 42, mostra que a velocidade dos ataques cibernéticos está aumentando dramaticamente, com os invasores roubando dados três vezes mais rápido do que em 2021. Especificamente na área hospitalar, a crescente digitalização fez crescer a vulnerabilidade. Até 2026, mais de 70% dos dispositivos médicos – de ultrassom a wearables – estarão conectados digitalmente, aumentando significativamente a “superfície de ataque”. Outro relatório, “State of OT Security”, publicado pela Palo Alto Networks (a maior provedora pura de cibersegurança do mundo), mostra que a recuperação de uma única violação em um dispositivo médico custa, em média, entre 10 e 50 mil libras esterlinas (entre 75 e 376 mil reais). O phishing (ataque cibernético onde criminosos se passam por entidades confiáveis, como bancos, empresas ou instituições) continua sendo o principal ponto de entrada na saúde. Quando realizado por Agentes-IA, o phishing tem desempenho 55% maior do que o realizado por humanos.Isso significa que plataformas GenAI podem criar campanhas de phishing gerando e-mails, mensagens SMS e postagens em redes sociais livres de erros gramaticais ou frases estranhas (que antes serviam como sinais de alerta).

Nunca os sistemas de saúde estiveram tão vulneráveis. Parte dessa fragilidade sistêmica deve-se à ampliação do uso das GenAIs. Os LLMs intensificaram os vetores de ataque, tornando as gangues de hackers mais ágeis do que nunca. O relatório “International AI Safety Report 2025” — coordenado por Yoshua Bengio (professor da Universidade de Montreal) e elaborado por 98 especialistas de 30 países (ONU, UE e OCDE) — examina os riscos maliciosos da IA, que vão de ataques letais à manipulação da opinião pública. O documento escancara o avanço dos bárbaros digitais: “há só quatro meses, um modelo de IA identificava cercade 1/5 das vulnerabilidades no código-alvo; após sucessivos ganhos dos LLMs, esse índice saltou de 21% para 79%. Ou seja, o hacker que antes vasculhava ‘na unha’ perto de 80% do terreno vulnerável conta agora com uma IA que descobre sozinha praticamente 4/5 das vulnerabilidades, quadruplicando a eficiência de uma invasão”.

A expressão “Cyber Offence” — ou Offensive-AI — aparece várias vezes no relatório, sinalizando que a IA já impacta pelo menos dois pilares centrais do setor de saúde: (1) biossegurança; e (2) privacidade de dados médicos. A Biossegurança passou a ser prioridade n.º 1, segundo o documento. Se a curva de capacidade dos LLMs continuar crescendo, serão necessárias intervenções regulatórias urgentes antes de 2027, principalmente para IAs que manipulem sequências biológicas (Seção 2.1.4). Do mesmo modo que os LLMs já mapeiam milhões de proteínas e aceleram a criação de insumos biofarmacêuticos, os mesmos modelos podem ser cooptados para delinear — passo a passo — a síntese de patógenos e toxinas de alto potencial destrutivo, encurtando a distância entre a curiosidade científica e a liberação de armas biológicas.

No tocante ao pilar 2 (privacidade de dados clínicos), o relatório adverte que a balança só pende para os atacantes em dois cenários: (1) quando a IA automatiza etapas críticas de ataque ainda sem defesas equivalentes; e (2) quando as capacidades de ponta estão acessíveis aos ofensores, mas não aos defensores — um caso frequente em hospitais e serviços de saúde com redes legadas e orçamentos limitados. Nessas condições, modelos generativos maliciosos conseguem vasculhar sistemas heterogêneos, localizar brechas e até sequestrar prontuários com um esforço muito menor do que o necessário para que equipes de segurança corrijam cada vulnerabilidade.

Contudo, o próprio documento enfatiza que os mesmos modelos LLMs podem — e devem — ser alistados ao lado dos defensores (“Defensive-AI”). Ele menciona, por exemplo, o uso de modelos para detecção de vulnerabilidades em chips, auditoria de código e depuração automática, indicando que, se bem implementada, a automação defensiva pode inverter a assimetria e blindar instituições contra ransomware, phishing e outros vetores de ataque. Ou seja, a IA que descobre falhas para o hacker atacar é a mesma que pode tapá-las para o hospital.

Vale lembrar que, na Saúde, o maior responsável pela segurança cibernética da instituição é o CEO da empresa. Costuma-se dizer que o grande atrativo para o cibercrime é a chamada “Dívida Técnica” (Technical Debt), quando sistemas de informação ficam desatualizados, carecendo de substituição ou upgrade. A instituição incorre em dívida técnica quando atrasa a manutenção necessária ou adia a substituição do sistema legado. Não tenha a ilusão que ninguém “espia” suas vulnerabilidades, ou que não investigam suas fraquezas. Sua dívida técnica é monitorada na exata proporção em que ela cresce. O setor de Saúde é historicamente retrógrado na dívida técnica, seus investimentos costumam acontecer só depois que a criminalidade cibernética acontece. Se o CEO fraquejar na dívida técnica, tudo fica mais fácil para as gangues. Estudo publicado em 2025 e realizado pela Netwrix apontou que apenas ‘um único ataque cibernético’ gerou prejuízo financeiro para “69% das organizações do setor de saúde, em comparação com 60% em outras indústrias”. Os dados apontam ainda que uma em cada cinco organizações de Saúde, que sofreram um ataque, tiveram mudanças na liderança sênior (21%) ou ações judiciais (19%). Nos outros setores analisados, essas duas marcas ficaram na faixa de 13%.

Nos últimos dois anos, é notória a tentação de entrar no universo das IAs sem cuidar da ‘dívida técnica acumulada’. Em 2023, o Escritório de Direitos Civis (OCR) relatou um aumento de 239% nas violações de segurança na área da saúde entre 2018 e 2023. Só em 2024, 67% das organizações de saúde pesquisadas sofreram ataques de ransomware (fonte: Statista).

Quem puxa a dianteira da criminalidade cibernética na Saúde são os EUA. Em 2024, ataques de ransomware interromperam sistemas hospitalares em 46 estados. Alguns provedores perderam mais de US$ 100 milhões por dia devido ao congelamento de faturamento. Um dos maiores sistemas de saúde do país, Ascension (140 hospitais em pelo menos 10 estados), sofreu um ataque de ransomware em 8 de maio de 2024 que bloqueou todos os sistemas que rastreiam e coordenam o atendimento ao paciente. Sofreu interrupções tão graves que os pacientes foram redirecionados e realocados. A “morte por ataque cibernético” é uma realidade tangível em quase todos os países, mais ainda porque 80% dos casos não chegam à mídia ou não são devidamente comunicados e investigados, sem falar naqueles que são engavetados por medo de que a divulgação espalhe mais terror. Segundo a publicação Security Leaders, 84% das empresas de saúde no mundo identificaram incidentes cibernéticos em 2024 (em 70% dos casos, houve sérios prejuízos financeiros).

Há uma penca de guias para ajudar CIOs, CISOs e todos que introduzam IA na saúde de modo a blindar o sistema antes que o perigo bata à porta. O MITRE Atlas (Adversarial Threat Landscape for Artificial-Intelligence Systems) é uma base de conhecimento de táticas, técnicas e estudos de caso para sistemas de IA. É um recurso abrangente para entender e proteger sistemas de IA — um verdadeiro “repositório vivo” das táticas adversárias. Hospitais podem mapear seus próprios LLMs diagnósticos, por exemplo, identificando onde os ataques podem ser mais prováveis, testando tudo antes da validação clínica.

Outro recurso público para entender esses riscos é a ENISA (European Union Agency for Cybersecurity), centro pan-europeu que apoia hospitais e prestadores de cuidados de saúde com orientação, ferramentas, serviços e formação. A agência consolida boas práticas, exemplifica contratos de cibersegurança e mapeia a regulação na saúde. Além disso, vale lembrar o portal do HHS (Department of Health and Human Services) nos EUA, que mantém o HPH Cybersecurity Performance Goals — com metas específicas de segurança cibernética para o setor.

Dúzias de estratégias de IA, bem como centenas de ferramentas em LLMs já são usadas com sucesso para prevenção de ciberataques. Se o “Offensive-AI” ganha musculatura, não menos avanços ocorrem na artilharia de “Defensive-AI”. Uma das estratégias mais conhecidas e exploradas é o “red teaming”, um mecanismo proativo de segurança cibernética no qual hackers éticos simulam ataques do mundo real — abrangendo vulnerabilidades técnicas, humanas e físicas — para identificar e abordar fraquezas de segurança antes que agentes mal-intencionados as explorem.

Outra tendência vem sendo proposta pelo filósofo e professor Markus Gabriel, titular de Epistemologia na Universidade de Bonn, porta-voz do chamado Novo Realismo. Ele sustenta que o debate deve migrar da “ética da IA” — um campo regulatório externo — para a construção de uma “IA ética”, capaz de incorporar raciocínio moral na própria arquitetura da rede neural. Em seu manifesto KI-Ethik als Hochregulation, Gabriel explica que a IA ética (trustworthy AI) não é apenas uma “IA que segue guidelines”. É um passo além, tornando a ética tarefa nativa do algoritmo. Onde a “ética da IA” busca minimizar danos, a IA ética deve maximizar virtudes públicas — uma engenharia moral que coopera na formação de juízos justos. Apesar de soar utópico, Gabriel talvez antecipe o que as IAs serão, ultrapassando os marcos regulatórios. A IA ética torna-se um projeto construtivo: dotar a inteligência artificial de capacidades analíticas que reforcem — e não apenas respeitem — nosso impulso de progresso moral. Em vez de temer máquinas autônomas, ele sugere programar “agentes morais” que nos ajudem a navegar nos dilemas com um grau extra de lucidez coletiva.

Isso significa que as IAs éticas exibirão características como explicabilidade, justiça, interpretabilidade, robustez, transparência, segurança e proteção em seu funcionamento.  Imagine um liquidificador da próxima geração: além de desligar quando a tampa sai, ele reconhece se alguém tenta colocar a mão, avalia o contexto – ‘por que essa pessoa faria isso?’ -, alerta em linguagem simples, registra o incidente para auditoria e envia um aviso ao fabricante. Assim, a IA ética protegerá antes, durante e depois do risco — aprendendo mais a cada uso.

Se Kant (1724-1804) estivesse vivo, envolto no tema ético das IAs, talvez postulasse algo parecido com Gabriel, ou seja, que as IAs deveriam perseguir — por si sós — o “imperativo categórico universal kantiano”, embora este pudesse ser evolutivo. Ou seja, a forma lógica da universalização permaneceria como lastro inabalável, enquanto o conteúdo moral se adensaria a cada nova experiência histórica que desvelasse zonas de injustiça antes impensáveis. Kant forneceria o “esqueleto normativo que impede o relativismo moral” — corrosivo à dignidade humana. Gabriel, por outro lado, injetaria sangue reflexivo nesse contexto, pois, para ele, sistemas de IA tenderão a desenvolver “reflexividade” — capacidade de examinar a própria atuação e (auto-)corrigi-la. Em termos técnicos, isso significaria dotar os modelos de autoverificação metacognitiva, já explorados, por exemplo, em pesquisas recentes de self-reflection e self-refine: o Agente-IA revê suas cadeias de raciocínio, compara resultados com objetivos e reescreve a própria saída antes de entregá-la. Assim, a rigidez da lei universal e a plasticidade de uma “consciência reflexiva” convergiriam para uma “IA ética”, capaz de honrar princípios sem congelar o progresso moral coletivo. São tempos maravilhosos, os atuais! Não desista deles; não se abandone por medo ou relativismos. Kant, Gabriel e IA no mesmo parágrafo é êxtase e uma estupenda inspiração.

De qualquer forma, antes que qualquer modelo epistemológico ou sociológico seja contemplado, a Saúde se movimenta intensamente para incorporar defesas à sua estrutura digital, notadamente naquelas matrizes que já utilizam LLMs (Defensive-AI). A PureHealth, a maior rede de saúde dos Emirados Árabes Unidos (EAU), está transformando a sua segurança cibernética. Um “escudo” alimentado por IA, conhecido como “Security Operations Center”,verifica automaticamente mais de mil protocolos por segundo, lidando simultaneamente com cerca de 500 incidentes diários. Essa máquina de segurança, construída em parceria com a Dell Technologies, protege dados de pacientes em mais de 100 hospitais e 300 clínicas. Não se trata apenas de gerar firewalls, mas de criar uma malha de segurança escalável na mesma proporção da escalabilidade dos hackers. As GenAIs da PureHealth não só suportam serviços de diagnósticos inteligentes e a infraestrutura em nuvem da organização, como, paralelamente, acionam milhares de mecanismos e protocolos contra a sua vulnerabilidade.

Da mesma forma, o NHS vem reforçando suas defesas com a plataforma de “IA comportamental” da Darktrace. Ela aprende o “padrão de vida” das redes clínicas e reage sozinha — isola hosts, bloqueia portas, corta canais C2 — comprimindo de horas para segundos o tempo de contenção de ransomware. O motor de autoaprendizagem integra predição comportamental, detecção, resposta e investigação de incidentes em tempo real. No Milton Keynes University Hospital (condado de Buckinghamshire, 80 km de Londres), a Darktrace Self-Learning AI cobre rede, nuvem, e-mail e milhares de dispositivos IoMT, operando 24 x 7 mesmo sem equipe de plantão; entre o alerta e o bloqueio passam-se apenas segundos, evitando downtime clínico. É como ter um cão de guarda que memoriza o cheiro de cada morador — no primeiro odor estranho, ele tranca as portas, rosna alto ligando o alarme e, antes que a maçaneta sequer gire, já está de dentes à mostra bloqueando o invasor.

Os hackers já não atacam apenas sistemas informacionais hospitalares (HIS, LIS, EHR etc.); agora miram diretamente o parque de dispositivos médicos (IoMT). A rede alemã Ortenau Klinikum (cerca de 1.700 leitos, na região de Baden-Württemberg) blindou-se com a Claroty Medigate Anomaly Threat Detection: uma IA que funde telemetria de IoMT (Internet das Coisas Médicas), OT (automação predial) e BMS (centro de controle sistêmico). Ela flagra padrões fora da curva — por exemplo, uma bomba de infusão “conversando” com a rede de visitantes — associa cada evento à matriz MITRE ATT&CK (citada acima) e reage sem intervenção humana. Dispositivos que antes apareciam como sombras passam a ser vistos em alta definição. É como dar visão térmica ao segurança do turno da noite: ele não só identifica quem abre a porta, mas também sabe qual chave está sendo usada e qual o tamanho de sapato que o intruso calça.

Outro exemplo de ciberdefesa “na artéria assistencial” vem da BayCare Health System (16 hospitais na Flórida, EUA). A rede adotou o “Cortex XSIAM”, da empresa Palo Alto Networks — um verdadeiro SOC (Centro de Operações de Segurança) que funde, num único cérebro guiado por IA, as funções de SIEM, XDR/EDR, SOAR, ASM e UEBA. Em conjunto com o módulo Medical IoT Security, a plataforma vigia em tempo real mais de 33 mil dispositivos médicos e IoT, consolidando dados de rede, nuvem e endpoints. Modelos de machine learning filtram o “ruído” de alerta, priorizando riscos e isolando vulnerabilidades antes que se transformem em incidentes clínicos.

As motivações de Alarico I quando invadiu Roma eram claras, envolvendo tanto a busca por ouro quanto a busca por reconhecimento e poder. A mente dos marginais cibernéticos é parecida: indivíduos (ou gangues) considerados cruéis e incivilizados buscam o golpe e o sequestro de dados, não importando se isso pode causar a morte de um paciente. Do lado de fora do seu hospital, é possível ouvir o barulho dos bárbaros comemorando alguma invasão. Os novos visigodos chegam por e-mail, WhatsApp, pacotes IoT, redes Wi-Fi, APIs ou qualquer outra porta que acesse os dados clínicos. Não mais escalam muralhas, mas atravessam firewalls oxidados, penetram em servidores entulhados de informações confidenciais e com pouca proteção. Eles amam os CEOs desavisados ou o CISO incauto. Sem um SOC-IA que detecte anomalias em segundos e responda antes que qualquer credencial “gire a maçaneta”, o hospital descobrirá tarde demais. O prontuário eletrônico e a bomba de infusão já terão sido saqueados. Ativem sentinelas algorítmicas e posicionem os LLMs para contra-atacar! Por três noites, as tochas visigóticas dançaram nas vielas de Roma enquanto o Senado derretia estátuas para pagar o resgate. Hoje, os bárbaros cibernéticos fazem o mesmo — só que em segundos.

Guilherme S. Hummel
Scientific Coordinator Hospitalar Hub
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)

..........................

Assessoria de Comunicação        

Segunda, 30 Junho 2025 06:13

CLIPPING AHPACEG 28 A 30/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período

https://www.osul.com.br/planos-de-saude-sobem-327-em-18-anos-acima-da-inflacao-no-periodo/

Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames

https://www.portaltela.com/saude/saude-publica/2025/06/29/setor-de-saude-avalia-novo-modelo-de-plano-focado-em-consultas-e-exames

Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes

https://news.conect.company/news-1751173019112-13923/

XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização

https://portal.cfm.org.br/noticias/xii-congresso-de-direito-medico-vai-debater-a-responsabilidade-medica-na-era-da-informacao-e-da-judicializacao

Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia

https://www.jornalopcao.com.br/goiania/em-parceria-com-hospital-da-crianca-mabel-anuncia-retorno-de-cirurgias-cardiopediatricas-pelo-sus-em-goiania-720904/#google_vignette

BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/justica-condena-brf-a-indenizar-funcionaria-que-entrou-em-entrou-em-trabalho-de-parto-e-teve-socorro-negado-mulher-perdeu-dois-filhos-720557/

Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos

https://medicinasa.com.br/diagnosticos-antibioticos/

Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave

https://www.aredacao.com.br/vida-e-saude/235395/goias-decreta-situacao-de-emergencia-por-sindrome-respiratoria-aguda-grave

O GLOBO

Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período

Comprometendo uma fatia cada vez maior do orçamento das famílias e das empresas, os planos de saúde acumularam uma alta de 327% entre 2006 e 2024, quase o dobro da inflação geral do país, medida pelo IPCA, que subiu 170% no período. Os números são de uma análise do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps), com base nas estatísticas do IBGE.

O setor discorda de análises de variação de preço com base no IPCA. Operadoras e até a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) argumentam que a precificação dos planos leva em conta não só a variação dos custos de insumos e tecnologias, mas também a frequência de uso dos convênios pelos usuários. A ideia dos pesquisadores, porém, foi analisar o quanto consumidores têm desembolsado com os contratos.

“O objetivo era olhar o quanto está saindo do bolso e sendo pago por famílias e empresas ao longo do tempo comparado a outros itens da cesta de consumo”, explica o economista Vinicius Peçanha, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores concluíram que o preço dos planos foi o principal fator de pressão nos custos da cesta de saúde e cuidados pessoais acompanhada pelo IBGE. Outros serviços de saúde subiram num ritmo menor no período analisado: serviços médicos e dentários acumularam alta de 233%, enquanto os laboratoriais e hospitalares ficaram em 179%.

Além disso, o documento aponta que, nos 18 anos analisados, enquanto a inflação dos convênios disparou 327%, alimentos e bebidas ficaram 276% mais caros; a alta de educação foi de 203%; e os gastos com habitação subiram 176%. Outra constatação é que o Brasil está entre os países com maior aumento nos preços dos planos de saúde, superando a inflação geral em maior grau do que países como Alemanha, França e EUA.

Peçanha analisa que o aumento pode ser atribuído a fatores como a incorporação de tecnologias mais caras, reajustes autorizados pelos órgãos reguladores e ineficiências regulatórias, além de mudanças demográficas e epidemiológicas que elevam a demanda por assistência médica, como o envelhecimento da população.

Ele observa que o aumento dos preços torna o acesso à saúde privada cada vez mais oneroso para as famílias, principalmente aquelas com idosos, e para as empresas. Hoje, 72% dos 52,3 milhões de usuários de planos estão em contratos coletivos empresariais:

“O Brasil tem gasto privado per capita de saúde muito mais alto do que a renda per capita, e muito disso vem do plano de saúde. As operadoras atuam numa pressão estrutural de custos, mas o aumento acelerado dos preços pode tornar o mercado proibitivo para parte da população e pressionar mais o SUS”, disse.

O IBGE apura a inflação das mensalidades de forma homogênea. Se a variação de preços for esmiuçada por tipo de plano, o percentual de 327% pode estar subdimensionado. É o que aponta Marcelo Borges, diretor executivo da Mercer Marsh, consultoria que faz a gestão de benefícios de 5 milhões de usuários de planos coletivos empresariais.

Isso porque, nesses contratos, não há um teto para o reajuste anual, composto por duas variáveis. Uma delas é o perfil do contrato, ou seja, se os usuários utilizam muito ou pouco o plano, e quais coberturas são mais demandadas.

A outra variável é a inflação médica da operadora, definida pela variação dos custos — como remédios, equipamentos, internações e consultas — e também pela frequência de uso dos usuários.

“O plano de saúde já representou 7% da folha de pagamento das empresas, hoje é 15%, o segundo maior custo, e a expectativa para esse ano é que seja 15,79%”, afirma Borges, citando pesquisa da consultoria com base na sua carteira. — Empresas que não se dedicarem a uma melhor gestão da saúde ocupacional, com ações de prevenção e comunicação, vão usar mais, e o plano e a conta vão ficar mais caros.

O executivo pondera que nos últimos anos pesam o envelhecimento da população, os avanços nos tratamentos e a judicialização crescente, que pressionam previsões financeiras das empresas, gerando reajustes mais altos.

Em nota, a ANS afirmou que “é de amplo conhecimento que em vários países os custos em saúde crescem a taxas superiores à variação média dos demais preços da economia”, mas defendeu que “estimativas de comprometimento de renda não devem considerar apenas a diferença entre reajustes acumulados nos planos de saúde e a variação do índice de preços do país, mas também fatores como variação dos rendimentos do trabalho e mudanças de planos pelos beneficiários ao longo dos anos”. As informações são do jornal O Globo.

...............................

PORTAL TELA

Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames

Avaliada pelas operadoras como uma forma de ampliar o setor — estagnado em pouco mais de 50 milhões de usuários há dez anos — a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que cria um plano de saúde só para consultas e exames entrou em compasso de espera no fim de maio. Uma câmara técnica vai avaliar aspectos do projeto, que deixa de fora da cobertura atendimentos de urgência e internação e que suscita discussões: um plano de saúde mais restrito faz sentido? Quais os prós e contras?

O modelo simplificado — e mais barato — foi proposto pela ANS em fevereiro. Para a agência, a medida pode ampliar o acesso dos brasileiros ao setor. O órgão argumenta que o público-alvo são consumidores sem plano de saúde tradicional, que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), mas que acessam serviços pagos, oferecidos por clínicas populares e cartões de desconto.

A visão da ANS é compartilhada pelas operadoras, que avaliam que esse novo tipo de contrato representa uma oportunidade para expandir e disputar o espaço ocupado por cartões de desconto. Sem regulação, nesse serviço o usuário paga mensalidade que garante descontos em consultas e exames laboratoriais.

O número de usuários desse mercado é uma incógnita. Algumas projeções falam em 40 milhões de pessoas, enquanto a própria ANS já estimou que são 60 milhões de consumidores, 8 milhões a mais que os 52 milhões cobertos por planos de saúde regulados.

CEO da consultoria Eloss, de estratégia em saúde para operadoras e empresas empregadoras, Luciane Infanti avalia que há sinais de que esse setor vem crescendo.

A empresa cruzou dados da ANS, da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2019, ambas do IBGE e últimas edições disponíveis, e informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, também do IBGE) e concluiu que há “evidente comprometimento” do orçamento das famílias mais pobres com gastos privados em saúde.

Para ela, isso é impulsionado pela procura por serviços de clínicas populares e seus cartões de desconto.

O cruzamento mostra que, dos 81,2 milhões de brasileiros da Classe C, 34% são dependentes exclusivamente do SUS, enquanto 20% têm plano de saúde e 46% recorrem a atendimentos privados, mas fora das operadoras.

Luciane cita ainda estimativas apuradas pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), que calculam que, em 2023, as despesas com saúde privada no Brasil movimentaram R$ 578,03 bilhões.

Do total, R$ 275,27 bilhões foram pagos a planos de saúde por famílias e empresas, enquanto um valor superior, de R$ 302,76 bilhões são custeios de outras despesas, como medicamentos, atendimentos particulares e, segundo Luciane, possivelmente, cartões de desconto.

A especialista avalia que o crescimento desse segmento aponta interesse maior das famílias em produtos privados em saúde com preços mais acessíveis:

— A gente precisa ampliar o portfólio de produtos possíveis para as pessoas. Quem busca cartão de desconto quer ter serviço diferenciado quando precisa. Ter produto regulado, pré-pago, que dê garantia de acesso ao cuidado básico pode fazer sentido para algumas famílias, e o modelo de assinatura desses cartões não garante isso, só reduz preço.

27,6 milhões de informais não têm plano pela empresa

Outra frente apontada pela consultora é a possibilidade de planos simplificados atenderem os 27,6 milhões de trabalhadores formais que não têm plano de saúde como benefício do emprego, como aponta cruzamento feito por ela com números da ANS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

— Sei que há preocupação com downgrade (quando empresas rebaixam benefícios dos funcionários), mas pode ser opção para empregadores que ainda não oferecem plano de saúde a empregados, ou para um trabalhador informal que não consegue pagar.

Além de ampliar o acesso a planos de saúde, a ANS argumenta que o plano com cobertura para consultas e exames pode desafogar a fila do SUS na atenção primária, ampliando diagnósticos precoces.

A demora no agendamento de exames, cirurgias ou consultas com especialistas é o principal problema da saúde pública para 42% dos brasileiros, aponta pesquisa recente do Instituto Locomotiva. O estudo ouviu 2,5 mil pessoas em todo o país e constatou que só 16% avaliam o SUS positivamente.

A pesquisa aponta que, por conta da demora das filas, 7% declaram possuir cartões de desconto, cerca de 11 milhões de pessoas. O número de usuários, porém, é provavelmente muito maior, já que o cartão atende um núcleo familiar.

— Como eu resolvo isso? Com parcerias público-privadas. Uma delas é poder ter um plano exclusivamente ambulatorial. E isso já existe, mas as pessoas estão pagando muito mais caro com os cartões de saúde, que oferecem apenas desconto, sem uma cobertura ilimitada para consultas — defende Renato Meirelles, presidente do Locomotiva, citando que 76% dos ouvidos avaliam que parcerias com o setor privado seriam benéficas.

A pesquisa perguntou aos entrevistados especificamente sobre o produto simplificado desenhado pela ANS: 24% disseram ter muito interesse, 37% ter algum interesse e 39% rejeitaram a ideia.

Com a previsão de que o plano proposto cubra apenas atendimentos básicos, quem precisar de atendimentos mais complexos, como uma biópsia de tumor, uma cirurgia ou até quimioterapia, vai precisar pagar do próprio bolso ou recorrer ao SUS.

A proposta da ANS tem o risco de sobrecarregar os já pressionados atendimentos de média e alta complexidade do sistema público, “que são o grande gargalo do SUS”, avalia Rudi Rocha, professor da FGV EAESP e diretor de pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps).

................................

Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes

É positivo o projeto que prevê compartilhamento de informações sobre a saúde de pacientes atendidos por hospitais e laboratórios, inclusive o SUS. A ideia se inspira no conceito, já em operação, de finanças abertas, ou open finance, a troca de cadastros entre diversas instituições financeiras, facilitando autorização e prestação de serviços. Quando o projeto estiver implementado na saúde, a primeira consulta jamais começará da estaca zero, mesmo que o paciente esteja noutro estado. Num pronto-socorro, não será mais preciso avisar se alguém tem alergia, descrever remédios de uso contínuo, dizer se segue tratamento ou passou por cirurgia. Também haverá menos exames redundantes, uma das causas do alto custo da saúde.

O acesso rápido às informações de saúde reduzirá o tempo dos atendimentos, em benefício dos próprios pacientes e do sistema como um todo. Conduzido pelo Inova HC, núcleo tecnológico do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), o projeto já inclui diversos hospitais privados da capital paulista, como Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, e as redes de laboratórios e hospitais Dasa, Fleury e Sabin. A previsão é que o sistema comece a funcionar em seis meses.

A rede de farmácias RD (Raia e Drogasil) e o Bradesco Saúde estão em fase final de acerto para participar do projeto. Drogarias compartilhariam dados como testes rápidos e vacinas aplicadas. Integrado ao SUS, o sistema ajudaria Ministério da Saúde e secretarias estaduais a atuar de forma preventiva contra epidemias. A central de prontuários agilizaria autorizações de procedimentos pelos planos de saúde e facilitaria pagamentos aos hospitais.

“Todo o setor ganhará muito, mas principalmente o paciente, com prontuário e histórico à disposição para acompanhar a própria saúde e tomar decisões”, afirma Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde. De acordo com ela, o SUS já conta com uma plataforma de operação integrada. Informações de municípios, estados e instituições federais estão disponíveis na Rede Nacional de Dados em Saúde e seguem um padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Deveria haver integração das duas plataformas.

Evidentemente, como no caso do open finance, é preciso tomar cuidados para impedir violações à privacidade ou uso indevido das informações. “Ninguém pode ser impedido de contratar um plano de saúde ou obter acesso a atendimento por causa de seu histórico de saúde”, diz Ana Maria Malik, professora do FGVsaúde. “Os propósitos no uso das informações são o cuidado e a qualidade do atendimento.” Ela também defende o veto do acesso ao banco de dados por empregadores, que podem usar o histórico de saúde para negar contratações. Não pode haver “seleção de risco”, diz Marina Paullelli, coordenadora do programa de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Mas não há motivo para, tomados os devidos cuidados, deixar de levar o projeto adiante.

...........................

PORTAL CFM

XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização

Temas como os aspectos éticos e jurídicos do útero de substituição e da inseminação caseira, os dilemas jurídicos relacionados ao acesso aos prontuários médicos e a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial são alguns dos temas que serão debatidos no XII Congresso de Direito Médico, a ser realizado na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, nos dias 26 e 27 de agosto. O evento, destinado a médicos, estudantes de medicina, advogados e estudantes de direito, terá como tema “Responsabilidade médica na era da informação e da judicialização”.

A programação pode ser acessada AQUI.

Para o coordenador da Comissão de Direito Médico e 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, o XII Congresso de Direito Médico será um espaço importante para que médicos e advogados debatam temas em que há uma intercessão muito grande entre essas duas importantes áreas do conhecimento para a sociedade. “Como conciliar o sigilo médico com as decisões judiciais que ordenam o acesso ao prontuário? Ou, qual a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial? Essas são algumas das questões que afligem o médico, que teremos a oportunidade de debater no XII Congresso de Direito Médico, que já é uma tradição”, adianta Jeancarlo Cavalcante.

O evento também vai debater temas como os desafios jurídicos nas fraudes médicas, as responsabilidades civil e criminal dos conselhos profissionais, a responsabilização do médico por publicidade médica irregular, o direito ao esquecimento versus os registros médicos e a regulação da Inteligência Artificial na medicina, entre outros temas.

...........................

JORNAL OPÇÃO

Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia

O serviço foi retirado do programa por irregularidade nos repasses

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), anunciará nesta segunda-feira, 30, o retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O serviço havia sido retirado do programa, em 2023, por irregularidades nos repasses da administração anterior com o Hospital da Criança. 

A retomada dos serviços devem contar com as seguintes operações: Tetralogia de Fallot, Comunicação Interatrial, Comunicação Interventricular e Defeito do Septo Atrioventricular.

A parceria prevê 15 procedimentos cirúrgicos por mês financiados pelo SUS e feitas pela rede. 

.............................

BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos

Chefe da sessão teria se recusado a deixar funcionária deixar o posto de trabalho

A Justiça do Trabalho do Mato Grosso condenou a BRF, grupo responsável pela Sádia e Perdigão, a pagar R$ 150 mil em indenização a uma funcionária que perdeu duas filhas depois de entrar em trabalho de parto dentro de um frigorífico.

Segundo o juiz que proferiu a decisão, houve negligência por parte da empresa. A peça narrativas que a gerente de produção teria impedido que a mulher deixasse o posto de trabalho depois que as contrações começaram.

A Justiça também reconheceu a rescisão indireta, com garantia dos direitos como 13°, férias, multa de 40% sobre o valor e seguro desemprego, além de acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A BRF disse que recorreu da decisão e que nao comenta sobre casos em andamento na Justiça.

A mulher teria iniciado o trabalho de parte por volta das 3h da manhã e teria pedido socorro para sua supervisora, que se negou a prestar socorro para não prejudicar a linha de produção. Segundo o Ministério Público do Trabalho, que representou a chefe do departamento, a mulher voltou a se sentir mal às 6h da manhã e deixou o local. Ela deu a luz às 6h40, no ponto de ônibus e o primeiro filho morreu. A segunda criança nasceu em seguida, no mesmo local, e também veio a óbito.

....................

MEDICINA S/A

Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos

Silenciosa e crescente, a resistência antimicrobiana já é considerada uma das maiores ameaças globais à saúde pública. Segundo um estudo do Projeto Global Research on Antimicrobial Resistance (GRAM), publicado na revista científica The Lancet, são estimadas mais de 39 milhões de mortes por infecções resistentes a antibióticos até 2050 em todo o mundo. E grande parte desse cenário alarmante tem origem em um hábito comum e, muitas vezes, negligenciado: o uso indiscriminado de antibióticos.

A automedicação, a prescrição sem diagnóstico preciso e a interrupção precoce do tratamento contribuem diretamente para o fortalecimento de bactérias que aprendem a resistir às drogas – também conhecidas como superbactérias -, exigindo antibióticos cada vez mais potentes e menos eficazes. Como resultado, temos observado infecções cada vez mais difíceis de tratar, maior risco de complicações e internações prolongadas, com impacto significativo sobre pacientes, profissionais de saúde e sistemas hospitalares.

Durante o inverno, esse problema se agrava e se torna ainda mais evidente. O aumento das infecções respiratórias, impulsionado pelas temperaturas mais baixas e o clima mais seco, leva muitas pessoas a buscar alívio rápido para sintomas como tosse, febre e mal-estar. Em 2025, o Brasil já registrou mais de 83 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de acordo com a Fiocruz, com quase metade dos quadros ocasionado por algum vírus respiratório. E isso nos leva a concluir que, na maioria das vezes, o uso de antibióticos não apenas é ineficaz, como prejudicial.

Combate à resistência

A boa notícia é que já existem ferramentas capazes de mudar esse cenário. Os testes sindrômicos, baseados na tecnologia de PCR em tempo real, por exemplo, permitem diferenciar infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos — e indicam quando há coinfecção por múltiplos agentes. Esses exames são concluídos em cerca de uma hora e oferecem uma base sólida para a conduta clínica adequada.

De forma prática, esse tipo de diagnóstico permite que em vez de receitar antibióticos de forma empírica — prática comum diante da pressão por atendimento rápido —, os profissionais de saúde passem a contar com um diagnóstico preciso, que orienta o tratamento mais eficaz.

Quando o agente causador é viral, salve exceções, os antibióticos não devem ser usados. Já em casos bacterianos, o uso precoce do medicamento correto pode evitar complicações graves, reduzir o tempo de recuperação e salvar vidas. A precisão diagnóstica, portanto, é uma ferramenta essencial na administração racional de antibióticos.

Educar, testar e tratar

Mais do que soluções tecnológicas, as inovações diagnósticas representam uma mudança de paradigma. Promovem um modelo de cuidado baseado em evidência, que respeita as especificidades de cada paciente e evita generalizações perigosas. No longo prazo, essa abordagem reduz custos, melhora a experiência dos pacientes e fortalece a eficácia dos tratamentos disponíveis.

Mas essa transformação só será completa com educação e conscientização. É preciso reforçar, de forma contínua, a importância de não interromper tratamentos antes do tempo, de evitar a automedicação e de buscar sempre orientação médica. A resistência microbiana é uma ameaça real; e enfrentá-la exige ação coletiva.

*Allan Munford é gerente regional LATAM de Marketing da QIAGEN.

............................

A REDAÇÃO

Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave

Taxa de incidência ultrapassou o esperado

O Estado de Goiás decreta situação de emrgência por  Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES- GO), o território goiano atingiu a taxa de incidência de casos da doença acima do limite esperado. O anuncio oficial será realizado nesta segunda-feira (30/06).
Ainda conforme dados da SES-GO, o umento na solicitação de internações por Srag, na comparação com o mesmo período do ano anterior já chega a 33,27%.  Além do Governo Estadual,  municípios também também solicitaram ao Ministério da Saúde recursos financeiros para conversão dos leitos de terapia intensiva adulto para o atendimento de SRAG. 

Durante todo o ano de 2024, foram registrados 7.477 casos de Srag, sendo 905 por Influenza e 960 por Covid-19. Neste ano, já são 6.743 casos de Srag, sendo 1.117 por Influenza e 306 por Covid-19.  O aumento do número de casos, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de mais de 50%.

.................................... 

Assessoria de Comunicação        

11

Em entrevista ao jornal O Popular, o médico Renato Daher, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), disse que a entidade recebe com otimismo a portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e Fazenda que vai possibilitar a concessão de créditos financeiros a hospitais privados em troca da oferta de atendimentos especializados, com consultas, exames e cirurgias, à pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para ele, a medida beneficiará tanto os pacientes do SUS, que aguardam pela assistência que a rede pública não consegue ofertar, quanto o setor hospitalar privado, que enfrenta uma crise financeira agravada pelos constantes aumentos dos custos operacionais e pela defasagem dos valores pagos pelas operadoras de planos de saúde, que são responsáveis por uma parcela significativa da receita do setor.

A Ahpaceg vai avaliar as condições de adesão ao programa e estimular a participação dos associados que se enquadrarem nos critérios, pois essa é uma forma de reduzir o endividamento de hospitais e garantir a assistência a pacientes que aguardam nas filas do SUS.

Essa iniciativa do Governo, segundo Daher, pode contribuir também para o fortalecimento do sistema de saúde brasileiro, pois a parceria entre os setores público e privada é uma estratégia importante para proporcionar uma assistência com qualidade e segurança aos pacientes e contribuir para a sustentabilidade do setor privado, hoje muito penalizado por uma alta carga tributária e elevado custo operacional.

Clique aqui e confira o texto completo da Portaria MS/MF: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-mf/ms-n-10-de-23-de-junho-de-2025-637743212

6 PLENÁRIA IPASGO 2

Em sessão plenária realizada ontem, 25, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), o presidente do Ipasgo, Bruno D´Abadia abordou mudanças na remuneração e contratação de prestadores de serviços. O presidente da Ahpaceg, Renato Daher, participou do encontro.

Bruno D´Abadia apresentou os novos valores das consultas médicas por agendamento por meio do Ipasgo e por livre demanda. Os valores variam entre 85 e 130 reais.

Ele também explicou que os novos contratos, elaborados a partir do debate com os prestadores, serão apresentados nos próximos dias e devem ser assinados entre 1º de julho e 1º de agosto deste ano.

 

6 PLENÁRIA IPASGO

A não assinatura implicará o descredenciamento do prestador. Segundo o presidente, o Ipasgo precisa se adequar às normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar e os contratos fazem parte desta adequação.

Os prestadores devem ficar  atentos ao e-mail cadastrado no Portal do Prestador para a assinatura digital do novo contrato. 

Renato Daher parabenizou a iniciativa do Cremego pela plenária e a diretoria do Ipasgo pela celeridade na elaboração dos contratos. Ele observou que os reajustes anunciados, mesmo superiores ao IPCA, não recompõe os valores defasados, mas já são um começo. O presidente do Ipasgo garantiu que o trabalho de revisão da tabela vai continuar. O próximo passo será a revisão das consultas de pronto-socorro.

A gravação da plenária está disponível no instagram do Cremego: @cremego.

Para o esclarecimento de dúvidas, o Ipasgo disponibiliza o telefone:

0800 333 1212 • Canal Fale Conosco no portal

Quinta, 26 Junho 2025 07:05

CLIPPING AHPACEG 26/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médicos formados antes de 2004 poderão atuar como especialistas sem exigência de registro adicional

https://agendadopoder.com.br/medicos-formados-antes-de-2004-poderao-atuar-como-especialistas-sem-exigencia-de-registro-adicional/#google_vignette

Justiça Federal em Minas Gerais nega registro de especialista a médico com pós-graduação

https://portal.cfm.org.br/noticias/justica-federal-em-minas-gerais-nega-registro-de-especialista-a-medico-com-pos-graduacao

Ahpaceg divulga alerta sobre crise na saúde suplementar

https://www.correiodopoder.com.br/2025/06/ahpaceg-divulga-alerta-sobre-crise-na.html

Medicina Preventiva: o futuro da saúde começa agora

https://medicinasa.com.br/medicina-preventiva/

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

https://medicinasa.com.br/cuidado-seguro/

Empresário acusa médico de falha em procedimento cirúrgico e sequelas; médico nega

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/empresario-acusa-medico-de-falha-em-procedimento-cirurgico-e-sequelas-medico-nega-719304/?fbclid=PAQ0xDSwLJCXhleHRuA2FlbQIxMQABp__GIIcm0a8_8nN5iQCZUSFUpBxmjuf0WpT0jdq6eaga7xAHDaWC6qtRo7sC_aem_yDaqHC1p6bhHMpYbWJPrYg

Agenda do Poder

Médicos formados antes de 2004 poderão atuar como especialistas sem exigência de registro adicional

Médicos formados antes da entrada em vigor da Resolução 1.666/03, do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em 2004, poderão exercer funções como especialistas na rede pública estadual de saúde do Rio sem a obrigatoriedade de apresentar o Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). A mudança foi aprovada em primeira discussão na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta quarta-feira (25), por meio do texto de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União Brasil).

A proposta complementa a Lei 10.368/24, conhecida como Lei Moreno Moura, também de iniciativa de Amorim e sancionada em maio deste ano. A norma proíbe a contratação de médicos generalistas ou residentes para atuarem como especialistas nos hospitais e unidades de saúde do estado, exigindo comprovação da especialidade por meio do RQE.

Segundo a legislação vigente, apenas médicos com titulação específica podem se candidatar às vagas de especialista nos editais públicos. Além disso, generalistas e residentes não podem se identificar como especialistas sem o registro, sob pena de sofrerem sanções nas esferas ética, administrativa e criminal.

Rodrigo Amorim afirmou que a proposta atual tem o objetivo de ajustar a regra à realidade dos profissionais mais antigos da área médica. “A adequação se revelou necessária diante da delicadeza do tema, buscando alinhar a legislação ao que é previsto pelo próprio Conselho da categoria, além de garantir prazo razoável para que os médicos solicitem o RQE”, argumentou o parlamentar.

Com a nova redação, os profissionais formados antes da norma de 2004 ficam dispensados de apresentar o registro, reconhecendo a prática anterior à exigência formal do CFM. O texto ainda deverá passar por nova votação em plenário para ser definitivamente aprovado.

..................................

PORTAL CFM

Justiça Federal em Minas Gerais nega registro de especialista a médico com pós-graduação

A conclusão de curso de pós-graduação não dá ao médico o direito de se registrar no Conselho Regional de Medicina como especialista. É o que estabeleceu o juiz da 8ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte ao sentenciar em ação ordinária ajuizada por um médico mineiro que tentava se registrar como médico do trabalho, após concluir pós-graduação lato sensu.

O autor argumentava que a obtenção de especialização em medicina do trabalho, em curso regulamentado de 1.920 horas, lhe dava o direito subjetivo ao Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Em sua sentença, o juiz rejeitou a argumentação e decidiu que o autor não tinha direito ao registro da especialidade, “por ausência de preenchimento dos requisitos legais e regulamentares”. Disse, ainda, que o médico só pode obter o RQE mediante certificação oriunda da Associação Médica Brasileira ou de conclusão em residência médica.

O juiz também rechaçou o argumento de que a portaria governamental DSST nº 11/1990 (NR-4) daria direito adquirido ao exercício da Medicina do Trabalho. Segundo a sentença, a entrada em vigor da Portaria nº 590/2014 do Ministério do Trabalho, consolidou a exigência de que os profissionais atuantes na área atuem em conformidade com a regulamentação emitida pelos conselhos profissionais competentes, no caso, o CFM.

Dessa forma, são legítimas as normas do CFM que restringem a concessão do RQE àqueles que tenham concluído residência médica ou obtido titulação da AMB.

...............................

CORREIO DO PODER

Ahpaceg divulga alerta sobre crise na saúde suplementar

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou um alerta: a relação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços está se tornando financeiramente insustentável, e o paciente, que paga caro pelo plano, já enfrenta dificuldades para agendar exames, marcar procedimentos ou realizar cirurgias eletivas.

No manifesto “A conta que não fecha na saúde suplementar”, a Ahpaceg destaca ainda que a defasagem na remuneração dos serviços prestados já compromete a sustentabilidade dos prestadores e tem levado hospitais, clínicas e laboratórios a suspenderem atendimentos por convênios, colocando em risco toda a lógica do sistema suplementar.

De acordo com a Associação, que representa 32 instituições de saúde goianas de alta complexidade, o modelo atual precisa ser revisto com urgência, sob o risco de comprometer todo o sistema. Confira o texto completo.

ALERTA: A CONTA QUE NÃO FECHA NA SAÚDE SUPLEMENTAR

A relação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços (hospitais, clínicas de imagem, laboratórios e bancos de sangue) está se tornando financeiramente insustentável, o que ameaça todo o sistema de saúde suplementar brasileiro.

A promessa de qualidade, agilidade e inovação, que durante anos diferenciou a saúde privada do sistema público, vem sendo minada por uma remuneração defasada e, em muitos casos, insuficiente até mesmo para cobrir os custos operacionais.

O resultado dessa equação perversa é sentido diretamente por quem mais importa: o paciente.

A inviabilidade econômica tem levado hospitais, clínicas e laboratórios a suspenderem atendimentos por convênios. É um fenômeno que, após atingir parte dos médicos, agora alcança as instituições de saúde, colocando em risco toda a lógica do sistema suplementar.

O paciente, que paga caro pelo plano de saúde, já enfrenta dificuldades para agendar exames, marcar procedimentos ou realizar cirurgias eletivas, sinais claros do risco de colapso de um sistema que deveria amparar milhões de vidas.

É hora de encarar esse impasse com seriedade e coragem.

O modelo atual precisa ser revisto com transparência, responsabilidade e compromisso coletivo.

A sustentabilidade da saúde suplementar exige diálogo entre operadoras, prestadores e sociedade.

Somente com um novo pacto, que valorize quem cuida e viabilize quem estrutura o cuidado, será possível resgatar a essência e garantir a excelência do setor de saúde privado.

AHPACEG – Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás

............................

MEDICINA S/A

Medicina Preventiva: o futuro da saúde começa agora

Como Unimeds, operadoras e healthtechs estão moldando o futuro da saúde com iniciativas voltadas para a Medicina Preventiva. Na edição que circulará no final de agosto, a Revista Medicina S/A destacará um dos pilares mais relevantes e transformadores da área da saúde: a Medicina Preventiva. Em um cenário onde a longevidade da população cresce e os sistemas de saúde enfrentam desafios crescentes, prevenir é mais do que necessário — é estratégico.

Tecnologia, gestão e inteligência em saúde impulsionam a nova era da Medicina Preventiva

Vamos apresentar iniciativas de Unimeds que estão redesenhando o cuidado com o paciente por meio de programas preventivos, rastreamentos precoces, ações educativas e gestão proativa da saúde populacional. Mais do que evitar doenças, essas práticas promovem bem-estar, reduzem custos e fortalecem a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Abordaremos cases concretos, dados atualizados e entrevistas com especialistas que mostram como a prevenção está deixando de ser um conceito para se tornar uma prática central em hospitais, clínicas e operadoras.

Unimeds e Operadoras: protagonismo em Medicina Preventiva

Com capilaridade e protagonismo na implementação de iniciativas voltadas à Medicina Preventiva, as Unimeds têm liderado modelos inovadores de prevenção no Brasil. Destacar essas experiências é reconhecer seu papel estratégico na construção de um sistema de saúde mais proativo, humano e preparado para os desafios do futuro. Nosso objetivo é evidenciar como a Medicina Preventiva está transformando a gestão em saúde, contribuindo para uma sociedade mais saudável, consciente e preparada para o futuro.

Modelos de cuidado baseados no perfil de risco dos pacientes e atenção primária
Uso de IA, análise de dados e ferramentas digitais para antecipar problemas de saúde
Programas de check-up e rastreamento personalizados para doenças crônicas
Monitoramento remoto da saúde com uso de aplicativos, dispositivos vestíveis e telemedicina
Ações para evitar exames, tratamentos e internações desnecessárias
Iniciativas focadas em saúde mental preventiva
Campanhas de vacinação, vigilância epidemiológica e aprendizados do pós-pandemia
Cuidados voltados ao envelhecimento saudável e à promoção da longevidade
Estratégias de educação em saúde e comunicação com os pacientes em diferentes canais
Modelos de remuneração e incentivos baseados em resultados e indicadores de saúde

Tecnologias e Soluções Inovadoras para a Medicina Preventiva

Além das iniciativas da Saúde Suplementar, vamos apresentar serviços, tecnologias e soluções inovadoras que estão apoiando toda a cadeia produtiva da saúde — de operadoras a prestadores, passando por healthtechs e empresas de diagnóstico — a colocar a Medicina Preventiva em prática de forma mais eficiente, integrada e orientada por dados. Essas iniciativas têm sido fundamentais para ampliar o acesso, otimizar recursos e gerar melhores desfechos clínicos.

As healthtechs e empresas fornecedoras de soluções são peças-chave na transformação da Medicina Preventiva no Brasil. Com tecnologias, plataformas digitais e inteligência de dados, vêm potencializando um cuidado mais eficiente, contínuo e acessível. Participar desta edição é uma oportunidade de mostrar como essas inovações estão ampliando o acesso, otimizando recursos e gerando melhores desfechos em saúde.

Entre as soluções em destaque, estão as ferramentas de inteligência artificial e analytics para predição de doenças e gestão proativa, check-ups personalizados e protocolos de rastreamento baseados em evidências, tecnologias de monitoramento remoto como apps, wearables e telemonitoramento contínuo, além de sistemas de apoio à decisão clínica. Também ganham relevância as soluções para gestão vacinal e vigilância epidemiológica, iniciativas integradas para promoção da longevidade saudável, plataformas de educação em saúde e engajamento do paciente, e modelos de Value-Based Care aliados a Business Intelligence e avaliação de desfechos clínicos.

Saúde Mental, Medicina Preventiva e a NR-1

A saúde mental vem ganhando destaque como parte essencial da Medicina Preventiva, especialmente diante das mudanças recentes na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que passou a reconhecer os riscos psicossociais no ambiente de trabalho com a mesma relevância dos riscos físicos. A nova diretriz exige das empresas uma abordagem mais proativa na identificação, avaliação e mitigação de fatores como estresse crônico, ansiedade, burnout, assédio moral e outras condições que impactam diretamente o bem-estar emocional dos trabalhadores. Essa mudança sinaliza um avanço importante na forma como a saúde mental é tratada na esfera ocupacional, promovendo ambientes mais seguros, saudáveis e humanos.

Na edição especial sobre Medicina Preventiva, a Revista Medicina S/A abordará como a atualização da NR-1 se conecta com práticas preventivas nas empresas e instituições de saúde. Serão discutidos temas como a implantação de programas de saúde mental preventiva, o uso de tecnologias para monitoramento emocional, capacitação de lideranças para gestão de clima organizacional, além de estratégias de acolhimento e escuta ativa. A cobertura trará cases de boas práticas, ferramentas inovadoras e evidências sobre os benefícios de integrar a saúde mental à estratégia preventiva das organizações — não apenas para cumprir uma exigência legal, mas para promover qualidade de vida, produtividade sustentável e equilíbrio nas relações de trabalho.

A nova NR-1 também impulsiona o debate sobre o papel das soluções digitais no cuidado com a saúde mental nas empresas, e a telemedicina surge como aliada estratégica nessa adaptação. Entre essas soluções, destacam-se as plataformas digitais de triagem e acompanhamento psicológico, os programas de suporte emocional com atendimento remoto, os sistemas de mapeamento de riscos mentais e os recursos voltados à capacitação de lideranças para a gestão de clima organizacional e acolhimento. Com o avanço da digitalização na saúde, cresce também o uso de indicadores de bem-estar, inteligência artificial e dados preditivos para personalizar intervenções e otimizar a tomada de decisão nas áreas de RH e saúde corporativa.

....................................

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

segurança do paciente é um pilar essencial da assistência qualificada e um indicador de maturidade das instituições de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um em cada 10 pacientes hospitalizados sofre eventos adversos evitáveis — até 80% deles poderiam ser prevenidos —, o que gera perdas globais estimadas em US$ 42 bilhões ao ano.

Reduzir esses danos vai além de uma meta clínica: é uma estratégia de gestão que influencia diretamente a sustentabilidade, a reputação e o desempenho das organizações. A segurança precisa estar incorporada à cultura institucional, refletida nas rotinas e nas atitudes dos profissionais envolvidos no cuidado. Isso exige que o controle dos riscos assistenciais esteja no centro da governança, sustentado por políticas consistentes, liderança engajada, uma cultura organizacional sólida e o uso de tecnologias que apoiem a tomada de decisão.

Instituições que adotam boas práticas baseadas em evidências já colhem resultados concretos. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por exemplo, reduziu complicações pós-operatórias com o uso de checklists cirúrgicos orientados pelas diretrizes da OMS. Já o Brigham and Women’s Hospital, em Boston, registrou uma redução de 55% nos erros de medicação ao implantar prescrição eletrônica e sistemas de dupla checagem.

Além dos protocolos, a qualificação contínua das equipes é indispensável. No Hospital Israelita Albert Einstein, simulações clínicas realísticas aumentaram em até 60% a adesão a protocolos de segurança em UTIs — demonstrando como o treinamento prático, aliado à liderança engajada, promove mudanças sustentáveis no comportamento profissional.

Indicadores assistenciais também são ferramentas centrais. Como já afirmava William Edwards Deming, “o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”. Taxas de infecção, erros de medicação e notificações de eventos adversos devem compor painéis de controle que orientem decisões estratégicas.

Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar, como resistência à mudança, cultura punitiva, alta rotatividade e falhas de comunicação entre áreas. Uma das formas mais eficazes de enfrentá-los é por meio da adoção de uma cultura justa, que equilibre responsabilização e aprendizado. O modelo do NHS, no Reino Unido, é referência nesse sentido: os erros são analisados como oportunidades de melhoria sistêmica e não como falhas individuais.

Na prática, reduzir eventos adversos salva vidas, melhora indicadores operacionais, reduz custos com retrabalho e litígios e fortalece a reputação institucional. Além de atender a exigências regulatórias, investir em segurança é assumir um compromisso com a qualidade — e com as pessoas.

Para os gestores, o desafio é transformar esse compromisso em um princípio de governança. Uma cultura que permeia profissionais, processos e decisões. Porque, em saúde, o cuidado seguro não é uma opção — é a única escolha aceitável.

*Claudia Balbuena Dal Forno é Médica da Promed – Soluções em Saúde.

.........................

JORNAL OPÇÃO

Empresário acusa médico de falha em procedimento cirúrgico e sequelas; médico nega

Segundo Márcio, após ele fazer denúncias à imprensa, outros 10 pacientes com situações parecidas entraram em contato

O empresário Márcio Lima acusa o neurocirurgião Tiago Fernandes de erro médico após passar por um procedimento na coluna. De acordo com Lima, ele sofreu perda de mobilidade na perna esquerda por conta da suposta falha causada pelo profissional de saúde. Ele afirma que o incidente comprometeu significativamente sua capacidade de locomoção e qualidade de vida.

“Fiz a cirurgia no dia 23 de dezembro e fiquei desassistido por 22 dias. Eu senti fortes dores por conta de um procedimento errado que ele fez na minha lombar e cervical. Ele colocou um parafuso errado na vértebra L5 que acabou criando uma mecânica errada nas outras”, explicou ao Jornal Opção.

Segundo o empresário, após ele fazer denúncias à imprensa, outros 10 pacientes com situações parecidas entraram em contato com ele. O empresário disse que entrou com processo na Justiça contra o médico e o plano de saúde. Além disso, teriam ocorrido outros cinco erros do mesmo profissional.

“O plano me deu assistência por não ter negado a primeira cirurgia. Mas na segunda eu já não confiava, então procurei outra clínica. Tive que tirar todos os pinos e colocar outros mais grossos e com mais cimento ósseo pois ele praticamente quebrou minhas vértebras. Hoje estou com sequelas”, afirma.

Por meio de sua assessoria jurídica, Thiago Fernandes afirmou que não tem conhecimento de nenhum processo movido contra si e que o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) é a única entidade competente para apurar e atestar erro médico e “não há qualquer registro nesse sentido”.

Em nota, o Cremego afirma que pacientes devem recorrer ao conselho em caso de “indícios de possível infração ao Código de Ética Médica” para registrar denúncia.

Leia a nota na íntegra a seguir:

Não houve qualquer erro médico cometido pelo Dr. Tiago Fernandes. Ele também não tem conhecimento da existência de qualquer processo movido contra si. Ressaltamos que a única entidade competente para apurar e atestar erro médico é o Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO), e não há qualquer registro nesse sentido.

Informamos ainda que o Dr. Tiago já adotou as medidas jurídicas cabíveis contra seu acusador, que tem promovido uma campanha difamatória infundada, utilizando-se indevidamente de sua posição como jornalista e de seus contatos na imprensa para espalhar acusações sem qualquer base factual.

Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

............................

Assessoria de Comunicação        

Quarta, 25 Junho 2025 07:00

CLIPPING AHPACEG 25/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Diretoria da Unimed em Cuiabá vira alvo de ataques anônimos após identificar rombo de R$ 400 milhões; criminosos são alvos de operação

https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2025/06/24/diretoria-da-unimed-em-cuiaba-vira-alvo-de-ataques-anonimos-apos-identificar-rombo-de-r-400-milhoes-criminosos-sao-alvos-de-operacao.ghtml

Médicos são indiciados por morte de empresária após cirurgia plástica em Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/06/24/medicos-sao-indiciados-por-morte-de-empresaria-apos-cirurgia-plastica-em-goiania.ghtml

Para reduzir filas, governo Lula trocará até R$ 2 bi em dívidas de hospitais privados por cirurgias

https://exame.com/brasil/para-reduzir-filas-governo-lula-trocara-ate-r-2-bi-em-dividas-de-hospitais-privados-por-cirurgias/

Haddad diz que SUS não se sustenta sozinho e precisará de apoio da rede privada

https://www.gazetadigital.com.br/editorias/economia/haddad-diz-que-sus-nao-se-sustenta-sozinho-e-precisara-de-apoio-da-rede-privada/812989

Setor de Saúde é o segundo maior alvo de vazamentos de dados

https://medicinasa.com.br/vazamentos-dados/

Maioria das ações contra planos trata de coberturas previstas em contrato

https://medicinasa.com.br/judicializacao-alta/

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

https://medicinasa.com.br/cuidado-seguro/

 

PORTAL G1

Diretoria da Unimed em Cuiabá vira alvo de ataques anônimos após identificar rombo de R$ 400 milhões; criminosos são alvos de operação

Investigação apontou que campanha de difamação foi articulada por uma rede ligada à antiga gestão da cooperativa. A polícia cumpriu mandados em Mato Grosso e Goiás.

Uma rede de mensagens anônimas, disparadas em massa por SMS, foi usada para tentar destruir a imagem da nova diretoria da cooperativa de plano de saúde Unimed Cuiabá que assumiu a gestão após a descoberta de um rombo de R$ 400 milhões nas contas da empresa, em 2022.

Os suspeitos do crime são alvos de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (24). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis de Cuiabá e Aparecida de Goiânia (GO), com autorização judicial para acesso a celulares, computadores e quebra de sigilo de dados.

Em nota, a Unimed Cuiabá disse que os ataques ocorreram, inicialmente, por envio de mensagens via WhatsApp e, posteriormente, passou a ser conduzido publicamente pelo ex-marqueteiro da gestão, o publicitário, que criou um site chamado Instituto Brasil Cooperado, utilizando-se do mesmo modus operandi de disseminação de conteúdos caluniosos.

"A cooperativa reforça que desde o início colabora ativamente com as autoridades e acompanha de perto as investigações. Os serviços e operações não serão comprometidos com a ação", disse.

Conforme as investigações, as mensagens, assinadas com o pseudônimo “Edmond Dantès” — personagem que simboliza vingança —, usavam serviços de “short code”, um sistema de envio em massa por números curtos, geralmente usados em campanhas de marketing. O objetivo era atrair médicos cooperados a acessar links com acusações falsas contra os atuais dirigentes.

Ligação com a antiga gestão

Ainda de acordo com a investigação, os disparos de mensagens foram encomendados por empresas de marketing digital de fora do estado, mas ligadas a pessoas próximas da antiga diretoria da cooperativa. O pagamento pelos serviços foi rastreado até os envolvidos.

Os crimes investigados incluem associação criminosa, injúria, difamação e calúnia, todos na forma qualificada. O site usado na campanha, hospedado fora do Brasil, também dificultava a responsabilização direta dos autores.

Segundo a polícia, a nova diretoria da cooperativa assumiu o comando após uma auditoria identificar, ainda em 2022, um rombo bilionário causado por má gestão e irregularidades administrativas. Desde então, medidas de reestruturação têm sido implementadas para tentar recuperar a saúde financeira da instituição.

A operação foi coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) com apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos de Goiás e da Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado da Polícia Civil.

.............................

Médicos são indiciados por morte de empresária após cirurgia plástica em Goiânia

Para a polícia, eles devem responder por homicídio doloso devido a falhas no atendimento após o procedimento. Fábia Portilho, de 52 anos, teve complicações após mamoplastia e lipoaspiração, em 2024.

Dois médicos foram indiciados pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) pela morte da empresária Fábia Portilho, de 52 anos, após a realização de uma mamoplastia e uma lipoaspiração, em um hospital particular de Goiânia. O caso ocorreu em maio de 2024. A delegada Lara Soares informou nesta terça-feira (24) que o inquérito policial concluiu que houve falhas no atendimento médico após o procedimento.

“Diante dos elementos de prova produzidos, tanto de oitivas de médicos do hospital, como do parecer médico legal, houve uma negligência e omissão no encaminhamento imediato dela para uma UTI assim que instalado um quadro grave”, informou a investigadora.

Segundo a Polícia Civil, os profissionais indiciados por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, são o cirurgião plástico que fez o procedimento, Nelson Rodrigues, e o médico plantonista que atendeu a empresária no pós-operatório, Eduardo Lima de Melo Júnior. De acordo com a corporação, se denunciados e condenados, podem pegar pena de um a três anos de detenção.

A defesa de Nelson Rodrigues pontuou que a morte da paciente ocorreu devido a uma "complicação grave, porém reconhecida, associada a cirurgias plásticas extensas — riscos esses previamente esclarecidos e consentidos". A assessoria do médico frisou ainda que o indiciamento decorre de procedimento ainda em fase investigativa, sem oferecimento de denúncia ou formação de culpa (leia a nota completa ao fim do texto).

Em nota ao g1, a defesa de Eduardo Lima destacou que ainda não possui acesso integral ao inquérito policial que apura o caso, mas defeneu que o cliente “adotou todas as condutas médicas necessárias e compatíveis com a boa prática médica, incluindo a solicitação de exames e monitoramento do quadro clínico da paciente” (leia o pronunciamento completo ao fim do texto).

O advogado responsável pela defesa do hospital em que a empresária foi atendida disse que a instituição dispõe de estrutura técnica compatível com os procedimentos realizados e que em nenhum momento houve omissão estrutural ou insuficiência de meios por parte da unidade (leia a nota completa ao fim do texto).

"​​​As decisões relativas à condução do caso, incluindo a eventual necessidade de transferência da paciente, são de natureza exclusivamente médica, tomadas por profissionais devidamente habilitados, dentro de sua autonomia técnica", pontuou.

Ao g1, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) esclareceu que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Investigação

Segundo divulgado pela polícia, o laudo cadavérico de Fábia Portilho identificou que a paciente morreu devido a um choque obstrutivo, que ocorre quando algo bloqueia o fluxo sanguíneo normal e impede que o coração se encha adequadamente e bombeie sangue de forma eficaz. A paciente sofreu um extenso tromboembolismo pulmonar gorduroso. A morte está relacionada às complicações do procedimento cirúrgico e ao manejo pós-operatório.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, a delegada destacou que o parecer médico não atestou que os profissionais causaram a morte da paciente. “O que o médico legista do IML diz é que a transferência imediata dela poderia reduzir as chances de morte, ou seja, ela teria uma chance de sobrevida”, ressaltou.

“Durante todo o dia, ela se queixou de muita dor, formigamento no corpo, queimação no corpo. O quadro dela foi se agravando. Além desses sintomas que ela relatava, o quadro clínico e a análise dos exames também mostraram que ela começou a ter uma queda muito grande na pressão arterial, queda de temperatura chegando a 34°C, o que já caracteriza uma hipotermia. Tudo isso começou a partir das 17h. Ela passou a apresentar confusão mental", relatou a delegada.

A investigação identificou que houve omissão na adoção de medidas necessárias devido à gravidade do quadro clínico. Entre as falhas destacadas, estão:

não terem pedido exames essenciais para o diagnóstico;

demora na administração de antibióticos;

não transferência imediata da vítima para uma unidade hospitalar com estrutura para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tomografia.

“A questão que foi colocada pelo parecer médico legal não levanta nenhuma intercorrência e nenhum erro durante o procedimento cirúrgico, mas sim no pós-operatório”, explicou a investigadora.

Em depoimento, os médicos relataram que para o quadro clínico da paciente as medidas adotadas seriam suficientes. Contudo, no hospital não havia UTI nem aparelho para tomografia, os quais eram necessários para o devido atendimento, segundo a delegada. O estabelecimento médico não foi indiciado.

Relembre o caso

A família de Fábia Portilho denunciou a morte dela à Polícia Civil no dia 8 de maio de 2024. Conforme relato do boletim de ocorrência, a empresária realizou a cirurgia plástica no dia 1º. Na época do ocorrido, Mariana Batista, prima da vítima, disse que ela recebeu alta no dia 5, mas voltou ao hospital dois dias depois com dores abdominais.

"Ela foi internada e fez exames de sangue. A família pediu uma tomografia, mas os médicos disseram que ela estava só com anemia e não precisava da tomografia, só bolsas de sangue", disse.

Conforme o relato da família à polícia, Fábia gritava de dor e, mesmo assim, os médicos de plantão e o que fez a cirurgia não a examinaram ou pediram a tomografia. "Ela só tomou as bolsas de sangue e, quando houve a troca de plantão, a médica viu que era uma infecção grave e disse que a Fábia precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)", afirmou a prima.

Mariana afirma que, neste momento, no início da noite, as equipes do hospital informaram que a unidade não tinha uma UTI nem um aparelho para fazer a tomografia. Os médicos pediram o encaminhamento da Fábia para outro hospital, mas, preocupados, os parentes levaram a empresária para uma unidade de saúde que eles confiavam mais.

"Ela chegou no hospital em choque e foi super bem atendida, porém, já estava com o pulmão comprometido por uma embolia e uma septicemia", contou Mariana.

A vítima morreu na noite do dia 7. Após o ocorrido, a família alegou que houve falta de socorro por parte dos profissionais.

Nota da defesa do cirurgião plástico

A defesa técnica informa que o indiciamento noticiado decorre de procedimento ainda em fase investigativa, sem oferecimento de denúncia ou formação de culpa. O óbito ocorrido, embora profundamente lamentável, trata-se de uma fatalidade decorrente de complicação grave, porém reconhecida, associada a cirurgias plásticas extensas — riscos esses previamente esclarecidos e consentidos.

Não há, até o momento, qualquer evidência de conduta dolosa ou negligência por parte dos profissionais envolvidos. A defesa confia plenamente no devido processo legal e na apuração isenta dos fatos, oportunidade em que serão prestados todos os esclarecimentos nos autos competentes.

Nota da defesa do médico plantonista

O advogado Corby Eduardo Pereira Borba, OAB/GO 55.988, constituído como defensor do médico Dr. Eduardo Lima de Melo Júnior, vem a público esclarecer que, até o presente momento, não foi franqueado o acesso integral ao inquérito policial que apura os fatos relacionados ao óbito da paciente Sra. Fábia Partilho, ocorrido após procedimento cirúrgico estético.

Todavia, é imprescindível informar que a atuação do Dr. Eduardo Melo se restringiu exclusivamente ao período pós-operatório, ocasião em que adotou todas as condutas médicas necessárias e compatíveis com a boa prática médica, incluindo a solicitação de exames e monitoramento do quadro clínico da paciente.

Importante ressaltar que, quando os resultados dos exames foram disponibilizados, o acompanhamento da paciente já estava sob responsabilidade do médico que realizou o procedimento cirúrgico, não mais cabendo ao Dr. Eduardo qualquer decisão clínica direta naquele momento.

Dessa forma, não há qualquer elemento concreto que justifique o enquadramento do médico no crime de homicídio culposo, especialmente porque não houve omissão, imperícia, imprudência ou negligência na conduta adotada. Ao contrário, todas as providências ao seu alcance foram devidamente executadas com base na ciência médica e nos protocolos clínicos indicados ao caso.

O Dr. Eduardo Lima de Melo Júnior permanece à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade profissional e o respeito à vida.

Nota da defesa do hospital

O hospital informa que tomou conhecimento, por meio da imprensa, da conclusão do inquérito policial que apura as circunstâncias do falecimento da paciente Fábia Portilho, ocorrido em maio de 2024.

​​​Desde o início das investigações, o hospital prestou total colaboração às autoridades competentes, fornecendo prontuários, imagens e informações solicitadas, com absoluta transparência e boa-fé institucional.

​​​A instituição reitera que dispõe de estrutura técnica compatível com os procedimentos realizados, com equipe médica especializada, suporte clínico completo e recursos para estabilização e monitoramento de pacientes no pós-operatório.

​​​Durante todo o atendimento, foram adotadas condutas médicas baseadas em critérios técnicos, conforme os dados clínicos disponíveis e avaliações multiprofissionais. Em nenhum momento houve omissão estrutural ou insuficiência de meios por parte da instituição.

​​​As decisões relativas à condução do caso, incluindo a eventual necessidade de transferência da paciente, são de natureza exclusivamente médica, tomadas por profissionais devidamente habilitados, dentro de sua autonomia técnica.

​​​A eventual discussão sobre o acerto ou não dessas decisões será conduzida nos foros próprios, com observância do contraditório e da ampla defesa.

​​​O Hospital manifesta profundo respeito pela memória da paciente e solidariedade à sua família, lamentando profundamente o desfecho trágico do caso, reafirmando seu compromisso histórico com a medicina ética, a segurança do paciente e o aperfeiçoamento contínuo dos processos assistenciais.

​​​Aguarda-se com serenidade a manifestação do Ministério Público e o regular processamento judicial, confiando plenamente na atuação do Poder Judiciário.

..............................

EXAME

Para reduzir filas, governo Lula trocará até R$ 2 bi em dívidas de hospitais privados por cirurgias

Os ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram nesta terça-feira, 24, a troca de dívida de hospitais privados por atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria que estabelece as regras da medida será publicada nesta semana. O limite de crédito tributário para as empresas será de até R$ 2 bilhões por ano. 

“A portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Fazenda, que vai para publicação hoje, ou em edição extra do Diário Oficial da União, ou vai ser publicada amanhã, regulamenta uma das medidas mais inovadoras do Agora Tem Especialistas. Cria um instrumento que, pela primeira vez, passa a existir no Sistema Único de Saúde”, afirmou Padilha em coletiva de imprensa ao lado de Haddad.

O planejamento é que a partir de agosto deste ano os hospitais privados e filantrópicos ofereçam o atendimento aos pacientes do SUS. A população poderá realizar exames e cirurgias nas instituições.

A medida do governo é mais uma que mira melhorar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As pesquisas de opinião mostram que a saúde é um dos temas que geram maior preocupação do brasileiro.

O Ministério da Saúde será responsável por avaliar a adequação da oferta apresentada, levando em consideração as necessidades regionais e o perfil das dívidas. Haverá um credenciamento que permitirá a integração dessa oferta à regulação assistencial dos estados e municípios. O critério principal será a análise das filas de espera e das demandas locais por serviços de saúde.

“O Ministério da Saúde foi muito feliz em levar ao presidente da República e ao Ministério da Fazenda a ideia de criar um misto de ProUni com Desenrola. É um híbrido de vários instrumentos de gestão pública que foram utilizados para criar um ambiente em que você pensa no saneamento de instituições históricas, que estão com algum problema de endividamento. Nós estamos falando de 3.537 instituições que prestam serviços médicos que estão nessa situação. E elas respondem por R$ 34,1 bilhões em dívidas inscritas”, disse Haddad. 

A medida estabelece que as entidades devem ofertar, no mínimo, R$ 100 mil mensais em procedimentos médicos, com valores estipulados pela tabela SUS. Contudo, nas regiões com menor presença de hospitais privados e maior demanda, o valor mínimo será reduzido para R$ 50 mil.

Para as instituições com dívidas superiores a R$ 10 milhões, será possível trocar até 30% da pendência por atendimentos. Já as dívidas entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões podem ser trocadas por até 40% de serviços prestados. No caso de dívidas abaixo de R$ 5 milhões, até 50% do valor poderá ser convertido em atendimento ao SUS.

A nova medida prevê que, uma vez realizados os atendimentos e concluída a auditoria, será gerado um crédito financeiro, que poderá ser utilizado a partir de 1º de janeiro de 2026.

Além da medida, o ministro Padilha também afirmou que o Agora Tem Especialistas vai estruturar um painel nacional inédito de monitoramento dos tempos de espera de cirurgias, de exames e de consultas especializados.

.....................

GAZETA DIGITAL

Haddad diz que SUS não se sustenta sozinho e precisará de apoio da rede privada

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (24), durante o lançamento da nova portaria do programa Agora Tem Especialista, que o Brasil possui um sistema de saúde universal, mas ainda não conta com um orçamento público compatível para esse serviço.

O programa permitirá que hospitais privados e filantrópicos com dívidas com o governo possam quitá-las por meio da oferta de atendimentos especializados à pacientes do SUS, como consultas, exames e cirurgias. A iniciativa é liderada pelos ministérios da Saúde e da Fazenda.

A expectativa do governo com o Agora Tem Especialista é reduzir o tempo de espera dos pacientes para acessar serviços de saúde. “Nós entendemos que essa iniciativa extraorçamentária vai na decisão correta de fortalecer o SUS no momento em que ele atravessa ainda um quadro pós-pandêmico que expira cuidado. Isso para não falar do crônico subfinanciamento da saúde no Brasil, conhecido por todos. O Brasil tem um sistema universal, mas não tem um orçamento público compatível com esse sistema”, disse Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, o país conta com 3.537 entidades privadas que acumulam cerca de R$ 34 bilhões em dívidas escritas. A região Sudeste concentra o maior percentual desses valores.

“A felicidade do Ministério da Saúde foi levar ao presidente e à Fazenda a ideia de permitir que, no âmbito de uma transação, [a entidade] abra uma perspectiva que uma parte dessa dívida limitada pela lei dentro das nossas possibilidades fiscais, seja paga por serviço mediante um crédito tributário”, destacou Haddad.

“O setor da saúde precisa ter uma atenção especial no âmbito da transação. [A iniciativa] é um misto de Prouni com Desenrola, na verdade”, continuou o ministro da Fazenda, citando o Programa Universidade para Todos, que oferece bolsas de estudo (integrais e parciais de 50%) em instituições privadas de ensino superior, e o Desenrola, criado para ajudar brasileiros endividados a negociar e quitar dívidas com condições especiais.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, uma portaria será publicada no Diário Oficial da União será publicada nesta terça-feira, e, após cinco dias úteis, os hospitais interessados poderão apresentar suas propostas de prestação de serviços.

A expectativa é que os contratos estejam formalizados até agosto para que os pacientes sejam atendidos na rede privada. A medida também prevê prioridade para os hospitais que já prestam serviços ao SUS e que mantêm programas de residência médica.

Como funcionará o programa
O Ministério da Saúde será responsável por avaliar a proposta feita pelos hospitais interessados em participar do programa. Essa análise levará em consideração a adequação da oferta de serviços (como consultas, exames e cirurgias) e o perfil da dívida que o hospital possui com o governo.

Após a aprovação, os hospitais poderão começar a atender os pacientes do SUS. Cada atendimento realizado será convertido em um crédito financeiro, que funcionará como uma espécie de moeda para abater a dívida existente.

O Ministério da Fazenda será o responsável pela fiscalização das negociações e acordos.

Requisitos para adesão ao programa
– Transação tribuária com o Ministério da Fazenda
– Capacidade comprovada
– Ser hospital credenciado e habilitado na Agência de Vigilância Sanitária

A oferta mínima do procedimento oferecido pelo hospital é de no mínimo R$ 100 mil por mês. Nas regiões com menos instituições, o valor mínimo será de R$ 50 mil por mês.

O governo ressalta que, quanto menor a dívida, maior será o crédito, sendo distribuído da seguinte forma:

– Maior que R$10 milhões: até 30% da dívida
– De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões: até 40% da dívida
– Menor que R$ 5 milhões: até 50% da dívida

..................................

MEDICINA S/A

Setor de Saúde é o segundo maior alvo de vazamentos de dados

Os números não deixam dúvidas: o setor da saúde segue como um dos alvos preferenciais dos cibercriminosos no mundo. Segundo o Data Breach Investigations Report (DBIR) 2025, divulgado pela Verizon, foram mais de 1.700 incidentes de segurança registrados na área médica entre novembro de 2023 e outubro de 2024. Destes, um assustador volume de 1.542 resultou em vazamentos de dados, muitos expostos por cibercriminosos em sites e fóruns na Dark e Deep Web.

O levantamento é considerado uma das maiores referências globais sobre segurança digital. Neste ano, analisou mais de 22 mil incidentes, com 12.195 violações de dados confirmadas em organizações de 139 países.

A saúde ficou atrás apenas do setor industrial, que acumulou 1.607 violações no mesmo período. “Os dados médicos são altamente sensíveis e valiosos. Por isso, o setor virou uma espécie de mina de ouro para os cibercriminosos”, explica Anchises Moraes, especialista da Apura Cyber Intelligence, que pelo sétimo ano consecutivo é uma das colaboradoras do relatório, levando dados do cenário brasileiro para esse levantamento global.

Segundo o relatório, 45% das violações miraram dados médicos, enquanto 40% afetaram dados pessoais, como nomes, endereços e números de documentos.

Os principais caminhos para as violações continuam sendo os mesmos: intrusões, falhas humanas e erros diversos, responsáveis por 74% dos casos. Já sobre quem promove os ataques, a maioria vem de fora: 67% são atribuídos a agentes externos. Mas o risco interno também é alto: 30% dos incidentes foram causados por pessoas com acesso legítimo aos sistemas. Os parceiros, por sua vez, responderam por 4% das investidas.

A maioria das invasões teve motivações financeiras: 90% dos ataques buscaram lucro direto com extorsão ou venda de dados. Contudo, um dado chama a atenção: os ataques movidos por espionagem saltaram de 1% em 2023 para 16% em 2024, um crescimento que, segundo Moraes, é “expressivo e preocupante”.

Anchises Moraes

“Esse é um dos grandes desafios: muitas vezes, quem está dentro da organização facilita ou executa o ataque”, alerta Moraes. Para ele, a resposta precisa ir além de barreiras tecnológicas. “É preciso investir em treinamento, conscientização e controles rigorosos.”

Outra mudança detectada pelo DBIR 2025: os ataques de ransomware e invasões sofisticadas superaram, pela primeira vez, os erros humanos como causa dos incidentes, que lideravam o ranking até 2023. A escalada preocupa, especialmente em hospitais, onde a indisponibilidade de sistemas por um ataque de ransomware pode comprometer o atendimento e colocar vidas em risco. A América Latina também figura no relatório com destaque: foram 657 incidentes na região, sendo 413 com vazamentos confirmados.

“Depois que um ataque acontece, o desespero toma conta, e isso dá ainda mais vantagem aos criminosos”, afirma Moraes. “Não basta ter rotinas de segurança, sistemas de proteção robustos e, principalmente, investir em educação protetiva cibernética para reduzir o risco de um ataque bem-sucedido”, destaca. “É fundamental investir em medidas preventivas e pró-ativas, como monitoramento de ameaças, e construir um sólido plano de resposta a incidentes, para minimizar o impacto e retomar rapidamente a operação caso o pior aconteça”.

............................

Maioria das ações contra planos trata de coberturas previstas em contrato

Dados recentes da agência reguladora dos planos de saúde no Brasil apontam que as operadoras registraram lucro líquido de R$ 7,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025 – um crescimento de 114% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em paralelo, as despesas com ações judiciais também aumentaram expressivamente, passando de R$ 1 bilhão em 2020 para quase R$ 4 bilhões no acumulado de 12 meses até março deste ano.

Segundo a própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 62% dessas despesas decorrem de procedimentos que já constam nos contratos firmados com os beneficiários, o que pode evidenciar um cenário preocupante de negação indevida de cobertura.

Diante da repercussão, o advogado Elano Figueiredo, especialista em regulação e ex-diretor da ANS, comenta: “Muitos me perguntam se o aumento dos lucros dos planos estaria associado à negativa de coberturas, mas essa conclusão é precipitada. Isso porque as despesas decorrentes de decisões judiciais – como liminares que obrigam à realização do atendimento – também impactam diretamente o resultado das operadoras e já estão contabilizadas. Em muitos casos, essas condenações são mais onerosas, por envolverem valores de tabela particular e indenizações por dano moral”.

O dado mais preocupante está no fato de que a maioria dos processos judiciais envolve coberturas já previstas em contrato. “Por que, então, esses atendimentos foram negados? A resposta não está no lucro, porque foram deduzidas, então elas estariam sendo corretamente contabilizadas e classificadas”, questiona Figueiredo.

.............................

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

segurança do paciente é um pilar essencial da assistência qualificada e um indicador de maturidade das instituições de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um em cada 10 pacientes hospitalizados sofre eventos adversos evitáveis — até 80% deles poderiam ser prevenidos —, o que gera perdas globais estimadas em US$ 42 bilhões ao ano.

Reduzir esses danos vai além de uma meta clínica: é uma estratégia de gestão que influencia diretamente a sustentabilidade, a reputação e o desempenho das organizações. A segurança precisa estar incorporada à cultura institucional, refletida nas rotinas e nas atitudes dos profissionais envolvidos no cuidado. Isso exige que o controle dos riscos assistenciais esteja no centro da governança, sustentado por políticas consistentes, liderança engajada, uma cultura organizacional sólida e o uso de tecnologias que apoiem a tomada de decisão.

Instituições que adotam boas práticas baseadas em evidências já colhem resultados concretos. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por exemplo, reduziu complicações pós-operatórias com o uso de checklists cirúrgicos orientados pelas diretrizes da OMS. Já o Brigham and Women’s Hospital, em Boston, registrou uma redução de 55% nos erros de medicação ao implantar prescrição eletrônica e sistemas de dupla checagem.

Além dos protocolos, a qualificação contínua das equipes é indispensável. No Hospital Israelita Albert Einstein, simulações clínicas realísticas aumentaram em até 60% a adesão a protocolos de segurança em UTIs — demonstrando como o treinamento prático, aliado à liderança engajada, promove mudanças sustentáveis no comportamento profissional.

Indicadores assistenciais também são ferramentas centrais. Como já afirmava William Edwards Deming, “o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”. Taxas de infecção, erros de medicação e notificações de eventos adversos devem compor painéis de controle que orientem decisões estratégicas.

Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar, como resistência à mudança, cultura punitiva, alta rotatividade e falhas de comunicação entre áreas. Uma das formas mais eficazes de enfrentá-los é por meio da adoção de uma cultura justa, que equilibre responsabilização e aprendizado. O modelo do NHS, no Reino Unido, é referência nesse sentido: os erros são analisados como oportunidades de melhoria sistêmica e não como falhas individuais.

Na prática, reduzir eventos adversos salva vidas, melhora indicadores operacionais, reduz custos com retrabalho e litígios e fortalece a reputação institucional. Além de atender a exigências regulatórias, investir em segurança é assumir um compromisso com a qualidade — e com as pessoas.

Para os gestores, o desafio é transformar esse compromisso em um princípio de governança. Uma cultura que permeia profissionais, processos e decisões. Porque, em saúde, o cuidado seguro não é uma opção — é a única escolha aceitável.

*Claudia Balbuena Dal Forno é Médica da Promed – Soluções em Saúde.

....................

Assessoria de Comunicação        

Pagina 3 de 232