Administrador

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Segunda, 14 Abril 2025 06:50

CLIPPING AHPACEG 12 A 14/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

CFM proíbe uso de bloqueadores hormonais em jovens

https://revistaoeste.com/saude/cfm-proibe-uso-de-bloqueadores-hormonais-em-criancas-e-adolescentes/

Hospital de Goiás troca corpos de bebês e famílias vivem sofrimento

https://ohoje.com/2025/04/12/hospital-de-goias-troca-corpos-de-bebes-e-familias-vivem-sofrimento/

Doenças raras: colaboração é a chave para os avanços no setor

https://medicinasa.com.br/doencas-raras-colaboracao/

Projeto aprova autonomia de médico para escolher tratamento de pacientes

https://medicinasa.com.br/medico-autonomia/

REVISTA OESTE

CFM proíbe uso de bloqueadores hormonais em jovens

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou uma resolução na terça-feira 8, que proíbe o uso de bloqueadores hormonais em crianças e adolescentes para mudança de sexo. A medida ainda precisa ser publicada no Diário Oficial para entrar em vigor.

A resolução determina o aumento da idade mínima para cirurgias de transição com efeito esterilizador de 18 para 21 anos.

Além disso, eleva de 16 para 18 anos a idade mínima para o início da terapia hormonal cruzada, que visa à feminização ou masculinização de acordo com a “identidade de gênero”.

Detalhes sobre a proibição

A proibição do uso de bloqueadores hormonais não se aplica a casos de puberdade precoce ou outras condições endócrinas, mas é específica para crianças e adolescentes que buscam a transição.

Procedimentos cirúrgicos para redesignação de sexo sem efeito esterilizador mantêm a idade mínima de 18 anos.

Os serviços de saúde que realizam esses procedimentos devem cadastrar os pacientes e garantir a disponibilização das informações aos Conselhos Regionais de Medicina locais. Essa medida visa a assegurar o monitoramento adequado das práticas médicas envolvidas.

Fundamentação do CFM

Para fundamentar essa mudança, o CFM se baseou em uma lei aprovada em 2022, que reduziu de 25 para 21 anos a idade mínima para laqueadura ou vasectomia no Brasil.

A resolução também destaca que transgêneros que mantêm órgãos do sexo biológico original devem buscar atendimento preventivo ou terapêutico com especialistas adequados, como ginecologistas e urologistas.

O CFM ressalta que as alterações estão em linha com medidas adotadas em outros países, como no Reino Unido, que impôs restrições à transição para menores de idade depois de reavaliar os tratamentos.

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O HOJE

Hospital de Goiás troca corpos de bebês e famílias vivem sofrimento

Uma das mulheres chegou a realizar o funeral sem saber que enterrava o filho de outra pessoa.

Um erro no Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás (Heal) abalou duas famílias no fim de março. A unidade de saúde trocou os corpos de dois bebês que nasceram mortos, entregando os fetos às mães erradas. 

Uma das mulheres chegou a realizar o funeral sem saber que enterrava o filho de outra pessoa. Agora, ela tenta na Justiça a exumação para que os corpos sejam identificados corretamente e as famílias possam velar seus filhos de forma digna.

A troca só foi descoberta dias depois, causando mais sofrimento às mães, que já enfrentavam o luto. “Além de viverem a dor da perda, elas agora precisam lidar com a incerteza sobre quando e como poderão enterrar seus filhos de fato”, afirmou o advogado Idelbrando Mendes, que representa as famílias ao lado do também advogado Daniel J. Kaefer.

Segundo os defensores, o hospital não ofereceu até o momento qualquer tipo de apoio seja jurídico, médico ou psicológico. “Não houve contato oficial da unidade com as famílias. Elas estão desamparadas”, lamentou Idelbrando.

O caso será investigado pela Polícia Civil, e os advogados acompanham o inquérito para buscar responsabilização civil e criminal dos envolvidos.

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MEDICINA S/A

Doenças raras: colaboração é a chave para os avanços no setor


Por Vivian Kiran Lee

As doenças raras são conhecidas como aquelas que afetam uma pequena parte da população. No entanto, somam cerca de 13 milhões as pessoas que convivem com alguma dessas enfermidades no Brasil e 300 milhões no mundo, cada uma com sua jornada única. A busca pelo diagnóstico é um processo desafiador para os pacientes, suas famílias e todos que os cercam, pois a diversidade de sinais e sintomas é muito ampla, além da forma como essas condições progridem. Manifestações relativamente frequentes podem simular problemas de saúde comuns, dificultando sua identificação correta.
A colaboração entre a indústria farmacêutica, sociedades médicas, associações de pacientes, poder público e instituições privadas de saúde é essencial para o apoio aos pacientes com doenças raras e para ampliar o conhecimento sobre as terapias adequadas disponíveis. Estima-se que existam de seis a oito mil dessas condições, sendo que 75% afetam crianças, 80% são causadas por fatores genéticos e até 30% desses pacientes morrem antes dos 5 anos de idade. Apesar do impacto significativo, segundo um estudo realizado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), apenas 2% dos casos são tratados com os chamados medicamentos órfãos, capazes de interferir na progressão da doença.
Nos últimos anos, o Brasil tem avançado nesse cenário. Iniciativas como programas de capacitação para profissionais de saúde, o engajamento de associações de pacientes e seus cuidadores e o compromisso de avaliação de novos medicamentos pelas empresas farmacêuticas e órgãos reguladores, num esforço de contribuição para o alcance de tratamentos inovadores, têm sido fundamentais para ampliar o suporte a quem convive com essas doenças.
Chegar a um diagnóstico preciso o mais rápido possível é crucial para melhorar o cuidado e a qualidade de vida das pessoas com doenças raras. No entanto, para muitas delas, a jornada desde o início dos sintomas demora em média de seis a nove anos e envolve muitas visitas a diversos especialistas, testes, procedimentos e hospitalizações, além de altos custos psicológicos e financeiros. Por isso, uma preocupação é contribuir com informações de apoio e saúde, como faz a iniciativa Juntos pelos Raros, uma plataforma dedicada à conscientização, que promove acolhimento para pacientes, cuidadores e profissionais de saúde.
O processo de descoberta, desenvolvimento, produção e incorporação de medicamentos nos sistemas de saúde é bastante complexo. O mais importante é que o olhar seja direcionado para todo o ecossistema da saúde. E no caso das doenças raras, elas não podem ser negligenciadas.

*Vivian Kiran Lee é diretora médica da Takeda no Brasil.

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Projeto aprova autonomia de médico para escolher tratamento de pacientes

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 956/22, da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que garante ao médico autonomia para escolher a abordagem terapêutica dos pacientes com plano de saúde. O texto inclui a medida, contida em norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na Lei dos Planos de Saúde.

A proposta recebeu parecer pela constitucionalidade da relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ). O projeto tramitou em caráter conclusivo e poderá seguir ao Senado, a menos que haja recurso para votação pelo Plenário.

"Ninguém melhor do que o médico conhece as necessidades e contexto de vida do paciente, podendo escolher o encaminhamento terapêutico adequado. As operadoras, por outro lado, costumam abordar os casos de forma mais homogênea, tendendo, quando possível, a defender condutas que reduzam os custos. Isso é um grave atentado contra a saúde pública", afirmou Carneiro.

O texto aprovado proíbe as operadoras de planos de restringir a liberdade do exercício de atividade profissional do prestador de serviço, desde que a ciência e as leis sejam observadas. Infratores poderão ser punidos com sanções, que vão de advertência a cancelamento da autorização para funcionamento.

Debate

O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) defendeu a proposta. "Esse projeto é extremamente importante e consegue garantir vários direitos, como o direito à saúde e a um tratamento digno, além de preservar a autonomia, a independência e a isenção técnica dos profissionais da saúde, para que escolham a melhor abordagem terapêutica para o seu paciente", disse.

"É uma luta necessária contra o poder econômico representado pelas empresas de planos de saúde, que recebem valores altos e, em vez de prestar um serviço de excelência, acabam criando burocracia para os pacientes", criticou Duarte Jr.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 11 Abril 2025 06:38

CLIPPING AHPACEG 11/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

O que está errado com o modelo de remuneração na saúde?

https://www.jota.info/artigos/o-que-esta-errado-com-o-modelo-de-remuneracao-na-saude

Cartel dos anestesistas aterrorizava quem recusava esquema no DF

https://www.metropoles.com/colunas/mirelle-pinheiro/cartel-dos-anestesistas-aterrorizava-quem-recusava-esquema-no-df

Hospitalizações de crianças por sintomas respiratórios aumentam em Goiás

https://www.aredacao.com.br/noticias/230417/hospitalizacoes-de-criancas-por-sintomas-respiratorios-aumentam-em-goias

JOTA INFO

O que está errado com o modelo de remuneração na saúde?

Imagine que você precisa fazer uma cirurgia ou tratar uma condição crônica. O que você espera? Recuperar-se bem, evitar complicações e não gastar mais do que o necessário. Mas e se, no meio do tratamento, surgirem novas despesas, visitas inesperadas ao hospital sem que você perceba melhora na sua condição? Esse é um retrato comum em um sistema de saúde que, muitas vezes, se preocupa mais com o volume e com a complexidade dos procedimentos do que com a qualidade do cuidado prestado.

Esse modelo tradicional remunera médicos e hospitais por cada exame, consulta ou cirurgia, sem necessariamente considerar os resultados obtidos. Fora o impacto que tem na nossa saúde individual, ele gera um custo significativo para o sistema. Esse modelo incentiva a quantidade de procedimentos em vez da qualidade, elevando os custos sem necessariamente melhorar os resultados para os pacientes. Isso acaba prejudicando todos nós, já que esses custos são repassados, direta ou indiretamente, para os beneficiários e para o sistema público.

Traduzindo em números, em 2023, segundo a última edição do Panorama da Saúde Suplementar da ANS, publicado em dezembro de 2024, as 668 operadoras que atuam no Brasil gastaram com despesas assistenciais R$ 239 bilhões para atender 51,5 milhões de pessoas que possuem planos particulares. As despesas assistenciais consistem nos eventos assistenciais per capita acumulados em 12 meses, tanto em valores nominais quanto ajustados pela inflação. Essas despesas incluem os custos relacionados aos atendimentos médicos e hospitalares cobertos pelos planos de saúde. Além disso, elas também estão relacionadas ao indicador de sinistralidade, que mede a relação entre receitas (contraprestações) e despesas dos planos de saúde.

Já outro estudo desenvolvido pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), em parceria com a consultoria EY, abordou o impacto das fraudes e desperdícios no setor, bem como as melhores práticas. A análise mostrou perdas e prejuízos reais para o setor estimados entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões, em 2022, evidenciando ainda mais a relevância do tema.

É aí que entra uma abordagem diferente e muito mais interessante: cuidar para que cada paciente receba o cuidado que efetivamente precise e traga os melhores resultados para ele a um custo mais otimizado possível. Pense nisso como uma mudança de foco. Em vez de contabilizar cada serviço prestado, o sistema passa a medir o sucesso pelo impacto na vida do paciente e ser recompensado por isso. Melhor recuperação, menos internações, mais satisfação e um custo adequado.

Vale ressaltar que essa questão de qualidade e resultados não se limita ao Brasil. Mesmo em países desenvolvidos, há uma grande variabilidade nos desfechos clínicos - ou seja, nos resultados dos tratamentos que realmente importam para nossa a saúde e recuperação. Esses desfechos podem variar de local para local e de prestador para prestador, gerando diferenças enormes na qualidade do cuidado.

Por exemplo, na Alemanha, a taxa de reoperação após cirurgias de quadril pode variar até 18 vezes entre hospitais. Na Suécia, as complicações após cirurgias de catarata chegam a variar até 36 vezes, dependendo do hospital. Esses dados revelam que, mesmo em sistemas considerados avançados, ainda há um caminho importante a percorrer para garantir que todos recebam o mesmo padrão de cuidado e segurança.

Hoje, sabemos que 212,6 milhões de brasileiros dependem de um sistema de saúde que pode se beneficiar muito dessa nova abordagem, seja no SUS ou na saúde privada. Esse cenário precisa mudar e envolve uma série de fatores. Passos começam a ser dados. Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) selecionou, por meio de chamamento público, o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS), o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3ª e 4ª Região para firmarem um acordo de cooperação visando ampliar e operacionalizar essa lógica no Brasil. A proposta é clara: remunerar melhor quem entrega bons resultados, promovendo um sistema mais eficiente e justo para todos. Isso significa alinhar recursos àquilo que realmente importa: o bem-estar dos pacientes.

Além de focar na qualidade dos desfechos clínicos, o modelo de remuneração baseado em valor também promove maior transparência entre operadoras, prestadores de serviços e nós, os pacientes. Conseguimos compreender muito melhor os recursos que despendemos para cuidar da nossa saúde e nos sentimos muito mais parte do nosso cuidado.

No âmbito do sistema, o impacto financeiro também é significativo. O modelo de remuneração baseado em valor permite uma gestão mais eficiente dos recursos, priorizando a alocação inteligente de investimentos e reduzindo desperdícios. Isso não apenas ajuda a controlar os custos das operadoras de saúde, mas também beneficia diretamente as pessoas e as empresas. Os planos consideram o aumento dos custos dos tratamentos oferecidos para definir os reajustes das mensalidades. Com um modelo mais eficiente e com menos desperdício, a tendência é que os reajustes se tornem mais equilibrados e previsíveis para os beneficiários, garantindo acesso a um cuidado mais eficaz e focado em resultados reais, ao mesmo tempo em que se evitam despesas desnecessárias.

Para que esse modelo seja implementado com sucesso, é necessário investir em tecnologia, capacitar profissionais e promover mudanças estruturais no modelo atual. Médicos e hospitais precisam ser incentivados a priorizar resultados reais para os pacientes, assegurando que cada real investido gere benefícios concretos para a sociedade.

Esse não é apenas um movimento passageiro, mas uma mudança necessária e urgente. O que buscamos, em qualquer parte do mundo, é um sistema de saúde mais eficiente, que priorize o cuidado de qualidade e o uso responsável dos recursos. Isso precisa ser a regra, não a exceção.

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METRÓPOLES ONLINE

Cartel dos anestesistas aterrorizava quem recusava esquema no DF

Operação Toque de Midaz desmontou rede de coerção, monopólio e enriquecimento ilícito no setor de anestesiologia do Distrito Federal
Uma ofensiva da Polícia Civil e o Ministério Público expôs os bastidores do setor de saúde no Distrito Federal. Deflagrada nessa quinta-feira (10/4), a Operação Toque de Midaz investiga um suposto cartel milionário liderado por integrantes da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF). A investigação aponta que, por anos, um seleto grupo de profissionais comandou com punho de ferro o mercado de anestesia na capital, praticando coerção contra colegas dissidentes, manipulando valores de honorários e restringindo a livre concorrência em hospitais estratégicos.

Segundo as autoridades, os alvos da operação formavam uma organização criminosa estável e articulada, que utilizava a estrutura da cooperativa para controlar o acesso a hospitais e impor barreiras à atuação de médicos independentes. A tática, conforme apurado, incluía ameaças explícitas de descredenciamento, exclusão da cooperativa e até intimidações de natureza física e psicológica.

No centro das apurações está o médico José Silvério Assunção, atual vice-presidente da Coopanest-DF. Figura influente na especialidade, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência de alto padrão. Silvério carrega, ainda, o peso de uma condenação judicial por erro médico - um caso emblemático em que uma paciente foi deixada em estado vegetativo após complicações anestésicas em uma cirurgia simples de apendicite, no Hospital Santa Lúcia. O episódio, ocorrido em 2006, se estendeu até 2018, quando a paciente faleceu, e culminou em uma derrota do médico em todas as instâncias judiciais, inclusive no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Outro nome ligado à cúpula da cooperativa e também alvo da operação é Pablo Pedrosa Guttenberg, membro do Conselho Fiscal da entidade. A Polícia Civil cumpriu mandado de busca em seu apartamento de luxo.

O modus operandi da organização incluía, segundo os investigadores, a imposição de monopólios em hospitais estratégicos do DF, negociando em bloco com operadoras de planos de saúde e fixando tabelas de honorários que sufocavam a concorrência.

A operação, batizada de "Toque de Midaz" - em referência ao sedativo Midazolam e ao rei Midas, símbolo da ganância - , contou com o apoio da Divisão de Inteligência Policial (Dipo). Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nesta fase, e os envolvidos poderão responder por organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.

Por meio de nota, a cooperativa informou que "nunca houve e não há cartel ou qualquer outra irregularidade ou ilegalidade por parte da Coopanest-DF e seus diretores.". A defesa também acrescentou que "irá comprovar, mais uma vez, a integral regularidade e o compromisso ético dos trabalhos prestados aos seus cooperados por mais de 40 anos."

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Hospitalizações de crianças por sintomas respiratórios aumentam em Goiás

Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tiveram um crescimento entre crianças pequenas, segundo o novo boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (10/4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A alta nas hospitalizações é associada ao vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, cuja incidência ocorre em praticamente todo o país, incluindo Goiás, e tende a crescer no outono e no inverno.

O estudo é referente à Semana Epidemiológica de 30 de março a 5 de abril, e também alerta para os primeiros indícios de crescimento dos casos de SRAG por influenza, o vírus da gripe. Esse aumento ocorre especialmente no Mato Grosso do Sul, onde as hospitalizações pelo vírus têm atingido jovens, adultos e idosos.

De acordo com a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Tatiana Portela, com o início de aumento dos casos de influenza no Mato Grosso do Sul, é fundamental que todas as pessoas dos grupos prioritários, crianças de seis meses a seis anos, assim como gestantes e idosos, se imunizem contra o vírus.

“Especialmente as pessoas dos grupos prioritários que moram nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste, onde a campanha de vacinação contra o vírus já começou”, explicou.

Em nota, Tatiana reforça ainda a importância de, “em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado, sair de casa usando máscara, assim como dentro de locais fechados e com maior aglomeração de pessoas e nos postos de saúde”.

Estados e capitais

No total, 13 dos 27 estados apresentam incidência de SRAG com sinal de crescimento na análise das últimas semanas: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.

Situação nacional

Em 2025, já foram notificados 31.796 casos de SRAG, sendo 12.527 (39,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 14.113 (44,4%) negativos, e ao menos 3.060 (9,6%) aguardando resultado laboratorial.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,3% de influenza A, 1,6% de influenza B, 50,4% de vírus sincicial respiratório, 31,4% de rinovírus, e 9,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19). 

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Assessoria de Comunicação

hospital médico

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta semana os resultados da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente 2024, voltada para hospitais com Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Realizada anualmente, a avaliação visa aprimorar a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços de saúde prestados, com foco na gestão de riscos e na adoção de práticas seguras no atendimento.

De um total de 2.128 hospitais convidados a participar da avaliação, 1.509 completaram o processo, sendo 79 deles localizados em Goiás. Entre os hospitais goianos com UTI que apresentaram alta conformidade na avaliação, 10 são associadas à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).

Parabéns!!!

Hospital de Acidentados

Hospital do Coração Anis Rassi

Hospital do Rim

Hospital e Maternidade Nossa Senhora Aparecida

Hospital e Maternidade Santa Bárbara

Hospital e Maternidade São Nicolau

Hospital Evangélico Goiano

Hospital Nasr Faiad

Hospital Ortopédico de Goiânia

Instituto Ortopédico de Goiânia

Essa avaliação da Anvisa tem se mostrado um importante instrumento para fortalecer a cultura de segurança no setor de saúde e garantir cuidados de alta qualidade em todo o país. Com essa conquista, os hospitais associados à Ahpaceg reafirmam seu compromisso com a melhoria contínua da segurança e qualidade no atendimento médico-hospitalar de alta complexidade.

Quinta, 10 Abril 2025 06:51

CLIPPING AHPACEG 10/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Os caminhos para reduzir desperdícios e erros na saúde

https://medicinasa.com.br/tecnologia-inovacao/

Setor de dispositivos médicos espera crescer acima de 10% em 2025

https://medicinasa.com.br/termometro-abimed-2025/

Um terço dos brasileiros com doenças oculares abandona o tratamento

https://medicinasa.com.br/doencas-oculares-graves/

O valor do descanso na saúde e na gestão sustentável

https://medicinasa.com.br/desligar-para-conectar/

STF começa a analisar ação de planos de saúde contra ampliação de coberturas

https://noticias.r7.com/brasilia/stf-comeca-a-julgar-acao-sobre-planos-de-saude-contra-ampliacao-de-coberturas-10042025/

MEDICINA S/A

Os caminhos para reduzir desperdícios e erros na saúde


Por Fabricio Valadão

O Brasil possui atualmente mais de 52 milhões de usuários de planos de saúde, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que representa aproximadamente um quarto da população brasileira. Apesar dos números robustos, para que o segmento possa crescer de forma sustentável e atingir um maior número de pessoas, é fundamental aprimorar os processos por meio do uso de tecnologia e inovações. Ferramentas de inteligência artificial e de dados contribuem para reduzir os erros e evitar desperdícios financeiros que causam prejuízos bilionários às empresas que fazem parte de toda a cadeia do setor.
Nesse cenário, o aumento de bloqueios e glosas em pagamentos a hospitais reacende um debate essencial para a saúde suplementar. O problema não está apenas nos conflitos entre operadoras e prestadores, mas em um sistema que ainda carece de critérios claros, previsibilidade e alinhamento de incentivos.
Segundo levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), os hospitais privados deixaram de receber R$ 5,8 bilhões no ano passado por serviços prestados e posteriormente com pagamentos retidos pelas operadoras - o equivalente a 15,89% de todo o faturamento obtido de planos, um aumento significativo em relação aos 11,8% registrados em 2023.
Atualmente, é possível observar que o relacionamento entre planos de saúde e prestadores é pautado por assimetrias de informação. O hospital envia uma conta extensa após cada atendimento, e cabe à operadora validar, item a item, se a cobrança está correta - muitas vezes com base apenas na fatura.


Essas cobranças são extremamente granulares: uma única internação pode gerar milhares de linhas -

com itens como luvas, seringas e pacotes de gaze descritos individualmente, com quantidades e valores aplicados, tornando a análise imprecisa e passível e erros que podem custar muito caro para as operadoras de saúde.
Some a isso os efeitos dos custos com fraudes, desperdícios e abusos (FWA), que consomem algo entre 13-16% da receita do setor - o que pode representar até R$ 50 bilhões em pagamentos indevidos por ano. Valores que, sim, precisam ser evitados, mas sempre com critérios técnicos, transparência e responsabilidade.
Ainda assim, a auditoria de contas é, em grande parte, manual ou feita por amostragem, o que gera decisões frágeis, aumenta o risco de judicialização e acirra o desgaste entre os atores do ecossistema.
Depois de analisar mais de R$ 100 bilhões em sinistros, entendo que os principais desafios na auditoria envolvem conformidade da cobrança, pertinência, comportamento indevido, adequação e custo-efetividade. Ou seja, o problema não está na má-fé, mas na complexidade operacional e regulatória do próprio modelo de saúde.
O fato é que a situação atual torna o futuro do setor insustentável. Avançar exige mais do que controle. É necessário inteligência e transparência.
Os últimos anos trouxeram avanços relevantes em tecnologia e IA capazes de identificar padrões, erros e inconsistências com mais precisão e escala. Incorporar essas ferramentas aos processos regulatórios é o caminho para fortalecer decisões, reduzir ruídos e garantir sustentabilidade ao sistema -

com mais segurança para as operadoras, previsibilidade para prestadores e cuidado adequado para o paciente.
Adotar essas ferramentas aos processos regulatórios é o caminho para fortalecer decisões, reduzir ruídos e garantir sustentabilidade ao sistema -

com mais segurança para as operadoras, previsibilidade para prestadores e cuidado adequado para o paciente.

*Fabricio Valadão é cofundador e CEO da Arvo Saúde

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Setor de dispositivos médicos espera crescer acima de 10% em 2025

indústria de dispositivos médicos no Brasil projeta um 2025 marcado por crescimento expressivo e forte ritmo de investimentos, segundo o Termômetro ABIMED – levantamento semestral conduzido pela Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (ABIMED) com suas empresas associadas. O estudo mostra que 48% das empresas esperam crescimento superior a 10% neste ano, um salto em relação a 2024, quando apenas 30% tinham essa mesma expectativa.

“Iniciamos 2025 com um cenário mais otimista e maduro. A combinação de inovação, melhoria de desempenho do mercado e estabilidade relativa nos indicadores macroeconômicos está criando um ambiente mais propício para crescimento”, afirma Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED. “O fato de quase metade das empresas estimarem crescimento superior a dois dígitos é um indicativo claro do dinamismo do setor”, reforça Silveira Filho.

A inovação permanece como um dos principais motores do avanço. Mais da metade das empresas planeja aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e novas linhas de produtos. Além disso, 61% pretendem ampliar a capacidade produtiva ou incorporar novas linhas mesmo diante da complexidade do cenário tributário. A proposta da criação de uma Agência Única de Incorporação de Tecnologias, em discussão no país, também foi bem recebida: 65% das empresas veem nela uma oportunidade para acelerar a inovação e reduzir barreiras regulatórias.

“Estamos atentos às oportunidades que podem tornar o ambiente regulatório mais ágil, previsível e orientado à inovação. Esse é um passo essencial para garantir o acesso da população a tecnologias avançadas e, ao mesmo tempo, promover a sustentabilidade dos sistemas de saúde”, destaca.

Apesar do otimismo, o setor enfrenta desafios consideráveis. Existe uma expectativa de aumento nos custos operacionais, superior a 10%, impulsionado por fatores como logística, câmbio e inflação, foi apontado por 48% dos participantes. Ainda assim, a maioria das empresas (74%) não relatou dificuldades relevantes na aquisição de suprimentos e insumos.

O Termômetro 2025 também mostra que a transformação digital está no radar: 61% das empresas pretendem investir em Inteligência Artificial para o desenvolvimento de produtos e capacitação de equipes, embora uma parcela (22%) prefira aguardar diretrizes regulatórias antes da adoção plena da tecnologia.

Para o presidente-executivo da ABIMED, esses dados reforçam o papel estratégico do setor de dispositivos médicos para o futuro da saúde. “As empresas estão comprometidas com o desenvolvimento sustentável da saúde no Brasil. Para isso, é fundamental um ambiente regulatório moderno, estabilidade econômica e políticas públicas que incentivem a inovação e a capacidade do Brasil se tornar um hub regional, e a ABIMED continuará atuando de forma proativa nesse sentido”, conclui o executivo.

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Um terço dos brasileiros com doenças oculares abandona o tratamento

Uma pesquisa conduzida pela Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC) em parceria com a ONG Retina Brasil, associação de pessoas com doenças da retina, e apoio da Roche Farma Brasil, revela os principais desafios dos pacientes com condições que estão entre as principais causas de perda de visão entre pessoas acima de 55 anos: a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) do tipo úmida e o edema macular diabético (EMD). Essas condições afetam cerca 1,4 milhões de pessoas no Brasil atualmente e, com o envelhecimento populacional e o crescimento de casos de diabetes no país, a previsão é de que esse número chegue a 1,7 milhão nos próximos cinco anos.

Segundo o levantamento, quase um terço dos entrevistados revela que já desistiu do tratamento em algum momento, o que pode acarretar em piora dos sintomas e na evolução clínica da doença, segundo a oftalmologista Patricia Kakizaki, especialista em Retina Clínica e Cirúrgica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). “A DMRI e o EMD são condições que afetam a área central da retina – a mácula, responsável pela nitidez da visão – e prejudicam atividades de rotina como dirigir, ler ou até fazer compras no supermercado. O tratamento pode exigir a aplicação de injeções intravítreas (dentro do olho) até uma vez por mês, representando um peso grande para os pacientes e familiares”, explica a médica.

Quase metade dos pacientes (45%) declarou ter grave perda de visão no momento da entrevista, com impactos profundos no dia a dia. Ainda segundo Kakizaki, o diagnóstico tardio e a falta de adesão ao tratamento são possíveis explicações para esse cenário, mas a medicina têm procurado alternativas para melhorar a visão e a qualidade de vida desses pacientes. “Hoje, estamos acompanhando o desenvolvimento de inovações capazes de impedir a progressão dessas doenças, estabilizando ou muitas vezes até melhorando a visão dos pacientes, além de proporcionar mais comodidade, diminuindo a frequência do tratamento e a necessidade de deslocamento até os consultórios e as clínicas”, detalha a especialista.

O estudo também aponta outros aspectos que foram afetados na vida dos pacientes, como condição financeira e saúde mental: 6 em cada 10 pacientes tiveram impactos financeiros importantes no cotidiano, e quase metade (47%) declaram que têm, tiveram ou gostariam de ter apoio psicológico para lidar com a condição. Além disso, 72% dos pacientes convivem com outras doenças, como diabetes (que pode causar o EMD), hipertensão, condições renais, hipotireiodismo, artrose, entre outras.

“A ciência investe em pesquisa para desenvolver soluções que melhorem a perspectiva para os cuidados e o controle das doenças da retina, na mesma velocidade em que mira a busca por cuidados mais cômodos e uma melhor experiência para o paciente”, afirma Michelle França, líder médica da Roche Farma Brasil. “Almejamos um futuro no qual o controle e o convívio com condições oculares tenham o menor impacto possível na vida desses pacientes”, conclui.

O levantamento ouviu 155 pessoas de todas as regiões do país para entender a percepção dos pacientes sobre a doença, o processo de reabilitação, a situação atual de qualidade de vida e as principais mudanças que o convívio com a condição têm causado. 65% dos entrevistados são mulheres, a maioria (59%) com 60 anos ou mais. Cerca de um terço dos pacientes estavam em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no momento da entrevista.

Retina Brasil

“A pesquisa trouxe muitas informações que apontam para a necessidade de melhorar o atendimento ao paciente que tem urgência de ser tratado, sob pena de perda da visão.” diz Maria Antonieta Leopoldi, vice-presidente da Retina Brasil

Continuando a comentar a pesquisa, Maria Antonieta Leopoldi falou da importância de se combinar o tratamento da DMRI ou EMD com apoio psicológico, que contribui para a continuidade do tratamento e a estabilização da condição ocular. Muitos respondentes assinalaram o impacto que a pandemia do covid trouxe na suspensão do tratamento e na perda da visão. Outros fatores que implicaram na suspensão do tratamento com injeções foram doenças graves, depressão e alto custo do tratamento para o paciente que não encontra acolhimento no SUS e tenta se tratar com plano de saúde.

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O valor do descanso na saúde e na gestão sustentável

Por Renato Tardelli

Vivemos em um tempo em que a conectividade ininterrupta, a aceleração dos processos e a cultura da performance têm obscurecido um valor essencial à saúde individual e à sustentabilidade das organizações: o descanso. No ambiente da saúde pública, com seus desafios permanentes, metas exigentes e compromisso com o cuidado humano, essa realidade se agrava. Precisamos, com urgência, abrir espaço para refletir sobre o direito — e a necessidade — de desconectar.

Nosso corpo e nossa mente não foram feitos para operar em regime contínuo. A fisiologia do descanso é clara: o sono, as pausas e os momentos de lazer não são indulgências, mas processos ativos de regeneração física e mental. A literatura científica é vasta nesse sentido. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em diversos relatórios, aponta o estresse ocupacional como uma das maiores ameaças à saúde global do trabalhador, associando-o a doenças cardiovasculares, transtornos psiquiátricos e até à síndrome do esgotamento profissional (burnout), reconhecida como fenômeno ocupacional pela própria OMS desde 2019.

No clássico estudo de Maslach e Leiter (1997), referência na compreensão do burnout, evidencia-se que uma das principais causas de exaustão emocional nos ambientes de trabalho é a invasão do tempo pessoal. Quando o profissional não consegue se desligar de suas atividades, mesmo fora do expediente, as fronteiras entre vida profissional e pessoal se dissolvem. O resultado é a perda de identidade fora do trabalho, queda no rendimento e afastamento dos vínculos afetivos — com filhos, parceiros, amigos e consigo mesmo.

Na saúde, isso é particularmente alarmante. Somos uma categoria vocacionada ao cuidado do outro, e, por isso mesmo, precisamos estar bem para cuidar bem. Se nossa equipe — dos diretores aos profissionais da ponta — não puder descansar verdadeiramente, não será possível sustentar o nível de excelência e empatia que o Sistema Único de Saúde (SUS) exige de nós.

O conceito de recuperação psicológica do trabalho, estudado por Sabine Sonnentag (2001), mostra que o descanso fora do expediente melhora a memória de trabalho, o foco, a criatividade e até a resolução de conflitos. O autor reforça que essa recuperação só ocorre quando há ausência de demandas laborais, inclusive digitais. O simples recebimento de mensagens ou e-mails profissionais fora do expediente já é capaz de reativar o “modo trabalho” no cérebro, impedindo o desligamento necessário para a restauração cognitiva.

A Harvard Business Review publicou, em 2021, um artigo contundente: “The Case for a 4-Day Workweek”, defendendo que organizações que protegem o tempo livre de seus profissionais colhem benefícios em inovação, produtividade e vínculo com a instituição. Em outras palavras, permitir e incentivar o descanso não é um gesto de gentileza — é estratégia de gestão inteligente e baseada em evidência.

Como diretor técnico de uma Organização Social de Saúde com mais de 24 mil colaboradores e mais de 465 líderes, temos a responsabilidade de dar o exemplo. Na instituição, prezamos pelo cuidado com quem cuida, investindo em ações que promovam um olhar empático e humanizado em relação à saúde mental. Para isso, investimos em um espaço de escuta qualificada e acolhimento dos nossos profissionais, além de uma parceria com uma plataforma para oferecer sessões de terapia online e conteúdo de autocuidado a todos os colaboradores.

Sabemos que, dentro do segmento da saúde, a dinâmica das urgências e demandas inadiáveis pode tornar difícil a desconexão total. No entanto, é fundamental refletirmos sobre nossos hábitos e buscarmos um equilíbrio mais saudável. Pequenos ajustes na cultura organizacional podem fazer a diferença para garantir que o descanso seja respeitado sempre que possível, sem comprometer a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.

É hora de mudar. É hora de reforçar nosso compromisso com a saúde começando por nós mesmos. Desligar aos fins de semana não é desleixo, é autocuidado. Evitar mensagens fora do horário não é omissão, é respeito ao outro. Proteger as férias alheias não é perda de tempo, é gestão com visão de futuro.

Como dizia o médico psiquiatra Viktor Frankl, “Quando não somos mais capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos.” A cultura organizacional é feita por pessoas. E líderes têm o poder (e o dever) de moldá-la.

Façamos do descanso uma prática institucional. Do respeito ao tempo do outro, uma política não escrita, mas vivida. E da valorização da vida pessoal de cada colaborador, um reflexo verdadeiro daquilo que defendemos enquanto organização: o cuidado com o ser humano.

*Renato Tardelli é Diretor Técnico do Centro de Gerenciamento Integrado de Serviços de Saúde (CEGISS) do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.

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PORTAL R7

STF começa a analisar ação de planos de saúde contra ampliação de coberturas

Lei federal ampliou a cobertura de procedimentos não previstos na lista da ANS

O Supremo Tribunal Federal (STF) começará a examinar, no dia 10 de abril, a ação proposta pela União Nacional das Instituições de Autogestão Em Saúde (Unidas) contra a lei federal que ampliou a cobertura dos planos de saúde para procedimentos não previstos na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7265 será examinada em duas etapas: na primeira, na próxima semana, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF e relator, fará a leitura do relatório (resumo do caso) no Plenário. Na mesma sessão, a Unidas e entidades admitidas no processo apresentarão suas manifestações. A segunda etapa, com a apresentação dos votos, será marcada posteriormente. Todas as sessões são abertas ao público e são transmitidas pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

O ministro Barroso admitiu no processo 14 entidades, que apresentarão seus pontos de vista sobre a matéria na sessão do dia 10: Unimed do Brasil - Confederação Nacional das Cooperativas Médicas, Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Apoio a Pesquisa e Pacientes de Canabis Medicinal (Apepi), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD Nacional), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM - Nacional) e Instituto Diabetes Brasil (IDB Nacional), ACIONAL), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Associação Brasileira de Proteção aos Consumidores de Planos e Sistemas de Saúde (Saúde Brasil), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Comitê Brasileiro de Organizações Representativas das Pessoas com Deficiência (CRPD), Associação Beneficente de Amparo a Doentes de Câncer (Abadoc), Defensoria Pública da União (DPU), Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) e Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde).

Na ação, a Unidas pede a invalidação de parte da Lei 14.454/2022. A norma altera a Lei dos Planos Privados de Saúde (Lei 9.656/1998) e passa a reconhecer a cobertura para tratamentos não previstos na lista da ANS, responsável por regular o setor, desde que sua eficácia seja comprovada cientificamente. A prescrição também tem de obedecer às recomendações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) ou de órgãos de avaliação de tecnologias em saúde de renome internacional.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 09 Abril 2025 06:57

CLIPPING AHPACEG 09/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quase 60% dos leitos hospitalares do Brasil estão no Sul-Sudeste

https://www.poder360.com.br/poder-saude/quase-60-dos-leitos-hospitalares-do-brasil-estao-no-sul-e-no-sudeste/

MP aponta irregularidades em planos que restringem terapia a autistas

https://www.metropoles.com/distrito-federal/entorno/mp-aponta-irregularidades-em-planos-que-restringem-terapia-a-autistas

90% dos autistas ganham ações judiciais contra planos de saúde

https://eshoje.com.br/geral/2025/04/90-dos-autistas-ganham-acoes-judiciais-contra-planos-de-saude/

ANS sob pressão: flexibilização do modelo regulatório pode avançar?

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/ans-sob-pressao-flexibilizacao-do-modelo-regulatorio-pode-avancar/

Entidades da saúde propõem inclusão de ética econômico-financeira na formação universitária

https://www.saudebusiness.com/carreiras/educacao/entidades-da-saude-propoem-inclusao-de-etica-economico-financeira-na-formacao-universitaria/

Fim da isenção de ICMS para dispositivos médicos pode elevar custos e pressionar o SUS

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/fim-da-isencao-de-icms-para-dispositivos-medicos-pode-elevar-custos-e-pressionar-o-sus/

Estudo global revela desafios e oportunidades na Inclusão em Saúde

https://medicinasa.com.br/estudo-inclusao-saude/

PODER 360

Quase 60% dos leitos hospitalares do Brasil estão no Sul-Sudeste

As regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram 57% dos leitos hospitalares do país, de acordo com o ElastiCNES, plataforma de dados do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). O levantamento indica que a região Norte é a mais deficitária, com apenas 7,4% dos leitos. O Sudeste aparece na frente, com 41,3% do total de leitos do país. Outros 26,5% estão no Nordeste, 15,7% no Sul e 9% no Centro-Oeste.

Entre os Estados, o Amazonas é a unidade federativa com menor disponibilidade de leitos hospitalares do país. São 168 leitos para cada 100 mil habitantes. Segundo informações do portal, que opera com dados enviados pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, Sergipe e Pará também têm menos de 200 camas para cada 100 mil pessoas, com 189 e 198, respectivamente.

O Distrito Federal é o ente federativo com maior disponibilidade de leitos. São 368 para cada 100 mil habitantes. Apenas outras duas unidades federativas têm mais de 300 camas para cada 100 mil pessoas: Rondônia, com 324, e Rio Grande do Sul, com 302.

Segundo o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, são considerados leitos hospitalares as camas destinadas à internação de pacientes em hospitais. Para este cálculo, não são considerados os leitos de observação.

Em nota enviada ao Poder360, o MS (Ministério da Saúde) informou que a distribuição desigual de leitos entre os estados resulta de fatores históricos, econômicos, demográficos e de infraestrutura.

O MS disse ainda que estão em curso ações do Governo Federal para ampliar o acesso à assistência em regiões com carência de serviços. "O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nos próximos anos, buscará universalizar serviços essenciais na rede de saúde pública e retomar investimentos em políticas públicas, especialmente em obras de infraestrutura econômica, social e urbana", afirmou.

Outra iniciativa da União para democratizar o acesso a serviços de saúde é o programa Mais Médicos, que leva profissionais a áreas prioritárias e vulneráveis. De acordo com o ministério, o primeiro edital de 2025 prevê a atuação de mais de 28 mil médicos no país.

Dos 535.392 leitos hospitalares do Brasil, 357.425 estão em estabelecimentos do SUS (Sistema Único de Saúde). Esse número corresponde a 67% do total disponível no país.

Em 17 anos, a proporção de leitos no SUS em relação ao total do país caiu 5 pontos percentuais. Em 2008, primeiro ano com registros no ElastiCNES, a quantidade de camas do sistema público correspondia a 72% do total do Brasil.

Em números absolutos, a variação do total de leitos neste intervalo de tempo não foi significativa. Eram 502.971 em 2008 e passaram para 535.392 em 2025, um aumento de 6,5%.

O único crescimento expressivo no período se deu de 2019 para 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19. Foram 45.424 novos leitos de um ano para o outro, crescimento de 9,2% que representou a maior alta entre dois anos.

O maior número de leitos da série histórica foi registrado em 2021, quando o Brasil ainda enfrentava o coronavírus. Em dezembro daquele ano, o país tinha 547.069 camas hospitalares em funcionamento.

Segundo o Ministério da Saúde, a redução na proporção de leitos SUS em relação ao total do país reflete uma tendência global de desospitalização, processo em que internações são substituídas por cuidados ambulatoriais e domiciliares.

Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde:

"A distribuição desigual de leitos entre os estados brasileiros resulta de fatores históricos, econômicos, demográficos e de infraestrutura. A Região Norte, por exemplo, possui vasta extensão territorial e áreas isoladas.

"Com o objetivo de ampliar o acesso à assistência em regiões com carência de serviços, o Governo Federal promove diversas medidas, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, nos próximos anos, buscará universalizar serviços essenciais na rede pública e retomar os investimentos em políticas públicas, especialmente em obras de infraestrutura econômica, social e urbana. Destaca-se também o Programa Mais Médicos, que leva profissionais a áreas prioritárias e vulneráveis. Com o primeiro edital de 2025, serão mais de 28 mil médicos atuando no país.

"Quanto à redução de leitos, essa mudança reflete uma tendência global de substituição de internações por cuidados ambulatoriais e domiciliares, promovendo a desospitalização. Essa estratégia prioriza a promoção da saúde e a prevenção de agravos, contribuindo para a redução de internações evitáveis e garantindo um modelo de cuidado mais eficiente.

"Além disso, a transformação no modelo de atenção do SUS reforça a ênfase em ações preventivas, sem deixar de assegurar o acesso aos serviços hospitalares sempre que necessário, preservando a integralidade do cuidado oferecido à população".

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METRÓPOLES

MP aponta irregularidades em planos que restringem terapia a autistas

O MPGO representou à PGR e pediu avaliação da resolução 424/2017 da ANS. Para o MP, a norma possibilita a redução de terapia para autistas
O Ministério Público de Goiás (MPGO) representou à Procuradoria-Geral da República (PGR) e pediu para que seja apontada a inconstitucionalidade da Resolução Normativa 424/2017 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo o MP, a norma possibilita que os planos de saúde reduzam as terapias para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A norma foi criada em auditoria própria da ANS, por meio de notificações ou reiteradas Juntas Médicas, em planos de saúde. O autor da representação à PGR é o promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva, titular da 70ª promotoria de Goiânia.

Durante apreciação de uma ação civil pública que tratava de um caso de paciente autista, o promotor teria identificado que a operadora do caso em questão "pratica uma nova modalidade de abuso, que consistiria no uso da resolução para notificar os beneficiários sobre a adequação de quantidade de terapias".

As reduções chegam 50% da quantidade de terapias indicadas aos pacientes. Segundo o MP, a operadora convocava uma junta médica - grupo autorizado pela resolução em questão a definir o seguimento de um tratamento quando há divergência entre o médico do paciente e o plano de sáude - que decidia pelas reduções ou, simultaneamente, pedia que os usuários assinassem um termo de concordância com redução terapêutica pré-determinada.

O que aconteceu

MPGO pediu que a PGR apresente um pedido de inconstitucionalidade da Resolução Normativa 424/2017 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ao Supremo Tribunal Federal (STF);

O pedido requer uma liminar que suspenda a resolução;

Para o MP, os planos de saúde têm utilizado a resolução - que dispõe sobre a convocação de juntas médicas - para reduzir o tratamento indicado para pacientes autistas;

A resolução dispõe sobre os casos em que deve ou não ser formada a junta médica, especifica a qualificação dos profissionais envolvidos, determina as formas de notificação, prazos e formas de resposta, além dos direitos e deveres de beneficiários, profissionais assistentes e operadoras.

Para o promotor, essa situação pressiona famílias vulneráveis e desinformadas a aceitarem a diminuição de terapias, antes mesmo da realização do exame da junta.

"Essa prática coercitiva aproveita-se da dificuldade técnica das famílias em compreender as implicações dessas reduções propostas e do temor de perderem completamente a cobertura, caso não concordem com os termos apresentados unilateralmente", avalia Élvio Vicente.

Na representação, o promotor esclareceu que os níveis de suporte do TEA e a necessidade de intervenções multidisciplinares intensivas e abrangentes que necessitam para o desenvolvimento neuropsicomotor e os retrocessos já documentados, em caso de sua falta.

"Desta forma, apontando a inconstitucionalidade material da resolução, o MP requer ao Ministério Público Federal (MPF) a propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de medida cautelar contra a Resolução 424/2017, por violação à Constituição Federal, no que se refere a garantia de direitos, em proteção aos direitos fundamentais das pessoas com TEA e seus familiares, equiparados como consumidores hipervulneráveis", completa o texto.

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ES HOJE

90% dos autistas ganham ações judiciais contra planos de saúde

Cerca de nove em cada dez ações judiciais (92%) contra planos de saúde que pedem tratamentos para crianças e adolescentes com TEA (Transtorno do Espectro Autista) têm decisões favoráveis ao beneficiário, mostra estudo inédito do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), que analisou sentenças do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Os pedidos com maiores índices de sucesso foram para tratamentos de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, psicoterapia e equoterapia (acima de 94% de sucesso). Já os menores foram para acompanhante terapêutico (70,6%), psicopedagogia (76,7%), nutricionista (80%), medicamentos a base de canabidiol (81,8%), musicoterapia (83,3%) e hidroterapia (87,5%).

Em 66% dos casos houve solicitação para que fosse usada a ABA (Applied Behavior Analysis, na sigla em inglês), uma técnica baseada na ciência do comportamento que foi alvo recente de controvérsia sobre a falta de evidências científicas que atestem a sua eficácia e/ou a superioridade em comparação a outros métodos.

Atualmente, o autismo é condição de saúde que mais motiva litígios contra planos de saúde entre o público infantojuvenil, respondendo por 51% das demandas, segundo uma outra análise do Insper. No SUS (Sistema Único de Saúde), essa condição abarca 10,4% dos casos.

De acordo com Vanessa Boarati, pesquisadora do núcleo de economia do direito do Insper, o estudo objetivou entender qual o perfil de crianças que ingressam com demandas judiciais, quais os principais pedidos e as sucesso dessas demandas. A pesquisa teve financiamento da FJLS (Fundação José Luiz Setúbal).

A maior parte das ações envolve meninos (80,7%), com idades entre dois e cinco anos (62,8%). Em mais de um terço dos casos, foram requeridos três (18,1%) ou quatro (20%) tratamentos. As decisões levaram cerca de um ano para serem proferidas.

A pesquisadora diz que se surpreendeu com a taxa de sucesso de ações que pedem terapias não relacionadas diretamente à saúde. "A hipótese que eu tinha era que questões relacionadas à educação [como psicopedagogia] não seriam aprovadas, mas a taxa de sucesso foi acima de 70%", diz.

Boarati reforça que análise buscou isenção e não emite juízo de valor sobre as terapias solicitadas. "A gente teve uma preocupação muito grande de não assumir posição, de garantir a nossa independência como pesquisador."

De acordo com o estudo, as operadoras de planos de saúde basearam suas argumentações de defesa principalmente em discussões jurídicas sobre a obrigatoriedade ou não da cobertura dos tratamentos solicitados.

Já os juízes fundamentaram suas decisões na jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo, no Código de Defesa do Consumidor e em súmulas do próprio tribunal. O argumento predominante foi que nem o Judiciário nem a operadora poderiam revisar a prescrição médica do paciente.

Em 2022, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) editou duas normas sobre o tema. Uma ampliou a cobertura de tratamentos para o TEA, como o método ABA, e a outra pôs fim à limitação do número de consultas e sessões com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e psicoterapeutas.

Segundo a pesquisadora, o esperado seria que essas normas freassem a judicialização, mas isso não ocorreu. Ela diz que há muita controvérsia em torno da necessidade de cobertura de certos tratamentos e insegurança jurídica. Ainda não há, por exemplo, decisão vinculante do Superior Tribunal de Justiça) sobre o tema.

"O que mais chega ao nosso gabinete são negativas de planos de saúde de terapias e cancelamento de apólices de crianças autistas, mas uma minoria de pais tem recursos para ingressar com ações judiciais contra os planos", afirma a deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP), ativista pelos direitos dos autistas.

Ela afirma que há duas semanas sentiu na pele o problema ao ter o reembolso da equoterapia do filho negado pelo plano de Saúde. Theo foi diagnosticado com autismo nível 3 aos dois anos, em 2010. "O argumento é que não está no rol da ANS."

A análise do Insper envolveu apenas casos julgados em 2023, ou seja depois da publicação das novas normas da ANS. Foram inicialmente reunidas 1.588 sentenças judiciais relacionadas ao TEA e feita uma análise sistemática do conteúdo em 212 delas.

Para Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), existe um vácuo legislativo e regulatório que estimula o ingresso de ações judiciais.

"Como a lei permite tudo, a regulação não delimita o que pode e o que não pode, vira combustível para a judicialização. Quanto menos segurança jurídica você tem na base legislativa e na base regulatória, mais judicialização você vai ter."

Segundo ele, grande parte dessa judicialização está ligada a fraudes, que envolvem terapias sem evidências ou quantidade de horas não factíveis de tratamento, e não necessariamente a deficiência ou falha de atendimento dos planos.

Na opinião de Ribeiro, para reduzir a judicialização é preciso lei e regulação da ANS. "É preciso que diga o que é bom para o paciente, mas sempre com lastro na ciência. Sem isso, é praticamente impossível conseguir fazer essa gestão."

De acordo com dados da Abramge, em 2023, os custos com tratamentos para pacientes com TEA e outros transtornos globais de desenvolvimento (TGD) superaram os custos com tratamentos oncológicos_9% do custo médico total 8,7%.

O pediatra José Luiz Setúbal, presidente da FJLS, diz que o objetivo da instituição em financiar pesquisas como essa do autismo é estimular trabalhos, com rigor científico, que influenciem políticas públicas na adoção de boas práticas para a promoção da saúde infantil.

"Essa pesquisa é uma prova de que o tratamento do TEA tem sido objeto de processos judiciais desnecessários, que atrasam e impactam o desenvolvimento infantil", afirma.

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SAÚDE BUSINESS

ANS sob pressão: flexibilização do modelo regulatório pode avançar?

Propostas da Agência Nacional de Saúde Suplementar para promover a sustentabilidade em saúde dividem opiniões.

No mês de fevereiro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou um total de pouco mais de 52 milhões de beneficiários de planos de saúde no Brasil, número esse que vem se mantendo estável nos últimos anos. Houve um crescimento de 912.706 beneficiários em relação a fevereiro de 2024. Já no comparativo de fevereiro de 2025 com janeiro de 2025, houve uma queda de 10.676 usuários.

Por um lado, um mercado estagnado; do outro, custos de saúde cada vez mais elevados, e, no meio disso, o envelhecimento populacional e o consequente aumento das doenças crônicas. Esse cenário tem feito com que os atores do ecossistema de saúde discutam algumas propostas para manter a sustentabilidade do setor.

Hoje, a pauta gira em torno de temas como regras de coparticipação, determinando o percentual de 30% de coparticipação por procedimento, o limite mensal de 30% do valor da mensalidade e limite anual de até 3,6 vezes o valor da mensalidade; revisão técnica de planos individuais e familiares, que prevê um reajuste maior que o autorizado pela ANS para operadoras que demonstrarem desequilíbrio econômico-financeiro; e a discussão de novas formas de remuneração, onde sairia de cena o modelo fee for service para dar lugar a um modelo de pagamento baseado em valor.

Mas o quanto essas propostas podem realmente contribuir para a sustentabilidade do setor sem com isso afetar a qualidade do atendimento ao consumidor? Esse é o debate que vem sendo travado.

Para José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), as mudanças propostas pela ANS merecem discussões aprofundadas. “A possibilidade de um novo modelo de reajuste para contratos com até mil vidas, mudanças nas regras de coparticipação e reativação dos planos individuais com reajustes mais flexíveis, tem suscitado grande debate nos meios de comunicação e precisam ser avaliadas com cautela.”

Novo formato de plano de saúde

Entre as propostas da ANS, uma tem gerado polêmicas: a criação de planos ambulatoriais que incluem consultas e exames, sem cobertura de urgência e emergência. Para Cechin, esse é outro tema a ser profundamente debatido, com argumentos técnicos e sem vieses. “Esses planos representariam mais uma opção para os consumidores. Como há dúvidas sobre seus efeitos práticos, a ANS optou por submeter essa proposta ao sandbox regulatório por prazo determinado, findo o que poderão ser avaliados seus efeitos práticos.”

O sandbox regulatório funciona como um ambiente experimental de regulação, com as empresas tendo dois anos para testar seu produto, durante os quais deverão seguir algumas regras, o que inclui a criação e registro de um plano de saúde no formato coletivo por adesão, com participação limitada a 30%, além de oferecer bônus aos beneficiários que participarem de programas de cuidado e permanecerem no plano após o período de testes de dois anos.

Passado esse prazo, caso a ANS decida por não manter a modalidade, os beneficiários terão portabilidade extraordinária para troca por outro plano ou a possibilidade de voltar ao plano de origem.

Diferentes atores do ecossistema, diferentes perspectivas

Na avaliação de Cechin, abrir o leque de escolhas para os consumidores não pode ser prejudicial, pois os consumidores não optariam por produtos que piorassem suas situações. “Na verdade, esses planos refletem uma realidade já em curso. O consumidor já vem buscando alternativas mais acessíveis e flexíveis, como clínicas populares e cartões de desconto em saúde, que oferecem serviços com cobertura limitada e sem regulação da ANS. O que a agência está fazendo é abrir espaço para que o setor regulado ofereça esse tipo de serviço com mais segurança para o consumidor. Com isso, os usuários terão acesso a serviços estruturados, com canais formais para reclamação, fiscalização e informações claras sobre os direitos adquiridos.”

Com a criação do modelo mais simples, a expectativa da ANS é ampliar a quantidade de pessoas com acesso à atenção primária e secundária, incluindo cerca de 10 milhões de brasileiros no setor de saúde suplementar. Isso, justifica a Agência, reduziria a fila de exames do SUS e aceleraria o diagnóstico dos pacientes.

Países como os Estados Unidos, com o Obama Care, a África do Sul ou Austrália já adotam modelos mais flexíveis e segmentados na regulação da saúde suplementar. “Essa abordagem permitiu ao setor desenvolver produtos diversificados, com maior capacidade de adaptação à renda e às necessidades específicas de diferentes perfis de consumidores. O resultado foi um mercado mais dinâmico, com maior penetração entre a população, especialmente entre aqueles que antes estavam excluídos do sistema tradicional de cobertura integral. A flexibilidade regulatória não significa ausência de proteção, mas sim a possibilidade de equilibrar acesso, sustentabilidade e responsabilidade contratual”, destaca Cechin.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante das operadoras de planos de saúde do país, avalia que a medida abre a possibilidade de ser oferecida mais uma alternativa de assistência aos beneficiários, preservando todas as demais opções de planos hoje disponíveis.

Em nota, a Federação diz que considera, ainda, que coberturas mais focadas, como a proposta pela ANS, podem contribuir para tornar os planos de saúde mais acessíveis e ampliar o acesso dos brasileiros à saúde de qualidade que as operadoras propiciam. Segundo a FenaSaúde, as empresas também irão colaborar para maior promoção de saúde e prevenção de doenças, com efeitos benéficos sobre todo o sistema de saúde, ao aliviar o Sistema Único de Saúde (SUS) das filas de espera de consultas eletivas e exames.

Para o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a lei que autoriza as agências reguladoras a abrirem processos de sandbox regulatório determina que a inovação é requisito indispensável para ser observado. No entanto, o tipo de plano proposto pela ANS não traz qualquer inovação ao setor de planos de saúde. Trata, na realidade, de um pleito antigo das operadoras de saúde e que vem sendo discutido desde a criação da Lei de Planos de Saúde (Lei nº 9.656), em 1998, pelo setor regulado.

Essa também é a visão do advogado especialista em Direito à Saúde e sócio do escritório Vilhena Silva, Rafael Robba, ao afirmar que a proposta confronta a própria lei, que determina que os planos ambulatoriais de saúde devam ter como cobertura mínima obrigatória procedimentos ambulatoriais como quimioterapia, radioterapia, hemodiálise, entre outros, além de garantir atendimentos de urgência e emergência.

“Essa proposta, além de não contribuir com o melhor funcionamento do sistema de saúde, ainda deixa o consumidor vulnerável, pois caso ele necessite de um tratamento, terá que recorrer ao SUS. Porém, devemos lembrar que a porta de entrada para o SUS são as Unidades Básicas de Saúde (UBSs)”, analisa Robba. Isso significa que toda a jornada do paciente começaria do zero, com novas consultas e exames sendo necessários, o que pode levar a um atraso no início do tratamento e um aumento nos custos.

Essa questão apontada por Robba deve estar na pauta de discussão caso a proposta seja aprovada, acredita Cechin. “Existem dois pontos de atenção: a posição na fila e, para evitar desperdícios, o SUS precisará se valer dos resultados dos exames que o paciente fez pelo plano.”

Para Yuri Hidd, pesquisador do Programa de Saúde do Idec, produtos nesse formato não garantem o direito à saúde do paciente, pois as suas necessidades de saúde não se esgotam na realização de consultas e exames.

“Com esses produtos, os consumidores terão no máximo um diagnóstico. Hoje, os planos existentes também se separam entre aqueles que oferecem serviços de maior ou de menor qualidade. Com a proposta de planos ainda mais desregulamentados, é possível que, além de não terem seus problemas de saúde resolvidos, também terão atendimentos de baixa qualidade. É preciso destacar, ainda, que a ANS não avança sobre a regulação de prestadores de serviço ou de certificação de qualidade.”

Para Cechin, a proteção ao consumidor em um modelo mais flexível está diretamente ligada à atuação regulatória da ANS, à transparência contratual e a vendas bem-informadas. “Um contrato claro e bem delimitado garante que o beneficiário tenha pleno conhecimento dos serviços que está adquirindo. Assim como acontece com os cartões de desconto em saúde, o consumidor não terá mais direitos do que os previstos no contrato — mas, diferente desses produtos, terá a segurança de contar com um operador regulado, sujeito às normas da ANS. Cabe à agência garantir que os limites de cobertura estejam explicitados e que haja canais eficazes de fiscalização, orientação aos prospectivos contratantes e resolução de conflitos.”

Hidd comenta ainda que existe o risco de que a flexibilização favoreça grandes corporações em detrimento de pequenos prestadores de serviço. “Hoje, já existe um mercado privado de saúde que oferece serviços desregulamentados de consultas e exames para pacientes – os cartões de desconto e as clínicas populares. Grandes empresas não conseguem operar nesse mercado, pois ele não é regulamentado pela ANS. Ao criar produtos com menor regulamentação, a ANS está atendendo ao anseio das operadoras por essa reserva de mercado, ainda que em detrimento da saúde dos pacientes.”

Sobre a possibilidade de redução de custos em saúde e aumento do acesso, o pesquisador do Idec analisa que os produtos são mais lucrativos para as operadoras, pois cobrem apenas os serviços de saúde mais baratos, o que pode sobrecarregar o SUS, em especial considerando que, com a possibilidade de oferecer produtos mais baratos e flexíveis, ocorra um downgrade, ou seja, pessoas que hoje têm planos de saúde migrem para esse novo produto que diminui seu acesso aos serviços de saúde.

Segundo Cechin, os atendimentos ambulatoriais têm alta resolutividade (entre 80% e mais de 90% dos casos). “O atendimento ambulatorial faz uso mais eficiente dos recursos, daí a redução de custos, sem falar que as orientações adequadas por parte do profissional podem ajudar o paciente a construir saúde e evitar o adoecimento.”

Para Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), a proposta não reduz custo do que é necessário, somente do que é entregue, e não deve avançar. “A saúde suplementar, para sobreviver, tem que aumentar a sua eficiência.”

O debate sobre sustentabilidade em saúde tem levado à criação de propostas que precisam ser amplamente debatidas para que tanto empresas quanto consumidores possam ter suas necessidades atendidas, sem risco para o que mais importa: a saúde das pessoas.

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Entidades da saúde propõem inclusão de ética econômico-financeira na formação universitária

Mais de 30 instituições levaram ao MEC uma sugestão para incorporar o tema às Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da área, com foco na integridade e no combate a práticas indevidas.

Em uma iniciativa inédita, mais de 30 entidades representativas da saúde apresentaram ao Ministério da Educação (MEC), no dia 2 de abril, em Brasília, uma proposta para inclusão de conteúdos sobre ética nas relações econômico-financeiras nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de saúde. A proposta é liderada pelo Instituto Ética Saúde (IES), com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), e visa incorporar o tema à formação de profissionais como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros.

A sugestão segue o modelo de outras resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) que integram de forma transversal temas como relações étnico-raciais, direitos humanos e educação ambiental no ensino superior. A próxima etapa do processo será a apresentação da proposta ao próprio CNE, responsável por deliberar sobre as mudanças nas diretrizes.

Ética e integridade como parte da formação profissional

Participaram da reunião com o MEC o secretário executivo Leonardo Osvaldo Barchini Rosa, o secretário executivo adjunto Gregório Durlo Brisa, o secretário de Educação Superior Marcus Vinicius David e a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Marta Abramo. Também estiveram presentes o diretor executivo do IES, Filipe Venturini Signorelli, o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, e o assessor da presidência da Ebserh, José Santana.

Segundo os idealizadores, a proposta tem como objetivo contribuir para a formação de profissionais mais conscientes quanto às implicações éticas de decisões econômico-financeiras no setor de saúde. A intenção é estimular o pensamento crítico e promover práticas alinhadas às normas legais e aos valores socioculturais.

“O objetivo é que os profissionais iniciem suas carreiras com um entendimento sólido sobre quais condutas são consideradas éticas e íntegras nas relações profissionais, reduzindo riscos de envolvimento em práticas indevidas e fortalecendo uma cadeia de valor mais transparente no setor”, explicou Filipe Venturini Signorelli.

Proposta conta com apoio amplo do setor de saúde

O documento foi elaborado com o apoio de entidades de diversos segmentos do setor — incluindo indústria, distribuição, hospitais, diagnóstico, organizações sociais, conselhos profissionais e associações de pacientes — que assinam a proposta em conjunto.

Arthur Chioro, presidente da Ebserh, destacou que a proposta chega em um momento oportuno, já que as DCNs dos cursos da área da saúde estão em fase de revisão. “É uma pauta que, mesmo com uma mudança pontual, pode gerar impacto significativo na formação dos futuros profissionais do setor”, afirmou.

Criado em 2015, o Instituto Ética Saúde é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua no combate à corrupção na área da saúde e na promoção da integridade, com foco na sustentabilidade do setor e na segurança do paciente.

Entidades e personalidades apoiadoras da proposta:

Associação Médica Brasileira (AMB)

Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS)

ABIMED, ABIMO, ABRAIDI, ABRAFARMA, ABRAMED

Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)

Associação Brasileira de Auditores em Saúde (AUDIF)

Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL)

Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs)

Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH)

Federações de hospitais e santas casas como FEHOESP e FEHOSP

Grupo FarmaBrasil, IBROSS, IBSP, Instituto Ethos, INTERFARMA

Observatório Social do Brasil (OSB)

Diversas sociedades médicas e conselhos profissionais, como COFEN

Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO)

Personalidades como Arthur Chioro, Angélica Carlini, Celso Grisi, entre outros

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Fim da isenção de ICMS para dispositivos médicos pode elevar custos e pressionar o SUS

ABIMO propõe prorrogação do Convênio ICMS nº 01/99 até 2032 para evitar aumento nos custos da saúde, insegurança jurídica e queda na inovação.

A possível extinção da isenção de ICMS para dispositivos médicos pode resultar em um aumento médio de 20% no custo desses materiais, com reflexos diretos sobre hospitais, clínicas e o Sistema Único de Saúde (SUS). O alerta é da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), que defende a prorrogação do Convênio ICMS nº 01/99 como medida para preservar a sustentabilidade do setor e o acesso da população à saúde.

Em vigor há 25 anos, o convênio garante a isenção do imposto estadual para itens como marcapassos, stents, próteses e insumos hospitalares. Segundo a entidade, o benefício tem sido fundamental para evitar o aumento da carga tributária sobre produtos essenciais à assistência médica.

“A retirada desse benefício impactaria diretamente os custos dos tratamentos e o acesso da população à saúde, gerando filas ainda maiores e reduzindo investimentos em inovação”, afirma Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO.

Insegurança jurídica e risco de retrocesso

Atualmente, o convênio foi prorrogado até julho de 2025. No entanto, a falta de definição sobre sua continuidade tem gerado insegurança jurídica para as empresas do setor. Para mitigar esses efeitos, a ABIMO propõe um calendário de transição com validade até 2032 — prazo que coincide com a implementação da Reforma Tributária.

A proposta está sendo discutida com a Frente Parlamentar de Serviços de Saúde e no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), com o objetivo de alinhar a vigência do convênio às etapas previstas da reforma.

Impactos sobre o acesso, a inovação e a geração de empregos

Caso a isenção não seja mantida, os impactos podem incluir aumento dos custos para o sistema público e privado de saúde; redução de investimentos em inovação e tecnologia; perda de competitividade e empregos no setor; e maior dificuldade de acesso a tratamentos e equipamentos essenciais, com possíveis prejuízos à segurança dos pacientes.

“Criar um ambiente seguro e previsível para o setor significa garantir que as empresas possam continuar inovando e oferecendo melhores tratamentos à população”, conclui Fraccaro.

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MEDICINA S/A

Estudo global revela desafios e oportunidades na Inclusão em Saúde

Haleon, empresa de produtos de consumo em saúde, apresentou a segunda fase do estudo Health Inclusivity Index. Desenvolvido pela divisão de pesquisa do Economist, este estudo global, que abrange 40 países, investiga como as políticas nacionais integram a inclusão na saúde e como as pessoas vivenciam essa inclusão e exclusão na prática. Além de fornecer recursos valiosos para a formulação de políticas, o estudo desafia pensamentos estabelecidos e destaca abordagens inovadoras para promover a inclusão na saúde.

Nesta edição, pesquisadores ouviram mais de 42 mil pessoas para avaliar a inclusão ou exclusão no acesso aos serviços de saúde, identificando lacunas significativas, especialmente entre populações vulneráveis. Ao obter informações sobre as principais barreiras globais, é possível recomendar ações necessárias para promover a inclusão e expandir as oportunidades de melhorar a saúde cotidiana de milhões de pessoas em todo o mundo.

Em relação ao Brasil, o estudo revelou insights relevantes sobre as barreiras de acesso a recursos de saúde, como:

74% dos brasileiros enfrentam pelo menos uma barreira no acesso aos serviços de saúde.

50% das populações marginalizadas e com condições crônicas de saúde no Brasil relatam que a qualidade do atendimento foi prejudicada por características demográficas ou antecedentes.

69% dos entrevistados se sentem capacitados para tomar decisões de saúde quando compartilhadas com profissionais de saúde.

40% dos brasileiros afirmam que membros específicos da comunidade fornecem apoio aos pacientes que não são membros da família ou profissionais de saúde.

73% dos brasileiros dizem que podem pedir ajuda a vizinhos ou amigos para temas de saúde, se necessário.

Além disso, a pesquisa ressalta a importância de continuarmos avançando para garantir que a saúde seja acessível a todos.

“O levantamento traz uma radiografia do setor para identificar gargalos e aspectos que devem ser aprimorados na busca por mais acesso à saúde de qualidade. Na Haleon, acreditamos que sistemas inclusivos são essenciais para garantir que todas as pessoas tenham acesso e sejam educadas e empoderadas para tomar decisões quanto a sua saúde, por isso é fundamental que as políticas públicas de saúde incorporem o autocuidado e a educação em saúde. Promover o autocuidado não apenas melhora a qualidade de vida das pessoas, mas também alivia a pressão sobre os sistemas de saúde públicos.”, destaca Mariana Lucena, Diretora de Corporate Affairs LatAm da Haleon.

O estudo também destaca que muitos países de baixa e média renda conseguem trazer acesso à saúde com menos recursos e infraestrutura menos desenvolvida, oferecendo uma fonte rica de aprendizado. Isso representa uma oportunidade para os formuladores de políticas liderarem a conversa sobre como impulsionar a inclusão em saúde, promovendo serviços nas comunidades de baixo para cima e de cima para baixo.

Apesar de um baixo nível de letramento em saúde em comparação com outros países, o empoderamento do autocuidado é um ponto positivo para o Brasil e pode fornecer as bases para uma comunidade mais empoderada.

“Reconhecemos a importância dos dados e informações confiáveis para a tomada de decisão adequada à formulação de políticas públicas e iniciativas em saúde que assegurem a inclusão de todos na sociedade. O índice desenvolvido pela Economist Impact tem como objetivo ser uma ferramenta para entendimento da realidade e auxiliar na construção de ações e políticas efetivas. Vale notar que o estudo traz conclusões interessantes, como o fato de os países mais inclusivos serem aqueles que oferecem à população ferramentas e condições para tomar decisões relativas à sua própria saúde, demonstrando a relevância da informação e o empoderamento das pessoas”, destaca Mariana.

O estudo aponta que populações marginalizadas e pessoas com condições crônicas de saúde continuam enfrentando barreiras significativas, ressaltando a necessidade urgente de políticas de saúde mais inclusivas e eficazes. Além disso, as gerações mais jovens demonstram falta de conscientização sobre os serviços disponíveis, evidenciando a carência de uma maior educação e disseminação de informações.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 08 Abril 2025 07:04

CLIPPING AHPACEG 08/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

ANS divulga resultados do 4º trimestre de 2024

https://monitormercantil.com.br/ans-divulga-resultados-do-4o-trimestre-de-2024/

Workshop OPME em Foco, da Unimed Federação Centro Brasileira, debate estratégias para negociações

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/04/workshop-opme-em-foco-da-unimed.html

GESTÃO 2025|2028: Marcelo Vilela Lauar é reeleito presidente do Sindimagem

https://www.foconacional.com.br/2025/04/gestao-20252028-marcelo-vilela-lauar-e.html

Cibersegurança na Saúde: Um remédio essencial contra fraudes e ataques virtuais

https://jornaldobelem.com.br/noticia/75143/ciberseguranca-na-saude-um-remedio-essencial-contra-fraudes-e-ataques-virtuais

Unimed descobre crianças fantasmas em tratamento; clínica foi fechada

https://www.agazeta.com.br/colunas/leonel-ximenes/unimed-descobre-criancas-fantasmas-em-tratamento-clinica-foi-fechada-0425

Com um público qualificado e muito atento, Sindhoesg e Soquasa realizam o primeiro módulo do curso “Acreditação ONA na Prática”

https://www.tendenciasenegocios.com.br/2025/04/com-um-publico-qualificado-e-muito.html

Goiás investe R$ 4 milhões em pesquisas na saúde pública

https://agenciacoradenoticias.go.gov.br/151420-goias-investe-r-4-milhoes-em-pesquisas-na-saude-publica#:~:text=O%20Governo%20de%20Goi%C3%A1s%20lan%C3%A7a,%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS)

Brasil vai ampliar produção de insulina com nova planta da Novo Nordisk

https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202504/brasil-vai-ampliar-producao-de-insulina-com-nova-planta-da-novo-nordisk

Namorado de Sandy é proibido pela Justiça de fracionar recibos médicos após acusação de fraude de R$ 2 milhões

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/04/07/namorado-de-sandy-e-proibido-pela-justica-de-fracionar-recibos-medicos-apos-acusacao-de-fraude-de-r-2-milhoes.ghtml

MONITOR MERCANTIL

ANS divulga resultados do 4º trimestre de 2024

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde responsável pelos planos de saúde no Brasil, divulgou nesta segunda-feira os resultados do 4º trimestre de 2024 do Monitoramento da Garantia de Atendimento, que passou a utilizar uma nova base de dados, ampliada, de reclamações de consumidores sobre negativas de cobertura ou descumprimento dos prazos máximos para atendimento.

Segundo a ANS, neste momento, não haverá suspensão da comercialização de planos de saúde, pois o monitoramento considera os resultados de dois ciclos seguidos. No período analisado, 540 operadoras ficaram na faixa zero (melhor desempenho) e 120 ficaram na faixa 3 (pior desempenho).

O diretor de Normas e Habilitação dos Produtos, Alexandre Fioranelli, esclarece que não houve mudanças na metodologia do monitoramento e, sim, a ampliação da base de dados utilizada para o cálculo do desempenho das operadoras, o que reflete o compromisso contínuo da ANS com a sociedade: "A partir das novas informações, poderemos avaliar com mais precisão quais operadoras apresentam problemas, identificar riscos à assistência dos beneficiários e garantir a proteção dos consumidores em casos de irregularidades", destacou.

Com o ajuste no indicador aprovado na 608ª Reunião da Diretoria Colegiada da ANS, realizada em 1º de julho de 2024, o Monitoramento da Garantia de Atendimento passou a usar um número maior de demandas assistenciais registradas na ANS pelos consumidores. A grande diferença é que o novo indicador considera 50% do total de demandas informadas como não resolvidas pelos beneficiários no período referente a cada ciclo como base de cálculo do numerador.

Diferente do indicador anterior, que se baseava em demandas assistenciais analisadas e classificadas pela Diretoria de Fiscalização. O denominador permanece usando como base a média do número de beneficiários no período.

"Não dependemos mais da análise manual de demandas assistenciais e mantemos o uso de reclamações dos beneficiários como indícios de infração em questões relacionadas ao atendimento", completou Fioranelli.

Demandas assistenciais classificadas como Núcleo são aquelas que foram analisadas pela Diretoria de Fiscalização e enviadas para apuração nos Núcleos da ANS. As demandas classificadas como RVE (Reparação Voluntária e Eficaz) são aquelas que a operadora soluciona o problema corrigindo eventuais danos ou prejuízos ao beneficiário dentro do prazo de 5 dias úteis da Notificação de Intermediação Preliminar - NIP).

Resultados

Para possibilitar a realização dos ajustes necessários no novo indicador, a ANS suspendeu os ciclos relativos ao 2º e ao 3º trimestres de 2024. Sendo assim, o 4º trimestre de 2024 é o primeiro calculado com a nova base de dados. Portanto, nesse ciclo, não haverá planos que terão a venda suspensa pelo Monitoramento da Garantia de Atendimento, já que será necessário constatar a sua reincidência na faixa 3.

O Monitoramento da Garantia de Atendimento é o acompanhamento do acesso dos beneficiários às coberturas contratadas, realizado com base nas reclamações recebidas pela ANS e na quantidade de beneficiários de planos de saúde. As reclamações consideradas nesse monitoramento se referem a negativas de cobertura assistencial ou ao descumprimento dos prazos máximos para realização de consultas, exames, terapias e cirurgias.

Com base no número de demandas registradas na ANS, as operadoras são classificadas em faixas, possibilitando uma análise comparativa entre elas. Aquelas que são enquadradas nas faixas superiores do monitoramento apresentam um pior resultado no indicador da operadora. A partir de dois ciclos seguidos na pior faixa, as operadoras são proibidas de receber novos beneficiários nos planos que tiveram mais reclamações. A cada trimestre a listagem de planos é reavaliada, e as operadoras que deixarem de apresentar risco à assistência à saúde são liberadas, pelo monitoramento, para oferecer os planos para novas comercializações.

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FOLHA DO PLANALTO

Workshop OPME em Foco, da Unimed Federação Centro Brasileira, debate estratégias para negociações

Participantes receberam orientações da especialista Andrea Bergamini para evitar desperdícios e custos altos nas compras

Profissionais de auditoria, compras e áreas relacionadas das Unimed federadas se reuniram na Unimed Federação Centro Brasileira no Workshop OPME em Foco, realizado nos dias 3 e 4 de abril. O evento foi formulado com o objetivo de debater o comitê criado pela Federação para unificar as compras de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), a fim de obter melhores negociações com os fornecedores.

Afinal, o primeiro contratempo que envolve tais materiais é o fato de que não há uma tabela de preço unificada. Assim, os fornecedores negociam de formas diferentes com cada operadora, como explicou Andrea Bergamini, vice-presidente da Advice Health, empresa que realiza a intermediação do comitê da Federação com os fabricantes e representantes.

“No ramo de OPME, nunca sabemos o quanto os materiais custam e não existem comparativos técnicos. É um mercado volátil e ambíguo, que envolve muita complexidade”, destacou ela, que é ex-integrante da Comissão de OPME do Conselho Federal de Medicina (CFM) e referência na área.

Os participantes do Workshop debateram os aspectos técnicos, comerciais e éticos. Por exemplo, casos de indicações inadequadas de determinados materiais, o que gera o aumento injustificado dos custos para as operadoras e até mesmo desperdícios.

“Chegam muitas tecnologias no Brasil, mas não são novas. A indústria coloca algo diferente e quer vender mais caro dizendo que vai entregar mais valor ao paciente. Temos que entender que uma nova tecnologia é aquela que realmente entrega valor ao paciente, como mais resultado, tempo menor de cirurgia e melhor qualidade de vida”, ressaltou Andrea.

Na federada Unimed Cerrado, o aumento abusivo de preços e as demandas por OPMEs de alto valor agregado são alguns dos desafios enfrentados, como contou o gerente executivo de Saúde da operadora, José Lino.

“Internamente, fazemos juntas médicas e negociações pontuais, para comparar valor e tecnologias. Tudo sem esquecer de verificar o melhor prazo de pagamento”, descreveu ele sobre as estratégias aplicadas.

Já na Unimed Araguaína, o maior desafio está nos preços mais altos. “A cidade não tem aeroporto, o que deixa tudo caro e difícil. Por isso, entramos no comitê da Federação para compras conjuntas”, relatou a responsável pelo setor de compras de OPME da entidade, Ana Clara Reis.

“As operadoras têm tido muita dificuldade referente à negociação e à expertise. É um meio com muitas mudanças e que requer grande conhecimento sobre os materiais”, resumiu Tábata Martins Baicere e Silva, coordenadora de Operações da Advice Health.

Durante o Workshop, as especialistas demonstraram como criar a curva de aprendizado para poder “navegar” com mais tranquilidade no ramo. Uma dica é separar os materiais por especialidades e conhecer as variedades dos produtos.

Andrea Bergamini ainda orientou os profissionais sobre a importância das visitas técnicas aos fornecedores, gravando ou elaborando atas das reuniões. Também é indicado avaliar os registros de CNPJ, as autorizações na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estudar criteriosamente os orçamentos.

“Com o tempo, começamos a ficar com um olho clínico mais apurado, o que nos ajuda muito nas negociações. Porém, sem esquecer de manter sempre em mente a qualidade da assistência prestada, sustentabilidade financeira da operadora e foco no paciente. Afinal, o beneficiário paga para nós (operadoras) fazermos uma boa gestão da saúde dele”, definiu Andrea.

Além de profissionais da Unimed Federação Centro Brasileira, o evento contou com a participação de representantes das federadas Unimed Anápolis, Unimed Araguaína, Unimed Catalão, Unimed Cerrado, Unimed Goiânia, Unimed Gurupi, Unimed Regional Sul Goiás (Itumbiara) e Unimed Rio Verde.

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FOCO NACIONAL

GESTÃO 2025|2028: Marcelo Vilela Lauar é reeleito presidente do Sindimagem

O médico Marcelo Vilela Lauar, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, foi reeleito para presidir no Sindimagem (Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás) na gestão 2025/2028.

Confira a composição da nova diretoria e do Conselho Fiscal do Sindicato:

Presidente: Marcelo Vilela Lauar                      

Vice-Presidente: Paulo Eduardo Marinho de Jesus

Secretário-Geral: Luiz Rassi Júnior

Secretário-Adjunto: Ricardo Tavares Daher

Tesoureiro-Geral: Renato Tavares Daher

Tesoureiro-Adjunto: Celso Augusto de Paula Nunes

Conselho Fiscal

Presidente: Mauricio Fogliatto Zacarias

Relator: Alexandre Rodrigues Mendonça

Conselheiro: Rubens Carneiro dos Santos Neto

        

Suplente - Conselho Fiscal 

Primeiro Suplente: Cristiano Rézio Fonseca

Segundo Suplente : Ana Beatriz Marinho de Jesus Teixeira

Terceiro Suplente : Rodrigo Seronni Frota FOCO NACIONAL

https://www.foconacional.com.br/2025/04/gestao-20252028-marcelo-vilela-lauar-e.html

GESTÃO 2025|2028: Marcelo Vilela Lauar é reeleito presidente do Sindimagem

O médico Marcelo Vilela Lauar, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, foi reeleito para presidir no Sindimagem (Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás) na gestão 2025/2028.

Confira a composição da nova diretoria e do Conselho Fiscal do Sindicato:

Presidente: Marcelo Vilela Lauar                      

Vice-Presidente: Paulo Eduardo Marinho de Jesus

Secretário-Geral: Luiz Rassi Júnior

Secretário-Adjunto: Ricardo Tavares Daher

Tesoureiro-Geral: Renato Tavares Daher

Tesoureiro-Adjunto: Celso Augusto de Paula Nunes

Conselho Fiscal

Presidente: Mauricio Fogliatto Zacarias

Relator: Alexandre Rodrigues Mendonça

Conselheiro: Rubens Carneiro dos Santos Neto

Suplente - Conselho Fiscal 

Primeiro Suplente: Cristiano Rézio Fonseca

Segundo Suplente : Ana Beatriz Marinho de Jesus Teixeira

Terceiro Suplente : Rodrigo Seronni Frota

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JORNAL DO BELÉM

Cibersegurança na Saúde: Um remédio essencial contra fraudes e ataques virtuais

Frente às nossas rotinas corridas, cada dia é uma nova chance de refletir sobre bem-estar e qualidade de vida. No entanto, o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 07 de abril, vai além: é um momento oportuno para dar ênfase não só aos riscos de ataques do coração, mas também aos riscos de ataques cibernéticos. Em um cenário cada vez mais digital, proteger dados sensíveis e garantir a integridade das informações tornou-se fundamental para assegurar a confiança, qualidade e continuidade dos serviços de saúde. Portanto, não podemos deixar de mencionar como a cibersegurança é necessária, como ela está acompanhando o desenvolvimento do setor e, mais ainda, impactando direta ou indiretamente o nosso dia a dia.

Um estudo elaborado pela Kaspersky apontou que, em 2024, o setor de saúde no Brasil sofreu um aumento significativo de 146% no número de tentativas de ataques por ransomware, alcançando o terceiro lugar no ranking dos mercados mais visados por cibercriminosos no país. Esclarecendo brevemente, ransomwares possuem um alto nível de sofisticação na exploração de vulnerabilidades de rede e têm como principal objetivo invadir sistemas e criptografar dados, visando uma possível exigência de pagamento para devolução das informações roubadas. Para se proteger, empresas precisam investir em estratégias de segurança digital eficientes que resguardem a privacidade dos dados de fornecedores, colaboradores e, é claro, dos pacientes.

Além de ser um setor altamente regulamentado em todo o mundo, a Saúde vem passando por atualizações, dada a evolução tecnológica que observamos diariamente. Isso significa que, além de adaptar e aprimorar técnicas médicas ao uso de tecnologias como a 5G, por exemplo, a Saúde também tem investido na digitalização de processos e demandas. Para ilustrar, temos a recente resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece novas regras para notificações de inadimplência em planos de saúde. Vamos entender melhor.

A partir da nova resolução, as operadoras de planos de saúde estão autorizadas a enviar notificações por diversos meios digitais, como e-mails e mensagens de texto via SMS ou aplicativos de mensagens com criptografia de ponta a ponta. Embora essas medidas facilitem a comunicação, é importante ressaltar que também acabam abrindo brechas para tentativas de fraude, que se aproveitam do ambiente digital para enganar beneficiários. Diante disso, como impedir que hackers interceptem mensagens e pratiquem golpes voltados para esse nicho?

Soluções digitais

Uma das modalidades mais conhecidas e praticadas por cibercriminosos são os ataques por phishing. Nessa situação, os golpistas enviam e-mails, SMS ou links falsos que imitam correspondências legítimas de empresas com o intuito de enganar as vítimas para que revelem informações como senhas, dados bancários e números de cartões de crédito. Vale ressaltar que, com o uso da Inteligência Artificial, as páginas falsas e links fraudulentos estão cada vez mais sofisticados, o que aumenta as chances de o golpe ter sucesso. Felizmente, existem ferramentas que podem auxiliar na prevenção do phishing.

Soluções como o S/MIME (Secure/Multipurpose Internet Mail Extensions) são altamente eficientes para assegurar a veracidade das comunicações. Em linhas gerais, o S/MIME permite a criptografia e a assinatura digital de e-mails, atuando para avisar ao remetente e ao destinatário com um alerta, caso a mensagem tenha sido interceptada e adulterada. Além disso, a assinatura digital garante a autenticidade do remetente, permitindo que os beneficiários verifiquem a legitimidade das notificações recebidas, mitigando riscos de golpes e fraudes.

O S/MIME também pode ser combinado a outros mecanismos para ampliar a sua eficácia, tais como filtros de e-mail avançados e a Autenticação Multifator (MFA). Tudo isso, somado às melhores práticas em segurança digital, ajudará empresas e consumidores finais a não cair em armadilhas cibernéticas e fortalecerá a confiança entre operadoras e beneficiários. Em um cenário onde a digitalização é cada vez mais presente, adotar medidas que garantam a integridade e a confidencialidade das informações se torna um passo fundamental para a construção de um ambiente digital mais seguro e saudável.

Ludmila Lobo de Sa Vianez da Silveira

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A GAZETA ONLINE - ES

Unimed descobre crianças fantasmas em tratamento; clínica foi fechada

Fraudes envolvem clínicas que têm convênio com diversos planos de saúde e fazem com que o mesmo paciente supostamente faça tratamento com todos eles
A Unimed Vitória está apostando em mais segurança e investindo em tecnologia para combater fraudes no sistema de saúde.

A Unimed Vitória está apostando em mais segurança e investindo em tecnologia para combater fraudes no sistema de saúde. Com a implementação de geolocalização e reconhecimento facial, por exemplo, a cooperativa pode verificar se a carteirinha do usuário foi utilizada no local correto e se o paciente realmente esteve presente na consulta.
O reforço nas medidas de segurança se tornou necessário, segundo a cooperativa médica, após uma recente atualização do sistema identificar algumas irregularidades, como a ausência de 40 crianças que supostamente realizavam tratamento de neurodesenvolvimento.
Segundo o diretor-presidente da Unimed Vitória, Fabiano Pimentel, esse número revelou a existência de pacientes fantasmas e fraudes praticadas por administradoras que recebem pagamentos indevidos por atendimentos que nunca foram realizados.
Considerando que cada paciente fantasma tenha recebido atendimentos seguindo o padrão da Unimed - 12 horas semanais de sessões de terapia ABA com psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicopedagogo -, esse cenário representa um prejuízo anual de R$ 1,49 milhão.
CLÍNICA FECHADA
As fraudes, explica a cooperativa, envolvem clínicas que têm convênio com diversos planos de saúde, não apenas da Unimed, e fazem com que a mesma criança supostamente realize tratamento com todos eles. De acordo com o diretor, uma clínica médica em Jardim Camburi, em Vitória, foi fechada neste ano após uma denúncia.
"Registramos um boletim de ocorrência e denunciamos o caso ao Ministério Público. Estamos atentos e auditando essas clínicas, pois não é possível que uma criança passe 24 horas dentro de um ambiente clínico. Além disso, encontramos registros de atendimentos nos finais de semana, em locais que sequer funcionam nesses dias", destaca Pimentel.
O diretor também alerta os pacientes para nunca deixarem suas carteirinhas, nem as de seus filhos ou acompanhantes, sob a posse de clínicas ou hospitais. "Nossos clientes também são vítimas dessas fraudes. Por isso, adotamos novas medidas para reforçar a segurança e garantir um atendimento mais confiável para todos."

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Com um público qualificado e muito atento, Sindhoesg e Soquasa realizam o primeiro módulo do curso “Acreditação ONA na Prática”

Com um público formado por profissionais de várias áreas da saúde, todos com um interesse comum – saber mais sobre a qualidade da gestão e a acreditação dos serviços de saúde –, o Sindhoesg e a Soquasa ministraram, no sábado, 5, o primeiro módulo do curso “Acreditação ONA na Prática”.

Realizado na sede do Sindicato, o curso reuniu farmacêuticos, enfermeiros, gestores, administradores e outros profissionais que já atuam ou têm interesse em ingressar na área da saúde.

Durante toda a manhã, a turma teve a oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre a gestão da qualidade. Marietha Severino, diretora comercial da Soquasa, explicou que o objetivo deste Módulo Básico foi nivelar o conhecimento dos participantes sobre os fundamentos da Gestão da Qualidade em Saúde, com foco na certificação ONA.

“Abordamos a história da qualidade na saúde e a importância da cultura organizacional, estrutura e princípios da Organização Nacional de Acreditação (ONA), conceitos-chave como foco no cliente, melhoria contínua e segurança do paciente, introdução à gestão por processos, riscos e indicadores, além de apresentarmos os níveis de certificação ONA e o papel da governança clínica”, disse.

A abordagem foi feita com linguagem acessível e exemplos do cotidiano das unidades de saúde, o que facilitou o entendimento e engajamento dos alunos, mostrando como o conteúdo pode ser aplicado na prática.

“Tivemos uma turma muito interessada, questionadora e com grande disposição para aprender e trocar experiências. A diversidade de instituições e perfis dos participantes enriqueceu o debate e mostrou o quanto o tema é necessário e atual”, afirmou Marietha.

Uma das alunas foi Maysa da Fonseca Signoreli, farmacêutica do Hospital Samaritano de Goiânia. Ela soube do curso pelo Instagram do Sindhoesg e, como tem muito interesse na área de qualidade hospitalar, decidiu participar do primeiro módulo e já garantiu sua vaga nos demais. “Procurei o curso para agregar conhecimento, e o primeiro módulo foi maravilhoso”, contou Maysa, que aguarda as próximas aulas com muita expectativa.

Mas o que o público pode esperar dos próximos módulos? Marietha Severino garante que os próximos encontros trarão uma abordagem ainda mais prática, aprofundando temas como gestão de processos, segurança do paciente, indicadores de desempenho, liderança e como implantar efetivamente os requisitos do manual ONA em cada realidade institucional.

“A intenção é preparar os participantes para conduzir seus serviços rumo à certificação, com conhecimento técnico e ferramentas aplicáveis”, adiantou, parabenizando o Sindhoesg pelo investimento em formação técnica e prática. “Esse é um grande diferencial para o fortalecimento do setor da saúde em Goiás. Essa trilha formativa dará base sólida para que gestores e profissionais implantem uma cultura de excelência em suas instituições, com foco no paciente e em resultados sustentáveis.”

Investir na educação continuada e no aperfeiçoamento dos gestores e técnicos do setor de saúde é uma das metas da gestão, que tem à frente o presidente Gustavo Clemente. Os próximos módulos do curso “Acreditação ONA na Prática” serão realizados nos dias 12, 25, 26 e 27 de abril. Quem não participou do primeiro módulo também pode se inscrever. Confira e faça a sua inscrição:

Curso Intermediário – 08h/aula
Data: 12/04/2025 – 08h às 17h

Curso Avançado – 16h/aula
Data: 25/04/2025 – 18h às 20h
Data: 26/04/2025 – 08h às 18h
Data: 27/04/2025 – 08h às 12h

Segunda, 07 Abril 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 5 A 7/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pacientes com câncer ficam sem exames com suspensão de radiofármacos

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/pacientes-com-cancer-ficam-sem-exames-com-suspensao-de-radiofarmacos-13493548.ghtml

Adoção de IA na saúde pode crescer mais de 300%, indica estudo da KPMG

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/adocao-de-ia-na-saude-pode-crescer-mais-de-300-indica-estudo-da-kpmg/

107 hospitais estaduais de SP aderem a sistema de indicadores da Anahp

https://www.saudebusiness.com/saude-publica/107-hospitais-estaduais-de-sp-aderem-a-sistema-de-indicadores-da-anahp/

TV ANHANGUERA

Pacientes com câncer ficam sem exames com suspensão de radiofármacos

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/pacientes-com-cancer-ficam-sem-exames-com-suspensao-de-radiofarmacos-13493548.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

Adoção de IA na saúde pode crescer mais de 300%, indica estudo da KPMG

Pesquisa revela expansão da inteligência artificial no setor de saúde e ciências da vida, destacando desafios, investimentos e impacto da tecnologia.

A inteligência artificial (IA) está ganhando espaço no setor de saúde e ciências da vida, e sua adoção pode crescer mais de 300% nos próximos três anos. De acordo com o KPMG Global AI in Finance Report, atualmente, 18% das empresas do setor utilizam IA de forma parcial ou ampla. Esse percentual pode saltar para 74% até 2027. 

Quando se trata especificamente da IA generativa, a adoção ainda é mais restrita: apenas 8% das empresas já fazem uso dessa tecnologia, mas a expectativa é que esse índice suba para 42% nos próximos anos. 

Maturidade do setor e investimentos em IA 

O estudo também avaliou o grau de maturidade da inteligência artificial no setor. Atualmente, 59% das empresas estão em processo de implementação da tecnologia, 25% ainda estão na fase inicial e apenas 16% se destacam como líderes na adoção da IA. 

Os investimentos também devem crescer. Hoje, as empresas do setor destinam 7,3% de seu orçamento para IA, com projeção de aumento para 8,6% nos próximos três anos. 

Principais desafios na adoção da IA 

Apesar do avanço, algumas barreiras ainda dificultam a implementação da inteligência artificial no setor. Os principais desafios apontados pelos executivos foram: 

Vulnerabilidades em segurança e privacidade de dados (59%) 

Falta de habilidades e conhecimentos técnicos (53%) 

Dificuldade em coletar dados relevantes e consistentes (48%) 

Mesmo com esses entraves, a pesquisa revelou um retorno sobre investimento (ROI) de 22% na aplicação da IA no setor de saúde e ciências da vida. 

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107 hospitais estaduais de SP aderem a sistema de indicadores da Anahp

Plataforma permite monitoramento e comparação de desempenho entre unidades públicas e privadas, ampliando a qualidade da gestão hospitalar.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo firmou, na última quarta-feira (02/04), um acordo de cooperação para que os 107 hospitais estaduais passem a integrar o Sistema de Indicadores Hospitalares da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). O evento contou com a presença de Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde; Priscilla Perdicaris, secretária-executiva da Saúde; Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Anahp; e Antônio Britto, diretor-executivo da entidade.

“A Anahp tem entre seus objetivos expandir as melhorias conquistadas pelas instituições privadas para além das fronteiras da saúde suplementar, beneficiando todos os brasileiros. Nosso sistema de indicadores é uma ferramenta valiosa nesse sentido, pois permite não apenas a avaliação dos serviços hospitalares, mas também a comparação entre instituições para identificar oportunidades de aprimoramento. Desde 2016, disponibilizamos essa plataforma para hospitais públicos e filantrópicos, tornando seu uso ainda mais relevante para o setor. A adesão dos hospitais do Estado de São Paulo representa mais um passo essencial para fortalecer a qualidade da saúde no país”, afirmou Eduardo Amaro.

Além das unidades de São Paulo, o sistema já é utilizado em parcerias estratégicas com o Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a Confederação das Santas Casas (CMB) e o complexo de institutos do Hospital das Clínicas.

Monitoramento e capacitação para aprimorar a gestão

O próximo passo da iniciativa será a capacitação dos profissionais dos hospitais estaduais para que possam registrar, inicialmente, 30 indicadores no sistema da Anahp. Entre os principais dados monitorados estão a média de permanência dos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e a taxa de conversão de atendimentos de emergência em internações.

Com a inclusão desses dados, será possível comparar o desempenho de cada hospital com a média das demais instituições participantes, permitindo uma análise mais precisa sobre a qualidade dos serviços prestados. Esse processo contribuirá para estabelecer benchmarks, identificar oportunidades de aprimoramento e direcionar estratégias de gestão hospitalar.

Atualmente, o Sistema de Indicadores Hospitalares da Anahp reúne 265 indicadores distribuídos em quatro categorias: assistenciais, gestão de pessoas, econômico-financeiros e sustentabilidade. A plataforma, criada há 17 anos, oferece relatórios individuais para cada hospital, permitindo análises segmentadas por porte, localização, número de leitos e outros critérios. Com acesso restrito e exclusivo, a ferramenta auxilia gestores na tomada de decisões estratégicas, promovendo melhorias no atendimento aos pacientes e na sustentabilidade dos recursos hospitalares.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 04 Abril 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 04/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Dívida de R$ 6 milhões faz empresa suspender serviço nas unidades de saúde de Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/divida-de-r-6-milhoes-faz-empresa-suspender-servico-nas-unidades-de-saude-de-goiania-13488372.ghtml

Paciente denuncia que o teto de centro de saúde está caindo

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/paciente-denuncia-que-o-teto-de-centro-de-saude-esta-caindo-13485895.ghtml

Ipasgo volta a cobrar coparticipação por consultas, exames e tratamentos

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/ipasgo-volta-a-cobrar-coparticipacao-por-consultas-exames-e-tratamentos-13485631.ghtml

Após quase dois meses de espera, paciente com aneurisma consegue fazer exame

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/apos-quase-dois-meses-de-espera-paciente-com-aneurisma-consegue-fazer-exame-13485634.ghtml

Curta-metragem expõe racismo na assistência médica brasileira

https://www.meioemensagem.com.br/comunicacao/curta-metragem-expoe-racismo-na-assistencia-medica-brasileira

Anvisa proíbe venda de suplementos alimentares à base de ora-pro-nóbis

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2025/04/03/suplementos-com-ora-pro-nobis-sao-proibidos-pela-anvisa-entenda-por-que.htm

“Não vendo planos, entrego qualidade", diz presidente da Uniodonto Goiânia

https://www.aredacao.com.br/noticias/229831/-nao-vendo-planos-entrego-qualidade-diz-presidente-da-uniodonto-goiania

SUS inclui ressonância magnética para detectar câncer de mama

https://medicinasa.com.br/sus-ressonancia/

TV ANHANGUERA

Dívida de R$ 6 milhões faz empresa suspender serviço nas unidades de saúde de Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/divida-de-r-6-milhoes-faz-empresa-suspender-servico-nas-unidades-de-saude-de-goiania-13488372.ghtml

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Paciente denuncia que o teto de centro de saúde está caindo

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/paciente-denuncia-que-o-teto-de-centro-de-saude-esta-caindo-13485895.ghtml

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Ipasgo volta a cobrar coparticipação por consultas, exames e tratamentos

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/ipasgo-volta-a-cobrar-coparticipacao-por-consultas-exames-e-tratamentos-13485631.ghtml

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Após quase dois meses de espera, paciente com aneurisma consegue fazer exame

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/apos-quase-dois-meses-de-espera-paciente-com-aneurisma-consegue-fazer-exame-13485634.ghtml

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MEIO E MENSAGEM

Curta-metragem expõe racismo na assistência médica brasileira

Projeto idealizado pelo Instituto Yduqs e IDOMED questiona as diferenças no atendimento médico e os desafios raciais enfrentados pela população negra

O Instituto Yduqs e o Instituto de Educação Médica (IDOMED), com produção assinada pela Artplan, lançam o curta-metragem Corpo Preto , filme baseado no contexto da assistência e serviços de saúde no Brasil.

Com foco nas microagressões e discriminações sofridas por pessoas negras, a iniciativa questiona as diferenças no atendimento médico e impasses raciais.

Em conjunto ao conteúdo, foi desenvolvido o livro Nigrum Corpus - Um estudo sobre racismo na medicina brasileira , baseado em depoimentos reais. O objetivo é que o material seja distribuído para as principais faculdades de medicina do País.

Racismo institucional

O insight do filme surgiu baseado nos estudos do projeto MEDIVERSIDADE, destacando que apenas 3% dos médicos no Brasil são negros, segundo dados do Conselho Federal de Medicina de 2023; e pacientes negros esperam, em média, 10 minutos a mais para serem avaliados

Além disso, consultas com pacientes negros duram, em média, 47% menos do que com pacientes brancos e o tempo entre o diagnóstico e a cirurgia é, em média, 6,7 dias maior para pacientes negros, segundo dados extraídos de diversos estudos.

Com o objetivo de ampliar a visibilidade do projeto, serão realizadas também ações de comunicação focadas no letramento racial, incluindo exibições especiais do filme em cinemas nacionais, ativações com influenciadores, palestras com especialistas e divulgação em mídias out-of-home (OOH).

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PORTAL UOL

Anvisa proíbe venda de suplementos alimentares à base de ora-pro-nóbis

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu nesta quinta-feira (3) a comercialização de todos os suplementos alimentares com ora-pro-nóbis em sua composição.

Na justificativa, a agência afirma que não há autorização de uso da planta (cujo nome científico é pereskia aculeata ) nesse tipo de produto. Para que um ingrediente seja aprovado como suplemento alimentar pela agência ele deve passar por avaliação de segurança e eficácia -ou seja, as empresas devem comprovar, de forma científica, que a matéria-prima é fonte de algum nutriente ou substância de relevância para o corpo humano.

A medida, diz a Anvisa, não afeta o consumo in natura da planta, tradicionalmente usada na alimentação, especialmente nos estados de Goiás e Minas Gerais.

A proibição abrange comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso dos suplementos.

A resolução foi oficializada no Diário Oficial da União pela Gerência-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa.

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A REDAÇÃO

“Não vendo planos, entrego qualidade", diz presidente da Uniodonto Goiânia

Fábio Prudente cita expansão nos atendimentos 

O ramo da saúde é o terceiro maior do cooperativismo no Brasil. Para o presidente da Uniodonto Goiânia, Fábio Prudente, essa força está na necessidade das pessoas, aliada ao esforço do segmento em ser um elemento de transformação social, levando saúde bucal de maneira mais acessível e de qualidade para a população. “No cooperativismo, eu tenho, na ponta, um dentista cooperado que é dono do negócio, então há um incentivo para levar trabalho e renda para esse profissional. Assim, eu não vendo planos odontológicos, eu entrego assistência odontológica de qualidade”, assegura.

O presidente relata que tanto o setor de odontologia quanto o de cooperativismo estão em expansão no Brasil como um todo e, em particular, em Goiás. Na capital, já são cerca de 400 dentistas cooperados, além da presença de cooperados e parceiros credenciados no interior. Goiânia retém cerca de 40% dos dentistas cooperados em todo o Estado, reforçando o interesse das pessoas em cuidar da saúde bucal.

Um objetivo para este ano é buscar uma expansão maior no interior, atendendo áreas que não estão tão contempladas por profissionais como na capital. “Todo mundo quer se concentrar próximo às capitais, e a gente tem feito um trabalho reverso de ir para o interior, de buscar mais parceiros, estar nas cooperativas, porque enxergamos uma oportunidade de crescimento ímpar no interior das nossas áreas de atuação. Temos trabalhado muito, temos rodado muito”, comenta.

E o modelo tem dado certo: a Uniodonto distribuiu, no último fechamento, R$ 2 milhões em sobras para os cooperados. Isso mostra responsabilidade, solidez e sustentabilidade da gestão com um trabalho sério, conforme destacou Fábio Prudente em entrevista exclusiva à reportagem do jornal A Redação. 

Prevenção e cuidado

Houve uma mudança de percepção geracional: atualmente, mais pessoas, em particular os jovens, procuram o dentista com mais frequência, em uma abordagem mais preventiva. Ainda assim, o Brasil é um país de "desdentados": quase metade dos brasileiros entre 35 e 45 anos já perdeu até 12 dentes. Entre os idosos, 80% possuem menos de 20 dentes na boca. “É uma estatística que mostra que ainda temos um trabalho social e uma responsabilidade muito grande. O Brasil tem quase 34 milhões de brasileiros com planos exclusivamente odontológicos, então ainda temos um mar de possibilidades de crescimento”, avalia Prudente.

A sabedoria popular diz que a saúde começa pela boca, e o Dr. Fábio Prudente concorda plenamente com essa afirmação. “Como é que você vai ter um estômago fazendo uma boa digestão se não tem uma boa mastigação? A gente pega doenças como diabetes, partos prematuros, bebê de baixo peso, doenças cardíacas, todas têm correlação com a saúde bucal. Cerca de 35% das patologias cardiológicas têm um foco odontogênico: começam com uma infecção maltratada no dente”, pontua.

Para prevenir, o doutor recomenda uma visita ao dentista duas vezes por ano ou, no mínimo, uma vez. “Cuidar da boca é cuidar do corpo, porque ela é a porta de entrada. Cuidar da saúde bucal é uma responsabilidade grande. Não tem como dissociar a saúde bucal da saúde integral do indivíduo”, conclui.


Turismo de saúde

Além disso, Goiânia tem se destacado no turismo de saúde, inclusive para estrangeiros, e especificamente para o tratamento odontológico. “A odontologia na Europa e nos EUA ainda é muito cara, então as pessoas buscam saúde no Brasil, em primeiro lugar, porque a qualidade dos nossos dentistas é indiscutível em termos de habilidade manual, de facilidade com tecnologia e com tratamentos mais acessíveis. É um nicho a ser explorado bastante interessante”, comenta Prudente.

Alguns diferenciais da capital colaboram para isso, como sua localização central e próxima a Brasília, além de já ser um polo do agronegócio e de outros eventos de negócios e de saúde, com um PIB per capita alto. “É uma cidade jovem, moderna e com um bom aeroporto, que pulsa em todos os segmentos”, complementa.

Transformação social

Um dos objetivos da Uniodonto Goiânia é ajudar a comunidade, algo que está previsto nos princípios do cooperativismo. A principal maneira que a cooperativa tem atuado é por meio do Projeto Sorriso, que já tem quase 30 anos e leva educação e cuidados preventivos em saúde bucal para escolas, creches e comunidades em situação de vulnerabilidade.

“Levamos a escovação, cartilhas de higienização, teatro de fantoches, escovódromo, kits de higiene a comunidades carentes. É o nosso braço social, sejam escolas, sejam asilos, sejam eventos organizados pelo município”, explica Prudente. “Esse projeto é transformador e leva conhecimento em prevenção de saúde bucal. Então, para nós, é muito gratificante. Acho que toda empresa que está conectada de fato com a responsabilidade social faz isso genuinamente, porque tem que fazer com coração, acreditando. Não adianta fazer porque é bonito, porque todo mundo faz”, afirma.

E esse trabalho social não se limita à prevenção: a Uniodonto também possui uma horta urbana com aquaponia, cuidada voluntariamente. Ela utiliza tilápias para alimentar os vegetais com os adubos orgânicos necessários e foi instalada há cerca de um ano. “Já conseguimos alimentar mais de 700 pessoas entre asilos, creches e associações de pessoas em vulnerabilidade social. Isso é um elemento transformador, é um propósito: não fazemos pensando em nós, mas preocupados com a sociedade”, destaca.

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MEDICINA S/A

SUS inclui ressonância magnética para detectar câncer de mama

ressonância magnética de mamas passa a ser incluída no SUS (Sistema Único de Saúde). A partir da Portaria SAES/MS nº 2.632, publicada no Diário Oficial da União no início deste mês, o exame é oferecido agora como recurso complementar para rastreamento do câncer de mama. Entre as maiores beneficiadas estão pacientes submetidas à biópsia e que apresentam lesão com risco aumentado para a doença, bem como mulheres submetidas à radioterapia de tórax entre 10 e 30 anos de idade. A este grupo se juntam pessoas com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, com mais chances de desenvolver cânceres de mama e ovário. “Para entender a importância do acesso à ressonância magnética no SUS como recurso para detecção precoce da doença, temos uma estatística importante: 20% das brasileiras diagnosticadas têm câncer de mama herdado, originado de mutação genética”, afirma a mastologista Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

De acordo com Rosemar Rahal, a ressonância magnética, com eficiência comprovada em estudos científicos, é um recurso complementar essencial para o diagnóstico de câncer de mama, especialmente em pacientes de alto risco. A SBM elenca vários fatores para a condição aumentada da doença. A mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 figura entre os principais. “Os casos associados a causas hereditárias, ou seja, caracterizados por uma predisposição familiar e que podem passar de geração para geração, representam hoje 20% do total de casos de câncer de mama diagnosticado no Brasil”, destaca a mastologista.

Disponível no SUS a partir deste mês, a ressonância magnética é uma técnica de imagem avançada que permite a visualização detalhada das estruturas das mamas e axilas. O exame foi utilizado pela primeira vez em 1986, revelando-se promissor na investigação do câncer mamário.

“Atualmente, a literatura médica considera como principais indicações de uso, além do rastreamento para mulheres com alto risco de câncer, a avaliação diagnóstica no esclarecimento de alterações mamárias em que mamografia e ultrassom são inconclusivos, na avaliação de extensão tumoral (especialmente no carcinoma lobular invasivo), suspeita de recorrência, detecção de carcinoma oculto e avaliação de implantes mamários com suspeita de complicações”, ressalta a mastologista Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos, secretária-adjunta da SBM.

Segundo Rosemar, como método complementar à mamografia, a comprovação de diagnósticos a partir da ressonância magnética permite, nos casos de mutação, medidas profiláticas, como as cirurgias de mastectomia. “Hoje, além das cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma.

Para Rosemar Rahal, a disponibilização de exames complementares na rede pública de saúde, como a ressonância magnética, que contribuem para o rastreamento e a detecção precoce do câncer de mama indica importante impacto na sobrevida das mulheres brasileiras. “Estamos diante de mais um avanço no enfrentamento da doença no País”, conclui a representante da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 03 Abril 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 03/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Começa a operar a Rede Américas, segunda maior rede hospitalar do Brasil

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/comeca-a-operar-a-rede-americas-segunda-maior-rede-hospitalar-do-brasil/

Inovação está redefinindo a experiência na saúde suplementar

https://medicinasa.com.br/papel-ao-digital/

Anvisa e Einstein desenvolvem projeto para agilizar a regulação de novas tecnologias em saúde

https://medicinasa.com.br/projeto-inova-visa/

Devemos ser protagonistas no combate à corrupção na saúde

https://medicinasa.com.br/responsabilidade-brasil/

ANS aprova consulta pública para revisão da RN 137 sobre autogestões

https://medicinasa.com.br/consulta-autogestoes/

Ele estava desenganado, mas a inteligência artificial achou uma saída que pode ajudar muita gente

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/03/30/ele-estava-desenganado-mas-a-inteligencia-artificial-achou-uma-saida-que-pode-ajudar-muita-gente.ghtml

Dono de farmácia é preso suspeito de falsificar carimbos e receitas em Luziânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/dono-de-farmacia-e-preso-suspeito-de-falsificar-carimbos-e-receitas-em-luziania-13483258.ghtml

SAÚDE BUSINESS

Começa a operar a Rede Américas, segunda maior rede hospitalar do Brasil

Com 25 hospitais e presença em cinco estados, nova empresa nasce da associação entre Amil e Dasa.

Começa a operar no Brasil a Rede Américas, nova rede hospitalar formada pela associação entre Amil e Dasa. A empresa, que nasce com 25 hospitais, 30 centros oncológicos e 23 centros médicos distribuídos em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal, se torna a segunda maior rede hospitalar do país. A Rede Américas conta com 4,5 mil leitos e mais de 30 mil colaboradores. A receita líquida combinada, baseada nas operações de 2024, é estimada em R$ 10,6 bilhões.

Hospitais de referência integram a nova rede

O portfólio da nova empresa inclui hospitais reconhecidos, como o Samaritano Higienópolis (SP), com mais de 130 anos de história, o Nove de Julho (SP), referência em saúde há 70 anos, e o Samaritano Botafogo (RJ), um dos principais centros de tratamento do país. Também fazem parte da rede o Hospital Pró-Cardíaco, pioneiro no transplante de coração artificial, o Hospital Brasília e o Complexo Hospitalar Niterói, ambos especializados em medicina de alta complexidade.

Certificações e estrutura operacional

A Rede Américas inicia suas atividades com 90% de seus hospitais acreditados por instituições nacionais e internacionais, como a Joint Commission International (JCI), Magnet, ONA, QMENTUM e World Stroke Organization (WSO). Essas certificações atestam padroes de qualidade, segurança do paciente e eficiência nos processos assistenciais.

“Nosso objetivo é consolidar uma rede hospitalar de qualidade, acessível a diversas operadoras, com foco na boa medicina e na sustentabilidade do setor”, afirma Lício Cintra, CEO da Dasa e da Rede Américas. Segundo ele, a empresa busca aliar tecnologia e boas práticas assistenciais para aprimorar a experiência do paciente e otimizar a gestão hospitalar.

O comitê executivo da companhia é composto por Lício Cintra (CEO), Rogério Reis (Vice-Presidente Médico e Clínico), Gustavo Fernandes (Vice-Presidente de Oncologia), Viviane Valente (Vice-Presidente de Finanças), Luiz Gonzaga Foureaux (Vice-Presidente de Estratégia e Marketing), Ricardo Melo (Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos Corporativos), Majo Campos (Vice-Presidente de Gente Gestão e Cultura) e Carlos Prebelli (Vice-Presidente Comercial).

Hospitais da Rede Américas

São Paulo

Hospital Nove de Julho

Unidade Nove de Julho Alphaville

Hospital Santa Paula

Hospital Leforte Liberdade

Hospital Leforte Morumbi

Hospital Christóvão da Gama – Diadema

Hospital e Maternidade Christóvão da Gama – Santo André

Hospital Samaritano Higienópolis

Hospital Samaritano Paulista

Hospital Alvorada Moema

Hospital e Maternidade Madre Theodora – Campinas

Rio de Janeiro

Hospital São Lucas Copacabana

Complexo Hospitalar Niterói

Hospital Nossa Senhora do Carmo

Hospital Pró-Cardíaco

Hospital Samaritano Botafogo

Hospital Samaritano Barra

Hospital e Maternidade Santa Lúcia

Hospital Vitória Barra

Brasília

Maternidade Brasília

Hospital Brasília Águas Claras

Hospital Brasília

Hospital Alvorada Brasília

Paraná

Hospital Paraná

Pernambuco

Hospital Santa Joana Recife

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MEDICINA S/A

Inovação está redefinindo a experiência na saúde suplementar

Por César Camargo

Imagine um futuro em que a burocracia na saúde seja coisa do passado, onde a tecnologia agilize processos e facilite o acesso a serviços de qualidade. Esse futuro já é uma realidade em construção e a revolução digital na saúde suplementar é o motor dessa transformação.

Hoje, vivenciamos uma revolução profunda no setor de saúde suplementar, impulsionada pela inovação tecnológica que tem simplificado e agilizado os processos tanto para operadoras quanto para prestadores e beneficiários. A utilização de aplicativos para localizar serviços de saúde até o atendimento automatizado em hospitais exemplifica o impacto positivo da digitalização e que está presente em todo o ecossistema de saúde.

Esta evolução, no entanto, é fruto de décadas de mudanças, regulamentações e aprimoramentos operacionais que têm colocado a qualidade do atendimento e a transparência no centro da gestão da saúde.

Digitalização dos processos

Segundo pesquisa realizada pela Deloitte em 2023, 78% dos usuários de planos de saúde relataram melhora significativa na agilidade dos serviços devido à digitalização dos processos.

A transição do papel para o digital, entretanto, não se restringiu apenas ao atendimento ao beneficiário. Operadoras e prestadores passaram por uma verdadeira revolução interna, com a automação de processos antes manuais, como credenciamento, negociação de reajustes, faturamento e reembolsos.

Entre as tendências emergentes, podemos destacar:

Blockchain na saúde: Adoção que eleva a segurança e a rastreabilidade dos contratos e transações, minimizando riscos e aumentando a confiança entre os agentes do setor.

Adoção que eleva a segurança e a rastreabilidade dos contratos e transações, minimizando riscos e aumentando a confiança entre os agentes do setor. Com o blockchain, todos os termos contratuais e alterações subsequentes são registrados de forma transparente e auditável.

Inteligência Artificial (IA) e Big Data: Ferramentas que permitem a análise preditiva do uso dos serviços de saúde, contribuindo para a otimização das redes credenciadas e melhorando a experiência dos usuários.

Ferramentas que permitem a análise preditiva do uso dos serviços de saúde, contribuindo para a otimização das redes credenciadas e melhorando a experiência dos usuários. Plataformas de gestão integradas: Essas soluções digitais reúnem diversas funcionalidades em um único ambiente, facilitando a comunicação e a administração dos processos, como a centralização do diálogo entre operadoras e prestadores.

Desafios enfrentados pelas operadoras na gestão da rede credenciada

Apesar dos avanços tecnológicos, muitas operadoras ainda enfrentam dificuldades na administração da rede credenciada. Um dos principais desafios incluem a dificuldade em localizar novos prestadores, a lentidão com o processo de credenciá-lo e posteriormente, a manutenção dos seus dados e documentos atualizados no ERP da operadora.

Além disso, a falta de integração entre sistemas internos compromete a atualização rápida de dados críticos, como valores negociados e aditivos. Isso gera inconsistências e traz dificuldade para a comunicação e a implementação de novas regras contratuais em toda a rede credenciada.

E não para por aqui. Os desafios continuam no momento de aplicar reajustes anuais nas negociações da rede, ou seja, na simulação de impactos e na aplicação dos reajustes em massa.

Toda essa falta de interprocesso na comunicação resulta diretamente na operação financeira das operadoras. Afinal, ao longo dos anos, elas relataram que até 53% das glosas estão relacionadas a divergências entre os valores cobrados e os valores negociados, por erros operacionais de ambas as partes.

Soluções

Uma plataforma de gestão integrada pode transformar a maneira como as operadoras administram sua rede credenciada, eliminando barreiras operacionais e trazendo mais eficiência para os processos. E o que vou contar agora não é futuro, é algo que está bem aqui, acessível para todos nós.

"Mas, como funciona?", você deve estar se perguntando. A partir de um ambiente digital centralizado, torna-se possível localizar e credenciar novos prestadores de forma rápida, reduzindo significativamente o tempo do processo e garantindo que toda a documentação seja enviada e validada corretamente.

Após a conclusão, os dados dos prestadores são automaticamente organizados e mantidos atualizados, de forma centralizada, eliminando erros manuais e por falta de integração com o ERP da operadora.

Hoje, inclusive, é exatamente a falta de integração entre os sistemas internos das operadoras que frequentemente geram atrasos e problemas no fluxo de dados. Com um sistema que centraliza contratos e documentos, essa dificuldade é superada, permitindo que todas as áreas da empresa tenham acesso a informações atualizadas e, melhor, em tempo real, sem a necessidade de ações manuais demoradas. Dessa forma, a gestão da rede credenciada, além de mais assertiva e segura, ganha maior controle sobre os vínculos contratuais.

Os desafios na aplicação de reajustes anuais também são minimizados com o uso de uma plataforma de gestão integrada. A simulação de impacto financeiro, que antes demandava um esforço manual extenso, pode ser realizada de forma automatizada e estratégica, o que permite a comparação de cenários e a aplicação de reajustes com mais precisão.

Além disso, a possibilidade de negociações em massa (ponto que falei lá atrás a respeito de dificuldade) reduz o tempo necessário para renegociar contratos, garantindo que as novas condições sejam aplicadas de forma uniforme e sem risco de divergências futuras.

Todo esse processo reduz os casos de glosas causadas por tabelas desatualizadas, eliminando divergências entre valores cobrados e valores negociados. Um exemplo disso é o vencimento de um documento como um alvará ou um contrato vencido. Ele causa transtorno a ambas as partes.

O prestador não recebe pelo serviço e a operadora deixa de atender seu beneficiário. Em alguns casos, ainda, pode gerar NIPS. Já com um sistema estruturado para a gestão da rede, a operadora passa a ter maior previsibilidade financeira, o que reduz erros e transparência em toda a cadeia de serviços.

Digitalização de processos internos não é tendência, mas realidade

Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), em seu relatório Transformação Digital no Setor de Saúde Suplementar (janeiro de 2024), a digitalização dos processos internos contribuiu para uma redução de até 35% nos índices de glosas e erros contratuais. Tais avanços não só aprimoram a gestão operacional, mas também repercutem diretamente na experiência dos beneficiários.

Em maio de 2023, o relatório Tendências em Saúde Digital, da Deloitte, já apontava a importância da integração digital e a eficiência operacional, fortalecendo o impacto digitalização na comunicação e gestão entre operadoras e prestadores. Nesse estudo, o destaque foi a melhoria na agilidade dos serviços e na redução de custos administrativos.

O futuro é agora

Em breve, estaremos com ferramentas cada vez mais capacitadas, que vão proporcionar para operadoras e prestadores: redução do esforço operacional, rastreamento e transparência total, gestão eficiente da rede credenciada, estudos e relatórios que atendem às exigências da ANS, negociações rápidas e seguras, eliminação de papelada e redução de glosas e falhas contratuais.

O futuro da saúde já começou, e ele é digital, ágil e acessível. A tecnologia está quebrando barreiras, aproximando operadoras, prestadores e beneficiários em um ecossistema mais eficiente.

Estamos entrando em uma nova era, onde a burocracia cede espaço para a inovação, onde processos antes demorados agora acontecem com um clique, e onde a qualidade do atendimento se torna o verdadeiro foco.

Essa revolução não é apenas sobre sistemas e automação, mas sobre cuidar das pessoas de forma mais humana, inteligente e conectada.

O amanhã nos reserva uma saúde mais justa, integrada e sem fronteiras. E esse futuro já está ao nosso alcance.

*César Camargo é Head de Operações da NexoRede.

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 Anvisa e Einstein desenvolvem projeto para agilizar a regulação de novas tecnologias em saúde


O Einstein vai apoiar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na criação de um programa de inovação para tornar mais ágeis os trâmites regulatórios de novas tecnologias em saúde. O projeto, denominado Inova-Visa, será realizado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) e tem por objetivo desenvolver um ambiente de inovação na regulação sanitária no Brasil, para acelerar o acesso da população a novos métodos diagnósticos, terapias, tratamentos, equipamentos médicos e outros insumos, sempre com foco em qualidade, segurança e eficácia.
Artur Iuri A. de Sousa, Gerente-Geral de Conhecimento, Inovação e Pesquisa da Anvisa, informa que "em um cenário no qual o uso de novas tecnologias tem avançado de forma acelerada, que tenderá a impactar substancialmente a saúde da população, e em que a vigilância sanitária regula quase 250 atividades econômicas no Brasil, é necessário estabelecer um modelo de inovação que favoreça e assegure o acesso à população brasileira a essas tecnologias, mantendo rigorosos critérios de segurança e eficácia".
Rodrigo Demarch, Diretor de Inovação do Einstein, diz que a iniciativa está diretamente ligada ao propósito da organização de gerar e disseminar conhecimento em diferentes áreas de saúde, entre elas em inovação. "Vamos apoiar a Anvisa no processo de criar sua cultura de inovação. O projeto identificará os desafios e barreiras na regulação da produção e da comercialização de produtos e serviços, bem como as metodologias e ferramentas que os líderes e técnicos da Agência precisam conhecer para aprimorar a capacidade de adaptação e resposta a eventos inesperados e à regulação de produtos e serviços inovadores, equiparando-a às principais agências regulatórias do mundo", destaca.

Na última década, a área de inovação do Einstein apoiou cerca de 140 startups em seus programas de aceleração, desenvolveu mais de 230 projetos e fechou aproximadamente 40 de inovação aberta com grandes organizações, capacitando mais de 7 mil profissionais e realizando mais de 300 eventos ligados ao tema.
Ao longo de cerca de 30 meses, serão executadas quatro etapas do projeto: entendimento das necessidades de inovação da Agência, por meio de diagnósticos quantitativo e qualitativo, que envolverão, por exemplo, grupos ligados ao processo regulatório, como startups, servidores, representantes dos setores farmacêutico e de equipamentos médicos, vigilâncias estaduais e municipais e outras agências reguladoras; diagnóstico do cenário externo, com mapeamento e entrevistas com outras instituições reguladoras; criação do programa de inovação com base nas etapas anteriores; e validação do modelo com as diretorias da Anvisa.
Ao final do projeto, espera-se que a Anvisa possa ampliar sua cultura de inovação, por meio de um programa alinhado ao que há de mais moderno no Brasil e no mundo, e esteja preparada não só para atender às novas tecnologias em desenvolvimento, mas antever e enfrentar desafios novos, complexos e inesperados. A ideia é que a iniciativa facilite o desenvolvimento e a internalização no Brasil de produtos e serviços inovadores.

O Einstein vai apoiar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na criação de um programa de inovação para tornar mais ágeis os trâmites regulatórios de novas tecnologias em saúde. O projeto, denominado Inova-Visa, será realizado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) e tem por objetivo desenvolver um ambiente de inovação na regulação sanitária no Brasil, para acelerar o acesso da população a novos métodos diagnósticos, terapias, tratamentos, equipamentos médicos e outros insumos, sempre com foco em qualidade, segurança e eficácia.

Artur Iuri A. de Sousa, Gerente-Geral de Conhecimento, Inovação e Pesquisa da Anvisa, informa que "em um cenário no qual o uso de novas tecnologias tem avançado de forma acelerada, que tenderá a impactar substancialmente a saúde da população, e em que a vigilância sanitária regula quase 250 atividades econômicas no Brasil, é necessário estabelecer um modelo de inovação que favoreça e assegure o acesso à população brasileira a essas tecnologias, mantendo rigorosos critérios de segurança e eficácia".

Rodrigo Demarch, Diretor de Inovação do Einstein, diz que a iniciativa está diretamente ligada ao propósito da organização de gerar e disseminar conhecimento em diferentes áreas de saúde, entre elas em inovação. "Vamos apoiar a Anvisa no processo de criar sua cultura de inovação. O projeto identificará os desafios e barreiras na regulação da produção e da comercialização de produtos e serviços, bem como as metodologias e ferramentas que os líderes e técnicos da Agência precisam conhecer para aprimorar a capacidade de adaptação e resposta a eventos inesperados e à regulação de produtos e serviços inovadores, equiparando-a às principais agências regulatórias do mundo", destaca.

Na última década, a área de inovação do Einstein apoiou cerca de 140 startups em seus programas de aceleração, desenvolveu mais de 230 projetos e fechou aproximadamente 40 de inovação aberta com grandes organizações, capacitando mais de 7 mil profissionais e realizando mais de 300 eventos ligados ao tema.

Ao longo de cerca de 30 meses, serão executadas quatro etapas do projeto: entendimento das necessidades de inovação da Agência, por meio de diagnósticos quantitativo e qualitativo, que envolverão, por exemplo, grupos ligados ao processo regulatório, como startups, servidores, representantes dos setores farmacêutico e de equipamentos médicos, vigilâncias estaduais e municipais e outras agências reguladoras; diagnóstico do cenário externo, com mapeamento e entrevistas com outras instituições reguladoras; criação do programa de inovação com base nas etapas anteriores; e validação do modelo com as diretorias da Anvisa.

Ao final do projeto, espera-se que a Anvisa possa ampliar sua cultura de inovação, por meio de um programa alinhado ao que há de mais moderno no Brasil e no mundo, e esteja preparada não só para atender às novas tecnologias em desenvolvimento, mas antever e enfrentar desafios novos, complexos e inesperados. A ideia é que a iniciativa facilite o desenvolvimento e a internalização no Brasil de produtos e serviços inovadores.

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Devemos ser protagonistas no combate à corrupção na saúde

Uma onda de discussões vem se alastrando, nas últimas semanas, pela decisão do Governo Americano de suspender por 180 dias as investigações que envolvem a Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) – que é considerada a lei pioneira de combate à corrupção no exterior e entrou em vigor em 1977 – pelo Departamento de Justiça Americano. Não devemos considerar uma vantagem. Pelo contrário! Sem dúvida, se mostra um prejuízo considerável para a repressão de práticas ilícitas no cenário internacional.

Ao contrário do que muitos fazem, em apenas tecerem críticas e delegarem responsabilidades, é hora de “arregaçar as mangas” e trabalhar para combater, cada vez mais, as más práticas e a corrupção, pois já temos no Brasil muitas leis aprovadas e outras em tramitação, decretos, regulações e afins que devem ser seguidas.

E neste cenário de responsabilidade com o setor da saúde, chamamos atenção para a autorregulação privada, um trabalho com resultados promissores em constante aprimoramento pelo Instituto Ética Saúde, como o Acordo Setorial, existente desde junho de 2015, que é um mecanismo de promoção do autocontrole privado, com definições de regras claras e objetivas com foco na transparência e combate à corrupção em todas as suas vertentes (público-privado e privado-privado).

O próprio Instituto Ética Saúde, como protagonista e pioneiro da autorregulação privada no setor da saúde no Brasil, em continuidade ao mencionado Acordo, possui um conjunto de Instruções Normativas que regulam e direcionam as boas práticas para as empresas associadas, sendo uma importante diretriz normativa para todas as relações no mercado nacional da saúde. Bem como o Marco de Consenso Brasileiro para Colaboração Multisetorial, que descreve com clareza Objetivos e Princípios para promoção da Ética, Transparência e Confiança nas relações da cadeia de valor da saúde.

Empresas, Associações e Entidades da Sociedade Civil representativas da Saúde, a administração pública direta e indireta, órgãos de controle, agências reguladoras, Poder Legislativos e Judiciário já demonstraram conhecimento destes processos e documentos de autorregulação privada, o que deve ser mecanismo condutor de responsabilidade, complementar a regulação estatal. Por este motivo, devemos juntar forças para consolidar a transparência nas relações e garantir confiança no setor da saúde brasileiro.

Devemos ser promotores, reguladores e executores das normas vigentes e autores da própria (auto)regulação para o combate real da corrupção pública e privada. É obrigação do Estado Brasileiro, com a participação direta da sociedade civil organizada, rever sua legislação e trazer maior rigidez no combate às práticas ilícitas. Como sempre falamos, a corrupção mata! Reiteramos que é mandatório que todos os envolvidos na condução do sistema de saúde brasileiro defendam relações 100% honestas e transparentes, avocando para si a responsabilidade por um setor justo, honesto e confiável. Pois, Ética não é moda, Ética é Saúde.

*Candida Bollis é presidente do Instituto Ética Saúde.

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ANS aprova consulta pública para revisão da RN 137 sobre autogestões

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a abertura de consulta pública para colher contribuições da sociedade sobre a proposta de revisão da Resolução Normativa nº 137, de 2006, que regulamenta as entidades de autogestão no sistema de saúde suplementar. A Consulta Pública será aberta em breve e terá um prazo de 45 dias para contribuições.

Com o objetivo de conferir mais autonomia regulatória às autogestões sem comprometer os princípios que regem esse modelo – como a não lucratividade, o foco em grupo fechado e o mutualismo –, a proposta de revisão da RN 137 sinaliza uma modernização significativa da regulação das autogestões. O foco é proporcionar maior flexibilidade e sustentabilidade a essas operadoras.

 

Para Mário Jorge, presidente da UNIDAS – representante das autogestões – “a alteração da RN 137 representa um avanço significativo, permitindo que as autogestões ampliem sua possibilidade de atuação e oxigenação do público elegível, garantindo sua perenidade. Essa é uma das principais bandeiras da UNIDAS, que vem atuando ativamente para essa atualização da norma”.

Entre as principais mudanças propostas estão: a ampliação da elegibilidade com a retirada das restrições quanto às categorias profissionais; a permissão de compartilhamento de rede assistencial com outras modalidades; a ampliação do grau de parentesco dos beneficiários; e a inclusão de patrocinadores de diferentes segmentos, eliminando a exigência de correlação entre as atividades dos patrocinadores, desde que exista representatividade entre eles.

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O GLOBO

Ele estava desenganado, mas a inteligência artificial achou uma saída que pode ajudar muita gente

A medicina atual aposta na inteligência das máquinas para solucionar questões que antes pareciam não ter solução

Há pouco mais de um ano, Joseph Coates foi informado de que havia apenas uma coisa a decidir: ele queria morrer em casa ou no hospital?

Coates, então com 37 anos e morando na cidade de Renton, no estado norte-americano de Washington, estava quase inconsciente. Durante meses, ele havia lutado contra uma rara doença sanguínea chamada síndrome de POEMS, que o deixou com mãos e pés dormentes, um coração dilatado e rins falhando. A cada poucos dias, os médicos precisavam drenar litros de líquido de seu abdômen. Ele ficou doente demais para receber um transplante de células-tronco, um dos únicos tratamentos que poderiam colocá-lo em remissão.

- Eu desisti, achei que o fim era inevitável - lembra Coates.

Mas a namorada de Coates, Tara Theobald, não estava pronta para desistir. Então, ela enviou um e-mail pedindo ajuda para um médico na Filadélfia chamado David Fajgenbaum. O casal o havia conhecido um ano antes em uma conferência sobre doenças raras.

Na manhã seguinte, Fajgenbaum respondeu, sugerindo uma combinação não convencional de quimioterapia, imunoterapia e esteroides, algo que nunca havia sido testada como tratamento para o distúrbio de Coates.

Em uma semana, Coates começou a responder ao tratamento. Em quatro meses, ele já estava saudável o suficiente para um transplante de células-tronco. Hoje, ele está em remissão.

O regime de medicamentos que salvou sua vida não foi criado pelo médico, nem por qualquer outra pessoa. Ele foi gerado por um modelo de inteligência artificial.

Em laboratórios ao redor do mundo, cientistas estão usando IA para tentar encontrar tratamentos para doenças raras entre medicamentos já existentes. A reutilização de medicamentos, como é chamada, não é novidade, mas o uso de IA está acelerando o processo e pode expandir as possibilidades de tratamento para pessoas que tenham doenças raras e poucas opções.

Graças às versões da tecnologia desenvolvidas pela equipe de Fajgenbaum na Universidade da Pensilvânia e em outros lugares, diversos medicamentos estão sendo reutilizados para tratar condições como cânceres raros e agressivos, distúrbios inflamatórios fatais e condições neurológicas complexas. E, frequentemente, eles funcionam.

As poucas histórias de sucesso até agora já levaram pesquisadores a questionar: quantas outras curas estão escondidas debaixo do nosso nariz?

- Existe um verdadeiro tesouro de medicamentos que poderiam ser usados para muitas outras doenças. Nós apenas não tínhamos um método sistemático para analisá-los - afirma Donald C. Lo, ex-chefe de desenvolvimento terapêutico do Centro Nacional para o Avanço das Ciências Translacionais (NCATS) e líder científico do Remedi4All, um grupo focado na reutilização de medicamentos.

- Seria um desperdício não tentar isso, já que esses medicamentos já estão aprovados. Você pode comprá-los na farmácia - complementa.

Os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA definem doenças raras como aquelas que afetam menos de 200 mil pessoas no país. Mas existem milhares de doenças raras, que, juntas, afetam dezenas de milhões de americanos e centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

- Ainda assim, mais de 90% das doenças raras não têm tratamentos aprovados, e as grandes empresas farmacêuticas não investem muitos recursos para encontrá-los, já que normalmente não há muito lucro no desenvolvimento de um novo medicamento para um pequeno número de pacientes - afirma Christine Colvis, que lidera os programas de parcerias de desenvolvimento de medicamentos no NCATS.

Segundo Marinka Zitnik, professora associada da Escola de Medicina de Harvard, que estuda aplicações de ciência da computação na pesquisa médica, é por isso que a reutilização de medicamentos se torna uma alternativa tão atraente para encontrar tratamentos para doenças raras. O laboratório de Zitnik em Harvard desenvolveu outro modelo de IA para reutilização de medicamentos.

- Outras técnicas de descoberta em laboratório já colocaram a reutilização de medicamentos no mapa, a IA apenas adiciona um impulso extraordinário a isso - comenta Lo.

Encontrando pistas em pesquisas antigas

A reutilização de medicamentos é algo relativamente comum na indústria farmacêutica: o Minoxidil, desenvolvido como um medicamento para pressão alta, foi reutilizado para tratar a queda de cabelo. O Viagra, originalmente comercializado para tratar uma condição cardíaca, agora é usado para disfunção erétil. A Semaglutida, vendida sob o nome comercial de Ozempic, foi criada como um medicamento para diabetes, mas tornou-se mais conhecida por sua capacidade de ajudar na perda de peso.

A primeira vez que Fajgenbaum reutilizou um medicamento foi na tentativa de salvar sua própria vida. Aos 25 anos, enquanto cursava medicina, ele foi diagnosticado com um subtipo raro de uma doença chamada doença de Castleman, que desencadeou uma reação do sistema imunológico que o levou à UTI.

Não há um único tratamento para a doença de Castleman, e algumas pessoas não respondem a nenhum dos tratamentos disponíveis. Fajgenbaum estava entre elas. Entre hospitalizações e rodadas de quimioterapia que o ajudavam temporariamente, ele passou semanas analisando seu próprio sangue, estudando literatura médica e testando tratamentos não convencionais.

- Tive uma percepção muito clara de que eu não tinha um bilhão de dólares e 10 anos para criar um novo medicamento do zero - diz.

O medicamento que salvou a vida de Fajgenbaum foi um genérico chamado sirolimo, medicamento imunossupressor normalmente dado a receptores de transplantes renais para evitar rejeição. A medicação manteve sua doença de Castleman em remissão por mais de uma década.

Fajgenbaum se tornou professor na Universidade da Pensilvânia e começou a buscar outros medicamentos com usos desconhecidos. Ele percebeu que pesquisas existentes estavam repletas de pistas negligenciadas sobre possíveis ligações entre medicamentos e as doenças que poderiam tratar.

- Se essas informações estão na literatura publicada, alguém não deveria estar procurando por elas o tempo todo? - questiona.

Seu laboratório teve alguns sucessos iniciais, incluindo a descoberta de que um novo medicamento contra o câncer ajudava outro paciente com doença de Castleman. Mas o processo era trabalhoso, exigindo que sua equipe analisasse um medicamento e uma doença por vez. Fajgenbaum decidiu que precisava acelerar o projeto. Em 2022, ele fundou uma organização sem fins lucrativos chamada Every Cure, com o objetivo de usar aprendizado de máquina para comparar milhares de medicamentos e doenças de uma só vez.

Trabalhos semelhantes ao da Every Cure estão sendo realizados em outros laboratórios ao redor do mundo, incluindo na Penn State e na Universidade de Stanford, bem como no Japão e na China.

Em Birmingham, no Alabama, um modelo de IA sugeriu que um paciente de 19 anos debilitado por um quadro de vômitos crônicos experimentasse álcool isopropílico inalado pelo nariz.

- Basicamente, pedimos para a IA: 'Mostre-nos todos os tratamentos já propostos na história da medicina para náusea - , lembra Matt Might, professor da Universidade do Alabama em Birmingham e líder do instituto que desenvolveu o modelo.

- O álcool apareceu no topo da nossa lista, e a ideia funcionou instantaneamente - complementa Might.

O modelo desenvolvido pelo instituto de Might também previu com sucesso outros tratamentos: anfetaminas, normalmente usadas para tratar TDAH, aliviaram paralisia periódica em crianças com um distúrbio genético raro. Um medicamento para Parkinson ajudou pacientes com uma condição neurológica a se mover e falar. Um medicamento comum para pressão alta chamado guanfacina melhorou drasticamente a mobilidade de um paciente pediátrico com outra condição neurológica.

- Muitos medicamentos fazem mais de uma coisa, mas suas funções adicionais às vezes são classificadas como efeitos colaterais - afirma Might.

- Se você examinar um número suficiente de medicamentos, eventualmente encontrará o efeito colateral que está procurando, e aí isso se torna o efeito principal - complementa.

Na Universidade da Pensilvânia, a plataforma de Fajgenbaum comparou aproximadamente 4.000 medicamentos com 18.500 doenças. Para cada doença, os fármacos recebem uma pontuação baseada na probabilidade de eficácia. Uma vez feitas as previsões, uma equipe de pesquisadores as analisa em busca de ideias promissoras, depois realiza testes laboratoriais ou entra em contato com médicos dispostos a testar os medicamentos em pacientes.

Em outros lugares, empresas farmacêuticas estão usando IA para descobrir medicamentos completamente novos, uma busca que tem o potencial de otimizar o funcionamento de uma indústria já bilionária. Mas a reutilização de medicamentos provavelmente não será lucrativa para nenhuma parte específica.

- Muitas patentes de medicamentos expiram após algumas décadas, o que significa que há pouco incentivo para que as empresas farmacêuticas busquem novos usos para eles - comenta Aiden Hollis, especialista em comércio médico e professor de economia na Universidade de Calgary, no Canadá.

Uma vez que um medicamento se torna um dos milhares de genéricos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, ele normalmente enfrenta forte concorrência, reduzindo seu preço.

- Se você usa IA para criar um novo medicamento, pode ganhar muito dinheiro com esse novo medicamento. Se você usa IA para encontrar um novo uso para um medicamento antigo e barato, ninguém ganha dinheiro com isso - diz Fajgenbaum.

Para financiar a iniciativa, o Every Cure assinou um compromisso no ano passado para receber mais de 100 milhões de dólares do Audacious Project, da TED, e da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para a Saúde (ARPA-H), uma agência dentro do departamento de saúde federal dos EUA dedicada a apoiar avanços científicos. Fajgenbaum afirma que o Every Cure usará parte do dinheiro para financiar testes clínicos de medicamentos reutilizados.

- Este é um exemplo de IA que não precisamos temer, do qual podemos realmente nos orgulhar - , celebra Grant Mitchell, cofundador do Every Cure e ex-colega de classe de Fajgenbaum na faculdade de medicina.

- Isso ainda vai ajudar muita gente - complementa.

Alguém tinha que ser o primeiro a tentar O hematologista Luke Chen estava cético quando o modelo de Fajgenbaum sugeriu que ele tratasse um paciente com doença de Castleman usando adalimumabe, um medicamento normalmente utilizado para tratar artrite, doença de Crohn e colite ulcerativa.

- Eu não achava que ia funcionar, porque é um medicamento meio fraco - lembra Chen, que também é professor na Universidade Dalhousie e na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

Mas o paciente já havia passado por quimioterapia e um transplante de medula óssea e havia tentado medicamentos, incluindo aquele que salvou a vida de Fajgenbaum. Nada funcionava, e ele estava entrando em cuidados paliativos.

- Basicamente, já tínhamos desistido, mas resolvi fazer uma última ligação para o David - diz Chen.

Sem outras opções, Chen administrou o adalimumabe ao paciente. Em poucas semanas, ele estava em remissão. O caso foi recentemente tema de um artigo no The New England Journal of Medicine.

Nenhum modelo é infalível, disse Zitnik. E IA às vezes pode fazer previsões com base em evidências que não são suficientemente fortes.

Colvis alerta que classificar os tratamentos potenciais por probabilidade de sucesso também pode ser um desafio. Essas questões tornam a supervisão médica essencial.

- Às vezes, um médico determinará que uma sugestão de tratamento é arriscada demais para ser testada - diz Colvis.

- Mas há casos em que eles olham para uma sugestão e dizem: 'Ok, isso parece fazer algum sentido' - acrescenta.

O hematologista e oncologista Wayne Gao teve dúvidas quando Fajgenbaum sugeriu pela primeira vez que ele experimentasse um tratamento inovador em um de seus pacientes.

O paciente era Coates, o homem de Washington que estava indo para os cuidados paliativos, e a combinação agressiva de medicamentos sugerida pela IA parecia um pouco louca na visão de Gao. Ele temia que o tratamento pudesse matar Coates ainda mais rápido.

Mas Coates era um homem jovem, e não havia outras opções de tratamento.

- Alguém tinha que ser o primeiro a tentar - afirma Gao.

No mês passado, pouco mais de um ano após seu quase encontro com a morte, Coates e sua namorada visitaram Fajgenbaum na Filadélfia para agradecê-lo por sua ajuda. Sorridente, Coates era a imagem da saúde. Ele havia até ganhado músculos desde a última vez que encontrou o médico.

Coates torceu o tornozelo naquela manhã enquanto se exercitava. Mas, fora isso, disse ele, sentia-se muito bem.

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TV ANHANGUERA

Dono de farmácia é preso suspeito de falsificar carimbos e receitas em Luziânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/dono-de-farmacia-e-preso-suspeito-de-falsificar-carimbos-e-receitas-em-luziania-13483258.ghtml

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 02 Abril 2025 06:53

CLIPPING AHPACEG 02/04/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Conselho Nacional de Educação e associação divergem sobre diretrizes curriculares de Medicina

https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/32352-conselho-nacional-de-educacao-e-associacao-divergem-sobre-diretrizes-curriculares-de-medicina

Planos de saúde individuais devem subir no máximo 6,5% neste ano, calculam analistas

https://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/noticia/2025/04/02/planos-de-saude-individuais-devem-subir-no-maximo-65percent-neste-ano-calculam-analistas.ghtml

SindHosp e FeSaude alertam para os riscos da redução de jornada de trabalho no setor de saúde

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/04/02/sindhosp-e-fesaude-alertam-para-os-riscos-da-reducao-de-jornada-de-trabalho-no-setor-de-saude.ghtml

Amil e Dasa finalizam acordo para formar 2º maior grupo hospitalar

https://www.poder360.com.br/poder-saude/amil-e-dasa-finalizam-acordo-para-formar-2o-maior-grupo-hospitalar/

O crescimento dos processos contra médicos ameaça a saúde?

https://universodoseguro.com.br/o-crescimento-dos-processos-contra-medicos-ameaca-a-saude/

Mabel pretende fazer aporte financeiro no Imas e quer negociar pessoalmente com hospitais que tem dívidas a receber

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/mabel-pretende-fazer-aporte-financeiro-no-imas-e-quer-negociar-pessoalmente-com-hospitais-que-tem-dividas-a-receber-693890/

Estado registra aumento de 240% em processos ligados à saúde

https://ohoje.com/2025/04/01/estado-registra-aumento-de-240-em-processos-ligados-a-saude/

BAHIA NOTÍCIAS

Conselho Nacional de Educação e associação divergem sobre diretrizes curriculares de Medicina

Por Paulo Dourado
O Conselho Nacional de Educação (CNE), no dia 14 de fevereiro, abriu consulta pública para uma proposta de novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos Cursos de Graduação em Medicina. O conteúdo apresentado, no entanto, tem sido bastante criticado por diversas instituições e médicos, sob argumento de superficialidade e erros conceituais.

Uma das instituições a reagir foi a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). O conselho diretor manifestou surpresa em relação ao que foi proposto pela CNE. Segundo o órgão, a associação esteve presente em uma construção de um novo texto, proposto e debatido em congressos brasileiros de educação médica, conhecido como Cobem, e entregue formalmente ao Conselho Nacional, em outubro de 2024. A associação declara que o proposto a consulta pública "apresenta uma construção de forma, conceitos e conteúdos bastante distante do proposto pela instituição (Abem)."

As primeiras Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos Cursos de Graduação em Medicina foram publicadas em 2001. À época, o documento foi tratado como algo revolucionário na educação, que, de acordo com especialistas, deixou de ser algo majoritariamente conteudista e passou a desenvolver a humanização da medicina, trazendo o pensamento critico e reflexivo nos estudos médicos. Esta primeira publicação foi feita de modo participativo com a inclusão de diversas entidades médicas, como a Associação Baiana de Educação Médica (BEM), Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina (CFM) e uma comissão interinstitucional de avaliação do ensino médico nacional (Sinaens), que hoje não existe mais.

Após isso, um movimento de revisão contínua dessas DCNs foi imposto para trazer atualizações no ensino e na formação médica, considerando as transformações na sociedade, tanto nos âmbitos tecnológicos, científicos e sanitários.

No ano de 2014, houve outra publicação das DCNs para o estudo da medicina, a resolução CNE/CES n.º 3/2014, que trazia novamente os pontos já impostos na publicação mais antiga e agora foca no ensino-serviço-comunidade e da abordagem e valorização do Sistema Único de Saúde (SUS).

DIFERENÇAS

Segundo Humberto Castro Lima, diretor regional Nordeste da Abem e coordenador do curso de medicina da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), o texto apresentado pelo Conselho Nacional de Educação acaba por ser menos desenvolvido do que o primeiro publicado, em 2001, além de apresentar diversos erros.

"O texto era muito ruim. Muito ruim, porque ele é um retrocesso em relação, inclusive, a 2001. Tanto do ponto de vista organizacional, assim como o texto está organizado, como do ponto de vista conceitual, confunde coisas como competência e conteúdo, então, do ponto de vista pedagógico, ele tem várias falhas pedagógicas", iniciou ele.

"Um aspecto que eu acho que é interessante, bem objetivo, por exemplo, a atenção primária à saúde, que é o que acontece nas unidades de saúde básica, nas unidades de saúde da família, enfim, que é a base de todo o sistema de saúde, perde importância nesse texto atual. Antes a gente precisava ter pelo menos, no mínimo, 15% do internato dedicado a isso, agora ele reduz essa carga horária para 10%. É um texto que favorece a especialização, em contrapartida, desfavorece a formação generalista", disse.

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O GLOBO

SindHosp e FeSaude alertam para os riscos da redução de jornada de trabalho no setor de saúde

O Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo também lançou um boletim de dados da saúde do setor diagnóstico com 4 bilhões de registros

A FESAÚDE e o SindHosp - Federação e Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo alertam sobre as consequências negativas da PEC 08/2025, que propõe a redução da jornada laboral dos trabalhadores brasileiros de 44 horas para 36 horas semanais. A nota técnica entregue ao deputado federal Zacharias Calil (União Brasil - GO), presidente da Frente Parlamentar Mista de Saúde em Defesa dos Serviços de Saúde, pelo médico Francisco Balestrin, presidente das duas instituições, questiona a inconstitucionalidade da medida visto a inexistência de previa dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes inclusive com impactos negativos no SUS.

"A PEC 08/2025, que a princípio pode parecer beneficiar os trabalhadores brasileiros, se aprovada, trará consequências nefastas especialmente para o setor de saúde, prejudicando a qualidade do atendimento à população e gerando custos imprevisíveis ao governo e à iniciativa privada. Precisamos avaliar tecnicamente a proposta, livre de ranços ideológicos ou interesses políticos", avalia Balestrin, em comunicado.

O documento foi entregue em reunião na sede da FESAÚDE-SP em São Paulo. Participaram grandes grupos da saúde entre eles Rede D'or, Dasa, Grupo Fleury e Hapvida entre outros.

A nota técnica pontua que a PEC apresenta contradição em seus próprios termos ao estipular, de um lado, limite de jornada diária de 8 horas e, de outro, jornada semanal de 36 horas em até 4 dias na semana. Isso porque o labor de 36 horas na semana, distribuídos em 4 dias, resultaria em 9 horas diárias, superando o limite de 8 horas estipulado na própria PEC. De acordo com a FESAÚDE e o SindHosp, a PEC trará consequências econômicas e sociais negativas ao mercado da saúde, cujas especificidades devem ser levadas em consideração.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as despesas com saúde movimentaram recursos equivalentes a 9% do PIB brasileiro em 2023, o equivalente a R$ 977,26 bilhões. Desse total, 40,85%foram recursos públicos e 59,15%, recursos privados. Mas dentro dos recursos privados, boa parte do montante foi pago por empresas ou família para custear planos de saúde.

Ainda no setor privado, as instituições ressaltam que as despesas com mão de obra respondem por cerca de 50% das despesas dos hospitais, sendo os itens de maior participação na despesa total.

Consequências Se a PEC for aprovada, os serviços de saúde precisarão reorganizar as escalas de trabalho para que seja garantida a cobertura contínua dos serviços, que é especialmente necessária no setor da saúde. A readequação da escala de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem para a observância dos 3 dias de repouso exigiria a contratação de mais profissionais para a manutenção do atendimento e de sua qualidade, aumentando os custos e a complexidade da gestão de pessoal.

Outro possível risco, em especial para hospitais de menor porte e reduzida capacidade financeira, seria o de aumento de atendimentos por turno, potencialmente agravando a sobrecarga dos profissionais e em prejuízo da qualidade dos serviços prestados.

"Soma-se ao rol de consequências que, na maioria das relações de trabalho no setor da saúde, verifica-se a manutenção de vínculo empregatício com duas ou mais entidades hospitalares. Diminuindo a jornada, a PEC poderia fomentar ainda mais a busca por mais uma fonte de renda ou oportunidade de trabalho, o que levaria à sobrecarga de jornadas e comprometimento do bem-estar do trabalhador", dizem as instituições, em comunicado.

Boletim de dados inédito O SindHosp acaba de lançar o BIS SADT - Boletim Infográfico da Saúde do setor de serviços de apoio e diagnóstico terapêutico - que avaliou e compilou 19 bases de dados com mais de 4 bilhões de registros e 41indicadores. Segundo Balestrin, o objetivo é oferecer inteligência e inovação para o setor da saúde.

"Esta ferramenta pode auxiliar gestores à tomada de decisão. O formato interativo do painel será disponibilizado para associados contribuintes e parceiros estratégicos", destaca em comunicado.

Trata-se de um amplo estudo que consolida e dispõe dados extraídos de bases públicas, incluindo informações estruturais, empregos, produção de serviços auxiliares de diagnóstico e terapias e indicadores do mercado de saúde suplementar como número de beneficiários, taxas de cobertura e sinistralidade.

O Brasil possui 31.747 estabelecimentos que prestam serviços de diagnóstico o que equivale a 15,63 estabelecimentos para cada 100 mil habitantes. Destes, 8.689 possuem convênio com o SUS. Em São Paulo, são 5.564 estabelecimentos, sendo a maioria privada, no total de 5. 316 serviços dos quais 937 possuem contrato com o SUS. Totalizam 11,97 estabelecimentos para cada 100 mil habitantes.

Também no quesito número de equipamentos diagnósticos no país temos 59.392 equipamentos (dados do CNES/ 2025) sendo que a maioria dos equipamentos, ou seja, 57 mil encontram-se em estabelecimentos privados.

O serviço de medicina suplementar, que inclui planos e seguros de saúde privados, atende a 52 milhões de pessoas no Brasil, dando cobertura a 25,7% da população. Enquanto o estado de São Paulo soma quase metade desse montante, com cerca de 18 milhões de usuários de planos de saúde.

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Planos de saúde individuais devem subir no máximo 6,5% neste ano, calculam analistas


Percentual de aumento deve ser maior que a inflação de 2024, mas abaixo do teto de 6,91% da ANS e o menor desde 2008

Planos de saúde individuais ou familiares devem ter reajuste de até 6,5% este ano, segundo cálculos de analistas que acompanham o setor de saúde suplementar. O percentual é maior que a inflação de 2024, quando o IBGE calculou o IPCA em 4,83%, mas abaixo do teto de 6,91% definido no ano passado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O índice pode ser o menor desde 2008.

Apesar de os usuários de planos individuais somarem menos de 17% dos 52 milhões na saúde suplementar, o reajuste desses contratos é um balizador para o aumento dos planos coletivos - tanto os empresariais quanto aqueles por adesão (vinculados a uma entidade de classe ou administradora de benefícios) - , que não têm a correção de preço regulada pela ANS.

Nesse caso, os contratos são negociados entre as operadoras e as administradoras ou empresas contratantes, e os índices muitas vezes ficam na casa dos dois dígitos. No ano passado, a média de reajuste dos contratos coletivos foi de 13,80%, mas há registros de correções ainda mais altas.

Índice sai até maio O percentual máximo de reajuste dos contratos individuais é definido anualmente pela ANS, que vai divulgar o índice oficial até maio. O modelo de cálculo reflete a variação de custos médico-hospitalares em 12 meses, entre 31 de dezembro último e igual data do ano anterior, e também a inflação geral do país, excluindo o grupo saúde.

Depois de definido, o índice é enviado ao Ministério da Fazenda, que tem 15 dias para analisar o dado e dar um retorno à agência. Somente após esse processo de aprovação o aumento passa a ser aplicado aos contratos, vigorando entre 1º de maio de 2025 a 30 de abril de 2026, com aplicação sempre na data de aniversário de cada contrato.

Com a divulgação pela ANS, no último dia 19, dos dados econômico-financeiros do setor em 2024 - quando as operadoras de planos médico-hospitalares e odontológico registraram lucro líquido de R$ 11,1 bilhões, salto de 271% em relação a 2023 - , analistas que acompanham o segmento começaram a calcular qual deve ser o teto de reajuste.

Samuel Alves e Yan Cesquim, do BTG, estimam o percentual em 6%, próximo da inflação prevista pelo banco para 2025. "Os dados sugerem que os ajustes de preços devem se aproximar do cenário-base da equipe macroeconômica do BTG para a inflação do IPCA em 2025 (5,7%)", afirmam.

A Milliman, consultoria global especializada em seguros e saúde privada, calcula que o índice máximo deve ser de 6,20%. Os analistas Larissa Martins e João Longo observam que a sinistralidade - fatia da receita da operadora que é usada para custear a assistência médica dos usuários - fechou 2024 em 82,60%, inferior aos 86,3% registrados no ano anterior.

Além disso, destacam a melhora no resultado operacional das operadoras entre 2023 e 2024, "passando de R$ 4,4 bilhões negativos para R$ 6,1 bilhões positivos".

"No entanto, ainda cerca de 40% destas operadoras apresentaram resultado operacional negativo, percentual próximo ao observado em 2023, demonstrando que o aumento observado não pode ser caracterizado como uma melhora geral do setor, nem que todas estão em uma situação confortável", pondera o estudo da Milliman.

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa os planos, afirmou ontem que o índice de reajuste dos planos individuais e familiares, "possivelmente o menor reajuste dos últimos 17 anos", reflete esforços de gestão como controle de despesas, aperfeiçoamento de contratos, redução de desperdícios e combate a fraudes.

Fenasaúde cita despesas A FenaSaúde afirma, no entanto, que em muitas operadoras "o reajuste da ANS fica aquém da variação efetiva das despesas assistenciais, ou seja, não cobre a variação dos custos".

Leandro Bastos e Renan Prata, do Citi, preveem reajuste de 6,5%. Os analistas consideram que o patamar, "embora já esperado", é "relativamente modesto" frente aos custos do setor, com destaque para o "aumento contínuo das despesas judiciais". Como mostrou O GLOBO, o volume de ações contra operadoras encerrou 2024 com quase 300 mil novos casos, o maior patamar registrado desde o início do monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2020.

"Na verdade, destacamos a importância do limite de preços individuais, não apenas como um fator para os aumentos de preços nos planos individuais regulados, mas também como 'âncora' para as negociações de planos não regulados", afirma o relatório do Citi.

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PODER 360

Amil e Dasa finalizam acordo para formar 2º maior grupo hospitalar

A Dasa (Diagnósticos da América S.A.) anunciou na última 3ª feira (1º.abr.2025) a conclusão do acordo de associação com a Amil Assistência Médica Internacional. Com o fechamento do negócio, a Ímpar Serviços Hospitalares, unidade de hospitais e oncologia da Dasa, passa a ser uma joint venture, com controle compartilhado entre as duas empresas e participação igualitária de 50% no capital votante, segundo documento divulgado pela Dasa (íntegra - PDF - 65 kB).

Como parte do acordo de associação entre as empresas, a Amil realizou um aumento de capital na Ímpar, transferindo suas participações na Esho (Empresa de Serviços Hospitalares S.A.) e no Hospital Alvorada Taguatinga. Essas unidades administram hospitais e clínicas oncológicas da Rede Américas, com exceção do Hospital Promater e do Hospital Monte Klinikum, no Nordeste, além do Hospital Maternidade Santa Lúcia.

A Ímpar, por sua vez, manteve suas operações, incluindo os hospitais e clínicas recebidos da Amil, mas sem o Hospital São Domingos, o Hospital da Bahia e a AMO, também na região Nordeste. Além disso, imóveis que abrigam o Hospital do Paraná e o Hospital Cristóvão da Gama Diadema foram desmembrados da Ímpar e passaram a ser controlados diretamente pela Dasa.

A fusão entre a Dasa e a Amil foi aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em dezembro do ano passado. Com a fusão, a empresa torna-se o 2º maior grupo hospitalar do Brasil, com 25 hospitais, 6 clínicas oncológicas e 6 clínicas médicas sobre a gestão compartilhada, totalizando 4.400 leitos.

A receita líquida combinada das operações envolvidas na associação entre Dasa e Amil alcançou R$ 10,6 bilhões em 2024. Com a conclusão do acordo, as empresas iniciam a integração da Rede Américas, com foco em otimizar a operação conjunta, aumentar a eficiência e criar ganhos de escala.

Com a conclusão da associação, a Ímpar assume um endividamento líquido estimado em R$ 3,2 bilhões, resultado de uma dívida bruta de R$ 3,7 bilhões, incluindo aquisições a pagar e impostos parcelados, e um caixa de R$ 500 milhões. Os valores ainda passarão por verificação nas demonstrações financeiras de fechamento.

Para a Dasa, a operação resultou em uma redução estimada de R$ 3,5 bilhões em sua dívida líquida total, reflexo dos recursos recebidos da Ímpar e da exclusão de aquisições a pagar, impostos parcelados e caixa que permaneceram na empresa hospitalar. Além disso, a Dasa utilizará R$ 2,3 bilhões desses recursos para antecipar o pagamento da 18ª e 20ª emissões de debêntures, reduzindo sua dívida bruta.

Como parte da conclusão da associação entre Dasa e Amil, foram assinados novos contratos para garantir a transição e a continuidade das operações. Entre os principais acordos estão:

compartilhamento temporário de despesas: contratos firmados entre Ímpar e Dasa, e Ímpar e Amil, para custear atividades que ainda não foram totalmente separadas das empresas durante o período de transição;

despesas administrativas: acordo entre Dasa e Ímpar para cobrir custos operacionais relacionados ao Hospital São Domingos, Hospital da Bahia e AMO, que permanecem sob controle da Dasa;

locação de imóveis: contratos para o uso de hospitais e clínicas operados pela Ímpar, incluindo unidades incorporadas pela Amil na associação, com Dasa, Amil e acionistas do grupo de controle da Dasa atuando como locadores.

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UNIVERSO SEGUROS

O crescimento dos processos contra médicos ameaça a saúde?

Artigo de Ana Falcão Gierlich, advogada e especialista em Direito Médico e Odontológico

A medicina sempre foi guiada pela confiança entre médico e paciente. No entanto, essa relação tem sido profundamente abalada pelo crescimento da judicialização da medicina. Com o aumento das ações judiciais contra profissionais da área, muitos médicos têm adotado uma abordagem conhecida como medicina defensiva - uma estratégia que prioriza a autoproteção em detrimento da real necessidade do paciente. O receio de figurar como réu em um processo leva médicos a solicitarem exames excessivos, recomendarem internações desnecessárias e evitarem condutas mais assertivas, o que impacta diretamente a qualidade do atendimento e onera todo o sistema de saúde.

Uma consequência mais visível dessa prática é o desperdício de recursos. No SUS, onde o orçamento já é limitado, exames que poderiam ser evitados acabam sobrecarregando a rede pública e ocupando vagas de exames e consultas que poderiam atender casos prioritários. No setor privado, o impacto também é preocupante: o aumento dos custos operacionais leva ao encarecimento dos planos de saúde, tornando-os inacessíveis para uma parcela crescente da população. Na prática, a medicina defensiva empurra o sistema para um colapso financeiro, prejudicando pacientes que realmente necessitam de exames e tratamentos essenciais.

O impacto financeiro, no entanto, é apenas uma parte do problema. A relação médico-paciente também sofre com essa insegurança jurídica. Quando um profissional teme ser processado, ele passa a tratar cada consulta como um possível litígio futuro, tornando a comunicação impessoal e excessivamente técnica. Isso gera um distanciamento, que, por sua vez, faz com que o paciente também desconfie mais das decisões médicas, questionando diagnósticos e exigindo ainda mais exames. De acordo com o artigo "Medicina defensiva: uma prática em defesa de quem?", a pesquisadora Homaile Mascarin do Vale, juntamente com outros colaboradores, desenvolveu um estudo na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) sobre a prática da medicina defensiva. A pesquisa analisou 104 médicos de 28 especialidades e observou que muitos profissionais alteram sua conduta clínica ao tomarem conhecimento de processos contra colegas, evidenciando o efeito cascata da judicialização sobre toda a classe médica.

Esse comportamento gera um paradoxo preocupante: médicos, que deveriam atuar com base no conhecimento e na experiência clínica, passam a confiar mais nos exames complementares do que em suas próprias habilidades diagnósticas. Exames laboratoriais e de imagem, que deveriam ser ferramentas auxiliares, tornam-se protagonistas das decisões médicas. Esse excesso de precaução não apenas atrasa diagnósticos, como também expõe pacientes a riscos desnecessários, como a radiação de exames de imagem ou procedimentos invasivos sem real indicação.

O caminho para romper esse ciclo vicioso não está em intensificar a defensiva, mas sim em fortalecer o direito médico preventivo. Ao contrário da medicina defensiva, que age pelo medo, o direito médico preventivo oferece segurança jurídica sem comprometer a qualidade da assistência. Isso envolve a capacitação dos profissionais sobre boas práticas e normativas éticas, a adequação da documentação médica - incluindo prontuários detalhados com termos de consentimento bem estruturados - e a assessoria jurídica especializada para orientar decisões e minimizar riscos legais.

Quando um médico atua com respaldo jurídico adequado, ele se sente mais confiante para exercer sua profissão sem a necessidade de excessos. Ele documenta suas condutas de forma clara, explica as opções terapêuticas com transparência e estabelece uma comunicação mais próxima com o paciente. Já na medicina defensiva, o profissional vê o paciente como uma ameaça potencial, tornando o atendimento menos humanizado e mais burocrático. A longo prazo, essa distorção prejudica tanto a saúde dos pacientes quanto o bem-estar dos próprios médicos, que vivem sob constante tensão.

A medicina não pode ser pautada pelo medo. Para garantir um atendimento mais eficiente, acessível e humano, é fundamental abandonar a defensiva e investir em uma abordagem baseada no conhecimento, na ética e na confiança. O direito médico preventivo não apenas protege os profissionais, mas também fortalece o próprio sistema de saúde, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma mais justa e eficaz. Afinal, um médico que trabalha com segurança jurídica trabalha melhor - e um sistema de saúde mais eficiente beneficia a todos.

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JORNAL OPÇÃO

Mabel pretende fazer aporte financeiro no Imas e quer negociar pessoalmente com hospitais que tem dívidas a receber

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, se reuniu na manhã desta terça-feira, 1, com o presidente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) Paulo Henrique da Farmácia. Em meio a uma grave crise financeira que atinge a autarquia desde a gestão passada, o prefeito pediu um planejamento detalhado para a quitação de dívidas para definir o valor do aporte financeiro necessário.

Paulo Henrique afirmou que a dívida consolidada do Imas está em torno de R$ 197 milhões, mas ainda é necessário contabilizar outros valores. Segundo ele, para quitar esses débitos será necessário a realização de aporte financeiro para a quitação das dívidas e também para reestruturação do instituto. “Hoje a gente faz um esforço para pagarmos tudo em dia, mas para esta dívida será necessário uma intervenção do Prefeito. Por isso ele veio aqui para que a gente pudesse alinhar as demandas e entregar para ele um planejamento para reestruturação do Imas”, afirmou.

O prefeito solicitou um planejamento detalhado com o total das dívidas contabilizadas, para que ele negociasse pessoalmente com os prestadores de serviços que têm valores a receber. O valor do aporte ainda não foi definido e só será feito após a análise dos dados enviados pelo Imas

O Jornal Opção mostrou no início de dezembro, que o relatório do Imas para a Comissão de Transição da Prefeitura apontou uma dívida com prestadores de serviços no valor de R$ 227,1 milhões. O relatório apontava que as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas.

O Imas tem 33.415 titulares, que são servidores da ativa, aposentados, pensionistas e servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Dependentes somam 36.568 pessoas que incluem cônjuges e filhos menores de 21 anos; já os agregados são 8.636 que são filhos maiores de 24 anos, pais, irmãos, netos de servidores efetivos. Ao todo são 78.619 beneficiários.

Reestruturação

Após a entrega do planejamento, o Imas vai elaborar um projeto de lei para reestruturar o instituto. Segundo o presidente deve ser feito um planejamento para concurso, uma vez que o Imas não tem pessoal efetivo no seu quadro. “Esse projeto que vamos enviar para a Câmara vai mudar tudo, até o nome do instituto nós queremos mudar para tirar esse estigma de plano de saúde ruim que o Imas carrega no mercado. Nós vamos remodelar o Imas e trazer o melhor de serviços de saúde para o servidor da Prefeitura”, afirmou Paulo Henrique.

Ainda não há prazo para elaboração do projeto de lei, porque tudo vai depender da decisão tomada pelo prefeito após a análise do planejamento que está sendo elaborado. 

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O HOJE

Estado registra aumento de 240% em processos ligados à saúde

Crescimento expressivo reflete desafios do setor público e privado

O número de processos judiciais relacionados à saúde aumentou de forma alarmante em Goiás, com um crescimento superior a 240% entre 2020 e 2024, conforme dados do Painel de Estatísticas Processuais de Direito à Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Em 2020, foram registrados 5.455 novos casos. Já em 2024, esse volume disparou para 18.606, representando um aumento exponencial nas demandas judiciais em busca de garantia de tratamentos e serviços médicos.

Esse levantamento, realizado pelo CNJ, contabiliza os processos em tramitação tanto na Justiça Estadual quanto na Federal, desde que estes tenham conexão com o estado de Goiás. 

O crescimento das ações judiciais foi constante ao longo dos últimos anos, com 7.373 casos registrados em 2021, 8.506 em 2022 e 11.876 em 2023. Só nos dois primeiros meses de 2025, já foram ajuizados 2.668 novos processos, o que demonstra a continuidade da tendência crescente.

Até a última atualização do painel, em 28 de fevereiro deste ano, havia um total de 13.433 processos pendentes relacionados à saúde na Justiça de Goiás. O tempo médio de tramitação de um processo pendente é de 326 dias, e o tempo de espera pelo primeiro julgamento gira em torno de 183 dias. 

Em termos de atendimento da demanda, a Justiça goiana tem conseguido resolver 92,7% dos processos de saúde em trâmite, um índice significativo, mas ainda insuficiente diante do volume crescente de ações.

Fatores que impulsionam o aumento dos processos judiciais

Para o advogado especializado em direito da saúde, Rafael Fontenele, os principais fatores que contribuem para esse aumento são a precarização do sistema público de saúde e as práticas abusivas adotadas pelos planos de saúde privados.

No setor público estadual, a principal razão para o aumento de processos está relacionada à longa espera para realização de procedimentos médicos, tratamentos e fornecimento de medicamentos. Quando não conseguem acesso ao atendimento de que necessitam, muitos pacientes recorrem à Justiça para garantir a execução de seus direitos. No setor privado, as queixas mais recorrentes envolvem a quebra de contratos, negativa indevida de procedimentos e outras práticas abusivas praticadas pelas operadoras de planos de saúde.

O impacto da pandemia da Covid-19 na judicialização da saúde

A pandemia da Covid-19 teve um papel determinante no aumento da judicialização no setor da saúde. A escassez de leitos hospitalares e de insumos, aliada a uma elevada taxa de mortalidade, fez com que muitos pacientes buscassem a proteção do Judiciário para garantir internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ou outros tratamentos essenciais. 

Além disso, a ampla divulgação dos direitos do paciente pela mídia contribuiu para o aumento da conscientização sobre o acesso à saúde, incentivando a população a procurar a Justiça sempre que necessário.

A atuação do Governo Federal e o crescimento das ações relacionadas aos planos de saúde

A escalada de processos judiciais também gerou uma reação por parte dos órgãos reguladores. O Governo Federal tem intensificado a fiscalização sobre os planos de saúde, com o intuito de coibir as práticas abusivas e melhorar a qualidade do serviço prestado. Isso é fundamental, pois o aumento no número de ações envolvendo planos de saúde reflete diretamente na insegurança que os beneficiários enfrentam em relação aos serviços prestados pelas operadoras.

Desde 2020, já foram proferidas 47.026 decisões judiciais relacionadas à saúde no estado de Goiás. Em 2024, o número de casos julgados alcançou 16.076, e apenas nos dois primeiros meses de 2025, o Judiciário goiano já havia julgado cerca de 2.600 processos. 

Esse grande volume de decisões judiciais envolvendo a saúde coloca em evidência a sobrecarga do sistema judiciário e a necessidade urgente de reformulação nas políticas públicas e privadas de saúde para evitar que mais casos cheguem aos tribunais.

Mais da metade das ações judiciais em Goiás estão relacionadas à saúde pública. Atualmente, o estado possui 9.727 processos pendentes relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto os processos envolvendo planos de saúde totalizam 3.949 casos aguardando julgamento. Esses números revelam a magnitude da judicialização, tanto no setor público quanto no privado, e os desafios enfrentados pela Justiça na busca por soluções adequadas.

Consequências para o sistema de saúde e a judicialização excessiva

As consequências da judicialização da saúde são de longo alcance, afetando tanto o sistema judiciário quanto o sistema de saúde. O impacto financeiro imediato é expressivo, pois muitas decisões judiciais resultam em indenizações por danos morais e materiais, além de determinar a oferta de tratamentos e serviços médicos de urgência.

A médio e longo prazo, espera-se que as decisões judiciais impulsionem a melhoria do sistema de saúde, com a expansão de leitos, o aumento da capacitação de profissionais de saúde e a otimização da logística de atendimento. A judicialização tem forçado os gestores públicos e privados a buscarem soluções mais rápidas e eficazes para atender às necessidades da população, visando evitar o ingresso de novos processos no futuro.

Falhas no sistema de saúde brasileiro

Em paralelo ao aumento das ações judiciais, o Brasil também tem enfrentado um número alarmante de falhas na assistência à saúde. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram registradas 295.355 falhas, de acordo com levantamento realizado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essas falhas refletem uma série de problemas no sistema de saúde, que afetam diretamente a segurança do paciente.

As falhas mais graves incluem a administração inadequada de medicamentos, seja por erro na dosagem ou no tipo prescrito, além da realização de cirurgias em locais incorretos no corpo dos pacientes. 

Também foram registrados casos de lesão por pressão, que podem ser causadas por contusão, entorse ou luxação, sendo esta última a mais grave. Em Goiás, foram contabilizadas 12.227 falhas, com destaque para os erros no atendimento médico (3.731), problemas relacionados ao uso de cateter venoso (1.543) e lesões por pressão (1.318).

Para evitar a judicialização excessiva, é fundamental que o sistema de saúde se reestruture, promovendo a qualidade do atendimento, reduzindo o tempo de espera para procedimentos e garantindo que os pacientes recebam os tratamentos de forma adequada e eficiente.

Além disso, é necessário que os profissionais da saúde, bem como as operadoras de planos de saúde, sejam mais transparentes e responsáveis em suas práticas, assegurando que os direitos dos pacientes sejam respeitados e evitando que o caminho da Justiça seja a única alternativa para quem busca o atendimento médico adequado.

O papel do Poder Judiciário, enquanto garantidor dos direitos dos cidadãos, continuará sendo fundamental, mas é imprescindível que haja uma mudança significativa na gestão dos sistemas de saúde para que a judicialização não seja vista como a única forma de acesso à saúde de qualidade.

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Assessoria de Comunicação

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