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Ahpaceg participa da celebração dos 75 anos da AMG e da entrega da Comenda Ordem do Mérito Dr. Luiz Rassi


CLIPPING AHPACEG 01/12/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Por que os robôs estão dominando as cirurgias ortopédicas
https://medicinasa.com.br/robos-cirurgias-ortopedicas/
Saúde ocular: como impulsionar o setor da oftalmologia no Brasil
https://medicinasa.com.br/desigualdade-oftalmologia/
O imbróglio das Unimed, enésimo round
O judiciário no setor regulado de saúde: entre convencimento e consciência
Inteligência Epidemiológica Artificial: se outra pandemia chegasse em 2026, como seria?
Plataforma de IA simplifica acesso aos dados do DataSUS
https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/plataforma-de-ia-simplifica-acesso-aos-dados-do-datasus/
Rede D'Or é eleita a empresa de saúde mais confiável do Brasil em ranking da Newsweek
MEDICINA S/A
Por que os robôs estão dominando as cirurgias ortopédicas
O uso da robótica na Medicina está crescendo, com aplicações em áreas cirúrgicas, como cirurgia geral, Urologia, Gastrocirurgia, Ginecológica, Neurocirurgia e Ortopedia (mais precisamente na área de próteses). “Os robôs permitem melhorar a precisão dos procedimentos, pois garantem em muitas áreas movimentos com precisão submilimétrica. Além disso, os braços robóticos permitem chegar aonde muitas vezes a mão e a visão humanas não alcançam. Como uma visão mais apurada conseguimos garantir maior segurança ao manipular estruturas nobres”, explica o ortopedista Marcos Cortelazo, especialista em joelho e traumatologia esportiva e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O ortopedista explica que a cirurgia robótica já é feita no Brasil e se destaca como um avanço importante na artroplastia de joelho por trazer diversos benefícios ao médico e paciente.
Mas quando o assunto é cirurgia robótica, não espere um robô que age sozinho. “Um robô cirurgião que age por conta própria ainda é ficção cientifica. Na verdade, hoje, quando falamos de cirurgia robótica nos referimos principalmente a um equipamento com um braço robótico equipado com pinças e câmeras. Esse braço é totalmente controlado pelo cirurgião. Então, o sucesso do procedimento ainda se deve totalmente à experiência e ao conhecimento do médico”, diz o ortopedista. “O robô é um coadjuvante da atividade médica. É uma ferramenta para melhorar o desempenho, precisão e segurança dos procedimentos, mas precisa ser comandado pelo médico, até para a tomada de decisões”, reforça Marcos Cortelazo.
A precisão é a grande vantagem, mas não é a única
Segundo o ortopedista, na artroplastia do joelho, as partes de sustentação do peso do joelho são completamente substituídas por componentes protéticos. “O procedimento tornou-se cada vez mais comum nas últimas décadas para tratar a degeneração do joelho e aliviar a dor e a incapacidade. A maioria das artroplastias ainda são convencionais, o que significa que os cirurgiões as realizam manualmente, julgando quanto osso remover com base em seu treinamento e experiência. Um número crescente dessas cirurgias é realizado usando robôs cirúrgicos que dependem de imagens pré-operatórias ou da descoberta de marcos anatômicos durante a cirurgia para determinar onde cortar”, explica o médico. “O robô filtra os tremores da mão do cirurgião, eliminando-os, o que evita movimentos involuntários e, consequentemente, aumenta a assertividade e a segurança”, afirma o médico. “Essa precisão é submilimétrica, o que também garante que o procedimento seja menos invasivo. Com o auxílio do robô, as incisões são mais exatas e o trauma é menor, o que se traduz em cirurgia mais rápida, menor sangramento e tempo de internação, recuperação mais rápida, pós-operatório mais tranquilo e incisões menores” acrescenta Marcos.
A câmera 3D facilita a operação
O ortopedista explica que as câmeras presentes no braço robótico do equipamento também geram, em tempo real, imagens de alta definição que podem ser aumentadas, assim auxiliando no posicionamento dos instrumentos cirúrgicos e na tomada de decisões pelo cirurgião. “Na ortopedia, as imagens em 3D permitem que o cirurgião planeje melhor os cortes ósseos e o posicionamento da prótese para garantir um encaixe e alinhamento mais preciso, o que tende a ser mais difícil com a técnica tradicional”, destaca o ortopedista, que afirma que esse encaixe mais preciso da prótese no osso melhora o prognóstico da cirurgia e o paciente tem menos chance de sofrer com problemas como dor, rigidez e inchaço da região após o procedimento. “Apesar de ter bons resultados, na técnica tradicional, o encaixe depende unicamente da experiência do cirurgião, o que, em alguns casos, pode resultar em um posicionamento não tão exato, causando alterações no alinhamento da articulação que fazem diferença a longo prazo, especialmente em relação à durabilidade da prótese”, afirma o médico.
Segundo pesquisa publicada no Archives of Orthopaedic and Trauma Surgery, a cirurgia robótica traz melhores resultados do que cirurgias semelhantes realizadas manualmente. Comparando 541.122 pacientes que receberam cirurgias convencionais com 17.249 que receberam cirurgias robóticas entre 2016 e 2019, os pesquisadores descobriram que os pacientes que passaram pela cirurgia robótica tiveram internações hospitalares que foram quase meio dia mais curtas. Eles também eram significativamente menos propensos a ter uma série de complicações, como infecções, perda excessiva de sangue e fraturas, luxações ou complicações mecânicas de suas próteses. No entanto, um entrave apontado pelo estudo é o preço, que é mais alto na cirurgia robótica. “Os custos da artroplastia robótica de joelho tendem a ser maiores em comparação à técnica tradicional, mas a tendência é que se torne cada vez mais utilizada e acessível”, destaca Marcos Cortelazo, que reforça que, apesar do risco de complicações ser menor na cirurgia robótica, tudo depende da experiência e conhecimento do médico, afinal, o robô não faz nada sozinho. “Por isso, é fundamental que você busque um médico especializado, principalmente porque a cirurgia robótica possui uma maior curva de aprendizado. Apenas ele poderá dizer se essa é realmente a melhor opção para o seu caso e prosseguir com o procedimento da maneira adequada”, finaliza Marcos.
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Saúde ocular: como impulsionar o setor da oftalmologia no Brasil
A saúde ocular é um pilar fundamental para a nossa qualidade de vida, aprendizado e relacionamentos. No entanto, embora seja um direito essencial, os cuidados com a visão se mantêm como um privilégio distante para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social. O que testemunhamos é que este problema não é apenas uma questão de saúde, mas o início de um ciclo vicioso de exclusão social e educacional.
O acesso à atenção oftalmológica é prejudicado por barreiras estruturais. Para a população de baixa renda, as implicações vão desde a dificuldade para agendar consultas especializadas, com longas filas para atendimento no sistema público, até a impossibilidade financeira de adquirir um par de óculos. Quando essa dificuldade atinge crianças e adolescentes, o impacto é particularmente devastador.
Em um paradoxo, o Brasil é um polo de excelência em oftalmologia na América Latina, contando com formação de alta qualidade e centros de referência que aplicam tecnologia de ponta, contribuindo significativamente para a pesquisa na área.
Contudo, essa excelência coexiste com um desafio. Segundo o IBGE, há mais de 6,5 milhões de pessoas com algum grau de deficiência visual no país. Além disso, uma pesquisa apoiada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) revelou que 34% da população adulta nunca consultou um oftalmologista.
No ambiente educacional, a falta de um diagnóstico precoce e a ausência dos óculos necessários transformam a sala de aula em um ambiente desconfortável. A criança, incapaz de enxergar o quadro ou de ler os livros, perde o interesse e a motivação, resultando em queda do desempenho escolar, estigmatização e, muitas das vezes, na evasão escolar.
É essa urgência que deu origem ao ‘Em Um Piscar de Olhos’. Não lidamos apenas com estatísticas, trabalhamos para resgatar vidas que estão sendo limitadas. Ao longo de nossa trajetória, identificamos inúmeros jovens que jamais haviam passado por uma triagem oftalmológica. A invisibilidade dos problemas de refração em comunidades menos favorecidas é, na prática, um catalisador da desigualdade.
A boa notícia é que as ações de impacto social voltadas para a oftalmologia podem ser um caminho estratégico e sustentável para promover uma transformação. Ao identificar e encaminhar milhares de pacientes que estavam à margem do sistema, projetos como o nosso criam uma demanda organizada e significativa.
Isso impulsiona a necessidade de mais consultas especializadas, gerando fluxo para clínicas e oftalmologistas. Igualmente, fomenta o mercado com a aquisição de equipamentos e movimenta a cadeia produtiva das óticas, que passam a fornecer óculos em grande volume, muitas vezes por meio de acordos com o setor público ou corporativo.
Dessa forma, a responsabilidade social se estabelece como um impulsionador econômico, beneficiando simultaneamente a saúde pública e o desenvolvimento do setor privado. Prova disso é o nosso alcance: em menos de quatro anos, nossa metodologia já atendeu mais de 189 mil crianças e adolescentes em mais de dez estados brasileiros.
Por meio de uma triagem rápida e não invasiva nas escolas, seguida pelo encaminhamento imediato para consultas e doação de óculos, demonstramos que a visão é a porta para o conhecimento e abri-la para a população é o maior investimento que podemos fazer em um futuro mais justo e promissor.
*Leonardo Figueiredo é CEO da H&Care Brasil e criador da metodologia Em Um Piscar de Olhos.
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ESTADO DE MINAS
O imbróglio das Unimed, enésimo round
A Seguros Unimed acelerou sua expansão comercial no Rio de Janeiro no momento em que a Unimed-FERJ e a Unimed Brasil tentam reorganizar a assistência deixada pelo colapso financeiro e operacional da Unimed-Rio.
No setor, os relatos são de “fogo amigo”: a Seguros Unimed tem disputado prestadores de serviços, recrutado corretores e intensificado a oferta de seus produtos justamente nas praças onde a Unimed-FERJ tenta estabilizar o atendimento.
Esse avanço se dá em um cenário com versões conflitantes. O colapso da Unimed-Rio levou, em 2016, à assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) voltado a preservar o atendimento dos beneficiários. A Seguros Unimed integrou o acordo como garantidora.
A seguradora afirma, porém, ter deixado de fazer parte do TAC há mais de um ano, em fevereiro de 2024, após uma decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que a teria desonerado das obrigações previstas no termo. A empresa diz que, desde então, não foi mais chamada para reuniões, atos ou deliberações relacionadas ao TAC.
A Seguros Unimed, de fato, tem operado de forma independente da transição conduzida pelo TAC e buscado expandir sua presença no mercado, enquanto Unimed-FERJ e Unimed Brasil tentam evitar novo apagão assistencial.
No entanto, a saída da seguradora do TAC, relatada pela própria companhia, não é reconhecida pelos demais signatários do acordo.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirmou à coluna que não recebeu qualquer notificação judicial autorizando a retirada da Seguros Unimed da qualidade de compromissária do termo. O Ministério Público Federal disse que não tem conhecimento dessa decisão. E o Ministério Público do Rio de Janeiro respondeu que a informação não consta no procedimento de acompanhamento do TAC.
Em abril de 2024, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou que os beneficiários da Unimed-Rio seriam transferidos para a Unimed-FERJ. Há pouco menos de um mês, a assistência desses usuários passou para a Unimed Brasil.
Em nota, a Seguros Unimed destacou que “permanece comprometida com a estabilidade do Sistema Unimed e com a conformidade regulatória”. A empresa afirmou que a alegada saída do TAC se deu por conta do agravamento do cenário econômico-financeiro da Unimed-Rio.
A Seguros Unimed também disse que, nas comunicações públicas sobre a transferência da carteira da Unimed-Rio para a Unimed-FERJ, a ANS não a mencionou entre os entes envolvidos. Isso, de acordo com a companhia, reforça que ela não participa mais do TAC.
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SAUDE BUSINESS
O judiciário no setor regulado de saúde: entre convencimento e consciência
Ele protege os direitos dos pacientes, regula práticas médicas e hospitalares e preserva o interesse público
A atuação judicial no setor regulado de saúde não pode ser compreendida como mera extensão da rotina forense. Trata-se de um campo singular, profundamente marcado por exigências técnicas, pela tutela da vida e pela necessidade de assegurar estabilidade regulatória em um ambiente que historicamente se estruturou para proteger o interesse público.
Empresas e atividades submetidas à vigilância sanitária operam sob um regime jurídico que não é acidental. Ele resulta de décadas de construção institucional, desenvolvimento normativo e amadurecimento de práticas capazes de garantir segurança, qualidade e confiabilidade. Cada registro, cada certificação, cada inspeção e cada norma existe para preservar um delicado equilíbrio entre inovação, competitividade econômica e proteção sanitária.
Quando conflitos desse universo chegam às portas do Judiciário, espera-se que o julgador ultrapasse o tradicional juízo de convencimento, aquele centrado exclusivamente na valoração formal das provas, e adote um juízo de consciência. Essa forma ampliada de apreciação não abandona a técnica jurídica, mas reconhece que, no âmbito sanitário, as decisões judiciais possuem repercussões que vão além das partes e alcançam o próprio funcionamento das políticas públicas de saúde.
Uma decisão judicial nesse setor pode afetar cadeias produtivas sensíveis, interferir no abastecimento de produtos essenciais, comprometer controles de rastreabilidade ou enfraquecer mecanismos de vigilância imprescindíveis. Do mesmo modo, uma decisão consciente fortalece a integridade sanitária, dá segurança jurídica ao desenvolvimento tecnológico e garante que a população continue tendo acesso a produtos e serviços que atendam padrões rigorosos de segurança e qualidade.
É por isso que a atuação judicial exige prudência, sensibilidade institucional e plena compreensão da finalidade maior que orienta a vigilância sanitária: proteger a vida e assegurar que o mercado regulado opere dentro de parâmetros que preservem a saúde coletiva. Decidir com consciência é compreender o papel estratégico do Judiciário na manutenção desse sistema complexo, técnico e historicamente consolidado.
Refletir sobre isso não significa restringir o exercício jurisdicional, mas qualificá-lo. Significa reconhecer que, no setor regulado de saúde, o juiz não apenas julga litígios; ele tutela a confiança pública, preserva a credibilidade das políticas sanitárias e colabora para que o país mantenha padrões de segurança e responsabilidade compatíveis com o que a sociedade espera.
Que essa reflexão fortaleça o diálogo entre direito, regulação e justiça, e reafirme a importância de decisões conscientes, céleres e efetivas decisões que honrem o papel histórico do Estado na proteção da saúde e garantam que o acesso a produtos e serviços seguros continue sendo um compromisso inegociável.
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Inteligência Epidemiológica Artificial: se outra pandemia chegasse em 2026, como seria?
Ciência vai bem, lideranças nem tanto
Quando a pergunta é: “A sociedade mundial está mais preparada para outra pandemia como a de 2020?” A resposta clara é: Não. Mas se a questão é: “A ciência e a tecnologia médica estão mais preparadas e habilitadas a tratar epidemias, comparando a 5 anos atrás?” A resposta absoluta é: extraordinariamente mais preparadas. Se as lideranças humanas em 2025 continuam tão medíocres quanto em 2020, seu poder clínico-científico não tem comparação: saltamos 50 anos em 5.
O poder de deturpar a informação e explorar o negacionismo vacinal hoje é tão real quanto há 5 anos. A disposição de colaboração global parece ainda mais escassa. Humanos continuam patéticos. Basta ver a sustentabilidade ambiental: a timidez de resultados da COP-30 evidencia a fragilidade civilizatória desta primeira metade do século. Quanto mais ciência temos, mais ignorância política acumulamos. Sempre haverá um Pinker para negar qualquer pessimismo quanto aos avanços em equidade social. A isso denominamos relativismo temporal, uma espécie de otimismo retrospectivo: “bem, mas no século XIX era pior…”
Os fatos atuais contradizem. A nação mais rica do mundo destila verticalização por todos os lados e ergue barreiras quanto à pesquisa de vacinas mRNA. A segunda mais rica é um misto de tergiversação e mistério. Tente um contato pessoal (não- digital) com qualquer empresa chinesa e aterrize novamente no século XX…
Imagine rebobinar 2020 e apertar play em 2025. Se a pandemia irrompesse hoje, considerando o estágio atual das plataformas de IA, bioinformática e automação laboratorial, o cenário epidemiológico seria drasticamente diferente, principalmente quanto à velocidade da resposta científica. Embora a biologia humana (tempo que o corpo leva para reagir) e a burocracia humana (tempo que suas lideranças demoram a convergir) não mudem na mesma velocidade, a fase “descoberta-&-design imunoterápico” (outrora um romance de inverno) virou haicai, acelerando de meses para dias, quiçá horas. Em 2020, o genoma do SARS-CoV-2 foi decifrado em semanas, mas a proteína Spike só apareceu no microscópio depois de muito nitrogênio líquido e paciência criogênica. Hoje, algoritmos de LLM não leem a Spike: eles a antecipam, esboçam maquetes em 3-D e simulam sua dança com o receptor ACE2. Mais que isso: sugerem proteínas sintéticas mais estáveis e vacinas pan-coronavírus capazes de prever mutações que o próprio vírus ainda ignora.
Hoje, ferramentas como o AlphaFold 3 (Google DeepMind) e o ESM Fold (Meta) são capazes de prever a estrutura 3D de qualquer proteína viral em minutos, com precisão atômica. Se soubéssemos em 2020 o que sabemos hoje, não apenas entenderíamos a forma do vírus, mas também como ele infecta e quais variantes são perigosas quase que instantaneamente.
A fase de pesquisa vacinal levaria poucas horas, embora o gargalo continuasse sendo os ensaios clínicos (testes em humanos), que levam meses. No entanto, a Cognição Artificial ajudaria a recrutar pacientes mais rápido e analisar dados em tempo real, talvez encurtando a aprovação de 11 meses para algo em torno de 6 a 8 meses. A ‘descoberta de antivirais’ seria a maior diferença. Em 2020, perdemos tempo testando drogas antigas (Hidroxicloroquina, Ivermectina, Remdesivir) com resultados incertos. Hoje, máquinas de inteligência epidemiológica podem testar bilhões de moléculas existentes (contra a estrutura do vírus) em dias (simulações computacionais). Teríamos identificado candidatos reais a antivirais nas primeiras semanas (‘triagem virtual massiva’). É muito provável que tivéssemos um ‘tratamento antiviral eficaz’ disponível quase ao mesmo tempo (ou até antes) das vacinas, reduzindo drasticamente a mortalidade hospitalar.
Por outro lado, a vigilância e o diagnóstico são hoje muito mais efetivos, como, por exemplo, a (1) Detecção por Som, que já opera com aplicativos (smartphone) baseados em LLMs. Eles são capazes de detectar o Covid-19 com alta precisão no som da tosse do usuário, permitindo triagem em massa sem necessidade de kits físicos (que faltaram em 2020). Da mesma forma, as (2) Análises por Imagem se exponenciaram, diferenciando instantaneamente uma pneumonia-Covid de outras pneumonias (redução no tempo de triagem e na lotação dos Pronto-Atendimentos). Sem falar na (3) Vigilância Preditiva, como o sistema BlueDot já fazia em 2020, só que agora utilizando LLMs que analisam em segundos redes sociais e relatórios médicos globais.
Ou seja, nosso smartphone já escuta o timbre rouco que denuncia o vírus; o algoritmo radiologista ‘pinta de vermelho’ a pneumonia-Covid (antes do laudo chegar); e um radar lexical fareja a “pneumonia estranha” nas redes, antes mesmo que o hospital comece a lotar. Resultado: ao contrário de ‘Manaus-2020’, o oxigênio chega antes da falta de ar.
A ciência que temos hoje teria resolvido aquele ‘quebra-cabeça viral’ de 2020 quase instantaneamente. Não teríamos passado meses “no escuro” tentando entender como a doença funciona. Disporíamos de medicamentos mais cedo, vacinas melhores (% protetivo) e menos informação duvidosa circulando pelas mídias especializadas. Estudos recentes, como o “Early detection of emerging SARS-CoV-2 Variants from wastewater through genome sequencing and machine learning”, publicado este ano pela University of Nevada, mostram que a IA consegue identificar com precisão assinaturas de variantes virais em misturas complexas de esgoto, permitindo intervenções antes do surto explodir. Trata-se do chamado Wastewater Intelligence (“inteligência de águas residuais”), que em 2020 era só tese de mestrado, mas hoje já está disponível para redes integradas de esgoto (desde que a cidade, claro, tenha um gestor lúcido e determinado, alguém que perceba que rastrear vírus em esgoto vale tanto quanto monitorar a qualidade do ar).
Boston, por exemplo, joga xadrez com os patógenos. Desde março de 2020, a Massachusetts Water Resources Authority (MWRA) e a prefeitura local coletam amostras diárias na estação Deer Island. O painel de 10 de janeiro de 2025 mostrou uma média de ‘1.206 cópias de RNA SARS-CoV-2 por mililitro’, com tendência estável e oscilação de apenas 6% (relatório da MWRA confirma que picos virais no esgoto antecipam em 1 a 3 semanas o salto de internações e casos clínicos). Em Amsterdã, a Rijksinstituut voor Volksgezondheid en Milieu (RIVM), Rede Nacional Holandesa, analisa semanalmente amostras em cerca de 40% de suas Estações Residuais (133 estações). Foi exatamente esse sistema que, em 2021, detectou a variante Ômicron no esgoto do aeroporto de Schiphol, antes de seu espalhamento comunitário. A proposta é simples: quem pesquisa o esgoto lê o futuro; quem tampa o nariz para ele recicla velhas (e tristes) recordações.
Hans Henri P. Kluge, Diretor Regional da OMS na Europa, em seu speech na reunião de alto nível realizada em Copenhagen (novembro de 2025), levantou a importância das tecnologias de IA para a proteção humana: “Gostaria que todos vocês imaginassem um mundo, daqui a menos de 10 anos, onde uma mãe em uma aldeia rural possa receber um diagnóstico instantâneo em seu celular, graças a uma IA que fala sua língua e conhece seu histórico médico; onde uma enfermeira em uma pequena clínica pode acessar as mesmas ferramentas de ponta que os principais hospitais de Paris ou Estocolmo; onde cada profissional de saúde, do voluntário comunitário ao cirurgião especialista, tenha um assistente de IA que nunca se cansa, nunca se esquece e os ajuda a concentrar esforços onde realmente importa”. Kluge não estava falando para turistas ou médicos de família, mas para as principais lideranças clínico-assistenciais de 53 estados-membros da Comunidade Europeia. Seu discurso tinha o tom de uma citação helênica: “Não culpe os pés por não conseguir subir em árvores”.
Em 26 de janeiro de 2025, havia mais de 777 milhões de casos confirmados de Covid-19, com mais de 7,7 milhões de óbitos em todo o mundo, classificando a pandemia-2020 como a quinta mais mortal da história. Embora ela seja hoje um “problema de saúde estabelecido e contínuo, que não constitui mais uma emergência de saúde pública”, a pandemia catalisou uma crise médico-assistencial global sem precedentes, que deixa rastros ainda hoje. O que se pode afirmar, em novembro de 2025, é que algumas nações estão rapidamente deixando a era da “vigilância reativa” (esperar que os infectados cheguem aos hospitais) para entrar na era da “Inteligência Epidêmica Preditiva”.
O estudo chinês “Artificial intelligence in the COVID-19 pandemic: balancing benefits and ethical challenges in China’s response”, publicado pela Nature em 2025, faz uma análise profunda sobre o uso das IAs nos eventos pandêmicos, inclusive no de 2020, consagrando o LLM como uma nova e poderosa salvaguarda para qualquer quadro epidêmico: “A natureza persistente e evolutiva da pandemia Covid-19, que se estendeu para além de 2023, frustrou as expectativas iniciais de uma solução rápida, semelhante ao surto de SARS em 2003. A rápida disseminação e mutação do vírus, aliadas às variadas políticas internacionais de prevenção, evidenciam a complexidade da governança global da saúde. No entanto, a IA emergiu como uma ferramenta crucial nessa batalha contínua. Cada revolução científica e tecnológica remodela a sociedade em diferentes graus, e o surgimento da IA é um exemplo contemporâneo: sua aplicação prudente é crucial para manter a estabilidade social e a sanidade pública em meio a qualquer pandemia”.
“A IA pode ajudar a determinar onde no mundo precisamos intensificar o monitoramento, tanto geograficamente quanto em certas espécies animais, passando por águas residuais e seres humanos. Isso nos permite focar nos pontos críticos que concentram maior risco”, explica o pesquisador dinamarquês Frank Møller Aarestrup, coautor do estudo “Artificial intelligence and One Health: potential for spillover prediction?”, publicado em setembro de 2025 pela The Lancet. O estudo também mostra a importância da abordagem “One Health”, que considera a saúde humana, animal e ambiental dentro do mesmo arcabouço preditivo. Surtos, como o Covid-19, parvovírus e gripe aviária, têm origem em animais, mas é difícil prever quando e onde um vírus desse tipo irá infectar humanos. As máquinas de cognição artificial e malhas de sensores podem facilitar enormemente essa vigilância, identifica o estudo. Muitos centros de pesquisa viral já trabalham com o conceito de co-cientista, um agente epidemiológico artificial capaz de apoiar a pesquisa científica desde a formulação de hipóteses, passando pela pesquisa bibliográfica até a análise e a apresentação de dados. Marion Koopmans (Erasmus University), também coautora no estudo da Lancet, afirma que a IA em cinco anos transformará as respostas globais às pandemias: “Ao analisar grandes volumes de dados climáticos e socioeconômicos, a IA pode ajudar a prever onde e como os surtos ocorrerão, avaliar seu impacto e aprimorar a compreensão das respostas do sistema imunológico a novos patógenos.”
Cientistas da Universidade de Oxford também publicaram em 2025, na Nature, o trabalho “Artificial intelligence for modelling infectious disease epidemics”, mostrando que os LLMs estão transformando as respostas epidemiológicas. “Se essas ferramentas forem integradas aos sistemas nacionais de saúde, poderão salvar milhões de vidas em futuras pandemias”, explica no estudo o professor Moritz Kraemer, coautor da pesquisa.
Por outro lado, a mesma IA que costura escudos pode afiar facas: alguns biólogos já conseguem modificar vírus usando tecnologia de LLMs. Plataformas de cognição artificial podem fornecer conselhos preciosos para solucionar problemas de biólogos amadores na elaboração de, por exemplo, armas biológicas. O estudo “Forecasting LLM-enabled biorisk and the efficacy of safeguards”, publicado em julho de 2025, mostra que “graças à IA, a expertise necessária para causar intencionalmente uma nova pandemia poderia se tornar acessível a muito mais pessoas”. A pesquisa avalia os riscos por meio de 46 especialistas em biossegurança e biologia, juntamente com 22 especialistas em previsão viral. A mediana das previsões indica que, se as IAs atingissem metas específicas de desempenho “o risco anual de uma epidemia causada por humanos, com mais de 100.000 mortes, aumentaria de 0,3% para 1,5%”. Ou seja, dissolve-se o mito de que o “gênio do mal” precisa ter PhD; basta usar o prompt certo.
Considerando agora a IA no pulso do paciente: os smart-epidemiological-watches (relógios epidêmicos inteligentes) despontam no horizonte. Durante a pandemia de 2020, constatou-se que cerca de 44% das infecções eram transmitidas dias antes dos primeiros sintomas. Detectar portadores nesse limiar (pré-sintomático) tornou-se, portanto, uma condição crítica para conter surtos. Em março de 2025, o estudo finlandês-americano “Terminating pandemics with smartwatches” demonstrou que ‘relógios inteligentes comuns’, acrescidos de “algoritmos para detecção precoce de infecções”, podem funcionar como ‘microestações de vigilância populacional’.
Esses dispositivos já monitoram continuamente frequência cardíaca, variabilidade da FC, temperatura cutânea, padrões de sono, atividade física, etc. Alterações discretas nesses sinais surgem horas ou dias antes dos sintomas do Covid-19, influenza e outros patógenos. Quando o algoritmo detecta esse “desvio de base”, envia um alerta. Se o usuário reduzir em 66% seus contatos com humanos logo em seguida ao alerta, o número de reprodução (R) cai de 2,55 para 1,37 na cepa do Covid-19 e de 1,55 para 0,81 em uma gripe pandêmica. Resultado: com R abaixo de 1, a cadeia de transmissão se extingue. Mesmo quando R permanece ligeiramente acima de 1, o surto desacelera drasticamente, criando margem de manobra para vacinar, rastrear e tratar antes que a curva epidemiológica dispare.
Nessa direção, imagine um “exército silencioso de microssentinelas cravados no pulso de bilhões de pessoas” (o número de usuários de smartphones atingiu 5,78 bilhões em 2025). São algoritmos de IA “farejando” na pulsação e na pele o sussurro do vírus dias antes da tosse ecoar. Ao primeiro desvio, o relógio dispara o alerta e cada cidadão cancela, por exemplo, um jantar, cortando galhos inteiros da árvore de contágio, derrubando o R para abaixo de 1 antes mesmo que a epidemia ‘perceba que começou’.
Mas a ‘lógica mRNA’ não nos poupa apenas de vírus, mas também de tumores. Os avanços vacinais podem se tornar muito mais intensos e radicais nos próximos meses ou anos, como mostra o estudo “Personalized mRNA Vaccines Will Revolutionize Cancer Treatment—If Funding Cuts Don’t Doom Them”, publicado em novembro de 2025 pela Scientific American: …tão logo o tumor cancerígeno pancreático foi removido de Barbara Brigham, no outono de 2020, pesquisadores do departamento de patologia do Hospital do Memorial Sloan Kettering (Nova York) foram chamados. Enquanto Brigham, agora com 79 anos, se recuperava em seu leito hospitalar, aguardando voltar para casa, seu tumor e partes do pâncreas já eram enviados ao laboratório. Recebiam um código de barras e eram congelados a 80 graus negativos. Os fragmentos foram deixados em formol para evitar a degradação; depois foram colocados em uma máquina que, gradualmente, substituiu a água de cada célula por álcool. Uma equipe de pesquisadores tirou imagens de alta resolução dos fragmentos e, com um bisturi, removeu uma série de secções de tecido tumoral. Dois meses depois, Brigham retornou ao hospital para receber uma vacina adaptada às mutações que diferenciavam seu tumor pancreático. Feita por mRNA, a vacina era essencialmente um conjunto de instruções genéticas para ajudar seu sistema imunológico a perseguir proteínas mutantes de suas células tumorais. Passaram-se quatro anos desde que Brigham recebeu a última das nove doses de sua “vacina personalizada”. Nesse tempo, ela viu um neto terminar a faculdade e se casar, além de presenciar o doutorado de outro. Assistiu também a dezenas de jogos de basquete ao lado de seus outros dois netos, embalando a mais nova, nascida em 2024. Ela organiza um encontro semanal com os amigos e tenta viver o lema ‘uma pequena aventura todos os dias’. Continua livre do câncer de pâncreas.
Brigham foi um dos 16 pacientes do estudo que recebeu a vacina, e um dos 8 que apresentaram uma resposta imune significativa. Seis desses 8 pacientes ainda estão em remissão. Em 2020, poucos poderiam imaginar que o correio genético entregaria anticorpos “sob medida”.
O que pode conter esse avanço e abrir brechas para novas pandemias? As lideranças humanas, por óbvio. Os cortes em verbas de investimento científico promovidos em todo o mundo, capitaneados pela falange de burgomestres instalada no governo dos EUA, indicam o risco pandêmico que podemos enfrentar. Os cortes em 2025, que totalizam US$ 3 bilhões em fundos, segundo dados da NIH (National Institutes of Health) e da NSF (National Science Foundation), abatem o coração da pesquisa médica. De acordo com análise do jornal The Washington Post, a pesquisa sobre doenças infecciosas em 2025 já foi afetada com 14,4% (só as doenças respiratórias tiveram um corte de quase 6%). Pesquisas sobre doenças cardiovasculares, câncer e desenvolvimento vacinal também foram afetadas. A China bate palmas, a Europa, por tabela, também reduz investimentos acadêmicos (principalmente aqueles que decorrem de acordos bilaterais) e o resto do mundo tira o “pó das máscaras de 2020”…
É muito provável que, se a caixa de ferramentas cognitivas artificiais que utilizamos em 2025 tivesse aterrissado em Wuhan, em 2020, ou se um novo primo-covidiano surgisse hoje, o intruso virótico teria sido desmascarado em 72 horas. Em 14 dias, algoritmos multimodais já exibiriam seu prontuário profilático, distinguindo alvos antivirais de prateleira; na terceira semana, o protótipo de vacina mRNA estaria encapsulado, pronto para fase 1; e na sexta semana, boosters sob medida aguardariam apenas o selo regulatório. Ou seja, antes que o vírus aprendesse a pronunciar “ômicron”, a pandemia já seria nota de rodapé no GenBank, um susto contido num triscar de bytes.
O jurista sócio-liberal italiano Norberto Bobbio (1909-2004) descreveu o labirinto humano: “Acreditamos saber que existe uma saída, mas não sabemos onde ela está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la, temos que procurá-la por decisão própria. O que o labirinto ensina não é onde está a saída, mas quais são os caminhos que não levam a lugar algum”. No caso epidêmico, o elemento humano de hoje, representado pelas lideranças políticas de governos e parlamentos do G7, G20 ou G170, faz a diferença, infelizmente a favor do cataclismo pandêmico. Estamos preparados para os patógenos, mas despreparados para enfrentar uma das gerações de líderes globais mais medíocres dos últimos 50 anos, eleitas ou ungidas pelo apoio popular.
Guilherme S. Hummel - Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)
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Plataforma de IA simplifica acesso aos dados do DataSUS
O objetivo do projeto é democratizar informações de saúde pública armazenadas pelo SUS
Com a ajuda da tecnologia, os dados do DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil – devem ser transformados em informações acessíveis, por meio de um sistema de perguntas e respostas, uma espécie de “chatgpt do SUS”.
Atualmente, as informações, apesar de serem públicas, estão armezadas em forma de planilhas complexas, com informações robustas e técnicas o que inviabiliza o acesso da população. O objetivo do projeto de inteligência artificial da startup Dadosfera, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é elaborar um “Modelo de Linguagem Natural Brasileiro para Análise de Dados Tabulares do DATASUS”.
A nova tecnologia vai permitir que qualquer pessoa faça perguntas em português simples ao DATASUS e receba uma resposta. E poderá ser utilizada também por profissionais da área da saúde. Um usuário poderá, por exemplo, perguntar “Quantas internações por dengue aconteceram no estado de São Paulo em 2024?”. O sistema irá processar a pergunta, buscar os dados corretos em sua base e devolver a resposta de forma compreensível.
Segundo o coordenador do projeto e professor titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, Marcos André Gonçalves, mesmo sendo informações oficiais e abertas, hoje elas estão em planilhas complexas, que acabam restritas a especialistas. “Com essa tecnologia, qualquer cidadão poderá fazer perguntas em português simples e obter respostas estruturadas.”
O projeto terá duração de 12 meses e vai passar por algumas fases de desenvolvimento até ser liberado para a população. A iniciativa conta com a subcoordenação de Altigran Soares da Silva, professor titular do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (IComp/UFAM), e outros 11 pesquisadores: oito de iniciação científica (graduação), dois de mestrado e um de pós-doutorado.
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GAZETA DO POVO
Rede D'Or é eleita a empresa de saúde mais confiável do Brasil em ranking da Newsweek
O ranking global World's Most Trustworthy Companies 2025, da revista Newsweek, apontou a Rede D'Or como a empresa de saúde mais confiável do Brasil. O levantamento é um dos mais respeitados do mundo corporativo e ouviu 65 mil pessoas em 20 países, somando 200 mil avaliações e meio milhão de menções analisadas na internet.
A pesquisa avalia a confiança de consumidores/pacientes, colaboradores e investidores, reforçando o reconhecimento de uma marca que se destaca por unir excelência técnica, credibilidade e compromisso com o cuidado.
Mais do que um título, o reconhecimento da Newsweek reforça a liderança da Rede D'Or e a consistência de uma trajetória construída ao longo de décadas, com base em qualidade, transparência e responsabilidade em cada relação.
O que sustenta essa confiança
Na percepção dos consumidores e pacientes, a Rede D'Or se destaca pela excelência no atendimento, pela segurança dos processos clínicos e pela clareza na comunicação. Entre colaboradores, o destaque vem de uma cultura que valoriza oportunidades reais de crescimento, reconhecimento profissional e propósito compartilhado.
E na visão dos investidores, a empresa se firma pela governança sólida, sustentabilidade das práticas e visão de longo prazo, pilares que tornam a Rede D'Or um dos grupos mais admirados da saúde suplementar.
Na soma desses critérios, a Rede D'Or conquistou o posto de empresa brasileira mais confiável no setor de saúde, liderando a categoria Health Care & Life Sciences no ranking nacional. "Ser uma empresa confiável significa cuidar de forma responsável em todas as frentes: pacientes, médicos, colaboradores e investidores. A confiança é o que conecta tudo isso", afirma Rodrigo Gavina, CEO da Rede D'Or São Luiz.
Esses reconhecimentos se somam à presença da companhia entre as empresas brasileiras com maior número de hospitais listados no ranking World's Best Hospitals, da Newsweek. Em 2025, 28 unidades figuram entre as melhores do país, representando um quarto de todas as instituições brasileiras incluídas na lista.
Reconhecimento que vai além da pesquisa
A força dessa reputação se reflete também em outros prêmios de destaque. Em 2025, a Rede D'Or foi eleita a melhor empresa de serviços médicos pelo ranking Valor 1000, uma premiação anual organizada pelo jornal Valor Econômico, e teve seus hospitais reconhecidos entre os Mais Amados de São Paulo e do Rio de Janeiro, em votação realizada pelos leitores da Revista Veja.
Na capital paulista, a marca São Luiz conquistou o 1º lugar no ranking, e o Hospital Vila Nova Star ficou com o 3º lugar. No Rio de Janeiro, o Barra D'Or, o Copa D'Or e o Quinta D'Or foram eleitos pelos cariocas como os hospitais mais amados da cidade.
O Vila Nova Star e o São Luiz Itaim são opções diferenciadas e referências em serviços hospitalares para a comunidade médica e pacientes de São Paulo e de todo o Brasil.
Na Rede D'Or, a confiança se manifesta em protocolos clínicos rigorosos, em investimentos constantes em inovação, no respeito às equipes médicas e no foco inegociável na experiência de cada paciente. Essa postura fortalece um ciclo virtuoso: profissionais mais engajados, pacientes mais satisfeitos e resultados sustentáveis.
O reconhecimento é resultado de uma avaliação rigorosa, analisando critérios fundamentais para consumidores, colaboradores e investidores.
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Assessoria de Comunicação
Com o apoio da Ahpaceg, médicos participam de curso sobre técnica inovadora no diagnóstico de doenças biliares e pancreáticas

Nos dias 28 e 29 de novembro, médicos cirurgiões que atuam em hospitais da Rede Ahpaceg participaram do curso de colangioscopia com SpyGlass, um procedimento de colangioscopia avançada que permite a visualização direta e em alta definição dos ductos biliares e pancreáticos, por meio de sonda de fibra óptica e microcâmera, sem a necessidade de Raios-X ou contraste radiológico.
O evento, idealizado pelo médico Manoel Lemes em parceria com a empresa Boston Scientific, aconteceu na sexta-feira, 28, das 9h às 16h30, na sede da Ahpaceg, e continuou na manhã de sábado, 29. Aberto também a gestores hospitalares e representantes de operadoras de saúde, o curso foi pensado para integrar diferentes elos da cadeia assistencial em torno da adoção da tecnologia SpyGlass.

O objetivo do treinamento foi apresentar os benefícios da colangioscopia com SpyGlass, reconhecida por permitir diagnóstico e intervenção com maior precisão em casos complexos como cálculos biliares de difícil remoção, estenoses, lesões indeterminadas nos ductos e possíveis tumores biliares ou pancreáticos.
Ao apoiar a realização do curso, a Ahpaceg contribui para que médicos tenham acesso a novas tecnologias que aprimoram a qualidade e a segurança da assistência. Essa aproximação entre profissionais, gestores e operadoras fortalece a adoção de práticas mais modernas e, sobretudo, beneficia diretamente os pacientes, que passam a contar com diagnósticos mais precisos e cuidados cada vez mais seguros.


Parceira da Ahpaceg, a Boston Scientific oferece uma linha de financiamento aos associados para a aquisição da nova tecnologia.
Ahpaceg reúne hospitais para alinhar registro de indicadores e fortalecer a transparência na saúde privada em Goiás

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) realizou ontem, 27, uma reunião técnica para esclarecer dúvidas dos associados sobre indicadores assistenciais e promover a troca de experiências entre o grupo. O registro dos indicadores integra as ações da Ahpaceg, que, a partir de 2026, passará a divulgar as informações periodicamente, medida inédita no setor de saúde privada goiano e que vai ampliar a transparência sobre a qualidade e segurança dos serviços.
Na reunião, realizada na sede da Associação, a enfermeira Madalena Del Duqui, coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, detalhou informações sobre fichas técnicas, critérios de inclusão e exclusão de numeradores e denominadores, além de orientar sobre o correto lançamento dos dados. Ela também abordou as dúvidas mais frequentes recebidas dos hospitais.

Três instituições associadas apresentaram estratégias próprias para o monitoramento e a consolidação dos indicadores: Hospital do Coração de Goiás, Hospital Santa Helena e Hospital Ortopédico de Goiânia. As contribuições mostraram caminhos para aprimorar processos internos e qualificar a análise de resultados.
Segundo Madalena, a programação continua na próxima semana com uma edição online voltada aos demais hospitais e clínicas de imagem. As especialidades de oftalmologia terão um momento exclusivo, também marcado para a próxima semana.

A ampliação dos segmentos participantes da plataforma de indicadores está em andamento. Nutrição e farmácia serão incorporadas ao sistema, e profissionais dessas áreas terão reunião específica no dia 4 de dezembro, às 14 horas, na sede da Ahpaceg. O encontro abordará a plataforma, as fichas técnicas e os indicadores mais frequentes e relevantes.
O registro e monitoramento dos indicadores são fundamentais para a gestão dos serviços de saúde, pois permitem aferir desempenho, identificar oportunidades de melhoria e apoiar decisões estratégicas. Para a população, representam uma forma objetiva de compreender a qualidade e a segurança do atendimento oferecido pela rede privada. A iniciativa de disponibilizar esses dados de maneira sistemática pretende fortalecer a transparência e ampliar a confiança dos usuários nos serviços hospitalares do estado.
CLIPPING AHPACEG 28/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby
Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant
Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital
Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma
https://www.saudebusiness.com/colunistas/formacao-dos-medicos-a-nova-geracao-do-diploma/
Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB
IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação
https://medicinasa.com.br/ia-saude-potencial/
Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros
https://medicinasa.com.br/isencao-distribuicao-lucros/
Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”
Sem rede prestadora, não há saúde suplementar
Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP
Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”
https://ohoje.com/2025/11/27/mabel-ameaca-fechar-imas/
JORNAL OPÇÃO
Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby
A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado
A Justiça de Goiás arquivou definitivamente, nesta quarta-feira , 26, o inquérito contra a médica Bianca Borges Butterby, presa em 20 de maio sob suspeita de falsificação de medicamento, propaganda enganosa e exercício ilegal da medicina. Após a conclusão das investigações e manifestação do Ministério Público de Goiás (MPGO), que apontou atipicidade da conduta, a investigação foi encerrada sem oferecimento de denúncia. A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado.
Bianca é formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), possui inscrição ativa no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), pós-graduação em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e certificações da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Mesmo assim, foi tratada publicamente como “falsa médica”, situação que sua equipe jurídica considera ter provocado danos graves e irreparáveis à sua reputação.
O advogado Darô Fernandes, que lidera a defesa, afirma que o inquérito deveria ter sido arquivado desde o início. “A acusação era de que ela falsificava medicamentos, fazia propaganda enganosa e não era médica. No inquérito, provamos que nada disso existia. Demonstramos sua formação, seu registro no Cremego, todas as notas fiscais de medicamentos manipulados legalmente e a inexistência de qualquer ingrediente irregular. O Ministério Público pediu o arquivamento porque não havia fato ilícito, típico ou culpável. Ou seja, ela é inocente”, disse ao Jornal Opção.
Segundo Darô, o arquivamento encerra um processo que durou pouco mais de seis meses e que chegou a mobilizar pedidos de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Não houve irregularidade na decisão judicial, mas o inquérito não tinha elementos para seguir. Como foi arquivado, não existe ação penal contra ela”, explicou.
A defesa da doutora Bianca é composta pela banca de advogados: Daroszewski Advocacia (representa pelo advogado Jaroslaw Daroszewski – Darô Fernandes ) e Éboli Consultare (compostas pelos advogados Henrique Éboli e Leonardo Éboli).
“A verdade apareceu”
Em entrevista ao Jornal Opção, Bianca Borges Butterby relatou que o período em que esteve sob investigação provocou danos físicos, emocionais e financeiros. “A verdade apareceu. Eu nunca cometi nenhum ato ilícito, e agora a justiça está sendo feita”, afirmou. Ela contou que ficou cinco meses sem trabalhar, o que comprometeu sua renda e sua rotina profissional. “Sou profissional liberal. Se não trabalho, não tenho rendimentos”.
A médica também revelou que enfrentou um quadro grave de saúde decorrente do estresse. “Tive síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático. No dia da prisão, tive um pico de ansiedade que evoluiu para um sangramento hepático. Precisei de UTI e de cirurgia. Foi tudo muito danoso”, continuou.
Com o arquivamento, Bianca diz que busca reconstruir sua vida profissional. “Retomei meus atendimentos há pouco tempo, primeiro na clínica e, aos poucos, nos hospitais. Meus pacientes sempre acreditaram na verdade. Agora é seguir em frente, cabeça erguida, fazendo o que sempre fiz: uma medicina bem feita.”
A defesa afirma que deve ingressar com ação reparatória pelos danos sofridos, tanto pela prisão quanto pela exposição pública considerada injusta. “O que eu mais queria era minha inocência provada. Nenhuma reparação vai minimizar o que eu sofri, mas a justiça dos homens precisa ser buscada”, concluiu Bianca.
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TV ANHANGUERA
Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant
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Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital
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SAÚDE BUSINESS
Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma
Em 2025, o Brasil alcançou a marca de 494 escolas médicas, mais do que o triplo das faculdades existentes há duas décadas
A cada ano, formam-se no Brasil milhares de novos médicos. Para muitos jovens, o CRM (Conselho Regional de Medicina) na mão ainda é visto como passaporte automático para estabilidade, prestígio e boa remuneração. Mas os dados mais recentes mostram um cenário bem diferente – e, na minha visão, bastante desafiador.
Hoje, cerca de 35 mil estudantes concluem medicina e entram no mercado de trabalho por ano, e esse número deve ultrapassar os 50 mil egressos anuais nos próximos anos, impulsionado pelo crescimento do número de vagas e escolas médicas em todo o país.
Em 2025, o Brasil atingiu 494 escolas médicas, com 50.974 vagas de ingresso por ano – mais que o triplo do número de faculdades que existia há 20 anos. Se nada mudar, em poucos anos estaremos próximos da marca de 50 mil novos médicos formados anualmente.
Dito isso, fica a reflexão: o que acontece com todos esses médicos depois da colação de grau?
O gargalo da residência: números que não fecham
A residência médica ainda é, com razão, o “padrão-ouro” de formação especializada. O problema é que a conta simplesmente não fecha.
Segundo dados da Demografia Médica 2025, de 2017–2018 para 2023–2024, passamos de 17.130 graduados em medicina para 32.611 egressos. No mesmo período, as vagas de residência aumentaram bem menos: de 13.322 para apenas 16.189 vagas.
Ou seja:
Em 2023–2024, tivemos 32.611 novos médicos disputando 16.189 vagas de residência.
Isso significa um déficit anual de mais de 16 mil médicos sem vaga de residência, e essa defasagem quase triplicou no período analisado.
Quando projetamos esse cenário para o futuro, com turmas de graduação cada vez maiores, fica claro: não há, e não haverá, residência para todo mundo.
O resultado já aparece nos números gerais: em dezembro de 2024, o Brasil tinha 353.287 médicos especialistas (59,1%) e 244.141 generalistas (40,9%), ou seja, quase metade dos médicos sem título de especialista.
Não se trata apenas de estatística. Estamos formando uma “geração do CRM sem rumo”: jovens médicos que chegam ao mercado sem um caminho estruturado de desenvolvimento, empurrados para decisões de carreira por pressão financeira, geográfica ou simples falta de informação.
Os caminhos (nem sempre conscientes) do recém-formado
Diante desse cenário, enxergo quatro trajetórias principais que se repetem hoje entre os jovens médicos no Brasil.
1. A corrida exaustiva pelos preparatórios e residências disputadas
O primeiro grupo é o dos que entram na “linha de batalha” dos cursinhos de residência. É o caminho mais tradicional:
Alguns passam no R1 logo no primeiro ciclo.
Muitos repetem provas por 2, 3, 4 anos, conciliando plantões mal remunerados, dívidas estudantis e pressão familiar.
Há méritos claros aqui: a residência bem escolhida ainda oferece formação robusta, acesso a casos complexos, preceptoria estruturada e melhor empregabilidade. Mas os custos emocionais são altos:
Burnout precoce, sensação de fracasso a cada reprovação.
Adiamento da vida financeira (casamento, filhos, compra de casa) porque “a vida só começa depois da residência”.
Risco de escolher a especialidade mais “quente” do mercado, e não aquela que faz sentido para a vocação do médico.
O problema não está em fazer prova de residência, mas em colocar toda a estratégia de carreira em um funil cada vez mais estreito, sem plano B consistente.
2. Pós-graduações e especializações fora da residência
O segundo caminho é o dos médicos que buscam programas de pós-graduação e especialização lato sensu, MBAs, fellowships e cursos avançados oferecidos por hospitais, instituições privadas e sociedades de especialidade.
Esse movimento cresceu muito nos últimos anos, por três razões principais:
Defasagem de vagas de residência – muita gente não consegue entrar, mas precisa se diferenciar.
Flexibilidade – muitos cursos permitem conciliar estudos com trabalho clínico.
Novas áreas de atuação – dor, medicina esportiva, estética, gestão em saúde, tecnologia médica, telemedicina, longevidade, entre outras.
Aqui, porém, existe um ponto crítico: nem toda pós-graduação é igual. Há programas sérios, com forte componente prático, supervisão adequada e inserção em serviços consolidados. E há também cursos essencialmente teóricos, com pouca ou nenhuma experiência de campo, que prometem “formar especialistas” sem entregar o que o mercado e os pacientes esperam.
Para o jovem médico, a pergunta não deveria ser “tem certificado?”, mas:
Qual é a carga prática real?
Quem são os preceptores e onde atuam?
O programa tem integração com serviços de referência?
Como os ex-alunos estão hoje?
A pós-graduação pode ser um excelente caminho – sobretudo em áreas em que a residência é limitada ou inexistente – desde que o médico entenda suas potencialidades e limites. Em muitos casos, ela não substitui a residência em concursos públicos ou processos seletivos hospitalares.
3. Migrar para cidades menores só com o diploma
O terceiro caminho é o do médico que deixa os grandes centros e migra para cidades menores, muitas vezes no interior, apenas com o diploma de graduação.
A Demografia Médica 2025 mostra que 58% dos médicos atuam em capitais e grandes cidades, concentrando oferta e concorrência nesses polos. Isso abre espaço real em regiões menores, onde:
A demanda reprimida por atendimento médico é grande.
O médico generalista ainda ocupa posição central na rede de atenção.
A comunidade tende a valorizar mais o vínculo longitudinal.
As vantagens são óbvias:
Mercado menos saturado.
Oportunidade de construir reputação e carteira de pacientes mais rapidamente.
Custos de vida muitas vezes menores.
Mas há riscos importantes:
Isolamento profissional: pouca troca com outros especialistas, menor acesso a serviços de alta complexidade.
Exigência de atuar como “clínico para tudo” sem a base prática que uma boa residência ofereceria.
Maior responsabilidade e pressão, especialmente em locais sem retaguarda hospitalar qualificada.
Se bem planejada, com supervisão remota, atualizações constantes e boa rede de apoio, essa pode ser uma escolha estratégica. Sem planejamento, pode se transformar em fonte de ansiedade, insegurança clínica e erros evitáveis.
4. Ficar nos grandes centros sem especialização, aceitando baixas remunerações
Talvez o cenário mais preocupante seja o do médico que permanece nas grandes capitais, sem residência e sem formação complementar sólida, entrando em um ciclo de subemprego médico:
Plantões mal remunerados em pronto-atendimento.
Jornadas extensas, múltiplos vínculos, contratos precários.
Trabalho repetitivo, com pouco espaço para aprendizado estruturado.
Esse é um terreno fértil para a chamada “uberização da medicina”: médicos substituíveis, pressionados por metas de volume a qualquer preço, com pouca autonomia clínica e quase nenhuma perspectiva de carreira de longo prazo.
Do ponto de vista da saúde pública e privada, isso também é perigoso: um grande contingente de médicos desmotivados, exaustos e sem plano de desenvolvimento impacta diretamente na qualidade assistencial e na experiência do paciente.
O que um jovem médico deveria considerar hoje
Diante desse cenário, a decisão pós-diploma não pode ser automática. Algumas perguntas precisam ser feitas cedo:
Quem eu quero ser como médico daqui a 10 anos?
Mais que a especialidade, é sobre o tipo de vida, rotina, renda desejada, local onde quer morar, equilíbrio entre trabalho e família.
Quais caminhos combinam melhor com esse projeto de vida?
Residência em grandes centros?
Pós-graduação robusta com foco em prática?
Interiorização planejada?
Combinação de etapas (por exemplo, 2–3 anos em cidade menor + retorno para especialização)?
Quais competências não clínicas eu preciso desenvolver?
Com o cenário atual, não basta saber clínica e cirurgia. A nova geração de médicos vai precisar, cada vez mais, de:
Gestão de carreira e finanças pessoais.
Comunicação e relacionamento com pacientes, equipes e gestores.
Tecnologia e análise de dados em saúde.
Liderança, negociação e trabalho em equipe.
Estou escolhendo por vocação ou por pânico?
Entrar em qualquer pós, aceitar qualquer trabalho, mudar para qualquer cidade, apenas para “não ficar parado”, é compreensível – mas pode custar caro no médio prazo.
Do “passaporte” ao projeto de carreira
O diploma de medicina deixou de ser um passaporte automático para estabilidade.
Ele é, cada vez mais, apenas o primeiro carimbo de uma jornada que exige escolhas maduras, dados na mesa e muito mais consciência de carreira.
Entre cursinhos de residência, pós-graduações, interiorização e permanência em grandes centros, não existe caminho perfeito. O que existe é a necessidade de:
Planejar, em vez de apenas reagir.
Combinar formação técnica com competências de negócios e de relacionamento humano.
Reivindicar, como categoria, políticas mais responsáveis de formação e especialização.
Se não conectarmos a expansão da graduação médica a um projeto consistente de formação pós-diploma, corremos o risco de transformar a medicina brasileira em um campo de frustrações – tanto para médicos quanto para pacientes.
O jovem médico de hoje não precisa apenas de um CRM.
Ele precisa de estratégia de carreira, boa informação e coragem para fazer escolhas que vão muito além da próxima prova de residência.
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SAÚDE DEBATE
Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB
O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), uma das mais tradicionais entidades científicas da área cirúrgica no país, manifestou por meio de carta, o seu apoio à nota conjunta divulgada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a chamada Ordem Médica Brasileira (OMB).
Na declaração, o CBC reforça a posição das instituições que compõem a Comissão Mista de Especialidades (CME) — composta pelo CFM, AMB e CNRM — destacando que não há base legal que permita a qualquer organização fora desse tripé emitir títulos de especialista ou de área de atuação para médicos.
O comunicado alerta profissionais e sociedade sobre os riscos de iniciativas que tentam criar títulos, selos ou certificações sem reconhecimento oficial, o que pode gerar confusão, insegurança e comprometer a qualidade da assistência em saúde.
A entidade médica ressalta ainda que todos os seus títulos e certificações seguem rigorosamente as normas da CME, incluindo o Título de Especialista em Cirurgia Geral, as áreas de atuação em Cirurgia do Trauma, Cirurgia Videolaparoscópica, Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além da habilitação em Cirurgia Robótica.
O CBC ainda afirma no documento que qualquer tentativa de contornar esse sistema regulado não contribui para a boa formação médica e desrespeita o compromisso com a segurança da população.
Ao se posicionar, o Colégio reafirma sua confiança nas instituições que regulam a atividade médica no Brasil e se mantém alinhado à AMB e ao CFM na defesa de uma certificação séria, transparente e legalmente constituída.
Pedro Eder Portari Filho
Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
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MEDICINA S/A
IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação
A inteligência artificial (IA) já é uma realidade incontornável na saúde. Da triagem de pacientes ao suporte ao diagnóstico, passando pela gestão hospitalar e pela análise preditiva de dados clínicos, os algoritmos estão redesenhando a maneira como o sistema de saúde opera. O potencial é imenso – reduzir custos, otimizar recursos e ampliar o acesso à medicina de qualidade. Mas esse entusiasmo precisa caminhar lado a lado com prudência, governança e responsabilidade.
O Brasil vive agora um momento decisivo nesse equilíbrio. O Congresso Nacional discute o projeto de lei que criará o marco regulatório da inteligência artificial no país. O texto, em fase final de elaboração, adota uma lógica de regulação baseada em risco, segundo a qual as exigências legais devem ser proporcionais à gravidade e ao impacto de cada aplicação. No caso da saúde, isso significa distinguir, por exemplo, um algoritmo que ajuda na priorização de exames de outro que atua diretamente em procedimentos invasivos. O modelo proposto prevê uma governança coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com papéis definidos para Anvisa e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – buscando evitar sobreposição de competências e, ao mesmo tempo, incentivar a inovação responsável.
Essa discussão chega em boa hora. Países que avançaram primeiro nesse campo, como os europeus, vêm revisando suas normas após perceberem que o excesso de rigidez pode travar a inovação e afastar investimentos. A lição é que regular é necessário, mas regular mal pode ser pior do que não regular. O desafio brasileiro é aprender com essas experiências e construir um modelo próprio – capaz de proteger o cidadão, garantir segurança jurídica e fortalecer a indústria nacional de tecnologia.
Eu acredito que o verdadeiro ponto de equilíbrio está justamente entre segurança e inovação. A IA é uma ferramenta poderosa, mas não neutra. Requer responsabilidade ética, transparência nos critérios de decisão e proteção rigorosa dos dados pessoais. Ao mesmo tempo, é essencial que o país mantenha liberdade para criar, testar e adaptar soluções à sua realidade. Sem uma base de dados estruturada, interoperável e protegida, qualquer avanço será frágil. E sem liberdade para inovar, não vai produzir resultados.
Há, ainda, a questão cultural. A adoção da IA na saúde não depende apenas de tecnologia, mas de confiança. Profissionais de saúde ainda demonstram resistência – em parte pela falta de familiaridade, em parte pelo receio de que os sistemas automatizados substituam o julgamento clínico. Esse é um equívoco que precisa ser superado. A inteligência artificial não substitui o médico: ela o potencializa. Ao reduzir tarefas burocráticas e apoiar decisões, permite que o foco volte a ser o que importa: o cuidado humano.
A regulação em andamento pode ajudar a consolidar essa confiança. Um marco legal bem calibrado tem o poder de oferecer previsibilidade a investidores, pesquisadores e hospitais, e de garantir que a inovação avance dentro de parâmetros seguros. E essa regulação de ser viva e ágil, capaz de acompanhar a velocidade da tecnologia e de se ajustar às transformações do setor, sem travar quem já está inovando.
A inteligência artificial representa, portanto, um divisor de águas na forma de cuidar, planejar e gerir a saúde. Seu potencial de transformar o sistema público é enorme, mas sua implementação exige governança proporcional ao seu poder. A combinação entre regulação inteligente, confiança profissional e inovação ética será o caminho para que a IA cumpra seu papel: humanizar o futuro da saúde.
*Valter Lima é CEO da CTC.
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Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros
Durante anos, a distribuição de lucros foi a forma mais vantajosa de remunerar médicos que atuam como sócios de clínicas. O modelo era simples: a empresa pagava seus tributos e os lucros podiam ser repassados aos médicos sem qualquer tributação adicional. Esse mecanismo ajudou muitas clínicas a equilibrar custos, atrair profissionais e organizar a remuneração de forma eficiente.
Com a mudança recente na legislação, esse cenário se transforma de maneira relevante. A distribuição de lucros deixa de ser isenta e passa a ser tributada na pessoa física dos médicos, mesmo quando o profissional trabalha diretamente no objeto social e recebe parte do rendimento como pró-labore e parte como lucros. Isso altera a lógica financeira que sustentou o funcionamento de inúmeras clínicas pelo país.
O impacto é especialmente forte no setor médico porque boa parte das sociedades foi estruturada justamente com base nessa eficiência tributária. Em muitas clínicas, o pró-labore era mantido no mínimo necessário e o restante da remuneração era distribuído como lucro. Agora, se nada for ajustado, a carga tributária do médico tende a aumentar e a margem da clínica pode diminuir.
Diante desse novo cenário, muitos negócios precisarão repensar sua estrutura interna. Algumas clínicas terão de revisar o regime tributário adotado, reavaliar o contrato social e até ajustar a forma de remuneração entre os sócios. Modelos mistos — que combinem pró-labore, distribuição racional de lucros, participação em resultados e benefícios — devem se tornar mais comuns. Outras poderão adotar centros de resultado internos, organizando de forma mais precisa o que cada especialidade, sala ou profissional gera para o negócio, criando uma divisão mais justa e estratégica.
Também volta ao debate a possibilidade de sociedades uniprofissionais, mas apenas para casos específicos em que a prestação seja totalmente pessoal e técnica, sem características empresariais. É uma alternativa que pode funcionar para alguns, mas não serve para a maioria das clínicas que já operam como verdadeiros negócios de saúde.
Em termos práticos, a mudança exige que cada médico entenda algo simples: o modelo antigo, baseado fortemente na distribuição isenta, não se sustenta mais. Quem continuar operando do mesmo jeito terá perda financeira. Quem ajustar a estrutura terá mais previsibilidade e poderá até melhorar sua organização interna, reduzindo conflitos entre sócios, clarificando responsabilidades e tornando a gestão mais profissional.
A tributação dos lucros não representa o fim das empresas médicas, mas sim o fim de um modelo que funcionou bem por muito tempo. A partir de agora, clínicas que desejam permanecer competitivas precisarão apostar em governança, eficiência e transparência. Médicos que são sócios terão de encarar sua clínica não apenas como um consultório ampliado, mas como um negócio que exige organização, estratégia e planejamento.
O futuro das clínicas médicas será menos sobre “como pagar menos imposto” e mais sobre “como estruturar melhor o negócio”. E, para muitos, isso pode ser uma excelente oportunidade de evolução.
*Guilherme Chambarelli é Advogado Tributarista e Sócio do Chambarelli Advogados.
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TRIBUNA DO PLANALTO
Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”
Prefeito reforça que plano passará por gestão terceirizada em caráter de teste por um ano; se não houver melhora, o plano será encerrado
O prefeito Sandro Mabel (UB) reafirmou que a Prefeitura vai abrir uma licitação para entregar a operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Ele declarou que se o modelo não funcionar e não acabar “a confusão” em torno do atendimento, o plano de saúde dos servidores será fechado. A declaração foi feita à TV Serra Dourada nesta quarta-feira (26).
Ao ser questionado por uma telespectadora sobre relatos de que médicos, clínicas e hospitais seguem recusando o convênio, apesar dos descontos continuarem vindo na folha dos servidores, Mabel disse que o problema não é falta de pagamento, mas o descompasso entre o que o servidor contribui e o tamanho da cobertura oferecida.
“Não existe falta de pagamento. Existe uma cota dentro do convênio muito acima até do que se paga. Você consegue pagar 80 reais e ter oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A Prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, respondeu a Maria Luz.
Mabel destacou que o município não tem condições técnicas de operar um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”
O prefeito explicou que a gestão trabalha com duas possibilidades: ou entrega a operação a uma empresa especializada ou extingue o Imas e oferece um auxílio para que cada servidor contrate seu próprio plano.
“É isso que nós iremos fazer: abrir uma licitação para isso e experimentar por mais um ano. Se funcionar bem, se funcionar direito e não tiver o tanto de confusão que tem em cima, nós vamos manter o plano. Se não andar bem, nós vamos fechar esse plano do Imas.”
Reestruturação
A proposta que redesenha o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia deve ficar pronta até meados de dezembro, segundo a presidente Gardene Moreira.
O texto, que altera a forma de contribuição e busca corrigir distorções históricas do plano, foi compartilhado pelo prefeito Sandro Mabel com o Ministério Público de Goiás, que acompanha o rombo de cerca de R$ 150 milhões do Imas.
A ideia da Prefeitura é encaminhar o projeto à Câmara Municipal no retorno do recesso, no início de 2026. A reestruturação inclui mudanças na cobrança, possivelmente adotando valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.
Gardene afirmou ao Jornal Opção que não haverá “mudanças gritantes”, mas admite que o modelo atual não se sustenta: hoje o servidor paga 4% e pode incluir toda a família, o que pressiona o instituto.
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O GLOBO
Sem rede prestadora, não há saúde suplementar
A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento
A atual defesa do acordo entre a Unimed Ferj e a Unimed do Brasil tenta enquadrar uma crise sistêmica como um bem-sucedido "pacto institucional". Mas, para quem está no chão de fábrica da saúde - hospitais, clínicas, laboratórios, empresas de home care e centros especializados - o que se vê não é reorganização. É a repetição de uma tragédia anunciada.
Desde 20 de novembro, a carteira de 344 mil beneficiários operada pela Unimed Ferj passou à gestão compartilhada com a Unimed do Brasil, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ). A narrativa oficial insiste em chamar isso de solução. Do ponto de vista dos prestadores, trata-se de mais uma tentativa paliativa para um problema estrutural que se arrasta há mais de uma década no Rio de Janeiro.
A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento.
O modelo apresentado se sustenta sobre um equívoco técnico. Pelo desenho do compartilhamento de risco, apenas cerca de 7% da arrecadação permanece com a Unimed Ferj. Esse percentual é insuficiente até para sustentar a operação corrente - quanto mais para amortizar um passivo que já ultrapassa os R$ 2 bilhões, considerando a dívida herdada da Unimed-Rio e ampliada ao longo da gestão da Ferj. Esperar que esse arranjo resolva o rombo financeiro é, na prática, alimentar uma ilusão.
A Ferj assumiu a carteira da Unimed-Rio com uma dívida estimada em R$ 1,6 bilhão. Agora, entrega uma operação cujo passivo gira em torno de R$ 2 bilhões. Não apenas não resolveu o problema: aprofundou-o. A lógica é a mesma, o discurso é o mesmo, restando apenas a mudança de nomes e a tentativa de apresentar a repetição como inovação.
O ponto central permanece sem resposta: de onde virá o recurso novo para manter a operação funcionando e, ao mesmo tempo, honrar os compromissos com os prestadores que mantiveram o atendimento mesmo sem receber?
A situação se agrava porque os prestadores seguem sendo pressionados a atender sem contratos claros, sem cronogramas formais de pagamento e sem qualquer tipo de garantia financeira. Na prática, hospitais e clínicas estão sendo forçados a bancar o sistema. Isso inverte completamente a lógica do setor. Não cabe à rede prestadora financiar a operação de uma operadora insolvente.
Além disso, falta transparência. Não há dados públicos confiáveis sobre a arrecadação efetiva dessa carteira, nem sobre a destinação dos recursos, nem sobre o valor consolidado do passivo. Não está claro quanto é dívida da Unimed-Rio, quanto foi gerado sob a gestão da Ferj e o que, de fato, será assumido pela Unimed do Brasil. Toda operadora é obrigada a reportar essas informações mensalmente à ANS. Por que, nesse caso, elas seguem restritas e fragmentadas?
Enquanto isso, a realidade na ponta é alarmante. Grandes redes hospitalares já suspenderam atendimentos. Empresas de home care estão recusando novos pacientes crônicos e dependentes vitais. Isso não é pressão política: é consequência direta da inadimplência e da insegurança contratual. O risco de desassistência é concreto e imediato.
Diante desse cenário, a ANS não pode se limitar ao papel de espectadora técnica de um processo que ela própria conduz. Se a agência determinou essa engenharia de transição, ela tem responsabilidade direta sobre a transparência dos dados, sobre a clareza quanto às dívidas e sobre a viabilidade econômica do modelo. Endossar uma solução sem exigir garantias é transferir o risco para quem está na ponta.
Nos últimos anos, já vimos três ou quatro tentativas de "solução" para esse mesmo problema. Todas falharam. Todas foram apresentadas como técnicas e responsáveis. Todas deixaram um saldo de dívidas maiores, rede mais fragilizada e pacientes mais vulneráveis. A insistência nesse caminho não é prudência. É uma aposta temerária.
O sistema de saúde suplementar não se sustenta sobre discursos de solidariedade institucional, mas sobre fluxo financeiro, contratos claros e previsibilidade. Sem pagamento, não há rede. Sem rede, não há atendimento. E sem atendimento, todo o arranjo perde sentido.
O que os prestadores exigem é básico: transparência integral sobre arrecadação e passivos; garantias jurídicas e financeiras mínimas; um plano emergencial de recomposição de pagamentos; e um plano estrutural que não empurre o problema para a próxima crise. E, sobretudo, participação efetiva de quem mantém a assistência funcionando no debate com a ANS, o Ministério Público e as demais instituições envolvidas.
Sem rede prestadora, não existe saúde suplementar. O que está em jogo não é a imagem de uma marca, mas a continuidade do atendimento e a saúde de centenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro.
*Guilherme Jaccoud é presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcus Quintella é presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro
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METROPOLES
Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP
Por outro lado, fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara da EMS para produzir canetas emagrecedoras
O Ministério da Saúde reprovou definitivamente as propostas apresentadas por fundações ligadas ao governos de Goiás e de São Paulo para a produção de canetas emagrecedoras. O resultado final da avaliação foi publicado na edição dessa terça-feira (25/11) do Diário Oficial da União (DOU). Até então, os projetos estavam em fase de recurso.
Enquanto o Ministério da Saúde exclui projetos ligados a governos de oposição, a Fiocruz - que é um braço da pasta - firmou contrato com a EMS para a produção de canetas emagrecedoras apesar de a farmacêutica ter apresentado uma proposta mais cara do que a da concorrente, conforme revelou a coluna nesta reportagem.
Além disso, a parceria da Fiocruz com a EMS vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para investigar a parceria, que foi anunciada nas redes sociais pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), como uma "notícia bombástica".
As duas propostas recusadas pela pasta foram fornecidas pelo Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e pela Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego). Ambos os projetos foram apresentados pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024.
No início deste mês, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo o Furp e a Iquego descumpriram requisitos básicos, "como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente". "A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política", acrescentou o órgão.
Procurada desde terça-feira para prestar novos esclarecimentos, a Pasta não se manifestou.
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O HOJE
Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”
Prefeito afirma que vai testar por um ano a terceirização da operação do plano dos servidores e admite que o modelo atual é insustentável. Dívida supera R$ 145 milhões e cobertura segue em colapso
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou nesta quarta-feira (26) que o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas) poderá ser fechado caso a terceirização da operação, prevista para o próximo ano, não reduza os problemas enfrentados pelo plano de saúde.
Nesta quarta-feira (26), em entrevista à TV Serra Dourada, Mabel voltou a defender a entrega da operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Segundo ele, a terceirização será um “teste final” para avaliar a viabilidade do plano de saúde dos servidores.
O prefeito respondeu a uma telespectadora que questionou a recusa de médicos, clínicas e hospitais em atender o convênio, mesmo com os descontos mantidos na folha. Mabel negou falta de pagamento, mas afirmou que há um desequilíbrio estrutural no modelo.
“Você consegue pagar 80 reais e incluir oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, disse o prefeito.
Segundo ele, o município não possui capacidade técnica para gerir um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”
Mabel disse que a gestão trabalha com duas alternativas:
— contratar uma empresa especializada para operar o Imas;
— ou extinguir o instituto e conceder auxílio financeiro para que cada servidor contrate seu próprio plano.
“Se funcionar direito e acabar a confusão, vamos manter. Se não, fecharemos o plano”, afirmou.
Reestruturação em andamento
A presidente do Imas, Gardene Moreira, afirmou que a proposta de redesenho do instituto deve ser finalizada até meados de dezembro. O texto prevê mudanças na forma de contribuição, correção de distorções históricas e adoção de valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acompanha o processo, diante do rombo superior a R$ 145 milhões. A expectativa da prefeitura é enviar o projeto final à Câmara no retorno do recesso, no início de 2026.
Terceirizações aceleradas na Saúde
Paralelamente à crise no Imas, a rede de Saúde viveu episódios críticos ao longo do ano. Em julho, o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) suspendeu partos por falta de pagamento a anestesistas, e a restrição se espalhou para outras unidades.
A prefeitura rompeu o contrato com a Fundahc no dia 28 de julho e, no mesmo dia, criou uma comissão de transição. Três dias depois, já havia definido novas organizações sociais para assumir emergencialmente as maternidades por três meses — duas de São Paulo e uma do Mato Grosso. O repasse registrado foi de R$ 38 milhões.
Apesar da intervenção, denúncias persistiram. Em novembro, a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, apontou insegurança profissional, incerteza salarial, equipes reduzidas e mau atendimento. Pacientes relataram demora nas emergências, sobretudo nas unidades Dona Iris e Nascer Cidadão.
As OSs negaram as acusações.
— O Instituto Patris afirmou ter realizado cerca de 80 partos na primeira semana de novembro.
— A AHBB disse não haver filas ou atrasos e pediu reformas e pagamento antecipado do piso da enfermagem.
— A Sociedade Beneficente São José destacou melhorias como laboratório próprio e reforço das equipes.
As divergências escancararam falhas de monitoramento e falta de transparência nos contratos emergenciais.
Um governo guiado por “choque de eficiência”
A estratégia de Mabel tem sido apresentada pela prefeitura como um “choque de eficiência”, diante da crise financeira que marca 2025. Além da Saúde e do Imas, o Paço encaminha:
estudos para terceirizar parte da Educação infantil;
análises para concessão de parques públicos;
revisão de contratos e parcerias já existentes;
reestruturações internas em áreas estratégicas.
O ritmo acelerado das decisões gera reações na Câmara Municipal, que cobra mais transparência, e no MP-GO, que monitora de perto cada etapa do processo.
O que vem pela frente
A prefeitura deve entregar ao Ministério Público a versão final do Plano de Transformação Estrutural do Imas até o fim de novembro. A partir de então, o novo modelo será acompanhado por um ano.
Se o desempenho não melhorar, Mabel voltou a dizer que não descarta o encerramento do instituto.
A possibilidade preocupa sindicatos e servidores, que temem perder a cobertura e não veem clareza no futuro do plano — um órgão que, mesmo em crise, atende milhares de famílias em Goiânia.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 27/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Nota de Repúdio| Cremego: Médica agredida em Aparecida de Goiânia
https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/nota-de-repudio-cremego-medica-agredida.html
Presa no semiaberto agride médica dentro da UPA do Parque Flamboyant, em Aparecida
CFM reforça mobilização no Senado e segue confiante no avanço do PL da Proficiência em Medicina
Anvisa aprova registro de vacina nacional contra dengue
IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação
https://medicinasa.com.br/ia-saude-potencial/
IA cria “médicos fantasmas” para vender Ozempic falsificado
https://medicinasa.com.br/golpe-ia-ozempic-pirata/
Desafio dos hospitais: unir conhecimento, tecnologia e propósito
Cuidado contínuo: como a tecnologia está redesenhando a saúde
FOLHA DO PLANALTO
Nota de Repúdio| Cremego: Médica agredida em Aparecida de Goiânia
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudia a violência sofrida pela médica Ana Paula Martins Ferreira (CRM/GO 35088), agredida e ameaçada por uma paciente durante plantão na UPA Flamboyant, em Aparecida de Goiânia.
O Cremego é signatário do Pacto Medicina Segura, uma mobilização nacional dos CRMs e CFM pela segurança no exercício da profissão, e tem atuado para combater a violência contra os médicos.
Profissionais que se dedicam diariamente a cuidar e salvar vidas precisam ser respeitados e protegidos.
O presidente Rafael Martinez manifesta solidariedade à colega e a todos os médicos que, infelizmente, vivenciam essas ameaças e agressões que precisam parar.
Não há justificativa para o ocorrido.
Médicos não podem continuar sendo vítimas de agressões físicas, verbais e psicológicas, nem da precarização das condições de trabalho e do aviltamento salarial.
Além do Boletim de Ocorrência, os profissionais devem denunciar esses casos ao Conselho por meio do formulário: bit.ly/formulario_agressao
O Cremego seguirá firme para garantir que todos os médicos exerçam a medicina com segurança, dignidade e condições adequadas.
Cremego: Por uma Medicina mais Segura
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JORNAL OPÇÃO
Presa no semiaberto agride médica dentro da UPA do Parque Flamboyant, em Aparecida
Paciente se exaltou depois de ser chamada cinco vezes pelo painel eletrônico e também por aviso verbal, sem comparecer ao consultório
A Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia atuou na noite de terça-feira, 25, após uma mulher em atendimento agredir uma médica dentro da UPA do Parque Flamboyant. A agressora cumpre pena em regime semiaberto por homicídio e, segundo a ficha criminal, deveria estar usando tornozeleira eletrônica, que não foi encontrada no momento da detenção.
De acordo com o Registro de Ocorrência e o relato da vítima, a paciente se exaltou depois de ser chamada cinco vezes pelo painel eletrônico e também por aviso verbal, sem comparecer ao consultório. Minutos depois, ela procurou a médica na enfermaria, onde a profissional preparava a internação de outra paciente, alegando que não havia sido acionada.
A médica orientou que ela retornasse à recepção para ser atendida pelo profissional responsável naquele momento. A mulher, porém, bloqueou a porta, impediu a circulação da médica, passou a fazer ameaças e exigiu atendimento imediato. Ao tentar impedir que a médica retomasse os atendimentos, a agressora deu duas cabeçadas no rosto da profissional.
A equipe da GCM que estava de plantão foi acionada, conteve a mulher e garantiu a retomada do funcionamento da unidade. Em seguida, a suspeita foi conduzida ao 4º Distrito Policial, no Garavelo, onde o caso foi registrado.
A ocorrência foi enquadrada como lesão corporal grave, conforme o Art. 129, §1º, inciso I, do Código Penal. A médica realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, e a investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.
Em nota, a Prefeitura de Aparecida afirmou que não tolera agressões contra profissionais de saúde. O município destacou que as unidades de urgência e emergência contam com videomonitoramento, botão de pânico e presença permanente da GCM, reforçando a segurança de servidores e pacientes e garantindo a continuidade dos serviços.
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PORTAL CFM
CFM reforça mobilização no Senado e segue confiante no avanço do PL da Proficiência em Medicina
Em sessão extraordinária realizada nesta quarta-feira (26), no Senado Federal, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) analisou o Projeto de Lei nº 2.294/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina. A proposta é de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP), relatada pelo senador Dr. Hiran Gonçalves (PP/RR).
O Conselho Federal de Medicina (CFM) esteve presente com os conselheiros federais Rosylane das Mercês Rocha, Estevam Rivello, Francisco Cardoso, Flávio Freitas, Alceu Peixoto, Antônio Meira e Marcelo Lemos, reforçando a mobilização pela aprovação da matéria.
A tramitação avança em meio a amplo diálogo com o Parlamento e com o governo. Apesar do pedido de vista coletiva, solicitado nesta quarta-feira pelo senador Rogério Carvalho (PT/SE), adiando a deliberação final, o clima entre os representantes médicos permaneceu de firmeza e otimismo. O CFM garante que continuará atuando para assegurar o que considera um marco essencial para a qualidade da formação médica no país.
Atribuição legítima – A conselheira federal Rosylane das Mercês Rocha, 2ª vice-presidente do CFM, reiterou o papel legal do CFM na avaliação profissional: “Esse texto foi construído de forma democrática, com a participação do governo, dos senadores e das entidades médicas. Ele traz o Enamed para dentro da lei e mantém a competência do MEC de avaliar estudantes, mas reafirma que cabe ao CFM avaliar o médico formado, garantindo que ele reúne condições adequadas para atender a nossa população.”
“Com surpresa, hoje, ouvimos do senador Rogério Carvalho algo diferente do que afirmou anteriormente. O MEC avalia alunos; o Conselho Federal de Medicina avalia o profissional médico. Estamos aqui reunidos e contamos com os senadores que se comprometeram com a defesa do exame de proficiência”, complementou
Mobilização nacional pela aprovação – O relator da matéria, senador Dr. Hiran Gonçalves, reforçou que o texto construído é fruto de consenso técnico, mas ainda enfrenta resistência política: “Apresentamos um relatório construído por todas as entidades médicas, pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde. Mas enfrentamos uma resistência grande. O governo não abre mão de uma prerrogativa que, por lei, é do CFM. Nós não abrimos mão dessa responsabilidade.”
O senador conclamou a união da classe médica e dos parlamentares: “Nada resiste ao trabalho. Vamos mobilizar os senadores que apoiam nossa causa e que são a grande maioria. Na próxima semana, queremos aprovar esse projeto, proteger a sociedade e seguir para a Câmara dos Deputados.”
Um compromisso com o paciente – O Conselho Federal de Medicina tem marcado a sua posição institucional em defesa de uma medicina mais segura, qualificada e responsável. Como atesta pesquisa Datafolha encomendada pela autarquia, para os brasileiros, o Exame Nacional de Proficiência é uma medida essencial diante da expansão desordenada de cursos de medicina e da heterogeneidade na formação dos egressos.
É praticamente uma unanimidade nacional: 96% da população avalia que os médicos recém-formados devem ser aprovados em um exame de proficiência antes de começar a atender a população. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas.
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AGÊNCIA BRASIL
Anvisa aprova registro de vacina nacional contra dengue
Imunizante é o primeiro de dose única
Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira (26/11) o registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina da dengue (Butantan-DV) produzida pelo Instituto Butantan. A intenção é começar a aplicação da doses em 2026, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Instituto Butantan, já há 1 milhão de unidades da vacina contra a dengue prontas para distribuição. Este é o primeiro imunizante no mundo de apenas uma dose. A estimativa do Butantan é ter disponível mais de 30 milhões de doses em meados de 2026.
“Hoje é um dia de alegria, de vitória da vacina, de vitória da ciência, de vitória da cooperação entre o SUS brasileiro e de suas instituições públicas que estão espalhadas pelo país, entre elas o Instituto Butantan”.
A indicação aprovada é para pessoas na faixa etária de 12 a 59 anos de idade. Este perfil ainda pode ser ampliado no futuro, a depender de novos estudos apresentados pelo fabricante.
Padilha, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ressaltou a qualidade da vacina contra a dengue.
“Sabemos já dos dados publicados, sabemos da segurança dessa vacina. Estamos falando de um hat-trick: é uma vacina 100% brasileira, tem capacidade de proteção ampla e é uma dose apenas”.
A nova vacina será integrada ao Programa Nacional de Imunização (PNI). De acordo com o governo, o ministério apresentará a novidade já nesta quinta-feira (27) à Comissão Tripartite, formada por secretários estaduais e municipais de saúde, bem como a estratégia de incorporação.
“Queremos começar a utilização dessa vacina no começo do calendário vacinal de 2026”, revelou o ministro.
Segundo Priscilla Perdicaris, secretária-executiva da Saúde do Estado de São Paulo, em 2025, o Brasil teve 866 mil casos de dengue e 1.108 mortes confirmadas. "Mesmo antes da aprovação, o Butantan correu para produzir 1 milhão de doses, porque sabíamos que eram estudos robustos e que seriam aprovados". Para Perdicaris, há uma importância grande de a Butantan-DV ser em dose únca: "Para nós que estamos na operação, isso muda completamente a história do jogo: facilita a logística e aumenta a adesão da população".
O governador Tarcísio de Freitas ressaltou a importância do novo imunizante: "ser dose única vai nos ajudar muito do ponto de vista da logística e da cobertura vacinal. Infelizmente ainda perdemos muitas vidas para a dengue e é um cenário que vamos poder reverter rapidamente com uma vacina 100% brasileira".
Leandro Pinheiro Safatle, diretor-presidente da Anvisa, também presente no evento no Instituto Butantan, comemorou a aprovação da nova vacina: "O registro da vacina da dengue é uma fonte de orgulho não só para a Anvisa, mas para o país. Estamos avançando com o registro de uma tecnologia que é desenvolvida e feita nacionalmente pelo Instituto Butantan. Os resultados que serão apresentados em breve são muito bons. O trabalho que foi feito junto com o Butantan pela Anvisa foi fenomenal entre as duas equipes". Safatle comentou lembrou ainda que o desenvolvimento da Butantan-DV teve o apoio do "BNDES e do ministério da Saúde com R$ 130 milhões para a parte da pesquisa de fase 2 e fase 3".
Butantan-DV
A vacina chamada de Butantan-DV, é o primeiro imunizante contra dengue em dose única do mundo. Ela foi desenvolvida pelo Instituto do Butantan a partir de uma parceria articulada pelo Ministério da Saúde com a empresa chinesa WuXi Vaccines.
A nova vacina utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado, segura e já utilizada em outros imunizantes em uso no Brasil e no mundo, como a tríplice viral, febre amarela, poliomielite e algumas da gripe.
De acordo com a avaliação técnica da Anvisa, a Butantan-DV apresentou uma eficácia global de 74,7% contra dengue sintomática na população de 12 a 59 anos. Isso significa que, em 74% dos casos, a doença foi evitada por conta da vacina.
Também demonstrou 89% de proteção contra as formas graves e com sinais de alarme, conforme publicação na The Lancet Infectious Diseases.
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MEDICINA S/A
IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação
A inteligência artificial (IA) já é uma realidade incontornável na saúde. Da triagem de pacientes ao suporte ao diagnóstico, passando pela gestão hospitalar e pela análise preditiva de dados clínicos, os algoritmos estão redesenhando a maneira como o sistema de saúde opera. O potencial é imenso – reduzir custos, otimizar recursos e ampliar o acesso à medicina de qualidade. Mas esse entusiasmo precisa caminhar lado a lado com prudência, governança e responsabilidade.
O Brasil vive agora um momento decisivo nesse equilíbrio. O Congresso Nacional discute o projeto de lei que criará o marco regulatório da inteligência artificial no país. O texto, em fase final de elaboração, adota uma lógica de regulação baseada em risco, segundo a qual as exigências legais devem ser proporcionais à gravidade e ao impacto de cada aplicação. No caso da saúde, isso significa distinguir, por exemplo, um algoritmo que ajuda na priorização de exames de outro que atua diretamente em procedimentos invasivos. O modelo proposto prevê uma governança coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com papéis definidos para Anvisa e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – buscando evitar sobreposição de competências e, ao mesmo tempo, incentivar a inovação responsável.
Essa discussão chega em boa hora. Países que avançaram primeiro nesse campo, como os europeus, vêm revisando suas normas após perceberem que o excesso de rigidez pode travar a inovação e afastar investimentos. A lição é que regular é necessário, mas regular mal pode ser pior do que não regular. O desafio brasileiro é aprender com essas experiências e construir um modelo próprio – capaz de proteger o cidadão, garantir segurança jurídica e fortalecer a indústria nacional de tecnologia.
Eu acredito que o verdadeiro ponto de equilíbrio está justamente entre segurança e inovação. A IA é uma ferramenta poderosa, mas não neutra. Requer responsabilidade ética, transparência nos critérios de decisão e proteção rigorosa dos dados pessoais. Ao mesmo tempo, é essencial que o país mantenha liberdade para criar, testar e adaptar soluções à sua realidade. Sem uma base de dados estruturada, interoperável e protegida, qualquer avanço será frágil. E sem liberdade para inovar, não vai produzir resultados.
Há, ainda, a questão cultural. A adoção da IA na saúde não depende apenas de tecnologia, mas de confiança. Profissionais de saúde ainda demonstram resistência – em parte pela falta de familiaridade, em parte pelo receio de que os sistemas automatizados substituam o julgamento clínico. Esse é um equívoco que precisa ser superado. A inteligência artificial não substitui o médico: ela o potencializa. Ao reduzir tarefas burocráticas e apoiar decisões, permite que o foco volte a ser o que importa: o cuidado humano.
A regulação em andamento pode ajudar a consolidar essa confiança. Um marco legal bem calibrado tem o poder de oferecer previsibilidade a investidores, pesquisadores e hospitais, e de garantir que a inovação avance dentro de parâmetros seguros. E essa regulação de ser viva e ágil, capaz de acompanhar a velocidade da tecnologia e de se ajustar às transformações do setor, sem travar quem já está inovando.
A inteligência artificial representa, portanto, um divisor de águas na forma de cuidar, planejar e gerir a saúde. Seu potencial de transformar o sistema público é enorme, mas sua implementação exige governança proporcional ao seu poder. A combinação entre regulação inteligente, confiança profissional e inovação ética será o caminho para que a IA cumpra seu papel: humanizar o futuro da saúde.
*Valter Lima é CEO da CTC.
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IA cria “médicos fantasmas” para vender Ozempic falsificado
Pesquisadores da Check Point Software revelam uma nova onda de golpes online, impulsionada por inteligência artificial generativa (IA), em que grupos criminosos fabricam medicamentos falsos para emagrecimento e reproduzem a identidade visual de organizações de saúde da Europa. As campanhas replicam logotipos, certificados e outros elementos institucionais para criar aparência de legitimidade e atrair pessoas em busca de alternativas aos medicamentos oficiais à base de agonistas do GLP-1.
Nesse contexto, os criminosos digitais inauguram uma nova fronteira de fraude ao se passarem por médicos e clínicas reais para vender medicamentos falsificados, usando IA e deepfakes para produzir fotos, vídeos e depoimentos altamente convincentes. A ação ultrapassa o golpe financeiro: vítimas são levadas a comprar e consumir substâncias não aprovadas e potencialmente perigosas, comercializadas como prescrições legítimas. A ameaça cruza o mundo virtual e o físico ao explorar a confiança em profissionais de saúde para ampliar alcance, gerar receita ilícita e colocar usuários em risco real.
Vale destacar que, no Brasil, em agosto deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a manipulação da substância semaglutida, usada em canetas de emagrecimento como Ozempic e Wegovy e no medicamento oral Rybelsus. Em comunicado oficial, a Anvisa definiu critérios, prescrição médica e retenção de receita para insumos farmacêuticos ativos (IFAs) agonistas do hormônio GLP-1, empregado em tratamentos de diabetes tipo 2 e obesidade.
Na investigação dos especialistas da Check Point Software, eles identificaram um grande volume de anúncios, vídeos e sites gerados por IA utilizando:
Identidade visual do NHS (Serviço Nacional de Saúde, órgão do Reino Unido) e “profissionais do NHS” fabricados;
Logotipos de AEMPS (Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários / Espanha), ANSM (Agência Nacional Francesa de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde / França), BfArM (Instituto Federal Alemão de Medicamentos e Dispositivos Médicos / Alemanha) e AIFA (Agência Italiana de Medicamentos / Itália);
Farmacêuticos, médicos e depoimentos de pacientes falsificados;
Embalagens inventadas, alegações clínicas e imagens de “transformação em 7 dias”;
Depoimentos em vídeo sintéticos criados com IA.
Esses golpes já se espalham pelo Instagram, TikTok, YouTube e anúncios pagos, e muitos consumidores não conseguem distinguir o real do falso.
IA e desinformação
A combinação de manipulação por IA com desinformação em saúde pública abriu espaço para que imitações perigosas circulem mais rápido do que orientações médicas confiáveis. E, com a demanda por medicamentos à base de GLP-1 em alta, o risco para consumidores mais vulneráveis cresce no mesmo ritmo.
Os pesquisadores conduziram uma análise de infraestrutura que mostra que essas campanhas médicas fraudulentas operam de forma coordenada, praticamente como uma verdadeira indústria do crime:
Infraestrutura compartilhada: muitos sites médicos fraudulentos estão interligados no nível de infraestrutura. Eles compartilham endereços IP e utilizam os mesmos provedores de hospedagem, muitas vezes em países com regras fracas de segurança online. Domínios, certificados SSL e datas de registro mostram padrões de agrupamento, com dezenas de sites fraudulentos lançados simultaneamente, provavelmente por mecanismos automatizados.
Designs comuns de sites: a análise de código-fonte revelou que muitos portais foram construídos com os mesmos modelos e roteiros. Layouts, elementos de interface e sistemas de pagamento repetidos apontam para o uso de “kits prontos” que agilizam a criação de clínicas falsas.
Imagens geradas por IA: fotos de médicos, clínicas e embalagens exibem sinais típicos de geração artificial. Inconsistências de iluminação, texturas incomuns e padrões repetitivos sugerem que um mesmo modelo generativo foi usado em múltiplas operações.
Kits de fraude à venda: em áreas clandestinas da Internet, golpistas vendem kits completos contendo tudo o que é necessário para montar um site médico falso: template/modelos, imagens, scripts de automação de hospedagem e até traduções multilíngues. Essa “comoditização” permite que indivíduos com pouca expertise técnica lancem golpes globalmente.
“O que estamos observando nesses golpes envolvendo GLP-1 representa um patamar totalmente novo de fraude. Os criminosos não falsificam apenas o produto, eles recriam todo o ecossistema ao redor dele. Com o apoio da IA, conseguem gerar em poucos minutos supostos médicos, farmacêuticos, avaliações, embalagens e até logotipos de sistemas nacionais de saúde de diversos países. Para o público em geral, tudo isso passa facilmente por legítimo”, explica Amit Weigman, engenheiro de segurança de Gestão de Riscos Empresariais (ERM) e evangelista da Check Point Software.
Weigman reforça que é justamente isso que torna esses golpes tão eficazes: eles parecem locais, autênticos e clinicamente confiáveis. Um crachá falso da NHS ou a fachada de uma farmácia francesa já bastam para convencer muita gente. Para ele, segurança preventiva apoiada por IA é essencial para conter esse tipo de falsificação em larga escala antes que chegue ao público.
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SAÚDE BUSINESS
Desafio dos hospitais: unir conhecimento, tecnologia e propósito
A primeira etapa da proposta para a construção do hospital inteligente prevê um investimento de R$ 1,7 bilhão
No final de outubro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o Brasil se prepara, a partir de 2026, para começar a investir na criação de uma rede nacional de hospitais inteligentes. A proposta conta com o apoio do Banco dos BRICS, da Faculdade de Medicina da USP e do Hospital das Clínicas, inspirada em modelos internacionais de saúde pública. Vejo nesse projeto, independentemente de bandeiras partidárias, uma inspiração positiva, além de uma oportunidade única de aproximar o que há de mais inovador na iniciativa privada brasileira das necessidades do SUS.
Quando pensamos em hospitais inteligentes, estamos falando de uma gestão sustentável e efetiva da saúde. Essas unidades assistenciais incorporam tecnologias avançadas para transformar a experiência do paciente e a segurança do cuidado e permitir que ela se amplie para cada vez mais brasileiros, com um atendimento acolhedor e mais humano.
Como médico e gestor de saúde, testemunho diariamente os benefícios da gestão inteligente, apoiada em uma base de dados rica e bem estruturada. Posso citar inúmeros exemplos, mas, para ilustrar, destaco a inteligência artificial que analisa prescrições médicas em tempo real, cruzando informações do prontuário, exames e histórico dos pacientes para antecipar riscos e apoiar a atuação da equipe de farmácia clínica.
Em um cenário em que o número de novos fármacos cresce continuamente, essa tecnologia não apenas evita interações arriscadas e eventos adversos, mas também amplia a eficiência das equipes, reduz custos e consolida uma cultura de cuidado preventivo.
Já um exemplo de como a tecnologia pode transformar o cuidado em regiões mais remotas e com menos especialistas é a recente realização da primeira telecirurgia robótica não experimental da América Latina. O marco simboliza um salto concreto da tecnologia robótica e abre caminho, ainda, para um novo modelo de formação médica à distância, em que cirurgiões de todo o país podem ser acompanhados e orientados remotamente, ampliando o alcance da robótica cirúrgica e democratizando o acesso à medicina de alta complexidade.
A impressão 3D tem sido um recurso essencial no apoio a casos clínicos mais complexos, permitindo um planejamento cirúrgico mais preciso com a criação de próteses customizadas e conectando os profissionais pelo Metaverso. Essas tecnologias podem reduzir em até 15% o tempo transoperatório, além de contribuírem para uma recuperação mais rápida do paciente e para o aumento da produtividade de médicos e hospitais.
Além disso, a digitalização das informações em saúde viabiliza uma medicina mais assertiva, voltada para a entrega de alta qualidade assistencial com eficiência, propósito, melhor gestão e redução de custos. É a capacidade de transformar dados clínicos em decisões seguras e ágeis. Sem dúvidas, a chave para implementar a inovação em ampla escala depende de um olhar cuidadoso para os processos e de como aperfeiçoá-los por meio da integração digital, automação e conectividade.
Unir tecnologia e boas práticas assistenciais é o caminho para garantir um cuidado cada vez mais seguro, eficiente e humano, seja na rede pública ou privada de saúde. A inovação, quando aplicada com propósito, tem um grande poder na construção de um modelo de saúde verdadeiramente integrado. Ao aproximar esse modelo de inteligência da rede pública, o Brasil tem a chance de proteger um número cada vez maior de vidas.
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Cuidado contínuo: como a tecnologia está redesenhando a saúde
O uso de dados pode reduzir riscos clínicos, reinternações e custos. Metadescrição: Tecnologias conectam instituições, modernizam fluxos assistenciais e ampliam o acesso à saúde
A fronteira entre tecnologia e cuidado nunca esteve tão próxima. Sensores cada vez menores, algoritmos mais inteligentes e plataformas interoperáveis estão preparando o terreno para uma nova lógica na saúde: o cuidado contínuo, alimentado por dados que fluem em tempo real entre paciente, equipe médica e sistemas de informação.
No Brasil, esse movimento ainda é incipiente, mas avança rápido em universidades, start-ups deeptech e centros de pesquisa que desenvolvem biowearables de alta precisão, bioreceptores capazes de detectar alterações metabólicas em segundos e soluções de monitoramento remoto voltadas ao acompanhamento de doenças crônicas. Iniciativas de parceria universidade-indústria, laboratórios de wearables e programas de aceleração têm produzido protótipos que, em poucos anos, podem redefinir a lógica do cuidado.
“A transição do cuidado reativo para o cuidado proativo representa uma mudança estrutural na medicina — e os dados contínuos são o coração dessa transformação”, diz Willyan Hasenkamp, Co-Founder & CEO da Biosens, uma deeptech brasileira dedicada ao desenvolvimento de diagnósticos point-of-care (POC).
Para o executivo, enquanto a medicina tradicional depende de pontos isolados de informação, dispositivos point-of-care (POC) descentralizados permitem coletar dados no instante e no local em que o cuidado acontece. “Esses fluxos alimentam algoritmos de inteligência artificial que precisam de volume, variedade e atualização constante para refletir a complexidade da vida real.”
Hasenkamp continua, explicando que, com acesso a dados frequentes, altera-se a forma de atuação do profissional de saúde. “Em uma emergência, o resultado de um exame pode ser analisado em minutos, acelerando decisões. No entanto, a base dessa mudança é clara: sem dados confiáveis capturados por biossensores não há inteligência artificial verdadeiramente preditiva.”
A Biosens estruturou sua plataforma segundo padrões globais como HL7 e FHIR — os mesmos utilizados pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Isso permite que resultados de testes POC sejam enviados diretamente ao prontuário eletrônico e à infraestrutura nacional de saúde digital.
Ainda assim, Hasenkamp ressalta que a interoperabilidade é apenas o “último quilômetro” da jornada. “Sem dados capturados com precisão na ponta do cuidado, nenhuma integração gera valor.”
No dia a dia, os desafios ainda são muito para que os biossensores saiam do laboratório e possam se tornar de uso massivo. Dentre eles, o executivo cita aspectos regulatórios, validação científica, custo e produção em escala. A interoperabilidade, embora relevante, na opinião de Hasenkamp, é considerada um obstáculo menor quando comparada aos gargalos produtivos e de hardware.
Interoperabilidade ainda é um desafio
De acordo com Grace Teresinha Marcon Dal Sasso, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), o Brasil atravessa um momento crucial de maturação na interoperabilidade em saúde.
“Após décadas de iniciativas fragmentadas, a adoção do HL7 FHIR como padrão estruturante da RNDS inaugurou uma nova fase: mais moderna, mais conectada e alinhada às melhores práticas internacionais. Essa mudança foi um ‘divisor de águas’ que reposicionou o país no debate global sobre arquitetura digital em saúde.”
Grace destaca que a expansão da RNDS — hoje já integrando dados de vacinação, exames laboratoriais, atendimentos clínicos e novas camadas conectadas à saúde suplementar — é um dos maiores avanços do período recente.
“O Brasil também tem investido em guias públicos de implementação, participação em laboratórios colaborativos FHIR e consolidação institucional via SUS Digital e Estratégia de Saúde Digital 2028, documentos que definem prioridades estratégicas para os próximos anos.”
Ainda assim, os gargalos continuam expressivos. A heterogeneidade entre municípios, hospitais e prestadores privados segue sendo um dos principais entraves para a adoção uniforme dos padrões.
“Muitas unidades ainda produzem dados não estruturados, incompatíveis com terminologias clínicas ou sem aderência aos perfis FHIR. A governança da informação é frágil em muitos locais, e a formação técnica — tanto de profissionais de TI quanto das equipes assistenciais — ainda é insuficiente para garantir a aplicação correta de modelos, terminologias e boas práticas de interoperabilidade”, avalia Grace.
Na opinião da especialista, qualidade e integridade dos dados não são apenas requisitos técnicos — são o alicerce de todo o ecossistema digital. Ela defende uma abordagem baseada em: modelagem robusta da informação pautada em FHIR; terminologias clínicas padronizadas (SNOMED CT, LOINC, CID-10, CID-11); governança formal de dados, com dicionário único, validação automática, monitoramento, rastreabilidade e trilhas de auditoria; boas práticas de captura e registro no ponto do cuidado; e gestão completa do ciclo de vida dos algoritmos de IA, com mitigação de vieses, auditoria e avaliação contínua de desempenho.
“Além disso, marcos regulatórios como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as diretrizes da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e políticas do Ministério da Saúde precisam convergir para garantir uso ético, seguro e centrado no paciente.”
A adoção de tecnologias tem recebido apoio estruturado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Um dos principais mecanismos dessa estratégia é o Programa e Projeto Prioritário de Interesse Nacional (PPI Saúde Digital), coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Por meio dele, empresas podem direcionar parte do imposto devido para financiar projetos de P&D voltados a IA, interoperabilidade, dispositivos vestíveis e outras tecnologias emergentes, acelerando o caminho entre descoberta científica e aplicação prática.
“Esse movimento se fortalece à medida que universidades, start-ups deeptech e hospitais começam a atuar de forma integrada no desenvolvimento de biowearables, biossensores e plataformas inteligentes”, explica Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital.
Para estimular essa colaboração, o MCTI realizou recentemente uma chamada pública dentro do PPI-Saúde Digital, selecionando redes de pesquisa que formam um ecossistema robusto e descentralizado de inovação.
Entre elas estão a CareNet.AI, focada em cuidado inteligente; a REDI-SUS, dedicada a diagnóstico e acompanhamento remoto; a ReNTAI, voltada à telessaúde avançada; a plataforma mareIA, para telemonitoramento preditivo; a INTEROPCHAIN, que explora blockchain para consentimento e interoperabilidade; e a Rede SOFIA, concentrada em soluções para saúde materno-infantil.
“Outro pilar dessa estratégia é a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), que há 20 anos estimula a integração entre profissionais da saúde para conduzir projetos colaborativos em pesquisa, inovação, gestão, educação e assistência em saúde digital”, destaca Cristina Akemi Shimoda, coordenadora-geral de Transformação Digital.
Cuidado conectado: a estratégia das instituições de saúde
Com a aposta no cuidado contínuo se consolidando como uma das principais estratégias da inovação em saúde no Brasil, o InovaHC tem buscado transformar esse conceito em prática. No hub de inovação do Hospital das Clínicas, diversas start-ups já desenvolvem wearables, sensores e tecnologias de monitoramento remoto voltadas ao acompanhamento de pacientes crônicos.
“Essas soluções estão sendo incorporadas ao projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação conduzido em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que prioriza a adoção de modelos de telemonitoramento e dispositivos aplicados à saúde digital”, detalha Giovanni Cerri, presidente dos Conselhos dos Institutos de Radiologia (InRad) e de Inovação (InovaHC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 26/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Justiça aponta falhas e mantém assembleia na Unimed cancelada
Sindicato dos Médicos vai tentar barrar edital da prefeitura de Goiânia que ‘precariza’ trabalho
Nova edição da Blitz da Saúde CDI Premium terá foco na campanha Novembro Azul Diabetes
https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/nova-edicao-da-blitz-da-saude-cdi.html
Pronto Atendimento Virtual: auxiliando a eficiência em autogestões
https://medicinasa.com.br/conexa-assefaz/
O Brasil no cenário global de pesquisas em doenças raras
https://medicinasa.com.br/pesquisas-doencas-raras/
Care Plus investe R$ 10 milhões em clínicas especializadas em TEA
https://medicinasa.com.br/care-plus-mindplace-kids/
ABCIS homenageia executivos de saúde no prêmio Notáveis 2025
Rede D'Or é eleita a empresa de saúde mais confiável do Brasil em ranking da Newsweek
Fechado desde maio, centro de referência para doenças contagiosas em Goiânia segue sem nova sede
MIDIA NEWS
Justiça aponta falhas e mantém assembleia na Unimed cancelada
A Justiça de Mato Grosso manteve suspenso a realização da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Unimed Cuiabá, marcada para esta terça-feira (25) e convocada por um grupo de cooperados.
A suspensão foi determinada pelo juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível da Capital, que acolheu pedido da própria cooperativa e considerou que houve irregularidades tanto na convocação quanto no número de assinaturas exigidas para validar o ato.
A decisão do magistrado foi mantida pela desembargadora plantonista Tatiane Colombo.
Segundo o juiz Yale Sabo Mendes, a convocação publicada pelos cooperados violou o Estatuto Social e a Lei nº 5.764/1971, que rege o sistema cooperativista.
O magistrado destacou que não houve inércia da diretoria, requisito necessário para legitimar a autoconvocação. Pelo contrário: a administração respondeu à solicitação dentro das 48 horas, informando o prazo estatutário de 15 dias para análise.
A Unimed ainda apresentou declarações de cooperados que pediram a retirada de suas assinaturas, levantando dúvidas sobre o cumprimento do quórum mínimo de 20% exigido para a instalação da assembleia. A pauta da AGE previa medidas de forte impacto, como a destituição da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração, anulação de deliberações anteriores e eleição de gestores interinos.
Considerando o risco de dano institucional e a possibilidade de instabilidade administrativa, o magistrado determinou a suspensão da AGE e de quaisquer efeitos de eventual reunião já realizada, fixando multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
Inconformados, os cooperados responsáveis pela convocação ingressaram com um recurso junto ao plantão do Tribunal de Justiça, pedindo autorização imediata para manter o evento.
Eles argumentaram ter reunido 267 assinaturas, superior ao percentual exigido, e alegaram que a retratação de parte dos cooperados teria ocorrido sob pressão.
Contudo, a desembargadora plantonista Tatiane Colombo negou o pedido de efeito suspensivo.
Para ela, não há elementos suficientes que comprovem ilegalidade na decisão de 1º grau, nem urgência que autorize reverter a suspensão.
A magistrada reforçou que os temas submetidos à AGE possuem grande impacto e exigem especial rigor formal, concluindo que a realização da assembleia poderia gerar instabilidade e comprometer a continuidade dos serviços de saúde prestados pela cooperativa.
Com isso, permanece válida a ordem judicial que impede a realização da AGE até julgamento final da ação.
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MAIS GOIÁS
Sindicato dos Médicos vai tentar barrar edital da prefeitura de Goiânia que ‘precariza’ trabalho
O Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) decidiu, em assembleia geral extraordinária na noite de segunda-feira (24), dar continuidade às medidas judiciais para impugnar edital da prefeitura de Goiânia que, segundo a entidade, precariza o trabalho, reduz a remuneração e não garante condições adequadas. Os presentes também decidiram enviar ofícios ao Ministério Público, ao Conselho Federal de Medicina (CFM), à Associação Médica Brasileira (AMB), à Federação Médica Brasileira (FMB), às sociedades de especialidades e ao Conselho Municipal de Saúde (CMS) da capital.
Segundo o Simego, o corte previsto no edital seria por meio da redução dos plantões pagos aos profissionais, com cortes superiores a 15% em alguns casos. Ao Jornal Opção, o representante do Simego, Robson Azevedo, disse que a prefeitura só poderia publicar o novo edital com autorização do Conselho Municipal de Saúde, que já tinha recusado a proposta duas vezes. Desta forma, o sindicato optou por acionar o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Ministério Público.
Não está descartada uma greve. Esta, contudo, depende do andamento das negociações com a prefeitura. Também participaram do encontro, que ocorreu na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), vereadores Gustavo Cardoso Gomides, conhecido como Dr. Gustavo (Agir), e Fabrício Rosa (PT). O petista disse ao Mais Goiás que vai questionar quais critérios a Secretaria Municipal de Saúde utilizou para reduzir o salário dos médicos e que irá ingressar com ação judicial e denúncia ao Ministério Público.
“Temos cobrado do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) a realização de concursos e de chamamento. Dos médicos e também demais profissionais da saúde. Temos visto as precarizações em geral – não dos médicos -, pejotização, transferência para OS…”, afirma. Fabrício adianta, ainda, que pedirá a impugnação do edital ainda nesta tarde, tanto administrativamente na prefeitura, porque o próprio edital abre um prazo para impugnação, quanto no Tribunal de Contas do Município.
O Mais Goiás procurou a prefeitura e aguarda retorno.
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FOLHA DO PLANALTO
Nova edição da Blitz da Saúde CDI Premium terá foco na campanha Novembro Azul Diabetes
Ação social acontece toda última sexta-feira de cada mês,em Goiânia (GO)
Renato Daher e Haikal Helou integram novo corpo de conselheiros do CBEXS Goiás

O CBEXS Chapter Goiás será relançado no dia 12 de dezembro, no auditório da Coopanest Goiânia. Durante o evento, que ocorrerá das 7h30 às 17h30, será empossada a nova diretoria da entidade, que terá na presidência Renato Gomes e, entre os conselheiros, o presidente da Ahpaceg, Renato Daher, e o presidente do Conselho de Administração da Associação, Haikal Helou.
Além da posse da diretoria, o evento reunirá gestores, especialistas e autoridades para discutir soluções práticas e inovadoras para o sistema de saúde goiano. O painel de abertura será conduzido por Renato Gomes, Francisco Balestrin e Christiano Quinan, com o tema “A Saúde do Amanhã”.
Também serão debatidos os temas “Políticas Públicas e Privadas para a Saúde: Política de Governo ou Política de Estado?”, “Atenção Primária à Saúde como Estratégia para a Sustentabilidade da Saúde Hoje e Amanhã”, “Saúde: Desafio para a Educação e Formação de Lideranças” e “Saúde Phygital”.
Haikal Helou será debatedor do painel “O Cenário do Financiamento em Saúde no Brasil”. Além dos painéis temáticos, a programação contará com a apresentação de um Case de Sucesso no Cooperativismo, conduzida por Haroldo Carneiro e Wagner de Sá, presidente e vice-presidente da Coopanest-GO.
O evento é gratuito, e para participar basta se inscrever na plataforma EVEN3: https://www.even3.com.br/a-saude-do-amanha-641507
CLIPPING AHPACEG 25/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Prefeitura aponta avanço de 22,7% na capacidade operacional do Samu em 2025
Prefeitura de Goiânia lança sistema de agendamento de consultas por app
Governança clínica garante acreditações e otimiza performance hospitalar
Gestores de saúde pública recebem capacitação contra assédio e discriminação
Por que a Saúde Suplementar não vai sobreviver focada em custos
https://medicinasa.com.br/premissa-invertida/
Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME
https://medicinasa.com.br/imposicoes-unilaterais-opme/
A REDAÇÃO
Prefeitura aponta avanço de 22,7% na capacidade operacional do Samu em 2025
Até agora, serviço realizou 41mil atendimentos
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia registrou avanço de 22,7% na capacidade operacional em 2025, após as medidas implementadas pela gestão Sandro Mabel. A informação consta em relatório divulgado nesta segunda-feira (24/11), pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que locou 16 novas ambulâncias, viabilizou junto ao Ministério da Saúde (MS) a aquisição de um veículo próprio e revisou protocolos operacionais que agilizam o retorno das unidades para circulação.
Outra medida importante, de acordo com a pasta, foi a reestruturação do Núcleo de Educação Permanente do Samu, que passou a oferecer capacitações, cursos, atualizações e workshops voltados a todos os profissionais envolvidos no atendimento pré-hospitalar.
O documento em questão aponta que, entre janeiro e outubro, foram realizados 41.883 atendimentos pelo Samu, sendo sete mil a mais que no mesmo período de 2024. “Recebemos o Samu com um grande déficit de recursos humanos. Nós contratamos credenciados, melhoramos as condições de trabalho e conseguimos atrair servidores efetivos, recompondo as equipes assistenciais. Hoje estamos com 521 servidores, explica o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer.
“Temos muito orgulho em entregar um serviço que funciona 24 horas por dia, inclusive em áreas remotas ou de difícil acesso, garantindo o direito à saúde para toda a população”, destaca a coordenadora do Samu Goiânia, Jacqueline Leão.
O Samu pode ser acionado gratuitamente pelo número 192, por celulares ou telefones fixos. Os atendentes fazem a triagem inicial e, em seguida, a ligação é direcionada ao médico regulador, responsável pelas orientações de socorro e pelo envio da ambulância necessária para cada situação.
As unidades estão distribuídas em 11 pontos estratégicos da cidade, o que reduz o tempo de resposta entre o chamado e o encaminhamento ao hospital de referência. O serviço deve ser acionado em casos como queimaduras graves, trabalho de parto de alto risco, suspeita de infarto ou AVC, convulsões, afogamentos, choques elétricos, acidentes de trânsito com vítimas, entre outros.
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Prefeitura de Goiânia lança sistema de agendamento de consultas por app
Ferramenta começa com mais de 10 mil vagas
O prefeito Sandro Mabel lançou nesta segunda-feira (24/11) o Mais Saúde Goiânia, serviço de agendamento de consultas disponibilizado no aplicativo Prefeitura 24h. A ferramenta, segundo o chefe do Executivo municipal, facilita e torna mais rápido o acesso da população à saúde e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), inicia a operação com mais de 10 mil vagas para consultas em diversas especialidades.
Durante o evento, Mabel lembrou que assumiu a gestão de Goiânia em meio a uma grave crise na saúde e destacou que esta é uma prioridade da prefeitura. “Estamos lançando um app que já tem inteligência artificial e que vai facilitar a vida de quem precisa marcar a consulta. Nós esperamos com isso que possa dar uma maior agilidade para a população”, disse Mabel.
A rede de atenção básica de Goiânia oferta mensalmente cerca de 28 mil consultas e é a porta de entrada para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo aplicativo Prefeitura 24h, podem ser agendadas consultas com clínico geral, pediatra, ginecologista e cirurgião-dentista na rede de atenção primária do município, composta por mais de 100 unidades de saúde.
“Essa é uma alternativa a mais para que o cidadão consiga marcar suas consultas de atenção básica. É um aplicativo bem simples e intuitivo: a pessoa vai colocar o CPF, vai escolher a região, a especialidade que ele deseja fazer e já vai ser feito o agendamento para a data mais próxima que for disponível”, explicou o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer.
Cadastro no SUS
O secretário reforçou ainda que o agendamento pelo aplicativo só está disponível para os usuários que têm cadastro no SUS. Aqueles que não têm, precisam ir pessoalmente em uma unidade de saúde fazer o cadastro. Após isso, segundo Pellizzer, as especialidades aparecem no agendamento de acordo com CPF do usuário, considerando o gênero e a idade.
“Vão ser 28 mil consultas ofertadas mensalmente nesse aplicativo, além do 0800-646-1560 (ligações de telefone fixo) e WhatsApp (62) 3209-9727, que continuam funcionando.”, afirmou o secretário. “Estamos facilitando a marcação de consultas com o app, mas, se você não pode ir à consulta, desmarque, porque aí você abre espaço para outra pessoa ser consultada”, pediu Mabel.
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SAÚDE BUSINESS
Governança clínica garante acreditações e otimiza performance hospitalar
O modelo gera cria vantagem competitiva sustentável e garante reconhecimento no mercado de saúde
A governança clínica e as acreditações em hospitais desempenham papel fundamental na qualidade e segurança dos serviços de saúde. E mais do que reconhecimento e credibilidade agrega diretrizes importantes na gestão risco, segurança do paciente, estrutura e controle e também para a sustentabilidade financeira. Esse assunto é tema de diversas discussões entre gestores e especialistas do setor.
Segundo o gestor, médico e professor Juliano Gasparetto, menos de 10% dos hospitais no Brasil têm algum tipo de acreditação — uma espécie de “selo de qualidade” que reconhece instituições que seguem padrões rigorosos de qualidade e segurança no atendimento à saúde.
Gasparetto dirige dois hospitais com perfis bem diferentes: o Universitário Cajuru, que atende só pelo SUS, e o São Marcelino Champagnat, referência no atendimento privado e suplementar. Os dois têm acreditações máximas, o que, segundo o médico, não é um luxo — é uma necessidade. “Você não compraria um carro sem saber se o freio funciona. Por que aceitamos ser operados em hospitais que não passam por nenhuma checagem?”, questiona o gestor durante o II Congresso Nacional de Direito Médico e da Saúde.
Segurança é prioridade
A implementação efetiva de governança sólida e busca por certificações representam investimentos estratégicos que resultam em benefícios tangíveis para todas as partes envolvidas no ecossistema hospitalar.
Para Gasparetto, a segurança do paciente e a qualidade do atendimento não dependem apenas de bons médicos ou equipamentos modernos. “É preciso ter regras claras, processos padronizados, trabalho em equipe e transparência nos resultados”.
Um exemplo prático é o trabalho colaborativo entre os setores. Médicos, enfermeiros, gestores e até o setor jurídico do hospital trabalham juntos para garantir o melhor cuidado possível, com o menor risco. “Quando tudo é feito de forma organizada, os erros diminuem, os tratamentos são mais eficientes e a confiança aumenta. Isso faz bem para o paciente e também para o hospital”, explica Gasparetto.
Segundo o advogado especializado em saúde, Tertius Rebel, dessa forma, o setor jurídico deixa de ser apenas um “bombeiro de crise” e passa a atuar como parte estratégica da governança corporativa. “Governança e propósito são pilares da eficiência. As empresas de saúde são organismos complexos que operam na interseção entre ciência, ética e negócios. Por isso, devem atuar com jurídico preventivo, gestão estratégica e crescimento sólido”.
Principais Acreditadoras no Brasil
ONA (Organização Nacional de Acreditação)
Níveis: Acreditado, Acreditado Pleno, Acreditado com Excelência
Foco: Segurança do paciente e gestão de qualidade
Reconhecimento: Padrão nacional brasileiro
Joint Commission International (JCI)
Origem: Estados Unidos, referência mundial
Padrões: Rigorosos critérios internacionais
Benefício: Reconhecimento global
NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations)
Características: Metodologia americana
Diferencial: Foco em resultados clínicos
Aplicação: Hospitais de alta complexidade
Exemplos brasileiros
As principais acreditações hospitalares no Brasil são a ONA (padrão nacional), JCI (referência internacional) e NIAHO (foco em alta complexidade).
Sete hospitais públicos do Brasil figuram no ranking World’s Best Hospitals 2026, elaborado pela revista americana Newsweek. Entre eles, quatro têm acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA). São eles:
Hospital Municipal Infantil Menino Jesus;
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia;
Um exemplo no sul do país, em Curitiba é o Hospital Universitário Cajuru, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que objeteve nota máxima da ONA. “Isso mostra que qualidade não é só uma questão de dinheiro, mas de compromisso”, diz Gasparetto.
Na região centro-oeste, o Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), unidade do governo de Goiás, conquistou recentemente o segundo nível do certificado de qualidade concedido pela ONA como Acreditado Pleno, atendendo aos padrões e requisitos de segurança do paciente, gestão integrada e excelência em gestão. A ONA 2, segundo nível do modelo de acreditação brasileira conquistada pelo Hetrin, tem foco nos processos hospitalares, avaliando sua gestão e suas interações, além da segurança do paciente.
O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, recebeu a certificação Nível 1 – Acreditado da Organização Nacional de Acreditação (ONA), tornando-se o primeiro hospital público do Piauí a alcançar esse reconhecimento. A certificação atesta que a unidade cumpre requisitos estruturais, de processos e de segurança do paciente estabelecidos por uma das principais entidades de avaliação da qualidade hospitalar no Brasil.
Você lembra?
Em maio deste ano, a Organização Nacional de Acreditação (ONA) lançou, seu livro comemorativo de 25 anos durante a Hospitalar 2025, o maior evento do setor de saúde da América Latina. A publicação resgata a trajetória da instituição desde 1999, com depoimentos, registros históricos e momentos-chave da evolução da acreditação e dos padrões de qualidade no sistema de saúde brasileiro.
O livro está disponível em versão física e digital no site oficial da ONA (www.ona.org.br), contendo depoimentos e registros históricos dos 25 anos de atuação da organização.
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Gestores de saúde pública recebem capacitação contra assédio e discriminação
A ação integra o conjunto de estratégias elaboradas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES)
O Ministério da Saúde reuniu dirigentes de hospitais, representantes de institutos federais e superintendentes estaduais de todo o Brasil, na última semana, na sede da Fiocruz, em Brasília (DF), para participar da oficina Dialogando sobre Assédios e Discriminações no Ambiente de Trabalho: Cultivando Respeito e Inclusão. A formação, que durou dois dias, faz parte das ações do Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde (PEADTS) do Ministério da Saúde.
A iniciativa faz parte do portfólio de estratégias desenvolvidas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e está diretamente ligada aos objetivos estabelecidos no Sistema de Planejamento e Monitoramento do Ministério da Saúde (SIPLAM) para valorização e proteção dos profissionais de saúde.
De acordo com os coordenadores do Ministério da Saúde, investir na formação das lideranças é uma estratéria para fomentar uma cultura organizacional baseada no respeito à diversidade, na equidade e na integridade, ampliando a capacidade institucional de prevenir conflitos e promover ambientes de trabalho saudáveis.
“O foco dessa formação é promover as relações de trabalho éticas e respeitosas. Isso se traduz no desenvolvimento de habilidades para identificar e intervir em situações de risco, criando um ambiente seguro e saudável para todos os colaboradores da pasta”, ressalta o secretário da SGTES, Felipe Proenço. Ele explica ainda que a oficina tem o intuito de sensibilizar gestoras e gestores e estimular a reflexão crítica sobre suas responsabilidades na prevenção e no enfrentamento ao assédio e à descriminação.
Para a diretora do Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Descriminação do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), Ariana Frances, o Ministério da Saúde tem se consolidado como uma importante referência na abordagem e desenvolvimento de políticas relacionadas à saúde do trabalhador no país. “É com grande satisfação que observamos essa construção permanente que a pasta vem coordenando, notadamente com o fortalecimento das redes de atenção aos trabalhadores. O diálogo que vem sendo estabelecido deve ser ainda mais fortalecido para o bem-estar dos trabalhadores”.
Gestores em foco
Um dos assuntos destaques do encontro foi a escuta qualificada, de acordo com os organizadores do evento. “Aprendi muito com as trocas entre os participantes, com as vivências compartilhadas e com os debates sobre mecanismos de prevenção, fluxos de atendimento e protocolos de acolhimento. Saio da formação ainda mais consciente de que o enfrentamento ao assédio e às discriminações exige atualização constante, diálogo permanente e ações integradas”, disse a assessora técnica da Ouvidoria-Geral do SUS, Viviane de Oliveira, que ressaltou a importância do diálogo, da responsabilização institucional e do compromisso contínuo com a cultura de respeito.
O representante da Comissão de Ética do Ministério da Saúde, Elielso de Sousa, afirmou que participar da oficina foi uma oportunidade de refletir sobre os comportamentos dentro do ambiente de trabalho e fora dele. E também uma forma de refletir e enxergar que há outras maneiras de promover um processo de produção com relações e ambientes saudáveis. “Oprimir parece estar incrustado em nossa cultura. Somos oprimidos e opressores e por muitas vezes não enxergamos isso. Muitas pessoas não percebem que são vítimas de violência e muitos que promovem a violência aprenderam este modelo de gestão como o certo”.
Plano de enfrentamento
É importante destacar que a legislação brasileira (Lei nº 14.540/2023) determina que organizações públicas e privadas estabeleçam programas voltados à prevenção e ao combate do assédio e da discriminação. A capacitação de lideranças torna-se fundamental para o cumprimento das exigências legais e para a redução de riscos relacionados a ações trabalhistas e prejuízos à reputação institucional.
O Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde (PEADTS) criado para aplicação nos órgãos do Ministério da Saúde, tem como objetivo estabelecer medidas concretas voltadas à prevenção, acolhimento, apuração, responsabilização e resolução de conflitos, com vistas à construção de ambientes laborais seguros, inclusivos e livres de violência. O material, revisado a cada dois anos, aborda temas como assédio moral, assédio sexual, discriminação, assédio moral organizacional, rede de acolhimento, organização do trabalho, saúde no trabalho e racismo.
“O Ministério da Saúde vem construindo de forma coletiva e articulada um conjunto de ações para enfrentar o assédio e à discriminação, reforçando a importância da temática e o compromisso com o cuidado e a saúde de todos os trabalhadores da pasta. É importante que os demais órgãos que compõem o Governo Federal e que ainda não iniciaram suas ações nessa temática façam essa integração entre os seus gestores e ampliem os seus conhecimentos acerca do tema”, concluiu a coordenadora-geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde, Etel Matielo.
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MEDICINA S/A
Por que a Saúde Suplementar não vai sobreviver focada em custos
A Saúde Suplementar não está apenas em crise; ela enfrenta o seu momento mais decisivo. Os resultados aquém do esperado pelos investidores e os players e a retórica recorrente do controle de sinistralidade ignoram o que realmente importa: a reinvenção do cuidado assistencial e a entrega de valor.
Contudo, o que temos visto é a dilação dos prazos de pagamentos, uma grande incerteza sobre o que a glosa de fato representa no cenário atual e a pouca interlocução sobre o resultado assistencial e a qualidade percebida lá na ponta tanto para os profissionais da saúde quanto para o consumidor final que, com dificuldades, paga o plano de saúde esperando um atendimento ilimitado de recursos que são finitos.
Como se não bastasse toda carga custos envolvendo a prestação de serviços que vão desde o aumento do custo de mão de obra à dolarização dos insumos e equipamentos, podemos perceber o aumento exponencial da judicialização e a tensão envolvendo as fontes pagadoras e os diversos prestadores em suas camadas de atendimento médico-hospitalar. O resultado disso tudo está sendo o grande avanço da verticalização de hospitais e operadoras visando a sobrevivência e, muitas vezes, a imposição de modelos que podem impactar drasticamente o atendimento lá na ponta.
Fora todo esse cenário caótico e muitas vezes desanimador, nos deparamos com as fraudes e formas pouco ortodoxas dos prestadores conseguirem ganho de mercado, buscando aumentar a volumetria da assistência, criando modelos para reembolso e investindo pesado em protocolos assistenciais cada vez mais custosos aos bolsos das fontes pagadoras.
Considerando todos os aspectos ainda atravessamos um momento árduo da economia, uma grande incerteza sobre as políticas públicas e cada vez mais a perda do poder de compra dos consumidores, que optam por fazer um down grade nos planos ou buscar alternativas em empresas de cartão de desconto, plataformas de consultas e exames particulares de baixo custo, por valores praticados pelas operadoras e similares. Este cenário é insustentável. A boa notícia é que as soluções já existem e exigem apenas uma mudança de paradigma e de remuneração.
O mercado possui boas alternativas de controle da sinistralidade com boas práticas, como Atenção Primaria à Saúde (APS), Transição de Cuidados e os cuidados domiciliares que podem ser melhor explorados invertendo a lógica do investimento nos tratamentos propostos. É preciso considerar que os cuidados pós agudos aliados a APS são grandes ferramentas de promoção e prevenção se bem geridos e, principalmente, bem remunerados com base nos desfechos, acurácia de resultados e alocação correta do paciente no momento certo do cuidado gerando uma economia virtuosa a todos os envolvidos.
É inquestionável a eficácia desse modelo assistencial. Diversos cases divulgados por instituições de referência no setor, bem como estudos científicos, comprovam os benefícios proporcionados aos pacientes. Além disso, o modelo agrega valor ao médico de origem, que acompanha a evolução clínica e o bom desfecho dos casos encaminhados, recebendo, ao longo de toda a jornada de cuidado, retorno e reciprocidade da equipe assistencial. Diante desse cenário, é essencial que o mercado intensifique a comunicação sobre esse tipo de cuidado, de modo que a população o conheça e reconheça seu valor, superando a falsa percepção de que o paciente está sendo institucionalizado.
Neste ponto, a Transição de Cuidados exige um novo patamar de excelência e, acima de tudo, confiança estrutural. Em países onde a gestão de saúde é sinônimo de precisão e visão de longo prazo -uma cultura que me é particularmente familiar, pois vim da Suíça-, o sucesso desse modelo está intimamente ligado à consolidação de uma parceria estratégica entre as Unidades de Transição de Cuidados (UTC) e as operadoras. Essa colaboração deve ter como pilares a transparência irrestrita de dados e a acurácia dos desfechos clínicos no pós-alta, canalizando o foco para a alta responsável, e não apenas para a celeridade do processo. Sem a solidez dessa confiança mútua, comprovada pela clareza dos resultados, a “economia virtuosa” alicerçada na segurança e qualidade do paciente torna-se insustentável.
Vale ressaltar que o famoso Fee For Service (FFS) ainda é um modelo de remuneração que está longe de acabar, embora mesmo considerando o crescente aumento para empacotamento de procedimentos bem como as diárias globais (clínicas ou cirúrgicas). Tal situação demonstra que os resultados alcançados pelas operadoras e hospitais refletem exatamente o pensamento de controle financeiro apenas ao invés de premiar àqueles que procuram trazer a Saúde Baseada em Valor para prática, em outras palavras, o Value-Based Health Care (VBHC) acaba sendo um fator secundário na mensuração de valor gerado ao mercado quando comparado as práticas voltadas para o FFS.
A premissa está invertida, pois faz-se necessário analisar os prestadores que possuem boas práticas, qualidade, geram valor e uma boa experiencia aos pacientes e familiares remunerando-os adequadamente com prazos médios de recebimentos mais adequados em relação daqueles que procuram volumetria e concedem eventualmente descontos na conta mesmo após índices elevados de glosas.
*Peer Buergin é CEO da YUNA.
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Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME
O setor de saúde suplementar no Brasil, especificamente o segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPME – vive um momento de intensas transformações e pressões. O avanço de novos portais de compras, as dificuldades de operação e retenção de faturamento, e fenômenos recentes que vêm afetando principalmente as pequenas e médias empresas, têm criado um ambiente de incerteza e preocupação entre importadores e distribuidores de produtos para saúde que, em alguns casos, já estão na iminência de inviabilidade comercial.
As distorções no setor, que vem sendo registradas pela ABRAIDI em pesquisa há quase uma década chegaram a patamares jamais registrados. O montante de pagamentos pendentes ou não realizados pelos clientes, planos de saúde ou hospitais, chegou à marca de R$ 4,587 bilhões, no levantamento deste ano. Desse total, R$ 2,2 bilhões, que imobilizou 17,63% do faturamento das empresas de produtos para saúde, estão relacionados à Retenção de Faturamento, que é o valor de OPME já utilizado na cirurgia, que por alguma falha ou impasse, não teve a autorização de faturamento aprovada pelo hospital ou pela operadora de plano de saúde. As glosas injustificadas, aquelas cujo pagamento é paralisado ou não realizado sem motivo legítimo e transparentes, chegaram à R$ 229,7 milhões e a inadimplência à R$ 2,069 bilhões. O valor global comprometeu 36% do faturamento das empresas.
Por outro lado, o surgimento de portais de compra, que chegaram para padronizar processos, rastrear transações, ofertar maior agilidade nas cotações e centralizar informações vem produzindo efeitos colaterais que não podem mais ser ignorados. Sob o pretexto de modernizar e otimizar as compras, a maioria desses portais tem imposto aos fornecedores custos adicionais expressivos, que não necessariamente se traduzem em valor proporcional. Os portais de compras de OPME operam, muitas vezes, em uma lógica de leilão reverso. Para ter o direito de participar das cotações, o fornecedor precisa pagar taxas de acesso e, em determinados modelos de negócio, taxas sobre o volume transacionado. Trata-se de um verdadeiro pedágio com condição obrigatória para poder vender a clientes já cativos, sem perspectiva de ampliação do mercado ou da visibilidade do portfólio.
Outro ponto de extrema gravidade é o avanço do chamado empacotamento de procedimentos e insumos, que vem se disseminando em diversas redes hospitalares e operadoras de planos de saúde. Sob o argumento de otimizar custos, esse modelo tem promovido reduções unilaterais de valores, agrupando diferentes procedimentos e materiais em pacotes de remuneração única e reduzida. A prática, além de carecer de respaldo técnico e jurídico, distorce a composição de custos e compromete a qualidade assistencial, uma vez que induz à utilização de materiais de menor desempenho e à limitação de tratamentos. Trata-se de uma forma disfarçada de contenção de despesas que, na prática, compromete a liberdade técnica dos profissionais, o equilíbrio contratual e a segurança dos pacientes, além de desrespeitar normas de referência, como as da CBHPM, e princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor.
Esses desafios, no entanto, não são isolados. Eles refletem um cenário mais amplo de mudanças estruturais na relação entre fabricantes, distribuidores, prestadores e operadoras. Contexto que exige, mais do que nunca, coesão institucional, diálogo permanente e atuação técnica responsável porque muitas empresas já vivem um completo desequilíbrio econômico-financeiro.
Temos consciência da dimensão desses impactos e da ansiedade legítima de nossos associados diante de práticas de mercado que já comprometem a sustentabilidade das empresas e a qualidade do atendimento ao paciente. Por isso, reforçamos nosso compromisso histórico com a representatividade efetiva, a defesa jurídica e regulatória, e a busca de soluções equilibradas, que conciliem os interesses do setor com as boas práticas éticas e de governança.
Entendemos que, diante de um ambiente tão complexo, a resposta mais eficiente não está na fragmentação, mas sim no fortalecimento das instituições existentes e na construção coletiva de propostas que representem, de fato, a diversidade e a força de união do setor de OPME, que tem travado uma queda de braço com gigantes de enorme poder político e financeiro. Eles dão as cartas na saúde suplementar do país e deixam na vulnerabilidade as empresas de produtos para a saúde e na última ponta o consumidor.
Seguimos tentando ampliar o diálogo com órgãos reguladores, com o Legislativo e com a sociedade civil, reafirmando a importância de um setor de saúde suplementar ético, transparente e sustentável. Nosso compromisso é continuar sendo uma voz técnica, ponderada e firme na defesa de um mercado mais justo e equilibrado para todos.
*Sérgio Rocha é presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 24/11/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Quando o problema não é a medicina, mas a administração
https://medicinasa.com.br/administracao-consultorio/
Perdas com corrupção na saúde chegam a R$ 26 bilhões por ano
https://medicinasa.com.br/corrupcao-saude-ies/
Todas as regiões registram alta de beneficiários de planos de saúde no período de 12 meses
https://medicinasa.com.br/crescimento-beneficiarios-planos/
Caiado se mantém clinicamente estável, aponta boletim médico
Reajuste abusivo de plano de saúde leva a condenação judicial de operadora
Advogado ligou cerca de 10 vezes para o Samu antes de ser encontrado morto
MEDICINA S/A
Quando o problema não é a medicina, mas a administração
Nos últimos anos, a medicina passou por uma transformação silenciosa. Se antes a autonomia profissional era vista como sinônimo de liberdade, hoje ela vem acompanhada de responsabilidades que pouco têm a ver com a prática clínica. A digitalização dos serviços, o aumento da concorrência e a complexidade tributária tornaram o médico não apenas um especialista em saúde, mas também, queira ou não, um gestor de negócios. Esse novo papel exige uma combinação de habilidades que raramente são ensinadas nas faculdades de medicina.
Realizei uma pesquisa com mais de 160 médicos de diferentes regiões do país para entender o que realmente tem tirado o sono dos profissionais da saúde. A maioria das respostas não surpreendeu, mas o conjunto delas revela um quadro preocupante. Noventa e sete por cento dos médicos afirmaram enfrentar problemas financeiros, e seis em cada dez não sabem exatamente quais impostos estão pagando.
Esses números mostram algo que venho observando há bastante tempo: a medicina forma grandes especialistas, no entanto ainda não possui preparo o suficiente para o lado empresarial da profissão. E é justamente nessa lacuna que muitos profissionais se perdem. Um consultório ou uma clínica são, em essência, empresas com fluxo de caixa, impostos, custos fixos, equipe e estratégias de crescimento. Sem uma base mínima de gestão, o risco de frustração é alto.
É sintomático que tantos médicos cheguem ao mercado sem saber distinguir regimes tributários ou planejar o fluxo de caixa de uma clínica. Isso não é culpa individual, mas reflexo de uma formação que ainda separa o conhecimento técnico do conhecimento administrativo. Enquanto outras áreas profissionais vêm incorporando noções de gestão, marketing e empreendedorismo ao currículo, a medicina permanece voltada quase exclusivamente ao atendimento. O resultado é um contingente de profissionais altamente qualificados, mas vulneráveis à desorganização financeira e à sobrecarga.
O mais curioso é que as dificuldades vão muito além das finanças. Entre as queixas mais frequentes, surgiram problemas na contratação de equipe qualificada, falta de treinamento e padronização de processos, e dúvidas sobre como montar uma sociedade médica. São desafios que atravessam o dia a dia da categoria e que, se não forem enfrentados de forma estruturada, acabam comprometendo a qualidade de vida e até o desempenho clínico.
Ao conversar com médicos que decidiram empreender, percebo que o erro raramente está na falta de conhecimento técnico e sim na ausência de suporte na gestão. Muitos subestimam os custos fixos, escolhem o regime tributário errado ou simplesmente ignoram a importância de estratégias básicas de marketing e comunicação. Pequenas decisões mal calculadas acabam minando o retorno do investimento e gerando um ciclo de sobrecarga e insatisfação.
Falar em gestão para médicos ainda desperta resistência em parte da categoria. Existe um certo desconforto em associar o exercício da medicina a termos como lucro, eficiência e produtividade. Mas essa mentalidade precisa evoluir. A gestão não é antagônica à ética médica; é o que garante que o cuidado possa ser oferecido de forma contínua, sustentável e de qualidade.
Essa realidade exige uma mudança de mentalidade. Assim como o cuidado com o paciente depende de diagnóstico e acompanhamento constantes, o cuidado com o próprio negócio também precisa de atenção e método. Entender números, revisar processos, delegar funções e buscar orientação especializada não são sinais de fraqueza, na verdade são atitudes de quem quer exercer a medicina de forma sustentável.
À medida que o sistema de saúde brasileiro se torna mais competitivo, a gestão tende a se tornar uma competência central para que possamos oferecer o melhor aos pacientes. Médicos que dominarem aspectos básicos de planejamento financeiro, relacionamento com pacientes e uso de tecnologia terão uma vantagem real e poderão transmitir melhor qualidade para os atendimentos. A medicina do futuro será híbrida: técnica, humana e estratégica.
No fim das contas, acredito que a saúde financeira e administrativa dos médicos é parte essencial da saúde do sistema como um todo. Profissionais mais conscientes de sua gestão têm mais tempo, recursos e tranquilidade para fazer o que realmente importa: cuidar de pessoas.
*Matheus Reis é CEO da Back4you.
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Perdas com corrupção na saúde chegam a R$ 26 bilhões por ano
O Brasil perde cerca de R$ 26 bilhões em corrupção na saúde, por ano. A estimativa é do Instituto Ética Saúde (IES), que congrega a indústria de produtos médico-hospitalares, hospitais, laboratórios, entidades médicas, planos de saúde e indústria farmacêutica, com o apoio de órgão reguladores do governo. O orçamento destinado ao setor (público e privado) corresponde a 9,7% do PIB, segundo o Ministério da Saúde, o que equivale a R$ 1,13 trilhão. De acordo com a entidade, pelo menos 2,3% de tudo que é investido na saúde não chega aos pacientes devido à corrupção pública e privada, fraudes e ações ilícitas, ou seja, R$ 26 bilhões.
Há cinco anos, a corrupção na saúde equivalia a uma perda de R$ 14,5 bilhões, segundo o mesmo cálculo do IES. De lá para cá houve um aumento de 79% no montante que é desviado. Com esses R$ 26 bilhões, daria para construir 52 hospitais públicos de grande porte (cerca de 300 leitos) por ano; ou 26 mil UTIs móveis; ou ainda 2.200 aparelhos de ressonância magnética de alta resolução.
“O maior prejudicado sempre é o paciente. O Instituto Ética Saúde avalia que é preciso participar mais ativamente das decisões públicas, focando na busca pela transparência junto à administração pública e intensificando o papel que cabe a sociedade, que é o Controle Social, com o fito de resgatar a confiança. Em paralelo, é preciso punir os responsáveis pelos desvios, para isso, a legislação precisa mudar e as leis ficarem mais rígidas”, afirma a presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde, Candida Bollis.
O diretor Executivo, Filipe Venturini Signorelli, destaca ainda que “as entidades representativas de todos os segmentos da saúde devem se unir com veemência, buscando o verdadeiro diálogo entre os stakeholders, para que o controle e fiscalização possam ser moldados de forma que garantam a transparência total das contratações que envolvam dinheiro público, sejam elas diretas ou por qualquer meio de repasse”.
O IES alerta para os riscos mais comuns de corrupção no setor:
Compras Públicas
Desvio de recursos
Descumprimento contratual (entrega ou pagamento)
Desperdício
Abusos de preços ou em condições contratuais
Corte ou negativa de fornecimento
Imposição de condições abusivas
Acordos entre concorrentes
Descumprimento contratual Privado
Entrega
Pagamento
Produtos de baixa qualidade
Fragilidade regulatória
Falsificação
Alocação inadequada de recursos
Intervenção administrativa oportunista
Distribuição não isonômica
Posturas antiéticas de profissionais da saúde com pacientes
Casos de abuso e negligência em tratamentos
Violação da integridade física e psicológica de pacientes
Comprometimento da confiança no sistema de saúde
Comercialização irregular de medicamentos controlados
Venda sem prescrição médica
Desvios de produtos de distribuição gratuita
Riscos à saúde e sanções administrativas e criminais
Vazamento de informações de profissionais de saúde para manipulação de produtos
Uso indevido de dados médicos para direcionamento de prescrições
Violação da LGPD e sanções legais
Reajuste tarifário abusivo
Aumento sem justificativa transparente
Falha na fiscalização da ANS permitindo abusos
Comprometimento do acesso à saúde
Rescisão contratual imotivada
Cancelamento unilateral de planos de saúde
Impacto em pacientes em tratamento crítico
Descumprimento da Lei nº 9.656/98
Nas relações entre os atores do mercado da saúde, segundo um levantamento do Instituto Ética Saúde, as práticas antiéticas, fraudes e ilegalidades mais frequentes são: pagamento de propinas a profissionais de saúde vinculados à indicação de produtos; pagamento de despesas de profissionais de saúde em eventos de terceiros; patrocínio indevido de eventos de terceiros; presentes e brindes sem cunho científico em troca de indicação de produtos; informalidade nas remessas de comodato e consignação de produtos e equipamentos médicos.
Foram consideradas mais prejudiciais, ou seja, com alto impacto a curto, médio e longo prazo na cadeia econômica do setor saúde, incluindo riscos à segurança do paciente: pagamentos de propinas a profissionais de saúde, disfarçados de descontos financeiros; profissionais médicos praticando atos mercantilistas vedados pelos órgãos reguladores; empresas sem CNAE do setor de saúde comercializando dispositivos médicos – Covid-19 (flexibilização da pandemia pelo governo); pagamento inadequado de materiais cirúrgicos, com incentivo à reesterilização de produtos de uso único; fraudes em cobranças de material utilizado – troca de material efetivamente comercializado; falsificação de produtos cirúrgicos; fraudes em registros de materiais – produtos sem registro da Anvisa; fraudes em concessão de leitos do SUS – Covid-19.
Além dessas práticas, observa-se ainda um aumento nos casos de conduta antiética por profissionais de saúde, incluindo abusos físicos e psicológicos contra pacientes, bem como negligência intencional em tratamentos, comprometendo a segurança e a confiança no sistema de saúde. Da mesma forma, cresce a preocupação com a venda irregular de medicamentos controlados, especialmente a comercialização sem prescrição médica e desvios de produtos destinados à distribuição gratuita, impactando pacientes que dependem desses fármacos. Outra questão relevante é o uso indevido de dados de profissionais médicos para direcionamento de prescrições, colocando em risco a ética na relação médico-paciente e violando normas de proteção de dados.
O setor também enfrenta desafios relacionados ao aumento abusivo das tarifas dos planos de saúde e ao cancelamento imotivado de contratos, afetando diretamente pacientes em tratamento contínuo e ferindo princípios de transparência e equidade contratual.
Radar da Ética
O Instituto Ética Saúde acaba de lançar o Radar da Ética, uma iniciativa dedicada ao monitoramento e análise de casos que impactam a integridade e a transparência no setor da saúde, no Brasil. “Por meio de relatórios técnicos, a ferramenta identifica, acompanha e divulga irregularidades, promovendo o debate sobre boas práticas de governança, compliance e responsabilidade na gestão da saúde pública e suplementar, com o objetivo de fortalecer um sistema mais ético, seguro e sustentável”, explica o diretor Executivo do IES.
Mais do que relatar os fatos, o Radar da Ética oferece à sociedade relatórios estruturados, atualizados e acessíveis, que servem como base para que cidadãos, profissionais da saúde, empresas, jornalistas e gestores tenham meios concretos para exercer essa vigilância com conhecimento de causa e senso crítico.
Canal de denúncias
O Instituto Ética Saúde se coloca à disposição do público para registrar as ocorrências de eventos de falta de ética e de flagrante de desrespeito às leis, práticas de sobrepreço, lucros abusivos, desrespeito aos mínimos preceitos de qualidade, adulteração de produtos, falsificações e fraudes, entre outras práticas.
As denúncias são sigilosas, podem inclusive ser anônimas, feitas pelo telefone 0800 810 8163 e através do site.
“Precisamos fomentar as denúncias e informações para aqueles que podem agir de forma preventiva e coercitiva no combate a tais práticas nocivas a sustentabilidade da saúde. É preciso uma atuação conjunta, via Instituto e Órgãos estatais reguladores, para maior imputação e apuração das responsabilidades, além da identificação dos infratores, e eventuais punições”, defende Filipe Venturini.
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Todas as regiões registram alta de beneficiários de planos de saúde no período de 12 meses
Todas as regiões brasileiras registraram aumento no número de beneficiários de planos médico-hospitalares entre setembro de 2024 e setembro de 2025, segundo a 111ª Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O avanço foi generalizado, com destaque para o Norte, que apresentou a maior variação proporcional do País (5,6%), e para o Sudeste, responsável pelo maior crescimento absoluto, com 833 mil novos vínculos no período.
No trimestre (junho a setembro de 2025), todas as regiões também registraram expansão, reforçando a tendência positiva observada desde 2020. O movimento é influenciado principalmente pelo avanço dos planos coletivos empresariais, que representam cerca de 73% de todos os vínculos médico-hospitalares do País.
O avanço da saúde suplementar segue alinhado ao comportamento do emprego formal. Entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o estoque de empregos celetistas cresceu 2,9%, alcançando 48,9 milhões, enquanto os planos coletivos empresariais avançaram 4,4%, somando 38,8 milhões de vínculos.
“O ritmo de expansão dos planos coletivos reflete o dinamismo do mercado de trabalho. A continuidade da criação de empregos formais é fundamental para ampliar o acesso à saúde suplementar em todo o País”, destaca José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Em termos estaduais, o maior crescimento proporcional ocorreu no Amazonas, com alta de 12,2% em 12 meses, enquanto o maior crescimento absoluto foi registrado em São Paulo, que adicionou 592,3 mil beneficiários no período. O Brasil contabilizou 1,43 milhão de novos vínculos em planos médico-hospitalares entre setembro de 2024 e setembro de 2025, equivalente a um crescimento nacional de 2,8% e totalizando 53,2 milhões de beneficiários.
Planos exclusivamente odontológicos
Os planos exclusivamente odontológicos alcançaram 34,9 milhões de beneficiários em setembro de 2025, registrando crescimento de 2,8% em 12 meses e de 2,4% no trimestre. Os maiores destaques percentuais do País foram Santa Catarina, com alta de 6,5%, Espírito Santo, com 5%, e Paraná, com 6%.
Síntese dos resultados da NAB 111 — Setembro/2025 (comparação entre setembro de 2024 e setembro de 2025):
Planos médico-hospitalares
Crescimento nacional: 2,8%
Destaque proporcional: Amazonas (12,2%)
Destaque absoluto: São Paulo (592,3 mil vínculos)
Todas as regiões cresceram no período:
Norte: 5,6%
Nordeste: 2,8%
Sudeste: 2,7%
Sul: 2,3%
Centro-Oeste: 2,3%
Planos exclusivamente odontológicos
Crescimento nacional: 2,8%
Destaques proporcionais:
Santa Catarina: 6,5%
Espírito Santo: 5%
Paraná: 6%
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JORNAL OPÇÃO
Caiado se mantém clinicamente estável, aponta boletim médico
Caiado apresentou evolução favorável nas últimas 24 horas
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, internado no sábado, 22, após apresentar arritmia cardíaca, apresentou evolução favorável nas últimas 24 horas, segundo boletim médico divulgado neste domingo, 23, pelo Hospital Vila Nova Star.
De acordo com a nota, o governador se mantém clinicamente estável e não apresentou novas ocorrências. A equipe de cardiologia avaliou a situação e indicou a realização de uma ablação por cateter, procedimento seguro e reconhecido como padrão terapêutico para o controle definitivo da fibrilação atrial.
A intervenção está programada para ser realizada nesta segunda-feira, 24.
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O ANTAGONISTA
Reajuste abusivo de plano de saúde leva a condenação judicial de operadora
Em meio às vastas leis que regem os contratos de planos de saúde no Brasil, uma questão ganha relevo quando se fala de reajustes por idade.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) trouxe atenção a esta temática ao tratar do Tema 952, que versa sobre a legalidade dos reajustes em planos de saúde individuais ou familiares em razão da mudança de faixa etária.
Este tema é particularmente sensível quando envolve consumidores idosos, pois o aumento das mensalidades deve ser justo e alinhado a critérios atuariais.
Um caso recente em São Paulo ilustra a aplicação prática dessas diretrizes. Uma segurada contestou o reajuste em seu plano, que aumentou significativamente ao ela completar 60 anos.
A questão submetida à apreciação do tribunal foi crucial devido ao impacto dos custos na garantia de direitos do consumidor, levando a uma análise aprofundada dos aumentos embasados em cálculos atuariais.
A seguradora defendeu a legitimidade do aumento citando o contrato, mas o poder judiciário estava atento aos detalhes.
Como os planos de saúde justificam os reajustes?
Seguradoras frequentemente argumentam que os ajustes teriam por finalidade garantir o equilíbrio financeiro da apólice, dado que o envelhecimento dos beneficiários acarretaria mais despesas médicas.
Contudo, tais reajustes precisam obedecer a padrões legislativos e regulatórios, sendo imperativo que eles não sejam arbitrários mas fundamentados em análises atuariais rigorosas.
Quando um reajuste é considerado abusivo?
Abusividade é caracterizada quando os aumentos ultrapassam parâmetros de razoabilidade e não se justificam pelos riscos cobertos.
O Tema 952 requer que esses reajustes não sejam discriminatórios ou desarrazoados, especialmente os que atingem indivíduos em idade avançada.
Isto significa que, além de preverem cláusulas no contrato, devem ser seguidos princípios de transparência e equidade nos ajustes.
Quais são os direitos do consumidor ao enfrentar reajustes abusivos?
Consumidores têm o direito de questionar judicialmente reajustes que considerem excessivos diante de evidências de falta de base atuarial adequada.
No exemplo mencionado, a segurada obteve uma decisão favorável onde, após constatação de ilegalidade, determinou-se não só a devolução dos valores pagos além do devido, mas também a correção monetária desses montantes.
Esta postura do judiciário realça a importância de regras claras e a defesa dos consumidores contra práticas potencialmente prejudiciais.
Como os órgãos reguladores influenciam esses ajustes?
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e outros órgãos reguladores desempenham papel crucial na fiscalização dos contratos de saúde, assegurando que aumentos obedeçam a normativas estabelecidas.
As seguradoras se beneficiam dessas diretrizes para atuar com segurança e previsibilidade econômica, mas devem sempre respeitar os limites que visam proteger o consumidor.
Em suma, embora reajustes por faixa etária possam ser justificáveis, é imperativo que sigam uma matriz ética e regulatória que proteja especialmente os mais vulneráveis, assegurando seu acesso contínuo à saúde sem onerosidade indevida.
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PORTAL G1/GOIÁS
Advogado ligou cerca de 10 vezes para o Samu antes de ser encontrado morto
Em nota, a SMS informou que o sistema do Samu não registrou nenhuma das chamadas. Advogado foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu no local.
O advogado Rodrigo Bonfim, de 47 anos, que foi encontrado morto dentro do próprio carro, em Anápolis, chegou a ligar cerca de 10 vezes ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) antes de morrer. Uma imagem do celular do advogado, obtida pela TV Anhanguera, mostra o registro das chamadas (veja acima).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, mesmo constando registros de ligações no celular de Rodrigo, o sistema do Samu não registrou nenhuma das chamadas (leia a nota completa ao final do texto).
Rodrigo foi encontrado por uma testemunha desacordado dentro do carro na madrugada desta quinta-feira (20), no cruzamento da Rua José Neto Paranhos com a Visconde de Taunay, e morreu ainda no local. Juliana Jaime, irmã do advogado, contou ao g1 que o celular que realizou as chamadas ficou sob a posse da Polícia Civil.
Ainda de acordo com o Samu, Rodrigo foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, acionado às 1h12 da madrugada. Somente às 1h39, o serviço de saúde afirmou que recebeu uma chamada, mas realizada pelos próprios bombeiros que solicitaram o apoio do Samu.
A nota também descreve que uma Unidade de Suporte Avançado (USA) foi até o local após a solicitação dos militares, que constatou a morte de Rodrigo.
De acordo com a irmã, Rodrigo era apegado à mãe e deixa dois filhos. O corpo dele foi velado e sepultado ainda na quinta-feira (20).
A morte do advogado está sendo investigada pela Polícia Civil.
A família ainda aguardava pelo resultado conclusivo sobre a causa da morte do advogado até a última atualização desta reportagem, mas a irmã explicou que o legista responsável pela autópsia acredita que Rodrigo possa ter sofrido um infarto ou arritmia.
Entenda o caso
O advogado foi encontrado por uma testemunha que estava em uma distribuidora próxima ao local e ouviu o momento em que o carro em que ele estava bateu em algo, de acordo com o Boletim de Ocorrência (BO). Dentro do veículo, a testemunha relatou à Polícia Civil que a vítima estava sem roupas e respirava com dificuldades.
O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados, mas a morte de Rodrigo foi confirmada ainda no local pelos socorristas. Segundo Juliana, Rodrigo estava a apenas 200 metros da casa dele.
Segundo a irmã, a família do advogado tem um grande histórico de mortes por problemas cardíacos.
Ainda segundo o BO, o delegado Manoel Vanderick esteve no local, e não foi constatado nenhum ferimento no corpo da vítima, indicando que o advogado teria sofrido um mal súbito.
Nota do Samu
"A Secretaria Municipal de Saúde informa que, a princípio, embora constem no aparelho celular da vítima registros de tentativas de ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), nenhuma dessas chamadas chegou a ser reconhecida pelo sistema.
Conforme os registros oficiais, o Corpo de Bombeiros foi acionado às 1h12 e prestou imediatamente o atendimento inicial ao paciente. O primeiro acionamento ao SAMU ocorreu apenas às 1h39, por meio de solicitação dos próprios bombeiros, para apoio a um paciente que já se encontrava em parada cardiorrespiratória. A Unidade de Suporte Avançado (USA) se deslocou prontamente e, ao chegar ao local, a equipe constatou o óbito.
A SEMUSA, por meio do SAMU, reitera seu compromisso com o serviço de urgência e emergência pré-hospitalar. Informa ainda que, medidas já estão sendo tomadas para elucidar todos os fatos e que havendo falta de zelo ou imperícia, providências administrativas serão aplicadas.
O SAMU continuará a serviço da comunidade, prezando pelo atendimento ágil e qualificado para toda a população anapolina em todas as situações de urgência e emergência."
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Assessoria de Comunicação