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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Recibo médico do Imposto de Renda passa a ser digital em 2025
Pesquisa: reembolso é um dos maiores pontos de insatisfação dos clientes de planos de saúde
Hapvida abre novo hospital em Fortaleza com investimento de R$ 50 milhões
Artigo - Tornando a medicina de família uma especialidade mais atrativa: estratégias para enfrentar a escassez de especialistas em atenção básica no Brasil
Hospital Vila Nova Star adota modelo inédito de pronto-socorro privativo
FOLHA DE S.PAULO
Recibo médico do Imposto de Renda passa a ser digital em 2025
Receita Saúde era opcional até 2024; agora, é obrigatório; veja como usar
A partir deste ano, profissionais da saúde, como médicos, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos, deverão emitir seus recibos de pagamento por meio do sistema digital da Receita Federal, o que deve facilitar a dedução dos gastos com saúde na declaração do Imposto de Renda das pessoas físicas.
O recurso está disponível desde abril de 2024, mas a sua utilização não era obrigatória. Agora, os profissionais que emitem seus recibos como pessoas físicas deverão utilizar a ferramenta.
Segundo a Receita Federal, a medida deve reduzir o número de declarações em malha fina- situação em que são encontradas inconsistências entre as informações declaradas e os dados apresentados por outras entidades.
Com o recurso, as informações sobre os pagamentos poderão ser conferidas diretamente no aplicativo e, posteriormente, informadas na declaração do IR. Dessa forma, pacientes e profissionais não precisarão mais guardar os recibos em papel.
Até o início de dezembro do ano passado, mais de 380 mil recibos digitais já tinham sido emitidos - número que representa mais de R$ 215 milhões em serviços de saúde prestados.
Segundo o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a medida busca reduzir o número de declarações em malha fina, uma vez que cerca de 25% das declarações retidas na malha, apresentam erros relacionados aos recibos de prestadores de serviços de saúde pessoas físicas.
QUEM PODE EMITIR O RECIBO?
O Receita Saúde deve ser utilizado por profissionais da saúde que emitem seus recibos como pessoas físicas. São considerados trabalhadores dessa área: médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais com registro ativo em seus conselhos profissionais.
A ferramenta não se aplica a aqueles que tenham empresas e que já fornecem essas informações por meio da Dmed (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde).
Representantes profissionais, ou seja, pessoas para quem o profissional de saúde concede procuração eletrônica para a emissão dos recibos também poderão acessar o aplicativo.
QUANDO O RECIBO DEVE SER EMITIDO?
O recibo deve ser emitido na data do pagamento da prestação de serviço. Para os casos em que o pagamento for parcelado, deverá ser emitido um recibo para cada parcela paga.
Aqueles que desejarem também poderão realizar a emissão retroativa. Para isso, o profissional deverá providenciar os respectivos ajustes no cálculo do Recolhimento Mensal Obrigatório (Carnê-Leão), referente ao IR.
A obrigatoriedade de uso do recurso valerá apenas para as declarações feitas no início de 2026, referente ao ano fiscal de 2025. Contudo, os recibos emitidos no aplicativo em 2024 já impactarão a declaração de 2025, ano-base 2024, facilitando a prestação de conta.
PACIENTES PODEM ACESSAR O APLICATIVO?
Todos os cidadãos com CPF ativo podem acessar o Receita Saúde por meio do Perfil Paciente. Nessa seção do aplicativo, todos os recibos em que o cidadão aparece como beneficiário ou pagador serão exibidos.
COMO UTILIZAR O APLICATIVO?
O Receita Saúde está disponível para dispositivos móveis com sistemas IOS e Android e pode ser baixado nas lojas de aplicativo dos aparelhos (App Store e Play Store).
Os usuários devem acessar o recurso por meio de sua conta gov.br. É necessário, no entanto, que a conta tenha um nível de segurança prata ou ouro.
Para os profissionais, além da conta gov.br, também é necessário apresentar o cadastro no Carnê Leão Web, onde os recibos emitidos são armazenados. O cadastro na plataforma deve ser feito por meio do Portal e-CAC no menu Declarações e Demonstrativos, opção Acessar Carnê-Leão.
COMO EMITIR O RECIBO PELO COMPUTADOR?
Aqueles que preferirem, também poderão emitir o recibo por meio do Carnê Leão Web, localizado na funcionalidade +Receita Saúde, que fica na ficha Rendimentos.
QUAIS SÃO OS DADOS NECESSÁRIOS PARA EMITIR O RECIBO?
Após realizar o seu login com a conta gov.br, o profissional de saúde ou seu representante deverá preencher os seguintes campos para emitir o recibo:
CPF do pagador
Se o pagador for o beneficiário do serviço basta selecionar o checkbox com essa indicação
Se o beneficiário e o pagador não forem a mesma pessoa deve ser informado o CPF do beneficiário
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PORTAL R7
Pesquisa: reembolso é um dos maiores pontos de insatisfação dos clientes de planos de saúde
Associação dos planos de saúde afirma que análise para reembolsos se tornou mais criteriosa por causa do número de fraudes
Qual sua principal insatisfação quando o assunto é plano de saúde? Se respondeu reembolso, você não está sozinho. Pesquisa realizada na cidade de São Paulo, com 26.300 observações, revelou que a solicitação de reembolso e o recebimento do valor por despesas médicas estão entre os pontos mais mal avaliados pelos consumidores.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) tem uma explicação direta sobre essa dificuldade: as fraudes.
Mas vamos aos números: os planos de saúde avaliados analisados incluem 11 operadoras. As médias do setor para as etapas de reembolso foram de 7,26 e 7,55, respectivamente, no Net Promoter Score (NPS), uma métrica que mede a recomendação dos clientes.
Claro, o reembolso não é o único ponto fraco apontado pela pesquisa: espera pelo prazo de carência na adesão do plano (6,82) e o cancelamento do plano (7,10) também aparecem.
Por outro lado, a escolha do médico, clínica ou exame no site da operadora aparece como o ponto mais bem avaliado, com uma média de 7,84. O score médio no uso do plano, considerando todos os elos, foi de 7,57.
A análise foi realizada utilizando uma plataforma de Inteligência Artificial Generativa e dados de reviews online de consumidores do setor de saúde disponíveis na internet. A responsável é a Decoupling Brasil, empresa global que aponta disrupções nos mercados de companhias tradicionais.
As notasOs cofundadores da empresa responsável pelo levantamento, Thales Teixeira e Leandro Guissoni, destacam que notas acima de 8,50 são raras e representam atividades que encantam o consumidor. No entanto, no setor de planos de saúde, não há nenhum elo com nota igual ou superior a 8,50. Já as notas abaixo de 7,50 indicam atividades de forte insatisfação dos consumidores.
Os resultados da pesquisa nos Estados Unidos são muito parecidos com o mercado brasileiro. Lá, entre 15% a 20% dos pedidos de reembolso são negados.
Teixeira explica que a solicitação de reembolso por despesas médicas incorridas é também parte da discussão que está ocorrendo nos EUA após o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Palavras como "Delay, Deny, Defend" (Atrasar, Negar, Defender) estavam escritas na munição do assassino, refletindo a frustração dos consumidores.
1 / 6 A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estipulou novas regras para o cancelamento de planos de saúde por inadimplência. Veja quais foram as mudanças definidas pelo órgão e tire suas dúvidas sobre as regras dos planos e direitos do consumidor com o Jornal da Record!Explicações e soluçõesA Abramge confirma que "a análise na prestação desses serviços tornou-se mais criteriosa para combater irregularidades que impactam os preços e reajustes dos planos de saúde". Segundo a associação, estimativa recente baseada em dados dos últimos cinco anos (2019-2023) indica que mais de R$ 10 bilhões foram gastos fraudulentos (veja a nota completa no fim da matéria).
A solução apontada pela Abramge e pelos responsáveis pela pesquisa são coincidentes, na medida em que envolvem comunicação e uma chance de os planos de saúde se envolverem mais com os clientes.
A associação, por exemplo, afirma que tem investido na comunicação setorial para explicar à população sobre o funcionamento dos planos de saúde, "incluindo a importância da carência, o funcionamento dos reembolsos, cuidados com dados pessoais e fraudes que afetam o setor e seus beneficiários".
Já Guissoni destaca que o trâmite do reembolso representa uma oportunidade de inovação para os planos de saúde, já que startups podem surgir para abocanhar partes da cadeia de valor de empresas estabelecidas.
Confira a nota da Abramge:"A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) destaca que ao ano são realizados mais de 1,7 bilhão de procedimentos no cuidado e atenção aos 51,5 milhões de beneficiários de planos de saúde em todo o país. As operadoras desempenham um papel crucial no acesso a tratamentos, exames e procedimentos médicos, além de colaborar diretamente para aliviar a sobrecarga do sistema público de saúde.
A Abramge e suas operadoras associadas trabalham incansavelmente para superar os desafios encontrados no setor e reforçam seu compromisso com a prestação de um serviço essencial e de qualidade à população brasileira.
No que diz respeito ao tema dos reembolsos, estimativa recente da Abramge, com base em dados dos últimos cinco anos (2019-2023), indica que mais de R$ 10 bilhões foram gastos fraudulentos. Com isso a análise na prestação desses serviços ficou mais criteriosa para combater as irregularidades que impactam profundamente nos preços e nos reajustes dos planos de saúde.
A Abramge tem investido cada vez mais na comunicação setorial com o objetivo de levar informações de credibilidade para esclarecer à população sobre o funcionamento dos planos de saúde, como, por exemplo, explicar a importância da carência, o funcionamento dos reembolsos, os cuidados com os dados pessoais como login e senha do seu plano de saúde, as fraudes que acometem o setor e seus beneficiários.
Por fim, a Abramge reafirma seu compromisso inafastável em defender os interesses dos beneficiários de planos de saúde por meio da defesa dos pilares de sustentação do sistema de saúde suplementar e o combate às fraudes e desperdícios. Vale ressaltar que o setor de saúde suplementar ocupa apenas a 18ª posição em número de reclamações segundo o Consumidor.gov (portal oficial de reclamações do Governo Federal), com uma taxa de apenas 1,6% ao ano, evidenciando os esforços contínuos pela qualidade no atendimento de mais de 51,5 milhões de brasileiros."
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DIÁRIO DO NORDESTE
Hapvida abre novo hospital em Fortaleza com investimento de R$ 50 milhões
Unidade fica no Bairro de Fátima e adiciona 74 leitos à rede de atendimento da empresa cearense
A Hapvida NotreDame Intermédica abre, nesta segunda-feira (6), o Hospital Santa Maria, no bairro de Fátima, em Fortaleza, após um investimento R$ 50 milhões. Os atendimentos ao público começarão a ser realizados nesta noite.
Com mais de 7.602 m² de área construída e 74 leitos disponíveis, a unidade é a sétima da empresa no Ceará.
O novo hospital integra o plano de expansão da companhia, que prevê em torno de R$ 1 bilhão por ano em investimentos para ampliar a rede de atendimento.
Os novos leitos serão destinados a pacientes clínicos e cirúrgicos, incluindo 10 leitos de UTI adulto. A unidade contará com centro cirúrgico, serviço de diagnóstico por imagem e de análises clínicas.
Segundo a Hapvida, o hospital não abrirá para atendimento de urgência e emergência.
200 empregos gerados
Para a unidade, a Hapvida contratou 200 novos colaboradores, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem, coordenadores, supervisores, auxiliares de serviços gerais, recepcionistas, maqueiros, copeiros e nutricionistas.
Local estratégico
O vice-presidente de Operações Hapvida, Francisco Souto, afirma que o hospital está localizado em uma área mapeada como estratégica pela companhia, que permite atender o maior número de pacientes.
"Estamos entregando mais uma unidade com serviços de altíssimo nível em Fortaleza. É uma expansão pensada em cada detalhe, desde a localização privilegiada e de fácil acesso aos usuários, no bairro de Fátima, até o oferecimento de serviços exclusivos que complementam o que já existe em toda a rede, no estado", destaca.
A Hapvida possui 5 unidades de pronto atendimentos, 22 clínicas médicas e 17 centros de diagnóstico por imagem e coleta ambulatorial no Ceará.
Em todo o Brasil, são 87 hospitais e 341 clínicas médicas.
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PORTAL HORA CAMPINAS
Artigo - Tornando a medicina de família uma especialidade mais atrativa: estratégias para enfrentar a escassez de especialistas em atenção básica no Brasil
Carmino de Souza e Colabores
Vou reproduzir neste texto uma publicação feita em janeiro de 2023 na PLOS Saúde Pública Global e que está relacionado ao programa "Mais Médicos Campineiro" para elevar de maneira significativa a formação de médicos de saúde da família e comunidade, programa este instituído por lei municipal de Campinas-SP, com a participação das três escolas médicas de Campinas (Unicamp, PUCC e São Leopoldo Mandic) e do governo municipal de Campinas através da Secretaria Municipal de Saúde e da Rede Mario Gatti (1).
Este texto estava disponível em inglês, mas decidimos publicá-lo em português para dar ciência à nossa comunidade de um importante programa que pode servir de inspiração para outras cidades ou Estados e, porque não dizer, para outras residências médicas de importância estratégica ao país.
A Atenção Primária ou Básica à Saúde (APS) é frequentemente o primeiro nível do sistema de saúde e é responsável pela coordenação do atendimento médico e interdisciplinar. Como porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), a APS é de fundamental importância e está presente em todas as regiões do país.
Ela trabalha para viabilizar o acesso à assistência à saúde e garantir a coordenação e integralidade do cuidado. Essa estrutura pode tratar aproximadamente 80% da necessidade geral relacionada às doenças apresentadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Apesar de sua importância, a valorização da APS e da Medicina de Família (MF) como disciplina e política pública não tem sido priorizada na maioria das instituições de ensino brasileiras.
Segundo o estudo sobre demografia médica realizado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), o Brasil contava com 500 mil médicos em 2020, porém com distribuição desigual entre as cinco regiões do país, e concentração de profissionais nas capitais em relação ao interior. Embora a Estratégia Saúde da Família (ESF) seja considerada prioridade pelo Ministério da Saúde, muitas regiões do Brasil enfrentam dificuldades para recrutar e, principalmente, reter profissionais médicos para a área. Em 2020, o Brasil tinha 7.149 médicos de FM, apenas 2,4% de todos os especialistas do país.
Os esforços contínuos para contratar e reter médicos em áreas rurais continuam desafiadores, e muitas vagas permanecem, deixando os moradores sem acesso a cuidados de qualidade. Esse problema é enfrentado por muitos países.
Nos Estados Unidos (EUA), de 8.116 cargos de treinamento de pós-graduação em cuidados primários (que incluem pediatria, clínica médica e médicos de família), 42% foram preenchidos por graduados de escolas médicas dos EUA e a American Association of Medical Colleges (AAMC) projeta uma escassez de 21.100 a 55.200 médicos de cuidados primários (PCP) até 2034. Na Europa, onde o PCP era tradicionalmente respeitado e reconhecido, a falta de clínicos gerais (GP) também está aumentando e é uma questão preocupante. A carga de trabalho e a falta de prestígio percebido associada à trilha do PCP podem tornar os cuidados primários menos atraentes.
Esses tipos de equívocos, juntamente com salários mais baixos, esgotamento e difícil avanço na carreira, tornam os cuidados primários uma especialidade difícil de atrair e reter médicos.
Para Feuerwerker, as vagas em instituições brasileiras são resultado de vários elementos: o incentivo a especialidades e instituições distintas, a incompreensão histórica e a importância da prática e o incentivo crescente à especialização na educação médica. A falta de investimentos em insumos e infraestrutura na atenção primária, as preocupações com o desenvolvimento de carreira e os baixos salários e a valorização da formação de médicos de MF no trabalho da ESF também contribuem para a dificuldade de retenção dessas posições no Brasil.
Com o objetivo de reduzir a taxa de vagas nos programas de residência médica para FM, alguns departamentos de saúde brasileiros introduziram reformas e financiamento adicional para treinamento em MF. Em 2020, a região de Campinas, onde atuamos, introduziu um programa chamado "Mais Médicos para a Cidade de Campinas" (PMMC), que estabeleceu uma parceria entre instituições de ensino superior públicas e privadas, hospitais e Unidades de Urgência/Emergência com uma nova proposta de pós-graduação para FM. Ele criou um programa para apoiar a formação de especialistas em medicina de família, estimular a pesquisa e expandir o atendimento em Unidades Básicas de Saúde e, desde então, resultou em uma redução de 50% nas vagas.
Um dos elementos bem-sucedidos do programa de Campinas, juntamente com a qualidade da formação médica, é que ele ajuda a aproximar o treinamento em sala de aula médica da comunidade e da realidade social cotidiana. Os médicos formados pelo PMMC estão cientes de como seu trabalho impacta a comunidade local e suas necessidades específicas de saúde.
O programa resultou em um atendimento mais responsivo às necessidades da comunidade, especialmente na perspectiva de adotar um modelo de assistência que prioriza a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico e o tratamento de forma integrada. No entanto, para que a ESF continue a inovar e a melhorar sua capacidade de resposta aos problemas de saúde contemporâneos, ela deve investir fortemente na formação profissional, na incorporação racional de tecnologias de informação e comunicação e na criação de condições de trabalho adequadas para equipes multidisciplinares.
(1)- Carmino De Souza e colaboradores convidados: Clarissa Vasconcellos De Souza, Giuliano Dimarzio, Adail de Almeida Rollo, Aguinaldo Gonçalves, Rubens Bedrikow e Lair Zambon - 13 de janeiro de 2023 PLOS Saúde Pública Global .
Carmino Antônio de Souza é professor titular da Unicamp. Foi secretário de saúde do estado de São Paulo na década de 1990 (1993-1994) e da cidade de Campinas entre 2013 e 2020. Secretário-executivo da secretaria extraordinária de ciência, pesquisa e desenvolvimento em saúde do governo do estado de São Paulo em 2022 e atual Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Butantan. Diretor científico da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e Pesquisador Responsável pelo CEPID-CancerThera-Fapesp.
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MEDICINA S/A
Hospital Vila Nova Star adota modelo inédito de pronto-socorro privativo
O Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, inaugurou uma nova torre com 140 leitos que adotou um modelo inédito de pronto-socorro privativo, sem fila de espera e com exames de sangue e imagem que vão até o paciente. Com a ampliação e modernização do serviço, o atendimento é realizado em suítes individuais localizadas no térreo, onde o paciente não precisa se deslocar para diferentes setores, já que todos os serviços, como triagem, consulta médica, exames (ultrassom e análises clínicas), reavaliação e medicação, são realizados na suíte. As suítes de pronto atendimento estão localizadas na nova torre da unidade.
“No total serão 23 postos de atendimento no térreo, todas com banheiro completo privativo, incluindo ducha, que quadruplicaram a capacidade do pronto atendimento. Todas são equipadas com monitores de sinais vitais. Há também duas salas reservadas para atendimento de pacientes com risco iminente de morte”, explica Daniel Favarão Del Negro, diretor geral do Vila Nova Star.
O pronto-socorro conta com médicos de diferentes especialidades, como clínica médica, cardiologia, ortopedia e cirurgia geral, aptos a atender imediatamente às necessidades dos pacientes.
“Nas primeiras avaliações NPS (Net Promoter Score – métrica que avalia a satisfação e a fidelidade dos clientes de uma empresa), já temos índices superiores a 90, um resultado impressionante e que coloca o hospital entre os melhores do mundo. Além disso, em uma emergência, o tempo até o atendimento médico pode fazer a diferença no desfecho clínico, ou seja, na vida de um paciente. Por essa razão, nos organizamos para que não haja espera no pronto-socorro da unidade”, destaca Paulo Moll, CEO da Rede D’Or.
Expansão
Construída em um espaço de 28,2 mil metros quadrados, com 15 andares e 140 leitos de internação, a nova torre do Vila Nova Star segue o conceito de medicina de alta performance aliada à hotelaria seis estrelas já consolidada pela bandeira Star, além dos mais renomados médicos do país em suas áreas de atuação.
Com a expansão, o Vila Nova Star passou de 89 para 229 leitos, dos quais 68 de UTI. Dois andares são ocupados exclusivamente pelas suítes presidenciais e masters, com mais de 60 metros quadrados cada e antessala.
Erguida diante da necessidade de ampliar o acesso dos pacientes frente à crescente demanda, a nova estrutura integra a expansão de um dos maiores complexos hospitalares da América Latina, situado nas regiões do Itaim Bibi e Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista, que engloba os hospitais São Luiz Itaim, Vila Nova Star, Maternidade São Luiz Star e o novo Centro de Transplantes e Cirurgias de Alta Complexidade, totalizando 720 leitos. O investimento do grupo na ampliação do complexo da Rede D’Or no Itaim é de R$ 1,5 bilhão.
“O conceito da bandeira star é ainda mais diferenciado e baseia-se num padrão assistencial de excelência comparável aos melhores e mais admirados hospitais mundialmente, com hotelaria inigualável, corpo clinico de primeira linha, profissionais altamente qualificados e tecnologia médico-assistencial de última geração para diagnóstico e tratamento, sem descuidar da humanização. O sucesso do Vila Nova Star em apenas cinco anos justifica sua expansão, para oferecer o melhor em saúde para um público exigente e sofisticado”, destaca Rodrigo Gavina, CEO de Hospitais Rede D’Or.
Tecnologias únicas e exclusivas
Paulo Hoff, médico e Presidente da Oncologia D’Or, ressalta que o Vila Nova Star dispõe de tecnologias únicas no Brasil. São equipamentos de imagem de altíssima complexidade e que se complementam para executar o que há de mais inovador em radioterapia no Brasil.
“O Cyberknife, por exemplo, é um equipamento de radioterapia sensível aos movimentos do corpo provocados pela respiração do paciente, o que o torna extremamente preciso para atingir o tumor, sem afetar órgãos sadios ao redor da célula cancerígena. Na prática, funciona como um acelerador linear montado num braço robótico, permitindo o tratamento com precisão submilimétrica de lesões pequenas com altíssima dose, preservando ao máximo os tecidos normais em torno da área tratada”, explica Hoff.
Além do Cyberknife, o hospital dispõe de outros dois equipamentos de última geração – Tomotherapy e Truebeam ST X –, que juntos formam o melhor e mais completo parque tecnológico de radioterapia do país.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Custos médicos corporativos no Brasil devem crescer 12,9% em 2025, aponta estudo
Abramge solicita suspensão de Consulta Pública da ANS sobre reajustes e regulação em planos de saúde
Doctoralia e Feegow lançam o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 com insights exclusivos sobre o setor
Mabel decreta estado de calamidade pública em Goiânia para saúde e finanças
Mamografias 3D superam exames tradicionais nos EUA, mas benefícios ainda são analisados
SAÚDE BUSINESS
Custos médicos corporativos no Brasil devem crescer 12,9% em 2025, aponta estudo
Apesar da desaceleração, aumento supera a média da América Latina e reforça a importância da gestão eficiente dos planos de saúde.
O Relatório de Tendências Globais dos Custos Médicos 2025, produzido pela Aon, projetou um aumento de 12,9% nos custos médicos corporativos no Brasil. Apesar da alta, o número representa uma redução de 1,2% em relação à edição anterior do estudo. Ainda assim, a média brasileira permanece acima da América Latina, com previsões de crescimento de 11,7% para 2024 e 10,7% para 2025.
Fatores que impulsionam os custos no Brasil
De acordo com Leonardo Coelho, vice-presidente de Health & Talent Solutions da Aon Brasil, a estabilização na frequência de uso dos serviços médicos após a pandemia não será suficiente para conter a variação nos custos em 2025. “Tratamentos, terapias e a crescente demanda por medicamentos de alto valor continuam sendo os principais motores dessa alta. Isso reforça a necessidade de uma gestão eficiente dos planos de saúde corporativos pelas empresas”, analisa.
O cálculo da tendência de custos considera o comportamento de utilização dos planos de saúde, custos de eventos médicos como consultas, atendimentos de emergência, exames, terapias e internações, além do impacto da inclusão de novas tecnologias e medicamentos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Destaques para 2025 no Brasil
Terapias simples: a frequência de uso dessas terapias (psicoterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, entre outras) deve aumentar devido à cobertura ilimitada estabelecida pela ANS.
Eventos de menor complexidade: crescimento na procura por eventos eletivos.
Medicamentos de alto custo: impacto significativo, especialmente de quimioterápicos e imunossupressores adicionados ao rol nos últimos dois anos.
O estudo também destacou as condições médicas que mais elevam os custos dos planos corporativos no país: doenças autoimunes (exceto Diabetes Tipo 1), cardiovasculares, câncer e saúde mental, esta última com aumento expressivo desde a pandemia.
Panorama global
O relatório aponta que, globalmente, o aumento médio dos custos médicos será de 10% em 2025, uma leve redução em relação aos 10,1% registrados em 2024. A América Latina, no entanto, apresenta uma tendência de desaceleração, influenciada por ajustes econômicos e estratégias empresariais regionais.
Segundo Max Saraví, head de Human Capital da Aon para a América Latina, a região enfrenta desafios específicos, como desvalorização cambial e inflação, mas o cenário também abre espaço para estratégias inovadoras: “Flexibilizar benefícios é uma tendência crescente, permitindo maior controle de gastos e a criação de pacotes de benefícios mais atrativos.”
Sobre o estudo
O relatório Global Medical Trend Rates 2025 reúne dados de 112 países, consolidando informações de planos médicos corporativos administrados pela Aon. Os insights refletem as expectativas locais, regionais e globais para o comportamento dos custos de saúde.
Leia o relatório completo aqui.
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Abramge solicita suspensão de Consulta Pública da ANS sobre reajustes e regulação em planos de saúde
Entidade crítica abordagem ampla da consulta e propõe análise separada para garantir maior participação e profundidade nas discussões.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) solicitou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a suspensão imediata da Consulta Pública 145. Essa consulta, iniciada em 19 de dezembro de 2024, visa coletar contribuições para a reformulação da Política de Preços e Reajustes do setor e abrange outros três temas: mecanismos de regulação financeira, venda online e revisão técnica. Para a Abramge, a abordagem conjunta dos temas compromete a profundidade das discussões e exige reformulação.
A Abramge defende que cada tema abordado na Consulta Pública 145 seja tratado separadamente, por meio de processos individualizados. “A condução da consulta com temas tão díspares e de tamanho impacto viola a participação social, impedindo que a sociedade tenha tempo e organização para apresentar críticas e sugestões relevantes”, afirmou a entidade em ofício enviado à ANS.
A associação também destaca que a legislação exige participação social robusta em processos regulatórios, conforme disposto na Lei nº 13.848/2019 e no Decreto nº 10.411/2020. Segundo a Abramge, a falta de foco prejudica a qualidade e a legitimidade das contribuições recebidas, comprometendo o processo.
Proposta alternativa: prazos sucessivos
Como alternativa à suspensão total da consulta, a Abramge sugere que a ANS estabeleça prazos sucessivos de 45 dias para cada tema, permitindo maior aprofundamento das discussões. “Cada um dos temas, de tão profundos que são, exige maior foco e tempo nas respectivas análises. Não somos contrários à consulta, mas ela precisa ser conduzida de forma individualizada”, declarou Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.
Compromisso com a sustentabilidade da saúde suplementar
A associação reafirma seu compromisso com a modernização da regulação setorial e se coloca à disposição para contribuir com propostas que promovam a sustentabilidade e eficiência da saúde suplementar no Brasil. Segundo a Abramge, mudanças significativas no horizonte regulatório demandam tempo e detalhamento adequado para análise, garantindo que operadoras, prestadores de serviços e consumidores participem de maneira estruturada e assertiva.
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MEDICINA S/A
Doctoralia e Feegow lançam o Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 com insights exclusivos sobre o setor
Estudo aponta que 71% das instituições investem em marketing e que isso é determinante para atrair novos profissionais
O Panorama das Clínicas e Hospitais é um estudo realizado pela Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo, juntamente com Feegow, software líder em gestão para clínicas e consultórios, para trazer insights exclusivos do setor no Brasil. O material, que já está na 5ª edição, se consolida cada vez mais como uma referência em dados para descrever o cenário da saúde e apontar as tendências para os próximos anos. Feito em parceria com Memed, Patient Centricity, Neomed, Dr. Fisiologia e Comunidade Inovação em Saúde, a pesquisa ouviu 1.048 representantes de clínicas e hospitais dos 26 Estados do Brasil, entre os dias 15 de agosto e 22 de setembro de 2024.
O estudo aponta que 71% das instituições investem em marketing e que isso é determinante para atrair novos profissionais, principalmente porque a ausência de estratégias de comunicação eficazes em clínicas e hospitais pode criar barreiras, afastando os pacientes quando eles precisam de serviços médicos. Além disso, 16% têm a intenção de investir em marketing, mas ainda não o fizeram, mesmo sabendo da importância de promover suas clínicas e serviços. Agora com relação ao investimento de marketing e o número de especialistas, proporcionalmente as estratégias avançadas são mais adotadas por instituições maiores, com mais de 50 profissionais, e a ausência de investimento em marketing ocorre em maior proporção em clínicas menores, com dois a quatro profissionais.
Canais mais populares
O relatório também traz insights a respeito dos canais de atuação mais populares. Nesse âmbito, 8 em cada 10 instituições de saúde estão no Instagram, e pelo segundo ano consecutivo este é o canal onde as clínicas e hospitais estão mais presentes. Em seguida, destacam-se o WhatsApp (54%), o site próprio (51%) e o Google Perfil da Empresa (51%). Pela primeira vez desde 2021, o Facebook não ocupa a primeira colocação no ranking e apresenta uma queda de mais de 40%. Os resultados obtidos por meio desses canais são: aquisição de novos pacientes, aumento de receita, visibilidade, retenção de pacientes e reconhecimento da marca.
Dessa maneira, ao garantir qualidade em todas as etapas da jornada dos pacientes, as instituições de saúde acumulam os seguintes benefícios: redução do no-show, engajamento com o tratamento e satisfação com os resultados, maior taxa de retorno, mais indicações do boca a boca, custo por aquisição reduzido, menos dependência de ações de marketing, ticket médio elevado e maior percepção de valor da marca.
Principais desafios
O estudo trouxe também os principais desafios enfrentados pelas instituições de saúde. Dentre eles, destacam-se: aquisição de novos pacientes (33%), ter mais pacientes particulares (33%) e aumentar o faturamento (29%). “Atrair novos pacientes é um dos principais desafios dos profissionais de saúde e a tecnologia pode ser uma grande aliada. Por meio de soluções inovadoras é possível oferecer um atendimento cada vez mais personalizado e humanizado, o que faz toda a diferença nos dias de hoje. Cada vez mais os pacientes estão em busca de praticidade e comodidade no atendimento e, por isso, oferecer agendamentos online, disponibilizar opinião dos pacientes, facilitar a vida deles e entender as suas reais necessidades será um diferencial na hora de escolher um profissional ou clínica médica”, afirma Felipe Rizzo, CEO da Doctoralia.
Telemedicina
O relatório traz também uma análise sobre o uso da telemedicina pelos profissionais de saúde. Nesse caso, 69% dos centros de saúde já oferecem telemedicina. Em comparação com o estudo do ano passado, houve uma leve alta no uso do teleatendimento. “Vale reforçar que esse movimento pode desafogar os atendimentos presenciais, reduzir no-shows e melhorar o acesso em áreas remotas. Além disso, a pressão por competitividade e adaptação tecnológica pode ser um fator decisivo para a popularização das consultas online nos próximos anos”, reforça Rizzo.
Digitalização de serviços
É fato que nos últimos anos temos visto a digitalização de determinados serviços de saúde aumentando cada vez mais. Agendamento e confirmação de consultas são digitais em 64% dos centros de saúde; prescrição vem em seguida, com 45%; pesquisa de satisfação com 40%; pagamento (29%), contato com especialistas (26%), check-in (21%) e histórico clínico do paciente (21%).
Objetivos das clínicas e hospitais
O levantamento reforçou os objetivos das clínicas e hospitais para 2025. Os dois que se sobressaíram foram aumento do faturamento, para 59% dos entrevistados, e aquisição de novos pacientes, para 54%. Em contrapartida, metas relacionadas à eficiência operacional e à experiência do paciente foram escolhidas por menos de um terço da amostra.
Tendências
Outro insight relevante foi com relação às tendências para o próximo ano. Para metade das clínicas e hospitais a palavra chave será humanização. Mas, ainda há alguns impeditivos, já que 72% dos entrevistados nunca mapearam a jornada dos seus pacientes, sendo que isso é essencial para identificar oportunidades de humanização. Além disso, para os ouvintes os dois maiores objetivos estão mais relacionados à rentabilidade, como aumento do faturamento e aquisição de novos pacientes.
“Diante desse cenário, a preocupação em oferecer uma jornada de qualidade ao paciente ainda parece ser um mero discurso. Para que a tendência se concretize, precisamos estimular mudanças de mentalidade, de hábitos e de comportamento na gestão da saúde. Outra controvérsia é que, embora apenas 20% da amostra tenha o objetivo de investir em tecnologia, as tendências associadas ao tema tiveram bastante relevância. Nesse contexto, é importante reconhecer que, apesar da dualidade percebida entre humanização e tecnologia, ambas estão diretamente relacionadas. Dessa maneira o futuro da saúde será tão humano quanto às ações que tomamos hoje, já que as clínicas e os hospitais serão tão prósperos e sustentáveis quanto sua dedicação em colocar os pacientes no centro”, finaliza Rizzo.
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A REDAÇÃO
Mabel decreta estado de calamidade pública em Goiânia para saúde e finanças
Goiânia - O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, assinou nesta quinta-feira (2/1) decretos de calamidade pública para a saúde e para as finanças para enfrentar as crises que afetam o município. Ao todo, foram assinados 12 decretos com foco na contenção de despesas e no enfrentamento da crise na Saúde. As medidas buscam reorganizar as finanças, otimizar recursos e enfrentar os problemas críticos da gestão pública municipal. Análises preliminares da Secretaria de Fazenda estimam rombo operacional entre R$ 2 e R$ 3 bilhões, agravado por problemas na saúde que levaram a uma intervenção estadual.
Os decretos de calamidade pública são válidos por até 180 dias e abrangem desde a suspensão a novas adesões a atas de preços até restrições na aquisição de equipamentos de tecnologia. “Não se trata de cortar serviços, mas de ajustar os valores para que a população tenha um retorno melhor dos recursos públicos investidos”, afirmou o prefeito, destacando que as medidas são essenciais para estabilizar o município e priorizar áreas críticas.
O decreto financeiro visa possibilitar o contingenciamento de despesas e a renegociação de dívidas, incluindo precatórios e obrigações previdenciárias. Além do déficit operacional, estima-se mais de R$ 1 bilhão em dívidas tributárias e bloqueios de contas que dificultam o pagamento de fornecedores.
Na área da saúde, o decreto permitirá ações mais rápidas, como a compra de medicamentos e insumos e a contratação emergencial de leitos de UTI. “Precisamos de agilidade para resolver as urgências da população. O decreto nos dará condições de fazer isso sem burocracia excessiva”, pontuou Mabel.
Na gestão financeira, o decreto autoriza o contingenciamento de despesas e a renegociação de dívidas, incluindo precatórios e obrigações previdenciárias. Na saúde, as medidas emergenciais viabilizam a aquisição rápida de medicamentos, insumos e a contratação de leitos de UTI. “Precisamos de agilidade para resolver as urgências da população. O decreto nos dará condições de fazer isso sem burocracia excessiva”, destacou Mabel. O prefeito também alertou para um possível surto de dengue no início de 2025 e justificou a edição de um decreto emergencial voltado à prevenção. Entre as ações previstas, está o uso de drones para identificar e combater focos do mosquito transmissor de forma mais eficiente.
Além disso, Mabel enfatizou a necessidade de modernizar a gestão financeira com a implantação de sistemas de governança tecnológica e centros de custo, visando maior transparência no uso de recursos públicos. “Hoje, não sabemos quanto cada área realmente gasta. Isso precisa mudar, e a tecnologia será uma aliada para trazer mais eficiência”, afirmou. Os decretos também suspendem temporariamente o pagamento de horas extras aos servidores municipais, com exceção de situações emergenciais na área da saúde.
O prefeito também criticou a burocracia que atrasa entregas essenciais, como medicamentos e materiais escolares, e defendeu o uso de atas de registro de preços de outros entes federativos para acelerar contratações emergenciais. Mabel reforçou que os decretos representam um esforço conjunto para colocar Goiânia nos trilhos, enfrentando com responsabilidade os desafios financeiros e de saúde que assolam a cidade. “Estamos aqui para organizar a casa, trazer transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos”, disse.
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Recadastramento de servidores
Outra iniciativa importante dos decretos será a implementação de um sistema de recadastramento dos servidores municipais. A medida visa identificar trabalhadores ativos, afastados ou em licenças prolongadas, permitindo um controle mais rigoroso da folha de pagamento e otimizando os recursos destinados à gestão de pessoal.
Na gestão financeira, Mabel planeja ainda implementar sistemas de governança tecnológica e criar centros de custo para maior transparência na destinação dos recursos. “Hoje, não sabemos quanto cada área realmente gasta. Isso precisa mudar, e a tecnologia será uma aliada para trazer mais eficiência”, afirmou. O prefeito também criticou os processos burocráticos que atrasam entregas essenciais, como medicamentos e materiais escolares. Ele defendeu o uso de atas de registro de preços de outros entes federativos para acelerar contratações emergenciais.
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FOLHA.COM
Mamografias 3D superam exames tradicionais nos EUA, mas benefícios ainda são analisados
Novo tipo de ferramenta de imagem, a tomossíntese digital da mama é cada vez mais usada para examinar mulheres
Uma nova tecnologia, às vezes chamada de mamografia 3D ou DBT, permite que os médicos examinem a mama com mais detalhes. Algumas pesquisas mostraram que ela pode detectar um pouco mais de cânceres com menos resultados falsos positivos do que as mamografias convencionais - embora ainda seja cedo para saber se esses benefícios se traduzirão em menos mortes por câncer.
"Quando soubermos a resposta, essa já será a tecnologia padrão", diz Ilana Richman, professora assistente na Escola de Medicina de Yale, que estudou a adoção do procedimento nos Estados Unidos.
Quase metade de todas as unidades de mamografia nos EUA agora são unidades de tomossíntese, e mais de 90% de todas as instalações de imagem mamária no país oferecem o procedimento, de acordo com dados federais.
Como funciona a tomossíntese?
O procedimento é semelhante a uma mamografia regular, onde a mama é comprimida entre placas e uma máquina tira raios-X. Mas na DBT, uma máquina tira múltiplos raios-X ao longo da mama e os reconstrói em fatias para criar uma imagem quase 3D. Em contraste, a mamografia tradicional tira um raio-X de toda a mama de uma vista superior e outro de uma vista lateral, criando uma imagem 2D.
Os médicos costumam compará-la a olhar fatias de pão. "A tomossíntese digital da mama nos permite desconstruir a mama em camadas para facilitar a visualização", diz Kathryn Lowry, professora associada de radiologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington e médica no Fred Hutch Cancer Center.
Ver essas camadas adicionais pode, às vezes, ajudar a revelar massas potencialmente cancerígenas escondidas atrás de outros tecidos - ou deixar claro quando uma anormalidade não é nada, disse Richman.
Quais são os benefícios?
Vários estudos mostraram que a DBT encontra alguns cânceres a mais do que a mamografia tradicional, disse Lowry.
A taxa de detecção de câncer de uma mamografia tradicional de rotina é de cerca de quatro a seis cânceres por mil mulheres, disse Lowry. A DBT demonstrou melhorar a taxa de detecção em cerca de 0,5 a quatro cânceres adicionais por mil mulheres, diz ela. As taxas de detecção dependem do ambiente e das características do paciente, incluindo idade e densidade mamária, e se o exame é a primeira mamografia de uma pessoa.
Uma das grandes questões entre os especialistas médicos é se detectar mais cânceres previne mais mortes por câncer de mama ou simplesmente leva a uma maior probabilidade de tratamento desnecessário para cânceres que talvez nunca tivessem progredido.
"Você está realmente encontrando tumores que têm impacto clínico, ou é mais sobre diagnóstico?" diz Karla Kerlikowske, professora de medicina, epidemiologia e bioestatística na Universidade da Califórnia em São Francisco.
Ainda não sabemos se os exames de DBT reduzem as mortes por câncer de mama. A pesquisa de Kerlikowske, baseada em dados de mais de 1 milhão de pacientes, sugere que a DBT pode beneficiar aqueles que estão em alto risco de câncer de mama e têm mamas extremamente densas. Nesses pacientes, sua pesquisa sugeriu que a DBT detecta cânceres agressivos mais cedo do que uma mamografia tradicional faria.
A evidência mais convincente a favor da DBT, disseram os especialistas, é que ela reduz os resultados falso-positivos que exigem que os pacientes voltem para mais exames de imagem - de mais de 100 por mil mulheres para cerca de 90, dependendo do estudo.
"Mesmo que não haja diferença nos resultados do câncer, isso por si só significa que é um teste melhor", diz Lowry.
Reduzir esses falsos positivos significa menos ansiedade para o paciente sobre um possível diagnóstico de câncer e elimina a necessidade (e o incômodo) de retornar para mais exames de imagem.
"Se isso poupa você da ligação que diz: 'Ei, encontramos algo suspeito', isso é um benefício real para as mulheres", afirma Richman.
Os médicos recomendam para todos?
Kerlikowske, que também é médica de cuidados primários, disse que, além dos pacientes que seu estudo encontrou especificamente para se beneficiar da tomossíntese, o tipo de mamografia não importa.
Sarah M. Friedewald, professora de radiologia na Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, afirma que encorajaria todos que podem fazer DBT a fazê-lo. "É simplesmente uma mamografia melhor", diz ela. (Friedewald é consultora da Hologic, que fabrica equipamentos de tomossíntese.)
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA disse que tanto a mamografia digital quanto a DBT são formas eficazes de triagem. O Colégio Americano de Radiologia endossou ambas para fins de triagem e diagnóstico.
Quanto custa a DBT?
Alguns estados exigem que seguradoras privadas cubram os exames sem coparticipação, alguns exigem cobertura mas permitem coparticipação, e vários estados não exigem nada. O Medicare cobre a triagem com DBT como um serviço preventivo gratuito, assim como o Medicaid em alguns estados.
Quando o seguro não cobre totalmente o procedimento, o custo médio do próprio bolso é de cerca de US$ 70 a US$ 77, de acordo com um estudo publicado por Richman em 2022.
Sem seguro, o preço de tabela pode ser de centenas de dólares. Planos de pagamento ou programas de triagem de saúde estaduais e comunitários podem compensar ou eliminar esse custo.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
ANS endurece regras e incentiva redução de reclamações nos planos de saúde
Nova regra da ANS permite que usuário mude de plano em caso de exclusão de hospital
Remédio contra agressão a médicos
Saúde Mental e a Regulamentação da ANS: Limitações da DUT
FOLHA.COM
ANS endurece regras e incentiva redução de reclamações nos planos de saúde
Nova normativa estabelece metas para diminuir queixas e oferece descontos em multa a quem melhorar atendimento
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) decidiu estabelecer novas regras para as operadoras de planos de saúde no que diz respeito a atendimento e demanda de beneficiários, buscando reduzir reclamações e melhorar a qualidade da prestação de serviços.
As medidas, que estão na resolução normativa nº 623, publicada poucos dias antes do fim do ano de 2024, incluem sanções mais rigorosas para empresas com desempenho insatisfatório e incentivos financeiros para aquelas que demonstrarem avanços no IGR (Índice Geral de Reclamações).
Operadoras que cumprirem as metas estipuladas pela ANS serão beneficiadas com descontos nas multas administrativas.
A normativa também ajusta critérios para que operadoras resolvam conflitos administrativos antes que se tornem processos sancionadores, desde que estejam dentro dos limites estabelecidos pelo IGR.
Segundo a normativa, será concedido desconto de 80% para empresas que alcançarem a meta de excelência do IGR trimestral e de 60% para aquelas que atingirem a meta de redução do IGR trimestral. Esses descontos aplicam-se a penalidades relacionadas a infrações administrativas definidas em lei.
Além disso, operadoras com IGR inferior ou igual à metade da média do setor poderão solicitar condições especiais para encerrar processos sancionadores, como 60% de desconto em multas pendentes na primeira instância e 40% em multas pendentes de julgamento em segunda instância.
Por outro lado, empresas que não cumprirem as metas de excelência ou de redução do IGR estarão sujeitas a penalidades agravadas. As consequências incluem agravamento de sanções administrativas para infrações relacionadas ao atendimento aos beneficiários, multas que podem chegar a até R$ 30 mil por descumprimento de regras como prazos e qualidade no suporte.
O IGR é uma ferramenta utilizada pela ANS para avaliar o desempenho das operadoras com base no volume e na natureza das reclamações registradas pelos consumidores.
"A norma é um avanço na relação entre as centrais de atendimento das operadoras e seus beneficiários e é um pilar inicial e fundamental para as mudanças fiscalizatórias que queremos implementar", disse a diretora de Fiscalização da ANS, Eliane Medeiros.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) classificou a atualização como parte de um ciclo natural do setor e destacou a importância das mudanças.
"Estimular e promover a transparência, a rastreabilidade e a segurança no atendimento aos beneficiários de planos de saúde é de suma importância para o funcionamento do setor", afirmou a entidade em nota.
Ainda segundo a associação, a busca por métricas positivas no IGR será mais um fator para engajar as operadoras na constante melhoria dos serviços prestados.
A resolução normativa nº 623/2024 foi aprovada na 616ª reunião da Diretoria Colegiada da ANS, realizada em 16 de dezembro.
As operadoras têm até julho de 2025 para ajustar seus processos internos e atender às novas exigências, o que inclui intensificar os esforços para reduzir reclamações e aumentar a resolutividade no atendimento.
Demandas agora devem ser atendidas dentro de prazos específicos, com respostas imediatas para casos de urgência e emergência. Além disso, as operadoras são obrigadas a fornecer informações claras sobre negativas de cobertura.
A especialista em saúde e consultora jurídica Juliana Hasse destaca que a está alinhada ao decreto nº 11.034/22, "incentivando melhorias nos mecanismos de atendimento".
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VALOR ONLINE
Nova regra da ANS permite que usuário mude de plano em caso de exclusão de hospital
Beneficiários de planos de saúde insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou de um serviço de urgência e emergência que funcione dentro do hospital da rede de sua operadora, na cidade onde mora ou onde contratou o plano, poderão mudar de operadora (fazer a portabilidade sem carência) sem cumprir os prazos mínimos de permanência, de um a três anos.
Também não será mais exigido que o plano escolhido seja da mesma faixa de preço do plano de origem, como acontece atualmente nos casos de portabilidade de carências. As operadoras também estão obrigadas a comunicar os usuários, individualmente, sobre exclusões ou substituições desses serviços com 30 dias de antecedência do término.
Essas e outras novas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estão em uma resolução de 2023, que entrou em vigor nesta terça (31) e devem ser adotadas por todas as operadoras de planos de saúde, em todos os tipos de contrato.
Segundo Alexandre Fioranelli, diretor de normas e habilitação dos produtos da agência, o objetivo é trazer maior transparência e segurança aos beneficiários.
Em casos de substituição de um hospital, a operadora deverá manter ou elevar a qualificação em relação ao serviço disponível anteriormente. Por exemplo: se o hospital excluído tiver um certificado de qualidade e de segurança do paciente (acreditação) terá que ser substituído por outro prestador que possua atributo do mesmo nível ou superior.
De acordo com a agência, a operadora poderá indicar, como prestador substituto, um estabelecimento de saúde já pertencente à rede de atendimento do produto somente nos casos em que tenha havido aumento da capacidade de atendimento do prestador, por meio a ampliação dos seus serviços/leitos ou da sua instalação física, nos últimos 90 dias, correspondente aos serviços que estão sendo excluídos.
O que muda com a nova resolução
Redução da rede hospitalar
Caso o hospital ou unidade a ser excluída da rede pelo plano seja responsável por até 80% das internações em sua região de atendimento, nos últimos 12 meses, a ANS entende que ela é uma das mais utilizadas do plano e, assim, a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo.
Substituição de hospitais
A avaliação de equivalência de hospitais para substituição também terá regras próprias. Agora, ela deverá ser realizada a partir do uso de serviços hospitalares e do atendimento de urgência e emergência, nos últimos 12 meses. Se no período analisado os serviços tiverem sido utilizados no prestador excluído, eles precisarão ser oferecidos no prestador substituto.
Ainda neste caso, se o hospital a ser retirado pertencer ao grupo de hospitais que concentram até 80% das internações do plano, não será permitida a exclusão parcial de serviços hospitalares.
Além das mudanças, a norma mantém um critério importante para o consumidor: a obrigatoriedade de o hospital substituto estar localizado no mesmo município do excluído, exceto quando não houver prestador disponível. Neste caso, poderá ser indicado hospital em outro município próximo.
Comunicação direta
A operadora será obrigada a fazer comunicação individualizada sobre as eventuais exclusões ou substituições de hospitais e serviços de urgência e emergência contratadas dentro do hospital.
Nos casos de contratos coletivos, a comunicação poderá ser por meio da pessoa jurídica contratante, desde que a operadora comprove que foi avisado individualmente cada beneficiário titular do plano ou de seu responsável legal.
O portal corporativo e a central de atendimento das operadoras devem manter atualizadas as informações sobre as alterações ocorridas na rede assistencial hospitalar para consulta pelos beneficiários.
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O GLOBO
Remédio contra agressão a médicos
É fundamental que o Congresso aprove leis que endureçam as penas para agressores de profissionais da saúde
Nunca se falou tanto sobre a violência sofrida por médicos em seus locais de trabalho. Diariamente, relatos incluem desde ofensas verbais até agressões físicas. Em novembro, uma tragédia em Douradina (MS) revelou o ápice dessa crise: o marido de uma paciente assassinou a facadas o médico Edvandro Gil Braz dentro do posto de saúde. No dia 10 de dezembro, no Rio de Janeiro, a médica Gisele Mendes de Souza e Mello morreu após ser atingida dentro do Hospital Naval Marcílio Dias por uma bala perdida durante tiroteio entre policiais e bandidos.
A violência contra médicos em situação de trabalho afeta, em média, três profissionais por dia no país. Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) junto às polícias civis de 26 estados e do Distrito Federal registra acúmulo de 38 mil ocorrências entre 2013 e 2024.
Esse cenário exige diagnóstico cuidadoso, pois as causas são diversas. Uma das principais é a precariedade do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante da demora no atendimento e da falta de recursos, muitas vezes a frustração de pacientes e familiares é dirigida aos médicos, também vítimas desse enredo.
Outro fator preocupante é a ausência de segurança adequada em postos e hospitais. Afinal, a proteção patrimonial não pode ser mais importante que a segurança de médicos, demais profissionais da saúde e pacientes. Além disso, o silêncio contribui para a sensação de impunidade. Descrentes da eficiência das autoridades, desestimulados pela burocracia e temerosos de retaliações, há profissionais que suportam insultos e agressões, perpetuando um ciclo de violência.
É urgente que o Brasil reconheça a violência contra médicos como problema a ser combatido. Um passo fundamental é a aprovação, pelo Congresso Nacional, de leis que endureçam as penas para agressores de profissionais da saúde. Vários projetos tramitam com essa finalidade. Um exemplo é o PL 4.002/24, que inclui atos dessa natureza no rol dos crimes hediondos.
Entretanto, assim como o diagnóstico do problema é multifacetado, a solução também precisa ser. A aprovação de leis não resolverá o problema sem medidas de gestão para enfrentar o sucateamento da saúde. É indispensável ampliar o número de leitos, comprar equipamentos, manter estoques de insumos e medicamentos em dia e reforçar as equipes médicas. Também são necessários fluxos de trabalho mais organizados e é preciso criar redes de segurança que protejam a integridade física e emocional dos trabalhadores.
Outro caminho é a conscientização da sociedade. Em Mato Grosso do Sul, uma deputada estadual apresentou um projeto de lei que institui uma campanha anual de combate à violência contra médicos e profissionais da saúde. Iniciativas como essa são exemplos de ações que podem transformar o desrespeito numa cultura de valorização. Assim, tragédias como as de Douradina e do Rio de Janeiro não se repetirão, e o respeito e a segurança prevalecerão nos ambientes de assistência.
*José Hiran Gallo é presidente do Conselho Federal de Medicina
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MEDICINA S/A
Saúde Mental e a Regulamentação da ANS: Limitações da DUT
Por Renato Luiz Lopes de Castro Lobo
A assistência à saúde mental no Brasil enfrenta desafios estruturais que comprometem a eficácia dos tratamentos e a acessibilidade aos serviços. Um dos aspectos mais criticados é a regulamentação da ANS que limita a utilização da Diretriz de Utilização de Tecnologia (DUT) em assistência em saúde mental em regime de hospital-dia a apenas quatro grupos de doenças de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID) no contexto do tratamento ambulatorial. Cabe esclarecer aqui que o “hospital-dia” não se constitui de tratamento hospitalar em regime de internação integral, mas, sim, de um tratamento em regime aberto em modelo de assistência do campo ambulatorial. Esse dispositivo é estratégico e essencial para a rede de cuidados por se estabelecer como dispositivo de tratamento de complexidade estruturado por equipe multiprofissional, para atendimento intermediário de situações psíquicas graves e complexas em que o usuário possui todo o suporte equivalente a uma internação, porém com tratamento em regime aberto, estando desfrutando da companhia e suporte emocional de sua casa, sem o evento potencialmente traumático de uma internação integral, prevenindo internação e monitorando os casos mais complexos para que se evitem justamente internações integrais.
Desta forma, essa restrição da DUT não apenas reduz o alcance dos serviços, mas também ignora a complexidade das condições de saúde mental do beneficiário.
A exclusão de diversas condições de saúde mental da DUT representa um sério obstáculo à recuperação de pacientes que necessitam de cuidados multidisciplinares e contínuos. A saúde mental é um campo vasto onde os diagnósticos muitas vezes se sobrepõem e as necessidades dos pacientes variam consideravelmente. Limitar a assistência a apenas quatro grupos de CID resulta em uma abordagem excludente e simplista que não atende à realidade dos pacientes que frequentemente apresentam variados níveis de gravidade nas diversas doenças psiquiátricas existentes, algumas delas como depressão unipolar e transtorno de personalidade borderline que são de alta prevalência e potencial gravidade estão, por exemplo, fora da DUT.
Em sua única, última e muito louvável publicação sobre “Diretrizes assistenciais em Saúde Mental na Saúde Suplementar”, no ano de 2008, a agência deixa clara a justa primazia do tratamento extra hospitalar/ambulatorial em Saúde Mental, porém esta restrição na DUT dos hospitais-dia em psiquiatria/saúde mental fere os próprios princípios que orientam a diretriz vigente.
Além disso, essa limitação pode levar a uma disparidade significativa no acesso ao tratamento. Pacientes que não se encaixam nos grupos permitidos podem ficar sem apoio, aumentando o risco de agravos e crises que poderiam ser evitadas com intervenções apropriadas. Essa situação não apenas impacta o bem-estar dos indivíduos, mas também gera um custo social e econômico maior, uma vez que o tratamento inadequado pode resultar em internações hospitalares em regime integral mais frequentes, mais longas e complexas.
A ANS deve revisar essa regulamentação, considerando a urgência de ampliar a DUT para incluir uma gama mais abrangente de condições de saúde mental. Uma abordagem mais inclusiva permitiria que hospitais-dia oferecessem um tratamento mais eficaz e adequado promovendo uma recuperação real e sustentável para os pacientes.
Em suma, a proteção da saúde mental no Brasil exige uma mudança na regulamentação da ANS que deve refletir a diversidade e a complexidade das condições enfrentadas pelos pacientes. Garantir acesso a um tratamento abrangente e adequado é fundamental para a promoção da saúde mental como um direito básico de todos.
*Renato Luiz Lopes de Castro Lobo é Vice-presidente da APRISME – Associação Privada de Saúde Mental.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Planos de saúde voltam a crescer com aumento do emprego e da renda
Medicina diagnóstica reduz geração de resíduos e investe em práticas ESG
Governo divulga calendário de feriados e pontos facultativos em 2025; veja datas
Clínica de influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado, diz polícia
Envelhecimento populacional expõe desigualdades e é desafio para o Estado
BRASIL 247
Planos de saúde voltam a crescer com aumento do emprego e da renda
Segundo informações divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, os planos de saúde no Brasil devem encerrar 2024 com 865 mil novos beneficiários na modalidade médico-hospitalar, alcançando a marca de 51,7 milhões de vidas cobertas. A previsão da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa os principais grupos de operadoras de planos e seguros privados do setor no país, indicaria o maior número de usuários desde o ano 2000, quando foi iniciada a série histórica.
A estimativa representa um crescimento de 1,2% em relação ao final de 2023, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) contabilizava 50,8 milhões de beneficiários. Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde, ressaltou que "o resultado está alinhado ao aquecimento da atividade econômica no país e à redução da taxa de desemprego. E, consequentemente, à maior oferta de planos de saúde pelas empresas a seus colaboradores."
Além do aumento no número de beneficiários, a FenaSaúde tem direcionado esforços para combater a corrupção no sistema de saúde suplementar. A entidade estima que o setor sofre um prejuízo anual de R$ 34 bilhões devido a fraudes contra os planos de saúde. Para enfrentar esse desafio, a FenaSaúde estabeleceu uma parceria com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com o objetivo de treinar profissionais das operadoras para identificar movimentos suspeitos. Como resultado dessa colaboração, houve um aumento de 264% no número de operações denunciadas ao Coaf por suspeitas de irregularidades entre 2023 e 2024.
Vera Valente destacou ainda que "essas medidas não apenas contribuem para a sustentabilidade financeira dos planos de saúde, mas também reforçam a confiança dos beneficiários no sistema, garantindo um atendimento de qualidade e transparente."
Com a continuidade das melhorias econômicas sob o governo Lula 3, o setor de saúde suplementar espera manter seu crescimento, oferecendo cada vez mais opções nos serviços prestados aos brasileiros.
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MEDICINA S/A
Medicina diagnóstica reduz geração de resíduos e investe em práticas ESG
A gestão de resíduos é um dos pilares da agenda ESG para empresas que buscam sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. No âmbito da saúde e, mais especificamente, na medicina diagnóstica, a implementação de práticas adequadas de tratamento, descarte e redução de resíduos faz parte das ações para minimizar o impacto ambiental e atender às exigências regulatórias.
Segundo a sexta edição do Painel Abramed - O DNA do Diagnóstico, entre 2021 e 2023, a gestão de resíduos no setor de medicina diagnóstica mostrou avanços. Os resíduos comuns gerados pelos associados diminuíram 36,63% ao longo do período, enquanto os resíduos infectantes e perfurocortantes caíram 34,48%. Os resíduos químicos tiveram uma redução de 11,6%. Por outro lado, os rejeitos radioativos aumentaram 25,25% em 2022, mas caíram em 2023, acumulando uma redução de 58,34% em relação ao início do período.
É importante destacar que essas variações nos dois últimos anos são efeito da redução de unidades monitoradas, de 93% para 86%. Além disso, houve mudança no mix de empresas que responderam.
De qualquer forma, entre as iniciativas que podem explicar parte destas reduções, Fernanda Avila, membro do Comitê de ESG da Abramed e gerente ESG da Dasa, cita investimento em inovação tecnológica, treinamentos e parcerias. A tecnologia atua como uma aliada, seja na busca de novos métodos de tratamento de resíduos, seja na pesquisa de novos materiais que impactem menos o meio ambiente.
Como exemplo, laboratórios estão utilizando tubos menores e placas no processamento de amostras, o que reduz significativamente o uso de água e reagentes, diminuindo também a geração de resíduos. Além do benefício ambiental, essa prática melhora a experiência do paciente ao exigir volumes menores de amostras coletadas. "Neste ponto, os treinamentos são importantes, pois permitem compartilhar a responsabilidade para encontrar soluções", acrescenta Fernanda.
Para uma boa gestão de resíduos, é preciso que as pessoas compreendam o tema, seus desafios e impactos. Nesse processo, o papel das lideranças merece destaque, pois elas ensinam pelo exemplo, promovendo a conscientização e o engajamento. Importante lembrar que as práticas de ESG demandam intencionalidade e consistência para superar os desafios de implementação e garantir resultados efetivos a longo prazo.
Além das soluções tecnológicas e treinamentos, que são fundamentais, a gestão contínua e a mensuração dos resíduos também precisam ser priorizadas pelas equipes responsáveis pelo tema. "Elas possibilitam identificar e corrigir erros de processo, além de acelerarem as oportunidades de redução de resíduos de forma mais efetiva. Isso contribui para uma operação mais eficiente e responsável na escolha do investimento", diz.
Dados do Painel Abramed mostram que todas as empresas participantes possuem políticas de gestão de resíduos e oferecem treinamento sobre o tema, enquanto 84% promovem campanhas de conscientização e realizam inspeções ou auditorias internas para monitoramento das práticas. Além disso, 92% implementaram coleta seletiva, 54% reutilizam materiais e 76% reaproveitam recursos.
Em termos de metas específicas, 62% das associadas estabeleceram objetivos de redução de resíduos e realizam acompanhamento regular desses resultados, refletindo um compromisso crescente com a sustentabilidade no setor de medicina diagnóstica.
"Sempre digo que o ESG impacta as pessoas 'pelo amor ou pelo bolso'. Ambas são estratégias válidas, e a coexistência das duas é recomendável nas empresas. Campanhas e metas, por exemplo, são ferramentas que aceleram resultados, criam um ambiente propício à inovação e atraem soluções eficazes", comenta Fernanda.
Sobre o futuro, ela acredita que é importante dar mais relevância e direcionar mais investimentos às pesquisas e tecnologias voltadas para sustentabilidade. "Já existem muitas soluções interessantes disponíveis, mas o custo de implementação ainda é elevado em comparação àquelas que não focam no impacto positivo para o meio ambiente. Os desafios de sustentabilidade são complexos e exigem a colaboração de diversos setores. Não há uma 'bala de prata' para essas questões; os desafios são sistêmicos e estruturais, assim como suas soluções", diz.
Para lidar com esses desafios, são fundamentais espaços de troca de experiências, como o Comitê ESG da Abramed. "É importante perceber que muitos desses desafios são comuns a todos os associados, independentemente do tamanho ou grau de maturidade da empresa. Vejo o Comitê como uma oportunidade para o setor crescer nesse debate e acelerar sua participação nas soluções que as questões de sustentabilidade trazem para todos", declara Fernanda.
Como entidade representativa do setor de medicina diagnóstica, a Abramed vem mobilizando os associados em torno da sustentabilidade, alinhando práticas e estratégias que contribuem para um setor mais responsável, como salienta a diretora-executiva, Milva Pagano. "Atuamos como facilitadora do diálogo, promovendo a disseminação de boas práticas e a implementação de soluções que não só atendem às demandas ambientais, mas também geram valor para as empresas e para a sociedade. Nosso compromisso reflete a necessidade de uma abordagem integrada, que considere o impacto de todas as ações no longo prazo", finaliza.
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PORTAL G1
Governo divulga calendário de feriados e pontos facultativos em 2025; veja datas
Ano terá quatro feriadões, que podem vir a proporcionar quatro dias de folga seguidos para o trabalhador. Por outro lado, outros quatro feriados nacionais caem em finais de semana.
O governo publicou uma portaria com a lista de feriados e dias de ponto facultativo em 2025. O calendário foi divulgado na edição desta segunda-feira (30) do Diário Oficial da União.
Ao todo, 2025 terá quatro feriadões:
O primeiro deles é o da Páscoa, que começa em 18 de abril com a Paixão de Cristo, numa sexta-feira. O Dia de Tiradentes cai na segunda-feira seguinte, dia 21 de abril, podendo proporcionar ao trabalhador quatro dias de folga seguidos.
Os outros três feriadões caem em quintas-feiras, por isso, podem ser emendados com a sexta e o fim de semana, a depender da decisão de cada empresa. São eles: 1º de maio (Dia do Trabalhador), 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e o Natal, em 25 de dezembro.
Apesar disso, o calendário conta com quatro feriados que caem em finais de semana:
7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados) e 15 de novembro (Proclamação da República).
Municípios e estados também podem determinar em lei feriados locais, como o Carnaval e Corpus Christi, que são considerados pontos facultativos nacionais (entenda o que é no vídeo abaixo).
Assim, para ajudar no seu planejamento para o próximo ano, o g1 preparou um calendário com os pontos facultativos e feriados de 2025.
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Clínica de influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado, diz polícia
Cirurgias de nariz eram realizadas por R$ 5 mil, enquanto médicos cobram cerca de R$ 30 mil pelo procedimento. Dentista chegou a fazer oito cirurgias num único dia.
A Polícia Civil divulgou que a clínica dos influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes com procedimentos estéticos cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado. De acordo com o dentista, que era um dos responsáveis técnicos pelo estabelecimento, a clínica cobrava R$ 5 mil para uma cirurgia de nariz. No mercado, um cirurgião-plástico cobra uma média de R$ 30
Karine Gouveia e Paulo César Dias, donos da clínica, foram presos no dia 18 de dezembro em uma operação policial que investiga a realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos e psicológicos a pacientes. Mais de 60 pessoas já procuraram a polícia para denunciar o estabelecimento.
O casal segue temporariamente preso na Casa do Albergado, que abriga pessoas que foram presas por crimes cometidos sem violência. Em nota, a defesa do casal informou que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, reafirmou que não há motivação para a manutenção da prisão e que eles nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime (leia a nota ao final do texto).
Segundo a PC, o dentista relatou que o baixo custo dos procedimentos gerava uma alta demanda por atendimento. “Ele revelou que havia agendamentos com intervalos menores que uma hora, totalmente insuficientes para procedimentos cirúrgicos”, diz texto enviado pelo delegado Daniel Oliveira.
Em nota enviada no domingo (29), a defesa do dentista disse que ele "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais". A advogada Nayara Caixeta afirmou ainda que o profissional apresentou todas as informações importantes às autoridades e que está à disposição para novos esclarecimentos (veja a nota completa ao final do texto).
O dentista afirmou que chegou a realizar até oito cirurgias num único dia. O profissional declarou que fazia procedimentos como lipoaspiração de papada, retração de orelha e rinomodelação.
O responsável-técnico disse ainda à polícia que a clínica tinha uma política de comissionamento. Assim, as consultoras vendiam o máximo de procedimentos possível.
Além disso, o dentista declarou que não tem formação para realizar os procedimentos e que seu conhecimento era apenas prático. Karine Gouveia e Paulo César Dias, donos da clínica, tinham conhecimento disso, de acordo com o homem.
“[O dentista] relatou que ingressou na clínica por meio de um teste proposto por Karine Gouveia, no qual realizou cirurgias em dois pacientes sem que eles soubessem que eram objeto de um teste”, afirmou texto da PC.
O Conselho Regional de Odontologia (CRO/GO) informou que "eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos". A instituição disse ainda que cirurgiões-dentistas têm formação e capacidade técnica para realizar procedimentos de harmonização orofacial, desde que respeitados os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia.
A clínica conta com outra responsável técnica, que é biomédica. O Conselho Regional de Biomedicina - 3ª Região (CRBM-3) declarou que está apurando as informações divulgadas e só vai comentar o caso após ser notificado. O CRBM-3 dise ainda que a biomédica possui habilitação em biomedicina estética e que seu registro profissional está regular.
Sobre o caso
De acordo com a polícia, os procedimentos eram realizados sem condições adequadas. O delegado Daniel Oliveira afirmou que os profissionais não tinham habilitação necessária para o manejo das substâncias usadas, e as instalações da clínica apresentavam problemas, como falta de esterilização e uso de bisturis cegos.
Segundo o delegado, a Vigilância Sanitária documentou pelo menos 18 irregularidades durante a inspeção feita na unidade de Goiânia da clínica. Já unidade de Anápolis, de acordo com a investigação, não possui alvará de licença sanitária e nem projeto arquitetônico aprovado pelo órgão sanitário competente.
A Polícia Civil explicou que Karine Gouveia não possui formação superior na área da Saúde. O marido dela cuidava da parte administrativa. O delegado afirmou que eles chegaram a intimidar pacientes que buscavam reparação.
A polícia divulgou que muitos famosos frequentaram a clínica de estética de Karine Gouveia e que eles costumavam realizar "procedimentos pouco invasivos". Nesses casos, segundo a PC, dona da clínica usava "produtos de boa qualidade". Esses famosos não são investigados.
“Esses famosos, em geral, realizam procedimentos minimamente invasivos e os relatos são de que, com eles, eram usados bons produtos. As outras vítimas, em sua maioria pessoas de baixo poder aquisitivo, se propunham a fazer procedimentos invasivos”, explicou o delegado.
Nota - Defesa do casal
Sobre os procedimentos estéticos realizados na clínica, todos os pacientes sempre foram tratados com profundo respeito e cuidado. A defesa e os investigados acreditam que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, inclusive — mas não se limitando — aos procedimentos realizados em 2017, que só agora estão vindo a público. É necessário compreender o que ocorreu nesse intervalo de tempo. Esse entendimento é tanto um direito quanto um dever dos empresários, diante dos 8 anos de atuação no mercado e dos mais de 30 mil clientes atendidos e procedimentos realizados.
As publicações baseadas em informações fornecidas pela autoridade policial, de forma unilateral e sem a realização de perícia técnica com a participação de ambas as partes, promovem a execração pública dos investigados, tratando-os como se já estivessem condenados, sem que tenham tido acesso ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Tal postura fere gravemente os direitos humanos, desrespeitando normas internacionais protegidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, estabelecida em Haia, a qual está sendo acionada.
Quanto ao número crescente de pessoas que têm se manifestado, os investigados respeitam profundamente, mas é necessário analisar cada caso individualmente. Por exemplo, há pessoas que não seguiram as recomendações pós-procedimento; portanto, as consequências disso não se devem ao procedimento em si. Por isso, é essencial entender cada caso de forma isolada. A defesa também alerta para a importância de se realizar perícias em cada caso, com a participação de todas as partes envolvidas, incluindo os conselhos responsáveis, para garantir que todas as questões técnicas sejam devidamente validadas.
A decretação de prisão temporária é uma medida desproporcional e injustificável, especialmente diante da ausência de qualquer elemento concreto que impeça os investigados de responderem às acusações em liberdade. Vale ressaltar que, neste período sensível de Natal, essa decisão manteve um menino de apenas 7 anos afastado abruptamente de seus pais.
Por se tratar de um processo que tramita sob segredo de Justiça, a defesa não entrará no mérito das acusações, mas tem a absoluta certeza de que os fatos serão esclarecidos no processo, caso a caso.
Reforçam ainda que Karine Gouveia e Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime.
Nota - Defesa do dentista
A defesa do dentista responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. Ele sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.
Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.
Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Nayara Caixeta - Firmes Caixeta Advogados
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CORREIO BRAZILIENSE
Envelhecimento populacional expõe desigualdades e é desafio para o Estado
Em um país onde a taxa de natalidade era de dez filhos por mulher e a expectativa de vida não chegava aos 45 anos, o Brasil experimenta aos poucos a inversão total da pirâmide etária. Especialistas avaliam que nova realidade exige redesenho do sistema de saúde
O envelhecimento da população brasileira se mostra presente há mais de três décadas, mas apenas agora é possível perceber um crescimento significativo de idosos residentes. Em um país onde, há menos de 100 anos, a taxa de natalidade era de dez filhos por mulher e a expectativa de vida não chegava aos 45 anos, o Brasil experimenta aos poucos a inversão total da pirâmide etária.
Com quase 33 milhões de pessoas idosas no país, o envelhecimento da população se tornou um desafio para o Estado, que precisa investir em políticas públicas que visam o bem-estar e a saúde da pessoa idosa.
O Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a população de pessoas de 60 anos ou mais é de 32.113.490 pessoas, o que representa um acréscimo de 56,0% em relação à pesquisa de 2010.
Dessa população total, 17.887.737 (55,7%) são mulheres e 14.225.753 (44,3%) são homens. Em 1980, o Brasil tinha apenas 6,1% da população com 60 anos ou mais de idade. Já em 2022, esse grupo etário representou 15,8% da população total, enquanto em 2010 o percentual da população idosa era de 10,8%.
Os dados ainda mostram que o grupo com o maior crescimento, em relação a 2010, foram as pessoas de 65 a 69, saltando de quase 5 milhões de pessoas para 8 milhões de pessoas, um aumento percentual de 63%. Já o grupo de maior proporção populacional são as pessoas de 60 a 65 anos, que representam 10 milhões de brasileiros em 2022.
De acordo com o IBGE, o envelhecimento da população é observado quando os grupos mais jovens passam a representar menores proporções da população total, relativamente aos grupos de adultos e pessoas idosas. Esse fenômeno tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo entre as pessoas idosas.
Com o envelhecimento, problemas de saúde começam a ficar cada vez mais presentes e, com uma população cada vez mais velha, as doenças da velhice começam a refletir no Sistema Único de Saúde () e na falta de políticas públicas voltadas para o bem-estar dos idosos.
De acordo com médica geriatra Karla Giacomin, líder da Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para políticas públicas e envelhecimento, o Brasil ainda está muito atrás de outros países em relação a oferta de políticas públicas voltadas para pessoas idosas.
Políticas públicas
"O Brasil ainda precisa melhorar muito. Nós temos muito menos ofertas de instituições de longa permanência, ou programas de apoio às famílias e comunidades. Não temos centros de convivência ou de estimulação cognitiva suficientes. Tudo isso poderia estar sendo ofertado, mas ainda não está, exatamente pela dificuldade que a nossa sociedade tem de reconhecer o envelhecimento como uma realidade", argumenta Giacomin.
Segundo a médica Maria Fernanda Lima-Costa, pesquisadora e líder do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), melhorar a saúde e o bem-estar dos idosos no Brasil requer a implementação de ações integradas, que incluem o fortalecimento do sistema público de saúde, o incentivo à prevenção de doenças e agravos à saúde, a promoção da inclusão social e o combate ao isolamento e à solidão.
"É fundamental implementar e fortalecer a Política Nacional de Cuidados, com especial atenção aos cuidados de longa duração, para atender às necessidades crescentes da população idosa, promovendo suporte qualificado aos cuidadores e garantindo acesso a serviços integrados e humanizados", diz Lima-Costa.
"Além disso, a mitigação das desigualdades em saúde entre idosos exige políticas públicas que atendam às necessidades dessa população de forma igualitária e eficiente, como o fortalecimento do , a promoção da equidade regional, as políticas intersetoriais e de longo prazo e investimento em pesquisas na área", completa a pesquisadora.
Preconceito etário
Além das dificuldades apontadas pelas especialistas, Karla Giacomin também ressalta um outro problemas que o envelhecimento traz: o , ou idadismo. De acordo com a geriatra, as pessoas que são discriminadas por conta da idade têm uma expectativa de vida até oito anos menor do que uma pessoa que não sofreu preconceito. "No Brasil, a gente ousa dizer que se você ainda não sofreu o preconceito de raça, gênero ou classe social, pode ficar tranquilo que você vai sentir o preconceito etário. E o acúmulo desses preconceitos durante a vida também adoecem", diz.
Segundo Lima-Costa, o preconceito e o exercem impactos profundos no processo de envelhecimento, que afetam tanto a saúde física quanto a mental dos idosos. A pesquisa aponta que a discriminação baseada na idade pode levar os idosos a internalizarem estereótipos negativos sobre o envelhecimento, como a ideia de que são inúteis, frágeis ou incapazes. Essa internalização pode reduzir a autoestima, gerar insegurança e desmotivar os idosos a buscarem novas experiências ou adotarem um estilo de vida ativo.
"Uma pessoa idosa que se sente discriminada pode se isolar, deixando de participar de atividades familiares, profissionais e sociais. Essa exclusão intensifica a sensação de solidão e pode desencadear problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão", explica a líder do ELSI-Brasil.
Lima-Costa também aponta a subestimação dos problemas de saúde dos idosos como uma das barreiras que envolvem o . "Por exemplo, muitos profissionais de saúde podem encarar condições como quedas como algo 'natural da idade' e não oferecer a atenção clínica necessária. Essa negligência pode resultar em diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e piora das condições de saúde".
Além disso, outro impacto significativo do , segundo a pesquisadora, é a limitação da implementação de políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável. "Os parlamentares podem achar que não vale a pena investir na saúde, educação e lazer das pessoas idosas, perpetuando assim ciclos de exclusão e vulnerabilidade", complementa.
Desigualdade escancarada
Além dos obstáculos na implementação de políticas públicas, o Brasil encara outro desafio no envelhecimento da população. De acordo com a médica Karla Giacomin, a desigualdade social e econômica é um grande influenciador do tipo de envelhecimento que as populações de diferentes classes sociais enfrentaram. "O Brasil é um país marcadamente desigual. Desigualdade racial, de gênero, econômica e social. Todas essas desigualdades chegarão na velhice e vão se concretizar em demandas de cuidados que não serão iguais para todos", afirma.
Segundo ela, a chance de uma pessoa com menos de quatro anos de escolaridade precisar de cuidados é três vezes maior do que uma pessoa que tem o nível superior completo. Além disso, a chance de uma pessoa não branca precisar de cuidados é maior do que entre as pessoas brancas, assim como as chances de uma mulher precisar de cuidados também é maior do que a de um homem.
"Essas desigualdades vão nos acompanhar ao longo da vida e vão repercutir, sem sombra de dúvida, em um adoecimento piorado ou crônico que precisa de mais recursos", argumenta. "Por isso que, lutar por um de qualidade para todo mundo é obrigação de todo o brasileiro, para que o envelhecimento seja justo e igual para todos", acrescenta Giacomin.
Ademais, segundo a médica Maria Fernanda Lima-Costa, indivíduos com menor escolaridade e renda possuem menor letramento em saúde e tendem a adotar estilos de vida menos saudáveis, especialmente no que diz respeito à alimentação e à prática de atividade física. Essa realidade está diretamente associada a uma maior probabilidade de desfechos negativos em saúde.
Um estudo recente com dados do ELSI-Brasil evidenciou disparidades em cinco indicadores de envelhecimento saudável - vestir-se, tomar medicamentos, administrar dinheiro, função cognitiva e força de preensão manual. A comparação foi feita entre o Brasil, um país de renda média-alta, e Inglaterra, um país de alta renda. Os resultados mostraram que, em geral, mulheres e homens idosos ingleses (60 anos ou mais) apresentam melhor saúde em comparação aos idosos brasileiros, reforçando o impacto das condições socioeconômicas na saúde das populações.
Entre os diversos problemas que a desigualdade econômica traz, a dificuldade no acesso à saúde é um dos maiores empecilhos, em especial na velhice. Considerando que 75% desse grupo depende exclusivamente do sistema público de saúde, Lima-Costa aponta que a falta de acesso a cuidados de saúde adequados impacta de forma significativa no bem-estar dos idosos no Brasil, contribuindo para o agravamento de doenças crônicas não transmissíveis, a piora da qualidade de vida e o aumento da mortalidade.
Acesso à saúde
"Muitos idosos enfrentam dificuldades para acessar serviços de saúde regulares, como consultas médicas e tratamentos especializados, o que resulta no controle inadequado de condições como diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças cardíacas, levando a complicações graves e até a morte prematura. Além disso, dificuldades financeiras representam um obstáculo importante para a aquisição de medicamentos essenciais e a realização de exames preventivos e diagnósticos", avalia a líder do ELSi-Brasil.
Outro aspecto relevante é a desigualdade no acesso aos serviços de saúde em diferentes áreas de residência. Idosos que vivem em regiões periféricas ou rurais enfrentam maiores barreiras para acessar unidades de saúde, resultando em atrasos no diagnóstico e tratamento.
Um estudo conduzido pela ELSI-Brasil, entre 2015 e 2016, revelou que idosos com planos de saúde privados visitaram especialistas com maior frequência, enquanto aqueles que utilizavam a Estratégia Saúde da Família (ESF) e postos de saúde tradicionais apresentaram maior probabilidade de consultas com clínicos gerais.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde e a nova política de preços, rescisão contratual e reajuste
Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas
Medicina é exemplo do impacto positivo da inteligência artificial
ESTADO DE MINAS
Planos de saúde e a nova política de preços, rescisão contratual e reajuste
A consulta pública, que ocorre até 3 de fevereiro, é uma oportunidade para que todos os interessados possam discutir e contribuir com as propostas
NATÁLIA SORIANI
Advogada especialista em direito médico e da saúde
A Agência de Saúde Suplementar (ANS) apresentou, recentemente, um conjunto de propostas que podem redefinir o cenário da saúde suplementar no Brasil. As mudanças visam tornar o setor mais transparente e previsível para os consumidores, ao mesmo tempo que buscam evitar práticas abusivas por parte das operadoras. Os pontos essenciais são: reajuste de planos coletivos; mecanismos financeiros de regulação, como coparticipação e franquia; venda de planos online; e a revisão técnica de preços de planos individuais/familiares.
Uma das mudanças mais significativas diz respeito aos reajustes dos planos coletivos. Atualmente, esses planos não possuem um teto definido, o que gera incertezas e, muitas vezes, aumentos excessivos para os consumidores. A ANS propõe uma nova metodologia de cálculo, que incluiria o agrupamento de mais beneficiários para diluir riscos. Isso poderia evitar reajustes desproporcionais, particularmente em contratos com até 29 vidas, que passariam a considerar até mil beneficiários de uma mesma operadora.
Outra proposta crucial é a proibição da acumulação de índices financeiros e de sinistralidade no cálculo do reajuste. As operadoras precisarão optar por um dos dois, com o objetivo de fornecer ao consumidor uma visão mais clara e compreensível do cálculo dos reajustes.
A ANS também está revisando as regras para rescisão de contratos, estipulando que cancelamentos só poderão ocorrer no aniversário do plano, com aviso prévio de 60 dias. Esta medida visa evitar que os beneficiários sejam pegos de surpresa e dá-lhes tempo suficiente para procurar alternativas no mercado.
Em relação à coparticipação, a ANS sugere que o consumidor pague no máximo 30% por procedimento. Além disso, os custos anuais de coparticipação não poderão ultrapassar o equivalente a 3,6 mensalidades. Essas alterações pretendem proteger o consumidor de despesas excessivas e garantir que tratamentos essenciais, como terapias crônicas e tratamento oncológico, estejam isentos de coparticipação.
A proposta também inclui a obrigação de que as operadoras ofereçam opções de contratação online para planos individuais, coletivos por adesão e empresariais para MEIs. Essa mudança busca aumentar o acesso e a conveniência para os consumidores.
As propostas da ANS já estão causando repercussão no mercado. A Fenasaúde demonstrou preocupação, alegando que essas mudanças podem impactar a sustentabilidade das operadoras e aumentar os desafios para garantir o acesso à medicina privada. A Hapvida, uma das grandes operadoras, viu suas ações caírem significativamente após o anúncio, refletindo a apreensão do mercado.
A consulta pública, que ocorre entre 19 de dezembro e 3 de fevereiro, é uma oportunidade para que todos os interessados possam discutir e contribuir com as propostas. Além disso, audiências públicas estão programadas para o final de janeiro de 2025, quando serão realizadas discussões detalhadas. A implementação das novas regras está prevista para começar em janeiro de 2026, caso sejam aprovadas.
Essas mudanças propostas pela ANS são parte de um esforço contínuo para equilibrar o setor de saúde suplementar no Brasil. Ao buscar maior transparência e controle sobre os reajustes, a Agência espera criar um ambiente mais justo para os consumidores, ao mesmo tempo que desafia as operadoras ao criar um padrão mais rigoroso de práticas comerciais.
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O GLOBO
Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas
As duas irão controlar a Ímpar Serviços Hospitalares, que nasce como uma das maiores redes em número de leitos do país
As companhias de saúde Amil e Dasa receberam autorização da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta terça-feira para se tornarem sócias numa terceira empresa do setor.
As duas irão controlar a Ímpar Serviços Hospitalares, que será dona de 25 hospitais, seis clínicas oncológicas e seis clínicas médicas, anteriormente pertencentes a Amil e Dasa individualmente.
A empresa nasce como uma das maiores redes em número de leitos do país. O aval da superintendência-geral do órgão antitruste já permite que o negócio vá adiante.
A Amil é uma das maiores operadoras de planos de saúde e odontológicos do país. A Dasa possui laboratórios, além de hospitais e clínicas.
Segundo o Cade, a sociedade implicará em "sobreposição" de atuação nos mercados de hospitais e centros médicos nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
No caso dos serviços de oncologia, o órgão antitruste identificou atuação conjunta em Niterói.
Para o Cade, no entanto, há "presença de elementos de entrada e rivalidade suficientes para afastar a probabilidade de exercício de poder de mercado", o que garantirá a concorrência no mercado.
Com a sociedade, haverá integração de atividades como diagnóstico, hospitais gerais, centros médicos, hemodinâmica e oncologia ambulatorial (quimioterapia), com os serviços de planos de saúde oferecidos pela Amil. Além disso, outros serviços da Dasa também serão usados.
O Cade não viu, porém, risco de "fechamento de mercado".
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Medicina é exemplo do impacto positivo da inteligência artificial
Uso da tecnologia tem significado diagnósticos melhores, mais rápidos, mais baratos - e mais vidas salvas Enquanto o mundo se enche de temores em torno da inteligência artificial, os avanços trazidos pela tecnologia já se fazem sentir em diversas áreas. Em nenhuma, talvez, seu impacto positivo seja tão eloquente quanto na medicina. Sistemas de IA têm significado diagnósticos melhores, mais rápidos e mais baratos.
Os benefícios para os pacientes são inequívocos em diversas especialidades médicas. A tecnologia tem permitido diagnósticos mais precoces de câncer e outras doenças, tornando o tratamento mais eficaz. Também é possível saber mais cedo se lesões ou tumores são benignos, evitando biópsias desnecessárias. Diagnósticos melhores e mais rápidos permitem que os médicos tenham mais tempo para interagir com os pacientes, explicar-lhes o tratamento e analisar outros aspectos dos casos. Deixam de ser surpreendidos por reações imprevistas aos tratamentos.
Hoje as estimativas de erros de diagnóstico giram em torno de 6% do total, e desses perto de 5% resultam em morte ou sequelas permanentes nos pacientes. O uso de IA será decisivo para melhorar tal desempenho. Hospitais que usam IA no diagnóstico de derrames cerebrais têm economizado 40 minutos até o atendimento cirúrgico do paciente, tempo que pode significar a diferença entre a vida e a morte.
A análise de imagens de colonoscopia por softwares de IA cortou pela metade os erros em diagnósticos de lesões potencialmente cancerígenas, constatou pesquisa de 2022 feita por várias instituições científicas americanas. Uma revisão recente de estudos sobre possíveis casos de câncer de pele demonstrou que diagnósticos feitos com ajuda da IA são mais precisos. Outra pesquisa, sobre câncer de mama, demonstrou que a carga de trabalho dos radiologistas caiu 68% graças à IA.
Um estudo de um hospital de Boston constatou que médicos também se saem melhor nos diagnósticos ao usar robôs de IA similares ao ChatGPT. O próprio robô pode se sair melhor sozinho. No estudo, obteve taxa de acerto de 90% nos diagnósticos, ante 76% com a participação de médicos e de 74% sem o uso da IA. Isso não significa que o médico deva ser substituído por uma máquina. Mas certamente a IA propiciará a reeducação dos profissionais para lidar melhor com os próprios erros quando confrontados com as opiniões divergentes de robôs especializados.
Outro campo beneficiado é a pesquisa médica. O AlphaFold2, IA desenvolvida pelo Google, tem sido usado para simular e decifrar as proteínas que governam todas as atividades do organismo humano. Os avanços obtidos no século passado levavam anos de trabalho duro. Com a IA, as pesquisas ganham velocidade e resultam em tratamento mais rápido para várias doenças. A medicina demonstra que, em vez de temer a nova tecnologia, deve-se tratar de aplicá-la em benefício de todos, da forma mais transparente possível.
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Assessoria de Comunicação
IA diagnóstica está transformando o cuidado com a saúde
Escrito por AdministradorAno após ano, a inteligência artificial tem se consolidado como um grande aliado na saúde, trazendo inovações que podem melhorar a precisão, a agilidade e a eficiência no diagnóstico e no tratamento de diversas condições. Assim, para 2025, quero reforçar que a IA não é mais uma simples tendência, mas sim uma realidade. No entanto, ao mesmo tempo em que essas tecnologias avançam, é crucial refletir sobre como equilibrar seu uso para não perdermos a relação humana entre médicos e pacientes.
No dia a dia da medicina, essa dicotomia entre a automação e a empatia é algo que, como líder de uma empresa de tecnologia focada em saúde, tenho acompanhado de perto. E é certo que a IA tem se mostrado uma aliada valiosa na melhoria da precisão dos diagnósticos médicos.
Algoritmos avançados têm a capacidade de processar enormes volumes de dados, incluindo imagens médicas e registros eletrônicos, e identificar padrões que muitas vezes são invisíveis ao olho humano. Isso pode resultar em diagnósticos mais rápidos e precisos, especialmente em áreas complexas como a oncologia, onde a precisão é fundamental para um tratamento eficaz.
Em 2023, o Fórum Econômico Mundial apontou que a IA poderia reduzir significativamente os erros médicos, oferecendo um suporte robusto ao processo de decisão dos médicos e permitindo intervenções precoces que podem salvar vidas. A capacidade da IA de identificar tendências e prever condições de saúde antes que elas se agravem também está impulsionando a medicina preventiva, uma área de grande importância para o futuro do sistema de saúde
Mais recentemente, um estudo de junho de 2024 da Spectral AI, mostrou como a IA está auxiliando na análise de imagens médicas: ferramentas já estão sendo aplicadas para a análise automatizada de feridas, queimaduras e outras condições, melhorando a qualidade do diagnóstico e a padronização do tratamento.
Por experiência própria, dentro dos projetos conduzimos na Pixeon, já enxergamos mudanças como:
Elaboração de Laudos Médicos: Um dos grandes desafios enfrentados por radiologistas é a precisão na transcrição dos laudos, especialmente quando se trata de detalhes críticos, como a lateralidade e o uso de contraste. A IA generativa resolve este problema ao automatizar a correção de informações inconsistentes. Por exemplo, ao realizar uma ressonância do joelho direito, caso o laudo seja gerado com dados do joelho esquerdo, a IA corrige automaticamente o erro, garantindo a precisão do texto e evitando equívocos que poderiam comprometer o tratamento do paciente.
Detecção de Anomalias em Exames de Imagem: A análise de exames médicos pode ser prejudicada por diversos fatores, como qualidade do monitor ou cansaço do médico. A IA diagnóstica pode identificar e medir nódulos pulmonares em exames de tórax, por exemplo, oferecendo apoio à decisão clínica e proporcionando diagnósticos mais completos e seguros.
Cálculos Automáticos de Medidas: A IA também automatiza cálculos de medidas em exames de imagem, como as dimensões de estruturas anatômicas. Este processo não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erros manuais, permitindo que o médico valide as informações rapidamente e acelere o diagnóstico.
Identificação Automática de Estruturas Anatômicas Complexas: A tecnologia de IA pode identificar automaticamente estruturas anatômicas, como vértebras e regiões intervertebrais, liberando os médicos de tarefas repetitivas e permitindo que eles se concentrem em aspectos mais críticos do diagnóstico, como a interpretação dos resultados.
Escalabilidade e acessibilidade para democratizar o acesso à saúde
Com essas e muitas outras aplicações em variados setores da medicina, nós estamos vivendo um momento repleto de oportunidades que podem transformar o setor de maneira mais justa e sustentável. Em um mundo com desafios como o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais de saúde especializados, a IA tem um papel importante na democratização do acesso à saúde.
Em regiões remotas ou com poucos especialistas, a IA pode atuar como um suporte, permitindo que médicos generalistas ou profissionais menos experientes façam diagnósticos com a mesma precisão dos especialistas. Essa escalabilidade pode transformar a maneira como os cuidados são oferecidos, reduzindo desigualdades e ampliando o alcance das intervenções.
No entanto, há um aspecto essencial da medicina que não pode ser substituído por algoritmos: a relação entre o médico e o paciente. Meu avô, médico e um dos pioneiros da radiologia, sempre me disse que mais importante do que o diagnóstico era a forma como o médico se relacionava com o paciente. Sem confiança e empatia, como poderíamos tratar as emoções e os medos que surgem ao receber um diagnóstico grave? Como poderíamos guiar um paciente em sua jornada de cura?
Por isso, à medida que a IA se torna mais presente na saúde, devemos refletir sobre esse equilíbrio. Como utilizamos essa tecnologia poderosa sem perder o toque humano que define o cuidado médico? O risco de otimizar demais os processos – especialmente com a pressão por redução de custos – é que podemos acabar perdendo o que há de mais valioso no cuidado ao paciente.
É fundamental que, ao integrar a IA aos nossos sistemas de saúde, saibamos preservar essa relação entre médico e paciente. Como meu avô sempre dizia, “não se pode jogar a água da banheira com o bebê junto.” A IA é uma ferramenta poderosa, mas não deve substituir a conexão humana que é essencial no processo de cura.
Em um cenário onde a IA está transformando as práticas médicas, como vimos nas inovações descritas pelo Fórum Econômico Mundial e pela Spectral AI, a saúde do futuro será mais eficiente, acessível e personalizada. No entanto, a grande questão que permanece é: como podemos usar essa tecnologia sem perder a humanidade que torna a medicina uma profissão única?
A resposta para essa pergunta determinará não apenas o futuro da saúde, mas também o futuro da própria relação entre os profissionais e os pacientes, algo que deve sempre ser tratado com o máximo de cuidado e respeito.
*Felipe Clemente é CEO da Pixeon.
Fonte: Medicina S/A
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PORTAL TERRA
Lucros dos planos de saúde em 2024 atraem atenção do governo
O mercado de planos de saúde no Brasil encerrou 2024 com números impressionantes, registrando lucros históricos que colocam o setor no centro das atenções. Enquanto as operadoras comemoram o crescimento, o governo intensifica a fiscalização e a regulação, buscando garantir o equilíbrio entre rentabilidade e qualidade nos serviços. Saiba quais empresas lideraram os lucros e os principais desafios enfrentados pelos consumidores.
Por que os lucros dispararam em 2024?
Os planos de saúde alcançaram R$ 8,7 bilhões em lucro líquido até o terceiro trimestre de 2024, reflexo de uma retomada econômica e ajustes estratégicos nas operações das empresas. No entanto, os reajustes nas mensalidades e a redução de coberturas preocupam consumidores.
Fatores que impulsionaram os lucros:
Retomada econômica: A recuperação após a pandemia aumentou a adesão a planos privados.
Crescimento na base de clientes: Houve aumento na contratação de planos empresariais e familiares.
Revisões de contratos: Rescisões unilaterais e novos critérios de aceitação ajudaram a conter despesas.
Quais são as operadoras que mais lucraram?
Entre as maiores empresas do setor, algumas se destacaram pelo crescimento exponencial em 2024. Veja o ranking das mais lucrativas:
Bradesco Saúde
Lucro líquido: R$ 8,7 bilhões
Destaque: Crescimento de 14,5% em receitas.
Hapvida
Receita: R$ 27,3 bilhões
Destaque: Fortalecimento na região Nordeste e Sudeste.
SulAmérica Saúde
Lucro líquido: Crescimento de 17% em relação ao ano anterior.
Prevent Senior
Destaque: Maior avanço percentual no mercado, com alta de 31,9% em receitas.
Unimed Belo Horizonte
Posição: Permanece entre as 10 maiores, mas com queda em comparação a 2023.
Por que o governo intensificou a fiscalização?
O crescimento expressivo do setor acendeu o alerta do governo, que identificou pontos críticos como aumento nas reclamações de usuários e rescisões contratuais.
Principais ações do governo:
Monitoramento das operadoras: Análise do cumprimento das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Redução de práticas abusivas: Combate a cancelamentos unilaterais de contratos, especialmente de idosos.
Garantia de cobertura: Avaliação da qualidade e da disponibilidade dos serviços prestados aos consumidores.
Como isso impacta os consumidores?
Apesar dos lucros históricos, muitos consumidores enfrentaram desafios em 2024, como reajustes nos preços e dificuldades no acesso a serviços.
Principais impactos para os usuários:
Reajustes anuais elevados: A previsão é de aumento de até 25% nas mensalidades.
Rescisões contratuais: Clientes considerados de maior risco enfrentaram dificuldades para manter os planos.
Redução de coberturas: Serviços essenciais, como terapias e exames, sofreram limitações em alguns contratos.
Quais são as expectativas para o setor em 2025?
Com o aumento da regulação e maior fiscalização, espera-se que o setor se adapte para atender tanto às exigências do governo quanto às demandas dos consumidores.
Tendências para o próximo ano:
Expansão de planos acessíveis: Modelos de baixo custo para atrair novos clientes.
Inovações tecnológicas: Ampliação de telemedicina e digitalização dos serviços.
Revisão de políticas: Ajustes em contratos para maior transparência e acessibilidade.
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METRÓPOLES
Coaf multa em R$ 55 mi empresas que esconderam transações suspeitas
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aplicou punições milionárias a empresas do mercado de luxo e financeiro
São Paulo - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) multou em R$ 55,7 milhões empresas que omitiram do órgão transações suspeitas de lavagem de dinheiro de seus clientes ao longo do ano de 2024.
A cifra consta em 32 processos julgados pelo Coaf sobre empresas obrigadas a fazer alertas ao órgão caso identifiquem movimentações financeiras com indícios de crimes. O valor é 66% maior do que a soma das multas aplicadas no ano anterior: R$ 33,5 milhões.
A maior multa foi aplicada a uma empresa atualmente investigada por ligação com supostos esquemas do empresário Ricardo Magro, apontado como o maior sonegador do país.
A segunda maior sanção foi aplicada à controladora no Brasil da Louis Vuitton, empresa de artigos de luxo. Também foi multada em cifras milionárias uma revendedora de carros esportivos importados.
Vinculado ao Ministério da Fazenda, o Coaf tem como principal função elaborar relatórios de inteligência sobre transações financeiras suspeitas, como as que envolvem altas quantias em dinheiro vivo, para que sejam repassadas às polícias e ao Ministério Público. O envio de relatórios pode ser espontâneo ou a pedido dos investigadores.
Os dados que abastecem os relatórios do Coaf são enviados por bancos, cartórios, concessionárias de veículos, joalherias e outros agentes que são obrigados por lei a comunicar movimentações financeiras que possam configurar lavagem de dinheiro.
Outra função do Coaf é julgar e aplicar punições a quem deixar de alertar pagamentos suspeitos ao órgão. As multas, usualmente, correspondem a um percentual do valor das transações suspeitas que essas empresas deixaram de comunicar.
Quando punidas, essas empresas ainda podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, um órgão ligado ao Ministério da Fazenda que serve de segunda instância para punições do Coaf.
Maior multa do Coaf
A maior multa do ano foi aplicada à empresa Yield Financial Services, empresa de gestão financeira terceirizada de São Paulo. Basicamente, ela se apresenta como uma consultoria na região da Avenida Paulista para gerir pagamentos e recebimentos, atividades de tesouraria e outros serviços terceirizados.
O caso julgado neste ano pelo Coaf é de 2016, quando a empresa teria omitido transações suspeitas ao órgão de R$ 4,3 bilhões. O cliente e outras pessoas relacionadas à suposta lavagem de dinheiro não são mencionados pelo órgão. Sócios e diretores receberam multas de até R$ 200 mil em seus CPFs. Já a empresa recebeu a maior sanção, de R$ 20 milhões.
Em dezembro, a Yield foi alvo de uma operação deflagrada contra um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo Ricardo Magro, dono da refinaria Refit (ex-Manguinhos).
A polícia investiga a suspeita de que Magro utiliza uma série de empresas para sonegar ICMS em São Paulo, trazendo combustível mais barato de outro estado, além de lavar dinheiro e blindar seu patrimônio de eventuais confiscos, uma vez que suas companhias estão entre os maiores devedores do país.
A Yield é vista como um dos tentáculos dos esquemas de Magro pelos investigadores. Ele nega qualquer irregularidade.
Louis Vuitton
A segunda maior multa, de R$ 5 milhões, foi aplicada à Louis Vuitton, rede francesa de venda de artigos de luxo femininos, como bolsas e roupas. Representantes da empresa no Brasil e no exterior chegaram a receber multas de até R$ 373 mil. Detalhes do caso estão em segredo, mas o Coaf tornou público parte do voto que levou à condenação da rede.
"A propósito, mesmo alegando disposição em 'diligenciar junto a instituições financeiras e de pagamento', transcorridos 1.926 dias da requisição inicial até hoje, os imputados furtaram-se a apresentar as informações faltantes, ainda que em sede defesa, mantendo lacuna que obstaculizou a ação fiscalizadora do Coaf", diz um trecho do voto.
Segundo o Coaf, ficou caracterizada a "não comunicação de operações em espécie que ultrapassaram limite fixado pelo Coaf" e a "não comunicação de operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes", poderiam configurar lavagem de dinheiro.
Carros de luxo no Lago Sul
A terceira maior multa, no valor de R$ 5 milhões, foi aplicada à loja de carros de luxo 4 Boss, que fica no Lago Sul, em Brasília. Em um passado recente, durante a CPI da Covid, um relatório do próprio Coaf apontou aos senadores que a empresa fez um pagamento de R$ 219 mil à Precisa Medicamentos, do lobista Francisco Emerson Maximiano, denunciado por fraudes na venda da vacina Covaxin ao governo federal.
À época, a empresa justificou que se tratava de um pagamento por uma Land Rover de Max, e que também trabalhava com compra para revenda de automóveis.
No julgamento do Coaf, que não menciona transações específicas nem seu período, o órgão dá a entender que recebeu acesso a investigações com prints de conversas de WhatsApp internas da 4 Boss que demonstram que a empresa "não mantém a identificação e a manutenção de cadastros dos clientes".
"Ressalta-se que 'manter cadastros' não é fazê-lo em conversas de aplicativos de mensageria. [ ] Pelas análises da documentação apresentada pela defesa, além das inconformidades relacionadas à identificação do cliente, se mantêm as inconsistências em relação a seis das nove operações que apresentavam ausências e inconsistências no tocante aos meios de pagamento empregados", anotou o Coaf.
A infração foi pela ausência de cadastro atualizado de clientes, não comunicação de operações suspeitas e não adoção de políticas contra lavagem de dinheiro.
A reportagem entrou em contato com as empresas, mas elas não se manifestaram até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
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MEDICINA S/A
A notificação inédita da ANS e o alerta para as operadoras de saúde
Em abril deste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) surpreendeu o setor ao notificar mais de 300 operadoras por apresentarem notas consideradas insatisfatórias em um dos indicadores de avaliação do órgão. O envio das notificações gerou apreensão pelo ineditismo – foi a primeira vez que a ANS oficiou formalmente as operadoras de saúde neste contexto. Com o último prazo dado pela agência para adequações encerrado em outubro, o mercado agora aguarda qual será a próxima medida do órgão. O momento, cercado de expectativa, mostra-se propício para tratar de um assunto fundamental para as operadoras: a importância da governança de dados regulatórios.
O indicador que gerou a notificação da ANS diz respeito ao batimento TISS x DIOPS – que é um cruzamento entre as informações submetidas pelas operadoras via Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS) e os dados financeiros reportados no DIOPS, que são dados contábeis internos das próprias operadoras. O resultado da divisão entre os valores TISS e DIOPS, idealmente deve ficar entre 0,9 e 1,1. Essas inconsistências podem significar, por exemplo, que há mais despesas reportadas que o declarado financeiramente, sugerindo possível irregularidade na transmissão de dados ou na contabilização das despesas. As operadoras notificadas foram as que, na ocasião, estavam com o resultado do indicador abaixo de 0,9.
Cabe alertar que há uma expectativa que a ANS adote esta fiscalização de maneira recorrente, em meados de março de cada ano, logo após os prazos de fechamento do envio dos dados TISS de dezembro e do envio do DIOPS do quarto trimestre do ano anterior. Além da recorrência, é provável que haja recrudescimento do monitoramento da Razão de Completude TISS, e a ANS passe a exigir regularização não só das operadoras com resultados abaixo de 0,9 como também daquelas em situação oposta, porém também insatisfatória, de resultado acima de 1,1.
Para além desse caso específico, temos aqui a oportunidade de fazer uma discussão mais ampla a respeito da necessidade de qualificar a gestão de dados das operadoras de saúde.
Primeiramente, vale ressaltar que um sistema confiável de governança de dados ajuda a minimizar riscos regulatórios. O processo permite que inconsistências, como as apontadas pelo batimento TISS x DIOPS, sejam corrigidas de forma preventiva, evitando que informações financeiras ou de atendimento apresentem lacunas.
Essa segurança é fundamental para garantir que os relatórios submetidos à ANS sejam exatos e transparentes, reduzindo a chance de notificações e penalidades que poderiam comprometer tanto a operação quanto a imagem da empresa.
Além disso, operadoras que mantêm uma governança de dados consistente são vistas como mais confiáveis e profissionais, o que pode ser decisivo no aumento de suas notas no IDSS e, consequentemente, em sua competitividade no mercado.
Alguns desses pontos foram demonstrados na prática no caso tratado inicialmente, que gerou a notificação da ANS. Naquela situação, as operadoras de saúde relataram dificuldades semelhantes, independentemente de seus portes. Entre elas, uma das principais foi a gestão do indicador: tornou-se um desafio central compreender as métricas, rastrear a origem do dado e neutralizar o descompasso entre o informado na TISS e no DIOPS. Outro problema enfrentado foi provocado pela falta de eficiência de alguns sistemas de gestão, o que dificultou a compreensão dos dados e a geração de relatórios precisos.
Além dos benefícios diretos para as operadoras de saúde, do ponto de vista dos beneficiários, a governança de dados também agrega valor ao garantir a segurança e a precisão das informações sobre tratamentos, procedimentos e cobertura. Erros na gestão desses dados podem levar a interrupções de atendimento, negação de procedimentos ou até falhas na atualização dos planos, o que gera desconfiança e prejudica o relacionamento com os clientes. Nesse sentido, a transparência e a segurança proporcionadas se tornam um diferencial importante.
Sem contar que uma estrutura sólida de dados permite que as operadoras avancem em inovação, adotando tecnologias de análise preditiva e inteligência artificial para prever demandas, personalizar serviços e reduzir desperdícios, por exemplo. No cenário atual, em que a digitalização e a personalização são crescentes expectativas dos consumidores, operadoras que integram essas práticas conseguem antecipar necessidades, melhorar a gestão de custos e proporcionar um atendimento cada vez mais assertivo.
Diante do exposto, vemos que investir em governança de dados se mostra essencial para o cumprimento de exigências normativas, sobretudo em um contexto tão complexo e com regulamentação cada vez mais rigorosa, sendo uma ferramenta estratégica que pode evitar prejuízos e fortalecer a reputação das operadoras. Apresenta-se, ainda, como um alicerce para um modelo de gestão mais ágil, confiável e centrado no beneficiário, o que pode ser o diferencial de longo prazo para o crescimento sustentável das operadoras.
*Flávio Exterkoetter é fundador e CEO da Blendus.
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Transformação cultural da segurança em unidades de saúde
A transformação cultural da segurança nas instituições de saúde é um desafio, mas é fundamental para assegurar a qualidade do cuidado e a segurança dos pacientes. Esse caminho exige a integração entre infraestrutura física e o capital humano, dois pilares que, quando bem gerenciados, resultam na cultura organizacional de excelência.
A Base Estrutural Física: Fundamento da Transformação
A infraestrutura física é um elemento tangível que serve como ponto de partida para a implementação de processos eficazes. Ambientes adequados e bem planejados otimizam fluxos de trabalho, promovem a ergonomia e melhoram a resposta às urgências/emergências. Essa base sólida também previne eventos adversos, reduz riscos e facilita o diagnóstico correto.
Mais do que reformas ou aquisições tecnológicas, a melhoria da infraestrutura passa obrigatoriamente pelo redesenho de processos. A análise cuidadosa do espaço existente permite ajustar fluxos e linhas de cuidado, promovendo eficiência e segurança. Por exemplo, layouts, que favorecem a proximidade entre unidades e a comunicação entre equipes, aumentam a capacidade de resposta e reduzem o tempo de assistência em situações críticas.
Capital Humano: O Motor da Cultura de Segurança
Se a infraestrutura física é o alicerce, o capital humano é o motor que impulsiona a transformação cultural. Composto por conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais, esse recurso intangível impacta profundamente as organizações. Equipes capacitadas e resilientes, apoiadas por ambientes colaborativos e seguros, são capazes de adaptar-se rapidamente às adversidades e propor soluções inovadoras.
A liderança desempenha um papel central nesse processo. Em momentos de crise, líderes eficazes estabelecem padrões comportamentais que moldam a cultura organizacional a longo prazo. Investir na formação de times de alta performance e na capacitação contínua dos profissionais é essencial para consolidar práticas seguras e centradas no paciente.
Ferramentas e Estratégias de Transformação
Para alcançar uma transformação cultural sólida, é necessário o uso de ferramentas e estratégias que conectem a infraestrutura ao capital humano. Entre as principais estão:
Métodos Lean: Otimizam processos, eliminam desperdícios e reduzem a carga de trabalho.
Tomada de decisão baseada em dados: Informações confiáveis e análises consistentes guiam decisões assertivas.
Pesquisas de cultura de segurança: Avaliam percepções e identificam áreas de melhoria.
Governança clínica: Atua como princípio norteador, garantindo que as ações estejam alinhadas à qualidade assistencial.
A Sinergia entre Estrutura e Pessoas
A verdadeira transformação cultural da segurança ocorre na interseção entre infraestrutura e capital humano. Juntos, eles criam um ambiente onde a prática segura é sustentada por fluxos otimizados, ergonomia e recursos tecnológicos, enquanto profissionais qualificados maximizam o uso dessas ferramentas.
A integração dessas dimensões não apenas melhora os indicadores de segurança, como também promove uma cultura de melhoria contínua e inovação, pilares fundamentais para alcançar a excelência na saúde.
Investir simultaneamente em estrutura física e capital humano é o caminho para construir instituições de saúde preparadas para enfrentarem os desafios atuais e futuros, sempre colocando o paciente no centro do cuidado e implementando uma visão de alta confiabilidade hospitalar.
*Rubens Covello é sócio-fundador e CEO da Quality Global Alliance (QGA), cofundador da HSO – Health Standards Organization e co-fundador e vice-presidente do CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde
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IA diagnóstica está transformando o cuidado com a saúde
Ano após ano, a inteligência artificial tem se consolidado como um grande aliado na saúde, trazendo inovações que podem melhorar a precisão, a agilidade e a eficiência no diagnóstico e no tratamento de diversas condições. Assim, para 2025, quero reforçar que a IA não é mais uma simples tendência, mas sim uma realidade. No entanto, ao mesmo tempo em que essas tecnologias avançam, é crucial refletir sobre como equilibrar seu uso para não perdermos a relação humana entre médicos e pacientes.
No dia a dia da medicina, essa dicotomia entre a automação e a empatia é algo que, como líder de uma empresa de tecnologia focada em saúde, tenho acompanhado de perto. E é certo que a IA tem se mostrado uma aliada valiosa na melhoria da precisão dos diagnósticos médicos.
Algoritmos avançados têm a capacidade de processar enormes volumes de dados, incluindo imagens médicas e registros eletrônicos, e identificar padrões que muitas vezes são invisíveis ao olho humano. Isso pode resultar em diagnósticos mais rápidos e precisos, especialmente em áreas complexas como a oncologia, onde a precisão é fundamental para um tratamento eficaz.
Em 2023, o Fórum Econômico Mundial apontou que a IA poderia reduzir significativamente os erros médicos, oferecendo um suporte robusto ao processo de decisão dos médicos e permitindo intervenções precoces que podem salvar vidas. A capacidade da IA de identificar tendências e prever condições de saúde antes que elas se agravem também está impulsionando a medicina preventiva, uma área de grande importância para o futuro do sistema de saúde
Mais recentemente, um estudo de junho de 2024 da Spectral AI, mostrou como a IA está auxiliando na análise de imagens médicas: ferramentas já estão sendo aplicadas para a análise automatizada de feridas, queimaduras e outras condições, melhorando a qualidade do diagnóstico e a padronização do tratamento.
Por experiência própria, dentro dos projetos conduzimos na Pixeon, já enxergamos mudanças como:
Elaboração de Laudos Médicos: Um dos grandes desafios enfrentados por radiologistas é a precisão na transcrição dos laudos, especialmente quando se trata de detalhes críticos, como a lateralidade e o uso de contraste. A IA generativa resolve este problema ao automatizar a correção de informações inconsistentes. Por exemplo, ao realizar uma ressonância do joelho direito, caso o laudo seja gerado com dados do joelho esquerdo, a IA corrige automaticamente o erro, garantindo a precisão do texto e evitando equívocos que poderiam comprometer o tratamento do paciente.
Detecção de Anomalias em Exames de Imagem: A análise de exames médicos pode ser prejudicada por diversos fatores, como qualidade do monitor ou cansaço do médico. A IA diagnóstica pode identificar e medir nódulos pulmonares em exames de tórax, por exemplo, oferecendo apoio à decisão clínica e proporcionando diagnósticos mais completos e seguros.
Cálculos Automáticos de Medidas: A IA também automatiza cálculos de medidas em exames de imagem, como as dimensões de estruturas anatômicas. Este processo não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erros manuais, permitindo que o médico valide as informações rapidamente e acelere o diagnóstico.
Identificação Automática de Estruturas Anatômicas Complexas: A tecnologia de IA pode identificar automaticamente estruturas anatômicas, como vértebras e regiões intervertebrais, liberando os médicos de tarefas repetitivas e permitindo que eles se concentrem em aspectos mais críticos do diagnóstico, como a interpretação dos resultados.
Escalabilidade e acessibilidade para democratizar o acesso à saúde
Com essas e muitas outras aplicações em variados setores da medicina, nós estamos vivendo um momento repleto de oportunidades que podem transformar o setor de maneira mais justa e sustentável. Em um mundo com desafios como o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais de saúde especializados, a IA tem um papel importante na democratização do acesso à saúde.
Em regiões remotas ou com poucos especialistas, a IA pode atuar como um suporte, permitindo que médicos generalistas ou profissionais menos experientes façam diagnósticos com a mesma precisão dos especialistas. Essa escalabilidade pode transformar a maneira como os cuidados são oferecidos, reduzindo desigualdades e ampliando o alcance das intervenções.
No entanto, há um aspecto essencial da medicina que não pode ser substituído por algoritmos: a relação entre o médico e o paciente. Meu avô, médico e um dos pioneiros da radiologia, sempre me disse que mais importante do que o diagnóstico era a forma como o médico se relacionava com o paciente. Sem confiança e empatia, como poderíamos tratar as emoções e os medos que surgem ao receber um diagnóstico grave? Como poderíamos guiar um paciente em sua jornada de cura?
Por isso, à medida que a IA se torna mais presente na saúde, devemos refletir sobre esse equilíbrio. Como utilizamos essa tecnologia poderosa sem perder o toque humano que define o cuidado médico? O risco de otimizar demais os processos – especialmente com a pressão por redução de custos – é que podemos acabar perdendo o que há de mais valioso no cuidado ao paciente.
É fundamental que, ao integrar a IA aos nossos sistemas de saúde, saibamos preservar essa relação entre médico e paciente. Como meu avô sempre dizia, “não se pode jogar a água da banheira com o bebê junto.” A IA é uma ferramenta poderosa, mas não deve substituir a conexão humana que é essencial no processo de cura.
Em um cenário onde a IA está transformando as práticas médicas, como vimos nas inovações descritas pelo Fórum Econômico Mundial e pela Spectral AI, a saúde do futuro será mais eficiente, acessível e personalizada. No entanto, a grande questão que permanece é: como podemos usar essa tecnologia sem perder a humanidade que torna a medicina uma profissão única?
A resposta para essa pergunta determinará não apenas o futuro da saúde, mas também o futuro da própria relação entre os profissionais e os pacientes, algo que deve sempre ser tratado com o máximo de cuidado e respeito.
*Felipe Clemente é CEO da Pixeon.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Veja os índices de reajuste esperados para os planos de saúde em 2025
IA impulsiona telessaúde e TopMed registra recorde no número de atendimentos
Investir em saúde mental é a chave para o bem-estar de uma empresa
MV lança IA generativa exclusiva para saúde que promete revolucionar consultas
Ataques cibernéticos colocam o setor da saúde em risco
FOLHA DE S.PAULO
Veja os índices de reajuste esperados para os planos de saúde em 2025
Bradesco BBI, Citi e BTG Pactual projetam aumento médio para os convênios individuais
Os bancos Bradesco BBI, Citi e BTG Pactual começaram a divulgar projeções sobre os índices de reajuste para planos de saúde individuais em 2025. As estimativas indicam um aumento entre 5,6% e 6,8% e são baseadas em dados financeiros recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nos indicadores do setor até o terceiro trimestre e no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de novembro.
O Bradesco BBI prevê o maior reajuste, de 6,8%, alinhado ao índice aplicado em 2024, que foi de 6,91%. Já o Citi projeta um aumento de 6,5%, enquanto o BTG Pactual estima uma alta de 5,6%.
O atual reajuste dos planos de saúde individuais e familiares tem como duração o período de maio de 2024 a abril de 2025
Todas as previsões esperam um número menor que o do ano passado. O índice autorizado pela ANS para os planos individuais em 2024, vigente de maio deste ano até abril de 2025, foi de 6,91%. Em anos anteriores, os reajustes foram de 9,63% em 2023 e 15,5% em 2022, refletindo a pressão inflacionária e o aumento dos custos médicos no período.
Impactos no setor
Os analistas do Bradesco Márcio Osako e Valéria Parini dizem que um reajuste próximo a 6,8% pode ser desfavorável para operadoras como a Hapvida, cuja receita depende em 24% de planos individuais. O cenário limita a redução da sinistralidade (que mede os custos conforme o uso do plano), especialmente em um contexto de alta dos custos médicos.
O BTG ressalta que a inflação em internações e emergências nos últimos 12 meses foi de 6,69%, com as cidades de São Paulo, Recife e Belo Horizonte registrando as maiores altas. Custos com consultas médicas subiram 6,67%, enquanto exames de imagem apresentaram aumento de 5,19%.
Atualmente, a ANS define o teto de reajuste anual com base no IVDA (Índice de Valor das Despesas Assistenciais) e no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O IVDA, que reflete 80% do reajuste, mede a oscilação nos gastos dos usuários com serviços de saúde. Os 20% restantes consideram o IPCA, índice oficial da inflação no país, garantindo que o cálculo acompanhe tanto os custos do setor quanto o cenário econômico geral.
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UNIVERSO DO SEGURO
IA impulsiona telessaúde e TopMed registra recorde no número de atendimentos
Crescimento foi de mais de 1.000% em um ano; triagem digital prioriza casos mais urgentes, otimiza recursos e garante o cuidado necessário de forma mais ágil
Referência nacional em telemedicina e telessaúde, a TopMed obteve o crescimento de 1093% no número de atendimentos com médicos generalistas, no período entre agosto de 2023 e o mesmo mês de 2024. A quantidade de consultas passou de 2.548 para 30.510.
Neste último ano, a empresa também registrou aumento de 498% na triagem clínica feita por enfermeiros (de 8.959 para 53.609) e um salto de 174% no atendimento com médicos especialistas (de 1.601 para 4.381).
"O movimento positivo é fruto de amplos investimentos em sistemas e tecnologias que melhoram as formas de acesso e a experiência dos pacientes em nossas plataformas. Tivemos um acréscimo na quantidade de usuários na base e conseguimos engajá-los nos serviços de telemedicina e telessaúde com segurança e confiança", diz Cleones Hostins, Diretor Comercial da TopMed.
Os índices representam um marco significativo para a companhia e reforçam o seu protagonismo como uma das principais health techs do Brasil. "Contribuímos para que a telemedicina seja um processo de bem-estar. A empresa tem contratado profissionais de diferentes áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos e os capacitado para atuarem no atendimento remoto, uma modalidade que está em constante evolução".
IA acelera atendimento pré-clínico
O crescimento não é apenas reflexo de sucesso comercial, mas uma resposta a desafios da saúde pública e privada do país. Por isso, a TopMed apostou em mais um serviço assertivo: o Atendimento com Inteligência Artificial.
Utilizando algoritmos avançados de aprendizado de máquina e redes bayesianas, a IA permite que os pacientes façam uma avaliação inicial de sintomas de forma autônoma, diretamente de seus dispositivos móveis, seja por meio do aplicativo Saúde 24h ou pelo WhatsApp. A tecnologia analisa os dados e fornece recomendações precisas sobre os próximos passos a serem seguidos, como consulta com médico generalista, especialista ou outras orientações.
"A IA acrescenta uma porta de entrada na jornada do usuário, em tempo real, 24 horas, durante os sete dias da semana, sem filas de espera. Ao acessá-la, é possível inserir informações usando imagens, textos, cores e outros recursos disponíveis na tela. O serviço é uma ferramenta poderosa para acolher o paciente com a mesma eficácia de um profissional de saúde".
O atendimento com enfermeira virtual Medy oferece uma solução prática e escalável para regiões onde o acesso a médicos é limitado, ajudando a redistribuir a demanda e reduzir a pressão sobre o SUS. A tecnologia garante um atendimento humanizado, mais rápido e adequado, além de melhorar a gestão de saúde. Segundo Cleones, os planos seguintes da empresa envolvem incluir a IA nos demais serviços para ser um apoio a profissionais e funcionando como um suporte ao humano.
"Nosso crescimento reflete a satisfação do usuário, que está em 94%, uma zona de excelência, tanto na área pública quanto privada. Estamos vivendo um momento de mudança de paradigma, colaboramos para consolidar a cultura de autocuidado, de prevenção, não somente o atendimento curativo, e a tecnologia é fundamental nesse processo".
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PORTAL AB NOTICIAS NEWS
Investir em saúde mental é a chave para o bem-estar de uma empresa
*Alessandra Pinatti Kinjo, consultora da Vetor Editora
A concepção de Saúde Mental leva em consideração diversos determinantes da vida humana, a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu em 2014 a saúde mental como o estado de bem-estar no qual cada indivíduo percebe seu próprio potencial, conseguir lidar com o estresse normal da vida, trabalhar de forma natural e frutífera e capaz de fazer contribuições para sua comunidade.
O mundo do trabalho sofreu alterações tecnológicas e sociais, por meio da globalização e das alterações econômicas. Esse novo contexto de trabalho traz algumas reivindicações, com o aumento na produtividade e maior complexidade nas atividades desenvolvidas, prazos, relações tensas e precárias podem gerar fadiga nos colaboradores.
Essas mudanças podem criar os fatores psicossociais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), eles são descritos como os aspectos presentes na interação dinâmica entre trabalhador e trabalho. De um lado, o trabalhador com suas experiências e necessidades, do outro, aspectos como ambiente, conteúdo e tarefas.
Essa interação pode ser positiva quando oferece suporte e promoção de saúde aos trabalhadores, e negativa quando pode ser ameaçador e perigoso para o trabalhador, nesse caso, são chamados de fatores de riscos psicossociais.
As organizações que influenciam em fatores protetivos no ambiente de trabalho estão ligadas a ideia de apoio e ajuda potencializando a competência emocional dos funcionários. Existem algumas ações que as empresas têm implementado para ajudar no desenvolvimento desses fatores, são elas:
Oferecer recursos para as pessoas lidarem com possíveis desconfortos e fortalecer a identidade, como investir em terapia; Promover uma comunicação direta e segura com a liderança e com área de RH, para alinhamento de expectativas; Treinamento e apoio constantes às lideranças; Monitoramento da saúde mental dos colaboradores através de instrumentos para avaliar cognição, estresse, resiliência e depressão; Construir uma gestão dos riscos psicossociais com intuito de promover segurança e saúde do trabalhador; Oferecer recursos para os colaboradores investirem em academias ou promover ginástica laboral. Ainda segundo a OIT, esses fatores de riscos psicossociais podem ser difíceis de serem avaliados e identificados porque são representados pelas percepções e experiências dos trabalhadores e influenciados não somente pela organização, mas, também, pelo cenário social e econômico.
Quando nessa interação o desequilíbrio prevalece e o trabalhador não detém condições internas para lidar com esses fatores, eles podem acarretar distúrbios emocionais, comportamentais e problemas à saúde.
Alguns dos sintomas relacionados à exposição dos fatores de riscos psicossociais estão relacionados à ansiedade, depressão, problemas do sono, isolamento, abuso de substâncias psicoativas, agressividade, inibição da capacidade de concentração e tomada de decisão.
Todos estes fatores de riscos mencionados podem deixar o trabalhador em situação de maior vulnerabilidade e colocá-lo em risco de adoecimento.
Então, por que investir em Saúde Mental nas empresas?
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), os transtornos mentais são a terceira principal causa de concessão de benefícios previdenciários para trabalhadores com registro formal. De um modo geral, esses transtornos decorrem dos fatores de riscos psicossociais, com base nos dados da Previdência Social. Observou-se que em 80% dos afastamentos de trabalhadores por problemas de saúde mental foi estabelecido nexo de causalidade associado aos diagnósticos de depressão, ansiedade e transtornos de estresse e isso pode ter sido agravado com a pandemia.
No ano de 2022 a Síndrome de Burnout entra para a Classificação Internacional de Doenças (CID) e passa a ser tratada como doença ocupacional.
O monitoramento dos fatores de riscos psicossociais pode ocorrer através da análise do trabalho, seus riscos e suas consequências, medidas estatísticas e qualitativas que permitam explorar a percepção dos trabalhadores sobre as condições e natureza do trabalho.
A construção da saúde no ambiente corporativo passa pela possibilidade de vivenciar o prazer e a satisfação individual do colaborador, assim como o uso de estratégias de mediação do seu sofrimento promovendo melhorias nas condições de trabalho e na comunicação e apoio entre gestores e trabalhadores.
*Alessandra Pinatti Kinjo é consultora da Vetor Editora, Mestre em Psicologia pela USP - Ribeirão Preto e possui larga experiência em recrutamento e seleção, e avaliação psicológica voltada para a seleção.
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MEDICINA S/A
MV lança IA generativa exclusiva para saúde que promete revolucionar consultas
A solução reduz burocracias e potencializa a qualidade da assistência
Reafirmando seu compromisso de tornar a saúde brasileira 100% digital e revolucionar processos por meio da inovação, a MV, líder da América Latina no desenvolvimento de softwares para a saúde, lança o med.ai, sistema voltado para médicos que utiliza IA exclusiva da companhia para reduzir tarefas administrativas e apoiar na decisão clínica, garantindo mais agilidade e qualidade na consulta e no diagnóstico do paciente. De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, 14% dos médicos de estabelecimentos públicos já utilizam IA generativa na sua rotina, enquanto no privado o número sobe para 20%.
A nova solução é capaz de transcrever a conversa entre médico e paciente, reunindo as informações ditas e captadas por microfones, organizando-as de acordo com a característica de cada informação (sintomas, perfil, histórico); detectar características da anamnese para sugestão de código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), apoiando o médico em um possível diagnóstico para o paciente atendido e ainda interagir via chat, ao buscar na base de dados não identificáveis para apoiar o profissional de saúde na decisão clínica. O med.ai também fornece a prescrição de forma eficiente e contribui na redução dos custos operacionais, ao otimizar a gestão de informações e recursos hospitalares.
“Cada um de nós já passou por uma situação em que foi atendido e o médico, enquanto questiona o paciente, digita no computador as informações ditas, sem dedicar a atenção integral à conversa conosco. Isso toma tempo e dificulta o trabalho do profissional, que tem que preencher diversos campos para gerar um diagnóstico. Por isso, temos um grande desafio na saúde de reduzir esse tipo de burocracia e tornar o atendimento mais humano”, explica Paulo Magnus, CEO da MV.
A nova solução terá a mesma inteligência artificial do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) da companhia, que teve sua versão com adição de IA lançada em maio deste ano e possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O prontuário da MV é o melhor da América Latina pelo prêmio Best In Klas, pela 7ª vez.
“Essa nova ferramenta representa um marco na digitalização da saúde no Brasil. Além de não ter necessidade de implantação e ser uma plataforma independente, o med.ai pode ser acessado por qualquer dispositivo, como celular, tablet ou computador. Além disso, a solução conta com o banco de dados robusto e confiável da MV, empresa que já possui mais de 37 anos no mercado e é reconhecida internacionalmente por seu pioneirismo e inovação”, afirma Andrey Abreu, diretor corporativo de tecnologia da MV.
A base é composta por dados que são atualizados regularmente, incluindo informações sobre medicamentos, históricos médicos e outros detalhes clínicos, garantindo que a IA atue de forma precisa e alinhada às práticas dos profissionais de saúde para indicar caminhos para o diagnóstico e propor planos de cuidado personalizados. O med.ai funciona em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e conta com medidas rigorosas para a proteção das informações dos pacientes, que são anonimizados e armazenados de forma segura.
“Esse lançamento representa um momento muito especial para a MV, pois é nosso primeiro produto voltado ao mercado B2C. Agora, médicos de diferentes instituições e especialidades poderão adquirir a solução de forma online, simples e prática”, celebra Jeferson Sadocci, diretor corporativo de mercado e cliente da MV.
O med.ai já está disponível e oferece 50 créditos gratuitos para que os médicos interessados conheçam a plataforma. Após o período sem custo, será necessário realizar a assinatura mensal do serviço.
Clientes MV terão gratuidade por seis meses
Os médicos que atuam em instituições de saúde usuárias dos softwares de atendimento clínico da MV, como o Prontuário Eletrônico do Paciente e o Clinic, poderão utilizar o med.ai de forma nativa diretamente no software e de forma gratuita durante o primeiro semestre de 2025. A ferramenta já está disponível no Clinic e no PEP a partir da versão HTML5 2022.003.09. Para habilitar o uso, é necessário entrar em contato com o time de atendimento da companhia para avaliar a elegibilidade e realizar a liberação.
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Ataques cibernéticos colocam o setor da saúde em risco
O setor da saúde, tradicionalmente associado à proteção e ao cuidado, tornou-se alvo de cibercriminosos. Hospitais, clínicas e provedores de serviços médicos enfrentam ataques que vão além de simples problemas tecnológicos, configurando ameaças reais à vida de milhões de pessoas. Em particular, o setor da saúde na América Latina desponta em terceiro lugar na lista dos mais atacados deste ano, enquanto os Estados Unidos permanecem no topo desde 2023. No Brasil já foram registrados 106 mil ataques somente em 2024.
Quando se fala desses ataques, esqueça os clichês de hackers encapuzados em porões escuros. Os grupos de ransomware modernos são verdadeiras organizações especializadas. Essas redes criminosas constantemente refinam as suas estratégias, explorando brechas e vulnerabilidades com precisão cirúrgica.
As consequências são devastadoras. Um exemplo emblemático apontado pela Apura Cyber Intelligence, empresa especializada em segurança cibernética, veio do Reino Unido: em Londres, o grupo cibercriminoso russo Qilin paralisou o provedor de patologia Synnovis, afetando diretamente hospitais do NHS que subcontratam os seus serviços.
“Transfusões de sangue foram interrompidas, comprometendo tratamentos essenciais”, relata Anchises de Moraes, especialista da Apura Cyber Intelligence. Sem acesso rápido às combinações de tipos sanguíneos, os médicos tiveram que recorrer ao uso indiscriminado de tipos universais, como O Negativo e O Positivo.
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos também enfrentam um campo minado digital. No Texas, o UMC Health System sofreu um ataque que forçou o desvio de pacientes de suas 30 clínicas. Embora as operações continuassem, setores cruciais, como radiologia, foram fechados ou enfrentaram atrasos significativos.
E não para por aí. O grupo criminoso de ransomware BianLian invadiu as redes do Boston Children’s Health Physicians (BCHP), que conta com mais de 300 especialistas pediátricos. Além de interromper o atendimento, os criminosos ameaçaram expor dados sensíveis caso o resgate não fosse pago – um golpe de dupla extorsão que coloca vidas e privacidade em risco.
Anchises de Moraes alerta que, neste cenário, a cibersegurança deixou de ser uma escolha, se tornou uma necessidade. “O setor de saúde precisa assumir uma postura proativa, fechando brechas e implementando defesas robustas para proteger não só sistemas, mas vidas humanas”. “A quantidade e sensibilidade das informações, aliada à fragilidade de diversos sistemas médicos conectados à Internet, torna esse setor um alvo preferencial dos cibercriminosos”, completa.
Dicas de segurança para o setor da saúde
A receita para combater essa ameaça começa com treinamentos regulares para todos os funcionários, capacitando-os a reconhecer ameaças antes que se tornem problemas. Medidas como autenticação multifatorial, backups regulares e atualizações constantes de software são imprescindíveis. Além disso, um plano de resposta a incidentes é vital para mitigar impactos e garantir a continuidade do atendimento mesmo em momento de crise. A inteligência de ameaças também fornece uma melhor compreensão do cenário cibernético e a antecipação a possíveis ataques, promovendo uma postura proativa da organização.
“Os ataques cibernéticos na saúde não são mais histórias distantes, são ameaças concretas que impactam hospitais, médicos e pacientes em tempo real. Proteger sistemas digitais hoje significa salvar vidas amanhã. É uma corrida contra o tempo, e só com medidas firmes e coordenadas poderemos vencer essa batalha invisível”, conclui Moraes.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Aon: custos médicos devem crescer 12,9% no Brasil em 2025
Polícia investiga fraude de R$ 33 bilhões contra planos de saúde em SP
Goiânia: TJGO desbloqueia R$ 57 mi do Fundo Municipal da Saúde
Polícia mira clínica de estética em Goiânia após denúncias de pacientes
Jornalista ministra palestra sobre a importância da comunicação na saúde no Hospital de Acidentados
Quase 19% das pessoas que tiveram covid-19 têm sintomas persistentes
As propostas da ANS que assustam as operadoras de saúde
MONITOR MERCANTIL
Aon: custos médicos devem crescer 12,9% no Brasil em 2025
A Aon plc (NYSE: AON) prevê em seu relatório de Tendências Globais dos Custos Médicos 2025, um crescimento de 12,9% para os custos médicos corporativos no Brasil, uma redução de 1,2% em relação à última edição do estudo. A média brasileira está acima da América Latina, projetada em 11,7% para 2024 e 10,7% em 2025.
"Os números no Brasil continuam elevados se comparados com as médias global e da América Latina. Mesmo com a frequência de utilização dos serviços médicos se estabilizando após o período de pandemia, a variação dos custos médicos continuará sendo impulsionada em 2025 por tratamentos e terapias, além da crescente demanda por medicamentos de alto valor. As perspectivas para o novo ano reforçam a necessidade de uma gestão eficiente dos planos de saúde por parte das empresas", explica Leonardo Coelho, vice-presidente de Health & Talent Solutions para o Brasil na Aon.
O cálculo para essa projeção da tendência de custos médicos leva em conta o comportamento de utilização dos planos de saúde e os custos de eventos como consultas eletivas, atendimento em pronto-socorro, exames, terapias, custos ambulatoriais e de internações, além do impacto da incorporação de novas tecnologias e medicamentos à cobertura obrigatória - o chamado rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Algumas projeções para 2025 se destacam: aumento da frequência em terapias simples (psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, entre outras), devido às novas normas da ANS, que ampliou a possibilidade de uso, sem limitação do número de sessões por ano; queda nos eventos de maior complexidade, mas aumento nos de menor complexidade, justificado pelos eventos eletivos; impacto dos medicamentos de alto custo - especialmente os incluídos no rol nos últimos dois anos, como quimioterápicos e imunossupressores - e de eventos ambulatoriais.
O estudo também apresenta as condições médicas que mais impulsionam os custos de planos de saúde corporativos no Brasil. São elas: doenças autoimunes (exceto Diabetes Tipo 1), doenças cardiovasculares, câncer e saúde mental - esta última com um crescimento significativo desde a pandemia, elevando os custos com tratamentos psicológicos.
Conforme carteira da Aon de 2024, em comparação a 2023, houve crescimento de 23,63% na frequência de terapias simples, reflexo principalmente da cobertura ilimitada para essa modalidade, impactando, além da utilização para saúde mental, também no aumento da demanda por terapias específicas como a Applied Behavior Analysis (ABA), incluída no rol da ANS em 2017 e indicada para o tratamento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse aumento da frequência somada à cultura de realização de terapias simples fora da rede credenciada e por meio de reembolso, contribuiu para um aumento de 11% do custo médio desses serviços.
Coelho explica a relevância de iniciativas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores, impactando a longo prazo na redução dos custos com saúde: "A complexidade do cenário destaca a necessidade das empresas em definir uma estratégia de benefícios de saúde baseada em análises de dados que apresentem as necessidades da sua força de trabalho. Promover a qualidade de vida e incentivar cuidados preventivos, é fundamental para mitigar custos e reduzir o estresse dos colaboradores."
Projeções Globais
Para 2025, a Aon prevê que a média global de aumento dos custos de planos médicos será de 10%, uma pequena redução em comparação aos 10,1% registrados para 2024, que foi a maior projeção dos últimos 10 anos. Essa média reflete variações regionais, onde algumas regiões, como Ásia-Pacífico e América do Norte, esperam aumento nos custos, enquanto outras, como América Latina e Europa, projetam uma redução.
O relatório destaca ainda que, globalmente, 60% das empresas avaliam flexibilizar seus benefícios como estratégia de mitigação que lhes permitirá maior controle de seus gastos e custos, tornando-se uma ferramenta eficiente de recursos humanos para oferecer pacotes de benefícios diferenciados.
"Estamos em um momento crucial, com a inflação global diminuindo pela primeira vez em quatro anos, o que pode ser um ponto de inflexão macroeconômico. Embora a volatilidade econômica do mundo pós-pandêmico continue afetando muitas economias, especialmente na América Latina, onde ainda se luta contra a desvalorização da moeda e o incremento geral de preços, projeta-se que a região verá uma diminuição nos custos médicos para o próximo ano, refletindo ajustes nas expectativas de mais da metade dos países latino-americanos. É crucial reconhecer que essa tendência também está alinhada com condições regionais específicas e as estratégias empresariais que os empregadores implementam para mitigar os aumentos desses custos médicos" explica Max Saraví, head of Human Capital para a América Latina na Aon.
O Global Medical Trend Rates 2025 reúne informações dos escritórios da Aon que intermediam e administram planos médicos corporativos nos 112 países incluídos na pesquisa. Com base nas interações entre profissionais da Aon e clientes, os insights do relatório refletem as expectativas quanto às tendências dos custos de saúde nos âmbitos local, regional e global.
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CNN BRASIL
Polícia investiga fraude de R$ 33 bilhões contra planos de saúde em SP
Um esquema de fraude envolvendo clínicas e laboratórios em São Paulo está no centro de investigações conduzidas pela Polícia Civil, com base em denúncias apresentadas por associações que representam operadoras de planos de saúde.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Saúde Suplementar (Abramge), os desvios podem ter causado um prejuízo estimado em R$ 33 bilhões no último ano ao setor.
As práticas supostamente fraudulentas incluem manipulação de reembolsos, falsificação de atendimentos e irregularidades em diversos procedimentos que teriam sido praticados pela Health Care Madical Center (HCMC), segundo denúncia de associações do setor apresentadas à polícia.
Em notas enviadas à CNN, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo confirmam que as denúncias são investigadas.
A CNN procurou a HCMC e, até o momento da publicação desta reportagem, não obteve nenhum retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Esquema de "reembolso assistido"
As investigações apontam que o esquema operava por meio do chamado "reembolso assistido", também conhecido como concierge.
Nesse modelo, os beneficiários dos planos eram induzidos a fornecer login e senha de acesso às plataformas das operadoras.
Com essas informações, as clínicas simulavam atendimentos ou alteravam valores de procedimentos realizados, solicitando reembolsos fraudulentos.
Segundo o diretor técnico da Abramge, Dr. Cassio Ide Alves, as práticas incluíam ainda a criação de contas bancárias em nome dos beneficiários para receber os valores.
"A partir daí, eles começam a fazer as suas solicitações de reembolso, muitas vezes de procedimentos duplicados, inexistentes, trocando códigos de procedimento, multiplicando esses códigos.", disse o Dr. Cassio Ide Alves, diretor técnico-médico da Abramge em entrevista à CNN.
A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF), que recebeu informações sobre o esquema, encaminhou uma denúncia ao Ministério Público, mas até o momento, a CNN não obteve retorno oficial do MP sobre o caso.
Entre as fraudes mais comuns, estão:
Falsificação de laudos para crianças com autismo
Prolongamento desnecessário de internações de dependentes químicos
Manipulação de dados em procedimentos estéticos
Clínicas que operavam no esquema frequentemente fechavam as portas após serem identificadas, dificultando o rastreamento dos responsáveis.
As fraudes afetam não apenas as operadoras, mas também os consumidores. Segundo o diretor, o prejuízo causado ao sistema todo eleva o custo dos planos de saúde.
"Através do mutualismo, todos acabamos pagando a conta para que algumas pessoas que perpetuam esses crimes. Acabam auferindo lucros Individuais.", relatou o Dr. Cassio Ide Alves, diretor técnico-médico da Abramge em entrevista à CNN.
O Dr. Rodolpho Ramazzini, diretor de comunicação da ABCF, destacou à CNN que mais de 400 denúncias sobre fraudes foram registradas somente em 2024.
"A ABCF recebe cada vez mais denúncias de pessoas que acabam sendo implicadas nessas fraudes, tendo seus nomes e atendimentos usados pelas quadrilhas de fraudadores de maneira indevida", disse.
Ações das operadoras e da polícia
A operadora SulAmérica revelou que diversas dessas empresas manipulavam documentos e criavam "araras" para simular atendimentos e solicitar reembolsos indevidos, prejudicando diretamente os beneficiários e causando um grande impacto no setor.
O prejuízo total estimado por essas fraudes chega a R$ 27 milhões. Em resposta, a operadora apresentou notícias-crime contra os envolvidos.
Em nota enviada à CNN, a Amil, outra operadora envolvida, esclareceu que três inquéritos policiais foram instaurados após denúncias da operadora.
Já o Bradesco Saúde optou por não se manifestar sobre o caso, alegando que não comenta questões em apreciação do Judiciário.
Recomendações aos beneficiários
Durante a entrevista à CNN, o Dr. Cassio Ide Alves reforçou a importância de os beneficiários ficarem atentos para não serem envolvidos, mesmo que involuntariamente, em fraudes.
Ele listou quatro passos importantes:
Não compartilhar login e senha: Isso dá às clínicas acesso total aos dados pessoais do beneficiário
Solicitar extratos regulares: Assim, é possível verificar se há procedimentos desconhecidos cobrados
Verificar contas bancárias vinculadas ao CPF: No site do Banco Central, é possível checar se há contas desconhecidas abertas
Denunciar suspeitas à operadora: Qualquer movimentação irregular deve ser comunicada imediatamente
Próximos passos
A Abramge e a ABCF defendem uma atuação mais incisiva do Ministério Público e das autoridades policiais para combater as fraudes.
As investigações continuam, e novas ações podem ser tomadas para recuperar os valores desviados e responsabilizar os envolvidos.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio de um inquérito instaurado pela 2ª Delegacia da Divisão do Consumidor, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).
A presidente da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) foi ouvida e diligências estão em andamento visando à localização dos responsáveis pela empresa e esclarecimento dos fatos, segundo nota enviada pela Secretaria de Segurança Pública de SP à CNN.
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A REDAÇÃO
Goiânia: TJGO desbloqueia R$ 57 mi do Fundo Municipal da Saúde
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) liberou, nesta quarta-feira (18/12), um montante de R$ 57 milhões do Fundo Municipal da Saúde de Goiânia que estava bloqueado há 13 dias, como resposta a um pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). O dinheiro havia sido repassado para a gestão municipal pelo governo federal no dia 5 de dezembro.
Da soma liberada, R$ 15 milhões ficarão sob responsabilidade direta do interventor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Márcio de Paula Leite, para o pagamento de serviços prestados à pasta. Os demais R$ 42 milhões irão para unidades de saúde a que a Prefeitura de Goiânia faz repasses por atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Há cerca de duas semanas, o prefeito eleito Sandro Mabel (União) comentou que trabalharia para que os recursos fossem liberados. "A nossa preocupação, além de pagar os fornecedores anteriores, é manter as unidades funcionando”, disse Mabel na ocasião.
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Polícia mira clínica de estética em Goiânia após denúncias de pacientes
A Polícia Civil de Goiás deflagrou nesta segunda-feira (18) a Operação Face Oculta, com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Anápolis. A investigação apura a realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos por profissionais supostamente inabilitados, que teriam causado danos físicos a diversos pacientes devido à utilização de materiais inadequados e à incapacidade técnica dos envolvidos.
A sede principal da clínica investigada está localizada na Avenida T-7, em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, os alvos incluem os proprietários e responsáveis técnicos da clínica, além de outras unidades relacionadas ao caso. Entre os detidos está a proprietária da famosa clínica de estética situada na capital.
Além das ações de busca e apreensão, foram realizados bloqueios de contas bancárias, bens e valores. O montante bloqueado alcança R$ 2,5 milhões, incluindo um percentual das cotas de um helicóptero ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões.
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CONGRESSO NEWS
Jornalista ministra palestra sobre a importância da comunicação na saúde no Hospital de Acidentados
A jornalista e especialista em Comunicação e Marketing, Rosane Rodrigues da Cunha ministrou uma palestra para colaboradores do Hospital de Acidentados, de Goiânia (GO), sobre a importância da comunicação no setor de saúde. Com uma trajetória consolidada de mais de 30 anos na área, ela destacou que, na saúde, mais do que em qualquer outro segmento, a comunicação clara e efetiva é um elemento essencial para o bom atendimento, a imagem da instituição e de seus profissionais e para o bem-estar dos pacientes.
Rosane ressaltou que os profissionais de saúde lidam com um “produto” muito caro: os pacientes, muitas vezes em momentos de extrema fragilidade emocional e física. “É preciso compreender que estamos tratando de pessoas. Cada paciente é único, e a comunicação deve ser cuidadosa e atenta para que ele se sinta ouvido e bem orientado”, enfatizou.
A rotina, quase sempre, intensa nos hospitais não pode prejudicar a comunicação. Se isso ocorrer, processos precisam ser revistos. “Nada pode comprometer a qualidade da comunicação com os pacientes”, afirmou, aconselhando os colaboradores a sempre perguntarem quando não entenderem alguma informação recebida. “As dúvidas de vocês não podem chegar aos pacientes”, alertou, citando o caso de uma profissional de enfermagem que, ao ser questionada, não soube explicar o propósito de um medicamento prescrito para o paciente.
Situações como essa, segundo a jornalista, podem deixar o paciente inseguro, afetar a credibilidade do profissional e a imagem da instituição de saúde. Rosane ainda compartilhou com os participantes os pilares essenciais da comunicação na saúde: clareza, ética, respeito, empatia e sigilo. Para ela, esses aspectos são imprescindíveis para criar um ambiente de confiança e, principalmente, para garantir que a informação seja transmitida de forma precisa e eficiente.
A especialista também destacou como a boa comunicação é necessária para a integração da equipe de profissionais de saúde. “Uma equipe bem integrada, com uma comunicação fluida, ajuda a prevenir erros, oferece uma assistência com mais qualidade e segurança e garante que todos estejam alinhados nas ações a serem tomadas com os pacientes”, explicou.
Outro ponto abordado foi a importância de ouvir atentamente os pacientes. “Escutar o paciente é uma ferramenta poderosa que podemos usar. Isso não só ajuda na recuperação e no bem-estar dele, mas também permite identificar precocemente qualquer alteração em seu quadro e até problemas no cotidiano do hospital. Desde a qualidade das refeições até os detalhes do atendimento que, muitas vezes, passam despercebidos, mas fazem toda a diferença”, afirmou.
Ela citou o exemplo de uma fisioterapeuta que, durante uma sessão de fisioterapia, aproveitou o momento para conversar com o paciente. Essa simples atitude transformou a sessão, tornando o atendimento mais agradável para o paciente e mais leve para a profissional, ao mesmo tempo que fez toda a diferença na experiência daquele paciente que estava internado há vários dias.
Rosane concluiu sua palestra reforçando a importância de uma comunicação humanizada e eficiente para melhorar o ambiente hospitalar. Para ela, um simples gesto de atenção ou uma palavra de acolhimento pode impactar profundamente na experiência do paciente e, consequentemente, em sua recuperação. Palestras sobre comunicação fazem parte do calendário de atualização profissional do Hospital de Acidentados.
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AGÊNCIA BRASIL
Quase 19% das pessoas que tiveram covid-19 têm sintomas persistentes
Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde mostra que 18,9% das pessoas que já foram infectadas pela covid-19 relatam sintomas persistentes da doença, como cansaço, perda de memória, ansiedade, dificuldade de concentração, dores articulares e perda de cabelo. Os sintomas pós-covid aparecem com mais frequência entre mulheres e indígenas.
A pesquisa Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil, apresentada nesta quarta-feira (18/12), mostra que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela doença.
Vacina
De acordo com o estudo, a vacinação contra a covid-19 teve adesão de 90,2% dos entrevistados, que receberam pelo menos uma dose e 84,6% completou o esquema vacinal com duas doses. A vacinação foi maior na Região Sudeste, entre idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda.
Entre os entrevistados, 57,6% afirmaram confiar na vacina contra a convid-19, mas a desconfiança das informações sobre o imunizante foi relatada por 27,3% da população. Outros 15,1% disseram ser indiferente ao assunto.
Entre aqueles que não se vacinaram, 32,4% disseram não acreditar na vacina e 0,5% não acreditam na existência do vírus. Outros 31% relataram que a vacina poderia fazer mal à saúde; 2,5% informou já ter pego covid-19 e 1,7%, outros problemas de saúde.
Pesquisa
O Epicovid 2.0 foi conduzido em 133 cidades, com uma amostra de 33.250 entrevistas. As pessoas entrevistadas foram selecionadas aleatoriamente, com apenas uma pessoa por residência respondendo ao questionário.
Sob coordenação do Ministério da Saúde, a pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com participação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getulio Vargas (FGV).
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BRAZIL JOURNAL
As propostas da ANS que assustam as operadoras de saúde
A ANS está propondo a maior mudança regulatória do setor de saúde suplementar nos últimos 20 anos, com uma série de alterações nas regras dos reajustes que, se adotadas como estão, prejudicariam a rentabilidade das operadoras num momento de melhora da sinistralidade.
Mas as propostas ainda são preliminares e passarão por discussões envolvendo todas as companhias e demais stakeholders.
"Pautar esses temas é algo bom. A abertura para a conversa é algo bom. Mas a maneira como as propostas vieram é definitivamente ruim," disse o CEO de uma grande operadora. "Mas não está nada fechado. Ainda teremos 45 dias para discutir as propostas e chegar num desenho que seja melhor para o setor."
Para esse executivo, a ANS colocou em pauta todos os itens que ela entende ser polêmicos - e que de fato precisam ser debatidos. "O problema é que o nosso setor não está acostumado a sentar e discutir abertamente os problemas."
Gustavo Ribeiro, o presidente da Abramge, a associação das operadoras de saúde, disse que o que pegou o mercado de surpresa foi o fato da ANS ter mudado bruscamente seu discurso.
"Nos últimos meses, a ANS vinha com um discurso de tratar da revisão técnica [dos planos individuais], que é um tema benéfico para o setor. Mas quando ela veio com a consulta, ela colocou mais duas dúzias de assuntos que não estavam no radar de ninguém."
Ribeiro disse que os assuntos tratados são muito densos e "mexem com pilares do sistema. São temas estruturantes, que precisam ser discutidos com muita calma," disse ele.
O presidente da Abramge disse ainda que a entidade vai pedir uma extensão do prazo de 45 dias à ANS para apresentar estudos mais aprofundados sobre os temas propostos.
Alexandre Fioranelli, um dos diretores da ANS, disse ao Brazil Journal que todas as propostas apresentadas já estão em discussão desde o início de outubro, quando a agência abriu uma audiência pública, e são temas debatidos há anos.
"Não é uma surpresa para ninguém [esses assuntos]. Ninguém foi pego de calça curta," disse ele, acrescentando que somando todos os prazos de discussão abertos pela agência - de outubro até o início de fevereiro - serão quatro meses de debate.
Apesar das ponderações, as propostas caíram como uma bomba no mercado, com o maior impacto sendo sentido pela Hapvida, cuja ação desabou essa semana ainda mais do que o mercado.
"Muitas das propostas indicam uma regulação mais pesada sobre os planos de saúde, particularmente na regulação dos aumentos de preços dos planos corporativos," escreveram os analistas do Itaú BBA.
"Isso pode potencialmente anular uma melhora na rentabilidade das empresas do setor, e subsequentemente do resto do sistema de saúde privado."
Nos planos corporativos, a ANS propôs três mudanças principais.
Hoje, os planos corporativos com até 29 vidas seguem um framework regulatório diferente as operadoras colocam todos num mesmo 'pool' e dão um mesmo reajuste para todos. A proposta da ANS é ampliar este modelo para contratos com até 1000 vidas.
Num comunicado ao mercado, a Hapvida disse que "a utilização de um agrupamento maior poderá ter um efeito contrário ao pretendido, já que, ao impor um reajuste acima do necessário, aqueles contratos com mais vidas que hoje não estão no pool de risco terão, necessariamente, que sofrer um reajuste mais elevado a fim de compensar os contratos com menos vidas."
Segundo a operadora, os planos que compõem hoje o pool de risco (até 29 vidas) são mais sujeitos à seleção adversa e, por isso, "precisam ter esse custo maior repassado aos preços dos produtos de maneira a manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos."
O diretor da ANS tem uma visão diferente. Para ele, ao aumentar o pool de risco será possível diluir mais os reajustes dos contratos com mais sinistralidade, "dando um reajuste menor para todo mundo."
A ANS também quer definir uma porcentagem mínima de 75% de 'sinistralidade meta' no cálculo dos reajustes, outra proposta amplamente criticada pelo mercado.
"Artificializar nunca se mostrou uma boa saída e nunca será," disse Ribeiro, da Abramge. "Não tem como driblar a realidade. No passado, quando se 'artificializou' o sistema nos planos individuais, o que aconteceu foi que esse produto quase sumiu da prateleira e isso encareceu os outros produtos."
Ribeiro diz que ao controlar o reajuste dos planos individuais, a ANS fez com que muitos desses produtos se tornassem deficitários. "Foi uma proteção ao consumidor, mas ao fazer isso ela pressiona os outros produtos, que precisam sofrer reajustes maiores para compensar esse desequilíbrio."
A Hapvida também criticou a proposta.
"Um limite arbitrário pode se mostrar superior ao necessário, levando à restrição de oferta de produtos, ou pode se mostrar inferior ao necessário, levando a um valor de referência que encarecerá o produto de forma geral para os beneficiários," disse a operadora.
Já o diretor da ANS diz que a agência não pretende e não vai interferir na precificação dos planos de saúde. "O valor inicial de venda do plano continuará sendo definido pela operadora, e isso que vai definir a margem de lucro. O que queremos é que o reajuste seja realmente compatível com a variação de custos," disse ele.
"Esse número de 75% é uma média que tivemos do mercado e que ainda estamos abertos a discutir. Além disso, não vamos definir qual indicador a operadora vai escolher para fazer o reajuste. Não necessariamente ela precisaria fazer o reajuste em cima da sinistralidade meta."
Outra medida que seria ruim para o setor, na visão do mercado, é a limitação da coparticipação dos planos para 30% do valor do procedimento e da mensalidade. A ANS está propondo ainda que a coparticipação não possa ser cobrada em diversos procedimentos, especialmente terapias crônicas, oncologia e hemodiálise.
"A coparticipação tem sido uma ferramenta importante para endereçar o uso excessivo observado no sistema de saúde privado, principalmente por conta do conflito de interesses entre as operadoras e os provedores de serviços. A implementação da coparticipação em alguns contratos foi crucial para os operadores moderarem os aumentos de preços," escreveu o Itaú.
"Portanto, essa potencial mudança poderia mitigar as melhoras da sinistralidade das companhias e potencialmente limitar a venda de novos planos por conta dos altos preços de entrada."
Apesar das mudanças prejudiciais, há uma discussão no relatório que agradou as operadoras a revisão técnica dos reajustes dos planos individuais.
Hoje o reajuste desses planos é definido pela ANS, que historicamente tem aplicado aumentos abaixo da inflação médica, tornando esses planos deficitários para as operadoras.
A ANS disse que está estudando uma metodologia para a admissão, cálculo e implementação dessa revisão técnica - que poderia levar a reajustes maiores desses planos em casos específicos.
"Essa é uma discussão muito importante para as operadoras, e o fato da ANS entrar nesse tema é positivo. O problema é que nesse relatório inicial ela está dizendo que a operadora tem que provar insolvência para ter acesso a essa revisão, o que é um absurdo," disse um executivo do setor.
Alexandre disse que a ANS é sensível às preocupações do setor e que o objetivo da revisão é justamente "manter a oferta desses produtos e garantir que o desequilíbrio das carteiras individuais não leve a uma quebradeira geral."
"Mas precisamos construir uma metodologia para isso que defina os requisitos para poder acessar essa revisão e as contrapartidas. A revisão vai ser para alguns casos, não para todos," disse.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Ex-secretário de Saúde de Goiânia é considerado foragido pela Polícia Civil
Nova operação investiga desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia
Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia encaminha 1.082 pacientes em 18 dias
Hospital da Unimed Morrinhos será reformado e ampliado
Brain Rot: a palavra do ano e o impacto do excesso de informações no cérebro
Após mais de uma década, Cassi manda fatura aos trabalhadores
Anats é um coelho na cartola para a saúde?
PL que torna obrigatório exame nacional para exercer medicina é aprovado em Comissão
Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e emprega 3,3% mais
A REDAÇÃO
Ex-secretário de Saúde de Goiânia é considerado foragido pela Polícia Civil
O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e o ex-secretário executivo de Saúde, Quesede Ayres Henrique, são alvos de mandado de prisão em operação deflagrada nesta terça-feira (17/12), pela Polícia Civil de Goiás. Em entrevista coletiva, o delegado Francisco Lipari afirmou que os dois são considerados foragidos da justiça.
A operação realizada por policiais da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) investiga corrupção e desvio de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. São cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão. O dinheiro desviado seria fruto de uma fraude em um convênio firmado entre a secretaria e uma prestadora de serviços.
A defesa de Wilson Pollara informou que ele encontra-se em São Paulo, onde realiza consultas médicas para iniciar o tratamento de um câncer no rim. A defesa informou ainda quew vai se manifestar após ter acesso à íntegra do processo. A defesa de Quesede Ayres tabém comunicou que se manifestará após acesso à íntegra do processo.
Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia informou que "está colaborando com as investigações da Polícia Civil de Goiás no âmbito da operação Speedy Cash. A administração municipal destaca compromisso com a transparência e a lisura na gestão pública, assegurando que todas as informações e documentos solicitados serão e estão sendo fornecidos para esclarecer os fatos" e que "caberá ao interventor adotar todas as medidas administrativas cabíveis conforme o andamento das investigações".
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que está colaborando com as investigações.
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Nova operação investiga desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia
Policiais da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) deflagraram nesta terça-feira (17/12) uma nova operação que investiga corrupção e o desvio de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. São cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão. Os alvos dos mandados não foram revelados, mas seriam servidores do alto escalão.
O dinheiro desviado seria fruto de uma fraude em um convênio firmado entre a secretaria e uma prestadora de serviços. Ao todo, quase 100 policiais civis estão nas ruas para cumprir as medidas judiciais.
Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia informou que "está colaborando com as investigações da Polícia Civil de Goiás no âmbito da operação Speedy Cash. A administração municipal destaca compromisso com a transparência e a lisura na gestão pública, assegurando que todas as informações e documentos solicitados serão e estão sendo fornecidos para esclarecer os fatos" e que "caberá ao interventor adotar todas as medidas administrativas cabíveis conforme o andamento das investigações".
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que está colaborando com as investigações.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que cumprirá com todas as determinações judiciais e colabora com o fornecimento de informações e documentos necessários para garantir que todos os procedimentos sejam devidamente esclarecidos, reforçando a integridade do serviço público.
Crise na Saúde
A operação desta terça é mais um capítulo na profunda crise pela qual passa a pasta da Saúde em Goiânia. No dia 27 de novembro, o secretário titular, Wilson Pollara, foi preso por seu envolvimento em supostos esquemas de desvio de verbas. Desde então, dois secretários assumiram e então entregaram o cargo em menos de uma semana.
Neste período, pacientes morreram aguardando leitos de UTI na rede municipal e houveram paralisações de atividades e protestos das equipes médicas por falta de pagamentos e de insumos básicos como seringas e luvas.
A justiça estadual determinou a intervenção do governo de Goiás no município e Márcio de Paula Leite foi nomeado interventor no dia 11 de dezembro para tentar sanar a crise que persiste.
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Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia encaminha 1.082 pacientes em 18 dias
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, alcançou resultados expressivos com o encaminhamento de 1.082 pacientes para internação em leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), durante os 18 dias de atuação do Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia. Graças à parceria e ao acompanhamento diário das solicitações, nesse período todas as demandas por leitos foram autorizadas com agilidade, em menos de 24 horas, reduzindo consideravelmente o número de pacientes que aguardam vagas na capital.
“A parceria se mostrou eficaz ao reduzir o tempo de espera dos pacientes nas unidades, além de identificar e corrigir rapidamente as dificuldades enfrentadas pela equipe de trabalho”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos. Além de otimizar a utilização dos leitos existentes, o gabinete contribuiu para ampliar a oferta com a abertura de novos leitos em diferentes unidades hospitalares.
Foram 20 novos leitos de UTI adulto abertos no Hospital Ruy Azeredo; 16 leitos de UTI no Hospital das Clínicas (10 adultos e 6 pediátricos); 40 leitos de UTI (20 adultos, 10 pediátricos e 10 neonatais) e 32 leitos de enfermaria no Hospital Estadual de Águas Lindas. “Esses resultados demonstram a eficácia da estratégia de organização e cooperação para melhorar a saúde da população”, afirmou Rasível, que pessoalmente comanda diariamente as reuniões que buscam soluções para as dificuldades da saúde da capital.
Com essas medidas, a otimização dos leitos também reduziu significativamente a demanda por vagas. As solicitações diárias de leitos de UTI caíram de uma média de 24 para 5, enquanto as de enfermaria foram reduzidas de 174 para 78. “Nunca houve um funcionamento tão eficiente, mesmo enfrentando uma crise como essa”, declarou o médico Elter Borges, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.
Aliança Samu
Na tarde desta segunda-feira (16/12), a reunião do Gabinete de Crise focou na criação de uma aliança entre os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Região Metropolitana da capital, para apoiar o município durante o atual momento enfrentado. Representantes dos Samus de Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo se comprometeram a apoiar a SMS de Goiânia com o transporte de pacientes, bem como disponibilizar profissionais que atuam no serviço para a realização de plantão no Samu da capital, por meio do pagamento de hora extra.
Nesta segunda-feira foi também publicada uma portaria que prevê uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). O documento autoriza que o efetivo da corporação tripule ambulâncias do Samu de Goiânia, para realizar transporte entre os hospitais, quando necessário. A SMS da capital também confirmou a convocação de novos técnicos de enfermagem para atuar nas Upas e Cais do município.
Gabinete de Crise
O Gabinete de Crise foi criado pela SES-GO para dar suporte à situação emergencial da saúde em Goiânia. O objetivo é monitorar, planejar, estruturar, mobilizar e coordenar ações integradas de preparação, alerta e resposta, envolvendo órgãos públicos estaduais e municipais em medidas conjuntas para mitigar a crise de saúde pública no município.
A coordenação do gabinete é liderada pela SES-GO, enquanto as unidades municipais executam as ações na gestão e área hospitalar, garantindo um monitoramento eficaz do cenário geral. A SES-GO implantou 13 gabinetes de crise em unidades municipais, que diariamente repassam informações para o gabinete central.
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FOLHA DO PLANALTO
Hospital da Unimed Morrinhos será reformado e ampliado
Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no dia 13 de dezembro, os cooperados da Unimed Morrinhos aprovaram, por unanimidade, a contratação de crédito bancário para financiar a reforma e ampliação do Hospital Nossa Senhora do Carmo. Adquirido em fevereiro de 2024, o hospital teve sua gestão integralmente assumida pela Unimed Morrinhos em maio deste ano.
O projeto de modernização, que inclui reformas e expansão, foi apresentado aos cooperados pelo arquiteto Athos Rios Júnior, do escritório Walter & Athos, empresa responsável pela execução da obra. A proposta visa elevar o hospital a um novo patamar de excelência na assistência médico-hospitalar.
O diretor-presidente da Unimed Morrinhos, Francisco Martins da Silva, afirmou que a obra transformará o Hospital Unimed em uma unidade de referência na região, trazendo benefícios tanto para os médicos cooperados quanto para a população local.
Ele destaca que iniciativas como essa têm demonstrado grande impacto em várias localidades, como no caso do Hospital Unimed Chapecó, que, após sua transformação, cresceu significativamente e se tornou referência em sua região.
Com a conclusão da obra, o Hospital da Unimed Morrinhos contará com 76 leitos, incluindo de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ampliando sua capacidade de atendimento e oferecendo serviços de saúde com ainda mais qualidade à comunidade.
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GO NEWS 365
Brain Rot: a palavra do ano e o impacto do excesso de informações no cérebro
Ana Maria Moura, médica neurocirurgiã, explica que a saturação de informações pode levar à fadiga mental, dificuldade de concentração e até depressão.
Você sabe o que é “brain rot”. Traduzindo é “cérebro apodrecido”. Um termo aparentemente feio e estranho, que foi escolhido pela Universidade de Oxford como a palavra de 2024. E que ela revela? Os efeitos do excesso de exposição a telas e informações, muitas vezes irrelevantes, na saúde mental. Brain rot descreve o cansaço mental e a “deterioração” do cérebro causado pela sobrecarga cognitiva na era digital, uma exposição constante a informações de baixo valor e a falta de pausas para o descanso mental.
O conceito está diretamente relacionado à dificuldade de concentração e à diminuição da capacidade de processamento do cérebro, sintomas cada vez mais comuns em uma sociedade hiperconectada. Ana Maria Moura, médica neurocirurgiã, explica que a saturação de informações pode levar à fadiga mental, dificuldade de concentração e até depressão. Esse desgaste constante afeta a capacidade de processamento do cérebro, resultando em estresse e perda de foco. “O consumo constante e excessivo de conteúdo sem uma pausa ou reflexão leva a um cansaço mental profundo, resultando em dificuldade de concentração, aumento da ansiedade e até transtornos mais graves, como depressão”, alerta.
Pode haver uma relação entre sobrecarga informativa e doenças como demência e Alzheimer? Embora os estudos ainda estejam em andamento, especialistas acreditam que a sobrecarga mental contínua possa contribuir para a aceleração de doenças neurodegenerativas. A neurocirurgiã explica que o estresse crônico causado pela sobrecarga de informações pode afetar áreas do cérebro relacionadas à memória e ao aprendizado. “Nosso cérebro precisa de períodos de descanso, sono e reflexão para fortalecer as conexões neurais. A falta desse equilíbrio pode estar associada ao aumento do risco de doenças como Alzheimer”, comenta.
Mas, como ter um “cérebro sadio”? Confira as dicas da especialista:
> Desconectar-se regularmente de dispositivos, como celulares, computadores e TVs.
> Priorizar fontes de informação confiáveis.
> Praticar mindfulness (atenção plena, concentração no presente) e atividades cognitivas, como leitura ou jogos que estimulem a memória e concentração.
> Meditar, fazer uma oração.
> Praticar regularmente atividades físicas, o que ajuda na função cognitiva e redução do estresse
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PORTAL CAUSA OPERÁRIA
Após mais de uma década, Cassi manda fatura aos trabalhadores
A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), após mais de uma década, está cobrando dos funcionários do banco valores que deveriam ter sido descontados sobre as verbas salariais à época, e que não foram, em relação àqueles trabalhadores que receberam valores referente a ações trabalhistas e de acordos realizados em CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) ou CCP (Comissão de Conciliação Prévia) entre 2010 a 2023, valores esse que, em alguns caso, pode chegar a mais de 200 mil reais.
A Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou um ofício na última sexta-feira (13) para a Cassi "exigindo a imediata suspensão da cobrança", que "na época o banco não recolheu sua parte e não descontou dos funcionários os valores que deveriam ser repassados à Cassi, mesmo com alertas feitos pelo movimento sindical e que o recolhimento deveria ser feito". (Site Contraf/CUT 13/12/2024)
Nesse sentido, a Contraf solicita a suspensão imediata da cobrança e que seja agendada uma reunião entre as entidades de luta dos trabalhadores e a direção da Cassi para negociar a forma de pagamento, "caso seja necessária a cobrança"(idem).
Até o fechamento desta edição, a Cassi havia convocado uma reunião para debater o assunto.
O que deve chamar a atenção na determinação da direção da Cassi - lembrando que a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil foi construída com o esforço da categoria e passou a ser controlada diretamente pela direção do BB - é o porquê o banco não recolheu, na época devida, os valores referente à contribuição da Cassi se as demais verbas oficiais, como INSS, IR, foram devidamente recolhidas.
Agora, joga no colo dos trabalhadores uma fatura que deveria ter sido cobrada quando do recebimento pelos funcionários dos valores de ações trabalhistas, CCV e CCP!?
Além disso, a Cassi já encaminhou para os mais de 39 mil bancários, que se encontram nessa situação, os boletos de cobrança sem qualquer tipo de explicação de como foi feita essa análise dos valores devidos e, pior, valores estes corrigidos monetariamente e, no caso de parcelamento, cobrança de juros, sendo que os funcionários do banco não tiveram nenhuma responsabilidade pela não cobrança, por parte do banco, na época do fechamento dos acordos e das ações trabalhistas que, sempre é bom ressaltar, são casos de mais de uma década atrás.
A direção do Banco do Brasil joga mais uma bucha para uma parcela significativa dos seus funcionários justamente quando os planos de saúde dos trabalhadores das estatais estão passando por diversos ataques direitistas, e as justificativas para esses ataques sempre são as mesmas: "que o Plano de Saúde está com dificuldades financeiras".
Se realmente existe essa "dificuldade financeira", qual a dificuldade de um banco que, somente nos últimos nove meses, teve um faturamento líquido de R$28,32 bilhões; em dar um aporte para a Cassi que, segundo dados da própria instituição, terá um déficit de 700 milhões neste ano, sendo que o banco é o seu patrocinador e, logicamente, deveria estar preocupado com a saúde dos seus funcionários.
Com a palavra, a direção do Banco do Brasil.
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PODER 360
Anats é um coelho na cartola para a saúde?
Marcelo Queiroga
Ideia de criar uma agência de avaliação de tecnologia em saúde traz dúvidas sobre qual seria a vantagem em relação à Conitec
O Judiciário brasileiro tem sido o desaguadouro de uma miríade de ações para implementar o direito à saúde, nomeadamente em virtude de novas tecnologias que ainda não foram incorporadas no SUS (Sistema Único de Saúde).
A judicialização da saúde foi banalizada. Quando o tratamento ou o medicamento não é provido no sistema de saúde, recorre-se ao juiz. Segundo o STF, o número de ações judiciais na área da saúde aumentou de 21.000 por mês em 2020 para 61.000 em 2024, totalizando 600 mil ações anuais. O Ministério da Saúde gastou em 2023 mais de R$ 1,4 bilhão para o fornecimento de medicamentos não incorporados pelo SUS.
Com a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), o Ministério da Saúde passou a contar com assessoramento técnico sobre a incorporação de tecnologias no SUS. No entanto, essas demandas judiciais aumentaram a ponto de comprometer o orçamento público.
Quando o assunto é a saúde, cada demanda atendida sem a previsão orçamentária pode causar prejuízos aos programas de saúde pública e inviabilizar o atendimento de milhares de brasileiros no SUS. Recentemente, o presidente do STF, Roberto Barroso, alertou para a necessidade de reduzir os litígios na saúde.
O caminho para se ampliar o acesso a novas tecnologias, seguramente, não é o Judiciário. Não será com a caneta perdulária do doutor de branco (médico) ou a caneta generosa do doutor de preto (juiz) que resolveremos as demandas por saúde no Brasil.
Só com o fortalecimento da instância administrativa de avaliação de tecnologia em saúde (ATS), conferindo-se prioridade a suas decisões que avançaremos, com equidade, na implementação do direito à saúde. A criação de uma nova agência para ATS tem sido defendida para agilizar as incorporações de novas tecnologias, reduzindo o elevado grau de litígios judiciais.
Como ministro da Saúde, atuei para fortalecer a Conitec, tornando-a reconhecida pela sociedade brasileira. A legislação foi aprimorada. Foi requerido pela Lei 14.313 de 2022 que o Ministério da Saúde definisse as metodologias empregadas na ATS, inclusive os indicadores e parâmetros de custo-efetividade usados no país.
Essa medida, já adotada por entidades responsáveis pela ATS de outros países como a Austrália, o Canadá, o Chile e o Reino Unido, contribui para ampliar a transparência das decisões administrativas.
O Legislativo, igualmente, tem sido alvo da pressão para incorporar novas tecnologias, sem a necessária avaliação técnica. Cite-se o projeto de lei 6.630 de 2019, que obrigava os planos de saúde a cobrir, em até 48h depois do registro na Anvisa, os gastos com medicamentos de uso domiciliar e oral contra o câncer. Esse projeto foi vetado para preservar a prerrogativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
A Lei 14.307 de 2022, decorrente da Medida Provisória 1.067 de 2021, instituiu a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Rol da ANS), semelhante à Conitec. Também estabeleceu um elo entre as incorporações de tecnologias no SUS e na saúde suplementar ao determinar que as tecnologias avaliadas e recomendadas positivamente pela Conitec fossem incluídas no Rol da ANS no prazo de até 60 dias.
Houve aumento das incorporações de tecnologias no SUS, grande parte em face de demandas internas feitas pelo Ministério da Saúde. Vale destacar a incorporação do onasemnogeno abeparvoveque (Zolgensma) para o tratamento da atrofia muscular espinhal, tido à época como o medicamento mais caro do mundo, mediante inédito acordo de acesso gerenciado, onde há o compartilhamento de risco com a indústria, também incluído no Rol da ANS em face da Lei 14.307 de 2022.
A ideia de criar uma agência de ATS não é nova. A sigla seria simples, Anats, mas a implementação, complexa. Será que essa "nova" estrutura traria vantagens sobre a Conitec? As agências são entidades que integram a administração pública indireta, submetidas a regime autárquico especial, com autonomia administrativa e financeira, sem subordinação hierárquica ao Executivo. A nova agência, portanto, seria autônoma para deliberar sobre incorporação de tecnologias, incluindo os recursos para o seu financiamento, que é parte do orçamento do ministério, atribuição que é exclusiva da administração pública direta.
A Anats não é solução mágica, um coelho que se tira da cartola. Assemelha-se mais a um jabuti na administração pública brasileira. O cenário atual das agências regulatórias no Brasil não é alentador. O dr. Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, disse que a agência está em vias de colapsar por falta de funcionários. Não é de hoje que assistimos à captura das agências regulatórias por parte do setor regulado, resultando em loteamento político desses órgãos, o que não é exclusividade do Brasil.
O melhor seria fortalecer a Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde, ampliando sua expertise nas diversas áreas da ciência. Atualmente, poucos núcleos atuam em todas as fases do processo de ATS, principalmente nas avaliações econômicas mais complexas. A qualificação da rede pluralizaria o debate científico e promoveria mais qualidade a discricionariedade técnica da administração pública.
O principal obstáculo à incorporação de tecnologia no sistema de saúde persiste sendo o seu impacto orçamentário. A velha teoria do cobertor curto. É impossível cobrir a cabeça e os pés ao mesmo tempo quando o cobertor não é longo o suficiente. Nosso maior desafio é ampliar o acesso dos brasileiros aos programas públicos já disponíveis. A mudança no entendimento recente do STF sobre o tema, realçando o papel da Conitec, é oportuna e deve fortalecer o papel na ATS no Brasil.
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AGÊNCIA SENADO
PL que torna obrigatório exame nacional para exercer medicina é aprovado em Comissão
De acordo com a proposição, os médicos só poderão se registrar no Conselho Regional de Medicina (CRM) se forem aprovados no Exame Nacional
A Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou nesta terça-feira (17) projeto que torna obrigatória a aprovação no exame de proficiência para o exercício da Medicina. O PL 2.294/2024 do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) recebeu parecer favorável do relator, senador Marcos Rogério (PL-RO), com emendas. O texto segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
De acordo com a proposição, os médicos só poderão se registrar no Conselho Regional de Medicina (CRM) se forem aprovados no Exame Nacional de Proficiência em Medicina, sendo dispensados aqueles já inscritos no CRM e os estudantes de medicina que ingressaram no curso antes da vigência da nova lei.
O projeto estabelece que as provas de proficiência serão aplicadas, no mínimo, duas vezes no ano em todos estados e Distrito Federal, abrangendo avaliação de competências profissionais e éticas, conhecimentos teóricos e habilidades clínicas, com base nos padrões mínimos exigidos para o exercício da profissão. Além disso, determina que ficará sob responsabilidade do Conselho Federal de Medicina (CFM) a regulamentação e a coordenação nacional do exame, sendo os CRMs responsáveis pela aplicação das provas em suas respectivas jurisdições.
Além disso, o projeto determina que os resultados sejam comunicados aos Ministérios da Educação e da Saúde pelo CFM, sendo vedada a divulgação nominal das avaliações individuais, que será fornecida apenas ao próprio participante.
O relator pontua também que o exame de proficiência não é incompatível com as avaliações realizadas no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), tratado pela Lei 10.861, de 2004 , que tem como objetivo assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes.
O senador Dr. Hiran (PP-RR), que é médico, informou que solicitou uma nota técnica do governo quanto ao projeto. Ele disse que não houve manifestação contrária do Ministério da Saúde.
A senadora Zenaide Maia (PSD-RN), também médica, disse ter algumas dúvidas em relação ao projeto. Ela adiantou, no entanto, que deixará para esclarecer os questionamentos na audiência pública que deverá acontecer quando o projeto for analisado na CAS.
O presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR), reforçou que o assunto será discutido em audiências na CAS, conforme acordado pelos demais senadores na última reunião da CE, em 10 de dezembro.
Para a senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), o projeto é uma oportunidade de se melhorar a qualidade da medicina e de provocar as instituições de ensino, "cujas mensalidades são elevadas, obrigando estudantes a saírem do país para estudar". Além disso, a proposta é considerada pela senadora um instrumento para levar as universidades federais a entender que precisam se preparar à altura, melhorando as suas estruturas, como fazem as escolas privadas.
Duas emendas foram apresentadas pelo senador Alan Rick (União-AC), sendo apenas uma acatada por Marcos Rogério. Segundo o texto, os médicos aprovados no exame de proficiência não precisarão realizar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), conforme a Lei 13.959, de 2019 .
Entretanto, Marcos Rogério acrescentou uma subemenda para que a revalidação de diploma de medicina, por qualquer meio autorizado legalmente, não substitui a necessidade de aprovação no Exame Nacional de Proficiência em Medicina.
Pontes afirma que a avaliação seria semelhante ao modelo adotado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Para ele, o projeto é importante devido à proliferação indiscriminada de cursos de medicina, realidade que aponta para o provável agravamento das deficiências verificadas no ensino médico e precariedade na formação desses profissionais.
Segundo Pontes, quando o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) condicionou a obtenção do registro profissional à aprovação no exame, o resultado foi preocupante, revelando a reprovação de 54,5% dos participantes em 2012, índice que aumentou para 59,2% no ano seguinte, sendo que em 2014 mais da metade dos participantes não atingiu o critério mínimo de acertos de 60% da prova.
"Para os médicos, em particular, a avaliação ao final do curso é ainda mais relevante, pois erros de diagnóstico, de prescrição ou de conduta podem não só gerar custos sociais para os sistemas público e privado de saúde, mas também causar danos irreversíveis aos pacientes e mesmo levá-los à morte", sustenta o autor do projeto.
Já Marcos Rogério cita dados do painel "Radiografia das Escolas Médicas no Brasil", que mostram que 71% das vagas em cursos de medicina no país estão em locais que não atendem à infraestrutura mínima necessária para garantir formação adequada aos futuros profissionais. "Desse modo, não há dúvida de que medidas voltadas a atestar a presença de competências e conhecimentos essenciais ao exercício da medicina se revestem de notória relevância social", enfatiza o relator, no seu parecer.
Se sancionada, a lei entrará em vigor após um ano de sua publicação.
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MEDICINA S/A
Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e emprega 3,3% mais
O consumo de dispositivos médicos (DMs) no Brasil registrou alta de 10,6%, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados acabam de ser divulgados pelo Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento de ‘Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro’ foi o que mais cresceu (28,9%), seguido de ‘Próteses e implantes – OPME’ (4,6%) e ‘Materiais e equipamentos para a saúde’ (4,3%).
“Depois da ociosidade do período pandêmico, o mercado voltou a patamares de setembro de 2019. A expectativa é positiva, com a conscientização sobre prevenção e maior uso da medicina diagnóstica; adoção de novas tecnologias (robótica e IA) e o fato de a boa qualidade do serviço de saúde no Brasil torná-lo um hub para atendimento internacional (turismo médico). Tudo isso contribui para o aumento da demanda sobre produtos e serviços do setor. Por outro lado, as fusões e aquisições – concentração de empresas e verticalização de planos-hospitais e prestadores de serviços de diagnóstico – pressionam preços e margens de produtos”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Os números também são positivos no comércio exterior. As importações registraram crescimento de 19%, no mesmo período analisado. Foram comercializados US$ 6.052 milhões. As exportações de DMs somaram US$ 616 milhões, uma alta de 8%.
A taxa de emprego subiu 3,3% com a abertura de 4.778 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor. São 149.375 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O segmento que mais abriu oportunidades foi o de ‘Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico’, com incremento de 1.587 vagas preenchidas.
“A alta nas internações, cirurgias e exames realizados no SUS contribuiu para o crescimento do setor”, afirma José Márcio Cerqueira Gomes.
Entre janeiro e setembro, foram realizadas 10,42 milhões de internações no SUS, 5,1% acima do verificado no mesmo período de 2023. As intervenções para “Diagnósticos em especialidades” foram as que mais cresceram: 18,4%; seguido de ‘Transplante de órgãos, tecidos e células’, com alta de 10,4%. As internações para tratamentos clínicos – que correspondem a quase metade do total – aumentaram 4%.
O número de cirurgias foi 8,1%, do que no mesmo período de 2023, com um total de 4,63 milhões. O destaque foi o incremento de 26% em ‘Cirurgia do aparelho da visão’, seguido de ‘pele, tecido subcutâneo e mucosa’, com alta de 18,9%.
A realização de exames na atenção ambulatorial do SUS teve elevação de 6,9%, ultrapassando a marca de 1 bilhão de exames, ante cerca de 936.031 milhões, nos nove primeiros meses do ano passado. Exames de ‘Diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental’ aumentaram 27,7% e ‘Diagnósticos por tomografia’ registrou alta de 16,6%.
O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.
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Assessoria de Comunicação