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9 AHPACEG REUNIÃO ENFERMAGEM 25 09 25

A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, reuniu-se ontem, 25, com gestores de enfermagem e coordenadores de CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) das instituições associadas. A reunião, realizada na sede da Associação, reforçou o compromisso da Ahpaceg em promover o alinhamento de boas práticas na assistência hospitalar.

Entre os temas debatidos, estiveram a adoção da luva nitrílica na rotina hospitalar e a apresentação do relatório de testagem do sistema de drenagem fechado da Ross. O encontro também trouxe uma novidade para os associados: em outubro será realizado um curso de epidemiologia com foco na ficha técnica, ampliando as oportunidades de capacitação na área.

Madalena Del Duqui ainda apresentou o funcionamento da plataforma de indicadores da Ahpaceg, ressaltando a importância do engajamento das instituições para garantir registros consistentes e o monitoramento efetivo dos dados

Quinta, 25 Setembro 2025 06:22

CLIPPING AHPACEG 25/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospital público especializado em câncer infantil propõe atendimento humanizado em Goiás: 'Acolhimento e até comida personalizada'

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/09/25/hospital-publico-especializado-em-cancer-infantil-propoe-atendimento-humanizado-em-goias-acolhimento-e-ate-comida-personalizada.ghtml

Decisão do STF sobre cobertura do rol traz alertas e otimismo

https://futurodasaude.com.br/stf-decisao-cobertura-fora-do-rol-repercussao/

A combinação que está mudando o jogo na saúde corporativa

https://medicinasa.com.br/telemedicina-plano-medicamentos/

Desafios da Indústria Farmacêutica Nacional para os próximos anos

https://medicinasa.com.br/industria-farmaceutica-nacional/

PORTAL G1

Hospital público especializado em câncer infantil propõe atendimento humanizado em Goiás: 'Acolhimento e até comida personalizada'

Cora está localizado em Goiânia e alia tecnologia ao lúdico para tornar ambiente acolhedor e eficiente no tratamento de crianças. Atendimentos já começaram a ser feitos, mas inauguração oficial acontece nesta quinta-feira (25).

Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) tem oferecido tratamento a crianças diagnosticadas com câncer em Goiás. O hospital é o primeiro da rede pública destinado ao tratamento de câncer infantil no estado. Inaugurado oficialmente nesta quinta-feira (25), a unidade opera desde junho de 2025 e já fez a diferença na vida de famílias que precisariam se mudar ou viajar para outros estados para realizar o tratamento de crianças.

O Cora está localizado Residencial Barravento, em Goiânia, e foi construído em 2 anos. A família de Henry Gabriel, de 5 anos, está entre as que foram acolhidas no hospital. De acordo com a mãe dele, Emanuela, de 24 anos, o menino faz tratamento para leucemia linfoide aguda (LLA). Ele estava internado no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) e ficou 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Com a suspeita de câncer, ele foi encaminhado ao Cora, recebeu o diagnóstico e iniciou o tratamento, há dois meses. Toda semana, a família, que é de Trindade, vai até o hospital realizar exame de sangue e quimioterapias.

“É muito difícil receber um diagnóstico desses, mas aqui a gente sempre foi bem recebido. A estrutura é muito boa. Quando fica internado na enfermaria, eles fazem comida personalizada, do jeito que a criança quer”, relatou.

Emanuela conta que a abertura do hospital permitiu que ela e a família continuassem em casa. “Eu sou muito grata a Deus pelo hospital ter ficado pronto a tempo, porque quando ele veio aqui, não fazia nem um mês que tinha começado as atividades no hospital. Se não tivesse ficado pronto, provavelmente a gente tinha que ir para outro estado e ficar longe do meu outro filho”, disse .

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FUTURO DA SAÚDE

Decisão do STF sobre cobertura do rol traz alertas e otimismo

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cobertura de tratamentos fora do rol da ANS reacendeu o debate entre segurança regulatória e acesso à saúde. Enquanto operadoras comemoram critérios mais rígidos para o fornecimento de medicamentos e procedimentos, pacientes temem perder acesso a terapias essenciais.

Do lado das operadoras de planos de saúde, o tema é visto como um caminho para reduzir a judicialização da saúde, tida como um dos maiores problemas do setor, junto a fraudes e desperdícios. De acordo com o Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, elaborado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram gastos cerca de R$ 15,8 bilhões em despesas judiciais entre julho de 2024 e junho de 2025. Do total, 40,5% são de procedimentos e medicamentos que não estão previstos em contrato.

Para beneficiários, a decisão do STF representa um risco para pessoas com doenças que demandam coberturas além do rol. Entre os argumentos estão a demora na chegada de novas tecnologias ao Brasil e na sua incorporação no sistema de saúde, a obrigação do paciente preencher critérios cumulativos para ter acesso ao tratamento e a dificuldade, em casos como doenças raras, de ter comprovação científica robusta, já que o número de participantes em estudos é menor.

Um dos critérios para que a pessoa consiga solicitar cobertura além do rol é o tratamento não ter sido expressamente negado pela ANS. Atualmente, 24 propostas de incorporação estão em análise técnica, sendo a mais antiga proposta em outubro de 2024. Entre as últimas 50 tecnologias avaliadas pela Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde), 29 foram incorporadas e 21 não foram incorporadas.

Na visão de fontes ouvidas por Futuro da Saúde, parte dos desafios a partir da decisão passa pelo Judiciário, já que os juízes de primeira instância deverão utilizar os critérios estabelecidos e solicitar suporte técnico quando necessário. Também passa pelas operadoras e pela ANS, contribuindo para que situações sejam resolvidas na parte administrativa, sem precisar chegar à justiça. Há dúvidas se de fato vai reduzir a judicialização de forma expressiva.

"Há um discurso fundamentado de que a judicialização é uma âncora para o desenvolvimento da regulação do setor. Daqui em diante o tema não vai sumir, mas vai diminuir de forma significativa. Como o mercado e o regulador vão agir?", indaga Silvio Guidi, advogado sanitarista e sócio do SPLAW.

Planos de Saúde

Desde que o STF começou a discutir a judicialização da saúde no âmbito do SUS junto ao Ministério da Saúde, havia um interesse das operadoras de planos de saúde que as decisões tomadas para a saúde pública se estendessem para a saúde suplementar. Por isso, a definição de critérios para cobertura fora do rol da ANS foi celebrada por diferentes entidades.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirma que a decisão que cria novos critérios para a lei do rol exemplificativo, aprovada em 2022, pode trazer impactos positivos para o setor, depois de três anos de aumento da judicialização. "Agora vai começar uma melhora. No horizonte de médio prazo para frente o que se espera é que esses impactos positivos ajudem a reduzir a inflação médica e os impactos dessa judicialização indevida. Com certeza, no futuro reverberará em menores reajustes, em menores preços, que é o que se espera", defende Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge.

Em nota, a FenaSaúde afirma que "a decisão do STF representa uma vitória do paciente e de sua segurança clínica. Fica estabelecido que apenas terapias com comprovação científica sejam ofertadas, trazendo segurança e proteção contra práticas abusivas, desnecessárias ou arriscadas. Alinha-se, assim, aos melhores sistemas de saúde do mundo, que têm na medicina baseada em evidências o seu parâmetro central".

Já a Unidas, autora da ação contra a lei do rol exemplificativo, avalia que "a aplicação desses critérios ajuda a evitar indicações sem respaldo técnico e reduz divergências de interpretação, preservando a segurança do paciente e a maior previsibilidade das regras".

Os critérios definidos pelo STF são:

O tratamento deve ser prescrito por médico ou odontólogo assistente;

O tratamento não pode ter sido expressamente negado pela ANS nem estar pendente de análise para sua inclusão no rol;

Não deve haver alternativa terapêutica adequada no rol da ANS;

O tratamento deve ter comprovação científica de eficácia e segurança;

O tratamento deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para Ribeiro, da Abramge, apesar de um espaço de subjetividade, a cumulatividade dos itens vai trazer uma redução da judicialização. "Passa a trazer uma segurança muito maior tanto para o beneficiário, quanto para a operadora. A cumulatividade demonstra que não é tão frágil, porque vem de uma construção muito bem feita, olhando para a ciência, estabelecendo quais são os fatores mundialmente consagrados que podem justificar que o medicamento seja entregue fora do rol, com segurança para o beneficiário", afirma.

Em nota publicada no site da ANS, o diretor-presidente da agência, Wadih Damous, considerou a decisão equilibrada. "Além de garantir o direito do consumidor de forma coerente, reafirma a importância da saúde baseada em evidências, da capacidade institucional da agência reguladora e racionalidade decisória", disse ele.

Questionada por Futuro da Saúde sobre qual o papel da ANS em relação ao cumprimento da lei, com os critérios estabelecidos pelo STF, a agência afirma que a decisão não definiu papel específico para a ANS para além das suas competências legais, mas que está buscando diálogo com o Poder Judiciário para avaliar a execução da decisão no que se refere à Agência.

Avaliação de especialistas e indústria

Na avaliação de Silvio Guidi, do SPLAW, há uma oportunidade para o setor e a agência reguladora conseguirem resultados a partir da decisão do STF. No entanto, é preciso que haja engajamento do Judiciário e uma percepção de resultados. "O Judiciário, em primeira e segunda instância, vai demonstrar o quanto concorda ou não com a posição do STF. Como há certa margem de interpretação, os juízes podem aplicar esses critérios de forma subjetiva, o que tende a incentivar a continuidade da judicialização, mesmo diante da tentativa do STF de pacificar o tema", pondera.

Por não se tratar de uma súmula vinculante, a decisão do STF não obriga juízes de instâncias inferiores a segui-la integralmente, o que abre espaço para interpretações divergentes e pode comprometer a uniformização das decisões. No entanto, processos que cheguem ao Supremo serão julgados com base na decisão. A orientação do STF é que se utilize os pareceres do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NAT-Jus) para a tomada de decisão.

Guidi também questiona se de fato somente a decisão será capaz de reduzir a judicialização: "As operadoras nunca entregaram sem decisão judicial algo que tivesse extra rol, com raríssimas exceções. Isso deve continuar. Agora, um caminho interessante para as operadoras é começar a desenvolver uma espécie de autorregulação, em um espaço de mercado com os laboratórios e fabricantes de produtos."

Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) afirma que irá aguardar a publicação da decisão para se posicionar sobre o tema. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) estuda entrar com embargos de declaração no processo, mas especialistas apontam que há pouca probabilidade do STF alterar o entendimento.

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, afirma que há um equívoco na decisão em estabelecer que se deve cobrar os mesmos critérios para fornecimento de medicamentos no SUS e na saúde suplementar. "Por isso se chama suplementar. Para dar mais do que temos na saúde. Se é para fazer igual o SUS, deveríamos ser radicais e acabar com todos os planos de saúde", defende Mussolini.

Resolve a judicialização?

Para Renata Rothbarth, sócia de Life Sciences, Digital Health & Healthcare do Machado Meyer Advogados, é preciso que haja uma regulação por parte da ANS que traga mais definições para reduzir as subjetividades de critérios estabelecidos pelo STF. "Quando se pensa em técnica é fundamental ter uma regulação da ANS, definindo o que é medicina baseada em evidência no ambiente da saúde suplementar. Vai ter espaço para judicialização, sempre vão existir casos possíveis, e aquele conceito definido pela ANS pode eventualmente ser desafiado", explica.

No entanto, reforça que mesmo que haja tais definições, a decisão não deve resolver a judicialização na saúde suplementar. "Continuamos tendo um grau de subjetividade grande em relação ao que é a alternativa terapêutica disponível, por exemplo. A operadora pode continuar fazendo uma interpretação restritiva disso, apontando que há uma alternativa terapêutica que não é a mais inovadora, não é a técnica específica ou não é o medicamento de última geração, mas há uma alternativa terapêutica. Isso vai continuar gerando um fluxo de ações judiciais", afirma Rothbarth.

A sócia do Machado Meyer Advogados observa que é preciso aguardar a publicação da decisão para entender se vai haver alguma dosimetria, definindo a partir de quando os critérios estabelecidos serão válidos para aplicação em processos ou se poderão ser utilizados para processos que já estão correndo na justiça.

"As operadoras vão ter que se organizar para olhar para seus processos e pedir para que esses critérios sejam endereçados. Foi algo que vimos nos processos contra o SUS no âmbito do tema 6 e 1234. Existem situações que tribunais, juízes e pedidos das procuradorias no sentido de que a partir da decisão o processo deveria voltar para a origem para que o beneficiário tenha a oportunidade de demonstrar o cumprimento desses requisitos ou não", explica Renata.

Defesa de consumidores

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) aguarda a publicação da decisão para entender qual será o entendimento final, principalmente se a decisão irá impactar casos que tramitam na justiça ou que houve fornecimento por via judicial, impactando no tratamento de pacientes. "O que nos preocupa especialmente é como esses cinco requisitos vão ser atendidos, se as operadoras vão facilitar esse atendimento de forma extrajudicial ou se o consumidor de fato vai continuar tendo que buscar o poder judiciário para resolver essas situações", afirma Marina Paulelli, advogada do programa de saúde do Idec.

Segundo a coordenadora, diante desse julgamento, cabe à ANS também indicar como esses requisitos determinados pelo STF podem ser atendidos de forma extrajudicial, sem que as pessoas necessitem ingressar na justiça para discutir a cobertura.

"A parte mais programática dos princípios do Estado também deve ser aplicada nessas situações. E a principal delas é justamente a inversão do ônus da prova. O consumidor vai ter mais que uma dificuldade e, dessa vez, camadas técnicas para provar o tratamento que pleiteia, sendo que, de acordo com o próprio Código de Defesa do Consumidor, os usuários de planos de saúde são a parte vulnerável da relação de consumo", afirma Marina.

O Idec discorda da visão da corte de que os planos devem oferecer o mesmo que está ofertado no SUS. Segundo o instituto, ao longo dos anos, os planos de saúde têm dificuldade de atender aos parâmetros de cuidados estabelecidos no SUS, levando a um aumento da dívida de ressarcimento. "A corte entendeu que é necessário garantir o equilíbrio econômico das operadoras, que a lei do rol de 2022 poderia causar um desequilíbrio econômico-financeiro frente a sua abertura, mas o Idec não concorda com essa avaliação. Isso porque os dados da própria ANS mostram que as operadoras estão em uma situação de equilíbrio-financeiro e o setor registrou lucros", argumenta Marina.

Doenças raras

"Ainda que o rol não seja fechado, o filtro que foi imposto pela decisão do Barroso reduz drasticamente o alcance da Lei 14.454. Nas doenças raras, há uma escassez de estudos de grande escala, o que não pode ser confundido, de forma alguma, com ausência de eficácia. E essa confusão é feita no Judiciário", explica Andreia Bessa, diretora jurídica da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (Febrararas).

Um dos critérios definidos pelo STF, o registro na Anvisa pode inviabilizar o acesso a novos tratamentos que acabaram de chegar ao mercado, segundo a avaliação de Bessa. "Muitos medicamentos chegam primeiro via importação ou acesso expandido. Muitos medicamentos são órfãos e nem sempre o Brasil está na expectativa de ser um país para aquela farmacêutica trazer seu medicamento para comercialização", explica.

Andreia defende que é preciso que o Judiciário olhe para outros tipos de estudos, como dados de vida real, para não excluir tratamentos de doenças raras de sua cobertura. Da mesma forma, defende que a ANS aperfeiçoe o processo de incorporação para atender a população com doenças raras.

A Febrararas está buscando o Legislativo para dialogar sobre a decisão do STF e os riscos a pessoas com doenças raras visando uma mudança. Nomes como os senadores Romário, Damares Alves e Mara Gabrilli, além da deputada federal Rosângela Moro, estão entre os principais parceiros.

"Temos provocado audiências públicas com as partes que são importantes nessa discussão e tentado colocar de forma muito transparente qual é o real problema. E a partir disso fazer a construção de si uma mudança legislativa, de uma discussão mais profunda sobre o tema", explica Andreia. A ideia é tornar a lei mais clara e criar um estatuto específico para doenças raras. De acordo com Bessa, há perspectiva de que projetos de lei sejam propostos em breve.

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MEDICINA S/A

A combinação que está mudando o jogo na saúde corporativa

Os reajustes dos planos de saúde corporativos seguem como um dos maiores desafios para empresas que precisam conter custos e manter a qualidade da assistência oferecida aos colaboradores. Em 2024, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a sinistralidade média do setor alcançou 83,8%, um patamar elevado que pressiona diretamente a sustentabilidade financeira das operadoras. O impacto aparece no bolso: de acordo com a consultoria Aon, os reajustes médios dos planos corporativos chegaram a 14,1% no ano passado, quase três vezes a inflação oficial do período.

Diante desse cenário, empresas e operadoras buscam soluções inovadoras e sustentáveis. A telemedicina desponta como uma das estratégias mais eficazes, e sua adoção vem sendo potencializada por uma ferramenta poderosa: o plano de medicamentos. Essa combinação não apenas otimiza a gestão de custos, como também incentiva uma mudança cultural no uso dos serviços de saúde.

A matemática é simples: uma ida ao pronto-socorro custa mais de R$ 400; uma consulta presencial varia de R$ 150 a R$ 250; já uma teleconsulta sai por R$ 30 a R$ 60. A economia pode chegar a 78% nos custos diretos de atendimento, segundo levantamento da Mercer Marsh Benefícios.

Mas não basta falar dos benefícios, é preciso criar incentivos reais para que as pessoas migrem para o digital quando for o caso mais adequado. É aqui que o plano de medicamentos faz toda a diferença. Empresas que oferecem medicamentos gratuitos quando prescritos em teleconsulta conseguem ampliar as opções de cuidado disponíveis aos colaboradores.

Se você sabe que pode resolver seu problema sem sair de casa e ainda receber o remédio sem pagar nada, a chance de optar pela teleconsulta aumenta exponencialmente. Esse é o primeiro passo para reduzir custos e melhorar a experiência de cuidado. A ideia não é substituir o atendimento presencial, mas complementá-lo com soluções flexíveis e preventivas. Garantir acesso facilitado a medicamentos é, por si só, uma forma eficaz de evitar que casos simples evoluam para situações que demandem internações.

Falo isso com a experiência de quem ajudou a trazer o conceito de plano de medicamentos para o Brasil. Nos Estados Unidos, os planos de saúde chegam a subsidiar até 80% do custo dos medicamentos prescritos. Aqui, quando comecei a empreender, esse recurso não existia. Sem acesso facilitado a medicamentos, as pessoas interrompiam o tratamento, voltavam a adoecer e sobrecarregavam o sistema com novas consultas e internações.

Apostar na jornada digital na saúde corporativa é muito mais do que cortar custos. É engajar pessoas e melhorar desfechos clínicos. Quando um colaborador consegue falar com um médico por teleconsulta e, de forma simples, já receber seu medicamento sem custo, eliminamos duas das maiores barreiras ao cuidado: tempo e dinheiro.

Isso incentiva o atendimento logo nos primeiros sinais de um problema, evitando agravamentos e, consequentemente, custos muito maiores para a empresa e para o sistema de saúde. O cuidado começa na consulta, mas a experiência precisa ser fluida do início ao fim. Quando conseguimos oferecer essa jornada digital desde o primeiro contato, o impacto sobre engajamento, qualidade e custo do cuidado é positivo.

Com um público mais habituado a soluções digitais, posso afirmar que a combinação de telemedicina e plano de medicamentos se tornará um pilar central da saúde corporativa. Ela une conveniência, eficiência e controle de custos mas, acima de tudo, coloca as pessoas no centro da solução.

*Luis Gonzalez é CEO e cofundador da Vidalink.

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Desafios da Indústria Farmacêutica Nacional para os próximos anos

Como observador e sempre atento ao que pode impactar a nossa indústria farmacêutica, verifico, e não deve ser um privilégio só meu, mas de todos que atuam nesse importante setor da economia e da saúde, que estamos em um momento crucial.

Isso porque, ao mesmo tempo em que cresce a pressão por inovação (biotecnologia, terapias avançadas, digitalização), também aumentam os desafios regulatórios, econômicos e de acesso, além de fatores geopolíticos.

Não é nenhuma novidade que o mercado global segue uma forte tendência e necessidade de desenvolver medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais, terapias celulares e gênicas). O nosso país precisa investir e ampliar sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D), para que a produção local se torne relevante e menos dependente de empresas multinacionais. Além disso, verifica-se, hoje, uma forte tendência em terapias direcionadas com base em perfil genético e molecular, o que desafia novos modelos de ensaios clínicos e companion diagnostic.

Todo esse cenário, sugere que haja colaboração com universidades, startups de biotecnologia e centros de inovação. Do contrário, a indústria nacional sempre ficará léguas atrás das multinacionais e delas dependente.

A transformação tecnológica é outro desafio, será necessário investir em big datas e IA, como ferramenta para descoberta de moléculas, farmacovigilância e análise preditiva de desfechos.

Além de todos esses desafios, não exaustivos, necessitamos de um ambiente regulatório que traga segurança e, de um judiciário que compreenda as demandas que porventura venham surgir para dar uma solução célere. Embora pareça mais do mesmo, é imprescindível, como para qualquer setor que exige fortes investimentos, que exista um ambiente de previsibilidade e segurança jurídica.

Portanto, ter uma assessoria jurídica interna ou externa, é fundamental para mitigar riscos e conflitos. Esse apoio legal, regulatório e jurídico, pari passu aos investimentos da indústria, poderá representar uma economia enorme no futuro, evitando-se gargalos junto aos órgãos reguladores e demandas indesejáveis.

Por fim, e não menos importante, deve-se ficar atento às discussões com o poder público, uma vez que notamos cada vez mais orçamentos pressionados, apesar de maior arrecadação do Estado, através de impostos, devendo ficar ainda mais evidente a queda de braço sobre custo-benefício e modelos de pagamento baseados no value-based healthcare.

O Brasil também precisa, urgentemente, incentivar a produção local de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) para tentar reduzir a dependência externa. Essa é uma pauta que o Governo Federal deveria enfrentar como política pública de saúde. Não podemos só contar com medicamentos genéricos e biossimilares, como única forma de ampliar o acesso e reduzir custos. Precisamos mirar no futuro, e construir um ecossistema de saúde no Brasil, para gerar sinergias e, com isso entregar ao sistema de saúde e aos cidadãos produtos de altíssima qualidade e de ponta.

E tudo isso, pautado pelas boas práticas, diversidade em pesquisas clínicas e baixo impacto ambiental.

Com a nossa população a cada dia mais longeva, importante investir em saúde e em P&D para que novos medicamentos sejam lançados, diminuindo a dependência que se tem hoje do mercado externo.

Um país próspero, não se faz sem educação, saúde, segurança e previsibilidade nas decisões dos órgãos reguladores e do judiciário.

*Ruy Dourado é sócio do Dourado & Cambraia Advogados.

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Assessoria de Comunicação       

compra

Ahpaceg, por meio de sua Central de Compras, firmou importantes Termos de Acordo Comercial (TAC) com grandes empresas do setor farmacêutico e de nutrição clínica.

 

As negociações, que visam oferecer aos associados condições comerciais vantajosas, abrangem 130 medicamentos essenciais, como antibióticos, sedo-anestésicos, heparinas, corticoides, entre outros, além de mais de 30 opções de dietas enterais, suplementos e fórmulas infantis.

 

Os TACs foram firmados com importantes fornecedores, incluindo Eurofarma, ABL, Blau, União Química, Halex Istar, B. Braun e Sanofi, no segmento de medicamentos, e Danone, Nestlé e Fresenius, no setor de nutrição clínica.

 

Essa ampla rede de parcerias garante acesso a produtos de alta qualidade, essenciais para o funcionamento das instituições de saúde associadas.

 

Os contratos são revisados a cada três meses, permitindo ajustes que acompanhem as dinâmicas do mercado e garantam a competitividade dos acordos.

 

A Ahpaceg reforça que a participação ativa dos associados, por meio do compartilhamento de informações sobre o mercado, é fundamental para a manutenção e o sucesso contínuo dos TACs, por isso, conta com a adesão de todos.

 

Para mais informações sobre os TACs e como participar das negociações, entre em contato

 

Telefone: (62) 3088-5800

WhatsApp: (62) 9690-0712

E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Site: www.ahpaceg.com.br

9 FORUM 2025

 

A advogada Ana Valéria Miranda representou a Ahpaceg na reunião da Comissão de Direito Eclesiástico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás. Realizado no dia 10, na OAB/GO, o encontro debateu a assistência religiosa a pacientes internados em hospitais públicos e privados da capital e do interior.

 

O acesso de padres, pastores e outros religiosos aos pacientes foi um dos temas em pauta. Houve queixas sobre a demora na liberação da entrada de religiosos em hospitais.

 

A presidente da Comissão, Rita de Cássia Nunes Machado, explicou que o suporte espiritual é um direito constitucional garantido aos pacientes e que o objetivo da reunião era encontrar soluções para queixas sobre esse acesso.

 

Foi solicitada a criação de um fluxo que garanta mais agilidade à entrada dos religiosos nos hospitais, com o objetivo de levar assistência espiritual aos pacientes interessados.

 

Também foi solicitada a separação do horário de visita comum daquele destinado aos religiosos e o fim da limitação de acessos que estaria sendo imposta por alguns hospitais de Goiânia.

 

 

 A Ahpaceg ouviu as demandas e orienta os associados a buscarem a melhor forma de viabilizar essa assistência religiosa aos pacientes, pois é reconhecida a importância da religião no tratamento, promoção do bem-estar e recuperação de pacientes.

*Ahpaceg participa de debate sobre assistência religiosa a pacientes*

A advogada Ana Valéria Miranda representou a Ahpaceg na reunião da Comissão de Direito Eclesiástico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás. Realizado no dia 10, na OAB/GO, o encontro debateu a assistência religiosa a pacientes internados em hospitais públicos e privados da capital e do interior.

O acesso de padres, pastores e outros religiosos aos pacientes foi um dos temas em pauta. Houve queixas sobre a demora na liberação da entrada de religiosos em hospitais.

A presidente da Comissão, Rita de Cássia Nunes Machado, explicou que o suporte espiritual é um direito constitucional garantido aos pacientes e que o objetivo da reunião era encontrar soluções para queixas sobre esse acesso.

Foi solicitada a criação de um fluxo que garanta mais agilidade à entrada dos religiosos nos hospitais, com o objetivo de levar assistência espiritual aos pacientes interessados.

Também foi solicitada a separação do horário de visita comum daquele destinado aos religiosos e o fim da limitação de acessos que estaria sendo imposta por alguns hospitais de Goiânia.

A Ahpaceg ouviu as demandas e orienta os associados a buscarem a melhor forma de viabilizar essa assistência religiosa aos pacientes, pois é reconhecida a importância da religião no tratamento, promoção do bem-estar e recuperação de pacientes.

Quarta, 24 Setembro 2025 06:37

CLIPPING AHPACEG 24/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cremego publica resolução que trata sobre o tempo necessário para cada atendimento médico

https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/cremego-publica-resoluc-o-que-trata-sobre-o-tempo-necessario-para-cada-atendimento-medico-1.3315424

Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/ministerio-da-saude-passa-recomendar-mamografia-partir-dos-40-anos

Araújo Jorge busca apoio para ampliar acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera

https://www.maisgoias.com.br/cidades/araujo-jorge-busca-apoio-para-ampliar-acesso-a-radioterapia-em-goias-e-reduzir-filas-de-espera/

Após fala de Trump, Ministério da Saúde desmente ligação entre paracetamol e autismo

https://ohoje.com/2025/09/23/ministerio-da-saude-desmente-ligacao-entre-paracetamol-e-autismo-apos-fala-de-trump/

Saúde inclui teste de autismo na rotina infantil

https://ohoje.com/2025/09/23/saude-inclui-teste-de-autismo-na-rotina-infantil/

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

https://www.saudebusiness.com/operadoras/saude-baseada-em-valor-excecao-brasil-estudo-aponta-mudanca/

RÁDIO CBN GOIÂNIA

Cremego publica resolução que trata sobre o tempo necessário para cada atendimento médico

https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/cremego-publica-resoluc-o-que-trata-sobre-o-tempo-necessario-para-cada-atendimento-medico-1.3315424

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos

Faixa concentra 23% dos casos de câncer

O Ministério da Saúde passou a recomendar o acesso a mamografia, via Sistema Único de Saúde (SUS), para mulheres de 40 a 49 anos – mesmo que não haja sinais ou sintomas de câncer de mama. De acordo com a pasta, a faixa etária concentra 23% dos casos da doença, e a detecção precoce aumenta as chances de cura.

Até então, a orientação era que o exame fosse feito a partir dos 50 anos.

A medida faz parte de um conjunto de ações anunciadas nesta terça-feira (23) voltado para a melhoria do diagnóstico e da assistência. A recomendação para mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.

“A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas”, informou o ministério em nota.

As mamografias via SUS em pacientes com menos de 50 anos, de acordo com a pasta, representam 30% do total, o equivalente a mais de 1 milhão apenas no ano de 2024.

Rastreamento ativo

Outra medida anunciada é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo – quando a mamografia é solicitada de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, até então, era 69 anos. Agora, passa a ser 74 anos. Dados do ministério revelam que quase 60% dos casos de câncer de mama estão concentrados entre 50 e 74 anos.

“A ampliação do acesso à mamografia aproxima o Brasil de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e reforça o compromisso em garantir diagnóstico precoce e cuidado integral às mulheres brasileiras. O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres, com 37 mil casos por ano”, reforçou a pasta.

Os números mostram que, em 2024, cerca de 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos foram realizados no SUS.

Unidades móveis

O ministério anunciou ainda a oferta de 27 carretas de saúde da mulher em 22 estados por meio do programa Agora Tem Especialistas. A ação é voltada para a expansão do acesso a consultas, exames e cirurgias com o objetivo de reduzir o tempo de espera para atendimento no SUS.

Os primeiros testes foram realizados em Goiânia. No próximo mês, as carretas seguem para diferentes estados do país. A expectativa é alcançar até 120 mil atendimentos ao longo de outubro, com investimento de R$ 18 milhões para a execução da ação.

“As unidades móveis vão oferecer uma ampla gama de serviços para o diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo do útero, incluindo mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina”, informou a pasta.

Biópsia

Outra iniciativa é a aquisição de 60 kits de biópsia, cada um com uma mesa de biópsia estereotática em decúbito ventral e um equipamento de raio-X especializado. Os equipamentos, segundo ministério, utilizam tecnologia de imagem 2D e 3D, garantindo maior precisão diagnóstica e reduzindo a necessidade de repetição de procedimentos.

Medicamentos mais modernos

A partir de outubro, o SUS vai disponibilizar também novos medicamentos para o tratamento do câncer de mama. Um deles é o trastuzumabe entansina, indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença mesmo após a primeira fase do tratamento com quimioterapia antes da cirurgia.

Outro grupo de medicamentos inclui os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), recomendados para pacientes com câncer de mama avançado ou metastático – quando a doença já se espalhou para outras partes do corpo – e que têm receptor hormonal positivo e negativo.

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MAIS GOIÁS

Araújo Jorge busca apoio para ampliar acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera

Unidade atua para adquirir um novo acelerador linear, equipamento essencial no combate ao câncer

O Serviço de Radioterapia do Araújo Jorge – Hospital de Câncer, em Goiânia, quer ampliar o acesso à radioterapia em Goiás e reduzir filas de espera. Atualmente, a unidade de saúde realiza cerca de 320 sessões por dia, de forma ininterrupta, das 6h da manhã às 2h da madrugada, de segunda a sexta-feira. Apesar do trabalho, pacientes como Raimundo José da Silva aguardam semanas para começar o tratamento.

Para dinamizar o processo, o Araújo Jorge busca apoio de empresários para adquirir um novo acelerador linear, equipamento essencial no combate ao câncer. O Ministério da Saúde já aprovou o projeto para a aquisição e instalação do novo equipamento, por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon 2025), mas é preciso captar R$ 9.945.568,00 até novembro de 2025. Segundo o hospital, essa captação depende exclusivamente de empresas tributadas pelo Lucro Real, que podem destinar até 1% do Imposto de Renda devido diretamente ao projeto, sem nenhum custo adicional.

Caso não seja possível captar o valor dentro do prazo, a instalação ficará inviabilizada em 2026, o que fará com que os pacientes continuem a enfrentar filas de espera por radioterapia em Goiás. “Apoiar esse projeto é apoiar a luta pela vida. É também uma forma de o empresariado goiano e nacional demonstrar, na prática, sua responsabilidade social. Cada real destinado via Imposto de Renda representa mais pacientes tratados, menos filas e mais esperança. Por isso, convoco o empresariado goiano e nacional a apoiar essa iniciativa”, afirma Kleber Rosa, diretor-executivo do Araújo Jorge. Segundo ele, a chegada do novo acelerador linear vai ampliar em 30% a capacidade de atendimento.

Atualmente, o hospital possui dois aceleradores lineares. Eram três, mas, em abril deste ano, um dos aparelhos – em operação desde 1999 – apresentou falhas graves, o que fez a instituição redirecionar pacientes para a unidade de Anápolis. “Se esse equipamento parar definitivamente, será um verdadeiro colapso. Não há outra instituição pública em Goiás habilitada pelo SUS para absorver essa demanda”, alerta Paulo Moacir Campoli, vice-presidente do Conselho de Administração da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, mantenedora do Araújo Jorge.

Vale destacar que o Araújo Jorge é o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) em Goiás. Além disso, ele é referência nacional em oncologia.

Mais informações:

  • Telefone: (62) 98320-1334
  • E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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O HOJE

Após fala de Trump, Ministério da Saúde desmente ligação entre paracetamol e autismo

Pasta reforça segurança do medicamento e alerta para riscos da desinformação sobre saúde pública

O Ministério da Saúde emitiu uma nota oficial nesta terça-feira (23) para reforçar que o paracetamol, um fármaco de propriedades analgésica e antipirética (redução da febre), é seguro, eficaz e não está relacionado a ocorrência de autismo. A manifestação ocorre um dia depois de o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter feito essa correlação, sem apresentar provas, em uma declaração à imprensa.

A desinformação disseminada por Trump também foi negada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas agências de saúde da União Europeia e do Reino Unido.

“A saúde não pode ser alvo de atos irresponsáveis. A atuação de lideranças políticas na criação de informações deturpadas pode gerar consequências desastrosas para a saúde pública, como vimos na pandemia de Covid-19, com mais de 700 mil vidas perdidas no Brasil”, disse o Ministério da Saúde, em nota.

“O anúncio de que autismo é causado pelo uso de paracetamol na gestação pode causar pânico e prejuízo para a saúde de mães e filhos, inclusive com a recusa de tratamento em casos de febre e dor, além do desrespeito às pessoas que vivem com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias”,

De acordo com o Ministério da Saúde, “o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades”.

Na nota, a pasta diz que busca reverter os prejuízos causados pelo negacionismo no Brasil, “que impactou na adesão da população às vacinas em um país que já foi referência mundial neste tema”.

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Saúde inclui teste de autismo na rotina infantil

O governo estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA

O Ministério da Saúde anunciou, na quinta-feira (18), a implementação de uma nova linha de cuidado voltada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entre as principais mudanças, está a inclusão do teste de triagem para identificar sinais do transtorno em todas as crianças entre 16 e 30 meses de idade, durante a rotina de avaliação do desenvolvimento na atenção primária.

A medida prevê que intervenções e estímulos sejam iniciados ainda antes da confirmação diagnóstica. Em nota, a pasta enfatizou que a detecção precoce é determinante para ampliar a autonomia e favorecer a interação social na vida adulta.

Atualmente, o governo estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 71% dessas pessoas apresentam deficiências associadas, o que reforça, segundo o ministério, a urgência de estratégias integradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A nova linha de cuidado oferece diretrizes a gestores e profissionais sobre o funcionamento da rede, desde a atenção básica até os serviços especializados. O foco está no rastreamento precoce, no encaminhamento ágil e no início imediato das intervenções.

O instrumento utilizado para triagem será o M-Chat, questionário que possibilita identificar sinais de autismo já nos primeiros anos de vida. Ele está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Para complementar o processo, a versão atualizada do Guia de Intervenção Precoce, que contém orientações sobre estímulos e terapias, será submetida à consulta pública.

Outra frente prevista é o fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), plano de acompanhamento personalizado elaborado por equipes multiprofissionais em conjunto com as famílias. O documento também destaca a necessidade de acolhimento e suporte contínuo aos pais e cuidadores, reconhecendo o papel decisivo que exercem no desenvolvimento infantil.

Entre as ações anunciadas estão programas de orientação parental, criação de grupos de apoio e capacitação de profissionais da atenção primária. A proposta busca potencializar o ambiente domiciliar como espaço complementar às práticas conduzidas pelas equipes de saúde.

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SAÚDE BUSINESS

Saúde baseada em valor ainda é exceção no Brasil, mas estudo aponta mudança de rota até 2030 

Pesquisa inédita do Ibravs mostra que só 10% dos hospitais têm acordos realmente baseados em valor e projeta crescimento.

A lenta adoção de modelos de Value-Based Health Care (VBHC) na saúde suplementar brasileira ganha um retrato inédito em estudo elaborado pela L.E.K. Consulting em parceria com o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (Ibravs). 

Embora 60% dos executivos entrevistados reconheçam a relevância do conceito para a sustentabilidade do setor, apenas cerca de 10% dos hospitais têm algum contrato efetivamente baseado em valor.  

A mesma proporção se aplica aos acordos de capitation + valor, modalidade em que o pagamento é per capita, com foco em prevenção e desfechos. Os resultados foram divulgados recentemente durante o CLAVS’25, no Rio de Janeiro. 

O levantamento mostra que 75% dos hospitais já trabalham com modelos de preço fixo — sobretudo pacotes — que em 2024 concentraram 13,2% de todos os gastos assistenciais. Contudo, apenas 7% adotam o modelo Diagnosis-Related Group (DRG) + valor, considerado mais avançado por incluir desfechos do paciente. 

 “Há uma confusão frequente entre pacote e VBHC. Empacotar não é necessariamente entregar valor; é somente transferir risco do pagador para o prestador”, observa César Abicalaffe, presidente do Ibravs. 

Barreiras estruturais e culturais 

A pesquisa também mapeia entraves conhecidos: ausência de confiança entre operadoras e hospitais, falta de dados integrados e resistência cultural. Médicos tendem a associar o modelo à perda de autonomia, enquanto operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização dos beneficiários.  

“Ainda predomina a ideia de que um ganha e o outro perde, quando o verdadeiro beneficiário deveria ser o paciente”, avalia Abicalaffe. 

A fragmentação do cuidado é outro desafio central. Cirurgia em um hospital, reabilitação em outra clínica e acompanhamento em um terceiro local ainda ocorrem sem integração de prontuários ou indicadores de desfecho.  

“Sem dados confiáveis e compartilhados, é impossível remunerar pelo que realmente importa: o resultado clínico”, reforça o presidente do Ibravs. 

Apesar das barreiras, há expectativa de avanço. Segundo o estudo, 67% dos provedores pretendem ampliar o uso de modelos baseados em performance ou população até 2025, e 78% projetam crescimento até 2030.  

Para Abicalaffe, a transição é irreversível: “O fee-for-service está esgotado. O aumento do sinistro e a pressão por qualidade e sustentabilidade criam a tempestade perfeita para quebrar o ciclo do pagamento por volume”. 

Papel do regulador 

O estudo ressalta ainda a importância de estímulos regulatórios e governamentais. Experiências internacionais, como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos Estados Unidos, mostram como políticas públicas podem acelerar a mudança.  

No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem testando iniciativas como o Projeto Parto Adequado e o OncoRede, mas de forma limitada. “Precisamos de um marco regulatório que premie de fato o desfecho e a pertinência clínica”, defende Abicalaffe. 

Caminhos futuros 

O VBHC é amplamente reconhecida, mas pouco monetizada. O desafio está em transformar discurso em prática. “O futuro da saúde depende da capacidade de remunerar pelo que realmente importa: mais saúde com melhor custo. Esse é o norte que deve guiar o setor nos próximos anos”, resume o presidente do Ibravs. 

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 23 Setembro 2025 07:04

CLIPPING AHPACEG 23/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida

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Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia

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Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou

https://medicinasa.com.br/tecnologia-prevencao/

Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes

https://medicinasa.com.br/poder-dados-saude/

O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde

https://revistacobertura.com.br/noticias/saude-e-odonto-noticias/o-impacto-do-transtorno-do-espectro-autista-nos-planos-de-saude/

SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada

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Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso

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Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata

https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/setembro-marca-campanha-de-conscientizac-o-sobre-a-alopecia-areata-1.3314987

Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/09/23/superbacterias-resistentes-a-antibioticos-podem-superar-mortes-por-cancer-no-mundo-alerta-onu.ghtml

MAIS GOIÁS

Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida

O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele

Um homem foi detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendia o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). O suspeito, que seria vizinho da unidade de saúde, ofendeu funcionários e chegou a lançar garrafas de vidro contra ambulâncias. O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele. O caso ocorreu na noite de sábado (20) e deve ser investigado.

De acordo com o relato da Polícia Militar, o homem entrou no hospital acompanhado do filho em estado de grande agitação. Aos gritos, dirigiu ofensas a servidores, ameaçou “resolver a situação com as próprias mãos” e jogou uma garrafa em direção a uma ambulância. Segundo consta no boletim de ocorrência, “em razão do comportamento violento, a equipe policial, com apoio do Comandante do Policiamento da Unidade (CPU), interveio para garantir a segurança de pacientes e profissionais. Foi necessário o uso de algemas para contê-lo”.

Ameaças

Imagens feitas por testemunhas registraram o momento em que o suspeito, alterado, discute com um segurança do hospital. Apontando o dedo no rosto do servidor, ele reclama da iluminação e do barulho das ambulâncias: “Para que você deixa essa lâmpada acesa que vai dentro da minha casa, esse motor dos infern0s? Vai pra p** que pariu, eu tô cansado. Eu entendo que aqui é um hospital, mas esse inferno está acabando com a minha vida, estou adoecendo por causa desse inferno.”

Em outro momento, ao ser questionado por um servidor do Samu sobre ter arremessado garrafas na ambulância, Samuel responde: “Meu irmão, para mim era para tacar na sua cabeça, para te matar.” Segundo relatos, ele ainda afirmou que iria atear fogo na unidade de saúde e matar funcionários.

Prisão

Segundo o boletim policial, o homem ofendeu, desacatou, injuriou e colocou em risco a integridade física de pelo menos 8 trabalhadores do hospital. Após ser contido, ele foi encaminhado à Central Geral de Flagrantes (CGF), onde a autoridade policial adotou as medidas cabíveis.

Em nota, o HMAP confirmou a ocorrência e disse que não houve danos à estrutura do hospital, nem registro de feridos. “O hospital esclarece ainda que o nível de ruído gerado pelas ambulâncias que atendem aos pacientes da unidade está dentro do que prevê a legislação. O HMAP mantém contato direto com a Guarda Civil Metropolitana e já solicitou intensificação das rondas em seu entorno, visando garantir a segurança de pacientes e colaboradores.”

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Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia

Medida "garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente"

Nova resolução do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) prevê que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida, publicada em 19 de setembro no Diário Oficial da União, “garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente”, conforme a entidade.

Vale lembrar que, em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) enviou um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No mês passado, o Cremego realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforçou que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente. Além disso, elaborou a minuta da resolução, à época.

Em nota, nesta segunda-feira (22), o presidente do Cremego, Rafael Martinez, disse que a nova norma é um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, afirmou.

À época em que houve a reunião do Cremego, a SMS disse, em nota, que a proposta buscava garantir que os pacientes tivessem consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, afirmou que a medida não seria adotada nas unidades de urgência e emergência. “A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos, sem pacientes agendados”, informou naquele momento.

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MEDICINA S/A

Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou

Da inteligência artificial aos dispositivos vestíveis, a inovação vem transformando a medicina preventiva e oferecendo novos caminhos para viver mais e melhor.

A medicina sempre foi moldada por grandes avanços tecnológicos. Da descoberta dos antibióticos ao advento da imagem digital, cada etapa abriu possibilidades antes inimagináveis. Hoje, vivemos mais uma transformação: a revolução digital que coloca a prevenção no centro da prática médica.

Não se trata apenas de tratar doenças quando elas já se instalaram, mas de usar ciência, dados e tecnologia para antecipar riscos e orientar escolhas de vida. Essa mudança já está documentada por estudos recentes, como o publicado na Journal of Medical Internet Research (De la Torre et al.), que aponta para uma redefinição global do cuidado em saúde: a medicina está migrando para o modelo preditivo, preventivo, personalizado e participativo, a chamada P4.

Um dos pilares dessa mudança é a inteligência artificial. Com capacidade de analisar grandes volumes de dados em segundos, a IA consegue identificar padrões invisíveis ao olho humano. Pequenas alterações em exames, no sono ou nos batimentos cardíacos, que antes poderiam passar despercebidas, hoje já acendem alertas que orientam médicos e pacientes. Isso significa diagnósticos mais precoces, tratamentos menos invasivos e maior chance de evitar complicações futuras.

Outro vetor é a integração de dispositivos vestíveis. O editorial da Nature Reviews Electrical Engineering destacou como a engenharia biomédica tem avançado para criar sensores acoplados ao corpo, capazes de monitorar em tempo real frequência cardíaca, respiração, temperatura e até níveis de estresse. Esses equipamentos vão muito além de relógios inteligentes: são plataformas completas que permitem ao indivíduo acompanhar sua saúde de forma contínua, gerando informações valiosas para médicos e sistemas de saúde.

Na prática clínica, a telemedicina também tem se consolidado como ferramenta essencial. Ela garante acessibilidade, aproxima especialistas de pacientes em qualquer lugar e possibilita acompanhamento pós-consulta ou pós-check-up. Em um cenário de envelhecimento populacional e sobrecarga dos sistemas de saúde, soluções digitais tornam a prevenção mais viável, personalizada e sustentável.

Mas é importante ressaltar: tecnologia sozinha não faz saúde. É preciso integrá-la a um olhar humano e ético. A prevenção depende tanto de algoritmos sofisticados quanto da consciência de cada pessoa sobre hábitos de vida. Dormir bem, praticar atividade física, manter alimentação equilibrada, reduzir o estresse e realizar exames periódicos são atitudes que continuam sendo a base para evitar doenças crônicas. O diferencial é que, hoje, a tecnologia potencializa esses cuidados, oferecendo informações objetivas, suporte em tempo real e programas de acompanhamento mais eficazes.

Do ponto de vista da gestão, a inovação aplicada à medicina preventiva também tem um impacto social relevante. Ao reduzir hospitalizações e aumentar a adesão a hábitos saudáveis, diminui-se a pressão sobre os sistemas de saúde, com benefícios econômicos e maior qualidade de vida para a população. No entanto, esse processo exige governança responsável: privacidade, proteção de dados e práticas alinhadas aos princípios ESG são indispensáveis para que a tecnologia seja de fato confiável e transformadora.

O grande desafio está lançado: como usar inovação e tecnologia não apenas para prolongar a vida, mas para garantir que ela seja vivida com autonomia, equilíbrio e bem-estar? A resposta está na integração entre ciência e cuidado, prevenção e propósito.

Estamos diante de uma oportunidade histórica. A tecnologia nos dá ferramentas inéditas para antecipar doenças, personalizar cuidados e ampliar a longevidade. Mas cabe a nós, médicos, gestores e cidadãos, escolher colocá-la a serviço do que realmente importa: a vida.

*Gilberto Ururahy é Diretor-médico especializado em medicina preventiva na Med-Rio Check-up.

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Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes

Os hospitais produzem um volume impressionante de informações clínicas todos os dias. Contudo, grande parte desses dados — especialmente os não estruturados, como laudos, anotações médicas e evoluções — acaba não sendo aproveitada em sua totalidade. Essa realidade não é uma falha tecnológica ou humana, mas sim uma oportunidade de transformar esses registros em inteligência estratégica, capaz de orientar decisões mais assertivas e impulsionar tanto os resultados clínicos quanto os financeiros.

Hospitais que centralizam seus dados e adotam plataformas de IA conseguem reduzir custos administrativos em até 40%, além de aumentar a precisão de seus indicadores de qualidade e compliance. Com dados bem estruturados, é possível agir antes que o paciente se agrave — e até evitar a chamada “fuga de pacientes”, identificando padrões de consumo e fragmentação do cuidado para trazer os usuários de volta à instituição, o que pode elevar a receita em até 17% .

No entanto, na minha visão, o maior desafio não é só identificar esses dados, é dar valor real para eles e maior poder de decisão aos gestores de saúde. Tecnologias que capturam e processam dados não estruturados com NLP (natural language processing) são fundamentais. Estima-se que 70% a 80% do conteúdo dos EHRs esteja em notas livres, que são invisíveis para sistemas tradicionais, de acordo com informações do Institute for Health Metrics (IHM). Nesse sentido, ferramentas de IA habilitam o resumo automático de prontuários e extração de sinais clínicos relevantes, reduzindo erros e tempo médico dedicado à revisão manual, segundo estudo publicado na plataforma Arxvi, da Cornell University.

Recentemente, falei do desenho de uma solução para lidar com esse desafio. Pensem que quase todo dado no setor de saúde é textual – evoluções clínicas, anotações médicas, exames — e infelizmente, a maioria não é utilizada corretamente, ou aproveitada em sua totalidade. Logo, é preciso criar pontinhos de dados e transformar tudo num único filme do paciente. Essa capacidade de transformar fragmentos desestruturados em uma visão integrada é o que reduz riscos clínicos e permite ações mais rápidas e direcionadas por parte das equipes assistenciais.

Como CEO de uma helthtech, atuo diariamente ao lado de hospitais e outros gestores de saúde que enfrentam essa realidade. Assim, atuamos no sentido de identificar pacientes com risco clínico elevado, mas que também entrega os meios para que a instituição entre em ação — e garanta que intervenções, triagens e linhas de cuidado sejam, de fato, implementados. Agimos assim, pois o simples envio de uma lista de indivíduos em risco não basta. É preciso que a instituição tenha ferramentas para captar e acompanhar aquele paciente de forma segura e sustentável.

Na prática, a tecnologia precisa mais do que detectar risco e oferecer recursos para atrair o paciente identificado. É essencial inseri-lo em jornadas de cuidado oncológico ou cronológico e monitorar se o que precisa ser feito está realmente acontecendo. Essa ponte entre risco identificado e ação efetiva é o que pode acelerar diagnósticos, reduzir reinternações e fortalecer o relacionamento com o paciente.

Assim, vejo que a eficiência não é só cortar custos, mas fazer mais com os recursos que já existem, especialmente os humanos. Um exemplo concreto disso, é o caso de um hospital mineiro, em que se conseguiu reduzir uma fila de 45 dias de análises de laudos para câncer de pulmão para praticamente zero, usando IA. Em apenas seis meses, uma única enfermeira altamente capacitada conseguiu inserir 36 pacientes em linhas de cuidado oncológico — pessoas que provavelmente não seriam diagnosticadas a tempo sem esse tipo de apoio tecnológico.

Além disso, quando executada corretamente, a integração e inteligência aplicada aos dados também garantem governança e transparência num sistema hospitalar cada vez mais regulamentado e exigente. Estudos indicam que 33% de melhoria no compliance da CMS (autoridade americana de saúde) pode ser alcançada em três meses com dados centralizados e de alta integridade, em artigo publicado no exterior.

Hospitais que implementam essa cultura data-driven ganham eficiência operacional e melhores desfechos para pacientes, além da sustentabilidade ao longo prazo. Para líderes de hospitais e operadoras, é hora de considerar estratégias integradas que tornem dados clínicos — mesmo os não estruturados — em uma fonte de rendimento assistencial e valor para o paciente.

Minha experiência mostra que transformar dados em diagnóstico, ações e resultados concretos não se trata de uma opção. Estamos falando de uma necessidade urgente para quem quer antecipar crises clínicas com semanas de antecedência — ao mesmo tempo que eleva a eficiência hospitalar, melhora as margens financeiras, sem comprometer a segurança do paciente ou deixar de lado a necessária humanização do cuidado.

Contudo, é importante lembrar que a IA na saúde não é um fim, mas sim um meio. Ela deve ser usada para identificar o paciente certo, no momento certo, e garantir que ele receba o cuidado mais adequado. Nesse contexto, a tecnologia deve atuar como aliada dos profissionais de saúde: uma ferramenta de apoio, nunca uma substituta.

*Anthony Eigier é CEO e fundador da Neuralmed.

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REVISTA COBERTURA

O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde

O autismo tem ganhado cada vez mais relevância no debate sobre saúde suplementar no Brasil. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aponta que os custos com terapias para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) cresceram 74,4% entre 2021 e 2023. O percentual é expressivo, sobretudo quando comparado ao aumento de 37,3% observado nos tratamentos oncológicos no mesmo período, historicamente entre os mais onerosos do setor.

Segundo o Censo 2022, o Brasil conta com 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo, o equivalente a 1,2% da população. O dado evidencia a dimensão do desafio e ajuda a explicar a pressão crescente sobre os planos de saúde: a ampliação da conscientização sobre o diagnóstico precoce e a importância de terapias adequadas têm elevado de forma significativa a demanda por atendimento contínuo.

Essa tendência já se reflete diretamente nos custos corporativos. Em levantamento realizado por meio de pesquisa de consultoria empresarial, a Lockton, maior corretora de seguros independente e privada do mundo, identificou que, em 2024, 37,38% das crianças e adolescentes de 1 a 18 anos com plano de saúde realizaram terapias relacionadas ao TEA. Esses atendimentos representaram 4,82% de todo o sinistro do período. O custo anual médio do tratamento possui uma alta variação conforme a necessidade de cada paciente, porém, alguns casos já ultrapassam a marca de R$ 450 mil/ano. Desde a mudança da lei em 2022, os gastos associados ao tratamento já acumulam alta superior a 300%.

"Estamos diante de uma realidade que exige atenção e proatividade", alerta Leonardo Ribeiro, Diretor Médico da Lockton. "É fundamental que empresas e operadoras compreendam esse cenário e transformem dados em estratégia, por meio de análises detalhadas e de parcerias com clínicas e profissionais especializados. Somente assim será possível desenhar soluções que reduzam custos sem comprometer a qualidade do cuidado. Nosso compromisso é com a saúde e o bem-estar, buscando continuamente formas de tornar o tratamento do TEA mais acessível e inclusivo", finaliza Ribeiro.

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93 NOTÍCIAS

SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada

O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023.

Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários.

Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023.

A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP).

A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desigualdade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23).

Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas.

No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio a partir dos 40 anos.

O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrado no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos do que entre os usuários de serviços públicos.

O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período.

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O HOJE

Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso

A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças idosos e grávidas

Pouco conhecida por grande parte da população segundo o Ministério da Saúde, a sepse, também chamada de  infecção generalizada, é uma condição grave que surge como resposta descontrolada do organismo a uma infecção. Quando isso acontece, o corpo libera substâncias que, em vez de ajudar, acabam provocando uma inflamação generalizada. Isso compromete o funcionamento dos órgãos e, em casos mais sérios, pode levar à morte em poucas horas.

A doença pode ser desencadeada por infecções simples, como uma pneumonia, uma infecção urinária ou mesmo uma lesão na pele. Mas o problema está na forma como o corpo reage. Em vez de combater apenas o foco da infecção, o sistema imunológico ataca o próprio organismo, afetando coração, rins, fígado e outros órgãos vitais.

Em Goiás, os números revelam a gravidade do cenário. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foram registradas 91 mortes de bebês e crianças de até 12 anos por sepse em 2024. Neste ano, até o momento, já são 45 óbitos pela mesma causa, totalizando 136 mortes infantis em dois anos. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e ainda podem passar por atualizações.

Além das mortes, os registros de internações também chamam atenção: 374 crianças foram internadas em hospitais estaduais em 2024 com diagnóstico de sepse. Em 2025, até o momento, são 183 internações em unidades sob gestão estadual.

A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças pequenas, idosos, grávidas, pacientes com doenças crônicas (como diabetes, insuficiência renal ou cardíaca), imunossuprimidos (como pessoas com Aids ou em tratamento contra o câncer), transplantados, usuários frequentes de antibióticos, além de pacientes hospitalizados com uso de sondas, cateteres ou ventilação mecânica.

O pediatra Tiago Dalcin, membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, alerta que é preciso atenção com qualquer infecção em crianças. Segundo ele, a sepse pode ter várias origens. “Existem vários tipos de infecções que podem causar sepse em crianças: como doenças respiratórias, infecções urinárias, meningite, até uma infecção de pele pode evoluir para sepse”, explica.

Ele reforça que o principal risco da doença está na  letalidade. “O grande perigo é que ela está associada a maior mortalidade. Cerca de 20% das crianças com sepse morrem, isso significa que 1 a cada 5 crianças com sepse não sobrevive”, alerta o médico.

Reconhecer os sinais iniciais pode salvar vidas. De acordo com Dalcin, os pais devem observar mudanças no comportamento da criança durante quadros de infecção.

“Os principais sinais e sintomas que os pais devem ficar atentos, eu diria, têm a ver com o estado geral da criança. Uma criança que está muito prostrada, eventualmente sonolenta, associada a um quadro de infecção, deve ser avaliada o mais rápido possível por um profissional de saúde. Muito importante deixar claro que, felizmente, a maioria dos quadros infecciosos não evolui para a sepsis, mas alguns sim acabam evoluindo e, quando evoluem, a gente sabe que tem um risco maior de morte”, afirma.

Em caso de suspeita, a recomendação é agir rápido. “A primeira coisa a fazer numa desconfiança de que pode ser sepse é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo. E a grande questão da importância do diagnóstico de sepsis cedo é que quanto mais cedo a gente conseguir diagnosticar sepsis, mais cedo a gente vai conseguir fazer uma intervenção”, orienta.

A prevenção da sepse, segundo o especialista, está ligada ao controle de infecções em geral. Higiene e vacinação são as principais recomendações para proteger os pequenos. “A grande prevenção da sepsis, na realidade, acaba sendo a prevenção das infecções que podem evoluir com a sepsis. A gente enfatiza há bastante tempo medidas fundamentais como a higiene de mãos, medidas fundamentais como a imunização. A gente tem novas vacinas, cada vez mais o calendário vacinal brasileiro está mais completo. E a gente sabe que as vacinas funcionam bastante para a gente poder fazer esse tratamento, essa prevenção.”, afirma.

Segundo a superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES/GO, Amanda Melo, os profissionais de saúde fazem treinamentos com frequência para criar um protocolo padronizado de atendimento. ” Nós, com frequência fazemos treinamentos com os profissionais, e nesse momento nós estamos com um projeto chamado IHR, que é Integração Hospitalar em Rede. E a partir disso, com parceria do Instituto IHI e também Einstein, a gente vem fazendo capacitações e treinamentos dentro das nossas unidades de saúde, nos nossos hospitais estaduais, para que eles tenham os protocolos padronizados”, afirmou

Em relação a estrutura dos hospitais, Amanda ressaltou que o Estado possui leitos de UTI pediátricas suficientes e preparadas para receber esses pacientes. ” A gente faz muitas visitas, além dos nossos hospitais estaduais, nós temos alguns planos de fortalecimento, , que nós cofinanciamos também alguns leitos de UTIs pediátricas. Em quantidade nós temos um quantitativo suficiente para atendimento das crianças”, comentou. 

Diante dos números crescentes e da falta de conhecimento sobre a sepse, em 2024 foi lançada a Agenda Global para a Sepse. A iniciativa tem metas a serem cumpridas até 2030 e é apoiada por mais de 70 organizações internacionais. Ela se baseia em cinco pilares: liderança política com planos nacionais, preparação dos sistemas de saúde para atendimento, mobilização social com campanhas educativas, incentivo à pesquisa e inclusão do tema em políticas públicas.

A sepse é uma emergência médica e precisa ser tratada como tal. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são determinantes para a sobrevivência. Ao menor sinal de agravamento em um quadro infeccioso, principalmente em crianças, é essencial buscar atendimento médico. Quanto antes a sepse for identificada, maiores são as chances de recuperação.

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RÁDIO CBN GOIÂNIA

Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata

https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/setembro-marca-campanha-de-conscientizac-o-sobre-a-alopecia-areata-1.3314987

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PORTAL G1

Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU

Avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, mas cientistas do MIT acreditam que a IA pode abrir uma nova “era de ouro” dos antibióticos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: até 2050, infecções causadas por superbactérias podem provocar dez milhões de mortes por ano no mundo, superando o número de vítimas de câncer.

O Fantástico mostrou que o avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, que reduziu a eficácia desses medicamentos e abriu caminho para microrganismos mais fortes. VEJA O VÍDEO ACIMA.

No Brasil, por exemplo, antibióticos chegaram a ser vendidos sem receita médica, o que contribuiu para acelerar a resistência. A preocupação é global: em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou 12 famílias de bactérias resistentes que representam ameaça prioritária à saúde pública.

Ao mesmo tempo em que o cenário é alarmante, a ciência busca soluções. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, vêm utilizando inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento de novos antibióticos. Os algoritmos já projetaram mais de 36 milhões de moléculas e identificaram compostos com potencial antimicrobiano em tempo recorde.

Antes, a criação de uma nova substância podia levar até dois anos; agora, os resultados aparecem em dias e já avançam para testes em laboratório e em animais. O objetivo é encontrar alternativas para combater bactérias que desafiam os tratamentos atuais, como as que causam gonorreia e pneumonia.

Para especialistas, a inteligência artificial pode inaugurar uma “era de ouro” dos antibióticos, quase um século após a descoberta da penicilina. Em meio ao alerta da ONU, a tecnologia surge como uma das principais apostas para evitar que o mundo enfrente uma crise sanitária de proporções inéditas.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 22 Setembro 2025 06:32

CLIPPING AHPACEG 20 A 22/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Nova resolução do Cremego reforça autonomia do médico na definição do tempo de atendimento

https://www.issoegoias.com.br/2025/09/nova-resolucao-do-cremego-reforca.html

Nota técnica sobre suspensão parcial da Resolução CFM nº 2.434/2025

https://portal.cfm.org.br/noticias/nota-tecnica-sobre-a-suspensao-parcial-da-resolucao-cfm-no2-434-2025

Dino proíbe conselhos de intervir diretamente em universidades de medicina

https://www.contrafatos.com.br/dino-proibe-conselhos-de-intervir-diretamente-em-universidades-de-medicina/#google_vignette

Mutirão no Hugo realiza 347 cirurgias em duas semanas

https://www.aredacao.com.br/noticias/240610/mutirao-no-hugo-realiza-347-cirurgias-em-duas-semanas

Alopecia Areata: a doença que provoca queda repentina de cabelo

https://www.youtube.com/watch?v=KeVRo8hFLrU

Crise dos opioides: da tragédia americana ao risco brasileiro

https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/crise-dos-opioides-da-tragedia-americana-ao-risco-brasileiro-747491/#google_vignette

Inovação goiana aprimora treinamento em cirurgias oculares

https://www.foconacional.com.br/2025/09/inovacao-goiana-aprimora-treinamento-em.html

Glosa é jabuticaba para consumidor e jaca na cabeça de fornecedor

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/glosa-e-jabuticaba-para-consumidor-e-jaca-na-cabeca-de-fornecedor/

STF define regras para procedimentos fora do rol; Idec vê prejuízo a pacientes

https://medicinasa.com.br/stf-procedimentos-rol-ans/

Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental

https://medicinasa.com.br/medicina-doenca-mental/

Especialistas alertam para risco de falta de radiofármacos no Brasil

https://medicinasa.com.br/falta-radiofarmacos/

Diagnóstico por imagem: menos excessos, mais precisão

https://medicinasa.com.br/diagnostico-por-imagem/

ISSO É GOIÁS

Nova resolução do Cremego reforça autonomia do médico na definição do tempo de atendimento

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou, no dia 19 de setembro, a Resolução nº 118/2025, que trata diretamente da autonomia médica e estabelece diretrizes éticas voltadas à valorização da boa prática da medicina.

Em vigor desde sua publicação, a resolução deixa claro que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, afirma que a nova norma representa um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, destaca.

A Resolução Cremego nº 118/2025 está disponível na íntegra no Diário Oficial da União. Acesse e confira: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-cremego-n-118-de-21-de-agosto-de-2025-657079323

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PORTAL MÉDICO

Nota técnica sobre suspensão parcial da Resolução CFM nº 2.434/2025

A Resolução nº 2.434/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que trata da responsabilidade técnica de coordenadores de curso de medicina em campos de estágio, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 01 de agosto de 2025 e entrará em vigora dia 1º de outubro deste ano. Trata-se de uma resolução inovadora que amplia a fiscalização de campos de estágio, dando maior segurança ao ato médico e garantindo o ensino de habilidades práticas aos estudantes de medicina nos locais de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

 A Associação de Mantenedoras de Instituições de Ensino Superior (AMIES) entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI – 7.864) solicitando ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão integral da resolução.

No dia 19 de setembro de 2025, o ministro relator Flávio Dino reconheceu a legalidade da resolução, mantendo a sua vigência e suspendendo liminarmente trechos que podem ser verificados aqui. Em tempo, o CFM se manifestará processualmente, mas, há pontos de extrema importância nessa decisão que merecem ser destacados:

1- A resolução CFM nº 2.434/2025 continua válida e entrará em vigor no dia 01/10/2025, excetuando-se nos artigos que estão temporariamente suspensos.

2- Foi reconhecido o direito do CFM de fiscalização do ato médico.

3- Foi ratificado que o CFM e os CRMs “podem e devem apontar irregularidades”, se reportando as autoridades competentes como o MEC.

4- Houve o reconhecimento de que as intervenções do CFM visando assegurar padrões de qualidade e conformidade com os objetivos fundamentais da educação nacional não são obstáculos a livre iniciativa e podem ser realizados.

5- Reconhece a OBRIGATORIEDADE do coordenador do curso de medicina e do internato médico serem MÉDICOS e reconhece a exigência de comunicação pelas IES quanto à identidade do médico designado como coordenador do curso para que seja viabilizada a fiscalização ética e técnica da atuação profissional.

6- Fica mantida os princípios gerais da resolução CFM 2.434/2025 em seus principais eixos: o estabelecimento da responsabilidade técnica do coordenador do curso de medicina quanto aos campos de estágio; a obrigatoriedade do coordenador e todos os professores de disciplinas médicas serem médicos regularmente inscritos nos CRMs onde ocorrerem os estágios obrigatórios; a comunicação ao CRM de quaisquer irregularidades, infrações éticas ou eventos adversos graves observados nos campos de estágio que envolvam estudantes, professores ou preceptores; o cadastro de todas as informações sobre os campos de estágio e a identificação dos coordenadores.

Brasília, 20 de setembro de 2025.

Conselho Federal de Medicina (CFM)

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CONTRAFATOS

Dino proíbe conselhos de intervir diretamente em universidades de medicina

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu trechos da Resolução 2.434/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que permitiam aos conselhos de médicos interditar cursos universitários de medicina.

A decisão foi tomada em caráter monocrático, atendendo a pedido da Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior, que ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a norma. A entidade alegou que o CFM estaria invadindo atribuições que são de competência exclusiva da União.

Limites à atuação dos conselhos

Dino determinou a suspensão de dispositivos específicos, entre eles os que previam a interdição de cursos, a exigência de anuência em convênios e a definição de critérios para salários de funcionários das instituições de ensino.

Na decisão, o ministro destacou:

“Não é dado aos Conselhos Profissionais reivindicarem para si, por ato unilateral e infralegal, as prerrogativas titularizadas pela União e conferidas por lei em sentido formal e material aos órgãos federais e estaduais de educação”.

Segundo ele, os conselhos de classe têm competência normativa restrita a aspectos técnicos e de fiscalização profissional, sem poder para impor obrigações às universidades ou intervir diretamente na área educacional.

Fiscalização possível

Dino ressaltou que os conselhos podem identificar e relatar irregularidades, mas devem encaminhar essas informações às autoridades educacionais competentes, como prevê a legislação, evitando conflitos normativos e insegurança jurídica.

A medida ainda será analisada pelo plenário do STF, que dará decisão definitiva sobre a constitucionalidade da resolução.

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A REDAÇÃO

Mutirão no Hugo realiza 347 cirurgias em duas semanas

Equipes trabalharam à noite e fins de semana

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) concluiu um mutirão que resultou em 347 cirurgias realizadas em cerca de duas semanas, superando a meta inicial de 160 procedimentos. A ação, prevista em plano de contingência do Governo de Goiás, ampliou em 25% a média de atendimentos no período, com equipes atuando também à noite e nos fins de semana para enfrentar o aumento da demanda na unidade.

A prioridade foi atender os casos ortopédicos, que representavam a maior demanda, além de procedimentos gerais, vasculares e neurocirúrgicos. A iniciativa ocorreu de 27 de agosto a 14 de setembro e de acordo com a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla, o engajamento das equipes foi essencial. “Conseguimos garantir resolutividade, mesmo em um cenário desafiador, de alta demanda e gerenciamento de casos urgentes. Nosso objetivo foi atender com celeridade, mas preservando o cuidado centrado no paciente. O resultado possibilitou maior giro de leitos e, consequentemente, ampliou o acesso dos pacientes”, destaca a médica.

Outro dado destacado pela gestão da unidade de saúde é que, em menos de um ano, houve redução do tempo médio de espera por cirurgias de cerca de 60 dias para apenas oito. Isso graças à implementação de um conjunto de ações estruturadas, como o Projeto Terapêutico Singular (PTS), programas de controle de infecções e novas estratégias de alta hospitalar planejada e acompanhamento ambulatorial.

A mobilização também se somou a outras medidas previstas no plano de contingência, como a criação de novos fluxos assistenciais no pronto-socorro e o direcionamento interno dos pacientes, conforme o nível de gravidade, para as Unidades de Internação (UI), Ortopedia (UOT) e Cirurgia (UDC). Nelas, os pacientes recebem assistência integral e todo o cuidado necessário enquanto aguardam o leito definitivo de enfermaria.

“Apesar de ser uma unidade regulada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o dia a dia no Hugo é dinâmico e imprevisível, pois recebemos diariamente pacientes direcionados pelo Samu e Corpo de Bombeiros, sem que seja possível prever quantas pessoas chegarão ou qual será a gravidade dos casos, o que exige um modelo de gestão e profissionais preparados”, destaca a diretora médica, ao completar: “O plano será acionado sempre que necessário, visando assegurar que o hospital trabalhe de forma ágil e organizada, mesmo diante de alta demanda”.

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PUC TV

Alopecia Areata: a doença que provoca queda repentina de cabelo

https://www.youtube.com/watch?v=KeVRo8hFLrU

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JORNAL OPÇÃO

Crise dos opioides: da tragédia americana ao risco brasileiro

Entre a saúde e a geopolítica, a nova guerra às drogas envolve o combate aos opioides sintéticos e tensões internacionais

“É uma epidemia”, diz Antônio Caiado, goiano que vive nos Estados Unidos há 20 anos. “Muitos jovens, principalmente no Norte do país, têm morrido por overdose de fentanil. Muitos adolescentes têm perdido a vida”. Desde 2018, cenas de usuários dos opioides sintéticos chamam a atenção nas redes sociais e nos noticiários: pessoas inconscientes, aparentemente paralisadas em pé ou sentadas. 

Segundo o Centers for Disease Control (CDC), a crise chegou ao auge em 2023, quando 105 mil pessoas morreram por overdose nos EUA. Desde então, medidas de controle nas fronteiras fizeram com que a disponibilidade da droga caísse e as mortes diminuíssem nos Estados Unidos. Neste período, entretanto, no Brasil e no restante do mundo, cresceu a circulação de fentanil e outros opioides sintéticos ainda mais potentes, como os nitazenos.​

​O Relatório Mundial sobre Drogas 2025 da ONU revela que os opioides sintéticos foram o segundo grupo de drogas sintéticas mais apreendido no mundo em 2023, com o fentanil dominando em termos de número de doses devido à sua alta potência. O tráfico ainda concentra-se na América do Norte, onde os opióides sintéticos foram originalmente usados como agente de corte para drogas já estabelecidas no mercado, como heroína, mas começaram a surgir também na América Latina. 

Estudo de 2025 do Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que as apreensões desses opioides têm se tornado frequentes: de 2022 a 2023, a Polícia Civil de São Paulo realizou 133 apreensões de drogas em que nitazenos estavam presentes. O tipo mais comum identificado foi o metonitazeno, em forma de vegetal seco e fragmentado, o que sugere o uso por via inalatória (fumada). Os nitazenos também foram misturados com canabinoides sintéticos, bem como com cocaína. 

Polícias civis de três estados já identificaram nitazenos em apreensões: São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Questionados pelo Jornal Opção, tanto a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) quanto a superintendência da Polícia Federal em Goiás afirmaram que não há registros de apreensões dos opioides sintéticos no Estado. Nos países da América Latina, o fentanil circula principalmente em ampolas desviadas de sistemas de saúde, segundo a subdiretoria de Drogas da Procuradoria Nacional. 

Menos de cinco apreensões foram feitas no Brasil no período analisado pelo relatório de 2025 da ONU — mas, desde então, outras apreensões chegaram aos jornais. Em 15 de setembro, uma jovem de 20 anos foi presa em flagrante em Recife portando 20 frascos de fentanil, por exemplo. 

Infográfico no Relatório Mundial sobre Drogas 2025 ilustra a potência da droga em comparação com similares:​

​Renata Mazaro é professora titular do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Goiás (UFG). A professora faz parte do Centro Regional de Referência para Formação Permanente sobre Drogas, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Drogas e Outras Dependências, e desenvolve a linha de pesquisa neurobiologia das drogas de abuso. Em entrevista ao Jornal Opção, a pesquisadora explica o funcionamento dos opioides sintéticos e a razão de sua letalidade. 

“Os nitazenos são mais potentes, e portanto provocam maior risco de morte”, diz Mazaro. “Apesar de possuírem o mesmo mecanismo de ação da morfina, precisam de quantidades bem menores para exercer o mesmo efeito, seja analgésico, ou seja de deprimir a região do cérebro que controla a respiração. A morte induzida pelos opioides ocorre, principalmente, pelo fato dessas drogas inibirem a resposta do centro respiratório (neurônios no cérebro que respondem às modificações de parâmetros sanguíneos referentes à respiração, principalmente a quantidade de gás carbônico no sangue).”

“Se a quantidade de gás carbônico estiver alta no corpo, os neurônios do centro respiratório disparam uma resposta para o sistema respiratório aumentar a troca gasosa e eliminar o CO2. Contudo, sob efeito dos opioides, esses neurônios perdem a habilidade de identificar essa alteração, e o corpo não consegue compensar o alto CO2 — o indivíduo vai parando de respirar, até a morte.”

“Como a potência é maior, os nitazenos e o fentanil deprimem o centro respiratório com pouca quantidade. Ao mesmo tempo, induzem a dependência rapidamente; tudo porque os receptores que se ligam as essas drogas têm alta afinidade por elas e possuem um mecanismo de adaptação rápida frente sua a presença. O corpo passa a precisar de mais e mais drogas para obter o efeito inicial.”

A heroína é menos potente em termos farmacológicos em comparação com o fentanil e os nitazenos, mas ainda é muito perigosa, destaca Renata Mazaro. 

De problema de saúde à crise geopolítica

O governo do republicano Donald Trump tem tomado medidas para controlar a crise dos opioides nos Estados Unidos. Além de aumentar o controle domesticamente, com operações e forças-tarefa policiais para desmobilizar redes de tráfico, o país passou a cobrar que países latinoamericanos persigam narcotraficantes e produtores de drogas em seus próprios territórios. 

A atitude está alinhada à nova diplomacia linha-dura dos Estados Unidos — em harmonia com tarifaços globais, suspensão do suprimento de armas para aliados e disputa agressiva por minérios estratégicos. Na última segunda-feira, 15, militares americanos destruíram um navio venezuelano que viajava em águas internacionais, supostamente com drogas a caminho dos EUA. Nicolás Maduro disse sofrer “agressão” dos EUA, chamando o principal diplomata americano, Marco Rubio, de “senhor da morte e da guerra”.

Embora não tenha recorrido à ação militar, os Estados Unidos pressionaram o México (após a China, o México é o maior produtor mundial de fentanil) a reforçar o combate ao narcotráfico por meio de sanções econômicas. Atualmente, os EUA estão em uma disputa tarifária e política com o Brasil — movida em parte pela condenção do ex-presidente Bolsonaro, aliado de Trump. Abrigando grandes facções criminosas que exportam drogas, o Brasil se preocupa com a possibilidade de se tornar um alvo.

Em 9 de setembro a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, não tem medo de usar recursos militares e econômicos contra o Brasil. Um dia antes, o presidente Lula (PT) havia criticado o envio de forças navais dos Estados Unidos para o Caribe (com propósito de coibir o narcotráfico), chamando-as de uma fonte de tensão que poderia minar a paz na região.

Para entender até onde o conflito pode escalar, o Jornal Opção ouviu um militar de dupla cidadania. Nascido em Mossâmedes, Goiás, Antônio Caiado vive nos Estados Unidos há 20 anos. Atualmente morando em Dallas, ele é primeiro-sargento na Texas Army National Guard, responsável por gerenciar equipes que coletam informações usadas na elaboração de operações estratégicas do exército americano. Ele revela detalhes da “guerra às drogas” conduzida por Donald Trump.

“Os Estados Unidos vêm adotando ações não apenas no México, mas também dentro do próprio território. Na semana passada, por exemplo, o exército apreendeu um grande volume de material utilizado na produção de fentanil que estava dentro dos Estados Unidos. O maior produtor é a China. O México funciona, na verdade, como rota de trânsito: os insumos chegam lá, a produção é finalizada e, em seguida, a droga é enviada para os Estados Unidos.” 

“Atualmente, no entanto, a fronteira está muito mais fechada, o que dificulta bastante a entrada de qualquer tipo de droga. A forma como Trump tem combatido o tráfico deve reduzir o consumo interno nos próximos anos. Ele reforçou o controle em todo o Caribe, além de intensificar a vigilância nas fronteiras com o México e o Canadá. Ele não está brincando: os Estados Unidos mantêm vigilância em nível global.”

“Por outro lado, à medida que Trump endurece o combate, os traficantes também buscam novas rotas alternativas. Ou seja, a luta contra o tráfico e, em especial, contra o fentanil não é apenas um pretexto político, trata-se de uma preocupação real. A intenção é reduzir as mortes de cidadãos, não se trata de uma tentativa de interferir em outros governos.”

Por que nos EUA e não no Brasil?

Renata Mazaro explica que fatores históricos e de políticas públicas explicam por que os opioides se tornaram um enorme problema nos Estados Unidos, mas nem tanto no Brasil. Essa realidade não diz respeito apenas ao fentanil e nitazenos, mas remonta à heroína no século 20. O elevado custo da heroína desestimulou seu uso no Brasil, enquanto nos EUA, a maior penetração dos opióides está associada ao uso da morfina por veteranos de guerra. 

“No Brasil, o perfil de usuários de opioides está ligado aos profissionais da área da saúde, que têm acesso aos medicamentos controlados. Sobre as overdoses, temos principalmente casos de intoxicação acidental, quando essas drogas estão misturadas em outras. Há registro de fentanil colocado nos selinhos de LSD, por exemplo. A pessoa compra o LSD e consome fentanil sem saber.”

“Pela facilidade de síntese em laboratórios clandestinos de algumas moléculas presentes nas drogas sintéticas, elas acabam entrando no mercado de forma muito fácil”, diz Renata Mazaro sobre novas drogas não catalogadas. Ela explica que para que uma nova droga passe a ser monitorada pelas autoridades, os órgãos competentes da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD) solicitam à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sua inclusão nas listas de classificação. “Isso ajuda muito a polícia no controle da repreensão desse tipo de droga quando chega no Brasil”.

A cientista explica por que e como produtores e traficantes seguem criando novas moléculas. “Pensando da perspectiva dos traficantes, fazendo uma ‘análise de mercado’, a existência de drogas muito potentes, que levam à morte os usuários, isso não é interessante. O tráfico perde seu usuário. Então, eles fazem ajustes de acordo com a resposta de intoxicação desse usuário. É um processo bem primitivo do ponto de vista científico e farmacológico, mas é a forma que eles fazem o equilíbrio do mercado de consumo deles, infelizmente”. 

Os laboratórios forenses associados às polícias Civil e Federal são capazes de identificar opioides, sejam naturais ou sintéticos, como é o caso do fentanil e os nitazenos. “A rede dos CIATox (Centros de Informação e Assistência Toxicológica) estão distribuídos em 22 das 27 unidades federativas do Brasil, totalizando 32 centros ativos”, diz Renata Mazaro. 

Quando uma vítima busca tratamento e a intoxicação é confirmada, médicos podem reverter o efeito depressor respiratório com a droga Naloxona — um antagonista de opioide indicado para o tratamento de emergência de superdose. “Após o acolhimento e tratamento da vítima, o sangue é enviado para laboratórios de análises cadastrados.”

“O grande alerta feito pela United Nations Office on Drugs and Crime (UNDOC) hoje, e de todos órgãos responsáveis dos países que trabalham avidamente para o combate do tráfico de drogas, são as drogas sintéticas. Essas drogas são produzidas a todo momento. São refúgios de moléculas da indústria farmacêutica que não foram aproveitadas para uso terapêutico, mas que encontraram uso de forma abusiva por conta de seus efeitos colaterais”, conclui Renata Mazaro.  

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FOCO NACIONAL

Inovação goiana aprimora treinamento em cirurgias oculares

Os oftalmologistas goianos Bruna Thomé Rassi e Leiser Franco, membros do corpo clínico do Instituto Panamericano da Visão (IPVisão), desenvolveram um dispositivo inovador que está transformando o treinamento de residentes e especialistas em oftalmologia. Trata-se do iChamber.

O equipamento permite a simulação realista de cirurgias oculares, como a cirurgia de catarata, oferecendo um ambiente seguro e eficaz para o aperfeiçoamento técnico dos profissionais. Com o uso do iChamber, oftalmologistas em formação e já experientes podem praticar, repetir movimentos e simular situações complexas, aumentando sua precisão cirúrgica e segurança no atendimento ao paciente.

Segundo Leiser Franco, o treinamento contínuo e controlado é essencial para o domínio de técnicas e a atualização em novas abordagens, sem expor pacientes a riscos. “A possibilidade de simular diferentes cenários e repetir procedimentos torna o aprendizado muito mais eficiente e contribui para o desenvolvimento da precisão cirúrgica”, destaca.

A inovação tem sido apresentada por Bruna Thomé Rassi e Leiser Franco em cursos, workshops e congressos especializados, contribuindo significativamente para a formação e o aperfeiçoamento de médicos na área da cirurgia ocular.

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MEDICINA S/A

Glosa é jabuticaba para consumidor e jaca na cabeça de fornecedor

Prática comum no Brasil, as glosas desafiam a sustentabilidade das empresas de produtos para saúde, geram insegurança financeira e expõem a falta de transparência no relacionamento com operadoras.

Lembro-me, como se fosse hoje, de um episódio ocorrido há cerca de uma década. Na época, Martha Oliveira, então diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), relatava a surpresa de um executivo alemão ao ouvir, em uma reunião internacional na Europa, a menção às “glosas” praticadas com tanta frequência por operadoras e planos de saúde no Brasil.

O executivo não conseguia compreender o que era uma glosa, como se aplicava e, sobretudo, por que era imposta quando o procedimento já havia sido previamente autorizado. Não foi apenas ele: segundo Martha, o espanto se espalhou entre todos os integrantes da mesa e da plateia.

Mais do que uma “jabuticaba”, a glosa parece uma verdadeira jaca pendurada, a seis metros de altura, sobre a cabeça dos fornecedores de produtos para a saúde. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) constatou que 80% das empresas associadas tiveram sua prestação de contas glosada por operadoras e planos de saúde ao longo do último ano.

A glosa ocorre quando o cliente suspende total ou parcialmente o pagamento por equipamentos e materiais utilizados em cirurgias, assim como acontece com os consumidores que têm um reembolso lícito glosado, por exemplo.

O problema se agrava porque, muitas vezes, os motivos da glosa sequer são informados. Quando são, a comunicação carece de transparência e costuma vir acompanhada de justificativas vagas, baseadas em “razões técnicas ou administrativas”. O que se sabe de fato é que o pagamento não será realizado ou sofrerá atrasos significativos.

Na mesma pesquisa, apontou-se um prazo médio de pagamento de 139 dias — o equivalente a quatro meses e 19 dias. Essa prática recorrente cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior, subtraindo ou postergando aproximadamente R$ 30 milhões do caixa das empresas de produtos para a saúde. Trata-se do valor mais alto desde o início da série histórica da ABRAIDI, que começou em 2017.

Os pagamentos glosados atingem toda a gama de procedimentos, tanto cirurgias de urgência e emergência quanto procedimentos eletivos, previamente programados e autorizados pelas operadoras. A proporção de glosas entre ambos os tipos de atendimento foi equivalente. É interessante notar, porém, que essa prática recuou durante os anos da pandemia de Covid-19 — provavelmente devido à queda no número de cirurgias eletivas —, mas voltou a crescer gradativamente nos anos seguintes, até atingir o pico em 2024.

As glosas geram incerteza e dificuldades na gestão financeira, comprometem o fluxo de caixa, afetam a sustentabilidade das empresas e, inevitavelmente, desgastam o relacionamento comercial. Fornecedores de produtos para a saúde acabam obrigados a se submeter a condições que os prejudicam, assim como os consumidores, que enfrentam no dia a dia problema semelhante.

Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de ações contra planos de saúde dobrou nos últimos quatro anos, passando de 141 mil novos processos em 2020 para quase 300 mil em 2024.

O consumidor não quer uma jabuticaba lhe desça torta pela garganta, nem o fornecedor de produtos deseja viver sob o risco de uma jaca sobre a cabeça. O que se busca é um diálogo mais transparente com as operadoras, para que juntos possamos construir soluções para um problema tão grave.

Instituto Ética Saúde tem debatido as distorções do setor. No entanto, nessas discussões, permanece vazia a cadeira que deveria ser ocupada por representantes dos planos de saúde.

Um dos maiores filósofos da Grécia Antiga Sócrates ensinava que “a palavra é o instrumento irresistível da conquista da razão”. Quem foge do diálogo o faz porque sabe que não há nada de racional em suas atitudes, apenas a busca pelo benefício próprio, sem qualquer compromisso com o coletivo.

*Sérgio Madeira é médico e diretor técnico da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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STF define regras para procedimentos fora do rol; Idec vê prejuízo a pacientes

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (18) permitir que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir procedimentos que não estão no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos. Com a decisão, a Corte considerou constitucional obrigar as operadoras a cobrir tratamentos ou procedimentos fora do rol da ANS.

Contudo, a cobertura de tratamentos fora do rol deverá levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.

Parâmetros para autorização

Prescrição do tratamento por medico ou odontólogo habilitado;

Inexistência de negativa expressa ou pendência de análise de atualização do rol da ANS;

Inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;

Existência de registro da Anvisa.

Decisões judiciais

Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, o Supremo entendeu que o juiz deverá fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.

Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;

Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou lado médico apresentado pelo usuário do plano.

Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos.

Os parâmetros foram estabelecidos pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, que foi seguido pelo ministro Nunes Marques, André Mendonça, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Os demais ministros também votaram pela validade da cobertura de procedimentos que não estão no rol, mas entenderam que a Corte não poderia estabelecer os parâmetros. Estão nessa situação os ministros Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Cármen Lúcia.

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou os procedimentos fora do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai prejudicar os usuários de planos de saúde.

Mais cedo, a Corte decidiu validar uma lei de 2022 que obriga os planos de saúde a cobrir os tratamentos fora da lista da ANS. Contudo, a maioria dos ministros estabeleceu novos critérios para as autorizações.

Na avaliação do Idec, um dos principais órgãos de defesa do consumidor no país, a decisão do Supremo é “gravemente prejudicial” aos usuários de planos e privilegia argumentos econômicos das operadoras em detrimento da saúde dos pacientes.

De acordo com o advogado Walter Moura, representante do instituto, o entendimento do STF terá consequências concretas para os usuários.

“Apesar de afirmar que o rol continua exemplificativo, trouxe uma situação pior da que a prevista pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou o Poder Legislativo a editar uma lei para salvar o cidadão, que já paga valores estratosféricos para manter seu contrato de plano de saúde”, avaliou Moura.

Hospitais

Em nota, a Federação dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (FeSaúde) disse que o setor precisa de segurança jurídica e equilíbrio regulatório.

Para Francisco Balestrin, presidente da entidade, o rol de procedimentos não pode ser absoluto nem um “convite a coberturas sem limites”.

“É exatamente essa a posição que defendemos. Exceções podem existir, mas com critérios técnicos claros, eficácia comprovada, registro regulatório, ausência de alternativas adequadas e avaliação científica”, afirmou.

Balestrin também defendeu o reconhecimento a ANS como instância técnica para atualizar a lista de procedimentos e evitar a “judicialização excessiva” no setor.

“Esse é o caminho que protege a sustentabilidade dos planos, assegura a viabilidade dos prestadores e, sobretudo, preserva o direito do paciente de acessar inovações de forma responsável”, completou.

Entenda

A Corte julgou uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022.

A norma definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.

A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS.

O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.

Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo.

Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Com a decisão do Supremo, o rol exemplificativo continua valendo, mas as concessões de autorizações para a cobertura de tratamentos fora do rol deverão levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados. 

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Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental

Com rotinas de trabalho que podem ultrapassar 70 horas semanais e uma pressão constante pela excelência em toda jornada, médicos enfrentam condições que favorecem o esgotamento emocional. Nova pesquisa Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, ecossistema de educação e tecnologia em medicina, mostra que cerca de 45% desses profissionais apresentam algum quadro de doença mental.

“A formação médica exige dedicação integral, o que, somado à cobrança por excelência e à dificuldade de reservar tempo para si, pode favorecer o esgotamento emocional”, destaca Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

Burnout, ansiedade e depressão

Em comparação com o ano anterior, o estudo Qualidade de Vida do Médico aponta um aumento de 13% no número de profissionais que relatam algum quadro de doença mental, um retorno ao patamar observado no período pós-pandemia.

O recorte de gênero também chama atenção: 51,8% das médicas foram diagnosticadas com algum transtorno em 2025, frente a 46,8% no ano anterior. “O aumento geral desses números pode estar relacionado à maior conscientização sobre saúde mental, que tem levado mais médicos a reconhecer sintomas, buscar apoio especializado e obter diagnósticos adequados”, explica o médico Eduardo Moura, que está à frente do Research & Innovation Center da Afya.

O estudo também aponta que 1 a cada 2 médicos (58,2%) já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho, enquanto 4 em cada 10 convivem com um diagnóstico de transtorno de ansiedade. Apenas 24,7% dos respondentes afirmam nunca ter apresentado sintomas de ansiedade — o que significa que mais de 75% já vivenciaram algum grau de sofrimento ansioso ao longo da vida.

A pesquisa também busca avaliar o número de diagnósticos de depressão entre médicos e médicas e se há tratamento e acompanhamento com um especialista.

No caso específico da depressão, apenas 36,1% nunca apresentaram sintomas — ou seja, quase dois terços da amostra já vivenciaram, em algum grau, experiências depressivas. Além disso, 22,6% já foram diagnosticados em algum momento e atualmente não convivem com a condição. Hoje, 41,3% manifestam sintomas de depressão, sendo 25,7% diagnosticados formalmente com a condição. Ainda assim, parte desse grupo não realiza acompanhamento com especialista.

 

As mulheres relatam a condição com mais frequência em todas as etapas do ciclo da doença. Elas são maioria tanto entre aquelas que têm diagnóstico atual e fazem acompanhamento (25,1%, contra 18,2% dos homens) quanto entre as que já foram diagnosticadas (24,6% contra 20%).

“Os números mostram que o sofrimento emocional dos médicos não é pontual, é estrutural. Altos índices de ansiedade, burnout e depressão, somados às desigualdades de gênero, revelam a urgência de reposicionar o cuidado com quem cuida como prioridade estratégica. Isso exige políticas contínuas, integradas e sensíveis às realidades da profissão. Mais do que estatísticas, os dados escancaram urgências humanas que o país não pode mais ignorar”, conclui Eduardo Moura.

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Especialistas alertam para risco de falta de radiofármacos no Brasil

Debatedores apontaram riscos no abastecimento de radiofármacos no país durante audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, realizada a pedido da deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e do deputado Frederico (PRD-MG). Radiofármacos são medicamentos combinados com material radioativo usados em exames e tratamentos, auxiliando no diagnóstico de câncer, doenças cardíacas, neurológicas e da tireoide.

Em 2022, a Emenda Constitucional 118 derrubou o monopólio estatal na fabricação desses medicamentos, com o objetivo de democratizar o acesso e viabilizar a produção regionalizada. No entanto, segundo os especialistas, desde a mudança, a oferta caiu e os preços aumentaram. Entre 2022 e 2025, por exemplo, o kit Sestamibi — usado em cintilografias — quase dobrou de preço, passando de R$ 795 para R$ 1.565.

A presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Elba Cristina Echtebehere, lembrou que a especialidade cresce 11% ao ano e que o Brasil poderia atender três vezes mais pacientes por ano. Hoje, são realizados cerca de 2 milhões de exames anualmente.

Falta de concorrência

De acordo com Davi Chaves, do Instituto Livre Mercado, as regras editadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inviabilizaram a concorrência na produção de radiofármacos pelo setor privado e prejudicaram o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear.

A professora da Universidade de Brasília (UnB) Amanda Flávio de Oliveira avaliou que as exigências da Anvisa comprometem o setor, provocam desabastecimento e levam à adoção de medidas paliativas. “As medidas paliativas têm prazo e vão sendo reeditadas, o que mostra a inadequação da regulamentação.”

Problemas de transporte

Outro entrave é o transporte dos radiofármacos. O presidente da Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear (ANAEMN), Marcos Villela Pedras, disse que companhias aéreas evitam transportar os produtos por receio de ações trabalhistas. O problema é mais grave nas regiões Norte e Nordeste.

“As empresas aéreas não querem transportar o material radioativo porque estão sendo processadas por questões trabalhistas relativas à periculosidade, mesmo quando o material já está liberado e não emite radiação.”

Risco de interrupção da produção

A coordenadora de Radiofarmácia do Ipen, Elaine Bortoleti de Araújo, alertou para o risco de interrupção na produção. “A fabricação é feita em instalações antigas, da década de 1970, o que representa risco iminente de interrupção. Dos 36 radiofármacos peticionados na Anvisa, o Ipen tem 18 registros sanitários. É fundamental ampliar a interação entre os ministérios de Ciência e Tecnologia e da Saúde para discutir um novo modelo de gestão.”

Ravvi Madruga, do Ministério da Fazenda, informou que a pasta avalia a questão sob o ponto de vista da concorrência, ouvindo Anvisa, Ipen e agentes de mercado.

A Anvisa foi convidada para a audiência, mas não enviou representante. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Diagnóstico por imagem: menos excessos, mais precisão

Um exame de imagem pode mudar os rumos de um tratamento. Em poucos minutos, fornece informações essenciais que orientam decisões médicas e pode salvar vidas. No entanto, para garantir segurança e efetividade, o exame de diagnóstico por imagem deve ser solicitado com critério e realizado conforme protocolos que equilibrem benefícios e riscos. Segundo o Painel D-TISS da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), somente na saúde suplementar, foram realizados mais de 10 milhões de exames de raios-X em 2024. O dado evidencia como essa modalidade está presente no cotidiano médico, mas também reforça a necessidade de uso responsável, especialmente em contextos de alta demanda.

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos no setor permitiram reduzir significativamente as doses de radiação utilizadas, sem prejuízo da qualidade diagnóstica. Protocolos otimizados possibilitam, por exemplo, realizar tomografias de tórax ou abdômen com até 75% menos exposição em comparação aos métodos convencionais. Essa redução é especialmente relevante para pacientes mais sensíveis, como crianças e idosos, que se beneficiam de ajustes específicos ao seu perfil clínico.

O uso criterioso dos exames de imagem traz benefícios não apenas para o paciente, mas também para todo o sistema de saúde. Em ambientes públicos, onde os recursos são limitados, cada exame realizado de forma adequada contribui para que mais pessoas tenham acesso ao diagnóstico no momento certo, aumentando a eficiência, a qualidade e a equidade no atendimento.

Manter esse padrão exige a adoção de protocolos baseados em evidências, alinhados a diretrizes nacionais, como as do Colégio Brasileiro de Radiologia, e internacionais, como as do Colégio Americano de Radiologia (ACR). Também requer investimento contínuo em atualização tecnológica, capacitação das equipes e implantação de sistemas que favoreçam a agilidade e a segurança na entrega dos resultados. Entre as práticas que vêm transformando o setor estão a interoperabilidade de sistemas, que permite acesso rápido às informações; a telerradiologia, que amplia a avaliação médica à distância; a operação remota de equipamentos, viabilizada por centrais de comando; e o uso de inteligência artificial para triagem de exames, acelerando a identificação de achados críticos em situações de urgência.

O diagnóstico por imagem tornou-se um pilar da medicina moderna. Mais do que detectar doenças, os exames encurtam o tempo até o tratamento e devolvem qualidade de vida aos pacientes, desde que realizados com critério, protocolos rigorosos e equipes capacitadas.

Avanços como a interoperabilidade de sistemas, a operação remota de equipamentos e o uso de inteligência artificial na triagem de exames aceleram a identificação de achados críticos e elevam a precisão, tornando o processo mais ágil e seguro para todos. Por isso, a qualidade no diagnóstico por imagem não se mede apenas pelo número de exames realizados, mas pela capacidade de fazer o exame certo, da forma certa e no momento certo. Esse é um compromisso essencial para garantir que cada imagem captada represente um passo seguro na jornada de recuperação de um paciente — unindo ciência, tecnologia e cuidado.

*Henrique Carrete Jr. é médico radiologista e Head de Qualidade da FIDI – Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 19 Setembro 2025 06:44

CLIPPING AHPACEG 19/10/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Maioria dos ministros do STF vota a favor de regras claras para coberturas fora do Rol

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/sobre-ans/maioria-dos-ministros-do-stf-vota-a-favor-de-regras-claras-para-coberturas-fora-do-rol

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/idec-diz-que-decisao-do-stf-vai-prejudicar-usuarios-de-planos-de-saude

Anahp expõe descompasso entre ganhos de operadoras e pressão sobre hospitais 

https://www.saudebusiness.com/gestao/anahp-expoe-descompasso-entre-ganhos-das-operadoras-e-pressao-sobre-hospitais/

Posse da nova diretoria da ANS marca momento estratégico para a saúde suplementar 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/posse-da-nova-diretoria-da-ans-marca-momento-estrategico-para-a-saude-suplementar/

Presidente do Conselho Federal de Medicina reage à crítica de Lula sobre ‘elite médica’

https://nn1.com.br/presidente-do-conselho-federal-de-medicina-reage-a-critica-de-lula-sobre-elite-medica/

Fila única para atendimento pelo SUS em Goiás é sancionada

https://www.aredacao.com.br/noticias/240512/fila-unica-para-atendimento-pelo-sus-em-goias-e-sancionada

Glosas: um significativo obstáculo para pacientes e fornecedores

https://medicinasa.com.br/glosas-obstaculo/

04|10 – Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente

https://www.cremego.org.br/noticias/0410-forum-multidisciplinar-de-seguranca-do-paciente

ANS

Maioria dos ministros do STF vota a favor de regras claras para coberturas fora do Rol

Com a decisão, o Supremo reafirma que cabe à ANS definir o que os planos têm obrigação de oferecer. Coberturas fora da lista deverão seguir critérios específicos

Em um importante julgamento finalizado na tarde desta quinta-feira, 18/9, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria sobre a necessidade de definição de critérios claros para a cobertura de procedimentos e tratamentos que não estão no Rol da ANS.

O julgamento analisou a validade da Lei 14.454/2022. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, foi o relator do caso e teve seu voto acompanhado por outros cinco ministros.

Pela proposta de Barroso, todos os critérios abaixo deverão ser cumpridos em caso de cobertura extra-rol:

Prescrição por médico ou odontólogo assistente

Inexistência de negativa expressa da ANS ou de pendência de análise em proposta de atualização do rol

Ausência de alternativa terapêutica adequada para a condição do paciente no rol da ANS

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento à luz da medicina, baseada em evidências, necessariamente respaldadas por comprovações científicas de alto nível

Existência de registro na Anvisa


“Com esta decisão, o STF reafirma que cabe à ANS a definição do rol de coberturas obrigatórias dos planos de saúde e que os casos excepcionais deverão ser tratados de acordo com regras objetivas. Trata-se de uma decisão equilibrada que, para além de garantir o direito do consumidor de forma coerente, reafirma a importância da saúde baseada em evidências, da capacidade institucional da agência reguladora e racionalidade decisória”, pontuou o diretor-presidente eda ANS, Wadih Damous.

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AGÊNCIA BRASIL

Idec diz que decisão do STF vai prejudicar usuários de planos de saúde

Operadoras serão obrigadas a cobrir tratamentos fora do rol da ANS

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) afirmou nesta quinta-feira (18) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou os procedimentos fora do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai prejudicar os usuários de planos de saúde.

Mais cedo, a Corte decidiu validar uma lei de 2022 que obriga os planos de saúde a cobrir os tratamentos fora da lista da ANS. Contudo, a maioria dos ministros estabeleceu novos critérios para as autorizações. 

Na avaliação do Idec, um dos principais órgãos de defesa do consumidor no país, a decisão do Supremo é “gravemente prejudicial” aos usuários de planos e privilegia argumentos econômicos das operadoras em detrimento da saúde dos pacientes.

De acordo com o advogado Walter Moura, representante do instituto, o entendimento do STF terá consequências concretas para os usuários.

“Apesar de afirmar que o rol continua exemplificativo, trouxe uma situação pior da que a prevista pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou o Poder Legislativo a editar uma lei para salvar o cidadão, que já paga valores estratosféricos para manter seu contrato de plano de saúde”, avaliou Moura.

Hospitais

Em nota enviada à Agência Brasil, a Federação dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (FeSaúde) disse que o setor precisa de segurança jurídica e equilíbrio regulatório.

Para Francisco Balestrin, presidente da entidade, o rol de procedimentos não pode ser absoluto nem um “convite a coberturas sem limites”.

“É exatamente essa a posição que defendemos. Exceções podem existir, mas com critérios técnicos claros, eficácia comprovada, registro regulatório, ausência de alternativas adequadas e avaliação científica”, afirmou.

Balestrin também defendeu o reconhecimento a ANS como instância técnica para atualizar a lista de procedimentos e evitar a “judicialização excessiva” no setor.

“Esse é o caminho que protege a sustentabilidade dos planos, assegura a viabilidade dos prestadores e, sobretudo, preserva o direito do paciente de acessar inovações de forma responsável", completou.

Entenda 

A Corte julgou uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022.

A norma definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.

A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS. 

O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.

Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo.

Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).   

Com a decisão do Supremo, o rol exemplificativo continua valendo, mas as concessões de autorizações para a cobertura de tratamentos fora do rol deverão levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.

Parâmetros para autorização

Prescrição do tratamento por médico ou odontólogo habilitado;

Inexistência de negativa expressa ou pendência de análise de atualização do rol da ANS;

Inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;

Comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;

Existência de registro da Anvisa. 

Decisões Judiciais 

Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, o Supremo entendeu que o juiz do caso deverá fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.

Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;

Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou laudo médico apresentado pelo usuário do plano. 

Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos. 

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SAÚDE BUSINESS

Anahp expõe descompasso entre ganhos de operadoras e pressão sobre hospitais 

Balanço evidencia que margem EBITDA das instituições caiu ao menor nível em quatro anos, enquanto glosas e provisões técnicas das operadoras seguem em alta.

A 7ª edição do Balanço Observatório Anahp aponta que as operadoras de planos de saúde seguem registrando bons resultados financeiros, mas esses ganhos não chegam de forma proporcional aos demais elos da cadeia, especialmente os hospitais. O levantamento destaca a queda do EBITDA das instituições associadas à Anahp, o aumento das taxas de glosa e o crescimento das provisões feitas pelas operadoras para despesas futuras. 

Os dados foram tema do “Anahp Ao Vivo”, evento on-line que analisou as informações recém-divulgadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Sistema de Indicadores da Anahp. Participaram do debate os sócios-fundadores da Arquitetos da Saúde, Luiz Feitosa e Adriano Londres, além de Antônio Britto, diretor executivo da associação. 

Hospitais privados sob pressão 

Do ponto de vista hospitalar, o cenário segue de dificuldades. A margem EBITDA recuou para 10,74% no segundo trimestre de 2025, frente a 14% em 2023 – o menor patamar dos últimos quatro anos. 

As glosas também chamam atenção. A taxa inicial subiu de 12,45% em 2024 para 14,6% em 2025, e na comparação com 2023 o aumento já supera cinco pontos percentuais. A glosa final foi de 1,97% no segundo trimestre deste ano. 

“Em março do ano passado, eu disse que, enquanto o ano fosse ruim para as operadoras, dificilmente seria bom para o restante da cadeia. Isso não significa, porém, que um ano bom para as operadoras se traduza em um ano bom para os prestadores. Quando você apresenta os dados de glosas para alguém de fora, a reação é de espanto: começa em 14% ou 15% e termina em 2%. Isso claramente é ganho de prazo. Acredito que só poderemos afirmar que os resultados serão sustentáveis quando eliminarmos aquilo que é comum a todos: as ineficiências e desperdícios”, analisou Adriano Londres. 

“Somos um setor. Não haveria saúde suplementar sem empresas que contratam operadoras, que contratam hospitais e empresas de medicina diagnóstica, que contratam fornecedores de equipamentos, serviços e insumos. A sustentabilidade do setor depende da boa prestação de serviços ao nosso verdadeiro patrão: o beneficiário. Seguimos na expectativa positiva e, por meio do diálogo e do debate, buscamos apontar possíveis caminhos para todos.”, concluiu Antônio Britto. 

Glosa inicial das operadoras de planos de saúde (%) – Média dos hospitais Anahp – 2TRI 2023 a 2TRI 2025

 

Gráfico x | Margem EBITDA (%) – Média dos hospitais Anahp – 2TRI 2022 a 2TRI 2025

 

Fonte: Sistema de Indicadores Hospitalares Anahp.

A dúvida sobre a razão do crescimento de reservas técnicas 

A própria ANS tem chamado a atenção para outro ponto relevante nos dados divulgados neste mês e comentados pelo Balanço da Anahp: o crescimento da PEONA – Provisão de Eventos Ocorridos e Não Avisados. O montante representa procedimentos já realizados pelos beneficiários, mas ainda não comunicados às operadoras. 

Nos últimos meses, sobretudo no trimestre mais recente, o aumento foi considerado atípico. Entre as hipóteses, está a relação com o volume de glosas. Esse movimento, segundo especialistas, pode representar ganhos financeiros para as operadoras, mas gera preocupação ao afetar o fluxo de caixa e a agilidade no pagamento das despesas médicas. 

“Esse provisionamento pode gerar maior rentabilidade sobre aplicações financeiras, mas nos preocupa porque, de alguma forma, tem refletido no fluxo de caixa das operadoras e na velocidade com que elas pagam as despesas médicas – ainda que isso não seja totalmente transparente nos dados públicos”, avaliou Luiz Feitosa. 

 

O cenário reforça a necessidade de maior equilíbrio entre os resultados financeiros das operadoras e a sustentabilidade dos prestadores. Enquanto os números mostram ganhos expressivos de um lado, a pressão sobre hospitais e serviços evidencia fragilidades no modelo atual. A construção de soluções conjuntas, com mais transparência e eficiência, pode abrir caminhos para que toda a cadeia avance de forma mais sustentável e em benefício do paciente.

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Posse da nova diretoria da ANS marca momento estratégico para a saúde suplementar 

Wadih Damous assume a presidência da agência e Lenise Secchin passa a comandar normas e habilitação de produtos.

Nesta quarta, 17 de setembro, ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no Ministério da Saúde, no Auditório Emílio Ribas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, oficializou a nomeação de Wadih Damous como diretor-presidente da agência e de Lenise Secchin como diretora de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO). 

O evento reuniu autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário, além de lideranças políticas e representantes do setor de saúde, evidenciando o peso estratégico da ANS na regulação da saúde suplementar no país. 

Integração entre SUS e saúde suplementar

Durante o discurso, o ministro Alexandre Padilha enfatizou a relevância da integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar. Segundo o minsitro, essa articulação é essencial para o fortalecimento da rede de atenção à saúde no país. 

“Essa união é fundamental para impulsionar o desenvolvimento e garantir uma assistência mais robusta e acessível à população”, afirmou. 

Compromissos da nova diretoria da ANS 

Ao assumir a presidência da ANS, Wadih Damous reafirmou o compromisso da agência em avançar na regulação e na estruturação da saúde suplementar, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e eficiente.  

Lenise Secchin, por sua vez, defendeu uma regulação baseada em evidências científicas e no diálogo com a sociedade. “Saúde é um direito, e precisa ser respeitada também na regulação econômica e social”, pontuou. 

Papel da ANS e colaboração com o setor privado

A cerimônia também trouxe à tona o papel estratégico da ANS no cenário da saúde suplementar, com reflexos diretos na sustentabilidade e na qualidade do setor. Nesse contexto, a Informa Markets, organizadora de eventos como a Hospitalar e o Healthcare Innovation Show (HIS), destacou sua disposição em colaborar com iniciativas que promovam avanços no setor. 

“Nosso propósito é aproximar atores-chave, fomentar debates relevantes e apoiar iniciativas que tragam sustentabilidade e qualidade para todo o ecossistema da saúde. A ANS é parte fundamental desse processo, e estamos à disposição para colaborar em ações que fortaleçam o setor e beneficiem a sociedade”, afirmou Juliana Vicente, diretora do portfólio de saúde da Informa Markets. 

O encontro reforçou ainda a necessidade de buscar soluções que garantam eficiência e equidade em um cenário no qual a saúde suplementar enfrenta pressões crescentes para responder às demandas da população. 

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PORTAL NN1

Presidente do Conselho Federal de Medicina reage à crítica de Lula sobre ‘elite médica’

No último sábado (13), o presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT) participou de um mutirão nacional para redução das filas do Sistema Único da Saúde (SUS), em Brasília, e aproveitou seu discurso no evento para criticar “uma parte da elite médica brasileira que acha que a gente não precisa formar mais médicos”.

Ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o presidente falava da resistência inicial ao programa Mais Médicos, lançado em 2013 no governo Dilma Rousseff, cujo número de profissionais despencou após o impeachment dela e voltou a crescer na atual gestão.

Declarou Lula:

— Nós agora já estamos com quase 30 mil médicos. Nós mais do que dobramos, em apenas 2 anos e meio, a quantidade de médicos que nós achamos. E nós achamos que é pouco. Porque tem uma parte da elite médica brasileira que acha que a gente não precisa formar mais médicos. Que acha que tem muito médico. Tem muito médico em uma certa região do país. Nas cidades brasileiras. Mas e quando a gente entra no coração deste país? Quando a gente vai pra cidade de 8 mil habitantes, 5 mil habitantes, 6 mil habitantes, que a gente vai pro Norte, pro Nordeste, pro sertão. Tem médico? Não tem.

As declarações provocaram uma reação do presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, que vai divulgar logo mais uma nota “aos médicos e à sociedade” para dizer que “os médicos brasileiros não formam uma elite, mas um grupo de profissionais comprometidos com a população e o país”.

O texto classifica o comentário como lamentável e diz que “posicionamentos desse tipo não contribuem em nada para a solução desse problema e ainda alimentam a narrativa do ‘nós’ contra ‘eles’ que tanto mal tem feito ao funcionamento dos serviços públicos de saúde, palcos frequentes de casos de violência contra médicos em locais de atendimento”.

Afirma Gallo:

“Aos adeptos desse discurso, lembro que os médicos brasileiros são trabalhadores comprometidos com a qualidade da assistência da população e têm cumprido seu papel com dedicação, competência e qualidade, em contextos nem sempre favoráveis, onde imperam a falta de infraestrutura, de recursos humanos, de financiamento e, sobretudo, de gestão”.

Ele também convidou autoridades federais a visitarem “sem aviso prévio” postos de saúde, prontos-socorros, UPAs e hospitais de áreas distantes e com indicadores de desenvolvimento humano precários.

Conclui o chefe do CFM:

“Com certeza essa imersão deixará claro que pacientes e médicos compartilham uma mesma posição: a de vítimas de um sistema injusto que carece de vontade política para ser corrigido e não precisa de falas de efeito que ganham manchetes, mas não resolvem os problemas de doentes e equipes de saúde”.

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A REDAÇÃO

Fila única para atendimento pelo SUS em Goiás é sancionada

O atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás deverá ser realizado com base em uma fila única informatizada e gerida por sistema centralizado de regulação estadual. A novidade é estabelecida pela Lei Estadual nº 23.585, de 19 de agosto de 2025, que é resultado de proposta do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB).

O texto da legislação define que as centrais do Complexo Regulador Estadual devem utilizar o sistema informatizado de regulação e atuar de forma integrada, observando os princípios da regionalização e da integração das ações e serviços de saúde, respeitada a autonomia de cada ente federativo.

O uso dos módulos já disponibilizados pelo Estado de Goiás deve ocorrer em, no máximo, 30 dias para o de internação e 120 dias para o de consulta e exames. Os prazos valem a partir da data de publicação da lei. No caso do módulo de cirurgias eletivas e faturamento, o limite é de 120 dias a partir da data em que estiver disponível.

Modernização da administração pública
Na justificativa do projeto que deu origem à nova lei, Bruno Peixoto afirmou que se trata de uma medida para a modernização da administração pública e gestão eficiente e econômica dos recursos públicos, em especial aqueles destinados à saúde. “Vale mencionar que a multiplicidade de sistemas de regulação inviabiliza o conhecimento real da demanda em saúde nas redes estadual e municipais, dificultando a adequada configuração dessas redes”, observou.

Conforme a norma, é de responsabilidade dos municípios inserir os pacientes no Complexo Regulador Estadual, sempre que houver necessidade de acesso e oferta na rede estadual de serviços prestados sob gestão do Estado. Além disso, a esfera municipal também deve cumprir as obrigações que assumiram nas pactuações estabelecidas na Comissão Intergestores Bipartite.

Complexo Regulador Estadual
A norma isenta o Estado de responsabilidade nos casos de pacientes ainda não inseridos no Complexo Regulador Estadual ou inseridos em desconformidade com os protocolos estabelecidos pela Comissão Intergestores Bipartite. As solicitações que não cumprirem com os requisitos do colegiado serão encerradas.

Mais um ponto de destaque é o abordado pelo artigo 6º, para a celebração de convênios, acordos, ajustes ou afins, bem como para o repasse de transferências voluntárias de recursos financeiros do Estado de Goiás aos municípios. Deverá ser demonstrada, pelo ente municipal, a regularidade no cumprimento das normas, diretrizes e pactuações estabelecidas na Comissão Intergestores Bipartite e por essa lei.

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MEDICINA S/A

Glosas: um significativo obstáculo para pacientes e fornecedores

Lembro-me, como se fosse hoje, de um episódio ocorrido há cerca de uma década. Na época, Martha Oliveira, então diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), relatava a surpresa de um executivo alemão ao ouvir, em uma reunião internacional na Europa, a menção às “glosas” praticadas com tanta frequência por operadoras e planos de saúde no Brasil. O executivo não conseguia compreender o que era uma glosa, como se aplicava e, sobretudo, por que era imposta quando o procedimento já havia sido previamente autorizado. Não foi apenas ele: segundo Martha, o espanto se espalhou entre todos os integrantes da mesa e da plateia.

Mais do que uma “jabuticaba”, a glosa parece uma verdadeira jaca pendurada a seis metros de altura sobre a cabeça dos fornecedores de produtos para a saúde. Uma pesquisa da ABRAIDI constatou que 80% das empresas associadas tiveram sua prestação de contas glosada por operadoras e planos de saúde ao longo do último ano. A glosa ocorre quando o cliente suspende total ou parcialmente o pagamento por equipamentos e materiais utilizados em cirurgias, assim como acontece com os consumidores que têm um reembolso lícito glosado, por exemplo.

O problema se agrava porque, muitas vezes, os motivos da glosa sequer são informados. Quando são, a comunicação carece de transparência e costuma vir acompanhada de justificativas vagas, baseadas em “razões técnicas ou administrativas”. O que se sabe de fato é que o pagamento não será realizado ou sofrerá atrasos significativos. Na mesma pesquisa, apontou-se um prazo médio de pagamento de 139 dias — o equivalente a quatro meses e 19 dias.

Essa prática recorrente cresceu cerca de 20% em relação ao ano anterior, subtraindo ou postergando aproximadamente R$ 30 milhões do caixa das empresas de produtos para a saúde. Trata-se do valor mais alto desde o início da série histórica da ABRAIDI, em 2017.

Os pagamentos glosados atingem toda a gama de procedimentos, tanto cirurgias de urgência e emergência quanto procedimentos eletivos, previamente programados e autorizados pelas operadoras. A proporção de glosas entre ambos os tipos de atendimento foi equivalente. É interessante notar, porém, que essa prática recuou durante os anos da pandemia de Covid-19— provavelmente devido à queda no número de cirurgias eletivas —, mas voltou a crescer gradativamente nos anos seguintes, até atingir o pico em 2024.

As glosas geram incerteza e dificuldades na gestão financeira, comprometem o fluxo de caixa, afetam a sustentabilidade das empresas e, inevitavelmente, desgastam o relacionamento comercial. Fornecedores de produtos para a saúde acabam obrigados a se submeter a condições que os prejudicam, assim como os consumidores, que enfrentam no dia a dia problema semelhante.

Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de ações contra planos de saúde dobrou nos últimos quatro anos, passando de 141 mil novos processos em 2020 para quase 300 mil em 2024.

O consumidor não quer uma jabuticaba que lhe desça torta pela garganta, nem o fornecedor de produtos para a saúde deseja viver sob o risco de uma jaca sobre a cabeça. O que se busca é um diálogo mais transparente com as operadoras, para que juntos possamos construir soluções para um problema tão grave. O Instituto Ética Saúde tem debatido as distorções do setor; no entanto, nessas discussões permanece vazia a cadeira que deveria ser ocupada por representantes dos planos de saúde.

Um dos maiores filósofos da Grécia Antiga, Sócrates, ensinava que “a palavra é o instrumento irresistível da conquista da razão”. Quem foge do diálogo o faz porque sabe que não há nada de racional em suas atitudes, apenas a busca pelo benefício próprio, sem qualquer compromisso com o coletivo.

*Sérgio Madeira é médico e diretor técnico da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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CREMEGO

04|10 – Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente

A segurança do paciente será o tema do próximo fórum do Cremego, que acontecerá no dia 4 de outubro (sábado), das 8h30 às 12h30, na sede do Conselho.

O Fórum Multidisciplinar de Segurança do Paciente é aberto a médicos, profissionais de saúde, gestores de instituições de saúde e demais interessados no tema.

Os interessados em participar já podem ser inscrever gratuitamente pelo link: bit.ly/forum_seguranca

Em breve, serão divulgadas as informações sobre a programação.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 18 Setembro 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 18/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

STF definirá regras para autorizar procedimentos fora do rol da ANS

https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-09/stf-definira-regras-para-autorizar-procedimentos-fora-do-rol-da-ans

Bionexo adquire Overmind e amplia vertical de ciclo da receita 

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/bionexo-adquire-overmind-e-amplia-vertical-de-ciclo-da-receita/

Como a IA explicável reduz erros em clínicas e melhora resultados

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/ia-explicavel-em-clinicas/

CFM alerta risco após Anvisa autorizar enfermeiros a prescrever antibióticos

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/09/18/prescricao-de-antibioticos-por-enfermeiros-cfm-pede-revogacao-da-norma-entenda.ghtml

Prefeitura de Goiânia estuda abrir quarto turno para atender pacientes de hemodiálise

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/prefeitura-de-goiania-estuda-abrir-quarto-turno-para-atender-pacientes-de-hemodialise-13938805.ghtml

STJ suspende liminar do TJ e retoma perícia do Sesi em servidores de Goiânia

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/stj-suspende-liminar-do-tj-e-retoma-pericia-do-sesi-em-servidores-de-goiania-746607/

Ministro da Saúde empossa novos diretores da ANS e reforça integração entre SUS e saúde suplementar

https://radardigitalbrasilia.com.br/saude/ministro-da-saude-empossa-novos-diretores-da-ans-e-reforca-integracao-entre-sus-e-saude-suplementar/

AGÊNCIA BRASIL

STF definirá regras para autorizar procedimentos fora do rol da ANS

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, votou nesta quarta-feira (17) para permitir que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir procedimentos que não estão na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O voto do ministro, relator da ação, foi proferido durante o julgamento que vai decidir se operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.

Após voto do ministro, o julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (18). 

Barroso reconheceu que é constitucional obrigar as operadoras a cobrir tratamentos ou procedimentos fora do rol da ANS, desde que os parâmetros definidos sejam seguidos.

Conforme o entendimento, a cobertura do tratamento fora do rol deve levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.  

Parâmetros para autorização:

prescrição do tratamento por médico ou odontólogo habilitado;

inexistência de negativa expressa ou pendência de análise da tecnologia pela ANS;

inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;

comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;

existência de registro da Anvisa. 

Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, Barroso entendeu que o juiz deve fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.

Orientações:

Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;

Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (Natjus) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou laudo médico apresentado pelo usuário do plano. 

Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos.

Votos

O entendimento do ministro Roberto Barroso foi seguido pelo ministro Nunes Marques. 

O ministro Flávio Dino abriu divergência e defendeu que os procedimentos que não estão no rol da ANS devem ser regulamentados pela própria agência reguladora. 

"A regulamentação técnica pela ANS é insubstituível, e me parece ser a seara adequada de arbitramento de eventuais exceções àquilo que o legislador definiu", argumentou. 

Na sessão desta quinta-feira, o ministro Cristiano Zanin será próximo a proferir voto sobre a questão, e em seguida os oito demais ministros da Corte devem votar. 

Entenda

A Corte julga uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022, que definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS.

A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS. 

O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.

Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo. Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). 

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SAÚDE BUSINESS

Bionexo adquire Overmind e amplia vertical de ciclo da receita 

A compra amplia a plataforma de soluções, que conecta mais de 9 mil provedores, trazendo automação, inteligência de dados e maior previsibilidade financeira para hospitais e operadoras.

Bionexo anunciou a aquisição da Overmind, healthtech focada em automações para elegibilidade de pacientes e autorização de procedimentos. A operação reforça o posicionamento da empresa na gestão do ciclo da receita no setor. 

“Com automação e inteligência de dados, reafirmamos nossa liderança em tecnologia para a saúde, com mais eficiência, transparência e previsibilidade financeira em toda a cadeia. Ao antecipar tendências e redefinir padrões de gestão, fortalecemos a sustentabilidade do setor e damos suporte às empresas para que alcancem novos patamares de inovação, desempenho e competitividade no longo prazo”, afirma Solange Plebani, CEO da Bionexo. 

A expansão no segmento começou em 2020, com a aquisição da Avatar, e foi consolidada com a chegada da Beecare (2022) e da Tradimus (2024), formando uma vertical estratégica no portfólio da empresa.  

Com a Overmind, a Bionexo amplia a capacidade da plataforma, focada em eficiência financeira, redução de custos e previsibilidade, direcionada a hospitais e operadoras de diferentes portes. 

“A Overmind representa o futuro do ciclo da receita em saúde: automação, inteligência e eficiência. Ao incorporá-la, aumentamos nossa capacidade de gerar impacto positivo para o setor de saúde, com foco em inovação e sustentabilidade”, afirma Herbert Cepêra, diretor executivo da Bionexo. 

Entre os clientes da Bionexo estão Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hapvida, Da Vita, Hcor e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A companhia é capaz de integrar toda a jornada de gestão na saúde – da cadeia de suprimentos ao faturamento –, combinando tecnologia e eficiência. 

Com 25 anos de atuação, a Bionexo movimentou mais de R$ 40 bilhões em seu ecossistema digital, em 2024. Chegou a somar R$ 24 bilhões na cadeia de suprimentos e R$ 16 bilhões no ciclo da receita. Atualmente, a empresa conecta mais de 9.000 provedores de saúde e 30.000 fornecedores no Brasil, Argentina, Colômbia e México. 

“A Bionexo tem um histórico consolidado de inovação e excelência na gestão da saúde, e vamos impulsionando a inovação em ciclo da receita, com foco na melhoria da experiência do cliente, oferecendo atendimento mais personalizado e ágil, além do uso extensivo de inteligência de dados”, completa Cepêra. 

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Como a IA explicável reduz erros em clínicas e melhora resultados

A análise de exames por IA agiliza laudos, apoia decisões médicas e amplia a confiança entre médicos e pacientes.

Diferente de outros modelos de inteligência artificial, a aplicação da IA explicável em clínicas permite que médicos compreendam as razões por trás de cada recomendação, aumentando a confiabilidade das decisões e fortalecendo a prática médica com suporte tecnológico.

Esse modelo já está presente em ferramentas que auxiliam no reconhecimento de padrões clínicos, na análise de imagens médicas e no apoio à tomada de decisão em tempo real

Com transparência e clareza nos resultados, a tecnologia se torna uma aliada para clínicas brasileiras que buscam diagnósticos mais seguros e atendimentos mais assertivos. 

Ao longo deste artigo, você vai conhecer as aplicações práticas, os benefícios e os principais desafios dessa transformação digital.

IA explicável: como funciona e por que é essencial

A IA explicável em clínicas é uma abordagem de inteligência artificial que busca tornar transparentes as decisões dos algoritmos. 

Diferente de modelos tradicionais, que funcionam como uma “caixa-preta”, a XAI na medicina permite que médicos entendam os critérios usados pela máquina para chegar a um diagnóstico ou recomendação. 

Essa abordagem garante mais clareza, aumenta a confiança dos profissionais e possibilita integrar a tecnologia de forma responsável. Além de fortalecer a segurança do paciente ao tornar os resultados mais compreensíveis e rastreáveis.

O conceito de inteligência artificial explicável se aplica de maneira prática no ambiente clínico. Ao analisar imagens de exames, por exemplo, o sistema não apenas aponta a possível alteração, mas também mostra em qual área detectou o padrão suspeito.

A transparência da ferramenta auxilia médicos a confirmarem diagnósticos e reduz o risco de erros, transformando a IA em um recurso de suporte à decisão clínica em vez de um substituto da prática médica.

Como utilizar a IA explicável em clínicas e hospitais

Antes de detalhar aplicações específicas, é importante entender como essa tecnologia apoia decisões médicas e melhora o fluxo de trabalho.

Suporte à decisão médica

A IA explicável em clínicas atua como ferramenta de apoio ao diagnóstico, oferecendo informações claras para médicos e equipes de saúde. 

Em vez de apenas apresentar um resultado, o sistema mostra quais fatores levaram àquela conclusão, permitindo que o profissional valide ou questione o achado e reduzindo erros médicos em situações de maior complexidade.

Um exemplo prático está na análise de exames por IA, em que algoritmos de machine learning na saúde conseguem destacar áreas suspeitas em imagens de ressonância ou tomografia, indicando os pontos que motivaram a recomendação. 

O mesmo ocorre em exames laboratoriais, nos quais a tecnologia identifica alterações em padrões sanguíneos e sinaliza possíveis anomalias de forma explicada. 

Triagem inteligente de pacientes

Estudos recentes destacam que a IA explicável pode ser utilizada na triagem de clínicas para identificar, de forma rápida, casos que exigem atenção prioritária. 

Ao analisar sintomas, exames e histórico clínico, o sistema aponta potenciais riscos e contribui para reduzir erros em diagnósticos complexos.

Na prática, essa tecnologia ajuda a priorizar casos urgentes, garantindo que pacientes com condições críticas recebam atendimento imediato. Com alertas claros e explicações detalhadas sobre cada recomendação, a equipe médica consegue organizar o fluxo de maneira mais segura, evitando atrasos e falhas na avaliação.

Eficiência operacional

A implementação da IA explicável em clínicas também impacta diretamente o fluxo operacional, tornando processos internos mais organizados e ágeis.

Ferramentas inteligentes auxiliam na distribuição de atendimentos e no acompanhamento de exames, reduzindo gargalos e retrabalho.

Diagnósticos e análises mais precisos diminuem a necessidade de repetir exames ou corrigir procedimentos, liberando tempo da equipe e melhorando a rotina clínica.

Benefícios da IA explicável para clínicas

A XAI oferece vantagens que fortalecem a segurança e a confiabilidade nos atendimentos médicos. Seus impactos se refletem tanto na prática clínica quanto na gestão do dia a dia das instituições de saúde.

Redução de erros diagnósticos

Com a inteligência artificial explicável, é possível identificar padrões e sinais clínicos de forma precoce, aumentando a precisão das análises. Essa clareza ajuda a minimizar diagnósticos incorretos e garante que pacientes recebam tratamentos adequados desde o início.

O recurso de explicar o raciocínio por trás das recomendações permite que médicos validem os resultados, tornando a redução de erros médicos uma consequência natural da integração da IA nos processos clínicos.

Melhoria na tomada de decisão

A tecnologia oferece suporte transparente para médicos e equipes clínicas, mostrando exatamente como cada resultado foi gerado. Essa abordagem facilita decisões mais seguras e aumenta a confiança na interpretação dos dados.

Explicações claras sobre recomendações da IA ajudam na comunicação entre profissionais e pacientes, permitindo que todos compreendam as bases do diagnóstico. Esse nível de transparência reforça a colaboração e a assertividade na escolha do melhor tratamento.

Eficiência clínica

A IA para clínicas médicas reduz o tempo gasto em revisões e conferências de exames, permitindo que os profissionais se concentrem no atendimento direto ao paciente. Processos mais ágeis garantem maior precisão e menos retrabalho.

A tecnologia contribui para um fluxo clínico mais organizado e otimiza a rotina dos médicos com menos interrupções e mais foco na qualidade do cuidado.

Retorno financeiro

A diminuição de retrabalho e a redução de exames repetidos impactam diretamente nos custos operacionais da clínica. Ao integrar a IA para diagnóstico médico, é possível economizar recursos e direcionar investimentos para áreas estratégicas do atendimento.

O uso da tecnologia não só melhora o desempenho clínico, mas também potencializa resultados financeiros, tornando os processos mais sustentáveis e vantajosos para a instituição.

Desafios e como superá-los

A implementação da IA explicável em clínicas apresenta desafios que precisam ser gerenciados com cuidado. Superá-los é essencial para garantir segurança, confiabilidade e resultados positivos no atendimento.

Garantir dados de qualidade e integridade

A qualidade dos dados clínicos é fundamental para que a IA funcione corretamente. Informações incompletas ou inconsistentes podem comprometer diagnósticos e reduzir a confiabilidade das recomendações.

Para superar esse desafio, é necessário implementar processos rigorosos de coleta, validação e atualização dos dados. A integração de prontuários eletrônicos, exames laboratoriais e imagens médicas garante informações precisas e seguras, permitindo que a tecnologia opere de maneira confiável.

Treinamento da equipe para interpretação de relatórios da IA

Mesmo com sistemas avançados, médicos e equipes clínicas precisam entender como interpretar os resultados fornecidos pela IA. Sem capacitação, o potencial da tecnologia pode ser subutilizado ou gerar interpretações equivocadas.

Investir em treinamentos, workshops e protocolos claros permite que os profissionais compreendam as recomendações da IA, reconheçam padrões e tomem decisões mais assertivas. Esse preparo transforma a tecnologia em uma ferramenta confiável de suporte à decisão clínica.

Conformidade regulatória (LGPD e boas práticas clínicas)

O uso da IA em clínicas exige atenção à LGPD e às normas éticas da saúde, garantindo proteção de dados e segurança do paciente. Falhas na conformidade podem gerar riscos legais e comprometer a confiança na tecnologia.

Para enfrentar esse desafio, é fundamental adotar políticas de governança de dados, controlar acessos e manter registros auditáveis. 

A combinação de boas práticas clínicas com supervisão regulatória assegura que a implementação da IA explicável seja segura, ética e totalmente conforme a legislação vigente.

Caso de sucesso

A adoção da IA explicável em clínicas tem mostrado resultados concretos, com redução de erros diagnósticos e maior produtividade das equipes médicas. 

Em clínicas de imagem e diagnóstico, a tecnologia permite identificar alterações com precisão, apresentando explicações detalhadas sobre os padrões detectados. Isso facilita a validação dos resultados e torna o atendimento mais seguro, ágil e confiável.

Um exemplo de grande impacto é o modelo crossNN, desenvolvido pelo Charité Universitätsmedizin Berlin. Essa rede neural explicável classifica mais de 170 tipos de câncer com alta acurácia e permite que médicos entendam como cada diagnóstico foi gerado, aumentando a confiança na tomada de decisão clínica. 

Aplicado em exames de imagem e biópsias-líquidas minimamente invasivas, o crossNN identifica tumores complexos, como os cerebrais, com menor risco para os pacientes.

Desde a triagem inteligente e integração de exames até a gestão de fluxos hospitalares, a tecnologia permite decisões mais seguras e maior confiabilidade nos resultados, beneficiando tanto profissionais quanto pacientes.

Investir em soluções de IA para clínicas médicas é uma oportunidade de transformar o atendimento, melhorar a produtividade e reduzir custos com retrabalho e exames repetidos. 

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PORTAL G1

CFM alerta risco após Anvisa autorizar enfermeiros a prescrever antibióticos

Conselho médico aponta ameaça de resistência bacteriana e judicialização; Anvisa diz que decisão apenas atualiza sistema de controle de medicamentos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a imediata revogação do ato que autoriza a inclusão do enfermeiro como prescritor de antibióticos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) - plataforma que monitora a entrada e saída de substâncias controladas em farmácias no Brasil.

No início do mês, a Anvisa informou em seu site que a prescrição de antimicrobiano (antibiótico), quando prescrita com o devido amparo legal, por profissional de enfermagem inscrito no Conselho Regional de Enfermagem (COREN), poderá ser enviada ao SNGPC, que foi atualizado.

A Anvisa destaca em sua página que este procedimento não se aplica aos medicamentos sujeitos a controle especial da Portaria SVS/MS n° 344/1998, os quais não podem ser prescritos por profissionais enfermeiros.

Confira exemplos desses medicamentos:

entorpecentes e psicotrópicos, como morfina, metadona, fentanila, petidina, plantas proscritas que podem originar entorpecentes, anfetaminas e derivados (metilfenidato, femproporex, anfepramona, mazindol), benzodiazepínicos e afins (diazepam, clonazepam, alprazolam, lorazepam).

outras substâncias sujeitas a controle especial: antiepilépticos como fenobarbital, antidepressivos tricíclicos, retinóides de uso sistêmico (isotretinoína, acitretina) e imunossupressores (ciclosporina, talidomida).

Uma nota técnica publicada pela própria Anvisa (n°2/2024) informa que a competência para determinar se uma categoria profissional pode ou não realizar certos procedimentos é dos conselhos profissionais e não da Anvisa.

Segundo o CFM, a prescrição de medicamentos pressupõe atividade que é de "competência privativa do médico, como define a Lei nº 12.842/2013, e para a qual enfermeiros não têm conhecimento nem competência técnica para realizar visto que não faz parte de sua formação".

Já o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) esclarece que a prescrição de medicamentos por enfermeiros é regulamentada há 39 anos, desde que a Lei 7.498/1986 entrou em vigor.

"A inclusão do enfermeiro no SNGPC representa mais um passo importante para uma categoria que tem o direito de exercer suas prerrogativas com autonomia e reconhecimento social. Agora, as farmácias podem aceitar os receituários de antimicrobianos prescritos por enfermeiros com segurança jurídica", informa o Cofen.

Na visão Cofen, a liberação do registro do Coren no SNGPC é uma "adequação técnica" que também amplia a "resolutividade dos serviços de saúde, principalmente nas regiões remotas e em unidades básicas de saúde, onde enfermeiros já desempenham papel protagonista em programas de saúde".Para o conselheiro federal e primeiro-secretário do Cofen, Vencelau Pantoja, a medida vai ter impacto significativo. "Tanto nos grandes programas de saúde voltados à população, quanto nos programas de enfrentamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), especialmente aquelas que constituem problemas de saúde pública que têm forte ligação com fatores sociais", considera Pantoja.

CONTEXTO: A permissão para enfermeiros prescreverem antibióticos já era reconhecida pela Anvisa em algumas situações, mas não havia uma categoria para incluí-los como prescritores no SNGPC. De acordo com a Portaria 2.436/2017, do Ministério da Saúde, que define a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), profissionais da enfermagem podem "prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal".

Debate sobre competência legal

Em entrevista ao g1, o segundo secretário do CFM, Estevam Rivello, afirmou que a Anvisa não tem competência legal para questões relacionadas ao exercício profissional, porque quem faz isso é o Congresso Nacional.

Rivello destacou a necessidade do uso racional de antimicrobianos para não se criar resistência bacteriana e não se alongar o tempo de internação.

Em setembro de 2024, um estudo publicado na revista científica "The Lancet" apontou que a resistência a antibióticos pode causar mais de 39 milhões de mortes até 2050.

"Quando a Anvisa libera a prescrição por aquilo que não tem amparo na lei em relação ao enfermeiro, ela está permitindo um 'pode tudo', que é contrário ao que o mundo tem praticado (...). O enfermeiro não consegue fazer a diferenciação do que é viral, o que é bacteriano e o que é fúngico", diz Rivello. Diante disso, o CFM aguarda uma resposta da Anvisa sobre a fundamentação da decisão e, dependendo da resposta, o conselho pretende judicializar o órgão para que "a força da lei do exercício do ato médico e do ato da enfermagem possa ser respeitada na integralidade".

Histórico de embatesAo comparar com a disputa judicial entre o CFM e o Conselho Federal de Farmácia (CFF), travada em março, Estevam diz que, dessa vez, o conflito é mais complexo.

Na época, reações negativas de associações médicas questionaram a capacitação dos farmacêuticos para a função de prescrever medicamentos.

O secretário do CFM disse ainda que essa é a primeira vez que a Anvisa elabora algo nesse sentido.

O CFM afirma que a mudança feita pela Anvisa, já em vigor no país, é um "risco concreto à saúde da população".

Confira outros detalhes da nota do CFM à imprensa:

"Durante mais de 10 anos, o Brasil tem se dedicado a reduzir o uso inadequado de antimicrobianos e o CFM alerta que a banalização dessa prescrição tem efeitos nocivos à saúde: aumento de internações, permanências hospitalares mais longas, maior mortalidade e elevação de custos assistenciais.

A resistência aos antibióticos é hoje uma das 10 maiores ameaças à saúde pública global, enquanto a adoção de medidas de controle e uso racional é custo-efetiva e salva vidas.

Além de colocar a população e os sistemas de saúde em risco, ao ampliar a atuação profissional dos enfermeiros através de um ato administrativo, a Anvisa também fere frontalmente a legislação brasileira, transformando uma adequação técnica no SNGPC em uma autorização para exercício ilegal da medicina. Este poder legislador, porém, não é de competência da Anvisa e sim do Congresso Nacional.

A própria Procuradoria Federal junto à Anvisa afirma, por meio do Parecer Consultivo 97/2007 e da Nota Consultiva 68/2012, que 'a Anvisa não detém competência para resolver questão relacionada ao exercício da profissão'.

A modificação no SNGPC ainda permite que a prescrição de medicamentos por enfermeiros se dê sem mecanismos de fiscalização, legitimando uma ação irrestrita e sem controle.

Assim, o CFM reitera que, ao ampliar prescrições fora de protocolos e sem governança diagnóstica, a Anvisa transfere aos sistemas de saúde o ônus de decisão administrativa que também afronta a Constituição Federal, sendo urgente sua revogação a fim de restabelecer a coerência com a política nacional de uso racional de antimicrobianos e com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil".

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TV ANHANGUERA

Prefeitura de Goiânia estuda abrir quarto turno para atender pacientes de hemodiálise

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/prefeitura-de-goiania-estuda-abrir-quarto-turno-para-atender-pacientes-de-hemodialise-13938805.ghtml

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JORNAL OPÇÃO

STJ suspende liminar do TJ e retoma perícia do Sesi em servidores de Goiânia

Em sua decisão, o ministro do STJ, Herman Benjamin, considerou que a suspensão do contrato causaria grave lesão à ordem e à economia públicas

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou um pedido da Prefeitura de Goiânia e derrubou uma liminar do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) que havia suspendido a contratação do Sesi para a realização de perícias médicas em servidores públicos municipais.

Em sua decisão, o ministro do STJ, Herman Benjamin, considerou que a suspensão do contrato causaria grave lesão à ordem e à economia públicas e “desorganização na ordem e economia públicas, não se justificando, sob o aspecto da proporcionalidade”.

A suspensão da contratação havia sido determinada pelo TJGO em decorrência de uma Ação Popular movida pelo vereador Mauro Rubem (PT). Na ocasião, O Tribunal deferiu o pedido de antecipação da tutela recursal para suspender a execução do contrato ao entender que era “plausível a tese de que a perícia médica funcional seria atividade típica de Estado, indelegável à entidade privada”, no caso, o Sesi.

O contrato da Prefeitura com a entidade prevê o pagamento de R$ 315,00 por laudo singular e R$ 556,00 por laudo composto, em casos de avaliação com psiquiatra. A contratação foi feita sem licitação, sob alegação de inexigibilidade.

Ao deferir o recurso da Procuradoria-Geral do Município (PGM), o ministro do STJ suspendeu a liminar até o julgamento do recurso de apelação contra a sentença a ser proferida no processo do pedido original.

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RADAR DIGITAL

Ministro da Saúde empossa novos diretores da ANS e reforça integração entre SUS e saúde suplementar

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, empossou nesta quarta-feira (17) os novos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e defendeu maior integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar. A cerimônia, realizada em Brasília (DF), marcou a posse do diretor-presidente, Wadih Damous, e da diretora de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO), Lenise Secchin.

O ato contou com a presença de autoridades como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Leandro Safatle; o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello; e o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), entre outros.

Na ocasião, Padilha ressaltou a importância da integração entre os dois sistemas de saúde, reforçando a visão de complementaridade. "Um não existe sem o outro. Qualquer pensamento que busque separar ou criar antagonismos entre o Sistema Único de Saúde e a saúde suplementar não tem fundamento. Um depende do outro para se desenvolver e crescer."

Ele destacou ainda a saúde como motor de desenvolvimento do país, conectando o cuidado da população ao fortalecimento da economia nacional. "Separados, nós não vamos crescer. Juntos, SUS e saúde suplementar podem garantir o direito à saúde e, ao mesmo tempo, impulsionar o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, fundamental para reduzir desigualdades e fortalecer a soberania do Brasil", disse Padilha.

Durante o discurso de posse, o novo diretor-presidente da ANS, Wadih Damous, reafirmou o compromisso da gestão em fortalecer a integração entre o setor suplementar e o SUS. Ao citar o programa Agora Tem Especialistas, ressaltou a importância da iniciativa como medida de cidadania e de alívio ao sistema público.

"Quero estar na ANS junto com o ministro Padilha para tocar esse programa, que se traduz em construção de cidadania. Conclamo todo o setor regulado a participar e colaborar na consolidação dessa iniciativa, que desafoga o SUS, garante acesso a milhões de brasileiros e fortalece a lógica de uma saúde verdadeiramente suplementar e integrada", afirmou Wadih Damous.

Já a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos, Lenise Secchin, destacou a relevância do fortalecimento do SUS e o papel complementar da saúde suplementar no atendimento à população. Ela também enfatizou a importância de uma regulação baseada na ciência, mas aberta à escuta da sociedade. "Todas as incorporações que a Agência faz são técnicas e científicas, mas sempre ouvindo também a sociedade. Essa escuta e esse acolhimento precisam ser considerados na regulação econômica e social, porque saúde é um direito e precisa ser respeitada".

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 17 Setembro 2025 06:45

CLIPPING AHPACEG 17/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Vantagens do open health na saúde: benefícios, desafios e futuro

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/vantagens-do-open-health-na-saude/

Liderança ativa muda perfil do pronto-socorro do Hospital São Paulo

https://www.saudebusiness.com/gestao/lideranca-ativa-muda-perfil-do-pronto-socorro-do-hospital-sao-paulo/

Como oferecer exames on-line com segurança e eficiência

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/como-oferecer-exames-online/

STJ: operadoras de saúde não são obrigadas a custear exames feitos no exterior

https://ohoje.com/coluna/stj-operadoras-de-saude-nao-sao-obrigadas-a-custear-exames-feitos-no-exterior/

Cerca de 40% dos médicos apresentam quadros de doença mental, aponta novo estudo da Afya

https://revistavisaohospitalar.com.br/cerca-de-40-dos-medicos-apresentam-quadros-de-doenca-mental-aponta-novo-estudo-da-afya/

Pedido de ajuda do Hospital do Câncer Araújo Jorge

https://www.youtube.com/watch?v=nJpA_Y1BaDw

Crise no serviço de hemodiálise atinge pacientes em Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/crise-no-servico-de-hemodialise-atinge-pacientes-em-goias-13935339.ghtml

Dia Mundial da Segurança do Paciente destaca cuidados pediátricos no Brasil

https://medicinasa.com.br/sobrasp-campanha/

Cartão do SUS será unificado com dados do CPF do usuário

https://medicinasa.com.br/cartao-sus-cpf/

SAÚDE BUSINESS

Vantagens do open health na saúde: benefícios, desafios e futuro

O open health integra sistemas e compartilha dados, aumentando eficácia e personalização no cuidado à saúde.

A digitalização da saúde está transformando a forma como hospitais, clínicas e operadoras interagem com pacientes e profissionais. 

O conceito de open health surge como uma evolução do ecossistema de saúde, permitindo o compartilhamento seguro de dados médicos e a integração de sistemas. Ele surge para melhorar a personalização do atendimento, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional. 

A seguir, exploramos as principais vantagens do open health na saúde, os desafios de implementação e as perspectivas para o futuro da saúde digital.

O que é open health e como funciona?

A integração de dados entre diferentes sistemas — chamada de interoperabilidade — é o alicerce do open health, já que permite que informações de saúde circulem de forma segura e padronizada entre hospitais, clínicas, operadoras e pacientes.

Open health, ou saúde aberta, é um movimento que busca tornar o sistema de saúde mais transparente, acessível e colaborativo.

A iniciativa promove o compartilhamento de dados com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento, ampliar o acesso a informações e possibilitar decisões mais informadas.

Na prática, o open health foca em três pilares:

Tornar os dados de saúde abertos e acessíveis, incluindo prontuários eletrônicos, exames e dados genômicos, permitindo que pesquisadores desenvolvam tratamentos mais eficazes.

Garantir transparência no funcionamento de instituições de saúde, possibilitando que pacientes comparem serviços e façam escolhas informadas.

Incentivar a pesquisa médica colaborativa, com acesso aberto a dados de ensaios clínicos e inovação compartilhada.

Globalmente, diversas iniciativas têm adotado o open health para ampliar o acesso a registros médicos digitais, melhorar a gestão clínica e fortalecer a colaboração entre profissionais e instituições.

No Brasil, a adoção do open health ainda está em fase inicial, seguindo a lógica do open banking, com foco em estimular a concorrência, otimizar planos de saúde e facilitar o acesso a informações para pacientes e operadoras, promovendo experiências mais personalizadas e eficientes.

Vantagens do open health na saúde

O open health oferece benefícios significativos para hospitais, clínicas, operadoras de planos e pacientes, com foco na eficiência, personalização e integração do atendimento.

Melhoria na personalização do atendimento

Com o compartilhamento seguro de dados, médicos e profissionais de saúde têm acesso ao histórico completo do paciente, permitindo decisões mais precisas e um atendimento individualizado. 

A centralização de informações em prontuários eletrônicos garante que os pacientes não precisem repetir seu histórico, aumentando a confiança e otimizando a relação médico-paciente.

Redução de custos para operadoras e hospitais

O acesso automatizado a dados clínicos reduz a duplicidade e desperdícios de exames, agiliza processos e diminui custos operacionais. 

Ao facilitar a portabilidade de planos e o gerenciamento de informações, hospitais e operadoras podem otimizar recursos, promovendo maior competitividade no mercado.

Maior integração entre sistemas e profissionais

O open health permite que diferentes sistemas de saúde se comuniquem, favorecendo a interoperabilidade na saúde e o compartilhamento de informações entre médicos, laboratórios e operadoras. 

Esse trabalho em conjunto acelera diagnósticos, melhora a coordenação do cuidado e contribui para o aperfeiçoamento da gestão hospitalar digital, colocando o paciente no centro do cuidado.

Desafios da implementação do open health

A adoção do open health no Brasil apresenta grande potencial para transformar o sistema de saúde, mas ainda enfrenta obstáculos relacionados à tecnologia, regulamentação e cultura organizacional.

Questões de segurança e privacidade de dados

O compartilhamento de informações médicas exige protocolos robustos de segurança e conformidade com a LGPD na saúde

Sem garantias de proteção adequadas, os dados dos pacientes podem ficar vulneráveis, comprometendo a confiança no sistema e a eficiência do atendimento.

Barreiras regulatórias e culturais no Brasil

A fragmentação regulatória entre órgãos como ANS e Ministério da Saúde, aliada à resistência cultural de algumas instituições em abrir seus dados, dificulta a implementação ampla do open health. 

Assim como ocorreu no open banking, a padronização e incentivos claros são essenciais para acelerar a adesão.

Infraestrutura tecnológica e interoperabilidade

A adoção do open health depende de sistemas interoperáveis e padronizados, capazes de compartilhar dados de forma segura entre hospitais, clínicas e operadoras. 

Perspectivas e tendências para o open health

O open health representa um movimento em expansão que deve remodelar o ecossistema da saúde no Brasil.

De acordo com estudo do IESS, países como Estônia, Reino Unido, Singapura e Austrália já avançaram em modelos de interoperabilidade e governança de dados que podem servir de referência para o cenário nacional. 

Essas experiências reforçam que a transformação digital no setor exige colaboração entre diferentes players, inovação tecnológica e foco no paciente.

O papel das healthtechs no ecossistema

As healthtechs têm papel estratégico no desenvolvimento de soluções que promovem interoperabilidade e inovação. 

Elas trazem para o setor de saúde práticas já testadas em outros mercados digitais, viabilizando maior integração de dados e personalização dos serviços.

Como hospitais e operadoras podem se preparar

A preparação envolve investimento em infraestrutura digital, conformidade com normas de proteção de dados e adoção de padrões de interoperabilidade. 

O estudo do IESS mostra que países como Reino Unido, Estônia e Singapura têm utilizado modelos colaborativos e APIs abertas para estimular a inovação — práticas que podem inspirar hospitais e operadoras no Brasil.

Futuro da saúde digital e impacto no paciente

A experiência internacional indica que o open health tende a colocar o paciente no centro do cuidado, ampliando sua autonomia sobre os dados e facilitando o acesso a serviços de qualidade.

Para o cenário brasileiro, isso pode significar maior eficácia, redução de custos e um modelo de cuidado mais ágil e inclusivo.

O open health abre caminho para uma nova era da saúde digital, em que a integração de sistemas, a governança de dados e a inovação colaborativa serão essenciais para garantir eficiência e melhores experiências para pacientes e profissionais. 

As referências de outros países mostram que o Brasil tem um potencial expressivo para adaptar modelos de sucesso, mas será necessário investir em infraestrutura, segurança da informação e fortalecimento da cultura de compartilhamento. 

Nesse contexto, hospitais, operadoras, healthtechs e órgãos reguladores precisam atuar de forma integrada para tornar essa transformação sustentável e centrada no cuidado.

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Liderança ativa muda perfil do pronto-socorro do Hospital São Paulo

Mudança no pronto-socorro prioriza casos graves, reforça protocolos baseados em evidências e envolve liderança para engajar equipes e integrar o SUS.

O Hospital São Paulo, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), passou por uma transformação em sua unidade de emergência. A mudança, iniciada no final de 2022, teve como objetivo central reorganizar o atendimento para priorizar casos de alta complexidade e fortalecer a missão acadêmica da instituição. 

“Não se tratou apenas de uma reforma física, mas de uma nova forma de enxergar a unidade de emergência”, afirmou Eduardo Alexandrino Medeiros, diretor técnico do hospital, durante o Lean Summit 2025. Segundo o executivo, a proposta foi integrar o pronto-socorro ao Sistema Único de Saúde (SUS), evitando a sobrecarga com casos leves.

“Queríamos deixar de gastar energia desnecessária com atendimentos simples e focar naquilo que é nossa missão: casos graves e complexos”, explicou. 

Estrutura modernizada e protocolos baseados em evidências 

A unidade ganhou banheiros acessíveis, áreas separadas para adultos e crianças e uma sala vermelha para emergências críticas. “Hoje temos duas portas de entrada: uma para ambulâncias e outra para livre demanda, com triagem médica rigorosa”, detalhou Medeiros. Essa mudança visa reduzir filas, aumentar a resolutividade e melhorar a integração com serviços como SAMU e Corpo de Bombeiros. 

Além da infraestrutura, a gestão implementou protocolos clínicos baseados em evidências científicas. “A tomada de decisão precisa ser fundamentada em ciência, não em achismos”, destacou o diretor. 

Liderança e gestão: pilares da transformação 

A mudança exigiu liderança ativa e gestão participativa. “Não basta ter estrutura física; é preciso engajar 4.500 profissionais de enfermagem, 1.200 residentes e mais de mil alunos”, ressaltou Medeiros. O processo incluiu: 

Definição de objetivos estratégicos claros 

Comunicação interna contínua para reduzir resistências 

Protocolos clínicos baseados em evidências científicas 

Capacitação em gestão para médicos e líderes de equipe 

“Muitos médicos assumem cargos de gestão sem formação específica. Trabalhamos para mudar isso, trazendo ferramentas de gestão e cultura de melhoria contínua”, afirmou. 

Desafios financeiros e missão acadêmica 

Apesar dos avanços, o hospital enfrenta desafios econômicos. “Uma consulta de emergência é remunerada em apenas R$10 pela tabela SUS, valor muito inferior ao custo real do atendimento”, alertou Medeiros. Essa realidade pressiona a sustentabilidade do serviço, que também é responsável pela formação de profissionais. O Hospital São Paulo mantém 95 programas de residência médica, sendo o maior do país. 

“As salas do hospital são nossas salas de aula. A formação acontece à beira do leito, com casos reais”, reforçou Medeiros, lembrando que a instituição alia assistência, ensino e pesquisa. 

Impacto esperado 

Com a reestruturação, a expectativa é reduzir o tempo de espera, aumentar a qualidade assistencial e garantir maior satisfação da equipe. “Queremos consolidar um modelo que una eficiência, humanização e ensino de excelência”, concluiu. 

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Como oferecer exames on-line com segurança e eficiência

Exames on-line garantem praticidade no acesso, envio de laudos e gestão digital em clínicas e laboratórios.

Oferecer exames on-line tornou-se uma estratégia cada vez mais adotada por clínicas e laboratórios.

Essa prática inclui desde pedidos digitais até a entrega de laudos eletrônicos, tornando o acesso aos resultados mais rápido e integrado. A digitalização dos processos melhora a experiência do paciente e otimiza a gestão das unidades de saúde.

medicina digital entrou em um novo ciclo de expansão em 2025, impulsionada por tecnologias como inteligência artificial, 5G e big data

Apenas em 2023, mais de 30 milhões de atendimentos médicos foram realizados remotamente no Brasil, segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar, mostrando a consolidação da telemedicina diagnóstica. 

A seguir, entenda como oferecer exames on-line com segurança e eficiência, explorando vantagens, tecnologias e boas práticas para o setor.

O que são exames on-line e como funcionam

Antes de entender as vantagens e a aplicação prática dessa modalidade, é importante esclarecer como os exames on-line são estruturados e quais tecnologias estão por trás desse processo.

Definição de exames digitais e telemedicina diagnóstica

Os exames on-line consistem em procedimentos de apoio ao diagnóstico disponibilizados de forma digital, o que inclui tanto a solicitação quanto a entrega dos resultados via plataformas seguras. 

Eles podem ser realizados presencialmente, mas o acesso, armazenamento e laudos passam a ser geridos em ambiente on-line.

Esse modelo está diretamente conectado à telemedicina diagnóstica, que possibilita a interpretação remota de exames por médicos especialistas devidamente credenciados, garantindo laudos ágeis e assinados digitalmente. 

Além de aumentar a conveniência para pacientes, a prática otimiza recursos e expande a cobertura assistencial.

Solicitação, realização e entrega dos resultados

O fluxo de exames digitais segue etapas semelhantes ao processo tradicional, mas com ganhos de eficiência:

Solicitação digital: durante uma consulta presencial ou teleconsulta, o médico pode emitir pedidos eletrônicos com assinatura digital, que ficam disponíveis ao paciente em uma plataforma on-line.

Exames on-line garantem praticidade no acesso, envio de laudos e gestão digital em clínicas e laboratórios. 

Realização do exame: dependendo do tipo, pode ocorrer em clínicas, hospitais, laboratórios ou até via coleta domiciliar, no caso de exames laboratoriais.

Entrega e acesso: os resultados são liberados em ambiente digital seguro, acessíveis por login e senha, com possibilidade de download ou impressão.

Esse processo permite que pacientes consultem laudos sem deslocamento e equipes médicas compartilhem informações em tempo real, favorecendo a continuidade do cuidado.

Tecnologias que viabilizam exames on-line (IA, nuvem, plataformas integradas)

A expansão dos exames digitais só é possível graças a tecnologias que garantem segurança, integração e escalabilidade:

Plataformas em nuvem: oferecem armazenamento seguro, acessível de qualquer lugar e com autenticação protegida por criptografia.

Inteligência Artificial (IA): auxilia na triagem de dados, interpretação de exames complexos e suporte à decisão clínica, aumentando precisão e agilidade.

Sistemas integrados de telessaúde: unificam agendamento, exames, laudos e prontuários em um único ambiente digital, reduzindo retrabalho e ampliando eficiência.

Esses recursos representam não apenas inovação, mas também um passo fundamental na digitalização da medicina diagnóstica, tema que já vem impulsionando avanços em todo o setor.

Vantagens de oferecer exames on-line

Oferecer exames digitais deixou de ser apenas um diferencial competitivo para clínicas e laboratórios: trata-se de uma solução estratégica que amplia o acesso, melhora a jornada do paciente e reduz custos. Veja as principais vantagens.

Agilidade no atendimento e redução de burocracia

A digitalização dos pedidos, laudos e resultados elimina etapas manuais que antes exigiam deslocamentos, impressões e assinaturas físicas.

Com sistemas de telemedicina integrados, o fluxo é automatizado: solicitações são feitas em poucos cliques, laudos ficam prontos rapidamente e documentos podem ser acessados com segurança a qualquer momento.

Essa agilidade contribui para diagnósticos mais rápidos e decisões clínicas mais assertivas.

Melhoria na experiência do paciente e fidelização

Para o paciente, os exames on-line representam conveniência. O acesso aos resultados pode ser feito de casa, sem filas nem necessidade de retornar ao laboratório apenas para retirar laudos. 

A integração com aplicativos e plataformas digitais facilita o compartilhamento de informações entre diferentes médicos e especialistas, fortalecendo a confiança e incentivando a fidelização ao serviço de saúde.

Redução de custos operacionais para clínicas e laboratórios

Do ponto de vista da gestão, a digitalização dos exames reduz despesas relacionadas a papel, impressão, armazenamento físico de documentos e deslocamentos de pacientes. 

Além disso, a possibilidade de laudos on-line permite que clínicas menores contem com especialistas remotos, sem necessidade de manter grandes equipes presenciais, otimizando recursos e aumentando a rentabilidade.

Acesso ampliado a regiões com menor infraestrutura de saúde

Em localidades afastadas, onde há escassez de especialistas e infraestrutura hospitalar, os exames on-line se tornam uma ferramenta importante para democratizar o acesso. 

Plataformas digitais permitem que pacientes em regiões remotas realizem exames em clínicas locais e tenham seus resultados interpretados por médicos de centros de referência em grandes cidades, reduzindo desigualdades e fortalecendo a equidade no cuidado.

Como oferecer exames on-line com segurança

Ao digitalizar exames e laudos médicos, clínicas e laboratórios precisam garantir não apenas a eficácia do serviço, mas também a proteção das informações sensíveis dos pacientes. Para isso, algumas práticas são fundamentais.

Adequação à LGPD e proteção de dados dos pacientes

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) determina regras específicas para o tratamento de informações de saúde, que são consideradas dados sensíveis. 

Plataformas de exames on-line precisam operar com criptografia, autenticação de acesso e políticas claras de privacidade, impedindo o uso indevido das informações.

Também é necessário que os pacientes sejam informados sobre como seus dados são coletados, armazenados e compartilhados.

Certificação digital e assinatura eletrônica em laudos

Para que pedidos médicos, resultados e laudos tenham validade jurídica, é necessário o uso de certificação digital reconhecida pelo ICP-Brasil. 

A assinatura eletrônica garante autenticidade, integridade e não repúdio dos documentos, o que significa que eles não podem ser alterados ou questionados após a emissão. Essa prática assegura confiança tanto para médicos quanto para pacientes e instituições de saúde.

Treinamento de equipes e integração de sistemas

Não basta adotar tecnologia: é fundamental capacitar médicos, técnicos e agentes administrativos para o uso correto das plataformas digitais. 

O treinamento evita erros de operação e garante que todos compreendam os protocolos de segurança.

A integração dos sistemas de gestão clínica com soluções de telemedicina facilita o fluxo de informações, reduz retrabalho e melhora a experiência do paciente.

Boas práticas para garantir eficiência e confiabilidade

Entre as principais recomendações estão: limitar o acesso aos sistemas apenas a usuários autorizados, implementar rotinas de backup em nuvem, atualizar softwares regularmente e auditar os processos internos de segurança. 

A aplicação dessas medidas fortalece a proteção contra ataques cibernéticos e garante a continuidade do serviço.

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O HOJE

STJ: operadoras de saúde não são obrigadas a custear exames feitos no exterior

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que as operadoras de planos de saúde não são obrigadas a custear exames realizados no exterior. Segundo o colegiado, salvo disposição contratual expressa, a legislação exclui a obrigação de cobertura para procedimentos fora do país, não se aplicando, nesses casos, o parágrafo 13 do artigo 10 da Lei 9.656/98. A ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso, afirmou que a Lei 9.656/1998 impõe aos planos de saúde a obrigação de arcar com os procedimentos realizados exclusivamente no Brasil. Segundo ela, o artigo 10 da norma que regula o plano-referência determina que a assistência médico-hospitalar seja garantida apenas dentro do território nacional. A relatora apontou que a interpretação do artigo 1º, parágrafo 1º, inciso I, da Resolução Normativa 566/2022 da ANS, em conjunto com o artigo 10 da Lei 9.656/1998, evidencia que a área de abrangência dos planos de saúde, onde a operadora deve assegurar todas as coberturas contratadas, está restrita ao território nacional. Nancy Andrighi ainda citou decisões anteriores do próprio colegiado que reforçam essa posição, como o julgamento do REsp 1.762.313, que validou a negativa de custeio de procedimento internacional, e, mais recentemente, o do REsp 2.167.934, em que a Terceira Turma rejeitou a cobertura do exame Mammaprint justamente por ter sido realizado fora do país.

Mãe de filho com paralisia

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o direito de uma técnica de enfermagem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) de reduzir sua jornada de trabalho em 50% para cuidar do filho com paralisia cerebral, sem redução salarial e sem necessidade de compensação de horários. A decisão seguiu jurisprudência consolidada do TST, que admite a aplicação analógica do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/1990) em casos como esse.

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REVISTA HOSPITALAR

Cerca de 40% dos médicos apresentam quadros de doença mental, aponta novo estudo da Afya

No Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, Afya lança campanha “Está tudo bem?” e disponibiliza atendimento psicológico gratuito para médicos e estudantes de medicina

A Afya, maior hub de educação e soluções para a prática médica do Brasil, apresenta os resultados do estudo “Qualidade de vida dos médicos”, desenvolvido pelo Research Center, núcleo de pesquisa da companhia. Com objetivo de identificar e mapear a saúde mental dos profissionais atuantes no mercado, os dados obtidos na edição 2024 indicam uma leve melhora em relação ao último ensaio realizado em 2022. Contudo, doenças como depressão, ansiedade e burnout continuam presentes em uma parcela significativa dos médicos.
De acordo com o estudo, 39,8% dos médicos enfrentam algum tipo de doença mental, sendo que duas em cada três pessoas afetadas são do gênero feminino. Na faixa etária entre os 25 e 35 anos os dados também chamam a atenção: 49,6% dos profissionais desta idade sofre com doenças mentais.
A pesquisa ainda revelou que cerca de 3,6% dos médicos já esteve internado para tratar alguma condição mental e precisou ficar afastado cerca de 5,1 semanas nos últimos 12 meses.
“A proposta deste estudo é manter um panorama vivo e dinâmico sobre a qualidade de vida médicos e, a partir disso, incentivar a comunidade a criar soluções que deem suporte e acolhimento a este público. Ao compreender esse cenário, podemos promover um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo o esgotamento e assegurando a continuidade de um cuidado médico de qualidade para toda a população”, explica Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya.
Depressão, Ansiedade e Burnout
O transtorno de ansiedade é o que mais acomete os médicos – 33,5% têm esse diagnóstico e 21,1% apresentaram os sintomas nos últimos 12 meses. Desses, 27,1% estão em tratamento e 6,4%, embora constatado o transtorno, não o tratam. As mulheres são as mais impactadas: quatro em cada dez médicas sofrem com a doença enquanto o percentual é de 25,1% para homens. Já 23,9% dos médicos relataram ter sintomas de transtorno de ansiedade, mas sem ter diagnóstico médico.
Em segundo lugar no ranking das doenças mentais está a depressão: 22,1% dos profissionais já receberam esse diagnóstico, sendo que 19,9% tratam e acompanham com especialistas e 2,2% não tratam. Outros 17,1% apresentam sintomas, mas não têm diagnóstico e não tratam a doença. De acordo com o estudo, 22,4% dos profissionais detectaram a condição nos últimos 12 meses.
O burnout aparece com 6,7% dos casos, e metade foram identificados nos últimos 12 meses. 2% dos médicos diagnosticados com a condição não fazem acompanhamento com especialista. Contudo, em uma avaliação mais ampla, mais de 50% dos médicos indicam já terem apresentado sintomas da doença, ainda que não tenham um diagnóstico fechado ou já tenham se curado da condição.
Quase 20% dos médicos já foram diagnosticados com burnout no passado e 27,2% apresentam sintomas, mas não foram diagnosticados e não estão em tratamento. A carga horária elevada é o principal motivo destacado: médicos com diagnóstico de burnout trabalham em média 57,2 horas por semana, cerca de sete horas a mais do que a média geral.
Médico, está tudo bem?
O estigma associado às doenças mentais e a dificuldade de acesso a serviços de apoio frequentemente levam os médicos a evitar buscar ajuda profissional. O tema que ainda é tabu na sociedade, ganha força durante o Setembro Amarelo, mês dedicado ao cuidado com a saúde mental e à prevenção ao suicídio. Ciente desse cenário, a Afya lança nesta quinta-feira, 28, a campanha “Está tudo bem?” para incentivar médicos e estudantes de medicina a procurar por ajuda especializada.
Durante o mês de setembro, médicos e alunos de medicina em todo o país terão acesso a uma nova funcionalidade nas plataformas digitais da Afya: o botão “Está tudo bem?”. Ao utilizar esse recurso, o usuário será direcionado para um mapeamento de saúde mental, que pode oferecer desde conteúdos sobre cuidados com a saúde e bem-estar até suporte médico e psicológico gratuito para aqueles que estiverem enfrentando dificuldades emocionais.
“Precisamos quebrar o estigma das doenças mentais e humanizar a figura do médico como um ser humano que também enfrenta adversidades e indecisões ao longo da jornada. Tratar corretamente sintomas oriundos de condições mentais em desequilíbrio é uma etapa importante para uma vida mais equilibrada e saudável”, finaliza Moura.
Metodologia:
A pesquisa quantitativa foi aplicada entre os dias 2 de julho e 6 de agosto de 2024 com um total de 2005 respostas. A margem de erro estimada é de 2 p.p. e o nível de confiança de 95%. A amostra contou com a participação de médicos de qualquer especialidade, independentemente do tempo de formação.
Sobre a Afya

A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.583 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2023) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em www.afya.com.br e ir.afya.com.br.

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PUC TV

Pedido de ajuda do Hospital do Câncer Araújo Jorge

https://www.youtube.com/watch?v=nJpA_Y1BaDw

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TV ANHANGUERA

Crise no serviço de hemodiálise atinge pacientes em Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/crise-no-servico-de-hemodialise-atinge-pacientes-em-goias-13935339.ghtml

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MEDICINA S/A

Dia Mundial da Segurança do Paciente destaca cuidados pediátricos no Brasil

Em comemoração ao Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado no próximo dia 17 de setembro, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) lança uma campanha nacional com foco na segurança de recém-nascidos e crianças. A iniciativa segue o tema proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2025: “Cuidados seguros para cada recém-nascido e cada criança”.

A campanha pretende conscientizar profissionais de saúde, pacientes e familiares sobre os riscos evitáveis no atendimento pediátrico, promovendo a prevenção de eventos adversos, como erros de medicação e infecções relacionadas à assistência à saúde. Serão disponibilizados webinars, lives e podcasts no site oficial da SOBRASP, abordando boas práticas e estratégias de segurança voltadas ao cuidado à saúde do público infantil.

“A SOBRASP reconhece que a segurança do paciente para o recém-nascido e a criança deve ser abordada de forma integral, desde o pré-natal até a adolescência, respeitando as particularidades de cada fase do desenvolvimento humano”, destaca Priscila Amaral, membro do núcleo de pediatria da entidade.

Ainda segundo a especialista, a campanha reforça o compromisso da SOBRASP em difundir conhecimento técnico, atuar junto a órgãos governamentais e colaborar com outras sociedades científicas para promover melhorias contínuas no cuidado em saúde e na segurança dos pacientes.

Campanha Mundial da OMS: A Campanha Mundial da OMS está estruturada em pilares essenciais para a segurança dos pacientes pediátricos. Entre os principais eixos de atuação estão: nascimento seguro e cuidados pós-natais, administração segura de medicamentos, segurança no diagnóstico, imunização segura, prevenção de infecções e reconhecimento precoce da deterioração clínica. Esses pilares visam fortalecer práticas assistenciais e reduzir riscos que afetam diretamente a saúde de recém-nascidos e crianças em diferentes contextos de cuidado.

Nascimento seguro: Um dos pilares da campanha é o nascimento seguro, que envolve uma assistência pré-natal de qualidade e com amplo acesso às gestantes. Durante esse período, são realizadas ações fundamentais de promoção da saúde, rastreamento de doenças, além de orientações sobre autocuidado, nutrição e vacinação, reforçadas nas consultas de rotina.

A especialista Priscila Amaral, do núcleo de pediatria da SOBRASP, destaca ainda a importância do período pós-natal, que vai do nascimento até as seis semanas de vida do bebê. “É um momento crítico não apenas para os recém-nascidos, mas também para as mulheres, pais, cuidadores e familiares, exigindo atenção especial dos serviços de saúde”, ressalta.

Erros de medicação ainda são frequentes em pediatria e neonatologia: A administração segura de medicamentos é uma das maiores preocupações quando se trata de segurança do paciente pediátrico. Entre os erros mais comuns estão: doses incorretas, omissão de medicamentos e uso inadequado da via de administração, como falhas no uso oral, injetável ou respiratório. A grafia ilegível de prescrições também é apontada como um fator que contribui para essas falhas.

Um estudo realizado, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre fevereiro e junho de 2024, identificou 511 eventos adversos, sendo 68,1% relacionados a erros na administração de medicamentos. Desses, 65,4% envolviam falhas no intervalo de administração, com maior incidência no uso de antimicrobianos, sedativos e analgésicos.

Para reduzir esses riscos, a SOBRASP reforça a adoção de medidas como: sistemas de prescrição eletrônica, quando disponível; aumento do número de enfermeiros por paciente; prática da dupla checagem; identificação correta do paciente e capacitação contínua das equipes.

“Precisamos refletir sobre a responsabilidade inerente à prescrição, preparo e administração de medicamentos. É essencial criar um ambiente adequado que promova a prática da ‘medicação segura'”, afirma Priscila Amaral.

Principais eventos adversos evitáveis em recém-nascidos e crianças durante internação e/ou Unidades de Terapia Intensiva: Entre os eventos adversos mais frequentes e evitáveis em recém-nascidos e crianças internados, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), destacam-se: uso inadequado de dispositivos de ventilação nasal implicando na necessidade de intubação traqueal; problemas relacionados ao uso do clamp umbilical — dispositivo usado para prender o cordão umbilical e interromper o fluxo sanguíneo da placenta para o bebê logo após o parto; complicações com conectores de cateteres venosos; dobras na cânula traqueal; e lesões de pele causadas pelo uso de clorexidina alcoólica em neonatos prematuros extremos.

Segurança diagnóstica: Erros de diagnóstico podem ocorrer em até 1 a cada 14 pacientes hospitalizados (cerca de 7%), segundo um estudo realizado em um centro nos Estados Unidos, publicado no periódico BMJ Quality & Safety. A pesquisa aponta que, em países de alta renda, mais da metade dos profissionais de saúde relatam cometer erros de diagnóstico pelo menos uma ou duas vezes por mês. Já em países de baixa e média renda, os desafios são ainda maiores, devido ao acesso limitado a exames diagnósticos, à escassez de profissionais especializados e à fragilidade dos sistemas de registro clínico.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentiva a adoção de estratégias para reduzir erros diagnósticos por meio de diversas intervenções. Entre as principais recomendações estão a garantia de que os profissionais de saúde tenham acesso ao histórico completo do paciente, a realização de exames clínicos detalhados, a ampliação do acesso a testes diagnósticos, além da implementação de métodos para monitorar e aprender com os erros cometidos. A OMS também destaca a importância da adoção de soluções tecnológicas como caminho eficaz para minimizar os equívocos no diagnóstico”, afirma a entidade.

Imunização segura: O Brasil ainda enfrenta dificuldades para vacinar adequadamente as crianças. Segundo o Anuário Vacina BR 2023, nenhum estado brasileiro atingiu a meta de cobertura para as quatro principais vacinas aplicadas até o primeiro ano de vida: pentavalente, poliomielite, pneumocócica e tríplice viral.

No caso de tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, apenas quatro estados alcançaram a cobertura recomendada de 95%. A redução na cobertura vacinal é preocupante e vem ocorrendo de forma contínua: em 2013, dez estados atingiram a meta para pelo menos três das quatro vacinas.

Como evitar transmissões de infecções: A higienização das mãos é a forma mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de infecções em ambientes hospitalares, afirma Priscila Amaral, do núcleo de pediatria da SOBRASP. A limpeza pode ser feita com água e sabão ou por fricção com álcool 70%, e é recomendada para profissionais de saúde, visitantes e pacientes. Para aumentar a eficácia da higienização, é importante que adornos como anéis, pulseiras e relógios sejam retirados, além da manutenção das unhas curtas e limpas.

No caso de recém-nascidos e crianças maiores internados em Unidades de Terapia Intensiva, que utilizam dispositivos invasivos como cateteres vasculares centrais, ventilação mecânica e cateteres urinários, é necessário que sejam seguidos protocolos rigorosos para inserção e manutenção desses equipamentos para prevenir infecções e reduzir complicações.

Deterioração clínica: A sepse, definida como uma disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, representa uma condição grave e potencialmente fatal.

“A resposta do organismo inclui alterações na temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca, contagem de glóbulos brancos e ritmo respiratório. Sem tratamento adequado, a sepse pode levar à parada cardíaca e à falência múltipla dos órgãos, resultando em óbito”, finaliza Priscila.

Mortalidade infantil: Em 2023, o Brasil alcançou o menor índice de mortalidade infantil e fetal por causas evitáveis em quase três décadas, conforme dados preliminares do Ministério da Saúde divulgados em 2024. Foram registradas 20,2 mil mortes, número que representa o mais baixo desde 1996, quando houve 53,1 mil óbitos – uma diferença de 62% a menos. As mortes consideradas evitáveis são aquelas que poderiam ter sido prevenidas com medidas como vacinação, acompanhamento adequado durante a gestação e o parto, além de cuidados eficazes ao recém-nascido e diagnósticos precisos.

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Cartão do SUS será unificado com dados do CPF do usuário

O novo Cartão Nacional de Saúde (CNS), a partir de agora, passa a exibir nome e CPF no lugar do antigo número. A mudança foi anunciada nesta terça-feira (16) pelos ministérios da Saúde e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

A previsão é que 111 milhões de cadastros sejam inativados até abril de 2026 – desde julho, 54 milhões já foram suspensos. Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que pacientes sem CPF continuam sendo atendidos normalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Não estamos deixando ninguém para trás. As pessoas que não têm CPF ainda vão continuar a ser atendidas”, disse. “Não há sistema nacional de saúde público que tenha o volume, a diversidade e a complexidade dos dados que tem o SUS”, completou.

Higienização

Para tornar a unificação possível, a pasta iniciou uma espécie de limpeza da base de cadastros de usuários do SUS, conhecida como CadSUS. Desde então, os registros passaram de 340 milhões para 286,8 milhões de cadastros ativos.

Desse total, 246 milhões já estão vinculadas ao CPF, enquanto 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. O processo de higienização, de acordo com o ministério, alcança ainda cadastros inconsistentes ou duplicados.

“Estamos dando um passo muito decisivo para uma revolução tecnológica no Sistema Único de Saúde. Não é simples o que estamos fazendo”, avaliou Padilha, ao citar que o sistema nacional de saúde pública inglês, ao criar seu cartão de unificação, demorou 10 anos para conseguir implementar a ação.

Integração

A estimativa do governo é que 11 milhões de registros sejam inativados todos os meses, totalizando 111 milhões até abril de 2026. A meta é que, ao final da ação, a base de cadastros de usuários do SUS seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.

O avanço, segundo o ministério, foi possível graças à interoperabilidade do CadSUS e da base de dados da Receita Federal, utilizando o CPF como identificador único do cidadão e viabilizando acesso a dados como histórico de vacinas e medicamentos garantidos no programa Farmácia Popular.

Usuários sem CPF

Em nota, a pasta informou ter estabelecido um cadastro temporário para cidadãos atendidos no SUS sem CPF, válido por um ano. A medida, de acordo com o comunicado, atende a situações em que a pessoa não consegue informar o CPF no momento do atendimento, como em casos de emergência.

“Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF”, destacou o ministério.

Populações que não utilizam CPF, como estrangeiros, indígenas e ribeirinhos, permanecem identificadas pelo Cadastro Nacional de Saúde, nomenclatura que vai substituir a expressão Cartão Nacional de Saúde “para reforçar que se trata de um registro secundário e complementar”, reforçou a pasta.

Bases de dados

O ministério informou que vai readequar todos os sistemas de informação do SUS para que passem a utilizar o CPF do paciente – a começar pelos mais utilizados por estados e municípios, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o prontuário eletrônico da atenção primária.

O calendário, segundo Padilha, será pactuado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O prazo para conclusão é dezembro de 2026.

Ainda de acordo com a pasta, o CadSUS será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo MGI. “A medida permitirá receber informações de outros ministérios e órgão, como IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e CadÚnico [Cadastro Único], e compartilhar dados de saúde de forma segura, sem transferência integral da base”.

“A ação vai melhorar o monitoramento, combater o desperdício e fortalecer a gestão pública”, concluiu o ministério na nota. (Com informações da Agência Brasil)

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Assessoria de Comunicação        

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