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Goiânia vai receber Hospex 2026: 4 a 6/03/26
Com localização estratégica, Goiânia se destaca no turismo médico. Segundo o Censo Hoteleiro de 2022, 57% dos visitantes vão à capital goiana em busca de tratamentos.
Um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) ainda aponta que a cidade está entre as 11 do Brasil com o maior número de especialistas da área da saúde, reforçando sua relevância nesse setor.
Pensando em aproximar as novas tecnologias aplicadas à saúde desses profissionais; acontece entre 4 a 6 de março em Goiânia a Feira HOSPEX no centro de convenções da PUC.
O evento é a principal porta de entrada do mercado nacional de equipamentos, tecnologias e serviços para o setor médico hospitalar na região.
Anote e participe!
CLIPPING AHPACEG 15/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE
https://www.metropoles.com/saude/pacientes-sus-atendidos-em-plano-privado
Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone
https://www.metropoles.com/saude/1o-caso-de-cancer-de-silicone
Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA
Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde
Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo
Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento
Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã
Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma
Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas
https://ohoje.com/2025/08/15/infartos-em-jovens-aumentam-180-no-brasil-em-duas-decadas/
Leis ampliam garantias de parto seguro
https://ohoje.com/2025/08/15/leis-ampliam-garantias-de-parto-seguro/
Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre
https://medicinasa.com.br/kpmg-fusoes-aquisicoes/
Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento
https://medicinasa.com.br/censo-trabalhadores-sus/
Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde
https://veja.abril.com.br/saude/opioide-mil-vezes-mais-potente-que-morfina-passa-a-circular-ilegalmente-e-preocupa-autoridades-da-saude/
TV SERRA DOURADA
Caso Ravi: médicas indiciadas por homicídio culposo por negligência
https://www.youtube.com/watch?v=C7-zb01AcvA
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METRÓPOLES
Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE
Programa usa dívidas de operadoras para custear consultas, exames e cirurgias e reduzir filas de pacientes do SUS sem custo aos usuários
Nesta quinta-feira (14/8), o governo inicia um projeto para que os pacientes do SUS sejam atendidos em hospitais privados como se fossem usuários de plano de saúde. Os primeiros oito pacientes foram recebidos no Hospital Ariano Suassuna, em Recife, em uma ação acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os oito pacientes são uma criança de oito anos e cinco mulheres e dois homens entre 23 e 67 anos. Eles farão quatro procedimentos diferentes. Serão duas cirurgias de artroplastia de quadril para colocação de próteses e duas cirurgias de vesícula, além da realização de exames: duas tomografias e duas ressonâncias magnéticas.
O hospital é parte da rede do plano Hapvida, que foi o primeiro a se cadastrar na iniciativa para receber usuários do SUS. A unidade, inaugurada em junho na capital de Pernambuco, é especializada em ortopedia e trauma.
“As pessoas morrem por não terem acesso aos especialistas. Uma espera de meses para poder ser atendido por uma especialidade, mais meses a fio para esperar um exame. A nossa ideia agora é que a consulta seja o mais rápido possível. Eu quero que o povo tenha direito de ter acesso a essas máquinas, a esses profissionais. Quem está doente não pode esperar!”, afirmou o presidente Lula ao celebrar a iniciativa.
A iniciativa de atender pacientes que estão na fila de consultas no SUS na rede privada busca ampliar a oferta de serviços especializados e reduzir o tempo de espera da saúde pública. As consultas, exames e cirurgias realizadas serão custeadas por abatimentos das dívidas das operadoras com o governo.
Como vai funcionar o atendimento aos pacientes do SUS?
Planos de saúde voluntários poderão atender pacientes do SUS, convertendo dívidas em consultas, exames e cirurgias.
O atendimento privilegiará seis áreas com carência grave: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Os planos devem aderir a um edital da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e comprovar capacidade operacional de mais de 100 mil atendimentos por mês para participar.
Não serão os pacientes que marcarão suas consultas. Estados e municípios vão avaliar as áreas prioritárias de atendimento para reduzir suas filas.
O atendimento aos pacientes do SUS na rede privada será gratuito, mantendo a característica de gratuidade do sistema público de saúde.
Uma plataforma eletrônica integrará dados dos atendimentos na rede pública e no privada no app Meu SUS Digital para acelerar o diagnóstico e permitir que o paciente seja corretamente acompanhado.
O pagamento não será por atendimento. As operadoras receberão certificados de ressarcimento após concluir “combos de cuidado” (pacotes de consulta, exame e tratamento), que geram abatimento de dívida.
Dívidas convertidas em serviços
A primeira fase do programa prevê o uso de R$ 750 milhões da dívida de planos de saúde para custear os atendimentos. O modelo substitui as cobranças judiciais por prestação direta de serviços. A ação prevê a conversão de até R$ 1,3 bilhão por ano dessas dívidas de todas as operadoras em atendimento especializado.
A adesão é voluntária pelos planos mas, para participar, as operadoras precisam comprovar estrutura técnica e capacidade operacional para realizar pelo menos 100 mil atendimentos por mês, ou, de forma excepcional, 50 mil em áreas de baixa cobertura.
A ação será descentralizada, com estados e municípios indicando onde há maior necessidade de especialistas para diminuir as filas de espera. As áreas iniciais de atendimento incluem oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Os encaminhamentos para hospitais privados seguirão decisão de equipes do SUS. O pagamento será por pacote de cuidados, englobando todas as etapas do tratamento. O governo afirma que o modelo evita priorização indevida. A Agência Nacional de Saúde Suplementar manterá fiscalização e poderá aplicar penalidades.
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Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone
Além de documentar caso inédito, estudo propõe novo sistema para diagnóstico para o câncer ligado a implantes mamários
O Brasil registrou o primeiro caso de um tipo de câncer de mama extremamente raro associado a implante mamário de silicone. O carcinoma espinocelular foi descrito pela primeira vez na medicina em 1992 e, desde então, apenas 20 mulheres no mundo foram diagnosticadas com a doença.
O caso brasileiro foi relatado por uma equipe coordenada pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, do Hospital de Amor, em Barretos (SP), em uma publicação no Annals of Surgical Oncology, em 23 de julho. Além de identificar o caso, o estudo propõe uma forma inédita de padronizar o estadiamento e o tratamento da doença, muito associada ao uso das próteses por longos períodos sem a realização da troca, quando recomendada.
“Devido ao número limitado de ocorrências, os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor altamente agressivo são desconhecidos. Estamos diante de uma doença de comportamento agressivo. O diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficiente com maior sobrevida para a paciente”, observa o mastologista Oliveira Junior em comunicado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
A paciente brasileira, de 38 anos, tinha a prótese de silicone desde os 20 anos. Ela foi ao médico após sentir dores e o aumento do volume em uma das mamas. O exame revelou acúmulo de líquido ao redor da prótese e alterações na cápsula.
O material foi enviado para biópsia, que confirmou a presença do carcinoma. A mulher passou pela retirada da prótese e mastectomia, mas logo em seguida houve o retorno do tumor e ela acabou falecendo dez meses após o novo diagnóstico.
Segundo Oliveira Junior, a ocorrência é rara, mas exige atenção. “A cada ano, temos mais mulheres vivendo por longo tempo com próteses de silicone. Neste sentido, é importante que qualquer alteração apresentada nos implantes seja considerada e investigada”, afirma o especialista.
O que é o câncer causado pelo silicone?
Descrito pela primeira vez em 1992, o carcinoma espinocelular ligado à prótese mamária é um tipo agressivo de câncer de mama e tem prognóstico preocupante. Dos 17 casos analisados pelos médicos brasileiros em seu estudo, nove tiveram recorrência dos tumores ainda no primeiro ano de doença e seis faleceram nos primeiros dois anos. A taxa média de sobrevida global foi de 15,5 meses, e a de sobrevida livre de progressão, de 13,5 meses.
Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas inflamações crônicas na cápsula do implante podem levar à transformação maligna das células, percebida, em geral, pela presença de líquido ao redor do implante.
Com base nessas informações, foi proposto um sistema de estadiamento clínico e cirúrgico específico para o tumor. No geral, o estudo liderado por Idam indica que a maioria das metástases deste tumor atinge pulmões e fígado. Os médicos aconselharam que seja realizada a mastectomia total, para diminuir o risco de recidiva.
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AGÊNCIA BRASIL
Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA
Presidente defendeu programa que teve cooperação de médicos cubanos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (14), o bloqueio dos Estados Unidos (EUA) contra Cuba e defendeu o Programa Mais Médicos, implementado no Brasil em 2013, inicialmente em cooperação com país caribenho. Lula afirmou que a relação do Brasil com Cuba é de respeito.
Nesta quarta-feira (13), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares, que atuaram com o programa de cooperação em saúde de Cuba.
Foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
“O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje, estão passando necessidade, em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixa os cubanos viverem em paz, deixa os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo”, disse Lula em evento em Goiana, em Pernambuco.
Os EUA impõem, há mais de 60 anos, um duro bloqueio econômico à ilha caribenha com o objetivo de mudar o regime político do país, estabelecido após a Revolução de 1959. Como a exportação de médicos é uma das principais formas de Cuba conseguir recursos frente ao bloqueio, o governo de Donald Trump tenta, desde o início de seu segundo mandato, constranger os países que recebem profissionais cubanos.
Funcionários de países caribenhos como São Vicente y Granadinas, Barbados e Trinidad e Tobago saíram em defesa dos acordos firmados por Cuba após críticas dos EUA contra as parcerias na área médica.
Cuba tem esse programa de cooperação desde a década de 1960. Ao longo da história, 605 mil médicos de Cuba atuaram em 165 nações. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Cuba, países como Portugal, Ucrânia, Rússia e Espanha, Argélia e Chile receberam médicos cubanos ao longo de mais de 60 anos.
A participação de médicos cubanos no Mais Médicos, via cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), durou de 2013 a 2018 .
Lula afirmou que a criação do Mais Médicos foi necessária para cobrir os vazios assistenciais que existem no país. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Mais Médicos mudou de nome e foi reformulado e ampliado neste terceiro governo Lula.
“Quando nós criamos o Mais Médicos, qual era a bronca dos médicos [que criticaram a participação dos cubanos]? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital”, disse Lula.
“É preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão”, acrescentou Lula.
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A REDAÇÃO
Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde
Foi aprovado, em definitivo pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira (14/8), o repasse financeiro de R$ 477.712.253,66 ao Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde). A análise da matéria terminou com o aval de 22 deputados. Não foram registrados votos contrários.
De acordo com a justificativa encaminhada ao Parlamento, o objetivo da medida é suprir eventual desequilíbrio entre receitas e despesas das operações assistenciais apuradas no exercício de 2025.
Segundo laudos técnicos e projeções atuariais apresentados pelo Ipasgo e auditadas de forma independente, os ativos garantidores são insuficientes para cobrir os custos assistenciais projetados para o ano. O déficit estimado é exatamente o valor previsto no projeto de lei.
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Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo
André Rocha alertou para entraves estruturais
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, considera o plano emergencial do governo federal, ‘Brasil Soberano’, positivas, mas alertou para entraves estruturais. O plano tem como objetivo enfrentar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras.
“É preciso garantir que o recurso chegue rápido à indústria e que os programas sejam de fato acessíveis, principalmente às pequenas e médias empresas”, afirmou. Ele também defendeu que o Brasil reforce a estratégia diplomática e a articulação internacional para contestar a medida norte-americana.
André Rocha destacou como positivo o Brasil não ter feito nenhuma medida de retaliação, pois demonstra a disposição para continuar dialogando. Segundo ele, alguns setores serão beneficiados com as medidas anunciada mas que, em Goiás, elas não terão alcance amplo, e que as empreasa mais afetadas vão precisar de outras medidas do governo federal e estadual para atendê-las.
O pacote prevê ações como crédito emergencial de R$ 30 bilhões, ampliação do Reintegra, flexibilização do drawback e reforço ao seguro de exportações, entre outras medidas. Goiás é um dos estados mais afetados pelas tarifas, por exportar produtos industrializados, alimentos processados e máquinas agrícolas aos EUA.
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JORNAL OPÇÃO
Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento
A Casa Ronaldo McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras
O governador Ronaldo Caiado anunciou uma parceria com o instituto Ronald McDonald para a construção de 22 apartamentos voltados para acolher familiares e crianças em tratamento no Complexo Oncológico de Referência no Estado de Goiás, o Cora. O complexo de habitação será erguido na área do hospital e a moradia não terá nenhum custo para o paciente.
A Casa Ronald McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras (ainda sem data definida, mas que deve começar neste ano). O projeto será custeado com recursos da iniciativa privada, por meio da Marfrig e JBS, do governo de Goiás e pelo montante arrecadado na campanha do McDia Feliz.
Após reunião com representantes do instituto Ronald McDonald, nesta quinta-feira, 14, quando o projeto de construção dos apartamentos foi entregue, o governador Ronaldo Caiado comemorou a iniciativa.
“Só tenho a agradecer. É algo que ninguém acreditava. A média de tempo para se construir um hospital era de 25 anos. E o Cora nós construímos em 25 meses […]. O instituto Ronald McDonald nos traz, agora, uma planta [do complexo de moradias] totalmente sustentável, aprovada dentro do Conselho, para que seja instalada a partir agora num terreno que já está preparado para começar a obra”, comentou.
Presente na reunião com o governador e os representantes do instituto Ronald McDonald, a vice-prefeita Cláudia Lira afirmou que, no que depender da Prefeitura de Goiânia para liberação de alvarás e autorizações, as obras da Casa Ronald McDonald começarão o mais rápido possível.
“Todas as necessidades em relação às licenças, alvarás, tudo o que envolver a construção da Casa Ronald McDonald serão um compromisso da Prefeitura de Goiânia, para que possamos ter essa obra realizada o mais breve possível”, concluiu.
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PORTAL G1
Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã
A morte de Flávia Ogata causou comoção nas redes sociais. Flávia era proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura.
A arquiteta Flávia Ogata morreu após complicações de uma cirurgia para a retirada de pedras nos rins, confirmou ao g1 a irmã, Fernanda Ogata. Nas redes sociais, amigos e familiares se solidarizaram com a perda e descreveram Flávia como uma mulher “sensacional" e "sempre disposta a ajudar”.
O falecimento foi comunicado pela família na quarta-feira (13). Proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Flávia foi lembrada como referência no mercado de Anápolis e Goiânia.
Flávia foi sepultada no cemitério São Miguel, em Anápolis, na quinta-feira (14), às 10h.
Nas redes sociais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) lamentou o falecimento. De acordo com o conselho, Flávia era graduada pela Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica), e atuava nas áreas de arquitetura de interiores, projetos residenciais e comerciais, projetos de paisagismo e gestão de obras.
Homenagem
Fernanda, que é sócia do escritório de arquitetura da irmã, postou nas redes sociais uma homenagem para Flávia. Fernanda inicia o texto destacando que sua vida, por anos, foi feita a quatro mãos: as dela e as da irmã.
“Quatro mãos que desenhavam, calculavam, imaginavam, moldavam, ajustavam. Quatro mãos que carregaram sonhos do papel para a realidade, que sustentaram projetos e também abraços,” escreveu Fernanda.
No texto, a irmã destaca a parceria da dupla em mais de 10 anos no escritório de arquitetura. Fernanda escreveu que Flávia era a firmeza das decisões e a ousadia de avançar. Por outro lado, Fernanda era o cuidado com detalhes e a escuta silenciosa do que o espaço pedia. “Era nessa dança, tão nossa, que a vida acontecia: yin e yang, complementares, inseparáveis,” destacou Fernanda.
A irmã lembrou que bastava um olhar para saber o que a outra pensava, as duas se apoiavam e não caminhavam sozinhas. Fernanda finaliza o texto lamentando que agora vai fazer com duas mãos o que antes era obra de quatro.
“Vou ter que redesenhar o meu caminho, mas sem nunca deixar de sentir o seu passo ao meu lado. E assim sigo, acreditando que a luz do nosso vínculo é mais forte que a distância entre mundos. Que a sua luz continue me iluminando a cada dia! , " finalizou Fernanda.
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TV ANHANGUERA
Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma
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O HOJE
Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas
Sedentarismo, má alimentação, uso de anabolizantes e drogas ilícitas estão entre os principais gatilhos para ataques cardíacos antes dos 40 anos
Casos súbitos em jovens reforçam a necessidade de diagnóstico precoce e cuidados com hábitos de vida Foto : Freepik
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a quantidade de infartos em pessoas com menos de 40 anos aumentou 180% nas últimas duas décadas. O número de internações na rede pública por conta da condição passou de menos de 2 casos para cada 100 mil habitantes nos anos 2000 para quase 5 por 100 mil em 2024.
Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que as doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, são responsáveis por 30% de todas as mortes no Brasil, o que equivale a cerca de 400 mil óbitos por ano. Essas doenças matam 2,3 vezes mais do que todas as causas externas somadas (acidentes e violência).
O cardiologista intervencionista Thiago Marinho, alerta para o crescimento dos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos. Segundo ele, aproximadamente 6% dos episódios acontecem nessa faixa etária, e os principais fatores de risco incluem histórico familiar de infarto precoce, colesterol alto – especialmente em casos de hipercolesterolemia familiar, diabetes, tabagismo e sobrepeso.
“Estamos vivendo uma epidemia de infartos em usuários de anabolizantes. Hoje, praticamente toda semana realizo cateterismo em um paciente jovem que fez uso dessas substâncias”, relata Marinho.
A cardiologista Mariana Bello complementa: “Temos duas grandes causas: a genética e o infarto mediado por substâncias ilícitas, principalmente anabolizantes e cocaína. Essas substâncias alteram o endotélio, revestimento interno dos vasos, favorecendo a formação de trombos e, consequentemente, o infarto.” Ela lembra que a Covid-19 também é um fator de risco, pois pode causar lesão vascular independentemente da presença de outros problemas.
No mês de fevereiro o cantor gospel Pedro Henrique, 30, morreu durante uma apresentação na Bahia após sofrer mal súbito. Ele pode ter sido mais um dos jovens vitimados por doenças cardiovasculares no Brasil, problema que cresce.
De acordo com o especialista, os infartos em jovens tendem a ocorrer de forma mais súbita. “Mais da metade nunca apresentou dor no peito antes do episódio. Isso dificulta a percepção do risco e retarda a procura por atendimento”, explica Thiago.
Sedentarismo, alimentação ultraprocessada e estresse são apontados como alguns dos principais gatilhos para infartos precoces. “É fundamental praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação saudável, evitar produtos industrializados, cuidar do sono e controlar o estresse. Cerca de 90% dos casos estão ligados a causas que poderiam ser prevenidas”, afirma.
O especialista destaca um diferencial importante entre infartos em jovens e em pacientes mais velhos: a relação com cigarro eletrônico, anabolizantes e drogas ilícitas, especialmente cocaína. “Em muitos casos, esse é o único fator de risco presente”, observa.
Condições como diabetes e colesterol alto estão surgindo cada vez mais cedo, e o médico relaciona o fenômeno ao estilo de vida inadequado. “A prevenção é a nossa principal arma contra a doença arterial coronariana, e isso precisa começar já na juventude”, reforça.
Para Marinho, é crucial que os jovens reconheçam que também podem sofrer um infarto. “Dor no peito é motivo para procurar imediatamente um pronto-socorro. Consultas regulares com cardiologista ajudam a detectar e controlar fatores de risco antes que eles se tornem graves”, orienta.
O diagnóstico de infarto em jovens, ainda é feito tardiamente em alguns casos. “Muitos não acreditam que estão tendo um infarto e demoram a buscar ajuda. Por isso, também é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos e preparados, com protocolos bem estabelecidos e acesso a unidades de hemodinâmica”, conclui Thiago.
Hipertensão afeta 27,9% dos brasileiros e cresce com a idade
A hipertensão arterial atinge cerca de 27,9% da população brasileira, de acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023. O levantamento mostra que a prevalência do diagnóstico médico é maior entre mulheres (29,3%) do que entre homens (26,4%) nas 27 capitais brasileiras. Em ambos os sexos, a frequência aumenta com a idade e diminui conforme o nível de escolaridade.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, o dia 26 de abril foi instituído como Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, por meio da Lei nº 10.439/2002.
A hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial, geralmente assintomática, caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial (≥ 140 mmHg e/ou ≥ 90 mmHg). É considerada um dos fatores de risco metabólicos que mais contribuem para todas as causas de morte e para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV).
Por ser um “mal silencioso”, pode ou não apresentar sinais de alerta. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alterações na visão.
A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser prevenida. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Prevenção e Promoção à Saúde (Deppros), reforça que a adoção de um estilo de vida saudável é essencial para reduzir o risco de doenças crônicas, como a pressão alta.
Entre as recomendações estão evitar alimentos ultraprocessados, priorizar o consumo de frutas, verduras, legumes, carnes e cereais integrais, além de utilizar temperos naturais para reduzir o sal nas preparações. Essas medidas ajudam a manter uma alimentação equilibrada e adequada.
O Ministério também desenvolve uma série de ações estratégicas por meio da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), que inclui a promoção de hábitos alimentares saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional e o cuidado integral dos problemas relacionados à alimentação e nutrição.
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Leis ampliam garantias de parto seguro
Normas federais e estaduais asseguram presença de acompanhante em qualquer atendimento, apoio psicológico gratuito pelo SUS e mais autonomia nas escolhas da gestante
O Dia da Gestante, lembrado em 15 de agosto, marca mais do que uma homenagem à maternidade. É também um momento para reforçar a necessidade de conhecer e exigir o cumprimento dos direitos previstos em lei que asseguram condições seguras, dignas e humanizadas desde a gestação até o pós-parto. Nos últimos anos, mudanças na legislação brasileira ampliaram o alcance dessas garantias, estabelecendo novas proteções tanto para a saúde física quanto para o bem-estar emocional das mulheres.
De acordo com a advogada Edylaine Rodrigues, especialista em direito à saúde, a legislação atual vai além da assistência médica básica e consolida direitos que precisam ser amplamente divulgados. “Hoje, a gestante tem direitos consolidados, como a presença de um acompanhante, a informação sobre a maternidade de referência e, mais recentemente, o atendimento psicológico gratuito pelo SUS. Tudo isso visa cuidar não apenas do corpo, mas também da saúde emocional da mulher”, afirma.
Entre as normas mais conhecidas está a Lei nº 11.108/2005, que garante à gestante a presença de um acompanhante de sua escolha durante todo o processo de parto, desde o trabalho de parto até o pós-parto imediato, no sistema público de saúde. O alcance dessa prerrogativa foi ampliado pela Lei nº 14.737/2023, que assegura o direito à presença de acompanhante também em consultas, exames e procedimentos, na rede pública e privada. Em São Paulo, a Lei nº 17.803/2023 reforça essa permissão em hospitais e clínicas de todo o estado.
Outro avanço é a inclusão, na Lei nº 14.721/2023, de atendimento psicológico integral e gratuito pelo Sistema Único de Saúde para gestantes, parturientes e puérperas. Em vigor desde maio, a norma determina que o acompanhamento comece no pré-natal e se estenda até o puerpério, que pode variar de 40 a 60 dias após o parto, sem limite de sessões quando houver indicação de profissional habilitado. Hospitais públicos e privados também devem realizar ações educativas sobre saúde mental materna. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a depressão pós-parto afeta cerca de 25% das brasileiras entre seis e 18 meses após o nascimento do bebê.
Além das garantias previstas em lei, práticas recomendadas, como a elaboração do plano de parto, fortalecem a autonomia da gestante. No documento, a mulher registra suas preferências sobre o nascimento, como a posição para dar à luz, o uso de analgesia e a adoção de procedimentos médicos. “Embora não tenha força de lei, é uma prática recomendada para garantir que as escolhas da mulher sejam respeitadas”, observa a advogada.
Outro direito que ainda é pouco conhecido é o reembolso em casos de falha na prestação de serviços pelos planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que, em situações de urgência e emergência, o parto deve ser coberto mesmo quando realizado fora da rede credenciada. Mas, segundo a advogada, o direito ao reembolso integral não se limita a esses casos. “Sempre que houver falha no atendimento, a beneficiária pode exigir uma carta de autorização para contratar o serviço de forma particular e depois solicitar o reembolso integral”, orienta.
Esse tipo de demanda é frequente entre gestantes que optam pelo parto normal e não encontram profissionais credenciados para assisti-las. A baixa remuneração paga pelas operadoras para esse procedimento afasta médicos que defendem práticas humanizadas, levando muitas mulheres a contratar equipes particulares. “Nesses casos, é possível pleitear o reembolso integral, mas é fundamental que a gestante esteja informada e se prepare ainda durante a gravidez para garantir que seus direitos sejam respeitados”, finaliza.
A ampliação das leis e a divulgação de direitos são passos fundamentais para que as gestantes possam exercer plenamente sua autonomia e vivenciar a maternidade com segurança, respeito e amparo integral. Mais do que um marco no calendário, a data serve como um chamado à conscientização e à ação, lembrando que conhecer a lei é a primeira condição para que ela seja cumprida
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MEDICINA S/A
Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre
O setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas no Brasil realizaram 16 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. Trata-se de uma alta de 45% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 11 negócios. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia.
“O resultado do semestre, a exemplo do resultado do primeiro trimestre, ratifica o processo de consolidação do setor nos últimos anos e a busca de investidores estratégicos e financeiros. Os principais fatores para este crescimento continuam sendo a aplicação da inteligência artificial, o aumento das clínicas populares e a digitalização dos serviços de saúde”, destaca o sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, Jean Paraskevopoulos.
Com relação ao tipo de operação realizada no setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas, das 16 concretizadas no primeiro semestre de 2025, 10 são domésticas, ou seja, realizadas entre empresas brasileiras; 3 envolveram empresas estrangeiras adquirindo companhia estabelecida no país (tipo CB1), 2 foi de brasileira adquirindo, de estrangeiros, outra estabelecida no exterior (Tipo CB2) e 1 foi de empresas estrangeira comprando, de estrangeiros, outra estabelecida no Brasil (Tipo CB4).
Brasil: queda de 4,8% e maior participação estrangeira
As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG. Esse número representa uma queda de quase 4,8% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios.
O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).
“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais” analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
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Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento
O Ministério da Saúde que conhecer, de forma bem mais aprofundada, quem são os profissionais que compõem a força de trabalho direta e indireta do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, vai implementar o Censo da Força de Trabalho em Saúde (CFTS).
O projeto-piloto do censo foi iniciado em julho de 2025, no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, e representa o passo inicial para unir dados sobre formação, funções e locais de atuação dos profissionais do sistema de saúde.
Nesta primeira etapa, a ideia é visitar 6.291 estabelecimentos de saúde no Distrito Federal e 6.297 estabelecimentos em Mato Grosso do Sul.
“A escolha das localidades se justifica pelas características específicas e complementares dos territórios. O DF apresenta uma alta concentração populacional em um território menor, com complexidade nas redes de saúde e diversidade de serviços. O Mato Grosso do Sul apresenta grande extensão territorial, baixa densidade populacional, desafios de acessibilidade e atenção às populações indígenas e rurais”, justifica o Ministério da Saúde.
Políticas públicas
Os dados obtidos – com informações atualizadas e qualificadas para o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) – subsidiarão políticas públicas de planejamento e de dimensionamento do trabalho desses profissionais. Será possível identificar tanto a quantidade como a qualidade de profissionais necessários para um bom atendimento às demandas da população.
Trata-se, segundo o ministério, de uma medida estratégica para garantir equidade, visibilidade e reconhecimento do papel fundamental dos profissionais da saúde para o funcionamento efetivo do sistema, “o que também contribui com a eliminação das desigualdades e o fortalecimento das políticas públicas inclusivas e mais justas no SUS”, informou o ministério.
O levantamento incluirá também os trabalhadores das áreas de limpeza, alimentação e segurança das unidades de saúde, bem como motoristas do SAMU, maqueiros, copeiros e as equipes administrativas.
Curso para recenseadores
Desde 2024, está disponível o Curso de Informação e Gestão do Trabalho na Saúde, que já qualificou 65 profissionais para a coleta de dados – 32 no DF; e 33 no Mato Grosso do Sul.
Segundo o ministério, a coleta dos dados será feita tanto de forma presencial quanto remota, “dependendo das particularidades locais e do tipo de estabelecimento”. (Com informações da Agência Brasil)
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REVISTA VEJA
Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde
Um grupo de opioides sintéticos extremamente potentes — conhecidos como nitazenos — tem ganhado espaço no mercado ilegal de drogas e chamado a atenção de pesquisadores e autoridades de saúde. Segundo um estudo publicado na Drug and Alcohol Review, sete variantes dessa substância foram identificadas em resíduos de seringas e outros materiais geralmente usados para consumo de drogas na Austrália. Os nitazenos são conhecidos por serem mil vezes mais potentes que a morfina, de 50 a 100 vezes mais potentes que o fentanil e cerca de duas vezes mais potentes que a heroína.
O levantamento, conduzido pela Universidade da Austrália do Sul em parceria com serviços estaduais de saúde, analisou 300 amostras de seringas, embalagens e filtros coletados em novembro e dezembro de 2024. Em 5% dos casos havia nitazenos, quase sempre misturados a outras drogas, como heroína, cocaína ou metanfetamina. Em dois casos, eles apareceram combinados à xilazina, um sedativo veterinário associado a overdoses graves e lesões graves de pele.
A preocupação é dupla: a potência alta dos nitazenos aumenta o risco de overdose mesmo em quantidades baixas, e muitos usuários sequer sabem que estão consumindo a substância. No estudo, mais de 80% das pessoas atendidas em emergências após intoxicação por nitazenos relataram não ter usado a droga de forma intencional. Ela costuma aparecer como adulterante, “batizando” outras substâncias ilícitas. Misturas assim podem ter diferentes objetivos, como potencializar o efeito da droga principal, reduzir custos de produção ou substituir substâncias mais caras ou difíceis de obter, como a heroína ou o fentanil.
Depressão respiratória e risco de morte
Entre as variantes de nitazenos detectadas estão metonitazeno, isotonitazeno e etonitazeno — todos opioides capazes de causar depressão respiratória, uma condição em que a respiração fica tão lenta e superficial que o corpo não recebe oxigênio suficiente, podendo levar à perda de consciência e até à morte em poucos minutos. O risco aumenta quando essas substâncias aparecem misturadas a estimulantes, como cocaína e metanfetamina, ou a sedativos, como a xilazina. Foi justamente a combinação com a xilazina que provocou episódios de overdose no País, resultando na morte de três pessoas no final de 2023.
Além disso, em alguns casos, comprimidos vendidos como oxicodona continham protonitazeno, e pós comercializados como metanfetamina ou GHB também estavam adulterados. A oxicodona é um opioide geralmente prescrito para dor intensa, e o GHB é usado para distúrbios do sono — mas ambos costumam ser consumidos ilegalmente como drogas recreativas.
“O maior risco é o efeito surpresa”, afirma Cobus Gerber, autor sênior do estudo. “Quando alguém consome, por exemplo, cocaína ou metanfetamina adulterada com nitazenos, não espera uma reação típica de opioide e pode não ter tempo de buscar ajuda.”
O fenômeno não se restringe à Austrália. Casos semelhantes vêm sendo relatados nos Estados Unidos e na Europa, onde os nitazenos, criados originalmente na década de 1950 para uso médico — mas nunca aprovados —, ressurgiram no mercado ilegal impulsionados por laboratórios clandestinos. A diferença é que agora eles chegam mais diversificados e potentes, exigindo atenção redobrada de serviços de saúde, autoridades e usuários.
No Reino Unido, por exemplo, a medida tomada foi a classificação do nitazeno como droga de classe A, e qualquer pessoa flagrada fabricando ou fornecendo a droga pode ser condenada à prisão perpétua.
Nitazeno já circula no Brasil
Em janeiro deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou um relatório sobre os riscos dos nitazenos. O estudo, elaborado em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), surgiu após o Brasil registrar um aumento no número de apreensões dessas substâncias. Para ter ideia, entre julho de 2022 e abril de 2023, 133 das 140 amostras de opioides apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo estavam misturadas a nitazenos. Até então, a droga também havia sido detectada em Minas Gerais e Santa Catarina.
O metonitazeno foi a versão de nitazeno mais encontrada e, em 98,5% das amostras, estava presente na forma de fragmentos de ervas, indicando consumo por meio de fumo. Esse formato é geralmente associado a cocaína e a drogas K (substância sintética criada com o objetivo de simular os efeitos da maconha), sugerindo que, por aqui, usuários também podem estar consumindo nitazeno de forma não intencional.
Ainda em janeiro, a Polícia Federal usou um formulário especial para notificar novas substâncias à Anvisa e pediu que o nitazeno fosse incluído na lista de drogas proibidas. O pedido foi aceito. Com isso, a substância passou a ser considerada droga de uso proibido, o que tem implicações legais, com seu porte, venda ou distribuição podendo ser enquadrados como crime no direito penal.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 14/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hapvida tem queda de quase 70% no lucro líquido ajustado do 2º tri, a R$ 149 milhões
https://www.infomoney.com.br/mercados/hapvida-hapv3-resultados-segundo-trimestre-2025/
Criminosos aplicam golpes em pacientes internados em UTI de hospital de Rio Verde
Delegado fala sobre indiciamento por morte de menino que colocou grão de milho no nariz
EUA revoga vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos
Governo Trump cancela visto de secretário do Ministério da Saúde por relação com programa 'Mais Médicos'
Como Dilma usou o Mais Médicos para financiar a ditadura cubana
"Saúde e soberania não se negociam", diz Padilha após sanção dos EUA
Médicas são indiciadas por morte de menino que colocou grão de milho no nariz
Especialistas alertam para danos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de telas
INFOMONEY
Hapvida tem queda de quase 70% no lucro líquido ajustado do 2º tri, a R$ 149 milhões
Já o Ebitda ajustado caiu 26,6% no trimestre, para R$ 703,3 milhões
A Hapvida (HAPV3) apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no segundo trimestre, declínio de 69,6% ante a mesma etapa do ano passado, com menor desempenho operacional.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa caiu 26,6% no trimestre, para R$ 703,3 milhões, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.
Excluindo um impacto não recorrente do ReSUS, o Ebitda caiu 1,6% ano a ano, para R$ 905,4 milhões, acrescentou a empresa.
Analistas, em média, esperavam um lucro de R$ 223,7 milhões e um Ebitda de R$ 837,7 milhões para a operadora de saúde no trimestre de abril a junho, segundo pesquisa da LSEG.
A receita líquida do período totalizou R$ 7,67 bilhões, um aumento de 7,3% ante o segundo trimestre de 2024, impulsionada principalmente pelo crescimento de 7,7% na linha de planos de saúde, resultado dos reajustes de preços realizados.
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A Hapvida também registrou uma adição líquida de 57,7 mil clientes em planos de saúde no período, movimento atribuído à retomada comercial após efeitos sazonais do primeiro trimestre.
Já a sinistralidade caixa atingiu 73,9% no segundo trimestre, alta de 0,4 ponto percentual versus um ano antes. Excluindo efeitos relacionados a procedimentos assistenciais provenientes de ações judiciais, o indicador marcaria 72,8%.
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TV ANHANGUERA
Criminosos aplicam golpes em pacientes internados em UTI de hospital de Rio Verde
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Delegado fala sobre indiciamento por morte de menino que colocou grão de milho no nariz
METRÓPOLES
EUA revoga vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos
Decisão foi anunciada pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, nesta quarta-feira (13/8)
Os Estados Unidos anunciaram uma nova revogação de vistos de funcionários públicos do governo do Brasil, agora ligados ao programa Mais Médicos. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (13/8) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chefe da diplomacia norte-americana.
Foram sancionados Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30. Os dois integravam o Ministério da Saúde quando o programa foi implementado no Brasil.
Além disso, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foram atingidos pela restrição, que os impede de entrar no país liderado por Donald Trump.
Mais cedo, o Departamento de Estado dos EUA já havia anunciado a revogação dos vistos de autoridades dos governos de Cuba e de países da África e da Granada. A retaliação é uma resposta direta a programas cubanos que enviam profissionais de saúde para atuarem em outros países, como o Mais Médicos no Brasil.
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Para Marco Rubio, o envio de médicos de Cuba para outras nações é um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”. Conforme antecipado pela coluna Igor Gadelha, a ofensiva é uma espécie de “acerto de contas” do chefe da diplomacia norte-americana, que é filho de imigrantes cubanos e crítico ao governo do país.
Em nota, o Departamento de Estado dos EUA acusou o governo brasileiro de driblar as sanções impostas contra Cuba, por meio de um suposto desvio do pagamento de profissionais de saúde cubanos.
“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa”, disse um trecho do comunicado da chancelaria norte-americana.
Em julho, o governo norte-americano já havia cancelado os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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PORTAL G1
Governo Trump cancela visto de secretário do Ministério da Saúde por relação com programa 'Mais Médicos'
Marco Rubio, do Departamento de Estado dos EUA, disse que o programa foi "um golpe diplomático inconcebível" e acusou autoridades de Cuba de explorar médicos e privar seus cidadãos de cuidados médicos essenciais. A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018.
O governo Trump anunciou a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro, nesta quarta-feira (13).
A decisão foi revelada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na rede social X. Sem citar nomes, ele afirmou que estava tomando medidas para revogar vistos de vários funcionários do governo brasileiro.
Também disse que o programa Mais Médicos, em que o governo federal brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi "um golpe diplomático inconcebível".
"O Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de 'médicos' estrangeiros", afirmou o secretário, citando a Organização PanAmericana da Saúde.
A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018 (veja mais abaixo).
Em um post anterior, Rubio contou que estava impondo restrições de visto a autoridades dos governos africanos, cubanos e granadinos - e seus familiares - devido a acusações de que eles privaram os cubanos de cuidados médicos essenciais.
De acordo com comunicado divulgado no site do departamento americano, os atingidos pelas restrições "foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado".
Ao falar do Mais Médicos, o governo Trump diz que Mozart Sales e Alberto Kleiman "usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos".
"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. (...) Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa", argumenta o documento.
Atualmente, Alberto Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Mozart Júlio Tabosa Sales é secretário de Atenção Especializada à Saúde.
A investigação do governo Trump sobre a Opas e seu papel no programa Mais Médicos começou já no primeiro mandato do republicano.
Em 2020, o então secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu que a Opas esclarecesse seu envolvimento no envio de médicos cubanos ao Brasil. Assim como Marco Rubio, Pompeo também acusou a organização de “facilitar o trabalho forçado” de médicos cubanos por meio do programa.
Além disso, Pompeo afirmou na ocasião que a administração Trump cobraria prestação de contas "de todas as organizações internacionais de saúde que dependem de recursos de contribuintes americanos".
O que era o Mais Médicos?
O programa Mais Médicos foi criado em 2013 pelo então governo Dilma Rousseff (PT) para levar profissionais de medicina às periferias das grandes cidades e a municípios do interior.
Na ocasião, porém, sofreu críticas por parte de parlamentares da oposição e de entidades médicas por prever a possibilidade de médicos estrangeiros poderem atuar.
Isso porque a maioria desses profissionais era de Cuba, fruto de uma parceria do governo brasileiro com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundical de Saúde (OMS).
No governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde trocou o nome do programa para "Médicos pelo Brasil". A participação dos profissionais de Cuba foi encerrada em 2018, após a eleição de Bolsonaro, por iniciativa de Havana.
Desde então, os cubanos só podem atuar caso passem pela prova de validação do diploma em território brasileiro.
Relançado em 2023, o Mais Médicos conta hoje em dia com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios. No edital mais recente, 3.173 médicos selecionados iniciaram suas atividades em 1.618 municípios e 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no início de julho de 2025.
O programa prioriza médicos brasileiros registrados no CRM, brasileiros formados no exterior e estrangeiros habilitados.
Moraes e outros ministros já haviam tido vistos revogados
Em julho, os Estados Unidos já haviam suspendido os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete ministros do tribunal.
Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, que cuida das relações dos Estados Unidos com os outros países, anunciou que revogou os vistos americanos para Moraes, "de seus aliados e de seus familiares imediatos".
De acordo com fontes do governo federal, além Moraes, tiveram seus vistos suspensos:
Luis Roberto Barroso, o presidente da Corte;
Edson Fachin, vice-presidente;
Dias Toffoli;
Cristiano Zanin;
Flavio Dino;
Cármen Lúcia; e
Gilmar Mendes.
Além dos ministros, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve a permissão para entrar nos Estados Unidos suspensa.
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu uma nota na qual manifesta "solidariedade e apoio" aos ministros do STF atingidos pela revogação de vistos dos Estados Unidos.
Segundo ele, essa é "mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos".
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GAZETA DO POVO
Como Dilma usou o Mais Médicos para financiar a ditadura cubana
A polêmica que sempre cercou o programa Mais Médicos, especialmente quanto à parceria com Cuba, ganha novos contornos e reforça a percepção de que a saúde dos brasileiros foi instrumentalizada para fins ideológicos e diplomáticos. Nesta quarta-feira (13), o governo dos Estados Unidos revogou os vistos de ex-funcionários do Ministério da Saúde da gestão Dilma Rousseff (2011-2016), em uma ação que reforça as denúncias de que o programa teria funcionado como um "golpe diplomático inconcebível" e um esquema de exploração de mão de obra cubana.
Entre os sancionados pelo Departamento de Estado americano estão Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, que atuaram na gestão do Mais Médicos durante o governo Dilma. A acusação é grave: ambos são considerados cúmplices de um "esquema de exportação de mão de obra forçada do regime cubano", por terem "conscientemente pago ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos".
Segundo o Departamento de Estado, a medida "envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que permitem o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano".
No mesmo dia, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório apontando falhas graves no programa, como a ausência de diagnóstico preciso sobre a real necessidade de médicos e a falta de metas e indicadores para medir a efetividade da iniciativa.
Lançado em outubro de 2013, o Mais Médicos foi apresentado como uma ação para suprir a escassez de profissionais de saúde em áreas carentes e remotas do Brasil. No entanto, documentos diplomáticos revelados recentemente mostram que a iniciativa partiu do próprio governo cubano, que via nas missões médicas uma fonte de renda para sustentar a ditadura. Os telegramas da embaixada brasileira em Cuba, antes sigilosos, confirmam que o Brasil aceitou todas as exigências impostas por Havana, incluindo a obrigatoriedade de retorno dos médicos à ilha mesmo que desejassem permanecer no Brasil.
Acordo internacional canalizou bilhões para o regime cubano
O principal ponto de discórdia inicial era o valor pago aos profissionais de saúde. O consenso era de que os médicos cubanos receberiam apenas entre 15% e 25% do montante, e o restante seria transferido diretamente aos cofres do regime. Para viabilizar esse modelo e contornar a necessidade de aprovação do Congresso Nacional, o governo Dilma articulou uma triangulação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que serviu como marco jurídico para a contratação.
Na prática, o programa ganhou uma "roupagem simpática" para encobrir um acordo celebrado nos bastidores com uma das mais duras ditaduras latino-americanas. O objetivo: financiar a opressão comandada pela família Castro em troca da mão de obra de médicos reféns do regime. Segundo relatório da Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), entre 2013 e 2017, o governo brasileiro gastou cerca de R$ 13 bilhões com o programa, dos quais mais da metade - cerca de R$ 7 bilhões - foram enviados ao exterior para o convênio com Cuba.
Em 2019, a médica cubana Tatiana Carballo relatou à BBC que desembarcou no Brasil em 2014 após um curso de 45 dias de português. Foi colocada em um avião pelo regime, sem informações detalhadas sobre seu destino. Em Limeira (SP), ela atendia de 25 a 30 pacientes por dia e recebia R$ 1,2 mil mensais, enquanto colegas de outras nacionalidades ganhavam R$ 11 mil.
Tatiana e outros três médicos cubanos desertaram do programa e moveram uma ação coletiva contra a Opas nos Estados Unidos, acusando a organização de participar de um suposto esquema de trabalho análogo à escravidão e tráfico humano. Eles alegam que a Opas lucrou aproximadamente US$ 75 milhões e que o governo cubano reteve cerca US$ 1,3 bilhão com o modelo.
Em 2021, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que Cuba lucra com missões médicas no exterior há mais de uma década, confiscando documentos e salários dos profissionais.
MP aprovada em 2013 dispensou revalidação de diploma e ampliou alcance do programa
Outra polêmica envolvendo o programa foi a dispensa da revalidação do diploma dos médicos cubanos. Pela Medida Provisória (MP) sancionada por Dilma, e aprovada no Senado, esses profissionais poderiam atuar por até três anos sem necessidade de revalidação no Brasil. Para continuar além desse período, teriam de integrar uma "carreira médica específica", cuja regulamentação dependeria de um projeto de lei futuro.
A normativa também transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade pelo registro dos médicos estrangeiros, retirando essa função dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Aos conselhos coube apenas a fiscalização da atuação dentro do programa, enquanto o exercício da Medicina fora do Mais Médicos permaneceu vedado a esses profissionais.
Outra alteração relevante incluída no texto foi a prioridade de contratação para médicos aposentados. Além disso, a MP trouxe mudanças estruturais na formação médica no país. Até o fim de 2018, os programas de residência médica deveriam garantir vagas anuais equivalentes ao número de formandos do ano anterior. E o internato - estágio obrigatório no final do curso - passou a destinar pelo menos 30% de sua carga horária à atenção básica e aos serviços de urgência e emergência do SUS.
Cuba encerrou programa após vitória de Bolsonaro
Após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, o regime cubano anunciou a saída do programa diante das exigências do presidente eleito: pagamento direto aos médicos, revalidação dos diplomas, testes de capacidade e permissão para vinda das famílias. Cerca de 8,5 mil médicos cubanos, que ocupavam quase metade das vagas do programa, deixaram abruptamente o Brasil. A retirada afetou especialmente regiões remotas, periferias urbanas e distritos indígenas, criando um vácuo assistencial imediato.
Como resposta, o governo Bolsonaro lançou em 1º de agosto de 2019 o programa Médicos pelo Brasil, com 18 mil vagas - 7 mil a mais que o modelo anterior. A nova proposta priorizava localidades com maiores déficits assistenciais, especialmente no Norte e Nordeste.
Entre as mudanças introduzidas estavam:
Contratação via CLT, substituindo os contratos temporários do modelo anterior;
Salário líquido de R$ 12 mil, com gratificações de R$ 3 mil para áreas rurais e R$ 6 mil para regiões ribeirinhas;
Progressão salarial baseada em desempenho e indicadores de qualidade, com bonificação entre 11% e 30%.
Retomado por Lula, Mais Médicos volta a ser questionado pelo TCU
Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que recriou o programa, agora denominado "Programa Mais Médicos para o Brasil". A proposta previa a priorização de profissionais formados no país e a redução da dependência de estrangeiros. O edital abriu 15 mil vagas imediatas, somadas a outras 13 mil já ocupadas.
Com contratos de quatro anos, prorrogáveis por igual período, o novo modelo estipulou salário inicial de R$ 12,8 mil, com incentivos de 10% a 20% para médicos em áreas remotas ou vulneráveis.
Apesar da reformulação, o programa voltou a ser alvo de críticas. Um relatório do TCU apontou falhas graves na reativação da política: ausência de diagnóstico claro sobre a demanda por médicos, falta de metas e indicadores de custo-efetividade, e uma gestão de riscos deficiente.
Segundo o ministro Jhonatan de Jesus, relator da auditoria, não houve comprovação da carência de profissionais em 2023, nem análise de alternativas viáveis antes da retomada do projeto.
"O exame revela governança satisfatória em coordenação e monitoramento, mas debilidades relevantes em diagnóstico, análise de alternativas, especificação de metas, indicadores de custo-efetividade e gestão de riscos. Tais fragilidades não configuram ilicitude, mas podem reduzir eficiência e transparência do gasto público", escreveu o ministro.
Em resposta, o Ministério da Saúde informou que trabalha em parceria com universidades federais para criar indicadores, simular impactos e desenvolver algoritmos que priorizem áreas mais vulneráveis. Segundo a pasta, o programa conta atualmente com 26,4 mil médicos atuando em 4,5 mil municípios e em todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas, mais que o dobro registrado em 2022.
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AGÊNCIA BRASIL
"Saúde e soberania não se negociam", diz Padilha após sanção dos EUA
Após o governo dos Estados Unidos revogar os vistos de integrantes do governo ligados ao Mais Médicos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu na noite desta quarta-feira (13) o programa.
Segundo o ministro, o Mais Médicos "sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja", assim como o Pix, sistema de pagamento brasileiro que também já foi alvo de críticas do governo de Donald Trump.
"O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman", disse em postagem nas redes sociais.
Mais cedo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares.
De acordo com comunicado, foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para COP30.
A justificativa do governo de Donald Trump foram que eles desempenharam um papel na implementação do programa enquanto trabalhavam no Ministério da Saúde do Brasil e que são cúmplices "com o trabalho forçado do governo cubano" por meio do programa.
Nas redes sociais, Padilha afirmou ainda que, nos últimos dois anos, o número de profissionais no programa dobrou.
"Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. Seguiremos firmes em nossas posições: saúde e soberania não se negociam. Sempre estaremos do lado do povo brasileiro", acrescentou.
Criado em 2013, o Programa Mais Médicos atende regiões remotas, de difícil acesso, vulneráveis e com escassez desses profissionais. Na época, foram contratados médicos cubanos por meio de cooperação com a Opas, até 2018. Em 2023, o governo federal retomou o programa, rebatizado de Mais Médicos para o Brasil, com prioridade para profissionais brasileiros e abertura de vagas para outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais.
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PORTAL G1/GOIÁS
Médicas são indiciadas por morte de menino que colocou grão de milho no nariz
Segundo o delegado do caso, Sérgio Henrique, as duas médicas foram indiciados por homicídio culposo por negligência. Caso aconteceu em Goiatuba.
Foram indiciadas por homicídio culposo por negligência as médicas Daniella Carvalho Ferreira e Isabella Helena Caixeta de Oliveira, que atenderam Ravi de Souza Figueiredo, de 2 anos. O menino morreu após um procedimento para retirar um grão de milho no nariz, em Goiatuba, região sul de Goiás.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Daniela Carvalho até a última atualização desta reportagem. Ao g1, a defesa de Isabella Helena disse que vai se manifestar no decorrer do processo e que respeita o curso legal da investigação.
Ravi morreu no dia 5 de abril de 2025, mas o caso foi divulgado pela família três meses depois, em julho.
Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado do caso, Sérgio Henrique, disse que o laudo da morte de Ravi apontou erro médico ocasionado pelo atendimento recebido em Goiatuba (assista acima). "Elas [as médicas] justificaram que o procedimento de inserção de ar comprimido nas narinas é comum, que pode ter 1% só de intercorrência," informou o delegado.
O delegado apontou que se a equipe médica tivesse feito um exame de raio-x, talvez teria evitado a morte de Ravi.
"Essa criança tinha que ter sido encaminhada direto para um raio-x porque no próprio exame conseguiria diagnosticar de imediato. A criança ficou lá por muito tempo, foi pra casa e voltou, só no outro dia de manhã que fizeram o raio-x e ele veio a óbito," disse o delegado.
Ao g1, o advogado da família, Vinícius Dias, disse que vai auxiliar o Ministério Público durante o processo criminal. Em nota, a defesa disse que "será firme, técnica e combativa, com o propósito de contribuir para que o julgamento reflita, de forma justa, a gravidade do ocorrido e a necessidade de prevenção de condutas semelhantes no futuro".
O MP informou ao g1 que recebeu o inquérito policial no final de julho e aguarda informações técnicas complementares requisitadas ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).
Tipificação
Ao g1, o delegado explicou que homicídio culposo acontece quando uma pessoa tira a vida de outra sem ter a intenção de matar, mas por descuido, imprudência, imperícia ou negligência. Sérgio ainda deu alguns exemplos para a reportagem:
Negligência – deixar de tomar cuidado que deveria. Exemplo: médico que não acompanha um paciente em estado grave e este morre.
Imprudência – agir de forma precipitada e perigosa. Exemplo: dirigir acima da velocidade em área escolar.
Imperícia – falta de habilidade técnica para realizar algo. Exemplo: operador de máquina sem treinamento que a usa de forma errada e causa a morte de alguém.
Entenda o caso
De acordo com a família, Ravi colocou um caroço de milho de pipoca em uma das narinas e, em seguida, mostrou para ele e para a companheira. Josenilson contou que ele e a mãe do menino tentaram retirar o grão antes de levar o filho ao hospital, mas não conseguiram. Segundo a família, os primeiros atendimentos foram realizados no Hospital Municipal de Goiatuba.
Josenilson contou que a equipe do hospital tentou retirar o caroço de milho de pipoca com uma pinça, mas não teve sucesso. Ele relatou que, em seguida, um profissional da equipe utilizou uma espécie de “cânula de borracha”, por onde saía ar, inserida na narina do menino duas vezes. No entanto, o caroço não saiu, e logo em seguida a criança vomitou.
O pai disse que notou que, logo após o procedimento, a barriga da criança ficou inchada. Segundo ele, a equipe médica afirmou que isso era normal. Em seguida, foi administrado um remédio para gases e a criança ficou em observação por algumas horas. Depois disso, recebeu alta.
Novamente no hospital, a equipe aplicou uma medicação e realizou exames na criança, segundo o pai. Depois disso, um pediatra informou que seria necessário transferi-lo para Goiânia. Ele foi levado para uma ambulância, mas, a caminho da capital, passou mal, teve dificuldade para respirar e morreu no Hospital Municipal de Hidrolândia, onde foi atendido às pressas.
"Vi a hora que a enfermeira baixou a cabeça (...) Ela falou: Infelizmente, seu filho veio a óbito. Aí eu já entrei em desespero", contou a mãe, Priscila Marta de Souza, à TV Anhanguera.
Investigação
O laudo da Polícia Científica apontou que a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda. À TV Anhanguera, o delegado Sérgio Henrique Alves disse que, de acordo com o médico legista, o procedimento realizado no hospital foi incorreto.
A defesa da família confirmou que, após os procedimentos para tentar retirar o grão de milho, a criança sofreu perfurações no pulmão e no estômago.
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JORNAL OPÇÃO
Especialistas alertam para danos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de telas
Embora o psicólogo não classifique as telas como causadoras diretas de vício, ressalta que seu uso excessivo pode atuar como um 'facilitador'
O uso excessivo de telas pode desencadear impactos severos na saúde mental e física dos indivíduos. Nesse sentido, vivemos em uma era digital em que o uso de telas se tornou parte inseparável da rotina. Seja por trabalho, lazer ou socialização, estamos constantemente conectados a celulares, computadores e televisores. Embora a tecnologia tenha ampliado nossas possibilidades, especialistas ouvidos, nesta quarta-feira, 13, pelo Jornal Opção alertam para os riscos do uso excessivo desses dispositivos, especialmente no que diz respeito à saúde mental, física e ao desenvolvimento cognitivo.
O psicólogo William Nascimento, pós-graduando em psicologia organizacional e do Trabalho, destaca que o uso de telas é natural e até necessário nos dias de hoje. No entanto, quando feito em excesso, pode se tornar prejudicial. Segundo ele, a busca por satisfação imediata, o desejo de estar sempre atualizado e o entretenimento constante são fatores que contribuem para esse comportamento compulsivo.
“Diversos estudos apontam correlação entre exposição prolongada a dispositivos eletrônicos e problemas como ansiedade, depressão e dificuldades de regulação emocional”, afirma William. Além disso, ele chama atenção para o afinamento do córtex cerebral, que é a área responsável pela memória, tomada de decisões e resolução de problemas, como uma das consequências mais preocupantes da superexposição digital.
Embora o especialista não classifique as telas como causadoras diretas de vício, William ressalta que seu uso excessivo pode atuar como um ‘facilitador’. Um exemplo é a síndrome de FOMO (Fear of Missing Out), que gera ansiedade por sentir que se está perdendo algo importante ou popular. “O mundo não para de mudar, e essa necessidade de acompanhar tudo pode gerar ansiedade, impulsividade e até gastos financeiros desnecessários”, explica. Tendências virais, redes sociais e jogos online alimentam esse ciclo de compulsão, levando o indivíduo a buscar constantemente pertencimento e validação.
William também destaca o impacto das redes sociais na autoestima. O Brasil, terceiro país que mais consome redes sociais no mundo, é palco de uma constante exposição a “vidas perfeitas” e padrões inalcançáveis. “As plataformas estimulam versões idealizadas do outro, levando à comparação desfavorável e à sensação de insuficiência”, alerta. A busca por curtidas, comentários e seguidores transforma métricas digitais em indicadores de valor pessoal, deslocando o eixo da autoestima de critérios internos, como habilidades e valores, para padrões externos e muitas vezes inatingíveis.
Crianças e adolescentes
O psicólogo Celmo José Caetano reforça que os efeitos negativos são especialmente graves em crianças e adolescentes. Entre os principais impactos, ele destaca o aumento da obesidade, problemas de sono, sedentarismo, sintomas depressivos e ansiosos, além de dificuldades de atenção e queda no desempenho escolar. Segundo ele, os efeitos variam conforme a idade, o tipo de tela e o conteúdo consumido, sendo fundamental estabelecer limites saudáveis e incentivar atividades físicas e sociais.
Efeitos neuroquímicos
A psicóloga e psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais, Amanda Vaz, aprofunda os efeitos neuroquímicos e fisiológicos do uso excessivo de telas. Ela explica que a claridade das telas ativa a produção de cortisol e adrenalina, hormônios ligados ao estresse, além de hiperestimular a dopamina, neurotransmissor do prazer. “Essa hiperestimulação pode prejudicar a capacidade de sentir bem-estar em atividades que exigem mais esforço”, diz Amanda. Ela também alerta para problemas oculares, como vista cansada e ressecamento, além de consequências graves como nomofobia (medo de ficar longe do celular), diminuição precoce do QI, baixa autoestima e perda de prazer em atividades cotidianas.
Caminhos para o equilíbrio
Apesar dos riscos, os especialistas são unânimes em afirmar que o uso consciente das telas é possível e necessário. Estabelecer limites, buscar atividades offline, valorizar interações reais e desenvolver critérios internos de autoestima são passos fundamentais para preservar a saúde mental e física. Em tempos de hiperconexão, talvez o maior desafio seja justamente desconectar, não por completo, mas o suficiente para reconectar com o que realmente importa.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 13/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Associação de hospitais de Goiás demonstra preocupação com troca de diretoria do Imas
CFM e ANS discutem ações para fortalecer a Medicina Segura e combater o exercício ilegal da profissão
Dono da Ultrafarma, fiscal da Fazenda e executivo da Fast Shop são presos na Operação Ícaro
Médicos sobre uso de IA no consultório: "Ajuda a focar no humano"
https://www.metropoles.com/saude/ia-na-saude-ajuda-focar-no-humano
Adoção de APS levou à redução de 26% na sinistralidade, aponta pesquisa do Grupo Sabin
https://medicinasa.com.br/aps-reducao-sinistralidade/
Câmara aprova regras contra a discriminação de pessoas idosas em planos
https://medicinasa.com.br/regras-discriminacao-planos/
Tributação de reservas técnicas de planos e a reforma tributária
https://medicinasa.com.br/tributacao-planos-reforma/
RÁDIO CBN GOIÂNIA
Associação de hospitais de Goiás demonstra preocupação com troca de diretoria do Imas
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PORTAL MÉDICO/CFM
CFM e ANS discutem ações para fortalecer a Medicina Segura e combater o exercício ilegal da profissão
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, e a 2ª vice-presidente da autarquia, Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, participaram de reunião na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conduzida pela presidente interina Carla de Figueiredo Soares. O encontro teve como foco o fortalecimento de ações conjuntas em defesa da Medicina Segura, o combate à invasão do ato médico por profissionais não habilitados e o acompanhamento da agenda regulatória da ANS.
Durante a reunião, Hiran Gallo alertou ainda para a abertura excessiva de escolas médicas sem garantia de qualidade na formação, o que pode resultar na atuação de profissionais inabilitados. “Por esse histórico, o exame de proficiência é necessário para assegurar que apenas médicos qualificados ingressem no mercado de trabalho”, enfatizou.
O médico Jorge Antônio Aquino Lopes, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, reforçou a importância da medida. Para ele, “é inaceitável não termos um exame de proficiência em medicina”, destacando que essa exigência é fundamental para garantir a segurança da população.
O CFM alertou ainda para os riscos que o atendimento por pessoas sem formação médica adequada representa para a saúde da população. Rosylane Rocha destacou que essa prática ilegal gera lesões, sequelas irreversíveis e até mortes, configurando um grave problema de saúde pública.
Além de comprometer a segurança do paciente, a situação provoca impactos diretos na rede de saúde suplementar.
“Isso traz um impacto também à ANS, às seguradoras de planos de saúde. E estamos aqui para reforçar a importância do pacto em defesa da Medicina Segura, respeitando as prerrogativas de cada órgão”, afirmou Rosylane Rocha.
Ao receber documento elaborado pelo CFM com propostas para enfrentar o problema, Carla de Figueiredo Soares afirmou que analisará o material junto às diretorias da Agência para identificar de que forma a ANS pode contribuir nesse processo.
Carla Soares encerrou o encontro destacando que a ANS manterá a aproximação com o CFM e a agenda propositiva para ampliar a cooperação entre as instituições.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Dono da Ultrafarma, fiscal da Fazenda e executivo da Fast Shop são presos na Operação Ícaro
O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (12), a Operação Ícaro, que resultou na prisão de empresários de destaque e de um auditor fiscal da Secretaria da Fazenda estadual, investigados por participação em um esquema bilionário de corrupção.
Entre os detidos está Sidney Oliveira, fundador e proprietário da rede de farmácias Ultrafarma, preso em sua chácara localizada em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo. Também foi preso Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da rede de eletrodomésticos Fast Shop, detido em seu apartamento na zona norte da capital paulista.
O terceiro preso é Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal e supervisor da Diretoria de Fiscalização da Secretaria da Fazenda, apontado como o articulador do esquema. Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), Artur manipulava processos administrativos tributários para favorecer empresas como Ultrafarma e Fast Shop na quitação de créditos fiscais.
Em contrapartida, recebia propinas milionárias por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. A apuração indica que o valor total pago em vantagens ilícitas pode chegar a R$ 1 bilhão desde 2021.
Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados. Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Até o momento, nem a Ultrafarma nem a Fast Shop se pronunciaram sobre o caso, que segue em segredo de justiça.
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METRÓPOLES
Médicos sobre uso de IA no consultório: "Ajuda a focar no humano"
Especialistas apontam que tecnologia de IAs deve apoiar a prática médica, liberar tempo, mas nunca substituir a relação entre humanos
O uso de inteligências artificiais na saúde já é tão frequente que, segundo os médicos, virou uma questão inescapável. Os profissionais de saúde defendem que a IA seja usada como aliada na medicina, otimizando processos, mas reforçam que o tempo conquistado deve ser usado justamente para aumentar a presença humana no atendimento.
"A tecnologia pode deixar o atendimento médico mais humano, como era no início da prática médica", afirmou o oftalmologista Daniel Araújo Ferraz, líder do setor de inteligência artificial da Rede D'Or, durante o Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D'Or 2025, que ocorreu no Rio de Janeiro entre 7 e 9 de agosto.
"Hoje se gasta boa parte de uma consulta em processos burocráticos para alimentar sistemas e preencher receitas, que as inteligências artificiais darão conta, mas o médico é sempre o tomador de decisão final e o foco dele deve ser justamente conhecer aquele paciente para adaptar o tratamento a ele", afirmou.
Durante a programação do congresso, todos os profissionais da saúde que discutiram o tema trataram de como o objetivo da inclusão destas ferramentas deve ser melhorar a prática clínica sem delegar as capacidades de decisão e de interação que são humanas a elas.
IAs para manter o foco no humano
Angelina Camiletti, gerente de cardiologia da Rede D'Or, afirma que a medicina entrou na era 5.0, em que o foco será a união da tecnologia com a personalização. A ideia é usar tecnologias digitais como as IAs e a telemedicina para adequar os cuidados às rotinas dos pacientes.
"As tecnologias devem ser empregadas pensando na qualidade de vida dos pacientes. Foi assim com as cirurgias robóticas, por exemplo, e agora o é com as possibilidades de conexão e participação na vida dos pacientes. As IAs devem ser atalhos para nos aproximar das pessoas, não interlocutores que nos afastem dos pacientes", recomendou.
No Brasil, doenças cardiovasculares matam uma pessoa a cada 90 segundos. Para Angelina, 70% desses casos poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida, o que reforça a importância de equipes multidisciplinares e acompanhamento contínuo que as ferramentas tecnológicas podem brindar.
A integração de dados de dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, com os prontuários dos pacientes; o acesso a consultas rápidas por telemedicina; e a inclusão de ferramentas para acelerar a avaliação de exames foram algumas das vantagens apontadas pelos entrevistados como exemplos destas pontes criadas pelas IAs.
Outro exemplo, pensando nos geradores de texto, é elaborar cenários com personagens para os pacientes perceberem como mudar hábitos de suas vidas pode alterar a saúde deles a longo prazo, como deixar de fumar ou tomar uma medicação com regularidade.
3 imagens Fechar modal. 1 de 3 Ronaldo Gismondi, coordenador da Cardiologia do Niterói D'Or e Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Divulgação/Rede D'Or 2 de 3 Daniel Ferraz, head do Setor de Inteligência Artificial da Rede D'Or Divulgação/Rede D'Or 3 de 3 Erito Marques, especialista em inteligência artificial e professor da UFRRJ e da pós-graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF Divulgação/Rede D'Or
Ferramenta exige uso crítico e responsável
Também um dos debatedores do congresso, o médico e matemático Erito Marques lembra que as ferramentas de IA não são isentas de problemas.
"Temos trabalhos que já mostram um declínio cognitivo entre pessoas que passaram a delegar integralmente seus trabalhos a geradores de textos. Temos que entender nosso papel: se as IAs avançam com cavalos, é preciso que sejamos jóqueis para trazer racionalidade e responsabilidade nestes usos. Somos os curadores do que as máquinas produzem", indica ele.
Para o cardiologista Ronaldo Altenburg Gismondi, médico do D'Or e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), a postura de jóquei exigida de médicos e também de pacientes ao lidar com as IAs deve ser assumida desde o primeiro comando, que sinaliza o que queremos que os geradores de textos executem.
"É preciso contextualizar no prompt o que queremos: apontar um objetivo, usar estruturas claras, focadas em verbos e ação, sendo o mais completos possíveis ao elaborar os comandos. A IA se baseia naquilo que ela encontra na internet, fazendo uma mescla destes dados. Um dos maiores perigos de usá-la, portanto, é acreditar que tudo que ela afirma está baseado na realidade", diz Gismondi.
Erito e Ronaldo também relembra que a manutenção dos servidores que permitem o funcionamento dos processadores destas máquinas gastam grandes quantidades de água e de energia. É preciso que mesmo usuários finais, como médicos e seus pacientes, tenham essas preocupações em conta e cobrem maior responsabilidade dos provedores. "Não agradeçam, gasta água demais aquele de nada", conclui Erito.
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MEDICINA S/A
Adoção de APS levou à redução de 26% na sinistralidade, aponta pesquisa do Grupo Sabin
Pesquisa realizada pelo Grupo Sabin e a Amparo Saúde, em parceria com plano de saúde e gestora de benefícios, indicou que o uso da Atenção Primária à Saúde (APS) levou à redução de 26% na sinistralidade per capita. Considerada como importante aliada das operadoras de saúde no país e das empresas, a APS é o primeiro nível de atenção e reúne um conjunto de ações, individuais e coletivas, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral.
A pesquisa realizada pelo Grupo Sabin compreendeu 2.053 colaboradores da matriz da companhia que realizaram três ou mais consultas com a equipe multiprofissional durante 2024, em Brasília/DF, em comparação com os colaboradores da instituição que não solicitaram consultas. O total de funcionários à época assistidos era de 3.481 pessoas. O estudo contou com dados da Amparo Saúde e da apólice do plano de saúde do Sabin.
Desde 2018, a Amparo Saúde atende colaboradores da matriz do Sabin em uma clínica in company. Segundo o levantamento, os que usaram o serviço de APS, no período compreendido, realizaram 1,6 consulta com especialistas, enquanto os que não a utilizaram, 2,3. Na procura pelo pronto socorro, o primeiro grupo registrou 1,2 visita enquanto o segundo, 1,8. Em internações, a comparação ficou em 10,7 entre os que recorreram à APS contra 15,6. Com isso, a sinistralidade per capita do plano de saúde caiu de R$ 465,28 para R$ 344,62 – ou seja, 26% menor.
A sinistralidade per capita é um indicador usado em contratos de planos de saúde, e companhias seguradoras. Representa a relação entre as despesas com a utilização dos serviços médicos e a receita que a operadora recebeu pelo contrato. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), a sinistralidade registrada em 2024 foi de 82,2%, após recorde de 88,3% em 2021, período da pandemia, quando internações e visitas ao PS eram inevitáveis.
“Com a atuação da Amparo Saúde, os colaboradores passaram a contar com uma equipe de saúde de referência, com acesso facilitado e resolutividade no atendimento. Isso gerou vínculo e confiança, fazendo com que mesmo em situações agudas ou intercorrências, o paciente recorresse ao ambulatório in company, evitando deslocamentos desnecessários e uso indevido do pronto-socorro. Esse cuidado estruturado contribuiu também para a redução de internações hospitalares, como indicado pelos dados do estudo”, explica o coordenador técnico da Amparo, o médico de família e comunidade Leonardo Demambre Abreu.
Segundo ele, a adoção à APS pelos funcionários, que representa uma mudança de cultura das pessoas que recorrem a serviços médicos no Brasil, foi estimulada pela equipe. “Foi um trabalho com apoio do time de Saúde Corporativa do Sabin, por meio de ações educativas, rodas de conversa, comunicações internas e atividades presenciais. Além disso, a experiência positiva dos próprios colaboradores usuários contribuiu para a disseminação da percepção de qualidade e acolhimento”, afirma Abreu.
O bom desempenho da Amparo, que possui uma rede com dez clínicas, no Distrito Federal, São Paulo e Bahia, além de oferecer atendimento por teleconsulta, levou o Grupo Sabin a adquirir a empresa em 2021, muito antes de os primeiros resultados econômicos aparecerem. Segundo a presidente executiva do Grupo Sabin, Lídia Abdalla, a aquisição da Amparo foi estratégica para consolidação do seu novo ecossistema de saúde.
“Nosso objetivo é seguir atuando, sempre com o olhar atento a oferecer cuidados em saúde que alinhem tecnologia, inovação e humanização, por meio de um portfólio de soluções que possam contribuir para uma jornada de saúde única – individualizada e assertiva, num grande ecossistema integrado e pronto para entender as necessidades, agregar valor e impactar positivamente na qualidade de vida das pessoas”, explica.
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Câmara aprova regras contra a discriminação de pessoas idosas em planos
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que institui regras para combater a discriminação contra pessoas idosas e pessoas com deficiência na contratação de planos de saúde.
A proposta altera a Lei dos Planos de Saúde, que hoje já estabelece que pessoas idosas ou com deficiência não podem ser impedidas de participar de planos de saúde. Adicionalmente, o projeto deixa claro que o descumprimento da medida pelas operadoras de planos estará sujeito às penalidades previstas na mesma legislação, que vão de advertência ao cancelamento da autorização de funcionamento.
O texto altera ainda a Lei da Agência Nacional de Saúde Suplementar para estabelecer que compete à ANS reforçar as ações de fiscalização para coibir práticas discriminatórias contra pessoas idosas e pessoas com deficiência na contratação de planos de saúde.
Nova versão
A versão aprovada foi o substitutivo elaborado pela relatora, deputada Dayany Bittencourt (União-CE), para o Projeto de Lei 262/25, do deputado Maurício Carvalho (União-RO).
Originalmente, o projeto combatia apenas a discriminação contra pessoas idosas. Dayany estendeu a proteção para pessoas com deficiência. “Seria incoerente e contraditório garantir proteção apenas à pessoa idosa, excluindo outro grupo vulnerável que igualmente enfrenta barreiras históricas no acesso à saúde”, argumentou a relatora.
Veja a proposta apresentada pela relatora
Dayany Bittencourt também retirou do texto a previsão de um regime específico de sanções para o descumprimento das regras propostas. Isso porque a legislação vigente já prevê punições.
Incentivos
O texto aprovado também prevê incentivos fiscais para as operadoras de planos de saúde que adotarem políticas ativas para ampliar a inclusão de consumidores em sua base de clientes:
dedução de até 5% do Imposto de Renda devido, proporcional ao número de novos beneficiários com mais de 60 anos de idade ou pessoas com deficiência incluídos no exercício fiscal;
redução de alíquotas de tributos federais incidentes sobre as receitas operacionais, desde que comprovada a implementação de medidas para facilitar o acesso de pessoas idosas e pessoas com deficiência a seus serviços.
Para usufruir dos benefícios fiscais, as operadoras deverão apresentar à Receita Federal um relatório anual detalhado das ações adotadas.
O substitutivo prevê ainda que a ANS, em parceria com órgãos de defesa do consumidor, promoverá campanhas de conscientização sobre os direitos das pessoas na contratação de planos de saúde, independentemente da idade ou condição de saúde.
Próximos passos
O projeto ainda será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)
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Tributação de reservas técnicas de planos e a reforma tributária
A reforma tributária sobre o consumo foi oficialmente aprovada pelo Congresso Nacional, por meio da Emenda Constitucional nº 132/2023, que alterou a Constituição Federal, para criar, de um lado, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – que substituirão ICMS, ISS, PIS/Cofins e, parcialmente, IPI – e, de outro, o Imposto Seletivo (IS), que incidirá apenas sobre bens e serviços nocivos à saúde humana e ao meio ambiente.
A lógica central desta reforma é simplificar o sistema brasileiro em vigor, por meio da uniformização dos critérios de tributação, transparência da carga tributária incidente sobre o consumo e da redução de regimes especiais e benefícios fiscais até então concedidos de forma descentralizada e desarmonizada pelos entes subnacionais.
Considerando as particularidades da sociedade brasileira, a Constituição Federal prevê uma lista limitada e uniforme de regimes diferenciados, favorecidos ou específicos que deverão ser aplicados em todo o território nacional, dentre eles o regime específico aplicável aos planos de assistência à saúde que prevê redução de 60% das alíquotas de IBS e CBS aplicáveis aos serviços prestados.
Esse regime foi instituído e regulamentado pela Lei Complementar nº 214/2025, que definiu a abrangência da redução dos novos tributos sobre os serviços prestados por seguradoras de saúde, administradoras de benefícios, cooperativas operadoras de planos de saúde e de seguro saúde e demais operadoras de planos de assistência à saúde.
O cerne da controvérsia, contudo, é a base de cálculo de IBS e CBS prevista pela Lei Complementar, segundo a qual IBS e CBS incidirão sobre a receita dos serviços compreendendo prêmios e contraprestações e as receitas financeiras dos ativos garantidores das reservas técnicas, efetivamente liquidadas, previstas algumas deduções.
Tais receitas decorrem do cumprimento de obrigação regulatória imposta às operadoras de planos de saúde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que determina que essas entidades provisionem recursos frente às reservas técnicas aplicáveis, com objetivo de financeiramente garantir a cobertura dos riscos e responsabilidades inerentes à assistência à saúde perante prestadores de serviços e beneficiários.
No sistema tributário atual, existe discussão judicial no Supremo Tribunal Federal sobre a legitimidade da incidência de PIS/Cofins sobre as receitas oriundas de aplicações financeiras das reservas técnicas de operadoras de planos de saúde. Na mencionada discussão, a União Federal alega que as receitas financeiras comporiam a receita bruta da empresa, ao passo que as operadoras de planos de saúde sustentam que as aplicações representam mero cumprimento de exigências regulatórias impostas pela ANS.
A regulamentação da reforma tributária promovida pela Lei Complementar nº 214/2025 parece pretender superar as discussões judiciais em trâmite, ao determinar de maneira expressa a incidência de IBS e CBS sobre essas receitas.
Todavia, a Lei Complementar nº 214/2025 pode ter aberto caminho para uma nova discussão sobre o tema, especialmente em razão de um potencial conflito entre normas extraíveis de seus dispositivos. Isso porque o art. 235, I, “b” da Lei Complementar nº 214/2025 determina a incidência de IBS e CBS sobre as receitas financeiras oriundas das reservas técnicas dos planos de saúde, quando efetivamente liquidadas, enquanto, por outro lado, o art. 6º, V, da mesma lei, prevê que os novos tributos não incidirão sobre rendimentos financeiros, exceto quando incluídos na base de cálculo no regime específico de serviços financeiros, o qual não abrangeria as operadoras de planos de saúde.
Uma vez constatado esse conflito entre os regimes específicos de planos de assistência à saúde e tratamento das receitas financeiras em geral, o tema pode vir a ser objeto de nova onda de judicializações do setor de saúde.
Parte das regras gerais sobre a reforma tributária ainda será objeto de regulamentação, por meio do Projeto de Lei Complementar nº 108/2025, atualmente em trâmite no Congresso Nacional. Embora as finalidades desse projeto sejam outras – como disciplinar as regras relativas à gestão do IBS e do contencioso tributário, além de regras de transição associadas ao tratamento de créditos de ICMS –, a sua tramitação pode ser uma oportunidade de resolver o conflito potencialmente criado pela redação atual dos dispositivos da Lei Complementar nº 214/2025 sobre a matéria.
Diante disso, medidas jurídicas têm sido discutidas sobre o tratamento tributário aplicável aos rendimentos financeiros incidentes, a fim de garantir maior segurança jurídica aos contribuintes afetados.
*Maira Materagia Imperatriz é sócia da prática de Life Sciences & Healthcare do Lefosse. Rafaela Canito e Anna Potye são, respectivamente, sócia e advogada da equipe de Tributação sobre Consumo da área tributária do Lefosse.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg avalia mudança na diretoria do Imas
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) manifesta preocupação diante da recente troca da diretoria do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), anunciada pelo prefeito Sandro Mabel.
O presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg, Haikal Helou, considera a medida pouco eficaz diante da gravidade do cenário atual que envolve o Imas, os prestadores de serviços de saúde, que estão há meses sem receber, e os usuários do Instituto, que têm suas contribuições mensais descontadas, mas sem a garantia de assistência.
Para Haikal Helou, a substituição da presidência não é suficiente para enfrentar a profunda crise de credibilidade que o órgão atravessa e que se agrava ano a ano.
"A crise do Imas não é apenas financeira, mas sobretudo de credibilidade. O instituto carece de ações mais efetivas por parte da prefeitura, que deve assumir a responsabilidade de promover um verdadeiro choque de gestão, com adequação atuarial e auditorias independentes que permitam o reequilíbrio de suas contas", afirma.
Nos últimos meses, a situação do Imas tem levado diversos prestadores de serviços de saúde a suspenderem o atendimento aos servidores municipais e seus dependentes, em razão da instabilidade institucional e da ausência de uma política clara de governança e pagamento.
O presidente da Ahpaceg, Renato Daher, ressalta que a Associação está de portas abertas para colaborar com o poder público na busca por soluções efetivas e sustentáveis para os problemas crônicos que afetam o Imas e, consequentemente, impactam diretamente o atendimento aos servidores municipais e a sustentabilidade dos contratos firmados com os prestadores.
Foto: Freepik
CLIPPING AHPACEG 12/08/25
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DESTAQUES
Unimed Federação Centro Brasileira avança em projetos estratégicos e reforça importância da adesão das federadas
https://www.foconacional.com.br/2025/08/unimed-federacao-centro-brasileira.html
Unimed Federação Centro Brasileira debate alterações na Constituição Unimed
https://www.issoegoias.com.br/2025/08/unimed-federacao-centro-brasileira_11.html
Cinco pacientes denunciam neurocirurgião por sequelas permanentes no Cremego
Vacina contra câncer de pâncreas e intestino mostra resultados promissores
Quem será o paciente de 2040?
https://www.saudebusiness.com/colunistas/quem-sera-o-paciente-de-2040/
O futuro da perícia e os limites da inteligência artificial
https://medicinasa.com.br/futuro-pericia-ia/
FOCO NACIONAL
Unimed Federação Centro Brasileira avança em projetos estratégicos e reforça importância da adesão das federadas
Na sexta-feira, 8 de agosto, o Conselho Federativo da Unimed Federação Centro Brasileira reuniu-se com a presença de diretores da Federação e das Unimeds federadas. Em pauta, o status atual de projetos desenvolvidos, novas ações e o fortalecimento de serviços prestados às Singulares.
Um dos destaques da pauta foi o Projeto AdviceHealth, que já demonstra resultados expressivos. Apenas com a negociação junto a um fornecedor de OPME, o projeto proporcionou às federadas participantes uma economia estimada de R$ 800 mil. A iniciativa busca ampliar o leque de fornecedores com melhor custo-benefício, garantindo qualidade e economia às cooperativas.
"Com mais de 40 empresas em negociação, a tendência é de expansão da economia para todas as federadas", enfatizou o diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional da Federação, Éder Cassio Rocha Ribeiro.
Sul Goiano
Outro ponto em pauta foi a reorganização operacional das Unimeds do Sul Goiano, apresentada pelo presidente da Federação, Danúbio Antonio de Oliveira. A medida prevê a integração de cinco cooperativas: Unimed Vale do Corumbá (Ipameri), Unimed Catalão, Unimed Caldas Novas, Unimed Morrinhos e Unimed Regional Sul Goiás (Itumbiara).
Vista como um caminho para o fortalecimento institucional das Singulares, a proposta recebeu apoio unânime do Conselho Federativo, com a aprovação do subsídio financeiro da Federação para o estudo técnico da reorganização.
Projetos
A Federação também apresentou novos projetos e o status de iniciativas em andamento, como o projeto voltado às terapias especiais para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que visa melhorar a qualidade da assistência com ações em gestão clínica, capacitação e articulação com parceiros estratégicos.
O diretor-superintendente Martúlio Nunes Gomes, destacou que espera já apresentar evoluções na próxima reunião do Conselho.
Outros temas relevantes em pauta foram o Projeto CSC Controladoria, que promove uma análise aprofundada da saúde financeira das cooperativas; o Pentest Federativo, um checkup preventivo para testar a segurança digital das federadas; e a adesão ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que visa desburocratizar a gestão de documentos, aperfeiçoando a segurança da informação nas Unimeds.
Também foram apresentados os pilares auditados pelo PNGPPD/25 (Programa Nacional de Governança em Proteção e Privacidade de Dados) da Unimed do Brasil.
Adesão
O presidente Danúbio Antonio de Oliveira destacou a relevância da adesão de todas as Unimeds aos projetos e serviços oferecidos. “Estamos fortalecendo o sistema de forma coletiva. A participação ativa de cada federada é essencial para evoluirmos juntos, com mais eficiência, sustentabilidade e qualidade na assistência à saúde.”
A reunião ainda celebrou conquistas importantes: a Unimed Goiânia e Unimed Cerrado foram premiadas no Prêmio de Comunicação 2025 da Unimed do Brasil, e a Unimed Palmas teve reconhecimento nacional com o prêmio de Profissional Protagonista em Experiência do Cliente.
Logo após o encontro, foi realiza uma Assembleia Geral Extraordinária para votar a criação do Fundo para Medicamentos de Alto Custo, que foi aprovado por unanimidade, reforçando o compromisso solidário entre as cooperativas.
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ISSO É GOIÁS
Unimed Federação Centro Brasileira debate alterações na Constituição Unimed
Diretorias da Federação e das Unimeds federadas se reuniram para alinhar pontos que serão levados à votação
A reforma da Constituição Unimed caminha para as últimas etapas. Por isso, a Unimed Federação Centro Brasileira convidou as diretorias das Unimeds federadas para uma reunião, no dia 8 de agosto, a fim de debater os pontos que serão votados em convenção no mês de outubro.
O presidente da Federação, Danúbio Antonio de Oliveira, lembrou que a discussão é importante para que as sugestões das operadoras sejam mais assertivas. “Há alguns anos, não alteramos a Constituição e sabemos que os fatores do mercado são dinâmicos. Surgem oportunidades e dificuldades que podem impactar o Sistema. Também sabemos que a Unimed, no aspecto judicial, é um grupo econômico só. Então, se uma Unimed tem um problema, isso acaba respingando em todas as outras”, alertou ele, que também integra a diretoria da Unimed do Brasil.
“Estamos falando de quase uma década da última atualização. Uma década, no mundo atual, engloba muitas mudanças”, acrescentou Daniel Faria, advogado e consultor jurídico da Federação. “Esse texto precisa de mudanças em razão das normas regulatórias e judiciais, além de questões que apareceram, mas não estavam na Constituição”.
Governança corporativa, inteligência artificial e atualizações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são exemplos do que precisa ser abordado. Além disso, outros pontos de destaque são a padronização das sociedades cooperativas que utilizam a marca Unimed, assim como o exercício simultâneo de cargos.
“Já temos a proposta final do texto, elaborado colaborativamente com todas as unidades do Sistema. Em seguida, vamos para a Convenção e para a Plenária Constituinte, com a votação de aprovação. Temos que mostrar como será nosso posicionamento regional”, definiu Daniel.
“Precisamos reformar uma grande parte dessa legislação porque estamos colhendo os frutos de um texto ultrapassado. Temos que votar em bloco o que nos interessa e a Federação deve ser empoderada (na votação), porque sabemos qual é a nossa realidade e estamos sempre discutindo sobre ela”, ressaltou Renato Azevedo, presidente da Unimed Araguaína.
“Agora é o momento fundamental para fazermos nossas colocações, porque temos promovido movimentos regionais para que, unidos, possamos ter força para mudar a Constituição”, resumiu Walter Cherubim Bueno, vice-presidente da Unimed Morrinhos.
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TV ANHANGUERA
Cinco pacientes denunciam neurocirurgião por sequelas permanentes no Cremego
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JORNAL OPÇÃO
Vacina contra câncer de pâncreas e intestino mostra resultados promissores
Imunizante, chamado ELI-002 2P, foi capaz de reduzir a recorrência da doença e prolongar a sobrevida de pacientes
Uma vacina experimental contra o câncer de pâncreas e colorretal apresentou resultados promissores em um estudo clínico de fase 1, publicado nesta segunda-feira, 11, na revista Nature Medicine.
O imunizante, chamado ELI-002 2P, foi capaz de reduzir a recorrência da doença e prolongar a sobrevida de pacientes que já haviam passado por cirurgia e quimioterapia, mas ainda apresentavam sinais residuais de tumor no sangue.
No ensaio, 25 pacientes — 20 com câncer de pâncreas e 5 com câncer colorretal — receberam a vacina após o tratamento convencional. Segundo os pesquisadores, 68% desenvolveram forte resposta imunológica contra a mutação KRAS, associada ao crescimento de tumores agressivos.
Aqueles com respostas mais robustas das células T viveram mais tempo e permaneceram livres da doença por períodos maiores. A ELI-002 2P é uma imunoterapia inovadora projetada para atingir diretamente os linfonodos, centros estratégicos de ativação do sistema imunológico.
Ela transporta peptídeos mutantes do gene KRAS até essas estruturas, treinando o corpo a reconhecer e destruir células cancerígenas com essa mutação.
Embora seja voltada para mutações específicas, a vacina surpreendeu ao gerar, em alguns pacientes, respostas contra outras variações do KRAS não incluídas em sua formulação, sugerindo um potencial efeito ampliado.
Resultados do estudo
Foram 20 pacientes com câncer de pâncreas e 5 com câncer colorretal. O tempo médio de acompanhamento é de 20 meses. No câncer de pâncreas, a sobrevida média total foi de 29 meses, enquanto o tempo livre de recorrência foi de mais de 15 meses.
Esses resultados superam os números históricos para pacientes submetidos apenas ao tratamento convencional. O câncer de pâncreas está entre os mais letais, com alta taxa de mortalidade e recorrência mesmo após cirurgia e quimioterapia.
A nova vacina pode representar um avanço importante no controle de longo prazo da doença. “Essa vacina pode ajudar a treinar o sistema imune a reconhecer mutações específicas do tumor e prevenir recaídas”, afirma o oncologista Zev Wainberg, da Universidade da Califórnia, líder do estudo.
Atualmente, a ELI-002 2P está em fase 2 de testes clínicos, com maior número de participantes e protocolos mais rigorosos para confirmar os benefícios observados.
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SAÚDE BUSINESS
Quem será o paciente de 2040?
Antecipando o devir clínico-assistencial.
Se você pudesse destilar 600 milhões de anos da evolução animal em uma única expressão, ela seria: “prever ou desaparecer”. Foi no período Ediacarano, quando o mar começou a encher-se de bocas famintas, que apareceram os primeiros neurônios, pequenas células com propriedades elétricas cuja única função é avisar ao músculo: “mexa-se”. A lógica era brutal: quem conseguia deslocar o próprio corpo antes de o predador abocanhar, ganhava mais um dia de vida. Sem movimento não havia escolha, e sem escolha não havia amanhã: por isso, lesmas microscópicas ganharam circuitos nervosos, enquanto placozoários ficaram para trás. As ascídias (seres marinhos em forma de saco) expõem essa regra com ironia darwiniana: na fase juvenil, nadam livres pelo oceano, ostentando um minúsculo cérebro. Quando encontram um rochedo, colam-se nele, dissolvem o encéfalo e vivem o resto da vida como um saco filtrador. Movimento eliminado, cérebro reciclado, caso encerrado.
Conclusão: “o sistema nervoso existe para colocar a matéria orgânica em movimento e, ao fazer isso, empurra o organismo para dentro do futuro”. Em palavras simples:o sistema nervoso existe para aqueles que se movimentam, e o cérebro existe para aqueles que precisam antecipar o futuro. No ecossistema de Saúde, isso é uma “súmula secular”: ou você se movimenta e acompanha o futuro, ou vira craca, crustáceo marinho que se aferra a um rochedo e definha até se decompor.
Mover-se é apenas metade da história. Cada passo altera o ambiente e cria riscos inéditos. Para não saltar rumo ao abismo, os mesmos circuitos neuronais (neurais) que comandam os músculos passaram a simular o cenário adiante, como quem aperta preview num editor de vídeo. Nasceu daí a verdadeira vocação do cérebro: “uma máquina virtuosa que ensaia o futuro antes que ele aconteça”. Trata-se de umafábrica interna e precisa com ingredientes poderosos: (1) Memória: registro do passado, porque o melhor palpite sobre o que virá é aquilo que já veio; (2) Mapa Simbólico: vocabulário neural que aponta coisas fora da cabeça, inclusive para fora do próprio corpo. Ou seja, o mapa que germina a consciência: tornar-se objeto do próprio modelo; e o (3) Algoritmo de Controle: compara a previsão e o fato em tempo real, corrigindo o erro antes que ele nos custe a sobrevivência. A cada segundo estamos pensando em qual será o segundo seguinte.
Como explica o neurobiólogo Rafael Yuste, professor na Universidade de Columbia (Nova York) e diretor do projeto BRAIN, em sua excelente obra “El cerebro, el teatro del mundo” (2024): “se isso soa familiar a você, não é coincidência. A natureza programou algo fantástico: visões, sons, dor e cheiro entram pela periferia, colidem com o que o cérebro esperava e, se não batem, disparam um sinal de ajuste. Feedback não é luxo; é a essência da vida animal”. Assim, quando tudo converge e a memória está afiada, o organismo realiza seu truque magistral: escolhe, entre os infinitos cenários simulados, aquele que maximiza a chance de procriar e “não virar carcaça”. Cada contração muscular é um voto num futuro desejado.
“É por isso que a proa do avião, a cabeça de um tubarão e o olhar do Homo sapiens apontam sempre para frente. O encéfalo não foi projetado para contemplar o presente; ele é um motor de antecipação e previsão, encarnado em plasma e osso. Pensamento, emoção, arte ou ciência são derivações elegantes desse princípio primitivo: prever para sobreviver”, explica Yuste. Assim, da faísca elétrica que percorre a água-viva ao cálculo de um matemático, corre a mesma corrente metafísica: vivemos suspensos entre o que já foi e o que ainda não é, movidos pelo imperativo biológico de fabricar futuros possíveis antes que o mundo nos imponha algum outro. A neurobiologia inteira cabe nesse teorema de uma linha: “o cérebro é o órgão que transformou o tempo em estratégia, existindo apenas para projetar o futuro e não sermos abatidos por ele”.
Nesse sentido, nada assusta mais do que a velocidade das transformações na Saúde, um setor que geralmente não tem tempo e muito menos estratégia. Por tudo isso, “aviso aos navegantes”: resta pouco menos de cinco voltas do calendário (nada além de cinco anos) para que hospitais, operadoras, varejo e manufatura de fármacos, bigtechs, healthtechs, academia médica e o Estado pivotem rumo ao “Paciente-2040”. Quem não redesenhar e planejar o ‘dna-assistencial’ desse “alien” em incubação será expelido da cadeia de saúde antes mesmo de ouvir o som das rachaduras em suas fundações.
O novo usuário dos sistemas de saúde está sendo parido nas bordas do tempo com enorme velocidade. Chegará híbrido e impaciente aos portais do atendimento, como um autóctone, um antroposoma digital (estado em que biologia, cognição e sociabilidade formam um ecossistema mediado por IA), hiperconectado, aferido por sensores em tempo real, aumentado por IAs que decifram e avaliam seus biomarcadores a cada segundo, tropeçando por entre legiões de desempregados “desautomatizados”, e, principalmente, assustado, mais velho, mais doente e mais solitário.
Em 2040 (um pouco mais cedo ou mais tarde), esse paciente exigirá consultas on-demand (24×7), contratos inteligentes em blockchain, cocriação de planos terapêuticos, transparência algorítmica para riscos e benefícios, interoperabilidade-agêntica, etc. Será um consumidor embalado por experiências cotidianas e habituais com as IAs. Ou os líderes das Cadeias de Saúde aprendem, agora, a destrinchar e conhecer como será esse paciente-singularizado, construindo novas fundações que suportem esse, como diria Nietzsche, Übermensch (“além-do-homem”), ou terão vaga demarcada no cemitério dos CNPJs. Esse é o desafio deste paper: arremessar o leitor para o devir, mostrando algumas evidências que já nos permitem estudar quem será o Paciente-2040, principalmente considerando as tecnologias que já despontam e moldarão o seu futuro. Não se trata de futurologia ou qualquer excursionismo oportunista dirigido por buzwords. É tão somente uma oficina projetiva, um exercício ensaístico de preparação para o que vem pela frente. Afinal, essa é a mais relevante tarefa de nosso córtex cerebral: antecipar os movimentos futuros.
Todos os sistemas de saúde (notadamente os públicos) se encontram hoje à beira de um abismo existencial. As mudanças demográficas e o envelhecimento populacional aumentam a demanda por serviços de saúde já sobrecarregados. A questão no NHS, por exemplo, resume-se em seu site: “reformar ou morrer”. “Podemos continuar no caminho atual, fazendo ajustes em um modelo cada vez mais insustentável, ou podemos tomar um novo rumo e reimaginar o NHS por meio de mudanças transformadoras que garantirão sua sustentabilidade para as gerações futuras. Precisamos representar uma ruptura com o passado”, completa o mais ambicioso sistema público de saúde do mundo. A diferença entre utopia e distopia é o tempo de preparação, e sem antecipação só conseguimos gerar entropia.
Com base nas projeções da ONU, a população mundial pode crescer para cerca de 8,5 bilhões (2030), 9,7 bilhões (2050) e pico de 10,4 bilhões (2080), com declínio por volta de 2100. São dados que escancaram uma fabulosa máquina de degradação sistêmica (entropia). Nem todos os pesquisadores concordam com esse pico populacional, mas a calamidade não precisa de grande numerologia: toda e qualquer previsão demográfica futura é notoriamente difícil para a Saúde (envelhecimento populacional, aumento de custos, crescimento de patologias crônicas, etc.). O declínio da fertilidade promulga o álibi perfeito e a expectativa de vida ésua moeda de troca. Todavia, para a maciça maioria dos terráqueos, viver muito em 2040 ainda será um desafio ciclópico.
Por outro lado, freando um cadinho o pessimismo, temos um elemento absolutamente transformador no bioma da saúde: a inteligência artificial. Vinod Khosla, o bilionário empresário indiano-americano, acostumado em décadas de investimento em inovações disruptivas, desabafou em recente entrevista no //medium.com/@reuvengorsht/the-end-of-work-as-we-know-it-vinod-khoslas-vision-of-2040-a00ffda738e3">Medium: “Nunca vi um ciclo como este. Entraremos em uma era de abundância tão grande que será muito difícil para as pessoas imaginarem. Até 2040, teremos um bilhão de robôs bípedes realizando mais trabalho do que todos os humanos juntos. Eles começarão na sua cozinha, cortando vegetais, cozinhando refeições, lavando pratos por US$ 300 a US$ 400 ao mês. Mas, o mesmo robô que limpa sua casa também será seu médico, seu professor, seu tudo”. Exageros à parte, está claro que o motor das IAs vai, definitivamente, transformar o sistema produtivo global, com efeitos ainda mais multiplicadores na biosfera clínico-assistencial.
Mas quem será esse ‘consumidor de serviços de saúde’ dos próximos anos, mais especificamente por volta de 2040? Que paciente os sistemas de saúde devem esperar para 2040? Quais tecnologias deverão estar ao seu alcance em 15 anos? Hoje, a maioria das pessoas não consegue compreender como a IA afetará suas vidas. A velocidade dos LLMs perturba nossa análise crítica, mas sem ela para perscrutar e garimpar o futuro não há lugar para nós nele.
As projeções sobre o avanço das IAs na Saúde até 2040 são múltiplas, por isso nos concentramos aqui em obter predições de especialistas, ou seja, pesquisadores, cientistas, médicos e lideranças setoriais. Aqui vão algumas delas:
Resultado de 10 pesquisas envolvendo mais de 5.288 pesquisadores e especialistas em IA, estimou que a maioria deles acredita que as AGIs (IA com nível de inteligência humana) têm 50% de probabilidade de estarem presentes entre 2040 e 2061, com algumas estimativas prevendo que a superinteligência artificial poderá surgir em poucas décadas.
Vários centros de pesquisa, por exemplo, já estão usando tecnologias em IA para desenvolver células virtuais, simulações baseadas nos principais blocos de construção de todas as formas de vida, sendo difícil prever o impacto que seus modelos podem ter no mundo da saúde (“Você pergunta ao modelo: Que perturbações preciso fazer para mover esta célula deste estado doente para este estado saudável?”). Até 2040, teremos ensaios avançados de geração de células virtuais na medicina corretiva.
Mo Gawdat, Dario Amodei (CEO da Anthropic) e outros executivos que estão por trás da explosão das IAs, explicam cada vez mais amiúde que teremos um período intermediário, transicional e agitado que começará por volta de 2027. Serão cerca de 15 anos marcados por demissões em massa e aumento da desigualdade. “Nesse período, a menos que você esteja entre os 0,1% mais ricos, você é um camponês. Não existe classe média. A consequência será o aumento da pobreza, do isolamento e dos problemas de saúde mental”, explicou Gawdat. Por outro lado, após essa fase inicial, emergirá uma grande oportunidade de transformação a partir de 2040, onde humanos ganharão maturidade na convivência com IAs e poderão se afastar do expediente rotineiro, se concentrando no crescimento laboral e espiritual, cultivando relacionamentos pessoais e privilegiando a convivência coletiva.
A mais recente pesquisa AI Monitor 2025, realizada pela Ipsos em 30 países, mostra que “66% dos brasileiros afirmam possuir uma boa compreensão sobre o que significa inteligência artificial, um número próximo à média global de 67%”. Desses, 57% concordam que o uso de IA em produtos e serviços gera entusiasmo e 58% acreditam que as IAs vão intensificar a transformação da sociedade nos próximos três a cinco anos (42% consideram provável que a IA possa substituir seus empregos atuais dentro desse período).
Da mesma forma, é preciso buscar compreender o perfil do ‘consumidor de serviços de saúde’ que chegará às portas dos sistemas públicos e suplementares em 2040. Seguem abaixo alguns indicadores:
O paciente de 2040 será definido pela confluência do aumento da longevidade e da alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Isso cria um arquétipo de paciente inteiramente novo: não simplesmente “idoso” ou “doente”, mas um indivíduo “cronicamente ativo”, com múltiplas condições de saúde. Se em 2010 havia 39 idosos para cada 100 jovens, estima-se que em 2040 essa proporção seja de 153 idosos para cada 100 jovens (o segmento 65+ representará mais de 15% da população até 2050). Em 2010, menos de 30% dos indivíduos tinham smartphones; a teleconsulta era uma heresia; idem com o registro eletrônico de saúde; e a computação em nuvem era pura heterodoxia. Mas todas essas tecnologias já eram evidentes em 2010. Dez anos depois (2020+), 700 mil brasileiros pereceram na Covid-19. Que preparação estamos fazendo hoje para o Paciente-2040?
As DCNTs já são a principal causa de mortalidade e morbidade, impondo um fardo ainda maior no futuro. A prevalência de condições como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios neurodegenerativos (Alzheimer, por exemplo) será o desafio clínico definidor em 2040. Essa perspectiva vai cunhar “pacientes com um senso permanentemente aguçado de vulnerabilidade”. Essa realidade se manifestará em um comportamento dual do paciente: por um lado, uma maior demanda por medidas preventivas, por outro, uma maior ansiedade relacionada à saúde e à desinformação (ou superinformação duvidosa); e na ponta final uma imensidão tecnológica a sua disposição.
Portanto, o Paciente-2040 combinará uma elevada ansiedade (estresse) com um ambiente digital saturado de informação (“infodemia”), onde as opções tecnológicas a seguir serão confusas e pouco adotadas pelos sistemas de saúde. Nesse sentido, o paciente buscará de 2025 até 2040, cada vez mais, caminhos para o letramento em saúde e para reduzir a sua ‘hiperdependência sistêmica’. O Paciente-2040 será um atormentado: tem consciência da sua fragilidade clínico-assistencial, gerada por insuficiências da Saúde Pública e Suplementar, e percebe seu corpo convivendo mal com a passagem do tempo. Um indivíduo com 40 anos em 2040 terá 70% de probabilidades de desenvolver problemas sociomentais de gravidade média. Sempre é bom lembra que estamos falando dos pacientes que estão na ‘mediana nacional do perfil socioeconômico’, onde o acesso à saúde será eminentemente público e precário.
O diagnóstico de uma ou mais condições crônicas (comorbidade, multimorbidade ou plurimorbidade) não será mais um evento sugerido (subjetivo), mas tecnologicamente evidente, com múltiplas terapias de acompanhamento. As IAs e a biogenética serão capazes de evidenciar com precisão e predição inúmeras condições crônicas mesmo antes delas apresentarem sintomas. Assim, a multimorbidade será assistida por um processo contínuo que envolve monitoramento, medicação, ajustes no estilo de vida e consultas virtuais com especialistas. Essa relação de longo prazo se assemelha mais a “uma assinatura de serviço de saúde do que a uma compra transacional”. Consequentemente, o modelo demandado pelo Paciente-2040 (para não dizer exigido) se deslocará do seguro-saúde mutualista para um formato baseado em assinaturas ou gestão de longo prazo (por exemplo, um plano de manejo vitalício para diabetes). O valor mais significativo não estará em simplesmente tratar, mas em gerenciar as condições crônicas de forma eficaz e em períodos mais longos, acordados entre as partes.
Por outro lado, o conceito de “capacidade funcional” se tornará uma métrica de saúde mais importante do que a “ausência de doença”, até porque não existirá mais essa expressão.Em 2040, estaremos dentro de uma transição de empregabilidade gerada pela automação-hiperinteligente, onde tudo relacionado ao trabalho será instável e muito mais competitivo do que em 2025. A meta principal desse paciente será minimizar o impacto de suas condições crônicas na vida laboral, preservando alguma autonomia para preparação de atividades profissionais sustentáveis (com ou sem “renda universal”). Nada disso ocorrerá sem desconforto e forte ansiedade.
O Paciente-2040 será, portanto, mais longevo, mais ansioso, mais crônico, menos otimista com o futuro, ainda que seu status digital, promovido pelas IAs, lhe enseje grande facilidade de ascender culturalmente. No fundo, essa possibilidade de flexibilizar múltiplas escolhas profissionais será também mais uma pressão a complicar sua ansiedade. Esse cenário de risco constante e ansiedade latente criará um novo mercado: “biossegurança psicológica“, uma disciplina médica com maior demanda por cuidados mentais do que em qualquer outra época de nossa civilização. Médicos, de qualquer especialidade, serão obrigatoriamente gestores de saúde mental, muito mais do que já são hoje. As instituições que se posicionarem como fontes autorizadas de “cuidados clínicos pluridisciplinares” terão um imenso espaço mercadológico e social. Em escala, os especialistas médicos serão cada vez mais “curadores de uma vida sustentável”, onde o mental, em muitos casos, terá prevalência sobre o clínico-patológico.
O Paciente-2040 será também um voraz usuário de plataformas digitais, sendo que na faixa dos 18+ será um nativo-digital. Sua interação com o mundo utilitarista que o rodeia será completamente diferente do que em 2025. É extremamente provável (85% de probabilidade) que veículos de mobilidade pública serão elétricos (ou outras formas enérgicas renováveis), sem custo ao usuário e com vias exclusivas para carros ‘sem motoristas’. Os veículos pessoais de uso próprio serão incentivados (ou obrigados) a não transitar nas grandes metrópoles. Nesse sentido, o Paciente-2040 se deslocará muito menos do que em 2025.
É muito provável (75% de probabilidade) que os seguros pessoais (saúde, vida, catástrofes naturais, etc.) ficarão mais baratos pelo fator da previsibilidade que as IAs vão aportar em todos os setores. Nessa mesma condição de probabilidade (75%), a automação utilitarista/robótica será plena, assumindo um papel orgânico em qualquer atividade produtiva. Em consequência, o Paciente-2040 será multitarefa em sua vida produtiva, com profissionais seniores (70+) crescendo em participação nas atividades observacionais e de suporte à decisão de máquina.
Da mesma forma, existe muita probabilidade (75%) de que o número de pessoas vivendo com doenças graves aumentará em 37% até 2040. Assim, a projeção para 2040 é que: 1 em cada 5 adultos (19%) viverá com uma doença grave, contra 1 em cada 6 em 2019 (fonte: The Health Foundation).
Em 2040, é bem provável (65% de probabilidade) que 20% a 50% dos empregos e tarefas já tenham sido automatizados, criando uma subclasse de pessoas desempregadas (4 em cada 10 especialistas, 39%, preveem menos empregos devido à IA nas próximas duas décadas, com uma parcela menor deles, 19%, acreditando que esta gerará mais empregos). Há também o fato de que, para muitas pessoas o trabalho é uma razão para viver, o que pode suscitar debates sobre o que significa ser humano e a necessidade de reformas econômicas para redistribuir o trabalho que permanece disponível. Assim, é bem provável que o Paciente-2040 tenha uma empregabilidade volátil, seja multiofício e tenha seu padrão de bem-estar social reduzido entre os anos de 2035 e 2045. Como o capitalismo já nos ensinou, isso significa aumento da desigualdade nos próximos 15 anos.
Com a mesma probabilidade (65%), o Paciente-2040 terá grandes facilidades digitais para se autocuidar (autodiagnosticar, automedicar, automonitorar, alfabetizar-se em saúde, etc.), dependendo menos da assistência médica sistêmica. As tecnologias de IoMT, por exemplo, estarão amplamente conectadas com plataformas de IA sendo difundidas e disponíveis para suporte à Saúde, como, por exemplo, “Agentes Pessoais de IA” para acompanhamento diário. 84% dos especialistas acreditam que a IA em 2040 afetará a assistência médica de forma positiva, mas reducionista. Nessa direção, a grande maioria das relações entre médicos e pacientes, principalmente no primeiro e segundo atendimento, será virtual, acompanhada por monitoramento remoto de sinais vitais. O presencial será exceção; e o remoto será a majoritária forma de aceder as cadeias de assistência médica.
Provavelmente (50% de probabilidade), a realidade virtual se tornará uma parte notória da vida do paciente e do médico (sim, o Metaverso cambaleou, mas as máquinas de cognição artificial tendem a reintroduzi-lo com muito mais força). Veremos ‘sistemas imersivos de realidade mista’, como óculos comutáveis, lentes de contato inteligentes, sensores corporais para gestão de crônicos e uma enorme quantidade de gadgets para sustentabilidade e acompanhamento sanitário. Dentro dessa probabilidade, o Paciente-2040 estará conectado com clínicas virtuais em qualquer parte do mundo, em qualquer língua e em formato telemédico síncrono, sendo que seu atendente será um robô clínico-assistencial. Nessa direção, provavelmente (50%) até 2040, as máquinas já terão igualado (ou superado) a capacidade de raciocínio humano (fonte: //medium.com/@chima_ai/the-path-to-human-level-ai-by-2040-rich-suttons-vision-and-the-enterprise-imperative-2cb407543ea8">Dr. Rich Sutton, vencedor do Prêmio Turing em 2024).
Da mesma forma, provavelmente (50%) o nível de “especialização médica” será cada vez mais concentrado, com ‘Agentes de IA Especializados’ promovendo a interação direta com cada profissional clínico. Por volta de 2040, a formação médica no Ocidente será reduzida para menos de quatro anos, com 70% dos cursos realizados em ambiente de pesquisa clínico-científica, com apoio de IA e utilizando dados sintéticos. A Residência Médica será obrigatória, contínua e periódica (a cada 5 ou 8 anos, médicos voltam para alguma carga de residência clínico-assistencial hospitalar).
Com a mesma probabilidade (50%), a ‘enfermagem propelida por agentes IA’ será uma das funções mais valorizadas das Cadeias de Saúde. Em 2040, o centro de cuidado individual, pessoal e residencial não será feito por máquinas (robôs, humanoides, etc.) como se imagina, mas por indivíduos apoiados por cognição artificial (agêntica). Nos próximos 15 anos o domicílio se transforma em primeira linha de cuidado. Até 2040, não haverá robô-multitarefa capaz de substituir o tato clínico, o julgamento situacional e a mediação humana nas zonas cinzentas do cotidiano, principalmente do paciente crônico. Por isso, os chamados “cognware-caregivers” (CoC), profissionais que orquestram e cuidam de “pacientes-domiciliados” utilizando forte suporte de IA agêntica, tornam-se o eixo do modelo assistencial domiciliar. Fontes pagadoras e sistemas públicos passarão a remunerar essa “última milha humana” como serviço crítico, com pacotes por episódio e bônus por desfecho. O CoC também será apoio ao letramento em saúde. O cuidado pessoal domiciliar em 2040 será tecnologicamente aumentado, mas ainda irredutivelmente humano.
Provavelmente (50% de probabilidade) boa parte dos Pacientes-2040 estará também condicionada aos modelos de assistência básica em Health Kioskes (cabines, quiosques ou healthstations-abertas), já comum em vários centros urbanos. As “estações de autoatendimento” para checagem de sinais vitais, teleconsulta, testes/exames convencionais e triagem baseada em sintomas terão uso crescente, embora boa parte dessa “telemetria clínica” já esteja disponível em 2040 por meio dos smartphones (ou gadgets residenciais).
Com baixa probabilidade (30%), implantes cerebrais ou corporais serão comuns e evolutivos. A impressão 3D será responsável pela geração de mais de 50% dos ativos ortopédicos. Em 2040, com a mesma probabilidade, o varejo farmacêutico (brick-and-mortar) desaparece ou torna-se um centro de intervenção em triagem. A “inclusão tecnológica”, principalmente medicamentosa, terá dois rumos, com 30% de probabilidade para qualquer um deles: (1) será coparticipativa e cofinanciada entre as partes envolvidas, sendo entidades externas aos Sistemas de Saúde (como fintechs e bancos) a sua maior fonte de crédito; (2) por volta de 2040, as bases constituintes que sustentam a “cobertura universal do Estado”, serão reformadas, tendo como base uma redivisão de responsabilidades, incluindo a participação do paciente. Esse “novo mutualismo” será crível e consensuado em 2040, mas vigente só na segunda metade do século.
É difícil prever com qual quadro de doenças o Paciente-2040 chegará aos Sistemas de Saúde. Mas talvez seja possível indicar a probabilidade de algumas patologias já não fazerem mais parte do “cardápio de enfermidades notórias” em 15 anos. Nessa direção, podemos perguntar: em 2040, quais as perspectivas terapêuticas de “cura”, redução de mortalidade/morbidade, ou mesmo recondicionamento clínico ($) das opções atuais de tratamento de algumas patologias? (o protocolo de “cura” aqui envolve sentido de cura funcional (“Sem sintomas ou eventos clínicos relevantes ligados à doença durante pelo menos cinco anos após o ‘fim’ do tratamento”). Algumas probabilidades:
1. Anemia falciforme
O que contar como cura? Paciente ficar com mais de 5 anos sem crises vaso-oclusivas nem transfusões.
Terapia-chave (status 2025): edição gênica CRISPR exa-cel Casgevy® (primeira aprovação FDA para SCD em dez-2023) (U.S. Food and Drug Administration).
Evidência clínica: estudo do New England Journal of Medicine mostra que 97% dos pacientes tratados estavam livres de crises por pelo menos 12 meses (New England Journal of Medicine).
Principais gargalos: preço, necessidade de centros de transplante, expansão para países de baixa renda.
Projeção 2040: pelo menos 90% de probabilidade de “cura funcional” em países de alta renda; e 60–70% no cenário global.
2. β-talassemia transfusional
Cura funcional: independência permanente de transfusão.
Terapia: mesma plataforma exa-cel, aprovado pela FDA (2024) (U.S. Food and Drug Administration)
Evidência Clínica: coortes iniciais mostram suspensão de transfusões em cerca de 80% dos participantes.
Gargalo extra: reduzir o regime de condicionamento mieloablativo.
Projeção 2040: perto de 80% de probabilidade em pacientes (países) de alta renda; e 55–65% no âmbito global.
3. Hepatite B crônica
Cura funcional: HBsAg indetectável por pelo menos 12 meses após fim do tratamento.
Terapia em destaque: combinação de anticorpo tobevibart + RNAi elebsiran (estágio fase III – estudo MARCH) (Vir Biotechnology e parceiros).
Resultados parciais (2025): soroconversão sustentada perto de 30% nos participantes, 24 semanas pós-tratamento.
Gargalos: resposta imune durável e variabilidade genotípica.
Projeção 2040: probabilidade de 60% de cura funcional; cura “esterilizante” menor que 10 %.
4. HIV-1
Meta: carga viral indetectável sem TARV por mais de 2 anos, reservatório latente negativo.
Terapias em teste: (1) EBT-101 (CRISPR in vivo, fase I, fast-track FDA); (2) Estratégias “kick-and-kill” com mRNA-LNP + anticorpos neutralizantes de longa ação.
Evidência 2024–25: primeiros resultados em nível de segurança, ainda sem prevenção de rebote viral em humanos (aidsmap.com).
Gargalos: erradicar reservatórios e custo de terapias celulares.
Projeção 2040: perto de 40% probabilidade de cura funcional para subgrupos (ex.: diagnóstico recente); e menos de 15% de cura esterilizante.
5. Diabetes tipo 1
Meta: permanecer sem necessidade de insulina por mais de cinco anos e manter HbA1c abaixo de 7%.
Frente mais avançada: ilhotas derivadas de células-tronco (VX-880). Estudo fase I/II mostra restauração sustentada de C-peptídeo (VRT NewsCGTlive™).
Gargalo: imunossupressão crônica ou cápsulas imunes ainda não ideais; braço encapsulado (VX-264) foi encerrado.
Projeção 2040: probabilidade de 50% de independência prolongada se os avanços em proteção imune se concretizarem.
6. Alzheimer (estágio inicial)
Meta: deter o declínio cognitivo por menos de 5 anos (efeito modificador, não “cura” esterilizante).
Achado mais recente: doses baixas de lítio orotato reverteram placas e recuperaram memória em modelo murino; artigo Nature 2025 (cobertura NatureThe Washington Post).
Gargalos: traduzir para humanos, detectar precocemente, segurança crônica.
Projeção 2040: probabilidade de 10–20% no efeito modificador sustentado em pacientes com diagnóstico precoce.
Quadro vacinal:
1. Malária (R21/RTS,S)
Visão 2040: cobrir mais de 80% das zonas endêmicas africanas, reduzindo hospitalizações infantis em até 60%.
Onde estamos: R21 recomendado pela OMS (2023) e pré-qualificado; Gavi já estruturou rollout que começa em 2025–2027 (Organização Mundial da Saúde).
Gargalos: ampliar fabricação e garantir cadeia de frio em áreas rurais.
Probabilidade de disponibilidade global em 2040: maior de 90%.
2. Tuberculose (M72/AS01E)
Objetivo: prevenir TB pulmonar em adultos IGRA-positivos.
Status 2025: ensaio de Fase 3 completou o recrutamento de 20.000 participantes em 54 centros (África do Sul, Quênia, Maláui, Zâmbia e Indonésia) 11 meses antes do previsto; doses iniciadas em mar/2024 (Health Policy Watch).
Gargalos: comprovar eficácia maior que 50% em IGRA-positivos e duração da proteção; desempenho em coinfecção por HIV; capacidade fabril/custo e cadeia de suprimentos; financiamento em países de baixa/média renda.
Probabilidade de licenciamento até 2040: perto de 80% (observação: em mar/2025, estudo já indicava 90% do recrutamento, adiantando em um ano o trial, confirmando o ritmo de testagem).
3. Citomegalovírus congênito (mRNA-1647)
Meta: evitar infecção primária em gestantes soronegativas (maior causa viral de surdez infantil).
Status 2025: fase III em andamento; DSMB relata segurança e mantém estudo; dados finais previstos para fim de 2025 (CDC; PubMed).
Gargalos: demonstrar eficácia clínica (não só imunogenicidade) e viabilizar custo de plataforma mRNA para programas públicos.
Probabilidade de uso em Gestantes: nos países ou indivíduos de alta renda, probabilidade de 70% até 2040 (expansão global rápida dependerá do preço e das condições de inclusão tecnológica de cada país).
4. HIV (vacina germline-targeting com nanopartículas codificadas por mRNA — IAVI G002/G003)
Objetivo: induzir anticorpos amplamente neutralizantes (bnAbs) via ativação de precursores (classe VRC01) antes da exposição.
Status 2025: ensaios de Fase 1 (G002/G003) concluídos; segurança aceitável; prova de conceito de ativação de precursores de bnAbs; sem dados de eficácia clínica (IAVIScience).
Gargalos: demonstrar amplitude/potência com boosts; definir correlato de proteção; avançar a Fase 2b/3; viabilizar custo e fabricação.
Probabilidade de primeira aprovação regulatória (profilaxia) até 2040: perto de 40%.
5. Gripe universal (“Generation Gold Standard”)
Meta: vacina “variante-proof” que proteja por mais de 3 anos contra múltiplos subtipos (H1, H3, H5, coronavírus zoonóticos).
Status 2025: programa Generation Gold Standard anunciado (mai/2025); HHS/NIH realocam cerca de US$ 500–550 milhões para uma plataforma universal com vírus íntegros inativados; candidatos em fase inicial de planejamento; ensaios previstos a partir de 2026 (HHS/NIH; Science).
Gargalos: provar proteção em amplo espectro em humanos, manter atualização antigênica e capacidade fabril.
Probabilidade de licenciamento EUA/UE e comercialização global até 2040: perto de 60%.
Todos os avanços e probabilidades explicitados acima dependem, obviamente, de fatores conjunturais, científicos, virogenéticos/mutacionais e continuidade de investimentos, sem considerar os possíveis avanços novos e disruptivos nas cadeias farmacológicas. Trata-se, portanto, de uma fotografia probabilística aproximada de algumas ações diagnósticas e terapêuticas com alto poder de transformar a sustentabilidade clínica do paciente em 2040 (as condições relatadas aqui foram extraídas de centros de pesquisa e de suas projeções para 2040). Da mesma forma, as probabilidades não consideram efeitos exógenos às cadeias de saúde (pandemias, epidemias, eventos de natureza geopolítica, etc.).
Mas quais “tecnologias digitais-estruturantes” já estão em testagem (benchmark) e devem propelir o cuidado do Paciente-2040? A lista abaixo é uma breve amostra, baseada em vários relatórios de centros de pesquisa e inspirada no “Hype Cycles 2024-25” da Gartner, que as caracteriza como: “em rápida ascensão, devendo atingir maturidade (‘Plateau of Productivity’) entre 2032 e 2040, tornando-se plenamente operacional ao longo dos anos 2030 e início de 2040”. (Observação: a tradução das tecnologias entre parênteses é livre).
Digital Patient Twin (Gêmeo Digital do Paciente): réplicas virtuais 4D que antecipam riscos e testam terapias antes da intervenção clínica; Gartner projeta maturidade plena até meados da década de 2030 (ScienceDirect).
Agentic/Autonomous Clinical GenAI (IA Generativa Clínica Autônoma): modelos multimodais que redigem resumos de prontuário, sugerem condutas e executam fluxos de trabalho em tempo real e suportam a decisão clínica; listada pela Gartner como “Agentic AI” em 2025 (Gartner).
Personalized Neoantigen mRNA Vaccines (Vacinas mRNA de Neoantígeno Personalizadas): imunizações sob medida contra câncer e vírus, com vários candidatos já em fase III (PMC).
In-vivo Base & Prime Editing (Edição Genética Base & Prime in vivo): correção pontual de mutações (ex.: anemia falciforme) sem cortes de DNA; estudos de 2024 mostram alta eficiência funcional (Revvity).
Skin-Integrated Wearable Sensors (Sensores Epidérmicos Integrados): adesivos inteligentes que monitoram ECG, temperatura e pressão arterial 24/7; plataforma ANNE One já possui clearance FDA (FDA Access Data).
Non-Invasive BCI Wearables (Interfaces Cérebro-Computador Não-Invasivas Vestíveis): pulseiras sEMG, como o protótipo Orion/Meta, que decodificam digitação “no ar” a 20 palavras/minuto (Android Central).
Magnetic Drug-Delivery Nanorobots (Nanorrobôs Magnéticos de Liberação Direcionada): microrrobôs que levam quimioterapia direto ao tumor; MIT demonstrou fabricação em escala em 2025 (MIT News).
Vascularized 3D-Bioprinted Organs (Órgãos Bio-impressos 3D Vascularizados): fígado e rim impressos com redes capilares funcionais, restaurando função em modelos animais (Science Direct).
Metaverse XR-Clinic Platforms (Plataformas de Clínica XR no Metaverso): teleconsultas imersivas e reabilitação gamificada que reduzem dor crônica, segundo as revisões de 2024-25 (Scientific Archives).
Quantum-Enabled Drug Discovery (Descoberta de Desenvolvimento de Fármacos com Computação Quântica): algoritmos quânticos para gerar moléculas em horas, acelerando P&D (profbanafa.com).
AI Virtual Cell – AIVC (Célula Virtual IA): modelos computacionais multiescala que reproduzem a estrutura, a dinâmica e as respostas de células reais, alimentados por dados ômicos, imagem 3D e simulação fechada em loop. Pilotos Stanford/CZI já preveem efeitos de fármacos e redes de sinalização. Expectativa de entrar em ensaios antes de 2035 (PMC ou Nature).
Bottom-up Synthetic Cell (Célula Sintética de Baixa Complexidade): vesículas lipídicas com genoma projetado ou circuitos proteicos reconstituídos que executam funções-chave (produção de fármacos, relógio circadiano, locomoção). Relatórios FTI destacam “minimum viable lifeforms” como passo vital para terapias vivas e programáveis em 2030 (Naturefuturetodayinstitute.com).
Computational Pathology Genomic Surrogates (Biomarcadores genômicos via Patologia Computacional): modelos que inferem mutações (ex: EGFR) a partir de lâminas H&E (hematoxilina-eosina) digitalizadas de biópsias de adenocarcinoma de pulmão, priorizando NGS (next-generation sequencing) e acelerando a oferta de terapia-alvo (Nature).
AI-Assisted Fetal Ultrasound for Anomaly Detection (Ultrassom fetal assistido por IA para Detecção de Anomalias): uma IA guia o operador em tempo real identificando um plano-padrão, checa a qualidade das imagens em função das características óticas do operadore reduzo tempo do exame em mais de 40% sem perda de desempenho diagnóstico (NEJM AI).
Emergency Department AI Triage (Triagem de Pronto-socorro com IA): controla triagem, lê sinais vitais, identifica a queixa principal, ordena os dados no prontuário, gera um score de risco em tempo real, sugere prioridades, aciona protocolos, comunica dados à cadeia de decisão, hierarquiza ações e proteções, etc (NEJM AI).
Do outro lado, nada disso (ações diagnósticas/terapêuticas e tecnologias) reduzirá a iniquidade de acesso à saúde sem uma cesta de “blocos estruturais” que permita a sustentabilidade tecnológica das cadeias de saúde. Alguns exemplos:
FHIR-native Agentic Interoperability (padronização e regulação de como agentes de IA devem se integrar);
Nation-scale Health Exchange (TEFCA/EHDS), também chamado de Intercâmbio nacional/continental de Dados (cria regras e serviços para troca segura e padronizada de informações clínicas);
Verifiable Credentials & Digital ID Wallets (credenciais digitais verificáveis em padrão W3C e IDAS);
5G/6G Network Slicing & Edge Health (redes de “computação de borda” em Saúde);
End-to-end Drug Traceability – DSCSA (rastreabilidade mundial de medicamentos, ponta a ponta) e, principalmente,
Permissioned Blockchain + Verifiable Credentials & ZK (que utiliza ledgers permissionados para inviolabilidade de ativos, serviços e contratos digitais); dentre outros blocos.
Essa “arquitetura de blocos estruturantes” objetiva padronizar a identidade, confiança, transporte e volume de dados, garantindo desempenho e continuidade. São proteções aos protocolos mundiais de compliance e redução de risco sistêmico. Eles existem exatamente para sedimentar o “solo onde as IAs diagnósticas/terapêuticas vão pisar e escalar”. Não são periféricos sofisticados, mas são o sistema nervoso das inovações em Saúde. Sem esses blocos, nada do que foi descrito acima como características clínicas evolutivas do paciente terá o menor significado. Aliás, a construção desses blocos fundacionais é muito mais uma questão política do que tecnológica.
No quadro atual, o Paciente-2040 tende a ganhar calendário, mas a grande maioria encontrará uma colossal insuficiência assistencial. Isso independe de pesquisas, tecnologias, descobertas ou do potencial transformador das IAs; depende, sobretudo, da visão política e econômica dos gestores, ou da sua inabilidade, covardia e inapetência para pensar e planejar o futuro em conjunto. Chegamos ao ponto em que o cuidado não pode mais reagir ao que acontece: precisa metabolizar o que ainda não aconteceu, mas vai acontecer. É preciso ensaiar o porvir com a mesma severidade e dedicação com que atendemos um quadro crítico na Emergência. É necessário aplicar a razão em 2040, não só em 2025. Miguel de Unamuno (1864–1936), em sua obra “Vida de Don Quijote y Sancho” (1905), deixou o melhor rastro para perseguirmos: “Dom Quixote não morreu louco, mas morreu por ter recuperado a razão. O que era insuportável não era a sua loucura, mas acordar em uma realidade sã demais para se viver”.
Guilherme S. Hummel - Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)
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MEDICINA S/A
O futuro da perícia e os limites da inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) passou, em poucos anos, de ferramenta experimental a componente estrutural dos sistemas de saúde. Nas imagens diagnósticas, algoritmos de deep learning já descrevem achados em radiografias com precisão comparável à de especialistas, economizando minutos preciosos por exame; redes treinadas em traçados de eletrocardiograma começam a prever risco de doenças metabólicas muitos anos antes dos primeiros sintomas. Na esfera administrativa, modelos de linguagem natural redigem notas pós-operatórias mais consistentes que as escritas manualmente e reduzem o tempo gasto com prontuários. Plataformas de descoberta de fármacos, impulsionadas pelo avanço do AlphaFold, prometem encurtar sensivelmente o ciclo de pesquisa, embora revistas de referência insistam na necessidade de validação externa e explicabilidade antes de quaisquer liberações regulatórias.
Quatro obstáculos permanecem centrais: dados enviesados que podem gerar discriminação, opacidade algorítmica que dificulta contestação de decisões, problemas de integração com sistemas hospitalares legados e zonas cinzentas de responsabilidade civil quando um algoritmo falha.
No campo pericial médico-legal — que abrange perícias criminais, cíveis, securitárias e previdenciárias — a pesquisa em IA segue em frentes ainda menores em comparação com a medicina em geral. A primeira envolve aquisição e análise de evidências: visão computacional em tomografias pós-mortem para detectar fraturas ou estimar intervalo post-mortem; machine learning em antropologia digital para prever sexo, idade e ancestralidade a partir de crânios ou ossos; e processamento de linguagem natural para extrair, de prontuários volumosos, informações que possam esclarecer o nexo causal. A segunda frente busca automatizar fluxos e relatórios por meio de geradores de minutas de laudo e sistemas de jurimetria capazes de estimar tempos de tramitação ou risco de impugnação. A terceira apoia-se em plataformas de teleperícia que permitem a participação remota de especialistas, atualmente dentro dos limites recém-definidos pela Resolução CFM 2.430/2025 — norma que exige presença física do perito quando há quantificação de dano ou exame de capacidade atual e que reafirma a responsabilidade personalíssima pelo laudo, mesmo quando ferramentas de IA são empregadas.
As vantagens observadas até agora incluem maior velocidade na triagem de grandes volumes documentais, padronização de descrições e detecção de padrões sutis que poderiam escapar à análise humana. Porém, as mesmas limitações vistas na prática clínica se agravam no ambiente forense. Bases de dados são fragmentadas entre jurisdições, faltam protocolos unificados de digitalização, e algoritmos podem “alucinar” respostas ou reproduzir vieses de treinamento, gerando conclusões que, embora bem estruturadas, não se sustentam tecnicamente. Além disso, a cadeia de custódia digital exige rastreamento rigoroso de versões e metadados, pois qualquer perda de integridade compromete o valor probatório.
Diante desse quadro, especialistas convergem em três recomendações: ampliar a padronização e o compartilhamento de bases periciais para reduzir vieses; investir em ferramentas de explicabilidade que permitam ao juiz — e às partes — entender o raciocínio algorítmico; e capacitar peritos, desenvolvedores e operadores do Direito para que reconheçam tanto o potencial quanto os limites da tecnologia. Enquanto esses requisitos não estiverem consolidados, a IA deve ser tratada como apoio especializado, capaz de aumentar a eficiência e a coerência dos laudos, mas jamais como substituta do juízo crítico humano que sustenta a decisão pericial.
*Caroline Daitx é médica especialista em medicina legal e perícia médica.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 09 A 11/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Faustão e a fila de transplantes no Brasil: como funciona o sistema de prioridade
Do Entorno a Brasília: o vaivém de mães em busca de partos seguros
Para 87% da população, médicos precisam comprovar atualização profissional
https://medicinasa.com.br/atualizacao-medicos/
Nova estratégia terapêutica é testada para controle de condições como a sepse
https://medicinasa.com.br/estrategia-terapeutica/
Bioética e direito médico: fundamentos que todo médico deve dominar
https://medicinasa.com.br/bioetica-direito-medico/
Cuidados Intensivos: Construindo uma UTI de Alta Performance
https://medicinasa.com.br/uti-alta-performance/
O desafio de proteger dados em um setor em transformação
https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-saude-desafios/
IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
https://medicinasa.com.br/ia-medicina-sinergia/
Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência
Comando do Imas é alterado
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/comando-do-imas-e-alterado-13828398.ghtml
O POVO
Faustão e a fila de transplantes no Brasil: como funciona o sistema de prioridade
Faustão passou por transplantes rápidos após internação grave, reacendendo dúvidas sobre a fila única e os critérios de prioridade
O apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, realizou dois transplantes de órgãos nas últimas quarta e quinta-feira, dias 6 e 7 de agosto.
Faustão, que tem 75 anos de idade, precisou passar pelas cirurgias após ser internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na manhã de quinta-feira, 7.
A hospitalização — iniciada em 21 de maio — foi motivada por uma infecção bacteriana aguda, diagnosticada como sepse, uma condição grave que pode levar à falência múltipla de órgãos e até ser fatal, segundo boletim médico divulgado na sexta-feira, 8.
O ex-comandante do Domingão recebeu o transplante de fígado no dia 6 de agosto e o retransplante de rim no dia seguinte, 7 de agosto. Ambos os órgãos vieram do mesmo doador, e a cirurgia do rim já estava prevista há cerca de um ano.
Durante o período de internação, o apresentador foi “submetido a tratamento para controle da infecção, além de reabilitação clínica e nutricional, com o objetivo de estabilizar seu quadro de saúde”, conforme o boletim médico.
Essa não é a primeira vez que Faustão passa por transplante de órgãos. Em agosto de 2023, ele foi submetido a um transplante de coração, devido ao agravamento de insuficiência cardíaca.
Menos de um ano depois, em fevereiro de 2024, precisou fazer um transplante de rim, já que a função renal estava comprometida e ele necessitava de hemodiálise.
Com as cirurgias desta semana, Faustão já soma quatro transplantes realizados: um coração, um fígado e dois rins.
A rapidez na realização dos transplantes gerou questionamentos sobre possível favorecimento na fila de espera. Em resposta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), usou suas redes sociais para esclarecer o caso:
“O Faustão fez o transplante porque já estava na fila de urgência. Casos como o dele são realizados com prioridade e podem ocorrer em até 48 horas. Só no ano passado, mais de 100 pessoas no SUS passaram por dois ou mais transplantes”, explicou.
“Não há nenhuma irregularidade no caso do Faustão. Respeite o SUS, respeite o Faustão, respeite os profissionais de saúde”, completou Alexandre Padilha.
Entenda os transplantes no Brasil
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde, administra a maior rede pública de transplantes do mundo, garantindo acesso gratuito e integral aos pacientes, seja pelo SUS ou planos de saúde. No país, existe uma lista única de espera, que prioriza pacientes por critérios técnicos.
Atualmente, cerca de 46.718 pessoas aguardam por transplantes, sendo mais de 43 mil para rim.
A seleção dos pacientes é feita com base em critérios como tipo sanguíneo, dentre eles:
peso
altura
compatibilidade genética e anatômica
estado de gravidade
tempo de espera
Quando esses critérios são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro é usada como critério de desempate.
O tempo de espera varia conforme o órgão e a disponibilidade. Por exemplo, no transplante de coração, 27,5% dos pacientes esperam menos de 30 dias, enquanto 29% aguardam entre 30 e 90 dias.
Apesar dos avanços — como transplantes inéditos pelo SUS e aumento no número de doadores —, o Brasil ainda enfrenta desafios. Em 2024, foram realizados 30.300 transplantes, batendo o recorde anterior de 28.700 em 2023, mas a fila de espera segue grande.
Para aumentar a compatibilidade e reduzir o tempo de espera, o SUS implementou a Prova Cruzada Virtual, que simula a reação entre o soro do receptor e os antígenos do doador, antecipando possíveis rejeições.
A transparência e equidade são pilares do sistema brasileiro de transplantes, que busca aprimorar-se para salvar mais vidas.
Sobre o assunto
Doação por doadores vivos
Pessoas vivas podem doar rim, parte do fígado, medula óssea ou pulmão. Pela lei brasileira, parentes até o quarto grau e cônjuges podem doar. Doadores sem parentesco só podem doar com autorização judicial.
Nesses casos, a doação é feita diretamente ao paciente, sem a necessidade de entrar na lista do SNT, seguindo critérios técnicos rigorosos. A doação deve ser espontânea e voluntária, com manifestação formal perante a Justiça, pois a venda de órgãos é proibida.
Além disso, o doador passa por exames para comprovar compatibilidade e assegurar a saúde do órgão.
No caso de Faustão, entretanto, os transplantes realizados esta semana ocorreram após acionamento da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, segundo o Hospital Albert Einstein.
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CORREIO BRAZILIENSE
Do Entorno a Brasília: o vaivém de mães em busca de partos seguros
A rede pública de saúde do Distrito Federal é referência além das fronteiras da capital. Milhares de pacientes vindos de outras cidades, principalmente dos municípios goianos do Entorno, chegam ao DF em busca de atendimento, especialmente para um dos momentos mais delicados da vida: o nascimento de um filho.
Em 2024, o DF registrou 238.733 internações hospitalares. Desse total, 46.628 (ou 19,53%) foram de moradores de Goiás. As cidades mais atendidas são Valparaíso, Águas Lindas e Luziânia — parte da Região Metropolitana do Entorno, que inclui 11 municípios.
Além disso, no último ano, dos 31.553 partos realizados no DF, 9.410 foram de mulheres de Goiás, o que representa 29,82%. A explicação para isso passa por muitos fatores. Não é uma mera questão de escolha, visto que muitas cidades do Entorno ainda enfrentam a falta ou a insuficiência de estruturas hospitalares para o parto.
Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, das 11 cidades do Entorno, apenas seis contam com maternidades públicas pelo SUS. Três delas são da rede estadual: os hospitais estaduais de Águas Lindas, Formosa e Luziânia. As outras três são municipais: Cocalzinho, Cristalina e Santo Antônio do Descoberto.
Esse cenário gera desafios para a capital do país. A região centro-sul do DF (que abrange Candangolândia, Cidade Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento) não conta com maternidade. Isso obriga as gestantes a buscar atendimento em hospitais de outras regiões, como o Materno Infantil (HMIB) ou o Regional da Asa Norte (HRAN).
No Distrito Federal, a rede de atenção à saúde está estruturada em 7 regiões de Saúde, que estão organizadas em 3 macrorregiões: Macrorregião 1 (Regiões Oeste e Sudoeste), Macrorregião 2 (Regiões Central, Centro-sul e Sul) e Macrorregião 3 (Regiões Norte e Leste)
A pressão é ainda maior nos hospitais do Gama e Santa Maria, que recebem grande parte da população da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE), o que pode comprometer a qualidade do atendimento. Segundo o documento Planejamento Regional Integrado 2024-2027, elaborado pela Secretaria de Saúde do DF, o fluxo intenso dificulta a articulação entre os cuidados do pré-natal e a assistência hospitalar, considerada essencial para um parto seguro.
A história da vendedora Jovana Danielly, moradora de Águas Lindas de Goiás, ilustra esse cenário. Em 2021, ela realizou todo o pré-natal no município onde mora, localizado a cerca de 50km de Brasília. A orientação médica era que o parto fosse realizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Em 7 de julho daquele ano, ao sentir desconfortos que acreditava ser indicativo de trabalho de parto, Danielly buscou ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e foi orientada a voltar para casa.
As dores aumentaram ao longo do dia, e ela decidiu tentar chegar ao Hospital de Ceilândia, mais próximo do que o HUB. Mas a bolsa rompeu no meio do caminho, já no trecho da BR-070, próximo à barragem do Rio Descoberto. Já era fim de tarde, horário de trânsito intenso. Então, a família decidiu parar na unidade operacional da Polícia Rodoviária Federal a fim de pedir ajuda. Foi ali que a pequena Isadora nasceu, com o auxílio do policial Alessandro Castro. “Foi tudo muito rápido. Ele me acalmou, me passou muita segurança”, lembra Danielly. Hoje, Isadora, 4 anos, mantém um carinho especial por aquele que a ajudou a vir ao mundo.
Casos como o de Danielly não são exceção. Segundo a professora Carla Pintas Marques, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), está pactuado entre o Distrito Federal e os municípios do Entorno para que os partos, especialmente os de alto risco, sejam feitos em Brasília. “Essas gestantes precisam de cuidados especializados, e o transporte até o DF é responsabilidade do município de origem”, explica.
A especialista destaca que, embora o pré-natal seja feito nas unidades básicas de saúde locais, muitas cidades do Entorno não têm estrutura para manter maternidades adequadas. “Mas as unidades de parto de risco habitual — que é o novo nome do antigo ‘baixo risco’ —, essas, sim, poderiam funcionar nos próprios municípios”, cita. Se isso fosse colocado em prática, Brasília poderia atender especificamente os casos de alto risco, pois a capital têm melhores condições de dar esse suporte. “Muitas dessas consultas de alto risco são feitas aqui em Brasília, nos hospitais especializados”, pontua.
Silvia Badim Marques, professora do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, ressalta que as maternidades devem ser ampliadas. “Precisamos ter mais profissionais e mais leitos. O Hospital Regional de Ceilândia, por exemplo, atende uma população muito grande. Já tivemos iniciativas como a criação de uma casa de parto naquela região, que tem muita demanda inclusive do Entorno”, cita.
“Acredito muito que a solução passa justamente pelo aprimoramento dos acordos entre Goiás o Distrito Federal, para que possamos melhorar as políticas públicas, inclusive no que diz respeito ao deslocamento e à oferta de transporte adequado. Também é fundamental estabelecer um sistema eficiente de referência e contrarreferência nessas regiões, para que as gestantes não sofram com os impactos desse deslocamento”, acrescenta Silvia.
União de forças
A Secretaria de Saúde do DF afirma que reconhece a importância da pactuação entre o DF e os municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), especialmente na assistência obstétrica de alto risco. Para organizar o fluxo e reduzir a peregrinação das gestantes, foi publicada, em dezembro de 2018, a Portaria nº 1.321, que estabelece a vinculação das gestantes às maternidades de referência, tanto no DF quanto nos municípios da RIDE. A medida visa garantir o acesso, reduzir a sobrecarga em unidades específicas e, sobretudo, contribuir para a redução da mortalidade materna.
“Para unirmos força, é fundamental que tenhamos diálogo com os outros secretários e com o Ministério da Saúde. O caminho é o diálogo. A meta é definir responsabilidades entre as partes, encontrando assim soluções perenes para o atendimento da população do DF e dos municípios vizinhos”, reforça o secretário de Saúde do DF, Juracy Lacerda.
Já o secretário de Saúde de Goiás, Rasivel Santos, frisou que a meta do governo é regionalizar e qualificar a assistência materno-infantil em todo o estado, incluindo, prioritariamente, regiões como o Entorno. “Além dos três hospitais estaduais implantados no Entorno do DF, a partir de 2021, temos também a Policlínica de Formosa, com suporte ambulatorial à saúde da mulher. Todas as unidades são referências regionais na assistência”, diz ao Correio.
Ainda segundo o secretário, Goiás está implementando a Rede Nascer, política de atenção integral à saúde materno-infantil a ser lançada em setembro, que prevê o reforço no pré-natal, com incremento na carteira de exames, contrapartida estadual para o custeio de serviços de assistência ao parto de risco habitual e alto risco, plataforma para o cadastro e acompanhamento das gestantes, call center de apoio e acompanhamento da gestante.
Rasivel frisou que a pasta atua com os municípios do Entorno, em parceria com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde, na estruturação da Rede Nascer. “Muitos deles já têm investido na ampliação do serviço, como Novo Gama e Águas Lindas, com construção de um Centro de Parto e Maternidade, respectivamente. Dessa forma, estado e municípios têm trabalhado para uma melhor organização da atenção materno-infantil em Goiás”, destaca.
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MEDICINA S/A
Para 87% da população, médicos precisam comprovar atualização profissional
A Associação Médica Brasileira (AMB) acaba de lançar uma pesquisa inédita para conhecer a opinião dos brasileiros sobre a importância da Certificação Médica no país. O levantamento foi feito pelo Instituto Datafolha. Para 87% da população brasileira, os médicos são os profissionais que mais precisam ter comprovação de atualização profissional. A pesquisa avaliou a percepção da população sobre a importância dessa comprovação para seis profissões, com base em uma escala de 0 a 10.
Considerando as atribuições de notas 9 e 10, a classe médica ficou em primeiro lugar.
Pilotos de avião (82%) ficaram em segundo lugar, seguidos por jornalistas (75%), engenheiros (74%), advogados (71%), com uma avaliação semelhante. A atualização profissional de arquitetos (68%) foi percebida como menos importante. Outro dado relevante é que 76% dos entrevistados consideram que, no Brasil, deveria ser obrigatória a atualização do certificado para médico especialista, 16% consideram que deveria ser opcional, ficando a critério de cada médico, 5% acham desnecessária, porque o médico já é especialista e 2% não souberam responder. Os índices são semelhantes entre as cinco regiões do país e entre a região metropolitana e interior.
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, destacou a importância da pesquisa inédita da entidade, que revelou a grande preocupação da população brasileira com a qualificação dos médicos no país, bandeira defendida pela associação. Segundo César, no Brasil hoje, há aproximadamente 600 mil médicos e 40 mil novos médicos se formando todos os anos. Dentro de poucos anos, teremos mais de um milhão de médicos. Por habitante, o país tem mais médicos que os Estados Unidos e a França, Inglaterra e Canadá, por exemplo.
“Mas e a qualificação e certificação desses médicos? Temos médicos que estão saindo com muitas deficiências das escolas. Não por culpa deles, claro, mas por culpa do aparelho formador. Por isso somos favoráveis a criação da realização de um exame de proficiência para os graduados e formados em Medicina, nos moldes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a chamada “OAB dos médicos”, que está sendo discutida em um projeto de lei, que tramita no Senado”, explica César.
“Do jeito que está hoje, a pessoa sai da faculdade com o certificado de conclusão de curso e já ganha seu registro profissional, e está, portanto, habilitado legalmente a atender pacientes. Mas não sabemos a qualidade desta formação e a população identificou isso na pesquisa”, relatou.
Segundo o presidente, há 440 escolas de medicina, mais 95 escolas autorizadas a abrir, em municípios pequenos, e cerca de 190 com processo judicial com ganho de causa. “Ou seja, chegaremos em breve a mais de 700 escolas de medicina, o que é um descalabro total. O Brasil já é o segundo país com mais escolas médicas do mundo, só perde para a Índia, que tem 600, mas com uma população 6 vezes maior que a nossa. Isso começou com uma ideia provavelmente boa, de aumentar a disponibilidade de médicos no país, mas se perdeu com o tempo e muitas destas instituições viraram grandes negócios. É preciso haver regras mais rígidas”. concluiu.
A AMB lançou em junho a Campanha de Valorização do Título de Especialista com o objetivo de divulgar a importância da especialização dos médicos para a sociedade brasileira, incentivar os médicos a buscarem a certificação e o aprimoramento contínuo e por fim destacar os rigorosos critérios exigidos para a obtenção do título de especialista da AMB.
Riscos aos pacientes
O secretário geral da AMB, Florisval Meinão, afirma que o profissional mal formado pode ter muito mais dificuldades reais para estabelecer diagnósticos corretos, e atrasar tratamentos que poderiam oferecer mais qualidade de vida ao paciente.
“Ao fazer diagnóstico equivocados, ele irá oferecer tratamentos equivocados, pedir mais exames, onerar o sistema público e privado de saúde. Então certamente a má formação médica e falta de atualização e certificação, pode oferecer riscos à população.
E completa: “Preocupa a velocidade e a fúria na formação de novos profissionais. Em breve, teremos um número excessivo de médicos— e médicos muito mal preparados. São médicos que estudam em escolas onde faltam docentes, falta campo de ensino, que também cresceram significativamente. E o médico não se forma assistindo vídeos ou fazendo provas, mas sim atendendo pacientes, tendo contato constante com os professores. E isso falta nas escolas”, concluiu.
Mais dados
Outra informação importante do levantamento, foi se o paciente procuraria informações sobre a qualificação do médico especialista, como onde se formou, se participou de congressos, cursos ou outras atualizações, antes de marcar uma consulta. 64% dos entrevistados procurariam informações sobre a qualificação do médico especialista antes de marcar uma consulta, caso estejam disponíveis, sendo que 31% deles buscariam para todas as consultas e 33% para algumas especialidades. Comparando o total com cada região, o Centro-Oeste é o que tem o menor índice de intenção de buscar de informações (56%).
“É necessário ter uma política de provisionamento de médicos, o profissional precisa ser qualificado e sobretudo determinante nas unidades básicas de saúde. A nossa resolutividade é muito baixa por conta da desqualificação de médicos no nosso país. Precisamos, efetivamente, de uma carreira de Estado. “Entendemos que o problema do Brasil não é falta de médicos. O ponto é: qualidade”, finaliza o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes.
Perfil dos entrevistados
O estudo foi realizado no final de março de 2025 com a população de 16 anos ou mais de todas as classes econômicas. Ao todo, foram feitas 2002 entrevistas em 113 municípios brasileiros, sendo 40% em regiões metropolitanas das capitais e 60% no interior. (Esta amostra é representativa da população brasileira com 16 anos ou mais: 166,485 mi habitantes – população estimada 16 anos ou mais – PNAD 2023/ Estimativa IBGE 2024). A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.
A amostra é composta por 52% de mulheres e 48% de homens, com média de idade de 43 anos. Quanto à escolaridade, 22% cursaram o nível superior, 45% chegaram ao ensino médio e 34% ensino fundamental. Em relação à classe econômica, 25% pertencem às classes AB, 47% à classe C e 29% às classes DE. Observa-se que os índices das questões abordadas no estudo, importância da comprovação da atualização profissional, obrigatoriedade da atualização do certificado médico para especialista e a busca de informações sobre a qualificação dos médicos antes das consultas, são mais altos entre os entrevistados com maior escolaridade e renda, entre os economicamente ativos e os que têm plano ou seguro de saúde.
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Nova estratégia terapêutica é testada para controle de condições como a sepse
Estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP descobriu que a inibição da enzima PAD4, envolvida nos processos inflamatórios, pode reduzir os sintomas da covid-19. Os testes, feitos em modelo animal, mostram ainda consequências na resposta imunológica do organismo e apontam para uma possível estratégia terapêutica para o controle de casos graves da doença, com potencial para outras situações em que há resposta inflamatória desregulada. Os resultados, porém, também chamam atenção para os riscos associados à diminuição da chamada resposta imune adaptativa, responsável por reconhecer e combater o vírus em novas exposições.
Conduzida por pesquisadores do Laboratório de Imunorregulação e Doenças (LID) da FMRP, a pesquisa avaliou os efeitos de uma substância que inibe essa enzima PAD4 e verificou que a inibição é comparável à ação da DNase recombinante, droga que degrada estruturas chamadas NETs (armadilhas extracelulares de neutrófilos) que se formam durante as infecções para conter agentes infecciosos. Quando essas NETs se acumulam, podem causar inflamação intensa e danificar os tecidos, especialmente os pulmões.
Segundo Caio Santos Bonilha, responsável pelo estudo, a inibição da PAD4 impede a formação das NETs, o que contribui para reduzir o processo inflamatório. “Entendemos que o efeito clínico observado se deve à redução das NETs no microambiente pulmonar, as quais induzem dano tecidual e, em casos graves, podem levar à insuficiência respiratória”, afirma o pesquisador que atua sob supervisão do professor Fernando Queiroz Cunha do Departamento de Farmacologia da FMRP.
Embora o foco do estudo tenha sido o coronavírus, a PAD4 está envolvida em outras doenças inflamatórias e autoimunes. A inibição dessa enzima pode ser investigada em situações em que a formação excessiva de NETs contribui para o agravamento dos sintomas, como em doenças pulmonares crônicas, sepse ou distúrbios autoimunes.
Melhora clínica com impacto na imunidade
Ao comparar a ação da inibição da PAD4 com a da DNase, os pesquisadores observaram que ambos os tratamentos levaram à melhora dos sintomas clínicos nos animais. No entanto, apenas o inibidor de PAD4 interferiu na imunidade. A substância comprometeu a ativação dos linfócitos T, células fundamentais para a defesa contra o vírus e para a formação de memória imunológica. Esse efeito ocorreu, entre outros motivos, pela redução na apresentação de antígenos pelas células dendríticas e pela diminuição da produção de interleucina-2 (IL-2) pelos próprios linfócitos T, substância essencial para a multiplicação dessas células de defesa.
“Essa descoberta não era esperada e nos levou a investigar mais a fundo. Verificamos que o inibidor da PAD4 afeta a produção de IL-2, citocina fundamental para a expansão dos linfócitos T”, comenta Bonilha. Na prática, embora o medicamento reduza a inflamação, também pode enfraquecer a capacidade do organismo de reagir a novas infecções pelo mesmo vírus.
Caminhos futuros: riscos, possibilidades e precauções
Os autores reconhecem que a utilização do inibidor de PAD4 deve ser cuidadosamente avaliada. Uma das hipóteses discutidas é seu uso em casos graves da covid-19, quando a inflamação descontrolada causa mais prejuízos do que a presença do vírus. No entanto, essa abordagem pode ser inadequada em pacientes com o sistema imunológico comprometido ou quando se deseja estimular uma resposta imune duradoura.
“É razoável supor que a primeira escolha em uma terapia visando às NETs em doenças infecciosas seja com o uso de DNase, por ter efeito similar ao inibidor de PAD4 na neutralização do dano tecidual, mas mantendo a formação de memória imunológica”, afirma o cientista.
Segundo Bonilha, há também a possibilidade de utilizar o inibidor da PAD4 em combinação com outros medicamentos, como agentes que estimulem a imunidade. Estudos semelhantes já são realizados com corticoides, outro tipo de anti-inflamatório que também reduz a resposta imune.
Para ele, o avanço dessa linha de pesquisa depende de novos estudos pré-clínicos, especialmente em modelos de covid longa, além da avaliação de segurança e eficácia da substância antes de qualquer tentativa de aplicação em humanos. Se esses estudos tiverem resultados positivos, os primeiros testes clínicos podem ocorrer nos próximos anos.
Na avaliação do pesquisador, os resultados também reforçam a importância da continuidade dos investimentos em ciência no Brasil. “É fundamental que pesquisas como essa continuem sendo desenvolvidas no País. O Brasil tem pleno potencial para liderar descobertas com impacto global desde que haja valorização contínua da ciência nacional”, conclui Bonilha. (Com informações do Jornal da USP)
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Bioética e direito médico: fundamentos que todo médico deve dominar
Com a crescente complexidade dos sistemas de saúde, a presença de profissionais do Direito especializados em temas como Bioética, Direito Médico e Compliance tem se tornado cada vez mais essencial. Questões como a judicialização da saúde, os dilemas éticos no cuidado, o conflito de interesses na prescrição médica e os riscos regulatórios exigem respostas técnicas, sensíveis e alinhadas aos princípios que norteiam o cuidado em saúde.
Para aprofundar essas discussões, Camila Cortez, advogada especialista em Bioética, Direito Médico e Compliance, analisa os principais desafios enfrentados por instituições, profissionais da saúde e gestores diante de um cenário em constante transformação. A profissional é fundadora da KCortez Consultoria e conta com passagem pelo CREMESP.
Qual o papel da Bioética nos desafios contemporâneos da saúde brasileira?
Camila Cortez: A Bioética, hoje, é uma ferramenta fundamental para lidarmos com as questões que enfrentamos diariamente na saúde, especialmente na atuação dentro dos hospitais. Desde a entrada do paciente — a forma como nos comunicamos, acolhemos e apresentamos o termo de consentimento — até dilemas extremamente complexos como pacientes que não aceitam nenhum tipo de suporte e desejam que a morte ocorra de forma natural, sem intervenção, por exemplo. Esses são debates presentes no nosso cotidiano, e a bioética surge como uma aliada essencial para resolver esses conflitos da melhor maneira possível, sempre priorizando aquilo que é melhor para o paciente.
Quais temas você considera mais urgentes no debate sobre compliance em saúde?
Camila Cortez: Hoje, no compliance, eu costumo dizer que o tema ao qual precisamos dedicar mais atenção é o conflito de interesse, especialmente envolvendo o profissional de saúde prescritor. É fundamental observar quais relações esse profissional mantém com a indústria, de que forma realiza suas prescrições e se essas decisões são, de fato, voltadas para o melhor interesse do paciente ou influenciadas por algum vínculo externo.
Esse mapeamento precisa estar estruturado dentro da instituição de saúde. É necessário que existam mecanismos de controle claros e eficazes. Na minha atuação com compliance, esse tem sido um dos principais desafios. É evidente que cada instituição possui seu próprio perfil e suas dores específicas, mas o conflito de interesses, especialmente no âmbito da prescrição médica, é um tema que está constantemente no meu radar e que, sem dúvida, merece atenção prioritária.
Quais mudanças você observa no comportamento das instituições diante da judicialização da saúde?
Camila Cortez: A judicialização da medicina trouxe, infelizmente, um reflexo nas instituições e nos profissionais de muito medo. E eu digo que eu não sei o que veio antes: Se foi a judicialização ou se foi esse distanciamento entre relação médico-paciente. Porque essa judicialização contribui para esse distanciamento que gera judicialização.
Então, o nosso trabalho dentro dos hospitais é justamente empoderar os médicos, deixá-los seguros para que façam o melhor para o paciente e sempre, de uma forma também responsável, colocando tudo no prontuário, deixando de uma forma que eles, se questionados, possam justificar. Mas sem que isso seja uma barreira de aproximação entre as partes, porque esse distanciamento é justamente o que leva ao problema que a gente tem na saúde hoje. Fortalecer a relação médico-paciente me parece que é o melhor caminho e o que vai barrar efetivamente a judicialização.
Como eventos que debatem esses temas contribuem para a evolução do setor?
Camila Cortez: Esses eventos trazem à tona alguns temas que estão em voga e que a gente não consegue parar muito no dia a dia para olhar para eles. A gente consome muita informação e a medicina está evoluindo. Eu acredito muito na educação e na prevenção, de estarmos ao máximo preparados para os cenários que a gente tem que encarar na nossa profissão.
Eventos como esse contribuem de forma fundamental para que a gente olhe para esses temas e também que a gente consiga fazer um bom networking, que a gente troque com os profissionais, faça contatos, veja como é que está a experiência dos profissionais e criar uma grande rede de apoio.
Qual mensagem você gostaria de deixar para os profissionais da saúde que atuam na ponta?
Camila Cortez: Vocês não estão sozinhos. É importante que enxerguem o profissional do direito como um aliado. Diante de tantos desafios que temos vivenciado na saúde, é essencial ter alguém de confiança ao lado, que possa ajudar a embasar as decisões do dia a dia.
Estamos vivendo um momento de profissionalização intensa na Medicina — e isso também vale para outras áreas da saúde. Essa transformação exige que profissionais capacitados atuem em conjunto. Não cabe mais a figura do médico ser também advogado, contador, secretário e assumir todas as funções ao mesmo tempo. Da mesma forma, não temos nenhuma pretensão de que os médicos se tornem juristas.
O que faz a diferença hoje é uma equipe multidisciplinar, formada por pessoas com propósitos alinhados, mas com expertises diferentes. Esperamos que, cada vez mais, os profissionais de saúde enxerguem valor nesse tipo de parceria e façam adesão a esse tipo de serviço.
Quais os principais dilemas éticos enfrentados por instituições de saúde no contexto pós-pandemia?
Camila Cortez: Aprendemos a buscar novas formas de lidar com os problemas, como é o caso da bioética. Entendemos como uma gestão fortalecida pode mudar completamente o rumo das decisões dentro de uma organização.
Percebo que, ainda hoje, existe uma sensibilidade e até uma vulnerabilidade muito grande entre os profissionais de saúde. Esse é um ponto que precisamos manter sempre no nosso radar. Não podemos deixar esses profissionais desassistidos.
Outra lição importante diz respeito à comunicação. Muitas vezes, o que resta em momentos difíceis é o acolhimento e uma boa conversa. E a comunicação em saúde ainda é, de forma geral, bastante precária. Precisamos incentivar e valorizar uma comunicação mais clara, empática e efetiva entre equipes, pacientes e instituições.
De que forma a Bioética pode apoiar políticas públicas de saúde mais inclusivas e justas?
Camila Cortez: A bioética, que tem como um de seus princípios fundamentais a justiça, junto com a beneficência, a não maleficência e a autonomia, pode oferecer um olhar valioso e lançar luz sobre questões complexas discutidas nos hospitais.
O que ainda observamos é que poucas equipes possuem aptidão ou profissionais capacitados para lidar com bioética dentro das organizações de saúde. É um ponto que precisa ser fortalecido. Ainda é um movimento muito incipiente, se comparado ao que gostaríamos de ver implantado nas instituições.
O que é debatido pelos comitês de Bioética pode — e, muitas vezes, deve — ser compartilhado com a sociedade, desde que de forma ética e segura, sem a identificação dos envolvidos. Essas discussões podem gerar conhecimento e orientar boas práticas.
Nossa sociedade está envelhecendo, e precisamos começar a olhar com mais seriedade para esse cenário. A desospitalização será um dos grandes desafios dos próximos anos, e políticas públicas bem estruturadas podem fazer parte da solução.
Qual a importância do compliance nas relações entre instituições de saúde e operadoras?
Camila Cortez: O compliance é fundamental na relação entre as instituições de saúde e as operadoras — seja por questões relacionadas a fraudes, prescrição de materiais com valores acima do adequado ou até mesmo por exigências específicas das operadoras, como a entrega completa do prontuário do paciente.
Hoje, o compliance atua de forma integrada nesse relacionamento entre hospital e operadora. É uma relação que requer atenção redobrada com a fonte pagadora. Sabemos que existe um contrato, e que essa fonte pagadora é essencial para a sustentabilidade da instituição. No entanto, há diversas camadas em que o compliance precisa atuar.
Os contratos podem conter cláusulas abusivas, podem ferir normas éticas e até mesmo regulatórias. Muitas vezes, observamos conflitos entre as exigências contratuais e as normas dos Conselhos Regionais de Medicina, por exemplo. O olhar do compliance é essencial para mediar essas divergências e garantir segurança jurídica para as instituições.
Em uma perspectiva mais ampla, o que tem se tornado cada vez mais relevante é o problema da prescrição de materiais indevidos, materiais com valores acima do necessário ou em quantidades excessivas. Esse é um tema sensível, que envolve diretamente a ética e os custos da assistência, e o compliance tem sido cada vez mais acionado para atuar nessas frentes de forma estratégica e preventiva.
Como preparar líderes e gestores para lidar com questões éticas complexas no cotidiano assistencial?
Camila Cortez: Os líderes e gestores estão em um patamar de exigência muito diferente do que víamos há 10 ou 15 anos. Eles precisam estar preparados para esse novo papel — com um olhar mais amplo e, no mínimo, com noções sobre governança. Ainda que não dominem todos os temas, é essencial que contem com equipes multidisciplinares que os auxiliem.
Líderes e gestores precisam enxergar a saúde de forma sistêmica, compreender todos os stakeholders envolvidos e reconhecer quais são os mecanismos de apoio disponíveis, para que se sintam seguros e respaldados por profissionais com as expertises adequadas.
A principal ferramenta de preparação é o treinamento. O incentivo a debates sobre temas que fazem parte do dia a dia é essencial, porque os riscos não são estáticos. Eles evoluem com o tempo. À medida que os cenários se transformam, novos riscos surgem, e precisamos estar atentos a isso.
Se eu tivesse que destacar um único ponto, seria justamente esse: o treinamento contínuo. O gestor precisa estar aberto a aprender sobre diferentes áreas, para que possa orientar sua equipe com mais segurança e, assim, estar preparado para um cenário da saúde muito mais complexo do que aquele que enfrentamos anos atrás.
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Cuidados Intensivos: Construindo uma UTI de Alta Performance
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de alta performance representam centros de excelência em saúde, onde convergem tecnologia de ponta, práticas clínicas baseadas em evidências, equipes multiprofissionais qualificadas e um compromisso contínuo com a segurança, eficiência e humanização do cuidado. Este artigo discute os principais pilares que sustentam esse modelo de atendimento, com base em indicadores robustos, protocolos padronizados e inovação tecnológica.
Uma UTI de alta performance se diferencia por integrar estrutura adequada, processos assistenciais bem definidos e resultados mensuráveis — conceito inspirado no modelo de qualidade de Donabedian (Donabedian, A. A. (1990). The Seven Pillars of Quality. Archives of Pathology & Laboratory Medicine, 114, 1115-1118). A qualidade do cuidado é mensurada por meio de indicadores estruturais, processuais e de desfecho, os quais devem estar alinhados às melhores práticas internacionais.
No coração desse ecossistema está a equipe multiprofissional, composta por intensivistas, enfermeiros especializados, fisioterapeutas respiratórios e motores, farmacêuticos clínicos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Essa equipe atua de forma sinérgica, realizando visitas interdisciplinares diárias, com discussão de casos e revisão contínua dos planos terapêuticos, promovendo a personalização do cuidado de acordo com a evolução clínica de cada paciente.
A excelência clínica é sustentada por *indicadores de desempenho robustos*, que avaliam fatores como tempo de permanência, taxa de infecção hospitalar, mortalidade ajustada à gravidade e uso de recursos. Ferramentas como o SAPS 3 (Simplified Acute Physiology Score), TMP (Tempo Médio de Permanência) e TURP (Taxa de Utilização de Recursos por Paciente) permitem transformar dados clínicos em informações estratégicas, fundamentais para tomada de decisão, previsão de desfechos e alocação eficiente de recursos.
Em 2025, essa abordagem consolidou-se como padrão em UTIs de alta performance, promovendo não apenas melhores resultados clínicos, mas também maior transparência e accountability. A integração de sistemas eletrônicos e painéis gerenciais possibilita o acompanhamento em tempo real e a comparação com benchmarks nacionais e internacionais.
O reconhecimento do alto desempenho da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz veio com a conquista do selo Top Performer, concedido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), por quatro anos consecutivos. A premiação leva em consideração os melhores índices de mortalidade ajustada e eficiência na utilização de recursos, refletindo a qualidade do modelo assistencial adotado pela instituição.
A excelência técnica é indissociável da humanização do cuidado. A presença familiar é incentivada, dentro de protocolos seguros, por meio de visitas e reuniões regulares com os familiares. A comunicação transparente, o respeito à dignidade do paciente e a escuta ativa são elementos centrais na condução do atendimento, especialmente em contextos de alta complexidade clínica.
A segurança do paciente é tratada como prioridade absoluta. A UTI adota protocolos rigorosos para prevenção de eventos adversos, como sepse, pneumonia associada à ventilação mecânica, tromboembolismo venoso e lesões por pressão. Além disso, a equipe participa de treinamentos periódicos com simulações realísticas, promovendo uma cultura organizacional voltada para a prevenção, resposta rápida e melhoria contínua.
Outro diferencial fundamental é a incorporação de tecnologias da informação. Sistemas de prontuário eletrônico integrados auxiliam os médicos com o monitoramento contínuo da evolução clínica, facilitando a tomada de decisões embasadas e oportunas. Ferramentas de análise preditiva oferecem suporte à antecipação de complicações e à otimização do uso de recursos, transformando dados em ações concretas de cuidado.
A UTI de alta performance representa um modelo avançado, seguro e centrado no paciente. Sua operação reflete um compromisso inabalável com a vida, a qualidade assistencial e a inovação. Em um cenário de desafios crescentes e demandas complexas, manter e aprimorar esse padrão de atendimento é não apenas uma conquista, mas uma necessidade.
A incorporação de estratégias baseadas em evidência, dados e empatia oferece uma oportunidade concreta de elevar a qualidade e a segurança no cuidado intensivo, promovendo desfechos clínicos superiores e sustentáveis para os pacientes mais vulneráveis.
*Amilton Silva Junior é gerente médico da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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O desafio de proteger dados em um setor em transformação
Vivemos um momento de inflexão no setor de saúde. A transformação digital, antes vista como uma tendência, hoje é uma realidade consolidada em muitas instituições. Prontuários eletrônicos, inteligência artificial, interoperabilidade, dispositivos médicos conectados e sistemas em nuvem se tornaram parte do cotidiano de clínicas e hospitais. Mas com essa modernização acelerada, uma sombra tem crescido na mesma velocidade: o risco cibernético.
Não é mais possível ignorar que a saúde se tornou um dos setores mais visados por cibercriminosos. Segundo dados da Check Point Research, empresa de inteligência de ameaças cibernéticas, em 2025, o número de tentativas de ataques a instituições de saúde ultrapassou a média global. O Brasil registrou 2.664 ataques semanais por organização, com um crescimento de 73% em relação ao ano anterior. O dado mais alarmante é o salto de tentativas de ransomware, que foi de 6.500 em 2023 para 16.000 em 2024. Em dois anos, a saúde foi da 7ª para a 3ª posição entre os setores mais atacados do país.
Essa escalada não é um acaso. A saúde é um setor essencial e vulnerável. Carrega dados extremamente sensíveis, opera com sistemas muitas vezes legados e conta com uma cultura organizacional ainda despreparada para os desafios da segurança digital. É nesse ponto que devemos refletir com urgência, a transformação digital sem uma estratégia robusta de cibersegurança é uma ameaça disfarçada de progresso.
Quando a inovação encontra a fragilidade
É inegável que a tecnologia trouxe ganhos valiosos para a assistência, da melhoria na jornada do paciente à eficiência dos processos administrativos. Mas a pressa em adotar soluções inovadoras sem um olhar atento à segurança abriu brechas perigosas, como infraestruturas defasadas, múltiplos fornecedores desconectados, adoção de IA sem revisão de compliance e uma baixa maturidade cibernética são parte da equação que precisa ser revista.
É comum ver a TI ainda como o “guardião único” da segurança, quando na verdade esse é um compromisso coletivo. A cultura organizacional precisa evoluir. É necessário compreender que o cuidado com os dados do paciente faz parte do próprio cuidado com a saúde dele.
O impacto do despreparo
O que acontece quando a segurança é negligenciada? O resultado pode ser devastador, vazamento de dados, paralisação de sistemas, quebra de confiança e prejuízos financeiros imensuráveis. E pior, muitas vezes as instituições já foram atacadas antes mesmo de perceberem o quão vulneráveis estavam. Isso porque erros primários continuam sendo cometidos, como falta de um plano de resposta a incidentes testado e estruturado, backups ineficientes, sem criptografia ou testes reais de recuperação, permissões de acesso excessivas a dados sensíveis, falta de monitoramento contínuo e alertas proativos, e treinamentos escassos, especialmente para evitar ataques de phishing.
Em um cenário como esse, é quase inevitável que a crise aconteça. E quando ela vem, não há tempo para improvisos, apenas para arcar com as consequências.
Na saúde, a segurança da informação não é um item de checklist técnico, é um pilar de confiança pública. Profissionais da assistência devem compreender os limites éticos e legais do acesso à informação. Desenvolvedores e fornecedores de tecnologia devem entregar soluções com segurança desde o design, respeitando a LGPD, adotando arquiteturas “Zero Trust” e com rastreabilidade plena.
Já os sistemas de prontuário eletrônico precisam ir além da funcionalidade clínica. Devem incorporar criptografia, controle de acesso por perfil, logs auditáveis e múltiplas camadas de autenticação, especialmente com autenticação multifator (MFA). Tudo isso com governança clara e integrada.
Boas práticas: Da teoria à ação
A teoria já está escrita em normativas como a LGPD. Mas o que falta é a prática, o cotidiano seguro. É preciso atualizar constantemente sistemas e dispositivos médicos conectados, implantar MFA em sistemas clínicos e administrativos, realizar revisões periódicas de permissões com base em controle de acesso por função (RBAC), investir em treinamentos frequentes e contextualizados em segurança digital, criptografar dados em trânsito e em repouso, auditar os acessos de forma contínua, realizar pentests e simulações reais de ataque, ter contratos bem definidos com fornecedores, prevendo responsabilidades sobre segurança e privacidade, e contar com um plano de resposta a incidentes bem desenhado, testado e com papéis definidos.
Tudo isso pode parecer complexo, mas é a base mínima para quem deseja operar com segurança no setor da saúde. A ausência dessas práticas não é apenas um risco operacional, é um descuido com a vida humana mediada por sistemas.
A transformação digital na saúde não pode andar em paralelo à segurança, elas precisam caminhar juntas. A saúde não é apenas um serviço, é um direito, é confiança, é vida. E proteger os dados que sustentam essa missão é um compromisso inadiável.
Não podemos esperar o próximo ataque para perceber o valor da prevenção. Cibersegurança, hoje, é parte inseparável da assistência. É o que garante não só a integridade da informação, mas a continuidade do cuidado. Na saúde digital, proteger o dado é proteger o paciente.
*Andréa Rangel é Head de Negócios em Saúde da Hexa IT.
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IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
A Inteligência Artificial tem demonstrado avanços notáveis, especialmente em especialidades como a radiologia. A mamografia, por exemplo, é feita não porque a mulher sente algo, mas por prevenção. Espera-se que a maioria dos exames seja normal.
De fato, cerca de 91% das mamografias não apresentam anormalidades, enquanto apenas 9% indicam necessidade de investigação mais detalhada, como biópsias ou cirurgias.
Nesse contexto, a IA se mostra uma ferramenta valiosa para aumentar a eficiência médica. Ao examinar centenas de mamografias, o médico pode facilmente se distrair ou cometer erros ao buscar os 9% que realmente exigem atenção. A IA, por sua vez, processa vastas quantidades de imagens — normais e anormais — com rapidez e precisão.
Um supercomputador analisa imagens com velocidade, comparando padrões normais e não normais. Isso reduz a fadiga humana e foca a atenção nos casos críticos.
Essa aplicação se estende a diversos outros exames de imagem, como tomografias, ressonâncias e radiografias.
A experiência médica é aliada da IA
A amigdalite, por exemplo, o diagnóstico é direto:
É fácil identificar uma amigdalite. Um estudante de medicina vê as placas de pus e já sabe o que fazer.
O tratamento segue um protocolo claro, sem muitas variações. Mas o cenário muda em doenças como a depressão: O computador não consegue identificar depressão facilmente. Isso depende muito da análise do médico.
Há ainda doenças cujo caminho diagnóstico não é bem definido, ou que envolvem variabilidade genética. Nestes casos, a experiência médica é insubstituível.
As vezes, a medicina ainda não tem clareza sobre o melhor tratamento, ou há muitas variáveis genéticas. Aí entra a intuição e o conhecimento do médico.”
É justamente nessas situações que a IA pode expandir as possibilidades de diagnóstico.
A inteligência artificial oferece um leque muito amplo. O médico experiente consegue filtrar essas opções com discernimento. Sem IA, ele pode deixar passar doenças que nunca estudou.
A sabedoria clínica e o olhar humano seguem essenciais, com a IA atuando como complemento estratégico. Muitos médicos não estão preparados para usar essas ferramentas.
É importante ressaltar que a prática médica exige investigação minuciosa de sinais e sintomas. Médicos experientes extraem mais das consultas, enquanto profissionais menos preparados podem se apoiar excessivamente em exames, sem dominar sua interpretação.
Se a IA recebe poucas informações, pode sugerir uma conduta equivocada. O médico precisa saber interpretar os resultados.
A precisão da IA depende da qualidade dos dados inseridos e da competência do profissional em contextualizá-los.
Sempre é importante lembrar que a tecnologia existe para otimizar o tempo e fazer com que o profissional de saúde tenha mais tempo para o que é mais importante: a atenção ao paciente.
*Antonio Carlos Endrigo é diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB).
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TV GLOBO/FANTÁSTICO
Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência
A reportagem especial do Fantástico deste domingo (10) mostrou como essas experiências têm provocado traumas sérios e quais as consequências no atendimento de saúde no país.
Pesquisas recentes mostram que 80% dos profissionais de saúde reclamam já ter sido vítimas de algum tipo de agressão no local de trabalho. São xingamentos, violência física e até ameaças de morte. A reportagem especial do Fantástico deste domingo (10) mostrou como essas experiências têm provocado traumas sérios e quais as consequências no atendimento de saúde no país. Veja no vídeo acima.
Ataques em série
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, a técnica de enfermagem Evelyn Rossi relembra com detalhes o dia em que foi agredida por uma paciente. O motivo da agressão teria sido a insatisfação da paciente com o número de dias de afastamento concedido por um médico.
“Ela me deu um tapa na cara, começou a me chutar e bater. Machucou minha barriga e meu braço”, conta.
Na mesma semana, outros dois profissionais da mesma unidade de pronto atendimento também foram agredidos.
“Eles trabalham pela vida, mas mesmo assim são atacados”, lamenta Evelyn.
Em Franca, interior paulista, outra técnica de enfermagem relata ter sido perseguida e agredida por uma paciente. A profissional está em acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e ainda sofre com insônia.
“Ela me deu um tapa no rosto e jogou meu celular em mim. Me senti humilhada e desvalorizada”, diz.
A agressora não quis se manifestar.
Botão de pânico e prevenção
Em São Bernardo do Campo, uma médica foi agredida após negar um atestado. A unidade possui botões de pânico que acionam a guarda municipal e empresas de segurança, mas nem sempre conseguem evitar os ataques.
“Ela me xingou e disse que era para aprender a não recusar atestados. Ela tinha dor no ombro, não tinha nenhuma restrição de movimento, estava conseguindo mexer, tanto é que conseguiu me agredir”, explica Giovana Paliares, médica.
Miria Fonseca Pereira enviou mensagem para a produção dizendo que Giovana estava com o namorado no consultório e não atendida os pacientes, mas a ficha dela recebeu alta após medicação. Ou seja, teria sido atendida.
Impunidade e reincidência
O estado de São Paulo concentra o maior número de ocorrências, mas violência contra profissionais da saúde é registrada de norte a sul do país. Em cinco anos, quase 15 mil médicos registraram boletins de ocorrência sobre algum tipo de violência.
Em alguns casos, a Justiça determinou punições como pagamento de um salário mínimo ou prestação de serviços comunitários. Em outros, os agressores são proibidos de se aproximar das vítimas.
A médica Maria Isabel Spinola, do interior de Minas, já registrou 13 boletins de ocorrência.
“Já vi paciente quebrar armário, já ouvi ameaças de morte. Eu já sofri agressão de ter que ficar trancada por horas na recepção”, relata.
Ambiente hostil e impacto psicológico
As consequências emocionais são graves. Profissionais relatam desenvolvimento de ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
"Se percebo que alguém eleva o tom de voz, já saio de perto", diz Evelyn.
Ela conta que está concluindo a faculdade de psicologia, área que pretende atuar.
“Não perdi o amor pela enfermagem, mas sei que em outra área terei mais valor e menos risco”.
Apesar das dificuldades, muitos ainda mantêm a vocação.
"Vejo a medicina como amor ao próximo. Quero continuar com o brilho nos olhos que tive quando me formei", afirma Giovana.
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TV ANHANGUERA
Comando do Imas é alterado
https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/comando-do-imas-e-alterado-13828398.ghtml
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 08/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Agentes de IA: o que os líderes da saúde precisam entender sobre a tecnologia
https://medicinasa.com.br/agentes-ia/
ONA abre consulta pública para atualização do Manual OPSS 2026
https://medicinasa.com.br/consulta-publica-manual-opss26/
Investir em equipamentos próprios pode triplicar o retorno líquido de clínicas
https://medicinasa.com.br/equipamentos-estetica/
Conselho de Saúde de Goiânia rejeita terceirização do Samu
https://www.dm.com.br/goiania/conselho-de-saude-de-goiania-rejeita-terceirizacao-do-samu/
Qualicorp vende Gama Saúde por R$ 164 milhões e ações sobem 16%
https://noticiasdoplanalto.com.br/qualicorp-vende-gama-saude-por-r-164-milhoes-e-acoes-sobem-16/
Fim de patentes estendidas reduz em 20% preço de medicamentos oncológicos
Unimed Cerrado mantém certificação GPTW pelo quarto ano
Por que Unimed Ferj terá reajuste maior que o dobro dos outros planos de saúde? Entenda
MEDICINA S/A
Agentes de IA: o que os líderes da saúde precisam entender sobre a tecnologia
O crescimento da força de trabalho digital, ou seja, das tecnologias que automatizam tarefas, tem um novo protagonista: os Agentes de Inteligência Artificial (AIA). Projetados para otimizar tarefas e apoiar a tomada de decisões, a utilização desses assistentes digitais cresce exponencialmente. Segundo relatório da McKinsey publicado em abril deste ano, o mercado global de AIA deve ultrapassar US$ 50 bilhões até 2030 — um salto de 40 vezes em relação ao volume investido no primeiro trimestre de 2025.
Esse forte apetite da indústria reforça a expectativa de que essa tecnologia emergente transformará profundamente diferentes setores da economia, com impacto especialmente expressivo na área da saúde – desde a reformulação de processos administrativos até o aprimoramento direto do cuidado do paciente e do time assistencial.
Um AIA é um programa de software capaz de interagir com seu ambiente, coletar dados, processar informações e tomar decisões, muitas vezes, sem a necessidade de intervenção humana direta. Diferente de um chatbot tradicional, que apenas responde a perguntas, os AIAs vão além, aprendendo com estímulos externos para atingir objetivos específicos. Assim, a tecnologia refina seu comportamento com base em experiências e feedback do usuário – ou do paciente.
Embora o setor de saúde ainda esteja nos estágios iniciais de adoção, a tendência é evidente e o potencial transformador da tecnologia é imenso. Para a saúde, alguns exemplos que materializam os benefícios, de acordo com o tipo de AIA são:
Agentes reflexivos simples: reagem diretamente a estímulos do ambiente com base em regras predefinidas. Um exemplo é um sistema de alerta que dispara um alarme quando os sinais vitais de um paciente, como a saturação de oxigênio, caem abaixo de um limite crítico.
Agentes reflexivos baseados em modelo: têm um “modelo interno” do ambiente, que é atualizado com as novas informações recebidas – e isso permite decisões mais sofisticadas. Podem, por exemplo, identificar quedas na saturação de oxigênio, levando em conta o histórico do paciente e interações medicamentosas. Assim, emitem alertas mais precisos ou ajustam protocolos de forma proativa.
Agentes baseados em objetivos: avaliam diferentes possibilidades com base em objetivos a serem alcançados. No tratamento oncológico, o agente pode buscar reduzir o volume tumoral enquanto preserva a qualidade de vida do paciente. Ele ajusta quimioterapia, radioterapia e cirurgia conforme dados como tipo histológico do câncer, perfil genético, estágio da doença e histórico clínico.
Agentes baseados em utilidade: usados em decisões complexas com múltiplos critérios. Na gestão de leitos hospitalares, avaliam variáveis como gravidade, prognóstico e tempo de espera para maximizar benefícios ou minimizar riscos.
Agentes com capacidade de aprendizado: aprendem com a experiência e ajustam seu comportamento para melhorar a performance. Como exemplo, cito um sistema de diagnóstico por imagem para doenças cerebrais que, inicialmente, tem precisão limitada. À medida que novos dados de treinamento (imagens com diagnósticos confirmados) são incorporados, o sistema se torna mais preciso, refinando suas habilidades diagnósticas.
Na melhoria do cuidado, os agentes também auxiliam na identificação de condições e doenças ao analisar dados como resultados de laboratório, exames digitais, histórico e literatura médica. Também podem gerar recomendações de tratamento personalizadas e adaptar planos de tratamento com base nas necessidades do paciente, pesquisas recentes e diretrizes clínicas, sempre para revisão e aprovação do médico.
A análise preditiva é outra capacidade transformadora das AIA, calculando riscos de doenças e resultados de pacientes, considerando fatores como idade, gênero, geografia, estilo de vida, histórico de saúde e genômica. Ao se conectarem aos wearables (smartwatches, monitores cardíacos), permitem o monitoramento em tempo real da saúde do paciente, alertando médicos apenas quando intervenções são necessárias e filtrando grandes volumes de dados para fornecer apenas informações relevantes.
Outro impacto significativo dos AIAs é o alívio da sobrecarga administrativa e do burnout médico, com o excesso de tarefas burocráticas. Ao funcionarem de maneira integrada aos sistemas de prontuário eletrônico, automatizam atividades repetitivas como o preenchimento de formulários, a atualização de registros e a codificação de procedimentos para fins de reembolso. Com isso, os profissionais ganham mais tempo para se dedicar à interação com os pacientes e à tomada de decisões clínicas complexas. O Hospital Comunitário St. John’s Health, de Los Angeles, nos Estados Unidos, é um exemplo de instituição de saúde que utiliza AIA para registrar automaticamente as notas pós-consulta, permitindo que os médicos foquem no atendimento ao paciente.
Riscos potenciais
Apesar do entusiasmo, a adoção de agentes de IA envolve potenciais riscos. Violações de privacidade e segurança de dados, com implicações legais, como a LGPD; viés algorítmico que pode reforçar discriminações; deepfakes ou ciberataques e perda de controle humano em sistemas autônomos, são alguns deles. Por isso, os investimentos são altos: a implementação requer infraestrutura tecnológica robusta, integração com sistemas, governança de dados eficaz.
Nesse cenário complexo e promissor, o papel do líder executivo será não apenas compreender a tecnologia, mas também liderar seu uso de forma estratégica, segura e ética. A transformação é inevitável, e a capacidade de inovar e integrar essas tecnologias definirá o sucesso no futuro do cuidado à saúde.
*Leonardo Vedolin é Vice-presidente Médico da Dasa.
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ONA abre consulta pública para atualização do Manual OPSS 2026
Está aberta a consulta pública para a atualização do Manual OPSS 2026 da ONA (Organização Nacional de Acreditação). Profissionais de todo o país podem enviar suas contribuições, ajudando a construir uma versão mais alinhadas às reais necessidades e desafios do setor.
O conteúdo está disponível para leitura no site da ONA, ainda em versão não diagramada, com foco exclusivo na validação técnica das informações e na escuta ativa de profissionais de saúde, instituições, gestores, pesquisadores e toda a sociedade interessada.
A participação é fundamental para garantir que o manual represente com precisão as demandas atuais da saúde. O conteúdo estará disponível até o dia 15 de agosto.
A revisão do conteúdo contou com mais de diversos profissionais, incluindo representantes das Instituições Acreditadoras Credenciadas (IACs), Avaliadores do SBA (Sistema Brasileira de Acreditação), especialistas de mercado, além de membros da sociedade civil e associações setoriais. representantes de sociedade e associações, dentre outros.
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Investir em equipamentos próprios pode triplicar o retorno líquido de clínicas
A decisão entre financiar ou adquirir diretamente um equipamento de alto valor altera significativamente o desempenho financeiro de clínicas. De acordo com simulação realizada por Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP® pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), clínicas que utilizam recursos próprios alcançam retorno líquido de R$ 630 mil em cinco anos. Já aquelas que optam pelo financiamento acumulam cerca de R$ 207 mil no mesmo período. A diferença de R$ 423 mil demonstra o peso da escolha na construção de um negócio financeiramente sustentável.
Em segmentos com forte sazonalidade e margens sensíveis à demanda, essa diferença pode representar a possibilidade de reinvestir em estrutura, atrair profissionais qualificados ou suportar ciclos econômicos adversos com mais solidez. O impacto direto sobre o caixa também afeta a capacidade de resposta da clínica, que depende de liquidez para tomar decisões estratégicas em momentos de expansão, crise ou inovação. Manter o controle sobre os recursos disponíveis torna-se uma vantagem competitiva relevante.
A análise considera um cenário objetivo: um equipamento de R$ 500 mil, capaz de gerar receita mensal de R$ 40 mil, com despesas operacionais de R$ 25 mil. O lucro líquido estimado gira em torno de R$ 15 mil. Na compra com recursos próprios, o retorno ocorre em 33 meses. Quando se aplica o rendimento de 0,9% ao mês que esse capital poderia gerar em uma aplicação conservadora, o prazo se estende a 47 meses. Ainda assim, o desempenho supera o retorno obtido no modelo financiado em quatro anos.
Com taxa mensal de 1,5% em 48 parcelas, a prestação reduz drasticamente o lucro nos primeiros anos, limitando a margem líquida a R$ 572 por mês. Apenas após a quitação, no quinto ano, o ganho volta ao patamar inicial. “O financiamento consome boa parte da receita operacional, limitando o crescimento e aumentando o risco de comprometimento do caixa em caso de sazonalidade ou instabilidade econômica”, afirma Guimarães. A diferença acumulada ao longo do período demonstra como o custo do crédito impacta diretamente a eficiência financeira.
Mesmo quando se considera o rendimento perdido pelo uso do capital próprio, o modelo de compra à vista ainda oferece retorno três vezes maior. Para a especialista, os dados deixam clara a relevância do planejamento financeiro. “A diferença entre os dois modelos ilustra o poder da decisão bem planejada. Os números falam por si quando se analisa com clareza o impacto de cada escolha sobre o patrimônio da clínica”, avalia a planejadora. Escolhas com base técnica produzem resultados mais consistentes no longo prazo.
Além do ganho superior, o modelo à vista preserva o fluxo de caixa desde o início da operação. A ausência de parcelas permite manter o lucro líquido elevado e garante margem de manobra para absorver oscilações, reinvestir em melhorias ou lidar com períodos de menor movimento. Clínicas que mantêm esse tipo de equilíbrio financeiro operam com maior tranquilidade e conseguem crescer de forma estruturada, sem recorrer a endividamentos adicionais.
A opção por financiamento só se justifica em casos muito específicos, como ausência completa de capital sem comprometimento das operações ou retorno imediato e comprovado com o novo equipamento. Guimarães aponta que é necessário avaliar o histórico de agendamentos, a consistência da demanda e o potencial real de monetização. Sem dados claros, a operação pode comprometer mais do que beneficiar. Cada decisão deve considerar os limites da clínica e sua capacidade de gerar resultado com o ativo adquirido.
O risco de subutilização também precisa ser levado em conta. Equipamentos parados ou usados de forma irregular representam capital imobilizado, comprometendo o giro e a liquidez. “É necessário garantir demanda mínima, consistência nos atendimentos e um modelo de negócio preparado para absorver o investimento. Caso contrário, o equipamento deixa de agregar valor e passa a travar a operação”, alerta a especialista. Clareza comercial e planejamento de uso são condições fundamentais para retorno eficiente.
Outro fator que impacta a decisão é a velocidade da inovação tecnológica. Em setores com evolução acelerada, a obsolescência reduz o ciclo de aproveitamento do equipamento, afetando diretamente o retorno financeiro. A impulsividade, segundo a planejadora, pode transformar uma compra estratégica em passivo. “A melhor decisão nasce de números bem avaliados, projeções realistas e clareza sobre os objetivos. Planejar significa escolher com consciência, não com pressa ou otimismo excessivo”, conclui Guimarães.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Conselho de Saúde de Goiânia rejeita terceirização do Samu
O Conselho Municipal de Saúde de Goiânia (CMS-GYN) emitiu resolução contrária à terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O documento alerta para riscos como precarização do trabalho, fragmentação do serviço e perda de transparência na gestão pública.
O órgão defende a manutenção do modelo atual, com investimentos em servidores concursados e infraestrutura pública. Segundo o CMS-GYN, essa é a única forma de garantir atendimento universal e de qualidade à população.
O conselho orientou formalmente o prefeito Sandro Mabel e a Secretaria Municipal de Saúde a rejeitarem propostas de gestão consorciada ou terceirizada. A recomendação enfatiza a necessidade de fortalecer o Samu como serviço público essencial.
A Constituição Federal (Art. 199) e a Lei Orgânica do SUS (8.080/1990) permitem parcerias complementares com o setor privado, mas vedam a terceirização da gestão do sistema. Contratos existem apenas para suprir lacunas pontuais na rede pública.
ARGUMENTOS PRÓ-TERCEIRIZAÇÃO
Agilidade na contratação e aquisições
Redução de custos operacionais
Possibilidade de inovação tecnológica
ARGUMENTOS CONTRA
Riscos de precarização trabalhista
Fragilização do controle social
Possível quebra da integralidade do SUS
Dificuldades na fiscalização de contratos
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NOTÍCIAS DO PLANALTO
Qualicorp vende Gama Saúde por R$ 164 milhões e ações sobem 16%
A administradora de planos de saúde e corretora Qualicorp anunciou a alienação integral de sua participação na Gama Saúde para a holding ESB, pertencente ao empresário Fernando Vieira, por um valor de R$ 163,9 milhões.
A operação, comunicada oficialmente na noite da quarta-feira (6), provocou um aumento de 16,4% no valor das ações da Qualicorp na quinta-feira (7).
Ao término do pregão, as ações da empresa finalizaram em alta de 10,3%, cotadas a R$ 1,82.
No informe ao mercado, a Qualicorp destacou que, após a transação, a ESB passará a ser a única proprietária da Gama. O pagamento será efetuado ao longo de 60 meses, ou seja, cinco anos.
Com mais de 25 anos no mercado, a Gama Saúde não comercializa mais planos de saúde e foca exclusivamente na terceirização de serviços na área da saúde.
De acordo com o comunicado da Qualicorp, a conclusão do negócio depende da aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A empresa acredita que essa decisão fortalece seu compromisso com a eficiência e a criação de valor para seus acionistas, representando um passo importante em seu plano estratégico de concentração no segmento principal de negócios, que é a gestão e comercialização de planos de saúde coletivos por adesão e PME.
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TV ANHANGUERA
Menina de 6 anos consegue vaga em UTI para passar por cirurgia no crânio
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SAÚDE BUSINESS
Fim de patentes estendidas reduz em 20% preço de medicamentos oncológicos
Estudo revela que decisão do STF de 2021 ampliou concorrência no setor farmacêutico e beneficiou pacientes oncológicos com medicamentos mais acessíveis.
Um estudo realizado pelo Instituto Esfera de Estudos e Inovação em parceria com a farmacêutica EMS revelou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2021, que pôs fim à extensão automática de patentes, resultou em uma redução média de 20% nos preços de medicamentos oncológicos de alto custo no Brasil.
A pesquisa, intitulada “O Impacto da Concorrência: evidências do fim da extensão automática das patentes pelo STF“, foi conduzida pelo professor de Economia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Cristiano Oliveira, utilizou dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) aplicados a um modelo econométrico para mensurar como a entrada antecipada de concorrentes afetou os preços no mercado farmacêutico.
Concorrência como fator determinante na redução de preços
O estudo demonstra que o principal fator para a redução de preços dos medicamentos é a presença de mais competidores no mercado, superando o impacto da própria regulação de preços-teto vigente no Brasil. Após a decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5529, verificou-se uma redução gradual e consistente de aproximadamente 20% nos preços mínimos regulados dos medicamentos oncológicos afetados pela medida.
Equilíbrio entre inovação e acesso
A pesquisa analisa o dilema entre a proteção patentária, necessária para estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e o acesso a medicamentos. Quando excessivamente longas ou sujeitas a prorrogações, as patentes podem criar distorções de mercado, desestimulando novos entrantes e reduzindo a competição, o que mantém preços elevados e dificulta o acesso a tratamentos, especialmente em países de menor renda.
Fernando Meneguin, diretor acadêmico do Instituto Esfera, ressalta que “o estudo reforça que as políticas públicas devem garantir a previsibilidade em sua aplicação e incentivar a concorrência, pois nessa direção haverá redução de preços e ganhos de bem-estar social”.
Impactos da decisão do STF
A decisão do STF na ADI 5529 representou um marco nas políticas de propriedade intelectual na saúde brasileira, minimizando a imprevisibilidade e contendo o aumento de custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o estudo aponta que ainda persiste certa insegurança jurídica devido à judicialização por parte de empresas insatisfeitas, que buscam caso a caso a extensão de seus monopólios como compensação pela morosidade do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
Recomendações para políticas públicas
Com base nos resultados, o estudo propõe direcionamentos para os Três Poderes:
Judiciário: Considerar o impacto econômico nas decisões sobre extensão de patentes
Executivo e Legislativo: Buscar soluções estruturais para dinamizar o trabalho do INPI, reduzindo a morosidade e o número de litígios
A principal conclusão do estudo é que políticas voltadas ao aumento da concorrência e à maior previsibilidade regulatória, com simplificação do ambiente de negócios, conseguem promover ganhos significativos de bem-estar para a população brasileira, especialmente para pacientes que dependem de medicamentos oncológicos de alto custo.
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Unimed Cerrado mantém certificação GPTW pelo quarto ano
Cooperativa de saúde recebe selo que avalia práticas de gestão de pessoas e ambiente organizacional.
A Unimed Cerrado obteve novamente a certificação Great Place to Work (GPTW), figurando entre as empresas reconhecidas por suas práticas de gestão de pessoas. Esta é a quarta certificação consecutiva da cooperativa, que iniciou esta trajetória em 2022.
O processo de certificação baseia-se em pesquisas anônimas respondidas pelos próprios colaboradores da instituição, que avaliam diversos aspectos do ambiente de trabalho. Com mais de 160 profissionais, a Unimed Cerrado atende milhares de beneficiários na região.
De acordo com Lina Souza de Oliveira, gerente de Desenvolvimento Humano, a certificação contribui para o engajamento interno e para a imagem institucional. “O selo representa uma chancela de credibilidade e demonstra nosso compromisso com um ambiente de trabalho saudável”, afirma.
Leandro Soto, supervisor comercial da cooperativa, compartilha sua experiência: “O que mais valorizo aqui é a oportunidade de desenvolvimento, a transparência da gestão e o ambiente de trabalho.”
Histórico de certificações
Em 2022, quando recebeu sua primeira certificação, a Unimed Cerrado alcançou o 2º lugar nacional entre empresas de pequeno porte no segmento de saúde. Nos anos seguintes – 2023, 2024 e 2025 – a cooperativa manteve o reconhecimento.
A gerência de Desenvolvimento Humano da instituição destaca a implementação de uma cultura de escuta, onde sugestões de melhorias são recebidas e analisadas conforme a viabilidade.
Gestão e atendimento
Para a diretora-presidente da Unimed Cerrado, Dra. Shirley Gonçalves de Pádua Miguel, o ambiente de trabalho tem impacto direto na qualidade dos serviços prestados. “Promover um ambiente adequado para os colaboradores fortalece toda a estrutura da cooperativa, o que se reflete no atendimento aos beneficiários”, observa.
A certificação GPTW é considerada um dos principais reconhecimentos em gestão de pessoas no Brasil, avaliando aspectos como confiança, transparência e práticas organizacionais.
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EXTRA
Por que Unimed Ferj terá reajuste maior que o dobro dos outros planos de saúde? Entenda
Planos de saúde individuais e familiares da Unimed Ferj serão reajustados em 14,43% este ano, mais que o dobro do limite de 6,06% estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para esses contratos. É o segundo ano em que a operadora aplica aumentos "fura-teto". Dessa vez, a justificativa é que a correção considera, além do reajuste máximo autorizado, um "percentual residual" do acordo feito no ano passado com a reguladora, que autorizou um aumento além do limite para reequilíbrio econômico-financeiro da carteira.
A medida extraordinária já constava no Termo de Compromisso da transferência das carteiras entre a Unimed-Rio e a Ferj estabelecido no início de 2024. Para reequilíbrio técnico-atuarial dos contratos individuais da operadora, foram liberados reajustes de 21,1%.
No entanto, a ANS limitou a aplicação do percentual a 20%, sob a justificativa de proteger os consumidores. Isso porque, no mesmo período, os contratos também estavam sujeitos ao reajuste anual, de 6,91%. A combinação dos dois índices (6,91% e 21,1%) resultaria em um aumento de 29,47%, o que foi considerado excessivo.
O cálculo dos percentuais não deve ser feito por simples soma ou subtração, mas por juros compostos. Dessa forma, a limitação do reajuste a 20% no ano passado fez com que parte do percentual autorizado (os 21,1%) ficasse pendente para aplicação futura. Esse "resíduo" foi calculado em 7,89%, que será aplicado agora, em 2025, junto com o novo reajuste anual de 6,06%, chegando a 14,43%.
O aumento acima do teto da ANS pegou de surpresa os usuários. Caso da pesquisadora Roni Filgueiras, que junto com as duas irmãs ajuda a custear o plano da mãe, Roni Maia, de 82. O contrato subiu de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil.
- A má gestão da Unimed está sendo premiada pela ANS. É dividir o prejuízo com a carteira de clientes, isso não existe - protesta.
A advogada Melissa Areal Pires, especializada em Direito Aplicado aos Serviços de Saúde e Direito do Consumidor, explica que o reajuste não é irregular, porque foi autorizado pela agência reguladora.
- Mas entendo a justificativa como abusiva. Tudo depende, porém, de uma avaliação à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC) numa eventual judicialização do caso. Ainda assim, enfrentaria uma tese complicada pela decisão da ANS - analisa.
O aumento nas mensalidades não é o único ponto que incomoda os usuários. Entre as operadoras de grande porte, a Ferj lidera com o maior índice geral de reclamações (IGR). A métrica da ANS é calculada a partir do volume de queixas sobre o tamanho da carteira da operadora num determinado período. Somente em julho, foram 1.834 notificações feitas por usuários à agência reguladora. Desde janeiro, são 13 mil queixas, a maior parte delas relacionadas à cobertura.
Enquanto a mensalidade pesa mais no bolso, usuários veem a rede credenciada reduzir. No caso mais recente, a rede Oncoclínicas deixou de atender usuários da Ferj neste mês de agosto, sem comunicação prévia da operadora, segundo os consumidores. Cerca de 12 mil pacientes da Ferj em tratamento de câncer eram atendidos na rede.
Um dos afetados foi o médico aposentado Antonio Mizael Lustosa, que tratava um câncer de próstata com metástase na coluna numa das unidades conveniadas da Oncoclínicas. A esposa dele, a advogada aposentada Vaneida Pires, conta que não recebeu nenhum comunicado da Unimed, descobrindo no último dia 22 que a unidade de saúde deixaria de atender o plano do marido a partir de 1º de agosto. Juntos, eles desembolsam quase R$ 7 mil pela cobertura.
Vaneida diz que foi orientada a ligar numa central telefônica da Unimed, mas não foi atendida. Depois, tentou atendimento via e-mail, enviando o histórico e exames do marido - até hoje sem retorno.
Sem saber o que fazer, buscou atendimento Espaço Cuidar Bem, unidade oncológica própria da Unimed, inaugurada em Botafogo no último dia 28. No dia agendado para que ele recebesse a infusão, porém, o atendimento foi suspenso porque o tratamento não tinha sido entregue pelo fornecedor. A família segue sem informações de quando o tratamento do idoso, que precisa receber doses trimestrais da medicação, deve acontecer.
- O atendimento na Oncoclínicas era maravilhoso, tínhamos uma equipe que acompanhava não apenas o Mizael, mas todos nós. O câncer é uma doença que atinge toda a família. Mas chegando lá, foi péssimo. O atendimento dele, que é trimestral, foi cancelado. Era um monte de gente, uma confusão - lamenta.
Já segundo a Unimed Ferj, não houve descredenciamento, mas uma "repactuação contratual, sem interrupção abrupta de vínculo", o que não obrigaria a operadora a cumprir o aviso prévio de 30 dias aos beneficiários, conforme previsto pela ANS, "por não se tratar de atendimento hospitalar".
"A transição dos atendimentos para o Espaço Cuidar Bem vem sendo conduzida com responsabilidade e cuidado. A comunicação com os pacientes foi iniciada no dia 28/07 por meio de canais diretos da Unimed Ferj e com todas as informações sobre a transição para a nova unidade, além de contato por telefone com os beneficiários incluídos no primeiro ciclo de atendimento", afirmou a operadora, em nota.
Já a Oncoclínicas disse que a Unimed Ferj anunciou a criação de um serviço próprio para atendimento oncológico, como parte da reestruturação de sua rede assistencial, e que a comunicação aos beneficiários foi conduzida pela operadora.
Procurada novamente sobre o caso do aposentado Antônio Mizael, a Ferj ainda não respondeu.
Em nota, a ANS ressaltou que os consumidores que não desejarem permanecer na Unimed Ferj podem trocar de operadora sem cumprir novos prazos de carência, desde que atendam às regras da portabilidade previstas na Resolução Normativa nº 438/2018. A agência disponibiliza uma cartilha com orientações e oferece, em seu site, um guia para comparar planos de saúde.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 07/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Padilha critica “arroubos tarifários” dos EUA e defende produção nacional de medicamentos
Pacientes denunciam neurocirurgião por erros médicos graves
https://www.youtube.com/watch?v=3aVteJFdYLM&list=PL6HeYSHGvEdWIvBCI8ZbwJCEK5CTQGUCg&index=3
UTI's do Hospital das Clínicas estão fechadas
Funcionários da Maternidade Dona Iris denunciam que terão salários reduzidos
Servidor de Goiânia com câncer denuncia que clínicas se recusam a atender pelo Imas
Pacientes denunciam médico neurocirurgião por erro médico
https://www.youtube.com/watch?v=3-sBP-TYvG8
Pacientes denunciam neurocirurgião de Goiânia ao Cremego após sequelas em cirurgias
Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião
CORREIO BRAZILIENSE
Padilha critica “arroubos tarifários” dos EUA e defende produção nacional de medicamentos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou nesta quarta-feira (6/8) a postura do governo dos Estados Unidos em relação à saúde global e defendeu o fortalecimento da produção nacional de medicamentos e tecnologias médicas. A declaração foi feita durante o Fórum Saúde 2025, realizado pela Esfera Brasil e pela EMS, evento que reuniu em Brasília autoridades dos Três Poderes, empresários e especialistas da área.
Segundo Padilha, o recente tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, que afeta diretamente o Brasil e entra em vigor hoje, representa mais uma entre várias ações unilaterais que geram insegurança global e ameaçam o equilíbrio das cadeias produtivas da saúde. “Temos que enfrentar mais uma dessas inseguranças geradas por esse anúncio de tarifas”, comentou.
Ele lembrou que medidas semelhantes já haviam sido anunciadas antes da Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando Trump declarou que os medicamentos nos EUA eram caros e que a solução seria “aumentar as tarifas sobre outros países”.
Para Padilha, o tarifaço deve ser visto como uma oportunidade estratégica para o Brasil. “O Brasil não pode perder essa oportunidade. […] Nenhum país do mundo quer passar de novo o que nós passamos na pandemia, de ficar da noite para o dia absolutamente sem acesso a insumos básicos da saúde. […] O Brasil tem que aproveitar isso como oportunidade — sem ufanismo, mas com estratégia — para cada vez mais aumentar a sua capacidade de produzir aqui no Brasil: tecnologia, insumos, medicamentos, conhecimento para a área da saúde”, enfatizou.
O ministro destacou ainda que a atual reorganização das cadeias globais de insumos e medicamentos impõe ao país o desafio de se tornar menos dependente de um único fornecedor ou região, em especial após os gargalos vividos durante a pandemia da covid-19. “Ninguém quer ficar mais dependente de um país só ou de uma região só depois de tudo que aconteceu na pandemia. A gente tem que aproveitar ao máximo essa oportunidade”, reforçou ele, lembrando a falta de máscaras e que apenas a China fornecia a proteção.
Investimentos
Padilha também criticou a recente decisão do governo norte-americano de suspender o financiamento a pesquisas com o RNA mensageiro. “Hoje, o meu correspondente, ministro da Saúde dos Estados Unidos, fez uma declaração pública… baixou uma ordem executiva de definitivamente cortar qualquer investimento para as plataformas de RNA mensageiro. Isso já gera insegurança para quem quer investir naquele país”, afirmou. Segundo ele, Trump chegou a “rasgar contrato com empresa americana desenvolvedora de uma das vacinas de RNA mensageiro”, o que amplia o ambiente de instabilidade no setor.
Em resposta a esse cenário, Padilha disse que o governo brasileiro está mobilizado para acelerar registros e investimentos em inovação farmacêutica no país. “A Anvisa vai lançar nos próximos dias um chamamento para que indústrias que queiram fazer registros desses peptídeos GLP e GLP-1 tenham um fluxo prioritário absoluto”, anunciou. Ele também informou que o Ministério da Saúde está disposto a investir recursos para apoiar o INPI, a fim de agilizar o reconhecimento da propriedade intelectual e estimular a inovação.
Ao final do discurso, o ministro frisou que a estratégia do governo é transformar o ambiente de instabilidade internacional em uma alavanca de crescimento. “O Brasil vai sair mais forte diante de todas as dificuldades e também mais forte a partir desse futuro de organização global na área da saúde”, declarou.
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TV SERRA DOURADA
Pacientes denunciam neurocirurgião por erros médicos graves
https://www.youtube.com/watch?v=3aVteJFdYLM&list=PL6HeYSHGvEdWIvBCI8ZbwJCEK5CTQGUCg&index=3
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TV ANHANGUERA
UTI's do Hospital das Clínicas estão fechadas
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Funcionários da Maternidade Dona Iris denunciam que terão salários reduzidos
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Servidor de Goiânia com câncer denuncia que clínicas se recusam a atender pelo Imas
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PUC TV
Pacientes denunciam médico neurocirurgião por erro médico
https://www.youtube.com/watch?v=3-sBP-TYvG8
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DIÁRIO DE GOIÁS
Pacientes denunciam neurocirurgião de Goiânia ao Cremego após sequelas em cirurgias
Defesa alega que até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética
Vítimas afirmam ter sofrido com sequelas permanentes e alegam negligência médica. Fotos: Reprodução/Diário de Goiás.
Pacientes que se submeteram a cirurgias com o neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes, em Goiânia, relataram complicações graves de saúde após os procedimentos. Ao abrirem denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), eles afirmam ter sofrido com sequelas permanentes e alegam negligência médica. Os relatos foram feitos em entrevista ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares na manhã desta terça-feira (6).
Márcio Lima, uma das vítimas, relata seu drama: “Depois da cirurgia, eu não tenho mais movimento do pé. Sinto muitas dores que atrapalham minha vida. Antes eu jogava futebol, trabalhava muito, era uma vida corrida. Hoje, só fico em casa, não consigo mais ter a rotina que tinha. Para me locomover, preciso da ajuda da minha família. Muitas coisas da minha vida foram decepadas.”
Ele diz que só agora conseguiu coragem para denunciar: “Eu tinha um pouco de medo, mas com o apoio de outros pacientes e do advogado, fui ganhando força. Sozinho, eu não tinha sucesso, porque ninguém me dava atenção. O médico não me deu nenhum suporte depois da cirurgia. Nem telefone para contato, só falava com a secretária e nunca atendiam. No hospital, a atenção era quase nenhuma.”
Vale lembrar que em junho deste ano, Márcio apresentou as denúncias na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Goiânia, durante a sessão. De acordo com o empresário, a cirurgia feita pelo neurocirurgião violou protocolos de sociedades médicas especializadas em cirurgia de coluna.
Outro paciente, Edson Alves, também denuncia o atendimento e a postura do neurocirurgião. “O que estamos fazendo é o que deve ser feito para quem se sente prejudicado por erro ou negligência médica: buscar o conselho e a justiça. Eu ofereci denúncia às autoridades para que haja fiscalização sobre os planos de saúde. Minha ação é contra o plano, o hospital e o neurocirurgião. Hoje, estamos protocolando mais quatro denúncias de pessoas que passaram pelo mesmo médico, que sofreu abandono médico e negligência.”
Ambos receberam atendimento pelo plano de saúde Hapvida, que em nota enviada ao Diário de Goiás em junho, afirmou que tem mantido contato com o empresário e que está à disposição dos clientes citados por Márcio Lima, para prestar o suporte necessário. A empresa também afirmou estar à disposição para prestar esclarecimentos as autoridades e instituições responsáveis.
Posicionamento da defesa
Em nota geral enviada à reportagem, a defesa do médico afirma que o profissional “desconhece a existência de qualquer processo judicial ou ético-disciplinar instaurado contra si”. Ainda segundo o comunicado, a matéria “se vale de expressões genéricas, como ‘diversos pacientes’, sem indicar datas, contextos clínicos, nomes completos ou qualquer elemento objetivo que possibilite o legítimo exercício do contraditório e do direito de resposta por parte do médico”, se referindo as matérias anteriores de outros veículos que chegaram ao conhecimento da defesa. (Confira a nota na íntegra ao final).
A nota, assinada pelos advogados Jordão Horácio e Airton Pereira, também destaca que o médico possui uma trajetória marcada por conduta técnica e ética, e que “não há, até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética”. A defesa reforça que permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos formais que venham a ser solicitados por meios legítimos.
Andamento do processo e novas cirurgias
Sobre o andamento do processo, Edson comemora uma conquista recente: “Ontem, o Nat Jus, que auxilia o judiciário com especialistas, determinou o reembolso urgente para minha segunda cirurgia. Pode ser que eu precise de uma terceira. Os exames e laudos comprovaram que a primeira cirurgia não teve eficiência. A justiça está reconhecendo que houve um fato grave.”
Ele também comenta as tentativas do médico de intimidá-lo: “O neurocirurgião entrou com ações contra mim, dizendo que eu o difamava, mas perdeu todas. O Ministério Público arquivou o caso. Ele até registrou um boletim de ocorrência contra mim, porque eu divulgava meu problema e alertava outras pessoas. Minha denúncia já revelou oito casos.”
Márcio Lima reforça o sentimento de abandono após a cirurgia: “Eu queria fazer nova cirurgia, mas como vou operar com o mesmo médico que me complicou? Tenho receio. Passei por outros especialistas que indicaram um procedimento mais tranquilo, que não afetaria minha coluna. Uso órteses, cinta, para me ajudar. Acho que não tenho esperança de recuperar a função do pé, porque os médicos me disseram que não tem reversão.”
Confira a nota da defesa do neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes na íntegra:
“Nota
A respeito da reportagem publicada, que trata de supostas falhas médicas envolvendo um neurocirurgião de Goiânia, a defesa do médico esclarece que o profissional desconhece a existência de qualquer processo judicial ou ético-disciplinar instaurado contra si. Importa frisar que a matéria se vale de expressões genéricas, como “diversos pacientes”, sem indicar datas, contextos clínicos, nomes completos ou qualquer elemento objetivo que possibilite o legítimo exercício do contraditório e do direito de resposta por parte do médico, não é possível, sequer, constatar que se tratam de pacientes atendidos pelo médico.
A ausência de dados mínimos e a abordagem sensacionalista impedem, inclusive, a identificação concreta dos fatos ou da sua eventual veracidade.
O médico possui uma trajetória marcada por conduta técnica e ética compatível com as melhores práticas da neurocirurgia, tendo realizado milhares de procedimentos com zelo, responsabilidade e dedicação aos seus pacientes. Não há, até a presente data, qualquer processo vinculado ao médico, seja em esfera judicial, administrativa ou ética. Vale lembrar que a caracterização de erro médico demanda rigoroso processo de apuração, conduzido por autoridade competente e instruído com prova técnica pericial.
Por fim, a defesa reitera que permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos formais que venham a ser solicitados por meios legítimos, sempre no espírito da transparência e do respeito às instituições.”
Jordão Horácio – Advogado especialista em Direito Público e da Saúde, Doutor em Saúde Global (USP)
Airton Pereira – Advogado e pós-graduando em Direito Médico e da Saúde
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DIÁRIO DO ESTADO
Pacientes denunciam neurocirurgião por falhas médicas em Goiás
Cinco pacientes compareceram ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em Goiânia, na manhã desta quarta-feira, 6, para denunciar o neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes. Acompanhados pelo advogado Leonardo Felipe, os denunciantes relataram falhas graves durante procedimentos cirúrgicos, ausência de acompanhamento após as operações e consequências irreversíveis para a saúde.
Apesar de não se conhecerem, os pacientes compartilham uma mesma realidade: todos foram operados pelo mesmo médico e hoje convivem com sequelas permanentes. São pessoas com perfis diversos, unidas apenas pela alegação de que foram vítimas de negligência médica.
“Estamos aqui para formalizar denúncias sérias sobre falhas médicas envolvendo esse profissional. Os relatos incluem erros cirúrgicos, diagnósticos equivocados e abandono de pacientes. Nosso objetivo é garantir que essas situações sejam investigadas e que os direitos dos pacientes sejam respeitados. Queremos justiça, mas também prevenir que outros passem pelo mesmo sofrimento”, afirmou o advogado.
Entre os denunciantes está o motorista Edson Nunes, de 45 anos. Ele conta que passou por uma cirurgia na coluna em setembro de 2023. O procedimento, que deveria durar cerca de duas horas, se estendeu por sete. Após a operação, Edson desenvolveu uma paralisia no pé — conhecida como “pé caído” — e uma fístula liquórica (vazamento de líquido da medula), que, segundo ele, não foi comunicada à família. Apesar da gravidade, recebeu alta dois dias depois. Exames apontaram lesão neurológica e tecido cicatricial comprimindo a raiz nervosa. Hoje, convive com dores crônicas, atrofia muscular e só se locomove com muletas. “Entrei no hospital andando e saí sem conseguir mexer o pé. Só quero justiça”, desabafou.
Outro caso é o da lojista Janaína Nunes. Após apresentar sintomas neurológicos, ela foi submetida, em maio de 2023, a uma cirurgia de urgência indicada por Fernandes, para retirada de um suposto tumor cerebral. A biópsia, no entanto, revelou que se tratava de uma malformação arteriovenosa (MAV), e não de um tumor. Janaína também enfrentou uma infecção grave, foi diagnosticada com osteomielite e afirma ter sido abandonada pelo médico, o que consta no prontuário de abril de 2024. Atualmente, ela sofre com epilepsia, hemiplegia e está afastada do trabalho. “Saí da cirurgia sem conseguir mexer metade do corpo e tive alta no mesmo dia. Minha vida foi destruída por um erro”, lamentou.
As denúncias começaram a ganhar repercussão após o empresário Márcio Lima relatar em suas redes sociais que também sofreu sequelas permanentes após uma cirurgia na coluna com o mesmo médico. Ele, assim como Edson, agora depende de muletas para andar.
Outros dois pacientes, Márcio Geraldo e mais um que não teve a identidade revelada, também protocolaram denúncias no Cremego. Assim como os demais, eles alegam negligência e prejuízos severos à saúde após cirurgias conduzidas por Tiago Fernandes.
O que chama atenção é que nenhum dos pacientes tinha qualquer vínculo anterior. São histórias distintas que se cruzaram por conta do mesmo profissional. As denúncias agora serão apuradas pelo Cremego, e tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público devem acompanhar as investigações.
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O GLOBO
Os planos de saúde que mais cresceram no 1º semestre, em número de ‘vidas’
A SulAmérica aumentou em cerca de 342 mil “vidas” sua carteira de clientes no primeiro semestre do ano, na maior expansão líquida entre os planos de saúde no período, mostram dados compilados pelo Itaú BBA com base em números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Depois da SulAmérica, aparece a Amil, cuja carteira aumentou 284 mil entre janeiro e junho, no segundo maior crescimento. O ranking, porém, pode ser ajustado nos meses seguintes por eventual distorção estatística.
“Os números indicam um crescimento muito forte, mas é preciso considerar que os resultados podem estar distorcidos. A SulAmérica registrou mais um mês de crescimento significativo, com adição líquida de 88 mil beneficiários em junho. No 2º trimestre de 2025, a SulAmérica aumentou sua base em 270 mil clientes. No entanto, observamos que os índices de cancelamento (churn) da SulAmérica vêm sendo reportados como zero nos últimos meses, o que pode sugerir alguma distorção nos dados”, escreveram os analistas do Itaú BBA no relatório.
De acordo com o levantamento, uma das principais fontes de crescimento da Amil é o desempenho no mercado do Rio.
“A empresa registrou um crescimento expressivo de 46 mil beneficiários no mês, totalizando 167 mil no 2º trimestre de 2025. A maior parte desse crescimento se concentrou na região metropolitana do Rio, enquanto cooperativas médicas e um operador regional de medicina de grupo apresentaram resultados fracos, sugerindo que a Amil está ganhando participação dessas empresas”, explicaram os analistas.
De acordo com o relatório, a Porto Seguro também se destacou em crescimento, com expansão de 73 mil “vidas”. No sistema Unimed, embora a Unimed Nacional tenha perdido 76 mil clientes, a Unimed Seguros ampliou sua carteira em 44 mil clientes, enquanto a Unimed BH avançou em 28 mil “vidas”.
A Hapvida — de longe, a maior operadora do país — manteve o número de vidas praticamente estável no ano (aumento de cerca de 3 mil clientes apenas, segundo a tabulação do Itaú BBA). Mas os analistas reagiram positivamente à tendência:
“Na Hapvida, houve ansiedade antes da divulgação dos números; alívio e otimismo após a divulgação. Houve uma reversão de tendência relevante no mês, com a NDI Saúde — subsidiária responsável pelas operações nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro — registrando acréscimo de 6 mil beneficiários, ante quedas de 16 mil e 23 mil em abril e maio, respectivamente. A Hapvida Assistência Médica — subsidiária que atua no Norte, Nordeste e interior do estado de São Paulo — manteve seu desempenho sólido, com acréscimo de 21 mil beneficiários no mês.”
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JORNAL OPÇÃO
Cinco pacientes apresentam denúncia ao Cremego por falhas médicas de neurocirurgião
Um dos pacientes relata que com a denúncia dele, apareceram mais oito casos ao todo. E todos são casos de sequelas que, posteriormente, dificultaram a vida dos pacientes
Cinco pacientes compareceram, nesta quarta-feira, 6, ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em Goiânia, para denunciar supostas falhas médicas cometidas pelo neurocirurgião Tiago Vinicius Silva Fernandes. Acompanhados pelo advogado, os denunciantes relataram procedimentos mal conduzidos, falta de acompanhamento pós-operatório e sequelas graves. Procurado pelo Jornal Opção, o Cremego aponta que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, recebidas pelo Conselho ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
Ao Jornal Opção, o empresário Márcio Lima, que já tinha relatado o caso em uma reportagem veiculada no dia 24 de junho deste ano, afirma que, nesta quarta-feira, 6, ele e mais quatro pacientes foram ao Cremego com o objetivo de buscar justiça. “Hoje mais quatro pacientes protocolaram junto ao Cremego uma ação de investigação administrativa. A partir daí, na sexta-feira (8), vai ser feita uma denúncia na Polícia Civil para abrir investigação e automaticamente reportar isso ao Ministério Público, porque nós estamos suspeitando que há muito mais casos envolvendo esse médico”, relata.
Lima ainda afirmou que a partir da denúncia dele outras oito pessoas apareceram alegando que também passaram por procedimentos com o neurocirurgião. “Uma dessas pessoas vão mover um processo a parte o restante será uma ação coletiva. Outro paciente, o Fabrício, disse que não tem condições psicológicas para continuar e futuramente vai cuidar dos processos e a gente entende isso porque as sequelas também afetaram muito o nosso psicológico”, afirmou o empresário.
Ele ainda conta o caso do paciente Márcio Geraldo, que foi operado no Hospital São Silvestre e que hoje tem muita dificuldade de se locomover. “Nós fizemos a denúncia, entramos na justiça e vamos à delegacia registrar o boletim de ocorrência. O que aconteceu com a gente, o que nos uniu, foi o sofrimento. Mas o que vai nos manter nessa união agora é a justiça. E nós não vamos parar”, afirma Márcio Lima.
O empresário também alega que o advogado do médico está fazendo pressão, dizendo que ele é um consagrado. “Eu tenho várias histórias de médicos que têm um perfil de ‘médico-monstro’: de dia é médico, à noite é um monstro. E ele não foge à regra. Ele deixou pessoas mutiladas, deixou pessoas com sequelas. O que a gente quer agora é que realmente a coisa ande no Cremego, que é obrigação deles. Mesmo sabendo que existe corporativismo, a gente não tem problema nenhum com a classe médica. Só queremos que aqueles que erraram sejam responsabilizados”, finaliza.
Em nota, a assessoria do neurocirurgião Tiago Vinícius Silva Fernandes afirmou que até o momento ele não foi notificado oficialmente sobre qualquer denúncia e também não foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Cremego. A nova ainda informa que o médico considerou positivo o caso ser levado até o Cremego, que é o órgão competente para avaliar a responsabilidade das condutas médicas. (Leia a nota na íntegra no final da matéria)
Não se conheciam
O advogado Leonardo Felipe, que representa os pacientes, declara que formalizou as denúncias sobre as falhas médicas envolvendo o médico. Segundo ele, os relatos incluem erros cirúrgicos, diagnósticos equivocados e abandono de pacientes. O objetivo, diz o advogado, é garantir que essas situações sejam investigadas e que os direitos dos pacientes sejam respeitados. “Queremos justiça, mas também prevenir que outros passem pelo mesmo sofrimento”, completa.
Entre os cinco denunciantes está o motorista Edson Nunes, de 45 anos. Ele afirma ter sofrido lesões permanentes após uma cirurgia na coluna realizada em 21 de setembro de 2023. O procedimento, que deveria durar até duas horas, se estendeu por sete. Logo após a operação, Edson desenvolveu paralisia no pé (conhecida como “pé caído”) e uma fístula liquórica (vazamento de líquido da medula) que, segundo ele, não foi comunicada à família.
Apesar do quadro grave de Edson, recebeu alta em apenas dois dias. Exames posteriores confirmaram lesão neurológica e formação de tecido cicatricial comprimindo a raiz nervosa. Hoje, vive com dores crônicas, atrofia muscular e depende de muletas. “Entrei no hospital andando e saí sem conseguir mexer o pé. Só quero justiça”, desabafa.
Outro caso grave é o da lojista Janaína Nunes. Em maio de 2023, após apresentar sintomas neurológicos, ela foi submetida a uma cirurgia de urgência indicada por Tiago Fernandes para retirada de um suposto tumor cerebral. No entanto, a biópsia realizada três dias após a operação revelou que se tratava, na verdade, de uma Malformação Arteriovenosa (MAV). A paciente ainda enfrentou uma infecção grave na ferida operatória, foi diagnosticada com osteomielite e afirma ter sido abandonada pelo médico, como consta no prontuário de abril de 2024.
Atualmente, Janaína convive com epilepsia, hemiplegia e está impossibilitada de trabalhar. “Saí da cirurgia sem conseguir mexer metade do corpo e tive alta no mesmo dia. Minha vida foi destruída por um erro”, lamenta. As denúncias ganharam repercussão após o empresário Márcio Lima relatar nas redes sociais que também sofreu sequelas permanentes após cirurgia na coluna realizada pelo mesmo neurocirurgião. Ele agora depende de muletas para se locomover.
Outro paciente, Márcio Geraldo, também esteve no Cremego para registrar denúncia semelhante. Completando o grupo de cinco vítimas, há ainda um quinto paciente que também formalizou sua denúncia contra o neurocirurgião. O que chama atenção nos casos é que os cinco pacientes não possuíam qualquer relação entre si antes das cirurgias. Eram pessoas comuns que se encontram unidas apenas pela tragédia de terem confiado no mesmo profissional.
A única ligação entre eles foi de terem escolhido, ou sido encaminhados, para o mesmo neurocirurgião. Os casos já foram oficialmente protocolados no Cremego. As denúncias devem ser apuradas pela Polícia Civil, e o Ministério Público acompanhará as investigações.
Em nota oficial
A assessoria jurídica do médico neurocirurgião informa que, até o momento, não foi notificada oficialmente sobre qualquer denúncia, tampouco lhe foram informados quais pacientes teriam formalizado queixa junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o que torna impossível comentar especificamente os casos mencionados.
O médico considera positivo que o assunto tenha sido levado ao Cremego, órgão competente e imparcial para avaliar com responsabilidade as condutas médicas. Importante destacar que para comprovar a existência de negligência, imprudência ou imperícia, é preciso demonstrar a existência de nexo de causalidade entre o ato do médico e o dano suportado pelo paciente, ou seja, que o ato causou eventual dano. Isso só pode ser feito com produção de provas fundamentadas cientificamente, com a atuação de um perito judicial ou no âmbito do Conselho Regional de Medicina, pelos próprios pares do médico.
Outro aspecto fundamental é que a relação médico-paciente, a obrigação do profissional da medicina é uma obrigação de meio, ou seja, ele não se compromete com o resultado, mas com o uso dos melhores protocolos operacionais existentes na literatura médica para aquele caso concreto. Nem todo efeito adverso caracteriza, necessariamente, erro médico.
Finalmente, o médico que é alvo dessa campanha difamatória sempre pautou sua conduta pelos melhores protocolos operacionais relacionados à literatura médica. É um neurocirurgião consagrado, respeitado internacionalmente, e utilizará todos os espaços devidos — judiciais e administrativos — dentro do direito da ampla defesa e do contraditório, para refutar todas essas acusações. Ele tem plena confiança de que, caso haja apuração, será constatada a inexistência de qualquer falha, porque não houve qualquer conduta nesse sentido.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 06/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Judicialização na saúde suplementar cresce 8% no primeiro semestre
https://medicinasa.com.br/judicializacao-saude-cresce/
Hetrin recebe reacreditação ONA2
https://medicinasa.com.br/hetrin-ona2/
Artigo - IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
https://medicinasa.com.br/ia-medicina-sinergia/
Ministério da Saúde anuncia R$ 1,2 milhão para ampliar ações do programa Agora Tem Especialistas em Goiás
Atlântica D’Or anuncia novo hospital de R$ 250 milhões em Ribeirão Preto
ABCIS e ONA firmam parceria para segurança digital na acreditação hospitalar
Exportações brasileiras de dispositivos médicos crescem 7,5%
MEDICINA S/A
Judicialização na saúde suplementar cresce 8% no primeiro semestre
De acordo com dados do painel Estatísticas Processuais de Direito à Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), durante o primeiro semestre de 2025 foram abertos 156.482 novos processos relacionados à saúde suplementar. Um crescimento de 8,2%, se comparado ao mesmo período de 2024, quando o número chegou a 144.542.
As principais queixas são relacionadas a negativas de cobertura para tratamentos médico-hospitalares, reajustes contratuais e ao fornecimento de medicamentos. Em relação aos processos baixados (encerrados), no primeiro semestre do ano passado, foram 94.057. Neste ano, 135.497.
Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, “a crescente judicialização do sistema suplementar de saúde revela fragilidades estruturais graves, especialmente em relação à transparência na regulação e à previsibilidade das coberturas. Esse cenário gera insegurança tanto para os profissionais de saúde quanto para os usuários, que veem na Justiça o único caminho para salvaguardar seus direitos”.
Canal também destaca que a combinação de crescimento de custos médicos, envelhecimento populacional e expectativas elevadas de atendimento impõem novos desafios à saúde suplementar brasileira.
“É preciso promover um diálogo mais transparente entre operadoras, Judiciário e órgãos reguladores, buscando soluções que garantam o equilíbrio do sistema e o acesso justo aos tratamentos pelos usuários”, completou o especialista em Direito Médico.
Em abril deste ano, a Anadem analisou o recorde de lucros do sistema suplementar de saúde em 2024 e reforçou que o crescimento do valor dos planos não necessariamente impacta positivamente a prestação dos serviços aos usuários e as condições de trabalho dos profissionais de saúde.
Em maio, dados divulgados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), por meio da Nota de Acompanhamento de Beneficiários 104 (NAB 104), mostram que, em fevereiro deste ano, o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares chegou a 52,1 milhões.
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Hetrin recebe reacreditação ONA2
O Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), unidade do governo de Goiás, passou recentemente pelo processo de certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), atendendo aos padrões e requisitos de segurança do paciente, gestão integrada e excelência em gestão. Referência em atendimentos em Trindade e região, o hospital consolidou a qualidade do trabalho que presta à população ao manter-se com o segundo nível do certificado de qualidade concedido pela ONA como Acreditado Pleno.
A ONA 2, segundo nível do modelo de acreditação brasileira conquistada pelo Hetrin, tem foco nos processos hospitalares, avaliando sua gestão e suas interações, além da segurança do paciente. Mesmo em fase de reforma e expansão de sua estrutura física, a unidade manteve todos os seus serviços em pleno funcionamento, oferecendo saúde de excelência à população goiana. Ao final da obra a unidade passará de 2.491 m² para 10.011 m² e de 56 para 149 leitos.
No estado de Goiás, apenas três hospitais públicos são acreditados com o nível Acreditado Pleno pela ONA. Durante os dois dias de avaliação presencial, diversos requisitos foram verificados, passando por todos os setores do hospital. “Estamos muito orgulhosos por essa conquista. A certificação representa não apenas benefícios diretos para a população, mas também reforça o compromisso de toda a equipe em manter um atendimento de excelência, sempre focado nas necessidades da comunidade”, afirma a diretora da unidade, Vânia Fernandes.
Metas e Compromissos
O Hetrin obteve o certificado “Acreditado – ONA 1” em 2021, passando pelo processo de manutenção, e alcançou o selo “Acreditado Pleno – ONA 2”, em junho de 2023. Esse nível exige que a unidade atenda a pelo menos 80% dos padrões de qualidade e segurança e 90% dos requisitos da ONA para gestão integrada. Esse reconhecimento faz parte das metas estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) nos contratos com as organizações sociais de saúde parceiras.
O trabalho desenvolvido pela equipe de colaboradores da unidade, é fundamental para a conquista de avaliações positivas. Composta por profissionais de diversas áreas, a equipe atua com dedicação, cuidado e atendimento humanizado, sempre buscando oferecer um serviço de excelência, dar voz aos pacientes e garantir qualidade e conforto durante todo o processo de atendimento e internação.
Com a manutenção da certificação, o Hetrin reforça seu compromisso com a qualidade e segurança nos serviços de saúde. O planejamento estratégico da unidade inclui a expansão para novas áreas e, após as obras, a busca pela conquista da certificação ONA 3, consolidando seu papel como referência na assistência à saúde pública de Goiás.
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Artigo - IA na medicina é sinergia entre máquina e olhar humano
A Inteligência Artificial tem demonstrado avanços notáveis, especialmente em especialidades como a radiologia. A mamografia, por exemplo, é feita não porque a mulher sente algo, mas por prevenção. Espera-se que a maioria dos exames seja normal.
De fato, cerca de 91% das mamografias não apresentam anormalidades, enquanto apenas 9% indicam necessidade de investigação mais detalhada, como biópsias ou cirurgias.
Nesse contexto, a IA se mostra uma ferramenta valiosa para aumentar a eficiência médica. Ao examinar centenas de mamografias, o médico pode facilmente se distrair ou cometer erros ao buscar os 9% que realmente exigem atenção. A IA, por sua vez, processa vastas quantidades de imagens — normais e anormais — com rapidez e precisão.
Um supercomputador analisa imagens com velocidade, comparando padrões normais e não normais. Isso reduz a fadiga humana e foca a atenção nos casos críticos.
Essa aplicação se estende a diversos outros exames de imagem, como tomografias, ressonâncias e radiografias.
A experiência médica é aliada da IA
A amigdalite, por exemplo, o diagnóstico é direto:
É fácil identificar uma amigdalite. Um estudante de medicina vê as placas de pus e já sabe o que fazer.
O tratamento segue um protocolo claro, sem muitas variações. Mas o cenário muda em doenças como a depressão: O computador não consegue identificar depressão facilmente. Isso depende muito da análise do médico.
Há ainda doenças cujo caminho diagnóstico não é bem definido, ou que envolvem variabilidade genética. Nestes casos, a experiência médica é insubstituível.
As vezes, a medicina ainda não tem clareza sobre o melhor tratamento, ou há muitas variáveis genéticas. Aí entra a intuição e o conhecimento do médico.”
É justamente nessas situações que a IA pode expandir as possibilidades de diagnóstico.
A inteligência artificial oferece um leque muito amplo. O médico experiente consegue filtrar essas opções com discernimento. Sem IA, ele pode deixar passar doenças que nunca estudou.
A sabedoria clínica e o olhar humano seguem essenciais, com a IA atuando como complemento estratégico. Muitos médicos não estão preparados para usar essas ferramentas.
É importante ressaltar que a prática médica exige investigação minuciosa de sinais e sintomas. Médicos experientes extraem mais das consultas, enquanto profissionais menos preparados podem se apoiar excessivamente em exames, sem dominar sua interpretação.
Se a IA recebe poucas informações, pode sugerir uma conduta equivocada. O médico precisa saber interpretar os resultados.
A precisão da IA depende da qualidade dos dados inseridos e da competência do profissional em contextualizá-los.
Sempre é importante lembrar que a tecnologia existe para otimizar o tempo e fazer com que o profissional de saúde tenha mais tempo para o que é mais importante: a atenção ao paciente.
*Antonio Carlos Endrigo é diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da Associação Médica Brasileira (AMB).
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministério da Saúde anuncia R$ 1,2 milhão para ampliar ações do programa Agora Tem Especialistas em Goiás
Recursos destinados ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (GO) visam ampliar a capacidade de atendimento do SUS. Objetivo é reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias
O secretário-adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, anunciou nesta sexta-feira (1º), em Aparecida de Goiânia (GO), o investimento de R$ 1,2 milhão destinado ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia. O objetivo é ampliar a capacidade de atendimento na rede pública de saúde do estado de Goiás. O novo repasse faz parte do montante de R$ 440 milhões do programa Agora Tem Especialistas, anunciados hoje pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Rio de Janeiro, para a habilitação de novos serviços especializados em dez estados e no Distrito Federal.
O programa Agora Tem Especialistas, do governo federal, tem como objetivo reduzir o tempo de espera para pacientes do SUS em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia e cardiologia.
“O Agora Tem Especialistas vai mobilizar tudo que a gente puder da saúde pública e privada para reduzir o tempo de espera. Nós criamos, inclusive, mecanismos inovadores para parceria com a rede privada. Vamos trocar as dívidas dos planos de saúde e dos hospitais por mais cirurgias, mais exames, mais consultas especializadas”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em Aparecida de Goiânia (GO), o secretário-adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, detalhou como os investimentos serão aplicados no município. Com o recurso, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia será habilitado a realizar novos procedimentos especializados. A ação integra as iniciativas do programa Agora Tem Especialistas, que conta com um conjunto de ações para ampliar a capacidade de atendimento do SUS em todo o Brasil, com a realização de mais consultas, exames e cirurgias eletivas.
Com a medida, o hospital recebe habilitação em traumatologia e ortopedia e se torna referência em alta complexidade na região, incluindo sistemas de internação, diagnóstico por imagem e emergências hemodinâmicas, além de ampliar a assistência com alta capacidade operacional em múltiplas especialidades, como cardiologia, ortopedia, cirurgia geral e pediatria.
Medidas para fortalecer o Agora Tem Especialistas em 10 estados e DF
Nesta sexta-feira (1), representantes do Ministério da Saúde também estiveram em outros estados para o anúncio de ações do programa Agora Tem Especialistas. Somados aos recursos destinados às unidades de saúde do estado do Rio de Janeiro, a pasta vai investir o total de R$ 440 milhões para a ampliação do atendimento especializado no SUS em: Bahia, Ceará, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Piauí, Paraná, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
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SAÚDE BUSINESS
Atlântica D’Or anuncia novo hospital de R$ 250 milhões em Ribeirão Preto
Unidade será voltada à alta complexidade e integra o plano de expansão da joint venture entre Rede D’Or e Grupo Bradesco Seguros.
A Atlântica D’Or — joint venture formada pela Rede D’Or, maior rede hospitalar da América Latina, e pela Atlântica Hospitais e Participações, controlada pela Bradseg Participações (Grupo Bradesco Seguros) — realizou hoje, 5 de agosto, a cerimônia de lançamento das obras de seu novo hospital em Ribeirão Preto (SP). A unidade marca a expansão da marca para uma das principais cidades do interior paulista, conhecida por seu polo médico e hospitalar.
Localizado no bairro Jardim Califórnia, zona sul da cidade, o hospital ocupará uma área estratégica dentro do complexo RibeirãoShopping, com acesso facilitado pela Avenida Braz Olaia Acosta, 815. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2026.
A solenidade contou com a presença de executivos da área da saúde e autoridades locais, entre eles Rodrigo Gavina, CEO de Hospitais da Rede D’Or; Rodrigo Bacellar, diretor-presidente da Atlântica Hospitais e Participações; Vander Giordano, vice-presidente de Compliance e Institucional da Multiplan; e Ricardo Silva, prefeito de Ribeirão Preto.
“Trata-se de um serviço de alto nível que reúne a expertise da Rede D’Or em gestão e operação hospitalar à capacidade da Atlântica de desenvolver soluções que agregam valor ao setor de saúde”, destacou Rodrigo Gavina.
Estrutura voltada à alta complexidade
Com investimento estimado em R$ 250 milhões, o novo hospital terá aproximadamente 19 mil m² de área construída e será voltado ao atendimento de alta complexidade. A estrutura contará com leitos de internação, UTI adulto e pediátrica, centro cirúrgico de alta complexidade, pronto-socorro adulto e infantil, além de um centro médico com diversas especialidades.
A unidade também abrigará um centro completo de diagnóstico por imagem, com serviços como tomografia, ressonância magnética, raio-X, ultrassonografia e hemodinâmica — voltado para procedimentos minimamente invasivos no tratamento de doenças cardiovasculares e neurológicas.
“Ribeirão Preto se destaca pelo dinamismo econômico e demanda crescente por serviços de saúde qualificados. Com essa nova unidade, trazemos uma infraestrutura moderna e integrada, com foco em tecnologia, humanização e eficiência assistencial”, afirmou Rodrigo Bacellar, Diretor-Presidente da Atlântica Hospitais e Participações.
Expansão estratégica
A chegada da Atlântica D’Or a Ribeirão Preto está inserida em um plano robusto de crescimento da marca. Desde sua criação, a joint venture já entregou três hospitais — São Luiz Guarulhos e São Luiz Alphaville (SP) e Macaé D’Or (RJ) — e incorporou, em março de 2025, o Hospital São Luiz Campinas. Há ainda uma nova unidade em planejamento em Taubaté (SP), além do recém-anunciado projeto em Ribeirão.
“Integrar um hospital deste porte ao ecossistema do RibeirãoShopping reforça o potencial da cidade em atrair investimentos estratégicos com alto impacto social e econômico”, destacou Vander Giordano da Multiplan.
Com a nova unidade, a Atlântica D’Or consolida sua atuação em regiões com forte vocação para a saúde e reafirma seu compromisso com a ampliação do acesso a serviços hospitalares de excelência no Brasil.
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ABCIS e ONA firmam parceria para segurança digital na acreditação hospitalar
Iniciativa vai estabelecer critérios técnicos e alinhados à LGPD para avaliar maturidade digital, cibersegurança e proteção de dados no setor hospitalar
A segurança digital no setor de saúde brasileiro ganha um importante reforço. A Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde (ABCIS) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA) assinaram recentemente um termo de cooperação técnica. Esta união visa incluir critérios estruturados de segurança da informação no processo de acreditação das instituições de saúde.
A ONA contribui com sua experiência em avaliação da qualidade assistencial. Já a ABCIS traz seu conhecimento especializado em tecnologia e cibersegurança na saúde. Juntas, as organizações desenvolverão requisitos específicos para proteção de dados e governança digital. Todos os critérios seguirão as exigências da LGPD e padrões internacionais.
“A parceria com a ABCIS responde à crescente importância da tecnologia nos processos de cuidado em saúde”, destaca Fabio Leite Gastal, presidente da ONA. Atualmente, a segurança da informação já aparece nos processos de acreditação, principalmente em requisitos de gestão de riscos. Contudo, a nova cooperação permitirá uma abordagem mais técnica e estruturada.
Metodologia e desenvolvimento dos critérios
Grupos técnicos formados por profissionais das duas organizações conduzirão o trabalho. Eles realizarão encontros regulares para:
Analisar referências nacionais e internacionais
Mapear riscos de segurança digital
Definir parâmetros claros de avaliação
A metodologia seguirá os princípios da ONA, com foco em segurança, integridade e disponibilidade da informação.
Desafios atuais das instituições brasileiras
As instituições de saúde enfrentam hoje diversos obstáculos na área digital. Entre eles destacam-se:
Falta de políticas claras de segurança da informação
Baixa maturidade digital
Investimentos insuficientes em infraestrutura tecnológica
Necessidade urgente de capacitação profissional
Para Vitor Ferreira, presidente da ABCIS e CIO do Hospital Sabará, esta parceria representa um divisor de águas. “Segurança da informação não é apenas uma questão técnica, mas um componente essencial da qualidade assistencial”, afirma. “Estamos orgulhosos de contribuir para elevar o padrão da acreditação no Brasil.”
Cronograma de implementação
Os primeiros resultados da cooperação chegarão no segundo semestre de 2025. Nesta fase, ocorrerão projetos-piloto e capacitação de avaliadores. A implementação completa dos novos critérios está prevista para 2026, quando será publicado o novo manual OPSS.
“Esperamos implementar os padrões com equilíbrio entre flexibilidade e responsabilização”, conclui Ferreira. Assim, a parceria estabelecerá um novo patamar de maturidade digital nas instituições de saúde brasileiras, beneficiando profissionais e pacientes com ambientes digitais mais seguros.
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Exportações brasileiras de dispositivos médicos crescem 7,5%
Setor fatura mais de meio bilhão de dólares no primeiro semestre de 2025, com destaque para produtos médico-hospitalares, enquanto monitora possível impacto de novas tarifas nos EUA.
A indústria brasileira de dispositivos médicos consolidou sua expansão internacional no primeiro semestre de 2025, registrando um crescimento de 7,5% nas exportações em comparação ao mesmo período do ano anterior. O valor total alcançou impressionantes US$ 572,6 milhões, evidenciando o reconhecimento global da qualidade dos produtos de saúde fabricados no Brasil e fortalecendo o posicionamento estratégico do país na cadeia global de saúde.
“Os resultados demonstram a confiança internacional na tecnologia e inovação da indústria nacional. Nosso setor entrega qualidade, segurança e competitividade para sistemas de saúde em diversos países”, destaca Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos).
O desempenho positivo também se refletiu nas 135 empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da ABIMO em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Estas companhias exportaram US$ 74,2 milhões no período, mantendo o ritmo de crescimento e conquistando novos mercados. Um dado significativo revela que mais da metade das empresas do BHD expandiram para novos destinos, enquanto 27,4% começaram a exportar produtos anteriormente comercializados apenas no mercado doméstico.
“Este movimento demonstra maturidade exportadora. As empresas estão inovando, diversificando seu portfólio e alcançando novos compradores em diferentes regiões do mundo”, complementa Larissa.
Estados Unidos lideram importações, mas tarifa gera apreensão
Entre os 174 países que adquiriram produtos da indústria brasileira, os Estados Unidos mantêm a liderança como principal destino, com importações superiores a US$ 150 milhões, representando mais de 25% do total exportado. Este volume expressivo intensifica a preocupação do setor diante do “tarifaço” anunciado pelo governo de Donald Trump, que pretende aplicar uma alíquota de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entrarem no país.
Após os EUA, países latino-americanos figuram como importantes compradores: Argentina (US$ 44,7 milhões), Colômbia (US$ 42,5 milhões), México (US$ 41,2 milhões) e Chile (US$ 29,4 milhões). Juntos, estes cinco mercados respondem por 53,7% do total exportado pelo setor.
O primeiro trimestre foi determinante para o resultado semestral positivo. Somente entre janeiro e março, o setor acumulou US$ 288,4 milhões em vendas internacionais.
Diversidade de produtos exportados
No primeiro semestre de 2025, mais de 200 tipos de produtos foram exportados para diferentes regiões do mundo. Os itens médico-hospitalares lideraram com 66,3% do total e crescimento de 6,27% no período. Destacam-se categutes esterilizados para suturas cirúrgicas (US$ 76,1 milhões), válvulas cardíacas (US$ 49,3 milhões), sacos e bolsas de plástico para uso médico (US$ 37,2 milhões) e pensos adesivos (US$ 24,5 milhões).
A odontologia também apresentou desempenho favorável, com US$ 67,13 milhões exportados e alta de 7,45% em relação ao primeiro semestre de 2024. O segmento de reabilitação registrou o maior crescimento percentual: 19,9%, totalizando US$ 64,3 milhões.
Desempenho do Brazilian Health Devices
As 135 fabricantes participantes do projeto BHD finalizaram o semestre com US$ 74,2 milhões em exportações, resultado ligeiramente superior ao mesmo período do ano anterior.
No âmbito do BHD, os produtos odontológicos representaram 33,9% do total, seguidos pelos médico-hospitalares (32,7%), reabilitação (30,6%) e laboratório (2,59%). Estas empresas comercializaram 190 produtos em 125 países, com destaque para EUA, Argentina, Colômbia, Chile e Paraguai como principais destinos. Em 68 desses mercados houve aumento no volume exportado, demonstrando maior confiança e fortalecimento das parcerias internacionais.
Um indicador positivo adicional revela que mais da metade das empresas participantes do BHD abriram novos mercados neste primeiro semestre, enquanto 27,4% passaram a exportar produtos anteriormente comercializados apenas no mercado interno. Destacam-se artigos e aparelhos ortopédicos e de prótese, instrumentos e aparelhos de odontologia e de medicina, além de cimentos para obturação dentária.
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Assessoria de Comunicação