Quinta, 11 Dezembro 2025 06:43

CLIPPING AHPACEG 11/12/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Calamidade pública na saúde de Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/calamidade-publica-na-saude-de-goiania-14171061.ghtml

Atestados médicos em papel continuarão válidos em todo o Brasil em 2026

https://www.dm.com.br/brasil/atestados-fisicos-continuarao-validos-em-todo-o-brasil-em-2026/

Ministério da Saúde reforça atendimento em Goiás com a chegada de novos médicos pelo programa Agora Tem Especialistas

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias-para-os-estados/goias/2025/dezembro/ministerio-da-saude-reforca-atendimento-em-goias-com-a-chegada-de-novos-medicos-pelo-programa-agora-tem-especialistas

Confiança é o capital invisível da saúde

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/confianca-e-o-capital-invisivel-da-saude/

Unimed Federação Centro Brasileira é bronze no Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão 2025

https://www.issoegoias.com.br/2025/12/unimed-federacao-centro-brasileira-e.html

Imas assina contrato com Hospital Araújo Jorge, que passa a atender beneficiários do plano

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/imas-assina-contrato-com-araujo-jorge-que-passa-a-atender-beneficiarios-do-plano-773820/

Pesquisadora brasileira desenvolve caneta que detecta câncer em 10 segundos

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/pesquisadora-brasileira-desenvolve-caneta-que-detecta-cancer-em-10-segundos-773689/

Família de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio em UPA deve ser indenizada em R$ 60 mil

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/12/10/familia-de-pastor-que-morreu-apos-ser-atingido-na-cabeca-por-cilindro-de-oxigenio-em-upa-deve-ser-indenizada-em-r-60-mil.ghtml

Cobrança a dependentes do Ipasgo avança para segunda votação

https://portal.al.go.leg.br/noticias/161325/cobranca-a-dependentes-do-ipasgo-avanca-para-segunda-votacao

Coparticipação: caminho sustentável para a saúde suplementar

https://futurodasaude.com.br/coparticipacao-planos-de-saude/

TV ANHANGUERA

Calamidade pública na saúde de Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/calamidade-publica-na-saude-de-goiania-14171061.ghtml

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DIÁRIO DA MANHÃ

Atestados médicos em papel continuarão válidos em todo o Brasil em 2026

Os atestados médicos emitidos em papel continuarão válidos em 2026. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (10) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que negou a existência de qualquer mudança que torne obrigatória a adoção exclusiva de documentos digitais.

Nos últimos dias, circularam nas redes sociais publicações afirmando que, a partir de março do próximo ano, apenas atestados digitais seriam aceitos por empregadores. Segundo o CFM, esse conteúdo é falso e não há alteração na legislação que retire a validade dos documentos físicos.

Em nota, o conselho esclareceu que tanto os atestados emitidos em papel quanto os digitais permanecem plenamente válidos em todo o território nacional.

Além disso, também foi desenvolvida uma plataforma chamada Atesta CFM, voltada à emissão, validação e verificação de atestados médicos. O objetivo do sistema é reduzir casos de fraudes nesses documentos. Atualmente, a ferramenta está temporariamente suspensa por decisão judicial.

O projeto foi criado como um mecanismo de proteção contra irregularidades. Com a plataforma, o médico responsável recebe notificações por e-mail sempre que um atestado é emitido em seu nome, o que facilita a identificação rápida de possíveis fraudes.

Segundo o conselho, a intenção é tornar o uso da ferramenta obrigatório no futuro, com a emissão digital dos documentos, sem que isso elimine a possibilidade de emissão de atestados em papel, que seguirão válidos.

Além dos atestados de afastamento, o sistema também permitirá a emissão de documentos relacionados à saúde ocupacional e à homologação de laudos.

Confira na íntegra o que diz a nota do Conselho Federal de Medicina

Atestados médicos físicos (em papel) e digitais seguem válidos e plenamente aceitos em todo o território nacional, visto que não há qualquer mudança na legislação, seja emanada pelo Poder Legislativo ou pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que determine a emissão exclusiva de atestados por meio digital.

Fortalecendo a segurança do ato médico e reduzindo a possibilidade de fraudes, o Conselho desenvolveu a plataforma Atesta CFM, criada para emitir, validar e verificar atestados médicos, contemplando tanto documentos físicos quanto digitais. A ferramenta, regulamentada pela Resolução CFM nº 2.382/2024, garante a integração de diferentes bancos de dados, observando integralmente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Publicado em 2024, o Atesta CFM está judicialmente suspenso por decisão em 1ª instância e, portanto, sem previsão de data para entrar em vigor. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já confirmaram a legalidade e a adequação técnica do Atesta CFM.

O CFM aguarda decisão definitiva da Justiça Federal para que os médicos possam emitir seus atestados de forma rápida, prática e segura através do Atesta CFM, fato que será comunicado a todos pela autarquia.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ministério da Saúde reforça atendimento em Goiás com a chegada de novos médicos pelo programa Agora Tem Especialistas

Para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias, programa do governo federal levou mais seis profissionais para atender o SUS em Goiânia, Catalão, Luziânia, Pires do Rio, Porangatu e Rio quente

O Ministério da Saúde superou a meta inicial de 500 médicos especialistas prevista no lançamento do Programa Agora Tem Especialistas, que, para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias, tem como uma de suas ações o provimento e a formação de profissionais especialistas. Com mais 264 médicos – resultado da segunda chamada do Projeto reforçando a oferta de atendimento em hospitais e policlínicas do SUS em 187 municípios brasileiros.

Em Goiás, seis profissionais já estão atendendo na rede pública pelo programa do governo federal na capital Goiânia e nos municípios de Catalão, Luziânia, Pires do Rio, Porangatu e Rio Quente. O objetivo é ampliar o acesso da população a serviços especializados de média e alta complexidade, reduzindo o tempo de espera no SUS. Somados aos profissionais da primeira chamada, o estado passa a contar com 16 médicos especialistas em atividade.

Com atuação em 105 municípios, os 264 novos médicos especialistas se somam aos 313 que já estavam atuando no Brasil, ampliando a oferta de serviços de saúde de média e alta complexidade para os pacientes do SUS. Do total, 65% vão reforçar o atendimento no interior do Brasil em especialidades como cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e otorrinolaringologia. A medida prevista no Programa Agora Tem Especialistas tem como uma de suas ações o provimento e a formação de profissionais especialistas.

A região Nordeste conta com o maior número de profissionais (348), o que representa 60% do total. Já o Sudeste recebe 132 especialistas, seguido pelo Norte (70), Centro-Oeste (22) e Sul (5). Considerando as regiões remotas do país, 24% atuam em áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade e 20%, na região da Amazônia Legal.

“O Mais Médicos Especialistas alia essa formação continuada para profissionais que já são especialistas e buscam o suporte de uma instituição de excelência para se atualizar com as melhores evidências científicas, articulando isso à necessidade de um serviço capaz de reduzir o tempo de espera e oferecer uma equipe completa de especialistas. Saber que a meta foi superada demonstra a grande demanda existente e reforça que continuaremos atuando para ampliar o provimento e a formação de especialistas no país”, disse o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço.

Formação especializada em serviço

A iniciativa integra os novos profissionais às instituições formadoras, promovendo um ciclo de formação e provimento de especialistas dentro do Programa Agora Tem Especialistas. O objetivo é reduzir a demanda por atendimentos de média e alta complexidade em estados e municípios, priorizando a distribuição de vagas em regiões com número de especialistas abaixo da média nacional.

Os profissionais participarão de cursos de aprimoramento com carga horária compatível e conteúdo programático voltado à formação em serviço, promovidos e certificados por instituições e entidades parceiras com reconhecida atuação nacional na formação médica especializada.

Os cursos mais procurados foram nas áreas de Cirurgia (130), Anestesiologia (90), Colposcopia (84) e Ultrassonografia Mamária (76).

As atividades de formação envolvem imersões presenciais em cenários reais de prática (polos regionais), supervisões em serviços de referência, além de ações educacionais a distância, realizadas tanto de forma síncrona quanto assíncrona. Também estão previstas mentorias presenciais ou remotas, ofertadas em serviços públicos ou conveniados ao SUS. O objetivo central é desenvolver competências clínicas e cirúrgicas consideradas estratégicas para a atenção especializada.

A formação é conduzida por instituições de excelência como A.C.Camargo Câncer Center, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês, além da Ebserh e da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).

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SAÚDE BUSINESS

Confiança é o capital invisível da saúde

A comunicação desempenha um papel estratégico ao conectar processos às pessoas e fortalecer a reputação a longo prazo.

Em um setor tão desafiador como a saúde, onde margens são pressionadas e a inovação se torna rapidamente commodity, há um ativo que decide o futuro das organizações: a confiança.
Pacientes confiam quando percebem transparência e cuidado. Colaboradores confiam quando enxergam coerência entre discurso e prática. A sociedade confia quando resultados clínicos e de gestão são comunicados de forma clara e responsável.

Sem confiança, nenhuma instituição sobrevive por muito tempo por mais avançada que seja sua tecnologia ou por mais renomado que seja seu corpo clínico. É nesse ponto que a comunicação assume papel estratégico. Longe de ser apenas ferramenta de visibilidade, ela se torna instrumento de gestão. Organiza narrativas, traduz dados em valor, conecta processos a pessoas e sustenta a reputação no longo prazo.

Da retórica à governança

Comunicação em saúde não é acessório de marketing. É parte da governança.

Quando uma instituição compartilha seus indicadores de qualidade assistencial, abre espaço para diálogo com a sociedade.

Quando traduz relatórios técnicos em linguagem compreensível, fortalece a relação com pacientes e familiares.

Quando monitora em tempo real menções e crises, evita que ruídos isolados se transformem em ondas de desconfiança.

Trata-se de alinhar cultura organizacional, práticas assistenciais e experiência do paciente em torno de um propósito maior: a sustentabilidade do sistema de saúde.

O Brasil diante do desafio

Embora algumas operadoras de planos de saúde tenham registrado lucros expressivos no último ano, quase metade do setor segue no vermelho. A inflação médica, o envelhecimento populacional e a judicialização continuam a pressionar custos. Diante desse cenário, comunicar de forma seletiva ou triunfalista pode ser um tiro no pé. O verdadeiro desafio é assumir e transformar vulnerabilidades, compartilhar aprendizados e mostrar o que está sendo feito para garantir continuidade e acesso.
Essa é a fronteira onde comunicação e gestão se encontram. É aqui que reputação se constrói ou se destrói.

O futuro é de quem inspira confiança

Tecnologia pode ser replicada. Estruturas podem ser copiadas. Mas confiança, construída dia após dia, é intransferível. Ela nasce da coerência entre discurso e prática e do respeito ao paciente.
No setor de saúde, confiança não é apenas ativo intangível. É vantagem competitiva. É o que diferencia instituições que sobrevivem daquelas que realmente se tornam referência. E a questão que fica é: sua organização está preparada para tratar a comunicação como parte da governança e assumir a confiança como seu maior ativo?

*Gilmara Espino é mestre em Gestão de Saúde pela FGV, professora do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e presidente da GPeS – Comunicação em Saúde.

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ISSO É GOIÁS

Unimed Federação Centro Brasileira é bronze em Excelência em Gestão 2025

A Unimed Federação Centro Brasileira conquistou o bronze na categoria primeiros passos do Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão 2025. A premiação, promovida pelo Sistema OCB e entregue no dia 9 de dezembro, em Brasília, reconhece boas práticas de cooperativas de todo o Brasil em gestão.

São premiadas iniciativas que contribuem para melhores resultados na gestão cooperativista. Ao se inscrever, a Federação respondeu ao diagnóstico Governança e Gestão AvaliaCoop, um questionário que também promove o aprendizado organizacional e possibilita a melhoria dos processos. As cooperativas foram avaliadas de acordo com sua categoria e nível de maturidade selecionado.

Na entrega da premiação, a Federação foi representada pelo diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional, Éder Cássio Rocha Ribeiro, pela superintendente Fabiana Daniel e pela coordenadora da Qualidade, Thais Cardoso.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destaca que o prêmio cumpre um papel essencial no incentivo à melhoria contínua da gestão cooperativista, pois cada cooperativa premiada representa uma história de dedicação, inovação e impacto real na vida das pessoas.

Nesta sétima edição, o prêmio contou com a participação de 366 cooperativas, e a Unimed Federação Centro Brasileira se destacou entre elas. Parabéns a todos que fazem parte desta conquista!

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JORNAL OPÇÃO

Imas assina contrato com Hospital Araújo Jorge, que passa a atender beneficiários do plano

O contrato foi fechado pelo valor de R$ 324,7 milhões e terá vigência de cinco anos

O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia, o Imas, fechou um contrato com o Hospital de Câncer Araújo Jorge, que passa a atender os pacientes oncológico beneficiários do plano. O contrato foi fechado pelo valor de R$ 324,7 milhões e terá vigência de cinco anos.

A contratação do hospital, que é referência no tratamento de câncer em Goiás, estava em negociação desde maio deste ano. As conversas se intensificaram na gestão da atual presidente do Imas, Gardene Moreira, e foram finalizadas agora.

Está incluída no contrato a prestação de serviços contínuos e por demanda que envolvam “a promoção, proteção e recuperação da saúde prestada aos usuários do Imas na área de atuação contratada”, de oncologia.

Atualmente, o Imas tem cerca de 300 usuários em tratamento de câncer e que agora poderão ser tratados pelo Araújo Jorge. Vale destacar que pacientes oncológicos do instituto municipal são isentos de coparticipação.

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Pesquisadora brasileira desenvolve caneta que detecta câncer em 10 segundos

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, conduz o primeiro estudo clínico fora dos EUA

A química brasileira Lívia Schiavinato Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, é responsável por uma das inovações médicas mais promissoras da última década. Ela criou a MasSpec Pen, dispositivo capaz de identificar, em apenas 10 segundos, se um tecido é saudável ou cancerígeno, diretamente durante a cirurgia, sem danos ao paciente.

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, conduz o primeiro estudo clínico fora dos EUA com a tecnologia. A pesquisa é realizada em parceria com a multinacional Thermo Fisher Scientific, responsável pelo espectrômetro de massas que interpreta a leitura química captada pela caneta.

A MasSpec Pen funciona conectada a um espectrômetro. Durante a cirurgia, o médico encosta a ponta do dispositivo no tecido suspeito. Ele libera uma microgota de água estéril, que extrai moléculas da superfície. A amostra é aspirada imediatamente e analisada pelo equipamento, que identifica a composição química e determina se o material é tumoral ou não.

Segundo Eberlin, o processo é comparável a “fazer um café”: a água extrai moléculas, mas não danifica o tecido.

O método reduz o tempo e o risco das cirurgias oncológicas. Hoje, a avaliação intraoperatória depende do exame de congelação, que leva até 1h30 e pode distorcer a estrutura do tecido. A resposta instantânea permite maior precisão na retirada do tumor e evita recidivas.

Testes no Brasil

O Einstein acompanha 60 pacientes com câncer de pulmão e de tireoide. Estudos anteriores, publicados na JAMA Surgery, apontam acurácia superior a 92% na diferenciação entre tecidos normais e cancerígenos. A próxima etapa inclui tumores de mama, fígado e ovário.

O centro também investiga se a caneta pode identificar, em tempo real, o perfil imunológico do tumor, informação decisiva para tratamentos modernos como imunoterapia.

O espectrômetro Orbitrap 240, que integra o sistema, analisa moléculas ionizadas e cria uma assinatura química comparada a um banco de dados alimentado por inteligência artificial. É essa leitura que sustenta o diagnóstico instantâneo.

Trajetória e próximos passos

Campineira, formada pela Unicamp e com carreira construída em universidades norte-americanas, Lívia Eberlin comanda a MS Pen Technologies, startup que pretende comercializar o equipamento. Após a conclusão dos estudos clínicos, a tecnologia será submetida à aprovação da FDA, nos EUA, e futuramente à Anvisa.

“A ciência brasileira tem alcance global e pode transformar vidas”, afirmou a pesquisadora ao portal g1.

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PORTAL G1/GOIÁS

Família de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio em UPA deve ser indenizada em R$ 60 mil

Justiça reconheceu falha no manuseio do equipamento. Domingos Lapa da Rocha tinha 66 anos.

A Justiça condenou o município de Anápolis a indenizar a família do pastor Domingos Lapa da Rocha, de 66 anos, que morreu depois de ser atingido por um cilindro de oxigênio enquanto estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Alair Mafra.

A decisão judicial concluiu que houve falha no manuseio do cilindro por parte de funcionários da UPA e que o acidente pode ter agravado o estado de saúde de Domingos.

De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o idoso apresentava um quadro infeccioso na região abdominal e estava com um hematoma do lado esquerdo da cabeça.

O município de Anápolis pagará indenização por danos morais para cinco familiares do pastor, totalizando R$ 60 mil, considerando o sofrimento que o acidente causou para a vítima e sua família.

Entenda o caso

Domingos Lapa da Rocha deu entrada na UPA Alair Mafra no dia 27 de dezembro de 2024, com queixas de febre, dificuldade para respirar e outros sintomas.

No dia 31 de dezembro, ao ser levado para um exame de radiografia do tórax dentro da unidade, um cilindro de oxigênio de 3 kg caiu sobre o rosto dele. Domingos teve traumatismo cranioencefálico e um corte no supercílio.

Em entrevista à repórter do g1 Goiás Yanca Cristina, a filha do pastor, Lídia Lapa da Rocha, afirmou que, apesar de a equipe médica responsável ter realizado exames após o acidente, seu pai apresentou uma piora no quadro infeccioso e no trauma sofrido pela queda do cilindro.

“Ele teve confusão mental. Fizeram uma tomografia que constatou um trauma (coágulo), que, segundo o médico, seria absorvido pelo organismo. Infelizmente, ele teve uma piora no quadro infeccioso e também piora do trauma sofrido pela pancada”, relatou Lídia.

Depois do acidente, ele foi transferido para o Hospital Municipal Alfredo Abrahão, onde faleceu 12 dias depois.

Após o ocorrido, a filha registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e pediu um exame cadavérico para averiguar a causa da morte do pai.

Sobre a vítima

Domingos era pastor há mais de 20 anos na Igreja Pentecostal de Jerusalém Celestial, segundo sua filha. Ela conta que o pastor também era técnico em eletrônica por formação, mas não exercia o cargo. Ele deixou uma esposa, cinco filhos e 15 netos.

A Prefeitura de Anápolis afirmou à TV Anhanguera que ainda não foi intimada da decisão da Justiça. O g1 em contato para pedir mais detalhes sobre o posicionamento do município, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

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PORTAL ALEGO

Cobrança a dependentes do Ipasgo avança para segunda votação

Sessão extraordinária

Iniciativa da Governadoria, que argumenta pelo reequilíbrio de custeio e melhores práticas do setor de saúde suplementar, foi tema central nesta quarta-feira, 10. Após duas sessões plenárias e discussão na Comissão Mista, a pauta obteve sua primeira chancela, apesar de sustentações da oposição. Presidente também anunciou sessões híbridas até o fim de 2025. Decisão busca agilizar pauta legislativa, que inclui adesão de Goiás ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

O projeto de lei que autoriza a cobrança sobre dependentes de beneficiários do Ipasgo Saúde voltou à pauta do Plenário da Assembleia Legislativa do Estado Goiás (Alego) nesta quarta-feira (10). A proposta, assinada pelo Governo Estadual, demandou, ainda, uma sessão extraordinária para obter sua primeira aprovação do Parlamento.

Os deputados da oposição criticaram a iniciativa em diversas oportunidades ao longo da tarde, tanto na Comissão Mista, onde a matéria tramitou antes de ser submetida à primeira votação, quanto em Plenário, nas duas sessões de hoje. Um dos argumentos dos que se opõem à pauta é que essa cobrança sobre dependentes, até então isentos de taxas, pode inviabilizar o Ipasgo Saúde para muitos usuários e, em um âmbito maior, o plano de saúde como um todo. Na proposição, a Governadoria define que poderá ser cobrado até 30% da tabela atuarial de mensalidades, observada a faixa etária do usuário dependente.

Foram 25 votos favoráveis que garantiram a primeira aprovação da matéria e sete votos contrários, esses últimos de Clécio Alves (Republicanos), Gugu Nader (Agir), Delegado Eduardo Prado e Major Araújo, ambos do PL, e Antônio Gomide, Bia de Lima e Mauro Rubem, os três do PT.

Nove deputados estiveram ausentes no momento da votação: Lucas do Vale (MDB), Alessandro Moreira (PP), Vivian Naves (PP), Paulo Cezar (PL), Gustavo Sebba (PSDB), José Machado (PSDB), Dr. George Morais (PDT), Cristóvão Tormin (PRD) e Karlos Cabral (PSB).

A proposta, que tramita na Casa de Leis sob o nº 30892/25, busca alterar a Lei nº 21.880/23, que instituiu o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás, o Ipasgo Saúde. 

Manifestação contrária

A deputada Bia de Lima (PT) abriu os debates sobre o tema nesta quarta-feira. Ao defender que a mudança seja barrada, ela ressaltou que o Ipasgo Saúde nunca cobrou mensalidade de dependentes.

“Vemos como injustiça a cobrança dos dependentes no Ipasgo Saúde, coisa que nunca aconteceu na história. Além disso, quero alertar a todos os deputados: não cometam esse erro, porque vocês estarão pedindo voto no ano que vem também para os servidores públicos - e isso terá reflexo nas eleições”, salientou. Durante a sessão extraordinária, a petista e outros opositores reforçaram o discurso contrário à proposta.

O deputado Mauro Rubem (PT) fez coro às ponderações contrárias. Na visão do parlamentar, a cobrança ocasionará uma “debandada” de usuários do plano. Para ele, a proposta é “mais uma iniciativa para acabar com o Ipasgo Saúde. [...] Estamos vendo o Ipasgo afundar, e não podemos ficar calados”.

Nesse sentido, Delegado Eduardo Prado (PL) também argumentou que “o Ipasgo vai quebrar de vez, porque quem é a estrutura do Ipasgo, [o servidor estadual], não vai ter condições de pagar o plano”. Ele acompanhou os posicionamentos contrários e estimou que cerca de 154 mil servidores deixarão o convênio, caso o projeto avance. Prado reforçou sua posição como servidor público e delegado de polícia: “Esse projeto é totalmente prejudicial para todos nós. Oriento a oposição e a base do Governo para que votem contra esta matéria”.

No mesmo tom, o deputado Gugu Nader (Avante) afirmou que não iria apoiar a proposta. “Sempre fui leal ao Governo, mas a minha cidade de Itumbiara tem 18 mil conveniados, e eu não vou votar um projeto para ficar mal com a minha cidade e com todas as pessoas do Estado de Goiás. Sem polemizar, eu gosto do governador Ronaldo Caiado (UB), mas o meu voto é contra”.

O republicano Clécio Alves acompanhou seus antecessores ao defender que se trata de “mais um projeto que prejudica a população goiana”. “Foram três presentes de Natal que a base do Governo entregou para o povo. O primeiro foi a aquisição de um prédio antigo por 128 milhões de reais, retirando 90 milhões de reais da saúde. O segundo é o reajuste do ICMS dos combustíveis no Estado de Goiás. E o terceiro presente está sendo votado agora: a destruição definitiva do Ipasgo”, frisou.

Na defesa

Mais cedo, antes da sessão extraordinária, o deputado Amauri Ribeiro (UB) foi o único,  além do líder do Governo, Talles Barreto (UB), a sair em defesa da proposta do Palácio das Esmeraldas. Ribeiro sustentou que a medida é necessária para garantir a sobrevivência do plano. “Meu plano de saúde é Ipasgo e nenhum dos meus dependentes paga. Nenhum plano de saúde consegue sobreviver desse jeito. Mas, agora, porque o Ipasgo é público, precisa ser dessa forma?”, questionou.

Ele argumentou que a Governadoria busca recuperar a saúde financeira do serviço. “O que o Governo está tentando fazer é salvar esse plano de saúde, e nossa obrigação, enquanto deputados estaduais, é fazer o que é necessário. (…) Eu defendo o que é correto, e o governador Ronaldo Caiado vem tomando as atitudes corretas para resgatar esse Estado, inclusive para que o Ipasgo tenha um ótimo atendimento”, defendeu.

Rodovia Governador Maguito Vilela

Além do projeto alvo de intenso debate entre os parlamentares, terminou aprovado em definitivo o texto de nº 20896/25, de autoria do deputado Issy Quinan. A matéria denomina Governador Maguito Vilela a Rodovia GO-108, no trecho entre Guarani de Goiás e o Parque Estadual de Terra Ronca, em São Domingos.

Falecido em 2021, Maguito Vilela também dá nome ao prédio da Assembleia Legislativa. Natural de Jataí, nascido em 24 de janeiro de 1949, ele foi governador de Goiás entre 1995 e 1999. Na motivação da iniciativa legislativa, Quinan destaca que Vilela “construiu uma trajetória exemplar de dedicação à vida pública”. Ele foi, ainda, vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, vice-governador, governador e prefeito de Aparecida de Goiânia.

Sessões híbridas

Antes de encerrar a sessão, os deputados aprovaram, por unanimidade, um requerimento que transforma todas as sessões ordinárias e extraordinárias de 2025, a partir de 11 de dezembro, em sessões híbridas até o fim do ano, ou seja, além dos presentes no Plenário Iris Rezende, estarão aptos para votar remotamente os parlamentares que participam de forma on-line das sessões da Alego.

O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), informou, ainda, que os trabalhos seguirão até pelo menos o dia 19 de dezembro, prazo que considera suficiente para votar todas as matérias pendentes. Isso inclui a adesão de Goiás ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que permitirá ao Estado deixar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O Fundo Estadual de Gestão e Monitoramento dos Recursos do Propag (FGM-Propag), aprovado em outubro pelo Parlamento, já está oficialmente instituído em Goiás.

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O FUTURO DA SAÚDE

Coparticipação: caminho sustentável para a saúde suplementar

Em novo artigo, Maurício Lopes escreve sobre a função do modelo coparticipativo na sustentabilidade dos planos de saúde

Por Mauricio Lopes

A palavra coparticipação pode gerar dúvidas em quem contrata um plano de saúde, por ser associada a custos adicionais ou eventual redução de acesso. Mas, na prática, o mecanismo tem outro sentido: longe de ser uma ameaça, a coparticipação é uma aliada para equilibrar contas, estimular o uso consciente e fortalecer a sustentabilidade do setor.

A saúde suplementar atende hoje 53 milhões de pessoas, das quais 38,3 milhões estão em planos coletivos empresariais.

O desafio dos custos para as operadoras nem sempre é evidente. Em 2023, a sinistralidade média foi de 88,2%, com resultado operacional negativo de R$ 6,3 bilhões entre janeiro e setembro, segundo a ANS. Essa equação pressiona empresas, operadoras e beneficiários. Nesse cenário, o modelo coparticipativo ganha relevância. Em uma consulta de R$ 200, por exemplo, ele pode significar desembolso de apenas R$ 30 ou R$ 40 para o beneficiário - um valor acessível, que incentiva o uso consciente sem restringir o acesso.

O tíquete médio dos planos com coparticipação é 26% menor (R$ 969,47) que o dos produtos sem esse mecanismo. Essa diferença contribui para reduzir a sinistralidade, que fica, em geral, abaixo do limite técnico de 70% estipulado pelas principais operadoras.

Com custos mais equilibrados e previsíveis, as operadoras conseguem oferecer planos mais baratos, com reajustes menores, ampliando o acesso à saúde suplementar e incentivando a permanência dos beneficiários, o que gera maior estabilidade para o mercado.

A prática vem se consolidando: hoje, cerca de 60% dos planos existentes no mercado já contam com algum tipo de fator moderador, segundo a Abramge. Na Qualicorp, em 2024, 80% dos produtos vendidos ao longo do ano previam coparticipação em consultas e exames.

A lógica é parecida com o que aconteceu nos seguros de automóveis quando a franquia foi incorporada pelo Código Civil (Lei 10.406/2002), nos artigos sobre contratos de seguro. Até então, qualquer dano era totalmente coberto pela seguradora, o que tornava as apólices caras e difíceis de sustentar. Com a franquia, o risco passou a ser compartilhado entre segurado e seguradora, trazendo mais racionalidade no uso do seguro e ajudando a reduzir custos.

O seguro de automóveis já foi considerado o "patinho feio" do mercado até que esses mecanismos o tornaram um dos mais sustentáveis. A coparticipação cumpre função equivalente na saúde suplementar.

Vale reforçar: não se trata de impor um modelo único. Planos sem coparticipação continuam disponíveis, assim como opções com franquia ou limites de utilização. O essencial é oferecer alternativas para que empresas e beneficiários escolham conforme perfil e necessidade.

O futuro da saúde suplementar passa por essa pluralidade. Os beneficiários merecem serviço de qualidade, previsibilidade de preços e acesso a redes qualificadas. A coparticipação, quando bem estruturada, é uma ferramenta que permite alinhar esses incentivos e garantir a sustentabilidade de um sistema vital para milhões de brasileiros.

Mauricio Lopes

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 10 Dezembro 2025 06:31

CLIPPING AHPACEG 10/12/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Atestados médicos, compliance e integridade: como a Resolução CFM 2.381/24 redefine responsabilidades e combate à fraude

https://diariodejustica.com.br/atestados-medicos-compliance-e-integridade-como-a-resolucao-cfm-2-381-24-redefine-responsabilidades-e-combate-a-fraude/

CDI Premium celebra 25 anos de cuidado, inovação e legado na medicina

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/12/cdi-premium-celebra-25-anos-de-cuidado.html

Vacina contra a dengue do Butantan começa a ser aplicada em janeiro

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-12/vacina-contra-dengue-do-butantan-comeca-ser-aplicada-em-janeiro

ANS inclui 1º cirurgia robótica na cobertura obrigatória dos planos de saúde

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/beneficiario/ans-inclui-1o-cirurgia-robotica-na-cobertura-obrigatoria-dos-planos-de-saude

ONA disponibiliza, a partir de hoje, o Manual OPSS 2026

https://www.saudebusiness.com/hospitais/ona-divulga-hoje-o-manual-opss-2026/

Gestão inteligente de dados tem potencial para revolucionar a saúde

https://medicinasa.com.br/gestao-inteligente-dados/

TV SERRA DOURADA

Atestado médico de papel deixará de ser aceito; entenda a mudança

https://www.youtube.com/watch?v=Qil56mY_E7I

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PUC TV

Ação promove a alunos da rede municipal orientação sobre os cuidados com a saúde dos olhos

https://www.youtube.com/watch?v=4IrcJldI9Xk

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DIÁRIO DE JUSTIÇA

Atestados médicos, compliance e integridade: como a Resolução CFM 2.381/24 redefine responsabilidades e combate à fraude

Poucos documentos têm tanto peso social e econômico quanto um atestado médico, ele garante ao trabalhador o direito de se afastar sem prejuízo salarial, viabiliza benefícios previdenciários e influencia decisões de seguradoras, hospitais e planos de saúde. Mas quando mal utilizado, pode se transformar em porta de entrada para fraudes bilionárias que sobrecarregam empresas, distorcem o sistema previdenciário e minam a confiança na relação médico-paciente.

O Brasil convive há anos com um cenário onde falsificações e usos indevidos de atestados prejudicam o equilíbrio financeiro do setor público e privado, aumentam custos de planos e alimentam um ciclo de insegurança jurídica.

Os números sobre fraude em atestados no país são alarmantes, ainda que muitas vezes subnotificados. Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), afastamentos fraudulentos e uso indevido de benefícios por incapacidade custam bilhões de reais anualmente. O Tribunal de Contas da União já apontou fragilidades na concessão de auxílios-doença e aposentadorias por invalidez baseadas em documentos frágeis ou manipulados.

A publicação da Resolução CFM nº 2.381/2024 marca um ponto de virada

 Até então, as regras que orientavam a emissão de atestados e outros documentos médicos eram baseadas em uma norma de 2002, que não acompanhava a realidade da saúde digital, da telemedicina e das exigências modernas de privacidade e integridade.

A nova norma exige que o médico identifique o paciente com documento oficial com foto e CPF, reforçando a segurança do processo. Também determina que documentos digitais sejam assinados com certificado qualificado, garantindo validade jurídica e dificultando falsificações. Define informações mínimas que devem constar nos documentos, como nome e CRM do médico, contatos profissionais, endereço e data, e reforça que esses registros gozam de presunção de veracidade, mas responsabilizam civil, penal e eticamente o profissional que emitir declarações falsas ou sem a devida fundamentação.

A norma também exige uma reflexão sobre privacidade e integridade

Ao restringir o uso indiscriminado da Classificação Internacional de Doenças (CID), ela protege dados sensíveis e está em sintonia com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que considera informações de saúde altamente delicadas. Isso impõe às instituições de saúde e aos departamentos de RH a necessidade de criar protocolos claros de compartilhamento e armazenamento seguro de informações médicas, equilibrando o dever de proteger o paciente com a obrigação de manter processos confiáveis e auditáveis.

Essas mudanças não são mera burocracia. Elas dialogam diretamente com temas como compliance, governança clínica e prevenção à fraude, e criam uma camada adicional de segurança para médicos, hospitais, planos de saúde, cooperativas médicas e empregadores.

Fraudes ligadas a afastamentos custam caro e quem paga a conta é toda a sociedade. O Ministério da Previdência estima que irregularidades em benefícios por incapacidade, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, superam R$ 10 bilhões ao ano. Grande parte desses casos começa com um atestado questionável que abre caminho para licenças indevidas.

Para as empresas privadas, o impacto vem em várias frentes. Além de bancar os primeiros 15 dias de afastamento, companhias enfrentam aumento de absenteísmo, queda de produtividade e despesas com contratação temporária ou horas extras. Estudos de associações empresariais apontam que o absenteísmo pode representar de 2% a 5% da folha anual em determinados setores e parte relevante está ligada a afastamentos médicos controversos.

Na saúde suplementar, fraudes documentais afetam o equilíbrio atuarial. Planos de saúde e cooperativas médicas relatam aumento de custos com procedimentos desnecessários ou licenças ampliadas indevidamente. Isso se reflete em reajustes mais altos para clientes e em margens de lucro mais estreitas para operadoras. Cada fraude não combatida acaba diluída no preço pago por todos os usuários.

A publicação da Resolução 2.381/24 inaugura uma nova era para a documentação médica no Brasil

Ao exigir rigor técnico, identidade verificada e assinatura qualificada, o Conselho Federal de Medicina (CFM) responde a um cenário onde fraudes comprometem a sustentabilidade de empresas, planos de saúde e do próprio INSS. Ao mesmo tempo, a norma valoriza a ética médica e reforça a privacidade do paciente, alinhando a prática à LGPD e às expectativas contemporâneas de governança.

Para hospitais, cooperativas médicas e planos de saúde, adotar compliance robusto deixou de ser diferencial e passou a ser requisito de sobrevivência. Quem modernizar fluxos, treinar equipes e investir em tecnologia reduzirá riscos jurídicos, protegerá seu corpo clínico e ganhará reputação de confiabilidade. Para médicos, seguir as regras é também uma forma de blindar a própria carreira. Para empresas e RHs, significa reduzir passivos e melhorar previsibilidade de custos. Para a sociedade, representa um sistema mais justo e economicamente sustentável.

Em um país onde a integridade ainda é desafiada diariamente, usar normas como a Resolução CFM 2.381/24 para construir processos sólidos é visão estratégica. Saúde e economia agradecem quando ética e compliance caminham juntos.

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FOLHA DO PLANALTO

CDI Premium celebra 25 anos de cuidado, inovação e legado na medicina

(Goiânia/GO) - Há 25 anos, dois médicos cardiologistas deram início a um projeto que mudaria para sempre a relação entre tecnologia, medicina e cuidado humano em Goiás. Assim, nasceu o CDI Premium, fruto do sonho e da dedicação dos amigos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes Dourado de oferecer à população um atendimento que fosse, ao mesmo tempo, tecnicamente preciso e profundamente humano.

Em 2025, ao celebrar um quarto de século de existência, o CDI Premium é muito mais do que um centro de diagnóstico por imagem: é um espaço onde o compromisso com a vida pulsa em cada detalhe. Um lugar onde conexão, dedicação e inspiração não são apenas palavras, são valores vividos diariamente, por toda a sua equipe, em cada exame, em cada gesto de cuidado.

Desde o início, o compromisso foi claro: ir além dos exames, com um olhar voltado para o todo, para o ser humano. Essa visão transformadora se materializou em uma estrutura que impressiona pela tecnologia, mas também acolhe com calor humano.

Em uma ampla sede localizada na esquina da Avenida Portugal e Rua 22, no Setor Oeste, em Goiânia, salas modernas, equipadas com o que há de mais avançado no mundo, como o Tomógrafo Aquilion One de 640 cortes, reconhecido internacionalmente como o melhor equipamento de radiologia em 2024, dividem espaço com recepções aconchegantes em todos os andares, com o Espaço Mulher, o Espaço Kids e o Espaço Ruy de Paula Nunes, que homenageia um dos pioneiros da medicina goiana. Tem ainda o  CDI Premium Órion Concierge, localizado no Órion Business & Health Complex, como um ponto de apoio para médicos e pacientes.

A tecnologia empregada nos exames impressiona. O tomógrafo com tecnologia SilverBeam reduz significativamente a radiação em exames de tórax, enquanto outro equipamento com inteligência artificial permite uma resolução ainda mais precisa em angiotomografias cardíacas. Mas por trás de cada máquina, está o que realmente diferencia o CDI Premium: gente que ama o que faz, que se dedica com atenção e empatia ao paciente, que enxerga em cada exame uma oportunidade de cuidar com excelência.

Além do atendimento, o CDI Premium se dedica à formação de novos profissionais, por meio do NEPI (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação), reforçando o compromisso com o conhecimento e com o futuro da medicina. A atuação social também se faz presente em projetos como a Blitz da Saúde, que leva prevenção e informação à comunidade, e no apoio ao esporte, patrocinando atletas e incentivando a prática esportiva.

Mais do que um centro de diagnósticos, o CDI Premium tornou-se referência, um símbolo de um jeito diferente de fazer medicina: mais moderna, mais humana, mais completa. E isso só é possível porque há 25 anos, dois médicos decidiram transformar um sonho em realidade. Hoje, esse sonho é vivido por centenas de profissionais e milhares de pacientes, todos os dias.

Conexão, dedicação e inspiração: essa é a essência do CDI Premium. E é com ela que a instituição projeta o futuro, onde a medicina continua encontrando o humano, e o cuidado segue se transformando em legado.

CDI PREMIUM

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Há 25 anos, dois médicos cardiologistas deram início a um projeto que mudaria para sempre a relação entre tecnologia, medicina e cuidado humano em Goiás. Assim, nasceu o CDI Premium, fruto do sonho e da dedicação dos amigos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes Dourado de oferecer à população um atendimento que fosse, ao mesmo tempo, tecnicamente preciso e profundamente humano.

Em 2025, ao celebrar um quarto de século de existência, o CDI Premium é muito mais do que um centro de diagnóstico por imagem: é um espaço onde o compromisso com a vida pulsa em cada detalhe. Um lugar onde conexão, dedicação e inspiração não são apenas palavras, são valores vividos diariamente, por toda a sua equipe, em cada exame, em cada gesto de cuidado.

Desde o início, o compromisso foi claro: ir além dos exames, com um olhar voltado para o todo, para o ser humano. Essa visão transformadora se materializou em uma estrutura que impressiona pela tecnologia, mas também acolhe com calor humano.

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Médicos Celso Nunes, Ana Beatriz Teixeira, Leonardo Sara e Colandy Nunes Dourado

 

 

Em uma ampla sede localizada na esquina da Avenida Portugal e Rua 22, no Setor Oeste, em Goiânia, salas modernas, equipadas com o que há de mais avançado no mundo, como o Tomógrafo Aquilion One de 640 cortes, reconhecido internacionalmente como o melhor equipamento de radiologia em 2024, dividem espaço com recepções aconchegantes em todos os andares, com o Espaço Mulher, o Espaço Kids e o Espaço Ruy de Paula Nunes, que homenageia um dos pioneiros da medicina goiana. Tem ainda o CDI Premium Órion Concierge, localizado no Órion Business & Health Complex, como um ponto de apoio para médicos e pacientes.

A tecnologia empregada nos exames impressiona. O tomógrafo com tecnologia SilverBeam reduz significativamente a radiação em exames de tórax, enquanto outro equipamento com inteligência artificial permite uma resolução ainda mais precisa em angiotomografias cardíacas. Mas por trás de cada máquina, está o que realmente diferencia o CDI Premium: gente que ama o que faz, que se dedica com atenção e empatia ao paciente, que enxerga em cada exame uma oportunidade de cuidar com excelência.

Além do atendimento, o CDI Premium se dedica à formação de novos profissionais, por meio do NEPI (Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação), reforçando o compromisso com o conhecimento e com o futuro da medicina. A atuação social também se faz presente em projetos como a Blitz da Saúde, que leva prevenção e informação à comunidade, e no apoio ao esporte, patrocinando atletas e incentivando a prática esportiva.

Mais do que um centro de diagnósticos, o CDI Premium tornou-se referência, um símbolo de um jeito diferente de fazer medicina: mais moderna, mais humana, mais completa. E isso só é possível porque há 25 anos, dois médicos decidiram transformar um sonho em realidade. Hoje, esse sonho é vivido por centenas de profissionais e milhares de pacientes, todos os dias.

Conexão, dedicação e inspiração: essa é a essência do CDI Premium. E é com ela que a instituição projeta o futuro, onde a medicina continua encontrando o humano, e o cuidado segue se transformando em legado.

CDI PREMIUM

 

12 projeto férias com cuidado2

 

Com uma linguagem simples e de forma lúdica, alunos de 4 a 10 anos da Escola Municipal de Educação Integral Eurípedes Menezes, em Aparecida de Goiânia, começaram a semana aprendendo a como cuidar bem da saúde dos olhos. As enfermeiras do Instituto Panamericano do Visão (IPVisão), Laurenice de Siqueira Carvalho e Roberta de Lacerda Tavares, estiveram na escola, no dia 8 de dezembro, onde ministraram quatro palestras sobre o tema.

A iniciativa integra a primeira edição do “Projeto Férias com Cuidado”, uma ação social criada pelo IPVisão e que conta com o apoio técnico das médicas Alessandra Rassi e Cínthia Mendonça.

O foco é orientar a garotada sobre prevenção de acidentes oculares durante as férias, período em que, entre brincadeiras dentro e fora de casa, aumentam os riscos de traumas, ferimentos com objetos, irritações por contato com cloro de piscinas e exposição ao sol sem proteção, por exemplo.

As enfermeiras também alertaram as crianças sobre os riscos do uso excessivo de celulares e de tempo prolongado em frente à TV, reforçando a importância das pausas. “Parem um pouquinho, desliguem a tela e aproveitem para brincar com os amigos”, aconselhou Laurenice.

Evitar coçar os olhos, não olhar diretamente para o sol e usar proteção ao brincar com brinquedos que disparam bolinhas foram algumas dicas dadas pela enfermeira Roberta a um público atento e participativo.

“As informações chegam em um momento muito importante”, destacou a professora Lara Melo, se referindo ao início das férias, período no qual acidentes domésticos envolvendo crianças aumentam até 25%, e muitos envolvem a saúde ocular.

Além de assistir às palestras, os estudantes puderam explorar uma peça anatômica que reproduz um olho humano e cada um ainda recebeu um chocolate, uma squeeze e um folder cheio de informações para compartilhar com a família e os amigos. A ação alcançou cerca de 500 crianças.

Terça, 09 Dezembro 2025 07:03

CLIPPING AHPACEG 09/12/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Judicialização dos planos de saúde pode explodir até 2035

https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2025/12/7309322-judicializacao-dos-planos-de-saude-pode-explodir-ate-2035.html

TJGO e Ipasgo selam parceria para acelerar atendimento e reduzir ações na saúde

https://www.jornalopcao.com.br/cidades/tjgo-e-ipasgo-selam-parceria-para-acelerar-atendimento-e-reduzir-acoes-na-saude-773110/

Pesquisa mostra que ressonância pode predizer o risco de metástase

https://medicinasa.com.br/ressonancia-metastase-cancer/

Rombo de plano de saúde ajuda a quebrar Correios

https://www.osul.com.br/rombo-de-plano-de-saude-ajuda-a-quebrar-correios/

CORREIO BRAZILIENSE

Judicialização dos planos de saúde pode explodir até 2035

A judicialização dos planos de saúde pode chegar a 1,2 milhão de novos processos por ano até 2035, caso não haja mudanças estruturais capazes de conter o avanço das disputas na Justiça. A projeção aparece no estudo “Judicialização na Saúde Suplementar: Desafios Regulatórios e Caminhos para a Sustentabilidade do Setor até 2035”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) em parceria com o juiz federal Clenio Schulze.

O relatório mostra que o fenômeno já cresce em ritmo acelerado. Entre 2020 e 2024, o número de ações mais que dobrou — salto de 112% — até atingir 298,7 mil novos processos em 2024, o que equivale a uma nova ação a cada 1 minuto e 45 segundos. Mantido esse ritmo, o setor tende a enfrentar forte pressão financeira e regulatória, com impactos diretos sobre a previsibilidade dos serviços oferecidos aos beneficiários.

Os dados do estudo apontam que as causas da judicialização permanecem relativamente estáveis. Medicamentos lideram 35% das disputas, seguidos por tratamentos médico-hospitalares (30%), reajustes contratuais (20%), órteses, próteses e materiais especiais (10%) e home care (3%).

A concentração geográfica também é significativa, São Paulo responde por 38% das ações, seguido por Rio de Janeiro (15%), Minas Gerais (9%) e Rio Grande do Sul (8%).

Entre 2019 e 2023, a judicialização consumiu cerca de R$ 17,1 bilhões das operadoras. Em 2024, o setor movimentou R$ 350 bilhões em receitas, com lucro líquido de R$ 11,1 bilhões — números que, segundo o IESS, revelam robustez, mas também um ambiente pressionado por custos crescentes e imprevisibilidade regulatória.

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, o estudo deixa claro que o tema exige articulação institucional. “A judicialização não é apenas um fenômeno jurídico; é um indicador de que nossas estruturas de diálogo, regulação e mediação ainda não estão funcionando como deveriam. Quando o Judiciário vira porta de entrada do sistema, todos perdem”, afirma.

Além disso, o estudo mapeia iniciativas consideradas bem-sucedidas no esforço de desjudicialização. A Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mantém a taxa de resolução acima de 90%. 

Câmaras de mediação estaduais, como as do Rio de Janeiro e da Bahia, já evitaram mais de 80 mil processos desde que foram criadas. O e-NatJus soma mais de 272 mil notas técnicas e registrou alta de 40% nas consultas somente em 2024.

Projeções 

Para os próximos dez anos, o IESS projeta três possíveis trajetórias para a judicialização. No cenário pessimista, o volume de ações poderia chegar a 1,2 milhão por ano. No cenário considerado realista, haveria estabilização em torno de 400 mil processos anuais. 

Já o cenário otimista prevê redução para cerca de 170 mil ações, resultado de medidas como o fortalecimento da mediação pré-processual, a criação de um NAT específico para a saúde suplementar e avanços em transparência regulatória.

Segundo Cechin, o futuro dependerá da capacidade de o setor implementar reformas. “O Brasil já mostrou que sabe construir soluções inteligentes: NAT-JUS, Conitec e NIP são provas disso. Falta agora integrar essas iniciativas em um modelo coerente, previsível e sustentável. A janela de oportunidade existe, mas não ficará aberta para sempre”, diz.

A conclusão do estudo mostra que a judicialização só deixará de ser a rota dominante se houver coordenação institucional, modernização regulatória e ampliação dos mecanismos administrativos para resolver conflitos. “O acesso à saúde não pode depender da capacidade individual de litigar. Nosso desafio é construir um sistema que funcione para todos, sem precisar do Judiciário como mediador permanente”, resume Cechin.

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JORNAL OPÇÃO

TJGO e Ipasgo selam parceria para acelerar atendimento e reduzir ações na saúde

Durante o evento, a juíza Jussara Louza destacou que o termo representa um avanço significativo na forma como o Estado lida com as demandas de saúde dos servidores públicos e seus familiares

Em uma iniciativa que promete transformar a forma como conflitos na área da saúde são solucionados em Goiás, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e o Ipasgo Saúde oficializaram, na sexta-feira, 5, um Termo de Cooperação voltado à ampliação dos métodos consensuais de resolução de disputas. O acordo busca agilizar demandas relacionadas a serviços médicos e hospitalares, priorizando conciliação e mediação para reduzir a judicialização.

A cerimônia ocorreu no Salão Nobre da Presidência do TJGO e foi conduzida pela juíza auxiliar Jussara Cristina Oliveira Louza, representante do presidente do Tribunal, desembargador Leandro Crispim. Também participaram o presidente do Ipasgo, Bruno Magalhães D’Abadia, e o juiz coordenador do Cejusc Saúde, Eduardo Oliveira.

Durante o evento, a juíza Jussara Louza destacou que o termo representa um avanço significativo na forma como o Estado lida com as demandas de saúde dos servidores públicos e seus familiares. Segundo ela, a parceria reforça o compromisso das instituições com práticas modernas de gestão pública e com as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A magistrada ressaltou que o acordo fortalece a cultura do diálogo e contribui para a redução de processos judiciais. “Nosso objetivo é garantir um atendimento que respeite a dignidade do cidadão, especialmente em momentos de vulnerabilidade. Esperamos que esta cooperação gere resultados concretos e fortaleça a cultura da paz e da eficiência no serviço público”, afirmou.

O presidente do Ipasgo, Bruno D’Abadia, celebrou a aproximação com o Judiciário e enfatizou que a medida trará benefícios diretos aos usuários do plano. Para ele, a cooperação permitirá respostas mais rápidas e soluções menos onerosas.

“O termo possibilita que o Ipasgo atue com maior eficiência, reduzindo prazos e custos. Além disso, contribui para que os recursos do Judiciário sejam utilizados de forma mais racional”, destacou.

O juiz Eduardo Oliveira, coordenador do Cejusc Saúde, ressaltou que a parceria inaugura um novo momento para o centro de conciliação. Ele lembrou que o TJGO tem buscado ampliar acordos com operadoras de saúde, e o Ipasgo tem se mostrado um parceiro constante nesse processo.

“Este termo é fruto de um esforço conjunto e está alinhado às diretrizes do CNJ. O Ipasgo tem demonstrado grande disposição em colaborar, sempre buscando soluções eficientes para as demandas judiciais relacionadas à saúde”, afirmou.

A solenidade contou ainda com a participação do secretário do Nupemec, Jackson Santos; da gestora do Cejusc Saúde, Stephanie Lopes; e dos representantes do Ipasgo José Rodolfo Alves da Silva Júnior (gerente jurídico), Caroline Nayhara Alves (chefe de gabinete) e Pedro José de Barros (secretário-executivo).

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MEDICINA S/A

Pesquisa mostra que ressonância pode predizer o risco de metástase

A ressonância magnética após a radioterapia pode predizer o risco de metástase em pacientes com câncer de reto antes mesmo do resultado da cirurgia. A descoberta é resultado de uma pesquisa conduzida no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (INRADHCFMUSP), liderada pela médica radiologista Cinthia Ortega, coordenadora médica do Grupo de Imagem Gastrointestinal do instituto. O estudo foi publicado na revista European Radiology, publicação de alto fator de impacto e que é a principal publicação da Sociedade Europeia de Radiologia.

A pesquisa utilizou dados de pacientes com câncer de reto provenientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Os sujeitos tiveram tanto dados clínicos quanto imagens de ressonância analisados e relacionados a desfechos após longo tempo de seguimento, o que permitiu aos investigadores observar como características da ressonância podem antecipar o comportamento futuro da doença.

“A ressonância, além de mostrar o estadiamento (estágio atual) do tumor, mostrou-se capaz de prever se o paciente tem maior ou menor risco de desenvolver metástases no futuro. É uma informação que transforma o exame de imagem em um biomarcador prognóstico e pode mudar a forma como decidimos o tratamento”, explica Cinthia.

O achado representa um avanço importante rumo à oncologia de precisão, em que decisões terapêuticas são cada vez mais personalizadas. Saber antecipadamente o risco de metástase pode evitar tratamentos agressivos em pacientes de baixo risco e, ao mesmo tempo, indicar a intensificação da quimioterapia naqueles com maior probabilidade de recorrência.

“Os resultados não apenas demonstram o potencial da imagem como ferramenta de predição, mas também levantam novas hipóteses para futuros protocolos de pesquisa. É um passo importante rumo a uma medicina mais personalizada”, complementa a pesquisadora.

O estudo teve origem em um protocolo clínico multidisciplinar que contou com a colaboração das disciplinas de Oncologia, Cirurgia do Aparelho Digestivo, Radioterapia e Radiologia, previamente apresentado no ESMO Congress 2020 (European Society for Medical Oncology) e reforça a posição do INRAD HCFMUSP como liderança em pesquisa.

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JORNAL O SUL

Rombo de plano de saúde ajuda a quebrar Correios

Prestes a registrar rombo de R$10 bilhões só em 2025 e na iminência de um colapso, a estatal Correios luta para manter o Postal Saúde, plano de saúde exclusivo para funcionários, aposentados e dependentes, que drena bilhões dos cofres públicos. Além dos cônjuges e filhos, o plano também beneficia pais dos funcionários e mais 203 mil aposentados. A cada três meses, R$700 milhões são tirados de quem paga impostos para cobrir o rombo do Postal, que aumentou 80% em relação a 2024.

Despesas explodem

O envelhecimento da clientela reduz a chance de recuperação do Postal Saúde: 25% dos 203 mil aposentados beneficiários têm mais de 59 anos.

Lipoaspiração

O custeio anual do Postal Saúde já chega a R$2 bilhões, segundo fontes dos Correios, consumindo 10% do faturamento da empresa.

Bomba-relógio

Sindicalistas do PT que dirigiram os Correios condenaram a empresa à morte, fechando acordos que ignoravam a sustentabilidade financeira.

Não pagou, parou

A situação é tão crítica o atraso nos repasses levou hospitais como Rede D'Or e Unimed a suspender atendimentos dos beneficiados do plano.

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Assessoria de Comunicação        

 

GALERIA

Fundada em 2003, a Ahpaceg eterniza uma parte de sua história com a instalação da galeria dos presidentes que estiveram à frente da Associação nesses 22 anos.

Instalada na sede da entidade, no Setor Sul, a galeria reúne, em ordem cronológica, os sete presidentes que conduziram a Ahpaceg até 2025, quando foi eleito o atual presidente, Renato Daher.

Com o lema “Nossa história tem passado, presente e futuro”, são apresentadas as fotos dos presidentes:

Dr. Quimarques Cassemiro Barros Santos (2003/2004)
Dr. Valney Luiz da Rocha (2004/2007)
Dr. Luiz Mauro de Paula e Souza (2007/2009)
Dr. Robério Ferro (2009/2010)
Dr. Carlos Frederico Tavares (2010/2011)
Dr. Haikal Yaspers Helou (2011/2013)
Dr. Gustavo Gabriel Rassi (2013/2014)
Dr. Haikal Yaspers Helou (2014/2025)

A instalação da galeria é também uma forma de homenagear quem contribuiu e ainda contribui para a construção da história da Ahpaceg.

Segunda, 08 Dezembro 2025 06:47

CLIPPING AHPACEG 08/12/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

'OAB da Medicina': entenda em 7 pontos o exame para médicos recém-formados aprovado em comissão do Senado

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/12/06/oab-da-medicina-entenda-em-7-pontos-o-exame-para-medicos-recem-formados-aprovado-em-comissao-do-senado.ghtml

A crise que está levando médicos a desistir da residência

https://www.dw.com/pt-br/a-crise-que-est%C3%A1-levando-jovens-m%C3%A9dicos-a-desistir-da-resid%C3%AAncia/a-75012368

Doenças raras em foco: momento histórico para a ciência brasileira

https://medicinasa.com.br/doencas-raras-em-foco/

Amil investe R$ 50 milhões em espaço exclusivo no Sírio-Libanês

https://medicinasa.com.br/amil-eespaco-sirio/

Abordagem personalizada melhora evolução clínica de pacientes com choque séptico

https://medicinasa.com.br/abordagem-personalizada-sepse/

Telessaúde otimiza fluxo de pacientes e encurta tempo de espera

https://medicinasa.com.br/telemedicina-fluxo-pacientes/

Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME

https://www.saudebusiness.com/industria/imposicoes-unilaterais-podem-inviabilizar-segmento-de-opme/

PORTAL G1

'OAB da Medicina': entenda em 7 pontos o exame para médicos recém-formados aprovado em comissão do Senado

Exame deverá representar uma etapa adicional para a obtenção do registro profissional para os graduandos de Medicina. Quem não for aprovado na ProfiMed não poderá solicitar o CRM.

Nesta semana, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou o projeto de lei que estabelece a obrigatoriedade de aprovação no Exame Nacional de Proficiência em Medicina (ProfiMed) para médicos recém-formados. O PL ainda precisa ser votado pelo Senado e pela Câmara de Deputados (entenda mais abaixo.)

Se aprovado, o exame vai representar uma etapa adicional para a obtenção do registro profissional para os graduandos de Medicina. A proposta está sendo chamada por muitos de "OAB da Medicina" por sua semelhança com a prova obrigatória para advogados.

Abaixo, entenda em 7 pontos o que propõe o PL e como a criação do ProfiMed mudará a formação médica no país.

1. O que é o ProfiMed?

O Exame Nacional de Proficiência em Medicina tem como objetivo verificar a qualidade da formação dos concluintes de graduação em Medicina e sua habilitação para a prática médica. A prova está prevista em um projeto de lei que tramita no Congresso. (Veja mais abaixo sobre a tramitação.)

A etapa será obrigatória para a obtenção do registro profissional nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Ou seja, mesmo após concluir a graduação, o médico só poderá exercer legalmente a profissão se for aprovado na prova.

2. Como deve funcionar o ProfiMed?

O PL prevê que o exame seja coordenado e elaborado pelo Ministério da Educação (MEC). A prova deve ser aplicada duas vezes por ano em todos os estados e no Distrito Federal.

O ProfiMed deverá avaliar competências profissionais e éticas, conhecimentos teóricos e habilidades clínicas, com base nos padrões mínimos exigidos para o exercício da profissão.

3. O que muda com o exame?

Atualmente, um médico recém-formado pode solicitar o CRM após a colação de grau e pode atuar profissionalmente a partir da emissão do documento.

Se aprovado, o ProfiMed vai adicionar uma etapa que antecede a emissão do documento, já que o profissional só terá direito ao registro profissional após ser aprovado no exame.

Já para profissionais que se formaram em instituições internacionais e precisam revalidar o diploma para atuar no Brasil, também será possível obter a revalidação do documento por meio do ProfiMed. A prova equivalerá às duas etapas do Revalida.

O que é o Revalida: o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira é a prova realizada por médicos formados fora do Brasil que querem exercer a profissão aqui no país. O exame tem duas etapas — a primeira é uma prova escrita (com questões objetivas e discursivas); e a segunda, prática, para testar as habilidades clínicas do médico — e é considerada difícil: na edição do 2º semestre de 2022, por exemplo, apenas 3,75% dos inscritos foram aprovados nas duas etapas e tiveram seus diplomas revalidados.

4. O que acontece com quem reprovar no exame?

O texto do PL prevê a criação da Inscrição de Egresso em Medicina (IEM), que permite ao recém-formado realizar atividades técnico-científicas enquanto não for aprovado no ProfiMed.

5. Quando o exame passará a ser aplicado?

O ProfiMed segue em discussão no Senado e, em seguida, na Câmara. Uma vez aprovado e sancionado, a iniciativa deve entrar em vigor em um ano.

6. O que diz o CFM

O Conselho Federal de Medicina diz que o exame é “fundamental para aprimorar a qualidade da formação médica no país.”

“A implementação do Exame Nacional de Proficiência representa um avanço estrutural para o país. Não se trata apenas de uma etapa avaliativa, mas de uma política pública que assegura que apenas profissionais realmente preparados recebam o registro para atuar. Isso protege a população e fortalece a fiscalização do exercício médico”, afirmou Alceu Pimentel, conselheiro federal suplente e coordenador-substituto da Comissão de Assuntos Políticos do CFM em reunião do grupo, em novembro.

Em abril, o CFM já havia defendido a criação do ProfiMed, argumentando que a avaliação do médico é fundamental para a segurança da população e, portanto, necessária para a concessão do registro profissional.

7. Tramitação do projeto

Na quarta-feira (3), o PL 2.294 de 2024, de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado por 11 votos a 9. Ela ainda precisa passar por um turno suplementar de votação no colegiado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.

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PORTAL DW

A crise que está levando médicos a desistir da residência

Longas jornadas, assédio moral, baixa remuneração são alguns dos problemas estruturais da especialização médica. Situação pode impactar atendimento à população no futuro.

“Uma vez cheguei a chorar, pois não via a luz do dia por duas semanas”. Esse é o relato de Silvia (que teve o nome alterado pela reportagem), de 29 anos, especialista em cirurgia geral, que concluiu a residência no primeiro semestre deste ano, em São Paulo.

Ela prefere manter o anonimato por medo de represálias, diante do aumento do número de casos de assédio moral e jornadas exaustivas sofridas pelos médicos residentes em todo o Brasil. “Já cheguei a trabalhar mais de 100 horas por semana. Incontáveis vezes somos humilhados em cirurgias ou até mesmo na frente dos pacientes”, diz a jovem. Diante da pressão exagerada, ela pensou em desistir diversas vezes ao longo dos três anos de especialização.

Ela não é a única a se queixar de um ambiente cada vez mais hostil na residência médica. Em 2022, residentes do primeiro ano em ortopedia e traumatologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pediram demissão coletiva. Em carta, eles afirmaram que as condições de trabalho e a carga horária semanal, além do número reduzido de residentes, “tornaram nosso trabalho humanamente impossível de ser realizado”.

Embora não seja obrigatório realizar residência para ser médico , ela é necessária para a formação como especialista. O treinamento ocorre em hospitais, combina prática assistencial e atividades teóricas, sempre sob supervisão, e varia de dois a cinco anos, dependendo da área.

Esse percurso, porém, tem esbarrado em problemas estruturais. Segundo Lucas Faidiga, presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), parte das vagas seguem ociosas enquanto a pressão aumenta sobre quem está nos programas. Hoje, apenas cerca de 70% das vagas disponíveis estão preenchidas, segundo ele.

Segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2025 (DMB), realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e instituições parceiras, em dezembro de 2024, o Brasil tinha 353.287 médicos especialistas, cerca de 59% do total de profissionais registrados. Os outros 244.141, ou 41%, eram médicos formados, mas sem título de especialista.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Formado há dois anos em medicina, Renato (nome alterado pela reportagem) preferiu não fazer residência por conta da pressão e pouca qualidade de vida que a especialização oferece ao residente. Ele afirma que a relação médico-paciente vem se deteriorando e os ambientes de trabalho estão se tornando cada vez mais difíceis.

Devido às queixas de muitos colegas que seguiam na residência, ele optou por não se especializar em uma área e preservar sua saúde mental. Ele acredita que não seja o único que a fazer essa ponderação. Segundo o médico, trata-se de um movimento geracional que vem ganhando força nos últimos anos, levando em consideração a necessidade de mudanças em antigas estruturas já tradicionais e consolidadas, mas que se encontram desatualizadas.

“Ainda existe uma percepção popular de que o médico deve seguir uma jornada de altruísmo e abdicação, com um certo fator místico, mas que, na sociedade de hoje, é uma percepção que não se sustenta”, complementa.

Salários baixos e denúncias desencorajadas

Embora haja inúmeros relatos de assédio e jornadas exaustivas em residências médicas, Nicole Dittrich, residente de Radiologia e Diagnóstico por Imagem na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que sua experiência tem sido diferente.

“A minha residência é bem respeitosa. Todos os chefes são muito respeitosos e a relação entre os colegas é muito boa. Nunca ouvi nenhum relato disso na minha residência. Já ouvi relatos de colegas de outras especialidades, mas eu não presenciei essas cenas”, conta.

Apesar disso, ela observa que a exposição e o desafio para mulheres continuam sendo maiores em qualquer carreira, inclusive na medicina. “As mulheres têm mais dificuldade de inserção, de terem suas opiniões com a mesma validação que um homem tem. Então, nesse sentido, acaba sendo mais desafiador para as mulheres”, afirma Dittrich, que também atua como representante dos residentes de Radiologia.

Ela também critica a remuneração e as condições de trabalho. “O valor da residência médica não é condizente com a carga horária que um médico está trabalhando. É um trabalho médico especializado, e o valor que se recebe é muito abaixo do valor de mercado de um médico generalista recém-formado. Isso prejudica até na própria residência, porque o tempo que deveria ser usado para se capacitar é usado para complementar a renda”, afirma.

Por que médicas mulheres ganham menos do que homens?

Silvia confirma que as diferenças de gênero aparecem com mais frequência em áreas com alta pressão, como cirurgia geral e ortopedia. “Na cirurgia geral ainda há bastante preconceito, inclusive de chefes que deixam os residentes homens fazerem cirurgia e as mulheres não, ou diferença de tratamento entre homens e mulheres”, diz.

Segundo a médica, essas especialidades mantêm hierarquias rígidas e perpetuam as mesmas ações ao longo de anos. Ela também afirma que situações de assédio moral não são levadas para setores responsáveis. “As denúncias são, sim, subnotificadas e desencorajadas por chefes. Se souberem que você denunciou, provavelmente sofrerá retaliação. Na maior parte das vezes, a denúncia não leva a nenhum desfecho”, diz. Em momentos de pressão ou desrespeito, ela conta que boa parte da equipe lida sozinha com o problema.

Saúde mental e futuro dos profissionais

Nesse contexto, Alcindo Cerci Neto, representante do Conselho Federal de Medicina na Comissão Nacional de Residência Médica, afirma que combater o assédio moral e psicológico deve ser prioridade. Para ele, o residente precisa ser reconhecido como profissional em formação, e não como mão de obra barata. Isso requer ambientes seguros de aprendizado, relações de respeito e clareza sobre as regras que regem a residência médica.

Cerci Neto também aponta limites no modelo brasileiro, centrado em carga horária e não em competências. Segundo ele, mesmo as 60 horas previstas em lei só são compatíveis com a preservação da saúde mental quando há descanso adequado, limites pós-plantão e acesso a apoio psicológico – algo ainda distante da realidade de muitos serviços.

Especialistas apontam que, antes de discutir evasão ou desinteresse dos recém-formados, o país precisa rever a lógica que sustenta a formação especializada e a atuação do médico em diferentes regiões.

Para Faidiga, a remuneração atual é um dos principais entraves. Ele lembra que o valor líquido recebido por grande parte dos residentes não passa de R$ 3,6 mil e pode ficar em R$ 3 mil dependendo do local da bolsa.

Para o presidente da ANMR, a má distribuição de especialistas é consequência direta da falta de infraestrutura, salários baixos em cidades pequenas e ausência de apoio estatal. Uma das soluções defendidas é a criação de um plano de carreira nacional, nos moldes do que já existe para outras profissões.

Cerci Neto reforça que o problema também está no desenho das políticas de formação. Ele aponta que o país forma mais médicos do que consegue absorver na residência, mas que muitas vagas seguem sem candidatos por falta de atratividade ou estrutura adequada. Especialidades consideradas estratégicas pelo SUS, como Medicina de Família e Comunidade ou Patologia, continuam com vagas ociosas mesmo após políticas de incentivo.

Um ponto crítico é a diferença entre a bolsa da residência e a remuneração de outras políticas públicas. “Enquanto um bolsista do Programa Mais Médicos recebe cerca de R$ 12 mil para uma jornada de 30 horas, o médico residente recebe pouco mais de R$ 4 mil, mesmo cumprindo o dobro da carga horária”, diz.

Impacto também nos pacientes

A pressão crescente dentro dos programas de residência tem reforçado um alerta que já vinha sendo discutido por entidades médicas e pesquisadores: o impacto direto do ambiente de formação na saúde mental dos futuros especialistas. Jornadas longas, hierarquias rígidas e dificuldade para relatar abusos formam um conjunto que deixa residentes mais vulneráveis ao adoecimento.

As consequências desse contexto aparecem de forma recorrente nas pesquisas e no cotidiano dos hospitais. O psiquiatra Marcel Fúlvio Padula Lamas, coordenador da Psiquiatria do Hospital Albert Sabin (HAS), afirma que o adoecimento dos residentes se concentra em três eixos: carga horária excessiva, cultura institucional hostil e falhas organizacionais.

A privação de sono e o desgaste físico, diz ele, diminuem a capacidade de enfrentar adversidades e, quando somados ao medo de retaliação, levam o residente ao isolamento. Esse conjunto aumenta o risco de burnout, depressão , ansiedade, ideação suicida e abandono da residência.

Lamas enfatiza que a solução passa por mudanças estruturais. Garantir descanso adequado, reduzir tarefas administrativas que não contribuem para a formação, qualificar preceptores e criar canais independentes de denúncia compõem, segundo ele, um conjunto mínimo de medidas. Programas de saúde mental acessíveis e sigilosos também são fundamentais, assim como o acompanhamento contínuo de indicadores, como taxas de desistência e prevalência de burnout.

Os efeitos dessa situação se estendem além da residência. “Ambientes hostis no início da carreira aumentam o risco de erros, reduzem empatia e comprometem a relação médico–paciente”, diz. Para o médico, falar sobre saúde mental na formação é discutir o futuro da assistência oferecida à população.

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MEDICINA S/A

Doenças raras em foco: momento histórico para a ciência brasileira

As doenças raras desafiam sistemas de saúde no mundo todo e, no Brasil, não é diferente. Ainda convivemos com barreiras importantes, como acesso difícil e desigual a especialistas, capacidade diagnóstica limitada e investigações que se arrastam por anos.

O impacto dessas doenças é expressivo. Embora cada enfermidade seja individualmente pouco frequente, calcula-se que existam entre 7 mil e 8 mil diferentes doenças raras, que juntas afetam até 13 milhões de brasileiros. A grande maioria tem origem genética.

Quando o diagnóstico atrasa – ou nunca chega – o que se prolonga é a incerteza. Famílias vivem anos peregrinando por consultas e exames sem obter uma resposta conclusiva, acumulando frustração, sofrimento e também custos silenciosos ao sistema de saúde, que precisa lidar com internações que poderiam ser evitadas e tratamentos, muitas vezes, desnecessários ou equivocados.

Diante desse cenário, iniciativas que estimulem a cooperação científica e ampliem a capacidade investigativa do país são essenciais. Um exemplo foi a realização, no final de outubro, da Conferência da Rede Internacional de Doenças Não Diagnosticadas (UDNI) no Rio de Janeiro – evento realizado, pela primeira vez, no hemisfério Sul e na América Latina. O movimento sinaliza que a comunidade global reconhece o potencial técnico e institucional da região.

E o Brasil mostrou que esse reconhecimento tem fundamento. A edição de 2025 foi a maior da história da UDNI, com 405 inscritos de 45 países, 55 palestrantes e moderadores, diversas sociedades médicas parceiras e debates que foram das fronteiras da genômica ao uso de inteligência artificial em casos complexos. A expressiva participação latino-americana reforça que o continente está pronto para avançar de forma mais coordenada.

Mas é fundamental reconhecer: um evento não resolve desafios estruturais. Ele pode inspirar, provocar, acelerar, mas só políticas contínuas consolidam mudanças reais. O país precisa ampliar o número de centros especializados e organizá-los em rede, formar mais profissionais treinados na área, integrar a genômica ao cuidado cotidiano e fortalecer a pesquisa clínica, que ainda opera aquém do seu potencial.

Nesse sentido, um movimento recente merece destaque especial. Um acordo firmado entre Ministério da SaúdeFiocruzGemma Therapeutics e Casa dos Raros prevê o desenvolvimento de terapias gênicas no Brasil, com custos mais acessíveis. O primeiro protocolo, voltado à atrofia muscular espinhal (AME), deverá começar ainda em 2025. É um passo concreto rumo às tecnologias que moldarão o futuro da medicina e um sinal de que o país pode, sim, ocupar posição de liderança neste tema.

O impacto desse conjunto de iniciativas – UDNI, novos acordos, fortalecimento da pesquisa – será medido em resultados tangíveis: diagnósticos mais rápidos, famílias com respostas, terapias avançadas acessíveis. Capacidade técnica não nos falta; vontade de avançar, tampouco. O que ainda precisamos é transformar esse potencial em ações coordenadas dentro de um plano consistente, aperfeiçoando e alavancando as políticas públicas na área.

Se conseguirmos sustentar o que profissionais, sociedades médicas e organizações civis vêm defendendo há décadas, o Brasil poderá, enfim, assumir o protagonismo que demonstrou ser capaz de exercer no campo das doenças raras. É exatamente isso que os milhões de brasileiros que convivem com essas condições esperam – e merecem.

*Roberto Giugliani é Diretor Executivo da Casa dos Raros, Head de Doenças Raras da Dasa Genômica, Professor Titular da UFRGS e Médico Geneticista do HCPA (Porto Alegre, RS).

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Amil investe R$ 50 milhões em espaço exclusivo no Sírio-Libanês

Amil inaugurou um espaço exclusivo no térreo do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, marcando o início de um investimento de R$ 50 milhões destinado a elevar a experiência do cliente da operadora na unidade.

“Ancoramos no Sírio-Libanês um espaço de alto padrão para atender nossos clientes. A partir daqui, pretendemos direcionar casos de altíssima complexidade. É apenas o início de uma parceria profícua em que se espera novos e maiores investimentos”, afirmou o presidente do conselho da Amil, José Seripieri Junior.

“É uma quebra de paradigma porque vai além de uma parceria entre operadora e hospital. É uma relação de negócios”, destacou Fábio Fossen, CEO do hospital.

O projeto prevê ainda para o primeiro trimestre de 2026 a entrega de um andar totalmente reformado e dedicado exclusivamente aos clientes Amil, com atendimento realizado pelo corpo clínico do próprio Sírio-Libanês.

A iniciativa reforça a estratégia da operadora em São Paulo, segunda maior praça da companhia, e consolida a parceria com um dos hospitais de maior referência em alta complexidade no país.

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Abordagem personalizada melhora evolução clínica de pacientes com choque séptico

Quando se está com infecção e pressão arterial muito baixa cada minuto conta. E cada decisão da equipe médica pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Esse é o cenário do choque séptico, a fase mais aguda da sepse, uma infecção generalizada que compromete órgãos vitais. A mortalidade nessa condição pode chegar a 40%, mesmo com tratamento rápido e adequado.

Para oferecer um atendimento mais efetivo, pesquisadores de 19 países, sob liderança de pesquisadores da Pontificia Universidad Católica de Chile (PUC-Chile), da Fundação Vale del Lili, na Colômbia, e do Hcor, desenvolveram e testaram um protocolo personalizado de ressuscitação de sinais vitais. O resultado do estudo, chamado ANDROMEDA-SHOCK-2, acaba de ser publicado no JAMA e apresentado no Congresso Anual da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (ESICM), reforçando a relevância científica da pesquisa.

Único hospital brasileiro a participar do estudo, o Hcor teve papel relevante no planejamento estatístico, sendo responsável pela gestão de dados dos pacientes envolvidos. “Estamos muito orgulhosos por apoiar a Pontificia Universidad Católica de Chile e a Fundação Vale del Lili na liderança deste estudo. Foi muito gratificante ter atuado em colaboração com tantos países dispostos a encontrar um melhor tratamento para uma questão tão séria como a sepse”, explica o Superintendente Médico, de Ensino e Pesquisa do Hcor, Alexandre Biasi.

No total, foram analisados 1.467 pacientes. “Em comparação ao tratamento padrão, seguir um protocolo personalizado de ressuscitação hemodinâmica trouxe benefícios significativos para os pacientes com choque séptico — principalmente por reduzir o tempo de uso de terapias invasivas, como ventilação mecânica, hemodiálise e medicamentos vasopressores”, destaca.

O protocolo personalizado avalia sinais simples à beira do leito, como o tempo de enchimento capilar (como o sangue volta a circular nas extremidades do corpo), pressão arterial, pulso, saturação de oxigênio e ultrassom básico, permitindo que o tratamento seja adaptado à resposta de cada paciente em tempo real. O objetivo é recuperar a perfusão dos órgãos nas primeiras seis horas de atendimento do choque séptico, justamente quando há maior chances de reverter as consequências negativas desta síndrome. Diferente do método tradicional, que segue etapas padronizadas para todos, essa abordagem individualiza cada decisão médica, aumentando a chance de recuperação.

Para o especialista, esses resultados demonstram que observar sinais simples e aplicar protocolos individualizados tornam o atendimento mais eficiente e sustentável. “Cada decisão é baseada na condição real do paciente, e isso faz toda a diferença”, reforça.

O estudo abre novas perspectivas para o cuidado crítico em todo o mundo, mostrando que mesmo sinais simples, quando avaliados de forma estruturada e personalizada, podem transformar o desfecho de pacientes com choque séptico, diminuindo complicações e acelerando a recuperação.

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Telessaúde otimiza fluxo de pacientes e encurta tempo de espera

A transformação digital na saúde segue ganhando força no Brasil e já demonstra impacto direto no desempenho dos hospitais e na experiência dos pacientes. No centro desse avanço está a telemedicina, que surgiu em larga escala no contexto emergencial da pandemia e se tornou uma ferramenta essencial para reduzir deslocamentos desnecessários, agilizar triagens, ampliar o acesso a especialistas e garantir a continuidade do cuidado de forma mais eficiente.

Segundo o Ministério da Saúde, somente em 2024 foram realizados 2,5 milhões de atendimentos remotos, contra 1,5 milhão em 2023, representando um crescimento de 65% em apenas doze meses. A estrutura também se expandiu de maneira significativa: entre 2022 e 2024, o número de estados brasileiros com núcleos de telessaúde passou de 10 para 24, ampliando o alcance do serviço e permitindo que mais pessoas recebam suporte especializado, inclusive em áreas desassistidas.

Um estudo internacional publicado pelo periódico Healthcare (MDPI, 2025) analisou 57 artigos científicos produzidos entre 2020 e 2024 e confirmou que a telemedicina tem potencial real para reduzir desigualdades de acesso à saúde em áreas rurais, levar cuidados especializados a populações remotas e transformar como essas comunidades acessam serviços para a saúde.

Segundo Jeferson Sadocci, Diretor Corporativo de Mercado e Cliente da MV, esse potencial é notável pois a utilização de novas ferramentas, aliada com o histórico e o registro dos dados, mesmo à distância, tem se tornado fundamental para melhorar o acompanhamento contínuo e aproximar o paciente da instituição. “A telemedicina auxilia a reduzir erros e aumentar a eficiência operacional. Informações clínicas ficam mais organizadas, integradas e acessíveis e permitem às equipes oferecer um cuidado mais seguro e consistente para o paciente”.

Além dos meios de conversação, o monitoramento remoto de quem já foi atendido presencialmente também desponta como uma ferramenta de apoio e celeridade no cuidado com o paciente.

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SAUDE BUSINESS

Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME

Gargalos inéditos, de retenção recorde de faturamento ao avanço de modelos de compra que pressionam a sobrevivência das empresas, segundo ABRAIDI.

O setor de saúde suplementar no Brasil, especificamente o segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPME – vive um momento de intensas transformações e pressões. O avanço de novos portais de compras, as dificuldades de operação e retenção de faturamento, e fenômenos recentes que vêm afetando principalmente as pequenas e médias empresas, têm criado um ambiente de incerteza e preocupação entre importadores e distribuidores de produtos para saúde que, em alguns casos, já estão na iminência de inviabilidade comercial.

As distorções no setor, que vem sendo registradas pela ABRAIDI em pesquisa há quase uma década chegaram a patamares jamais registrados. O montante de pagamentos pendentes ou não realizados pelos clientes, planos de saúde ou hospitais, chegou à marca de R$ 4,587 bilhões, no levantamento deste ano.

Desse total, R$ 2,2 bilhões, que imobilizou 17,63% do faturamento das empresas de produtos para saúde, estão relacionados à Retenção de Faturamento, que é o valor de OPME já utilizado na cirurgia, que por alguma falha ou impasse, não teve a autorização de faturamento aprovada pelo hospital ou pela operadora de plano de saúde.

As glosas injustificadas, aquelas cujo pagamento é paralisado ou não realizado sem motivo legítimo e transparentes,  chegaram à R$ 229,7 milhões e a inadimplência à R$ 2,069 bilhões. O valor global comprometeu 36% do faturamento das empresas.

Por outro lado, o surgimento de portais de compra, que chegaram para padronizar processos, rastrear transações, ofertar maior agilidade nas cotações e centralizar informações vem produzindo efeitos colaterais que não podem mais ser ignorados. 

Sob o pretexto de modernizar e otimizar as compras, a maioria desses portais tem imposto aos fornecedores custos adicionais expressivos, que não necessariamente se traduzem em valor proporcional. Os portais de compras de OPME operam, muitas vezes, em uma lógica de leilão reverso. Para ter o direito de participar das cotações, o fornecedor precisa pagar taxas de acesso e, em determinados modelos de negócio, taxas sobre o volume transacionado.

Trata-se de um verdadeiro pedágio com condição obrigatória para poder vender a clientes já cativos, sem perspectiva de ampliação do mercado ou da visibilidade do portfólio. 

Outro ponto de extrema gravidade é o avanço do chamado empacotamento de procedimentos e insumos, que vem se disseminando em diversas redes hospitalares e operadoras de planos de saúde. Sob o argumento de otimizar custos, esse modelo tem promovido reduções unilaterais de valores, agrupando diferentes procedimentos e materiais em pacotes de remuneração única e reduzida.

A prática, além de carecer de respaldo técnico e jurídico, distorce a composição de custos e compromete a qualidade assistencial, uma vez que induz à utilização de materiais de menor desempenho e à limitação de tratamentos.

Trata-se de uma forma disfarçada de contenção de despesas que, na prática, compromete a liberdade técnica dos profissionais, o equilíbrio contratual e a segurança dos pacientes, além de desrespeitar normas de referência, como as da CBHPM, e princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor.

Esses desafios, no entanto, não são isolados. Eles refletem um cenário mais amplo de mudanças estruturais na relação entre fabricantes, distribuidores, prestadores e operadoras. Contexto que exige, mais do que nunca, coesão institucional, diálogo permanente e atuação técnica responsável porque muitas empresas já vivem um completo desequilíbrio econômico-financeiro.

Temos consciência da dimensão desses impactos e da ansiedade legítima de nossos associados diante de práticas de mercado que já comprometem a sustentabilidade das empresas e a qualidade do atendimento ao paciente. Por isso, reforçamos nosso compromisso histórico com a representatividade efetiva, a defesa jurídica e regulatória, e a busca de soluções equilibradas, que conciliem os interesses do setor com as boas práticas éticas e de governança.

Entendemos que, diante de um ambiente tão complexo, a resposta mais eficiente não está na fragmentação, mas sim no fortalecimento das instituições existentes e na construção coletiva de propostas que representem, de fato, a diversidade e a força de união do setor de OPME, que tem travado uma queda de braço com gigantes de enorme poder político e financeiro. Eles dão as cartas na saúde suplementar do país e deixam na vulnerabilidade as empresas de produtos para a saúde e na última ponta o consumidor.

Seguimos tentando ampliar o diálogo com órgãos reguladores, com o Legislativo e com a sociedade civil, reafirmando a importância de um setor de saúde suplementar ético, transparente e sustentável. Nosso compromisso é continuar sendo uma voz técnica, ponderada e firme na defesa de um mercado mais justo e equilibrado para todos.

*Sérgio Rocha é presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 05 Dezembro 2025 06:23

CLIPPING AHPACEG 05/12/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Avança proposta que cria exame nacional obrigatório para médicos

https://medicinasa.com.br/exame-obrigatorio-medicos/

Cibersegurança e LGPD: como reduzir riscos e ampliar confiança

https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-lgpd-pacientes/

Nova norma do CFM: conflitos de interesse e a transparência

https://medicinasa.com.br/nova-norma-cfm/

A cláusula de coparticipação em contratos de seguro de saúde

https://medicinasa.com.br/clausula-coparticipacao/

A Nova Autogestão em Saúde

https://revistacobertura.com.br/noticias/artigos/a-nova-autogestao-em-saude/

Grupos monetizam desinformação sobre autismo e vendem substância tóxica a quem busca cura

https://www.terra.com.br/noticias/checamos/grupos-monetizam-desinformacao-sobre-autismo-e-vendem-substancia-toxica-a-quem-busca-cura,1ed0fee535bb1a2d520e5ae4c9c29e172bs25pdg.html#google_vignette

MEDICINA S/A

Avança proposta que cria exame nacional obrigatório para médicos

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal aprovou, por 11 votos a 9, um projeto de lei que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina (Profimed) como requisito obrigatório para que novos médicos obtenham registro profissional nos conselhos regionais de Medicina. A proposta ainda passará por mais um turno de votação no colegiado para a aprovação definitiva.

O texto aprovado é um substitutivo (texto alternativo) do relator, senador Hiran (PP-RR), ao Projeto de Lei (PL) 2.294/2024, de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Como a CAS tem a decisão final sobre a proposta, é necessária a votação suplementar do envio do projeto à Câmara dos Deputados, explicou o presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

De acordo com o texto aprovado, o Profimed será coordenado, regulamentado e aplicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Além do exame de proficiência para os egressos do curso, o texto amplia o alcance da proposta original e cria instrumentos para acompanhar a formação médica:

Estudantes do 4º ano do curso deverão fazer o Enamed, avaliação obrigatória sob coordenação do Ministério da Educação (MEC) para medir a qualidade dos cursos;

Plano de expansão da residência, com meta de alcançar, até 2035, ao menos 0,75 vaga de residência por médico formado;

Competência exclusiva da União para autorizar e supervisionar cursos de medicina;

Inscrição de Egresso em Medicina (IEM), permissão restrita a atividades técnico-científicas para quem ainda não for aprovado no Profimed.

“Nós do movimento médico consideramos esse o projeto de lei mais importante desse século, principalmente para proteger o povo brasileiro, porque vivemos uma crise perigosa de fragilidade na formação do médico brasileiro, consequência de uma proliferação desenfreada, irresponsável e mercantilista de cursos.” afirmou Hiran.

A iniciativa mantém a exigência do exame também para formados no exterior, mas equivale a aprovação no Profimed às duas etapas do Revalida, o que evita duplicidade de obrigações para quem já revalidou o diploma.

“Precisamos de uma solução urgente para esse crescimento desordenado de faculdades de medicina que não têm capacidade de formar bons médicos. Essa espécie de OAB da medicina é um ponto de inflexão no setor.” defendeu Astronauta Marcos Pontes, autor da proposta.

Divergências sobre avaliação 

A aprovação do projeto ocorreu sob intenso debate. Parte dos parlamentares reconheceu a importância da proficiência, mas demonstrou preocupação com a aplicação concentrada em uma única prova ao final do curso e também com a coordenação da avaliação pelo CFM, e não pelo MEC.

“Não será apenas um teste final que vai reorganizar o sistema. Defendo a proficiência, mas como etapa de um processo mais amplo, que começa no quarto ano, com consequências para as escolas.” detalhou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

“Não sou a favor desse exame único no final do curso. Temos que avaliar o aluno durante todo o processo formativo. ” ponderou a senadora Zenaide Maia (PSD-RN).

Os dois senadores também são médicos.

Após a votação, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) ressaltou que o colegiado tem posição comum sobre a necessidade do exame, apesar das divergências sobre quem deve aplicá-lo.

“É fundamental que se saiba que todos somos favoráveis ao exame de proficiência. A divergência está em retirar do MEC a atribuição de aplicá-lo, como propôs o substitutivo.”  declarou. (Com informações da Agência Senado)

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Cibersegurança e LGPD: como reduzir riscos e ampliar confiança

A transformação digital do setor de saúde, especialmente no âmbito das clínicas médicas, tem ampliado a eficiência do cuidado, a interoperabilidade entre sistemas e a capacidade de resposta das instituições. No entanto, essa evolução traz consigo um desafio igualmente relevante: a necessidade de proteger informações sensíveis.

Em razão de sua natureza, os dados de saúde são classificados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como “sensíveis”, exigindo tratamento mais rigoroso, medidas reforçadas de segurança e processos organizacionais próprios. Em um ambiente cada vez mais digitalizado, clínicas médicas tornam-se alvos privilegiados de ataques e incidentes, o que exige estrutura técnica, maturidade institucional e uma cultura consistente de segurança da informação.

A crescente informatização de prontuários, telemedicina, prescrições digitais e plataformas integradas ampliou significativamente o risco de fraudes, invasões e acessos indevidos. Hoje, clínicas e operadoras convivem com tentativas de captura de dados, falsificação de identidades médicas, solicitações indevidas de reembolsos, uso de engenharia social para obtenção de senhas, manipulação de credenciais de pacientes e disseminação de links fraudulentos que simulam comunicações legítimas.

Trata-se de fenômeno global, decorrente do alto valor econômico que informações de saúde têm em mercados ilícitos, além da própria fragilidade emocional e privada que tais dados representam. A regulação setorial acompanha essa preocupação: a Resolução Administrativa nº 81/23 da ANS estabelece diretrizes obrigatórias de segurança da informação, impondo controles de acesso, termos de responsabilidade e sigilo inclusive para terceiros que tenham contato com dados regulados pela Agência. O cenário demonstra que o tema deixou de ser acessório e passou a ocupar posição central na governança das instituições de saúde.

Nesse contexto, a proteção de dados em clínicas médicas demanda muito mais do que investimentos em tecnologia. Ela exige a construção de rígidos protocolos de governança que envolva políticas internas claras, definição de responsabilidades, gestão de riscos, processos de consentimento bem estruturados, controle de acessos e monitoramento contínuo. É indispensável que cada instituição compreenda que segurança da informação não se limita a sistemas robustos, mas depende de pessoas treinadas, fluxos internos adequados, contratos bem redigidos e supervisionados, bem como processos de auditoria permanentes. A integração entre áreas – jurídica, compliance, TI, desde o primeiro contato com o paciente por recepcionistas e secretárias até a direção clínica – torna-se um requisito para assegurar conformidade e fortalecer a confiança do usuário.

A LGPD, ao disciplinar o tratamento de dados pessoais sensíveis, transformou a privacidade em um componente de governança obrigatória. A lei impõe ao agente de tratamento o dever de demonstrar conformidade e de adotar medidas proporcionais ao risco da atividade, em especial por meio de relatórios de impacto, designação de encarregado, políticas formais, revisão de contratos com fornecedores e implementação de controles preventivos desde a concepção dos processos.

Longe de restringir a inovação, a LGPD confere previsibilidade, incentiva práticas seguras, fortalece a relação médico-paciente e estimula investimentos em soluções tecnológicas confiáveis. Para clínicas médicas, a conformidade deixou de ser mero requisito regulatório e passou a integrar a dinâmica da própria prestação de serviços, influenciando reputação, sustentabilidade e desempenho operacional.

Há, contudo, um aspecto frequentemente negligenciado: a corresponsabilidade do próprio paciente na segurança digital. Muitos incidentes decorrem de comportamentos inseguros dos titulares, como o compartilhamento de códigos de autenticação, o envio de documentos médicos por canais informais, o clique em links suspeitos, a instalação de aplicativos não oficiais ou o fornecimento de credenciais a pessoas mal-intencionadas que se passam por atendentes ou representantes de planos de saúde. Esses comportamentos, considerando a aplicabilidade do CDC, podem configurar culpa exclusiva do consumidor, rompendo o nexo causal em caso de incidente e afastando a responsabilidade da clínica ou da operadora.

Por isso, além das medidas internas, as instituições precisam investir em comunicação preventiva e educação digital contínua, adotando modelos de segurança baseados na experiência do usuário, com mensagens educativas, alertas de acesso, autenticação multifatorial e sistemas que orientem automaticamente o paciente a práticas mais seguras, na medida em que estamos diante da responsabilidade objetiva, ou seja, independentemente de culpa.

A conscientização do usuário é um dos pilares para a redução de fraudes. Os pacientes devem ser instruídos a reconhecer sinais de alerta, como cobranças de procedimentos não realizados, alteração não solicitada de dados cadastrais, links encaminhados por fontes duvidosas, pedidos de senhas ou códigos de verificação por WhatsApp, e notificações de acesso desconhecido em suas contas.

Tecnologias como inteligência artificial, interoperabilidade nacional, big data assistencial, prontuários integrados e telemedicina avançada tendem a expandir exponencialmente o volume e a sensibilidade das informações tratadas por clínicas médicas. Esse cenário amplia oportunidades assistenciais, aprimora diagnósticos, viabiliza medicina personalizada e reduz custos operacionais. No entanto, também potencializa riscos de ciberataques, vieses algorítmicos, e aumento da sofisticação das fraudes.

Em síntese, para clínicas médicas, proteger dados não é apenas uma obrigação jurídica: trata-se de preservar a confiança que fundamenta a relação médico-paciente e de garantir a continuidade do cuidado em um ambiente digital que combina oportunidades de inovação com riscos cada vez mais complexos à privacidade.

*Letícia Piasecki Martins é sócia do Meira Breseghello Advogados e membro da Comissão de Direito Médico e de Saúde da OAB São Paulo.

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Nova norma do CFM: conflitos de interesse e a transparência

O Conselho Federal de Medicina (CFM), desde março deste ano, implementou uma norma que exige que médicos informem ao Conselho a existência de vínculos com empresas farmacêuticas e fabricantes de próteses, como participação em palestras, consultorias ou pesquisas. Entretanto, em uma notícia recente foi informado que apenas 30 médicos brasileiros declararam vínculos com a indústria da saúde, conforme determina o CFM. E esse número se torna mais preocupante quando vemos o último levantamento do Conselho, de 2024, que diz que o Brasil possui 575.930 médicos ativos.

Vale dizer que, a norma não exige que o profissional declare informações sobre valores recebidos ou outros benefícios, somente a existência do vínculo. Ou seja, não se trata de proibir a relação entre médicos e indústria, mas de garantir que essas conexões sejam transparentes.

O problema surge quando essas relações permanecem ocultas, comprometendo a credibilidade das decisões clínicas e da própria medicina como instituição social.

A transparência é um valor ético fundamental e não uma mera exigência burocrática. É o que permite ao paciente compreender o contexto em que determinada conduta médica é adotada e ao mesmo tempo preservar a integridade do profissional. A bioética nos ensina que o dever de declarar vínculos é um compromisso com a justiça e com a confiança pública, princípios que sustentam a autonomia e segurança do paciente, além da integridade da relação médico-paciente.

Também, não podemos decretar o baixo índice de declarações somente por falta de comunicação institucional. Ele também reflete a fragilidade da cultura de compliance no ambiente médico e a resistência que ainda existe quando o assunto é prestação de contas. O CFM, ao criar a resolução, deu um passo importante, mas a ausência de divulgação ampla, de mecanismos simples de declaração e da publicação dos dados em formato acessível à sociedade enfraquece o alcance da medida. Transparência não se impõe apenas por norma, ela se constrói com educação, sensibilização e exemplo.

Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a lei Sunshine Act que obriga a divulgação pública dos pagamentos realizados pela indústria a médicos, com detalhamento de valores e natureza dos serviços. O objetivo é garantir que eventuais conflitos de interesse sejam conhecidos e geridos de maneira responsável. No Brasil, a resolução do CFM é um passo inicial na mesma direção, mas ainda tímido diante do tamanho do desafio.

Por isso, falar sobre conflito de interesse não é apontar culpa, é reconhecer que o exercício da medicina acontece em um ambiente complexo, onde ciência, mercado e assistência se entrelaçam. O que se espera de uma instituição madura, é que reconheça esses riscos e os administre com transparência e ética. A omissão, por outro lado, fragiliza a confiança do paciente, expõe o profissional e compromete a credibilidade do sistema.

A bioética e o compliance caminham lado a lado na construção de uma cultura de integridade. É preciso que médicos, gestores e entidades representativas compreendam que declarar vínculos não é se expor, mas se proteger. A transparência fortalece o cuidado, protege o paciente e preserva a dignidade da profissão.

*Camila Cortez é advogada, consultora, palestrante especializada em Bioética, Direito Médico e Healthcare Compliance, fundadora da KCortez Consultoria, Diretora e Professora do Instituto BIOMEDS.

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A cláusula de coparticipação em contratos de seguro de saúde

O crescente número de demandas judiciais que buscam a declaração de nulidade ou a caracterização de abusividade das cláusulas de coparticipação tem ampliado o debate acerca da legalidade dessas disposições nos contratos de planos de saúde.

No entanto, uma simples análise da legislação vigente e da jurisprudência atual, à luz do princípio do equilíbrio contratual, evidencia que a cláusula de coparticipação constitui uma manifestação legítima da autonomia da vontade das partes no momento da pactuação do contrato de adesão ao plano de saúde.

Isso porque, nessa modalidade, o consumidor, ao optar por uma mensalidade mais acessível, assume o compromisso de arcar com um valor adicional fixo destinado à contraprestação devida à operadora, responsável pelo custeio do valor remanescente do procedimento, permitindo que os custos dos serviços sejam distribuídos entre as partes e assegurando o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

A Lei nº 9.656/98, em seu art. 16, VIII, reconhece expressamente a validade da coparticipação, desde que haja previsão contratual clara, com identificação dos procedimentos sujeitos ao regime e definição objetiva dos percentuais aplicáveis.

A regulamentação infralegal reverbera o mesmo entendimento: a Resolução CONSU nº 8/1998 apenas veda mecanismos que imponham ao beneficiário o custeio integral do procedimento ou dificultem indevidamente o acesso ao serviço, enquanto a Resolução Normativa nº 465/2021 da ANS estabelece que a coparticipação está limitada a 50% do valor contratado entre operadora e prestador, devendo observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

É evidente, assim, que a principal finalidade da modalidade de coparticipação é assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, atuando como mecanismo de moderação no uso dos serviços e de repartição equitativa dos custos.

Esse modelo possibilita a manutenção de mensalidades mais acessíveis, amplia o acesso dos consumidores aos serviços de saúde e vincula parte do pagamento ao uso efetivo do plano, contribuindo, assim, para a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar e para a prevenção de aumentos generalizados nas mensalidades de todos os beneficiários. Desse modo, quem mais utiliza, pagará mais do que quem menos utiliza.

A jurisprudência, de igual modo, é firme ao reconhecer a validade da cláusula de coparticipação, desde que observados os deveres de informação e transparência contratual.

O judiciário, nesse contexto, tem papel relevante para estabilizar a judicialização das demandas que questionam as cláusulas e os cálculos de coparticipação nessa modalidade de contratação, o que deve ser feito, por um lado, para confirmar se as operadoras estão aplicando as coparticipações e os reajustes anuais de forma legal e, de outro lado, rechaçar com firmeza as milhares de ações, muitas delas movidas em massa mediante advocacia predatória e que genericamente discutem nulidade ou abusividade de cláusulas contratuais, de cálculos de coparticipação e de reajustes.

Não se pode, assim, desconsiderar que a adoção de uma interpretação consumerista irrestrita, sem observância dos princípios contratuais, fragiliza a segurança jurídica e desconsidera o pacto assumido entre as partes, além de efetivamente contrariar os dispositivos legais e regulamentares incidentes sobre a questão.

Ao aderir ao contrato, as partes assumem obrigações recíprocas, uma vez que cabe à operadora prestar informações adequadas e fornecer demonstrativos claros das cobranças, enquanto ao beneficiário incumbe o dever de adimplir a parcela proporcional ajustada e ao judiciário, ainda, preservar o equilíbrio dessas relações.

Na hipótese de controvérsia, é de se ressaltar que a análise técnica por perito atuarial é essencial para verificar a regularidade das cobranças e subsidiar a análise do magistrado acerca da aderência do contrato às normas regulatórias e às práticas de mercado, permitindo uma decisão mais bem embasada e que possa contribuir para a formação de uma jurisprudência técnica sobre o tema.

Assim, a modalidade de coparticipação não deve ser vista como obstáculo ao direito à saúde, mas como ferramenta essencial à ampliação do acesso à saúde e à manutenção da viabilidade econômica dos planos de saúde privados, amplamente respaldada na legislação e nas resoluções da agência reguladora do setor.

*Luana Sales Barros da Silva é advogada no Serur.

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PORTAL REVISTA COBERTURA

A Nova Autogestão em Saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, na reunião da Diretoria Colegiada realizada no dia 31 de outubro p.p, aprovou a nova redação da resolução normativa que trata das entidades de autogestão no âmbito do sistema de saúde suplementar.

José Luiz Toro da Silva

O órgão regulador reconheceu que se fazia mister a alteração da regulação das autogestões em saúde porque a norma existente caracteriza um alto custo regulatório, podendo resultar na "insustentabilidade econômico-financeiro e descontinuidade de suas operações", não obstante o relevante papel social que exercem, pois não possuem finalidade lucrativa e são geridas pelos seus membros, empresas patrocinadoras ou mantenedoras, empregados e servidores públicos, representando mais de 4 milhões de beneficiários. Reconheceu a ANS que a norma até então vigente estabelecia critérios e condições restritivas, restringindo o acesso de muitas empresas e de categorias profissionais a esse exitoso modelo assistencial, mantida, porém, a regulação aplicável às autogestões de recursos humanos e órgãos assemelhados.

Aludida alteração foi objeto de inúmeros estudos e análises, bem como de intensa participação social e amplo debate.

As alterações aprovadas pela ANS referem-se, principalmente: (i) à ampliação do grupo familiar dos participantes, podendo abranger parentes consanguíneos e por afinidade até o 4º. Grau; (ii) a eliminação das restrições que existiam sobre a necessidade de as empresas patrocinadoras/mantenedoras serem do mesmo ramo de atividade ou grupo econômico; (iii) possibilidade de autogestões de uma ou mais categorias profissionais, eliminando restrição que existia; e (iv) a possibilidade das autogestões compartilharem a sua rede de prestadores de serviços com outras operadoras de planos privados de assistência à saúde.

A nova norma permitirá que pessoas jurídicas de ramos diversos possam se associar para a implantação de uma entidade de autogestão ou a integração a uma já existente, com objeto social exclusivo, destinada a proporcionar um plano de saúde mais acessível para os seus colaboradores. Doravante, empresas diversas, inclusive aquelas que estão em um mesmo distrito industrial, por exemplo, poderão constituir uma entidade de autogestão em saúde. Foi abolida a necessidade de correlação de atividades para patrocinadores u mantenedores das autogestões. As regras de convivência entre as empresas participantes são disciplinadas através de um convênio de adesão.

Igualmente, também foi afastada a exigência de associações ou fundações de uma única categoria profissional para a formação de um plano de saúde próprio, na modalidade de autogestão. Agora, categorias profissionais diversas poderão se unir, visando a constituição de um plano mais sólido e representativo, fortalecendo os princípios do mutualismo e solidariedade. Tal alteração facilitará e ampliará, por exemplo, a formação de autogestões, por iniciativa de Sindicatos, Associações Profissionais e outras formas de representação de categoriais profissionais. A norma também trata da elegibilidade de militares e ex-militares de um ou vários entes federativos.

As alterações foram realizadas, a fim de ampliar a elegibilidade das autogestões de saúde, devendo ser preservado o princípio da representatividade, pois o "ato constitutivo da entidade de autogestão deverá prever que todos os beneficiários titulares que contribuam para o custeio do plano de saúde, bem como o mantenedor ou patrocinador, serão elegíveis para compor seu órgão máximo de administração, bem como quaisquer outras instâncias de caráter deliberativo, fiscalizador ou consultivo, quando existentes". Esse aspecto é que diferencia as autogestões dos outros segmentos do mercado de saúde suplementar. A nova norma estabelece uma estrutura organizacional mínima que deverá ser observada pelas entidades de autogestão, pois os beneficiários titulares, os mantenedores e patrocinadores não são simples contratantes, mas sim os proprietários da entidade de autogestão, devendo participar de sua administração.

As alterações realizadas abrem, inclusive, a possibilidade de potenciais beneficiários e empresas, atualmente sem qualquer assistência suplementar à saúde, se tornarem elegíveis para a constituição ou a integração a uma entidade de autogestão, "estimulando o mercado e aumentando o acesso da população à saúde", lembrando que os planos de autogestão não possuem finalidade lucrativa, sendo que todos os seus resultados são revertidos para a própria entidade, sem distribuição de lucros e dividendos para seus dirigentes ou associados, bem como não possuem custos de intermediação e estão sujeitos a um regime tributário diferenciado, pois possuem natureza jurídica associativa ou fundacional.

Enfim, citada norma corrige uma situação limitadora que existia, proporcionando uma ampliação da elegibilidade do grupo de beneficiários, com a oxigenação das carteiras das autogestões, estimulando o mercado e aumentando o acesso da população à serviços de saúde de qualidade, geridos pelo seus beneficiários titulares e empresas patrocinadoras ou mantenedoras, observadas as garantias e reservas financeiras determinadas pela legislação vigente, observados os conceitos de mutualismo, solidariedade e sociedade civil organizada.

A nova norma ampliará a concorrência, com reflexos nos preços e na qualidade atualmente oferecida, com potencial de ampliação da massa atualmente assistida pelos planos privados de assistência à saúde.

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PORTAL TERRA

Grupos monetizam desinformação sobre autismo e vendem substância tóxica a quem busca cura

Roberta encontrou em uma comunidade online a promessa de cura de seu filho de cinco anos, diagnosticado com autismo. Seguindo orientações, ela deu ao menino algumas doses de dióxido de cloro, e também ingeriu o mesmo líquido, para tratar outros problemas de saúde. O que os dois tomaram como medicamento alternativo é, na verdade, uma substância tóxica e corrosiva, usada na fabricação de produtos de limpeza. Após alguns dias, o efeito era devastador.

Mãe relata ter ido para o hospital com o filho após ambos tomarem dióxido de cloro.

"Pensei que íamos morrer", relatou a mãe, no grupo de mensagens que a aconselhava. Mas ela não se queixava nem admitia ter sido iludida - queria saber o que tinha feito de errado. Outros usuários e administradores do grupo, que lucram com a venda do falso medicamento, a incentivaram a voltar a intoxicar a criança, com a falsa alegação de que isso iria curá-la. O "tratamento" tinha duração de três meses.

A reportagem teve impacto antes mesmo de sua publicação. Depois que o Estadão Verifica questionou o governo brasileiro sobre a propagação de desinformação sobre saúde no Telegram, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um pedido formal à empresa para remover grupos e canais que vendiam ilegalmente dióxido de cloro como suposta cura para doenças, do câncer ao autismo. Segundo o governo, 30 comunidades foram removidas em 19 de setembro. Grupos monitorados pelo Verifica, porém, continuam ativos.

No banco de dados da FGV estão cerca de 60 milhões de postagens publicadas em grupos do Telegram considerados conspiracionistas, em toda a América Latina e no Caribe. Foram identificadas cerca de 47 mil publicações que difundiram informações incorretas ou enganosas sobre autismo em aproximadamente 1.600 grupos e canais abertos ao público. Nessas comunidades há 4 milhões de usuários. Os pesquisadores mapearam menções a mais de cem diferentes substâncias ou procedimentos para tratar autismo nos grupos de Telegram, sendo que o dióxido de cloro é de longe a indicação mais citada. Os dados mostram que o número de mensagens enganosas sobre o transtorno aumentou mais de 150 vezes em cinco anos.

A amostra analisada revela que as comunidades se organizam majoritariamente por país, mas há também evidências de articulação internacional. Cerca de 15 mil posts idênticos, parte em espanhol e parte em português, circularam em comunidades colombianas e brasileiras. Já o Chile divide quase 4 mil conteúdos iguais com a Colômbia e 3 mil com o México, e esses dois últimos países têm 5,4 mil posts em comum.

A investigação identificou, por exemplo, um post que circulou em um grupo chileno em 2021 e, em 2023, passou por comunidades da Colômbia e do México. No ano seguinte, chegou aos brasileiros. A publicação é um compilado de links com orientações sobre como usar dióxido de cloro.

A segunda mensagem, também em espanhol, afirma que uma criança desenvolveu autismo após receber 18 vacinas em um único dia, o que demonstraria a relação de causa e efeito. Esse boato, que também circula no Brasil, foi checado e desmentido pelo Estadão Verifica em 2024.

Riscos para a saúde

O neurocientista Bambini explica que o dióxido de cloro é um agente oxidante altamente tóxico. "Não existe cenário seguro para seu uso terapêutico", disse. A ingestão pode causar lesões severas no trato gastrointestinal, vômitos, diarreia intensa, queimaduras nas mucosas e desidratação, com impacto ainda maior em crianças.

Em mensagens monitoradas pelos checadores, é possível observar que sintomas como náusea, ardência, vômitos e diarreia são apresentados como sinais de "desintoxicação", o que acaba normalizando reações que indicam início de lesões. De acordo com Bambini, esses sintomas refletem os danos imediatos que o dióxido de cloro pode causar. O efeito oxidativo do produto pode destruir células da boca, do esôfago e do intestino, além de provocar sangramentos, inflamação aguda e perdas rápidas de líquido. "A agressão às mucosas ocorre logo nas primeiras exposições", afirmou.

O neurocientista ressalta que os riscos vão além do sistema digestivo. O dióxido de cloro compromete a capacidade do sangue de transportar oxigênio. Em níveis mais elevados, pode levar à perda de consciência e até à morte. Autoridades de saúde alertam ainda que o líquido pode afetar negativamente os rins e o fígado. Por isso, instituições como a Food and Drug Administration (FDA), a OMS, a European Medicines Agency (EMA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbem o uso terapêutico do composto.

Pseudocientistas

Em geral, as figuras apresentadas como "especialistas" nas comunidades online não têm formação médica. Na Colômbia, o ColombiaCheck entrevistou um dos nomes mais citados nessas comunidades, Beyman Yepes Murillo, conhecido como Dr. Yepes. Ele admitiu não ser médico e alegou usar o título de "doutor" porque é "chamado assim pelas pessoas porque elas foram curadas".

Yepes disse atuar há quase duas décadas oferecendo consultas virtuais baseadas nos protocolos de Andreas Kalcker e Jim Humble, criadores do MMS. O falso "doutor" relatou prescrever dietas restritivas, desparasitação, enemas e uso contínuo do dióxido de cloro, que descreveu como "inofensivo".

Kerri Rivera, norte-americana que hoje vive no México, é uma figura de culto nos grupos que desinformam sobre o autismo. Em 2013, ela escreveu um livro que promove a alegada cura do transtorno com MMS e que foi removido de plataformas de venda por seu conteúdo enganoso. Rivera não é médica nem tem formação de cientista. Até monetizar a falsa cura com venda de livros, palestras e consultas, era corretora de imóveis.

Andreas Kalcker também é citado frequentemente nessas comunidades como fonte para respaldar as alegações. Ele foi mencionado como um dos maiores promotores do dióxido de cloro na América Latina na investigação A ciência que os promotores do dióxido de cloro realmente dominam, publicada por uma aliança de veículos, incluindo Colombiacheck, em 2022.

Procurado pelo Estadão Verifica, Kalcker alegou não afirmar que existe cura para o autismo no sentido tradicional, mas que "existem abordagens biofísicas que podem melhorar significativamente a qualidade de vida de muitas pessoas". Kerri Rivera, Leo Araujo, Pri Gavazzi e o site Purifica o Brasil também foram procurados, mas não responderam.

No Brasil, vender dióxido de cloro é crime

No ano passado, o Ministério da Justiça no Brasil notificou dez sites de comércio eletrônico brasileiros que vendiam irregularmente dióxido de cloro como tratamento para o autismo e também para "inativar" vacinas - procedimento que só existe no mundo do charlatanismo. Mas alguns deles, como ClO2 e Purifica o Brasil, continuam no ar.

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Assessoria de Comunicação        

 

Boa notícia para os hospitais: a nova tabela Mat Med, publicada pelo Ipasgo, exclui a necessidade de autorização prévia para as dietas enterais. A mudança vai ao encontro de uma reivindicação dos hospitais, debatida em reunião do Comitê de Administradores da Ahpaceg, que analisou o novo fluxo determinado pelo Ipasgo para a cobrança, prescrição e evolução das dietas enterais.

A exclusão da autorização confere mais agilidade às prescrições, pois antes os nutricionistas dos hospitais precisavam solicitar nova autorização a cada dez dias para cada paciente. A mudança é considerada uma grande vitória.

“É uma vitória para todos, pois prescrição e evolução são importantes, e as nutricionistas gastavam muito tempo fazendo solicitações de autorização prévia”, observou a consultora regional da Danone, Christine Alves, que participou da reunião do Comitê de Administradores juntamente com administradores, faturistas e nutricionistas das instituições associadas.

Quinta, 04 Dezembro 2025 06:20

CLIPPING AHPACEG 04/12/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Mulher é presa suspeita de extorquir familiares de pessoas doentes

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/mulher-e-presa-suspeita-de-extorquir-familiares-de-pessoas-doentes-14150070.ghtml

Sindhoesg inaugura Galeria de Ex-Presidentes em solenidade marcada por história e reconhecimento

https://www.issoegoias.com.br/2025/12/sindhoesg-inaugura-galeria-de-ex.html

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

https://www.saudebusiness.com/gestao/legislacaoo-e-regulamentacao/ans-atualiza-regulamentacao-de-autogestoes-em-saude-apos-quase-20-anos/

Políticas institucionais como tradução da cultura organizacional

https://www.saudebusiness.com/colunistas/politicas-institucionais-como-traducao-da-cultura-organizacional/

Gestão hospitalar em 2026 deve atingir novo patamar com IA

https://medicinasa.com.br/gestao-hospitalar-2026/

Modelos de remuneração por desfecho clínico: como aplicar na prática

https://www.saudebusiness.com/operadoras/modelos-de-remuneracao-por-desfecho-clinico/

TV ANHANGUERA

Mulher é presa suspeita de extorquir familiares de pessoas doentes

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/mulher-e-presa-suspeita-de-extorquir-familiares-de-pessoas-doentes-14150070.ghtml

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ISSO É GOIÁS

Sindhoesg inaugura Galeria de Ex-Presidentes em solenidade marcada por história e reconhecimento

Goiânia - Em uma solenidade repleta de significado e de história, o Sindhoesg recebeu, na manhã de hoje, 3, um público especial para a inauguração da sua Galeria de Ex-Presidentes. O encontro reuniu os ex-presidentes Luiz Antônio Ludovico de Almeida, Paulo Rassi, José Silvério Peixoto Guimarães e Valney Luiz da Rocha.

Francisco Ludovico de Almeida Neto, primeiro presidente do Sindicato, já falecido, foi representado pela filha Maíra Ludovico. Representantes do setor hospitalar, o presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg e familiares dos homenageados também prestigiaram a inauguração.

O presidente do Sindhoesg, Gustavo Clemente, falou sobre a importância do momento e sobre a história construída ao longo de mais de quatro décadas. Ele lembrou que o Sindhoesg nasceu em 1981 e atravessou ciclos marcados por criação, fortalecimento, inovação e modernização. Cada um desses períodos foi conduzido por lideranças que dedicaram tempo, energia e visão ao desenvolvimento da entidade e da saúde privada em Goiás.

Gustavo Clemente enfatizou que a galeria eterniza quem ajudou a formar a identidade do Sindicato, que já teve diferentes nomes – Shoclaesgo, Sessego, Sesg - e hoje se consolida como uma instituição respeitada. Ele destacou o legado de cada presidente, começando pelo fundador, Francisco Ludovico de Almeida Neto, que esteve à frente de 1982 a 1994 e deixou bases sólidas para o crescimento da entidade.

Em seguida, lembrou a consolidação institucional promovida por Luiz Antônio Ludovico de Almeida, presidente entre 1994 e 2000; o avanço no diálogo com o setor durante a gestão de Paulo Rassi, de 2000 a 2006; os anos de transformações e desafios liderados por José Silvério Peixoto Guimarães, de 2006 a 2021; e o período de equilíbrio e foco em resultados conduzido por Valney Luiz da Rocha, entre 2021 e 2024.

“Cada presidente aqui homenageado deixou uma marca própria, contribuiu com seu estilo de gestão e fortaleceu a identidade do nosso Sindicato”, disse Gustavo Clemente, que encerrou agradecendo a presença dos ex-presidentes, o trabalho de suas diretorias e o apoio das famílias que sempre acompanharam esse caminho. Ele declarou oficialmente inaugurada a Galeria, que celebra o passado, fortalece a imagem institucional do Sindhoesg e seu compromisso com o futuro.

Galeria dos Ex-Presidentes do Sindhoesg

PresidentePeríodo

Francisco Ludovico de Almeida Neto     1982 – 1994

Luiz Antônio Ludovico de Almeida1994 – 2000

Paulo Rassi        2000 – 2006

José Silvério Peixoto Guimarães  2006 – 2021

Valney Luiz da Rocha2021 – 2024  

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SAÚDE BUSINESS

ANS atualiza regulamentação de autogestões em saúde após quase 20 anos 

Atualização da RN 137 moderniza regras para autogestões em saúde e busca reequilibrar o setor após anos de assimetria regulatória.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a atualização da Resolução Normativa (RN) nº 137, que regulamenta o funcionamento das autogestões no sistema de saúde suplementar.  

A aprovação da medida ocorreu na reunião de diretoria colegiada, no dia 31 de outubro, e busca corrigir um desequilíbrio regulatório. Segundo a Agência, há quase 20 anos, a resolução impõe custos desproporcionais às entidades desse modelo e ameaça sua sustentabilidade econômica. 

A nova normativa moderniza o conceito de autogestão sem alterar sua essência, permitindo maior flexibilidade na operação e na composição das carteiras de beneficiários. Entre as principais mudanças estão: 

Multipatrocínio ampliado: possibilidade de participação de patrocinadores de diferentes ramos de atividade, desde que mantida a representatividade; 

Categorias profissionais integradas: permissão para que mais de uma categoria componha o mesmo grupo de beneficiários; 

Compartilhamento de rede assistencial entre operadoras de diferentes modalidades; 

Ampliação do conceito familiar, agora estendido até o quarto grau de parentesco por afinidade; 

Uso do plano fora da área de abrangência, autorizado para até 10% dos beneficiários da carteira. 

Para Mário Jorge, presidente da UNIDAS, a decisão representa um marco.  

“Hoje é um dia histórico para as autogestões em saúde, pelo qual a UNIDAS batalhava há mais de 10 anos. A decisão, contudo, nos impõe novos desafios. Ao reparar um desequilíbrio no setor, a ANS nos oferece a oportunidade de oxigenar o público elegível, sem perder de vista o nosso papel social e a natureza de nossa atuação, que coloca o beneficiário no centro do cuidado”, afirmou. 

As restrições que vigoravam até agora — como a obrigatoriedade de patrocinadores do mesmo ramo e os limites às categorias profissionais — foram estabelecidas em 2006, com a criação da RN 137. Desde então, apenas uma modificação relevante havia sido feita, em 2014, sem resolver os entraves ao crescimento das autogestões. 

Os dados da ANS reforçam a disparidade. Entre 2006 e 2025, as operadoras de mercado tiveram expansão de quase 50% no número de beneficiários, enquanto as autogestões — entidades sem fins lucrativos e de forte papel social — mantiveram crescimento modesto. Essas organizações contribuem historicamente para aliviar a demanda sobre o SUS, ao atender diretamente trabalhadores e seus dependentes. 

Diante desse cenário, a UNIDAS defendia, há mais de uma década, a revisão da norma. O debate ganhou força nos últimos três anos, culminando na aprovação, uma conquista significativa para as operadoras de autogestão e um passo importante na busca por maior equilíbrio regulatório no setor. 

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Políticas institucionais como tradução da cultura organizacional

Diretrizes organizacionais transmitem valores e sustentam a cultura de qualidade, segurança e ética no cuidado.

Toda instituição tem políticas, normas e diretrizes que regem seu funcionamento. Algumas são escritas com rigor técnico, outras se acumulam em manuais, intranets e comunicados. Mas o que muitas organizações de saúde ainda não perceberam é que as políticas institucionais são a tradução mais visível da cultura organizacional.

O jeito como uma política é criada, comunicada e vivida no dia a dia revela muito mais sobre a identidade de uma instituição do que slogans em campanhas ou frases inspiradoras nas paredes. Uma política é um espelho de valores. Mostra o que a organização realmente acredita, prioriza e tolera.

Cultura organizacional: o que não está escrito, mas é praticado

Cultura organizacional é, essencialmente, o conjunto de crenças, hábitos e comportamentos que definem como as pessoas agem quando ninguém está olhando. Ela não está no manual de conduta, está na prática cotidiana, nas decisões pequenas, nas reações a crises, no tratamento dado às pessoas e na coerência entre discurso e ação.

Mas embora a cultura seja algo invisível, as políticas institucionais são o seu meio mais concreto de materialização.

Uma instituição que valoriza a segurança do paciente, por exemplo, traduz isso em políticas claras, objetivas e acessíveis.

Uma organização que realmente acredita na transparência estabelece políticas de comunicação interna e gestão de dados consistentes.

E uma instituição que fala sobre gestão de pessoas demonstra isso também em suas políticas de recursos humanos e de apoio emocional às equipes.

As políticas são, portanto, a cultura em linguagem formal.

Entre o que está escrito e o que é vivido

O maior risco das políticas institucionais é quando elas se transformam em textos decorativos, criados para atender a auditorias, certificações ou exigências externas, sem estarem verdadeiramente incorporadas à cultura da instituição.

Quantas vezes encontramos políticas impecáveis no papel, mas que não se refletem na prática diária?

Políticas de humanização que não chegam aos corredores.

Políticas de comunicação que não orientam a realidade do diálogo entre setores.

Políticas de gestão de riscos que não são conhecidas por quem executa as tarefas críticas.

Essa desconexão entre o formal e o vivido geram riscos institucionais: os profissionais percebem o abismo entre o discurso e a prática e deixam de acreditar nas intenções da organização de saúde.

Uma política que não se traduz em comportamento perde credibilidade e fragiliza a cultura.

Políticas que educam e sustentam comportamentos

As políticas são ferramentas pedagógicas. Elas não apenas definem o que pode ou não ser feito, mas também educam as pessoas sobre o que é valorizado, permitido e incentivado na instituição.

Uma política bem construída:

Traduz o propósito em práticas concretas;

Garante coerência nas decisões entre diferentes áreas;

Cria previsibilidade e segurança psicológica, porque as regras são claras e justas;

Favorece a integração de novos profissionais, que compreendem rapidamente “como as coisas funcionam por aqui”.

Por isso, políticas não devem ser apenas instrumentos administrativos. Elas são documentos de cultura, capazes de orientar, inspirar e alinhar comportamentos.

O papel das lideranças na tradução da cultura

Líderes são os principais tradutores da cultura e, consequentemente, das políticas. São eles que garantem que o conteúdo das políticas se torne ação. Quando um líder respeita e faz cumprir uma política institucional, ele reforça o senso de coerência e justiça. Quando ignora ou relativiza, transmite a mensagem de que as regras são opcionais.

As políticas só ganham vida quando a liderança:

As comunica de forma clara e humana;

As explica no contexto da missão institucional;

As aplica com consistência, sem exceções injustificadas;

As utiliza como ferramenta de desenvolvimento, não de punição.

Em outras palavras, o líder é o elo entre o que está escrito e o que é vivido.

Políticas e cultura da qualidade na saúde

No setor da saúde, as políticas institucionais têm um papel ainda mais sensível: elas sustentam a qualidade, a segurança e a ética do cuidado.

O verdadeiro diferencial não está em “ter as políticas”, e sim em como elas orientam o comportamento das pessoas. Uma política de segurança do paciente não muda nada se for desconhecida ou ignorada. Ela precisa ser vivida como princípio, não como documento.

Da mesma forma, políticas de gestão de pessoas ou de comunicação institucional, quando realmente aplicadas, fortalecem a cultura de confiança, diálogo e corresponsabilidade. Cada política é uma peça que compõe o mosaico da cultura da qualidade e quando todas se alinham, a instituição alcança coerência organizacional.

Podemos afirmar que toda política institucional comunica valores, mesmo que de forma indireta. Quando há coerência entre valores e políticas, a cultura se fortalece. Quando há divergência, surgem ruídos e desconfiança. Uma instituição que diz valorizar o aprendizado, mas não oferece políticas que incentivem a educação permanente, contradiz seu próprio discurso.

Quando há desalinhamento entre o que está escrito e o que é vivido, as políticas passam a ser vistas como imposições. Isso gera resistências, desmotivação e descrédito. O profissional deixa de enxergar sentido nas normas, e o comportamento coletivo tende a se afastar daquilo que a organização deseja cultivar.

O resultado é o que poderíamos chamar de “burocracia cultural”: estruturas rígidas que tentam regular tudo, mas não transformam nada. A solução é devolver às políticas o seu verdadeiro papel: instrumentos de coerência cultural.

Políticas que inspiram

Políticas institucionais não são apenas ferramentas de gestão. Elas são instrumentos de narrativa organizacional. Contam, em linguagem formal, quem somos, o que acreditamos e como queremos agir.

Quando bem construídas e aplicadas com coerência, as políticas se tornam poderosas tradutoras da cultura: conectam valores à prática, estratégia à rotina, e propósito à entrega. Por outro lado, quando se distanciam da realidade, elas deixam de educar e passam a engessar.

O desafio das lideranças é garantir que cada política seja mais do que um documento: seja uma expressão viva da cultura organizacional, capaz de inspirar, orientar e transformar. Porque, no fim, as instituições são aquilo que suas pessoas fazem todos os dias e as políticas existem justamente para garantir que esse fazer cotidiano continue alinhado ao propósito que dá sentido à existência de todos nós.

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MEDICINA S/A

Gestão hospitalar em 2026 deve atingir novo patamar com IA

gestão hospitalar está prestes a dar um salto tecnológico significativo em 2026, impulsionada pela expansão do uso de Inteligência Artificial (IA), pelo avanço de soluções de automação e pelo aumento dos investimentos em infraestrutura de TI. A combinação entre pressão por eficiência e necessidade de modernização tem levado hospitais a priorizar tecnologias capazes de simplificar rotinas, melhorar a experiência do paciente e reduzir custos operacionais.

A consolidação da IA como ferramenta cotidiana nas operações hospitalares deve marcar o próximo ano. Modelos inteligentes tendem a se expandir para áreas administrativas, como faturamento, auditoria e regulação, além de apoiar decisões clínicas com base na análise de indicadores e previsões operacionais.

Esse movimento acompanha a crescente maturidade do setor em relação à digitalização, que orienta a busca por soluções simples, integradas e orientadas por dados. A IA deixa de ser vista como promessa e passa a assumir papel prático, entregando resultados concretos às instituições.

A modernização da infraestrutura de TI está diretamente ligada a essa evolução. Nos últimos anos, organizações de saúde têm acelerado a migração para sistemas mais seguros e interoperáveis, capazes de suportar o uso intensivo de dados e aplicações baseadas em IA. A adoção de plataformas integradas também ganha força, já que unificar informações assistenciais, administrativas e financeiras em um único ambiente é essencial para reduzir erros, eliminar retrabalho e melhorar a tomada de decisão.

Ao mesmo tempo, o aumento contínuo dos custos médicos e operacionais exige práticas mais eficientes. Ferramentas de análise e monitoramento de indicadores, acompanhadas de soluções preditivas, tornam-se indispensáveis para apoiar a gestão estratégica. A governança de dados também se fortalece como necessidade, impulsionando políticas de segurança, padronização, interoperabilidade e auditoria dos sistemas inteligentes.

O ano de 2026 tende a se consolidar como marco para instituições que buscam modernizar suas operações sem adicionar complexidade. A integração entre sistemas, o uso de IA e a capacitação das equipes passam a ser pilares para acompanhar uma sociedade em constante transformação e cada vez mais exigente por soluções tecnológicas que sustentem um novo patamar da gestão hospitalar.

*Kele Dias é Executiva de Negócios da CeosGO.

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Modelos de remuneração por desfecho clínico: como aplicar na prática

A transição do fee for service para o value-based healthcare é imperativa para a sustentabilidade.

O sistema de saúde brasileiro, historicamente guiado pelo modelo fee for service (pagamento por serviço), enfrenta desafios de sustentabilidade e qualidade assistencial. 

Como alternativa, os modelos de remuneração por desfecho clínico ganham força ao substituir o pagamento por volume pelo valor entregue ao paciente, medido pelos resultados alcançados.

Apesar do avanço global da Saúde Baseada em Valor, sua adoção no Brasil ainda é limitada: apenas cerca de 10% dos hospitais possuem contratos realmente baseados em valor. Esse cenário reforça a urgência de uma mudança estrutural.

Para impulsionar essa transição, a ANS vem publicando guias e diretrizes que orientam a implementação desses modelos. 

Embora exijam transformação organizacional, os pagamentos por desfecho trazem benefícios claros: melhor alinhamento de incentivos, compartilhamento de riscos e maior sustentabilidade hospitalar.

Tipos de modelos de pagamento baseados em valor

A remuneração baseada em valor não se resume a um único formato. Existem diversos modelos de pagamento que podem ser aplicados de forma isolada ou combinada, essenciais na transição para o Value-Based Healthcare (VBHC).

Pagamentos por Pacote (Bundled Payments)

Também conhecidos como bundles ou pagamentos empacotados, este modelo estabelece um valor fixo e pré-negociado para a jornada completa do paciente em um episódio específico de cuidado (ex: cirurgia de joelho, tratamento de parto). 

O pagamento cobre todos os serviços essenciais (hospitalização, honorários médicos, medicamentos, reabilitação) dentro de um período definido. 

O prestador assume o risco de custos acima do pacote, mas se beneficia da eficiência operacional em saúde e da redução de custos com qualidade se entregar o desfecho clínico esperado.

Pagamento por Capitação (Capitation)

Neste modelo, o prestador recebe um valor fixo mensal por beneficiário (Per Member Per Month – PMPM), independentemente da utilização dos serviços. 

Para que seja um modelo baseado em valor, a captação deve incluir incentivos por performance clínica e estar atrelada a metas de qualidade e prevenção, promovendo a integração do cuidado e coordenação assistencial.

Pagamento por Desempenho (Pay for Performance)

Conhecido como P4P, este modelo oferece um pagamento adicional ou bônus ao prestador, condicionado ao cumprimento de metas pré-estabelecidas, geralmente relacionadas a métricas de qualidade assistencial e indicadores clínicos e assistenciais. 

Embora não substitua o modelo de remuneração principal (podendo ser fee for service, capitation ou bundle), adiciona uma camada de incentivos por performance clínica, focando em resultados específicos.

Como começar a aplicar modelos de remuneração por desfecho clínico

A aplicação bem-sucedida de modelos de remuneração por desfecho clínico requer uma base sólida de tecnologia, governança e mudança cultural.

1. Mapeamento da linha de cuidado e análise de prontidão

A operadora e o prestador devem avaliar sua maturidade. Isso inclui:

Avaliação de maturidade digital, infraestrutura e governança.

Identificação de processos críticos e gargalos assistenciais que impactam os desfechos.

2. Definição de indicadores de desfecho e processo

O sucesso do pagamento por resultado depende da medição correta:

Estabelecer KPIs clínicos (ex: taxa de reinternação), operacionais (ex: tempo de espera) e de experiência do paciente (PX) como métrica.

É importante realizar o ajuste de risco populacional para garantir que a remuneração seja justa.

3. Estruturação de integração e interoperabilidade

O fluxo de dados é o coração dos modelos de remuneração por valor em hospitais, o que inclui:

Unificação de dados assistenciais e financeiros (ERP, prontuário eletrônico, BI).

Implementação de dashboards, auditoria contínua e gestão robusta de contratos.

4. Criação dos modelos contratuais

A negociação de contratos baseados em desfechos deve ser transparente:

Definir as métricas de valor que serão remuneradas.

Estabelecer critérios de elegibilidade claros para o paciente.

Detalhar os riscos compartilhados e os mecanismos de incentivo e penalidade.

5. Governança clínica e capacitação

O engajamento das equipes é vital para o sucesso dos incentivos por performance clínica:

Obter o engajamento médico e das equipes multiprofissionais.

Desenvolver uma cultura orientada a desfechos e responsabilidade em saúde.

6. Pilotos, escalabilidade e melhoria contínua

É fundamental iniciar de forma controlada e evoluir gradualmente:

Começar com projetos piloto por linha de cuidado (ortopedia, cardiologia, oncologia) ou procedimentos de alto custo.

Realizar a medição real de impacto e implementar ciclos de ajustes contínuos.

Exemplo de aplicação no Brasil

A migração para remuneração por desfecho clínico é promissora em áreas de alto volume e previsibilidade. Um exemplo prático no Brasil é a aplicação desses modelos na cirurgia ambulatorial

Os pacotes de cuidado aumentam a eficiência e a resolutividade, pois o prestador é incentivado a tratar o paciente de forma rápida, segura e com foco no desfecho clínico. Ao evitar internações prolongadas e reduzir complicações, esse modelo alinha qualidade assistencial e sustentabilidade financeira.

Ao priorizar a qualidade e a eficiência operacional em saúde, operadoras e prestadores se unem em torno do paciente. Essa é a chave para a sustentabilidade e para a entrega do verdadeiro valor em saúde.

Dúvidas frequentes

Quais são os 7 tipos de remuneração?

Os 7 tipos mais comumente citados, incluindo modelos híbridos e de transição, são:

Fee for Service: Pagamento por item de serviço.

Capitação (Capitation): Pagamento fixo por paciente/mês.

Pagamento por Pacote (Bundled Payments): Pagamento fixo por episódio de cuidado.

Pagamento por Desempenho (P4P): Bônus por metas de qualidade.

Diária Global: Valor fixo por dia de internação.

Salário: Remuneração fixa de profissionais em estruturas próprias.

Modelos Híbridos/Compartilhamento de Risco (Global Budget, Shared Savings): Combinação de métodos para incentivar a responsabilidade em saúde e o compartilhamento de risco.

Quais são os modelos de pagamento dos planos de saúde?

O modelo dominante nos planos de saúde é o fee for service. Contudo, as operadoras de saúde brasileiras estão em transição, buscando implementar modelos alternativos, como:

Pagamento por Capitação;

Pagamento por Pacote;

Pagamento por Desempenho (P4P). 

Esses modelos são fundamentais para garantir a sustentabilidade e a qualidade da saúde suplementar, alinhando os interesses da operadora e do prestador aos desfechos em saúde do paciente.

Modelos de remuneração do mercado de saúde?

O mercado de saúde global e brasileiro está em um movimento de convergência para o Value-Based Healthcare. Além do fee for service, os modelos de remuneração por desfecho clínico mais aplicados incluem os contratos baseados em desfechos, os Pagamentos por Pacote e o P4P. 

O futuro aponta para a predominância de modelos híbridos de remuneração e o uso de contratos baseados em performance e risco ajustado, que garantem o foco na prevenção e na avaliação de desfechos em saúde.

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Assessoria de Comunicação        

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