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Quarta, 11 Junho 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 11/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

68,9% dos serviços do SUS sob gestão de OSS têm acreditação

https://medicinasa.com.br/sus-gestao-oss/

O papel transformador da IA no diagnóstico médico

https://medicinasa.com.br/ia-diagnostico-medico/

Direito da saúde: por que nem todo erro médico gera indenização?

https://medicinasa.com.br/erro-medico-indenizacao/

Artigo - Transformação digital revoluciona a gestão de OPME

https://medicinasa.com.br/transformacao-digital-opme/

Jogador Pedro Severino recebe alta após 98 dias de luta

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2025-06/pedro-severino-recebe-alta-apos-98-dias-de-tratamento#:~:text=O%20jogador%20Pedro%20Severino%2C%20da,neurol%C3%B3gica%20e%20f%C3%ADsica%20em%20casa%E2%80%9D

Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialista

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2025-06/pedro-severino-recebe-alta-apos-98-dias-de-tratamento

Secretaria quer passar administração das unidades de saúde para organizações sociais

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/secretaria-quer-passar-administracao-das-unidades-de-saude-para-organizacoes-sociais-13670602.ghtml

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde?

https://www.saudebusiness.com/operadoras/o-desafio-dos-reajustes-dos-planos-de-saude/

MEDICINA S/A

68,9% dos serviços do SUS sob gestão de OSS têm acreditação

Um levantamento realizado pelo Ibross (Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde) em parceria com o Instituto Ética Saúde (IES) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA) revela que 68,9% dos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) sob gestão das principais Organizações Sociais de Saúde do país possuem selos de acreditação.

O alto índice demonstra a preocupação de entidades do terceiro setor que firmam contratos com secretarias municipais e estaduais de saúde em garantir e comprovar a qualidade e a segurança proporcionada aos pacientes nas unidades.

O levantamento utilizou uma amostragem de 219 serviços de saúde, entre hospitais, ambulatórios, Unidades Básicas de Saúde, UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), laboratórios e outros, dentre as entidades associadas ao Ibross, o que representa 12% do total de 1,8 mil equipamentos sob a gestão de organizações sociais no país. As associadas do Ibross respondem por cerca de 50% do total de serviços no Brasil sob gestão de organizações sociais.

“Esta pesquisa demonstra que, a cada ano, os órgãos públicos estão cada vez mais preocupados em oferecer segurança e humanização. Isso é um passo muito importante, principalmente, porque a maioria da população depende desse sistema para cuidar de sua saúde. Nossos processos promovem a melhoria contínua da qualidade e segurança dos serviços de saúde, garantindo que os pacientes recebam cuidados mais confiáveis, eficientes e humanizados. Estamos muito lisonjeados em fazer parte desta história para oferecer uma melhor jornada aos pacientes”, ressalta Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA.

Conforme o estudo, 56,6% dos serviços certificados na amostra analisada possuem acreditação expedida pela própria ONA e os demais, por instituições como JCI (Joint Comission International), Qmentum (Quality Global Alliance) e ACSA (Association of Clinical Safety Assessment), entre outras.

Do total de unidades acreditadas, 76% receberam a certificação há menos de cinco anos, 14% possuem o selo entre seis e dez anos e outros 10% há mais de 10 anos.

Ainda segundo o levantamento, 88,6% das unidades de saúde geridas pelas principais OSS do país realizam periodicamente treinamentos relativos à segurança do paciente e 99% possuem programas de segurança dos usuários. Também foi constatado que 95,4% dos serviços possuem protocolos e fluxos de trabalho padronizados para procedimentos clínicos. O número de serviços de saúde sob gestão de OSS que estabeleceram um programa de capacitação de colaboradores representou 97,3% do total.

Mais da metade (50,7%) dos serviços de saúde pesquisados estão localizados no estado de São Paulo, seguidos por Minas Gerais, com 25%, e Pernambuco, com 11%. Ceará (6,4%), Goiás (3,7%) e Bahia (3,2%) completam o quadro.

“A iniciativa é mais uma ação que estas três instituições realizam em conjunto visando o fortalecimento do SUS e o modelo de OSS. O objetivo é espalhá-lo cada vez mais pelo Brasil para, na ponta, fazer a diferença na qualidade dos serviços prestados. Os números podem ser considerados positivos, mostrando que estamos no caminho certo para transformar um cenário de desafios numa jornada de qualificação contínua e de impactos concretos na assistência aos usuários da rede pública de saúde”, diz o presidente do Ibross, Sergio Daher.

Segundo o executivo, ao mapear os valores obtidos, foi possível obter novas percepções sobre obstáculos, metas estratégicas e práticas de monitoramento. “A pesquisa abrangeu instituições de diversas regiões do país, permitindo uma visão representativa do panorama nacional e um maior planejamento de ações estruturantes voltadas a projetos de apoio específicos a cada localidade”.

Ainda conforme o presidente do Ibross, mais do que um levantamento, as informações obtidas configuram-se como base estratégica para desenvolver e aprofundar as políticas de incentivo à qualificação das OSS, impulsionando a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de avançar na implantação de uma cultura de excelência e que gere confiança na população.

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O papel transformador da IA no diagnóstico médico

Estudo inédito realizado pelo Ministério da Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB) evidencia maior concentração de médicos especialistas na rede privada de saúde e distribuição desigual no país. Ele representa a Demografia Médica do Brasil em 2025. É o mais completo levantamento já realizado sobre a oferta, a formação, a especialização e o exercício profissional dos médicos no país.

Formação e distribuição dos especialistas

Em dezembro de 2024, o Brasil contava com 353.287 médicos especialistas, o que representa 59,1% do total de médicos registrados. Os demais 244.141 (40,9%) eram generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialista. Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete delas concentram 50,6% do total de especialistas: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia e Ortopedia e Traumatologia.

No Brasil, a parcela de especialistas (59,1%) em relação ao total de médicos está pouco abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%. O estudo revela que 63,7% dos títulos em especialidades foram obtidos por meio da Residência Médica, enquanto 36,3% foram concedidos por exames de titulação pelas sociedades médicas vinculadas à Associação Médica Brasileira (AMB). Entre os médicos especialistas, a maioria (79,1%) possui um título, enquanto 20,9% acumulam dois ou mais títulos em diferentes especialidades.

Apesar do crescimento, a distribuição dos especialistas no território nacional é desigual. O percentual de especialistas em relação ao total de médicos varia de 72,2% no Distrito Federal e 67,9% no Rio Grande do Sul a 46,5% em Rondônia e 45,1% no Piauí. A região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).

Quantos médicos hematologistas atuam hoje no Brasil?

Dados da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) destacam a quantidade de médicos hematologistas no Brasil atualmente. Além disso, a instituição faz um importante alerta sobre a desigualdade regional na distribuição de médicos no país.

Apenas na área da Hematologia e Hemoterapia, cujos especialistas são responsáveis pelo diagnóstico e tratamento de doenças do sangue e pelo acompanhamento da doação de sangue, eram 3.271 médicos registrados em 2024.

Neste contesto, a incorporação da inteligência artificial (IA) no setor de saúde está promovendo uma transformação estrutural no paradigma diagnóstico. Longe de ser um mero recurso auxiliar, os sistemas baseados em aprendizado de máquina e redes neurais profundas estão se consolidando como elementos centrais no suporte à decisão clínica, especialmente na análise e interpretação de exames de imagem e dados laboratoriais complexos.

Na radiologia, por exemplo, algoritmos de deep learning treinados com grandes volumes de imagens rotuladas têm alcançado desempenhos comparáveis aos de radiologistas humanos. Modelos como os baseados em CNNs (redes neurais convolucionais) vêm sendo aplicados com sucesso na detecção de nódulos pulmonares, microcalcificações mamárias, fraturas ocultas e lesões intracranianas, com métricas de acurácia, sensibilidade e especificidade que reforçam sua confiabilidade como ferramenta clínica.

Além das imagens, a IA também tem se mostrado promissora na análise de exames laboratoriais, correlacionando múltiplas variáveis bioquímicas com perfis de risco e gerando alertas automatizados para patologias silenciosas ou em estágio inicial. A combinação de dados estruturados (como hemogramas, marcadores tumorais e genômica) com dados não estruturados (como prontuários clínicos e anotações médicas) possibilita a construção de sistemas preditivos mais robustos e personalizados.

Outro vetor de impacto é a celeridade do processamento. Em sistemas de saúde sobrecarregados, a IA representa uma estratégia de escalabilidade diagnóstica, possibilitando triagens automatizadas, priorização inteligente de exames e redução significativa no tempo entre a coleta do dado clínico e a tomada de decisão médica. Isso é particularmente relevante em contextos de atenção primária, regiões com déficit de especialistas ou em situações de emergência, como pandemias e catástrofes.

Contudo, a implementação responsável desses sistemas exige atenção rigorosa a aspectos éticos, regulatórios e técnicos. A validação clínica multicêntrica, a mitigação de vieses algorítmicos, a interoperabilidade com sistemas legados e a rastreabilidade das decisões automatizadas (explainable AI) são requisitos indispensáveis para garantir a segurança e a equidade no uso dessas tecnologias.

Em última análise, a IA no diagnóstico médico não deve ser vista como substituta da expertise humana, mas como um multiplicador de capacidade clínica. Ao automatizar tarefas repetitivas, reduzir variabilidade interobservador e fornecer insights em tempo real, esses sistemas liberam os profissionais para funções de maior complexidade cognitiva e interpessoal — aquelas em que a empatia, o julgamento clínico e o contexto individual do paciente são insubstituíveis.

O diagnóstico hematológico e seus desafios na atenção primária

A jornada do paciente com doenças hematológicas é uma das mais desafiadoras no sistema de saúde por causa de sintomas inespecíficos e da sobreposição com outras condições. O hemograma, exame fundamental na triagem inicial, é frequentemente solicitado, mas sua interpretação pode apresentar limitações se não for realizada por um hematologista.

O uso de ferramentas de Inteligência Artificial capazes de identificar sinais de alerta no hemograma permite o acionamento de protocolos automatizados para investigação precoce e encaminhamento rápido a especialistas. A startup brasileira Hemodoctor exemplifica a aplicação da IA no contexto hematológico. Sua ferramenta analisa o hemograma, detecta alterações relevantes, sinaliza a criticidade do caso e sugere os próximos passos, como a solicitação de exames.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em 2023, o Brasil realizou um total de 2,4 bilhões de exames diagnósticos, sendo 1,2 bilhão no setor privado e 1,2 bilhão no SUS e outros serviços públicos. O hemograma é o exame mais solicitado, evidenciando sua importância na prática clínica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o tempo médio para diagnóstico de leucemia pode chegar a nove meses, entre o primeiro atendimento e a consulta com um hematologista. Apesar de existir legislação que prevê a realização de exames em até 30 dias e início de tratamento em até 60 dias, essa realidade ainda está distante para muitos pacientes.

A história de J.P.A, 42 anos, é um exemplo real e tristemente comum entre os brasileiros. Ele começou a sentir cansaço com frequência, apresentando palidez e dores de cabeça constantes. Procurou uma Unidade Básica de Saúde, onde foi atendido por um clínico geral que solicitou um hemograma. O exame indicava anemia, mas não foi especificada a causa. J.P.A. foi orientado a tomar suplementos de ferro e voltar em três meses.

Durante os meses seguintes, seus sintomas se agravaram: perdeu peso, passou a ter febre recorrente e episódios de desmaio. Só após quase seis meses, ao ser encaminhado a um hematologista em hospital de referência, recebeu o diagnóstico correto: a anemia do paciente era secundária a um linfoma não Hodgkin em estágio inicial.

No intervalo entre a primeira consulta e o diagnóstico do linfoma, a condição de J.P.S. evoluiu de forma silenciosa e perigosa, exigindo internação, transfusões sanguíneas e um tratamento oncológico mais agressivo. Além de prejudicar significativamente sua qualidade de vida, o atraso representou maior custo ao sistema de saúde, que poderia ter evitado a hospitalização e parte do tratamento com um diagnóstico precoce e adequado.

Estamos diante de uma transição de paradigma: da medicina baseada exclusivamente na observação e interpretação humana para uma prática clínica ampliada por dados e inteligência computacional. É responsabilidade de todos os atores do ecossistema de saúde — profissionais, desenvolvedores, gestores e reguladores — assegurar que essa transformação seja ética, transparente e centrada no paciente.

*Carlos Rolemberg é Co-fundador da Hemodoctor.

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Direito da saúde: por que nem todo erro médico gera indenização?

É comum associar um desfecho clínico negativo à ideia automática de responsabilidade médica. Contudo, no Direito brasileiro, o dever de indenizar exige mais do que a existência de um erro: pressupõe a comprovação de culpa, por negligência, imprudência ou imperícia.

Em muitos casos, o médico adota todas as providências cabíveis — observa os protocolos, requisita exames, monitora a evolução — e, mesmo assim, não acerta no diagnóstico. Nessas situações, não há omissão ou falha ética, mas o que a doutrina e a jurisprudência denominam erro escusável: falha justificável diante das limitações técnicas e científicas da medicina. Quando assim caracterizado, não se configura o dever de indenizar.

O erro escusável não representa descuido. Ocorre quando o profissional atua com diligência, utiliza os meios disponíveis e respeita os padrões da boa prática médica. Ainda assim, diante da complexidade dos sintomas ou da ambiguidade do quadro, o resultado pode não ser o ideal. No Brasil, a atividade médica, como regra, envolve obrigação de meio, não de resultado. O médico não promete cura, mas sim empenho técnico. Exigir infalibilidade seria não apenas injusto — seria incompatível com a própria natureza da medicina, que lida com probabilidades, não com garantias.

Essa compreensão está presente na jurisprudência. Três decisões recentes do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ilustram como a responsabilidade médica deve ser analisada com base na conduta adotada, e não no resultado. No processo nº 1001035-03.2022.8.26.0003, um paciente com fratura no fêmur foi atendido em hospital público, mas a lesão passou despercebida. O quadro evoluiu para infecção generalizada e óbito. A perícia indicou falha técnica no exame clínico inicial, e o tribunal reconheceu a culpa. A relatora, desembargadora Paola Lorena, apontou que “houve demora injustificada na adoção de condutas que o quadro clínico exigia, com prejuízos graves e evitáveis”.

Situação oposta ocorreu no processo nº 1001575-67.2021.8.26.0009. A família de uma paciente com câncer de mama alegou que ela teria contraído Covid-19 durante a internação hospitalar. Contudo, a perícia não confirmou falha nos protocolos de prevenção. O relator, desembargador Paulo Sergio Mangerona, afastou a responsabilidade por inexistência de nexo causal entre a conduta médica e a infecção.

O processo nº 1013633-58.2022.8.26.0562 revela uma hipótese intermediária. A paciente foi tratada inicialmente para um distúrbio gástrico, mas sofria de um problema cardíaco. Embora a confusão sintomática fosse plausível, a reavaliação do quadro demorou além do razoável. O tribunal entendeu que houve falha no tempo de resposta e fixou indenização por danos morais em R$ 10 mil. Para o relator, desembargador José Rubens Queiroz Gomes, “a dúvida diagnóstica é aceitável, mas o tempo excessivo de reavaliação gerou prejuízos concretos à paciente”.

Esses julgados demonstram que não basta apontar um equívoco. A responsabilidade civil exige prova de que o profissional se afastou do padrão exigido pela técnica médica e violou seu dever de cuidado. Julgar a conduta médica apenas pelo desfecho, sem considerar o contexto clínico e as medidas efetivamente adotadas, compromete a justiça da decisão.

Essa lógica estimula a chamada medicina defensiva: o médico deixa de decidir com base na melhor conduta assistencial e passa a agir por temor de processos, o que gera pedidos de exames desnecessários, recusa a pacientes com quadros complexos e prolongamento indevido de internações. O custo aumenta, a confiança na relação médico-paciente se deteriora e o próprio sistema de saúde é impactado.

A responsabilidade civil é um instrumento legítimo de controle e reparação. Corrige condutas desviantes, oferece compensações proporcionais e reforça os limites éticos da atuação médica. No entanto, quando aplicada sem critério, perde sua função pedagógica e transforma o erro humano em presunção automática de culpa. O Judiciário deve reconhecer o sofrimento, mas também distinguir o que decorre de uma falha evitável do que resulta dos limites intrínsecos da medicina. Sem essa distinção, pune-se não o descuido, mas o risco — e isso fragiliza tanto os profissionais quanto os pacientes.

Em tempos de judicialização crescente, reconhecer essa distinção é essencial para assegurar decisões proporcionais, tecnicamente fundamentadas e juridicamente responsáveis. Quando ela se perde, o direito deixa de proteger e passa a punir não a culpa, mas o acaso.

Diwlay Ferreira Rosa e Wagner Roberto F. Pozzer são, respectivamente, sócio e sócio coordenador no escritório Rubens Naves Santos Júnior. 

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Artigo - Transformação digital revoluciona a gestão de OPME

O setor de saúde, em especial, a gestão do ciclo de receita de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), passa por um momento crítico no Brasil. A complexidade operacional, o excesso de burocracia e a comunicação fragmentada entre hospitais, médicos, fornecedores e operadoras de planos de saúde resultam em processos morosos, onerosos e pouco transparentes. Nesse contexto, a transformação digital surge como uma poderosa aliada para enfrentar esses desafios e revolucionar o modelo atual.

A ABRAIDI, ao longo dos últimos anos, tem exposto as distorções na saúde que comprometem a sustentabilidade da saúde suplementar e, na última pesquisa divulgada, revelou que os pagamentos pendentes ou não realizados por planos de saúde ou hospitais chegaram a R$ 4,587 bilhões, o que representou 36% do faturamento das empresas. A Associação propõe avançar para uma fase de construção coletiva de soluções e maior colaboração entre todos os envolvidos.

A ideia é criar uma Agenda de Convergência, baseada em ética, diálogo, transparência e compromisso com o bem coletivo. Essa construção deve ser mediada por uma terceira parte neutra – como, por exemplo, o Instituto Ética Saúde – e envolver acordos formais entre hospitais, operadoras, fornecedores e entidades reguladoras, com o objetivo de reconfigurar o relacionamento comercial com foco na sustentabilidade do setor e na qualidade da assistência ao paciente.

O ciclo de receita de OPME é caracterizado por etapas que vão desde a solicitação e aprovação dos materiais até seu uso em procedimentos cirúrgicos e posterior faturamento. A gestão envolve múltiplos atores – hospitais, médicos, fornecedores e operadoras de planos de saúde – e um fluxo descentralizado de informações, o que gera atrasos, erros e perdas financeiras.

Entre os principais problemas, destacam-se a solicitação descentralizada, quando médicos indicam os materiais com base na necessidade clínica, mas a burocracia para aprovação pelas operadoras pode ser demorada e inconsistente; aquisição ineficiente onde a logística hospitalar, baseada em mapas cirúrgicos diários, pode gerar impactos no estoque e na previsibilidade de entrega; falta de integração onde registros físicos e ausência de sistemas compartilhados prejudicam a rastreabilidade de uso e dificultam o controle de inventário.

Somados a esses três primeiros entraves, o faturamento lento das contas hospitalares, muitas vezes dependente de processos manuais, gera glosas, atrasos e desconfiança na relação com fornecedores. Isso compromete o recebimento com pagamentos tardios ou condicionados à liberação de operadoras, o que mina a sustentabilidade dos fornecedores repassando esses riscos aos preços praticados.

Diante de um cenário tão desafiador, a digitalização surge como solução estratégica. A proposta é integrar todo o ecossistema de OPME em uma única plataforma digital, com informações compartilhadas em tempo real por todos os integrantes da cadeia. Essa abordagem pode eliminar falhas operacionais, aumentar a previsibilidade e trazer maior controle financeiro.

As funcionalidades essenciais de uma solução digital incluem a autorização antecipada de procedimentos, garantindo que fornecedores possam preparar estoques com segurança; visibilidade de agendas cirúrgicas para melhorar a logística e reduzir cancelamentos ou atrasos; rastreabilidade de materiais em tempo real e assim permitindo controle preciso do consumo e facilitando o fechamento de contas; automação financeira com dashboards inteligentes para monitorar o status de contas e pagamentos; e uso da tão aplicada inteligência artificial e blockchain para prever necessidades logísticas, mitigar riscos e garantir conformidade regulatória.

A implementação de um modelo digital integrado promete benefícios expressivos com redução de ineficiências operacionais, melhoria no controle de custos e estoques, transparência e confiança nas relações comerciais e ciclo de receita mais curto e confiável. Embora demande investimento inicial e mudança cultural, os ganhos em eficiência, sustentabilidade e segurança compensam. Instituições que adotam soluções digitais tendem a apresentar melhor desempenho financeiro, maior capacidade de planejamento estratégico e menores riscos regulatórios.

A transformação digital aplicada à gestão de OPME não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. Ela permite modernizar processos, reduzir perdas e garantir que os dispositivos médicos certos cheguem ao paciente com agilidade e precisão. Somente com colaboração real e ferramentas tecnológicas eficazes será possível construir um novo ciclo – desta vez virtuoso – para o sistema de saúde brasileiro.

*Gustavo Veloso é CEO da Surgical Mapp e Davi Uemoto, gerente executivo da ABRAIDI.

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AGÊNCIA BRASIL

Jogador Pedro Severino recebe alta após 98 dias de luta

O jogador Pedro Severino, da equipe sub-20 do Bragantino, recebeu alta médica após 98 dias de tratamento, informou a equipe de Bragança Paulista nesta terça-feira (10). Segundo a nota do Massa Bruta, o atleta seguirá “processo de recuperação motora, neurológica e física em casa”.

O atleta de 19 anos de idade e seu companheiro de equipe Pedro Castro ficaram feridos em um acidente de trânsito no dia 4 de março na Rodovia Anhanguera. Segundo o Bragantino, os atletas estavam em um veículo que colidiu com uma carreta. Nenhum dos jogadores dirigia o veículo no momento do acidente. Pedro Castro teve apenas ferimentos leves.

Já Pedro Severino foi encaminhado inicialmente ao Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, onde passou por cirurgia por causa de um traumatismo craniano. O atleta permaneceu dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição e, no dia 6 de março, foi transferido para um hospital particular em Ribeirão Preto.

Nesta nova etapa do tratamento, Pedro permaneceu monitorado na UTI, passando por diversos exames e procedimentos cirúrgicos, incluindo a reconstrução da parte frontal do crânio, que foi considerada bem-sucedida.

“O Red Bull Bragantino agradece o carinho e a solidariedade de todos que, de alguma forma, estiveram ao lado de Pedro e sua família ao longo dos últimos meses. O clube seguirá acompanhando de perto sua evolução e reforça que permanece integralmente à disposição para oferecer todo o suporte necessário neste novo momento da recuperação”, diz a nota da equipe de Bragança Paulista.

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Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialista

Amazônia Legal e Nordeste estão entre as prioridades do programa

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (10) a oferta de 3,5 mil bolsas no intuito de ampliar o número de médicos especialistas, com foco em regiões desassistidas. Do total de vagas, 3 mil visam fomentar a formação de residentes especialistas e 500 são para provimento imediato de médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, a pasta informou que os 500 profissionais serão selecionados em edital do Mais Médicos Especialistas, com bolsas no valor de até R$ 10 mil por mês para uma carga de 20 horas semanais. A atuação será focada na prática em áreas prioritárias para a rede pública de saúde e a previsão é que as atividades comecem em setembro.

Já as 3 mil bolsas de residência médica serão destinadas a profissionais que buscam qualificação. Neste caso, a formação segue o cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica, com a avaliação dos programas e o início das atividades previstos para março de 2026.

Serão consideradas prioridade para distribuição das bolsas de residência médica as seguintes áreas: Amazônia Legal, Nordeste e regiões com número de especialistas abaixo da média nacional. Poderão ser disponibilizadas bolsas para novos programas e para programas já existentes, desde que a instituição amplie o número de vagas ofertadas. 

Até o momento, segundo a pasta, 205 instituições já demonstraram interesse para 628 novos programas.

Qualidade

O ministério vai destinar ainda até R$ 200 mil para comissões estaduais de residência médica a fim de garantir a qualidade de programas de residência. As comissões são responsáveis pela avaliação dos programas de residência médica no país.

A pasta informou que também vai apoiar financeiramente coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados com foco inicial nas seguintes áreas: anestesiologia, patologia e radioterapia

Provimento

No caso de provimento de médicos especialistas em regiões desassistidas, os profissionais, segundo a pasta, poderão contar com o suporte de hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“Esses profissionais vão ter a maior parte da carga horária de sua atuação presencial em hospitais regionais, estaduais, municipais, policlínicas e ambulatórios do SUS”, explicou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço.

De acordo com o ministério, as vagas, neste caso, são consideradas estratégicas e alinhadas a seis áreas classificadas como prioritárias no âmbito do programa Agora Tem Especialistas: oncologia, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral, anestesiologia e apoio diagnóstico.

Parcerias

A pasta anunciou parcerias no intuito de potencializar a formação de especialistas, incluindo entidades como Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Sírio-Libanês.

Esses polos formadores, segundo o ministério, vão garantir suporte técnico, imersões presenciais, mentoria e acompanhamento pedagógico contínuo no processo de aprimoramento de especialistas.

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TV ANHANGUERA

Secretaria quer passar administração das unidades de saúde para organizações sociais

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SAÚDE BUSINESS

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde?

A ANS definiu em 6,91% o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e familiares em 2025, após aumentos expressivos em anos anteriores. A mudança impacta diretamente os custos do plano, convênios médicos e planos de saúde coletivos. Saiba mais!

O reajuste dos planos de saúde é uma das maiores preocupações de quem depende de um convênio médico para garantir atendimento de qualidade. A cada ano, os beneficiários conhecem uma nova tabela de valores, que varia conforme o tipo de plano, faixa etária e modalidade de contratação — individual, coletivo ou empresarial.

Em 2025, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu um reajuste anual do convênio em 6,91% para os planos individuais e familiares, um índice abaixo dos registrados nos últimos dois anos. 

Mas o que isso representa na prática? Como ficam os custos do plano, os contratos coletivos e corporativos e o impacto da faixa etária nos reajustes? A seguir, entenda como essa mudança no plano de saúde empresarial e particular afeta diretamente o bolso do consumidor.

O que é o reajuste dos planos de saúde? 

O reajuste dos planos de saúde é a atualização periódica dos valores pagos pelos beneficiários para manter seus convênios ativos. 

Esse aumento considera fatores como custos assistenciais, inflação médica, frequência de uso dos serviços e faixa etária. Ele pode ser aplicado tanto em planos individuais quanto nos modelos coletivo empresarial ou plano de saúde corporativo.

A cada ano, o valor das mensalidades sofre alterações que impactam diretamente o orçamento dos usuários e das empresas contratantes. Por isso, entender como funciona o reajuste anual do convênio é fundamental para acompanhar mudanças de valor e evitar surpresas na fatura.

Como funciona o ajuste anual dos valores?

Nos planos individuais e familiares, o reajuste anual do convênio é regulado diretamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O índice é calculado com base na variação das despesas assistenciais das operadoras e outros indicadores econômicos, como a inflação do setor.

Segundo a ANS, a metodologia considera o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA) e o Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI). O objetivo é equilibrar a sustentabilidade das operadoras e o direito do consumidor de ter um convênio médico com valores previsíveis.

Já nos planos de saúde coletivo por adesão e empresarial, o índice de reajuste dos planos de saúde não é definido pela ANS. Ele é negociado entre operadora e contratante, o que pode gerar aumento dos planos de saúde muito acima da média — exigindo atenção especial das empresas e consumidores.

Recomendado: Tendência de diminuição dos reajustes aplicados pelas operadoras de saúde

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde individuais?

Em 2025, a ANS autorizou um reajuste dos planos de saúde individuais e familiares de até 6,91%. Esse índice representa uma redução em relação ao reajuste de 2023 (9,63%) e ao de 2022 (15,5%), o maior da história recente. O novo percentual afeta cerca de 15,6% dos 51 milhões de beneficiários de planos no Brasil, ou seja, mais de 7,9 milhões de pessoas.

nova tabela de reajuste da ANS leva em conta a desaceleração nos custos médico-hospitalares e o comportamento das operadoras após a pandemia. Mesmo sendo um percentual menor, o impacto ainda é sentido por famílias e aposentados, principalmente em faixas etárias mais elevadas, onde o aumento dos planos de saúde tende a ser mais oneroso.

Desafios dos planos de saúde coletivos no Brasil

Enquanto os planos individuais contam com índice de reajuste dos planos de saúde fixado pela ANS, os planos de saúde coletivos, sejam empresariais ou por adesão, funcionam de forma diferente. 

Nesses casos, o reajuste anual do convênio é definido pela própria operadora em negociação com a empresa contratante ou entidade responsável. Esse modelo, que não segue os mesmos limites regulatórios, pode provocar uma mudança de valor muito mais significativa.

Nos últimos anos, o aumento dos planos de saúde coletivos foi em média três vezes maior do que o dos planos individuais. Em 2024, a expectativa é de que os planos de saúde corporativos e por adesão sofram reajustes entre 18% e 25%, conforme projeções do setor levantadas pelo InfoMoney.

Essa realidade preocupa, sobretudo porque os planos de saúde coletivos representam cerca de 80% do mercado de saúde suplementar no Brasil, segundo a Agência Brasil

Diante desse cenário, há uma proposta em discussão para regulamentar os reajustes também nos planos coletivos, com o objetivo de trazer mais equilíbrio e previsibilidade aos custos do plano para empresas e beneficiários.

A ausência de limites claros para os aumentos tem gerado insegurança para empresas contratantes e uma mudança no plano de saúde empresarial em busca de alternativas mais sustentáveis.

O reajuste dos planos de saúde em 2025 trouxe mudanças significativas para beneficiários e empresas, com índices mais controlados nos planos individuais, mas pressões crescentes sobre os planos de saúde coletivos. 

Em um cenário onde o aumento dos planos de saúde impacta diretamente o orçamento familiar e os custos operacionais das empresas, é fundamental buscar informações atualizadas, avaliar alternativas e entender seus direitos. 

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 10 Junho 2025 06:41

CLIPPING AHPACEG 10/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Como vai funcionar o programa federal que prevê atendimento especializado no SUS pela iniciativa privada

https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2025/06/como-vai-funcionar-o-programa-federal-que-preve-atendimento-especializado-no-sus-pela-iniciativa-privada-cmbjti1kb009p014fvhupzg8w.html

Hospital Cora inicia atendimento pela ala pediátrica para tratamento de câncer em Goiás; saiba como funciona

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/06/09/hospital-cora-inicia-atendimento-pela-ala-pediatrica-para-tratamento-de-cancer-em-goias-saiba-como-funciona.ghtml

Bruno D’Abadia: “A tabela do Ipasgo é bastante defasada. Vamos levar uma proposta de reajuste para os prestadores de serviço”

https://www.jornalopcao.com.br/entrevista/ze-delio-caiado-tem-chances-reais-de-chegar-ao-segundo-turno-e-daniel-pode-alcancar-uma-vitoria-ja-no-primeiro-712324/

Expansão do Einstein inclui hospitais em Florianópolis e Goiânia e 31 unidades do SUS

fsp 1 10 06 25

fsp 2 10 06 25

 

Faltam dados padronizados e transparentes sobre hospitais no Brasil

fsp 3 10 06 25

Instituto Unimed Goiânia celebra aniversário com saldo de mais de 7 mil pessoas impactadas com projetos realizados

https://easycoop.com.br/Noticias/60870/Instituto-Unimed-Goiania-celebra-aniversario-com-saldo-de-mais-de-7-mil-pessoas-impactadas-com-projetos-realizados

Aureo Ribeiro: CPI dos Planos de Saúde já!

https://odia.ig.com.br/opiniao/2025/06/7071945-aureo-ribeiro-cpi-dos-planos-de-saude-ja.html

ZERO HORA

Como vai funcionar o programa federal que prevê atendimento especializado no SUS pela iniciativa privada

Anunciado no final de maio, um programa federal que prevê a oferta de atendimento por especialistas pela iniciativa privada através do Sistema Único de Saúde (SUS) pretende reduzir a fila de espera para consultas, exames e cirurgias que chega a levar anos em algumas áreas.

Intitulada Agora Tem Especialistas, a iniciativa conta ainda com a ampliação da oferta em estabelecimentos públicos como os do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), de Porto Alegre.

Nas próximas semanas, o Ministério da Saúde deverá publicar portarias com diretrizes operacionais e critérios de regulamentação do programa. 

A medida é vista como uma continuação do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), criado no ano passado, que também focava as áreas com o maior gargalo de atendimento: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

Será previsto o credenciamento para a realização de mais de 1,3 mil cirurgias. A estimativa é de investimento de R$ 2 bilhões pelo governo federal somente nesse reforço.

Ampliação do atendimento

Além da adesão de instituições privadas com e sem fins lucrativos, foi ampliado o número de turnos de atendimento em 53 hospitais federais — quatro deles em Porto Alegre, pertencentes ao GHC.

Na segunda-feira passada (2), o Conceição, o Criança Conceição, o Cristo Redentor e o Fêmina já iniciaram a ampliação gradual de seu horário. Até agosto, consultas, exames diagnósticos e cirurgias eletivas serão oferecidos também das 19h à 1h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 7h às 19h. 

Com a implantação do terceiro turno, o GHC estima realizar, em um ano, cerca de 14 mil cirurgias eletivas a mais, o que representa um aumento de 50% em relação a 2024, quando foram realizadas 28 mil cirurgias eletivas.

O programa também estabelece o aumento da oferta do serviço de telessaúde com o objetivo de reduzir em até 30% a fila de consultas para diagnóstico. 

A iniciativa ainda prevê mutirões com o uso de carretas para levar o atendimento especializado a áreas remotas e territórios indígenas. Além disso, até 6,3 mil micro-ônibus, vans e ambulâncias serão adquiridos até outubro para levar pacientes a serviços especializados.

Encaminhamento via SUS

Mesmo quando o atendimento ocorrer em um hospital ou clínica privada, o encaminhamento se dará por meio do SUS. Por esse motivo, pouca coisa deve mudar para o usuário na prática, com exceção do tempo reduzido de espera por consulta especializada, exame ou cirurgia: o primeiro atendimento seguirá ocorrendo em unidades de saúde ou hospitais públicos, que encaminham, então, o paciente para a especialidade necessária. Nesse encaminhamento, constará onde será feita a consulta, o exame ou a cirurgia.

A digitalização é um dos componentes do programa. O GHC, por exemplo, implementou, no início de junho, o aplicativo GHC Digital, que disponibiliza em um só local todo o prontuário do paciente, resultado e imagens de exames e consultas médicas. Outra novidade é o envio de mensagens pelo WhatsApp sete dias antes da consulta, a fim de evitar faltas por esquecimento. Hoje, a média de ausência nos estabelecimentos do grupo é de 27%.

Iniciativa atende demanda

O Agora Tem Especialistas tem sido comemorado por entidades representativas do setor, que reivindicavam uma integração maior entre os serviços públicos e particulares.

Em nota, a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) celebrou a publicação da medida provisória, que, no seu entendimento, busca sanar um “gargalo que historicamente prejudica a assistência em saúde” da população. No entendimento da entidade, a iniciativa “inova ao possibilitar o pagamento dos serviços pela troca de dívidas das instituições” e permite que os hospitais aproveitem horários que costumam ser ociosos no programa.

O momento ainda é de análise por parte de muitos órgãos e entidades quanto à forma como serão os fluxos de atendimento e encaminhamento, mas a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES), por exemplo, vê a proposta com bons olhos e pretende aderir.

O Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) afirmou, em nota, que considera importante “que haja medidas para ampliar o acesso dos pacientes a serviços especializados” e que ainda avalia “o alcance e o impacto dessa iniciativa”. Já a Federação das Santas Casas e Hospitais Sem Fins Lucrativos do RS (FederaçãoRS) preferiu ainda não se manifestar.

Modelo de financiamento

A Confederação Nacional de Municípios (CNM), por sua vez, emitiu um alerta a seus associados observando que, apesar de o governo federal ter anunciado um recurso inicial de R$ 2,4 bilhões, ainda não há previsão legal para que os valores sejam mantidos de forma perene, “o que pode gerar insegurança orçamentária para continuidade e sustentabilidade das ações”.

A entidade também aponta para o modelo de financiamento proposto, que prevê que os recursos federais sejam repassados somente se a assistência for assegurada dentro de 30 ou 60 dias, o que “exige uma forma articulação e capacidade dos Estados e municípios em organizar a rede especializada, muitas vezes com infraestruturas insuficientes e deficientes”.

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PORTAL G1

Hospital Cora inicia atendimento pela ala pediátrica para tratamento de câncer em Goiás; saiba como funciona

Primeira etapa é voltada para o atendimento de crianças e adolescentes, com espaço de lazer e acomodação para famílias. Confira os serviços disponíveis e horários de funcionamento.

Após dois anos em construção, o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) recebeu oficialmente seus primeiros pacientes nesta segunda-feira (9). Neste primeiro momento, o atendimento será voltado para crianças e adolescentes com câncer. O complexo foi construído na Rua Guatambús, no Residencial Barravento, em Goiânia.

O funcionamento do Cora será de 24h por dia, todos os dias da semana. Já o atendimento ambulatorial deverá funcionar das 07h às 19h, de segunda a sexta-feira. Neste início de atendimento ao público, o Cora já dispõe do atendimento das seguintes especialidades médicas: oncologia pediátrica, ortopedia pediátrica, cirurgia pediátrica e neuro-oncologia pediátrica. O atendimento é por encaminhamento do Sistema Único de Saúde.

A unidade vai atender a pacientes de 0 a 17 anos, 11 meses e 29 dias em casos de suspeita de neoplasia infanto-juvenil, neoplasia maligna de origem hematológica ou tumores sólidos. Já os pacientes da faixa etária de 18 anos a 23 anos, 11 meses e 29 dias serão atendidos nos casos de diagnóstico de neoplasia maligna de osso.

Capacidade inicial de atendimento

Devido à complexidade do projeto do Cora, a entrega da unidade está prevista para ser realizada em três fases, sendo que nesta segunda-feira (9) iniciou a prestação de serviços ao público infanto-juvenil oferecendo, ao total, 60 leitos, desses 48 são leitos de internação e 12, de observação.

Serão 10 leitos de enfermaria cirúrgica pediátrica, 8 leitos de enfermaria pediátrica transplante de medula óssea (TMO), 19 leitos de enfermaria pediátrica clínica, 12 leitos de pronto-socorro observação pediátrica, 6 leitos de UTI pediátrica e 5 leitos de UTI TMO Pediátrica.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta primeira etapa, o Complexo poderá realizar cerca de 31 cirurgias eletivas e internas por mês, além de 50 atendimentos no pronto-socorro, 32 pequenos procedimentos, 280 consultas médicas, 560 consultas multiprofissionais e 264 sessões de quimioterapia.

Próximas etapas

O governador Ronaldo Caiado informou, durante coletiva na manhã desta segunda-feira (9), que não há previsão de quando a obra será entregue por completo ou do início da segunda etapa.

"Não vou avançar nessa data, porque agora a minha etapa foi essa da criança. No dia 30 de março, eu passo o governo a Daniel Vilela e ele vai empreitar essa segunda etapa dessa construção. Maas temos muito mais condições de poder avançar sem tantas dificuldades quanto as que nós tivemos”, declarou o governador.

O hospital em Goiânia será gerido pelo Dr. Henrique Prata, presidente do Hospital do Amor, em Barretos (SP), e possui capacidade para 148 leitos destinados à internação de pacientes em tratamento contra o câncer, além de centro cirúrgico, farmácia, centro de exames por imagem e infusão quimioterápica.

Hospital Cora em números

Primeiro hospital público destinado exclusivamente ao tratamento do câncer em Goiás, o Hospital Cora tem mais de 44 mil metros quadrados de área construída. Nesta primeira etapa, foram mais de R$ 255 milhões de investimento. Desse valor, R$ 192,7 milhões foram investidos em obras e R$ 63,2 milhões, em equipamentos, com recursos do Tesouro Estadual.

O valor total estimado do projeto do Cora é de pouco mais de R$ 724 milhões. A segunda e terceira etapas da unidade de saúde serão construídas integralmente com recursos estaduais. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), não há previsão de recursos federais, até o momento. A pasta informou ainda que o custo mensal para o funcionamento da ala pediátrica será de R$ 6.022.010,75.

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JORNAL OPÇÃO

Bruno D’Abadia: “A tabela do Ipasgo é bastante defasada. Vamos levar uma proposta de reajuste para os prestadores de serviço”

Presidente do Ipasgo Saúde garante que há um cenário mais estável no pagamento dos prestadores, que inclui um diálogo constante com médicos e demais profissionais vinculados ao plano, além de avanços na relação com os clientes

Com a promessa de modernizar e adequar o instituto às normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o contador e engenheiro mecatrônico Bruno D’Abadia assumiu a presidência do Ipasgo Saúde em março deste ano e, desde então, vem promovendo mudanças e correções de destaque no maior plano de saúde do estado de Goiás. Entre elas, talvez a mais visível no momento, está a retomada da cobrança de coparticipações dos beneficiários, represada desde o ano passado durante a transição do sistema de informática do Ipasgo Saúde, além do lançamento de novos planos dentro do instituto.

Esses novos produtos, regulamentados pela ANS, contam, segundo Bruno, com maior abrangência e eficácia nos tratamentos de saúde. Ele revela que, em apenas um mês, os novos planos já registraram mais de 4,5 mil pedidos de adesão. Nesta entrevista, o presidente do Ipasgo também admite a necessidade urgente de reajustar a tabela de pagamento dos prestadores de serviço do instituto, o que, segundo ele, será feito, mas com cautela. “O Ipasgo é um instituto deficitário. Ele se mantém porque o governo estadual cobre parte desse déficit, mas essa cobertura tem um limite. Nosso objetivo é tornar o Ipasgo cada vez mais sustentável”, afirma.

Bruno D’Abadia garante ainda que há um cenário mais estável no pagamento dos prestadores, que inclui um diálogo constante com médicos e demais profissionais vinculados ao plano, além de avanços na relação com os clientes, aspecto que recebeu, inclusive, novos canais de atendimento recentemente.

Ton Paulo – Em abril deste ano, o Ipasgo anunciou o retorno da cobrança de coparticipações dos beneficiários. Foi anunciado, também, um esquema de parcelamento, a depender dos valores. Como está sendo esse processo e por que houve essa retomada agora?

As coparticipações sempre foram cobradas. Trata-se de uma prática comum entre todas as operadoras de saúde, sejam elas nacionais ou locais. A coparticipação é, inclusive, um mecanismo que estimula o beneficiário a participar ativamente da gestão do seu uso do plano.

A lógica é que o beneficiário passe a refletir: “Vou realizar os procedimentos que realmente preciso, mas nada além do que eu preciso”. Esse modelo é regulamentado pela Agência Nacional de Saúde [ANS] e é perfeitamente normal. O Ipasgo, mesmo antes de estar sob a supervisão direta da ANS, já adotava a cobrança de coparticipações.

O que aconteceu foi o seguinte: durante a transição do sistema de informática responsável pela gestão assistencial do Ipasgo, ou seja, o sistema que se comunica com os prestadores, gera faturamentos e, consequentemente, as cobranças de coparticipação, infelizmente houve uma situação de insegurança quanto aos valores que seriam gerados. Diante disso, optou-se, na época, por suspender temporariamente a cobrança das coparticipações. A ideia era reprocessar corretamente todos esses meses, refaturar os procedimentos realizados e garantir que os valores cobrados fossem exatamente os devidos.

Quando assumi a presidência em março, esse trabalho já estava em andamento. Nós aceleramos o processo, priorizamos essa questão e reorganizamos a pauta para dar foco total a essa demanda, que era muito grande por parte dos nossos beneficiários.

Se você observar, até meados de março, metade das mensagens que recebíamos no Instagram do Ipasgo eram justamente pedidos como: “Cadê as coparticipações?”, “Voltem a cobrar as coparticipações”, “Está acumulando, vai gerar um saldo muito alto”. Ou seja, a principal demanda que víamos nas redes sociais era exatamente a regularização dessas cobranças.

Nosso primeiro passo foi evitar que o problema continuasse a se acumular. Focamos, então, em colocar em dia as cobranças mensais de coparticipação. Em março, conseguimos regularizar: as coparticipações de fevereiro foram processadas em março e cobradas em abril; as de março, processadas em abril e cobradas em maio. Assim, as cobranças mensais foram normalizadas.

A cobertura para situações em que você precisa de atendimento imediato, o Ipasgo oferece cobertura ampla e irrestrita. Se for necessária uma cirurgia de emergência, um medicamento de emergência ou uma internação, há garantia de leito

Faltavam, então, os valores retroativos, aqueles anteriores a janeiro deste ano. Esse foi o segundo passo. Concluímos o reprocessamento dessas cobranças no final do mês de abril e início do mês de maio. Assim, lançamos a cobrança desses valores retroativos, que correspondem a procedimentos realizados no segundo semestre do ano passado e em janeiro deste ano, todos devidamente auditados e conferidos.

Todos os nossos beneficiários estão acostumados com a cobrança da coparticipação. Na verdade, em algum momento do passado, eles pagavam a coparticipação antes de fazer o procedimento. Isso, inclusive, restringia demais.

Ton Paulo – Como está funcionando hoje, desde a retomada da cobrança?

Antes, se o usuário precisasse fazer um exame hoje, mas tivesse recebido o salário há 20 dias e não tivesse mais dinheiro disponível, ele teria que dar um jeito, pegar dinheiro emprestado, por exemplo, para conseguir pagar na hora. Hoje, a situação é diferente.

Agora, o beneficiário realiza os procedimentos sem nenhuma restrição imediata e paga a coparticipação de forma consolidada no mês seguinte. Ou, na verdade, cerca de dois meses depois, devido ao prazo de processamento. É um modelo muito melhor, que está funcionando muito bem. No entanto, havia um passivo a ser regularizado.

Esse passivo parou de acumular em março, mas ainda precisava ser resolvido. No final de março, por volta do dia 20 a 25, tomamos a decisão de acelerar o reprocessamento dessas cobranças para que os valores estivessem disponíveis no início de maio. Para garantir a maior transparência possível, convocamos uma entrevista coletiva e convidamos rádio, TV e jornais, justamente para que essa informação chegasse ao maior número possível de beneficiários.

Mesmo com uma divulgação intensa, com dezenas de posts no Instagram, publicações no site, matérias em jornais, rádio e TV, percebemos que, devido à ampla distribuição geográfica dos beneficiários do Ipasgo e à diferença de acesso à informação, ainda houve muitas dúvidas. Isso acabou gerando um aumento temporário no volume de atendimentos presenciais nas nossas unidades ao longo das últimas duas semanas. Agora, felizmente, o fluxo já está normalizado, tudo está funcionando muito bem.

Quanto à cobrança dos valores retroativos, optamos por realizar o parcelamento. Se cobrássemos todo o saldo acumulado de uma vez, sendo que ele corresponde a cerca de cinco meses e meio, isso poderia pesar demais no orçamento dos beneficiários. Por isso, decidimos parcelar esses valores para facilitar o pagamento.

Ton Paulo – Mas o reprocessamento já foi concluído? Tivemos a informação de que houve um atraso. 

O reprocessamento teve um atraso, mas foi concluído em 90%. Existem, ainda, alguns prestadores de serviços que não nos enviaram as suas faturas para reprocessamento, mas já não é uma pendência do Ipasgo, mas sim de alguns prestadores, bem poucos.

Para ser preciso, para não afirmar que 100% do reprocessamento acabou, pode-se dizer que ainda há um residual. Mas esse residual não tem potencial para gerar nenhum tipo de impacto.

Ton Paulo – E como está funcionando o parcelamento?

As coparticipações, o saldo foi, o extrato total foi disponibilizado no site. E mostra todos os procedimentos que foram realizados, de agosto, setembro do ano passado até janeiro desse ano.

Nós adotamos, então, um esquema de parcelamento. Qualquer beneficiário pode optar por pagar à vista, se assim desejar, e, de fato, há pessoas que escolhem quitar tudo de uma vez para ficarem logo livres da dívida. Mas, para todos os que preferirem, já existe um parcelamento automático disponível.

Esse parcelamento é totalmente sem juros, sem correção monetária, sem multa, absolutamente isento de qualquer encargo adicional. Isso porque, naturalmente, o beneficiário não teve nenhuma responsabilidade no fato de ter deixado de pagar durante esse período. Portanto, não faria sentido aplicar qualquer penalidade.

O número mínimo de parcelas é cinco. Veja: os usuários passaram cerca de cinco meses e meio sem pagar as coparticipações, e o parcelamento mínimo acompanha isso — ou seja, na média, o beneficiário pagará por mês agora o que teria pago à época.

Mas esse é apenas o mínimo. O parcelamento pode chegar a até 24 parcelas, nos casos em que o valor acumulado da coparticipação for superior a R$ 10 mil. É importante ressaltar que, dentre os 590 mil beneficiários, esse perfil representa uma parcela muito pequena, no máximo, entre 150 e 170 pessoas, ou seja, uma fração mínima. Para esses casos, estamos oferecendo a possibilidade de parcelar o valor em até dois anos.

Vale lembrar: essas pessoas teriam pago essas coparticipações no próprio mês da execução dos procedimentos, ou seja, em cerca de cinco meses. Em média, quem acumulou mais de R$ 10 mil teria desembolsado aproximadamente R$ 2 mil por mês no ano passado. Agora, estamos oferecendo a opção de parcelar esse valor em 24 vezes, o que resulta em pagamentos mensais um pouco superiores a R$ 400.

Portanto, o formato de pagamento foi extremamente facilitado. O que percebemos é que pode ter havido alguma dificuldade de acesso à informação para parte dos beneficiários, mas, em termos de condições de pagamento, o modelo que oferecemos foi realmente bastante acessível.

Italo Wolff – O vencimento das coparticipações foi adiado duas vezes. Os beneficiários tiveram alguma dificuldade para pagar?

As pessoas tiveram dificuldade para obter seus boletos, mais do que para pagar. O principal ponto aqui não é nem um argumento, é uma constatação: nós temos um público que, em boa medida, é idoso. Nosso público idoso é bastante expressivo.

E, de modo geral, as ferramentas digitais não atendem bem esse público. Embora os boletos estejam disponíveis no site, muitos desses beneficiários não acessam a internet com facilidade. Como resultado, eles acabam buscando atendimento presencial. Isso gerou um aumento significativo na procura pelo atendimento presencial. Batemos vários recordes históricos no Ipasgo, nunca tivemos tantos atendimentos em um único dia como vimos nas últimas semanas.

Agora, o beneficiário realiza os procedimentos sem nenhuma restrição imediata e paga a coparticipação de forma consolidada no mês seguinte. Ou, na verdade, cerca de dois meses depois, devido ao prazo de processamento. É um modelo muito melhor

Justamente para facilitar o acesso daqueles que não conseguiram baixar o boleto de forma digital, e também para reforçar a comunicação, fizemos diversas campanhas. Mas percebemos que até mesmo pessoas com bom nível de familiaridade digital – na faixa dos 30, 30 e poucos anos – às vezes não estavam baixando os boletos pelo site. Em parte, isso pode ter ocorrido por falta de informação.

Por isso, o adiamento foi decidido para dar mais tempo a quem precisava do atendimento presencial, para que pudesse buscar o boleto, e também para ampliar o alcance da informação. Essa questão da comunicação com os beneficiários hoje é uma prioridade para nós. Já começamos um trabalho nesse sentido, com o lançamento de um novo número 0800. Por quê? Porque percebemos que esse público um pouco mais idoso prefere o contato por telefone, em vez de usar canais digitais.

Com isso em mente, estamos ampliando o atendimento telefônico, vamos fortalecer ainda mais o atendimento presencial e também avançar na comunicação ativa — com envio de mensagens SMS e e-mails. Curiosamente, a faixa etária 60+ usa pouco o computador ou o navegador, mas utiliza bastante o celular.

Todo mundo usa o celular hoje. Posso citar meus próprios pais, que têm 65 e 64 anos e usam o celular intensivamente. Por isso, estamos focando em gerar mais acesso via celular e fortalecer a comunicação ativa com SMS e mensagens diretas. Isso foi uma constatação importante: ao longo dos anos, talvez o Ipasgo não tenha dado a devida atenção à sua capacidade de comunicação com os beneficiários. Agora, estamos caminhando para reforçar essa comunicação.

Ton Paulo – O Ipasgo enfrentou algumas crises nos últimos meses, desde o ano passado, envolvendo o pagamento tanto de prestadores de serviços quanto de médicos. O instituto chegou a enfrentar paralisação de médicos. Na mesma época, foi anunciada a abertura de credenciamento para novos médicos. Como está a questão do pagamento de serviços desses profissionais e dos prestadores hoje? Foi normalizado ou ainda está em negociação?

O primeiro ponto é que alguns desses pagamentos estavam represados devido à falta de processamento dos últimos meses do ano passado. À medida que concluímos esse processamento, estamos realizando os pagamentos correspondentes.

No mês passado, por exemplo, efetuamos pagamentos referentes a uma diferença de valor nas consultas. Todos os médicos que tinham direito a receber um valor maior — e que ainda não haviam recebido — foram contemplados. Fizemos esses pagamentos integralmente, direcionados a médicos e pessoas físicas.

E o que ainda temos de pendência? Existem basicamente dois tipos de pendência. Primeiro, há casos de alguns prestadores que ainda não enviaram os arquivos necessários para o reprocessamento. Infelizmente, os médicos que prestaram serviços em hospitais específicos não podem ser pagos enquanto esses hospitais não nos enviarem as faturas e toda a documentação exigida. Portanto, dependemos do envio desses documentos, e estamos em contato constante com os hospitais e clínicas para resolver essa questão.

O segundo ponto vai além da simples falta de pagamento. Hoje, não estamos acumulando novos atrasos. os pagamentos estão sendo feitos em dia, em prazos justos. Comparativamente, há operadoras que pagam em prazos bem maiores que os nossos, outras um pouco menores, mas o nosso compromisso é manter um pagamento justo e pontual. Não estamos gerando nenhum déficit adicional; estamos apenas organizando o que ficou pendente.

Porém, existe uma outra questão que, em alguns momentos da comunicação, pode gerar a percepção, por parte dos prestadores e médicos, de que há falta de pagamento. Trata-se de divergências relacionadas a glosas. Ou seja, procedimentos que foram glosados durante o segundo semestre do ano passado. Para resolver isso, reabrimos o sistema, realizamos uma revisão completa dessas glosas, e os valores devidos foram devidamente pagos.

E o que são glosas? Glosa é o seguinte: o médico, o hospital ou o prestador, seja qual for a especialidade, nos envia uma fatura.Essa fatura detalha tudo o que foi realizado. Nossos auditores então analisam essa fatura e verificam: “Espera aí, aqui tem uma cobrança em duplicidade; aqui estão cobrando por um procedimento que não foi autorizado; aqui há um procedimento que não está no rol de cobertura; aqui consta que o beneficiário ficou internado até o dia X, mas estão cobrando também pelos dias X mais 1 e X mais 2”.

Hoje, não estamos acumulando novos atrasos. os pagamentos [a prestadores] estão sendo feitos em dia, em prazos justos. Comparativamente, há operadoras que pagam em prazos bem maiores que os nossos

Ou seja, trata-se de uma conferência para garantir que se pague exatamente aquilo que é devido, avaliando a pertinência dos procedimentos realizados em relação à cobertura prevista no plano. Esse processo de auditoria é feito sobre todas as faturas. A partir dessa análise, surgem as glosas. Ou seja, valores que são contestados ou não reconhecidos como devidos.

Por exemplo: o prestador nos envia uma fatura de um milhão de reais. Após a auditoria, conclui-se que o valor efetivamente devido é de 920 mil reais. Nesse caso, houve uma glosa de 8%. A própria ANS regulamenta as glosas, as auditorias. Isso tudo é previsto, não é novidade, não é exclusivo.

Em algum momento do ano passado, e reconhecemos isso, e talvez infelizmente porque o sistema ainda não estava suficientemente maduro, houve glosas indevidas. As que foram apresentadas para o Ipasgo, ou já foram resolvidas ou estão em processo de análise.

Ton Paulo – Então não há risco, por exemplo, de uma nova paralisação por questões de pagamento?

A gente tem um contato intenso com os profissionais, especialmente com os médicos. E existe, de fato, um anseio por uma revisão e um reajuste da nossa tabela. A tabela do Ipasgo, principalmente no que diz respeito às consultas, está bastante defasada. Não há, da nossa parte, nenhuma negativa em relação a isso, muito pelo contrário. Há um entendimento claro de que, sim, a tabela está defasada, e muito em breve pretendemos apresentar uma proposta de reajuste aos prestadores. Nossa intenção é realizar esse reajuste ainda na primeira quinzena de junho.

É evidente que nem tudo depende exclusivamente de mim; há todo um processo de análise e deliberação pelo conselho, entre outros trâmites. Mas essa previsão existe, justamente para atender à demanda mais urgente, que é a defasagem no valor das consultas. A consulta é o primeiro passo. Nossa tabela contempla milhares de itens, como procedimentos, honorários, materiais, entre outros. Haverá outras atualizações, mas sempre com a seguinte premissa: o Ipasgo é um instituto deficitário. Ele se mantém porque o governo estadual cobre parte desse déficit, mas essa cobertura tem um limite. Nosso objetivo é tornar o Ipasgo cada vez mais sustentável.

Hoje, o déficit gira em torno de 21 a 22 milhões de reais, e quem realiza esse aporte é o governo do Estado. É importante destacar que esse aporte cobre o déficit gerado pelo atendimento aos servidores estaduais, que representam cerca de metade dos beneficiários do Ipasgo. No entanto, o instituto atende mais de 100 municípios. Para esses demais atendimentos, há um cálculo diferente de capital de risco.

Resumindo: o governo cobre o déficit, e a partir disso o Ipasgo equilibra suas contas. Mas é importante refletirmos: o governo terá condições de cobrir, indefinidamente, qualquer valor de déficit? Não. Todo orçamento público é restrito e baseado em escolhas. A cada 50 ou 100 milhões de reais adicionais que o governo precise aportar, esse recurso terá que ser retirado de outras áreas.

Portanto, há uma responsabilidade e um compromisso do Ipasgo em manter o menor déficit possível, ao mesmo tempo em que remunera adequadamente os prestadores e garante um serviço de qualidade para os beneficiários. É claro que algumas demandas dos prestadores são extremamente urgentes, em especial, a questão do valor das consultas. Além disso, precisamos tornar nossa tabela mais competitiva para atrair profissionais de especialidades que hoje são mais difíceis de encontrar, como neuropediatras e gastropediatras, por exemplo, que são mais raras.

Ton Paulo – Como está a questão da telemedicina, que foi disponibilizada pelo Ipasgo recentemente? Está funcionando, tendo boa adesão?

Nossa telemedicina foi contratada recentemente e começou a funcionar em fevereiro, inicialmente em um formato que eu classificaria quase como piloto, para entendermos melhor como ela funcionaria. Os resultados têm sido muito positivos, principalmente porque a telemedicina consegue oferecer algo que é difícil de viabilizar na rede própria: a disponibilização de especialidades raras. Isso acontece porque o médico não precisa estar vinculado diretamente ao Ipasgo nem estar presencialmente em Goiânia.

Isso é importante porque algumas especialidades são muito raras, e os profissionais podem atender de forma remota, oferecendo seus serviços ao Ipasgo sob demanda. Por isso, a telemedicina tem sido bastante procurada justamente por essas especialidades que são mais difíceis de encontrar ou que possuem um tempo de espera maior aqui na rede física, como endocrinologia, nutrição e psicologia.

No caso da psicologia, por exemplo, há uma demanda constante. Muitas pessoas precisam fazer sessões de terapia, muitas vezes com encaminhamento de psiquiatras ou outros médicos, mas nem sempre têm tempo ou querem se deslocar até um consultório ou clínica. A telemedicina, nesse contexto, facilita muito, pois permite que as sessões sejam feitas no conforto da casa do paciente, aumentando a adesão ao tratamento. Com isso, temos observado uma aceitação muito grande da telemedicina. É claro que ainda podemos avançar, e com certeza avançaremos.

Agora, já no terceiro mês de operação desse modelo, estamos coletando dados para entender melhor como seguir adiante. Isso inclui possivelmente revisar contratos e modelos, não para favorecer, mas para otimizar o uso da telemedicina, valorizando aquilo que ela faz de melhor e evitando gastos em áreas em que o seu impacto seja menor.

Italo Wolff – Recentemente, o instituto abriu novos planos para atender a uma exigência da ANS. Que exigência foi essa?

No momento em que o Ipasg recebeu seu registro junto à ANS, passou a ser obrigado a comercializar apenas planos regulamentados. A lei que instituiu o Ipasgo SSA garantiu a todos os beneficiários dos planos antigos, chamados básico e especial, o direito adquirido de permanecer nesses planos. Isso não era uma obrigação, pois, conforme a legislação nacional e as regulamentações da ANS, a lei local poderia ter determinado a migração compulsória para os planos regulamentados. Contudo, essa não foi a opção adotada na época, o que considero uma decisão muito acertada, pois assegurou o direito daqueles que já estavam vinculados aos planos anteriores.

No entanto, esses planos antigos não são regulamentados. Portanto, uma vez que o Ipasgo obteve o registro da ANS, ficou proibido de comercializar esses planos antigos, ou seja, não é mais permitido que novos beneficiários ingressem nesses planos. Novos beneficiários só podem aderir aos planos regulamentados. Assim, esses planos foram aprovados pela ANS e, para que pudessem ser operacionalizados, foi necessário firmar um convênio com o Estado.

Esse convênio foi concluído no final de abril, e desde então as adesões e migrações para os novos planos estão abertas.

Isso não significa apenas uma obrigação para com a ANS, mas também uma necessidade urgente, pois milhares de servidores do Estado estavam sem cobertura desde meados do ano passado, quando a ANS determinou que os planos antigos seriam congelados a partir daquela data.

Assim, servidores comissionados e efetivos que ingressaram no Estado ficaram sem planos de saúde. Por isso, estamos registrando um ritmo muito acelerado de pedidos de adesão. Em apenas 30 dias, já recebemos quase 4,5 mil solicitações, das quais mais de 2 mil já foram efetivadas, um processo que depende da conferência e complementação de informações, já que muitos cadastros apresentam dados incompletos. Portanto, a adesão está sendo bastante expressiva, motivada principalmente pela busca desses servidores por cobertura de saúde, já que estavam desassistidos.

Ton Paulo – Há reclamações quanto ao atendimento pelo 0800 do Ipasgo. Muitos beneficiários reclamam que não conseguem ser atendidos por lá. O instituto corrigiu as falhas deste canal? Como está hoje?

O 0800 foi, de fato, um problema ao longo das últimas semanas. E isso ocorreu por um motivo simples: um motivo técnico. Havia, sim, um número 0800 disponível, mas esses contratos de prestação de serviço preveem um número máximo de ligações a serem atendidas. Ou seja, você contrata o serviço para até um determinado volume de chamadas.

No caso do Ipasgo, operando no regime anterior, com dúvidas consideradas normais, o número contratado – um contrato mais antigo, inclusive – era suficiente pra demanda existente. Com as novas demandas, decorrentes dos novos planos, da coparticipação e de outras mudanças, o volume de ligações ultrapassou o limite contratado. Além disso, também superou a nossa capacidade de disponibilizar atendentes suficientes para absorver esse aumento. Em alguns casos, mesmo que tivéssemos mais licenças disponíveis, não teríamos atendentes em número adequado para realizar o atendimento.

Há um entendimento claro de que, sim, a tabela está defasada, e muito em breve pretendemos apresentar uma proposta de reajuste aos prestadores. Nossa intenção é realizar esse reajuste ainda na primeira quinzena de junho

Diante disso, o que fizemos? É claro, o contrato em vigor não podia ser alterado, ele já estava em execução, sem possibilidade de ampliação imediata da sua capacidade. Por isso, buscamos um novo número, que já foi disponibilizado. Esse novo número complementa o anterior. Agora, temos dois números em funcionamento, o que significa que a capacidade de atendimento foi dobrada. Além disso, também ampliamos a equipe de atendentes.

A criação desse novo número teve justamente esse objetivo. É evidente que gostaríamos que ele estivesse ativo já na semana retrasada, ou até antes. Porém, a formalização de um novo contrato, a instalação do sistema e o treinamento da equipe levam algum tempo. Vale destacar que o treinamento dos atendentes da nova plataforma foi realizado em tempo recorde. Não conheço nenhuma empresa que tenha implementado um novo 0800 com tanta agilidade.

Portanto, a medida adotada foi de ampliação da capacidade de atendimento, com mais ligações disponíveis e mais atendentes. Não se trata de uma substituição, mas de um acréscimo. Hoje, temos dois números em operação. Se um estiver ocupado, é possível tentar o outro, pois haverá disponibilidade.

Italo Wolff – Qual é o principal motivo de judicialização hoje do Ipasgo?

Em geral, o principal motivo de judicialização é a garantia de atendimento daquilo que não está presente no rol de cobertura. Então, há, talvez, uma não compreensão, ou alguma complexidade, no entendimento do que é ou não é coberto pelo plano.

Inclusive, o STF está, neste momento, com pauta para discutir o rol da ANS: o quão taxativo ele é ou o quão exemplificativo pode ser. Portanto, não se trata de um tema restrito ao nível básico. Compreender a abrangência do rol de cobertura e até onde vai ou não vai a obrigação de cobertura é uma questão de relevância nacional, atualmente em debate no Supremo Tribunal Federal. De modo geral, esse é o principal fator de judicialização na área da saúde.

Em essência, trata-se de pedidos de cobertura para procedimentos que, em tese, não estão previstos no contrato, mas que o beneficiário e seu prestador de serviços acreditam que deveriam ser incluídos. Essa discussão envolve uma série de direitos, entre eles, obviamente, o direito à saúde e à vida, e, ao mesmo tempo, levanta o desafio da sustentabilidade financeira dos planos. Afinal, se um plano for obrigado a cobrir todos e quaisquer procedimentos, independentemente de sua natureza ou complexidade, ele se tornará financeiramente inviável.

Italo Wolff – Quais as vantagens dos novos planos do Ipasgo? Eles têm tido boa adesão?

A adesão tem sido boa. Em um mês, já tivemos 4,5 mil pedidos. Muitas pessoas estão buscando o plano. É uma situação interessante: de um lado, quem já está dentro às vezes acha que a autorização está demorando ou que a cobrança da coparticipação foi confusa. Mas, por outro lado, quem está de fora quer entrar. E por que querem entrar? Porque o Ipasgo é o maior plano de saúde de Goiás, é 50% maior que a Unimed, que ocupa o segundo lugar.

O institto é muito grande e, por isso, sua rede de atendimento também é muito ampla. Já os planos privados, em geral, possuem redes bem menores. Isso acontece porque eles têm menos beneficiários e, portanto, negociam com uma rede mais limitada: um hospital de referência aqui, uma clínica ali. O Ipasgo, por sua vez, tem uma rede bastante aberta. Há prestadores de serviço em praticamente todos os municípios que possuem beneficiários. No mínimo, existe um posto de coleta de exames laboratoriais. A amplitude da rede é realmente grande.

A cobertura para eventos de urgência, emergência e internações é excelente. É curioso observar que, quando se trata de procedimentos eletivos, como consultas, há algum nível de crítica, por exemplo, a pessoa tentando marcar uma consulta com determinada especialidade e enfrentando demora. Mas, no que se refere ao que em outros países é conhecido como seguro de saúde. Ou seja, a cobertura para situações em que você precisa de atendimento imediato, o Ipasgo oferece cobertura ampla e irrestrita. Se for necessária uma cirurgia de emergência, um medicamento de emergência ou uma internação, há garantia de leito. Se o hospital onde a pessoa foi atendida não tiver leito disponível, o instituto, em conjunto com o prestador, busca vaga em outro hospital e providencia a ambulância para realizar a transferência.

Assim, quando pensamos no plano apenas como acesso a consultas, há, sim, espaço para avançar. Mas, se pensamos no Ipasgo como um seguro de saúde, o atendimento é amplo e irrestrito. E as pessoas percebem isso. É claro que elas desejam fazer consultas e exames pelo plano, mas o que as deixa mais seguras é saber que, se ocorrer algo grave, a cobertura estará garantida — assim como acontece com um seguro de carro. Por isso, temos muito a melhorar, mas, no que diz respeito a pronto atendimento, emergência e urgência, o Ipasgo oferece hoje uma cobertura sem precedentes em Goiás, com um custo menor do que qualquer outro plano comercializado no Estado.

Além disso, os novos planos incluem mais de 1,9 mil procedimentos adicionais em comparação com os antigos. Por exemplo, a colocação e acompanhamento de DIU, que tem grande demanda e não era coberta nos planos antigos, agora está incluída. A aplicação de vitaminas injetáveis, como vitamina D, que é muito procurada, uma vez que hoje temos menos exposição ao sol, também passou a ser coberta. Cirurgias refrativas, que não eram cobertas nos planos antigos, agora estão incluídas.

Em relação ao custo, para algumas faixas etárias, principalmente as mais avançadas, o valor é um pouco mais alto. Já nas faixas mais jovens, de zero a dezoito anos, até vinte e cinco, até trinta anos, o plano chega a ser mais barato que os antigos, especialmente devido ao subsídio de cem reais que o governo do Estado concede. Na média, o custo sobe um pouco em algumas faixas etárias, mas o que o plano oferece a mais compensa muito. A cobertura de medicamentos oncológicos complexos e modernos no novo plano, por exemplo, é significativamente maior.

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EASY COOP

Instituto Unimed Goiânia celebra aniversário com saldo de mais de 7 mil pessoas impactadas com projetos realizados

O Instituto Unimed Goiânia, braço socioambiental da Unimed Goiânia - Cooperativa de Trabalho Médico, completa três anos de atuação, consolidando seu compromisso com a transformação social, cultural e ambiental. Desde sua fundação, em junho de 2022, a entidade sem fins lucrativos já beneficiou diretamente mais de 7 mil pessoas, promovendo ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

A celebração acontece no mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, reforçando um dos pilares do Instituto, a sustentabilidade. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), instituições socioambientais exercem um papel fundamental na construção de sociedades mais resilientes, promovendo inclusão social, conservação dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, o Instituto Unimed Goiânia atua com o engajamento da comunidade para o fomento do bem-estar coletivo, da preservação ambiental e do fortalecimento das comunidades locais.

Atualmente, o Instituto conta com 53 voluntários ativos, entre cooperados, colaboradores e sociedade, que atuam em diferentes frentes organizadas em três eixos de atuação, assistência social, educação e meio ambiente. De 2022 a 2024, as campanhas do Instituto resultaram na doação de quase 10 toneladas de alimentos e na distribuição de mais de 6 mil mudas de espécies nativas.

Nos últimos anos, os resultados do Instituto mostram a força do voluntariado e da colaboração. Só em 2025, foram arrecadadas mais de 1,5 tonelada de alimentos destinados a famílias e instituições assistenciais, além da doação de 400 mudas nativas do Cerrado no âmbito do projeto de compensação de carbono, o "V de Verde". Ações como o "Potinhos de Amor", que arrecadou 700 potes de vidro para bancos de leite humano, e a entrega de 21 computadores para projetos de inclusão digital também fazem parte do impacto social gerado.

Projetos que geram impacto social

O Instituto mantém projetos próprios que transformam pequenos gestos em grandes mudanças, como o "De Tampa em Tampa" e "Eu Ajudo na Lata", que convertem materiais recicláveis em alimentos e equipamentos de mobilidade. O projeto "Já Fui um Banner" reaproveita lonas em bolsas e brindes, enquanto o "Ecoponto", apenas em 2024, coletou quase 300 kg de resíduos eletroeletrônicos, destinando-os corretamente e revertendo parte dos recursos para ações sociais. O projeto "Laços" promove acolhimento e cuidado a idosos em instituições de longa permanência.

Além disso, o "Potinhos de Amor" mobiliza a sociedade para a doação de potes de vidro aos bancos de leite humano, que, até maio, já somam quase mil unidades doadas. A Feira Criativa, que na última edição reuniu 30 expositores e recebeu quase 5 mil visitantes, fomenta o empreendedorismo, a economia circular e valoriza produtores locais. O Clube do Livro Bariani Ortêncio incentiva a leitura e a valorização da cultura goiana, enquanto o Grupo de Corrida e o Coral Cuidarte promovem saúde física, bem-estar emocional, socialização e qualidade de vida. O Estacionamento Solidário também faz parte desse ecossistema de impacto, transformando doações voluntárias em recursos para projetos sociais.

Parcerias estratégicas, como o "Mude1Hábito", ampliam o acesso da comunidade a práticas de bem-estar, oficinas, atividades culturais e de sustentabilidade. O evento acontece mensalmente, sempre com uma proposta que convida a comunidade a transformar pequenos hábitos em grandes mudanças para a saúde e o meio ambiente.

Três anos de impacto e transformação

Para o presidente voluntário do Instituto Unimed Goiânia, Dr. Frederico Xavier, os resultados alcançados refletem um compromisso genuíno com a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável. "O Instituto Unimed Goiânia nasceu com a missão de cuidar das pessoas, do meio ambiente e da cultura. Esses três anos nos enchem de orgulho, não só pelos números, mas, principalmente, pelas histórias que ajudamos a escrever. A cada muda plantada, a cada cesta doada, a cada vida impactada, reforçamos nosso compromisso com um mundo melhor", afirma.

Sobre o Instituto Unimed Goiânia

O Instituto Unimed Goiânia é uma entidade sem fins lucrativos que atua como braço socioambiental da Unimed Goiânia, promovendo desenvolvimento social, cultural e ambiental. A entidade atua nos eixos de educação, meio ambiente e assistência social, desenvolvendo projetos que contribuem para melhores condições de vida e fortalecem a cidadania. Desde sua criação, em 2022, já impactou diretamente mais de 7 mil pessoas, mobilizando voluntários, parceiros e a comunidade em ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

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O DIA

Aureo Ribeiro: CPI dos Planos de Saúde já!

Um pronto atendimento médico pode ser a diferença entre a vida e a morte. Por isso mesmo, mais de 51 milhões de brasileiros recorrem a operadoras de Plano de Saúde para terem assegurado acesso a exames, direito a consultas e internações em hospitais particulares, já que nem sempre é possível contar com o Sistema Único de Saúde (SUS).

O problema é que muitos desses brasileiros começaram a ser surpreendidos por cancelamentos unilaterais comunicados de supetão por parte das operadoras desses planos. Sem qualquer explicação.

Pior, os alvos preferenciais desses cancelamentos unilaterais são idosos ou portadores de alguma deficiência ou síndrome. Justamente, aqueles que mais dependem de atendimento médico diferenciado. Mesmo depois de terem passado décadas pagando esses planos, na expectativa de que não ficariam sem assistência no momento em que mais precisariam desse suporte médico.

Assim, em maio do ano passado eu apresentei um requerimento propondo a instalação de uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar os abusos cometidos pelos Planos de Saúde. A receptividade de meus colegas foi imediata. Mais de 300 parlamentares apoiaram a iniciativa. E no dia 5 de junho, protocolei o pedido junto à Mesa Diretora.

O então presidente da Casa, Arthur Lira, preferiu investir em um acordo informal anunciado após uma reunião com os dirigentes da Agência Nacional de Saúde (ANS), da Amil e da Unimed Nacional. Apesar das comemorações após o anúncio, nada mudou: os cancelamentos unilaterais prosseguem soltos e ninguém foi reincorporado aos antigos planos.

Em novembro passado, o presidente nacional do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força, ajuizou um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal pedindo uma liminar que garantisse a instalação da CPI dos Planos de Saúde. Em fevereiro deste ano, o ministro André Mendonça, designado relator, pediu informações à Câmara dos Deputados.

Resta saber se o relator seguirá a jurisprudência do próprio Supremo, que em maio de 2021, quando o país já contava 300 mil óbitos por conta da pandemia da Covid-19, obrigou o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a instalar a CPI da Pandemia. Uma decisão célere do ministro André Mendonça pode abrir o caminho para que a Câmara comece a agir.

A sociedade brasileira segue aguardando providências do Legislativo, Judiciário e Executivo, para que seus direitos sejam respeitados. Essa, aliás, é a nossa missão! Apresentar soluções e saídas para as demandas dos brasileiros, na verdade, dos contribuintes que pagam a manutenção desses 3 Poderes da República.

Já que as operadoras dos planos de saúde não cumpriram com o acordo celebrado com a Câmara dos Deputados no ano passado, é chegada a hora de instalarmos a CPI dos Planos de Saúde!

Não podemos seguir assistindo os cancelamentos unilaterais de planos de saúde sem aviso prévio ou explicação e seguirmos de braços cruzados. É importante que os alvos prediletos dessas operadoras, como idosos e mães atípicas, saibam que não estão sós nesta luta por justiça!

Aureo Ribeiro é deputado federal do Rio de Janeiro, líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados e coordenador da bancada fluminense na Câmara dos Deputados

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 09 Junho 2025 06:23

CLIPPING AHPACEG 07 A 09/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

ChatGPT pode substituir o seu médico? Especialistas explicam os riscos de se consultar com IA

https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2025/06/chatgpt-pode-substituir-o-seu-medico-especialistas-explicam-os-riscos-de-se-consultar-com-ia-cmbkvhqvc00950144krb1sufi.html

Número de empregos formais na cadeia produtiva da saúde chega a 5,18 milhões

https://medicinasa.com.br/empregos-saude-1t2025/

Alta dos juros ameaça acesso à saúde e desestimula investimentos

https://medicinasa.com.br/juros-acesso-saude/

O que vai mudar nos planos de saúde a partir de julho

https://tribunaonline.com.br/cidades/o-que-vai-mudar-nos-planos-de-saude-a-partir-de-julho-243575?home=esp%C3%ADrito+santo

Hospital Cora recebe primeiros pacientes em Goiânia

https://www.aredacao.com.br/noticias/234010/hospital-cora-recebe-primeiros-pacientes-em-goiania

ZERO HORA

ChatGPT pode substituir o seu médico? Especialistas explicam os riscos de se consultar com IA

Cada vez mais pessoas recorrem a inteligências artificiais (IAs) como o ChatGPTpara entender sintomas, buscar diagnósticos ou decidir se precisam procurar um médico. A prática, embora rápida e acessível, pode induzir ao erro, gerar pânico e comprometer tratamentos, segundo especialistas.

Para o médico vascular Vinicius Lain, do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), esse comportamento já é uma rotina nos consultórios.

— Hoje, é muito frequente o paciente chegar para o atendimento e dizer que fez uma pesquisa, que já sabe o que tem e que inclusive sabe o que precisa tomar — afirma ele.

O conselheiro do Cremers alerta que, além de interferir na escuta clínica, esse hábito pode atrasar diagnósticos e comprometer o tratamento adequado.

— Muitas vezes, ele acaba não procurando o atendimento correto no tempo certo. E, quando chega, está em uma situação mais complexa, às vezes agravada por condutas que não foram orientadas por um profissional — relata.

Quais os riscos para o atendimento médico?

— O paciente joga em uma plataforma de inteligência artificial, recebe um diagnóstico e um suposto tratamento, e a partir dali segue o que achou que estava certo — afirma Lain.

Isso pode levar à automedicação — incluindo o uso indevido de remédios — e ao atraso no início de tratamentos necessários. Segundo o médico, a falsa segurança oferecida pelas ferramentas pode acabar postergando a busca por atendimento profissional.

Muitos ainda chegam à consulta ansiosos ou pressionando por exames, com base nas informações distorcidas.

— A maioria das vezes o paciente se assusta, vem com o pior prognóstico possível depois que pesquisou. E aí, vira uma urgência para marcar a consulta, o que acaba atrapalhando o acesso ao sistema de saúde. É positivo que se tenha acesso, mas acho que a informação precisa ser filtrada por um profissional de saúde — relata.

Como o ChatGPT cria respostas para dúvidas médicas?

Apesar da linguagem técnica e da confiança no tom empregado ao responder, o ChatGPT nem sempre compreende a complexidade dos sintomas ou interpreta exames equadros clínicos.

Os sistemas são treinados com grandes volumes de dados, incluindo conteúdos sobre saúde, artigos públicos e fóruns. Porém, a ferramenta organiza palavras com base em padrões de textos da internet — ela tende a prever o que tem mais chance de vir a seguir em uma frase, sem entender exatamente o que está sendo dito.

— Quando alguém pergunta, o modelo interpreta a linguagem natural, identificando termos médicos e formulando uma resposta com base nos padrões aprendidos. É uma técnica chamada tokenização, que divide a frase em partes menores (tokens), e outra chamada embedding, que tenta entender o significado desses termos no contexto — explica Rodrigo Rios, professor da CESA.R School, mestre em design de artefatos digitais e doutorando em engenharia de software.

Na prática, isso significa que o sistema pode montar uma resposta com aparência médica — mas que pode estar descontextualizada ou incorreta para aquele caso específico. No entanto, o especialista ressalta que os modelos já são projetados para deixarem os usuários cientes que não substituem médicos e evitar conselhos “perigosos”.

O que são “alucinações” de IA — e por que preocupam

No contexto da inteligência artificial, o termo “alucinação” é usado quando a IA apresenta informações falsas ou imprecisas como se fossem verdadeiras. A ferramenta pode mencionar doenças que não se aplicam ao caso, citar estudos inexistentes ou indicar condutas ultrapassadas.

Segundo Rios, isso acontece porque o modelo busca completar uma sequência textual, mesmo que não exista fundamento.

— Isso pode ocorrer com nomes de doenças, tratamentos, dados estatísticos e referências científicas que nunca existiram. Mesmo com avanço nos modelos de IA, nenhuma delas está completamente livre desse problema, por isso o uso exige responsabilidade — afirma.

Existem modelos que já são pensados para o uso na medicina. É o caso do Med-PaLM, desenvolvido pela Google, treinado com dados médicos validados por especialistas, com foco em precisão, segurança e capacidade de lidar com linguagem clínica. 

Mesmo assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso dessas tecnologias em saúde deve ser sempre supervisionado por profissionais qualificados.

O que diz a regulação médica sobre o uso de IA?

Em maio de 2025, o Cremers publicou uma resolução sobre o uso ético e responsável da inteligência artificial na prática médica. A norma, inédita no Brasil, define que a IA pode ser utilizada como ferramenta de apoio, desde que com conhecimento e supervisão do profissional.

— A IA pode ser útil no apoio à documentação, à organização do raciocínio clínico ou até na checagem de informações. Mas ela nunca pode ser autônoma, não substitui a decisão do médico — afirma Lain.

A resolução também estabelece que o paciente deve ser informado sobre o uso da tecnologia e qualquer informação gerada deve ter validação de um médico responsável.

— Da mesma maneira que fazemos termos de consentimento pré-operatório, ou pré-tratamento, devemos fazer também antes do uso de IA no atendimento — explica.

A IA pode ser usada com segurança?

Tanto Rios quanto Lain concordam que a IA pode ter função complementar no processo de atendimento e cuidado ao paciente, desde que usada com limites claros:

— Melhorar a consulta, organizar dados e liberar o médico para olhar no olho do paciente. Mas jamais deve ser usada para substituir a relação médica — acrescenta Lain.

Segundo os especialistas, ela pode ajudar, por exemplo:

  • Esclarecer termos médicos após a consulta
  • Estruturar dúvidas antes de falar com o profissional
  • Organizar informações pessoais de saúde, desde que não substitua o parecer médico

Mas não deve ser usada para:

  • Diagnosticar doenças com base em sintomas genéricos
  • Sugerir tratamentos ou prescrever medicamentos
  • Substituir a consulta presencial com um profissional

Para além das consultas, Lain enxerga um papel estratégico da inteligência artificial no futuro da saúde pública — principalmente no uso inteligente de recursos e no combate ao desperdício.

— A grande oportunidade dessas tecnologias na saúde está na redução de desperdícios. Não é só sobre atender mais rápido, mas sobre conectar o paciente certo ao médico certo, no tempo certo — conclui.

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MEDICINA S/A

Número de empregos formais na cadeia produtiva da saúde chega a 5,18 milhões

O número de empregos formais na cadeia produtiva da saúde no Brasil cresceu 0,7% no primeiro trimestre de 2025 ante o último trimestre do ano passado, saindo de 5,15 milhões de vínculos em dezembro de 2024 para 5,18 milhões em março deste ano – o que corresponde a um acréscimo de 34,8 mil postos de trabalho no setor. O resultado foi constatado pela 76ª Edição do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS) produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e demonstra a “resiliência do setor mesmo diante de um ritmo de crescimento mais moderado”.

Na mesma base comparativa, a economia geral cresceu 1,4% no mesmo período, equivalendo a 640,8 mil ocupações. Dessa maneira, o setor de saúde representou 5,4% de todo saldo de novos empregos criados no Brasil no período.

Conforme o relatório, o desempenho foi impulsionado exclusivamente pelo setor privado, que cresceu 1,1% no período, enquanto o setor público apresentou retração de 1,2%. Centro-Oeste foi a região com maior expansão da cadeia da saúde, alta de 2,1%, enquanto a região Norte teve o pior desempenho, com retração de 1,5%, causada pela expressiva queda de 4,2% nos empregos do setor público.

“A cadeia da saúde é um motor importante de geração de empregos no Brasil. Mesmo em um cenário econômico instável, o setor se manteve em crescimento, o que evidencia seu papel essencial e estruturante na base de empregos do País”, avalia José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Com 10,8% dos empregos formais do Brasil, a saúde tem papel relevante tanto na economia quanto na coesão social. O relatório mostra, ainda, grandes desigualdades regionais: enquanto o Sudeste concentra 2,59 milhões de vínculos, sua proporção de empregos da saúde em relação à economia local é de 10,7%. Já o Centro-Oeste lidera proporcionalmente, com 12,5%. No Norte, chama a atenção a dependência do setor público: 46% dos vínculos da saúde estão nessa esfera.

“A retração no setor público em algumas regiões, especialmente no Norte, é um sinal de alerta. Esse tipo de oscilação impacta diretamente a oferta de serviços de saúde e deve ser monitorado com atenção por gestores e formuladores de políticas públicas”, afirma Cechin.

Na saúde suplementar, os prestadores de serviços foram responsáveis por quase 74% dos 170 mil novos empregos formais criados entre março de 2024 e março de 2025, reforçando sua centralidade na prestação de cuidados. O relatório também aponta que o Nordeste teve o maior crescimento relativo no número de vínculos da saúde por 100 mil habitantes, com alta de 8,3%.

“A expansão regional do emprego, especialmente no Nordeste, mostra o potencial da interiorização da saúde. Isso reflete um movimento positivo de desconcentração dos serviços e pode contribuir para maior equidade no acesso à assistência”, completa Cechin.

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Alta dos juros ameaça acesso à saúde e desestimula investimentos

A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 14,75% ao ano reacendeu os alertas sobre os impactos profundos dos juros em setores estratégicos, como o da saúde. Para Renan Aleluia, consultor de gestão focado nas áreas de saúde, tecnologia e finanças, com esse aumento a sustentabilidade e a expansão dos serviços de saúde estão em risco, principalmente entre pequenos e médios prestadores.

A ata da 270ª reunião do Copom, divulgada na última semana, reforça as incertezas do cenário fiscal e inflacionário, ao sinalizar a possibilidade de manter os juros elevados por mais tempo. Embora o Banco Central evite falar em continuidade do ciclo de alta, o tom cauteloso preocupa os empresários do setor de saúde, que veem um efeito direto e imediato sobre a capacidade de investimento e operação.

“É muito perigoso ter juros próximos de 15% ao ano. Nenhum negócio consegue sobreviver por muito tempo assim e os negócios de saúde são ainda mais sensíveis, porque trabalham com margens muito apertadas”, afirma o especialista. Ele explica que o retorno de empreendimentos em saúde dificilmente compete com o rendimento de investimentos conservadores. “Os principais players do setor hospitalar, por exemplo, geram ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) de 13% a 15%. No cenário atual, o risco de se operar um negócio de saúde não está sendo remunerado”

Segundo Renan, esse cenário afasta investidores e inibe a inovação. “Isso tira o apetite de quem tem capital para apostar no setor. Se o dinheiro rende sozinho, porque colocá-lo em um setor complexo como a saúde? E sem investimento, não tem crescimento, não tem acesso. A conta chega para todos”.

Além da rentabilidade limitada, o setor de saúde depende de infraestrutura e tecnologia, que exigem altos aportes iniciais, financiamento de longo prazo e boa parte sensível ao dólar. “Para construir um hospital, o gestor precisa de equipamentos de alta tecnologia, espaço físico, obra civil especializada, mobiliário. Tudo isso tem valores milionários, e a maior parte desse investimento é feita com instrumentos de dívida. Com os juros altos, esse financiamento fica insustentável, criando um efeito cascata que é sentido no preço final dos serviços. Ou seja, se o custo para investir está mais alto, o valor cobrado do paciente e dos convênios também sobe. Isso encarece o sistema todo. E quanto mais caro, mais a saúde vira artigo de luxo.”

O cenário é ainda mais desafiador para o gestor que sempre operou alavancado, pois a dívida contraída em julho de 2024 com a Selic a 10,5% ficou quase 50% mais cara. Esse aumento repentino tende a consumir toda sua geração de caixa com pagamento de juros e dívida. Nesse momento é altamente importante contar com apoio do setor financeiro e consultores para garantir a sustentabilidade do negócio.

Por fim, o especialista ressalta que o debate sobre os juros precisa incluir os efeitos na vida real dos brasileiros. “Estamos com uma das maiores taxas de juros da história e ninguém está falando disso com a seriedade que merece. Juros altos empobrecem a população e tiram acesso à saúde privada, fazendo com que mais pessoas busquem o SUS, que já está sobrecarregado”, finaliza.

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TRIBUNA ONLINE

O que vai mudar nos planos de saúde a partir de julho

Pela nova resolução da ANS, operadoras deverão ter canais de atendimento presencial, além de virtual e telefônico

A partir do dia 1° de julho, uma nova resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aprovada no final do ano passado, trará mudanças no atendimento dos beneficiários de planos de saúde.

Na prática, as operadoras deverão ter canais de atendimento presencial (nas capitais ou regiões de maior atuação), além de atendimento virtual e telefônico, sendo 24h para grandes operadoras.

Uma mudança significativa é que as solicitações de procedimentos ou serviços de urgência e emergência devem ser respondidas imediatamente pela operadora.

Já nas solicitações de procedimentos de alta complexidade (PAC) ou de atendimento em regime de internação eletiva, a operadora terá o prazo de até 10 dias úteis, a partir da data da solicitação, para responder ao beneficiário.

O advogado Roberto Buticosky explica que, em casos de negativas, a nova resolução determina que elas devem ser reduzidas a termo, com justificativa detalhada. “Devem ter linguagem clara, indicando cláusula contratual ou dispositivo legal, informando ainda sobre direito de reanálise pela ouvidoria”.

O advogado Lukas Pedruzzi explica que, com as mudanças, o método de fiscalização do prazo máximo de atendimento será mais célere e exigido pela ANS, sendo exigido, ainda, um registro da data da solicitação e o andamento da demanda. “Com a nova normativa, todo esse trâmite e o prazo deverão ser efetivamente comprovados”.

advogada Andreia Carvalho, do escritório Ribeiro Fialho, ressalta, porém, que a Resolução Normativa 623 não amplia o rol de hipóteses de negativa de cobertura, tampouco modifica as regras de cobertura assistencial. “No entanto, impõe maior rigor quanto à forma e à transparência das respostas emitidas pelas operadoras”.

Segundo a diretora de fiscalização da ANS, Eliane Medeiros, as operadoras também passarão a ter incentivo para melhorarem o atendimento, com consequências regulatórias e fiscalizatórias diante das reclamações.

“As operadoras deverão atingir metas quanto às demandas dos consumidores. A norma, por si só, é um avanço na relação entre as centrais de atendimento das operadoras e seus beneficiários, e é um pilar inicial e fundamental para as mudanças fiscalizatórias que queremos implementar no setor”.

Fique por dentro 

Mudanças

A partir de 1º de julho, haverá novas regras de atendimento aos beneficiários de planos de saúde. A Resolução Normativa 623 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece diretrizes para o atendimento, como transparência, clareza e segurança das informações.

Formas de atendimento

Para prestarem o atendimento previsto na resolução, as operadoras deverão disponibilizar e divulgar, de forma clara:

Atendimento presencial (em capitais ou regiões de maior atuação), indicando os endereços disponíveis para atendimento ao beneficiário;

Atendimento telefônico (24h para grandes operadoras), contendo número da respectiva central de atendimento;

Atendimento Virtual.

Protocolo de atendimento

Número de protocolo deve ser fornecido no início do atendimento.

Gravações e registros devem ser mantidos por 90 dias (telefone) e 2 anos (demais registros).

Se o beneficiário fizer reclamação, a operadora deve guardar os registros por, no mínimo, 5 anos.

razo de resposta

As solicitações não assistenciais (como pedidos de informações, dúvidas e reclamações) serão respondidas no prazo de 7 dias úteis, contado da data de seu registro.

Solicitações assistenciais: urgência e emergência: resposta imediata. Demais casos: até 5 dias úteis. Procedimento de alta complexidade ou internação eletiva: até 10 dias úteis.

Estão vedadas respostas genéricas, como “em análise” ou “em auditoria”; a resposta deve ser clara e fundamentada.

Direito ao acompanhamento

O Beneficiário poderá acompanhar o andamento da solicitação em canal virtual, telefone e presencial.

Negativas

A norma também veda respostas genéricas, por parte das operadoras, obrigando-as a fornecer justificativas claras, fundamentadas e com indicação da cláusula contratual ou norma legal em casos de negativa de cobertura, explica a advogada Andreia Carvalho.

Caso a resposta seja negativa, poderá requerer reanálise pela ouvidoria da operadora. Esgotadas as instâncias internas, o beneficiário poderá, ainda, formalizar uma Notificação de Intermediação Preliminar (NIP) junto à ANS. Mas, para tanto, é necessário guardar os protocolos feitos tanto para a operadora quanto para a ouvidoria da operadora.

Penalidades

A operadora que descumprir as regras sobre atendimento aos beneficiários, nas solicitações não assistenciais e de coberturas assistenciais, poderá responder pela prática de infração, que pode levar a sanções e aplicação de multas, esclarece a diretora de fiscalização da ANS, Eliane Medeiros.

Além disso, o número de reclamações recebidas pela operadora tem reflexos no seu Índice Geral de Reclamações (IGR). E, conforme a RN 623/2024, a ANS passará a dar maior divulgação no seu site para as operadoras que atingirem meta trimestral de excelência no IGR e a meta de redução do IGR trimestral, estimulando a concorrência no setor.

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A REDAÇÃO

Hospital Cora recebe primeiros pacientes em Goiânia

Ala infantil será inaugurada

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, receberá oficialmente, nesta segunda-feira (9/6), os primeiros pacientes do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora). Em fase final de preparação para abertura da ala infantil, o Cora é o primeiro hospital público destinado exclusivamente ao tratamento do câncer em Goiás. 

A unidade foi concebida, construída e equipada com tecnologia de primeiro mundo, tendo como inspiração o Hospital de Amor, de Barretos (SP), e atendendo a padrões internacionais de excelência em medicina oncológica.

A primeira etapa do hospital teve investimento de R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos, recursos do Tesouro Estadual.

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Assessoria de Comunicação        

6 junho dia nutrição

6 de Junho – Dia Nacional de Combate à Desnutrição Hospitalar

Você sabia que a desnutrição pode afetar até 60% dos pacientes hospitalizados e comprometer diretamente sua recuperação? Pensando nisso, o associado Hospital São Francisco se uniu à campanha Junho Verde, promovida pela BRASPEN, para reforçar a importância da nutrição no cuidado com a saúde.

Com apoio da Danone, a equipe de Nutrição do Hospital — gestora Karla Diniz, Jessyca Rosas e Hellen Cristina — realizou uma ação educativa com os profissionais da saúde e pacientes:

Entrega dos 11 Passos para Segurança Nutricional em pranchetas aos colaboradores;

Orientações aos pacientes sobre alimentação saudável durante e após a internação.

Parabéns a todos pela iniciativa que traduz o cuidado com os pacientes!

 

Sexta, 06 Junho 2025 06:56

CLIPPING AHPACEG 06/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prescrição além do carimbo: o que todo médico deve considerar ao receitar

https://portugues.medscape.com/verartigo/6512835

ANS pode minimizar 'oportunismo' na judicialização, diz procurador-geral da agência

https://unimed.empauta.com/e6/noticia/2506061749191143008

IA na saúde: a revolução silenciosa que já está transformando o setor

https://jornalempresasenegocios.com.br/destaques/ia-na-saude-a-revolucao-silenciosa-que-ja-esta-transformando-o-setor/

A uberização jurídica das startups de saúde e o risco regulatório

https://medicinasa.com.br/uberizacao-juridica-startups/

MEDSCAPE

Prescrição além do carimbo: o que todo médico deve considerar ao receitar

O ato de receitar um tratamento não é algo simples. Nesse momento, são inúmeros os fatores que devem ser levados em conta, já que eles podem interferir na adesão do paciente. Entre esses fatores, temos a quantidade de medicamentos prescritos, a dose de cada um, a frequência de administração e a relação de custo-efetividade. Mas qual o segredo para uma boa prescrição?

Para o Dr. Hideraldo Cabeça, neurologista e conselheiro federal pelo estado do Pará no Conselho Federal de Medicina (CFM), o ponto de partida é a boa interação entre médico e paciente. “Uma boa receita começa com um bom atendimento, no qual se verifica quem é o paciente, qual a sua idade, se tem comorbidade, se tem diabetes ou hipertensão. Deve-se considerar a história clínica da pessoa em relação ao uso de outras medicações, já que, dependendo da medicação, isto pode agravar problemas anteriores. Inclui ainda solicitar exames complementares, todo um acompanhamento médico”, afirma.

O neurologista observa que uma consulta pode tanto durar 20 minutos como uma hora e meia, até que se estabeleça uma hipótese diagnóstica e o tratamento — às vezes sendo necessário que o médico dê um passo atrás e reconsidere a indicação medicamentosa, para que o paciente possa aderir ao tratamento com segurança e aumente as chances de sucesso terapêutico.

A adesão à medicação é parte crucial no manejo das doenças e algo com que os médicos devem se preocupar no momento da prescrição. Ela é afetada por inúmeros fatores, entre eles a polifarmácia.

Uma revisão sistemática que incluiu 17.391 artigos buscando encontrar fatores associados à adesão ao tratamento farmacológico na população geriátrica revela que, quanto maior a quantidade de medicamentos, maior a dificuldade de adesão por parte dos pacientes.

“Quanto mais fármacos a serem tomados, maior o risco de confusão. Isso deve ser considerado na hora de fazermos a receita”, observa o Dr. Daniel Montanini, psiquiatra.

O Dr. Daniel acrescenta a frequência de administração como outro desses fatores. “Posologias mais complexas, como as que exigem múltiplas administrações diárias, tendem a reduzir a adesão ao tratamento e piorar os desfechos clínicos”, diz ele.

De fato, pesquisas têm demonstrado uma diminuição na adesão ao esquema terapêutico à medida que a frequência de administração aumenta, especialmente quando se trata de pacientes com doenças crônicas.

“Os pacientes preferem tomar uma medicação com menor frequência. Consequentemente, são mais aderentes quando o regime de tratamento se alinha às suas preferências. Há fortes evidências que indicam uma taxa significativamente maior de adesão a medicamentos tomados uma vez ao dia, em comparação com aqueles tomados várias vezes”, avaliam os autores de um estudo que analisou estratégias de intervenção para superar as barreiras da adesão aos tratamentos farmacológicos.

Medicamentos de referência, genéricos e similares

O médico também deve ter em mente o perfil socioeconômico do paciente, pois a escolha entre medicamentos de referência, genéricos ou similares muitas vezes envolve uma análise de custo-efetividade para entender os custos e os benefícios nos desfechos.

“A ciência tem uma boa relação de custo-efetividade”, disse, em uma entrevista recente ao Medscape, a Beatriz Barreto-Duarte, pesquisadora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia. “Ela permite tomar decisões baseadas em evidências e no que já foi testado e documentado, o que reduz erros, melhora desfechos e otimiza recursos. Quando um médico aplica a medicina baseada em evidências, ele evita condutas desnecessárias — como exames ou tratamentos que não contribuem para o diagnóstico —, o que representa uma economia significativa para o sistema de saúde.”

No entanto, essa escolha, segundo o Dr. Daniel, pode ser enviesada. “É comum ouvir que os medicamentos de referência funcionam melhor do que os genéricos ou similares, especialmente entre psiquiatras”, explica.

Essa percepção, segundo ele, pode reforçar escolhas menos acessíveis do ponto de vista econômico, uma vez que os fármacos genéricos têm preços mais acessíveis. “De modo geral, eu prescrevo genéricos, mas sei que existe uma grande desconfiança em relação a eles. Quem prescreve [medicamentos de determinadas] marcas vê a vantagem no maior controle sobre a estabilidade daquele fármaco, como mesmo fabricante e mesma formulação.”

O Dr. Daniel ressalta que a percepção de que uma categoria é melhor que a outra não é sustentada por evidências sólidas, já que os medicamentos passam por testes farmacocinéticos que determinam a sua bioequivalência em relação à composição e à concentração de princípios ativos, que devem estar dentro da margem estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Essa suposta superioridade do medicamento de marca não existe. Ao preferir prescrever genéricos, eu restrinjo [as opções], pois dessa forma a escolha por um similar não pode ser feita. Mas converso com o paciente e, se ele diz que pode pagar pelo medicamento de marca, então discutimos a prescrição”, avalia o Dr. Daniel.

Ao prescrever um medicamento de referência, o médico dá mais liberdade ao paciente. Isso porque os genéricos e similares equivalentes podem substituí-lo, graças à comprovação de bioequivalência, que garante a intercambialidade. Essa troca só não é permitida entre genéricos e similares, pois, nesses casos, não há equivalência comprovada.

Portanto, ao optar pelo medicamento de referência, o médico permite que o paciente escolha um genérico e também que retorne ao medicamento de referência no futuro, sem prejuízo ao tratamento — a menos que o médico especifique na receita que a substituição não é autorizada.

Imagem: Memed

No entanto, apesar da bioequivalência, não é adequado afirmar que as formulações das três categorias são idênticas, o que pode induzir médicos a preferirem os medicamentos de referência.

De acordo com o Dr. Hideraldo, do CFM, a intercambialidade depende da interação entre médico e paciente. “Há uma série de fatores a serem levados em conta. Existem substâncias que apresentam certas peculiaridades de paciente para paciente. Então, cada caso é um caso”, conclui.

O Dr. Daniel acrescenta que aspectos sociais relativos aos pacientes, como nível educacional, também devem ser levados em conta na hora de fazer a receita. “Para paciente alfabetizado, eu costumo fazer uma tabelinha que congrega todas as medicações. Se não for alfabetizado ou tiver alguma dificuldade, podem-se montar esquemas visuais.”

Segundo o psiquiatra, é importante entender que o processo da prescrição não termina com o carimbo médico, tampouco se resume à dispensação dos medicamentos. “Orientações verbais na consulta e na farmácia são fundamentais. As dificuldades intelectuais, geracionais e sensoriais de pacientes exigem de nós, médicos, um cuidado maior ao prescrever e uma preocupação com a dispensação. Nesse sentido, o farmacêutico é muito importante.”

Os pacientes concordam. “Em 70% das vezes, eu preciso pedir ao farmacêutico para me explicar a receita”, diz a jornalista Aline Silva, de 38 anos, que faz uso tanto do atendimento digital como do presencial. “A maioria dos médicos explica o passo a passo do que anotou, mas muitas vezes não dá para fixar tudo. E quando a letra é difícil, fica mais complicado entender. Mas, desde que tive filho, anoto tudo o que o médico fala para não ter dúvidas depois.”

O que mudou com a receita eletrônica

A prescrição digital é uma das mudanças impulsionadas pela pandemia, e sua adesão só vem crescendo desde a regulamentação do exercício da telemedicina no Brasil, ocorrida no contexto pandêmico.

Hoje, segundo o CFM, 304,7 mil médicos possuem o certificado digital emitido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) — necessário para prescrever medicamentos ou conceder atestados pela internet — e 275,1 mil médicos fazem uso da prescrição eletrônica pela plataforma gratuita fornecida pelo CFM. Desde 2021, mais de 1,2 milhão de documentos médicos por prescrição eletrônica foram emitidos pela ferramenta. Contando com outras plataformas existentes, são mais de 500 mil médicos que adotaram o sistema. Mas o que mudou com ele?

De acordo com o Dr. Hideraldo, do CFM, as principais vantagens trazidas pela digitalização do processo são a segurança, a agilidade e a garantia de um atendimento adequado.

“A grande vantagem é poder ter acesso — por meio da telemedicina — a um atendimento seguro, com regras específicas ao paciente. Com a prescrição eletrônica, conseguimos atender à distância, podemos solicitar medicamentos e exames e acelerar o processo de atendimento. E se, por algum motivo, o médico considerar a necessidade de atendimento presencial, ele poderá fazê-lo”, afirma o neurologista.

Em relação à segurança, o Dr. Hideraldo ressalta a obrigatoriedade de que, em qualquer plataforma, haja um médico prestando o atendimento. A Resolução CFM 2.299/2021, que disciplina e normatiza a emissão de documentos médicos eletrônicos, exige que contenham a identificação do profissional (nome, CRM e endereço), o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em caso de vinculação com especialidade ou área de atuação, a identificação do paciente (nome e número do documento legal) e a assinatura digital do profissional. Essas medidas foram pensadas para resolver o problema do mercado de falsificação de receitas médicas.

No Brasil, as receitas para compra de medicamentos controlados ainda são vendidas sem qualquer restrição por diversos perfis em redes sociais. Em alguns casos, os anúncios vêm até com tabela de preços e cronograma de uso. Fármacos para perda de peso, antidepressivos e medicamentos controlados são comercializados sem nenhum acompanhamento médico.

Entre os medicamentos mais anunciados nesses perfis estão o clonazepam e o diazepam, ambos de receita azul, e a morfina, de receita amarela. Para alguns médicos, uma solução seria banir medicamentos isentos de prescrição. Recentemente, a Anvisa determinou que se deve reter a receita da semaglutida (Ozempic), um dos fármacos mais vendidos para perda ponderal.

Além das questões relativas à segurança, destaca-se como vantagem não ter mais de decifrar a famosa “letra de médico”. Para o Dr. Daniel, a prescrição eletrônica melhorou a clareza e a precisão, critérios cruciais de uma boa receita. Segundo ele, “a receita tem de ser legível tanto para o farmacêutico como para o paciente. Tem de ser clara e não dar espaço para ambiguidade. Quando há interpretação ambígua, o farmacêutico não deve dispensar a medicação”.

Além da facilidade de leitura, pacientes destacam a comodidade de receber a receita em casa, sem a necessidade de deslocamento. “Recebo a receita digital por e-mail e já compro o medicamento pela internet, [faço] tudo de casa, e sem precisar ‘decifrar’ o que o médico escreveu”, conta ao Medscape a publicitária Ana Bittencourt de Camargo, de 50 anos.

Além da cfm.org.br/ do CFM, existem várias plataformas de prescrição eletrônica disponíveis no Brasil, como a Memed, a Doutor Prescreve e a Mevo. Enquanto a plataforma do CFM conta com 275,1 mil médicos, na Memed são 265 mil, com 4,7 milhões de prescrições emitidas por mês. Todas elas têm acesso e uso relativamente simples.

Mesmo em tempos de ferramentas digitais, os médicos entrevistados concordam que, ao prescrever uma boa receita, seja de forma tradicional ou remota, é preciso considerar a natureza complexa dos fatores que afetam a adesão ao tratamento para otimizar os resultados terapêuticos.

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JOTA INFO

ANS pode minimizar 'oportunismo' na judicialização, diz procurador-geral da agência

Daniel Tostes, procurador-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), afirmou na última quinta-feira (29/5), em debate no Summit Academia M3BS, em São Paulo, que vê um momento bastante peculiar em relação às demandas judiciais que envolvem a saúde. Ele diz que a "altíssima" judicialização notada no setor de saúde suplementar decorre de uma hostilidade e de um ambiente de conflito imanente.

"A gente tem hoje um desalinhamento muito grande que provoca diversos desdobramentos, dentre eles, a massiva judicialização, que, obviamente, compromete não apenas a ação do regulador, mas a própria dinâmica do setor", afirmou, em referência às cerca de 900 mil ações em andamento - uma ajuizada a cada 47 segundos.

O procurador afirmou ainda que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem encabeçado diversos fóruns de discussões para tentar estabelecer algumas medidas de refreamento da judicialização excessiva que ocorre na saúde, mas disse acreditar no modelo de coordenação regulatória.

Tostes anseia que as ações coordenadas pela ANS tornem menos conflituosa não apenas a relação entre operadoras de planos de saúde e seus consumidores, mas também com todos os outros agentes econômicos, para que se consiga minimizar certos espaços de "oportunismo" que são notados e que, de algum modo, maximizam os conflitos que são gerados no Poder Judiciário.

Além disso, Tostes afirmou que o setor de saúde suplementar pode estar vivendo um momento oportuno por meio dos julgamentos dos Temas 6 e 1234, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "A ideia ali [no julgamento] é você promover um ambiente de racionalidade em que, a partir do respeito às capacidades institucionais instaladas no Brasil, se compreendam os problemas de lado a lado e se consigam, assim, fomentar a possibilidade de soluções adequadas, eficientes, que minimizem e, principalmente, evitem o desperdício", destacou.

Juan Biazevic, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), ressaltou que é necessário fazer uma distinção entre a judicialização estruturante e abusiva. "Nós estamos discutindo judicialização como se ela, per se, como premissa, fosse um problema", disse o magistrado.

A estruturante, conforme ilustrou, é quando o Judiciário é acionado para corrigir algum erro de operadora ou agente de saúde. Nesse caso, destaca que não se é possível dizer que a judicialização opera de forma contrária à sustentabilidade do setor. Por outro lado, considera que o problema está na judicialização abusiva, que é quando o indivíduo aciona a Justiça para contornar um conjunto de regras já estabelecidas - tanto pela ANS quanto pela legislação federal - e obter um bem da vida, um serviço no qual não se teria o direito.

"E aqui nós temos um problema. Porque todo o cálculo mutualista, toda a lógica de funcionamento do setor pressupõe o cumprimento das regras do jogo. Se eu consigo, através do órgão estatal responsável por dizer as regras do jogo, mudar as regras do jogo, eu tenho um problema regulatório", ponderou o magistrado.

Já na avaliação de Fernando Bianchi, sócio-fundador do M3BS, há uma espécide de esvaziamento da competência do regulador na judicialização que pode causar insegurança jurídica. Para Bianchi, a excessa judicialização da saúde pode beneficiar poucos a custos de muitos.

Regulação da IA

Em outro painel do Summit Academia M3BS, Breno Monteiro, presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), defendeu que é um risco deixar com que o Congresso Nacional faça a regulação do Marco Legal da Inteligência Artificial (IA) sem que haja um debate em conjunto com operadoras, prestadoras e agências reguladoras. Em sua fala, Monteiro fez referência ao projeto de lei que busca regular o desenvolvimento e o uso de Inteligência Artificial (PL 2.338/2023) no país, atualmente em tramitação no Congresso.

Na avaliação do presidente da CNSaúde, há uma necessidade de se construir uma regulamentação robusta por meio da união do setor. Para Monteiro, mesmo com todas as falhas e com uma demora no processo, o setor precisa trabalhar para que a regulação esteja a cargo da agência reguladora. Ao contrário, de acordo com o presidente da confederação, o "Congresso Nacional vai mexer com tudo".

"Qual é o papel do setor? Como é que nós vamos trabalhar? A gente precisa deixar ela [a regulamentação] ser a mais aberta possível, para não atrapalhar a inovação, ou a gente precisa já nela trabalhar limites, que o setor saúde, por ela, é visto como de alto risco?", indagou Monteiro.

De acordo com ele, se não houver uma operação entre os agentes, o setor da saúde estará imobilizado. Durante sua fala, Monteiro comentou que já foram instalados em Brasília (DF) grupos de trabalho para discussão da temática, com previsão de duração até novembro deste ano. A expectativa, segundo ele, é que até ao final de 2025 já se tenha essa regulamentação mais detalhada.

"Será que nós não somos capazes de avançar com união, entendendo que o livre mercado, com menos regulamentação, é melhor? Ou será que a gente não consegue, trabalhando nessa falta de volume, conviver com esse campo de papel que surgiu no Brasil e tentar unir isso?", questionou.

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EMPRESAS E NEGÓCIOS

IA na saúde: a revolução silenciosa que já está transformando o setor

A Gartner®, empresa global de pesquisa e consultoria especializada em tecnologia da informação (TI), negócios e inovação estima que os gastos globais com Inteligência Artificial Generativa alcancem quase US$ 700 bilhões em 2025, o que representa um crescimento de 74% em relação a 2024. Entre os setores econômicos mais representativos nestes investimentos estão, em ordem decrescente: Tecnologia da Informação, Serviços Financeiros e Saúde.

Mas como a Inteligência Artificial (IA) pode impactar a saúde? De forma global, o setor deve investir cerca de US$ 70 bilhões em IA neste ano. Segundo um estudo recente da Mckinsey, 85% das empresas de saúde ouvidas, desde fontes pagadoras até prestadores de serviços, já reportam a adoção de algoritmos inteligentes em graus variados de profundidade. Os principais benefícios alvo têm sido a melhoria de eficiência administrativa, produtividade clínica e engajamento de pacientes ou beneficiários. Além disso, 65% dos players ouvidos relatam retorno positivo sobre os investimentos feitos em IA.

Trazendo para a realidade brasileira, uma pesquisa feita pela PwC, uma rede global de firmas de serviços profissionais que oferece auditoria, consultoria tributária, consultoria de negócios e assessoria em transações, revela que o setor da saúde é o que apresenta maior nível de confiança na adoção da IA por parte das lideranças em comparação com outros setores da economia avaliados. As aplicações são diversas: redução de fraudes, melhoria de eficiência operacional, gestão de dados de pacientes permitindo a predição de problemas de saúde e adoção de ações personalizadas, uso de algoritmos para identificação de padrões em exames de imagem detectando com maior precisão eventuais problemas e otimização da capacidade instalada - sejam leitos, equipamentos ou pessoas, melhorando, inclusive, o atendimento aos pacientes. Também não podemos deixar de citar como a AI tem acelerado os processos de descoberta de novos medicamentos e vacinas.

Do ponto de vista humano, assim como em outras revoluções tecnológicas que a humanidade já experimentou, a IA traz oportunidades, mas também preocupações e ansiedades. Estamos longe de compreender todos os impactos que ela trará para a sociedade. Mas, no que diz respeito às habilidades humanas e a nossa relevância nessa nova realidade, o caminho passa pela integração entre as inteligências orgânica e artificial. Há todo um contexto de reconfiguração de competências essenciais. Profissionais de saúde estão sendo chamados a desenvolver novas habilidades, como compreender os fundamentos da IA, como ela funciona, suas limitações e como interpretar suas recomendações. Isso inclui:

1. Alfabetização digital e fluência em IA

Entendimento básico de algoritmos e modelos preditivos;

Capacidade de avaliar a confiabilidade de sistemas baseados em IA;

Uso seguro e ético de ferramentas digitais no cuidado ao paciente.

2. Julgamento clínico aprimorado por IA

A Inteligência Artificial não substitui o julgamento humano, mas o complementa. Os profissionais precisarão:

Integrar insights gerados por IA com conhecimento clínico e contexto do paciente;

Saber quando confiar e quando questionar uma recomendação algorítmica;

Manter a autonomia clínica mesmo em ambientes altamente digitalizados.

3. Competências éticas e de governança

Compreensão de princípios como justiça, transparência, responsabilidade e não discriminação;

Capacidade de identificar e mitigar vieses algorítmicos;

Participação ativa na governança e avaliação de tecnologias emergentes.

4. Colaboração interdisciplinar

Com a IA sendo desenvolvida por engenheiros, cientistas de dados e designers, os profissionais de saúde precisarão:

Trabalhar em equipes multidisciplinares;

Comunicar necessidades clínicas de forma clara a desenvolvedores;

Co-desenhar soluções tecnológicas centradas no paciente.

5. Adaptação a novos fluxos de tarefas administrativas e operacionais (como agendamento, triagem e documentação clínica). Isso exige:

Flexibilidade para adotar novos processos;

Capacidade de usar ferramentas automatizadas com eficiência;

Participação na reconfiguração de rotinas clínicas e administrativas.

6. Foco no cuidado humanizado

Na medida que a IA assume tarefas técnicas, o diferencial humano será a empatia, escuta ativa e comunicação com o paciente. Assim, competências como:

Inteligência emocional;

Comunicação clara e compassiva;

Sensibilidade cultural e social ganham ainda mais importância.

Novos papéis tendem a surgir. Funções como médicos especialistas em IA clínica, gestor de saúde digital, Chief Medical Information Officer (CMIO) e outras que ainda não conseguimos prever. Sem falar no papel dos gestores de áreas não clínicas, que assim como em outros segmentos econômicos, precisarão desenvolver novas competências.

Por fim, é importante ressaltar que por trás de tudo isso há um aspecto cultural extremamente relevante. Estudos feitos pela divisão de Consultoria em Cultura Organizacional da ZRG demonstram que as transformações tecnológicas, sobretudo as movidas por IA, são indissociáveis da transformação cultural. Organizações que negligenciam a cultura tendem a fracassar na adoção da IA, enquanto aquelas que a priorizam têm desempenho superior. Atributos culturais como Propósito, Pensamento Coletivo, Coragem, Curiosidade, Transparência, Aprendizagem, Empoderamento e Cuidado com as pessoas são chaves para o sucesso nessa jornada.

Leonardo Ribeiro é sócio-diretor da ZRG Partners Brasil, consultoria global de capital humano. Membro das práticas de saúde e ciências da vida, Leonardo possui mais de 25 anos de experiência no setor de consultoria em capital humano.

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MEDICINA S/A

A uberização jurídica das startups de saúde e o risco regulatório

Nos corredores bem iluminados da inovação tecnológica, poucas promessas soaram tão sedutoras quanto a digitalização da saúde. Plataformas que conectam médicos e pacientes por meio de interfaces intuitivas, atendimento a um clique, preços acessíveis e diagnósticos em tempo real — tudo embalado com vocabulário futurista e slogans que juram democratizar o cuidado médico. Seria, ao que parece, o triunfo definitivo da tecnologia sobre as ineficiências do modelo tradicional. Mas enquanto o discurso avança em velocidade 5G, a legislação, os códigos profissionais e, principalmente, as responsabilidades jurídicas parecem estar presas na conexão discada.

O modelo de negócios de muitas startups de saúde tem seguido a trilha já percorrida por outras plataformas digitais: atuar como intermediárias tecnológicas, e não como prestadoras diretas dos serviços oferecidos. Em teoria, trata-se apenas de aproximar oferta e demanda — um marketplace da medicina, no qual o paciente é cliente e o médico, fornecedor independente. Mas, como ocorre com frequência no universo das “disrupções”, a realidade operacional não é tão neutra quanto o discurso corporativo faz parecer. Ocorre que, diferente de motoristas e entregadores, médicos não operam em zonas cinzentas normativas. Sua atuação está submetida a um conjunto robusto de obrigações legais, éticas e técnicas — cuja flexibilização não é tão simples quanto ajustar um algoritmo.

Na prática, o que se vê é um deslocamento quase imperceptível — e nem por isso irrelevante — da responsabilidade regulatória: as plataformas ganham espaço, escalam rápido e capturam valor, mas repassam os riscos para a ponta do sistema — os profissionais de saúde. Em contratos muitas vezes padronizados, genéricos e assinados digitalmente com dois cliques, o médico se compromete a seguir diretrizes operacionais da empresa, cumprir metas de atendimento e submeter-se a avaliações públicas de desempenho, mas também assume integralmente a responsabilidade por qualquer intercorrência clínica, vazamento de dados ou descumprimento regulatório. É como se o piloto de um avião comercial fosse o único responsável por uma falha de software no sistema de bordo — ainda que jamais tenha tido acesso ao seu código-fonte.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e alguns Ministérios Públicos estaduais começaram a lançar luz sobre essas assimetrias. Em decisões recentes, a agência deixou claro que plataformas que ofertam serviços médicos ou intermedeiam atendimentos clínicos não podem alegar mera neutralidade tecnológica. Se organizam, promovem e lucram com a prestação de cuidados à saúde, devem se submeter às exigências normativas que regulam estabelecimentos assistenciais — como a necessidade de registro sanitário, direção técnica e conformidade com normas de biossegurança e prontuário eletrônico. O argumento da neutralidade algorítmica, embora atraente, tem se mostrado insuficiente para isentar tais plataformas das obrigações previstas no ordenamento jurídico brasileiro.

As implicações desse movimento são múltiplas. Do ponto de vista da responsabilidade civil, por exemplo, começa a ganhar espaço a tese de que empresas que intermedeiam, controlam e padronizam serviços médicos deveriam responder solidariamente por danos decorrentes de falhas assistenciais. Afinal, se a plataforma define o valor da consulta, o tempo disponível por atendimento e até impõe protocolos clínicos padronizados, não se pode pretender que o profissional atue com total autonomia — e, ainda assim, assuma sozinho todo o risco. A lógica de mercado não pode substituir, por conveniência, a lógica do Direito.

No campo da ética médica, o problema se torna ainda mais delicado. O Código de Ética Médica estabelece que o profissional não pode aceitar imposições comerciais que comprometam seu julgamento clínico, tampouco pode submeter-se a avaliações públicas que afetem sua reputação sem o devido contexto técnico. Plataformas que classificam médicos com base em “estrelas”, tempo de resposta ou quantidade de atendimentos por hora podem estar, ainda que involuntariamente, induzindo a uma prática médica inadequada — mais voltada à performance algorítmica do que ao cuidado individualizado. A ética, vale lembrar, não é um ativo intangível para fins de valuation; é um pilar estrutural da medicina enquanto ciência e profissão.

E há ainda o campo sensível da proteção de dados. A LGPD — que muitos ainda tratam como uma sigla exótica — impõe obrigações rigorosas para o tratamento de dados sensíveis, especialmente os de saúde. As plataformas, como controladoras ou operadoras desses dados, devem garantir não apenas a segurança técnica das informações, mas também a legalidade de seu tratamento. E aqui, mais uma vez, o modelo de negócios entra em tensão com o modelo legal. Muitos médicos são induzidos a assinar termos de responsabilidade que os tornam, formalmente, responsáveis pela guarda e integridade dos dados — mesmo que todo o tratamento ocorra em servidores controlados pela empresa. Quando ocorre um incidente de segurança — como já se viu em alguns casos notórios — é o nome do profissional que aparece no radar das autoridades, não o do servidor terceirizado ou do investidor-anjo da startup.

É importante, contudo, evitar o reducionismo fácil. Não se trata de demonizar as plataformas ou de defender um retorno nostálgico ao consultório de portas de madeira e fichas de papel. A tecnologia tem papel fundamental na ampliação do acesso à saúde, especialmente em um país de dimensões continentais e gargalos crônicos como o Brasil. A telemedicina, por exemplo, demonstrou seu valor durante a pandemia e segue sendo uma ferramenta estratégica para o SUS e para o setor privado. O que está em jogo, portanto, não é a legitimidade da inovação, mas a coerência jurídica do seu modelo de funcionamento.

Modelos híbridos, que equilibram inovação com responsabilidade, são possíveis — e já existem. Algumas plataformas mais maduras adotam estruturas contratuais mais equilibradas, com divisão clara de responsabilidades, comitês técnicos próprios, adesão a códigos de conduta setoriais e canais internos de denúncia. Outras vão além, registrando-se como clínicas digitais, assumindo responsabilidade sanitária e garantindo que os médicos tenham real autonomia clínica. São iniciativas que demonstram que é possível conciliar tecnologia com responsabilidade institucional — sem jogar o profissional à própria sorte nem transformar o paciente em consumidor vulnerável de um serviço automatizado.

No exterior, o debate já ganhou contornos regulatórios mais avançados. A União Europeia, por meio do GDPR e de regulamentações setoriais específicas, tem imposto obrigações expressas às healthtechs, incluindo requisitos de interoperabilidade, registro de software como dispositivo médico e prestação de contas em caso de erro assistencial. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) já regula algoritmos de apoio à decisão clínica como dispositivos sujeitos a registro e validação. A lógica subjacente a essas iniciativas é simples, embora ainda contraintuitiva para muitos empreendedores: com poder, vem responsabilidade.

O Brasil, nesse sentido, ainda engatinha — mas o caminho já está sendo traçado. A recente proposta de revisão das normas sobre telessaúde pela ANVISA e pelo CFM, além das decisões judiciais que começam a reconhecer a corresponsabilidade das plataformas, indicam uma direção. É preciso, porém, que esse avanço seja acompanhado por uma atuação mais proativa dos órgãos de classe, das entidades de proteção ao consumidor e, sobretudo, dos próprios profissionais. A resistência à precarização não precisa ser barulhenta — mas deve ser informada, articulada e juridicamente consciente.

A relação entre tecnologia e Direito sempre será marcada por um certo descompasso. A inovação corre, o regulador caminha. Mas há momentos em que é preciso acelerar o passo. A uberização jurídica das startups de saúde não é apenas um problema corporativo; é uma questão de política pública, de proteção da dignidade profissional e, acima de tudo, de preservação da confiança social na medicina. Quando o paciente acredita que está sendo atendido por uma empresa — e não por um profissional responsável — algo se rompe no pacto de cuidado que sustenta toda prática assistencial.

Em última análise, o que está em jogo é a arquitetura moral da medicina em tempos digitais. Se permitirmos que a lógica de intermediação digital desresponsabilizada se naturalize, corremos o risco de transformar o médico em prestador de serviço sob demanda, a clínica em central de atendimento e a saúde em um menu de opções gamificadas. Mas nem todo avanço é progresso. E, às vezes, a verdadeira inovação é lembrar que certos valores — como responsabilidade, ética e respeito à autonomia profissional — não podem ser substituídos por linhas de código.

*Lucia Regina P. Moioli é advogada, L.LM pela Cornell Law School, head da área de M&A do Chodraui & Hohl Advogados, professora universitária, palestrante e escritora.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 05 Junho 2025 06:52

CLIPPING AHPACEG 05/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

CID-11: O que traz a nova Classificação Internacional de Doenças, publicada pela OMS

https://medicinasa.com.br/cid-11/

A uberização jurídica das startups de saúde e o risco regulatório

https://medicinasa.com.br/uberizacao-juridica-startups/

Judicialização da saúde

https://www.aredacao.com.br/artigos/233800/judicializacao-da-saude

Pejotização na saúde: profissionais denunciam precarização com OSs em Goiás

https://ohoje.com/2025/06/04/pejotizacao-na-saude-profissionais-denunciam-precarizacao-com-oss-em-goias/

Idosa de 74 anos sofre hemorragia fatal em exame

https://www.dm.com.br/cotidiano/idosa-de-74-anos-sofre-hemorragia-fatal-em-exame/

Avaliação cega: o novo risco regulatório dos planos de saúde

https://www.poder360.com.br/opiniao/avaliacao-cega-o-novo-risco-regulatorio-dos-planos-de-saude/

O custo da saúde no Brasil: entre o peso no orçamento público e o impacto no PIB

https://ajn1.com.br/type_blogs/o-custo-da-saude-no-brasil-entre-o-peso-no-orcamento-publico-e-o-impacto-no-pib/

MEDICINA S/A

CID-11: O que traz a nova Classificação Internacional de Doenças, publicada pela OMS

Gestores, profissionais de saúde e mesmo pacientes – em suma, todos nós algum dia – já usaram ou se depararam com a sigla CID, mesmo que em um simples atestado ou pedido de exame. Com seus primeiros esboços traçados há 150 anos na Lista Internacional de Causas de Morte, a atual Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “uma ferramenta para registrar, notificar e agrupar condições e fatores que influenciam a saúde”. Aprimorada pelo extenso trabalho de diversas comissões ao redor do mundo em um esforço de “falar a mesma língua”, e se beneficiando do avanço da tecnologia, ela chega agora à sua 11ª versão, com prazo máximo para adoção no Brasil programado para janeiro de 2027.

“Já adianto que a CID-11 é um avanço civilizacional, porque incorporou e estruturou o conhecimento sobre as áreas da saúde da atualidade e ampliou seus usos. Ela não serve só para estudos epidemiológicos ou para colocar nos atestados médicos, tendo impactos muito mais amplos. É uma ferramenta espetacular que, bem aplicada, vai ajudar inclusive na gestão dos serviços de saúde”, diz Silvia von Tiesenhausen de Sousa-Carmo. Médica cardiologista, ela atua como consultora técnica no Ministério da Saúde, representando o Brasil nos grupos de referência da OMS sobre a implementação da CID-11, e apresentou as novidades da ferramenta em um seminário no Hospital Universitário (HU) da USP.

Contendo categorias para doenças, transtornos, condições, causas externas de doença ou morte, anatomia, atividades, medicamentos e vacinas, entre outros, “uma grande quantidade de recursos novos foram incorporados para facilitar o trabalho com esse sistema”, diz a cardiologista, que também atua no Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria do Estado da Saúde (SES) de São Paulo. Em artigo recente, ela e colegas apresentaram o panorama atual do processo de implantação da CID-11 no Brasil, as etapas já realizadas e as perspectivas futuras.

Principais novidades

A CID-11 traz duas seções a mais, quatro novos capítulos e reorganiza os demais. Os capítulos novos já trazem a evolução do conhecimento. Os transtornos do sono, por exemplo, passam a existir como um capítulo próprio, assim como as condições relacionadas à Medicina Tradicional. “Ter agora um capítulo de doenças hematológicas e um de doenças relacionadas ao sistema imune separados ajuda bastante, porque são agravos à saúde que têm efeitos bem diversos no organismo”, completa a médica.

Uma das seções novas aborda funcionalidade. “É como se fosse uma incorporação da CIF [Classificação Internacional de Funcionalidade] simplificada dentro da CID. A gente ganhou uma ferramenta para melhor quantificar, por exemplo, aquele déficit cognitivo observado em uma pessoa, e o detalhamento com códigos adicionais”, explica.

Falando em detalhamento, ela enfatiza que não foi à toa que os 2 mil códigos anteriores foram para 17 mil, mas para permitir uma melhor identificação da situação que se está querendo descrever.

Horizontes ampliados

Mais do que trazer inovações tecnológicas e incorporar o conhecimento atualizado da medicina, a CID-11 representa uma evolução conceitual em relação a edições anteriores. A especialista exemplifica com uma ideia que ganhou ainda mais ênfase agora: a qualidade de vida. “Não é só viver muito, é viver bem os anos que se vive. E o que importa não é só a qualidade de vida da pessoa como indivíduo, mas em sociedade. Aquele idoso, aquela pessoa com mobilidade reduzida devem ser capazes de ir ao cinema, frequentar a piscina, poder usufruir”, afirma.

Essas questões têm ganhado espaço muito permeadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “O lema dos objetivos é ‘não deixar ninguém para trás’. E isso é um salto civilizatório, porque antes a ideia era algo como ‘salvar o que dava para salvar’. E não! A ideia é que todo mundo consiga melhorar a qualidade de vida, trazer dignidade para a população.”

E isso, diz ela, de uma forma mais ampla do que pensar em indicadores como diminuir a mortalidade materna ou infantil. Faz parte dos objetivos, por exemplo, a instalação sanitária para todos. “Não só pela dignidade da pessoa que usa, mas também para diminuir a violência contra a menina e a mulher”, explica a médica. Em vários países, se observou que elas eram agredidas sexualmente quando precisavam ir para “o meio do mato” para suas funções fisiológicas.

Na mesma linha, ela destaca o fato da CID ter incorporado a funcionalidade como uma seção. A Classificação Internacional de Funcionalidade, CIF, começou a ser discutida nos anos 1980, mas como algo a ser utilizado em nichos. A partir de 2001, ela é estruturada numa classificação, “e agora vem com esse olhar mais amplo, com a postura de não vitimizar a pessoa nem de individualizar a situação como se fosse uma ‘culpa’ dela. Uma pessoa com mobilidade reduzida pode ter uma vida plena e digna se a sociedade estiver preparada. Numa época recente, você ainda tinha um aplicativo que mostrava os restaurantes acessíveis para cadeira de rodas – hoje são todos. Eu morei num prédio em que uma cadeirante não poderia me visitar, porque só tinha escadas. A deficiência não é dela; é nossa ao não acolhê-la”, diz Silvia Sousa-Carmo, que explica na prática como a incorporação contribui.

“Se um paciente que teve um derrame e está com a cognição afetada, suas necessidades são diferentes de um outro que ficou com mobilidade reduzida – e a gente pode dizer melhor quais são. Uma criança que tem uma síndrome genética, estando ali na CID ela tem direito à cadeira de rodas, ao seu acompanhante não pagar passagem no transporte público e assim por diante. Antes, era preciso colocar um conjunto de códigos CID para poder descrever a situação e garantir o direito.” A tradução da matriz da CIF para o português, aliás, está sendo finalizada e prevista para publicação em cerca de dois meses.

Para que serve a CID, afinal?

Em qualquer sistema de saúde, as informações precisam ser passíveis de reutilização, seja para análise epidemiológica, alocação de recursos ou pesquisa e para usos individuais, como documentação de saúde, apoio à decisão ou reembolso, define o Guia de Referência da CID-11.

Informações bem detalhadas possibilitam, por exemplo, que doenças raras, condições clínicas especiais ou medicamentos sejam registrados. “A CID é usada para traduzir diagnósticos de doenças e outros problemas de saúde em códigos alfanuméricos, o que permite o arquivamento, recuperação e análise das informações. É a classificação diagnóstica padrão internacional para todos os fins epidemiológicos gerais e para muitos propósitos de gestão”, diz o documento da OMS.

“A CID é uma pactuação de comunicação das condições de saúde entre profissionais e gestores e entre países. Por exemplo, na CID-10, o código para hipertensão arterial sistêmica é ‘l10’. Então, se eu usar esse código, todos os profissionais de saúde vão saber que estou me referindo à hipertensão arterial, seja aqui, na África, na Europa ou na Ásia”, simplifica Silvia Sousa-Carmo.

O processo de implementação da CID-11 no país está sendo coordenado pelo Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DAENT), da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), que atua como Centro Colaborador Brasileiro para a Família de Classificações Internacionais da OMS (CC BR-FIC). Esse trabalho envolve ações articuladas com diversas áreas técnicas, incluindo a adaptação de sistemas de informação, capacitação de profissionais e validação de instrumentos técnicos.

Consenso

Coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas da USP, que trouxe Silvia Sousa-Carmo ao HU, o professor Paulo Lotufo resgata os primórdios da CID. “No ano de 1900 iniciou-se na Europa uma tentativa de classificar as doenças, para se saber ao menos do que se estava tratando. Em 1948, como a OMS já havia sido criada, ela assumiu a revisão da sexta CID e a partir daí passamos a ter periodicamente novas revisões.”

Iniciando sua carreira de pesquisador com mortalidade, ele participou da nona revisão e lembra das dificuldades vividas num contexto bastante diverso ao atual. “Foi uma coisa bastante traumática para todo mundo que trabalhava na época entender como transformar a CID de 9 para 10, apesar de não serem tão distintas assim”, diz o epidemiologista, que também é superintendente de Saúde da USP.

O trabalho de construir o consenso entre todos os países membros da OMS para as novas versões da CID, com toda sua complexidade, não perdeu em gigantismo, mas o caminho hoje está mais consolidado para quem participa das discussões.

As propostas passam por uma longa triagem, pelos grupos. “Nos grupos dos quais eu participo, precisamos chegar a um consenso quando existem posições divergentes. Então vai demorar mais para se chegar a uma decisão, mas por norma as decisões são consensuais”, diz a especialista ao Jornal da USP, ao relatar que quando uma pessoa tem dúvida, as outras respeitam. Como se alguém diz, por exemplo, “preciso de mais tempo para perguntar para os epidemiologistas locais que impacto essa mudança vai ter no meu país”.

“Tem sido uma experiência riquíssima, em que a palavra do Brasil tem o mesmo peso da palavra de Portugal, da Alemanha, do colega do México, porque é uma rede de colaboração. É pactuado que seja assim”, reforça ela. Perguntada sobre as pressões por interferência política, ela diz supor que existem, sim, tentativas de influência, mas não chegam até o grupo. “É claro que ouvimos relatos de pressões sendo feitas por determinadas mudanças, mas o sistema tem sido eficiente para filtrar isso”.

E se você também não sabia, qualquer pessoa pode palpitar nas decisões para atualizações da CID, que não acontecem somente na publicação de novas edições, mas anualmente. “Existem maneiras de colaborar. Você pode se cadastrar, e dentro dos prazos, propor a mudança. Claro que tudo passa pela triagem nos grupos da OMS para verificar o que vai ou não ser aceito, precisa ser discutido com especialistas. É todo um processo, mas todos podem participar”, finaliza.

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A uberização jurídica das startups de saúde e o risco regulatório

Nos corredores bem iluminados da inovação tecnológica, poucas promessas soaram tão sedutoras quanto a digitalização da saúde. Plataformas que conectam médicos e pacientes por meio de interfaces intuitivas, atendimento a um clique, preços acessíveis e diagnósticos em tempo real — tudo embalado com vocabulário futurista e slogans que juram democratizar o cuidado médico. Seria, ao que parece, o triunfo definitivo da tecnologia sobre as ineficiências do modelo tradicional. Mas enquanto o discurso avança em velocidade 5G, a legislação, os códigos profissionais e, principalmente, as responsabilidades jurídicas parecem estar presas na conexão discada.

O modelo de negócios de muitas startups de saúde tem seguido a trilha já percorrida por outras plataformas digitais: atuar como intermediárias tecnológicas, e não como prestadoras diretas dos serviços oferecidos. Em teoria, trata-se apenas de aproximar oferta e demanda — um marketplace da medicina, no qual o paciente é cliente e o médico, fornecedor independente. Mas, como ocorre com frequência no universo das “disrupções”, a realidade operacional não é tão neutra quanto o discurso corporativo faz parecer. Ocorre que, diferente de motoristas e entregadores, médicos não operam em zonas cinzentas normativas. Sua atuação está submetida a um conjunto robusto de obrigações legais, éticas e técnicas — cuja flexibilização não é tão simples quanto ajustar um algoritmo.

Na prática, o que se vê é um deslocamento quase imperceptível — e nem por isso irrelevante — da responsabilidade regulatória: as plataformas ganham espaço, escalam rápido e capturam valor, mas repassam os riscos para a ponta do sistema — os profissionais de saúde. Em contratos muitas vezes padronizados, genéricos e assinados digitalmente com dois cliques, o médico se compromete a seguir diretrizes operacionais da empresa, cumprir metas de atendimento e submeter-se a avaliações públicas de desempenho, mas também assume integralmente a responsabilidade por qualquer intercorrência clínica, vazamento de dados ou descumprimento regulatório. É como se o piloto de um avião comercial fosse o único responsável por uma falha de software no sistema de bordo — ainda que jamais tenha tido acesso ao seu código-fonte.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e alguns Ministérios Públicos estaduais começaram a lançar luz sobre essas assimetrias. Em decisões recentes, a agência deixou claro que plataformas que ofertam serviços médicos ou intermedeiam atendimentos clínicos não podem alegar mera neutralidade tecnológica. Se organizam, promovem e lucram com a prestação de cuidados à saúde, devem se submeter às exigências normativas que regulam estabelecimentos assistenciais — como a necessidade de registro sanitário, direção técnica e conformidade com normas de biossegurança e prontuário eletrônico. O argumento da neutralidade algorítmica, embora atraente, tem se mostrado insuficiente para isentar tais plataformas das obrigações previstas no ordenamento jurídico brasileiro.

As implicações desse movimento são múltiplas. Do ponto de vista da responsabilidade civil, por exemplo, começa a ganhar espaço a tese de que empresas que intermedeiam, controlam e padronizam serviços médicos deveriam responder solidariamente por danos decorrentes de falhas assistenciais. Afinal, se a plataforma define o valor da consulta, o tempo disponível por atendimento e até impõe protocolos clínicos padronizados, não se pode pretender que o profissional atue com total autonomia — e, ainda assim, assuma sozinho todo o risco. A lógica de mercado não pode substituir, por conveniência, a lógica do Direito.

No campo da ética médica, o problema se torna ainda mais delicado. O Código de Ética Médica estabelece que o profissional não pode aceitar imposições comerciais que comprometam seu julgamento clínico, tampouco pode submeter-se a avaliações públicas que afetem sua reputação sem o devido contexto técnico. Plataformas que classificam médicos com base em “estrelas”, tempo de resposta ou quantidade de atendimentos por hora podem estar, ainda que involuntariamente, induzindo a uma prática médica inadequada — mais voltada à performance algorítmica do que ao cuidado individualizado. A ética, vale lembrar, não é um ativo intangível para fins de valuation; é um pilar estrutural da medicina enquanto ciência e profissão.

E há ainda o campo sensível da proteção de dados. A LGPD — que muitos ainda tratam como uma sigla exótica — impõe obrigações rigorosas para o tratamento de dados sensíveis, especialmente os de saúde. As plataformas, como controladoras ou operadoras desses dados, devem garantir não apenas a segurança técnica das informações, mas também a legalidade de seu tratamento. E aqui, mais uma vez, o modelo de negócios entra em tensão com o modelo legal. Muitos médicos são induzidos a assinar termos de responsabilidade que os tornam, formalmente, responsáveis pela guarda e integridade dos dados — mesmo que todo o tratamento ocorra em servidores controlados pela empresa. Quando ocorre um incidente de segurança — como já se viu em alguns casos notórios — é o nome do profissional que aparece no radar das autoridades, não o do servidor terceirizado ou do investidor-anjo da startup.

É importante, contudo, evitar o reducionismo fácil. Não se trata de demonizar as plataformas ou de defender um retorno nostálgico ao consultório de portas de madeira e fichas de papel. A tecnologia tem papel fundamental na ampliação do acesso à saúde, especialmente em um país de dimensões continentais e gargalos crônicos como o Brasil. A telemedicina, por exemplo, demonstrou seu valor durante a pandemia e segue sendo uma ferramenta estratégica para o SUS e para o setor privado. O que está em jogo, portanto, não é a legitimidade da inovação, mas a coerência jurídica do seu modelo de funcionamento.

Modelos híbridos, que equilibram inovação com responsabilidade, são possíveis — e já existem. Algumas plataformas mais maduras adotam estruturas contratuais mais equilibradas, com divisão clara de responsabilidades, comitês técnicos próprios, adesão a códigos de conduta setoriais e canais internos de denúncia. Outras vão além, registrando-se como clínicas digitais, assumindo responsabilidade sanitária e garantindo que os médicos tenham real autonomia clínica. São iniciativas que demonstram que é possível conciliar tecnologia com responsabilidade institucional — sem jogar o profissional à própria sorte nem transformar o paciente em consumidor vulnerável de um serviço automatizado.

No exterior, o debate já ganhou contornos regulatórios mais avançados. A União Europeia, por meio do GDPR e de regulamentações setoriais específicas, tem imposto obrigações expressas às healthtechs, incluindo requisitos de interoperabilidade, registro de software como dispositivo médico e prestação de contas em caso de erro assistencial. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) já regula algoritmos de apoio à decisão clínica como dispositivos sujeitos a registro e validação. A lógica subjacente a essas iniciativas é simples, embora ainda contraintuitiva para muitos empreendedores: com poder, vem responsabilidade.

O Brasil, nesse sentido, ainda engatinha — mas o caminho já está sendo traçado. A recente proposta de revisão das normas sobre telessaúde pela ANVISA e pelo CFM, além das decisões judiciais que começam a reconhecer a corresponsabilidade das plataformas, indicam uma direção. É preciso, porém, que esse avanço seja acompanhado por uma atuação mais proativa dos órgãos de classe, das entidades de proteção ao consumidor e, sobretudo, dos próprios profissionais. A resistência à precarização não precisa ser barulhenta — mas deve ser informada, articulada e juridicamente consciente.

A relação entre tecnologia e Direito sempre será marcada por um certo descompasso. A inovação corre, o regulador caminha. Mas há momentos em que é preciso acelerar o passo. A uberização jurídica das startups de saúde não é apenas um problema corporativo; é uma questão de política pública, de proteção da dignidade profissional e, acima de tudo, de preservação da confiança social na medicina. Quando o paciente acredita que está sendo atendido por uma empresa — e não por um profissional responsável — algo se rompe no pacto de cuidado que sustenta toda prática assistencial.

Em última análise, o que está em jogo é a arquitetura moral da medicina em tempos digitais. Se permitirmos que a lógica de intermediação digital desresponsabilizada se naturalize, corremos o risco de transformar o médico em prestador de serviço sob demanda, a clínica em central de atendimento e a saúde em um menu de opções gamificadas. Mas nem todo avanço é progresso. E, às vezes, a verdadeira inovação é lembrar que certos valores — como responsabilidade, ética e respeito à autonomia profissional — não podem ser substituídos por linhas de código.

*Lucia Regina P. Moioli é advogada, L.LM pela Cornell Law School, head da área de M&A do Chodraui & Hohl Advogados, professora universitária, palestrante e escritora.

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A REDAÇÃO

Judicialização da saúde

A judicialização da saúde tem se consolidado como um dos maiores desafios estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS). Dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelados na pesquisa “Assistência Farmacêutica no SUS”, mostram que 32,9% dos gastos com medicamentos em estados brasileiros, em 2023, decorreram de decisões judiciais. Esse número, por si só, expõe uma distorção grave: recursos que poderiam ser destinados a ações coletivas e estruturantes estão sendo redirecionados, muitas vezes, a demandas individuais — nem sempre urgentes ou embasadas tecnicamente.

Não se trata de negar o direito à saúde, mas de discutir os caminhos adotados para garanti-lo. A judicialização, embora legítima, transforma o acesso ao tratamento em uma disputa de poder aquisitivo e conhecimento jurídico. O fenômeno é mais intenso em regiões com maior densidade de advogados e informação, como Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O resultado? Um desequilíbrio preocupante na aplicação de recursos públicos, afetando a equidade do sistema.

Entre 2020 e 2023, o número de novos processos judiciais na área da saúde mais que dobrou, passando de 76 mil para mais de 162 mil. Muitos desses pedidos envolvem medicamentos de alto custo ou ainda não incorporados ao SUS, o que desorganiza a gestão farmacêutica, prejudica o planejamento orçamentário e sobrecarrega os cofres públicos — especialmente os municipais, que são a primeira porta do SUS e também os primeiros acionados judicialmente.

Só em 2024, o Ministério da Saúde já havia empenhado R$ 3,2 bilhões para cumprir decisões judiciais envolvendo medicamentos. Sem a devida avaliação de tecnologias em saúde (HTA), tais aquisições arriscam favorecer tratamentos ineficazes, além de esvaziar verbas que deveriam ser aplicadas em atenção primária, vacinação, estrutura hospitalar e prevenção.

A situação é especialmente crítica para os municípios, que tiveram aumento de 40% nos gastos com medicamentos entre 2019 e 2023, enquanto os repasses federais caíram 21%. A conta não fecha — e quem paga é o cidadão que depende de uma estrutura pública enfraquecida.

O presidente do Conasems, Hisham Hamida, sintetiza bem o dilema: “estamos sendo obrigados a custear medicamentos de altíssimo custo por decisões judiciais, muitas vezes sem o devido critério técnico e sem previsão orçamentária.” Em outras palavras, gestores públicos veem seu planejamento ser anulado por decisões isoladas, que não consideram o conjunto de necessidades da população.

Diante desse cenário, é urgente repensar a política de assistência farmacêutica e o papel do Judiciário na formulação indireta de políticas públicas. Precisamos fortalecer as instâncias administrativas de acesso a medicamentos, como as câmaras técnicas e os comitês de avaliação rápida, além de ampliar o uso e a legitimidade dos Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (NAT-Jus). A formação dos juízes para temas de saúde pública também deve ser contínua e aprofundada.

Mais do que isso, é imprescindível rever o pacto federativo no financiamento do SUS. Não é possível que municípios continuem arcando, sozinhos, com o peso das decisões judiciais, enquanto União e estados se retraem. A judicialização da saúde não pode ser a política pública por omissão. É preciso construir uma resposta coordenada, técnica e solidária — que respeite o direito individual, mas não o sobreponha ao bem coletivo.

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e de Saúde, sócia do escritório Natália Soriani Advocacia

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O HOJE

Pejotização na saúde: profissionais denunciam precarização com OSs em Goiás

Audiência na Alego escancara como a gestão por organizações sociais precariza vínculos, suprime direitos e transforma trabalhadores em PJ sem garantias

Profissionais da saúde que atuam na rede pública estadual de Goiás denunciam precarização nas condições de trabalho, falta de pagamento de direitos trabalhistas e incertezas sobre o futuro. As críticas se intensificaram após o governo do estado suspender contratos com duas Organizações Sociais (OSs) — o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) e a Organização Social de Saúde Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus — responsáveis pela gestão de unidades hospitalares. Cerca de 1.200 trabalhadores foram diretamente prejudicados.

O tema foi debatido na última terça-feira (3), em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com forte participação de trabalhadores, sindicalistas e parlamentares. Na ocasião, uma carta assinada pelos profissionais foi lida pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT), que defendeu intervenção do governo para garantir os direitos da categoria. “O governo de Goiás pode e deve interferir para manter nossas condições de trabalho. Queremos a nossa dignidade”, dizia o documento.

O deputado também ressaltou que a ausência de carteira assinada impede o acesso a direitos básicos, como férias, 13º salário, licença-maternidade e aposentadoria, empurrando profissionais para regimes de trabalho precarizados e sem segurança jurídica.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Milena Cristina Costa, afirmou que a saída das OSs ocorreu de forma abrupta, deixando centenas de trabalhadores desamparados. “Foram contratos de cerca de 13 anos e quem está sem o pagamento dos direitos trabalhistas. São 1.200 trabalhadores que foram suspensos em maio, devido à troca de gestão, e até agora não têm qualquer informação sobre seus vencimentos”, destacou. A procuradora defende a criação de uma legislação específica em Goiás para garantir a regulação dos fundos rescisórios nas OSs, evitando que episódios como esse se repitam.

Críticas ao modelo de gestão 

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, reforçou que o problema não é pontual, mas recorrente no modelo de gestão por OSs. “Incontáveis vezes estivemos nesse processo. Isso mostra que esse modelo é falido, não tem nada de filantropia e nem de fundação social. Várias denúncias foram encaminhadas para o IGH, que nunca respondeu, pois fecharam as portas em Goiânia e sumiram”, afirmou.

Roberta ainda lembrou que, na última troca de OSs no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e no Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Caio Louzada (Heapa), já havia sido feito alerta sobre a necessidade de fiscalização do fundo rescisório. “A responsabilidade de fiscalização é do Estado. Estamos vivendo de calote em calote. IGH é tão bom que foi embora sem pagar e sem dar nenhuma explicação. Já notificamos o IGH, a Secretaria de Estado da Saúde e encaminhamos para o MPT para que tenhamos respostas e soluções. Esse é um calvário que estamos vivendo, infelizmente, com muita frequência”, disse.

Para Luzinéia Vieira dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Goiás (Sindsaúde), o problema está diretamente ligado ao modelo de gestão terceirizada. Ela afirma que o sindicato sempre foi contrário à entrega da administração de hospitais para OSs. “Nós temos acompanhado ao longo dos últimos 20 anos a atuação dessas organizações na gestão pública e observamos que isso tem sido fonte de desvio de recursos, pejotização e má gestão da maioria das unidades. Não resultou em melhoria no acesso dos usuários”, afirmou em entrevista exclusiva ao O HOJE.

Ela acrescenta que o modelo não fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS), nem garante segurança aos trabalhadores. “Vemos trabalhadores desassistidos quando há suspensão de contratos ou saída de uma OS. O Estado se tornou refém desse modelo, porque não investe mais em concursos públicos e não assegura que os servidores possam atuar dentro do serviço público. A promessa era qualificar a assistência, melhorar o atendimento, mas o que tivemos foi mais gasto de dinheiro público sem a melhoria esperada”, declarou.

Casos semelhantes em outros Estados

A situação enfrentada em Goiás também ocorre em outros estados. Em Minas Gerais, o Sindsaúde-MG acionou a Justiça e conseguiu impedir a contratação de uma OS para gerir o Hospital Cristiano Machado. A decisão levou a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) a cancelar o edital, após denúncias de riscos à estabilidade dos profissionais e possíveis prejuízos na qualidade do serviço. 

No Piauí, uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) identificou falhas graves no funcionamento de unidades de saúde administradas por OSs, como sobrepreço, falta de transparência, má gestão e precarização do trabalho.

Diante desse cenário, os profissionais da saúde, sindicatos e entidades de fiscalização reforçam a necessidade de rever o modelo de gestão via OSs. Eles defendem a retomada da gestão direta pelo Estado, por meio de concurso público, além de regras claras para garantir os pagamentos de direitos trabalhistas em caso de rescisão de contrato. A criação de um fundo específico para assegurar as verbas rescisórias é apontada como medida urgente.

Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o governo de Goiás não se manifestaram sobre as denúncias e as reivindicações dos trabalhadores. 

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DIÁRIO DA MANHÃ

Idosa de 74 anos sofre hemorragia fatal em exame

Uma idosa de 74 anos morreu durante a realização de um exame de endoscopia, na manhã desta terça-feira (3), em uma clínica particular de Contagem (MG).
Maria Bento de Souza teve hemorragia enquanto era submetida ao exame. A idosa estava acompanha por uma filha, que acionou a PM (Polícia Militar) após a intercorrência fatal.
Paciente sofreu “sangramento excessivo”, segundo relato do médico responsável. A polícia aguarda a conclusão dos laudos periciais para determinar as circunstâncias em que Maria morreu.
Clínica não tinha alvará da Vigilância Sanitária para funcionar. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem disse que “o estabelecimento só pode funcionar após a obtenção dos documentos exigidos por lei”.
Prefeitura de Contagem ressaltou que a clínica tem apenas o alvará de localização e funcionamento, que foi expedido em 2010 -a validade do documento não foi determinada. O serviço de Vigilância Sanitária marcou uma visita ao local nesta quarta-feira (4), mas o resultado técnico não foi divulgado.
Clínica informou que prestou as informações solicitadas pela investigação. O estabelecimento também disse que está à disposição dos familiares da vítima para prestar os “esclarecimentos necessários”. A gerência do local, porém, não se manifestou sobre o fato de funcionar sem alvará sanitário.
Caso é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais. Como o nome do médico responsável pelo procedimento não foi revelado, não foi possível localizá-lo para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Endoscopia é um exame considerado de baixo risco feito para diagnosticar doenças gastrointestinais. O procedimento é feito com a introdução de um tubo flexível, acoplado por uma câmera na ponta, para visualizar o sistema digestivo do paciente.

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PODER 360

Avaliação cega: o novo risco regulatório dos planos de saúde

Mailson da Nóbrega
Os planos de saúde no Brasil prestam um serviço essencial. Garantem atendimento a dezenas de milhões de brasileiros e, com isso, desafogam o já pressionado SUS (Sistema Único de Saúde).

Dada a importância do serviço prestado, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) monitora regularmente a qualidade dos planos, visando à garantia dos direitos dos usuários. No entanto, uma mudança regulatória recente ameaça a seriedade desse acompanhamento.

O monitoramento de garantia de atendimento buscava acompanhar o volume de reclamações de beneficiários sobre dificuldades de realização de procedimentos assistenciais nos prazos estipulados pela ANS. Um desempenho relativamente ruim nesse indicador pode resultar em penalidades severas para as operadoras, incluindo a suspensão da comercialização do plano de saúde.

Até o 1º trimestre de 2024, as reclamações sobre negativas de cobertura ou descumprimento de prazos máximos de atendimento eram analisadas pela ANS. Só aquelas consideradas procedentes depois da análise do mérito da agência eram utilizadas no cômputo do indicador.

Porém, com a edição da instrução normativa 36 de 2024, a ANS deixou de analisar as reclamações e passou a considerar procedente uma porcentagem fixa daquelas informadas pelos interlocutores como não resolvidas. Assim, esteja o beneficiário com razão ou não, sua demanda afeta a avaliação das operadoras.

O 1º e mais evidente problema dessa nova metodologia é que, mesmo demandas improcedentes, motivadas apenas pelo descontentamento do consumidor, mas negadas com base em exclusão contratual expressa, passaram a ser contabilizadas. Por exemplo, a demanda por procedimentos não descritos na cobertura do plano. Ou prazos de marcação de exames que desagradem beneficiários, ainda que razoáveis e dentro do prazo legalmente determinado.

O novo critério, portanto, traz um sério risco regulatório para as operadoras, pois adiciona um elemento na sua classificação perante a ANS, sobre o qual elas não têm controle. A mera manifestação de insatisfação pelos consumidores pode levar à suspensão de comercialização de planos, perda de credibilidade e dano à imagem, mesmo que não tenha havido deterioração na qualidade ou no acesso ao atendimento.

Como são comparadas todas as operadoras com só duas estratificações, as médico-hospitalares e as exclusivamente odontológicas, a classificação ignora que serviços distintos apresentam taxas de reclamação diferentes. Por exemplo, consumidores de grandes operadoras ou daquelas que oferecem planos mais abrangentes e de alto valor, com reembolso, geralmente apresentam expectativas mais elevadas, são mais exigentes e, portanto, inclinados a formalizar reclamações.

Por outro lado, mesmo esforços efetivos das operadoras para atender às reclamações e aprimorar o atendimento podem não melhorar sua classificação pela ANS. Com isso, o indicador deixa de cumprir sua função primordial: a de monitorar e incentivar melhorias da qualidade dos serviços dos planos de saúde. Pior, pode resultar em penalidades excessivas, com amplos impactos negativos.

Como a classificação das operadoras é comparativa, mesmo empresas com um índice muito baixo de reclamações podem ser enquadradas na categoria de pior desempenho e ter a comercialização do seu plano suspensa.

Também está determinada a proibição da inclusão de novos beneficiários nos planos suspensos, mesmo em planos já contratados. Isso significa que empresas que oferecem plano de saúde para seus funcionários serão prejudicadas, pois não poderão estender o benefício a novos colaboradores.

A suspensão da comercialização de planos de saúde pode abalar a saúde financeira das operadoras. Ao serem impedidas de vender novos planos, perdem a oportunidade de renovar e ampliar sua base de clientes, o que compromete o crescimento da receita e o equilíbrio financeiro do negócio. Esse cenário pode afetar a qualidade e a eficiência do atendimento prestado, além de resultar em aumentos de preços, reduzindo a atratividade e a acessibilidade dos planos.

A retração da oferta de planos privados, a piora na qualidade ou o encarecimento dos serviços podem levar parte dos usuários a migrar para o SUS, que já opera com recursos limitados. Assim, os impactos da nova regulação não afetam só as operadoras, mas colocam em risco a estabilidade e a capacidade de resposta do sistema de saúde como um todo.

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AGÊNCIA JORNAL DE NOTÍCIAS ONLINE

O custo da saúde no Brasil: entre o peso no orçamento público e o impacto no PIB

A saúde no Brasil é um dos pilares mais sensíveis da política pública e da economia nacional. Dividida entre o Sistema Único de Saúde (SUS), de acesso universal e gratuito, e o setor privado, que atende cerca de 25% da população, a estrutura de financiamento da saúde brasileira revela profundas desigualdades e desafios crescentes. Em 2025, o debate sobre o custo da saúde ganha ainda mais relevância diante das pressões fiscais e do aumento da demanda por serviços médicos.

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, mas enfrenta limitações crônicas de financiamento. Segundo dados recentes, o gasto público com saúde no Brasil representa cerca de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor abaixo da média de países com sistemas universais semelhantes, como Reino Unido e Canadá, onde esse percentual ultrapassa os 7%.

Apesar de sua importância, o SUS tem sofrido com a estagnação dos investimentos. A adoção do teto de gastos públicos em 2016, por meio da Emenda Constitucional 95, congelou os investimentos federais em saúde por 20 anos, limitando a capacidade de expansão e modernização do sistema. Como resultado, houve uma redução do gasto público per capita e do acesso a serviços essenciais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Além disso, a pandemia de COVID-19 expôs fragilidades estruturais do sistema, que ainda não foram plenamente resolvidas. Hospitais superlotados, falta de profissionais e escassez de insumos continuam sendo desafios recorrentes. A pressão sobre os orçamentos estaduais e municipais, responsáveis por grande parte da execução dos serviços de saúde, também se intensificou.

Enquanto o setor público enfrenta restrições, o setor privado de saúde tem crescido de forma constante. Em 2025, os gastos privados com saúde no Brasil já representam cerca de 5,5% do PIB, superando os investimentos públicos. Isso inclui despesas com planos de saúde, consultas particulares, medicamentos e procedimentos não cobertos pelo SUS.

Esse crescimento é impulsionado por uma classe média que busca alternativas diante da precarização do SUS e por incentivos fiscais que favorecem empresas que oferecem planos de saúde aos seus funcionários. Mesmo em períodos de crise econômica, como observado entre 2015 e 2020, o setor privado manteve sua base de clientes e ampliou receitas e lucros.

Contudo, essa expansão não é isenta de críticas. Especialistas apontam que o modelo atual aprofunda desigualdades no acesso à saúde, criando um sistema dual: um SUS subfinanciado para a maioria da população e um setor privado robusto para quem pode pagar. Além disso, o alto custo dos planos de saúde compromete significativamente o orçamento das famílias, especialmente entre os idosos e pessoas com doenças crônicas.

O cenário atual exige uma reavaliação profunda do modelo de financiamento da saúde no Brasil. A retomada do crescimento econômico e a revisão do teto de gastos são apontadas como medidas essenciais para garantir a sustentabilidade do SUS. Ao mesmo tempo, é necessário regulamentar com mais rigor o setor privado, garantindo transparência, qualidade e equidade no acesso.

A saúde, além de um direito constitucional, é um investimento estratégico. Estudos mostram que sistemas de saúde bem estruturados contribuem para o aumento da produtividade, redução da pobreza e melhoria da qualidade de vida. Portanto, equilibrar os custos e garantir eficiência nos gastos públicos e privados é um desafio que o Brasil precisa enfrentar com urgência.

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Assessoria de Comunicação        

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Os investimento e dedicação dos hospitais associados da Ahpaceg à segurança dos pacientes conquistaram mais um reconhecimento nacional: a Certificação de Alta Conformidade na Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente de 2024.


O documento entregue ontem, 3, pela Secretaria de Estado da Saúde, durante solenidade oficial na Assembleia Legislativa de Goiás, é conferido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a hospitais públicos, filantrópicos e privados de todo o País, após análise das práticas de segurança do paciente adotadas pelas instituições.


A Avaliação Nacional de Práticas de Segurança do Paciente ocorre anualmente e visa promover a cultura da segurança, por meio da gestão de riscos, da melhoria da qualidade e da aplicação das boas práticas nos serviços de saúde, como a higienização correta das mãos, a identificação segura do paciente, o uso racional de medicamentos, cirurgia segura e a prevenção de infecções.

O resultado divulgado agora refere-se à avaliação feita em 2024. Em Goiás, 79 hospitais participaram e 31 foram certificados, sendo 10 deles da rede Ahpaceg:

Hospital Evangélico Goiano (Anápolis)

Hospital e Maternidade Nossa Senhora Aparecida (Caldas Novas)

Hospital e Maternidade São Nicolau (Catalão)
Hospital Nasr Faiad (Catalão)


Hospital de Acidentados (Goiânia)
Hospital do Coração Anis Rassi (Goiânia)
Hospital do Rim (Goiânia)
Hospital e Maternidade Santa Bárbara (Goiânia)
Hospital Ortopédico de Goiânia (Goiânia)
Instituto Ortopédico de Goiânia (Goiânia)

Essa conquista traduz o compromisso dos hospitais associados com a segurança do paciente, que é um dos pilares do trabalho da Ahpaceg.

Parabéns a todos por acreditarem e trabalharem pela excelência da assistência médico-hospitalar em Goiás.

 

Foto: Freepik

Quarta, 04 Junho 2025 07:04

CLIPPING AHPACEG 04/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ministério da Saúde propõe curso relâmpago para formação de "especialistas"

https://www.simers.org.br/noticia/ministerio-da-saude-propoe-curso-relampago-para-formacao-de--especialistas-

Planos de saúde: confira as empresas que registram maior lucro e as que tiveram maior prejuízo no primeiro trimestre

https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/06/planos-de-saude-confira-as-empresas-que-registram-maior-lucro-e-as-que-tiveram-maior-prejuizo-no-primeiro-trimestre.ghtml

AGU confirma multa de R$ 250 mil a operadora de saúde

https://minutomt.com.br/geral/agu-confirma-multa-de-r-250-mil-a-operadora-de-saude/

Conferência de encerramento debate a regulamentação do uso da IA

https://portal.cfm.org.br/noticias/conferencia-de-encerramento-debate-a-regulamentacao-do-uso-da-ia

CFM e Royal College of Physicians of Canada debatem sobre modelos aplicáveis ao Brasil

https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-e-royal-college-of-physicians-of-canada-debatem-sobre-modelos-aplicaveis-ao-brasil

Reconhecimento que salva vidas: Hospital de Acidentados recebe Certificado de Alta Conformidade em Práticas de Segurança do Paciente – 2024

https://www.issoegoias.com.br/2025/06/reconhecimento-que-salva-vidas-hospital.html

Clínica baiana consegue na Justiça preservar o direito à privacidade de pacientes psiquiátricos

https://politicalivre.com.br/2025/06/clinica-baiana-consegue-na-justica-preservar-o-direito-a-privacidade-de-pacientes-psiquiatricos/#gsc.tab=0

Número de mortes por H1N1 em Goiás sobe de 15 para 23 em 7 dias

https://www.aredacao.com.br/noticias/233740/numero-de-mortes-por-h1n1-em-goias-sobe-de-15-para-23-em-7-dias

Cinco estratégias para engajar a equipe na jornada da acreditação

https://medicinasa.com.br/5-estrategias-acreditacao/

Criança com tumor no cérebro aguarda vaga em hospital especializado

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/crianca-com-tumor-no-cerebro-aguarda-vaga-em-hospital-especializado-13650300.ghtml

SIMERS

Ministério da Saúde propõe curso relâmpago para formação de "especialistas"

O Sistema Único de Saúde (SUS) pode estar perto de ter um aporte de "especialistas" sem a necessária residência médica. O Ministério da Saúde está enviando ofícios para que universidades federais indiquem profissionais que possam ser mentores no programa Serviços de Formação Especializada, a ser implantado. Eles trabalhariam com foco na formação prática e supervisionada em diversas especialidades. (Foto ilustração)

Os cursos teriam duração de seis meses a um ano. Uma residência médica dura de dois a cinco anos, dependendo da área. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) alerta para essa manobra do governo federal de precarização na formação médica.

O ofício lista 15 áreas. Entre elas, cirurgia do aparelho digestivo com ênfase em oncologia, cirurgias oncológicas avançada multidisciplinar ou com ênfase em tumores colorretais ou ginecológicos. Também estão no rol de especialidades, exames como colonoscopia, ecocardiograma e endoscopia. O documento não fala em prazos para o início do programa ou formato das mentorias. O objetivo é fazer um levantamento sobre o interesse das universidades antes de lançar o edital.

De acordo com o presidente do Simers, Marcelo Matias, "apesar de, em um primeiro momento, a iniciativa possa trazer a ideia de uma melhor resolutividade do SUS, principalmente na Atenção Básica de Saúde, o Simers adverte para a precarização da formação médica, pois seis meses são insuficientes para áreas complexas. Também há risco de desvalorização da residência médica. O curso não confere um título, o que gera insegurança profissional, e pode ser usado para mascarar a falta de especialistas, além de uma possível sobrecarga para os mentores"

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O GLOBO

Planos de saúde: confira as empresas que registram maior lucro e as que tiveram maior prejuízo no primeiro trimestre

As operadoras de planos de saúde médico hospitalares registram lucro de R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, mostram os dados do Painel Econômico-Financeiro publicado nesta terça-feira pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O resultado é mais do que o dobro do apurado entre janeiro e março do ano passado, quando foi de R$ 3,1 bilhões. O percentual das empresas no vermelho caiu de 27,7% no quarto trimestre de 2024, para 21,2% agora. Segundo Jorge Aquino, diretor de normas e habilitação das operadoras da ANS, enquanto o lucro das operadoras na lista dos melhores resultados dobrou, os prejuízos das que estão entre as de pior desempenho caiu significativamente na comparação com o mesmo período do ano passado.

Confira abaixo a lista das empresas com os melhores e piores desempenhos do setor

As cinco operadoras com maior lucro

Bradesco: R$ 927,66 milhões

SulAmerica: R$ 797,2 milhões

Amil: R$ 719,1 milhões

Hapvida: R$ 301,39 milhões

Notre Dame Intermédica: R$ 297,9 milhões

As cinco operadoras com maior prejuízo

Geap: – R$ 174,9 milhões

Cassi: -R$ 59,8 milhões

Unimed Nova Iguaçu: -R$ 59,75 milhões

Beneficência Social Bom Samaritano: – R$ 25,17 milhões

Sindifico Nacional: R$ 24 milhões

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MINUTO MT

AGU confirma multa de R$ 250 mil a operadora de saúde

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou, junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a validade da multa aplicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) à Unimed Curitiba, em ação anulatória proposta pela operadora de saúde.

A controvérsia surgiu porque a ANS havia aplicado uma multa de R$ 80 mil à operadora por não reembolsar beneficiário por despesa com honorários de instrumentador cirúrgico. A Unimed entrou com ação anulatória que foi julgada improcedente, mantendo-se a multa.

Porém, ao tomar conhecimento de que o procedimento não era eletivo, a ANS anulou o auto de infração e emitiu uma nova autuação, em maior valor por se tratar de procedimento de urgência.

A Unimed Curitiba, então, entrou na Justiça para tentar anular a multa de R$ 250 mil aplicada pela agência reguladora. A operadora alegou que a ANS não poderia agravar a sanção para a mesma situação fática e que a cirurgia de urgência foi liberada no prazo. Além disso, solicitou o direito ao desconto de 40% na multa, caso a autuação fosse mantida.

Caso de urgência

O Juízo Federal da 1ª Vara Federal de Curitiba julgou improcedente a ação, e a operadora recorreu ao TRF4, alegando que houve agravamento ilícito da sanção administrativa (reformatio in pejus).

Contudo, a Procuradoria Regional Federal da 4ª Região (PRF4), unidade da AGU que representa a ANS, explicou que a agência reguladora agiu corretamente ao cancelar a primeira multa e emitir uma nova, com base legal diferente, por se tratar de um caso de urgência. Segundo a AGU, isso representou um ato legítimo de correção dentro do próprio processo administrativo, feito antes da homologação do primeiro auto de infração.

A AGU sustentou a validade do ato, uma vez que a nova multa foi baseada em uma infração distinta e mais grave, prevista em lei. Além disso, a Unimed foi novamente notificada administrativamente, sendo garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa.

"Não houve agravamento da situação do autuado (reformatio in pejus), nem interpretação retroativa, pois a correção se deu antes mesmo da homologação do primeiro auto de infração", explicou o procurador federal Marcio Saturnino de Oliveira, que atuou no caso.

Sem desconto

Por fim, a AGU esclareceu que a empresa não tinha direito ao desconto na multa, pois optou por apresentar defesa e ingressar com ação judicial, em vez de pagar antecipadamente ou resolver a situação nos prazos previstos nas normas da ANS - requisitos exigidos para o benefício, conforme a Resolução Normativa nº 388/2015, vigente à época.

O TRF4 concordou com a AGU e manteve a multa. A Justiça entendeu que a agência agiu corretamente ao anular o primeiro auto e emitir outro mais adequado, sem desrespeitar os direitos da empresa. Também decidiu que, neste caso, não havia direito ao desconto da multa.

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CFM

Conferência de encerramento debate a regulamentação do uso da IA

A última atividade do I Fórum sobre Inteligência Artificial do CFM, realizado na manhã dessa terça-feira (3) foi a conferência “IA e o Parlamento Brasileiro”, proferida pela deputada federal Silvia Waiãpi (PL/AP), autora do projeto de lei nº 1325/25, que prevê o estudo da inteligência artificial na grade curricular do ensino fundamental. “Parabenizo o CFM por estudar este tema tão importante e profícuo. Todos nós precisamos saber como lidar com esta nova realidade”, afirmou.

Não conseguiu acompanhar o Fórum? Assista AQUI.

Para comprovar que a Inteligência Artificial é manipulável, ela mostrou informações sobre ela que teriam sido respondidas a uma pergunta a uma IA. “A informação é que eu teria sido assassinada há alguns anos por um garimpeiro, que, por acaso, está aqui nesta sala. Ou seja, a partir de uma narrativa de que eu, como indígena, eu só poderia ter sido assassinado por questões de terra, a IA está dando informações erradas sobre mim”, argumentou.

A deputada informou que no Congresso Nacional existem mais de 600 projetos que buscam regulamentar o uso da IA e que o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) pretende criar a Frente Parlamentar em Desenvolvimento da Inteligência Artificial. “Temos de pensar sobre isso, pois não se pode substituir a inteligência natural, que informações alimentadas por terceiros”, argumentou. Para a deputada, a IA “não pode substituir o toque do médico”.

Ao final da conferência, o coordenador da Comissão de Inteligência Artificial e 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, agradeceu aos palestrantes e participantes do evento. “Foi uma honra tê-los aqui nesta manhã. As reflexões feitas aqui vão subsidiar as nossas próximas ações sobre essa questão”, afirmou.

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CFM e Royal College of Physicians of Canada debatem sobre modelos aplicáveis ao Brasil

O Conselho Federal de Medicina (CFM) se reuniu, no dia 30 de maio em São Paulo, com representantes do Royal College of Physicians do Canadá para debater a construção de um modelo de exame de proficiência a ser aplicado no Brasil que atenda os critérios de qualidade e eficiência exigidos para a avaliação dos médicos recém-formados.

Reunidos com os conselheiros federais Diogo Leite Sampaio, da Comissão de Proficiência, Alcindo Cerci Neto, da Comissão de Ensino Médico, e com o diretor Francisco Cardoso, o Royal College, se dispôs a desenvolver protocolos específicos para o Brasil, a serem submetidos à apreciação do CFM.

Com quase 100 anos de experiência em realizar esses processos de avaliação, o Royal College já auxiliou mais de 40 países a construírem seus modelos de avaliação médica.

No mesmo dia, o CFM também encontrou o senador Astronauta Marcos Pontes, autor do Projeto de Lei do exame de proficiência, que agradeceu a presença dos médicos canadenses.

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ISSO É GOIÁS

Reconhecimento que salva vidas: Hospital de Acidentados recebe Certificado de Alta Conformidade em Práticas de Segurança do Paciente – 2024

Goiânia (GO) - Hoje, o Hospital de Acidentados recebeu o Certificado de Alta Conformidade em Práticas de Segurança do Paciente, conferido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e entregue durante o I Simpósio Estadual de Segurança do Paciente para Entrega dos Certificados de Alta Conformidade às Práticas de Segurança do Paciente aos Serviços de Saúde com leitos de UTI de Goiás, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde.

A certificação é resultado da participação do HA na Avaliação Nacional de Práticas de Segurança do Paciente, promovida anualmente pela Anvisa, em parceria com os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP VISA) e as Coordenações Estaduais e Municipais de Controle de Infecções.

A avaliação faz parte do Plano Integrado de Gestão Sanitária da Segurança do Paciente (2021–2025) e tem como objetivo promover a cultura da segurança, por meio da gestão de riscos, da melhoria da qualidade e da aplicação das boas práticas nos serviços de saúde.

No caso de hospitais com leitos de UTI, como o HA, o processo avaliativo envolve 21 indicadores de estrutura e processo, baseados na RDC nº 36/2013 e demais normativas federais. O preenchimento do formulário foi feito pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e Comissão de Controle de Infecções Hospitalar (CCIH) do HA, com envio de documentação comprobatória para validação dos critérios.

Após essa etapa, os dados foram analisados pelo NSP VISA e pelas Coordenação Estadual, que também fizeram visitas no hospital para a confirmação das evidências apresentadas.

A conquista é um orgulho para toda a equipe do HA e reafirma o compromisso diário do Hospital com a segurança, o cuidado e a qualidade da assistência prestada a cada paciente.

Parabéns a todos os profissionais envolvidos nessa jornada! O Hospital de Acidentados segue firme na missão de oferecer um atendimento cada vez mais seguro, humano e eficiente.

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POLÍTICA LIVRE

Clínica baiana consegue na Justiça preservar o direito à privacidade de pacientes psiquiátricos

Decisão atendeu pedido da clínica baiana Holiste Psiquiatria 

O Ministério da Saúde extrapolou o previsto na legislação e teve anulados pela Justiça Federal os efeitos da portaria 3/2017, que viola a privacidade do paciente psiquiátrico e o sigilo médico. A decisão atendeu pedido da clínica baiana Holiste Psiquiatria.

Na sentença, a desembargadora federal do TRF-1 Rosana Noya Alves Weibel Kaufmann diz que a portaria afronta o princípio constitucional da legalidade e viola o sigilo profissional médico, garantido pela Constituição Federal e pelo Conselho Federal de Medicina, além do respeito aos direitos do paciente, com o risco de lhes causar danos irreparáveis à sua privacidade.

A lei 10.216/2001 estabelece que a comunicação das internações psiquiátricas involuntárias deve restringir-se ao Ministério Público Estadual, contendo apenas o nome do paciente, data do internamento e data da alta médica, em até 72 horas de cada ocorrência, sem acréscimo de dados adicionais.

Mas a portaria 3/2017 do Ministério da Saúde vai além e infringe a legislação. Impõe aos estabelecimentos de saúde a obrigação de fornecer dados sensíveis e detalhados dos pacientes psiquiátricos que necessitem de hospitalização involuntária a uma comissão externa sem previsão legal.

Para o diretor técnico da Holiste, o médico psiquiátrico Luiz Fernando Pedroso, a decisão judicial, preserva a privacidade do paciente e estabelece limite à invasão estatal no tratamento psiquiátrico dirigido pelo médico, que segue critérios técnicos discutidos na comunidade científica e que visa exclusivamente o bem-estar do paciente.

O caso transitado em julgado abre um importante precedente para todas as instituições de assistência à saúde mental se verem desobrigadas de cumprir a referida portaria do Ministério da Saúde, fazendo prevalecer a lei que protege os direitos das pessoas com transtornos mentais.

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A REDAÇÃO

Número de mortes por H1N1 em Goiás sobe de 15 para 23 em 7 dias

Casos da doença no Estado chegam a 180 

O número de mortes causadas pelo vírus Influenza A/H1N1 em Goiás subiu de 15 para 23 em apenas uma semana, entre 27 de maio e esta terça-feira (3/6). O aumento representa uma alta de 53%, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO).

No mesmo período, os casos confirmados da doença passaram de 125 para 180, uma alta de 44%. Ao todo, Goiás contabiliza 617 casos confirmados de Influenza em 2025.

Além disso, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que exigem internação registraram crescimento de 32% em comparação ao mesmo período do ano passado.

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MEDICINA S/A

Cinco estratégias para engajar a equipe na jornada da acreditação

A busca pela Acreditação é, sem dúvidas, um dos processos mais transformadores dentro de uma instituição de saúde. Mas também pode ser um dos mais desafiadores. Afinal, mudar culturas, revisar processos e alinhar práticas exige mais do que metodologias — exige pessoas engajadas, motivadas e protagonistas dessa mudança. E é nesse momento que entra o papel do líder.

Muito mais do que conduzir cronogramas e entregas, o verdadeiro papel da liderança nesse processo é manter o time alinhado com o propósito. E, principalmente, garantir que a jornada da Acreditação não seja um fator de esgotamento, mas sim uma oportunidade de crescimento profissional e coletivo.

No vídeo que publiquei recentemente no LinkedIn, compartilhei 5 dicas práticas para líderes e gestores que estão nessa missão de engajar suas equipes rumo à excelência. Aqui, trago um resumo desses pontos:

1. Comunique com clareza (e frequência)

Não subestime o poder de uma boa comunicação. Explicar os porquês do processo de Acreditação, traduzir conceitos técnicos e dar visibilidade ao impacto das mudanças fortalece o sentimento de pertencimento.

2. Valorize as conquistas — grandes e pequenas

Cada passo merece reconhecimento. Celebre metas atingidas, evoluções percebidas e o esforço coletivo. O reconhecimento alimenta a motivação e reforça o senso de propósito.

3. Crie um ambiente seguro e acolhedor

A qualidade não anda sem segurança — inclusive emocional. A escuta ativa, o apoio aos desafios do dia a dia e a valorização da saúde mental da equipe fazem parte do processo.

4. Transforme metas em propósito compartilhado

A Acreditação precisa deixar de ser “mais uma tarefa” e se tornar um objetivo de todos. Quando a equipe entende que qualidade e segurança são valores que impactam diretamente o cuidado com o paciente, tudo muda.

5. Esteja presente na jornada

A liderança engajada inspira o time. Participar das etapas, estar disponível e demonstrar envolvimento real são atitudes que contagiam e reforçam o compromisso com a excelência.

Engajar uma equipe na Acreditação não é uma tarefa simples — mas é possível, e faz toda a diferença no resultado final. Ao tornar esse caminho mais humano, colaborativo e transparente, aumentamos as chances de sucesso e construímos uma cultura de qualidade sólida e duradoura.

*Camilla Covello é sócia e CGO da QGA – Quality Global Alliance.

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TV ANHANGUERA

Criança com tumor no cérebro aguarda vaga em hospital especializado

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/crianca-com-tumor-no-cerebro-aguarda-vaga-em-hospital-especializado-13650300.ghtml

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 03 Junho 2025 07:03

CLIPPING AHPACEG 03/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cresce a violência contra médicos: profissionais relatam medo e insegurança no trabalho

https://sbtnews.sbt.com.br/noticia/saude/cresce-a-violencia-contra-medicos-e-profissionais-relatam-medo-e-inseguranca-no-trabalho

Dados médicos podem valer até 50 vezes mais que os bancários

https://medicinasa.com.br/registros-medicos/

Administração Hospitalar: particularidades e oportunidades

https://medicinasa.com.br/administracao-hospitalar/

IA melhora em 22% a precisão no diagnóstico de câncer de mama HER2-baixo

https://medicinasa.com.br/ia-cancer-mama-2/

Médico do IPVisão representa o Brasil em congresso internacional de oftalmologia

https://www.issoegoias.com.br/2025/06/medico-do-ipvisao-representa-o-brasil.html

Médicos do Instituto Panamericano da Visão são premiados em congresso nacional de oftalmologia

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/06/medicos-do-instituto-panamericano-da.html

Número do Samu sai do ar em Goiânia e Prefeitura aciona a justiça

https://www.aredacao.com.br/noticias/233690/numero-do-samu-sai-do-ar-em-goiania-e-prefeitura-aciona-a-justica

Governo lança programa para reduzir fila por especialistas no SUS

https://www.saudebusiness.com/saude-publica/governo-lanca-programa-para-reduzir-fila-por-especialistas-no-sus/

SBT NEWS

Cresce a violência contra médicos: profissionais relatam medo e insegurança no trabalho

Superar o trauma e voltar ao trabalho não foi fácil para a médica pediatra Andrea Cabral. Ela foi agredida fisicamente no hospital público onde atua, no Rio de Janeiro.

“Ela começou a me agredir, gritar. Eu falei: ‘Mãe, as coisas não se resolvem gritando’. Virei de costas para pegar meu material de trabalho e, quando virei, ela meteu a unha e saiu rasgando meu rosto todo”, relatou a médica.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), os agressores, na maioria das vezes, são os próprios pacientes ou familiares. No caso de Andrea, a agressora foi a mãe de uma criança diagnosticada com pneumonia. A mulher teria se revoltado porque o medicamento indicado estava em falta no Sistema Único de Saúde (SUS) e, na farmácia, o preço era alto.

“E foi assim que eu fui para a delegacia. Ela continuou gritando que ia me bater mesmo, que isso não ia dar em nada. Ela já sabia que não ia dar em nada”, conta Andrea.

Dados do CFM mostram que, no ano passado, foram registrados 4.562 boletins de ocorrência relacionados à violência contra médicos nas delegacias de todo o Brasil.

O estado de São Paulo lidera o número de casos, com 832 ocorrências. Na sequência, aparecem Paraná, com 767, e Minas Gerais, com 460 casos registrados.

Em Douradina, no Mato Grosso do Sul, a situação chegou ao extremo. O médico Edvandro Gil Braz, de 54 anos, foi morto a facadas em novembro do ano passado. O autor do crime ficou insatisfeito com o atendimento prestado à esposa.

Todos os dias, 12 médicos são vítimas de ameaças, injúrias, lesões corporais e até furtos dentro de hospitais públicos, privados, clínicas e unidades de pronto atendimento. Isso significa que, a cada duas horas, um profissional de saúde sofre algum tipo de violência no país. Um reflexo dos problemas estruturais do sistema de saúde no Brasil.

“É um número de médicos insuficiente, às vezes falta insumo, que aquela instituição não tem, e o médico acaba pagando pela má gestão”, explica José Hiran da Silva Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina.

Na tentativa de conter a escalada de violência, a Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, um projeto de lei que prevê o aumento de um terço da pena para o crime de lesão corporal quando for cometido contra médicos.

“A que ponto nós chegamos para que os profissionais de saúde possam ser respeitados”, diz José Hiran.

Uma medida imediata que poderia amenizar a situação seria aumentar o número de seguranças nas unidades de saúde. No entanto, a sensação dos profissionais ainda é de tristeza e insegurança. “É muito triste para nós, profissionais, que estamos aqui atendendo na ponta, dando nosso melhor para cada um, receber isso”, desabafa Andrea.

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MEDICINA S/A

Dados médicos podem valer até 50 vezes mais que os bancários

Em um mundo praticamente digitalizado e globalizado, a saúde não estaria em um cenário diferente. O maquinário inteligente permite administrar medicação e até monitorar pacientes quando conectados à internet, o que também pode significar um grave risco à segurança, tanto dos dados em si, como dos pacientes.

De acordo com um boletim de segurança pela ISH Tecnologia, companhia nacional de cibersegurança, os aparelhos como bombas de infusão, monitores de sinais vitais, respiradores ou sistemas de prontuários médicos foram programados inicialmente para funcionar em apenas redes locais. Entretanto, à medida que se conectam mais à internet, podem permitir a invasão por outros dispositivos se as configurações de segurança não forem corretas. Essa conectividade sem cuidado estão: nas interfaces da web acessíveis sem autenticação, senhas padrão ou fracas deixadas ativas, protocolos desatualizados ou sem criptografia, integrações mal configuradas e portas críticas expostas.

Dispositivos como o Shodan (que opera como o ‘Google para dispositivos conectados’) possibilita que qualquer pessoa que saiba o básico encontre esses equipamentos usando simples termos como os servidores PACS, que são um componente essencial de um tipo de sistema clínico de TI chamado PACS — Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens.

“Para os invasores, os dados dos pacientes em sistemas hospitalares são de grande valia por expor ativos de valor financeiro, estratégico e exploratório e, diferente de senhas ou cartões de créditos, os dados médicos não podem ser apagados ou trocados – e podendo valer até 50 vezes mais que dados bancários comuns”, explica Ismael Rocha, Especialista em Inteligência de Ameaças da ISH  Tecnologia.

Os dados permitem ação de fraudes mais sofisticadas, como reembolsos indevidos de seguros de saúde, a aquisição de medicamentos controlados, a criação de identidades falsas baseadas nesses perfis reais e até mesmo a extorsão baseada em diagnósticos sensíveis.

Uma vez que os criminosos têm acesso ao histórico médico, eles criam campanhas de phishing (forma de fraude online onde os golpistas usam e-mails, mensagens de texto, redes sociais ou ligações para enganar as vítimas e roubar informações pessoais) personalizadas em que fingem ser do círculo hospitalar. A posse dessas informações aumenta significativamente as chances de sucesso na extorsão.

Ismael explica que os hospitais são alvos estratégicos devido a urgência e a sensibilidade dos dados. “Eles criptografam os sistemas hospitalares e, para não vazar as informações, exigem um resgate que é pago devido à pressão ética e operacional sob essas instituições – além de serem um tipo de arma de inteligência por rastrear vulnerabilidades de autoridades, militares e/ou executivos.”

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) do Brasil considera as informações de saúde como sensíveis, exigindo mais cuidado, proteção, controle e transparência. Em resumo, hospitais, clínicas e operadoras são legalmente responsáveis pela segurança dos dados médicos que armazenam e transmitem.

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Administração Hospitalar: particularidades e oportunidades

Pesquisas, incluindo estudos de instituições como a Universidade de Yale, sugerem que apenas as companhias aéreas apresentam um nível de complexidade comparável. Ambos os setores compartilham características como custos fixos substanciais, constantes avanços tecnológicos, força de trabalho altamente qualificada e demanda flutuante.

Dentro da Administração Hospitalar, particularidades específicas impactam significativamente o desempenho.

Particularidades

Altos Custos Fixos:
Aproximadamente 60% dos custos hospitalares são fixos (sem considerar depreciação e amortização), uma proporção muito maior do que em outros setores. Quando a depreciação é incluída, os custos fixos podem ultrapassar 80% das despesas totais. Para colocar os custos fixos na Administração Hospitalar em perspectiva, considere que os custos fixos em outras indústrias, como construção, agricultura e manufatura, normalmente não excedem 30%, mesmo incluindo a depreciação.

Conformidade Regulatória Rigorosa:
Hospitais operam sob uma complexa rede de regulamentações, exigindo adesão meticulosa.

Gestão de Estoque e Inventário:
A gestão de estoques e inventário Hospitalar é extremamente complexa, envolve milhares equipamentos, suprimentos médicos, cirúrgico e farmacêuticos. A Farmácia, por si só, exemplifica a complexidade dessa tarefa.

Navegar por essas complexidades exige expertise administrativa e uma gestão excepcional.

Desafios

A administração hospitalar é excepcionalmente desafiadora devido às complexidades inerentes. Para mencionar apenas alguns desafios:

Demanda Imprevisível:
Ao contrário da maioria das empresas, os hospitais não tem demanda consistente e espontânea. As pessoas raramente decidem por impulso procurar serviços médicos. Essa falta de previsibilidade torna os hospitais vulneráveis a flutuações sazonais, como gripes, viroses e acidentes, bem como eventos imprevisíveis (epidemias). Consequentemente, é difícil evitar tanto leitos vazios quanto superlotação. Isso cria uma equação complexa que impacta diretamente nas operações, receitas, lucros, cargas de trabalho e quadro de pessoal do hospital.

Envelhecimento Populacional e Doenças Crônicas:
A expectativa de vida global aumentou significativamente de 51 anos em 1960 para 72 anos em 2024. Nos Brasil, o aumento foi de 52 anos para 76 anos durante o mesmo período. Esse aumento na expectativa de vida resultou em uma população maior que necessita de acesso ao sistema de saúde, colocando uma demanda adicional aos recursos existentes. Além disso, a prevalência de doenças crônicas entre essa população resulta em casos médicos mais complexos, sobrecarregando ainda mais o sistema. Isso criou um desequilíbrio onde a demanda por serviços de saúde está aumentando, mas os recursos disponíveis não acompanharam o ritmo.

Custos de Implementação de IA:
A integração da Inteligência Artificial no campo da saúde oferece um horizonte promissor.
Podemos esperar melhores resultados para os pacientes, uso mais racional dos recursos e, consequentemente, redução de custos. No entanto, a implementação da IA exige investimentos significativos e, nos estágios iniciais, isso significa aumento de custos para os sistemas de saúde. Embora a perspectiva de longo prazo seja promissora, o ônus financeiro inicial e a curva de aprendizado apresentam desafios para os hospitais.

Sem dúvida, um quebra-cabeça, consequentemente, não para iniciantes e nunca para amadores.
Você conseguiria imaginar esse nível de complexidade enfrentado pelos Administradores Hospitalares?

Oportunidades

Os desafios inerentes da administração hospitalar apresentam um terreno fértil para oportunidades significativas. A história demonstra que as crises e desafios estimulam a inovação, particularmente em tecnologia, resiliência e gestão de recursos.

Da mesma forma, as complexidades das operações hospitalares oferecem avenidas únicas para melhorias.

Escalabilidade para Ganhos Exponenciais:
A grande escala das operações hospitalares permite que até mesmo pequenas eficiências gerem retornos substanciais. Por exemplo, uma redução de custo de $10 Reais por procedimento, implementada 50 vezes ao dia, se traduz em mais de R$ 180.000 Reais de economia anual. Esse princípio se aplica a todos os fluxos de trabalho hospitalares. A otimização de processos, como por exemplo a redução de tempo de preparação da sala de cirurgia, pode aumentar significativamente a capacidade sem investimento adicional. Minutos otimizados na preparação do centro cirúrgico facilmente, anualizados, se transformam em horas, dias ou semanas de disponibilidade. Isso destaca o poder da escalabilidade!

 Telemedicina, Expandindo Alcance e Eficiência:
Os rápidos avanços na telemedicina oferecem potencial transformador para hospitais e pacientes. A telemedicina pode aliviar a superlotação, reduzir custos fixos, expandir o acesso do paciente a áreas remotas e diminuir as taxas de readmissão, aumentando assim a eficiência e a receita.

Interoperabilidade, o Valor dos Dados na Saúde:
A interoperabilidade de dados de saúde, definida pela Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), como “a capacidade de diferentes sistemas de informação, dispositivos e aplicações, acessar, trocar, integrar e usar cooperativamente dados de forma coordenada, dentro e entre organizações, regionais e nacionais, para fornecer portabilidade oportuna e contínua de informações e otimizar a saúde de indivíduos e populações globalmente”, é uma oportunidade crítica.
Implementar a interoperabilidade aumenta a eficiência, melhora a tomada de decisões, otimiza os serviços e reduz os custos. Ao permitir o uso coordenado de dados entre organizações de saúde sem limite geográfico, a interoperabilidade promove a portabilidade de informações oportuna e contínua, melhorando, em última análise, a saúde da população.
Portanto, embora a administração hospitalar apresente desafios significativos, ela também oferece oportunidades incomparáveis de inovação e melhoria.

Para capitalizar essas oportunidades, os administradores devem priorizar o conhecimento junto com a dedicação e o comprometimento. As recompensas são substanciais e, com a adição de tecnologias como a IA, as possibilidades são vastas.

Para garantir lucratividade, serviço de alta qualidade e gestão sustentável, os gestores devem priorizar uma liderança hospitalar forte. Isso exige profissionais altamente experientes, com sólida formação acadêmica e conhecimento profundo em áreas como operações de gestão, tecnologia da informação, finanças e liderança.

Em conclusão, usando a analogia da companhia aérea, assim como as aeronaves mais avançadas requerem os melhores pilotos, a natureza intrínseca da administração hospitalar, a complexidade e a importância dos Hospitais na sociedade exigem Administradores de alto nível.

*Douglas Belarmino Tavares é Administrador, pós-graduado em finanças e contabilidade pela FAAP, Especialização em Gestão Hospitalar pela Yale School of Management, Neurociência nos negócios pelo MIT Management Sloan School. Certificação em PBM pela SABM-USA. Professor Adjunto do Departamento de Administração de Negócios na Florida Southern College, FL, USA.

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IA melhora em 22% a precisão no diagnóstico de câncer de mama HER2-baixo

Um estudo internacional que será apresentado no Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) 2025 revelou que o uso de inteligência artificial (IA) pode melhorar significativamente a precisão dos patologistas no diagnóstico de tumores de mama HER2-baixo e HER2-ultrabaixo. A pesquisa, que envolveu 105 especialistas de 10 países da Ásia e América do Sul, incluindo o Brasil, demonstrou que a assistência de IA aumentou a precisão diagnóstica em quase 22%.

A pesquisa focou em um grupo de pacientes que representa a maioria dos casos de câncer de mama: cerca de 65% dos tumores anteriormente classificados como HER2-negativos na verdade apresentam algum nível de expressão da proteína HER2 e pertencem aos subgrupos HER2-baixo ou HER2-ultrabaixo.

“Nosso estudo fornece a primeira evidência multinacional de que a inteligência artificial pode ajudar a fechar uma lacuna diagnóstica crítica e abrir portas para novas terapias como conjugados anticorpo-droga para a maioria dos pacientes que, até recentemente, não tinham tais alternativas”, disse a autora principal, Marina De Brot, médica patologista do A.C. Camargo Cancer Center.

A análise, que terá seus resultados detalhados apresentados em formato pôster durante o Congresso Anual da ASCO 2025, em Chicago (EUA), foi financiada pela farmacêutica AstraZeneca. Este é o primeiro conjunto de evidências multinacionais de que a inteligência artificial pode ajudar a fechar lacunas diagnósticas críticas e abrir portas para novas terapias.

O desafio da detecção microscópica

A identificação precisa dos níveis baixos de HER2 representa um desafio técnico significativo para os patologistas. Mesmo entre especialistas experientes, há discordância em aproximadamente um terço dos casos. Essa dificuldade resulta em muitos tumores HER2-baixo e HER2-ultrabaixo sendo erroneamente rotulados como HER2-nulos, o que nega às pacientes o acesso a terapias que poderiam prolongar sua sobrevida.

Na visão de Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas, esse é um avanço relevante para a medicina e pode trazer boas perspectivas para pacientes brasileiras. “Estamos falando de pelo menos 55% dos casos de câncer de mama que são HER2-baixo e outros 10% que são HER2-ultrabaixo. Muitas dessas mulheres vinham sendo privadas de tratamentos direcionados porque seus tumores eram incorretamente classificados como HER2-nulos”, explica o médico, que não participou diretamente da pesquisa, mas acompanhou os resultados.

O médico ressalta que a análise visual tradicional, baseada no olho humano, tem suas limitações quando se trata de detectar níveis sutis de expressão do HER2. “A introdução de conjugados anticorpo-droga (ADCs) nos últimos anos tornou essa detecção ainda mais relevante, pois agora temos tratamentos eficazes para esses casos anteriormente considerados inelegíveis para terapia-alvo”, comenta Gimenes.

Resultados impressionantes com suporte de IA

No estudo, os patologistas utilizaram uma plataforma digital de treinamento assistida por IA chamada ComPath Academy para avaliar 20 casos digitais de câncer de mama. Os resultados foram comparados com scores de referência estabelecidos por um centro especializado.

Os números revelaram melhorias substanciais:

A sensibilidade do diagnóstico aumentou de aproximadamente 76% para 90%

A concordância dos patologistas com os scores de referência melhorou cerca de 13%, saltando de 76,3% para 89,6%

A precisão geral na categorização dos casos aumentou de 66,7% para 88,5%

Mais impressionante ainda: a IA reduziu em mais de 25% os casos de HER2-ultrabaixo incorretamente classificados como HER2-nulos

“Esses resultados são extraordinários”, avalia o Dr. Gimenes. “Reduzir de 29,5% para apenas 4% os casos mal classificados significa que muito mais pacientes poderão ter acesso aos tratamentos adequados. No contexto brasileiro, onde buscamos constantemente melhorar o acesso e a qualidade do diagnóstico oncológico, essa tecnologia representa uma oportunidade importante”.

Impacto na prática clínica brasileira

O oncologista destaca que a implementação dessa tecnologia no Brasil poderia ter impacto significativo no tratamento do câncer de mama. “Estamos entrando na era da medicina de precisão, onde cada detalhe molecular do tumor importa para a escolha terapêutica. Essa ferramenta de IA não substitui o patologista, mas potencializa sua capacidade diagnóstica.”

A relevância é ainda maior considerando que o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil, com estimativa de mais de 73 mil novos casos anuais, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Próximos passos e perspectivas

Os pesquisadores já planejam estudos de implementação multicêntrica para incorporar a ferramenta de IA na rotina diagnóstica e medir os efeitos clínicos downstream, incluindo mudanças nas opções de tratamento e tempo até o início da terapia para pacientes com câncer de mama HER2-baixo e HER2-ultrabaixo.

“Esse é apenas o começo. A IA em oncologia não veio para substituir médicos, mas para nos tornar mais precisos e eficientes. Para nossas pacientes brasileiras, isso significa diagnósticos mais acurados e acesso a tratamentos mais personalizados”, finaliza Daniel Gimenes.

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ISSO É GOIÁS

Médico do IPVisão representa o Brasil em congresso internacional de oftalmologia

O oftalmologista Fernando Heitor de Paula (CRM/GO 11591 – RQE 6733), do Instituto Panamericano da Visão, participou como conferencista do XXXVI Congresso Panamericano de Oftalmologia, realizado entre 30 de maio e 2 de junho, em Bogotá, Colômbia.

Durante o evento, o Dr. Fernando Heitor ministrou duas palestras, compartilhando sua experiência com colegas de toda a América Latina.

Os temas apresentados foram: “Phacorefractive surgery: Is there space for EDOF or Enhanced monofocals?” (Cirurgia facorrefrativa: há espaço para lentes EDOF ou monofocais aprimoradas?) e “Precision in Phacorefractive surgery: Selecting the optimal lens for every patient” (Precisão na cirurgia facorrefrativa: selecionando a lente ideal para cada paciente).

O IPVisão se orgulha de ver sua equipe compartilhando conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento da oftalmologia mundial e levando a excelência do atendimento prestado aos pacientes também aos grandes palcos da oftalmologia internacional.

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FOLHA DO PLANALTO

Médicos do Instituto Panamericano da Visão são premiados em congresso nacional de oftalmologia

Reconhecimento destaca excelência, inovação e compromisso com a qualidade da assistência oftalmológica

O Instituto Panamericano da Visão (IPVisão) celebra com orgulho uma importante conquista de dois de seus especialistas, os oftalmologistas Rafael Garcia (CRM/GO 23495 – RQE 12245) e Leiser Franco (CRM/GO 10466 – RQE 6607), que foram premiados no XXXII Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa, realizado entre os dias 28 e 31 de maio, em São Paulo (SP).

O Dr. Leiser Franco foi reconhecido com o prêmio de melhor caso clínico cirúrgico do congresso, apresentando o tema “Catarata subluxada (cold flange)” — um procedimento de alta complexidade que exige precisão, conhecimento técnico e habilidade cirúrgica.

Dr. Rafael Garcia recebeu o prêmio de melhor caso clínico da sessão do GAC e outro no tradicional Festival de Filmes, que integra a programação do congresso. Ele foi premiado com o vídeo “I Still Believe”.

As premiações reforçam o compromisso do IPVisão com a excelência profissional e a constante atualização científica de sua equipe médica. Para o Instituto é uma grande satisfação ver profissionais da equipe sendo reconhecidos nacionalmente por trabalhos que refletem a qualidade da assistência que IPVisão busca oferecer todos os dias aos pacientes.

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A REDAÇÃO

Número do Samu sai do ar em Goiânia e Prefeitura aciona a justiça

Decisão favorável obriga manutenção do serviço

O número 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está temporariamente fora do ar em Goiânia. De acordo com a prefeitura, a falha foi provocada pela retirada de cabeamento por parte da operadora Oi, o que comprometeu o funcionamento da linha tronco e dos ramais vinculados.

Para garantir a continuidade do serviço, o município obteve uma decisão judicial que obriga a operadora a manter o fornecimento e a manutenção dos serviços contratados. “A gestão municipal está em tratativas com a operadora para o restabelecimento integral, tendo em vista o caráter essencial dos serviços”, informou a prefeitura em nota.

Enquanto isso, os chamados de urgência devem ser feitos pelo número 193, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), que está repassando as ocorrências para as equipes do Samu.

Confira a nota na íntegra: 

A Prefeitura de Goiânia informa que obteve decisão judicial favorável que obriga a operadora Oi de manter o fornecimento e manutenção do serviço, conforme estabelecido em contrato. 

A gestão municipal está em tratativas com a operadora para o restabelecimento integral, tendo em vista o caráter essencial dos serviços.

Os atendimentos do Samu seguem em funcionamento com apoio do Corpo de Bombeiros, que está repassando as solicitações de urgência para as equipes.

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SAÚDE BUSINESS

Governo lança programa para reduzir fila por especialistas no SUS

São Paulo, Bauru e Piracicaba recebem primeiros equipamentos do programa, que busca agilizar o acesso a atendimento especializado no SUS.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançaram na última sexta-feira (30) um novo programa para agilizar o acesso da população a médicos especialistas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia principal aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com eventos simultâneos em diversos municípios paulistas, que marcaram a primeira fase da iniciativa.

Em São Paulo, três cidades participaram simultaneamente do lançamento: Bauru, Piracicaba e a capital paulista. Cada uma delas recebeu um acelerador linear — equipamento de alta tecnologia utilizado no tratamento do câncer — como entrega inicial do programa.

Em Bauru, a cerimônia foi realizada no Hospital Estadual e contou com a presença do coordenador-geral da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabeli.

Em Piracicaba, o evento aconteceu na Santa Casa local, com a presença do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Márcio França, e do secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Junior.

Já na capital paulista, o lançamento foi realizado no Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp), com a participação do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, do presidente da Ebserh, Arthur Chioro, e da secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad.

O programa visa não só ampliar a oferta de equipamentos de ponta no SUS, mas também reduzir a espera por atendimentos especializados, promovendo maior acesso, agilidade e equidade no cuidado à saúde da população brasileira.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 02 Junho 2025 06:49

CLIPPING AHPACEG 31/05 A 02/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Rafael Martinez é o novo presidente do Cremego

https://www.foconacional.com.br/2025/06/rafael-martinez-e-o-novo-presidente-do.html

Consulta em até 14 dias e exames em até 10: veja prazos obrigatórios dos planos de saúde e saiba como agir

https://g1.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2025/06/02/consultas-prazos-obrigatorios-dos-planos-de-saude-como-agir.ghtml

Setor de serviços médicos lidera denúncias de assédio por gestores

https://medicinasa.com.br/denuncias-assedio/

Setor médico enfrenta nova escalada nos custos operacionais

https://medicinasa.com.br/custos-setor-medico-24/

Tecnologia: Velhos problemas, novas soluções para a saúde

https://medicinasa.com.br/saude-digital-obstaculos/

Cremego abre concurso com salário de até R$ 6,1 mil

https://ohoje.com/2025/06/02/cremego-abre-concurso-com-salario-de-ate-r-61-mil/

Dados na telemedicina: importância da segurança das informações

https://maislaudo.com.br/blog/dados-na-telemedicina/

FOCO NACIONAL

Rafael Martinez é o novo presidente do Cremego

Em plenária realizada na quinta-feira, 30, os conselheiros do Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) elegeram a nova diretoria da instituição para a gestão junho/2025 a janeiro/2027. O médico oftalmologista Rafael Cardoso Martinez é o novo presidente do Conselho.

A nova diretoria é composta por:

Rafael Cardoso Martinez - Presidente

Vagner Ruiz Gil – 1º vice-presidente;
João Anastácio Dias – 2º vice-presidente;
Sheila Soares Ferro Lustosa Victor – 1º secretária;
Ruy Rocha de Macedo – 2º secretário;
Fernando Henrique Abrão Alves da Costa – 1º tesoureiro;
Adriano Jaime Consorte Loyola – 2º tesoureiro.

Durante a plenária, a ex-presidente, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, que deixou o cargo em 31 de maio, apresentou o relatório de sua gestão, apontando o cumprimento de 90% dos compromissos de campanha e desejando sucesso ao novo presidente.

O relatório, na íntegra, com todas as ações realizadas, está disponível no site do Cremego: www.cremego.org.br. O documento também aponta um aumento expressivo nas atividades do Conselho nos últimos meses com resultados positivos para a classe médica.

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PORTAL G1

Consulta em até 14 dias e exames em até 10: veja prazos obrigatórios dos planos de saúde e saiba como agir

Resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar determina prazos máximos para que convênios atendam clientes; g1 explica como recorrer para que sejam cumpridos.

Planos de saúde devem marcar consultas, exames e procedimentos em prazos curtos determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A resolução existe desde 2011 e foi atualizada em 2023, mas ainda é pouco conhecida pelos beneficiários dos convênios.

Consultas básicas, que englobam as especialidades de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia devem ser marcadas em até sete dias. As demais especialidades devem obedecer o prazo de 14 dias.

Mãe de um menino autista, a empregada doméstica Rosilene Moreira tentava há dois anos marcar um psiquiatra para o filho, que é autista e tem nove anos.

Rosilene, que é beneficiária da Amil, conta ao g1 que a consulta com o especialista é parte do tratamento do menino, que precisa de uma equipe multidisciplinar para cuidar de sua condição. A demanda para outras especialidades –terapia ocupacional e neurologia– também levou longos meses para ser atendida.

Quando conseguiu a terapia, Rosilene diz ter sido encaminhada para uma clínica em Interlagos, na zona sul de São Paulo, a 60 quilômetros de onde ela mora, em Franco da Rocha, na região metropolitana. Ela demora cerca de 2h30 de transporte público para chegar, trajeto que deixa o menino estressado.

O neurologista, que foi marcado depois de cerca de um ano de tentativas, foi uma péssima experiência, segundo ela.

“Quando finalmente consegui levar meu filho ao neurologista, esse médico prescreveu zolpidem para um menino de nove anos. Não sabia que era proibido para menores de 18 anos, e passei a dar o medicamento para o meu filho, que ficou totalmente desestabilizado”, ela conta.

O hemitartarato de zolpidem é um hipnótico recomendado para um tratamento a curto prazo de insônia crônica. Ele não tem qualquer indicação a crianças, muito menos a condições relacionadas ao autismo. Rosilene, então, desistiu. Hoje, paga R$ 600 para levar o garoto a um neurologista particular.

O g1 procurou a Amil, plano de saúde de Rosilene. Após o contato da reportagem, o convênio agendou a consulta do filho dela. Em nota, a empresa disse que “agendou com a mãe a realização da consulta em São Paulo, uma vez que no município de Franco da Rocha, em que o beneficiário reside, há uma carência de serviços dessa especialidade.”

ANS determina prazos máximos para marcar procedimentos

A Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) obriga planos de saúde a concederem um prazo máximo para atendimento a beneficiários. A Pasta determina, ainda, que esses especialistas estejam localizados na mesma cidade do paciente.

Desde a pandemia de coronavírus, a ANS percebeu um aumento de 450% no número de reclamações.

Nos últimos dez anos, a Pasta interferiu em mais de 230 mil demandas de beneficiários, acelerando os processos de planos de saúde. Conheça os prazos máximos determinados pela ANS:

Consulta básica (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia): 7 dias.

Consulta, demais especialidades: 14 dias.

Consulta/sessão com fonoaudiólogo: 10 dias.

Consulta/ sessão com nutricionista: 10 dias.

Consulta/ sessão com psicólogo: 10 dias.

Consulta/ sessão com terapeuta ocupacional: 10 dias.

Consulta/ sessão com fisioterapeuta: 10 dias.

Consulta/ sessão com enfermeiro obstetra: 10 dias.

Consulta e procedimentos realizados em clínica com cirurgião-dentista: 7 dias.

Exames de análises clínicas em laboratório: 3 dias.

Demais exames em laboratório: 10 dias.

Terapia em regime ambulatorial: 10 dias.

Procedimentos de alta complexidade: 21 dias.

Atendimento em regime de internação eletiva: 21 dias.

Atendimento em regime de hospital-dia: 10 dias.

Tratamentos oncológicos em casa (incluindo medicamentos que controlam efeitos colaterais): 10 dias.

Tratamentos contra o câncer iniciados em hospital que precisam ser continuados em casa ou em clínica: 10 dias.

Urgência e emergência: imediato

“Acionar a ANS dá resultado”

A doula Janaína Martins costuma acionar a ANS para resolver os prazos absurdos que, segundo ela, seu antigo convênio, o São Cristóvão, costumava dar. Ela conta à reportagem que tentou marcar uma consulta com um neurologista para a filha, de um ano, e a espera ultrapassava dois meses.

“Eu trabalhava com uma advogada especialista em saúde que me orientou a fazer o processo. Pedi o protocolo ao plano, acionei a ANS e no dia seguinte recebi um e-mail com um horário disponível em uma clínica. Mas não compareci porque as avaliações da clínica eram péssimas”, conta.

“Em outro momento, precisei fazer uma avaliação neuropsicológica e a espera era de seis meses. Fiz o mesmo procedimento, acionei a ANS no dia 24 de agosto. Em 30 de agosto eu comecei a avaliação neuropsicológica”, diz.

“Acionar a ANS é simples e dá resultado. É importante que clientes de plano de saúde saibam disso.”

Como proceder se prazos não forem cumpridos

Ao acionar o plano de saúde, ele deve conceder opções de datas compatíveis com os prazos máximos. Caso isso não aconteça, a ANS recomenda:

Peça ao convênio o protocolo de atendimento. Ao entrar em contato com o plano de saúde para solicitar a marcação, anote o número de protocolo. A operadora é obrigada a fornecê-lo. Esse número é a prova de que a solicitação foi feita e de quando foi feita.

Entre em contato com a ouvidoria do plano. Se o prazo expirar e a operadora não agendar o serviço, o próximo passo é acionar a ouvidoria do plano de saúde. Explique a situação, fornecendo o protocolo do atendimento inicial. A ouvidoria tem um prazo para dar uma resposta.

Acione a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Caso a ouvidoria do plano não resolva o problema ou não ofereça solução satisfatória dentro do prazo, o beneficiário deve registrar uma reclamação diretamente na ANS.

Registre a reclamação. É possível registrar a reclamação online, pelo site da ANS (www.gov.br/ans/pt-br), pelo telefone (0800 701 9656) ou presencialmente em um dos núcleos da ANS.

Cheque as informações necessárias. Tenha em mãos os dados, os dados do plano, o número de protocolo do atendimento no plano de saúde e da ouvidoria, além de uma descrição detalhada do problema (de qual serviço precisa, quando solicitou, e a falta de agendamento).

Problema deve ser resolvido em menos de uma semana. Se, mesmo após acionar a ANS, o plano não cumprir a determinação e o usuário for obrigado a pagar pelo serviço por conta própria (em um prestador particular, por exemplo), a operadora terá de reembolsar integralmente, incluindo possíveis despesas com transporte, em até 30 dias a partir da sua solicitação de reembolso.

Reembolso também vale se a operadora não marcar a consulta. O mesmo vale para os casos em que a operadora não fornecer um prestador em sua rede ou em municípios próximos e o usuário tiver que buscar atendimento por conta própria.

O que dizem convênios e ANS

À reportagem, o São Cristóvão, antigo convênio de Janaína, afirma que “atua fortemente para proporcionar um atendimento humanizado, ético e de qualidade, e que todos os processos seguem rigorosamente os protocolos e normas estabelecidos pelos órgãos reguladores.”

“Reforçamos nosso compromisso com a transparência e nos colocamos à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários pelos nossos canais oficiais de atendimento”, diz a empresa, em nota. "Sobre o caso informado pela reportagem, devido à limitação de dados e informações, não localizamos registros sobre a manifestação da interlocutora”, conclui.

Também em nota, a ANS explica que “em qualquer caso em que o consumidor tenha dificuldade quanto ao seu atendimento, ele ou seu representante legal deve procurar, inicialmente, sua operadora para que resolva o problema. Caso não tenha a questão resolvida, registre reclamação junto à ANS nos seguintes Canais de Atendimento:

Disque ANS (0800 701 9656). Atendimento telefônico gratuito, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h, exceto feriados nacionais;

Formulário eletrônico. Fale Conosco na Central de Atendimento ao Consumidor;

Central de atendimento para deficientes auditivos. 0800 021 2105;

Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país.

“É importante pontuar que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a oferecer todos os procedimentos previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde para atendimento integral da cobertura prevista, de acordo com a segmentação assistencial, área geográfica de abrangência e de atuação do produto, dentro dos prazos definidos pela ANS, não sendo permitida, sob qualquer alegação, a negativa indevida de cobertura assistencial."

"Para garantir a assistência oferecida nos seus produtos, as operadoras devem formar uma rede de prestadores, seja própria ou contratualizada, compatível com a demanda e com a área de abrangência do plano, respeitando o que foi contratado, sendo imputada a elas a responsabilidade por eventuais falhas na formação desta rede”, conclui a Pasta.

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MEDICINA S/A

Setor de serviços médicos lidera denúncias de assédio por gestores

A 10ª edição da Pesquisa Nacional dos Canais de Denúncias, da Aliant, empresa especializada em soluções para Governança, Compliance, Ética, Privacidade e ESG, e pertencente à holding ICTS, revelou que o setor de serviços médicos foi o mais denunciado em 2024, concentrando 22,3% de todos os relatos registrados por canais independentes. O dado acende um alerta sobre o ambiente organizacional de hospitais, clínicas e empresas da área da saúde, onde 57,4% das denúncias dizem respeito a assédio e condutas inadequadas de líderes e gestores.

Os dados fazem parte do Panorama Setorial dos Canais de Denúncias – 2ª edição, publicação técnica da Aliant baseada em mais de 8 mil denúncias anonimizadas, recebidas entre janeiro e dezembro de 2024. O relatório analisa os principais setores econômicos e oferece insights acionáveis para líderes e gestores das áreas de integridade e compliance.

Além da alta concentração de relatos, o levantamento traz outros recortes preocupantes. Um deles mostra que 73% das denúncias partiram de mulheres e 67,5% foram realizadas de forma anônima, um forte indicativo de que o medo de retaliação ainda persiste e de que o canal é percebido como único espaço seguro para relatar irregularidades.

Apesar disso, o setor mantém um índice elevado de confiança no canal: o Net Trust Score (NTS) foi de 4,2, equivalente à média nacional, evidenciando que, mesmo diante de um cenário adverso, as colaboradoras acreditam na efetividade do sistema. Ainda assim, apenas 26,2% dos casos considerados procedentes resultaram em medidas disciplinares, número abaixo da média geral (32,8%). Nos casos mais graves, envolvendo assédio, preconceito e discriminação, apenas 20,3% resultaram em responsabilização formal.

“Quando vemos um volume alto de denúncias, principalmente contra lideranças, aliado à baixa taxa de responsabilização, temos um sinal de alerta: o canal está funcionando como termômetro de um ambiente ético fragilizado, mas o ciclo da integridade ainda não se fecha”, avalia Mauricio Fiss, Diretor Executivo da Aliant.

Outro dado relevante é o tempo médio de apuração das denúncias, que no segmento é de 43 dias (51 dias para denúncias qualificadas), indicador positivo que demonstra respostas mais rápidas em comparação com outros segmentos. No entanto, apenas 58% dos relatos foram considerados qualificados, abaixo da média geral (68%), o que sugere necessidade de mais clareza sobre como e o que denunciar.

Para a Aliant, os resultados reforçam a importância de não apenas ouvir, mas agir. “O canal de denúncias é um instrumento de transformação, desde que haja acolhimento, investigação qualificada e responsabilização. Sem isso, a confiança se quebra”, conclui Fiss.

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Setor médico enfrenta nova escalada nos custos operacionais

O setor médico e hospitalar brasileiro enfrenta, em 2024, uma nova escalada nos custos operacionais, com destaque para o aumento significativo dos preços dos medicamentos. Segundo o Boletim Informativo Planisa (BIP), os custos unitários hospitalares registraram aumentos em praticamente todas as áreas, ampliando os desafios de sustentabilidade financeira enfrentados por hospitais, operadoras de saúde e pacientes. Entre os principais fatores, o crescimento de 16,9% no custo com medicamentos se destaca como o mais expressivo, superando largamente a inflação oficial (IPCA), que foi de apenas 3,9% no mesmo período.

Esse avanço nos gastos reflete tanto os reajustes regulatórios quanto o uso crescente de medicamentos de alta complexidade, como imunobiológicos e agentes oncológicos. Em paralelo, os materiais hospitalares também apresentaram uma elevação considerável, com alta de 14,2% entre 2023 e 2024.

Além dos insumos, outras áreas críticas do atendimento hospitalar também tiveram aumentos relevantes. A hora do centro cirúrgico, por exemplo, subiu 15% no período, influenciada principalmente pelo aumento de 19% nos custos com pessoal não médico.

O custo por colaborador do centro cirúrgico aumentou 8%, enquanto os custos gerais e administrativos avançaram 15% e os custos absorvidos de apoio, 12%. Ainda que o número de cirurgias tenha crescido 6%, a taxa de ocupação das salas cirúrgicas caiu 9%, o que acentua o impacto do custo unitário.

Outros custos

No pronto-socorro, o custo médio por paciente atendido também registrou elevação expressiva de 17% entre 2023 e 2024. Essa alta foi puxada por um aumento de 10% nos custos com pessoal médico e não médico, além de uma elevação de 12% no custo médio por colaborador. Ao mesmo tempo, houve uma queda de 2% no número total de atendimentos, o que contribuiu para a elevação do custo por unidade de serviço prestado.

“Os serviços de diagnóstico também não escaparam da pressão inflacionária. O custo médio dos exames de raios X aumentou 22% em apenas um ano, influenciado por um crescimento de 18% nos custos gerais e de 12% com pessoal não médico. Mesmo com um aumento de 45% na produção desses exames, os custos por exame seguiram em alta. Esse movimento foi especialmente observado em unidades privadas sem fins lucrativos e geridas por organizações sociais de saúde (OSS), que apresentaram os maiores valores médios”, ressalta o diretor de Serviços da Planisa e especialista em custos hospitalares, Marcelo Carnielo.

Nas unidades de internação, os custos também seguiram em trajetória ascendente. A internação em unidades não críticas adultas teve aumento de 10,4% no custo médio, passando de R$ 882 em 2023 para R$ 974 em 2024. Já a UTI adulta apresentou crescimento mais moderado, de 3,3%, com o custo médio indo de R$ 2.424 para R$ 2.505. O cenário foi semelhante nas unidades pediátricas, com as internações não críticas para crianças subindo 11,1% e as UTIs pediátricas aumentando 8,5%. As UTIs neonatais também registraram alta de 3,3% nos custos, chegando a R$ 2.688.

Serviços

Outros serviços hospitalares de apoio, como lavanderia e alimentação, também registraram elevações. O custo médio por quilo de roupa processada cresceu 15% entre 2023 e 2024, sendo que nas unidades com lavanderia terceirizada os aumentos foram ainda mais acentuados: mão de obra terceirizada subiu 31%, materiais 33% e serviços gerais 15%. Já o custo por dia de alimentação do paciente aumentou de R$ 65 para R$ 73 no mesmo intervalo, uma elevação de 12,3%.

“Esses aumentos refletem uma combinação de fatores: reajustes salariais, pressão inflacionária, aumento do custo dos insumos médicos e impacto residual da pandemia, que ainda afeta a ocupação e a produtividade em várias unidades hospitalares. A taxa de ocupação, por exemplo, permanece abaixo dos níveis de 2019 em diversas áreas, o que reduz a diluição dos custos fixos e contribui para o aumento do custo unitário”, explica Carnielo.

Diante desse cenário, Carnielo pontua que há a necessidade de ações imediatas por parte dos gestores hospitalares e operadoras: renegociação de contratos com fornecedores, implementação de protocolos clínicos padronizados, revisão de processos administrativos e adoção de modelos de remuneração baseados em valor”, fala. “Além disso, o uso de ferramentas analíticas para monitorar custos e desempenho em tempo real pode ajudar a conter despesas e melhorar a previsibilidade orçamentária”, completa.

Na avaliação do especialista da Planisa, os resultados confirmas a continuidade de uma tendência preocupante no setor de saúde: os custos sobem mais rápido que a inflação, enquanto os níveis de ocupação e produtividade ainda se recuperam lentamente. “A sustentabilidade do sistema dependerá, cada vez mais, da eficiência na gestão hospitalar, da inovação em modelos de atenção e da capacidade de adaptação a um ambiente econômico e regulatório em constante transformação”, conclui.

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Tecnologia: Velhos problemas, novas soluções para a saúde

Não é novidade que a promessa da transformação digital na saúde brasileira sofre com vários obstáculos. Prontuários físicos e sistemas isolados e mal projetados mantiveram hospitais, clínicas e unidades básicas de saúde em uma espécie de zona de estagnação tecnológica. Mas esse cenário finalmente começa a mudar — até mais rápido do que prevíamos — com a inteligência artificial (IA) generativa. Uma tecnologia que pode destravar caminhos, acelerar a reinvenção dos modelos de cuidado e até tornar aquilo que conhecemos como “padrão ouro” rapidamente obsoleto.

Para muitos médicos brasileiros, a insistência no uso de prontuários em papel não é apenas uma resistência ao novo; é, na verdade, uma escolha que fazem diante de sistemas antigos, pouco intuitivos e que impõem mais complicações do que soluções — e ainda roubam tempo da consulta que deveria ser gasto com o paciente. É aqui que a IA começa a se destacar, oferecendo fluxos de trabalho mais amigáveis que eliminam a necessidade de digitação manual e automatizam a coleta e análise de dados.

De acordo com o Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024, elaborado pela FOLKS, 62% das instituições reconhecem a importância da transformação digital em seus planos estratégicos. Ainda assim, apenas 18% contam com estratégias estruturadas. Ou seja, a lacuna entre discurso e prática é grande, mas a pressão por mudança cresce e a inteligência artificial pode ser o elo que faltava para transformar intenção em ação.

Desafios clássicos como interoperabilidade complexa, infraestrutura precária, pouco investimento em pesquisa e déficit na capacitação dos profissionais de saúde desafiaram gestores do setor por anos. Mas esses obstáculos não são mais tão intransponíveis quanto pareciam. A própria natureza da IA generativa, com sua grande capacidade de se adaptar a diferentes contextos e de lidar com dados estruturados (que correspondem a mais de 80% dos dados do setor), permite que soluções sejam construídas mesmo em cenários de baixa maturidade digital e que grandes saltos de geração de valor passem a ser frequentes.

A chave para a transformação é oferecer algo melhor, mais simples, mais eficiente e centrado no usuário. Profissionais sobrecarregados, que enfrentam jornadas exaustivas e lidam com múltiplas demandas, não precisam de mais sistemas sofisticados. Precisam, sim, de soluções que funcionem integradas à sua rotina clínica.

A IA pode e deve ser esse caminho. Um caminho que não exige que se adapte a prática clínica às limitações tecnológicas, mas que adapte a tecnologia à realidade de quem cuida. Com escuta, investimento e atenção às particularidades do sistema de saúde brasileiro, será possível abordar, sob novas perspectivas, os problemas antigos que insistem em perdurar.

*Fillipe Loures é médico e fundador da Voa Health.

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O HOJE

CREMEGO abre concurso com salário de até R$ 6,1 mil

Conselho de Goiás oferece 60 vagas para jornalista e contador

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CREMEGO) publicou o edital do novo concurso público para 2025. A seleção oferece 60 vagas, sendo duas para provimento imediato e as demais para formação de cadastro de reserva. As oportunidades são destinadas a candidatos com nível superior de escolaridade, para os cargos de Contador e Assessor de Imprensa (Jornalista).

A organização do certame está sob responsabilidade do Instituto Brasileiro de Educação, Seleção e Tecnologia (Ibest). Os interessados poderão se inscrever exclusivamente pela internet, por meio do site www.institutoibest.org.br, das 9h de 26 de maio até as 23h59 de 26 de junho de 2025. A taxa de inscrição será de R$ 65 para o cargo de jornalista e R$ 58 para o cargo de contador, havendo possibilidade de isenção para inscritos no CadÚnico ou doadores de medula óssea.

Vagas e salários

O edital oferta as seguintes vagas:

Assessor de Imprensa (Jornalista): 1 vaga imediata + 29 em cadastro de reserva. Remuneração de R$ 6.158,43, para 25 horas semanais.

Contador: 1 vaga imediata + 29 em cadastro de reserva. Remuneração de R$ 3.822,36, para 20 horas semanais.

Ambas as funções exigem formação superior na área correspondente e registro ativo e adimplente no respectivo conselho profissional.

Benefícios

Além do salário base, os aprovados terão direito aos seguintes benefícios:

Auxílio-alimentação: R$ 756,25;

Auxílio-creche: R$ 349,18 por filho menor de 6 anos;

Auxílio-saúde: conforme instruções normativas;

Auxílio-transporte: conforme legislação vigente;

Plano de carreira, cargos e salários.

Etapas da seleção

O concurso será composto por duas etapas:

Prova objetiva: de caráter eliminatório e classificatório. Composta por 50 questões de múltipla escolha, sendo:

20 questões de conhecimentos básicos: Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Noções de Informática e Atualidades;

30 questões de conhecimentos específicos da área do cargo.

A pontuação máxima da prova objetiva será de 80 pontos.

Avaliação de títulos: de caráter apenas classificatório. Serão pontuados títulos de pós-graduação, mestrado e doutorado. A nota máxima será de 10 pontos, mesmo que a soma dos títulos ultrapasse esse limite.

Requisitos para investidura

Entre os requisitos para investidura no cargo estão:

Ter nacionalidade brasileira ou portuguesa (nos termos legais);

Idade mínima de 18 anos;

Estar em dia com as obrigações eleitorais e, se do sexo masculino, com as militares;

Não acumular cargo público de forma irregular;

Ter aptidão física e mental para o exercício das atividades;

Não estar cumprindo sanção por inidoneidade em qualquer esfera da administração pública.

Aplicação das provas

As provas objetivas estão previstas para serem aplicadas em 27 de julho de 2025, em local e horário que serão divulgados posteriormente pela banca organizadora. Os candidatos devem acompanhar todas as atualizações e comunicados oficiais no site do Instituto Ibest.

Último concurso

O último certame realizado pelo CREMEGO ocorreu em 2024, com vagas para níveis médio e superior. Na época, foram ofertadas duas vagas com salários que variavam de R$ 2.591,82 a R$ 7.191,02, além de benefícios. A banca organizadora foi a ABCP Concursos.

Para mais informações, consulte o edital completo no site do Instituto Ibest.

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MAIS LAUDO

Dados na telemedicina: importância da segurança das informações

Os dados na telemedicina envolvem prontuários, históricos clínicos, resultados de exames e outros registros que, se vazados, podem causar danos jurídicos e à imagem das instituições. Por isso, é muito importante que as instituições de saúde tenham um compromisso ainda maior com a segurança da informação.

Neste artigo, explicamos como garantir a segurança dessas informações, quais são as principais normas que regulam o setor e como a Mais Laudo se posiciona como referência em proteção de dados.

Por que investir em segurança dos dados na telemedicina?

A segurança da informação na saúde vai além do ambiente digital. Embora o manuseio físico de documentos também envolva riscos, é no espaço virtual que as soluções mais eficazes se concentram. Sistemas digitais permitem restringir acessos, auditar registros e definir níveis de autorização com maior controle e eficiência.

Ao garantir a integridade dos dados, as instituições de saúde:

Evitam falhas humanas comuns no arquivamento físico;

Reforçam a proteção contra ciberataques e acessos não autorizados;

Mantêm conformidade com legislações como a LGPD;

Aumentam a produtividade e reduzem retrabalhos no dia a dia clínico.

Todos esses motivos citados contribuem para que as instituições transmitam mais confiança a pacientes e parceiros.

Quais são as consequências do vazamento de dados?

O vazamento de informações médicas pode causar prejuízos irreparáveis. Além de expor detalhes íntimos do paciente, como por exemplo, doenças sexualmente transmissíveis ou uso de medicamentos controlados, esses dados comprometem a reputação da instituição.

Legalmente, clínicas e hospitais podem ser alvos de processos movidos por pacientes ou familiares. A LGPD prevê sanções e multas severas, enquanto a Resolução CFM nº 1.997/2012 reafirma o dever ético do sigilo médico. A credibilidade da instituição também é afetada, já que confiança e privacidade são pilares no relacionamento com o paciente.

LGPD e telemedicina: o que diz a legislação?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece diretrizes para o tratamento de dados pessoais em qualquer setor — e na saúde, isso é ainda mais sensível. Informações clínicas são consideradas dados sensíveis e, por isso, demandam atenção redobrada.

Listamos abaixo algumas das principais exigências legais:

Obtenção de consentimento explícito do paciente;

Transparência no uso e finalidade das informações;

Garantia de acesso aos dados pelo titular;

Medidas de segurança como criptografia, autenticação e controle de acesso.

Além disso, é importante ressaltar que a Resolução CFM nº 1.638/2002 define que a telemedicina só deve ser praticada mediante infraestrutura tecnológica que assegure privacidade, sigilo e integridade das informações médicas.

Como garantir a segurança dos dados na prática?

A proteção de dados na telemedicina deve ser pensada como uma estratégia integrada entre pessoas, processos e tecnologia. Veja como colocar isso em prática:

Defina perfis de acesso conforme a função de cada colaborador;

Adote criptografia robusta para o armazenamento e a transmissão de dados;

Mantenha os sistemas sempre atualizados e com firewalls ativos;

Realize auditorias periódicas para identificar vulnerabilidades;

Capacite a equipe sobre boas práticas de segurança digital.

Essas ações reduzem riscos, promovem rastreabilidade e garantem conformidade com normas legais e éticas.

Como a Mais Laudo garante a segurança dos dados?

A Mais Laudo adota uma série de medidas para garantir que os dados compartilhados em sua plataforma estejam protegidos em todas as etapas do processo.

Laudos 100% assinados eletronicamente, laudados apenas por médicos especialistas com RQE

Todos os laudos liberados pela Mais Laudo possuem marca d’água e são 100% assinados eletronicamente com certificado digital individual de acordo com o ICP-BRASIL, tornando este documento inviolável.

Além disso, todos os laudos contam com dois formatos de validação, sendo por QRCode com acesso rápido e via link com token de verificação. Oferecendo assim, mais credibilidade para sua empresa. 

Laudos disponíveis por 5 anos com backup e segurança:

Aqui na Mais Laudo utilizamos a melhor infraestrutura de servidores e armazenamento online, a Amazon Cloud Services. O que isso significa? Que todos seus laudos estão guardados e sempre disponíveis para seu acesso de qualquer lugar do mundo, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Gestão de contas e usuários

No sistema Mais Laudo é possível administrar todas suas unidades filiais através de uma única conta, com intuito de uma melhor gestão dos laudos. Assim como, é possível criarmos contas direcionadas para os seus clientes, para que eles possam ter acesso direto aos laudos de seus funcionários.

Além disso, pensando na segurança dos dados e na divisão de setores dentro da sua empresa, podemos disponibilizar usuários com diferentes níveis de permissões de acesso à sua conta.
Fale com nossos consultores e conheça todas as soluções da Mais Laudo para sua clínica ou hospital.

Médico Cardiologista formado pela UNEC e Especialista em Ecocardiografia pela FATESA. Possui vasta experiência em atendimento ambulatorial em Cardiologia e Saúde da Família, urgência e emergência, enfermaria hospitalar, além de atuar como ergometrista. Também possui expertise em Telemedicina, sendo especialista em laudos de Holter, Eletrocardiograma e MAPA. Atualmente, é Coordenador da Unidade Coronariana do Hospital Vila da Serra, Preceptor da Especialização em Cardiologia Clínica do mesmo hospital e referência técnica da Clínica Cuidar Saúde, em Sete Lagoas, MG. CRM MG 61303, RQE 43711 e LinkedIn @jailton-neves-fernandes.

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Assessoria de Comunicação        

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