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Sexta, 22 Agosto 2025 06:50

CLIPPING AHPACEG 22/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Novo presidente da ANS quer 'choque de transparência' no setor

https://platobr.com.br/novo-presidente-da-ans-quer-choque-de-transparencia-no-setor

Cremego contesta e solicita a retificação do edital de contratação do HEANA

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/08/cremego-contesta-e-solicita-retificacao.html

Nova paralisação na Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/nova-paralisacao-na-maternidade-nascer-cidadao-em-goiania-13862354.ghtml

Justiça suspende contrato de R$ 9 milhões da Prefeitura com o Sesi

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/justica-suspende-contrato-de-r-9-milhoes-da-prefeitura-com-o-sesi-13862294.ghtml

Sem anestesiologistas, Maternidade Nascer Cidadão suspende atendimentos

https://www.aredacao.com.br/noticias/238627/sem-anestesiologistas-maternidade-nascer-cidadao-suspende-atendimentos

Exame de Residência bate recorde com 138 mil candidatos inscritos

https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2025-08/exame-de-residencia-bate-recorde-com-138-mil-candidatos-inscritos

A medicina do trabalho faz bem à saúde do Brasil

https://www.jornalopcao.com.br/artigo-de-opiniao-2/a-medicina-do-trabalho-faz-bem-a-saude-do-brasil-737147/

Receita vitalícia é mais cara: os bastidores do mercado ilegal de compra e venda de documentos médicos falsos

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/08/22/receita-vitalicia-e-mais-cara-os-bastidores-do-mercado-ilegal-de-compra-e-venda-de-documentos-medicos-falsos.ghtml

Faculdades de Medicina devem acabar após decisão do governo

https://diariodocomercio.com.br/mix/faculdades-de-medicina-devem-acabar-apos-decisao-do-governo/

PLATÔ BR

Novo presidente da ANS quer 'choque de transparência' no setor

Novo presidente da ANS aponta problemas em planos populares, impõe freios a reajustes excepcionais e defende que Congresso enfrente cancelamentos abusivos de coletivos

Aprovado pelo Senado nesta semana, Wadih Damous assume a presidência da Agência de Suplementar (ANS) prometendo mudar o tom da regulação no setor. Nos últimos dias como secretário nacional do Consumidor, Damous disse apostar em um "choque de transparência" como marca de sua gestão, defendendo acesso público e linguagem clara nas informações das operadoras.

Amigo de Lula, de quem foi advogado, disse não ver problema em não ser do setor de saúde, e prometeu zelar pela saúde das empresas, mas disse haver um DNA de cuidado com o consumidor na origem da agência.

Damous disse haver problemas nos chamados "planos populares", que considera insustentáveis e potencialmente prejudiciais ao SUS. Disse ser refratário à revisão técnica de reajustes - aceitando apenas em casos extremos e com condicionantes, como a obrigatoriedade de ofertar planos individuais. Reconheceu ainda os abusos nos cancelamentos de contratos coletivos, que hoje atingem famílias com idosos e pessoas autistas, e sugeriu que o Congresso deveria assumir sua responsabilidade regulatória.

Leia abaixo a entrevista.

Você chega à presidência da ANS sem ter atuado diretamente no setor de saúde. Como pretende compensar essa ausência de experiência específica para conduzir uma agência com tantos desafios regulatórios?

Um senador me fez essa tua pergunta, quando, numa das visitas que eu fiz, antes da sabatina. Eu ponderei com ele: se pegar o histórico de todos os presidentes até hoje da ANS, muitos não eram médicos, não eram da área de saúde. Em certa medida, o fato de eu ser do direito, de ser um quadro do direito, talvez tenha mais a ver do que, propriamente, ser um médico, ser alguém formado em uma faculdade de medicina. Por quê? Isso tem a ver com direito regulatório, agência reguladora. Tem a ver com interpretação. Tem a ver com interpretação de normas. Tem a ver com elaborar normas. Quem é do direito tem uma facilidade maior para tratar dessas dimensões. A ANS elabora normas, tem que interpretar e deliberar sobre normas. Quem tem formação jurídica está mais apto para fazer isso. Óbvio que, em certa medida, alguém da área médica, por outra dimensão, também pode desenvolver ali um trabalho importante, como já foi o caso na ANS ao longo da sua história. Não vejo problema nenhum no fato de não ser da área da saúde.

A ANS tem discutido mudanças profundas nas regras de reajuste, coparticipação e sinistralidade, que seriam as maiores dos últimos 20 anos. Como pretende conduzir esse debate sem comprometer a previsibilidade para o consumidor e para as operadoras?

A ANS tem uma história sui generis, que a distingue em relação a outras agências. Nada precedeu a ANS. Por exemplo, a ANP, a Agência de Petróleo, era uma espécie de costela da Petrobras. A Aneel, da Eletrobras. Tinha alguma coisa que deu origem, né? Que deu origem. Havia já marcos normativos.

A ANS, não. A ANS foi marco zero. Ela construiu um acervo normativo muito importante. Porque antes da regulação da ANS e da Lei dos Planos de , era selvageria. Era selvageria. Mas a ANS não regula aquilo que o legislador não quis enfrentar. Um exemplo disso são os planos coletivos. Os planos individuais, que já não são mais ofertados no mercado, são regulados: a operadora não pode rescindi-los unilateralmente, exceto em casos de fraude ou inadimplência, e os reajustes são definidos pela própria ANS. Já em relação aos planos coletivos, o legislador se conteve. A interpretação é simples: se a lei não proíbe, as operadoras podem fazer. O resultado é que muitos consumidores enfrentam reajustes violentos, muito acima da inflação. Quando questionadas, as operadoras argumentam que a inflação médica não é a mesma da inflação geral, o que abre um outro problema.

Recentemente, a agência autorizou reajustes excepcionais acima do teto para alguns planos individuais. Considera necessário rever esses critérios? Como equilibrar sustentabilidade financeira das operadoras e proteção de consumidores mais vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência?

Existe uma demanda de algumas operadoras que enfrentam dificuldades com suas carteiras e pedem a chamada revisão técnica, ou seja, a possibilidade de obter um reajuste maior do que aquele fixado pela ANS para o conjunto do setor. Esse tema está em debate dentro da agência. Eu vou entrar nesse debate agora, mas, a princípio, sou refratário a esse tipo de pleito - a não ser que fique comprovado que a negativa possa levar à quebra da operadora ou à inviabilização da oferta de serviços.

Mesmo assim, haveria de se estabelecer condicionantes. Um exemplo seria: "Tudo bem, mas, em contrapartida, a operadora terá que comercializar planos individuais por três anos". Esse tipo de condicionante pode ser interessante.

De fora, é possível apenas acompanhar a existência dessas propostas. Mas, lá dentro, como diretor, estarei obrigado a deliberar e a ouvir meus pares. E é importante lembrar: no , o cargo de presidente costuma ser entendido como alguém que manda em tudo. Em uma agência reguladora, não é assim. O meu voto tem o mesmo peso dos demais diretores; posso ser vencido em qualquer decisão. O presidente não decide sozinho, as deliberações são sempre colegiadas.

Vejo nisso um desafio interessante, porque obriga a persuadir os interlocutores e construir consensos. Esse formato cria um ambiente profícuo de debate, democrático e coletivo, em que as decisões ganham legitimidade pelo processo.

Vocêjá afirmou que os cancelamentos unilaterais de planos coletivos devem ser tratados pelo Congresso. Ainda assim, a ANS tem um papel regulatório nesse tema. Qual será sua postura diante de operadoras que continuam cancelando contratos em massa?

Essa questão foi tratada na sabatina, como você deve ter acompanhado. O que eu disse ali, e repito agora, é que o legislador não quis regular os planos coletivos. Se ele regulou os planos individuais, mas não fez o mesmo com os coletivos, ou deixou isso pela metade, foi porque deliberadamente não quis. A interpretação, naquele momento, foi a de que os planos coletivos deveriam ficar à mercê da livre negociação entre as partes.

Agora, por que os planos individuais não são mais ofertados? Porque são regulados. O consumidor, ao buscar contratar um plano individual ou familiar, encontrou barreiras. Em vez disso, passou-se a criar pessoas jurídicas apenas para viabilizar a contratação. Esse desequilíbrio gerou uma distorção. Por isso, entidades de defesa do consumidor corretamente passaram a caracterizar muitos desses contratos como "falsos coletivos".

O que são, então, os coletivos? Em alguns casos, grandes entidades, como a OAB - que reúne milhares de advogados - firmam convênios de adesão. Acontece que a OAB, apesar de ser uma entidade de grande porte, não tem capacidade técnica ou poder de barganha para negociar de forma equilibrada com as operadoras, já que sua finalidade não é oferecer planos de saúde. Assim, quando a operadora decide aplicar um reajuste, a entidade pouco pode fazer para reagir.

Esse é o resultado da escolha do legislador: quem detém poder econômico dita as regras. É a operadora quem impõe o reajuste e quem cancela contratos, simplesmente porque pode.

E por que a ANS não interfere? Porque, se fizesse isso, haveria uma enxurrada de judicializações. As operadoras recorreriam imediatamente ao Judiciário, alegando que a agência estaria invadindo uma competência do legislador. Como a decisão de não regular os coletivos partiu do Congresso, a ANS não pode, por meio de normas infralegais ou regulamentares, proibir algo que a lei não proibiu.

E é um argumento válido do ponto de vista jurídico?

Tem argumento para os dois lados. Mas, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prevalece a interpretação de que a ANS esbarraria em um impedimento jurídico. Por isso eu disse que essa questão deveria ser enfrentada pelo Congresso. Há diversos projetos de lei nesse sentido: alguns proibindo simplesmente a rescisão unilateral, outros prevendo exceções, como nos casos de autistas ou de pessoas idosas.

O Congresso tem diante de si uma gama de propostas que precisam ser discutidas. Porque, do contrário, a situação se agrava. Eu, como beneficiário de plano de saúde, considero absolutamente legítima a reclamação dos consumidores: ninguém aceita reajustes abusivos ou cancelamentos baseados em seleção de risco. Cancelar porque a carteira envelheceu ou porque há autistas, por exemplo, é ilegal. Mas isso acontece.

Se a ANS tomasse a decisão sozinha de proibir tais práticas, haveria instabilidade e insegurança jurídica. Tribunais diferentes poderiam decidir de forma divergente até o tema chegar ao STJ. Por isso, é mais prudente que o Congresso legisle sobre o assunto. Uma lei tem mais robustez do que qualquer norma administrativa ou regulamentar da ANS.

A criação de planos de baixa cobertura, ou "planos populares", recebeu fortes críticas. Considera que esse modelo pode ter viabilidade no ? Quais condições mínimas de cobertura o senhor acredita que deveriam ser inegociáveis?

Essa discussão coincidiu justamente com o período em que minha sabatina estava marcada, mas não ocorria. Em dezembro, a ANS lançou o chamado sandbox regulatório, para testar esse tipo de plano. A iniciativa, porém, não contou com o apoio nem do corpo técnico da agência, altamente qualificado, nem de entidades ligadas ao consumidor. Pelo contrário: Ministério Público, Defensorias Públicas e organizações da sociedade criticaram, repudiaram e judicializaram a proposta. A ANS acabou recuando e transferiu o tema para uma Câmara Técnica.

Os argumentos a favor dos planos populares são: preço mais baixo, possibilidade de ampliar a oferta de planos individuais e desafogar o SUS em consultas e exames. O contra-argumento é evidente: se uma pessoa faz uma consulta, descobre uma doença grave como um câncer, não terá cobertura para internação ou tratamento e voltará para o SUS, aumentando a fila da alta complexidade.

Ou seja, esses planos esvaziam a fila da atenção primária, mas sobrecarregam a de casos graves. Por isso, vejo muita dificuldade em aprovar algo com esse formato. A cobertura mínima prevista é tão restrita que sequer incluiria urgência e emergência, o que obrigaria o paciente a correr para o SUS em situações críticas. Na prática, os chamados planos populares se revelam impopulares. Ainda assim, o tema está em debate na Câmara Técnica, e eu vou participar dessa discussão.

O Superior Tribunal de Justiça determinou que cabe à ANS regular os cartões de desconto em saúde, usados hoje por mais de 60 milhões de brasileiros. Pretende avançar nessa regulação? Que tipo de salvaguardas para o consumidor poderiam ser adotadas?

Se a decisão judicial transitar em julgado, não restará alternativa à ANS a não ser cumpri-la. Hoje ela ainda está em discussão, mas minha preocupação é com a capacidade operacional da agência. Os cortes orçamentários têm sido severos e há déficit de pessoal. Cumprir uma nova atribuição pode ser difícil para um corpo técnico já sobrecarregado.

Caso a decisão se confirme, a ANS terá de estabelecer uma regulação clara, com salvaguardas para os consumidores. Não conheço em detalhes o funcionamento desses cartões, mas sei que eles têm grande apelo popular por oferecerem consultas e serviços a preços mais acessíveis. A tarefa será definir regras que garantam segurança e transparência aos usuários.

O setor de saúde suplementar passou de prejuízos bilionários em 2022 e 2023 a lucro líquido em 2024. Na sua visão, o que explica essa virada? A ANS deve interferir mais ativamente na transparência das operadoras sobre receitas e despesas?

A ANS precisa, sim, atuar nesse ponto. Defendo o máximo de transparência possível, até porque estamos lidando com saúde, com vida e morte. Não pode haver caixa-preta nem dados confidenciais. Tudo deve ser público e acessível.

Quero ver, por exemplo, como se calcula a inflação dos serviços médicos e quais os métodos utilizados para isso. Pretendo ser um defensor exigente da transparência e convencer meus pares nesse sentido. A ideia é implementar um verdadeiro choque de transparência: informações claras, seguras, acessíveis ao consumidor, sem "mediquês".

Isso não é novidade: já está no Código de Defesa do Consumidor. Informação clara é uma determinação legal. O consumidor não é advogado nem juiz para ter de interpretar seu contrato. Ao entrar no site de uma operadora, deve ter a certeza de que está diante de informações completas e compreensíveis. Do meu ponto de vista, a transparência deve ser a pedra de toque da regulação da ANS.

Pretende fazer alguma mudança na forma de funcionamento da diretoria da ANS?

Algumas respostas são difíceis de dar sem estar no dia a dia da agência. Mas uma proposta que quero levar aos meus pares é a de que as reuniões sejam presenciais. Por mais que a tecnologia permita encontros à distância, acredito que a eficiência do trabalho e a cultura regulatória da ANS se fortalecem no contato direto.

Quanto aos funcionários, sei que boa parte está em home office. Não pretendo impor nada de forma autoritária. A pandemia transformou o trabalho remoto em regra, mas quero discutir a possibilidade de reduzir o home office, talvez por meio de rodízio, para determinados setores. Tudo em diálogo e sem traumas.

Reconheço que o home office pode trazer ganhos de produtividade, especialmente no formato híbrido. Mas também há relatos de sobrecarga. No trabalho presencial, os limites de horário são mais claros. Em casa, muitas vezes as pessoas acabam exploradas. Quero ouvir o corpo técnico - que é altamente qualificado - e negociar uma forma equilibrada de atuação.

Você vai trabalhar a partir de Brasília ou vai se mudar para o Rio de Janeiro?

Minha intenção é permanecer em Brasília. O centro do poder está aqui, as demandas principais estão aqui e é daqui que se dá a interação com Congresso, Ministério Público e demais atores. A ANS tem uma estrutura em Brasília, mas ela está praticamente vazia. Quero revitalizá-la, transformá-la em um ponto de atendimento ao público e de referência institucional.

Claro, as reuniões de diretoria ocorrem no Rio, a cada três semanas, como determina a lei. Então estarei no Rio sempre que necessário. Mas, estando em Brasília, acredito que fortaleço a eficácia da atuação da agência.

Você vem de uma trajetória política e de defesa do consumidor. Como pretende blindar sua gestão de pressões políticas, de um lado, e econômicas, de outro, para que a ANS atue com autonomia técnica?

O setor é altamente conflituoso, e essa tensão se agravou nos últimos tempos, sobretudo por conta de rescisões unilaterais que atingiram famílias com pessoas autistas. Essa conflitosidade não começou agora, mas de fato se acentuou.

O que posso garantir é que não sou irresponsável. Não estou indo para "quebrar o plano de saúde". Ao contrário, é determinação legal zelar pelo equilíbrio econômico do setor e pela solvência das operadoras. Isso não significa, porém, virar as costas para os consumidores.

A história da ANS mostra isso: mesmo dirigentes liberais, favoráveis ao mercado, não desviaram a regulação em favor das operadoras. O corpo técnico e a própria agência se moldaram com forte atenção ao consumidor.

Na Secretaria do Consumidor, meu papel era claro: defender o consumidor. Na ANS, o papel é de regulador, mas não dá para ignorar a vulnerabilidade acentuada de quem depende de um plano de saúde. Estamos falando de vida e saúde.

Por isso, serei firme em buscar o equilíbrio: operadoras robustas, saudáveis, que não corram risco de quebra, mas sem que isso se faça às custas de abusos contra os beneficiários.

Quando o presidente Lula te convidou para perguntar se aceitava ser indicado, o que ele te falou? Qual foi a missão que ele te deu?

O presidente foi direto. Disse: "Eu tive um câncer e tive o melhor tratamento. Não me faltou nada. Por que eu tenho esse direito e os outros não têm?". A questão é filosófica: buscar igualdade de acesso, mesmo sabendo que talvez nunca se alcance plenamente.

O é único por ter, ao mesmo tempo, um sistema universal de saúde - o SUS, que é um patrimônio nacional - e um sistema privado robusto. Mas o SUS sofre com subfinanciamento e precisa de reforço.

Inclusive, recebi hoje de uma funcionária do Ministério da um boneco do Zé Gotinha, que passei a usar como símbolo desse compromisso. É uma forma de marcar que estou, sim, lidando com a saúde.

Recentemente, estrangeiros que precisaram de atendimento no SUS relataram surpresa ao serem atendidos de graça e com qualidade. Isso mostra o valor que temos e precisamos preservar. Claro, o setor privado não é SUS, mas as operadoras também devem ter consciência da responsabilidade de lidar com vidas.

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FOLHA DO PLANALTO

Cremego contesta e solicita a retificação do edital de contratação do HEANA

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) enviou ofício à Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), entidade gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA), contestando o Edital nº 21/2025 divulgado pela instituição para a contratação de médico cirurgião geral, médico plantonista (área fechada) e médico ortopedista e traumatologista, com jornadas de 60h mensais e salários de R$ 4.196.

O Cremego aponta as seguintes irregularidades no documento:

Carga horária diária não definida;
Salário aquém do piso salarial estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM);
Falta de descrição dos critérios para a gratificação de produção.

O Conselho solicitou a retificação do edital, a fim de que sejam asseguradas aos médicos condições dignas para o exercício da profissão.

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TV ANHANGUERA

Nova paralisação na Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/nova-paralisacao-na-maternidade-nascer-cidadao-em-goiania-13862354.ghtml

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Justiça suspende contrato de R$ 9 milhões da Prefeitura com o Sesi

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/justica-suspende-contrato-de-r-9-milhoes-da-prefeitura-com-o-sesi-13862294.ghtml

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A REDAÇÃO

Sem anestesiologistas, Maternidade Nascer Cidadão suspende atendimentos

Como desdobramento da interrupção dos serviços de anestesiologia prestados à Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, a unidade suspendeu, nesta quinta-feira (21/8), os atendimentos médicos na unidade. A informação foi confirmada pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que recebeu um ofício assinado pelo diretor técnico Harley Ricardo Rodrigues, determinando o encerramento das atividades assistenciais já às 19h. No documento, ele cita como justificativa, usando como base o Código de Ética Médica, a necessidade de resguardar a segurança das gestantes.

A decisão veio depois que a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) oficializou a interrupção dos serviços, alegando o não repasse de R$ 1.431.967,53 - pagamento devido desde setembro de 2024, por parte da Fundahc. "Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população, mantendo o atendimento por quase um ano", disse a cooperativa em nota.

A entidade reforçou que a Fundahc foi formalmente, e antecipadamente, notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização, a cooperativa adiou essa data. "Mas agora, com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente, os atendimentos serão interrompidos. Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação, como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem."

Em nota, a SMS afirmou ter enviado equipe à Nascer Cidadão para acompanhar a situação in loco e reorganizar os fluxos de atendimento.

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AGÊNCIA BRASIL

Exame de Residência bate recorde com 138 mil candidatos inscritos

Aplicação das provas ocorrerá em 19 de outubro 

A edição 2025 do Exame Nacional de Residência (Enare) registrou o número recorde de 138.974 inscritos, o que representa um crescimento de 56% em relação à prova do ano passado, que contou com mais de 89 mil inscritos.

A residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação, destinada somente a médicos formados, sob a forma de cursos de especialização na área escolhida.

A residência médica conta com atividades de treinamento em serviço e teórico-práticas complementares, realizadas dentro de instituições de saúde, universitárias ou não. Os residentes atuam sob a orientação e supervisão de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional. 

Dos quase 139 mil inscritos no Enare 2025,  51 mil estão interessados em residência uni e multiprofissional, contemplando 15 profissões da área da saúde. A residência uniprofissional foca em uma única profissão da área da saúde, enquanto a multiprofissional reúne profissionais de diversas áreas para atuarem em conjunto.

Outros 87 mil se inscreveram para residência médica. Desses, mais de 80 mil farão as provas de acesso direto via Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed).

Vagas

Os candidatos do?Enare?concorrerão a 11.174 vagas ofertadas nas modalidades de residência médica, uni e multiprofissional, em 235 instituições.?O número de vagas cresceu 28% em comparação com a última edição. Pela primeira vez, o exame contará com a participação de instituições privadas com ou sem fins lucrativos, além das unidades públicas. 

Essas instituições ofertaram, nesta edição, 3.877 programas de residência reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), com vagas autorizadas e bolsas financiadas

Confira aqui as instituições participantes do Enare 2025, o mapa das vagas disponibilizadas e os editais disponíveis. 

Enare & Enamed 

Uma das principais novidades deste ano é a integração do Enare com o Enamed, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC. 

O Enamed estreia em 2025 e será anual, em substituição ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) – Medicina. 

Enamed é obrigatório para estudantes de medicina que concluem o curso em 2025. Estes formandos poderão optar por usar a nota obtida para concorrer a vagas em programas de residência médica de acesso direto pelo Enare. Os médicos que já se formaram em anos anteriores também puderam se inscrever para fazer o Enamed para disputar as vagas. 

A prova

A aplicação das provas ocorrerá no dia 19 de outubro. A edição de 2025 do exame será composta por uma única etapa obrigatória, eliminatória e classificatória: uma prova objetiva que corresponderá a 100% da nota final do candidato. 

A prova para os programas de residência médica de acesso direto será o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), com aplicação prevista em 225 municípios, 275% a mais que o número de cidades de 2024.

Já para os programas de residência médica com pré-requisito e para as residências uni e multiprofissional, a banca responsável será a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com aplicação em 60 cidades. 

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JORNAL OPÇÃO

A medicina do trabalho faz bem à saúde do Brasil

Francisco Cortes Fernandes

Você já pensou que a crise da Previdência poderia ter um impacto menor sobre o erário público se a saúde do trabalhador não fosse negligenciada? Já imaginou que, antes de chegar ao pedido de aposentadoria ou de auxílio-doença, milhares de brasileiros sofrem por anos com adoecimento precoce e recorrente?

Essas questões têm sido ignoradas historicamente. Pouco se fala sobre isso, dando-se ênfase apenas ao problema – o déficit previdenciário –, sem buscar soluções para suas causas, o que ajudaria a minimizar danos individuais que resultam em uma alta fatura para todos. Como mostram dados, esse enredo poderia ser outro se a saúde ocupacional fosse tratada como prioridade. 

Somente em junho de 2025, mais de 330 mil brasileiros maiores de 18 anos solicitaram ao governo afastamento de suas atividades profissionais. Desse total, 76% dos benefícios concedidos pelo INSS foram motivados por doenças, um número que se repete mês após mês, com pequenas variações, compondo um ciclo silencioso de alto impacto econômico e social.

Lesões por esforço repetitivo, dores lombares e doenças crônicas recorrentes ocupam o topo do ranking dos motivos de afastamento. Junto a elas, aparecem os transtornos mentais e comportamentais que, segundo pesquisas recentes, entre 2006 e 2021, levaram mais de 3,2 milhões de brasileiros a pedirem para se afastar do trabalho, número que disparou após 2019, sendo mais um reflexo da pandemia de Covid-19.

Contra essa distorção, a medicina do trabalho, frequentemente lembrada apenas nas fases de admissão e demissão de funcionários, é umaimportante aliada para preservar a saúde do brasileiro e do Brasil. Por sua capacitação e preparo, o Médico do Trabalho pode liderar dentro das empresas o esforço rumo à prevenção de agravos e transtornos que afetam a saúde do trabalhador.

Neste caso, esse especialista ocupa papel estratégico, que não se resume a atestar capacidade laboral ou emitir laudos para o INSS. Com o devido apoio, cabe a ele trazer para dentro das empresas (públicas e privadas) um olhar amplo e resolutivo sobre prevenção e combate a cenários de risco que faz a diferença entre um colaborador saudável e um que, com o tempo, engrossará as estatísticas da Previdência.

Esse papel a ser exercído pelo Médico do Trabalho começa, entre outros pontos, pelo mapeamento de riscos ocupacionais, avaliação de dificuldades ergonômicas, planejamento de pausas programadas, análise de riscos psicossociais e acompanhamento sistemático de sinais e sintomas relacionados à saúde mental, tanto individual quanto a resultante das relação em grupo. 

Assim, a presença efetiva do Médico do Trabalho dentro das organizações significa uma salvaguarda contra o adoecimento (físico e mental), estimulando práticas saudáveis e prevenindo e combatendo aquelas que induzem ao agravamento de quadros: ações claras e embasadas que ajudam a entender a real condição do trabalhador.

Para que o país reduza os quase 300 mil afastamentos mensais devido a doenças será preciso ir além da reforma previdenciária. É preciso apostar na saúde ocupacional, não por um impositivo legal, mas como estratégia e investimento. A prevenção custa menos, funciona melhor e, acima de tudo, respeita quem move a economia: o trabalhador.

Com o rompimento desse ciclo perverso, que hoje gera tantos prejuízos, o Brasil verá surgir ambientes que valorizam a saúde e acolhem o trabalhador em sofrimento, reduzindo demissões, aumentando o produtividade e fortalecendo a cultura organizacional. Sem dúvidas, esses são diferenciais competitivos.

Esse é um desafio estrutural que exige ações em diferentes frentes, não se podendo ignorar a relevância da medicina do trabalho dentro desse processo de reconhecimento de que saúde e desempenho caminham juntos. 

Sem dúvida, esse será o primeiro passo – de muitos outros – para trazer transformações profundas às relações entre empregados e empregadores e reduzir significativamente o impacto do adoecimento nas instituições públicas e privadas. No fim das contas, tudo isso deixa claro que, com apoio e adequado posicionamento estratégico, a medicina do trabalho faz muito bem à saúde do Brasil.

Francisco Cortes Fernandes, Presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) 

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PORTAL G1

Receita vitalícia é mais cara: os bastidores do mercado ilegal de compra e venda de documentos médicos falsos

Redes clandestinas crescem mais de 20 vezes em sete anos e vendem documentos médicos com dados reais de profissionais sem consentimento. Canais funcionam como marketplaces e usam bots para driblar fiscalização.

O cardápio é variado. De hipnóticos para dormir até inibidores de apetite, o mercado de receitas médicas e atestados falsos nas redes sociais oferece produtos para todos os gostos. Os valores mudam conforme a necessidade e o tipo de receita, com a quantidade de dias dos atestados e, no caso da venda de medicamentos, com o tipo de substância.

O g1 acompanhou por dois meses o universo digital onde receitas médicas, medicamentos e atestados falsos são vendidos ilegalmente. Mercado esse que cresceu 20 vezes em sete anos no Telegram. O problema é tão grande que tem forçado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) a pensarem soluções para brecá-lo.

Encontrar os vendedores é fácil: basta um clique no Telegram para as opções se derramarem sobre a tela. No Facebook e Instagram, há inclusive anúncios patrocinados de documentos médicos falsos, enquanto no X e TikTok os vendedores anunciam seus produtos em postagens e comentários.

Os bastidores da compra e venda

Vendedores no X usam fotos e nomes falsos. Deixam, entretanto, um número de WhatsApp à disposição. Ao entrar em contato, o cliente recebe instruções –e a garantia de que a receita será aceita em farmácias.

Receitas brancas, usadas para medicamentos comuns sem controle especial, custam R$ 30 e são preenchidas, carimbadas e assinadas pelos vendedores, com QR Code ativo.

O QR Code direciona para um documento muito similar a um original, com dados do médico prescritor e data de prescrição. Na maioria das vezes, o médico que assina o documento falso não é do estado onde mora o cliente, e o próprio vendedor explica: “Não há necessidade de o médico e nem da clínica serem do seu estado”.

É uma forma de dificultar a identificação do profissional por farmácias. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), na maior parte das vezes os médicos sequer sabem que seus dados estão sendo usados de forma ilegal.

Com receitas coloridas –azuis, exigidas para psicotrópicos de uso controlado e amarelas, destinadas a entorpecentes e remédios de uso mais restrito—, o modus operandi da venda é diferente. O vendedor envia um PDF da receita virgem, para que o próprio cliente preencha. Essa receita é vitalícia, e custa mais caro, R$ 70. Ao comprar, o usuário pode reeditá-la quantas vezes quiser.

Para esse tipo de prescrição, também há instruções: o vendedor envia um documento preenchido para o cliente ter como referência. “Altere os seguintes dados: data, nome completo, dosagem e nome do medicamento”, explica. “Assine em cima do carimbo”, conclui.

É o próprio comprador quem imprime a receita. Para a impressão, é enviado um passo a passo que ensina desde a forma de posicionar o documento na folha até o tipo de papel em que ela deve ser impressa.

“A receita é válida em qualquer estado, independentemente de onde foi emitida. As farmácias são obrigadas a vender”, explica o vendedor. “Para garantir a aceitação, prefira farmácias menores, pois costumam ter menos burocracia”.

“Evite farmácias grandes, algumas aceitam, mas é mais seguro optar por pequenas. Se uma farmácia recusar, tente outra. A receita está correta e dentro da legalidade, então dificilmente haverá problemas", diz.

Feedbacks são importantes

Ao encerrar a venda, o vendedor pede que o cliente dê feedback sobre o uso do documento. É por meio desses retornos que ele faz propaganda do negócio – também nas redes sociais. “Mais um cliente satisfeito”, diz uma publicação no Telegram.

Por lá, a abordagem varia. Alguns grupos são configurados de modo que apenas o administrador envie mensagens, com a venda sendo finalizada em conversas privadas. Outros ficam abertos, e, nesses casos, é por ali que os usuários enviam os feedbacks.

Além disso, no chat coletivo, interessados perguntam sobre medicamentos específicos, sobre como funciona o esquema de receitas e qual o máximo de dias que os vendedores podem inserir em um atestado médico.

“Quatro dias de férias graças a vocês", comenta um membro do grupo ao enviar uma foto viajando e agradecendo ao proprietário do canal onde são vendidos os atestados falsos.

Em um dos grupos mais acessados no Telegram, são mais de 6 mil participantes. A descrição explica o intuito e também detalhe quais produtos são vendidos. “RECEITAS MÉDICAS, ATESTADOS, LAUDOS E EXAMES. Use o grupo para tirar suas dúvidas, solicitar serviços e buscar referências. Nosso trabalho é sério e de responsabilidade, estamos sempre de prontidão, entrega rápida e segura”, afirma o texto descritivo do grupo.

Para os atestados falsos, o usuário tanto pode decidir o CID – código da doença responsável pelo afastamento– ou deixar que o vendedor decida. Uma vez escolhido o problema, ele determina por quantos dias quer ficar fora do trabalho.

O levantamento exclusivo do g1 feito pelo pesquisador Ergon Cugler, do Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas (DesinfoPop/CEAPG/FGV), encontrou 28 mil usuários inseridos em comunidades de vendas de receitas e atestados falsos.

Em 2025, até julho, esses conteúdos já foram visualizados quase meio milhão de vezes —segundo dados que podem ser vistos na própria plataforma.

Anvisa e CFM tentam mitigar o estrago

Na tentativa de frear esse comércio, em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adotou um sistema nacional para emissão e controle de números de receitas de medicamentos sujeitos a controle especial.

Funciona como um “cartório” digital: cada número é gerado pela Anvisa e vinculado a um médico, permitindo verificar se a receita existe e se foi emitida por um profissional autorizado.

Agora, o órgão testa uma nova etapa, ainda em fase piloto, que vai permitir:

Conexão: plataforma vai conectar esse sistema diretamente aos programas de prescrição digital usados pelos médicos.

Autenticação: quando a receita for emitida de forma eletrônica, a plataforma solicitará automaticamente um número válido a Anvisa.

Checagem: na farmácia, o atendente poderá checar, em tempo real, se o documento é verdadeiro, se já foi utilizado e confirmar a identidade do prescritor.

O CFM batalha na Justiça para derrubar uma liminar que proíbe a utilização do Atesta CFM, sistema de emissão de atestados criado pelo Conselho com o intuito de mitigar o estrago feito pelo mercado digital de documentos médicos falsos.

A plataforma, que ainda não pode ser utilizada, notifica o médico sempre que um atestado em seu nome é emitido, e o profissional confirma ou não a validade do documento. A ferramenta inclui biometria, assinatura digital e integração com plataformas do governo. O imbróglio judicial envolve empresas de tecnologia, que alegam que o CFM tenta monopolizar o processo.

O que dizem as plataformas

O g1 explica aqui como esse mercado funciona. A reportagem acionou o Telegram, mas não obteve resposta. A empresa não tem sede nem representante legal no Brasil, o que dificulta ações judiciais e impede o cumprimento de decisões locais.

Também foram procurados Google, Meta e X, que não responderam aos questionamentos. Já o TikTok afirma que tem “um time robusto de Segurança, que combina tecnologia e trabalho humano (mais de 40 mil profissionais) para localizar e remover qualquer conteúdo ou interação que possa ser relacionada a comportamentos nocivos. Continuamente identificamos e removemos conteúdos e perfis que violam nossas Diretrizes da Comunidade e nossas Políticas de Anúncios”.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Faculdades de Medicina devem acabar após decisão do governo

O governo federal anunciou nesta terça-feira (19) um conjunto de medidas que pode levar ao fechamento de cursos de Medicina considerados de baixa qualidade no Brasil. A principal ferramenta será o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) , que passa a ser aplicado anualmente a partir de outubro de 2025.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os cursos que obtiverem nota 1 ou 2 no Enamed - em uma escala que vai de 1 a 5 - entrarão em "supervisão estratégica" a partir de 2026. As instituições terão prazo de 30 dias para apresentar defesa e comprovar melhorias. Caso contrário, estarão sujeitas a punições como:

proibição de ampliar vagas;

suspensão de contratos do Fies e da participação no Prouni ;

corte de vagas em cursos com nota 2;

bloqueio de novos ingressos em cursos com nota 1;

eventual desativação do curso.

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana , a medida busca elevar o padrão de qualidade na formação médica. "Estamos tratando da formação de profissionais que cuidam da vida dos brasileiros. Por isso, queremos rigor e excelência nos cursos de medicina", afirmou.

O Enamed será aplicado inicialmente para estudantes concluintes do sexto ano, mas, a partir de 2026, também avaliará alunos do quarto ano. Essa etapa valerá 20% da nota do Enare , exame nacional de residência médica, permitindo ajustes nos cursos antes do internato.

Os resultados do exame de 2025 serão divulgados em dezembro do mesmo ano e servirão de base para o processo de supervisão. Em paralelo, o Inep e a Ebserh realizarão visitas in loco em 2026, verificando infraestrutura, laboratórios, inserção dos alunos no SUS e práticas pedagógicas.

Entre 2017 e 2022, o número de cursos de Medicina cresceu de forma acelerada. Para o MEC, a nova política é uma resposta à expansão sem garantia de qualidade. "Vamos tomar medidas que vão de penalidades cautelares até o fechamento de cursos que não atenderem aos padrões exigidos", disse Santana.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha , destacou a parceria entre as pastas. "Estamos muito animados com as medidas do MEC. Vamos apoiar para que se concretizem e garantir a melhoria da formação médica no país", afirmou.

As mudanças se somam à aprovação, neste mês, das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina, que reforçam a integração dos cursos com o SUS , o foco em atenção primária e políticas de inclusão e bem-estar estudantil.

Com o novo modelo, o governo espera alinhar a expansão do ensino médico à qualidade exigida pela sociedade e pelo sistema de saúde.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 21 Agosto 2025 06:07

CLIPPING AHPACEG 21/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Seguros e planos de saúde enfrentam novos riscos com tecnologia

https://www.sonhoseguro.com.br/2025/08/seguros-e-planos-de-saude-enfrentam-novos-riscos-com-tecnologia/

Testamento vital: documento diz o que pode ser feito com a sua saúde

https://www.metropoles.com/saude/testamento-vital-documento-sua-saude

87,7% dos hospitais do país administram antibióticos de forma indiscriminada, diz estudo

https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/brasil/877-dos-hospitais-do-pais-administram-antibioticos-de-forma-indiscriminada-diz-estudo/

Documento firmado entre Secretaria de Saúde de Goiânia e OS's é publicado

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/documento-firmado-entre-secretaria-de-saude-de-goiania-e-oss-e-publicado-13859324.ghtml

Saúde de Goiânia inicia transição de gestão das maternidades municipais

https://www.aredacao.com.br/noticias/238539/saude-de-goiania-inicia-transicao-de-gestao-das-maternidades-municipais

Protesto contra fechamento da emergência do CIAMS Novo Horizonte

https://www.youtube.com/watch?v=q-LsYyikB54

SONHO SEGURO

Seguros e planos de saúde enfrentam novos riscos com tecnologia

Garantir a sustentabilidade do setor de planos de saúde e seguros é um dos principais motivadores para investimentos em inovação. De um lado, o envelhecimento da população, a judicialização e o aumento da complexidade assistencial exigem uma revisão profunda dos modelos tradicionais de saúde. De outro, ao mesmo tempo que alcança um novo recorde de beneficiários, registra lucro significativo impulsionado por reajustes de preços e relata ter atingido em 2024 o menor índice de sinistralidade desde 2018, o setor de planos de saúde ainda encontra grandes desafios.

"O que temos hoje é uma realidade paradoxal. O acesso, por vezes, ainda é fragmentado, burocrático e ineficiente. Isso compromete o atendimento e gera desperdícios que afetam o sistema como um todo. É nesse ponto que a inovação se torna decisiva. Ela tem o potencial de transformar esse cenário, trazendo soluções mais inteligentes e sustentáveis", afirma Frederico Peret, diretor-presidente da Unimed-BH, a vencedora do segmento de planos de saúde e seguros da pesquisa do anuário Valor Inovação Brasil 2025, seguida por OdontoPrev, Athena Saúde, SulAmérica Seguros Saúde e Junto Seguros.

Já em seguros patrimoniais e de vida, o grande desafio está na adaptação do setor em relação a novas regulamentações e também à integração de alternativas que unam seguradoras, empresas e governos no propósito de gerenciar, mitigar e adaptar a infraestrutura para evitar desastres. Em 2024, as perdas globais com catástrofes naturais atingiram US$ 320 bilhões, com US$ 137 bilhões em perdas seguradas. O Brasil também sofreu com desastres, registrando perdas econômicas superiores a US$ 12 bilhões, segundo a corretora de seguros Aon. Somente as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado causaram perdas econômicas superiores a R$ 100 bilhões. Mas, como poucos contavam com seguros, foram pagos apenas R$ 6 bilhões em indenizações.

"A inovação é uma aliada fundamental na construção de uma economia sustentável, e as seguradoras oferecem proteções que vão da preservação da vida à reconstrução de infraestruturas afetadas por eventos climáticos. Esse cenário exige uma nova mentalidade sobre o gerenciamento de riscos", afirma Dyogo de Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

Vencedora do setor, a Unimed-BH destina de 1% a 5% da sua receita líquida a inovação. Peret conta que a companhia aposta em múltiplas frentes de inovação: tecnológica, assistencial, social, ambiental e de negócios. A Unimed-BH mantém ainda um fundo de R$ 60 milhões, em parceria com a Abertta Saúde e a ArcelorMittal, para investimento em startups voltadas à saúde. "A inteligência artificial [IA] tem colocado no radar possibilidades concretas para superar desafios históricos do setor de planos e seguros de saúde, como o acesso, os altos custos assistenciais e a fragmentação do cuidado", acrescenta Peret.

A operadora já soma mais de dois milhões de teleconsultas, conta com plataforma digital para 5,1 mil médicos cooperados e mais de 30 modelos de IA em operação - além de 20 em desenvolvimento - para automatizar processos, reduzir a burocracia, melhorar o acesso ao cuidado e gerar diferenciais competitivos. A seguradora estruturou o espaço físico e digital Horizontes Hub para abrigar laboratórios de experimentação com tecnologias emergentes e fomentar a inovação aberta, acelerando o desenvolvimento de novas soluções com parceiros estratégicos. Também criou o programa Juntos Inovamos, que mobiliza mais de cinco mil colaboradores com ideias e propostas de melhoria contínua.

Na OdontoPrev, o investimento em tecnologia superou R$ 88 milhões em 2024, com foco em digitalização da jornada, automação e IA. "Esses valores foram direcionados, sobretudo, ao aperfeiçoamento da nossa infraestrutura e otimização de processos na nossa plataforma tecnológica proprietária, permitindo importantes ganhos em satisfação dos beneficiários", afirma o CIO, CMO e CSO, Renato Costa.

"Por meio do uso de tecnologias avançadas, é possível garantir que os dados se tornem direcionadores estratégicos para tomadas de decisão, personalizando ofertas e melhorando a experiência dos clientes. A inovação também abre caminho para modelos de negócios disruptivos, que podem transformar a forma como os serviços odontológicos são oferecidos e consumidos, contribuindo para um impacto positivo na saúde bucal e no bem-estar da população", considera Costa.

Ele cita o lançamento de soluções como o OdontoToken, que permite validação digital segura de procedimentos, e o agenciamento digital, que substituiu formulários em papel e promoveu mais de 20 mil adesões digitais. A IA generativa foi usada com sucesso para estimar consumo e custos, enquanto a plataforma Busca de Rede apresentou 90% de assertividade na indicação de especialidades odontológicas. Outro uso da IA foi para a realização de diagnósticos remotos gratuitos no âmbito do projeto Sorria+, uma plataforma que conecta clientes a dentistas e que promove ações de saúde bucal junto a jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Terceira colocada, a Athena Saúde destinou cerca de R$ 100 milhões à tecnologia e inovação em 2024, de forma transversal em toda a organização. "A expectativa é que esse investimento aumente ainda mais nos próximos anos, refletindo uma estratégia de fortalecimento e expansão nesse setor crucial", informa o vice-presidente de tecnologia e atendimento ao cliente, Breno Rios Sa. Segundo ele, a inovação está presente na cultura organizacional, com metas vinculadas à remuneração do C-Level.

Os investimentos têm foco em IA, automação e melhoria da experiência do cliente. Protocolos padronizados reduziram em 54% o custo de exames por consulta e a telemedicina representa 11% dos atendimentos, com 94% de resolutividade. A biometria facial com geolocalização está sendo implantada para autenticação e validação de presença em atendimentos de terapias, exames e consultas, evitando procedimentos indevidos, garantindo a segurança do cliente e otimizando processos administrativos.

Já a SulAmérica Seguros Saúde passa por um grande processo de transformação e pretende se tornar uma empresa digital de saúde completa. Esse processo está pautado por incorporação de inovações em várias vertentes e recebeu mais de R$ 100 milhões em 2025. "Estamos aplicando inovação na busca pelas oportunidades estratégicas mais relevantes da companhia, que mais contribuem com o valor que geramos para nossos clientes e acionistas: melhoria da experiência do cliente, crescimento sustentável do market share, redução de sinistro indevido, aumento de eficiência operacional", conta Leonardo Fraga, vice-presidente de tecnologia.

Parte dos recursos foi usada para modernizar seu legado com soluções como o SulaDocs, que transforma documentos não estruturados em conhecimento para uso na subscrição, combate a fraudes e suporte jurídico. A análise, que antes levava 30 minutos, agora ocorre em menos de três minutos, com maior precisão e padronização. A análise guiada atua na regulação de sinistros com IA semiautônoma e modo copiloto, com potencial de automação de até 80% dos casos.

O Sula Partner Hub permite integração de novos parceiros em duas a quatro semanas, ante prazos anteriores de até seis meses. Design system e engenharia de plataformas aceleram entregas, com mais de 50% de ganho de produtividade. A companhia também investe no desenvolvimento de novo app de relacionamento com o cliente, novos portais de acesso digital, reestruturação da jornada de reembolso e marketplace de APIs (interfaces que fazem conexão entre sistemas e aplicativos) para ampliar a integração com prestadores e parceiros estratégicos. Em todas as iniciativas de inovação, tanto as já entregues quanto as que estão em andamento, são mais de cem profissionais de tecnologia envolvidos, além dos prestadores de serviços.

A Junto Seguros, líder em seguro garantia, destina mais de 30% do orçamento anual à tecnologia e inovação. "Enxergamos a inovação como meio de entregar a melhor experiência para parceiros e clientes. Temos a responsabilidade de criar soluções centradas em pessoas e acreditamos que esta estratégia permite nos diferenciar em um mercado que inova rapidamente e, assim, sustentar a nossa missão de garantir negócios que movem o país", diz o CEO da companhia, Roque de Holanda Melo.

Ele informa que cerca de 23% dos colaboradores atuam diretamente com inovação. A IA Llobo interpreta balanços, contratos e editais, automatizando análises de crédito e subscrição com precisão e agilidade. A ferramenta Apólice do Futuro, baseada em visual law, apresenta cláusulas com linguagem clara, menus interativos e maior acessibilidade para corretores, segurados e tomadores.

O API Junto cresceu 35% em 2024, com quase 60 mil documentos emitidos. Já a plataforma de fiança locatícia aprovou automaticamente R$ 2 bilhões em crédito e mais que dobrou o volume de emissões. A empresa aposta ainda na remodelação de sistemas internos, mais personalização com IA, novos canais de distribuição e expansão da oferta para clientes empresariais, com foco em segmentos de alto valor.

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METRÓPOLES

Testamento vital: documento diz o que pode ser feito com a sua saúde

Testamento permite que paciente registre tratamentos que aceita ou recusa, garantindo autonomia e prevalecendo sobre desejos de familiares
Com o envelhecimento da população, cada vez mais brasileiros têm recusado tratamentos que prolongariam a vida sem qualidade. O fenômeno tem feito crescer a popularidade dos testamentos vitais, também chamados de diretivas antecipadas de vontade (DAV).

Eles são documentos registrados em cartório em que uma pessoa define quais tratamentos deseja ou não receber caso fique incapaz de se manifestar. A medida vale durante a vida e orienta condutas médicas em situações de terminalidade, sobre o que fazer ou não em casos de cuidados paliativos.

Como práticas como a eutanásia e o suicídio assistido não são permitidas no Brasil, o documento não pode versar sobre a interrupção da vida, mas pode recusar, por exemplo, que a pessoa seja reanimada em caso de falecimento. Os DAVs podem, inclusive, recusar a transfusão de sangue, tema que foi debatido recente no Supremo Tribunal Federal (STF).

No Brasil, não há lei específica sobre o tema. A regulamentação atual está baseada na Resolução 1.995/2012 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que determina que o médico deve respeitar a vontade do paciente registrada no documento ou informada em prontuário.

Resolução garante validade das DAVs

Segundo a norma, a hierarquia das decisões começa pelo que foi declarado pelo paciente em vida. Em seguida, devem ser observadas as orientações de algum representante, caso ele tenha sido formalmente designado. Em terceiro lugar, ficam as DAVs, diante até da vontade de familiares não-designados.

"As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares", afirma a resolução. Como o documento só é válido enquanto o paciente estiver vivo, as determinações não valem para o caso de doação de órgãos.

Apesar da regulamentação de 2012, a prática de fazer testamentos vitais no Brasil ainda é incomum, com uma média de 700 registros ao ano.

Como é possível fazer o testamento vital?

A formalização é simples. A pessoa pode relatar a decisão diretamente ao médico para registro em prontuário. No entanto, a forma mais recomendada é a escritura pública em cartório, que garante autenticidade e arquivamento permanente do documento.

A DAV pode ser alterada ou cancelada a qualquer momento, desde que o paciente esteja lúcido ao solicitá-lo. Também é possível nomear representantes legais para falar em nome do paciente, inclusive em situações temporárias de incapacidade.

O que pode ser estabelecido no documento?

A pessoa pode registrar se aceita prolongamento artificial da vida em UTI, se prefere cuidados paliativos para alívio da dor ou se deseja limitar intervenções invasivas. Também se pode recusar intubações ou ressuscitações que apenas prolonguem um quadro irreversível.

Especialistas lembram que a clareza no texto evita dúvidas em situações de emergência. Por isso, tabeliões recomendam que o documento seja redigido com testemunhas e que detalhe motivações e valores que orientam cada decisão.

Para a advogada e bioeticista Luciana Dadalto, presidente da Eu Decido, sociedade civil que defende o direito do testamento vital, dos cuidados paliativos e da eutanásia, o testamento vital é um avanço por preservar a autonomia do paciente.

"O documento impede que a decisão fique a cargo de familiares e profissionais de saúde e possibilita que a vontade do paciente seja cumprida mesmo quando ele perder a capacidade decisória", defende ela.

Dadalto aconselha que nos casos de doenças graves, condições de saúde irreversíveis ou terminais, seja considerada a confecção do documento.

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JORNAL DE BRASÍLIA

87,7% dos hospitais do país administram antibióticos de forma indiscriminada, diz estudo

No Brasil, 87,7% dos hospitais públicos e privados brasileiros administram antibióticos de forma indiscriminada. É o que mostra um estudo divulgado nesta quarta-feira (20) pelo (IQG) Instituto Qualisa de Gestão. Na mesma data, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) lançou a campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”.

Segundo a levantamento, 94,7% das instituições participantes possuem um programa de controle de infecção hospitalar, mas não há adesão aos protocolos e diretrizes do uso racional de antimicrobianos.

O trabalho também revelou que um quinto dos hospitais do país não ajustam de forma correta a dosagem de antibióticos.

“O paciente não nasce sabendo usar antibiótico. Ele aprendeu isso em algum lugar e toma de qualquer maneira. Se hoje queremos uma discussão para mudar esse cenário, precisamos fazer um exercício dentro do próprio sistema de saúde”, afirma Mara Machado, CEO do IQG.

“O que nós queríamos, na verdade, era fazer uma pesquisa para entender porquê em 30 anos nós não conseguimos mudar o comportamento dos profissionais de saúde quando se fala sobre o uso de antimicrobianos, quanto os profissionais e os gestores da saúde conhecem sobre o assunto e, mais do que isso, levar à discussão do quanto impacta no meio ambiente”, completa Mara, ao destacar que desde 1997 o Brasil tem uma legislação sobre a obrigatoriedade do programa de controle de infecção.

Para a pesquisa Uso Racional de Antimicrobianos no Brasil: Diagnóstico Atual e Riscos Ambientais Emergentes, realizada de 10 de fevereiro a 9 de março de 2025, o IQG enviou questionários online a farmacêuticos, infectologistas e diretores de 300 hospitais públicos e privados de todas as regiões do Brasil; 104 responderam —a maioria do Sul e do Sudeste. O instituto de pesquisa garantiu sigilo aos funcionários, por isso os hospitais não foram identificados.

Segundo a Confederação Nacional de Saúde, o Brasil possui 7.309 hospitais (último dado, de 2024).

Os 104 hospitais não possuem um comitê stewardship, ou seja, que controle o uso de antibióticos. Todos descartam a medicação sem protocolo específico.

“Nenhuma instituição utiliza uma lista que a Organização Mundial da Saúde publicou em 2017 sobre a relação correta do uso de antibióticos. Em 2021, a OMS lançou um novo conceito que é o One Health, quer dizer, saúde humana, animal e ambiental. O Brasil ainda não conseguiu juntar todos esses conceitos dentro desse processo. E o mais complexo é que os antibióticos mais utilizados têm impacto ambiental e risco muito alto para resistência antimicrobiana”, alerta Mara Machado.

Os antibióticos mais utilizados

Substância Impacto Ambiental Risco de Resistência Antimicrobiana (Ram)
Amoxacilina + Clavulonato alto alto
Azitromicina alto alto
Ceftriaxona alto alto
Ciprofloxacino muito alto muito alto
Clindamicina alto alto
Levofloxacino muito alto muito alto
Meropenem muito alto muito alto
Metronizadol alto alto
Piperacilina alto alto
Sulfametoxazol + Trimetropina muito alto muito alto
Tazobactam alto alto
Vancomicina alto alto
Voriconazol muito alto muito alto

O estudo também evidenciou a falta de conhecimento dos médicos não infectologistas. “Aqueles que se dedicaram a estudar sobre isso sabem muito, publicam muito, mas não contam para os demais o que é necessário. Então, a resistência antimicrobiana é o que chamamos de tragédia dos comuns. O benefício individual de hoje rouba a sobrevivência coletiva de amanhã. Esse conceito veio da economia e da ciência social, mas que estamos vivendo hoje dentro da saúde e precisamos começar a refletir, porque quem vai pagar tudo isso no final são as próximas gerações”, diz a CEO.

Na opinião da infectologista Ana Gales, coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI, fazer uso empírico e sem evidências pode levar a outros graves problemas de saúde pública. A resistência aos antibióticos é um fator agravante em muitos casos de morte, por exemplo, em UTIs.

“São riscos desnecessários que poderiam ser evitados com maior controle. Os hospitais possuem as comissões de controle de anvisa-alega-sigilo-e-omite-numero-de-infeccoes-hospitalares-por-unidade-de-saude.shtml” rel=”” target=””>infecção hospitalar, mas existem muitas falhas”, completa a especialista.

No Brasil

de 40% a 60% das klebsiella pneumoniae em hospitais brasileiros já são resistentes a carbapenêmicos —antibióticos usados como último recurso no tratamento de infecções bacterianas graves, em especial as causadas por bactérias resistentes a outros antibióticos;

em UTIs, até 80% de algumas bactérias não respondem mais a antibióticos de última linha;

50% das prescrições hospitalares de antibióticos são inadequadas;

infecções resistentes aumentam tempo de internação em até 20 dias (custo extra médio R$ 25 mil por paciente)

resíduos de antibióticos já são encontrados em rios brasileiros.

Fontes: anvisa/” rel=”” target=””>Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), OMS (Organização Mundial da Saúde) e Fiocruz

Como reverter o cenário

Para o IQG, além de técnico, a resistência antimicrobiana deve ser encarada como um problema político e social. Não adianta controlar antibióticos no hospital se eles continuam sendo usados sem critério em animais, despejados em rios e prescritos sem explicação.

Panorama global da resistência antimicrobiana

Se nada for feito, até 2050 o mundo terá até 10 milhões de óbitos por ano e superará o câncer como causa de morte.

Um estudo conduzido pelo economista James O’Neill, a pedido do governo do Reino Unido, que projetou um cenário catastrófico para 2050. Se nada for feito, as infecções resistentes aos antibióticos deverão causar 10 milhões de mortes por ano na metade do século e provocar perdas na economia que podem chegar a US$ 100 trilhões.

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TV ANHANGUERA

Documento firmado entre Secretaria de Saúde de Goiânia e OS's é publicado

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/documento-firmado-entre-secretaria-de-saude-de-goiania-e-oss-e-publicado-13859324.ghtml

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A REDAÇÃO

Saúde de Goiânia inicia transição de gestão das maternidades municipais

Novas OSs assumem dia 29 de agosto 

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) publicou nesta quarta-feira (20/8), um dia depois de oficializar o encerramento dos convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), os documentos que formalizam a substituição da entidade por três Organizações Sociais (OSs) na administração das maternidades públicas da capital - mudança que passa a valer no próximo dia 29 de agosto. 
De acordo com a SMS, a escolha das instituições foi feita em caráter emergencial, com contratos de três meses e valor total de R$ 38 milhões já empenhado. O Instituto Patris, do Mato Grosso, ficará responsável pelo Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com repasse de R$ 16,7 milhões. A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assumirá o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões.

Já a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, será responsável pela Maternidade Nascer Cidadão (MNC), com contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal estimado é de R$ 12,6 milhões.

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TV SERRA DOURADA

Protesto contra fechamento da emergência do CIAMS Novo Horizonte

https://www.youtube.com/watch?v=q-LsYyikB54

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 20 Agosto 2025 06:51

CLIPPING AHPACEG 20/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem

https://www.maisgoias.com.br/cidades/entidades-medicas-questionam-termo-instrutivo-que-estabelece-15-minutos-para-consultas-em-goiania/

Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros

https://www.saudebusiness.com/operadoras/planos-de-saude-combinados-conquistam-36-milhoes-de-brasileiros/

Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público

https://ohoje.com/2025/08/19/vereador-invade-hospital-em-morrinhos-e-vira-alvo-do-ministerio-publico/

Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos

https://ohoje.com/impresso/

Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?

https://www.em.com.br/saude/2025/08/7229802-erro-medico-o-que-e-como-identificar-e-o-que-fazer-nesse-caso.html

Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte

https://afinamenina.com.br/2025/08/19/brasil-se-destaca-mundialmente-em-cirurgia-plastica-e-turismo-medico-cresce-forte/#google_vignette

Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS

https://www.cartacapital.com.br/politica/senado-aprova-wadih-damous-para-a-presidencia-da-ans/

Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano

https://medicinasa.com.br/industria-tecnologia/

Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde

https://medicinasa.com.br/due-diligence-saude/

Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência

https://medicinasa.com.br/dados-clinicos-emergencia/

Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações

https://monitormercantil.com.br/plano-de-saude-praticas-irregulares-impactam-no-valor-das-prestacoes/

Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/08/19/enamed-cursos-de-medicina-mec.ghtml

Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2025/08/19/leandro-safatle-e-aprovado-em-plenario-para-presidencia-da-anvisa

MAIS GOIÁS

Prefeitura de Goiânia pede 15 minutos por consulta e médicos reagem

Prefeitura diz que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto

A Secretaria de Saúde de Goiânia enviou, em março, um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No sábado (16), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforça que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente.

“O que é a medicina sem sua autonomia? Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno”, afirmou o presidente do Cremego, Rafael Martinez. “A autonomia não é apenas um direito do médico ou algo corporativo, é uma garantia à sociedade de que cada paciente será visto como único e não como um dado administrativo”, enfatizou.

Na ocasião, foi apresentada uma minuta de resolução do Cremego sobre a jornada médica e sua autonomia, que será finalizada e votada nos próximos dias. Entre outras coisas, “o texto afirma que o tempo de atendimento é definido pelo médico, de acordo com a complexidade do caso e a experiência do profissional. Acordos e protocolos coletivos podem existir, desde que não restrinjam a autonomia”.

Martinez reforçou: “É o médico e apenas o médico que deve definir o tempo e as condições para o cuidado. Essa resolução não pertence apenas ao Conselho, mas a cada médico que exerce a Medicina com ética e a cada paciente que confia em nós a sua vida.”

Ainda sobre o termo, ele é destinado a consultas agendadas em Cais, UPAs e Ciams. Em nota ao Mais Goiás, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), repudiaram o que chamaram de “imposição de limite de 15 minutos para consultas médicas” na rede pública de Goiânia, “por considerar que a medida desrespeita pacientes e profissionais, compromete a qualidade da assistência e fere princípios éticos da Medicina. Cobramos revisão imediata desta decisão”. Confira na íntegra no fim da matéria.

O portal procurou a prefeitura de Goiânia sobre a medida. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que a proposta busca garantir que os pacientes tenham consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que até então eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, reforça que a medida não será adotada nas unidades de urgência e emergência.

“A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos sem pacientes agendados.”

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SAÚDE BUSINESS

Planos de saúde combinados conquistam 3,6 milhões de brasileiros

Modalidade que integra cobertura médica e odontológica em um único contrato ganha espaço no mercado e reflete nova tendência de cuidado integrado na saúde suplementar.

Um levantamento inédito revela que 3,6 milhões de brasileiros já aderiram a planos de saúde que integram cobertura médica e odontológica em um único contrato. Os dados, apresentados na Análise Especial da 108ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), evidenciam uma tendência crescente no setor de saúde suplementar brasileiro.

Esta modalidade de plano combinado representa não apenas uma alternativa mais conveniente para o consumidor, mas também uma estratégia de valor agregado para as operadoras, que conseguem maior fidelização de seus beneficiários através de uma oferta mais completa de serviços.

O relatório completo está disponível para consulta no site do IESS.

Integração de cuidados

Os planos combinados emergem como um vetor fundamental para a integração dos cuidados em saúde no setor suplementar brasileiro. Ao unificar diferentes tipos de cobertura — ambulatorial, hospitalar e odontológica — em um único contrato, este modelo proporciona um escopo ampliado de atendimento ao beneficiário, facilitando o acompanhamento preventivo e promovendo maior continuidade assistencial.

O beneficiário experimenta uma jornada assistencial mais fluida e integrada entre especialidades médicas e odontológicas, incluindo serviços complementares. Esta abordagem contribui significativamente para um sistema mais eficiente dentro de um planejamento coordenado de cuidado.

Além dos benefícios assistenciais, estes planos oferecem maior praticidade administrativa tanto para empresas contratantes quanto para os usuários finais, possivelmente resultando em redução de custos operacionais devido à sinergia entre as diferentes coberturas.

Crescimento impulsionado pelo mercado de trabalho formal

A expansão da oferta integrada está fortemente correlacionada ao crescimento dos planos coletivos empresariais, que por sua vez acompanham o desempenho do mercado de trabalho formal. Segundo dados do Novo Caged, o Brasil gerou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada entre junho de 2024 e junho de 2025, representando um crescimento de 3,4%. No mesmo período, os planos médico-hospitalares do tipo coletivo empresarial registraram exatamente 1,6 milhão de novos vínculos, com alta de 4,5%.

“Há uma correlação direta entre a formalização do trabalho e o acesso à saúde suplementar. Os planos combinados, embora ainda representem uma fatia minoritária, apontam para uma diversificação importante na forma como os serviços são ofertados e contratados e, para as empresas que concedem o benefício a seus colaboradores, uma clara demonstração de oferecer as melhores condições assistenciais em saúde”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Panorama atual do setor

A análise revela que, dos 52,9 milhões de beneficiários com planos médico-hospitalares ativos em junho de 2025:

49,3 milhões possuem exclusivamente cobertura médico-hospitalar

3,6 milhões contam com contratos combinados que incluem assistência odontológica

Quando somados aos 34,4 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, o Brasil totaliza 38 milhões de pessoas com algum tipo de cobertura odontológica ativa.

Destaques adicionais da NAB 108

A cobertura médico-hospitalar alcança 24,8% da população brasileira

A cobertura exclusivamente odontológica atinge 16,1% dos brasileiros

Os planos coletivos representam 83,7% dos vínculos médico-hospitalares, sendo 86,7% destes empresariais

Crescimento regional

Os estados que apresentaram maior crescimento absoluto entre junho de 2024 e junho de 2025 foram:

São Paulo: adição de 469 mil vínculos médico-hospitalares e 296 mil odontológicos

Rio de Janeiro e Minas Gerais também registraram aumentos significativos no período

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TV ANHANGUERA

Fundahc deixa gestão de maternidades em 10 dias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fundahc-deixa-gestao-de-maternidades-em-10-dias-13855948.ghtml

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O HOJE

Vereador invade hospital em Morrinhos e vira alvo do Ministério Público

Cremego pede apuração imediata e cobra medidas da Câmara, da Secretaria e da direção hospitalar

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) encaminhou ao Ministério Público documentos para subsidiar a apuração de denúncia contra um vereador de Morrinhos. O parlamentar é acusado de ultrapassar as atribuições do Legislativo ao acessar de forma reiterada as dependências do Hospital Municipal e interferir diretamente na rotina da unidade. Segundo o Cremego, as ações do vereador colocam em risco a segurança de pacientes e profissionais de saúde.

No ofício enviado à Promotoria de Justiça, o Conselho destacou que houve desrespeito ao sigilo médico e à privacidade dos pacientes. O órgão lembrou que tais garantias estão previstas no Código de Ética Médica, além de regulamentações específicas, como a Resolução CFM nº 1.638/2002, que trata do prontuário médico, e a Resolução CFM nº 1.958/2010, que define o ato médico.

O Cremego ainda apontou que a conduta relatada viola normas de segurança assistencial, entre elas a Portaria nº 529/2013, responsável por instituir o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Também infringe a Resolução Cremego nº 116/2025, que restringe o acesso de terceiros, inclusive autoridades políticas, a ambientes onde são realizados atos médicos.

Além de solicitar a investigação formal, o Conselho pediu ao Ministério Público que avalie a possibilidade de recomendar às autoridades públicas que se abstenham de ingressar irregularmente em hospitais e unidades de saúde.

Paralelamente, o Cremego enviou ofícios à direção do Hospital Municipal, à Secretaria Municipal de Saúde e à Câmara Municipal de Morrinhos. À gestão hospitalar, requisitou informações sobre registros e medidas administrativas já adotadas diante dos episódios. À Câmara, pediu providências para apurar a conduta do parlamentar. À Secretaria de Saúde, cobrou esclarecimentos sobre as ações implementadas para resguardar pacientes e equipes médicas.

O Conselho reafirmou que continuará atuando em defesa da autonomia profissional, da ética médica e da segurança da população que depende do atendimento prestado na rede pública.

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Portaria que impõe limite de 15 minutos por consulta causa reação de médicos

Uma portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, publicada em março deste ano, tem gerado intensa polêmica entre médicos que atuam em unidades da rede pública, como Cais, UPAs e Ciams. O documento estabelece que cada consulta agendada, seja com clínico geral ou especialista, deve durar no máximo 15 minutos.

Na prática, a regra prevê que cada profissional atenda quatro pacientes por hora e alcance uma meta de 384 consultas mensais. O critério, entretanto, não se aplica a casos de urgência e emergência. A normativa rapidamente foi alvo de reação. O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) publicou nota de repúdio classificando a medida como “arbitrária, desumana e um risco para a população”.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) também recebeu denúncia formal para avaliar providências. Segundo o Simego, o modelo imposto pela SMS desrespeita tanto os profissionais quanto os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A entidade argumenta que um limite fixo ignora a diversidade e complexidade dos casos, podendo comprometer diagnósticos e tratamentos.

“A imposição de tempo rígido e insuficiente de atendimento fere frontalmente os princípios da boa prática médica e compromete a segurança do paciente”, diz a nota. A crítica vai além: o sindicato sustenta que a portaria pode configurar infração ética por parte dos gestores, já que o Código de Ética Médica assegura autonomia ao profissional na definição do tempo necessário para cada consulta.

Em defesa da classe, o Simego reforça que a Medicina “não pode ser regida por metas de produtividade, mas por critérios técnicos e éticos, que respeitem a individualidade de cada paciente”. Diante da repercussão, representantes de entidades médicas e órgãos de saúde se reuniram em Goiânia no último dia 16 de agosto para o Fórum de Carga Horária e Ética Médica. No encontro, foram discutidos pontos como jornada prolongada, metas de produtividade e a autonomia do médico na condução da consulta. O diretor do Simego, Diolindo Freire, lembrou que a rotina dos profissionais já é marcada por alta demanda e longos plantões, e que impor prazos fixos apenas agrava a pressão.

O presidente do Cremego, Rafael Martinez, reforçou que a autonomia é condição essencial para o exercício da Medicina. “Sem liberdade de decisão, não há ato médico pleno. A autonomia não é apenas um direito do médico, mas uma garantia à sociedade, de que cada paciente será visto como único e não como um número administrativo”, afirmou. Durante o fórum, os presentes tiveram acesso a uma prévia da minuta de resolução que será votada pelo Cremego nos próximos dias.

O texto prevê que apenas o médico pode definir o tempo de atendimento de acordo com a complexidade de cada caso, permitindo protocolos ou acordos coletivos, desde que não suprimam a autonomia individual. A SMS, por sua vez, defende que a portaria não deve ser interpretada de forma inflexível. O representante da pasta, Frank Cardoso, explicou que os 15 minutos servem como referência, mas não impedem adaptações conforme a realidade de cada especialidade.

“É uma base, mas não precisa ser seguida estritamente. Existe autonomia para ajustes”, disse. Segundo ele, o desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) é equilibrar a ampliação da cobertura com a qualidade do atendimento. “É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, sem comprometer a atenção ao paciente e garantindo acesso ao maior número de pessoas possível”, argumentou. Na mesma linha, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Goiânia, Venerando Lemes, destacou que o objetivo deve ser sempre “o melhor atendimento, no melhor tempo”.

Ele orientou que os profissionais levem eventuais dificuldades ao Conselho, para que sejam debatidas de forma coletiva. Já o assessor jurídico do Cremego, Nuno Oliveira, ressaltou que acordos trabalhistas podem existir, mas sempre preservando a autonomia do profissional. “A jornada de trabalho é fluida e nem sempre corresponderá ao que está escrito. Cabe ao médico coordenar essa dinâmica, de acordo com o Código de Ética Médica”, disse. Em nota enviada ao jornal O HOJE, a SMS esclarece que a proposta tem como objetivo garantir que os pacientes tenham suas consultas ambulatoriais agendadas por horário, reduzindo o tempo de espera e oferecendo maior conforto.

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ESTADO DE MINAS

Erro médico: o que é, como identificar e o que fazer nesse caso?

Nem toda frustração com um atendimento médico representa, de fato, um erro profissional. Em um cenário onde os pacientes estão cada vez mais atentos aos seus direitos, cresce também a necessidade de compreender os limites da medicina e os critérios jurídicos que definem o chamado “erro médico”.

De acordo com a advogada Gabrielle Brandão, especialista em Direito Médico, muitas pessoas confundem complicações naturais ou resultados insatisfatórios com falhas médicas. “Só podemos falar em erro médico quando há uma conduta inadequada do profissional que resulte em um dano comprovado ao paciente, algo que poderia ter sido evitado com a aplicação correta da técnica, do conhecimento ou dos protocolos exigidos”, esclarece.

Três formas de erro médico

No campo jurídico, o erro médico pode ser classificado em três categorias principais:

Imperícia: quando o profissional atua sem o preparo técnico necessário

Negligência: quando há omissão ou descuido, como deixar de solicitar exames importantes

Imprudência: quando o profissional age de forma precipitada, assumindo riscos desnecessários

Segundo a especialista, muitas disputas judiciais poderiam ser evitadas com uma comunicação mais clara e humanizada. A falta de explicações adequadas, o uso de termos técnicos sem contextualização e o registro incompleto no prontuário estão entre os principais fatores que contribuem para conflitos. “Médicos bem orientados juridicamente tendem a proteger melhor a si e aos seus pacientes”, observa Gabrielle.

Direito à informação é proteção mútua
A transparência no relacionamento entre médico e paciente é apontada como fundamental para a segurança de ambos. “O paciente tem direito de entender os riscos, benefícios, alternativas e limitações de um tratamento. Isso evita frustrações e reduz riscos legais”, afirma a advogada.

O termo de consentimento, quando bem elaborado e explicado, funciona como uma importante ferramenta de proteção para os dois lados. “Não é apenas uma formalidade — é um instrumento de comunicação e esclarecimento”, reforça.

Como agir em caso de suspeita de erro?
Caso o paciente desconfie que houve uma falha no atendimento, a orientação é reunir todos os documentos relacionados ao caso — 
laudos, exames, receitas, fotos, prontuário — e buscar uma avaliação especializada, preferencialmente com suporte jurídico.

Também é possível formalizar denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina, que tem a função de apurar condutas éticas de profissionais da área.

Gabrielle recomenda atenção a comportamentos que podem indicar risco:

Promessa de resultados garantidos, algo considerado antiético na medicina

Falta de explicações sobre o procedimento proposto

Recusa em entregar ou explicar termos de consentimento

Desqualificação de colegas sem justificativas técnicas claras

“Nenhum profissional sério pode garantir resultados exatos. A medicina lida com variáveis e respostas individuais de cada organismo”, pontua.

E quando há responsabilização?
Para que um profissional da saúde seja responsabilizado civilmente por erro médico, é preciso comprovar três elementos: 
conduta inadequada, dano causado ao paciente e nexo de causalidade entre ambos.

Em casos mais graves, pode haver ainda responsabilização criminal — como em situações que envolvam lesão grave ou morte por imprudência — e responsabilização ética, com sanções administrativas, incluindo a possibilidade de perda do registro profissional.

Prevenção também é dever do profissional
Gabrielle destaca que profissionais da saúde também estão sujeitos a acusações injustas e, por isso, devem adotar medidas preventivas. “É fundamental manter registros minuciosos, utilizar linguagem clara no prontuário e formalizar o consentimento dos pacientes. Não se trata de excesso de formalidade, e sim de responsabilidade”, afirma.

A advogada destaca que tanto pacientes quanto médicos se beneficiam quando há maior consciência sobre os direitos e deveres envolvidos na relação assistencial. “O conhecimento jurídico básico empodera o paciente e resguarda o profissional. Informação e diálogo reduzem conflitos e melhoram os resultados.”

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AFINA MENINA

Brasil se destaca mundialmente em cirurgia plástica e turismo médico cresce forte

O Brasil reafirma sua posição de destaque no cenário global da cirurgia plástica, consolidando-se também como um dos principais destinos de turismo médico. Segundo dados recentes da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o país realiza mais de 3 milhões de procedimentos estéticos por ano, com padrão de excelência reconhecido internacionalmente.

O setor de turismo médico no Brasil movimentou cerca de US$ 3,1 bilhões em 2024, com uma projeção de crescimento anual de quase 19% até 2033, conforme levantamento do IMARC Group. Esse crescimento expressivo reflete a confiança crescente de pacientes estrangeiros na qualidade técnica dos cirurgiões brasileiros, na infraestrutura hospitalar de alto padrão e na segurança dos procedimentos realizados.

Estima-se que 8,2% dos pacientes atendidos no Brasil sejam provenientes de outros países, principalmente Estados Unidos, Portugal e Itália. Essa diversidade reforça a atratividade internacional da cirurgia plástica brasileira, que representa 14% de todas as cirurgias estéticas realizadas no mundo, de acordo com o relatório da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) de 2024. O número total de intervenções, incluindo procedimentos minimamente invasivos como toxina botulínica e preenchimentos, ultrapassa 3,1 milhões.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desempenha papel fundamental nesse cenário. Com mais de 7 mil especialistas, todos rigorosamente formados por meio de residência em cirurgia geral e cirurgia plástica credenciada, e aprovados em prova de título reconhecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a SBCP assegura a qualidade técnica e ética da especialidade no país. Além disso, a entidade promove educação científica contínua, estabelece diretrizes de segurança e contribui para políticas públicas que garantem a prática responsável da cirurgia plástica no Brasil.

Fundada em 1948, a SBCP é uma das maiores associações mundiais da especialidade e o órgão oficial para concessão do título de especialista em cirurgia plástica no Brasil. Seu compromisso é zelar pelo renome da cirurgia plástica nacional, incentivando o aperfeiçoamento dos conhecimentos e a formação de profissionais altamente capacitados.

Com esse conjunto de fatores, o Brasil não só mantém sua liderança mundial em cirurgia plástica, mas também se consolida como um destino seguro e confiável para quem busca procedimentos estéticos de alta qualidade, atraindo pacientes de diferentes partes do mundo e impulsionando o turismo médico no país.

Essas informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

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O GLOBO

No 2º lugar, Einstein tem ecossistema que impulsiona excelência na saúde

Poucas organizações extrapolam suas ambições originais e viram referência até fora de seu setor. A atuação do Einstein Hospital Israelita não só transformou a instituição em um dos centros hospitalares de excelência do país em novos processos e tecnologias, como também vem se refletindo em posições de destaque no ranking Valor Inovação Brasil nos últimos oito anos. Em 2025 não foi diferente. O Einstein conquistou a segunda posição entre as 150 empresas mais inovadoras do país.

“Priorizar a pesquisa e o desenvolvimento é um norte”, resume o presidente do Einstein, Sidney Klajner. A instituição mantém-se fiel aos pilares estratégicos desde sua fundação: além de ensino e pesquisa, também a inovação, que recebe investimento de 5% das receitas. “Não entra nessa conta quando a gente tem algo que parte da própria liderança. Nosso modelo de atuação é fazer o espraiamento da cultura de inovação”, explica Klajner.

Para isso, o Einstein conta com um ecossistema que inclui um laboratório de design em saúde, para desenvolver novos produtos e serviços para o setor; uma aceleradora de startups (Eretz.bio); um centro de inovação e tecnologia em saúde (o CITS), responsável pela gestão da inovação e propriedade intelectual, e um escritório de validação e incorporação de tecnologias.

A organização tem dois centros de inovação em São Paulo, um em Goiás e outro em Manaus. Soma 79 ativos entre patentes e softwares desenvolvidos. Apenas no ano passado, três patentes foram depositadas no Brasil e uma no exterior, onde já totaliza 15 (outra foi depositada neste ano).

Um marco dessa atuação, diz Klajner, aconteceu quando o hospital passou a integrar a rede Embrapii, que une instituições públicas e privadas de ciência e tecnologia, permitindo desenvolver produtos e tratamentos avançados. É o caso da terapia CAR-T, que utiliza células do sistema imunológico do paciente para combater doenças como o mieloma múltiplo.

O Einstein é um dos quatro centros autorizados pela Agência Nacional de Vigilência Sanitária (Anvisa) a atuar nessa área de reprogramação celular, uma expertise que abre a perspectiva de usar esse tipo de tratamento para doenças degenerativas, por exemplo. Atualmente, estão em desenvolvimento 22 produtos de terapias avançadas, incluindo dez terapias gênicas, seis terapias celulares e dois produtos de engenharia tecidual, com destaque para aplicações em onco-hematologia.

É natural que nesse ambiente a inteligência artificial (IA) ocupe papel de destaque. Mas essa tecnologia não é uma novidade para o Einstein, que a adotava antes da popularização da IA generativa. O hospital já havia sido premiado quando desenvolveu e apresentou, em parceria com uma empresa de equipamentos de imagem de ressonância magnética, um diagnóstico de câncer de próstata sem a presença do médico. E alguns algoritmos já eram utilizados na instituição, como para a predição de leitos — quando é necessário prever com eficácia a demanda por atendimentos.

Klajner diz que o hospital prefere falar em inteligência aumentada, para não dar a sensação de que o médico vai ser substituído pela nova tecnologia. E ela não é o único vetor de inovação. O Einstein conta desde 2016 com uma área de big data e analytics, que, junto com a IA, permeia a rotina da organização. Um produto desse trabalho é a plataforma HStory, disponível a todos os médicos que têm acesso ao sistema de prontuário eletrônico do hospital. Ela é uma IA generativa que permite uma visão do histórico do paciente, ordenando informações e focando nas áreas corretas.

Segundo Klajner, há 120 algoritmos em funcionamento que melhoram todos os dias a parte da gestão e eficiência como uma organização hospitalar. O próprio executivo participa do desenvolvimento experimental de uma nova tecnologia usando IA. Trata-se de uma solução que escuta a conversa entre o médico e o paciente e coloca a informação médica no campo adequado do prontuário, sem que o profissional precise digitar, filtrando tudo aquilo que não é informação médica. Isso, diz ele, vai permitir uma relação mais próxima e uma atenção do médico totalmente voltada ao paciente. “Tenho feito o uso como usuário beta, faço questão”, afirma.

Esse conhecimento em IA tem sido empregado em projetos em parceria com o Ministério da Saúde para monitorar os efeitos climáticos, cruzando dados da saúde e do ambiente onde vivem populações vulneráveis indígenas. As ferramentas vão propiciar a geração de dados de qualidade da água e do solo, permitindo que as decisões da pasta na prevenção e no investimento sejam tomadas com base em informações reais, e não apenas em dados presuntivos pelo profissional de saúde no local.

As novas ferramentas contam com o impulso decisivo da Eretz.bio, responsável por acelerar atualmente 42 startups. Por meio dela, a instituição apoiou 140 startups de saúde. No último ano, um dos destaques foi o estímulo a startups voltadas à saúde pública — desdobramento natural, já que o Einstein atua hoje em mais leitos no setor público do que no setor privado. Outra startup trouxe uma solução desenvolvida com biodiversidade amazônica para tratamento de úlceras por quimioterapia na oncologia. “Isso foi adotado aqui dentro e está trazendo resultados muito bons durante esse processo de validação”, diz Klajner.

Dentro do hospital, o uso da inovação é rotina. Um exemplo é o aplicativo Escala, desenvolvido enquanto uma startup era acelerada. Permite fazer a gestão de escalas de trabalho de hospitais e clínicas. “O grande benefício de possuirmos uma aceleradora é no sentido da maturidade da cultura organizacional em termos de inovação. A organização inteira cresce e evolui”, pontua.

Muito antes de a IA virar o estado da arte da corrida tecnológica, esse ecossistema já havia ganhado impulso com a criação da área de big data e analytics, em 2016. O desdobramento foi o convite para o Einstein se tornar membro-fundador da Mayo Clinic Platform_Connect, uma rede global de oito instituições de saúde para acelerar a inovação por meio da análise de dados clínicos qualificados, anonimizados e seguros. “É uma das organizações mais inovadoras em termos de transformação digital da saúde. Já chegamos ao número de 50 milhões de pacientes pela união dessas bases de dados”, diz Klajner.

O desafio de permitir uma cultura de inovação, que pressupõe liberdade e a possibilidade de erros, não se sobrepõe no caso do Einstein à necessidade de garantir a segurança de todos os procedimentos, uma cláusula “pétrea”, nas palavras de Klajner. “A cultura de segurança é muito maior do que a de inovação.” Essa ênfase levou ao desenvolvimento de uma solução que sugere diagnósticos a serem descartados. “E isso é inclusive fator de atração das startups, já que elas vão poder validar seus produtos em um ambiente seguro, sem a necessidade de correr qualquer tipo de risco.”

A cultura de inovação se estende também para o braço educacional. “Nossa faculdade tem o seu projeto pedagógico, que também é inovador, baseado em aprendizado em grupo. Nosso aluno já entra na faculdade com um mecanismo de seleção que procura avaliar muito mais soft skills do que o conhecimento cognitivo. Ele está exposto a isso durante o curso todo. Não por acaso, faz uns cinco anos, já emergiram duas startups dos próprios alunos.

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CARTA CAPITAL

Senado aprova Wadih Damous para a presidência da ANS

O Senado aprovou, nesta terça-feira 19, a indicação de Wadih Damous para a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. Foram 38 votos favoráveis e 20 contrários. O relator da indicação foi Sérgio Petecão (PSD-AC).

Vinculada ao Ministério da Saúde, a ANS é a agência reguladora responsável por normatizar e fiscalizar os planos de saúde. Tem quatro diretores e um diretor-presidente, com mandatos de cinco anos não coincidentes.

Ex-deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, Wadih Damous é o atual titular da Secretaria Nacional do Consumidor. Seu antecessor na ANS foi Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, cujo mandato terminou em dezembro de 2024.

Wadih Damous foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Sociais na última quarta-feira 13. Um dos assuntos debatidos foi a integração de exames e dados entre SUS e planos privados, como ocorre no SUS Digital. Damous disse que a medida permitiria que exames realizados em um sistema fossem válidos no outro, evitando duplicidade e desperdício.

“Essa integração é necessária e historicamente exigida no setor”, afirmou. “Reforço que assumo o compromisso de estreitar laços com o Ministério da Saúde, visando beneficiar a população brasileira. O SUS é um patrimônio do povo e não deve haver dissociação absoluta entre setor público e privado. É necessária uma maior integração em prol de quem mais precisa.”

Advogado e mestre em Direito Constitucional, Damous foi presidente da seção do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (2007-2012), presidente da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro (2013-2015) e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB (2014-2015). É autor do livro Medidas Provisórias no Brasil: origem, evolução e novo regime, em coautoria com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

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MEDICINA S/A

Indústria de tecnologia para saúde projeta crescer acima de 10% no ano

O Termômetro ABIMED, levantamento de tendências para o setor realizado pela Associação Brasileira da Indústria de tecnologia para a Saúde (ABIMED) mantém perspectivas positivas para 2025, mesmo diante de um ambiente econômico e político desafiador. De acordo com o Termômetro ABIMED, referente ao 2º semestre de 2025, 45% das empresas projetam crescimento superior a 10% no ano, sustentado principalmente por decisões estratégicas internas. O resultado vem acompanhado de cautela diante do anúncio de tarifas adicionais de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto. Para 30% das empresas, ainda é cedo para avaliar o impacto da medida; 30% não preveem efeitos relevantes e 20% estimam impactos diretos nas exportações.

A tendência de crescimento para o segundo semestre permanece para 40% dos respondentes apontando para uma expansão superior a dois dígitos, em relação ao primeiro semestre de 2025. O aumento de custos segue no radar para 90% das empresas, impulsionado por inflação, logística e câmbio. Para 65% delas, o aumento foi de até 10% e para 25% a elevação dos custos ficou entre 10 e 20%. Apesar disso, 65% não relatam dificuldades com suprimentos.

Os investimentos para 2025 e 2026 demonstram otimismo em novas linhas de produto — prioridade para 85% das empresas — e estabilidade ou ampliação de recursos destinados a recursos humanos (90%) e estrutura operacional (85%). Em P&D, 37% ampliarão recursos, 32% manterão investimentos e outros 26% não tem planos no momento. Com a reforma tributária no horizonte, 58% pretendem expandir ou incorporar novas linhas de produtos nos próximos três a cinco anos.

Na agenda regulatória, 58% das empresas avaliam que a criação de uma Agência Única de Incorporação traria mais agilidade, enquanto 21% veem redução de barreiras para novas tecnologias. No campo da saúde digital, a inteligência artificial desponta como prioridade: 40% investem em capacitação, 20% no desenvolvimento de produtos e outros 25% aguardam diretrizes regulatórias mais claras.

As práticas ESG seguem no radar: 35% adotam boas práticas, 30% focam em compliance e cadeias responsáveis, e 20% miram energia limpa ou carbono neutro. Apesar das iniciativas para fomentar a industrialização no Brasil, 70% das empresas avaliam que o atual ambiente regulatório e político não favorece a nacionalização da produção ou a expansão industrial no Brasil.

“O setor mostra resiliência e aposta na inovação como motor de crescimento, mas mantém a atenção ao cenário global e às mudanças internas que afetam sua competitividade”, afirma Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED. “Temos atuado intensamente em pautas estratégicas, como o PL 2583 e a renovação do Convênio ICMS 01/99, além de promover debates sobre saúde digital e inteligência artificial. A combinação de avanços regulatórios e investimentos estratégicos será decisiva para o futuro da indústria.”

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Due Diligence: a nova fronteira da gestão estratégica na saúde

No cenário de negócios da saúde, marcado por pressões econômicas, avanços tecnológicos e exigências regulatórias cada vez mais rigorosas, a gestão estratégica de fornecedores deixou de ser um procedimento administrativo para se tornar um diferencial competitivo.

Hospitais, operadoras, clínicas e indústrias do setor já perceberam que avaliar, classificar e desenvolver fornecedores de forma estruturada reduz riscos, eleva padrões de qualidade e otimiza custos. Mais do que isso, fortalece a sustentabilidade de toda a cadeia de valor da saúde.

Por que a Due Diligence se tornou indispensável

A due diligence de fornecedores vai além de verificar documentos e preços. É uma análise profunda que envolve aspectos financeiros, jurídicos, ambientais, reputacionais e, no contexto da saúde, também qualidade assistencial e segurança do paciente.

Ao adotar esse tipo de avaliação, as organizações conseguem identificar riscos antes da contratação, ajustar processos e exigir padrões mais elevados de conformidade e desempenho.

Classificação estratégica para decisões assertivas

Nem todos os insumos e serviços têm o mesmo peso para a operação. Categorizar fornecedores em estratégicos, críticos, convencionais ou de baixo impacto ajuda a calibrar o nível de exigência e acompanhamento.

Para itens críticos, como medicamentos de alto custo, equipamentos cirúrgicos ou serviços essenciais, existem metodologias reconhecidas internacionalmente – como Matriz de Kraljic e análises multicritério que permitem decisões mais alinhadas à realidade do negócio.

Impactos diretos nos quatro fluxos da cadeia de valor da saúde

A avaliação robusta de fornecedores gera resultados concretos em todos os fluxos da cadeia de valor:

Produtos e Serviços – Garantia de insumos de alta qualidade, entregues no prazo, minimizando riscos operacionais.

Financeiro – Identificação de custos ocultos, desperdícios e ineficiências, favorecendo a alocação inteligente de recursos.

Inovação e Conhecimento – Seleção de parceiros que investem em melhorias e inovação alinhadas às necessidades do setor.

Informação – Monitoramento de desempenho e análise de dados para decisões ágeis e conformidade regulatória.

O equilíbrio entre cobrança e desenvolvimento

A desqualificação imediata de fornecedores com desempenho abaixo do esperado pode gerar rupturas e custos inesperados. Planos de ação estruturados, com acompanhamento e metas claras, permitem transformar fornecedores problemáticos em parceiros estratégicos. Apenas em casos de descumprimento persistente a exclusão deve ser considerada.

Gestão de fornecedores como motor de inovação e sustentabilidade

Em um setor onde o custo de alguns insumos ultrapassa 80% do total da operação, a eficiência da cadeia de suprimentos é determinante para a viabilidade financeira e para a qualidade assistencial.

A adoção de processos maduros de due diligence e avaliação de desempenho não é apenas uma boa prática de governança, é uma estratégia para garantir competitividade, inovação e sustentabilidade no setor da saúde.

Líderes que incorporam essa visão fortalecem não só suas organizações, mas também todo o ecossistema em que atuam.

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Dados clínicos são patrimônio em situações de emergência

Quando pensamos nos impactos de uma catástrofe ambiental, é inevitável associarmos as prioridades à preservação da vida, à integridade física das pessoas e à contenção de danos materiais imediatos. Em instituições de saúde, essa lógica se aplica diretamente: salvar pacientes, realocar equipamentos, proteger insumos e garantir energia mínima para manter sistemas essenciais em funcionamento.

Mas há um aspecto que não pode ser negligenciado nas etapas iniciais de resposta a emergências: a preservação dos dados clínicos. Em contextos hospitalares, a informação armazenada nos sistemas é tão estratégica quanto o estoque de medicamentos ou a manutenção de aparelhos de suporte à vida.

O histórico médico digitalizado, o prontuário eletrônico, os resultados de exames, prescrições e anotações clínicas formam o alicerce do cuidado assistencial moderno. Sem eles, a continuidade do tratamento se torna incerta, a tomada de decisão médica perde agilidade e precisão, e a segurança do paciente é colocada em risco.

Eu sou gaúcha e acompanhei com aflição o que aconteceu no estado em 2024, quando as chuvas forçaram o deslocamento de 600 mil pessoas de suas casas. Acompanhei novamente esse ano, quando o tempo extremo causou novos estragos, ainda que não tão intensos quanto os do ano passado. Sei que, mesmo os hospitais e clínicas que contam com planejamento físico de contingência, enfrentam dificuldades operacionais por não conseguirem garantir o acesso seguro aos seus sistemas e bases de dados.

Esse tipo de fragilidade não se limita a eventos extremos. Quedas de energia prolongadas, ataques cibernéticos e falhas em equipamentos também podem interromper o acesso a dados clínicos em momentos críticos. E em todos esses cenários, a ausência de protocolos bem definidos de gestão e recuperação de dados pode comprometer a prestação de cuidados essenciais.

Preservar informações clínicas é uma questão de responsabilidade institucional. Em tempos de digitalização acelerada e interoperabilidade entre sistemas, a perda de dados representa uma falha em cadeia com consequências éticas, administrativas e financeiras. O conceito de resiliência digital passa a integrar o conjunto mínimo de critérios estruturais para instituições de saúde. Isso inclui: sistemas redundantes e replicação geográfica de dados; planos operacionais para migração e recuperação emergencial; testes regulares de contingência digital e infraestrutura escalável e compatível com ambientes críticos. Esses elementos precisam ser planejados antes da crise, com investimentos direcionados, definição de responsabilidades e revisão periódica de estratégias de continuidade.

A operação de saúde moderna não existe sem dados. E, em contextos emergenciais, garantir a integridade e a disponibilidade dessas informações é parte indissociável da resposta rápida e segura aos pacientes. O desafio não está apenas em reagir à crise, mas em ter meios técnicos, humanos e estratégicos para sustentar a operação quando o imprevisível acontece. Os dados, nesse cenário, não são suporte – são estrutura.

*Caroline Figueredo é diretora de serviços gerenciados da Octafy.

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MONITOR MERCANTIL

Plano de saúde: práticas irregulares impactam no valor das prestações

Quase metade da população brasileira (48%) percebe um aumento nas fraudes praticadas contra planos de saúde nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Ipespe Saúde, encomendada pela FenaSaúde. A sondagem ouviu 2 mil brasileiros de todas as regiões do país.

O levantamento mostra que 55% dos entrevistados acreditam que as fraudes são um dos principais fatores que contribuem para o aumento das mensalidades dos planos, ao lado do envelhecimento da população (52%). Essa percepção reforça o entendimento de que condutas irregulares impactam não apenas financeiramente as operadoras, mas também penalizam os benefíciários de planos de saúde.

As fraudes mais reconhecidas pela população são a emissão de recibos de atendimentos não realizados (38%), a emissão de nota para alguém que não recebeu atendimento médico (34%) e o empréstimo da carteirinha do plano (30%). Apesar disso, apenas 21% afirmam ter recebido material de comunicação alertando sobre práticas fraudulentas.

As campanhas de conscientização têm grande potencial de impacto: entre os que foram expostos a esse tipo de comunicação, 86% consideraram o conteúdo importante ou muito importante. A campanha “Saúde sem Fraude”, promovida pela FenaSaúde, foi reconhecida por 17% dos entrevistados e teve avaliação positiva de 86% entre esse público.

A pesquisa também revelou apoio majoritário da população a medidas de enfrentamento ao problema: 70% concordam totalmente com a necessidade de investir em campanhas educativas contra fraudes, e 67% apoiam o reforço da fiscalização para prevenir e coibir práticas indevidas no setor.

“Fraudes prejudicam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. É fundamental que sociedade, operadoras e autoridades unam esforços para combater essas práticas e preservar os recursos destinados ao atendimento de quem realmente precisa”, afirma Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde.

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PORTAL G1

Cursos de Medicina mal avaliados terão corte de vagas e risco de fechamento; MEC anuncia punições para notas baixas no Enamed

Anúncio foi feito nesta terça-feira (19), em evento com jornalistas em Brasília. Exame será aplicado anualmente com o objetivo de avaliar a qualidade da formação médica no país.

Os cursos de graduação de Medicina que forem mal avaliados no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) estarão sujeitos a penalidades a partir de 2026, como a proibição de entrada de novos estudantes. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19) pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

"Resultados insatisfatórios no exame vão acarretar medidas de supervisão dos cursos", disse o ministro em evento com jornalistas em Brasília. Segundo ele, as instituições com conceito 1 ou 2 no exame estarão sujeitas às penalidades.

Entre elas, estão:

impedimento da ampliação de vagas,

suspensão de novos contratos do Fies, e

suspensão da participação no Prouni.

Cursos com conceito 2 terão redução de vagas para ingresso. Já aqueles com conceito 1 terá suspensão total do ingresso de novos estudantes.  

Estes cursos terão até 30 dias após a aplicação das medidas para apresentar defesa no MEC.

As graduações com conceito 1 e 2 ficarão em supervisão por um ano, até a aplicação seguinte do Enamed. Caso o desempenho permaneça baixo, o curso poderá ser fechado.

Sobre o Enamed

O Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) é uma prova anual aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para avaliar a formação médica no Brasil.

Ele tem como objetivos principais:

Medir o desempenho dos estudantes com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs);

Verificar se os formandos adquiriram os conhecimentos, habilidades e competências necessários para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS);

Estabelecer um instrumento único de avaliação da formação médica;

Fornecer dados para a formulação de políticas públicas voltadas ao ensino médico.

É obrigatória a participação para todos os estudantes concluintes dos cursos de Medicina, inscritos pelas instituições no Enade. A participação é componente curricular obrigatório estabelecido por lei.

Outros interessados também poderão participar exclusivamente para fins de ingresso em programas de residência médica (Enare), desde que atendam aos requisitos previstos em edital do Inep.

Cronograma do Enamed 2025

Inscrições: 7 a 18 de julho (encerrado)

Aplicação da prova: 19 de outubro

Gabarito preliminar: 22 de outubro

Recursos sobre o gabarito: 22 a 27 de outubro

Divulgação do gabarito definitivo e resultado final: 5 de dezembro

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AGÊNCIA SENADO

Leandro Safatle é aprovado em Plenário para presidência da Anvisa

 

O Plenário do Senado confirmou, nesta terça-feira (19), a indicação do economista Leandro Pinheiro Safatle para o cargo de diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foram 54 votos favoráveis e apenas dois contrários.

O nome de Safatle já havia sido aprovado em sabatina na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) no último dia 13 de agosto. O relatório da indicação (MSF 91/2024) foi apresentado pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP). Safatle vai substituir Antônio Barra Torres, cujo mandato se encerrou em dezembro.

Formado em economia pela Universidade de Brasília, Safatle foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Safatle também é servidor público federal desde 2011, tendo atuado na própria Anvisa, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Ministério da Saúde, onde ocupa desde 2024 cargo de secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 19 Agosto 2025 05:48

CLIPPING AHPACEG 19/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Sindicato dos médicos alerta para sistema de metas de atendimento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/sindicato-dos-medicos-alerta-para-sistema-de-metas-de-atendimento-13852598.ghtml

Empresas economizam com “pejotição” de contratos, mas causam prejuízos a médicos e pacientes

https://portal.cfm.org.br/noticias/empresas-economizam-com-pejoticao-de-contratos-mas-causam-prejuizos-a-medicos-e-pacientes

Segunda opinião médica: um direito do paciente

https://istoe.com.br/segunda-opiniao-medica-um-direito-do-paciente

SUS inicia troca de papanicolau por exame de DNA. Entenda o novo teste

https://www.metropoles.com/saude/sus-troca-papanicolau-por-dna

Área de saúde deve ser prioridade da inovação para população internauta brasileira

https://medicinasa.com.br/saude-inovacao-populacao/

A IA no centro da transformação dos cuidados em saúde

https://medicinasa.com.br/ia-centro-cuidados/

Agora Tem Especialista: Goiás já realizou mais de 5 mil procedimentos

https://agenciacoradenoticias.go.gov.br/materias-especiais/agora-tem-especialista-goias-ja-realizou-mais-de-5-mil-procedimentos-pelo-programa

Hospitais brasileiros apostam no DRG para gestão mais eficiente

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/hospitais-brasileiros-apostam-no-drg-para-gestao-mais-eficiente/

A inteligência emocional como vacina contra falhas de comunicação na saúde

https://www.saudebusiness.com/colunistas/a-inteligencia-emocional-como-vacina-contra-falhas-de-comunicacao-na-saude/

TV ANHANGUERA

Sindicato dos médicos alerta para sistema de metas de atendimento

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/sindicato-dos-medicos-alerta-para-sistema-de-metas-de-atendimento-13852598.ghtml

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PORTAL MÉDICO

Empresas economizam com “pejotição” de contratos, mas causam prejuízos a médicos e pacientes

A pejotização de contratos na área médica tem levado à deterioração da qualidade dos serviços prestados à população e a terceirização tem forçado médicos a atuarem fora das suas atribuições. Esta é a avaliação do integrante da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho do Conselho Federal de Medicina (CFM) José Carlos Duarte Ribeiro, que falou durante roda de conversa sobre medicina do trabalho e instituições estratégicas, no XI Fórum de Medicina do Trabalho na última sexta-feira (15), em Brasília.

Segundo Ribeiro, as empresas visam economizar recursos com essas modalidades de contratação, mas prejudicam os profissionais de saúde e os pacientes. “Nós, médicos do trabalho, devemos lutar contra isso. Para exercer a atividade com honra e dignidade, necessitamos de boas condições de trabalho e sermos remunerados de forma justa. Os médicos terceirizados também são colocados para realizarem atividades fora das suas atribuições; só que eles têm as mesmas responsabilidades daqueles contratados diretamente”, ressaltou.

Ele também destacou que o médico do trabalho atua na condução de atividades que promovem a saúde do trabalhador. “Atuei numa empresa que havia diversos processos de fadiga e desidratação de colaboradores pelo calor da Bahia em determinado período do ano. E o pessoal trabalhava com roupas sintéticas que diminuem a evaporação corporal. Diante da situação, nós trocamos energéticos por sucos de fruta e também por pedaços de fruta, para melhorar a oxigenação, e zeramos os casos de desidratação”, contou.

Iniciativa semelhante foi feita com o estabelecimento de home office para parte dos funcionários. “Nós traçamos o perfil de quem trabalharia de casa, estabelecendo critérios. Ninguém se tivesse qualquer tipo de relação conflitante em casa, por exemplo, ou diagnóstico de depressão – para não retirar a pessoa do convívio social. Começamos a proceder assim e visitamos cada casa para fotografar e corrigir o posto de trabalho domiciliar”, comentou.

O juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT 10) João Otávio Fidanza Frota também avalia que a maior parte dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais são evitáveis ou atenuáveis. Segundo ele, o País precisar tratar, em primeiro lugar, a cultura prevencionista. “O Poder Judiciário pode auxiliar na prevenção do acidente e da doença. Nosso papel é difundir a cultura de prevenção. Os tribunais têm de ajudar não só julgando processos, mas dialogando”, observou.

Na roda de conversa, o advogado do trabalho José Francisco de Araújo lembrou que o ordenamento jurídico evoluiu bastante nas últimas décadas. De acordo com ele, que atuou em uma grande construtora de Brasília nos anos 1980, muitos trabalhadores da construção civil se acidentavam, no período da manhã, por não terem tomado café da manhã antes do expediente e, no período da tarde, pela ingestão de álcool no almoço. “Eu sei o quanto é importante o cuidado com a saúde do trabalhador. Felizmente, as regras melhoram bastante”, explicou.

Apesar da melhora, o engenheiro de segurança do trabalho José Luiz Pedro de Barros lembrou que faltam médicos do trabalho ocupando cargo de auditor fiscal do Ministério do Trabalho. “Hoje, não chega a 10 a quantidade. E há uma previsão de que não haverá mais nenhum nos próximos anos. Assim, não tem como funcionar assim. Como um profissional não médico vai acessar um prontuário médico de algum trabalhador afastado, por exemplo?”, questionou.

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ISTOÉ

Segunda opinião médica: um direito do paciente

Quando se trata de saúde, é importante se certificar de que todos os cuidados estão sendo tomados. Entender com detalhes o que está acontecendo, qual é o diagnóstico e quais são as alternativas disponíveis para o tratamento é fundamental para que o paciente se sinta seguro e confiante. Proporcionar isso é um dever dos médicos. Em muitos casos, ainda que o profissional ofereça o melhor atendimento possível, buscar uma segunda opinião é uma prática recomendada e que ajuda a definir com mais cautela o que fazer – sobretudo em casos de diagnósticos graves, como o de câncer.

Mais do que isso. Obter uma segunda opinião é um direito do paciente, previsto no Código de Ética Médica. Para o médico Emmanuel Fortes, 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), aliás, é o próprio médico quem deve estimular o paciente a buscar um ponto de vista extra, vindo de outro profissional. “Isso pode auxiliar na elucidação do caso”, defende. “A segunda opinião normalmente é procurada em relação à avaliação dada pelo médico e ajuda a definir as condutas do paciente quanto a diagnósticos sérios, tratamentos invasivos, diagnósticos incertos ou contraditórios, com a exceção de situações de urgência e emergência”, diz ele.

Isso porque, nesta última condição, pode ser necessária uma intervenção mais rápida e a busca por outro especialista atrasaria o início do tratamento, reduzindo as chances de resolver o problema. De qualquer forma, segundo Fortes, se a pessoa não está de acordo ou tem dúvidas sobre as orientações do primeiro médico, pode seguir as orientações de um segundo. É uma decisão que deve ser tomada de maneira informada, pelo paciente e pela família.

Hoje, diante de um mundo mais conectado à internet, o paciente já chega ao consultório médico dispondo de muitas informações. Em muitos casos, ele indaga mais sobre o tratamento”, avalia Emmanuel Fortes, 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Além disso, em diversos casos, é o próprio profissional de saúde que procura uma segunda opinião, junto aos colegas – conduta prevista em resolução do CFM. “Mesmo o mais sábio dos médicos pode não ter uma resposta adequada para aquela situação específica. Então, pode fazer uma discussão de caso clínico com uma junta. Há uma norma que estimula a criação de grupos de análise”, explica Fortes.

De acordo com o Código de Ética Médico, o profissional de saúde não pode se recusar a fazer uma junta médica ou a fornecer informações, se o paciente ou seu representante legal solicitarem opiniões de outros especialistas. “Vale lembrar também que médicos, hospitais, clínicas e laboratórios são obrigados a fornecer todas as informações do paciente, incluindo prontuário médico, exames, laudos, histórico de atendimento e qualquer outro documento necessário para que o paciente possa buscar uma segunda opinião médica ou continuar o tratamento com outro profissional de sua escolha”, explica o advogado Junior Ozono, especialista em Direito do Consumidor e Advocacia Médica.

O Código de Ética Médica e as normas do CFM afirmam que o prontuário pertence ao paciente, assim como o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) reforçam o direito sobre as próprias informações pessoais e médicas.

“A entrega deve ser feita de forma clara, rápida e sem qualquer custo abusivo. Negar esse acesso é uma ilegalidade e pode ser denunciada aos conselhos de classe (como o CRM) e, se necessário, levada à Justiça”, diz Ozono. Exigir cópia de todos os seus documentos médicos ajuda a garantir o direito de tomar decisões com mais segurança sobre a própria saúde, com outras opiniões médicas, se necessário.

O plano de saúde garante uma segunda opinião?

Embora não exista uma lei específica que obrigue os planos de saúde a oferecer uma segunda opinião, o direito está garantido por princípios constitucionais e normas do Código de Defesa do Consumidor, como já citado.

“Todo paciente tem direito a uma segunda opinião médica, em qualquer fase do tratamento — desde o diagnóstico até as decisões terapêuticas mais avançadas. Esse direito não depende da autorização do plano de saúde, e o paciente não precisa justificar a razão da consulta com outro profissional”, diz o advogado Junior Ozono, especialista em Direito do Consumidor e Advocacia Médica.

Muitos contratos de planos de saúde e resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reconhecem a importância da segunda opinião, principalmente em casos complexos, como o tratamento de câncer”, explica Ozono.

O especialista explica que os planos de saúde devem cobrir a consulta a outro profissional da própria rede credenciada, escolhido pelo paciente, dentro da especialidade necessária. “O que o plano não é obrigado a fazer é autorizar uma segunda opinião com um médico fora da rede credenciada, salvo se não houver especialista da área dentro da rede contratada”, detalha. “Nesse caso, a Justiça já tem reconhecido o direito do paciente de ser atendido por um médico fora da rede sem custo adicional, garantindo a continuidade e a qualidade do tratamento”, observa o advogado.

Se necessário, o paciente tem o direito de buscar, inclusive, mais de duas opiniões. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não impõe restrições específicas quanto ao número de opiniões médicas que o paciente pode procurar. “Portanto, não há limite legal para solicitar uma nova avaliação”, reitera.

Ainda que o acesso possa ser mais burocrático ou demorado, o direito à segunda opinião é legítimo e deve ser respeitado, mesmo no atendimento da rede pública. “Pacientes atendidos pela rede pública de saúde (SUS) também têm direito a uma segunda opinião médica”, afirma Ozono. Esse direito está fundamentado no mesmo princípio da autonomia do paciente e no princípio da integralidade do atendimento, previsto na Constituição Federal e nas diretrizes do SUS, que assegura ao cidadão um atendimento completo, contínuo e de qualidade.

Na prática, o paciente pode solicitar uma nova avaliação com outro especialista, especialmente nos casos em que há dúvida sobre o diagnóstico ou o tratamento proposto. O ideal é que o próprio médico que realizou o primeiro atendimento faça o encaminhamento, justificando a necessidade de avaliação por outro profissional, especialmente em casos complexos.

Se houver resistência ou negativa, é direito do paciente:

Procurar a Ouvidoria do SUS no município ou no hospital;

Solicitar a intervenção da Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde;

Registrar um pedido formal no próprio posto de saúde ou unidade onde foi atendido.

Procurar apoio de um advogado especializado em Direito Médico e da Saúde, além do Ministério Público ou da Defensoria Pública.

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METROPOLES

SUS inicia troca de papanicolau por exame de DNA. Entenda o novo teste

Teste de DNA-HPV, mais sensível, passa a substituir o papanicolau no rastreamento feito pelo SUS contra o câncer de colo do útero

O Ministério da Saúde iniciou, na sexta-feira (15/8), a distribuição gradual do exame DNA-HPV, que deve substituir progressivamente no Brasil a realização do papanicolau para o rastreamento do câncer de colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS).

O teste feito com a secreção do colo do útero avalia 14 tipos do papilomavírus humano (HPV) que são mais cancerígenos. Ele será o teste primário e o papanicolau ficará restrito à confirmação de casos positivos.

O que é o HPV?

A infecção por papilomavírus humano (HPV) é uma das mais incidentes.

é uma das mais incidentes. Ela leva ao aparecimento de lesões na pele dos órgãos genitais de homens e mulheres.

de homens e mulheres. A textura dessas alterações pode ser suave ou rugosa, com coloração que varia de acordo com o tom de pele. Elas não causam dor, mas são contagiosas .

. Os sintomas podem ser silenciosos. A melhor forma de prevenção do HPV é se vacinar.

A substituição começa a ser feita em um município de cada estado selecionado: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e o Distrito Federal.

A meta é que, até dezembro de 2026, o novo rastreio esteja presente na rede pública em todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres com idades entre 25 e 64 anos anualmente.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, graças à estrutura do SUS a implantação no Brasil será mais rápida do que a feita em outros países que adotam o teste, como Reino Unido, Espanha e Portugal, que levaram três anos para difundi-lo nacionalmente.

"Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas", disse o ministro na sexta-feira, durante o lançamento da iniciativa no Recife.

Como funciona o teste de DNA?

A coleta continua semelhante à do exame anterior, com retirada de secreção do colo do útero. A diferença é que o material não vai mais para lâmina, mas para um tubo com líquido conservante, enviado a laboratórios para análise do DNA viral.

Segundo a pasta, a tecnologia permite identificar o vírus antes do surgimento de lesões. Isso amplia a chance de diagnóstico precoce e reduz a necessidade de intervenções desnecessárias, com intervalo maior entre exames em pacientes sem presença do HPV. Com resultado negativo, a mulher poderá repetir a coleta apenas a cada cinco anos.

O método foi desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A decisão de incorporar a tecnologia ao SUS foi tomada após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que considerou o DNA-HPV mais preciso que o papanicolau tradicional, o que justifica o investimento.

Estudos mostram que a detecção precoce pode ocorrer até 10 anos antes do surgimento de lesões identificáveis no papanicolau. Essa diferença aumenta a chance de tratamento e reduz a mortalidade associada à doença.

HPV e prevenção

O HPV é a principal causa do câncer de colo do útero, terceiro mais incidente entre brasileiras. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam 17 mil novos casos anuais e 20 mortes por dia no país, com maior impacto nas regiões Norte e Nordeste.

A vacina contra o HPV é considerada medida complementar ao rastreamento. Disponível no SUS, é aplicada em dose única em meninas de 9 a 14 anos e em grupos específicos até 45 anos, como pessoas imunossuprimidas ou em tratamento oncológico.

O Ministério da Saúde afirma que a combinação entre vacinação e rastreamento com DNA-HPV pode acelerar a meta de redução da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o DNA-HPV como padrão ouro no rastreamento do câncer de colo do útero. O exame faz parte da estratégia global para eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030.

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MEDICINA S/A

Área de saúde deve ser prioridade da inovação para população internauta brasileira

A saúde é considerada a principal prioridade para inovação por quase ¾ da população internauta brasileira, superando com ampla margem outras áreas como educação (52%) e segurança (51%). É o que aponta a pesquisa “Percepção e impacto da indústria farmacêutica”, realizada pelo Instituto IpsosIpec a pedido da Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. A coleta de dados foi realizada online entre os dias 11 e 22 de abril de 2025, em todas as regiões brasileiras, entre as classes A, B e C, com uma amostra total de 2.400 pessoas, com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, de acordo com o instituto de pesquisas.

“Esses dados mostram o valor que os brasileiros atribuem para a inovação no setor de saúde e deixam clara a relevância da indústria farmacêutica que investe em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. Tratamentos inovadores são desenvolvidos graças ao esforço de cientistas e pesquisadores e vêm revolucionando o tratamento de inúmeras doenças nos últimos anos. As políticas públicas precisam atuar no sentido de estimular a pesquisa e o acesso à inovação em saúde no Brasil”, afirma Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma.

Entre os principais achados do estudo está o fato de que cerca de 8 em cada 10 entrevistados concordam que o investimento em pesquisa para desenvolver medicamentos inovadores contribui para o crescimento do Brasil de alguma forma. Aliado a isso, 87% dos entrevistados também concordam que a indústria farmacêutica é extremamente importante no desenvolvimento de novos medicamentos.

Para os entrevistados, as contribuições esperadas em relação à indústria farmacêutica são desenvolver medicamentos inovadores para melhorar a vida dos pacientes (50%), facilitar o acesso a medicamentos (48%) e pesquisar remédios para doenças que hoje não têm cura (44%). Ao serem perguntados quem é o principal responsável por contribuir com o desenvolvimento de novos medicamentos no país, 43% responderam ser o Governo/Ministério da Saúde contra 25% para as universidades e 20% para a indústria farmacêutica. Entre os principais obstáculos para a inovação na área, aparece a falta de investimento público (56%), seguida pela falta de incentivo à pesquisa (43%).

Proteção à inovação

A maioria dos entrevistados (65%) percebe ter havido melhorias em algum nível nas áreas de prevenção e tratamento de doenças nos últimos 30 anos no Brasil. Ainda segundo a pesquisa, 61% dos brasileiros acreditam que um novo medicamento demora cerca de 5 anos ou entre 5 e 10 anos para ser desenvolvido.

“No geral, um medicamento leva cerca de 10 a 15 anos para ser criado, com um custo médio de US$ 2,6 bilhões, segundo dados da IFPMA. Apenas um ou dois compostos de cada 10 mil moléculas investigadas chegam às fases finais de desenvolvimento. O processo envolve profissionais altamente qualificados, equipamento, tecnologia de ponta e um risco muito grande para quem o realiza”, explica Porto.

Nesse contexto, a defesa da Propriedade Intelectual é um dos pontos cruciais na viabilização de investimentos na inovação em saúde. De acordo com a pesquisa, mais da metade dos entrevistados (55%) já tinham ouvido falar e sabiam o que é patente de medicamentos, seguidos por aqueles que nunca haviam ouvido falar (26%), e aqueles que já haviam ouvido falar, mas não sabiam do que se tratava (19%).

“Ainda há muitas dúvidas sobre a importância da Propriedade Intelectual e da proteção patentária. A Interfarma, nesses 35 anos de existência, vem ajudando a esclarecê-la para a população e junto ao poder público, para continuarmos viabilizando a inovação em saúde. O direito de comercializar exclusivamente um medicamento por período determinado, concedido pelo governo a quem desenvolve uma inovação, seja no setor farmacêutico ou em outros setores, faz muito sentido para compensar os recursos empregados e garantir mais investimentos no desenvolvimento de novas moléculas e terapias”, explica o presidente-executivo da Interfarma.

Acesso aos medicamentos

A pesquisa também explorou a percepção sobre o acesso às novas terapias. O SUS (Sistema Único de Saúde) é visto como a principal forma de acesso a um medicamento inovador para 54% dos entrevistados. Essa opinião é mais expressiva entre:

aqueles que não possuem plano de saúde (60%);

e na região Nordeste (61%).

Quando se fala de uma nova vacina, a percepção de que o sistema público é o principal meio de acesso é ainda mais preponderante (74%) – ou seja, 20 pontos percentuais a mais em relação à forma de acesso ao medicamento (54%). Já a compra particular como principal forma de acesso à vacina chega apenas a 19%.

A disponibilidade no SUS ou no Plano de Saúde é o principal motivador para adesão a um tratamento de longa duração para 32% das pessoas, seguida pela indicação de um especialista na área, com 30%. “Isso corrobora a nossa visão de que precisamos atuar em conjunto com o poder público para garantir o acesso do brasileiro aos tratamentos e vacinas, por meio da inserção dessas novas tecnologias no SUS e na Saúde Suplementar”, coloca Porto.

Quando perguntados quais as doenças que precisam de mais investimentos em inovação, os entrevistados colocaram o câncer (67%) como prioridade, seguido por transtornos mentais (46%), doenças infecciosas (36%) e doenças cardiovasculares (36%). “O desejo dos brasileiros vai ao encontro dos lançamentos mundiais de medicamentos na última década. A oncologia se destacou como a área mais relevante, com um terço dos lançamentos de novos produtos, o que reflete a intensa pesquisa e desenvolvimento nessa área, seguida pela Neurologia, com 11,2% dos lançamentos, de acordo com dados do IQVIA. Além disso, quando falamos em pesquisa clínica, apenas em 2023, o setor oncológico recebeu investimentos de US$ 109,6 bilhões (R$ 630 bilhões), seguido por neurologia US$ 34 milhões (R$ 196 bilhões)”, conclui o presidente executivo da Interfarma.

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A IA no centro da transformação dos cuidados em saúde

Inteligência Artificial vem ganhando tração nos mais diversos elos da cadeia econômica mundo afora. Passado o receio inicial provocado pelo surgimento dessa tecnologia, sua utilização tem permitido aprimorar processos e fluxos de trabalho para, a partir disso, possibilitar que os profissionais foquem seus esforços diários em questões cada vez mais estratégicas. O setor de saúde lidera movimentos relevantes na adoção da IA, com o olhar direcionado para que os profissionais que atuam diariamente nos cuidados em saúde possam ter, cada vez mais, o paciente no centro de seus esforços.

Dados da consultoria Precedence Research apontam que o mercado de soluções e serviços baseados em IA para a saúde deve movimentar mais de US$ 180 bilhões globalmente até 2030, com uma fatia significativa desse montante chegando às instituições brasileiras públicas e privadas.

Uma das frentes de operações em que a IA tem sido utilizada com bastante êxito é nos setores de diagnóstico de clínicas e hospitais, assim como nos players que atuam especificamente nesse nicho. Essa tecnologia possibilita, por exemplo, uma análise preliminar de grandes volumes de exames por imagem que, posteriormente, serão avaliados por especialistas já com indicações sobre possíveis diagnósticos.

Além disso, exames com imagens ainda mais nítidas e detalhadas geradas por equipamentos com conexão à IA contribuem com a acurácia clínica e, consequentemente, com melhores desfechos para os pacientes. Esse tipo de diagnóstico possibilita detectar alterações neurológicas sutis, em estágios iniciais, muitas vezes invisíveis a olho nu, o que pode levar à antecipação de intervenções com benefícios positivos para o prognóstico dos pacientes.

Outra especialidade em que a IA pode ter um impacto extremamente significativo é na detecção do câncer de pâncreas. Nesse tipo de doença, a identificação precoce é determinante para ampliar as chances de tratamento dos pacientes. Na grande maioria dessas situações, cerca de 80% a 85%, a patologia é diagnosticada, infelizmente, em estágio em que não há mais a possibilidade de cura.

A IA também já é realidade também no monitoramento de pacientes com problemas neurológicos como esclerose múltipla, demência ou lesão cerebral. Para além disso, o uso da tecnologia permite automatizar todo um processo atualmente feito de maneira manual, desde a identificação e marcação até a quantificação de volumes de estruturas cerebrais através de informações disponíveis em exames de tomografia e ressonância.

É preciso que a IA seja incorporada de maneira coordenada a dispositivos, equipamentos, insumos, soluções e outras tecnologias já utilizadas. A interoperabilidade é a chave para o acesso a dados precisos e em tempo real dos pacientes para que sejam efetivos no suporte às decisões clínicas e, consequentemente, resultem em melhores desfechos para os pacientes.

Alguns dos desafios na utilização da IA estão relacionados a questões regulatórias e ao desenvolvimento de estratégias nacionais. Outro ponto de atenção fundamenta-se no acesso ao maior número de pessoas, não somente aos que contam com serviços privados de saúde.

A Inteligência Artificial está transformando a saúde e outros setores, mas é preciso avançar em diferentes aspectos de maneira estratégica e coordenada para que profissionais de saúde e pacientes sejam beneficiados de maneira plena.

*Bruno Campello é CEO da Guerbet.

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AGÊNCIA CORA

Agora Tem Especialista: Goiás já realizou mais de 5 mil procedimentos

Números foram apresentados durante visita técnica de equipe do Ministério da Saúde ao Crer e ao Cerof da UFG, ambos com atendimentos regulados pelo Estado (Foto: Marco Monteiro)

Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) revelam que o Estado já executou 5.444 Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs) pelo Programa Agora Tem Especialista desde a implantação das atividades, em 2024. Nos últimos 20 dias, foram mais de 2,6 mil procedimentos feitos em 31 unidades sob gestão da SES-GO.

Os números foram apresentados durante visita técnica do Ministério da Saúde, realizada na última nesta sexta-feira (15/08), ao Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e ao Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof), da Universidade Federal de Goiás, ambos com regulação dos atendimentos pelo Estado.

Ação que integra a Política Nacional de Atenção Especializada (Pnaes), o Programa Agora Tem Especialista dá ênfase ao funcionamento e resultados da Atenção Ambulatorial Especializada, ampliando o acesso dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) às consultas ambulatoriais e aos exames especializados.

O paciente é encaminhado a um serviço de saúde que realiza as consultas e exames diagnósticos necessários num período de até 30 ou 60 dias, conforme a situação.

Ações do programa

Em Goiás, as ações do programa são facilitadas pela estrutura já construída desde o início da atual gestão estadual, atuando também com uma gama de especialistas em saúde nas seis policlínicas estaduais, distribuídas cinco macrorregiões do estado, bem como nos ambulatórios dos hospitais da rede própria e conveniada, a exemplo do próprio Cerof/UFG.

Segundo a superintendente de Regulação da SES-GO, Lorena Mota, o programa funciona em 31 unidades espalhadas por todo o Estado, incluindo hospitais e policlínicas.

“O objetivo é ampliar ainda mais esse acesso do paciente em tempo célere, seja em consultas, exames ou retorno na mesma semana ou até no mesmo dia”, afirmou.

Atualmente, as OCIs executadas em Goiás envolvem as áreas de ortopedia, cardiologia, ginecologia, oftalmologia, oncologia e otorrinolaringologia.

As filas de espera atuais de cada especialidade são avaliadas e aquelas identificadas no perfil de OCI são migradas para essa nova fila para agendamento e execução dentro do prazo estabelecido.

A superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde, Amanda Limongi, ressaltou a qualidade do trabalho realizado pelo Crer que vai desde os atendimentos ambulatoriais até cirurgias de alta complexidade.

“O Crer foi uma das unidades piloto escolhidas para implantação do programa e temos visto o crescimento exponencial desses atendimentos no menor tempo possível”, acrescentou.

Desempenho de Goiás

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior, que que esteve à frente das visitas técnicas, elogiou o desempenho de Goiás no Programa Agora Tem Especialista. Ele conheceu as dependências do Crer e do Cerof, além de assistir à apresentação dos números do programa executado nas duas unidades.

Segundo o secretário, Goiás é um dos pioneiros em muitos indicadores e já é considerado caso de sucesso.

“Isso é mérito de vocês e isso nos dá muito orgulho. Estaremos aqui, a cada 15 dias, para acompanhar o avanço das atividades.”, acrescentou.

O presidente do Cerof, Marcos Ávila, lembrou que a unidade passou a ter a regulação pela SES-GO há apenas um ano, e já colhe resultados. Hoje, são cerca de 540 atendimentos realizados diariamente pelo SUS.

“Mudou por completo e vamos aumentar esses números com implantação do Programa Agora Tem Especialista. Estamos muito empolgados”, completou.

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SAÚDE BUSINESS

Hospitais brasileiros apostam no DRG para gestão mais eficiente

Congresso no Rio de Janeiro reunirá especialistas para debater como o sistema de agrupamento de diagnósticos pode trazer mais valor à saúde.

Por muitos anos, o Brasil tem caminhado em direção a modelos de saúde mais sustentáveis e eficientes. No centro dessa transformação está um conceito ainda pouco compreendido por grande parte do setor: o Diagnosis Related Groups, ou DRG. Muito mais do que uma ferramenta de gestão hospitalar, o DRG ajuda a organizar o financiamento e aprimorar a qualidade da assistência em sistemas orientados por valor.

Este tema será abordado no CLAVS’25 – 2º Congresso Latino-Americano de Valor em Saúde, organizado pelo Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS), programado para os dias 25 e 26 de agosto, no Rio de Janeiro.

Conceito e funcionamento do DRG

César Abicalaffe, presidente do Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS), define DRG como “uma ferramenta de agrupamento de diagnósticos semelhantes em hospitais que tratam pacientes na fase aguda da doença.” Cada grupo reúne pacientes com condições clínicas similares e que, portanto, tendem a demandar recursos comparáveis. O agrupamento permite estruturar pacotes assistenciais que consideram severidade, comorbidades e o custo real da internação.

O sistema possui capacidade de ajuste de risco, com cada grupo apresentando níveis específicos de complexidade e severidade. O cálculo do custo estimado de internação resulta da multiplicação do peso relativo por uma taxa básica (base rate), constituindo um processo técnico e estruturado.

O DRG, por si só, não constitui um modelo de pagamento baseado em valor. Conforme explica Abicalaffe, é necessária a incorporação de componentes de avaliação de desfechos. No Brasil, isso ocorre através do EVS (Experiência de Valor em Saúde), metodologia que adiciona indicadores de qualidade, eficiência e experiência do cuidado.

Desafios de implementação

Márcia Sá, especialista em implantação do DRG, identifica a documentação clínica como principal obstáculo para a adoção do sistema no Brasil. “A construção do modelo de remuneração no Brasil não privilegia a documentação clínica. Mas o DRG depende justamente disso. Sem qualidade na documentação do prontuário, não há como traduzir o cuidado em dados estruturados”, afirma.

A especialista esclarece que o DRG não determina o tempo de permanência hospitalar. Sua função é categorizar pacientes clinicamente semelhantes para gerar transparência, sendo que cada paciente permanece internado pelo período clinicamente necessário.

O DRG possibilita o monitoramento de indicadores como o case mix (perfil de complexidade dos pacientes), identificação de desperdícios, avaliação de desempenho médico e detecção de mudanças no perfil assistencial. Isso resulta na formação de um banco de dados de morbidade útil para a governança clínica.

Contexto brasileiro

Em outros países, a implementação do DRG como modelo de pagamento geralmente origina-se de políticas públicas. No Brasil, a aplicação tem se concentrado em segmentos específicos, como a saúde suplementar.

A abordagem atual propõe iniciar com um modelo básico, baseado em conceitos internacionais, com evolução gradual ao longo de cinco anos para modelos mais complexos, permitindo adaptação progressiva do mercado brasileiro.

Evento CLAVS’25

O tema DRG e Valor será discutido no CLAVS’25 – 2º Congresso Latino-Americano de Valor em Saúde. O evento contará com especialistas para debater transformações nos sistemas de saúde, incluindo apresentações de casos, debates técnicos e experiências internacionais.

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A inteligência emocional como vacina contra falhas de comunicação na saúde

No setor de saúde, estamos acostumados a falar sobre comunicação como processo — definir protocolos, treinar uso do SBAR, investir em sistemas de prontuário eletrônico. Tudo isso é importante. Mas pouco discutimos sobre o “invisível” que interfere no processo: o estado emocional de quem comunica e de quem recebe a mensagem.

A inteligência emocional, conceito popularizado por Daniel Goleman, é a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções e as emoções dos outros. No contexto da saúde, ela funciona como uma verdadeira vacina contra falhas de comunicação, porque atua antes que o “vírus” do estresse, da irritação ou da pressa contamine a clareza da mensagem.

Comunicar não é apenas falar ou escrever. É fazer com que a mensagem chegue ao outro como foi pensada, levando em conta o contexto, o momento e o estado emocional de ambos.

Na prática, a emoção influencia:

O tom (um mesmo conteúdo pode soar como crítica construtiva ou ataque pessoal dependendo do humor do emissor);

A escolha das palavras (em estresse, tendemos a ser mais diretos ou até ríspidos, o que pode fechar portas para o diálogo);

A capacidade de escuta (emoções negativas reduzem a atenção plena, e parte da mensagem pode se perder);

A interpretação (quem está ansioso ou irritado tende a interpretar neutro como negativo).

Por isso, podemos ter o melhor protocolo de comunicação do mundo, mas se as emoções estiverem no comando de forma descontrolada, a informação vai se perder no caminho.

Por que a saúde é um ambiente de alto risco emocional

setor de saúde reúne todos os ingredientes para um ambiente emocionalmente desafiador:

Alta pressão: decisões urgentes, pouco tempo, múltiplas demandas simultâneas;

Impacto direto em vidas: qualquer erro pode significar um dano grave ou irreversível;

Trabalho em equipe multidisciplinar: diferentes formações, estilos e culturas convivendo no mesmo espaço;

Exposição a sofrimento e morte: lidar diariamente com perdas e limitações humanas;

Sobrecarga e jornadas longas: fadiga física e mental constantes.

Esse contexto gera vulnerabilidade emocional. Profissionais podem entrar em um modo automático de defesa, onde a prioridade é “resolver rápido” e não “comunicar bem”. Só que na saúde, comunicar mal pode custar mais caro do que investir alguns segundos a mais para alinhar corretamente.

Como a inteligência emocional atua como “vacina”

A inteligência emocional não elimina a pressão ou o risco, mas reduz a probabilidade de que esses fatores se transformem em falhas de comunicação. Confira algumas das estratégias que podem auxiliar no seu dia a dia na saúde.

Autoconsciência: É a capacidade de perceber o que você está sentindo no momento. Um líder autoconsciente nota quando está impaciente e evita iniciar uma conversa importante naquele estado.

Autorregulação: É escolher como e quando expressar o que sente. Em vez de responder no impulso, a pessoa respira, organiza as ideias e fala de forma construtiva.

Empatia: É entender o que o outro está sentindo e ajustar a forma de se comunicar. Por exemplo, ao dar uma orientação técnica a alguém que acabou de lidar com um paciente grave, o emissor pode usar mais cuidado e clareza.

Habilidade social: É usar a comunicação como ferramenta para criar conexão, engajar e resolver problemas. No ambiente hospitalar, isso pode significar convencer uma equipe resistente a adotar um novo protocolo, sem impor pela autoridade, mas persuadindo pela relevância.

Falhas comuns de comunicação que a inteligência emocional poderia prevenir

Mesmo em equipes bem treinadas, com protocolos claros e tecnologia de apoio, as falhas de comunicação continuam acontecendo. Muitas delas não têm relação com falta de conhecimento técnico ou de recursos, mas com a forma como as pessoas se relacionam e se expressam em momentos de pressão. É nesse ponto que a inteligência emocional faz a diferença — prevenindo mal-entendidos, reduzindo ruídos e criando um clima em que falar e ouvir se tornam mais efetivos. A seguir, alguns exemplos de falhas que poderiam ser evitadas se a gestão das emoções estivesse no centro da comunicação.

Mensagens mal interpretadas pelo tom: Em uma emergência, o tom de voz elevado pode ser lido como agressividade, gerando tensão desnecessária.

Interrupções constantes: Falta de escuta ativa faz com que detalhes importantes sejam perdidos.

Informações omitidas por medo de reação: Profissionais que deixam de alertar sobre riscos porque receiam retaliações.

Escalada de conflitos: Pequenas divergências que, sem gestão emocional, se tornam confrontos que afetam o trabalho.

Feedbacks destrutivos: Correções feitas em público ou com sarcasmo, gerando defensividade e reduzindo colaboração.

Inteligência emocional e segurança do paciente

As falhas de comunicação estão entre as principais causas de eventos adversos na saúde. Muitas vezes, essas falhas não vêm de desconhecimento técnico, mas de barreiras emocionais que impedem a mensagem de ser transmitida e recebida com clareza.

Ao investir em inteligência emocional, aumentamos:

A qualidade da informação trocada;

A confiança entre membros da equipe;

A rapidez na resolução de problemas;

A adesão a protocolos de segurança.

A inteligência emocional para quem trabalha na saúde é uma competência essencial que deve estar na mesma prateleira de prioridade que habilidades técnicas e conhecimento científico.

Ela é a vacina que previne falhas de comunicação — e como toda vacina, atua antes do problema, reduzindo a probabilidade e o impacto de erros. Cada profissional que aprende a gerenciar suas emoções e a se comunicar com empatia e clareza se torna uma barreira viva contra riscos.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 18 Agosto 2025 06:55

CLIPPING AHPACEG 16 A 18/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

 

STF confirma direito de recusar transfusão de sangue por religião

https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-08/stf-confirma-direito-de-recusar-transfusao-de-sangue-por-religiao-0

Projeto em Goiás reduz pela metade diagnósticos graves de câncer de mama

https://tribunademinas.com.br/especiais/saude/17-08-2025/projeto-em-goias-reduz-pela-metade-diagnosticos-graves-de-cancer-de-mama.html

Vencimento de 1,5 mil patentes de remédios vai gerar onda de novos genéricos: veja como a indústria se prepara

https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/08/17/vencimento-de-15-mil-patentes-de-remedios-vai-gerar-onda-de-novos-genericos-veja-como-a-industria-se-prepara.ghtml

Entenda a crise nas maternidades de Goiânia e como ela pode estar prestes a acabar

https://www.jornalopcao.com.br/saude/entenda-a-crise-nas-maternidades-de-goiania-e-como-ela-pode-estar-prestes-a-acabar-735165/

Caiado vistoria novo hospital e Rio Verde e destaca regionalização

https://www.aredacao.com.br/noticias/238270/caiado-vistoria-novo-hospital-e-rio-verde-e-destaca-regionalizacao

Com bom humor e dando dicas, médico do Samu comenta atendimento a Legendários atacados por abelhas em Goiás

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/18/com-bom-humor-e-dando-dicas-medico-do-samu-comenta-atendimento-a-legendarios-atacados-por-abelhas-em-goias.ghtml

Rede Mater Dei registra lucro líquido de R$ 27 milhões e redução da dívida líquida

https://medicinasa.com.br/mater-dei-resultados-2t-25/

ANS divulga resultado preliminar do Mapeamento do Risco Assistencial

https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/operadoras/avisos-para-operadoras/ans-divulga-resultado-preliminar-do-mapeamento-do-risco-assistencial-8

AGÊNCIA BRASIL

STF confirma direito de recusar transfusão de sangue por religião

Tribunal rejeitou recurso do CFM, que buscava reverter decisão

O Supremo Tribuna Federal (STF) formou maioria para reafirmar o direito de negar transfusões de sangue por motivos religiosos, rejeitando recurso do Conselho Federal de Medicina, que buscava reverter a decisão favorável ao grupo Testemunhas de Jeová.

O julgamento dos embargos ocorre no plenário virtual, em sessão prevista para durar até as 23h59 desta segunda-feira (18). Votaram por negar o recurso o relator, ministro Gilmar Mendes, e os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, André Mendonça e Dias Toffoli. 

A maioria será confirmada caso não haja pedido de vista (mais tempo de análise) ou destaque (remessa ao plenário físico). A decisão tem repercussão geral, devendo ser observada por todos os tribunais do país. 

Em setembro de 2024, o plenário do Supremo decidiu por unanimidade que os cidadãos têm o direito de recusar a realização de procedimentos médicos por motivos religiosos. Esse é o caso, por exemplo, das testemunhas de Jeová, cuja fé não permite as transfusões de sangue. 

“A recusa a tratamento de saúde por razões religiosas é condicionada à decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente, inclusive quando veiculada por meio de diretivas antecipadas de vontade”, diz a tese estabelecida na ocasião. 

A tese vencedora também estabeleceu a possibilidade da realização de procedimento alternativo, sem a transfusão de sangue, “caso haja viabilidade técnico-científica de sucesso, anuência da equipe médica com a sua realização e decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente”.

A CFM recorreu da decisão alegando haver omissões na medida, pois o Supremo não teria esclarecido o que fazer em cenários nos quais o consentimento esclarecido do paciente não seria possível, ou em casos com risco de morte iminente. 

Dois casos concretos serviram de base para a decisão. Um dizia respeito a uma mulher de Maceió que se recusou a fazer uma transfusão para a realização de uma cirurgia cardíaca. O outro tratava de uma paciente do Amazonas que exigia o custeio pela União de uma cirurgia de artroplastia total em outro estado, em que poderia ser feita sem a transfusão de sangue. 

No voto seguido pela maioria, em que rejeitou o recurso da CFM, o relator Gilmar Mendes escreveu que, ao contrário do argumentado, os pontos de omissão foram levantados e esclarecidos no julgamento. 

“Em situações nas quais a vida do paciente esteja em risco, o profissional de saúde deve atuar com zelo, adotando todas as técnicas e procedimentos disponíveis e compatíveis com a crença professada pelo paciente”, reiterou o ministro.

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TRIBUNA DE MINAS

Projeto em Goiás reduz pela metade diagnósticos graves de câncer de mama

Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG) reduziu em 50% os diagnósticos de câncer de mama em estágio avançado no município de Itaberaí (GO). A iniciativa, implementada em 2022 como projeto-piloto, capacitou agentes comunitárias de saúde para orientar e realizar rastreamento ativo durante visitas domiciliares, incentivando mulheres com mais de 40 anos a realizar exames preventivos.

Metade das pacientes visitadas recebeu, com consentimento, exame clínico das mamas feito pelas agentes, treinadas para identificar alterações palpáveis. Entre essas mulheres, 70% dos casos de câncer foram diagnosticados nos estágios iniciais (um ou dois). No grupo que recebeu apenas orientações, o índice foi de 30%.

Ao todo, mais de 3 mil mulheres participaram da pesquisa. Quinze receberam diagnóstico de câncer de mama — dez no grupo de intervenção direta e cinco no grupo de controle. “Esperávamos reduzir em 20% os diagnósticos tardios, mas alcançamos 50% em pouco tempo”, afirma o mastologista Ruffo de Freitas Júnior, coordenador do estudo. Os resultados iniciais foram apresentados no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado em junho de 2025, nos Estados Unidos.

O oncologista Diogo Sales, do Hospital Israelita Albert Einstein, em Goiânia, avalia que a estratégia fortalece o diagnóstico precoce. “O número de casos ainda é pequeno, mas a atuação de profissionais treinadas de forma mais ostensiva mostrou resultados importantes”, diz.

Prevenção e detecção precoce

Casos diagnosticados no início da doença têm até 95% de chance de cura. A mamografia é o exame mais indicado para encontrar lesões antes de se tornarem palpáveis. Entre os sinais de alerta em estágios mais avançados estão nódulos, alterações na pele ou no formato das mamas, retração do mamilo e secreção.

Segundo Freitas Júnior, as visitas domiciliares também resultaram em maior procura espontânea por exames. “As pacientes não se sentiram invadidas, mas apoiadas. A taxa de realização de mamografias no município subiu de 4% para 30%”, afirma.

O Ministério da Saúde recomenda que mulheres façam mamografia a cada dois anos a partir dos 50 anos, ou antes, se houver indicação médica. Algumas sociedades médicas e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desde julho, sugerem iniciar o rastreamento aos 40 anos.

Continuidade do estudo

A pesquisa seguirá pelos próximos anos para avaliar o impacto do diagnóstico precoce na mortalidade e no início do tratamento dentro do prazo legal de 60 dias. Há planos para replicar o modelo em Paragominas (PA), Araguaína (TO), Macapá e Petrópolis (RJ).

Para as equipes envolvidas, a capacitação trouxe mudanças positivas. A agente de saúde Valdirene Mendonça Gonçalves Pereira, de 54 anos, destaca que a segurança para orientar as pacientes ajudou a aumentar a adesão. “Muitas vezes, o que impede o exame é o medo. Saber que contribuí para salvar vidas é motivo de orgulho”, afirma.

*Texto reescrito com o auxílio do Chat GPT e revisado por nossa equipe

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O GLOBO

Vencimento de 1,5 mil patentes de remédios vai gerar onda de novos genéricos: veja como a indústria se prepara

A indústria farmacêutica brasileira amplia investimentos para aproveitar uma janela de oportunidade nos próximos cinco anos para expandir a produção de genéricos e similares. Até 2030, vão prescrever cerca de 1,5 mil patentes de princípios ativos e processos industriais relativos a 1 mil medicamentos, permitindo a produção de versões ao menos 35% mais baratas.

São remédios para 186 doenças, incluindo câncer e diabetes, além de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios.

O potencial para a indústria é enorme: aumentar em 20% o total de genéricos comercializados no país. Hoje são 4,6 mil. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abifina). As patentes mapeadas pertencem a 400 farmacêuticas, a maioria americanas e europeias, como Astrazeneca, Novartis, Takeda, Janssen e Pfizer.

As empresas que atuam no Brasil e o governo mapeiam substâncias estratégicas que devem entrar em domínio publico para direcionar investimentos em pesquisa, fábricas e cadeias logísticas para produzir os genéricos assim que cair a proteção dos direitos dos medicamentos de referência.

O aumento da busca por crédito no BNDES e na Finep, tradicionais financiadores do setor, dá uma ideia dessa corrida. Entre 2023 e junho deste ano, o banco emprestou R$ 7,8 bilhões para a indústria de saúde, a maior parte para farmacêuticas, alta de 72% em relação aos quatro anos anteriores.

Se somados os recursos da Finep, focada em pesquisa e inovação, o montante chega a R$ 11,8 bilhões concedidos no âmbito do Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do governo que tem o setor de fármacos entre os prioritários.

José Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, espera o mesmo patamar nos próximos anos:

— Boa parte disso é para o desenvolvimento de novos medicamentos, inovação, tecnologias e o que chamamos de plantas pioneiras, que não temos no Brasil, como as de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). A demanda é constante.

Presidente executivo da Abifina, Andrey Vilas Boas de Freitas diz que o levantamento de patentes a vencer pode guiar o governo e as indústrias na avaliação do potencial de produção local, viabilidade econômica, exigências regulatórias e riscos de novos genéricos, aliviando o bolso do consumidor e o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que gasta R$ 20 bilhões por ano com medicamentos.

Algumas das drogas que poderão ter cópias são para o tratamento de câncer, de alto custo. E o alinhamento com as prioridades da saúde pública pode reduzir a dependência de remédios e IFAs importados.

— Há remédios de centenas de milhares de reais para o tratamento anual de um único indivíduo, totalmente importados. Se trabalharmos nos próximos anos absorvendo tecnologias e produzindo genéricos, será bom não só para a concorrência, mas para garantia de acesso e redução de judicialização contra o SUS e planos de saúde — afirma Freitas.

No Brasil, as patentes protegem os direitos econômicos de quem criou um medicamento por 20 anos, a partir do pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Quando o prazo termina, outras empresas podem copiar substâncias já desenvolvidas e testadas. Com maior oferta e competição, o preço cai.

Pela lei, genéricos devem ser no mínimo 35% mais baratos que os de referência. No ano passado, esse mercado faturou R$ 20,4 bilhões, 13,5% a mais que em 2023, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), com dados da consultoria IQVIA.

Dos 20 medicamentos mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos, e 85% dos itens do programa Farmácia Popular são da categoria.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que já identificou entre as patentes que vão expirar moléculas como o eculizumabe, usado no tratamento da Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), doença rara das células sanguíneas. Só esse remédio custa ao SUS R$ 1 bilhão ao ano.

A substância foi contemplada em recente parceria de Bahiafarma e Bionovis, anunciada pelo governo. A pasta espera uma economia entre 30% e 40% na compra de medicamentos “a partir de parcerias em curso”.

Para Fernando Aith, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o corte de custos do SUS com uso de genéricos tem impacto fiscal relevante:

— O Brasil é dos poucos países que, além do atendimento, dão remédio. Isso dá ao Estado enorme poder de compra, o que ajuda a reduzir preço.

O setor farmacêutico espera crescimento anual na casa dos 10% nos próximos anos, o que inclui o ganho de escala nos genéricos, diz Reginaldo Arcuri, presidente-executivo do FarmaBrasil, que reúne fabricantes como Aché, Eurofarma, EMS, Libbs e Hypera.

Para que um genérico chegue à farmácia assim que a patente expira, os investimentos começam anos antes, com pesquisadores das farmacêuticas estudando as moléculas e fazendo testes para licenciar a produção na Anvisa.

No Aché, um genérico avaliado como viável começa a ser pesquisado até três anos antes do domínio público, diz o diretor-presidente, José Vicente Marino.

Para surfar essa nova onda dos genéricos, o Aché começou a expansão da fábrica em Cabo de Santo Agostinho (PE), da unidade de antibióticos de Anápolis (GO) e da principal base, em Guarulhos (SP), onde expande laboratórios de alta potência para medicamentos oncológicos e antibióticos. São R$ 500 milhões previstos até 2027.

— Dedicamos cerca de 6% da receita líquida (R$ 70 milhões no 1º trimestre) a projetos de inovação. Atualmente, são 250 iniciativas. Em 2025, lançaremos 54 produtos, um recorde, incluindo produtos próprios, importados, similares e genéricos — diz Marino.

Na Cimed, o foco são remédios voltados para diabetes, doenças cardíacas e males do sistema nervoso, como ansiedade e depressão. A empresa investiu R$ 200 milhões só neste ano na divisão de genéricos. O plano é levar cinco novos ao mercado por ano, diz Fausto Lourenção, diretor de Medicamentos da empresa:

— A ampliação de centros de distribuição é prioridade, considerando o ganho de escala recente e o que se aproxima.

Peter Lay, diretor de Novos Negócios do Teuto, conta que o laboratório tem 80 produtos à espera de liberação da Anvisa. Por ano, são 30 novos pedidos. Sem detalhar valores, ele prevê investimentos em remédios para males cardiovasculares e nas canetas à base de semaglutida.

Na Medley, são R$ 30 milhões por ano em estudos com foco em remédios para sistema nervoso, cardiologia, gastroenterologia e dor. A empresa aplicou R$ 120 milhões em aumento de capacidade produtiva em três anos.

Com o sucesso das canetas à base de semaglutida — voltadas para o tratamento de diabetes tipo 2, mas campeãs de vendas por seus efeitos emagrecedores —, farmacêuticas brasileiras acompanham com expectativa a previsão de que o princípio ativo também entre em domínio público, abrindo caminho para genéricos e similares.

A patente, da Novo Nordisk, sob os selos Ozempic e Wegovy, cai em 20 de março de 2026, mas o laboratório dinamarquês aguarda o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir sobre seu pedido de extensão da proteção no Brasil.

A farmacêutica se queixa de que o INPI levou 13 anos para analisar a patente, o que permitiu o uso pleno do registro por apenas sete dos 20 anos previstos. O pedido foi negado em primeira e segunda instâncias. Em 2023, o STJ manteve o entendimento mas, em abril deste ano, um novo recurso foi feito e aguarda julgamento.

Sócio do escritório Pinheiro Neto, José Mauro Machado explica que, pela Lei de Propriedade Industrial, a patente começa a valer a partir da apresentação do pedido ao INPI, mas um artigo da legislação previa possível extensão se houver demora na concessão para que o direito vigore por no mínimo dez anos após o deferimento.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o artigo é inconstitucional. Para outros setores, o entendimento passou a valer a partir dali. Já para as farmacêuticas, a decisão foi retroativa e definida pelo interesse público dos medicamentos.

A Novo Nordisk argumenta que não seria justo ter um direito adquirido afetado por decisão posterior. A tendência, avalia Machado, é que a discussão volte ao STF, o que poderia gerar uma tese pioneira:

— A empresa insiste que em países como os EUA há mecanismos de ajuste na validade da patente quando há atraso na concessão. No Brasil, isso não existe, embora já tenha sido discutido. É uma tese interessante, pois envolve o argumento da insegurança jurídica, já que os investimentos foram feitos contando com previsão de extensão da validade.

A demora na análise de pedidos é um problema crônico do INPI e preocupa o setor farmacêutico, que articula no Congresso a aprovação de autonomia financeira ao órgão. O projeto está em análise no Senado. Para Reginaldo Arcuri, do FarmaBrasil, isso melhoraria a chance de o INPI alcançar a meta do Nova Indústria Brasil (NIB) de baixar de 4,4 para dois anos o tempo médio de análise de patentes farmacêuticas.

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JORNAL OPÇÃO

Entenda a crise nas maternidades de Goiânia e como ela pode estar prestes a acabar

Redução do serviço e economicidade foram as principais considerações para a troca das administrações hospitalares

Em uma tarde de terça-feira, 12, Célio aguardava o fim do trabalho de parto de sua nora, que não teve o nome divulgado, no Hospital Maternidade Dona Iris (HMDI). Segundo informou o familiar ao Jornal Opção, a gestante demorou dias a fio até que fosse atendida no HMDI, uma vez que teve o atendimento recusado no Hospital Maternidade Célia Câmara (HMMCC) por apresentar dificuldades em relação a um quadro de diabete. 

Após chegar na unidade, contudo, enfrentou outra barreira com a exigência do parto normal, em vez da operação do parto pela cesária. “Obrigaram ela a fazer o parto normal por falta de insumos, mas graças a Deus deu tudo certo”, informou o parente à equipe de reportagem.   

Há poucos metros da saída do hospital, em um restaurante na avenida Alameda Emílio Póvoa, outra família, que não quis se identificar, afirmou ter enfrentado uma situação similar na mesma unidade de saúde. Segundo o familiar, um procedimento de laqueadura foi cancelado devido à falta de insumos para fazer a operação, operação que estava marcada com antecedência para após o parto de uma criança do casal.   

Este cenário de escassez de insumos nas unidades das maternidades segue desde o final do ano de 2024, quando fornecedoras de insumos hospitalares recusaram o envio de produtos devido à falta de pagamento por parte da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG). A falta de insumos com os atrasos salariais levou à impossibilidade de manter os atendimentos ambulatoriais para a população. 

Atrasos e desvio do erário

A falta dos repasses pelo desvio também atingiu as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e os Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS), que tiveram uma precarização do serviço. Em meados de novembro, seis pessoas morreram na fila de espera de atendimento de várias clínicas do município. Este período ficou conhecido como a crise da saúde municipal, e por um mês a cidade de Goiânia teve um interventor estadual na área da saúde — o médico Márcio de Paula Leite.

Nos bastidores, a causa desses atrasos foi constatada por desvios de verba pública propagadas por gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na gestão de Rogério Cruz (SD), na época encabeçada pelo médico Wilson Pollara. Os desvios foram apurados na operação Speedy Cash (dinheiro rápido, em português) da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) em que identificou pagamentos adiantados para fornecedores da SMS na ordem de R$ 10 milhões. Pelo esquema, Pollara continua preso. 

Além do titular, foram alvos de mandados de prisão o ex-secretário municipal executivo de saúde, Quesede Ayres Henrique; Marcus Vinícius Brasil Lourenço, presidente da Associação União Mais Saúde, empresa investigada por receber os desvios; Wander de Almeida Lourenço Filho, procurador da União Mais Saúde e Veriddany Abrantes de Pina, sócia-administradora da empresa de fornecimento de materiais hospitalares Mult Hosp Soluções Hospitalares LTDA. 

Com o cenário de crise, o então prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), e o governador do Estado, Ronaldo Caiado (UB), articularam a redação de dois pedidos de calamidade aprovados no início do mandato de Mabel, um de ordem financeira e outra para a saúde. Com os pedidos, a gestão municipal estudava a substituição da Fundahc no comando das maternidades pelo alto valor do repasse, no valor de R$ 19 milhões. 

Ao mesmo tempo, a SMS, agora com o titular Luiz Pellizzer, recebia um estudo técnico que comparava os níveis operacionais da Funcahc com o de outras OSS, como o do Instituto de Gestão e Humanização (IGH) que administra o Hospital Estadual da Mulher (HEMU). 

Segundo os dados obtidos pelo Jornal Opção, a Fundahc opera com uma produção equivalente a 64% do total de atendimentos do HEMU — que tem custo mensal inferior em média de R$ 9,6 milhões. Além disso, os atendimentos dos setores neonatais possuem um custo unitário menor de R$ 2.332,01, frente a das maternidades, com R$ 2.594,90 do HMDI, por exemplo. 

Outro ponto destacado no estudo foi a diminuição dos serviços e o não cumprimento de metas desde o ano de 2021 encontrado nas três maternidades. As taxas de Exames Eletivos, Consultas Ambulatoriais Eletivas, Taxa de Ocupação de Leitos e Saídas Hospitalares registraram faltas, sobretudo no final do ano de 2024, com o fechamento de serviços de porta aberta e o andamento da crise. Em uma das apurações, é apontado que o HMMCC apresentou uma “falha crítica na produção ambulatorial entre setembro e dezembro de 2024, com 97 e 42 consultas, respectivamente — o que representa menos de 7% da meta contratual.”

Além disso, a SMS afirma que a Fundahc fez o uso indevido do fundo rescisórios para fazer pagamentos de serviços administrativos, inclusive, um destes pagamentos terai sido feito para a compra de um veículo sem previsão no plano de trabalho identificado na prestação de contas do mês de abril de 2019, relativo ao Convênio 05/2018. 

Outro ponto levantado pelo estudo diz respeito às limitações de governança das Fundahc pela configuração da instituição, uma vez que deve fazer todos os ritos processuais e legais na compra de contratação e na compra de materiais. Pelo entendimento da SMS, as OSS possuem mais flexibilidade para operar em situações críticas que demandam com mais liberdade para: dispensa de licitação em muitos casos; contratação direta de pessoal e aquisição rápida de insumos.

Transição

Com os dados em mãos, a administração começou o processo de desligamento do contrato com a Fundahc pelo pedido de rescisão unilateral do contrato, enquanto fez, em junho de 2025, o chamamento público para novas OSS administrarem o serviço. 

Paralelamente, foram formadas três comissões de transição para supervisionar os trabalhos e colher informações das unidades, bem como identificar as principais demandas, segundo o supervisor dos colegiados pela SMS, Frank Cardoso, à equipe de reportagem. Similarmente, foi informado que as reuniões do grupo acontecem quase diariamente, incluindo visitas presenciais nos hospitais com equipe das instituições escolhidas.

Em resposta às alegações, a Fundahc alega que não houve qualquer quebra do contrato, e ainda afirma que a SMS tem uma dívida aberta de R$ 158 milhões à organização pela falta dos pagamentos. Além disso, Angelita Lima, reitora da UFG, em entrevista, reitera que a organização não descumpriu qualquer medida do contrato e a rescisão unilateral por descumprimento não é juridicamente cabível. Ela defende uma “rescisão tripartite, negociada e consensual” para garantir que a população “não sofra nenhum dano com esse processo.”

Da mesma forma, reafirmam que é a SMS, e não a UFG, a parte inadimplente do processo. “Em síntese, o Município de Goiânia é a parte inadimplente dos convênios, enquanto descumpriu a sua obrigação principal de repasse dos recursos financeiros necessários à manutenção das unidades de saúde, o que teria gerado os percalços ocorridos”, afirmou o recurso da UFG para a Controladoria da Prefeitura. 

Em contrapartida, Cardoso confirma que houve falha nos pagamentos em 2024, contudo, de janeiro a julho de 2025 foram repassados mais de R$ 116 milhões a Fundahc, o que “seria o suficiente para a cobertura dos serviços prestados, haja vista a redução do volume de serviço.”

Sobre o uso do fundo rescisório, Angelita comenta que a Fundahc utilizou os recursos para fazer os pagamentos para “manter o funcionamento e em alguns momentos do próprio recurso da fundação” para evitar o fechamento das maternidades, o que “não pode alegado como um uso indevido.”

Escolha dos nomes

Após o chamamento público, três instituições foram escolhidas para fazer o gerenciamento das maternidades, sendo a Associação dos Hospitais Beneficentes Do Brasil (AHBB), de São Paulo (SP), para gerir o Hospital Maternidade Nascer Cidadão (HMNC), no valor de R$ 1.998.455,59; o Hospital Beneficente São José de Herculândia (HBSJH), também paulista, para administrar o HMMCC no valor de R$ 5.120.007,82 e o Instituto Patris, de Mato Grosso (MT), para comandar o HMDI por R$ 5.572.316,08. Juntas, as três instituições devem receber R$ 12.690.779,49 para administrar as redes públicas, uma diferença em torno de R$ 7 milhões do que a Fundahc recebia. 

Os valores foram oficialmente confirmados nesta última sexta-feira, 15, quando o município publicou as justificativas de dispensa de licitação das três maternidades no Diário Oficial do Município (DOM). Com a publicação, é esperado que a gestão finalize o processo em breve, tendo em vista que a disputa acirrada nos bastidores tenta derrubar os esforços do Paço.

Jornal Opção conversou com funcionários de cada uma das três instituições para entender como o processo tende a afetar os especialistas da saúde. Um fonte do HMNC, que não pode se identificar, afirmou que os funcionários da Fundahc estão apreensivos com o futuro, sem informações claras sobre se serão aproveitados, como serão os salários e se haverá acerto de contas. 

Uma das fontes do HMCC ouvidas pela redação afirmou que Patris já assinou a carteira de funcionários do HMDI, contudo, num valor menor do que o oferecido pela Fundahc e sem benefícios. Um dos exemplos oferecidos foi o salário de R$ 3.800 para um especialista da saúde. 

A mesma funcionária do HMCC afirmou à reportagem que a ausência dos repasses levou a falta de insumos como oxigênio e medicamentos. Sobre isso, contou que a equipe da SMS esteve na unidade e ameaçou fechar o atendimento da maternidade pela falta dos materiais hospitalares, contudo, não o fizeram. Para ela, a permanência da Fundahc é imprescindível pela gama de exames oferecidos nas maternidades como vacinação, teste da linguinha, e registro de crianças, serviços que “nem maternidade particular não tem”, afirmou. 

Além disso, uma especialista da HMDI afirmou que a transição está ruim para a equipe desde a exoneração dos médicos vinculados a pessoas jurídicas. “Até hoje, pelo menos, os médicos não foram chamados para encerrar os contratos. Mas a escala [de trabalho] está vindo péssima”, afirmam. Por fim, relata que a Patris e a SMS fazem visitas presenciais no HMDI corriqueiramente, contudo, não foi informado detalhes, uma vez que a conversa fica ao nível administrativo.

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A REDAÇÃO

Caiado vistoria novo hospital e Rio Verde e destaca regionalização

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, esteve neste sábado (16/8) em Rio Verde, no Sudoeste goiano, para conhecer as instalações do Hospital Municipal Universitário (HMU), construído com recursos 100% municipais, no valor de R$ 128 milhões. Ao lado do prefeito Wellington Carrijo e do ex-prefeito Paulo do Vale, o governador ressaltou o papel da obra na regionalização da saúde em Goiás.

“É um momento importante para a saúde do Estado de Goiás. O novo Hospital Municipal de Rio Verde foi entregue no fim de 2024 e é o maior hospital municipal do Centro-Oeste brasileiro, com uma planta moderna. Esse é o padrão pelo qual tenho trabalhado: o que é público tem de ser padrão de excelência”, destacou Caiado.

A unidade terá 275 leitos de enfermaria, 36 de UTI, oito salas cirúrgicas, serviço de hemodinâmica, cirurgia robótica, áreas ambulatoriais e de diagnóstico por imagem (raio-X, tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia), além de heliponto para transporte aeromédico. Todos os leitos serão regulados pelo Complexo Regulador Estadual (CRE).

Além do hospital, Caiado visitou o novo Paço Municipal de Rio Verde, inaugurado em dezembro de 2024, no bairro Gameleira II. O espaço reúne 11 secretarias municipais, oferece mais agilidade no atendimento e melhores condições de trabalho para cerca de 700 servidores.

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G1 GOIÁS

Com bom humor e dando dicas, médico do Samu comenta atendimento a Legendários atacados por abelhas em Goiás

Profissional tem mais de 80 mil seguidores no Instagram. Ele usa a rede social para contar a rotina de atendimentos com toque de humor.

Com bom humor e dando dicas, médico do Samu comenta atendimento a Legendários atacados

O médico Ítalo Costa, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), publicou vídeo em suas redes sociais comentando como foi o atendimento a um grupo de Legendários atacados por abelhas, em Caldas Novas, na região sul do estado. Com uma pegada de humor, o médico falou da chegada do grupo no pronto socorro e da medicação preparada em casos de picada por abelha.

Nas redes sociais, o médico diz que é goiano e paranaense. Em seu perfil no Instagram o humor está presente nas postagens em que ele mistura as brincadeiras com explicações e conta a rotina de atendimento no Samu.

Evento dos Legendários

O ataque aconteceu na sexta-feira (15), no penúltimo dia do evento que começou no dia 13 de agosto. "Os Legendários são a turminha que veste de laranja e sobe a montanha para encontrar com Deus. Só que essa turminha encontrou as abelhas, meu amigo, quase como a praga do Egito", começou contando o médico Itálo Costa.

O profissional continua o vídeo contando como a equipe se preparou para receber mais de 50 pessoas que precisaram interromper uma trilha por causa das abelhas.

"O mestre de regulação falou o seguinte: '-Gente, vai chegar gente demais aqui na UPA, picada de abelha, mais de 50 pessoas'. E aí nós já ficamos preparados, conta Ítalo.

Segundo Ítalo, a primeira ambulância chegou com quatro pacientes e dois deles apresentando sintomas como anaflexia, dois com rubor de pele, muita dor, coceira, mas que não estavam em choque na anaflexia. De acordo com o médico, o tratamento foi feito com adrenalina e oxigênio.

Sempre usando um tom descontraído, o médico continuou explicando como a pessoa picada por abelha deve agir para tirar o ferrão. "Eu vou te falar o que você tem que fazer numa situação dessa", começou:

"Primeiro, abelha te picou, você vai vir aqui no ferrão, se você for pegar para puxar, você vai espremer a bolsinha de veneno que tem aqui, red total. Pode fazer isso não", instrui.

Depois fazendo gestos com as mãos ele continua:

"Você vai pegar um cartão, porque aqui não tinha cartão para explicar, imagina que é um cartão (brinca), e a picada está aqui. Você vai apertar para tirar. Um cartão, um garfo, uma faca, com as costas da faca, senão você se corta (alertou). Por quê? Aí você não espreme mais veneno lá para dentro", explica Ítalo.

O médico deu exemplo de uma pessoa que levou mais de 70 picadas: "Para tirar isso aí, se você espreme mais veneno lá para dentro o cara vai ficar mais inflamado ainda", alertou o socorrista.

Para terminar o vídeo que misturou descontração e explicação para se prevenir de um ataque de abelhas, o médico brincou um pouco.

"E a turma do Legendário, espero que vocês tenham encontrado com Deus também, não só com as abelhas. Deus abençoe a vocês", disse

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MEDICINA S/A

Rede Mater Dei registra lucro líquido de R$ 27 milhões e redução da dívida líquida

Rede Mater Dei de Saúde acaba de divulgar seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2025, entregando números crescentes e positivos. No período de 1° de abril a 30 de junho deste ano, a empresa registrou a maior receita, o maior EBITDA e melhor margem EBITDA trimestrais, considerando a rede com as unidades atuais.

O lucro líquido do trimestre foi de R$ 27 milhões e o acumulado de R$ 47,3 milhões, com aumento da margem líquida, que alcançou 5%. Já o EBITDA atingiu R$ 115,2 milhões, superando os trimestres anteriores. A margem EBITDA também cresceu, indo para 21,1%.

O crescimento atual é atribuído à melhor sazonalidade para o setor durante o período, o amadurecimento da unidade de Salvador, que registrou crescimento com margem, o bom desempenho da unidade de Nova Lima, inaugurada no ano passado, e as estratégias colocadas em prática para diluição dos custos e despesas, como o aumento da taxa de ocupação dos leitos. Além disso, as unidades adquiridas em Uberlândia, Goiânia e Feira de Santana também tiveram, em conjunto, seus melhores resultados trimestrais desde a finalização das integrações.

No segundo trimestre, a taxa de ocupação também foi alta, chegando a 83% quando considerados os pacientes de day hospital, demonstrando boa disciplina e gestão de leitos. Quanto ao ticket médio, houve um crescimento de 11% em relação ao mesmo período de 2024, apesar da queda de 3% contra o trimestre anterior devido ao mix de utilização das unidades.

“Os números obtidos no primeiro semestre de 2025 foram positivos e de acordo com o nosso planejamento, reflexos de um esforço bem-sucedido em conjunto para a melhoria dos nossos resultados. Temos boas perspectivas para o restante do ano”, afirma José Henrique Salvador, CEO da Rede Mater Dei de Saúde. “Temos feito movimentos importantes para atração de novas equipes médicas, aumentando o fluxo clínico e cirúrgico, além de um fortalecimento de nossa estratégia em oncologia”, completa o CEO da empresa.

Pelo segundo trimestre consecutivo houve uma queda da dívida líquida, diminuindo R$9 milhões, de R$781 milhões para R$772 milhões em 30 de junho de 2025. Se ajustada a dívida líquida pela recompra de ações e pagamento e recebimento de dividendos, a redução poderia ter sido ainda maior, de R$35 milhões, chegando a R$746 milhões. A empresa já investiu R$21 milhões na estratégia de recompras periódicas de ações no mercado neste semestre.

Outro ponto de destaque da companhia foi a terceira emissão de debêntures, com prazo total de sete anos, em julho de 2025. Essa emissão teve seus recursos utilizados para liquidar a 1ª emissão, resultando na redução de 50bps da taxa de juros, passando de CDI+1,60% a.a. para CDI + 1,10% a.a., além do alongamento do vencimento para 2031 e 2032. Essa estratégia de melhoria da estrutura de dívida da companhia deve impactar positivamente o resultado financeiro dos próximos trimestres.

“Além dos bons resultados econômicos obtidos, também percebemos uma melhoria em nossa conversão de caixa, fruto de um trabalho significativo de controle de capital de giro e CAPEX, levando a uma redução de dívida líquida pelo segundo trimestre consecutivo”, aponta Rafael Cordeiro, CFO da Rede Mater Dei de Saúde.

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ANS

ANS divulga resultado preliminar do Mapeamento do Risco Assistencial

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que está disponível o resultado preliminar do Mapeamento do Risco Assistencial relativo ao 1º trimestre de 2025. A operadora poderá acessar seu resultado consultando o documento PRONTUÁRIO DE RESULTADOS - MAPEAMENTO DO RISCO ASSISTENCIAL, disponível na Central de Relatórios, em Monitoramento do Risco Assistencial, mediante login e senha.

O Mapeamento do Risco Assistencial é composto por indicadores distribuídos exclusivamente em duas dimensões: assistencial e atuarial dos produtos, de acordo com os normativos RN nº 479/2022 e IN DIPRO nº 58/2022. As fichas técnicas atualizadas dos indicadores podem ser acessadas na página do Programa. e acesse.

Os questionamentos relativos ao resultado preliminar do Mapeamento do Risco Assistencial poderão ser enviados, impreterivelmente, até o dia 18/8/2025, não havendo prorrogação, conforme prazo regulamentar previsto no art. 11 da Instrução Normativa (IN) da DIPRO nº 58/2022.

O envio dos questionamentos deve ser feito via protocolo eletrônico da ANS, de acordo com as orientações a seguir.

Utilização do Protocolo Eletrônico:

Caso o usuário seja o representante legal, o protocolo eletrônico já estará disponível de forma automática. Lembrando que o representante legal é o único usuário que possui acesso a todos os perfis de todos os sistemas por padrão.

Para isso, é preciso:

· Acessar o sistema "Protocolo Eletrônico" no menu "Operadora" do Portal Operadoras;

· Clicar "Iniciar petição";

· Escolher "Monitoramento do Risco Assistencial";

· Escolher "Questionamento ao Resultado Preliminar";

· Seguir as orientações de preenchimento; e

· Selecionar o trimestre.

Caso não possua acesso, será necessário que, através do "ADMP - Operadora" no Portal Operadora, o representante legal conceda acesso aos perfis abaixo no sistema "E-PROTOCOLO - Protocolo Eletrônico":

· Perfil obrigatório para acesso ao sistema de protocolo eletrônico

· Protocolos DIPRO - Consultar petição

· Protocolos DIPRO - Gerar petição

· Protocolos DIPRO - Consultar notificação

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Assessoria de Comunicação        

HOSPEX

Com localização estratégica, Goiânia se destaca no turismo médico. Segundo o Censo Hoteleiro de 2022, 57% dos visitantes vão à capital goiana em busca de tratamentos.

Um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) ainda aponta que a cidade está entre as 11 do Brasil com o maior número de especialistas da área da saúde, reforçando sua relevância nesse setor.

Pensando em aproximar as novas tecnologias aplicadas à saúde desses profissionais; acontece entre 4 a 6 de março em Goiânia a Feira HOSPEX no centro de convenções da PUC.

O evento é a principal porta de entrada do mercado nacional de equipamentos, tecnologias e serviços para o setor médico hospitalar na região.

Anote e participe!

Para saber mais, acesse aqui.

Sexta, 15 Agosto 2025 06:54

CLIPPING AHPACEG 15/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE

https://www.metropoles.com/saude/pacientes-sus-atendidos-em-plano-privado

Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone

https://www.metropoles.com/saude/1o-caso-de-cancer-de-silicone

Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA

https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2025-08/lula-defende-mais-medicos-e-relacao-com-cuba-apos-sancao-dos-eua

Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde

https://www.aredacao.com.br/noticias/238165/assembleia-de-goias-aprova-repasse-de-r-477-7-mi-ao-ipasgo-saude

Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo

https://www.aredacao.com.br/noticias/238141/presidente-da-fieg-considera-plano-contra-tarifaco-dos-eua-positivo

Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/hospital-cora-tera-apartamentos-para-acolher-de-graca-pacientes-e-seus-familiares-durante-tratamento-734750/

Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/15/arquiteta-de-anapolis-morreu-apos-complicacoes-em-cirurgia-para-retirada-de-pedras-nos-rins-diz-irma.ghtml

Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/hecad-tem-18-leitos-privativos-de-uti-pediatrica-apos-reforma-13841918.ghtml

Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas

https://ohoje.com/2025/08/15/infartos-em-jovens-aumentam-180-no-brasil-em-duas-decadas/

Leis ampliam garantias de parto seguro

https://ohoje.com/2025/08/15/leis-ampliam-garantias-de-parto-seguro/

Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre

https://medicinasa.com.br/kpmg-fusoes-aquisicoes/

Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento

https://medicinasa.com.br/censo-trabalhadores-sus/

Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde

https://veja.abril.com.br/saude/opioide-mil-vezes-mais-potente-que-morfina-passa-a-circular-ilegalmente-e-preocupa-autoridades-da-saude/

TV SERRA DOURADA

Caso Ravi: médicas indiciadas por homicídio culposo por negligência

https://www.youtube.com/watch?v=C7-zb01AcvA

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METRÓPOLES

Primeiros pacientes do SUS são atendidos por plano privado em PE

Programa usa dívidas de operadoras para custear consultas, exames e cirurgias e reduzir filas de pacientes do SUS sem custo aos usuários

Nesta quinta-feira (14/8), o governo inicia um projeto para que os pacientes do SUS sejam atendidos em hospitais privados como se fossem usuários de plano de saúde. Os primeiros oito pacientes foram recebidos no Hospital Ariano Suassuna, em Recife, em uma ação acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Os oito pacientes são uma criança de oito anos e cinco mulheres e dois homens entre 23 e 67 anos. Eles farão quatro procedimentos diferentes. Serão duas cirurgias de artroplastia de quadril para colocação de próteses e duas cirurgias de vesícula, além da realização de exames: duas tomografias e duas ressonâncias magnéticas.

O hospital é parte da rede do plano Hapvida, que foi o primeiro a se cadastrar na iniciativa para receber usuários do SUS. A unidade, inaugurada em junho na capital de Pernambuco, é especializada em ortopedia e trauma.

“As pessoas morrem por não terem acesso aos especialistas. Uma espera de meses para poder ser atendido por uma especialidade, mais meses a fio para esperar um exame. A nossa ideia agora é que a consulta seja o mais rápido possível. Eu quero que o povo tenha direito de ter acesso a essas máquinas, a esses profissionais. Quem está doente não pode esperar!”, afirmou o presidente Lula ao celebrar a iniciativa.

A iniciativa de atender pacientes que estão na fila de consultas no SUS na rede privada busca ampliar a oferta de serviços especializados e reduzir o tempo de espera da saúde pública. As consultas, exames e cirurgias realizadas serão custeadas por abatimentos das dívidas das operadoras com o governo.

Como vai funcionar o atendimento aos pacientes do SUS?

Planos de saúde voluntários poderão atender pacientes do SUS, convertendo dívidas em consultas, exames e cirurgias.

O atendimento privilegiará seis áreas com carência grave: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.

Os planos devem aderir a um edital da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e comprovar capacidade operacional de mais de 100 mil atendimentos por mês para participar.

Não serão os pacientes que marcarão suas consultas. Estados e municípios vão avaliar as áreas prioritárias de atendimento para reduzir suas filas.

O atendimento aos pacientes do SUS na rede privada será gratuito, mantendo a característica de gratuidade do sistema público de saúde.

Uma plataforma eletrônica integrará dados dos atendimentos na rede pública e no privada no app Meu SUS Digital para acelerar o diagnóstico e permitir que o paciente seja corretamente acompanhado.

O pagamento não será por atendimento. As operadoras receberão certificados de ressarcimento após concluir “combos de cuidado” (pacotes de consulta, exame e tratamento), que geram abatimento de dívida.

Dívidas convertidas em serviços

A primeira fase do programa prevê o uso de R$ 750 milhões da dívida de planos de saúde para custear os atendimentos. O modelo substitui as cobranças judiciais por prestação direta de serviços. A ação prevê a conversão de até R$ 1,3 bilhão por ano dessas dívidas de todas as operadoras em atendimento especializado.

A adesão é voluntária pelos planos mas, para participar, as operadoras precisam comprovar estrutura técnica e capacidade operacional para realizar pelo menos 100 mil atendimentos por mês, ou, de forma excepcional, 50 mil em áreas de baixa cobertura.

A ação será descentralizada, com estados e municípios indicando onde há maior necessidade de especialistas para diminuir as filas de espera. As áreas iniciais de atendimento incluem oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.

Os encaminhamentos para hospitais privados seguirão decisão de equipes do SUS. O pagamento será por pacote de cuidados, englobando todas as etapas do tratamento. O governo afirma que o modelo evita priorização indevida. A Agência Nacional de Saúde Suplementar manterá fiscalização e poderá aplicar penalidades.

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Brasil registra 1º caso de câncer raro associado ao uso de silicone

Além de documentar caso inédito, estudo propõe novo sistema para diagnóstico para o câncer ligado a implantes mamários

O Brasil registrou o primeiro caso de um tipo de câncer de mama extremamente raro associado a implante mamário de silicone. O carcinoma espinocelular foi descrito pela primeira vez na medicina em 1992 e, desde então, apenas 20 mulheres no mundo foram diagnosticadas com a doença.

O caso brasileiro foi relatado por uma equipe coordenada pelo mastologista Idam de Oliveira Junior, do Hospital de Amor, em Barretos (SP), em uma publicação no Annals of Surgical Oncology, em 23 de julho. Além de identificar o caso, o estudo propõe uma forma inédita de padronizar o estadiamento e o tratamento da doença, muito associada ao uso das próteses por longos períodos sem a realização da troca, quando recomendada.

“Devido ao número limitado de ocorrências, os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor altamente agressivo são desconhecidos. Estamos diante de uma doença de comportamento agressivo. O diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficiente com maior sobrevida para a paciente”, observa o mastologista Oliveira Junior em comunicado da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

A paciente brasileira, de 38 anos, tinha a prótese de silicone desde os 20 anos. Ela foi ao médico após sentir dores e o aumento do volume em uma das mamas. O exame revelou acúmulo de líquido ao redor da prótese e alterações na cápsula.

O material foi enviado para biópsia, que confirmou a presença do carcinoma. A mulher passou pela retirada da prótese e mastectomia, mas logo em seguida houve o retorno do tumor e ela acabou falecendo dez meses após o novo diagnóstico.

Segundo Oliveira Junior, a ocorrência é rara, mas exige atenção. “A cada ano, temos mais mulheres vivendo por longo tempo com próteses de silicone. Neste sentido, é importante que qualquer alteração apresentada nos implantes seja considerada e investigada”, afirma o especialista.

O que é o câncer causado pelo silicone?

Descrito pela primeira vez em 1992, o carcinoma espinocelular ligado à prótese mamária é um tipo agressivo de câncer de mama e tem prognóstico preocupante. Dos 17 casos analisados pelos médicos brasileiros em seu estudo, nove tiveram recorrência dos tumores ainda no primeiro ano de doença e seis faleceram nos primeiros dois anos. A taxa média de sobrevida global foi de 15,5 meses, e a de sobrevida livre de progressão, de 13,5 meses.

Os fatores de risco ainda são desconhecidos, mas inflamações crônicas na cápsula do implante podem levar à transformação maligna das células, percebida, em geral, pela presença de líquido ao redor do implante.

Com base nessas informações, foi proposto um sistema de estadiamento clínico e cirúrgico específico para o tumor. No geral, o estudo liderado por Idam indica que a maioria das metástases deste tumor atinge pulmões e fígado. Os médicos aconselharam que seja realizada a mastectomia total, para diminuir o risco de recidiva.

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AGÊNCIA BRASIL

Lula defende Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA

Presidente defendeu programa que teve cooperação de médicos cubanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (14), o bloqueio dos Estados Unidos (EUA) contra Cuba e defendeu o Programa Mais Médicos, implementado no Brasil em 2013, inicialmente em cooperação com país caribenho. Lula afirmou que a relação do Brasil com Cuba é de respeito.

Nesta quarta-feira (13), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares, que atuaram com o programa de cooperação em saúde de Cuba.

Foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

“O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje, estão passando necessidade, em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixa os cubanos viverem em paz, deixa os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo”, disse Lula em evento em Goiana, em Pernambuco.

Os EUA impõem, há mais de 60 anos, um duro bloqueio econômico à ilha caribenha com o objetivo de mudar o regime político do país, estabelecido após a Revolução de 1959. Como a exportação de médicos é uma das principais formas de Cuba conseguir recursos frente ao bloqueio, o governo de Donald Trump tenta, desde o início de seu segundo mandato, constranger os países que recebem profissionais cubanos. 

Funcionários de países caribenhos como São Vicente y Granadinas, Barbados e Trinidad e Tobago saíram em defesa dos acordos firmados por Cuba após críticas dos EUA contra as parcerias na área médica.

Cuba tem esse programa de cooperação desde a década de 1960. Ao longo da história, 605 mil médicos de Cuba atuaram em 165 nações. De acordo com dados do Ministério da Saúde de Cuba, países como Portugal, Ucrânia, Rússia e Espanha, Argélia e Chile receberam médicos cubanos ao longo de mais de 60 anos.

A participação de médicos cubanos no Mais Médicos, via cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), durou de 2013 a 2018 .

Lula afirmou que a criação do Mais Médicos foi necessária para cobrir os vazios assistenciais que existem no país. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Mais Médicos mudou de nome e foi reformulado e ampliado neste terceiro governo Lula.

“Quando nós criamos o Mais Médicos, qual era a bronca dos médicos [que criticaram a participação dos cubanos]? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico. Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital”, disse Lula.

“É preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão”, acrescentou Lula.

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A REDAÇÃO

Assembleia de Goiás aprova repasse de R$ 477,7 mi ao Ipasgo Saúde

Foi aprovado, em definitivo pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quinta-feira (14/8), o repasse financeiro de R$ 477.712.253,66 ao Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde). A análise da matéria terminou com o aval de 22 deputados. Não foram registrados votos contrários. 

De acordo com a justificativa encaminhada ao Parlamento, o objetivo da medida é suprir eventual desequilíbrio entre receitas e despesas das operações assistenciais apuradas no exercício de 2025.

Segundo laudos técnicos e projeções atuariais apresentados pelo Ipasgo e auditadas de forma independente, os ativos garantidores são insuficientes para cobrir os custos assistenciais projetados para o ano. O déficit estimado é exatamente o valor previsto no projeto de lei.

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Presidente da Fieg considera plano contra tarifaço dos EUA positivo

André Rocha alertou para entraves estruturais 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, considera o plano emergencial do governo federal, ‘Brasil Soberano’, positivas, mas alertou para entraves estruturais. O plano tem como objetivo enfrentar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras.

“É preciso garantir que o recurso chegue rápido à indústria e que os programas sejam de fato acessíveis, principalmente às pequenas e médias empresas”, afirmou. Ele também defendeu que o Brasil reforce a estratégia diplomática e a articulação internacional para contestar a medida norte-americana.

André Rocha destacou como positivo o Brasil não ter feito nenhuma medida de retaliação, pois demonstra a disposição para continuar dialogando. Segundo ele, alguns setores serão beneficiados com as medidas anunciada mas que, em Goiás, elas não terão alcance amplo, e que as empreasa mais afetadas vão precisar de outras medidas do governo federal e estadual para atendê-las. 

O pacote prevê ações como crédito emergencial de R$ 30 bilhões, ampliação do Reintegra, flexibilização do drawback e reforço ao seguro de exportações, entre outras medidas. Goiás é um dos estados mais afetados pelas tarifas, por exportar produtos industrializados, alimentos processados e máquinas agrícolas aos EUA.

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JORNAL OPÇÃO

Hospital Cora terá apartamentos para acolher de graça pacientes e seus familiares durante tratamento

A Casa Ronaldo McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras

O governador Ronaldo Caiado anunciou uma parceria com o instituto Ronald McDonald para a construção de 22 apartamentos voltados para acolher familiares e crianças em tratamento no Complexo Oncológico de Referência no Estado de Goiás, o Cora. O complexo de habitação será erguido na área do hospital e a moradia não terá nenhum custo para o paciente.

A Casa Ronald McDonald tem previsão de ser construída num prazo de 10 meses a partir do início das obras (ainda sem data definida, mas que deve começar neste ano). O projeto será custeado com recursos da iniciativa privada, por meio da Marfrig e JBS, do governo de Goiás e pelo montante arrecadado na campanha do McDia Feliz.

Após reunião com representantes do instituto Ronald McDonald, nesta quinta-feira, 14, quando o projeto de construção dos apartamentos foi entregue, o governador Ronaldo Caiado comemorou a iniciativa.

“Só tenho a agradecer. É algo que ninguém acreditava. A média de tempo para se construir um hospital era de 25 anos. E o Cora nós construímos em 25 meses […]. O instituto Ronald McDonald nos traz, agora, uma planta [do complexo de moradias] totalmente sustentável, aprovada dentro do Conselho, para que seja instalada a partir agora num terreno que já está preparado para começar a obra”, comentou.

Presente na reunião com o governador e os representantes do instituto Ronald McDonald, a vice-prefeita Cláudia Lira afirmou que, no que depender da Prefeitura de Goiânia para liberação de alvarás e autorizações, as obras da Casa Ronald McDonald começarão o mais rápido possível.

“Todas as necessidades em relação às licenças, alvarás, tudo o que envolver a construção da Casa Ronald McDonald serão um compromisso da Prefeitura de Goiânia, para que possamos ter essa obra realizada o mais breve possível”, concluiu.

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PORTAL G1

Arquiteta de Anápolis morreu após complicações em cirurgia para retirada de pedras nos rins, diz irmã

A morte de Flávia Ogata causou comoção nas redes sociais. Flávia era proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura.

A arquiteta Flávia Ogata morreu após complicações de uma cirurgia para a retirada de pedras nos rins, confirmou ao g1 a irmã, Fernanda Ogata. Nas redes sociais, amigos e familiares se solidarizaram com a perda e descreveram Flávia como uma mulher “sensacional" e "sempre disposta a ajudar”.

O falecimento foi comunicado pela família na quarta-feira (13). Proprietária do escritório Ogata Arquitetura e do Viveiro Sakura, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Flávia foi lembrada como referência no mercado de Anápolis e Goiânia.

Flávia foi sepultada no cemitério São Miguel, em Anápolis, na quinta-feira (14), às 10h.

Nas redes sociais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) lamentou o falecimento. De acordo com o conselho, Flávia era graduada pela Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica), e atuava nas áreas de arquitetura de interiores, projetos residenciais e comerciais, projetos de paisagismo e gestão de obras.

Homenagem

Fernanda, que é sócia do escritório de arquitetura da irmã, postou nas redes sociais uma homenagem para Flávia. Fernanda inicia o texto destacando que sua vida, por anos, foi feita a quatro mãos: as dela e as da irmã.

“Quatro mãos que desenhavam, calculavam, imaginavam, moldavam, ajustavam. Quatro mãos que carregaram sonhos do papel para a realidade, que sustentaram projetos e também abraços,” escreveu Fernanda.

No texto, a irmã destaca a parceria da dupla em mais de 10 anos no escritório de arquitetura. Fernanda escreveu que Flávia era a firmeza das decisões e a ousadia de avançar. Por outro lado, Fernanda era o cuidado com detalhes e a escuta silenciosa do que o espaço pedia. “Era nessa dança, tão nossa, que a vida acontecia: yin e yang, complementares, inseparáveis,” destacou Fernanda.

A irmã lembrou que bastava um olhar para saber o que a outra pensava, as duas se apoiavam e não caminhavam sozinhas. Fernanda finaliza o texto lamentando que agora vai fazer com duas mãos o que antes era obra de quatro.

“Vou ter que redesenhar o meu caminho, mas sem nunca deixar de sentir o seu passo ao meu lado. E assim sigo, acreditando que a luz do nosso vínculo é mais forte que a distância entre mundos. Que a sua luz continue me iluminando a cada dia! , " finalizou Fernanda.

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TV ANHANGUERA

Hecad tem 18 leitos privativos de UTI pediátrica após reforma

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/hecad-tem-18-leitos-privativos-de-uti-pediatrica-apos-reforma-13841918.ghtml

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O HOJE

Infartos em jovens aumentam 180% no Brasil em duas décadas

Sedentarismo, má alimentação, uso de anabolizantes e drogas ilícitas estão entre os principais gatilhos para ataques cardíacos antes dos 40 anos

Casos súbitos em jovens reforçam a necessidade de diagnóstico precoce e cuidados com hábitos de vida Foto : Freepik

Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a quantidade de infartos em pessoas com menos de 40 anos aumentou 180% nas últimas duas décadas. O número de internações na rede pública por conta da condição passou de menos de 2 casos para cada 100 mil habitantes nos anos 2000 para quase 5 por 100 mil em 2024.

Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que as doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, são responsáveis por 30% de todas as mortes no Brasil, o que equivale a cerca de 400 mil óbitos por ano. Essas doenças matam 2,3 vezes mais do que todas as causas externas somadas (acidentes e violência).

O cardiologista intervencionista Thiago Marinho, alerta para o crescimento dos casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos. Segundo ele, aproximadamente 6% dos episódios acontecem nessa faixa etária, e os principais fatores de risco incluem histórico familiar de infarto precoce, colesterol alto – especialmente em casos de hipercolesterolemia familiar, diabetes, tabagismo e sobrepeso.

“Estamos vivendo uma epidemia de infartos em usuários de anabolizantes. Hoje, praticamente toda semana realizo cateterismo em um paciente jovem que fez uso dessas substâncias”, relata Marinho.

A cardiologista Mariana Bello complementa: “Temos duas grandes causas: a genética e o infarto mediado por substâncias ilícitas, principalmente anabolizantes e cocaína. Essas substâncias alteram o endotélio, revestimento interno dos vasos, favorecendo a formação de trombos e, consequentemente, o infarto.” Ela lembra que a Covid-19 também é um fator de risco, pois pode causar lesão vascular independentemente da presença de outros problemas.

No mês de fevereiro o cantor gospel Pedro Henrique, 30, morreu durante uma apresentação na Bahia após sofrer mal súbito. Ele pode ter sido mais um dos jovens vitimados por doenças cardiovasculares no Brasil, problema que cresce.

De acordo com o especialista, os infartos em jovens tendem a ocorrer de forma mais súbita. “Mais da metade nunca apresentou dor no peito antes do episódio. Isso dificulta a percepção do risco e retarda a procura por atendimento”, explica Thiago.

Sedentarismo, alimentação ultraprocessada e estresse são apontados como alguns dos principais gatilhos para infartos precoces. “É fundamental praticar atividade física regularmente, manter uma alimentação saudável, evitar produtos industrializados, cuidar do sono e controlar o estresse. Cerca de 90% dos casos estão ligados a causas que poderiam ser prevenidas”, afirma.

O especialista destaca um diferencial importante entre infartos em jovens e em pacientes mais velhos: a relação com cigarro eletrônico, anabolizantes e drogas ilícitas, especialmente cocaína. “Em muitos casos, esse é o único fator de risco presente”, observa.

Condições como diabetes e colesterol alto estão surgindo cada vez mais cedo, e o médico relaciona o fenômeno ao estilo de vida inadequado. “A prevenção é a nossa principal arma contra a doença arterial coronariana, e isso precisa começar já na juventude”, reforça.

Para Marinho, é crucial que os jovens reconheçam que também podem sofrer um infarto. “Dor no peito é motivo para procurar imediatamente um pronto-socorro. Consultas regulares com cardiologista ajudam a detectar e controlar fatores de risco antes que eles se tornem graves”, orienta.

O diagnóstico de infarto em jovens, ainda é feito tardiamente em alguns casos. “Muitos não acreditam que estão tendo um infarto e demoram a buscar ajuda. Por isso, também é fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos e preparados, com protocolos bem estabelecidos e acesso a unidades de hemodinâmica”, conclui Thiago.

Hipertensão afeta 27,9% dos brasileiros e cresce com a idade

A hipertensão arterial atinge cerca de 27,9% da população brasileira, de acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023. O levantamento mostra que a prevalência do diagnóstico médico é maior entre mulheres (29,3%) do que entre homens (26,4%) nas 27 capitais brasileiras. Em ambos os sexos, a frequência aumenta com a idade e diminui conforme o nível de escolaridade.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, o dia 26 de abril foi instituído como Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, por meio da Lei nº 10.439/2002.

A hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial, geralmente assintomática, caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial (≥ 140 mmHg e/ou ≥ 90 mmHg). É considerada um dos fatores de risco metabólicos que mais contribuem para todas as causas de morte e para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV).

Por ser um “mal silencioso”, pode ou não apresentar sinais de alerta. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alterações na visão.

A hipertensão arterial não tem cura, mas pode ser prevenida. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Prevenção e Promoção à Saúde (Deppros), reforça que a adoção de um estilo de vida saudável é essencial para reduzir o risco de doenças crônicas, como a pressão alta.

Entre as recomendações estão evitar alimentos ultraprocessados, priorizar o consumo de frutas, verduras, legumes, carnes e cereais integrais, além de utilizar temperos naturais para reduzir o sal nas preparações. Essas medidas ajudam a manter uma alimentação equilibrada e adequada.

O Ministério também desenvolve uma série de ações estratégicas por meio da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), que inclui a promoção de hábitos alimentares saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional e o cuidado integral dos problemas relacionados à alimentação e nutrição.

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Leis ampliam garantias de parto seguro

Normas federais e estaduais asseguram presença de acompanhante em qualquer atendimento, apoio psicológico gratuito pelo SUS e mais autonomia nas escolhas da gestante

O Dia da Gestante, lembrado em 15 de agosto, marca mais do que uma homenagem à maternidade. É também um momento para reforçar a necessidade de conhecer e exigir o cumprimento dos direitos previstos em lei que asseguram condições seguras, dignas e humanizadas desde a gestação até o pós-parto. Nos últimos anos, mudanças na legislação brasileira ampliaram o alcance dessas garantias, estabelecendo novas proteções tanto para a saúde física quanto para o bem-estar emocional das mulheres.

De acordo com a advogada Edylaine Rodrigues, especialista em direito à saúde, a legislação atual vai além da assistência médica básica e consolida direitos que precisam ser amplamente divulgados. “Hoje, a gestante tem direitos consolidados, como a presença de um acompanhante, a informação sobre a maternidade de referência e, mais recentemente, o atendimento psicológico gratuito pelo SUS. Tudo isso visa cuidar não apenas do corpo, mas também da saúde emocional da mulher”, afirma.

Entre as normas mais conhecidas está a Lei nº 11.108/2005, que garante à gestante a presença de um acompanhante de sua escolha durante todo o processo de parto, desde o trabalho de parto até o pós-parto imediato, no sistema público de saúde. O alcance dessa prerrogativa foi ampliado pela Lei nº 14.737/2023, que assegura o direito à presença de acompanhante também em consultas, exames e procedimentos, na rede pública e privada. Em São Paulo, a Lei nº 17.803/2023 reforça essa permissão em hospitais e clínicas de todo o estado.

Outro avanço é a inclusão, na Lei nº 14.721/2023, de atendimento psicológico integral e gratuito pelo Sistema Único de Saúde para gestantes, parturientes e puérperas. Em vigor desde maio, a norma determina que o acompanhamento comece no pré-natal e se estenda até o puerpério, que pode variar de 40 a 60 dias após o parto, sem limite de sessões quando houver indicação de profissional habilitado. Hospitais públicos e privados também devem realizar ações educativas sobre saúde mental materna. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a depressão pós-parto afeta cerca de 25% das brasileiras entre seis e 18 meses após o nascimento do bebê.

Além das garantias previstas em lei, práticas recomendadas, como a elaboração do plano de parto, fortalecem a autonomia da gestante. No documento, a mulher registra suas preferências sobre o nascimento, como a posição para dar à luz, o uso de analgesia e a adoção de procedimentos médicos. “Embora não tenha força de lei, é uma prática recomendada para garantir que as escolhas da mulher sejam respeitadas”, observa a advogada.

Outro direito que ainda é pouco conhecido é o reembolso em casos de falha na prestação de serviços pelos planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que, em situações de urgência e emergência, o parto deve ser coberto mesmo quando realizado fora da rede credenciada. Mas, segundo a advogada, o direito ao reembolso integral não se limita a esses casos. “Sempre que houver falha no atendimento, a beneficiária pode exigir uma carta de autorização para contratar o serviço de forma particular e depois solicitar o reembolso integral”, orienta.

Esse tipo de demanda é frequente entre gestantes que optam pelo parto normal e não encontram profissionais credenciados para assisti-las. A baixa remuneração paga pelas operadoras para esse procedimento afasta médicos que defendem práticas humanizadas, levando muitas mulheres a contratar equipes particulares. “Nesses casos, é possível pleitear o reembolso integral, mas é fundamental que a gestante esteja informada e se prepare ainda durante a gravidez para garantir que seus direitos sejam respeitados”, finaliza.

A ampliação das leis e a divulgação de direitos são passos fundamentais para que as gestantes possam exercer plenamente sua autonomia e vivenciar a maternidade com segurança, respeito e amparo integral. Mais do que um marco no calendário, a data serve como um chamado à conscientização e à ação, lembrando que conhecer a lei é a primeira condição para que ela seja cumprida

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MEDICINA S/A

Fusões e aquisições em hospitais e laboratórios sobem 45% no semestre

O setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas no Brasil realizaram 16 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. Trata-se de uma alta de 45% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 11 negócios. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia.

“O resultado do semestre, a exemplo do resultado do primeiro trimestre, ratifica o processo de consolidação do setor nos últimos anos e a busca de investidores estratégicos e financeiros. Os principais fatores para este crescimento continuam sendo a aplicação da inteligência artificial, o aumento das clínicas populares e a digitalização dos serviços de saúde”, destaca o sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, Jean Paraskevopoulos.

Com relação ao tipo de operação realizada no setor de hospitais e laboratórios de análises clínicas, das 16 concretizadas no primeiro semestre de 2025, 10 são domésticas, ou seja, realizadas entre empresas brasileiras; 3 envolveram empresas estrangeiras adquirindo companhia estabelecida no país (tipo CB1), 2 foi de brasileira adquirindo, de estrangeiros, outra estabelecida no exterior (Tipo CB2) e 1 foi de empresas estrangeira comprando, de estrangeiros, outra estabelecida no Brasil (Tipo CB4).

Brasil: queda de 4,8% e maior participação estrangeira

As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG. Esse número representa uma queda de quase 4,8% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios.

O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).

“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais” analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.

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Censo busca conhecer trabalhadores do SUS para melhorar atendimento

Ministério da Saúde que conhecer, de forma bem mais aprofundada, quem são os profissionais que compõem a força de trabalho direta e indireta do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, vai implementar o Censo da Força de Trabalho em Saúde (CFTS).

O projeto-piloto do censo foi iniciado em julho de 2025, no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, e representa o passo inicial para unir dados sobre formação, funções e locais de atuação dos profissionais do sistema de saúde.

Nesta primeira etapa, a ideia é visitar 6.291 estabelecimentos de saúde no Distrito Federal e 6.297 estabelecimentos em Mato Grosso do Sul.

“A escolha das localidades se justifica pelas características específicas e complementares dos territórios. O DF apresenta uma alta concentração populacional em um território menor, com complexidade nas redes de saúde e diversidade de serviços. O Mato Grosso do Sul apresenta grande extensão territorial, baixa densidade populacional, desafios de acessibilidade e atenção às populações indígenas e rurais”, justifica o Ministério da Saúde.

Políticas públicas

Os dados obtidos – com informações atualizadas e qualificadas para o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) – subsidiarão políticas públicas de planejamento e de dimensionamento do trabalho desses profissionais. Será possível identificar tanto a quantidade como a qualidade de profissionais necessários para um bom atendimento às demandas da população.

Trata-se, segundo o ministério, de uma medida estratégica para garantir equidade, visibilidade e reconhecimento do papel fundamental dos profissionais da saúde para o funcionamento efetivo do sistema, “o que também contribui com a eliminação das desigualdades e o fortalecimento das políticas públicas inclusivas e mais justas no SUS”, informou o ministério.

O levantamento incluirá também os trabalhadores das áreas de limpeza, alimentação e segurança das unidades de saúde, bem como motoristas do SAMU, maqueiros, copeiros e as equipes administrativas.

Curso para recenseadores

Desde 2024, está disponível o Curso de Informação e Gestão do Trabalho na Saúde, que já qualificou 65 profissionais para a coleta de dados – 32 no DF; e 33 no Mato Grosso do Sul.

Segundo o ministério, a coleta dos dados será feita tanto de forma presencial quanto remota, “dependendo das particularidades locais e do tipo de estabelecimento”. (Com informações da Agência Brasil)

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REVISTA VEJA

Opioide mil vezes mais potente que morfina passa a circular ilegalmente e preocupa autoridades da saúde

Um grupo de opioides sintéticos extremamente potentes — conhecidos como nitazenos — tem ganhado espaço no mercado ilegal de drogas e chamado a atenção de pesquisadores e autoridades de saúde. Segundo um estudo publicado na Drug and Alcohol Review, sete variantes dessa substância foram identificadas em resíduos de seringas e outros materiais geralmente usados para consumo de drogas na Austrália. Os nitazenos são conhecidos por serem mil vezes mais potentes que a morfina, de 50 a 100 vezes mais potentes que o fentanil e cerca de duas vezes mais potentes que a heroína.

O levantamento, conduzido pela Universidade da Austrália do Sul em parceria com serviços estaduais de saúde, analisou 300 amostras de seringas, embalagens e filtros coletados em novembro e dezembro de 2024. Em 5% dos casos havia nitazenos, quase sempre misturados a outras drogas, como heroína, cocaína ou metanfetamina. Em dois casos, eles apareceram combinados à xilazina, um sedativo veterinário associado a overdoses graves e lesões graves de pele.

A preocupação é dupla: a potência alta dos nitazenos aumenta o risco de overdose mesmo em quantidades baixas, e muitos usuários sequer sabem que estão consumindo a substância. No estudo, mais de 80% das pessoas atendidas em emergências após intoxicação por nitazenos relataram não ter usado a droga de forma intencional. Ela costuma aparecer como adulterante, “batizando” outras substâncias ilícitas. Misturas assim podem ter diferentes objetivos, como potencializar o efeito da droga principal, reduzir custos de produção ou substituir substâncias mais caras ou difíceis de obter, como a heroína ou o fentanil.

Depressão respiratória e risco de morte

Entre as variantes de nitazenos detectadas estão metonitazeno, isotonitazeno e etonitazeno — todos opioides capazes de causar depressão respiratória, uma condição em que a respiração fica tão lenta e superficial que o corpo não recebe oxigênio suficiente, podendo levar à perda de consciência e até à morte em poucos minutos. O risco aumenta quando essas substâncias aparecem misturadas a estimulantes, como cocaína e metanfetamina, ou a sedativos, como a xilazina. Foi justamente a combinação com a xilazina que provocou episódios de overdose no País, resultando na morte de três pessoas no final de 2023.

Além disso, em alguns casos, comprimidos vendidos como oxicodona continham protonitazeno, e pós comercializados como metanfetamina ou GHB também estavam adulterados. A oxicodona é um opioide geralmente prescrito para dor intensa, e o GHB é usado para distúrbios do sono — mas ambos costumam ser consumidos ilegalmente como drogas recreativas.

“O maior risco é o efeito surpresa”, afirma Cobus Gerber, autor sênior do estudo. “Quando alguém consome, por exemplo, cocaína ou metanfetamina adulterada com nitazenos, não espera uma reação típica de opioide e pode não ter tempo de buscar ajuda.”

O fenômeno não se restringe à Austrália. Casos semelhantes vêm sendo relatados nos Estados Unidos e na Europa, onde os nitazenos, criados originalmente na década de 1950 para uso médico — mas nunca aprovados —, ressurgiram no mercado ilegal impulsionados por laboratórios clandestinos. A diferença é que agora eles chegam mais diversificados e potentes, exigindo atenção redobrada de serviços de saúde, autoridades e usuários.

No Reino Unido, por exemplo, a medida tomada foi a classificação do nitazeno como droga de classe A, e qualquer pessoa flagrada fabricando ou fornecendo a droga pode ser condenada à prisão perpétua.

Nitazeno já circula no Brasil

Em janeiro deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou um relatório sobre os riscos dos nitazenos. O estudo, elaborado em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), surgiu após o Brasil registrar um aumento no número de apreensões dessas substâncias. Para ter ideia, entre julho de 2022 e abril de 2023, 133 das 140 amostras de opioides apreendidas pela Polícia Civil de São Paulo estavam misturadas a nitazenos. Até então, a droga também havia sido detectada em Minas Gerais e Santa Catarina.

O metonitazeno foi a versão de nitazeno mais encontrada e, em 98,5% das amostras, estava presente na forma de fragmentos de ervas, indicando consumo por meio de fumo. Esse formato é geralmente associado a cocaína e a drogas K (substância sintética criada com o objetivo de simular os efeitos da maconha), sugerindo que, por aqui, usuários também podem estar consumindo nitazeno de forma não intencional.

Ainda em janeiro, a Polícia Federal usou um formulário especial para notificar novas substâncias à Anvisa e pediu que o nitazeno fosse incluído na lista de drogas proibidas. O pedido foi aceito. Com isso, a substância passou a ser considerada droga de uso proibido, o que tem implicações legais, com seu porte, venda ou distribuição podendo ser enquadrados como crime no direito penal.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 14 Agosto 2025 06:17

CLIPPING AHPACEG 14/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hapvida tem queda de quase 70% no lucro líquido ajustado do 2º tri, a R$ 149 milhões

https://www.infomoney.com.br/mercados/hapvida-hapv3-resultados-segundo-trimestre-2025/

Criminosos aplicam golpes em pacientes internados em UTI de hospital de Rio Verde

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/criminosos-aplicam-golpes-em-pacientes-internados-em-uti-de-hospital-de-rio-verde-13838781.ghtml

Delegado fala sobre indiciamento por morte de menino que colocou grão de milho no nariz

https://g1.globo.com/go/goias/video/delegado-fala-sobre-indiciamento-por-morte-de-menino-que-colocou-grao-de-milho-no-nariz-13839324.ghtml

EUA revoga vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos

https://www.metropoles.com/mundo/eua-revogam-vistos-de-autoridades-brasileiras-ligadas-ao-mais-medicos

Governo Trump cancela visto de secretário do Ministério da Saúde por relação com programa 'Mais Médicos'

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/13/secretario-de-trump-diz-que-tomou-medidas-para-revogar-vistos-de-varios-funcionarios-do-governo-brasileiro.ghtml

Como Dilma usou o Mais Médicos para financiar a ditadura cubana

https://www.gazetadopovo.com.br/republica/como-dilma-usou-mais-medicos-para-financiar-ditadura-cubana/

"Saúde e soberania não se negociam", diz Padilha após sanção dos EUA

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-08/saude-e-soberania-nao-se-negociam-diz-padilha-apos-sancao-dos-eua

Médicas são indiciadas por morte de menino que colocou grão de milho no nariz

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/13/medicas-sao-indiciadas-por-morte-de-menino-que-colocou-grao-de-milho-no-nariz.ghtml

Especialistas alertam para danos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de telas

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/o-uso-de-telas-e-os-impactos-na-saude-mental-e-fisica-dos-individuos-veja-o-que-dizem-os-especialista-734479/

INFOMONEY

Hapvida tem queda de quase 70% no lucro líquido ajustado do 2º tri, a R$ 149 milhões

Já o Ebitda ajustado caiu 26,6% no trimestre, para R$ 703,3 milhões

A Hapvida (HAPV3) apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no segundo trimestre, declínio de 69,6% ante a mesma etapa do ano passado, com menor desempenho operacional.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa caiu 26,6% no trimestre, para R$ 703,3 milhões, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.

Excluindo um impacto não recorrente do ReSUS, o Ebitda caiu 1,6% ano a ano, para R$ 905,4 milhões, acrescentou a empresa.

Analistas, em média, esperavam um lucro de R$ 223,7 milhões e um Ebitda de R$ 837,7 milhões para a operadora de saúde no trimestre de abril a junho, segundo pesquisa da LSEG.

A receita líquida do período totalizou R$ 7,67 bilhões, um aumento de 7,3% ante o segundo trimestre de 2024, impulsionada principalmente pelo crescimento de 7,7% na linha de planos de saúde, resultado dos reajustes de preços realizados.

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A Hapvida também registrou uma adição líquida de 57,7 mil clientes em planos de saúde no período, movimento atribuído à retomada comercial após efeitos sazonais do primeiro trimestre.

Já a sinistralidade caixa atingiu 73,9% no segundo trimestre, alta de 0,4 ponto percentual versus um ano antes. Excluindo efeitos relacionados a procedimentos assistenciais provenientes de ações judiciais, o indicador marcaria 72,8%.

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TV ANHANGUERA

Criminosos aplicam golpes em pacientes internados em UTI de hospital de Rio Verde

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/criminosos-aplicam-golpes-em-pacientes-internados-em-uti-de-hospital-de-rio-verde-13838781.ghtml

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Delegado fala sobre indiciamento por morte de menino que colocou grão de milho no nariz

https://g1.globo.com/go/goias/video/delegado-fala-sobre-indiciamento-por-morte-de-menino-que-colocou-grao-de-milho-no-nariz-13839324.ghtml

METRÓPOLES

EUA revoga vistos de brasileiros ligados ao Mais Médicos

Decisão foi anunciada pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, nesta quarta-feira (13/8)

Os Estados Unidos anunciaram uma nova revogação de vistos de funcionários públicos do governo do Brasil, agora ligados ao programa Mais Médicos. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (13/8) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chefe da diplomacia norte-americana.

Foram sancionados Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30. Os dois integravam o Ministério da Saúde quando o programa foi implementado no Brasil.

Além disso, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) foram atingidos pela restrição, que os impede de entrar no país liderado por Donald Trump.

Mais cedo, o Departamento de Estado dos EUA já havia anunciado a revogação dos vistos de autoridades dos governos de Cuba e de países da África e da Granada. A retaliação é uma resposta direta a programas cubanos que enviam profissionais de saúde para atuarem em outros países, como o Mais Médicos no Brasil.

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Para Marco Rubio, o envio de médicos de Cuba para outras nações é um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”. Conforme antecipado pela coluna Igor Gadelha, a ofensiva é uma espécie de “acerto de contas” do chefe da diplomacia norte-americana, que é filho de imigrantes cubanos e crítico ao governo do país.

Em nota, o Departamento de Estado dos EUA acusou o governo brasileiro de driblar as sanções impostas contra Cuba, por meio de um suposto desvio do pagamento de profissionais de saúde cubanos.

“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa”, disse um trecho do comunicado da chancelaria norte-americana.

Em julho, o governo norte-americano já havia cancelado os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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PORTAL G1

Governo Trump cancela visto de secretário do Ministério da Saúde por relação com programa 'Mais Médicos'

Marco Rubio, do Departamento de Estado dos EUA, disse que o programa foi "um golpe diplomático inconcebível" e acusou autoridades de Cuba de explorar médicos e privar seus cidadãos de cuidados médicos essenciais. A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018.

O governo Trump anunciou a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro, nesta quarta-feira (13).

A decisão foi revelada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na rede social X. Sem citar nomes, ele afirmou que estava tomando medidas para revogar vistos de vários funcionários do governo brasileiro.

Também disse que o programa Mais Médicos, em que o governo federal brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi "um golpe diplomático inconcebível".

"O Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de 'médicos' estrangeiros", afirmou o secretário, citando a Organização PanAmericana da Saúde.

A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018 (veja mais abaixo).

Em um post anterior, Rubio contou que estava impondo restrições de visto a autoridades dos governos africanos, cubanos e granadinos - e seus familiares - devido a acusações de que eles privaram os cubanos de cuidados médicos essenciais.

De acordo com comunicado divulgado no site do departamento americano, os atingidos pelas restrições "foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado".

Ao falar do Mais Médicos, o governo Trump diz que Mozart Sales e Alberto Kleiman "usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos".

"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. (...) Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa", argumenta o documento.

Atualmente, Alberto Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Mozart Júlio Tabosa Sales é secretário de Atenção Especializada à Saúde.

A investigação do governo Trump sobre a Opas e seu papel no programa Mais Médicos começou já no primeiro mandato do republicano.

Em 2020, o então secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu que a Opas esclarecesse seu envolvimento no envio de médicos cubanos ao Brasil. Assim como Marco Rubio, Pompeo também acusou a organização de “facilitar o trabalho forçado” de médicos cubanos por meio do programa.

Além disso, Pompeo afirmou na ocasião que a administração Trump cobraria prestação de contas "de todas as organizações internacionais de saúde que dependem de recursos de contribuintes americanos".

O que era o Mais Médicos?

programa Mais Médicos foi criado em 2013 pelo então governo Dilma Rousseff (PT) para levar profissionais de medicina às periferias das grandes cidades e a municípios do interior.

Na ocasião, porém, sofreu críticas por parte de parlamentares da oposição e de entidades médicas por prever a possibilidade de médicos estrangeiros poderem atuar.

Isso porque a maioria desses profissionais era de Cuba, fruto de uma parceria do governo brasileiro com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundical de Saúde (OMS).

No governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde trocou o nome do programa para "Médicos pelo Brasil". A participação dos profissionais de Cuba foi encerrada em 2018, após a eleição de Bolsonaro, por iniciativa de Havana.

Desde então, os cubanos só podem atuar caso passem pela prova de validação do diploma em território brasileiro.

Relançado em 2023, o Mais Médicos conta hoje em dia com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios. No edital mais recente, 3.173 médicos selecionados iniciaram suas atividades em 1.618 municípios e 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no início de julho de 2025.

O programa prioriza médicos brasileiros registrados no CRM, brasileiros formados no exterior e estrangeiros habilitados.

Moraes e outros ministros já haviam tido vistos revogados

Em julho, os Estados Unidos já haviam suspendido os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete ministros do tribunal.

Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, que cuida das relações dos Estados Unidos com os outros países, anunciou que revogou os vistos americanos para Moraes, "de seus aliados e de seus familiares imediatos".

De acordo com fontes do governo federal, além Moraes, tiveram seus vistos suspensos:

Luis Roberto Barroso, o presidente da Corte;

Edson Fachin, vice-presidente;

Dias Toffoli;

Cristiano Zanin;

Flavio Dino;

Cármen Lúcia; e

Gilmar Mendes.

Além dos ministros, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve a permissão para entrar nos Estados Unidos suspensa.

Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu uma nota na qual manifesta "solidariedade e apoio" aos ministros do STF atingidos pela revogação de vistos dos Estados Unidos.

Segundo ele, essa é "mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos".

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GAZETA DO POVO

Como Dilma usou o Mais Médicos para financiar a ditadura cubana

A polêmica que sempre cercou o programa Mais Médicos, especialmente quanto à parceria com Cuba, ganha novos contornos e reforça a percepção de que a saúde dos brasileiros foi instrumentalizada para fins ideológicos e diplomáticos. Nesta quarta-feira (13), o governo dos Estados Unidos revogou os vistos de ex-funcionários do Ministério da Saúde da gestão Dilma Rousseff (2011-2016), em uma ação que reforça as denúncias de que o programa teria funcionado como um "golpe diplomático inconcebível" e um esquema de exploração de mão de obra cubana.

Entre os sancionados pelo Departamento de Estado americano estão Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, que atuaram na gestão do Mais Médicos durante o governo Dilma. A acusação é grave: ambos são considerados cúmplices de um "esquema de exportação de mão de obra forçada do regime cubano", por terem "conscientemente pago ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos".

Segundo o Departamento de Estado, a medida "envia uma mensagem inequívoca de que os Estados Unidos promovem a responsabilização daqueles que permitem o esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano".

No mesmo dia, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório apontando falhas graves no programa, como a ausência de diagnóstico preciso sobre a real necessidade de médicos e a falta de metas e indicadores para medir a efetividade da iniciativa.

Lançado em outubro de 2013, o Mais Médicos foi apresentado como uma ação para suprir a escassez de profissionais de saúde em áreas carentes e remotas do Brasil. No entanto, documentos diplomáticos revelados recentemente mostram que a iniciativa partiu do próprio governo cubano, que via nas missões médicas uma fonte de renda para sustentar a ditadura. Os telegramas da embaixada brasileira em Cuba, antes sigilosos, confirmam que o Brasil aceitou todas as exigências impostas por Havana, incluindo a obrigatoriedade de retorno dos médicos à ilha mesmo que desejassem permanecer no Brasil.

Acordo internacional canalizou bilhões para o regime cubano

O principal ponto de discórdia inicial era o valor pago aos profissionais de saúde. O consenso era de que os médicos cubanos receberiam apenas entre 15% e 25% do montante, e o restante seria transferido diretamente aos cofres do regime. Para viabilizar esse modelo e contornar a necessidade de aprovação do Congresso Nacional, o governo Dilma articulou uma triangulação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que serviu como marco jurídico para a contratação.

Na prática, o programa ganhou uma "roupagem simpática" para encobrir um acordo celebrado nos bastidores com uma das mais duras ditaduras latino-americanas. O objetivo: financiar a opressão comandada pela família Castro em troca da mão de obra de médicos reféns do regime. Segundo relatório da Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), entre 2013 e 2017, o governo brasileiro gastou cerca de R$ 13 bilhões com o programa, dos quais mais da metade - cerca de R$ 7 bilhões - foram enviados ao exterior para o convênio com Cuba.

Em 2019, a médica cubana Tatiana Carballo relatou à BBC que desembarcou no Brasil em 2014 após um curso de 45 dias de português. Foi colocada em um avião pelo regime, sem informações detalhadas sobre seu destino. Em Limeira (SP), ela atendia de 25 a 30 pacientes por dia e recebia R$ 1,2 mil mensais, enquanto colegas de outras nacionalidades ganhavam R$ 11 mil.

Tatiana e outros três médicos cubanos desertaram do programa e moveram uma ação coletiva contra a Opas nos Estados Unidos, acusando a organização de participar de um suposto esquema de trabalho análogo à escravidão e tráfico humano. Eles alegam que a Opas lucrou aproximadamente US$ 75 milhões e que o governo cubano reteve cerca US$ 1,3 bilhão com o modelo.

Em 2021, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que Cuba lucra com missões médicas no exterior há mais de uma década, confiscando documentos e salários dos profissionais.

MP aprovada em 2013 dispensou revalidação de diploma e ampliou alcance do programa

Outra polêmica envolvendo o programa foi a dispensa da revalidação do diploma dos médicos cubanos. Pela Medida Provisória (MP) sancionada por Dilma, e aprovada no Senado, esses profissionais poderiam atuar por até três anos sem necessidade de revalidação no Brasil. Para continuar além desse período, teriam de integrar uma "carreira médica específica", cuja regulamentação dependeria de um projeto de lei futuro.

A normativa também transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade pelo registro dos médicos estrangeiros, retirando essa função dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Aos conselhos coube apenas a fiscalização da atuação dentro do programa, enquanto o exercício da Medicina fora do Mais Médicos permaneceu vedado a esses profissionais.

Outra alteração relevante incluída no texto foi a prioridade de contratação para médicos aposentados. Além disso, a MP trouxe mudanças estruturais na formação médica no país. Até o fim de 2018, os programas de residência médica deveriam garantir vagas anuais equivalentes ao número de formandos do ano anterior. E o internato - estágio obrigatório no final do curso - passou a destinar pelo menos 30% de sua carga horária à atenção básica e aos serviços de urgência e emergência do SUS.

Cuba encerrou programa após vitória de Bolsonaro

Após a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, o regime cubano anunciou a saída do programa diante das exigências do presidente eleito: pagamento direto aos médicos, revalidação dos diplomas, testes de capacidade e permissão para vinda das famílias. Cerca de 8,5 mil médicos cubanos, que ocupavam quase metade das vagas do programa, deixaram abruptamente o Brasil. A retirada afetou especialmente regiões remotas, periferias urbanas e distritos indígenas, criando um vácuo assistencial imediato.

Como resposta, o governo Bolsonaro lançou em 1º de agosto de 2019 o programa Médicos pelo Brasil, com 18 mil vagas - 7 mil a mais que o modelo anterior. A nova proposta priorizava localidades com maiores déficits assistenciais, especialmente no Norte e Nordeste.

Entre as mudanças introduzidas estavam:

Contratação via CLT, substituindo os contratos temporários do modelo anterior;

Salário líquido de R$ 12 mil, com gratificações de R$ 3 mil para áreas rurais e R$ 6 mil para regiões ribeirinhas;

Progressão salarial baseada em desempenho e indicadores de qualidade, com bonificação entre 11% e 30%.

Retomado por Lula, Mais Médicos volta a ser questionado pelo TCU

Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que recriou o programa, agora denominado "Programa Mais Médicos para o Brasil". A proposta previa a priorização de profissionais formados no país e a redução da dependência de estrangeiros. O edital abriu 15 mil vagas imediatas, somadas a outras 13 mil já ocupadas.

Com contratos de quatro anos, prorrogáveis por igual período, o novo modelo estipulou salário inicial de R$ 12,8 mil, com incentivos de 10% a 20% para médicos em áreas remotas ou vulneráveis.

Apesar da reformulação, o programa voltou a ser alvo de críticas. Um relatório do TCU apontou falhas graves na reativação da política: ausência de diagnóstico claro sobre a demanda por médicos, falta de metas e indicadores de custo-efetividade, e uma gestão de riscos deficiente.

Segundo o ministro Jhonatan de Jesus, relator da auditoria, não houve comprovação da carência de profissionais em 2023, nem análise de alternativas viáveis antes da retomada do projeto.

"O exame revela governança satisfatória em coordenação e monitoramento, mas debilidades relevantes em diagnóstico, análise de alternativas, especificação de metas, indicadores de custo-efetividade e gestão de riscos. Tais fragilidades não configuram ilicitude, mas podem reduzir eficiência e transparência do gasto público", escreveu o ministro.

Em resposta, o Ministério da Saúde informou que trabalha em parceria com universidades federais para criar indicadores, simular impactos e desenvolver algoritmos que priorizem áreas mais vulneráveis. Segundo a pasta, o programa conta atualmente com 26,4 mil médicos atuando em 4,5 mil municípios e em todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas, mais que o dobro registrado em 2022.

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AGÊNCIA BRASIL

"Saúde e soberania não se negociam", diz Padilha após sanção dos EUA

Após o governo dos Estados Unidos revogar os vistos de integrantes do governo ligados ao Mais Médicos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu na noite desta quarta-feira (13) o programa.

Segundo o ministro, o Mais Médicos "sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja", assim como o Pix, sistema de pagamento brasileiro que também já foi alvo de críticas do governo de Donald Trump.

"O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman", disse em postagem nas redes sociais.

Mais cedo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares.

De acordo com comunicado, foram revogados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para COP30.

A justificativa do governo de Donald Trump foram que eles desempenharam um papel na implementação do programa enquanto trabalhavam no Ministério da Saúde do Brasil e que são cúmplices "com o trabalho forçado do governo cubano" por meio do programa. 

Nas redes sociais, Padilha afirmou ainda que, nos últimos dois anos, o número de profissionais no programa dobrou.

"Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. Seguiremos firmes em nossas posições: saúde e soberania não se negociam. Sempre estaremos do lado do povo brasileiro", acrescentou.

Criado em 2013, o Programa Mais Médicos atende regiões remotas, de difícil acesso, vulneráveis e com escassez desses profissionais. Na época, foram contratados médicos cubanos por meio de cooperação com a Opas, até 2018. Em 2023, o governo federal retomou o programa, rebatizado de Mais Médicos para o Brasil, com prioridade para profissionais brasileiros e abertura de vagas para outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais.

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PORTAL G1/GOIÁS

Médicas são indiciadas por morte de menino que colocou grão de milho no nariz

Segundo o delegado do caso, Sérgio Henrique, as duas médicas foram indiciados por homicídio culposo por negligência. Caso aconteceu em Goiatuba.

Foram indiciadas por homicídio culposo por negligência as médicas Daniella Carvalho Ferreira e Isabella Helena Caixeta de Oliveira, que atenderam Ravi de Souza Figueiredo, de 2 anos. O menino morreu após um procedimento para retirar um grão de milho no nariz, em Goiatuba, região sul de Goiás.

g1 não conseguiu localizar a defesa de Daniela Carvalho até a última atualização desta reportagem. Ao g1, a defesa de Isabella Helena disse que vai se manifestar no decorrer do processo e que respeita o curso legal da investigação.

Ravi morreu no dia 5 de abril de 2025, mas o caso foi divulgado pela família três meses depois, em julho.

Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado do caso, Sérgio Henrique, disse que o laudo da morte de Ravi apontou erro médico ocasionado pelo atendimento recebido em Goiatuba (assista acima). "Elas [as médicas] justificaram que o procedimento de inserção de ar comprimido nas narinas é comum, que pode ter 1% só de intercorrência," informou o delegado.

O delegado apontou que se a equipe médica tivesse feito um exame de raio-x, talvez teria evitado a morte de Ravi.

"Essa criança tinha que ter sido encaminhada direto para um raio-x porque no próprio exame conseguiria diagnosticar de imediato. A criança ficou lá por muito tempo, foi pra casa e voltou, só no outro dia de manhã que fizeram o raio-x e ele veio a óbito," disse o delegado.

Ao g1, o advogado da família, Vinícius Dias, disse que vai auxiliar o Ministério Público durante o processo criminal. Em nota, a defesa disse que "será firme, técnica e combativa, com o propósito de contribuir para que o julgamento reflita, de forma justa, a gravidade do ocorrido e a necessidade de prevenção de condutas semelhantes no futuro".

O MP informou ao g1 que recebeu o inquérito policial no final de julho e aguarda informações técnicas complementares requisitadas ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Tipificação

Ao g1, o delegado explicou que homicídio culposo acontece quando uma pessoa tira a vida de outra sem ter a intenção de matar, mas por descuido, imprudência, imperícia ou negligência. Sérgio ainda deu alguns exemplos para a reportagem:

Negligência – deixar de tomar cuidado que deveria. Exemplo: médico que não acompanha um paciente em estado grave e este morre.

Imprudência – agir de forma precipitada e perigosa. Exemplo: dirigir acima da velocidade em área escolar.

Imperícia – falta de habilidade técnica para realizar algo. Exemplo: operador de máquina sem treinamento que a usa de forma errada e causa a morte de alguém.

Entenda o caso

De acordo com a família, Ravi colocou um caroço de milho de pipoca em uma das narinas e, em seguida, mostrou para ele e para a companheira. Josenilson contou que ele e a mãe do menino tentaram retirar o grão antes de levar o filho ao hospital, mas não conseguiram. Segundo a família, os primeiros atendimentos foram realizados no Hospital Municipal de Goiatuba.

Josenilson contou que a equipe do hospital tentou retirar o caroço de milho de pipoca com uma pinça, mas não teve sucesso. Ele relatou que, em seguida, um profissional da equipe utilizou uma espécie de “cânula de borracha”, por onde saía ar, inserida na narina do menino duas vezes. No entanto, o caroço não saiu, e logo em seguida a criança vomitou.

O pai disse que notou que, logo após o procedimento, a barriga da criança ficou inchada. Segundo ele, a equipe médica afirmou que isso era normal. Em seguida, foi administrado um remédio para gases e a criança ficou em observação por algumas horas. Depois disso, recebeu alta.

Novamente no hospital, a equipe aplicou uma medicação e realizou exames na criança, segundo o pai. Depois disso, um pediatra informou que seria necessário transferi-lo para Goiânia. Ele foi levado para uma ambulância, mas, a caminho da capital, passou mal, teve dificuldade para respirar e morreu no Hospital Municipal de Hidrolândia, onde foi atendido às pressas.

"Vi a hora que a enfermeira baixou a cabeça (...) Ela falou: Infelizmente, seu filho veio a óbito. Aí eu já entrei em desespero", contou a mãe, Priscila Marta de Souza, à TV Anhanguera.

Investigação

O laudo da Polícia Científica apontou que a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda. À TV Anhanguera, o delegado Sérgio Henrique Alves disse que, de acordo com o médico legista, o procedimento realizado no hospital foi incorreto.

A defesa da família confirmou que, após os procedimentos para tentar retirar o grão de milho, a criança sofreu perfurações no pulmão e no estômago.

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JORNAL OPÇÃO

Especialistas alertam para danos à saúde mental e física causados pelo uso excessivo de telas

Embora o psicólogo não classifique as telas como causadoras diretas de vício, ressalta que seu uso excessivo pode atuar como um 'facilitador'

O uso excessivo de telas pode desencadear impactos severos na saúde mental e física dos indivíduos. Nesse sentido, vivemos em uma era digital em que o uso de telas se tornou parte inseparável da rotina. Seja por trabalho, lazer ou socialização, estamos constantemente conectados a celulares, computadores e televisores. Embora a tecnologia tenha ampliado nossas possibilidades, especialistas ouvidos, nesta quarta-feira, 13, pelo Jornal Opção alertam para os riscos do uso excessivo desses dispositivos, especialmente no que diz respeito à saúde mental, física e ao desenvolvimento cognitivo.

O psicólogo William Nascimento, pós-graduando em psicologia organizacional e do Trabalho, destaca que o uso de telas é natural e até necessário nos dias de hoje. No entanto, quando feito em excesso, pode se tornar prejudicial. Segundo ele, a busca por satisfação imediata, o desejo de estar sempre atualizado e o entretenimento constante são fatores que contribuem para esse comportamento compulsivo.

“Diversos estudos apontam correlação entre exposição prolongada a dispositivos eletrônicos e problemas como ansiedade, depressão e dificuldades de regulação emocional”, afirma William. Além disso, ele chama atenção para o afinamento do córtex cerebral, que é a área responsável pela memória, tomada de decisões e resolução de problemas, como uma das consequências mais preocupantes da superexposição digital.

Embora o especialista não classifique as telas como causadoras diretas de vício, William ressalta que seu uso excessivo pode atuar como um ‘facilitador’. Um exemplo é a síndrome de FOMO (Fear of Missing Out), que gera ansiedade por sentir que se está perdendo algo importante ou popular. “O mundo não para de mudar, e essa necessidade de acompanhar tudo pode gerar ansiedade, impulsividade e até gastos financeiros desnecessários”, explica. Tendências virais, redes sociais e jogos online alimentam esse ciclo de compulsão, levando o indivíduo a buscar constantemente pertencimento e validação.

William também destaca o impacto das redes sociais na autoestima. O Brasil, terceiro país que mais consome redes sociais no mundo, é palco de uma constante exposição a “vidas perfeitas” e padrões inalcançáveis. “As plataformas estimulam versões idealizadas do outro, levando à comparação desfavorável e à sensação de insuficiência”, alerta. A busca por curtidas, comentários e seguidores transforma métricas digitais em indicadores de valor pessoal, deslocando o eixo da autoestima de critérios internos, como habilidades e valores, para padrões externos e muitas vezes inatingíveis.

Crianças e adolescentes

O psicólogo Celmo José Caetano reforça que os efeitos negativos são especialmente graves em crianças e adolescentes. Entre os principais impactos, ele destaca o aumento da obesidade, problemas de sono, sedentarismo, sintomas depressivos e ansiosos, além de dificuldades de atenção e queda no desempenho escolar. Segundo ele, os efeitos variam conforme a idade, o tipo de tela e o conteúdo consumido, sendo fundamental estabelecer limites saudáveis e incentivar atividades físicas e sociais.

Efeitos neuroquímicos

A psicóloga e psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais, Amanda Vaz, aprofunda os efeitos neuroquímicos e fisiológicos do uso excessivo de telas. Ela explica que a claridade das telas ativa a produção de cortisol e adrenalina, hormônios ligados ao estresse, além de hiperestimular a dopamina, neurotransmissor do prazer. “Essa hiperestimulação pode prejudicar a capacidade de sentir bem-estar em atividades que exigem mais esforço”, diz Amanda. Ela também alerta para problemas oculares, como vista cansada e ressecamento, além de consequências graves como nomofobia (medo de ficar longe do celular), diminuição precoce do QI, baixa autoestima e perda de prazer em atividades cotidianas.

Caminhos para o equilíbrio

Apesar dos riscos, os especialistas são unânimes em afirmar que o uso consciente das telas é possível e necessário. Estabelecer limites, buscar atividades offline, valorizar interações reais e desenvolver critérios internos de autoestima são passos fundamentais para preservar a saúde mental e física. Em tempos de hiperconexão, talvez o maior desafio seja justamente desconectar, não por completo, mas o suficiente para reconectar com o que realmente importa.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 13 Agosto 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 13/08/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Associação de hospitais de Goiás demonstra preocupação com troca de diretoria do Imas

https://cbngoiania.com.br/tarde-cbn/associac-o-de-hospitais-de-goias-demonstra-preocupac-o-com-troca-de-diretoria-do-imas-1.3299314

CFM e ANS discutem ações para fortalecer a Medicina Segura e combater o exercício ilegal da profissão

https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-e-ans-discutem-acoes-para-fortalecer-a-medicina-segura-e-combater-o-exercicio-ilegal-da-profissao

Dono da Ultrafarma, fiscal da Fazenda e executivo da Fast Shop são presos na Operação Ícaro

https://www.dm.com.br/brasil/dono-da-ultrafarma-fiscal-da-fazenda-e-executivo-da-fast-shop-sao-presos-na-operacao-icaro/

Médicos sobre uso de IA no consultório: "Ajuda a focar no humano"

https://www.metropoles.com/saude/ia-na-saude-ajuda-focar-no-humano

Adoção de APS levou à redução de 26% na sinistralidade, aponta pesquisa do Grupo Sabin

https://medicinasa.com.br/aps-reducao-sinistralidade/

Câmara aprova regras contra a discriminação de pessoas idosas em planos

https://medicinasa.com.br/regras-discriminacao-planos/

Tributação de reservas técnicas de planos e a reforma tributária

https://medicinasa.com.br/tributacao-planos-reforma/

RÁDIO CBN GOIÂNIA

Associação de hospitais de Goiás demonstra preocupação com troca de diretoria do Imas

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PORTAL MÉDICO/CFM

CFM e ANS discutem ações para fortalecer a Medicina Segura e combater o exercício ilegal da profissão

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, e a 2ª vice-presidente da autarquia, Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, participaram de reunião na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conduzida pela presidente interina Carla de Figueiredo Soares. O encontro teve como foco o fortalecimento de ações conjuntas em defesa da Medicina Segura, o combate à invasão do ato médico por profissionais não habilitados e o acompanhamento da agenda regulatória da ANS.

Durante a reunião, Hiran Gallo alertou ainda para a abertura excessiva de escolas médicas sem garantia de qualidade na formação, o que pode resultar na atuação de profissionais inabilitados. “Por esse histórico, o exame de proficiência é necessário para assegurar que apenas médicos qualificados ingressem no mercado de trabalho”, enfatizou.

O médico Jorge Antônio Aquino Lopes, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, reforçou a importância da medida. Para ele, “é inaceitável não termos um exame de proficiência em medicina”, destacando que essa exigência é fundamental para garantir a segurança da população.

O CFM alertou ainda para os riscos que o atendimento por pessoas sem formação médica adequada representa para a saúde da população. Rosylane Rocha destacou que essa prática ilegal gera lesões, sequelas irreversíveis e até mortes, configurando um grave problema de saúde pública.

Além de comprometer a segurança do paciente, a situação provoca impactos diretos na rede de saúde suplementar.

“Isso traz um impacto também à ANS, às seguradoras de planos de saúde. E estamos aqui para reforçar a importância do pacto em defesa da Medicina Segura, respeitando as prerrogativas de cada órgão”, afirmou Rosylane Rocha.

Ao receber documento elaborado pelo CFM com propostas para enfrentar o problema, Carla de Figueiredo Soares afirmou que analisará o material junto às diretorias da Agência para identificar de que forma a ANS pode contribuir nesse processo.

Carla Soares encerrou o encontro destacando que a ANS manterá a aproximação com o CFM e a agenda propositiva para ampliar a cooperação entre as instituições.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Dono da Ultrafarma, fiscal da Fazenda e executivo da Fast Shop são presos na Operação Ícaro

O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (12), a Operação Ícaro, que resultou na prisão de empresários de destaque e de um auditor fiscal da Secretaria da Fazenda estadual, investigados por participação em um esquema bilionário de corrupção.

Entre os detidos está Sidney Oliveira, fundador e proprietário da rede de farmácias Ultrafarma, preso em sua chácara localizada em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo. Também foi preso Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da rede de eletrodomésticos Fast Shop, detido em seu apartamento na zona norte da capital paulista.

O terceiro preso é Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal e supervisor da Diretoria de Fiscalização da Secretaria da Fazenda, apontado como o articulador do esquema. Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), Artur manipulava processos administrativos tributários para favorecer empresas como Ultrafarma e Fast Shop na quitação de créditos fiscais.

Em contrapartida, recebia propinas milionárias por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. A apuração indica que o valor total pago em vantagens ilícitas pode chegar a R$ 1 bilhão desde 2021.

Além das prisões, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados. Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Até o momento, nem a Ultrafarma nem a Fast Shop se pronunciaram sobre o caso, que segue em segredo de justiça.

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METRÓPOLES

Médicos sobre uso de IA no consultório: "Ajuda a focar no humano"

Especialistas apontam que tecnologia de IAs deve apoiar a prática médica, liberar tempo, mas nunca substituir a relação entre humanos
O uso de inteligências artificiais na saúde já é tão frequente que, segundo os médicos, virou uma questão inescapável. Os profissionais de saúde defendem que a IA seja usada como aliada na medicina, otimizando processos, mas reforçam que o tempo conquistado deve ser usado justamente para aumentar a presença humana no atendimento.

"A tecnologia pode deixar o atendimento médico mais humano, como era no início da prática médica", afirmou o oftalmologista Daniel Araújo Ferraz, líder do setor de inteligência artificial da Rede D'Or, durante o Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D'Or 2025, que ocorreu no Rio de Janeiro entre 7 e 9 de agosto.

"Hoje se gasta boa parte de uma consulta em processos burocráticos para alimentar sistemas e preencher receitas, que as inteligências artificiais darão conta, mas o médico é sempre o tomador de decisão final e o foco dele deve ser justamente conhecer aquele paciente para adaptar o tratamento a ele", afirmou.

Durante a programação do congresso, todos os profissionais da saúde que discutiram o tema trataram de como o objetivo da inclusão destas ferramentas deve ser melhorar a prática clínica sem delegar as capacidades de decisão e de interação que são humanas a elas.

IAs para manter o foco no humano

Angelina Camiletti, gerente de cardiologia da Rede D'Or, afirma que a medicina entrou na era 5.0, em que o foco será a união da tecnologia com a personalização. A ideia é usar tecnologias digitais como as IAs e a telemedicina para adequar os cuidados às rotinas dos pacientes.

"As tecnologias devem ser empregadas pensando na qualidade de vida dos pacientes. Foi assim com as cirurgias robóticas, por exemplo, e agora o é com as possibilidades de conexão e participação na vida dos pacientes. As IAs devem ser atalhos para nos aproximar das pessoas, não interlocutores que nos afastem dos pacientes", recomendou.

No Brasil, doenças cardiovasculares matam uma pessoa a cada 90 segundos. Para Angelina, 70% desses casos poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida, o que reforça a importância de equipes multidisciplinares e acompanhamento contínuo que as ferramentas tecnológicas podem brindar.

A integração de dados de dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, com os prontuários dos pacientes; o acesso a consultas rápidas por telemedicina; e a inclusão de ferramentas para acelerar a avaliação de exames foram algumas das vantagens apontadas pelos entrevistados como exemplos destas pontes criadas pelas IAs.

Outro exemplo, pensando nos geradores de texto, é elaborar cenários com personagens para os pacientes perceberem como mudar hábitos de suas vidas pode alterar a saúde deles a longo prazo, como deixar de fumar ou tomar uma medicação com regularidade.

3 imagens Fechar modal. 1 de 3 Ronaldo Gismondi, coordenador da Cardiologia do Niterói D'Or e Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Divulgação/Rede D'Or 2 de 3 Daniel Ferraz, head do Setor de Inteligência Artificial da Rede D'Or Divulgação/Rede D'Or 3 de 3 Erito Marques, especialista em inteligência artificial e professor da UFRRJ e da pós-graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF Divulgação/Rede D'Or

Ferramenta exige uso crítico e responsável

Também um dos debatedores do congresso, o médico e matemático Erito Marques lembra que as ferramentas de IA não são isentas de problemas.

"Temos trabalhos que já mostram um declínio cognitivo entre pessoas que passaram a delegar integralmente seus trabalhos a geradores de textos. Temos que entender nosso papel: se as IAs avançam com cavalos, é preciso que sejamos jóqueis para trazer racionalidade e responsabilidade nestes usos. Somos os curadores do que as máquinas produzem", indica ele.

Para o cardiologista Ronaldo Altenburg Gismondi, médico do D'Or e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), a postura de jóquei exigida de médicos e também de pacientes ao lidar com as IAs deve ser assumida desde o primeiro comando, que sinaliza o que queremos que os geradores de textos executem.

"É preciso contextualizar no prompt o que queremos: apontar um objetivo, usar estruturas claras, focadas em verbos e ação, sendo o mais completos possíveis ao elaborar os comandos. A IA se baseia naquilo que ela encontra na internet, fazendo uma mescla destes dados. Um dos maiores perigos de usá-la, portanto, é acreditar que tudo que ela afirma está baseado na realidade", diz Gismondi.

Erito e Ronaldo também relembra que a manutenção dos servidores que permitem o funcionamento dos processadores destas máquinas gastam grandes quantidades de água e de energia. É preciso que mesmo usuários finais, como médicos e seus pacientes, tenham essas preocupações em conta e cobrem maior responsabilidade dos provedores. "Não agradeçam, gasta água demais aquele de nada", conclui Erito.

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MEDICINA S/A

Adoção de APS levou à redução de 26% na sinistralidade, aponta pesquisa do Grupo Sabin

Pesquisa realizada pelo Grupo Sabin e a Amparo Saúde, em parceria com plano de saúde e gestora de benefícios, indicou que o uso da Atenção Primária à Saúde (APS) levou à redução de 26% na sinistralidade per capita. Considerada como importante aliada das operadoras de saúde no país e das empresas, a APS é o primeiro nível de atenção e reúne um conjunto de ações, individuais e coletivas, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral.

A pesquisa realizada pelo Grupo Sabin compreendeu 2.053 colaboradores da matriz da companhia que realizaram três ou mais consultas com a equipe multiprofissional durante 2024, em Brasília/DF, em comparação com os colaboradores da instituição que não solicitaram consultas. O total de funcionários à época assistidos era de 3.481 pessoas. O estudo contou com dados da Amparo Saúde e da apólice do plano de saúde do Sabin.

Desde 2018, a Amparo Saúde atende colaboradores da matriz do Sabin em uma clínica in company. Segundo o levantamento, os que usaram o serviço de APS, no período compreendido, realizaram 1,6 consulta com especialistas, enquanto os que não a utilizaram, 2,3. Na procura pelo pronto socorro, o primeiro grupo registrou 1,2 visita enquanto o segundo, 1,8. Em internações, a comparação ficou em 10,7 entre os que recorreram à APS contra 15,6. Com isso, a sinistralidade per capita do plano de saúde caiu de R$ 465,28 para R$ 344,62 – ou seja, 26% menor.

A sinistralidade per capita é um indicador usado em contratos de planos de saúde, e companhias seguradoras. Representa a relação entre as despesas com a utilização dos serviços médicos e a receita que a operadora recebeu pelo contrato. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), a sinistralidade registrada em 2024 foi de 82,2%, após recorde de 88,3% em 2021, período da pandemia, quando internações e visitas ao PS eram inevitáveis.

“Com a atuação da Amparo Saúde, os colaboradores passaram a contar com uma equipe de saúde de referência, com acesso facilitado e resolutividade no atendimento. Isso gerou vínculo e confiança, fazendo com que mesmo em situações agudas ou intercorrências, o paciente recorresse ao ambulatório in company, evitando deslocamentos desnecessários e uso indevido do pronto-socorro. Esse cuidado estruturado contribuiu também para a redução de internações hospitalares, como indicado pelos dados do estudo”, explica o coordenador técnico da Amparo, o médico de família e comunidade Leonardo Demambre Abreu.

Segundo ele, a adoção à APS pelos funcionários, que representa uma mudança de cultura das pessoas que recorrem a serviços médicos no Brasil, foi estimulada pela equipe. “Foi um trabalho com apoio do time de Saúde Corporativa do Sabin, por meio de ações educativas, rodas de conversa, comunicações internas e atividades presenciais. Além disso, a experiência positiva dos próprios colaboradores usuários contribuiu para a disseminação da percepção de qualidade e acolhimento”, afirma Abreu.

O bom desempenho da Amparo, que possui uma rede com dez clínicas, no Distrito Federal, São Paulo e Bahia, além de oferecer atendimento por teleconsulta, levou o Grupo Sabin a adquirir a empresa em 2021, muito antes de os primeiros resultados econômicos aparecerem. Segundo a presidente executiva do Grupo Sabin, Lídia Abdalla, a aquisição da Amparo foi estratégica para consolidação do seu novo ecossistema de saúde.

“Nosso objetivo é seguir atuando, sempre com o olhar atento a oferecer cuidados em saúde que alinhem tecnologia, inovação e humanização, por meio de um portfólio de soluções que possam contribuir para uma jornada de saúde única – individualizada e assertiva, num grande ecossistema integrado e pronto para entender as necessidades, agregar valor e impactar positivamente na qualidade de vida das pessoas”, explica.

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Câmara aprova regras contra a discriminação de pessoas idosas em planos

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que institui regras para combater a discriminação contra pessoas idosas e pessoas com deficiência na contratação de planos de saúde.

A proposta altera a Lei dos Planos de Saúde, que hoje já estabelece que pessoas idosas ou com deficiência não podem ser impedidas de participar de planos de saúde. Adicionalmente, o projeto deixa claro que o descumprimento da medida pelas operadoras de planos estará sujeito às penalidades previstas na mesma legislação, que vão de advertência ao cancelamento da autorização de funcionamento.

O texto altera ainda a Lei da Agência Nacional de Saúde Suplementar para estabelecer que compete à ANS reforçar as ações de fiscalização para coibir práticas discriminatórias contra pessoas idosas e pessoas com deficiência na contratação de planos de saúde.

Nova versão

A versão aprovada foi o substitutivo elaborado pela relatora, deputada Dayany Bittencourt (União-CE), para o Projeto de Lei 262/25, do deputado Maurício Carvalho (União-RO).

Originalmente, o projeto combatia apenas a discriminação contra pessoas idosas. Dayany estendeu a proteção para pessoas com deficiência. “Seria incoerente e contraditório garantir proteção apenas à pessoa idosa, excluindo outro grupo vulnerável que igualmente enfrenta barreiras históricas no acesso à saúde”, argumentou a relatora.

Veja a proposta apresentada pela relatora

Dayany Bittencourt também retirou do texto a previsão de um regime específico de sanções para o descumprimento das regras propostas. Isso porque a legislação vigente já prevê punições.

Incentivos

O texto aprovado também prevê incentivos fiscais para as operadoras de planos de saúde que adotarem políticas ativas para ampliar a inclusão de consumidores em sua base de clientes:

dedução de até 5% do Imposto de Renda devido, proporcional ao número de novos beneficiários com mais de 60 anos de idade ou pessoas com deficiência incluídos no exercício fiscal;

redução de alíquotas de tributos federais incidentes sobre as receitas operacionais, desde que comprovada a implementação de medidas para facilitar o acesso de pessoas idosas e pessoas com deficiência a seus serviços.

Para usufruir dos benefícios fiscais, as operadoras deverão apresentar à Receita Federal um relatório anual detalhado das ações adotadas.

O substitutivo prevê ainda que a ANS, em parceria com órgãos de defesa do consumidor, promoverá campanhas de conscientização sobre os direitos das pessoas na contratação de planos de saúde, independentemente da idade ou condição de saúde.

Próximos passos

O projeto ainda será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Saúde; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Tributação de reservas técnicas de planos e a reforma tributária

A reforma tributária sobre o consumo foi oficialmente aprovada pelo Congresso Nacional, por meio da Emenda Constitucional nº 132/2023, que alterou a Constituição Federal, para criar, de um lado, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) – que substituirão ICMS, ISS, PIS/Cofins e, parcialmente, IPI – e, de outro, o Imposto Seletivo (IS), que incidirá apenas sobre bens e serviços nocivos à saúde humana e ao meio ambiente.

A lógica central desta reforma é simplificar o sistema brasileiro em vigor, por meio da uniformização dos critérios de tributação, transparência da carga tributária incidente sobre o consumo e da redução de regimes especiais e benefícios fiscais até então concedidos de forma descentralizada e desarmonizada pelos entes subnacionais.

Considerando as particularidades da sociedade brasileira, a Constituição Federal prevê uma lista limitada e uniforme de regimes diferenciados, favorecidos ou específicos que deverão ser aplicados em todo o território nacional, dentre eles o regime específico aplicável aos planos de assistência à saúde que prevê redução de 60% das alíquotas de IBS e CBS aplicáveis aos serviços prestados.

Esse regime foi instituído e regulamentado pela Lei Complementar nº 214/2025, que definiu a abrangência da redução dos novos tributos sobre os serviços prestados por seguradoras de saúde, administradoras de benefícios, cooperativas operadoras de planos de saúde e de seguro saúde e demais operadoras de planos de assistência à saúde.

O cerne da controvérsia, contudo, é a base de cálculo de IBS e CBS prevista pela Lei Complementar, segundo a qual IBS e CBS incidirão sobre a receita dos serviços compreendendo prêmios e contraprestações e as receitas financeiras dos ativos garantidores das reservas técnicas, efetivamente liquidadas, previstas algumas deduções.

Tais receitas decorrem do cumprimento de obrigação regulatória imposta às operadoras de planos de saúde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que determina que essas entidades provisionem recursos frente às reservas técnicas aplicáveis, com objetivo de financeiramente garantir a cobertura dos riscos e responsabilidades inerentes à assistência à saúde perante prestadores de serviços e beneficiários.

No sistema tributário atual, existe discussão judicial no Supremo Tribunal Federal sobre a legitimidade da incidência de PIS/Cofins sobre as receitas oriundas de aplicações financeiras das reservas técnicas de operadoras de planos de saúde. Na mencionada discussão, a União Federal alega que as receitas financeiras comporiam a receita bruta da empresa, ao passo que as operadoras de planos de saúde sustentam que as aplicações representam mero cumprimento de exigências regulatórias impostas pela ANS.

A regulamentação da reforma tributária promovida pela Lei Complementar nº 214/2025 parece pretender superar as discussões judiciais em trâmite, ao determinar de maneira expressa a incidência de IBS e CBS sobre essas receitas.

Todavia, a Lei Complementar nº 214/2025 pode ter aberto caminho para uma nova discussão sobre o tema, especialmente em razão de um potencial conflito entre normas extraíveis de seus dispositivos. Isso porque o art. 235, I, “b” da Lei Complementar nº 214/2025 determina a incidência de IBS e CBS sobre as receitas financeiras oriundas das reservas técnicas dos planos de saúde, quando efetivamente liquidadas, enquanto, por outro lado, o art. 6º, V, da mesma lei, prevê que os novos tributos não incidirão sobre rendimentos financeiros, exceto quando incluídos na base de cálculo no regime específico de serviços financeiros, o qual não abrangeria as operadoras de planos de saúde.

Uma vez constatado esse conflito entre os regimes específicos de planos de assistência à saúde e tratamento das receitas financeiras em geral, o tema pode vir a ser objeto de nova onda de judicializações do setor de saúde.

Parte das regras gerais sobre a reforma tributária ainda será objeto de regulamentação, por meio do Projeto de Lei Complementar nº 108/2025, atualmente em trâmite no Congresso Nacional. Embora as finalidades desse projeto sejam outras – como disciplinar as regras relativas à gestão do IBS e do contencioso tributário, além de regras de transição associadas ao tratamento de créditos de ICMS –, a sua tramitação pode ser uma oportunidade de resolver o conflito potencialmente criado pela redação atual dos dispositivos da Lei Complementar nº 214/2025 sobre a matéria.

Diante disso, medidas jurídicas têm sido discutidas sobre o tratamento tributário aplicável aos rendimentos financeiros incidentes, a fim de garantir maior segurança jurídica aos contribuintes afetados.

*Maira Materagia Imperatriz é sócia da prática de Life Sciences & Healthcare do Lefosse. Rafaela Canito e Anna Potye são, respectivamente, sócia e advogada da equipe de Tributação sobre Consumo da área tributária do Lefosse.

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Assessoria de Comunicação        

atendimento

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) manifesta preocupação diante da recente troca da diretoria do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), anunciada pelo prefeito Sandro Mabel.

O presidente do Conselho de Administração da Ahpaceg, Haikal Helou, considera a medida pouco eficaz diante da gravidade do cenário atual que envolve o Imas, os prestadores de serviços de saúde, que estão há meses sem receber, e os usuários do Instituto, que têm suas contribuições mensais descontadas, mas sem a garantia de assistência.

Para Haikal Helou, a substituição da presidência não é suficiente para enfrentar a profunda crise de credibilidade que o órgão atravessa e que se agrava ano a ano.

"A crise do Imas não é apenas financeira, mas sobretudo de credibilidade. O instituto carece de ações mais efetivas por parte da prefeitura, que deve assumir a responsabilidade de promover um verdadeiro choque de gestão, com adequação atuarial e auditorias independentes que permitam o reequilíbrio de suas contas", afirma.

Nos últimos meses, a situação do Imas tem levado diversos prestadores de serviços de saúde a suspenderem o atendimento aos servidores municipais e seus dependentes, em razão da instabilidade institucional e da ausência de uma política clara de governança e pagamento.

O presidente da Ahpaceg, Renato Daher, ressalta que a Associação está de portas abertas para colaborar com o poder público na busca por soluções efetivas e sustentáveis para os problemas crônicos que afetam o Imas e, consequentemente, impactam diretamente o atendimento aos servidores municipais e a sustentabilidade dos contratos firmados com os prestadores.

 

Foto: Freepik

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