Postado em: 23/07/2025

CLIPPING AHPACEG 23/07/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

CFM apoia iniciativa da Anvisa em prol da segurança do paciente

https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-apoia-iniciativa-da-anvisa-em-prol-da-seguranca-do-paciente

Rede D'Or planeja aquisição da Fleury, mas sem acordo definido

https://www1.brasilemfolhas.com.br/2025/07/rede-dor-planeja-aquisicao-da-fleury-mas-sem-acordo-definido/

SUS ganha um aliado nas cobranças aos planos de saúde

https://monitormercantil.com.br/sus-ganha-um-aliado-nas-cobrancas-aos-planos-de-saude/

Saúde no Brasil enfrenta crescente ameaça cibernética e expõe desafios da segurança digital

http://jornow.com.br/jornow/noticia.php?idempresa=6649&num_release=307606&ori=P

PF desmantela esquema de R$40 milhões do Farmácia Popular!

https://mtemfoco.com.br/noticia/2499/pf-desmantela-esquema-de-rs40-milhoes-do-farmacia-popular.html

Relatório mostra crescimento de idosos em planos de saúde

https://medicinasa.com.br/idosos-criancas-planos/

Futuro da Saúde Suplementar: Era dos dados, tecnologia e gestão

https://medicinasa.com.br/dados-tecnologia-gestao/

Nova Estratégia Global para a Medicina Tradicional 2025–2034

https://medicinasa.com.br/medicina-tradicional-sus/

Como equilibrar decisões clínicas em um cenário de avanço da IA?

https://medicinasa.com.br/decisoes-clinicas-ia/

Caiado anuncia medidas em auxílio a empresas afetadas pelo tarifaço

https://www.aredacao.com.br/noticias/236888/caiado-anuncia-medidas-em-auxilio-a-empresas-afetadas-pelo-tarifaco

Ronaldo Caiado anuncia linha de crédito para ajudar economia goiana

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/ronaldo-caiado-anuncia-linha-de-credito-para-ajudar-economia-goiana-13779906.ghtml

PORTAL CFM

CFM apoia iniciativa da Anvisa em prol da segurança do paciente

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai começar no mês de agosto a Avaliação Nacional da Cultura de Segurança do Paciente – 2025, iniciativa que tem o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM). Para a autarquia, a segurança do paciente é um pilar essencial para a qualidade da atenção à saúde e é importante que os médicos se engajem para responder o questionário, que ficará acessível até 31 de dezembro deste ano.

Para responder a Avaliação, o profissional de saúde que trabalha em hospitais públicos ou privados deverá acessar o link https://csp.qualisaude.telessaude.ufrn.br/. O formulário foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa QualiSaúde e pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo a Anvisa, esta iniciava integra o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente 2021-2025, com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021-2030.

Os objetivos centrais da avaliação são: diagnosticar e monitorar o nível de comprometimento dos hospitais brasileiros com a cultura de segurança do paciente; identificar riscos organizacionais que possam comprometer a segurança dos pacientes; acompanhar a evolução das práticas de segurança ao longo do tempo; promover o benchmarking entre instituições e fortalecer a cultura organizacional da segurança.

Para explicar como será feita a pesquisa, a Anvisa promoverá no dia 31 de julho, às 15h, o webinar “Avaliação Nacional da Cultura de Segurança do Paciente 2025”. Para participar do webinar, acesse AQUI.

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BRASIL EM FOLHAS

Rede D'Or planeja aquisição da Fleury, mas sem acordo definido

A Rede D'Or (RDOR3) está considerando uma oferta para adquirir a empresa de diagnósticos médicos Fleury (FLRY3), em um movimento estratégico para verticalizar sua atuação na saúde suplementar.

A Rede D'Or (RDOR3) está considerando uma oferta para adquirir a empresa de diagnósticos médicos Fleury (FLRY3), em um movimento estratégico para verticalizar sua atuação na saúde suplementar. No entanto, até o momento, as duas companhias afirmaram que não chegaram a um acordo para a unificação de seus negócios. Na manhã desta quinta-feira, as ações da Rede D'Or apresentaram uma leve alta de 0,40%, cotadas a R$ 33,05, enquanto os papéis da Fleury dispararam 16,71%, atingindo R$ 14,74, antes de entrarem em leilão.

Analistas do Goldman Sachs destacam que a aquisição da Fleury poderia trazer benefícios significativos para ambas as empresas, incluindo melhores condições de compra e uma estrutura administrativa mais eficiente. A Rede D'Or já havia demonstrado interesse no setor de diagnósticos anteriormente, ao tentar adquirir a Alliar em 2021, embora essa negociação não tenha avançado.

O Bradesco BBI também considera a transação como positiva, ressaltando o potencial de crescimento da receita da Fleury através da maior penetração da SulAmérica e a abertura de novas unidades. Além disso, a operação poderia aumentar a contribuição do segmento de diagnósticos para o EBITDA da Rede D'Or, reforçando sua posição no mercado de saúde. O BBI acredita que a aprovação do CADE não deve ser um obstáculo, dada a limitada presença da Rede D'Or no segmento de diagnósticos ambulatoriais.

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MONITOR MERCANTIL

SUS ganha um aliado nas cobranças aos planos de saúde

A desenvolvedora de softwares personalizados Paipe foi selecionada, em um processo público, para integrar o plano nacional “IA para o Bem de Todos”, iniciativa do governo federal para fomentar o uso estratégico de tecnologias emergentes em políticas públicas até 2028. A empresa, que tem 10 anos de atuação, desenvolveu uma solução de inteligência artificial que começa a transformar um dos gargalos mais antigos do sistema de saúde suplementar: o ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto passou pela fase de prova de conceito e encontra-se, neste momento, em processo de homologação de APIs no ambiente interno da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A previsão é que, entre agosto e setembro, a solução esteja plenamente integrada aos sistemas da agência, gerando os primeiros resultados oficiais.

Chamado Projeto Iara (Inteligência Artificial no Ressarcimento ao SUS), a ferramenta de automação deve reduzir drasticamente o tempo e os custos envolvidos na análise das contestações feitas por operadoras de planos de saúde. “A parceria com a ANS foi decisiva. O IARA mostrou, na prática, como a inteligência artificial pode qualificar e acelerar processos regulatórios, além de trazer economia real para o Estado”, explica Marcelo Dannus, CEO da Paipe.

A entrada da empresa no programa foi resultado de um processo público coordenado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e articulação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) junto ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. A tecnologia apresentada pela Paipe se destacou entre as propostas recebidas, especialmente por seu potencial de impacto direto na eficiência da gestão pública em saúde.

Aplicação

Segundo o CEO da Paipe, o Projeto Iara atua sobre um processo até então majoritariamente manual. Quando uma operadora de plano de saúde é notificada pela ANS para ressarcir o sistema público por atendimentos feitos a beneficiários, ela pode apresentar impugnações, justificativas que costumavam ser avaliadas por analistas humanos, em um fluxo lento, caro e sujeito a erros.

Com o Iara, a triagem dessas impugnações passa a ser automatizada. A ferramenta é capaz de ler documentos em PDF, interpretar contratos, verificar o vínculo do beneficiário à época do atendimento e classificar a justificativa apresentada. Em vez de centenas de técnicos revisando caso a caso, a IA estrutura os dados, sugere decisões e encaminha automaticamente para revisão apenas os casos mais complexos.

Essa automação visa diminuir o tempo de resposta da ANS, reduz a subjetividade nas análises e fortalece a cobrança das operadoras, aumentando a arrecadação de valores que por lei devem ser destinados ao sistema público.

A cobrança mais ágil das operadoras permite que mais recursos retornem ao SUS, o que ajuda no financiamento de serviços públicos. Além disso, o uso de IA em processos regulatórios aumenta a previsibilidade e reduz falhas, incentivando as operadoras a prestarem serviços de forma mais transparente e menos abusiva.

Financiamento

O desenvolvimento da solução contou com investimento da Finep, que financiou a estruturação da equipe técnica, o uso de tecnologias como Processamento de Linguagem Natural e Visão Computacional, além da criação de sistemas seguros de processamento em nuvem. A Paipe também firmou uma parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) para garantir embasamento científico ao projeto.

Ciente da sensibilidade dos dados com os quais lida – muitos deles com informações pessoais e médicas -, a empresa afirma seguir rigorosamente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), com anonimização, acesso restrito, criptografia e validação em ambientes monitorados.

A Paipe esclarece que mesmo com toda a automação, a decisão final sobre a aceitação ou rejeição das impugnações ainda é feita por analistas da ANS. O sistema serve como filtro inteligente e acelerador do processo, mas mantém a supervisão humana, especialmente nos casos com mais nuances. A empresa também garante que todas as decisões automatizadas são registradas com rastreabilidade, o que permite revisão posterior, se necessário.

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JORNOW

Saúde no Brasil enfrenta crescente ameaça cibernética e expõe desafios da segurança digital

O setor de saúde se tornou o principal alvo de ataques cibernéticos no mundo, ultrapassando empresas do setor financeiro e de consumo, segundo a pesquisa Digital Trust Insights 2025, da PwC. O estudo , que ouviu mais de 4 mil executivos de negócios e tecnologia em 77 países, incluindo o Brasil, revela que hospitais, clínicas e operadoras de planos de saúde estão no centro da mira dos criminosos digitais devido ao vasto volume de dados sensíveis que armazenam.

No Brasil, o cenário é ainda mais crítico. O país está entre os mais vulneráveis a ataques cibernéticos na área da saúde, com 12% dos incidentes globais registrados no setor apenas no primeiro semestre de 2023, de acordo com dados globais. Paralelamente, o segmento representa cerca de 10% do PIB brasileiro e deve movimentar R$ 980,3 bilhões até o final de 2024, conforme o relatório Panorama e Perspectivas da Cadeia de Saúde do Brasil 2024.

Esse crescimento exponencial é impulsionado por investimentos globais no setor de cibersegurança, que movimentaram US$ 12,2 bilhões em 2023, com expectativa de atingir US$ 34,7 bilhões até 2029, segundo a National Library of Medicine. No Brasil, essa transformação é facilmente identificada pelo aumento da oferta de serviços online aos pacientes: entre 2022 e 2023, o agendamento de consultas pela internet subiu de 13% para 34%, e a visualização de prontuários eletrônicos dobrou no mesmo período, conforme levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Além disso, a telemedicina se consolidou como uma ferramenta essencial para ampliar o acesso à saúde, com um salto de 172% nas consultas remotas entre 2020 e 2023, atingindo a marca de 30 milhões de atendimentos virtuais, segundo a Fenasaúde.

Para Eduardo Lopes, CEO da Redbelt Security, consultoria especializada em cibersegurança, essa revolução digital na saúde traz um paradoxo preocupante: ao mesmo tempo em que melhora a eficiência dos serviços médicos, amplia a superfície de ataque para cibercriminosos. "Nunca antes tivemos tantos dados sensíveis circulando de forma digital. Informações médicas não são apenas confidenciais; elas podem ser usadas para extorsão, fraudes e até manipulação de diagnósticos. Um vazamento dessa magnitude não afeta apenas a reputação de uma instituição, mas coloca em risco a vida de pacientes", alerta Lopes.

Além dos ataques, as fragilidades internas do setor agravam o problema. Lopes explica que muitas instituições ainda enfrentam desafios estruturais, como a falta de profissionais especializados em cibersegurança, dificuldades para acompanhar a evolução das ameaças e o alto custo das soluções de proteção digital. "Muitas vezes, a cibersegurança é tratada como um problema secundário, quando, na verdade, deveria estar no centro das decisões estratégicas. A falta de investimento e de cultura em segurança abre brechas que tornam os sistemas vulneráveis", afirma.

O executivo destaca que o impacto dos ataques vai além da privacidade dos dados. A interrupção de sistemas pode significar cancelamento de cirurgias, perda de acesso a históricos médicos e falhas críticas no atendimento. "O que estamos discutindo aqui não é apenas um problema de compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece diretrizes para a segurança de informações pessoais no Brasil, mas uma questão de infraestrutura essencial para a sociedade. Se um hospital tem seu sistema paralisado por um ataque, por exemplo, isso pode comprometer o atendimento a centenas de pessoas em questão de minutos e por tempo indeterminado", reforça.

Diante dessa realidade, ele alerta que a segurança cibernética precisa ser encarada como prioridade estratégica na área de saúde. "A tecnologia avança, mas a segurança não pode ficar para trás. Sem um planejamento robusto e investimentos contínuos em proteção digital, o setor de saúde pode se tornar um dos mais impactados por ataques cibernéticos nos próximos anos", conclui Lopes.

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MT EM FOCO

PF desmantela esquema de R$40 milhões do Farmácia Popular!

Desvio milionário financiou o tráfico internacional de drogas, aponta investigação.

Em uma operação que expõe as entranhas do crime organizado, a Polícia Federal (PF) desmantelou uma quadrilha que desviou quase R$ 40 milhões do programa Farmácia Popular, um recurso que deveria beneficiar a população brasileira. A investigação, que ganhou destaque no Fantástico, revelou que o dinheiro desviado alimentava o tráfico de cocaína em países vizinhos, como Bolívia e Peru.

O esquema fraudulento utilizava farmácias de fachada, CPFs de pessoas inocentes e empresas fantasmas para desviar os recursos. A apuração teve início após a apreensão de 191 quilos de drogas em Luziânia (GO), que levou à prisão de um caminhoneiro e de Clayton Soares da Silva, empresário do ramo farmacêutico.

A análise do celular de Clayton foi a chave para a PF desvendar o esquema, chegando a Fernando Batista da Silva, o "Fernando Piolho", apontado como líder da organização. Fernando, segundo a PF, usava o nome da filha para abrir empresas e movimentar os recursos ilicitamente. A empresa Construarte, ligada a Fernando, teria recebido mais de R$ 500 mil de investigados por tráfico.

Conexão com o Comando Vermelho e o tráfico internacional

A investigação revelou ainda ligações perigosas entre o grupo e o Comando Vermelho, além de repasses a pessoas na fronteira com o Peru e a Bolívia. Uma das beneficiárias seria esposa de um integrante do Clã Cisneros, organização criminosa peruana especializada em laboratórios de cocaína. É um verdadeiro escândalo!

As fraudes eram tão descaradas que farmácias fantasmas foram registradas em lotes vazios. Uma delas, em Águas Lindas (GO), teria recebido R$ 329 mil. Em Campo Belo (MG), uma drogaria foi registrada em nome de Francisca Ferreira de Souza, uma empregada doméstica que, inacreditavelmente, consta como proprietária de cinco farmácias em diferentes estados. Ela vive em Luziânia e é casada com Brazilino Inácio dos Santos, investigado como sócio de dez empresas que movimentaram R$ 2,5 milhões entre 2018 e 2019.

"Essa organização criminosa utilizou o programa Farmácia Popular para fazer a lavagem desses recursos. Posteriormente, ela passou a utilizar esse programa social para investir no próprio tráfico de drogas" - afirmou José Roberto Peres, superintendente da PF no Distrito Federal, em entrevista.

Rafael Bruxellas Parra, diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS, revelou que são combatidas diariamente cerca de 140 mil tentativas de fraudes no Farmácia Popular. Um dentista de Sumaré (SP) descobriu que seu CPF havia sido usado para registrar a retirada de até 20 caixas de insulina por mês, sem que ele tivesse qualquer problema de saúde. Até onde isso vai?

As investigações continuam, e espero que todos os envolvidos sejam identificados e responsabilizados. É inaceitável que recursos destinados à saúde da população sejam desviados para financiar o crime organizado.

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MEDICINA S/A

Relatório mostra crescimento de idosos em planos de saúde

O perfil etário da saúde suplementar está se transformando, com crescimento mais acentuado entre adultos de meia-idade e idosos, enquanto o número de beneficiários infantis diminui — movimento que expressa o processo de envelhecimento da população brasileira.

Dados da 107ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostram que, somadas, as faixas etárias a partir de 65 anos registraram um crescimento de aproximadamente 142 mil beneficiários em um ano, na base comparativa de maio de 2025 ante o mesmo mês do ano passado. Por outro lado, foi verificada uma redução de beneficiários nos primeiros anos de vida: entre os beneficiários de 0 a até 4 anos de idade, houve uma queda de cerca de 99 mil vínculos. Os resultados reforçam a tendência de envelhecimento da base da saúde suplementar.

O maior crescimento em maio de 2025 ante maio de 2024 ocorreu nas faixas de 45 a 49 anos (7%, equivalendo a 274,9 mil vínculos), 60 a 64 anos (2,7%, ou 59,3 mil beneficiários), 75 a 79 anos (4,3%, alta de 43,9 mil vínculos) e 80 anos ou mais (2,9%, ou 40,1 mil pessoas). Em contrapartida, houve queda entre crianças: até 1 ano, redução de 4,2%, ou 23,7 mil vínculos; de 1 a 4 anos, a diminuição foi de 2,8%, equivalendo a 75,7 mil beneficiários.

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, o comportamento das carteiras de beneficiários expressa a transformação demográfica em curso no Brasil. “É importante destacar que esse crescimento nas faixas etárias mais avançadas significa a combinação entre novos beneficiários e a migração etária dos próprios beneficiários dentro das carteiras ao longo do tempo”, explica. “A cada ano um conjunto de peoas muda de faixa etária. O aumento no número e na proporção de idosos (60 ou mais anos) se deve na maior parte ao conjunto de beneficiários que completou 60 anos. A esse conjunto deve-se somar as novas contratações por pessoas idosas e subtrair as que deixaram os planos (a maioria por falecimento). Tudo isso é o reflexo do aumento da longevidade e da permanência no sistema”, analisa Cechin.

Ele acrescenta que a mudança em curso exige atenção do sistema de saúde suplementar para se adequar às necessidades de atendimento e promoção de saúde desse perfil de beneficiários. E significa, também, a compreensão dos beneficiários sobre a responsabilidade de cuidar da saúde ao longo da vida, para avançar na idade com saúde e reduzir o período final de vida com incapacidades.

“Viver mais é uma vitória da humanidade e da ciência. Mas é fundamental que esse ganho em anos de vida venha acompanhado de saúde e autonomia, até o mais próximo possível do falecimento. Isso exige cuidar da saúde desde cedo, ao longo de toda a vida”, pondera.

Mercado

O relatório do IESS indica que o setor manteve crescimento no número total de beneficiários. Em 12 meses, os planos médico-hospitalares somaram 52,6 milhões de vínculos em maio de 2025, alta de 2,2%, equivalente a 1,1 milhão de novos beneficiários em relação ao mesmo mês do ano anterior. Somente no último trimestre ante o anterior, o avanço foi de 1,1%, com acréscimo de 583,4 mil vínculos.

Esse desempenho foi impulsionado, principalmente, pelo aumento dos planos coletivos empresariais, que cresceram 4,2% no ano (1,6 milhão de beneficiários), atingindo 38,1 milhões de vínculos. Eles representam 72% do total de contratos médico-hospitalares e foram a única modalidade a apresentar crescimento consistente em praticamente todas as faixas etárias.

A expansão dessa modalidade acompanha o avanço do emprego formal no país. Segundo o Novo Caged, o Brasil gerou 1,6 milhão de postos de trabalho com carteira assinada entre maio de 2024 e maio de 2025 – alta de 3,5%, passando de 46,6 para 48,3 milhões de celetistas. Portanto, há uma correlação entre emprego formal e acesso à saúde suplementar.

Na contramão, os planos coletivos por adesão apresentaram queda de 4,4% em 12 meses, o que significa 269 mil vínculos a menos, passando de 6,1 milhões para 5,8 milhões de beneficiários. A retração foi generalizada e atingiu todas as faixas etárias.

Já os planos individuais ou familiares registraram retração de 1,6% no ano, o que representa perda de 143,7 mil vínculos, totalizando 8,6 milhões de beneficiários em maio de 2025. Nesse grupo, chama a atenção, novamente, o crescimento entre os idosos, com alta de 4,2% (cerca de 28,5 mil vínculos) para a faixa de 80 anos ou mais.

Segundo José Cechin, essa expansão entre os mais velhos em planos individuais também reflete uma movimentação de mercado, especialmente nas grandes cidades. “Temos observado um esforço comercial de operadoras que passaram a ofertar planos voltados à população idosa, sobretudo nas capitais. Trata-se de um nicho de mercado que está sendo atendido com maior intencionalidade”, observa.

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Futuro da Saúde Suplementar: Era dos dados, tecnologia e gestão

Nos últimos anos, o setor de saúde suplementar tem passado por uma transformação profunda. O que antes se baseava em relações comerciais tradicionais entre operadoras, corretoras e empresas, agora exige uma abordagem estratégica centrada em dados, tecnologia e prevenção.

Com a sinistralidade em alta, desequilíbrios atuariais crescentes e um sistema regulatório mais rígido, a gestão de benefícios corporativos deixou de ser apenas uma função administrativa para se tornar uma frente crítica de sustentabilidade e governança.

O colapso do modelo reativo

Planos de saúde já representam o segundo maior custo fixo das organizações, atrás apenas da folha de pagamento. Ainda assim, muitas empresas seguem operando com relatórios atrasados, pouca visibilidade técnica e ações essencialmente corretivas.

A ausência de um modelo preditivo e o uso limitado de ferramentas analíticas impedem uma atuação estratégica. Isso acarreta aumentos sucessivos nos custos, menor previsibilidade orçamentária e baixa efetividade em programas de cuidado com os colaboradores.

Dados: o novo ativo estratégico

Organizações que adotam uma gestão orientada por dados já colhem benefícios significativos. Com inteligência analítica aplicada aos contratos de saúde, é possível:

Antecipar reajustes e elaborar defesas técnicas;

Mapear grupos de risco e atuar preventivamente;

Auditar contas e identificar glosas com agilidade;

Estruturar programas de prevenção baseados em evidências;

Medir o retorno sobre investimento (ROI) e apresentar indicadores assistenciais.

A inteligência de dados deixa de ser um diferencial para se tornar um pré-requisito mínimo para qualquer operação de benefícios sustentável.

A urgência de um novo posicionamento

Os decisores de RH e Financeiro exigem mais do que atendimento comercial. Eles buscam parceiros com visão estratégica, capacidade técnica e ferramentas que integrem prevenção, governança e experiência do colaborador.
A corretora do futuro — ou melhor, a consultoria moderna — precisa operar como uma healthtech:

Com BI e dashboards atualizados em tempo real

Com auditoria automatizada e análise preditiva

Com trilhas de cuidado baseadas em perfil populacional

Com relatórios claros e decisões guiadas por dados

O caminho é irreversível

Empresas que se mantiverem no modelo tradicional continuarão vulneráveis a aumentos imprevisíveis, baixa adesão a programas de saúde e crescente insatisfação dos colaboradores.

Por outro lado, aquelas que avançam rumo a uma gestão integrada baseada em dados estarão mais preparadas para:

Reduzir custos com sustentabilidade;

Gerar indicadores clínicos e econômicos reais;

Fortalecer o papel estratégico do RH na organização;

Entregar uma experiência de cuidado mais efetiva e personalizada.

A nova saúde suplementar não gira mais em torno da operadora. Ela gira em torno da inteligência.

*Henry Shimada é executivo corporativo na Best Life Consultoria.

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Nova Estratégia Global para a Medicina Tradicional 2025–2034

Durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde (WHA), realizada em maio de 2025, os Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram a nova Estratégia Global para a Medicina Tradicional 2025–2034. A medida representa um avanço inédito no reconhecimento da medicina tradicional, complementar e integrativa (TCIM) como parte da governança global da saúde. Muito além de endosso simbólico, a estratégia busca fortalecer evidências científicas, criar marcos regulatórios apropriados, assegurar a segurança e eficácia de produtos e práticas, e promover a inclusão responsável da TCIM nos sistemas de saúde.

A aprovação da estratégia da OMS acontece em um cenário de profundas discussões geopolíticas sobre o acesso a insumos, proteção de saberes tradicionais, disputas por propriedade intelectual e demandas crescentes por uma abordagem mais holística da saúde. Nesse contexto, o Brasil pode despontar como protagonista natural. Detentor da maior biodiversidade do planeta e lar de povos originários e comunidades tradicionais com saberes milenares, o país tem uma oportunidade única de liderar globalmente essa agenda. A realização da COP 30 em Belém do Pará, em 2025, amplia ainda mais essa janela estratégica.

Belém será, nos próximos meses, território simbólico para discutir soluções integradas entre meio ambiente, justiça social e saúde pública. A nova estratégia da OMS, embora não seja especificamente uma pauta climática, dialoga com esses temas de maneira direta, ao promover a valorização de saberes ancestrais, a conservação da biodiversidade, e práticas sustentáveis de cuidado, muitas delas já inseridas nas rotinas das comunidades amazônicas. Incorporar esses elementos ao debate da COP 30 pode reposicionar o Brasil como articulador de soluções que conciliam desenvolvimento, proteção ambiental e equidade em saúde.

O Brasil possui arcabouço institucional existente e potente para sustentar essa agenda: o Sistema Único de Saúde. Criado com base na universalidade e equidade, o SUS é um dos poucos sistemas públicos do mundo que incorpora práticas integrativas e complementares em sua rede, incluindo fitoterapia, medicina tradicional chinesa, acupuntura, homeopatia, entre outras.

Com a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, em 2006, o SUS passou a reconhecer oficialmente essas abordagens, buscando garantir o acesso seguro, baseado em evidências, e respeitando as diversidades regionais e culturais do país. No entanto, passados quase 20 anos, essa política ainda enfrenta resistências, limitações de financiamento, e uma carência de diretrizes mais robustas sobre formação profissional, avaliação de eficácia e integração com outras políticas públicas.

A estratégia da OMS oferece justamente o impulso técnico e político que o Brasil precisava para atualizar e fortalecer sua política nacional. Combinando a experiência do SUS, o conhecimento científico de instituições como Fiocruz, e o papel catalisador que a COP 30 pode exercer, é possível construir uma agenda integrada que promova o uso racional e responsável da medicina tradicional, com respeito às populações originárias e ao meio ambiente.

Além disso, o alinhamento com organismos como a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO) e a Convenção sobre Diversidade Biológica é um alerta importante: é fundamental que o Brasil avance em marcos regulatórios que assegurem a proteção do conhecimento tradicional e a repartição justa de benefícios, coibindo a exploração indevida de acessos biodiversos e práticas abusivas de apropriação de saberes. O fortalecimento do marco legal da biodiversidade, a valorização da pesquisa científica em parceria com comunidades locais e a ampliação de canais para participação social devem ser prioridades.

Por fim, há oportunidade concreta de reposicionar o Brasil como um país capaz de inovar a partir de sua diversidade. A COP 30 será palco de encontros sobre clima, floresta, energia, finanças verdes e justiça social. Inserir a saúde e, dentro dela, a medicina tradicional, como parte desse ecossistema ampliado de soluções, é uma forma de responder aos desafios contemporâneos com inteligência histórica. É reconhecer que os saberes de nossas florestas, comunidades e práticas ancestrais não são resquícios do passado, mas caminhos possíveis para o futuro da saúde pública, da diplomacia ambiental e da soberania científica.

Que saiba bem, nosso Poder Executivo, combinar com os russos, mas não apenas com eles ou com os demais integrantes, ativos ou prospectos, do BRICS. Abandonar a demagogia diplomática é a chave para que o protagonismo brasileiro abrilhante, ainda mais, a maravilhosa Belém.

*Benny Spiewak é Mestre em Direito da Propriedade Intelectual pela The George Washington University e especialista em Direito Internacional da Propriedade Intelectual.

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Como equilibrar decisões clínicas em um cenário de avanço da IA?

Por décadas, os ensaios clínicos randomizados, chamados RCTs (Randomized Controlled Trials), foram tratados como o padrão-ouro na Medicina Baseada em Evidências (MBE). Com um desenho metodológico rigoroso, alocação aleatória e controle de variáveis, o modelo permite identificar com maior confiabilidade a efetividade de um tratamento em condições ideais. Entretanto, à medida que a medicina se aproxima cada vez mais do cotidiano dos pacientes, cresce a percepção de que os resultados obtidos nos laboratórios e centros de pesquisa nem sempre refletem os desfechos clínicos em contextos reais.

É nesse ponto que surge e se fortalece a noção de Real World Evidence (RWE), ou evidências do mundo real, como um instrumento complementar e necessário. A RWE se apoia em dados obtidos fora do ambiente controlado dos ensaios clínicos, seja em prontuários eletrônicos, registros hospitalares, estudos observacionais, bases administrativas ou informações de farmacovigilância.

Neste contexto, em vez de responder apenas à pergunta “o tratamento funciona?”, ela propõe outras questões relevantes, como “funciona para quem, em que contexto, e com quais condicionantes?”

Essa distinção é fundamental, tendo em vista que os RCTs oferecem respostas com alta validade interna, mas com limitações em termos de representatividade. Muitos pacientes reais, com múltiplas comorbidades, condições clínicas não padronizadas ou desafios socioeconômicos, não se enquadram nos critérios estritos dos estudos clínicos. Por outro lado, a RWE lança luz sobre a efetividade dos tratamentos, considerando fatores como adesão terapêutica, práticas clínicas locais, interações medicamentosas e variações de resposta em populações diversas.

Na prática clínica, essa divisão não se traduz em conflito, mas sim em complementaridade estratégica, pois a integração entre RCT e RWE representa uma abordagem mais holística e informada para a tomada de decisão. Um profissional de saúde que compreende a robustez dos RCTs, mas também valoriza os dados provenientes da realidade assistencial, está melhor preparado para avaliar riscos, ajustar condutas e considerar a singularidade de cada paciente.

Os potenciais e os limites da Inteligência Artificial na saúde

Essa discussão ganha contornos ainda mais relevantes diante da ascensão da Inteligência Artificial (IA) na saúde. Com a capacidade de processar volumes massivos de dados não estruturados, identificar padrões e cruzar variáveis com velocidade crescente, a IA se apresenta como uma ferramenta poderosa no apoio às decisões clínicas. Porém, seu desempenho depende diretamente da qualidade e da confiabilidade dos dados que alimentam seus modelos.

O princípio segundo o qual dados ruins geram conclusões ruins, nunca foi tão aplicável. Muitos modelos de IA ainda enfrentam dificuldades em filtrar desinformações, identificar vieses e garantir rastreabilidade das fontes. Isso torna essencial que os dados provenientes da RWE sejam avaliados com criticidade e submetidos a processos robustos de validação clínica. Não se trata de rejeitar os dados do mundo real, mas de integrá-los de forma responsável dentro de uma hierarquia de evidências, que respeite seus limites e potencialidades.

Nesse cenário, os especialistas clínicos têm a capacidade de interpretar e contextualizar os dados, oferecendo transparência quanto às recomendações extraídas dos sistemas baseados em IA. A confiança dos profissionais na tecnologia depende diretamente desse processo editorial criterioso, que articula ciência, julgamento humano e integridade metodológica.

Diante disto, as soluções tecnológicas verdadeiramente efetivas devem ser desenvolvidas com base em conteúdo confiável, revisão especializada e aprimoramento contínuo. Para isto, é fundamental que as empresas que fornecem soluções de suporte à decisão clínica (SDC) invistam na aplicação responsável da IA generativa, sempre ancorada em conhecimento clínico validado por especialistas. A proposta não é substituir o raciocínio clínico, mas reduzir o fardo administrativo e ampliar o tempo do profissional para o cuidado.

A síntese entre ciência, tecnologia e realidade clínica

O futuro da medicina não será construído apenas com algoritmos e ensaios clínicos, mas com a síntese crítica entre ciência e realidade. A combinação de RCTs, RWE e IA, cada qual com seus pontos fortes e fragilidades, oferece uma base sólida para decisões mais confiáveis, individualizadas e sustentáveis. Para que a tecnologia cumpra seu papel como mecanismo de apoio à decisão, é preciso garantir que ela opere com o mesmo rigor e responsabilidade exigidos da medicina tradicional.

Ao final, a principal questão não é apenas se a tecnologia pode contribuir, mas em quais condições ela efetivamente gera valor, para quais perfis de pacientes e com base em que tipo de evidência. Estas respostas exigem, mais do que nunca, uma articulação criteriosa entre os dados gerados em ambientes controlados e aqueles provenientes da prática clínica cotidiana.

*Natália Cabrini é Diretora de Estratégia e Vendas para a América Latina na Wolters Kluwer Health no Brasil.

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A REDAÇÃO

Caiado anuncia medidas em auxílio a empresas afetadas pelo tarifaço

Pacote une ações para proteger economia goiana 

O governador Ronaldo Caiado apresentou, em reunião com empresários na tarde desta terça-feira (22/7), as linhas de crédito lançadas pelo governo de Goiás para minimizar os impactos financeiros decorrentes da tarifação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil. A reunião ocorreu no Palácio das Esmeraldas e contou com a presença de representes de diversos setores de Goiás. 

Primeiro Estado a anunciar medidas para amenizar os possíveis efeitos do tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, Goiás contará com três fundos que poderão ser acessados por empresas atingidas. “Somos um Estado que busca todos os mecanismos para auxiliar os empresários e os trabalhadores goianos. Essa é minha primeira preocupação como governador”, enfatizou.

O primeiro é o Fundo Creditório, a nova linha de crédito criada pelo Governo de Goiás para apoiar os segmentos da economia goiana que mais exportam para os Estados Unidos. A medida foi antecipada pelo governador no último sábado (19/7), por meio das suas redes sociais, e beneficia o setor produtivo já a partir do mês de agosto, com estimativa de pelo menos R$ 628 milhões em créditos de Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) passíveis de utilização como garantia para acesso à linha de crédito. 

Nesta modalidade, são previstos R$ 314 milhões em créditos de ICMS e R$ 314 milhões provenientes de apoiadores do mercado financeiro que queiram aportar no fundo. A proposta será apresentada, oficialmente, em um leilão na Bolsa de Valores B3 em São Paulo, no dia 5 de agosto. A taxa de juros da nova medida será de 10% ao ano, pelo menos três pontos percentuais abaixo das linhas subsidiadas por programas federais, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Plano Safra e fundos constitucionais.

A outra opção apresentada pelo governador é a utilização do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), um fundo público de natureza financeira vinculado à Goiás Fomento, criado em 2020 durante a pandemia de Covid-19, com o objetivo de fornecer recursos financeiros para subsidiar o pagamento de encargos em operações de crédito. A terceira alternativa é a utilização do Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, uma reserva financeira que pode ser utilizada em momentos de crise econômica para garantir a continuidade de serviços essenciais.

Representando o empresariado, os presidentes das entidades de classe goianas endossaram as propostas do Governo de Goiás, parabenizando Caiado pela iniciativa e agilidade em buscar soluções para o problema. Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Flávio Rassi, comentou que é “impressionante a ferramenta apresentada e muito importante ter um governador que pensa com antecipação”. Já o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o Centro-Oeste, Paulo Afonso Ferreira, ressaltou que “Goiás está sendo o primeiro estado a debater o enfrentamento a esse momento e sai na frente”.

O ex-presidente da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial), Zé Garrote, parabenizou a rápida e eficaz iniciativa. “É uma inovação que abre oportunidade e nos dá novas visões e formas de negociar e de buscar mercado”, afirmou. Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, comentou que gostou do posicionamento da gestão estadual. “Uma opção corajosa do Governo de Goiás, saindo à frente dos demais estados”, disse.

Medidas

Caiado sublinhou que o setor empresarial sempre foi parceiro do governo e é peça importante nos avanços alcançados na gestão, que consolidaram Goiás como uma referência em liquidez, educação, saúde, segurança e programas sociais. “Se hoje temos um Estado cada vez mais industrializado e moderno, é graças a vocês. O nosso objetivo é resgatar a condição de tranquilidade de trabalhadores e empresários”, disse Caiado, ao explicar que o intuito do encontro é reunir entidades de classe e poderes para, de forma conjunta, buscar alternativas para o desafio.

As empresas interessadas nas soluções devem realizar o processo junto à Secretaria-Geral do Governo (SGG) e, como contrapartida, devem assumir o compromisso de manter os empregos durante o período de acesso ao crédito. O objetivo é proteger a economia local dos impactos das sobretaxas de 50% sobre commodities como soja, carne e derivados do aço. Segundo o Instituto Mauro Borges (IMB), os valores serão destinados a novos investimentos e ampliação de capacidade produtiva, mas podem também ser utilizados como capital de giro, com objetivo de manter os negócios em funcionamento em períodos de queda nas vendas. As atividades econômicas contempladas incluem produção e beneficiamento de minerais, setor agrícola (como cultivo de café, algodão e soja), indústria de alimentos, pesquisa científica, criação de bovinos, entre outras.

Comitê

O Governo de Goiás também criou um comitê para garantir um contato diário e permanente com os empresários para que, junto à gestão estadual, busquem soluções e definam ações a serem tomadas para minimizar o impacto das tarifas impostas. Caiado garantiu que realizará, a partir desta quarta-feira, reuniões com seis setores: Fármacos e Saúde; Carne, derivados e pescados; Mineração; Sucroenergético; Soja e cítricos; e Curtume para entender as demandas específicas de cada área e alinhar a atuação de cada secretaria de governo para auxiliar o empresariado.

Titular da SGG, Adriano da Rocha Lima, explicou como funcionará o comitê. “O conselho de governo formado por seis secretarias e que hoje já faz as autorizações de suplementação orçamentária em Goiás vai ter essa incumbência de definir exatamente quais são as áreas estratégicas que devem receber esse recurso de financiamento através desse fundo, sempre de forma a manter o desenvolvimento do Estado, preservando empregos e evitando os impactos dessas tarifas norte-americanas”, explicou. Já a Secretaria da Economia será responsável por validar os créditos acumulados de ICMS e autorizar a transferência dos valores entre os contribuintes, garantindo a regularidade fiscal da operação. A expectativa é que a liberação desses recursos comece a partir de 6 de agosto.

Balança comercial

Os Estados Unidos são, hoje, o segundo principal destino das exportações goianas, atrás da China. Somente de janeiro a junho deste ano, o Estado comercializou US$ 337.429.031 em produtos, com destaque para carnes (61%), ferro fundido, ferro e aço (11%). No mesmo período, Goiás comprou US$ 289.676.841 em produtos americanos, principalmente máquinas e instrumentos mecânicos (38%) e itens farmacêuticos (29%).

Também participaram da reunião a coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado; secretários de governo e representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarnes), Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-Goiás), Associação dos Produtores de Soja e Grãos de Goiás (Aprosoja), Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás  (Acieg),  Câmara de Dirigentes Lojistas  (CDL), Fecomércio, Sebrae, Senar, Sesc/Senac, Associação Goiana de Municípios (AGM) e Federação Goiana de Municípios  (FGM). Além dos prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel, e de Formosa, Simone Ribeiro.

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TV ANHANGUERA

Ronaldo Caiado anuncia linha de crédito para ajudar economia goiana

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/ronaldo-caiado-anuncia-linha-de-credito-para-ajudar-economia-goiana-13779906.ghtml

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Assessoria de Comunicação