CLIPPING AHPACEG 18/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
STF definirá regras para autorizar procedimentos fora do rol da ANS
Bionexo adquire Overmind e amplia vertical de ciclo da receita
Como a IA explicável reduz erros em clínicas e melhora resultados
https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/ia-explicavel-em-clinicas/
CFM alerta risco após Anvisa autorizar enfermeiros a prescrever antibióticos
Prefeitura de Goiânia estuda abrir quarto turno para atender pacientes de hemodiálise
STJ suspende liminar do TJ e retoma perícia do Sesi em servidores de Goiânia
Ministro da Saúde empossa novos diretores da ANS e reforça integração entre SUS e saúde suplementar
AGÊNCIA BRASIL
STF definirá regras para autorizar procedimentos fora do rol da ANS
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, votou nesta quarta-feira (17) para permitir que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir procedimentos que não estão na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O voto do ministro, relator da ação, foi proferido durante o julgamento que vai decidir se operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no rol da ANS, a lista de procedimentos que devem ser cobertos obrigatoriamente pelos planos.
Após voto do ministro, o julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (18).
Barroso reconheceu que é constitucional obrigar as operadoras a cobrir tratamentos ou procedimentos fora do rol da ANS, desde que os parâmetros definidos sejam seguidos.
Conforme o entendimento, a cobertura do tratamento fora do rol deve levar em conta cinco parâmetros, que devem estar presentes cumulativamente nos casos que forem analisados.
Parâmetros para autorização:
prescrição do tratamento por médico ou odontólogo habilitado;
inexistência de negativa expressa ou pendência de análise da tecnologia pela ANS;
inexistência de alternativa terapêutica que já esteja no rol da ANS;
comprovação de eficácia e segurança do tratamento conforme na medicina baseada em evidências;
existência de registro da Anvisa.
Nas decisões judiciais envolvendo autorizações para tratamentos que não constam no rol da ANS, Barroso entendeu que o juiz deve fazer diversas verificações antes de decidir o caso. Se a orientação não for seguida, a decisão judicial poderá ser anulada.
Orientações:
Verificar se houve requerimento prévio à operadora e se houve demora irrazoável ou omissão da operadora na autorização do tratamento;
Analisar previamente informações do banco de dados do Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (Natjus) antes da decisão. O magistrado não poderá fundamentar sua decisão apenas na prescrição ou laudo médico apresentado pelo usuário do plano.
Em caso de concessão da liminar favorável ao usuário, o juiz deverá oficiar a ANS sobre a possibilidade de inclusão do tratamento no rol de procedimentos.
Votos
O entendimento do ministro Roberto Barroso foi seguido pelo ministro Nunes Marques.
O ministro Flávio Dino abriu divergência e defendeu que os procedimentos que não estão no rol da ANS devem ser regulamentados pela própria agência reguladora.
"A regulamentação técnica pela ANS é insubstituível, e me parece ser a seara adequada de arbitramento de eventuais exceções àquilo que o legislador definiu", argumentou.
Na sessão desta quinta-feira, o ministro Cristiano Zanin será próximo a proferir voto sobre a questão, e em seguida os oito demais ministros da Corte devem votar.
Entenda
A Corte julga uma ação protocolada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) contra trechos da Lei 14.454/2022, que definiu que as operadoras devem custear tratamentos e exames que não estão previstos no chamado rol da ANS.
A lei foi sancionada após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que definiu, em junho de 2022, que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos no rol da ANS.
O STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.
Após a entrada em vigor da legislação, o rol passou a ser exemplificativo, e não taxativo. Além disso, a norma definiu que o rol é uma referência básica para os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.
Dessa forma, os procedimentos que forem autorizados por médicos ou dentistas devem ser autorizados pelos planos, desde que exista comprovação da eficácia do tratamento ou sejam recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
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SAÚDE BUSINESS
Bionexo adquire Overmind e amplia vertical de ciclo da receita
A compra amplia a plataforma de soluções, que conecta mais de 9 mil provedores, trazendo automação, inteligência de dados e maior previsibilidade financeira para hospitais e operadoras.
A Bionexo anunciou a aquisição da Overmind, healthtech focada em automações para elegibilidade de pacientes e autorização de procedimentos. A operação reforça o posicionamento da empresa na gestão do ciclo da receita no setor.
“Com automação e inteligência de dados, reafirmamos nossa liderança em tecnologia para a saúde, com mais eficiência, transparência e previsibilidade financeira em toda a cadeia. Ao antecipar tendências e redefinir padrões de gestão, fortalecemos a sustentabilidade do setor e damos suporte às empresas para que alcancem novos patamares de inovação, desempenho e competitividade no longo prazo”, afirma Solange Plebani, CEO da Bionexo.
A expansão no segmento começou em 2020, com a aquisição da Avatar, e foi consolidada com a chegada da Beecare (2022) e da Tradimus (2024), formando uma vertical estratégica no portfólio da empresa.
Com a Overmind, a Bionexo amplia a capacidade da plataforma, focada em eficiência financeira, redução de custos e previsibilidade, direcionada a hospitais e operadoras de diferentes portes.
“A Overmind representa o futuro do ciclo da receita em saúde: automação, inteligência e eficiência. Ao incorporá-la, aumentamos nossa capacidade de gerar impacto positivo para o setor de saúde, com foco em inovação e sustentabilidade”, afirma Herbert Cepêra, diretor executivo da Bionexo.
Entre os clientes da Bionexo estão Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hapvida, Da Vita, Hcor e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A companhia é capaz de integrar toda a jornada de gestão na saúde – da cadeia de suprimentos ao faturamento –, combinando tecnologia e eficiência.
Com 25 anos de atuação, a Bionexo movimentou mais de R$ 40 bilhões em seu ecossistema digital, em 2024. Chegou a somar R$ 24 bilhões na cadeia de suprimentos e R$ 16 bilhões no ciclo da receita. Atualmente, a empresa conecta mais de 9.000 provedores de saúde e 30.000 fornecedores no Brasil, Argentina, Colômbia e México.
“A Bionexo tem um histórico consolidado de inovação e excelência na gestão da saúde, e vamos impulsionando a inovação em ciclo da receita, com foco na melhoria da experiência do cliente, oferecendo atendimento mais personalizado e ágil, além do uso extensivo de inteligência de dados”, completa Cepêra.
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Como a IA explicável reduz erros em clínicas e melhora resultados
A análise de exames por IA agiliza laudos, apoia decisões médicas e amplia a confiança entre médicos e pacientes.
Diferente de outros modelos de inteligência artificial, a aplicação da IA explicável em clínicas permite que médicos compreendam as razões por trás de cada recomendação, aumentando a confiabilidade das decisões e fortalecendo a prática médica com suporte tecnológico.
Esse modelo já está presente em ferramentas que auxiliam no reconhecimento de padrões clínicos, na análise de imagens médicas e no apoio à tomada de decisão em tempo real.
Com transparência e clareza nos resultados, a tecnologia se torna uma aliada para clínicas brasileiras que buscam diagnósticos mais seguros e atendimentos mais assertivos.
Ao longo deste artigo, você vai conhecer as aplicações práticas, os benefícios e os principais desafios dessa transformação digital.
IA explicável: como funciona e por que é essencial
A IA explicável em clínicas é uma abordagem de inteligência artificial que busca tornar transparentes as decisões dos algoritmos.
Diferente de modelos tradicionais, que funcionam como uma “caixa-preta”, a XAI na medicina permite que médicos entendam os critérios usados pela máquina para chegar a um diagnóstico ou recomendação.
Essa abordagem garante mais clareza, aumenta a confiança dos profissionais e possibilita integrar a tecnologia de forma responsável. Além de fortalecer a segurança do paciente ao tornar os resultados mais compreensíveis e rastreáveis.
O conceito de inteligência artificial explicável se aplica de maneira prática no ambiente clínico. Ao analisar imagens de exames, por exemplo, o sistema não apenas aponta a possível alteração, mas também mostra em qual área detectou o padrão suspeito.
A transparência da ferramenta auxilia médicos a confirmarem diagnósticos e reduz o risco de erros, transformando a IA em um recurso de suporte à decisão clínica em vez de um substituto da prática médica.
Como utilizar a IA explicável em clínicas e hospitais
Antes de detalhar aplicações específicas, é importante entender como essa tecnologia apoia decisões médicas e melhora o fluxo de trabalho.
Suporte à decisão médica
A IA explicável em clínicas atua como ferramenta de apoio ao diagnóstico, oferecendo informações claras para médicos e equipes de saúde.
Em vez de apenas apresentar um resultado, o sistema mostra quais fatores levaram àquela conclusão, permitindo que o profissional valide ou questione o achado e reduzindo erros médicos em situações de maior complexidade.
Um exemplo prático está na análise de exames por IA, em que algoritmos de machine learning na saúde conseguem destacar áreas suspeitas em imagens de ressonância ou tomografia, indicando os pontos que motivaram a recomendação.
O mesmo ocorre em exames laboratoriais, nos quais a tecnologia identifica alterações em padrões sanguíneos e sinaliza possíveis anomalias de forma explicada.
Triagem inteligente de pacientes
Estudos recentes destacam que a IA explicável pode ser utilizada na triagem de clínicas para identificar, de forma rápida, casos que exigem atenção prioritária.
Ao analisar sintomas, exames e histórico clínico, o sistema aponta potenciais riscos e contribui para reduzir erros em diagnósticos complexos.
Na prática, essa tecnologia ajuda a priorizar casos urgentes, garantindo que pacientes com condições críticas recebam atendimento imediato. Com alertas claros e explicações detalhadas sobre cada recomendação, a equipe médica consegue organizar o fluxo de maneira mais segura, evitando atrasos e falhas na avaliação.
Eficiência operacional
A implementação da IA explicável em clínicas também impacta diretamente o fluxo operacional, tornando processos internos mais organizados e ágeis.
Ferramentas inteligentes auxiliam na distribuição de atendimentos e no acompanhamento de exames, reduzindo gargalos e retrabalho.
Diagnósticos e análises mais precisos diminuem a necessidade de repetir exames ou corrigir procedimentos, liberando tempo da equipe e melhorando a rotina clínica.
Benefícios da IA explicável para clínicas
A XAI oferece vantagens que fortalecem a segurança e a confiabilidade nos atendimentos médicos. Seus impactos se refletem tanto na prática clínica quanto na gestão do dia a dia das instituições de saúde.
Redução de erros diagnósticos
Com a inteligência artificial explicável, é possível identificar padrões e sinais clínicos de forma precoce, aumentando a precisão das análises. Essa clareza ajuda a minimizar diagnósticos incorretos e garante que pacientes recebam tratamentos adequados desde o início.
O recurso de explicar o raciocínio por trás das recomendações permite que médicos validem os resultados, tornando a redução de erros médicos uma consequência natural da integração da IA nos processos clínicos.
Melhoria na tomada de decisão
A tecnologia oferece suporte transparente para médicos e equipes clínicas, mostrando exatamente como cada resultado foi gerado. Essa abordagem facilita decisões mais seguras e aumenta a confiança na interpretação dos dados.
Explicações claras sobre recomendações da IA ajudam na comunicação entre profissionais e pacientes, permitindo que todos compreendam as bases do diagnóstico. Esse nível de transparência reforça a colaboração e a assertividade na escolha do melhor tratamento.
Eficiência clínica
A IA para clínicas médicas reduz o tempo gasto em revisões e conferências de exames, permitindo que os profissionais se concentrem no atendimento direto ao paciente. Processos mais ágeis garantem maior precisão e menos retrabalho.
A tecnologia contribui para um fluxo clínico mais organizado e otimiza a rotina dos médicos com menos interrupções e mais foco na qualidade do cuidado.
Retorno financeiro
A diminuição de retrabalho e a redução de exames repetidos impactam diretamente nos custos operacionais da clínica. Ao integrar a IA para diagnóstico médico, é possível economizar recursos e direcionar investimentos para áreas estratégicas do atendimento.
O uso da tecnologia não só melhora o desempenho clínico, mas também potencializa resultados financeiros, tornando os processos mais sustentáveis e vantajosos para a instituição.
Desafios e como superá-los
A implementação da IA explicável em clínicas apresenta desafios que precisam ser gerenciados com cuidado. Superá-los é essencial para garantir segurança, confiabilidade e resultados positivos no atendimento.
Garantir dados de qualidade e integridade
A qualidade dos dados clínicos é fundamental para que a IA funcione corretamente. Informações incompletas ou inconsistentes podem comprometer diagnósticos e reduzir a confiabilidade das recomendações.
Para superar esse desafio, é necessário implementar processos rigorosos de coleta, validação e atualização dos dados. A integração de prontuários eletrônicos, exames laboratoriais e imagens médicas garante informações precisas e seguras, permitindo que a tecnologia opere de maneira confiável.
Treinamento da equipe para interpretação de relatórios da IA
Mesmo com sistemas avançados, médicos e equipes clínicas precisam entender como interpretar os resultados fornecidos pela IA. Sem capacitação, o potencial da tecnologia pode ser subutilizado ou gerar interpretações equivocadas.
Investir em treinamentos, workshops e protocolos claros permite que os profissionais compreendam as recomendações da IA, reconheçam padrões e tomem decisões mais assertivas. Esse preparo transforma a tecnologia em uma ferramenta confiável de suporte à decisão clínica.
Conformidade regulatória (LGPD e boas práticas clínicas)
O uso da IA em clínicas exige atenção à LGPD e às normas éticas da saúde, garantindo proteção de dados e segurança do paciente. Falhas na conformidade podem gerar riscos legais e comprometer a confiança na tecnologia.
Para enfrentar esse desafio, é fundamental adotar políticas de governança de dados, controlar acessos e manter registros auditáveis.
A combinação de boas práticas clínicas com supervisão regulatória assegura que a implementação da IA explicável seja segura, ética e totalmente conforme a legislação vigente.
Caso de sucesso
A adoção da IA explicável em clínicas tem mostrado resultados concretos, com redução de erros diagnósticos e maior produtividade das equipes médicas.
Em clínicas de imagem e diagnóstico, a tecnologia permite identificar alterações com precisão, apresentando explicações detalhadas sobre os padrões detectados. Isso facilita a validação dos resultados e torna o atendimento mais seguro, ágil e confiável.
Um exemplo de grande impacto é o modelo crossNN, desenvolvido pelo Charité Universitätsmedizin Berlin. Essa rede neural explicável classifica mais de 170 tipos de câncer com alta acurácia e permite que médicos entendam como cada diagnóstico foi gerado, aumentando a confiança na tomada de decisão clínica.
Aplicado em exames de imagem e biópsias-líquidas minimamente invasivas, o crossNN identifica tumores complexos, como os cerebrais, com menor risco para os pacientes.
Desde a triagem inteligente e integração de exames até a gestão de fluxos hospitalares, a tecnologia permite decisões mais seguras e maior confiabilidade nos resultados, beneficiando tanto profissionais quanto pacientes.
Investir em soluções de IA para clínicas médicas é uma oportunidade de transformar o atendimento, melhorar a produtividade e reduzir custos com retrabalho e exames repetidos.
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PORTAL G1
CFM alerta risco após Anvisa autorizar enfermeiros a prescrever antibióticos
Conselho médico aponta ameaça de resistência bacteriana e judicialização; Anvisa diz que decisão apenas atualiza sistema de controle de medicamentos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a imediata revogação do ato que autoriza a inclusão do enfermeiro como prescritor de antibióticos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) - plataforma que monitora a entrada e saída de substâncias controladas em farmácias no Brasil.
No início do mês, a Anvisa informou em seu site que a prescrição de antimicrobiano (antibiótico), quando prescrita com o devido amparo legal, por profissional de enfermagem inscrito no Conselho Regional de Enfermagem (COREN), poderá ser enviada ao SNGPC, que foi atualizado.
A Anvisa destaca em sua página que este procedimento não se aplica aos medicamentos sujeitos a controle especial da Portaria SVS/MS n° 344/1998, os quais não podem ser prescritos por profissionais enfermeiros.
Confira exemplos desses medicamentos:
entorpecentes e psicotrópicos, como morfina, metadona, fentanila, petidina, plantas proscritas que podem originar entorpecentes, anfetaminas e derivados (metilfenidato, femproporex, anfepramona, mazindol), benzodiazepínicos e afins (diazepam, clonazepam, alprazolam, lorazepam).
outras substâncias sujeitas a controle especial: antiepilépticos como fenobarbital, antidepressivos tricíclicos, retinóides de uso sistêmico (isotretinoína, acitretina) e imunossupressores (ciclosporina, talidomida).
Uma nota técnica publicada pela própria Anvisa (n°2/2024) informa que a competência para determinar se uma categoria profissional pode ou não realizar certos procedimentos é dos conselhos profissionais e não da Anvisa.
Segundo o CFM, a prescrição de medicamentos pressupõe atividade que é de "competência privativa do médico, como define a Lei nº 12.842/2013, e para a qual enfermeiros não têm conhecimento nem competência técnica para realizar visto que não faz parte de sua formação".
Já o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) esclarece que a prescrição de medicamentos por enfermeiros é regulamentada há 39 anos, desde que a Lei 7.498/1986 entrou em vigor.
"A inclusão do enfermeiro no SNGPC representa mais um passo importante para uma categoria que tem o direito de exercer suas prerrogativas com autonomia e reconhecimento social. Agora, as farmácias podem aceitar os receituários de antimicrobianos prescritos por enfermeiros com segurança jurídica", informa o Cofen.
Na visão Cofen, a liberação do registro do Coren no SNGPC é uma "adequação técnica" que também amplia a "resolutividade dos serviços de saúde, principalmente nas regiões remotas e em unidades básicas de saúde, onde enfermeiros já desempenham papel protagonista em programas de saúde".Para o conselheiro federal e primeiro-secretário do Cofen, Vencelau Pantoja, a medida vai ter impacto significativo. "Tanto nos grandes programas de saúde voltados à população, quanto nos programas de enfrentamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), especialmente aquelas que constituem problemas de saúde pública que têm forte ligação com fatores sociais", considera Pantoja.
CONTEXTO: A permissão para enfermeiros prescreverem antibióticos já era reconhecida pela Anvisa em algumas situações, mas não havia uma categoria para incluí-los como prescritores no SNGPC. De acordo com a Portaria 2.436/2017, do Ministério da Saúde, que define a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), profissionais da enfermagem podem "prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal".
Debate sobre competência legal
Em entrevista ao g1, o segundo secretário do CFM, Estevam Rivello, afirmou que a Anvisa não tem competência legal para questões relacionadas ao exercício profissional, porque quem faz isso é o Congresso Nacional.
Rivello destacou a necessidade do uso racional de antimicrobianos para não se criar resistência bacteriana e não se alongar o tempo de internação.
Em setembro de 2024, um estudo publicado na revista científica "The Lancet" apontou que a resistência a antibióticos pode causar mais de 39 milhões de mortes até 2050.
"Quando a Anvisa libera a prescrição por aquilo que não tem amparo na lei em relação ao enfermeiro, ela está permitindo um 'pode tudo', que é contrário ao que o mundo tem praticado (...). O enfermeiro não consegue fazer a diferenciação do que é viral, o que é bacteriano e o que é fúngico", diz Rivello. Diante disso, o CFM aguarda uma resposta da Anvisa sobre a fundamentação da decisão e, dependendo da resposta, o conselho pretende judicializar o órgão para que "a força da lei do exercício do ato médico e do ato da enfermagem possa ser respeitada na integralidade".
Histórico de embatesAo comparar com a disputa judicial entre o CFM e o Conselho Federal de Farmácia (CFF), travada em março, Estevam diz que, dessa vez, o conflito é mais complexo.
Na época, reações negativas de associações médicas questionaram a capacitação dos farmacêuticos para a função de prescrever medicamentos.
O secretário do CFM disse ainda que essa é a primeira vez que a Anvisa elabora algo nesse sentido.
O CFM afirma que a mudança feita pela Anvisa, já em vigor no país, é um "risco concreto à saúde da população".
Confira outros detalhes da nota do CFM à imprensa:
"Durante mais de 10 anos, o Brasil tem se dedicado a reduzir o uso inadequado de antimicrobianos e o CFM alerta que a banalização dessa prescrição tem efeitos nocivos à saúde: aumento de internações, permanências hospitalares mais longas, maior mortalidade e elevação de custos assistenciais.
A resistência aos antibióticos é hoje uma das 10 maiores ameaças à saúde pública global, enquanto a adoção de medidas de controle e uso racional é custo-efetiva e salva vidas.
Além de colocar a população e os sistemas de saúde em risco, ao ampliar a atuação profissional dos enfermeiros através de um ato administrativo, a Anvisa também fere frontalmente a legislação brasileira, transformando uma adequação técnica no SNGPC em uma autorização para exercício ilegal da medicina. Este poder legislador, porém, não é de competência da Anvisa e sim do Congresso Nacional.
A própria Procuradoria Federal junto à Anvisa afirma, por meio do Parecer Consultivo 97/2007 e da Nota Consultiva 68/2012, que 'a Anvisa não detém competência para resolver questão relacionada ao exercício da profissão'.
A modificação no SNGPC ainda permite que a prescrição de medicamentos por enfermeiros se dê sem mecanismos de fiscalização, legitimando uma ação irrestrita e sem controle.
Assim, o CFM reitera que, ao ampliar prescrições fora de protocolos e sem governança diagnóstica, a Anvisa transfere aos sistemas de saúde o ônus de decisão administrativa que também afronta a Constituição Federal, sendo urgente sua revogação a fim de restabelecer a coerência com a política nacional de uso racional de antimicrobianos e com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil".
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TV ANHANGUERA
Prefeitura de Goiânia estuda abrir quarto turno para atender pacientes de hemodiálise
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JORNAL OPÇÃO
STJ suspende liminar do TJ e retoma perícia do Sesi em servidores de Goiânia
Em sua decisão, o ministro do STJ, Herman Benjamin, considerou que a suspensão do contrato causaria grave lesão à ordem e à economia públicas
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou um pedido da Prefeitura de Goiânia e derrubou uma liminar do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) que havia suspendido a contratação do Sesi para a realização de perícias médicas em servidores públicos municipais.
Em sua decisão, o ministro do STJ, Herman Benjamin, considerou que a suspensão do contrato causaria grave lesão à ordem e à economia públicas e “desorganização na ordem e economia públicas, não se justificando, sob o aspecto da proporcionalidade”.
A suspensão da contratação havia sido determinada pelo TJGO em decorrência de uma Ação Popular movida pelo vereador Mauro Rubem (PT). Na ocasião, O Tribunal deferiu o pedido de antecipação da tutela recursal para suspender a execução do contrato ao entender que era “plausível a tese de que a perícia médica funcional seria atividade típica de Estado, indelegável à entidade privada”, no caso, o Sesi.
O contrato da Prefeitura com a entidade prevê o pagamento de R$ 315,00 por laudo singular e R$ 556,00 por laudo composto, em casos de avaliação com psiquiatra. A contratação foi feita sem licitação, sob alegação de inexigibilidade.
Ao deferir o recurso da Procuradoria-Geral do Município (PGM), o ministro do STJ suspendeu a liminar até o julgamento do recurso de apelação contra a sentença a ser proferida no processo do pedido original.
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RADAR DIGITAL
Ministro da Saúde empossa novos diretores da ANS e reforça integração entre SUS e saúde suplementar
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, empossou nesta quarta-feira (17) os novos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e defendeu maior integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar. A cerimônia, realizada em Brasília (DF), marcou a posse do diretor-presidente, Wadih Damous, e da diretora de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO), Lenise Secchin.
O ato contou com a presença de autoridades como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Leandro Safatle; o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello; e o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), entre outros.
Na ocasião, Padilha ressaltou a importância da integração entre os dois sistemas de saúde, reforçando a visão de complementaridade. "Um não existe sem o outro. Qualquer pensamento que busque separar ou criar antagonismos entre o Sistema Único de Saúde e a saúde suplementar não tem fundamento. Um depende do outro para se desenvolver e crescer."
Ele destacou ainda a saúde como motor de desenvolvimento do país, conectando o cuidado da população ao fortalecimento da economia nacional. "Separados, nós não vamos crescer. Juntos, SUS e saúde suplementar podem garantir o direito à saúde e, ao mesmo tempo, impulsionar o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, fundamental para reduzir desigualdades e fortalecer a soberania do Brasil", disse Padilha.
Durante o discurso de posse, o novo diretor-presidente da ANS, Wadih Damous, reafirmou o compromisso da gestão em fortalecer a integração entre o setor suplementar e o SUS. Ao citar o programa Agora Tem Especialistas, ressaltou a importância da iniciativa como medida de cidadania e de alívio ao sistema público.
"Quero estar na ANS junto com o ministro Padilha para tocar esse programa, que se traduz em construção de cidadania. Conclamo todo o setor regulado a participar e colaborar na consolidação dessa iniciativa, que desafoga o SUS, garante acesso a milhões de brasileiros e fortalece a lógica de uma saúde verdadeiramente suplementar e integrada", afirmou Wadih Damous.
Já a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos, Lenise Secchin, destacou a relevância do fortalecimento do SUS e o papel complementar da saúde suplementar no atendimento à população. Ela também enfatizou a importância de uma regulação baseada na ciência, mas aberta à escuta da sociedade. "Todas as incorporações que a Agência faz são técnicas e científicas, mas sempre ouvindo também a sociedade. Essa escuta e esse acolhimento precisam ser considerados na regulação econômica e social, porque saúde é um direito e precisa ser respeitada".
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Assessoria de Comunicação