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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg vai promover oficina sobre Indicadores em terapia nutricional
Escrito por AdministradorNo dia 23 de agosto, das 15 às 18 horas, a Ahpaceg, com o apoio da Danone Nutricia e da Uber Médica, vai promover uma oficina sobre indicadores em Terapia Nutricional.
A oficina será realizada na sede da Ahpaceg - Rua 94, 220, quadra f-13, lote 28, Setor Sul – e é voltada para nutricionistas clínicas de instituições associadas.
O objetivo é capacitar e aprimorar nutricionistas clínicas de instituições associadas para a análise de indicadores assistenciais e financeiros da terapia nutricional.
As vagas são limitadas e as participação já pode ser confirmada pelo telefone (62) 3088 5800.
Haverá a emissão de certificação de participação.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Congresso promulga PEC que estabelece piso para profissionais da enfermagem
Covid-19: Goiás aguarda parecer federal para vacinar crianças de 3 a 5 anos
Sobe para 6 número de casos investigados de varíola dos macacos em Goiás
Covid-19: Goiás registra 6.363 casos e 23 mortes em 24h horas
Centro de Saúde no Universitário é abandonado pela prefeitura
Homens evitam exames de rotina e se preocupam menos com saúde
Médicos alertam para que monkeypox não vire estigma à população LGBT+
AGÊNCIA ESTADO
Congresso promulga PEC que estabelece piso para profissionais da enfermagem
O Congresso promulgou nesta quinta-feira (14/7), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa dar segurança jurídica ao piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. O texto, que já havia passado no Senado, foi aprovado ontem na Câmara. A emenda constitucional estabelece que o piso salarial da categoria será instituído por lei federal. Também determina que a União, os Estados, Distrito Federal e municípios devem adequar a remuneração dos cargos ou dos respectivos planos de carreira até o final do exercício financeiro em que for publicada a lei do piso salarial da enfermagem.
O piso para a categoria já tinha sido aprovado pelo Senado, em novembro do ano passado, e pela Câmara, em maio deste ano, na forma de um projeto de lei, mas ainda não foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O impacto estimado é de R$ 16 bilhões, mas não há previsão orçamentária para custeio da medida. A cerimônia contou com a presença de Bolsonaro, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), do líder no Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás aguarda parecer federal para vacinar crianças de 3 a 5 anos
Théo Mariano
Goiânia - Autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacinação de crianças entre 3 a 5 com a CoronaVac segue sem previsão de início em Goiás. Segundo apurou o jornal A Redação, as prefeituras aguardam a divulgação de nota técnica do Estado. O documento, porém, ainda não foi divulgado pela Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) porque, de acordo com a pasta, o Ministério da Saúde não divulgou a orientação federal acerca da imunização liberada pela Anvisa.
"A pasta não recebeu nenhuma informação oficial referente à vacinação de crianças na faixa etária de 3 a 5 anos de idade com a vacina CoronaVac", diz a SES-GO em nota encaminhada nesta quinta-feira (14/7) ao AR.
Conforme informou ao jornal A Redação, o Ministério da Saúde agendou reunião para a tarde desta sexta-feira (15) sobre o assunto. A autorização para o uso da vacina na faixa etária dos três a cinco anos será avaliada junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações.
Apesar de não ter sido publicada uma informação oficial do Ministério da Saúde, a cidade do Rio de Janeiro anunciou o início, nesta sexta-feira (15/7), da imunização de crianças a partir de quatro anos com a CoronaVac. Na semana que vem, segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, será feita a etapa de vacinação para crianças com mais de três anos de idade.
A aplicação do imunizante produzido no território brasileiro pelo Instituto Butantan já era permitida para a faixa etária dos 5 aos 11 anos de idade. Para esse grupo da população, o uso da vacina da Pfizer, na versão pediátrica, também é autorizado pela Anvisa. A CoronaVac já foi aprovada em 56 países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e teve cerca de 1 bilhão de doses aplicadas no mundo. *(Com informações da Agência Brasil)
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Sobe para 6 número de casos investigados de varíola dos macacos em Goiás
Théo Mariano
Goiânia - Os casos investigados de varíola dos macacos chegaram a seis em Goiás, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (14/7) pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Todos os registros suspeitos estão em Goiânia.
Até o momento, estão confirmados quatro casos de varíola dos macacos no Estado, sendo dois na capital e outros dois em Aparecida de Goiânia. Todos os pacientes são do sexo masculino e têm entre 26 e 41 anos de idade.
Ao todo, no País, são 310 casos confirmados de varíola dos macacos até o momento. Em todo o mundo, já são mais de 11 mil contaminações pela doença.
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Covid-19: Goiás registra 6.363 casos e 23 mortes em 24h horas
Goiás registrou 6.363 casos e 23 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado nesta quinta (14/07) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
O Estado acumula 1.573.416 casos e 27.061 mortes pela doença. A taxa de letalidade do vírus é de 1,72%. A pasta investiga outros 223 óbitos suspeitos.
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O HOJE
Centro de Saúde no Universitário é abandonado pela prefeitura
Pacientes, acompanhantes e funcionários denunciam a precariedade do Centro de Saúde da Família (CSF) do setor Leste Universitário. Ainda na entrada já é possível ver o descaso da Prefeitura de Goiânia com um dos principais centros de saúde da Capital. As paredes da entrada estão deterioradas e podem ser vistas de longe. No interior da unidade, muito mofo na maioria das salas, portas de banheiros estragadas e paredes deterioradas. “Deveria mudar as coisas. Tem mais de ano que está assim. Precisando urgente de uma reforma. Eu não venho aqui, só trago a minha esposa mas a situação daqui só piora”, denúncia um homem que aguardava tratamento para a esposa.
Atualmente o centro de saúde do Universitário aplica as vacinas contra a Covid-19 e gripe. Funcionários denunciam que o local precisa de reformas e que há anos a promessa não sai do papel.
Os CSFs são responsáveis pelo acompanhamento de moradores da região em que estão instalados. O atendimento é destinado à assistência em saúde às famílias por meio de profissionais como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes. Além do atendimento ambulatorial e em grupos específicos, as unidades também atendem urgências de menor complexidade e atendimento odontológico. Também é realizado exames e consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.
A reportagem entrou em contato com a Secretária Municipal de Saúde de Goiânia para saber quando dará início às reformas do CSF setor Leste Universitário e o motivo da demora, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Falta de recurso
O problema é antigo e conhecido na região. O vereador Rafael da Saúde diz que a unidade precisa realizar exames de imagens como endoscopia, colonoscopia e ultrassonografia. “A gente já tinha feito um documento anteriormente solicitando uma resposta da Secretária Municipal de Saúde no sentido de agilizar esses exames. Temos relatos e denúncias de pacientes que têm de seis meses a um ano aguardando esses exames e que infelizmente não estão sendo autorizados pela Secretaria Municipal de Saúde”, aponta.
Em conversa com o vereador, o secretário municipal de Saúde teria relatado que o problema está nos valores que o SUS paga pelos exames. Com isso, a prefeitura precisa complementar o valor para que haja interesse dos prestadores de serviço assumirem as consultas. “O que não pode é a população ficar sofrendo aguardando um ano o exame, se agravando a situação de saúde e depois não ter essa resposta”.
O parlamentar explica que está reforçando esse pedido para que a secretaria complemente esse recurso financeiro e agilize os exames que são necessários para a população. Ele afirma também que chegou a falar com o prefeito sobre os pedidos.
“Passamos para o secretário de saúde e a resposta foi que a questão financeira do valor que é pago pelos exames é um valor pequeno visto que a tabela SUS por vários anos não teve um reajuste e que por causa disso não tinha tanto interesse dos prestadores em realizar os exames pelo sistema, precisaria dessa complementação por parte do município”, esclarece.
Prefeitura é obrigada a reformar Centros de Saúde
Após ter recebido uma denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) sobre a falta de infraestrutura no Centro de Saúde da Família (CSF) do Recanto do Bosque, a Justiça do Trabalho de Goiás condenou a Prefeitura de Goiânia a tomar medidas para reformar o local. A Justiça proferiu a sentença no dia 30 de junho válida para todos os Centros de Saúde da Família do município, tendo como prioridade o do Recanto do Bosque e do Alto do Vale. Com a queixa, a Controladoria-Geral do Município de Goiânia (CGM) deu início a uma vistoria que confirmou as más condições.
Entre elas: mofo e infiltrações nas paredes, falta de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, poucos servidores na unidade, assim como poucos equipamentos de proteção individuais (EPIs) para os trabalhadores. No entanto, o município alegou que houve uma mudança de endereço do centro de saúde, o que teria afastado os problemas levantados pelo MPT. Mas, durante a inspeção, o Corpo de Bombeiros Militar constatou a ausência de Certificado de Conformidade (Cercon). Bem como algumas questões relacionadas aos extintores de incêndio do local, recarga destes, rota de fuga, manutenção nas instalações elétricas, dentre outros.
Com isso, o MPT-GO apresentou à Prefeitura um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para a reforma dos CSF, porém o paço municipal não aceitou. Foi então necessário abrir uma ação contra a Secretaria Municipal de Saúde. A Prefeitura tem 90 dias contados da publicação da decisão, para iniciar os serviços.
A Prefeitura deve efetuar a limpeza de todos os ambientes de trabalho, manter sanitários em condições de conservação, limpeza e higiene. Ela também terá que disponibilizar, apenas, Equipamento de Proteção Individual certificado e aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Caso o município não cumpra as determinações do Ministério, haverá uma multa de R$ 5 mil para cada dia de atraso na execução das normas. Além disso, a administração da cidade também foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos.
O juiz da 8ª Vara do Trabalho de Goiânia, Luiz Eduardo Paraguassu, afirma que “a saúde é um direito social”. Ainda disse que o município não comprovou estar cumprindo as disposições previstas nas Convenções da OIT, Constituição Federal e Normas Regulamentares editadas pelo MTE. “É inegável que a conduta adotada pelo município provocou lesão aos interesses difusos da coletividade de trabalhadores, pois propiciou negação de direitos trabalhistas fundamentais ao inobservar, de forma reiterada e sistemática, normas internacionais, constitucionais, legais e regulamentares que buscam tutelar a saúde e a segurança dos trabalhadores”, disse o juiz. Na publicação desta matéria em 5 de julho a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas não obteve resposta. O espaço para posicionamento continua aberto.(Ana Bárbara Quêtto, Especial para O Hoje)
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Homens evitam exames de rotina e se preocupam menos com saúde
A falta de cuidados dos homens com a própria saúde é tema recorrente de pesquisadores da área da saúde e comportamental. Apesar de um maior cuidado com a saúde nos últimos anos, os homens ainda estão muito atrás das mulheres nesse quesito. O crescimento foi de quase 50%, segundo uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia. Alguns motivos que explicam maior negligência masculina com a saúde incluem os fatores culturais, que levam à masculinidade tóxica. Com isso, o homem pode se achar mais forte, que não adoece e não pode demonstrar sinais de fraqueza.
O Dia Nacional do Homem é comemorado neste 15 de julho. A data está ligada ao incentivo à prevenção de doenças típicas dos homens. O médico oncologista Adriano de Paula explica que, mesmo com as campanhas de conscientização, os homens são mais relapsos com a saúde, além de apresentar um preconceito na hora de procurar um médico e fazer exames de rotina.
A cada ano, empresas, instituições e órgãos governamentais têm investido em campanhas para estimular o autocuidado e a promoção da saúde entre os homens. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), atualmente, o Brasil totaliza 22,6 milhões de beneficiários do sexo masculino em planos de assistência médica e 13,6 milhões em planos exclusivamente odontológicos, conforme dados disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) referente ao mês de maio deste ano.
Já as mulheres têm uma preocupação maior com a manutenção da saúde. “Os homens deveriam fazer exame de rotina porque acaba contribuindo na identificação de problemas em estágios iniciais, a exemplo de doenças cancerígenas, cardiovasculares. Estas podem causar grande problemas na parte oncológica, onde existem tumores que são frequentes no público masculino, principalmente o câncer de próstata. Todos os homens após os 50 anos precisam fazer exames de rotina, além de uma avaliação profissional”, explica o oncologista.
Cuidados com a saúde
O professor de educação física, Breno Magalhães, conta que sempre está fazendo exames de rotina para cuidar da saúde. Ele tem o hábito de ir ao médico e não gosta de se automedicar, somente em casos de emergência. “Sempre que tenho um problema vou a um especialista para poder ouvir uma opinião. Inclusive faço check up a cada seis meses”.
Contudo, Breno vai ao médico somente quando a situação é grave. “Eu tento da forma mais natural acabar com a dor. Se é uma dor de cabeça, tenho que me hidratar melhor, dormir mais e comer bem. Costumo utilizar serviços do plano de saúde em relação à acupunturismo, terapia, e serviços odontológicos. Esse hábito eu adquiri mais velho, quando eu era jovem não tinha esse costume. Sempre que eu posso vou e não tenho preguiça”, revela.
No dia a dia, o profissional sempre tenta manter consciência alimentar. “Faço estudos sobre nutrição, tento entender o que os alimentos me proporcionam. Na hora que eu acordo, faço uma alimentação específica para manhã e me alimento de três em três horas. Além disso, busco o equilíbrio, sempre que exagero eu pondero depois. Quando vou a um rodízio, por exemplo, nos próximos dias eu mudo a alimentação. Cortei o hábito de consumir doces, refrigerantes”, pontua.
Diferente de Breno, o estudante Ivan Carlos Moreira, de 23 anos, não mantém hábitos saudáveis com frequência, começando pela alimentação. Comidas industrializadas, refrigerantes, frituras e doces fazem parte do dia a dia dele. “É uma questão de costume mesmo, na minha família sempre nos alimentamos dessa forma”, explica.
Para não ficar tão sedentário, ele faz exercícios em casa três vezes na semana. “Meu peso é ideal, não engordo com facilidade, mas tenho a intenção de mudar minha alimentação e optar por alimentos de verdade, só é difícil no começo”, acredita.
Hábitos mais saudáveis
O oncologista Adriano pontua que as pessoas precisam tomar atitudes em relação à saúde como um todo. “Praticar exercício físico, beber bastante água, controle de peso, ter uma alimentação mais saudável e rica em fibras, evitar a ingestão de gorduras e excesso de carboidratos. São dicas importantes que servem para prevenção de câncer e outras doenças graves”, alerta.
Muitas doenças podem ser evitadas, curadas ou controladas se forem prevenidas ou diagnosticadas e tratadas em tempo oportuno. Esse, inclusive, é um dos objetivos do Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), da ANS. Através dessa iniciativa, as operadoras cadastram seus diversos projetos de promoção à saúde em linhas de atenção que incluem a Saúde do Homem.
Câncer de próstata é a segunda maior causa de morte
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte entre os homens, no entanto, se diagnosticado precocemente, tem um alto índice de cura.
Com intuito de fortalecer a coordenação do cuidado, a ANS, por meio do Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde, incentiva as operadoras a desenvolverem um cuidado cada vez mais qualificado aos seus beneficiários através da implantação de redes de atenção ou linhas de cuidados certificados por entidades acreditadoras reconhecidas pela ANS.
A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. De acordo com o Inca, a próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. “Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. O órgão produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual”, informa.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. “O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida”, aponta o Instituto.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido. A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
O que aumenta o risco do câncer de próstata?
A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
Sinais e sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
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PORTAL IG
Médicos alertam para que monkeypox não vire estigma à população LGBT+
O surto da varíola dos macacos - também chamada de monkeypox - que teve início há pouco mais de dois meses na Europa, vem chamando a atenção de médicos e cientistas ao redor do mundo pelo avanço do vírus em locais inéditos até então.
Segundo levantamento da Agência CNN, até o último dia 12, ao menos 58 países confirmaram casos da doença, nos cinco continentes do globo. Vale lembrar que este tipo de varíola foi descoberto em 1958 em um macaco, daí o nome atribuído. O primeiro ser humano infectado foi uma criança na República Democrática do Congo, na África, em 1970. No continente, o vírus circula de forma endêmica há décadas.
Aqui no Brasil, segundo balanço mais atualizado do Ministério Público da Saúde, há 266 casos conhecidos de infecção por monkeypox no país. São Paulo tem a maior concentração, com 196 casos, seguido por Rio de Janeiro (37), Minas Gerais (18), Paraná (3), Rio Grande do Sul (3), Ceará (3), Rio Grande do Norte (3), Goiás (2) e Distrito Federal (1). Bahia e Pernambuco também registraram seus primeiros casos, mas estes não foram incluídos no balanço.
O surto da doença tem se concentrado na população LGBTQIAP+, mais especificamente no público HSH cis (homens gays e bissexuais que fazem sexo com outros homens), e começou em Londres, no Reino Unido. No início de junho, o país divulgou uma pesquisa que apontava que entre 26 de maio e 10 de junho, dos 152 pacientes infectados que concordaram em participar do levantamento, 151 se identificaram como homens cis gays ou bissexuais.
Diante dos dados, como evitar que a monkeypox crie estigmas que relacionem um vírus específico com a comunidade queer, como ocorreu com o HIV e a Aids nas décadas de 1980 e 1990? Para o infectologista Vinicius Borges, especializado em saúde LGBT+, o primeiro passo é entender que este cenário não é permanente, e que existe uma justificativa para que o público HSH cis seja o mais vulnerável no momento.
"Atualmente o grupo HSH cis é o mais vulnerável porque o surto, quando começou na Europa, foi nesta população em específico. Como os homens gays e bissexuais fazem muitas atividades em grupo - por questões de segurança -, como viagens, por exemplo, isso acaba os tornandos vulneráveis para transmissão de vírus", explica o especialista, que alerta: "Apesar dessa concentração inicial, toda a população, independentemente de gênero, raça ou orientação sexual, está vulnerável ao contágio".
O infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas, especializado em atendimento, ensino e pesquisa de doenças infectocontagiosas, compartilha da mesma ideia e afirma que "precisamos trabalhar com a informação correta".
"É importante ficar claro que os casos que estão acontecendo neste momento estão concentrados nesta população, mas que este é um nicho atual e não permanente. O vírus não tem relação direta com os homens gays e bissexuais", diz.
Umas das ações que devem ser tomadas pelo poder público para conter um alastramento do vírus pelo país é a vacinação. Contudo, ainda não há imunizantes suficientes para vacinar toda a população.
"Algumas prefeituras já estão divulgando cartilhas, como a de São Paulo e Curitiba, além dos serviços de referência, que são os locais para onde os pacientes são enviados para recolherem amostras, receberem atestados e orientações. Agora, o que falta são as vacinas. No Brasil ainda não há nenhuma movimentação neste sentido", alerta Vinicius Borges.
Ralcyon Teixeira explica que já há uma vacina específica para esta variação do vírus, mas que a própria vacina contra varíola pode ser aplicada: "Estamos tentando o acesso à vacina, seja a direta - a de monkeypox -, ou a indireta, - a de varíola -, que tem até 85% de eficácia para a variação dos macacos".
O especialista fazia parte da Sala de Situação Brasileira, grupo emergencial que estava acompanhando os casos do vírus no país e no mundo, que teve suas atividades encerradas após 50 dias. Em comunicado, o Ministério da Saúde informou que vai continuar monitorando o vírus no país.
O infectologista Borges explica que os principais sintomas da monkeypox são "aumento de gânglios, febre, dor no corpo e aparecimento de lesões de pele", mas que é preciso ficar atento a outros aspectos que envolvem a contaminação.
"Tentar investigar com os parceiros sexuais se realizaram viagens à Europa e aos Estados Unidos; se tiveram contato com pessoas infectadas; e se ocorreu o contato, aguardar o período de incubação do vírus - que pode chegar até 21 dias -, antes de ter outra relação sexual, além de procurar ajuda médica caso algum dos sintomas apareça", diz.
O DJ, modelo e influenciador digital Doug Mello, de 22 anos, foi o décimo caso confirmado de contaminação por varíola dos macacos no Brasil e conta que a experiência foi "dolorosa". Ele acredita que contraiu o vírus durante suas férias.
"Estava de férias e fui a uma festa eletrônica. Lá eu abracei e cumprimentei muita gente! Vim embora dessa festa com uma dor muito forte nas costas e na mesma noite acordei cinco vezes para trocar de roupa, porque estava toda encharcada de suor. Eu estava queimando de febre e com muita dor no corpo", conta o influenciador.
Mello procurou ajuda médica e foi encaminhado ao Hospital Emílio Ribas para fazer um exame de detecção da varíola dos macacos - que já era suspeita pelos sintomas que o modelo apresentava.
"Fiquei isolado em uma sala e dois enfermeiros, bem cobertos, vieram realizar o exame. Eu chorei de dor. Os machucados pelo meu corpo viraram bolhas bem dolorosas, que além de doerem também queimavam. Eles retiraram um pedaço da minha pele e enfiaram um cotonete dentro do machucado para coletar todo material necessário. No final eu não aguentava mais de tanta dor, saía até sangue", relembra o DJ.
O influenciador recebeu pelo telefone a notícia de que havia contraído o vírus e prosseguiu isolado, fazendo o tratamento. Ele conta que a febre intensa durou cinco dias e que as dores pelo corpo se estenderam um pouco mais, por cerca de dez dias: "Eu só conseguia ficar deitado na maior parte do tempo".
Doug Mello conta ainda que, com o tempo, as bolhas explodiram e foram secando, mas que produziam uma coceira muito intensa. Hoje ele está curado e diz se sentir "novo e com muita vontade de voltar à rotina agitada".
"A maior orientação é não sair do isolamento, até mesmo minhas consultas passaram a ser on-line, eu não podia sair em hipótese alguma. Fiquei 25 dias em casa isolado", finaliza.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg recebe secretários Municipais de Saúde e de Governo
Escrito por AdministradorA Ahpaceg recebeu hoje, 14, as visitas do secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, e do secretário de Governo do município, Michel Magul. Eles foram recebidos pelo presidente da Associação, Haikal Helou.
A pauta do encontro girou em torno do cenário atual da saúde na capital, perspectivas do setor, o desenvolvimento econômico de Goiânia e futuras parcerias entre a Ahpaceg e o município.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Piso salarial de enfermagem vai para promulgação
Saúde precisa de mais dinheiro público
OMS desaconselha uso de dois remédios para tratar Covid-19
Mulheres denunciaram ao menos 373 casos de abusos sexuais em hospitais brasileiros desde 2020 ao MDH
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Presa suspeita de roubar medicamento de alto custo em São Luiz do Norte
Anvisa libera Coronavac para crianças de 3 a 5 anos
Einstein aposta em 5G, inteligência artificial e metaverso para aproximar médico e paciente
FOLHA DE S.PAULO
Piso salarial de enfermagem vai para promulgação
A Câmara concluiu nesta quarta (13) a votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que cria um piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros.
O texto foi aprovado por 473 a 9. No primeiro turno, votado na terça (12), a PEC fora aprovada por 425 a 7. A proposta segue para promulgação.
O objetivo é dar segurança jurídica a um projeto de lei que prevê o piso salarial para esses profissionais. A proposta já foi aprovada no Congresso, mas a Câmara ainda não levou à sanção, pois havia receio de veto de Jair Bolsonaro ou ações judiciais.
Isso porque havia o risco de a proposta ser enquadrada em vício de iniciativa, quando um Poder avança sobre as prerrogativas de outro na apresentação de mudanças legislativas ou constitucionais.
Por isso, o texto determina que uma lei federal vai instituir os pisos salariais nacionais para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros. Ou seja, permite que o projeto de lei aprovado anteriormente tenha condições legais de ser aplicado.
O projeto cria um piso de R$4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem receberíam 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50%. De acordo com a proposta, o valor será corrigido anualmente pelo INPC.
Deputados, que analisaram o impacto financeiro dessa mudança, preveem aumento de gasto com pessoal na ordem de R$ 16,31 bilhões ao ano, considerando instituições de saúde públicas e privadas.
Apesar da PEC, ainda não existe uma solução para financiar os custos do piso.
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O GLOBO
Saúde precisa de mais dinheiro público
Investimento público é tomado como centro do desenvolvimento e da geração de riqueza, o que exige um SUS forte e eficiente Volta e meia, ideólogos do neoliberalismo requentam a vilanização do gasto público em saúde. Entre argumentos que vão de uma mítica e inata eficiência empresarial a cenários de um crescimento exponencial dos gastos e que não questionam as causas das mudanças do perfil sócio-epidemiológico do Brasil, o objetivo é sempre o mesmo: repetir que o SUS, nosso Sistema Único de Saúde, é ineficiente e que o gasto público tem de ser domado e drenado pelo setor privado.
Num ano crucial para o país, nossa preocupação precisa ser o futuro do acesso do povo brasileiro à saúde. Fruto de um trabalho de articulação entre entidades, movimentos sociais e lideranças, trazemos ao debate diretrizes e propostas em que o investimento público é tomado como centro do desenvolvimento e da geração de riqueza, o que exige um SUS forte e eficiente.
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres) criaram um grupo de trabalho para propor uma nova política de financiamento do SUS. Trata-se de uma iniciativa elaborada no contexto do processo de desfinanciamento federal em curso desde a vigência da Emenda Constitucional (EC) 95. Ao impor um teto de gastos e congelar o piso federal do SUS nos valores de 2017 por 20 anos, a EC não apenas retirou recursos, mas sabotou o setor no seu potencial gerador de emprego e renda e de alavanca do crescimento e desenvolvimento econômico.
Propomos que 60% do gasto total em saúde no Brasil seja realizado pelo setor público, como na maioria dos países desenvolvidos, bem como que se aumente a proporção do gasto público federal, revertendo a redução de 60% para um pouco mais de 40% no intervalo de 20 anos. Para isso, são necessárias uma nova regra de cálculo do piso federal do SUS e diretrizes para estabelecer novas fontes de financiamento da Seguridade Social. Não ofereceremos saúde digna à população sem romper com a EC 95 e, consequentemente, com toda uma política econômica baseada na austeridade fiscal.
A saúde deve estar no centro da política de desenvolvimento, elevando o investimento público nos próximos dez anos para assegurar o acesso universal, a equidade e a integralidade, gerando emprego e renda, tornando o SUS sustentável e soberano. O bem-estar social e a garantia do direito à saúde não apenas "cabem" no Orçamento, como aumentam o Produto Interno Bruto e a arrecadação, contribuindo para o financiamento das políticas públicas em geral.
Nessa perspectiva, pretendemos complementar o debate sobre a ampliação do financiamento federal do SUS apresentando algumas diretrizes para a destinação desses recursos:
? universalizar a atenção primária à saúde;
? assegurar o cuidado integral e reformular o funcionamento em rede, delegando poder às Regiões de Saúde;
? integrar os sistemas de regulação de acesso à média e à alta complexidade ao grupo gestor da Região de Saúde;
? estabelecer uma política e gestão nacional e integrada do pessoal de saúde;
? reduzir o clientelismo, a fragmentação e os compadrios;
? investir em ciência e tecnologia e melhorar os sistemas de vigilância e de informação em saúde pública;
? Priorizar e ampliar os investimentos na base produtiva e tecnológica da saúde e reduzir a vulnerabilidade externa do SUS como uma das formas de fortalecer a soberania nacional.
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OMS desaconselha uso de dois remédios para tratar Covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou, nesta quinta-feira (14), novas diretrizes desaconselhando o uso de dois remédios para tratar a Covid-19. As novas orientações foram publicadas no "British Medical Journal" ("BMJ").
A organização passou a desaconselhar o uso de colchicina e fluvoxamina para pacientes com Covid-19 leve ou moderada, porque não há evidências suficientes de que elas tragam melhoras para os pacientes. Além disso, ambas trazem riscos, apontou o Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da entidade.
A nova orientação é que a fluvoxamina - um antidepressivo - seja usada apenas em ensaios clínicos. Já a colchicina - um anti-inflamatório usado para tratar gota - tem uma "forte recomendação" de não ser usada em casos leves e moderados de Covid.
Em outubro do ano passado, um estudo na "The Lancet" havia apontado que a fluvoxamina poderia reduzir em até 32% as internações pela Covid-19.
A OMS não emitiu diretrizes sobre o uso dos medicamentos em pacientes graves ou críticos.
A entidade tem recomendações condicionais para o sotrovimabe, o remdesivir e o molnupiravir para pacientes com Covid não grave, mas que são considerados de alto risco.
Já nos casos graves, a organização recomenda fortemente o uso de corticosteroides, com adição de bloqueadores de receptores de uma citocina específica (IL-6) ou baricitinibe. Por outro lado, é desaconselhado o uso de plasma convalescente, ivermectina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, independentemente da gravidade da doença.
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Mulheres denunciaram ao menos 373 casos de abusos sexuais em hospitais brasileiros desde 2020 ao MDH
O crime de estupro cometido esta semana dentro da sala de operação do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), contra uma paciente que havia acabado de ser submetida a uma cesárea, apesar de estarrecedor, não é caso isolado no país. Dados levantados pelo GLOBO no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), do governo federal, através de denúncias feitas pelos canais Disque 100 e Ligue 180, mostram que, de 2020 a maio deste ano, houve registro de queixas acerca de pelo menos 373 abusos sexuais, de vários tipos, cometidos contra mulheres dentro de estabelecimentos médicos públicos e privados ao menos um a cada três dias no período.
Números no RJ: IBGE:
São denúncias de estupros e assédios físicos e psicológicos onde, na grande maioria das vezes, os suspeitos são homens ou não tiveram o sexo especificado (95%) e, em 75% de todas elas, os próprios profissionais das unidades de saúde ou pessoas sem o cargo informado , são apontados como sendo os agressores. A quantidade de mulheres que se queixaram de ter sofrido algum tipo de assédio por iniciativa de outra mulher é desprezível.
Abusos sexuais físicos ou psicológicos em hospitais denunciados por mulheres Números contabilizam violações envolvendo estupros, assédios físicos e agressões psicológicas em unidades de saúde públicas e privadas do Brasil Fonte: Painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
Na pesquisa, a reportagem filtrou os dados por: estabelecimento de saúde como sendo o cenário de violação e selecionou apenas vítimas do sexo feminino. Na espécie de violação, o filtro escolhido foi relacionado a ameaças às liberdades física e psicológica sexuais. No recorte acerca das características dos denunciados, O GLOBO excluiu apenas supostas agressoras do sexo feminino e levou em consideração homens e não-definidos (N/D) - maioria que consta nos registros. Quanto ao reconhecimento da profissão dos suspeitos, foram levados em consideração todos os cargos que exercem função em hospitais; médicos veterinários, que constavam na pesquisa, foram desconsiderados.
Os números da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos dão conta de que, em menos de dois anos e meio, houve queixa de, especificamente, pelo menos 94 possíveis casos de estupro dentro de unidades de saúde pelo Brasil cometidos por homens ou pessoas de sexo indefinido no registro contra mulheres, ou 102 no total (uma média de uma queixa de estupro a cada 9 dias) . Além disso, são 105 queixas de mulheres que também disseram ter sido fisicamente abusadas de alguma forma por homens e, em grande maioria, por profissionais de saúde, enquanto estavam nas unidades. Os dados não permitem precisar quantas das vítimas são pacientes ou mesmo funcionárias das instituições.
O ano com maior registro de abusos sexuais contra mulheres em unidades de saúde, segundo as queixas, foi 2021, com denúncias sobre 165 violações justamente o ano em que o país enfrentou os grandes picos da pandemia. Em 2020, ano em que a Covid-19 começou a fazer pressão sobre os sistemas de saúde, houve denúncias sobre 132 abusos no total; até agora, em 2022, já são 76 em todo o país. A maioria dos casos de abusos sexuais físicos ou psicológicos denunciados por mulheres em hospitais teve origem em São Paulo (82 violações), Rio de Janeiro (63 violações) e Bahia (39 violações) no período. Apenas os três estados equivalem a mais da metade do total de violações denunciadas.
Tipos de violências sexuais denunciadas por mulheres em hospitais do país de 2020 a maio de 2022 Em quase todos os casos, supostos agressores são homens ou não tiveram o gênero discriminado (N/D); veja Fonte: Painel da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos
O perfil dos agressores varia, mas a grande maioria dos especificados nos registros são de fato profissionais dos hospitais: são 101 especificados, mas o número fica mais expressivo quando contabilizados os profissionais sem especificação no registro de queixa: 280. Os crimes, segundo as denúncias feitas pelas vítimas no canal do governo federal, foram praticados por atendentes de farmácia, enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos cardiologistas, dermatologistas, oftalmologistas, cirurgiões gerais, clínicos gerais, ginecologistas, psiquiatras, pediatras e até técnicos de radiologia, entre vários outros. E os números e a proporção tendem a ser ainda maiores, já que, em muitos dos registros, a quantidade de informações não preenchidas quanto às características dos supostos agressores ou mesmo quanto ao tipo de agressão sofrida são consideráveis. Nos dados referentes ao primeiro semestre de 2020, por exemplo, não há informações sobre a profissão do suspeito ou de relação entre paciente ou cliente e prestador de serviço.
Procurado, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos explicou que as denúncias são encaminhas aos órgãos de proteção, e que ações de proteção dentro do âmbito dos estabelecimentos de saúde são de responsabilidade do Ministério da Saúde.
A pasta também reforçou a importância de as vítimas denunciarem os abusos sofridos nos canais Disque 100, Ligue 180 e pelo aplicativo do ministério, e, em nota, disse esperar por uma punição exemplar ao anestesista preso no Rio, em todos os meios, administrativo e judicial, "para que nunca mais exerça a profissão e seja condenado, nos termos da lei".
"Estamos à disposição dessa mãe e dessa família para todo atendimento e apoio que precisem para superar o trauma e recuperarem-se da violência sofrida num momento que deveria ser somente de alegria. Parabenizamos as enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher pelo ato de denunciarem a conduta criminosa. A agilidade permitiu a prisão em flagrante do anestesista, que agora será levado à Justiça", concluiu o MDH.
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A REDAÇÃO
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Programação será nesta sexta-feira (15/7)
Goiânia - A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) promove nesta sexta-feira (15/7) o Seminário Monkeypox. Direcionado a profissionais de saúde, a programação começa às 7h30 e segue até às 12h na Escola de Saúde de Goiás. O foco, segundo a pasta, é capacitar os servidores para lidarem com os casos da doença conhecida popularmente como varíola dos macacos.
O seminário tem como foco os profissionais do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), Serviço de Infecção Hospitalar (SCIH), Equipe Médica do Pronto Atendimento (PA) e da Equipe de Enfermagem da Classificação de Risco.
A programação vai abordar temas como processos de vigilância da doença, vigilância laboratorial e atenção assistencial.
Serviço:
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Quando: sexta-feira, dia 15 de julho
Horário: a partir das 7h30
Local: Escola de Saúde de Goiás (Rua 26, N° 521 - Vila Legionarios, Goiânia)
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Presa suspeita de roubar medicamento de alto custo em São Luiz do Norte
Mulher era funcionária de hospital
Goiânia - A Polícia Civil prendeu em flagrante, na quarta-feira (13/7), uma técnica de enfermagem suspeita de roubar medicamentos de alto custo do Hospital Municipal de São Luiz do Norte, na região do Vale do São Patrício.
De acordo com as investigações, representantes do hospital notaram que frascos dos medicamentos estavam sumindo e fizeram uma denúncia. Após apuração, os policiais constataram que a técnica de enfermagem havia subtraído o medicamento Fentanest.
Segundo o delegado Peterson Amin, a mulher estava roubando o remédio para uso próprio. “Em depoimento, ela alegou que usava a medicação para causar o efeito de relaxamento e bem-estar”, revelou.
A suspeita está detida no presídio municipal pela prática do crime de peculato-furto, e se encontra à disposição da Justiça.
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JORNAL OPÇÃO
Anvisa libera Coronavac para crianças de 3 a 5 anos
Diretora da agência disse que "vacinar crianças de 3 a 5 anos contra a Covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o novo coronavírus"
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira, 13, autorizar a aplicação emergencial da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos de idade contra a Covid-19. O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.
Durante reunião da diretoria colegiada, em Brasília, por unanimidade, a agência seguiu recomendação das áreas técnicas e autorizou a imunização com duas doses da vacina, no intervalo de 28 dias. A aprovação vale somente para crianças que não são imunocomprometidas.
Não há prazo para o início da utilização do imunizante no plano nacional de vacinação. A decisão caberá ao Ministério da Saúde.
Para a diretora Meiruze Souza Freitas, da Anvisa, relatora do pedido, a CoronaVac está aprovada em 56 países pela Organização Mundial da Saúde (OMS), teve cerca de um bilhão de doses aplicadas e tem contribuído para reduzir mortes e hospitalizações.
“Vacinar crianças de 3 a 5 anos contra a covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o novo coronavírus”, explicou.
A faixa etária entre 5 e 11 anos começou a ser vacinada em janeiro. Nesse caso, são aplicados os imunizantes da Pfizer (versão pediátrica) e a CoronaVac.
Estudos
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças.
As pesquisas foram realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Butantan, além de entidades internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades médicas e das áreas de farmacovigilância e de avaliação de produtos biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da CoronaVac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no país.
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ÉPOCA
Einstein aposta em 5G, inteligência artificial e metaverso para aproximar médico e paciente
Para Sidney Klajner, inovações na área de saúde vão permitir que médicos possam dedicar seu tempo ao que mais importa: a relação com os pacientes Há oito anos com uma área dedicada a trabalhar com o ecossistema de inovação, a pandemia fez o Hospital Albert Einstein ampliar as parcerias com startups - e acelerar o uso de tecnologias, como inteligência artificial. No horizonte do hospital, estão também a aplicação do metaverso na medicina e o uso do 5G para procedimentos à distância, como conta Sidney Klajner, CEO do hospital em entrevista ao NegNews.
"Uma das possibilidades é trazer o ambiente cirúrgico para o metaverso, com um local que vai além do que é físico e do que é digital. Nós vemos aí uma grande oportunidade para a formação de profissionais de saúde, para a parte de procedimentos com imagem", conta Klajner.
O executivo conta que, dentro da diretoria de inovação, o hospital tem uma equipe dedicada a trabalhar com a quinta geração de internet. "Existem várias oportunidades para procedimentos médicos que se abrem com o 5G. Por exemplo, a gente poderia fazer uma tomografia em uma região onde não tem um radiologista e outro radiologista, de outro lugar, faz a análise e até a execução do exame."
Parcerias com startups
Um dos efeitos da pandemia para o Einstein foi a ampliação das parcerias com startups. Em 2020, a instituição contava com 39 projetos em andamento em sua incubadora, a Eretz.bio. Ao fim de 2021, esse número passou dos 100. "Várias ideias surgiram e foram criadas dentro de startups para enfrentar a própria Covid-19", diz Klajner.
A iniciativa mais recente foi lançada no início de julho: um programa de inovação para startups que trabalham com biotecnologia, voltadas para o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e soluções para diagnóstico. Além de ajudar com mentorias que ajudam as startups a crescer, o hospital oferece ambientes de pesquisa científica para testar e validar protótipos. "Cada vez mais nós estamos voltados para Biotech", diz o executivo
Sobre como fica a relação entre médico e paciente em um setor cada vez mais conectado e mediado pela tecnologia, o CEO defende que o efeito, na realidade, é de aproximação. "A tecnologia não vai substituir o médico. Ela vai dar condições para que os procedimentos de saúde sejam mais eficazes, deixando mais tempo para os profissionais cultivarem a relação humana, que é o mais importante."
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Assessoria de Comunicação
Fundação Dom Cabral oferece desconto em pós-graduação a associados da Ahpaceg
Escrito por AdministradorAssociados da Ahpaceg contam com 15% de desconto no curso de pós-graduação em Gestão de Negócios em Saúde, que será ministrado pela Fundação Dom Cabral a partir de 9 de setembro de 2022.
As inscrições já estão abertas e o curso é destinado a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, demais profissionais de saúde, além de administradores e outros que atuam na gestão de empresas em hospitais, clínicas, laboratórios e, ainda, em operadoras de saúde.
O objetivo deste curso é preparar os alunos para a superação dos desafios desse novo cenário que se delimita na área da saúde.
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Organizado em cinco módulos sequenciais, o programa foi construído pela Fundação Dom Cabral, sob a orientação técnica do Professor Guilherme Lycarião. Os módulos preveem um entendimento e fortalecimento lógico do raciocínio dos participantes em relação à gestão na área da saúde, desenvolvendo competências para que possam encaminhar suas instituições para outro nível de atenção aos pacientes.⠀
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Acesse e inscreva-se. As vagas são limitadas: https://bit.ly/whats-FDC⠀
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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
PF investiga desvio de verbas federais da Saúde
Paciente deverá ser indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com produto veterinário para tirar larvas no ouvido
Cremerj suspende médico preso em flagrante por estupro de grávida
Goiânia confirma dois casos de varíola dos macacos e investiga outros três
Juiz manda soltar homem preso suspeito de agredir médico e enfermeiros por não conseguir ver o parto do filho, em Rio Verde
Juiz determina afastamento e prisão de diretor da Unimed João Pessoa
Câmara aprova em 1º turno texto-base da PEC do piso salarial da enfermagem
DIÁRIO DA MANHÃ
PF investiga desvio de verbas federais da Saúde
A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira, 12, a Operação Trabalho Árduo. Objetivo da ação é investigar indícios de desvios de valores repassados pela União destinados à construção de duas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) nos anos de 2013 e 2014 no município de Faina.
A totalidade dos valores teria sido desviada para um familiar do prefeito à época dos fatos. Um mandado de busca e apreensão, expedido pela 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de Goiânia, está sendo cumprido nesta manhã pela Polícia Federal.
Segundo as investigações, da PF, o Ministério da Saúde teria destinado R$ 326.400,00 ao Fundo Municipal de Saúde de Faina para a construção de duas unidades básicas de saúde. Os valores representam quase um terço do repassado pela União ao município para investimentos nos anos de 2013 e 2014.
Entretanto, as investigações indicam que os serviços não foram prestados pela empresa de engenharia contratada e que os valores referentes teriam sido integralmente depositados diretamente na conta de um primo do prefeito, o qual não possuía relação com a prefeitura ou com a empresa contratada.
Os pagamentos foram realizados sem cumprimento das formalidades necessárias e mediante autorização do próprio prefeito. O Ministério da Saúde já identificou irregularidades e emitiu atos administrativos cancelando os convênios/propostas. Os crimes investigados são: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem alcançar 22 anos de reclusão, além de multa.
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Paciente deverá ser indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com produto veterinário para tirar larvas no ouvido
O médico assumiu no processo que fez uso do produto, mas que não houve lesão
A Justiça determinou que o pedreiro Mauro Ribeiro de Oliveira Filho, seja indenizado após ter queimaduras ao ser tratado com um produto veterinário, para tirar larvas no ouvido em Pires do Rio, no sudeste do estado. Ainda cabe recurso.
O caso aconteceu em 2015 após Mauro procurar o Hospital Municipal de Pires do Rio e ser informado que deveria aplicar creolina, um desinfetante de uso veterinário, no ouvido com dor. O médico José Antônio Duarte aplicou o produto e o líquido escorreu em parte do rosto, causando queimaduras de segundo grau, perfuração no tímpano, e perda de parte da audição.
O médico assumiu no processo que fez uso do produto, mas que não houve lesão. Em nota, o Conselho Regional de Medicina informou que não informa sobre a tramitação de denúncias, processos e sindicâncias.
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AGÊNCIA ESTADO
Cremerj suspende médico preso em flagrante por estupro de grávida
Outras cinco vítimas denunciaram profissional
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) aprovou nesta terça-feira (12/7), a suspensão provisória do médico Giovanni Quintella Bezerra. Ele está preso desde a madrugada de segunda, após ser filmado estuprando uma parturiente durante uma cesariana. A suspensão provisória do registro médico foi aprovada pelos conselheiros do Cremerj após eles terem "acesso às imagens gravíssimas" do ocorrido, segundo nota emitida pelo conselho. O Cremerj informou ainda que a suspensão ocorre em paralelo a um processo que pode terminar com a cassação definitiva do registro médico do anestesista.
"Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige", disse Clovis Munhoz, presidente do Cremerj, em nota. Com a suspensão, Giovanni Quintella Bezerra fica impedido de exercer a medicina no Estado do Rio.
Mais cinco vítimas
Nesta terça, a Justiça do Rio manteve a prisão do anestesista, que está sendo investigado por mais cinco outro abusos, segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti (Grande Rio), que está à frente do caso. "São três casos do dia 10 de julho, mais três que nós ouvimos hoje (terça-feira), de pessoas que nos procuraram - uma até de outro hospital. Contando com o que resultou no flagrante, são seis que investigamos", disse a delegada.
Além do caso registrado em gravação feita por celular que levou a prisão do anestesista, Bárbara afirmou de que há indícios de que Bezerra tenha cometido abusos nas duas outras operações em que ele atuou no domingo (10/7). Os três casos ocorreram no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. "Os do dia 10, lá do hospital de São João (de Meriti) os indícios são mais fortes, porque há todo o relato da equipe de enfermagem, há o vídeo que foi gravado no mesmo dia, na terceira cirurgia. Então, em relação a esses dois fatos (adicionais), os indícios são mais fortes", sustentou a delegada.
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A REDAÇÃO
Goiânia confirma dois casos de varíola dos macacos e investiga outros três
Capital não possui transmissão comunitária
Mônica Parreira
Goiânia - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou, nesta quarta-feira (13/7), dois casos de Monkeypox, conhecida como varíola dos macacos, em Goiânia. São dois homens, de 26 e 41 anos, que foram orientados a manter isolamento domiciliar e estão em monitoramento pela pasta.
Sobre os pacientes, a SMS informou que o "material para exames foi coletado por técnicos da Vigilância em Saúde da SMS no dia 5 de julho, e encaminhado para o Laboratório Estadual de Saúde Pública (Lacen-GO)". Ambos já haviam recebido atendimento em hospital particular. Um deles tem histórico de viagem para São Paulo, onde há circulação comunitária do vírus.
Ainda em nota, a Saúde de Goiânia afirmou que há mais três casos suspeitos na capital. E que já descartou outros três. Entre eles, o de uma mulher que apresentou sinais e sintomas da doença, e estava sendo monitorada. "Ficou constatado que ela contraiu Parvovírus durante viagem a uma fazenda. Outras duas pessoas que vivem na mesma casa não desenvolveram a doença", diz.
Apesar dos casos confirmados e em investigação, Goiânia ainda não possui transmissão comunitária do vírus. Na nota, a SMS também explica que a transmissão da doença "ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados".
O Monkeypox pertence ao gênero Orthopoxvirus, o mesmo vírus da “Varíola humana”, erradicada no Brasil desde a década de 1980. Entretanto, a varíola dos macacos tem taxa de transmissão menor, e severidade mais branda. Embora seja conhecida como "varíola dos macacos", o surto da doença não tem nenhuma relação com os animais.
Números em Goiás
Goiás já possui quatro casos confirmados da doença. Os dois primeiros foram registrados em Aparecida de Goiânia no sábado (9/7). A Secretaria de Estado da Saúde (SES) atualiza diariamente boletins sobre os casos em território goiano. O último, divulgado na terça-feira (12), apontava 12 notificações, sendo dois confirmados, quatro descartados e seis em investigação. Nova atualização deve sair às 15h de hoje, com a inclusão dos dados de Goiânia.
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PORTAL G1
Juiz manda soltar homem preso suspeito de agredir médico e enfermeiros por não conseguir ver o parto do filho, em Rio Verde
Funcionários da maternidade disseram que o pai não falou que queria assistir ao parto. Ao conceder liberdade, magistrado estipulou fiança de um salário mínimo e recolhimento domiciliar.
O juiz Eduardo Alvares de Oliveira mandou soltar o homem que foi preso suspeito de agredir um médico e dois enfermeiros por não ver parto do filho, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Na decisão, o magistrado estipulou fiança de um salário mínimo e recolhimento domiciliar. Uma câmera da maternidade filmou as agressões.
O g1 não localizou a defesa do pai para se manifestar. De acordo com o processo, o homem se encontrava preso até a última atualização desta reportagem.
A Polícia Civil indiciou o homem por lesão corporal e ameaça. O processo foi encaminhado ao Judiciário na terça-feira (12), um dia depois da prisão.
A liberdade provisória foi concedida junto com obrigações que o pai deve obedecer:
Comparecer perante a autoridade judicial todas as vezes que for intimado;
Proibição de mudar-se de residência, sem prévia permissão da autoridade judicial ou se ausentar por prazo superior a 30 dias, sem comunicar ao juízo o lugar em que será encontrado;
Recolhimento domiciliar em casa, das 20h às 6h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, domingos, feriados e dias de folga, por período integral, salvo prévia autorização do juiz alterando o horário de recolhimento.
A Maternidade Augusta Bastos afirmou que "o esposo da paciente foi avisado que o parto seria cesárea e que em nenhum momento manifestou desejo em assistir". Além disso, a diretoria do hospital disse que, "devido a pressão alta e possível eclampsia", o parto foi de emergência, e ressaltou que "nada justifica a agressão" aos profissionais.
Uma lei garante às gestantes um acompanhante na hora do parto. Os profissionais agredidos disseram à polícia que o homem não manifestou interesse em acompanhar o procedimento.
O presidente da comissão de direito médico da Ordem dos Advogados de Rio Verde (OAB), Antônio Heberte Lopes, diz que o motivo não justifica a violência, mas que nesse caso o homem também foi vítima por ter o direito de acompanhar o parto violado.
“Houve violação de direitos. A lei garante a gestante o direito a um acompanhante. É possível até reparação por dano moral", comenta o advogado.
Imagens de câmeras de segurança mostram o acompanhante empurrando e pressionando um enfermeiro contra a parede. Em outro momento, ele grita com funcionários.
Em depoimento, os profissionais de saúde disseram que a mulher foi encaminhada para a cirurgia após chegar à maternidade em trabalho de parto. Eles falaram que, nesse momento, nem o pai e nem a gestante falaram sobre o homem querer acompanhar o nascimento.
Momentos depois, o homem questionou se o filho tinha nascido, e uma funcionária disse que sim. Diante da resposta, ele teria se revoltado, questionando à pediatra porque não foi chamado para ver o parto do filho.
Uma enfermeira relatou à polícia que foi ameaçada pelo homem, além da pediatra que estava no pronto socorro.
"A culpa é de vocês. Vão ver o que eu vou fazer", teria dito o pai às funcionárias. Elas ligaram para a polícia, que fez a prisão em flagrante.
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PORTAL PARAÍBA
Juiz determina afastamento e prisão de diretor da Unimed João Pessoa
Unidade estaria descumprindo há mais de um mês a decisão liminar proferida pelo desembargador convocado Carlos Antônio Sarmento
Além disso, também foi estipulado uma multa de R$ 35 mil e a imediata suspensão do diretor de todas as atividades na unidade.
Entenda
A Unimed João Pessoa estaria descumprindo há mais de um mês a decisão liminar proferida pelo desembargador convocado Carlos Antônio Sarmento, que determinou que fossem restabelecidas as autorizações para as cinco unidades da Clínica do Otorrino, e do Hospital Dia, continuarem a atender, como pessoa jurídica, os usuários do sistema Unimed.
A batalha judicial teve início quando a Unimed João Pessoa tentou descredenciar algumas das unidades da Clínica do Otorrino, atuando em total desrespeito às próprias cláusulas contratuais, às regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e aos interesses dos cooperados e usuários.
A Clínica do Otorrino é responsável por mais de 70% de todos os atendimentos da área de otorrino da Unimed João Pessoa, o que tem culminado com a realização de consultas e procedimentos mensais para, no mínimo, 7 mil usuários, chegando a 10 mil usuários atendidos apenas no mês de maio.
Intimada mais uma vez a Unimed João Pessoa decidiu continuar descumprindo a decisão judicial, o que motivou um novo pedido de penhora nas contas correntes da cooperativa e, agora, o pedido de afastamento, multa e prisão do diretor executivo de Provimento de Saúde, Dr. Petrúcio Abrantes Sarmento.
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AGÊNCIA CÂMARA
Câmara aprova em 1º turno texto-base da PEC do piso salarial da enfermagem
Votação da proposta poderá ser retomada nesta quarta-feira
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (12), em 1º turno, a PEC do Piso da Enfermagem (PEC 11/22). Foram 425 votos a 7. O Plenário precisa analisar ainda um destaque do Novo apresentado à proposta. A votação poderá ser retomada nesta quarta-feira (13).
De autoria do Senado, a PEC do Piso da Enfermagem determina que uma lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado.
A relatora da PEC, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), afirmou que a aprovação da proposta vai impedir questionamentos judiciais do piso, previsto no Projeto de Lei 2564/20. “Para evitarmos qualquer risco de judicialização, qualquer risco de veto, por não estar na Constituição Federal que trabalhamos pela PEC 11 para dar mais segurança jurídica ao piso nacional dos profissionais da enfermagem”, disse.
Zanotto afirmou que a enfermagem precisa de reconhecimento e salário digno, destacando o papel das enfermeiras na prisão do anestesista Giovanni Bezerra, detido em flagrante após estuprar uma paciente durante um parto cesárea. “A enfermeira armou uma gravação. De outra forma, não seria possível provar o dano daquele profissional”, ressaltou.
A deputada afirmou ainda que o aumento salarial da categoria poderá ser custeado por medidas como desoneração da folha, legalização dos jogos, royalties do petróleo, lucro das estatais e saldo não utilizado dos recursos previstos na PEC do Estado de Emergência (PEC 15/22), que também deverá ser votada nesta quarta-feira.
“Eu peço ao governo que nos ajude, para que a gente possa garantir a assistência nos nossos hospitais filantrópicos, para que a gente possa manter este quadro de profissionais”, declarou.
Apenas o partido Novo orientou o voto contrário ao piso salarial dos enfermeiros. O líder do partido, deputado Tiago Mitraud (Novo-MG), disse que a proposta vai gerar uma onda de demissões com os aumentos salariais. “Esta proposta trará efeitos nefastos para os profissionais de enfermagem, que foram enganados”, declarou.
O deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) afirmou que a definição salarial não é tema constitucional. “Este tema tem de ser tratado do lado de fora da Constituição, como todas as outras profissões, para a gente ter equilíbrio, para a economia se mexer, porque senão corremos o risco de abraçar o populismo e ter mais e mais categorias pressionando.”
Todos os demais partidos declararam voto favorável. Para o deputado Helder Salomão (PT-ES), a proposta faz justiça aos profissionais de saúde. “Na pandemia, as pessoas viram mais concretamente o papel que esses profissionais exercem cotidianamente, mas em períodos de normalidade, os profissionais da saúde, os profissionais da enfermagem, outros profissionais são fundamentais para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, ressaltou.
Para o líder do MDB, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (AL), os profissionais de enfermagem são uma das categorias mais importantes do Brasil. “O MDB faz um reconhecimento histórico da enfermagem no País”, disse.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que o Congresso cumpriu todas as etapas e negociou o piso salarial.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Startup de saúde Alice demite 63 pessoas 7 meses após aporte milionário
Jovem desenvolve projeto contra a violência obstétrica
Médico preso por estupro na sala de parto atuava como anestesista desde abril
Covid-19: Goiás confirma 2,4 mil novos casos e 8 mortes em um dia
ONU: pandemia reduz expectativa de vida em 3 anos na América Latina
CPI da Saúde na Assembleia Legislativa de Goiás é suspensa por liminar
Justiça condena Prefeitura por falta de infraestrutura em Centros de Saúde pela terceira vez em um mês
Planos de saúde terão consultas ilimitadas para psicologia e fono
Homem é preso suspeito de agredir médico e enfermeiros após não conseguir acompanhar nascimento do filho, em Rio Verde
O ESTADO DE S.PAULO
Startup de saúde Alice demite 63 pessoas 7 meses após aporte milionário
Empresa oferece planos de saúde corporativo e individual e recebeu em dezembro um investimento de US$ 127 milhões
Sete meses após receber um aporte de US$ 127 milhões, a startup de saúde Alice entrou para a lista de empresas nacionais de tecnologia a fazer cortes em massa. O Estadão apurou que 63 pessoas foram desligadas na última sexta-feira, 8. A empresa confirmou para a reportagem o número de demitidos e afirmou que os cortes fazem parte de um “redimensionamento” da equipe de vendas. Outros 20 profissionais foram realocados dentro da empresa.
Para alguns ex-funcionários, a Alice afirmou que a empresa estava com mais funcionários que o necessário e que precisaria cortar parte do quadro por conta da situação econômica atual. Para outros demitidos, porém, a justificativa não mencionava corte de gastos ou qualquer dificuldade financeira — apenas uma reestruturação.
“Disseram que o motivo foi redução de custo da empresa. Achavam que a empresa ia crescer muito e não aconteceu, além da crise afetar também”, explicou uma ex-funcionária ouvida pelo Estadão. “Individualmente não foram claros quanto ao critério dos que saíram e dos que ficaram. Infelizmente faltou transparência nisso”, disse outro ex-funcionário, ao Estadão. As fontes não quiseram ser identificadas.
Em nota, André Florence, CEO da healthtech, disse: "Ao longo do semestre, entendemos melhor as oportunidades de sermos mais eficientes e seguirmos sustentáveis no longo prazo". A startup informa que os vendedores desligados receberão um salário extra, plano de saúde estendido por 2 meses, além das verbas rescisórias obrigatórias.
Mudança de foco
A Alice recebeu um aporte de US$ 127 milhões em dezembro do ano passado, liderado pelo conglomerado japonês SoftBank. Na época, o investimento foi um dos maiores do setor de saúde em 2021.
Em junho deste ano, a Alice anunciou um plano de saúde corporativo com foco em negócios com até 250 funcionários. Segundo os ex-funcionários, a guinada veio após pressão de investidores para que o principal produto da empresa seja o plano voltado ao mercado corporativo.
A empresa, que nasceu focada na venda de planos de saúde diretamente para pacientes, já tinha anunciado a compra da startup Cuidas, que oferece consultas com médicos da família e enfermeiros para funcionários de empresas.
Os ex-funcionários dizem que a mudança de foco enfrentou algumas dificuldades importantes. Um deles é o fato de que a empresa se restringe apenas à cidade de São Paulo, o que deixa a oferta de produtos limitada. A segunda delas é a competição no mercado: além de outras startups do setor brigarem por espaço, operadoras tradicionais de saúde possuem boa parte dos contratos vigentes de planos corporativos. Questionada sobre o assunto, a startup não quis comentar.
Segundo os ex-funcionários ouvidos pelo Estadão, a empresa não conseguiu atingir a meta de clientes corporativos e individuais estimada para o ano. Questionada pela reportagem, a Alice preferiu não comentar.
Em maio deste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regulamenta os planos de saúde no Brasil, autorizou o reajuste das assinaturas de saúde em até 15,5%, depois de congelar as altas durante a pandemia. Em seu site, a Alice afirma que seus planos sofreram reajuste de 12,13%, abaixo do estimado pela agência.
O reajuste abaixo do permitido seria uma forma de atrair clientes para a plataforma. Fontes informaram ao Estadão que o objetivo era alcançar 50 mil membros de planos individuais até o final de 2022, mas que, quando o plano corporativo ganhou a atenção da empresa, essa meta foi reduzida para 14 mil. A empresa não quis abrir seus números para o Estadão.
Inverno das startups
Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo — o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de "inverno das startups", após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.
Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando a fonte do capital parecia infinita.
Fundos de investimento alertaram as startups sobre o cenário desafiador. O investidor Masayoshi Son, presidente do SoftBank, um dos maiores investidores de startups no Brasil e investidor da Alice, disse que o conglomerado japonês deve reduzir os investimentos em empresas de tecnologia neste ano devido aos maus resultados das empresas nas quais investe — as informações são do jornal Financial Times.
Além do SoftBank, a aceleradora Y Combinator, uma das mais conhecidas no Vale do Silício, recomendou que as startups reavaliassem suas finanças e que ficassem prontas para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. “Crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a gestora na carta.
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Jovem desenvolve projeto contra a violência obstétrica
Lettycia Vidal criou a plataforma Gestar motivada pelo sofrimento de sua mãe no parto de seu irmão mais novo
Em 2008, a publicitária Lettycia Vidal, então com 13 anos, aguardava a chegada do irmão mais novo. Mas a alegria deu lugar à indignação quando, após o nascimento, ela percebeu que a mãe, Fabiane, tinha sofrido atendimento violento no parto. Um procedimento equivocado ocasionou o corte de um órgão da paciente, que foi para casa com uma sonda. Lettycia ainda não sabia que havia presenciado um caso de violência obstétrica – abuso sofrido durante a gestação ou o parto.
“Tinha 13 anos, ainda não sabia o que poderia questionar naquele ambiente. Lembro do medo de que minha mãe nunca mais saísse dali. Não passava pela minha cabeça que existia risco no parto”, diz ela, que hoje tem 26 anos. Ao saber de casos semelhantes na família, chegou a ter medo de ser mãe. “Até eu entender que existia outro caminho, achei que viveria tudo o que a minha família viveu.”
A situação despertou Lettycia para o tema. Na graduação em Publicidade, ela se concentrou nos estudos sobre atendimento humanizado (com respeito e empatia) às gestantes. E, durante um curso no México, no último ano da faculdade, a convivência com as estudantes da turma reforçou essa ideia. “O que era natural para a gente não era para elas. Entendi que naturalizamos muito a violência como ‘ossos do ofício’ de parir.”
Ao retornar ao Brasil, ela se tornou doula (assistente de parto) e idealizou, em seu trabalho de conclusão de curso, um sistema de conexão entre mulheres e profissionais para atendimento às gestantes. Nascia, em 2017, a ideia da Gestar, plataforma que levou três anos para sair do papel e teve apoio dos programas de aceleração Shell Iniciativa Jovem e B2Mamy.
Mas o primeiro investimento na Gestar, de R$ 40 mil, veio da família de Lettycia e de seu próprio bolso. Negociar em um mercado predominantemente ocupado por homens tornava difícil a aposta em um negócio focado na gestação. “Eles não entendiam”, diz a empreendedora, que em 2021 foi contemplada com recursos do programa Google For Startups, o que impulsionou a plataforma.
Além de Lettycia, a Gestar tem duas sócias, Giovana Milani e Karla Fonseca, e uma equipe com sete pessoas. A plataforma reúne mais de 200 profissionais de saúde, bem-estar e cuidados materno-infantil – todas mulheres, que atendem gestantes, mães com crianças até a primeira infância e mulheres que tentam engravidar.
Mais de cinco mil famílias já foram impactadas pela Gestar, segundo a startup. Cada consulta, entre as 20 especialidades disponíveis, tem preços a partir de R$ 80. A startup também mantém um blog sobre maternidade e cursos e grupos de apoio no WhatsApp.
Agora, segundo Lettycia, o próximo passo são os serviços para instituições de saúde. “Estamos em negociação para um projeto B2B (de empresa para empresa) focado em hospitais e maternidades. A ideia é levar suporte para que consigam se adequar a um atendimento mais respeitoso.”
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Médico preso por estupro na sala de parto atuava como anestesista desde abril
Preso na madrugada desta segunda-feira (11/7) após ser filmado estuprando uma paciente em trabalho de parto, o médico Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, concluiu a especialização em anestesia recentemente e gostava de se fotografar em ambientes hospitalares. "Vocês vão ouvir falar muito de mim", escreveu em uma postagem.
O médico se formou no Centro Universitário de Volta Redonda (Unifoa), na região sul do Estado do Rio, em 2017. A especialização em anestesia foi concluída este ano, no mês de abril. Não há muitas informações sobre sua produção acadêmica, uma vez que seu currículo na plataforma lattes não é atualizado há dez anos.
Giovanni Bezerra gostava de publicar fotos com sua rotina médica no Instagram - o perfil, porém, foi fechado após sua prisão. Diversas fotos dele que foram divulgadas nesta segunda nas redes sociais mostram o médico com uniformes de hospitais, daqueles que se usam em salas cirúrgicas. Em uma delas, escreveu: "Em frente, vou ganhando meu espaço na profissão que escolhi fazer a diferença".
Ao receber voz de prisão, o anestesista declarou que não sabia o que estava acontecendo. Ao ser informado pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, que ele havia sido filmado praticando o abuso, Giovanni Quintella Bezerra se calou. As imagens mostram o anestesista ao lado da paciente, que está dopada. Enquanto a equipe cirúrgica se prepara para começar a cesariana, Quintella tira o pênis da calça e o coloca na boca da grávida.
O advogado Hugo Novais, que defende Quintella, disse em nota que a defesa ainda não obteve acesso à íntegra dos depoimentos e dos elementos de prova no auto de prisão em flagrante. "A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manifestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella."
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás confirma 2,4 mil novos casos e 8 mortes em um dia
Ludymila Siqueira
Goiânia - Goiás registrou 2.455 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta segunda-feira (11/7). No mesmo período, oito mortes em decorrência da doença foram confirmadas no Estado. Com as atualizações, o território goiano contabiliza 1.555.450 infecções e 27.017 óbitos ligados à covid-19 desde o início da pandemia.
Além disso, há 844.627 casos e 224 mortes em investigação para apurar se há relação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade do vírus é de 1,74% no Estado.
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AGÊNCIA BRASIL
ONU: pandemia reduz expectativa de vida em 3 anos na América Latina
A expectativa de vida global ao nascer caiu para 71 anos em 2021, abaixo dos 72,8 em 2019, interrompendo uma sequência de cinco de décadas de crescimento. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (11/6), data em que se celebra o Dia Mundial da População, em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as perspectivas populacionais em 2022.
A redução foi causada pelo impacto da pandemia de covid-19. Segundo o relatório, o impacto variou entre regiões e países. No centro e sul da Ásia e na América Latina e Caribe, por exemplo, a expectativa de vida ao nascer caiu quase 3 anos entre 2019 e 2021. Para Bolívia, Botsuana, Líbano, México, Omã e Rússia, as estimativas caíram mais de 4 anos entre 2019 e 2021.
Por outro lado, a população combinada da Austrália e Nova Zelândia ganhou 1,2 anos, devido a menores riscos de mortalidade durante a pandemia para algumas outras causas de morte. A pandemia também "restringiu severamente" todas as formas de mobilidade humana, incluindo migração internacional. "A magnitude do impacto da pandemia nas tendências migratórias é difícil de determinar devido a limitações de dados", diz o relatório.
Neste ano, a população mundial também atingirá a marca de 8 bilhões de pessoas, projeção prevista para ocorrer em novembro. As últimas projeções das Nações Unidas também sugerem que a população global pode crescer para cerca de 8,5 bilhões em 2030, 9,7 bilhões em 2050 e 10,4 bilhões em 2100.
O crescimento populacional é possível, em parte, pelo declínio dos níveis de mortalidade, como refletido no aumento níveis de esperança de vida ao nascer. Segundo a ONU, globalmente, a expectativa de vida atingiu 72,8 anos em 2019, um aumento de quase 9 anos desde 1990. Prevê-se que novas reduções na mortalidade resultem em uma longevidade média mundial de cerca de 77,2 anos em 2050.
A expectativa de vida ao nascer para as mulheres excedeu a dos homens em 5,4 anos em todo o mundo, situando-se em 73,8 e 68,4, respectivamente. "Uma vantagem de sobrevivência feminina é observada em todas as regiões e países, variando de 7 anos na América Latina e no Caribe a 2,9 anos na Austrália e Nova Zelândia", diz o relatório da ONU.
Crescimento
Após queda na mortalidade, o crescimento populacional continuará ocorrendo enquanto a fecundidade permanecer em níveis altos níveis. Quando a fertilidade começar a cair, a taxa anual de crescimento populacional também cairá.
Em 2021, a fecundidade média da população mundial foi de 2,3 nascimentos por mulher ao longo de uma vida, tendo caído de cerca de 5 nascimentos por mulher em 1950. A fecundidade global é projetada para diminuir para 2,1 nascimentos por mulher até 2050.
Em 2020, a taxa de crescimento global caiu abaixo de 1% ao ano pela primeira vez desde 1950. A população mundial deverá atingir um pico de cerca de 10,4 bilhões de pessoas durante a década de 2080 e permanecer nesse nível até 2100.
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JORNAL OPÇÃO
CPI da Saúde na Assembleia Legislativa de Goiás é suspensa por liminar
Por Nielton Soares dos Santos
Caso a decisão seja confirmada, os trabalhos da comissão devem ser recomeçada, com nova eleição
Desembargadora Nelma Branco Ferreira Perilo, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), suspendeu nesta segunda-feira, 11, liminarmente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A comissão foi proposta para investigar a regulação na área de Saúde.
“A CPI está com uma composição ilegal. O deputado Wilde (Cambão – PSD) não podia ser titular da CPI, porque ele já é titular da CPI do Leite. O voto dele foi decisivo, uma vez que nós empatamos dois a dois, para a escolha do presidente. Caso seja confirmada a liminar todos os atos serão anulados, ou seja, CPI irá recomeçar desde o início”, explicou o deputado Delegado Humberto Teófilo (Patriota), que ingressou na Justiça o pedido de mandado de segurança contra a comissão.
A CPI da Saúde foi instalada na Casa no dia 28 de junho, quando foram eleitos os deputados Talles Barreto (UB), presidente, e Francisco Oliveira (MDB), para relatoria. Antes, o presidente da Assembleia Legislativo de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD), revogou os nomes indicados na primeira reunião. Na ocasião, o líder do governo alegou que faltou consulta às principais bancadas da Alego, formadas pelos partidos que possuem mais deputados, dentre os quais o União Brasil e o MDB.
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O HOJE
Justiça condena Prefeitura por falta de infraestrutura em Centros de Saúde pela terceira vez em um mês
O Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) denunciou novamente a Prefeitura de Goiânia pela falta de infraestrutura nos Centros de Saúde da capital. Com a denúncia, esta se tornou a quarta condenação da Justiça do Trabalho em menos de um ano. A sentença foi dada na última quinta-feira (7/7).
Desta vez, o município deve melhorar o ambiente de trabalho do Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Vila Nova. Assim, Prefeitura é obrigada a regularizar a estrutura física da unidade com reforma de pisos, paredes, pintura interna e externa.
Além de consertar a cobertura, rachaduras, fissuras, vazamentos, infiltrações e providenciar a limpeza dos ambientes de trabalho, como também efetuar a manutenção da rede elétrica.
O paço municipal tem 180 dias para iniciar as obras. Dessa forma, caso a Prefeitura não conclua as obrigações, uma multa de R$ 20 mil está prevista para cada item não atendido.
Segundo a procuradora do Trabalho que está a frente do caso, Milena Costa, em menos de 12 meses a Justiça do Trabalho já condenou a Prefeitura de Goiânia à adequar três Cais, sendo eles: Bairro Goiá, Amendoeiras e Campinas.
Milena também afirma que outras ações, ajuizadas pelo MPT, estão sendo processadas na Justiça do Trabalho, além de investigações no âmbito do órgão. “Há grandes riscos de acidentes de trabalho devido à precariedade da estrutura física das unidades de Saúde administradas pela Prefeitura, explica.
“A falta de limpeza dos ambientes e dos banheiros, principalmente, é algo inadmissível, especialmente num local que deve prezar justamente pela saúde das pessoas. E não apenas os servidores e terceirizados estão expostos a riscos, como também toda a população que vai a esses lugares procurando atendimento”, ressalta.
Outra condenação
Após ter recebido uma denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) sobre a falta de infraestrutura no Centro de Saúde da Família (CSF) do Recanto do Bosque, a Justiça do Trabalho de Goiás condenou a Prefeitura de Goiânia à reformar o local.
A Justiça proferiu a sentença no dia 30 de junho e ela vale para todos os Centros de Saúde da Família do município. Tendo como prioridade o do Recanto do Bosque e do Alto do Vale. Com a queixa, a Controladoria-Geral do Município de Goiânia (CGM) deu início a uma vistoria que confirmou as más condições.
A CGM encontrou mofo, infiltrações nas paredes, falta de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, poucos servidores na unidade, entre outros. Contudo, o município alegou que houve uma mudança de endereço do centro de saúde, o que teria afastado os problemas levantados pelo MPT.
Mas, durante a inspeção, o Corpo de Bombeiros Militar constatou a ausência de Certificado de Conformidade (Cercon). Bem como algumas questões relacionadas aos extintores de incêndio do local e recarga destes.
Caso o município não cumpra as determinações do Ministério, haverá uma multa de R$ 5 mil para cada dia de atraso na execução das normas. Além disso, a administração da cidade também foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos. Leia a sentença na íntegra.
Relembre a sentença para a reforma no Cais de Campinas
No dia 13 de junho, a Justiça do Trabalho determinou que a Prefeitura de Goiânia providenciasse a reforma do Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Campinas. A estrutura do local estava em condições precárias.
Entre as dez obrigações a serem cumpridas estão: regularizar a estrutura física da unidade (pisos, pintura, rachaduras). Além de disponibilizar mobiliário adequado aos postos de trabalho; regularizar as condições ambientais na Central de Material Esterilizado e na lavanderia.
Desde o dia da sentença, a prefeitura tem 180 dias, contados do trânsito em julgado da decisão, para providenciar os serviços. Caso não cumpra as determinações, haverá multa de R$ 20 mil por cada item não atendido.
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Planos de saúde terão consultas ilimitadas para psicologia e fono
Por: Rodrigo Melo
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aprovou nesta segunda feira (11/7), o fim da limitação ao número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Agora, os planos de saúde terão que oferecer cobertura ilimitada para pacientes com qualquer doença ou condição de saúde listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo informações da ANS.
A decisão, tomada em reunião extraordinária da diretoria colegiada da agência, foi divulgada pela assessoria de imprensa da ANS. A nova resolução deve começar a valer a partir de 1º de agosto deste ano.
Médico do paciente
A partir da nova decisão, serão excluídas as diretrizes de utilização para consultas e sessões com esses tipos de profissionais. O atendimento passará a considerar a prescrição do médico do paciente.
A ideia foi “promover a igualdade de direitos aos usuários da saúde suplementar e padronizar o formato dos procedimentos atualmente assegurados, relativos a essas categorias profissionais”.
No dia 1º de julho, a ANS já havia tornado obrigatória, para pacientes com transtornos globais do desenvolvimento, a cobertura de qualquer método ou técnica indicada pelo médico. (Com informações da Agência Brasil)
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PORTAL G1
Homem é preso suspeito de agredir médico e enfermeiros após não conseguir acompanhar nascimento do filho, em Rio Verde
Funcionários disseram que pai não avisou que gostaria de ver o parto. Lei garante a toda gestante um acompanhante no procedimento.
Um homem de 31 anos foi preso na segunda-feira (11) suspeito de agredir um médico e três enfermeiros de uma maternidade após não conseguir acompanhar o nascimento do filho, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Uma lei garante às gestantes um acompanhante na hora do parto. Os profissionais agredidos disseram à polícia que o homem não manifestou interesse em acompanhar o procedimento.
O nome do homem não foi divulgado e, com isso, o g1 não conseguiu identificar a defesa dele até a última publicação dessa reportagem.
Imagens de câmeras de segurança mostram o acompanhante empurrando e pressionando um enfermeiro contra a parede. Em outro momento, ele grita com funcionários.
O g1 tentou contato por telefone com a Maternidade Augusta Bastos, mas não teve retorno até a última atualização dessa reportagem.
Em depoimento, os profissionais de saúde disseram que a mulher chegou à maternidade em trabalho de parto e a encaminharam para a sala para dar à luz. Eles falaram que, nesse momento, nem o pai e nem a gestante falaram sobre o homem querer acompanhar o nascimento.
Momentos depois, o homem questionou se o filho tinha nascido, e uma funcionária disse que sim. Diante da resposta, ele teria se revoltado, questionando porque não foi chamado para ver o parto do filho.
Os quatro profissionais agredidos procuraram a Polícia Civil e fizeram um boletim de ocorrências. O caso foi registrado inicialmente como ameaça.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Saúde e Anvisa admitem risco de desabastecimento de medicamentos
'Órfãos' dos planos de saúde recorrem a healthtechs, que dobram no Brasil
Plataforma permite cirurgia pra quem não tem plano de saúde
Goiás confirma dois primeiros casos de varíola dos macacos
Veja como pesquisa e uso da cannabis avançaram no Brasil nos últimos 10 anos
Reconhecimento facial monitora o bem-estar de pacientes
Proposta de redução na carga horária de trabalho tramita há 20 anos
Terapia de prevenção ao HIV perde 39% dos pacientes em 4 anos
PORTAL IG
Saúde e Anvisa admitem risco de desabastecimento de medicamentos
O empresário Ismael Leão chegou à quarta farmácia que visitou na última quinta-feira, em Brasília, em busca de um antibiótico infantil para a sua filha. No balcão, ouviu a mesma resposta que já havia recebido nas outras três: o produto estava em falta.
"Vou continuar a busca. Tenho que procurar para a minha filha", desabafou.
Em pleno inverno, o desfalque nas prateleiras constatado por Leão evidencia uma espécie de apagão de remédios e insumos pelo país. Além de antibióticos, faltam itens indispensáveis ao Sistema Único de Saúde (SUS) e listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) 2022, como o antibiótico amoxicilina, e dipirona, aliada de primeira hora no combate a dores e febre. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já admitem risco de desabastecimento de medicamentos no mercado.
A escassez, que já dura ao menos dois meses, extrapola os limites das drogarias. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), feita com 106 estabelecimentos como hospitais, clínicas especializadas e empresas que fornecem serviço de home care em 13 estados e no Distrito Federal, revela que o problema também atinge unidades de saúde.
O levantamento constatou a falta de soro em 87,6% das instituições pesquisadas; dipirona injetável (para dor e febre), em 62,9%; neostigmina (combate doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), em 50,5%; atropina (tratamento de arritmias cardíacas e úlcera péptica), em 49,5%; contrastes (usado em exames radiológicos), em 43,8%; metronidazol bolsa (para infecções bacterianas), em 41,9%; aminofilina (contra asma, bronquite e enfisema), em 41%; e amicacina injetável (contra infecções bacterianas graves), em 40%.
A ausência de mercadorias causa efeitos colaterais sensíveis: 40% das entidades que participaram do levantamento informaram que adquiriram o soro num preço duas vezes maior do que o praticado no mercado. Com a neostigmina (de combate à doença autoimune que causa fraqueza nos músculos), 53% apontaram que o estoque atual não chega a 25% do necessário.
Segundo o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, o preço médio do soro para unidades de saúde ficava em torno de R$ 3,50 antes da crise:
"Com relação aos soros, a maioria das empresas produz no Brasil. O que se observou na pesquisa é um escalonamento no aumento do preço. Outra situação é a falta do insumo, em que (as empresas) não estão conseguindo entregar no volume que se comprava", afirma o médico, que explica que a pesquisa traça um cenário nacional por ter respostas de todas as regiões.
Cerca de 95% dos insumos para produzir medicamentos , incluindo o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o chamado insumo fundamental, vêm da China e da Índia. Entre os principais motivos para a escassez, estão: a alta do dólar e do barril de petróleo, cujos derivados são usados para produzir embalagens, e o aumento pela demanda por medicamentos como antibióticos durante o inverno. Além disso, a inflação também eleva o custo da cadeia de transportes.
Segundo entidades do setor, esses fatores fazem com que o custo de venda para farmácias - com teto delimitado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) - não cubra os gastos com a produção. Fortalecer o complexo industrial e o parque fabril no Brasil ajudariam a arrefecer o cenário:
"Temos o desafio da química fina, em que ficamos para trás da Ásia. Hoje, estamos com dificuldade de IFA de dipirona, o que é inaceitável", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado na quarta-feira. "Se, lá atrás, planejamos ter um acesso universal, integral, igualitário e gratuito para atender 200 milhões de brasileiros, isso não pode ser dissociado de ter, por exemplo, um complexo da saúde forte e profissionais de saúde para atender nesse sistema".
Tanto o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) quanto o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) vêm alertando o Ministério da Saúde sobre o risco de desabastecimento no Brasil.
Noutro levantamento obtido pelo GLOBO, o Conasems identificou que a dipirona e os antibióticos amoxicilina, clavulanato de potássio e azitromicina são os mais "faltosos" entre as 284 cidades pesquisadas na última sexta-feira.
"O desabastecimento de medicamentos é uma grande preocupação do Conasems, motivo pelo qual estamos com várias iniciativas de capacitação de farmacêuticos e gestores para um melhor monitoramento da ponta. Isso nos permite apontar aos órgãos reguladores nacionais o cenário de escassez e de dificuldade de insumos e produtos e pedir providências", diz o secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira.
Ao GLOBO, o ministério confirmou que articula junto à Anvisa medidas para combater o problema. A pasta informou que "trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS".
Uma das ações foi liberar que a CMED, a quem cabe regular o mercado de medicamentos, reajustasse preços de determinados produtos ameaçados de desabastecimento. Outra foi diminuir o imposto de importação de insumos para dipirona, neostigmina e bolsas para soro, por exemplo. A Anvisa também confirma a atuação. Diz que "está monitorando os relatos de desabastecimento de medicamentos de forma a identificar situações que possam estar relacionadas a sua área de atuação".
O secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires, detalha outros problemas gerados pela falta de insumos.
"Os riscos (da escassez) são inúmeros. Quando você não tem a dipirona injetável no ambiente hospitalar, muitas vezes, tem que usar um medicamento muito mais potente e mais caro, aumentando o risco de efeitos adversos e complicações para o paciente", declara Pires.
Gestores ouvidos pelo GLOBO veem o tema com preocupação, mas afirmam não ser possível mensurar os impactos para a saúde pública: as carências, apesar de afetarem diferentes estados do país, não são uniformes. Ou seja, um determinado medicamento pode não ser encontrado numa unidade da federação e não apresentar escassez em outra.
O GLOBO percorreu a Rua das Farmácias, na região central de Brasília, e comprovou a falta de medicamentos na ponta. No local, que reúne cerca de 25 drogarias de grandes redes e farmácias de manipulação, além de comércio de produtos hospitalares, encontrou casos de falta de antibióticos como amoxicilina - sobretudo na versão infantil - e azitromicina e também de xaropes contra tosse, que apresentaram maior demanda diante do aumento de doenças respiratórias no inverno.
"Já procurei o Frontal (nome comercial do alprazolam) no Núcleo Bandeirante, no Gama, em Santa Maria (regiões administrativas do Distrito Federal) e, agora, na Rua das Farmácias. Não encontrei até agora", lamenta a administradora Carla Chaves, que conta passar pelo problema a cada dois meses em busca do antidepressivo para o pai.
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), contudo, nega o risco de desabastecimento. Segundo a entidade, que reúne empresas com mais de 95% do mercado nacional de remédios, é preciso modernizar a regulação de preços dos medicamentos - definidos pela CMED - para adequar os custos, que foram influenciados pela pandemia. A pandemia intensificou o cenário "quando os preços internacionais de IFAs e logística explodiram, precipitando o problema atual".
"Por causa de um controle de preços que vigora há 19 anos, ultrapassado e desconectado da realidade, os preços de inúmeros medicamentos tradicionais e confiáveis, de uso disseminado em clínicas e hospitais no país, ficaram defasados, enquanto subiam gradativamente os preços de IFAs (insumos farmacêuticos ativos), embalagens (frascos, vidros etc.) e outras matérias-primas importadas e cotadas em moeda forte", diz a nota do Sindusfarma.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou que nenhuma rede associada notificou "escassez generalizada de medicamentos". Já a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) diz que não se pronuncia sobre o assunto.
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ISTOÉ
'Órfãos' dos planos de saúde recorrem a healthtechs, que dobram no Brasil
Após perder o plano de saúde por causa do desemprego ou das altas mensalidades, clientes encaram as healthtechs como alternativa ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número de startups que oferecem o serviço no Brasil praticamente dobrou nos últimos quatro anos, segundo levantamento da plataforma de inovação Distrito.
Pacientes traumatizados por experiências ruins na relação com médicos e operadoras tradicionais vêm elogiando o acolhimento dos prestadores de serviço das healthtechs, o intenso uso de tecnologia e os preços mais baixos. Mas nem todos os clientes se adaptam ao novo modelo e há, entre especialistas, dúvidas sobre o futuro financeiro das empresas.
Até o fim de junho, havia 34 healthtechs desse tipo em operação no País. No fim de 2018, eram 18. Segundo algumas das principais empresas do setor (QSaúde, Sami, Alice e Kipp Saúde, do Grupo Omint), houve alta da procura e da efetivação dos contratos nos últimos dois anos. Muitos dos clientes dessas empresas estavam sem cobertura de saúde suplementar antes de contratá-las. De quase 9 mil clientes da Sami, mais de 75% não tinham plano. Quase metade (45%) dos cerca de 13 mil clientes da QSaúde estava na mesma situação.
"A procura dos consumidores por healthtechs tem aumentado, assim como a familiaridade e a satisfação com esse tipo de empresa digital", diz o médico Vitor Asseituno, presidente e co-fundador da Sami. Lá, 75% dos atendimentos feitos pelos times de saúde (formados por médico de família, enfermeiro e coordenador de cuidado) são na via digital.
Sob o conceito de atenção primária, cuja lógica é acompanhar clientes para prevenir e evitar o agravamento de doenças e, assim, reduzir custos, elas representam concorrência saudável a operadoras convencionais e causam mudança de práticas da saúde suplementar.
O total de clientes da operadora Alice cresceu dez vezes de dezembro de 2020 a dezembro de 2021, diz a empresa. De 674 membros para 6 mil. Hoje, tem cerca de 10 mil membros.
"Buscamos promover a saúde de maneira mais humana e eficiente para nossos membros", diz André Florence, CEO e co-fundador da empresa. O modelo da Alice tem quatro pilares: foco em atenção primária e coordenação de cuidado; acompanhamento próximo de todas as necessidades de saúde do cliente; intenso uso de tecnologia e remuneração dos prestadores conforme a satisfação do cliente e o desfecho clínico alcançado.
Acolhimento
Após pedir demissão da empresa onde trabalhou por 20 anos e abrir mão de plano, carro e outros benefícios, a empresária Charmene de Cara, de 38 anos, pesquisou as propostas das startups e escolheu a Alice. "Desconfio de convênios porque tenho doenças crônicas e sofri muito com a saúde suplementar", diz. "Acho que os médicos da Alice fazem 'intensivão' em empatia. Nunca me senti tão acolhida e vi minha saúde ser cuidada de forma global. O plano aceitou até incluir na mensalidade a assessoria de corrida que eu pagava à parte", afirma.
Segundo Vanessa Gordilho, diretora-geral da QSaúde, um desafio tem sido apresentar ao público o modelo. "Enquanto planos tradicionais pouco ou nada sabem sobre seus clientes, apenas pagam despesas e depois repassam gastos para o reajuste anual, acompanhamos o prontuárxio de cada cliente para cuidar efetivamente da sua saúde." Lançada em outubro de 2020, auge da pandemia, a QSaúde alcançou cerca de 13 mil clientes, em 2022, cerca de mil novas vidas por mês.
"Ter plano de saúde está no topo dos benefícios mais desejados pelos brasileiros. A Kipp Saúde foi planejada para pessoas que buscam atendimento efetivo, mais tecnológico e facilitado", diz Cícero Barreto, diretor comercial e de marketing do Grupo Omint.
Futuro
Para quem exige acesso direto a médicos especialistas e uma lista com muitos hospitais e laboratórios, startups podem não ser boa opção. Em geral, elas têm contratos com número limitado de prestadores de serviço e algumas dão remuneração atrativa a especialistas que aceitam atender clientes delas com exclusividade. Assim, garantem que o médico prescreva medicamentos conforme lista combinada previamente (em geral, remédio de bons resultados de saúde a preço aceitável) e não pedem exames em excesso e procedimentos desnecessários.
Para especialistas, é impossível exercer esse controle se um plano oferece dezenas de hospitais e centenas de médicos. "Healthtechs têm redes enxutas, mas não é necessariamente ruim. É o futuro", diz Gustavo Gusso, da Faculdade de Medicina da USP. "Em 10 anos, provavelmente as grandes operadoras também oferecerão poucos prestadores. Do contrário, os planos serão inviáveis. Precisamos nos acostumar com essa mudança."
Apesar da boa impressão inicial relatada por clientes, há dúvidas sobre o modelo de negócio. A Sami demitiu 75 funcionários (15% do quadro) em junho. A base da saúde suplementar é o mutualismo, assim como na seguridade social. Planos coletam dinheiro dos saudáveis e usam para pagar a conta dos doentes. É bem difícil ter mutualidade com menos de 30 mil clientes (marca que nenhuma healthtech atingiu).
Se um plano tem 300 pessoas e uma delas sofre acidente e fica longo tempo na UTI, o reajuste será elevadíssimo porque o custo do tratamento será rateado entre os membros desse pequeno grupo. Não se sabe também se a necessidade de passar pela equipe de atenção primária representará um filtro tão fechado a ponto de o paciente não chegar aos especialistas, caso adoeça e precise de recursos dispendiosos.
Cliente da Sami, a fisioterapeuta Alana Pereira Bastos, de 26 anos diz estar satisfeita com o atendimento, os agendamentos pelo celular e o acesso a bons hospitais, mas aconselha avaliar bem. "Como não tenho doença que exija tratamento longo e dispendioso, achei que valia a pena a mensalidade baixa e correr o risco de a empresa não dar certo e os clientes ficarem sem assistência", diz. "Para a pessoa com doença grave, é preciso refletir bem e avaliar prós e contras."
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PORTAL TERRA
Plataforma permite cirurgia pra quem não tem plano de saúde
Por meio da tecnologia, plataforma conecta clientes que sofrem com a espera na saúde pública
Quem sofre com o atendimento deficiente do SUS sabe a dificuldade que é em situações especiais, como a necessidade de uma cirurgia. Como 70% da população brasileira não tem plano de saúde, a tecnologia pode ser aliada para essas situações.
Presente inicialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, a plataforma Vidia promete conectar hospitais particulares a pessoas que necessitam de cirurgias eletivas, mas não têm plano de saúde ou cujos planos de saúde não cobrem.
O que chama atenção de imediato é que todos os custos estão inclusos na hora da contratação, incluindo exames pré-operatórios e estadia hospitalar. O objetivo aqui é usar os centros cirúrgicos que, segundo levantamento realizado pela Planisa, estão ociosos em aproximadamente 60% do tempo.
"Embora o SUS seja eficiente em muitas frentes, ele foi desenhado para atender apenas um terço do volume que recebe hoje. Com a pandemia, o problema se agravou", explica Thiago Bonini, CEO e cofundador da healthtech. "Somente entre 2020 e 2021, o sistema deixou de realizar quase 2 milhões de procedimentos, segundo dados do Ministério da Saúde. E a Vidia ajuda pessoas desassistidas a terem acesso a esses serviços."
O segredo está no uso da tecnologia
"Conectamos as pessoas aos pacotes cirúrgicos oferecidos pelos hospitais parceiros, desta forma conseguimos trazer agilidade e concluir todo o processo em poucas semanas, em alguns casos, em poucos dias", esclarece Eduardo Cerqueira, CIO e cofundador da Vidia.
Obviamente, a forma de pagamento também é uma preocupação onipresente quando se trata de uma cirurgia. A plataforma, porém, oferece até a possibilidade de fazer uma vaquinha virtual para levantar fundos para uma cirurgia além dos métodos convencionais, como cartão de crédito, débito, boleto, boleto parcelado, financiamento e crédito com garantia.
"Sabemos que o valor de uma cirurgia pode ser inviável para uma pessoa que está na fila do SUS, então além de oferecer diversas formas de pagamento, criamos a vaquinha virtual pela qual é possível arrecadar os valores de familiares e amigos que queiram ajudar, de forma rápida, simples e segura, sem precisar desembolsar nenhum valor", complementa Bonini.
Para finalizar, vale lembrar que a plataforma contempla cirurgias gerais como a de pedra na vesícula e hérnias abdominais, cirurgias ginecológicas como a histerectomia, urológicas como a reversão de vasectomia, oftalmológicas como catarata e refrativa de miopia.
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A REDAÇÃO
Goiás confirma dois primeiros casos de varíola dos macacos
Goiás tem dois casos confirmados de varíola dos macacos. Informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), divulgadas neste sábado (9/7), indicam que os pacientes moram em Aparecida de Goiânia.
Os homens que contraíram a doença têm 33 e 34 anos. "Ambos estão em isolamento domiciliar, com boa evolução do quadro e sendo monitorados diariamente pela Vigilância em Saúde", informou a secretaria, em nota.
Até sexta-feira, eram seis casos suspeitos no Estado. Além dos dois em Aparecida, confirmados hoje, há três sob investigação em Goiânia e um em Mineiros. Pessoas com suspeita da doença e outras que tiveram contato com elas são rastreadas e monitoradas pela Vigilância Epidemiológica de cada município.
A SES-GO reforça que os critérios para definição de caso suspeito estão ligados ao início súbito de erupção cutânea aguda, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia ou relato de febre.
A pasta ainda orienta para procurar unidades de saúde caso haja:
- Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de Monkeypox, nome técnico de varíola dos macacos, nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas, ou
-Ter vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de Monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas, ou
- Ter vínculo epidemiológico com casos confirmados da doença, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas, ou
- Histórico de contato íntimo com desconhecido/a (s) e/ou parceiro/a(s) causal(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas.
O processo de investigação da doença inclui a coleta de amostras do paciente. Elas são encaminhadas para o Laboratório Estadual Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). Algumas amostras para diagnóstico diferencial são analisadas no próprio Lacen e outras, encaminhadas pelo Lacen ao laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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O HOJE
Veja como pesquisa e uso da cannabis avançaram no Brasil nos últimos 10 anos
Por: Rodrigo Melo
Nos últimos 10 anos, as pesquisas e o uso legal de cannabis medicinal aumentaram significamente no Brasil. Segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o avanço acompanha a tendência mundial de regulamentação de medicamentos feitos à base da planta, popularmente conhecida como maconha.
“Isso acontece muito pela ação de familiares de pacientes, de pacientes organizados em associações, isso está crescendo muito. São dezenas de milhares de pessoas que fazem tratamento medicinal com cannabis, isso não existia há 10 anos atrás. Tem um monte de gente que tem autorização para importar, que consegue comprar na farmácia, embora seja caríssimo”, apontou Sidarta.
O professor participou do seminário internacional Cannabis amanhã: um olhar para o futuro, que ocorreu neste sábado (9/7) e domingo (10). no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi).
Tradição e proibição
Para o Ribeiro, a proibição da cannabis no Brasil não cumpriu o que prometeu – diminuir o uso recreativo da substância e a violência envolvida no mercado ilegal da planta – e isso está sendo percebido pela população.
“As pessoas estão se conscientizando de que foram enganadas, de que muita injustiça foi cometida em nome dessa guerra contra a maconha e que, na verdade, se elas precisam, ou se algum familiar, algum amigo precisa dessa substância para lidar com situações de vida ou morte, elas são capazes de romper as amarras desse difamação que a maconha sofreu por muitas décadas.”
Também palestrante no evento, o líder indigenista e ambientalista Ailton Krenak lembra que a cannabis foi introduzida no Brasil pelos povos africanos e, depois incorporada aos rituais de alguns povos indígenas há 300 anos.
“A gente não pode naturalizar a ideia de que a cannabis integra o repertório de conhecimento dos povos originários daqui da América do Sul. Ela não é nativa daqui, ela veio para cá com os povos que vieram da África, né? Tem gente que acha que ela entrou pelo Caribe, pela América Central, tem outros historiadores que dizem que os povos que vieram do Benim, da África, levaram ela para o Maranhão e daí ela entrou na Amazônia.”
Krenak destaca a importância das plantas medicinais no saber tradicional dos povos originários, muitas cantadas em rituais tradicionais e outras integrantes de mitos fundadores desses povos.
“O uso medicinal e o uso ritualístico, ele foi integrado a outras práticas, assim como a jurema. A jurema é daqui, é nativa, os povos indígenas do Nordeste têm os rituais da jurema e assimilaram essa planta que veio da África como uma planta que é parente da jurema”.
Associação
A advogada Margarete Brito, fundadora e diretora da Apepi, explica que a associação foi criada em 2014 para ajudar familiares e pacientes que viram na cannabis medicinal uma grande melhora na qualidade de vida de pessoas com doenças rara e neurológicas, como epilepsia. A família dela foi a primeira a conseguir autorização judicial para plantar a maconha e extrair o óleo medicinal em casa e, depois disso, criou a Apepi para ajudar outros pacientes. Atualmente, a associação fornece o óleo para quase 4 mil pacientes.
Este é o terceiro evento que a associação promove em parceria com a Fiocruz, sendo o primeiro em 2018. De acordo com Brito, os palestrantes apresentaram muitos avanços nas pesquisas, esclarecimento médico e no uso da cannabis medicinal no país.
“Até por relato de participantes, médicos, pesquisadores que estão nessa edição, dizendo o quanto o debate avançou. As associações já estão conseguindo plantar e abrir espaço para pesquisa. Hoje, a Apepi tem parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e com a Unicamp, que faz a dosagem de todos os óleos. No último seminário, em 2019, isso nem existia.”
Ela destaca a importância de se amadurecer o debate em torno da maconha medicinal, até para baratear o acesso aos medicamentos, ainda muito caros. Para a advogada, o preço pode baixar com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 399/15, que regulamenta o plantio de Cannabis sativa para fins medicinais e a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta. O PL foi aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados no mês passado, mas que teve o trâmite novamente interrompido.
“Ainda é muito caro. Além de melhorar o acesso, você gera riqueza para o país, né? Porque hoje existem inúmeras pessoas que ainda usam o produto que vem lá de fora, pagando em dólar. Como o Sidarta diz, é igual você importar mandioca para fazer farinha.”
Pesquisa
O médico sanitarista e assessor de relações institucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, explica que a Fiocruz pretende implantar ações para induzir a pesquisa na área, com o objetivo de possibilitar o uso da cannabis medicinal como um recurso para a saúde pública.
“A gente está formulando uma proposta de indução de pesquisas e estudos amplos nessa área, estudos interdisciplinares, pegando no campo biológico, dos estudos clínicos e também das ciências sociais. A ideia é induzir estudos voltados para essa questão do uso medicinal da cannabis, com a constituição de plataformas de análise e a criação de um grupo de trabalho permanente com o pessoal das universidades e da sociedade civil, que trabalhe uma agenda combinada das instituições para esse enfrentamento das dificuldades do uso da cannabis”.
Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que canabinoides são eficazes no tratamento de doenças neurológicas.
Estudos indicam parkinson, glaucoma, depressão, autismo e epilepsia. Além disso, há evidências da eficácia dos canabinoides contra dores crônicas, em efeitos antitumorais e também contra enjoos causados pela quimioterapia, além da aplicação no tratamento da espasticidade causada pela esclerose múltipla.
Os canabinoides também demonstraram evidências de que são efetivos para o tratamento da fibromialgia, distúrbios do sono, aumento do apetite e diminuição da perda de peso em pacientes com HIV; melhora nos sintomas de síndrome de Tourette, ansiedade e para a melhora nos sintomas de transtornos pós-traumáticos.
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PORTAL FUTURE HEALTH
Reconhecimento facial monitora o bem-estar de pacientes
A DOC24 acompanha o bem-estar de pacientes escaneando seus rostos e usando esses dados para alimentar uma promissora inteligência artificial. A mesma tecnologia usada para desbloquear celulares por meio de leitura facial está sendo aplicada para monitoramento do bem-estar de clientes do setor de saúde.
Chamada de WellnessTest, a tecnologia transdérmica escaneia o rosto de uma pessoa acessando a câmera de smartphones, tablets ou computadores por 30 segundos. Os dados são incorporados a uma inteligência artificial (IA) que consegue ler, medir, compreender e detectar padrões de respiração e de pigmentação da pele.
Antes do reconhecimento facial, contudo, o sistema pede algumas informações, como sexo, altura, peso, se é fumante, se tem hipertensão diagnosticada e alguma doença respiratória.
"A partir das respostas do paciente e do monitoramento por câmera, a tecnologia cruza as informações com a inteligência artificial para gerar uma série de indicadores como frequência cardíaca e respiratória, nível de oxigenação, índice de estresse, pressão arterial, riscos de doenças cardiovasculares e de AVC, entre outros", afirma Fernando Ferrari, diretor-geral no Brasil da DOC24, empresa de saúde digital, que oferece diversos serviços, entre eles, uma plataforma de telemedicina para o segmento corporativo.
Tecnologia sob medida
A aplicação do reconhecimento facial na saúde, neste caso, aconteceu porque a DOC24 queria desenvolver algo que agilizasse o trabalho dos médicos e o serviço da triagem nos hospitais e clínicas.
De acordo com Ferrari, o reconhecimento facial para monitorar a saúde de pacientes já é usado em países como o Canadá, Reino Unido e Israel. E foi com essa tecnologia vinda de fora que eles começaram a dar os primeiros passos da WellnessTest. Em seguida, foi preciso aprimorar as informações com base no biotipo do brasileiro
"Estudamos características da pele, da luminosidade, exposição ao sol e outros fatores. Em seguida, foram feitos testes com escaneamento da face de diversas pessoas. Reunimos todas essas informações para criarmos o banco de dados da inteligência artificial", explica o diretor-geral.
Ainda de acordo com Ferrari, o reconhecimento facial feito por um brasileiro no Reino Unido, por exemplo, não será tão preciso quanto o realizado por aqui, já que as características físicas catalogadas das pessoas nascidas no Brasil é que alimentam a IA.
Serviço multifuncional
As perguntas que precedem o escaneamento facial podem ser personalizadas de acordo com a necessidade de cada cliente. "Para uma seguradora de vida, por exemplo, que usa essa informação como base para aceitar ou não um novo cliente, a empresa pode pedir para acrescentarmos novos critérios e ajustarmos com os dados pedidos pelo sistema", acrescenta Ferrari.
O diretor-geral afirma que o WellnessTest tem sido visto como uma plataforma de bem-estar orientativa:
"Isso nos permite oferecer serviços para companhias de seguro, operadoras de saúde e outras empresas preocupadas com a qualidade de vida dos seus colaboradores", conta.
Qualidade de vida em tempo real
O uso da ferramenta para entender mais sobre a saúde do paciente ou do colaborador traz diversas benfeitorias às empresas que contratam o serviço. No caso do setor de saúde, por exemplo, essa nova tecnologia leva mais informações aos médicos.
"O sistema de triagem, já tradicionalmente implantado com sucesso na recepção da maioria dos hospitais, pode ser aperfeiçoado com a inclusão do WellnessTest", argumenta Ferrari.
No caso das seguradoras, o diretor-geral explica que o novo serviço contribuirá para melhorar a precificação e a aceitação de risco. E para as empresas, o WellnessTest torna mais fácil avaliar e acompanhar o bem estar dos seus colaboradores.
"Isso porque, de posse das informações geradas, será possível promover ações específicas para a melhoria da qualidade de vida de uma determinada população, o que ajuda no combate ao absenteísmo e, ao mesmo tempo, melhorar a produtividade", esclarece Ferrari.
Telemedicina raiz
Fundada na Argentina, em 2016, a DOC24 chegou ao Brasil em 2019 com a promessa de entregar aos clientes um sistema de telemedicina totalmente personalizado.
"Conectamos pacientes, médicos, provedores e parceiros através de uma plataforma capaz de se adaptar às demandas com agilidade e oferecer soluções desenhadas especialmente para atender projetos específicos", conta o diretor-geral.
E com quase 3 anos de sua fundação, atualmente a healthtech já conta com mais de 15 milhões de beneficiários na América Latina, com um volume superior a 200 mil consultas por mês.
Entre as empresas que adquiriram a plataforma de reconhecimento facial encontram-se a Prudential e a Unimed Grande Florianópolis.
Em relação ao sistema de telemedicina, o diretor-geral destaca algumas empresas do setor de saúde como a BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP), o Hospital da Criança de Brasília, o Hospital Ernesto Dornelles, no Rio Grande do Sul (RS) e o Sistema Unimed, que atua como operadora de plano de saúde.
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CORREIO BRAZILIENSE
Proposta de redução na carga horária de trabalho tramita há 20 anos
A redução da jornada de trabalho semanal para quatro dias sem alteração salarial é realidade para milhares de trabalhadores de economias desenvolvidas, como em países da Europa -- Bélgica, Espanha, França, Islândia --, na Nova Zelândia, nos Emirados dos Árabes Unidos e no Japão. Apesar da mudança ter sido adotada em outras partes do mundo, no Brasil, as experiências do tipo ainda são limitadas às poucas empresas privadas que decidiram implementar a rotina.
Na Câmara há mais de 20 anos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 231/1995, que propõe alterar a carga horária máxima prevista na Constituição Federal, de 44 para 40 horas semanais, nunca chegou a ser votada. Aprovada com apoio de todas as centrais sindicais, a matéria teve autoria do então deputado do PCdoB do Ceará Inácio Arruda e enfrentou diversas análises desde 1995. Foi arquivada e desarquivada várias vezes até 2009, quando teve aprovação em comissão especial. Desde então, aguarda acordo para que seja iniciada a votação em primeiro turno.
Atualmente Secretário da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará, Arruda recorda o surgimento da PEC. "Estive na Assembleia Constituinte. A proposta, na época, era de 40 horas. Foi uma das disputas mais acirradas na votação. No final, ficaram 44, que já considerávamos um exagero. O fato de ter uma escala grande de hora extra leva muitas pessoas a ter uma jornada superior a 50 horas de trabalho. Foi por isso que, em 1995, criei a PEC", conta o ex-deputado.
Além da redução de horas, o texto prevê que o extra seja 75% superior à hora normal. A Constituição brasileira, atualmente, determina um acréscimo de, no mínimo, 50%. A PEC precisa ser aprovada em dois turnos de votação, na Câmara e no Senado nacional.
Arruda admite que as chances de votação eram maiores logo após à época em que foi aprovada em comissão especial. Para ele, hoje, a Câmara se apresenta, em sua maioria, "quase que inimiga do mundo do trabalho". Apesar disso, ele continua considerando a redução da jornada de trabalho um debate fundamental, que deve emergir nos próximos anos, principalmente, "para garantir uma inclusão maior de trabalhadores no mercado de trabalho".
Cenário favorávelDe acordo com o advogado trabalhista Alexandre Fragoso, existe, no Brasil, um "ambiente legislativo propício" para a adoção da semana com quatro dias úteis. Isso porque o artigo 7º da Constituição determina apenas um limite máximo de horas e dias a serem trabalhados. A determinação é de que não se ultrapasse 10 horas diárias -- oito horas normais e duas suplementares -- e 56 horas semanais -- 44 normais e 12 suplementares. "Abaixo disso (das 44 horas semanais), posso fazer o que quiser. Então, não preciso fazer grandes mudanças, porque já existe um ambiente legislativo propício", explica. Mas a implementação da semana com quatro dias úteis como via de regra no mercado de trabalho brasileiro não parece estar próxima. Para Fragoso, é preciso ter cautela, porque um benefício na legislação trabalhista não pode simplesmente ser tirado ou reprimido.
Ari Aloraldo do Nascimento, secretário nacional das Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destaca que a redução da jornada de trabalho sem alteração salarial é uma pauta histórica da organização. "Associamos a redução da jornada à questão dos avanços tecnológicos que desempregam milhares de pessoas [...] É uma forma de amenizar a questão do desemprego, já que oportuniza mais pessoas a ter acesso ao mercado de trabalho. Também tem a ver com o recorte da saúde do trabalhador", afirma. Para o sindicalista, hoje, no Brasil, temos uma conjuntura que está muito próxima da selvageria das relações de trabalho. A solução seria a alteração na lei. "Nós achamos que uma nova legislação tem que garantir a liberdade de fazermos nossa negociação coletiva", declara.
De acordo com o diretor jurídico da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Wolnei Ferreira, a entidade não é a favor da redução e acredita que a questão deve passar por um amplo debate. "A nossa defesa é que deve ser uma decisão individual, empresa por empresa, aquelas que têm condição e possam adotar. Em termos gerais de regulamentação legal, não somos favoráveis. Isso colocaria em risco a competitividade do Brasil", ressalta. Ferreira afirma que a baixa produtividade brasileira, somada ao déficit de mão de obra qualificada no país, dificultaria a mudança nas horas semanais trabalhadas. "Se nós reduzirmos a jornada de trabalho, o que vai acontecer é que o trabalhador vai se comprometer em outros empregos e vai, inclusive, piorar sua saúde. O trabalhador com mais tempo livre, busca aumentar sua renda", argumenta.
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GAZETA WEB
Terapia de prevenção ao HIV perde 39% dos pacientes em 4 anos
De 2018 para cá, 39% dos usuários da Prep (profilaxia pré-exposição) no Brasil interromperam essa forma de evitar infecções por HIV. Entre os usuários atuais, jovens e pessoas com baixa escolaridade representam número pequeno de pacientes atendidos.
A Prep consiste em tomar diariamente a combinação dos antirretrovirais tenofovir e entricitabina, medicamentos eficazes contra o HIV. Ao fazer isso, o usuário evita a infecção pelo vírus.
O método foi aprovado para incorporação no SUS (Sistema Único de Saúde) em maio de 2017. Segundo os dados do Painel Prep, vinculado ao Ministério da Saúde, em janeiro de 2018 o método contava com mais de 64 mil pacientes atendidos. Em abril deste ano, o número caiu para 39 mil.
O Ministério da Saúde diz, em nota à Folha, que a Prep deve ser utilizada enquanto a pessoa estiver em risco de infecção pelo HIV. Além disso, a pasta afirma que toma medidas para reduzir barreiras de acesso, como disponibilização de teleatendimento para os usuários do serviço.
Estudos indicam alta eficácia do método: um deles concluiu que a Prep reduziu 95% de incidência do HIV em participantes com níveis sanguíneos detectáveis do medicamento -ou seja, com adesão constante à prevenção.
Por isso, os dados que indicam a queda da profilaxia preocupa especialistas. "Não conseguimos ter uma cobertura boa do uso da Prep. Ela teria que ser maior e atingir os mais jovens", afirma Alexandre Grangeiro, ex-diretor do programa nacional de HIV/Aids e pesquisador científico da Faculdade de Medicina da USP.
Grangeiro coordena estudos sobre Prep em adolescentes e adultos. Ele diz que a profilaxia precisa ser utilizada largamente para diminuir a incidência do vírus. "Se uma pessoa usar Prep, ela está protegendo somente a si mesmo."
"Não basta que se inicie a Prep, é preciso permanecer ao longo do tempo. Essa alta taxa de interrupção vai diminuindo a efetividade da profilaxia do ponto de vista da redução de incidência", acrescenta.
Ele chama a atenção para a necessidade de haver uma maior disseminação do método especialmente entre os mais jovens. Segundo ele, o risco de infecção por HIV é maior nos anos iniciais da vida sexual e, por isso, os mais jovens são um grupo de grande risco.
Segundo o painel Prep, dos usuários atuais da profilaxia, somente 12% são pessoas entre 18 e 24 anos. Em adolescentes, a Prep para maiores de 15 anos foi indicada em uma recomendação de dezembro de 2021 da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS).
A disponibilidade para esse público ainda está em implementação, diz o Ministério da Saúde. "O protocolo clínico da Prep está em processo de atualização e vai contar com estratégias para contemplar o público mais jovem."
A pouca participação dos mais jovens no uso da Prep também é ressaltada por Maria Amélia Veras, professora do departamento de saúde coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Ela afirma que é importante um programa educacional que informe sobre a profilaxia para evitar a baixa adesão ao método. "Isso precisa ir às escolas."
Inclusive, a escolaridade é um ponto que chama atenção nos dados de usuários da Prep. Atualmente, 72% daqueles que utilizam o serviço têm 12 anos ou mais de educação. Em contrapartida, pessoas com 0 a 3 anos de estudo formal representam cerca de 1%.
Razões de abandono da Prep Em relação à queda de 39% dos usuários nos últimos quatro anos, Veras defende uma investigação aprofundada. "O dado gera um alerta. Vai caber [...] identificar quem são as pessoas que descontinuaram e quais são as razões."
A professora diz que a interrupção pode estar associada a uma mudança no comportamento dos usuários. Um exemplo é o início de uma relação monogâmica em que os parceiros tenham testes negativos para HIV.
No entanto, outros motivos podem ser materiais. Um caso é se a pessoa parou de utilizar o serviço por falta de dinheiro para se deslocar até os centros de saúde. Também há problemas relacionados à rotina de cada pessoa, já que é necessário fazer exames periódicos e ir aos locais de dispensação para receber o medicamento.
"É preciso pensar nas barreiras que podem ser materiais no sentido de as pessoas não conseguirem chegar às unidades de saúde", afirma Veras.
Essa foi a situação do atendente Gabriel de Paula, 19. Assim que completou 18 anos, ele iniciou uma vida sexual mais constante e viu na Prep uma forma de se proteger do HIV. Antes disso, o jovem sabia pouco sobre a profilaxia.
Ele conta que iniciar o uso do medicamento foi fácil. Manter a rotina de se dirigir ao centro de saúde que o atendia também não era difícil no começo -mesmo que o deslocamento levasse em torno de duas horas.
O cenário mudou quando ele trocou de horário no trabalho. O centro que o atendia só funcionava no período da tarde. De início, o jovem trabalhava somente pela manhã, mas, quando começou a trabalhar à tarde, ficou difícil.
"Eu fiquei um mês sem utilizar, eu não conseguia buscar por causa da rotina", afirma.
O que diz o Ministério da Saúde Em notas enviadas à Folha, o Ministério da Saúde diz que a Prep deve ser utilizada quando há risco de infecção pelo HIV e que tomou medidas para facilitar o acesso e continuidade. Uma das ações foi a ampliação do tempo de dispensa do medicamento de 1 para 4 meses. "A iniciativa reduz a frequência de ida dos usuários aos serviços de saúde, facilitando a manutenção do uso da profilaxia."
O ministério acrescenta que há o uso do teleatendimento para auxiliar no acesso e manutenção da Prep e que realiza oficinas nos estados para capacitar profissionais de saúde. Também afirma que a busca pela profilaxia subiu. "Entre março de 2021 e abril de 2022, o número de usuários de Prep dobrou."
Questionada sobre as razões que levaram à descontinuidade dos usuários da profilaxia entre 2018 e 2022, a pasta diz que a interrupção deve ser discutida pelo paciente com um profissional de saúde. Para aqueles que param de utilizar a profilaxia, o ministério da Saúde recomenda a realização de um teste de HIV em quatro semanas a partir da interrupção.
Como a Prep funciona?
A profilaxia consiste nos antirretrovirais tenofovir e entricitabina combinados em um comprimido. O usuário consome uma pílula por dia para evitar a replicação do HIV caso seja exposto ao vírus. No primeiro dia do uso da Prep, a pessoa utiliza dois comprimidos, conforme uma revisão da Conitec.
Para quem ela é recomendada?
Alguns grupos são prioritários para uso da Prep, como homens que fazem sexo com outros homens, trabalhadoras do sexo e mulheres trans. No entanto, em relatório de 2021, a Conitec explica que a profilaxia é considerada para qualquer adulto com vida sexual ativa, observando aspectos como práticas sexuais, número de parcerias, uso inconsistente de preservativo e desejo pessoal de aderir a Prep.
Como iniciar o uso da Prep?
A primeira etapa é se dirigir a um serviço de saúde público que oferte a profilaxia. O Ministério da Saúde disponibiliza uma página na internet com os endereços. Já no atendimento, os profissionais conversam com a pessoa para explicar sobre a Prep e entender das suas práticas sexuais. Também são feitos alguns exames -indivíduos soropositivos não estão aptos à profilaxia, por exemplo.
Depois que começar com a Prep, é possível abandonar outras formas de prevenção?
A Prep faz parte da prevenção combinada, um modelo baseado em diferentes métodos para evitar a transmissão do HIV. Outros mecanismos da prevenção combinada são o uso de camisinha e testagem constante para ISTs. Além disso, a Prep é eficiente somente na prevenção do HIV. Para outras ISTs, esse método não evita a transmissão.
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Assessoria de Comunicação