Postado em: 07/07/2022

Artigo - Plano de saúde x plano de doença

Confira o artigo do presidente da Ahpaceg e também do Conselho Setorial de Saúde da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Haikal Helou, publicado no jornal A Redação:

 

Artigo - Plano de saúde x plano de doença

 

Nunca ouviu falar em Plano de Doença? Não conhece isso? Afirmo que conhece, mas com outro nome.
 

O País inteiro foi envolvido em uma discussão nas últimas semanas e opinou sobre algo que pouco ou nada conhece e o fez porque sentiu na carne as consequências de um sistema que está doente e precisa ser tratado, o sistema de saúde suplementar e o reajuste dos planos de saúde muito acima da inflação e dos reajustes salariais.
 

Bastava entrar na área de opinião do leitor de qualquer veículo sério de comunicação para ler coisas do tipo: “Meu salário não aumentou nessa proporção e por ganância das operadoras ficarei sem assistência médica”, mas sem se aprofundar no assunto. Por quê aumentou? Para onde vai o dinheiro que eu pago? Se o negócio é tão bom, por que as operadoras estão no vermelho e fechando?

 

A explicação é simples, o sistema perdeu sustentabilidade. Como? Alto custo da tecnologia médica (novos exames e medicamentos), envelhecimento da população, judicialização de usuários que querem receber o que não contrataram e principalmente um grande desperdício dos recursos instalados, é aí que entra o plano de doença!
 

Algumas doenças que tratamos hoje poderiam ser prevenidas, com exercícios diários, exames regulares, sem tabagismo e uma boa dieta, o que convenhamos todo mundo sabe e poucos seguem. O que normalmente acontece é: pago um plano de assistência médica e não o utilizo até que tenha um problema (trauma, infecção, desmaio, dor de cabeça...) aí procurarei um especialista ou um pronto-socorro e começará a via crúcis que tornou o sistema impagável. Vou citar um exemplo muito comum.

 

O paciente acorda com uma dor de cabeça muito forte. Com dor e medo, procura um neurologista (afinal de contas a dor é na cabeça). O colega examinará e pedirá os exames complementares pertinentes. Descobrirá que o paciente tem cefaleia como consequência de uma hipertensão arterial que provavelmente já tem há muito tempo, mas estava silenciosa. O encaminhará para o cardiologista, que, após uma boa consulta e mais exames, o mandará para um fisiatra e um nutrólogo, poque o paciente está obeso e sedentário... Mais consultas, mais exames... Some o tempo, o número de consultas e os exames complementares feitos e verá o porquê o sistema está colapsando.
 

 

Qual a saída? Primeiro o que todos sabemos, tenha hábitos saudáveis, faça exercícios, se alimente bem e não fume. Diga à sua operadora que quer um médico para chamar de seu, um médico de família, aqueles que saberão toda a sua história, que cuidarão de você sempre, independentemente de estar sentindo algo ou não e que só te encaminhará para um especialista se realmente precisar.



Isso chamamos de Atendimento Integral à Saúde e não é feito para gerar economia, mas para melhorar a assistência, evitando desperdícios de tempo e dinheiro e por tabela gerando economia.
 

Quando todos entenderem que o resultado é uma somatória de esforços em que o paciente, os profissionais da saúde, prestadores, as operadoras e quem paga por tudo isso, seja pessoa física, seja a empresa que quer o bem-estar do seu funcionário, teremos um Plano de Saúde e ele será sustentável e pagável.