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Segunda, 30 Dezembro 2024 10:15

CLIPPING AHPACEG 27 A 30/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde voltam a crescer com aumento do emprego e da renda

Medicina diagnóstica reduz geração de resíduos e investe em práticas ESG

Governo divulga calendário de feriados e pontos facultativos em 2025; veja datas

Clínica de influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado, diz polícia

Envelhecimento populacional expõe desigualdades e é desafio para o Estado

BRASIL 247

Planos de saúde voltam a crescer com aumento do emprego e da renda


Segundo informações divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, os planos de saúde no Brasil devem encerrar 2024 com 865 mil novos beneficiários na modalidade médico-hospitalar, alcançando a marca de 51,7 milhões de vidas cobertas. A previsão da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa os principais grupos de operadoras de planos e seguros privados do setor no país, indicaria o maior número de usuários desde o ano 2000, quando foi iniciada a série histórica.

A estimativa representa um crescimento de 1,2% em relação ao final de 2023, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) contabilizava 50,8 milhões de beneficiários. Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde, ressaltou que "o resultado está alinhado ao aquecimento da atividade econômica no país e à redução da taxa de desemprego. E, consequentemente, à maior oferta de planos de saúde pelas empresas a seus colaboradores."

Além do aumento no número de beneficiários, a FenaSaúde tem direcionado esforços para combater a corrupção no sistema de saúde suplementar. A entidade estima que o setor sofre um prejuízo anual de R$ 34 bilhões devido a fraudes contra os planos de saúde. Para enfrentar esse desafio, a FenaSaúde estabeleceu uma parceria com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com o objetivo de treinar profissionais das operadoras para identificar movimentos suspeitos. Como resultado dessa colaboração, houve um aumento de 264% no número de operações denunciadas ao Coaf por suspeitas de irregularidades entre 2023 e 2024.

Vera Valente destacou ainda que "essas medidas não apenas contribuem para a sustentabilidade financeira dos planos de saúde, mas também reforçam a confiança dos beneficiários no sistema, garantindo um atendimento de qualidade e transparente."

Com a continuidade das melhorias econômicas sob o governo Lula 3, o setor de saúde suplementar espera manter seu crescimento, oferecendo cada vez mais opções nos serviços prestados aos brasileiros.

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MEDICINA S/A

Medicina diagnóstica reduz geração de resíduos e investe em práticas ESG

A gestão de resíduos é um dos pilares da agenda ESG para empresas que buscam sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. No âmbito da saúde e, mais especificamente, na medicina diagnóstica, a implementação de práticas adequadas de tratamento, descarte e redução de resíduos faz parte das ações para minimizar o impacto ambiental e atender às exigências regulatórias.

Segundo a sexta edição do Painel Abramed - O DNA do Diagnóstico, entre 2021 e 2023, a gestão de resíduos no setor de medicina diagnóstica mostrou avanços. Os resíduos comuns gerados pelos associados diminuíram 36,63% ao longo do período, enquanto os resíduos infectantes e perfurocortantes caíram 34,48%. Os resíduos químicos tiveram uma redução de 11,6%. Por outro lado, os rejeitos radioativos aumentaram 25,25% em 2022, mas caíram em 2023, acumulando uma redução de 58,34% em relação ao início do período.

É importante destacar que essas variações nos dois últimos anos são efeito da redução de unidades monitoradas, de 93% para 86%. Além disso, houve mudança no mix de empresas que responderam.

De qualquer forma, entre as iniciativas que podem explicar parte destas reduções, Fernanda Avila, membro do Comitê de ESG da Abramed e gerente ESG da Dasa, cita investimento em inovação tecnológica, treinamentos e parcerias. A tecnologia atua como uma aliada, seja na busca de novos métodos de tratamento de resíduos, seja na pesquisa de novos materiais que impactem menos o meio ambiente.

Como exemplo, laboratórios estão utilizando tubos menores e placas no processamento de amostras, o que reduz significativamente o uso de água e reagentes, diminuindo também a geração de resíduos. Além do benefício ambiental, essa prática melhora a experiência do paciente ao exigir volumes menores de amostras coletadas. "Neste ponto, os treinamentos são importantes, pois permitem compartilhar a responsabilidade para encontrar soluções", acrescenta Fernanda.

Para uma boa gestão de resíduos, é preciso que as pessoas compreendam o tema, seus desafios e impactos. Nesse processo, o papel das lideranças merece destaque, pois elas ensinam pelo exemplo, promovendo a conscientização e o engajamento. Importante lembrar que as práticas de ESG demandam intencionalidade e consistência para superar os desafios de implementação e garantir resultados efetivos a longo prazo.

Além das soluções tecnológicas e treinamentos, que são fundamentais, a gestão contínua e a mensuração dos resíduos também precisam ser priorizadas pelas equipes responsáveis pelo tema. "Elas possibilitam identificar e corrigir erros de processo, além de acelerarem as oportunidades de redução de resíduos de forma mais efetiva. Isso contribui para uma operação mais eficiente e responsável na escolha do investimento", diz.

Dados do Painel Abramed mostram que todas as empresas participantes possuem políticas de gestão de resíduos e oferecem treinamento sobre o tema, enquanto 84% promovem campanhas de conscientização e realizam inspeções ou auditorias internas para monitoramento das práticas. Além disso, 92% implementaram coleta seletiva, 54% reutilizam materiais e 76% reaproveitam recursos.

Em termos de metas específicas, 62% das associadas estabeleceram objetivos de redução de resíduos e realizam acompanhamento regular desses resultados, refletindo um compromisso crescente com a sustentabilidade no setor de medicina diagnóstica.

"Sempre digo que o ESG impacta as pessoas 'pelo amor ou pelo bolso'. Ambas são estratégias válidas, e a coexistência das duas é recomendável nas empresas. Campanhas e metas, por exemplo, são ferramentas que aceleram resultados, criam um ambiente propício à inovação e atraem soluções eficazes", comenta Fernanda.

Sobre o futuro, ela acredita que é importante dar mais relevância e direcionar mais investimentos às pesquisas e tecnologias voltadas para sustentabilidade. "Já existem muitas soluções interessantes disponíveis, mas o custo de implementação ainda é elevado em comparação àquelas que não focam no impacto positivo para o meio ambiente. Os desafios de sustentabilidade são complexos e exigem a colaboração de diversos setores. Não há uma 'bala de prata' para essas questões; os desafios são sistêmicos e estruturais, assim como suas soluções", diz.

Para lidar com esses desafios, são fundamentais espaços de troca de experiências, como o Comitê ESG da Abramed. "É importante perceber que muitos desses desafios são comuns a todos os associados, independentemente do tamanho ou grau de maturidade da empresa. Vejo o Comitê como uma oportunidade para o setor crescer nesse debate e acelerar sua participação nas soluções que as questões de sustentabilidade trazem para todos", declara Fernanda.

Como entidade representativa do setor de medicina diagnóstica, a Abramed vem mobilizando os associados em torno da sustentabilidade, alinhando práticas e estratégias que contribuem para um setor mais responsável, como salienta a diretora-executiva, Milva Pagano. "Atuamos como facilitadora do diálogo, promovendo a disseminação de boas práticas e a implementação de soluções que não só atendem às demandas ambientais, mas também geram valor para as empresas e para a sociedade. Nosso compromisso reflete a necessidade de uma abordagem integrada, que considere o impacto de todas as ações no longo prazo", finaliza.

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PORTAL G1

Governo divulga calendário de feriados e pontos facultativos em 2025; veja datas

Ano terá quatro feriadões, que podem vir a proporcionar quatro dias de folga seguidos para o trabalhador. Por outro lado, outros quatro feriados nacionais caem em finais de semana.

O governo publicou uma portaria com a lista de feriados e dias de ponto facultativo em 2025. O calendário foi divulgado na edição desta segunda-feira (30) do Diário Oficial da União.

Ao todo, 2025 terá quatro feriadões:

O primeiro deles é o da Páscoa, que começa em 18 de abril com a Paixão de Cristo, numa sexta-feira. O Dia de Tiradentes cai na segunda-feira seguinte, dia 21 de abril, podendo proporcionar ao trabalhador quatro dias de folga seguidos.

Os outros três feriadões caem em quintas-feiras, por isso, podem ser emendados com a sexta e o fim de semana, a depender da decisão de cada empresa. São eles: 1º de maio (Dia do Trabalhador), 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e o Natal, em 25 de dezembro.

Apesar disso, o calendário conta com quatro feriados que caem em finais de semana:

7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados) e 15 de novembro (Proclamação da República).

Municípios e estados também podem determinar em lei feriados locais, como o Carnaval e Corpus Christi, que são considerados pontos facultativos nacionais (entenda o que é no vídeo abaixo).

Assim, para ajudar no seu planejamento para o próximo ano, o g1 preparou um calendário com os pontos facultativos e feriados de 2025.

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Clínica de influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado, diz polícia

Cirurgias de nariz eram realizadas por R$ 5 mil, enquanto médicos cobram cerca de R$ 30 mil pelo procedimento. Dentista chegou a fazer oito cirurgias num único dia.

A Polícia Civil divulgou que a clínica dos influenciadores suspeitos de causar lesões em pacientes com procedimentos estéticos cobrava até seis vezes menos que o valor de mercado. De acordo com o dentista, que era um dos responsáveis técnicos pelo estabelecimento, a clínica cobrava R$ 5 mil para uma cirurgia de nariz. No mercado, um cirurgião-plástico cobra uma média de R$ 30

Karine Gouveia e Paulo César Dias, donos da clínica, foram presos no dia 18 de dezembro em uma operação policial que investiga a realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos e psicológicos a pacientes. Mais de 60 pessoas já procuraram a polícia para denunciar o estabelecimento.

O casal segue temporariamente preso na Casa do Albergado, que abriga pessoas que foram presas por crimes cometidos sem violência. Em nota, a defesa do casal informou que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, reafirmou que não há motivação para a manutenção da prisão e que eles nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime (leia a nota ao final do texto).

Segundo a PC, o dentista relatou que o baixo custo dos procedimentos gerava uma alta demanda por atendimento. “Ele revelou que havia agendamentos com intervalos menores que uma hora, totalmente insuficientes para procedimentos cirúrgicos”, diz texto enviado pelo delegado Daniel Oliveira.

Em nota enviada no domingo (29), a defesa do dentista disse que ele "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais". A advogada Nayara Caixeta afirmou ainda que o profissional apresentou todas as informações importantes às autoridades e que está à disposição para novos esclarecimentos (veja a nota completa ao final do texto).

O dentista afirmou que chegou a realizar até oito cirurgias num único dia. O profissional declarou que fazia procedimentos como lipoaspiração de papada, retração de orelha e rinomodelação.

O responsável-técnico disse ainda à polícia que a clínica tinha uma política de comissionamento. Assim, as consultoras vendiam o máximo de procedimentos possível.

Além disso, o dentista declarou que não tem formação para realizar os procedimentos e que seu conhecimento era apenas prático. Karine Gouveia e Paulo César Dias, donos da clínica, tinham conhecimento disso, de acordo com o homem.

“[O dentista] relatou que ingressou na clínica por meio de um teste proposto por Karine Gouveia, no qual realizou cirurgias em dois pacientes sem que eles soubessem que eram objeto de um teste”, afirmou texto da PC.

O Conselho Regional de Odontologia (CRO/GO) informou que "eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos". A instituição disse ainda que cirurgiões-dentistas têm formação e capacidade técnica para realizar procedimentos de harmonização orofacial, desde que respeitados os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia.

A clínica conta com outra responsável técnica, que é biomédica. O Conselho Regional de Biomedicina - 3ª Região (CRBM-3) declarou que está apurando as informações divulgadas e só vai comentar o caso após ser notificado. O CRBM-3 dise ainda que a biomédica possui habilitação em biomedicina estética e que seu registro profissional está regular.

Sobre o caso

De acordo com a polícia, os procedimentos eram realizados sem condições adequadas. O delegado Daniel Oliveira afirmou que os profissionais não tinham habilitação necessária para o manejo das substâncias usadas, e as instalações da clínica apresentavam problemas, como falta de esterilização e uso de bisturis cegos.

Segundo o delegado, a Vigilância Sanitária documentou pelo menos 18 irregularidades durante a inspeção feita na unidade de Goiânia da clínica. Já unidade de Anápolis, de acordo com a investigação, não possui alvará de licença sanitária e nem projeto arquitetônico aprovado pelo órgão sanitário competente.

A Polícia Civil explicou que Karine Gouveia não possui formação superior na área da Saúde. O marido dela cuidava da parte administrativa. O delegado afirmou que eles chegaram a intimidar pacientes que buscavam reparação.

A polícia divulgou que muitos famosos frequentaram a clínica de estética de Karine Gouveia e que eles costumavam realizar "procedimentos pouco invasivos". Nesses casos, segundo a PC, dona da clínica usava "produtos de boa qualidade". Esses famosos não são investigados.

“Esses famosos, em geral, realizam procedimentos minimamente invasivos e os relatos são de que, com eles, eram usados bons produtos. As outras vítimas, em sua maioria pessoas de baixo poder aquisitivo, se propunham a fazer procedimentos invasivos”, explicou o delegado.

Nota - Defesa do casal

Sobre os procedimentos estéticos realizados na clínica, todos os pacientes sempre foram tratados com profundo respeito e cuidado. A defesa e os investigados acreditam que todos os fatos serão devidamente esclarecidos, inclusive — mas não se limitando — aos procedimentos realizados em 2017, que só agora estão vindo a público. É necessário compreender o que ocorreu nesse intervalo de tempo. Esse entendimento é tanto um direito quanto um dever dos empresários, diante dos 8 anos de atuação no mercado e dos mais de 30 mil clientes atendidos e procedimentos realizados.

As publicações baseadas em informações fornecidas pela autoridade policial, de forma unilateral e sem a realização de perícia técnica com a participação de ambas as partes, promovem a execração pública dos investigados, tratando-os como se já estivessem condenados, sem que tenham tido acesso ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Tal postura fere gravemente os direitos humanos, desrespeitando normas internacionais protegidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, estabelecida em Haia, a qual está sendo acionada.

Quanto ao número crescente de pessoas que têm se manifestado, os investigados respeitam profundamente, mas é necessário analisar cada caso individualmente. Por exemplo, há pessoas que não seguiram as recomendações pós-procedimento; portanto, as consequências disso não se devem ao procedimento em si. Por isso, é essencial entender cada caso de forma isolada. A defesa também alerta para a importância de se realizar perícias em cada caso, com a participação de todas as partes envolvidas, incluindo os conselhos responsáveis, para garantir que todas as questões técnicas sejam devidamente validadas.

A decretação de prisão temporária é uma medida desproporcional e injustificável, especialmente diante da ausência de qualquer elemento concreto que impeça os investigados de responderem às acusações em liberdade. Vale ressaltar que, neste período sensível de Natal, essa decisão manteve um menino de apenas 7 anos afastado abruptamente de seus pais.

Por se tratar de um processo que tramita sob segredo de Justiça, a defesa não entrará no mérito das acusações, mas tem a absoluta certeza de que os fatos serão esclarecidos no processo, caso a caso.

Reforçam ainda que Karine Gouveia e Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime.

Nota - Defesa do dentista

A defesa do dentista responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. Ele sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Nayara Caixeta - Firmes Caixeta Advogados

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CORREIO BRAZILIENSE

Envelhecimento populacional expõe desigualdades e é desafio para o Estado


Em um país onde a taxa de natalidade era de dez filhos por mulher e a expectativa de vida não chegava aos 45 anos, o Brasil experimenta aos poucos a inversão total da pirâmide etária. Especialistas avaliam que nova realidade exige redesenho do sistema de saúde

O envelhecimento da população brasileira se mostra presente há mais de três décadas, mas apenas agora é possível perceber um crescimento significativo de idosos residentes. Em um país onde, há menos de 100 anos, a taxa de natalidade era de dez filhos por mulher e a expectativa de vida não chegava aos 45 anos, o Brasil experimenta aos poucos a inversão total da pirâmide etária.

Com quase 33 milhões de pessoas idosas no país, o envelhecimento da população se tornou um desafio para o Estado, que precisa investir em políticas públicas que visam o bem-estar e a saúde da pessoa idosa.

O Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a população de pessoas de 60 anos ou mais é de 32.113.490 pessoas, o que representa um acréscimo de 56,0% em relação à pesquisa de 2010.

Dessa população total, 17.887.737 (55,7%) são mulheres e 14.225.753 (44,3%) são homens. Em 1980, o Brasil tinha apenas 6,1% da população com 60 anos ou mais de idade. Já em 2022, esse grupo etário representou 15,8% da população total, enquanto em 2010 o percentual da população idosa era de 10,8%.

Os dados ainda mostram que o grupo com o maior crescimento, em relação a 2010, foram as pessoas de 65 a 69, saltando de quase 5 milhões de pessoas para 8 milhões de pessoas, um aumento percentual de 63%. Já o grupo de maior proporção populacional são as pessoas de 60 a 65 anos, que representam 10 milhões de brasileiros em 2022.

De acordo com o IBGE, o envelhecimento da população é observado quando os grupos mais jovens passam a representar menores proporções da população total, relativamente aos grupos de adultos e pessoas idosas. Esse fenômeno tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo entre as pessoas idosas.

Com o envelhecimento, problemas de saúde começam a ficar cada vez mais presentes e, com uma população cada vez mais velha, as doenças da velhice começam a refletir no Sistema Único de Saúde () e na falta de políticas públicas voltadas para o bem-estar dos idosos.

De acordo com médica geriatra Karla Giacomin, líder da Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para políticas públicas e envelhecimento, o Brasil ainda está muito atrás de outros países em relação a oferta de políticas públicas voltadas para pessoas idosas.

Políticas públicas

"O Brasil ainda precisa melhorar muito. Nós temos muito menos ofertas de instituições de longa permanência, ou programas de apoio às famílias e comunidades. Não temos centros de convivência ou de estimulação cognitiva suficientes. Tudo isso poderia estar sendo ofertado, mas ainda não está, exatamente pela dificuldade que a nossa sociedade tem de reconhecer o envelhecimento como uma realidade", argumenta Giacomin.

Segundo a médica Maria Fernanda Lima-Costa, pesquisadora e líder do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), melhorar a saúde e o bem-estar dos idosos no Brasil requer a implementação de ações integradas, que incluem o fortalecimento do sistema público de saúde, o incentivo à prevenção de doenças e agravos à saúde, a promoção da inclusão social e o combate ao isolamento e à solidão.

"É fundamental implementar e fortalecer a Política Nacional de Cuidados, com especial atenção aos cuidados de longa duração, para atender às necessidades crescentes da população idosa, promovendo suporte qualificado aos cuidadores e garantindo acesso a serviços integrados e humanizados", diz Lima-Costa.

"Além disso, a mitigação das desigualdades em saúde entre idosos exige políticas públicas que atendam às necessidades dessa população de forma igualitária e eficiente, como o fortalecimento do , a promoção da equidade regional, as políticas intersetoriais e de longo prazo e investimento em pesquisas na área", completa a pesquisadora.

Preconceito etário

Além das dificuldades apontadas pelas especialistas, Karla Giacomin também ressalta um outro problemas que o envelhecimento traz: o , ou idadismo. De acordo com a geriatra, as pessoas que são discriminadas por conta da idade têm uma expectativa de vida até oito anos menor do que uma pessoa que não sofreu preconceito. "No Brasil, a gente ousa dizer que se você ainda não sofreu o preconceito de raça, gênero ou classe social, pode ficar tranquilo que você vai sentir o preconceito etário. E o acúmulo desses preconceitos durante a vida também adoecem", diz.

Segundo Lima-Costa, o preconceito e o exercem impactos profundos no processo de envelhecimento, que afetam tanto a saúde física quanto a mental dos idosos. A pesquisa aponta que a discriminação baseada na idade pode levar os idosos a internalizarem estereótipos negativos sobre o envelhecimento, como a ideia de que são inúteis, frágeis ou incapazes. Essa internalização pode reduzir a autoestima, gerar insegurança e desmotivar os idosos a buscarem novas experiências ou adotarem um estilo de vida ativo.

"Uma pessoa idosa que se sente discriminada pode se isolar, deixando de participar de atividades familiares, profissionais e sociais. Essa exclusão intensifica a sensação de solidão e pode desencadear problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão", explica a líder do ELSI-Brasil.

Lima-Costa também aponta a subestimação dos problemas de saúde dos idosos como uma das barreiras que envolvem o . "Por exemplo, muitos profissionais de saúde podem encarar condições como quedas como algo 'natural da idade' e não oferecer a atenção clínica necessária. Essa negligência pode resultar em diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e piora das condições de saúde".

Além disso, outro impacto significativo do , segundo a pesquisadora, é a limitação da implementação de políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável. "Os parlamentares podem achar que não vale a pena investir na saúde, educação e lazer das pessoas idosas, perpetuando assim ciclos de exclusão e vulnerabilidade", complementa.

Desigualdade escancarada

Além dos obstáculos na implementação de políticas públicas, o Brasil encara outro desafio no envelhecimento da população. De acordo com a médica Karla Giacomin, a desigualdade social e econômica é um grande influenciador do tipo de envelhecimento que as populações de diferentes classes sociais enfrentaram. "O Brasil é um país marcadamente desigual. Desigualdade racial, de gênero, econômica e social. Todas essas desigualdades chegarão na velhice e vão se concretizar em demandas de cuidados que não serão iguais para todos", afirma.

Segundo ela, a chance de uma pessoa com menos de quatro anos de escolaridade precisar de cuidados é três vezes maior do que uma pessoa que tem o nível superior completo. Além disso, a chance de uma pessoa não branca precisar de cuidados é maior do que entre as pessoas brancas, assim como as chances de uma mulher precisar de cuidados também é maior do que a de um homem.

"Essas desigualdades vão nos acompanhar ao longo da vida e vão repercutir, sem sombra de dúvida, em um adoecimento piorado ou crônico que precisa de mais recursos", argumenta. "Por isso que, lutar por um de qualidade para todo mundo é obrigação de todo o brasileiro, para que o envelhecimento seja justo e igual para todos", acrescenta Giacomin.

Ademais, segundo a médica Maria Fernanda Lima-Costa, indivíduos com menor escolaridade e renda possuem menor letramento em saúde e tendem a adotar estilos de vida menos saudáveis, especialmente no que diz respeito à alimentação e à prática de atividade física. Essa realidade está diretamente associada a uma maior probabilidade de desfechos negativos em saúde.

Um estudo recente com dados do ELSI-Brasil evidenciou disparidades em cinco indicadores de envelhecimento saudável - vestir-se, tomar medicamentos, administrar dinheiro, função cognitiva e força de preensão manual. A comparação foi feita entre o Brasil, um país de renda média-alta, e Inglaterra, um país de alta renda. Os resultados mostraram que, em geral, mulheres e homens idosos ingleses (60 anos ou mais) apresentam melhor saúde em comparação aos idosos brasileiros, reforçando o impacto das condições socioeconômicas na saúde das populações.

Entre os diversos problemas que a desigualdade econômica traz, a dificuldade no acesso à saúde é um dos maiores empecilhos, em especial na velhice. Considerando que 75% desse grupo depende exclusivamente do sistema público de saúde, Lima-Costa aponta que a falta de acesso a cuidados de saúde adequados impacta de forma significativa no bem-estar dos idosos no Brasil, contribuindo para o agravamento de doenças crônicas não transmissíveis, a piora da qualidade de vida e o aumento da mortalidade.

Acesso à saúde

"Muitos idosos enfrentam dificuldades para acessar serviços de saúde regulares, como consultas médicas e tratamentos especializados, o que resulta no controle inadequado de condições como diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças cardíacas, levando a complicações graves e até a morte prematura. Além disso, dificuldades financeiras representam um obstáculo importante para a aquisição de medicamentos essenciais e a realização de exames preventivos e diagnósticos", avalia a líder do ELSi-Brasil.

Outro aspecto relevante é a desigualdade no acesso aos serviços de saúde em diferentes áreas de residência. Idosos que vivem em regiões periféricas ou rurais enfrentam maiores barreiras para acessar unidades de saúde, resultando em atrasos no diagnóstico e tratamento.

Um estudo conduzido pela ELSI-Brasil, entre 2015 e 2016, revelou que idosos com planos de saúde privados visitaram especialistas com maior frequência, enquanto aqueles que utilizavam a Estratégia Saúde da Família (ESF) e postos de saúde tradicionais apresentaram maior probabilidade de consultas com clínicos gerais.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 26 Dezembro 2024 10:53

CLIPPING AHPACEG 24 A 26/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde e a nova política de preços, rescisão contratual e reajuste

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Medicina é exemplo do impacto positivo da inteligência artificial

 

ESTADO DE MINAS

Planos de saúde e a nova política de preços, rescisão contratual e reajuste


A consulta pública, que ocorre até 3 de fevereiro, é uma oportunidade para que todos os interessados possam discutir e contribuir com as propostas
NATÁLIA SORIANI

Advogada especialista em direito médico e da saúde

A Agência de Saúde Suplementar (ANS) apresentou, recentemente, um conjunto de propostas que podem redefinir o cenário da saúde suplementar no Brasil. As mudanças visam tornar o setor mais transparente e previsível para os consumidores, ao mesmo tempo que buscam evitar práticas abusivas por parte das operadoras. Os pontos essenciais são: reajuste de planos coletivos; mecanismos financeiros de regulação, como coparticipação e franquia; venda de planos online; e a revisão técnica de preços de planos individuais/familiares.

Uma das mudanças mais significativas diz respeito aos reajustes dos planos coletivos. Atualmente, esses planos não possuem um teto definido, o que gera incertezas e, muitas vezes, aumentos excessivos para os consumidores. A ANS propõe uma nova metodologia de cálculo, que incluiria o agrupamento de mais beneficiários para diluir riscos. Isso poderia evitar reajustes desproporcionais, particularmente em contratos com até 29 vidas, que passariam a considerar até mil beneficiários de uma mesma operadora.

Outra proposta crucial é a proibição da acumulação de índices financeiros e de sinistralidade no cálculo do reajuste. As operadoras precisarão optar por um dos dois, com o objetivo de fornecer ao consumidor uma visão mais clara e compreensível do cálculo dos reajustes.

A ANS também está revisando as regras para rescisão de contratos, estipulando que cancelamentos só poderão ocorrer no aniversário do plano, com aviso prévio de 60 dias. Esta medida visa evitar que os beneficiários sejam pegos de surpresa e dá-lhes tempo suficiente para procurar alternativas no mercado.

Em relação à coparticipação, a ANS sugere que o consumidor pague no máximo 30% por procedimento. Além disso, os custos anuais de coparticipação não poderão ultrapassar o equivalente a 3,6 mensalidades. Essas alterações pretendem proteger o consumidor de despesas excessivas e garantir que tratamentos essenciais, como terapias crônicas e tratamento oncológico, estejam isentos de coparticipação.

A proposta também inclui a obrigação de que as operadoras ofereçam opções de contratação online para planos individuais, coletivos por adesão e empresariais para MEIs. Essa mudança busca aumentar o acesso e a conveniência para os consumidores.

As propostas da ANS já estão causando repercussão no mercado. A Fenasaúde demonstrou preocupação, alegando que essas mudanças podem impactar a sustentabilidade das operadoras e aumentar os desafios para garantir o acesso à medicina privada. A Hapvida, uma das grandes operadoras, viu suas ações caírem significativamente após o anúncio, refletindo a apreensão do mercado.

A consulta pública, que ocorre entre 19 de dezembro e 3 de fevereiro, é uma oportunidade para que todos os interessados possam discutir e contribuir com as propostas. Além disso, audiências públicas estão programadas para o final de janeiro de 2025, quando serão realizadas discussões detalhadas. A implementação das novas regras está prevista para começar em janeiro de 2026, caso sejam aprovadas.

Essas mudanças propostas pela ANS são parte de um esforço contínuo para equilibrar o setor de saúde suplementar no Brasil. Ao buscar maior transparência e controle sobre os reajustes, a Agência espera criar um ambiente mais justo para os consumidores, ao mesmo tempo que desafia as operadoras ao criar um padrão mais rigoroso de práticas comerciais.

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O GLOBO

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

As duas irão controlar a Ímpar Serviços Hospitalares, que nasce como uma das maiores redes em número de leitos do país

As companhias de saúde Amil e Dasa receberam autorização da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta terça-feira para se tornarem sócias numa terceira empresa do setor.

As duas irão controlar a Ímpar Serviços Hospitalares, que será dona de 25 hospitais, seis clínicas oncológicas e seis clínicas médicas, anteriormente pertencentes a Amil e Dasa individualmente.

A empresa nasce como uma das maiores redes em número de leitos do país. O aval da superintendência-geral do órgão antitruste já permite que o negócio vá adiante.

Amil é uma das maiores operadoras de planos de saúde e odontológicos do país. A Dasa possui laboratórios, além de hospitais e clínicas.

Segundo o Cade, a sociedade implicará em "sobreposição" de atuação nos mercados de hospitais e centros médicos nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

No caso dos serviços de oncologia, o órgão antitruste identificou atuação conjunta em Niterói.

Para o Cade, no entanto, há "presença de elementos de entrada e rivalidade suficientes para afastar a probabilidade de exercício de poder de mercado", o que garantirá a concorrência no mercado.

Com a sociedade, haverá integração de atividades como diagnóstico, hospitais gerais, centros médicos, hemodinâmica e oncologia ambulatorial (quimioterapia), com os serviços de planos de saúde oferecidos pela Amil. Além disso, outros serviços da Dasa também serão usados.

O Cade não viu, porém, risco de "fechamento de mercado".

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Medicina é exemplo do impacto positivo da inteligência artificial

Uso da tecnologia tem significado diagnósticos melhores, mais rápidos, mais baratos - e mais vidas salvas Enquanto o mundo se enche de temores em torno da inteligência artificial, os avanços trazidos pela tecnologia já se fazem sentir em diversas áreas. Em nenhuma, talvez, seu impacto positivo seja tão eloquente quanto na medicina. Sistemas de IA têm significado diagnósticos melhores, mais rápidos e mais baratos.

Os benefícios para os pacientes são inequívocos em diversas especialidades médicas. A tecnologia tem permitido diagnósticos mais precoces de câncer e outras doenças, tornando o tratamento mais eficaz. Também é possível saber mais cedo se lesões ou tumores são benignos, evitando biópsias desnecessárias. Diagnósticos melhores e mais rápidos permitem que os médicos tenham mais tempo para interagir com os pacientes, explicar-lhes o tratamento e analisar outros aspectos dos casos. Deixam de ser surpreendidos por reações imprevistas aos tratamentos.

Hoje as estimativas de erros de diagnóstico giram em torno de 6% do total, e desses perto de 5% resultam em morte ou sequelas permanentes nos pacientes. O uso de IA será decisivo para melhorar tal desempenho. Hospitais que usam IA no diagnóstico de derrames cerebrais têm economizado 40 minutos até o atendimento cirúrgico do paciente, tempo que pode significar a diferença entre a vida e a morte.

A análise de imagens de colonoscopia por softwares de IA cortou pela metade os erros em diagnósticos de lesões potencialmente cancerígenas, constatou pesquisa de 2022 feita por várias instituições científicas americanas. Uma revisão recente de estudos sobre possíveis casos de câncer de pele demonstrou que diagnósticos feitos com ajuda da IA são mais precisos. Outra pesquisa, sobre câncer de mama, demonstrou que a carga de trabalho dos radiologistas caiu 68% graças à IA.

Um estudo de um hospital de Boston constatou que médicos também se saem melhor nos diagnósticos ao usar robôs de IA similares ao ChatGPT. O próprio robô pode se sair melhor sozinho. No estudo, obteve taxa de acerto de 90% nos diagnósticos, ante 76% com a participação de médicos e de 74% sem o uso da IA. Isso não significa que o médico deva ser substituído por uma máquina. Mas certamente a IA propiciará a reeducação dos profissionais para lidar melhor com os próprios erros quando confrontados com as opiniões divergentes de robôs especializados.

Outro campo beneficiado é a pesquisa médica. O AlphaFold2, IA desenvolvida pelo Google, tem sido usado para simular e decifrar as proteínas que governam todas as atividades do organismo humano. Os avanços obtidos no século passado levavam anos de trabalho duro. Com a IA, as pesquisas ganham velocidade e resultam em tratamento mais rápido para várias doenças. A medicina demonstra que, em vez de temer a nova tecnologia, deve-se tratar de aplicá-la em benefício de todos, da forma mais transparente possível.

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Assessoria de Comunicação

Ano após ano, a inteligência artificial tem se consolidado como um grande aliado na saúde, trazendo inovações que podem melhorar a precisão, a agilidade e a eficiência no diagnóstico e no tratamento de diversas condições. Assim, para 2025, quero reforçar que a IA não é mais uma simples tendência, mas sim uma realidade. No entanto, ao mesmo tempo em que essas tecnologias avançam, é crucial refletir sobre como equilibrar seu uso para não perdermos a relação humana entre médicos e pacientes.

No dia a dia da medicina, essa dicotomia entre a automação e a empatia é algo que, como líder de uma empresa de tecnologia focada em saúde, tenho acompanhado de perto. E é certo que a IA tem se mostrado uma aliada valiosa na melhoria da precisão dos diagnósticos médicos.

Algoritmos avançados têm a capacidade de processar enormes volumes de dados, incluindo imagens médicas e registros eletrônicos, e identificar padrões que muitas vezes são invisíveis ao olho humano. Isso pode resultar em diagnósticos mais rápidos e precisos, especialmente em áreas complexas como a oncologia, onde a precisão é fundamental para um tratamento eficaz.

Em 2023, o Fórum Econômico Mundial apontou que a IA poderia reduzir significativamente os erros médicos, oferecendo um suporte robusto ao processo de decisão dos médicos e permitindo intervenções precoces que podem salvar vidas. A capacidade da IA de identificar tendências e prever condições de saúde antes que elas se agravem também está impulsionando a medicina preventiva, uma área de grande importância para o futuro do sistema de saúde

Mais recentemente, um estudo de junho de 2024 da Spectral AI, mostrou como a IA está auxiliando na análise de imagens médicas: ferramentas já estão sendo aplicadas para a análise automatizada de feridas, queimaduras e outras condições, melhorando a qualidade do diagnóstico e a padronização do tratamento.

Por experiência própria, dentro dos projetos conduzimos na Pixeon, já enxergamos mudanças como:

Elaboração de Laudos Médicos: Um dos grandes desafios enfrentados por radiologistas é a precisão na transcrição dos laudos, especialmente quando se trata de detalhes críticos, como a lateralidade e o uso de contraste. A IA generativa resolve este problema ao automatizar a correção de informações inconsistentes. Por exemplo, ao realizar uma ressonância do joelho direito, caso o laudo seja gerado com dados do joelho esquerdo, a IA corrige automaticamente o erro, garantindo a precisão do texto e evitando equívocos que poderiam comprometer o tratamento do paciente.

Detecção de Anomalias em Exames de Imagem: A análise de exames médicos pode ser prejudicada por diversos fatores, como qualidade do monitor ou cansaço do médico. A IA diagnóstica pode identificar e medir nódulos pulmonares em exames de tórax, por exemplo, oferecendo apoio à decisão clínica e proporcionando diagnósticos mais completos e seguros.

Cálculos Automáticos de Medidas: A IA também automatiza cálculos de medidas em exames de imagem, como as dimensões de estruturas anatômicas. Este processo não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erros manuais, permitindo que o médico valide as informações rapidamente e acelere o diagnóstico.

Identificação Automática de Estruturas Anatômicas Complexas: A tecnologia de IA pode identificar automaticamente estruturas anatômicas, como vértebras e regiões intervertebrais, liberando os médicos de tarefas repetitivas e permitindo que eles se concentrem em aspectos mais críticos do diagnóstico, como a interpretação dos resultados.

Escalabilidade e acessibilidade para democratizar o acesso à saúde

Com essas e muitas outras aplicações em variados setores da medicina, nós estamos vivendo um momento repleto de oportunidades que podem transformar o setor de maneira mais justa e sustentável. Em um mundo com desafios como o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais de saúde especializados, a IA tem um papel importante na democratização do acesso à saúde.

Em regiões remotas ou com poucos especialistas, a IA pode atuar como um suporte, permitindo que médicos generalistas ou profissionais menos experientes façam diagnósticos com a mesma precisão dos especialistas. Essa escalabilidade pode transformar a maneira como os cuidados são oferecidos, reduzindo desigualdades e ampliando o alcance das intervenções.

No entanto, há um aspecto essencial da medicina que não pode ser substituído por algoritmos: a relação entre o médico e o paciente. Meu avô, médico e um dos pioneiros da radiologia, sempre me disse que mais importante do que o diagnóstico era a forma como o médico se relacionava com o paciente. Sem confiança e empatia, como poderíamos tratar as emoções e os medos que surgem ao receber um diagnóstico grave? Como poderíamos guiar um paciente em sua jornada de cura?

Por isso, à medida que a IA se torna mais presente na saúde, devemos refletir sobre esse equilíbrio. Como utilizamos essa tecnologia poderosa sem perder o toque humano que define o cuidado médico? O risco de otimizar demais os processos – especialmente com a pressão por redução de custos – é que podemos acabar perdendo o que há de mais valioso no cuidado ao paciente.

É fundamental que, ao integrar a IA aos nossos sistemas de saúde, saibamos preservar essa relação entre médico e paciente. Como meu avô sempre dizia, “não se pode jogar a água da banheira com o bebê junto.” A IA é uma ferramenta poderosa, mas não deve substituir a conexão humana que é essencial no processo de cura.

Em um cenário onde a IA está transformando as práticas médicas, como vimos nas inovações descritas pelo Fórum Econômico Mundial e pela Spectral AI, a saúde do futuro será mais eficiente, acessível e personalizada. No entanto, a grande questão que permanece é: como podemos usar essa tecnologia sem perder a humanidade que torna a medicina uma profissão única?

A resposta para essa pergunta determinará não apenas o futuro da saúde, mas também o futuro da própria relação entre os profissionais e os pacientes, algo que deve sempre ser tratado com o máximo de cuidado e respeito.


*Felipe Clemente é CEO da Pixeon.

 

Fonte: Medicina S/A0000000

Segunda, 23 Dezembro 2024 08:52

CLIPPING AHPACEG 21 A 23/12/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Lucros dos planos de saúde em 2024 atraem atenção do governo

Coaf multa em R$ 55 mi empresas que esconderam transações suspeitas

A notificação inédita da ANS e o alerta para as operadoras de saúde

Transformação cultural da segurança em unidades de saúde

IA diagnóstica está transformando o cuidado com a saúde

PORTAL TERRA

Lucros dos planos de saúde em 2024 atraem atenção do governo

O mercado de planos de saúde no Brasil encerrou 2024 com números impressionantes, registrando lucros históricos que colocam o setor no centro das atenções. Enquanto as operadoras comemoram o crescimento, o governo intensifica a fiscalização e a regulação, buscando garantir o equilíbrio entre rentabilidade e qualidade nos serviços. Saiba quais empresas lideraram os lucros e os principais desafios enfrentados pelos consumidores.

Por que os lucros dispararam em 2024?

Os planos de saúde alcançaram R$ 8,7 bilhões em lucro líquido até o terceiro trimestre de 2024, reflexo de uma retomada econômica e ajustes estratégicos nas operações das empresas. No entanto, os reajustes nas mensalidades e a redução de coberturas preocupam consumidores.

Fatores que impulsionaram os lucros:

Retomada econômica: A recuperação após a pandemia aumentou a adesão a planos privados.

Crescimento na base de clientes: Houve aumento na contratação de planos empresariais e familiares.

Revisões de contratos: Rescisões unilaterais e novos critérios de aceitação ajudaram a conter despesas.

Quais são as operadoras que mais lucraram?

Entre as maiores empresas do setor, algumas se destacaram pelo crescimento exponencial em 2024. Veja o ranking das mais lucrativas:

Bradesco Saúde

Lucro líquido: R$ 8,7 bilhões

Destaque: Crescimento de 14,5% em receitas.

Hapvida

Receita: R$ 27,3 bilhões

Destaque: Fortalecimento na região Nordeste e Sudeste.

SulAmérica Saúde

Lucro líquido: Crescimento de 17% em relação ao ano anterior.

Prevent Senior

Destaque: Maior avanço percentual no mercado, com alta de 31,9% em receitas.

Unimed Belo Horizonte

Posição: Permanece entre as 10 maiores, mas com queda em comparação a 2023.

Por que o governo intensificou a fiscalização?

O crescimento expressivo do setor acendeu o alerta do governo, que identificou pontos críticos como aumento nas reclamações de usuários e rescisões contratuais.

Principais ações do governo:

Monitoramento das operadoras: Análise do cumprimento das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Redução de práticas abusivas: Combate a cancelamentos unilaterais de contratos, especialmente de idosos.

Garantia de cobertura: Avaliação da qualidade e da disponibilidade dos serviços prestados aos consumidores.

Como isso impacta os consumidores?

Apesar dos lucros históricos, muitos consumidores enfrentaram desafios em 2024, como reajustes nos preços e dificuldades no acesso a serviços.

Principais impactos para os usuários:

Reajustes anuais elevados: A previsão é de aumento de até 25% nas mensalidades.

Rescisões contratuais: Clientes considerados de maior risco enfrentaram dificuldades para manter os planos.

Redução de coberturas: Serviços essenciais, como terapias e exames, sofreram limitações em alguns contratos.

Quais são as expectativas para o setor em 2025?

Com o aumento da regulação e maior fiscalização, espera-se que o setor se adapte para atender tanto às exigências do governo quanto às demandas dos consumidores.

Tendências para o próximo ano:

Expansão de planos acessíveis: Modelos de baixo custo para atrair novos clientes.

Inovações tecnológicas: Ampliação de telemedicina e digitalização dos serviços.

Revisão de políticas: Ajustes em contratos para maior transparência e acessibilidade.

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METRÓPOLES

Coaf multa em R$ 55 mi empresas que esconderam transações suspeitas

Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aplicou punições milionárias a empresas do mercado de luxo e financeiro
São Paulo - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) multou em R$ 55,7 milhões empresas que omitiram do órgão transações suspeitas de lavagem de dinheiro de seus clientes ao longo do ano de 2024.

A cifra consta em 32 processos julgados pelo Coaf sobre empresas obrigadas a fazer alertas ao órgão caso identifiquem movimentações financeiras com indícios de crimes. O valor é 66% maior do que a soma das multas aplicadas no ano anterior: R$ 33,5 milhões.

A maior multa foi aplicada a uma empresa atualmente investigada por ligação com supostos esquemas do empresário Ricardo Magro, apontado como o maior sonegador do país.

A segunda maior sanção foi aplicada à controladora no Brasil da Louis Vuitton, empresa de artigos de luxo. Também foi multada em cifras milionárias uma revendedora de carros esportivos importados.

Vinculado ao Ministério da Fazenda, o Coaf tem como principal função elaborar relatórios de inteligência sobre transações financeiras suspeitas, como as que envolvem altas quantias em dinheiro vivo, para que sejam repassadas às polícias e ao Ministério Público. O envio de relatórios pode ser espontâneo ou a pedido dos investigadores.

Os dados que abastecem os relatórios do Coaf são enviados por bancos, cartórios, concessionárias de veículos, joalherias e outros agentes que são obrigados por lei a comunicar movimentações financeiras que possam configurar lavagem de dinheiro.

Outra função do Coaf é julgar e aplicar punições a quem deixar de alertar pagamentos suspeitos ao órgão. As multas, usualmente, correspondem a um percentual do valor das transações suspeitas que essas empresas deixaram de comunicar.

Quando punidas, essas empresas ainda podem recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, um órgão ligado ao Ministério da Fazenda que serve de segunda instância para punições do Coaf.

Maior multa do Coaf

A maior multa do ano foi aplicada à empresa Yield Financial Services, empresa de gestão financeira terceirizada de São Paulo. Basicamente, ela se apresenta como uma consultoria na região da Avenida Paulista para gerir pagamentos e recebimentos, atividades de tesouraria e outros serviços terceirizados.

O caso julgado neste ano pelo Coaf é de 2016, quando a empresa teria omitido transações suspeitas ao órgão de R$ 4,3 bilhões. O cliente e outras pessoas relacionadas à suposta lavagem de dinheiro não são mencionados pelo órgão. Sócios e diretores receberam multas de até R$ 200 mil em seus CPFs. Já a empresa recebeu a maior sanção, de R$ 20 milhões.

Em dezembro, a Yield foi alvo de uma operação deflagrada contra um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo Ricardo Magro, dono da refinaria Refit (ex-Manguinhos).

A polícia investiga a suspeita de que Magro utiliza uma série de empresas para sonegar ICMS em São Paulo, trazendo combustível mais barato de outro estado, além de lavar dinheiro e blindar seu patrimônio de eventuais confiscos, uma vez que suas companhias estão entre os maiores devedores do país.

A Yield é vista como um dos tentáculos dos esquemas de Magro pelos investigadores. Ele nega qualquer irregularidade.

Louis Vuitton

A segunda maior multa, de R$ 5 milhões, foi aplicada à Louis Vuitton, rede francesa de venda de artigos de luxo femininos, como bolsas e roupas. Representantes da empresa no Brasil e no exterior chegaram a receber multas de até R$ 373 mil. Detalhes do caso estão em segredo, mas o Coaf tornou público parte do voto que levou à condenação da rede.

"A propósito, mesmo alegando disposição em 'diligenciar junto a instituições financeiras e de pagamento', transcorridos 1.926 dias da requisição inicial até hoje, os imputados furtaram-se a apresentar as informações faltantes, ainda que em sede defesa, mantendo lacuna que obstaculizou a ação fiscalizadora do Coaf", diz um trecho do voto.

Segundo o Coaf, ficou caracterizada a "não comunicação de operações em espécie que ultrapassaram limite fixado pelo Coaf" e a "não comunicação de operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes", poderiam configurar lavagem de dinheiro.

Carros de luxo no Lago Sul

A terceira maior multa, no valor de R$ 5 milhões, foi aplicada à loja de carros de luxo 4 Boss, que fica no Lago Sul, em Brasília. Em um passado recente, durante a CPI da Covid, um relatório do próprio Coaf apontou aos senadores que a empresa fez um pagamento de R$ 219 mil à Precisa Medicamentos, do lobista Francisco Emerson Maximiano, denunciado por fraudes na venda da vacina Covaxin ao governo federal.

À época, a empresa justificou que se tratava de um pagamento por uma Land Rover de Max, e que também trabalhava com compra para revenda de automóveis.

No julgamento do Coaf, que não menciona transações específicas nem seu período, o órgão dá a entender que recebeu acesso a investigações com prints de conversas de WhatsApp internas da 4 Boss que demonstram que a empresa "não mantém a identificação e a manutenção de cadastros dos clientes".

"Ressalta-se que 'manter cadastros' não é fazê-lo em conversas de aplicativos de mensageria. [ ] Pelas análises da documentação apresentada pela defesa, além das inconformidades relacionadas à identificação do cliente, se mantêm as inconsistências em relação a seis das nove operações que apresentavam ausências e inconsistências no tocante aos meios de pagamento empregados", anotou o Coaf.

A infração foi pela ausência de cadastro atualizado de clientes, não comunicação de operações suspeitas e não adoção de políticas contra lavagem de dinheiro.

A reportagem entrou em contato com as empresas, mas elas não se manifestaram até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

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MEDICINA S/A

A notificação inédita da ANS e o alerta para as operadoras de saúde

Em abril deste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) surpreendeu o setor ao notificar mais de 300 operadoras por apresentarem notas consideradas insatisfatórias em um dos indicadores de avaliação do órgão. O envio das notificações gerou apreensão pelo ineditismo – foi a primeira vez que a ANS oficiou formalmente as operadoras de saúde neste contexto. Com o último prazo dado pela agência para adequações encerrado em outubro, o mercado agora aguarda qual será a próxima medida do órgão. O momento, cercado de expectativa, mostra-se propício para tratar de um assunto fundamental para as operadoras: a importância da governança de dados regulatórios.

O indicador que gerou a notificação da ANS diz respeito ao batimento TISS x DIOPS – que é um cruzamento entre as informações submetidas pelas operadoras via Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS) e os dados financeiros reportados no DIOPS, que são dados contábeis internos das próprias operadoras. O resultado da divisão entre os valores TISS e DIOPS, idealmente deve ficar entre 0,9 e 1,1. Essas inconsistências podem significar, por exemplo, que há mais despesas reportadas que o declarado financeiramente, sugerindo possível irregularidade na transmissão de dados ou na contabilização das despesas. As operadoras notificadas foram as que, na ocasião, estavam com o resultado do indicador abaixo de 0,9.

Cabe alertar que há uma expectativa que a ANS adote esta fiscalização de maneira recorrente, em meados de março de cada ano, logo após os prazos de fechamento do envio dos dados TISS de dezembro e do envio do DIOPS do quarto trimestre do ano anterior. Além da recorrência, é provável que haja recrudescimento do monitoramento da Razão de Completude TISS, e a ANS passe a exigir regularização não só das operadoras com resultados abaixo de 0,9 como também daquelas em situação oposta, porém também insatisfatória, de resultado acima de 1,1.

Para além desse caso específico, temos aqui a oportunidade de fazer uma discussão mais ampla a respeito da necessidade de qualificar a gestão de dados das operadoras de saúde.

Primeiramente, vale ressaltar que um sistema confiável de governança de dados ajuda a minimizar riscos regulatórios. O processo permite que inconsistências, como as apontadas pelo batimento TISS x DIOPS, sejam corrigidas de forma preventiva, evitando que informações financeiras ou de atendimento apresentem lacunas.

Essa segurança é fundamental para garantir que os relatórios submetidos à ANS sejam exatos e transparentes, reduzindo a chance de notificações e penalidades que poderiam comprometer tanto a operação quanto a imagem da empresa.

Além disso, operadoras que mantêm uma governança de dados consistente são vistas como mais confiáveis e profissionais, o que pode ser decisivo no aumento de suas notas no IDSS e, consequentemente, em sua competitividade no mercado.

Alguns desses pontos foram demonstrados na prática no caso tratado inicialmente, que gerou a notificação da ANS. Naquela situação, as operadoras de saúde relataram dificuldades semelhantes, independentemente de seus portes. Entre elas, uma das principais foi a gestão do indicador: tornou-se um desafio central compreender as métricas, rastrear a origem do dado e neutralizar o descompasso entre o informado na TISS e no DIOPS. Outro problema enfrentado foi provocado pela falta de eficiência de alguns sistemas de gestão, o que dificultou a compreensão dos dados e a geração de relatórios precisos.

Além dos benefícios diretos para as operadoras de saúde, do ponto de vista dos beneficiários, a governança de dados também agrega valor ao garantir a segurança e a precisão das informações sobre tratamentos, procedimentos e cobertura. Erros na gestão desses dados podem levar a interrupções de atendimento, negação de procedimentos ou até falhas na atualização dos planos, o que gera desconfiança e prejudica o relacionamento com os clientes. Nesse sentido, a transparência e a segurança proporcionadas se tornam um diferencial importante.

Sem contar que uma estrutura sólida de dados permite que as operadoras avancem em inovação, adotando tecnologias de análise preditiva e inteligência artificial para prever demandas, personalizar serviços e reduzir desperdícios, por exemplo. No cenário atual, em que a digitalização e a personalização são crescentes expectativas dos consumidores, operadoras que integram essas práticas conseguem antecipar necessidades, melhorar a gestão de custos e proporcionar um atendimento cada vez mais assertivo.

Diante do exposto, vemos que investir em governança de dados se mostra essencial para o cumprimento de exigências normativas, sobretudo em um contexto tão complexo e com regulamentação cada vez mais rigorosa, sendo uma ferramenta estratégica que pode evitar prejuízos e fortalecer a reputação das operadoras. Apresenta-se, ainda, como um alicerce para um modelo de gestão mais ágil, confiável e centrado no beneficiário, o que pode ser o diferencial de longo prazo para o crescimento sustentável das operadoras.


*Flávio Exterkoetter é fundador e CEO da Blendus.

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Transformação cultural da segurança em unidades de saúde

A transformação cultural da segurança nas instituições de saúde é um desafio, mas é fundamental para assegurar a qualidade do cuidado e a segurança dos pacientes. Esse caminho exige a integração entre infraestrutura física e o capital humano, dois pilares que, quando bem gerenciados, resultam na cultura organizacional de excelência.

A Base Estrutural Física: Fundamento da Transformação

infraestrutura física é um elemento tangível que serve como ponto de partida para a implementação de processos eficazes. Ambientes adequados e bem planejados otimizam fluxos de trabalho, promovem a ergonomia e melhoram a resposta às urgências/emergências. Essa base sólida também previne eventos adversos, reduz riscos e facilita o diagnóstico correto.

Mais do que reformas ou aquisições tecnológicas, a melhoria da infraestrutura passa obrigatoriamente pelo redesenho de processos. A análise cuidadosa do espaço existente permite ajustar fluxos e linhas de cuidado, promovendo eficiência e segurança. Por exemplo, layouts, que favorecem a proximidade entre unidades e a comunicação entre equipes, aumentam a capacidade de resposta e reduzem o tempo de assistência em situações críticas.

Capital Humano: O Motor da Cultura de Segurança

Se a infraestrutura física é o alicerce, o capital humano é o motor que impulsiona a transformação cultural. Composto por conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais, esse recurso intangível impacta profundamente as organizações. Equipes capacitadas e resilientes, apoiadas por ambientes colaborativos e seguros, são capazes de adaptar-se rapidamente às adversidades e propor soluções inovadoras.

A liderança desempenha um papel central nesse processo. Em momentos de crise, líderes eficazes estabelecem padrões comportamentais que moldam a cultura organizacional a longo prazo. Investir na formação de times de alta performance e na capacitação contínua dos profissionais é essencial para consolidar práticas seguras e centradas no paciente.

Ferramentas e Estratégias de Transformação

Para alcançar uma transformação cultural sólida, é necessário o uso de ferramentas e estratégias que conectem a infraestrutura ao capital humano. Entre as principais estão:

Métodos Lean: Otimizam processos, eliminam desperdícios e reduzem a carga de trabalho.

Tomada de decisão baseada em dados: Informações confiáveis e análises consistentes guiam decisões assertivas.

Pesquisas de cultura de segurança: Avaliam percepções e identificam áreas de melhoria.

Governança clínica: Atua como princípio norteador, garantindo que as ações estejam alinhadas à qualidade assistencial.

A Sinergia entre Estrutura e Pessoas

A verdadeira transformação cultural da segurança ocorre na interseção entre infraestrutura e capital humano. Juntos, eles criam um ambiente onde a prática segura é sustentada por fluxos otimizados, ergonomia e recursos tecnológicos, enquanto profissionais qualificados maximizam o uso dessas ferramentas.

A integração dessas dimensões não apenas melhora os indicadores de segurança, como também promove uma cultura de melhoria contínua e inovação, pilares fundamentais para alcançar a excelência na saúde.

Investir simultaneamente em estrutura física e capital humano é o caminho para construir instituições de saúde preparadas para enfrentarem os desafios atuais e futuros, sempre colocando o paciente no centro do cuidado e implementando uma visão de alta confiabilidade hospitalar.


*Rubens Covello é sócio-fundador e CEO da Quality Global Alliance (QGA), cofundador da HSO – Health Standards Organization e co-fundador e vice-presidente do CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde

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IA diagnóstica está transformando o cuidado com a saúde

Ano após ano, a inteligência artificial tem se consolidado como um grande aliado na saúde, trazendo inovações que podem melhorar a precisão, a agilidade e a eficiência no diagnóstico e no tratamento de diversas condições. Assim, para 2025, quero reforçar que a IA não é mais uma simples tendência, mas sim uma realidade. No entanto, ao mesmo tempo em que essas tecnologias avançam, é crucial refletir sobre como equilibrar seu uso para não perdermos a relação humana entre médicos e pacientes.

No dia a dia da medicina, essa dicotomia entre a automação e a empatia é algo que, como líder de uma empresa de tecnologia focada em saúde, tenho acompanhado de perto. E é certo que a IA tem se mostrado uma aliada valiosa na melhoria da precisão dos diagnósticos médicos.

Algoritmos avançados têm a capacidade de processar enormes volumes de dados, incluindo imagens médicas e registros eletrônicos, e identificar padrões que muitas vezes são invisíveis ao olho humano. Isso pode resultar em diagnósticos mais rápidos e precisos, especialmente em áreas complexas como a oncologia, onde a precisão é fundamental para um tratamento eficaz.

Em 2023, o Fórum Econômico Mundial apontou que a IA poderia reduzir significativamente os erros médicos, oferecendo um suporte robusto ao processo de decisão dos médicos e permitindo intervenções precoces que podem salvar vidas. A capacidade da IA de identificar tendências e prever condições de saúde antes que elas se agravem também está impulsionando a medicina preventiva, uma área de grande importância para o futuro do sistema de saúde

Mais recentemente, um estudo de junho de 2024 da Spectral AI, mostrou como a IA está auxiliando na análise de imagens médicas: ferramentas já estão sendo aplicadas para a análise automatizada de feridas, queimaduras e outras condições, melhorando a qualidade do diagnóstico e a padronização do tratamento.

Por experiência própria, dentro dos projetos conduzimos na Pixeon, já enxergamos mudanças como:

Elaboração de Laudos Médicos: Um dos grandes desafios enfrentados por radiologistas é a precisão na transcrição dos laudos, especialmente quando se trata de detalhes críticos, como a lateralidade e o uso de contraste. A IA generativa resolve este problema ao automatizar a correção de informações inconsistentes. Por exemplo, ao realizar uma ressonância do joelho direito, caso o laudo seja gerado com dados do joelho esquerdo, a IA corrige automaticamente o erro, garantindo a precisão do texto e evitando equívocos que poderiam comprometer o tratamento do paciente.

Detecção de Anomalias em Exames de Imagem: A análise de exames médicos pode ser prejudicada por diversos fatores, como qualidade do monitor ou cansaço do médico. A IA diagnóstica pode identificar e medir nódulos pulmonares em exames de tórax, por exemplo, oferecendo apoio à decisão clínica e proporcionando diagnósticos mais completos e seguros.

Cálculos Automáticos de Medidas: A IA também automatiza cálculos de medidas em exames de imagem, como as dimensões de estruturas anatômicas. Este processo não só economiza tempo, mas também reduz o risco de erros manuais, permitindo que o médico valide as informações rapidamente e acelere o diagnóstico.

Identificação Automática de Estruturas Anatômicas Complexas: A tecnologia de IA pode identificar automaticamente estruturas anatômicas, como vértebras e regiões intervertebrais, liberando os médicos de tarefas repetitivas e permitindo que eles se concentrem em aspectos mais críticos do diagnóstico, como a interpretação dos resultados.

Escalabilidade e acessibilidade para democratizar o acesso à saúde

Com essas e muitas outras aplicações em variados setores da medicina, nós estamos vivendo um momento repleto de oportunidades que podem transformar o setor de maneira mais justa e sustentável. Em um mundo com desafios como o envelhecimento populacional e a escassez de profissionais de saúde especializados, a IA tem um papel importante na democratização do acesso à saúde.

Em regiões remotas ou com poucos especialistas, a IA pode atuar como um suporte, permitindo que médicos generalistas ou profissionais menos experientes façam diagnósticos com a mesma precisão dos especialistas. Essa escalabilidade pode transformar a maneira como os cuidados são oferecidos, reduzindo desigualdades e ampliando o alcance das intervenções.

No entanto, há um aspecto essencial da medicina que não pode ser substituído por algoritmos: a relação entre o médico e o paciente. Meu avô, médico e um dos pioneiros da radiologia, sempre me disse que mais importante do que o diagnóstico era a forma como o médico se relacionava com o paciente. Sem confiança e empatia, como poderíamos tratar as emoções e os medos que surgem ao receber um diagnóstico grave? Como poderíamos guiar um paciente em sua jornada de cura?

Por isso, à medida que a IA se torna mais presente na saúde, devemos refletir sobre esse equilíbrio. Como utilizamos essa tecnologia poderosa sem perder o toque humano que define o cuidado médico? O risco de otimizar demais os processos – especialmente com a pressão por redução de custos – é que podemos acabar perdendo o que há de mais valioso no cuidado ao paciente.

É fundamental que, ao integrar a IA aos nossos sistemas de saúde, saibamos preservar essa relação entre médico e paciente. Como meu avô sempre dizia, “não se pode jogar a água da banheira com o bebê junto.” A IA é uma ferramenta poderosa, mas não deve substituir a conexão humana que é essencial no processo de cura.

Em um cenário onde a IA está transformando as práticas médicas, como vimos nas inovações descritas pelo Fórum Econômico Mundial e pela Spectral AI, a saúde do futuro será mais eficiente, acessível e personalizada. No entanto, a grande questão que permanece é: como podemos usar essa tecnologia sem perder a humanidade que torna a medicina uma profissão única?

A resposta para essa pergunta determinará não apenas o futuro da saúde, mas também o futuro da própria relação entre os profissionais e os pacientes, algo que deve sempre ser tratado com o máximo de cuidado e respeito.


*Felipe Clemente é CEO da Pixeon.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 20 Dezembro 2024 06:47

CLIPPING AHPACEG 20/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

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Veja os índices de reajuste esperados para os planos de saúde em 2025


Bradesco BBI, Citi e BTG Pactual projetam aumento médio para os convênios individuais

Os bancos Bradesco BBI, Citi e BTG Pactual começaram a divulgar projeções sobre os índices de reajuste para planos de saúde individuais em 2025. As estimativas indicam um aumento entre 5,6% e 6,8% e são baseadas em dados financeiros recentes da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nos indicadores do setor até o terceiro trimestre e no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de novembro.

O Bradesco BBI prevê o maior reajuste, de 6,8%, alinhado ao índice aplicado em 2024, que foi de 6,91%. Já o Citi projeta um aumento de 6,5%, enquanto o BTG Pactual estima uma alta de 5,6%.

O atual reajuste dos planos de saúde individuais e familiares tem como duração o período de maio de 2024 a abril de 2025

Todas as previsões esperam um número menor que o do ano passado. O índice autorizado pela ANS para os planos individuais em 2024, vigente de maio deste ano até abril de 2025, foi de 6,91%. Em anos anteriores, os reajustes foram de 9,63% em 2023 e 15,5% em 2022, refletindo a pressão inflacionária e o aumento dos custos médicos no período.

Impactos no setor

Os analistas do Bradesco Márcio Osako e Valéria Parini dizem que um reajuste próximo a 6,8% pode ser desfavorável para operadoras como a Hapvida, cuja receita depende em 24% de planos individuais. O cenário limita a redução da sinistralidade (que mede os custos conforme o uso do plano), especialmente em um contexto de alta dos custos médicos.

O BTG ressalta que a inflação em internações e emergências nos últimos 12 meses foi de 6,69%, com as cidades de São Paulo, Recife e Belo Horizonte registrando as maiores altas. Custos com consultas médicas subiram 6,67%, enquanto exames de imagem apresentaram aumento de 5,19%.

Atualmente, a ANS define o teto de reajuste anual com base no IVDA (Índice de Valor das Despesas Assistenciais) e no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O IVDA, que reflete 80% do reajuste, mede a oscilação nos gastos dos usuários com serviços de saúde. Os 20% restantes consideram o IPCA, índice oficial da inflação no país, garantindo que o cálculo acompanhe tanto os custos do setor quanto o cenário econômico geral.

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UNIVERSO DO SEGURO

IA impulsiona telessaúde e TopMed registra recorde no número de atendimentos

Crescimento foi de mais de 1.000% em um ano; triagem digital prioriza casos mais urgentes, otimiza recursos e garante o cuidado necessário de forma mais ágil

Referência nacional em telemedicina e telessaúde, a TopMed obteve o crescimento de 1093% no número de atendimentos com médicos generalistas, no período entre agosto de 2023 e o mesmo mês de 2024. A quantidade de consultas passou de 2.548 para 30.510.

Neste último ano, a empresa também registrou aumento de 498% na triagem clínica feita por enfermeiros (de 8.959 para 53.609) e um salto de 174% no atendimento com médicos especialistas (de 1.601 para 4.381).

"O movimento positivo é fruto de amplos investimentos em sistemas e tecnologias que melhoram as formas de acesso e a experiência dos pacientes em nossas plataformas. Tivemos um acréscimo na quantidade de usuários na base e conseguimos engajá-los nos serviços de telemedicina e telessaúde com segurança e confiança", diz Cleones Hostins, Diretor Comercial da TopMed.

Os índices representam um marco significativo para a companhia e reforçam o seu protagonismo como uma das principais health techs do Brasil. "Contribuímos para que a telemedicina seja um processo de bem-estar. A empresa tem contratado profissionais de diferentes áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos e os capacitado para atuarem no atendimento remoto, uma modalidade que está em constante evolução".

IA acelera atendimento pré-clínico

O crescimento não é apenas reflexo de sucesso comercial, mas uma resposta a desafios da saúde pública e privada do país. Por isso, a TopMed apostou em mais um serviço assertivo: o Atendimento com Inteligência Artificial.

Utilizando algoritmos avançados de aprendizado de máquina e redes bayesianas, a IA permite que os pacientes façam uma avaliação inicial de sintomas de forma autônoma, diretamente de seus dispositivos móveis, seja por meio do aplicativo Saúde 24h ou pelo WhatsApp. A tecnologia analisa os dados e fornece recomendações precisas sobre os próximos passos a serem seguidos, como consulta com médico generalista, especialista ou outras orientações.

"A IA acrescenta uma porta de entrada na jornada do usuário, em tempo real, 24 horas, durante os sete dias da semana, sem filas de espera. Ao acessá-la, é possível inserir informações usando imagens, textos, cores e outros recursos disponíveis na tela. O serviço é uma ferramenta poderosa para acolher o paciente com a mesma eficácia de um profissional de saúde".

O atendimento com enfermeira virtual Medy oferece uma solução prática e escalável para regiões onde o acesso a médicos é limitado, ajudando a redistribuir a demanda e reduzir a pressão sobre o SUS. A tecnologia garante um atendimento humanizado, mais rápido e adequado, além de melhorar a gestão de saúde. Segundo Cleones, os planos seguintes da empresa envolvem incluir a IA nos demais serviços para ser um apoio a profissionais e funcionando como um suporte ao humano.

"Nosso crescimento reflete a satisfação do usuário, que está em 94%, uma zona de excelência, tanto na área pública quanto privada. Estamos vivendo um momento de mudança de paradigma, colaboramos para consolidar a cultura de autocuidado, de prevenção, não somente o atendimento curativo, e a tecnologia é fundamental nesse processo".

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PORTAL AB NOTICIAS NEWS

Investir em saúde mental é a chave para o bem-estar de uma empresa

*Alessandra Pinatti Kinjo, consultora da Vetor Editora

A concepção de Saúde Mental leva em consideração diversos determinantes da vida humana, a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu em 2014 a saúde mental como o estado de bem-estar no qual cada indivíduo percebe seu próprio potencial, conseguir lidar com o estresse normal da vida, trabalhar de forma natural e frutífera e capaz de fazer contribuições para sua comunidade.

O mundo do trabalho sofreu alterações tecnológicas e sociais, por meio da globalização e das alterações econômicas. Esse novo contexto de trabalho traz algumas reivindicações, com o aumento na produtividade e maior complexidade nas atividades desenvolvidas, prazos, relações tensas e precárias podem gerar fadiga nos colaboradores.

Essas mudanças podem criar os fatores psicossociais. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), eles são descritos como os aspectos presentes na interação dinâmica entre trabalhador e trabalho. De um lado, o trabalhador com suas experiências e necessidades, do outro, aspectos como ambiente, conteúdo e tarefas.

Essa interação pode ser positiva quando oferece suporte e promoção de saúde aos trabalhadores, e negativa quando pode ser ameaçador e perigoso para o trabalhador, nesse caso, são chamados de fatores de riscos psicossociais.

As organizações que influenciam em fatores protetivos no ambiente de trabalho estão ligadas a ideia de apoio e ajuda potencializando a competência emocional dos funcionários. Existem algumas ações que as empresas têm implementado para ajudar no desenvolvimento desses fatores, são elas:

Oferecer recursos para as pessoas lidarem com possíveis desconfortos e fortalecer a identidade, como investir em terapia; Promover uma comunicação direta e segura com a liderança e com área de RH, para alinhamento de expectativas; Treinamento e apoio constantes às lideranças; Monitoramento da saúde mental dos colaboradores através de instrumentos para avaliar cognição, estresse, resiliência e depressão; Construir uma gestão dos riscos psicossociais com intuito de promover segurança e saúde do trabalhador; Oferecer recursos para os colaboradores investirem em academias ou promover ginástica laboral. Ainda segundo a OIT, esses fatores de riscos psicossociais podem ser difíceis de serem avaliados e identificados porque são representados pelas percepções e experiências dos trabalhadores e influenciados não somente pela organização, mas, também, pelo cenário social e econômico.

Quando nessa interação o desequilíbrio prevalece e o trabalhador não detém condições internas para lidar com esses fatores, eles podem acarretar distúrbios emocionais, comportamentais e problemas à saúde.

Alguns dos sintomas relacionados à exposição dos fatores de riscos psicossociais estão relacionados à ansiedade, depressão, problemas do sono, isolamento, abuso de substâncias psicoativas, agressividade, inibição da capacidade de concentração e tomada de decisão.

Todos estes fatores de riscos mencionados podem deixar o trabalhador em situação de maior vulnerabilidade e colocá-lo em risco de adoecimento.

Então, por que investir em Saúde Mental nas empresas?

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), os transtornos mentais são a terceira principal causa de concessão de benefícios previdenciários para trabalhadores com registro formal. De um modo geral, esses transtornos decorrem dos fatores de riscos psicossociais, com base nos dados da Previdência Social. Observou-se que em 80% dos afastamentos de trabalhadores por problemas de saúde mental foi estabelecido nexo de causalidade associado aos diagnósticos de depressão, ansiedade e transtornos de estresse e isso pode ter sido agravado com a pandemia.

No ano de 2022 a Síndrome de Burnout entra para a Classificação Internacional de Doenças (CID) e passa a ser tratada como doença ocupacional.

O monitoramento dos fatores de riscos psicossociais pode ocorrer através da análise do trabalho, seus riscos e suas consequências, medidas estatísticas e qualitativas que permitam explorar a percepção dos trabalhadores sobre as condições e natureza do trabalho.

A construção da saúde no ambiente corporativo passa pela possibilidade de vivenciar o prazer e a satisfação individual do colaborador, assim como o uso de estratégias de mediação do seu sofrimento promovendo melhorias nas condições de trabalho e na comunicação e apoio entre gestores e trabalhadores.

*Alessandra Pinatti Kinjo é consultora da Vetor Editora, Mestre em Psicologia pela USP - Ribeirão Preto e possui larga experiência em recrutamento e seleção, e avaliação psicológica voltada para a seleção.

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MEDICINA S/A

MV lança IA generativa exclusiva para saúde que promete revolucionar consultas

A solução reduz burocracias e potencializa a qualidade da assistência

Reafirmando seu compromisso de tornar a saúde brasileira 100% digital e revolucionar processos por meio da inovação, a MV, líder da América Latina no desenvolvimento de softwares para a saúde, lança o med.ai, sistema voltado para médicos que utiliza IA exclusiva da companhia para reduzir tarefas administrativas e apoiar na decisão clínica, garantindo mais agilidade e qualidade na consulta e no diagnóstico do paciente. De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, 14% dos médicos de estabelecimentos públicos já utilizam IA generativa na sua rotina, enquanto no privado o número sobe para 20%.

A nova solução é capaz de transcrever a conversa entre médico e paciente, reunindo as informações ditas e captadas por microfones, organizando-as de acordo com a característica de cada informação (sintomas, perfil, histórico); detectar características da anamnese para sugestão de código da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), apoiando o médico em um possível diagnóstico para o paciente atendido e ainda interagir via chat, ao buscar na base de dados não identificáveis para apoiar o profissional de saúde na decisão clínica. O med.ai também fornece a prescrição de forma eficiente e contribui na redução dos custos operacionais, ao otimizar a gestão de informações e recursos hospitalares.

“Cada um de nós já passou por uma situação em que foi atendido e o médico, enquanto questiona o paciente, digita no computador as informações ditas, sem dedicar a atenção integral à conversa conosco. Isso toma tempo e dificulta o trabalho do profissional, que tem que preencher diversos campos para gerar um diagnóstico.  Por isso, temos um grande desafio na saúde de reduzir esse tipo de burocracia e tornar o atendimento mais humano”, explica Paulo Magnus, CEO da MV.

A nova solução terá a mesma inteligência artificial do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) da companhia, que teve sua versão com adição de IA lançada em maio deste ano e possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O prontuário da MV é o melhor da América Latina pelo prêmio Best In Klas, pela 7ª vez.

“Essa nova ferramenta representa um marco na digitalização da saúde no Brasil. Além de não ter necessidade de implantação e ser uma plataforma independente, o med.ai pode ser acessado por qualquer dispositivo, como celular, tablet ou computador. Além disso, a solução conta com o banco de dados robusto e confiável da MV, empresa que já possui mais de 37 anos no mercado e é reconhecida internacionalmente por seu pioneirismo e inovação”, afirma Andrey Abreu, diretor corporativo de tecnologia da MV.

A base é composta por dados que são atualizados regularmente, incluindo informações sobre medicamentos, históricos médicos e outros detalhes clínicos, garantindo que a IA atue de forma precisa e alinhada às práticas dos profissionais de saúde para indicar caminhos para o diagnóstico e propor planos de cuidado personalizados. O med.ai funciona em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e conta com medidas rigorosas para a proteção das informações dos pacientes, que são anonimizados e armazenados de forma segura.

“Esse lançamento representa um momento muito especial para a MV, pois é nosso primeiro produto voltado ao mercado B2C. Agora, médicos de diferentes instituições e especialidades poderão adquirir a solução de forma online, simples e prática”, celebra Jeferson Sadocci, diretor corporativo de mercado e cliente da MV.

O med.ai já está disponível e oferece 50 créditos gratuitos para que os médicos interessados conheçam a plataforma. Após o período sem custo, será necessário realizar a assinatura mensal do serviço. 

Clientes MV terão gratuidade por seis meses

Os médicos que atuam em instituições de saúde usuárias dos softwares de atendimento clínico da MV, como o Prontuário Eletrônico do Paciente e o Clinic, poderão utilizar o med.ai de forma nativa diretamente no software e de forma gratuita durante o primeiro semestre de 2025. A ferramenta já está disponível no Clinic e no PEP a partir da versão HTML5 2022.003.09.  Para habilitar o uso, é necessário entrar em contato com o time de atendimento da companhia para avaliar a elegibilidade e realizar a liberação.

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Ataques cibernéticos colocam o setor da saúde em risco

O setor da saúde, tradicionalmente associado à proteção e ao cuidado, tornou-se alvo de cibercriminosos. Hospitais, clínicas e provedores de serviços médicos enfrentam ataques que vão além de simples problemas tecnológicos, configurando ameaças reais à vida de milhões de pessoas. Em particular, o setor da saúde na América Latina desponta em terceiro lugar na lista dos mais atacados deste ano, enquanto os Estados Unidos permanecem no topo desde 2023. No Brasil já foram registrados 106 mil ataques somente em 2024.

Quando se fala desses ataques, esqueça os clichês de hackers encapuzados em porões escuros. Os grupos de ransomware modernos são verdadeiras organizações especializadas. Essas redes criminosas constantemente refinam as suas estratégias, explorando brechas e vulnerabilidades com precisão cirúrgica.

As consequências são devastadoras. Um exemplo emblemático apontado pela Apura Cyber Intelligence, empresa especializada em segurança cibernética, veio do Reino Unido: em Londres, o grupo cibercriminoso russo Qilin paralisou o provedor de patologia Synnovis, afetando diretamente hospitais do NHS que subcontratam os seus serviços.

“Transfusões de sangue foram interrompidas, comprometendo tratamentos essenciais”, relata Anchises de Moraes, especialista da Apura Cyber Intelligence. Sem acesso rápido às combinações de tipos sanguíneos, os médicos tiveram que recorrer ao uso indiscriminado de tipos universais, como O Negativo e O Positivo.

Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos também enfrentam um campo minado digital. No Texas, o UMC Health System sofreu um ataque que forçou o desvio de pacientes de suas 30 clínicas. Embora as operações continuassem, setores cruciais, como radiologia, foram fechados ou enfrentaram atrasos significativos.

E não para por aí. O grupo criminoso de ransomware BianLian invadiu as redes do Boston Children’s Health Physicians (BCHP), que conta com mais de 300 especialistas pediátricos. Além de interromper o atendimento, os criminosos ameaçaram expor dados sensíveis caso o resgate não fosse pago – um golpe de dupla extorsão que coloca vidas e privacidade em risco.

Anchises de Moraes alerta que, neste cenário, a cibersegurança deixou de ser uma escolha, se tornou uma necessidade. “O setor de saúde precisa assumir uma postura proativa, fechando brechas e implementando defesas robustas para proteger não só sistemas, mas vidas humanas”. “A quantidade e sensibilidade das informações, aliada à fragilidade de diversos sistemas médicos conectados à Internet, torna esse setor um alvo preferencial dos cibercriminosos”, completa.

Dicas de segurança para o setor da saúde

A receita para combater essa ameaça começa com treinamentos regulares para todos os funcionários, capacitando-os a reconhecer ameaças antes que se tornem problemas. Medidas como autenticação multifatorial, backups regulares e atualizações constantes de software são imprescindíveis. Além disso, um plano de resposta a incidentes é vital para mitigar impactos e garantir a continuidade do atendimento mesmo em momento de crise. A inteligência de ameaças também fornece uma melhor compreensão do cenário cibernético e a antecipação a possíveis ataques, promovendo uma postura proativa da organização.

“Os ataques cibernéticos na saúde não são mais histórias distantes, são ameaças concretas que impactam hospitais, médicos e pacientes em tempo real. Proteger sistemas digitais hoje significa salvar vidas amanhã. É uma corrida contra o tempo, e só com medidas firmes e coordenadas poderemos vencer essa batalha invisível”, conclui Moraes.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 19 Dezembro 2024 07:05

CLIPPING SINDHOESG 19/12/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Aon: custos médicos devem crescer 12,9% no Brasil em 2025

Polícia investiga fraude de R$ 33 bilhões contra planos de saúde em SP

Goiânia: TJGO desbloqueia R$ 57 mi do Fundo Municipal da Saúde

Polícia mira clínica de estética em Goiânia após denúncias de pacientes

Jornalista ministra palestra sobre a importância da comunicação na saúde no Hospital de Acidentados

Quase 19% das pessoas que tiveram covid-19 têm sintomas persistentes

As propostas da ANS que assustam as operadoras de saúde

MONITOR MERCANTIL

Aon: custos médicos devem crescer 12,9% no Brasil em 2025

A Aon plc (NYSE: AON) prevê em seu relatório de Tendências Globais dos Custos Médicos 2025, um crescimento de 12,9% para os custos médicos corporativos no Brasil, uma redução de 1,2% em relação à última edição do estudo. A média brasileira está acima da América Latina, projetada em 11,7% para 2024 e 10,7% em 2025.

"Os números no Brasil continuam elevados se comparados com as médias global e da América Latina. Mesmo com a frequência de utilização dos serviços médicos se estabilizando após o período de pandemia, a variação dos custos médicos continuará sendo impulsionada em 2025 por tratamentos e terapias, além da crescente demanda por medicamentos de alto valor. As perspectivas para o novo ano reforçam a necessidade de uma gestão eficiente dos planos de saúde por parte das empresas", explica Leonardo Coelho, vice-presidente de Health & Talent Solutions para o Brasil na Aon.

O cálculo para essa projeção da tendência de custos médicos leva em conta o comportamento de utilização dos planos de saúde e os custos de eventos como consultas eletivas, atendimento em pronto-socorro, exames, terapias, custos ambulatoriais e de internações, além do impacto da incorporação de novas tecnologias e medicamentos à cobertura obrigatória - o chamado rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Algumas projeções para 2025 se destacam: aumento da frequência em terapias simples (psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, entre outras), devido às novas normas da ANS, que ampliou a possibilidade de uso, sem limitação do número de sessões por ano; queda nos eventos de maior complexidade, mas aumento nos de menor complexidade, justificado pelos eventos eletivos; impacto dos medicamentos de alto custo - especialmente os incluídos no rol nos últimos dois anos, como quimioterápicos e imunossupressores - e de eventos ambulatoriais.

O estudo também apresenta as condições médicas que mais impulsionam os custos de planos de saúde corporativos no Brasil. São elas: doenças autoimunes (exceto Diabetes Tipo 1), doenças cardiovasculares, câncer e saúde mental - esta última com um crescimento significativo desde a pandemia, elevando os custos com tratamentos psicológicos.

Conforme carteira da Aon de 2024, em comparação a 2023, houve crescimento de 23,63% na frequência de terapias simples, reflexo principalmente da cobertura ilimitada para essa modalidade, impactando, além da utilização para saúde mental, também no aumento da demanda por terapias específicas como a Applied Behavior Analysis (ABA), incluída no rol da ANS em 2017 e indicada para o tratamento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse aumento da frequência somada à cultura de realização de terapias simples fora da rede credenciada e por meio de reembolso, contribuiu para um aumento de 11% do custo médio desses serviços.

Coelho explica a relevância de iniciativas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores, impactando a longo prazo na redução dos custos com saúde: "A complexidade do cenário destaca a necessidade das empresas em definir uma estratégia de benefícios de saúde baseada em análises de dados que apresentem as necessidades da sua força de trabalho. Promover a qualidade de vida e incentivar cuidados preventivos, é fundamental para mitigar custos e reduzir o estresse dos colaboradores."

Projeções Globais

Para 2025, a Aon prevê que a média global de aumento dos custos de planos médicos será de 10%, uma pequena redução em comparação aos 10,1% registrados para 2024, que foi a maior projeção dos últimos 10 anos. Essa média reflete variações regionais, onde algumas regiões, como Ásia-Pacífico e América do Norte, esperam aumento nos custos, enquanto outras, como América Latina e Europa, projetam uma redução.

O relatório destaca ainda que, globalmente, 60% das empresas avaliam flexibilizar seus benefícios como estratégia de mitigação que lhes permitirá maior controle de seus gastos e custos, tornando-se uma ferramenta eficiente de recursos humanos para oferecer pacotes de benefícios diferenciados.

"Estamos em um momento crucial, com a inflação global diminuindo pela primeira vez em quatro anos, o que pode ser um ponto de inflexão macroeconômico. Embora a volatilidade econômica do mundo pós-pandêmico continue afetando muitas economias, especialmente na América Latina, onde ainda se luta contra a desvalorização da moeda e o incremento geral de preços, projeta-se que a região verá uma diminuição nos custos médicos para o próximo ano, refletindo ajustes nas expectativas de mais da metade dos países latino-americanos. É crucial reconhecer que essa tendência também está alinhada com condições regionais específicas e as estratégias empresariais que os empregadores implementam para mitigar os aumentos desses custos médicos" explica Max Saraví, head of Human Capital para a América Latina na Aon.

O Global Medical Trend Rates 2025 reúne informações dos escritórios da Aon que intermediam e administram planos médicos corporativos nos 112 países incluídos na pesquisa. Com base nas interações entre profissionais da Aon e clientes, os insights do relatório refletem as expectativas quanto às tendências dos custos de saúde nos âmbitos local, regional e global.

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CNN BRASIL

Polícia investiga fraude de R$ 33 bilhões contra planos de saúde em SP


Um esquema de fraude envolvendo clínicas e laboratórios em São Paulo está no centro de investigações conduzidas pela Polícia Civil, com base em denúncias apresentadas por associações que representam operadoras de planos de saúde.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Saúde Suplementar (Abramge), os desvios podem ter causado um prejuízo estimado em R$ 33 bilhões no último ano ao setor.

As práticas supostamente fraudulentas incluem manipulação de reembolsos, falsificação de atendimentos e irregularidades em diversos procedimentos que teriam sido praticados pela Health Care Madical Center (HCMC), segundo denúncia de associações do setor apresentadas à polícia.

Em notas enviadas à CNN, a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo confirmam que as denúncias são investigadas.

A CNN procurou a HCMC e, até o momento da publicação desta reportagem, não obteve nenhum retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Esquema de "reembolso assistido"

As investigações apontam que o esquema operava por meio do chamado "reembolso assistido", também conhecido como concierge.

Nesse modelo, os beneficiários dos planos eram induzidos a fornecer login e senha de acesso às plataformas das operadoras.

Com essas informações, as clínicas simulavam atendimentos ou alteravam valores de procedimentos realizados, solicitando reembolsos fraudulentos.

Segundo o diretor técnico da Abramge, Dr. Cassio Ide Alves, as práticas incluíam ainda a criação de contas bancárias em nome dos beneficiários para receber os valores.

"A partir daí, eles começam a fazer as suas solicitações de reembolso, muitas vezes de procedimentos duplicados, inexistentes, trocando códigos de procedimento, multiplicando esses códigos.", disse o Dr. Cassio Ide Alves, diretor técnico-médico da Abramge em entrevista à CNN.

A Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF), que recebeu informações sobre o esquema, encaminhou uma denúncia ao Ministério Público, mas até o momento, a CNN não obteve retorno oficial do MP sobre o caso.

Entre as fraudes mais comuns, estão:

Falsificação de laudos para crianças com autismo

Prolongamento desnecessário de internações de dependentes químicos

Manipulação de dados em procedimentos estéticos

Clínicas que operavam no esquema frequentemente fechavam as portas após serem identificadas, dificultando o rastreamento dos responsáveis.

As fraudes afetam não apenas as operadoras, mas também os consumidores. Segundo o diretor, o prejuízo causado ao sistema todo eleva o custo dos planos de saúde.

"Através do mutualismo, todos acabamos pagando a conta para que algumas pessoas que perpetuam esses crimes. Acabam auferindo lucros Individuais.", relatou o Dr. Cassio Ide Alves, diretor técnico-médico da Abramge em entrevista à CNN.

O Dr. Rodolpho Ramazzini, diretor de comunicação da ABCF, destacou à CNN que mais de 400 denúncias sobre fraudes foram registradas somente em 2024.

"A ABCF recebe cada vez mais denúncias de pessoas que acabam sendo implicadas nessas fraudes, tendo seus nomes e atendimentos usados pelas quadrilhas de fraudadores de maneira indevida", disse.

Ações das operadoras e da polícia

A operadora SulAmérica revelou que diversas dessas empresas manipulavam documentos e criavam "araras" para simular atendimentos e solicitar reembolsos indevidos, prejudicando diretamente os beneficiários e causando um grande impacto no setor.

O prejuízo total estimado por essas fraudes chega a R$ 27 milhões. Em resposta, a operadora apresentou notícias-crime contra os envolvidos.

Em nota enviada à CNN, a Amil, outra operadora envolvida, esclareceu que três inquéritos policiais foram instaurados após denúncias da operadora.

Já o Bradesco Saúde optou por não se manifestar sobre o caso, alegando que não comenta questões em apreciação do Judiciário.

Recomendações aos beneficiários

Durante a entrevista à CNN, o Dr. Cassio Ide Alves reforçou a importância de os beneficiários ficarem atentos para não serem envolvidos, mesmo que involuntariamente, em fraudes.

Ele listou quatro passos importantes:

Não compartilhar login e senha: Isso dá às clínicas acesso total aos dados pessoais do beneficiário

Solicitar extratos regulares: Assim, é possível verificar se há procedimentos desconhecidos cobrados

Verificar contas bancárias vinculadas ao CPF: No site do Banco Central, é possível checar se há contas desconhecidas abertas

Denunciar suspeitas à operadora: Qualquer movimentação irregular deve ser comunicada imediatamente

Próximos passos

A Abramge e a ABCF defendem uma atuação mais incisiva do Ministério Público e das autoridades policiais para combater as fraudes.

As investigações continuam, e novas ações podem ser tomadas para recuperar os valores desviados e responsabilizar os envolvidos.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio de um inquérito instaurado pela 2ª Delegacia da Divisão do Consumidor, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).

A presidente da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) foi ouvida e diligências estão em andamento visando à localização dos responsáveis pela empresa e esclarecimento dos fatos, segundo nota enviada pela Secretaria de Segurança Pública de SP à CNN.

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A REDAÇÃO

Goiânia: TJGO desbloqueia R$ 57 mi do Fundo Municipal da Saúde

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) liberou, nesta quarta-feira (18/12), um montante de R$ 57 milhões do Fundo Municipal da Saúde de Goiânia que estava bloqueado há 13 dias, como resposta a um pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). O dinheiro havia sido repassado para a gestão municipal pelo governo federal no dia 5 de dezembro.

Da soma liberada, R$ 15 milhões ficarão sob responsabilidade direta do interventor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Márcio de Paula Leite, para o pagamento de serviços prestados à pasta. Os demais R$ 42 milhões irão para unidades de saúde a que a Prefeitura de Goiânia faz repasses por atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Há cerca de duas semanas, o prefeito eleito Sandro Mabel (União) comentou que trabalharia para que os recursos fossem liberados. "A nossa preocupação, além de pagar os fornecedores anteriores, é manter as unidades funcionando”, disse Mabel na ocasião.

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Polícia mira clínica de estética em Goiânia após denúncias de pacientes

A Polícia Civil de Goiás deflagrou nesta segunda-feira (18) a Operação Face Oculta, com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia e Anápolis. A investigação apura a realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos por profissionais supostamente inabilitados, que teriam causado danos físicos a diversos pacientes devido à utilização de materiais inadequados e à incapacidade técnica dos envolvidos.

A sede principal da clínica investigada está localizada na Avenida T-7, em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, os alvos incluem os proprietários e responsáveis técnicos da clínica, além de outras unidades relacionadas ao caso. Entre os detidos está a proprietária da famosa clínica de estética situada na capital.

Além das ações de busca e apreensão, foram realizados bloqueios de contas bancárias, bens e valores. O montante bloqueado alcança R$ 2,5 milhões, incluindo um percentual das cotas de um helicóptero ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões. 

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CONGRESSO NEWS

Jornalista ministra palestra sobre a importância da comunicação na saúde no Hospital de Acidentados

A jornalista e especialista em Comunicação e Marketing, Rosane Rodrigues da Cunha ministrou uma palestra para colaboradores do Hospital de Acidentados, de Goiânia (GO), sobre a importância da comunicação no setor de saúde. Com uma trajetória consolidada de mais de 30 anos na área, ela destacou que, na saúde, mais do que em qualquer outro segmento, a comunicação clara e efetiva é um elemento essencial para o bom atendimento, a imagem da instituição e de seus profissionais e para o bem-estar dos pacientes.

Rosane ressaltou que os profissionais de saúde lidam com um “produto” muito caro: os pacientes, muitas vezes em momentos de extrema fragilidade emocional e física. “É preciso compreender que estamos tratando de pessoas. Cada paciente é único, e a comunicação deve ser cuidadosa e atenta para que ele se sinta ouvido e bem orientado”, enfatizou.

A rotina, quase sempre, intensa nos hospitais não pode prejudicar a comunicação. Se isso ocorrer, processos precisam ser revistos. “Nada pode comprometer a qualidade da comunicação com os pacientes”, afirmou, aconselhando os colaboradores a sempre perguntarem quando não entenderem alguma informação recebida. “As dúvidas de vocês não podem chegar aos pacientes”, alertou, citando o caso de uma profissional de enfermagem que, ao ser questionada, não soube explicar o propósito de um medicamento prescrito para o paciente.

Situações como essa, segundo a jornalista, podem deixar o paciente inseguro, afetar a credibilidade do profissional e a imagem da instituição de saúde. Rosane ainda compartilhou com os participantes os pilares essenciais da comunicação na saúde: clareza, ética, respeito, empatia e sigilo. Para ela, esses aspectos são imprescindíveis para criar um ambiente de confiança e, principalmente, para garantir que a informação seja transmitida de forma precisa e eficiente.

A especialista também destacou como a boa comunicação é necessária para a integração da equipe de profissionais de saúde. “Uma equipe bem integrada, com uma comunicação fluida, ajuda a prevenir erros, oferece uma assistência com mais qualidade e segurança e garante que todos estejam alinhados nas ações a serem tomadas com os pacientes”, explicou.

Outro ponto abordado foi a importância de ouvir atentamente os pacientes. “Escutar o paciente é uma ferramenta poderosa que podemos usar. Isso não só ajuda na recuperação e no bem-estar dele, mas também permite identificar precocemente qualquer alteração em seu quadro e até problemas no cotidiano do hospital. Desde a qualidade das refeições até os detalhes do atendimento que, muitas vezes, passam despercebidos, mas fazem toda a diferença”, afirmou.

Ela citou o exemplo de uma fisioterapeuta que, durante uma sessão de fisioterapia, aproveitou o momento para conversar com o paciente. Essa simples atitude transformou a sessão, tornando o atendimento mais agradável para o paciente e mais leve para a profissional, ao mesmo tempo que fez toda a diferença na experiência daquele paciente que estava internado há vários dias.

Rosane concluiu sua palestra reforçando a importância de uma comunicação humanizada e eficiente para melhorar o ambiente hospitalar. Para ela, um simples gesto de atenção ou uma palavra de acolhimento pode impactar profundamente na experiência do paciente e, consequentemente, em sua recuperação. Palestras sobre comunicação fazem parte do calendário de atualização profissional do Hospital de Acidentados.

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AGÊNCIA BRASIL

Quase 19% das pessoas que tiveram covid-19 têm sintomas persistentes

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde mostra que 18,9% das pessoas que já foram infectadas pela covid-19 relatam sintomas persistentes da doença, como cansaço, perda de memória, ansiedade, dificuldade de concentração, dores articulares e perda de cabelo. Os sintomas pós-covid aparecem com mais frequência entre mulheres e indígenas. 

A pesquisa Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil, apresentada nesta quarta-feira (18/12), mostra que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela doença. 

Vacina 

De acordo com o estudo, a vacinação contra a covid-19 teve adesão de 90,2% dos entrevistados, que receberam pelo menos uma dose e 84,6% completou o esquema vacinal com duas doses. A vacinação foi maior na Região Sudeste, entre idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda. 

Entre os entrevistados, 57,6% afirmaram confiar na vacina contra a convid-19, mas a desconfiança das informações sobre o imunizante foi relatada por 27,3% da população. Outros 15,1% disseram ser indiferente ao assunto. 

Entre aqueles que não se vacinaram, 32,4% disseram não acreditar na vacina e 0,5% não acreditam na existência do vírus. Outros 31% relataram que a vacina poderia fazer mal à saúde; 2,5% informou já ter pego covid-19 e 1,7%, outros problemas de saúde. 

Pesquisa

O Epicovid 2.0 foi conduzido em 133 cidades, com uma amostra de 33.250 entrevistas. As pessoas entrevistadas foram selecionadas aleatoriamente, com apenas uma pessoa por residência respondendo ao questionário.  

Sob coordenação do Ministério da Saúde, a pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com participação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getulio Vargas (FGV). 

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BRAZIL JOURNAL

As propostas da ANS que assustam as operadoras de saúde

A ANS está propondo a maior mudança regulatória do setor de saúde suplementar nos últimos 20 anos, com uma série de alterações nas regras dos reajustes que, se adotadas como estão, prejudicariam a rentabilidade das operadoras num momento de melhora da sinistralidade.

Mas as propostas ainda são preliminares e passarão por discussões envolvendo todas as companhias e demais stakeholders.

"Pautar esses temas é algo bom. A abertura para a conversa é algo bom. Mas a maneira como as propostas vieram é definitivamente ruim," disse o CEO de uma grande operadora. "Mas não está nada fechado. Ainda teremos 45 dias para discutir as propostas e chegar num desenho que seja melhor para o setor."

Para esse executivo, a ANS colocou em pauta todos os itens que ela entende ser polêmicos - e que de fato precisam ser debatidos. "O problema é que o nosso setor não está acostumado a sentar e discutir abertamente os problemas."

Gustavo Ribeiro, o presidente da Abramge, a associação das operadoras de saúde, disse que o que pegou o mercado de surpresa foi o fato da ANS ter mudado bruscamente seu discurso.

"Nos últimos meses, a ANS vinha com um discurso de tratar da revisão técnica [dos planos individuais], que é um tema benéfico para o setor. Mas quando ela veio com a consulta, ela colocou mais duas dúzias de assuntos que não estavam no radar de ninguém."

Ribeiro disse que os assuntos tratados são muito densos e "mexem com pilares do sistema. São temas estruturantes, que precisam ser discutidos com muita calma," disse ele.

O presidente da Abramge disse ainda que a entidade vai pedir uma extensão do prazo de 45 dias à ANS para apresentar estudos mais aprofundados sobre os temas propostos.

Alexandre Fioranelli, um dos diretores da ANS, disse ao Brazil Journal que todas as propostas apresentadas já estão em discussão desde o início de outubro, quando a agência abriu uma audiência pública, e são temas debatidos há anos.

"Não é uma surpresa para ninguém [esses assuntos]. Ninguém foi pego de calça curta," disse ele, acrescentando que somando todos os prazos de discussão abertos pela agência - de outubro até o início de fevereiro - serão quatro meses de debate.

Apesar das ponderações, as propostas caíram como uma bomba no mercado, com o maior impacto sendo sentido pela Hapvida, cuja ação desabou essa semana ainda mais do que o mercado.

"Muitas das propostas indicam uma regulação mais pesada sobre os planos de saúde, particularmente na regulação dos aumentos de preços dos planos corporativos," escreveram os analistas do Itaú BBA.

"Isso pode potencialmente anular uma melhora na rentabilidade das empresas do setor, e subsequentemente do resto do sistema de saúde privado."

Nos planos corporativos, a ANS propôs três mudanças principais.

Hoje, os planos corporativos com até 29 vidas seguem um framework regulatório diferente as operadoras colocam todos num mesmo 'pool' e dão um mesmo reajuste para todos. A proposta da ANS é ampliar este modelo para contratos com até 1000 vidas.

Num comunicado ao mercado, a Hapvida disse que "a utilização de um agrupamento maior poderá ter um efeito contrário ao pretendido, já que, ao impor um reajuste acima do necessário, aqueles contratos com mais vidas que hoje não estão no pool de risco terão, necessariamente, que sofrer um reajuste mais elevado a fim de compensar os contratos com menos vidas."

Segundo a operadora, os planos que compõem hoje o pool de risco (até 29 vidas) são mais sujeitos à seleção adversa e, por isso, "precisam ter esse custo maior repassado aos preços dos produtos de maneira a manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos."

O diretor da ANS tem uma visão diferente. Para ele, ao aumentar o pool de risco será possível diluir mais os reajustes dos contratos com mais sinistralidade, "dando um reajuste menor para todo mundo."

A ANS também quer definir uma porcentagem mínima de 75% de 'sinistralidade meta' no cálculo dos reajustes, outra proposta amplamente criticada pelo mercado.

"Artificializar nunca se mostrou uma boa saída e nunca será," disse Ribeiro, da Abramge. "Não tem como driblar a realidade. No passado, quando se 'artificializou' o sistema nos planos individuais, o que aconteceu foi que esse produto quase sumiu da prateleira e isso encareceu os outros produtos."

Ribeiro diz que ao controlar o reajuste dos planos individuais, a ANS fez com que muitos desses produtos se tornassem deficitários. "Foi uma proteção ao consumidor, mas ao fazer isso ela pressiona os outros produtos, que precisam sofrer reajustes maiores para compensar esse desequilíbrio."

A Hapvida também criticou a proposta.

"Um limite arbitrário pode se mostrar superior ao necessário, levando à restrição de oferta de produtos, ou pode se mostrar inferior ao necessário, levando a um valor de referência que encarecerá o produto de forma geral para os beneficiários," disse a operadora.

Já o diretor da ANS diz que a agência não pretende e não vai interferir na precificação dos planos de saúde. "O valor inicial de venda do plano continuará sendo definido pela operadora, e isso que vai definir a margem de lucro. O que queremos é que o reajuste seja realmente compatível com a variação de custos," disse ele.

"Esse número de 75% é uma média que tivemos do mercado e que ainda estamos abertos a discutir. Além disso, não vamos definir qual indicador a operadora vai escolher para fazer o reajuste. Não necessariamente ela precisaria fazer o reajuste em cima da sinistralidade meta."

Outra medida que seria ruim para o setor, na visão do mercado, é a limitação da coparticipação dos planos para 30% do valor do procedimento e da mensalidade. A ANS está propondo ainda que a coparticipação não possa ser cobrada em diversos procedimentos, especialmente terapias crônicas, oncologia e hemodiálise.

"A coparticipação tem sido uma ferramenta importante para endereçar o uso excessivo observado no sistema de saúde privado, principalmente por conta do conflito de interesses entre as operadoras e os provedores de serviços. A implementação da coparticipação em alguns contratos foi crucial para os operadores moderarem os aumentos de preços," escreveu o Itaú.

"Portanto, essa potencial mudança poderia mitigar as melhoras da sinistralidade das companhias e potencialmente limitar a venda de novos planos por conta dos altos preços de entrada."

Apesar das mudanças prejudiciais, há uma discussão no relatório que agradou as operadoras a revisão técnica dos reajustes dos planos individuais.

Hoje o reajuste desses planos é definido pela ANS, que historicamente tem aplicado aumentos abaixo da inflação médica, tornando esses planos deficitários para as operadoras.

A ANS disse que está estudando uma metodologia para a admissão, cálculo e implementação dessa revisão técnica - que poderia levar a reajustes maiores desses planos em casos específicos.

"Essa é uma discussão muito importante para as operadoras, e o fato da ANS entrar nesse tema é positivo. O problema é que nesse relatório inicial ela está dizendo que a operadora tem que provar insolvência para ter acesso a essa revisão, o que é um absurdo," disse um executivo do setor.

Alexandre disse que a ANS é sensível às preocupações do setor e que o objetivo da revisão é justamente "manter a oferta desses produtos e garantir que o desequilíbrio das carteiras individuais não leve a uma quebradeira geral."

"Mas precisamos construir uma metodologia para isso que defina os requisitos para poder acessar essa revisão e as contrapartidas. A revisão vai ser para alguns casos, não para todos," disse.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 18 Dezembro 2024 06:47

CLIPPING AHPACEG 18/12/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ex-secretário de Saúde de Goiânia é considerado foragido pela Polícia Civil

Nova operação investiga desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia

Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia encaminha 1.082 pacientes em 18 dias

Hospital da Unimed Morrinhos será reformado e ampliado

Brain Rot: a palavra do ano e o impacto do excesso de informações no cérebro

Após mais de uma década, Cassi manda fatura aos trabalhadores

Anats é um coelho na cartola para a saúde?

PL que torna obrigatório exame nacional para exercer medicina é aprovado em Comissão

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e emprega 3,3% mais

A REDAÇÃO

Ex-secretário de Saúde de Goiânia é considerado foragido pela Polícia Civil

O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e o ex-secretário executivo de Saúde, Quesede Ayres Henrique, são alvos de mandado de prisão em operação deflagrada nesta terça-feira (17/12), pela Polícia Civil de Goiás. Em entrevista coletiva, o delegado Francisco Lipari afirmou que os dois são considerados foragidos da justiça.

A operação realizada por policiais da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) investiga corrupção e desvio de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. São cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão. O dinheiro desviado seria fruto de uma fraude em um convênio firmado entre a secretaria e uma prestadora de serviços. 


A defesa de Wilson Pollara informou que ele encontra-se em São Paulo, onde realiza consultas médicas para iniciar o tratamento de um câncer no rim. A defesa informou ainda quew vai se manifestar após ter acesso à íntegra do processo. A defesa de Quesede Ayres tabém comunicou que se manifestará após acesso à íntegra do processo.
 

Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia informou que "está colaborando com as investigações da Polícia Civil de Goiás no âmbito da operação Speedy Cash.  A administração municipal destaca compromisso com a transparência e a lisura na gestão pública, assegurando que todas as informações e documentos solicitados serão e estão sendo fornecidos para esclarecer os fatos" e que "caberá ao interventor adotar todas as medidas administrativas cabíveis conforme o andamento das investigações".

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que está colaborando com as investigações. 

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Nova operação investiga desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia

Policiais da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) deflagraram nesta terça-feira (17/12) uma nova operação que investiga corrupção e o desvio de R$ 10 milhões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. São cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão. Os alvos dos mandados não foram revelados, mas seriam servidores do alto escalão.

O dinheiro desviado seria fruto de uma fraude em um convênio firmado entre a secretaria e uma prestadora de serviços. Ao todo, quase 100 policiais civis estão nas ruas para cumprir as medidas judiciais.

Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia informou que "está colaborando com as investigações da Polícia Civil de Goiás no âmbito da operação Speedy Cash.  A administração municipal destaca compromisso com a transparência e a lisura na gestão pública, assegurando que todas as informações e documentos solicitados serão e estão sendo fornecidos para esclarecer os fatos" e que "caberá ao interventor adotar todas as medidas administrativas cabíveis conforme o andamento das investigações".

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que está colaborando com as investigações. 

Nota da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que cumprirá com todas as determinações judiciais e colabora com o fornecimento de informações e documentos necessários para garantir que todos os procedimentos sejam devidamente esclarecidos, reforçando a integridade do serviço público.  

Crise na Saúde

A operação desta terça é mais um capítulo na profunda crise pela qual passa a pasta da Saúde em Goiânia. No dia 27 de novembro, o secretário titular, Wilson Pollara, foi preso por seu envolvimento em supostos esquemas de desvio de verbas. Desde então, dois secretários assumiram e então entregaram o cargo em menos de uma semana. 

Neste período, pacientes morreram aguardando leitos de UTI na rede municipal e houveram paralisações de atividades e protestos das equipes médicas por falta de pagamentos e de insumos básicos como seringas e luvas.

A justiça estadual determinou a intervenção do governo de Goiás no município e Márcio de Paula Leite foi nomeado interventor no dia 11 de dezembro para tentar sanar a crise que persiste.

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Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia encaminha 1.082 pacientes em 18 dias

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, alcançou resultados expressivos com o encaminhamento de 1.082 pacientes para internação em leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), durante os 18 dias de atuação do Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia. Graças à parceria e ao acompanhamento diário das solicitações, nesse período todas as demandas por leitos foram autorizadas com agilidade, em menos de 24 horas, reduzindo consideravelmente o número de pacientes que aguardam vagas na capital. 

“A parceria se mostrou eficaz ao reduzir o tempo de espera dos pacientes nas unidades, além de identificar e corrigir rapidamente as dificuldades enfrentadas pela equipe de trabalho”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos. Além de otimizar a utilização dos leitos existentes, o gabinete contribuiu para ampliar a oferta com a abertura de novos leitos em diferentes unidades hospitalares. 

Foram 20 novos leitos de UTI adulto abertos no Hospital Ruy Azeredo; 16 leitos de UTI no Hospital das Clínicas (10 adultos e 6 pediátricos); 40 leitos de UTI (20 adultos, 10 pediátricos e 10 neonatais) e 32 leitos de enfermaria no Hospital Estadual de Águas Lindas. “Esses resultados demonstram a eficácia da estratégia de organização e cooperação para melhorar a saúde da população”, afirmou Rasível, que pessoalmente comanda diariamente as reuniões que buscam soluções para as dificuldades da saúde da capital. 

Com essas medidas, a otimização dos leitos também reduziu significativamente a demanda por vagas. As solicitações diárias de leitos de UTI caíram de uma média de 24 para 5, enquanto as de enfermaria foram reduzidas de 174 para 78. “Nunca houve um funcionamento tão eficiente, mesmo enfrentando uma crise como essa”, declarou o médico Elter Borges, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Aliança Samu

Na tarde desta segunda-feira (16/12), a reunião do Gabinete de Crise focou na criação de uma aliança entre os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Região Metropolitana da capital, para apoiar o município durante o atual momento enfrentado. Representantes dos Samus de Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo se comprometeram a apoiar a SMS de Goiânia com o transporte de pacientes, bem como disponibilizar profissionais que atuam no serviço para a realização de plantão no Samu da capital, por meio do pagamento de hora extra. 

Nesta segunda-feira foi também publicada uma portaria que prevê uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). O documento autoriza que o efetivo da corporação tripule ambulâncias do Samu de Goiânia, para realizar transporte entre os hospitais, quando necessário. A SMS da capital também confirmou a convocação de novos técnicos de enfermagem para atuar nas Upas e Cais do município. 

Gabinete de Crise

O Gabinete de Crise foi criado pela SES-GO para dar suporte à situação emergencial da saúde em Goiânia. O objetivo é monitorar, planejar, estruturar, mobilizar e coordenar ações integradas de preparação, alerta e resposta, envolvendo órgãos públicos estaduais e municipais em medidas conjuntas para mitigar a crise de saúde pública no município. 

A coordenação do gabinete é liderada pela SES-GO, enquanto as unidades municipais executam as ações na gestão e área hospitalar, garantindo um monitoramento eficaz do cenário geral. A SES-GO implantou 13 gabinetes de crise em unidades municipais, que diariamente repassam informações para o gabinete central. 

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FOLHA DO PLANALTO

Hospital da Unimed Morrinhos será reformado e ampliado

Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no dia 13 de dezembro, os cooperados da Unimed Morrinhos aprovaram, por unanimidade, a contratação de crédito bancário para financiar a reforma e ampliação do Hospital Nossa Senhora do Carmo. Adquirido em fevereiro de 2024, o hospital teve sua gestão integralmente assumida pela Unimed Morrinhos em maio deste ano.

O projeto de modernização, que inclui reformas e expansão, foi apresentado aos cooperados pelo arquiteto Athos Rios Júnior, do escritório Walter & Athos, empresa responsável pela execução da obra. A proposta visa elevar o hospital a um novo patamar de excelência na assistência médico-hospitalar.

O diretor-presidente da Unimed Morrinhos, Francisco Martins da Silva, afirmou que a obra transformará o Hospital Unimed em uma unidade de referência na região, trazendo benefícios tanto para os médicos cooperados quanto para a população local.

Ele destaca que iniciativas como essa têm demonstrado grande impacto em várias localidades, como no caso do Hospital Unimed Chapecó, que, após sua transformação, cresceu significativamente e se tornou referência em sua região.

Com a conclusão da obra, o Hospital da Unimed Morrinhos contará com 76 leitos, incluindo de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ampliando sua capacidade de atendimento e oferecendo serviços de saúde com ainda mais qualidade à comunidade.

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GO NEWS 365

Brain Rot: a palavra do ano e o impacto do excesso de informações no cérebro

Ana Maria Moura, médica neurocirurgiã, explica que a saturação de informações pode levar à fadiga mental, dificuldade de concentração e até depressão.

Você sabe o que é “brain rot”. Traduzindo é “cérebro apodrecido”. Um termo aparentemente feio e estranho, que foi escolhido pela Universidade de Oxford como a palavra de 2024. E que ela revela? Os efeitos do excesso de exposição a telas e informações, muitas vezes irrelevantes, na saúde mental. Brain rot descreve o cansaço mental e a “deterioração” do cérebro causado pela sobrecarga cognitiva na era digital, uma exposição constante a informações de baixo valor e a falta de pausas para o descanso mental.

O conceito está diretamente relacionado à dificuldade de concentração e à diminuição da capacidade de processamento do cérebro, sintomas cada vez mais comuns em uma sociedade hiperconectada. Ana Maria Moura, médica neurocirurgiã, explica que a saturação de informações pode levar à fadiga mental, dificuldade de concentração e até depressão. Esse desgaste constante afeta a capacidade de processamento do cérebro, resultando em estresse e perda de foco. “O consumo constante e excessivo de conteúdo sem uma pausa ou reflexão leva a um cansaço mental profundo, resultando em dificuldade de concentração, aumento da ansiedade e até transtornos mais graves, como depressão”, alerta.

Pode haver uma relação entre sobrecarga informativa e doenças como demência e Alzheimer? Embora os estudos ainda estejam em andamento, especialistas acreditam que a sobrecarga mental contínua possa contribuir para a aceleração de doenças neurodegenerativas. A neurocirurgiã explica que o estresse crônico causado pela sobrecarga de informações pode afetar áreas do cérebro relacionadas à memória e ao aprendizado. “Nosso cérebro precisa de períodos de descanso, sono e reflexão para fortalecer as conexões neurais. A falta desse equilíbrio pode estar associada ao aumento do risco de doenças como Alzheimer”, comenta.

Mas, como ter um “cérebro sadio”? Confira as dicas da especialista:

> Desconectar-se regularmente de dispositivos, como celulares, computadores e TVs.
> Priorizar fontes de informação confiáveis.
> Praticar mindfulness (atenção plena, concentração no presente) e atividades cognitivas, como leitura ou jogos que estimulem a memória e concentração.
> Meditar, fazer uma oração.
> Praticar regularmente atividades físicas, o que ajuda na função cognitiva e redução do estresse

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PORTAL CAUSA OPERÁRIA

Após mais de uma década, Cassi manda fatura aos trabalhadores

A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), após mais de uma década, está cobrando dos funcionários do banco valores que deveriam ter sido descontados sobre as verbas salariais à época, e que não foram, em relação àqueles trabalhadores que receberam valores referente a ações trabalhistas e de acordos realizados em CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) ou CCP (Comissão de Conciliação Prévia) entre 2010 a 2023, valores esse que, em alguns caso, pode chegar a mais de 200 mil reais.

A Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou um ofício na última sexta-feira (13) para a Cassi "exigindo a imediata suspensão da cobrança", que "na época o banco não recolheu sua parte e não descontou dos funcionários os valores que deveriam ser repassados à Cassi, mesmo com alertas feitos pelo movimento sindical e que o recolhimento deveria ser feito". (Site Contraf/CUT 13/12/2024)

Nesse sentido, a Contraf solicita a suspensão imediata da cobrança e que seja agendada uma reunião entre as entidades de luta dos trabalhadores e a direção da Cassi para negociar a forma de pagamento, "caso seja necessária a cobrança"(idem).

Até o fechamento desta edição, a Cassi havia convocado uma reunião para debater o assunto.

O que deve chamar a atenção na determinação da direção da Cassi - lembrando que a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil foi construída com o esforço da categoria e passou a ser controlada diretamente pela direção do BB - é o porquê o banco não recolheu, na época devida, os valores referente à contribuição da Cassi se as demais verbas oficiais, como INSS, IR, foram devidamente recolhidas.

Agora, joga no colo dos trabalhadores uma fatura que deveria ter sido cobrada quando do recebimento pelos funcionários dos valores de ações trabalhistas, CCV e CCP!?

Além disso, a Cassi já encaminhou para os mais de 39 mil bancários, que se encontram nessa situação, os boletos de cobrança sem qualquer tipo de explicação de como foi feita essa análise dos valores devidos e, pior, valores estes corrigidos monetariamente e, no caso de parcelamento, cobrança de juros, sendo que os funcionários do banco não tiveram nenhuma responsabilidade pela não cobrança, por parte do banco, na época do fechamento dos acordos e das ações trabalhistas que, sempre é bom ressaltar, são casos de mais de uma década atrás.

A direção do Banco do Brasil joga mais uma bucha para uma parcela significativa dos seus funcionários justamente quando os planos de saúde dos trabalhadores das estatais estão passando por diversos ataques direitistas, e as justificativas para esses ataques sempre são as mesmas: "que o Plano de Saúde está com dificuldades financeiras".

Se realmente existe essa "dificuldade financeira", qual a dificuldade de um banco que, somente nos últimos nove meses, teve um faturamento líquido de R$28,32 bilhões; em dar um aporte para a Cassi que, segundo dados da própria instituição, terá um déficit de 700 milhões neste ano, sendo que o banco é o seu patrocinador e, logicamente, deveria estar preocupado com a saúde dos seus funcionários.

Com a palavra, a direção do Banco do Brasil.

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PODER 360

Anats é um coelho na cartola para a saúde?

Marcelo Queiroga

Ideia de criar uma agência de avaliação de tecnologia em saúde traz dúvidas sobre qual seria a vantagem em relação à Conitec

O Judiciário brasileiro tem sido o desaguadouro de uma miríade de ações para implementar o direito à saúde, nomeadamente em virtude de novas tecnologias que ainda não foram incorporadas no SUS (Sistema Único de Saúde).

A judicialização da saúde foi banalizada. Quando o tratamento ou o medicamento não é provido no sistema de saúde, recorre-se ao juiz. Segundo o STF, o número de ações judiciais na área da saúde aumentou de 21.000 por mês em 2020 para 61.000 em 2024, totalizando 600 mil ações anuais. O Ministério da Saúde gastou em 2023 mais de R$ 1,4 bilhão para o fornecimento de medicamentos não incorporados pelo SUS.

Com a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), o Ministério da Saúde passou a contar com assessoramento técnico sobre a incorporação de tecnologias no SUS. No entanto, essas demandas judiciais aumentaram a ponto de comprometer o orçamento público.

Quando o assunto é a saúde, cada demanda atendida sem a previsão orçamentária pode causar prejuízos aos programas de saúde pública e inviabilizar o atendimento de milhares de brasileiros no SUS. Recentemente, o presidente do STF, Roberto Barroso, alertou para a necessidade de reduzir os litígios na saúde.

O caminho para se ampliar o acesso a novas tecnologias, seguramente, não é o Judiciário. Não será com a caneta perdulária do doutor de branco (médico) ou a caneta generosa do doutor de preto (juiz) que resolveremos as demandas por saúde no Brasil.

Só com o fortalecimento da instância administrativa de avaliação de tecnologia em saúde (ATS), conferindo-se prioridade a suas decisões que avançaremos, com equidade, na implementação do direito à saúde. A criação de uma nova agência para ATS tem sido defendida para agilizar as incorporações de novas tecnologias, reduzindo o elevado grau de litígios judiciais.

Como ministro da Saúde, atuei para fortalecer a Conitec, tornando-a reconhecida pela sociedade brasileira. A legislação foi aprimorada. Foi requerido pela Lei 14.313 de 2022 que o Ministério da Saúde definisse as metodologias empregadas na ATS, inclusive os indicadores e parâmetros de custo-efetividade usados no país.

Essa medida, já adotada por entidades responsáveis pela ATS de outros países como a Austrália, o Canadá, o Chile e o Reino Unido, contribui para ampliar a transparência das decisões administrativas.

O Legislativo, igualmente, tem sido alvo da pressão para incorporar novas tecnologias, sem a necessária avaliação técnica. Cite-se o projeto de lei 6.630 de 2019, que obrigava os planos de saúde a cobrir, em até 48h depois do registro na Anvisa, os gastos com medicamentos de uso domiciliar e oral contra o câncer. Esse projeto foi vetado para preservar a prerrogativa da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

A Lei 14.307 de 2022, decorrente da Medida Provisória 1.067 de 2021, instituiu a Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Rol da ANS), semelhante à Conitec. Também estabeleceu um elo entre as incorporações de tecnologias no SUS e na saúde suplementar ao determinar que as tecnologias avaliadas e recomendadas positivamente pela Conitec fossem incluídas no Rol da ANS no prazo de até 60 dias.

Houve aumento das incorporações de tecnologias no SUS, grande parte em face de demandas internas feitas pelo Ministério da Saúde. Vale destacar a incorporação do onasemnogeno abeparvoveque (Zolgensma) para o tratamento da atrofia muscular espinhal, tido à época como o medicamento mais caro do mundo, mediante inédito acordo de acesso gerenciado, onde há o compartilhamento de risco com a indústria, também incluído no Rol da ANS em face da Lei 14.307 de 2022.

A ideia de criar uma agência de ATS não é nova. A sigla seria simples, Anats, mas a implementação, complexa. Será que essa "nova" estrutura traria vantagens sobre a Conitec? As agências são entidades que integram a administração pública indireta, submetidas a regime autárquico especial, com autonomia administrativa e financeira, sem subordinação hierárquica ao Executivo. A nova agência, portanto, seria autônoma para deliberar sobre incorporação de tecnologias, incluindo os recursos para o seu financiamento, que é parte do orçamento do ministério, atribuição que é exclusiva da administração pública direta.

A Anats não é solução mágica, um coelho que se tira da cartola. Assemelha-se mais a um jabuti na administração pública brasileira. O cenário atual das agências regulatórias no Brasil não é alentador. O dr. Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, disse que a agência está em vias de colapsar por falta de funcionários. Não é de hoje que assistimos à captura das agências regulatórias por parte do setor regulado, resultando em loteamento político desses órgãos, o que não é exclusividade do Brasil.

O melhor seria fortalecer a Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde, ampliando sua expertise nas diversas áreas da ciência. Atualmente, poucos núcleos atuam em todas as fases do processo de ATS, principalmente nas avaliações econômicas mais complexas. A qualificação da rede pluralizaria o debate científico e promoveria mais qualidade a discricionariedade técnica da administração pública.

O principal obstáculo à incorporação de tecnologia no sistema de saúde persiste sendo o seu impacto orçamentário. A velha teoria do cobertor curto. É impossível cobrir a cabeça e os pés ao mesmo tempo quando o cobertor não é longo o suficiente. Nosso maior desafio é ampliar o acesso dos brasileiros aos programas públicos já disponíveis. A mudança no entendimento recente do STF sobre o tema, realçando o papel da Conitec, é oportuna e deve fortalecer o papel na ATS no Brasil.

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AGÊNCIA SENADO

PL que torna obrigatório exame nacional para exercer medicina é aprovado em Comissão

De acordo com a proposição, os médicos só poderão se registrar no Conselho Regional de Medicina (CRM) se forem aprovados no Exame Nacional

A Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou nesta terça-feira (17) projeto que torna obrigatória a aprovação no exame de proficiência para o exercício da Medicina. O PL 2.294/2024 do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) recebeu parecer favorável do relator, senador Marcos Rogério (PL-RO), com emendas. O texto segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

De acordo com a proposição, os médicos só poderão se registrar no Conselho Regional de Medicina (CRM) se forem aprovados no Exame Nacional de Proficiência em Medicina, sendo dispensados aqueles já inscritos no CRM e os estudantes de medicina que ingressaram no curso antes da vigência da nova lei.

O projeto estabelece que as provas de proficiência serão aplicadas, no mínimo, duas vezes no ano em todos estados e Distrito Federal, abrangendo avaliação de competências profissionais e éticas, conhecimentos teóricos e habilidades clínicas, com base nos padrões mínimos exigidos para o exercício da profissão. Além disso, determina que ficará sob responsabilidade do Conselho Federal de Medicina (CFM) a regulamentação e a coordenação nacional do exame, sendo os CRMs responsáveis pela aplicação das provas em suas respectivas jurisdições.

Além disso, o projeto determina que os resultados sejam comunicados aos Ministérios da Educação e da Saúde pelo CFM, sendo vedada a divulgação nominal das avaliações individuais, que será fornecida apenas ao próprio participante.

O relator pontua também que o exame de proficiência não é incompatível com as avaliações realizadas no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), tratado pela Lei 10.861, de 2004 , que tem como objetivo assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes.

O senador Dr. Hiran (PP-RR), que é médico, informou que solicitou uma nota técnica do governo quanto ao projeto. Ele disse que não houve manifestação contrária do Ministério da Saúde.

A senadora Zenaide Maia (PSD-RN), também médica, disse ter algumas dúvidas em relação ao projeto. Ela adiantou, no entanto, que deixará para esclarecer os questionamentos na audiência pública que deverá acontecer quando o projeto for analisado na CAS.

O presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-PR), reforçou que o assunto será discutido em audiências na CAS, conforme acordado pelos demais senadores na última reunião da CE, em 10 de dezembro.

Para a senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), o projeto é uma oportunidade de se melhorar a qualidade da medicina e de provocar as instituições de ensino, "cujas mensalidades são elevadas, obrigando estudantes a saírem do país para estudar". Além disso, a proposta é considerada pela senadora um instrumento para levar as universidades federais a entender que precisam se preparar à altura, melhorando as suas estruturas, como fazem as escolas privadas.

Duas emendas foram apresentadas pelo senador Alan Rick (União-AC), sendo apenas uma acatada por Marcos Rogério. Segundo o texto, os médicos aprovados no exame de proficiência não precisarão realizar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), conforme a Lei 13.959, de 2019 .

Entretanto, Marcos Rogério acrescentou uma subemenda para que a revalidação de diploma de medicina, por qualquer meio autorizado legalmente, não substitui a necessidade de aprovação no Exame Nacional de Proficiência em Medicina.

Pontes afirma que a avaliação seria semelhante ao modelo adotado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Para ele, o projeto é importante devido à proliferação indiscriminada de cursos de medicina, realidade que aponta para o provável agravamento das deficiências verificadas no ensino médico e precariedade na formação desses profissionais.

Segundo Pontes, quando o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) condicionou a obtenção do registro profissional à aprovação no exame, o resultado foi preocupante, revelando a reprovação de 54,5% dos participantes em 2012, índice que aumentou para 59,2% no ano seguinte, sendo que em 2014 mais da metade dos participantes não atingiu o critério mínimo de acertos de 60% da prova.

"Para os médicos, em particular, a avaliação ao final do curso é ainda mais relevante, pois erros de diagnóstico, de prescrição ou de conduta podem não só gerar custos sociais para os sistemas público e privado de saúde, mas também causar danos irreversíveis aos pacientes e mesmo levá-los à morte", sustenta o autor do projeto.

Já Marcos Rogério cita dados do painel "Radiografia das Escolas Médicas no Brasil", que mostram que 71% das vagas em cursos de medicina no país estão em locais que não atendem à infraestrutura mínima necessária para garantir formação adequada aos futuros profissionais. "Desse modo, não há dúvida de que medidas voltadas a atestar a presença de competências e conhecimentos essenciais ao exercício da medicina se revestem de notória relevância social", enfatiza o relator, no seu parecer.

Se sancionada, a lei entrará em vigor após um ano de sua publicação.

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MEDICINA S/A

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e emprega 3,3% mais

O consumo de dispositivos médicos (DMs) no Brasil registrou alta de 10,6%, entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados acabam de ser divulgados pelo Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento de ‘Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro’ foi o que mais cresceu (28,9%), seguido de ‘Próteses e implantes – OPME’ (4,6%) e ‘Materiais e equipamentos para a saúde’ (4,3%).

“Depois da ociosidade do período pandêmico, o mercado voltou a patamares de setembro de 2019. A expectativa é positiva, com a conscientização sobre prevenção e maior uso da medicina diagnóstica; adoção de novas tecnologias (robótica e IA) e o fato de a boa qualidade do serviço de saúde no Brasil torná-lo um hub para atendimento internacional (turismo médico). Tudo isso contribui para o aumento da demanda sobre produtos e serviços do setor. Por outro lado, as fusões e aquisições – concentração de empresas e verticalização de planos-hospitais e prestadores de serviços de diagnóstico – pressionam preços e margens de produtos”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.

Os números também são positivos no comércio exterior. As importações registraram crescimento de 19%, no mesmo período analisado. Foram comercializados US$ 6.052 milhões. As exportações de DMs somaram US$ 616 milhões, uma alta de 8%.

A taxa de emprego subiu 3,3% com a abertura de 4.778 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor. São 149.375 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O segmento que mais abriu oportunidades foi o de ‘Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico’, com incremento de 1.587 vagas preenchidas.

“A alta nas internações, cirurgias e exames realizados no SUS contribuiu para o crescimento do setor”, afirma José Márcio Cerqueira Gomes.

Entre janeiro e setembro, foram realizadas 10,42 milhões de internações no SUS, 5,1% acima do verificado no mesmo período de 2023. As intervenções para “Diagnósticos em especialidades” foram as que mais cresceram: 18,4%; seguido de ‘Transplante de órgãos, tecidos e células’, com alta de 10,4%. As internações para tratamentos clínicos – que correspondem a quase metade do total – aumentaram 4%.

O número de cirurgias foi 8,1%, do que no mesmo período de 2023, com um total de 4,63 milhões. O destaque foi o incremento de 26% em ‘Cirurgia do aparelho da visão’, seguido de ‘pele, tecido subcutâneo e mucosa’, com alta de 18,9%.

A realização de exames na atenção ambulatorial do SUS teve elevação de 6,9%, ultrapassando a marca de 1 bilhão de exames, ante cerca de 936.031 milhões, nos nove primeiros meses do ano passado. Exames de ‘Diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental’ aumentaram 27,7% e ‘Diagnósticos por tomografia’ registrou alta de 16,6%.

O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 17 Dezembro 2024 07:44

CLIPPING AHPACEG 17/12/24

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DESTAQUES

ANS: resultados sobre a política de preços e reajustes dos planos de saúde

Empregos na cadeia da saúde ultrapassam 5,1 milhões de vínculos formais no Brasil

Idec: ANS contraria parecer técnico sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde

Secretário de Saúde de Goiânia pede exoneração do cargo 12 dias após tomar posse

Falta de repasses: Araújo Jorge suspende recebimento de pacientes em Goiânia

Maternidades municipais voltam a suspender atendimentos eletivos

Secretaria demite 20 funcionários de UPA após morte de homem em cadeira

Morte no RJ - Presidente do Cremego fala sobre crise na saúde

MONITOR MERCANTIL

ANS: resultados sobre a política de preços e reajustes dos planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou, na tarde desta segunda-feira, o resultado dos estudos relacionados à implementação de uma nova política de preços e reajustes para os planos de saúde. O tema foi item de pauta da 616ª Reunião de Diretoria Colegiada.

Nos últimos meses, a ANS abriu o debate sobre o aprimoramento das regras relacionadas a quatro temas propostos, em 27/9, pela diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos. São eles: reajuste de planos coletivos; mecanismos financeiros de regulação - como coparticipação e franquia; venda de planos on-line; e revisão técnica de preços de planos individuais/familiares.

Os assuntos fazem parte da Agenda Regulatória 2023-2025, que reflete os esforços da Agência em prol da sustentabilidade do setor e da proteção dos beneficiários, e foram objeto de participação social através de Audiência Pública realizada, no dia 7/10, e da Tomada Pública de Subsídios (TPS) nº 4, que ficou aberta de 16/10 a 4/11 para contribuições. Ambas as iniciativas tiveram o objetivo de obter propostas sobre os quatro temas em questão.

A ANS contabilizou 73 participações enviadas pelo formulário oficial da TPS 4, além de 6 contribuições complementares via e-mail. Entre os participantes, entidades representativas de administradoras de benefícios, de operadoras e de consumidores; prestadores de serviços; consultorias; corretores, além da participação direta das operadoras e dos cidadãos, resultando em relatórios e análises que embasam as próximas etapas.

"A composição das participações sociais mostra que os temas colocados em discussão pela ANS são de interesse de todo o setor", observou o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos, Alexandre Fioranelli.

Na sequência, a equipe técnica da Agência aprofundou os estudos sobre os assuntos a partir das contribuições recebidas. Entre os principais resultados estão a Análise de Impacto Regulatório (AIR) para cada tema e propostas de resoluções normativas.

Principais mudanças

1) Reajuste de planos coletivos - a) Definição do tamanho do agrupamento - atualmente, os agrupamentos são compostos por contratos com até 29 beneficiários. Na nova proposta, esse universo será ampliado para 1.000 vidas nos planos coletivos empresariais e para a totalidade dos planos coletivos por adesão, com o objetivo de obter maior diluição do risco e, consequentemente, reajustes mais equilibrados; b) definição de parâmetros para cláusula de reajuste - não será permitida a acumulação de índices financeiro e por sinistralidade. A operadora precisará adotar ou um ou outro. Além disso, a ANS definirá um percentual mínimo de 75% para sinistralidade meta para cálculo de reajuste. O objetivo é dar ao consumidor maior transparência sobre o cálculo realizado para a definição do percentual.

2) Rescisão contratual - igualar a regra de rescisão de contratos coletivos à regra de rescisão de contratos coletivos de empresário individual. Com isso, o cancelamento poderá ser feito no aniversário do contrato e desde que o beneficiário seja avisado com, pelo menos, 60 dias de antecedência. Assim, a rescisão passa a ser programada para que o contratante do plano tenha tempo hábil para encontrar uma nova opção.

3) Mecanismos financeiros de regulação (coparticipação e franquia).

4) Definição do limite financeiro do fator moderador por procedimento - passa a valer o percentual máximo de 30% de coparticipação por procedimento; definição dos limites financeiros mensal e anual - limite mensal de 30% do valor da mensalidade e limite anual 3,6 mensalidades; definição dos procedimentos não elegíveis (sobre os quais não poderá haver incidência de fator moderador por realização) - a ANS estabelece uma lista de procedimentos que não serão cobrados coparticipação/franquia, principalmente aqueles relacionados a terapias crônicas, oncologia, hemodiálise e alguns exames preventivos.

Venda on-line

Avaliação de critérios de venda on-line a partir do aprimoramento da Resolução Normativa nº 413/2016: a proposta anterior previa a contratação eletrônica, em caráter facultativo. A mudança estabelece a obrigatoriedade da venda on-line para os planos individuais/familiares, coletivos por adesão e empresariais firmados por empresário individual, a fim de facilitar o acesso dos consumidores a diferentes opções de produtos, de forma rápida, e reduzir a seleção de risco.

Revisão técnica de preços de planos individuais/familiares

Fase atual - a ANS está em fase de estudo de metodologia para admissão das solicitações, cálculo e aplicação da Revisão Técnica. A previsão é que um novo normativo seja elaborado e publicado em 2025, com os princípios sobre os critérios de elegibilidade para a solicitação e sobre as contrapartidas que as operadoras devem apresentar quando tiverem o pedido de Revisão Técnica deferido.

Em Audiência Pública prevista para janeiro de 2025, a ANS irá promover o debate com a sociedade para a construção conjunta das novas regras, que, após finalizadas e publicadas pela Agência, devem vigorar a partir de janeiro de 2026.

Próximos passos

A partir dos resultados coletados, a ANS irá elaborar propostas de normativas que serão colocadas em consulta pública para obter contribuições da sociedade. Essa consulta pública ficará disponível pelo período de 45 dias, de 19 de dezembro de 2024 a 3 de fevereiro de 2025.

Na sequência, a ANS irá promover Audiências Públicas nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025, sendo um turno para cada tema, manhã e tarde, para contemplar os quatro assuntos propostos. "Estamos oferecendo uma ampla oportunidade para que todo o setor participe, trazendo suas contribuições, dados e estudos sobre os temas. Nosso objetivo é construir uma norma que seja bem definida, estruturada e que atenda às necessidades de todos os atores da saúde suplementar", destacou Alexandre Fioranelli.

"Esses encontros reforçam o compromisso da Agência com a participação social, o nosso empenho em trazer todos os atores do setor para o debate relacionado ao aprimoramento das políticas de saúde suplementar", acrescentou o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.

Ao final desse processo, a Agência seguirá com a aprovação das normativas junto à diretoria colegiada e com a posterior publicação das novas regras regulatórias.

Confira abaixo as Análises de Impacto Regulatório referentes a cada um dos temas da reformulação da Política de Preços e de reajuste de planos de saúde:

AIR - Reajuste de planos coletivos

AIR - Venda on-line

AIR - Revisão técnica de preços de planos individuais/familiares

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MEDICINA S/A

Empregos na cadeia da saúde ultrapassam 5,1 milhões de vínculos formais no Brasil

Nos últimos três meses encerrados em outubro deste ano, houve crescimento de 1,5% no volume de oportunidades de empregos formais geradas na cadeia produtiva da saúde, que atingiram a marca de 5,1 milhões de vínculos no País. As informações são do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde nº 74, publicação do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

O estudo considera os setores público, privado e empregos diretos e indiretos sendo que a região Sudeste detém mais da metade dos vínculos (2,6 milhões) da cadeia. O maior crescimento no trimestre, no entanto, ocorreu no Nordeste (3,5%), seguido por Centro-Oeste (2,6%), Sudeste (1,1%), e Sul (1%). O Norte apresentou leve variação negativa (-0,4%) no período.

As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte foram as que mais se destacaram ao apresentarem as maiores proporções de contratações na saúde em relação à economia, com índices 12,7%, 12,5% e 12%, respectivamente, considerando o peso da cadeia no mercado de trabalho total.

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, fica evidente que as oportunidades de emprego na cadeia da saúde são reflexo do comportamento apresentado na economia. “O crescimento no volume de empregos formais na cadeia (1,5%) ficou muito próximo ao índice registrado na economia (1,3%) e indica a importância desse segmento importante que segue aquecido”, afirma.

Já o saldo de oportunidades registrado em outubro, foi de 32,5 mil empregos no setor. No acumulado do ano, considerando os subsetores, o que mais gerou empregos formais na cadeia foi o de prestadores (115,8 mil), seguido por fornecedores (49,1 mil). Já operadoras tiveram saldo de 8 mil postos de trabalho.

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Idec: ANS contraria parecer técnico sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde

A Nota Técnica nº 2/2023/GEFAP/GGREP/DIRAD-DIPRO/DIPRO e a Análise de Resultado Regulatório (ARR) sobre os efeitos das regras de reajuste de planos coletivos no mercado de saúde suplementar, documentos publicados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) após pressão do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), revelam que a diretoria da agência contraria o parecer de seu corpo técnico, ao continuar negando a gravidade da rescisão unilateral de contratos e a possibilidade da prática ser usada para seleção risco, ou seja, para a expulsão de pessoas ou grupos consideradas “indesejáveis” para a lucratividade das empresas.

Nos parágrafos 21 a 24 da Nota Técnica nº 2/2023/GEFAP/GGREP/DIRAD-DIPRO/DIPRO, o Idec chama a atenção para o trecho que diz: “Portanto, entende-se que a rescisão unilateral imotivada por parte da operadora permite práticas de seleção de risco.”

Por outro lado, desde que os cancelamentos unilaterais tomaram os noticiários, a diretoria da ANS se posicionou em favor da legalidade da prática. O argumento seria que não estaria acontecendo a exclusão pontual de um beneficiário ou de um grupo de pacientes em virtude de sua condição de saúde, pois os cancelamentos de contratos coletivos afetam todos os beneficiários daquele plano, conforme afirmou, em entrevista, o atual presidente da ANS, Paulo Rebello. No sentido oposto, o corpo técnico entendeu que o cancelamento imotivado é uma regulação que abre margem para a seleção de riscos pelas operadoras.

“A diretoria da ANS contraria o próprio corpo técnico da agência, segue negando a gravidade dos cancelamentos unilaterais, enquanto acelera diversos temas regulatórios que só atendem a interesses das empresas. Não podemos nunca esquecer que a longa omissão regulatória da agência tem afetado diretamente a vida de milhares de consumidores, pessoas que foram expulsas de seus planos de saúde por decisão das operadoras. É inaceitável que a ANS continue se negando a reconhecer e coibir cancelamentos unilaterais”, afirma Lucas Andrietta, coordenador de Saúde do Idec.

Contexto

Ganharam destaque neste ano inúmeros casos de cancelamentos de contratos de planos de saúde, por parte das operadoras, de forma unilateral e sem justificativa.

Embora o regramento da ANS determine que a seleção de risco é uma prática proibida e não pode ser desenvolvida pelas operadoras, na prática, se observa que os rompimentos unilaterais acabam expulsando os usuários de suas carteiras e definindo os contratos considerados indesejáveis, discriminando as pessoas que, por sua condição, representam maiores despesas assistenciais. E, como se não bastasse, jogam sobre elas a responsabilidade pela suposta “insustentabilidade financeira” usada para justificar a expulsão de todas as pessoas vinculadas ao seu contrato.

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PORTAL G1

Secretário de Saúde de Goiânia pede exoneração do cargo 12 dias após tomar posse

Pedro Gioia foi o segundo titular da pasta desde operação que investiga corrupção na secretaria. Ele disse que a intervenção estadual na saúde da capital tornou seu cargo 'dispensável'.

O Secretário de Saúde de Goiânia pediu exoneração do cargo nessa segunda-feira (16), 12 dias após tomar posse. Pedro Guilherme Gioia de Moraes declarou que a intervenção estadual na gestão da saúde da capital tornou seu cargo dispensável. Ele foi o segundo a assumir a pasta desde a prisão do alto escalão da secretaria, investigado por irregularidades no pagamento de fornecedores.

"Diante do atual processo de intervenção, acredito que a figura do secretário se torna dispensável”, escreveu Pedro Gioia em nota divulgada pela Secretaria Municipal da Saúde.

O secretário disse ainda que a pasta precisa ter um único gestor para que os desafios enfrentados possam ser resolvidos com mais rapidez.

“A secretaria enfrenta um momento desafiador que exige decisões rápidas, objetivas e centralizadas. Para isso, é fundamental contar com um único tomador de decisões, evitando fluxos diferenciados ou dispersos que comprometam a agilidade na resolução dos problemas”, afirmou.

Pedro Gioia foi o terceiro Secretário de Saúde da capital em menos de 20 dias. Wilson Pollara foi o titular da pasta até ser preso, em 27 de novembro de 2024. Cynara Mathias também deixou o cargo no dia 4 de dezembro, uma semana após a nomeação. Ela alegou motivos pessoais, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

A Justiça determinou a intervenção do governo estadual na saúde de Goiânia no dia 9 de dezembro de 2024. O médico Márcio de Paula Leite foi nomeado como interventor pelo governador Ronaldo Caiado (União), a partir da indicação do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (União) no dia 10 de dezembro.

O pedido de intervenção estadual foi realizado pelo Ministério Público de Goiás. De acordo com a subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Fabiana Lemes Zamalloa do Prado, o MP acompanha a situação do serviço de saúde de Goiânia desde o início do ano.

O órgão identificou o sucateamento de unidades de saúde; tempo de mais de 24 horas de espera em unidades hospitalares; internações inadequadas; retenção de verbas federais; e outras irregularidades.

Ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara é solto após ser preso suspeito de irregularidades

Crise na saúde

A gestão municipal da saúde de Goiânia passa por uma crise que gerou a prisão do alto escalão da Secretaria de Saúde da capital. Eles são investigados por suspeita de pagamentos irregulares e desvio de verbas da saúde.

Entre as irregularidades que causaram maior comoção social, está a demora na disponibilização de leitos de UTIs na capital, que causou a morte de pelo menos seis pessoas.

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A REDAÇÃO

Falta de repasses: Araújo Jorge suspende recebimento de pacientes em Goiânia

O Hospital do Câncer Araújo Jorge, referência no tratamento oncológico em Goiás,  informou, nesta segunda-feira (16/12), que precisará suspender, a partir desta terça-feira (17/12), o recebimento de pacientes regulados pela Prefeitura de Goiânia. A justificativa, segundo a entidade, é que a gestão municipal acumula atrasos de pagamentos, cuja dívida já se encontra na casa dos R$ 55 milhões.  A paralisação é por tempo indeterminado.

"Essa difícil decisão foi tomada devido ao comprometimento financeiro da instituição, causado pelos atrasos nos repasses financeiros referentes à produção do SUS e outros recursos essenciais ao funcionamento da unidade", disse o Araújo Jorge em nota. "Apesar de todos os esforços da diretoria para evitar a interrupção, a situação tornou-se insustentável, comprometendo a manutenção dos serviços prestados", completa o hospital. 

“O cenário atual reflete anos de negligência e promessas não cumpridas pela gestão municipal. O hospital, que depende de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) – cuja responsabilidade de repasse é da Prefeitura de Goiânia –, enfrenta atualmente um acúmulo de valores pendentes que totalizam R$ 55.306.681,79”, informa o comunicado que ainda esclarece que parte do valor inclui os custos do SUS dos meses de setembro e outubro de 2024.

O comunicado também esclarece que os pacientes que já estão em tratamento continuarão sendo atendidos normalmente e que é prioridade da instituição. Para os pacientes que têm a primeira consulta marcada a partir desta terça-feira, 17, os pacientes devem procurar o Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Em nota a SMS informou que os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) seguem bloqueados pela Justiça. De acordo com a pasta, o interventor da Saúde, Márcio de Paula Leite aguarda o desbloqueio das contas para que seja possível pagar a Fundação de Amparo ao Hospital das Clínicas (Fundahc), prestadores do SUS, entre eles o Hospital Araújo Jorge.

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CBN GOIÂNIA

Maternidades municipais voltam a suspender atendimentos eletivos

As maternidades de Goiânia suspenderam novamente os atendimentos eletivos devido à falta de repasses financeiros por parte da Prefeitura Municipal. A decisão afeta os serviços prestados pelo Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC). De acordo com a Fundahc/UFG, responsável pela gestão dessas unidades, os atendimentos agora são limitados aos casos de urgência e emergência.

Em nota oficial, a Fundahc/UFG informou que, devido aos atrasos nos repasses financeiros por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), os serviços ambulatoriais e eletivos estão suspensos até que a situação seja regularizada. A Fundação reforçou o compromisso com a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde, e destacou que segue negociando com a Prefeitura, aguardando os desdobramentos da Justiça para receber os valores em aberto e retomar os atendimentos.

A fundação também explicou que a equipe técnica está trabalhando em conjunto com a Prefeitura de Goiânia para revisar os planos de trabalho dos convênios e garantir a sustentabilidade das unidades.

Vale lembrar que essa situação não é inédita. Em 27 de agosto, os atendimentos nas mesmas maternidades já haviam sido suspensos, sendo retomados apenas em novembro, mas a crise na saúde persiste. A Fundahc/UFG espera que os repasses financeiros sejam regularizados o quanto antes para evitar novos prejuízos ao atendimento à população. A CBN entrou em contato com a secretaria municipal de saúde e aguarda o retorno.

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Guia Saúde - Neurocirurgiã dá dicas de como proteger o cérebro diante da sobrecarga digital na saúde mental

No Guia de Saúde deste sábado (14), a neurocirurgiã Ana Maria Moura dá dicas de como proteger o cérebro diante da sobrecarga digital na saúde mental.

https://www.cbngoiania.com.br/cmlink/cbngoiania/colunas/guia_saude/GuiaSaude.col

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PORTAL BOL

Secretaria demite 20 funcionários de UPA após morte de homem em cadeira

A Secretaria da Saúde do Rio demitiu 20 funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Cidade de Deus, na zona oeste da cidade, após a morte de um homem em uma cadeira enquanto aguardava atendimento na unidade de saúde na sexta-feira (13).

O que aconteceu

Médicos, enfermeiros e recepcionistas foram demitidos, segundo informação da secretaria ao UOL nesta segunda-feira (16). Os nomes dos funcionários não foram divulgados pela pasta.

Secretario já havia adiantado que os profissionais que estavam de plantão seriam demitidos. No sábado (14), Daniel Soranz escreveu no X que os funcionários também responderiam à sindicância e seriam denunciados nos seus respectivos conselhos de classe. "É inadmissível não perceberem a gravidade do caso", acrescentou.

Como os nomes dos demitidos não foram divulgados, a reportagem não conseguiu encontrá-los para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Investigações são abertas para apurar morte

A morte motivou a abertura de uma investigação na Polícia Civil e outra no Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio). O caso é investigado na 41ª DP (Tanque) e "agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos", informou a corporação ao UOL .

Já o Cremerj abriu uma sindicância sigilosa para apurar a morte de José Augusto Mota da Silva, 32. A investigação interna diz respeito diretamente à conduta profissional.

Em uma nota divulgada no domingo (15), o conselho havia dito que adotaria as medidas necessárias. Porém, o Cremerj demonstrou preocupação com a publicação do secretário estadual de Saúde, Daniel Soranz, que anunciou a demissão de todos os profissionais que estavam no plantão da unidade quando o homem morreu.

O conselho pediu que qualquer responsabilização só aconteça após "análise criteriosa" . "O Cremerj expressa preocupação com decisões precipitadas, como demissões sumárias, que podem desconsiderar circunstâncias relevantes e comprometer direitos fundamentais dos profissionais". Após as demissões, a reportagem entrou em contato novamente com o conselho e aguarda manifestação.

O Cremerj já havia feito três visitas à UPA da Cidade de Deus, em 2021, 2022 e 2023. Em todas as diligências, a equipe do conselho relatou ter identificado "deficiências relacionadas ao corpo clínico", ou seja, falta de médicos.

Homem aguardava atendimento

José Augusto Mota da Silva aguardava atendimento em uma cadeira da UPA na Cidade de Deus. A cena foi gravada na noite de sexta-feira (13) por pacientes na sala de espera da unidade. Os vídeos foram compartilhados em grupos de moradores.

Outro vídeo mostra José Augusto sendo levado em uma maca e os outros pacientes reclamando com a equipe . "Agora vocês estão com pressa, né? O homem chegou aqui gritando de dor (...) Todo mundo é culpado, ninguém atendeu", diz um paciente.

Emily Larissa Souza Mota, sobrinha do homem, disse ao UOL no domingo (15) que o tio sofria de problemas no estômago. Ele já havia passado por uma UPA do Rio em abril deste ano, mas o problema continuou.

A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) do Rio disse que a coordenação da unidade abriu uma sindicância para apurar o caso. "Segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido", diz a nota da pasta. O paciente teria entrado "lúcido e andando" e teve a classificação de risco feita às 20h30.

"Poucos minutos depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente encontrar-se desacordado", alegou a secretaria . "Ele foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas infelizmente não resistiu", acrescenta o comunicado.

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CREMEGO

Morte no RJ - Presidente do Cremego fala sobre crise na saúde

Em vídeo divulgado ontem, 16, nas redes sociais do Cremego, a presidente Sheila Soares Ferro Lustosa Victor falou sobre a crise na saúde no Rio de Janeiro. Ela comparou a situação com a enfrentada em Goiás e lamentou que esse grave problema não esteja restrito a um Estado, mas tenha se espalhado por todo o Brasil.

O posicionamento veio após a morte do paciente José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, enquanto aguardava por atendimento em uma UPA. "A população e os profissionais de saúde clamam por socorro. Que esse óbito seja o último", disse.

Confira:

Foi com muito pesar que recebemos a notícia da morte do paciente José Augusto Mota da Silva, enquanto aguardava atendimento em uma unidade de saúde pública do Rio de Janeiro.

É triste ver que a crise que tem sacrificado vidas não se restringe a Goiás, mas se espalha por todo o Brasil.

Pacientes estão morrendo em unidades superlotadas, sucateadas, com equipes médicas e de demais profissionais de saúde sobrecarregadas e sem condições dignas de trabalho.

Esse cenário precisa mudar com urgência.

A população e os profissionais de saúde clamam por socorro.

Que esse óbito seja o último.

Que as circunstâncias sejam apuradas, os responsáveis sejam punidos e, principalmente, que medidas sejam adotadas para que essa tragédia não se repita mais, em nenhum Estado.

Nossa solidariedade à família do José Augusto; ao Cremerj, que vai apurar esse caso; aos médicos e profissionais de saúde e a toda a população do Rio de Janeiro, que como todos os brasileiros, merece uma saúde com qualidade.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 16 Dezembro 2024 07:48

CLIPPING AHPACEG 14 A 16/12/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Estudo: UTIs crescem no Brasil, mas milhões vivem longe de leitos

79% dos médicos da América Latina consideram a IA como aliada, aponta pesquisa

MÍDIA NEWS

Estudo: UTIs crescem no Brasil, mas milhões vivem longe de leitos

Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS

O Brasil registrou um aumento de 52% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em uma década, mas a distribuição das unidades e especialistas continua desigual entre as regiões e usuários da rede pública e da particular.

É o que mostra o relatório da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) divulgado neste mês. Segundo a entidade, o Brasil tem 73 mil leitos de UTI. No SUS, são 37.820. Na rede privada, 35.340.

Apesar da proximidade numérica, proporcionalmente há 24,87 leitos a cada 100 mil habitantes no SUS (Sistema Único de Saúde). No particular, são 68,28 leitos a cada 100 mil.

Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para atendimento de saúde. Considerando o total de 73 mil leitos de UTI, os brasileiros têm 36 para cada 100 mil habitantes.

A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Um dos principais motivos para o aumento de leitos foi a necessidade gerada pela pandemia da Covid. Em 2019, havia 55 mil leitos no Brasil. Antes de chegar aos atuais 73 mil, em 2022, este número já ultrapassava os 70 mil entre públicos e privados.

Mas não foi só o coronavírus que estimulou o crescimento de UTIs. O relatório também aponta os surtos de dengue -que atingiu seu recorde histórico de casos em 2024-, a incidência de acidentes automobilísticos, bem como uma resposta ao envelhecimento da população.

Segundo Patrícia Mello, presidente da Amib, o número total de leitos de UTIs é estaticamente adequado para atender a população brasileira. Para ela, o problema é a distribuição geográfica das unidades e de equipes especializadas. Em especial, de médicos intensivistas.

Em estados como o Amapá, existem apenas cinco médicos intensivistas, em uma proporção de 0,68 especialistas para cada 100 mil pessoas. Todos eles estão na capital Macapá, onde há 213 leitos de UTI públicos e privados -incluindo para atendimento de adultos, neonatal e para vítimas de queimaduras.

Isso significa que mais de 290 mil amapaenses estão distantes de intensivistas e de um leito de UTI em um estado cerca de três vezes maior do que o Espírito Santo. A Secretaria da Saúde do Amapá não respondeu a reportagem sobre investimentos na área.

O cenário do estado no Norte, porém, é comum em todo o país. Segundo a Amib, a proporção de leitos em todas as capitais brasileiras é de 70,39 para cada 100 mil habitantes. Fora delas, o número cai para 25,58 leitos a cada 100 mil, uma taxa quase três vezes menor.

Isso significa deslocamento até leitos distantes, o que é crucial para garantir a vida de pacientes graves, segundo Mello.

O paciente da UTI precisa receber atendimento de complexidade, em geral, nas seis primeiras horas. Quando esse atendimento é retardado, você até pode resgatar um ou outro, mas a maioria você perde uma vida devido às situações de gravidade , explica a especialista.

Na avaliação da presidente da Amib, o investimento em UTI inclui capacitação de alta complexidade de médicos e enfermeiros, mas que os gestores devem estudar um número maior de locais estratégicos para instalá-las e investir em mais contratações. Em especial, para atuar em casos extremos.

A gente precisa resolver essa discrepância agora. Quando falamos da proporção atual, é em uma situação de normalidade. Em uma situação de uma pandemia ou catástrofe, isso transborda e temos um cenário de caos , acrescenta.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que desde o início do governo Lula foram repassados cerca de R$ 875 milhões anuais ao estados e municípios para custear as UTIs já existentes e R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos para implantar 10 mil leitos adultos, pediátricos, neonatal e coronarianos.

Para a implementação e habilitação de um leito no SUS, o gestor estadual ou municipal deve encaminhar o requerimento ao Ministério da Saúde. Após análise e aprovação, os recursos são disponibilizados para a ampliação do serviço , acrescenta a pasta.

O Brasil registrou um aumento de 52% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em uma década, mas a distribuição das unidades e especialistas continua desigual entre as regiões e usuários da rede pública e da particular.

É o que mostra o relatório da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) divulgado neste mês. Segundo a entidade, o Brasil tem 73 mil leitos de UTI. No SUS, são 37.820. Na rede privada, 35.340.

Apesar da proximidade numérica, proporcionalmente há 24,87 leitos a cada 100 mil habitantes no SUS (Sistema Único de Saúde). No particular, são 68,28 leitos a cada 100 mil.

Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para atendimento de saúde. Considerando o total de 73 mil leitos de UTI, os brasileiros têm 36 para cada 100 mil habitantes.

A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Um dos principais motivos para o aumento de leitos foi a necessidade gerada pela pandemia da Covid. Em 2019, havia 55 mil leitos no Brasil. Antes de chegar aos atuais 73 mil, em 2022, este número já ultrapassava os 70 mil entre públicos e privados.

Mas não foi só o coronavírus que estimulou o crescimento de UTIs. O relatório também aponta os surtos de dengue -que atingiu seu recorde histórico de casos em 2024-, a incidência de acidentes automobilísticos, bem como uma resposta ao envelhecimento da população.

Segundo Patrícia Mello, presidente da Amib, o número total de leitos de UTIs é estaticamente adequado para atender a população brasileira. Para ela, o problema é a distribuição geográfica das unidades e de equipes especializadas. Em especial, de médicos intensivistas.

Em estados como o Amapá, existem apenas cinco médicos intensivistas, em uma proporção de 0,68 especialistas para cada 100 mil pessoas. Todos eles estão na capital Macapá, onde há 213 leitos de UTI públicos e privados -incluindo para atendimento de adultos, neonatal e para vítimas de queimaduras.

Isso significa que mais de 290 mil amapaenses estão distantes de intensivistas e de um leito de UTI em um estado cerca de três vezes maior do que o Espírito Santo. A Secretaria da Saúde do Amapá não respondeu a reportagem sobre investimentos na área.

O cenário do estado no Norte, porém, é comum em todo o país. Segundo a Amib, a proporção de leitos em todas as capitais brasileiras é de 70,39 para cada 100 mil habitantes. Fora delas, o número cai para 25,58 leitos a cada 100 mil, uma taxa quase três vezes menor.

Isso significa deslocamento até leitos distantes, o que é crucial para garantir a vida de pacientes graves, segundo Mello.

O paciente da UTI precisa receber atendimento de complexidade, em geral, nas seis primeiras horas. Quando esse atendimento é retardado, você até pode resgatar um ou outro, mas a maioria você perde uma vida devido às situações de gravidade , explica a especialista.

Na avaliação da presidente da Amib, o investimento em UTI inclui capacitação de alta complexidade de médicos e enfermeiros, mas que os gestores devem estudar um número maior de locais estratégicos para instalá-las e investir em mais contratações. Em especial, para atuar em casos extremos.

A gente precisa resolver essa discrepância agora. Quando falamos da proporção atual, é em uma situação de normalidade. Em uma situação de uma pandemia ou catástrofe, isso transborda e temos um cenário de caos , acrescenta.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que desde o início do governo Lula foram repassados cerca de R$ 875 milhões anuais ao estados e municípios para custear as UTIs já existentes e R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos para implantar 10 mil leitos adultos, pediátricos, neonatal e coronarianos.

Para a implementação e habilitação de um leito no SUS, o gestor estadual ou municipal deve encaminhar o requerimento ao Ministério da Saúde. Após análise e aprovação, os recursos são disponibilizados para a ampliação do serviço , acrescenta a pasta.

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SAÚDE BUSINESS

79% dos médicos da América Latina consideram a IA como aliada, aponta pesquisa

Pesquisa do Medscape revela apoio à regulamentação da IA na saúde e destaca os benefícios e receios dos profissionais da Argentina, Brasil e México.

inteligência artificial (IA) tem atraído a atenção da população por suas diversas aplicações, e esse avanço, que evolui rapidamente, está impactando significativamente a vida cotidiana e a prática médica. Espera-se que a IA redesenhe os cuidados médicos nos próximos anos. Uma pesquisa recente do Medscape, conduzida com mais de 3 mil médicos da Argentina, Brasil e México, revela que, embora muitos profissionais estejam otimistas em relação ao uso da IA na saúde, ainda persistem certos receios. 

De acordo com o estudo, 71% dos médicos brasileiros defendem que o uso da IA na medicina seja supervisionado por órgãos governamentais ou associações médicas, refletindo uma clara demanda por monitoramento rigoroso. A opinião é compartilhada por 71% dos médicos argentinos e 79% dos mexicanos. Além disso, os três países concordam sobre a necessidade de uma estrutura regulatória: 84% dos brasileiros, 84% dos argentinos e 88% dos mexicanos consideram essencial a criação de regras claras para proteger pacientes e profissionais. 

A pesquisa também destaca que 71% dos médicos brasileiros acreditam que a IA é útil para interpretar exames de imagem, enquanto 79% veem a tecnologia como um recurso capaz de revolucionar a gestão de prontuários médicos. Já na Argentina e no México, essa interpretação é menos frequente, com 67% e 65%, respectivamente, porém, a opinião sobre o uso de IA para prontuários médicos é semelhante entre os profissionais desses países (79% na Argentina e 81% no México). Para muitos médicos, a IA no ambiente de consultórios e hospitais já é vista como uma ferramenta promissora. 

Evolução no uso de IA 

Apesar de apenas 12% dos médicos brasileiros entrevistados utilizarem IA em tarefas administrativas, a pesquisa aponta para um cenário de evolução rápida. “A aceitação do uso da IA deve crescer significativamente nos próximos anos, pois 7 em cada 10 médicos ouvidos na pesquisa planejam incorporar a IA na rotina médica”, afirma Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape em português. Esse fenômeno também é observado na Argentina, onde 13% dos médicos usam IA para tarefas administrativas, e no México, onde 19% já a utilizam. Ambos os países projetam um aumento do uso da tecnologia no futuro (73% na Argentina e 71% no México). 

Um ponto de preocupação entre os médicos é o impacto da IA na negligência médica. 45% dos médicos no Brasil, 42% na Argentina e 48% no México temem que a IA substitua o julgamento clínico. No entanto, a pesquisa também revela que, apesar desses receios, profissionais de todos os países acreditam que a IA pode ajudar a reduzir os casos de negligência médica (60% na Argentina, 52% no Brasil e 58% no México). Os médicos brasileiros demonstram maior preocupação com o risco de falhas tecnológicas ou uso inadequado da IA, com 34% de preocupados, em comparação a 24% no México e 19% na Argentina. “Muitos médicos brasileiros acreditam que a IA tem o potencial de transformar positivamente a medicina. Ao reduzir encargos administrativos e agilizar processos, a IA promete devolver aos médicos o tempo e os recursos necessários para se concentrar no que realmente importa: o atendimento ao paciente”, conclui a editora. 

Dados da Pesquisa 

A pesquisa foi realizada entre 11 de janeiro e 14 de março de 2024, com 3.140 médicos que assinam as edições em espanhol e português do Medscape, atuando na Argentina, Brasil e México.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 13 Dezembro 2024 06:36

CLIPPING AHPACEG 13/12/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo - Decisão da Senacon coloca planos de saúde na berlinda contra práticas abusivas

Pesquisa mostra que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada

Judicialização prejudica a indústria farmacêutica

TCE-GO vai acompanhar intervenção estadual na Saúde de Goiânia

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e registra aumento de 3,3% no emprego

JORNAL DO BELÉM

Artigo - Decisão da Senacon coloca planos de saúde na berlinda contra práticas abusivas

Natália Soriani*

Em meio a uma enxurrada de cancelamentos unilaterais de contratos - por vezes no meio de um tratamento médico - e outras práticas consideradas abusivas por parte de muitas operadoras de planos de saúde, o anúncio de uma importante decisão divulgada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), no último dia 10 de dezembro, finalmente pode servir como amparo para o lado mais frágil dessa que tem sido uma conturbada relação contratual: o beneficiário do plano, que muitas vezes se sente refém dele.

O órgão, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ouviu as queixas desses consumidores e notificou 14 empresas do setor, exigindo a correção de irregularidades contratuais por elas cometidas em até 60 dias. Essas irregularidades foram identificadas a partir de um detalhado estudo de monitoramento do mercado da Senacon. Após denúncias, essas empresas foram alvo de processos administrativos. Entre as acusadas, figuram nomes de peso como Amil, Bradesco Saúde, Hapvida NotreDame, Prevent Senior, Omint e Unimed Nacional.

As denúncias recorrentes que fomentaram a decisão da Senacon incluem não apenas o cancelamento unilateral de contratos, mesmo de beneficiários em tratamento médico, como também alterações na rede hospitalar sem que se respeitasse parâmetros legais, entre eles a distância mínima para atendimentos; a comunicação inadequada sobre procedimentos e prazos para cancelamento; a falta de clareza nas informações contidas em contratos; assim como a falta de transparência nas informações sobre portabilidade entre operadoras de planos de saúde.

A lista das empresas notificadas é composta pelas maiores operadoras em atividade no país, que atendem, ou deveriam atender milhares de brasileiros que pagam um valor cada vez mais elevado para ter garantido o suporte à saúde, o que não tem acontecido. Somente entre janeiro e outubro desse ano, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula a atividade das operadoras no país, foram 13.339 queixas sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde, ou seja, mais de 1.300 reclamações por mês.

Para entender o tamanho do problema enfrentado por esses beneficiários, basta imaginar a situação: você está no meio de um tratamento crucial para sua saúde e, de repente, seu plano é cancelado sem aviso prévio. Ou então, a rede credenciada muda drasticamente, deixando você sem acesso aos médicos e hospitais que confia. Há casos diversos dessa interrupção, inclusive envolvendo pacientes com câncer em estágio avançado, provocando elevado risco de morte. Essas são apenas algumas das práticas abusivas que violam o Código de Defesa do Consumidor e que a Senacon busca combater com sua relevante decisão.

Além do prazo de 60 dias, a Senacon instituiu um grupo de trabalho com a participação das operadoras, para que apresentem, no mesmo período, soluções concretas para esses problemas relatados. Durante esses dois meses, os processos administrativos foram suspensos, mas podem ser retomados caso as irregularidades persistam.

Apesar de entidades representativas das operadoras de planos de saúde afirmarem que respeitam as normas da ANS e que não possuem em suas políticas o cancelamento unilateral, as denúncias formais levantadas pela Senacon demonstram que a realidade vivenciada por muitos consumidores é diferente.

Portanto, a notificação da Senacon pode ser considerada uma vitória para os consumidores de planos de saúde. É fundamental que os usuários conheçam seus direitos e que denunciem práticas consideradas abusivas. Seus direitos devem ser cumpridos contratualmente, via processos administrativos ou ainda se for necessário, por meio da via judicial, de modo que a garantia ao acesso à saúde, objetivo de quem contrata um plano, seja efetivamente preservada.

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e da Saúde e sócia do escritório Natália Soriani Advocacia

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GAZETA DA SEMANA

Pesquisa mostra que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada

Para Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), fatores como falta de segurança, condições de trabalho inadequadas e remuneração baixa afastam os profissionais do serviço público

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o número de médicos cresceu 23,6% entre 2019 e 2023. Em 2022, o país tinha 22,5 profissionais para cada dez mil habitantes. Já em 2023, esse volume cresceu para 23,7, um aumento de 5,3% em apenas um ano.

Apesar do crescimento, o Brasil continua com número abaixo de países como México, que tem 25,6 médicos para cada dez mil habitantes, e Canadá, com 25. No entanto, está acima da média da República Dominicana, com 22,3, e da Turquia, com 21,7.

O estudo aponta também que esse aumento foi mais intenso na rede privada; o número de profissionais que não atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 29,7%; já o dos que atuam na saúde pública alcançou 21,2%.

Para o especialista em Direito Médico e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, as melhores condições de trabalho oferecidas, assim como a questão da remuneração em si, explicam essa predileção dos médicos pela rede privada.

"Para diminuir essa desigualdade, o Governo Federal precisa adotar medidas que melhorem as condições de trabalho desses profissionais na rede pública, além de criar um teto mínimo de remuneração, para que esses médicos que estão longe dos grandes centros possam ficar em suas regiões de origem", explica. A Anadem defende a fixação do salário-mínimo para médicos no valor de R$ 18.709,99 para a jornada de trabalho de 20 horas semanais, valor cima do que propõe o Projeto de Lei (PL) no 1.365/2022, que é de R$ 10.991,19.

Violência contra médicos

Segundo o especialista, outro ponto essencial é que se criem leis que protejam o médico em atendimento. Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um levantamento que mostra que, entre 2013 e 2024, 38 mil Boletins de Ocorrência foram registrados com médicos vítimas de violência.

Em média, a cada três horas, um médico sofre algum tipo de violência em seu período de trabalho. "Embora esses casos de violência não sejam exclusividade do SUS, muitos profissionais acabam se sentido mais seguros em trabalhar em hospitais particulares, o que afeta essa dinâmica", avalia Canal.

Outros destaques

A pesquisa do IBGE mostrou também que, apesar do aumento do número de médicos nesses cinco anos, foram os enfermeiros que se consolidaram como a categoria de profissionais da área da saúde que mais cresceu nesse período; saíram de 260,9 mil, em 2019, para 363,1, em 2023. Crescimento de 39,2%.

"Essa é outra categoria que deve ser mais reconhecida, tanto pelo serviço que presta como financeiramente. Assim como os médicos, enfermeiros e técnicos precisam de melhores condições de trabalho para oferecer um serviço de excelência aos pacientes, na rede pública ou particular", afirma o presidente da Anadem.

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O GLOBO

Judicialização prejudica a indústria farmacêutica

Nelson Mussolini

Desafio de oferecer medicamentos essenciais à qualidade de vida precisa ser enfrentado por novos modelos

A judicialização crescente da saúde no Brasil expõe o grave problema do acesso a produtos e serviços no sistema público e privado, direito garantido a toda a população pela Constituição.

Na teoria, o Supremo Tribunal Federal (STF) está certo na análise da tese de repercussão geral referente aos temas 6 e 1.234: a concessão judicial de medicamentos deve se limitar a casos excepcionais. Mas a solução dessa questão não é tão simples. Na prática, as ações judiciais movidas por pacientes estão diretamente relacionadas às dificuldades de fornecimento e à demora de incorporação de produtos ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Trata-se de problema histórico, que assumiu maiores proporções no início deste século. De 2003 a 2011, o Ministério da Saúde incorporou poucos medicamentos ao SUS, e isso levou a população, que precisava dos remédios mais modernos e eficazes, a procurar uma saída para suprir suas necessidades vitais. A criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), em 2011, melhorou e acelerou a incorporação de medicamentos inovadores. Desde então, o SUS passou da média de dez produtos incorporados a cada dois anos para uma média anual de 36 recomendações de incorporação desde 2020.

Mais Sobre Ministério da Saúde Ministério da Saúde atualiza vacinação contra a Covid; veja o que muda Homem preso tentando entrar com munição na Câmara é servidor do Ministério da Saúde há mais de 30 anos O atraso da Agência Nacional de Saúde Suplementar na atualização do rol de procedimentos, falhas na cobertura de produtos e interpretações equivocadas da legislação têm impulsionado as ações judiciais contra os planos de saúde.

É importante ressaltar que a judicialização é ruim para a indústria farmacêutica. O setor precisa de dois insumos para sua sobrevivência e desenvolvimento: previsibilidade e segurança jurídica. A judicialização não atende a nenhum desses requisitos, pois suas decisões podem ser alteradas a qualquer momento.

Não parece que, por si sós, as novas regras definidas pelo STF serão capazes de frear a procura da população pelo melhor e mais moderno tratamento. Uma das teses fere a lógica econômica, com potencial reflexo negativo para a estabilidade financeira do SUS. É a que determina que o magistrado "deverá estabelecer que o valor de venda do medicamento seja limitado ao preço com desconto, proposto no processo de incorporação na Conitec". Ora, é inviável para uma empresa receber por um único tratamento o mesmo valor que ofertou com grande redução de preço para a venda de milhares. Essa regra inibirá a oferta de descontos agressivos, quando da submissão para a incorporação de novo produto ou tecnologia.

Outro ponto duvidoso da tese do STF é o que condiciona a decisão dos tribunais ao critério de custo-efetividade da Conitec. A competência técnica e a transparência do órgão são indiscutíveis. Ocorre que, não raro, o produto é reconhecidamente eficaz, mas não é incorporado porque seu valor supera o limiar de custo-efetividade definido pelo gestor público.

Considerando a eficiência das políticas públicas e o princípio da universalidade e da igualdade, o melhor caminho é aperfeiçoar e ampliar o processo de incorporação de novas terapias no sistema de saúde, seja fechando contratos em que o preço negociado seja confidencial, como ocorre em vários países; seja fixando prazos para a efetiva incorporação do medicamento somente no ano seguinte ao de sua aprovação.

Diante da notória escassez de recursos do poder público, o desafio de oferecer remédios essenciais à qualidade de vida precisa ser enfrentado por meio da adoção de novos modelos e critérios que garantam isonomia no atendimento à população e contribuam para a "desjudicialização" da assistência farmacêutica.

*Nelson Mussolini é presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos e integrante do Conselho Nacional de Saúde

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A REDAÇÃO

TCE-GO vai acompanhar intervenção estadual na Saúde de Goiânia

O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) anunciou que vai acompanhar de perto a intervenção estadual na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, com foco especial na utilização de recursos estaduais. A medida foi definida por meio de um despacho do Conselheiro Celmar Rech, em resposta a uma representação do Ministério Público de Contas apresentada pelo Procurador de Contas Fernando dos Santos Carneiro.

Nesse sentido, o Conselheiro determinou a designação de uma equipe de fiscalização para o acompanhamento e a notificação do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) para avaliar uma eventual atuação conjunta das cortes no processo. Também foram cientificados o Governador do Estado, Ronaldo Caiado, e o Procurador-Geral de Justiça, Cyro Terra Peres.

Ao longo do acompanhamento, poderão ser instaurados procedimentos específicos, como auditorias ou inspeções, a depender das circunstâncias verificadas ao longo do acompanhamento.

A intervenção na SMS foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). A decisão estabeleceu que o interventor deve ter liberdade para tomar “as ações necessárias para reorganizar o sistema de saúde”, com prazo estipulado até o dia 31, quando se encerra a atual gestão municipal.

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SAÚDE BUSINESS

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e registra aumento de 3,3% no emprego

O aumento nas importações, exportações e no número de internações no SUS destacam-se como fatores positivos para o mercado, que também gerou mais de 4.700 vagas de emprego.

O consumo de dispositivos médicos (DMs) no Brasil aumentou 10,6% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados são do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento com maior crescimento foi o de reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro, com alta de 28,9%, seguido por próteses e implantes – OPME (4,6%) e materiais e equipamentos para saúde (4,3%). 

“O mercado retomou os níveis de setembro de 2019 após a ociosidade do período pandêmico. A expectativa é de crescimento contínuo, impulsionado pela conscientização sobre prevenção, maior uso da medicina diagnóstica, adoção de tecnologias como robótica e inteligência artificial, além do fortalecimento do Brasil como hub de turismo médico. No entanto, a concentração de empresas, fusões, aquisições e verticalização de planos de saúde pressionam preços e margens no setor”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes. 

Comércio exterior e geração de empregos em alta 

O mercado externo também registrou desempenho positivo. As importações de dispositivos médicos somaram US$ 6,052 bilhões, um crescimento de 19% no período analisado. Já as exportações totalizaram US$ 616 milhões, com alta de 8%. 

No mercado de trabalho, o setor abriu 4.778 vagas entre janeiro e setembro, um aumento de 3,3% no nível de emprego. Hoje, são 149.375 trabalhadores no segmento, sem contar os profissionais de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O destaque ficou para o comércio atacadista de instrumentos e materiais médicos, cirúrgicos, ortopédicos e odontológicos, que gerou 1.587 novas vagas. 

Crescimento no SUS impulsiona setor 

O aumento de internações, cirurgias e exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi um dos fatores que impulsionaram o mercado. Entre janeiro e setembro, foram registradas 10,42 milhões de internações, 5,1% acima do mesmo período de 2023. Os procedimentos relacionados a diagnósticos em especialidades cresceram 18,4%, enquanto os transplantes de órgãos, tecidos e células tiveram alta de 10,4%. 

O número total de cirurgias subiu 8,1%, alcançando 4,63 milhões de procedimentos. Destaque para o aumento de 26% em cirurgias do aparelho da visão e de 18,9% em procedimentos relacionados à pele, tecido subcutâneo e mucosa. 

Na atenção ambulatorial, o número de exames realizados ultrapassou a marca de 1 bilhão, um crescimento de 6,9% em comparação aos 936 milhões registrados no mesmo período de 2023. Os exames de diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental cresceram 27,7%, enquanto os diagnósticos por tomografia tiveram alta de 16,6%. 

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Assessoria de Comunicação