Postado em: 01/09/2025

CLIPPING AHPACEG 30/08 A 01/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações

https://medicinasa.com.br/iras-internacao/

Os Melhores Hospitais do Mundo

https://medicinasa.com.br/reportagem-capa-edi30/

Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões

https://medicinasa.com.br/fraudes-saude-suplementar/

Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora

https://opopular.com.br/politica/goiania-entra-em-top-100-de-ranking-mas-saude-tem-piora-1.3306700

Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/31/morre-aos-76-anos-neurologista-jose-alberto-alvarenga.ghtml

Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos

https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/08/30/quatro-anos-depois-acusacoes-contra-prevent-senior-param-na-justica-e-medicos-que-denunciaram-sao-alvo-de-processos.ghtml

Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás

https://www.aredacao.com.br/vida-e-saude/239236/mais-de-2-mil-pessoas-aguardam-na-fila-para-transplante-em-goias

Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-08/teste-do-olhinho-deve-ser-repetido-tres-vezes-ao-ano-ate-os-3-anos

Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind

https://www.estadao.com.br/saude/hapvida-a-maior-operadora-de-saude-e-odontologia-da-america-latina-que-redefine-o-cuidado-conectado/

Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/09/planos-de-saude-ja-sao-obrigados-a-cobrir-implante-contraceptivo-implanon.shtml

MEDICINA S/A

Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), popularmente conhecidas como infecções hospitalares, são um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Estima-se que de 5% a 14% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquiram algum tipo de infecção durante o período de hospitalização, conforme dados do Ministério da Saúde. Além do impacto direto na qualidade da assistência, essas infecções elevam em 55% o custo diário da internação, de acordo com relatório da Anvisa. O cenário também se reflete em números alarmantes: são mais de 45 mil mortes por ano, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), número que pode chegar a 100 mil, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o infectologista Marcos Cyrillo, ex-diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e membro da Câmara Técnica da Anvisa de Saneantes e Infecção Hospitalar, as IRAS são definidas pela Anvisa como infecções que acontecem durante a internação ou mesmo depois da internação em serviços de saúde. “Normalmente consideramos após 72 horas de internação, ou se o paciente sofreu um procedimento cirúrgico, até um mês depois, ou até três meses no caso de cirurgias com colocação de prótese”, explica o especialista.

Entre os tipos mais frequentes de IRAS identificados nos hospitais brasileiros, estão:

Infecções relacionadas à corrente sanguínea em pacientes com cateter venoso central;

Infecções urinárias em pacientes com sonda vesical de demora;

Pneumonias associadas à ventilação mecânica;

Infecções pós-cirúrgicas.

A prevenção passa por um conjunto robusto de medidas. Cyrillo explica que o controle das IRAS envolve desde protocolos rigorosos de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, até a adesão a práticas fundamentais como a higiene das mãos, o isolamento de pacientes infectados, a limpeza técnica e ambiental qualificada e o uso racional de antimicrobianos, conhecido como programa de stewardship. A higienização profissional dos ambientes de saúde desponta como uma das estratégias mais eficazes na contenção dessas infecções.

Ambientes limpos 

A Lei nº 9.431 impõe que todas as instituições de saúde devem manter um Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), com atuação obrigatória da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Esses órgãos são responsáveis por monitorar os casos, atualizar os protocolos e treinar continuamente os profissionais.

Para a ABRALIMP (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), a atuação de equipes de limpeza treinadas, com métodos padronizados e produtos adequados, é fundamental para interromper a cadeia de contaminação em ambientes como hospitais, clínicas e unidades de pronto atendimento. A entidade reforça que a limpeza técnica deve ser reconhecida como parte integrante dos protocolos de biossegurança, para promover a integração entre os profissionais da limpeza profissional e as equipes de saúde.

A discussão sobre a gravidade das IRAS, seus impactos e meios de prevenção será aprofundada no Higicon Experience, evento promovido pela entidade, que acontecerá no dia 11 de setembro, em Goiás. A edição contará com especialistas da saúde e da limpeza profissional, como Marcos Cyrillo, com foco no enfrentamento das infecções relacionadas à assistência à saúde por meio da higiene profissional.

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Os Melhores Hospitais do Mundo

Ranking da Newsweek destaca os melhores hospitais do mundo. Brasil marca presença com 115 instituições e se consolida como referência na América Latina

A revista Newsweek, em colaboração com a Statista, divulgou a aguardada edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, que reconhece as instituições de saúde com melhor desempenho em 30 países. Em sua sétima edição, a lista classifica 2.445 hospitais e apresenta um avanço significativo em critérios e abrangência, com destaque para a nova "Global Top 250", que reúne os 250 melhores hospitais do mundo com base em recomendações de especialistas, indicadores de qualidade e uma nova métrica: a pontuação bibliométrica.

Neste ano, o ranking reforça sua ênfase em excelência clínica e cuidado centrado no paciente, incluindo critérios como as PROMs (Medidas de Resultados Relatados por Pacientes), novas certificações ampliadas, como ANCC Magnet, Planetree e ICONTEC, e integra novas fontes de dados sobre experiência do paciente. 

A pontuação bibliométrica, que mede o impacto das pesquisas e a relevância de publicações científicas, também passa a ser um critério para avaliar a excelência hospitalar.

O Brasil aparece em destaque com 115 instituições mencionadas, entre elas o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), único hospital público brasileiro na lista global. De uma forma geral, a América Latina vem ganhando espaço e o Brasil lidera esse avanço. Dos participantes da região, 57% são brasileiros.

Estreando no ranking, o Hospital do Coração (Hcor) integra a elite dos 250 melhores do mundo ao lado de hospitais como o NYU Langone Tisch Hospital (EUA) e o Gleneagles Hospital Kuala Lumpur (Malásia). Além disso, algumas instituições tiveram grande ascensão em relação a 2024, como o Keck Hospital of USC (EUA) e o Virginia Mason Medical Center (EUA), além do Bumrungrad International Hospital (Tailândia) e do St. Bartholomew’s Hospital (Inglaterra), que registraram avanços significativos. De acordo com a publicação norte-americana, essas inclusões refletem a evolução dinâmica da excelência em saúde, impulsionada por inovações no atendimento e um foco crescente nos resultados dos pacientes.

“Esses rankings destacam os hospitais que estão definindo o padrão de excelência médica, inovação e atendimento centrado no paciente em nível global”, afirmou Alexis Kayser, editora de saúde da Newsweek. “Ao incorporar novas métricas de qualidade e resultados relatados por pacientes, a lista deste ano oferece uma visão ainda mais abrangente das instituições que lideram o setor. Temos orgulho em reconhecer os hospitais que estão causando um impacto real no bem-estar dos pacientes e impulsionando o futuro da medicina.”

Os pilares por trás do ranking mundial de hospitais

Responsável por uma das metodologias mais respeitadas do setor, a Statista trouxe avanços importantes para a edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, elaborado em parceria com a revista Newsweek. Em entrevista exclusiva à Medicina S/A, a analista sênior da empresa de análise de dados, Judith Reincke-Schmidt, explica os critérios da avaliação internacional e destaca a importância crescente de indicadores como qualidade assistencial, experiência do paciente e produção científica.

“A lista é baseada em quatro fontes principais de dados”, explica Reincke-Schmidt. “Primeiro, contamos com recomendações diretas de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros e diretores hospitalares de 30 países, totalizando mais de 85 mil convidados. Em segundo lugar, analisamos a experiência dos pacientes por meio de pesquisas públicas. O terceiro pilar são as métricas de qualidade hospitalar e, por fim, a implementação das PROMs, as Medidas de Desfecho Reportadas pelo Paciente.”

A análise atual revela que as PROMs vêm ganhando protagonismo. Segundo Judith, a implementação foi incorporada aos rankings como um reflexo da crescente importância da medicina baseada em valor no panorama hospitalar global. As PROMs são definidas como questionários-padrão validados e preenchidos diretamente pelos pacientes para refletir sua percepção acerca do estado da própria saúde, e oferecem uma avaliação mais completa sobre os impactos físicos, mentais e sociais dos tratamentos, além da simples taxa de sobrevivência. “O propósito é entender como os pacientes se sentem após o tratamento e como isso influencia a qualidade de vida. Nos últimos anos, esse aspecto se tornou essencial para os sistemas de saúde ao redor do mundo.”

Para refletir essa tendência, a edição 2025 aumentou o peso das métricas qualitativas e da implementação das PROMs no modelo de pontuação. O ranking também passou a considerar novas certificações internacionais e fontes de dados ampliadas, como o VIKZ, da Bélgica, e o LUP, da Dinamarca. Além disso, uma novidade relevante é a inclusão da pontuação bibliométrica na lista Global Top 250.

“Essa pontuação mede a reputação científica de cada instituição com base em indicadores objetivos, como o índice h, número de citações e volume de publicações científicas”, detalha Reincke-Schmidt. “Os dados foram obtidos por meio do Exaly.com, uma base especializada em cienciometria. Dessa forma, buscamos incorporar ao ranking uma avaliação que vá além da percepção dos especialistas.”

A metodologia é atualizada anualmente. “Antes de cada edição, avaliamos novos países com base em critérios como padrão de vida, expectativa de vida, número de hospitais e disponibilidade de dados”, afirma a analista. “É assim que determinamos quais nações têm condições de integrar a lista.”

Os avanços de alguns hospitais no ranking também chamam a atenção. De acordo com Judith, essa evolução pode ocorrer por uma combinação de fatores: “Melhorias nas métricas de qualidade, reconhecimento mais consolidado, experiências positivas dos pacientes e ampliação das acreditações e PROMs. Mas vale lembrar que o modelo de pontuação é complexo, e não é possível atribuir a ascensão a um único fator.”

Entre os 250 melhores hospitais do mundo, aponta Reincke-Schmidt, aqueles que se destacam compartilham características comuns: “Eles possuem padrões de cuidado muito elevados, resultados clínicos excelentes, segurança para os pacientes e reconhecimento internacional. Além disso, têm presença relevante na produção científica e são constantemente recomendados por profissionais de saúde de diversos países.”

Apesar da evolução na coleta de dados, ainda existem desafios. “A principal barreira é a disponibilidade de informações padronizadas entre os países. Nem todos os sistemas de saúde oferecem dados públicos confiáveis. Por isso, usamos apenas informações transparentes e verificáveis. Onde os dados são frágeis ou inconsistentes, optamos por não incluí-los.”

Para os gestores hospitalares, os rankings representam mais do que uma classificação. “Eles oferecem insights valiosos para o aprimoramento da gestão”, afirma Reincke-Schmidt. “Servem como parâmetro para comparar práticas, analisar indicadores e implementar melhorias, com foco em segurança do paciente, qualidade assistencial e desfechos clínicos.”

A tecnologia, embora não seja medida diretamente, também exerce influência indireta. “A inovação médica impacta a qualidade dos cuidados, fortalece a reputação dos hospitais e melhora seus indicadores. Tanto que, além do ranking geral, a Newsweek e a Statista mantêm o levantamento dos Melhores Hospitais Inteligentes do Mundo, dedicado à tecnologia em saúde.”

Quanto ao futuro, Judith Reincke-Schmidt antecipa: “A tendência é aprofundar o foco em métricas qualitativas e na saúde baseada em valor. Mas ainda é cedo para definir as mudanças que virão na edição de 2026”.

Destaques da Edição

Conheça 15 instituições brasileiras que se destacaram no Ranking dos Melhores Hospitais do Mundo 2025, da Newsweek, com iniciativas que estão transformando a assistência médica, promovendo a inovação e fortalecendo o cuidado centrado no paciente no País.

Hospital Albert Einstein

Hospital Anchieta

Hospital Bruno Born

Hospital Evangélico de Londrina

Hospital Felício Rocho

Hospital Márcio Cunha

Hospital Moinhos de Vento

Hospital Monte Sinai

Hospital Santa Izabel

Rede Américas

Rede D’or

Rede Santa Catarina

Unimed Araçatuba

Unimed Campinas

Unimed Piracicaba

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Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões

As fraudes contra os planos de saúde se tornaram uma das maiores ameaças à sustentabilidade do setor no Brasil. Estima-se que, apenas em 2022, as operadoras perderam mais de R$ 30 bilhões em decorrência de fraudes e desperdícios, segundo o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS). Esse montante representou 12,7% das receitas do período, um percentual alarmante que compromete a eficiência, aumenta os custos e gera insegurança em toda a cadeia da saúde suplementar.

O impacto não recai apenas sobre as operadoras. Médicos cooperados no caso das cooperativas de saúde, prestadores de serviços e, sobretudo, os beneficiários, acabam pagando a conta por meio de reajustes elevados e restrição de acesso. Esse efeito em cascata ameaça o mutualismo, princípio fundamental do setor, baseado na solidariedade entre os segurados para a preservação dos direitos contratados.

A gravidade do problema ganhou visibilidade em 2022, quando a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) denunciou a existência de empresas de fachada que geraram prejuízos de R$ 51 milhões. O levantamento identificou 4 mil notícias-crime e ações cíveis contra fraudadores, sendo 2.042 casos apenas em 2023, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior. O cenário evidencia que a fraude não é pontual, mas uma prática sistemática e crescente.

Para conter esse avanço, as operadoras investem em uma verdadeira “corrida armamentista tecnológica”. São utilizadas ferramentas de inteligência artificial, machine learning, biometria facial, tokens de segurança, auditorias presenciais, algoritmos de detecção de padrões suspeitos, canais de denúncia estruturados e até a criação de comitês específicos de combate à fraude. Além disso, equipes vêm sendo treinadas regularmente para identificar e coibir irregularidades.

Apesar dos avanços, a ausência de uma legislação específica dificulta a punição. Hoje, os fraudadores acabam enquadrados em crimes genéricos, como estelionato, o que fragiliza a responsabilização e incentiva a continuidade das práticas ilícitas. Essa lacuna regulatória expõe a urgência de um marco jurídico mais robusto, capaz de tratar a fraude em saúde como um crime grave contra um setor vital para a sociedade.

Outro ponto crucial é o papel das empresas contratantes de planos de saúde, já que grande parte das carteiras de beneficiários está na modalidade empresarial. O monitoramento do uso por parte dos empregadores pode ajudar a identificar excessos, reduzir desperdícios e colaborar com as operadoras no combate a práticas suspeitas.

O problema não se resume a perdas financeiras: ele ameaça a sobrevivência da saúde suplementar. Cada fraude cometida mina a confiança no sistema, gera aumento de custos e empurra parte da população para o já sobrecarregado Sistema Único de Saúde (SUS). Se não houver enfrentamento firme, o acesso à saúde privada ficará cada vez mais restrito a poucos.

Portanto, combater fraudes não é apenas proteger o caixa das operadoras, mas sim preservar um mercado que gera empregos, paga impostos, garante assistência a milhões de brasileiros e contribui para desafogar a rede pública. Trata-se de uma luta pela sustentabilidade do sistema e pelo direito de acesso à saúde. Cada medida de prevenção, cada ação punitiva e cada avanço tecnológico representam um passo para blindar a saúde suplementar. O futuro do setor depende de união entre todos os atores direta e indiretamente envolvidos. O recado é claro: fraudar a saúde é comprometer a vida de todos.

*Joé Sestello é Diretor-Presidente da Unimed Nova Iguaçu.

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O POPULAR

Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora

Goiânia subiu 29 posições e passou a integrar o top 100 nacional do ranking de competitividade dos municípios. A cidade saiu da 124ª posição em 2024 para a 95ª neste ano. Contudo, entre as capitais do Centro-Oeste, a melhora não foi suficiente para ultrapassar Campo Grande (MS) - considerada a cidade mais competitiva da região e que ocupa o 71º lugar -, nem Cuiabá (MT), que ocupa a 74ª posição no estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove, plataforma de inteligência para gestão municipal, e a Seall.

Seguindo tendência já apontada do ano passado, a Saúde teve o resultado mais negativo, com o acesso à área voltando a figurar com um desempenho ruim no ranking para a capital. O recuo no indicador foi de 14 posições. A piora na colocação foi puxada por fatores como cobertura vacinal, cobertura da atenção primária e redução no atendimento pré-natal.

Na mesma linha, o item qualidade de saúde também teve queda de 22 posições, mantendo-se aquém do panorama de cidades que ocupam o top 100. Segundo o CLP, a principal justificativa para a piora do indicador é a colocação nos números sobre obesidade e mortalidade infantil.

Ao avaliar os dados do levantamento, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou que a intenção é subir posições no ranking no próximo ano. "Na Saúde, pegamos ela muito ruim no final do ano passado e não conseguimos recuperar a tempo neste ano, pois os primeiros meses (de mandato) foram muito difíceis e com calamidade financeira não pudemos fazer mais", disse o prefeito.

Reforçando a argumentação, Mabel afirmou que a gestão tem feito mudanças na área para melhorar os problemas de acesso. "Estamos aumentando nossa produção junto ao SUS, então deve melhorar a nota desse ano para o ano que vem. Vamos atendendo bem mais pessoas, estamos fazendo mais procedimentos, reportando mais. Isso deve melhorar", destacou.

O resultado geral de Goiânia este ano segue a curva de crescimento que já vinha sendo apontada desde 2024, quando subiu 14 posições e passou a ocupar o 124º lugar. A capital estava fora do top 100 das cidades mais competitivas desde 2022, segundo o CLP, e teve crescimento influenciado pela boa performance em indicadores como acesso e qualidade de educação; segurança pública; meio ambiente; inovação e dinamismo econômico; e capital humano.

O levantamento, que ajuda a balizar políticas públicas dos estados e municípios, analisou a capacidade competitiva de 418 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. O estudo, que chega a sua sexta edição este ano, observa 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública.

Entre os quesitos nas cidades brasileiras analisados estão sustentabilidade fiscal, funcionamento da máquina pública, acesso à saúde, qualidade da saúde, acesso à educação, qualidade da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inserção econômica, inovação e dinamismo econômico, capital humano e telecomunicações.

Até 2024, o ranking analisou 404 cidades com mais de 80 mil habitantes. Neste ano, porém, foi utilizada para recorte populacional dos municípios a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o ano de 2024. Assim, 14 cidades passaram a compor levantamento, somando 418 municípios no total.

Recuo na saúde

A executiva de relações governamentais e competitividade do CLP, Carla Marinho, diz que o contraste em Goiânia do bom desempenho em pilares como qualidade de Educação e inovação econômica com os índices relacionados à Saúde revela a necessidade de enfrentamento dos gargalos na área. Sobretudo em políticas de prevenção e atenção básica, fundamentais para garantir a qualidade de vida da população, segundo ela.

"Desde 2021, a série histórica do ranking mostra que o pilar de acesso à Saúde em Goiânia está em declínio, perdendo posições a cada edição. De fato, a pandemia da covid-19 impactou fortemente esses indicadores e alterou a série histórica. No entanto, em vez de uma retomada acelerada, o que se observa é uma queda persistente, o que evidencia que o problema vai além de fatores conjunturais. Esse cenário pode ser também o reflexo de um quadro estrutural, que revela fragilidade na oferta de serviços de saúde, sobretudo na rede básica", afirma Carla.

Em outra frente, diante da piora dos índices de Goiânia relacionados à sustentabilidade fiscal da capital, que mostram recuo em itens como a dependência fiscal, a taxa de investimento, a despesa com pessoal, e o endividamento, a executiva do CLP aponta que uma saída para subir posições no top 100 de competitividade seria justamente avançar em pontos que as demais capitais do Centro-Oeste vêm se destacando.

Carla destaca as melhorias de Cuiabá em áreas como sustentabilidade fiscal e funcionamento da máquina pública, diretamente ligados à qualificação dos servidores e à qualidade da informação contábil e fiscal. "Para Goiânia, ainda há espaço para avançar justamente nesses pontos em que suas capitais vizinhas têm se destacado - fortalecimento da gestão pública e aprimoramento dos serviços ligados à eficiência administrativa. Esses avanços podem ampliar ainda mais o protagonismo de Goiânia no cenário nacional", afirma a executiva da organização.

Mabel afirma que o estudo do CLP será avaliado pela gestão e deve fazer parte das mudanças de estratégias que serão implementadas. "Nós vamos pegar essa pesquisa, dar uma analisada nela e outras que nós temos também para fazer comparativo e vamos avançando nos pontos que estamos negativos, e vamos fazer mais nos pontos positivos para chegar mais a frente ainda. Tenho certeza que em dois ou três anos, no terceiro ano do nosso governo, Goiânia vai estar muito melhor."

Municípios goianos

O ranking deste ano do CLP mostra que Goiás conta com cinco cidades entre as 200 mais competitivas do país: além da capital, Rio Verde, Catalão, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Rio Verde caiu 10 posições, mas segue entre as 150 primeiras, ocupando a 128ª colocação. O município se destacou em acesso e qualidade da saúde e da educação, além de segurança pública, meio ambiente, capital humano e telecomunicações.

Catalão avançou 35 posições e alcançou o 161º lugar. Os melhores resultados vieram em qualidade da saúde e da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inovação e dinamismo econômico. Aparecida de Goiânia registrou a maior evolução: subiu 66 colocações e chegou ao 179º lugar. Teve bom desempenho na maioria dos indicadores, com exceção de inserção econômica e inovação e dinamismo econômico.

Anápolis também melhorou, com avanço de 27 posições, ocupando a 195ª colocação. O município apresentou resultados positivos em quase todos os pilares, mas ficou abaixo da média em funcionamento da máquina pública, inserção econômica e telecomunicações.

Já Itumbiara (230º) e Jataí (211º), que no ranking anterior figuravam entre os 200 municípios mais competitivos do país, perderam espaço neste ano, com quedas de 70 e 37 posições, respectivamente.

Carla diz que o levantamento funciona como um guia para que as decisões dos gestores municipais sejam baseadas em dados. "A análise é sistêmica, evidenciando em suas dimensões como diferentes áreas se relacionam entre si e com as políticas de entes estaduais e federais, permitindo uma visão integrada da gestão pública", destaca.

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PORTAL G1

Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga

Médico atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Ele participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.

Morreu neste domingo (31) o neurologista José Alberto Alvarenga, que atuou especialmente na formação de outros médicos na especialização, em Goiás. Ele atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), e, mesmo aposentado como servidor público estadual, continuou sua missão, passando a integrar os quadros de membros da Organização Social (OS) que administra o hospital. Colegas de trabalho e ex-alunos se despediram de Alvarenga nas redes sociais.

Alvarenga foi membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e da Academia Goiana de Medicina. Em nota, o HGG lamentou a morte do médico, e destacou que ele era uma “figura de grande relevância” para a neurologia brasileira e goiana, que participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.

"Seu legado de conhecimento, humanidade e compromisso com a medicina será eternamente lembrado. Nossos sentimentos à família, amigos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”, acrescentou.

A Academia Brasileira de Neurologia também utilizou as redes sociais para homenagear o médico, que também era membro. A instituição ressaltou o papel dele na residência de outros especialistas, e apontou que o seu primeiro residente foi o atual presidente da academia, o doutor Delson José da Silva.

"Nossos profundos sentimentos à família e a todos que tiveram a honra de conviver com o Dr. José Alberto, cujo legado de conhecimento e humanidade será eternamente lembrado”, escreveu.

José Alvarenga deixa esposa e filhos. O g1 não conseguiu informações sobre o velório.

Colegas e ex-alunos se despedem

Na internet, colegas de trabalho, ex-alunos e até ex-pacientes dele prestaram suas condolências e evidenciaram seu legado.

"Foi um grande mestre e líder! Me ensinou muito na Santa Casa, que Deus le dê bom descanso e conforte os familiares do doutor José Alvarenga", afirmou uma internauta.

"Nossa que triste, trabalhei com ele no apoio diagnóstico”, disse um homem. "Uma grande perda, pessoa maravilhosa”, relatou uma seguidora.

"Que Deus de um bom lugar, doutor de excelência que foi de suma importância em meu tratamento”, revelou uma ex-paciente.

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Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos

Justiça ainda não analisou as denúncias e ações do Ministério Público. Profissionais de saúde que denunciaram irregularidades temem perder registro médico.

Quatro anos depois após as denúncias contra a operadora Prevent Senior terem sido reveladas, nenhum acusado foi responsabilizado na Justiça e alguns dos médicos que denunciaram as práticas irregulares respondem a processos na Justiça ou estão sujeitos a perder o registro profissional.

“A indignação ainda me consome. É uma revolta amarga”, diz Walter Correa de Souza Neto, um dos principais denunciantes do caso, hoje alvo de um processo aberto por ordem do Conselho Federal de Medicina (CFM). "O processo é surreal, descabido e sem base legal".

Ao mesmo tempo, familiares de pacientes que morreram nas dependências da operadora de saúde aguardam um desfecho do caso.

"Nossa vida parou, a nossa família foi destruída, perdemos a nossa matriarca, peça-chave da família", afirmou, ao g1, a representante Kátia Castilho, cuja mãe morreu na Prevent Senior após ser submetida a tratamentos ilegais, segundo o Ministério Público (MP).

O plano de saúde nega que qualquer irregularidade tenha sido cometida. “A Prevent Senior não comenta processos que estão sob sigilo, mas confia que todos os profissionais serão absolvidos pela Justiça por não terem cometido qualquer crime ou irregularidade”.

Já o CFM afirmou que não se manifesta sobre processos que estejam em andamento, sob pena de prejudicar as apurações.

Cronologia do caso

As denúncias vieram à tona em reportagens da GloboNews, TV Globo e g1 em abril e agosto de 2021. Na época, a CPI da Covid no Senado Federal também recebeu um dossiê produzido por médicos que trabalhavam na Prevent Senior.

O documento trouxe uma série de acusações contra a operadora, tais como:

prescrição em massa e sem critério de medicamentos ineficazes no 'Kit Covid' (cloroquina, ivermectina, azitromicina, entre outros);

testes de medicamentos nos pacientes sem autorização deles e sem aval dos órgãos pesquisa;

ocultação de mortes e outras fraudes em um estudo da Prevent sobre o uso de cloroquina;

coação sistemática dos médicos para que prescrevessem medicamentos ineficazes;

falsidade ideológica por omitir a Covid-19 na causa da morte de pacientes tratados com medicamentos ineficazes.

Caso Prevent Senior foi um dos principais capítulos da CPI da Covid, que concluiu que a operadora de saúde agiu de forma associada ao chamado “Gabinete Paralelo” do Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL).

CPI pediu o indiciamento de 12 médicos, diretores e donos do plano por diversos crimes, como perigo à vida ou à saúde de outrem, falsidade ideológica, crime contra a humanidade, e omissão de notificação de doença. Na época, a Procuradoria-Geral da República, chefiada por Augusto Aras, não abriu investigação.

Em setembro de 2021, a Prevent assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público em que se comprometeu, entre outras coisas, a não prosseguir com tratamentos ineficazes contra a Covid-19, além de admitir que um estudo feito sobre a cloroquina não tinha valor científico.

A Câmara Municipal de São Paulo instalou uma CPI própria, com foco exclusivo na Prevent Senior, e ampliou as investigações da CPI do Senado. Após seis meses de trabalhos, os vereadores pediram o indiciamento de 20 médicos e dirigentes da Prevent pelos mesmos crimes elencados pelos senadores, além de homicídio e tentativa de homicídio.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu duas frentes de investigação, uma na área criminal e outra nas áreas cível e trabalhista, esta última em parceria com Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT).

As duas frentes chegaram a conclusões semelhantes das CPIs, corroboraram as acusações dos médicos que trabalhavam na Prevent e ainda apresentaram elementos novos.

Denúncia criminal por homicídio

Na frente criminal, os promotores ofereceram denúncia em junho de 2024 contra dez dirigentes da Prevent, incluindo os donos Eduardo e Fernando Parrillo, pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), omissão de notificação de doença, perigo à vida ou à saúde de outrem.

O MP também sugeriu ao Congresso que aprove uma nova legislação para criar um tipo penal para o crime de “cobaia”, já que a legislação brasileira não prevê essa tipificação.

O caso está em segredo de Justiça, mas a reportagem apurou que, mais de um ano após a aceitação da denúncia, o processo não avançou porque alguns dos réus sequer foram localizados e notificados.

“Acho isso terrível, em plena era digital, ter que esperar encontrar a pessoa no endereço para ser intimado. Isso tudo me leva a crer que estão querendo ganhar tempo para que o processo prescreva”, afirmou Kátia Castilho.

A mãe dela, Irene Castilho, morreu em abril de 2021 em uma unidade da Prevent em São Paulo, após 33 dias de internação. Enquanto esteve no hospital, a paciente foi medicada diariamente com flutamida, um remédio indicado somente para câncer de próstata e que foi usado pela operadora em pacientes com Covid-19, sem autorização dos órgãos de pesquisa.

Irene não poderia receber a medicação por ter insuficiência hepática decorrente de um câncer no fígado. A flutamida é totalmente contra-indicada nestes casos. A filha afirma que a Prevent não pediu autorização para que o remédio fosse administrado.

O prontuário da paciente também demonstrou que ela foi medicada várias vezes com dipirona, mesmo sendo alérgica ao remédio. Para os promotores, houve crime de homicídio culposo na morte de Irene.

Possível acordo

Todos os crimes apontados pelo MP têm penas baixas, de no máximo três anos. Nestes casos, é comum que a Justiça proponha um acordo entre as partes, mediante a confissão de culpa e o pagamento de indenizações.

Os promotores iniciaram uma tentativa de acordo, mas até agora não houve avanços.

Ao longo dos quase três anos de investigação, os promotores colheram os depoimentos de aproximadamente 60 testemunhas, entre pacientes, familiares e médicos. Os prontuários dos pacientes foram analisados por peritos do Instituto de Medicina Criminal e Sociologia de São Paulo (Imesc) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Os laudos demonstraram que, em sete casos analisados, foi possível concluir que a medicação indevida e outras condutas contribuíram para a morte dos pacientes, o que caracteriza o crime de homicídio culposo.

Irregularidades também foram identificadas nos tratamentos de outros pacientes, mas não foi possível estabelecer o nexo causal entre as falhas e a morte das pessoas.

Ação bilionária na esfera trabalhista

Em fevereiro de 2024, o MPF, MP-SP e MPF ajuizaram uma ação na Justiça do Trabalho contra o plano de saúde exigindo o pagamento de R$ 940 milhões a título de indenização por dano moral coletivo. Os procuradores ouviram 57 profissionais que trabalhavam na Prevent e reuniram 37 mil documentos.

Nesta ação, os procuradores e a Prevent firmaram acordos judiciais parciais em que a operadora se comprometeu a seguir 27 das 34 determinações da procuradoria. Não houve acordo em sete obrigações, que ficaram para julgamento na Justiça do Trabalho, assim como o valor da indenização por dano moral.

Os procuradores concluíram, entre outras coisas, que a empresa praticou assédio moral contra os médicos, forçando-os a prescrever medicamentos ineficazes e não exigiu que seus profissionais se vacinassem contra a Covid-19.

Além disso, a investigação identificou que milhares de profissionais trabalharam nos hospitais enquanto estavam infectados com o vírus da Covid-19, com permissão e incentivo da Prevent.

Denunciante teme perder registro médico

Ao longo das várias frentes de investigação, senadores, vereadores e integrantes do MP colheram depoimentos de diversos médicos que mencionaram práticas irregulares pelo plano de saúde. Um deles, Walter Correa de Souza Neto, chegou a prestar depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.

Hoje, Walter é alvo de um processo aberto no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado pela Prevent Senior de ter vazado o prontuário médico do toxicologista Anthony Wong, o que Walter nega de forma veemente.

O caso de Wong provocou grande repercussão quando as denúncias contra a Prevent Senior vieram à tona. Assim como o plano de saúde, o toxicologista era defensor do uso de medicamentos ineficazes, como a cloroquina, para tratar a Covid-19.

O prontuário de Wong mostra que ele contraiu o vírus e ficou internado na Prevent, onde foi medicado com cloroquina, ivermectina e outros remédios, além de ter sido submetido a várias sessões de ozonioterapia, uma prática não autorizada em pacientes dentro do ambiente hospitalar. O toxicologista morreu em decorrência da Covid-19, mas a operadora omitiu a doença na causa da morte.

Em 2023, o Cremesp arquivou, por unanimidade, a denúncia que a Prevent Senior fez contra Walter pelo suposto vazamento do prontuário. A entidade concluiu que não havia qualquer prova de que Walter e outros três médicos vazaram o prontuário.

No ano passado, a operadora apresentou recurso ao CFM. Em decisão individual, o relator do caso determinou que o Cremesp abrisse outro processo, mas só contra Walter, deixando de fora os outros três médicos que haviam sido alvo da mesma acusação.

O g1 teve acesso à sindicância arquivada e ao processo em curso. Para acusar Walter, a Prevent baseia-se na declaração de um ex-diretor da companhia, Pedro Batista Junior, que atribuiu o vazamento a ele.

Batista Júnior foi um dos diretores da Prevent com pedido de indiciamento nas duas CPIs que investigaram o caso. Na época da CPI do Senado, veio à tona o áudio de um telefonema de Batista Júnior para Walter, em que o ex-diretor pressiona o médico para não relatar as irregularidades para a imprensa.

Além de apontar a ausência de provas, a defesa de Walter juntou no processo registros que mostram que mais de 100 médicos atuaram naquela época no tratamento de Wong, com acesso ao prontuário do paciente.

Os advogados também argumentam que o sistema de gestão de prontuários da Prevent era acessado com login e senha compartilhados pelos profissionais de saúde.

“Não há nenhuma prova ou indício de qualquer infração da minha parte, como concluiu o Cremesp ao arquivar a sindicância, mas o CFM determinou que a sindicância não só deveria continuar como também deveria ser convertida em processo, sem dar justificativa legal e contrariando o próprio Código de Ética Médica”, afirmou Walter à reportagem.

Em outra frente, a operadora chegou a mover uma ação na Justiça por danos morais contra Walter, exigindo o pagamento de R$ 300 mil de indenização, mas a própria Prevent decidiu desistir do processo em agosto deste ano.

O plano de saúde também entrou com processo por danos morais contra a advogada Bruna Morato - que defende Walter e também depôs à CPI do Senado - mas a Justiça rejeitou as ações na primeira e na segunda instância, arquivando o processo.

“Quero minha liberdade psicológica”

Um dos casos em que o MP-SP denunciou a cúpula da Prevent por homicídio culposo é o do empresário Fábio Senas, que morreu em um hospital da operadora em São Paulo em março de 2021, após duas semanas de internação. A promotoria identificou uma sequência de erros e de negligências no tratamento.

Cardiopata, Fábio não poderia tomar cloroquina, mas foi tratado com o medicamento ao longo da internação. O hospital ainda não teria administrado ao paciente os remédios de uso controlado que ele precisava.

“Desejo que a justiça seja feita e que, parte dessa história, tenha um desfecho libertador para nós, familiares das vítimas. O que mais quero é por minha liberdade psicológica e emocional, afinal, elas seguem algemadas em 28 de março de 2021, dia em que perdi o grande amor da minha vida”, afirmou Andrea Rotta, viúva do empresário, à reportagem.

“Sinto-me humilhada e invisível. Como muitos, sigo em acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Sempre tive esperança de que a justiça nos desse um mínimo de alento que, depois de tanto sofrimento, merecíamos”, acrescentou.

Entre a esperança e o desânimo

Os promotores também identificaram que houve homicídio no caso de Sueli Oliveira Pereira, que morreu aos 70 anos em uma unidade da Prevent na capital paulista em agosto de 2021. Assim como milhares de pacientes com Covid-19, ela foi tratada na operadora com flutamida.

“Mesmo com hemorragia interna eles continuaram a administrar a flutamida, que é proibida para esses casos”, afirma o publicitário Luiz Cezar Oliveira, filho de Sueli.

“Vivemos em constante ansiedade. Meu pai e minha irmã oscilam entre esperança e desânimo. Sigo firme, acreditando que a justiça virá. A gente espera também que a sociedade científica aprenda com esse caso, criando normas rígidas e fiscalização contínua”.

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A REDAÇÃO

Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás

Estado bateu recorde de procedimentos em 2024 

O Estado de Goiás registra 2.435 pessoas na fila de espera para transplante, seja de órgãos ou de tecidos. No momento, a maior lista é para doação de tecidos (córneas), com 1.731 pacientes. 

Na sequência o transplante de rins é o mais aguardado, com 685 pessoas. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a recusa familiar continua sendo um dos principais desafios para estes procedimentos.

No ano passado, o estado atingiu um novo recorde em número de doadores efetivos de órgãos, chegando a 114, o maior número da série histórica. Ao todo, foram captados 1.168 órgãos e tecidos em 2024 e realizados 890 transplantes de órgãos e tecidos, sendo que o Hospital Estadual Dr Alberto Rassi (HGG) foi responsável por 98% do total de transplantes de órgãos sólidos. Em 2025 (até julho), foram realizados 481 transplantes de órgãos e tecidos no estado.

Campanha 

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), lança, nesta segunda-feira (1º/09), a campanha Setembro Verde, voltada para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

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AGÊNCIA BRASIL

Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos

Recomendação é da Sociedade de Oftalmologia

A maioria das mães sente alívio quando o bebê, ainda na maternidade, recebe resultado normal após passar pelo teste do olhinho. O que nem todo mundo sabe é que o exame, rápido e indolor, ainda precisa ser repetido pelo menos mais três vezes todos os anos até que a criança complete 3 anos.

“Não acabou ali na maternidade. Pelo contrário, só começou ali. Ao longo do primeiro ano, são pelo menos três novos testes, além desse da maternidade. Isso até a criança completar 3 anos”, reforçou a presidente do 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, Luisa Hopker.

Em entrevista à Agência Brasil, a médica explicou que o teste do olhinho funciona como uma espécie de rastreio para doenças como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma, mas não detecta erros de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Ele só vai identificar se aquela criança precisa ou não ir com urgência para o oftalmologista.”

Exame completo 

Luisa lembrou que uma diretriz da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda, além do teste do olhinho feito pelo pediatra, um exame oftalmológico completo, feito por um especialista, entre 6 e 12 meses de idade e, novamente, aos 3 anos. “Esse é o principal exame oftalmológico que deve ser realizado durante a infância porque ele consegue detectar vários problemas que ainda estão a tempo de serem tratados.”

“Nesse exame completo, aos 3 anos de idade, você consegue medir a visão por meio do exame de acuidade visual. Você consegue ver se essa criança tem estrabismo ou não, consegue fazer avaliação do grau com a pupila dilatada e consegue fazer o exame do fundo do olho pra ver se está tudo bem com a retina”, completou.

A médica alertou que a maioria dos problemas oftalmológicos na infância não apresenta sinais e sintomas. Por esse motivo, manter a rotina de consultas da criança é a melhor estratégia para pais e cuidadores. “Olho preguiçoso não dá nenhum sintoma. Grau alto de hipermetropia, na maioria das vezes, não dá nenhum sintoma. Grau alto de miopia, muitas vezes, não dá nenhum sintoma. É algo que faz com que a gente fique preocupado porque, se não dá sintoma,  não tem como você detectar a não ser examinando.”

“Muita gente ainda tem aquele conceito: ‘Meu filho não está batendo na porta na hora que anda, não está tropeçando’. Mas esses são sinais que, quando aparecem, por causa de uma doença oftalmológica, já está tudo muito grave. A gente não espera esse tipo de sintoma pra ir ao oftalmologista”, concluiu. 

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ESTADÃO

Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind

Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 vezes

A empresa de planos de saúde Hapvida é a mais lembrada na categoria plano de saúde do Anuário Datafolha Top of Mind 2025-2026, e recebe 46,8% das menções espontâneas.

Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 edições, sendo a maior vencedora no segmento. A Unimed, outro forte concorrente no setor, obteve nove vitórias.

"Isso reflete o compromisso que vem sendo cumprido com um dos principais objetivos da empresa cearense: participar do desenvolvimento do Ceará, vê-lo prosperar por meio de sua gente bem cuidada. A Hapvida cresce na mesma medida em que também possibilita o crescimento de mais empregos, mais renda e mais saúde para a população cearense", afirmou Jaqueline Sena, vice-presidente de Marketing e Odontologia da marca.

A empresa foi fundada em 1979, em Fortaleza, e expandiu para todo o Brasil, tendo 809 unidades próprias pelo território nacional.

Outros planos citados foram a própria Unimed (35,1%), Bradesco (1,3%), SUS (1,3%), IPM (1,1%), Cartão de Todos (1%), entre outros de menor expressão.

Uma pequena parcela de 7,8% não informaram o nome de algum plano de saúde. Esse número estava em 10,5% na edição passada.

Entre o público da classe A e B a Unimed se manteve na liderança em todas as 17 edições da pesquisa.

Na edição de 2025-2026 entre o público A e B consolidou-se em um empate, com Unimed conquistando índice de 43,3% e Hapvida com 36,6%.

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FOLHA DE S.PAULO

Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon

Método impede a gravidez por três anos; medida entra em vigor nesta segunda-feira (1º)

O implante contraceptivo hormonal Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir desta segunda-feira (1º), para pessoas de 18 a 49 anos de idade.

O Implanon impede a gravidez por três anos. Ele atua liberando etonogestrel, um derivado sintético da progesterona - hormônio feminino essencial para o ciclo menstrual e a gravidez. Recentemente o implante foi incorporado também ao SUS (Sistema Único de Saúde), e a previsão do Ministério da Saúde é que esteja disponível ainda neste ano na rede pública.

Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a cobertura do Implanon pelos planos é positiva. "Amplia o acesso das mulheres a um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração, que traz comodidade e conforto, especialmente para as mais jovens".

Com o implante não existe o risco de esquecer de tomar o anticoncepcional diariamente, "o que oferece mais segurança em relação a uma gestação, que, quando ocorre na juventude, muitas vezes não é planejada e pode representar riscos para a mãe e o bebê", acrescenta.

A médica ressalta, contudo, que o implante não é indicado para todas e que cada paciente deve passar por avaliação médica individualizada.

O método não deve ser utilizado por mulheres com histórico atual ou prévio de câncer de mama, doença hepática grave (como cirrose descompensada ou tumores hepáticos), sangramento vaginal de causa não esclarecida ou hipersensibilidade conhecida ao etonogestrel, substância ativa do implante.

A inserção do Implanon é um procedimento simples, realizado em consultório médico com anestesia local. O implante, que consiste em uma pequena haste flexível, é colocado sob a pele da face interna do braço por meio de um aplicador. A remoção também é feita em ambiente ambulatorial, sendo necessária apenas uma pequena incisão para a retirada do dispositivo.

Embora o procedimento seja seguro, podem ocorrer efeitos adversos como hematoma, dor ou inchaço no local da inserção. Em casos mais raros, pode haver infecção local, geralmente associada a erro técnico durante o procedimento.

O Implanon e o DIU são métodos contraceptivos reversíveis de longa duração, oferecidos pelo SUS e com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. A principal diferença entre eles está na eficácia: o Implanon apresenta taxa de falha de 0,05%, enquanto a do DIU varia de 0,2% a 0,8%, dependendo do tipo

Em caso de recusa de serviços obrigatórios, o segurado deve procurar a operadora e, se não conseguir resolver o problema, deve acionar a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) por meio dos canais oficiais.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) disse em nota que orienta suas 140 operadoras associadas a seguirem as normas definidas pela ANS.

"A Abramge reafirma seu compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde suplementar, de forma a garantir não apenas a continuidade da assistência aos 52,9 milhões de beneficiários de planos de saúde, mas também sua expansão com sustentabilidade e qualidade", afirmou na nota.

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Assessoria de Comunicação