Postado em: 03/09/2025

CLIPPING AHPACEG 03/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

O Peso do Diploma de Medicina e Sua Responsabilidade Social

https://www.portalolhardinamico.com.br/noticia/14273/o-peso-do-diploma-de-medicina-e-sua-responsabilidade-social

Planos de saúde têm lucro de R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre, o maior em quatro anos

https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/09/02/planos-de-saude-tem-lucro-de-r-63-bilhoes-no-primeiro-semestre-o-maior-em-quatro-anos.ghtml

Prefeitura de Goiânia amplia leitos de UTI Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/prefeitura-de-goiania-amplia-leitos-de-uti-pediatrica-no-hospital-infantil-de-campinas-741144/#google_vignette

Gigantes da ortopedia global: lições e oportunidades para o Brasil em ascensão

https://medicinasa.com.br/ortopedia-global/

Hapvida investe R$ 35 milhões em unidade premium em São Paulo

https://medicinasa.com.br/hapvida-sp/

Rede Atlântica D’Or assume gestão do Hospital Glória D’Or

https://medicinasa.com.br/atlantica-dor-rj/

Uso racional de medicamentos: um compromisso pela saúde coletiva

https://medicinasa.com.br/uso-racional-medicamentos/

Manual de boas práticas da ABCIS orienta hospitais na aquisição ética e eficiente de tecnologia

https://medicinasa.com.br/manual-abcis/

ONA divulga principais causas de incidentes e eventos adversos na saúde 

https://www.saudebusiness.com/gestao/ona-divulga-principais-causas-de-incidentes-e-eventos-adversos-na-saude/

Turismo médico no Brasil: qualidade hospitalar e custo acessível

https://tribunadonorte.com.br/saude/turismo-medico-no-brasil-qualidade-hospitalar-e-custo-acessivel/

A lição do Titanic: a medicina brasileira pode naufragar?

https://veja.abril.com.br/coluna/cronicas-de-peso/a-licao-do-titanic-a-medicina-brasileira-pode-naufragar/

OLHAR DINÂMICO

O Peso do Diploma de Medicina e Sua Responsabilidade Social

Mais do que um documento acadêmico, o diploma médico representa compromisso ético, responsabilidade e preparo para salvar vidas.

A medicina como vocação e desafio

A medicina é uma das profissões mais respeitadas e exigentes do mundo. Para chegar até o momento da formatura, o estudante enfrenta uma longa jornada de estudos, estágios e experiências práticas que moldam não apenas o conhecimento técnico, mas também a sensibilidade humana necessária para lidar com pacientes em situações de vulnerabilidade.

O diploma de medicina simboliza, portanto, muito mais do que a conclusão de um curso superior. Ele é a validação de anos de esforço e da formação de um profissional que carregará a responsabilidade de cuidar da vida de outras pessoas.

O valor do diploma para o exercício da profissão

No Brasil, para atuar legalmente como médico, não basta ter concluído o curso. É necessário apresentar o diploma de uma instituição reconhecida e obter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Sem esses requisitos, o exercício da medicina é considerado ilegal e passível de punição criminal.

Essa exigência existe porque a prática médica envolve riscos diretos à vida humana. Um erro causado por falta de preparo pode ter consequências irreversíveis, e é justamente o diploma legítimo que assegura que o profissional passou por todas as etapas necessárias de capacitação.

O diploma de medicina como símbolo cultural

Além de sua função prática, o diploma médico tem um peso simbólico muito forte. Para muitas famílias, a formatura de um médico representa a realização de um sonho coletivo. O esforço do estudante, somado ao apoio de seus familiares, é coroado com a conquista de um documento que simboliza não apenas status social, mas também respeito e confiança.

A cerimônia de colação de grau em medicina é um evento marcante, repleto de rituais que reforçam a importância ética e social da profissão. O juramento de Hipócrates, realizado nesse momento, é o lembrete de que o diploma carrega consigo responsabilidades que vão além do mercado de trabalho.

A formação longa e intensa

Conquistar um diploma de medicina não é fácil. O curso dura, em média, seis anos, seguidos por residência médica, que pode se estender por mais alguns anos dependendo da especialização escolhida. Durante esse tempo, os estudantes passam por estágios em hospitais, clínicas e laboratórios, enfrentando situações reais que os preparam para a prática profissional.

Essa formação intensa é necessária para garantir que o médico esteja apto a diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com segurança. O diploma é apenas a formalização de um processo longo e rigoroso de aprendizado.

Diploma e empregabilidade

No mercado de trabalho, o diploma de medicina abre portas em diferentes áreas: hospitais públicos e privados, clínicas especializadas, atendimento domiciliar, consultórios próprios e até mesmo carreiras acadêmicas.

A medicina também oferece estabilidade e reconhecimento. Mesmo em tempos de crise econômica, a demanda por profissionais da saúde continua alta, o que reforça a importância do diploma como ferramenta de empregabilidade.

Diploma digital e modernização

Assim como em outras áreas, a medicina também foi impactada pela digitalização dos diplomas. Hoje, documentos emitidos por instituições reconhecidas possuem versões digitais com certificação eletrônica, que podem ser validadas instantaneamente por meio de sistemas oficiais.

Esse avanço aumenta a segurança contra fraudes e simplifica o processo de contratação, garantindo que empresas e órgãos reguladores possam confirmar a autenticidade do diploma de maneira rápida e confiável.

O perigo dos atalhos ilegais

Apesar de todo o rigor da formação médica, existem pessoas que buscam caminhos duvidosos para obter o documento. Não é incomum encontrar buscas relacionadas a comprar diploma de medicina, o que revela tentativas de obter credibilidade sem passar pelos anos de estudo exigidos.

Essa prática é extremamente perigosa. Além de ilegal, coloca vidas em risco. Alguém que utiliza um diploma falso para exercer a medicina não apenas comete fraude, mas também compromete a saúde de pacientes. Os Conselhos Regionais de Medicina possuem mecanismos rigorosos para verificar a autenticidade dos diplomas, o que torna praticamente impossível sustentar esse tipo de fraude por muito tempo.

Ética e credibilidade profissional

A medicina é uma das profissões que mais dependem da confiança social. Um médico precisa transmitir segurança, competência e ética em sua atuação. Quando um diploma não é legítimo, toda essa credibilidade é destruída, comprometendo não apenas o indivíduo, mas também a confiança no sistema de saúde como um todo.

Por isso, conquistar o diploma de forma legítima é essencial. Ele não é apenas um documento burocrático, mas a materialização da competência necessária para exercer uma profissão vital para a sociedade.

O diploma como investimento no futuro

Apesar da longa jornada e dos custos elevados de uma formação em medicina, o diploma traz benefícios que compensam os sacrifícios. Médicos diplomados encontram estabilidade, remuneração acima da média nacional e oportunidades em diversas áreas de especialização.

Além disso, o diploma de medicina abre portas para atuação internacional, já que muitos países reconhecem ou permitem a validação de diplomas emitidos no Brasil. Isso amplia as possibilidades de carreira e fortalece ainda mais o valor do documento.

Considerações finais

O diploma de medicina é um dos documentos mais valiosos e significativos da vida profissional. Ele representa esforço, responsabilidade e compromisso ético com a sociedade. Mais do que uma formalidade, é o símbolo de que o indivíduo está preparado para exercer uma das profissões mais importantes do mundo.

Tentativas de atalhos, como a busca por comprar diploma de medicina, apenas colocam em risco a credibilidade profissional e a segurança dos pacientes. O verdadeiro valor está no conhecimento adquirido ao longo da formação, no esforço para superar desafios e no compromisso de exercer a medicina com ética e dedicação.

Em última análise, o diploma médico não é apenas um papel: é o reflexo de uma jornada que une vocação, disciplina e responsabilidade social, sendo indispensável para quem deseja transformar vidas por meio da ciência e do cuidado humano.

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O GLOBO

Planos de saúde têm lucro de R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre, o maior em quatro anos

Planos de saúde médico-hospitalares encerraram o primeiro semestre de 2025 com lucro operacional de R$ 6,3 bilhões, um aumento de 157% na comparação com o mesmo período do ano passado e o maior desde 2021. Já o resultado líquido, que também considera a remuneração das aplicações financeiras das operadoras em meio a altas taxas de juros, alcançou R$ 12,4 bilhões, 143% acima do registrado nos primeiros seis meses de 2024.

Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta terça-feira.

Entre janeiro e junho, operadoras de planos de saúde médico-hospitalares — principal segmento do setor — acumularam R$ 187 bilhões em receita, a maior parte disso, cerca de R$ 166 bilhões, das mensalidades pagas pelos usuários.

Além do resultado operacional, representado pela diferença entre a receita recolhida com as mensalidades e as despesas assistenciais, comerciais e administrativas, os ganhos financeiros também impulsionaram os bons resultados das empresas.

Num cenário de alta da taxa Selic, hoje em 15%, os investimentos das operadoras vêm crescendo: no primeiro semestre de 2024, eram R$ 119 bilhões, patamar que alcançou R$ 130 bilhões em junho deste ano. O resultado foi um retorno de R$ 6,8 bilhões no período, aumento de 55,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

Considerando todo o setor — operadoras médico-hospitalares, odontológicas e administradoras de benefícios —, a remuneração ajudou o lucro líquido das empresas a alcançar R$ 12,9 nos primeiros seis meses desse ano, valor que já é superior ao total observado pelo setor em todo o ano de 2024.

— Na composição do resultado líquido, o resultado financeiro sempre esteve muito acima do resultado operacional. Foi o que equilibrou as contas do setor no pós-pandemia e que contribuiu ainda mais em 2024. Estamos chegando praticamente metade-metade, e é isso que explica no final do dia o resultado líquido — explicou Washington Alves, gerente de Habilitação e Estudos de Mercado da ANS.

A taxa de sinistralidade — fatia da receita das operadoras usada para custear a assistência aos usuários — ficou em 81,1% no primeiro semestre, 2,7 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado e o menor índice registrado para um 1º semestre desde 2018 — à exceção de 2020, quando a sinistralidade foi ainda mais baixa em razão dos efeitos da pandemia.

— Os números do primeiro semestre de 2025 mostram um resultado histórico para a saúde suplementar: aumento do resultado operacional, redução da sinistralidade e manutenção de receitas financeiras robustas. Esse conjunto de fatores contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor, o que é fundamental para garantir a continuidade da assistência a mais de 50 milhões de beneficiários — analisou o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.

Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as maiores operadoras do setor, os dados são positivos, mas o resultado representa apenas uma recuperação após “margens negativas por quase três anos”.

“Para consolidar esses resultados de maneira sustentável, o setor precisa voltar a crescer, algo que não ocorre há dez anos. E para crescer o setor depende muito da evolução do mercado de trabalho formal, já que a grande maioria dos planos de saúde são empresariais, oferecidos aos trabalhadores pelos seus empregadores”, disse o diretor-executivo da entidade, Bruno Sobral. 

Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa a maior parte das operadoras, destacou que cerca de 40% das operadoras registraram resultados operacionais negativos, principalmente “pequenas e médias operadoras responsáveis por levar saúde de qualidade para regiões fora dos grandes centros financeiros do país”.

“São muitos os desafios estruturais: incorporação acelerada de novas tecnologias (foram 124 nos últimos três anos), decisões judiciais que obrigam a cobertura de tratamentos ainda não incorporados, experimentais ou off-label (fora da recomendação de bula) e fraudes contra planos de saúde que, somente com reembolsos nos últimos cinco anos, estima-se um custo desnecessário de R$ 12 bilhões. No mesmo período o custo com judicialização da saúde suplementar foi de R$ 21,5 bilhões.

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JORNAL OPÇÃO

Prefeitura de Goiânia amplia leitos de UTI Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas

Atualmente, Goiânia conta com 228 leitos de UTI ativos, distribuídos entre adultos, adultos coronarianos, neonatais e pediátricos

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), disponibilizou nesta terça-feira, 2, quatro novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica no Hospital Infantil de Campinas. Os leitos serão destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) encaminhados pelo complexo regulador da capital, garantindo atendimento mais ágil e adequado para crianças em situação crítica.

“Com essas novas vagas de UTI Pediátrica, conseguimos reduzir o tempo de espera e garantir maior agilidade no encaminhamento das crianças que necessitam de cuidados intensivos”, afirmou o secretário da SMS, Pellizzer. “Muitos casos em pediatria exigem suporte intensivo imediato e essa parceria garante capacidade de resposta instantânea em situações críticas que afetam crianças e adolescentes”, disse o secretário de Saúde de Goiânia, Luiz Pellizzer.

O diretor executivo do hospital, Márcio Coelho, destacou a estrutura da unidade e a qualificação da equipe médica. “O HIF conta com infraestrutura de ponta, equipe médica altamente capacitada e equipamentos modernos que garantem o melhor atendimento em UTI Pediátrica. Nosso objetivo é colaborar com a saúde pública oferecendo o melhor cuidado possível”, afirmou

Reativação de leitos

Atualmente, Goiânia conta com 228 leitos de UTI ativos, distribuídos entre adultos, adultos coronarianos, neonatais e pediátricos. Desde o início da gestão, 34 leitos de cuidados intensivos foram reativados, que estavam fechados por falta de regularidade nos pagamentos na administração anterior.

A superintendente de Avaliação, Regulação e Controle da SMS, Paula dos Santos Pereira, afirmou que a prefeitura mantém negociações com outras instituições privadas para ampliar ainda mais a rede:

“Seguimos em tratativas com outras instituições privadas para ampliar os leitos contratados e a cobertura, garantindo reserva técnica para absorver picos de demanda, como em sazonalidades e emergências sanitárias.”

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MEDICINA S/A

Gigantes da ortopedia global: lições e oportunidades para o Brasil em ascensão

O setor global de dispositivos ortopédicos movimentou US$ 62 bilhões em 2024, sendo que apenas oito empresas concentram mais de dois terços dessa receita. Entre elas, figuram Johnson & Johnson, com faturamento de US$ 8,9 bilhões, Stryker, com US$ 8,7 bilhões, e Zimmer Biomet, com US$ 7,4 bilhões. Companhias de médio porte, com receitas entre US$ 400 e 900 milhões, respondem por 8% do mercado, enquanto as menores, que faturam entre US$ 200 e 399 milhões, representam pouco mais de 4%.

Apesar de ainda não estar entre as gigantes globais, o Brasil começa a ganhar relevância. Startups e empresas de médio porte nacionais estão ampliando investimentos em áreas como implantes, órteses e reabilitação. Esse movimento acompanha o crescimento da demanda interna e a valorização tanto do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto da rede privada.

De acordo com Michel Goya, diretor da Associação Brasileira de Startups de Saúde e Healthtechs (ABSS) e CEO da OPME Log, o Brasil não precisa apenas acompanhar a velocidade dos líderes globais. “O país tem condições únicas para criar soluções próprias, adaptadas à nossa realidade e exportáveis para o mundo”, explica.

O envelhecimento populacional e a maior procura por procedimentos ortopédicos têm impulsionado os grandes players internacionais. Nos Estados Unidos, a Zimmer Biomet elevou suas projeções de lucro para 2025, impulsionada pelo aumento nas vendas de implantes de quadril e joelho e pelo crescimento de tecnologias como os sistemas robóticos cirúrgicos. Já a britânica Smith & Nephew, mesmo sob pressão acionária para reestruturar sua divisão de ortopedia, apresentou recuperação nas vendas de implantes graças a estratégias de produção global e redução de tarifas.

Esses exemplos reforçam como escala, inovação tecnológica e flexibilidade estratégica são essenciais para prosperar nesse segmento. No Brasil, fatores como a diversidade regional, as parcerias público-privadas e a mão de obra qualificada criam um terreno fértil para avançar. “O SUS, pela sua capilaridade, pode ser um campo de testes e validação para novas tecnologias — desde órteses adaptativas até sensores biomecânicos — reduzindo custos e ampliando o acesso da população. Nossa indústria, mesmo com menor escala, tem agilidade para adaptar e customizar tecnologias a um país continental”, reforça Goya.

O fortalecimento das parcerias entre empresas, universidades e centros de pesquisa também pode acelerar a criação de soluções para osteoartrite, reabilitação funcional e capacitação profissional. Um exemplo do avanço nacional é a Víncula, investida do Pátria com foco em ortopedia, coluna, trauma e crânio-maxilofacial. A companhia alia inovação, qualidade e acessibilidade, com produtos como endopróteses e sistemas modulares cirúrgicos adaptados à realidade latino-americana.

De acordo com a ABIMED, que representa cerca de 65% do faturamento do setor de dispositivos médicos no país, políticas públicas que incentivem pesquisa e desenvolvimento, aliadas a parcerias estratégicas, podem transformar o Brasil em um protagonista do mercado de ortopedia na América Latina.

“Se a liderança global já decolou, o desafio brasileiro é acionar também sua turbina nacional e voar com autonomia, inovação e relevância”, conclui Michel. Tal como em um avião bimotor, a turbina global garante o alcance e a força, mas é preciso que a turbina nacional opere em plena potência para que o país decole com segurança e protagonismo.

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Hapvida investe R$ 35 milhões em unidade premium em São Paulo

Com investimento de R$ 35 milhões, a Hapvida inaugurou a Unidade Avançada Brigadeiro, a primeira premium da companhia na capital paulista. Em sete andares, distribuem-se um parque diagnóstico completo, consultórios médicos, centro de cardiologia, área exclusiva para oncologia e boxes para infusões de quimioterapia.

“O lançamento simboliza a evolução da nossa proposta de valor em saúde. Esse é um marco para a nossa presença em São Paulo e reafirma a estratégia nacional de oferecer saúde de qualidade, próxima, com padrão de excelência em cada detalhe”, afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.

Espaços dedicados

Um dos pavimentos é inteiramente voltado à saúde da mulher, sendo a primeira unidade da rede com essa estrutura, com consultórios e salas de exames que contemplam todas as fases da vida.

O setor especializado em Cardiologia será concentrado em um andar específico, com esteiras ergométricas, aparelhos de ecocardiograma e salas para realização de MAPA, holter e teste pulmonar.

O prédio terá ainda um pavimento voltado para a área de diagnósticos e coletas de exames e outro para oncologia, com boxes para infusões de quimioterapia. O valor do investimento deve chegar a R$ 50 milhões nos próximos anos.

“Cuidado em cada detalhe para proporcionar um serviço diferenciado, com conforto, para um público que valoriza exclusividade, conveniência e excelência. O nosso paciente viverá uma experiência dentro de um centro de bem-estar: não apenas um atendimento”, afirma Cidéria Barbosa da Costa, diretora Executiva de Medicina Diagnóstica da Hapvida.

Expansão da rede

A inauguração integra o plano estratégico de expansão nacional da companhia, cujo objetivo é ampliar sua presença em regiões estratégicas e oferecer soluções integradas e cada vez mais qualificadas em saúde. Entre 2025 e 2026 a Hapvida investirá R$ 2 bilhões em todas as regiões do país.

Dentro do plano diretor da companhia, além da Unidade Avançada Brigadeiro, já foram entregues, nos últimos meses, cinco novos hospitais: Ariano Suassuna, em Recife (PE); Santa Maria, em Fortaleza (CE); Jardim Anália, em São Paulo (SP); Nilton Lins, em Manaus (AM); e Layr Maia, em Belém (PA). Até o fim de 2026, a Hapvida vai entregar 10 hospitais pelo Brasil, além de novas clínicas, prontos atendimentos, unidades de diagnóstico e de coleta laboratorial.

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Rede Atlântica D’Or assume gestão do Hospital Glória D’Or

Atlântica D’Or, parceria entre a Rede D’Or e a Atlântica Hospitais e Participações (controlada pela Bradseg Participações e do Grupo Bradesco Seguros), assumirá a gestão do Hospital Glória D’Or.

Trata-se do primeiro hospital da Atlântica D’Or na capital fluminense e o sétimo da parceria, que já conta com quatro unidades em funcionamento: Macaé D’Or (RJ), São Luiz Campinas (SP), São Luiz Guarulhos (SP) e São Luiz Alphaville (SP). Outras duas unidades estão em construção: Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e Taubaté, na região do Vale do Paraíba.

Com localização estratégica, a unidade ocupa 36.220 m² – sendo 22.000 m2 de área construída -, com 256 leitos totais (entre internação adulta, pediátrica e maternidade), 13 salas cirúrgicas, quatro salas PPP (pré-parto, parto e pós-parto), além de UTIs adulta, pediátrica e neonatal. Uma nova torre de oito pavimentos, com 4.728 m² de área construída, está em fase de obras e ampliará ainda mais a capacidade instalada. A estrutura inclui ainda um Centro Médico com mais de 30 especialidades, espaço exclusivo para gestantes e um Centro de Imagens equipado com tecnologia de ponta para exames como biópsias minimamente invasivas.

Com a expansão prevista, a unidade hospitalar passará a contar com 337 leitos e 20 salas cirúrgicas em uma área de mais de 27.000 m2.

“A chegada da Atlântica D’Or ao município do Rio de Janeiro se constitui em mais um marco do compromisso histórico de empresas com raízes profundas nessa cidade. Essas conexões autênticas com o passado, vivenciadas pela Rede D’Or e pelo Grupo Bradesco, estabelecem as diretrizes de investimentos que se traduzem hoje na construção de um futuro melhor para a sociedade, dando suporte a novos patamares para a medicina de excelência no Brasil”, afirma Jorge Moll, presidente do Conselho de Administração da Rede D’Or.

“O Grupo Bradesco Seguros e a Rede D’Or são duas empresas com relações históricas e longevas com a cidade do Rio de Janeiro. A integração do Hospital Glória D’Or à parceria Atlântica D’Or tem simbolismo especial, reafirmando nossas trajetórias e a crença que temos em comum, no fortalecimento e no crescimento da estrutura de Saúde no país”, destaca Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco.

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Uso racional de medicamentos: um compromisso pela saúde coletiva

A sociedade contemporânea, em grande parte, vive uma maior facilidade no acesso aos mais diferentes produtos e serviços. Dentre esses, a obtenção de medicamentos se destaca, trazendo consigo tanto vantagens quanto riscos.. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade dos medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente. Um dado alarmante e que torna emergencial a discussão sobre o Uso Racional de Medicamentos.

No Brasil, a luta pela conscientização da utilização responsável de fármacos ganhou uma data especial, no dia 05 de maio. A primeira campanha nacional sobre o tema aconteceu nesta data em 1999, mesmo ano, inclusive, da criação da Anvisa, iniciativa do Governo Federal à crescente necessidade de um ecossistema farmacêutico mais seguro e eficiente.

Efetivamente, qual o significado do uso racional de um medicamento? A OMS define como a utilização de medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses que atendam suas necessidades individuais, por um período adequado de tempo e ao menor custo para os pacientes e suas comunidades. Com essa orientação, o acesso facilitado ainda levanta questões que precisam de atenção, principalmente sobre os riscos individuais e para a saúde pública trazidos pela automedicação.

Quando alguém recorre à automedicação, normalmente ignora posologias, associa tratamentos sem orientação médica ou utiliza medicamentos sem necessidade clínica real. Os riscos para a saúde do uso inadequado de fármacos incluem a possibilidade de piora de uma doença, uma vez que pode esconder os sintomas de uma situação grave de saúde, a combinação inadequada com outro medicamento, anulando ou potencializando o efeito, possibilidade de reação alérgica ou dependência e, ainda, a resistência aos medicamentos, para citar alguns.

Com 20 anos de atuação liderando times de farmacovigilância, acompanho de perto os impactos estruturais que o uso indevido de medicamentos pode causar. Tal uso inadvertido pode resultar em eventos adversos inesperados e desconhecidos, com potencial razoável de resultar em dano à saúde, minando a credibilidade de tratamentos que, quando administrados corretamente, ajudam a salvar vidas.

O esforço para oferecer tratamentos inovadores com máxima segurança e eficácia só se completa com a adesão consciente da população e o apoio de políticas públicas que eduquem e orientem sobre o uso racional. Profissionais de saúde, estado, indústria e sociedade: todos temos papéis essenciais nesse ecossistema.

O uso racional de medicamentos não é apenas um conceito técnico. É um pacto de responsabilidade. É a ponte entre a inovação científica e o bem-estar individual e coletivo, porque a saúde de todos começa com o compromisso e a consciência de cada um.

*Sun Rei Dim é Diretora de Farmacovigilância da MSD Brasil.

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Manual de boas práticas da ABCIS orienta hospitais na aquisição ética e eficiente de tecnologia

Em um movimento estratégico para elevar o nível de maturidade tecnológica do setor de saúde brasileiro, a ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, produziu o “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”. A iniciativa é liderada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação e tem como objetivo principal educar gestores e profissionais da área na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições.

Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, está à frente do projeto, destacando a importância da iniciativa como reflexo da missão do grupo dentro da associação. “Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma o executivo.

A ideia do manual surgiu da observação de um problema crônico no setor, a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções de infraestrutura e tecnologia, incluindo sistemas. De acordo com Marcus, essa lacuna afeta hospitais de todos os portes, dos grandes centros até instituições de menor escala, e frequentemente resulta em investimentos inadequados e em risco operacional.

“Ouvimos gestores dizendo que compram com base no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo. Isso compromete não só o orçamento, mas a própria segurança do atendimento ao paciente”, comenta Marcus.

Desenvolvido com base na vivência prática dos membros do GT, em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), e em metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual se propõe a ser um guia completo, que acompanha o ciclo de vida da gestão de infraestrutura nas instituições de saúde.

O manual aborda temas, como diagnóstico estratégico e técnico, planejamento estratégico e plano diretor, RFI e RFP, benchmark de mercado, regras de conduta ética e integridade, avaliação de custo versus valor, inteligência orçamentária, e plano de implementação e gestão da mudança.

O manual também responde a lacunas recorrentes nos processos de compra. Entre os erros mais comuns se encontram escolhas baseadas apenas em preço, ignorando o TCO e o ROI, desalinhamento entre as decisões de TI e os objetivos estratégicos da instituição, falta de transparência e ética nos processos de aquisição, e implantações mal planejadas e com baixa adesão das equipes. Para cada um desses problemas, o manual propõe mecanismos práticos de prevenção, desde a definição de regras claras de governança até ferramentas de comunicação e treinamento durante a implantação de novas tecnologias.

“A publicação do manual representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira. A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS. “Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, completa Ferreira.

Além de promover maior transparência e eficiência financeira, o manual também fortalece a segurança do paciente, uma vez que tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas reduzem riscos de falhas críticas no atendimento. Outro impacto importante é o alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para iniciativas como expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente.

O manual está disponível e pode ser baixado livremente pelos associados e demais interessados clicando aqui: https://medicinasa.com.br/manual-abcis/.

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SAÚDE BUSINESS

ONA divulga principais causas de incidentes e eventos adversos na saúde 

Quedas de pacientes, falhas logísticas e infecções associadas à assistência lideram registros do primeiro semestre de 2025, segundo levantamento.

Quedas, falhas médicas e infecções associadas ao cuidado continuam entre os principais desafios para a segurança do paciente no Brasil. Esse é o resultado do mais recente levantamento da Organização Nacional de Acreditação (ONA), realizado em parceria com a Epimed Solutions, baseado nos incidentes e eventos adversos notificados no primeiro semestre de 2025.  

Ao todo, mais de 220 instituições acreditadas pela ONA, entre públicas e privadas, participaram voluntariamente, o que evidencia o avanço da cultura de segurança assistencial no país. 

Eventos fatais: falhas médicas são a principal causa 

Entre os eventos adversos com desfecho fatal, falhas na assistência médica foram responsáveis por 25,21% das ocorrências, seguidas por falhas de assistência multidisciplinar (17,36%) e por infecções relacionadas à assistência à saúde (14,46%). A maioria dos óbitos foi registrada em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) (21,07%), seguida por unidades de internação (7,85%) e setores de emergência/urgência (2,07%). Outros setores não especificados somaram 67,36%. 

Eventos graves: lesões de pele e falhas de assistência 

Nos eventos adversos graves, as lesões de pele e partes moles aparecem em segundo lugar (14,01%), logo após as falhas médicas (12,64%) e as falhas na assistência multidisciplinar (9,89%). Aproximadamente 22,8% dos casos não tiveram a gravidade detalhada. Em termos de local, 23,35% aconteceram em UTIs, 9,07% em unidades de internação e 4,95% em centros cirúrgicos, enquanto 62,64% ocorreram em setores não especificados. 

Eventos moderados: infecções lideram registros 

Já entre os eventos adversos moderados, as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam a maioria dos registros, com 52,21% das ocorrências. Em seguida, vêm as lesões de pele e de partes moles (10,56%) e as falhas da assistência médica (4,99%). 

Segundo Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA, essas infecções podem ocorrer em qualquer ambiente de cuidado — hospitais, clínicas ou até no domicílio — e estão diretamente associadas aos procedimentos realizados. 

“É importante enfatizar que as infecções surgem durante ou após a internação ou em decorrência de um procedimento específico, não estando presentes no momento da admissão do paciente”, explica. 

As IRAS mais comuns incluem infecção do trato urinário associada ao uso de sondas vesicais, infecção da corrente sanguínea relacionada a cateteres venosos centrais, pneumonia associada à ventilação mecânica e infecção de sítio cirúrgico. A maioria dos eventos moderados ocorreu em setores não especificados (61,04%), seguidos por UTIs (13,82%) e ambulatórios/consultórios (12,48%). 

Eventos leves: lesões de pele e complicações em procedimentos 

Nos eventos adversos leves, as lesões de pele e de partes moles são predominantes, respondendo por 40,09% das notificações. Em seguida, destacam-se falhas relacionadas a exames laboratoriais, anatomopatológicos e de imagem (13,22%) e complicações no acesso venoso periférico (13%). 
As UTIs concentram a maior parte dessas ocorrências (35,46%), seguidas por outros setores (30,18%) e unidades de internação (15,20%). 

Entre os incidentes sem dano, as quedas de pacientes lideraram os registros, representando 15,58% das notificações. Em seguida, aparecem falhas de logística — incluindo compra, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos (10,82%) —, erros na identificação do paciente (9,96%) e falhas de documentação clínica, como prontuários, pedidos de exames e laudos (8,66%). 
Problemas relacionados à assistência de enfermagem e aos exames laboratoriais (interpretação, extravio, atraso ou retificação de laudos) também foram relevantes, ambos com 6,93%. 

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TRIBUNA DO NORTE

Turismo médico no Brasil: qualidade hospitalar e custo acessível

Além das praias e riquezas culturais que atraem milhões de visitantes todos os anos, o Brasil se consolidou como um destino de referência em tratamentos médicos. Inclusive, a revista americana Patients Beyond Borders estima que 140 mil estrangeiros venham anualmente para realizar procedimentos, que vão desde lipoaspiração HD até rinoplastia e harmonização facial.

Isso ocorre devido à qualidade reconhecida de seus profissionais e à diferença de preços em relação a outros mercados. Por exemplo, procedimentos que em países como Estados Unidos, Canadá ou Reino Unido custam caro, no Brasil podem ser de 30% a 70% mais baratos, sem abrir mão da excelência.

Assim, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de cirurgias plásticas, tendo ultrapassado a marca de 2 milhões de procedimentos em 2022.

Outro diferencial é a certificação internacional de instituições brasileiras. Afinal, foi o segundo país a conquistar credenciamento da Joint Commission International (JCI), referência mundial em padrões de qualidade hospitalar. Atualmente, mais de 50 centros médicos no território nacional possuem este selo.

Entre os polos que concentram a demanda, São Paulo se destaca como o maior. Segundo dados do Ministério do Turismo, o estado reúne 34,4% de todas as cirurgias plásticas realizadas no Brasil, sendo que 60% delas ocorrem na capital.

O Rio Grande do Norte ainda não figura entre os principais polos de turismo médico do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraná. No entanto, o estado vem ganhando destaque graças aos investimentos em programas como o Mais Médicos e na expansão da infraestrutura hospitalar privada.

O que é e como funciona o turismo médico

Turismo médico é o ato de viajar em busca de tratamentos de saúde ou procedimentos específicos. Embora muitas vezes seja associado a cirurgias estéticas, ele abrange também áreas como odontologia, ortopedia, cardiologia e oncologia.

O funcionamento envolve diferentes etapas, que começam com a pesquisa sobre clínicas, médicos e hospitais de referência. Para agilizar o processo, muitos pacientes enviam previamente seus exames, permitindo que os médicos avaliem o caso e preparem o tratamento com antecedência.

Assim, ao chegar ao destino, é necessário apenas realizar exames burocráticos ou complementares antes de seguir para o procedimento. Feito isso, a estadia pode se estender por dias ou semanas, dependendo da complexidade, para consultas de acompanhamento e recuperação.

Impacto global do turismo médico

A prática de associar tratamento de saúde a uma viagem movimenta setores diversos, não se limitando apenas à medicina. Em 2019, antes da pandemia, estima-se que entre 21 e 26 milhões de pessoas tenham cruzado fronteiras em busca de cuidados médicos e estéticos, segundo a consultoria Patient Beyond Borders.

Desse modo, o impacto financeiro chegou a valores entre US$ 74 bilhões e US$ 92 bilhões, considerando gastos com saúde, transporte, hospedagem e internação.

Este mercado beneficia diretamente o setor hoteleiro, o transporte urbano e até o imobiliário, que investe em empreendimentos próximos a centros médicos de referência.

Perspectivas de crescimento

As projeções indicam que o turismo médico continuará em expansão no Brasil e no mundo. Levantamento da Brain Inteligência Estratégica aponta que o setor deve crescer entre 15% e 25% ao ano no país, podendo movimentar cerca de US$ 13 bilhões até 2030.

No cenário global, o mercado de turismo médico foi avaliado em US$ 35,78 bilhões em 2024, e, segundo pesquisa da Precedence, a expectativa é de que alcance, aproximadamente, US$ 252,94 bilhões até 2034.

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REVISTA VEJA

A lição do Titanic: a medicina brasileira pode naufragar?

Nosso grande navio não começou a ser construído em Belfast (Irlanda do Norte), mas em Bolonha, na Itália, local da primeira faculdade de medicina. Demorou séculos até configurarem um modelo de embarcação capaz de navegar em todos os países de forma estável e segura. No início, nem todos os  passageiros eram tão privilegiados para conseguir fazer uma viagem, como a do famoso Titanic.

No convés, salas de aulas bem distribuídas, enfermarias, centro cirúrgicos e um salão onde se disseca e se estuda a perfeição dos corpos. Na sala de máquinas, laboratórios completos onde se estudam células, órgãos, ossos e todo o mecanismo fisiológico do barco chamado corpo humano. Cada setor possui um oficial responsável nomeado professor e, quanto mais apurada a matéria, mais graduado é esse oficial.

Do século XI, mais precisamente de 1008 para cá, quase nada mudou nessa arquitetura de ensino. O tempo só foi atualizando os sistemas de navegação. No Brasil, nosso primeiro estaleiro começou a funcionar na Bahia, 800 anos depois, e por lá meu bisavô se formou dando origem à tradição de médicos na minha família.

A criação do navio da universidade da medicina envolveu uma enorme engenharia: era preciso concentrar uma profissão com tantas variáveis em um mesmo casco. Como o filme mostra, ela foi dividida em vários compartimentos, ou melhor, especialidades. Imaginava-se ser fundamental que o estudante e futuro médico, ao ser confrontado pelos questionamentos da profissão no isolamento do alto mar, soubesse resolver e salvar as vidas a bordo.

Anos de construção, discussões e aprendizados. Noites sem dormir, fins de semana de dedicação. Tudo com o objetivo de criar algo sólido e que não levasse riscos às vidas que seriam carregadas, assim como na impactante história de Hollywood.

A expectativa sobre um projeto tão bem bolado e executado, em que se dedicou anos na sua formação, é que ele seja algo extremamente seguro e que as pessoas não corram risco de vida. Por séculos, o cuidado no detalhe dessa construção foi muito criterioso, difícil e cuidadoso, mas agora um Iceberg chamado “Novas Universidades” se desprendeu das geleiras da ganância e ameaçam as vidas de quem antes navegava em águas calmas e em transatlânticos preparados para as adversidades.

Construir um navio para a medicina nunca foi algo fácil, e isso é sabido por todos. Não envolve só prédios bonitos, com telas de computadores e ambientes refrigerados e, sim, uma responsabilidade enorme no saber. É inevitável que a divulgação pelas redes de um estilo de vida glamouroso tem levado muitos jovens a se imaginarem como na primeira classe do Titanic, com joias, ternos, bolsas caras e serviçais.

Em um mundo rápido e imediatista, jovens acham que ser médico, a qualquer custo, é a melhor opção. Nesse navio, eu diria canoa, temos ChatGPT, Google e pouquíssimos oficiais, quer dizer, professores, até porque, não temos quantidade suficiente para cuidar dessa frota que está à deriva em alto mar.

Examinar, pensar e discutir parecem tarefas distantes quando um dia já foram fundamentais. Assim como em qualquer profissão, alcançar objetivos financeiros e até algum glamour (para quem gosta) envolve dedicação e esforço de quem se dispõe a atravessar um oceano, na maior parte das vezes bem turbulento.

Mas a sociedade também erra ao não valorizar esses profissionais. Médicos já formados, ao ingressarem em uma residência médica, recebem salário de marinheiro e não de oficiais e, por anos, limpam convés com um soldo que não dá possibilidade de viverem com dignidade. A fuga para empregos que remunerem melhor e não os faça ter que ficar embarcado integralmente é inevitável.

É perturbador saber que, diferentemente da época do Titanic, temos informações suficientes de que esses icebergs estão vindo em nossa direção. Porém, o mar de dinheiro controla o nosso navegar. E o destino desse navio, assim como na famosa história, poderá ser inevitavelmente a perda de milhares, talvez milhões, de vidas.

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Assessoria de Comunicação