Postado em: 05/09/2025

CLIPPING AHPACEG 05/09/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde

https://www.cartacapital.com.br/publieditorial/seguranca-e-estabilidade-sao-essenciais-para-a-ampliacao-do-acesso-a-saude/

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

https://ohoje.com/2025/09/04/cinco-estudantes-de-medicina-perdem-bolsas-integrais/

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

https://medicinasa.com.br/erro-medico-ou-complicacao/

Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

https://medicinasa.com.br/ms-pcdt-hipertensao/

Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

https://medicinasa.com.br/etica-consultas/

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/abcis-lanca-manual-de-boas-praticas-para-aquisicao-de-tecnologia-em-saude/

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/setembro/ministerio-da-saude-anuncia-criacao-do-primeiro-hospital-publico-inteligente-do-brasil

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/fabricacao-clandestina-de-remedios-usa-betoneira-de-obras-para-misturar-substancias-13901988.ghtml

CARTA CAPITAL

Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde 

Foi uma honra acompanhar de perto o início dos atendimentos do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Padilha, no Hospital Ariano Suassuna, do Grupo Hapvida NotreDame, no Recife (PE). A iniciativa representa um marco na história da saúde no Brasil e evidencia, de forma incontestável, o papel estratégico da saúde suplementar no alívio das pressões orçamentárias sobre o SUS, que garante assistência a 75% da população. Estrutura suficiente para expandir essa bem-vinda integração entre o público e o privado que a saúde suplementar detém.

Em apenas um ano, a saúde suplementar realizou junto aos seus 52,8 milhões de beneficiários perto de 1,9 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e internações. Historicamente, responde por quase 3% do PIB e pela maior parte dos 5,18 milhões de empregos formais do sistema. Manter essa engrenagem em funcionamento, contudo, exige condições mínimas de segurança jurídica e econômica, que tragam estabilidade e sustentabilidade, premissas fundamentais desse sistema. Qualquer tentativa de artificializar os mecanismos desse setor representa um risco real de colapso. A única exceção prevista pela lei são os planos individuais, cujos reajustes são controlados pela ANS. Ademais, o modelo de saúde privado brasileiro sustenta-se nas bases do mutualismo e do livre mercado. Tentar, por exemplo,aplicar a mesma lógica de controle dos planos individuais aos coletivos significa desconsiderar a natureza distinta desses contratos e as inúmeras diferenças estruturais entre esses dois produtos e realidades.

Nos planos corporativos ou por adesão, empresas, associações e operadoras negociam livremente serviços, preços e condições, em um ambiente de concorrência saudável. O contratante pode comparar, avaliar e escolher a opção mais adequada do ponto de vista tanto da qualidade assistencial quanto do custo financeiro. Romper com essa lógica, impondo controles artificiais, é fragilizar as bases de qualquer relação econômica equilibrada em um mercado sob as regras da livre democracia.

A experiência com os planos individuais ilustra bem o problema: a regulação engessada reduziu a oferta e inviabilizou economicamente o modelo para parte significativa do mercado. Repetir esse modelo limitante com os planos coletivos comprometeria um dos principais instrumentos de acesso à saúde no País e traria impactos negativos tanto para o setor privado quanto para o público, cujo orçamento segue cada vez mais pressionado. Vide o exemplo da Alemanha, que, em um modelo econômico muito mais estável que o brasileiro, se vê pressionada a realizar com urgência uma reforma do Estado de Bem-Estar Social, tarefa conduzida pelo premier Friedrich Merz, diante da incapacidade de arcar com os custos crescentes, entre os quais o da saúde.

Por isso, é fundamental que o debate sobre a saúde suplementar seja conduzido com responsabilidade, sem medidas que possam gerar desequilíbrios irreversíveis. A sustentabilidade do setor depende da compreensão de suas complexidades, que variam conforme o porte da operadora, o tipo de produto, a região de atuação e outras tantas variáveis. Como entidade que representa mais de 140 operadoras, pelas quais são atendidos quase 40% dos usuários do sistema privado de saúde, o nosso objetivo é sempre o de estabelecer diálogos propositivos. Para isso, precisamos de dados, fatos e ciência na busca de soluções de longo prazo que garantam o bom atendimento assistencial da população, com uma integração cada vez mais eficiente com o Sistema Único de Saúde e com a imprescindível viabilidade econômico-financeira das empresas.

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O HOJE

Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais

Prefeitura de Anápolis identificou irregularidades em quatro inscrições e fraude em uma

22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações Foto: Divulgação / Prefeitura de Anápolis

Cinco estudantes de medicina de uma universidade de Anápolis tiveram as bolsas integrais canceladas após a identificação de irregularidades em quatro inscrições e indícios de fraude em uma delas. O resultado foi publicado nesta quarta-feira (3) no Diário Oficial do município.

Ao todo, 22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações. Entre os problemas apontados pela prefeitura estão reprovações acima do limite permitido, renovações irregulares, incompatibilidade socioeconômica e sinais de fraude.

Segundo a administração municipal, os documentos serão enviados ao Ministério Público. Já os alunos que discordarem da decisão poderão recorrer na Justiça. Para os 14 estudantes considerados regulares, está prevista a retomada das bolsas em parceria com as universidades.

O procedimento antifraude foi criado para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e o acesso justo ao benefício. A investigação preliminar envolveu coleta e análise de documentos, e, por ora, todas as bolsas permanecem suspensas. Alunos identificados com irregularidades poderão ser obrigados a devolver os valores recebidos desde o início do programa.

Em julho, outra estudante já havia perdido a bolsa por decisão judicial após alegar baixa renda enquanto exibia viagens internacionais nas redes sociais. A prefeitura não confirmou se ela está entre os cinco beneficiários que tiveram o cancelamento anunciado nesta quarta-feira.

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MEDICINA S/A

Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova

Na minha atuação diária defendendo médicos, observo um padrão perigoso: a maioria dos processos judiciais não nasce de uma falha técnica, mas sim da confusão sobre um conceito fundamental — a diferença entre erro médico e complicação. Para o paciente, qualquer desfecho negativo é um erro. Para a Justiça, no entanto, a análise é técnica, e essa diferença conceitual pode ser o divisor de águas entre uma absolvição e uma condenação. Compreender como essa distinção é tratada nos tribunais não é um exercício acadêmico — é a estratégia mais importante de gestão de risco para a sua carreira e para o seu negócio.

A medicina é uma ciência de meios, não de resultados. Nenhum profissional pode garantir a cura, apenas comprometer-se com a melhor conduta técnica possível diante de cada caso concreto. Contudo, essa premissa, tão clara no meio médico, costuma ser ignorada em situações de insucesso terapêutico. E é justamente nesse momento que a palavra “erro” passa a circular — muitas vezes, sem base técnica, mas com força emocional suficiente para desencadear litígios longos, custosos e profundamente danosos à imagem do profissional.

Como advogada especialista em Direito Médico, afirmo com segurança: a fronteira entre a absolvição e a responsabilização está, quase sempre, na qualidade da documentação médica. Provar que o resultado decorreu de uma complicação inerente — e não de uma falha de conduta — exige mais do que uma boa técnica: exige uma estratégia de registro e defesa preventiva bem estruturada.

A Visão do Judiciário: Onde a Responsabilidade Realmente Começa

Do ponto de vista legal, a responsabilidade do médico é subjetiva. Isso significa que, para haver condenação, é indispensável a comprovação de culpa. Este é o alicerce de toda a discussão, formalizado no Artigo 1º do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 2.217/2018), que veda ao médico causar dano por imperícia, imprudência ou negligência.

Para aplicar esse conceito na prática, é vital organizar os fatos com precisão terminológica:

Intercorrência: É um evento clínico inesperado que ocorre durante o tratamento, e que geralmente é leve, transitório e controlável com medidas simples. A intercorrência é o fato, o sinal de alerta.

Complicação: Trata-se de uma evolução clínica desfavorável, muitas vezes inesperada, que pode surgir mesmo quando o procedimento é conduzido de forma correta e dentro das boas práticas médicas. Em geral, a complicação é um risco inerente ao ato médico, previsto na literatura especializada e que pode demandar condutas adicionais para contenção ou reversão do quadro, sem, contudo, configurar erro ou falha técnica.

Erro Médico: Erro médico é a conduta inadequada do profissional, por ação ou omissão, praticada sem intenção de causar dano, mas que resulta em prejuízo à saúde, integridade ou vida do paciente. Ocorre quando o médico não observa os cuidados técnicos, éticos ou científicos exigidos pela medicina, e essa falha gera um desfecho que poderia ter sido evitado.

Pode se manifestar por:

Imperícia: falta de habilidade ou conhecimento técnico;

Imprudência: ação precipitada ou arriscada;

Negligência: omissão de conduta que era obrigatória.

Diferencia-se da complicação porque o erro não decorre de um risco inerente ao ato médico, mas de uma falha pessoal na conduta ou no julgamento profissional.

O que a Justiça avalia quando julga o médico?

A questão central em um processo é sempre esta: o dano (a complicação) foi um risco inerente ao procedimento, devidamente informado e corretamente manejado, ou foi consequência de uma falha na conduta profissional? A resposta, invariavelmente, está nos seus documentos.

A defesa mais eficaz é aquela que se constrói no dia a dia da clínica, por meio de uma documentação robusta e estratégica.

1. O Termo de Consentimento Informado: A Prova do Dever de Informar

Muitos profissionais ainda utilizam modelos de termo de consentimento genéricos, que pouco ou nada protegem. O termo de consentimento é a prova material de que o médico cumpriu seu dever ético, previsto nos artigos 22 e 34 do Código de Ética, de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento — ou seja, sobre as complicações possíveis. Um termo que detalha as complicações mais frequentes e as mais graves, em linguagem clara, transforma-se em uma poderosa ferramenta de defesa, neutralizando a alegação de que o paciente “não sabia do risco”.

2. O Prontuário: A Narrativa Factual da Sua Diligência

O prontuário é a “caixa-preta” do atendimento e o documento de maior peso em um processo. Conforme a Resolução CFM nº 1.638/2002, ele possui caráter legal. É nele que a distinção entre os conceitos se materializa de forma decisiva. Um prontuário defensivo deve registrar:

A Intercorrência: “Paciente apresentou pico febril de 38.5ºC às 22h”.

A Investigação: “Solicitados exames X e Y para apuração da causa”.

O Diagnóstico da Complicação: “Confirmado diagnóstico de pneumonia”.

O Manejo Detalhado: “Iniciada antibioticoterapia com [fármaco], conforme protocolo. Paciente e familiares comunicados sobre o diagnóstico e a conduta adotada”.

Essa descrição minuciosa transforma o que poderia ser interpretado como negligência em uma prova irrefutável de diligência e boa prática médica no manejo de um evento adverso.

A implementação de protocolos documentais rigorosos é uma decisão estratégica. Investir no treinamento da equipe e na revisão periódica de documentos como termo de consentimento não é um custo, mas uma proteção. A assessoria jurídica preventiva garante que a percepção leiga de “erro” não se sobreponha à realidade técnica dos fatos, protegendo seu maior ativo: a sua reputação.

Médicos não precisam viver com medo de processos. Com orientação jurídica especializada, é possível alinhar sua prática assistencial à segurança legal. Se você deseja revisar seus documentos ou implementar protocolos eficazes de proteção profissional, busque um advogado especialista. A prevenção é sempre o melhor remédio — inclusive na medicina.

*Marcela Freire é Advogada especialista em Direito Médico e Presidente da Comissão de Direito Médico da OAB/ Duque de Caxias.

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Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão

Foi oficialmente publicado, por meio da Portaria SECTICS/MS nº 49/2025, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi desenvolvido pela Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde, no contexto do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).

Esse é um marco inédito e essencial para o sistema público de saúde brasileiro, pois trata-se da primeira versão oficial de um protocolo clínico que orienta de forma abrangente e padronizada o manejo da hipertensão arterial sistêmica no SUS, condição que afeta 48% da população adulta brasileira. Desse total, apenas 10% têm a pressão controlada.

“A publicação é um avanço extraordinário para a saúde pública no Brasil. Estamos entregando, pela primeira vez, um documento técnico científico de referência nacional, que guiará o cuidado da hipertensão no SUS com base em evidências científicas atualizadas e com foco na integralidade da atenção”, afirma Rosa Lucchetta, gerente de pesquisas e projetos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para mortalidade no Brasil e no mundo, estando diretamente relacionada a complicações cardiovasculares, renais e neurológicas. Além de causar cardiopatia e nefropatia hipertensivas, é precursora de condições graves como doença isquêmica cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, e até doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular, quando iniciada precocemente.

“Sabemos que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente a carga da doença. Por isso, este documento estabelece estratégias de rastreamento, diagnóstico, tratamento farmacológico e não farmacológico, além do monitoramento contínuo da condição”, complementa a pesquisadora.

Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é incorporada

Outro avanço importante incluído neste protocolo foi a incorporação da tecnologia de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) para o diagnóstico da pressão alta em adultos com suspeita da doença. Esta recomendação foi embasada em parecer técnico favorável.

Com a adoção da MRPA, estima-se que mais de seis milhões de brasileiros poderão se beneficiar de um diagnóstico mais preciso, seguro e acessível, contribuindo para uma intervenção mais eficaz e redução de complicações a longo prazo.

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Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

Nos últimos anos, o debate sobre assédio e importunação sexual ganhou força em diversos setores da sociedade. Na área da saúde, esse tema exige atenção redobrada, pois envolve diretamente o corpo e a vulnerabilidade do paciente. “O atendimento em saúde é, antes de tudo, uma relação de confiança. O paciente entrega seu corpo e sua intimidade ao profissional, que deve agir sempre com ética, cuidado e respeito”, afirma Katia Lema Perez, diretora do Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (Ibrac).

Segundo ela, é essencial que o profissional saiba diferenciar acolhimento de invasão. Acolher significa escutar, transmitir segurança e oferecer apoio. Já a invasão ocorre quando há toque, comentário ou atitude sem necessidade clínica ou sem o consentimento do paciente. “Mesmo um gesto simples pode ser interpretado como constrangimento se não houver explicação prévia”, completa Perez.

Consentimento é indispensável

Nenhum procedimento deve ser feito sem que o paciente compreenda o que será realizado e dê sua autorização. Esse cuidado protege todos os envolvidos, evitando situações que possam ser vistas como assédio ou importunação.

A diretora do Ibrac afirma que ainda é comum casos em que profissionais que ultrapassam os limites, seja com toques desnecessários, comentários inapropriados ou condutas invasivas. Além de crime, essas atitudes ferem a ética da profissão e minam a confiança na relação de cuidado.

Orientações básicas para profissionais da saúde

Para Katia Lema Perez, algumas práticas fundamentais devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para assegurar a integridade no atendimento:

Explicar e pedir consentimento antes de qualquer exame ou procedimento.

Manter postura profissional e respeitosa em todos os momentos.

Evitar toques demasiados e assuntos de cunho íntimo que não tenham a ver com o tratamento.

Sempre que possível, permitir a presença de acompanhante em consultas e procedimentos.

Cumprir os códigos de ética da categoria e as normas de compliance da instituição.

O papel do compliance na saúde

Programas de compliance e auditoria têm papel essencial nesse processo. Eles ajudam a prevenir riscos, estabelecer regras claras de conduta, oferecer treinamentos e criar canais de denúncia seguros. Dessa forma, fortalecem a cultura de respeito e confiança nas instituições de saúde.

“Cuidar é acolher, mas nunca invadir. O respeito ao corpo do paciente e a ética profissional devem ser princípios inegociáveis. Somente assim é possível garantir um atendimento humano, seguro e digno, que ampere tanto o profissional quanto o paciente”, enfatiza.

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SAÚDE BUSINESS

ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde

Publicação orienta processos éticos e estratégicos de compra de tecnologia em hospitais brasileiros.

ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, anuncia o lançamento do “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”, uma iniciativa estratégica desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação. O documento surge como resposta a um problema crônico no setor: a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções tecnológicas em instituições de saúde.

Objetivo e importância do manual

O principal propósito da publicação é educar gestores e profissionais da área de saúde na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições. Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, lidera o projeto e destaca sua relevância.

“Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma.

Problemas abordados pelo manual

A publicação foi concebida após a identificação de que hospitais de todos os portes, desde grandes centros até instituições menores, frequentemente realizam investimentos inadequados devido à falta de critérios técnicos nas decisões de compra. Segundo Marcus, muitos gestores relatam que adquirem tecnologia baseando-se apenas no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo, comprometendo tanto o orçamento quanto a segurança do atendimento ao paciente.

Conteúdo e fundamentação

Desenvolvido com base na experiência prática dos membros do GT e em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), além de metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual abrange temas essenciais:

diagnóstico estratégico e técnico;

planejamento estratégico e plano diretor;

RFI e RFP;

benchmark de mercado;

regras de conduta ética e integridade;

avaliação de custo versus valor;

inteligência orçamentária;

plano de implementação;

gestão da mudança.

Erros comuns e soluções propostas

O documento identifica e propõe soluções para falhas recorrentes nos processos de compra, como:

escolhas baseadas apenas em preço, ignorando TCO e ROI;

desalinhamento entre decisões de TI e objetivos estratégicos institucionais;

falta de transparência e ética nos processos de aquisição;

implantações mal planejadas com baixa adesão das equipes.

Para cada problema, o manual oferece mecanismos práticos de prevenção, como a definição de regras claras de governança e ferramentas de comunicação e treinamento durante a implementação das tecnologias adquiridas.

Impacto esperado

Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS, explica que a publicação representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira.

“Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, conclui Ferreira.

O manual visa promover maior transparência e eficiência financeira, além de fortalecer a segurança do paciente. Tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas, evitam falhas críticas no atendimento. Outro importante benefício está no alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para a expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente, entre outros.

“A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor.

O manual está disponível para download gratuito para associados e demais interessados no setor de saúde. Acesse!

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira, 04 de setembro, da reunião de início da implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. Instalado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027.

"É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas - da atenção primária até os serviços de urgência e emergência - garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência", detalhou o ministro Padilha.

O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), o banco dos BRICS.

"O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional", afirmou o ministro.

O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.

"O hospital inteligente representa um novo patamar para a Saúde brasileira e, sobretudo, para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma iniciativa que nos consolida como um complexo hospitalar referência em assistência e inovação no país, incorporando a nova unidade a sua estrutura institucional. Estes são os primeiros passos de um futuro no qual o cuidado em saúde será mais ágil, mais preciso e mais humano, graças à força da ciência e à responsabilidade pública", destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo.

Além da assistência, o ITMI atuará como centro de pesquisa, inovação e formação de profissionais em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, soluções de logística avançada e ambientes humanizados para pacientes e equipes.

O investimento também financiará a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será expandida gradualmente. As UTIs estarão conectadas à UTIs do Hospital das Clínicas da USP e poderão contar com o suporte e expertise de seus profissionais. Nessas unidades, o monitoramento ocorrerá em tempo real com uso de inteligência artificial para apoiar a regulação de leitos e a tomada de decisões clínicas.

O Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho para conduzir a implantação do projeto do ITMI-Brasil em articulação com outros ministérios e parceiros. A iniciativa integra os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.

Ainda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferta 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS). No local, Padilha anunciou que a unidade foi contemplada com um acelerador linear no valor de R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A ação é mais uma medida do Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera pelo atendimento especializado.

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TV ANHANGUERA

Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias

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Assessoria de Comunicação