CLIPPING AHPACEG 05/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde
Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais
https://ohoje.com/2025/09/04/cinco-estudantes-de-medicina-perdem-bolsas-integrais/
Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova
https://medicinasa.com.br/erro-medico-ou-complicacao/
Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão
https://medicinasa.com.br/ms-pcdt-hipertensao/
Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas
https://medicinasa.com.br/etica-consultas/
ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde
Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil
Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias
CARTA CAPITAL
Segurança e estabilidade são essenciais para a ampliação do acesso à saúde
Foi uma honra acompanhar de perto o início dos atendimentos do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Padilha, no Hospital Ariano Suassuna, do Grupo Hapvida NotreDame, no Recife (PE). A iniciativa representa um marco na história da saúde no Brasil e evidencia, de forma incontestável, o papel estratégico da saúde suplementar no alívio das pressões orçamentárias sobre o SUS, que garante assistência a 75% da população. Estrutura suficiente para expandir essa bem-vinda integração entre o público e o privado que a saúde suplementar detém.
Em apenas um ano, a saúde suplementar realizou junto aos seus 52,8 milhões de beneficiários perto de 1,9 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e internações. Historicamente, responde por quase 3% do PIB e pela maior parte dos 5,18 milhões de empregos formais do sistema. Manter essa engrenagem em funcionamento, contudo, exige condições mínimas de segurança jurídica e econômica, que tragam estabilidade e sustentabilidade, premissas fundamentais desse sistema. Qualquer tentativa de artificializar os mecanismos desse setor representa um risco real de colapso. A única exceção prevista pela lei são os planos individuais, cujos reajustes são controlados pela ANS. Ademais, o modelo de saúde privado brasileiro sustenta-se nas bases do mutualismo e do livre mercado. Tentar, por exemplo,aplicar a mesma lógica de controle dos planos individuais aos coletivos significa desconsiderar a natureza distinta desses contratos e as inúmeras diferenças estruturais entre esses dois produtos e realidades.
Nos planos corporativos ou por adesão, empresas, associações e operadoras negociam livremente serviços, preços e condições, em um ambiente de concorrência saudável. O contratante pode comparar, avaliar e escolher a opção mais adequada do ponto de vista tanto da qualidade assistencial quanto do custo financeiro. Romper com essa lógica, impondo controles artificiais, é fragilizar as bases de qualquer relação econômica equilibrada em um mercado sob as regras da livre democracia.
A experiência com os planos individuais ilustra bem o problema: a regulação engessada reduziu a oferta e inviabilizou economicamente o modelo para parte significativa do mercado. Repetir esse modelo limitante com os planos coletivos comprometeria um dos principais instrumentos de acesso à saúde no País e traria impactos negativos tanto para o setor privado quanto para o público, cujo orçamento segue cada vez mais pressionado. Vide o exemplo da Alemanha, que, em um modelo econômico muito mais estável que o brasileiro, se vê pressionada a realizar com urgência uma reforma do Estado de Bem-Estar Social, tarefa conduzida pelo premier Friedrich Merz, diante da incapacidade de arcar com os custos crescentes, entre os quais o da saúde.
Por isso, é fundamental que o debate sobre a saúde suplementar seja conduzido com responsabilidade, sem medidas que possam gerar desequilíbrios irreversíveis. A sustentabilidade do setor depende da compreensão de suas complexidades, que variam conforme o porte da operadora, o tipo de produto, a região de atuação e outras tantas variáveis. Como entidade que representa mais de 140 operadoras, pelas quais são atendidos quase 40% dos usuários do sistema privado de saúde, o nosso objetivo é sempre o de estabelecer diálogos propositivos. Para isso, precisamos de dados, fatos e ciência na busca de soluções de longo prazo que garantam o bom atendimento assistencial da população, com uma integração cada vez mais eficiente com o Sistema Único de Saúde e com a imprescindível viabilidade econômico-financeira das empresas.
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O HOJE
Cinco estudantes de medicina perdem bolsas integrais
Prefeitura de Anápolis identificou irregularidades em quatro inscrições e fraude em uma
22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações Foto: Divulgação / Prefeitura de Anápolis
Cinco estudantes de medicina de uma universidade de Anápolis tiveram as bolsas integrais canceladas após a identificação de irregularidades em quatro inscrições e indícios de fraude em uma delas. O resultado foi publicado nesta quarta-feira (3) no Diário Oficial do município.
Ao todo, 22 bolsistas foram avaliados no Procedimento de Integridade e Conformidade (Antifraude) do Programa Graduação, sendo 13 do curso de medicina e nove de outras graduações. Entre os problemas apontados pela prefeitura estão reprovações acima do limite permitido, renovações irregulares, incompatibilidade socioeconômica e sinais de fraude.
Segundo a administração municipal, os documentos serão enviados ao Ministério Público. Já os alunos que discordarem da decisão poderão recorrer na Justiça. Para os 14 estudantes considerados regulares, está prevista a retomada das bolsas em parceria com as universidades.
O procedimento antifraude foi criado para garantir a correta aplicação dos recursos públicos e o acesso justo ao benefício. A investigação preliminar envolveu coleta e análise de documentos, e, por ora, todas as bolsas permanecem suspensas. Alunos identificados com irregularidades poderão ser obrigados a devolver os valores recebidos desde o início do programa.
Em julho, outra estudante já havia perdido a bolsa por decisão judicial após alegar baixa renda enquanto exibia viagens internacionais nas redes sociais. A prefeitura não confirmou se ela está entre os cinco beneficiários que tiveram o cancelamento anunciado nesta quarta-feira.
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MEDICINA S/A
Erro médico ou complicação? A diferença está em como se prova
Na minha atuação diária defendendo médicos, observo um padrão perigoso: a maioria dos processos judiciais não nasce de uma falha técnica, mas sim da confusão sobre um conceito fundamental — a diferença entre erro médico e complicação. Para o paciente, qualquer desfecho negativo é um erro. Para a Justiça, no entanto, a análise é técnica, e essa diferença conceitual pode ser o divisor de águas entre uma absolvição e uma condenação. Compreender como essa distinção é tratada nos tribunais não é um exercício acadêmico — é a estratégia mais importante de gestão de risco para a sua carreira e para o seu negócio.
A medicina é uma ciência de meios, não de resultados. Nenhum profissional pode garantir a cura, apenas comprometer-se com a melhor conduta técnica possível diante de cada caso concreto. Contudo, essa premissa, tão clara no meio médico, costuma ser ignorada em situações de insucesso terapêutico. E é justamente nesse momento que a palavra “erro” passa a circular — muitas vezes, sem base técnica, mas com força emocional suficiente para desencadear litígios longos, custosos e profundamente danosos à imagem do profissional.
Como advogada especialista em Direito Médico, afirmo com segurança: a fronteira entre a absolvição e a responsabilização está, quase sempre, na qualidade da documentação médica. Provar que o resultado decorreu de uma complicação inerente — e não de uma falha de conduta — exige mais do que uma boa técnica: exige uma estratégia de registro e defesa preventiva bem estruturada.
A Visão do Judiciário: Onde a Responsabilidade Realmente Começa
Do ponto de vista legal, a responsabilidade do médico é subjetiva. Isso significa que, para haver condenação, é indispensável a comprovação de culpa. Este é o alicerce de toda a discussão, formalizado no Artigo 1º do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 2.217/2018), que veda ao médico causar dano por imperícia, imprudência ou negligência.
Para aplicar esse conceito na prática, é vital organizar os fatos com precisão terminológica:
Intercorrência: É um evento clínico inesperado que ocorre durante o tratamento, e que geralmente é leve, transitório e controlável com medidas simples. A intercorrência é o fato, o sinal de alerta.
Complicação: Trata-se de uma evolução clínica desfavorável, muitas vezes inesperada, que pode surgir mesmo quando o procedimento é conduzido de forma correta e dentro das boas práticas médicas. Em geral, a complicação é um risco inerente ao ato médico, previsto na literatura especializada e que pode demandar condutas adicionais para contenção ou reversão do quadro, sem, contudo, configurar erro ou falha técnica.
Erro Médico: Erro médico é a conduta inadequada do profissional, por ação ou omissão, praticada sem intenção de causar dano, mas que resulta em prejuízo à saúde, integridade ou vida do paciente. Ocorre quando o médico não observa os cuidados técnicos, éticos ou científicos exigidos pela medicina, e essa falha gera um desfecho que poderia ter sido evitado.
Pode se manifestar por:
Imperícia: falta de habilidade ou conhecimento técnico;
Imprudência: ação precipitada ou arriscada;
Negligência: omissão de conduta que era obrigatória.
Diferencia-se da complicação porque o erro não decorre de um risco inerente ao ato médico, mas de uma falha pessoal na conduta ou no julgamento profissional.
O que a Justiça avalia quando julga o médico?
A questão central em um processo é sempre esta: o dano (a complicação) foi um risco inerente ao procedimento, devidamente informado e corretamente manejado, ou foi consequência de uma falha na conduta profissional? A resposta, invariavelmente, está nos seus documentos.
A defesa mais eficaz é aquela que se constrói no dia a dia da clínica, por meio de uma documentação robusta e estratégica.
1. O Termo de Consentimento Informado: A Prova do Dever de Informar
Muitos profissionais ainda utilizam modelos de termo de consentimento genéricos, que pouco ou nada protegem. O termo de consentimento é a prova material de que o médico cumpriu seu dever ético, previsto nos artigos 22 e 34 do Código de Ética, de esclarecer o paciente sobre os riscos do tratamento — ou seja, sobre as complicações possíveis. Um termo que detalha as complicações mais frequentes e as mais graves, em linguagem clara, transforma-se em uma poderosa ferramenta de defesa, neutralizando a alegação de que o paciente “não sabia do risco”.
2. O Prontuário: A Narrativa Factual da Sua Diligência
O prontuário é a “caixa-preta” do atendimento e o documento de maior peso em um processo. Conforme a Resolução CFM nº 1.638/2002, ele possui caráter legal. É nele que a distinção entre os conceitos se materializa de forma decisiva. Um prontuário defensivo deve registrar:
A Intercorrência: “Paciente apresentou pico febril de 38.5ºC às 22h”.
A Investigação: “Solicitados exames X e Y para apuração da causa”.
O Diagnóstico da Complicação: “Confirmado diagnóstico de pneumonia”.
O Manejo Detalhado: “Iniciada antibioticoterapia com [fármaco], conforme protocolo. Paciente e familiares comunicados sobre o diagnóstico e a conduta adotada”.
Essa descrição minuciosa transforma o que poderia ser interpretado como negligência em uma prova irrefutável de diligência e boa prática médica no manejo de um evento adverso.
A implementação de protocolos documentais rigorosos é uma decisão estratégica. Investir no treinamento da equipe e na revisão periódica de documentos como termo de consentimento não é um custo, mas uma proteção. A assessoria jurídica preventiva garante que a percepção leiga de “erro” não se sobreponha à realidade técnica dos fatos, protegendo seu maior ativo: a sua reputação.
Médicos não precisam viver com medo de processos. Com orientação jurídica especializada, é possível alinhar sua prática assistencial à segurança legal. Se você deseja revisar seus documentos ou implementar protocolos eficazes de proteção profissional, busque um advogado especialista. A prevenção é sempre o melhor remédio — inclusive na medicina.
*Marcela Freire é Advogada especialista em Direito Médico e Presidente da Comissão de Direito Médico da OAB/ Duque de Caxias.
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Ministério da Saúde pública protocolo clínico inédito para hipertensão
Foi oficialmente publicado, por meio da Portaria SECTICS/MS nº 49/2025, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento foi desenvolvido pela Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Saúde, no contexto do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).
Esse é um marco inédito e essencial para o sistema público de saúde brasileiro, pois trata-se da primeira versão oficial de um protocolo clínico que orienta de forma abrangente e padronizada o manejo da hipertensão arterial sistêmica no SUS, condição que afeta 48% da população adulta brasileira. Desse total, apenas 10% têm a pressão controlada.
“A publicação é um avanço extraordinário para a saúde pública no Brasil. Estamos entregando, pela primeira vez, um documento técnico científico de referência nacional, que guiará o cuidado da hipertensão no SUS com base em evidências científicas atualizadas e com foco na integralidade da atenção”, afirma Rosa Lucchetta, gerente de pesquisas e projetos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para mortalidade no Brasil e no mundo, estando diretamente relacionada a complicações cardiovasculares, renais e neurológicas. Além de causar cardiopatia e nefropatia hipertensivas, é precursora de condições graves como doença isquêmica cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, fibrilação atrial, e até doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular, quando iniciada precocemente.
“Sabemos que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir significativamente a carga da doença. Por isso, este documento estabelece estratégias de rastreamento, diagnóstico, tratamento farmacológico e não farmacológico, além do monitoramento contínuo da condição”, complementa a pesquisadora.
Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é incorporada
Outro avanço importante incluído neste protocolo foi a incorporação da tecnologia de Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) para o diagnóstico da pressão alta em adultos com suspeita da doença. Esta recomendação foi embasada em parecer técnico favorável.
Com a adoção da MRPA, estima-se que mais de seis milhões de brasileiros poderão se beneficiar de um diagnóstico mais preciso, seguro e acessível, contribuindo para uma intervenção mais eficaz e redução de complicações a longo prazo.
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Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas
Nos últimos anos, o debate sobre assédio e importunação sexual ganhou força em diversos setores da sociedade. Na área da saúde, esse tema exige atenção redobrada, pois envolve diretamente o corpo e a vulnerabilidade do paciente. “O atendimento em saúde é, antes de tudo, uma relação de confiança. O paciente entrega seu corpo e sua intimidade ao profissional, que deve agir sempre com ética, cuidado e respeito”, afirma Katia Lema Perez, diretora do Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (Ibrac).
Segundo ela, é essencial que o profissional saiba diferenciar acolhimento de invasão. Acolher significa escutar, transmitir segurança e oferecer apoio. Já a invasão ocorre quando há toque, comentário ou atitude sem necessidade clínica ou sem o consentimento do paciente. “Mesmo um gesto simples pode ser interpretado como constrangimento se não houver explicação prévia”, completa Perez.
Consentimento é indispensável
Nenhum procedimento deve ser feito sem que o paciente compreenda o que será realizado e dê sua autorização. Esse cuidado protege todos os envolvidos, evitando situações que possam ser vistas como assédio ou importunação.
A diretora do Ibrac afirma que ainda é comum casos em que profissionais que ultrapassam os limites, seja com toques desnecessários, comentários inapropriados ou condutas invasivas. Além de crime, essas atitudes ferem a ética da profissão e minam a confiança na relação de cuidado.
Orientações básicas para profissionais da saúde
Para Katia Lema Perez, algumas práticas fundamentais devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para assegurar a integridade no atendimento:
Explicar e pedir consentimento antes de qualquer exame ou procedimento.
Manter postura profissional e respeitosa em todos os momentos.
Evitar toques demasiados e assuntos de cunho íntimo que não tenham a ver com o tratamento.
Sempre que possível, permitir a presença de acompanhante em consultas e procedimentos.
Cumprir os códigos de ética da categoria e as normas de compliance da instituição.
O papel do compliance na saúde
Programas de compliance e auditoria têm papel essencial nesse processo. Eles ajudam a prevenir riscos, estabelecer regras claras de conduta, oferecer treinamentos e criar canais de denúncia seguros. Dessa forma, fortalecem a cultura de respeito e confiança nas instituições de saúde.
“Cuidar é acolher, mas nunca invadir. O respeito ao corpo do paciente e a ética profissional devem ser princípios inegociáveis. Somente assim é possível garantir um atendimento humano, seguro e digno, que ampere tanto o profissional quanto o paciente”, enfatiza.
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SAÚDE BUSINESS
ABCIS lança manual de boas práticas para aquisição de tecnologia em saúde
Publicação orienta processos éticos e estratégicos de compra de tecnologia em hospitais brasileiros.
A ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, anuncia o lançamento do “Manual de boas práticas para compras de tecnologia em saúde”, uma iniciativa estratégica desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) de Infraestrutura da associação. O documento surge como resposta a um problema crônico no setor: a ausência de processos padronizados na aquisição de soluções tecnológicas em instituições de saúde.
Objetivo e importância do manual
O principal propósito da publicação é educar gestores e profissionais da área de saúde na condução de processos de aquisição mais estruturados, éticos e alinhados aos objetivos clínicos e estratégicos das instituições. Marcus Bernardo, coordenador do GT de Infraestrutura da ABCIS e head de infraestrutura de TI no Hcor, lidera o projeto e destaca sua relevância.
“Cada decisão tecnológica impacta diretamente a segurança do paciente, a qualidade da assistência, a conformidade regulatória e a eficiência operacional. O manual vem justamente para guiar essas decisões com base técnica, financeira e estratégica”, afirma.
Problemas abordados pelo manual
A publicação foi concebida após a identificação de que hospitais de todos os portes, desde grandes centros até instituições menores, frequentemente realizam investimentos inadequados devido à falta de critérios técnicos nas decisões de compra. Segundo Marcus, muitos gestores relatam que adquirem tecnologia baseando-se apenas no menor preço, sem analisar o real valor da solução ou seu impacto a médio e longo prazo, comprometendo tanto o orçamento quanto a segurança do atendimento ao paciente.
Conteúdo e fundamentação
Desenvolvido com base na experiência prática dos membros do GT e em normas reconhecidas do setor, como ISO 27001, LGPD, diretrizes de Custo Total de Propriedade (TCO) e Retorno sobre Investimento (ROI), além de metodologias consolidadas como o Plano Diretor de TI (PDTI), o manual abrange temas essenciais:
diagnóstico estratégico e técnico;
planejamento estratégico e plano diretor;
RFI e RFP;
benchmark de mercado;
regras de conduta ética e integridade;
avaliação de custo versus valor;
inteligência orçamentária;
plano de implementação;
gestão da mudança.
Erros comuns e soluções propostas
O documento identifica e propõe soluções para falhas recorrentes nos processos de compra, como:
escolhas baseadas apenas em preço, ignorando TCO e ROI;
desalinhamento entre decisões de TI e objetivos estratégicos institucionais;
falta de transparência e ética nos processos de aquisição;
implantações mal planejadas com baixa adesão das equipes.
Para cada problema, o manual oferece mecanismos práticos de prevenção, como a definição de regras claras de governança e ferramentas de comunicação e treinamento durante a implementação das tecnologias adquiridas.
Impacto esperado
Vitor Ferreira, CIO do Hospital Sabará e presidente da ABCIS, explica que a publicação representa um passo importante rumo à profissionalização dos processos de aquisição tecnológica na saúde brasileira.
“Com a adoção das diretrizes propostas, é esperado que os investimentos em infraestrutura e tecnologia de TI deixem de ser vistos apenas como custo e passem a ser reconhecidos como ativos estratégicos que impulsionam resultados clínicos, operacionais e de experiência do paciente”, conclui Ferreira.
O manual visa promover maior transparência e eficiência financeira, além de fortalecer a segurança do paciente. Tecnologias bem avaliadas, implantadas e sustentadas, evitam falhas críticas no atendimento. Outro importante benefício está no alinhamento entre a área de tecnologia e os objetivos de negócio das instituições, contribuindo para a expansão hospitalar, acreditações e melhorias na jornada do paciente, entre outros.
“A expectativa é que ele contribua para a consolidação de uma cultura mais técnica, ética e orientada por dados no setor”, explica Vitor.
O manual está disponível para download gratuito para associados e demais interessados no setor de saúde. Acesse!
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministério da Saúde anuncia criação do primeiro hospital público inteligente do Brasil
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira, 04 de setembro, da reunião de início da implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país. Instalado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027.
"É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas - da atenção primária até os serviços de urgência e emergência - garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência", detalhou o ministro Padilha.
O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas. O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), o banco dos BRICS.
"O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional", afirmou o ministro.
O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.
"O hospital inteligente representa um novo patamar para a Saúde brasileira e, sobretudo, para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma iniciativa que nos consolida como um complexo hospitalar referência em assistência e inovação no país, incorporando a nova unidade a sua estrutura institucional. Estes são os primeiros passos de um futuro no qual o cuidado em saúde será mais ágil, mais preciso e mais humano, graças à força da ciência e à responsabilidade pública", destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo.
Além da assistência, o ITMI atuará como centro de pesquisa, inovação e formação de profissionais em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico prevê um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, soluções de logística avançada e ambientes humanizados para pacientes e equipes.
O investimento também financiará a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será expandida gradualmente. As UTIs estarão conectadas à UTIs do Hospital das Clínicas da USP e poderão contar com o suporte e expertise de seus profissionais. Nessas unidades, o monitoramento ocorrerá em tempo real com uso de inteligência artificial para apoiar a regulação de leitos e a tomada de decisões clínicas.
O Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho para conduzir a implantação do projeto do ITMI-Brasil em articulação com outros ministérios e parceiros. A iniciativa integra os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e na transformação digital até 2033, que já somam mais de R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.
Ainda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, entidade sem fins lucrativos que oferta 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS). No local, Padilha anunciou que a unidade foi contemplada com um acelerador linear no valor de R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A ação é mais uma medida do Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera pelo atendimento especializado.
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TV ANHANGUERA
Fabricação clandestina de remédios usa betoneira de obras para misturar substâncias
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Assessoria de Comunicação