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CLIPPING AHPACEG 30/09/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Federação dos hospitais denuncia prefeituras goianas por falta de repasses
Anvisa reduz exigências e simplifica registro para vacinas contra a Covid-19
Pesquisadores do Ceará solicitam patente para uso de vacina veterinária contra a Covid-19 em humanos
Médico suspeito de agredir e atirar na namorada é levado para presídio após deixar hospital, em Goiânia
Câmara aprova MP que liberou recursos para combate à Covid-19; sessão é encerrada
Estudo aponta que crianças têm chances 44% menores de contrair covid-19
Novos casos de covid-19 em Manaus não são 2ª onda, diz pesquisador
Covid-19: Goiás registra 3.223 novos casos e 77 mortes em 24 horas
Covid-19: Brasil registra 863 óbitos e 32.058 novos casos em 24h
Em meio a polêmica, ministro veta divulgar cloroquina em 'dia D' contra Covid
Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Goiânia
RÁDIO CBN
Federação dos hospitais denuncia prefeituras goianas por falta de repasses
De acordo com a legislação, o valor a ser pago a cada prestador deve ser calculado com base na média dos recebimentos entre março de 2019 e março desse ano, independentemente dos atendimentos feitos por eles desde o início da pandemia. A presidente também disse que muitos já fecharam as portas por falta desses repasses.
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PORTAL G1
Anvisa reduz exigências e simplifica registro para vacinas contra a Covid-19
Agência publicou nota técnica nesta terça-feira (29). Após admissão do protocolo dos novos produtos, equipe irá analisar documentação em até 20 dias.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota técnica nesta terça-feira (29) que reduz a documentação inicial e simplifica o registro para vacinas da Covid-19. O nome do procedimento é "submissão contínua".
A medida, exclusiva para o registro de imunizantes contra o coronavírus, foi tomada para "tornar mais rápida a análise de dados", segundo a Anvisa. A empresa ou instituição interessada deverá entrar com um protocolo junto à reguladora, mas sem a necessidade de todos os documentos técnicos e requerimentos logo no início do processo.
Com o projeto em mãos, a Anvisa estabeleceu um prazo de até 20 dias para dar resposta à farmacêutica ou instituição interessada. Durante o período, a reguladora irá comunicar eventuais pendências e informações a serem apresentadas e, assim, agilizar o processo. "O procedimento de submissão contínua não afeta em nada o padrão de qualidade requerido", explica a agência.
"A estratégia tem como objetivo acelerar a disponibilização à população brasileira de vacinas contra o novo coronavírus, desde que garantidas a qualidade, a segurança e a eficácia".
"A estratégia tem como objetivo acelerar a disponibilização à população brasileira de vacinas contra o novo coronavírus, desde que garantidas a qualidade, a segurança e a eficácia".
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Pesquisadores do Ceará solicitam patente para uso de vacina veterinária contra a Covid-19 em humanos
Pesquisa é realizada desde março pelos pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Na corrida em busca de imunização contra a Covid-19, pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) iniciaram nesta terça-feira (29) o processo de patenteamento de uma vacina aviária, testada desde a década de 1940 para combater o coronavírus em animais, que pode ter ação em humanos. O pedido para que a dose tenha uma nova utilização foi feito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
'Ontem, foi feito o depósito da patente, quer dizer, começa a correr o processo dentro do Inpi. Como o experimento está sendo desenvolvido dentro da Uece, a patente passa para a universidade. A patente ainda não saiu. Qualquer pessoa que vier usar essa mesma ideia, agora ela está subjugada à minha porque eu fui o primeiro no mundo', esclarece o idealizador do estudo Ney Carvalho, médico veterinário e doutorando em Biotecnologia.
Logo após a confirmação dos primeiros casos de Covid-19 no Ceará, surgiu a proposta de verificar a eficiência da vacina já existente no mercado em seres humanos. Carvalho explica que havia uma especulação negativa em torno da eficácia de imunização viária para o SARS-CoV-2, embora não tivesse um estudo oficial para atestar isso.
'Todo mundo no início dizia que vacina para coronavírus de cachorro não funciona, por exemplo. Então, a gente resolveu verificar isso usando como modelo a vacina para o coronavírus de aves, que é mais estudada desde a década de 1940. Tem alguns resultados na literatura, de uns estudos mais antigos, que nos davam uma certa segurança', ressalta.
Resultados dos experimentos
Envolvendo 40 animais que foram imunizados com a vacina, o experimento teve resultados positivos, conforme explica o pesquisador. 'A gente utilizou como modelo mamífero o camundongo, que também não pega SARS-CoV-2, e imunizou ele com essa vacina aviária. Depois, obteve-se os anticorpos contra o coronavírus aviário e a gente colocou esses anticorpos para verificar se eles tinham uma ação eficaz contra o SARS-CoV-2. E a gente viu que a resposta foi positiva', relata Ney Carvalho.
A patente se faz necessária por se tratar-se tratar de uma vacina de uso veterinário atualmente, o que impossibilita a aplicação de doses em humanos. O processo pede que o Inpi aprove a nova aplicação descoberta pela pesquisa da Uece. "A patente diz assim: eu quero um novo uso para essa vacina aviária. Eu não estou produzindo a vacina, eu não faço a vacina, ela já é vendida comercialmente, só que obviamente para veterinários", enfatiza.
O teste em humanos, porém, acontecerá somente na última etapa do estudo, mediante aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Uece aguarda a autorização do Comitê de Ética Humano para avançar de fase.
"Enquanto isso, continuamos com os experimentos. Estou esperando o aval para pensar no próximo passo, que é o avançar da ideia, trabalhar com primatas não humanos, estudo de dose, concentração para utilização em primatas", explica o médico veterinário.
Para a professora doutora da Uece, Maria Izabel Florindo, que também integra o grupo de pesquisa, os resultados preliminares têm sido animadores. 'Nós estudamos possibilidades de ele ser usado para induzir proteção contra o coronavírus humano SARS-CoV-2. É isso que está em jogo, a resposta tem sido muito boa e quem sabe dá certo e a vacina saia do Ceará".
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Médico suspeito de agredir e atirar na namorada é levado para presídio após deixar hospital, em Goiânia
Vídeo registra a briga do casal no estacionamento de uma unidade de saúde. Antes de ser transferido para a cadeia, cirurgião plástico foi interrogado, mas ficou em silêncio.
Por Vanessa Martins, G1 GO
O médico suspeito de agredir e atirar contra a namorada no estacionamento de um hospital em Goiânia deixou nesta terça-feira (29) a unidade de saúde em que estava internado desde o dia da briga, já que também se feriu, e foi levado para prestar depoimento à Polícia Civil. Segundo a delegada Paula Meotti, o investigado usou o direito de ficar em silêncio e não respondeu às perguntas feitas a ele. Em seguida, foi levado para um presídio.
O G1 entrou em contato com a defesa do médico Márcio Antônio Barreto Rocha por meio de mensagem por volta de 14h e aguarda retorno com posicionamento sobre o caso.
O crime aconteceu pouco antes das 6h de sexta-feira (25), conforme mostram as gravações do monitoramento do local (veja o vídeo acima). Ele a namorada foram baleados durante a briga.
O cirurgião foi preso em flagrante, mas ficou internado em um hospital de Goiânia até esta manhã, quando foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) para ser ouvido.
Nas imagens, o médico aparece jogando objetos da bolsa da vítima no chão. Depois, ele arremessa o acessório para longe.
Em outro momento, a vítima aparece correndo para o carro. O médico tenta tirá-la de dentro do veículo, puxando pelos cabelos.
O vídeo para e retoma quando a mulher está caída no chão e fora do carro. Em seguida, uma pessoa aparece para tentar ajudar. Segundo depoimento da vítima à delegada, o autor ainda colocou a arma que usava para ameaçá-la dentro da boca dela e agrediu.
"A vítima nos relatou que, no momento da discussão, ele saca a arma e coloca na boca dela. Ela tenta se abaixar e, ao mesmo tempo, ela segura o cano da arma, que fez com o que os disparos atingissem a parte inferior do corpo da mulher e do médico", relata a delegada.
Logo após a confusão, o cirurgião foi levado a um hospital e a vítima, que é empresária, para outro. Ela teve alta no dia seguinte, mas ele foi liberado só nesta terça-feira.
À delegada, a empresária já havia contado que sofreu outros tipos de violência do namorado, mas que nunca fizera nenhuma denúncia porque tinha medo dele, já que o via como uma pessoa com muita influência.
"A vítima demonstra um pavor muito grande, em estado quase de choque, de muito medo dele. Ela acha que [ele] é uma pessoa extremamente violenta, perigosa. Está muito assustada com tudo que aconteceu", relatou a delegada.
Investigação
A delegada explicou que os fatos e o depoimento da vítima indicam uma tentativa de feminicídio.
"Algumas testemunhas estavam no local e também presenciaram a forma agressiva como o autor agrediu a mulher durante todo o tempo", relata a investigadora.
Além da tentativa de feminicídio, a investigação apura o crime de porte ilegal de arma de fogo, segundo a delegada.
"[Ele pode ser indiciado por porte ilegal de arma de fogo], uma vez que há indícios que ele tenha essa arma de forma pretérita e não apenas para praticar o crime contra a vítima", afirmou Meotti.
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AGÊNCIA CÂMARA
Câmara aprova MP que liberou recursos para combate à Covid-19; sessão é encerrada
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (29) a Medida Provisória 976/20, que abre crédito extraordinário de R$ 4,489 bilhões ao Ministério da Saúde para ações de combate à pandemia de Covid-19. A MP perde a vigência à meia-noite de quinta-feira (1º/10) e precisa ser votada ainda pelo Senado.
O relator da MP, deputado Renato Queiroz (MDB-RR), recomendou a aprovação do texto original, sem mudanças.
A maior parte dos recursos (R$ 4,469 bilhões) contempla ações de atenção especializada à saúde. Outros R$ 20 milhões serão destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para contratos de gestão com organizações sociais (Lei 9.637/98).
No Hospital Nossa Senhora da Conceição, localizado em Porto Alegre (RS), R$ 23 milhões destinam-se à compra de equipamentos de proteção individual, à compra e ao aluguel de equipamentos (respiradores e monitores) e à compra de testes e exames da Covid-19.
Bolsas e conectividade
A maior parte dos recursos, alocados no Fundo Nacional de Saúde (FNS), serão usados para serviços de saúde a cargo de estados e municípios, para o pagamento de bolsas ou bonificação aos estudantes universitários da área da saúde e médicos residentes; e também para a ampliação da conectividade à internet de unidades de atenção primária.
Segundo o relatório de acompanhamento da execução orçamentária da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, até o dia 25 de setembro, o governo já vinculou às despesas (empenho) cerca de 77,5% do total dos recursos liberados.
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AGÊNCIA BRASIL
Estudo aponta que crianças têm chances 44% menores de contrair covid-19
Análise é de pesquisadores do Reino Unido
Brasília - Crianças têm probabilidade 44% menor de contrair covid-19 do que os adultos, de acordo com uma análise liderada pelo presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, do Reino Unido.
"Nessa revisão sistemática e meta-análise, incluindo 32 estudos, crianças e adolescentes abaixo de 20 anos tiveram 44% menos chances de infecção secundária com pelo novo coronavírus, em comparação com adultos de 20 anos ou mais", mostrou a análise.
"Há evidências preliminares de que aqueles com menos de 10 a 14 anos têm menor suscetibilidade à infecção do que adultos, com adolescentes parecendo ter suscetibilidade semelhante à dos adultos."
A análise foi liderada por Russell Viner, presidente do Royal College.
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Novos casos de covid-19 em Manaus não são 2ª onda, diz pesquisador
Segundo ele, o aumento de casos na cidade é um fato que deve ser encarado com atenção, mas sem pânico
Ainda é cedo para dizer que uma "segunda onda" do novo coronavírus atingiu Manaus, mas o momento é de atenção. A afirmação é do pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do sistema Infogripe, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde e ativo desde 2014. Segundo ele, o aumento de casos na cidade é um fato que deve ser encarado com atenção, mas sem pânico.
"Falar de segunda onda pode ficar mais claro mais à frente, caso volte a ter um crescimento descontrolado, uma aceleração no contágio. A gente não está nessa fase, é um crescimento lento. Não é uma situação de pânico, porque não estamos na situação anterior, mas inspira cuidados", disse ele em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o pesquisador, os dados mais recentes coletados pela Fiocruz mostram que a capital amazonense tem mostrado um crescimento no número de casos que, apesar de não ser rápido e intenso para caracterizar uma segunda onda do vírus na cidade, deve ser visto com preocupação.
"O que temos de dados apontam para esse cenário de ter, de fato, um sinal muito sugestivo de retomada de crescimento [nas contaminações], mas esse crescimento ainda é, felizmente, lento. É melhor aproveitar que ainda é lento e agir, reavaliar as medidas de flexibilização já tomadas e ver no que, eventualmente, deve se recuar", opinou.
Dados do governo do Amazonas mostram que o crescimento acentuado, ou a "primeira onda", começou a se desenhar no fim de março, com pico no início de maio. Após uma forte queda em números de hospitalizações e óbitos pelo vírus, os números voltaram a subir a partir do início de agosto, mas ainda em uma proporção muito inferior ao registrado em maio. "Ainda não é uma situação catastrófica, mas os cuidados precisam redobrados neste momento para que a gente não chegue [ao estágio anterior]", disse.
A prefeitura de Manaus já percebeu esse movimento ascendente de contaminações. Em 18 de setembro, o prefeito da cidade, Arthur Virgílio, decidiu fechar a praia do Complexo Turístico Ponta Negra, principal ponto turístico da capital. A prefeitura também ampliou, de 11 para 18, o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atendimento preferencial de casos de covid-19.
"Desde que os números de casos confirmados de covid-19 e de internações em hospitais da cidade por causa da doença cresceram, a prefeitura de Manaus vem tomando medidas para a proteção da população", disse a assessoria de imprensa da prefeitura.
O prefeito também é favorável a um lockdown (confinamento) na cidade por, pelo menos, duas semanas. Mas só adotará a medida se houver apoio do governo do estado, uma vez que o município não tem efetivo policial suficiente para fazer valer as ações, caso sejam tomadas.
Imunidade de rebanho
O aumento de casos de covid-19 em Manaus põe à prova a tese de que a população da cidade já estaria, em sua grande parte, imune ao vírus, uma vez que muitos já tiveram contato com ele, a chamada "imunidade de rebanho". Mais uma vez, o pesquisador da Fiocruz entende que é cedo para tirar essa conclusão.
"A gente não pode afirmar com certeza que Manaus já está com imunidade de grupo. Existem alguns trabalhos sugerindo isso, mas são resultados com limitações e incertezas e, portanto, devem ser interpretados com muita cautela. O risco de apostar todas as fichas na imunidade de grupo é relaxar e descobrir que não estava. E aí pode ser tarde demais", afirmou.
Outras cidades que já passaram por um pico de contágio e reduziram esses números em seguida podem ter uma situação parecida com a de Manaus.
O Rio de Janeiro, por exemplo, tem experimentado um crescimento nos números de covid-19, mas sem o mesmo viés de alta de Manaus. "O vírus não foi embora e caiu porque a gente agiu. Atenção e cuidado ainda são extremamente necessários", finalizou o pesquisador.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 3.223 novos casos e 77 mortes em 24 horas
Estado soma 4.606 óbitos pela doença
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 3.223 novos casos da covid-19 e 77 mortes pela doença nas últimas 24 horas. É o que mostra boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na tarde desta terça-feira (29/9). Com as atualizações, o Estado chega a 206.707 casos e 4.606 óbitos confirmados.
De acordo com a SES, Goiás soma 195.294 pessoas recuperadas. No Estado, há 225.447 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 153.847 casos.
Além dos 4.606 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,23%, há 269 óbitos suspeitos que estão em investigação.
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Covid-19: Brasil registra 863 óbitos e 32.058 novos casos em 24h
86,6% dos paciente estão recuperados
Brasília - O boletim diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (29), revela que o Brasil registrou 4.777.522 casos confirmados do novo coronavírus desde o início da pandemia.
Desse total, 2,9% dos casos resultaram em morte (142.921); 10,5% dos pacientes estão em tratamento (499.513); e 86,6% dos brasileiros que contraíram covid-19 estão recuperados (4.134.088).
Nas últimas 24 horas, foram registrados 863 óbitos e 32.058 novos casos confirmados. Os casos são menores aos domingos e segundas-feiras pelas limitações de alimentação da base de dados pelas equipes das secretarias de saúde. Já às terças-feiras, o número tem sido maior pelo envio dos dados acumulados do fim de semana.
As autoridades de saúde ainda investigam se outras 2.501 mortes foram provocadas por coronavírus.
SP tem melhor terça-feira desde maio
Nas últimas 24 horas, o estado de São Paulo contabilizou 266 mortes e 6.377 casos do novo coronavírus. Com isso, o estado soma, até este momento, 35.391 mortes e 979.519 casos confirmados, desde o início da pandemia.
Às terças-feiras, por causa de um represamento de dados que ocorre nos finais de semana, o balanço de casos e de mortes costuma ser sempre maior, batendo até recordes. Mas hoje (29) o balanço de mortes foi o menor já registrado para uma terça-feira desde o dia 26 de maio, quando foram registradas 203 mortes. Isso só foi interrompido no dia 8 de setembro, que se seguiu ao feriado prolongado de 7 de setembro, quando o registro foi de 53 mortes. Mas o balanço do dia 8 de setembro pode ter sido prejudicado com o represamento de dados ocorrido por causa do feriado. O dia que o estado de São Paulo mais registrou mortes em um único dia aconteceu em 13 de agosto, quando foram notificados 455 óbitos.
Do total de casos diagnosticados, 847.418 pessoas estão recuperadas, sendo 107.415 após internação.
Há 9.076 pacientes internados em casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, sendo que 3.954 deles estão em estado grave. A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) é de 44,4% em todo o estado e de 42,9% na Grande São Paulo.
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FOLHA DE S.PAULO
Em meio a polêmica, ministro veta divulgar cloroquina em 'dia D' contra Covid
Segundo auxiliares, ministro ameaça cancelar campanha caso haja citação direta a remédios
Natália Cancian
Em meio a polêmica sobre a realização de um dia D contra Covid com aulas virtuais sobre cloroquina, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a auxiliares que irá vetar a divulgação de medicamentos na iniciativa, prevista para ocorrer no sábado (3).
A orientação, agora, é que o evento foque no que é chamado de "atendimento e conduta precoce" contra a doença, mas que se evite falar em remédios.
Irritado, o ministro também ameaçou cancelar a campanha caso haja citação direta a medicamentos, seja quais forem, dizem membros da pasta ouvidos pela Folha.
Segundo esses auxiliares, a posição já havia sido citada pelo ministro, e foi reforçada por Pazuello nesta terça-feira (29), após a Folha divulgar que uma das ações previstas era fazer aulas virtuais a médicos sobre a cloroquina.
A proposta havia sido defendida pela secretária de Gestão do Trabalho na Saúde, Mayra Pinheiro, segundo quem a data serviria para "conscientizar médicos que ainda têm medo porque sofreram muito bombardeio de sociedades médicas, de grupos que, por ideologia, eram contra o medicamento".
O remédio, porém, ainda não tem comprovação de eficácia contra a Covid-19. Estudos randomizados e controlados, tidos como padrão-ouro, também não apontaram resultados positivos.
O temor de que haja uma 'exaltação' à cloroquina também tem levado alguns secretários estaduais de saúde a apontarem que, a depender do planejado, não devem apoiar a proposta.
Chamado de 'dia de conscientização para o cuidado precoce', o dia D está marcado para ocorrer no sábado (3).
Inicialmente, a pasta chegou a prever a possibilidade de que o Exército distribuísse hidroxicloroquina para unidades básicas de saúde selecionadas para a data. Também sugeriu reforçar a distribuição para municípios que tenham condições de fracionar o remédio -doado pelos Estados Unidos em embalagens com doses maiores do que o habitual.
A proposta consta de documento obtido pela Folha e apresentado em reunião na última semana com entidades médicas, conselhos e secretários de saúde.
Auxiliares do ministro, porém, dizem que a proposta constava de uma primeira minuta, a qual já foi revista, apontam. Agora, a ideia é centrar a data em ações de divulgação, nos moldes de uma campanha.
Em nota divulgada na sexta (25), o ministério disse que deve usar a data de forma atrelada à campanha #NãoEspere, que visa orientar que pacientes com suspeita de Covid-19 procurem os serviços de saúde logo aos primeiros sintomas. "O objetivo é garantir o direito e acesso da população ao tratamento precoce e evitar o agravamento da doença, reduzindo complicações, internações e óbitos", informa.
Na prática, mesmo sem citar expressamente o remédio, a pasta deve orientar que cabe ao médico verificar cada caso e avaliar prescrever possíveis medicamentos.
Para especialistas, a medida pode abrir espaço para a cloroquina, já que a oferta vem sendo ampliada pela pasta.
Conforme a Folha mostrou, o ministério quintuplicou a oferta do remédio a estados e municípios durante a pandemia. O aumento foi maior desde o início da gestão interina de Pazuello, que foi confirmado no cargo neste mês.
Em nota, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) disse defender que as pessoas com Covid-19 recebam atenção médica a partir dos primeiros sintomas, mas que isto "não deve significar o estímulo à utilização de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença".
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Governo avalia liberar preço de remédios
Thais Carrança
São Paulo - O governo avalia permitir que medicamentos com a chamada inovação incrementai - a que aprimora um produto já existente - com eficácia terapêutica comprovada possam ter o preço definido pela própria empresa. Hoje, o valor dos produtos é definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
A mudança atende a pleito da indústria farmacêutica nacional, que argumenta que a precificação livre é necessária para que os investimentos na inovação incrementai sejam devidamente remunerados.
Indústria e governo rebatem de antemão possíveis críticas ao impacto da medida sobre o preço final dos medicamentos ao consumidor, argumentando que a indústria não teria interesse em elevar demais os preços, sob risco de ela mesma ser prejudica com queda nas vendas.
A informação sobre a possível mudança foi divulgada pelo secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, em evento online promovido pelo GFB (Grupo FarmaBrasil).
Hoje, só depois de desenvolver e registrar o produto na Anvisa os laboratórios, solicitam a definição de preço à CMED. As farmacêuticas gostariam que o modelo fosse modificado, para que medicamentos com inovação incrementai tenham seu preço definido pela própria empresa.
"Hoje há praticamente uma impossibilidade de viabilizar investimentos em inovação incremental porque não se pode cobrar um preço mais alto, ainda que seja um pouco mais alto, para compensar o investimento", disse Costa.
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O HOJE
Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Goiânia
Luan Monteiro
A Polícia Federal (PF), em conjunto com Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Civil do Estado de São Paulo (PC-SP), deflagrou na manhã desta terça-feira (29) a Operação S.O.S que visa desarticular organização criminosa dedicada a desvio de recursos públicos na área da saúde.
A ação tem por objetivo cumprir 12 mandados de prisão temporária e 41 de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelas Varas de Birigui (SP) e Penápolis (SP).
Ao todo, a operação contou com a participação de 218 policiais federais, 14 auditores da CGU e 520 policiais civis para cumprir às diligências em Goiás, Pará e São Paulo.
Os crimes investigados são os de fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas previstas superior a 60 anos de reclusão.
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Prefeituras são denunciadas por falta de repasse a hospitais
Mais de R$ 220 milhões deveriam ser repassados aos prestadores de serviço
Federação dos Hospitais, laboratórios, Clínicas e Estabelecimentos de Serviço de Saúde (FEHOESG), que representa toda a categoria, realizou denúncia junto ao Ministério da Saúde, as prefeituras do município de Goiânia e Aparecida de Goiânia pela ausência de repasse destinado a prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O dinheiro foi destinado como garantia e forma de amenizar todos os transtornos e prejuízos causados pela falta dos atendimentos eletivos, por conta da Covid-19. Segundo a Federação,
aproximadamente 300 estabelecimentos na Capital e mais de 100 em Aparecida de Goiânia deveriam receber os valores repassados pelo MS.
Em nota, a Federação afirma que o Governo Federal repassou valores específicos estimados em R$ 220 milhões divididos em quatro parcelas
para pagamentos de todos os prestadores de serviços. Dentre esses valores, R$ 160 milhões foram destinados a Goiânia e aproximadamente R$ 60 milhões para Aparecida. A FEHOESG ressalta que houve descumprimento por
parte das prefeituras em relação a lei nº 13.992/2020 e nº
14.061/2020, além da portaria do Ministério da Saúde nº 1.124/2020.
O objetivo das leis é garantir um suporte financeiro a todos os prestadores
de serviço para que em meio a pandemia possam continuar realizando todos
os atendimentos e cobrindo suas despesas mesmo neste período de baixo atendimento. "De acordo com as leis, o valor a ser pago a cada prestador deve ser calculado com base na média de recebimento entre março de 2019 e março de 2020, independente de atendimentos feitos por eles desde o inicio da pandemia. Editada em abril, a lei prevê esses pagamentos entre março e
junho deste ano. A nova lei prorroga esse prazo de recebimento até 30 de setembro, porém, não há sinais de que vá ser cumprida por Goiânia e Aparecida de Goiânia", afirma a entidade.
Segundo a assessoria da Federação, as prefeituras estão descumprindo uma portaria do Ministério da Saúde, mesmo tendo consciência dos fatos. Em contra mão Em nota, a prefeitura de Aparecida de Goiânia afirmou que todos os pagamentos para prestadores de serviço da pasta estão em dias e devidamente quitados. Disse ainda que cumpriu com a determinação da lei Federal nº 13.992/2020 e a recomendação da portaria n º 662 do Ministério da Saúde, realizando os repasses legais a entidades publicas e filantrópicas prestadoras de serviço do município. "Agora, a prefeitura aguarda a analise jurídica sobre a legalidade da inclusão de instituições privadas no rol de beneficiários dessa normativa", pontuou.
Procurado pelo Jornal O Hoje, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) relata que os prestadores querem receber pela média dos serviços prestados nos últimos 12 meses e não pelo serviço prestado. "Eles prestaram menos serviço por conta da suspensão dos procedimentos eletivos, como os exames, por exemplo", afirma.
Falsa justificativa
De acordo com a FEHOEG, no mês de julho, a secretária de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué justificou a falta de destinação aos prestadores de
serviço pelo entendimento contrário da procuradoria municipal. "Tivemos uma
grande redução de receita e um aumento de despesas e essa ajuda do Ministério da Saúde veio com a proposta de amenizar essa situação. A maioria das prefeituras do País cumpriu com a lei, mas Goiânia e Aparecida insistem
em não pagar os prestadores de serviço, embora já estejam com os recursos em caixa", afirmou a presidente da Federação, Christiane do Vale.
A Federação Goiana dos Municípios afirma que fica difícil se posicionar sobre a situação, tendo em vista que são dois casos pontuais. A SMS de Goiânia diz que toda e qualquer informação relacionada a esse caso deve ser tratada diretamente com a Procuradoria Geral do Município (PGM) e não falará sobre. Procurada pelo jornal na tarde desta terça-feira, a PGM não respondeu as nossas perguntas até a publicação desta matéria. Em agosto, a Procuradoria procurou o Ministério da Saúde e recebeu como resposta que "os valores devem ser destinados a todos os prestadores de serviço contratualizados pelo SUS". (Especial para o Jornal O Hoje)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
Covid-19: Boletim Ahpaceg 29|09|20
O boletim Ahpaceg traz os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio Verde.
Hoje, 29 de setembro, estão detalhados a quantidade de leitos exclusivos para os atendimentos de Covid-19, os casos suspeitos e confirmados de pacientes internados em leitos comuns e em UTIs, as altas médicas registradas nas últimas 24 horas, os óbitos confirmados nas últimas 24 horas e o total de mortes acumulado desde 4 de abril, data do primeiro óbito por Covid-19 em hospitais associados.
Atenção: O total de hospitais associados em Goiânia representa 10% dos hospitais da capital. Os demais não fazem parte da Ahpaceg e os leitos ofertados por eles e sua taxa de ocupação não constam neste boletim.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 28|09|20
O boletim Ahpaceg traz os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio Verde.
Hoje, 28 de setembro, estão detalhados a quantidade de leitos exclusivos para os atendimentos de Covid-19, os casos suspeitos e confirmados de pacientes internados em leitos comuns e em UTIs, as altas médicas registradas nas últimas 24 horas, os óbitos confirmados nas últimas 24 horas e o total de mortes acumulado desde 4 de abril, data do primeiro óbito por Covid-19 em hospitais associados.
Atenção: O total de hospitais associados em Goiânia representa 10% dos hospitais da capital. Os demais não fazem parte da Ahpaceg e os leitos ofertados por eles e sua taxa de ocupação não constam neste boletim.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 26|09|20
O boletim Ahpaceg traz os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio Verde.
Hoje, 26 de setembro, estão detalhados a quantidade de leitos exclusivos para os atendimentos de Covid-19, os casos suspeitos e confirmados de pacientes internados em leitos comuns e em UTIs, as altas médicas registradas nas últimas 24 horas, os óbitos confirmados nas últimas 24 horas e o total de mortes acumulado desde 4 de abril, data do primeiro óbito por Covid-19 em hospitais associados.
Atenção: O total de hospitais associados em Goiânia representa 10% dos hospitais da capital. Os demais não fazem parte da Ahpaceg e os leitos ofertados por eles e sua taxa de ocupação não constam neste boletim.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 25|09|20
O boletim Ahpaceg traz os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio Verde.
Hoje, 25 de setembro, estão detalhados a quantidade de leitos exclusivos para os atendimentos de Covid-19, os casos suspeitos e confirmados de pacientes internados em leitos comuns e em UTIs, as altas médicas registradas nas últimas 24 horas, os óbitos confirmados nas últimas 24 horas e o total de mortes acumulado desde 4 de abril, data do primeiro óbito por Covid-19 em hospitais associados.
Atenção: O total de hospitais associados em Goiânia representa 10% dos hospitais da capital. Os demais não fazem parte da Ahpaceg e os leitos ofertados por eles e sua taxa de ocupação não constam neste boletim.
Boletim da Ahpaceg aponta queda em casos de Covid-19 no mês de setembro
O número de casos de Covid-19 em Goiás caiu mais de 15% no mês de setembro. É o que revela o Boletim Coronavírus, divulgado regularmente pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), de segunda-feira a sábado, desde o início de abril deste ano.
Entre 1º de setembro e o dia 24, o total de casos suspeitos e confirmados da doença caiu 16%. Entre os dias 1º e 15, a redução tinha sido de 11%.
A taxa de ocupação de leitos adultos de Unidade de Terapia Intensiva no dia 1º totalizava 91%. No dia 24, o índice era de 75%.
A ocupação de leitos adultos de apartamentos totalizou 66% no dia 1º e 61% no dia 24.
O número diário de óbitos também caiu de 5, em 1º de setembro, para 4 no dia 15 e 3 no dia 24. Contudo, no dia 23, foi registrado o maior número de óbitos por dia durante o mês: 11 no total.
O boletim traz dados relacionados à Covid-19 em 22 instituições associadas da Ahpaceg em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Rio Verde.
Em live, presidente da Ahpaceg conversa sobre a campanha Setembro Verde e as ações da entidade durante a pandemia
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, participou de uma live com a agência Contato Comunicação, na quinta-feira (24). O tema do bate-papo foi a campanha Setembro Verde, de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
Haikal relatou que, com a pandemia de Covid-19, as doações de órgãos em todo o país diminuíram, principalmente entre indivíduos vivos. Porém, as necessidades dos pacientes que precisam de um transplante não mudaram.
“Temos um desperdício. As pessoas querem ser doadoras, mas, quando morrem, a família não autoriza a doação ou o hospital não consegue captar”. Ele acrescentou ainda que, por esse motivo, é preciso reforçar a conscientização feita com as famílias, com o corpo clínico dos hospitais e com os legisladores.
O presidente também abordou as ações realizadas pela Ahpaceg no combate à pandemia. Segundo ele, a crise sanitária teve um efeito positivo de acelerar processos.
Porém, ele alertou que, mesmo com os hospitais aptos a receber os pacientes com segurança, muitas pessoas não procuram ajuda médica quando possuem algum problema de saúde e chegam às instituições com quadros mais graves. “Não se deve cuidar da saúde apenas quando fica doente, mas cuidar para não ficar doente”, afirmou.
Haikal Helou também adiantou que, em breve, a Ahpaceg vai lançar um grande projeto que vai orientar a população na hora da escolha de um hospital seguro. Aguarde!
A live permanece gravada pelo link:https://www.instagram.com/p/CFiWVijju1F/
Confira quais os profissionais devem compor as equipes de cada nível de UTI
A Câmara Técnica de Medicina Intensiva do Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou um Parecer com explicações sobre como deve ser composta a equipe de cada nível de UTI.
Para as UTIs nível III e II, de complexidade muita alta e alta, é preciso ter os seguintes profissionais:
- Médico intensivista responsável técnico;
- Médico intensivista de rotina / diarista matutino e vespertino;
- Médico plantonista;
- Enfermeiro intensivista responsável técnico;
- Enfermeiro;
- Técnico em enfermagem;
- Fisioterapeuta intensivista responsável técnico;
- Fisioterapeuta.
Já para a UCI, de nível de atenção médio e/ou baixo, a equipe deve ser composta por:
- Médico intensivista responsável técnico;
- Médico intensivista de rotina / diarista;
- Médico plantonista;
- Enfermeiro intensivista responsável técnico;
- Enfermeiro plantonista;
- Técnico em enfermagem.
Confira mais informações no Parecer nº 21/2019: bit.ly/2NnnKhG
CLIPPING AHPACEG 25/09/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Número de transplantes no Brasil sofre queda vertiginosa
Ministério recua em portaria sobre o aborto
Artigo - Eficácia da Coronavac contra o vírus ainda não é conhecida
Pazuello afirma que Brasil viverá em outubro uma nova forma de tocar a vida, em relação à pandemia
Associação de peritos libera trabalho presencial em 141 agências
Sob pressão, governo federal altera portaria sobre aborto
Mandetta: ''Passei a considerar Bolsonaro como parte da doença''
Covid-19: Goiás registra 91 mortes em um dia e total de óbitos chega a 4.356
Brasil adere a aliança para aceleração da vacina contra a covid-19
PORTAL G1
Número de transplantes no Brasil sofre queda vertiginosa
O governo lançou, nesta quinta (24), a campanha anual para estimular a doação de órgãos, que caiu muito durante a pandemia.
A vida pode recomeçar em cada ato de doação de órgãos. Foi depois de um transplante de rim, feito há 35 anos, que Bernadete redescobriu pequenos prazeres como beber água à vontade.
"Depois do transplante é uma vida nova. Você tem energia para fazer as coisas, tanto que eu estudei, me formei, trabalhei", conta Bernadete de Moraes e Silva, assistente social aposentada.
Em março, Bernadete descobriu que vai precisar um novo rim e, agora também, de um transplante de fígado. A espera de quem aguarda por um transplante é grande: mais de 46 mil brasileiros estão na fila.
Em 2020, com a pandemia, o número de transplantes despencou. De janeiro a julho de 2019, foram mais de 15 mil. No mesmo período de 2020, a queda foi de 37%.
Uma situação dramática, diz o doutor Luiz Carneiro D'Albuquerque, que faz transplantes há 30 anos. Hoje, ele é diretor da unidade de transplantes do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Houve uma diminuição no número de doadores porque também os hospitais passaram prioritariamente a receber pacientes com Covid, e as pessoas tinham medo também de se contaminar ao receber um órgão ou no hospital. Alguns estados do Nordeste, a doação chegou a zero e outros caiu 40%, 50%, e outros em nível menor", explica.
Para incentivar a doação, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta a campanha "Doe órgãos, a vida precisa continuar".
"Nós somos o maior serviço público do mundo em número de transplantes. Em número de doadores, nós estamos muito distantes no nosso índice de doação. O da Espanha, por exemplo, é de 56 doadores por milhão. O do Brasil é de 19", conta o médico Luiz Carneiro D'Albuquerque.
Para ser doador de órgãos, é extremamente importante avisar a família e deixar claro esse desejo. Isso porque a doação após a morte só acontece se houver autorização dos parentes. O órgão é retirado depois que a morte encefálica é confirmada. Começa aí uma corrida contra o tempo para salvar outras vidas.
Cada pessoa pode doar até 16 órgãos e tecidos, como rins, coração, pulmão, fígado, ossos, córneas, intestino, vasos sanguíneos e medula.
"Eu diria que a gente precisa pensar no amor que a gente conviveu com aquela pessoa e que aquilo vai continuar. Esse amor continua e também pode continuar os órgãos dando vida para uma outra pessoa", destaca Bernadete.
O Dia Nacional da Doação de Órgãos é domingo, 27 de setembro.
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FOLHA DE S.PAULO
Ministério recua em portaria sobre o aborto
Após repercussão negativa e às vésperas de ver o tema começar a ser julgado no STF, o Ministério da Saúde alterou a portaria que trazia regras para atendimento a mulheres que buscam abor to nos casos previstos em lei.
A medida vinha sendo alvo de críticas de especialistas e entidades na área de saúde, que viam na norma, publicada no fim de agosto, uma forma de intimidar mulheres que buscam o procedimento.
Devido às mudanças no texto, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, retirou o tema da pauta do plenário virtual do STF. A discussão da matéria começaria na sexta (25), mas foi adiada e ainda não tem data para ocorrer.
Assinado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o novo texto foi publicado nesta quinta (24). Na prática, a pasta recuou em parte dos pontos polêmicos previstos em norma anterior, como a exigência de que médicos informassem à gestante a possibilidade de ver o feto em ultrassom.
Por outro lado, manteve outros pontos polêmicos, como a necessidade de que o médico informe a polícia caso atendam a mulher que busca interromper a gestação em caso de estupro - um dos principais alvos de críticas na norma anterior. Embora tenha retirado a menção explícita de obrigatoriedade, a nova portaria ainda diz que o médico e profissionais de saúde "que acolherem a paciente dos casos em que houver indícios ou confirmação do crime de estupro "devem comunicar 0 fato a autoridade policial ou responsável".
Também devem "preservar possíveis evidências materiais do crime de estupro a serem entregues imediatamente à autoridade policial ou aos peritos oficiais, tais como fragmentos de embrião ou feto com vistas à realização de confrontos genéticos que poderão levar à identificação do respectivo autor do crime".
Para isso, cita a lei 13.718, de 2018, que "toma pública incondicionada a natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável".
Especialistas avaliam que a medida ainda fere a previsão de sigilo e traz o risco de levar mulheres ao aborto ilegal.
Já o ministério diz que a notificação à polícia visa reduzir os casos de violência e apoiar na identificação dos responsáveis.
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Artigo - Eficácia da Coronavac contra o vírus ainda não é conhecida
Esper Kallás e Maurício L. Nogueira - Kallás é médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da USP; Nogueira é médico virologista, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Não há dúvidas de que as vacinas são uma grande esperança para combater a pandemia. Embora tidas por muitos como uma bala de prata, são vistas pela maioria dos especialistas como uma arma a mais na luta contra o novo coronavírus, cujo combate a inda dependerá de outras medidas como uso de máscaras, distanciamento social e testes.
Para ocupar um lugar no enfrentamento da pandemia, contudo, qualquer vacina candidata precisa trilhar
um caminho comum. Precisa simular a infecção natural pelo coronavírus. Depois, passa a ser testada em modelos animais (com infecções experimentais, em laboratório) para, só então, seguir para testes (ensaios) clínicos em humanos.
Após aprovação ética e científica por órgãos independentes, os ensaios clínicos são realizados em três fases que visam (1) verificar a dose ideal a ser administrada, (2) assegurar que ocorra indução de resposta do sistema de defesa contra o novo coronavírus e, finalmente, (3) checar a proteção conferida. A segurança é contínua e cuidadosamente avaliada, em todas as três fases de testes.
Desenvolvida pelo laboratório Sinovac e em processo de transferência ao Instituto Butantan, a Coronavac está entre as nove vacinas candidatas que chegaram à última etapa de testes. É feita com vírus inativado, ou seja, depois de submetê-lo a processo químico que causa morte, impe dindo que se multiplique ou cause doença. Esse método de produção e desenvolvimento de vacinas é bastante antigo e conta com larga experiência.
Vacinas inativadas são extremamente seguras e bem toleradas. Os vacinados não costumam ter efeitos colaterais e, quando estes ocorrem, na maioria das vezes são dor no local da injeção, mal estar passageiro ou febre baixa. Costumam ter um bom desempenho na proteção de doenças infecciosas; porém, em geral, inferior ao conferido por vacinas com vírus atenuado, capaz de se multiplicar.
Mais de 50 mil voluntários foram vacinados com a Coronavac em estudos realizados na China, mostrando boa tolerância e perfil de segurança. Ela também demonstrou capacidade de induzir anticorpos em mais de 90% dos vacinados, com a ressalva de que esta percentagem cai ao redor de 41% a 44% em vacinados acima de 60anos. Resta saber se isso se reverterá em proteção contra Covid 19.
O estudo fase 3, no Brasil, já incluiu mais de 5.000 voluntários, entre os 13.060 programados. Os 12 centros de pesquisa estão convidando profissionais de saúde que cuidam de pacientes com Covid-19 a receberem vacina ou placebo.
Dois desses centros são coordenados pelos autores.
Neste momento de tensão e expectativas, devem ficar claros os objetivos dos estudos clínicos em vacinas.
É preciso que a vacina candidata demonstre segurança e eficácia na prevenção da Covid-19. Essa avaliação depende do número de casos entre os participantes. A eficácia será mais alta quanto maior for a proporção de casos entre os que receberam placebo. Dessa forma, é possível que se calcule qual o percentual de proteção conferida. É importante salientar que o estudo terá sucesso se conseguir dar a resposta: a vacina candidata é, ou não é, segura e eficaz. Embora com bom perfil de segurança até agora, a eficácia da Coronavac ainda não é conhecida.
A velocidade da busca por vacina para Covid-i9nãotem precedentes na história, sob o olhar atento de todos os níveis da sociedade. É fundamental que o processo tenha a devida transparência e respeito aos ritos regulatórios, até o licenciamento de uma vacina para uso em saúde pública.
Acreditamos que, num futuro próximo, teremos uma va cina que seja segura e eficaz. Aliás, precisamos de mais de uma vacina, pois bilhões de pessoas necessitam ser protegidas. Tomara que a Coronavac seja uma delas.
Todavia, nenhum estudo pode abrir mão de dois princípios fundamentais: zelar pela máxima segurança dos voluntários e observar estrito rigor científico.
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Pazuello afirma que Brasil viverá em outubro uma nova forma de tocar a vida, em relação à pandemia
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (24) que as curvas de contágio e mortes em decorrência do novo coronavírus tendem ao "final" no máximo no começo de outubro e que então viveremos uma "nova forma de tocar a vida".
Pazuello também voltou a afirmar que "todas as opções estão abertas", em relação à vacina para a Covid-19 --um dia após novos resultados promissores da vacina Sinovac.
O ministro afirmou que sua pasta trabalha no contrato com a vacina AztraZeneca --parceria da Fio Cruz com a Universidade de Oxford--, mas que acompanha o desenvolvimento das demais imunicações.
Também nesta quarta, o governo liberou R$ 2,5 bilhões para que o Brasil ingresse na Covax Facility, aliança internacional por vacinas contra a Covid-19.
As declarações de Pazuello foram feitas durante reunião com secretários de Saúde de estados e municípios. O ministro comentou a apresentação de secretários da pasta a respeito da evolução epidemiológica da doença no país.
"As curvas tendem ao final ainda no final de setembro, começo de outubro, em praticamente todos os estados do país. E nós teremos a partir daí uma nova forma de tocar a vida", disse o ministro, que foi efetivado no cargo no dia 14 deste mês, após três meses como interino.
"E essa nova forma é retomar nossas atividades de forma inteligente, com os cuidados necessários, com as medidas preventivas, as medidas de afastamento social, que a gente observa em praticamente todos os lugares", completou.
O ministro não explicou se haverá diretrizes futuras da sua pasta ou de outras esferas do governo federal sobre a retomada das atividades.
Pazuello, no entanto, afirmou que o ministério vai lançar uma nova campanha no início de outubro para incentivar o tratamento precoce da Covid-19.
"Até hoje você encontra cartazes dizendo 'está com Covid, fique em casa até ter falta de ar'. Isso está em cartazes hoje em Brasília, na parede de estabelecimentos", disse o ministro.
O ministro citou como prova da diferença de métodos o impacto discrepante da pandemia em diferentes partes do país. Nas regiões Norte e Nordeste, argumenta, os altos números de morte estiveram ligados à recomendação para evitar buscar postos de saúde em casos suspeitos e leves da Covid-19.
"O risco de morte triplica. É só ver o número de mortes que estamos falando: Manaus, Belém, Fortaleza, Nós estamos com mais de 110 mortos por 100 mil habitantes, onde foi o maior impacto. No sul do país hoje e no centro-oeste, a taxa é de 30", afirmou, ressaltando que as recomendações mudaram, a partir de pesquisas e discussões, com sua chegada ao ministério.
Pazuello, no entanto, não proferiu críticas aos seus antecessores. Apenas afirmou que a recomendação inicial para permanecer em casa nos estágios iniciais da doença eram decorrência do "conhecimento que se tinha à época".
O ministro, por outro lado, atacou pessoas que não teriam conhecimento do trabalho e da abrangência do SUS (Sistema Único de Saúde) e mesmo assim criticam o trabalho dos profissionais e autoridades envolvidos no combate à pandemia.
"A posição é clara: sim, estamos dando a melhor resposta que poderíamos dar. Usamos para isso a ferramenta SUS, que nós herdamos, ela realmente nos deu força para chegar e fazer as coisas na ponta da linha", disse
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YAHOO
Associação de peritos libera trabalho presencial em 141 agências
A Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) liberou nesta quinta-feira (dia 24) mais 18 agências da Previdência Social para o trabalho presencial da categoria, após vistoriar 26 unidades. Ao todo, 141 agências já foram consideradas aptas e liberadas para atendimento em todo o país. Apesar da decisão judicial que permitiu o funcionamento das unidades consideradas inadequadas pelos médicos peritos, a ANMP afirmou que continuará realizando as vistorias sanitárias.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informaram que, nesta quinta-feira, de 762 peritos médicos federais que deveriam ter retornado ao atendimento presencial nas agências, 477 compareceram aos seus postos de trabalho. Foram realizadas, até às 16h, 4.169 perícias presenciais. Esses atendimentos ocorreram em 202 agências com perícia médica.
A pasta informou ainda que os peritos médicos que não comparecerem ao trabalho serão notificados para apresentar justificativa, sob pena de desconto do dia não trabalhado.
A ANMP, porém, recomenda que os profissionais lotados nas agências consideradas inaptas deverão permanecer em trabalho remoto até a liberação sanitária das mesmas, assim como aqueles lotados em agências ainda não vistoriadas e em agências que o INSS ainda não abriu por conta própria.
As agências liberadas pela entidade podem ser conferidas no site da ANMP.
Em nota, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) esclareceu que, de acordo com decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), estão chanceladas as inspeções feitas nas agências e salas de perícia pelos técnicos e engenheiros do órgão.
"Todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) adquiridos para as agências estão devidamente dentro dos protocolos sanitários estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a fim de garantir a segurança de servidores e segurados. Informamos também que, as agências que foram abertas respeitam todos os protocolos, sendo que as demais, passam por readequação para que, de maneira gradual, comecem a atender ao público", acrescenta a nota.
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O ESTADO DE S.PAULO
Sob pressão, governo federal altera portaria sobre aborto
Ultrassonografia foi abolida, mas se manteve notificação à polícia; especialistas criticam e STF adia análise
O Ministério da Saúde alterou a portaria em que obrigou médicos e profissionais de saúde a notificarem a polícia ao atenderem vítimas de estupro que desejam realizar um aborto legal.
A mudança ocorreu na véspera de o Supremo Tribunal Federal iniciar o julgamento de uma ação que contesta a norma e após críticas de especialistas e parlamentares, que ameaçavam derrubar a medida no Congresso. A análise do caso na Corte foi adiada pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Pela nova redação, publicada na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União, a portaria ainda prevê que médicos informem as autoridades policiais, mas sem a palavra "obrigatória", que constava na primeira versão da norma. A medida é recomendada nos "casos em que houver indícios ou confirmação do crime de estupro".
Na nova portaria, o Ministério da Saúde cita projeto aprovado em 2018 que torna a ação penal relacionada a crime sexual contra vulnerável "pública incondicionada", ou seja, independe da denúncia feita pela vítima.
Para Gabriela Rondon, advogada e pesquisadora da Anis â Instituto de Biotética, a atualização da portaria mantém o maior entrave para acesso aos procedimentos: exigência de notificar a autoridade policial.
Para ela, a norma segue ilegal.
"A portaria cria confusão entre o sigilo profissional do médico e a orientação de informar o sistema de polícia. Dificulta o acesso à saúde. É inconstitucional." A avaliação da advogada é de que há desconhecimento, por parte do governo, sobre a "dinâmica da violência doméstica, sexual e de gênero". "As mulheres, quando não buscam denunciar, sabem o porquê de fazerem isso. Muitas vezes o agressor é alguém próximo. Ela pode estar sob ameaça, viver com o agressor, ser dependente dele.
Não é simples denunciar." Outra alteração na norma feita pelo Ministério da Saúde foi no trecho que determina que os profissionais de saúde devem "informar acerca da possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de ultrassonografia, caso a gestante deseje, e essa deverá proferir expressamente sua concordância, de forma documentada". Esta parte foi totalmente suprimida na nova versão da portaria.Para especialistas, a regra representava uma forma de "maus-tratos" às vítimas de estupro e tinha o objetivo de convencê-las a não realizar o aborto legal A professora de Direito Constitucional da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV Direito SP) Eloísa Machado de Almeida afirmou que mesmo após as alterações a medida continua a ser irregular e deverá ser derrubada pelo Supremo. "A nova portaria segue transformando médicos em delatores e mulheres vítimas em investigadas." Pressão. Em reunião com senadores na semana passada, realizada a portas fechadas, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi pressionado a fazer alterações na portaria. A norma chegou a ser classificada como "completamente ilegal" pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na época em que foi publicada.
Mas as mudanças também não agradaram a aliados de Jair Bolsonaro. Pelo Twitter, o blogueiro Allan dos Santos, do site governista Terça Livre, atacou Pazuello e deu a entender que rompeu com Bolsonaro. "Quando um PSOL da vida força o STF é uma coisa. Quando um MINISTRO DO PRESIDENTE @jairbolsonaro facilita o ABORTO é INADMISSÍVEL." Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que as alterações foram feitas após "contribuições técnicas para adequação da portaria". "A normativa mantém o apoio e a segurança jurídica aos profissionais de saúde envolvidos no procedimento-“
Defesa de Bolsonaro
"Não vai de pronto acreditando a qualquer custo na internet, dá uma pesquisa", disse o presidente em sua live ontem, destacando que o aviso à polícia nos casos de aborto está mantido.
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Mandetta: ''Passei a considerar Bolsonaro como parte da doença''
Livro Um paciente chamado Brasil, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, foi lançado nesta sexta (25)
Filho de um médico, o ortopedista e ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) conta que escutou do pai o conselho que citou em entrevista coletiva no Ministério da Saúde alguns dias antes de ser demitido, em 16 de abril: "Médico não abandona o paciente". Para registrar as suas diretrizes e o trabalho de sua equipe no início do combate à pandemia do COVID-19 no país, em sintonia com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em desacordo com a visão do presidente Jair Bolsonaro, ele lança nesta sexta-feira, 25, o livro Um paciente chamado Brasil - os bastidores da luta contra o coronavírus (Objetiva), que chega às livrarias e está disponível também em e-book.
No livro, o ex-ministro afirma que Bolsonaro optou pelo 'caminho da negação', ao minimizar o impacto do coronavírus no sistema de saúde do país. Conta que, por isso, causava mal-estar a sua insistência em apresentar os cenários mais sombrios ao presidente, além da defesa de medidas restritivas de circulação, como fizeram governadores e prefeitos. "Era como se eu representasse o carteiro que o presidente queria matar porque levava notícia ruim", compara.
Além de críticas à OMS por buscar 'soluções políticas' no início da pandemia e de reconstituir as divergências que culminaram com a sua demissão, Mandetta revela pressões do Planalto para demissões de técnicos no Ministério da Saúde, e narra os embates que teve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, 'afeito aos números, mas que não conhece povo'. O mais áspero deles, durante reunião para definição de reajuste do preço dos remédios, foi encerrado pelo vice-presidente da República. 'Mourão deu um tapa na mesa e gritou: 'Vamos parar com isso!'. Bolsonaro assistia a tudo calado, de olhos arregalados', conta no livro o ex-ministro.
Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista de Luiz Henrique Mandetta ao Estado de Minas e ao Portal Uai. O livro descreve o encontro de duas crises: uma sanitária, outra política. Como a necessidade de gestão da crise política prejudicou a gestão da crise sanitária?
São as ordens dos fatores que alteram o produto, no caso da política e da saúde. Elas não são ciências exatas. São ciências que mudam ao sabor da opinião pública, ao sabor dos fatos e das ocorrências. O que tínhamos era a percepção de uma enorme crise sanitária, um número muito grande possível de vítimas, as informações técnicas que tínhamos; e tínhamos claramente uma posição política de difícil contorno por parte do presidente. Então o que a gente fez foi construir com o Congresso Nacional, STF, TCU, Ministério Público Federal e, principalmente, com a sociedade, um espaço para a política de saúde para que as pessoas pudessem construir as suas barreiras de defesa em suas casas com as informações que nós dávamos.
Poderia dar um exemplo?
O governo federal queria uma fala ufanista, 'vamos todos enfrentar, vamos vencer, brasileiros unidos'. E não era essa a mensagem. A mensagem era de preocupação com o contágio. E, se fosse logo de cara para aquela direção que o presidente queria, teríamos tido centenas de episódios iguais aos de Manaus, onde houve crise até no sistema funerário. O tempo que nós ganhamos por meio da política, já sabendo que a permanência (no Ministério da Saúde) seria difícil, foi extremamente importante para que a crise sanitária pudesse ter um mínimo de governança, de pertencimento da sociedade para que pudesse amenizar um pouco - ainda que distante do que queríamos - o impacto da crise política.
Qual foi o primeiro momento que o senhor percebeu que o presidente encararia os efeitos do vírus de uma forma diferente que a abordagem científica, inclusive negando a gravidade da pandemia?
O momento em que isso ficou muito claro foi aquele em que o presidente faz a viagem para os Estados Unidos. Explico para eles que, na Flórida, os casos estavam acelerados, alerto para terem cuidado e mecanismos de bioproteção, de biossegurança. Mas ele vai, se encontra com o presidente Trump. Eles fazem jantar em Mar-a-Lago, confraternizam, o avião presidencial volta de lá e naquela comitiva, logo na sequência, aparecem uma série de casos, inclusive o secretário de comunicação, Fábio Wanjgarten é o primeiro que cai doente.
E o presidente volta de lá, ele e Trump com visão muito similar da doença. Trump coloca o Mike Pence (vice-presidente) e tira do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o órgão americano equivalente para doenças infecciosas. Passa sensação de que ele tem uma solução, uma bala de prata, e introduz a cloroquina. O presidente volta com a cloroquina, tratando o assunto como uma coisa menor, e começa a se cercar de pessoas que falavam o que ele queria ouvir e adota sistematicamente a posição de confrontar todas as orientações da saúde.
O senhor teve medo de se contaminar em algum momento, nos encontros presenciais de ser contaminado por alguns dos assessores ou ministros, inclusive pelo próprio presidente?
Eu tinha receio porque eles não usavam... Eu insisti muito para ter um frasco de álcool gel na antessala do presidente, que é um homem de muito contato físico. Lembro-me da posse da então secretária de Cultura, Regina Duarte, onde se fez tudo o que não se deveria fazer: aglomeração, fotos... As pessoas abraçavam, falavam no ouvido. E eu, já naquela época, mantendo a distância.
O meio político tinha, não sei se um meme, se cumprimentavam batendo um no pé do outro e achavam graça com a situação. Eu sempre guardei o distanciamento, tomei precauções, levava o álcool em gel. Quando começaram os casos dentro do Palácio, organizaram o álcool em gel. Mas realmente o modo de convivência que tínhamos no Ministério da Saúde, tínhamos um plano, quem assumiria em caso de doença. Tínhamos canecas próprias, cadeiras próprias, obedecíamos a uma lógica de biossegurança. No Planalto, não. Demoraram muito tempo até a introduzir isso. Eu tinha mais receio porque muitos dos pares eram pessoas de mais de 60 anos, tínhamos receio no STF, grupo de risco expressivo, a todos externávamos essa preocupação de se blindarem.
O senhor revela no livro que, pouco antes do início da pandemia, recebeu uma ordem do Planalto para trocar quatro secretários, incluindo o secretário-executivo, João Gabbardo. Ao questionar o presidente Jair Bolsonaro sobre o motivo da mudança, ele teria dito que era preciso colocar 'gente nossa' no ministério. Quais eram os perfis dos escolhidos? De onde vieram as indicações e onde eles foram aproveitados?
Os quatro nomes vinham do Rio de Janeiro, eu nunca soube quem fez as indicações. O único cargo no Ministério que veio antes do Rio tinha sido sugestão do Flávio Bolsonaro. Esse assunto da troca de pessoal eu consegui desviar, dizendo: 'vamos resolver primeiro a crise sanitária'. Foi assustador porque foram em cima, por exemplo, da Política de Informática, que era o DataSus, da Secretaria Nacional de Atenção Primária e de Atenção Especializada, além da secretaria Executiva.
"Era como se eu representasse o carteiro que o presidente queria matar porque levava notícia ruim" Luiz Henrique Mandetta
Se você soma os orçamentos da Atenção Especializada e da Atenção Básica, praticamente tem a totalidade do orçamento do Ministério da Saúde. Então, seja lá quem foi que sugeriu os quatro nomes e que plantou para o presidente que esses quatro nomes teriam de vir no lugar dos outros, deve tê-lo feito sabendo muito bem o que queria. Estavam mirando exatamente o orçamento do Ministério da Saúde. Como não prosperou, eu não procurei saber a origem.
Fica evidente na leitura do livro que o mineiro Wanderson de Oliveira, o secretário responsável pela Vigilância da Saúde, era um dos mais pressionados. E, em pelo menos um dos momentos do combate à pandemia, o senhor cede a uma pressão política do Planalto em detrimento de uma decisão técnica. O senhor se arrepende dessa atitude?
Conversei muito com o Wanderson, porque além de ser um técnico maravilhoso, se tornou mais do que colaborador, fomos para o campo da amizade pessoal. Quando ele toma essa medida, disse a ele: 'Vamos dar um passo atrás para poder dar dois para a frente'. Era uma crise sobre determinado navio que havia ancorado na costa do Recife, com pacientes contaminados. Ele aproveitou a mesma portaria do navio, para estender a todos os outros navios. E a ponderação que havia do outro lado, era de que havia muitos navios na costa brasileira, com brasileiros a bordo e que teríamos que atracá-los para descer os brasileiros ou teriam de ficar procurando um porto no mundo para desembarcar.
Mas o fato é que o presidente da Anvisa é o almirante e a Vigilância Sanitária do Ministério sempre entra em choque com a Anvisa. O Wanderson creditava aquilo a um movimento da Anvisa contra a Vigilância Sanitária. Depois que a gente distensionou isso, logo na outra semana fizemos na rotina e conseguimos fazer a parte técnica. Depois ele entendeu: essas medidas que tinham alto impacto tínhamos de pactuar em nosso núcleo duro para não acontecer de sermos pegos. Como ele fez a nota às duas da manhã, e sozinho, na outra semana fizemos em colegiado e ficou tudo bem. Mas ele ficou aborrecido no outro dia. E demos a ordem para os navios encostarem, descerem, organizamos quando tinha estrangeiro para que as embaixadas retirassem, colocassem num avião e fossem embora e fomos o último país para fechar para a chegada de navios em nossos portos.
O senhor tem sido muito criticado nas redes sociais por ter recomendado, no início da pandemia, que os que apresentassem os primeiros sintomas ficassem em casa e somente procurassem os hospitais em caso de falta de ar. O senhor se arrepende dessa orientação?
No início era muito claro o que fizemos: não tínhamos equipamento de proteção individual para lançar mão de nosso exército de agentes comunitários de saúde na atenção primária, que seria a grande porta de entrada das doenças no nosso sistema de saúde. Criamos a telemedicina - 136 - como grande tronco de entrada. E no caso do principal sintoma - qualquer tipo de tosse ou dificuldade para respirar - que se procurasse a unidade hospitalar. O que houve, a posteriori, foi que introduziram um protocolo de cloroquina. Defendem a tese de um tratamento de orientar as pessoas para ir à unidade de saúde e pegar a receita da cloroquina depois dos primeiros sintomas. Acontece que a cloroquina continua sem eficácia demonstrada cientificamente.
A doença continua evoluindo bem em 80% das pessoas que contraem o vírus. Desses 20% têm algum tipo de manifestação mais grave - 15% evoluem bem com algum tipo de suporte respiratório (ou seja quase 90% da população total) e 5% precisam de UTI, que são os mais graves, com ou sem cloroquina. A história natural da doença é uma história típica das viroses. A cloroquina vai ficar nesse debate até o dia em que a ciência elucidar completamente.
Em live nas redes sociais no início do mês, o presidente Bolsonaro insinuou que o senhor incentivou a compra de respiradores superfaturados. O senhor tem a consciência tranquila sobre todos os atos que assinou à frente do Ministério?
Com certeza, tranquila. Padre Antônio Vieira já dizia: 'Se tudo o que fizeres pela pátria ela ainda lhe for ingrata, não tereis feito mais do que a sua obrigação e ela o que de costume'. A mão que afaga é a mesma que apedreja. Ele deve estar com algum tipo de preocupação, pois não tem uma semana que ele não me cite sobre alguma coisa e eu permaneço como cidadão. Estou torcendo para que ele vá bem como presidente e para que o país vá bem.
O relato em seu livro sobre a tensão entre o senhor e Bolsonaro durante a pandemia passa a impressão de que o presidente não demonstrava empatia pelos 'mais fracos', aqueles que seriam mais afetados ou teriam maior probabilidade de morrer com a doença. Este comportamento do presidente o surpreendeu?
Eu acho que, quando a gente mostra a gravidade dos casos, principalmente com o número de vítimas que poderiam ocorrer em todo o território nacional - não seria uma coisa localizada - e o que prevaleceu foi a lógica política, de embates com governadores e prefeitos, do que a lógica humanista, a lógica humana. A gente se surpreende, sim. Já vi parlamentares dentro do Legislativo terem comportamentos agressivos, mas chega um momento em que você tem de analisar as consequências de seus atos. Ele (o presidente) analisou e optou por este caminho. Você se depara com algo concreto, real. Quando um fato se apresenta e você testemunha, realmente você fica abismado com a reação.
O senhor, então, ficou chocado?
Entendo que o adjetivo mais apropriado não é choque, pois choque transmite uma sensação de não ter reação. Eu fiquei impressionado e procurei enfrentar em nome desse paciente chamado Brasil. Passe a considerar que ele era parte da doença, que ele era parte do quadro de vírus que chegou dentro do Brasil.
O senhor revela no livro que trabalhava com diferentes estimativas a respeito do número de óbitos, formuladas por integrantes de sua equipe. Uma delas, do epidemiologista Julio Croda, que depois deixou a sua equipe, era a mais pessimista e calculava 180 mil mortes se nada fosse feito. A do secretário Wanderson de Oliveira dizia que, se o Brasil adotasse todas as medidas necessárias, teria entre 60 e 80 mil mortes. Qual era o número que o senhor trabalhava?
Tivemos naquela época países que não fizeram nada e tiveram tragédias; tínhamos países que tinham feito como a Nova Zelândia, um enfrentamento absoluto e praticamente fechado o país. Sabendo das dificuldades do Brasil, eu ficava no intermediário, entre o Wanderson e o Croda. Achava que, se nós fizéssemos o enfrentamento duro no início e a população se apropriasse das medidas de prevenção, ficaríamos mais próximos dos números do Wanderson. E achava que, se o Brasil deixasse o barco correr como queria o presidente, ultrapassaríamos muito mais os números do Croda.
"O achismo é o caminho mais perto do erro. O primeiro princípio de Hipócrates é que você não pode ser mais nocivo do que a condição que trouxe o doente até você"
Eu era da turma dos 150 (mil mortos), se nós fôssemos no caminho mais frouxo. Mas se fizéssemos a marcação caso a caso, tivéssemos capacidade de testagem, tivéssemos capacidade de atendimento, seríamos mais próximos ao Croda. Era o nosso desafio. Nunca falei esses números em público em respeito. O presidente meio que entregou o jogo no primeiro tempo que tem gol na saída. Ele olhou os números e falou: 'Não, não, não, não quero isso não. Eu quero a economia. Vamos dar essa cloroquina, que esse povo vá trabalhar, que a gente ultrapasse isso logo'.
Então o senhor chegou a apresentar esses números para o presidente?
Sim. Entreguei o documento também por escrito.
Qual a estimativa que o senhor faz para o fim do ano?
Estamos chegando a 140 mil. Se surgir a vacina, não sabemos quando teremos a linha de corte. Mas acho que vai chegar mais próximo ao cenário do Júlio Croda em ensaio matemático.
Então mais de 60 mil brasileiros poderiam ainda estar vivos se o enfrentamento tivesse sido feito adequadamente?
Eu não posso fazer um exercício de como seria se nós lá tivéssemos continuado. Se não pode curar, temos de controlar a doença. E era para isso que íamos, a partir do momento que tivéssemos as armas, partir para um controle intenso. E se você não pode curar nem controlar, que pelo menos você conforte, que esteja do lado da família, que esteja junto do paciente.
O Ministério da Saúde buscava uma cura, apostava no controle e era solidário: estava ao lado das pessoas. Passamos a uma outra situação: nem há cura - ou pseudocuras com medicamentos sem eficiência científica - a proposta é de não controlar e de não confortar, porque nunca houve solidariedade por parte do governo com as centenas de milhares de famílias que perderam os seus entes. Com certeza, teríamos feito diferente. Entraríamos muito fortes na atenção primária e cada vez mais forte na regulamentação. Se teríamos um resultado melhor, só o tempo diria. Acho que sim.
Por que o presidente Bolsonaro faz questão de divulgar a cloroquina, embora pesquisas científicas tenham alertado para os efeitos colaterais e contraindicações do medicamento, que podem colocar em perigo a vida de muitas pessoas com problemas cardíacos?
Se você ler A Peste, de (Albert) Camus, ou a história das epidemias, você vai ver que sempre há quem alega ter o remédio. Faz parte da natureza humana. O ser humano quer acreditar que tem uma solução. Como você tem uma virose que 80% das pessoas ou têm formas leves - e nem sabem que tiveram a doença - descobrem no exame. Minha filha tem 27 anos e teve essa doença há duas semanas. Tomou novalgina, sarou. Então, se tem uma doença que cura por si mesma, - a cada dez, oito vão se curar - é muito tentador para esse pessoal achar que tem uma solução. Agora quando se faz o estudo do duplo cego - em que você dá para 100 pacientes o remédio e, para outros cem, você dá farinha, com a mesma embalagem, para ver o efeito placebo - e o resultado é igual, é uma das coisas mais fáceis de esclarecer se funciona ou não. Como foi feito e não demonstrou nenhuma eficácia.
O senhor tomaria a cloroquina?
Eu tomaria o que meu médico me prescrevesse. Se fosse cloroquina, eu ia querer saber onde ele aprendeu, o que leu e por que estava me apresentando. A única coisa que sei hoje sobre a cloroquina refere-se aos três pilares: a defesa da vida, a defesa do SUS e a defesa da ciência. Na ciência, ela cai. Dar um medicamento que já é arritmogênico sem ter o benefício claro, explicitado, do ponto de vista da saúde, é um erro muito primário. Tanto que o ministro que me sucede (Nelson Teich) se depara com os mesmos artigos e diz: 'Eu não posso assinar'. Então passa-se para essa solução militar (o general Eduardo Pazuello), que não questiona nada de saúde, fala: 'Cumpro a regra, me dá aqui que eu assino.' Para nós da saúde o que vale é o risco- benefício. Hoje, eu não tomo. Porque não tem benefício perto do risco que ela causa.
No final do mês de agosto, depois do registro de mais de 100 mil mortos no país, alguns médicos participaram do evento 'O Brasil vencendo a COVID-19' no Palácio do Planalto, com a presença do presidente e de ministros. Eles agradeceram ao presidente pelo envio da cloroquina para os seus pacientes. Como o senhor avalia a classe médica que abraça e defende a cloroquina dessa forma?
Essas pessoas têm os seus seguidores, gostam de tratar. A gente vê muita coisa na medicina que é feita à margem da evidência científica diariamente. Esta é uma delas. O que podemos fazer é lamentar, porque a nossa profissão é baseada e é um dos pilares do Iluminismo, ela é um dos pilares do século da razão, em que a verdade científica deve ser a grande bússola das tomadas de decisão, principalmente nessas que lidam com a vida. E historicamente, desde sempre, isso foi uma luta das sociedades em relação às profissões. Por isso existem os conselhos profissionais que deveriam estar alertando e zelando pela parte ética profissional.
Se o Conselho Federal de Medicina, que é a autarquia federal, criada em 1956 se não me engano, por JK, que era exatamente para esse tipo de questão que envolve a prática médica e a liberdade de prescrição e o zelo profissional, que ela pudesse ser muito clara. O Conselho deixou isso dúbio. Falou: 'O médico é soberano. Se ele prescrever qualquer coisa deve ser entregue de acordo com a sua prescrição. Não temos nenhum protocolo'. Quando ele retirou, deu margem para que cada um faça. E o Brasil faz assim: cada cidade faz, cada prefeito faz do jeito que acha que tem de fazer, cada médico faz do jeito que acha que tem de fazer, pela ausência do Ministério da Saúde, das notas técnicas, para servir como bússola, como guia.
"Nunca houve solidariedade por parte do governo com as centenas de milhares de famílias que perderam os seus entes" Luiz Henrique Mandetta
Ele que deveria estar pegando agora, como tínhamos organizado na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Incorporação de Insumos, que fazia a meta-análise diária no mundo inteiro para falar: 'tal medicamento está se impondo'. Havia várias outras drogas sendo testadas no mundo inteiro, porque a doença nova faz com que as substâncias existentes sejam testadas. A cloroquina veio no meio disso e ela foi pinçada como uma que cabia.
O Brasil é autossuficiente, a Fiocruz produz cloroquina para nossos pacientes com malária, temos facilidade de produção. Então, ela calhou. Ela é barata, encontrada em qualquer tipo de sal, de fácil produção. Acho que ela reuniu todas essas características e serviu a esse jogo, entre uma zona cinzenta - o Conselho Federal de Medicina - e a vontade política de falar: 'Olha, a minha parte em saúde eu dou essa caixinha aqui. Você toma e vai ficar tudo bem'. E então cai na estatística. Se a grande maioria já vai ficar bem de qualquer jeito, que se credite o sucesso a isso. Agora levar os médicos ao Palácio para discutir essas coisas é simplesmente parte da cena política.
Então os médicos que receitam a cloroquina e aceitaram ir ao Palácio do Planalto defender o uso da medicação fazem parte dessa cena política?
O máximo que posso dizer é que, eu como médico, da maneira como aprendi com os meus mestres é que não se faz medicina de orelhada. O achismo é o caminho mais perto do erro. O primeiro princípio de Hipócrates é que você não pode ser mais nocivo do que a condição que trouxe o doente até você. Você tem de calcular o risco-benefício. E infelizmente até agora nenhum deles demonstrou o risco-benefício. Se teve gente de idade que tomou o medicamento, teve arritmia e desenvolveu piora no quadro clínico, o tempo vai dizer. E o bom da ciência é isso, ela consegue demonstrar isso no tempo. Então o tempo para a ciência é uma joia preciosa. Estão olhando muito a questão da vacina, mas tem muita pesquisa procurando a verdade por detrás dessas drogas. No momento certo ela aparecerá.
Seis meses depois do início do combate à pandemia, o que o senhor mudaria em suas ações a partir das novas descobertas sobre a COVID-19?
Primeiro, a constatação de que o vírus não é pesado, é muito competente. No início da semana saiu uma nota técnica dizendo que o vírus pode ser transmitido por aerossol, que pode estar no ar, ou seja não se transmite só por gotículas. Essa era uma informação preciosa para a montagem de cenários porque ela é diretamente proporcional ao tempo que ele chegaria aqui. Em segundo, se eu soubesse que a China iria fechar a exportação - e que 94% dos equipamentos estão centrados na China - teríamos começado logo a recuperação de nossa indústria de produção de máscaras, ventiladores e respiradores, para não passar pelo desespero de tentar conseguir os equipamentos de proteção individual.
Chegou a hora que passamos por cima da Anvisa, que só admitia máscara descartável, e fizemos uma orientação direta do Ministério da Saúde para que as máscaras de pano pudessem ser adotadas. Eu gostaria de ter começado essa orientação mais cedo também. Teria começado mais cedo a montagem de estruturas de testagem dentro das comunidades em áreas de exclusão, de favelas, onde é difícil entrar com carro. Agora, para isso, você tem de ter o auxílio de todos remando para o mesmo lado.
Quando o senhor vai responder às insinuações que o presidente Bolsonaro têm feito em relação à sua conduta no Ministério da Saúde?
No momento em que tivermos as mesmas condições a gente faz esse debate. Não adianta hoje. O presidente tem toda a estrutura e força da Presidência da República. A gente olha, anota num caderninho e aguarda o dia em que vai poder ter esse diálogo público com ele.
Num debate entre candidatos a presidente em 2022, por exemplo, seria a oportunidade?
Política é destino.
O senhor cita, na abertura do livro, a 'eterna luta da vida contra a morte'. Quem está ganhando essa batalha no Brasil?
Acho que a vida vai ganhar. Como sempre até hoje, a humanidade ganhou, a gente ganha através da ciência. E quando a vacina chegar, ela será através da ciência, que é a maneira mais elegante de enfrentar. Agora líderes populistas e nacionalistas demonstraram que não sabem enfrentar uma doença grave e contagiosa como esta.
Poderia definir, com um adjetivo, a postura do presidente Bolsonaro diante da pandemia?
Equivocado. Ele é um grande equívoco.
O senhor dorme com a consciência tranquila?
Tranquila. A gente deu o máximo que podia pelo Brasil. Aquele período que a gente segurou foi extremamente importante para o SUS dar uma estruturada e para a sociedade poder se organizar. Onde vou, encontro gente que me diz: 'escutei você no rádio, na televisão'. Foi muito importante ter falado para essas pessoas a verdade.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 91 mortes em um dia e total de óbitos chega a 4.356
Estado soma 195.601 casos da doença
Goiânia - Goiás registrou 2.956 novos casos da covid-19 e 91 mortes pela doença nas últimas 24 horas, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgado na tarde desta quinta-feira (24/9). Com as atualizações, o Estado chega a 195.601 casos e 4.356 óbitos confirmados.
Goiás soma, segundo a SES-GO, 184.097 pessoas recuperadas. Há ainda 222.760 casos suspeitos em investigação. Outros 150.626 já foram descartados.
Além dos 4.356 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,23%, há 216 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 1.469 mortes suspeitas nos municípios goianos.
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AGÊNCIA BRASIL
Brasil adere a aliança para aceleração da vacina contra a covid-19
Governo liberou R$ 2,5 bilhões para ação
Brasília - O governo federal anunciou nesta quinta-feira (24) a adesão ao Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19 (Covax Facility), ação administrada pela Aliança Gavi e a liberação de cerca de R$ 2,5 bilhões para viabilizar o ingresso do Brasil nesta iniciativa.
Segundo o governo, os países são convidados a participar do grupo e poderão se beneficiar, ao ter garantido o acesso ao fornecimento das vacinas disponibilizadas por meio da Covax Facility. Dessa forma, espera-se que o Brasil possa comprar imunizantes para garantir a proteção de 10% da população até o final de 2021, o que permite atender populações consideradas prioritárias.
A adesão permitirá o acesso ao portfólio de nove vacinas em desenvolvimento, além de outras em análise. Com a diversificação de possíveis fornecedores, aumentam as chances de acesso da população brasileira à vacina no menor tempo possível. Caberá à Covax Facility negociar com os fabricantes o acesso às doses das vacinas em volumes especificados, os cronogramas de entrega e os preços.
A Covax Facility é uma aliança internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Gavi Alliance e da Coalition for Epidemic Preparedeness Innovations (CEPI), que tem como principal objetivo acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a covid-19 a partir da alocação global de recursos para que todos os países aderentes à iniciativa tenham acesso igualitário à imunização.
De acordo com Palácio do Planalto, a iniciativa não impede que o país realize acordos bilaterais com outras empresas biofarmacêuticas produtoras de vacinas contra a covid-19 que não estejam contempladas pela iniciativa global. Também não ficam impedidas iniciativas já realizadas pelo Brasil com as biofarmacêuticas que fazem parte da iniciativa global.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
Amcham convida para o seminário “O papel da saúde no mundo dos negócios”
A Amcham convida os associados da Ahpaceg para o seminário “O papel da saúde no mundo dos negócios”. O evento, que tem a parceria da Unimed Goiânia, será online e gratuito.
Dia: 30|09 (quarta-feira)
Horário: 10h30 às 12 horas
Palestrantes:
Daniel Greca | Sócio-Diretor e Head de Saúde KPMG Brasil
Elisa Kozasa | Professora titular na área de Neurociência e Comportamento do Hospital Israelita Albert Einstein
Frederico Moraes Xavier | Diretor de Mercado Unimed Goiânia
Para se inscrever, acesse: https://www.amcham.com.br/calendario/event?eventid=12550, insira seu CPF e informe o CNPJ da Ahpaceg.