
Imprensa (2495)
Ahpaceg reúne associados para alinhar demandas sobre bombas de infusão da Fresenius
Escrito por Administrador
Na manhã desta terça-feira, a Ahpaceg promoveu uma reunião com profissionais de compras, enfermagem e farmácia de instituições associadas para tratar de ajustes e demandas relacionadas às bombas de infusão da marca Fresenius.
O encontro, organizado pelos setores de Compras e de Educação Continuada da Associação, teve como objetivo alinhar informações, trocar experiências e buscar soluções conjuntas para otimizar o uso dos equipamentos.
Durante a reunião, o associado Hospital do Coração Anis Rassi compartilhou sua experiência prática com as bombas de infusão da Fresenius, contribuindo com informações importantes para os demais participantes.
Em breve, serão divulgadas novas informações sobre esse processo de troca.
Presidente da Ahpaceg participa de apresentação do Agora tem Especialistas
Escrito por AdministradorO presidente da Ahpaceg, Renato Daher, participou, no dia 4 de julho, de uma reunião com o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, o secretário Municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, representantes do Ministério da Saúde e da rede privada de saúde da capital. O encontro teve como objetivo apresentar o programa federal Agora tem Especialistas, que busca ampliar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias de média e alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Mabel convocou hospitais e clínicas privadas a aderirem ao novo modelo de credenciamento, que prevê remuneração até quatro vezes maior do que a tabela tradicional do SUS. A proposta é diminuir as filas e acelerar os atendimentos por meio da contratação direta de prestadores, além de ações como mutirões e turnos estendidos.
“O que queremos é somar esforços. A rede privada tem papel fundamental para dar agilidade e qualidade no atendimento”, destacou o prefeito. A expectativa é que os novos atendimentos comecem em agosto.
Renato Daher disse que o Agora tem Especialistas, que vai possibilitar a concessão de créditos financeiros a hospitais privados em troca da oferta de atendimentos especializados ao SUS, pode beneficiar tanto os pacientes que aguardam pela assistência na rede pública, quanto o setor hospitalar privado, que enfrenta uma crise financeira agravada pelos constantes aumentos dos custos operacionais e pela defasagem dos valores pagos pelas operadoras de planos de saúde.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Dispositivos médicos: a saúde do brasileiro precisa ser feita no Brasil
https://medicinasa.com.br/saude-brasil/
Plano de saúde acusa empresa de home care de fraude de R$ 44 milhões
Mabel articula parceria para ampliar atendimento do SUS em Goiânia
Alvo de ação na Justiça, perícia do Sesi indefere 10 vezes mais atestados de servidores municipais
Partos estão suspensos na Maternidade Célia Câmara
https://opopular.com.br/cidades/partos-est-o-suspensos-na-maternidade-celia-camara-1.3284897
Riscos de medicamentos falsificados crescem com comércio online
https://ohoje.com/2025/07/06/riscos-de-medicamentos-falsificados-crescem-com-comercio-online/
MEDICINA S/A
Dispositivos médicos: a saúde do brasileiro precisa ser feita no Brasil
Embora o Brasil tenha registrado, em 2024, US$ 1,17 bilhão nas exportações de dispositivos médicos, o país ainda depende significativamente da importação de produtos médico-hospitalares. Ou seja, hoje o país importa mais do que exporta. Essa dependência revela a necessidade urgente de fortalecer a produção nacional de dispositivos médicos, o que não só contribuiria para a redução do déficit comercial, mas também aumentaria a segurança e a autonomia do sistema de saúde brasileiro, gerando mais empregos e fomentando a inovação no setor.
Durante a pandemia de Covid-19, a indústria brasileira desempenhou um papel decisivo, desenvolvendo e produzindo, em solo nacional, equipamentos essenciais como ventiladores pulmonares, luvas, seringas, além de tecnologias para diagnóstico, tratamento e monitoramento de pacientes, especialmente com o fechamento dos mercados internacionais. Em 2024, o setor de dispositivos médicos contribuiu com cerca de 2,1% para o PIB da Indústria de Transformação, mas, mesmo assim, após cinco anos do auge da pandemia, o Brasil ainda importa US$ 9,79 bilhões, o que representa 64% do total de dispositivos médicos demandados domesticamente.
O Brasil tem um potencial enorme para produzir localmente os insumos necessários ao atendimento da população, reduzindo a dependência externa e garantindo maior segurança no abastecimento do mercado. No entanto, para que isso ocorra de forma estruturada, é essencial que haja políticas públicas eficazes, que incentivem a produção local e garantam previsibilidade ao setor. Para isso, é essencial a adoção de mecanismos como a margem de preferência para produtos nacionais nas compras públicas e organização da demanda, por exemplo. Esses instrumentos permitem maior previsibilidade, estimulando a capacidade produtiva e reduzindo a dependência de importações.
Além disso, a redução da carga tributária ou mesmo a isenção para dispositivos médicos deve ser considerada. Atualmente, hospitais públicos e filantrópicos são imunes a impostos na importação de dispositivos médicos, enquanto a indústria nacional enfrenta uma carga tributária elevada. Essa distorção precisa ser corrigida para que o Brasil tenha uma produção local competitiva.
Outra barreira para o fortalecimento da indústria de dispositivos médicos no Brasil é a defasagem da tabela de remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS). Sem uma revisão do modelo de pagamentos que reflita a realidade econômica e os avanços tecnológicos, a sustentabilidade das empresas que fornecem ao setor público fica comprometida.
A remuneração dos serviços prestados pelo sistema público é, historicamente, um desafio para a indústria de dispositivos médicos no Brasil. A sustentabilidade do SUS passa pela atualização permanente dos valores pagos pelos serviços de saúde, tal como acontece com os planos de saúde e medicamentos, que têm reajustes anuais. Recolocar essa discussão na pauta é urgente para garantir a qualidade e a disponibilidade de produtos essenciais para a população.
Uma política industrial voltada ao setor de dispositivos médicos deve garantir previsibilidade, segurança jurídica, incentivos à inovação e à produção local, além da busca pela redução do chamado “custo brasil”. O fortalecimento desse setor é estratégico para a saúde e para a economia do país, gerando empregos, promovendo o desenvolvimento tecnológico e garantindo acesso a tratamentos de qualidade para a população brasileira.
A redução da dependência em relação ao exterior é mandatória, pois a necessidade de consumir produtos importados pode criar desafios para o sistema de saúde brasileiro, tanto em crises globais quanto em períodos de instabilidade econômica, como a atual escalada tributária em curso no mundo. Em contraste, uma indústria local fortalecida assegura o fornecimento constante e seguro de dispositivos médicos, independentemente das condições econômicas internas ou externas.
A saúde feita no Brasil precisa ser uma prioridade. O fortalecimento da nossa indústria é essencial para a sustentabilidade do sistema de saúde e para oferecer um tratamento digno e qualificado para a população. É hora de transformar essa visão em políticas concretas que beneficiem toda a sociedade.
*Jamir Dagir Jr. é presidente da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos.
*Franco Pallamolla é Vice-Presidente de Relações Institucionais da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos.
*Ruy Baumer Presidente do SINAEMO – Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo e diretor titular do ComSaude da Fiesp.
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METRÓPOLES
Plano de saúde acusa empresa de home care de fraude de R$ 44 milhões
Denúncia foi feita pela Sul América contra o Grupo Huzzo, que contesta o ataque e afirma que problema foi provocado pela seguradora de saúde
Há uma nova guerra sendo travada no setor de planos de saúde do Brasil. Em apenas seis dias, entre 20 e 26 de abril, a Sul América protocolou um total de dez notícias-crime nas quais acusa o Grupo Huzzo, especializado em serviços de home care, de praticar supostas fraudes cujo valor total chegaria a R$ 44 milhões. A empresa que presta serviço de assistência hospitalar em residências, contudo, contesta essa versão e aponta a seguradora como a culpada pelo imbróglio.
As notícias-crime relatam problemas em Santo André, Ribeirão Pires e Mogi das Cruzes, na região metropolitana, São José dos Campos e Jacareí, no interior, além da capital paulista. Até agora, elas resultaram na instauração de dois inquéritos policiais, um em Santo André e outro em Jacareí. Está em curso uma ação sobre o assunto, que corre em segredo de Justiça.
Os casos reunidos pela Sul América abordam, basicamente, três tipos de problemas. O principal deles, por envolver as maiores somas de dinheiro, está relacionado a pedidos de reembolso pelos serviços de home care. Eles teriam sido encaminhados à seguradora por meio de comprovantes de pagamento supostamente falsos. Segundo as denúncias, os episódios ocorreram entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2025 - ao longo de três anos, portanto.
Na denúncia focada em Mogi da Cruzes, por exemplo, a Sul América cita "indícios de que possivelmente foram apresentados documentos falsificados para a obtenção de valores indevidos" em relação a dois beneficiários. Um deles é G.C.A.M (os nomes dos segurados serão preservados nesta reportagem).
"Graves inconsistências"
A seguradora afirma que "identificou graves inconsistências" em dois "comprovantes de pagamento" apresentados, em tese, por esse segurado. No caso, eram duas solicitações de reembolso por serviços de home care. Uma delas de R$ 55,73 mil, de fevereiro de 2023, e outra de R$ 49,87 mil, de janeiro de 2014. Ou seja, elas somavam R$ 105,6 mil. Segundo a notícia-crime, o banco emissor dos comprovantes, o Santander, uma vez consultado, informou que as "transações não foram localizadas".
Nas denúncias da Sul América, há listas muito maiores de solicitações de reembolsos feitas por um só segurado. Em São José dos Campos, D.L.C.F. fez 17 pedidos entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, num total de R$ 909,6 mil. Em São Paulo, V.T.S. apresentou outras 20 notas de despesas que, somadas, alcançam R$ 1,1 milhão. Nos dois casos, os comprovantes eram do Banco Inter. Segundo as notícias-crime das duas cidades, a instituição financeira disse a mesma coisa: os "valores não foram identificados".
Contestação
Os representantes legais do Grupo Huzzo, no entanto, contestam a versão da Sul América. Em síntese, eles reconhecem que havia problemas nas notas dos pedidos de reembolso encaminhadas à seguradora, mas afirmam que não houve fraude. Dizem que os comprovantes eram, na verdade, "acomodados" para "viabilizar a prestação de serviços".
De acordo com o advogado Eli Cohen, que defende a empresa de assistência hospitalar residencial, as acusações da Sul América estão centradas em segurados que obtiveram na Justiça o direito de contar com home care. "Mas a seguradora exigiu que eles pagassem pelo serviço e pedissem o reembolso, para reaver o dinheiro depois de 30 dias", diz. "Ocorre que os pacientes em questão, em sua maioria idosos e acamados, não tinham condições financeiras de antecipar essas quantias. Com isso, a seguradora transformou a prestação do serviço impossível. Foi a mesma coisa que dizer 'não vou fazer'."
Questão das fraudes
Ainda segundo Cohen, o Huzzo, diante dessa situação, os comprovantes eram "antecipados" pelo grupo. Essa era a "acomodação dos documentos". "A Sul América age, até certo ponto, amparada na lei. O contrato exige que o reembolso ocorra após o pagamento", afirma o advogado. "Mas quando a seguradora sabe que o beneficiário não tem como pagar um boleto de R$ 3 mil, exigir um adiantamento de R$ 60 mil (o valor médio mensal desse tipo de serviço) não é apenas insensível, é desumano."
Cohen sustenta que, nesses casos, não houve falcatrua. Para ele, os casos estão relacionados a um problema administrativo. "Não houve fraude, porque não existe dano nem dolo", diz. "Os serviços de fato foram prestados pelo Grupo Huzzo."
Prestação de serviços
A Sul América, entretanto, também questiona nas notícias-crimes a prestação dos serviços, além do uso de medicamentos e equipamentos cobrados pela empresa de home care nos pedidos de reembolso. Sobre esse assunto, a seguradora afirma que entrou em contato com M.A., a responsável legal e filha da segurada de F.H.S.S..
Consta na denúncia de Mogi das Cruzes: "O relato da beneficiária (no caso, de M.A.) indica que itens como cadeira de rodas, cadeira de banho, cama hospitalar e colchão, embora não tenham sido efetivamente fornecidos pelo grupo, eram cobrados e reembolsados pela Sul América".
"Nunca vi enfermeira"
Além disso, aponta a seguradora, M.A. mencionou que "eles (os responsáveis pelo Huzzo) colocaram que minha mãe tinha Alzheimer e minha mãe não tinha", afirma a notícia-crime. Para a seguradora, isso "pode indicar uma possível imputação de informação inverídica para possibilitar êxito em liminares judiciais em desfavor da Sul América". M.A., por fim, relatou ainda que foi ameaçada por um advogado da clínica e havia uma enfermeira que ganhava "mais de R$ 19 mil reais e eu nunca vi ela aqui".
O Grupo Huzzo, segundo a mesma denúncia, "mandava menos remédios do que o devido". "Ou seja, a partir do contato com a representante da beneficiária, colacionam-se sérios indícios de elaboração de documentos falsos, imputações de informações inverídicas e cobranças fraudulentas de itens e equipamentos", conclui a Sul América.
"Coisas insignificantes"
Para o advogado Eli Cohen, é possível que "um ou outro equipamento", mas "coisas insignificantes como um nobreak ou uma cadeira de banho", fossem indevidamente incluídos nos pedidos de reembolso, mas como resultado de uma falha administrativa, não de má-fé.
"Além disso, a seguradora trata o caso como se o Grupo Huzzo tivesse cometido uma fraude total em todos os atendimentos, como se os serviços de home care não tivessem sido prestados, como se os equipamentos e medicamentos não tivessem sido fornecidos, ou mesmo, como se os pacientes nem sequer existissem", diz o advogado. "Mas não foi isso o que aconteceu e os próprios segurados confirma essa versão ()."
Suposto conluio
A terceira frente de acusações feitas pela Sul América aponta para a existência de um suposto suposto conluio entre a empresa de home care, médicos e advogados. Ele teria como objetivo obter liminares na Justiça em nome de beneficiários e, com isso, custear tratamentos cobrados pelo Grupo Huzzo.
Eli Cohen contesta esse ponto, afirmando que a seguradora "usa esse tipo de acusação para afirmar que é vítima". "Mas isso também não existiu", afirma.
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A REDAÇÃO
Mabel articula parceria para ampliar atendimento do SUS em Goiânia
Prefeito se reuniu com Ministério da Saúde
O prefeito Sandro Mabel participou de reunião com representantes do Ministério da Saúde e da rede privada de saúde da capital, na noite desta sexta-feira (4/7), no Paço Municipal, convocando novos parceiros para integrar a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e participar do programa Agora tem Especialistas, do governo federal. A iniciativa traz mudanças no modelo de contratação de serviços especializados do SUS, com o objetivo de reduzir filas e agilizar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias de média e alta complexidade.
Mabel convidou os representantes da rede privada a participar do programa, ajudando a trazer mais recursos federais para a capital e diminuindo a fila dos procedimentos eletivos. “Acho que hoje tivemos representados aqui mais de 500 hospitais e todos eles podem entrar no programa. Ele tem uma tabela atrativa e, por isso, queremos convidar você, que é dono de hospital, que é administrador, que venha para este programa, que nos ajude. Isso será muito importante”, disse o prefeito.
O novo sistema abre credenciamento para hospitais, clínicas e empresas da saúde que desejem ofertar serviços especializados ao SUS de forma complementar, com início dos atendimentos previsto para agosto. Além da contratação direta de prestadores privados, o programa também prevê o reforço da rede pública por meio de mutirões, atendimentos em turnos estendidos e unidades móveis de saúde.
Durante o evento, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior, explicou as estratégias do programa. “O que estamos apresentando aqui é um novo modelo de parceria entre o SUS e a rede privada. Vamos contratar os serviços onde houver demanda reprimida, com valores acima da tabela tradicional do SUS, podendo chegar a até três vezes mais, dependendo do procedimento. O foco é garantir que o atendimento aconteça no tempo certo”, afirmou Júnior.
Sandro Mabel destacou que a capital está preparada para essa parceria. “Com o apoio técnico e financeiro do Ministério da Saúde, vamos avançar ainda mais. É uma oportunidade de dar mais acesso às especialidades para a população goianiense”, afirmou Mabel.
Tabela diferenciada
O programa Agora tem Especialistas prevê editais públicos para credenciamento de prestadores privados na realização de procedimentos especializados pelo SUS, com pagamento diferenciado e contratos diretos com o Ministério da Saúde. A remuneração pode chegar a até 300% ou 400% da tabela SUS, dependendo do atendimento ofertado.
O titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luiz Pellizzer, afirmou que hoje há uma rede com profissionais comprometidos, mas que ainda existe uma fila de espera por procedimentos acumulada ao longo dos anos. “O programa nos permitirá acionar a capacidade da rede privada de forma estratégica, com recurso garantido e foco no paciente”, disse.
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O POPULAR
Alvo de ação na Justiça, perícia do Sesi indefere 10 vezes mais atestados de servidores municipais
Desde o início do contrato do Serviço Social da Indústria (Sesi) com a Prefeitura de Goiânia para a realização de perícias médicas dos servidores municipais e até o final de junho, a entidade recebeu 4.166 processos e indeferiu 417 deles, o que representa 10,01% do total. Neste mesmo período, a Junta Médica Municipal, que realizava o serviço sozinha até então, recebeu 7.076 atestados para serem avaliados e apenas 1,05% deles foram negados, ou seja, a entidade ligada ao Sistema S indefere 10 vezes mais atestados apresentados pelos servidores do que a equipe formada pelos funcionários do Paço Municipal. Os servidores municipais têm criticado a autuação do Sesi, tanto pelo número de recusas quanto pelo tratamento dado a eles.
Além das negativas, 818 processos analisados pelo Sesi foram deferidos apenas parcialmente, que corresponde a 19,64%, ou seja, com uma redução do tempo de licença médica que tinha constado no atestado médico mostrado pelo servidor municipal. No caso da Junta Médica Municipal, não constam, segundo os dados da Prefeitura de Goiânia, qualquer deferimento parcial. Além dos casos indeferidos, há 724 atestados que estão pendentes, ou seja, ainda não foram analisados pelos médicos municipais. Em junho, O POPULAR mostrou que a redução do tempo de licença pelo Sesi foi alvo de reclamações dos servidores municipais.
Na época, haviam sido analisados 3,4 mil atestados pelo Sesi e o índice de indeferimento e deferimento parcial era semelhante com os últimos dados divulgados, sendo 10,8% e 21,8%, respectivamente. Nos primeiros dez dias de atuação da entidade, foram analisados 255 atestados com um total de 8,6 mil dias de licença médica e, destes, foram concedidos 5 mil dias. Entre abril e o final de junho, somando os dados do Sesi e da Junta Médica Municipal, ainda de acordo com o Paço Municipal, os servidores municipais solicitaram 115.649 dias de licença, sendo concedidos 76.390 dias e indeferidos 39.259 dias (34%). Os dados separados por entidade e junta não foram enviados.
Segundo o Paço, os resultados demonstrados com o trabalho realizado pelo Sesi estão sendo satisfatórios, “tendo em vista o valor da referida contratação, demonstrando uma economia ao erário público”. Os cálculos do Paço Municipal apontam que o impacto financeiro da “redução de afastamentos, considerando uma média de R$ 210,01 (custo do servidor afastado por dia), representa uma economia de R$ 8.244.728,59 para os cofres públicos, já que o total de dias indeferidos é 39.259”. Esse valor é referente às perícias realizadas entre os dias 7 de abril , com o começo dos trabalhos do Sesi, a 30 de junho.
Além das reclamações, a contratação da entidade é alvo de questionamentos judiciais. No dia 23 de junho, a vereadora Aava Santiago (PSDB) notificou o Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou investigação sobre a atuação do Sesi e denunciou ao Ministério Público de Contas (MPC) o acordo entre as partes, para verificar “a legalidade e a economicidade da terceirização dos serviços, especialmente diante da existência de estrutura interna na própria prefeitura para exercer essas funções”.
Nesta semana, o deputado estadual Mauro Rubem (PT) ingressou com ação popular pedindo a suspensão do acordo entre Sesi e Prefeitura. A alegação é de que o Paço forçou a necessidade de contratação e fez acordo com entidade que possui ligação com o prefeito Sandro Mabel (UB).
Mabel foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) até dezembro, sendo substituído pelo seu vice-presidente, André Rocha. O Sesi é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que integra a Fieg, mas com autonomia administrativa e operacional. O Paço informa que “a celebração do convênio com o Sesi foi realizada a partir da análise jurídica de todos os documentos em processo administrativo próprio sujeito ao crivo da Procuradoria-Geral do Município e das Unidades de Controle Interno, não se constatando quaisquer vícios de legalidade”.
Já o Sesi considera que as contratações firmadas pela entidade “obedecem a critérios técnicos, com foco em sua missão institucional: promover a qualidade de vida do trabalhador da indústria e o desenvolvimento social”. Reforça ainda que “há mais de 70 anos em Goiás, a instituição oferece serviços e programas nas áreas de educação, saúde e lazer, além de estimular a responsabilidade social nas empresas”. Presidente da Comissão Especial de Direito Administrativo Sancionador da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Alexandre Martins, a contratação da entidade pode ser feita pela Prefeitura, se houve a indicação da inviabilidade de concorrência.
Para Martins, o Sesi tem uma atuação inconteste de sua expertise sobre as perícias médicas e, como não há uma secretaria ou órgão específico da Prefeitura, e, sim, uma junta formada para a realização do serviço, não seria possível o entendimento de uma dupla contratação. “O Sesi, como o Senai, tem autonomia administrativa, mesmo que vinculada à Fieg. Não entendo que possa haver essa relação de ilegalidade pelo prefeito ter presidido a entidade, nem mesmo alguma relação imoral”, afirma o advogado sobre o argumento da contratação do Sesi ter sido feita sem licitação, supostamente favorecendo a entidade com ligação à antiga função do atual prefeito.
Paço diz reestruturar junta municipal
Uma das críticas recebidas pela Prefeitura de Goiânia quanto à contratação do Serviço Social da Indústria (Sesi) para a realização de perícias médicas dos servidores municipais é o fato de já ter uma Junta Médica Municipal, ou seja, não haveria a necessidade das. Segundo a ação popular proposta pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT), o contrato se deu a partir de um trabalho de desestruturação da junta médica, o que forçaria a contratação da entidade do Sistema S. O Paço Municipal, no entanto, informa que, em relação ao não fortalecimento da sua própria junta médica, em vez de terceirizar o serviço, encontra-se “em andamento a reestruturação da Junta Médica do Município com a construção de um espaço adequado e consultórios equipados para abrigar a unidade, assim como o reforço de pessoal para atendimento da demanda de licenças no município”.
Atualmente, atuam na Junta Médica Municipal 17 médicos peritos e 15 servidores em funções de apoio e administrativos. Pelo Sesi, são 28 médicos, entre psiquiatras, do trabalho e coordenador, uma enfermeira e 12 técnicos de enfermagem. Pelo contrato, a entidade não realiza perícia em atestados com menos de três dias de pedido de licença médica e também não atua nos documentos mais antigos, que estavam represados na junta municipal. Segundo a Prefeitura, até abril deste ano, quando o contrato com o Sesi foi assinado, a junta médica acumulava uma demanda represada de cerca de 6,8 mil processos. Atualmente, este número soma 8.648 processos, ou seja, mesmo com a divisão dos trabalhos com a entidade, a junta não reduziu a demanda reprimida de análise de atestados, o que era um dos argumentos para a contratação do Sesi.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Goiânia (Sindigoiânia), Ronaldo Gonzaga, a contratação do Sesi é vista como um dinheiro público jogado fora, de modo que a junta médica deveria ser reestruturada e valorizar o trabalho dos servidores. “Tenho uma relação muito boa com o prefeito e todos da Prefeitura, mas já falei que não faz sentido gastar com isso, que já temos pessoal suficiente para isso. Deixaram a junta ociosa para gastar dinheiro com isso”, afirma o sindicalista. Ele lembra ainda que o serviço tem sido alvo de reclamações dos servidores por diversos motivos, especialmente com relação ao modo de tratamento recebido pelos funcionários municipais.
Gonzaga afirma que, após participar de discussões acerca da data-base dos servidores municipais, o Sindigoiânia deverá se dedicar mais em relação ao contrato da Prefeitura com o Sesi e as reclamações dos usuários. Um dos pontos é o desconto nos salários, já que haveria demora na análise dos atestados, cujo resultado ocorre com a licença já exercida e, por isso, uma redução do tempo resulta em falta no trabalho, o que causa uma redução salarial no mês seguinte desses servidores.
Sobre a reclamação dos servidores, a Prefeitura considera que os servidores podem registrar suas reclamações no canal oficial da Ouvidoria Geral. “Após o registro, as demandas são encaminhadas à Secretaria Municipal de Administração (Semad), que repassa as informações à Diretoria de Saúde Ocupacional (DIRSAU). Em seguida, a DIRSAU envia as reclamações ao Sesi para que a instituição apresente sua manifestação formal. Todas as ocorrências são analisadas e tratadas individualmente, com medidas corretivas adotadas sempre que a contratada não cumpre as condições previstas em contrato.” Gonzaga afirma que, de fato, os servidores não estão satisfeitos pelo serviço do Sesi, mas não entende que isso tenha relação com o resultado das perícias.
“O que mais temos recebido de reclamação é o mal entendimento, não respeitam os servidores. Mas sobre o resultado das perícias, não mudou nada, muita coisa é reconsiderada depois”, afirma Gonzaga. Segundo o Sesi, as avaliações são realizadas por médicos especialistas (com RQE/CRM), seguindo critérios técnicos e éticos. “Cada caso é analisado individualmente, com base nos laudos e na documentação apresentada. O contrato prevê que a Prefeitura de Goiânia acompanhe de perto os serviços realizados pelos profissionais do Sesi, o que tem sido feito de forma contínua. Ambas as partes se reúnem frequentemente para avaliar os serviços e, em situações de reclamações, os casos são tratados individualmente”, informa a entidade.
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Partos estão suspensos na Maternidade Célia Câmara
O drama das maternidades municipais de Goiânia ganhou mais um capítulo nesta semana. Os partos – normais e cesáreas – estão suspensos no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC). A paralisação aconteceu depois que o serviço de anestesiologia da unidade de saúde foi interrompido, na última quarta-feira (2), devido a dívidas acumuladas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que gere as três maternidades públicas da capital, com médicos.
Nesta sexta-feira (4), o cenário se agravou ainda mais, já que a Fundahc informou que, a partir das 7 horas da próxima segunda-feira (7), estarão suspensos parte dos serviços prestados pelas maternidades Dona Iris e Nascer Cidadão. De acordo com a fundação, “as medidas se dão devido à interrupção no fornecimento de insumos e serviços essenciais, situação provocada pela inadimplência nos pagamentos de contratos com fornecedores e prestadores de serviços”.
Os atendimentos prestados pelas maternidades municipais acontecem de forma deficitária há quase dois anos – e de maneira mais intensa há um ano – por conta de uma dívida milionária acumulada por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que afeta diretamente o oferecimento de serviços. O anúncio da interrupção da atividade de anestesiologia na Fundahc foi feito nesta quinta-feira (3).
De acordo com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO), a interrupção do serviço se deu pela inexistência de contrato entre a cooperativa e a Fundahc, já que o último venceu no final de 2024 e nenhum novo documento foi assinado. Apesar de não especificar um valor, a Coopanest-GO afirma que a Fundahc deve quantias referentes aos meses de julho a outubro de 2024 e de fevereiro a abril de 2025.
A cooperativa defende que, mesmo com os débitos, manteve o atendimento para não desassistir a população. Entretanto, mais recentemente, a situação teria alcançado um patamar classificado como “insustentável”. Em nota, a Coopanest-GO reforçou que “após inúmeras tratativas infrutíferas entre as instituições, a Fundahc foi formalmente notificada da decisão no dia 25 de junho”.
A ausência de anestesiologistas impede que o principal serviço da Célia Câmara, a execução de partos , seja realizado. O POPULAR conversou sobre o assunto com profissionais que atuam na unidade de saúde e preferiram não se identificar. De acordo com eles, a estimativa é de que a unidade fazia, em média, 20 partos por dia e que, desde quarta, o fluxo de pacientes na maternidade diminuiu drasticamente.
Em nota, a Fundahc admitiu que os partos ficam inviabilizados na unidade porque “mesmo os partos naturais podem demandar intervenção cirúrgica, o que exige suporte anestésico imediato” e que “por essa razão, os atendimentos obstétricos estão sendo redirecionados”.
Questionada, a superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da SMS, Paula dos Santos Pereira, explicou que as gestantes em trabalho de parto que chegam na Célia Câmara estão sendo redirecionadas para a Dona Iris e a Nascer Cidadão. Em contrapartida, os casos que não dependem de anestesiologistas estão sendo enviados para a Célia Câmara. “Internações de mulheres, gestantes ou não, que não precisam de procedimentos que envolvam anestésicos, por exemplo”, disse.
Entretanto, profissionais que atuam na rede municipal contam que as outras duas maternidades já operam com uma sobrecarga de pacientes, especialmente a Dona Iris, que cuida de casos de alta complexidade. Segundo eles, a situação é ainda mais preocupante quando se considera o fato de que o número de procedimentos que precisam de anestesia é maior do que os que não precisam.
O anúncio da redução de serviços a partir da próxima segunda nas maternidades Dona Iris e Nascer foi feito justamente em meio a esse contexto de pressão aumentada nas duas maternidades. O clima entre os profissionais que atuam nas unidades de saúde é de tensão, com incerteza sobre o destino das mães e dos bebês que dependem do serviço.
Em nota, a Fundahc explicou que, em todas as maternidades, o atendimento de porta será restrito a casos de urgência e emergência, conforme protocolos de classificação de risco (fichas vermelha, laranja e amarela) e apenas para avaliações obstétricas. Não serão admitidos novos pacientes encaminhados pela Central de Regulação Municipal e serão suspensos os atendimentos ambulatoriais (consultas, exames e cirurgias eletivas).
A fundação ainda destacou que não haverá impacto aos pacientes internados nas três maternidades e às gestantes com atendimento pré-natal iniciado. Sobre o assunto, a SMS comunicou que irá reavaliar os fluxos de regulação da rede para assegurar atendimento às gestantes, crianças e puérperas.
Dívida
A possível paralisação dos atendimentos na Nascer Cidadão e na Dona Iris expõe a profundidade da crise financeira vivida pelas maternidades. A Coopanest-GO, por exemplo, também presta serviços na Nascer Cidadão e afirma que não recebe da fundação desde setembro de 2024. Como o contrato em questão está vigente, os médicos continuam trabalhando, mesmo sem perspectiva de quando irão receber. Segundo a cooperativa, a Fundahc ainda não apresentou nenhuma solução sobre a quitação das dívidas da Célia Câmara e da Nascer Cidadão .
Em nota, a Fundahc esclareceu que, após uma reunião com a Prefeitura de Goiânia, a fundação apresentou aos fornecedores e prestadores de serviço das três maternidades públicas da capital a intenção de negociação proposta pela Prefeitura para os valores em aberto. Durante as reuniões, que aconteceram na manhã desta quinta no auditório da Dona Iris, “os representantes das empresas presentes assinaram documentos com suas manifestações, os quais serão levados ao conhecimento do prefeito para deliberações”.
A fundação ainda enfatizou que “não houve repasse financeiro da Prefeitura de Goiânia à Fundahc no mês de julho, impossibilitando, também, o pagamento da folha salarial das maternidades”. A SMS argumenta que, somente em 2025, foram repassados cerca de R$ 100 milhões para a Fundahc. Em relação aos repasses de julho, a pasta explicou que o pagamento é feito assim que o Ministério da Saúde repassa aos municípios os recursos de Média e Alta Complexidade (MAC), o que ainda não aconteceu.
No início deste ano, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) aprovou a redução do valor do contrato da Prefeitura com a Fundahc de R$ 20,5 milhões para R$ 12,3 milhões mensais, acordado de forma emergencial e com duração de 120 dias. Para isso, novos planos de trabalho, mais enxutos, foram desenhados para as maternidades. Entretanto, eles ainda não foram aprovados. Dessa forma, não há previsão de quando o contrato emergencial será assinado.
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O HOJE
Riscos de medicamentos falsificados crescem com comércio online
Especialistas alertam para produtos irregulares vendidos na internet e reforçam importância de checar origem, registro e procedência
O uso de medicamentos falsificados representa um dos maiores riscos silenciosos à saúde pública no Brasil. Com a popularização do comércio eletrônico e o aumento das compras pela internet, cresceu também a circulação de remédios adulterados, sem registro sanitário ou procedência segura. Os perigos vão além da ineficácia: há risco real de intoxicação, agravamento da doença e reações adversas graves.
Segundo especialistas, medicamentos falsificados podem conter doses erradas, substâncias tóxicas ou nenhum princípio ativo. Sem passar por controle de qualidade, esses produtos são fabricados, muitas vezes, em condições insalubres e clandestinas. Isso compromete tanto a eficácia do tratamento quanto a segurança do paciente. Além disso, doenças crônicas ou infecciosas podem evoluir de forma silenciosa quando tratadas com substâncias inativas.
Entre os principais sinais de falsificação estão embalagens de baixa qualidade, erros de ortografia, rótulos borrados, lacres violados, ausência de bula ou registro da Anvisa. Alterações de cor, cheiro ou sabor do comprimido também são sinais de alerta. O número de registro na Anvisa deve constar na embalagem, precedido pelas letras “MS” (Ministério da Saúde), e pode ser verificado no site da agência reguladora.
O ambiente virtual ampliou o alcance dos medicamentos irregulares. Promoções excessivamente atrativas, preços muito abaixo da média e sites desconhecidos são sinais comuns de comércio não autorizado. A recomendação é comprar apenas de farmácias licenciadas, com Autorização de Funcionamento da Anvisa (AFE), e sempre exigir nota fiscal. Sites sem identificação clara da empresa responsável devem ser evitados.
A Anvisa também disponibiliza uma lista de estabelecimentos autorizados e canais de denúncia para casos suspeitos. O consumidor que identificar um possível medicamento falsificado deve interromper imediatamente o uso, guardar a embalagem e a nota fiscal e procurar a Vigilância Sanitária local. Em caso de reações adversas, a orientação é buscar atendimento médico o mais rápido possível.
Além do risco direto à saúde, o mercado de medicamentos falsificados movimenta bilhões em todo o mundo e está frequentemente ligado ao crime organizado. A fragilidade na fiscalização e a informalidade do comércio eletrônico criam brechas para que produtos sem qualquer controle sejam distribuídos em larga escala.
Saber identificar um produto original, conhecer os canais seguros de compra e desconfiar de promessas milagrosas são passos fundamentais para garantir a segurança no uso de medicamentos. O acesso à saúde passa, também, pela proteção contra fraudes — e, nesse campo, a vigilância do consumidor é tão importante quanto a ação das autoridades sanitárias.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg promove roda de conversa sobre gestão de conflitos com profissionais de RH e Enfermagem
Escrito por AdministradorNo dia 3 de julho, a Ahpaceg promoveu uma roda de conversa voltada a gestores de Recursos Humanos e Enfermagem das instituições associadas. O encontro, organizado pela coordenadora de Educação Continuada da Associação, Madalena Del Duqui, foi conduzido pela psicóloga Analice Arruda Vinhal, referência em mediação de conflitos e práticas colaborativas.
O objetivo da iniciativa foi oferecer um espaço de troca de informações, reflexão e fortalecimento dos conhecimentos sobre os desafios enfrentados pelos profissionais que atuam diretamente com a gestão de pessoas em ambientes hospitalares.
Durante a conversa, Analice abordou estratégias para o manejo construtivo de conflitos no ambiente organizacional, ressaltando que o conflito, por ser parte da condição humana, não necessariamente se resolve, mas se dissolve quando enfrentado com diálogo, corresponsabilidade e cooperação.
“Tentar gerenciar conflitos sem as ferramentas adequadas será um esforço em vão. É preciso preparo para construir soluções em conjunto”, destacou a psicóloga, que é doutora em Psicologia pela PUC Goiás, mestre em Ciências da Família pela Brigham Young University (EUA) e graduada em Psicologia pela University of Utah (EUA).
Analice Arruda Vinhal também é vice-presidente do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família) Seccional Goiás, professora universitária e especialista em diversas áreas, como Psicologia Jurídica, Terapia Familiar, Mediação e Práticas Colaborativas e sua atuação envolve ainda a formação de profissionais em cursos de pós-graduação e certificações internacionais na área.
Durante o encontro, os participantes compartilharam experiências do dia a dia e refletiram sobre o impacto das relações interpessoais nos resultados institucionais. A palestra provocou importantes questionamentos sobre a postura dos líderes diante de situações delicadas na gestão de equipes em cenários de alta complexidade, como os hospitais.
A roda de conversa revelou o quanto espaços de diálogo fazem diferença para quem lida com equipes em ambientes exigentes como os hospitais. A realização de eventos como esse faz parte da programação educativa da Ahpaceg, que está sempre atenta à atualização dos gestores e profissionais que atuam no setor de saúde de alta complexidade.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Profissionais da saúde protestam por melhores condições trabalhistas em Aparecida e Anápolis
Mãe de filho atípico denuncia dificuldade de atendimento durante reunião que impediu redução salarial de médicos
Mais de 20 milhões de beneficiários do sistema de saúde brasileiro são atendidos por cooperativas
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, quase o dobro da inflação
https://www.apm.org.br/planos-de-saude-sobem-327-em-18-anos-acima-da-inflacao-no-periodo/
Estudo aponta riscos e oportunidades da criação de Agência Única de Avaliação de Tecnologias em Saúde
Por que o número de diagnósticos de autismo está aumentando?
O HOJE
Profissionais da saúde protestam por melhores condições trabalhistas em Aparecida e Anápolis
Os trabalhadores reivindicam pagamento de salários atrasados e regularização da progressão salarial
Na manhã desta quinta-feira (03/07), o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde Goiás (Sindsaúde-GO) se reuniu em frente à Prefeitura de Aparecida de Goiânia para reivindicar melhores condições trabalhistas. A partir do prédio, o grupo seguiu em direção à Secretaria Municipal de Saúde, em carreata pelas ruas da cidade. Os manifestantes permaneceram no local ao longo do dia. O ato, compartilhado na rede social do sindicato, foi de denúncia contra as condições de trabalho atualmente enfrentadas pelos profissionais da saúde.
A manifestação desta manhã faz parte de um conjunto de reivindicações do sindicato que também se reuniu em Anápolis, na tarde desta quarta-feira (2). No primeiro ato, o grupo se reuniu em frente à Prefeitura Municipal e partiu “em caminhada de protesto pelas ruas do centro da cidade, reforçando o apelo por respeito e valorização profissional”, conforme também publicação na rede social do sindicato.
Ao fim da assembleia em Anápolis, ficou definida a realização de uma paralisação no dia 8 de julho (terça-feira), a partir das 8h, como forma de pressionar o poder público a atender as demandas da categoria.
Reivindicações dos profissionais da saúde
O foco central da paralisação desta quinta (3) foi a resolução de uma problemática de longa data. Em nota exclusiva ao O Hoje, o Sindsaúde-Go denunciou que servidores estão há um ano e sete meses sem receber as progressões de carreira. Os servidores também estão há quatro meses sem o pagamento do retroativo do piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), mesmo com recursos federais já repassados.
Em Aparecida de Goiânia, a diretora do Sindsaúde-GO, Sirley Braga, afirma que a categoria está há mais de um ano sem a progressão salarial. Esse é um documento que estabelece os valores de remuneração para diferentes cargos e níveis dentro de uma estrutura de saúde.
Segundo a diretora, a progressão do plano de carreira de 2% dos servidores dos SUS está atrasada desde janeiro de 2024 e sem perspectiva de regularização.
Promessas vazias
Em nota ao Hoje, o Sindsaúde-GO revelou que foram realizadas, anteriormente, tentativas de resolver as pendências. Porém, apesar das promessas, as reivindicações não foram atendidas. Confira um trecho da nota do sindicato, na íntegra:
Em Anápolis, o Sindsaúde chegou a se reunir com o prefeito Márcio Corrêa, no dia 6 de maio, que se comprometeu a apresentar uma proposta de quitação dos débitos com os trabalhadores após o dia 19 de maio. No entanto, passados mais de 40 dias, não houve retorno, não foi estabelecida mesa de negociação e não houve qualquer sinalização de cumprimento do compromisso assumido. Por esse motivo, decidimos pela paralisação das atividades no município na próxima terça-feira, 8 de julho. No município, também reivindicamos a atualização do piso salarial e a correção da tabela salarial dos agentes.
Em Aparecida de Goiânia, nos reunimos com o prefeito Leandro Vilela, em abril, que, embora tenha acolhido nossas demandas, não apresentou nenhuma proposta concreta. Após delegar estudos sobre o impacto financeiro aos seus secretários, o prefeito e sua equipe deixaram de atender ligações e de responder às entidades representativas dos trabalhadores.
A falta de diálogo e de compromisso com a saúde pública tem deixado os profissionais sem alternativas, levando-nos a mobilizar a categoria para cobrar respeito e valorização.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) informa que continua dialogando abertamente com todas as categorias para discutir quaisquer reivindicações apresentadas.
A redação do O Hoje tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, mas não obteve retorno.
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JORNAL OPÇÃO
Mãe de filho atípico denuncia dificuldade de atendimento durante reunião que impediu redução salarial de médicos
Mãe relatou que precisa pegar oito ônibus por dia para levar o filho à fisioterapia
Kleydes Ferreira cuida do filho de 30 anos que tem paralisia cerebral e autismo. Ela denunciou a dificuldade que enfrenta para o tratamento do filho durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde que impediu a redução salarial de médicos credenciados na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, na última quarta-feira, 2.
Ela depende do transporte público para levar Lucas, que é cadeirante, à fisioterapia. Kleydes relatou que precisa pegar oito ônibus por dia, isso porque mora no Setor Buena Vista e só conseguiu médico no Setor Jaó. O trajeto pode chegar a quase duas horas de ônibus. “Eu cruzo a cidade todinha de ônibus”, disse ela em vídeo que circula nas redes sociais.
Sobre a redução salarial, Kleydes afirma, no vídeo, que é um retrocesso. “Eu tenho um grupo de 720 mães atípicas. Nós vamos bater tanto lá na frente da Prefeitura que o prefeito vai se arrepender”, disse e foi aplaudida por quem acompanhava a reunião.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que retirou de pauta o novo credenciamento médico. A secretaria irá dialogar com as unidades representativas da categoria e reenviar proposta ao Conselho Municipal de Saúde.
Redução foi impedida
Com a reunião, uma resolução foi publicada impedindo a redução nos valores pagos por plantões na rede municipal. Com a movimentação da categoria, a Secretaria de Saúde, então, retirou essa redução da pauta do Conselho Municipal de Saúde.
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O GLOBO
Mais de 20 milhões de beneficiários do sistema de saúde brasileiro são atendidos por cooperativas
Há também organizações formadas por profissionais como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas
Números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dão conta de que, de 52,3 milhões de pessoas com planos de saúde no Brasil, mais de 20 milhões estão em cooperativas. O Sistema Unimed responde pela maior parte dessa fatia, mas o cooperativismo na saúde vai além, alcançando outros braços do atendimento assistencial.
Coordenador de Ramos da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Hugo Andrade observa que o país também se destaca no cenário global com a Central Nacional de Cooperativas Odontológicas (Uniodonto), no segmento de planos odontológicos, dona de 17% do mercado e considerada a maior do mundo.
O sistema nasceu em 1972, com a criação de duas cooperativas odontológicas: uma em Santos (SP) e outra no Vale do Taquari (RS). Hoje, são 117 cooperativas em todos os estados, com 20 mil dentistas e 3,3 milhões de pacientes.
Citando dados da ANS, o presidente da Uniodonto, José Alves de Souza Neto, diz que operadoras de planos odontológicos têm uma sinistralidade de 45%. A cada R$ 100 pagos pelos usuários, R$ 45 vão para o custeio dos atendimentos - principalmente honorários dos profissionais - e o restante vai para despesas e resultados da operadora. Nas cooperativas, 60% vão para os profissionais.
- As empresas miram o lucro e acabam sacrificando a rede prestadora e o cliente. Na cooperativa, procuramos manter um tripé equilibrado, dando sustentabilidade ao coletivo e remunerando melhor o profissional.
Outro segmento relevante são as cooperativas de especialidades médicas e de profissionais: fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. A Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) reúne 38 entidades do país, somando 20 mil médicos.
Comum em algumas especialidades, como a de anestesiologia, o modelo de atuação via cooperativa é recorrente em regiões como Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), onde boa parte dos hospitais contrata cooperados.
Diretor-presidente da federação, Sérgio Murta lembra que as primeiras cooperativas profissionais nasceram na década de 1990.
- O médico atendia num hospital, mas às vezes o pagamento demorava a sair. Quando o valor chegava, era menor do que o previsto. A cooperativa veio como uma solução, unindo a categoria - afirma.
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PORTAL APM
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, quase o dobro da inflação
O custo dos planos de saúde no Brasil disparou nos últimos 18 anos, acumulando uma alta de 327% entre 2006 e 2024 - quase o dobro da inflação oficial do período, de 170%, medida pelo IPCA. Os dados foram revelados em estudo do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps), divulgado pelo jornal O Globo neste domingo (29).
O levantamento, elaborado a partir de estatísticas do IBGE, indica que os planos de saúde se tornaram o item que mais pressiona os gastos com saúde e cuidados pessoais na cesta de consumo dos brasileiros.
O objetivo era olhar o quanto está saindo do bolso e sendo pago por famílias e empresas ao longo do tempo comparado a outros itens da cesta de consumo", explicou Vinicius Peçanha, economista e um dos autores do estudo.
A pesquisa mostra que o aumento dos preços dos convênios supera com folga o de outros setores essenciais: alimentos e bebidas subiram 276% no mesmo intervalo; educação, 203%; habitação, 176%. Já serviços médicos e dentários acumularam 233% de alta, enquanto os laboratoriais e hospitalares ficaram em 179%.
Regulação desigual
Enquanto os planos individuais têm reajuste limitado pela ANS - com teto de 6,06% para 2025 - , os coletivos, que atendem a maioria dos beneficiários, não seguem essa limitação. Essa brecha tem levado muitos consumidores a migrar para contratos coletivos por adesão, mais vulneráveis a aumentos abusivos.
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirmou que os custos em saúde crescem, em todo o mundo, a taxas superiores à inflação média da economia, e que análises sobre comprometimento da renda devem considerar outros fatores, como a variação da renda do trabalho e a troca de planos.
O estudo do Ieps alerta, no entanto, que, mantida a tendência, o acesso à saúde privada pode se tornar inviável para milhões de brasileiros, aprofundando desigualdades e ampliando a demanda sobre um Sistema Único de Saúde já sobrecarregado.
Custo elevado e acesso comprometido
Hoje, cerca de 72% dos 52,3 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil estão vinculados a contratos coletivos empresariais. Para Peçanha, além da incorporação de novas tecnologias e mudanças demográficas - como o envelhecimento da população - , há fatores estruturais que explicam a escalada dos custos, incluindo ineficiências regulatórias e a própria lógica dos reajustes autorizados por órgãos reguladores.
O Brasil tem gasto privado per capita de saúde muito mais alto do que a renda per capita, e muito disso vem do plano de saúde. O aumento acelerado dos preços pode tornar o mercado proibitivo para parte da população e pressionar mais o SUS", alertou.
O advogado Marcos Patullo, especializado na área, aponta que esse cenário se repete com frequência entre aposentados. "Temos clientes em que o benefício do INSS vai quase inteiro para o plano, e os familiares precisam ajudar a fechar o orçamento", relatou.
Empresas também sentem o impacto
Segundo Marcelo Borges, diretor executivo da consultoria Mercer Marsh, que assessora cerca de 5 milhões de usuários de planos coletivos empresariais, o impacto nos custos corporativos é direto. "O plano já representou 7% da folha de pagamento. Hoje é o segundo maior custo, chegando a 15,79% em 2024", disse.
A conta, afirma ele, é composta por dois fatores: o perfil de uso dos usuários e a chamada inflação médica - que reflete aumentos em insumos, equipamentos e frequência de utilização. "Empresas que não investem em prevenção e gestão da saúde ocupacional acabam pagando mais", afirmou.
Judicialização e incorporação de terapias pressionam preços
Bruno Sobral, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), reconhece que o problema é global, mas ressalta: "A tecnologia em saúde não substitui a anterior, ela se agrega. Isso tem um custo". Ele também aponta a judicialização da saúde como um fator que dificulta o planejamento financeiro das operadoras.
Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), lembrou que os tratamentos atuais são muito mais caros do que há duas décadas. "Em 2006, um exame de ressonância custava R$ 1 mil. Hoje, há medicamentos que custam R$ 20 mil por caixa", exemplificou.
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SAUDE BUSINESS
Estudo aponta riscos e oportunidades da criação de Agência Única de Avaliação de Tecnologias em Saúde
Publicação do IESS aponta benefícios da centralização para operadoras de planos de saúde, mas alerta para riscos como burocratização e perda de autonomia regulatória.
A proposta de criar uma Agência Nacional de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ANATS) tem ganhado espaço no debate sobre a regulação da saúde no Brasil. Um novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), parte da série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, analisa os potenciais efeitos da centralização das decisões sobre medicamentos, tratamentos e dispositivos médicos — especialmente no setor suplementar.
Atualmente, o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é fragmentado entre diferentes órgãos federais:
Conitec, que avalia novas tecnologias para o SUS;
Cosaúde, da ANS, que atualiza o rol da saúde suplementar;
Anvisa, responsável por liberar medicamentos e dispositivos;
CMED, que regula os preços de medicamentos.
Essa estrutura dispersa gera sobreposição de funções e decisões descoordenadas. A proposta da ANATS busca unificar esses processos, oferecendo mais agilidade, previsibilidade e eficiência.
Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, a medida pode trazer ganhos para as operadoras: “A centralização pode oferecer mais clareza e critérios uniformes, o que facilita a gestão de custos e a negociação com fornecedores.” Ao mesmo tempo, ele alerta para riscos como burocratização, perda de autonomia do setor suplementar e foco excessivo nas demandas do SUS.
Desafios de integração entre sistemas
O estudo destaca que alinhar os sistemas público e privado exige cautela. Um exemplo é a Lei nº 14.307/2022, que determinou a incorporação automática na saúde suplementar de tecnologias já aprovadas para o SUS. A medida expôs as dificuldades de integrar dois sistemas com estruturas e lógicas distintas.
Segundo especialistas que participaram das discussões promovidas pelo IESS, como o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, a ANATS deve funcionar como um centro de inteligência em saúde — e não apenas como um órgão de incorporação tecnológica. A agência precisa refletir as prioridades da população, respeitar as diferenças entre os setores e avaliar a viabilidade prática de cada decisão.
Referências internacionais e caminhos possíveis
Modelos adotados em países como Canadá, Reino Unido e Austrália mostram que uma estrutura centralizada pode funcionar bem, desde que conte com autonomia técnica, financiamento estável e diálogo contínuo entre os setores público e privado.
“A saúde suplementar precisa de segurança regulatória, mas também de capacidade de inovar. Uma agência única só será bem-sucedida se conseguir equilibrar esses objetivos”, conclui Cechin.
O estudo completo está disponível no site do IESS.
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Por que o número de diagnósticos de autismo está aumentando?
No Brasil, é crescente o debate em torno do número de diagnósticos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Nas escolas, por exemplo, as matrículas de alunos com TEA cresceu 44% de 2023 para 2024, segundo o Censo Escolar 2024, divulgado este mês pelo Ministério da Educação.1 Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, conforme o relatório publicado em abril de 2025, apontam que 1 em cada 31 crianças de 8 anos nos Estados Unidos está no espectro do autismo. Esta é a maior prevalência já registrada na série histórica do CDC, superando a taxa anterior de 1 em cada 36 crianças e correspondendo a mais de 3% da população estudada2.
Esse aumento alimenta a impressão de que o transtorno estaria se tornando mais comum — mas é preciso analisar esse quadro com cautela, pois trata-se de um aumento na prevalência (número total de casos existentes), e não na incidência (número de novos casos). Dados do Censo Brasileiro 2022, informam que mais de dois milhões de brasileiros declararam ter recebido o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autista (TEA). O número (2,4 milhões de pessoas) equivale a 1,2% da população. O dado considera somente quem relatou ter diagnóstico realizado por profissionais de saúde3.
Observa-se que, embora hoje os diagnósticos de transtorno do espectro do autismo sejam mais frequentes do que no passado, os dados disponíveis sugerem que isso pode estar mais relacionado a mudanças importantes tanto no conhecimento sobre o TEA quanto na estrutura de saúde e educação do Brasil, do que a um fenômeno de hiperdiagnóstico. Na base desse fenômeno, podemos identificar:
Critérios diagnósticos mais amplos, abrangendo perfis que antes ficavam fora do espectro, como síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TID-SOE ou PDD-NOS).
Capacitação crescente dos profissionais, permitindo detecção precoce e mais precisa do TEA, facilitando o diagnóstico e o acesso a tratamentos adequados
Maior acesso aos serviços de saúde, que permite que mais crianças e adolescentes sejam avaliados precocemente.
Sensibilização das famílias e sociedade a respeito do tema, promovendo busca ativa por diagnóstico.
A consequência direta desse cenário é o aumento da demanda por atenção e monitoramento especializado, acompanhada por uma expansão dos serviços públicos e privados da oferta de cuidados. Um exemplo relevante é a inauguração recente de unidades municipais de autismo na cidade de São Paulo, que oferece apoio e atendimento especializado a crianças diagnosticadas, marcando um avanço importante no acesso ao cuidado no sistema público.
No setor privado, surgem novos modelos de cuidado, como o das clínicas especializadas que adotam uma abordagem de jornada integral para pessoas com TEA e suas famílias. O formato implementado recentemente pela Dasa em São Paulo, por exemplo, aposta num sistema interdisciplinar integrado: neuropediatras, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, psicopedagogos e psicomotricistas que atuam de maneira articulada, construindo juntos um plano terapêutico individualizado para cada paciente. Além disso, há articulação direta com a escola e suporte estruturado às famílias desde o momento da avaliação, promovendo continuidade e eficiência no tratamento.
A demanda ampliada por diagnósticos trouxe o crescimento e a necessidade de especialização da mão de obra envolvida nessa assistência. O desafio passa a ser garantir não só o aumento do acesso ao diagnóstico, mas principalmente a oferta de um acompanhamento qualificado, efetivo e humanizado, capaz de garantir desenvolvimento e inclusão.
Devemos enxergar esse cenário como um copo cheio: celebrando os avanços conquistados e reconhecendo os esforços contínuos para estruturar uma rede de cuidado mais abrangente, humana e integrada. O transtorno do espectro do autismo, quando identificado precocemente e acompanhado por uma abordagem qualificada, possibilita atuação no desenvolvimento das potencialidades individuais. Nosso compromisso, enquanto sociedade, profissionais da saúde e gestores públicos, deve ser transformar cada diagnóstico em um ponto de partida para uma vida com mais oportunidades, autonomia e respeito.
*Fabiane Minozzo, gerente de práticas assistências da Dasa.
Referências:
1 – AGÊNCIA GOV. Crescem matrículas de alunos com Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: www.agenciagov.ebc.com.br. Acesso em: 02 maio 2025.
2- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevalence and Early Identification of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 4 and 8 Years — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 16 Sites, United States, 2022. MMWR Surveillance Summaries, Atlanta, v. 74, n. SS-2, p. 1-20, abr. 2025. Disponível em: www.cdc.gov. Acesso em: 27 maio 2025.
3 – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2022: 2,4 milhões de pessoas de 2 anos ou mais se declararam autistas. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em: agenciadenoticias.ibge.gov.br. Acesso em: 27 maio 2025.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Ministério abre adesão ao programa Agora Tem Especialistas
https://medicinasa.com.br/agora-tem-especialistas/
Hospital Evangélico reduz óbitos e custos com gerenciamento de crônicos
https://medicinasa.com.br/hel-cronicos/
Descentralização da saúde reduz hospitalizações, melhora desfechos e desafoga sistemas
https://medicinasa.com.br/descentralizacao-saude/
Crise afeta salários de médicos e Prefeitura de Goiânia faz reunião sobre novos valores
Morte de criança de 2 anos é investigada após família denunciar erro médico
Uso de IA nas regras de regulação acelera autorizações para operadoras de planos de saúde
Justiça obriga plano de saúde reduzir mensalidade pela segunda vez
Antes de vender para os 60+, é preciso escutá-los de verdade
Especialista fala sobre compliance jurídico no setor médico
Nova resolução da ANS determina prazo de 10 dias para autorização de cirurgias
Plano de saúde terá que informar por escrito motivo para negativa de cobertura; veja outras mudanças
Família diz que filho de 2 anos morreu após erro no hospital de Goiatuba
MEDICINA S/A
Ministério abre adesão ao programa Agora Tem Especialistas
Hospitais, clínicas e empresas privadas ou filantrópicas que prestam serviços de saúde já podem se credenciar para participar do programa Agora Tem Especialistas. Criado pelo governo federal, em parceria com estados e municípios, a iniciativa permite que os estabelecimentos que aderirem ao programa ofereçam atendimento especializado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando para reduzir o tempo de espera da população por cirurgias, exames e consultas na saúde pública.
"Qualquer ente privado pode participar do credenciamento", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao reforçar que as unidades de saúde privadas que não têm dívidas com a União também podem participar da iniciativa, em troca de créditos tributários que poderão descontar de seus impostos.
O programa foca em seis áreas prioritárias - oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia -, mas segundo Padilha, poderá ser ampliado, futuramente, conforme a demanda de estados e municípios. Os primeiros atendimentos devem ocorrer a partir de agosto.
"Teremos uma multiplicidade de serviços, baseada na realidade do sistema local e nas necessidades de saúde de cada região e estado", disse o coordenador do programa Agora Tem Especialista, Rodrigo Oliveira.
De acordo com Oliveira, a meta inicial do programa é ofertar 1,3 mil procedimentos com o apoio da rede privada. Para isso, além de ampliar a oferta dos serviços especializados, o programa prevê turnos estendidos nos hospitais da rede pública e em unidades móveis para levar atendimento às regiões mais remotas, como territórios indígenas e quilombolas, entre outras ações, como mutirões aos finais de semana e feriados.
Um primeiro mutirão a cargo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) acontecerá neste sábado (5). Segundo o presidente da estatal vinculada ao Ministério da Educação, Arthur Chioro, os 45 hospitais universitários da rede Ebserh já confirmaram o agendamento de mais de 1 mil cirurgias; 5,6 mil exames e 1,2 mil consultas.
"Nessas mais de 1 mil cirurgias, teremos absolutamente de tudo, e muitas de grande porte, de forma que o volume [número de procedimentos] não representa a importância da oferta que os hospitais universitários federais estão fazendo", explicou Chioro, adiantando que a Ebserh já tem outras duas atividades de esforço concentrado previstas para ocorrer em setembro e dezembro deste ano.
Modalidades
O credenciamento dos hospitais, clínicas e empresas prestadoras de serviços de saúde interessados em participar do programa podem ser feitos em três modalidades.
Na primeira, para a qual o Ministério da Saúde destinará R$ 2 bilhões anuais para que estados e municípios façam a contratação direta das entidades selecionadas, os responsáveis pelos estabelecimentos deverão informar os serviços especializados que estão aptos a oferecer, por região.
"Assim, será criada uma matriz de oferta, que funciona como uma prateleira de serviços em áreas prioritárias para o SUS", explicou a pasta.
"A partir dessa matriz, os gestores municipais e estaduais poderão realizar a contratação de acordo com a necessidade local ou regional. Subsidiariamente, [as entidades parceiras] AgSUS [Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS] e GHC [Grupo Hospitalar Conceição] poderão contratar os estabelecimentos credenciados não aproveitados pelos gestores locais", informou.
Para a segunda modalidade, o ministério vai disponibilizar R$ 2,5 bilhões por ano para a contratação de serviços privados que reforçarão o atendimento nas unidades de saúde públicas ou conveniadas, preenchendo a capacidade ociosa dos estabelecimentos públicos conveniados ao SUS.
"Para garantir mais consultas, exames, cirurgias eletivas e outros procedimentos, [as empresas contratadas] vão disponibilizar profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos. Também poderão ofertar serviços de telessaúde", explicou a pasta, destacando a expectativa de ampliar em duas a três vezes o número de atendimentos especializados realizados nos estados e municípios.
Por fim, na terceira modalidade de convênios, o ministério vai destinar R$ 1 bilhão para a contratação de 150 carretas dotadas de toda a estrutura necessária para a realização de consultas médicas, exames e pequenas cirurgias.
Segundo o ministério, o objetivo é proporcionar a realização de 4,6 milhões de consultas; 9,4 milhões de exames e 720 mil cirurgias para populações vulnerabilizadas de áreas remotas. Nesses casos, as empresas credenciadas deverão oferecer toda a estrutura e prestar o serviço conforme planejamento a cargo da AgSUS, responsável pela contratação.
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Hospital Evangélico reduz óbitos e custos com gerenciamento de crônicos
Cerca de 41% dos R$ 246 bilhões previstos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias para financiar ações e serviços públicos de saúde (ASPS) e garantir o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2025, é destinado para o tratamento de doenças crônicas. Este percentual de gastos com doentes crônicos é similar, tanto no sistema público quanto no sistema privado.
Para reverter este quadro, o Programa Viva Saúde, implementado dentro do Plano Hospitalar, do Hospital Evangélico de Londrina (HE Londrina), encontrou um caminho eficiente, humano e financeiramente sustentável.
Desde o início do programa, em 2023, foram economizados R$ 2,48 milhões (redução mensal de R$ 207 mil), com o tratamento de doentes crônicos, incluindo a melhoria das condições de saúde dos pacientes e, consequentemente, redução de idas ao pronto-atendimento, de exames e de consultas.
Ao todo, a economia chega a R$ 2.031,31 por paciente em um ano. O número de internações caiu e foram menos 11.979 atendimentos de emergência. A estimativa é que 108 óbitos tenham sido evitados apenas em 2025.
O programa – que acompanha ativamente, neste momento, 1.223 pacientes crônicos apontados como críticos por uma plataforma instalada e que dá suporte aos médicos e enfermeiros – também conseguiu reduzir 2.884 consultas eletivas e mais 23.823 exames eletivos em um ano.
Desde o início do programa Viva Saúde, 72 pacientes de alto risco foram identificados e 60 deles (83,33%), tiveram seu risco diminuído após o início de acompanhamento.
Por ser um Hospital filantrópico, o valor economizado está sendo reinvestido mensalmente em novos serviços, equipamentos de ponta e ampliação do atendimento à comunidade.
Tecnologia, prevenção e cuidado humanizado
O diferencial do programa está na combinação de tecnologia, telemonitoramento, atendimento domiciliar e um cuidado contínuo, personalizado por equipes multiprofissionais. O custo médio anual por paciente crônico caiu de R$ 6.407,12 (antes da implantação do programa) para R$ 4.375,81 – mesmo já considerando o investimento no programa.
As doenças crônicas já são responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil. Metade da população adulta apresenta alguma condição crônica, como diabetes, hipertensão, obesidade, depressão ou doenças cardiovasculares. Mas o Viva Saúde tem mostrado que é possível reverter o agravamento desses casos e garantir mais qualidade de vida.
“A plataforma integra tecnologia, prevenção e uma equipe de cuidados que monitora cada paciente de forma contínua. Isso evita agravos, melhora a qualidade de vida e reduz os custos com tratamentos mais caros”, explica Eduardo Otoni, superintendente da Associação Evangélica Beneficente de Londrina (AEBEL). Segundo ele, estudos mostram que a sobreutilização de recursos diagnósticos e terapêuticos adiciona uma carga financeira significativa ao sistema de saúde.
Além dos 108 óbitos prevenidos, foram 423 internações a menos e 11.979 atendimentos de urgência e emergência prevenidos em um único ano.
A tecnologia utilizada, plataforma PGS/NAGIS, é reconhecida pela International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial. Ela cruza dados clínicos, classifica os pacientes por risco e recomenda ações específicas. Desde janeiro de 2023, mais de 1.700 pacientes foram incluídos no sistema e cerca de 300 já receberam alta.
Resultados acima da média mundial
Enquanto programas de referência internacional como o National Health Service (Reino Unido) e a Kaiser Permanente (EUA) alcançam reduções anuais de 14% a 17% no risco clínico, o Viva Saúde já atingiu 24,37%. Apenas entre os pacientes de alto risco, 83,33% conseguiram reverter o quadro com o acompanhamento.
Outros indicadores também se destacam:
87,86% dos pacientes aderem às orientações clínicas;
19,94% dos pacientes reduziram o Índice de Massa Corporal (IMC) desde o início do programa (dos 1.414 identificados, 282 reduziram IMC);
20,58% dos pacientes com obesidade (IMC acima de 30) conseguiram reduzir o peso e, com isso, controlar doenças como diabetes e hipertensão. Foram 447 identificados (31,61%) e 92 deles reduziram o peso.
Para Wagner Marques, gestor da Nagis Health, o segredo está na personalização: “O software aprende com os dados e ajuda os profissionais de saúde a adaptar os protocolos de cuidado à realidade de cada paciente. É um cuidado inteligente, humano e de resultado”, detalha.
Um modelo para o SUS
Com resultados comprovados, baixo custo operacional e adesão significativa, o Viva Saúde tem se mostrado uma alternativa viável para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente em cidades de médio porte. “Estamos falando de salvar vidas, evitar sofrimentos e ainda economizar recursos. O sucesso do Viva Saúde mostra que é possível fazer mais e melhor com menos”, conclui Eduardo Otoni.
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Descentralização da saúde reduz hospitalizações, melhora desfechos e desafoga sistemas
Uma mudança de paradigma na gestão da saúde ganha força em diversos países e chega ao Brasil: a descentralização da assistência médica. Um relatório inédito, realizado pela consultoria Frontier View com o apoio da Roche Farma, avaliou os resultados dessa forma de gestão do cuidado no Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica.
De acordo com o levantamento, os benefícios desse modelo são evidentes. O Reino Unido teve redução de 12% nas admissões hospitalares em 2022 em comparação com 2019 — o que representa 800 mil internações a menos —, além de queda de 21% em admissões eletivas e de 9% nas emergenciais. Em Singapura, o programa MIC@Home, que leva o cuidado hospitalar para a casa dos pacientes, poupou 7 mil dias de leito até meados de 2023 e aumentou em 40% as teleconsultas. Já na Holanda, a iniciativa Better@Home gerou uma economia anual de 2 milhões de euros e aumentou o acesso ao cuidado remoto em 20%. Na Bélgica, um projeto-piloto para pacientes com insuficiência cardíaca reduziu as readmissões em 15% e diminuiu o tempo médio de deslocamento em regiões rurais de 45 minutos para 15 minutos.
O conceito de descentralização consiste em organizar os serviços de saúde para que os atendimentos ocorram no ambiente de menor complexidade possível, de acordo com a condição clínica, deslocando parte do cuidado para unidades básicas de saúde, ambulatórios ou até a casa do paciente. É uma proposta que visa aliviar a pressão sobre os hospitais, melhorar o acesso e promover uma experiência mais humana e personalizada no tratamento.
O documento apresenta quatro pilares fundamentais para viabilizar modelos de cuidados descentralizados. São eles a políticas públicas e regulação, conectando diferentes níveis de atenção e setores; tecnologia e dados, essenciais para viabilizar o atendimento fora dos hospitais; infraestrutura, que visa estimular prevenção, cuidado domiciliar e remuneração baseada em valor e desfechos, e capacitação de profissionais e engajamento da comunidade, para fortalecer a rede de apoio ao paciente.
Oportunidade para o Brasil
A descentralização do cuidado é especialmente relevante para o Brasil, país de dimensões continentais, marcado por desigualdades regionais e crescente pressão sobre os estabelecimentos de saúde e seus financiadores. “O debate sobre descentralização é indispensável para redesenhar o acesso à saúde no Brasil, aproveitando os avanços em tecnologia e conectividade. Os resultados internacionais mostram que é possível reduzir internações, melhorar a experiência dos pacientes e otimizar recursos públicos e privados”, afirma Cintia Scala, líder de estratégia de dados em saúde da Roche.
O estudo destaca que o Brasil pode adaptar os aprendizados dessas experiências para construir um modelo integrado e sustentável, considerando suas especificidades. O país já conta experiências importantes, como a Estratégia Saúde da Família, que atua a partir de equipes multiprofissionais em territórios definidos, integrando médicos, enfermeiros e agentes comunitários que conhecem de perto as demandas das comunidades e trabalham de forma preventiva e contínua. Outro exemplo relevante é a utilização histórica de escolas, centros comunitários e outros espaços públicos como pontos de vacinação, o que amplia o acesso e facilita a adesão da população às campanhas.
“Precisamos transformar essas experiências em políticas permanentes e estruturadas, pois são fundamentais para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Ao organizar o cuidado próximo da população e otimizar recursos de forma regionalizada, essas estratégias reduzem pressões desnecessárias sobre hospitais, reduzem internações e promovem o uso mais racional e eficiente dos recursos públicos”, avalia José Gomes Temporão, ex-Ministro da Saúde e pesquisador da Fiocruz.
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TV ANHANGUERA
Crise afeta salários de médicos e Prefeitura de Goiânia faz reunião sobre novos valores
TV ANHANGUERA
Morte de criança de 2 anos é investigada após família denunciar erro médico
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REVISTA COBERTURA
Uso de IA nas regras de regulação acelera autorizações para operadoras de planos de saúde
Batizada de "Ymir", tecnologia que usa IA garantiu automação de 95% de uma autogestão
A tecnologia está contribuindo para aumentar a eficiência do setor de autorização de procedimentos de operadoras de planos de saúde. Um "motor de regras", desenvolvido pela Maida Health, para atender a demanda de uma autogestão com 500 mil vidas, garantiu a automação de 95,1% das respostas a pedidos de exames, consultas, internações e outros procedimentos. No total, a plataforma processou 9 milhões de solicitações no primeiro semestre de 2024. Pouco mais de 90% dos pedidos (8,1 milhões) atendiam às regras de uso e foram liberados de imediato. Outros 4,8% eram solicitações equivocadas e foram negadas. Apenas 4,9% dos casos tiveram de ser encaminhados para análise da equipe técnica especializada responsável pelo trabalho.
André Machado
A plataforma usa inteligência artificial e não depende da atuação de equipes de tecnologia para atualização. Em vez disso, o sistema "interage" com bancos de dados da operadora que incluem informações sobre o perfil dos beneficiários, as coberturas garantidas, a utilização do plano e regras de uso. A partir daí, e com uma interface de uso bastante simples, encaminha mensagens automáticas e detalhadas que indicam a autorização, a negação, o bloqueio ou o envio para análise técnica de cada pedido recebido.
"A intervenção humana ainda é essencial, principalmente quando há necessidade de avaliação de um pedido. Mas o ganho de agilidade e a possibilidade de melhorias automáticas, sem necessidade de intervenção do time de tecnologia da operadora, mostram que esse é um novo caminho para quem precisa ganhar eficiência no atendimento sem perder qualidade na prestação do serviço. Claro que sempre é resguardado protocolo técnico e a medicina baseada em evidências, o que traz segurança a todo esse processo", diz o CEO da Maida, André Machado.
No dia a dia, as operadoras convivem com volume gigantesco de pedidos de autorizações. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que em 2023 os 51,4 milhões de beneficiários de planos de saúde brasileiros fizeram mais de 1,7 bilhão de procedimentos (exames, consultas, internações, entre outros). Números referentes a 2024 ainda não foram divulgados. Mas o total de pessoas atendidas pelo setor cresceu - chegou a 52,2 milhões.
Nesse cenário, o desafio das operadoras é preservar a agilidade das autorizações sem aumentar os custos dos processos de avaliação e liberação de cada pedido. Elas precisam ter segurança de que a análise dos pedidos é adequada e não resulta em gastos excessivos, pela liberação de procedimentos de forma equivocada, nem em insatisfação do beneficiário, pelo represamento de demandas que devem ser atendidas.
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Justiça obriga plano de saúde reduzir mensalidade pela segunda vez
Inconformado com os aumentos de mensalidades impostos pela Unimed, o advogado Percival Maricato ajuizou uma ação em 2019, pleiteando a redução de aumentos por cinco anos anteriores (2014 a 2018), de mais de 166% e devolução do que teria sido cobrado abusivamente. A ação foi improcedente em primeira instância e reformada nas superiores. E além da redução da mensalidade, Maricato recebeu devolução dos valores pleiteados, com juros e correção. Os anos se passaram e a Unimed voltou a aumentar mensalidades em 37,88 % correspondentes aos anos de 2020 a 2024. E desta vez, com a inicial elaborada por seu colega de escritório Walter Landio, o advogado voltou ao Judiciário, com os mesmos pedidos: redução da mensalidade e devolução do cobrado irregularmente. E acaba de receber decisão da 45.ª Vara Civil do Fórum Central de São Paulo, dando procedência às duas reinvindicações. Nos anos anteriores ao ajuizamento, a Unimed poderá aumentar o valor segundo a tabela da ANS e por todo o cobrado a mais terá que ser devolvidos ao beneficiário.
Na decisão diz o juiz quanto aos aumentos dispôs que: Logo, não provada a causa justa para a aplicação dos índices de 13,37% no ano de 2021, e de 24,51% no ano de 2023, e diante da discrepância em relação aos índices aplicados pela ANS ao mesmo período, quais sejam, -8,19% e 9,63% (fl. 9), impõe-se a declaração de abusividade, adotando-se, em substituição, o índice admitido pela ANS aos planos individuais, do mesmo período.
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ÉPOCA NEGÓCIOS
Antes de vender para os 60+, é preciso escutá-los de verdade
Seguradora desenvolve produtos exclusivos para o público 60+ a partir de uma imersão real nas necessidades dos adultos mais velhos
No livro "A Revolução Prateada - Ageingnomics ou as oportunidades de uma economia do envelhecimento", os coautores Antonio Huertas e Iñaki Ortega citam dezenas de pesquisas que mostram que o envelhecimento da população é "uma das tendências mais influentes da atualidade".
Ao longo de 240 páginas, eles examinam as oportunidades e os desafios desse fenômeno global, no qual estamos vivendo mais anos com mais qualidade de vida.
Huertas é CEO e chairman global da seguradora espanhola Mapfre - e suas palavras não ecoaram no vazio na empresa que lidera a partir de Majadahonda, nos arredores de Madri.
A filial brasileira, por exemplo, iniciou há alguns anos uma jornada para ouvir, entender as necessidades e oferecer soluções sob medida ao público 60+.
Os primeiros produtos já estão saindo do forno, mas não nasceram de reuniões no sofisticado prédio da empresa, na Avenida Nações Unidas, em São Paulo.
"A gente foi a campo para ouvir, conversar, observar", diz Ivo Kanashiro, 39 anos, superintendente de sustentabilidade da empresa, que me conta sobre a cultura japonesa que aprendeu em casa: ouvir antes de falar.
Em eventos da Coordenadoria da Terceira Idade de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, ele e a equipe ouviram sobre uma dor comum a quem envelhece: manter a independência sem pedir favores nas tarefas cotidianas.
"Então, pensamos: por que não colocamos assistências diferenciadas no seguro residencial para os 60+?", diz Ivo. Instalação de barras de segurança no banheiro e colocação de fitas antiderrapantes são algumas das novidades do produto, que, no momento, está com venda exclusiva para funcionários e familiares. "Estamos colhendo feedbacks e fazendo melhorias antes de levar ao mercado."
Seguindo o mesmo método básico de ouvir antes, nasceu um seguro empresarial voltado para Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
Neste caso, o laboratório de aprendizado foi a rede Terça da Serra, do Grupo SMZTO, que tem 160 unidades próprias e franqueadas, e espera atingir 210 milhões de reais de faturamento este ano, um crescimento de pouco mais de 30% em relação ao ano passado.
"Foi ouvindo os empreendedores que descobrimos que uma das suas maiores preocupações é com a responsabilidade civil", diz Ivo. Lançado em 2024, o seguro ainda é exclusivo para as unidades do Terça, mas Ivo diz que o momento agora é de escalonamento.
"A gente está disposto a aprender", afirma o executivo, que estudou gestão ambiental na USP. E isso passa também por aculturar a própria equipe da Mapfre para o tema da longevidade, com palestras, debates e celebrações de datas como o Dia do Idoso e o Dia dos Avós.
A investida no público 60+ é parte do Plano Estratégico de Sustentabilidade da seguradora, que está ancorado em meio ambiente, social, governança e negócios. "Nossa estratégia tem propósito", diz Ivo.
No livro "Stage (Not Age): How to Understand and Serve People Over 60 - the Fastest Growing, Most Dynamic Market in the World" ("Etapa, não idade: como entender e atender pessoas com mais de 60 anos - o mercado mais dinâmico e que mais cresce no mundo", em tradução livre), Susan Golden, professora da Stanford Business School, diz que as empresas devem envolver os idosos no design de produtos: "Não é razoável pensar que os jovens entendem os desejos e necessidades de um adulto mais velho". A Mapfre e sua equipe de Sustentabilidade estão no caminho certo.
*Maria Tereza Gomes é jornalista, mestre em administração de empresas pela FEA-USP, CEO da Jabuticaba Conteúdo e mediadora do podcast "Mulheres de 50"
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ESTADO DE MINAS
Especialista fala sobre compliance jurídico no setor médico
A advogada especialista em direito médico, Sarah Figueiredo, analisa o debate sobre riscos financeiros e regulatórios decorrentes de falhas em compliance e governança em saúde. Ela enfatiza a urgência da adoção do direito médico preventivo, com contratos personalizados, políticas de integridade e gestão ativa, frente ao alto índice de judicialização na área da saúde no Brasil e às novas exigências regulatórias nos EUA
A Câmara Técnica do Conass intensificou, em 2025, o debate sobre a implementação do Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021–2030, proposta internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltada à redução de danos evitáveis em serviços de saúde. O plano reforça a criação de indicadores estaduais, oficinas práticas e mecanismos de governança para transformar a cultura organizacional dos hospitais e aprimorar a gestão de riscos assistenciais. Essa abordagem priorizaria o fortalecimento de protocolos de prevenção, o que inevitavelmente ampliaria a demanda por assessoramento jurídico institucional, focado em responsabilidade técnica, civil e regulatória.
Paralelamente, um relatório da plataforma VComply revelou que falhas em políticas internas de compliance, má governança contratual e ausência de integração entre departamentos jurídico e clínico estão entre as principais causas de sanções regulatórias e perdas financeiras em instituições de saúde globalmente. Problemas relacionados à privacidade de dados, fraudes em reembolsos, falhas em documentação clínicas e contratos mal redigidos criam um cenário propício à judicialização.
As instituições que vinculam segurança do paciente ao mapeamento jurídico de riscos podem prever falhas críticas e evitar litígios, comenta a advogada e especialista em direito médico, Sarah Georgia de Figueiredo. Ela explica que esse contexto sinaliza a necessidade de adoção urgente de práticas de direito médico preventivo — com ênfase em contratos personalizados, políticas de integridade aplicadas ao setor hospitalar e gestão ativa de riscos legais. “A formalização de contratos com cláusulas preventivas, auditorias jurídicas periódicas e integração entre jurídico e protocolo assistencial é o que garante a sustentabilidade dos hospitais”, afirma.
De acordo com o portal Metrópoles, o Judiciário brasileiro recebe em média 30 novas ações relacionadas à saúde por hora. Sarah argumenta que esse índice alarmante reflete a urgência de adoção do direito médico preventivo em larga escala. Ela defende que a implementação de protocolos legais e contratos bem estruturados podem preservar a reputação das instituições. “O compliance deve estar inserido na rotina das organizações de saúde como ferramenta de gestão e proteção institucional. É preciso prever desde a responsabilidade civil de prestadores até cláusulas específicas de conformidade com normas sanitárias e éticas no ambiente hospitalar”, alerta Sarah.
Sarah Figueiredo, integrante da Comissão Nacional de Direito Médico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secretária-geral da Comissão de Saúde Suplementar da OAB Amazonas e membro da Associação Americana de Direito da Saúde (AHLA), reforça que a ausência de cláusulas bem desenhadas é um dos principais fatores de condenações hospitalares em casos envolvendo erro médico ou omissão institucional. “A responsabilidade civil, os limites técnicos de atuação dos prestadores, a guarda dos documentos médicos, a rastreabilidade de prescrições e os fluxos de consentimento informado devem constar expressamente nos contratos e políticas internas. São dispositivos que funcionam como escudo preventivo frente a ações judiciais ou sanções de órgãos fiscalizadores”, aponta a especialista.
De acordo com uma análise da QX Global Group, os Estados Unidos têm intensificado os mecanismos regulatórios voltados ao setor de saúde. Entre as atualizações mais relevantes estão a ampliação do No Surprises Act para garantir maior transparência na cobrança de serviços médicos, o reforço das normas de cibersegurança para proteção de dados clínicos, a exigência de checagem de antecedentes e a capacitação contínua de profissionais da saúde. Sarah explica que essas atualizações mostram como o compliance em saúde está cada vez mais orientado por um olhar multidimensional. “O No Surprises Act, por exemplo, exige não apenas transparência na relação com o paciente, mas também uma revisão técnica dos contratos, com cláusulas específicas sobre comunicação, cobrança e resolução de conflitos. Esse é o tipo de medida que fortalece tanto a governança clínica quanto a segurança jurídica”, complementa.
Casos de litígio envolvendo médicos contratados diretamente por pacientes também podem evidenciar a necessidade de revisão contratual. Conforme abordado por escritórios especializados, a omissão em definir responsabilidades e critérios de supervisão nos contratos pode expor os hospitais a riscos legais mesmo em relações indiretas. “Conformidade contratual não é luxo, é gestão de risco. A solução está em revisar os vínculos jurídicos de forma preventiva, com cláusulas claras sobre limites de responsabilidade, seguro profissional e critérios de supervisão técnica”, afirma Sarah.
O blog jurídico The Legal Designer reconheceu a advogada Sarah Georgia de Figueiredo por sua atuação de destaque no campo do direito médico, indicando-a como uma das principais referências do Brasil em direito médico. Com uma trajetória de mais de dez anos na advocacia, Sarah recebeu reconhecimento formal da Câmara Municipal de Manaus em 2019 como advogada destaque do município, devido aos resultados obtidos em causas estratégicas de direito condominial e bancário. Conforme a matéria do blog, em 2025 o escritório Duk & Figueiredo foi convidado a integrar o Selo Referência Nacional 2025 da Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação (ANCEC), na categoria Ouro, pelo protagonismo do escritório na área da saúde.
Sarah, que foi líder de um projeto de auditoria interna em um hospital do Amazonas e, atualmente, conduz os processos de transformação digital e implementações de estruturas internas de conformidade e governança do escritório Duk & Figueiredo Advocacia, defende a consolidação de programas de direito médico preventivo dentro das rotinas hospitalares. Ela recomenda a implantação de sistemas que integrem avaliação jurídica de riscos, auditorias, treinamentos e uso de tecnologias para gestão contratual. “É urgente que clínicas e hospitais tratem a prevenção jurídica com o mesmo zelo com que tratam a biossegurança. O papel do especialista em compliance médico é estratégico: promover a longevidade das instituições, proteger seus profissionais e garantir um ambiente de atendimento seguro para todos”, finaliza.
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TRIBUNA ONLINE
Nova resolução da ANS determina prazo de 10 dias para autorização de cirurgias
Beneficiários de planos de saúde que precisam de cirurgias ou internações serão atendidos com mais rapidez.
Continue Lendo
A Resolução Normativa (RN) nº623/2024 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que entrou em vigor na última terça-feira (01), determina que as operadoras aprovem ou neguem as solicitações em até 10 dias úteis. O prazo anterior era de 21 dias. A normativa abrange cirurgias eletivas, procedimentos de alta complexidade e internações eletivas.
A nova resolução vem para evitar agravos à saúde de pacientes, causados por demora excessiva nos retornos às solicitações, explica o presidente da Comissão de Direito Médico da OAB-ES, Eduardo Amorim.
“A nova resolução tenta corrigir uma distorção que existe entre as operadoras ao estabelecer um limite claro de tempo para resposta. É muito comum beneficiários enfrentarem demora excessiva para conseguir autorizações, especialmente de procedimentos de alta complexidade. Em caso de negativa da cobertura, a operadora é obrigada a apresentar os motivos, de forma clara e fundamentada, por escrito e em até 24 horas”.
Além dos novos prazos para resposta, a normativa também determina outras medidas, como atendimento telefônico 24 horas para operadoras de grande porte e geração de protocolo no início de cada atendimento do beneficiário.
Porém, o que muda é o tempo de resposta, não o de garantira de realização da consulta ou procedimento, destaca a advogada especialista em Direito Médico e da Saúde Fernanda Andreão Ronchi.
“O procedimento solicitado deve ser concedido nos prazos estabelecidos pela normativa 566/2022, que dispõe sobre a garantia de atendimento dos beneficiários de plano privado de assistência à saúde no País”.
A advogada também aponta que outras mudanças são necessárias para a melhoria no atendimento dos planos, como simplificação nos processos administrativos.
“É necessário incluir maior uso de tecnologia e padronização dos documentos exigidos pelas operadoras. Muitos beneficiários desconhecem as proteções legais que possuem, sendo que grande parte das queixas envolve atrasos na autorização de exames, de cirurgias e recusa de cobertura para tratamentos ou medicamentos”.
Instituições pedem adiamento
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) defendeu, em nota, o adiamento da normativa 623/2024 por 12 meses, para “garantir ao setor tempo necessário para adaptar sistemas e processos complexos”.
A associação afirma ainda que manifesta preocupação com a ampliação de sanções aplicadas às operadoras “em demandas administrativas que não envolvem atendimento assistencial direto aos beneficiários”.
A entidade também reforça “o compromisso com a sustentabilidade da saúde suplementar, com um ambiente regulatório equilibrado, e com a oferta de um cuidado cada vez mais eficiente e acessível à população”.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) considera que as mudanças definidas pela ANS “qualificam ainda mais o atendimento dos planos de saúde”, mas diz que exigem “complexas alterações operacionais para que a integração dos diferentes canais de atendimento seja feita sem perda da qualidade dos serviços”.
A instituição defende também que “a adoção das novas regras e eventuais sanções pela ANS sejam feitas de forma gradual”, na medida em que a nova norma “mantém aspectos que representam custos para o relacionamento entre as operadoras e seus beneficiários”.
Entenda
O que muda?
A Resolução Normativa nº 623/2024 determina que os planos de saúde aprovem ou neguem solicitações específicas de beneficiários em até 10 dias úteis. O prazo anterior era de 21 dias.
Dentre os pedidos contemplados estão cirurgias eletivas, procedimentos de alta complexidade (PAC) e internações eletivas. A medida foi instituída pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e entrou em vigor em terrirório nacional na terça-feira (01).
Legislação
A Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656/1998) regula o setor no País e é normatizada através de resoluções emitidas pela ANS, que definem aspectos como cobertura obrigatória e reajuste de preços.
Tempo de resposta
A RN 623/2024 determina apenas o tempo de resposta para solicitações específicas, e não os prazos de atendimento integral das coberturas previstas no plano de saúde contratado, discricionados no terceiro artigo da RN 566/2022, publicada no endereço eletrônico www.bvs.saude.gov.br.
Atendimento 24h
Além de prazos claros para resposta, a normativa determina atendimento telefônico 24 horas para operadoras de grande porte, geração de protocolo no início do atendimento e proibição de respostas genéricas às solicitações como “em análise” ou “em auditoria”. Negativas genéricas ou sem justificativa configuram desrespeito à regulação e podem ser objeto de revisão administrativa via ANS.
Negativas por escrito
Em caso de negativa da solicitação, a operadora é obrigada a apresentar, por escrito e em até 24horas, os motivos, de forma clara e fundamentada, para permitir que o beneficiário possa contestar a decisão. Caso os prazos de resposta ou de atendimento não sejam respeitados, o beneficiário pode tomar providências.
Registrando reclamação
É possível registrar uma reclamação diretamente no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da operadora e exigir o cumprimento do prazo, sendo importante guardar o protocolo da solicitação. A documentação detalhada das interações com a operadora é fundamental para o beneficiário.
Procurando ANS
Caso a questão não seja solucionada por vias administrativas com a operadora, o beneficiário pode registrar reclamação através da central telefônica da ANS (0800-701-9656) ou por meio do site oficial da agência: www.ans.gov.br.
Procon ou judicialização
Em situações graves de descumprimento, o beneficiário pode pleitear os direitos junto ao Programa de Proteção de Defesa ao Consumidor (Procon). Também é possível acionar vias judiciais, quando necessário, solicitando medidas urgentes, como liminares para obrigar a execução do procedimento.
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ESTADO DE SÃO PAULO
Plano de saúde terá que informar por escrito motivo para negativa de cobertura; veja outras mudanças
Começaram a valer nesta terça-feira, 1, as novas regras para relacionamento entre as operados e beneficiários de planos de saúde no Brasil, estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As normas estão regulamentadas na Resolução Normativa (RN) nº 623/2024 e buscam garantir respostas mais rápidas, atendimento digital 24 horas por dia e mais transparência em casos de negativas de cobertura.
De acordo com a agência, a medida marca um novo modelo de fiscalização na saúde suplementar, com foco na prevenção de falhas e na promoção de boas práticas. “Antes, a atuação da ANS era predominantemente repressiva. Agora, queremos estimular a resolução dos problemas na origem”, explicou Eliane Medeiros, diretora de Fiscalização da ANS, em nota.
Ainda segundo a instituição, desde 2016, a ANS já possuía regras para esse tipo de atendimento, mas o aumento expressivo das reclamações a partir de 2019 evidenciou a necessidade de revisão.
Assim, a nova resolução estabelece que as operadoras deverão:
Tratar solicitações não ligadas à cobertura de procedimentos;
Permitir que os beneficiários façam acompanhamento online do andamento de suas solicitações;
Divulgar, de forma clara, no site da operadora, os canais de atendimento, inclusive da Ouvidoria;
Fornecer respostas claras e dentro dos prazos determinados pela ANS (veja abaixo);
Esclarecer por escrito, obrigatoriamente, as razões de negativas de cobertura, mesmo sem o consumidor pedir.
Medidas passam a valer em 1º de julho e visam garantir agilidade, transparência e qualidade no atendimento. Foto: Adobe Stock
O que muda?
Veja abaixo mais detalhes sobre as principais novidades e como elas podem ajudar os beneficiários:
Prazo para resposta mais claro
Fica reforçado que o plano de saúde deve seguir um prazo para responder conclusivamente se vai autorizar ou não um exame, cirurgia ou outro procedimento. Dessa forma, a operadora não poderá utilizar termos genéricos como “em análise”, “em processamento”, justamente por não atender ao que se espera de uma resposta conclusiva.
Sendo assim, o consumidor deve ser informado de maneira definitiva sobre essas decisões nos seguintes prazos:
Resposta imediata: urgência e emergência;
Até 10 dias úteis: procedimentos de alta complexidade ou de atendimento em regime de internação eletiva;
Até 5 dias úteis: aplicável para os demais casos não enquadrados nos anteriores.
Para as demais solicitações que não se referem à cobertura de procedimento, o prazo de resposta conclusiva é de 7 dias úteis. São os casos de reajuste, cancelamento de contrato, portabilidade, entre outros.
A ANS alerta que o prazo de resposta conclusiva não se confunde com o prazo da garantia de atendimento. Os tempos máximos para a realização de procedimentos não foi alterado.
Por exemplo, se o plano precisar chamar uma junta médica (um grupo de médicos para avaliar o caso), isso pode atrasar a resposta, mas não altera o prazo para fazer o procedimento quando ele for autorizado.
Número de protocolo e acompanhamento
A ANS também reforça que as operadoras são obrigadas a fornecer número de protocolo ou registro ao final do atendimento. Uma novidade é que está garantido que o beneficiário possa acompanhar o andamento da sua solicitação pelo canal indicado pela operadora.
Acesso à negativa de cobertura por escrito
Outro ponto relevante da nova resolução da ANS é que a operadora deverá informar por escrito as razões para todas as negativas de procedimento, independentemente de solicitação do beneficiário. Esse documento deverá ser disponibilizado pela operadora em formato que permita sua impressão e o beneficiário deve ser informado onde acessá-lo.
Atendimento virtual obrigatório
Além dos canais de atendimento presencial e telefônico, que já eram obrigatórios, as operadoras deverão oferecer canais eletrônicos de atendimento, disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, acessíveis por site, aplicativo ou outras tecnologias digitais.
Planos terão que mostrar se o atendimento funciona de verdade
A nova norma passa a exigir que a operadora meça a resolutividade dos seus canais de atendimento. A ANS poderá requisitar informações sobre essa medição.
Ouvidoria ganha mais força
A ouvidoria da operadora, que é o setor responsável por ouvir as reclamações dos clientes, também passa a ter um papel mais importante. Ela deve ajudar a verificar se os canais de atendimento estão funcionando bem e reavaliar os pedidos negados pela central de atendimento. As operadoras também precisam facilitar o acesso à ouvidoria.
Reconhecimento às boas práticas
Por último, a ANS passará a reconhecer as operadoras que se destacarem em boas práticas, por meio de metas de excelência e redução do Índice Geral de Reclamações (IGR). O desempenho poderá influenciar, por exemplo, na aplicação de agravantes ou abatimentos nos valores de multas nos processos sancionadores.
Acompanhamento e fiscalização
Segundo a ANS, a nova regra faz parte de um conjunto de medidas para melhorar a forma como a agência fiscaliza os planos de saúde. “O foco é evitar falhas, atuar preventivamente e induzir melhorias no setor”, diz a agência, em nota.
A fiscalização será feita com base nas ferramentas que a ANS já usa, especialmente na análise das reclamações feitas pelos próprios beneficiários.
Melhorias para o consumidor
De acordo com a advogada Marina Paullelli, coordenadora do programa de Saúde do Instituto de Defesa dos Consumidores (Idec), a nova resolução avança na qualidade do atendimento aos beneficiários de planos de saúde, atendendo a uma demanda frequente.
“De modo geral, os consumidores sempre reclamam da dificuldade de atendimento com as operadoras de planos de saúde”, explica. Segundo a advogada, muitas vezes, eles afirmam que não conseguem finalizar uma reclamação por telefone, ou que não obtêm resposta para uma solicitação feita.
“É justamente esse tipo de cenário que essa nova regulação pretende superar. As novas regras são bastante positivas”, aponta.
O Procon Paulistano diz ter recebido neste ano reclamações por demora na autorização de procedimentos, exames ou internações, “o que compromete o acesso oportuno ao tratamento de saúde”, disse em nota.
Já do lado das operadoras, o apoio às novas normas vem com ressalvas. Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que as regras têm como mérito “qualificar ainda mais o atendimento dos planos de saúde, buscando reduzir conflitos”.
No entanto, ressalta que as mudanças exigem alterações operacionais complexas, especialmente no que diz respeito à integração dos diversos canais de atendimento.
“Por isso, a FenaSaúde defende que a adoção das novas regras e eventuais sanções pela ANS sejam feitas de forma gradual”, completa a entidade.
Outras reinvindicações
Marina destaca que, historicamente, os planos de saúde ficam no topo das reclamações que são feitas ao Idec, respondendo a 29,10% do total de queixas que o instituto recebe. Entre os principais temas reclamados estão:
Reajustes abusivos, especialmente em planos coletivos;
Problemas relacionados aos contratos, como dúvidas sobre reembolso, dificuldades no cancelamento;
Práticas abusivas, como rompimento unilateral, exclusão de dependentes e negativa de cobertura.
Para a advogada, apesar dos avanços, ainda é vital que outras práticas do mercado sejam superadas para que a nova resolução da ANS tenha um efeito mais profundo. “Um exemplo são as reclamações sobre reajustes e cancelamentos unilaterais de planos coletivos”, destaca.
No final de junho, a ANS definiu em 6,06% o limite máximo de aumento anual permitido para os planos de saúde individuais e familiares regulamentados no País. Esse limite vale para o período de maio de 2025 a abril de 2026 e se aplica a todos os planos contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.
De acordo com o advogado Caio Henrique Fernandes, sócio do escritório Vilhena Silva Advogados, especializado em direito à saúde, esse é o menor reajuste aplicado desde 2008, com exceção do período pandêmico, quando houve, na verdade, um desconto. A medida impacta mais de 8 milhões de beneficiários, o equivalente a 16,4% dos 52 milhões de usuários de planos médicos no País.
No entanto, o reajuste não se aplica aos planos coletivos, como os oferecidos por empresas aos seus funcionários ou contratados por meio de sindicatos e associações. Essas modalidades são a maioria no mercado de saúde suplementar.
Frente à medida, o Idec emitiu um posicionamento, em que questiona a falta de um teto para essa parcela de usuários. “É muito importante que, principalmente na parte dos reajustes, a ANS defina regras para que eles sejam fixados dentro de patamares razoáveis para os planos coletivos”, reforça Marina.
De acordo Fernandes, há casos de reajustes anuais aplicados a planos coletivos com percentuais de 30% a 40%. A boa notícia, segundo o advogado, é que o teto aplicado aos planos individuais poderá servir como parâmetro para combater os reajustes abusivos nos planos coletivos, que correspondem a 80% do mercado.
Isso porque, diz Fernandes, o teto aplicado indica que os estudos da própria autarquia demonstram que é possível reajustar as mensalidades com índices mais baixos. “Nas ações judiciais, solicitamos que as operadoras justifiquem de forma clara como chegaram ao percentual de reajuste aplicado. Caso não haja comprovação, judicializamos para que os valores sejam substituídos pelo índice de 6,06%”, exemplifica.
Ainda assim, a expectativa é de que, em um futuro próximo, sejam definidas regras para este grupo. “Ou uma forma de limitar esses aumentos de maneira mais justa para o consumidor”, defende Marina.
O que fazer caso regras não sejam cumpridas
Em caso de descumprimento das regras, o consumidor pode registrar uma reclamação no Procon. No Estado de São Paulo, por exemplo, o atendimento pode ser feito presencialmente, na sede localizada no Largo do Pátio do Colégio, nº 5, no centro histórico de São Paulo, ou por meio do Atendimento Eletrônico disponível no portal 156.
Também é possível registrar a denúncia diretamente na ANS, acessando o site da agência, no Espaço do Consumidor, clicando em “Canais de Atendimento” ou, se preferir, pelo telefone 0800 701 9656.
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MAIS GOIÁS
Família diz que filho de 2 anos morreu após erro no hospital de Goiatuba
Segundo advogado dos pais, dois prontuários conflitantes foram emitidos
Uma família de Goiatuba denuncia que o filho de 2 anos morreu após atendimento em um hospital da cidade. Ele precisou ir à unidade de saúde após colocar, acidentalmente, um grão de milho no nariz e os pais acreditam que houve erro de uma médica durante o procedimento para retirada do corpo estranho. A morte aconteceu em abril deste ano, mas as informações ganharam repercussão neste momento.
Os pais de Ravi de Sousa Figueiredo tentaram retirar o milho em casa, mas, sem conseguir, foram até o Hospital Municipal de Goiatuba. Em um dos relatórios, é dito que a profissional teria utilizado ar comprimido com o paciente deitado de costas e que houve vômito, sem sinais de sangramento. Após cinco minutos, foi feita nova tentativa de retirada do corpo estranho com aparelho de videotoscopia – equipamento com câmera integrada.
À TV Anhanguera, os pais disseram que, após o procedimento, a barriga da criança estava muito inchada, e o menor inquieto e vomitando, ainda no hospital. Eles, contudo, foram para casa, mas Ravi passou mal novamente, retornando ao hospital. Ele foi enviado para Goiânia de ambulância, mas precisou parar em Hidrolândia após piora, onde foi atendido às pressas. Um relatório do local afirma que a criança estava com insuficiência respiratória aguda e foi intubada na sala de emergência. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. As informações foram confirmadas ao Mais Goiás pelo advogado da família, Vinícius Dias.
Vinícius disse, ainda, que foram emitidos dois prontuários em dois momentos distintos, que foram entregues à família. As informações são conflitantes e serão apresentadas à Justiça. “A ação judicial cabível já está finalizada e pronta para ser ajuizada nos próximos dias, visando a responsabilização civil dos envolvidos e a devida reparação pelos danos sofridos pela família, diante da gravidade dos fatos ocorridos.”
A Polícia Civil investiga o caso. Conforme laudo da perícia, Ravi estava com um líquido amarelado na cavidade abdominal e uma mancha indicativa de perfuração no estômago. Esta teria sido causada por lesão durante o atendimento no hospital de Goiatuba. “O médico legista disse que o procedimento foi errado. Usaram uma técnica que não é usual, com introdução de uma câmera de ar comprimido nas vias aéreas superiores da criança. Fez com que o ar entrasse com força no pulmão e estômago, provocando o rompimento”, disse o delegado Sérgio Henrique Alves em entrevista à TV Anhanguera.
O Mais Goiás procurou a prefeitura de Goiatuba por e-mail e aguarda retorno.
Nota da defesa da família:
“A família do pequeno Ravi de Sousa Figueiredo, de apenas dois anos, falecido após atendimento no Hospital Municipal de Goiatuba, está sendo representada judicialmente pelo advogado Dr. Vinícius dos Santos Dias, inscrito na OAB/GO sob o nº 39.873, atuante na comarca de Goiatuba, interiores e também na capital, Goiânia/GO.
Segundo o advogado, a ação judicial cabível já está finalizada e pronta para ser ajuizada nos próximos dias, visando a responsabilização civil dos envolvidos e a devida reparação pelos danos sofridos pela família, diante da gravidade dos fatos ocorridos.
No bojo da referida ação, será requerido o envio de ofício ao Conselho Regional de Medicina (CRM) ao qual estão vinculadas as médicas envolvidas, a fim de que sejam adotadas as medidas administrativas e disciplinares cabíveis. Embora o procedimento médico principal tenha sido realizado por uma profissional, consta nos autos a existência de dois prontuários distintos elaborados no mesmo dia, sendo que um deles, possivelmente adulterado, teria sido confeccionado por outra médica, que igualmente deverá responder por seus atos caso sejam confirmadas as irregularidades no decorrer da instrução processual.
O advogado também informa que, por orientação profissional e em respeito à dor dos pais da criança, não serão divulgados outros detalhes técnicos do processo neste momento, justamente para não comprometer a boa condução dos trabalhos judiciais e preservar a integridade da ação a ser ajuizada.“
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Dia do Hospital: Quem cuida também precisa ser cuidado
https://medicinasa.com.br/dia-do-hospital/
Os cinco maiores “ralos financeiros” que afetam as clínicas médicas
https://medicinasa.com.br/ralos-financeiros/
Por que o paciente deve estar no centro da transformação digital
https://medicinasa.com.br/patient-included/
Revolução digital na saúde: um olhar para 2025
https://jornaldobras.com.br/noticia/77055/revolucao-digital-na-saude-um-olhar-para-2025
Médicos Brasileiros Poderão Exercer A Medicina No Texas Sem Repetir Residência
'Hospital das despedidas': primeira unidade de cuidados paliativos do SUS completa seis meses com mais de 700 pacientes atendidos
Prefeitura de Goiânia quer reduzir em 30% o valor dos plantões de médicos da rede municipal
MEDICINA S/A
Dia do Hospital: Quem cuida também precisa ser cuidado
Hospitais são mais do que prédios com equipamentos e profissionais em plantão. São estruturas vivas que operam diariamente no limite para garantir o cuidado de milhões de brasileiros. Neste 2 de julho, Dia do Hospital, é necessário mais do que celebração: é preciso reconhecer os desafios profundos enfrentados por essas instituições e, acima de tudo, os caminhos possíveis para fortalecê-las.
No imaginário coletivo, o hospital é o lugar da urgência, da cirurgia, do nascimento e da recuperação. Mas, na prática, ele também é o ponto de chegada de um sistema que muitas vezes falha em garantir atenção básica resolutiva, acompanhamento de doenças crônicas e acesso ágil a exames. O resultado é previsível: unidades sobrecarregadas, filas crescentes e equipes que fazem muito com pouco.
Apesar de sua importância, os hospitais convivem com um cenário de subfinanciamento persistente, insegurança regulatória, alta rotatividade de normas e exigências burocráticas que dificultam a gestão eficiente. Em muitas cidades, especialmente no interior, a unidade hospitalar local é a única referência de cuidado e, mesmo assim, sobrevive com margens financeiras apertadas, contratos defasados e pressões crescentes.
É preciso tratar essa realidade com seriedade. Valorizar os hospitais não é defender interesses corporativos. É reconhecer que não existe acesso digno à saúde sem serviços estruturados, profissionais valorizados e financiamento compatível com a complexidade da assistência. É compreender que sustentabilidade hospitalar não se resolve apenas com repasses pontuais ou medidas de curto prazo, mas com políticas públicas consistentes, diálogo federativo e foco em qualidade e resultados.
Também é hora de rever a forma como regulamos e contratualizamos os serviços. Precisamos de pactos mais justos entre gestores públicos, operadoras, prestadores e sociedade. E, acima de tudo, de escuta qualificada para que quem está na linha de frente possa contribuir com soluções.
Neste Dia do Hospital, o melhor gesto que governos, legisladores e formadores de opinião podem fazer é olhar com atenção para quem sustenta a assistência na prática. Cuidar dos hospitais é cuidar de quem cuida da população. Que este seja um ponto de partida para um debate mais sério, menos retórico e mais comprometido com a saúde como direito e não apenas como promessa.
*Anis Ghattás Mitri Filho é presidente da AHOSP (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo).
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Os cinco maiores “ralos financeiros” que afetam as clínicas médicas
A gestão de um consultório ou clínica médica demanda alguns cuidados que, se não observados, podem resultar em perda de dinheiro. São os chamados “ralos financeiros”. Para “tapar” esses ralos e cessar o desperdício de recursos, é preciso, primeiro, conhecer onde estão tais vazamentos. E, imediatamente, buscar assessoria especializada, capaz de combinar os conhecimentos em contabilidade com as especificidades dos negócios em saúde.
Mas, enfim, que “ralos” são esses? A especialista em planejamento tributário Julia Lázaro, fundadora e CEO da fintech Mitfokus, e o supervisor financeiro Nilson Gabriel Andrade Barbosa enumeram pelo menos cinco ralos financeiros a impactar os negócios em saúde.
Os especialistas explicam a metáfora: “ralo financeiro é tudo aquilo que faz o dinheiro ‘escorrer’ da clínica, sem que os gestores percebam de imediato. Assim como um ralo mal vedado deixa a água escapar, esses problemas fazem os recursos financeiros sumirem aos poucos, ou até rapidamente, prejudicando o resultado final”.
Na prática, continuam, “são gargalos na gestão, falhas de processos ou omissões que impactam diretamente o caixa, afetam a saúde financeira do negócio”. Assim, os cinco maiores ralos financeiros que afetam consultórios e clínicas são:
Faturamento – Julia Lazaro explica que estão nesse item a não renegociação com convênios, as glosas (não cobertura de algum item pela operadora de saúde) e a não cobrança, dos convênios, de materiais e medicamentos. Ou seja: deixa-se de obter receitas imprescindíveis para a sustentabilidade do negócio.
Tesouraria – Aqui, está a falta de capital de giro e de controle do fluxo de caixa. Antecipar recebíveis de cartão e não fazer a conciliação da maquininha de cartões estão entre fatores a contribuírem para o escoamento de dinheiro.
Impostos – Deixar de fazer um planejamento tributário especializado é desperdício de dinheiro na certa, adverte a especialista. “O médico deixa de aproveitar benefícios fiscais, que só uma contabilidade especializada consegue identificar com precisão, e paga mais tributos do que o que deveria”. Ou, pior, ter bitributação.
Compras e estoque – Nesse ralo está o hábito de comprar em pequena quantidade parcelada, de não aplicar técnicas de negociação de compras e não controlar estoque.
Gestão de pessoas – Rotatividade do quadro de colaboradores, não preparar para prestar bom atendimento e falta de comissionamento estruturado e de engajamento com na clínica podem afetar o desempenho do consultório e clínica e, consequente, sua receita e rentabilidade.
Na avaliação de Julia Lázaro, esses ralos surgem e se expandem quando o profissional foca exclusivamente na prestação do serviço médico. Isso é fundamental, entretanto a gestão do negócio também deve merecer atenção, cuidado aprimorado. “Às vezes, até há um administrador, porém sem o conhecimento especializado necessário para clínicas”, conclui.
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Por que o paciente deve estar no centro da transformação digital
Por Loraine Burgard
O avanço da tecnologia trouxe importantes transformações para a medicina na última década, o que nos leva a crer que o futuro da saúde será, sem dúvidas, digital. A Internet das Coisas (IoT) e o uso da Inteligência Artificial (IA) já estão sendo integrados aos equipamentos e sistemas de saúde e devem moldar profundamente o setor em escala global.
Mas… e os pacientes?
Nesse movimento cada vez mais tecnológico e inovador, não podemos esquecer que o paciente continua sendo humano, e é ele quem deve estar no centro de cada atendimento, consulta e exame.
Muito se discute sobre o impacto dessas inovações na rotina dos profissionais de saúde, na estrutura hospitalar e em todo o ecossistema da saúde. No entanto, é preciso incluir a experiência do paciente como elemento essencial na avaliação e no planejamento de qualquer serviço de saúde.
Um conceito conhecido como “Patient Included” evidencia justamente essa necessidade: a inclusão ativa e significativa dos pacientes em todas as etapas dos processos de saúde. Esse conceito está ligado a uma abordagem chamada Medicina Participativa, que reforça o protagonismo do paciente no cuidado com sua própria saúde.
Embora esse termo ainda seja pouco difundido no Brasil, representa uma tendência poderosa, que conversa diretamente com o comportamento atual dos brasileiros.
A pesquisa Saúde do Brasileiro de 2023 revelou que 45% da população utiliza a internet como primeiro recurso para buscar informações sobre saúde, e 20% pesquisam sintomas em sites de busca antes de procurar ajuda profissional. Isso mostra que os pacientes estão chegando aos consultórios munidos de dados, dúvidas e, muitas vezes, hipóteses sobre seu estado de saúde.
Esse empoderamento precisa ser aproveitado. E acredito que o caminho está em transformar o paciente em parceiro ativo de seu cuidado, aproveitando sua curiosidade e engajamento para garantir um tratamento mais eficaz e participativo. A combinação da tecnologia com a expertise do profissional de saúde e o envolvimento do paciente representa uma tríade poderosa para o futuro da medicina.
Quando fazemos um recorte para a telemedicina, ter o paciente no centro do atendimento torna-se ainda mais essencial para garantir que a tecnologia atenda verdadeiramente às necessidades humanas. Em cabines de teleatendimento, por exemplo, que contam com a presença de uma enfermeira, é possível oferecer um atendimento com escuta ativa, empatia e personalização do cuidado.
Não tenho dúvidas de que quando o paciente é tratado como protagonista — compreendido em sua individualidade, contexto social e expectativas — há maior engajamento com o tratamento, mais clareza nas decisões compartilhadas e melhores resultados clínicos. Além disso, incluir o paciente ajuda a construir confiança na relação digital, promovendo uma experiência mais positiva e eficaz, mesmo à distância. Afinal, quem melhor que a própria pessoa para entender e cuidar de seu corpo?
*Loraine Burgard é founder da H.ai.
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JORNAL DO BRÁS
Revolução digital na saúde: um olhar para 2025
Por Miguel Gomes, CEO do Grupo Vivhas**
Com a melhoria da conectividade e a automação dos serviços, a tecnologia tornou-se indispensável no setor da saúde. Estamos presenciando uma verdadeira revolução com aplicativos e dispositivos vestíveis, como smartwatches e anéis inteligentes, que monitoram nossa saúde continuamente. Esses aparelhos, em rápida evolução, são capazes de detectar anomalias, emitir alertas e fornecer recomendações em tempo real, ajudando a prevenir doenças graves.
Sistemas de aprendizado de máquina estão sendo utilizados para recomendar tratamentos terapêuticos baseados em protocolos e evidências científicas, permitindo ajustes conforme o histórico individual de cada paciente. Isso resulta em tratamentos mais eficazes.
Além disso, organizações de saúde estão aproveitando essas tecnologias para otimizar a gestão de clínicas e hospitais. Ao personalizar e tornar a administração mais eficiente, estas tecnologias ajudam a reduzir custos e enfrentar desafios.
Soluções do sistema de gestão hospitalar já estão customizadas para atender também a clínicas de pequeno e médio porte, impulsionando o crescimento desses negócios, graças à sua implementação ágil, custo-benefício atrativo e suporte especializado garantido.
Para oferecer inovação às instituições, os sistemas disponíveis no mercado se adaptam à infraestrutura existente de cada organização em um tempo reduzido e com custo acessível. Dessa forma, é possível adotar soluções transacionais especializadas para atender às demandas táticas e estratégicas das instituições.
A automação na gestão hospitalar, que inclui processos como agendamentos, faturamento, controle de estoque, triagem de pacientes e gestão de centros cirúrgicos, representa um avanço significativo ao diminuir a burocracia envolvida.
No contexto da evolução da saúde digital, a inteligência artificial e a automação permitem analisar grandes volumes de dados, otimizando o trabalho em hospitais e clínicas. Os sistemas de aprendizado de máquina recomendam tratamentos baseados em protocolos e evidências científicas, personalizando-os para cada paciente. Isso garante que cada pessoa receba o tratamento mais adequado para sua condição.
Outro ponto importante são as plataformas integradas, que promovem o compartilhamento eficiente de informações entre médicos, laboratórios, hospitais e pacientes. Com isso, há um aumento da segurança e da eficiência no atendimento.
Nos últimos cinco anos, a população obteve maior acesso a serviços de saúde que anteriormente eram restritos. Nesse cenário, é possível afirmar que tanto o Brasil quanto a América Latina se beneficiam das tecnologias para democratizar e facilitar a aproximação da população aos serviços de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento imediato de doenças.
Em 2025, o mercado de saúde estará ainda mais conectado, tecnologicamente avançado e focado em resultados. A combinação de inteligência artificial, medicina de precisão, telemedicina e modelos de pagamento baseados em valor promete revolucionar a prestação e o financiamento dos cuidados de saúde.
Além disso, a saúde mental e a sustentabilidade permanecerão como temas centrais, destacando a necessidade de um setor que, ao mesmo tempo, enfrenta desafios de infraestrutura e mantém o ser humano - pacientes, famílias e profissionais - como prioridade.
**Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere. Com mais de 40 anos de experiência, é um dos mais importantes executivos do país. Formado em Administração pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) e pós-graduado em Sistemas de Informação pela Fundação Santo André, o executivo acumula passagens por empresas como Unilever, Pirelli, Ibersis e Itteligence.
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Médicos Brasileiros Poderão Exercer A Medicina No Texas Sem Repetir Residência
Especialista orienta profissionais brasileiros a aproveitarem essa nova oportunidade com segurança jurídica e migratória
Estados Unidos acaba de abrir uma nova porta para médicos estrangeiros: o Texas sancionou oficialmente a DOCTOR Act, lei que autoriza profissionais formados fora dos EUA a exercer a medicina no estado sem necessidade de residência americana prévia.
A nova legislação, que entra em vigor em 1º de setembro de 2025, cria uma licença provisória de dois anos, permitindo que médicos com qualificação internacional possam trabalhar sob supervisão em hospitais, clínicas e instituições com programas de residência no Texas. Ao final desse período, há ainda a possibilidade de transição para a licença médica completa.
O impacto é direto: os Estados Unidos, que enfrentam uma escassez crescente de profissionais de saúde, reconhecem agora a importância de integrar médicos estrangeiros ao sistema, de forma regulamentada e estruturada.
O que muda com a nova licença?
Durante os dois anos de validade, médicos estrangeiros poderão:
Atuar legalmente em hospitais, clínicas e centros com programas de residência
Trabalhar sob supervisão de um médico licenciado nos EUA
Ingressar no sistema de saúde com visto de trabalho patrocinado pelo empregador (sponsor)
Solicitar o licenciamento completo ao fim do período provisório, se cumpridos os requisitos
As diretrizes detalhadas serão divulgadas até 1º de janeiro de 2026, mas o momento de se preparar é agora.
Quem pode se beneficiar?
A nova licença não está aberta para qualquer profissional. Há critérios claros definidos pela legislação, como:
Diploma médico reconhecido
Residência concluída fora dos EUA
Licença ativa no país de origem
Certificação ECFMG - documento essencial que valida a formação do médico estrangeiro para exercer a medicina nos Estados Unidos, emitido pela Educational Commission for Foreign Medical Graduates
Aprovação nos Steps 1 e 2C - exames do USMLE (United States Medical Licensing Examination) que avaliam conhecimentos médicos, raciocínio clínico e habilidades práticas exigidas nos EUA
Oferta de emprego nos EUA (com sponsor de visto)
Autorização legal para trabalhar nos EUA
Outros estados já adotaram medidas semelhantes
A iniciativa do Texas segue um movimento que vem ganhando força nos Estados Unidos. Tennessee e Flórida já aprovaram legislações que permitem a atuação de médicos formados no exterior sem a exigência de nova residência médica, diante da crescente escassez de profissionais.
“A aprovação no Texas confirma uma tendência e outros estados devem seguir. Isso reforça que o médico brasileiro tem hoje um caminho legítimo e em expansão para atuar nos EUA,” afirma o Dr. Vinicius Bicalho, advogado especializado em imigração, CEO e fundador da Bicalho Consultoria Legal
Visão do especialista: planejamento é o diferencial entre oportunidade e frustração
Nesse novo cenário, o médico precisa de um suporte jurídico completo do sponsor ao visto, da validação documental à orientação para atuação, para acessar essa nova via com segurança.
Segundo Dr. Vinicius Bicalho, essa medida não representa apenas uma mudança legal, mas uma transformação concreta das possibilidades de carreira médica internacional.
“O que está sendo criado no Texas é uma rota real, legítima e promissora para o médico brasileiro que já tem uma base sólida de formação e quer expandir sua atuação para os Estados Unidos. Mas é preciso entender que essa não é uma porta aberta para qualquer perfil, é uma oportunidade que exige preparação técnica, jurídica e estratégica”, explica.
Dr. Vinicius Bicalho destaca que muitos profissionais perdem grandes chances por desinformação ou por iniciarem o processo sem o suporte adequado. “Ter os requisitos em dia é o primeiro passo. O segundo, e mais decisivo, é estruturar a aplicação com segurança jurídica, selecionar corretamente o sponsor, alinhar expectativas migratórias e profissionais. E isso não se faz sozinho.”
Para ele, quem começa agora sai na frente, já que as regras complementares da licença serão divulgadas até janeiro de 2026, e os empregadores já estarão à procura de candidatos organizados e elegíveis. “Esse é o momento de agir com foco, responsabilidade e clareza. O Texas está mostrando que o sistema americano está pronto para acolher talentos, desde que eles cheguem bem orientados.”
Mercado brasileiro saturado reforça a urgência de buscar alternativas
Enquanto o Texas cria alternativas para atrair talentos médicos, o cenário brasileiro caminha na direção oposta. Dados do estudo Demografia Médica 2025 divulgado pela USP, revelam que o número de médicos no Brasil deve dobrar até 2035, ampliando a concorrência e pressionando ainda mais o mercado.
Em 2012, o salário médio de um médico no Brasil era de R$ 39 mil. Dez anos depois, esse valor caiu para R$ 36 mil, sem qualquer correção pela inflação, que no período acumulou 91%. Ou seja, houve perda real de poder de compra, mesmo com a alta demanda por serviços de saúde.
Paralelamente, o número de cursos de medicina disparou: em 2004 eram 143 e chegaram a 448 em 2024. Com cada vez mais profissionais entrando no mercado e sem estrutura para absorver todos, a consequência é um cenário de saturação, com aumento da concorrência, queda na remuneração e poucas perspectivas de crescimento sustentável.
“Cada vez mais médicos, menos oportunidades, salários estagnados. O momento exige visão estratégica e apoio especializado”, reforça Dr. Vinicius Bicalho.
Como a Bicalho Consultoria Legal pode ajudar
Com forte atuação em imigração para os Estados Unidos, a Bicalho Consultoria Legal é referência no suporte jurídico para brasileiros que desejam expandir suas carreiras internacionalmente.
A Bicalho Consultoria oferece uma análise individualizada para médicos brasileiros com interesse em atuar nos EUA, com foco nos requisitos da nova lei e na viabilidade migratória real.
“Essa legislação representa uma virada de chave. Mas para aproveitá-la, é fundamental compreender os critérios e organizar a documentação com antecedência”, afirma o Dr. Vinicius Bicalho.
A Bicalho atua desde o diagnóstico da elegibilidade até a elaboração da estratégia migratória, passando pela análise do perfil, alinhamento com a legislação estadual e estruturação do pedido de visto com respaldo jurídico.
“Nosso papel é garantir que o médico brasileiro chegue aos Estados Unidos com base legal sólida, clareza sobre o caminho e segurança para avançar com foco na sua carreira”, reforça Dr. Vinicius.
Sobre a Bicalho Consultoria Legal
A Bicalho Consultoria Legal é uma empresa com ampla experiência em processos migratórios para os Estados Unidos, com escritórios no Brasil, em Portugal e nos EUA. Oferece soluções para empresas, empreendedores e profissionais liberais, que incluem assessoria jurídica, consultoria nas áreas empresarial, tributária e trabalhista, além de planejamento patrimonial, auxiliando na internacionalização de negócios e carreiras. A consultoria conta com uma equipe experiente e multidisciplinar de profissionais.
Quem é Vinícius Bicalho
Advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal;
Sócio fundador da Bicalho Legal Consulting P.A.;
Mestre em direito nos EUA pela University of Southern California;
Mestre em direito no Brasil pela Faculdade de Direito Milton Campos (MG);
Membro da AILA – American Immigration Lawyers Association;
Responsável pelo Guia de Imigração da AMCHAM;
Professor de Pós-graduação em direito migratório;
O único advogado brasileiro citado recentemente na lista dos “confiáveis" do New York Times.
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PORTAL G1
'Hospital das despedidas': primeira unidade de cuidados paliativos do SUS completa seis meses com mais de 700 pacientes atendidos
Unidade possui 70 leitos, no bairro Monte Serrat, em Salvador. Internação é feita por meio da Central Estadual de Regulação.
O primeiro e único hospital dedicado aos cuidados paliativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) completou seis meses de atividade na terça-feira (1º), em Salvador, com um histórico de mais de 700 pacientes atendidos.
Conhecida como "hospital das despedidas", a unidade de saúde fica em um casarão do século 19, no bairro Mont Serrat, na região da Cidade Baixa. No local, antes funcionava o Hospital Couto Maia – especializado em doenças infectocontagiosas.
Em 2019, o imóvel chegou a ser ocupado por famílias e movimentos sociais, mas acabou reintegrado e ganhou novo sentido desde janeiro deste ano, com a inauguração do Hospital Mont Serrat.
Atualmente, a estrutura oferece 70 leitos clínicos de enfermaria, sendo 7 pediátricas e 63 para adultos. Destes, 57 seguem ocupados.
Construída a partir de uma parceria entre os governos da Bahia e Federal, a unidade integra os investimentos da Política Nacional de Cuidados Paliativos, implementada pelo Ministério da Saúde no ano passado.
São 344 colaboradores e 86 médicos, o que permite o atendimento de mais de 2 mil paciente por mês, em diversas especialidades. Confira as áreas de cobertura:
cardiologia;
anestesia;
infectologia;
nefrologia;
neurologia;
psiquiatria;
pneumologia;
gastroenterologia;
nutrologia;
pneumologia;
unidades específicas para terapia da dor e apoio ao luto.
As pessoas atendidas no local moram em Salvador e Região Metropolitana (RMS) e são encaminhadas, via Central Estadual de Regulação, de hospitais e unidades de pronto atendimento.
Trata-se de pacientes que buscam melhorar a qualidade de vida e atenuar sintomas de doenças graves ou que não têm cura. Entre os grupos que podem ser acolhidos no hospital estão:
pacientes em cuidados paliativos de fim de vida;
idosos com quadros de demência grave;
portadores de sequelas neurológicas severas;
pacientes com doenças oncológicas avançadas.
Segundo as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), entidade que administra a instituição de saúde, eles costumam ficar, em média, 10 dias na unidade.
Lá, além de poder contar com a companhia dos familiares durante o atendimento, essas pessoas encontram infraestrutura como:
ambulatórios;
serviços de bioimagem;
laboratório;
telemedicina;
além de suporte de ensino e pesquisa para capacitação dos profissionais internos e externos das unidades de saúde.
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TV ANHANGUERA
Prefeitura de Goiânia quer reduzir em 30% o valor dos plantões de médicos da rede municipal
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Evento do CFM debate o impacto da espiritualidade na saúde do paciente
https://news.conect.company/news-1751308226499-14093/
Médico influenciador Gabriel Almeida recebe punição do Cremeb por quebra do Código de Ética Médica
59% das UBSs no Brasil operam com apenas um médico
Mabel anuncia retomada de cirurgias cardíacas infantis pelo SUS em Goiânia
Paciente é presa suspeita de chamar enfermeira de ‘macaca’ e ‘preta velha’, diz secretaria
Se há diagnóstico, por que ainda estamos internando as pessoas?
https://medicinasa.com.br/doenca-diagnosticada-internacao/
Observabilidade: uma forte aliada à segurança da nuvem hospitalar
https://medicinasa.com.br/nuvem-hospitalar/
Cibersegurança com IA: invasões bárbaras na Saúde
https://www.saudebusiness.com/colunistas/ciberseguranca-com-ia-invasoes-barbaras-na-saude/
PORTAL CFM
Evento do CFM debate o impacto da espiritualidade na saúde do paciente
A religiosidade e a espiritualidade podem afetar as condições de saúde e de adoecimento dos pacientes? Este foi o grande debate realizado na mesa redonda “Medicina e Espiritualidade em Foco”, que debateu dois temas: “Conceito e evidências o impacto da espiritualidade em saúde”, apresentado pelo cardiologista Álvaro Avezum Junior, e “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, debatido pelo psiquiatra Alexander Moreira de Almeida.
O evento já está disponível na página do CFM no YouTube. Acesse AQUI.
Em sua fala, o cardiologista Álvaro Avezum apresentou vários estudos que comprovam como a espiritualidade pode melhorar a saúde de cardiopatas. Um desses estudos, avaliou 12 fatores relacionados ao infarto e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo que dois, o estresse e a depressão, estão relacionados à espiritualidade.
“Essa pesquisa mostrou que esses dois fatores são responsáveis por 32% dos infartos no mundo. Sendo que no Brasil este percentual é de 44%. Ou seja, além de marcadores como genética e hábitos saudáveis, questões relacionadas à espiritualidade podem contribuir, e muito, para a prevenção de cardiopatias”, argumentou. Outro estudo, com enfermeiros americanos, mostrou que a religiosidade estava relacionada a redução de 30% da mortalidade desses profissionais. Acesse a apresentação cfm.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Saude_espiritualidade_Dr.-Alvaro-Avezum-Junior.pdf”>AQUI.
Álvaro Avezum também ressaltou a necessidade da construção de evidências científicas sobre o papel da espiritualidade nos processos de cura. Para que esse conhecimento seja construído, ele propôs alguns passos, como a investigação, a confluência de saberes e a elaboração de hipóteses científicas. “A ciência pode elucidar a nossa prática clínica baseada na espiritualidade”, afirmou.
Ao falar sobre “Espiritualidade na prática clínica: evidências e diretrizes”, o psiquiatra Alexander Moreira de Almeida também elencou vários estudos sobre o impacto da espiritualidade na saúde das pessoas.
Um desses estudos, que acompanhou 90 mil americanos por 14 anos, mostrou que quem tinha alguma religiosidade teve uma mortalidade por suicídio seis vezes menor do que quem não tinha nenhum acompanhamento espiritual. Outro estudo, realizado com pacientes em hemodiálise, mostrou que pessoas com alguma religiosidade suportavam melhor o tratamento e eram mais felizes. Acesse a apresentação cfm.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Saude_espiritualidade_Alexander-Moreira-de-Almeida.pdf”>AQUI.
O psiquiatra destacou que a espiritualidade não vai substituir o tratamento convencional “são abordagens integradas”. Também sugeriu que os médicos, ao realizarem a anamnese, façam a coleta histórica espiritual do paciente, procurando saber mais sobre a fé e a crença religiosa, a importância que o paciente dá ao apoio espiritual, se faz parte de comunidades de apoio e quais ações está disposto a empreender em busca da saúde. “Além disso, é preciso incentivar abordagens colaborativas e virtudes como o perdão e a generosidade”, afirmou.
Os dois palestrantes enfatizaram que a espiritualidade não deve ser confundida com religiosidade e que devem ser feitos mais estudos para corroborar o que muito médicos já vivenciam em suas práticas clínicas.
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BAHIA NOTÍCIAS
Médico influenciador Gabriel Almeida recebe punição do Cremeb por quebra do Código de Ética Médica
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) aplicou sanção disciplinar de censura pública em publicação oficial ao médico Dr. Gabriel Almeida. A medida divulgada nesta segunda-feira (30) afirma que o influenciador infligiu quatro artigos do Código de Ética Médica. Acumulando mais de 500 mil seguidores, Gabriel Almeida é conhecido nas redes sociais por receitar Mounjaro como receita de emagrecimento.
Conforme o aviso do Cremeb, a penalidade foi comunicada em aviso oficial datado de 16 de junho de 2025, assinado pelo presidente do Conselho, Otávio Marambaia dos Santos.
Segundo o texto, a sanção foi decidida com base no Processo Ético-Profissional pelo Tribunal Superior de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, que reconheceu infrações ao Código de Ética Médica.
A infração foi enquadrada nos seguintes artigos do Código de Ética Médica:
Artigo 11
Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
Artigo 21
Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte
Artigo 80
Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
Artigo 87
Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
Segundo o Código de Ética Médica, esse tipo de penalidade representa a segunda entre as cinco previstas, sendo mais grave que a advertência confidencial e menos grave que a suspensão do exercício profissional.
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O LIBERAL
59% das UBSs no Brasil operam com apenas um médico
Cerca de 59,4% (26,6 mil) das UBSs (unidades básicas de saúde) do Brasil operaram com apenas um médico em 2024, e 65,8% (29,5 mil) delas funcionaram com um enfermeiro, de acordo com o Censo Nacional das UBS, do Ministério da Saúde.
Do total de 44.938 unidades espalhadas pelo país, 1.724 delas não possuem nenhum médico, e 1.491 não têm enfermeiros.
A maioria dos postos que funcionam com um médico está concentrada na região Nordeste (13.702). O Sudeste concentra a maior parte das UBSs que contam com quatro ou mais médicos.
Procurado, o ministério afirmou que a pasta avançou na expansão do atendimento médico na atenção primária, “principalmente com a retomada do Mais Médicos, que chegou a 25 mil profissionais em atividade”, e que 60% dos médicos nas localidades de alta vulnerabilidade social são profissionais do programa.
Sobre o número de médicos por equipe de saúde da família, disse que grande parte das unidades está em regiões com perfil rural e baixa densidade populacional.
O censo foi feito com base em respostas das UBSs a um questionário composto de 141 questões, entre 3 de junho e 30 de setembro de 2024. Para a coleta de dados foi criada uma plataforma eletrônica disponibilizada no sistema público e-Gestor APS, para preenchimento online.
A atenção primária é o primeiro contato do paciente com o SUS (Sistema Único de Saúde). Ela compreende não só os atendimentos nas UBSs e nos hospitais, mas também a estratégia de saúde da família, as estratégias de prevenção e a educação em saúde.
A maioria das unidades conta com ao menos uma equipe de saúde da família, sendo mais frequente a presença de apenas uma equipe por unidade (30.041), o que explicaria a presença de um médico por UBS.
O relatório também destaca que, embora a maioria das UBSs funcione em prédios próprios, uma parcela expressiva das unidades necessita de reforma ou ampliação (60,4% precisam de reforma).
Além disso, apenas 21% das postos possuem sala para coleta de exames laboratoriais, 44,7% das UBSs não possuem geladeira exclusiva para conservação de vacinas e 61,6% não possuem câmara fria exclusiva.
O fortalecimento da atenção primária é apontado há muito por especialistas como uma maneira eficaz de melhorar a qualidade de vida da população. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela é capaz de atender de 80% a 90% das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo de toda a sua vida —desde a assistência pré-natal, passando pela infância com o acompanhamento nutricional e a vacinação, até o acompanhamento das doenças crônicas não transmissíveis.
Cuide-se
Levantamentos anteriores já mostravam que a distribuição dos médicos é desigual no país, com a maior parte deles se concentrando nas capitais e cidades grandes e de médio porte.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, há uma conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e o esforço da gestão em acelerar o atendimento especializado no SUS , que é uma das principais preocupações da pasta.
Segundo Padilha, a atuação integrada desses profissionais, pelo prontuário eletrônico e os fluxos que vão reduzir o tempo de espera do paciente, facilitará o acesso à média e alta complexidade.
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A REDAÇÃO
Mabel anuncia retomada de cirurgias cardíacas infantis pelo SUS em Goiânia
Iniciativa vai atender 15 crianças por mês
O prefeito Sandro Mabel confirmou nesta segunda-feira (30/6) o retorno das cirurgias cardiopediátricas pelo SUS, em parceria com o Hospital da Criança. A iniciativa vai atender, inicialmente, 15 crianças por mês e tem como objetivo reduzir a fila de espera por procedimentos e consultas interrompidos desde 2023, priorizando casos de cardiopatias congênitas mais comuns: Tetralogia de Fallot, Comunicação Interatrial, Comunicação Interventricular e Defeito do Septo Atrioventricular.
O serviço havia sido interrompido em 2023, em razão da descontinuidade dos repasses financeiros pela gestão anterior, o que resultou na suspensão das cirurgias e no acúmulo de demanda reprimida. Atualmente, cerca de 180 crianças aguardam por consulta especializada em cardiopediatria na rede municipal. Durante o anúncio, Mabel destacou o compromisso da atual gestão com a reconstrução dos serviços de saúde e o cuidado integral à infância, por meio do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), do Ministério da Saúde.
“Nós estamos trabalhando firmes para poder cumprir esses compromissos. Serão 15 procedimentos cirúrgicos ofertados mensalmente para crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas. A parceria com o Hospital da Criança prevê ainda a realização de todas as consultas e exames do pré e pós-operatório na própria instituição, garantindo um acompanhamento completo e humanizado. Então, nós esperamos que, nesses próximos 12 meses, possamos dar vazão a essa fila, uma vez que ela estava parada há cerca de dois anos”, afirmou o prefeito.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, também reforçou a importância da medida, especialmente em relação ao diagnóstico precoce e à agilidade no tratamento. “É uma fila que está parada desde 2023, e é bem possível que existam outras crianças que também precisam de um tratamento completo e digno. O diagnóstico precoce das cardiopatias e o acesso à intervenção cirúrgica no tempo correto aumentam de forma muito significativa as chances de sobrevivência e a qualidade de vida das crianças. Corrigir o problema no momento adequado evita complicações que podem comprometer o desenvolvimento físico e neurológico dos pequenos”, pontuou Pellizzer.
“Nós retomamos esse serviço dentro de um programa de valorização do Ministério da Saúde, juntamente com a gestão do município. Inicialmente, vamos oferecer essas 15 vagas, mas que podem aumentar futuramente, adequando fluxos e linhas de atendimento para que possamos abranger mais crianças”, destacou a diretora clínica do Hospital da Criança, Paula Pires de Souza. “Como presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Goiânia, eu tenho plena confiança que essa parceria da Prefeitura com o Hospital da Criança só vai fazer a saúde melhorar”, disse o vereador, Dr Gustavo Gomides.
Balanço da saúde
O prefeito Sandro Mabel fez, durante a coletiva de imprensa, um balanço do primeiro semestre na área da saúde, destacando ainda os principais desafios para o ano de 2025. “Nós reforçamos o estoque de medicamentos em todas as nossas unidades de saúde e estamos partindo para os postos de saúde, que também estão recebendo insumos, medicamentos, reforço nas equipes de trabalho, cumprindo escalas de médico, mantendo-as em dia. Estamos, ainda, com serviço pediátrico em 13 unidades de saúde funcionando 24h, 7 dias por semana”, destacou Mabel.
Preocupado com a cobertura vacinal, o prefeito reforçou que 80 salas de vacinas estão funcionando. “Nós estamos ampliando a cobertura vacinal, pois nós precisamos proteger a nossa população. Hoje, abrangemos a vacinação nas escolas municipais e também nas unidades estaduais. Quando você se vacina hoje, você evita a doença no futuro. Então, nós temos trabalhado muito para evitar que a síndrome respiratória aguda piore. Nós somos uma rede só. Volto a pedir que as pessoas se vacinem. Procurem nossas salas de vacinas para se protegerem. Não custa nada, é de graça”, reforçou. Para se vacinar, a população pode acessar a lista de salas de vacina e os horários de funcionamento no site da Prefeitura de Goiânia, por meio do link https://saude.goiania.go.gov.br/_servicos/vacinas/salas-de-vacina-em-goiania-2/
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PORTAL G1
Paciente é presa suspeita de chamar enfermeira de ‘macaca’ e ‘preta velha’, diz secretaria
Segundo a Secretaria de Saúde de Itaberaí, a Polícia Militar foi acionada e a paciente foi conduzida e presa em flagrante. Em nota, a secretaria destacou que repudia a agressão.
Uma enfermeira de Itaberaí, região noroeste de Goiás, denunciou que foi vítima de injúria racial por uma paciente. Em entrevista à TV Anhanguera, a servidora, que não quis se identificar, contou que foi xingada com palavrões e termos racistas após a suspeita pedir um encaixe alegando que estaria grávida (veja acima).
O g1 entrou em contato com a defesa da suspeita, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí destacou que repudia quaisquer atos de agressão, violência, desacato e, especialmente, de injúria ou de discriminação racial (leia a nota completa ao final do texto).
O caso aconteceu na quarta-feira (25). A enfermeira também explicou que o problema da paciente, relacionado ao olho dela, não era grave a ponto de precisar de um encaixe. Mesmo assim, ela pediu uma comprovação da gravidez para iniciar o procedimento, quando a suspeita começou a agir de forma rude.
"Ela foi bem ríspida comigo e falou que só ia entregar os documentos para a médica, que não queria mais passar comigo e eu falei: 'Moça, mas é protocolo, se tem encaixe, precisa passar comigo'", afirmou.
A enfermeira declarou que conversou com a médica e conseguiu abrir uma exceção para que a paciente fosse atendida. Mesmo assim, a SMS de Itaberaí afirmou que a mulher agrediu verbalmente a servidora com as injúrias, chamando ela de "preta", "macaca" e "fedida".
Ainda de acordo com a gestão, a Polícia Militar foi então acionada e a paciente foi conduzida para a delegacia e presa em flagrante por injúria racial. Além disso, segundo a Polícia Civil, na delegacia também ficou comprovado que a suspeita não estava grávida.
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A corporação informou que a mulher foi solta após passar pela audiência de custódia.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí
"Ontem, uma servidora pública municipal foi vítima de injúria racial, praticada por uma paciente na UBS – Unidade Básica de Saúde – José Nonato Vieira, do Fernanda Park.
A paciente na presença de inúmeras testemunhas agrediu, verbalmente, a servidora com palavras injuriosas, tais como: MACACA, PRETA e FEDIDA.
Durante o ocorrido a Vereadora Jozina Marques e seu marido, estiveram no local em defesa da paciente e, exaltados, acabaram desacatando alguns servidores.
Importante relatar que a paciente não tinha horário agendado e seu caso não se tratava de urgência ou emergência, como confirmado posteriormente no Hospital Municipal.
A Polícia Militar foi acionada e conduziu todos para a Delegacia de Polícia Civil, sendo instaurados alguns procedimentos:
1- A servidora pública vítima da injúria racial representou criminalmente a paciente;
2- A paciente foi presa em flagrante por injúria racial e conduzida ao Presídio Feminino de Inhumas-GO;
3- Outra servidora foi desacatada no exercício de sua função e representou criminalmente a Vereadora Jozina e seu marido;
4- Com relação à Vereadora Jozina e seu marido, fora instaurado um procedimento investigativo por suposta prática do crime de desacato;
A Secretaria Municipal de Saúde de Itaberaí, bem como toda a equipe da UBS – Fernanda Park reforçam o compromisso com a excelência no atendimento aos pacientes, bem como repudia quaisquer atos de agressão, de violência, de desacato, e, especialmente, de injúria ou de discriminação racial.
Por fim, informamos que a UBS do Fernanda Park está em pleno funcionamento e os atendimentos estão acontecendo normalmente, como já acontecia. E, apesar de todo o tumulto, a respeitável equipe continua prestando os serviços com carinho, respeito, dedicação e o acolhimento de sempre."
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MEDICINA S/A
Se há diagnóstico, por que ainda estamos internando as pessoas?
Essa pergunta me fez refletir quando vi os números do último levantamento da Umane – associação civil sem fins lucrativos que administra um fundo patrimonial e se dedica a apoiar, desenvolver e acelerar iniciativas de prevenção de doenças e promoção de saúde – no âmbito da saúde pública. Em 2024, mais de 1,6 milhão de brasileiros foram internados por condições que poderiam ter sido evitadas. Isso significa que, a cada três minutos, uma pessoa dá entrada no SUS por uma falha previsível. Hipertensão, diabetes, infecções respiratórias, doenças crônicas ou outras, que com um acompanhamento minimamente eficiente, não deveriam ter chegado a esse ponto.
O que vejo é um sistema ainda muito reativo, que só age quando o quadro já está instalado. Se uma doença já foi diagnosticada, mas ainda assim evolui para uma internação, isso evidencia uma falha estrutural grave na continuidade do cuidado. Faltou coordenação. Faltou acompanhamento.
E o problema não está apenas na falta de recursos. A desorganização dos fluxos é crítica. Médicos estão sobrecarregados com tarefas administrativas, lidando com sistemas que não conversam. O paciente fica perdido nesse labirinto. Não há uma linha de cuidado clara e isso compromete diretamente tanto a qualidade quanto o custo da assistência.
Além da sobrecarga e da fragmentação, a pesquisa aponta para a subutilização de tecnologias que já estão disponíveis. Ferramentas que poderiam ajudar na triagem, no acompanhamento e no engajamento dos pacientes estão sendo pouco exploradas ou mal integradas.
A questão hoje não é mais se devemos usar tecnologia. A pergunta certa é: como podemos usar essas ferramentas de forma inteligente, coordenada e centrada na realidade do paciente? Temos um volume imenso de dados clínicos sendo desperdiçados por falta de estrutura para organizá-los e interpretá-los com eficiência.
Segundo o estudo, 53% das internações evitáveis aconteceram por falhas na linha de cuidado após a identificação do risco. A ausência de protocolos, a escassez de equipes multidisciplinares e o difícil acesso à atenção primária formam os principais gargalos. E tudo isso aponta para um sistema que ainda opera no improviso.
Não se trata apenas de adotar tecnologia por adotar. O que precisamos é de um novo modelo assistencial: centrado no paciente, com acompanhamento contínuo, capacidade preditiva e coordenação real. Só assim conseguiremos prevenir problemas, reduzir internações desnecessárias e promover saúde de forma mais eficiente e humana.
A atenção primária precisa ser fortalecida com ação conjunta entre União, estados e municípios. Regionalização, integração de dados e digitalização não são mais tendências, são obrigações. O Ministério da Saúde já sinalizou que irá anunciar, ainda em maio, um pacote de iniciativas voltado à reformulação do programa “Mais Acesso a Especialistas”. É um passo, mas ainda temos um caminho longo.
Enquanto isso, seguimos enfrentando um sistema que, além de falho, custa caro, em vidas, em sofrimento e em recursos. Precisamos, com urgência, virar essa chave.
*Maurício Honorato é CEO do Doutor-AI.
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Observabilidade: uma forte aliada à segurança da nuvem hospitalar
A tecnologia está cada vez mais presente em instituições de saúde. Felizmente, isso já é uma realidade. E, garantir a segurança dos dados armazenados em sua maioria na nuvem (devido ao seu custo mais baixo em comparação à estrutura on-premise), é um dos principais desafios dos profissionais de TI que atuam nesses ambientes.
Muito se fala sobre a criação de barreiras contra cibercriminosos através de investimento em segurança, treinamento de colaboradores, entre outros.
É diante de um cenário cada vez mais orientado por sistemas distribuídos e aplicações em nuvem, que a observabilidade se tornou um pilar essencial no monitoramento moderno de software.
Afinal, mais do que simplesmente coletar métricas ou logs, a observabilidade envolve a capacidade de entender o estado interno de um sistema de gestão em saúde a partir de suas saídas externas. Isso permite que as equipes de TI identifiquem, analisem e resolvam problemas de forma proativa e eficiente (sem que o usuário final perceba) – o que contribui diretamente tanto para a proteção dos dados do paciente como para a continuidade de negócios.
Utilizar-se da observabilidade no setor de TI hospitalar apoia, também, no fornecimento de uma visão mais clara e contínua – o que possibilita a detecção de anomalias, gargalos de performance e falhas antes que o usuário final seja impactado. Esse conhecimento em tempo real torna as decisões técnicas mais precisas e rápidas, reduzindo o tempo de resposta e de recuperação em incidentes.
Além disso, por ajudar a identificar falhas e possíveis invasões com antecedência, a observabilidade é uma grande aliada no combate ao ransomware — um tipo de programa malicioso que bloqueia o acesso a dados importantes e exige pagamento para liberá-los. Esse tipo de ameaça é um dos mais usados para roubar informações na área da saúde. Segundo uma pesquisa da Kaspersky, os ataques desse tipo cresceram 146% em 2024, só no setor de saúde.
Os resultados dessas invasões podem causar danos irreversíveis. Entre eles, destaca-se o risco à vida do paciente, já que a indisponibilidade de sistemas e a interrupção na troca de informações podem impedir atendimentos essenciais. Além disso, o vazamento de dados sensíveis compromete a privacidade do paciente e expõe a instituição de saúde a sérios prejuízos financeiros e reputacionais.
Assim, é possível concluir que, através da implantação eficaz da observabilidade nos cuidados com a nuvem, as instituições de saúde serão contempladas com sistemas mais robustos. Além disso, haverá uma maior entrega de valor e, por fim, mais agilidade diante das mudanças de mercado.
*Saulo Lima é Diretor da Flowti.
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SAUDE BUSINESS
Cibersegurança com IA: invasões bárbaras na Saúde
Roma, em 410 d.C., foi surpreendida por Alarico I, rei dos Visigodos, comandando cerca de 40 mil guerreiros bárbaros. Após anos de negociações malsucedidas e avisos perdidos na arrogância romana, Alarico sitiou Roma e, na noite de 24 de agosto de 410, seus homens abriram o Portão Salariano — com ajuda de escravos godos dentro das muralhas — e entraram sem resistência organizada. Foi uma das maiores pilhagens da história, com Alarico tomando 1,6 toneladas de ouro, 9,8 toneladas de prata, seda, púrpura, pimenta e tudo o mais que pudesse ser carregado. As Basílicas de São Pedro e São Paulo foram usadas como refúgio romano, evitando um massacre generalizado. Houve incêndios e saques, embora as principais estruturas públicas ficassem intactas. O choque não foi só físico, mas simbólico. Era a primeira queda da “Urbs” em quase 800 anos. São Jerônimo lamentou: “A cidade que tomara o mundo foi tomada”. O saque detonou uma crise de confiança no poder romano, estimulou visões apocalípticas e é lembrado como o estopim do desmantelamento do Império Romano.
Ultimamente, muitos se esforçam em aterrorizar seus pares com a ideia de que a invasão das inteligências artificiais (IAs) seja algo similar ao estrago de Alarico. É cedo para tanto terror e tarde para desconsiderar o impacto das IAs na civilização contemporânea. Mas há um alerta notável que pode ser considerado parecido com o saque a Roma: as IAs estão municiando e habilitando as gangues cibernéticas como nunca foi feito antes. Estamos diante da maior batalha de segurança cibernética deste século, notadamente dentro das Cadeias de Saúde. O que vem pela frente é imponderável. Não estamos mais falando só de prejuízos econômicos ou estruturais, mas de vidas humanas. Sim, a ‘insegurança cibernética’ está matando pessoas nas alas e nos leitos hospitalares.
A expressão “paciente com morte por ataque cibernético” está se tornando realidade em vários hospitais do mundo. O Health Service Journal (HSJ), por exemplo, uma publicação que cobre o NHS (Reino Unido), anunciou que um ataque cibernético de ransomware aos laboratórios Synnovis (principal fornecedora de exames diagnósticos do NHS na região de Londres), ocorrido em 3 de junho de 2024, teria causado quase “600 incidentes com pacientes”. O ataque interrompeu os serviços em cinco grandes hospitais durante meses, incluindo o hospital universitário King’s College, os hospitais Guy’s e St. Thomas, o Evelina London Children’s Hospital e o Royal Brompton, todos severamente afetados.
Reivindicado poucos dias depois pela gangue de ransomware Qilin, os hospitais foram imediatamente forçados a encaminhar seus pacientes para outras instalações e cancelar mais de 10 mil consultas, procedimentos eletivos e operações cirúrgicas, incluindo todos os transplantes. Dos incidentes, perto de 170 casos referem-se a pacientes, incluindo um caso com dano “grave”, 14 casos com dano “moderado”, sendo os incidentes restantes considerados de baixo dano. Além disso, como resultado do ataque, 2 pacientes teriam sofrido danos “permanentes” à saúde, informou a Bloomberg em janeiro último. Ransomware é um tipo de malware, também conhecido como software malicioso, que criptografa os arquivos da vítima e exige resgate para descriptografá-los. Uma operação que já exigiu grande expertise, mas que hoje, com os LLMs, é mais fácil e menos arriscado que “bater uma carteira”.
A Synnovis administra mais de 100 laboratórios especializados em Londres, oferecendo testes e diagnósticos de diabetes, genética, neuropatia, imunologia, oncologia, etc. O pedido de resgate à Synnovis teria sido de US$ 50 milhões. O grupo Qilin é considerado uma das cinco maiores gangues ativas (total de 376 vítimas ao ano), de acordo com a ferramenta de rastreamento Cybernews Ransomlooker. O mesmo grupo atacou em fevereiro de 2025 a Utsunomiya Central Clinic (UCC), o prestigiado centro de tratamento oncológico do Japão, expondo informações confidenciais de 300 mil pacientes e deixando seu sistema hospitalar “inutilizável” (um único registro médico pode valer até 20 vezes o preço dos dados de um cartão de crédito).
Assim, o descuido no combate ao cibercrime na Saúde mata pacientes, e ponto final. O CEO da Synnovis, Mark Dollar, disse em um comunicado em 26/06/2025: “Estamos profundamente tristes em saber que o ataque cibernético criminoso do ano passado foi identificado como um dos fatores que contribuíram para a morte de um paciente”. O Dr. Saif Abed, especialista em segurança cibernética na saúde pública, explicou ao Financial Times: “Mais pacientes sofrem devido a violações de dados do que ficamos sabendo. Pela minha experiência e analisando ataques cibernéticos à saúde no Reino Unido e no mundo, é quase certo que houve mais mortes ao longo dos anos, que não foram descobertas simplesmente devido à falta de investigações oficiais”. Os ciberataques atrasam tratamentos e testes, aumentam o tempo de espera, sem falar na necessidade de locomover os pacientes quando os ataques causam o fechamento das instalações. Da mesma forma, afetam as cadeias de suprimentos médicos, dificultando o funcionamento operacional.
Não faltam dados relatando essa invasão bárbara. O relatório “2025 Spotlight Report: Cyber Resilience and Business Impact in Healthcare”, publicado pela provedora de segurança cibernética LevelBlue, mostrou que 32% das instituições de saúde sofreram pelo menos uma violação grave de segurança nos últimos 12 meses. Além disso, 46% dos entrevistados (CISO) relataram ter sofrido um volume significativamente maior de ataques cibernéticos em comparação com anos anteriores. A pesquisa “Global Incident Response Report 2025”, publicada pela Unit 42, mostra que a velocidade dos ataques cibernéticos está aumentando dramaticamente, com os invasores roubando dados três vezes mais rápido do que em 2021. Especificamente na área hospitalar, a crescente digitalização fez crescer a vulnerabilidade. Até 2026, mais de 70% dos dispositivos médicos – de ultrassom a wearables – estarão conectados digitalmente, aumentando significativamente a “superfície de ataque”. Outro relatório, “State of OT Security”, publicado pela Palo Alto Networks (a maior provedora pura de cibersegurança do mundo), mostra que a recuperação de uma única violação em um dispositivo médico custa, em média, entre 10 e 50 mil libras esterlinas (entre 75 e 376 mil reais). O phishing (ataque cibernético onde criminosos se passam por entidades confiáveis, como bancos, empresas ou instituições) continua sendo o principal ponto de entrada na saúde. Quando realizado por Agentes-IA, o phishing tem desempenho 55% maior do que o realizado por humanos.Isso significa que plataformas GenAI podem criar campanhas de phishing gerando e-mails, mensagens SMS e postagens em redes sociais livres de erros gramaticais ou frases estranhas (que antes serviam como sinais de alerta).
Nunca os sistemas de saúde estiveram tão vulneráveis. Parte dessa fragilidade sistêmica deve-se à ampliação do uso das GenAIs. Os LLMs intensificaram os vetores de ataque, tornando as gangues de hackers mais ágeis do que nunca. O relatório “International AI Safety Report 2025” — coordenado por Yoshua Bengio (professor da Universidade de Montreal) e elaborado por 98 especialistas de 30 países (ONU, UE e OCDE) — examina os riscos maliciosos da IA, que vão de ataques letais à manipulação da opinião pública. O documento escancara o avanço dos bárbaros digitais: “há só quatro meses, um modelo de IA identificava cercade 1/5 das vulnerabilidades no código-alvo; após sucessivos ganhos dos LLMs, esse índice saltou de 21% para 79%. Ou seja, o hacker que antes vasculhava ‘na unha’ perto de 80% do terreno vulnerável conta agora com uma IA que descobre sozinha praticamente 4/5 das vulnerabilidades, quadruplicando a eficiência de uma invasão”.
A expressão “Cyber Offence” — ou Offensive-AI — aparece várias vezes no relatório, sinalizando que a IA já impacta pelo menos dois pilares centrais do setor de saúde: (1) biossegurança; e (2) privacidade de dados médicos. A Biossegurança passou a ser prioridade n.º 1, segundo o documento. Se a curva de capacidade dos LLMs continuar crescendo, serão necessárias intervenções regulatórias urgentes antes de 2027, principalmente para IAs que manipulem sequências biológicas (Seção 2.1.4). Do mesmo modo que os LLMs já mapeiam milhões de proteínas e aceleram a criação de insumos biofarmacêuticos, os mesmos modelos podem ser cooptados para delinear — passo a passo — a síntese de patógenos e toxinas de alto potencial destrutivo, encurtando a distância entre a curiosidade científica e a liberação de armas biológicas.
No tocante ao pilar 2 (privacidade de dados clínicos), o relatório adverte que a balança só pende para os atacantes em dois cenários: (1) quando a IA automatiza etapas críticas de ataque ainda sem defesas equivalentes; e (2) quando as capacidades de ponta estão acessíveis aos ofensores, mas não aos defensores — um caso frequente em hospitais e serviços de saúde com redes legadas e orçamentos limitados. Nessas condições, modelos generativos maliciosos conseguem vasculhar sistemas heterogêneos, localizar brechas e até sequestrar prontuários com um esforço muito menor do que o necessário para que equipes de segurança corrijam cada vulnerabilidade.
Contudo, o próprio documento enfatiza que os mesmos modelos LLMs podem — e devem — ser alistados ao lado dos defensores (“Defensive-AI”). Ele menciona, por exemplo, o uso de modelos para detecção de vulnerabilidades em chips, auditoria de código e depuração automática, indicando que, se bem implementada, a automação defensiva pode inverter a assimetria e blindar instituições contra ransomware, phishing e outros vetores de ataque. Ou seja, a IA que descobre falhas para o hacker atacar é a mesma que pode tapá-las para o hospital.
Vale lembrar que, na Saúde, o maior responsável pela segurança cibernética da instituição é o CEO da empresa. Costuma-se dizer que o grande atrativo para o cibercrime é a chamada “Dívida Técnica” (Technical Debt), quando sistemas de informação ficam desatualizados, carecendo de substituição ou upgrade. A instituição incorre em dívida técnica quando atrasa a manutenção necessária ou adia a substituição do sistema legado. Não tenha a ilusão que ninguém “espia” suas vulnerabilidades, ou que não investigam suas fraquezas. Sua dívida técnica é monitorada na exata proporção em que ela cresce. O setor de Saúde é historicamente retrógrado na dívida técnica, seus investimentos costumam acontecer só depois que a criminalidade cibernética acontece. Se o CEO fraquejar na dívida técnica, tudo fica mais fácil para as gangues. Estudo publicado em 2025 e realizado pela Netwrix apontou que apenas ‘um único ataque cibernético’ gerou prejuízo financeiro para “69% das organizações do setor de saúde, em comparação com 60% em outras indústrias”. Os dados apontam ainda que uma em cada cinco organizações de Saúde, que sofreram um ataque, tiveram mudanças na liderança sênior (21%) ou ações judiciais (19%). Nos outros setores analisados, essas duas marcas ficaram na faixa de 13%.
Nos últimos dois anos, é notória a tentação de entrar no universo das IAs sem cuidar da ‘dívida técnica acumulada’. Em 2023, o Escritório de Direitos Civis (OCR) relatou um aumento de 239% nas violações de segurança na área da saúde entre 2018 e 2023. Só em 2024, 67% das organizações de saúde pesquisadas sofreram ataques de ransomware (fonte: Statista).
Quem puxa a dianteira da criminalidade cibernética na Saúde são os EUA. Em 2024, ataques de ransomware interromperam sistemas hospitalares em 46 estados. Alguns provedores perderam mais de US$ 100 milhões por dia devido ao congelamento de faturamento. Um dos maiores sistemas de saúde do país, Ascension (140 hospitais em pelo menos 10 estados), sofreu um ataque de ransomware em 8 de maio de 2024 que bloqueou todos os sistemas que rastreiam e coordenam o atendimento ao paciente. Sofreu interrupções tão graves que os pacientes foram redirecionados e realocados. A “morte por ataque cibernético” é uma realidade tangível em quase todos os países, mais ainda porque 80% dos casos não chegam à mídia ou não são devidamente comunicados e investigados, sem falar naqueles que são engavetados por medo de que a divulgação espalhe mais terror. Segundo a publicação Security Leaders, 84% das empresas de saúde no mundo identificaram incidentes cibernéticos em 2024 (em 70% dos casos, houve sérios prejuízos financeiros).
Há uma penca de guias para ajudar CIOs, CISOs e todos que introduzam IA na saúde de modo a blindar o sistema antes que o perigo bata à porta. O MITRE Atlas (Adversarial Threat Landscape for Artificial-Intelligence Systems) é uma base de conhecimento de táticas, técnicas e estudos de caso para sistemas de IA. É um recurso abrangente para entender e proteger sistemas de IA — um verdadeiro “repositório vivo” das táticas adversárias. Hospitais podem mapear seus próprios LLMs diagnósticos, por exemplo, identificando onde os ataques podem ser mais prováveis, testando tudo antes da validação clínica.
Outro recurso público para entender esses riscos é a ENISA (European Union Agency for Cybersecurity), centro pan-europeu que apoia hospitais e prestadores de cuidados de saúde com orientação, ferramentas, serviços e formação. A agência consolida boas práticas, exemplifica contratos de cibersegurança e mapeia a regulação na saúde. Além disso, vale lembrar o portal do HHS (Department of Health and Human Services) nos EUA, que mantém o HPH Cybersecurity Performance Goals — com metas específicas de segurança cibernética para o setor.
Dúzias de estratégias de IA, bem como centenas de ferramentas em LLMs já são usadas com sucesso para prevenção de ciberataques. Se o “Offensive-AI” ganha musculatura, não menos avanços ocorrem na artilharia de “Defensive-AI”. Uma das estratégias mais conhecidas e exploradas é o “red teaming”, um mecanismo proativo de segurança cibernética no qual hackers éticos simulam ataques do mundo real — abrangendo vulnerabilidades técnicas, humanas e físicas — para identificar e abordar fraquezas de segurança antes que agentes mal-intencionados as explorem.
Outra tendência vem sendo proposta pelo filósofo e professor Markus Gabriel, titular de Epistemologia na Universidade de Bonn, porta-voz do chamado Novo Realismo. Ele sustenta que o debate deve migrar da “ética da IA” — um campo regulatório externo — para a construção de uma “IA ética”, capaz de incorporar raciocínio moral na própria arquitetura da rede neural. Em seu manifesto KI-Ethik als Hochregulation, Gabriel explica que a IA ética (trustworthy AI) não é apenas uma “IA que segue guidelines”. É um passo além, tornando a ética tarefa nativa do algoritmo. Onde a “ética da IA” busca minimizar danos, a IA ética deve maximizar virtudes públicas — uma engenharia moral que coopera na formação de juízos justos. Apesar de soar utópico, Gabriel talvez antecipe o que as IAs serão, ultrapassando os marcos regulatórios. A IA ética torna-se um projeto construtivo: dotar a inteligência artificial de capacidades analíticas que reforcem — e não apenas respeitem — nosso impulso de progresso moral. Em vez de temer máquinas autônomas, ele sugere programar “agentes morais” que nos ajudem a navegar nos dilemas com um grau extra de lucidez coletiva.
Isso significa que as IAs éticas exibirão características como explicabilidade, justiça, interpretabilidade, robustez, transparência, segurança e proteção em seu funcionamento. Imagine um liquidificador da próxima geração: além de desligar quando a tampa sai, ele reconhece se alguém tenta colocar a mão, avalia o contexto – ‘por que essa pessoa faria isso?’ -, alerta em linguagem simples, registra o incidente para auditoria e envia um aviso ao fabricante. Assim, a IA ética protegerá antes, durante e depois do risco — aprendendo mais a cada uso.
Se Kant (1724-1804) estivesse vivo, envolto no tema ético das IAs, talvez postulasse algo parecido com Gabriel, ou seja, que as IAs deveriam perseguir — por si sós — o “imperativo categórico universal kantiano”, embora este pudesse ser evolutivo. Ou seja, a forma lógica da universalização permaneceria como lastro inabalável, enquanto o conteúdo moral se adensaria a cada nova experiência histórica que desvelasse zonas de injustiça antes impensáveis. Kant forneceria o “esqueleto normativo que impede o relativismo moral” — corrosivo à dignidade humana. Gabriel, por outro lado, injetaria sangue reflexivo nesse contexto, pois, para ele, sistemas de IA tenderão a desenvolver “reflexividade” — capacidade de examinar a própria atuação e (auto-)corrigi-la. Em termos técnicos, isso significaria dotar os modelos de autoverificação metacognitiva, já explorados, por exemplo, em pesquisas recentes de self-reflection e self-refine: o Agente-IA revê suas cadeias de raciocínio, compara resultados com objetivos e reescreve a própria saída antes de entregá-la. Assim, a rigidez da lei universal e a plasticidade de uma “consciência reflexiva” convergiriam para uma “IA ética”, capaz de honrar princípios sem congelar o progresso moral coletivo. São tempos maravilhosos, os atuais! Não desista deles; não se abandone por medo ou relativismos. Kant, Gabriel e IA no mesmo parágrafo é êxtase e uma estupenda inspiração.
De qualquer forma, antes que qualquer modelo epistemológico ou sociológico seja contemplado, a Saúde se movimenta intensamente para incorporar defesas à sua estrutura digital, notadamente naquelas matrizes que já utilizam LLMs (Defensive-AI). A PureHealth, a maior rede de saúde dos Emirados Árabes Unidos (EAU), está transformando a sua segurança cibernética. Um “escudo” alimentado por IA, conhecido como “Security Operations Center”,verifica automaticamente mais de mil protocolos por segundo, lidando simultaneamente com cerca de 500 incidentes diários. Essa máquina de segurança, construída em parceria com a Dell Technologies, protege dados de pacientes em mais de 100 hospitais e 300 clínicas. Não se trata apenas de gerar firewalls, mas de criar uma malha de segurança escalável na mesma proporção da escalabilidade dos hackers. As GenAIs da PureHealth não só suportam serviços de diagnósticos inteligentes e a infraestrutura em nuvem da organização, como, paralelamente, acionam milhares de mecanismos e protocolos contra a sua vulnerabilidade.
Da mesma forma, o NHS vem reforçando suas defesas com a plataforma de “IA comportamental” da Darktrace. Ela aprende o “padrão de vida” das redes clínicas e reage sozinha — isola hosts, bloqueia portas, corta canais C2 — comprimindo de horas para segundos o tempo de contenção de ransomware. O motor de autoaprendizagem integra predição comportamental, detecção, resposta e investigação de incidentes em tempo real. No Milton Keynes University Hospital (condado de Buckinghamshire, 80 km de Londres), a Darktrace Self-Learning AI cobre rede, nuvem, e-mail e milhares de dispositivos IoMT, operando 24 x 7 mesmo sem equipe de plantão; entre o alerta e o bloqueio passam-se apenas segundos, evitando downtime clínico. É como ter um cão de guarda que memoriza o cheiro de cada morador — no primeiro odor estranho, ele tranca as portas, rosna alto ligando o alarme e, antes que a maçaneta sequer gire, já está de dentes à mostra bloqueando o invasor.
Os hackers já não atacam apenas sistemas informacionais hospitalares (HIS, LIS, EHR etc.); agora miram diretamente o parque de dispositivos médicos (IoMT). A rede alemã Ortenau Klinikum (cerca de 1.700 leitos, na região de Baden-Württemberg) blindou-se com a Claroty Medigate Anomaly Threat Detection: uma IA que funde telemetria de IoMT (Internet das Coisas Médicas), OT (automação predial) e BMS (centro de controle sistêmico). Ela flagra padrões fora da curva — por exemplo, uma bomba de infusão “conversando” com a rede de visitantes — associa cada evento à matriz MITRE ATT&CK (citada acima) e reage sem intervenção humana. Dispositivos que antes apareciam como sombras passam a ser vistos em alta definição. É como dar visão térmica ao segurança do turno da noite: ele não só identifica quem abre a porta, mas também sabe qual chave está sendo usada e qual o tamanho de sapato que o intruso calça.
Outro exemplo de ciberdefesa “na artéria assistencial” vem da BayCare Health System (16 hospitais na Flórida, EUA). A rede adotou o “Cortex XSIAM”, da empresa Palo Alto Networks — um verdadeiro SOC (Centro de Operações de Segurança) que funde, num único cérebro guiado por IA, as funções de SIEM, XDR/EDR, SOAR, ASM e UEBA. Em conjunto com o módulo Medical IoT Security, a plataforma vigia em tempo real mais de 33 mil dispositivos médicos e IoT, consolidando dados de rede, nuvem e endpoints. Modelos de machine learning filtram o “ruído” de alerta, priorizando riscos e isolando vulnerabilidades antes que se transformem em incidentes clínicos.
As motivações de Alarico I quando invadiu Roma eram claras, envolvendo tanto a busca por ouro quanto a busca por reconhecimento e poder. A mente dos marginais cibernéticos é parecida: indivíduos (ou gangues) considerados cruéis e incivilizados buscam o golpe e o sequestro de dados, não importando se isso pode causar a morte de um paciente. Do lado de fora do seu hospital, é possível ouvir o barulho dos bárbaros comemorando alguma invasão. Os novos visigodos chegam por e-mail, WhatsApp, pacotes IoT, redes Wi-Fi, APIs ou qualquer outra porta que acesse os dados clínicos. Não mais escalam muralhas, mas atravessam firewalls oxidados, penetram em servidores entulhados de informações confidenciais e com pouca proteção. Eles amam os CEOs desavisados ou o CISO incauto. Sem um SOC-IA que detecte anomalias em segundos e responda antes que qualquer credencial “gire a maçaneta”, o hospital descobrirá tarde demais. O prontuário eletrônico e a bomba de infusão já terão sido saqueados. Ativem sentinelas algorítmicas e posicionem os LLMs para contra-atacar! Por três noites, as tochas visigóticas dançaram nas vielas de Roma enquanto o Senado derretia estátuas para pagar o resgate. Hoje, os bárbaros cibernéticos fazem o mesmo — só que em segundos.
Guilherme S. Hummel
Scientific Coordinator Hospitalar Hub
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período
https://www.osul.com.br/planos-de-saude-sobem-327-em-18-anos-acima-da-inflacao-no-periodo/
Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames
Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes
https://news.conect.company/news-1751173019112-13923/
XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização
Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia
BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos
Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos
https://medicinasa.com.br/diagnosticos-antibioticos/
Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave
O GLOBO
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período
Comprometendo uma fatia cada vez maior do orçamento das famílias e das empresas, os planos de saúde acumularam uma alta de 327% entre 2006 e 2024, quase o dobro da inflação geral do país, medida pelo IPCA, que subiu 170% no período. Os números são de uma análise do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps), com base nas estatísticas do IBGE.
O setor discorda de análises de variação de preço com base no IPCA. Operadoras e até a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) argumentam que a precificação dos planos leva em conta não só a variação dos custos de insumos e tecnologias, mas também a frequência de uso dos convênios pelos usuários. A ideia dos pesquisadores, porém, foi analisar o quanto consumidores têm desembolsado com os contratos.
“O objetivo era olhar o quanto está saindo do bolso e sendo pago por famílias e empresas ao longo do tempo comparado a outros itens da cesta de consumo”, explica o economista Vinicius Peçanha, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores concluíram que o preço dos planos foi o principal fator de pressão nos custos da cesta de saúde e cuidados pessoais acompanhada pelo IBGE. Outros serviços de saúde subiram num ritmo menor no período analisado: serviços médicos e dentários acumularam alta de 233%, enquanto os laboratoriais e hospitalares ficaram em 179%.
Além disso, o documento aponta que, nos 18 anos analisados, enquanto a inflação dos convênios disparou 327%, alimentos e bebidas ficaram 276% mais caros; a alta de educação foi de 203%; e os gastos com habitação subiram 176%. Outra constatação é que o Brasil está entre os países com maior aumento nos preços dos planos de saúde, superando a inflação geral em maior grau do que países como Alemanha, França e EUA.
Peçanha analisa que o aumento pode ser atribuído a fatores como a incorporação de tecnologias mais caras, reajustes autorizados pelos órgãos reguladores e ineficiências regulatórias, além de mudanças demográficas e epidemiológicas que elevam a demanda por assistência médica, como o envelhecimento da população.
Ele observa que o aumento dos preços torna o acesso à saúde privada cada vez mais oneroso para as famílias, principalmente aquelas com idosos, e para as empresas. Hoje, 72% dos 52,3 milhões de usuários de planos estão em contratos coletivos empresariais:
“O Brasil tem gasto privado per capita de saúde muito mais alto do que a renda per capita, e muito disso vem do plano de saúde. As operadoras atuam numa pressão estrutural de custos, mas o aumento acelerado dos preços pode tornar o mercado proibitivo para parte da população e pressionar mais o SUS”, disse.
O IBGE apura a inflação das mensalidades de forma homogênea. Se a variação de preços for esmiuçada por tipo de plano, o percentual de 327% pode estar subdimensionado. É o que aponta Marcelo Borges, diretor executivo da Mercer Marsh, consultoria que faz a gestão de benefícios de 5 milhões de usuários de planos coletivos empresariais.
Isso porque, nesses contratos, não há um teto para o reajuste anual, composto por duas variáveis. Uma delas é o perfil do contrato, ou seja, se os usuários utilizam muito ou pouco o plano, e quais coberturas são mais demandadas.
A outra variável é a inflação médica da operadora, definida pela variação dos custos — como remédios, equipamentos, internações e consultas — e também pela frequência de uso dos usuários.
“O plano de saúde já representou 7% da folha de pagamento das empresas, hoje é 15%, o segundo maior custo, e a expectativa para esse ano é que seja 15,79%”, afirma Borges, citando pesquisa da consultoria com base na sua carteira. — Empresas que não se dedicarem a uma melhor gestão da saúde ocupacional, com ações de prevenção e comunicação, vão usar mais, e o plano e a conta vão ficar mais caros.
O executivo pondera que nos últimos anos pesam o envelhecimento da população, os avanços nos tratamentos e a judicialização crescente, que pressionam previsões financeiras das empresas, gerando reajustes mais altos.
Em nota, a ANS afirmou que “é de amplo conhecimento que em vários países os custos em saúde crescem a taxas superiores à variação média dos demais preços da economia”, mas defendeu que “estimativas de comprometimento de renda não devem considerar apenas a diferença entre reajustes acumulados nos planos de saúde e a variação do índice de preços do país, mas também fatores como variação dos rendimentos do trabalho e mudanças de planos pelos beneficiários ao longo dos anos”. As informações são do jornal O Globo.
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PORTAL TELA
Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames
Avaliada pelas operadoras como uma forma de ampliar o setor — estagnado em pouco mais de 50 milhões de usuários há dez anos — a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que cria um plano de saúde só para consultas e exames entrou em compasso de espera no fim de maio. Uma câmara técnica vai avaliar aspectos do projeto, que deixa de fora da cobertura atendimentos de urgência e internação e que suscita discussões: um plano de saúde mais restrito faz sentido? Quais os prós e contras?
O modelo simplificado — e mais barato — foi proposto pela ANS em fevereiro. Para a agência, a medida pode ampliar o acesso dos brasileiros ao setor. O órgão argumenta que o público-alvo são consumidores sem plano de saúde tradicional, que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), mas que acessam serviços pagos, oferecidos por clínicas populares e cartões de desconto.
A visão da ANS é compartilhada pelas operadoras, que avaliam que esse novo tipo de contrato representa uma oportunidade para expandir e disputar o espaço ocupado por cartões de desconto. Sem regulação, nesse serviço o usuário paga mensalidade que garante descontos em consultas e exames laboratoriais.
O número de usuários desse mercado é uma incógnita. Algumas projeções falam em 40 milhões de pessoas, enquanto a própria ANS já estimou que são 60 milhões de consumidores, 8 milhões a mais que os 52 milhões cobertos por planos de saúde regulados.
CEO da consultoria Eloss, de estratégia em saúde para operadoras e empresas empregadoras, Luciane Infanti avalia que há sinais de que esse setor vem crescendo.
A empresa cruzou dados da ANS, da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2019, ambas do IBGE e últimas edições disponíveis, e informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, também do IBGE) e concluiu que há “evidente comprometimento” do orçamento das famílias mais pobres com gastos privados em saúde.
Para ela, isso é impulsionado pela procura por serviços de clínicas populares e seus cartões de desconto.
O cruzamento mostra que, dos 81,2 milhões de brasileiros da Classe C, 34% são dependentes exclusivamente do SUS, enquanto 20% têm plano de saúde e 46% recorrem a atendimentos privados, mas fora das operadoras.
Luciane cita ainda estimativas apuradas pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), que calculam que, em 2023, as despesas com saúde privada no Brasil movimentaram R$ 578,03 bilhões.
Do total, R$ 275,27 bilhões foram pagos a planos de saúde por famílias e empresas, enquanto um valor superior, de R$ 302,76 bilhões são custeios de outras despesas, como medicamentos, atendimentos particulares e, segundo Luciane, possivelmente, cartões de desconto.
A especialista avalia que o crescimento desse segmento aponta interesse maior das famílias em produtos privados em saúde com preços mais acessíveis:
— A gente precisa ampliar o portfólio de produtos possíveis para as pessoas. Quem busca cartão de desconto quer ter serviço diferenciado quando precisa. Ter produto regulado, pré-pago, que dê garantia de acesso ao cuidado básico pode fazer sentido para algumas famílias, e o modelo de assinatura desses cartões não garante isso, só reduz preço.
27,6 milhões de informais não têm plano pela empresa
Outra frente apontada pela consultora é a possibilidade de planos simplificados atenderem os 27,6 milhões de trabalhadores formais que não têm plano de saúde como benefício do emprego, como aponta cruzamento feito por ela com números da ANS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
— Sei que há preocupação com downgrade (quando empresas rebaixam benefícios dos funcionários), mas pode ser opção para empregadores que ainda não oferecem plano de saúde a empregados, ou para um trabalhador informal que não consegue pagar.
Além de ampliar o acesso a planos de saúde, a ANS argumenta que o plano com cobertura para consultas e exames pode desafogar a fila do SUS na atenção primária, ampliando diagnósticos precoces.
A demora no agendamento de exames, cirurgias ou consultas com especialistas é o principal problema da saúde pública para 42% dos brasileiros, aponta pesquisa recente do Instituto Locomotiva. O estudo ouviu 2,5 mil pessoas em todo o país e constatou que só 16% avaliam o SUS positivamente.
A pesquisa aponta que, por conta da demora das filas, 7% declaram possuir cartões de desconto, cerca de 11 milhões de pessoas. O número de usuários, porém, é provavelmente muito maior, já que o cartão atende um núcleo familiar.
— Como eu resolvo isso? Com parcerias público-privadas. Uma delas é poder ter um plano exclusivamente ambulatorial. E isso já existe, mas as pessoas estão pagando muito mais caro com os cartões de saúde, que oferecem apenas desconto, sem uma cobertura ilimitada para consultas — defende Renato Meirelles, presidente do Locomotiva, citando que 76% dos ouvidos avaliam que parcerias com o setor privado seriam benéficas.
A pesquisa perguntou aos entrevistados especificamente sobre o produto simplificado desenhado pela ANS: 24% disseram ter muito interesse, 37% ter algum interesse e 39% rejeitaram a ideia.
Com a previsão de que o plano proposto cubra apenas atendimentos básicos, quem precisar de atendimentos mais complexos, como uma biópsia de tumor, uma cirurgia ou até quimioterapia, vai precisar pagar do próprio bolso ou recorrer ao SUS.
A proposta da ANS tem o risco de sobrecarregar os já pressionados atendimentos de média e alta complexidade do sistema público, “que são o grande gargalo do SUS”, avalia Rudi Rocha, professor da FGV EAESP e diretor de pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps).
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Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes
É positivo o projeto que prevê compartilhamento de informações sobre a saúde de pacientes atendidos por hospitais e laboratórios, inclusive o SUS. A ideia se inspira no conceito, já em operação, de finanças abertas, ou open finance, a troca de cadastros entre diversas instituições financeiras, facilitando autorização e prestação de serviços. Quando o projeto estiver implementado na saúde, a primeira consulta jamais começará da estaca zero, mesmo que o paciente esteja noutro estado. Num pronto-socorro, não será mais preciso avisar se alguém tem alergia, descrever remédios de uso contínuo, dizer se segue tratamento ou passou por cirurgia. Também haverá menos exames redundantes, uma das causas do alto custo da saúde.
O acesso rápido às informações de saúde reduzirá o tempo dos atendimentos, em benefício dos próprios pacientes e do sistema como um todo. Conduzido pelo Inova HC, núcleo tecnológico do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), o projeto já inclui diversos hospitais privados da capital paulista, como Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, e as redes de laboratórios e hospitais Dasa, Fleury e Sabin. A previsão é que o sistema comece a funcionar em seis meses.
A rede de farmácias RD (Raia e Drogasil) e o Bradesco Saúde estão em fase final de acerto para participar do projeto. Drogarias compartilhariam dados como testes rápidos e vacinas aplicadas. Integrado ao SUS, o sistema ajudaria Ministério da Saúde e secretarias estaduais a atuar de forma preventiva contra epidemias. A central de prontuários agilizaria autorizações de procedimentos pelos planos de saúde e facilitaria pagamentos aos hospitais.
“Todo o setor ganhará muito, mas principalmente o paciente, com prontuário e histórico à disposição para acompanhar a própria saúde e tomar decisões”, afirma Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde. De acordo com ela, o SUS já conta com uma plataforma de operação integrada. Informações de municípios, estados e instituições federais estão disponíveis na Rede Nacional de Dados em Saúde e seguem um padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Deveria haver integração das duas plataformas.
Evidentemente, como no caso do open finance, é preciso tomar cuidados para impedir violações à privacidade ou uso indevido das informações. “Ninguém pode ser impedido de contratar um plano de saúde ou obter acesso a atendimento por causa de seu histórico de saúde”, diz Ana Maria Malik, professora do FGVsaúde. “Os propósitos no uso das informações são o cuidado e a qualidade do atendimento.” Ela também defende o veto do acesso ao banco de dados por empregadores, que podem usar o histórico de saúde para negar contratações. Não pode haver “seleção de risco”, diz Marina Paullelli, coordenadora do programa de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Mas não há motivo para, tomados os devidos cuidados, deixar de levar o projeto adiante.
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PORTAL CFM
XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização
Temas como os aspectos éticos e jurídicos do útero de substituição e da inseminação caseira, os dilemas jurídicos relacionados ao acesso aos prontuários médicos e a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial são alguns dos temas que serão debatidos no XII Congresso de Direito Médico, a ser realizado na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, nos dias 26 e 27 de agosto. O evento, destinado a médicos, estudantes de medicina, advogados e estudantes de direito, terá como tema “Responsabilidade médica na era da informação e da judicialização”.
A programação pode ser acessada AQUI.
Para o coordenador da Comissão de Direito Médico e 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, o XII Congresso de Direito Médico será um espaço importante para que médicos e advogados debatam temas em que há uma intercessão muito grande entre essas duas importantes áreas do conhecimento para a sociedade. “Como conciliar o sigilo médico com as decisões judiciais que ordenam o acesso ao prontuário? Ou, qual a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial? Essas são algumas das questões que afligem o médico, que teremos a oportunidade de debater no XII Congresso de Direito Médico, que já é uma tradição”, adianta Jeancarlo Cavalcante.
O evento também vai debater temas como os desafios jurídicos nas fraudes médicas, as responsabilidades civil e criminal dos conselhos profissionais, a responsabilização do médico por publicidade médica irregular, o direito ao esquecimento versus os registros médicos e a regulação da Inteligência Artificial na medicina, entre outros temas.
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JORNAL OPÇÃO
Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia
O serviço foi retirado do programa por irregularidade nos repasses
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), anunciará nesta segunda-feira, 30, o retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O serviço havia sido retirado do programa, em 2023, por irregularidades nos repasses da administração anterior com o Hospital da Criança.
A retomada dos serviços devem contar com as seguintes operações: Tetralogia de Fallot, Comunicação Interatrial, Comunicação Interventricular e Defeito do Septo Atrioventricular.
A parceria prevê 15 procedimentos cirúrgicos por mês financiados pelo SUS e feitas pela rede.
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BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos
Chefe da sessão teria se recusado a deixar funcionária deixar o posto de trabalho
A Justiça do Trabalho do Mato Grosso condenou a BRF, grupo responsável pela Sádia e Perdigão, a pagar R$ 150 mil em indenização a uma funcionária que perdeu duas filhas depois de entrar em trabalho de parto dentro de um frigorífico.
Segundo o juiz que proferiu a decisão, houve negligência por parte da empresa. A peça narrativas que a gerente de produção teria impedido que a mulher deixasse o posto de trabalho depois que as contrações começaram.
A Justiça também reconheceu a rescisão indireta, com garantia dos direitos como 13°, férias, multa de 40% sobre o valor e seguro desemprego, além de acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
A BRF disse que recorreu da decisão e que nao comenta sobre casos em andamento na Justiça.
A mulher teria iniciado o trabalho de parte por volta das 3h da manhã e teria pedido socorro para sua supervisora, que se negou a prestar socorro para não prejudicar a linha de produção. Segundo o Ministério Público do Trabalho, que representou a chefe do departamento, a mulher voltou a se sentir mal às 6h da manhã e deixou o local. Ela deu a luz às 6h40, no ponto de ônibus e o primeiro filho morreu. A segunda criança nasceu em seguida, no mesmo local, e também veio a óbito.
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MEDICINA S/A
Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos
Silenciosa e crescente, a resistência antimicrobiana já é considerada uma das maiores ameaças globais à saúde pública. Segundo um estudo do Projeto Global Research on Antimicrobial Resistance (GRAM), publicado na revista científica The Lancet, são estimadas mais de 39 milhões de mortes por infecções resistentes a antibióticos até 2050 em todo o mundo. E grande parte desse cenário alarmante tem origem em um hábito comum e, muitas vezes, negligenciado: o uso indiscriminado de antibióticos.
A automedicação, a prescrição sem diagnóstico preciso e a interrupção precoce do tratamento contribuem diretamente para o fortalecimento de bactérias que aprendem a resistir às drogas – também conhecidas como superbactérias -, exigindo antibióticos cada vez mais potentes e menos eficazes. Como resultado, temos observado infecções cada vez mais difíceis de tratar, maior risco de complicações e internações prolongadas, com impacto significativo sobre pacientes, profissionais de saúde e sistemas hospitalares.
Durante o inverno, esse problema se agrava e se torna ainda mais evidente. O aumento das infecções respiratórias, impulsionado pelas temperaturas mais baixas e o clima mais seco, leva muitas pessoas a buscar alívio rápido para sintomas como tosse, febre e mal-estar. Em 2025, o Brasil já registrou mais de 83 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de acordo com a Fiocruz, com quase metade dos quadros ocasionado por algum vírus respiratório. E isso nos leva a concluir que, na maioria das vezes, o uso de antibióticos não apenas é ineficaz, como prejudicial.
Combate à resistência
A boa notícia é que já existem ferramentas capazes de mudar esse cenário. Os testes sindrômicos, baseados na tecnologia de PCR em tempo real, por exemplo, permitem diferenciar infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos — e indicam quando há coinfecção por múltiplos agentes. Esses exames são concluídos em cerca de uma hora e oferecem uma base sólida para a conduta clínica adequada.
De forma prática, esse tipo de diagnóstico permite que em vez de receitar antibióticos de forma empírica — prática comum diante da pressão por atendimento rápido —, os profissionais de saúde passem a contar com um diagnóstico preciso, que orienta o tratamento mais eficaz.
Quando o agente causador é viral, salve exceções, os antibióticos não devem ser usados. Já em casos bacterianos, o uso precoce do medicamento correto pode evitar complicações graves, reduzir o tempo de recuperação e salvar vidas. A precisão diagnóstica, portanto, é uma ferramenta essencial na administração racional de antibióticos.
Educar, testar e tratar
Mais do que soluções tecnológicas, as inovações diagnósticas representam uma mudança de paradigma. Promovem um modelo de cuidado baseado em evidência, que respeita as especificidades de cada paciente e evita generalizações perigosas. No longo prazo, essa abordagem reduz custos, melhora a experiência dos pacientes e fortalece a eficácia dos tratamentos disponíveis.
Mas essa transformação só será completa com educação e conscientização. É preciso reforçar, de forma contínua, a importância de não interromper tratamentos antes do tempo, de evitar a automedicação e de buscar sempre orientação médica. A resistência microbiana é uma ameaça real; e enfrentá-la exige ação coletiva.
*Allan Munford é gerente regional LATAM de Marketing da QIAGEN.
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A REDAÇÃO
Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave
Taxa de incidência ultrapassou o esperado
O Estado de Goiás decreta situação de emrgência por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES- GO), o território goiano atingiu a taxa de incidência de casos da doença acima do limite esperado. O anuncio oficial será realizado nesta segunda-feira (30/06).
Ainda conforme dados da SES-GO, o umento na solicitação de internações por Srag, na comparação com o mesmo período do ano anterior já chega a 33,27%. Além do Governo Estadual, municípios também também solicitaram ao Ministério da Saúde recursos financeiros para conversão dos leitos de terapia intensiva adulto para o atendimento de SRAG.
Durante todo o ano de 2024, foram registrados 7.477 casos de Srag, sendo 905 por Influenza e 960 por Covid-19. Neste ano, já são 6.743 casos de Srag, sendo 1.117 por Influenza e 306 por Covid-19. O aumento do número de casos, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de mais de 50%.
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Assessoria de Comunicação
Na Mídia: Em entrevista ao jornal O Popular, presidente da Ahpaceg comenta a concessão de créditos a hospitais privados em troca de atendimentos pelo SUS
Escrito por AdministradorEm entrevista ao jornal O Popular, o médico Renato Daher, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), disse que a entidade recebe com otimismo a portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e Fazenda que vai possibilitar a concessão de créditos financeiros a hospitais privados em troca da oferta de atendimentos especializados, com consultas, exames e cirurgias, à pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ele, a medida beneficiará tanto os pacientes do SUS, que aguardam pela assistência que a rede pública não consegue ofertar, quanto o setor hospitalar privado, que enfrenta uma crise financeira agravada pelos constantes aumentos dos custos operacionais e pela defasagem dos valores pagos pelas operadoras de planos de saúde, que são responsáveis por uma parcela significativa da receita do setor.
A Ahpaceg vai avaliar as condições de adesão ao programa e estimular a participação dos associados que se enquadrarem nos critérios, pois essa é uma forma de reduzir o endividamento de hospitais e garantir a assistência a pacientes que aguardam nas filas do SUS.
Essa iniciativa do Governo, segundo Daher, pode contribuir também para o fortalecimento do sistema de saúde brasileiro, pois a parceria entre os setores público e privada é uma estratégia importante para proporcionar uma assistência com qualidade e segurança aos pacientes e contribuir para a sustentabilidade do setor privado, hoje muito penalizado por uma alta carga tributária e elevado custo operacional.
Clique aqui e confira o texto completo da Portaria MS/MF: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-mf/ms-n-10-de-23-de-junho-de-2025-637743212