CLIPPING AHPACEG 28 A 30/06/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período
https://www.osul.com.br/planos-de-saude-sobem-327-em-18-anos-acima-da-inflacao-no-periodo/
Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames
Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes
https://news.conect.company/news-1751173019112-13923/
XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização
Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia
BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos
Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos
https://medicinasa.com.br/diagnosticos-antibioticos/
Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave
O GLOBO
Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período
Comprometendo uma fatia cada vez maior do orçamento das famílias e das empresas, os planos de saúde acumularam uma alta de 327% entre 2006 e 2024, quase o dobro da inflação geral do país, medida pelo IPCA, que subiu 170% no período. Os números são de uma análise do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps), com base nas estatísticas do IBGE.
O setor discorda de análises de variação de preço com base no IPCA. Operadoras e até a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) argumentam que a precificação dos planos leva em conta não só a variação dos custos de insumos e tecnologias, mas também a frequência de uso dos convênios pelos usuários. A ideia dos pesquisadores, porém, foi analisar o quanto consumidores têm desembolsado com os contratos.
“O objetivo era olhar o quanto está saindo do bolso e sendo pago por famílias e empresas ao longo do tempo comparado a outros itens da cesta de consumo”, explica o economista Vinicius Peçanha, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores concluíram que o preço dos planos foi o principal fator de pressão nos custos da cesta de saúde e cuidados pessoais acompanhada pelo IBGE. Outros serviços de saúde subiram num ritmo menor no período analisado: serviços médicos e dentários acumularam alta de 233%, enquanto os laboratoriais e hospitalares ficaram em 179%.
Além disso, o documento aponta que, nos 18 anos analisados, enquanto a inflação dos convênios disparou 327%, alimentos e bebidas ficaram 276% mais caros; a alta de educação foi de 203%; e os gastos com habitação subiram 176%. Outra constatação é que o Brasil está entre os países com maior aumento nos preços dos planos de saúde, superando a inflação geral em maior grau do que países como Alemanha, França e EUA.
Peçanha analisa que o aumento pode ser atribuído a fatores como a incorporação de tecnologias mais caras, reajustes autorizados pelos órgãos reguladores e ineficiências regulatórias, além de mudanças demográficas e epidemiológicas que elevam a demanda por assistência médica, como o envelhecimento da população.
Ele observa que o aumento dos preços torna o acesso à saúde privada cada vez mais oneroso para as famílias, principalmente aquelas com idosos, e para as empresas. Hoje, 72% dos 52,3 milhões de usuários de planos estão em contratos coletivos empresariais:
“O Brasil tem gasto privado per capita de saúde muito mais alto do que a renda per capita, e muito disso vem do plano de saúde. As operadoras atuam numa pressão estrutural de custos, mas o aumento acelerado dos preços pode tornar o mercado proibitivo para parte da população e pressionar mais o SUS”, disse.
O IBGE apura a inflação das mensalidades de forma homogênea. Se a variação de preços for esmiuçada por tipo de plano, o percentual de 327% pode estar subdimensionado. É o que aponta Marcelo Borges, diretor executivo da Mercer Marsh, consultoria que faz a gestão de benefícios de 5 milhões de usuários de planos coletivos empresariais.
Isso porque, nesses contratos, não há um teto para o reajuste anual, composto por duas variáveis. Uma delas é o perfil do contrato, ou seja, se os usuários utilizam muito ou pouco o plano, e quais coberturas são mais demandadas.
A outra variável é a inflação médica da operadora, definida pela variação dos custos — como remédios, equipamentos, internações e consultas — e também pela frequência de uso dos usuários.
“O plano de saúde já representou 7% da folha de pagamento das empresas, hoje é 15%, o segundo maior custo, e a expectativa para esse ano é que seja 15,79%”, afirma Borges, citando pesquisa da consultoria com base na sua carteira. — Empresas que não se dedicarem a uma melhor gestão da saúde ocupacional, com ações de prevenção e comunicação, vão usar mais, e o plano e a conta vão ficar mais caros.
O executivo pondera que nos últimos anos pesam o envelhecimento da população, os avanços nos tratamentos e a judicialização crescente, que pressionam previsões financeiras das empresas, gerando reajustes mais altos.
Em nota, a ANS afirmou que “é de amplo conhecimento que em vários países os custos em saúde crescem a taxas superiores à variação média dos demais preços da economia”, mas defendeu que “estimativas de comprometimento de renda não devem considerar apenas a diferença entre reajustes acumulados nos planos de saúde e a variação do índice de preços do país, mas também fatores como variação dos rendimentos do trabalho e mudanças de planos pelos beneficiários ao longo dos anos”. As informações são do jornal O Globo.
...............................
PORTAL TELA
Setor de saúde discute novo modelo de plano restrito a consultas e exames
Avaliada pelas operadoras como uma forma de ampliar o setor — estagnado em pouco mais de 50 milhões de usuários há dez anos — a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que cria um plano de saúde só para consultas e exames entrou em compasso de espera no fim de maio. Uma câmara técnica vai avaliar aspectos do projeto, que deixa de fora da cobertura atendimentos de urgência e internação e que suscita discussões: um plano de saúde mais restrito faz sentido? Quais os prós e contras?
O modelo simplificado — e mais barato — foi proposto pela ANS em fevereiro. Para a agência, a medida pode ampliar o acesso dos brasileiros ao setor. O órgão argumenta que o público-alvo são consumidores sem plano de saúde tradicional, que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), mas que acessam serviços pagos, oferecidos por clínicas populares e cartões de desconto.
A visão da ANS é compartilhada pelas operadoras, que avaliam que esse novo tipo de contrato representa uma oportunidade para expandir e disputar o espaço ocupado por cartões de desconto. Sem regulação, nesse serviço o usuário paga mensalidade que garante descontos em consultas e exames laboratoriais.
O número de usuários desse mercado é uma incógnita. Algumas projeções falam em 40 milhões de pessoas, enquanto a própria ANS já estimou que são 60 milhões de consumidores, 8 milhões a mais que os 52 milhões cobertos por planos de saúde regulados.
CEO da consultoria Eloss, de estratégia em saúde para operadoras e empresas empregadoras, Luciane Infanti avalia que há sinais de que esse setor vem crescendo.
A empresa cruzou dados da ANS, da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2019, ambas do IBGE e últimas edições disponíveis, e informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, também do IBGE) e concluiu que há “evidente comprometimento” do orçamento das famílias mais pobres com gastos privados em saúde.
Para ela, isso é impulsionado pela procura por serviços de clínicas populares e seus cartões de desconto.
O cruzamento mostra que, dos 81,2 milhões de brasileiros da Classe C, 34% são dependentes exclusivamente do SUS, enquanto 20% têm plano de saúde e 46% recorrem a atendimentos privados, mas fora das operadoras.
Luciane cita ainda estimativas apuradas pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), que calculam que, em 2023, as despesas com saúde privada no Brasil movimentaram R$ 578,03 bilhões.
Do total, R$ 275,27 bilhões foram pagos a planos de saúde por famílias e empresas, enquanto um valor superior, de R$ 302,76 bilhões são custeios de outras despesas, como medicamentos, atendimentos particulares e, segundo Luciane, possivelmente, cartões de desconto.
A especialista avalia que o crescimento desse segmento aponta interesse maior das famílias em produtos privados em saúde com preços mais acessíveis:
— A gente precisa ampliar o portfólio de produtos possíveis para as pessoas. Quem busca cartão de desconto quer ter serviço diferenciado quando precisa. Ter produto regulado, pré-pago, que dê garantia de acesso ao cuidado básico pode fazer sentido para algumas famílias, e o modelo de assinatura desses cartões não garante isso, só reduz preço.
27,6 milhões de informais não têm plano pela empresa
Outra frente apontada pela consultora é a possibilidade de planos simplificados atenderem os 27,6 milhões de trabalhadores formais que não têm plano de saúde como benefício do emprego, como aponta cruzamento feito por ela com números da ANS e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
— Sei que há preocupação com downgrade (quando empresas rebaixam benefícios dos funcionários), mas pode ser opção para empregadores que ainda não oferecem plano de saúde a empregados, ou para um trabalhador informal que não consegue pagar.
Além de ampliar o acesso a planos de saúde, a ANS argumenta que o plano com cobertura para consultas e exames pode desafogar a fila do SUS na atenção primária, ampliando diagnósticos precoces.
A demora no agendamento de exames, cirurgias ou consultas com especialistas é o principal problema da saúde pública para 42% dos brasileiros, aponta pesquisa recente do Instituto Locomotiva. O estudo ouviu 2,5 mil pessoas em todo o país e constatou que só 16% avaliam o SUS positivamente.
A pesquisa aponta que, por conta da demora das filas, 7% declaram possuir cartões de desconto, cerca de 11 milhões de pessoas. O número de usuários, porém, é provavelmente muito maior, já que o cartão atende um núcleo familiar.
— Como eu resolvo isso? Com parcerias público-privadas. Uma delas é poder ter um plano exclusivamente ambulatorial. E isso já existe, mas as pessoas estão pagando muito mais caro com os cartões de saúde, que oferecem apenas desconto, sem uma cobertura ilimitada para consultas — defende Renato Meirelles, presidente do Locomotiva, citando que 76% dos ouvidos avaliam que parcerias com o setor privado seriam benéficas.
A pesquisa perguntou aos entrevistados especificamente sobre o produto simplificado desenhado pela ANS: 24% disseram ter muito interesse, 37% ter algum interesse e 39% rejeitaram a ideia.
Com a previsão de que o plano proposto cubra apenas atendimentos básicos, quem precisar de atendimentos mais complexos, como uma biópsia de tumor, uma cirurgia ou até quimioterapia, vai precisar pagar do próprio bolso ou recorrer ao SUS.
A proposta da ANS tem o risco de sobrecarregar os já pressionados atendimentos de média e alta complexidade do sistema público, “que são o grande gargalo do SUS”, avalia Rudi Rocha, professor da FGV EAESP e diretor de pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps).
................................
Compartilhamento de dados médicos melhorará atendimento aos pacientes
É positivo o projeto que prevê compartilhamento de informações sobre a saúde de pacientes atendidos por hospitais e laboratórios, inclusive o SUS. A ideia se inspira no conceito, já em operação, de finanças abertas, ou open finance, a troca de cadastros entre diversas instituições financeiras, facilitando autorização e prestação de serviços. Quando o projeto estiver implementado na saúde, a primeira consulta jamais começará da estaca zero, mesmo que o paciente esteja noutro estado. Num pronto-socorro, não será mais preciso avisar se alguém tem alergia, descrever remédios de uso contínuo, dizer se segue tratamento ou passou por cirurgia. Também haverá menos exames redundantes, uma das causas do alto custo da saúde.
O acesso rápido às informações de saúde reduzirá o tempo dos atendimentos, em benefício dos próprios pacientes e do sistema como um todo. Conduzido pelo Inova HC, núcleo tecnológico do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), o projeto já inclui diversos hospitais privados da capital paulista, como Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, e as redes de laboratórios e hospitais Dasa, Fleury e Sabin. A previsão é que o sistema comece a funcionar em seis meses.
A rede de farmácias RD (Raia e Drogasil) e o Bradesco Saúde estão em fase final de acerto para participar do projeto. Drogarias compartilhariam dados como testes rápidos e vacinas aplicadas. Integrado ao SUS, o sistema ajudaria Ministério da Saúde e secretarias estaduais a atuar de forma preventiva contra epidemias. A central de prontuários agilizaria autorizações de procedimentos pelos planos de saúde e facilitaria pagamentos aos hospitais.
“Todo o setor ganhará muito, mas principalmente o paciente, com prontuário e histórico à disposição para acompanhar a própria saúde e tomar decisões”, afirma Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde. De acordo com ela, o SUS já conta com uma plataforma de operação integrada. Informações de municípios, estados e instituições federais estão disponíveis na Rede Nacional de Dados em Saúde e seguem um padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Deveria haver integração das duas plataformas.
Evidentemente, como no caso do open finance, é preciso tomar cuidados para impedir violações à privacidade ou uso indevido das informações. “Ninguém pode ser impedido de contratar um plano de saúde ou obter acesso a atendimento por causa de seu histórico de saúde”, diz Ana Maria Malik, professora do FGVsaúde. “Os propósitos no uso das informações são o cuidado e a qualidade do atendimento.” Ela também defende o veto do acesso ao banco de dados por empregadores, que podem usar o histórico de saúde para negar contratações. Não pode haver “seleção de risco”, diz Marina Paullelli, coordenadora do programa de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Mas não há motivo para, tomados os devidos cuidados, deixar de levar o projeto adiante.
...........................
PORTAL CFM
XII Congresso de Direito Médico vai debater a responsabilidade médica na era da informação e da judicialização
Temas como os aspectos éticos e jurídicos do útero de substituição e da inseminação caseira, os dilemas jurídicos relacionados ao acesso aos prontuários médicos e a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial são alguns dos temas que serão debatidos no XII Congresso de Direito Médico, a ser realizado na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, nos dias 26 e 27 de agosto. O evento, destinado a médicos, estudantes de medicina, advogados e estudantes de direito, terá como tema “Responsabilidade médica na era da informação e da judicialização”.
A programação pode ser acessada AQUI.
Para o coordenador da Comissão de Direito Médico e 3º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Cavalcante, o XII Congresso de Direito Médico será um espaço importante para que médicos e advogados debatam temas em que há uma intercessão muito grande entre essas duas importantes áreas do conhecimento para a sociedade. “Como conciliar o sigilo médico com as decisões judiciais que ordenam o acesso ao prontuário? Ou, qual a responsabilidade do médico na utilização da Inteligência Artificial? Essas são algumas das questões que afligem o médico, que teremos a oportunidade de debater no XII Congresso de Direito Médico, que já é uma tradição”, adianta Jeancarlo Cavalcante.
O evento também vai debater temas como os desafios jurídicos nas fraudes médicas, as responsabilidades civil e criminal dos conselhos profissionais, a responsabilização do médico por publicidade médica irregular, o direito ao esquecimento versus os registros médicos e a regulação da Inteligência Artificial na medicina, entre outros temas.
...........................
JORNAL OPÇÃO
Em parceria com Hospital da Criança, Mabel anuncia retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo SUS em Goiânia
O serviço foi retirado do programa por irregularidade nos repasses
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), anunciará nesta segunda-feira, 30, o retorno de cirurgias cardiopediátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O serviço havia sido retirado do programa, em 2023, por irregularidades nos repasses da administração anterior com o Hospital da Criança.
A retomada dos serviços devem contar com as seguintes operações: Tetralogia de Fallot, Comunicação Interatrial, Comunicação Interventricular e Defeito do Septo Atrioventricular.
A parceria prevê 15 procedimentos cirúrgicos por mês financiados pelo SUS e feitas pela rede.
.............................
BRF é condenada a indenizar funcionária que entrou em entrou em trabalho de parto e teve socorro negado; mulher perdeu 2 filhos
Chefe da sessão teria se recusado a deixar funcionária deixar o posto de trabalho
A Justiça do Trabalho do Mato Grosso condenou a BRF, grupo responsável pela Sádia e Perdigão, a pagar R$ 150 mil em indenização a uma funcionária que perdeu duas filhas depois de entrar em trabalho de parto dentro de um frigorífico.
Segundo o juiz que proferiu a decisão, houve negligência por parte da empresa. A peça narrativas que a gerente de produção teria impedido que a mulher deixasse o posto de trabalho depois que as contrações começaram.
A Justiça também reconheceu a rescisão indireta, com garantia dos direitos como 13°, férias, multa de 40% sobre o valor e seguro desemprego, além de acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
A BRF disse que recorreu da decisão e que nao comenta sobre casos em andamento na Justiça.
A mulher teria iniciado o trabalho de parte por volta das 3h da manhã e teria pedido socorro para sua supervisora, que se negou a prestar socorro para não prejudicar a linha de produção. Segundo o Ministério Público do Trabalho, que representou a chefe do departamento, a mulher voltou a se sentir mal às 6h da manhã e deixou o local. Ela deu a luz às 6h40, no ponto de ônibus e o primeiro filho morreu. A segunda criança nasceu em seguida, no mesmo local, e também veio a óbito.
....................
MEDICINA S/A
Como novos diagnósticos evitam o uso inadequado de antibióticos
Silenciosa e crescente, a resistência antimicrobiana já é considerada uma das maiores ameaças globais à saúde pública. Segundo um estudo do Projeto Global Research on Antimicrobial Resistance (GRAM), publicado na revista científica The Lancet, são estimadas mais de 39 milhões de mortes por infecções resistentes a antibióticos até 2050 em todo o mundo. E grande parte desse cenário alarmante tem origem em um hábito comum e, muitas vezes, negligenciado: o uso indiscriminado de antibióticos.
A automedicação, a prescrição sem diagnóstico preciso e a interrupção precoce do tratamento contribuem diretamente para o fortalecimento de bactérias que aprendem a resistir às drogas – também conhecidas como superbactérias -, exigindo antibióticos cada vez mais potentes e menos eficazes. Como resultado, temos observado infecções cada vez mais difíceis de tratar, maior risco de complicações e internações prolongadas, com impacto significativo sobre pacientes, profissionais de saúde e sistemas hospitalares.
Durante o inverno, esse problema se agrava e se torna ainda mais evidente. O aumento das infecções respiratórias, impulsionado pelas temperaturas mais baixas e o clima mais seco, leva muitas pessoas a buscar alívio rápido para sintomas como tosse, febre e mal-estar. Em 2025, o Brasil já registrou mais de 83 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de acordo com a Fiocruz, com quase metade dos quadros ocasionado por algum vírus respiratório. E isso nos leva a concluir que, na maioria das vezes, o uso de antibióticos não apenas é ineficaz, como prejudicial.
Combate à resistência
A boa notícia é que já existem ferramentas capazes de mudar esse cenário. Os testes sindrômicos, baseados na tecnologia de PCR em tempo real, por exemplo, permitem diferenciar infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos — e indicam quando há coinfecção por múltiplos agentes. Esses exames são concluídos em cerca de uma hora e oferecem uma base sólida para a conduta clínica adequada.
De forma prática, esse tipo de diagnóstico permite que em vez de receitar antibióticos de forma empírica — prática comum diante da pressão por atendimento rápido —, os profissionais de saúde passem a contar com um diagnóstico preciso, que orienta o tratamento mais eficaz.
Quando o agente causador é viral, salve exceções, os antibióticos não devem ser usados. Já em casos bacterianos, o uso precoce do medicamento correto pode evitar complicações graves, reduzir o tempo de recuperação e salvar vidas. A precisão diagnóstica, portanto, é uma ferramenta essencial na administração racional de antibióticos.
Educar, testar e tratar
Mais do que soluções tecnológicas, as inovações diagnósticas representam uma mudança de paradigma. Promovem um modelo de cuidado baseado em evidência, que respeita as especificidades de cada paciente e evita generalizações perigosas. No longo prazo, essa abordagem reduz custos, melhora a experiência dos pacientes e fortalece a eficácia dos tratamentos disponíveis.
Mas essa transformação só será completa com educação e conscientização. É preciso reforçar, de forma contínua, a importância de não interromper tratamentos antes do tempo, de evitar a automedicação e de buscar sempre orientação médica. A resistência microbiana é uma ameaça real; e enfrentá-la exige ação coletiva.
*Allan Munford é gerente regional LATAM de Marketing da QIAGEN.
............................
A REDAÇÃO
Goiás decreta situação de emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave
Taxa de incidência ultrapassou o esperado
O Estado de Goiás decreta situação de emrgência por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES- GO), o território goiano atingiu a taxa de incidência de casos da doença acima do limite esperado. O anuncio oficial será realizado nesta segunda-feira (30/06).
Ainda conforme dados da SES-GO, o umento na solicitação de internações por Srag, na comparação com o mesmo período do ano anterior já chega a 33,27%. Além do Governo Estadual, municípios também também solicitaram ao Ministério da Saúde recursos financeiros para conversão dos leitos de terapia intensiva adulto para o atendimento de SRAG.
Durante todo o ano de 2024, foram registrados 7.477 casos de Srag, sendo 905 por Influenza e 960 por Covid-19. Neste ano, já são 6.743 casos de Srag, sendo 1.117 por Influenza e 306 por Covid-19. O aumento do número de casos, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de mais de 50%.
....................................
Assessoria de Comunicação