Postado em: 25/06/2025

CLIPPING AHPACEG 25/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Diretoria da Unimed em Cuiabá vira alvo de ataques anônimos após identificar rombo de R$ 400 milhões; criminosos são alvos de operação

https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2025/06/24/diretoria-da-unimed-em-cuiaba-vira-alvo-de-ataques-anonimos-apos-identificar-rombo-de-r-400-milhoes-criminosos-sao-alvos-de-operacao.ghtml

Médicos são indiciados por morte de empresária após cirurgia plástica em Goiânia

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/06/24/medicos-sao-indiciados-por-morte-de-empresaria-apos-cirurgia-plastica-em-goiania.ghtml

Para reduzir filas, governo Lula trocará até R$ 2 bi em dívidas de hospitais privados por cirurgias

https://exame.com/brasil/para-reduzir-filas-governo-lula-trocara-ate-r-2-bi-em-dividas-de-hospitais-privados-por-cirurgias/

Haddad diz que SUS não se sustenta sozinho e precisará de apoio da rede privada

https://www.gazetadigital.com.br/editorias/economia/haddad-diz-que-sus-nao-se-sustenta-sozinho-e-precisara-de-apoio-da-rede-privada/812989

Setor de Saúde é o segundo maior alvo de vazamentos de dados

https://medicinasa.com.br/vazamentos-dados/

Maioria das ações contra planos trata de coberturas previstas em contrato

https://medicinasa.com.br/judicializacao-alta/

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

https://medicinasa.com.br/cuidado-seguro/

 

PORTAL G1

Diretoria da Unimed em Cuiabá vira alvo de ataques anônimos após identificar rombo de R$ 400 milhões; criminosos são alvos de operação

Investigação apontou que campanha de difamação foi articulada por uma rede ligada à antiga gestão da cooperativa. A polícia cumpriu mandados em Mato Grosso e Goiás.

Uma rede de mensagens anônimas, disparadas em massa por SMS, foi usada para tentar destruir a imagem da nova diretoria da cooperativa de plano de saúde Unimed Cuiabá que assumiu a gestão após a descoberta de um rombo de R$ 400 milhões nas contas da empresa, em 2022.

Os suspeitos do crime são alvos de uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira (24). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis de Cuiabá e Aparecida de Goiânia (GO), com autorização judicial para acesso a celulares, computadores e quebra de sigilo de dados.

Em nota, a Unimed Cuiabá disse que os ataques ocorreram, inicialmente, por envio de mensagens via WhatsApp e, posteriormente, passou a ser conduzido publicamente pelo ex-marqueteiro da gestão, o publicitário, que criou um site chamado Instituto Brasil Cooperado, utilizando-se do mesmo modus operandi de disseminação de conteúdos caluniosos.

"A cooperativa reforça que desde o início colabora ativamente com as autoridades e acompanha de perto as investigações. Os serviços e operações não serão comprometidos com a ação", disse.

Conforme as investigações, as mensagens, assinadas com o pseudônimo “Edmond Dantès” — personagem que simboliza vingança —, usavam serviços de “short code”, um sistema de envio em massa por números curtos, geralmente usados em campanhas de marketing. O objetivo era atrair médicos cooperados a acessar links com acusações falsas contra os atuais dirigentes.

Ligação com a antiga gestão

Ainda de acordo com a investigação, os disparos de mensagens foram encomendados por empresas de marketing digital de fora do estado, mas ligadas a pessoas próximas da antiga diretoria da cooperativa. O pagamento pelos serviços foi rastreado até os envolvidos.

Os crimes investigados incluem associação criminosa, injúria, difamação e calúnia, todos na forma qualificada. O site usado na campanha, hospedado fora do Brasil, também dificultava a responsabilização direta dos autores.

Segundo a polícia, a nova diretoria da cooperativa assumiu o comando após uma auditoria identificar, ainda em 2022, um rombo bilionário causado por má gestão e irregularidades administrativas. Desde então, medidas de reestruturação têm sido implementadas para tentar recuperar a saúde financeira da instituição.

A operação foi coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) com apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos de Goiás e da Coordenadoria de Enfrentamento ao Crime Organizado da Polícia Civil.

.............................

Médicos são indiciados por morte de empresária após cirurgia plástica em Goiânia

Para a polícia, eles devem responder por homicídio doloso devido a falhas no atendimento após o procedimento. Fábia Portilho, de 52 anos, teve complicações após mamoplastia e lipoaspiração, em 2024.

Dois médicos foram indiciados pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) pela morte da empresária Fábia Portilho, de 52 anos, após a realização de uma mamoplastia e uma lipoaspiração, em um hospital particular de Goiânia. O caso ocorreu em maio de 2024. A delegada Lara Soares informou nesta terça-feira (24) que o inquérito policial concluiu que houve falhas no atendimento médico após o procedimento.

“Diante dos elementos de prova produzidos, tanto de oitivas de médicos do hospital, como do parecer médico legal, houve uma negligência e omissão no encaminhamento imediato dela para uma UTI assim que instalado um quadro grave”, informou a investigadora.

Segundo a Polícia Civil, os profissionais indiciados por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, são o cirurgião plástico que fez o procedimento, Nelson Rodrigues, e o médico plantonista que atendeu a empresária no pós-operatório, Eduardo Lima de Melo Júnior. De acordo com a corporação, se denunciados e condenados, podem pegar pena de um a três anos de detenção.

A defesa de Nelson Rodrigues pontuou que a morte da paciente ocorreu devido a uma "complicação grave, porém reconhecida, associada a cirurgias plásticas extensas — riscos esses previamente esclarecidos e consentidos". A assessoria do médico frisou ainda que o indiciamento decorre de procedimento ainda em fase investigativa, sem oferecimento de denúncia ou formação de culpa (leia a nota completa ao fim do texto).

Em nota ao g1, a defesa de Eduardo Lima destacou que ainda não possui acesso integral ao inquérito policial que apura o caso, mas defeneu que o cliente “adotou todas as condutas médicas necessárias e compatíveis com a boa prática médica, incluindo a solicitação de exames e monitoramento do quadro clínico da paciente” (leia o pronunciamento completo ao fim do texto).

O advogado responsável pela defesa do hospital em que a empresária foi atendida disse que a instituição dispõe de estrutura técnica compatível com os procedimentos realizados e que em nenhum momento houve omissão estrutural ou insuficiência de meios por parte da unidade (leia a nota completa ao fim do texto).

"​​​As decisões relativas à condução do caso, incluindo a eventual necessidade de transferência da paciente, são de natureza exclusivamente médica, tomadas por profissionais devidamente habilitados, dentro de sua autonomia técnica", pontuou.

Ao g1, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) esclareceu que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Investigação

Segundo divulgado pela polícia, o laudo cadavérico de Fábia Portilho identificou que a paciente morreu devido a um choque obstrutivo, que ocorre quando algo bloqueia o fluxo sanguíneo normal e impede que o coração se encha adequadamente e bombeie sangue de forma eficaz. A paciente sofreu um extenso tromboembolismo pulmonar gorduroso. A morte está relacionada às complicações do procedimento cirúrgico e ao manejo pós-operatório.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, a delegada destacou que o parecer médico não atestou que os profissionais causaram a morte da paciente. “O que o médico legista do IML diz é que a transferência imediata dela poderia reduzir as chances de morte, ou seja, ela teria uma chance de sobrevida”, ressaltou.

“Durante todo o dia, ela se queixou de muita dor, formigamento no corpo, queimação no corpo. O quadro dela foi se agravando. Além desses sintomas que ela relatava, o quadro clínico e a análise dos exames também mostraram que ela começou a ter uma queda muito grande na pressão arterial, queda de temperatura chegando a 34°C, o que já caracteriza uma hipotermia. Tudo isso começou a partir das 17h. Ela passou a apresentar confusão mental", relatou a delegada.

A investigação identificou que houve omissão na adoção de medidas necessárias devido à gravidade do quadro clínico. Entre as falhas destacadas, estão:

não terem pedido exames essenciais para o diagnóstico;

demora na administração de antibióticos;

não transferência imediata da vítima para uma unidade hospitalar com estrutura para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tomografia.

“A questão que foi colocada pelo parecer médico legal não levanta nenhuma intercorrência e nenhum erro durante o procedimento cirúrgico, mas sim no pós-operatório”, explicou a investigadora.

Em depoimento, os médicos relataram que para o quadro clínico da paciente as medidas adotadas seriam suficientes. Contudo, no hospital não havia UTI nem aparelho para tomografia, os quais eram necessários para o devido atendimento, segundo a delegada. O estabelecimento médico não foi indiciado.

Relembre o caso

A família de Fábia Portilho denunciou a morte dela à Polícia Civil no dia 8 de maio de 2024. Conforme relato do boletim de ocorrência, a empresária realizou a cirurgia plástica no dia 1º. Na época do ocorrido, Mariana Batista, prima da vítima, disse que ela recebeu alta no dia 5, mas voltou ao hospital dois dias depois com dores abdominais.

"Ela foi internada e fez exames de sangue. A família pediu uma tomografia, mas os médicos disseram que ela estava só com anemia e não precisava da tomografia, só bolsas de sangue", disse.

Conforme o relato da família à polícia, Fábia gritava de dor e, mesmo assim, os médicos de plantão e o que fez a cirurgia não a examinaram ou pediram a tomografia. "Ela só tomou as bolsas de sangue e, quando houve a troca de plantão, a médica viu que era uma infecção grave e disse que a Fábia precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)", afirmou a prima.

Mariana afirma que, neste momento, no início da noite, as equipes do hospital informaram que a unidade não tinha uma UTI nem um aparelho para fazer a tomografia. Os médicos pediram o encaminhamento da Fábia para outro hospital, mas, preocupados, os parentes levaram a empresária para uma unidade de saúde que eles confiavam mais.

"Ela chegou no hospital em choque e foi super bem atendida, porém, já estava com o pulmão comprometido por uma embolia e uma septicemia", contou Mariana.

A vítima morreu na noite do dia 7. Após o ocorrido, a família alegou que houve falta de socorro por parte dos profissionais.

Nota da defesa do cirurgião plástico

A defesa técnica informa que o indiciamento noticiado decorre de procedimento ainda em fase investigativa, sem oferecimento de denúncia ou formação de culpa. O óbito ocorrido, embora profundamente lamentável, trata-se de uma fatalidade decorrente de complicação grave, porém reconhecida, associada a cirurgias plásticas extensas — riscos esses previamente esclarecidos e consentidos.

Não há, até o momento, qualquer evidência de conduta dolosa ou negligência por parte dos profissionais envolvidos. A defesa confia plenamente no devido processo legal e na apuração isenta dos fatos, oportunidade em que serão prestados todos os esclarecimentos nos autos competentes.

Nota da defesa do médico plantonista

O advogado Corby Eduardo Pereira Borba, OAB/GO 55.988, constituído como defensor do médico Dr. Eduardo Lima de Melo Júnior, vem a público esclarecer que, até o presente momento, não foi franqueado o acesso integral ao inquérito policial que apura os fatos relacionados ao óbito da paciente Sra. Fábia Partilho, ocorrido após procedimento cirúrgico estético.

Todavia, é imprescindível informar que a atuação do Dr. Eduardo Melo se restringiu exclusivamente ao período pós-operatório, ocasião em que adotou todas as condutas médicas necessárias e compatíveis com a boa prática médica, incluindo a solicitação de exames e monitoramento do quadro clínico da paciente.

Importante ressaltar que, quando os resultados dos exames foram disponibilizados, o acompanhamento da paciente já estava sob responsabilidade do médico que realizou o procedimento cirúrgico, não mais cabendo ao Dr. Eduardo qualquer decisão clínica direta naquele momento.

Dessa forma, não há qualquer elemento concreto que justifique o enquadramento do médico no crime de homicídio culposo, especialmente porque não houve omissão, imperícia, imprudência ou negligência na conduta adotada. Ao contrário, todas as providências ao seu alcance foram devidamente executadas com base na ciência médica e nos protocolos clínicos indicados ao caso.

O Dr. Eduardo Lima de Melo Júnior permanece à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade profissional e o respeito à vida.

Nota da defesa do hospital

O hospital informa que tomou conhecimento, por meio da imprensa, da conclusão do inquérito policial que apura as circunstâncias do falecimento da paciente Fábia Portilho, ocorrido em maio de 2024.

​​​Desde o início das investigações, o hospital prestou total colaboração às autoridades competentes, fornecendo prontuários, imagens e informações solicitadas, com absoluta transparência e boa-fé institucional.

​​​A instituição reitera que dispõe de estrutura técnica compatível com os procedimentos realizados, com equipe médica especializada, suporte clínico completo e recursos para estabilização e monitoramento de pacientes no pós-operatório.

​​​Durante todo o atendimento, foram adotadas condutas médicas baseadas em critérios técnicos, conforme os dados clínicos disponíveis e avaliações multiprofissionais. Em nenhum momento houve omissão estrutural ou insuficiência de meios por parte da instituição.

​​​As decisões relativas à condução do caso, incluindo a eventual necessidade de transferência da paciente, são de natureza exclusivamente médica, tomadas por profissionais devidamente habilitados, dentro de sua autonomia técnica.

​​​A eventual discussão sobre o acerto ou não dessas decisões será conduzida nos foros próprios, com observância do contraditório e da ampla defesa.

​​​O Hospital manifesta profundo respeito pela memória da paciente e solidariedade à sua família, lamentando profundamente o desfecho trágico do caso, reafirmando seu compromisso histórico com a medicina ética, a segurança do paciente e o aperfeiçoamento contínuo dos processos assistenciais.

​​​Aguarda-se com serenidade a manifestação do Ministério Público e o regular processamento judicial, confiando plenamente na atuação do Poder Judiciário.

..............................

EXAME

Para reduzir filas, governo Lula trocará até R$ 2 bi em dívidas de hospitais privados por cirurgias

Os ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram nesta terça-feira, 24, a troca de dívida de hospitais privados por atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria que estabelece as regras da medida será publicada nesta semana. O limite de crédito tributário para as empresas será de até R$ 2 bilhões por ano. 

“A portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Fazenda, que vai para publicação hoje, ou em edição extra do Diário Oficial da União, ou vai ser publicada amanhã, regulamenta uma das medidas mais inovadoras do Agora Tem Especialistas. Cria um instrumento que, pela primeira vez, passa a existir no Sistema Único de Saúde”, afirmou Padilha em coletiva de imprensa ao lado de Haddad.

O planejamento é que a partir de agosto deste ano os hospitais privados e filantrópicos ofereçam o atendimento aos pacientes do SUS. A população poderá realizar exames e cirurgias nas instituições.

A medida do governo é mais uma que mira melhorar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As pesquisas de opinião mostram que a saúde é um dos temas que geram maior preocupação do brasileiro.

O Ministério da Saúde será responsável por avaliar a adequação da oferta apresentada, levando em consideração as necessidades regionais e o perfil das dívidas. Haverá um credenciamento que permitirá a integração dessa oferta à regulação assistencial dos estados e municípios. O critério principal será a análise das filas de espera e das demandas locais por serviços de saúde.

“O Ministério da Saúde foi muito feliz em levar ao presidente da República e ao Ministério da Fazenda a ideia de criar um misto de ProUni com Desenrola. É um híbrido de vários instrumentos de gestão pública que foram utilizados para criar um ambiente em que você pensa no saneamento de instituições históricas, que estão com algum problema de endividamento. Nós estamos falando de 3.537 instituições que prestam serviços médicos que estão nessa situação. E elas respondem por R$ 34,1 bilhões em dívidas inscritas”, disse Haddad. 

A medida estabelece que as entidades devem ofertar, no mínimo, R$ 100 mil mensais em procedimentos médicos, com valores estipulados pela tabela SUS. Contudo, nas regiões com menor presença de hospitais privados e maior demanda, o valor mínimo será reduzido para R$ 50 mil.

Para as instituições com dívidas superiores a R$ 10 milhões, será possível trocar até 30% da pendência por atendimentos. Já as dívidas entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões podem ser trocadas por até 40% de serviços prestados. No caso de dívidas abaixo de R$ 5 milhões, até 50% do valor poderá ser convertido em atendimento ao SUS.

A nova medida prevê que, uma vez realizados os atendimentos e concluída a auditoria, será gerado um crédito financeiro, que poderá ser utilizado a partir de 1º de janeiro de 2026.

Além da medida, o ministro Padilha também afirmou que o Agora Tem Especialistas vai estruturar um painel nacional inédito de monitoramento dos tempos de espera de cirurgias, de exames e de consultas especializados.

.....................

GAZETA DIGITAL

Haddad diz que SUS não se sustenta sozinho e precisará de apoio da rede privada

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (24), durante o lançamento da nova portaria do programa Agora Tem Especialista, que o Brasil possui um sistema de saúde universal, mas ainda não conta com um orçamento público compatível para esse serviço.

O programa permitirá que hospitais privados e filantrópicos com dívidas com o governo possam quitá-las por meio da oferta de atendimentos especializados à pacientes do SUS, como consultas, exames e cirurgias. A iniciativa é liderada pelos ministérios da Saúde e da Fazenda.

A expectativa do governo com o Agora Tem Especialista é reduzir o tempo de espera dos pacientes para acessar serviços de saúde. “Nós entendemos que essa iniciativa extraorçamentária vai na decisão correta de fortalecer o SUS no momento em que ele atravessa ainda um quadro pós-pandêmico que expira cuidado. Isso para não falar do crônico subfinanciamento da saúde no Brasil, conhecido por todos. O Brasil tem um sistema universal, mas não tem um orçamento público compatível com esse sistema”, disse Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, o país conta com 3.537 entidades privadas que acumulam cerca de R$ 34 bilhões em dívidas escritas. A região Sudeste concentra o maior percentual desses valores.

“A felicidade do Ministério da Saúde foi levar ao presidente e à Fazenda a ideia de permitir que, no âmbito de uma transação, [a entidade] abra uma perspectiva que uma parte dessa dívida limitada pela lei dentro das nossas possibilidades fiscais, seja paga por serviço mediante um crédito tributário”, destacou Haddad.

“O setor da saúde precisa ter uma atenção especial no âmbito da transação. [A iniciativa] é um misto de Prouni com Desenrola, na verdade”, continuou o ministro da Fazenda, citando o Programa Universidade para Todos, que oferece bolsas de estudo (integrais e parciais de 50%) em instituições privadas de ensino superior, e o Desenrola, criado para ajudar brasileiros endividados a negociar e quitar dívidas com condições especiais.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, uma portaria será publicada no Diário Oficial da União será publicada nesta terça-feira, e, após cinco dias úteis, os hospitais interessados poderão apresentar suas propostas de prestação de serviços.

A expectativa é que os contratos estejam formalizados até agosto para que os pacientes sejam atendidos na rede privada. A medida também prevê prioridade para os hospitais que já prestam serviços ao SUS e que mantêm programas de residência médica.

Como funcionará o programa
O Ministério da Saúde será responsável por avaliar a proposta feita pelos hospitais interessados em participar do programa. Essa análise levará em consideração a adequação da oferta de serviços (como consultas, exames e cirurgias) e o perfil da dívida que o hospital possui com o governo.

Após a aprovação, os hospitais poderão começar a atender os pacientes do SUS. Cada atendimento realizado será convertido em um crédito financeiro, que funcionará como uma espécie de moeda para abater a dívida existente.

O Ministério da Fazenda será o responsável pela fiscalização das negociações e acordos.

Requisitos para adesão ao programa
– Transação tribuária com o Ministério da Fazenda
– Capacidade comprovada
– Ser hospital credenciado e habilitado na Agência de Vigilância Sanitária

A oferta mínima do procedimento oferecido pelo hospital é de no mínimo R$ 100 mil por mês. Nas regiões com menos instituições, o valor mínimo será de R$ 50 mil por mês.

O governo ressalta que, quanto menor a dívida, maior será o crédito, sendo distribuído da seguinte forma:

– Maior que R$10 milhões: até 30% da dívida
– De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões: até 40% da dívida
– Menor que R$ 5 milhões: até 50% da dívida

..................................

MEDICINA S/A

Setor de Saúde é o segundo maior alvo de vazamentos de dados

Os números não deixam dúvidas: o setor da saúde segue como um dos alvos preferenciais dos cibercriminosos no mundo. Segundo o Data Breach Investigations Report (DBIR) 2025, divulgado pela Verizon, foram mais de 1.700 incidentes de segurança registrados na área médica entre novembro de 2023 e outubro de 2024. Destes, um assustador volume de 1.542 resultou em vazamentos de dados, muitos expostos por cibercriminosos em sites e fóruns na Dark e Deep Web.

O levantamento é considerado uma das maiores referências globais sobre segurança digital. Neste ano, analisou mais de 22 mil incidentes, com 12.195 violações de dados confirmadas em organizações de 139 países.

A saúde ficou atrás apenas do setor industrial, que acumulou 1.607 violações no mesmo período. “Os dados médicos são altamente sensíveis e valiosos. Por isso, o setor virou uma espécie de mina de ouro para os cibercriminosos”, explica Anchises Moraes, especialista da Apura Cyber Intelligence, que pelo sétimo ano consecutivo é uma das colaboradoras do relatório, levando dados do cenário brasileiro para esse levantamento global.

Segundo o relatório, 45% das violações miraram dados médicos, enquanto 40% afetaram dados pessoais, como nomes, endereços e números de documentos.

Os principais caminhos para as violações continuam sendo os mesmos: intrusões, falhas humanas e erros diversos, responsáveis por 74% dos casos. Já sobre quem promove os ataques, a maioria vem de fora: 67% são atribuídos a agentes externos. Mas o risco interno também é alto: 30% dos incidentes foram causados por pessoas com acesso legítimo aos sistemas. Os parceiros, por sua vez, responderam por 4% das investidas.

A maioria das invasões teve motivações financeiras: 90% dos ataques buscaram lucro direto com extorsão ou venda de dados. Contudo, um dado chama a atenção: os ataques movidos por espionagem saltaram de 1% em 2023 para 16% em 2024, um crescimento que, segundo Moraes, é “expressivo e preocupante”.

Anchises Moraes

“Esse é um dos grandes desafios: muitas vezes, quem está dentro da organização facilita ou executa o ataque”, alerta Moraes. Para ele, a resposta precisa ir além de barreiras tecnológicas. “É preciso investir em treinamento, conscientização e controles rigorosos.”

Outra mudança detectada pelo DBIR 2025: os ataques de ransomware e invasões sofisticadas superaram, pela primeira vez, os erros humanos como causa dos incidentes, que lideravam o ranking até 2023. A escalada preocupa, especialmente em hospitais, onde a indisponibilidade de sistemas por um ataque de ransomware pode comprometer o atendimento e colocar vidas em risco. A América Latina também figura no relatório com destaque: foram 657 incidentes na região, sendo 413 com vazamentos confirmados.

“Depois que um ataque acontece, o desespero toma conta, e isso dá ainda mais vantagem aos criminosos”, afirma Moraes. “Não basta ter rotinas de segurança, sistemas de proteção robustos e, principalmente, investir em educação protetiva cibernética para reduzir o risco de um ataque bem-sucedido”, destaca. “É fundamental investir em medidas preventivas e pró-ativas, como monitoramento de ameaças, e construir um sólido plano de resposta a incidentes, para minimizar o impacto e retomar rapidamente a operação caso o pior aconteça”.

............................

Maioria das ações contra planos trata de coberturas previstas em contrato

Dados recentes da agência reguladora dos planos de saúde no Brasil apontam que as operadoras registraram lucro líquido de R$ 7,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025 – um crescimento de 114% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em paralelo, as despesas com ações judiciais também aumentaram expressivamente, passando de R$ 1 bilhão em 2020 para quase R$ 4 bilhões no acumulado de 12 meses até março deste ano.

Segundo a própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 62% dessas despesas decorrem de procedimentos que já constam nos contratos firmados com os beneficiários, o que pode evidenciar um cenário preocupante de negação indevida de cobertura.

Diante da repercussão, o advogado Elano Figueiredo, especialista em regulação e ex-diretor da ANS, comenta: “Muitos me perguntam se o aumento dos lucros dos planos estaria associado à negativa de coberturas, mas essa conclusão é precipitada. Isso porque as despesas decorrentes de decisões judiciais – como liminares que obrigam à realização do atendimento – também impactam diretamente o resultado das operadoras e já estão contabilizadas. Em muitos casos, essas condenações são mais onerosas, por envolverem valores de tabela particular e indenizações por dano moral”.

O dado mais preocupante está no fato de que a maioria dos processos judiciais envolve coberturas já previstas em contrato. “Por que, então, esses atendimentos foram negados? A resposta não está no lucro, porque foram deduzidas, então elas estariam sendo corretamente contabilizadas e classificadas”, questiona Figueiredo.

.............................

O cuidado seguro como estratégia de gestão em saúde

segurança do paciente é um pilar essencial da assistência qualificada e um indicador de maturidade das instituições de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um em cada 10 pacientes hospitalizados sofre eventos adversos evitáveis — até 80% deles poderiam ser prevenidos —, o que gera perdas globais estimadas em US$ 42 bilhões ao ano.

Reduzir esses danos vai além de uma meta clínica: é uma estratégia de gestão que influencia diretamente a sustentabilidade, a reputação e o desempenho das organizações. A segurança precisa estar incorporada à cultura institucional, refletida nas rotinas e nas atitudes dos profissionais envolvidos no cuidado. Isso exige que o controle dos riscos assistenciais esteja no centro da governança, sustentado por políticas consistentes, liderança engajada, uma cultura organizacional sólida e o uso de tecnologias que apoiem a tomada de decisão.

Instituições que adotam boas práticas baseadas em evidências já colhem resultados concretos. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por exemplo, reduziu complicações pós-operatórias com o uso de checklists cirúrgicos orientados pelas diretrizes da OMS. Já o Brigham and Women’s Hospital, em Boston, registrou uma redução de 55% nos erros de medicação ao implantar prescrição eletrônica e sistemas de dupla checagem.

Além dos protocolos, a qualificação contínua das equipes é indispensável. No Hospital Israelita Albert Einstein, simulações clínicas realísticas aumentaram em até 60% a adesão a protocolos de segurança em UTIs — demonstrando como o treinamento prático, aliado à liderança engajada, promove mudanças sustentáveis no comportamento profissional.

Indicadores assistenciais também são ferramentas centrais. Como já afirmava William Edwards Deming, “o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”. Taxas de infecção, erros de medicação e notificações de eventos adversos devem compor painéis de controle que orientem decisões estratégicas.

Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar, como resistência à mudança, cultura punitiva, alta rotatividade e falhas de comunicação entre áreas. Uma das formas mais eficazes de enfrentá-los é por meio da adoção de uma cultura justa, que equilibre responsabilização e aprendizado. O modelo do NHS, no Reino Unido, é referência nesse sentido: os erros são analisados como oportunidades de melhoria sistêmica e não como falhas individuais.

Na prática, reduzir eventos adversos salva vidas, melhora indicadores operacionais, reduz custos com retrabalho e litígios e fortalece a reputação institucional. Além de atender a exigências regulatórias, investir em segurança é assumir um compromisso com a qualidade — e com as pessoas.

Para os gestores, o desafio é transformar esse compromisso em um princípio de governança. Uma cultura que permeia profissionais, processos e decisões. Porque, em saúde, o cuidado seguro não é uma opção — é a única escolha aceitável.

*Claudia Balbuena Dal Forno é Médica da Promed – Soluções em Saúde.

....................

Assessoria de Comunicação