Administrador

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Quarta, 27 Novembro 2024 06:49

CLIPPING AHPACEG 27/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Doutores da Alegria enfrenta crise e luta para manter atividades nos hospitais

Unimed é acusada de descumprir ordens judiciais e negar terapias para crianças autistas

PL permite a técnico em enfermagem atuar como auxiliar sem custo extra

Saúde de Goiás e equipe de Mabel definem soluções para crise das UTIs

Receita especial: Anvisa atualiza regras para venda de implantes hormonais; entenda quais são

SAÚDE BUSINESS

Doutores da Alegria enfrenta crise e luta para manter atividades nos hospitais

Com alguns projetos já suspensos, organização corre risco de encerrar atividades após 33 anos de história.

A presença de palhaços em um ambiente hospitalar pode parecer inusitada, mas para o projeto Doutores da Alegria, essa intervenção artística é uma poderosa ferramenta de humanização, inclusão e terapia. Atuando há 33 anos, a organização leva alegria e leveza a crianças e adolescentes em hospitais públicos de todo o Brasil, transformando a experiência de internação em um momento lúdico.  

Como explica Luis Vieira da Rocha, diretor presidente dos Doutores da Alegria, o trabalho dos palhaços vai muito além do riso. “Em longas internações, crianças e adolescentes podem enfrentar uma carga elevada de estresse físico e psicológico, o que pode afetar o apetite, o sono e até o desempenho cognitivo. Brincar é uma maneira de recuperar o bem-estar desses pequenos pacientes”, comenta. Nos encontros semanais, os artistas criam um espaço de “descompressão”, onde as crianças podem brincar e esquecer, ainda que por alguns instantes, a seriedade do ambiente hospitalar.  

Uma pesquisa realizada pelo Doutores da Alegria em parceria com o Instituto Fonte mostrou em números a eficácia desse trabalho:  

96% dos profissionais de saúde afirmam que as crianças se sentem mais à vontade no hospital após as intervenções dos palhaços;  

95% percebem que elas ficam mais ativas;  

89% observam que os pequenos se tornam mais colaborativos com a equipe.  

“Esses resultados são prova de que o lúdico e a afetividade têm o poder de suavizar o ambiente hospitalar, promovendo uma mudança no comportamento das crianças e das famílias”, afirma Vieira da Rocha.  

Arte como mínimo social  

Desde 2016, os Doutores da Alegria defendem a arte como um “mínimo social” necessário para a saúde e o bem-estar das crianças hospitalizadas. Segundo Vieira da Rocha, o contato com a arte muitas vezes representa a primeira experiência cultural para essas crianças e seus familiares. “Nós levamos o lúdico para dentro do hospital, e com isso, fortalecemos o ideal de arte e cultura como um direito essencial”, ele observa.  

O impacto da arte hospitalar não se limita apenas aos pacientes e familiares, mas também reverbera entre os profissionais de saúde. “Enfermeiros e médicos relatam que se sentem mais leves, o ambiente fica menos hostil, e a presença do palhaço cria uma atmosfera onde é mais fácil lidar com os desafios diários do hospital”, comenta Vieira da Rocha.  

Preparação antes da visita dos palhaços  

A atuação do Doutores da Alegria nos hospitais depende de uma relação sólida de parceria. “Nós só entramos nos hospitais com a abertura da gestão hospitalar. Cada unidade precisa ser um hospital público de referência, com no mínimo 50 leitos pediátricos e abertura para ações de humanização”, explica o diretor. A preparação envolve um estudo interno e a construção de um roteiro de visita, que inclui até encontros com a equipe médica para adaptar as intervenções às necessidades de cada paciente.  

Esse cuidado facilita a aceitação do projeto entre médicos e enfermeiros, que muitas vezes veem as crianças mais receptivas ao tratamento e até as famílias mais confiantes. “O trabalho em conjunto com as equipes dos hospitais é essencial para que a visita dos palhaços seja mais efetiva. Não somos uma ‘atração externa’, mas sim parte da experiência de cuidado”, reforça Vieira da Rocha.  

Quanto mais artista melhor  

Além das visitas nos hospitais, a organização se expandiu para além das unidades de saúde com a criação da Escola Doutores da Alegria. O Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ) oferece cursos gratuitos para jovens em situação de vulnerabilidade social, preparando-os para o mercado de trabalho artístico. Essa formação, além de capacitar novos artistas, promove a autonomia econômica e fortalece o desenvolvimento social e profissional de dezenas de jovens.  

O impacto do programa é mensurável. Uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) em 2018 revelou que cada R$1 investido no PFPJ gera R$2,61 em benefícios sociais. “Vimos que 80% dos jovens formados atuam no mercado em áreas como teatro, TV e até em hospitais. A renda mensal média dos estudantes era de R$ 868 antes de ingressarem no programa, chegando a R$ 2.085 ao final do curso. É uma oportunidade de dignidade e de futuro”, destaca o diretor presidente.  

Doação é o que mantém o projeto vivo  

“Desde o final de 2023, Doutores da Alegria vem sendo rodeada de desafios. O maior deles é na captação de recursos”, explica Luis. Em outubro, a instituição precisou tomar medidas coletivas frente ao número insuficiente de recursos, interrompendo as atividades nos hospitais de Pernambuco e Rio de Janeiro e em 90% das unidades de saúde de São Paulo.   

Pela 1ª vez em 33 anos, os palhaços e palhaças não irão visitar crianças e adolescentes internadas. Além disso, outros três projetos serão impactos diretamente com a interrupção das atividades:  

a suspensão das aulas do PFPJ (Programa de Formação de Palhaço para Jovens);   

o adiantamento do fim das aulas do Curso Livre de Palhaçaria para Jovens para novembro – antes previsto para terminar em dezembro;  

e a suspensão do Plateias Hospitalares, projeto itinerante de espetáculos do RJ.  

“Em um futuro próximo, se não conseguir reverter a situação, Doutores da Alegria pode não mais existir”, conta.   

Como organização da sociedade civil, o Doutores da Alegria depende de doações para manter suas atividades. “Nossa sustentabilidade é possível graças às doações de pessoas físicas e jurídicas, além de incentivos como a Lei de Incentivo à Cultura”, explica Vieira da Rocha. Para quem deseja contribuir, é possível doar por meio de cartão, boleto bancário, pix e até através de milhas e notas fiscais. Acesse o site para saber mais. 

Essas contribuições são fundamentais para que a organização continue a expandir seu alcance. Além das visitas hospitalares, os Doutores da Alegria têm um projeto no Rio de Janeiro que leva espetáculos para pessoas internadas, promovendo momentos de alegria e distração para públicos adultos. Em São Paulo, cerca de 20 jovens em situação de vulnerabilidade recebem bolsas de estudos para aprender a arte da palhaçaria.  

Hospitalar 2025  

O Doutores da Alegria marcará presença na Hospitalar, a principal feira do setor da saúde da América Latina, que acontecerá entre os dias 20 e 23 de maio de 2025, no São Paulo Expo. A organização espera fortalecer laços com parceiros do setor de saúde e captar apoio para a continuidade de suas atividades. 

Luis Vieira comentou a importância deste momento: “Nós já conhecíamos a Hospitalar de vários anos, já que muitas das empresas que participam são parceiras nossas, e costumávamos visitá-las. Neste ano, em um formato diferente, esperamos que a associação possa apresentar seu trabalho, criar redes de conexão e relacionamento com as empresas e, assim, poder manter suas atividades.” 

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BNEWS

Unimed é acusada de descumprir ordens judiciais e negar terapias para crianças autistas


Mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão acusando a Unimed de descumprir ordens judiciais e negar terapias aos pacientes. Nesta terça-feira (26), elas se reuniram em frente a uma unidade da empresa em Salvador para cobrar soluções.

Ao BNews, Taís Dantas, uma das mães, informou que a operadora de planos de saúde pediu cinco dias úteis para resolver a situação. No entanto, esse prazo encerrou na última sexta-feira (22) e, até o momento, a situação não foi resolvida.

As mães continuam na mesma situação. Crianças sem terapia por cinco a seis meses. Ou seja, nada foi solucionado", declarou Taís.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Unimed, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

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MEDICINA S/A

PL permite a técnico em enfermagem atuar como auxiliar sem custo extra

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 7322/17, que permite ao técnico em enfermagem exercer a função de auxiliar sem a necessidade de inscrição específica para esta função no Conselho Regional de Enfermagem (Coren).

O objetivo do autor, deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), é evitar a cobrança em duplicidade da anuidade.

O projeto acrescenta dispositivo à Lei 7.498/86, que trata da regulamentação do exercício da enfermagem. Pela lei, as atividades de enfermagem são tecnicamente hierarquizadas na seguinte ordem decrescente: enfermeiro, técnico e auxiliar.

Parecer a favor

O relator, deputado Luiz Ovando (PP-MS), que também é médico, apresentou parecer favorável ao texto. “Nesse contexto, cabe ao conselho de classe fiscalizar a atuação do profissional no âmbito de sua competência, independentemente do cargo que ele ocupa em determinado emprego”, afirmou.

“Não há justificativa para a necessidade de registros diferenciados, o que ainda acarreta duplicidade de cobrança da anuidade”, criticou o parlamentar.

Tramitação

A proposta ainda será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, o texto precisa ser aprovado ainda pela Câmara e pelo Senado.

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A REDAÇÃO

Saúde de Goiás e equipe de Mabel definem soluções para crise das UTIs

A Secretaria de Estado da Saúde do Estado (SES-GO) e a Comissão de Transição do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, definiram um plano de fortalecimento para resolver a crise dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) da saúde municipal de Goiânia. A definição ocorreu durante reunião, na tarde desta segunda-feira (25/11), entre o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos; Sandro Mabel; o secretário municipal de saúde da capital, Wilson Pollara; o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO); e representantes do Hospital Ruy Azeredo. 

O plano de fortalecimento garante o repasse mensal de R$ 2 milhões da SES-GO, a partir de janeiro, para o Fundo Municipal de Saúde de Goiânia, por 12 meses, garantindo a abertura de mais 20 leitos de UTI no Hospital Ruy Azeredo, totalizando o cofinanciamento de 47 leitos SUS conveniados em funcionamento na unidade privada. A expectativa é de que novos leitos também sejam abertos na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, garantindo a assistência adequada aos moradores da capital. 

O titular da SES-GO destacou a importância da união de esforços entre os entes municipal e estadual para solucionar o problema. “Estamos vivendo uma crise sanitária que tem origem em uma crise de credibilidade, em que o secretário municipal não tem conseguido, pela deficiência de orçamento, arcar com o combinado feito com os hospitais. Por isso, chamamos o prefeito eleito Sandro Mabel, exatamente para reconstruir essa confiança dos prestadores”, esclareceu Rasível Santos.

O secretário de Estado da Saúde já havia se reunido com o prefeito eleito de Goiânia no domingo (24/11), para discutir soluções para a situação. A comissão de transição da capital também se comprometeu a acionar os diretores técnicos das unidades para verificar in loco a situação dos pacientes que aguardam leitos de UTI na rede de saúde municipal. “Três vezes por dia vão fazer atualização dos pacientes, da gravidade dos doentes em todas essas Upas e Cais, juntamente com os diretores técnicos, de forma que não durma de um dia para o outro nenhum paciente nessas unidades, até a gente conseguir uma vaga de terapia intensiva. Claro que essa questão vai ser feita de forma escalonada, mas é um compromisso que o prefeito fez com a área da saúde”, assinalou. 

Medidas emergenciais

Sandro Mabel ressaltou que as medidas são emergenciais e que, com o apoio do Estado, o município irá arcar com os valores previstos para a abertura dos novos leitos de UTI. “Nós criamos essa força-tarefa de todos nós e aí o prestador quer saber: espera aí, o que vai entrar? Vai pagar a conta? Então, estou aqui, junto com o secretário da Fazenda, junto com a turma de transição da saúde, dizendo sim, nós vamos pagar a conta. […] Nós pedimos para que os hospitais pudessem fazer um preço especial. O estado se comprometeu a repassar esse dinheiro para ajudar e nós nos comprometemos a, imediatamente, assim que o dinheiro cair no caixa, repassarmos aos fornecedores”, garantiu. 

Na última semana, o Ministério Público chegou a acionar a prefeitura de Goiânia devido à estagnação da ampliação de leitos municipais. O Estado entra como parceiro, uma vez que o município possui regulação própria e é responsável pela gestão dos leitos municipais e conveniados. A capital saiu de um total de 186 leitos de UTI Adulto em 2022 para 118, em 2024. A situação traz sobrecarga a rede estadual que atende, além de Goiânia, solicitações dos outros 245 municípios goianos. 

O Governo de Goiás, por meio da SES-GO, em contrapartida, tem desenvolvido ações para ampliar a assistência à saúde em território goiano. Em cinco anos, o número de leitos teve um aumento significativo de 128%. Em 2018, o Estado possuía um total de 1.635 leitos de internação de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria, da rede própria e contratualizada. Em 2024, este número saltou para 3.738.

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O GLOBO ONLINE

Receita especial: Anvisa atualiza regras para venda de implantes hormonais; entenda quais são

Chips da beleza seguem proibidos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira novas regras para a manipulação e a venda de implantes hormonais no Brasil. Em outubro, a autarquia havia proibido o uso e a comercialização de todos os produtos do tipo. Porém, na semana passada, liberou aqueles com finalidades médicas. Já os para fins estéticos, de desempenho esportivo e ganho de massa muscular, como os "chips da beleza", seguem vetados.

Além disso, a propaganda de qualquer implante, seja qual for a finalidade, também continuou proibida no Brasil. Os produtos são feitos com hormônios à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos em farmácias de manipulação mediante prescrição. Eles são inseridos sob a pele e utilizados quando há indicação de reposição hormonal.

No novo despacho desta terça-feira, a Anvisa estabeleceu as regras para a manipulação e venda dos implantes liberados. Em primeiro lugar, determinou que apenas poderão ser manipulados aqueles com insumos farmacêuticos ativos (IFA) que já tiveram eficácia e segurança avaliadas pela agência e que tenham sido devidamente registrados.

Também tornou obrigatória a apresentação de receita de controle especial para a compra, que deverá ser registrada pelas farmácias de manipulação no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). A medida "facilitará a inspeção pelas vigilâncias sanitárias locais, podendo sinalizar eventual abuso na manipulação e entrega dessas formulações", diz a agência.

O médico que prescrever o implante, por sua vez, deverá a inserir na receita médica o código CID da condição clínica a ser tratada com aquela formulação. A indicação para estética, ganho de massa muscular e melhora de desempenho esportivo também é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A prescrição deverá estar acompanhada de um Termo de Responsabilidade/Esclarecimento assinado pelo médico, pelo paciente e pelo responsável da farmácia de manipulação. O modelo do documento, que esclarece os riscos envolvidos no uso de implantes hormonais, foi disponibilizado no despacho pela Anvisa.

O termo deve ser assinado em três vias. A primeira permanecerá no prontuário, a segunda será arquivada na farmácia de manipulação, e a terceira ficará mantida com o paciente.

A Anvisa disse ainda que dará continuidade ao programa de fiscalização de farmácias que manipulam os implantes hormonais para verificar se as regras estão sendo devidamente seguidas. Além disso, tornou obrigatória a notificação de eventos adversos dos implantes pelos profissionais de saúde e pelas farmácias de manipulação.

Entenda o cenário

Em outubro, a agência atendeu a pedidos de sociedades médicas e proibiu o uso, a venda e a propaganda inicialmente de todos os implantes hormonais no Brasil.

- O uso de implantes hormonais para finalidades estéticas ou de desempenho não possui respaldo científico nem aprovação regulatória, e seguimos vigilantes em relação ao endurecimento regulatório sobre o tema. Orientamos a população a buscar informações com médicos especialistas registrados no Conselho Regional de Medicina e com sociedades científicas pautadas pela ética e pelo embasamento científico sério - disse o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paulo Miranda, que celebrou a proibição como um passo importante .

Em carta enviada à agência antes da decisão, entidades como a SBEM e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destacaram que "a aplicação desses implantes está atrelada a um viés altamente comercial" e que a "prescrição está banalizada" no país.

As entidades enfatizaram que "não existe dose, tampouco acompanhamento médico que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance . Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício", alertaram.

Ao determinar a proibição, a Anvisa emitiu um comunicado citando uma série de relatos sobre efeitos adversos graves atrelados ao uso indevido. Citou que as principais complicações observadas são: elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e arritmia cardíaca. Além disso, que também pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acnes, alteração na voz (disfonia) insônia e agitação.

Na carta, as entidades médicas também mencionaram efeitos como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo, complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares, infecções e manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão.

Na última sexta-feira, após se reunir com um grupo formado por médicos, farmacêuticos e empresários, a Anvisa atualizou a norma especificando que estão proibidos somente os implantes destinados a fins estéticos, ganho de massa muscular e de desempenho esportivo. Na prática, liberou aqueles usados para tratamento de condições médicas, como de reposição hormonal e anticoncepcional.

- A primeira foi uma medida mais abrangente que proibiu todo e qualquer uso e manipulação. Na segunda, detalharam melhor os tipos de uso e finalidades que estão proibidos, abrindo a possibilidade do uso dos implantes para finalidades de saúde. Outro detalhe importante é a proibição total de propaganda - explica o diretor do Centro de Pesquisas em Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da USP (Cepedisa), Fernando Aith.

Porém, a agência ressalta que "medicamentos manipulados devem ser utilizados somente diante da indisponibilidade do produto industrializado, registrado na Agência, na dosagem ou forma farmacêutica específica necessária ao paciente, e a partir de avaliação e da prescrição do profissional médico responsável".

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Assessoria de Comunicação

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A Ahpaceg orienta os associados a estarem atentos sobre o cumprimento da Lei Nº 22.236, de 24 de agosto de 2023, que dispõe sobre o direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.

Em vigor desde 25 de agosto de 2023, quando foi publicada, a lei estadual assegura às mulheres o direito a um acompanhante, de sua livre escolha, nas consultas e exames em geral, em procedimentos cirúrgicos ou qualquer outro que exija a sedação.

As instituições de saúde também devem afixar placas, em locais visíveis na recepção, informando as pacientes sobre esse direito.

O descumprimento pode ser punido com advertência (na primeira irregularidade) e multas (a partir de segunda irregularidade) que variam de R$ 1 mil a R$ 10 mil, valores que serão duplicados em caso de reincidência.

O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, disse ao Jornal Opção que a crise da rede pública de Saúde em Goiânia é crônica, mas que que se agravou nos últimos meses. Ele explica que um dos fatores que contribuíram para a pressão nas vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) é a falta, ou redução, de unidades satélites, capazes de receber pacientes que superaram quadros graves e que pode ser transferidos.

O tempo de permanência nas UTIs de grandes unidades hospitalares como Hugo e Hugol está cada vez maior com a deterioração da rede de saída. Quando esse paciente não tem mais esse quadro emergencial, ele tem que ter um lugar para ser transferido e desafogar esses hospitais

Helou diz ainda que a Saúde pública na Capital enfrenta um processo de desmantelamento que se agravou nos últimos meses. “Há 10 anos, metade dos hospitais de Goiânia atendiam pelo SUS e tinham 50% do faturamento pelo modelo. Hoje, o faturamento de alguns hospitais com o SUS não chega a 3%”, explica.

Ele acrescenta que a insuficiência dos recursos federais, provocado pela defasagem de mais de duas décadas da tabela SUS, fez com que muitos hospitais decretassem falência ou deixassem de atender pelo modelo. “Quando você vê vidas jovens sendo perdidas esperando por uma vaga de UTI é uma tragédia social. O sistema entrou em colapso, não é um problema médico, é um problema social que atinge a sociedade como um todo”, lamenta.

Prefeito eleito convoca reunião de emergência

O prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), convocou uma reunião de emergência com a equipe para tratar sobre a falta de UTIs e a crise na saúde em Goiânia. O grupo reuniu com o secretário estadual de saúde, Rasível Santos, e membros da equipe de transição. Mabel também conversou com o governador Ronaldo Caiado (UB) e manifestou preocupação com pacientes morrendo devido à falta de vagas.

Uma segunda reunião sobre o mesmo assunto, acontece na tarde desta segunda-feira, 25, na sede da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Participam da discussão o secretario estadual e o titular da pasta municipal, Wilson Pollara.

Mortes por espera de UTIs chegam a quatro

Na última semana, a imprensa noticiou pelo menos três mortes de pacientes que aguardavam por uma vaga de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em Goiânia. Uma quarta morte foi confirmada pelo Jornal Opção. O técnico de informática, Luiz Felipe, 30 anos, morreu no último sábado, 23, enquanto aguardava vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), único hospital que tratava da doença do paciente.

Severino Ramos Vasconcelos Santos, 63, aguardava a transferência para a unidade de tratamento intensivo após uma fratura no fêmur após uma queda. Ele havia sido internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu em 18 de novembro, mas o quadro do paciente se agravou, apresentando esforço respiratório, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia, hipotensão arterial e episódios febris.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a impor que o município de Goiânia encontrasse uma vaga em caráter de urgência ou arcasse com os custos do leito na rede privada. A vaga não foi encontrada e o paciente morreu cinco dias após ser internado na UPA.

Katiane de Araújo Silva, 36, foi diagnosticada com dengue hemorrágica e morreu na fila de esperava por uma vaga de UTI na Capital. Ela foi internada no dia 19 de novembro e veio a óbito no dia 22 após apresentar sintomas mais graves. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso está sendo investigado pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

Janaína de Jesus, 29 anos, deu entrada com dengue hemorrágica na UPA do Jardim Itaipu. Ela morreu três dias após ser internada, enquanto aguardava transferência para a UTI. O prontuário da jovem também indicava falecimento por dengue hemorrágica, mas a nota da SMS diz que “conforme laudo médico, Janaína de Jesus faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes Mellitus”.

Terça, 26 Novembro 2024 07:06

CLIPPING AHPACEG 26/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país

Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada

Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP

Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato

Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia

MEDICINA S/A

Número de homens com plano de saúde cresce e atinge 47% do total de vínculos no país

As adesões de homens a planos médico-hospitalares apresentaram crescimento expressivo (9,7%) entre 2020 e 2024 (média dos três primeiros trimestres) - passaram de 22 milhões para 24,1 milhões, marca histórica recorde. O número representa 47% do volume total de vínculos no País (51,1 milhões), aponta Análise Especial da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) nº 99, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A nova marca demonstra a preocupação do público masculino com a saúde, já que supera o indicador anterior, de 2014, quando havia 23,6 milhões de beneficiários assistidos. Lembrando que a divulgação dos novos dados acontece dentro da campanha "Novembro Azul", voltada à conscientização sobre a saúde do homem, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

De modo geral, entre 2014 e 2020, o setor de saúde suplementar passou por um período desafiador, no qual apresentou redução de 6,2% no número total de contratos, refletindo os efeitos da crise econômica enfrentada pelo Brasil. Essa queda foi mais acentuada, inclusive, entre os homens (6,7%) em comparação com as mulheres (5,8%).

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o crescimento de adesões a planos de médico-hospitalares demonstra uma recuperação no setor de saúde suplementar após um período longo de retração. "Mesmo diante dos desafios enfrentados com a pandemia de Covid-19, o cenário ficou mais favorável a partir de 2020. Especialmente nos contratos dos homens, indica que esse público está mais preocupado, dando mais atenção e cuidando melhor da saúde", explica.

Distribuição de beneficiários por região

De acordo com a análise, do total de beneficiários do sexo masculino (24,1 milhões), levando em conta a média dos três primeiros trimestres de 2024, a maior parte (59,8%) é composta por moradores da região Sudeste. São Paulo agrega o maior número de vínculos (8,5 milhões), seguido por Minas Gerais (2,8 milhões), Rio de Janeiro (2,5 milhões) e Espírito Santo (651 mil).

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SAÚDE BUSINESS

Hospital Sírio-Libanês inaugura laboratório de ponta rumo à medicina personalizada


Neste mês, o Hospital Sírio-Libanês inaugurou o novo laboratório de análises clínicas, batizado de Superlab. A instituição encerrou a parceria com o Fleury e decidiu apostar em um laboratório próprio. O novo espaço é parte de um plano de expansão, que inclui a inauguração de uma nova unidade no Morumbi, em 2025, e o objetivo de dobrar a estrutura do hospital até 2030.

O laboratório começou a operar há três semanas e realizou mais de 300 mil exames. A capacidade total de processamento chega ao em torno de 450 mil e 500 mil exames mensais. Com 1.100 metros quadrados de área construída e tecnologia de ponta, a estrutura exigiu um investimento na ordem de R$ 70 milhões, incluindo equipamentos de última geração de parceiros estratégicos, como Roche Diagnóstica, BD, bioMérieux, Abbott e Euroimmun. Além disso, foram contratados 80 novos profissionais de saúde para compor a equipe.

Construído de forma ágil e intensa ao longo de um ano e meio, o Superlab é apresentado como o mais moderno da América Latina. Nasce com a promessa de transformar a experiência do paciente, otimizar o diagnóstico médico e reforçar o protagonismo do Hospital Sírio-Libanês na medicina personalizada.

Diferenciais do novo laboratório

"Esse laboratório foi projetado do zero, com uma infraestrutura completamente nova e voltada para a eficiência e qualidade. Hoje, ele é o mais avançado em funcionamento no Brasil", afirma César Nomura, diretor de Medicina Diagnóstica do hospital.

Entre as novidades, destacam-se linhas de automação exclusivas para casos de urgência e emergência, conectadas diretamente ao pronto-socorro e ao centro cirúrgico por tubos pneumáticos. Isso permite que as amostras cheguem ao laboratório em até 10 segundos, reduzindo drasticamente o tempo de resposta.

"O resultado de exames simples, como hemogramas, pode sair em menos de 20 minutos, o que é crucial em situações críticas, como no tratamento oncológico", explica Nomura. O sistema também conta com uma capacidade automatizada de armazenamento de 27 mil tubos, que possibilita a realização de novos exames sem a necessidade de coleta adicional, o que otimiza a experiência do paciente.

O laboratório também conta com tecnologias, como a inteligência artificial, para triagem automatizada de amostras, capaz de identificar alterações e acionar exames confirmatórios de forma autônoma. A análise é finalizada pelo biomédico especialista com maior assertividade e segurança técnica.

"Diminui retrabalho e melhora a segurança do paciente, permitindo maior agilidade nos diagnósticos", destaca o diretor.

Interoperabilidade

O Superlab não apenas moderniza o diagnóstico, mas também é mais um passo na intraoperabilidade. A gestão integrada de informações dos pacientes já implementada pela instituição é essencial para o futuro da interoperabilidade em saúde no Brasil de acordo com Nomura.

"Independentemente da unidade onde o paciente seja atendido, todos os dados ficam integrados no sistema. Isso elimina lacunas na jornada de cuidado e oferece uma visão completa da saúde do paciente, conectando exames laboratoriais, radiológicos e outras informações clínicas em uma única plataforma", explica o diretor.

Essa abordagem não apenas fortalece a experiência do paciente, mas também abre novas possibilidades para a pesquisa e a ciência. "Com a integração dos dados, podemos cruzar informações, como exames de sangue e ultrassons, permitindo análises mais profundas. Isso contribui para a identificação de riscos, desenvolvimento de estudos populacionais e, no futuro, alertas personalizados para médicos e pacientes", destaca Nomura.

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JORNAL OPÇÃO

Exclusivo: dívida da Prefeitura de Goiânia com hospitais ultrapassa R$ 250 milhões, aponta MP

Valor apurado, no entanto, pode ser ainda maior, tendo em vista novos atrasos nos pagamentos às unidades hospitalares

A dívida da Prefeitura de Goiânia com os hospitais particulares e filantrópicos ultrapassa os R$ 250 milhões, aponta levantamento do Ministério Público de Goiás (MPGO). O levantamento, feito em maio por meio de uma ação civil pública que obrigou o município a quitar os débitos, identificou ainda o fechamento de leitos de Unidades de Tratamento Intenso (UTI) e enfermaria na cidade. Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MPGO, Marlene Nunes, disse ao Jornal Opção que o volume total da dívida só será conhecido através de uma auditoria nas contas da Prefeitura de Goiânia.

O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) sobre a questão, mas até o fechamento desta reportagem, a demanda ainda não havia sido respondida. O espaço segue aberto.

Conforme Marlene Nunes, o MP apurou “que muitas pessoas estavam permanecendo em UPAs e Cais por um tempo muito elevado à espera de um leito hospitalar”. Ela conta que foram instaurados procedimentos e inspeções que detectaram o rompimento de contrato de prestadores de serviço com a Prefeitura de Goiânia, a exemplo do Hospital Ortopédico e o Hospital da Criança, “por falta de pagamento”.

Prosseguimos nas apurações e vimos que havia hospitais dispostos a receber pacientes, mas a Secretaria [Municipal de Saúde] não estava pagando. O que apuramos é que todo esse imbróglio é problema de acerto, problema de pagamento

Encolhimento dos leitos

A promotora do MP relata que o acúmulo de dívidas e a quebra de contrato dos hospitais “gerou um encolhimento da oferta de leitos de UTI na Capital“. A instituição chegou a conseguir decisão liminar favorável que obrigou a Prefeitura a quitar o montante, mas o Paço recorreu da decisão e conseguiu suspender a liminar por um período. “Fizemos com que a liminar fosse reestabelecida e estamos na fase de cumprimento da decisão”, revela Nunes.

Além do encolhimento do número de leitos de UTI, o Ministério Público também identificou que o número de leitos de enfermaria teve encolhimento de igual modo. “É curioso que muitos leitos não estão sendo ocupados, mas eles estão habilitados no SUS. Por que eles não estão sendo ocupados? Porque o Município não está pagando o prestador e não encaminha o paciente”, explica.

Dívidas

Em junho deste ano, o responsável técnico do Hospital Gastro Salustiano informou a existência de um débito da SMS referente ao custeio de diárias de UTI adulto tipo II e enfermaria destinada a pacientes com Covid-19 no período de maio a junho de 2022. O valor total, segundo a ação civil pública, é de R$ 203,1 milhões.

Foi apurado ainda “a existência de dívidas com praticamente todas as unidades contratualizadas”, diz o documento. Na Santa Casa, a dívida chega a cerca de R$ 18 milhões, no Hospital Jacob Facuri seriam R$ 20 milhões; Araújo Jorge, R$ 34 milhões; Hospital Ortopédico. R$ 1 milhão; São Judas Tadeus, R$ 6 milhões, além de um total momentâneo de cerca de R$ 102 milhões que não teriam sido repassados para as unidades com contrato, embora os repasses tenham sido encaminhados pelo Ministério da Saúde.

Em outubro, o secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, disse ao Jornal Opção que chegou ao comando da pasta com uma dívida de mais de R$ 260 milhões, mas que teria conseguido quitar aproximadamente 70%. A informação é contestada por diretores médicos e sindicatos, que apontam o atraso de salário de médicos e de pagamentos referentes aos atendimentos, inclusive de verbas carimbadas do MS.

Pollara voltou a repetir o discurso de que quitou parte dos débitos com os prestadores de saúde, no entanto, não soube especificar qual seria o valor atualizado da dívida. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.

Habilitação de 20 leitos em 10 dias

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia.

Mabel afirmou que 20 leitos de UTI devem ser habilitados, de forma imediata, para atender a demanda na saúde da Capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou durante coletiva.

Redução dos leitos provocou quatro mortes

À espera por leitos de UTI na Capital, ao menos quatro pacientes pereceram na fila da saúde em Goiânia. O técnico de informática, Luiz Felipe, 30 anos, morreu no último sábado, 23, enquanto aguardava vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), único hospital que tratava da doença do paciente.

Severino Ramos Vasconcelos Santos, 63, aguardava a transferência para a unidade de tratamento intensivo após uma fratura no fêmur após uma queda. Ele havia sido internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu em 18 de novembro, mas o quadro do paciente se agravou, apresentando esforço respiratório, rebaixamento do nível de consciência, hipoglicemia, hipotensão arterial e episódios febris.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a impor que o município de Goiânia encontrasse uma vaga em caráter de urgência ou arcasse com os custos do leito na rede privada. A vaga não foi encontrada e o paciente morreu cinco dias após ser internado na UPA.

Katiane de Araújo Silva, 36, foi diagnosticada com dengue hemorrágica e morreu na fila de esperava por uma vaga de UTI na Capital. Ela foi internada no dia 19 de novembro e veio a óbito no dia 22 após apresentar sintomas mais graves. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o caso está sendo investigado pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO).

Janaína de Jesus, 29 anos, deu entrada com dengue hemorrágica na UPA do Jardim Itaipu. Ela morreu três dias após ser internada, enquanto aguardava transferência para a UTI. O prontuário da jovem também indicava falecimento por dengue hemorrágica, mas a nota da SMS diz que “conforme laudo médico, Janaína de Jesus faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes Mellitus”.

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Após reunião com secretários, Mabel diz que trabalha para a abertura de 30 novos leitos de UTI de imediato

Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se reuniu na tarde desta segunda-feira, 25, com os secretários estadual e municipal de Saúde, Rasível Santos e Wilson Pollara, para tratar da crise de falta de UTIs em Goiânia. Nos últimos dias, ao menos quatro pessoas morreram aguardando leitos de Terapia Intensiva na capital.

Em coletiva de imprensa, Mabel afirmou que a principio a intenção é a abrir de forma imediata ao menos 20 leitos de UTI na capital. “Estamos agindo em três frentes, gestão atual, próxima gestão e gestão estadual para suprir a necessidade da capital. Isso significa a abertura imediata de 20 leitos e nos próximos dez dias novos leitos deverão ser abertos diariamente. O número de leito a serem abertos imediatamente pode subir para 30, caso a Santa Casa abra mais 10 leitos e, caso necessário, teremos como abrir até 40 leitos”, explicou.

De acordo com o prefeito eleito, ainda não se tem certeza da dimensão do rombo financeiro na Saúde da capital. Porém, a equipe de transição já trabalha para garantir o pagamento de fornecedores para manter o funcionamento de hospitais, Cais e UPAs de Goiânia. “A partir de primeiro de janeiro, mesmo o que for faturado em dezembro, será pago pela Prefeitura com ajuda do Estado. Os fornecedores poderão voltar a trabalhar dentro de uma normalidade. Estamos combinando contratos para que, caso seja preciso, haja uma redução de preço do serviço para que possamos vencer o caos. O rombo financeiro estamos averiguando para tentar ver condições de pagar”, disse.

Outra forma de diminuir a demanda por UTIs, segundo Mabel, é aumentar a atenção à Saúde básica na capital. “Vamos contratar equipes de saúde da família e colocar para funcionar. Vamos rastrear todo mundo que precisa de atenção básica antes que o problema cresça a ponto de esses pacientes precisem de UTI. Isso é uma gestão que tem que ser feita. Muitas vezes a pessoa tem pico de pressão que pode chegar em um AVC e essa pessoa terá que ocupar um leito de UTI. Vamos monitorar tudo para que isso não aconteça”, continuou.

A crise

A reunião desta segunda-feira, 25, foi motivada pela falta de vagas de Unidade de Tratamento Intensivo nas unidades de saúde de Goiânia, o que tem levado à morte de pacientes na espera por leitos. Apesar disso, diversos outros setores da pasta acusam crise.

A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e seu titular, Wilson Pollara.

Agora, a situação se agrava já que, na última semana, pacientes começaram a morrer na espera por vagas na UTI, apesar de, em alguns casos, já existir decisão judicial determinando que o poder público encontrasse alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS) ou que arcasse com os gastos do leito na rede privada.

Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por “falta de credibilidade”. “Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI’s”, explicou.

“Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito”, continuou.

A “falta de credibilidade” citada por Rasível já havia sido mencionado pelo secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Durante sua fala no início da reunião, Pollara afirmou que a a “Prefeitura está sem credibilidade financeira” como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.

Pollara também destacou como “honrosa” a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. “É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento”, disse.

Em nota enviada ao Jornal Opção, a SES-GO afirmou que a responsabilidade “pela gestão dos leitos municipais e conveniados” é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. “A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal”, afirmam.

De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). “A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado”, explicam.

Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.

Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: “A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde”. Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.

A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.

Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. “Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes”, concluiu.

Rombo financeiro e frustração

O secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou que não tem um número exato do tamanho do rombo financeiro da saúde da capital. Esse número, no entanto, teria caído nos últimos meses. “Quando assumi a pasta peguei R$ 265 milhões em dívidas. Hoje esse número é bem menor mas não consigo especificá-lo”, disse.

“Não me deram dinheiro para fazer o necessário, e não posso culpar o prefeito Rogério Cruz e nem a administração anterior. Os problemas começaram muito antes, inclusive, da gestão Rogério Cruz. Foram compromissos assumidos acima da capacidade de pagamento que se refletiram nas gestões seguintes, tanto na do Durval quanto na minha. Recebi um rombo grande na saúde e realmente fiquei frustrado com isso. Muita coisa deveria ser feita e não pôde ser”, completou.

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A REDAÇÃO

Prefeito eleito, Mabel anuncia 20 novas vagas de UTI para Goiânia

Depois de se reunir com o atual titular Secretaria de Estado da Saúde (SES), Rasível Santo, no domingo (24/11), o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), começou a semana anunciando a contratação de 20 novos leitos de UTI para a capital. Segundo o futuro chefe do executivo, as vagas emergenciais serão abertas nos próximos 10 dias, e há a possibilidade da contratação de mais 40 leitos no curto prazo.
A notícia é uma resposta aos casos noticiados pela imprensa de, ao menos três, pacientes que estariam internados em unidades na rede municipal e que morreram enquanto aguardavam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva.

No domingo (24/11), em vídeo publicado no Instagram, Mabel afirmou que havia conversado com o governador Ronaldo Caiado e recebido do chefe do Executivo estadual apoio para se comprometer financeiramente com o tema. "Vamos garantir pra esses hospitais que eles podem abrir as UTIs deles que Goiânia vai pagar. Mês de janeiro a gente começa a pagar. O que não podemos deixar é a situação ficar como está. Não podemos deixar gente morrer assim não”, disse.
Já nesta segunda-feira (25/11), Mabel disse que está trabalhando com urgência para salvar vidas. "A regulação estadual está empenhada em agilizar os encaminhamentos, e estamos garantindo o pagamento aos fornecedores para que os serviços sejam retomados com confiança”, afirmou o prefeito eleito.

O anúncio das novas vagas de UTI ocoreu depois de reunião entre Mabel, Rasível dos Reis, e o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara. “Estamos renegociando contratos com hospitais e fornecedores para obter preços reduzidos e mais serviços com menos dinheiro. Garantimos que os pagamentos pendentes serão auditados e quitados. O apoio do governador Ronaldo Caiado será essencial para viabilizar os repasses e estabilizar o sistema”, explicou Sandro depois do encontro. 

Mabel também anunciou que está em busca de recursos junto ao Ministério da Saúde e à bancada federal para equipar as unidades de saúde de Goiânia, desde postos de atendimento até hospitais. Ele destacou que os investimentos serão usados para adquirir medicamentos, modernizar estruturas e contratar profissionais. “Queremos um sistema de saúde que funcione plenamente. Vamos equipar nossas unidades, garantir a presença de profissionais capacitados e reabastecer os estoques de medicamentos. Nosso compromisso é entregar uma saúde digna para a população”, afirmou.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 25 Novembro 2024 08:31

CLIPPING AHPACEG 23 A 25/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Operação mira fraudes em planos de saúde, com prejuízo de R$ 50 milhões

Operadora de saúde pode ter que pagar R$ 8,6 milhões por danos morais coletivos por negar internações em MG

Cerca de 300 mil planos de saúde são cancelados no Brasil e contratantes entram na Justiça; entenda

Governo abre processo administrativo contra 14 planos de saúde

Vendedora morre à espera de UTI em Goiânia, denuncia família

Mabel se compromete a contratar novas vagas de UTI para Goiânia

Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais registra queda de 0,23% em outubro

“Manipulação deliberada da opinião pública”: entidade se pronuncia sobre caso da médica detida após discussão com policial

PORTAL G1/NACIONAL

Operação mira fraudes em planos de saúde, com prejuízo de R$ 50 milhões


Segundo as investigações, os golpistas entravam na Justiça com pedidos de liminar para que a operadora do plano liberasse cirurgias superfaturadas que em alguns casos nem sequer eram realizadas.

A Polícia Civil do RJ iniciou nesta segunda-feira () a Operação Bisturi, contra fraudes em planos de saúde que causaram um prejuízo de R$ milhões às operadoras. Entre as companhias lesadas estão Bradesco, Golden Cross e Sul-América.

Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram para cumprir mandados de busca e apreensão contra alvos, incluindo advogados e médicos, na Barra da Tijuca, Leblon, Ipanema, Jacarepaguá e Duque de Caxias.

Segundo as investigações, os golpistas entravam na Justiça com pedidos de liminar para que a operadora do plano liberasse cirurgias superfaturadas que em alguns casos nem sequer eram realizadas.

Procedimentos eram solicitados em nome de médicos já mortos.

O grupo criminoso também fornecia órteses, próteses e materiais especiais com preços acima dos de mercado.

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Operadora de saúde pode ter que pagar R$ 8,6 milhões por danos morais coletivos por negar internações em MG


MPMG afirma que Hapvida sobrecarrega o SUS em Uberaba ao negar internações de urgência sob pretexto de carência contratual. Em nota, empresa afirma que não foi citada na ação judicial, mas que após tomar conhecimento irá apresentar defesa.

A operadora de saúde Hapvida pode ser condenada a pagar R$ , milhões por danos morais coletivos por negar internações em .

O pedido foi feito em Ação Civil Pública (ACP) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que acusa a empresa de práticas ilegais, como negar internações de urgência sob pretexto de carência contratual e direcionar pacientes ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A operadora, segundo as Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde e de Defesa do Consumidor, descumpre a lei que regula os planos de saúde (Lei ./) e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que obrigam os planos de saúde a considerarem o prazo de carência de horas para os atendimentos de urgência e emergência aos usuários.

Em nota, a operadora afirmou que não foi citada na ação judicial, mas que após tomar conhecimento irá apresentar sua defesa. Leia a nota na íntegra mais abaixo.

Segundo os autores da ACP, os promotores de Justiça Eduardo Fantinati Menezes e Diego Martins Aguilar, a conduta da Hapvida, além de causar grave dano ao consumidor, tem reflexo na saúde pública municipal e sobrecarrega indevidamente os serviços de atendimento em urgência, levando ao aumento do tempo de espera de usuários do SUS, internados nas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), que esperam por vagas em hospitais.

De acordo com os representantes do MPMG, existe demonstração suficiente das negativas de internação, sob a falsa alegação de que o contrato está em carência.

"Médicos e enfermeiros da operadora são treinados para orientar os familiares do paciente a buscarem a internação na rede pública de saúde, colhendo deles a assinatura de documento que atestada a 'alta por evasão', como se o paciente tivesse desistido da internação pelo plano de saúde", afirmam os promotores.

"Assim, a Hapvida vive o melhor dos mundos em termos financeiros: recebe as mensalidades dos planos que comercializa, mas delega ao Sistema Único de Saúde a prestação dos serviços de internação hospitalar. Trata-se de verdadeiro "patrocínio estatal da atividade privada", afirma trecho da ACP.

Na ação civil pública, o Ministério Público de Minas Gerais solicitou que a operadora Hapvida seja proibida de negar internações hospitalares em situações de urgência e emergência, garantindo o atendimento aos clientes após horas da contratação do plano, em unidades próprias ou conveniadas.

Além disso, pediu à Justiça que a empresa seja condenada ao pagamento de R$ , milhões por danos morais coletivos, valor que deverá ser revertido ao Fundo Especial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Funemp), para oportuno direcionamento a projetos sociais.

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BNEWS

Cerca de 300 mil planos de saúde são cancelados no Brasil e contratantes entram na Justiça; entenda


Nos últimos dois anos, cerca de 300 mil planos de saúde foram cancelados no Brasil e a grande maioria envolve idosos com câncer, autistas, cardiopatas e gestantes, segundo informações divulgadas em reportagem de o portal Uol.

Em função das chamadas rescisões unilaterais, pacientes têm recorrido à Justiça com ações independentes ou coletivas para reaver os planos, e, assim, continuarem com seus tratamentos.

De acordo com reportagem de o Uol, os dados são de um levantamento do Ministério da Justiça feito com apenas sete operadoras.

"O total de cancelamentos unilaterais, no entanto, é maior, mas permanece desconhecido - empresas e a própria ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não informaram um número exato à reportagem e ao Ministério da Justiça. Defensorias Públicas de diferentes estados apontam que, por trás dessas rescisões, há esquemas de "falsos planos coletivos" e indicativos de "seleção de risco" - a prática ilegal cancela planos de adesão coletiva para excluir pacientes com tratamentos de alto custo, enquanto os demais são realocados. O Ministério da Justiça abriu, na semana passada, processo administrativo contra 17 operadoras por suspeitas de "práticas abusivas" contra o Código de Defesa do Consumidor. As sanções podem ir de multas de até R$ 14 milhões a intervenções administrativas", diz a matéria.

Segundo a reportagem, até o momento, 2.500 pessoas conseguiram reaver seus planos judicialmente. A operadora Amil lidera as ações, conforme a matéria. Quando questionada pelo Uol, "a Amil afirmou que, "em relação aos beneficiários elencados pela reportagem, todos estão com seus planos de saúde ativos". Isso ocorreu após decisão judicial.As operadoras Notredame, Sulamérica e Bradesco negaram fazer rescisões unilaterais em planos por adesão. Já a Notredame e a Unimed Nacional disseram não adotar cancelamentos discriminatórios. A Unimed-Rio disse ter compromisso com normas para rescindir contratos.A ANS afirmou não ter dados sobre os cancelamentos unilaterais e que resolve "cerca de 90% das queixas registradas em seus canais", revela a matéria.

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NOTÍCIAS DO BRASIL

Governo abre processo administrativo contra 14 planos de saúde


A Senacon diz que as empresas notificadas realizaram cancelamentos unilaterais de contratos e práticas abusivas com consumidores

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça, disse na última 6ª feira (22.nov.2024) ter instaurado um processo administrativo contra 14 planos de saúde por cancelamentos unilaterais de contratos e práticas consideradas abusivas por parte das operadoras.

Segundo o órgão, decisão foi tomada depois de um estudo detalhado de monitoramento de mercado que observou irregularidades nas rescisões de contratos dos planos de saúde. "As práticas identificadas violam os princípios do Código de Defesa do Consumidor e as normas do setor de saúde suplementar, impactando a vida de milhares de brasileiros, muitos deles em condições de vulnerabilidade por enfrentarem problemas graves de saúde", afirma a Senacon por meio de nota. Leia a íntegra (PDF - 1048 KB).

O estudo indica também que os rompimentos unilaterais de contrato dos planos de saúde são realizados sem justificativa adequada ou desrespeitam a continuidade de atendimento, resultando, de acordo com a Senacon, em graves consequências para os consumidores. Entre elas, a interrupção de tratamentos essenciais de saúde e o crescimento de ações judiciais.

"Não podemos permitir que empresas do setor de saúde desrespeitem os consumidores, ainda mais em situações que colocam vidas em risco. O direito à saúde é inegociável, e a Senacon trabalhará para garantir justiça", disse Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor.

O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (setor da Senacon responsável por instaurar os processos contra os planos de saúde), Vitor Hugo Amaral, declarou que "o objetivo é garantir que o setor de saúde suplementar respeite a dignidade do consumidor". Segundo ele, "as empresas devem operar com base na boa-fé e na transparência".

Leia a lista de planos de saúde notificados:

Porto Seguro Saúde

Prevent Senior

Qualicorp Administradora de Benefício S.A

SulAmérica

Unimed Nacional

Care Plus

Golden Cross

Hapvida NotreDame Médica

MedSênior

Omint

Allcare Administradora de Benefícios Ltda

Amil

Assim Saúde

Bradesco Saúde

As empresas terão um prazo para corrigir possíveis irregularidades e apresentar suas defesas. Os consumidores de planos de saúde podem registrar reclamações em plataformas dos órgãos de defesa, como o Procon e o site consumidor.gov.br.

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PORTAL G1/GOIÁS

Vendedora morre à espera de UTI em Goiânia, denuncia família

Katiane de Araújo buscou atendimento na rede pública de saúde por três vezes. Dengue hemorrágica foi a causa da morte comunicada à família.

Uma mulher de 36 anos morreu à espera de uma vaga em UTI em Goiânia, de acordo com a família. A vendedora autônoma Katiane de Araújo Silva morreu no Cais Cândida de Morais, durante a madrugada de sexta-feira (22).

De acordo com a sobrinha de Katiane, Marina Araújo, a mulher começou a passar mal no dia 15 de novembro e morreu na noite de quinta-feira (21).

Na terça (19), a autônoma foi ao Cais Cândida de Morais, onde ficou internada e de onde já solicitaram uma vaga de UTI, de acordo com Marina. Na unidade de saúde, a vendedora chegou a fazer um exame de sangue que apontou uma queda nas plaquetas.

“Falaram que ela tinha uma infecção hemorrágica não especificada. Eles não sabiam de onde”, contou a sobrinha.

Em nota (texto completo abaixo), a Secretaria Municipal de Saúde informou que Katiane morreu de dengue hemorrágica, e que não houve falta de assistência.

“Na sala vermelha, onde a paciente foi mantida, ela recebeu todos os recursos que necessitava e que teria em uma UTI”, disse o texto, onde a secretaria também se solidarizou com os familiares.

A Secretaria Estadual de Saúde informou em nota (texto completo abaixo) que a vaga foi solicitada para a regulação estadual no dia 20 (quarta-feira), à meia-noite.

“Imediatamente, a pasta iniciou a busca nas unidades próprias e contratualizadas, que foi liberada no dia 22/11, às 8h16, para a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis”, descreve o texto, que reconhece que foi comunicada da morte de Katiane assim que a vaga foi liberada.

Busca por socorro

De acordo com Marina Araújo, Katiane buscou atendimento pela primeira vez no domingo (17), no Cais de Campinas, com fortes dores no corpo. “Eles falaram que era coluna, deram remédio e mandaram ela embora”, narrou.

Na segunda (18), Katiane continuou sentindo dores que a impediram até de sair da cama, informou a sobrinha. “Ela chegou a cair da cama. Ela foi ao Cais de Campinas mais uma vez e disseram que era coluna novamente”, afirmou.

No dia 19 (terça-feira), a vendedora buscou o Cais do Cândida de Morais, onde ficou internada.

De acordo com Marina, Katiane chegou a perder a consciência no dia 20, mas voltou a si. Na quinta-feira (21), ela voltou a perder a consciência e, desta vez, foi preciso entubada, contou.

“Solicitam a UTI três vezes e não conseguiram. Falaram que não tinha ambulância para buscar ela porque ela já estava entubada e tinha que ser uma ambulância especial”, contou.

Um novo exame de sangue realizado na quinta-feira (21) indicou que Katiane poderia ter dengue hemorrágica, leptospirose ou febre amarela, disse a sobrinha. “Até perguntaram se ela tinha viajado, ido para alguma fazenda, mergulhado em algum lugar e falamos que não”, contou.

Marina contou que na noite do dia 21, a equipe de saúde começou a preparar a família, dizendo que Katiane não deveria sobreviver àquela noite. A mulher morreu na madrugada de sexta-feira (22).

A família informou que Katiane não tinha nenhuma comorbidade. Ela deixou uma filha de 7 anos, com quem morava.

NOTA - Secretaria Municipal de Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que a paciente Katiane de Araújo da Silva faleceu em decorrência de complicações de dengue grave, conhecida anteriormente como dengue hemorrágica. Não houve falta de assistência, os protocolos para tratamento de dengue, seja simples ou grave, são os mesmos adotados em um Cais ou em um hospital.

Na sala vermelha, onde a paciente foi mantida, ela recebeu todos os recursos que necessitava e que teria em uma UTI. A secretaria se solidariza com os familiares e se coloca à disposição para quaisquer esclarecimentos.

NOTA - Secretaria Estadual de Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) esclarece que, em situações como estas, o município solicitante de vaga em leito de UTI é o responsável por realizar a estabilização e assistência adequada do paciente até a liberação de vaga, seja na rede hospitalar municipal ou estadual.

Para o caso citado, a SES-GO informa que a solicitação de vaga de UTI em nome da paciente supracitada foi lançada pelo município de Goiânia para a regulação estadual no dia 20 de novembro, às 00h, como ampliação de busca. Imediatamente a pasta iniciou a busca nas unidades próprias e contratualizadas, que foi liberada no dia 22/11, às 8h16, para a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis. Entretanto, a SES-GO foi informada logo na sequência de que a paciente havia ido a óbito na noite do dia 21/11. A solicitação, contudo, não havia sido cancelada e continuava no sistema estadual.

A pasta lamenta o ocorrido e esclarece que recebe pedidos de vagas de leitos de UTI dos 246 municípios goianos e que atua para tentar atender todos os pacientes da melhor maneira possível. A SES-GO tem desenvolvido ações para ampliar a assistência à saúde. Em cinco anos, o número de leitos teve um aumento significativo de 128%. Em 2018, o Estado possuía um total de 1.635 leitos de internação de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria, da rede própria e contratualizada. Em 2024, este número saltou para 3.738.

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A REDAÇÃO

Mabel se compromete a contratar novas vagas de UTI para Goiânia

Goiânia - Depois de anunciar, na manhã deste domingo (24/11), que convocaria uma reunião de emergência com o atual titular Secretaria de Estado da Saúde (SES), Rasível Santo, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se comprometeu a contratar novas vagas de UTI para a capital.

O encontro, que ocorreu horas depois, na casa do empresário, e que contou ainda com a presença de membros de sua equipe de transição, teve como pauta casos noticiados pela imprensa de, ao menos três, pacientes que estariam internados em unidades na rede municipal e que morreram enquanto aguardavam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva.

Em vídeo publicado no Instagram, Mabel afirmou já ter conversado com o governador Ronaldo Caiado e recebido do chefe do Executivo estadual apoio para se comprometer financeiramente com o tema. "Vamos garantir pra esses hospitais que eles podem abrir as UTIs deles que Goiânia vai pagar. Mês de janeiro a gente começa a pagar. O que não podemos deixar é a situação ficar como está. Não podemos deixar gente morrer assim não”, disse.

Horas depois, Mabel voltou às redes sociais publicando um segundo vídeo. Desta vez, ele aparece ao lado de Rasível, mas também de Luiz Gaspar Machado Pellizzer, que deve assumir a Secretaria Municipal de Saúde; do ex-deputado federal Valdivino de Oliveira, que deve ser próximo titular da Secretaria Municipal de Finanças; e do vereador, e atual presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo.

 "Como disse mais cedo, precisamos abrir vagas de UTIs o mais urgente possível. Estamos aqui reunidos para agilizar esse processo e com a união de forças do município e do Estado, vamos liberar essas vagas. A Secretaria Municipal de Saúde tem enfrentado dificuldades financeiras, mas precisamos agir com todos os recursos possíveis. Esse é o carimbo Sandro Mabel e Ronaldo Caiado", escreveu o prefeito eleito. 

Conforme o painel da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia referente aos leitos de UTI disponibilizados pela rede pública municipal, consultado pelo Jornal Opção na manhã deste domingo, dos 197 leitos oferecidos, 169 estão ocupados e apenas 28 estão desocupados. Unidade com mais UTIs disponibilizadas para adultos, o Hospital Ruy Azeredo tem 35 leitos: todos ocupados até a manhã deste domingo. Da mesma forma o Hospital Jacob Facuri, que tem 30 leitos de UTI neonatal II, mas nenhum disponível.

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MEDICINA S/A

Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais registra queda de 0,23% em outubro

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME) registrou queda de 0,23% em outubro de 2024, após discreto recuo de 0,04% no mês anterior. Em termos comparativos, o resultado apurado como referência para os preços de órteses, produtos e materiais especiais foi inferior às variações registradas por outros índices de preço da economia brasileira, como é o caso do IPCA/IBGE (+0,56%) e do IGP-M/FGV (+1,52%), assim como em relação à variação da taxa média de câmbio (+1,49%), que indicou uma depreciação da moeda brasileira no período mais recente. Por outro lado, os preços dos medicamentos para hospitais exibiram uma queda ligeiramente maior em outubro, conforme mostra a última apuração mensal do IPM-H (-0,30%).

Desenvolvido em conjunto pela Fipe e pela Bionexo, empresa líder em soluções tecnológicas SaaS para gestão em saúde, o Índice OPME acompanha a evolução dos preços dos itens transacionados entre fornecedores e hospitais por meio da plataforma Opmenexo, que processa mais de 3 mil cotações diárias de preços para mais de 45 mil produtos do setor.

Entre as especialidades que integram o cálculo mensal do índice, houve predomínio de movimentos negativos nos preços em outubro/2024, abrangendo: sistema nervoso central e periférico (-1,11%); sistema genital e reprodutor (-0,84%); cabeça e pescoço (-0,61%); sistema urinário (-0,24%); sistema digestivo e anexos (-0,12%). Por outro lado, duas especialidades monitoradas apresentaram preços mais elevados no último mês: sistema musculoesquelético e articulações (+0,09%); e sistema cardiocirculatório (+0,06%).

No balanço parcial até outubro de 2024, o Índice OPME passou a registrar uma discreta queda de 0,05% nos preços de órteses, próteses e materiais especiais. Entre as especialidades consideradas na composição cesta de cálculo do índice, as variações apuradas foram as seguintes: sistema urinário (-2,44%); sistema nervoso central e periférico (-1,36%); cabeça e pescoço (-1,29%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,36%); sistema genital e reprodutor (-0,03%); sistema digestivo e anexos (+0,08%); e sistema cardiocirculatório (+1,39%).

Quando a janela de referência para análise do Índice OPME são os últimos 12 meses encerrados em outubro/2024, os preços de órteses, próteses e materiais especiais passaram a exibir uma redução nominal de 0,26%. Nessa janela temporal, as variações de preço por especialidade se distribuíram da seguinte forma: sistema digestivo e anexos (-2,19%); sistema urinário (-2,01%); sistema genital e reprodutor (-1,61%); sistema nervoso central e periférico (-1,19%); cabeça e pescoço (-0,33%); sistema cardiocirculatório (+0,49%); e sistema musculoesquelético e articulações (+0,54%).

De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe, "a variação registrada pelo Índice OPME em outubro (-0,23%), além de abrangente em termos de especialidades, foi um pouco atípica, sendo a menor para esse mês no histórico disponível. A título comparativo, a média das variações registradas pelo Índice OPME nos meses de outubro entre os anos de 2017 e 2023 foi positiva (+0,10%). Graças aos últimos resultados negativos, os preços das órteses, próteses e materiais especiais passaram a exibir um comportamento negativo tanto no ano (-0,05%) quanto nos últimos 12 meses (-0,26%)."

Finalmente, no intervalo das séries históricas (entre janeiro de 2017 e outubro de 2024), o Índice OPME apura um recuo de 0,35% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais. Em termos desagregados, as seguintes especialidades contribuíram para esse resultado negativo: sistema cardiocirculatório (-9,25%); sistema urinário (-4,00%); sistema genital e reprodutor (-2,89%); sistema digestivo e anexos (-1,12%). Em contraponto, parte da queda foi compensada pelas variações positivas observadas nos preços das demais especialidades: cabeça e pescoço (+18,42%); sistema musculoesquelético e articulações (+7,41%); sistema nervoso central e periférico (+1,42%).

Por dentro do índice

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro e é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo.

A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: (1) quantidade de itens requisitados no mercado; (2) discriminador de produto (dado que uma única família pode ser composta por múltiplos produtos); (3) localização do hospital e do fornecedor; (4) convênio; e (5) procedimento de urgência. Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.

Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.

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JORNAL OPÇÃO

“Manipulação deliberada da opinião pública”: entidade se pronuncia sobre caso da médica detida após discussão com policial

Sindicato destes agentes, o Sinpol de Goiás, afirma que “não houve nenhuma ilegalidade” e critica a médica por ter recorrido às redes sociais e não à Justiça

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) se manifestou sobre o caso da médica que foi levada à Central de Flagrantes após discussão com policial durante atendimento de homem preso por violência doméstica. Na nota, a entidade sindical critica a postura da médica que recorreu às redes sociais e à mídia “com meias verdades” na tentativa de buscar engajamento e realizar “manipulação deliberada da opinião pública”. O sindicato afirma que “ não houve nenhuma ilegalidade na ação por parte dos policiais”.

Segundo texto publicado pelo Sinpol, existem partes no relato da profissional de saúde que não condizem com os fatos. Diferentemente do que foi relatado, não houve invasão do consultório por parte dos agentes, que só entraram após orientação na portaria de servidores do hospital. Outro ponto que o sindicato busca esclarecer é que não havia nenhum paciente no consultório no momento da chegada dos policiais, e também que a unidade de saúde não ficou sem atendimento, após a médica envolvida na discussão com o policial ter sido levada à Central de Flagrantes, “, tendo em vista que outros dois médicos também atendiam no ambulatório”.

O termo “prisão” também foi questionado pela entidade, que afirmou que a médica foi conduzida à Central de Flagrantes para prestar depoimento e registrar Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Vale lembrar que TCO “é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo, ou seja, os crimes de menor relevância, que tenham a pena máxima cominada em até dois anos de cerceamento de liberdade ou multa”, ou seja, “nada mais é do que um boletim de ocorrência, com algumas informações adicionais, servindo de peça informativa, para o Juizado Especial Criminal”, segundo informações do JusBrasil.

“Ressalte-se que a médica não foi algemada e sequer detida ou presa, ela acompanhou os policiais na viatura até o destino da Central de Flagrantes, onde foi lavrado TCO de desacato”, explicam. De acordo com a instituição, a médica foi liberada após recolhimento de seu depoimento para que voltasse ao trabalho. 

“O SINPOL acompanha de perto o desenrolar dos fatos e atuará para que o caso siga estritamente o devido processo legal. Já colocou seu departamento jurídico à disposição dos policiais para reparação de qualquer dano, inclusive na área Cível, de qualquer fala impensada ou acusação de qualquer crime aos policiais durante seu trabalho”, finalizam. 

Nenhum veredito oficial sobre as investigações em andamento foi divulgado pelas autoridades competentes.

Veja abaixo a nota completa do Sinpol Goiás.

Cremego e CFM

Também em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) afirmou que vai apurar com celeridade os fatos, investigando também a conduta da médica, além de condenar a postura dos policiais. No texto, o Conselho afirmou que a servidora foi presa e cobrou resposta do governador Ronaldo Caiado (UB). 

O Conselho disse ainda, em publicação no Instagram, que “encaminhou ofícios, exigindo o urgente esclarecimento dos fatos, ao Governador Ronaldo Caiado, ao Ministério Público de Goiás (MPGO), à diretoria do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), ao Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED) e à Secretaria de Estado da Saúde”.

Após cobrar rigorosidade e celeridade na apuração dos fatos, a entidade afirma que solicitou reunião com o Secretário de Segurança Pública, Renato Brum, e com o Delegado-Geral da Polícia Civil de Goiás, André Gustavo Corteze Ganga, “para que os direitos e a segurança de todos os médicos de Goiás sejam protegidos”.

Nos comentários da nota que foi publicada no Instagram, os internautas saúdam o posicionamento do Cremego, cobram a verdade e cobram posicionamento do governador Ronaldo Caiado (UB). Um dos comentários diz: “Gostaria muito de ver o pronunciamento do meu governador, principalmente por ele ser nosso colega médico”.

Além disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) compartilhou um vídeo do presidente da entidade, José Hiran da Silva, no qual ele se diz indignado com o “abuso de autoridade”. O presidente do CFM destaca ainda que enviou ofício ao governador Ronaldo Caiado (UB) para esclarecimento do caso. Na sequência, o perfil do Conselho Federal mostra vídeo de Sheila Soares Lustosa, presidente do Cremego, compartilhando mais detalhes sobre o caso. Na fala de Sheila, se fala em “prisão arbitrária”, se condena a atuação dos policiais e reforçam que havia paciente em atendimento durante a abordagem dos policiais. Tanto Sheila quanto José Hiran cobram investigação urgente e punição aos infratores.

Veja nota oficial do Cremego completa abaixo. 

Entenda o caso 

Uma médica que atendia no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) denunciou que foi levada por policiais civis, de forma agressiva, até a Central de Flagrantes após ser intimidada por um deles. O caso aconteceu na segunda-feira, 18, e, segundo a médica, foi durante uma consulta. Conforme o relato da profissional de saúde, os agentes de segurança entraram no consultório sem autorização, durante uma consulta, e exigiram prioridade para o atendimento de um homem detido por violência sexual. 

O caso foi amplamente divulgado pela mídia local, mas a profissional de saúde preferiu se manter anônima. 

Conforme alguns desses relatos da profissional, ela teria sido intimidada por um policial após ter pedido para que ele esperasse no lado de fora durante o exame de corpo delito do detido. Nesse ponto, a discussão teria se acalorado, com troca de gritos. 

Após a realização do exame no detido, quando a médica já atendia outro paciente, os agentes de segurança pública teriam retornado, “invadindo” o consultório mais uma vez, com câmera em mãos filmando a situação, e dado voz de prisão para a profissional. 

Nos relatos da médica, houve constrangimento pelo procedimento, já que foi realizado de forma violenta e na frente de pacientes e colegas, além de dizer que os policiais civis estariam ignorando a situação do hospital, que se encontrava lotado, e com muitos pacientes na sala vermelha do Hetrin. Após o fim dos depoimentos na delegacia, onde, segundo a médica, novas intimidações teriam acontecido, a profissional não conseguiu finalizar o plantão. 

O Jornal Opção tenta localizar a defesa da médica, a fim de garantir o direito de posicionamento.

Veja abaixo a nota completa do Cremego, e na sequência a postagem no perfil Instagram do Conselho:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.
O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.
Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.
Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 22 Novembro 2024 07:07

CLIPPING AHPACEG 22/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada

Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

'Cópia' que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

AGÊNCIA UNIMED

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Os encontros reuniram colaboradores da Federação e de Unimeds federadas para atualização sobre as diretrizes que entrarão em vigor nas próximas semanas

As Resoluções Normativas 593 e 585, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram explicadas em um webinar promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira, nos dias 18 e 19 de novembro, com a participação de mais de 100 colaboradores da cooperativa e de Unimed federadas.

A advogada Milena Cunha apresentou os detalhes da RN 593, que aborda a notificação por inadimplência e que, após muitas discussões, entrará em vigor em 1º de dezembro de 2024. Ela mostrou que não basta notificar o beneficiário, é preciso ter a confirmação do recebimento desta nota de inadimplência para iniciar as demais ações, seja de suspensão ou de cancelamento do plano.

Além disso, a notificação deve ser encaminhada à pessoa natural contratante, que nem sempre é o próprio beneficiário, como em casos de planos para menores de idade.

“O simples atraso não caracteriza a inadimplência. Caso o beneficiário atrase 10 dias, ainda não temos uma situação para implementar a RN 593 para fins de suspensão ou exclusão. É preciso vencer a mensalidade seguinte, ou seja, ter mais de 30 dias de atraso”, acrescentou a especialista, que integra a assessoria da Federação no âmbito de regulamentação.

A notificação deve ser encaminhada até 50º dia do não pagamento e a operadora precisa conceder um prazo de, no mínimo, 10 dias ao beneficiário para a quitação.

Alterações de rede hospitalar

No segundo dia de webinar, Milena Cunha apresentou a RN 585, que entrará em vigor em 31 de dezembro de 2024, e trata dos critérios para a alteração de rede hospitalar. O documento classifica os serviços em 10 tipos, como internação psiquiátrica, obstétrica, pediátrica, atendimentos de urgência e emergência, cirúrgica e clínica, entre outros. Também detalha as normas para as substituições de prestadores, exclusão e a informação sobre as mudanças aos beneficiários.

Uma novidade é o uso, pela ANS, da metodologia chamada de “Classificação ABC” para o critério de percentual de participação de cada prestador, por plano, nas internações.

Em meio a todas as novas diretrizes, o ideal é ter como certificar as ações da operadora. “Tudo é questão de comprovação. A forma que temos de comprovar o cumprimento das normas é através de documentos. Então, a operadora deve se proteger de todas as maneiras”, aconselhou a especialista.

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MEDICINA S/A

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada


A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou proposta alterando a Lei dos Planos de Saúde para determinar que os planos privados de saúde incluam cobertura da cirurgia de redução da mama em paciente diagnosticada com gigantomastia. O problema ocorre quando a mulher tem os seios muito grandes, desproporcionais ao seu corpo.

O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), ao Projeto de Lei 604/24, do deputado Jonas Donizette (PSB-SP).

A parlamentar propõe também a alteração da Lei do SUS (Lei 8.080/90) para determinar que os sistemas públicos e privados de saúde garantam o atendimento integral e multidisciplinar das mulheres diagnosticadas com gigantomastia.

"Em se tratando de gigantomastia, o procedimento deve ser considerado como uma cirurgia corretiva, e não como uma intervenção estética", afirmou Flávia Morais.

"Na grande maioria dos casos, mulheres diagnosticadas com gigantomastia apresentam dores nos ombros, nas costas e na coluna, assaduras e marcas com o uso de sutiãs, problemas que interferem na sua qualidade de vida", acrescentou.

"Para deixar mais claro para as mulheres que foram usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) ou dos planos de saúde privados, o substitutivo inclui a menção conjunta em duas leis importantes para a saúde das mulheres, a Lei do SUS e a Lei dos Planos de Saúde", explicou.

Próximos passos

A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. 

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Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

Por Sílvio Fernandes

As decisões em saúde, nas mais diversas áreas, nem sempre levam em consideração as evidências ou resultados de pesquisas científicas. Em políticas de saúde, por exemplo, elas podem seguir aprendizados globais no manejo de uma doença - neste caso, com a devida adaptação ao contexto local.

Para contextualizar, uma área bastante conhecida e mais antiga - surgida na década de 1970 - é a da Medicina Baseada em Evidências (MBE), relacionada à prática clínica, que prepara os médicos para tomarem decisões clínicas fundamentadas nas melhores evidências para indicar cirurgias, escolher os medicamentos mais adequados para cada caso etc. Algum tempo depois do nascimento da MBE, em lugares do mundo como Europa e Canadá, houve um entendimento, de maneira similar, de que as decisões de políticas de saúde também deveriam ser apoiadas por evidências. Nesse caso, não lidamos necessariamente com um médico, mas com um secretário de saúde que precisa enfrentar inúmeros problemas, tais como, por exemplo, combater uma epidemia de dengue, organizar o acesso a um pronto-socorro lotado ou controlar doenças como a tuberculose, auxiliando pacientes a não abandonarem o tratamento. A pergunta a ser respondida, nesses e em outros momentos, é: considerando o conhecimento disponível, quais seriam as decisões que poderiam tornar as ações mais efetivas para alcançar os resultados esperados?

Foi por questões como essa que surgiu o ESPIE | Gestão de Políticas de Saúde Informadas por Evidências - projeto que integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS) do Ministério da Saúde e com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Sua finalidade é apoiar a formulação e implementação de políticas públicas de saúde informadas por evidências, para que os recursos aplicados sejam melhor aproveitados.

Na prática, os participantes do ESPIE - gestores e profissionais de saúde das diversas regiões do país - foram capacitados para identificar e analisar os problemas de saúde prioritários em seus locais e propor as melhores opções políticas para resolvê-los.

O nome, ESPIE, conecta-se a uma interface com um movimento mundial, caracterizado como Políticas Informadas por Evidências (PIE). Este termo descreve um conjunto de mecanismos no processo político-decisório que promove o uso de evidências - científicas ou de outras fontes confiáveis - durante o processo de priorização, formulação, implementação e avaliação de políticas em saúde.

A princípio, com o projeto, nosso objetivo foi capacitar profissionais de saúde em políticas informadas por evidências: foram mais de mil participantes treinados, de todas as regiões do Brasil, aplicando o que aprendiam em seus ambientes de trabalho. Também foram elaboradas as chamadas sínteses de evidências - documentos que sintetizam estratégias para enfrentar problemas prioritários de saúde pública, escolhidos pelos próprios alunos em suas áreas de atuação.

Em seguida, identificamos a necessidade de construção de ferramentas para auxiliar gestores a implementarem PIE em suas organizações. Dessa forma, os mais de mil egressos treinados foram convidados para uma avaliação sobre o que funcionou e como estava a implementação das políticas na prática. Além disso, fizemos uma revisão de como comunicar evidências a gestores e à população, e elaboramos um perfil de competências para profissionais de saúde, delineando habilidades que precisam ter para utilizar as evidências em seu dia a dia.

Adicionalmente, criamos um guia para apoiar os Núcleos de Evidências em Saúde (NEV). Hoje, há vários desses núcleos no Brasil, em secretarias estaduais e municipais, e em universidades, com profissionais especializados que buscam e constroem evidências para apoiar gestores nas tomadas de decisão.

Atualmente, e até 2026, o objetivo do projeto ESPIE é contribuir para o desenvolvimento de capacidades individuais e institucionais para que haja a implementação de processos de institucionalização de Políticas Informadas por Evidências em organizações do Sistema Único de Saúde (SUS). O intuito é tornar o uso de PIE uma prática rotineira, permanente e cotidiana em todos os setores de tomada de decisão nas organizações. Entre os objetivos específicos, está a elaboração de um guia sobre institucionalização de PIE e o apoio para um trabalho mais efetivo com algumas organizações e seus gestores.

Estão participando do projeto três secretarias municipais de saúde - Diamantino/MT, Souza/PB e Porto Velho/RO, três secretarias estaduais de saúde - Minas Gerais, Santa Catarina e Piauí, o Hospital Universitário de Dourados/MS e a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde/DF. A ideia é que, desse trabalho, resulte um aprendizado que possibilite uma expansão futura para outras organizações.

Benefícios das políticas informadas por evidências na prática

E, afinal, quais problemas podem ser solucionados com políticas informadas por evidências? Por que, "no fim do dia", isso é bom para a população?

Os benefícios à população são de várias ordens, envolvendo maior eficiência, eficácia e efetividade nas decisões. Isso porque, quando informadas pelas melhores evidências, produzem resultados mais positivos, resultando em otimização de recursos públicos, e mais efetivas, beneficiando concretamente a população a quem essas políticas se dirigem - e tendo, com isso, impacto positivo na redução de doenças e na diminuição da mortalidade.

Vamos tomar a prevenção e controle de tuberculose como exemplo. Mesmo sendo uma doença milenar, em muitos locais, em pleno século XXI, continua sendo um grave problema de saúde pública. Muitas pessoas adoecem, o bacilo continua circulando e os contactantes não procuram, como deveriam, os serviços de saúde. Neste caso, como as PIE podem ajudar para tornar a prevenção mais eficiente e o tratamento mais adequado?

Além de conhecer como os serviços organizam a linha de cuidado para enfrentar esse problema, que deve envolver desde os agentes de campo, até enfermeiros, médicos e outro profissionais responsáveis por esse cuidado, as PIE podem ajudar, oferecendo, por meio de buscas na literatura, o melhor conhecimento disponível de como outros países tiveram bons resultados com esse cuidado.

Isso resulta em usar evidências nacionais e internacionais de experiências que se mostraram bem-sucedidas, de modo a contribuir para, por exemplo, qualificar o trabalho de campo, diminuir o número de contactantes e para fazer as pessoas acometidos pela doença aderirem melhor ao tratamento. Se um país da África, por exemplo, teve bons resultados com inclusão de lideranças comunitárias na prevenção, ou um, da Ásia, com o uso de mídias sociais para uma melhor comunicação, essas podem ser pistas a serem pensadas por aqui. Deve-se sempre considerar a necessidade de adaptar essas evidências ao contexto e realidade locais. E não basta as soluções serem criativas e inovadoras. As PIE são orientadas por evidências de qualidade, que foram testadas e tiveram seu impacto comprovado.

Diversas outras questões, que fazem parte da realidade no nosso país, podem ser beneficiadas por decisões informadas por evidências. Por exemplo, o acesso das pessoas à atenção primária e à saúde da mulher; a redução na superlotação de um pronto-socorro; o combate à dengue; o controle da hipertensão arterial e do diabetes; tornar a saúde mais acolhedora e humanizada; melhorar a saúde do idoso, entre diversas outras. PIE pode contribuir para que muitos dos problemas que afligem nossa população possam ser enfrentados e solucionados ou minimizados.

*Sílvio Fernandes é médico especialista em cirurgia pediátrica, doutor em saúde pública e, atualmente, especialista de projetos no Hospital Sírio-Libanês.

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PORTAL UOL

'Cópia' que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Insulina, hormônio de crescimento, anticorpos monoclonais e até as vacinas. Em comum, essas substâncias entram na classe de medicamentos biológicos, ou seja, são produzidos a partir de células vivas.

Grandes farmacêuticas foram as responsáveis pela biotecnologia utilizada na criação de cada uma dessas moléculas. Quando a patente expira (ou ainda vai expirar), outras empresas podem "copiar" o remédio - assim como ocorre com os genéricos. Entenda a seguir.

O que são os medicamentos biossimilaresSão as "cópias" das medicações biológicos de referência, que foram as primeiras do mercado. O nome não é à toa: os medicamentos não são idênticos aos de referência - e isso não é um problema.

São seguros porque passam pela regulamentação da Anvisa. Etapas de aprovação envolvem prova de qualidade e similaridade, bioequivalência farmacocinética, além de dados clínicos demonstrando segurança comparada e eficácia.

Insulina é exemplo de medicação biológica que tem biossimilar no mercado Imagem: Para que eles servem? Há diversos medicamentos biológicos e, no Brasil, mais de 50 aprovados pela Anvisa. Eles são responsáveis por tratar doenças autoimunes, cânceres, diabetes, problemas reumatológicos, entre outros.

Você com certeza conhece alguém que usa medicamento biológico ou biossimilar. Insulina (para diabetes), hormônio de crescimento (para distúrbio de crescimento), anticorpos monoclonais, como Rituximabe (lúpus e artrite reumatoide), Blinatumomab (câncer - leucemia linfoblástica aguda) e vacinas no geral são alguns exemplos de medicações que têm biossimilares.

Esses medicamento mudaram a vida de muitos pacientes para melhor. Não podemos falar em cura, mas esses medicamento biológicos, assim como os biossimilares, revolucionaram a medicina, proporcionando maior qualidade de vida para as pessoas. Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz

Há uma diferença mínima entre a estrutura do remédio de referência e o biossimilar. "Algumas estruturas presentes ali naquela molécula vão interagir da mesma forma no medicamento biossimilar, mas com outros agrupamentos [do que o de referência]. No geral, é praticamente a mesma coisa, com o mesmo efeito", explica o farmacêutico clínico LincoIn Marques, doutorando na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (SP).

Por que é difícil copiar originalAs moléculas usadas para uma medicação biológica são diferentes. "É um estrutura mais complexa, mas que não causa impacto algum ao paciente", reforça Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz.

Não dá para falar que é uma cópia porque não é possível produzir um lote completamente idêntico ao de referência. Essa pequena variação existe, mas são feitos estudos exaustivos para garantir segurança e eficácia. Cleber Sato

Moléculas de um biológico são mais instáveis, precisam de temperaturas e estocagem adequadas. É totalmente diferente dos medicamentos sintéticos, que não precisam de tanto cuidado para o transporte, por exemplo, explica Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista e coordenador do Fórum Latino Americano de Biossimilares.

Imagem: Medicamentos não são genéricos. Biológicos são originados de um ser vivo - no caso da insulina, há diversas técnicas, mas um exemplo é usar uma bactéria modificada geneticamente como fonte para produzir a substância. As moléculas também são maiores em relação ao genérico, que é originado de uma síntese química, com moléculas menores e menos complexas.

Biossimilares tornaram mercado mais acessível. Antes da criação deles, havia poucas opções aos pacientes, que pagavam mais caro devido à ausência de outros remédios.

Sabemos a crise econômica que vivemos, incluindo o sistema público de saúde. Os biossimilares custam mais barato e trazem maior acesso. Em países em desenvolvidos, o acesso a eles é muito maior, [mas no geral] as pessoas sequer têm acesso ao de referência porque é muito caro. Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista

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O GLOBO

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio


Desde o dia 31 de maio de 2024, a Prevent Senior deixou de comercializar planos de saúde na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Segundo informações divulgadas pela companhia, especializada em planos de saúde para pessoas com mais de 49 anos de idade, a baixa rentabilidade na capital fluminense foi o fator que ocasionou a decisão da empresa.

De acordo com a Prevent Senior, a decisão não deve trazer nenhuma mudança para as pessoas que já possuem o plano no momento. Atualmente, a empresa tenta vender a carteira de clientes - o que, dependendo da empresa que assumir as operações, pode provocar alterações na rede credenciada.

Hugo Victor, responsável pela Canal Life, corretora de plano de saúde e seguros, informa que, mesmo com a compra paralisada, os clientes que já possuem planos poderão continuar sendo atendidos pela rede parceria da Prevent, que garante a realização de consultas, exames e emergências, entre outros serviços.

"Quem reside no Rio de Janeiro e possui planos adquiridos da Prevent, mesmo antes de 31 de maio de 2024, deve apenas aguardar", explica Hugo Victor. "A organização descartou a possibilidade de retomar a comercialização no Rio de Janeiro", completa o responsável pela Canal Life.

A Prevent Senior iniciou sua história em 1997, data da inauguração do primeiro hospital da rede Sancta Maggiore. A empresa é considerada uma das pioneiras no atendimento ao público "Adulto+", formado por indivíduos com mais de 49 anos de idade.

Hoje, a companhia soma cerca de 45 unidades, 550 mil beneficiários, 14 mil colaboradores e trabalha com ampla rede credenciada, conforme dados divulgados pela própria empresa.

Para mais informações, basta acessar: https://canalprevent.com.br/

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PORTAL G1 NACIONAL

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

O órgão informou que apura instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os profissionais do hospital. Em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar uma possível irregularidade na atuação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de SP.

Para a TV Globo, o órgão informou que apura a instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os médicos que realizaram o serviço de interrupção da gravidez no Hospital Vila Nova Cachoeirinha.

A investigação está em andamento, não sendo possível fornecer mais detalhes , ressaltou.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, em nota, que atendeu a disposição legal do Conselho de Ética Médica do Conselho Regional de Medicina. A entrega dos prontuários foi realizada respeitando o sigilo médico e em meio adequado. A SMS reitera que não acessou nenhum prontuário de paciente , afirmou a pasta.

O Cremesp foi procurado, mas não se manifestou sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

Em maio deste ano, o SP2 mostrou que duas médicas que trabalhavam no serviço de Aborto Legal do Hospital Vila Nova Cachoerinha, na Zona Norte de São Paulo, foram suspensas pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos (Simesp), o qual afirmou que as profissionais passaram a ser perseguidas depois que dados de pacientes foram acessados pela Secretária Municipal da Saúde.

Ainda segundo o sindicato, na época, as médicas estavam recorrendo da decisão. A polícia, então, abriu investigação pelos acessos ilegais.

Ainda em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

1º protocolo: de 4 de janeiro deste ano, em resposta a um email de dezembro de 2023, com dois CDs com prontuários médicos de abortos legais - identificados pela sigla AL - realizados entre 2020 e 2021 foram recebidos na secretaria por Flavia Terzian, coordenadora de Assistência Hospital da Prefeitura.2º protocolo: de 5 de janeiro sobre a entrega de mais um CD com prontuários de pacientes que fizeram aborto legal em 2022. Dessa vez o recebimento foi assinado por Marilande Marcolin, secretaria-executiva de Atenção Hospitalar da secretaria.

Em abril, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo , informou que médicos que teriam realizado o procedimento de aborto legal no hospital em mulheres vítimas de estupro estavam sendo investigados pelo Cremesp, sob o risco de terem seus registros cassados.

Segundo a coluna, integrantes do Cremesp alegaram que os profissionais teriam praticado tortura, tratamento cruel, negligência, imprudência e até mesmo o assassinato de fetos -ainda que embriões não tenham direitos previstos pela Constituição.

O conselho do órgão já tinha votado pela interdição cautelar de duas médicas. Na época, questionado pelo g1 se médicos foram afastados, como mostrou a coluna, o Cremesp afirmou apenas que estava apurando os fatos .

O Cremesp respeita o direito da mulher ao aborto legal em casos de vítimas de crime sexual. Ressaltamos que o Conselho é uma autarquia federal que tem a prerrogativa de fiscalizar o exercício ético da Medicina em qualquer instituição hospitalar no Estado de São Paulo. O Cremesp está apurando os fatos que se encontram em sigilo nos termos da Lei. É lamentável que informações que não correspondem à realidade sejam veiculadas na sociedade , afirmou em nota, na época.

Aborto legal em SP

O aborto legal é um procedimento de interrupção de gestação autorizado pela legislação brasileira e que deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

É permitido nos casos em que a gravidez é decorrente de estupro, quando há risco à vida da gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto. Além do Cachoeirinha, outros quatro hospitais também realizam aborto legal:

Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé);Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo);Hospital Municipal Tide Setúbal (São Miguel);Hospital Municipal e Maternidade Mário Degni (Jardim Sarah).

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PORTAL G1

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

Polícia Civil informou que caso está sendo apurado pela Corregedoria da instituição. Médica relatou que foi escoltada na frente de pacientes e colegas após pedir para policiais esperarem do lado de fora da sala.

Por Thauany Melo, g1 Goiás

Médica recebe voz de prisão durante plantão em hospital de Trindade

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudiou e lamentou a conduta dos policiais denunciados por uma médica do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), na Região Metropolitana de Goiânia. A profissional afirmou ter sido detida após questionar policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram prioridade na realização de um exame de corpo de delito.

"O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária", diz a nota.

A Polícia Civil de Goiás informou que o caso é apurado pela Corregedoria da instituição, e que todas as providências necessárias serão adotadas para a elucidação do caso. O g1 não conseguiu contato com os policiais denunciados pela médica.

O caso aconteceu durante o plantão de segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. Ela informou que eles deveriam esperar para serem chamados e não podiam interromper a consulta. Nesse momento, um dos policiais teria se alterado e gritado com ela.

"Solicitei que ele aguardasse do lado de fora para que eu pudesse fazer o corpo de delito do paciente. No entanto, colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, explicou a médica. “A presença dele não era necessária no atendimento, pois, embora ele estivesse escoltando o preso, havia outra policial no consultório que poderia fazer a escolta”, completou.

A médica contou que terminou o exame de corpo de delito por volta das 20h40. Às 21h, os policiais retornaram enquanto ela atendia outro paciente. A profissional disse que foi surpreendida quando eles entraram no consultório, começaram a filmá-la e, em seguida, deram voz de prisão em flagrante por desacato, afirmando que ela deveria acompanhá-los "por bem ou por mal".

“Levantei e fui sem questionar nada. Naquele momento, o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes esperando atendimento, inúmeros retornos e a sala vermelha cheia. Perguntei a eles se iriam deixar o hospital sem médico e eles disseram que sim”, disse a médica.

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) afirmou que lamenta o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade disse que segue "empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais".

Na delegacia

Ao chegar à delegacia, a médica contou que teve seu celular apreendido e foi informada de que estava presa. Quando foi chamada pelo delegado para prestar depoimento, relatou os acontecimentos e ele a informou de que seria liberada após o depoimento.

No entanto, a médica afirmou que uma das policiais envolvidas na prisão começou a tentar coagi-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos dela de forma escondida — algo que a médica nega. O intuito, segundo a profissional, era que ela reagisse.

Desesperada, a médica afirmou que entrou em contato com sua advogada e mencionou a possibilidade de denunciar abuso de autoridade. A policial, ao ouvir isso, a intimidou novamente, dizendo que ela poderia processá-la, mas sem provas teria de arcar com a consequência de um falso testemunho.

"Ao escutar isso, [a policial] foi até mim e disse: "Você pode até entrar com processo contra, mas pensa bem porque você não tem como provar, né? A pena para falso testemunho é alta, viu? Daí, que deixaríamos você presa mesmo. Cito palavras dela", disse a médica.

A médica disse que chegou à delegacia por volta das 21h10 e o depoimento só foi registrado por volta das 23h. Enquanto aguardava, contou ter sofrido abuso psicológico. “Fui liberada às 23h50 e mandaram que eu pedisse um Uber para ir embora, o que foi bem difícil de conseguir devido ao horário e à chuva. Retornei ao hospital, mas não consegui finalizar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa”, afirmou.

Defesa da médica

Em entrevista ao g1, a advogada da médica, Luísa Siqueira, afirmou que uma ação será ajuizada contra o estado.“Iremos defendê-la no processo criminal, provando sua inocência, e ajuizaremos uma ação contra o estado buscando reparação pelos danos morais sofridos. Farei uma representação junto ao Ministério Público sobre o caso também”, afirmou.

A advogada ressaltou que, em nenhum momento, a médica desacatou os agentes, “limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão”.

Nota Cremego

Cremego repudia prisão de médica e cobra apuração dos fatos. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.

O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.

Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.

Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 21 Novembro 2024 07:22

CLIPPING AHPACEG 20 E 21/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médica denuncia que foi detida após policiais exigirem atendimento com prioridade em hospital de Trindade

Médica que atendeu mãe e bebê antes de morte em parto vai responder por homicídio culposo: Agiu de forma negligente , diz SSP

Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual

O futuro do armazenamento de imagens médicas no Brasil

Saúde Única: uma abordagem efetiva para os desafios da saúde

A influência da fonte pagadora na sobrevida dos pacientes

Quanto tempo você demora para processar uma conta hospitalar?

Por que MBAs e outras pós-graduações em gestão hospitalar têm crescido tanto?

O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?

PORTAL G1

Médica denuncia que foi detida após policiais exigirem atendimento com prioridade em hospital de Trindade

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que o caso é apurado pela Corregedoria da instituição. Médica relata abuso psicológico e intimidação.

Médica recebe voz de prisão durante plantão em hospital de Trindade

Uma médica denunciou ter sido detida após questionar policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram prioridade na realização de um exame de corpo de delito durante o plantão dela no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin). Em entrevista ao g1, a médica, que preferiu não se identificar, explicou que solicitou que os policiais aguardassem do lado de fora depois que eles interromperam uma consulta em andamento e, por isso, foi intimidada.

"Fui levada escoltada por três policiais, como uma bandida, enquanto estava trabalhando. Fui levada na frente dos pacientes e dos meus colegas de trabalho. Não consegui dormir de ontem para hoje e sigo bem ansiosa, com medo de ir trabalhar e ter que passar por tudo novamente”, desabafou.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que os fatos noticiados estão sendo apurados pela Corregedoria da instituição, e que todas as providências necessárias serão adotadas para a elucidação do caso.

O caso aconteceu durante o plantão de segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. Em seguida, ela disse que informou aos policiais que eles precisariam esperar para serem chamados e que não podiam interromper a consulta. Nesse momento, um dos policiais teria ficado alterado e gritado com ela.

"Solicitei que ele aguardasse do lado de fora para que eu pudesse fazer o corpo de delito do paciente. No entanto, colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, explicou a médica. “A presença dele não era necessária no atendimento, pois, embora ele estivesse escoltando o preso, havia outra policial no consultório que poderia fazer a escolta”, completou.

A médica contou que terminou o exame de corpo de delito por volta das 20h40 e, às 21h, os policiais retornaram. A profissional disse que foi surpreendida quando eles entraram no consultório, começaram a filmá-la e, em seguida, deram voz de prisão em flagrante por desacato, afirmando que ela deveria acompanhá-los "por bem ou por mal".

“Levantei e fui sem questionar nada. Naquele momento, o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes esperando atendimento, inúmeros retornos e a sala vermelha cheia. Perguntei a eles se iriam deixar o hospital sem médico e eles disseram que sim”, disse a médica.

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) afirmou que lamenta o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade disse que segue "empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais".

g1 pediu um posicionamento ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Na delegacia

Ao chegar à delegacia, a médica contou que teve seu celular apreendido e foi informada de que estava presa. Quando foi chamada pelo delegado para prestar depoimento, relatou os acontecimentos e ele a informou de que seria liberada após o depoimento.

No entanto, a médica afirmou que uma das policiais envolvidas na prisão começou a tentar coagi-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos dela de forma escondida — algo que a médica nega. O intuito, segundo a profissional, era que ela reagisse.

Desesperada, a médica afirmou que entrou em contato com sua advogada e mencionou a possibilidade de denunciar abuso de autoridade. A policial, ao ouvir isso, a intimidou novamente, dizendo que ela poderia processá-la, mas sem provas teria de arcar com a consequência de um falso testemunho.

"Ao escutar isso, [a policial] foi até mim e disse: "Você pode até entrar com processo contra, mas pensa bem porque você não tem como provar, né? A pena para falso testemunho é alta, viu? Daí, que deixaríamos você presa mesmo. Cito palavras dela", disse a médica.

A médica disse que chegou à delegacia por volta das 21h10 e o depoimento só foi registrado por volta das 23h. Enquanto aguardava, contou ter sofrido abuso psicológico. “Fui liberada às 23h50 e mandaram que eu pedisse um Uber para ir embora, o que foi bem difícil de conseguir devido ao horário e à chuva. Retornei ao hospital, mas não consegui finalizar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa”, afirmou.

Defesa da médica

Em entrevista ao g1, a advogada da médica, Luísa Siqueira, afirmou que uma ação será ajuizada contra o estado.“Iremos defendê-la no processo criminal, provando sua inocência, e ajuizaremos uma ação contra o estado buscando reparação pelos danos morais sofridos. Farei uma representação junto ao Ministério Público sobre o caso também”, afirmou.

A advogada ressaltou que, em nenhum momento, a médica desacatou os agentes, “limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão”.

NOTA CREMEGO

Cremego repudia prisão de médica e cobra apuração dos fatos

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.

O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.

Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.

Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Médica que atendeu mãe e bebê antes de morte em parto vai responder por homicídio culposo: Agiu de forma negligente , diz SSP

Karle e o filho Lorenzo morreram no dia 30 de outubro, no Hospital Maternidade Dona Regina, em Palmas. Segundo a polícia, médica que fez atendimento no dia anterior agiu sem a devida cautela exigida pela situação ao não solicitar exames ou encaminhar grávida para especialista.

A médica responsável pelo atendimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici no dia 29 de outubro de 2023, no Hospital Maternidade Dona Regina, foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo. A paciente e o filho Lorenzo morreram após o parto no dia seguinte. Para a polícia, houve negligência no atendimento à vítima.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou apenas as iniciais da médica: M.S.C. O g1 não conseguiu contato com a defesa dela. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a médica não faz mais parte do quadro de servidores (veja a nota abaixo).

Grávida de 38 semanas, a técnica de enfermagem Karle Cristina foi ao Hospital Dona Regina, por volta das 21h30 do dia 29 de outubro, com queixa de febre e dores lombares, segundo a família. Ela recebeu medicação e foi liberada.

No dia seguinte, a técnica de enfermagem voltou à unidade com dores com sangramento. Foi feito o parto, mas o bebê teria nascido sem vida, segundo a SES - a família questiona essa informação e diz que Lorenzo teria sido submetido a procedimentos de reanimação. Karle morreu horas depois. O laudo apontou um tromboembolismo pulmonar como causa da morte.

O caso foi investigado pela 3ª Delegacia de Polícia de Palmas. Conforme a SSP, a gestante tinha alto risco e sintomas que sugeriam complicações graves, mas a médica não adotou medidas básicas de investigação clínica e obstétrica.

"Após extensa análise dos depoimentos colhidos, laudos periciais, prontuários médicos e demais elementos de prova, foi constatado que a médica M.S.C., responsável pelo atendimento de Karle no dia 29 de outubro, agiu de forma negligente ao não adotar medidas básicas de investigação clínica e obstétrica compatíveis com o quadro apresentado pela paciente", informou a polícia.

O inquérito concluiu que a ausência de exames essenciais, como ultrassonografia e monitoramento de batimentos cardíacos fetais, bem como a falha em encaminhar a paciente para avaliação obstétrica ou manter observação hospitalar, contribuiu diretamente para o agravamento do estado de saúde de Karle e de seu bebê.

No dia seguinte, mesmo com o esforço da equipe médica para intervir emergencialmente, o quadro já havia se deteriorado, culminando no desfecho fatal", afirmou a polícia.

Marido relembra morte da esposa e filho em parto e pede justiça: Pra não acontecer com outra família Maternidade é vistoriada pelo Ministério Público após grávida e bebê morrerem em parto; família denunciou casoGrávida e bebê morrem após parto e parentes denunciam falta de médico especialista: Família está desolada Após morte de mãe e filho, MPE pede que Estado regularize escala de especialistas na maternidade Dona Regina

Indiciada por homicídio culposo

A médica foi indiciada pelo crime de homicídio culposo, previsto no artigo 121, §3º, do Código Penal Brasileiro, por agir sem a devida cautela exigida pela situação.

O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que dará prosseguimento ao caso junto ao Poder Judiciário.

"A conclusão célere do referido inquérito reforça o compromisso da Polícia Civil com a transparência e a imparcialidade em suas investigações, sempre buscando justiça e respostas para as famílias afetadas", afirmou a polícia.

Vistoria e pedido de regularização

Tanto o Ministério Público Estadual (MPE) como o Conselho Regional de Medicina fizeram vistorias no Hospital e Maternidade Dona Regina. Foram apontados problemas estruturais e grande volume de trabalho para poucos profissionais nas escalas.

O MPE entrou com uma Ação Civil Pública pedindo que o Estado regularize a escala de obstetras e pediatras na sala de parto do Hospital e Maternidade Dona Regina.

Íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida médica não faz mais parte do quadro de servidores da Pasta e as investigações internas pelas comissões de óbito e de revisão de prontuários, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, bem como da Corregedoria da Saúde seguem em curso para a apuração dos fatos no acolhimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici e seu filho Lorenzo.

A SES-TO reitera seu profundo pesar pelo falecimento da paciente e seu bebê e coloca-se à disposição dos familiares para o apoio necessário.

Por fim, a Pasta pontua que colabora com todos os demais órgãos envolvidos, na elucidação dos fatos.

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AGÊNCIA BRASIL

Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual

O número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) cresceu 52% no Brasil na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024. A alta mais expressiva se deu em 2021 e 2022, durante a pandemia de covid-19.

Os dados fazem parte do estudo A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde, divulgado  pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). Em nota, a entidade avalia que, apesar do aumento considerado significativo, a distribuição permanece “gravemente desigual”, tanto pelo aspecto territorial, quanto pelo social.

“Uma análise crítica sobre as informações do estudo demonstra a necessidade de adoção de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas pelo país”.

De acordo com a Amib, a disparidade começa pela comparação entre a oferta de leitos para a rede pública e para rede privada de saúde. Em 2024, do total de leitos de UTI existentes no Brasil, 51,7% ou 37.820 são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais 48,3% ou 35.340 estão no sistema suplementar.

“Apesar da proximidade dos números de leitos de cuidados intensivos disponíveis entre as redes pública e privada, a diferença entre a população atendida pelos dois universos evidencia o problema”, completou a associação.

Os números mostram que no SUS, sistema do qual dependem 152 milhões de pessoas, há 24,87 leitos por 100 mil habitantes. Já na rede privada, que tem 51 milhões de beneficiários de planos de saúde, a disponibilidade de leitos de UTI é de 69,28 por 100 mil beneficiários.

Outra disparidade é verificada entre as regiões brasileiras. Enquanto o Norte apresenta 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, o Sudeste registra 42,58 leitos. Em todo o país, a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06. Entretanto, 19 dos 27 estados da federação estão abaixo desse patamar – os extremos vão de 20,95, no Piauí, a 76,68, no Distrito Federal.

Intensivistas

O estudo destaca ainda que, enquanto o número total de médicos, com ou sem especialidade, cresceu 51% entre 2011 e 2023 em todo o país, a quantidade de médicos especialistas em medicina intensiva cresceu 228% no mesmo período – foram contabilizados 8.091 intensivistas em 2023, e 2.464 em 2011.

De acordo com a Amib, a maior parte dos médicos intensivistas em atividade no Brasil se formou há mais de 10 anos, sendo que mais de 75% acumulam entre 10 e 39 anos de prática profissional.

Dentre os intensivistas, a maioria é do sexo masculino (60%) e a faixa etária predominante fica entre 35 e 64 anos, com uma idade média de 52 anos. As mulheres estão as médicas mais jovens, “sugerindo uma possível tendência de aumento da participação feminina na especialidade ao longo do tempo”.

Apesar do crescimento geral da especialidade, Norte e Nordeste registram uma média inferior de intensivistas por habitante quando comparadas às demais regiões, acompanhando a tendência apresentada pela presença menor de leitos de UTI. O Sudeste soma 6.239 registros profissionais, enquanto o Centro-Oeste tem 899 registros. Já o Norte conta com 348 registros.

O Distrito Federal responde pela maior densidade de médicos intensivistas no país, com 14,06 especialistas para cada 100 mil habitantes. O índice representa quase o dobro da densidade do Sudeste (7,35) e quase três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,9), que tem base populacional semelhante.

No outro extremo, o Amapá conta com cinco intensivistas, “o que gera uma densidade praticamente nula de especialistas para cada 100 mil habitantes”.

“Nas capitais, a probabilidade de encontrar esse profissional é significativamente maior. A densidade de intensivistas nas 27 capitais brasileiras (14,28) é cinco vezes maior do que a encontrada na soma de todos os outros municípios (2,84)”, concluiu a Amib. 

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MEDICINA S/A

O futuro do armazenamento de imagens médicas no Brasil

Por Ricardo Prudêncio

A gestão de imagens médicas no Brasil enfrenta desafios crescentes, especialmente em relação à infraestrutura necessária para garantir o armazenamento seguro e eficiente desses dados. Desde 1983, o padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) se consolidou como o formato ideal para exames como ultrassonografias, raios X, mamografias, tomografias, ressonâncias magnéticas e PET/CTs. Contudo, o volume crescente de informações médicas, geradas diariamente, tornou o armazenamento e a gestão desses dados cada vez mais complexos e dispendiosos. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a telerradiologia tem se desenvolvido cada vez mais no país, gerando valor para toda a cadeia de saúde. Além disso, o mercado global de diagnóstico por imagem projeta um crescimento anual de aproximadamente 8-10% nos próximos cinco anos, alcançando um valor estimado entre 40 a 50 bilhões de dólares até 2028.

A necessidade de modernizar o armazenamento de dados e reduzir os custos crescentes no setor de saúde tem impulsionado a adoção de soluções em nuvem em todo o mundo. O mercado global de armazenamento em nuvem na saúde deve alcançar US$ 153,1 bilhões até 2030, com um crescimento anual de 15,8%. Esse cenário deixa claro que não se trata apenas de uma inovação isolada, mas uma transformação global, com a promessa de enfrentar os desafios modernos de segurança, eficiência e escalabilidade no setor de saúde.

Quando comecei a trabalhar com sistemas de PACS em 2010, vi de perto a realidade das instituições de saúde brasileiras. Era comum encontrar grandes salas dedicadas apenas a servidores de TI, ocupando espaço valioso e exigindo manutenções constantes. Em muitos casos, era preciso alugar áreas externas para garantir que, em caso de desastre, os dados estivessem minimamente protegidos. Isso representava um custo alto e um risco considerável, tanto financeiro quanto operacional.

A nuvem, então, surge como uma alternativa revolucionária a esses antigos métodos de armazenamento. Com sistemas de arquivamento e comunicação de imagens (PACS) em nuvem, os custos associados a infraestrutura física, manutenção e atualização de servidores são substancialmente reduzidos. E há um benefício crucial: a escalabilidade. À medida que a demanda cresce, a nuvem se adapta, permitindo o armazenamento de dados de maneira flexível, sem a necessidade de investimentos adicionais em hardware.

Mesmo com esses avanços, a realidade é que muitas instituições de saúde ainda permanecem apegadas a soluções cliente-servidor e armazenamento local. Essa resistência à mudança geralmente está enraizada em modelos de negócios ultrapassados e na falta de inovação de certos fornecedores de tecnologia. Infelizmente, essa postura limita o potencial de modernização e expõe as instituições a riscos operacionais e financeiros evitáveis.

Mas, migrar para a nuvem envolve mais do que simplesmente modernizar a infraestrutura. Há questões fundamentais que precisam ser abordadas para que essa transição seja realmente bem-sucedida. Como a equipe de TI lida com os altos custos iniciais e contínuos? Como será garantida a segurança dos dados sensíveis dos pacientes? Existe um plano robusto para recuperação de desastres que proteja informações críticas? E, conforme a demanda cresce, como o sistema será escalado para suportar o aumento no volume de dados?

Além disso, a mobilidade e o acesso remoto exigem uma adaptação cuidadosa da equipe médica. Em um país como o Brasil, onde o número de médicos radiologistas é limitado, especialmente nas áreas mais remotas, como a equipe médica pode contar com um sistema que permita diagnósticos rápidos e precisos, sem comprometer a qualidade do atendimento? Essas são perguntas que destacam a importância de uma análise cuidadosa e de uma implementação estratégica de soluções em nuvem.

Quando falamos de PACS em nuvem, os benefícios vão muito além da redução de custos. A segurança dos dados, por exemplo, é um aspecto essencial. Provedores de nuvem como a Amazon Web Services (AWS) projetam suas infraestruturas para atender aos mais altos padrões de conformidade e segurança, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e a HIPAA nos Estados Unidos. Esse tipo de proteção é vital para as instituições de saúde, que lidam diariamente com dados sensíveis de seus pacientes.

Outro ponto importante é a mobilidade. Em emergências ou em áreas remotas, onde especialistas locais podem ser escassos, o acesso rápido às imagens e laudos é essencial para garantir diagnósticos ágeis e precisos. Além disso, a continuidade do negócio é garantida em casos de desastres naturais, como as enchentes recentes no Rio Grande do Sul, que destruíram servidores e resultaram na perda de dados críticos. O armazenamento em nuvem protege essas informações e assegura a continuidade das operações, oferecendo uma camada de segurança que o armazenamento local simplesmente não consegue alcançar.

Mesmo com todos esses benefícios, algumas instituições ainda optam por soluções híbridas, armazenando dados recentes localmente e transferindo apenas arquivos mais antigos para a nuvem. Essa abordagem, embora econômica à primeira vista, pode prejudicar a eficiência dos profissionais de saúde, dificultando o acesso rápido a históricos de pacientes e ainda comprometendo o diagnóstico. A decisão de migrar para um PACS em nuvem vai muito além do porte ou do orçamento da instituição; trata-se de uma busca por eficiência, segurança e excelência no atendimento ao paciente. Para garantir um sistema de saúde moderno e sustentável no Brasil, é fundamental que as instituições reavaliem seus modelos de armazenamento e gestão de imagens médicas, adotando tecnologias que estejam em sintonia com as demandas contemporâneas.

A modernização do armazenamento de imagens médicas não é uma escolha, mas uma necessidade imperativa para o setor de saúde brasileiro. A nuvem é um caminho sólido nessa direção, proporcionando benefícios tangíveis que impactam positivamente tanto as instituições quanto os pacientes.

*Ricardo Prudêncio é Country Manager da Eden no Brasil.

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Saúde Única: uma abordagem efetiva para os desafios da saúde

Por Marina Domenech

Com o encontro do G20 no Rio de Janeiro e a um ano da COP30 em Belém, o Brasil tem a oportunidade de se tornar não apenas palco, mas também protagonista nas discussões globais sobre saúde e sustentabilidade. Um tema central nessa agenda é a adoção do conceito de Saúde Única (One Health), proposto pela Organização Mundial da Saúde, como um modelo eficaz para enfrentar os desafios da saúde global. Essa abordagem sugere uma visão integrada da saúde humana, animal e ambiental para prevenir, detectar e responder de forma eficaz a questões que surgem na interação dessas três esferas — uma necessidade cada vez mais urgente.

Um estudo publicado na revista Nature revelou que cerca de 60% das doenças infectocontagiosas são exacerbadas por eventos climáticos extremos, como ondas de calor e enchentes. Além disso, um artigo recente no The Lancet indica que, com o aumento previsto de 2,7 °C na temperatura global até 2100, óbitos relacionados ao calor — decorrentes de desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico — podem quadruplicar. Esse tipo de impacto já é observado no Brasil: no início do ano, as enchentes no Rio Grande do Sul acenderam o alerta para possíveis surtos de doenças respiratórias, dengue, leptospirose, tétano e hepatite A, todas ligadas às condições adversas enfrentadas pela população.

Eventos recentes na Europa também ilustram a importância da abordagem de Saúde Única. A Espanha sofreu uma catástrofe com inundações devastadoras, que não apenas causaram destruição de infraestruturas e mortes, mas também elevaram o risco de surtos de doenças infecciosas devido ao aumento da exposição à água contaminada e à proliferação de mosquitos vetores em regiões antes livres dessas condições. Esse exemplo, junto ao aumento de casos de dengue registrados no último ano em países como França, Itália e Espanha, reforça a urgência de integrar as respostas de saúde pública com estratégias ambientais.

Pois as doenças tropicais negligenciadas não respeitam fronteiras. Mesmo assim, países de baixa e média renda tendem a ser mais afetados, dada a vulnerabilidade de alguns grupos — como vimos durante a pandemia de COVID-19. No Brasil, onde cerca de 80% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde e um em cada três brasileiros não tem acesso à saúde básica (especialmente no Norte e Nordeste), quais ações concretas poderiam mitigar esses impactos?

Ao considerar as frentes possíveis para enfrentar futuros desafios globais de saúde, o Brasil tem duas áreas de destaque. Primeiramente, um olhar estratégico para nossa biodiversidade, diferencial competitivo para o desenvolvimento científico. Nossa variedade de biomas, fauna e flora, o saber ancestral dos povos originários — que ainda carecem de protocolos específicos de saúde — e a vasta miscigenação do nosso povo tornam o Brasil um território promissor para a inovação, desde a descoberta de novas moléculas até a condução de estudos clínicos.

A segunda frente envolve a articulação entre setor público e privado e a formulação de políticas públicas eficientes. Isso inclui iniciativas que tornem a América Latina mais autossuficiente na produção de vacinas e tratamentos em geral. Ao reduzir a dependência externa — seja de conhecimento ou insumos —, fortalecemos nosso ecossistema de inovação científica e direcionamos mais recursos para necessidades de saúde não atendidas na região.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Fiocruz, menos de 5% do financiamento global de medicamentos é destinado a doenças tropicais negligenciadas. Enquanto isso, indígenas e ribeirinhos enfrentam problemas como febre tifoide e malária, que, embora de baixa letalidade, causam grande impacto físico, social e econômico nas comunidades e no sistema de saúde.

Investir em educação e pesquisa científica, capacitar profissionais para lidar com novos desafios, aprimorar a infraestrutura de vigilância, criar sistemas de monitoramento de doenças zoonóticas e mudanças ambientais, expandir redes de telemedicina e atendimento remoto e garantir estruturas de saneamento básico são passos essenciais.

Com comunicação, cooperação e coordenação, o Brasil pode se posicionar como um modelo de aplicação prática da abordagem One Health, ampliando o acesso à saúde de qualidade para sua população e consolidando-se como líder global no avanço de soluções integradas para saúde e sustentabilidade.


*Marina Domenech é fundadora e CEO da SAIL for Health.

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A influência da fonte pagadora na sobrevida dos pacientes

Por Ana Beatriz Barra

hemodiálise é essencial para manter a vida de pacientes com falência renal, mas no Brasil os resultados em longo prazo podem variar, dependendo da fonte de financiamento do tratamento. Este foi o principal insight de um estudo que publicamos no Brazilian Journal of Nephrology, uma revista reconhecida internacionalmente e a mais lida entre os nefrologistas do país.

O estudo ratifica a percepção dos médicos que atuam na área. Apesar de reconhecermos os avanços do SUS na última década, os pacientes que dependem da diálise financiada pela iniciativa pública não vêm recebendo a atenção e os investimentos necessários para garantir a melhor sobrevida e qualidade de vida possível para os indivíduos nestas condições.

Os pacientes em diálise, além de complicações relativas à própria doença renal, frequentemente têm muitas outras doenças concomitantes que também precisam ser controladas. A complexidade desse contexto tem um enorme impacto na expectativa de vida. A maioria tem dificuldades para transplantar rapidamente, alguns têm contraindicações para o transplante, então muitos permanecerão necessitando de um tratamento de hemodiálise em uma clínica especializada, pelo menos 3 vezes por semana, durante muitos anos. Mas, tanto com base em nossos próprios dados, quanto nos dados nos dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que aproximadamente 40% dos pacientes em hemodiálise não sobrevivem após cinco anos de tratamento.

Nosso estudo analisou cerca de 5 mil pacientes de 21 clínicas no Brasil que recebiam a mesma qualidade de tratamento de diálise. O grupo de pacientes cujo tratamento era financiado pelo SUS, era mais jovem e tinha um menor percentual de diabéticos, uma doença que traz outros agravos aos pacientes com falência renal. Por outro lado, utilizavam mais cateteres temporários na admissão na clínica e um percentual menor tinha tido acompanhamento nefrológico na fase pré-dialítica, características que podem impor um maior risco de complicações, mesmo em longo prazo. Em uma primeira análise, a taxa de sobrevivência em cinco anos foi semelhante para pacientes do SUS (51,1% versus 52,1%). No entanto, quando foram realizados ajustes para as diferenças entre os grupos, como idade e diabetes, ter o tratamento financiado pelo SUS aumentava o risco de morte em 22%.

Essa diferença de sobrevida sugere que fatores além da qualidade do tratamento dialítico desempenham um papel crucial no risco de morte para destes pacientes. Especialmente o acesso a cuidados de saúde mais abrangentes que exigem um atendimento eficaz. Os pacientes em diálise frequentemente apresentam outras doenças, especialmente as cardiovasculares, além de uma suscetibilidade maior às infecções de diversas causas. O cuidado integrado deste paciente precisa envolver consultas com outros especialistas, exames e acesso à internação hospitalar. A falta desse suporte pode levar a complicações graves e afetar diretamente a sobrevida dos pacientes.

Para os pacientes do SUS, o desafio de acessar o sistema de saúde de forma assertiva é maior. Muitos enfrentam dificuldades em hospitalizações e em obter atendimento especializado rápido, o que pode resultar em um manejo inadequado de suas complicações e comorbidades. De fato, identificamos que apesar de uma sobrevida reduzida, os pacientes do SUS internam menos do que aqueles cujos tratamentos são financiados por convênios privados.

Além disso, os pacientes que dependem do SUS não têm oportunidade de utilizar uma terapia mais completa para substituição da função renal, a hemodiafiltração (HDF), que hoje no Brasil é somente garantida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para pacientes que têm convênios privados. Em um outro estudo, apresentado também pelo meu grupo, no Congresso Brasileiro de Nefrologia, que aconteceu agora em setembro, em Salvador, avaliamos um grupo de quase 9000 pacientes dialisados em 29 clínicas de diálise por um período de dois anos, e demostramos que o risco de morte, ajustado para diversas variáveis, foi 25% menor para o grupo de pacientes que realizava HDF versus aquele grupo que realizava hemodiálise tradicional. Nessa análise, essa redução de mortalidade favoreceu ainda mais o subgrupo de pacientes mais jovens.

É importante entender que esses pacientes com doença renal crônica mais jovens potencialmente ainda não desenvolveram doenças cardiovasculares graves, e, sem acesso às terapias mais modernas, tanto eles quanto o sistema de saúde público perdem grandes oportunidades. Para os pacientes, pode significar a chance de evitar complicações que representam não somente melhora da expectativa, mas também da qualidade de vida. Para o governo, trata-se de uma importante redução de custos com o tratamento de complicações como infarto, acidentes vasculares cerebrais e falência cardíaca, sem falar no impacto social. Mais saudáveis e dispostos os indivíduos em diálise mais jovens podem se manter ainda ativos e no mercado de trabalho.

Portanto, é imperativo destacar a urgência no foco na melhora do cuidado para os pacientes em diálise no Brasil. O pleito não é apenas para melhoria nas condições do tratamento, mas também garantir que todos os pacientes, independentemente da fonte pagadora, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade que possam prolongar suas vidas e melhorar seu bem-estar. Somente com uma abordagem mais integral e equitativa poderemos reduzir as disparidades nos desfechos clínicos e assegurar que todos os pacientes renais tenham a oportunidade de viver mais e com mais qualidade e tornar mais sustentável o financiamento do tratamento dessa doença no nosso país.


*Ana Beatriz Barra é médica nefrologista e diretora médica na Fresenius Medical Care.

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Quanto tempo você demora para processar uma conta hospitalar?

Por Bruno Lee

O ciclo de faturamento hospitalar é um processo complexo e, quando ineficiente, pode comprometer seriamente a saúde financeira das instituições. O relatório BTG Pactual Quarterly Healthcare Appointment mostrou que, em 2023, o tempo médio que as grandes redes hospitalares no Brasil levaram para receber os pagamentos das operadoras de saúde foi de 112,5 dias — um aumento de 19% em relação a 2018. Esse cenário não só coloca pressão sobre o fluxo de caixa dos hospitais, como também revela a urgência em otimizar o processo de faturamento.

Os atrasos começam na coleta e organização dos dados. Muitas vezes, as contas hospitalares ficam semanas aguardando para serem fechadas, devido a informações incompletas, erros na documentação ou falhas na comunicação entre departamentos. Isso não apenas prolonga o tempo para envio das contas às operadoras, mas também aumenta as chances de glosas. Para se ter uma ideia, segundo balanço do Observatório da ANAHP (Associação Nacional dos Hospitais Privados) em 2024, a média de glosa inicial gerencial, que calcula os valores glosados pelas operadoras de planos de saúde ainda em fase de negociação, foi de 11,89% em 2023 (início da coleta) entre os hospitais associados. Considerando os primeiros trimestres de 2023 e 2024 (último dado fechado), a média de glosa inicial gerencial aumentou de 7,26% no primeiro trimestre de 2023 para 10,76% no primeiro trimestre de 2024.

Outro agravante é a falta de visibilidade sobre o status de cada conta. Sem um sistema eficiente que permita acompanhar em tempo real o andamento de cada etapa do faturamento, o hospital perde tempo e recursos. Em muitas instituições, essa ineficiência gera uma pressão enorme sobre a gestão financeira e impede que os recursos sejam reinvestidos de maneira adequada. A 27ª Pesquisa Anual Global de CEOs da PwC apontou que 41% dos líderes brasileiros não estão confiantes de que suas organizações sobreviverão pelos próximos dez anos, caso a situação atual permaneça inalterada.

A chave para reverter esse cenário está na adoção de processos padronizados e tecnologias que permitam a centralização e automação das operações de faturamento. Ferramentas que organizam e padronizam a documentação necessária, bem como tecnologias que acompanham a conformidade das contas com as regras de cada operadora, são essenciais para reduzir os gargalos. Um faturamento mais ágil e preciso não só reduz o tempo para receber as receitas, mas também diminui drasticamente as taxas de glosas de administrativas.

Ao otimizar o ciclo de faturamento, os hospitais passam a operar com maior previsibilidade financeira, podendo planejar melhor suas despesas e investimentos. Além disso, com um fluxo de caixa mais eficiente, a instituição tem condições de focar no seu objetivo principal: oferecer um cuidado de qualidade e segurança para os pacientes.


*Bruno Lee é diretor de estratégia de produtos da Osigu no Brasil.

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O ESTADO DE S.PAULO

Por que MBAs e outras pós-graduações em gestão hospitalar têm crescido tanto?

Renata Okumura

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Ano a ano, aumenta o número de programas de MBA e pós-graduação em gestão hospitalar. Para o profissional que deseja atuar nessa área, o objetivo principal é criar uma visão estratégica do setor de saúde, entendendo as tendências, os desafios e as oportunidades de mercado.

Hoje, além de trabalhadores da saúde que buscam especializações, há ainda profissionais de outros setores que procuram uma oportunidade no ramo. "Embora a gente tenha muitos profissionais oriundos de cursos de graduação do setor da Saúde, há muitas pessoas que migraram para a área porque ela passou a oferecer mais oportunidades", afirma Laura Schiesari, coordenadora do Executive MBA Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Tudo o que o aluno vai aprender no curso vai ajudá-lo a entender sobre a gestão propriamente dita e as especificidades do setor. Há várias oportunidades de atuação."

Formado em Medicina, Alexandre Meluzzi, de 51 anos, especializou-se em neurocirurgia há mais de 25 anos. Posteriormente, fez especialização em cirurgia da base do crânio e de coluna vertebral. Nos últimos anos, para adquirir mais conhecimento e expertise em gestão de organizações, fez pós-graduação em Gestão de Sistemas Hospitalares. "Pretendo atuar como consultor na área, especificamente relacionada à gestão de utilização de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), que são insumos utilizados na assistência à saúde e relacionados a uma intervenção médica."

Na área de gestão hospitalar, ele espera adquirir desenvolvimento contínuo de práticas que possam ser aplicadas a instituições e sistemas de saúde - no âmbito privado ou público. "A boa gestão hospitalar é o pilar essencial, a 'coluna vertebral' que deve estar saudável para manter a sustentabilidade financeira de uma instituição de saúde", afirma.

Para capacitar profissionais, não somente instituições de ensino, mas hospitais expandiram a atuação também na área da educação em saúde. "Teve um crescimento na oferta, sobretudo, porque vários hospitais de referência começaram a ter cursos, primeiramente adaptados para o seu público interno, depois, percebendo que era algo atrativo, também para pessoas de fora", afirma Laura, da FGV, instituição que também oferece cursos na área.

O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?

Por que centros de excelência hospitalares estão apostando na formação de novos profissionais?

Por meio da Faculdade e da Escola Técnica de Educação em Saúde, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferta o curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar, em formato de ensino a distância, com três anos de duração. Na Faculdade Sírio-Libanês, além de cursos voltados para especialidades médicas, há um portfólio de gestão que inclui administração, gestão de processos, marketing e práticas necessárias para o gerenciamento de hospitais e clínicas. São oferecidos nas modalidades 100% presencial e híbrida.

Na Faculdade Unimed, além da graduação Tecnológica em Gestão Hospitalar (EAD e Presencial), há o MBA em Gestão Hospitalar e Organizações de Saúde (EAD) e a pós-graduação em Arquitetura, Organização e Gestão Hospitalar (EAD). No Centro Universitário São Camilo, o MBA em Gestão Hospitalar é ofertado com aulas assíncronas (gravadas) e tem duração de 12 meses.

Para a biomédica Karine Minaif Martins, de 44 anos, que desde a formação em 2002 trabalha na área assistencial de diagnóstico, a atuação em vertentes relacionadas com a administração a influenciou, nos últimos anos, a fazer uma pós. "A gestão hospitalar está cada vez mais obrigatória, mesmo para quem não faz gestão direta, porque tem mudado muito a questão de como a gente vê a saúde, tanto pública quanto privada. Você tem uma questão de valor, de entrega de valor para o paciente muito mais do que o recebimento por cada atividade ou cada exame que você faz."

Hoje, na área hospitalar, os desafios são bastante complexos. Eles envolvem o envelhecimento da população, múltiplos stakeholders (partes interessadas) na gestão e na prestação dos serviços. Há laboratórios, hospitais, o médico, a equipe multiprofissional, a fonte pagadora e o governo, por exemplo. E ainda existe a necessidade de incorporar, de alguma forma, as novas tecnologias dentro da assistência. Tudo isso priorizando a qualidade do atendimento ao paciente e o foco em ações que considerem custos e sustentabilidade.

"O que eu vejo, atualmente, é uma necessidade cada vez maior e mais crescente de profissionais que consigam compreender todos os desafios que existem no mercado e, de uma certa forma, se antecipar também para os desafios do futuro", afirma Cleber Mota, coordenador do curso de pós em Gestão de Serviços Hospitalares do Ensino Einstein.

O curso, ministrado no formato híbrido e com carga horária de 360 horas, tem como foco a formação de lideranças. "Formar profissionais que tenham essa visão de qualidade da assistência, mas de uma forma sustentável. E, para isso, a gente precisa de um profissional que tenha uma visão sistêmica e coordenada, além de um bom entendimento de mercado e capacidade de se adaptar às inovações e incorporar mudanças significativas", afirma ele. "É gerar valores para responder de forma positiva para um ecossistema que envolve a qualidade no atendimento ao paciente assim como a instituição hospitalar e as fontes pagadoras."

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O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?


Especializações, como gerontólogos e odontogeriatras, têm de crescer, mas todos os profissionais necessitam lidar com esse público
De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de pessoas com mais de 50 anos já ultrapassou a marca de 55 milhões, o que representa 26% da população brasileira. Um dos reflexos desse envelhecimento é a necessidade do sistema de Saúde se adaptar às peculiaridades no atendimento. Os cursos superiores de Saúde ainda enfrentam desafios e resistências.

De acordo com Patrícia Ferreira, coordenadora do programa de longevidade da Rede D'Or, o número de geriatras em atividade é insuficiente. "Uma das questões é que o Brasil envelheceu antes de enriquecer."

Brasil possui 55 milhões de pessoas com mais de 50 anos, aponta o IBGE. Foto: interstid/Adobe StockPara ela, o País precisa investir na formação de gerontólogos e odontogeriatras, além de psicólogos e fisioterapeutas especializados nessa faixa etária. Ela esclarece que hoje a maioria das faculdades de Medicina já mantém um currículo específico. "A questão do envelhecimento atravessa quase todas as especialidades. É preciso melhorar a formação básica de todos os profissionais de Saúde para atender essa faixa etária e educá-los para essa situação."

Patrícia observa que ainda existem dificuldades para atrair o interesse dos estudantes para essas especialidades. "Uma delas é a questão do tempo que o profissional precisa dedicar ao paciente. É também uma população que tem mais doenças crônicas, o que exige uma avaliação ampla. Na Rede D'Or, temos esse trabalho com profissionais de todas as áreas. É necessário acolher essa população, que não para de crescer e tem necessidades específicas."

Outro aspecto que merece ser analisado com atenção é a concentração de geriatras nas regiões Sudeste e Sul do País. "Existem divergências econômicas e geográficas que precisam ser enfrentadas."

Patrícia Ferreira, coordenadora do programa de longevidade da Rede D'Or, reforça que o Brasil precisa investir na formação de gerontólogos e odontogeriatras, além de psicólogos e fisioterapeutas. Foto: DivulgaçãoLuciana Machado Paschoal, geriatra e preceptora da residência de geriatria do Hospital Israelita Albert Einstein, acredita que durante a formação médica é importante destacar as peculiaridades das pessoas com mais de 50 anos. "É um desafio educacional. Todos os formandos precisam ter experiência para lidar com essa faixa etária, que geralmente convive com mais comorbidades e síndromes geriátricas, o que muitas vezes exige avaliação multidisciplinar."

De acordo com ela, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia já oferece orientações específicas, mas nem todas as faculdades seguem. "Nos nossos cursos, a Saúde do Idoso já está incluída como disciplina do 3.º ano e os estudantes passam por estágios específicos."

A existência de uma disciplina específica ajuda, pois reforça o trabalho com as particularidades e integra aspectos físicos, psicológicos e sociais. Luciana explica, porém, que o número de profissionais dedicados a esse segmento ainda não acompanha o crescimento da população mais idosa.

Conforme André Fattori, docente responsável pela área de Geriatria na Faculdade de Medicina da Unicamp, o que acontece de modo geral é que não existe uma legislação sobre incluir o cuidado com idosos na formação dos estudantes da área de Saúde. "Não conseguimos acompanhar o desenvolvimento dessa faixa etária. Estamos em uma fase de transição."

De acordo com ele, o atendimento à população idosa é uma área para o futuro, mas que exige boa vontade pessoal dos profissionais, algo completamente diferente de uma rotina. "O paciente pode ter complicações físicas que dificultam a comunicação e a mobilidade. É preciso ter disponibilidade de tempo."

Segundo Fattori, nos países de primeiro mundo o envelhecimento foi mais lento. "Eles se adaptaram melhor. Aqui estamos sendo atropelados. Daqui a alguns anos a população com mais de 65 anos pode superar a de crianças com menos de 10 anos."

Por isso, existe uma insistência muito grande da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia na necessidade de supervisão qualificada dos novos profissionais que vão atuar com essa faixa etária e também com a reformulação dos currículos dos cursos superiores. "Enquanto isso não for institucionalizado, vamos sempre postergar essa formação."

Campanhas expõem preocupação com o diagnóstico de câncerO público com mais de 50 anos tem até 11 vezes mais risco de desenvolver câncer, segundo a Comissão de Oncogeriatria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Por isso, com marco nessa faixa etária, os cuidados com a Saúde se intensificam, o que faz com que campanhas sejam realizadas para diagnóstico e tratamento precoces, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

De acordo com Renata Maciel, chefe da Divisão de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer, o aumento de procura por esses procedimentos ocorre durante a realização das campanhas, mas cuidados precisam ser adotados o ano inteiro e orientações podem ser obtidas em www.inca.gov.br.

Ela ressalta que no caso do câncer de mama alguns cuidados podem ser tomados para evitar a ocorrência da doença, como reduzir o uso de álcool, ter uma alimentação saudável e realizar atividade física. No caso do tumor de próstata, "se for constatado qualquer sintoma em relação ao sistema urinário, como dificuldade em urinar, o homem deve procurar imediatamente um serviço de Saúde."

Paulo Hoff, presidente da Oncologia da Rede D'Or, alerta que entre os cânceres que mais preocupam estão exatamente esses dois. "A política brasileira para se fazer a prevenção do câncer de mama é razoável, a de próstata ainda não."

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Assessoria de Comunicação

Terça, 19 Novembro 2024 07:23

CLIPPING AHPACEG 19/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Relatório alerta para pressão e riscos enfrentados por profissionais de saúde

'Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos', diz presidente da Abramge

'Os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com o impacto das mudanças climáticas no organismo', diz presidente do Einstein

Turismo médico em alta no Brasil

Enfermeiros sentem na pele como longas jornadas geram acidentes de trabalho

MEDICINA S/A

Relatório alerta para pressão e riscos enfrentados por profissionais de saúde

Com a sobrecarga crescente de profissionais de saúde no Brasil, o Synergos Brasil — organização internacional que fomenta o conhecimento entre lideranças para enfrentar desafios sociais — em parceria com a FGVsaúde, lançou a 2ª edição do relatório do projeto “Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-Estar dos Profissionais de Saúde”, que traz uma análise aprofundada dos desafios e soluções para fortalecer a resiliência e bem-estar dos trabalhadores de saúde, especialmente daqueles que atuam na linha de frente.

O lançamento, que aconteceu Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, reuniu representantes de instituições, do Ministério da Saúde e de secretarias de diversos estados, do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), além de lideranças da área para debater os impactos que atingem os profissionais.

O documento, que tem apoio da J&J Foundation, identifica as pressões enfrentadas por enfermeiros, médicos e equipes de apoio, envolvendo questões como assédio, falta de diversidade e os impactos das mudanças climáticas, destacando a importância de uma ação coordenada entre os setores público e privado, academia, sociedade civil e filantropia para promover um ambiente mais saudável e inclusivo.

“Queremos dialogar em torno desses problemas com diferentes instituições que compõem esse sistema para trazer soluções e elevar a qualidade da discussão, de forma que consiga exercer influência para que esses temas estejam efetivamente na agenda das organizações”, falou a diretora para a América Latina do Synergos, Silvia Morais.

A Profª. Ana Maria Malik, da FGV-Saúde, pontuou que, ao não cuidar da saúde dos trabalhadores da área, quem sofre é o paciente. “Trabalhar com a saúde mental dos trabalhadores em todos os níveis, do gestor ao segurança da porta, afeta diretamente a segurança dos pacientes”, afirmou.

O relatório, que contou com contribuições de 21 organizações representativas do setor, aborda seis pilares essenciais para a melhoria das condições de trabalho e da qualidade do atendimento à população. Um deles trata sobre a violência, como assédio e discriminação, que tem impacto direto na saúde e no ambiente de trabalho, gerando danos psicológicos profundos e prejuízos institucionais, como alta rotatividade e queda de desempenho. O conteúdo enfatiza a necessidade de uma política clara de combate ao assédio, com protocolos de denúncia seguros e campanhas de conscientização frequentes para promover uma cultura de respeito e apoio mútuo.

Outro ponto destacado refere-se aos impactos das mudanças climáticas no setor de saúde, ao impor novos desafios aos trabalhadores, que enfrentam demandas associadas a eventos climáticos extremos, surtos de doenças e desastres naturais. As recomendações ressaltam a necessidade de adaptar o sistema de saúde a essas mudanças, com políticas preventivas e protocolos de resposta rápida, além de uma preparação constante dos profissionais para atuar nesses cenários emergenciais. “A sustentabilidade e adaptação ao clima não são apenas questões ambientais; são essenciais para a resiliência do sistema e a segurança de seus profissionais”, alerta o documento.

Diversidade, equidade e inclusão são mais alguns aspectos abordados no relatório. A carência de políticas de diversidade nas instituições de saúde limita a integração das equipes e afeta a representatividade junto aos pacientes. O relatório alerta que equipes mais diversificadas e capacitadas para lidar com a pluralidade cultural favorecem um ambiente mais justo e coeso, impactando positivamente a saúde dos profissionais e a percepção dos pacientes. “A criação de políticas autênticas de diversidade, equidade e inclusão deve ir além do discurso e ser uma prioridade das lideranças”, recomendam os autores.

“É preciso construir mecanismo que possam representar a valorização dos trabalhadores e enfrentar questões que são estruturantes da sociedade. Estamos falando de saúde como bem social”, disse a coordenadora-geral de Gestão e Valorização do Trabalho na Saúde, do Ministério da Saúde, Érica Bowes.

Gestão de pessoas e escuta de qualidade

Na discussão acerca das temáticas trazidas no relatório, os debatedores frisaram que a gestão eficaz de pessoas, com suporte emocional e valorização, emerge como um dos principais fatores para a resiliência e retenção dos trabalhadores, especialmente os que lidam diretamente com o atendimento a pacientes, na linha de frente.

“Precisamos ter um olhar, principalmente aos gerentes de unidade de saúde. Muitos deles precisam ser capacitados, com curso de humanização e de relações interpessoais. Pois o profissional, quando está na linha de frente, ele quer proporcionar o melhor cuidado, mas ele também quer ser bem acolhido e, para isso, é necessário comunicação e ter uma equipe que possa ouvi-lo”, salientou a diretora do CONACS (Confederação Nacional dos Agentes Comunitário de Saúde), Zilar Portela.

“Cuidar da linha de frente é cuidar da imagem da própria democracia e de como a sociedade é cuidada e tratada. Que a gente priorize o olhar para os profissionais da linha de frente quando pensar em políticas de gestão de trabalho”, frisou a professora de administração pública da FGV-SP, Gabriela Lotta.

Participaram ainda das discussões Ariana Frances, da Ouvidora-Geral da União; Priscila Surita, superintendente de ESG do Hospital Israelita Albert Einstein; Haroldo Pontes, assessor técnico do CONASS (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e Marcelo Kimati, médico psiquiatra e assessor da presidência da Fundacentro.

A 2ª edição do relatório do projeto “Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-Estar dos Profissionais de Saúde” está disponível aqui e as discussões podem ser conferidas no canal do Youtube do Synergos.

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JOTA INFO

'Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos', diz presidente da Abramge

Gustavo Ribeiro fala ao JOTA sobre as discussões na ANS e o clima no Congresso para alterar regras do setor

O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde ( Abramge ), Gustavo Ribeiro, considerou bem-vinda a iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ) de colocar em discussão temas sensíveis para o mercado, como a regulamentação dos cartões de desconto e a possibilidade da revisão técnica (reajuste excepcional, realizado para corrigir distorções pontuais).

Na entrevista, concedida dias depois de a Abramge contribuir com a tomada de subsídios da ANS no processo de revisão, Ribeiro disse ser favorável à criação de uma nova modalidade de planos, restrita a consultas e exames. A alternativa, completa, seria essencial para trazer opções mais baratas de contratos e, com isso, a expansão do mercado.

Ribeiro, contudo, admite ser preciso criar estratégias que impeçam uma eventual migração dos planos tradicionais para este novo formato, como ocorreu no período da entrada em vigor da Lei de Planos de Saúde.

Para o executivo, é preciso encontrar formas para dar segurança ao mercado que, em sua avaliação, foi perdida depois da Lei do Rol e do conceito de lista exemplificativa de procedimentos e tratamentos. "Criança com TEA nunca foi e nunca será o problema dos planos. Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos. Se a pessoa compra o produto e faz o uso correto, não tem problema. O produto já foi precificado. O problema é quando você subverte a lógica: eu comprei um plano ambulatorial e quero fazer uma cirurgia. O que quebra o setor é a insegurança, a falta de previsibilidade".

Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

Você defende a mudança nas regras de planos de adesão?

Não. Não é preciso mudar nada. O que precisamos é abrir o leque. O setor é muito sensível. É a natureza deste mercado. Então, se há uma proposta de se alterar o plano individual, a reação é de que isso representa uma tentativa de se retirar um direito. Se sugerimos mexer no plano por adesão, que com os anos tornou-se um produto pesado e caro, a reação é de que vamos mexer numa carteira formada há 20 anos. Quando você sugere mexer, a reação é sempre de que é tudo ruim. O que eu defendo? O mundo que existe, já existe. Com mecânicas boas ou ruins, ele está aqui. Temos o diagnóstico de problemas: o plano é caro, o reajuste é alto, o acesso é dificultado. A proposta da Abramge é criar um desenho de planos mais simples.

Ninguém será obrigado a contratar. Será uma opção.

Um plano ambulatorial sem internação de emergência.

Não vamos falar em plano ambulatorial. A nomenclatura tem de ser clara, para o consumidor não falar que foi enganado. É um plano de consultas e exames em âmbito laboratorial. Não é possível que alguém compre um produto desse, com esse nome, e diga que tem direito a fazer uma cirurgia bariátrica no Hospital Albert Einstein. A ideia é tirar da equação toda a fraude, toda a picaretagem profissional. Tem muito consumidor que de fato não entende o que está sendo comprado.

Um plano neste novo formato não ameaça os planos atuais? Que mecanismos existem para evitar o fim de planos de maior cobertura? Já assistimos fenômeno semelhante com contratos individuais.

É preciso criar regras para evitar que isso ocorra. Em 1998, não estava nem na faculdade. São mundos completamente diferentes. Tudo passa por um amadurecimento. O setor começou com medicinas de grupo, consolidou-se com empresas com dono, depois vieram as multinacionais. O setor foi se ajustando. Mas regras são necessárias. O argumento de que o mercado se regula, no caso de saúde, vale até um certo ponto. Não dá para brincar, porque há hipossuficiência. Mas você tem também laboratórios médicos que fomentam judicialização de medicamentos que estão em fase de testes no exterior, que você nem sabe se funciona. Você tem grupos de interesses de todas as ordens. Então, precisa, sim, de regulação. E é preciso também empoderamento do consumidor. Sua observação está certa, é preciso mecanismos para evitar o êxodo. E isso virá com sistemas de freios e contrapesos. Como a questão da revisão técnica: a ideia é que haja contrapartidas.

A ideia de se exigir a oferta de planos individuais, por exemplo? Mas esta condição será mantida pela ANS?

Não acredito que haja uma liberação total. Permissão de revisão técnica sem condições. Conhecendo um pouco o ambiente político, o Congresso não aceitaria uma liberação como essa. Haveria uma reação. Depois de 2022, com a discussão sobre a extensão do rol de procedimentos, parlamentares entenderam a sensibilidade do setor. Para o bem e para o mal.

O que é o bem e o que é o mal?

Por exemplo, um ambiente para produtos mais acessíveis. O Congresso hoje sabe que isso precisa ser muito bem feito. Parlamentares têm consciência de que se fizerem algo inconsistente dá confusão. Eles aprenderam. Com a discussão sobre o Transtorno de Espectro Autista, os parlamentares viram toda a movimentação. Neste ano, quando houve a reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, depois do cancelamento de contratos, ficou clara a familiaridade que ele tem sobre o tema. Então, acredito que hoje há um ambiente para se discutir com maturidade, envolvendo todos. Os órgãos de defesa do consumidor não são demônios. O setor não é um demônio, o legislador não é, o regulador não é. O que é preciso é achar uma composição.

A ministra Nísia Trindade criticou o modelo de planos de menor cobertura. A percepção é de que esse sistema não é resolutivo e apenas ampliará a pressão sobre o SUS.

Tenho respeito enorme pela ministra da Saúde. Mas o gigantismo dos desafios interna corporis do ministério não permite, às vezes, ver o cenário como um todo. Ninguém está inventando nada. Esse fenômeno já existe. Temos hoje um mercado de 40 milhões de pessoas com cartões de desconto. Não é algo que vai acontecer.

Já aconteceu. O que defendo é que possamos ter esse plano de consultas. Algo regulado. Porque se esse paciente se agravar, mais tarde, eu poderei ser cobrado.

Mas nada impede que as operadoras tenham também seu cartão de desconto. Por que não ofertam?

Não haveria segurança jurídica. Há outro ponto. Há uma regulação pesada para o setor de planos. E o setor de cartões atua com muita liberdade. É uma questão de equidade. Já falei isso para a ministra Nísia Trindade, para o secretário de Atenção Especializada Alexandre Massuda, para o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Vocês apresentam um plano, mas não dão sugestões sobre como fazer a regulação, não apontam caminhos.

Não podemos ver a minúcia. A legislação tem de ser feita pelo Congresso. É preciso regulação, regras do Ministério da Saúde. Mas essa é uma discussão longa. Para dois anos. Eu gostaria que agora, passado o período eleitoral, o debate tivesse início.

No Congresso da Abramge, a discussão central será sobre integração entre setor público e privado.

As ações de prevenção de saúde que as operadoras podem fazer dependem, em determinado grau, do prontuário eletrônico. Há rotatividade dos clientes. Para garantir que a informação não se perca, a possibilidade de acesso é fundamental. Isso passa também pela integração entre público e privado. Um precisa do outro. E é preciso ter regras claras para uma simbiose.

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O GLOBO

'Os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com o impacto das mudanças climáticas no organismo', diz presidente do Einstein

Ao GLOBO, Sidney Klajner, que esteve na COP 29, afirmou que embora haja discussão sobre o impacto do clima na saúde, isso ainda precisa ganhar destaque porque "tudo impacta na saúde"

Ondas de calor extremo, epidemia de dengue, enchentes, queimadas cuja fumaça escurece o céu de metade do país. Tudo isso é efeito das mudanças climáticas e impacta a nossa saúde. Entretanto, esse efeito ainda é pouco discutido em eventos sobre mudanças climáticas, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, cuja última edição, a COP29, foi realizada em Baku, no Azerbaijão.

É de lá que o médico Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, falou ao GLOBO, em entrevista por telefone. Segundo Klajner, "mesmo quando tudo impacta na saúde, o tema "vem ficando para trás nas discussões da COP". Mas ele espera que essa tendência mude e o tema ganhe mais tração na próxima edição do evento, que será realizada no próximo, em Belém, no Pará. O médico também explicou os efeitos diretos e indiretos das mudanças climáticas na saúde e acredita que os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com isso. Confira na entrevista abaixo.

De que forma as mudanças climáticas mais impactam a saúde?

Se as mudanças climáticas não são ainda uma das maiores ameaças à saúde, vou dizer que é uma grande preocupação. O impacto é muito grande e isso não afeta apenas a população vulnerável. As alterações climáticas contribuem para o aumento da transmissão de doenças infecciosas, piora da qualidade dos alimentos, diminuição da quantidade da produção de alimentos, migração da população, além de outros efeitos diretos, como onda de calor, poluição e catástrofes, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul. Se considerarmos apenas onda de calor e poluição, isso já é capaz de aumentar demais o fluxo de pacientes com problemas respiratórios nos pronto-atendimentos, por exemplo. Uma publicação na revista Lancet aponta para um aumento de mortalidade por questões relacionadas à poluição de 9 milhões de pessoas por ano, levando em conta problemas respiratórios, cardiovasculares, aumento do risco de desenvolvimento de câncer, etc. Em outra publicação, só a onda de calor de 2022 na Europa aumentou em 70 mil o número de mortes no ano. No Rio Grande do Sul, vimos aumento no número de casos de doenças como hepatite e leptospirose. Durante as queimadas, além das pessoas não poderem ir até a unidade de saúde devido ao risco da inalação de partículas, muitas unidades de saúde fecharam, o que também impacta no atendimento. Novas pandemias também irão surgir porque a transmissão fica muito mais fácil devido à alteração climática e aproximação do homem do habitat natural de animais, o que ocorre até mesmo por migração da população. É o que acontece quando temos uma gripe aviária, uma gripe suína ou a própria Covid-19, que vem de outros animais.

A saúde mental também é impactada?

Saúde mental é algo que está na pauta e que só tende a piorar. Imagina a do profissional de saúde? Uma das grandes questões do Rio Grande do Sul hoje é lidar com problemas de saúde mental depois da perda material e de pessoas nas enchentes e isso não é algo exclusivo do Brasil. Aconteceu a mesma coisa na Espanha há pouco tempo.

O sistema de saúde está preparado para lidar com esses efeitos?

Os sistemas de saúde não tão preparados para tudo isso. Por exemplo, diante de catástrofes, as doenças crônicas deixam de ser acompanhadas porque as unidades de atenção primária fecham. Os hospitais não estão preparados com materiais que resistem ao fogo, ao calor nem com diques para impedir a entrada de água. Eu costumo sempre lembrar que grande parte dos geradores de hospitais estão no subsolo dos hospitais, que então a infraestrutura também é muito importante. Na região norte, por exemplo, durante o surto de dengue, chegou a acabar o soro para hidratar pessoas. É uma coisa básica. Mas tinha um número tão grande de doentes que o soro acabou.

Como o sistema de saúde pode se preparar?

Tem que haver uma liderança para que essa discussão venha à pauta. Aliás, tem uma lei que foi aprovada em junho que determina que todos os municípios deveriam ter um plano de adaptação do sistema de saúde diante de extremos climáticos, mas pouquíssimos municípios hoje têm isso. Essa discussão tem que vir à tona para que secretários municipais, secretarias estaduais possam ter em mente um plano de catástrofe. O primeiro ponto é ter foco na população. A população precisa ser informada. Por exemplo, quem tem doença crônica, está tratando uma doença oncológica, precisa saber onde vai continuar sendo atendido quando a sua unidade de saúde de referência é fechada por motivo de catástrofe climática. Se está previsto uma onda de calor, como a que tivemos no meio do ano, alguns grupos, como pessoas com doenças pré-existentes, idosos ou em algum tipo de tratamento, tem que ser avisados de que forma eles vão se proteger. Quando as queimadas cobriram metade do país, algumas pessoas não precisariam comparecer num quadro de urgência no pronto-socorro se tivessem sido orientadas sobre uma prevenção, como uso de máscara. Em segundo lugar, é preciso preparar a infraestrutura e o terceiro ponto é a própria capacitação dos profissionais de saúde. O profissional tem que estar preparado para saber como estabelecer fluxos adequados durante uma catástrofe. Esse treinamento tem que incluir enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, especialistas ou não. O país tem de ter mais pesquisas para entender como os sistemas podem se preparar melhor. Tem pouco resultado hoje que nos permite ter o domínio da situação, mas a discussão tem que ser feita. Atualmente, o Einstein tem o privilégio de gerir hospitais públicos, dois no Município de São Paulo, um em Aparecida de Goiânia, outro em Goiânia e outro na Bahia e vemos que diferentemente de um hospital privado que talvez possa remanejar seus pacientes e ampliar a capacidade do pronto-atendimento, no Sistema Único de Saúde não tão simples ampliar a capacidade de atender. Por exemplo, não é simples aumentar o número de pneumologistas, respiradores ou vagas de UTI para tratar infecções respiratórias e isso é algo importante para lidar com um cenário de queimadas, por exemplo. Também temos uma iniciativa, em parceria com o Ministério da Saúde, para tentar mapear populações mais vulneráveis porque já tem menos acesso à saúde, como formadas por quilombolas ou por indígenas, tentando associar a condição de saúde atual com o mapeamento, por satélite ou internet, da alteração climática a qual elas estão submetidas. Isso vai se prolongar durante alguns anos e permitir que o Ministério tenha informação para entender como dirigir melhor o investimento.

Como está a discussão dos efeitos das mudanças climáticas na saúde na COP deste ano?

Dentre as discussões que a gente viu na COP 29, deu para perceber que a saúde vem ficando para trás nessa discussão, se compararmos com o número de plenárias e apresentações relacionadas à energia, transição energética e pegada de carbono, por exemplo. Mesmo quando tudo impacta na saúde. Por exemplo, sabemos que até 2030, os dispêndios a mais com problemas de saúde por causa de alterações climáticas variam de 2 a 4 bilhões de dólares por ano, a mais do que já se gasta hoje. Além disso, de todo o investimento multilateral que está sendo feito, nas negociações na COP, por todos os países, um valor de 2% está sendo dedicado à saúde.

Diante de tudo o que está acontecendo no mundo, há expectativa para que essa discussão ganhe mais importância?

Estivemos na COP 29 para tentar trazer essa discussão de forma mais forte durante a COP 30, que será realizada no Brasil. Parte do nosso trabalho lá foi sensibilizar pessoas que estão fazendo parte da organização da COP 30 para que isso seja uma discussão muito presente no Brasil. Lembrando que faz apenas três anos que a saúde passou a ser tema de discussão na COP.

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Turismo médico em alta no Brasil

David Uip

O país conta com profissionais altamente qualificados, além de diversos hospitais e clínicas de ponta

Após a pandemia, as viagens internacionais voltaram a ganhar força e, nos últimos tempos, temos notado um expressivo crescimento do "turismo médico", ou seja, de pessoas que se deslocam entre países em busca de tratamentos de saúde em diferentes especialidades.

Os números recentes impressionam. Os valores movimentados pelo turismo médico no mundo têm crescido entre 15% a 25% por ano. Em 2022, a estimativa era de que este mercado estava avaliado em US$ 7 bilhões somente na América Latina. E a previsão é que supere os US$ 17 bilhões até 2027, segundo dados apresentados pela empresa alemã Statista.

O turismo médico inclui uma série de atendimentos em saúde, considerando tanto os eletivos, como procedimentos estéticos, odontológicos ou cosméticos, como também consultas e exames de especialidades médicas como cardiologia, oncologia, neurologia e ortopedia - e até mesmo modalidades de cirurgias de alta complexidade.

O Brasil, principalmente o eixo Rio-São Paulo - mas não só ele - tem se destacado como uma das referências nesse mercado na América Latina, por alguns fatores. O primeiro é que o país conta com profissionais altamente qualificados, além de diversos hospitais e clínicas de ponta, que oferecem atendimento de excelência tanto para os brasileiros em trânsito quanto para os estrangeiros.

Na esteira dessa tendência, foram criados serviços especializados em cuidar do paciente que vem a São Paulo para se tratar, e que oferecem soluções de "home" e "hotel care", transporte, nutrição, acompanhante, agendamento de exames ambulatoriais ou hospitalares, reservas em restaurantes e até de tradutor para estrangeiros que não falam português.

O segundo motivo apontado para o destaque do Brasil no turismo médico está atrelado aos custos. Os preços de atendimentos de saúde no país são considerados baixos por turistas que vêm de países como os EUA, onde não há sistema público de saúde para todos, ou de viajantes de lugares como o Canadá e a Europa, que preferem fazer esses procedimentos aqui, uma vez que os valores cobrados são mais baixos.

Há outros centros fortes de turismo médico onde os preços também são baixos. É o caso de países como Singapura, México, Costa Rica, Turquia, Tailândia, Malásia e Índia. Alguns desses países contam com investimento massivo dos respectivos governos na captação e recepção dos turistas para impulsionar o mercado, reconhecendo o impulso que viajantes podem trazer para a economia local. O Brasil ainda não conta com esse tipo de incentivo governamental, e por isso foca na qualidade dos atendimentos, na excelência de suas instituições de saúde e na tecnologia avançada para exames de imagem e cirurgias.

O Brasil foi o primeiro, depois dos EUA, a receber o credenciamento da Joint Commission International (JCI) para seus centros médicos, garantindo altos padrões internacionais de segurança e qualidade nos cuidados. Existem mais de 50 centros médicos no Brasil que conquistaram este selo, o que atrai os estrangeiros.

Hoje os maiores polos de turismo médico no Brasil estão em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Cerca de 14% desses procedimentos no país são solicitados por pacientes estrangeiros, segundo a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS).

Esses números mostram que o Brasil tem um imenso potencial neste mercado, mas é necessária articulação com hospitais, planos de saúde e entidades de turismo, além de serviços especializados em cuidar da estada do paciente em todas as suas necessidades. Buscar a captação de clientes e mostrar que temos equipes qualificadas tanto para o atendimento em saúde como para o acolhimento em vários idiomas, além de oferecer comodidade e suporte. Com isso, o turismo médico avançará ainda mais no país, contribuindo para movimentar a economia e auxiliar quem mora no exterior e precisa de atendimento em saúde a preços que cabem no bolso.

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PORTAL UOL

Enfermeiros sentem na pele como longas jornadas geram acidentes de trabalho

Em setembro de 1915, em plena Primeira Guerra Mundial, o governo da Inglaterra montou uma comissão para calcular a jornada de trabalho "ideal" nas fábricas de munição. Com a escalada do conflito, não era incomum que operários acumulassem 100 horas semanais nas linhas de produção, incluindo os domingos.

Depois de muita observação, as autoridades britânicas concluíram que, para homens, a carga deveria ser de no máximo 65 horas. Já no caso de mulheres e crianças (sim, elas também pegavam firme no batente!), a jornada não poderia superar 60 horas por semana.

A recomendação de reduzir o tempo de labuta tinha uma lógica: após um certo limite, o trabalhador trava, a produtividade desaba e o número de acidentes, claro, explode.

Narrada em um interessante artigo do economista John Pencavel, da Universidade de Stanford, essa história com cara de anedota cai como uma luva para ilustrar o cotidiano de enfermeiros, técnicos e assistentes de enfermagem no Brasil.

Juntas, essas três categorias lideram o ranking de acidentes de trabalho no país, com mais de 50 mil ocorrências no ano de 2022, segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) compilados pela plataforma SmartLab. Uma assustadora média de 138 registros por dia.

Num momento em que o debate sobre o fim do regime 6x1 e sobre os excessos de jornada dominam o noticiário e os feeds das redes sociais, a relação direta entre longas jornadas e acidentes de trabalho não têm recebido a devida atenção.

Por aqui, os defensores da proposta têm se focado no impacto sobre a qualidade de vida das milhões de pessoas privadas de um fim de semana completo. Já os críticos batem na tecla de que a redução da jornada, sem diminuição dos salários, causaria aumento no custo do trabalho e redundaria, no fim das contas, em inflação.

Categorias que mais trabalham são as que mais se acidentamUm didático levantamento da Repórter Brasil, republicado pelo UOL, mostra que, das 20 ocupações com mais notificações de acidentes em 2022, 12 também aparecem na lista das 20 categorias com o maior número de contratos de 41 horas ou mais.

Na ponta do lápis, técnicos de enfermagem sofreram 36.532 acidentes naquele ano - campeões absolutos desse nada glorioso ranking. Já enfermeiros responderam por 8.687 registros e assistentes totalizaram 5.488.

O leitor pode argumentar que o trabalho nessa área é, por natureza, de alto risco. O contato permanente com instrumentos cortantes e material biológico infectante expõe profissionais a uma série de lesões e doenças. Por isso, é essencial investir em treinamento e garantir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados.

Tudo isso é verdade. Mas também é preciso levar em conta que profissionais da área da saúde estão submetidos a jornadas intensas.

A escala 12x36 - em que as pessoas trabalham doze horas seguidas e (supostamente) descansam por um dia e meio - é bastante comum nesse meio. Sem falar nos plantões de 24 horas.

Como mostram as pesquisas de John Pencavel e de diversos outros especialistas em saúde e segurança do trabalho, cansaço e perda de atenção potencializam acidentes.

Piso salarial de enfermeiro é R$ 4.750; Técnicos e assistentes ganham menos. Existe ainda um agravante: o salário. Quem se lembra do imbróglio sobre o piso salarial dessas categorias, que se arrastou por anos no Congresso e no STF (Supremo Tribunal Federal)?

Depois de muitas idas e vindas, a Lei Federal 14.434/2022 entrou em vigor, estabelecendo R$ 4.750 como piso para enfermeiros. Técnicos não podem receber menos de 70% desse montante. Já auxiliares têm metade desse valor como remuneração mínima mensal.

Ainda que o piso seja uma inegável vitória, é difícil imaginar que, com essa faixa salarial, profissionais desse segmento realmente se deem ao luxo de realmente descansar por 36 horas, após uma jornada de 12.

Na vida real, eles acumulam turno atrás de turno e ultrapassam tranquilamente a duração "normal" preconizada pela Constituição, de 44 horas semanais.

Como os ingleses descobriram na já distante Primeira Guerra Mundial, longas jornadas são um prato cheio para acidentes. Os brasileiros da enfermagem que o digam.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 18 Novembro 2024 07:00

CLIPPING AHPACEG 15 A 18/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

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SAÚDE BUSINESS

Artigo - Desde o início ninguém nos ensina nada sobre Saúde. Aprendemos quando já é tarde   

Alfabetização em Saúde acelera.

Nunca nos ensinam sobre Saúde. Desde o maternal, só nos passam fragmentos dessa ‘coisa’ chamada doença. Parece pecado falar ou aprender sobre isso. Saúde e doença caminham conosco a vida toda, mas parece ser um ‘meteoro intergaláctico’ sobre o qual nada sabemos a não ser quando ele nos atinge na mais insólita ignorância. Professores nos ensinam sobre geografia, história, língua portuguesa, matemática, física, química, mas nada sobre como cuidar de nosso corpo. Somos abandonados à própria sorte de autocuidar-se sem receber a mais ínfima noção do que é saudabilidade, nutrição, caloria, aparelho reprodutor, vício, drogas, Internet e todas as demais armadilhas que nos espreitam pela frente. Alguns têm a sorte de ter na família um fluxo de ensinamentos, mas a grande maioria dos familiares não tem a menor ideia do que é ser sadio ou crônico.

Uma criança chegará aos 10 anos de idade sabendo menos sobre seu corpo do que sabe uma lagartixa, que por dever da natureza (instinto natural) já sabe tudo sobre sua essência corporal. Nós humanos, não, temos que aprender a nos cuidar, mas precisamos fazê-lo pelas redes sociais, ou pelas conversas em grupo, ou pelo Google. Na escola, não se pensa ou se fala sobre isso. Uma criança de 8 anos não recebe qualquer sequência de aulas formais e contínuas sobre suas ‘condições físicas de vivência’, e se recebe, está impresso numa apostila ou livro, ou são aulas de educação física voltadas ao esporte, sem um profissional preparado para explicar as regras da boa saúde.

Essa falência educacional vai mais longe: ninguém nos ensina nada sobre o que é privacidade, alegria, tristeza, esperança, virtude e valores morais. Podemos chegar aos 17 anos sem ter a mínima noção do que é ética. A filosofia e a sociologia passam longe das matrizes escolares. Podemos saber os principais afluentes à esquerda do Rio São Francisco, mas nada saberemos sobre morte ou sobre por que e para que vivemos. Porque choramos, porque precisamos de amigos, o que é compaixão ou tesão, nada disso passa pela educação formal, e se passa é num triscar de frases, com exemplos toscos. Somos abandonados na escola, à mercê das patologias mais difíceis ou  transitórias.

Quando criança, visitamos médicos, mas eles só falam com nossos pais, ignoram nosso poder de influir nos ditames das moléstias de nosso corpo. Assim, somos iscas fáceis dos predadores bacterianos, virais ou qualquer outro patógeno que cruze nosso caminho. Poucos sabem o que é potabilidade da água, ou porque o sono é importante, ou porque a higiene conta, ou quais as causas de uma infeção, ou inflamação, ou mesmo de uma constipação.

Em nossa fase infanto-juvenil aprendemos pouco ou nada sobre saúde mental e emocional, quase zero sobre primeiros socorros e muito pouco sobre o uso de substâncias proibidas. A sexualidade continua um mito para a petizada, só aprendendo nos banheiros ou sites eróticos. Sobre sexo (doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo) e reprodução, desista, não espere que a família ensine: ou ela não sabe como ensinar, ou tem constrangimento, medo, ou simplesmente ela mesma sabe muito pouco sobre o assunto. Sobre ergonomia e postura corporal talvez a criança receba fundamentos na educação física, mas jamais receberá lições claras que envolvem alongamento, efeitos de carregar pesos em excesso, ou sedentarismo.

Na sua grande maioria, nenhuma escola pública ou privada gasta um joule ensinando qualquer coisa sobre finanças pessoais básicas, economia, poupança e responsabilidade financeira. Os adolescentes chegarão aos 15 anos repletos de Geometria, mas pouco sabendo sobre aparelho reprodutor, ou assédio, estupro, liberdade, libertinagem ou mesmo livre arbítrio. Somos ignorantes funcionais em saúde e se a cronicidade patológica nos persegue, somos “protegidos” contra a verdade, ou suas causas, ou mesmo sobre “que vida deverei ter” com essa ‘coceira’ incessante…

Humanos são condenados a saber quase nada sobre sua saúde, até que um dia ela se esvai. Até o fim de nossa adolescência não temos a menor noção do que é prevenção, risco ou autoproteção. Quando uma doença aparece e os sintomas nos sequestram, crianças perguntam a tudo e a todos (às vezes perguntam até ao Céu) o que elas têm ou como o ‘medicamento que ingerem age sobre elas’. Nada, pouca ou nenhuma informação. Parece perigoso sabermos sobre os trâmites da doença quando ainda somos pré-adultos.

O resultado é que crescemos nessa enorme ignorância, tornamo-nos adultos, pais e voltamos a fazer o mesmo racionamento informacional sobre saúde a que nos condenaram. Esse é o ciclo contínuo e imperativo da paternidade humana: “não se preocupe em saber sobre a saúde ou doenças, filho. Se preocupe só em estudar e aproveitar a vida”.

Essa disciplina tão importante e preterida pelos educadores chama-se “Alfabetização em Saúde”. Ela está ausente em praticamente todo o Ocidente, com ilhas de health literacy em apenas alguns países. Como todos os sistemas de saúde públicos e privados são hoje insuficientes para enfrentar as curvas demográficas globais, todos agora correm atrás de implantar rapidamente seus “estatutos” e features sobre aprendizado em Saúde. No Brasil, há poucos sinais de que no médio prazo isso será implementado. Embora a nova grade curricular seja um pouco mais arejada em relação à saúde, ainda é anedótica para aquilo que o país precisa.

Há 20 anos, o mês de outubro foi reconhecido internacionalmente como o “Mês da Alfabetização em Saúde”. Apesar da ausência de dados sobre health literacy, está claro que estamos diante de um desafio global: na Europa, 47% da população tem alfabetização sanitária limitada, enquanto na China apenas 30% dos habitantes têm alfabetização básica em saúde. Populações com baixa alfabetização em saúde têm conhecimento limitado sobre onde e quando procurar serviços de saúde adequados, sendo menos propensas a procurar cuidados preventivos. Além disso, administram mal sua saúde e frequentemente enfrentam maiores taxas de mortalidade. Isso tudo deságua na Economia da Saúde, que assiste impávida o analfabetismo em saúde arrestar quase 20% dos gastos sistêmicos com o setor.

No Reino Unido, por exemplo, 43% dos adultos não entendem informações escritas sobre saúde. O impacto socioeconômico no país é extenso: entre 4 e 6 bilhões de dólares ao ano, sendo as readmissões hospitalares o principal impulsionador desses custos. Esses dados levaram o país a estudar por 20 anos o tema, implementando a partir de 2020 o programa PSHE (Personal, Social, Health and Economic Education). Ele é ‘quase obrigatório’ (mas aderente por 90% das escolas) e já vem mostrando métricas importantes: estudantes com ensino de PSHE têm 20% melhores notas em comparação com aqueles que não tiveram acesso ao programa, especialmente em áreas mais carentes. A redução de bullying entre alunos das escolas que implementaram o PSHE também foi reduzida em 15%, promovendo um ambiente escolar mais seguro e propício ao aprendizado. Da mesma forma, alunos dessas escolas relataram uma melhora de 25% no bem-estar emocional, especialmente no que diz respeito à autoconfiança e às habilidades sociais. É claro que todos esperam resultados maiúsculos com mais tempo de duração (quiçá em 2030 o NHS possa comemorar uma importante melhoria em seus índices clínico-assistenciais). Programas como esse demoram décadas, às vezes uma geração, para produzir resultados expressivos. Países que não têm o costume de planos de longo prazo, como o Brasil, ‘tropeçam em suas múltiplas pernas sem saber com que pernas devem seguir’…

Também no Reino Unido, especificamente na Escócia, desde 2008 foram introduzidas iniciativas como o programa “Making it Easy”, que promove a Educação em Saúde desde o ensino fundamental, desenvolvendo habilidades críticas nas crianças para compreender e gerenciar informações de saúde. Os resultados já alcançados são evidentes: “aumento de 75% na capacidade dos estudantes de compreender informações de saúde, além de uma redução de 15% nas hospitalizações evitáveis nas áreas onde o programa foi implementado. Além disso, contribuiu para uma diminuição de 10% nas desigualdades em saúde, particularmente em comunidades vulneráveis”, explica o documento “Sláintecare Healthy Communities Health Literacy Report”, publicado este ano pela School of Health and Human Performance, Dublin City University.

O relatório objetiva expandir a alfabetização em saúde na Irlanda, investigando suas implicações tanto no nível individual quanto sistêmico. O conceito de alfabetização em saúde é basilar: “prover fundamentos para capacitar as pessoas a acessar, compreender, avaliar e aplicar informações relacionadas à saúde para tomar decisões informadas e promover o bem-estar”. O relatório examina as dificuldades enfrentadas por uma parcela significativa da população irlandesa em relação à health literacy, o que resulta em piores desfechos de saúde e aumento nos custos dos serviços médicos. Na Irlanda, a implementação da alfabetização em saúde tem sido irregular e fragmentada, onde só extratos populacionais de alta renda têm alguma iniciativa nessa alfabetização. O relatório mostra ainda que na Irlanda muitos já recorrem à inteligência artificial para obter conselhos sobre saúde. Um participante do estudo expôs uma típica consulta às IAs: “Eu digo: Faça um menu saudável para uma semana para seis pessoas. Um dos meus meninos não come isso, outro não pode comer aquilo… Esse é dinheiro que tenho”. Na sequência, a IA cria um menu semanal com todos os elementos proteicos necessários. É de se supor que, em alguns poucos anos, cada indivíduo terá um Assistente Virtual Clínico (IA) que o acompanhará desde os primeiros anos de vida. A isso daremos o nome de “self-literacy in health”, ou seja, o autodidatismo. Será o único elemento de capacitação em saúde se o Estado e os canais institucionais nada fizerem. Na Irlanda, por exemplo, “cerca de 40% dos adultos possuem baixos níveis de alfabetização em saúde, impactando negativamente a capacidade de autogestão, aumentando a dependência dos serviços de emergência”.

O documento Sláintecare também compara outros programas de redução da ignorância sanitária, como da Austrália, onde a ‘alfabetização em saúde já foi incorporada ao currículo escolar, promovendo noções básicas de saúde desde o primeiro ano de ensino’. A iniciativa já mostra resultados positivos ao fornecer às crianças as habilidades necessárias para entender e aplicar informações de saúde. O “National Strategic Framework for Chronic Condition”, da Austrália, revela que a média de redução de custos com saúde foi 10-15% devido aos programas de alfabetização em saúde.

Nos EUA, o programa “Healthy People 2030” (iniciado em 2020) aferiu uma redução de 20% nas hospitalizações evitáveis e um aumento de 15% na adesão a cuidados preventivos após a implementação de estratégias de alfabetização em saúde. Além disso, houve uma melhoria na taxa de cessação do tabagismo, associada aos vetores de alfabetização e compreensão dos riscos do fumo. O Healthy People 2030 conseguiu reduzir a taxa de adultos fumantes de 14,2% em 2019 para 11,0% em 2023 (a meta é alcançar 6,1%). Até 2022, 47,8% dos adolescentes entre 12 e 17 anos com episódios depressivos grandes (MDEs) receberam tratamento, superando a meta de 44,9%. No caso do nível médio de colesterol total em adultos, a redução foi de 190,9 mg/dL (2013-2016) para 187,2 mg/dL (2017-2020), sendo a meta alcançar 186,4 mg/dL. Não houve mágica, houve educação básica em saúde. Os dados do “Healthy People 2030″ mostram que a implementação de iniciativas de alfabetização reduz as hospitalizações evitáveis, aumentando a adesão aos cuidados preventivos. Estima-se que a alfabetização limitada em saúde, por meio de todos os seus impactos (erros médicos, falhas de comunicação, aumento de doenças e incapacidades, perda de salários e comprometimento da saúde pública) custe à economia dos EUA até US$ 349 bilhões por ano, quando ajustada pela inflação para dólares de 2023 (fonte: Center for Health Care Strategies).  

Quando um analfabeto em saúde fica mais velho, sua insegurança cresce na mesma proporção. Outra pesquisa (“Health Literacy: How Well Can Older Adults Find, Understand, and Use Health Information”) publicada este ano pela University of Michigan, mostra as dificuldades dos ‘idosos analfabetos em saúde’: no geral, 80% das pessoas com 50+ disseram ter pouca ou nenhuma confiança de identificar a desinformação médica quando as veem. Essas pessoas, em geral, não se cuidam, não sabem se cuidar ou estão excluídas do processo de tomada de decisão clínica de suas vidas. São zumbis ao sabor de sites na internet, de amigos ou parentes que opinam. São também denominados carinhosamente como “sinistros” pelas Operadoras de Saúde.

Uma tartaruga recém-nascida sai da casca na praia, caminha alguns passos, chega ao mar e o resto é por sua conta. Está pronta. Um ser humano, três anos após nascer ainda é totalmente dependente dos outros. Se não lhe ensinarem nada, não sobrevive até os quatro anos. Mas vai chegar aos 14 sabendo pouco ou nada sobre sua saúde, ou como sobreviver sem os outros. A Organização Mundial da Saúde enfatiza que a alfabetização em saúde é mais do que a capacidade de entender e “cumprir” os ditames dos profissionais de saúde. Ela abrange “a motivação e a capacidade dos indivíduos de obter acesso, entender e usar informações de maneira que promovam e mantenham sua própria boa saúde”. Nesse sentido, vale a citação do National Patient Safety Foundation (encampada pela Associação Médica Americana): “Nada, nem idade, renda, status de emprego, nível educacional e grupo racial ou étnico, afeta mais o estado de saúde do que as habilidades de alfabetização em saúde do paciente”. Os filhotes de tartarugas já sabiam disso antes de nascer.

Guilherme S. Hummel
Scientific Coordinator Hospitalar Hub
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)

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MEDICINA S/A

Artigo - Transformação do Mercado da Saúde Suplementar no Brasil

Por Joé Gonçalves Sestello

Nos últimos anos, o mercado da saúde suplementar no Brasil passou por significativas transformações, impulsionadas por inovações e mudanças nas demandas dos consumidores. Mesmo diante de desafios econômicos globais, como altas taxas de juros e inflação, o setor de saúde tem se destacado em fusões e aquisições, refletindo a resiliência e a importância dessa indústria na economia nacional. Historicamente, cerca de 55% dos gastos com saúde no Brasil são concentrados no setor privado, o que sinaliza um potencial crescimento futuro, principalmente nesse segmento.

O cenário de fusões e aquisições no setor de saúde manteve-se ativo em 2023, apesar da desaceleração observada globalmente. Após um recorde em 2021, quando o setor representou 20% dos acordos globais, a movimentação diminuiu, mas segmentos como novos modelos assistenciais e inovações em tecnologia da informação em saúde continuam a gerar interesse. No Brasil, o valor das transações no setor de saúde alcançou cifras bilionárias em 2023, evidenciando um movimento estratégico de aquisição, como a compra da Amil, que representou uma transação de R$ 11 bilhões, conforme publicação da revista Veja, em 22 de dezembro de 2023.

Outro acordo operacional que chamou a atenção foi a união da Golden Cross e a Amil, em 01 de julho de 2024, que resultou na paralisação dos pagamentos aos prestadores de serviços por parte da Golden Cross na ordem de R$ 200 milhões, de acordo com estimativas do mercado. Apesar do imenso desiquilíbrio, ambas as empresas se defendem afirmando que não há transferência de carteira, nem obrigações financeiras, apenas acordo de garantia de atendimento dos seus usuários na rede de serviços da parceira Amil, a fim de atender à Resolução Normativa 517 da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Em junho deste ano foi a vez da Dasa assinar joint-venture com Amil para criar a segunda maior rede de hospitais do país chamada Ímpar que terá controle dividido em partes iguais por ambas as companhias. Se a fusão for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a rede hospitalar das duas empresas terá 25 unidades, a maioria na Região Sudeste, 4.400 leitos e uma receita líquida de cerca de US$ 10 bilhões anuais (Fonte: Forbes Money).

Outra gigante neste cenário é a Rede D’Or com 73 hospitais e 11.700 leitos. Em fevereiro de 2022, o grupo comprou a SulAmérica, reforçando o processo de consolidação do setor de saúde no Brasil. A operação, avaliada pela seguradora em cerca de R$ 13 bilhões e é a maior aquisição da Rede D’Or desde que ingressou na B3. Observamos ainda a fusão de dois gigantes da saúde suplementar: Grupo NotreDame Intermédica e Hapvida, resultando em uma das maiores empresas verticalizadas do mundo e a maior rede própria de atendimento em saúde do país.

Toda essa movimentação decorre de diversos fatores, dentre eles, a altíssima sinistralidade, responsável pela drástica redução nas margens de lucro das empresas que operam no segmento. A parceria, por meio de fusões e aquisições, foi o caminho natural encontrado para crescer em escala e diminuir o custo assistencial. Neste cenário desafiador para as operadoras de planos de saúde, encontramos também situações impactantes e alarmantes, como o desligamento unilateral de clientes. Entretanto, é necessário debater sobre o modelo de livre escolha. As operadoras de planos de saúde que optarem por comercializar este tipo de produto, necessitam ter autonomia para precificar de forma diferenciada, com base em cálculos atuariais. Difícil conceber o produto de livre escolha dentro do atual quadro de precificação praticado pelo mercado. Considero que este produto deva existir na prateleira, disponível para o consumidor com valor específico, caso haja demanda. Entretanto, a aplicação da regra de livre escolha aos atuais produtos de prateleira comercializados pelas operadoras irá impactar e levar a saúde suplementar brasileira ao verdadeiro colapso.

A crescente participação de novos modelos assistenciais representa uma mudança crucial no perfil do segmento. As cooperativas médicas, que sempre foram um pilar no sistema de saúde suplementar, precisam se adaptar a esse novo cenário. Para permanecerem relevantes e atraentes, essas organizações devem considerar algumas estratégias fundamentais. Em minha opinião, a mais relevante delas diz respeito ao engajamento médico. Como médico cooperado e gestor com experiência acumulada há mais de 20 anos, visualizo nas cooperativas médicas um mercado garantido e preservado para o exercício da medicina de maneira digna e correta. A cooperativa não é uma operadora de planos de saúde nos moldes tradicionais, pois detém isonomia perante esses grandes grupos que visam ao lucro dos seus sócios e acionistas, em detrimento dos seus médicos credenciados. O sucesso do modelo cooperativista está, literalmente, nas mãos do próprio médico cooperado.

Vimos, cada vez mais, as organizações cooperativistas se reinventando, incorporando novas tecnologias, inovando em processos gerenciais e assistenciais com a finalidade de atender às expectativas de um cliente cada vez mais exigente, bem como manter a sua fatia neste desafiar setor. Temos o maior sistema cooperativista médico do mundo, com 339 cooperativas com gestão administrativa, financeira e assistencial independentes; 116 mil médicos cooperados; 19,7 milhões de clientes; mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados; 163 hospitais próprios; além de prontos atendimentos, laboratórios e centros de diagnósticos que garantem a qualidade da assistência prestada aos beneficiários.

Em suma, a transformação do mercado de saúde suplementar no Brasil apresenta desafios significativos e oportunidades valiosas. Trabalho, seriedade, criatividade, responsabilidade, aprimoramento permanente, capacidade de se reinventar e se adaptar à constante evolução são pilares de sustentação para qualquer organização que se proponha mais que sobreviver, alçar novos patamares. E somente no formato cooperativo o médico terá o seu verdadeiro protagonismo no exercício da sua atividade.


*Joé Gonçalves Sestello é diretor-presidente da Unimed Nova Iguaçu.

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Hospital Oswaldo Cruz investe em inteligência artificial e monitoramento

Inovações que já alteram o cotidiano das pessoas, como a inteligência artificial (IA) e os wearables, ou vestíveis – dispositivos como relógios e pulseiras inteligentes que podem fazer o monitoramento de parâmetros corporais –, agora chegam aos hospitais com capacidade para tornar o atendimento mais eficiente, seguro e aumentar a qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições.

Segundo um relatório da consultoria Grand View Research, o mercado de saúde digital, estimado em US$ 240 bilhões em 2023, deve crescer a uma taxa anual de 21,9% entre os anos de 2024 e 2030.

Nas instituições de saúde, essas novidades são implementadas e gerenciadas pela Engenharia Clínica, departamento responsável pelas tecnologias médicas usadas para diagnóstico, intervenções ou suporte à vida.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a adoção de uma solução com inteligência artificial embarcada permite um uso otimizado de equipamentos de alta complexidade, como as máquinas que realizam os exames de ressonância magnética.

A ferramenta é capaz de coletar as informações do aparelho de exames e as organizar em um painel, onde os especialistas conseguem analisar detalhes do uso do equipamento. “Entre as informações disponibilizadas, estão os horários de agendamentos e o tempo de cada exame. Isso permite uma gestão mais inteligente das agendas, conhecendo quanto tempo o aparelho fica ocioso e se há alguma demanda reprimida”, diz Tarcisio Marques, gerente de Engenharia Clínica do Hospital. Assim, os dados podem colaborar para um aumento de eficiência no uso dos aparelhos.

O dispositivo também pode fazer o monitoramento da dose de radiação que cada paciente recebe no exame, o que amplia a segurança de quem passa pelo aparelho. A solução deve ainda ser usada em outras máquinas no Hospital no futuro, como tomógrafos e equipamentos de medicina nuclear. De acordo com Marques, esse uso permite um ganho operacional – a maior disponibilidade de informações permite ajustes de protocolos que podem garantir a redução na taxa da dose de radiação recebida pelos pacientes.

Outro recurso que está sendo adotado pela instituição neste ano de 2024 é uma IA capaz de produzir os laudos para todos os exames de Raio X feitos no Pronto Atendimento. O sistema usado para redigir os documentos se baseia em um banco com mais de 1 bilhão de imagens do mundo todo.

Os wearables representam outra frente nessa onda de inovação na saúde: a medicina de sensores, que usa os dispositivos presos ao corpo para monitorar e exibir em tempo real dados da pessoa.

No uso cotidiano, eles assumem as formas de relógios, pulseiras e anéis inteligentes que, conectados a um smartphone, fornecem informações aos usuários, como batimentos cardíacos, tempo e qualidade de sono e níveis de estresse. Com GPS acoplado, alguns também contabilizam a distância e a intensidade em exercícios físicos como corrida, ciclismo e natação.

Há novos formatos em desenvolvimento, como adesivos que podem coletar informações e distribuir medicamentos e peças de roupa capazes de monitorar a saúde dos músculos.

Dentro do contexto hospitalar, dispositivos com níveis de precisão mais elevados, desenvolvidos especificamente para uso médico, podem ser usados em pacientes internados para minimizar riscos e indicar rapidamente mudanças bruscas no quadro clínico que exigem cuidado imediato.

“Com o uso desses dispositivos, o paciente internado tem um monitoramento mais próximo, o que permite agir de forma mais rápida. Assim, a reavaliação é feita conforme a necessidade”, destaca Luisa Donatelli, gerente de Estratégia e Inovação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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Estudo mostra que setor de artigos farmacêuticos cresceu 2,1% em outubro

A 22ª edição do Índice do Varejo Stone (IVS) apontou um crescimento de 2,1% no volume de vendas do setor de Artigos farmacêuticos em outubro, na comparação mensal. O estudo, que apresenta dados mensais das movimentações varejistas, é uma iniciativa da Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros que é a principal parceira do empreendedor brasileiro.

O levantamento tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos. São consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos, médios e grandes varejistas e divulgar um retrato do setor nacional.

Em outubro, o setor de Tecidos, Vestuário e Calçados também apresentou alta mensal de 1,8%, Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo mostrou sinais de estabilização, com uma queda menor em outubro (0,6% contra 2,8% em setembro) e alta anual de 1,7%. Combustíveis registrou leve queda mensal (0,6%) e alta anual de 2,7%, enquanto Móveis e Eletrodomésticos subiu 1,6% no mês, revertendo parte da queda de setembro (3,5%). Outros setores, como Livros e Papelaria e Material de Construção, também mostraram recuperação mensal, com 2,5% e 5,1%, respectivamente.

Destaques regionais

No recorte regional, seis estados apresentaram resultados positivos no comparativo anual: Roraima, Amazonas e Maranhão, que apresentaram crescimento de 9,4%, 8,2% e 6,8%, respectivamente. Em seguida, Santa Catarina, Goiás e Paraná também tiveram alta de 5%, 4,9% e 3,5%. Por outro lado, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal registraram queda de 3,4% e 0,6%, respectivamente.

Segmentos analisados

O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo avalia oito segmentos:

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

Livros, jornais, revistas e papelaria

Móveis e eletrodomésticos

Tecidos, vestuários e calçados

Material de Construção

Combustíveis e Lubrificantes

Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico

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O ANTAGONISTA

Quanto um profissional de saúde ganha por plantão?


Artigo discutindo os desafios dos profissionais de saúde que trabalham em plantão, impactos da reforma trabalhista e competição no mercado de trabalho.

Trabalhar na área da saúde é conhecido por jornadas extensas e intensa demanda, sobretudo nos plantões hospitalares. Profissionais como psicólogos, médicos e veterinários enfrentam grandes desafios relacionados à remuneração e condições de trabalho. A realidade atual é intensificada por frequentes transações entre grandes grupos hospitalares, afetando diretamente a vida desses trabalhadores.

Recentemente, especulações sobre a possível venda do Hospital da Bahia para a Rede D'Or São Luiz reacenderam debates no setor. Embora a negociação tenha sido desmentida, o caso exemplifica o ambiente dinâmico e complexo enfrentado por esses profissionais. Em cidades como Salvador, onde a Rede D'Or opera diversos hospitais, há acirrada competição, levando a uma contínua revisão das condições de contratação.

Desafios dos Profissionais de Saúde

Os profissionais de saúde lidam com uma rotina extenuante, muitas vezes recebendo remuneração que não condiz com a carga de trabalho e responsabilidade. Plantões de 12 horas são comuns para médicos, psicólogos e veterinários, mas os valores pagos por esses serviços variam amplamente, frequentemente ficando abaixo das expectativas.

Levantamentos indicam que veterinários recebem, em média, entre R$ 120 e R$ 150 por plantão de 12 horas, com casos de propostas por valores ainda menores. Médicos, que tradicionalmente têm rendimentos mais altos, também enfrentam estagnação salarial, com plantões congelados sem reajustes por anos.

Impacto da Reforma Trabalhista nos Plantões

A reforma trabalhista de 2017 trouxe grandes mudanças na contratação de profissionais de saúde no Brasil. Com a reforma, plantões passaram a ser negociados via acordos individuais, afetando diretamente a remuneração e os direitos desses profissionais. Muitos agora atuam sob o regime de pessoa jurídica, alterando proteções trabalhistas como férias e adicionais noturnos.

Essa flexibilidade pode ser problemática, pois muitos profissionais aceitam plantões com remunerações menores por necessidade, em especial recém-formados. Profissionais experientes tendem a evitar locais que oferecem condições desfavoráveis.

Por Que a Competitividade no Mercado de Saúde é Intensa?

O mercado de saúde é altamente competitivo, com grandes grupos hospitalares operando várias unidades sob a mesma bandeira. Isso limita as opções para profissionais, que frequentemente sentem-se compelidos a aceitar condições inferiores para ingressar ou permanecer no mercado.

Este modelo, combinado com a falta de ajuste nos valores dos plantões, cria uma situação em que até serviços essenciais, como urgências e emergências, são realizados sob condições financeiras insatisfatórias. A pressão é ampliada pelo impacto da pandemia de COVID-19 e a crescente demanda por atendimento especializado.

Buscando Soluções

Entidades sindicais e o governo têm promovido discussões para abordar essas questões e buscar soluções viáveis. Alguns sugerem a realização de concursos públicos para aumentar a contratação de profissionais em condições mais justas, enquanto outros advogam por um diálogo entre empregados, empregadores e governo para revisar as condições de trabalho, períodos e remunerações.

Apesar dos desafios persistentes, essas discussões são cruciais para garantir que o setor de saúde mantenha a qualidade do atendimento e ofereça condições dignas aos profissionais dedicados à saúde e ao bem-estar da população.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 14 Novembro 2024 07:44

CLIPPING AHPACEG 14/11/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Gustavo Suzin Clemente recebe prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”

Exportações de dispositivos médicos brasileiros aumentam 30% em comparação a 2023

Oftalmologista alvo de operação da Polícia Civil terá registro de médico suspenso

ESG: qual a importância da sigla que está em alta no mercado e quais as opções de atuação na área?

Dasa (DASA3) registra prejuízo 52% menor no balanço do 3º trimestre; Ebitda sobe 14%

Amil adota IA e transforma atendimento ao cliente em parceria com Neo & Hypeone

II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2024

CONGRESSO NEWS

Gustavo Suzin Clemente recebe prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), Gustavo Suzin Clemente, acaba de ser homenageado pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE/GO) com o prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”. A premiação foi entregue aos seis negociadores que mais se destacaram no registro de acordos e convenções coletivas de trabalho em Goiás ao longo deste ano.

A entrega do prêmio ocorreu durante o Encontro Regional de Negociação Coletiva e seus Desafios em Goiás, que acontece nesta quarta-feira no auditório do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás, como parte da Semana Nacional de Promoção da Negociação Coletiva do Ministério do Trabalho e Emprego.

Instituído pela SRTE/GO, o prêmio busca incentivar a cultura da negociação coletiva, alinhando-a às políticas de promoção do trabalho decente e fortalecendo o diálogo social como ferramenta de governabilidade democrática. O reconhecimento reforça a atuação do Sindhoesg e de Gustavo Clemente como uma das principais lideranças sindicais em Goiás, consolidando seu compromisso com o fortalecimento das relações de trabalho no estado.

O evento segue com debates e uma mesa-redonda, que acontecerá à tarde, também com a participação de Gustavo Clemente. O tema será “Relações sindicais em Goiás”.

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MEDICINA S/A

Exportações de dispositivos médicos brasileiros aumentam 30% em comparação a 2023

O terceiro trimestre de 2024 apresentou resultados bastante positivos para as exportações brasileiras de dispositivos médicos. No período que envolve os meses de julho, agosto e setembro, foram US$ 346,7 milhões em produtos voltados à assistência à saúde vendidos para diferentes países. Com esse resultado, o acumulado do setor no ano atinge US$ 873,6 milhões, o que já supera em 30% o volume alcançado no mesmo período de 2023, quando o volume exportado totalizou US$671,7 milhões. Seguindo o mesmo ritmo, as empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), também registraram crescimento em seu volume de exportação ao longo deste ano.

Do total de 2024, considerando o acumulado geral de exportações, mais de US$ 603 milhões foram de produtos do segmento médico-hospitalar, como, por exemplo, válvulas cardíacas, sacos e bolsas de plástico para uso na medicina, aparelhos ortopédicos e categutes esterilizados. Com isso, o crescimento da vertical de dispositivos médico-hospitalar no período chega a 40% sobre o obtido no ano passado que foi de US$ 433 milhões. Já os outros US$ 200 milhões corresponde a exportações de outros segmentos como os produtos para laboratórios que aumentaram 20,86%, as de odontologia 10,86% e a de reabilitação 8,82%.

Sobre os destinos das exportações, a maior parte das vendas externas de dispositivos médicos brasileiros foram feitas para os Estados Unidos, que adquiriram US$ 200,6 milhões das fabricantes nacionais em 2024, o que representa 23% do total da exportação geral. Na sequência, destacam-se Coreia do Sul, Argentina, México e Países Baixos.

Brazilian Health Devices

As empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD) somaram US$ 110,36 milhões em vendas externas entre janeiro e setembro, resultado 4,3% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Essas companhias firmaram parcerias comerciais com 125 países, sendo que 70% delas abriram novos mercados e 82 conseguiram ampliar seu volume de exportações em mercados já consolidados.

“Foram, ao todo, 180 tipos diferentes de dispositivos médicos fabricados no Brasil e exportados. Além disso, 32 empresas exportaram novos produtos e quatro delas fizeram suas primeiras vendas internacionais no período”, enfatiza José Fernando Dantas, analista de Acesso a Mercados da ABIMO.

Entre as empresas do BHD, a Argentina se destaca como principal destino das exportações, seguida pelos Estados Unidos, México, Chile e Colômbia.

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TV ANHANGUERA (2)

Oftalmologista alvo de operação da Polícia Civil terá registro de médico suspenso

https://globoplay.globo.com/v/13098854/

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ESTADÃO

ESG: qual a importância da sigla que está em alta no mercado e quais as opções de atuação na área?

Renata Okumura

Nos últimos anos, os princípios de ESG - Ambiental (Environmental) Social (Social) Governança (Governance) - têm ganhado destaque em diversas áreas. A demanda por profissionais que compreendam e implementem tais práticas, de uma forma geral, está em crescimento devido à pressão de investidores, de consumidores e reguladores por negócios mais sustentáveis e responsáveis. A expectativa é que, no futuro, esses conhecimentos deixem de ser um diferencial e passem a ser uma exigência básica levando todas as profissões a incorporarem essas questões de ESG de alguma forma.

"Esse movimento pode impactar em praticamente todas as profissões, embora esse impacto e a relevância variem muito conforme o setor. "Profissionais de finanças, gestão de RH, marketing e logística, por exemplo, são algumas das áreas em que esses conhecimentos de ESG têm se tornado especialmente relevantes", afirma Paula Batich, coordenadora do curso de pós-graduação ESG - Environmental, Social e Governança do Senac.

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Em meio a esse processo, torna-se cada vez mais importante que os profissionais entendam como as suas áreas podem contribuir com as estratégias e práticas de ESG das empresas. "Seja por meio de questões ligadas à transparência e conduta ética, como também políticas de diversidade e inclusão, redução de impacto ambiental e adoção de tecnologias eficientes", afirma a coordenadora do Senac.

Algumas profissões naturalmente já são ligadas aos princípios de ESG como, por exemplo, os cargos de especialista em sustentabilidade, os cargos de gestor e analista socioambiental e gestores de riscos.

No entanto, há profissões tradicionais, mais no campo da engenharia da saúde e da tecnologia que também estão sendo impactadas por essas demandas. "Profissionais desses setores são cada vez mais convocados a refletir e a repensar sobre seu modelo de negócio, sobre a utilização dos materiais, redução de desperdício, logística reversa e a colaborar com iniciativas que provoquem impacto positivo na sociedade de uma forma geral", afirma Paula.

Conforme a coordenadora do Senac, as práticas sustentáveis e de governança contribuem diretamente para a estabilidade financeira e para a redução de risco a longo prazo. "Organizações e empresas preparadas para lidar com as questões socioambientais e de governança demonstram resiliência, rentabilidade, o que atrai também capital e gera confiança no mercado. O ESG é muito mais que uma tendência, é um modelo de futuro. Isso faz com que os profissionais necessitem se capacitar e se engajar dentro desse movimento no mercado", acrescenta ela.

O Senac São Paulo oferece diversas opções de cursos voltados ao ESG. Entre as opções, destaca-se o curso ESG na Prática, que é um curso livre de aperfeiçoamento. Tem uma carga horária de 40 horas. É voltado para jovens a partir de 16 anos. Tem um formato presencial e propicia aos participantes uma imersão no tema.

A instituição também oferece dois cursos de pós-graduação em ESG. Um deles é na modalidade de ensino a distância, que permite que estudantes de todo o Brasil tenham acesso ao conteúdo. E o outro curso é presencial realizado na unidade do Senac localizada no Jabaquara, zona sul de São Paulo. Ambos os cursos de pós-graduação têm uma carga horária de 360 horas, duração de um ano e contam com um perfil extremamente diverso. para mais informações.

"Muitas vezes, as empresas já têm várias ações de ESG, mas elas são completamente espaçadas. Aquilo não está dentro, por exemplo, do objetivo empresarial da empresa. E a empresa não consegue ter uma visão geral do que é o que está fazendo neste sentido", afirma Adriana Vieira, coordenadora dos MBAs da Trevisan: ESG e Impact e Governança, Riscos e Compliance.

Dentro desse cenário, o profissional de sustentabilidade vai ter essa função também de reunir tudo isso em um único lugar. "Auxiliar também essa empresa, pensando nos seus administradores, de trazer esse assunto de ESG para dentro do negócio e dentro do seu planejamento estratégico", avalia Adriana.

Na Trevisan, além de cursos de curta duração focados em ESG, há também o MBA Executivo em ESG e Impact. Foi um dos primeiros MBAs com essa temática oferecido no mercado. Durante o curso, que tem duração de 15 meses, todas as aulas são online, mas ao vivo com os professores.

"A gente tem um módulo específico para cada uma das letras. Um módulo que vai falar de assuntos ambientais, outro que vai abordar o social, um que vai destacar governança e há ainda um módulo que vai tratar de assuntos regulatórios", acrescenta Adriana.

Na Trevisan, também é oferecido o MBA em Sustentabilidade, ESG e Inovação. As aulas são gravadas, sendo possível os alunos organizarem os próprios horários. Para mais informações, .

Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento e implementação de práticas empresariais mais responsáveis e sustentáveis dentro do próprio negócio de saúde, a instituição de ensino do Sistema Unimed, Faculdade Unimed, desenvolveu o curso de pós-graduação em ESG e Sustentabilidade.

"O objetivo é propor uma conexão das vivências dos alunos que atuam nas cooperativas ao aprimoramento técnico, visando proporcionar o aprofundamento do conhecimento voltado ao conceito", afirma a instituição.

"Por sermos um sistema de cooperativas, é importante destacar que no cooperativismo o conceito de ESG já é histórico. É muito difícil separar a cooperativa da responsabilidade social, da responsabilidade ambiental e da responsabilidade de governança, que talvez seja para nós o maior desafio", afirma Fábio Leite Gastal, diretor acadêmico da Faculdade Unimed, que completa 30 anos no ano que vem.

Segundo ele, a governança em cooperativas, em uma estrutura democrática, tem peculiaridades que inclusive hoje faz parte de um grupo de estudos. "A cooperativa tem uma estrutura democrática, cada membro é um voto, ou seja, é uma estrutura de poder diluído. Então, a governança em cooperativas tem algumas peculiaridades", acrescenta Gastal.

A pós-graduação, desenvolvida em parceria com o DNV, grupo global em garantia de qualidade e gestão de riscos, aborda os pilares da governança, meio ambiente e impacto social na formação de gestores e líderes, tornando-os aptos a construírem um futuro mais consciente e equilibrado para as cooperativas de saúde.

Em formato de ensino a distância, o curso tem carga horária de 360 horas. "Pelo fato do ESG fazer parte da estratégia nacional da Unimed, o perfil dos nossos alunos é mais voltado para as lideranças, que contribuem para o desdobramento das ações dos planejamentos estratégicos", acrescenta Gastal.

Levando em consideração os princípios do ESG na área da saúde, ele afirma ainda que é fundamental que os profissionais de saúde incorporem em seu processo mental e de trabalho profissional a questão das mudanças climáticas. "Essa interação homem e meio ambiente impacta diretamente na questão da saúde", afirma. Para mais informações sobre o curso, .

Conforme o Guia de Carreira ESG da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o relatório do Fórum Econômico Mundial 2024 revela a grande quantidade de riscos globais que hoje enfrentamos. De acordo com a publicação, em 10 anos o mundo terá como principais ameaças: eventos climáticos extremos, mudanças críticas nos sistemas do planeta, colapso do ecossistema e perda de biodiversidade e de recursos naturais.

"É fundamental que se contemple conhecimentos para ter uma formação realmente consistente e completa nas organizações, permitindo que os profissionais estejam preparados para lidar com o cenário contemporâneo, real e complexo que vivemos hoje", afirma Pedro Rivas, coordenador do Hub de ESG da ESPM. para saber mais sobre o guia.

Na ESPM, também foi criado o HUB ESG CHANGE, uma iniciativa focada em desenvolver lideranças para a transformação do mercado e da sociedade. Entre os cursos disponíveis está a pós-graduação Master em Inovação ESG: Estratégia e Mercado, que tem duração de 495 horas, e é disponibilizada no formato de ensino a distância.

"O curso traz uma abordagem para integrar essas preocupações sociais, ambientais e de governança de uma maneira mais forte na estratégia e nas funções de pensamentos mercadológicos para as organizações", afirma Rivas. São ainda oferecidos outros cursos de extensão, de menor carga horária, que também atualizam sobre o conceito de ESG. Para mais informações, .

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INFOMONEY

Dasa (DASA3) registra prejuízo 52% menor no balanço do 3º trimestre; Ebitda sobe 14%


Companhia divulgou seus resultados nesta quarta-feira (13)

A Dasa (DASA3) divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um prejuízo de R$ 87 milhões, uma diminuição de 52% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 183 milhões.

Esse resultado foi influenciado principalmente pelo crescimento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e pela exclusão dos efeitos das variações cambiais da operação internacional da BU2, que praticamente zeraria o resultado líquido sem esses fatores.

O Ebitda atingiu R$ 751 milhões, um aumento de 14% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, quando foi de R$ 661 milhões. Tal desempenho reflete a continuidade na expansão da receita nas duas unidades de negócios e a implementação de iniciativas de eficiência operacional em custos e despesas.

A margem Ebitda foi de 18,9%, uma variação positiva de 1,4 pontos percentuais, refletindo as melhorias mencionadas.

No terceiro trimestre de 2024, a Dasa registrou um resultado financeiro negativo de R$ 510 milhões, representando um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com a empresa, esse desempenho foi impactado pelas variações cambiais e pelo aumento dos custos.

Dasa (DASA3): Desempenho operacional

A receita líquida no terceiro trimestre foi de R$ 3.969 milhões, representando um crescimento de 5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento da receita foi impulsionado pela performance positiva das duas unidades de negócios principais: BU1 (Hospitais e Oncologia), que cresceu 5%, e BU2 (Diagnósticos), que aumentou 8%.

Em relação aos custos, as despesas ajustadas totalizaram R$ 455 milhões, uma variação de -12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução se deve aos benefícios das iniciativas de eficiência implementadas desde o final de 2023, incluindo reorganização da estrutura de pessoal e adequação das políticas de recursos humanos ao mercado.

A dívida líquida financeira foi de R$ 8,765 bilhões, uma um aumento de R$ 374 milhões em comparação ao segundo trimestre de 2024. O índice de alavancagem encerrou o terceiro trimestre de 2024 em 3,50x, ante 3,47x do segundo trimestre de de 2024.

Os investimentos da Dasa no período somaram R$ 137 milhões, uma redução de 19%, focados principalmente em manutenção e expansão, além de projetos de tecnologia, como a renovação de sistemas essenciais e iniciativas de digitalização para ganho de eficiência operacional.

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PORTAL SAÚDE

Amil adota IA e transforma atendimento ao cliente em parceria com Neo & Hypeone


A Amil, uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, conseguiu transformar o atendimento ao cliente com a ajuda da Neo & Hypeone,

empresa especializada em tecnologia, customer experience (CX), cibersegurança e desenvolvimento de plataformas digitais, com a implementação da NIAh, solução que combina duas inteligências artificiais - uma proprietária, e outra generativa - específica para o mercado de atendimento e experiência do cliente. Com isso, além de diminuir em 17% o TMA (Tempo Médio de Atendimento), aumentou em 20% o FCR (First Call Resolution), que é a solução da demanda no primeiro contato.

"A NIAh tem alta capacidade de aprendizado e adaptabilidade, trazendo uma visão detalhada do comportamento dos clientes, possibilitando tomadas de decisão mais estratégicas e eficientes para o negócio da Amil", explica Fabiano Falvo, vice-presidente da Neo & Hypeone.

Com rápida implementação e capacidade de integração aos processos já existentes, a solução promoveu uma evolução contínua do negócio, trazendo excelência operacional e crescimento sustentável. "Ao integrar inteligência artificial generativa e machine learning, a Neo & Hypeone proporcionou uma solução flexível e eficaz, capaz de melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a automação e a assertividade das interações", afirma Marcelo Piccione, diretor executivo de Operações e Atendimento da Amil.

A plataforma, que funciona como um copiloto operacional do atendente, traz respostas humanizadas com dinamismo e de maneira intuitiva. "Em um ano de projeto, observamos o aumento da satisfação do cliente em relação ao atendimento, a melhoria da eficiência dos processos e o aumento da capacidade de tomada de decisão baseada em dados, trazendo insights precisos com agilidade", finaliza Piccione.

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PORTAL MÉDICO

II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2024

Nos dias 13 e 14 de novembro, Maceió (AL) será palco do II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (II ENCM 2024). O evento reunirá lideranças dos Conselhos de Medicina de todo País para debater temas de grande relevância para a saúde pública e o exercício da medicina. Entre os tópicos da programação, destacam-se as questões ligadas à fiscalização do ato médico, à publicidade médica e à qualificação dos profissionais.

De acordo com o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o II ENCM 2024 será uma oportunidade única para fortalecer as estratégias de atuação do sistema formado pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e pelo CFM, que tem novo corpo de conselheiros desde 1º de outubro. O evento, organizado em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal), culminará com a leitura da “Carta de Maceió”, consolidando o posicionamento dos participantes sobre os temas discutidos.

Primeiro dia  – A programação incluirá palestras e mesas-redondas que explorarão questões essenciais para o futuro da medicina. Na conferência de abertura, o coordenador Jurídico do CFM, José Alejandro Bullón, discutirá os pilares da atuação do sistema CFM/CRMs e como avançar de forma propositiva na relação com a sociedade e os médicos.

Um dos principais destaques será a discussão sobre o Exame de Proficiência em Medicina, que abordará a importância da implementação desse instrumento como forma de garantia da qualidade dos profissionais. Serão discutidos os impactos para médicos formados no exterior e as implicações para aqueles que não forem aprovados.

Outro ponto importante será a fiscalização do ato médico, com uma mesa-redonda que discutirá como o sistema de fiscalização contribui para a segurança e qualidade da assistência à população. Nesta mesa, será realizada uma reflexão sobre o dispositivo que uniformizou o modelo de controle do ato médico no Brasil.

Fechando a programação do primeiro dia, haverá um debate sobre violência contra médicos, momento que serão apresentadas estatísticas de agressões a médicos e propostas de lei sobre a temática.

Segundo dia – Em 14 de novembro, a publicidade médica será tema central, com uma análise detalhada dos impactos da Resolução CFM nº 2.336/23 nas práticas e nos rendimentos dos profissionais. O debate terá como destaques o impacto das regras nas áreas de cirurgia plástica, oftalmologia e medicina do esporte.

Além disso, ocorrerá a mesa-redonda sobre as corregedorias e o exercício ético da medicina, com discussões sobre o papel regulador das entidades, incluindo o uso da inteligência artificial para prevenir infrações éticas.

O evento terminará com a conferência “Ato Médico – ciência, arte e juridicidade: havemos de preservar”, seguida da apresentação da Carta de Maceió. Além dos debates e reflexões sobre o futuro da medicina, o II ENCM 2024 também prestará homenagens aos membros da Comissão Nacional Eleitoral, que contribuíram de maneira significativa para o processo democrático dentro do sistema de conselhos.

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Assessoria de Comunicação