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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Polícia fecha clínica e prende médica suspeita de atuar como nutróloga e endocrinologista
Unimed Goiânia descredencia duas clínicas especializadas no atendimento de pessoas com TEA
CFM altera normas para recomendações de cirurgia bariátrica; entenda as mudanças
Polícia prende médica e interdita clínica de emagrecimento no Setor Bueno
Governo de Goiás implanta projeto para reduzir fila de espera em hospitais
Consolidação da telemedicina: uma realidade presente na saúde
https://medicinasa.com.br/consolidacao-telemedicina/
TV ANHANGUERA
Polícia fecha clínica e prende médica suspeita de atuar como nutróloga e endocrinologista
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Unimed Goiânia descredencia duas clínicas especializadas no atendimento de pessoas com TEA
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INFOMONEY
CFM altera normas para recomendações de cirurgia bariátrica; entenda as mudanças
Novas regras sobre a realização de cirurgia bariátrica foram estipuladas e publicadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) nesta terça-feira (20).
A entidade alterou as diretrizes para incluir determinadas recomendações médicas, como a realização do procedimento em adolescentes e em pessoas com índice de massa corporal (IMC) mais baixo.
Utilizada no tratamento da obesidade e de doenças associadas, a cirurgia bariátrica registrou 291 mil procedimentos realizados no Brasil entre 2020 e 2024, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
As alterações foram feitas com base em evidências científicas que demonstram que a cirurgia é segura para esses grupos.
Mudanças
Em janeiro deste ano, uma comissão global publicou um artigo na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, propondo uma nova abordagem para classificar e diagnosticar a obesidade.
A ideia é ir além do Índice de Massa Corporal (IMC) para identificar e tratar a obesidade, utilizando outras medidas de excesso de gordura corporal, assim como outros sinais e sintomas objetivos de problemas de saúde no nível individual.
A alteração nas normas feita pelo CFM agora inclui pessoas com IMC entre 30 e 35, faixa que corresponde à obesidade grau I, o que significa que elas se tornam elegíveis para o procedimento.
No entanto, ainda é necessário que apresentem alguma condição de saúde associada. Nesse aspecto, as regras também foram modificadas.
Antes, apenas pacientes com diabetes diagnosticado há menos de 10 anos e com idade entre 30 e 70 anos podiam se submeter ao procedimento. Agora, não há mais limite de idade nem tempo mínimo de diagnóstico.
Pessoas com IMC de 30 já podem se submeter à cirurgia bariátrica se tiverem uma das seguintes doenças:
- Diabetes tipo 2;
- Doença cardiovascular grave;
- Apneia do sono grave;
- Doença renal crônica em estágio inicial;
- Doença gordurosa hepática (esteatose hepática);
- Refluxo gastroesofágico.
Com isso, a nova resolução torna a cirurgia acessível a um número maior de pacientes, considerando o impacto da obesidade, mesmo em estágios menos avançados.
Adolescentes
Antes, adolescentes entre 16 e 18 anos só podiam se submeter à cirurgia caso se enquadrassem em padrões específicos, como ter as cartilagens das epífises de crescimento dos punhos consolidadas.
Além disso, menores de 16 anos só eram autorizados a se submeter ao procedimento se estivessem participando de pesquisas científicas, uma vez que a cirurgia nessa faixa etária era considerada experimental.
Agora, diante de estudos longitudinais que demonstraram a segurança e a eficácia das cirurgias, pacientes a partir de 16 anos poderão ser elegíveis para o tratamento, seguindo os mesmos critérios dos adultos, desde que compreendam os riscos e a necessidade de mudança de hábitos de vida inerentes ao procedimento.
Em situações excepcionais, adolescentes entre 14 e 15 anos também poderão ser submetidos à cirurgia. Para isso, deverão apresentar obesidade grave (IMC acima de 40 kg/m²) associada a riscos clínicos relevantes. A decisão deverá ser cuidadosamente avaliada por uma equipe multidisciplinar e pela família.
“Se ele (o adolescente) preencher todos os pré-requisitos, estará apto a realizar o procedimento. Antes, não tínhamos estudos efetivos que mostrassem isso, mas pesquisas nacionais e internacionais evidenciaram que a cirurgia também oferece benefícios e segurança para essas crianças”, explica o médico Sérgio Tamura, relator da nova resolução.
Outras alterações
A nova resolução do CFM também atualizou as técnicas permitidas para a cirurgia bariátrica. Foram mantidos como principais procedimentos o bypass gástrico e a gastrectomia vertical, também conhecida como sleeve, ambos considerados seguros e eficazes. Já técnicas como a banda gástrica ajustável e a cirurgia de Scopinaro foram oficialmente proibidas.
Algumas técnicas que antes eram consideradas experimentais agora foram oficialmente reconhecidas pelas normas, mas ainda são indicadas apenas para casos específicos e sob supervisão especializada.
Entre elas estão o duodenal switch com gastrectomia vertical e o bypass gástrico com anastomose única, recomendados quando o tratamento convencional não produz os resultados esperados.
As exigências quanto à estrutura hospitalar também foram reforçadas. A cirurgia deverá ser realizada em hospitais de grande porte, com capacidade para procedimentos de alta complexidade, UTI e plantão médico 24 horas. Já os pacientes com IMC acima de 60 só poderão ser operados em unidades com estrutura física adaptada e equipe multidisciplinar qualificada, devido à maior complexidade e ao risco de complicações nesses casos.
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A REDAÇÃO
Polícia prende médica e interdita clínica de emagrecimento no Setor Bueno
Local operava sem o alvará da Vigilância
Agentes da Central Geral de Flagrantes de Goiânia, em conjunto com a Vigilância Sanitária e com o Conselho Regional de Educação Física, deflagraram, nesta terça-feira (20/5), uma operação que resultou na prisão em flagrante de uma médica no Instituto Nutrir, localizado no setor Bueno. Segundo a corporação, a profissional, que é apenas clínica geral, se passava por nutróloga e endocrinologista, prometendo aos pacientes, principalmente por meio das redes sociais, promessas de emagrecimento rápido.
De acordo com o delegado Humberto Teófilo, responsável pela prisão da médica, ela chegava a prescrever medicamentos redutores de apetite e mantinha em depósito diversos fitoterápicos para o tratamento de emagrecimento. Além disso, a clínica operava sem o alvará da Vigilância Sanitária e possuía uma academia clandestina, que também foi interditada.
A profissional foi enquadrada inicialmente no artigo 282 do Código Penal, que trata do exercício ilegal da medicina, e no artigo 68 do Código de Defesa do Consumidor, que se refere à propaganda enganosa. Durante a operação, vários documentos e produtos foram apreendidos, e as autoridades continuam investigando a situação.
A reportagem tentou contato com a defesa do Instituto Nutrir e da médica Bianca Butterby, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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Governo de Goiás implanta projeto para reduzir fila de espera em hospitais
Ação será lançada em junho
O Governo de Goiás implanta um projeto pioneiro que pode reduzir fila de espera pela metade nos hospitais estaduais. A iniciativa tem a parceria do Healthcare Improvement (IHI)/Albert Einstein e será lançada em junho pelo governador Ronaldo Caiado. O objetivo é otimizar o fluxo de pacientes, integrar a rede hospitalar e otimizar o uso dos leitos hospitalares, buscando reduzir a superlotação, diminuir pela metade o tempo de espera por vagas e melhorar a qualidade do atendimento nos hospitais espalhados pelas cinco macrorregiões de saúde.
O secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, informou que as ações serão realizadas imediatamente e devem durar cerca de 18 meses. No primeiro momento, serão realizadas visitas em todos hospitais para traçar o diagnóstico das dificuldades e oportunidades de melhoria do atendimento.
Em seguida, equipes serão capacitadas e os líderes serão multiplicadores na implantação das ações. “Teremos uma saúde cada vez mais inclusiva, atendendo às pessoas independente do lugar onde estejam, melhorando a qualidade de vida da população. Estamos muito felizes com a realização desse sonho, que é levar esse projeto aos quatro cantos do estado”, acrescentou.
De acordo com o subsecretário de Políticas e Ações em Saúde, Luciano de Moura Carvalho, o projeto já vem sendo desenhado há 7 meses e deve melhorar o fluxo de trabalho nas unidades. “A partir de experiência do trabalho desenvolvido pelo IHI/ Albert Einstein em várias partes do Brasil e do mundo, trouxemos essa ferramenta para Goiás com o objetivo de reduzir o tempo de espera, oferecer um serviço de qualidade e com máximo de eficiência possível nas nossas unidades”, informou.
Iniciativa inédita
Segundo o IHI/ Albert Einstein, que liderou mais de 200 iniciativas de melhoria de qualidade em larga escala em hospitais, o projeto deve possibilitar a redução das filas por atendimento pela metade. O diretor regional do Hospital Albert Einstein em Goiás, Felipe Piza, explicou que o estado será pioneiro ao reunir todos os hospitais em um único fluxo de processos. “Como resultado, vamos atender uma maior quantidade de pacientes, reduzir tempo de internação, eventos graves e evitar desperdícios”, acrescentou.
A iniciativa é esperada com grande expectativa pelos diretores de hospitais. O diretor do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), uma das unidades mais demandadas do estado, Guillermo Sócrates, comemorou a iniciativa. “É muito importante para nós que estamos diretamente na assistência e temos mais de 515 leitos. Precisamos desse ordenamento para que além das urgências e emergências, possamos atender com mais celeridade os pacientes eletivos”, afirmou.
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MEDICINA S/A
Consolidação da telemedicina: uma realidade presente na saúde
Durante anos, a ideia de atendimento médico por videochamadaera frequentemente associada ao futuro da medicina — um avanço tecnológico distante, restrito a ambientes altamente inovadores ou situações emergenciais. Contudo, essa visão tornou-se obsoleta. A telemedicina, hoje, é parte integrante da realidade do sistema de saúde moderno e um recurso imprescindível para o cuidado eficiente, acessível e contínuo da população. É notório que a pandemia da covid-19 funcionou como catalisadora desse processo. A necessidade urgente de distanciamento social impulsionou uma transformação significativa na maneira como os serviços médicos são prestados. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 70% dos países adotaram ou expandiram o uso da telemedicina durante esse período. No Brasil, o número de atendimentos remotos saltou de cerca de 2 mil por mês para mais de 300 mil por mês em 2020, demonstrando a rápida adaptação do setor.
A videochamada médica deixou de ser uma alternativa pontual e se estabeleceu como solução concreta para inúmeras situações clínicas. O que surpreende positivamente é que, mesmo após o arrefecimento da crise sanitária, a telemedicina não apenas se manteve, como se fortaleceu e consolidou-se como prática indispensável em diversas regiões do país. Um levantamento realizado pela consultoria McKinsey apontou que 76% dos pacientes brasileiros manifestaram interesse em continuar utilizando o serviço mesmo no cenário pós-pandêmico, evidenciando a aceitação popular do modelo.
Vale destacar que a proposta da telemedicina não é substituir o atendimento presencial em casos que exigem exame físico detalhado ou intervenções diretas. No entanto, ao evitar deslocamentos desnecessários, reduzir filas e desafogar unidades de pronto atendimento, esse modelo se mostra extremamente eficaz tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. O Hospital Israelita Albert Einstein observou, por exemplo, uma redução de até 60% na necessidade de atendimentos presenciais de baixa complexidade após a adoção da telemedicina.
Em um contexto de constante sobrecarga dos serviços de urgência e emergência, o uso responsável da tecnologia representa um avanço importante para a sustentabilidade do sistema. Além disso, a telemedicina promove um cuidado mais dinâmico, ágil e personalizado. Permite que o paciente receba orientações médicas de forma segura e conveniente, sem comprometer sua rotina ou qualidade de vida. Esse modelo está plenamente integrado às grandes capitais e, segundo a Fiocruz, já alcança também cidades pequenas: cerca de 40% dos municípios com menos de 20 mil habitantes passaram a oferecer atendimento remoto, promovendo maior equidade no acesso à saúde.
A implementação de serviços de pronto-socorro online não é um modismo passageiro, mas sim uma mudança de paradigma. O serviço representa um avanço não só tecnológico, mas também de visão: entender que a saúde precisa estar onde o paciente está — e, hoje, isso significa também estar na tela do celular. É fundamental, entretanto, manter o foco na qualificação dos serviços prestados. A tecnologia deve ser vista como um meio e não como um fim. Humanização, segurança das informações, ética profissional e qualidade do atendimento continuam sendo pilares inegociáveis, mesmo no ambiente virtual.
Negar a relevância atual da telemedicina é ignorar uma transformação já em curso. A medicina evoluiu, o perfil dos pacientes mudou, e a forma de oferecer cuidado precisa acompanhar essa nova realidade. A videochamada médica, outrora vista como um recurso futurista, hoje ocupa lugar central no presente da prática médica. E compreender isso é essencial para quem deseja promover uma saúde mais eficiente, acessível e inteligente.
*Marco Antonio Benedetti Filho é Diretor Presidente da Unimed Franca.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
MEC proíbe Medicina, Odonto, Direito, Enfermagem e Psicologia a distância
Como o exame nacional de proficiência pode melhorar a formação médica?
CFM recebe manifestação de apoio ao cidadão brasileiro
https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-recebe-manifestacao-de-apoio-ao-cidadao-brasileiro
Setor de dispositivos médicos prevê alta de 15% nas vendas
https://medicinasa.com.br/dispositivos-alta-vendas/
Pesquisa aponta déficit alarmante de médicos patologistas no Brasil
https://medicinasa.com.br/deficit-medicos-patologistas/
Artigo - Defesa do ato médico – uma análise dos aspectos atuais
https://medicinasa.com.br/defesa-ato-medico/
AGÊNCIA BRASIL
MEC proíbe Medicina, Odonto, Direito, Enfermagem e Psicologia a distância
Decreto também cria modalidade híbrida
Os cursos superiores de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia devem ser ofertados exclusivamente no formato presencial. A medida, determinada pelo decreto da Nova Política de Educação a Distância (EAD), assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta segunda-feira (19/5), em Brasília, também determina que os demais cursos da área de saúde e licenciaturas deverão ser ofertadas nos formatos presencial ou semipresencial (híbrido).
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o foco do novo marco regulatório é “o estudante e a valorização dos professores: a garantia de infraestrutura nos polos, a qualificação do corpo docente, a valorização da interação e mediação para uma formação rica e integral, independentemente da distância física.”
Na cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o marco regulatório traz regras mais claras para garantir qualidade da oferta.
“Nós acreditamos que a educação a distância pode proporcionar ao estudante uma experiência rica quanto aos demais cursos, desde que haja um efetivo compromisso de todos com o processo de ensino e aprendizagem, que se estabelece nesse modelo”, diz Camilo Santana.
As instituições de ensino superior terão dois anos de transição para adaptação gradual dos cursos.
De acordo com o ministro Camilo, as novidades principais da nova política são:
- as aulas online ao vivo deverão ter um máximo de 70 alunos por professor ou mediador pedagógico, para valorização destes profissionais;
- criação do modelo semipresencial, com atividades presenciais físicas e atividades virtuais ao vivo (síncronas) mediadas.
mais atividades presenciais e avaliações, com infraestrutura física e tecnológica adequada nos polos EAD.
Os polos de EAD serão reconhecidos como espaços acadêmicos de apoio, devendo atender a requisitos mínimos de infraestrutura física e tecnológica, como salas de coordenação, ambientes de estudo, laboratórios e acesso à internet. Não será permitido o compartilhamento de polos entre instituições de ensino superior.
O decreto cria, ainda, o cargo de mediador pedagógico, com formação compatível com o curso e vínculo formal com a instituição de ensino. O número destes profissionais deverá ser informado no Censo da Educação Superior, anualmente. A função de um mediador pedagógico será diferente do tutor, que era limitada a tarefas administrativas.
Outra determinação do decreto é que deverá haver pelo menos uma avaliação presencial a cada disciplina curricular, que deverá representar a maior parte da nota final, inclusive em cursos EAD.
Formatos das aulas
O decreto permite a modalidade semipresencial para cursos superiores, a exemplo dos cursos de licenciatura e da área de saúde, que poderão ser ofertados nesse formato, mas que terão limites para a carga horária virtual.
Em resumo, os três formatos contemplados pelo novo marco regulatório são de aulas:
- presenciais: caracterizado pela oferta majoritária de carga horária presencial física, com limite de até 30% de EAD;
semipresenciais: atividades presenciais físicas (estágio, extensão, práticas laboratoriais) e virtuais ao vivo (síncronas) mediadas, além de carga horária a distância;
- a distância: caracterizado pela oferta preponderante de carga horária a distância. Antes, não havia limite mínimo para atividades presenciais. Com o novo decreto, este limite mínimo passa a ser de 20% atividades presenciais e/ou online (síncronas) mediadas, com a exigência de provas presenciais.
O controle de frequência dos estudantes é obrigatório.
Relembre
Em junho de 2024, o MEC suspendeu a criação de novos cursos de graduação EaD, novas vagas e polos até 10 de março de 2025.
A medida teve o objetivo de reformular os novos referenciais de qualidade da EAD e criar este novo marco regulatório para oferta de cursos de graduação na modalidade EaD pelas instituições de ensino superior.
No início de maio, o Ministério da Educação prorrogou o prazo pela segunda vez para 9 de junho.
EAD em números
O MEC aponta que, no período de 2018 a 2023, os cursos a distância cresceram 232% no país.
Em 2023, o número de ingressantes em cursos EAD foi o dobro dos ingressantes nos cursos presenciais. De acordo com o Censo da Educação Superior 2023, divulgado em outubro de 2024 pelo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na modalidade de EAD, a oferta de vagas foi de 77,2% (19.181.871); já as presenciais representaram 22,8% (5.505.259).
Se considerada somente a rede pública de ensino superior, a maior parte dos ingressos ocorreu nas graduações presenciais: 85% (481.578). Os outros 15% (87.511) são alunos de cursos a distância.
Na rede privada, a situação se inverte: 73% (3.226.891) dos ingressos em cursos de ensino superior foram na modalidade EAD, enquanto 27% (1.198.012) ingressaram em cursos presenciais.
Dos 5.570 municípios do Brasil, 3.392 deles têm estudantes matriculados em cursos de EAD. Esses municípios representam 93% da população brasileira.
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VEJA
Como o exame nacional de proficiência pode melhorar a formação médica?
O Brasil vive uma expansão sem precedentes na formação médica. Com quase 400 escolas médicas em funcionamento, o país ocupa a segunda posição mundial nesse quesito, ficando atrás apenas da Índia, cuja população é mais de seis vezes maior . Desde 1990, o número de faculdades de medicina no Brasil quase quintuplicou. Essa proliferação de instituições, muitas vezes estabelecidas sem a infraestrutura adequada e com carência de corpo docente qualificado, levanta preocupações sobre a qualidade da formação médica oferecida. A ausência de hospitais-escola e laboratórios bem equipados em diversas dessas faculdades compromete a formação prática dos estudantes, essencial para o exercício da medicina . Além disso, a distribuição desigual dos profissionais formados acentua as disparidades regionais no acesso à saúde. Enquanto o Sudeste concentra 51% dos médicos, regiões como o Norte enfrentam escassez, com apenas 4,9% dos profissionais .Neste contexto, o Projeto de Lei nº 785/2024, proposto pelo deputado Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior, surge como uma iniciativa para estabelecer um padrão mínimo de competência para o exercício da medicina no país. Ao instituir o Exame Nacional de Proficiência em Medicina como requisito para o registro profissional, a proposta visa assegurar que apenas os profissionais devidamente capacitados possam atuar, promovendo a segurança e a qualidade no atendimento à população. Neste cenário, em que a quantidade corre o risco de comprometer a qualidade, iniciativas que busquem garantir um padrão mínimo de excelência tornam-se não apenas bem-vindas, mas urgentes. Por isso, convidei o médico, ortopedista e deputado federal, Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior, autor do Projeto de Lei nº 785/2024, para esta conversa em minha coluna. O projeto propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina como condição para o registro profissional, uma proposta que pode representar um divisor de águas na salvaguarda da qualidade médica no país.
Dr. Fabiano Serfaty:Qual o principal impacto esperado do Exame Nacional de Proficiência em Medicina na qualidade do atendimento à população?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: A qualidade do atendimento da população brasileira está diretamente ligada a boa formação dos profissionais de saúde , especialmente a diferença entre um médico com uma boa formação e uma conduta adequada de um médico de formação precária. O Exame Nacional de Proficiência Médica vai garantir que todo médico formado no Brasil tenha uma formação médica adequada.
Dr. Fabiano Serfaty:De que forma o exame pode expor falhas estruturais nos cursos de medicina atualmente em funcionamento no Brasil?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: O objetivo de realizar um exame seriado é justamente, fazer com que as Faculdades de Medicina sejam avaliadas anualmente a partir dos resultados dos seus alunos! Os maus resultados no exame de proficiência levará a melhoria do nível das faculdades ou ao fechamento das mesmas pois ninguém vai pagar para um filho não sair formado de uma faculdade particular.
Dr. Fabiano Serfaty: Como o modelo seriado do exame contribui para uma avaliação mais precisa da formação médica ao longo dos anos de graduação?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: No exame seriado, os alunos serão avaliados nas matérias e áreas específicas que aprenderam naquele ano e conhecimento acumulado ao longo do curso, com provas nacionais desenvolvidas pelo Conselho Nacional de Medicina(CFM), o que irá gerar a certeza da qualidade da formação do médico em todo território nacional.
Dr. Fabiano Serfaty:Quais critérios técnicos serão usados para definir o conteúdo e o nível de exigência das provas?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: No exame seriado, os alunos serão avaliados nas matérias e áreas específicas que aprenderam naquele ano e conhecimento acumulado ao longo do curso, com provas nacionais desenvolvidas pelo Conselho Nacional de Medicina(CFM), o que irá gerar a certeza da qualidade da formação do médico em todo território nacional.
Dr. Fabiano Serfaty:O exame pretende uniformizar o padrão de competência médica no país. Como isso se articula com a autonomia das instituições de ensino?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior:
Dr. Fabiano Serfaty:Em que medida o crescimento desordenado de faculdades de medicina compromete a segurança dos pacientes no sistema de saúde?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: Às provas serão de responsabilidade do Conselho Federal de medicina , com apoio do MEC e da AMB.
Dr. Fabiano Serfaty: Como garantir que o exame funcione como instrumento de qualificação e não como barreira artificial ao exercício profissional?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: A autonomia universitária se mantém, na forma da aplicação e metodologia de ensino, mas o conteúdo do ensino médico não pode e não deve ser diferente ao final da formação médica.
Dr. Fabiano Serfaty:O projeto prevê repescagens e avaliações complementares. Qual o racional técnico por trás dessa estrutura de compensação?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: Um aluno que cursou os 6 anos e não passou no exame , tem que ter outras chances para se dedicar e ser aprovado.
Dr. Fabiano Serfaty: Existe uma estimativa do impacto que a aplicação do exame teria hoje sobre os recém-formados em medicina?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior:O principal impacto será a melhoria da formação do médico no Brasil.
Dr. Fabiano Serfaty: O que impede que o mesmo modelo seja futuramente adotado em outras áreas críticas como odontologia, enfermagem ou psicologia?
Dr. Luiz Antônio Teixeira Júnior: Nada impede. Pelo contrário. Queremos avançar em todas as áreas da Saúde no Brasil.
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PORTAL CFM
CFM recebe manifestação de apoio ao cidadão brasileiro
O Conselho Federal de Medicina (CFM) recebeu mensagem de agradecimento e apoio pelo trabalho “incansável e destemido” realizado pela Autarquia. Na manifestação convocada por Ulisses da Costa Batista, ele destaca: “A dedicação em lutar contra o erro e buscar sempre o melhor para a comunidade é verdadeiramente inspiradora e digna de todo nosso respeito”.
No agradecimento e apoio encaminhado ao Conselho, Ulisses declara: “Nós, como sociedade, nos sentimos mais seguros e amparados sabendo que há um grupo tão dedicado e íntegro zelando por nossos interesses e pelo bem-estar de nosso país.
O CFM agradece à manifestação.
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MEDICINA S/A
Setor de dispositivos médicos prevê alta de 15% nas vendas
O setor de dispositivos médicos no Brasil projeta crescimento nos próximos meses. Segundo levantamento realizado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos) com suas associadas, as vendas devem subir 15% entre maio e junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, 75% das associadas planejam aumentar sua produção e 36% pretendem expandir sua equipe para atender à nova demanda.
“O aumento da tabela SUS em todo o Brasil e a criação da tabela SUS Paulista influenciaram essa demanda. Por outro lado, o governo do estado de São Paulo, com o intuito de reduzir a fila para cirurgias ortopédicas, também contribuirá para esse aumento nas vendas”, analisa Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO.
Apesar do cenário positivo, a pesquisa traz um alerta importante: a expectativa é de que a inadimplência cresça 31% em relação ao mesmo período de 2024. Esse aumento está relacionado à retenção de pagamentos por parte das operadoras de saúde suplementar, o que afeta diretamente o fluxo de caixa dos hospitais. Como consequência, toda a cadeia de suprimentos sofre impacto — especialmente o fornecimento de produtos médicos por pequenas e médias empresas, que têm menor margem de manobra financeira.
A pesquisa envolveu empresas de diversos segmentos, como médico-hospitalar (50%), odontológicos (13%), implantes (16%), materiais de consumo (13%), e outros segmentos como reabilitação e laboratório e radiologia (8%), com a maioria das operações concentradas em São Paulo (74%), mas também com presença significativa em estados como Minas Gerais e Paraná.
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Pesquisa aponta déficit alarmante de médicos patologistas no Brasil
Atualmente, no Brasil, existem apenas 2,08 médicos patologistas para cada 100 mil habitantes, número bem abaixo do estimado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 5 a 6 patologistas a cada 100 mil habitantes. Hoje no País existem apenas 4.424 patologistas, sendo que parte deles possui outra especialidade com a qual trabalha. É o que revelam os dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025, publicada em maio e realizada pelo Ministério da Saúde, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Segundo Gerônimo Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), entidade que representa profissionais da Patologia, devido ao baixo número desses especialistas em diagnóstico de doenças, o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer ficam comprometidos. Atualmente, segundo dados do Radar do Câncer analisados pelo próprio Instituto Oncoguia, 58% das pessoas diagnosticadas com câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) iniciam seus tratamentos já nos estágios avançados ou metastáticos, impedindo um prognóstico mais positivo.
A remuneração prevista na Tabela de Procedimentos do SUS para exames diagnósticos em Patologia está severamente defasada”, afirma o presidente da SBP. Em 2019, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) já havia identificado o diagnóstico histopatológico como um dos principais gargalos na linha de cuidado oncológico. Atualmente, o SUS paga apenas R$40,78 por exames essenciais, como a biópsia – fundamental para o diagnóstico de câncer – um valor absolutamente desproporcional à complexidade e importância do procedimento.
“O que temos observado ao longo dos últimos seis anos, após a auditoria do TCU que evidenciou o diagnóstico patológico como um gargalo, é a inércia diante da questão. Nada de concreto foi implementado para solucionar os desafios que envolvem o diagnóstico oncológico no País”, afirma Gerônimo Jr.
Desigualdades regionais – A pesquisa “Meu SUS é diferente do seu”, publicada em abril e desenvolvida pelo Oncoguia, também evidencia a persistência na desigualdade no acesso ao tratamento do câncer entre os hospitais oncológicos do SUS no Brasil. Entre outros dados, a pesquisa mostrou que as terapias recomendadas internacionalmente estão disponíveis em menos de 5% dos hospitais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, especialmente no tratamento de pulmão e melanoma.
“Um exemplo claro dessa realidade: na região Norte, temos apenas 177 patologistas, segundo a Demografia Médica. Imagine uma paciente do Acre, onde há apenas dez patologistas, que recebe um diagnóstico de câncer de mama – um processo que já tende a ser demorado. Durante a cirurgia, a presença do patologista é fundamental para avaliar as margens tumorais em tempo real, orientando o cirurgião sobre a necessidade de retirar mais tecido para garantir margens livres”, explica Gerônimo Jr.
No entanto, complementa o presidente da SBP, na ausência de um patologista no centro cirúrgico, a abordagem inicial pode ser inadequada, resultando em margens comprometidas e na necessidade de tratamentos adicionais, como a radioterapia, o que onera o sistema. Esse custo poderia ser evitado se esse profissional estivesse presente para assegurar uma conduta cirúrgica mais assertiva já no primeiro tempo operatório.
Os outros Estados da região Norte também possuem poucos patologistas, existindo do menor para o maior em números: no Amapá (9), em Roraima (11), em Rondônia (24), no Tocantins (24), no Amazonas (34) e no Pará (65), o que é distante da realidade de São Paulo, que conta com 1.468, ainda que esse estado tenha maior densidade populacional e, dessa maneira, maior demanda para a realização de exames diagnósticos. Ainda assim, em estados da região Norte, há uma incidência crescente de tipos de cânceres como o de estômago em relação a outras regiões.
“Desde outubro do ano passado, a SBP foi contatada pelo Ministério da Saúde e tem participado de várias reuniões com o objetivo de firmarmos um Termo de Cooperação Técnica. Nossa intenção é oferecer todo o suporte técnico e a expertise na construção de soluções voltadas ao diagnóstico oncológico no País. No entanto, é fundamental que esse tema seja tratado com a urgência que merece, garantindo a celeridade necessária para sua implementação”, afirma Gerônimo Jr.
Crescimento insuficiente – Dados da Demografia Médica 2025 demonstram, ainda, que houve um avanço no número de médicos formados e de especialistas em diferentes áreas médicas. No entanto, esses profissionais estão mais concentrados em regiões como o Sudeste e nos grandes centros, sendo reduzido seu número em regiões como o Norte e em municípios do interior do Brasil. Com isso, o País fica atrás de outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na média mundial de 3,70 médicos a cada 1.000 habitantes e do percentual de 62,1% de especialistas em relação ao total do número de médicos em atividade, possuindo, respectivamente, 2,98 e 59,1%.
Ademais, em relação às residências médicas, que formam especialistas, apenas seis especialidades concentram quase 55% dos residentes, sendo elas: Clínica Médica (13,6%), Pediatria (10,5%), Cirurgia Geral (9,0%), Ginecologia e Obstetrícia (8,6%), Anestesiologia (6,6%) e Medicina de Família e Comunidade (6,5%), áreas ligadas ao tratamento e prevenção de grandes grupos populacionais ou situações de saúde frequentes, também muito demandadas pelo sistema de saúde e mercado de trabalho e, portanto, com maior número de vagas.
Conforme analisa Gerônimo Jr., apesar de em 2024 ter havido um crescimento de 185,4% no número de patologistas no Brasil em relação a 2011, indo de 1.550 para 4.424 em pouco mais de 10 anos, muitas vagas em programas de residência médica em Patologia ainda ficam ociosas. Com isso, o número atual representa apenas 0,9% do total de especialistas de todo o País, considerando todas as áreas médicas. “Esse é um dos pontos que temos dialogado em caráter de urgência com o Ministério da Saúde”, conclui.
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Artigo - Defesa do ato médico – uma análise dos aspectos atuais
A lei que regula o ato médico é mais relevante do que nunca, pois vem sendo descumprida de forma sistemática. As invasões ao ato médico, caracterizando o exercício ilegal da medicina, nunca foram tão frequentes, resultando em uma evidente banalização do trabalho médico e colocando a saúde da população em sério risco.
O Brasil tem muito a perder com essa agressão às prerrogativas médicas e à lei do ato médico, tanto do ponto de vista ético quanto técnico, jurídico e financeiro. A falta de respeito à legislação e a irresponsabilidade de quem realiza atos para os quais não teve formação adequada prejudicam a população, podendo até levar à perda de vidas.
As entidades médicas têm o dever de proteger a integridade da população. O exercício ilegal da medicina frequentemente resulta em outros crimes cometidos por profissionais de saúde inconsequentes, que buscam lucros às custas da ignorância dos incautos. Recentemente, em Santa Catarina, foi desmantelada uma quadrilha que vendia testosterona e realizava procedimentos invasivos com drogas não recomendadas, expondo a população a riscos imensos. A intervenção do Conselho Regional de Medicina, em conjunto com o Ministério Público e a Polícia Federal, foi essencial para fechar a clínica e prender os responsáveis por esses crimes, que deveriam ser punidos com rigor.
No III Fórum do CFM, ouvimos um depoimento impactante de uma vítima da “profissional” irresponsável, que não possui nem o segundo ciclo escolar completo, clamando por ajuda das autoridades jurídicas e médicas para evitar que casos semelhantes ocorram no futuro. O desrespeito ao ato médico traz prejuízos evidentes ao sistema judiciário e à saúde pública, conforme apontado por juízes e diretores da ANS.
É crucial que sejam criados e divulgados trâmites legais e jurídicos para a defesa das vítimas dessas atrocidades. Os conselhos de medicina devem acolher denúncias e, ao analisar a gravidade dos casos, buscar apoio de entidades jurídicas e do Ministério Público para coibir, de maneira rigorosa e multiprofissional, essas práticas prejudiciais ao paciente.
No mesmo fórum, foi assinado um termo de cooperação técnica em prol da segurança do paciente e da defesa do ato médico. O CFM já possui um guia de orientação sobre condutas frente ao exercício ilegal da medicina.
Outro aspecto importante são as ameaças às prerrogativas médicas, incluindo abusos de autoridade, riscos sanitários e violações de sigilo. Casos recentes de invasão de ambientes médicos por parlamentares, com pressão psicológica sobre médicos, devem ser combatidos com medidas judiciais apropriadas. O sigilo médico, consagrado no juramento de Hipócrates, deve ser mantido como uma prerrogativa exclusiva do médico.
Os direitos dos médicos também precisam ser considerados. A infraestrutura para um bom atendimento e a sobrecarga de trabalho são preocupações que devem ser abordadas, uma vez que há corresponsabilidade do médico com a instituição em que trabalha.
Por fim, é fundamental valorizar a medicina e combater a precarização do trabalho médico. O respeito ao médico como trabalhador e o investimento na formação de especialistas e generalistas, sempre priorizando a qualidade, devem ser o norte das entidades representativas.
Defender o ato médico, realizado exclusivamente por profissionais bem formados e respeitados, é garantir que a saúde, um direito de todos, seja atendida de forma adequada e de qualidade para nossa população.
*Antonio José Gonçalves é Presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).
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Assessoria de Comunicação
Preços de Medicamentos para Hospitais sobem 4,18% em abril
Escrito por AdministradorPreços de Medicamentos para Hospitais sobem 4,18% em abril

Abril é, historicamente, o mês dos reajustes nos preços de medicamentos. O que pesa no bolso do consumidor final também gera forte impacto sobre os hospitais, que precisam lidar com aumentos concentrados em um curto período e, muitas vezes, acima da média inflacionária. O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) de abril desse ano, elaborado pela Fipe com base em dados transacionais da empresa de tecnologia Bionexo, registrou alta de 4,18% no mês, movimento puxado por fortes altas em grupos como imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+18,89%).
O salto nos preços hospitalares contrasta com a inflação ao consumidor, medida pelo IPCA, que foi de 0,43% no mesmo período. Segundo o IBGE, o grupo saúde e cuidados pessoais liderou a alta entre os segmentos analisados (+1,18%), influenciado pela elevação nos preços de produtos farmacêuticos (+2,32%), com destaque para anti-inflamatórios e antirreumáticos (+3,63%), anti-infecciosos e antibióticos (+3,50%) e psicotrópicos e anorexígenos (+3,08%).
A alta ocorre no mês em que entraram em vigor os reajustes anuais de medicamentos autorizados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que estabeleceram os seguintes níveis máximos, aplicáveis a diferentes grupos de medicamentos de acordo com o nível de concorrência/grau de concentração de mercado:
a) nível 1: até 5,06% para medicamentos com maior concorrência;
b) nível 2: até 3,83% para medicamentos que enfrentam média concorrência no mercado;
c) nível 3: até 2,60% para medicamentos de pouca ou nenhuma concorrência de mercado.
De acordo com o informe oficial do Governo Federal, o índice de correção médio proposto (3,83%) é o menor para esse nível desde 2018 (quando foi de 2,47%).
https://medicinasa.com.br/wp-content/uploads/2025/05/IPMH-1-300x196.jpg 300w, https://medicinasa.com.br/wp-content/uploads/2025/05/IPMH-1-768x501.jpg 768w" sizes="(max-width: 650px) 100vw, 650px" style="box-sizing: border-box; vertical-align: middle; height: auto; max-width: 100%; clear: both; display: block; margin: 10px auto;">
“O índice revela uma pressão significativa sobre os custos hospitalares, que tende a se acentuar diante de reajustes autorizados e oscilações cambiais. Esse movimento preocupa não só hospitais, mas todo o ecossistema de saúde, que já opera com margens apertadas e demanda crescente por serviços”, afirma Rafael Barbosa, CEO da Bionexo. “É fundamental que as instituições invistam em inteligência de compras e em ferramentas que aumentem a previsibilidade e o controle de gastos.”
O reajuste não significa aumento automático dos preços. De acordo com o Governo Federal, para os consumidores, a definição anual de um teto para o preço dos medicamentos busca garantir o acesso a eles, já que a lei impede aumentos excessivos e protege o poder aquisitivo da população. Já para o setor farmacêutico, o mecanismo permite compensar impactos de custos, o que é essencial para a continuidade do fornecimento de medicamentos.

“O IPM-H registrou uma alta importante de 4,18% em abril, acelerando de forma significativa em relação ao mês anterior, que teve uma variação de apenas 0,30%”, afirma Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe. Segundo ele, o comportamento dos preços em abril impulsionou o acumulado do IPM-H para 5,38% no ano e 5,03% nos últimos 12 meses. “Esses números mostram que a inflação hospitalar avança de forma mais intensa que a inflação geral da economia, o que exige atenção do setor de saúde para o impacto nos custos e no planejamento orçamentário”, explica.
Entre os grupos terapêuticos que compõem a cesta de cálculo do IPM-H, a maioria apresentou forte alta nos preços, especialmente imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+18,89%). Em seguida, destacaram-se as variações mensais em: preparados hormonais (+3,29%); aparelho geniturinário (+2,89%); aparelho respiratório (+2,31%); agentes antineoplásicos (+2,29%); órgãos sensitivos (+0,83%); sistema musculoesquelético (+0,72%); aparelho cardiovascular (+0,43%). Em contrapartida, quatro grupos terapêuticos registraram redução de preço no mês: aparelho digestivo e metabolismo (-3,04%); sistema nervoso (-0,71%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-0,25%); e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-0,23%).

No balanço parcial do ano, o resultado do IPM-H passou a exibir uma alta acumulada de 5,38%, também com grande contribuição de imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+24,8%).

Comparativamente, nos últimos 12 meses encerrados em abril, a variação positiva do IPM-H (+5,03%) pode ser atribuída ao comportamento positivo dos preços dos seguintes grupos: imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+26,94%); aparelho digestivo e metabolismo (+14,44%); aparelho geniturinário (+3,25%); agentes antineoplásicos (+2,23%); aparelho respiratório (+2,07%); preparados hormonais (+2,06%); e anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+1,73%). Em contraponto, os preços acumularam variações negativas nos demais grupos: sistema musculoesquelético (-9,43%); aparelho cardiovascular (-5,09%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-3,82%); sistema nervoso (-2,52%); órgãos sensitivos (-2,11%).

Considerando a série histórica do IPM-H até abril de 2025, os preços de medicamentos para hospitais registraram uma elevação acumulada de 54,8%.
Fonte: Medicina S/A
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Falta de UTI na rede pública de Goiânia causa drama para pacientes
Robôs no hospital: inovação ou ameaça à humanidade no cuidado com a saúde?
O leito que falta: um problema de todos
Zanin dá 10 dias para CFM explicar norma que restringe transição de gênero
Curativo sustentável pode acelerar cicatrização de feridas graves
Governo amplia a vacinação contra a gripe para toda população em Goiás
https://news.conect.company/news-1747483231225-6943/
TV ANHANGUERA
Falta de UTI na rede pública de Goiânia causa drama para pacientes
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FOLHA DE PERNAMBUCO
Robôs no hospital: inovação ou ameaça à humanidade no cuidado com a saúde?
Em abril de 2025, a China inaugurou o Agent Hospital, o primeiro hospital do mundo totalmente operado por inteligência artificial (IA). Desenvolvido pela Universidade Tsinghua, em Pequim, o hospital conta com 14 médicos e 4 enfermeiros virtuais, todos alimentados por IA generativa. Esses agentes são capazes de realizar todo o processo de atendimento, desde a consulta inicial até o acompanhamento pós-tratamento, com uma taxa de precisão de 93,06% em diagnósticos de doenças respiratórias, superando muitos padrões de desempenho humano.
A eficiência do Agent Hospital é notável: ele pode atender até 3.000 pacientes por dia, algo que levaria anos para médicos humanos alcançarem. Além disso, o hospital pode realizar cirurgias minimamente invasivas, administrar medicamentos, aplicar vacinas e até oferecer sessões de psicoterapia baseadas em linguagem natural, com empatia simulada.
No entanto, essa inovação levanta questões importantes sobre a desumanização da medicina. O atendimento médico é, antes de tudo, uma relação humana. A escuta atenta, o olhar compassivo, a mão que toca, o silêncio que acolhe — esses elementos não constam nos manuais de programação. A presença do médico ao lado do paciente em momentos de dor, medo e fragilidade tem valor terapêutico e psicológico incontornável. Retirar esse contato, substituindo-o por uma voz robótica ou por respostas automatizadas, pode agravar o sofrimento e comprometer a confiança no cuidado.
Sob a perspectiva bioética, a automação da medicina exige reflexão à luz dos princípios da autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Um algoritmo pode ser eficaz, mas está apto a considerar contextos sociais, emocionais e espirituais do paciente? Está habilitado a ouvir as angústias de um diagnóstico terminal? A autonomia do paciente, por exemplo, só pode ser plenamente exercida quando ele é compreendido em sua integralidade — algo que a tecnologia, por mais avançada, ainda não é capaz de alcançar.
No campo do Direito, a atuação dos robôs na medicina também suscita questionamentos sobre a responsabilidade civil. Em caso de erro no diagnóstico, falha no procedimento ou prescrição indevida, quem responde? O médico que supervisiona a máquina, o hospital que a adquiriu, o programador do algoritmo? A jurisprudência ainda engatinha nessa seara, mas é certo que a utilização dessas ferramentas não exime os profissionais e as instituições de saúde de sua obrigação de cuidado, zelo e vigilância. A tendência será de aumento da responsabilidade objetiva das empresas e hospitais que optam por incorporar tecnologias em substituição ao julgamento humano.
No Brasil, um caso emblemático ocorreu em 2019, quando a 4ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC julgou um processo envolvendo um paciente submetido a uma cirurgia robótica. O paciente alegou ter sofrido danos devido à falta de esterilização dos instrumentos utilizados pelo robô. Apesar de o hospital apresentar etiquetas de esterilização e relatórios de controle de qualidade, o juiz entendeu que isso não era suficiente para afastar a responsabilidade objetiva do hospital, conforme previsto no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Nos Estados Unidos, o sistema cirúrgico robótico da Vinci, desenvolvido pela empresa Intuitive Surgical, também esteve no centro de diversas ações judiciais. Em 2014, a empresa reservou US$ 67 milhões para acordos relacionados a cerca de 3.000 processos que alegavam complicações como queimaduras internas, lesões em órgãos e até mortes atribuídas a falhas no equipamento ou uso inadequado. Um caso notório envolveu Sandra Sultzer, que faleceu após sofrer queimaduras internas durante uma cirurgia de câncer de cólon realizada com o robô da Vinci. Seu marido processou a fabricante, alegando falhas de design e treinamento inadequado dos profissionais. (drugwatch.com)
Nesse contexto, é importante destacar que a Resolução CFM nº 2.311/2022, do Conselho Federal de Medicina, regulamenta a prática da cirurgia robótica no Brasil. A norma estabelece critérios para a formação dos profissionais, requisitos técnicos e operacionais das instituições de saúde e obrigações éticas que assegurem a segurança do paciente. De acordo com a resolução, a cirurgia robótica deve ser sempre conduzida por médico capacitado, com responsabilidade plena sobre o procedimento, não se admitindo sua delegação a softwares ou sistemas autônomos. A regulamentação reforça que a tecnologia é ferramenta auxiliar, e não substitutiva da atuação médica. Essa diretriz legal e ética é essencial para que o avanço técnico não se sobreponha à proteção da vida e da dignidade humana.
Há, claro, vantagens evidentes no uso de tecnologias de apoio à decisão clínica e cirurgias assistidas por robôs — mas como ferramentas complementares, e não como substitutos do saber e do sentir humanos. O que está em jogo não é apenas a eficiência, mas o sentido da medicina como arte de cuidar.
Entramos, assim, em uma nova era: a era em que o ser humano enfermo, no momento de sua maior vulnerabilidade, precisa ser acolhido por outro ser humano — e não apenas por uma máquina. Não se trata de renegar o futuro, mas de garantir que ele seja construído com responsabilidade, ética e, acima de tudo, humanidade.
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CORREIO DO ESTADO
O leito que falta: um problema de todos
O Brasil vive hoje um dilema decisivo para o futuro da medicina e da saúde pública: o País precisa de mais médicos ou de melhores médicos? Essa pergunta surge na esteira da expansão acelerada de cursos de Medicina nas últimas décadas, muitos deles sem observar critérios técnicos e sem a estrutura mínima para garantir uma formação de qualidade.
Diante desse cenário, o Projeto de Lei (PL) nº 2.294/2024 – que propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina – configura medida necessária, urgente e transformadora. Essa proposta, já aprovada por unanimidade na Comissão de Educação do Senado e atualmente em análise na Comissão de Assuntos Sociais, estabelece que somente médicos aprovados nessa prova poderão obter registro nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).
A avaliação, a ser aplicada duas vezes ao ano, sob coordenação do Conselho Federal de Medicina (CFM), verificará se o recém-formado tem conhecimentos, habilidades e atitudes mínimas exigidas para o exercício da profissão. Assim, ela funcionará como uma forma de proteção da população, em especial das parcelas socialmente mais vulneráveis que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
De forma complementar, o PL nº 2.294/2024 contribui com uma reflexão sobre o sistema formador de médicos no País, o qual precisa ser urgentemente repensado, pelo bem das futuras gerações. Os números falam por si: entre 2010 e 2024, foram criados 210 cursos de Medicina, elevando o total para cerca de 390 escolas no País – 70% delas privadas. Contudo, esse avanço não necessariamente é sinônimo de qualidade.
O estudo Radiografia das Escolas Médicas, conduzido pelo CFM, revela um quadro preocupante dentro desse universo: em 78% dos municípios que abrigam esses cursos faltam leitos para práticas clínicas; em 57%, não há hospitais de ensino; e em 45%, o número de equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) é insuficiente para receber estudantes. Em síntese, não há um cenário favorável à boa formação dos futuros médicos.
Infelizmente, as consequências dessa realidade não ficam limitadas ao ambiente universitário, que deve ser avaliado pelo Ministério da Educação e suas organizações parceiras. Na verdade, ela ganha proporções preocupantes quando os egressos desses cursos deficitários, já diplomados, assumem posições na linha de frente de atendimento. Com isso, crescem os riscos de diagnósticos imprecisos, prescrições inadequadas, excessos em pedidos de exames, tratamentos ineficazes e aumento dos custos assistenciais.
O valor dessa fatura recai, sobretudo, sobre os ombros do paciente e seus familiares, vulneráveis aos riscos inerentes desse processo e menos amparados por uma medicina segura, resolutiva e ética. Para evitar danos, é preciso agir com base no que já está previsto na Lei nº 3.268/1957, que atribui ao CFM a missão de atuar em defesa de uma assistência em saúde de qualidade, da proteção da sociedade e do exercício ético, eficaz e seguro da profissão.
O Exame Nacional de Proficiência em Medicina, conforme proposta em tramitação, se torna um meio para alcançar todos esses objetivos, sendo uma barreira protetora para os cidadãos. Diversos países – como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Austrália – adotam exames nacionais obrigatórios para permitir aos recém-formados o direito de exercício da medicina em seus territórios.
Os candidatos que não atingem os critérios passam por programas de reciclagem até que estejam aptos a exercer a profissão com segurança. Percebe-se que não há punição, mas um fluxo que preserva a vida dos indivíduos e ainda oferece a possibilidade de aperfeiçoamento profissional aos que dele necessitam. Trata-se de um modelo de sucesso que o Estado brasileiro pode e deve seguir pela sua responsabilidade com a preservação da integridade, da saúde e da vida dos cidadãos.
O CFM e a Frente Parlamentar Mista da Medicina estão empenhadas em entregar à nação o Exame Nacional de Proficiência em Medicina, contrariando interesses econômicos e políticos que enxergam na abertura de escolas médicas um negócio lucrativo e uma máquina de gerar votos e visibilidade junto aos eleitores.
Superar esses obstáculos não será fácil, mas é possível com o apoio da população e dos médicos na sensibilização de senadores e deputados em favor dessa causa.
É preciso construir uma ponte para um futuro em que a nação poderá contar com uma medicina valorizada, praticada com qualidade, ética, segurança e compromisso com a vida humana em toda sua dimensão. É necessário fugir das armadilhas de questões que nos levam a optar entre quantidade e qualidade porque estes conceitos não são excludentes.
Nesse sentido, o Exame Nacional de Proficiência em Medicina é o caminho para garantir ambos: mais médicos, sim, porém, verdadeiramente capacitados, habilitados e preparados para honrar sua missão, ajudando no resgate da confiança da sociedade no sistema de saúde e promove um ciclo virtuoso de qualificação da assistência médica no País.
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CARTA CAPITAL
Zanin dá 10 dias para CFM explicar norma que restringe transição de gênero
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, cobrou esclarecimentos do CFM sobre quais estudos e pareceres embasaram a resolução que tornou as regras de procedimentos de transição de gênero. A entidade tem 10 dias para se manifestar, de acordo com despacho assinado nesta sexta-feira 16.
Também foram solicitadas informações do Ministério da Saúde e de pelo menos seis centros de referência médica voltados ao atendimento à transexualidade e à identidade de gênero. As determinações ocorrem na ação movida pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais em conjunto com o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades.
Antra e Ibrat argumentam que o novo texto é inconstitucional e impede o exercício do direito fundamental ao livre desenvolvimento da personalidade das crianças trans. Também afirmam que o texto foi elaborado sem levar em consideração os estudos científicos que mostram que os procedimentos citados geram bem-estar psicológico e social para crianças e adolescentes trans.
Os centros de referência médica consultados por Zanin são:
Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos), de São Paulo/SP;
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de Porto Alegre/RS;
Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, de Uberlândia/MG;
Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia, de Salvador/BA;
Policlínica Lessa de Andrade, de Recife/PE;
Programa Aquarela do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, do Rio de Janeiro.
A resolução em questão revoga diretriz anterior do CFM, para tratamentos hormonais e cirúrgicos no processo de transição de gênero. Assim, fica proibido o uso de bloqueadores hormonais em crianças e a administração de hormônios para menores de idade e eleva de 18 para 21 anos a idade mínima para cirurgias com efeito esterilizante.
No despacho desta sexta, Zanin afirma que, após a manifestação do Conselho, do ministério chefiado por Alexandre Padilha (PT) e dos centros de referência, devem se pronunciar a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República.
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FOLHA DE S.PAULO
Curativo sustentável pode acelerar cicatrização de feridas graves
Tecnologia feita a partir de resíduos da pesca é alternativa a importação de bandagens pelo SUS
Um curativo confeccionado a partir de resíduos da indústria pesqueira, com potencial de acelerar a cicatrização de feridas graves, foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFLA (Universidade Federal de Lavras). Produzida localmente, a tecnologia é uma alternativa às bandagens importadas utilizadas no SUS (Sistema Único de Saúde).
O principal diferencial do modelo é a alta capacidade de absorção de exsudatos, que são líquidos liberados pelos machucados no processo de cicatrização. Isso é útil em casos como queimaduras de terceiro grau, feridas não cicatrizadas devido a diabetes, úlceras por pressão (escaras) e ferimentos de grande profundidade como os causados por acidentes de trânsito.
A Folha procurou o Ministério da Saúde e dez estados das cinco regiões do Brasil para levantar gastos com a importação de bandagens. Porém, não há dados públicos consolidados sobre essas despesas no SUS. As plataformas de compras públicas não detalham os valores por tipo específico de material nem distinguem a origem nacional ou estrangeira dos insumos.
No entanto, no Pará, este tipo de curativo é comprado exclusivamente por ordem judicial, fora da lista de insumos padronizados da rede estadual. As despesas chegaram a R$ 57 milhões entre 2023 e 2024, e somaram R$ 15 milhões apenas entre janeiro e abril de 2025.
Pesquisadora da UFMG segura curativo sustentável feito com resíduos da indústria pesqueira que deve acelerar cicatrização de feridas graves
Menos dor
Quanto mais líquido uma ferida produz, maior a necessidade de troca de curativo. Quando uma bandagem têxtil é utilizada, o exsudato faz com que ela grude na área lesionada, o que gera desconforto para o paciente. "É muito improvável que não haja dor em todas as vezes que há troca", diz Talita Martins, pesquisadora, professora e pós-doutora em ciência e engenharia de materiais, primeira autora do estudo.
Já o novo curativo, como é produzido em forma de espuma, pode ser personalizado para diferentes níveis de secreção das feridas e gerar menos trocas, portanto, menos dor. Ou seja, ele fornece o nível ideal de umidade para uma boa cicatrização, sem deixar o ferimento muito seco ou molhado. Ambas situações são problemáticas para o processo.
"Não dá para abafar aquela região e simplesmente colocar ali um curativo que vai tampar a ferida. Quando uma criança chuta o chão e faz um machucado no pé, se ela calçar uma meia por cima, o que acontece depois? Ela gruda na ferida por causa desse líquido. Agora, pensa em uma ferida maior", exemplifica Eduardo Nunes, orientador do estudo e coordenador do programa de pós-graduação em engenharia metalúrgica, materiais e de minas da UFMG.
Além da dor nas trocas de curativo, a liberação excessiva de líquido em feridas abertas é um problema porque aumenta a probabilidade de infecção local. Nos casos de diabéticos com dificuldade de cicatrização, isso pode levar até a amputação do membro - em 2023, a doença foi apontada como a responsável por mais da metade das amputações de pernas e pés realizadas no ano anterior, que bateu o maior nível da década em 2022.
Como funciona?
Nos testes laboratoriais realizados com peixes em condições similares à pele humana, o curativo CH50BGF teve capacidade de absorção de líquidos exsudatos de até 160% em 24 horas. Conforme os pesquisadores, esse desempenho é superior a diversos curativos comerciais.
Essa absorção é possível pela combinação da quitosana, um polímero natural derivado de resíduos da indústria pesqueira, com micropartículas de vidro bioativo, um material cerâmico usado principalmente em cirurgias odontológicas.
A quitosana atua como um antimicrobiano natural, mantendo a umidade ideal para a cicatrização e inibindo infecções. Martins explica que a substância é encontrada em carcaças de animais marítimos como camarão, siri, caranguejo e peixes.
O vidro bioativo, por sua vez, libera íons que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos e colágeno, o que acelera o fechamento da ferida. O curativo é resultado de dez anos de pesquisa iniciada pela professora Marivalda M. Pereira, da UFMG, que também orienta o estudo.
Como Minas Gerais não tem mar, os pesquisadores firmaram uma parceria com uma empresa de Santa Catarina, que fornece gratuitamente o resíduo da indústria pesqueira necessário para a produção do curativo.
"A velocidade com que eles conseguem nos fornecer esses resíduos é assustadora, justamente porque a quantidade de lixo é grande demais", afirma Martins.
Quanto custa?
O custo inicial do curativo ficou entre R$ 20 e R$ 30 por unidade, valor que pode ser barateado se produzido em larga escala. O projeto está em submissão para o comitê de ética para conseguir autorização para os testes clínicos com humanos, necessários para validar a produção comercial.
O objetivo principal dos pesquisadores é substituir os insumos importados, reduzir custos e ampliar o acesso à tecnologis no SUS. Eles consideraram as estimativas levantadas por outros cientistas, com estudos de caso na área hospitalar, para nortear a pesquisa e comparar com o custo de produção do novo curativo.
"A gente consegue ter uma ideia dos valores gastos, e cada curativo tem um momento de utilização e um preço. O mais similar ao nosso, no mercado, sai em média entre R$ 80 e R$ 90, cada um", explica Martins.
Segundo os autores, além de ser uma cadeia sustentável, que dependerá de lixo da indústria pesqueira e produção local, a tecnologia também é uma forma de garantir a independência nacional. "Abre caminho para políticas de saúde mais resilientes, capazes de enfrentar crises globais sem depender de mercados externos", diz Martins.
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O POPULAR
Governo amplia a vacinação contra a gripe para toda população em Goiás
O Governo de Goiás ampliou a vacinação da gripe (Influenza) para todas as pessoas acima de seis meses de idade. A medida passa a valer neste sábado (17). Antes, a imunização pelo SUS tinha como público-alvo os grupos prioritários, como idosos, gestantes, trabalhadores de saúde, crianças até seis anos e povos indígenas.
A medida foi informada por meio de nota técnica as 18 regionais de saúde e aos 246 municípios goianos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), os municípios poderão definir suas estratégias com base no estoque disponível de vacinas.
A 27ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou no dia 7 de abril para o público-alvo, que inclui idosos, trabalhadores de saúde, gestantes, entre outros. A vacina protege contra três tipos de vírus Influenza sendo A (H1N1), A (H3N2) e Influenza B, reduzindo as complicações graves da doença.
Dados do Ministério da Saúde, apontam que após 46 dias de vacinação voltada apenas para os grupos prioritários, a cobertura vacinal no estado está em 21,99%, ou seja, 602.241 pessoas do público-alvo já foram vacinadas contra a Influenza em Goiás. A cobertura no país é de 25,39%.
Influenza em Goiás
Segundo dados da SES-GO, Goiás já registrou 4.286 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 371 delas causadas por Influenza, este ano. A maior parte dos casos de SRAGs é de crianças menores de 2 anos, são 1.923 no total.
As chamadas SRAGs são as formas graves tanto de Influenza como de outros agravos respiratórios e, em geral levam à internação, podendo resultar no óbito do paciente.
Em 2025, até o momento, 17 mortes foram confirmadas por Influenza A este ano no estado e três por Influenza B e outros sete óbitos por SRAG estão em investigação. A maioria dos óbitos é de idosos, são 11 no total.
Ampliação em Aparecida e Goiânia
Os dois maiores municípios goianos, em termos de população, Goiânia e Aparecida de Goiânia aderiram à ampliação da vacinação contra a gripe.
Na capital, neste fim de semana, a vacinação ocorre na Van da Vacinação, neste sábado (17), das 8h às 12h, na Praça do Trabalhador, e no domingo (18), das 8h às 11h, no Parque Flamboyant. Além disso, estarão disponíveis para aplicação das doses as unidades Centro Municipal de Vacinação, UPA Jardim América e CIAMS Urias Magalhães, das 8h às 17h. Durante a semana, a vacinação contra a gripe segue nas 64 salas de vacina da rede municipal, distribuídas em todas as regiões da capital.
Já em Aparecida de Goiânia, para atender o novo público-alvo, neste sábado (17), a Central de Imunização de Aparecida estará aberta para a população das 7h30 às 18h30. Veja abaixo a lista com a localização das salas em Goiânia e Aparecida.
Pontos de vacinação em Goiânia:
Distrito Leste: UPA Chácara do Governador, Cais Amendoeiras, USF Dom Fernando, USF Recanto das Minas Gerais, CSF Ville de France, USF Parque Ateneu, UPA Novo Mundo, USF Santo Hilário, USF Riviera.
Distrito Sudoeste: CIAMS Novo Horizonte, CS União, CS Parque Anhanguera, CS Vila Mauá, CS Vila Boa, CSF Itaipu, CSF Condomínio das Esmeraldas, CSF Real Conquista, CSF Madre Germana, CSF Valéria Aparecida (Garavelo B).
Distrito Oeste: CS Goiânia Viva, CS Vera Cruz II, CS Jardim Cerrado IV, CS Vera Cruz I, CS Buritis, CS São Francisco, CS João Braz, ESF Vila Regina, Cais Bairro Goiá e USF Eldorado Oeste.
Distrito Noroeste: USF Vila Mutirão, USF Vila Planalto, USF São Carlos, USF Jardim Curitiba, USF Estrela Dalva, USF Boa Vista, USF Alto do Vale, USF Finsocial, CS Cândida de Morais, USF Brisas da Mata, USF Jardim Primavera.
Distrito Campinas-Centro: CS Vila Canaã, CS Esplanada dos Anicuns, CS Norte Ferroviário, CS Crimeia Leste, CS Marinho Lemos, CS Vila Nova, USF Santa Helena, USF Crimeia Oeste, USF Universitário, CS Cidade Jardim.
Distrito Norte: CIAMS Urias Magalhães, CS Clemente, USF Jardim Guanabara, USF Antônio Carlos Pires, CS Meia Ponte, USF Cachoeira Dourada, USF Vale dos Sonhos, USF São Judas Tadeu, CS Perim, USF Itatiaia.
Distrito Sul: UPA Jardim América, CS Vila Redenção, Centro Municipal de Vacinação e CS Parque Amazônia.
A maioria das salas de Goiânia funcionam de segunda à sexta-feira, das 07h30 ou 8h até às 18h. Somente três pontos funcionam aos finais de semana, sábado e domingo, são: a UPA Jardim América, o CS Urias Magalhães e o Centro Municipal de Vacinação. Para conferir o horário de funcionamento das salas, basta acessar o site da Prefeitura de Goiânia.
Pontos de vacinação em Aparecida:
UBS Andrade Reis
UBS Bairro Cardoso
UBS Bairro Ilda
UBS Colina Azul
UBS Cruzeiro do Sul
UBS Independência Mansões
UBS Jd Florença
UBS Jd Rivieira
UBS Jd Tirandentes
UBS Mansões Paraíso
UBS Papillon Park
UBS Pontal Sul 2
UBS Veiga Jardim
UBS Alto Paraíso
UBS Anhambi
UBS Bairro Independência
UBS Bandeirantes
UBS Boa Esperança
UBS Buriti Sereno
UBS Campos Eliseos
UBS Caraíbas
UBS Garavelo Park
UBS Jd dos Ipês
UBS Madre Germana
UBS Delfiore
UBS Cândido de Queiroz
UBS Expansul
UBS Jd Bela Vista
UBS Jd dos Buritis
UBS Jd Olímpico
UBS Jd Paraíso
UBS Parque Trindade
UBS Rosa dos Ventos
UBS Santa Luzia
UBS Santo André
UBS São Pedro
Central de Imunização
Em Aparecida de Goiânia, a vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) funciona de segunda a sexta das 7h30 às 16h30. Na Central de Imunização funciona de segunda a sexta, das 7h30 às 18h30, e, aos sábados, das 7h30 às 13h. Os postos de imunização não funcionam em feriados e pontos facultativos.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde atingem maior número de beneficiários da história
https://medicinasa.com.br/planos-saude-beneficiarios/
Saúde pública e privada podem ficar R$ 8,2 bilhões mais caras
https://medicinasa.com.br/saude-publica-e-privada/
Apenas 5% dos hospitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste oferecem terapias oncológicas padrão ouro
https://medicinasa.com.br/terapias-oncologicas/
Comunicação em saúde: inovação do entendimento e confiança
https://medicinasa.com.br/comunicacao-em-saude/
Polícia Civil prende administrador de hospital em Goiânia
Goiânia tem 12 leitos de UTI para crianças desativados
Golpistas tentam vender curso online sobre IA na medicina
Administrador é preso após hospital receber pacientes em UTI e ambulatório mesmo depois de interdição da vigilância sanitária, diz PC
ANS cria ranking de excelência para operadoras de saúde
MEDICINA S/A
Planos de saúde atingem maior número de beneficiários da história
O número de brasileiros com planos de saúde médico-hospitalares atingiu, em março de 2025, o maior patamar da série histórica: 52,1 milhões de beneficiários. O dado consta da 105ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e reflete um movimento diretamente associado à retomada do emprego formal no país.
Nos 12 meses encerrados em março, o Brasil gerou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged. No mesmo período, os planos coletivos empresariais – vinculados ao mercado formal – cresceram 3,5%, com a inclusão de 1,27 milhão de novos beneficiários. Hoje, 72% das pessoas que possuem plano de saúde estão nessa modalidade de contratação.
“Há uma correlação direta e expressiva entre o crescimento do emprego formal e o aumento da cobertura dos planos empresariais. Isso reafirma a importância do vínculo empregatício para o acesso à saúde suplementar no Brasil”, destaca José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Por outro lado, é preciso considerar que o mercado de trabalho passa por um processo de transformação, com profundas mudanças nas relações de trabalho, com crescimento do empreendedorismo e cada vez mais será preciso analisar como a saúde suplementar vai se ajustar à essa nova dinâmica”, pondera.
Conforme demonstra a Análise Especial da NAB, o avanço é ainda mais significativo ao se considerar o cenário histórico: em 2000, os planos coletivos empresariais somavam 6 milhões de beneficiários. Hoje, ultrapassam os 37,6 milhões – um crescimento de 520% em 25 anos. Já os planos individuais ou familiares, apesar de terem aumentado em número absoluto desde então, perderam participação relativa no mercado e registraram queda de 1,3% no último ano – reflexo das restrições da regulamentação desse segmento.
“O crescimento observado no último ano concentrou-se exclusivamente nos contratos empresariais. Planos por adesão e individuais tiveram retração. Isso reforça a urgência de debates sobre a sustentabilidade e ampliação do acesso a outras modalidades de contratação”, analisa Cechin.
Outro destaque do relatório é o desempenho dos estados. São Paulo liderou a expansão, com 295 mil novos beneficiários em planos médico-hospitalares e mais de 517 mil em planos exclusivamente odontológicos. Em contrapartida, o Rio de Janeiro registrou a maior retração, com perda de 126,7 mil vínculos médico-hospitalares.
O total de beneficiários em planos odontológicos também cresceu de forma robusta: 2 milhões de novos vínculos em 12 meses, atingindo 34,6 milhões de pessoas e crescimento anual de 6,2%.
“Os números indicam não apenas uma recuperação pós-pandemia, mas uma consolidação do papel dos planos de saúde empresariais como principal porta de entrada para a saúde suplementar. A discussão sobre políticas públicas para ampliar e diversificar o acesso continua sendo estratégica”, pontua Cechin.
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Saúde pública e privada podem ficar R$ 8,2 bilhões mais caras
Os custos de 198 produtos para a saúde podem sofrer um aumento de 21,4%, no Brasil, o que corresponde a R$ 8,2 bilhões, a partir de julho, sendo 4,3 bilhões referentes ao SUS e R$ 3,9 bilhões à saúde privada. Hoje o mercado dessa lista de itens amplamente utilizada em hospitais, clínicas e prestadores de serviços de diagnóstico movimenta cerca de R$ 38,5 bilhões por ano, podendo chegar a R$ 46,8 bilhões. Isso porque o Convênio 01/99 – que garante isenção de ICMS para eles – pode não ser renovado. Quem tomará a decisão será o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que começa a analisar o caso esta semana. Em seguida, há ainda a decisão dos governadores e secretários de fazenda estaduais em internalizar ou não o Convênio.
A Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) fez um amplo estudo sobre os impactos da não-renovação do Convênio 01/99. Foram calculados os valores envolvidos no comércio exterior, na produção nacional e no número de procedimentos realizados no SUS e entre as empresas reguladas pela ANS, como planos de saúde, operadoras e seguradoras.
Ao todo, 37 categorias de produtos são contempladas na atual isenção – todas muito utilizadas em exames, tratamentos, internações e cirurgias: materiais para suturas; grampos e clipes; sondas, cateteres e cânulas; cimentos para reconstituição óssea; chapas e filmes para raio-x; tubos para hemodiálise; instrumentos e aparelhos para transfusão de sangue ou infusão intravenosa; artigos e aparelhos ortopédicos e para fraturas; próteses articulares; válvulas cardíacas; marcapassos cardíacos; stents; e cardiodesfibriladores.
Haverá impacto em 184,2 milhões de exames; 18,2 milhões de tratamentos; 1,5 milhão de internações; e 1,7 milhão de cirurgias. No caso das cirurgias de câncer, só no SUS, 29% terão custos mais elevados. As mais impactadas serão de câncer de mama, útero, cólon e reto e próstata. Estima-se ainda o impacto sobre 17,5 milhões de procedimentos de hemodiálise, entre SUS e sistema suplementar.
“Os números preocupam. Os produtos podem voltar a ter alíquota média de 18%, depois de mais de duas décadas de isenção. Isso vai provocar prejuízo do atendimento à saúde da população, que poderá se deparar com maiores filas para realização de cirurgias, tratamentos e exames, no caso do SUS, e reajustes ainda maiores nos planos de saúde, podendo levar à ampliação na busca pelo atendimento no sistema público, já bastante saturado. Há o risco também de ampliação dos vazios assistenciais em vários municípios do Brasil, onde a distribuição do acesso já é bastante desigual. Haverá, com isso, uma elevação de gasto por parte do setor público na aquisição desses itens essenciais à manutenção dos atendimentos no SUS”, afirma o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
O executivo lembra que os países da OCDE priorizam saúde como direito de todos, assegurando isenção total ou parcial da carga tributária de dispositivos médicos. “Há ainda o risco de desestímulo à produção industrial brasileira de dispositivos médicos, com a oneração em cadeia desse setor, podendo ser prejudicial às exportações e à concorrência com outros produtores internacionais. O que, em um cenário de guerra comercial, amplificará certamente os prejuízos no setor industrial de saúde”, analisa.
José Márcio Cerqueira Gomes destaca ainda que a Reforma Tributária permite a manutenção dos Convênios até 2032. “O ideal seria manter o Convênio até essa data, para que o setor faça a transição de maneira escalonada para o novo regime, previsto na LC 214/25”, defende.
Impactos diretos à indústria
O estudo também analisou o impacto na indústria, que reúne ao todo 13.298 empresas e gera 150.435 empregos diretos. Segundo a amostra, as principais especialidades afetadas pela eventual não-renovação do Convênio ICMS 01/99 serão a ortopedia (citada por 92% dos entrevistados), a cardiologia (55% citada), a neurologia (36%), buco-maxilo-facial (36%) e cirurgia-geral (incluindo cirurgias oncológicas, abdominais, torácicas, entre outras), citada por 33%.
As consequências observadas, além da elevação dos preços, são: redução de oferta de determinados produtos, especialmente no setor público (SUS), por inviabilidade econômico-financeira para seu fornecimento; elevação do gasto público para compra dos itens contemplados no Convênio, decorrente do aumento de preços causado pelo aumento da carga tributária; desestímulo à produção industrial brasileira de dispositivos médicos, a partir da oneração da cadeia de produção; impacto no planejamento financeiro das empresas da cadeia de saúde (indústrias, distribuidores, hospitais, clínicas, laboratórios e planos de saúde); e demissões.
“Sem contar que tanto os fornecedores dos produtos para saúde abrangidos pelo Convênio 01/99 quanto os clientes (hospitais, clínicas e laboratórios) trabalham com planejamento antecipado de seus negócios. A incerteza em relação à renovação e vigência do referido convênio provoca insegurança jurídica, o que afeta diretamente esse mercado, incluindo a aquisição de mais produtos, a ampliação das importações ou das exportações e, especialmente, os investimentos produtivos na ampliação de linhas fabris, o que, como é sabido, gera um ciclo virtuoso – mais empregos, mais arrecadação tributária, mais crescimento econômico – para o país”, acrescenta Gomes. E concluiu: “Esperamos que os achados dos estudos ajudem as autoridades estaduais na tomada de uma decisão sobre a manutenção do Convênio ICMS 01/1999 no médio-longo prazo, que dê estabilidade até mesmo para o setor se organizar para a transição para o novo sistema tributário”, completa o presidente executivo.
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Apenas 5% dos hospitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste oferecem terapias oncológicas padrão ouro
Durante a 15ª edição do seu Fórum Nacional, o Instituto Oncoguia apresentou os resultados da nova edição da pesquisa “Meu SUS é diferente do seu” e lançou um manifesto em defesa dos direitos dos pacientes com câncer, revelando um cenário alarmante de desigualdade no acesso ao tratamento oncológico na rede pública brasileira. O levantamento, realizado entre setembro de 2023 e janeiro de 2024, analisou 95 hospitais habilitados em oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS) e mostrou que 69% dessas unidades não possuem protocolos clínicos para todos os cinco tipos de câncer avaliados —mama, próstata, pulmão, colorretal e melanoma.
A pesquisa atualiza a edição pioneira realizada em 2017 e teve como foco a análise da disponibilidade, nesses hospitais, dos tratamentos incorporados ao SUS nos últimos cinco anos. Nenhuma das unidades oferece a totalidade das terapias recomendadas por referências internacionais, como as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDTs) do Ministério da Saúde, a Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a escala da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, as DDTs brasileiras permanecem desatualizadas, com exceção do protocolo para câncer de mama, o que compromete o acesso dos pacientes a terapias mais modernas e eficazes.
A desigualdade regional também chama atenção: menos de 5% dos hospitais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste oferecem terapias consideradas padrão ouro para cânceres como pulmão e melanoma. Em muitas dessas unidades, medicamentos obsoletos, como o Interferon, ainda são utilizados. “Ainda estamos em um sistema que, na prática, permite que o tipo de câncer que você tem e o CEP onde você mora definam suas chances de viver ou morrer. Isso é inaceitável”, afirma Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano até 2025. Essa realidade, combinada à falta de padronização, estrutura e atualização dos protocolos, compromete diretamente os avanços no enfrentamento da doença. “É inacreditável constatar que, passados oito anos da primeira edição do estudo, os serviços do SUS continuam absurdamente desiguais. Seguimos sem garantir que as novas tecnologias já incorporadas estejam disponíveis para a maioria dos pacientes”, comenta Marina Sahade, oncologista e diretora do comitê científico do Oncoguia.
Ao apresentar os resultados, o Oncoguia também lançou um manifesto em defesa dos direitos dos pacientes com câncer. O texto denuncia que, apesar de o Brasil ter leis, políticas públicas e diretrizes para o tratamento da doença, milhares de pessoas seguem esperando, por diagnóstico, por tratamento, por uma chance real de viver. A carta aberta dá voz ao sofrimento de famílias que percorrem cidades em busca de um exame, de idosos que morrem antes de conseguirem uma consulta, de pessoas negras que sofrem mais com a negligência e de jovens diagnosticados tarde demais, não por falta de ciência, mas por falta de gestão. “Quando o cuidado falha, a dignidade também falha”, diz o manifesto. “Direito que não vira cuidado é violência. Direito que não chega, não salva.”
“Estamos diante de uma realidade cruel que precisa ser enfrentada com coragem e responsabilidade. O manifesto é um grito coletivo por dignidade, e também um convite à ação”, afirma Luciana Holtz. No lugar de apenas apontar falhas, o manifesto propõe soluções concretas: que o país adote uma gestão de filas mais humana; assegure o diagnóstico em até 30 dias e o início do tratamento em no máximo 60, com acesso a exames, consultas e biópsias de qualidade. Reivindica ainda um compromisso nacional com o diagnóstico precoce e a garantia do tratamento mais eficaz, ofertado de forma equitativa em todos os hospitais habilitados. Defende que as tecnologias aprovadas pela Conitec estejam disponíveis dentro do prazo legal e que cada paciente com câncer conte com equipes multiprofissionais, cuidados paliativos e atenção integral à qualidade de vida.
Com a autoridade de quem acompanha de perto os impactos da desigualdade no acesso à saúde, a presidente do Instituto Oncoguia, destacou: “Essa carta é por cada paciente que ficou no meio do caminho. Por cada família que enfrentou a dor sozinha. Por cada vida que ainda pode ser salva. Nós não vamos parar.” O evento foi encerrado com um apelo à sociedade civil, autoridades e profissionais de saúde: transformar o sistema oncológico público em um modelo mais justo, digno e eficiente é uma necessidade urgente. “O câncer não espera, e nós também não podemos mais esperar”, reforçou Holtz.
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Comunicação em saúde: inovação do entendimento e confiança
Com um mercado cada vez mais movido por tecnologia, ciência e regulamentação, comunicar no setor de saúde nunca foi tão desafiador e, ao mesmo tempo, tão determinante. Em um ambiente em que a precisão da informação impacta decisões clínicas, operacionais e institucionais, empresas fornecedoras de soluções em saúde precisam ir além do domínio técnico, precisam saber traduzir complexidade em confiança – e confiança em autoridade.
O setor de saúde no Brasil movimentou mais de R$ 350 bilhões em 2024, segundo dados da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), com expectativa de crescimento contínuo impulsionado pelo envelhecimento da população e pela digitalização dos serviços de saúde. Este cenário representa uma combinação desafiadora, uma vez que com um mercado em expansão e altamente competitivo, visibilidade e credibilidade tornaram-se pré-requisitos para se ter o destaque desejado.
O primeiro semestre do ano é marcado por encontros estratégicos entre os principais players da saúde, que reúnem tomadores de decisão e movimentam o setor. Nesse sentido, participar dessas agendas é fundamental, mas destacar-se requer mais do que presença, exigindo uma estratégia de comunicação clara, relevante e bem posicionada.
Um setor técnico, regulado – e incompreendido
O setor de saúde atua sob um grau de complexidade singular. De um lado, altos investimentos em inovação, especialmente com o avanço de tecnologias como inteligência artificial aplicada a diagnósticos, interoperabilidade de dados, plataformas digitais de gestão clínica. Do outro, uma estrutura regulatória rígida, que demanda uma precisão absoluta na maneira de divulgar informações, soluções ou resultados. Para as empresas do segmento, esse é um território onde cada palavra importa e, qualquer erro pode causar impacto altamente negativo para a reputação da marca.
Mesmo entre stakeholders técnicos, os avanços do setor nem sempre são fáceis de compreender. Segundo estudos, a baixa compreensão em saúde, se estende a muitos níveis da cadeia, desde compradores institucionais, gestores hospitalares e até líderes clínicos enfrentam dificuldades para entender soluções muito técnicas ou mal comunicadas. E, em tempos de desinformação, fake news e baixa confiança em instituições, comunicar com clareza, empatia e responsabilidade não é mais opcional. É um diferencial competitivo e ético.
Comunicação estratégica: da ciência ao storytelling
Traduzir complexidade científica para uma linguagem acessível e alinhada com as dores das instituições de saúde, sem perder a acurácia técnica, é um dos maiores desafios da comunicação na área da saúde. Para as empresas que atuam no B2B, oferecendo equipamentos, tecnologia, serviços clínicos ou soluções digitais, mais do que divulgar marcas, soluções ou serviços, é preciso construir narrativas que eduquem, engajem e gerem valor social.
Empresas de soluções hospitalares, sistemas de gestão, laboratórios, healthtechs e operadoras de saúde que se destacam no mercado são aquelas que atuam com comunicação integrada, alinhando suas equipes de marketing, compliance, assessoria de imprensa e canais digitais. O papel da comunicação, nesse contexto, é amplificar a autoridade institucional, para conquistar visibilidade qualificada e garantir que a inovação seja percebida como confiável e necessária.
Ganhar espaço na imprensa especializada, estar em veículos de referência e construir presença digital de forma consistente são estratégias imperativas para aumentar a visibilidade e o reconhecimento de empresas no segmento de saúde. No entanto, isso exige cuidados redobrados, pois um erro na maneira de comunicar pode gerar sanções legais, desinformar ou impactar diretamente a reputação da marca.
É tempo de se posicionar
A movimentação intensa do setor neste momento do ano abre oportunidades valiosas para empresas que desejam fortalecer seu posicionamento institucional. Por isso, antes, durante e depois de grandes encontros do setor, por exemplo, a comunicação precisa ser planejada para gerar impacto. Da preparação de porta-vozes à cobertura em tempo real, passando por materiais técnicos, ações em redes sociais e relacionamento com a imprensa, cada ponto de contato com o público é uma oportunidade de fortalecer a reputação das empresas.
A comunicação no setor de saúde é desafiadora, sim. Mas também é uma grande aliada para organizações que desejam crescer com solidez, autoridade e impacto social. Traduzir complexidade em clareza é o que torna a inovação compreendida. Na saúde, quem comunica bem fortalece reputações e, principalmente, aproxima soluções de quem mais precisa delas.
*Edna De Divitiis é Diretora Executiva da EPR Comunicação Corporativa.
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TV Anhanguera
Polícia Civil prende administrador de hospital em Goiânia
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Goiânia tem 12 leitos de UTI para crianças desativados
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Golpistas tentam vender curso online sobre IA na medicina
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PORTAL G1/GOIÁS
Administrador é preso após hospital receber pacientes em UTI e ambulatório mesmo depois de interdição da vigilância sanitária, diz PC
Segundo a polícia, ele foi ouvido e liberado. Conforme as investigações, os funcionários do hospital estão com atraso salarial e não estão recebendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O administrador de um hospital de Goiânia foi preso nesta quinta-feira (15) suspeito de descumprir normas sanitárias de funcionamento. Segundo a Polícia Civil, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) funcionava de maneira irregular, sem a equipe médica completa e ainda estava com interdição total para não funcionar.
O g1 entrou em contato com o Hospital Renaissance, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. À TV Anhanguera, o hospital disse que não vai se manifestar.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do administrador do hospital até a última atualização desta reportagem. Segundo a Polícia Civil, ele foi ouvido e liberado.
O hospital fica localizado na Rua 9, no Setor Marista. Segundo a Polícia Civil, a Vigilância Sanitária interditou o hospital parcialmente, no dia 30 de abril, por não atender às normas de saúde.
Apesar da interdição, o hospital continuou a receber pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no ambulatório, o que levou à interdição total do local.
O g1 entrou em contato com a Vigilância Sanitária para saber mais detalhes da interdição, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Segundo a polícia, ele pode responder pelo crime de infração de medidas sanitárias preventivas. Conforme as investigações, os funcionários do hospital estão com atraso salarial e não estão recebendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, tanto os colaboradores quanto os pacientes não tinham conhecimento da interdição do hospital, expondo-os a riscos sanitários e à precarização do trabalho.
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CONSULTOR JURÍDICO
ANS cria ranking de excelência para operadoras de saúde
A Resolução Normativa 623 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) institui, pela primeira vez, um ranking de excelência para as operadoras de planos de saúde com melhor desempenho na solução das reclamações feitas por beneficiários ao órgão regulador. A lista terá atualização trimestral e prevê benefícios às empresas com maior taxa de resolutividade, como o abatimento de multas.
A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (15/5), durante o evento "Regulação e Direitos: O que muda com a Resolução Normativa 623 da ANS?", promovido pela FGV Direito Rio. O encontro reuniu representantes da ANS, advogados e integrantes de entidades de defesa do consumidor, com o objetivo de debater os impactos da nova norma para o setor de saúde suplementar.
Segundo Marcus Braz, diretor-adjunto de Fiscalização da ANS, o novo ranking será publicado a cada três meses e permitirá diferenciar as operadoras que apresentam desempenho positivo na resposta às demandas de seus beneficiários. "Temos operadoras abaixo da linha de IGR (Índice Geral de Reclamações), mas temos outras que estão muito acima. Por isso, temos de criar incentivos. Quem está indo bem, terá o abatimento de valores (das multas). Mas quem não estiver, vai ter um agravante e uma penalidade maior."
A Resolução 623 também estabelece diretrizes para o atendimento, entre as quais prazos menores para as respostas, a utilização de linguagem acessível para justificar negativas - evitando-se termos técnicos - e a proibição de expressões genéricas, como "está em análise". A orientação nesse caso é informar com precisão o status da demanda.
"Observamos que o beneficiário precisa ser bem informado, ele recebe muito 'está em análise, em processamento, em auditoria'. Colocando-se no lugar dele, é esperado que o beneficiário fique ansioso por conta dessa resposta genérica e ligue para a agência. Falta também uma linguagem adequada na resposta de negativa. O setor de saúde suplementar tem muitos termos técnicos, mas é preciso mastigar um pouco para que o beneficiário saiba os motivos da negativa", afirmou Gustavo Campos, assessor normativo da Diretoria de Fiscalização da ANS.
A resolução também fixou regras para o atendimento a demandas não assistenciais, como aquelas relativas aos contratos. Com isso, incorporou as administradoras de benefícios, que até então estavam fora da fiscalização da ANS. Para Campos, as mudanças devem ser encaradas como uma oportunidade. "O que estamos querendo é engajá-los: 'O que eu posso evitar para o beneficiário não reclamar?'. E fica também uma questão para transmitir para todos aqui da plateia: não entender essas novas obrigações como uma despesa stricto sensu. Podem ser vistas também como um investimento para, inclusive, atrair novos consumidores para a carteira de vocês."
Mais prazo
Durante o debate, advogados do setor manifestaram apoio à norma, mas solicitaram a alteração do prazo de entrada em vigor das penalidades. A resolução foi aprovada em dezembro de 2024 e está prevista para começar a valer em 1º de julho deste ano. Representantes da advocacia sugeriram que as regras passem a valer integralmente, mas que as sanções sejam aplicadas apenas a partir de 2026.
"Estamos em 15 de maio e esse é praticamente o primeiro grande evento que a ANS faz sobre todas essas alterações. A resolução entra em vigor a partir de 1º de julho, já com regras que incluem multas pelo descumprimento. O grande pedido do mercado é que se amplie a vacância da norma por pelo menos 12 meses. Que a norma entre em vigor, mas pelo menos as multas sejam aplicadas somente a partir de um período de avaliação", afirmou o advogado Bruno Marcelos, do escritório Bruno Marcelos Advogados.
O mesmo foi defendido pelo advogado Luiz Felipe Conde, sócio do escritório Conde & Siciliano Advogados. "A evolução das normas tem de se adequar à realidade. Existem ajustes que precisam ser feitos. Nosso país é continental e tem realidades diferentes."
Ações na Justiça
Para Marcus Braz, a mudança poderá se refletir nas demandas que chegam ao Poder Judiciário. Como mostrou o Anuário da Justiça São Paulo, lançado pela revista eletrônica Consultor Jurídico no mês passado, o volume de ações relacionadas à saúde aumentou 75% em quatro anos somente na Justiça paulista, segundo o DataJud, painel de estatísticas judiciais do Conselho Nacional de Justiça. A cada dez processos relacionados ao tema distribuídos em 2024, sete foram contra as operadoras, a maioria pedindo tratamento negado pelas empresas.
"Acho que a resolução pode melhorar (a judicialização) por várias razões. Primeiro, porque busca dar mais clareza ao consumidor em relação à questão dele. Eventualmente, haverá aquele consumidor inconformado com a resposta, mas acredito que, ao receber a resposta correta e conseguir entender por que o pedido foi negado ou por que o reembolso não foi total, ele vai seguir. E, como foi falado, isso vai gerar mais documentos e evidências que podem ser utilizados pelas empresas tanto em nossa análise administrativa quanto no Judiciário", afirmou Braz.
A diretora de Fiscalização da ANS, Eliane Medeiros, contou que a resolução foi elaborada por um grupo de trabalho e envolveu a participação de quem atua no setor e consultas públicas com a sociedade. "A ideia (da resolução) é esta: prevenir, educar e transformar, para somente depois punir."
Péricles Gonçalves, professor da FGV, destacou a importância do debate. "O que pretendemos, por meio desse debate de ideias, é contribuir com o desenvolvimento do setor regulado. É um setor muito complexo, com muitas peculiaridades e altamente judicializado. Portanto, para que a gente consiga resultados melhores do que aqueles que estão sendo produzidos hoje, é fundamental o diálogo."
Também participaram do evento Natasha Salinas, professora da FGV Direito Rio; Carla de Figueiredo e Pedro Vilela, presidente interina e especialista em Saúde Suplementar da ANS, respectivamente; Virginia Rodarte, sócia do escritório Oliveira Rodarte Advogados; e Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Dasa 'vira página' da dívida, tem Ebitda recorde e mira salto em nova fase, diz CEO
Goiânia perde 14 vagas de UTI infantil
Saúde pública e privada podem ficar R$ 8,2 bilhões mais caras
https://medicinasa.com.br/saude-publica-e-privada/
CFM atualiza os critérios para o reconhecimento de novos procedimentos e terapias
https://medicinasa.com.br/cfm-atualiza-criterios/
Tratamento médico-hospitalar é o principal assunto de processos relacionados à saúde
https://medicinasa.com.br/processos-saude/
Justiça Federal derruba regra do CFM que constrangia médicos pós-graduados
Como Conselho de Odontologia viu sumir R$ 40 milhões com fornecedores “invisíveis”
BLOOMBERG LÍNEA BRASIL
Dasa 'vira página' da dívida, tem Ebitda recorde e mira salto em nova fase, diz CEO
Em entrevista à Bloomberg Línea, Lício Cintra diz que empresa de medicina diagnóstica e hospitais tem condições de avançar de forma mais acelerada na agenda operacional, agora sem a pressão da quebra de 'covenants' Bloomberg Línea - Ao longo dos últimos dezoito meses, a Dasa conviveu com o espectro do risco da quebra de covenants, as cláusulas que são um gatilho para o vencimento antecipado de dívidas caso sejam descumpridas em relação à alavancagem.
Esse capítulo da trajetória de uma das maiores e mais tradicionais empresas de saúde do país ficou para trás diante dos resultados do primeiro trimestre, divulgados nesta noite de quarta-feira (14), segundo disse o CEO da Dasa, Lício Cintra, em entrevista para a Bloomberg Línea.
"Estamos contentes com os rumos da operação. Vínhamos de uma sequência difícil de trimestres com quase quebra de covenants e essa era uma preocupação presente que limitava a tomada de decisões internas e de posicionamento, por exemplo, frente a fontes pagadoras", disse o CEO da Dasa.
Cintra deu como exemplo o que classificou como "receitas de baixa qualidade", da qual faz sentido abrir mão com perspectiva de médio e longo prazo. "Quando você está pressionado pelos covenants, não pode abrir mão de receita."
Em casos assim, de pressão financeira, a prioridade é direcionada para ações que resultem em aumento de receita ou queda de despesa, como readequar estruturas ou repactuar contratos de aluguel.
Segundo ele, a empresa passa a se permitir olhar para um número maior de frentes de ganho operacional, em vez do foco absoluto apenas nas ações que vão gerar impacto imediato no resultado.
"Eu estou muito convicto de que essa agenda de melhora operacional agora tende a acelerar e que teremos boas surpresas nos próximos trimestres."
A empresa agora "enxerga os próximos períodos sem a menor chance de quebra de covenants", disse o executivo.
Esse momento também coincide, segundo Cintra, com "o passo final para endereçar a questão do foco", citando o trabalho próximo a Rafael Lucchesi, que assumirá como CEO da Dasa em 1º de julho. O executivo, que tem 12 anos de empresa, já comanda a unidade de negócios de medicina diagnóstica desde 2022.
Como parte do planejamento, Lício Cintra ficará dedicado a partir da mesma data a atuar como CEO da Rede Américas, marca da empresa de hospitais e oncologia resultante da joint venture dessa unidade de negócios da Dasa - a Ímpar Serviços Hospitalares - com a Amil, de José Seripieri Júnior (veja mais abaixo).
A empresa (DASA3) registrou um Ebitda consolidado de R$ 708 milhões, com aumento de 11% na base anual e o melhor resultado já registrado para os três primeiros meses do ano e o segundo melhor de qualquer trimestre. O consenso de analistas pela Bloomberg apontava para R$ 652 milhões.
A margem Ebitda avançou 1,4 ponto percentual na mesma base de comparação, para 18,5% de janeiro a março - ou 2,1 pontos de melhora se o dado de 2024 for ajustado pelo provisionamento para glosa (recusa da operadora de saúde em pagar pelo serviço prestado pelo hospital ou clínica).
A geração de caixa operacional continuou negativa, mas melhorou em R$ 175 milhões, para uma queima de R$ 43 milhões.
As receitas líquidas, por outro lado, ficaram aquém do consenso da Bloomberg: chegaram a R$ 3,83 bilhões (vs. R$ 3,93 bilhões), com alta de 2,6% na comparação anual.
"O resultado é consequência do plano de busca de excelência operacional que temos perseguido ao longo dos últimos trimestres, com foco em disciplina de capital e na redução de desperdícios", disse o executivo.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida financeira após aquisições a pagar e antecipação de recebíveis sobre o Ebitda caiu quase um ponto percentual em 12 meses, de 5,14x para 4,17x no primeiro trimestre.
O executivo destacou também o fato de que o primeiro trimestre marcou o closing da joint venture da unidade de negócios de hospitais da Dasa com a Amil.
Oficialmente a data ficou para 1º de abril, o que significa que a consolidação dos resultados será iniciada de fato neste segundo trimestre corrente.
A expectativa é que a alavancagem tenha uma nova redução no segundo trimestre corrente, dado que o impacto com a redução da divida que será transferida para a joint venture - no valor de R$ 3,5 bilhões - será maior em termos positivos do que da diminuição do Ebitda (valor não divulgado).
No caso da Rede Américas como marca da empresa da joint venture, com 50% do capital para a Dasa e outros 50% para a Amil, há uma expectativa de ganho maior de eficiência operacional, dado que se trata de uma unidade "menos madura" do que a de medicina diagnóstica, por exemplo. Na estimativa proforma do fim de 2024, a margem estava em 9%, muito abaixo da média de mercado.
"Quando olhamos pelo retrovisor e comparamos, hoje temos uma empresa muito diferente do era que doze e dezoito meses atrás, com dois negócios endereçados do ponto de vista de alavancagem e de eficiência operacional", disse ele, que apontou uma sequência, na prática, de cinco trimestres de execução.
Nesse processo, Cintra ressaltou também a importância da formação de dois times de diretoria executiva "espelhados", um para hospitais e oncologia e outro para medicina diagnóstica, com substituição de alguns executivos.
Como capítulo adicional das mudanças, o conselho aprovou o nome de Rafael Bossolani como novo diretor Financeiro (CFO) e de Relações com Investidores, em substituição a André Covre, que assume como diretor de Estratégia Corporativa.
Na trajetória de retomada da Dasa houve também, como endosso do compromisso da família controladora - Bueno - com o negócio, um aporte de R$ 1,5 bilhão no ano passado, para reforçar a estrutura de capital.
As ações da Dasa subiram 2,91% nesta quarta-feira antes da divulgação do resultado. Mas acumulam queda de cerca de 5% no acumulado do ano e da ordem de 50% em 12 meses, o que sinaliza o desafio de recuperar a confiança do investidor.
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TV ANHANGUERA
Goiânia perde 14 vagas de UTI infantil
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MEDICINA S/A
Saúde pública e privada podem ficar R$ 8,2 bilhões mais caras
Os custos de 198 produtos para a saúde podem sofrer um aumento de 21,4%, no Brasil, o que corresponde a R$ 8,2 bilhões, a partir de julho, sendo 4,3 bilhões referentes ao SUS e R$ 3,9 bilhões à saúde privada. Hoje o mercado dessa lista de itens amplamente utilizada em hospitais, clínicas e prestadores de serviços de diagnóstico movimenta cerca de R$ 38,5 bilhões por ano, podendo chegar a R$ 46,8 bilhões. Isso porque o Convênio 01/99 – que garante isenção de ICMS para eles – pode não ser renovado. Quem tomará a decisão será o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que começa a analisar o caso esta semana. Em seguida, há ainda a decisão dos governadores e secretários de fazenda estaduais em internalizar ou não o Convênio.
A Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) fez um amplo estudo sobre os impactos da não-renovação do Convênio 01/99. Foram calculados os valores envolvidos no comércio exterior, na produção nacional e no número de procedimentos realizados no SUS e entre as empresas reguladas pela ANS, como planos de saúde, operadoras e seguradoras.
Ao todo, 37 categorias de produtos são contempladas na atual isenção – todas muito utilizadas em exames, tratamentos, internações e cirurgias: materiais para suturas; grampos e clipes; sondas, cateteres e cânulas; cimentos para reconstituição óssea; chapas e filmes para raio-x; tubos para hemodiálise; instrumentos e aparelhos para transfusão de sangue ou infusão intravenosa; artigos e aparelhos ortopédicos e para fraturas; próteses articulares; válvulas cardíacas; marcapassos cardíacos; stents; e cardiodesfibriladores.
Haverá impacto em 184,2 milhões de exames; 18,2 milhões de tratamentos; 1,5 milhão de internações; e 1,7 milhão de cirurgias. No caso das cirurgias de câncer, só no SUS, 29% terão custos mais elevados. As mais impactadas serão de câncer de mama, útero, cólon e reto e próstata. Estima-se ainda o impacto sobre 17,5 milhões de procedimentos de hemodiálise, entre SUS e sistema suplementar.
“Os números preocupam. Os produtos podem voltar a ter alíquota média de 18%, depois de mais de duas décadas de isenção. Isso vai provocar prejuízo do atendimento à saúde da população, que poderá se deparar com maiores filas para realização de cirurgias, tratamentos e exames, no caso do SUS, e reajustes ainda maiores nos planos de saúde, podendo levar à ampliação na busca pelo atendimento no sistema público, já bastante saturado. Há o risco também de ampliação dos vazios assistenciais em vários municípios do Brasil, onde a distribuição do acesso já é bastante desigual. Haverá, com isso, uma elevação de gasto por parte do setor público na aquisição desses itens essenciais à manutenção dos atendimentos no SUS”, afirma o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
O executivo lembra que os países da OCDE priorizam saúde como direito de todos, assegurando isenção total ou parcial da carga tributária de dispositivos médicos. “Há ainda o risco de desestímulo à produção industrial brasileira de dispositivos médicos, com a oneração em cadeia desse setor, podendo ser prejudicial às exportações e à concorrência com outros produtores internacionais. O que, em um cenário de guerra comercial, amplificará certamente os prejuízos no setor industrial de saúde”, analisa.
José Márcio Cerqueira Gomes destaca ainda que a Reforma Tributária permite a manutenção dos Convênios até 2032. “O ideal seria manter o Convênio até essa data, para que o setor faça a transição de maneira escalonada para o novo regime, previsto na LC 214/25”, defende.
Impactos diretos à indústria
O estudo também analisou o impacto na indústria, que reúne ao todo 13.298 empresas e gera 150.435 empregos diretos. Segundo a amostra, as principais especialidades afetadas pela eventual não-renovação do Convênio ICMS 01/99 serão a ortopedia (citada por 92% dos entrevistados), a cardiologia (55% citada), a neurologia (36%), buco-maxilo-facial (36%) e cirurgia-geral (incluindo cirurgias oncológicas, abdominais, torácicas, entre outras), citada por 33%.
As consequências observadas, além da elevação dos preços, são: redução de oferta de determinados produtos, especialmente no setor público (SUS), por inviabilidade econômico-financeira para seu fornecimento; elevação do gasto público para compra dos itens contemplados no Convênio, decorrente do aumento de preços causado pelo aumento da carga tributária; desestímulo à produção industrial brasileira de dispositivos médicos, a partir da oneração da cadeia de produção; impacto no planejamento financeiro das empresas da cadeia de saúde (indústrias, distribuidores, hospitais, clínicas, laboratórios e planos de saúde); e demissões.
“Sem contar que tanto os fornecedores dos produtos para saúde abrangidos pelo Convênio 01/99 quanto os clientes (hospitais, clínicas e laboratórios) trabalham com planejamento antecipado de seus negócios. A incerteza em relação à renovação e vigência do referido convênio provoca insegurança jurídica, o que afeta diretamente esse mercado, incluindo a aquisição de mais produtos, a ampliação das importações ou das exportações e, especialmente, os investimentos produtivos na ampliação de linhas fabris, o que, como é sabido, gera um ciclo virtuoso – mais empregos, mais arrecadação tributária, mais crescimento econômico – para o país”, acrescenta Gomes. E concluiu: “Esperamos que os achados dos estudos ajudem as autoridades estaduais na tomada de uma decisão sobre a manutenção do Convênio ICMS 01/1999 no médio-longo prazo, que dê estabilidade até mesmo para o setor se organizar para a transição para o novo sistema tributário”, completa o presidente executivo.
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CFM atualiza os critérios para o reconhecimento de novos procedimentos e terapias
Acompanhando as mudanças recentes na pesquisa experimental e clínica, o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou os critérios para o reconhecimento de novos procedimentos e terapias médicas. A Resolução CFM nº 2.428/25, publicada ontem (14), implementa várias mudanças, como o reconhecimento de estudos realizados no exterior para a aprovação de procedimentos e terapias, com o objetivo de dar celeridade ao pedido ou requisição.
“Esta Resolução mostra o compromisso do CFM com a ciência, a sociedade e a saúde das pessoas e não com interesses econômicos. Além disso, as novas regras estão de acordo com o que já é feito hoje em outros países e em órgãos brasileiros que trabalham com pesquisa, como a Conitec e a Anvisa”, esclarece o presidente do CFM, José Hiran Gallo. Ele argumenta que o objetivo do CFM também é assegurar que os processos para aprovação de novas terapias e procedimentos ocorra de forma transparente e de acordo com as melhores evidências científicas.
O relator da Resolução nº 2.428/25, Alcindo Cerci Neto, lembrar que a Resolução anterior, a 1.982/2012, foi muito bem-feita para a época, mas que o mundo mudou muito nesses treze anos. “Além de uma aceleração vertiginosa da ciência médica e biomédica, tivemos a aprovação da lei do Ato Médico (nº 12.842/13), que coloca como competência exclusiva do CFM a edição de normas para definir o caráter experimental, ou não, de procedimentos em medicina, autorizando ou vedando a sua prática pelos médicos”, explica.
Além de definir o que é experimental na medicina, o CFM também vai estabelecer as condições médico-hospitalares adequadas para que um procedimento seja realizado. “Vamos dizer qual infraestrutura o médico precisa para poder aplicar, na prática corrente e com segurança, o novo procedimento ou terapia. Também vamos especificar quais conhecimentos e técnicas ele deve dominar para atender o paciente”, explica Alcindo Cerci Neto.
Processo – Para conseguir que o CFM analise um novo procedimento/terapia, o postulante deve preencher requerimentos técnicos e científicos, enviados eletronicamente, os quais precisam dar várias informações sobre a nova tecnologia. Este pedido deve ter, por exemplo, a justificativa da aplicabilidade médica de acordo com uma pergunta de padrão PICO (população, intervenção, comparação e desfechos clínicos), além de apresentar os estudos que validaram o novo procedimento, os quais devem seguir as regras previstas pelo sistema CEP/Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa). Também deve elencar documentos técnicos que demonstrem a força e a qualidade da evidência científica apresentada.
O postulante deve, ainda, declarar que não tem conflito de interesse pessoal ou financeiro e apresentar os limites, barreiras, dúvidas e aspectos de custo envolvidos na implementação do procedimento, entre outras informações.
“Esta é uma grande inovação desta nova Resolução: agora, além da admissibilidade do processo, que deve seguir todas as regras científicas, quem solicita a declaração de não experimentalidade de um procedimento é quem deve demonstrar as evidências de forma sistematizada”, pontua Alcindo Cerci Neto.
A Resolução nº 2.428/25 estabelece uma série de critérios que deverão ser avaliados pelo recém-criado Departamento de Pesquisas (Decip) do CFM. “Estabelecemos critérios objetivos e claros, que devem ser seguidos por todos os postulantes”, esclarece Alcindo Cerci. Não serão analisados, por exemplo, um pedido sobre um procedimento/terapia que tenha sido considerado experimental pelo CFM há menos de dois anos. “Este marco temporal é importante, pois significa que só vamos analisar um pedido se houver um intervalo de dois anos para que a ciência construa novas evidências”, reforça o relator da Resolução.
CNPT – Após a análise do Decip, o processo é enviado para a Comissão de Novos Procedimentos e Terapias (CNPT), que deve produzir um Relatório Técnico (RT) concluindo, de forma fundamentada, sobre o caráter experimental, ou não, do procedimento, sua eficácia (benefício) e o risco (dano). Este RT também poderá ser elaborado por uma Câmara Técnica do CFM, por uma comissão criada para estudar o procedimento, por um especialista em medicina baseada em evidências ou por uma comissão administrativa. Todos os relatórios técnicos produzidos e homologados pelo Departamento de Ciência e Pesquisa (Decip) e pela Comissão de Novos Procedimentos e Terapias (CNPT) devem ser publicizados.
Passada essa fase, o RT é enviado para o Departamento de Processo-Consulta do CFM (DEPCO), que o encaminhará para ser apreciado pelo Plenário da autarquia, o qual poderá modificá-lo. “É importante ressaltar que o relatório tem natureza jurídica de recomendação técnica, sem caráter vinculante. Deve sempre ser respeitada a soberania do Pleno do CFM”, ressalta Alcindo Cerci Neto.
A decisão do plenário do CFM pode ser pelo arquivamento da solicitação, pela aprovação do novo procedimento/terapia ou pela abertura de uma consulta pública. O Pleno pode aprovar apenas parcialmente o pedido. Neste caso, deve estabelecer um prazo ou limitar a quantidade de centro médicos que poderão realizar o procedimento. A finalidade desse limite é a coleta de mais informações que possam subsidiar a aprovação definitiva. A autorização do novo procedimento/terapia será feita por meio de Resolução do CFM.
A norma entra em vigor na data da sua publicação, mas foi dado um prazo de 60 dias para que a CNPT regularize os pedidos que estão sendo analisados.
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Tratamento médico-hospitalar é o principal assunto de processos relacionados à saúde
De acordo com o painel Estatísticas Processuais de Direito à Saúde, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o tratamento médico-hospitalar foi o principal assunto dos novos processos relacionados à saúde em 2024. Foram 157.155 casos, número que apresenta crescimento desde 2020. Esse tipo de processo refere-se a um conjunto de ações e de procedimentos legais que envolvem o acesso a cuidados médicos e hospitalares, incluindo a disputa de direitos, como o direito a um tratamento adequado ou à indenização por erro médico. Em 2025, no primeiro trimestre, foram 39.148 novos casos.
Segundo o especialista em Direito Médico e presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, o país vive um momento de intensa judicialização na área da saúde, impulsionada tanto por falhas na prestação dos serviços quanto por uma maior conscientização da população sobre seus direitos.
“Esse cenário mostra aos hospitais e aos profissionais de saúde a necessidade de adotar medidas preventivas: desde o reforço nos protocolos de segurança até o aprimoramento da comunicação com os pacientes”, disse.
Saúde suplementar
A média de novos processos judiciais relacionados à saúde suplementar chegou a 823,3 por dia no primeiro trimestre de 2025. Ao todo, foram 73.281 de janeiro a março, segundo o CNJ. O número cresceu de 149.305 em 2021 para 301.383 em 2024 – um aumento de 101% em 4 anos.
“Estamos diante de uma epidemia judicial que expõe a incapacidade das operadoras de atender às demandas dos beneficiários dentro dos limites legais. As principais reclamações envolvem negativas de cobertura, reajustes unilaterais e exclusões indevidas”, completa Canal.
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REVISTA SEGURO TOTAL
Justiça Federal derruba regra do CFM que constrangia médicos pós-graduados
A Justiça Federal anulou dispositivos da Resolução nº 2.336/2023 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, na prática, desvalorizavam e constrangiam os médicos com pós-graduação reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A norma exigia que esses profissionais divulgassem a expressão “NÃO ESPECIALISTA”, em letras maiúsculas, mesmo tendo completado longos anos de estudos em instituições certificadas. Para a Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo), autora da ação, essa obrigação era injusta, discriminatória e sem base legal. “Agora, com a decisão da Justiça, médicos com pós-graduação podem informar suas qualificações sem sofrer discriminação ou constrangimento, valorizando sua formação e oferecendo à população mais transparência e segurança sobre a qualificação dos profissionais de saúde”, destaca o presidente da Abramepo, o cirurgião Eduardo Teixeira.
A Abramepo representa médicos que buscam o reconhecimento da expertise adquirida em programas lato sensu reconhecidos pelo MEC – uma alternativa essencial numa realidade em que o número de vagas para residência médica é insuficiente para atender a demanda dos novos profissionais. “A exigência do CFM não apenas diminuía o valor das pós-graduações reconhecidas pelo MEC, mas criava uma hierarquia artificial entre profissionais igualmente qualificados”, reforça Eduardo Teixeira.
Para a Abramepo, abrir o caminho para o reconhecimento das pós-graduações não é apenas uma defesa corporativa, mas sim uma luta por um sistema de especialização médica mais justo e democrático, com mais médicos atuando habilitados e preparados para atender a população.
Decisão histórica e fundamentação robusta
A sentença acatou os argumentos da Abramepo, reconhecendo que a resolução do CFM violava princípios constitucionais como a legalidade e a liberdade profissional, ao ultrapassar o poder regulamentar da entidade e impor limitações não previstas em lei. Como destacou a magistrada: “O CFM, ao fazer tal exigência, viola o princípio constitucional da legalidade e das liberdades individuais previstos no artigo 5º, incisos II e XIII, ultrapassando os limites de seu poder regulamentar”.
Outro ponto central foi o reconhecimento de que apenas o Ministério da Educação detém competência para fixar critérios e validar títulos de pós-graduação reforçando que “impedir médicos de divulgarem suas pós-graduações obtidas em instituições reconhecidas pelo MEC por meio de uma resolução não encontra amparo no ordenamento jurídico”, comenta Bruno Reis Figueiredo, advogado da Abramepo.
A juíza foi categórica ao determinar que o CFM deve se abster de qualquer medida punitiva administrativa contra os associados da Abramepo por divulgarem suas qualificações sem a expressão discriminatória. “Essa é a quarta decisão da Justiça Federal contra trechos da Resolução nº 2.336/2023 que garante aos profissionais o direito de informar suas áreas de atuação e formação legítima, sem restrições arbitrárias e ilegais”, comenta Figueiredo.
Um novo cenário para a saúde brasileira
A decisão abre caminho para que médicos pós-graduados possam exercer sua atividade com reconhecimento e respeito, assegurando à população atendimento por profissionais qualificados. Para Eduardo Teixeira, o julgamento é emblemático: “Representa uma conquista não só para a classe médica, mas para todos os brasileiros que buscam acesso a médicos capacitados e não podem esperar anos em uma fila do SUS ou pagar preços altos por consultas”.
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METROPOLES
Como Conselho de Odontologia viu sumir R$ 40 milhões com fornecedores “invisíveis”
Conselho Federal de Odontologia (CFO) amargou prejuízo milionário após investir patrimônio em um suposto esquema de pirâmide financeira
Os R$ 40 milhões investidos pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) na Solstic Capital Investimentos e Participações Ltda. desapareceram da conta da empresa logo após serem repassados. Extratos bancários da holding, obtidos pelo Metrópoles com exclusividade, mostram que o dinheiro foi transferido para fornecedores não identificados, sem que se soubesse o verdadeiro destino do montante milionário.
As transações levantam suspeitas de um suposto esquema de pirâmide financeira por trás das aplicações, e agora o CFO recorreu à Justiça na tentativa de reaver o patrimônio.
O golpe financeiro foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O CFO é a entidade responsável pela regulamentação e supervisão da prática da odontologia no Brasil. A autarquia coordena e supervisiona os conselhos regionais de odontologia (CROs) em todos os estados e no Distrito Federal. Com sede em Brasília, representa mais de 797 mil cirurgiões-dentistas, clínicas, empresas e outros profissionais em saúde bucal.
A receita da autarquia federal é basicamente constituída pelo pagamento das anuidades dos profissionais registrados na autarquia. Atualmente, o valor da cobrança varia entre R$ 54,79 e R$ 547,93, a depender da categoria.
As operações milionárias foram realizadas em 2021 na Solstic Capital, de propriedade de Flávio Batel. O empresário morreu em novembro do ano passado, e a empresa em questão foi encerrada sem que o valor investido fosse devolvido à autarquia federal.
Acordo milionário
Durante a pandemia de Covid-19, a antiga direção do conselho buscou parcerias que viabilizassem linhas de crédito especiais para profissionais da odontologia em dificuldade financeira. Em 2021, a então diretoria da entidade pública celebrou acordo com a Solstic Capital, que se apresentou como interlocutora do Banco BTG Pactual.
De acordo com dados que constam no portal da transparência da autarquia, dos R$ 101,6 milhões disponíveis em caixa para investir naquele ano, R$ 40 milhões foram aplicados na empresa.
As setes transferências bancárias realizadas pelo CFO para contas da Solstic Capital ocorreram entre julho e outubro de 2021, sob a premissa de que os valores seriam imediatamente repassados para uma conta da autarquia no banco.
Extratos bancários de um processo judicial do Banco Itaú, em desfavor da empresa Solstic Capital, demonstram que o valores milionários transferidos do CFO para a empresa diariamente eram esvaziados da conta bancária. A quantia sempre era repassada com a descrição de saída “pagamento de fornecedores”, o que pode sugerir se tratar de uma lavagem de dinheiro.
De acordo com denúncias de servidores e testemunhas do caso, os aportes financeiros na Solstic partiram de decisões da diretoria do CFO, então composta por Juliano do Vale (presidente), Evaristo Volpato (tesoureiro) e Cláudio Yukio Miyake (secretário-geral), sem a realização de processo administrativo prévio, deliberadamente contra a legislação que restringe esse tipo de investimento por parte de autarquias.
O documento aponta o atual presidente da entidade, Cláudio Yukio Miyake, secretário-geral da entidade na época das supostas irregularidades, como “operador financeiro da estrutura empresarial que recebeu os aportes, tendo sido possivelmente o principal articulador para que o CFO investisse recursos públicos na pirâmide financeira da Solstic”.
Vale ressaltar que, no Brasil, conselhos de classe estão restritos a investimentos em títulos públicos ou aplicações de baixo risco, conforme normas do Tribunal de Contas da União, o que impediria o CFO de ter repassado esse valor à empresa privada.
O empresário Flávio Batel teria se aproximado de Miyake por meio de Carlos Alberto Kubota, também empresário e sócio do presidente do CFO no Instituto Educacional União Cultural, que também possuía contrato com a autarquia. À época, a Solstic Capital — empresa de Batel — oferecia uma comissão de 5% para cada novo investidor captado. A promessa de lucro teria sido o principal incentivo para que Kubota apresentasse Miyake à empresa.
A empresa K INFRA, de Kubota, também já realizava aportes na Solstic desde março de 2021, conforme extratos de movimentação obtidos em processos judiciais públicos contra Flávio Batel.
Com o histórico profissional aparentemente promissor de Batel, nenhum dos diretores do CFO teria questionado a viabilidade do aporte financeiro. “Tratava-se, aos olhos deles, de um investimento supostamente seguro, de retorno rápido — e ainda por cima, com promessa de comissão pessoal envolvida”, menciona a denúncia.
Apesar de ser demonstrado no balancete do CFO do ano de 2022 como banco vinculado à aplicações financeiras, a Solstic Capital não era um fundo de investimento supervisionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — órgão responsável por regulamentar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários no Brasil.
Empresa não habilitada
Relatórios de uma auditoria externa confirmaram que a Solstic Capital não era habilitada pelo Banco Central ou pela CVM para custódia de depósitos ou para oferecer remuneração, e que o contrato firmado com a empresa estava à margem das normas do mercado financeiro.
Apesar de diversas notificações extrajudiciais e tentativas de recuperação entre 2022 e 2023, apenas uma parte dos valores foi devolvida pela empresa, cerca de R$ 8,6 milhões, aponta a denúncia. Em 28 de fevereiro de 2023, a Solstic Capital reconheceu formalmente uma dívida de R$ 37.184.518,00 com o CFO em termo de responsabilidade.
A reportagem também teve acesso a uma nota interna, enviada aos conselheiros regionais de odontologia, na qual o CFO reconheceu as aplicações na Solstic e responsabilizou a gestão de 2021 pela operação, excluindo o Cláudio Miyake — atual presidente da autarquia que à época dos fatos era secretário-geral.
“A diretoria atual do CFO manifesta profunda indignação ao constatar que a entidade foi vítima de um elaborado golpe financeiro. Os extratos mensais emitidos pela própria Solstic, sem correspondência em instituições financeiras oficiais, constituem fortes indícios de estelionato financeiro”, alegou a autarquia em nota divulgada em 28 de abril deste ano.
Diante da gravidade da situação, a atual gestão do CFO disse que adotou medidas como auditorias internas, análise de documentos e extratos bancários, ação judicial no TRF1, notícia-crime ao MPF, pedido de bloqueio de bens, reforço dos controles financeiros e centralização das aplicações em instituições oficiais com garantia do governo.
Entre os pedidos da denúncia encaminhada ao MPF, à PF e ao TCU estão o afastamento imediato de Cláudio Miyake, de membros da diretoria e da Comissão de Tomada de Contas, e o rastreio de movimentações bancárias de empresas ligadas ao esquema, incluindo conta da Solstic no BTG Pactual.
Além do afastamento da diretoria do CFO, a denúncia também pede a instauração de inquérito para apuração dos crimes de peculato, estelionato, advocacia administrativa, tráfico de influência, formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, prevaricação e desobediência a ordem judicial.
Fim da Solstic
Conforme constam nas informações cadastrais na Junta Comercial de São Paulo, a Solstic Capital iniciou as atividades em maio de 2020. Com um patrimônio de R$ 1,5 milhão, a empresa foi registrada tendo como principal atividade holdings de instituições não financeiras.
A função desse tipo de empresa é controlar participações societárias (ações ou quotas) de um conjunto de companhias cujas atividades predominantes não pertencem ao setor financeiro. O gerenciamento direto das empresas controladas pela holding não é obrigatório, podendo atuar apenas de forma estratégica ou patrimonial.
O empresário Flávio Batel aparece como sócio e administrador da Solstic Capital, com valor de participação na sociedade de R$ 1,4 milhão. Ao todo, a operação irregular da empresa movimentou cerca de R$ 100 milhões entre 2021 e 2022.
Em novembro de 2023, a empresa ficou inapta na Receita Federal devido à omissão de declarações obrigatórias. No site do JusBrasil, a Solstic Capital é mencionada em 47 processos judiciais
O dono da empresa, Flávio Batel, morreu, aos 50 anos, em novembro do ano passado. Sua condição cadastral na Receita Federal também confirma o falecimento. Na sequência, em 6 de dezembro de 2024, o então presidente, Juliano do Vale, e o então tesoureiro do conselho federal, Luiz Evaristo Volpato, renunciaram aos cargos.
“O ex-presidente Juliano do Vale e o ex-tesoureiro Luiz Evaristo Volpato, ambos citados, deveriam ter tomado posse no dia 8 de dezembro de 2024 para a continuidade do mandato, mas renunciaram misteriosamente ao cargo antes da posse. Atualmente, não compõem o Plenário do CFO. Tal saída repentina ocorreu muito próxima da data da morte de Flávio Batel, o que reforça a suspeita de que já havia pleno conhecimento da gravidade dos fatos nos bastidores da autarquia”, diz a documentação da denúncia.
Com as renúncias, o então secretário-geral Cláudio Miyake assumiu o comando da instituição.
O que diz o CFO
Procurado pela reportagem, o CFO não se manifestou sobre a denúncia até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Golden Cross tem fim das atividades decretado pela ANS, que amplia prazo para troca de operadora
Empresa responsável por planos de saúde dos Correios também passa por dificuldades financeiras e fala em 'risco' para a continuidade
A estratégia da Justiça para proteger os bons empregadores no Brasil
Siamesas de SP separadas em Goiânia estão em estado grave, mas estável
Mabel promete agilizar atendimento médico especializado em Goiânia
Artigo- IA otimiza o atendimento médico e fideliza pacientes
https://medicinasa.com.br/ia-atendimento/
O TEMPO
Golden Cross tem fim das atividades decretado pela ANS, que amplia prazo para troca de operadora
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decretou o fim das atividades da Golden Cross (Vision Med Assistência Médica Ltda.) e ampliou o prazo para os beneficiários do plano de saúde realizarem a troca de operadora com portabilidade especial de carências.
A decisão de liquidação extrajudicial da operadora foi publicada em resolução no Diário Oficial da União desta terça-feira (13). Ela foi tomada em reunião fechada do órgão na terça-feira (12), realizada após a 622ª reunião ordinária da Dicol (Diretoria Colegiada), que ocorreu na mesma tarde.
Em nota, a agência afirma que acompanhava a carteira da Vision Med e a diminuição de beneficiários, diz ainda que todos os segurados até o dia anterior à decretação da liquidação extrajudicial estavam vinculados a planos coletivos empresariais.
Ao todo, são 32 mil beneficiários de convênios médico-hospitalares e cerca de 18 mil em planos odontológicos. O assunto já tinha sido debatido em reunião anterior, da Câmara de Saúde Suplementar, na semana passada.
Em nota, a Vision Med afirma que, com a decretação da liquidação da empresa, os administradores foram afastados e ANS se torna responsável “pelos atos de gestão”. É a operadora que deve responder pela empresa a partir de agora.
De acordo com a decisão da agência suplementar, os beneficiários da Golden Cross terão 60 dias a partir desta terça -até 11/07/2025- para contratar um plano de saúde de outra operadora sem cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária.
O prazo inicial para a troca de plano com carência especial terminaria em 11 de maio, segundo decisão anterior da agência, tomada em março, mas foi ampliado.
Na época, a agência informou que a decisão foi tomada por causa de “graves anormalidades administrativas e econômico-financeiras da operadora e de sua incapacidade de regularizar essas questões, colocando em risco o atendimento à saúde dos beneficiários”.
No caso dos segurados que estejam em período de carência ou cobertura parcial temporária em algum plano da Golden Cross por terem contratado há pouco tempo, o período que falta para ter acesso a atendimento e procedimentos médicos poderá ser cumprido na nova operadora.
Com a decretação da liquidação extrajudicial, a Golden Cross não vai mais prestar assistência à saúde no país. Para não ficar sem atendimento, a agência orienta os beneficiários a fazerem a portabilidade especial de carências o mais rápido possível.
Segundo a advogada Natalia Soriani, especialista em direito de saúde do escritório Natalia Soriani Advocacia, as operadoras de plano de saúde são obrigadas a fazer essa portabilidade, mas muitas se negam, especialmente quando se trata de plano individual.
Neste caso, ela diz que o beneficiário precisa procurar o convênio médico de destino e iniciar conversas que provem a recusa em lhe atender como novo cliente. Dentre as provas que devem ser guardadas caso necessite ir à Justiça contra a empresa estão conversas de WhatsApp e troca de emails, entre outras.
Natalia diz ainda que o cidadão pode registrar uma queixa na ANS. “Há casos em que as respostas da ANS são protocolares, mas há casos que se resolvem. De qualquer forma, a agência responde em 100% dos casos”, diz.
A advogada diz que, se não for atendido como a troca de plano e a portabilidade especial, é possível acionar a Justiça no Juizado Especial Cível, onde não precisa de defensor para iniciar um processo, mas afirma que é bom ter um especialista já representando o cliente.
Para ela, empresas de plano de saúde têm falido por má gestão, já que estão entre as que mais lucram. “Nos últimos anos, o mercado de plano de saúde tem lucrado absurdamente. Basta ver os reajuste aplicados aos planos não controlados pela ANS. Há um mau gerenciamento mesmo”, afirma.
O que os clientes da Golden Cross devem fazer?
Os clientes podem contratar qualquer plano de saúde disponível no mercado sem precisar cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária. Caso ainda estejam em carência ou cobertura parcial temporária no plano atual contratado da empresa, poderá cumprir o prazo que falta na outra operadora.
Como funciona a portabilidade especial de carência?
Na portabilidade especial de carências, os beneficiários podem escolher qualquer plano de saúde em funcionamento no país, independentemente do valor. É possível, no Guia ANS de Planos de Saúde, ver quais estão disponíveis, os tipos e os prazos de carência.
Para ter a portabilidade especial, no entanto, é preciso ir diretamente na operadora escolhida com os seguintes documentos:
– Documento de identidade
– CPF
– Comprovante de residência
– Cópias de, pelo menos, três boletos pagos na operadora anterior nos últimos seis meses
A ANS afirma que a portabilidade de carências é um direito individual de cada beneficiário, mesmo que o plano contratado seja coletivo empresarial ou coletivo por adesão. Isso significa que pessoas jurídicas não podem exercer a portabilidade especial por não haver previsão legal.
Como funciona a regra quando o plano é da empresa?
No caso do plano que a empresa oferece, chamado de coletivo empresarial, é a própria empresa que deve escolher outras operadoras para prestarem a assistência à saúde a seus funcionários.
Todos terão a portabilidade especial de carência, que será exercida como um direito individual, e se o trabalhador quiser, pode procurar um novo plano individual e também exercer seu direito de ter carência especial.
Como é a portabilidade quando o plano é coletivo por adesão?
A mesma regra de plano empresarial vale pare os coletivos por adesão, mas dessa vez, quem escolhe o novo plano é a administradora de benefício, mas, se o cliente quiser, também pode fazer essa escolha de forma individual e ter direito à portabilidade especial de carência.
Como funciona o direito à portabilidade no plano contratado por MEI?
No caso de contrato firmado por MEI (microempresário individual), por exemplo, o cliente é considerado pessoa física e tem direito à portabilidade de carências, de forma individual na hora de contratar um novo plano empresarial, assim como nos planos individuais ou familiares.
Quais são as regras gerais para os planos de pessoa jurídica?
Segundo a agência, quando o plano de destino for de contratação coletiva, o contrato celebrado entre a operadora e a pessoa jurídica deverá estar vigente para que os beneficiários interessados possam aderir de forma individual ao contrato, sendo beneficiado pela portabilidade de carências.
Nestes casos, o beneficiário deverá comprovar que está elegível para o novo plano.
Se uma operadora impedir qualquer beneficiário que atenda todos os requisitos de exercer seu direito a portabilidade de carências, essa atitude será considerada como obstrução da portabilidade e deverá ser relatada à ANS para apuração de possível irregularidade.
Exemplo:
Uma empresa possui um plano de saúde da Golden Cross com 15 vidas. Ao firmar um novo contrato com outra operadora, essa empresa recebe a informação de prazos de carências a serem cumpridos.
Entretanto, como os beneficiários estão dentro do prazo de portabilidade especial de carências, todos podem, individualmente, fazer pedido de portabilidade especial para ingressar no novo contrato sem precisar cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária.
Caso ainda haja beneficiários em carência ou em período de cobertura parcial temporária no plano atual, estes poderão cumprir o período remanescente nova operadora.
Onde denunciar o plano de saúde que não cumprir as regras?
Há vários canais para tirar dúvidas ou denunciar empresas de plano que não cumpram as regras da portabilidade. Veja:
1. Disque ANS (0800- 7019656): atendimento telefônico gratuito, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, exceto feriados nacionais;
2. Formulário eletrônico: Fale Conosco na Central de Atendimento ao Consumidor;
3. Central de atendimento para deficientes auditivos: 0800-021 2105
4. Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país. Confira aqui as unidades com atendimento presencial e faça o agendamento online
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PORTAL G1
Empresa responsável por planos de saúde dos Correios também passa por dificuldades financeiras e fala em 'risco' para a continuidade
Postal Saúde é um braço dos Correios. Em 2024, gestora gastou R$ 2 bilhões com procedimentos médicos para beneficiários. Além dos desafios enfrentados pelos Correios, a Postal Saúde, estatal responsável pela gestão do plano de saúde dos funcionários, também está passando por graves dificuldades financeiras. Segundo as Demonstrações Financeiras de 2024, divulgadas pela própria empresa, há risco para "continuidade operacional".
Essa situação ocorre porque a Postal Saúde opera sob um regime de mantenedor - ou seja, sua sustentabilidade financeira depende diretamente dos Correios. Dessa forma, os problemas econômicos da estatal impactam diretamente a saúde financeira da operadora.
"Observando o atual cenário econômico do Mantenedor [Correios], é salutar analisar em contextos gerais a possibilidade de os riscos não serem integralmente garantidos", apontou a Postal Saúde em uma das notas explicativas.
O que significa o risco para continuidade operacional?
O risco de continuidade operacional surge quando a empresa não consegue honrar seus compromissos financeiros, o que, no caso da Postal Saúde, implica na interrupção da prestação de serviços médicos aos beneficiários, devido à falta de recursos para cobrir os custos assistenciais.
Essa vulnerabilidade financeira da Postal Saúde é consequência de uma perda de liquidez, ocorrida após a devolução de R$ 221 milhões aos Correios, decorrente de uma transação frustrada.
"No caso em questão, a devolução dos valores aportados e dos rendimentos nos moldes estabelecidos traz para a operadora riscos normativos e de continuidade", diz o relatório da empresa.
Dependência dos repasses dos Correios
Atualmente, a Postal Saúde se mantém financeiramente graças aos repasses feitos pelos Correios e pelas coparticipações dos funcionários que utilizam o serviço. Em 2024, a operadora destinou cerca de R$ 2 bilhões para procedimentos médicos dos seus 202 mil participantes.
Ainda assim, as Demonstrações Financeiras apontam que pode ser necessário um "lastro financeiro" adicional para garantir a continuidade das operações, caso os Correios não consigam manter os aportes necessários.
"Cabe observar a possível necessidade de lastro financeiro, para constituição de capital base", destaca o documento.
Devolução milionária e impacto financeiro
Em março de 2022, uma medida estabeleceu que os Correios deixariam de ser mantenedores da Postal Saúde, passando a atuar como patrocinadores. Essa mudança visava desonerar a estatal da responsabilidade financeira direta sobre a gestora do plano de saúde.
Para aliviar as dificuldades financeiras da Postal, os Correios enviaram R$ 221 milhões como contribuição adicional. No entanto, sob a gestão do governo Lula e presidência de Fabiano Silva, os Correios voltaram atrás, reassumindo o papel de mantenedores.
Essa reversão fez com que a Postal Saúde tivesse que devolver os recursos recebidos, o que impactou drasticamente o caixa da operadora.
"A restituição dos recursos aportados para constituição de ativos garantidores e provisões a ressarcir evidencia o patrimônio líquido da Postal Saúde de forma negativa", indicou o relatório.
Suspensão de atendimentos e preocupação dos sindicatos
Devido à crise financeira, a Postal Saúde passou a suspender pagamentos a prestadoras de serviços de saúde, o que resultou na interrupção de atendimentos em algumas redes conveniadas.
Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), essa situação configura uma potencial violação ao direito fundamental à saúde e à vida.
"A omissão institucional, a inadimplência com prestadores e a não garantia dos serviços essenciais aos beneficiários configuram uma violação ao direito fundamental à saúde", afirmou a Findect em notificação extrajudicial.
A entidade, presidida por José Aparecido Gandara, enviou uma carta à Postal Saúde manifestando preocupação com a situação. Gandara também criticou o alto custo da contrapartida para os funcionários, que atualmente é de 42% - após ter chegado a 70% durante o governo Bolsonaro.
"A gente estima que mais de 25 mil deixaram de participar do plano de saúde por conta dessa contrapartida, que ao longo dos anos foi aumentando. Conseguimos reduzir para cerca de 42%", explicou Gandara.
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VEJA
A estratégia da Justiça para proteger os bons empregadores no Brasil
Durante a palestra de abertura do Fórum VEJA Brazil Insights Nova York o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, falou sobre o tema da segurança jurídica e citou uma das principais estratégias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para diminuir o numero de reclamações trabalhistas que tramitam na Justiça.
Para reduzir a litigiosidade trabalhista no país, a nova resolução, aprovada em outubro do ano passado, permite que, no momento da rescisão do contrato, empregador e empregado — desde que ambos estejam assistidos por advogados — levem o acordo diretamente à homologação da Justiça do Trabalho. Com isso, ficam impedidas futuras reclamações trabalhistas sobre aquele vínculo.
“Aprovamos no Conselho Nacional de Justiça uma resolução pela qual, se no ato da rescisão o trabalhador e o empregado estiverem de acordo, cada um com seu advogado, eles podem levar à Justiça do Trabalho para homologar, e a partir daí fica proibida a reclamação trabalhista”, explicou Barroso. Para o ministro, a medida tem potencial para combater o que chamou de “indústria de reclamações”, protegendo o empregador que age corretamente. “O empregador que viola os direitos dos empregados vai continuar responsável, mas a gente quer proteger o empregador correto que sofre muitas vezes com essa indústria.”
Barroso também comentou o alto volume de ações judiciais na área da saúde, especialmente envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e planos privados. Ele afirmou que o Supremo conseguiu encontrar soluções em parte dos casos envolvendo o setor público, apesar de ainda haver questões delicadas, como a judicialização de medicamentos de alto custo. “Há uma litigância excessiva ainda em relação à saúde privada, aos planos de saúde, e nós também estamos tentando equacionar esse tipo de litigância”, disse.
O ministro destacou que a alta litigiosidade não é exclusividade do Brasil, mas reconheceu que, no país, o fenômeno atinge proporções maiores. “Litigiosidade existe em diferentes países, e ninguém considera que os Estados Unidos têm insegurança jurídica porque têm litigiosidade. A litigiosidade aqui é muito grande.”
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O POPULAR
Siamesas de SP separadas em Goiânia estão em estado grave, mas estável
As gêmeas siamesas Kiraz e Aruna de São Paulo, que fizeram uma cirurgia de separação em Goiânia no último sábado (10), estão em estado grave, mas estável, segundo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), local onde o procedimento foi realizado.
Conforme o pai das crianças Alessandro Rodrigues, elas ainda não acordaram devido o sedativo utilizado durante a cirurgia de 19h que finalizará o efeito na próxima sexta-feira (16) . As crianças de um ano e seis meses estavam unidas pelo tórax, abdômen e bacia e foram operadas pelo médico Zacharias Calil (confira nota na íntegra ao final do texto) .
Em nota divulgada nesta terça-feira (13), o Hecad ainda informou que as gêmeas seguem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dentro do que é esperado para o momento pós-operatório. “As gêmeas permanecem em observação contínua, em uso de ventilação mecânica, com dieta zero e sem piora clínica até o momento. A equipe multiprofissional segue acompanhando a evolução das pacientes de forma rigorosa”, divulgou em nota.
A cirurgia aconteceu às 9h de sábado (10) . O pai contou ao POPULAR que viu as filhas somente na cirurgia e aguarda o momento de Kiraz e Aruna acordarem do sedativo com boas expectativas. “Muito positiva. Elas são guerreiras”, informou Alessandro.
A cirurgia durou quatro horas a mais do que o previsto , teve o prazo estendido diante da alta complexidade e teve duração de 19h ao todo . Para realização do procedimento foi envolvida uma equipe formada por mais de 50 especialistas, sendo 16 cirurgiões de várias especialidades.
Segundo o médico Zacharias Calil, foi um grande trabalho. “Foi um trabalho muito grande, muitos profissionais envolvidos. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe, a todo mundo pelas orações, todo mundo com a energia positiva para fazer essa cirurgia. Foi muito difícil, muito trabalhoso, mas nós vencemos”, declarou Calil.
Apesar da complexidade da cirurgia, o pai das crianças informou que a cirurgia representa ‘liberdade para o futuro’.
Para nós, representa uma parte da missão que nos foi concedida por Deus. Garantir a liberdade delas é primordial para o futuro delas”, contou Alessandro.
Procedimento
As crianças são de Igaraçu do Tietê, em São Paulo, e estão sendo acompanhadas pela equipe médica desde o início de 2024.
Após o procedimento, o médico Zacharias Calil informou detalhes sobre o procedimento aos pais. Na conversa, Callil disse que o intestino e a bexiga das gêmeas estavam interligados, portanto, foram divididos. “Eu tive que tirar uma parte do intestino dela (Kiraz) para separar, fizemos a sutura, emendamos o intestino. Então, talvez demore mais o pós-operatório. Demora a funcionar a bexiga, tudo isso vai ser complicado, mas estão separadas”, detalhou o médico.
Diante do médico, a mãe das gêmeas não conteve a emoção. Em lágrimas, ela agradeceu ao médico e lhe deu um abraço. “Valeu a pena a espera”, declarou a mãe, emocionada.
Médico Zacharias Calil e pais das gêmeas siamesas Kiraz e Aruna (Divulgação/ Assessoria)
Tratamento
As gêmeas compartilhavam partes importantes do corpo, como tórax, abdômen, bacia, fígado, intestino e tinham três pernas. O terceiro membro foi retirado na cirurgia deste sábado. Anteriormente, elas passaram por um procedimento para colocar o expansor de pele em 17 de outubro de 2024, em Goiânia.
A estimativa de custo da assistência oferecida às crianças gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de mais de R$ 1 milhão. A intervenção contou com um biomodelo em 3D de realidade aumentada, que é o mesmo utilizado para o tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o médico.
Nota do Hecad
O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) informa que as pacientes Kiraz e Aruna seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave, porém estável, dentro do que é esperado para o momento pós-operatório.
As gêmeas permanecem em observação contínua, em uso de ventilação mecânica, com dieta zero e sem piora clínica até o momento.
A equipe multiprofissional segue acompanhando a evolução das pacientes de forma rigorosa, garantindo todos os cuidados necessários para a recuperação.
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A REDAÇÃO
Mabel promete agilizar atendimento médico especializado em Goiânia
Área vai receber R$ 5 mi de investimento
O prefeito Sandro Mabel, lançou, nesta terça-feira (13/5), ao lado do diretor de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira de Faria, o Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), em Goiânia. O ato, realizado no Paço Municipal, marca o início da oferta de consultas e exames diagnósticos pelo programa, que assegura mais resolutividade e rapidez na oferta de assistência especializada.
Segundo o material de apresentação do programa, se antes o paciente era inserido em várias filas diferentes na regulação, fato que provocava demora no atendimento, agora, ele será cadastrado em fila única na regulação para um pacote de serviços. Com isso, a população terá acesso ao especialista, com consulta, exame diagnóstico e retorno, com ciclo de cuidado integrado em prazo de até 60 dias.
Em discurso, Mabel falou de sua alegria em participar odo lançamento do programa, reafirmando seu compromisso de vestir a camisa da saúde e anunciou que há em caixa quase R$ 5 milhões para o início do programa. “Eu fiz um compromisso com a população de que eu não receberia o meu salário até a melhoria na saúde. Com o dinheiro, eu adquiro remédios, insumos e equipamentos. Eu sou um cara resiliente e persistente, e tenho certeza que juntos vamos fazer muito pela saúde de Goiânia”, sustenta.
Mabel relatou ainda sobre as visitas que têm feito às unidades de saúde, seja pela manhã, de noite ou na madrugada, para aferir os atendimentos prestados à população. “A nossa equipe toda está disposta a fazer o trabalho lá na ponta”.
O diretor Rodrigo Oliveira iniciou a sua fala ressaltando os esforços do Ministério da Saúde em investir na área, assim como qualificar o debate com a sociedade e corrigir eventuais erros.
“Queria agradecer pelo convite e celebrar o prefeito Mabel, que veste a camisa do SUS, que veste a camisa da saúde do seu povo e deixar o recado do presidente Lula e do ministro Padilha, que a prefeitura de Goiânia pode contar com o Ministério da Saúde para cuidar da saúde do povo”, destacou Oliveira.
Diante dos desafios de ofertar uma saúde de qualidade à população, Rodrigo Oliveira ressaltou a necessidade de tomadas de medidas coordenadas com toda a sociedade, envolvendo os governos federal, estaduais e municipais, como forma de diminuir o sofrimento do povo.
“A nossa bandeira é a bandeira do povo brasileiro, e é um esforço de cuidar do nosso povo. Por isso, Goiânia, o Estado de Goiás e todo o Brasil pode contar que nós vamos trabalhar dia e noite para garantir o mais rápido possível, que a gente reduza o tempo que espera na assistência especializada da nossa população”, pontuou.
Novo acesso às consultas especializadas
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, destacou a importância do lançamento do programa, que possibilitará a oferta de novo acesso às consultas especializadas na atenção básica, como evitar complicações no quadro de pacientes acometidos por alguma enfermidade.
“O Ministério da Saúde, entendendo que realmente talvez fosse um programa nacional que cria esse programa, fundamenta o novo modelo de participação, de novo modelo de financiamento, que permite que a gente consiga considerar essa figura e fornecer saúde e qualidade para uma população tão carente”, disse.
Ao cumprimenta o prefeito Sandro Mabel, a presidente do Conselho dos Secretários Municipais do Estado de Goiás, Fabrícia Fleury registrou a sua satisfação em assistir Goiânia tornando-se novamente protagonista na oferta de serviços de média e alta complexidade, e o fato de o Ministério da Saúde reconhecer a importância de atualizar os recursos destinados à execução do programa.
“Nós estamos falando de reduzir filas, de aumentar o acesso, mas também como contratualizar serviços com tabelas que não atendem às necessidades de execução dos serviços”, pontuou “O PMAE vem com força total aqui na capital, para a gente melhorar o tempo de diagnóstico, e com isso também reduzir os tratamentos prolongados e dando a eles mais eficiência", aposta.
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MEDICINA S/A
Artigo- IA otimiza o atendimento médico e fideliza pacientes
Por Marcel Andrade
Em meio à transformação digital que vem revolucionando a saúde, a inteligência artificial desponta como o novo aliado na personalização do atendimento e no fortalecimento do vínculo entre pacientes e instituições. Imagine um cenário em que, ao buscar atendimento, um paciente encontra um assistente virtual preparado para esclarecer dúvidas, traduzir termos médicos complexos e recomendar planos de cuidado sob medida, tornando sua jornada de saúde mais compreensível e segura.
Essa inovação não se restringe à primeira interação. Por meio do monitoramento remoto e da análise inteligente de dados, as equipes médicas identificam rapidamente alterações no quadro clínico, permitindo intervenções preventivas que evitam complicações. Essa atenção constante demonstra ao paciente que seu cuidado é prioridade, aproximando-o ainda mais da instituição que o atende.
A experiência personalizada não só potencializa a eficácia dos tratamentos, como também valoriza o paciente, fazendo-o se sentir único. Nesse novo contexto, a comunicação entre médicos, instituições e pacientes evoluiu de maneira significativa. Hoje, chatbots e assistentes virtuais já integram a rotina de 62,5% dos hospitais privados brasileiros, atuando 24 horas por dia para agendar consultas, esclarecer dúvidas e direcionar os pacientes – liberando os profissionais para se concentrarem em demandas clínicas mais complexas.
Paralelamente, a inteligência artificial tem promovido a gestão eficiente dos recursos. Ela identifica gargalos, prevê picos de demanda e otimiza a administração de estoques, contribuindo para a redução dos custos operacionais. Segundo o Índice de Saúde Futura da Philips, 92% dos líderes do setor reconhecem que a automação é essencial para aliviar a sobrecarga das equipes e dedicar mais tempo ao cuidado humano, transformando a jornada do paciente em um processo mais ágil e menos burocrático.
Os resultados dessa transformação já são visíveis: clínicas e hospitais relatam aumento nas taxas de satisfação e fidelização dos pacientes, além de diagnósticos mais rápidos e precisos.
A tecnologia também aprimora a coleta e análise de feedback, captando as opiniões dos pacientes logo após o atendimento e apontando áreas para melhorias. Com a possibilidade de monitoramento em tempo real de métricas como níveis de satisfação, tempos de espera e taxas de comparecimento, as instituições podem ajustar seus processos de forma contínua, elevando a qualidade do serviço e fortalecendo a fidelização dos pacientes.
Os benefícios dessa transformação ultrapassam a experiência individual, refletindo-se em melhorias significativas nos resultados institucionais. Uma experiência positiva, desde o primeiro contato até o pós-atendimento, fomenta a fidelidade do paciente, reduzindo a rotatividade e consolidando a reputação do serviço de saúde.
Contudo, é necessário reconhecer os desafios que ainda persistem. A confiança dos pacientes na inteligência artificial encontra-se em construção, principalmente em aplicações mais sofisticadas. Assim, é imprescindível que as instituições sejam transparentes quanto às potencialidades e limitações dessas tecnologias, educando os pacientes e promovendo um diálogo aberto e colaborativo. Essa postura fortalece não só a relação entre paciente e profissional, mas também a evolução de um setor em constante inovação.
*Marcel Andrade é o cofundador e CPO da Wellon.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Golden Cross tem fim das atividades decretado pela ANS, que amplia prazo para troca de operadora
Empresa responsável por planos de saúde dos Correios também passa por dificuldades financeiras e fala em 'risco' para a continuidade
A estratégia da Justiça para proteger os bons empregadores no Brasil
Siamesas de SP separadas em Goiânia estão em estado grave, mas estável
Mabel promete agilizar atendimento médico especializado em Goiânia
Artigo- IA otimiza o atendimento médico e fideliza pacientes
https://medicinasa.com.br/ia-atendimento/
O TEMPO
Golden Cross tem fim das atividades decretado pela ANS, que amplia prazo para troca de operadora
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decretou o fim das atividades da Golden Cross (Vision Med Assistência Médica Ltda.) e ampliou o prazo para os beneficiários do plano de saúde realizarem a troca de operadora com portabilidade especial de carências.
A decisão de liquidação extrajudicial da operadora foi publicada em resolução no Diário Oficial da União desta terça-feira (13). Ela foi tomada em reunião fechada do órgão na terça-feira (12), realizada após a 622ª reunião ordinária da Dicol (Diretoria Colegiada), que ocorreu na mesma tarde.
Em nota, a agência afirma que acompanhava a carteira da Vision Med e a diminuição de beneficiários, diz ainda que todos os segurados até o dia anterior à decretação da liquidação extrajudicial estavam vinculados a planos coletivos empresariais.
Ao todo, são 32 mil beneficiários de convênios médico-hospitalares e cerca de 18 mil em planos odontológicos. O assunto já tinha sido debatido em reunião anterior, da Câmara de Saúde Suplementar, na semana passada.
Em nota, a Vision Med afirma que, com a decretação da liquidação da empresa, os administradores foram afastados e ANS se torna responsável “pelos atos de gestão”. É a operadora que deve responder pela empresa a partir de agora.
De acordo com a decisão da agência suplementar, os beneficiários da Golden Cross terão 60 dias a partir desta terça -até 11/07/2025- para contratar um plano de saúde de outra operadora sem cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária.
O prazo inicial para a troca de plano com carência especial terminaria em 11 de maio, segundo decisão anterior da agência, tomada em março, mas foi ampliado.
Na época, a agência informou que a decisão foi tomada por causa de “graves anormalidades administrativas e econômico-financeiras da operadora e de sua incapacidade de regularizar essas questões, colocando em risco o atendimento à saúde dos beneficiários”.
No caso dos segurados que estejam em período de carência ou cobertura parcial temporária em algum plano da Golden Cross por terem contratado há pouco tempo, o período que falta para ter acesso a atendimento e procedimentos médicos poderá ser cumprido na nova operadora.
Com a decretação da liquidação extrajudicial, a Golden Cross não vai mais prestar assistência à saúde no país. Para não ficar sem atendimento, a agência orienta os beneficiários a fazerem a portabilidade especial de carências o mais rápido possível.
Segundo a advogada Natalia Soriani, especialista em direito de saúde do escritório Natalia Soriani Advocacia, as operadoras de plano de saúde são obrigadas a fazer essa portabilidade, mas muitas se negam, especialmente quando se trata de plano individual.
Neste caso, ela diz que o beneficiário precisa procurar o convênio médico de destino e iniciar conversas que provem a recusa em lhe atender como novo cliente. Dentre as provas que devem ser guardadas caso necessite ir à Justiça contra a empresa estão conversas de WhatsApp e troca de emails, entre outras.
Natalia diz ainda que o cidadão pode registrar uma queixa na ANS. “Há casos em que as respostas da ANS são protocolares, mas há casos que se resolvem. De qualquer forma, a agência responde em 100% dos casos”, diz.
A advogada diz que, se não for atendido como a troca de plano e a portabilidade especial, é possível acionar a Justiça no Juizado Especial Cível, onde não precisa de defensor para iniciar um processo, mas afirma que é bom ter um especialista já representando o cliente.
Para ela, empresas de plano de saúde têm falido por má gestão, já que estão entre as que mais lucram. “Nos últimos anos, o mercado de plano de saúde tem lucrado absurdamente. Basta ver os reajuste aplicados aos planos não controlados pela ANS. Há um mau gerenciamento mesmo”, afirma.
O que os clientes da Golden Cross devem fazer?
Os clientes podem contratar qualquer plano de saúde disponível no mercado sem precisar cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária. Caso ainda estejam em carência ou cobertura parcial temporária no plano atual contratado da empresa, poderá cumprir o prazo que falta na outra operadora.
Como funciona a portabilidade especial de carência?
Na portabilidade especial de carências, os beneficiários podem escolher qualquer plano de saúde em funcionamento no país, independentemente do valor. É possível, no Guia ANS de Planos de Saúde, ver quais estão disponíveis, os tipos e os prazos de carência.
Para ter a portabilidade especial, no entanto, é preciso ir diretamente na operadora escolhida com os seguintes documentos:
– Documento de identidade
– CPF
– Comprovante de residência
– Cópias de, pelo menos, três boletos pagos na operadora anterior nos últimos seis meses
A ANS afirma que a portabilidade de carências é um direito individual de cada beneficiário, mesmo que o plano contratado seja coletivo empresarial ou coletivo por adesão. Isso significa que pessoas jurídicas não podem exercer a portabilidade especial por não haver previsão legal.
Como funciona a regra quando o plano é da empresa?
No caso do plano que a empresa oferece, chamado de coletivo empresarial, é a própria empresa que deve escolher outras operadoras para prestarem a assistência à saúde a seus funcionários.
Todos terão a portabilidade especial de carência, que será exercida como um direito individual, e se o trabalhador quiser, pode procurar um novo plano individual e também exercer seu direito de ter carência especial.
Como é a portabilidade quando o plano é coletivo por adesão?
A mesma regra de plano empresarial vale pare os coletivos por adesão, mas dessa vez, quem escolhe o novo plano é a administradora de benefício, mas, se o cliente quiser, também pode fazer essa escolha de forma individual e ter direito à portabilidade especial de carência.
Como funciona o direito à portabilidade no plano contratado por MEI?
No caso de contrato firmado por MEI (microempresário individual), por exemplo, o cliente é considerado pessoa física e tem direito à portabilidade de carências, de forma individual na hora de contratar um novo plano empresarial, assim como nos planos individuais ou familiares.
Quais são as regras gerais para os planos de pessoa jurídica?
Segundo a agência, quando o plano de destino for de contratação coletiva, o contrato celebrado entre a operadora e a pessoa jurídica deverá estar vigente para que os beneficiários interessados possam aderir de forma individual ao contrato, sendo beneficiado pela portabilidade de carências.
Nestes casos, o beneficiário deverá comprovar que está elegível para o novo plano.
Se uma operadora impedir qualquer beneficiário que atenda todos os requisitos de exercer seu direito a portabilidade de carências, essa atitude será considerada como obstrução da portabilidade e deverá ser relatada à ANS para apuração de possível irregularidade.
Exemplo:
Uma empresa possui um plano de saúde da Golden Cross com 15 vidas. Ao firmar um novo contrato com outra operadora, essa empresa recebe a informação de prazos de carências a serem cumpridos.
Entretanto, como os beneficiários estão dentro do prazo de portabilidade especial de carências, todos podem, individualmente, fazer pedido de portabilidade especial para ingressar no novo contrato sem precisar cumprir novos períodos de carências ou cobertura parcial temporária.
Caso ainda haja beneficiários em carência ou em período de cobertura parcial temporária no plano atual, estes poderão cumprir o período remanescente nova operadora.
Onde denunciar o plano de saúde que não cumprir as regras?
Há vários canais para tirar dúvidas ou denunciar empresas de plano que não cumpram as regras da portabilidade. Veja:
1. Disque ANS (0800- 7019656): atendimento telefônico gratuito, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, exceto feriados nacionais;
2. Formulário eletrônico: Fale Conosco na Central de Atendimento ao Consumidor;
3. Central de atendimento para deficientes auditivos: 0800-021 2105
4. Núcleos da ANS existentes nas cinco regiões do país. Confira aqui as unidades com atendimento presencial e faça o agendamento online
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PORTAL G1
Empresa responsável por planos de saúde dos Correios também passa por dificuldades financeiras e fala em 'risco' para a continuidade
Postal Saúde é um braço dos Correios. Em 2024, gestora gastou R$ 2 bilhões com procedimentos médicos para beneficiários. Além dos desafios enfrentados pelos Correios, a Postal Saúde, estatal responsável pela gestão do plano de saúde dos funcionários, também está passando por graves dificuldades financeiras. Segundo as Demonstrações Financeiras de 2024, divulgadas pela própria empresa, há risco para "continuidade operacional".
Essa situação ocorre porque a Postal Saúde opera sob um regime de mantenedor - ou seja, sua sustentabilidade financeira depende diretamente dos Correios. Dessa forma, os problemas econômicos da estatal impactam diretamente a saúde financeira da operadora.
"Observando o atual cenário econômico do Mantenedor [Correios], é salutar analisar em contextos gerais a possibilidade de os riscos não serem integralmente garantidos", apontou a Postal Saúde em uma das notas explicativas.
O que significa o risco para continuidade operacional?
O risco de continuidade operacional surge quando a empresa não consegue honrar seus compromissos financeiros, o que, no caso da Postal Saúde, implica na interrupção da prestação de serviços médicos aos beneficiários, devido à falta de recursos para cobrir os custos assistenciais.
Essa vulnerabilidade financeira da Postal Saúde é consequência de uma perda de liquidez, ocorrida após a devolução de R$ 221 milhões aos Correios, decorrente de uma transação frustrada.
"No caso em questão, a devolução dos valores aportados e dos rendimentos nos moldes estabelecidos traz para a operadora riscos normativos e de continuidade", diz o relatório da empresa.
Dependência dos repasses dos Correios
Atualmente, a Postal Saúde se mantém financeiramente graças aos repasses feitos pelos Correios e pelas coparticipações dos funcionários que utilizam o serviço. Em 2024, a operadora destinou cerca de R$ 2 bilhões para procedimentos médicos dos seus 202 mil participantes.
Ainda assim, as Demonstrações Financeiras apontam que pode ser necessário um "lastro financeiro" adicional para garantir a continuidade das operações, caso os Correios não consigam manter os aportes necessários.
"Cabe observar a possível necessidade de lastro financeiro, para constituição de capital base", destaca o documento.
Devolução milionária e impacto financeiro
Em março de 2022, uma medida estabeleceu que os Correios deixariam de ser mantenedores da Postal Saúde, passando a atuar como patrocinadores. Essa mudança visava desonerar a estatal da responsabilidade financeira direta sobre a gestora do plano de saúde.
Para aliviar as dificuldades financeiras da Postal, os Correios enviaram R$ 221 milhões como contribuição adicional. No entanto, sob a gestão do governo Lula e presidência de Fabiano Silva, os Correios voltaram atrás, reassumindo o papel de mantenedores.
Essa reversão fez com que a Postal Saúde tivesse que devolver os recursos recebidos, o que impactou drasticamente o caixa da operadora.
"A restituição dos recursos aportados para constituição de ativos garantidores e provisões a ressarcir evidencia o patrimônio líquido da Postal Saúde de forma negativa", indicou o relatório.
Suspensão de atendimentos e preocupação dos sindicatos
Devido à crise financeira, a Postal Saúde passou a suspender pagamentos a prestadoras de serviços de saúde, o que resultou na interrupção de atendimentos em algumas redes conveniadas.
Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), essa situação configura uma potencial violação ao direito fundamental à saúde e à vida.
"A omissão institucional, a inadimplência com prestadores e a não garantia dos serviços essenciais aos beneficiários configuram uma violação ao direito fundamental à saúde", afirmou a Findect em notificação extrajudicial.
A entidade, presidida por José Aparecido Gandara, enviou uma carta à Postal Saúde manifestando preocupação com a situação. Gandara também criticou o alto custo da contrapartida para os funcionários, que atualmente é de 42% - após ter chegado a 70% durante o governo Bolsonaro.
"A gente estima que mais de 25 mil deixaram de participar do plano de saúde por conta dessa contrapartida, que ao longo dos anos foi aumentando. Conseguimos reduzir para cerca de 42%", explicou Gandara.
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VEJA
A estratégia da Justiça para proteger os bons empregadores no Brasil
Durante a palestra de abertura do Fórum VEJA Brazil Insights Nova York o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, falou sobre o tema da segurança jurídica e citou uma das principais estratégias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para diminuir o numero de reclamações trabalhistas que tramitam na Justiça.
Para reduzir a litigiosidade trabalhista no país, a nova resolução, aprovada em outubro do ano passado, permite que, no momento da rescisão do contrato, empregador e empregado — desde que ambos estejam assistidos por advogados — levem o acordo diretamente à homologação da Justiça do Trabalho. Com isso, ficam impedidas futuras reclamações trabalhistas sobre aquele vínculo.
“Aprovamos no Conselho Nacional de Justiça uma resolução pela qual, se no ato da rescisão o trabalhador e o empregado estiverem de acordo, cada um com seu advogado, eles podem levar à Justiça do Trabalho para homologar, e a partir daí fica proibida a reclamação trabalhista”, explicou Barroso. Para o ministro, a medida tem potencial para combater o que chamou de “indústria de reclamações”, protegendo o empregador que age corretamente. “O empregador que viola os direitos dos empregados vai continuar responsável, mas a gente quer proteger o empregador correto que sofre muitas vezes com essa indústria.”
Barroso também comentou o alto volume de ações judiciais na área da saúde, especialmente envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e planos privados. Ele afirmou que o Supremo conseguiu encontrar soluções em parte dos casos envolvendo o setor público, apesar de ainda haver questões delicadas, como a judicialização de medicamentos de alto custo. “Há uma litigância excessiva ainda em relação à saúde privada, aos planos de saúde, e nós também estamos tentando equacionar esse tipo de litigância”, disse.
O ministro destacou que a alta litigiosidade não é exclusividade do Brasil, mas reconheceu que, no país, o fenômeno atinge proporções maiores. “Litigiosidade existe em diferentes países, e ninguém considera que os Estados Unidos têm insegurança jurídica porque têm litigiosidade. A litigiosidade aqui é muito grande.”
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O POPULAR
Siamesas de SP separadas em Goiânia estão em estado grave, mas estável
As gêmeas siamesas Kiraz e Aruna de São Paulo, que fizeram uma cirurgia de separação em Goiânia no último sábado (10), estão em estado grave, mas estável, segundo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), local onde o procedimento foi realizado.
Conforme o pai das crianças Alessandro Rodrigues, elas ainda não acordaram devido o sedativo utilizado durante a cirurgia de 19h que finalizará o efeito na próxima sexta-feira (16) . As crianças de um ano e seis meses estavam unidas pelo tórax, abdômen e bacia e foram operadas pelo médico Zacharias Calil (confira nota na íntegra ao final do texto) .
Em nota divulgada nesta terça-feira (13), o Hecad ainda informou que as gêmeas seguem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dentro do que é esperado para o momento pós-operatório. “As gêmeas permanecem em observação contínua, em uso de ventilação mecânica, com dieta zero e sem piora clínica até o momento. A equipe multiprofissional segue acompanhando a evolução das pacientes de forma rigorosa”, divulgou em nota.
A cirurgia aconteceu às 9h de sábado (10) . O pai contou ao POPULAR que viu as filhas somente na cirurgia e aguarda o momento de Kiraz e Aruna acordarem do sedativo com boas expectativas. “Muito positiva. Elas são guerreiras”, informou Alessandro.
A cirurgia durou quatro horas a mais do que o previsto , teve o prazo estendido diante da alta complexidade e teve duração de 19h ao todo . Para realização do procedimento foi envolvida uma equipe formada por mais de 50 especialistas, sendo 16 cirurgiões de várias especialidades.
Segundo o médico Zacharias Calil, foi um grande trabalho. “Foi um trabalho muito grande, muitos profissionais envolvidos. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe, a todo mundo pelas orações, todo mundo com a energia positiva para fazer essa cirurgia. Foi muito difícil, muito trabalhoso, mas nós vencemos”, declarou Calil.
Apesar da complexidade da cirurgia, o pai das crianças informou que a cirurgia representa ‘liberdade para o futuro’.
Para nós, representa uma parte da missão que nos foi concedida por Deus. Garantir a liberdade delas é primordial para o futuro delas”, contou Alessandro.
Procedimento
As crianças são de Igaraçu do Tietê, em São Paulo, e estão sendo acompanhadas pela equipe médica desde o início de 2024.
Após o procedimento, o médico Zacharias Calil informou detalhes sobre o procedimento aos pais. Na conversa, Callil disse que o intestino e a bexiga das gêmeas estavam interligados, portanto, foram divididos. “Eu tive que tirar uma parte do intestino dela (Kiraz) para separar, fizemos a sutura, emendamos o intestino. Então, talvez demore mais o pós-operatório. Demora a funcionar a bexiga, tudo isso vai ser complicado, mas estão separadas”, detalhou o médico.
Diante do médico, a mãe das gêmeas não conteve a emoção. Em lágrimas, ela agradeceu ao médico e lhe deu um abraço. “Valeu a pena a espera”, declarou a mãe, emocionada.
Médico Zacharias Calil e pais das gêmeas siamesas Kiraz e Aruna (Divulgação/ Assessoria)
Tratamento
As gêmeas compartilhavam partes importantes do corpo, como tórax, abdômen, bacia, fígado, intestino e tinham três pernas. O terceiro membro foi retirado na cirurgia deste sábado. Anteriormente, elas passaram por um procedimento para colocar o expansor de pele em 17 de outubro de 2024, em Goiânia.
A estimativa de custo da assistência oferecida às crianças gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de mais de R$ 1 milhão. A intervenção contou com um biomodelo em 3D de realidade aumentada, que é o mesmo utilizado para o tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo o médico.
Nota do Hecad
O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) informa que as pacientes Kiraz e Aruna seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave, porém estável, dentro do que é esperado para o momento pós-operatório.
As gêmeas permanecem em observação contínua, em uso de ventilação mecânica, com dieta zero e sem piora clínica até o momento.
A equipe multiprofissional segue acompanhando a evolução das pacientes de forma rigorosa, garantindo todos os cuidados necessários para a recuperação.
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A REDAÇÃO
Mabel promete agilizar atendimento médico especializado em Goiânia
Área vai receber R$ 5 mi de investimento
O prefeito Sandro Mabel, lançou, nesta terça-feira (13/5), ao lado do diretor de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira de Faria, o Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), em Goiânia. O ato, realizado no Paço Municipal, marca o início da oferta de consultas e exames diagnósticos pelo programa, que assegura mais resolutividade e rapidez na oferta de assistência especializada.
Segundo o material de apresentação do programa, se antes o paciente era inserido em várias filas diferentes na regulação, fato que provocava demora no atendimento, agora, ele será cadastrado em fila única na regulação para um pacote de serviços. Com isso, a população terá acesso ao especialista, com consulta, exame diagnóstico e retorno, com ciclo de cuidado integrado em prazo de até 60 dias.
Em discurso, Mabel falou de sua alegria em participar odo lançamento do programa, reafirmando seu compromisso de vestir a camisa da saúde e anunciou que há em caixa quase R$ 5 milhões para o início do programa. “Eu fiz um compromisso com a população de que eu não receberia o meu salário até a melhoria na saúde. Com o dinheiro, eu adquiro remédios, insumos e equipamentos. Eu sou um cara resiliente e persistente, e tenho certeza que juntos vamos fazer muito pela saúde de Goiânia”, sustenta.
Mabel relatou ainda sobre as visitas que têm feito às unidades de saúde, seja pela manhã, de noite ou na madrugada, para aferir os atendimentos prestados à população. “A nossa equipe toda está disposta a fazer o trabalho lá na ponta”.
O diretor Rodrigo Oliveira iniciou a sua fala ressaltando os esforços do Ministério da Saúde em investir na área, assim como qualificar o debate com a sociedade e corrigir eventuais erros.
“Queria agradecer pelo convite e celebrar o prefeito Mabel, que veste a camisa do SUS, que veste a camisa da saúde do seu povo e deixar o recado do presidente Lula e do ministro Padilha, que a prefeitura de Goiânia pode contar com o Ministério da Saúde para cuidar da saúde do povo”, destacou Oliveira.
Diante dos desafios de ofertar uma saúde de qualidade à população, Rodrigo Oliveira ressaltou a necessidade de tomadas de medidas coordenadas com toda a sociedade, envolvendo os governos federal, estaduais e municipais, como forma de diminuir o sofrimento do povo.
“A nossa bandeira é a bandeira do povo brasileiro, e é um esforço de cuidar do nosso povo. Por isso, Goiânia, o Estado de Goiás e todo o Brasil pode contar que nós vamos trabalhar dia e noite para garantir o mais rápido possível, que a gente reduza o tempo que espera na assistência especializada da nossa população”, pontuou.
Novo acesso às consultas especializadas
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, destacou a importância do lançamento do programa, que possibilitará a oferta de novo acesso às consultas especializadas na atenção básica, como evitar complicações no quadro de pacientes acometidos por alguma enfermidade.
“O Ministério da Saúde, entendendo que realmente talvez fosse um programa nacional que cria esse programa, fundamenta o novo modelo de participação, de novo modelo de financiamento, que permite que a gente consiga considerar essa figura e fornecer saúde e qualidade para uma população tão carente”, disse.
Ao cumprimenta o prefeito Sandro Mabel, a presidente do Conselho dos Secretários Municipais do Estado de Goiás, Fabrícia Fleury registrou a sua satisfação em assistir Goiânia tornando-se novamente protagonista na oferta de serviços de média e alta complexidade, e o fato de o Ministério da Saúde reconhecer a importância de atualizar os recursos destinados à execução do programa.
“Nós estamos falando de reduzir filas, de aumentar o acesso, mas também como contratualizar serviços com tabelas que não atendem às necessidades de execução dos serviços”, pontuou “O PMAE vem com força total aqui na capital, para a gente melhorar o tempo de diagnóstico, e com isso também reduzir os tratamentos prolongados e dando a eles mais eficiência", aposta.
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MEDICINA S/A
Artigo- IA otimiza o atendimento médico e fideliza pacientes
Por Marcel Andrade
Em meio à transformação digital que vem revolucionando a saúde, a inteligência artificial desponta como o novo aliado na personalização do atendimento e no fortalecimento do vínculo entre pacientes e instituições. Imagine um cenário em que, ao buscar atendimento, um paciente encontra um assistente virtual preparado para esclarecer dúvidas, traduzir termos médicos complexos e recomendar planos de cuidado sob medida, tornando sua jornada de saúde mais compreensível e segura.
Essa inovação não se restringe à primeira interação. Por meio do monitoramento remoto e da análise inteligente de dados, as equipes médicas identificam rapidamente alterações no quadro clínico, permitindo intervenções preventivas que evitam complicações. Essa atenção constante demonstra ao paciente que seu cuidado é prioridade, aproximando-o ainda mais da instituição que o atende.
A experiência personalizada não só potencializa a eficácia dos tratamentos, como também valoriza o paciente, fazendo-o se sentir único. Nesse novo contexto, a comunicação entre médicos, instituições e pacientes evoluiu de maneira significativa. Hoje, chatbots e assistentes virtuais já integram a rotina de 62,5% dos hospitais privados brasileiros, atuando 24 horas por dia para agendar consultas, esclarecer dúvidas e direcionar os pacientes – liberando os profissionais para se concentrarem em demandas clínicas mais complexas.
Paralelamente, a inteligência artificial tem promovido a gestão eficiente dos recursos. Ela identifica gargalos, prevê picos de demanda e otimiza a administração de estoques, contribuindo para a redução dos custos operacionais. Segundo o Índice de Saúde Futura da Philips, 92% dos líderes do setor reconhecem que a automação é essencial para aliviar a sobrecarga das equipes e dedicar mais tempo ao cuidado humano, transformando a jornada do paciente em um processo mais ágil e menos burocrático.
Os resultados dessa transformação já são visíveis: clínicas e hospitais relatam aumento nas taxas de satisfação e fidelização dos pacientes, além de diagnósticos mais rápidos e precisos.
A tecnologia também aprimora a coleta e análise de feedback, captando as opiniões dos pacientes logo após o atendimento e apontando áreas para melhorias. Com a possibilidade de monitoramento em tempo real de métricas como níveis de satisfação, tempos de espera e taxas de comparecimento, as instituições podem ajustar seus processos de forma contínua, elevando a qualidade do serviço e fortalecendo a fidelização dos pacientes.
Os benefícios dessa transformação ultrapassam a experiência individual, refletindo-se em melhorias significativas nos resultados institucionais. Uma experiência positiva, desde o primeiro contato até o pós-atendimento, fomenta a fidelidade do paciente, reduzindo a rotatividade e consolidando a reputação do serviço de saúde.
Contudo, é necessário reconhecer os desafios que ainda persistem. A confiança dos pacientes na inteligência artificial encontra-se em construção, principalmente em aplicações mais sofisticadas. Assim, é imprescindível que as instituições sejam transparentes quanto às potencialidades e limitações dessas tecnologias, educando os pacientes e promovendo um diálogo aberto e colaborativo. Essa postura fortalece não só a relação entre paciente e profissional, mas também a evolução de um setor em constante inovação.
*Marcel Andrade é o cofundador e CPO da Wellon.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hapvida tem lucro líquido ajustado de R$ 416,4 mi no no 1º tri, queda anual de 15,8%
https://www.infomoney.com.br/mercados/hapvida-hapv3-resultados-primeiro-trimestre-2025/
Justiça mantém multa de R$ 25,2 milhões à HapVida por descredenciamento de rede
ANS divulga Consulta Pública sobre a reestruturação da Plataforma Fala.BR
Pesquisa: 64% dos brasileiros acreditam que a atuação do farmacêutico reduz as chances de automedicação
Medicina: o que deve mudar no novo currículo do curso? Conheça os detalhes em discussão
Goiânia concentra quase 60% dos médicos e Goiás tem pior distribuição do Centro-Oeste
“Se não for na Justiça, a criança morre”: pais relatam abandono em UPA de Goiânia
Sírio-Libanês cria triagem que prevê risco de morte em 90 dias
https://medicinasa.com.br/pronto-atendimento-geriatrico/
INFOMONEY
Hapvida tem lucro líquido ajustado de R$ 416,4 mi no no 1º tri, queda anual de 15,8%
A Hapvida (HAPV3) apresentou lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 15,8% ante o mesmo período de 2024. No critério sem ajuste, a companhia teve lucro de R$ 54,3 milhões, recuo de 34,9% na mesma comparação.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado ficou em R$ 1,003 bilhão no primeiro trimestre, alta de apenas 0,5% na comparação anual. A margem Ebitda ajustado ficou em 13,4%, queda de 0,9 ponto porcentual na base anual.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 7,499 bilhões entre janeiro e março, 7,3% acima do visto nos mesmos meses de 2024.
Segundo a companhia, em seu release de resultados divulgado há pouco, a receita líquida foi impulsionada principalmente pelo crescimento da linha de Planos de Saúde - resultado dos reajustes de preços e da recomposição dos tickets médios.
O resultado financeiro da companhia totalizou uma despesa líquida de R$ 311,4 milhões no primeiro trimestre, 21,6% maior frente ao mesmo trimestre de 2024.
A dívida líquida atingiu R$ 4,164 bilhões ao fim de março, uma redução de 5,7% frente ao fim de março de 2024, com uma alavancagem de 0,98 vez (relação da dívida líquida com o Ebitda ajustado), ante 1,18 vez na mesma comparação.
Sinistralidade Caixa
A sinistralidade caixa da Hapvida, por sua vez, chegou a 68,6% no primeiro trimestre, um aumento de 0,7 p.p. em comparação ao quarto trimestre e ao primeiro trimestre de 2024, frutos dos procedimentos assistenciais provenientes de ações judiciais. Excluindo esse efeito, a sinistralidade caixa teria sido de 67 6%.
"A sinistralidade caixa do primeiro trimestre apresenta comportamento alinhado aos padrões históricos de utilização do segmento para primeiros trimestres, com elevação nos números de atendimentos em comparação aos quartos trimestres, em função do início sazonal das viroses e arboviroses. Não foram identificados, até o momento, grandes diferenças quanto ao momento de início, volume ou complexidade dos atendimentos usuais para o período", disse a companhia.
Segundo a Hapvida, o resultado reflete os níveis de utilização inerentes do segmento para quartos trimestres, refletindo a redução da demanda por atendimentos no mês de dezembro por conta dos feriados de fim de ano e sem eventos atípicos como deslocamento de viroses.
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PORTAL GOV.BR
Justiça mantém multa de R$ 25,2 milhões à HapVida por descredenciamento de rede
A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu manter na Justiça auto de infração e multa de mais de R$ 25 milhões aplicados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) à Hapvida, em razão do descredenciamento de 83 entidades hospitalares da rede da operadora de saúde sem autorização prévia da ANS. Em acórdão, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) reconheceu a higidez das decisões administrativas que fundamentaram a aplicação e dosimetria da penalidade de multa aplicada, mantendo a decisão de primeira instância.
A multa de R$ R$ 9.338.592,50 foi aplicada em 2015 no contexto do Programa Olho Vivo da ANS, regido pela RN/ANS nº 223/2010, que estabeleceu um processo programado de fiscalização proativa e preventiva das grandes operadoras de saúde. Nas diligências foram analisados aspectos econômico-financeiros e técnico-assistenciais, considerando o número de usuários, a área de atuação e o índice de reclamações de empresas.
A Hapvida interpôs recurso administrativo junto à ANS, o que foi negado pela Diretoria Colegiada da autarquia em 2016. A ação de execução fiscal para a cobrança do crédito foi ajuizada pela AGU em 2019. Em 2021, a Hapvida interpôs embargos à execução fiscal, mas o Juízo da 33ª Vara da Justiça Federal no Ceará reconheceu a validade da multa aplicada pela ANS. Afastou ainda a alegação de prescrição intercorrente e reconheceu que a área técnica da autarquia enfrentou todas as questões suscitadas nos embargos e, somente após minuciosa apuração dos fatos, em confronto com as provas produzidas, aplicou a penalidade cabível, em observância às normas legais.
A operadora apresentou, então, recurso de apelação, alegando ilegalidade na aplicação da penalidade de multa, pois solicitou o redimensionamento de sua rede hospitalar e, em face da evidente demora da ANS em apreciar o requerimento formulado e no intuito de manter a viabilidade de sua atividade, teria sido forçada a promover o redimensionamento de sua rede em meados de 2010, ou seja, após o protocolo do requerimento e antes de sua apreciação pela agência reguladora.
A 2ª Turma do TRF5 decidiu, por unanimidade, negar provimento ao apelo da Hapvida, afastando o pedido de cancelamento do auto de infração e anulação da multa, restando mantida a decisão de primeiro grau no sentido de confirmar a correção da multa aplicada. O valor atual é de R$ 25.281.437,62.
Atuaram no processo a Procuradoria-Geral Federal (PGF), a Procuradoria Federal junto à ANS e a Procuradoria-Regional Federal da 5ª Região (PRF5). "A atuação da AGU assegurou o poder regulatório da ANS, que interveio para preservar a rede de atendimento dos usuários do plano de saúde", afirmou o procurador federal Ronaldo Santos Magalhães, responsável pelo acompanhamento do processo e gestor regional da Equipe de Grandes Devedores da 5ª Região.
Segundo o chefe do Serviço de Cobrança de Grandes Devedores (SCGD) da PGF, procurador federal Raphael dos Santos Mello, "a decisão é importante porque valida o conjunto de ações de caráter proativo, sistemático e planejado da ANS, com o objetivo de promover a crescente adequação das operadoras de planos privados de assistência à saúde à legislação que regula o setor de saúde suplementar, garantido a proteção dos consumidores, usuários dos planos de saúde".
O processo ainda não transitou em julgado, estando pendentes de julgamento os embargos de declaração apresentados pela Hapvida.
Processo de referência: Apelação Cível n. 0800812-45.2021.4.05.8100/CE.
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ANS divulga Consulta Pública sobre a reestruturação da Plataforma Fala.BR
Sociedade pode contribuir com sugestões até o dia 16 de maio pelo site da Controladoria-Geral da União
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - agência reguladora do setor de planos de saúde no Brasil - informa que está aberta a Consulta Pública "Contribua para o futuro: propostas para a reestruturação da Plataforma Fala.BR", sobre o aprimoramento da Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação. A iniciativa é conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU), que está colhendo contribuições da sociedade para aprimorar a ferramenta.
A Plataforma Fala.BR foi desenvolvida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e permite que qualquer cidadão envie pedidos de acesso à informação e manifestações de ouvidoria, como denúncias, reclamações, sugestões, elogios ou solicitação de forma rápida e organizada. A reestruturação tem como objetivo tornar a experiência do usuário ainda mais eficiente e acessível.
Por meio da Plataforma Fala.BR, é possível entrar em contato com órgãos federais, além de diversas instituições de estados, municípios e outros poderes que aderiram à Plataforma. O sistema também oferece funcionalidades como acompanhamento de prazos, visualização de respostas, apresentação de recursos e registro de reclamações em face de órgãos da administração pública, seguindo as normas da Lei de Acesso à Informação (LAI) e da Lei de Proteção e Defesa dos Usuários de Serviços Públicos.
Interessados em participar podem enviar suas sugestões até o dia 16 de maio através de um formulário disponível no site da CGU, por meio deste link. A participação social é essencial para fortalecer a transparência e a qualidade dos serviços públicos.
Após o encerramento do prazo, as contribuições serão disponibilizadas no site da Consulta Pública do CGU.
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PORTAL GUIA DA FARMÁCIA
Pesquisa: 64% dos brasileiros acreditam que a atuação do farmacêutico reduz as chances de automedicação
No mês de maio faz alusão ao Uso Racional de Medicamentos, o Conselho Federal de Farmácia e os demais Conselhos regionais do país, entre eles o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, apresentam uma pesquisa inédita, realizada em abril de 2025, pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) com o Instituto DataFolha. O estudo, que abrangeu uma mostra de 2.009 brasileiros, em todas as regiões do país, revelou dados contundentes:
64% da população acreditam que a atuação do farmacêutico reduz as chances de automedicação
54% dizem confiar na prescrição de medicamentos realizada por farmacêuticos
A realização do estudo
O estudo foi realizado por meio de entrevistas presenciais em pontos de fluxo populacional, com margem de erro de 2 pontos percentuais e 95% de nível de confiança. O público entrevistado representa a população com 16 anos ou mais, conforme dados do Censo IBGE 2022.
Os dados vêm à tona em um momento controverso, em que a prescrição de medicamentos por farmacêuticos, instituída há 12 anos, está sendo questionada judicialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Três resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que disciplinam a prescrição farmacêutica estão suspensas temporariamente por força de liminares judiciais.
Rol de atividades
O argumento acolhido para a suspensão das resoluções ignora os vetos à Lei do Médico, que retiraram do rol de atividades privativas dos médicos prescrição e diagnóstico. E, conforme o resultado da pesquisa, ignora também a opinião do cidadão, que regularmente vai às farmácias de todo o país em busca de resolutividade para os seus problemas de saúde. Resolutividade que ele encontra cada vez mais qualificada.
Desde 2017, a formação dos farmacêuticos está voltada ao cuidado direto ao paciente e inclui o desenvolvimento de habilidades para a realização de anamnese, solicitação, realização e interpretação de exames, entre outras diversas atividades clínicas.
No Sudeste, 56% da população confia na prescrição de medicamentos feita por farmacêuticos, valor ligeiramente acima da média nacional (54%). Quanto à crença na redução da automedicação, 66% dos entrevistados acreditam que a atuação do farmacêutico como prescritor ajudaria a evitar esse problema — um dos percentuais mais altos, empatado com o Nordeste. Isso evidencia que a maior região do país reconhece amplamente o papel do farmacêutico no cuidado com o uso racional de medicamentos.
Automedicação
Além dos dados de percepção, a realidade brasileira reforça a urgência da pauta: mais de 90% da população se automedica, segundo levantamentos anteriores do próprio ICTQ e do CFF. Importante ressaltar ainda que o SUS gasta aproximadamente R$ 62 bilhões por ano tratando danos provocados por uso incorreto de medicamentos, cinco vezes mais do que o sistema gasta provendo as farmácias públicas.
Outro dado preocupante: o tempo médio de espera por uma consulta no SUS é de 57 dias, podendo ultrapassar 150 dias no Distrito Federal (fonte: DataSUS/SISREG). Nesse cenário, o farmacêutico, presente em milhares de unidades básicas de saúde e farmácias em todo o país, representa um ponto de acesso imediato, qualificado e seguro.
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Medicina: o que deve mudar no novo currículo do curso? Conheça os detalhes em discussão
As novas diretrizes curriculares para os cursos de Medicina devem estipular que cerca de 10% da carga horária seja destinada às atividades que envolvam tecnologia. Além disso, é prevista uma ênfase ainda maior na atividade prática.
O documento está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE) e pretende atualizar o perfil e as competências necessárias para a formação dos médicos no País, que deve ser seguido pelas universidades.
A última atualização das chamadas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina havia sido em 2014. Sobre tecnologia, ela mencionava apenas que o conteúdo dos cursos deveria incluir “compreensão e domínio das novas tecnologias da comunicação para acesso a base remota de dados”.
Agora, a ideia é de que o currículo inclua a telemedicina, a robótica e técnicas dinâmicas de diagnóstico. “É a técnica atrelada à Medicina, não é a técnica em si, é a robótica sendo utilizada, por exemplo, numa cirurgia de pulmão”, afirma a relatora das DCNs no CNE, Beth Guedes ao Estadão.
“O aluno vai ver alguém fazendo, ser exposto a essa realidade, não ver apenas por fotografia ou nas páginas dos livros.” Essa parte destinada a atividades descritas como “online”, porque incluem novas tecnologias e podem ou não serem feitas a distância, deve ocupar até 10% do currículo, diz ela, que também é vice presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup).
A qualidade do ensino médico no Brasil é uma das grandes discussões do ensino superior. Segundo mostrou o Estadão, desde 2013, universidades com conceitos mínimos em avaliações do Ministério da Educação (MEC) colocaram no mercado quase 50 mil médicos formados, o que representa 21,4% do total.
O número de vagas em universidades duplicou nos últimos dez anos, hoje são mais de 40 mil, em meio a incentivos do programa Mais Médicos e liminares na Justiça.
O MEC anunciou recentemente uma nova prova anual para formandos em Medicina, que começa esta ano, o Exame Nacional da Formação Médica (Enamed), que vai servir também como via de acesso a residências médicas.
Além disso, o governo vai mudar a forma como os cursos da área da saúde – incluindo Medicina – serão avaliados in loco, como mostrou o Estadão. Os avaliadores que visitam as universidades passarão a analisar com mais rigor a parte prática dos cursos, ou seja, como é o aprendizado quando eles estão atendendo em postos de saúde (nível primário), ambulatórios e maternidades (secundário) ou hospitais (terciário). Uma grande parte do currículos é dedicada a essa parte.
A atualização das diretrizes curriculares é mais uma etapa, segundo especialistas, que era esperada para a organização do ensino de Medicina no País. As novas avaliações devem ser feitas também com base nas exigências curriculares. Não há prazo ainda para a aprovação no CNE, mas a expectativa é que seja ainda este ano.
“A gente está pegando o que as outras DCNs tinham de correto, de determinante, reforçando o papel do SUS, a questão da atenção primária, mas dando mais responsabilidade para os internatos, fazendo a preceptoria ser mais relevante”, completa Beth. Os internatos são os estágios obrigatórios na formação médica, com atividades práticas.
A Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) produziu um documento em 2024 com um texto pronto de novas DCNs, que foi entregue ao CNE. Segundo Beth, ele está sendo incorporado “o máximo possível” na proposta oficial.
A ABEM afirma que o documento foi feito de forma coletiva, ouvindo um total de 3 mil pessoas, entre docentes, discentes, gestores e entidades médicas.
A proposta da associação também menciona que os médicos devem saber utilizar “tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), sistemas de informação em saúde, telemedicina, saúde digital e ferramentas de inteligência artificial aplicadas na atenção, gestão e educação na saúde”.
Segundo Beth, a proposta do CNE já recebeu diversas contribuições de instituições de ensino de Medicina e deve ser colocada em uma segunda consulta pública na semana que vem. Depois de aprovada no órgão, ela precisa ainda ser homologada pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
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TRIBUNA DO PLANALTO
Goiânia concentra quase 60% dos médicos e Goiás tem pior distribuição do Centro-Oeste
Capital possui 8,89 profissionais por mil habitantes, enquanto o interior do estado enfrenta escassez histórica
Goiânia conta com 13.299 médicos registrados, o que representa uma razão de 8,89 profissionais por mil habitantes. O número está acima da média nacional, de 6,97 por mil, e também superior à média do Centro-Oeste, de 6,76. No interior do estado, a distribuição de médicos está abaixo do ideal, com pior resultado entre os estados da região, mostra estudo anual, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina.
No total, Goiás tem 22.019 médicos registrados, o que significa que, fora da capital, há apenas 8.720 médicos atuando para uma população de mais de 5 milhões de habitantes. Isso resulta em uma razão estimada de 1,49 médico por mil habitantes no interior do estado.
A disparidade entre capital e interior é a mais acentuada do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, dos 10.626 médicos registrados, 4.845 atuam fora da capital, Cuiabá. Em Mato Grosso do Sul, dos 8.284 médicos, 3.791 estão no interior. Já o Distrito Federal concentra todo o seu contingente de médicos (20.890) em uma única área urbana, por não possuir divisão territorial entre capital e interior.
Demografia Médica
O levantamento faz parte do estudo Demografia Médica 2024, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo foi publicado em 30 de abril e mostra que, embora o número de médicos tenha crescido no país, a desigualdade na distribuição territorial permanece um desafio para o acesso à saúde.
O estado de Goiás tem hoje mais de 1,2 milhão de habitantes em municípios com razão inferior a 1 médico por mil habitantes, segundo estimativas baseadas nos dados populacionais do IBGE e nos registros por CRM.
Formação
Segundo o levantamento, 55,8% dos médicos em Goiás possuem título de especialista. Em Goiânia, estão registrados 8.512 desses profissionais, o que corresponde a 69,5% dos especialistas no estado.
O relatório também informa que Goiás conta com 17 escolas médicas, com 2.338 vagas anuais de graduação. Em 2024, o estado tinha 1.092 médicos residentes em atividade.
Mulheres são maioria na medicina no Brasil
Pela primeira vez, as mulheres se tornarão maioria entre os médicos no Brasil. Já em 2025, irão representar 50,9% do total de profissionais. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.
No ensino de Medicina, a presença feminina também tem crescido. Em 2010, as mulheres representavam 53,7% dos matriculados nos cursos de graduação, número que subiu para 61,8% em 2023. Entretanto, elas predominam em apenas 20 das 55 especialidades médicas – a Dermatologia lidera o ranking, com 80,6% das mulheres.
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JORNAL OPÇÃO
“Se não for na Justiça, a criança morre”: pais relatam abandono em UPA de Goiânia
Os pais denunciam o que classificam como descaso e superlotação na unidade. “A situação da UPA está um caos”, disse Athos Matheus
Pais de crianças internadas com bronquiolite na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu, em Goiânia, denunciam que o acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) só foi possível após decisão judicial. Segundo os relatos, a situação da saúde pediátrica na capital é crítica, com falta de vagas e atendimento considerado negligente. “Se não for na Justiça, a criança morre”, relata mãe.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que declarou que há leitos de UTI pediátrica disponíveis e que a responsabilidade é compartilhada com o Estado [veja a nota ao final da matéria].
Cristielen, mãe do pequeno Noah, que deu entrada na unidade no dia 8 de maio, afirma que o filho só conseguiu ser transferido após intervenção da Justiça. “A vaga só saiu porque houve a intervenção judicial”, disse. O bebê Athos Júnior Rodrigues Dantas, de apenas 27 dias, foi internado no local dois dias antes, em 6 de maio. O pai, Athos Matheus, também precisou recorrer ao Judiciário. “Precisamos recorrer à Defensoria Pública”, contou.
Os pais denunciam o que classificam como descaso e superlotação na unidade. “A situação da UPA está um caos”, disse Athos Matheus. Cristiele afirma que a rede municipal de saúde não tem vagas para internação de crianças e aponta negligência no atendimento. “Se não bastasse a falta de vaga, ainda sofremos com a negligência por parte dos atendentes, que não dão a importância devida aos casos de bronquiolite. As crianças chegam e eles não estão nem aí”, relatou.
A mãe de Noah também relatou dificuldades para transportar o filho até o Hospital São Marcos, em Itumbiara, onde havia um leito de UTI disponível. Segundo ela, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) inicialmente recusou o translado e só o realizou após determinação judicial. “Eles alegaram que o quadro do meu filho não era grave”, afirmou.
Athos Matheus relatou que a vaga para o filho só foi garantida após acionar a Defensoria Pública no domingo, 11. “Eles falam que não tem vaga, mas quando a gente recorre judicialmente, essas vagas aparecem?”, questionou.
Ainda de acordo com o pai, outras crianças enfrentam a mesma situação. “Meu filho está na sala de observação infantil e, junto com ele, estão mais três crianças com o mesmo problema de saúde”, afirmou. Ele também denunciou a presença de quatro idosos na sala vermelha da UPA, todos à espera de vaga em UTI.
O pai também criticou a conduta da equipe médica ao relatar que uma criança com diagnóstico posterior de influenza foi colocada na mesma sala dos demais pacientes. “Jamais poderiam ter colocado ela junto a outras pessoas. Uma irresponsabilidade sem tamanho”, declarou. A criança foi transferida para uma sala separada após a confirmação da doença.
Por fim, Athos Matheus afirmou que a transferência do filho estava prevista para a manhã desta segunda-feira, mas, até as 16h, ainda não havia ocorrido por falta de equipe médica na unidade do SAMU designada para o transporte. “Estamos esperando que enviem uma viatura devidamente equipada”, concluiu.
Veja nota da SMS na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que possui sete leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica na rede municipal. A SMS ressalta que a oferta de vagas de UTI não é responsabilidade exclusiva do município, mas competência compartilhada entre os entes federativos, e os leitos também são ofertados pela rede estadual de saúde. Nos dois casos em questão, a Justiça determinou à Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) o fornecimento dos leitos de UTI Pediátrica.
A secretaria informa que a transferência entre unidades pelo SAMU precisa levar em consideração as condições clínicas dos pacientes durante todo o trajeto e que para informações específicas sobre o transporte precisa de nome completo, data de nascimento e número de CPF ou nome da mãe.
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MEDICINA S/A
Sírio-Libanês cria triagem que prevê risco de morte em 90 dias
O Hospital Sírio-Libanês desenvolveu uma ferramenta exclusiva que ajuda a avaliar com maior precisão os riscos à saúde dos idosos no Pronto-Atendimento. Essa iniciativa utiliza uma ferramenta quantitativa, o escore, que atribui pontos a diferentes fatores clínicos e funcionais, como perda de peso, hospitalizações recentes e alteração mental aguda, permitindo uma avaliação objetiva do risco ou da gravidade de determinada condição. Quanto maior a pontuação, maior o risco do paciente. Ao considerar fatores além dos sintomas imediatos, o método padroniza a avaliação de risco e orienta a tomada de decisões tornando o atendimento mais completo, seguro e eficiente, pois identifica precocemente riscos que poderiam passar despercebidos.
O escore PRO-AGE oferece uma abordagem mais completa e assertiva para atender uma população que cresce rapidamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 203 milhões de habitantes registrados no Censo 2022, pouco mais de 15% são idosos — cerca de 32 milhões de pessoas. E essa parcela da população deve crescer ainda mais: até 2030, estima-se que o Brasil terá mais pessoas com mais de 60 anos do que crianças. “Diante desse cenário, a adaptação dos serviços de saúde se torna urgente, e o Sírio-Libanês já está fazendo a diferença”, explica Pedro Curiati, geriatra do Hospital Sírio-Libanês e um dos especialistas responsáveis pelo projeto.
A iniciativa, que é resultado de quase uma década de esforços, teve sua eficiência comprovada a partir de uma pesquisa, publicada no Journal of the American Geriatrics Society, que acompanhou 1.390 pacientes idosos atendidos nos prontos atendimentos do Brasil e dos Estados Unidos. “O estudo revelou que pacientes classificados no grupo de maior vulnerabilidade pelo escore tinham um risco até 12 vezes maior de morrer em 90 dias do que aqueles considerados de baixo risco. Além disso, houve um impacto significativo na perda de autonomia nas atividades diárias, reforçando a necessidade de uma abordagem diferenciada para esse público”, destaca o geriatra.
Curiati explica que o PRO-AGE foi desenvolvido para identificar rapidamente a vulnerabilidade do idoso ao chegar ao pronto atendimento, garantindo um cuidado mais adequado e direcionado. “A metodologia se baseia em seis variáveis principais, representadas por um mnemônico em inglês formado a partir do nome do serviço: P (Physical impairment) refere-se à perda funcional; R (Recent hospitalization), à internação recente nos últimos seis meses; O (Older age), à idade avançada, considerando pacientes com 90 anos ou mais; A (Acute mental change), a alterações agudas no estado mental; G (Getting thinner), à perda de peso significativa (igual ou superior a 5% no último ano); e E (Exhaustion), à fadiga persistente”, esclarece.
O especialista detalha que essa metodologia começou a ser desenvolvida em 2017, junto com a criação de um dos primeiros Prontos Atendimentos Geriátricos do país. “A implementação de um serviço de emergência voltado para idosos, onde pacientes com mais de 70 anos e em estado estável passam por uma avaliação de risco geriátrico adicional, foi uma iniciativa pioneira. Esse modelo inovador levou, em 2019, à conquista do selo Geriatric Emergency Department Accreditation (GEDA), concedido pelo American College of Emergency Physicians — tornando o Sírio-Libanês o primeiro e único hospital do Hemisfério Sul a receber esse reconhecimento pela excelência no cuidado geriátrico em emergências”, destaca.
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Assessoria de Comunicação
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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde sem PS e o risco de ainda mais sobrecarga ao SUS
Bradesco Saúde é alvo de ação civil pública por exigir CNES para reembolso
Equipe com 16 especialistas participou da separação de siamesas em Goiânia
Biólogos podem fazer procedimentos estéticos não invasivos, define Conselho
Doença erradicada volta com força e assusta o Brasil
https://www.correiobraziliense.com.br/cbradar/doenca-erradicada-volta-com-forca-e-assusta-o-brasil/
Rede Mater Dei registra EBITDA de R$ 97 milhões no 1T/25
https://medicinasa.com.br/mater-dei-1t25/
DIÁRIO DO AÇO
Planos de saúde sem PS e o risco de ainda mais sobrecarga ao SUS
Natália Soriani *
A ideia de criação de uma nova modalidade de plano de saúde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mais barata e sem a cobertura de Pronto-Socorro para atendimentos de urgência, bem como sem internações e terapias, segue dando o que falar. Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF), por meio da Comissão de Saúde da Câmara do Consumidor e da Ordem Econômica, publicou uma nota técnica com críticas à proposta.
Na nota técnica, o órgão alerta para falhas significativas na ideia de uma cobertura restrita a consultas eletivas e exames, e que devem ser sanadas antes de qualquer decisão de disponibilizá-la no mercado. A falta de estudos mais aprofundados que dimensionem o impacto dos planos populares para aqueles que já têm convênios médicos tradicionais foi um dos pontos de atenção do documento que o MPF enviou para a ANS. Outro item destacado foi o fato dessa modalidade não estar prevista na lei que regulamenta os planos de saúde, o que tornaria ilegal sua comercialização como tal, devendo a agência elaborar um regramento específico para tratar dos agentes regulados, dos regimes de oferta e contratação, das coberturas oferecidas e das garantias, entre outras obrigações legais.
Os representantes do Ministério Público Federal reforçam ser fundamental prever número de pessoas que podem migrar dos planos de saúde completos para os restritos, o que levaria uma maior sobrecarga ao já saturado Sistema Único de Saúde (SUS) em casos de necessidade de atendimento mais complexo.
A ANS alega ter como motivação para a criação dessa nova modalidade de cobertura médica a oportunidade de ampliar o acesso dos brasileiros aos planos de saúde, especialmente aqueles que não conseguem arcar com os custos dos convênios tradicionais.
“É fundamental refletir e colocar em maior relevância o que está em jogo: a saúde do brasileiro”
Diante das justificativas e críticas à iniciativa da ANS, é fundamental refletir e colocar em maior relevância o que está em jogo: a saúde do brasileiro. Nesse sentido, vale destacar que a disponibilização dessa modalidade de plano sem arquitetar uma rede apropriada de suporte às emergências pode não só deslocar problemas para o SUS como também incitar um cenário em que esses planos de saúde, com baixa cobertura, se tornem padrão de mercado, com graves implicações para o atendimento hospitalar.
Como exemplo de vulnerabilidade para o próprio beneficiário desse tipo de plano, um paciente que tenha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que não possa contar com total cobertura para internação e tratamento intensivo pode vir a ter sequelas graves ou até mesmo vir à óbito, justamente em decorrência da falta do total cuidado ofertado pelo plano.
Para além de rede apropriada, bem lembra o MPF em sua nota técnica para a necessidade de regulamentação específica, esta que seja capaz de preservar a integridade tanto dos serviços públicos quanto privados, por meio de uma arquitetura sólida de compliance que contemple, inclusive, prontuários eletrônicos integrados entre os sistemas de saúde. Junta-se a isso a necessidade de criação de mecanismos que viabilizem eficaz fiscalização que coíba abusos, negligências ou outras condutas nocivas e ilegais ao consumidor.
Estamos falando de milhões de vidas envolvidas e, por toda a relevância que o tema tem, a decisão de disponibilizar ao mercado nacional essa modalidade de convênio merece ser mais profundamente debatida, com participação do poder público, de entidades não governamentais, do setor privado, bem como de profissionais de saúde, operadoras de planos de saúde e órgãos de defesa do consumidor. Na saúde, não dá para errar.
* Advogada especialista em Direito Médico e de Saúde, sócia do escritório Natália Soriani Advocacia
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O GLOBO
Bradesco Saúde é alvo de ação civil pública por exigir CNES para reembolso
O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) ajuizou uma ação civil pública contra a Bradesco Saúde para impedir que a operadora exija cadastro no CNES para conceder reembolsos aos clientes. O órgão pede uma indenização coletiva de, no mínimo, R$ 10 milhões.
O CNES é o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, uma base de dados do Ministério da Saúde. Segundo o MPRJ, exigir que o prestador de serviço esteja cadastrado no CNES para a concessão de reembolso é ilegal, abusivo e contraria as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a jurisprudência existente.
“A exigência do cadastro do prestador no CNES, imposta aos usuários (e não ao próprio prestador), constitui apenas um meio de o réu diminuir ilegitimamente os seus desembolsos”, escreveu o promotor Julio Machado Teixeira Costa na petição.
O MPRJ está pedindo, em caráter liminar, a suspensão imediata da exigência, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. De acordo com o órgão, antes do novo processo, a Bradesco Saúde não aceitou um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo MPRJ.
— Trata-se de prática abusiva, por colocar o consumidor em desvantagem manifestamente exagerada, fruto de empecilho inexistente no ordenamento jurídico. Em caso de decisão favorável, todos os clientes da Bradesco Saúde serão beneficiados — opinou Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor e diretor jurídico do Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci).
Procurada, a Bradesco Saúde disse que não comenta casos levados ao Judiciário.
O processo tramita na 5ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio.
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A REDAÇÃO
Equipe com 16 especialistas participou da separação de siamesas em Goiânia
A equipe médica coordenada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil contou com 16 especialistas na realização da 23ª cirurgia de separação efetuada pelo médico goiano e seus colegas. No total, a equipe multidisciplinar contou com 50 profissionais. A cirurgia, realizada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente-Hecad em Goiânia, durou 19 horas, tendo começado na manhã de sábado (10/5) e terminado na madrugada deste domingo (11). Kiraz e Aruna eram unidas pelo tórax e abdômen,elas seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o estado de saúde é estável.
Este foi o 23° procedimento de separação de gêmeos siameses realizado pelo médico goiano e o 2º realizado no Hecad desde sua inauguração, todas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A cirurgia foi finalizada às 4h20 da madrugada deste domingo. "Foram 19 horas só de anestesia. Esse foi um trabalho muito grande, com muitos profissionais envolvidos e eu só tenho a agradecer à equipe e a todo mundo pelas orações. Foi uma cirurgia difícil e trabalhosa, mas conseguimos e agora as meninas seguirão na UTI. É claro que não estão livres de risco porque as complicações no pós-operatório podem ocorrer, mas vamos torcer pra que tudo dê certo", pontuou Calil.
Boletim
Conforme boletim divulgado neste domingo (11/5) pelo Hecad, as gêmeas Kiraz e Aruna seguem em observação na UTI. Ambas apresentam estado geral estável, permanecem em uso de ventilação mecânica, e em dieta zero. "A equipe multiprofissional segue acompanhando atentamente a evolução das pacientes, considerando o pós-operatório como uma fase crítica que requer monitoramento contínuo", informou, em nota, a unidade de saúde.
Profissionais renomados
A cirurgia envolveu mais 16 cirurgiões de diferentes especialidades médicas, como cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, urologia pediátrica, ortopedia pediátrica, cirurgia vascular, cirurgia do aparelho digestivo e anestesiologia. Incluindo profissionais como enfermeiros, instrumentistas, auxiliares e outros, a equipe coordenada por Zacharias Calil contou com 50 profissionais.
Entre os médicos, a cirurgiã pediátrica Célia Britto, de Salvador e o Dr. Hélio Buson, referência em cirurgia pediátrica urológica. O cirurgião Plástico e filho de Calil, Rogério Hamu também foi um dos integrantes do time, ao lado do Dr. Mário Kuwae e Fernando Martins, que coordenou a equipe de ortopedia. Alguns deles participam das separações de siameses desde o ano 2000, quando as primeiras gêmeas, Lorrayne e Larissa, foram separadas em Goiás.
"Cada criança tinha dois ureteres e os dois ureteres de cada uma eram inseridos em sua respectiva bexiga. A nossa grande preocupação foi simplesmente separar as duas bexigas e isso foi feito. Nós também conseguimos reconstruir o que a gente chama de esfíncter urinário, então existe uma grande chance de elas conseguirem desenvolver continência urinária no futuro", explicou o dr. Hélio Buson.
Célia Britto explicou, por sua vez, que já realizou várias cirurgias ao lado de Zacharias Calil e que vem de Salvador para ajudar na parte pediátrica, que é a parte abdominal. Seu trabalho envolve a parte intestinal, a separação hepática seguida da reconstrução. "Esses casos são sempre muito complexos e demandam uma equipe multidisciplinar grande, com profissionais que tenham alguma expertise. Eu sou uma dessas parceiras ao longo dos últimos anos", completou.
Histórico
As crianças, hoje com 1 ano e seis meses, são de Igaraçu do Tietê (SP), cidade que fica a 289 km de São Paulo, e são acompanhadas pelo Dr. Zacharias Calil e sua equipe desde o início de 2024, após os pais entrarem em contato com o especialista. Em Goiás, as crianças realizaram suas primeiras consultas e passaram por uma cirurgia preparatória em outubro, para a colocação dos expansores de pele.
Calil explica que as gêmeas eram consideradas conjugadas, esquiópagas triplos e estavam unidas pelo osso ísquio, que é o osso da bacia, e possuem três pernas, além de terem uma segunda classificação, pois eram unidas pelo tórax, abdômen e bacia, com o compartilhamento de órgãos como fígado, parte do intestino e da bexiga.
Por esse motivo, o médico realizou o primeiro procedimento, de colocação dos expansores de pele, que estimulam o crescimento mais rápido da pele. “É fundamental para podermos fazer o fechamento. Sem pele suficiente para o fechamento, os pacientes não sobrevivem”, explica Calil.
2ª no Hecad
Esta foi a 23ª cirurgia de separação de siameses realizada pelo cirurgião pediátrico e sua equipe. Foi a 2ª cirurgia realizada no Hecad, desde sua inauguração em dezembro de 2021. A primeira cirurgia realizada pela equipe no Hospital foi das gêmeas Heloá e Valentina, que foram separadas no dia 11 de janeiro de 2023 e vivem em Morrinhos, no interior de Goiás.
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Biólogos podem fazer procedimentos estéticos não invasivos, define Conselho
O Conselho Federal de Biologia (CFBio) publicou na quarta-feira (7/5), no Diário Oficial da União, uma resolução que estabelece as diretrizes para a atuação de biólogos na área da estética. A norma estabelece que profissionais da área de Biologia Estética estão autorizados a realizar procedimentos considerados não invasivos. Segundo o CFBio, os profissionais podem realizar técnicas como aplicação de toxina botulínica ("botox") e bioestimulação de colágeno.
São liberadas intervenções simples, feitas principalmente com o uso das mãos. Já equipamentos como lasers, ultrassom e radiofrequência continuam proibidos, por serem considerados métodos invasivos. A resolução também permite que os biólogos prescrevam substâncias e formulações com finalidade estética, desde que não envolvam medicamentos de uso terapêutico.
Segundo o documento, o conselho irá padronizar a prática por meio de um manual de habilitação, que será distribuído aos conselhos regionais da profissão. Além disso, define que, para habilitação na área de Biologia Estética, o profissional deverá ter formação em áreas básicas da saúde e específicas do campo, o que pode ocorrer por meio de disciplinas de graduação, pós-graduação ou cursos livres.
Entre os procedimentos que o chamado biólogo esteta pode realizar, estão:
- Intradermoterapia (preenchedores dérmicos e bioestimuladores de colágeno);
- Mesoterapia/Intradermoterapia (inclusive pressurizada);
- Microagulhamento;
- Terapia Celular e Regenerativa;
- Tricologia;
- Toxina Botulínica;
- Procedimento estético para microvasos (PEIM);
- Fios de Polidioxanona (PDO);
- Ozonioterapia
Entidades médicas se manifestam
A medida, no entanto, gerou reações contrárias por parte de entidades médicas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) já criticaram a decisão. Em nota, a SBD destacou que "a aplicação de substâncias injetáveis, como toxina botulínica e preenchedores dérmicos, embora não envolva ato cirúrgico, é um procedimento médico com riscos potenciais relevantes".
Além disso, a SBD afirma que "treinamentos pontuais ou habilitações por cursos livres não substituem a formação médica completa, indispensável para garantir a segurança do paciente". Argumentou ainda que os serviços propostos se enquadram dentro do escopo da Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013), que estabelece as atividades privativas dos médicos.
Desde 2020, o conselho autoriza biológos a realizar procedimentos na área, desde que possuam formação para a área, mas, em 2023, sob pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), a atuação foi suspensa por decisão judicial. À época, o CFBio apontou que havia "violação ao princípio de congruência", pois, segundo a entidade, o CFM havia solicitado a suspensão das partes da Resolução ligadas aos atos médicos, mas que o juiz suspendeu toda a norma; além disso, destacou que o CFM não teria legitimidade para questionar outras matérias abrangidas na decisão.
Em nota enviada ao Estadão, o CFM definiu a resolução como "absolutamente ilegal e desprovida de qualquer fundamento jurídico". Além disso, a autarquia informou que vai tomar medidas para suspender a norma, como aconteceu em 2023. "No entendimento do CFM, ao publicar novamente uma resolução tentando reeditar uma tese do passado, e que já havia sido derrubada na Justiça, o CFBio pode estar cometendo ato de prevaricação", disse.
O conselho médico apontou ainda que os atos previstos na atual resolução estariam "adentrando, mais uma vez, atividades atribuídas como privativas dos médicos e não se enquadram na previsão da lei que regulamenta a profissão de biólogo". Por sua vez, a presidente do CFBio, Alcione Ribeiro de Azevedo, afirma que a atuação do biólogo na área da estética é "fundamental e inegavelmente competente, amparada por um arcabouço legal robusto e um conhecimento técnico aprofundado que o credencia como um profissional de destaque neste setor".
Além disso, a instituição ressalta que o conhecimento técnico do biólogo na área de saúde é vasto e abrangente, englobando a fisiologia humana, a bioquímica, a biologia celular e molecular, a microbiologia, genética, entre outras. Por fim, a presidente ressalta que o conhecimento em biologia é o alicerce para uma prática estética responsável.
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CORREIO BRAZILIENSE
Doença erradicada volta com força e assusta o Brasil
O Sarampo, uma doença que muitos acreditavam estar sob controle, voltou a ser uma preocupação para as autoridades de saúde no Brasil. Após a reconquista do certificado de eliminação da doença em 2024, novos casos começaram a surgir, acendendo um alerta para a população e profissionais de saúde.
Com uma alta taxa de contágio, o Sarampo é uma infecção viral que pode se espalhar rapidamente em comunidades com baixa cobertura vacinal. Neste artigo, serão explorados os sintomas, formas de transmissão e as medidas de prevenção para proteger a saúde pública.
O que é o Sarampo e como ele se manifesta?
O Sarampo é uma infecção viral altamente contagiosa que afeta exclusivamente os seres humanos. A doença é caracterizada por sintomas iniciais semelhantes aos de uma gripe, como febre alta, tosse, coriza e conjuntivite. Após alguns dias, surgem manchas vermelhas na pele, que começam no rosto e se espalham pelo corpo.
O período de incubação do vírus varia de seis a 21 dias, e a transmissão pode ocorrer antes mesmo do aparecimento das manchas na pele. Isso torna o Sarampo uma doença de fácil disseminação, especialmente em populações não vacinadas.
Como o Sarampo é transmitido?
A transmissão do Sarampo ocorre através de gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 18 outras que não estejam vacinadas, o que demonstra a alta contagiosidade da doença.
Em um mundo globalizado, as viagens internacionais são uma das principais vias para a reintrodução do Sarampo em regiões onde a doença estava controlada. Por isso, a vigilância e a vacinação são essenciais para prevenir surtos.
Quais são as complicações do Sarampo?
Embora a maioria dos casos de Sarampo seja considerada benigna, a doença pode causar complicações graves, especialmente em crianças pequenas e pessoas com o sistema imunológico comprometido. Entre as complicações mais comuns estão pneumonia, otite média e diarreia intensa.
Em casos mais severos, o Sarampo pode levar a complicações neurológicas, como a encefalite, que pode ser fatal. A vacinação é a melhor forma de prevenir essas complicações e proteger a saúde da população.
Como se proteger do Sarampo?
A vacinação é a principal estratégia de prevenção contra o Sarampo. A vacina tríplice viral, que protege contra Sarampo, caxumba e rubéola, é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é recomendada para crianças e adultos que não estejam com o esquema vacinal completo.
Além da vacinação, é importante adotar medidas de higiene, como lavar as mãos regularmente e usar máscaras em locais com risco de transmissão. Para quem vai viajar, é essencial verificar a situação vacinal e a presença de surtos nos destinos planejados.
O que fazer em caso de suspeita de Sarampo?
Em caso de suspeita de Sarampo, é fundamental procurar atendimento médico para confirmação do diagnóstico e orientação sobre o tratamento. O isolamento do paciente é importante para evitar a disseminação do vírus para outras pessoas.
As autoridades de saúde devem ser notificadas para que possam tomar medidas de controle, como a vacinação de contactantes e a busca ativa de possíveis casos na comunidade.
Qual é o papel da vacinação na prevenção do Sarampo?
A vacinação é a ferramenta mais eficaz para prevenir o Sarampo e suas complicações. A imunização em massa ajuda a criar uma barreira de proteção, conhecida como imunidade de rebanho, que impede a circulação do vírus em populações vacinadas.
Para manter o Sarampo sob controle, é essencial que a cobertura vacinal atinja níveis elevados, garantindo que a maioria da população esteja protegida. Isso é especialmente importante em um cenário de aumento de casos em várias partes do mundo.
Para mais informações sobre a vacinação contra o Sarampo, acesse o site do Ministério da Saúde.
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MEDICINA S/A
Rede Mater Dei registra EBITDA de R$ 97 milhões no 1T/25
A Rede Mater Dei de Saúde divulgou seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre de 2025, revelando resultados positivos. No período de 1º de janeiro a 31 de março deste ano, a empresa apresentou um EBITDA de R$ 97 milhões, valor que supera a média do EBITDA trimestral registrado no ano anterior e representa um aumento considerável em comparação aos R$ 78 milhões registrados no último trimestre de 2024. A margem EBITDA cresceu 3,4 pp em relação ao trimestre anterior, alcançando 19,3% no trimestre.
Duas outras frentes foram muito relevantes no trimestre: aumento de 14% ano contra ano do ticket médio por leito ocupado e uma redução de R$ 1 milhão da dívida líquida , não considerando a recompra de ações realizada pela empresa.
O CEO da Rede Mater Dei de Saúde, José Henrique Salvador, celebra o desempenho: "prestes a completarmos 45 anos de operação e vindo de um cenário de mudanças corajosas e estratégicas, ficamos satisfeitos com os resultados obtidos no começo de 2025. A empresa está trilhando o caminho certo, e tenho boas perspectivas para o futuro".
Vindo de um período de leve queda por reflexo de questões macroeconômicas e setoriais, o desempenho atual e a recuperação da empresa é atribuída a uma estratégia combinada, incluindo a venda do Hospital Porto Dias, medidas de redução de custos, otimização do número de leitos com consequente aumento da taxa de ocupação e uma disciplina de capital aprimorada. Foco nos setores cirúrgico e oncológico, além da atração de corpo clínico qualificado, também refletiram em resultados positivos.
"Entregamos o trimestre com o melhor resultado, superior à média do ano passado, mesmo com os desafios enfrentados na economia nacional e no nosso setor da saúde. Nosso foco em termos disciplina de caixa, com controle do capital de giro e em gerar resultados a partir dos investimentos já realizados foi fundamental para a recuperação observada", aponta Rafael Cordeiro, CFO e Diretor de Relacionamento com Investidores da Rede Mater Dei.
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Assessoria de Comunicação