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CLIPPING AHPACEG 02/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Goiás registrou mais de 8,6 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2025
Tempo de espera por transplante de córnea dobra em 10 anos
https://medicinasa.com.br/espera-transplante-cornea/
Defasagem na tabela SUS: diálise pública está ameaçada
https://medicinasa.com.br/dialise-publica-ameacada/
Integridade e IA marcam debates sobre regulação no setor da saúde
Setembro Amarelo: a saúde mental no trabalho é fundamental na prevenção do suicídio
Ozonioterapia: os 6 tratamentos liberados pelo CFM no Brasil
JORNAL OPÇÃO
Goiás registrou mais de 8,6 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2025
De acordo com a SES, os números referem-se a casos de síndromes gripais que evoluem de forma mais grave, exigindo internação hospitalar
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou novo boletim sobre a situação da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. Até o momento, já foram confirmados 8.686 casos, dos quais 1.494 estão relacionados à Influenza e 391 à Covid-19. O levantamento aponta ainda 607 óbitos provocados pela síndrome, sendo 162 em decorrência da Influenza e 77 pela Covid-19.
De acordo com a SES, os números referem-se a casos de síndromes gripais que evoluem de forma mais grave, exigindo internação hospitalar.
Crescimento da Covid em Goiás
Os dados mais recentes também indicam crescimento nos registros de Covid-19 nas últimas semanas epidemiológicas. Entre as semanas 28 e 31 (entre os dias 6/7 e 2/8), a média foi de quatro casos por semana. Na semana 32 (entre 3/8 e 9/8), os registros subiram para 10 (entre 10/8 e 16/8); na 33, chegaram a 18; e na 34 (entre 17/8 e 23/8), foram 17. Na semana 35, que é a atual, já são 7 casos confirmados.
Apesar da oscilação, a SES alerta para a necessidade de atenção redobrada, principalmente diante da possibilidade de agravamento em idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades.
Prevenção e vacinação
A Secretaria reforça que a melhor forma de reduzir riscos continua sendo a vacinação atualizada contra Influenza e Covid-19, além da adoção de medidas simples, mas eficazes, como:
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel;
- Utilizar máscara ao apresentar sintomas respiratórios;
- Manter ambientes arejados e evitar aglomerações.
As campanhas de conscientização promovidas pela pasta buscam estimular a adesão da população à vacinação e às práticas de prevenção. A pasta reforça que a atenção deve ser constante para impedir o agravamento das síndromes gripais que evoluem para SRAG.
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MEDICINA S/A
Tempo de espera por transplante de córnea dobra em 10 anos
A média de espera por uma cirurgia de transplante de córnea no Brasil atualmente é de 374 dias – mais que o dobro do registrado há 10 anos, quando a média de espera era de 174 dias. O cálculo compara informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) no período entre 2015 e 2024.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que a tendência de crescimento da fila deve se manter: nos seis primeiros meses deste ano, o indicador já estava 369 dias. “Esses números correspondem à média nacional consolidada, que pondera informações por volume de procedimentos, e não à simples média aritmética dos estados”, detalhou a entidade.
Os dados foram apresentados durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Curitiba (PR). Para o CBO, o cenário tem origem em múltiplos fatores, incluindo a falta de reajuste nos valores pagos pelos procedimentos e o impacto da pandemia de covid-19, que causou o represamento de pacientes, sobretudo entre 2020 a 2023.
“Além de repasses congelados durante anos e repercussão do coronavírus na regulação do sistema de saúde, os especialistas apontam a necessidade de contornar o problema enfrentado pelos bancos de olhos para sua manutenção frente aos custos dos insumos cotados em dólar”, destacou o CBO.
Outro ponto identificado pelo conselho trata do incremento nas exigências durante as fases de produção e processamento da córnea, como a necessidade de gestão de qualidade. “Essas causas alinhadas geram uma fatura que não fecha para o banco de olhos, que recebe a mesma coisa que há uma década, quando não existiam tantos requerimentos na legislação”.
Estados
O levantamento do CBO indica que, entre os estados, o tempo de espera para transplantes de córnea é diversificado. Em 2024, Acre, Alagoas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, por exemplo, registraram fila que ultrapassou mil dias, chegando a 1.424 no estado fluminense.
Outros estados mostraram melhor desempenho e foram classificados pela entidade como “bons exemplos”, incluindo Ceará (58 dias), Santa Catarina (164 dias), Mato Grosso (227 dias), Amazonas (243 dias), São Paulo (247 dias) e Paraná (256 dias).
“Apesar de preocupantes, os especialistas do CBO ressaltam que o Brasil, em termos gerais, permanece muito bem avaliado em nível internacional, com um desempenho compatível com Canadá, Austrália e países da Europa. Na América Latina, é o grande destaque regional, bem à frente de Argentina, Chile, Colômbia e México.”
Pacientes
Até julho de 2025, o Brasil contabilizava 31.240 pessoas inscritas na fila por um transplante de córnea. São Paulo concentrava o maior número, 6.617 pacientes (21% do total nacional), seguido por Rio de Janeiro (5.141) e Minas Gerais (4.346). Entre os estados com menor demanda estão Mato Grosso (55) e Ceará (58).
As mulheres são maioria na fila (55,7% dos pacientes). Já pessoas com 65 anos ou mais representam quase a metade dos que aguardam pelo transplante (47%) o que, segundo o CBO, reflete o envelhecimento da população e o aumento das doenças degenerativas da córnea.
Jovens também estão presentes na lista: 17% dos pacientes que aguardam um transplante de córnea têm entre 18 e 34 anos, casos provocados, em sua maioria, pelo ceratocone, doença que afeta a estrutura da córnea. Há ainda 458 crianças e adolescentes na lista de espera.
Desempenho
Apesar de classificar o momento atual como algo que exige atenção, o CBO avalia que o desempenho dos transplantes de córnea no Brasil ainda apresenta um resultado positivo. Entre janeiro de 2015 e julho de 2025, foram realizadas 150.376 cirurgias desse tipo.
No período, o destaque foi São Paulo, com 52.913 procedimentos realizados – cinco vezes mais que o Ceará, segundo colocado no ranking, com 10.706 transplantes. Também apresentaram alto desempenho Minas Gerais (10.397), Paraná (9.726), Rio Grande do Sul (6.895) e Goiás (6.533). No extremo oposto, estão Acre (212), Tocantins (451) e Alagoas (866).
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Defasagem na tabela SUS: diálise pública está ameaçada
Há no Brasil atualmente cerca de 150 mil pessoas em tratamento de diáliseporque seus rins deixaram de funcionar e uma máquina faz o papel dos órgãos, os únicos do organismo humano cujas funções podem ser substituídas. Assim, não faltam no país casos de pessoas que sobrevivem há 10, 20, 30 anos graças a esse tratamento. Entre esses pacientes, cerca de 90% são mantidos por recursos do SUS. O Ministério da Saúde contratualiza com clínicas privadas de diálise que oferecem esse serviço altamente especializado e que envolve investimentos vultosos. Há pouco mais de 800 clínicas no Brasil.
Ocorre que, ao estabelecer contratos de prestação de serviços para atendimento aos pacientes do SUS, as clínicas são remuneradas por valores fixos por cada sessão de diálise realizada, previamente estipulados pelo tomador de serviços, o Governo Federal. Bem diferente das relações comerciais estabelecidas entre instituições privadas, o governo determina quanto vai pagar e ainda, não se compromete contratualmente em reajustar anualmente o valor dos serviços prestados. E mais, tem a liberdade de aumentar exigências quanto a metas, números de profissionais necessários ao serviço, diferenças regionais de custos, alta do dólar, pandemia, entre outras.
Considerando longos períodos em que as clínicas de diálise ficaram sem reajustes no valor das sessões, aumentos de custos por exigência de mais médicos e enfermeiros, equipes multiprofissionais como psicólogo, assistente social, enfermeiros e técnicos, e também por inflação nos produtos médicos e de saúde, estamos há alguns anos diante de uma situação financeira difícil. Podemos categoricamente afirmar que as clínicas se mantêm ainda, graças a diminuição de custos proporcionadas pelos próprios governantes, como por exemplo, a isenção de ICMS destinada às empresas fabricantes de insumos e equipamentos utilizados na diálise. Iniciativa importante num país em que cerca de 75% da população é assistida pelo SUS, ao menos 180 milhões de pessoas.
Mas não basta este tipo de subsídio. O que o setor precisa é de reajuste anual da tabela SUS. Sem que isso ocorra, coloca-se perto do desmantelamento, uma rede de serviços que já respira por aparelhos por algum tempo. Há cerca de 20 anos, por exemplo, o Brasil possuía 20 fábricas de concentrados de diálise e hoje possui quatro. Mais de 40 clínicas de diálise fecharam nos últimos seis anos. E nós nefrologistas, seguimos muito preocupados. Porque pacientes de diálise não sobrevivem sem o tratamento. Não tem sido facultativo aos gestores de clínicas fecharem suas unidades, por exemplo, enquanto não se encontram outras clínicas aos pacientes. É a vida que está em jogo. E como ficaremos nesse cenário que nem mesmo o governo federal tem tido a responsabilidade de assumir os gastos reais dos doentes renais? Os doentes não podem esperar pela coerência das decisões governamentais.
*Yussif Ali Mere Júnior é médico nefrologista e presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT).
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SAÚDE BUSINESS
Integridade e IA marcam debates sobre regulação no setor da saúde
Autorregulação, programas de compliance e legislação para inteligência artificial estão entre os principais temas que moldam a integridade e a inovação no setor da saúde.
A autorregulação, os marcos regulatórios e a inteligência artificial (IA) estão no centro das discussões que buscam fortalecer a integridade e a transparência no setor da saúde. Esses temas foram discutidos no 2º Fórum de Integridade na Saúde, realizado em São Paulo, que reuniu representantes de órgãos de controle, agências reguladoras, entidades médicas e lideranças empresariais.
Autorregulação e programas de compliance
A experiência brasileira em autorregulação já é referência internacional, mas ainda depende da adesão consistente de empresas e instituições. Defendeu-se, por exemplo, que programas de compliance sejam reconhecidos e valorizados como norteadores de boas práticas.
Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Controladoria-Geral da União (CGU) reforçaram o papel preventivo da autorregulação, que ajuda a reduzir judicialização e conflitos.
Foram apresentados ainda avanços em transparência, iniciativas de governança e programas de integridade como o Pró-Ética e o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial, ambos com forte adesão do setor da saúde.
Inteligência artificial e inovação regulatória
Também foi apresentado um estudo inédito, conduzido pelo Instituto Ética Saúde (IES) em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. O levantamento está mapeando toda a legislação e regulamentação da área, com o objetivo de propor revisões e inovações. A pesquisa deve servir de base para políticas públicas mais consistentes, evitando propostas legislativas fundamentadas em percepções subjetivas e trazendo dados concretos para o debate.
Em encontro técnico da Frente Parlamentar Médica da Saúde (FPMS), as discussões giraram em torno do Projeto de Lei 2338/2023, em tramitação na Câmara. A proposta é que a norma seja guiada por princípios gerais, deixando o detalhamento a cargo de órgãos reguladores e, possivelmente, também da autorregulação. Entre os pontos levantados estiveram segurança da informação, supervisão humana e alinhamento a padrões internacionais.
As contribuições serão consolidadas em um documento da Comissão Temática de Inteligência Artificial na Saúde da FPMS e encaminhadas ao Congresso, com o objetivo de estimular uma regulação ética, segura e inovadora, capaz de fortalecer a confiança da sociedade e ampliar a competitividade do setor.
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TST JUS
Setembro Amarelo: a saúde mental no trabalho é fundamental na prevenção do suicídio
O “Setembro Amarelo”, campanha dedicada à conscientização da prevenção ao suicídio e a promoção da saúde mental, conta com o apoio institucional da Justiça do Trabalho. Através do Programa Trabalho Seguro, o judiciário trabalhista tem buscado ampliar e disseminar a cultura de trabalho decente para garantir saúde e higiene física e mental das trabalhadoras e trabalhadores do país.
Um país que precisa cuidar da saúde mental no trabalho
Segundo o Ministério da Previdência Social, somente em 2024 foram registrados 472 mil afastamentos por transtornos mentais. Isso representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior e um marco na série histórica dos últimos 10 anos.
Os dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que a maioria dos afastamentos foram de mulheres (64%), com idade média de 41 anos, com quadros de ansiedade e de depressão e que ficaram afastadas do trabalho por até três meses.
Responsabilidade compartilhada
Para o coordenador nacional do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho, ministro Alberto Balazeiro, é necessário um esforço nacional, que englobe o poder público, iniciativa privada, bem como as próprias pessoas que trabalham. Segundo ele, é de grande relevância a consolidação de uma consciência coletiva nacional acerca da promoção do bem-estar físico e psicológico no ambiente de trabalho.
“Cada vez mais é importante que o ambiente corporativo ou de pequenos negócios também seja espaço de acolhimento, de escuta ativa, onde exista uma cultura de responsabilidade social sobre a saúde mental dos empregadores, gestores e trabalhadores”, disse. “É questão de dignidade humana.
Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
No dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data foi criada em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de incentivar os países a adotarem estratégias de enfrentamento ao problema.
No Brasil, a campanha existe desde 2014 e foi idealizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Precisa de ajuda?
O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta um serviço gratuito voltado ao apoio emocional de forma geral, antes que o suicídio seja uma possibilidade. Os contatos com o CVV podem ser feitos pelo telefone 188, que funciona todos os dias por 24 horas, ou via chat ou e-mail, acessando o site www.cvv.org.br.
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O GLOBO
Ozonioterapia: os 6 tratamentos liberados pelo CFM no Brasil
Apesar de críticas sobre falta de evidências, conselho aprovou técnica para tratar feridas infecciosas, úlceras, osteoartrite de joelho e dor lombar por hérnia de disco
Na última semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou a prática da ozonioterapia para 6 tratamentos no Brasil. De forma tópica (na pele), a técnica foi autorizada para feridas infecciosas agudas e úlceras venosas crônicas, arteriais isquêmicas e decorrentes do pé diabético. Já de modo injetável, como terapia adjuvante, foi aprovada para osteoartrite de joelho e dor lombar por hérnia de disco.
A ozonioterapia é uma prática antiga que envolve uma mistura do gás ozônio, que tem potencial oxidante e bactericida, com oxigênio. Ela pode ser aplicada de diversas maneiras no paciente, como na pele ou por injeção. Em tese, o uso melhoraria a oxigenação dos tecidos e levaria a um fortalecimento do sistema imunológico.
A norma estabeleceu que, para feridas infecciosas agudas e úlceras de pé diabético, arteriais isquêmicas e venosas crônicas, a terapia poderá ser feita em ambiente médico adequado pelas técnicas de bolsa plástica hermética (ozone bagging), óleo ou pomada ozonizada.
Já no tratamento complementar de osteoartrite de joelho, a ozonioterapia poderá ser aplicada por meio de injeção intra-articular em clínicas especializadas ou consultórios médicos com infraestrutura adequada. Para dor lombar por hérnia de disco, o uso deverá ser por meio de injeções paravertebrais ou intradiscais em ambiente hospitalar com técnica asséptica rigorosa e orientação por imagem.
No entanto, as alegações de benefícios na prática clínica são questionadas por entidades médicas que citam a ausência de evidências científicas robustas para apoiar o tratamento. É o que diz o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI):
- Não temos nenhuma evidência científica para tratar feridas infecciosas, de que isso vá fazer alguma diferença no tratamento. O que fazemos que tem evidência, por exemplo, é (terapia) hiperbárica. Mas para ozonioterapia, não conheço evidências robustas, nem para feridas infecciosas, nem para nenhum outro tratamento.
Em artigo publicado após a norma, o editor-chefe da Revista Questão de Ciência, do Instituto Questão de Ciência (IQC), Carlos Orsi, escreveu que "a evidência positiva de eficácia e segurança das diversas formas de ozonioterapia, incluindo as agora autorizadas pelo Conselho (de Medicina), segue baseada em estudos inconclusivos, com número pequeno de participantes, in vitro, ou de baixa qualidade".
Do outro lado, a Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz) comemorou a nova norma do CFM. Em nota, disse ser "um marco regulatório sem precedentes" e que, "partir de agora, a ozonioterapia poderá ser aplicada com ainda mais respaldo, responsabilidade e integração aos protocolos clínicos". Segundo o conselheiro do CFM e relator da resolução, Diogo Sampaio, a nova norma segue uma lei sancionada em 2023 que autorizou a prática no país e passa a regulamentar o uso da técnica na medicina.
Para ele, é "o cumprimento do dever do CFM de definir os critérios, indicações e limites para a prática segura do ato por médicos, após anos em que o procedimento foi mantido em caráter experimental e diante da necessidade de nova análise à luz das evidências científicas atuais".
De acordo com o relator, foi realizada uma "análise criteriosa e segmentada" das evidências científicas disponíveis sobre desfechos clínicos da ozonioterapia para indicações específicas, em especial para o tratamento de diferentes tipos de feridas e dores musculoesqueléticas.
Os estudos mais robustos citados pelo Conselho, no entanto, não encontraram benefícios claros da ozonioterapia. Entre a literatura analisada pelo CFM, estão duas revisões de trabalhos publicadas na Cochrane, considerada o nível mais alto de evidência científica.
Em um deles, a conclusão foi de que, "com base nas informações limitadas e de baixa qualidade disponíveis, os autores da revisão não foram capazes de tirar quaisquer conclusões sobre a eficácia da terapia com ozônio no tratamento de úlceras nos pés em pessoas com diabetes".
Já no outro, os pesquisadores escreveram que "não há evidências sólidas a favor ou contra o uso de qualquer tipo de terapia por injeção para indivíduos com dor lombar subaguda ou crônica".
Cenário no Brasil Pelo mundo, a ozonioterapia é permitida em alguns países, como Portugal, e proibida em outros, como nos Estados Unidos. No país norte-americano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora, diz que a quantidade de ozônio necessária para ter um efeito germicida é muito superior à tolerada pelo ser humano.
No Brasil, o cenário é complexo. Enquanto alguns conselhos, como o de Farmácia e de Biomedicina, já regulamentavam seu uso, o CFM proibia a técnica desde 2018, liberando-a apenas no contexto experimental de pesquisas clínicas. No entanto, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que liberou todos os profissionais de saúde a prescreverem a técnica como tratamento complementar.
Na época, entidades médicas pediram que a lei fosse vetada, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Academia Nacional de Medicina (ANM). Em uma carta a Lula, a ANM defendeu que a ozonioterapia gera "um risco de ilusão em pessoas leigas (...) de que condutas dessa natureza possam ter efeito terapêutico".
Ainda assim, os procedimentos são facilmente encontrados em anúncios nas redes sociais e clínicas privadas com promessas que vão desde o tratamento de câncer até de problemas de reprodução, dores crônicas, infecção pelo HIV, diabetes, entre uma série de outras doenças.
Além disso, a Anvisa permite a regularização de equipamentos de ozonioterapia somente para a área odontológica e estética, considerando que não há evidências para outros usos, e que eles podem configurar infração sanitária. Em 2023, porém, especialistas alertaram que a nova lei abriu uma brecha para que aparelhos regularizados para essas áreas passassem a ser utilizados com finalidades distintas sem grandes repercussões.
Na nova norma, o CFM determinou que apenas podem ser utilizados equipamentos devidamente regularizados pela Anvisa. Além disso, que o médico responsável mantenha registro sistemático em prontuário, detalhando a indicação, a técnica utilizada, a concentração de ozônio, o tempo de exposição ou volume injetado, a frequência das aplicações e os desfechos clínicos observados.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 30/08 A 01/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações
https://medicinasa.com.br/iras-internacao/
Os Melhores Hospitais do Mundo
https://medicinasa.com.br/reportagem-capa-edi30/
Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões
https://medicinasa.com.br/fraudes-saude-suplementar/
Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora
https://opopular.com.br/politica/goiania-entra-em-top-100-de-ranking-mas-saude-tem-piora-1.3306700
Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga
Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos
Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás
Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos
Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind
Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon
MEDICINA S/A
Infecções hospitalares elevam em até 55% o custo das internações
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), popularmente conhecidas como infecções hospitalares, são um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil. Estima-se que de 5% a 14% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquiram algum tipo de infecção durante o período de hospitalização, conforme dados do Ministério da Saúde. Além do impacto direto na qualidade da assistência, essas infecções elevam em 55% o custo diário da internação, de acordo com relatório da Anvisa. O cenário também se reflete em números alarmantes: são mais de 45 mil mortes por ano, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), número que pode chegar a 100 mil, conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o infectologista Marcos Cyrillo, ex-diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e membro da Câmara Técnica da Anvisa de Saneantes e Infecção Hospitalar, as IRAS são definidas pela Anvisa como infecções que acontecem durante a internação ou mesmo depois da internação em serviços de saúde. “Normalmente consideramos após 72 horas de internação, ou se o paciente sofreu um procedimento cirúrgico, até um mês depois, ou até três meses no caso de cirurgias com colocação de prótese”, explica o especialista.
Entre os tipos mais frequentes de IRAS identificados nos hospitais brasileiros, estão:
Infecções relacionadas à corrente sanguínea em pacientes com cateter venoso central;
Infecções urinárias em pacientes com sonda vesical de demora;
Pneumonias associadas à ventilação mecânica;
Infecções pós-cirúrgicas.
A prevenção passa por um conjunto robusto de medidas. Cyrillo explica que o controle das IRAS envolve desde protocolos rigorosos de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, até a adesão a práticas fundamentais como a higiene das mãos, o isolamento de pacientes infectados, a limpeza técnica e ambiental qualificada e o uso racional de antimicrobianos, conhecido como programa de stewardship. A higienização profissional dos ambientes de saúde desponta como uma das estratégias mais eficazes na contenção dessas infecções.
Ambientes limpos
A Lei nº 9.431 impõe que todas as instituições de saúde devem manter um Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), com atuação obrigatória da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Esses órgãos são responsáveis por monitorar os casos, atualizar os protocolos e treinar continuamente os profissionais.
Para a ABRALIMP (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), a atuação de equipes de limpeza treinadas, com métodos padronizados e produtos adequados, é fundamental para interromper a cadeia de contaminação em ambientes como hospitais, clínicas e unidades de pronto atendimento. A entidade reforça que a limpeza técnica deve ser reconhecida como parte integrante dos protocolos de biossegurança, para promover a integração entre os profissionais da limpeza profissional e as equipes de saúde.
A discussão sobre a gravidade das IRAS, seus impactos e meios de prevenção será aprofundada no Higicon Experience, evento promovido pela entidade, que acontecerá no dia 11 de setembro, em Goiás. A edição contará com especialistas da saúde e da limpeza profissional, como Marcos Cyrillo, com foco no enfrentamento das infecções relacionadas à assistência à saúde por meio da higiene profissional.
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Os Melhores Hospitais do Mundo
Ranking da Newsweek destaca os melhores hospitais do mundo. Brasil marca presença com 115 instituições e se consolida como referência na América Latina
A revista Newsweek, em colaboração com a Statista, divulgou a aguardada edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, que reconhece as instituições de saúde com melhor desempenho em 30 países. Em sua sétima edição, a lista classifica 2.445 hospitais e apresenta um avanço significativo em critérios e abrangência, com destaque para a nova "Global Top 250", que reúne os 250 melhores hospitais do mundo com base em recomendações de especialistas, indicadores de qualidade e uma nova métrica: a pontuação bibliométrica.
Neste ano, o ranking reforça sua ênfase em excelência clínica e cuidado centrado no paciente, incluindo critérios como as PROMs (Medidas de Resultados Relatados por Pacientes), novas certificações ampliadas, como ANCC Magnet, Planetree e ICONTEC, e integra novas fontes de dados sobre experiência do paciente.
A pontuação bibliométrica, que mede o impacto das pesquisas e a relevância de publicações científicas, também passa a ser um critério para avaliar a excelência hospitalar.
O Brasil aparece em destaque com 115 instituições mencionadas, entre elas o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), único hospital público brasileiro na lista global. De uma forma geral, a América Latina vem ganhando espaço e o Brasil lidera esse avanço. Dos participantes da região, 57% são brasileiros.
Estreando no ranking, o Hospital do Coração (Hcor) integra a elite dos 250 melhores do mundo ao lado de hospitais como o NYU Langone Tisch Hospital (EUA) e o Gleneagles Hospital Kuala Lumpur (Malásia). Além disso, algumas instituições tiveram grande ascensão em relação a 2024, como o Keck Hospital of USC (EUA) e o Virginia Mason Medical Center (EUA), além do Bumrungrad International Hospital (Tailândia) e do St. Bartholomew’s Hospital (Inglaterra), que registraram avanços significativos. De acordo com a publicação norte-americana, essas inclusões refletem a evolução dinâmica da excelência em saúde, impulsionada por inovações no atendimento e um foco crescente nos resultados dos pacientes.
“Esses rankings destacam os hospitais que estão definindo o padrão de excelência médica, inovação e atendimento centrado no paciente em nível global”, afirmou Alexis Kayser, editora de saúde da Newsweek. “Ao incorporar novas métricas de qualidade e resultados relatados por pacientes, a lista deste ano oferece uma visão ainda mais abrangente das instituições que lideram o setor. Temos orgulho em reconhecer os hospitais que estão causando um impacto real no bem-estar dos pacientes e impulsionando o futuro da medicina.”
Os pilares por trás do ranking mundial de hospitais
Responsável por uma das metodologias mais respeitadas do setor, a Statista trouxe avanços importantes para a edição 2025 do ranking World’s Best Hospitals, elaborado em parceria com a revista Newsweek. Em entrevista exclusiva à Medicina S/A, a analista sênior da empresa de análise de dados, Judith Reincke-Schmidt, explica os critérios da avaliação internacional e destaca a importância crescente de indicadores como qualidade assistencial, experiência do paciente e produção científica.
“A lista é baseada em quatro fontes principais de dados”, explica Reincke-Schmidt. “Primeiro, contamos com recomendações diretas de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros e diretores hospitalares de 30 países, totalizando mais de 85 mil convidados. Em segundo lugar, analisamos a experiência dos pacientes por meio de pesquisas públicas. O terceiro pilar são as métricas de qualidade hospitalar e, por fim, a implementação das PROMs, as Medidas de Desfecho Reportadas pelo Paciente.”
A análise atual revela que as PROMs vêm ganhando protagonismo. Segundo Judith, a implementação foi incorporada aos rankings como um reflexo da crescente importância da medicina baseada em valor no panorama hospitalar global. As PROMs são definidas como questionários-padrão validados e preenchidos diretamente pelos pacientes para refletir sua percepção acerca do estado da própria saúde, e oferecem uma avaliação mais completa sobre os impactos físicos, mentais e sociais dos tratamentos, além da simples taxa de sobrevivência. “O propósito é entender como os pacientes se sentem após o tratamento e como isso influencia a qualidade de vida. Nos últimos anos, esse aspecto se tornou essencial para os sistemas de saúde ao redor do mundo.”
Para refletir essa tendência, a edição 2025 aumentou o peso das métricas qualitativas e da implementação das PROMs no modelo de pontuação. O ranking também passou a considerar novas certificações internacionais e fontes de dados ampliadas, como o VIKZ, da Bélgica, e o LUP, da Dinamarca. Além disso, uma novidade relevante é a inclusão da pontuação bibliométrica na lista Global Top 250.
“Essa pontuação mede a reputação científica de cada instituição com base em indicadores objetivos, como o índice h, número de citações e volume de publicações científicas”, detalha Reincke-Schmidt. “Os dados foram obtidos por meio do Exaly.com, uma base especializada em cienciometria. Dessa forma, buscamos incorporar ao ranking uma avaliação que vá além da percepção dos especialistas.”
A metodologia é atualizada anualmente. “Antes de cada edição, avaliamos novos países com base em critérios como padrão de vida, expectativa de vida, número de hospitais e disponibilidade de dados”, afirma a analista. “É assim que determinamos quais nações têm condições de integrar a lista.”
Os avanços de alguns hospitais no ranking também chamam a atenção. De acordo com Judith, essa evolução pode ocorrer por uma combinação de fatores: “Melhorias nas métricas de qualidade, reconhecimento mais consolidado, experiências positivas dos pacientes e ampliação das acreditações e PROMs. Mas vale lembrar que o modelo de pontuação é complexo, e não é possível atribuir a ascensão a um único fator.”
Entre os 250 melhores hospitais do mundo, aponta Reincke-Schmidt, aqueles que se destacam compartilham características comuns: “Eles possuem padrões de cuidado muito elevados, resultados clínicos excelentes, segurança para os pacientes e reconhecimento internacional. Além disso, têm presença relevante na produção científica e são constantemente recomendados por profissionais de saúde de diversos países.”
Apesar da evolução na coleta de dados, ainda existem desafios. “A principal barreira é a disponibilidade de informações padronizadas entre os países. Nem todos os sistemas de saúde oferecem dados públicos confiáveis. Por isso, usamos apenas informações transparentes e verificáveis. Onde os dados são frágeis ou inconsistentes, optamos por não incluí-los.”
Para os gestores hospitalares, os rankings representam mais do que uma classificação. “Eles oferecem insights valiosos para o aprimoramento da gestão”, afirma Reincke-Schmidt. “Servem como parâmetro para comparar práticas, analisar indicadores e implementar melhorias, com foco em segurança do paciente, qualidade assistencial e desfechos clínicos.”
A tecnologia, embora não seja medida diretamente, também exerce influência indireta. “A inovação médica impacta a qualidade dos cuidados, fortalece a reputação dos hospitais e melhora seus indicadores. Tanto que, além do ranking geral, a Newsweek e a Statista mantêm o levantamento dos Melhores Hospitais Inteligentes do Mundo, dedicado à tecnologia em saúde.”
Quanto ao futuro, Judith Reincke-Schmidt antecipa: “A tendência é aprofundar o foco em métricas qualitativas e na saúde baseada em valor. Mas ainda é cedo para definir as mudanças que virão na edição de 2026”.
Destaques da Edição
Conheça 15 instituições brasileiras que se destacaram no Ranking dos Melhores Hospitais do Mundo 2025, da Newsweek, com iniciativas que estão transformando a assistência médica, promovendo a inovação e fortalecendo o cuidado centrado no paciente no País.
Hospital Evangélico de Londrina
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Fraudes na saúde suplementar: uma ameaça de R$ 30 bilhões
As fraudes contra os planos de saúde se tornaram uma das maiores ameaças à sustentabilidade do setor no Brasil. Estima-se que, apenas em 2022, as operadoras perderam mais de R$ 30 bilhões em decorrência de fraudes e desperdícios, segundo o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS). Esse montante representou 12,7% das receitas do período, um percentual alarmante que compromete a eficiência, aumenta os custos e gera insegurança em toda a cadeia da saúde suplementar.
O impacto não recai apenas sobre as operadoras. Médicos cooperados no caso das cooperativas de saúde, prestadores de serviços e, sobretudo, os beneficiários, acabam pagando a conta por meio de reajustes elevados e restrição de acesso. Esse efeito em cascata ameaça o mutualismo, princípio fundamental do setor, baseado na solidariedade entre os segurados para a preservação dos direitos contratados.
A gravidade do problema ganhou visibilidade em 2022, quando a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) denunciou a existência de empresas de fachada que geraram prejuízos de R$ 51 milhões. O levantamento identificou 4 mil notícias-crime e ações cíveis contra fraudadores, sendo 2.042 casos apenas em 2023, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior. O cenário evidencia que a fraude não é pontual, mas uma prática sistemática e crescente.
Para conter esse avanço, as operadoras investem em uma verdadeira “corrida armamentista tecnológica”. São utilizadas ferramentas de inteligência artificial, machine learning, biometria facial, tokens de segurança, auditorias presenciais, algoritmos de detecção de padrões suspeitos, canais de denúncia estruturados e até a criação de comitês específicos de combate à fraude. Além disso, equipes vêm sendo treinadas regularmente para identificar e coibir irregularidades.
Apesar dos avanços, a ausência de uma legislação específica dificulta a punição. Hoje, os fraudadores acabam enquadrados em crimes genéricos, como estelionato, o que fragiliza a responsabilização e incentiva a continuidade das práticas ilícitas. Essa lacuna regulatória expõe a urgência de um marco jurídico mais robusto, capaz de tratar a fraude em saúde como um crime grave contra um setor vital para a sociedade.
Outro ponto crucial é o papel das empresas contratantes de planos de saúde, já que grande parte das carteiras de beneficiários está na modalidade empresarial. O monitoramento do uso por parte dos empregadores pode ajudar a identificar excessos, reduzir desperdícios e colaborar com as operadoras no combate a práticas suspeitas.
O problema não se resume a perdas financeiras: ele ameaça a sobrevivência da saúde suplementar. Cada fraude cometida mina a confiança no sistema, gera aumento de custos e empurra parte da população para o já sobrecarregado Sistema Único de Saúde (SUS). Se não houver enfrentamento firme, o acesso à saúde privada ficará cada vez mais restrito a poucos.
Portanto, combater fraudes não é apenas proteger o caixa das operadoras, mas sim preservar um mercado que gera empregos, paga impostos, garante assistência a milhões de brasileiros e contribui para desafogar a rede pública. Trata-se de uma luta pela sustentabilidade do sistema e pelo direito de acesso à saúde. Cada medida de prevenção, cada ação punitiva e cada avanço tecnológico representam um passo para blindar a saúde suplementar. O futuro do setor depende de união entre todos os atores direta e indiretamente envolvidos. O recado é claro: fraudar a saúde é comprometer a vida de todos.
*Joé Sestello é Diretor-Presidente da Unimed Nova Iguaçu.
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O POPULAR
Goiânia entra em top 100 de ranking mas Saúde tem piora
Goiânia subiu 29 posições e passou a integrar o top 100 nacional do ranking de competitividade dos municípios. A cidade saiu da 124ª posição em 2024 para a 95ª neste ano. Contudo, entre as capitais do Centro-Oeste, a melhora não foi suficiente para ultrapassar Campo Grande (MS) - considerada a cidade mais competitiva da região e que ocupa o 71º lugar -, nem Cuiabá (MT), que ocupa a 74ª posição no estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove, plataforma de inteligência para gestão municipal, e a Seall.
Seguindo tendência já apontada do ano passado, a Saúde teve o resultado mais negativo, com o acesso à área voltando a figurar com um desempenho ruim no ranking para a capital. O recuo no indicador foi de 14 posições. A piora na colocação foi puxada por fatores como cobertura vacinal, cobertura da atenção primária e redução no atendimento pré-natal.
Na mesma linha, o item qualidade de saúde também teve queda de 22 posições, mantendo-se aquém do panorama de cidades que ocupam o top 100. Segundo o CLP, a principal justificativa para a piora do indicador é a colocação nos números sobre obesidade e mortalidade infantil.
Ao avaliar os dados do levantamento, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou que a intenção é subir posições no ranking no próximo ano. "Na Saúde, pegamos ela muito ruim no final do ano passado e não conseguimos recuperar a tempo neste ano, pois os primeiros meses (de mandato) foram muito difíceis e com calamidade financeira não pudemos fazer mais", disse o prefeito.
Reforçando a argumentação, Mabel afirmou que a gestão tem feito mudanças na área para melhorar os problemas de acesso. "Estamos aumentando nossa produção junto ao SUS, então deve melhorar a nota desse ano para o ano que vem. Vamos atendendo bem mais pessoas, estamos fazendo mais procedimentos, reportando mais. Isso deve melhorar", destacou.
O resultado geral de Goiânia este ano segue a curva de crescimento que já vinha sendo apontada desde 2024, quando subiu 14 posições e passou a ocupar o 124º lugar. A capital estava fora do top 100 das cidades mais competitivas desde 2022, segundo o CLP, e teve crescimento influenciado pela boa performance em indicadores como acesso e qualidade de educação; segurança pública; meio ambiente; inovação e dinamismo econômico; e capital humano.
O levantamento, que ajuda a balizar políticas públicas dos estados e municípios, analisou a capacidade competitiva de 418 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. O estudo, que chega a sua sexta edição este ano, observa 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública.
Entre os quesitos nas cidades brasileiras analisados estão sustentabilidade fiscal, funcionamento da máquina pública, acesso à saúde, qualidade da saúde, acesso à educação, qualidade da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inserção econômica, inovação e dinamismo econômico, capital humano e telecomunicações.
Até 2024, o ranking analisou 404 cidades com mais de 80 mil habitantes. Neste ano, porém, foi utilizada para recorte populacional dos municípios a estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o ano de 2024. Assim, 14 cidades passaram a compor levantamento, somando 418 municípios no total.
Recuo na saúde
A executiva de relações governamentais e competitividade do CLP, Carla Marinho, diz que o contraste em Goiânia do bom desempenho em pilares como qualidade de Educação e inovação econômica com os índices relacionados à Saúde revela a necessidade de enfrentamento dos gargalos na área. Sobretudo em políticas de prevenção e atenção básica, fundamentais para garantir a qualidade de vida da população, segundo ela.
"Desde 2021, a série histórica do ranking mostra que o pilar de acesso à Saúde em Goiânia está em declínio, perdendo posições a cada edição. De fato, a pandemia da covid-19 impactou fortemente esses indicadores e alterou a série histórica. No entanto, em vez de uma retomada acelerada, o que se observa é uma queda persistente, o que evidencia que o problema vai além de fatores conjunturais. Esse cenário pode ser também o reflexo de um quadro estrutural, que revela fragilidade na oferta de serviços de saúde, sobretudo na rede básica", afirma Carla.
Em outra frente, diante da piora dos índices de Goiânia relacionados à sustentabilidade fiscal da capital, que mostram recuo em itens como a dependência fiscal, a taxa de investimento, a despesa com pessoal, e o endividamento, a executiva do CLP aponta que uma saída para subir posições no top 100 de competitividade seria justamente avançar em pontos que as demais capitais do Centro-Oeste vêm se destacando.
Carla destaca as melhorias de Cuiabá em áreas como sustentabilidade fiscal e funcionamento da máquina pública, diretamente ligados à qualificação dos servidores e à qualidade da informação contábil e fiscal. "Para Goiânia, ainda há espaço para avançar justamente nesses pontos em que suas capitais vizinhas têm se destacado - fortalecimento da gestão pública e aprimoramento dos serviços ligados à eficiência administrativa. Esses avanços podem ampliar ainda mais o protagonismo de Goiânia no cenário nacional", afirma a executiva da organização.
Mabel afirma que o estudo do CLP será avaliado pela gestão e deve fazer parte das mudanças de estratégias que serão implementadas. "Nós vamos pegar essa pesquisa, dar uma analisada nela e outras que nós temos também para fazer comparativo e vamos avançando nos pontos que estamos negativos, e vamos fazer mais nos pontos positivos para chegar mais a frente ainda. Tenho certeza que em dois ou três anos, no terceiro ano do nosso governo, Goiânia vai estar muito melhor."
Municípios goianos
O ranking deste ano do CLP mostra que Goiás conta com cinco cidades entre as 200 mais competitivas do país: além da capital, Rio Verde, Catalão, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Rio Verde caiu 10 posições, mas segue entre as 150 primeiras, ocupando a 128ª colocação. O município se destacou em acesso e qualidade da saúde e da educação, além de segurança pública, meio ambiente, capital humano e telecomunicações.
Catalão avançou 35 posições e alcançou o 161º lugar. Os melhores resultados vieram em qualidade da saúde e da educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inovação e dinamismo econômico. Aparecida de Goiânia registrou a maior evolução: subiu 66 colocações e chegou ao 179º lugar. Teve bom desempenho na maioria dos indicadores, com exceção de inserção econômica e inovação e dinamismo econômico.
Anápolis também melhorou, com avanço de 27 posições, ocupando a 195ª colocação. O município apresentou resultados positivos em quase todos os pilares, mas ficou abaixo da média em funcionamento da máquina pública, inserção econômica e telecomunicações.
Já Itumbiara (230º) e Jataí (211º), que no ranking anterior figuravam entre os 200 municípios mais competitivos do país, perderam espaço neste ano, com quedas de 70 e 37 posições, respectivamente.
Carla diz que o levantamento funciona como um guia para que as decisões dos gestores municipais sejam baseadas em dados. "A análise é sistêmica, evidenciando em suas dimensões como diferentes áreas se relacionam entre si e com as políticas de entes estaduais e federais, permitindo uma visão integrada da gestão pública", destaca.
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PORTAL G1
Morre aos 76 anos neurologista José Alberto Alvarenga
Médico atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Ele participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.
Morreu neste domingo (31) o neurologista José Alberto Alvarenga, que atuou especialmente na formação de outros médicos na especialização, em Goiás. Ele atuou como chefe do Serviço de Neurologia no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), e, mesmo aposentado como servidor público estadual, continuou sua missão, passando a integrar os quadros de membros da Organização Social (OS) que administra o hospital. Colegas de trabalho e ex-alunos se despediram de Alvarenga nas redes sociais.
Alvarenga foi membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e da Academia Goiana de Medicina. Em nota, o HGG lamentou a morte do médico, e destacou que ele era uma “figura de grande relevância” para a neurologia brasileira e goiana, que participou da formação de inúmeros neurologistas no Estado.
"Seu legado de conhecimento, humanidade e compromisso com a medicina será eternamente lembrado. Nossos sentimentos à família, amigos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”, acrescentou.
A Academia Brasileira de Neurologia também utilizou as redes sociais para homenagear o médico, que também era membro. A instituição ressaltou o papel dele na residência de outros especialistas, e apontou que o seu primeiro residente foi o atual presidente da academia, o doutor Delson José da Silva.
"Nossos profundos sentimentos à família e a todos que tiveram a honra de conviver com o Dr. José Alberto, cujo legado de conhecimento e humanidade será eternamente lembrado”, escreveu.
José Alvarenga deixa esposa e filhos. O g1 não conseguiu informações sobre o velório.
Colegas e ex-alunos se despedem
Na internet, colegas de trabalho, ex-alunos e até ex-pacientes dele prestaram suas condolências e evidenciaram seu legado.
"Foi um grande mestre e líder! Me ensinou muito na Santa Casa, que Deus le dê bom descanso e conforte os familiares do doutor José Alvarenga", afirmou uma internauta.
"Nossa que triste, trabalhei com ele no apoio diagnóstico”, disse um homem. "Uma grande perda, pessoa maravilhosa”, relatou uma seguidora.
"Que Deus de um bom lugar, doutor de excelência que foi de suma importância em meu tratamento”, revelou uma ex-paciente.
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Quatro anos depois, acusações contra Prevent Senior param na Justiça, e médicos que denunciaram são alvo de processos
Justiça ainda não analisou as denúncias e ações do Ministério Público. Profissionais de saúde que denunciaram irregularidades temem perder registro médico.
Quatro anos depois após as denúncias contra a operadora Prevent Senior terem sido reveladas, nenhum acusado foi responsabilizado na Justiça e alguns dos médicos que denunciaram as práticas irregulares respondem a processos na Justiça ou estão sujeitos a perder o registro profissional.
“A indignação ainda me consome. É uma revolta amarga”, diz Walter Correa de Souza Neto, um dos principais denunciantes do caso, hoje alvo de um processo aberto por ordem do Conselho Federal de Medicina (CFM). "O processo é surreal, descabido e sem base legal".
Ao mesmo tempo, familiares de pacientes que morreram nas dependências da operadora de saúde aguardam um desfecho do caso.
"Nossa vida parou, a nossa família foi destruída, perdemos a nossa matriarca, peça-chave da família", afirmou, ao g1, a representante Kátia Castilho, cuja mãe morreu na Prevent Senior após ser submetida a tratamentos ilegais, segundo o Ministério Público (MP).
O plano de saúde nega que qualquer irregularidade tenha sido cometida. “A Prevent Senior não comenta processos que estão sob sigilo, mas confia que todos os profissionais serão absolvidos pela Justiça por não terem cometido qualquer crime ou irregularidade”.
Já o CFM afirmou que não se manifesta sobre processos que estejam em andamento, sob pena de prejudicar as apurações.
Cronologia do caso
As denúncias vieram à tona em reportagens da GloboNews, TV Globo e g1 em abril e agosto de 2021. Na época, a CPI da Covid no Senado Federal também recebeu um dossiê produzido por médicos que trabalhavam na Prevent Senior.
O documento trouxe uma série de acusações contra a operadora, tais como:
prescrição em massa e sem critério de medicamentos ineficazes no 'Kit Covid' (cloroquina, ivermectina, azitromicina, entre outros);
testes de medicamentos nos pacientes sem autorização deles e sem aval dos órgãos pesquisa;
ocultação de mortes e outras fraudes em um estudo da Prevent sobre o uso de cloroquina;
coação sistemática dos médicos para que prescrevessem medicamentos ineficazes;
falsidade ideológica por omitir a Covid-19 na causa da morte de pacientes tratados com medicamentos ineficazes.
O Caso Prevent Senior foi um dos principais capítulos da CPI da Covid, que concluiu que a operadora de saúde agiu de forma associada ao chamado “Gabinete Paralelo” do Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL).
A CPI pediu o indiciamento de 12 médicos, diretores e donos do plano por diversos crimes, como perigo à vida ou à saúde de outrem, falsidade ideológica, crime contra a humanidade, e omissão de notificação de doença. Na época, a Procuradoria-Geral da República, chefiada por Augusto Aras, não abriu investigação.
Em setembro de 2021, a Prevent assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público em que se comprometeu, entre outras coisas, a não prosseguir com tratamentos ineficazes contra a Covid-19, além de admitir que um estudo feito sobre a cloroquina não tinha valor científico.
A Câmara Municipal de São Paulo instalou uma CPI própria, com foco exclusivo na Prevent Senior, e ampliou as investigações da CPI do Senado. Após seis meses de trabalhos, os vereadores pediram o indiciamento de 20 médicos e dirigentes da Prevent pelos mesmos crimes elencados pelos senadores, além de homicídio e tentativa de homicídio.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu duas frentes de investigação, uma na área criminal e outra nas áreas cível e trabalhista, esta última em parceria com Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT).
As duas frentes chegaram a conclusões semelhantes das CPIs, corroboraram as acusações dos médicos que trabalhavam na Prevent e ainda apresentaram elementos novos.
Denúncia criminal por homicídio
Na frente criminal, os promotores ofereceram denúncia em junho de 2024 contra dez dirigentes da Prevent, incluindo os donos Eduardo e Fernando Parrillo, pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), omissão de notificação de doença, perigo à vida ou à saúde de outrem.
O MP também sugeriu ao Congresso que aprove uma nova legislação para criar um tipo penal para o crime de “cobaia”, já que a legislação brasileira não prevê essa tipificação.
O caso está em segredo de Justiça, mas a reportagem apurou que, mais de um ano após a aceitação da denúncia, o processo não avançou porque alguns dos réus sequer foram localizados e notificados.
“Acho isso terrível, em plena era digital, ter que esperar encontrar a pessoa no endereço para ser intimado. Isso tudo me leva a crer que estão querendo ganhar tempo para que o processo prescreva”, afirmou Kátia Castilho.
A mãe dela, Irene Castilho, morreu em abril de 2021 em uma unidade da Prevent em São Paulo, após 33 dias de internação. Enquanto esteve no hospital, a paciente foi medicada diariamente com flutamida, um remédio indicado somente para câncer de próstata e que foi usado pela operadora em pacientes com Covid-19, sem autorização dos órgãos de pesquisa.
Irene não poderia receber a medicação por ter insuficiência hepática decorrente de um câncer no fígado. A flutamida é totalmente contra-indicada nestes casos. A filha afirma que a Prevent não pediu autorização para que o remédio fosse administrado.
O prontuário da paciente também demonstrou que ela foi medicada várias vezes com dipirona, mesmo sendo alérgica ao remédio. Para os promotores, houve crime de homicídio culposo na morte de Irene.
Possível acordo
Todos os crimes apontados pelo MP têm penas baixas, de no máximo três anos. Nestes casos, é comum que a Justiça proponha um acordo entre as partes, mediante a confissão de culpa e o pagamento de indenizações.
Os promotores iniciaram uma tentativa de acordo, mas até agora não houve avanços.
Ao longo dos quase três anos de investigação, os promotores colheram os depoimentos de aproximadamente 60 testemunhas, entre pacientes, familiares e médicos. Os prontuários dos pacientes foram analisados por peritos do Instituto de Medicina Criminal e Sociologia de São Paulo (Imesc) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Os laudos demonstraram que, em sete casos analisados, foi possível concluir que a medicação indevida e outras condutas contribuíram para a morte dos pacientes, o que caracteriza o crime de homicídio culposo.
Irregularidades também foram identificadas nos tratamentos de outros pacientes, mas não foi possível estabelecer o nexo causal entre as falhas e a morte das pessoas.
Ação bilionária na esfera trabalhista
Em fevereiro de 2024, o MPF, MP-SP e MPF ajuizaram uma ação na Justiça do Trabalho contra o plano de saúde exigindo o pagamento de R$ 940 milhões a título de indenização por dano moral coletivo. Os procuradores ouviram 57 profissionais que trabalhavam na Prevent e reuniram 37 mil documentos.
Nesta ação, os procuradores e a Prevent firmaram acordos judiciais parciais em que a operadora se comprometeu a seguir 27 das 34 determinações da procuradoria. Não houve acordo em sete obrigações, que ficaram para julgamento na Justiça do Trabalho, assim como o valor da indenização por dano moral.
Os procuradores concluíram, entre outras coisas, que a empresa praticou assédio moral contra os médicos, forçando-os a prescrever medicamentos ineficazes e não exigiu que seus profissionais se vacinassem contra a Covid-19.
Além disso, a investigação identificou que milhares de profissionais trabalharam nos hospitais enquanto estavam infectados com o vírus da Covid-19, com permissão e incentivo da Prevent.
Denunciante teme perder registro médico
Ao longo das várias frentes de investigação, senadores, vereadores e integrantes do MP colheram depoimentos de diversos médicos que mencionaram práticas irregulares pelo plano de saúde. Um deles, Walter Correa de Souza Neto, chegou a prestar depoimento na CPI da Covid no Senado Federal.
Hoje, Walter é alvo de um processo aberto no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) por determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Ele é acusado pela Prevent Senior de ter vazado o prontuário médico do toxicologista Anthony Wong, o que Walter nega de forma veemente.
O caso de Wong provocou grande repercussão quando as denúncias contra a Prevent Senior vieram à tona. Assim como o plano de saúde, o toxicologista era defensor do uso de medicamentos ineficazes, como a cloroquina, para tratar a Covid-19.
O prontuário de Wong mostra que ele contraiu o vírus e ficou internado na Prevent, onde foi medicado com cloroquina, ivermectina e outros remédios, além de ter sido submetido a várias sessões de ozonioterapia, uma prática não autorizada em pacientes dentro do ambiente hospitalar. O toxicologista morreu em decorrência da Covid-19, mas a operadora omitiu a doença na causa da morte.
Em 2023, o Cremesp arquivou, por unanimidade, a denúncia que a Prevent Senior fez contra Walter pelo suposto vazamento do prontuário. A entidade concluiu que não havia qualquer prova de que Walter e outros três médicos vazaram o prontuário.
No ano passado, a operadora apresentou recurso ao CFM. Em decisão individual, o relator do caso determinou que o Cremesp abrisse outro processo, mas só contra Walter, deixando de fora os outros três médicos que haviam sido alvo da mesma acusação.
O g1 teve acesso à sindicância arquivada e ao processo em curso. Para acusar Walter, a Prevent baseia-se na declaração de um ex-diretor da companhia, Pedro Batista Junior, que atribuiu o vazamento a ele.
Batista Júnior foi um dos diretores da Prevent com pedido de indiciamento nas duas CPIs que investigaram o caso. Na época da CPI do Senado, veio à tona o áudio de um telefonema de Batista Júnior para Walter, em que o ex-diretor pressiona o médico para não relatar as irregularidades para a imprensa.
Além de apontar a ausência de provas, a defesa de Walter juntou no processo registros que mostram que mais de 100 médicos atuaram naquela época no tratamento de Wong, com acesso ao prontuário do paciente.
Os advogados também argumentam que o sistema de gestão de prontuários da Prevent era acessado com login e senha compartilhados pelos profissionais de saúde.
“Não há nenhuma prova ou indício de qualquer infração da minha parte, como concluiu o Cremesp ao arquivar a sindicância, mas o CFM determinou que a sindicância não só deveria continuar como também deveria ser convertida em processo, sem dar justificativa legal e contrariando o próprio Código de Ética Médica”, afirmou Walter à reportagem.
Em outra frente, a operadora chegou a mover uma ação na Justiça por danos morais contra Walter, exigindo o pagamento de R$ 300 mil de indenização, mas a própria Prevent decidiu desistir do processo em agosto deste ano.
O plano de saúde também entrou com processo por danos morais contra a advogada Bruna Morato - que defende Walter e também depôs à CPI do Senado - mas a Justiça rejeitou as ações na primeira e na segunda instância, arquivando o processo.
“Quero minha liberdade psicológica”
Um dos casos em que o MP-SP denunciou a cúpula da Prevent por homicídio culposo é o do empresário Fábio Senas, que morreu em um hospital da operadora em São Paulo em março de 2021, após duas semanas de internação. A promotoria identificou uma sequência de erros e de negligências no tratamento.
Cardiopata, Fábio não poderia tomar cloroquina, mas foi tratado com o medicamento ao longo da internação. O hospital ainda não teria administrado ao paciente os remédios de uso controlado que ele precisava.
“Desejo que a justiça seja feita e que, parte dessa história, tenha um desfecho libertador para nós, familiares das vítimas. O que mais quero é por minha liberdade psicológica e emocional, afinal, elas seguem algemadas em 28 de março de 2021, dia em que perdi o grande amor da minha vida”, afirmou Andrea Rotta, viúva do empresário, à reportagem.
“Sinto-me humilhada e invisível. Como muitos, sigo em acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Sempre tive esperança de que a justiça nos desse um mínimo de alento que, depois de tanto sofrimento, merecíamos”, acrescentou.
Entre a esperança e o desânimo
Os promotores também identificaram que houve homicídio no caso de Sueli Oliveira Pereira, que morreu aos 70 anos em uma unidade da Prevent na capital paulista em agosto de 2021. Assim como milhares de pacientes com Covid-19, ela foi tratada na operadora com flutamida.
“Mesmo com hemorragia interna eles continuaram a administrar a flutamida, que é proibida para esses casos”, afirma o publicitário Luiz Cezar Oliveira, filho de Sueli.
“Vivemos em constante ansiedade. Meu pai e minha irmã oscilam entre esperança e desânimo. Sigo firme, acreditando que a justiça virá. A gente espera também que a sociedade científica aprenda com esse caso, criando normas rígidas e fiscalização contínua”.
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A REDAÇÃO
Mais de 2 mil pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás
Estado bateu recorde de procedimentos em 2024
O Estado de Goiás registra 2.435 pessoas na fila de espera para transplante, seja de órgãos ou de tecidos. No momento, a maior lista é para doação de tecidos (córneas), com 1.731 pacientes.
Na sequência o transplante de rins é o mais aguardado, com 685 pessoas. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a recusa familiar continua sendo um dos principais desafios para estes procedimentos.
No ano passado, o estado atingiu um novo recorde em número de doadores efetivos de órgãos, chegando a 114, o maior número da série histórica. Ao todo, foram captados 1.168 órgãos e tecidos em 2024 e realizados 890 transplantes de órgãos e tecidos, sendo que o Hospital Estadual Dr Alberto Rassi (HGG) foi responsável por 98% do total de transplantes de órgãos sólidos. Em 2025 (até julho), foram realizados 481 transplantes de órgãos e tecidos no estado.
Campanha
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), lança, nesta segunda-feira (1º/09), a campanha Setembro Verde, voltada para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.
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AGÊNCIA BRASIL
Teste do olhinho deve ser repetido três vezes ao ano até os 3 anos
Recomendação é da Sociedade de Oftalmologia
A maioria das mães sente alívio quando o bebê, ainda na maternidade, recebe resultado normal após passar pelo teste do olhinho. O que nem todo mundo sabe é que o exame, rápido e indolor, ainda precisa ser repetido pelo menos mais três vezes todos os anos até que a criança complete 3 anos.
“Não acabou ali na maternidade. Pelo contrário, só começou ali. Ao longo do primeiro ano, são pelo menos três novos testes, além desse da maternidade. Isso até a criança completar 3 anos”, reforçou a presidente do 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, Luisa Hopker.
Em entrevista à Agência Brasil, a médica explicou que o teste do olhinho funciona como uma espécie de rastreio para doenças como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma, mas não detecta erros de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Ele só vai identificar se aquela criança precisa ou não ir com urgência para o oftalmologista.”
Exame completo
Luisa lembrou que uma diretriz da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda, além do teste do olhinho feito pelo pediatra, um exame oftalmológico completo, feito por um especialista, entre 6 e 12 meses de idade e, novamente, aos 3 anos. “Esse é o principal exame oftalmológico que deve ser realizado durante a infância porque ele consegue detectar vários problemas que ainda estão a tempo de serem tratados.”
“Nesse exame completo, aos 3 anos de idade, você consegue medir a visão por meio do exame de acuidade visual. Você consegue ver se essa criança tem estrabismo ou não, consegue fazer avaliação do grau com a pupila dilatada e consegue fazer o exame do fundo do olho pra ver se está tudo bem com a retina”, completou.
A médica alertou que a maioria dos problemas oftalmológicos na infância não apresenta sinais e sintomas. Por esse motivo, manter a rotina de consultas da criança é a melhor estratégia para pais e cuidadores. “Olho preguiçoso não dá nenhum sintoma. Grau alto de hipermetropia, na maioria das vezes, não dá nenhum sintoma. Grau alto de miopia, muitas vezes, não dá nenhum sintoma. É algo que faz com que a gente fique preocupado porque, se não dá sintoma, não tem como você detectar a não ser examinando.”
“Muita gente ainda tem aquele conceito: ‘Meu filho não está batendo na porta na hora que anda, não está tropeçando’. Mas esses são sinais que, quando aparecem, por causa de uma doença oftalmológica, já está tudo muito grave. A gente não espera esse tipo de sintoma pra ir ao oftalmologista”, concluiu.
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ESTADÃO
Hapvida é líder entre os planos de saúde e conquista quarta vitória seguida no Top of Mind
Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 vezes
A empresa de planos de saúde Hapvida é a mais lembrada na categoria plano de saúde do Anuário Datafolha Top of Mind 2025-2026, e recebe 46,8% das menções espontâneas.
Dentre as 16 edições contabilizando os planos de saúde, a Hapvida esteve na liderança em 10 edições, sendo a maior vencedora no segmento. A Unimed, outro forte concorrente no setor, obteve nove vitórias.
"Isso reflete o compromisso que vem sendo cumprido com um dos principais objetivos da empresa cearense: participar do desenvolvimento do Ceará, vê-lo prosperar por meio de sua gente bem cuidada. A Hapvida cresce na mesma medida em que também possibilita o crescimento de mais empregos, mais renda e mais saúde para a população cearense", afirmou Jaqueline Sena, vice-presidente de Marketing e Odontologia da marca.
A empresa foi fundada em 1979, em Fortaleza, e expandiu para todo o Brasil, tendo 809 unidades próprias pelo território nacional.
Outros planos citados foram a própria Unimed (35,1%), Bradesco (1,3%), SUS (1,3%), IPM (1,1%), Cartão de Todos (1%), entre outros de menor expressão.
Uma pequena parcela de 7,8% não informaram o nome de algum plano de saúde. Esse número estava em 10,5% na edição passada.
Entre o público da classe A e B a Unimed se manteve na liderança em todas as 17 edições da pesquisa.
Na edição de 2025-2026 entre o público A e B consolidou-se em um empate, com Unimed conquistando índice de 43,3% e Hapvida com 36,6%.
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FOLHA DE S.PAULO
Planos de saúde já são obrigados a cobrir implante contraceptivo Implanon
Método impede a gravidez por três anos; medida entra em vigor nesta segunda-feira (1º)
O implante contraceptivo hormonal Implanon passa a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde a partir desta segunda-feira (1º), para pessoas de 18 a 49 anos de idade.
O Implanon impede a gravidez por três anos. Ele atua liberando etonogestrel, um derivado sintético da progesterona - hormônio feminino essencial para o ciclo menstrual e a gravidez. Recentemente o implante foi incorporado também ao SUS (Sistema Único de Saúde), e a previsão do Ministério da Saúde é que esteja disponível ainda neste ano na rede pública.
Para a ginecologista Ana Paula Fabrício, a cobertura do Implanon pelos planos é positiva. "Amplia o acesso das mulheres a um método contraceptivo altamente eficaz e de longa duração, que traz comodidade e conforto, especialmente para as mais jovens".
Com o implante não existe o risco de esquecer de tomar o anticoncepcional diariamente, "o que oferece mais segurança em relação a uma gestação, que, quando ocorre na juventude, muitas vezes não é planejada e pode representar riscos para a mãe e o bebê", acrescenta.
A médica ressalta, contudo, que o implante não é indicado para todas e que cada paciente deve passar por avaliação médica individualizada.
O método não deve ser utilizado por mulheres com histórico atual ou prévio de câncer de mama, doença hepática grave (como cirrose descompensada ou tumores hepáticos), sangramento vaginal de causa não esclarecida ou hipersensibilidade conhecida ao etonogestrel, substância ativa do implante.
A inserção do Implanon é um procedimento simples, realizado em consultório médico com anestesia local. O implante, que consiste em uma pequena haste flexível, é colocado sob a pele da face interna do braço por meio de um aplicador. A remoção também é feita em ambiente ambulatorial, sendo necessária apenas uma pequena incisão para a retirada do dispositivo.
Embora o procedimento seja seguro, podem ocorrer efeitos adversos como hematoma, dor ou inchaço no local da inserção. Em casos mais raros, pode haver infecção local, geralmente associada a erro técnico durante o procedimento.
O Implanon e o DIU são métodos contraceptivos reversíveis de longa duração, oferecidos pelo SUS e com cobertura obrigatória pelos planos de saúde. A principal diferença entre eles está na eficácia: o Implanon apresenta taxa de falha de 0,05%, enquanto a do DIU varia de 0,2% a 0,8%, dependendo do tipo
Em caso de recusa de serviços obrigatórios, o segurado deve procurar a operadora e, se não conseguir resolver o problema, deve acionar a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) por meio dos canais oficiais.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) disse em nota que orienta suas 140 operadoras associadas a seguirem as normas definidas pela ANS.
"A Abramge reafirma seu compromisso com o fortalecimento do sistema de saúde suplementar, de forma a garantir não apenas a continuidade da assistência aos 52,9 milhões de beneficiários de planos de saúde, mas também sua expansão com sustentabilidade e qualidade", afirmou na nota.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 29/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos
80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações
https://www.saudebusiness.com/hospitais/80-dos-hospitais-privados-tem-ia-mas-74-nao-se-sentem-preparados-para-as-transformacoes/
O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás
https://cleubercarlos.blogspot.com/2025/08/o-avanco-de-joesley-batista-na.html
Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades
O GLOBO
Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos
Medida pode atenuar problemas para usuários, que têm sido recusados por profissionais que têm repasses atrasados. Dívida da Unimed-Rio preocupa
Com médicos cooperados relatando atrasos nos pagamentos, a propôs na última terça-feira que os profissionais ligados à Unimed-Rio se credenciem como prestadores de serviço da Ferj, que há um ano herdou a carteira da ex-operadora. A medida pode resolver problemas relatados pelos usuários, que veem a rede credenciada diminuir com médicos recusando atendimento pela falta de pagamento. No entanto, médicos continuam preocupados, apontam falta de transparência nos dados financeiros da cooperativa e temem ter que assumir dívidas na casa dos milhares de reais.
Desde a migração, em 2024, a carteira de usuários passou a ser administrada pela Ferj, mas os médicos cooperados são vinculados à Unimed-Rio, que paga os honorários dos profissionais a partir dos repasses da primeira. Há meses, porém, os médicos enfrentam atrasos nos pagamentos.
Como mostrou O GLOBO, os repasses aos cooperados são feitos entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês. Mas desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido.
Nesse cenário, a Ferj propôs construir uma rede credenciada própria, burlando a Unimed-Rio. Em um e-mail enviado pela diretoria executiva da operadora aos médicos cooperados, a que O GLOBO teve acesso, a Ferj convida os profissionais a se credenciarem como prestadores.
Valores excedentes Sem detalhar valores ou apresentar comprovantes, a operadora destaca que já havia repassado anteriormente recursos excedentes à prestadora, dando a entender que o atraso nos pagamentos aos médicos é de responsabilidade da Unimed-Rio.
O comunicado argumenta que a operadora tem encontrado "resistência sistemática" no diálogo com a Unimed-Rio, e que teria proposto "antecipação de boa-fé do montante alegadamente devido, independentemente de qualquer apuração de saldo, para que os médicos possam receber de imediato".
: O texto afirma que a Unimed-Rio não se manifestou sobre a proposta. Por isso, a Ferj apresentou aos médicos cooperados a possibilidade de credenciamento, oferecendo "relação direta e transparente, pagamentos pontuais e regulares, fluxo administrativo simplificado e respeito mútuo aos princípios cooperativistas".
Em resposta, a Unimed-Rio enviou um comunicado orientando que os cooperados devem desconsiderar qualquer mensagem ou solicitação cujo remetente não seja a cooperativa.
A Unimed-Rio foi procurada, mas não respondeu. Já a Ferj afirmou que tomou a iniciativa "visando assegurar a continuidade do atendimento aos mais de 400 mil beneficiários". "A informa que a medida é legítima, e não configura qualquer irregularidade. O credenciamento médico se fez necessário para a garantia do atendimento aos beneficiários nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias", diz a nota.
O GLOBO também buscou a Unimed do Brasil, gestora da marca Unimed, para entender se a proposta da Ferj aos médicos cooperados fere o estatuto do Sistema Unimed. A entidade informou que "monitora e presta apoio operacional" às cooperativas, "com o propósito de assegurar o atendimento aos beneficiários".
Médicos cautelosos A iniciativa da direção da Ferj foi recebida com cautela por parte dos médicos, temerosos de que o credenciamento como prestador crie problemas, principalmente em relação à situação financeira da Unimed-Rio.
Há meses os profissionais reclamam de falta de transparência nos dados econômico-financeiros da cooperativa. Sem acesso aos números, eles dizem desconhecer o tamanho da dívida da operadora, e temem prejuízos.
- Está uma confusão terrível. Não sei qual vai ser a solução. Estamos todos com muita desconfiança e dúvidas. Como vão ficar os atrasados? Ninguém fala. E a dívida também é uma questão, a gente não sabe o tamanho, e nem o que pode acontecer - reclama a médica Nilcéa Neder Cardoso, da chapa de oposição nas últimas eleições da cooperativa Unimed-Rio.
Na avaliação de advogados, se credenciar à Ferj pode não resolver o que ficou para trás.
- Pela lei, o cooperado pode pedir pra sair, mas vai ficar responsável pela dívida, até o limite do capital que ele integralizou na entrada na cooperativa. Se esse cooperado entender que a dívida foi gerada por má gestão, ele pode questionar ter que arcar com isso, mas se torna uma briga na Justiça - observa o advogado Rodrigo Tostes, associado sênior do Pinheiro Neto Advogados.
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SAÚDE BUSINESS
80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações
Pesquisa da Anahp e da Wolters Kluwer também revela que qualidade dos médicos recém-formados é preocupação em 95,1% das instituições.
Um levantamento inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, mostra o contraste no uso de tecnologia na saúde no Brasil. Embora 82% dos hospitais privados já utilizem recursos de Inteligência Artificial (IA) em práticas ou processos, 74% afirmam não se sentir preparados para as transformações que a tecnologia deve trazer às áreas clínicas nos próximos dois anos.
A discrepância também aparece no campo da telemedicina. O estudo indica que a principal aplicação segue voltada para o treinamento remoto de equipes (59%) e consultas com profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento de pacientes à distância foi citado por apenas 23% dos respondentes, enquanto o atendimento primário por teleconsulta não passou de 16,7%.
A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi respondida por 102 hospitais associados à Anahp, das 5 regiões do país, entre os dias 9 de maio e 10 de junho deste ano.
A qualidade dos médicos recém-formados também foi abordada e apontada como uma das principais preocupações pelas instituições (95,1%), assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%). “Precisávamos saber de maneira efetiva sobre o cenário dos avanços tecnológicos na saúde e temos agora uma radiografia que nos anima, nos preocupa e sinaliza falta de maturidade, já que os números ora são muito bons, ora são muitos ruins. Temos percentuais muito parecidos – como o de 82% das instituições já utilizarem algo ligado à IA e, quase as mesmas, 74% dizendo que se sentem pouco preparadas. Baixo uso da telemedicina em prol dos pacientes e uma preocupação elevadíssima com a qualidade dos médicos recém-formados também foram apontados”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Especificamente sobre o uso IA nas instituições, foram apontados: auxílio no diagnóstico (47%), auxílio no processo de decisão clínica (46%), auxílio na análise de exames por imagem (41%), processos administrativos e de backoffice (36%), triagem e correção de dados do prontuário eletrônico (36%), além de outras aplicações. Mas a pesquisa também apontou que a adoção de novas tecnologias é percebida pela equipe clínica com grau moderado de aceitação para 62,75%.
Apesar das operadoras de saúde apontarem este ano uma considerável melhora econômica, este levantamento também apontou que os principais desafios dos hospitais nos próximos três anos em relação à qualidade do atendimento e segurança do paciente está o equilíbrio entre custos e qualidade do cuidado.
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BLOG CLEUBER CARLOS
O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás
Expansão bilionária no setor de saúde reforça denúncias de concentração de mercado e risco de “mistanásia” em Goiás
Um novo capítulo na guerra pelo mercado da oncologia
A notícia publicada em 23 de agosto de 2025 pelo jornal O Globo revelou que o empresário Joesley Batista, da família controladora da JBS, está de olho em ampliar sua participação na rede de clínicas Oncoclínicas. O movimento pode injetar mais de R$ 1,5 bilhão na companhia, boa parte pela conversão de dívidas em ações.
O negócio, que envolveria a compra da fatia de pouco mais de 15% de Daniel Vorcaro, do Banco Master, e o uso de debêntures já adquiridas por Joesley, sinaliza a entrada definitiva de um dos maiores grupos econômicos do país no setor de tratamento do câncer.
O elo com o cartel da oncologia em Goiás
Essa movimentação empresarial não pode ser analisada de forma isolada. Apenas três dias antes, este blog publicou com exclusividade o dossiê de 514 páginas protocolado no Ministério Público denunciando a formação de um cartel da oncologia em Goiás.
Segundo o documento, clínicas e laboratórios se organizaram para:
boicotar concorrentes e inviabilizar programas de acesso do IPASGO;
impor reajustes abusivos e restrições a pacientes oncológicos;
promover a precarização deliberada do sistema público, resultando em mortes evitáveis, caracterizadas como “mistanásia”.
Esse cartel, segundo o dossiê, giraria em torno da Goiás Oncologia e Participações Ltda., criada em 2018 como uma holding informal que centraliza poder e decisões.
O risco da concentração e da “mistanásia”
A entrada de capital bilionário de um grupo como o de Joesley Batista na Oncoclínicas pode aprofundar ainda mais a concentração de mercado na área oncológica. Se antes já existiam denúncias de acordos entre poucas empresas para controlar preços e acesso, a chegada de um gigante do setor de alimentos e finanças na oncologia reforça o temor de que o câncer vire um negócio controlado por interesses econômicos, e não pela ética médica.
Essa lógica empresarial, voltada para ganhos financeiros em detrimento da vida, é exatamente o que o dossiê nomeou como mistanásia: a morte socialmente produzida pela negligência deliberada.
Impactos para Goiás
Em Goiás, onde o IPASGO já enfrenta colapsos e pacientes oncológicos são vítimas de filas, atrasos e restrições de acesso, o fortalecimento de grupos econômicos na oncologia traz preocupações imediatas:
Quem controla a oncologia controla a vida de milhares de pacientes.
A concentração ameaça a livre concorrência e a sustentabilidade do SUS e do IPASGO.
O risco é que lucro e poder político se sobreponham ao direito fundamental à saúde.
Conclusão: o fio condutor da denúncia à expansão
A coincidência temporal entre a denúncia do cartel da oncologia em Goiás e a notícia do avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas não pode ser ignorada. Estamos diante de um setor estratégico da saúde pública brasileira sendo capturado por grandes interesses financeiros, enquanto pacientes lutam pela vida.
Cabe ao Ministério Público, ao Judiciário e à sociedade civil questionar:
Estamos diante de um investimento legítimo ou da consolidação de um sistema que transforma o câncer em negócio lucrativo às custas da morte de pacientes?
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JORNAL OPÇÃO
Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades
Organizações sociais começam a gerir maternidades a partir desta sexta-feira, 29
A Prefeitura de Goiânia publicou, na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira, 28, a rescisão unilateral dos três convênios firmados com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsáveis por parcerias na gestão das três maternidades da capital. A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, 29.
Os convênios envolviam a Maternidade Nascer Cidadão (MNC), o Hospital e Maternidade Dona Iris e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Segundo os termos assinados pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, os acordos foram encerrados com base nos artigos 78 e 79 da Lei nº 8.666/1993, que trata de licitações e contratos, além de parecer jurídico da Advocacia Setorial da pasta.
Novas gestoras
Com o fim dos convênios com a UFG e a Fundahc, a Prefeitura de Goiânia firmou novos contratos de gestão. A partir de agora, o Instituto Patris, do Mato Grosso, passa a administrar o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com um repasse total de R$ 16,7 milhões.
A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assume o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões. Por fim, a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, gerencia a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) com um contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal para manter as três unidades será de R$ 12,6 milhões.
A mudança de gestão ocorre após um período de crise nos hospitais, marcado por repetidas interrupções nos atendimentos. A situação se agravou em 2024, quando atrasos nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a Fundahc causaram um grande problema.
O ápice da crise foi no início de julho, quando os partos foram suspensos no Célia Câmara devido à falta de pagamento aos anestesiologistas. Pouco tempo depois, as demais unidades limitaram o atendimento apenas a casos de urgência e emergência.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
*CLIPPING 29/08/25*
Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos
80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações
https://www.saudebusiness.com/hospitais/80-dos-hospitais-privados-tem-ia-mas-74-nao-se-sentem-preparados-para-as-transformacoes/
O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás
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Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades
O GLOBO
Unimed Ferj propõe tornar médicos cooperados em prestadores de serviço para retomar atendimentos e pagamentos
Medida pode atenuar problemas para usuários, que têm sido recusados por profissionais que têm repasses atrasados. Dívida da Unimed-Rio preocupa
Com médicos cooperados relatando atrasos nos pagamentos, a propôs na última terça-feira que os profissionais ligados à Unimed-Rio se credenciem como prestadores de serviço da Ferj, que há um ano herdou a carteira da ex-operadora. A medida pode resolver problemas relatados pelos usuários, que veem a rede credenciada diminuir com médicos recusando atendimento pela falta de pagamento. No entanto, médicos continuam preocupados, apontam falta de transparência nos dados financeiros da cooperativa e temem ter que assumir dívidas na casa dos milhares de reais.
Desde a migração, em 2024, a carteira de usuários passou a ser administrada pela Ferj, mas os médicos cooperados são vinculados à Unimed-Rio, que paga os honorários dos profissionais a partir dos repasses da primeira. Há meses, porém, os médicos enfrentam atrasos nos pagamentos.
Como mostrou O GLOBO, os repasses aos cooperados são feitos entre 30 e 45 dias após o fechamento do mês. Mas desde janeiro o cronograma é reiteradamente descumprido.
Nesse cenário, a Ferj propôs construir uma rede credenciada própria, burlando a Unimed-Rio. Em um e-mail enviado pela diretoria executiva da operadora aos médicos cooperados, a que O GLOBO teve acesso, a Ferj convida os profissionais a se credenciarem como prestadores.
Valores excedentes Sem detalhar valores ou apresentar comprovantes, a operadora destaca que já havia repassado anteriormente recursos excedentes à prestadora, dando a entender que o atraso nos pagamentos aos médicos é de responsabilidade da Unimed-Rio.
O comunicado argumenta que a operadora tem encontrado "resistência sistemática" no diálogo com a Unimed-Rio, e que teria proposto "antecipação de boa-fé do montante alegadamente devido, independentemente de qualquer apuração de saldo, para que os médicos possam receber de imediato".
: O texto afirma que a Unimed-Rio não se manifestou sobre a proposta. Por isso, a Ferj apresentou aos médicos cooperados a possibilidade de credenciamento, oferecendo "relação direta e transparente, pagamentos pontuais e regulares, fluxo administrativo simplificado e respeito mútuo aos princípios cooperativistas".
Em resposta, a Unimed-Rio enviou um comunicado orientando que os cooperados devem desconsiderar qualquer mensagem ou solicitação cujo remetente não seja a cooperativa.
A Unimed-Rio foi procurada, mas não respondeu. Já a Ferj afirmou que tomou a iniciativa "visando assegurar a continuidade do atendimento aos mais de 400 mil beneficiários". "A informa que a medida é legítima, e não configura qualquer irregularidade. O credenciamento médico se fez necessário para a garantia do atendimento aos beneficiários nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias", diz a nota.
O GLOBO também buscou a Unimed do Brasil, gestora da marca Unimed, para entender se a proposta da Ferj aos médicos cooperados fere o estatuto do Sistema Unimed. A entidade informou que "monitora e presta apoio operacional" às cooperativas, "com o propósito de assegurar o atendimento aos beneficiários".
Médicos cautelosos A iniciativa da direção da Ferj foi recebida com cautela por parte dos médicos, temerosos de que o credenciamento como prestador crie problemas, principalmente em relação à situação financeira da Unimed-Rio.
Há meses os profissionais reclamam de falta de transparência nos dados econômico-financeiros da cooperativa. Sem acesso aos números, eles dizem desconhecer o tamanho da dívida da operadora, e temem prejuízos.
- Está uma confusão terrível. Não sei qual vai ser a solução. Estamos todos com muita desconfiança e dúvidas. Como vão ficar os atrasados? Ninguém fala. E a dívida também é uma questão, a gente não sabe o tamanho, e nem o que pode acontecer - reclama a médica Nilcéa Neder Cardoso, da chapa de oposição nas últimas eleições da cooperativa Unimed-Rio.
Na avaliação de advogados, se credenciar à Ferj pode não resolver o que ficou para trás.
- Pela lei, o cooperado pode pedir pra sair, mas vai ficar responsável pela dívida, até o limite do capital que ele integralizou na entrada na cooperativa. Se esse cooperado entender que a dívida foi gerada por má gestão, ele pode questionar ter que arcar com isso, mas se torna uma briga na Justiça - observa o advogado Rodrigo Tostes, associado sênior do Pinheiro Neto Advogados.
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SAÚDE BUSINESS
80% dos hospitais privados têm IA, mas 74% não se sentem preparados para as transformações
Pesquisa da Anahp e da Wolters Kluwer também revela que qualidade dos médicos recém-formados é preocupação em 95,1% das instituições.
Um levantamento inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, mostra o contraste no uso de tecnologia na saúde no Brasil. Embora 82% dos hospitais privados já utilizem recursos de Inteligência Artificial (IA) em práticas ou processos, 74% afirmam não se sentir preparados para as transformações que a tecnologia deve trazer às áreas clínicas nos próximos dois anos.
A discrepância também aparece no campo da telemedicina. O estudo indica que a principal aplicação segue voltada para o treinamento remoto de equipes (59%) e consultas com profissionais de outros hospitais (54%). Já o monitoramento de pacientes à distância foi citado por apenas 23% dos respondentes, enquanto o atendimento primário por teleconsulta não passou de 16,7%.
A “Pesquisa sobre qualidade, segurança do paciente e a importância das ferramentas de suporte à decisão clínica” foi respondida por 102 hospitais associados à Anahp, das 5 regiões do país, entre os dias 9 de maio e 10 de junho deste ano.
A qualidade dos médicos recém-formados também foi abordada e apontada como uma das principais preocupações pelas instituições (95,1%), assim como o desafio de alinhar as expectativas desses profissionais à realidade do dia a dia da prática clínica (84,3%). “Precisávamos saber de maneira efetiva sobre o cenário dos avanços tecnológicos na saúde e temos agora uma radiografia que nos anima, nos preocupa e sinaliza falta de maturidade, já que os números ora são muito bons, ora são muitos ruins. Temos percentuais muito parecidos – como o de 82% das instituições já utilizarem algo ligado à IA e, quase as mesmas, 74% dizendo que se sentem pouco preparadas. Baixo uso da telemedicina em prol dos pacientes e uma preocupação elevadíssima com a qualidade dos médicos recém-formados também foram apontados”, afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Especificamente sobre o uso IA nas instituições, foram apontados: auxílio no diagnóstico (47%), auxílio no processo de decisão clínica (46%), auxílio na análise de exames por imagem (41%), processos administrativos e de backoffice (36%), triagem e correção de dados do prontuário eletrônico (36%), além de outras aplicações. Mas a pesquisa também apontou que a adoção de novas tecnologias é percebida pela equipe clínica com grau moderado de aceitação para 62,75%.
Apesar das operadoras de saúde apontarem este ano uma considerável melhora econômica, este levantamento também apontou que os principais desafios dos hospitais nos próximos três anos em relação à qualidade do atendimento e segurança do paciente está o equilíbrio entre custos e qualidade do cuidado.
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BLOG CLEUBER CARLOS
O avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas e a face sombria do “cartel da oncologia” em Goiás
Expansão bilionária no setor de saúde reforça denúncias de concentração de mercado e risco de “mistanásia” em Goiás
Um novo capítulo na guerra pelo mercado da oncologia
A notícia publicada em 23 de agosto de 2025 pelo jornal O Globo revelou que o empresário Joesley Batista, da família controladora da JBS, está de olho em ampliar sua participação na rede de clínicas Oncoclínicas. O movimento pode injetar mais de R$ 1,5 bilhão na companhia, boa parte pela conversão de dívidas em ações.
O negócio, que envolveria a compra da fatia de pouco mais de 15% de Daniel Vorcaro, do Banco Master, e o uso de debêntures já adquiridas por Joesley, sinaliza a entrada definitiva de um dos maiores grupos econômicos do país no setor de tratamento do câncer.
O elo com o cartel da oncologia em Goiás
Essa movimentação empresarial não pode ser analisada de forma isolada. Apenas três dias antes, este blog publicou com exclusividade o dossiê de 514 páginas protocolado no Ministério Público denunciando a formação de um cartel da oncologia em Goiás.
Segundo o documento, clínicas e laboratórios se organizaram para:
boicotar concorrentes e inviabilizar programas de acesso do IPASGO;
impor reajustes abusivos e restrições a pacientes oncológicos;
promover a precarização deliberada do sistema público, resultando em mortes evitáveis, caracterizadas como “mistanásia”.
Esse cartel, segundo o dossiê, giraria em torno da Goiás Oncologia e Participações Ltda., criada em 2018 como uma holding informal que centraliza poder e decisões.
O risco da concentração e da “mistanásia”
A entrada de capital bilionário de um grupo como o de Joesley Batista na Oncoclínicas pode aprofundar ainda mais a concentração de mercado na área oncológica. Se antes já existiam denúncias de acordos entre poucas empresas para controlar preços e acesso, a chegada de um gigante do setor de alimentos e finanças na oncologia reforça o temor de que o câncer vire um negócio controlado por interesses econômicos, e não pela ética médica.
Essa lógica empresarial, voltada para ganhos financeiros em detrimento da vida, é exatamente o que o dossiê nomeou como mistanásia: a morte socialmente produzida pela negligência deliberada.
Impactos para Goiás
Em Goiás, onde o IPASGO já enfrenta colapsos e pacientes oncológicos são vítimas de filas, atrasos e restrições de acesso, o fortalecimento de grupos econômicos na oncologia traz preocupações imediatas:
Quem controla a oncologia controla a vida de milhares de pacientes.
A concentração ameaça a livre concorrência e a sustentabilidade do SUS e do IPASGO.
O risco é que lucro e poder político se sobreponham ao direito fundamental à saúde.
Conclusão: o fio condutor da denúncia à expansão
A coincidência temporal entre a denúncia do cartel da oncologia em Goiás e a notícia do avanço de Joesley Batista na Oncoclínicas não pode ser ignorada. Estamos diante de um setor estratégico da saúde pública brasileira sendo capturado por grandes interesses financeiros, enquanto pacientes lutam pela vida.
Cabe ao Ministério Público, ao Judiciário e à sociedade civil questionar:
Estamos diante de um investimento legítimo ou da consolidação de um sistema que transforma o câncer em negócio lucrativo às custas da morte de pacientes?
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JORNAL OPÇÃO
Prefeitura de Goiânia publica rescisão de convênios com a UFG e Fundahc para gestão das três maternidades
Organizações sociais começam a gerir maternidades a partir desta sexta-feira, 29
A Prefeitura de Goiânia publicou, na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira, 28, a rescisão unilateral dos três convênios firmados com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsáveis por parcerias na gestão das três maternidades da capital. A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, 29.
Os convênios envolviam a Maternidade Nascer Cidadão (MNC), o Hospital e Maternidade Dona Iris e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Segundo os termos assinados pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, os acordos foram encerrados com base nos artigos 78 e 79 da Lei nº 8.666/1993, que trata de licitações e contratos, além de parecer jurídico da Advocacia Setorial da pasta.
Novas gestoras
Com o fim dos convênios com a UFG e a Fundahc, a Prefeitura de Goiânia firmou novos contratos de gestão. A partir de agora, o Instituto Patris, do Mato Grosso, passa a administrar o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com um repasse total de R$ 16,7 milhões.
A Sociedade Beneficente São José (SBSJ), de São Paulo, assume o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), recebendo R$ 15,3 milhões. Por fim, a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), também paulista, gerencia a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) com um contrato de R$ 5,9 milhões. O custo mensal para manter as três unidades será de R$ 12,6 milhões.
A mudança de gestão ocorre após um período de crise nos hospitais, marcado por repetidas interrupções nos atendimentos. A situação se agravou em 2024, quando atrasos nos repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a Fundahc causaram um grande problema.
O ápice da crise foi no início de julho, quando os partos foram suspensos no Célia Câmara devido à falta de pagamento aos anestesiologistas. Pouco tempo depois, as demais unidades limitaram o atendimento apenas a casos de urgência e emergência.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg inova e oferece visitas técnicas na área de nutrição aos associados acreditados ONA

A Ahpaceg está oferecendo um serviço exclusivo e estratégico para seus hospitais associados: a realização centralizada de visitas técnicas a fornecedores, exigidas no processo de Acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação).
Os hospitais que buscam ou mantêm a Acreditação ONA são obrigados a realizar visitas periódicas aos seus fornecedores, assegurando que esses parceiros estejam em conformidade com os rigorosos critérios de qualidade e segurança exigidos pela certificação.
Para facilitar esse processo, como muitos hospitais têm fornecedores em comum, a Ahpaceg entrou em contato com a ONA e obteve o aval para a realização de visitas técnicas compartilhadas.
Assim, a visita feita por um nutricionista da rede associada gera um relatório técnico de conformidade, que é validado pela Ahpaceg e compartilhado com os hospitais clientes desse fornecedor.
Esse serviço prestado aos associados traz ganhos significativos para todos os envolvidos. Os hospitais economizam tempo e recursos com a vistoria, e os fornecedores ficam dispensados do agendamento de múltiplas visitas de avaliação.
“Essa iniciativa representa um avanço importante na otimização de processos dentro da nossa rede. Ao evitar visitas repetidas ao mesmo fornecedor por parte de diferentes hospitais, estamos poupando tempo, reduzindo custos e contribuindo para uma gestão mais eficiente dos recursos humanos das equipes de nutrição clínica e hospitalar”, destaca Ana Valéria Miranda, coordenadora da Central de Compras da Ahpaceg.
Oferecido sem custo adicional, esse é mais um exemplo do apoio técnico que a Ahpaceg proporciona aos associados. O serviço está disponível para todos os hospitais associados interessados.
CLIPPING AHPACEG 28/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Procon autua Unimed Goiânia por limitar terapias a pacientes com TEA
GEAP avança sobre estados e municípios e tenta driblar a lei de licitação
Especialista em direito da saúde analisa onda de ações por erro médico
Menos de 35% das operadoras e hospitais têm contratos formais
https://medicinasa.com.br/operadoras-fornecedores/
Marketing Médico: ética, estratégia e tecnologia para conquistar pacientes
https://medicinasa.com.br/marketing-medico-curso/
69% dos brasileiros confiam em IA para descrever sintomas médicos
https://medicinasa.com.br/ia-sintomas/
Paciente morre, e corpo fica cinco horas em enfermaria junto a outros internos em hospital de Goiânia, denuncia acompanhante
Justiça nega pedido de suspensão de contratação de OS para gestão de maternidades de Goiânia
Médico é indiciado por morte de paciente que teve infecção após cirurgia plástica
Médica é denunciada por injúria racial
Acompanhantes denunciam pacientes nos corredores e demora para fazer cirurgia no Hugo
AGÊNCIA CORA
Procon autua Unimed Goiânia por limitar terapias a pacientes com TEA
Autuação ocorreu após análises de documentos em resposta a notificações expedidas pela fiscalização do órgão, de abril a maio deste ano. Foram consideradas práticas infratoras: recusa de terapias e consultas para autistas, redução de terapias para tratamento dos pacientes e demora no atendimento prestado (Foto: Procon Goiás)
O Procon Goiás autuou a Unimed Goiânia por irregularidades constatadas no atendimento e prestação de serviço do plano a pacientes com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A autuação ocorreu após análises de documentos em resposta a notificações expedidas pela fiscalização do órgão nos meses de abril a maio deste ano.
Foram consideradas práticas infratoras: a recusa de terapias e consultas para autistas, redução de terapias para o tratamento dos pacientes e a demora no atendimento prestado.
O órgão recebeu cerca de 20 denúncias sobre redução de tempo e quantidade de terapias. Alguns relatos são de que a Unimed Goiânia estava exigindo uma reavaliação, feita por junta médica do plano, das terapias prescritas por médicos dos pacientes com TEA.
Após análise dos documentos encaminhados pelo plano de saúde, a fiscalização do Procon Goiás considerou que a junta emitia pareceres padronizados sem análise individualizada, desconsiderando o histórico clínico individual de cada paciente.
Em um dos relatos, uma mãe afirmou que a junta médica havia reduzido drasticamente as horas terapêuticas de seu filho. Nos documentos apresentados, enquanto o médico indicou 20 horas semanais de fonoaudiologia, a junta sugeriu apenas 4 horas.
O mesmo ocorreu com as sessões com psicólogo: o médico indicou 20 horas semanais e a junta médica da instituição reduziu para 8 horas. A indicação de diminuição nas horas ocorreu ainda nas sessões de psicopedagogia, terapia ocupacional e fisioterapia neurológica.
O superintendente do Procon Goiás, Marco Palmerston explica que o plano de saúde está cometendo uma série de infrações, como a limitação das sessões terapêuticas e o descumprimento da obrigatoriedade de cobertura dos tratamentos prescritos pela equipe médica.
“Existem resoluções da ANS que estabelecem que os planos de saúde não podem limitar sessões terapêuticas para pacientes com Transtorno Espectro Autista e também obrigam a cobertura dos tratamentos prescritos pelo médico assistente”, explica.
Marco Palmerston chama a atenção de que o não cumprimento do tratamento conforme indicação médica pode significar regressão de pacientes com TEA.
“Há o perigo de crianças que já se comunicavam parar de falar, pacientes que já conseguiam ter um controle se desorganizarem psicologicamente. Com isso, eles perdem autonomia e qualidade de vida, podendo deixar de executar tarefas básicas”, alerta o superintendente do Procon Goiás.
Outras infrações
A notificação encaminhada para a Unimed Goiânia no início de 2025 também solicitou informações sobre o descredenciamento, por parte do plano de saúde, de clínicas que ofereciam tratamentos específicos para pacientes TEA, como ABA, Psicopedagogia e Fonoaudiologia especializada, entre outros. Este ano, quase 50 denúncias chegaram ao órgão relatando sobre os prejuízos que esse descredenciamento causaria.
Em resposta ao Procon Goiás, o plano de saúde informou que outras unidades de saúde substituiriam o tratamento dos pacientes, porém não comprovou se tais clínicas ofereciam o tratamento adequado ou se as clínicas substitutas conseguiriam absorver de forma adequada, em qualidade e quantidade, a demanda dos pacientes TEA.
“Boa parte dessas crianças estava em tratamento nessas clínicas há muitos anos, criaramm vínculo com os terapeutas, faziam todas as sessões necessárias em um só lugar. O descredenciamento das clínicas sem que o sistema consiga continuar prestando o mesmo padrão de atendimento aos pacientes é uma infração ao Código de Defesa do Consumidor”, explica Marco Palmerston, superintendente do Procon Goiás.
Pela falha na qualidade do atendimento, má prestação de serviço, por falta de informações claras, além de prevalecer da vulnerabilidade do consumidor, entre outras infrações ao CDC, o Procon Goiás autuou a Unimed Goiânia. A empresa tem 20 dias para apresentar defesa.
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DIÁRIO DE SP
GEAP avança sobre estados e municípios e tenta driblar a lei de licitação
Convênios firmados fora da esfera federal levantam suspeitas de ilegalidade e configuram tratamento privilegiado a uma fundação privada
A GEAP – Autogestão em Saúde, entidade privada sem fins lucrativos, tem ampliado sua atuação para além da esfera federal, firmando convênios com órgãos estaduais e municipais sem a realização de processo licitatório. A prática, que se ampara em interpretações controversas do Decreto Federal de 7 de outubro de 2013, vem sendo alvo de questionamentos jurídicos e pode configurar burla ao regime de contratações públicas.
O decreto em questão autoriza a União, suas autarquias e fundações a celebrarem convênios com a GEAP para oferecer assistência médica a servidores federais ativos, inativos e pensionistas. Entretanto, não há qualquer previsão legal para que estados e municípios firmem ajustes semelhantes. Ainda assim, câmaras municipais, tribunais estaduais e até ministérios públicos locais têm recorrido ao convênio direto, sem licitação, sob justificativas frágeis e sem respaldo constitucional.
Precedente perigoso e favorecimento indevido
Segundo a análise jurídica apresentada, a natureza privada da GEAP impede sua equiparação às autogestões públicas de previdência e saúde, ligadas diretamente à Administração. Dessa forma, a dispensa de licitação não poderia ser estendida à fundação. “Interpretar de maneira ampliativa o Decreto de 2013 significa conceder privilégios a uma entidade privada, em detrimento da isonomia e da concorrência justa entre operadoras de planos de saúde”, aponta o parecer.
Na prática, o modelo abre espaço para tratamento diferenciado e indevido, prejudicando empresas privadas que participam de concorrências públicas rigorosas, enquanto a GEAP fecha contratos bilionários sem disputar editais ou comprovar inviabilidade de competição. Casos concretos e vícios de legalidade O documento cita situações específicas em que o vício de legalidade é evidente:
Câmara Municipal de Manaus: convênio firmado sem processo licitatório ou vínculo de patrocínio autorizado;
Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM): ajuste celebrado sem base legal estadual e sem licitação;
Ministério Público da Bahia: repetição da prática, igualmente sem respaldo jurídico.
Esses exemplos revelam um padrão de atuação da GEAP fora da esfera federal, em claro descompasso com a Constituição (art. 37, caput e XXI), que exige legalidade, isonomia e impessoalidade nas contratações.
Risco institucional
Especialistas alertam que, caso essa prática se consolide, cria-se um precedente perigoso: uma entidade privada se beneficiando de privilégios típicos da Administração Pública, sem estar submetida aos mesmos controles. Isso enfraquece o regime licitatório, compromete a transparência e abre margem para favoritismos.
Conclusão
A expansão da GEAP para estados e municípios, à margem da lei, revela uma tentativa de contornar o processo licitatório e distorcer a finalidade restritiva do Decreto de 2013. A questão não se resume a um debate técnico: trata-se da defesa da legalidade e da igualdade de condições no acesso a contratos públicos.
Enquanto entidades privadas são obrigadas a enfrentar editais e exigências rigorosas, a GEAP vem acumulando convênios sem concorrência. Para juristas, a prática viola frontalmente os princípios constitucionais e precisa ser revista urgentemente.
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RÁDIO SENADO
Especialista em direito da saúde analisa onda de ações por erro médico
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MEDICINA S/A
Menos de 35% das operadoras e hospitais têm contratos formais
A saúde, especificamente o segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), formado por cerca de 2.500 empresas no Brasil, vive um cenário de instabilidade que ameaça sua própria sobrevivência e do setor como um todo. A ausência de regulação específica – que normatize a celebração de contratos formais entre os fornecedores de produtos médico-hospitalares, os hospitais e as operadoras de planos de saúde – tem gerado insegurança jurídica, fragilizado a estrutura financeira das empresas e comprometido investimentos em inovação.
O ciclo de vida médio das empresas de OPME é curto, reflexo de um fluxo de caixa pressionado por atrasos e inadimplência. Mesmo após a entrega e implantação de materiais em procedimentos cirúrgicos, não há garantias de pagamento. Na prática, o risco integral da operação recai sobre o fornecedor. Em recente pesquisa constatamos que essas distorções representam um volume financeiro da ordem de R$ 4,6 bilhões, em recursos contingenciados por planos de saúde e hospitais por meio de retenções de faturamento, glosas injustificadas e inadimplência.
No mesmo estudo, foi revelado um baixíssimo índice de contratualização pelos planos de saúde e hospitais com as empresas fornecedoras de produtos. Situação que vem se agravando nos últimos dois anos. Pela pesquisa, apenas 33% das operadoras de saúde mantêm contratos formais com os fornecedores e com os hospitais esse índice é ainda mais baixo: 32%. Em levantamentos anteriores as contratualizações representavam 54% com hospitais e 46% com planos de saúde.
Vivemos uma relação comercial sem segurança mínima, sem obrigações e prazos claros, o que contraria princípios básicos do direito contratual e transfere todo o risco ao lado mais vulnerável da cadeia. Mas a falta de previsibilidade não é apenas um problema econômico. Do ponto de vista da governança corporativa, ela inviabiliza planejamento estratégico, dificulta o acesso a crédito e afasta potenciais investidores, nacionais e estrangeiros. Processos de fusões, aquisições e IPOs também são prejudicados pela ausência de volumetria definida e métricas transparentes, fatores essenciais para avaliar a saúde de um negócio.
O impacto chega até a inovação. Sem estabilidade e segurança contratual, o setor perde atratividade para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, reduzindo a velocidade de incorporação de novas tecnologias no sistema de saúde brasileiro.
Para reverter esse quadro, a ABRAIDI defende que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleça parâmetros mínimos de contratualização e previsibilidade, contemplando alguns pontos essenciais como longevidade empresarial e estabilidade da cadeia de suprimentos; mitigação de riscos jurídicos e financeiros; restauração da confiança de investidores e parceiros estratégicos; fomento à inovação e competitividade, beneficiando hospitais, operadoras e pacientes.
O que pleiteamos não é privilégio, mas isonomia e segurança jurídica para que possamos continuar cumprindo nossa função essencial com qualidade e responsabilidade. Para o setor, essa regulação é chave para equilibrar as relações comerciais, fortalecer a cadeia de valor e garantir um ambiente saudável que favoreça toda a sociedade.
*Wanessa Ramos é Diretora Executiva da Rooter Medical (Grupo Dott’s), e Davi Uemoto, gerente executivo da ABRAIDI.
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Marketing Médico: ética, estratégia e tecnologia para conquistar pacientes
Doctoralia disponibiliza o curso online gratuito “Marketing e Negócios para Consultórios Médicos”, que ensina a atrair e reter pacientes, usar IA para simplificar a operação, fortalecer a reputação e impulsionar crescimento.
Até o fim de 2025, o Brasil deve registrar 635.706 médicos em atividade – uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes, segundo dados do estudo Demografia Médica, divulgado pelo Ministério da Saúde em abril deste ano. Para quem atua na iniciativa privada, o dado mostra a importância de estratégias eficazes de comunicação. O marketing médico, quando realizado de forma ética e alinhada às normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), surge como ferramenta essencial para profissionais, clínicas e hospitais que buscam se destacar no cenário cada vez mais digitalizado da saúde.
Segundo o Panorama de Clínicas e Hospitais lançado pela Doctoralia em 2025, 74% das clínicas e hospitais já investem em marketing, entre elas, 24% adotam estratégias avançadas. O dado reforça uma mudança de mentalidade no setor: o marketing médico deixou de ser uma ação pontual ou um diferencial e passou a ser parte integrante do planejamento estratégico de clínicas e consultórios.
“O comportamento do paciente mudou. Hoje, ele é muito mais digital: pesquisa, compara, lê avaliações e toma decisões de forma autônoma. Estar presente no ambiente digital com uma comunicação ética e eficiente é imprescindível para garantir visibilidade e credibilidade”, destaca Gabriel Manes, Head de Marketing da Doctoralia para Brasil e Chile. Segundo o Perfil do Paciente Digital, no Brasil, o tempo médio diário nas redes sociais é de 3 horas e 42 minutos, e a busca por serviços de saúde na internet cresceu de forma exponencial. Plataformas digitais como a Doctoralia assumem papel estratégico ao conectar médicos e pacientes de maneira ágil e segura.
Marketing Médico: o que é e por que é importante?
O marketing médico envolve um conjunto de ações para atrair, conquistar e fidelizar pacientes, e fortalecer a reputação do profissional ou da instituição. Além de melhorar a experiência do paciente, também contribui para a sustentabilidade financeira dos consultórios e clínicas. Ele vai além da simples presença nas redes sociais.
Conheça as práticas que mais geram resultados
SEO (otimização para buscadores): Ter um perfil atualizado em plataformas como a Doctoralia, com informações claras sobre especialidade, localização e horários, aumenta a chance de ser encontrado por pacientes na fase de pesquisa em sites buscadores, como o Google.
Marketing de conteúdo: escrever artigos de opinião ou responder dúvidas de pacientes em seções como “Pergunte ao Especialista”, da Doctoralia, é uma estratégia eficaz para gerar autoridade e visibilidade. Segundo a plataforma, mais de 670 mil perguntas já foram respondidas por profissionais no Brasil, e muitos deles relatam aumento na procura por consultas após se posicionarem como fontes confiáveis de informação.
Gestão de reputação online: ter avaliações autênticas de pacientes após a consulta ajuda a construir confiança. No ambiente digital, a opinião de outros usuários é um dos principais fatores de decisão.
Comunicação personalizada: envio de lembretes de consulta, orientações pós-atendimento ou conteúdos educativos contribuem para a fidelização.
Telemedicina e agendamento online: facilidade e comodidade são elementos cada vez mais valorizados pelo paciente. Consultórios que oferecem agendamento via plataformas digitais e atendimento remoto tendem a ter taxas de conversão mais altas.
Um exemplo é o IEPL – Instituto de Especialidades Pediátricas de Londrina que, comprometidos em proporcionar a melhor experiência para as famílias, investiu em posicionamento digital e passou a utilizar recursos da Doctoralia e da Feegow, desde dezembro de 2022, com o objetivo principal de reduzir as faltas dos pacientes, que vinham crescendo, dia após dia. Com a união das tecnologias, a clínica teve um crescimento exponencial ao:
Fortalecer o posicionamento nos buscadores e a reputação online;
Adotar um sistema de agendamento que fosse simples tanto para o paciente como para o profissional de saúde;
Automatizar tarefas operacionais, poupando tempo da recepção;
Implantar lembretes de consultas automáticos, diminuindo drasticamente o número de faltas.
“Poupamos tempo de enviar 7 mil e poucas mensagens, isso para a clínica é muito bom, porque poupa a secretária de fazer esse serviço. Consequentemente, a gente ganha uma funcionária”, relata Giuliano C. de Oliveira Campos – Gerente Administrativo e Sócio-Proprietário do IEPL.
Ética em primeiro lugar
Apesar das oportunidades, é fundamental lembrar que o marketing médico tem regras claras. O CFM proíbe, por exemplo, o uso de imagens de “antes e depois”, promessas de cura ou resultados garantidos, assim como sensacionalismo. Toda comunicação deve priorizar o bem-estar e a segurança do paciente. “É preciso encontrar o equilíbrio entre atratividade e responsabilidade. Um bom marketing não precisa recorrer ao exagero: basta entregar valor real e manter a ética como prioridade”, reforça Gabriel Manes.
Segundo um estudo da McKinsey sobre marketing em saúde, o paciente de hoje valoriza a experiência completa, do primeiro clique à consulta. Isso inclui agilidade no agendamento, clareza nas informações, atendimento humanizado e comunicação pós-consulta. O estudo aponta que instituições que adotam uma abordagem centrada no paciente digital conseguem aumentar a fidelidade em até 30%.
Já as clínicas que oferecem uma jornada digital integrada, como agendamento fácil, lembretes automáticos e conteúdo personalizado, conseguem melhorar a experiência do usuário, além de reduzir custos operacionais e aumentar a receita.
Como começar com o pé direito
Especialistas recomendam seguir alguns passos fundamentais:
Definir metas claras: como atrair novos pacientes, melhorar a taxa de retorno ou fortalecer a reputação em determinada especialidade.
Conhecer o público-alvo: entender faixa etária, localização, hábitos e principais dúvidas dos pacientes.
Escolher os canais certos: site, redes sociais, plataformas como a Doctoralia, WhatsApp e e-mail são meios eficazes quando bem utilizados.
Acompanhar métricas: número de agendamentos, avaliações, taxa de retorno e engajamento nos canais digitais são indicadores essenciais para ajustes constantes.
“O marketing médico de sucesso é aquele que conecta conhecimento, empatia e tecnologia para melhorar a vida das pessoas. Um bom planejamento envolve comunicação adequada, uso ético de redes sociais, presença em plataformas digitais robustas e atenção ao relacionamento com o paciente. É isso que constrói confiança e reputação”, destaca Manes.
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69% dos brasileiros confiam em IA para descrever sintomas médicos
A saúde digital está mudando a forma como pacientes se relacionam com instituições médicas. Segundo a pesquisa global The State of Customer Communications 2025, conduzida pela Sinch — referência mundial em comunicação conversacional na nuvem — 69% dos brasileiros se sentem confortáveis em descrever sintomas ou condições de saúde a uma solução de IA se isso significar um atendimento mais rápido. O dado é superior à média global, de 41%, e reforça o avanço da confiança em tecnologias inteligentes no país.
Além disso, a pesquisa mostra que:
65,7% dos brasileiros se sentem à vontade para interagir com chatbots de IA de marcas de saúde para agendamento de consultas.
57,1% aceitariam utilizar IA para esclarecer dúvidas sobre cuidados preventivos.
65,4% estariam confortáveis em interagir com um chatbot desenvolvido pelo próprio provedor de saúde.
69% dos pacientes querem ou esperam receber mensagens com orientações personalizadas relacionadas às suas necessidades específicas.
Esse novo comportamento é impulsionado por um sentimento-chave: confiança. De acordo com o estudo, 69,3% dos pacientes no Brasil se sentiriam à vontade para compartilhar informações sensíveis, como sintomas, com uma inteligência artificial, desde que isso garanta um atendimento mais rápido. Essa disposição reflete uma lógica clara de troca de valor: o paciente moderno busca eficiência, mas não à custa da segurança ou do vínculo.
“A confiança do paciente na era digital não é um dado adquirido, é uma conquista baseada em valor”, afirma Mario Marchetti, diretor-geral da Sinch para a América Latina. “Os brasileiros mostram que estão dispostos a dialogar com a tecnologia, desde que ela entregue resultados concretos, como menos espera, mais clareza e respostas no canal certo, na hora certa.”
Essa confiança começa com interações mais simples. A pesquisa indica que 65,7% dos brasileiros confiariam em uma IA para agendar consultas médicas e 57,1% aceitariam tirar dúvidas sobre cuidados preventivos com assistentes automatizados.
Automação melhora eficiência e reduz falhas
O estudo também revela que 73,9% dos brasileiros consideram úteis os lembretes automatizados sobre consultas, receitas e rotinas de cuidados médicos. Esse recurso se conecta diretamente à eficiência operacional: 47,5% dos pacientes admitem que podem perder uma consulta caso não recebam lembretes automatizados – um risco que impacta diretamente a receita e a organização das instituições de saúde.
Canais digitais como aliados do cuidado
Os canais de mensagem também desempenham um papel central: 41,6% dos brasileiros preferem receber atualizações de saúde por aplicativos como WhatsApp e Messenger. Além disso, 68,9% esperam receber recomendações e orientações de saúde personalizadas por esses meios, evidenciando que a mensageria vai além da conveniência e está se consolidando como um novo padrão de cuidado digital.
De acordo com Mario Marchetti, a IA mais eficaz será aquela que resolve os principais pontos de atrito do paciente, como a espera e a fragmentação da informação. “Quando isso acontece, a eficiência se transforma em confiança — e o cuidado em experiência”, destaca.
A pesquisa The State of Customer Communications 2025 da Sinch ouviu 2.800 consumidores em 12 países e mais de 1.600 líderes de negócios em quatro setores (Finanças, Saúde, Varejo e Tecnologia). No Brasil e no México, foram 407 respostas de consumidores, sendo 257 do Brasil.
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PORTAL G1/GOIÁS
Paciente morre, e corpo fica cinco horas em enfermaria junto a outros internos em hospital de Goiânia, denuncia acompanhante
Diretora médica do Hugo explicou que os profissionais acolheram os pacientes que estavam no quarto durante o ocorrido. De acordo com ela, o caso foi incomum e 'infeliz'.
A acompanhante de um paciente, que não quis ser identificada, denunciou à TV Anhanguera que uma pessoa morreu no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia, e o corpo ficou 5 horas na enfermaria. Segundo ela, o corpo foi coberto (veja acima).
"Colocaram [o corpo dela] dentro do saco, cobriu ela e entregou o lanche para os pacientes lanchar. [Tivemos] que lanchar com ela lá", afirmou.
Em nota ao g1, o Hugo lamentou o ocorrido e afirmou que a unidade "instaurou investigação para adotar as medidas necessárias". O hospital também garantiu que existe um protocolo para situações de morte, com assistência humanizada para pacientes e familiares (leia a nota completa ao final do texto).
A denúncia aconteceu na quarta-feira (27). Em um vídeo, a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla, explicou que os profissionais acolheram os pacientes que estavam no quarto durante o ocorrido e que o hospital se solidarizou com a família.
De acordo com a médica, o caso foi incomum e "infeliz". Ela destacou que o hospital analisa o ocorrido para evitar casos similares e tomar possíveis medidas administrativas sobre o fato.
"Foi uma situação pontual, infeliz, onde houve, imediatamente, o acolhimento dos pacientes que estavam no quarto, o acolhimento da família e uma análise desse evento para que a gente não permita que isso aconteça de novo e para que medidas administrativas sejam tomadas", afirmou.
Nota do Hugo
"O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com os familiares e pacientes que estavam no quarto. A unidade instaurou investigação para adotar as medidas necessárias e evitar que a situação ocorra novamente. Em condições que envolvem óbito, informa que atua com base em protocolo assistencial e administrativo para oferecer assistência humanizada, bem como acolhimento a familiares e pacientes."
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Justiça nega pedido de suspensão de contratação de OS para gestão de maternidades de Goiânia
Ação popular foi elaborada pelos vereadores Fabrício Rosa (PT) e Edward Madureira (PT) e o deputado Mauro Rubem (PT). Justiça entendeu que não há ilegalidade no edital de chamamento público das Os's.
A Justiça de Goiás negou o pedido de suspensão elaborado pelos vereadores Fabrício Rosa (PT) e Edward Madureira (PT) e o pelo deputado Mauro Rubem (PT). A ação popular teve o objetivo de suspender a contratação de Oorganizações Sociais (OS’s) para a gestão das maternidades de Goiânia. Emitida pelo juiz William Fabian, em Goiânia, a Justiça entendeu que não há ilegalidade no edital de chamamento público das OS's.
Ao g1, as assessorias dos políticos confirmaram que eles vão recorrer da decisão. Em nota, o vereador Edward Madureira disse que respeita a decisão, mas destacou que o processo é marcado por ambiguidades e pela ausência de mecanismos de fiscalização adequados (leia a nota na íntegra abaixo).
O Edital de Chamamento Público nº 001/2025 foi publicado em junho de 2025, sobre a qualificação de Organizações Sociais para o gerenciamento e a operacionalização de unidades de saúde no município.
De acordo com a liminar apresentada, o edital descumpre regras do Conselho Municipal de Saúde. O documento ainda cita que a gestão municipal deixou de convocar os candidatos aprovados no concurso da saúde, mantendo “contratações precárias”.
O texto do documento apontou que a continuidade do edital “representa risco de precarização da saúde pública municipal, com afronta aos princípios da legalidade, moralidade, publicidade e eficiência,” trecho da liminar.
Decisão
O juiz Willian considerou a constitucionalidade do modelo de Organizações Sociais e reconheceu que a atuação das OS's permite a prestação de serviços sociais.
“Não se trata de privatização ou delegação indevida de serviços públicos, mas de parceria nos moldes constitucionalmente admitidos,” trecho da liminar.
A decisão destacou que o edital segue rigorosamente a lei, a existência de aprovados em concurso público não impede as parcerias com OS's, uma vez que se tratam de modelos distintos de prestação de serviços públicos.
Nota
Respeito a decisão proferida pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, que indeferiu o pedido liminar formulado em nossa Ação Popular conjunta. No entanto, nunca é demais pontuar que o fato de o juízo não ter identificado a presença de elementos ensejadores de uma cautelar não é o mesmo que dizer que o mérito da ação fora desconsiderado. O processo ainda não se debruçou sobre as inequívocas ilegalidades apontadas, tampouco sobre os riscos iminentes que a terceirização representa para a saúde pública em Goiânia. Neste particular, tenho muito otimismo de que a justiça acatará nossas alegações.
Trata-se de um processo marcado por ambiguidades e pela ausência de mecanismos de fiscalização adequados, o que abre espaço para a precarização da gestão e do trabalho na rede municipal de saúde.
Reafirmo a convicção de que a terceirização da saúde municipal, já em curso, compromete a qualidade do atendimento à população, ameaça a transparência na gestão dos recursos públicos e esvazia a função constitucional do Estado na prestação direta de serviços essenciais. Prosseguirei na defesa do cumprimento integral da Resolução do Conselho Municipal de Saúde e da valorização da rede pública, com servidores concursados e sob controle social democrático.
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Médico é indiciado por morte de paciente que teve infecção após cirurgia plástica
Paciente havia feito uma cirurgia estética para colocar próteses nos seios, informou a Polícia Civil. Segundo delegado, o médico foi negligente.
Mulher morre após fazer plástica
Um médico foi indiciado por homicídio culposo pela morte da paciente Ana Paiva de Freitas Lucas, de 48 anos, que morreu de infecção urinária após realizar uma cirurgia estética em Inhumas, Região Metropolitana de Goiás, segundo a Polícia Civil. Ao g1, o delegado Miguel Mota declaou que a investigação aponta que houve negligência médica.
"O marido dela entrou em contato com o médico da cirurgia e relatou a situação, que ela estava com dor. Sem consultar a paciente, sem falar com ela por telefone ou consulta online, o marido relatou os sintomas e o médico prescreveu a medicação", afirmou.
O g1 tentou entrar em contato com a defesa do médico, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ana Paiva morreu no dia 11 de fevereiro de 2025, oito dias após o procedimento cirúrgico estético para colocar prótese nas mamas. No dia 26 de agosto, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o médico, procura de provas que pudessem complementar o caso.
De acordo com o delegado Miguel, o médico receitou os medicamentos mesmo não estando na cidade de Inhumas para avaliar a paciente. Com a receita em mãos, Miguel afirmou que a vítima foi até o hospital particular onde havia realizado a cirurgia e tomou a medicação indicada pelo suspeito.
"Alivou a dor dela e ela voltou para casa. Mas ela estava com uma infecção. Então, a infecção dela foi evoluindo e ela voltou a passar mal", destacou Miguel.
Após a vítima passar mal novamente, o marido de Ana chamou uma ambulância para socorrer a esposa, que a levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inhumas, mas ela não resistiu, de acordo com o delegado.
Indiciamento
Segundo Miguel, por não ter solicitado nenhum exame da paciente, o médico foi negligente e isso levou à morte de Ana. Por conta disso, Miguel explicou que indiciou o médico por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público de Goiás na terça-feira (26), segundo o delegado. Ele também afirmou que o suspeito ficou em silêncio durante o depoimento. O médico respondia o processo em liberdade até a última atualização desta reportagem, segundo a polícia.
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TV ANHANGUERA
Médica é denunciada por injúria racial
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Acompanhantes denunciam pacientes nos corredores e demora para fazer cirurgia no Hugo
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 27/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Rede hospitalar do DF terá plano de segurança contra o vandalismo
Indústria farmacêutica fatura R$ 138,3 bilhões no semestre e cresce 11,5%
https://ohoje.com/2025/08/27/industria-farmaceutica-fatura-r-1383-bilhoes-no-semestre-e-cresce-115/
Pacientes com doenças raras enfrentam escassez de especialistas e longa espera por diagnóstico no Brasil
https://medicinasa.com.br/escassez-especialistas/
Comissão aprova fim da exigência de junta médica em divergência com plano
https://medicinasa.com.br/fim-exigencia-junta-medica/
A crise silenciosa da Patologia: quem vai diagnosticar o câncer?
https://medicinasa.com.br/crise-silenciosa-patologia/
Conheça a blefaroplastia, a cirurgia estética mais realizada em 2024, que pode ir além da beleza
CORREIO BRAZILIENSE
Rede hospitalar do DF terá plano de segurança contra o vandalismo
Casos de vandalismo acenderam o alerta para a necessidade de garantir a integridade de servidores, de pacientes e do patrimônio público. Em fase de elaboração, plano distrital visa reforçar as áreas de prevenção, de repressão e de dimensionamento de riscos
Após episódios de em hospitais e unidades públicas de saúde no Distrito Federal, a pasta responsável pela área está elaborando o Plano Distrital de Segurança Hospitalar. A ideia da Secretaria de do DF (SES) é reforçar o aparato de para servidores e pacientes. Ao Correio, o secretário adjunto de Integração da pasta, Valmir Lemos de Oliveira, informou que, no momento, a secretaria está colhendo dados para subsidiar o trabalho.
"A proposta é criar um plano de para toda a rede hospitalar. Temos que tratar de controle de acesso, câmeras de , vigilância. É um trabalho complexo que envolve diversas áreas", explicou Valmir. "A ideia não é somente fazer instalações físicas, é pensar em hospitalar como um sistema que tem uma área de prevenção, de repressão, de dimensionamento de riscos", completou.
O secretário adjunto explicou que, para elaboração do plano, diferentes especificidades de cada unidade de saúde estão sendo consideradas. "Unidades que atuam somente com vacinação requerem um atenção diferente daquelas que atuam com cirurgias, por exemplo. As estruturas que estão sob administração do Instituto de Gestão Estratégica de do DF (Iges) também serão consideradas e, se necessário, faremos ajustes definidos pela presidência do instituto", enfatizou. "As soluções não podem ser isoladas, têm que ser pensadas, discutidas e precisam estar previstas em algum lugar", completou.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) está participando da elaboração do plano. "O projeto em desenvolvimento vai garantir a e a integridade das unidades do sistema público de saúde, seus servidores, usuários e equipamentos. Atualmente em fase de instalação, o projeto realizará o monitoramento de unidades de saúde em tempo real, permitindo ações de pronta resposta em caso de necessidade, por meio do imediato acionamento do Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM)", disse a pasta, em nota.
Causas
Psicóloga e especialista em orientação psicanalista, Alessandra Araújo Vieira explicou que, no calor de uma situação de estresse extremo, como a demora em um atendimento de saúde urgente, o cérebro humano entra em um modo de "luta ou fuga". "Esse estado é orquestrado, principalmente, pelo sistema límbico, que é responsável pelas emoções e libera um coquetel de hormônios como o cortisol, o famoso hormônio do estresse, e a adrenalina", detalhou.
Segundo Alessandra, em pessoas com menor capacidade de regulação emocional, ou que já possuem desequilíbrios em neurotransmissores, como a serotonina, que ajuda a regular o humor e a impulsividade, essa descarga pode levar a uma explosão de agressividade. "A sensação de impotência e a percepção de ameaça à saúde ou à vida podem sobrecarregar as áreas cerebrais responsáveis pelo controle de impulsos, resultando em comportamentos desproporcionais e violentos, um verdadeiro 'curto-circuito' emocional", ressaltou.
Consequências
Em 2025, houve pelo menos quatro episódios de em hospitais e unidades públicas de saúde do Distrito Federal devido à demora no atendimento (veja memória). O Código Penal brasileiro prevê sanções para destruição, deterioração, subtração ou alteração de bens que pertencem ao patrimônio público, ou seja, ao Estado.
"As pessoas que danificam patrimônio podem ser enquadradas no artigo 163 do Código Penal, que prevê detenção de um a seis meses ou multa. Além da sanção penal, o autor pode ser obrigado a indenizar os cofres públicos pelos danos causados. Isso ocorre por meio de ação civil pública ou ação regressiva do Estado", esclareceu o advogado Diego Serafim, da Almeida Advogados. "Se o crime é cometido contra o patrimônio da União, Estado, Município ou empresa concessionária de serviços públicos, a reclusão pode ir de seis meses a três anos", completou.
Advogado criminalista, Amaury Santos de Andrade lembrou ainda que, pelo fato de o bem público pertencer à coletividade, o dano afeta não apenas o Estado. "O cidadão é o verdadeiro destinatário dos serviços e estruturas públicas. O prejuízo desse tipo de afeta também a sociedade e revela uma conduta antissocial que precisa ser firmemente responsabilizada. A responsabilização criminal não exclui, ainda, a possibilidade de responsabilização civil, ou seja, o autor do dano poderá ser compelido a indenizar os prejuízos causados ao erário", salientou.
Caminhos
Doutora em administração e especialista em gestão de saúde, Chrystina Barros destacou que uma parte dos gargalos que motivam alguns atos de podem ser resolvidos com inteligência artificial. "A IA pode favorecer o atendimento remoto, busca ativa de pessoas para que elas não precisem ficar retornando à unidade para acompanhar sinais e sintomas, etc. Existem ferramentas que podem ser aplicadas. A pandemia foi disruptiva para isso. Antes dela, a telemedicina não tinha regulamentação. Foi justamente a limitação da pandemia que trouxe essa ferramenta como uma solução real", relembrou.
A especialista salientou que não se pode abrir mão de contratar profissionais de saúde. "Infelizmente, vemos que faltam profissionais e que há sobrecarga dos que estão trabalhando, o que impede, muitas vezes, o atendimento digno. É preciso uma revisão de protocolos, de fluxos, de comunicação entre unidades, sistema de referência contra a referência, e também no uso da telemedicina e inteligência artificial", sugeriu.
Diretor e fundador do Hospital Ceuta, Silvio de Moraes Júnior destacou que a situação de tensão devido a longas esperas também é comum em hospitais particulares. "Tanto os grandes hospitais quanto as emergências particulares enfrentam o desafio de lidar com uma demanda superior à sua capacidade, levando pacientes e familiares à sensação de abandono e impotência diante de quadros de urgência", disse. "A resposta dos hospitais passa por reforço na , investimento em triagem e treinamento de equipes para o acolhimento humanizado. No entanto, essas ações aliviam, mas não atacam o cerne da questão, que é a sobrecarga do sistema. É preciso ir além de soluções paliativas", alertou.
O médico falou sobre uma alternativa que já se mostra eficaz em diversos países e começa a ganhar espaço no Brasil. "É o modelo dos chamados hospitais dia. Essas unidades são estruturadas para atendimento de baixa e média complexidade, oferecendo procedimentos que não exigem internação prolongada. Ao descentralizar o atendimento e desafogar prontos-socorros e grandes hospitais, os hospitais dia permitem que casos simples sejam resolvidos com mais rapidez, conforto e eficiência", descreveu.
Memória
27/4 - Um homem foi preso após quebrar portas de vidro da UPA de Ceilândia. O foi registrado em vídeo por pacientes que aguardavam atendimento e mostra o detido jogando um objeto contra a estrutura, que foi ao chão. O acusado teria se irritado com uma suposta falta de atendimento médico.
23/5 - Com pedaços de madeira, duas mulheres quebraram uma porta do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O motivo teria sido a demora no atendimento para o filho de uma delas. No mesmo dia, outras pessoas chegaram a chutar portas, quebrar objetos e ameaçar vigilantes.
28/5 - Em um ataque de fúria, um homem destruiu equipamentos da UBS 1, na Asa Sul. Ele teria sido atendido anteriormente por um programa itinerante do GDF, onde os médicos vão às ruas fazer consultas. Ao chegar à unidade de saúde, o profissional não estava no local. A ausência teria revoltado o paciente, que quebrou um computador e lançou objetos contra o vidro de uma sala.
6/7 - Um policial militar de folga agrediu dois s no Hospital de Base após chegar ao hospital com a mãe inconsciente e precisando de atendimento. Ele teria se irritado com a burocracia do hospital na hora de dar entrada, gritado com servidoras e dito que "daria um tiro em todos".
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O HOJE
Indústria farmacêutica fatura R$ 138,3 bilhões no semestre e cresce 11,5%
Genéricos e similares crescem e vendas digitais disparam 38%
A indústria farmacêutica brasileira encerrou o primeiro semestre de 2025 em franca expansão. Foram mais de 5,7 bilhões de embalagens de medicamentos comercializadas, número 5% superior ao do mesmo período do ano passado. O crescimento foi puxado sobretudo pelos genéricos e similares, que juntos representaram mais de 4 bilhões de unidades vendidas.
O avanço em volume se somou aos reajustes autorizados no início do ano, de até 5%, resultando em um salto também no faturamento. Entre janeiro e junho, o setor movimentou R$ 138,3 bilhões, alta de 11,5% em relação a 2024.
Nacionalização e força dos genéricos
De acordo com a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, sete em cada dez embalagens vendidas foram produzidas no país. Os genéricos lideraram com 2 bilhões de unidades, seguidos pelos similares, com 2,1 bilhões. Os medicamentos de referência, dominados por multinacionais, responderam por 305 milhões.
Esse desempenho confirma uma trajetória de longo prazo. Nos últimos 25 anos, o mercado nacional cresceu 180% em número de unidades vendidas. Só desde 2020, a alta foi de 19%. Parte desse avanço se deve ao fortalecimento da lei dos genéricos, criada em 1999, que multiplicou as opções disponíveis no país: de menos de 5 mil registros ativos na Anvisa em 2000, o Brasil passou a contar com mais de 17 mil medicamentos aprovados.
"O desempenho da indústria nacional mostra como genéricos e similares se consolidaram como pilares de acesso e sustentabilidade do sistema de saúde", avaliou o presidente executivo da entidade.
SUS como motor do setor
O Sistema Único de Saúde (SUS) é hoje o principal comprador de genéricos e similares, respondendo por 74% da demanda. A compra pública garante não apenas a distribuição gratuita à população, mas também volume suficiente para manter a produção em escala industrial.
Projeções do setor indicam que, até 2030, cerca de 1,5 mil patentes de medicamentos vão expirar, abrindo espaço para novas ondas de genéricos. O movimento deve consolidar ainda mais a posição das empresas brasileiras, que já respondem por quase 80% do mercado interno.
Se no início dos anos 2000 a participação era dividida de forma equilibrada entre laboratórios nacionais e estrangeiros, hoje as multinacionais concentram-se em produtos de referência e detêm apenas 20% das vendas. A expectativa é que essa fatia caia para 10% até o fim da década.
"O setor nacional tornou-se estratégico para o abastecimento de medicamentos essenciais. O desafio é equilibrar acesso, qualidade e inovação tecnológica", destacou o dirigente da associação.
Varejo aposta no digital
O setor como um todo faturou R$ 138,3 bilhões
Enquanto a indústria reforça a liderança dos genéricos, o varejo farmacêutico vive um processo acelerado de digitalização. Nos últimos 12 meses até junho de 2025, as vendas totais - em lojas físicas e digitais - cresceram 10,9%. Mas o grande destaque veio do comércio online, que avançou 35,6% no período.
Entre janeiro e junho, as vendas digitais subiram 38% frente ao mesmo semestre de 2024. No segundo trimestre, o salto chegou a 42,4%. A curva histórica mostra que, em cinco anos, as transações pela internet quase quadruplicaram, consolidando-se como alternativa preferida para grande parte dos consumidores.
Os aplicativos próprios das redes são hoje os principais canais de compra, responsáveis por 60% das vendas digitais - um faturamento de R$ 5,8 bilhões. A promessa de entrega em até uma hora, com pagamento salvo no cartão do cliente, ajuda a fidelizar usuários.
Outros canais também avançam. O televendas, incluindo WhatsApp, cresceu 42,2%, alcançando R$ 800 milhões em um ano. O modelo atrai principalmente consumidores idosos, que costumam gastar mais por pedido. Já os marketplaces e superaplicativos duplicaram participação, com crescimento de 118% e R$ 1 bilhão movimentados, embora ainda representem apenas 10% do total digital.
Pressão sobre pequenos negócios
O ritmo acelerado da digitalização, no entanto, tem imposto desafios a farmácias independentes. Sem recursos para investir em tecnologia e logística, muitas não conseguem competir com as grandes redes. Analistas apontam que, pela primeira vez, há mais farmácias independentes fechando do que abrindo no país.
Ainda assim, cooperativas regionais e redes de empresários locais conseguem manter competitividade em alguns mercados, apoiadas em gestão profissional e serviços compartilhados.
Perspectivas
O balanço do semestre revela um setor fortalecido pela produção nacional e pela rápida migração ao digital. O horizonte para os próximos anos aponta para crescimento contínuo, alimentado pela chegada de novos genéricos e pela consolidação das vendas online.
O grande desafio, segundo especialistas, será equilibrar preço acessível e inovação. Garantir medicamentos baratos à população sem perder a capacidade de investir em pesquisa e tecnologia será a chave para sustentar a relevância da indústria farmacêutica brasileira na próxima década.
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MEDICINA S/A
Pacientes com doenças raras enfrentam escassez de especialistas e longa espera por diagnóstico no Brasil
No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas vivem com uma das mais de 8 mil doenças raras conhecidas. Apesar do número expressivo, o acesso ao diagnóstico e ao tratamento ainda é marcado por uma série de obstáculos: falta de profissionais capacitados, serviços de referência mal distribuídos e pouco engajamento das esferas públicas e privadas no enfrentamento desses desafios.
Do total de patologias raras conhecidas, aproximadamente 80% têm origem genética, o que reforça o papel essencial do médico geneticista na jornada do paciente. No entanto, o Brasil conta atualmente com apenas 342 profissionais habilitados na área – um para cada 625 mil habitantes, número muito aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere 1 geneticista para cada 100 mil pessoas.
“A jornada de quem vive com uma doença rara costuma ser longa e cheia de incertezas. Muitos pacientes passam por múltiplos diagnósticos errados, tratamentos inadequados e até cirurgias desnecessárias, antes de chegar a uma resposta definitiva”, afirma o médico geneticista Rodrigo Ambrosio Fock, especialista em genética médica e referência no atendimento de doenças raras.
Política nacional avança a passos lentos
Instituída em 2014, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras previa a criação de centros especializados e uma rede estruturada de atendimento. No entanto, mais de uma década depois, apenas 18 centros estão credenciados junto ao Ministério da Saúde, concentrados majoritariamente nas regiões Sul e Sudeste. A região Norte permanece sem nenhum serviço oficialmente habilitado. “Essa lacuna no credenciamento não significa que não haja profissionais atuando em genética médica nesses estados, mas indica a dificuldade de estruturação e financiamento dos serviços para serem reconhecidos como centros de referência”, ressalta o geneticista.
Formação profissional ainda é insuficiente
Nos últimos anos, houve crescimento no interesse pela genética médica: o número de candidatos por vaga em programas de residência aumentou em mais de 10 vezes entre 2012 e 2025. Contudo, o ritmo de expansão ainda não é suficiente para suprir a demanda nacional.
Além da ampliação das vagas, Fock aponta como urgente a revisão dos currículos de graduação na área da saúde, de forma que o tema das doenças raras e da genética seja tratado com a devida profundidade. “É preciso também investir em estratégias como o teleatendimento, protocolos clínicos e modelos de matriciamento para apoiar os profissionais em regiões desassistidas”, defende.
Ações devem ser tomadas para mudar essa realidade
Para o geneticista, o enfrentamento das doenças raras deve ser encarado como um esforço intersetorial. “O poder público, a indústria, os profissionais de saúde e a academia precisam agir de forma coordenada para transformar a realidade desses pacientes. A falta de estrutura não pode ser mais uma barreira para quem já enfrenta uma condição de saúde complexa”, conclui.
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Comissão aprova fim da exigência de junta médica em divergência com plano
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que elimina a exigência de junta médica ou odontológica para decidir sobre a cobertura de um procedimento quando houver divergência entre o plano de saúde e o profissional que assiste o paciente.
Foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo 784/17, do ex-deputado Chico D’Angelo (RJ), que susta resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A norma da ANS determina a formação da junta sempre que houver discordância entre a operadora e o profissional responsável pelo atendimento.
Segundo a ANS, o objetivo da medida era dar transparência ao processo e agilizar o atendimento, reduzindo a judicialização.
A comissão aprovou a proposta por recomendação do relator, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Segundo ele, a legislação não prevê mediação obrigatória como condição para cobertura contratual, nem autoriza a ANS a instituir esse tipo de procedimento.
“Essa exigência pode ser interpretada como forma de negar cobertura sem fundamento técnico claro, o que configura violação do direito do paciente à assistência tempestiva”, afirmou.
Gilberto Silva acrescentou que há relatos de uso das juntas como obstáculo ao acesso à saúde. Ele mencionou, entre os abusos, negativas padronizadas disfarçadas de análise individual, indução à desistência e decisões sem base científica.
“Impor um modelo obrigatório por via regulamentar fragiliza a proteção ao beneficiário e a autoridade clínica do médico assistente”, disse o deputado.
Próximos passos
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votada pelo Plenário.
Para vigorar, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
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A crise silenciosa da Patologia: quem vai diagnosticar o câncer?
Pouca gente sabe, mas estamos vivendo uma crise silenciosa na Medicina: a queda contínua do número de patologistas no Brasil e no mundo. Esses são os profissionais que, diante de uma lâmina de biópsia, confirmam ou afastam um diagnóstico de câncer, orientam cirurgias e definem tratamentos que podem salvar vidas.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Patologia alerta: temos pouco mais de 2.500 patologistas em atividade, número muito abaixo do necessário para atender a crescente demanda oncológica.
E o dado mais preocupante: 93,8% dos estudantes de Medicina afirmam não ter interesse em seguir a especialidade.
Nos Estados Unidos, entre 2007 e 2017, o número de patologistas caiu 17,5%, enquanto a carga de trabalho por profissional aumentou em mais de 40%. No Reino Unido, o cenário é semelhante, com vagas de residência não preenchidas e serviços sobrecarregados. A previsão para 2050 é sombria: se nada for feito, haverá um descompasso estrutural entre a demanda por exames e a disponibilidade de especialistas.
Entre os motivos que levam para que ninguém queira ser patologista estão:
Por que ninguém quer ser patologista?
Exposição tardia à especialidade: durante a graduação, a patologia aparece pouco e de forma teórica, distante da prática clínica;
Baixa atratividade da carreira: percepção de pouco contato com pacientes, excesso de laudos e insegurança diante do avanço da inteligência artificial;
Carga de trabalho crescente: mais exames, mais complexidade e prazos cada vez mais curtos;
Bolsa de residência congelada: no Brasil, o valor nacional está parado em R$ 4.106 desde 2022, sem qualquer diferencial para áreas críticas como a patologia.
O que pode mudar esse quadro?
Aqui entra uma oportunidade estratégica: o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação poderiam criar um incentivo diferenciado para os residentes em Patologia, valorizando quem escolhe uma especialidade vital para o SUS. Um adicional de bolsa, auxílio moradia e acesso a programas de capacitação em patologia digital e biologia molecular fariam toda a diferença para atrair jovens médicos.
Outros países já mostraram que mentoria precoce, estágios bem estruturados e reconhecimento financeiro ajudam a reverter a evasão. No Brasil, esse movimento precisa começar agora, antes que seja tarde demais.
O risco de não agir
Sem patologistas suficientes, a consequência será clara: atraso nos diagnósticos de câncer, filas maiores no SUS e sobrecarga nos poucos serviços existentes. A luta contra o câncer depende diretamente desses profissionais invisíveis ao grande público, mas indispensáveis para salvar vidas.
É hora de trazer luz a essa crise silenciosa. Se queremos um futuro com diagnósticos rápidos e tratamentos eficazes, precisamos valorizar a patologia hoje.
*Francine Hehn de Oliveira é Médica Neuropatologista e Membro do Conselho de Administração do Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC).
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JORNAL OPÇÃO
Conheça a blefaroplastia, a cirurgia estética mais realizada em 2024, que pode ir além da beleza
Segundo o especialista, a cirurgia trata essa flacidez, devolvendo à pálpebra sua capacidade funcional
A blefaroplastia, conhecida como cirurgia das pálpebras, foi o procedimento estético mais realizado no mundo em 2024, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Foram mais de 2,1 milhões de intervenções, representando um crescimento de 13,4% em relação ao ano anterior. Mas o que muitos não sabem é que essa cirurgia vai muito além da estética, ela pode melhorar significativamente a saúde ocular.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o médico oftalmologista, Dr. Luciano Pereira, da equipe do Instituto Panamericano da Visão, explica que a blefaroplastia não apenas rejuvenesce o olhar, mas também corrige disfunções funcionais das pálpebras que afetam diretamente a visão. Somente no Instituto Panamericano, de janeiro a julho, foram realizadas 450 cirurgias, mais de duas por dia.
“As pálpebras têm um papel fundamental na proteção dos olhos e na distribuição da lágrima sobre a superfície ocular. Para que funcionem bem, precisam de um tônus adequado, que se perde com o tempo. O excesso de pele e gordura, somado à flacidez dos tecidos, compromete essa função”, explica Dr. Luciano.
Segundo o especialista, a cirurgia trata essa flacidez, devolvendo à pálpebra sua capacidade funcional. “Além de melhorar a estética, ela melhora o funcionamento da pálpebra, desde que realizada por um profissional competente. O contrário também pode ocorrer, se houver retirada excessiva de tecido.”
Embora seja mais comum após os 40 anos, a blefaroplastia também é indicada em pacientes mais jovens, quando há excesso de pele ou bolsas que causam desconforto. “Temos pacientes operando antes dos 40. A indicação depende da anatomia e da demanda individual”, afirma.
Há dois perfis principais de pacientes: os que buscam o rejuvenescimento facial e os que têm prejuízo funcional. “Quando o excesso de pele invade o campo visual, além da melhora estética, a cirurgia recupera a função visual perdida. Além disso, a correção da flacidez palpebral pode melhorar a distribuição da lágrima, o que impacta diretamente no conforto e na qualidade da visão”, destaca o médico.
Complicações
Dr. Luciano reconhece que, como qualquer cirurgia, a blefaroplastia envolve riscos. “Esses riscos são controláveis quando o procedimento é feito por um cirurgião com formação adequada, em ambiente hospitalar seguro, e com um paciente comprometido com o pós-operatório”, aponta.
Entre as complicações mais comuns estão irregularidades no contorno da pálpebra e o ectrópio, que é quando a pálpebra inferior se projeta para fora. “Mas são situações evitáveis com planejamento e técnica”, reforça.
Tecnologia
Um dos avanços que têm contribuído para resultados mais precisos é o uso do laser de CO₂. “Ele pode ser usado como instrumento de corte, o que gera menos inchaço e hematomas, acelerando a recuperação. Também pode ser aplicado para resurfacing da pele, melhorando textura e somando ao rejuvenescimento”, explica Dr. Luciano.
Após a cicatrização, o tratamento pode ser complementado com toxina botulínica, oferecendo um resultado estético mais completo. “Tudo é planejado com base nas características e nas expectativas de cada paciente. A blefaroplastia, portanto, não é apenas uma cirurgia para melhorar o olhar, é uma intervenção que pode devolver visão, conforto e autoestima”, conclui.
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Assessoria de Comunicação
Em evento da Ahpaceg, nutricionistas debatem indicadores de qualidade

Com palestra, profissionais aprenderam sobre uso de indicadores para gestão de qualidade
Antecipando a celebração do Dia do Nutricionista, comemorado em 31 de agosto, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) promoveu um encontro de nutrição clínica, no auditório do Hospital do Rim. O evento, realizado na tarde da terça-feira, 26, teve o apoio da Danone Nutricia.
Ana Valéria Miranda, da Central de Compras da Ahpaceg, abriu o evento com uma boa notícia para os associados: uma nova negociação com a Danone Nutricia garantiu a redução de preços do contrato de dietas enterais vigente e sua prorrogação de junho de 2026 para setembro de 2026.
Palestra
A partir do tema “O GPS da excelência: navegando pela terapia nutricional com indicadores de qualidade”, os nutricionistas dos hospitais associados tiveram a oportunidade de entender a importância dos dados para a tomada de decisões, com o palestrante Fábio Resende, diretor de Nutrição Clínica e do Núcleo de Qualidade do Ibranutro.
“A qualidade é algo complexo e nunca deve ser tratada de forma superficial. Por isso, é preciso mensurar as diversas áreas que representam um todo para sabermos se estamos ofertando um bom serviço. Os indicadores servem para que possamos ver se está tudo alinhado”, esclareceu ele, que é especialista em Gestão da Qualidade em Saúde.
Os indicadores precisam ter objetivos claros e fontes seguras. “Eles devem ser destinados à promoção de resultados para os pacientes e para a instituição, respondendo se estou na direção da meta que quero alcançar”.
Em seguida, é necessário interpretar e estabelecer ações. “A cultura (do hospital) precisa estar preparada para agir e olhar com calma quando um problema aparece, sem colocá-lo ‘debaixo do tapete’”, detalhou.
Cases de sucesso
Os participantes também conheceram medidas tomadas pelas equipes de nutrição dos associados da Ahpaceg. Flávio Augusto Tavares e Patrícia Lisboa, da equipe do Hospital do Rim, por exemplo, apresentaram o fluxo de terapia nutricional implantado, que integra dados da auditoria e do plano financeiro da instituição.
Nathália Ferre e Maisa Silva, profissionais do Hospital Santa Mônica, também mostraram estratégicas de sustentabilidade financeira nas prescrições, que contribuem ainda com o menor tempo de internação dos pacientes.
Elas listaram o que os nutricionistas precisam ter atenção, como aspectos nutricionais do quadro clínico e fatores dos planos de saúde, antes da definição da indicação de terapias enterais.
Afinal, como afirmou Fábio Resende: “a qualidade tem custo, mas a ausência dela tem um custo ainda maior”.
CLIPPING AHPACEG 26/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
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Fundahc pressiona Prefeitura por R$ 50,4 mi para rescisões
Saúde Digital 4.0: O caminho para um cuidado personalizado
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Por que repensar jornadas, linhas de cuidado e protocolos é a chave
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Participação ativa: pacientes e o poder de sua voz coletiva
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Anvisa convida hospitais para Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção
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TV ANHANGUERA
Secretária de saúde de Goiânia antecipa troca de gestão de maternidades
CFM
CFM realiza evento para debater a auditoria médica
Com o tema “Auditoria médica: valorização profissional, ética e competências”, o CFM realizará no dia 3 de setembro o I Fórum da Câmara Técnica de Auditoria Médica, na sede da autarquia, em Brasília. O evento vai reunir representantes da Agência Nacional de Saúde (ANS), das sociedades de especialidades e dos médicos auditores para debater os principais problemas que afetam o trabalho das auditorias e como essas questões afetam a saúde do paciente.
Fala, AQUI, sua inscrição.
A primeira atividade pela manhã será a conferência “Judicialização da saúde e sustentabilidade”, seguida do painel “Prerrogativa médica, autonomia e segurança do paciente”, o qual debaterá os seguintes temas: visão do médico assistente, visão do médico auditor e papel regulador da ANS. Ainda no horário da manhã será realizada a conferência “ANS sustentabilidade e custos da saúde suplementar”.
As atividades do horário da tarde começarão com o debate “Deveres de conduta médica e responsabilidade civil”, que debaterá os seguintes subtemas: “Responsabilidade dos diretores técnicos dos planos de saúde, seguros saúde, cooperativas médicas e prestadores de serviço em autogestão, Responsabilidade civil do médico auditor e Responsabilidade civil do médico assistente”.
O debate seguinte vai debater o tema “Auditoria médica no Brasil”, que se desdobrará em “Auditoria Médica: panorama atual e desafios futuros” e “A contribuição das sociedades de especialidades frente à auditoria médica”. Após o debate, será lida a Carta de Brasília, com as principais sugestões debatidas no Fórum.
“O médico auditor tem uma função singular, que é garantir o fiel cumprimento das normas, ao mesmo tempo em que busca o melhor para o paciente. Neste I Fórum, vamos debater a valorização da especialidade e as melhores práticas de auditoria, que sejam boas para o paciente e para o sistema de saúde, seja ele público ou suplementar”, afirmou a coordenadora da Câmara Técnica, Rosylane Rocha.
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DIÁRIO DE SUZANO
Hapvida é pioneira em parceria com o Governo Federal no programa "Agora Tem Especialistas"
Hospital Ariano Suassuna, no Recife, é uma das primeiras unidades privadas do Brasil a integrar a iniciativa. Equipamento recebeu visita do presidente Lula e de autoridades nesta quinta (14).
Recife, agosto de 2025 - A Hapvida, maior empresa de saúde e odontologia integrada da América Latina, é uma das primeiras instituições privadas do Brasil a aderir ao programa "Agora Tem Especialistas" do Governo Federal, cujo objetivo é reduzir o tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias especializadas.
A parceria foi inaugurada no Hospital Ariano Suassuna, localizado na Ilha do Leite, no Recife, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do prefeito do Recife, João Campos, e de outras autoridades. A unidade, recém-inaugurada, é o maior hospital da rede Norte/Nordeste da Hapvida, com estrutura de alta complexidade, tecnologia de ponta e equipes altamente qualificadas.
"É uma honra para a Hapvida participar de um programa tão grandioso, que vai beneficiar milhares de brasileiros. Essa iniciativa está alinhada ao nosso propósito desde a fundação: alcançar o máximo de pessoas, oferecendo saúde acessível, com qualidade, em um modelo integrado. Nossa parceria começa pelo Estado de Pernambuco, com perspectivas de ampliação para outras regiões nas quais estamos presentes", afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.
O Hospital Ariano Suassuna conta atualmente com 90 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI adulto, centro cirúrgico com quatro salas, 10 consultórios e um parque diagnóstico completo, incluindo tomografia, ressonância magnética, raio-X, mamografia, densitometria, endoscopia, colonoscopia e análises clínicas. Os leitos disponibilizados para o programa não comprometem o atendimento aos beneficiários da Hapvida e poderão ser redimensionados conforme a demanda.
No ato inaugural, foram atendidos os oito primeiros pacientes encaminhados pela Central de Regulação do município, que realizaram exames e procedimentos cirúrgicos complexos de forma ágil, evidenciando o potencial do programa em reduzir filas e acelerar o acesso a tratamentos especializados. O presidente Lula, com a comitiva e lideranças da Hapvida, visitou os pacientes e conheceu as instalações do hospital.
A Hapvida analisa a participação de outras unidades da rede no "Agora Tem Especialistas", reforçando seu compromisso de colaborar com o SUS e oferecer atendimento de qualidade à população em todo o Brasil.
Sobre a Hapvida
Com cerca de 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 71 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 87 hospitais, 78 prontos atendimentos, 351 clínicas médicas e 299 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.
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PORTAL 6
MPGO investiga faculdade de Medicina por infraestrutura precária e ensino deficiente
São citadas condições sanitárias inadequadas, falta de equipamentos, ensino de baixa qualidade e presença de animais silvestres
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) publicou a instauração de um procedimento preparatório de inquérito civil público para verificar as condições do curso de Medicina oferecido pela Universidade de Rio Verde (Unirv), em Goianésia.
Na portaria, publicada no Diário Oficial (DOMP) nesta quinta-feira (21), consta que denúncias apontam diversas irregularidades, especialmente acerca da deficiência na infraestrutura da instituição.
São citadas condições sanitárias inadequadas, falta de equipamentos, ensino de baixa qualidade, presença de animais silvestres, ausência de forro, ocorrência de alagamentos, falta de cantina, ruídos, instalação elétrica inadequada e falta de itens básicos, como papel higiênico e sabonete nos banheiros.
Além disso, no campo do ensino também é citado o emprego de metodologia ultrapassada e desorganizada, falta de qualificação dos docentes, ausência de internato e preceptor, laboratórios insuficientes e preferência na abertura de novos cursos no lugar de melhorar os já implementados.
A promotora Margarida Bittencourt da Silva Liones está à frente do caso e deverá acompanhar as apurações. A coluna Rápidas entrou em contato com a Unirv para solicitar um posicionamento, mas, até o momento da publicação desta reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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“Preto safado”: enfermeiro revela ataques sofridos durante confusão em UPA do Jardim Curitiba, em Goiânia
Em vídeo compartilhado no Instagram, profissional repudiou situação e destacou falta de segurança aos profissionais de saúde
A confusão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Curitiba, que resultou na prisão de quatro pessoas no domingo (24), teve novos desdobramentos. Agora, o enfermeiro Aliomar Santos usou as redes sociais para fazer um desabafo.
Segundo o profissional, ele sofreu ataques racistas e homofóbicos ao pedir para que um paciente, que estava com um corte na mão, aguardasse, já que seria o próximo a ser atendido.
“Eu pedi para aguardar, e a acompanhante que estava com ele começou a agredir verbalmente, a falar grosso. Disse que, se eu não atendesse, ele iria quebrar tudo e chamar a reportagem. Aí me chamou de ‘preto safado’, ‘pretinho’, ‘seu viado’, ‘seu gay’… Imediatamente, eu me retirei do local e acionei a polícia”, relatou.
Enquanto aguardava a chegada da polícia, a vítima afirma que os bombeiros chegaram ao local com outro paciente – em estado mais grave – e que as mesmas pessoas passaram a agredi-los pelo atendimento.
Ainda no vídeo, Aliomar repudiou a situação, destacando a falta de segurança que os profissionais de saúde enfrentam.
A situação só foi controlada após a chegada da Polícia Militar (PM) e os envolvidos foram encaminhados até a Central de Flagrantes.
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FOCO NACIONAL
Exposição “Visões Compartilhadas” já recebeu mais de 10 mil visitantes no IPVisão
A mostra cultural segue até 30 de setembro e valoriza o talento de artistas goianos
A exposição “Visões Compartilhadas”, realizada pelo Instituto Panamericano da Visão (IPVisão) em parceria com o Instituto Rizzo, já foi visitada por mais de 10 mil pessoas desde a abertura, em 5 de agosto.
A mostra segue aberta ao público até 30 de setembro, oferecendo a pacientes, acompanhantes e demais interessados a oportunidade de conhecer o talento de artistas goianos em um espaço que integra arte e sensibilidade.
Com cerca de 40 obras, a exposição ocupa o ambiente de atendimento e recepção do IPVisão - hospital especializado em oftalmologia e localizado na Avenida T-8, no Setor Marista, em Goiânia -, promovendo uma experiência estética que aproxima cultura e humanização.
O visitante pode admirar e adquirir obras de artistas plásticos e acadêmicos da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, que expõem seu talento em diferentes técnicas: óleo, acrílica e colagens, dialogando tradição e inovação. Dentre os artistas, estão os professores Alexandre Liah, Carlos Catini, Fernanda Porto e Liliam Rocha, que compartilham a mostra com alunos.
“Visões Compartilhadas” é a primeira de uma série de exposições que o IPVisão realizará em parceria com o Instituto Rizzo, consolidando o espaço como ponto de encontro entre medicina e expressão artística.
Essa ação cultural faz parte do compromisso do IPVisão com o bem-estar dos pacientes e visitantes, que vai além do cuidado com a saúde ocular, pois o hospital acredita que a arte também é uma forma de cuidar e curar.
Serviço
Exposição Visões Compartilhadas
Data: 5 de agosto a 30 de setembro de 2025
Local: IPVisão - Av. T-8, n° 171 - St. Marista, Goiânia - GO
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O POPULAR
Fundahc pressiona Prefeitura por R$ 50,4 mi para rescisões
Prestes a entregar a gestão das maternidades municipais de Goiânia, a Fundação de Apoio de ao Hospital das Clínicas (Fundahc) pressiona a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para que ela repasse o recurso necessário para que a fundação pague as rescisões trabalhistas dos seus colaboradores. A Fundahc alega que, por conta dos repasses insuficientes por parte da Prefeitura de Goiânia, utilizou valores do fundo rescisório para cobrir despesas e pede R$ 50,4 milhões para arcar com os encargos.
Na semana passada, reportagem do POPULAR já havia mostrado que os trabalhadores das maternidades temem ficar sem seus acertos. Enquanto isso, os colaboradores da fundação que atuam na Dona Iris foram orientados a continuar com rotinas de trabalho mesmo com a unidade de saúde já estando sob gestão plena da organização social (OS) Instituto Patris desde o último sábado (23).
A diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa, diz que o fundo rescisório foi composto durante a gestão passada e utilizado com anuência da SMS quando a Prefeitura começou a atrasar os repasses ou a fazê-los em quantitativo insuficiente. "Foi uma definição para garantir o funcionamento das maternidades nos momentos de irregularidade e falta de repasse. Isso tudo está documentado e registrado", defende.
Assista entrevista com o secretário de Saúde na TV Anhanguera: Novos gestores para as maternidades
Segundo Lucilene, o uso do recurso foi motivo de preocupação da Fundahc, sendo que ela chegou a procurar a secretaria para discutir o assunto. "Ouvi de lá: 'Professora, não se preocupe. Não existe isso de ter composição, de ficar um dinheiro parado. De acordo com a necessidade, nós vamos aportando recurso'", lembra.
Questionada, a SMS afirma que "foi informada pelos dirigentes da Fundahc do uso, de forma indevida, do fundo rescisório da instituição em 2024" e que "a informação consta ainda em estudo técnico da pasta que avaliou a eficiência operacional do atual modelo de gestão das unidades". Na prática, o imbróglio envolvendo a falta de recursos tem impedido que os trabalhadores das maternidades recebam suas rescisões. Na sexta-feira (22), em nota, a fundação comunicou que "não emitirá qualquer notificação de rescisão de contratos com colaboradores, fornecedores ou prestadores de serviços enquanto a SMS não definir formalmente a composição dos valores em aberto e a garantia dos direitos trabalhistas. Lucilene defende o posicionamento da fundação. "É uma orientação do nosso jurídico trabalhista. Não posso falar em desligamento de colaboradores sem ter a definição dos valores devidos, dos direitos trabalhistas", explica.
No fim de julho, a SMS notificou a Fundahc sobre o fim dos contratos, após meses de desgaste com a Prefeitura. Na terça-feira (19), uma nota assinada em conjunto pela Fundahc e pela SMS informou que a fundação iria entregar a gestão das três maternidades municipais de Goiânia na sexta-feira (29). Até lá, seriam realizadas agendas de alinhamento para a transição da gestão para as OSs escolhidas para administrar as unidades.
Em paralelo, houve reunião no Ministério Público do Trabalho para discutir o pagamento da rescisão dos trabalhadores da Fundahc. Nela, o Paço apresentou proposta que consiste no pagamento das rescisões em 20 vezes para os trabalhadores que forem recontratados pelas OSs e em 12 vezes para aqueles que não forem. Além disso, o pagamento de 40% da multa rescisória cairia para 20%.
A proposta foi levada para as representações sindicais. Nesta segunda-feira (25), duas audiências foram realizadas na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para comunicar a proposta oficialmente aos trabalhadores, que recusaram a proposta. "Acharam indecorosa", comenta Néia Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO).
Conforme a diretora-executiva da Fundahc, ficou definido que um novo encontro para discutir o assunto ocorrerá na próxima terça-feira (2). "Como vou fazer com esses colaboradores? Não posso falar em aviso prévio. Não tem nenhuma definição da secretaria. Estou até pedindo que o Ministério Público antecipe essa reunião", diz.
Lucilene ainda teme que a situação atual afete outras áreas de atuação da fundação, já que ela conduz, por exemplo, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), as atividades do Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Sobre o assunto, a SMS disse que "a negociação sobre a forma de pagamento dos passivos trabalhistas está sendo realizada junto aos colaboradores, à Fundahc e ao Ministério Público do Trabalho".
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Dona Iris
Nesta segunda, o prefeito Sandro Mabel (UB) visitou a Dona Iris para conhecer a nova gestão e destacou que a maternidade segue em pleno funcionamento e abastecida de insumos. Os dois pontos foram motivo de reclamação por parte dos usuários e trabalhadores na última semana.
A Fundahc afirma que serviços como lavanderia e higienização ainda são realizados por profissionais ligados à fundação, já que a orientação da Fundahc para os colaboradores foi de continuarem suas rotinas, inclusive o registro de ponto. Ao POPULAR, trabalhadores relataram animosidades com equipes do Instituto Patris, sendo que o relógio de ponto deles teria sido arrancado da parede.
Em nota, o Patris informou que foi notificado pela SMS, na última sexta, para assumir a gestão da Dona Iris, sendo que isso foi feito, no sábado, "dentro dos princípios de legalidade e impessoalidade, em substituição à antiga gestora". Sendo assim, "não havendo que se falar em qualquer desrespeito à administração pública e ao Direito Administrativo".
ENTREVISTA | Lucilene Maria de Sousa
"Acreditávamos em uma negociação"
À frente da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa relembra quando a relação com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começou a se tornar dificultosa, reclama de decisões unilaterais por parte da atual administração municipal e defende o trabalho desenvolvido pela fundação à frente das maternidades municipais de Goiânia.
A Fundahc esteve à frente das maternidades por anos. Quando a relação com a SMS começou a apresentar problemas?
Começou a cronificar na época do Dr. Durval (Pedroso). Quando eu entro aqui na fundação, em 2022.
Como foi em 2023, ano em que Wilson Pollara assumiu a secretaria?
Aí piora a situação. Piora e muito. Ele afirmava que não tinha recursos financeiros para passar.
Após a mudança na gestão municipal, foi definida a redução do valor do contrato da Prefeitura com a Fundahc de R$ 20,5 milhões para R$ 12,3 milhões mensais. Como isso aconteceu?
Foi de forma impositiva. Unilateral. A gente não tinha por onde sair. Nós fizemos toda a adequação do plano, só que colocamos a eles os prejuízos à saúde pública materno infantil. Inclusive, nosso estudo mostrou que tinha de ser até R$ 17,5 milhões (o valor do contrato). Não dava para ser R$ 12,5 milhões, mas o prefeito era irredutível (...) Eles falavam sempre assim: 'Professora, lembre que é por 120 dias essa proposta. Vamos ter a reorganização financeira do município e voltaremos a reavaliar esses planos de trabalho'.
Como foi fazer a gestão das maternidades durante esses oito meses de 2025?
Foi uma situação muito difícil, que não difere das situações do ano passado. A folha consome mais de 80% desse valor (R$ 12,5 milhões). Então, como vou pagar fornecedores e uma série de outros serviços? (...) Trabalhamos em um espaço em que os fornecedores sempre foram muito solidários à condição de dar continuidade ao trabalho (...) Com isso, tivemos que começar a fazer restrição de serviços.
Na última sexta-feira (22), a SMS comunicou que o Instituto Patris iria assumir a gestão plena da Dona Iris no sábado (23). Como foi esse processo?
Foi unilateral. Estava em uma reunião externa e me ligam falando que tinham acabado de receber um ofício aqui (na sede da Fundahc) determinando que às 7 horas do outro dia o Instituto Patris assumiria o serviço pleno da maternidade. Eu até questionei, na sexta-feira mesmo, porque ele (Luiz Pellizzer, secretário municipal de Saúde) tinha tomado aquela decisão, em relação à HMDI (Dona Iris). Ele falou: 'Lucilene, para evitar um colapso do sistema'. Não colocamos objeção, de forma alguma. Queríamos só nos resguardar. Acionei a procuradoria da UFG, juntamente com meu jurídico. Solicitamos um documento de transferência das responsabilidades, já que ainda estamos com os convênios vigentes.
No momento, como definiria o relacionamento da Fundahc com a Prefeitura?
O que posso afirmar é que fomos extremamente transparentes e verdadeiros. Apresentamos toda a situação. Não omitimos nenhuma informação. Estavamos abertos ao diálogo integralmente. Se houve uma conduta diferente deles conosco, cabe a eles avaliarem.
A Prefeitura aponta que conseguiu contratar três organizações sociais (OSs) por R$ 12,6 milhões para fazer o mesmo trabalho que a Fundahc cobra R$ 20,5 milhões. O serviço da Fundahc é, de fato, mais caro?
Para nossa precificação, usamos a Planisa (empresa brasileira amplamente usada como referência em gestão de custos para o setor de saúde). Quando a gente sentava, de forma técnica, para apresentar para a secretaria, sempre apresentamos a referência da Planisa (...) Diversas vezes já foi explicado para a secretaria. Esse é um plano de trabalho tripartite. Para ele ser implantado, quem bate lá no martelo? A secretaria.
A Fundahc aponta um débito de R$ 172,1 milhões por parte da Prefeitura, que já sinalizou o desejo de auditar este valor. Existe uma previsão de pagamento da dívida?
Estamos à espera da secretaria. Não tem nenhuma devolutiva de como será o repasse desses valores em aberto.
Qual era a expectativa da Fundahc quando Sandro Mabel (UB) ganhou a eleição municipal?
Acreditávamos em uma negociação dentro de um processo extremamente dialogado e justo. De forma muito transparente.
Ainda existe clima para a fundação voltar a trabalhar com a Prefeitura?
A Fundahc presta apoio à UFG. Se um coordenador nos procurar com um projeto, assumiremos como qualquer outro. Tanto é que a universidade tem vários projetos com a Prefeitura. Isso, nada muda.
Como a senhora avalia este tempo em que a Fundahc esteve à frente das maternidades municipais de Goiânia?
O diferencial da fundação estar nessas três maternidades é pelo compromisso que ela assume em ser um ambiente de escola. Um espaço de formação. Então, garantimos a formação de futuros profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), seja no campo de residências médicas ou profissionais. Campo de estágio, de prática, de visitas técnicas. Somado a isso, o reconhecido do trabalho técnico desenvolvido dentro das maternidades. Tanto é que tivemos grandes reconhecimentos, certificações que recebemos.
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MEDICINA S/A
Saúde Digital 4.0: O caminho para um cuidado personalizado
A transformação digital em saúde deixou de ser uma visão defendida por poucos entusiastas para se tornar uma força estruturante em todo o sistema. A convergência de Internet das Coisas (IoT), Big Data e inteligência artificial, em particular dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs, sigla em inglês), não é apenas uma evolução tecnológica: é um convite para repensar a prática clínica, a gestão hospitalar e a experiência do paciente, criando impacto em escala e otimizando recursos de forma sistêmica.
A chamada Saúde Digital 4.0 vai além da automação de processos e da mera coleta de dados. Ela permite entregar valor real, medido por desfechos clínicos significativos para o paciente em relação aos recursos utilizados, promovendo equidade e garantindo que o cuidado de qualidade alcance todos, de forma contínua e personalizada.
A hiperconectividade, às vezes vista com cautela, revela-se uma aliada poderosa. Sensores vestíveis, dispositivos conectados e aplicativos inteligentes permitem monitorar sinais vitais – como a adesão a tratamentos e hábitos de vida em tempo real –, criando um ecossistema em que a informação flui continuamente. Esse fluxo possibilita identificar precocemente mudanças de padrões e intervir de forma rápida e proativa, atuando na prevenção de complicações e em ajustes dinâmicos de planos terapêuticos. Assim, transforma-se o cuidado de reativo em preditivo, de uniforme em personalizado, com alcance em larga escala e impacto significativo na população.
No entanto, o maior desafio da Saúde Digital 4.0 é cultural. Empresas, profissionais e pacientes precisam desenvolver letramento digital, implementando, compreendendo e utilizando sistemas novos que, em um primeiro momento, causam insegurança e resistência. Entre médicos, as barreiras muitas vezes são a falta de confiança e a adaptação a novas rotinas. A falta de integração entre sistemas prejudica a experiência e gera frustração. Para pacientes, desigualdades de acesso e receio quanto ao uso dos seus dados de saúde podem limitar o engajamento. Superar essas lacunas exige educação contínua, interfaces intuitivas, programas de capacitação e uma governança de dados que assegure ética, transparência e segurança.
As LLMs e outras inovações recentes oferecem suporte transformador à tomada de decisão. Ao sintetizar prontuários extensos, analisar padrões populacionais, predizer riscos e integrar evidências científicas, essas ferramentas ampliam a capacidade humana, tornando as decisões mais rápidas, seguras e fundamentadas. Na gestão hospitalar, contribuem para otimizar recursos, prever demanda de serviços e reduzir desperdícios, gerando impacto direto na sustentabilidade do sistema e na experiência do paciente.
A aceleração dessa transformação depende de liderança estratégica, engajamento genuíno e participação ativa de pacientes como parceiros. Profissionais de saúde precisam ser protagonistas na cocriação dos novos fluxos digitais. E cada decisão, cada algoritmo, cada sensor deve convergir para melhorar a vida daqueles que buscam cuidado.
A Saúde Digital 4.0 só será sustentável se for capaz de equilibrar governança, eficiência tecnológica e humanidade. Não se trata de substituir o profissional ou desumanizar o cuidado; trata-se de potencializar decisões, otimizar recursos e ampliar o alcance da atenção à saúde. Além de LLMs, tecnologias como IA e IoT permitem que dados complexos sejam convertidos em insights acionáveis, que processos hospitalares sejam mais eficientes e que o acompanhamento do paciente seja contínuo e personalizado.
O futuro da saúde dependerá de nossa capacidade de integrar inteligência tecnológica à prática clínica e à gestão, promovendo impacto real, equitativo e sustentável na qualidade do cuidado e na experiência de cada paciente.
*Teresa Sacchetta é diretora de Saúde da InterSystems.
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ANS aprova inclusão de radioterapia IMRT em rol de procedimentos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação da radioterapia de intensidade modulada (IMRT) no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde, com vigência a partir de 1º de setembro de 2025. A decisão foi fundamentada em relatório técnico elaborado pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), que demonstrou a eficácia do tratamento no aumento da sobrevida e na redução de toxicidades.
A decisão da ANS ocorreu após a Consulta Pública nº 157, em que a mobilização da comunidade científica e de pacientes reforçou a relevância da tecnologia. Antes dessa decisão, a IMRT já constava no Rol de Procedimentos da ANS para tumores de cabeça e pescoço, neoplasias torácicas (câncer de pulmão, mediastino e esôfago) e, mais recentemente, câncer de próstata. Além da SBRT, também participaram do processo entidades como o Instituto Oncoguia, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG) e o movimento Todos Juntos Contra o Câncer.
De acordo com o relatório da ANS, a IMRT representa um aprimoramento da radioterapia convencional. A técnica permite o direcionamento de doses elevadas de radiação de forma precisa ao tumor, com menor exposição de tecidos saudáveis — o que torna o tratamento mais efetivo e reduz significativamente os efeitos colaterais.
Para o presidente da SBRT, Gustavo Nader Marta, a decisão representa um avanço importante na qualidade do cuidado oncológico. Ele explica que a IMRT é a única técnica capaz de concentrar a radiação no tumor com alta precisão. “No caso do canal anal, conseguimos modular a dose para atingir, de forma segura, apenas a área tumoral, poupando estruturas saudáveis próximas, como bexiga, intestino e genitais, e assim reduzindo o risco de efeitos colaterais”, afirma.
“Esse tipo de precisão é especialmente importante em regiões muito sensíveis. Com a IMRT, conseguimos tratar com eficácia e, ao mesmo tempo, preservar a qualidade de vida do paciente.”, complementa o também radio-oncologista.
Embora a técnica já seja utilizada no Brasil há mais de 20 anos, a incorporação no Rol é fundamental para ampliar o acesso a esse padrão internacional de tratamento. “A IMRT é considerada o padrão em grande parte do mundo”, destaca Marta.
Segundo a SBRT, o próximo passo é manter o tema em evidência para ampliar a cobertura da técnica em tumores de outras regiões do corpo. O documento embasado pela SBRT mostra que, em países com sistemas públicos de saúde, como Reino Unido e Canadá, mais da metade dos pacientes recebem tratamento com IMRT para diferentes tipos de câncer, não apenas os já contemplados no Brasil.
A entidade reforça que a IMRT deve ser a técnica de escolha sempre que houver intenção de aumentar significativamente as chances de cura do paciente ou quando houver alto risco de toxicidade, em que a proteção aos tecidos saudáveis se torna decisiva.
O Relatório RT2030, também elaborado pela SBRT, revela que cerca de 70% dos serviços privados no Brasil já utilizam a técnica de IMRT. Com a inclusão no Rol, a expectativa é que os 30% restantes invistam na tecnologia, agora com possibilidade de remuneração pelos planos de saúde.
Investimento e custo-efetividade – Para ser realizada, a IMRT exige investimentos em hardware e software específicos e se utiliza o mesmo equipamento que as demais técnicas de radioterapia, que é o acelerador linear. Os tratamentos com IMRT consomem mais tempo de pessoal durante a simulação e planejamento, mais tempo de equipamento para entrega de dose, além de cuidados mais precisos com controle de qualidade e segurança de tratamento, exigindo maior treinamento de toda a equipe envolvida. Por sua vez, estudos evidenciam ser uma técnica custo-efetiva e com impacto na redução de mortalidade.
Tumor de canal anal – Embora raro quando comparado a outros tipos de câncer, o tumor de canal anal tem apresentado aumento de incidência, especialmente entre pessoas com mais de 50 anos, mulheres e pacientes imunossuprimidos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que esse tipo de tumor representa cerca de 2% das neoplasias do trato gastrointestinal. A técnica de intensidade modulada (IMRT) é especialmente indicada para garantir eficácia e reduzir complicações, dada a proximidade do tumor com estruturas sensíveis, como reto, bexiga, intestino e genitais.
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Por que repensar jornadas, linhas de cuidado e protocolos é a chave
Em um cenário cada vez mais pressionado por aumento de custos, margens apertadas e exigência por transparência, repensar a forma de organizar o cuidado deixou de ser uma escolha técnica e passou a ser uma estratégia essencial de sustentabilidade.
Dados do Observatório ANAHP mostram que, em média, os custos assistenciais representam 69% das despesas totais dos hospitais privados, enquanto a receita cresce em ritmo inferior à inflação médica. Nesse contexto, buscar eficiência não significa cortar custos: exige alinhar processos e desfechos que importam para o paciente e para o sistema.
Nesse cenário, jornada do paciente, linha de cuidado e protocolos não são somente “mapas” ou obrigações formais. São conceitos presentes no dia a dia das instituições, mas que precisam ser revisitados e colocados em prática efetivamente — como ferramentas capazes de reduzir desperdícios, melhorar desfechos clínicos e fortalecer a sustentabilidade financeira.
A jornada do paciente, quando bem mapeada, permite identificar barreiras de acesso, tempos de espera desnecessários e lacunas que geram custos invisíveis, além de impactar diretamente a experiência e os resultados clínicos.
As linhas de cuidado, quando orientadas por dados de vida real (Real-World Data — RWD), se transformam em aliadas poderosas para reduzir variações indesejadas, melhorar a adesão ao tratamento e apoiar modelos de remuneração baseados em valor.
Guidelines, diretrizes e protocolos também precisam ser vistos como instrumentos vivos, em constante evolução. Incorporar evidências do mundo real, adaptar-se ao perfil dos pacientes e revisá-los continuamente são passos fundamentais para assegurar eficiência operacional e cuidado de qualidade.
Esse movimento ganha ainda mais força com a expansão da Saúde Baseada em Valor (VBHC). As organizações que não revisitarem esses instrumentos estratégicos arriscam perder relevância, competitividade e, em última instância, sua própria sustentabilidade.
Instituições que já avançaram nessa agenda colhem benefícios concretos: redução de reinternações, maior previsibilidade financeira, fortalecimento da confiança entre pacientes e parceiros e diferenciação no mercado.
O futuro da saúde será guiado por resultados reais e valor percebido — para o paciente, para o sistema e para o negócio. Quem liderar esse movimento, ocupará uma posição estratégica na transformação do setor.
Gabriela Tannus é Diretora de Relações Institucionais do IBRAVS (Instituto Brasileiro de Valor em Saúde).
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Participação ativa: pacientes e o poder de sua voz coletiva
Na era da escuta social e das tecnologias de comunicação eficientes, grupos de pacientes conseguiram amplificar sua voz coletiva, tornando-se cada vez mais influentes na formação do cenário da saúde em benefício dos pacientes que representam. O fenômeno é global.
O impacto dessa defesa dos pacientes tem consequências importantes para a indústria farmacêutica. Hoje, os reguladores de medicamentos buscam regularmente se envolver com pacientes e grupos de pacientes para identificar necessidades não atendidas, validar a relevância de novos tratamentos para os pacientes e até mesmo avaliar as melhores maneiras de administrá-los.
Como resultado, as empresas farmacêuticas aumentaram seus níveis de engajamento com grupos de pacientes para refinar as estratégias farmacêuticas e se tornarem mais “centradas no paciente”. Por sua vez, os grupos de pacientes desejam se envolver mais em todas as atividades da indústria farmacêutica, para que a produção do setor atenda melhor às necessidades dos pacientes. Por exemplo, grupos de pacientes buscam envolvimento nas fases iniciais de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, no planejamento de ensaios clínicos e até mesmo na coleta de dados do mundo real.
A Covid-19, sem dúvida, deu um impulso significativo ao movimento de pacientes. Embora muitos grupos de pacientes já existissem há décadas, durante a pandemia, quando os pacientes foram colocados em isolamento, as pessoas recorreram a grupos de pacientes em busca de aconselhamento e apoio — papéis anteriormente desempenhados por médicos. Os grupos de pacientes atenderam às novas demandas impostas a eles e continuam a fazê-lo até hoje. Por todas essas razões, muitos grupos de pacientes se consideram parte intrínseca do sistema de saúde, o que, por sua vez, explica as aspirações dessas organizações de se envolverem com a indústria farmacêutica.
Para entender a importância dos grupos de pacientes em seus sistemas de saúde, a PatientView realizou uma pesquisa online no final de 2024 com grupos de pacientes em todo o mundo, incluindo a América Latina. Cem grupos de pacientes da América Latina responderam de uma ampla gama de países: Argentina, Brasil, Bolívia, México, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela. Uma das perguntas feitas foi em que medida os grupos de pacientes se sentem como uma parte interessada fundamental nos sistemas de saúde. Sessenta e nove por cento dos grupos de pacientes latino-americanos declararam se considerar uma parte interessada vital, em comparação com 58% dos grupos de pacientes em todo o mundo.
Além disso, a grande maioria dos grupos de pacientes latino-americanos declarou ter impacto e influência na área da saúde, incluindo a educação em saúde, o sistema de saúde e até mesmo a pesquisa e o desenvolvimento farmacêutico. Eles também acreditavam ser respeitados e ouvidos por empresas de saúde, pacientes, profissionais da mídia, órgãos reguladores e formuladores de políticas. Grupos latino-americanos também oferecem uma ampla gama de serviços aos pacientes em seus sistemas de saúde: 80% oferecem apoio entre pares, 70% oferecem aconselhamento em saúde e 58% apoiam pacientes com dificuldades financeiras. Importante para as próprias empresas farmacêuticas, 86% dos grupos de pacientes latino-americanos afirmaram promover melhor acesso a medicamentos, 93% defendem melhor atendimento ao paciente, 88% conscientizam sobre as necessidades dos pacientes e seus cuidadores e até 76% representam os interesses dos pacientes perante as autoridades reguladoras de medicamentos.
Grupos de pacientes, incluindo os da América Latina, tornaram-se participantes ativos e influentes no sistema de saúde. As crescentes pressões sobre os custos da saúde significam que sua importância continua a crescer diariamente. Da perspectiva da indústria, é essencial reconhecer o importante papel que os grupos de pacientes têm hoje, conhecer os interesses e necessidades dos pacientes para respondê-los e, assim, apoiá-los para que possam cumprir seu papel, resultando em relacionamentos das empresas com os grupos de pacientes que só podem melhorar.
*Alex Wyke é Diretora Executiva da PatientView.
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ANVISA
Anvisa convida hospitais para Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção
Prazo vai até 30 de setembro. Saiba mais.
AAnvisa convida todos os hospitais do país a participar da Avaliação Nacional dos Programas de Prevenção e Controle de Infecção (ANPCI) 2025 – Hospitais (Ano 4).
O objetivo é que os hospitais façam uma autoavaliação para entender como está a situação atual do seu Programa de Prevenção e Controle de Infecção (PCI). Isso inclui verificar as atividades e os recursos disponíveis, reconhecer os pontos fortes e apontar as lacunas para planejar ações no futuro.
A ANPCI é uma ferramenta de diagnóstico que ajuda a detectar problemas relevantes ou deficiências que precisam de melhorias e a identificar áreas que podem atender aos padrões e requisitos nacionais e internacionais.
Ao preencher a avaliação, os hospitais permitem que a Anvisa entenda como os Programas de PCI estão sendo usados no país. Essas informações ajudam a planejar ações nacionais para fortalecer e melhorar esses programas nos hospitais, elevando a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.
Como participar
O acesso ao formulário pode ser feito pelo QR Code disponível no fôlder anexo, ou diretamente pelo link https://pesquisa.anvisa.gov.br/index.php/153814?lang=pt-BR.
A data limite para o preenchimento completo do formulário e para enviá-lo à Anvisa é 30 de setembro.
Não perca a oportunidade de participar dessa importante iniciativa de avaliação e melhoria das ações de prevenção e controle de infecções em nosso país!
A lista dos hospitais participantes será publicada no portal da Anvisa, em reconhecimento — por parte da Agência e das Coordenações de Prevenção e Controle de Infecção estaduais e distrital — ao compromisso de se autoavaliarem regularmente, buscando a melhoria contínua das suas ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras).
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 25/08/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Prefeito pede ajuda a cidades da Região Metropolitana para pacientes de maternidades
Atendimentos na maternidade Dona Íris são retomados
Com presença de anestesiologistas, Nascer Cidadão normaliza atendimentos
Digitalização na saúde pública exige persistência e estratégia
https://medicinasa.com.br/digitalizacao-saude-publica/
Estudo aponta percepção dos brasileiros sobre fraudes contra planos
https://medicinasa.com.br/fraudes-contra-planos/
SUS amplia telessaúde com 3 mil kits e parceria inédita com hospitais privados
TV ANHANGUERA
Atendimentos na maternidade Dona Íris são retomados
Prefeito pede ajuda a cidades da Região Metropolitana para pacientes de maternidades
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A REDAÇÃO
Com presença de anestesiologistas, Nascer Cidadão normaliza atendimentos
Início da nova gestora do local foi antecipado
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, no início da noite desta sexta-feira (22/8), que a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), Organização Social (OS) que assumirá posteriormente a gestão da Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, já começou a intervir pontualmente no funcionamento do local. É que a entidade passou a oferecer desde hoje serviços de anestesiologia para a unidade.
A decisão veio após a suspensão dos atendimentos na maternidade nesta quinta-feira (21/8), ainda sob administração da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que recebeu um ofício assinado pelo diretor técnico Harley Ricardo Rodrigues, determinando o encerramento das atividades assistenciais por falta de anestesistas. No documento, ele cita como justificativa, usando como base o Código de Ética Médica, a necessidade de resguardar a segurança das gestantes.
A interrupção foi desdobramento da alegação da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) sobre o não repasse de R$ 1.431.967,53 - pagamento devido desde setembro de 2024, por parte da Fundahc. "Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população, mantendo o atendimento por quase um ano", disse a cooperativa em nota.
A entidade chegou a reforçar que a Fundahc foi formalmente, e antecipadamente, notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização, a cooperativa adiou essa data. "Mas agora, com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente, os atendimentos serão interrompidos. Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação, como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem."
Nesta sexta-feira (22/8), então, a SMS articulou o fornecimento de serviços de anestesiologia por parte da AHBB. “A organização passa a oferecer desde hoje os serviços de anestesiologia, assegurando a retomada dos atendimentos. As ordens de serviço que autorizam o início da atuação, inclusive, já foram assinadas", disse a secretaria em nota.
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MEDICINA S/A
Digitalização na saúde pública exige persistência e estratégia
Transformar a saúde pública por meio da digitalização não é apenas uma mudança de ferramentas, mas uma nova forma de cuidar das pessoas. No Brasil, onde desigualdades regionais, infraestrutura precária e sobrecarga no sistema público ainda são obstáculos diários, apostar na informatização das unidades de saúde é um desafio tão complexo quanto necessário. Quando bem conduzido, esse processo pode significar uma revolução silenciosa e altamente eficiente na vida dos cidadãos.
Um dos principais entraves da digitalização nas redes municipais de saúde é a infraestrutura deficiente. Dados do IBGE mostram que apenas 36% dos estabelecimentos públicos de saúde no Brasil possuem acesso à internet por banda larga, e mais de 60% ainda realizam registros em papel. Ou seja, o país ainda está distante de uma cobertura mínima que permita a gestão integrada de informações, essencial para o funcionamento de qualquer sistema digital.
Diante desse cenário, algumas cidades estão encontrando caminhos viáveis. Em vez de tentar digitalizar tudo de uma só vez, o que gera alto custo, resistência interna e falhas técnicas, gestores têm adotado abordagens progressivas, priorizando unidades-piloto. Essa estratégia permite testar o sistema, capacitar as equipes e corrigir falhas antes da expansão. Em experiências relatadas por prefeituras que optaram por esse modelo, os custos de implementação chegaram a ser até 40% menores em comparação com tentativas de digitalização em larga escala e sem preparação adequada. Além disso, a adesão dos profissionais aumentou justamente por terem tempo e suporte para se adaptar.
Exemplos concretos mostram que a mudança é possível. Em Rio Claro, a digitalização do agendamento e do prontuário eletrônico permitiu reduzir o tempo de espera por consultas, além de integrar os dados do paciente em toda a rede municipal. Isso significa que qualquer atendimento, em qualquer ponto da cidade, parte de um histórico unificado, algo impensável nos modelos baseados em papel. Em Curitiba, a digitalização dos dados de saúde permitiu identificar em tempo real os bairros com maior incidência de síndromes gripais durante a pandemia, otimizando o envio de equipes e insumos. Já em Fortaleza, o monitoramento digital da fila de cirurgias reduziu em 30% o tempo de espera para procedimentos eletivos, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.
É comum que gestores hesitem em embarcar em projetos digitais por receio de falhas técnicas, dificuldade de adesão ou falta de retorno imediato. Mas esse é um erro estratégico. O impacto da digitalização na saúde não deve ser medido apenas em economia, mas na capacidade de prever demandas, evitar desperdícios e cuidar melhor da população. Além disso, dados digitais bem estruturados permitem ao poder público identificar gargalos com precisão, redirecionar recursos e planejar políticas públicas com base em evidências, e não em achismos.
Mais do que um projeto tecnológico, a digitalização da saúde pública é uma política de transformação estrutural. Mas ela exige visão de longo prazo. É preciso paciência para lidar com os obstáculos, comprometimento para sustentar o projeto e coragem para desafiar modelos obsoletos. A experiência de quem avança mostra que, mesmo com limitações, é possível transformar o caos administrativo em inteligência pública, e isso começa por onde sempre deveria: cuidando melhor de quem mais precisa.
*Wilian Josué é diretor e fundador da UniCidades.
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Estudo aponta percepção dos brasileiros sobre fraudes contra planos
Quase metade da população brasileira (48%) percebe um aumento nas fraudes praticadas contra planos de saúde nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pelo Ipespe Saúde, encomendada pela FenaSaúde. A sondagem ouviu 2 mil brasileiros de todas as regiões do país.
O levantamento mostra que 55% dos entrevistados acreditam que as fraudes são um dos principais fatores que contribuem para o aumento das mensalidades dos planos, ao lado do envelhecimento da população (52%). Essa percepção reforça o entendimento de que condutas irregulares impactam não apenas financeiramente as operadoras, mas também penalizam os beneficiários de planos de saúde.
As fraudes mais reconhecidas pela população são a emissão de recibos de atendimentos não realizados (38%), a emissão de nota para alguém que não recebeu atendimento médico (34%) e o empréstimo da carteirinha do plano (30%). Apesar disso, apenas 21% afirmam ter recebido material de comunicação alertando sobre práticas fraudulentas.
As campanhas de conscientização têm grande potencial de impacto: entre os que foram expostos a esse tipo de comunicação, 86% consideraram o conteúdo importante ou muito importante. A campanha “Saúde sem Fraude”, promovida pela FenaSaúde, foi reconhecida por 17% dos entrevistados e teve avaliação positiva de 86% entre esse público.
A pesquisa também revelou apoio majoritário da população a medidas de enfrentamento ao problema: 70% concordam totalmente com a necessidade de investir em campanhas educativas contra fraudes, e 67% apoiam o reforço da fiscalização para prevenir e coibir práticas indevidas no setor.
“Fraudes prejudicam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. É fundamental que sociedade, operadoras e autoridades unam esforços para combater essas práticas e preservar os recursos destinados ao atendimento de quem realmente precisa”, afirma Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde.
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SAÚDE BUSINESS
SUS amplia telessaúde com 3 mil kits e parceria inédita com hospitais privados
Investimento de R$ 20 milhões visa reduzir filas de espera e levar atendimento especializado a regiões vulneráveis; meta é alcançar 10 milhões de consultas remotas até 2027.
O Ministério da Saúde iniciará na próxima semana a distribuição de 3 mil kits de telessaúde para Unidades Básicas de Saúde (UBS), como parte do programa Agora Tem Especialistas. O investimento de R$ 20 milhões, proveniente do Novo PAC Saúde, visa ampliar o atendimento especializado remoto no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em regiões de maior vulnerabilidade social e difícil acesso.
De acordo com dados do Ministério, a telessaúde pode contribuir para uma redução de até 30% nas filas de espera por consultas ou diagnósticos na rede especializada. Os números indicam que o atendimento por telessaúde registrou um aumento de 65% em um ano, passando de 1,5 milhão em 2023 para 2,5 milhões em 2024. A meta estabelecida é alcançar 10 milhões de atendimentos remotos até 2027.
Estrutura e conectividade
Os kits que serão entregues até novembro contêm notebook, teclado, televisor, webcam e outros equipamentos necessários para o atendimento à distância. Atualmente, o Brasil possui 26 Núcleos de Telessaúde distribuídos em 17 estados.
Para viabilizar o funcionamento adequado do sistema, o Ministério também investe em conectividade. Em 2023, foram conectadas 920 UBS em áreas remotas via satélite, e há previsão de que outras 3 mil recebam fibra ótica até o final deste ano. Dados oficiais apontam que 87% das UBS já utilizam prontuário eletrônico, facilitando a integração com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
Editais para expansão do serviço
Paralelamente à entrega dos equipamentos, foram publicados dois editais para expandir a oferta de Núcleos de Telessaúde. O edital nº 2/2025 é direcionado a estabelecimentos de saúde do setor privado, com ou sem fins lucrativos, que poderão ser contratados por estados, Distrito Federal e municípios para prestação de serviços de telessaúde. Este edital terá vigência de um ano, com possibilidade de prorrogação por igual período.
O edital nº 3/2025 é voltado para Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde, Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa públicas, hospitais públicos e instituições de assistência, ensino e pesquisa. O prazo para apresentação de propostas vai até 6 de setembro.
Modalidades e padronização
Os novos Núcleos de Telessaúde deverão ser registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e seguir protocolos nacionais padronizados. Os serviços oferecidos incluem:
Teleconsultoria: troca de informações entre profissionais de saúde
Teleconsulta: atendimento remoto entre médico e paciente
Teleinterconsulta: atendimento com um profissional remoto e outro presencial
Telemonitoramento: acompanhamento à distância do paciente
Integração nacional
Entre as novas medidas previstas está a criação de um Catálogo Nacional de Telessaúde, que funcionará como um repositório centralizado de serviços disponíveis para contratação pelos gestores locais. Esta iniciativa busca integrar a oferta que atualmente se encontra distribuída entre diferentes estados e municípios.
Também serão implementados, pela primeira vez, protocolos específicos para atendimentos em telessaúde, estabelecendo diretrizes para os setores público e privado. Estes protocolos definirão aspectos como elegibilidade do paciente, equipamentos necessários e procedimentos pré e pós-consulta.
As medidas visam otimizar o encaminhamento da Atenção Primária para a Especializada, buscando reduzir o tempo de espera e ampliar o acesso aos serviços de saúde.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg apresenta indicadores de qualidade ao Ipasgo Saúde

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) recebeu, no dia 21, representantes do Ipasgo Saúde para apresentar os indicadores assistenciais da rede associada.
Participaram da reunião o presidente da Ahpaceg, Renato Daher; o presidente do Conselho Administrativo, Haikal Helou; diretores e associados da entidade; a diretora de Assistência e Saúde do Ipasgo, Fabíola Pereira; o gerente de Rede Assistencial, Tiago Acioly Cabral; o assessor da diretoria João Victor Franco e a gerente de Serviços e Atenção à Saúde, Bruna Gomes.
Durante o encontro, a coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, apresentou dados como taxa de ocupação, média de permanência e taxa de mortalidade nas instituições.

Os indicadores foram desenvolvidos para apoiar a rede Ahpaceg na tomada de decisões estratégicas, contribuir com a melhoria contínua dos serviços e dar maior transparência ao sistema de saúde, beneficiando diretamente a população, que passa a ter acesso a informações relevantes na hora de escolher onde deseja ser atendida.
Madalena Del Duqui Lemes detalhou a metodologia dos dados, que demonstram a fidedignidade dos indicadores da Ahpaceg, e destacou os esforços e investimentos implementados pelos associados para melhorar a qualidade assistencial e a segurança dos pacientes.
A apresentação também destacou o alto nível de qualidade da rede associada, reconhecida por importantes certificações.
Atualmente, 17 instituições associadas possuem Acreditação ONA (1, 2 e 3), dez conquistaram a Certificação de Alta Conformidade em Práticas de Segurança do Paciente, oito receberam o selo "UTI Top Performer", concedido pela Epimed Solutions e pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), dois, a certificação PADI (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem) e um deles com a Certificação ACSA International Nível Avançado.