Sexta, 07 Fevereiro 2025 07:23

CLIPPING AHPACEG 07/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde: reajustes e falta de atendimento dobram ações na Justiça, que pesam nas contas das operadoras

RN 593/23 da ANS: proteção necessária contra encerramento de contratos?

Seguros Unimed evita prejuízo de R$853 mil em ação judicial contra práticas irregulares de reembolso

Contratos ilegais e desvio de dinheiro: entenda esquema de corrupção na Saúde de Goiás entre 2012 e 2018 apontado pela PF

Assembleia de Goiás debate irregularidades no Ipasgo

Cardiologista da equipe CDI Premium alerta: o café é um aliado do coração quando consumido com moderação

Cirurgias plásticas reparadoras podem melhorar a qualidade de vida

Fundahc revisa plano de trabalhado das maternidades após reunião sobre redução do contrato para R$ 12,3 milhões

UOL

Ex-império da saúde privada, Golden Cross agoniza sob risco de desaparecer

 

Só para assinantesEx-império da saúde privada, Golden Cross agoniza sob risco de desaparecerPioneira na implantação do sistema de medicina privada no Brasil nos anos 1970, a Golden Cross já foi o maior plano de saúde do país.

Por duas décadas, a carteirinha da empresa foi a garantia de acesso aos melhores hospitais.

Do apogeu, quando contratava alguns dos espaços mais caros da publicidade brasileira para se promover, praticamente só resta o nome.

Desde o ano passado, um acordo transferiu os atendimentos da Golden Cross para a Amil, em troca de 95% das receitas dos planos.

Atolada em dívidas principalmente com o fisco e acumulando prejuízos ano após ano, a empresa tomou o golpe de misericórdia em 24 de janeiro.

Nesse dia, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deu 30 dias para a Vision Med - razão social do CNPJ sob o qual a Golden Cross opera- vender a carteira de clientes em razão de sua "incapacidade de regularizar as anormalidades econômico-financeiras detectadas".

A decisão pode atingir cerca de 215 mil clientes dos planos de saúde e 100 mil usuários do plano odontológico.

Se não houver uma decisão judicial que anule o ato da ANS ou o surgimento de uma empresa que tope incorporar a carteira e as obrigações da Golden Cross, a empresa deve ser liquidada, e os segurados poderão usar a portabilidade para migrar para outros planos.

Levam a inexigibilidade de carência, mas provavelmente vão enfrentar altas nos valores pagos. Procurada pelo UOL, a Golden Cross disse que tem um plano para sair da crise e que não concorda com a decisão da ANS.A empresa afirma que já buscou reverter a decisão da ANS por meio de um recurso administrativo e ainda avalia ir à justiça."A operadora informa que não concorda com a decisão do órgão regulador e que já ingressou com recurso administrativo perante a Diretoria Colegiada, e segue avaliando a adoção das medidas judiciais cabíveis", disse a empresa, em nota."Informa também que o planejamento de adequação econômico e financeiro vem em andamento e com sucesso. Os atendimentos aos seus milhares de beneficiários seguem sendo a prioridade da administração da operadora."

Piquet e ciranda financeiraA Golden Cross foi criada em 1971, no Rio, pelo advogado Milton Soldani Afonso, que, aos 103 anos, continua como principal sócio. Com idade avançada, o fundador vive acamado em sua casa, no Rio, conforme o UOL apurou.

Antiga sede da Golden Cross na Barra da Tijuca, no Rio, antes de ser desocupada Imagem: DivulgaçãoA empresa viveu seu apogeu entre 1980 e 1995, quando contabilizou 2,5 milhões de clientes e receitas anuais de R$ 1,7 bilhão (valores sem correção).

Atualmente, a Golden Cross acumula prejuízos operacionais de pelo menos R$ 400 milhões desde 2023.

Em paralelo, trava uma disputa judicial de mais de R$ 7 bilhões em impostos atrasados, que a Receita Federal tenta cobrar da firma e de entidades ligadas a Soldani.

Nos anos 1980, quando operava praticamente sem concorrência no país, a Golden Cross tinha como garoto-propaganda o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet e era um dos principais parceiros comerciais da TV Globo nas transmissões da modalidade.

Em 1995, quando o Hotel Nacional, no Rio, fechou por problemas financeiros, a Golden Cross anunciou a intenção de comprar o icônico arranha-céu projetado por Oscar Niemeyer, no exclusivo bairro de São Conrado, para transformá-lo em hospital. O negócio não saiu.

Como outras empresas de intermediação de serviços, a opulência da Golden Cross foi em parte produzida pela inflação alta dos governos Sarney, Collor e Itamar.

Segundo fontes ouvidas pelo UOL, uma parte da mágica era simples: as mensalidades dos planos eram pagas à vista;o dinheiro ficava rendendo em aplicações financeiras;após um prazo de 30 a 90 dias, os valores eram repassados a médicos e hospitais credenciados. A ruína veio depois do Plano Real, lançado em julho de 1994.

Além do fim da ciranda inflacionária que turbinava os balanços, Receita e MP encontraram indícios de que a Golden Cross foi beneficiada irregularmente por uma isenção tributária graças ao uso de uma entidade filantrópica com certificado de utilidade pública.

Foi o início de uma série de acusações e processos judiciais.

Em 1997, a empresa começou a atrasar pagamentos com prestadores de serviços e as dívidas aumentaram.

Sem saída, Soldani entregou o controle da Golden Cross ao grupo Excel, o mesmo que havia assumido no ano anterior o Banco Econômico, do banqueiro Angelo Calmon de Sá.

Num setor que passou a operar sob regulação pela primeira vez e em meio ao florescimento da concorrência, o Excel Econômico conseguiu vender o negócio dos planos de saúde para a Cygna, uma firma americana de planos de saúde.

Os americanos também arregaram: sem nunca ter conseguido fazer a Golden Cross lucrar como o planejado, a Cygna saiu do Brasil e entregou a empresa, com seus clientes e pepinos judiciais, de volta a Milton Soldani.

O criador pagou um dólar para receber de volta a criatura em 2000.

O UOL consultou processos judiciais nos quais a Golden Cross e a Fazenda Nacional travam litígios que se estendem por décadas.

Num emaranhado de ações, recursos e liminares, a Vision Med, razão social da Golden Cross, e o Instituto Semear, uma entidade filantrópica controlada por Milton Soldani, obtiveram decisões favoráveis que permitiram excluir do cadastro da dívida pública mais de R$ 7 bilhões em débitos inscritos desde 2021.

A história começa com um Refis em 2000 em nome da AIS/Instituto Semear. Isso foi possível porque a entidade comprovou ao fisco que tinha receita própria com locação de imóveis e capacidade para pagar os débitos.

Em 2015, a Receita Federal chegou à conclusão de que a dívida nunca seria paga se as parcelas fossem de R$ 20 mil, consideradas ínfimas em face ao débito próximo de R$ 1 bilhão.

Em junho daquele ano, a entidade foi intimada pelo fisco a ajustar as prestações do Refis para mais de R$ 9 milhões por mês a fim de quitar os débitos tributários até 2050 ou cancelar os benefícios da renegociação.

Alegando ilegalidade do ato da Receita, a AIS/Instituto Semear impetrou o mandado de segurança. A entidade perdeu na primeira instância e no Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

O tribunal entendeu que "o adimplemento mensal em valor ínfimo no âmbito do parcelamento da Lei nº 9.964/2000 equivale à inadimplência, autorizando a rescisão do benefício".

Mas a sorte mudaria nas cortes de Brasília. Em 2023, o ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), deferiu o pedido do Instituto Semear para suspender os efeitos dos atos da Receita Federal.

Falcão determinou o reajuste das prestações e determinou a reinclusão no Refis.

A ação ficou sobrestada (suspensa) até o julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da constitucionalidade de excluir contribuintes do Refis sobre o argumento de "parcelas ínfimas".

Até hoje o mérito desta ação não foi julgado pela corte suprema.

Com a vitória provisória no STJ, o Instituto Semear obteve uma nova decisão favorável no Rio para reconhecer que os débitos que a Receita já havia excluído do Refis não podiam ser exigidos - ao menos enquanto o STF não decidir o mérito.

Isso fez com que os débitos do Semear inscritos em dívida ativa, que eram de R$ 4,6 bilhões em 2021, somassem apenas R$ 57 milhões em 2024.

No caso da Golden Cross, cujas inscrições na dívida ativa da União totalizavam R$ 2,9 bilhões em 2021, fecharam em R$ 58 milhões no ano passado.

O alívio provisório com a encrenca tributária ainda não foi o suficiente para a Golden Cross voltar aos trilhos.

A Vision Med fechou o ano de 2023 com prejuízo de R$ 295 milhões - R$ 118 milhões a mais do que o capital social.

Segundo o jornal O Globo, até setembro do ano passado a empresa havia acumulado R$ 105 milhões em novas perdas.

Analistas do mercado de saúde privada ouvidos pelo UOL disseram que a decisão da ANS de pressionar a Golden Cross a vender a carteira já poderia ter ocorrido em 2024, dada a sucessão de prejuízos enfrentados pela empresa.

Como os segurados estão sendo atendidos pela Amil desde o ano passado, o que surpreendeu o mercado foi o momento da ação da agência.

Questionada pelo UOL sobre o momento da ação, a ANS afirmou que "toma tal decisão quando avalia não haver perspectiva de que a operadora recupere seu equilíbrio econômico-financeiro".

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O GLOBO

Planos de saúde: reajustes e falta de atendimento dobram ações na Justiça, que pesam nas contas das operadoras

Setor tem maior número de ações judiciais em 5 anos, e encerrou 2024 com quase 300 mil novos casos

O volume de ações judiciais de consumidores contra operadoras de planos de saúde encerrou 2024 com quase 300 mil novos casos. O patamar mais que dobrou em três anos e é o maior já registrado desde o início do monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2020.

Para operadoras, a judicialização excessiva do setor pressiona custos, que acabam elevando os reajustes dos contratos, e, na ponta, consumidores desassistidos veem na Justiça o caminho para acessar tratamentos e remédios.

Os dados do CNJ não detalham as ações mais recorrentes, mas, segundo advogados que atuam no setor, elas se concentram em negativas de tratamento pelas operadoras e reajustes excessivos dos contratos.

No estado mais populoso do país, a maior parte dos novos processos envolvem casos de garantia de tratamento médico (64,7%) e fornecimento de medicamentos (17,9%). Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foram 21.334 novas ações em 2024, 0,7% a menos que o total registrado no ano anterior.

Depois de mais de um ano tratando um câncer de mama, a servidora pública Tama Bulbow, de 48 anos, viu a doença voltar e atingir seus pulmões, ossos e linfonodos. Os médicos receitaram medicamento de uso contínuo que atacaria a doença com menos efeitos colaterais. O tratamento custaria, ao mês, cerca de R$ 30 mil.

Ela buscou sua operadora, mas a cobertura foi recusada sob o argumento de que, apesar de inclusa no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a substância não era indicada para o tipo de tumor que ela enfrenta.

Seus médicos, então, optaram por um tipo específico de quimioterapia, mas o pedido também foi negado. Ela levou o caso à Justiça e, após decisão liminar no fim de novembro, a operadora passou a entregar à beneficiária o medicamento.

- Antes de judicializar, pedi algumas vezes para a operadora reavaliar, mas sempre recebi negativas. Não foi por falta de tentativa. Pago o plano há 20 anos. Quando precisei, o tratamento me deu uma dor de cabeça - desabafa.

Tratamentos negados Especialista em Direito à Saúde do escritório Vilhena Silva, o advogado Caio Henrique Fernandes diz que o número de casos tem aumentado ano a ano, e que, além dos tratamentos negados pelas operadoras e percentuais muito altos de reajuste, no ano passado houve um pico de novos processos tratando do cancelamento unilateral dos contratos pelas empresas.

Só nos quatro primeiros meses do ano, a ANS recebeu 5.648 reclamações de usuários sobre as rescisões, 31% acima do patamar registrado em igual período de 2023. O aumento só parou após um acordo entre as operadoras e o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

A Justiça não é o primeiro caminho do usuário. Ele geralmente busca a ANS, abre uma reclamação, mas o problema não é resolvido e ele acaba recorrendo ao Judiciário - diz Fernandes.

A advogada Melissa Leal Pires, especializada em Direito Aplicado aos Serviços de Saúde e Direito do Consumidor, destaca ainda que outro tema frequente entre as ações é a barreira comercial encontrada por consumidores acima dos 60 anos, que ou não conseguem contratar novos planos ou são impedidos de realizar a portabilidade dos contratos:

- No passado, as operadoras eram mais agressivas nessa barreira da idade. Hoje, elas impõem uma contratação com carência e cobertura limitada, dependendo da faixa etária. E até quando a pessoa tem direito à portabilidade sem carência, eles exigem.

Em novembro, o CNJ e a ANS firmaram um acordo de cooperação técnica para a redução das ações na Justiça. A iniciativa prevê a elaboração de notas e pareceres técnico-científicos da agência reguladora para abastecer o e-Natjus, sistema que reúne informações do setor para ajudar magistrados na tomada de decisões.

A plataforma já tem uma equipe técnica e banco de dados, desenvolvido pelo Ministério da Saúde e os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, para auxiliar magistrados nas ações que envolvem o Sistema Único de Saúde.

- Começaremos um projeto-piloto junto ao Tribunal de Justiça da Bahia neste semestre - diz Daiane Lira, conselheira do CNJ e supervisora do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus).

Impacto nos custos Entre 2019 e 2023, a judicialização custou R$ 17,1 bilhões às operadoras, segundo dados da ANS levantados pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). Gustavo Ribeiro, presidente da entidade, defende que, entre casos levados à Justiça, são minoria aqueles em que o beneficiário tem direito:

A maioria é judicialização indevida e casos de fraude, como pedidos de tratamento a partir de laudos fraudados. Essas distorções acabam tirando dinheiro do usuário que paga o plano.

Vera Valente, diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 12 grandes grupos de planos de saúde, argumenta que muitos casos na Justiça envolvem tratamentos e medicamentos "com custos altíssimos" e não incluídos no rol da ANS.

'Ruim para todo mundo' Vera cita, por exemplo, o Zolgensma, indicado para o tratamento de atrofia muscular espinhal (AME), considerado o remédio mais caro do mundo. Cada dose chega a custar R$ 6 milhões. Em 2023, o medicamento foi incluído no rol da ANS com indicação para pacientes pediátricos com até 6 meses de idade e que estejam em ventilação mecânica invasiva, ou seja, entubados.

- Mas vemos casos de pessoas adultas tentando acessar o tratamento na Justiça. Quando se judicializa para acessar o que não está previsto em contrato, há um prejuízo a todos que estão no sistema. O medicamento de alto custo sai do bolso de todo mundo, o impacto é imenso. A judicialização excessiva é ruim para todo mundo - argumenta.

Analista de Saúde do Itaú BBA, Vinicius Figueiredo afirma que, analisando mês a mês, houve queda no volume de novas ações a partir de setembro passado. Ainda assim, a alta ano a ano se traduz em mais custos para as operadoras.

Figueiredo destaca que as empresas conseguiram "se equilibrar melhor" em 2024, não apenas com reajustes maiores, mas com novas estratégias, como flexibilização do pagamento à rede prestadora e parcerias entre operadoras e hospitais para reduzir custos:

- Naturalmente a judicialização se traduz em mais custo para as operadoras, mas ainda faz sentido pensar em reajustes (dos contratos coletivos) na casa dos dois dígitos, próximos de 10%.

Para analistas do Citi, apesar da desaceleração no número de novos processos em dezembro (queda de 21% em relação a igual mês de 2023), "continua preocupante o rápido aumento de novos casos envolvendo saúde suplementar no Brasil". "Esse movimento reflete não apenas o perfil historicamente judicializado do setor, mas também desenvolvimentos regulatórios recentes que contribuíram para esse cenário", dizem os analistas.

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JOTA INFO

RN 593/23 da ANS: proteção necessária contra encerramento de contratos?

Entrou em vigor, no início de fevereiro, uma determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que limita a rescisão unilateral dos contratos de plano de saúde por parte das operadoras em situações de inadimplência.

As novas regras podem ser vistas com preocupação pelas empresas, considerando o alto número de fraudes que atingem o setor securitário de saúde, gerando déficit financeiro na casa dos R$ 30 bilhões somente em 2023[1].

Como funciona a RN 593/23? De forma sucinta, ela permite que a fornecedora do plano cancele contratos a partir do segundo mês (consecutivo ou não) de inadimplência dentro de um período de 12 meses.

Contudo, para que essa rescisão ocorra, algumas regras e pré-requisitos - que são variáveis conforme o tipo de contratação, seja empresarial, pessoal, familiar, entre outros - precisam ser obedecidos, como a comprovação de comunicação oficial, formalizada por parte da seguradora, sobre a situação de inadimplência até no máximo o 50º dia da ocorrência.

Há ainda uma série de impasses para a quebra contratual, como a impossibilidade de cancelamento de contrato de pessoas já em internação, ainda que obedeçam aos critérios de inadimplência. Muitas das medidas são vantajosas frente ao beneficiário, mas podem apresentar complicações no panorama geral do fornecimento desses serviços. Isso acontece de forma que, para as seguradoras, a nova medida dificulta a ruptura de contratos fraudulentos, um desafio que já afetava severamente o setor antes da implementação dessa resolução.

Essas mudanças vêm em concomitância com a sanção, ainda no mês de dezembro de 2024, do Marco Legal dos Seguros [2]. Um pacote mais amplo de medidas regulatórias que alteram consideravelmente a legislação da área, estabelecendo novas regras de prazo no pagamento dos sinistros, mudanças no processo de avaliação de risco, entre outras medidas.

O mercado securitário recebe com cautela - e até algum nível de preocupação - esse pacote de leis, com receios de que elas, visando favorecer a transparência ao consumidor final, dificultem processos de investigação em sinistros mais complexos, e possam resultar em maiores custos repassados nos produtos.

Com a recente implementação da nova regra, ainda é prematuro avaliar seus impactos práticos no mercado. Durante o primeiro ano de vigência, espera-se que surjam amostragens mais precisas e análises numéricas desses reflexos. A expectativa é que tais mudanças não tornem o segmento securitário mais oneroso, impactando assim a acessibilidade dos seguros para os clientes e a rentabilidade das operações para as seguradoras.

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Seguros Unimed evita prejuízo de R$853 mil em ação judicial contra práticas irregulares de reembolso


A Seguros Unimed, braço segurador e financeiro do Sistema Unimed, obteve sucesso em mais uma ação judicial no Estado de São Paulo, prevenindo um prejuízo superior a R$ 853 mil, referente a pedidos de reembolsos indevidos e 23 NIPs - Notificação de Intermediação Preliminar - abertas indevidamente em nome de segurados. A NIP é um instrumento de mediação usado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para mediar a relação entre operadoras de saúde e beneficiários.

A ação envolveu o uso inadequado de login e senha, um processo essencial para o acompanhamento de reembolsos, por parte de uma clínica que estava realizando solicitações de reembolsos sem a devida comprovação de pagamento. A Seguros Unimed obteve uma liminar que bloqueia a clínica de utilizar essas credenciais de acesso, além de garantir que as NIPs abertas de forma irregular não fossem computadas no monitoramento da garantia assistencial.

De acordo com Fabiano Catran, diretor Executivo Institucional e de Cliente da Seguros Unimed, essas medidas reforçam o compromisso da Seguros Unimed em manter a integridade nos processos de reembolso e proteger seus segurados. "Estamos firmes em nosso compromisso de garantir a segurança financeira e a confiança dos nossos clientes. A Seguros Unimed continuará vigilante contra práticas fraudulentas e agirá de maneira resolutiva para proteger os interesses de nossos segurados", afirmou.

Ao longo dos últimos 2 anos (2023 e 2024) já foram concedidas 67 decisões favoráveis à seguradora, que impediram clínicas e estipulantes de praticar fraudes, tais como a solicitação de login e senha, emitir reembolsos sem desembolso e abrir demandas junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), resultando em uma economia de R$41,7 milhões, além das 135 notícias-crime distribuídas.

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PORTAL G1

Contratos ilegais e desvio de dinheiro: entenda esquema de corrupção na Saúde de Goiás entre 2012 e 2018 apontado pela PF

Organização social quarteirizava serviços a empresas vinculadas a políticos, afirmou a CGU. Ex-governador Marconi Perillo (PSDB) está entre os investigados.

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) investigam um esquema de corrupção na Saúde de Goiás entre os anos de 2012 e 2018. O esquema envolvia desvio de dinheiro público e contratos ilegais feitos por uma organização social (OS) que administrava dois hospitais em Goiânia, informaram as autoridades. Entre os investigados, está o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

A CGU relatou que as investigações começaram em 2019, depois que a PF recebeu informações anônimas. Na quinta-feira (6), os órgãos federais deflagaram a Operação Panaceia em que foram cumprimos 11 mandados de busca e apreensão em Goiânia e Brasília. Dentro da operação, a Justiça Federal determinou ainda o sequestro de R$ 28 milhões dos investigados.

A controladoria afirmou que os recursos desviados vinham do Sistema Único de Saúde (SUS). A OS Gerir, investigada na operação, recebeu mais de R$ 900 milhões por meio de contatos com o governo estadual. A OS administrava o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin).

Em nota, a defesa da OS repudiou a operação policial e disse que as investigações “violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo”. A advogada Eloiza Emidio afirmou ainda que confia que a Justiça irá corrigir as distorções da operação (leia nota completa ao fim do texto).

Investigação

A Polícia Federal informou que são investigados os crimes de desvio de recursos (peculato), corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A soma de todos os crimes pode levar a 40 anos de prisão, informou a PF.

Entre os investigados, está Marconi Perillo, governador do estado na época em que os desvios teriam acontecido. Ele, que é atual presidente nacional do PSDB, afirmou ser inocente em post nas redes sociais.

“Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda”, escreveu Perillo.

Em nota, a defesa de Marconi disse ainda que tem "absoluta tranquilidade" em relação às investigações e que a operação é um "tentativa de constrangimento ilegal".

O PSDB também se manifestou por meio de nota e disse que confia que as investigações irão comprovar que Perillo não cometeu nenhum crime (nota completa ao fim do texto).

As autoridades não divulgaram os nomes de outros investigados e nem quais bens foram sequestrados.

Quarteirização e desvio

De acordo com a PF, a OS Gerir tinha um contrato com o governo de Goiás para administrar dois hospitais de urgência da capital. A empresa fazia outros contratos com outras empresas para realizar o serviço.

As investigações apontaram que essas empresas contratadas pela OS eram vinculadas a administradores da organização social e a agente públicos, disse a PF.

"Parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos próprios administradores da organização social, o que é vedado por Lei”, informou a polícia.

Contratos ilegais

A CGU informou que os contratos firmados entre a OS Gerir e as empresas tinham descrições genéricas, sem especificação dos serviços. A controladoria disse que nem mesmo os quantitativos eram determinados, “o que tornou impraticável a fiscalização da execução dos Contratos de Gestão”.

Notas fiscais e outros documentos extraídos do sistema de prestação de contas indicam que pagamentos foram feitos sem a devida “medição”, considerou a controladoria.

As investigações apontaram ainda que foram firmados contratos semelhantes, que indicam a “sobreposição de contratações e desperdício de recursos públicos”, disse a CGU.

PF faz operação que investiga desvio na saúde durante governo de Marconi Perillo

Nota da OS Gerir

"A defesa do Instituto Gerir repudia com veemência a deflagração da Operação Panaceia pela Polícia Federal A execução de mandados de busca e apreensão, mesmo após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) haver reconhecido de forma expressa o excesso de prazo das investigações, evidencia um ato de retaliação política e a tentativa desesperada de salvar uma operação juridicamente insustentável.

O TRF1 deixou claro que as investigações, iniciadas há mais de cinco anos para apurar fatos ocorridos em 2012, violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a um constrangimento ilegal e injustificado. A decisão ressaltou, ainda, a completa ausência de elementos concretos capazes de justificar a continuidade das apurações, evidenciando o abuso de poder e o caráter desproporcional dessa operação.

Ao ignorar essa constatação do Judiciário, a deflagração da operação e a determinação de medidas extremas, como buscas e apreensões, revelam seu verdadeiro objetivo: manchar a reputação do Instituto Gerir e dos investigados, utilizando-se de uma ação midiática e desprovida de fundamentos jurídicos legítimos.

O Instituto Gerir não aceitará ser alvo de perseguições nem de manobras de retaliação que desrespeitam decisões judiciais e direitos fundamentais. Estamos adotando todas as medidas legais cabíveis para responsabilizar aqueles que insistem em abusar do poder investigativo e ignorar os limites impostos pela Justiça.

Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a ética e a prestação de serviços públicos de qualidade. Confiamos que a Justiça prevalecerá, corrigindo essa grave distorção e pondo fim às práticas abusivas e retaliatórias."

Nota do PSDB

"O PSDB e alguns de seus quadros foram vítimas recentes de abusos, arbitrariedades e erros de investigações e processos judiciais. Mesmo assim, o PSDB defende que toda e qualquer denúncia seja sempre investigada e os culpados, punidos. Sem perseguição.

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, foi uma dessas vítimas. Governador de Goiás em quatro mandatos, responsável por transformações perenes no Estado, foi acusado de fatos depois comprovadamente inverídicos. Foi vítima de injustiças, como o próprio sistema judicial já atestou, ao arquivar todas as investigações e processos contra ele.

Nesta quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025, sete anos após Perillo deixar o cargo de governador de Goiás, Controladoria Geral da União e Polícia Federal deflagraram uma operação que envolve o ex-governador por fatos supostamente ocorridos em seu quarto mandato de governador. Sete anos depois, e remetendo a supostos fatos de 13 anos atrás!

Causa estranhamento que uma investigação leve tanto tempo para ser iniciada. Mais que estranhamento, causa também indignação! Mas ainda assim temos confiança de que, mais uma vez, a investigação levará à comprovação de que, se houve algum crime, o governador Marconi Perillo certamente não o cometeu.

O mínimo que a sociedade brasileira espera é que os órgãos de investigação sejam rápidos e isentos para apontar culpados e inocentes.

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A REDAÇÃO

Assembleia de Goiás debate irregularidades no Ipasgo

Reunião ocorre após troca de empresa

 A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Goiás realizará, na próxima terça-feira (11/2), uma audiência pública para discutir irregularidades no Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). O debate ocorre após a troca da empresa de faturamento para a Facplan. Presidida pelo deputado Gustavo Sebba (PSDB), a sessão será híbrida, realizada no Auditório 1 da Assembleia e transmitida ao vivo pelo YouTube no canal TV Assembleia Goiás.

“Nosso objetivo é esclarecer os impactos dessa mudança, identificar falhas e buscar soluções para evitar prejuízos aos usuários do plano”, destacou o deputado.

A programação contará com a participação de especialistas e representantes de entidades da saúde, incluindo:

          •         14h00 – Abertura com deputado Gustavo Sebba

          •         14h30 – Dra. Francine Leão, presidente do Simego

          •         15h00 – Dr. Arthur Silveira Miranda, presidente da Comissão de Saúde da OAB

          •         15h30 – Vinícius de Cecílio Luz, presidente do Ipasgo (Facplan)

          •         16h00 – Debate com participantes

          •         16h30 – Considerações finais do deputado Gustavo Sebba

Serviço:

Tema: Audiência pública sobre irregularidades no Ipasgo

Data: 11 de fevereiro de 2025 (terça-feira), às 14h

Local: Auditório 1 da Assembleia Legislativa de Goiás

Transmissão ao vivo: YouTube – TV Assembleia Goiás

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FOLHA DO PLANALTO

Cardiologista da equipe CDI Premium alerta: o café é um aliado do coração quando consumido com moderação

Mais do que um hábito cultural, o café pode ser um verdadeiro aliado da saúde cardiovascular. Estudos indicam que o consumo moderado da bebida — de duas a três xícaras por dia — pode reduzir o risco de doenças do coração e até de morte precoce.

Uma pesquisa conduzida pelo cardiologista australiano Peter Kistler, especialista em distúrbios do ritmo cardíaco, analisou mais de 450 mil consumidores de café ao longo de dez anos e apontou benefícios significativos. Segundo o estudo, o café moído reduziu em 27% o risco de mortalidade, enquanto o descafeinado apresentou uma redução de 14% e o solúvel com cafeína, 11%.

Mas qual o melhor momento para saborear a bebida? A cardiologista Fabiana Miranda Boaventura (CRM/GO 16125 RQE 10386), da equipe CDI Premium, recomenda que o café seja ingerido pela manhã ou logo após o almoço. “Ele melhora o foco e a produtividade, o que pode contribuir para um melhor desempenho ao longo do dia”, explica.
Por outro lado, o consumo a partir das 15h ou 16h deve ser evitado. “A cafeína pode atrapalhar o sono e comprometer a recuperação do organismo durante a noite”, alerta a médica.

Ao adaptar os achados do estudo para a realidade brasileira, um ponto de atenção é o açúcar. “O benefício é do café, não do café adoçado”, ressalta Fabiana Boaventura. Como o café no Brasil costuma ser mais forte e frequentemente adoçado, o consumo excessivo de açúcar pode anular os efeitos positivos da bebida.

Outra preocupação são as cápsulas, cada vez mais populares. Apesar da praticidade, elas contêm uma concentração maior de cafeína e podem levar a um consumo excessivo. “Por serem pequenas, as pessoas tendem a tomar mais, o que pode resultar em efeitos colaterais como insônia, taquicardia e arritmia, principalmente em quem tem alguma condição cardiovascular não diagnosticada”, explica a especialista.

O segredo, portanto, está na moderação. Quando consumido com equilíbrio e sem excessos, o popular cafezinho pode ser um forte aliado do coração e da produtividade.

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TV ANHANGUERA

Cirurgias plásticas reparadoras podem melhorar a qualidade de vida

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/cirurgias-plasticas-reparadoras-podem-melhorar-a-qualidade-de-vida-13319720.ghtml

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JORNAL OPÇÃO

Fundahc revisa plano de trabalhado das maternidades após reunião sobre redução do contrato para R$ 12,3 milhões

A proposta da Prefeitura de Goiânia para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) é reduzir o valor global do contrato de R$ 20 milhões para R$ 12,3 milhões por mês, o que deve alterar a prestação de serviços das três maternidades da Capital. Segundo apurado pela reportagem, o laboratório de análises clínicas funcionará exclusivamente na Maternidade Dona Iris. Já as tomografias da rede municipal de saúde serão realizadas na Maternidade Célia Câmara.

A Fundahc deve apresentar até esta sexta-feira, 7, uma minuta do novo contrato que passará por avaliação da Procuradoria-Geral do município de Goiânia. As mudanças serão adotadas por um período de 120 dias e passará por nova avaliação após o fim deste intervalo. De acordo com a entidade, o novo plano de trabalho já levará em conta o corte no valor global do contrato de 40%. A medida não deve afetar os atendimentos de urgência e emergência em nenhuma das unidades.

O débito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a entidade apenas no ano passado foi de R$ 100 milhões. Essa dívida, segundo a fundação, chegou a prejudicar os atendimentos nas três maternidades que suspenderam procedimentos não emergenciais ao longe 2024. Desse valor, R$ 86,5 milhões são referentes a obrigações vencidas, enquanto o restante inclui passivos trabalhistas.

Entre outubro e novembro, a Fundahc recebeu dois repasses da Prefeitura, que juntos somavam R$ 26 milhões após ordem de bloqueio dos recursos por parte do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o pagamento das dívidas deixadas pela gestão anterior, tanto com a Fundahc quanto com prestadores de serviços do município “ainda estão sendo renegociadas, tendo em vista o atual estado de calamidade da rede municipal de saúde”.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 06 Fevereiro 2025 07:19

CLIPPING AHPACEG 06/02/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Valor de contrato com fundação que administra maternidades de Goiânia vai ser reduzido

Pacientes e profissionais denunciam falta de leitos em unidades de saúde de Anápolis

Desempenho de 74,9% das operadoras é considerado 'bom' ou 'excelente' pela ANS

Planos de saúde e a Justiça que salva vidas

Aumento de casos de dengue coloca 27 cidades de Goiás em emergência

Aborto legal: ação no STF pede que enfermeiros possam realizar técnica

TV ANHANGUERA

Valor de contrato com fundação que administra maternidades de Goiânia vai ser reduzido

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/valor-de-contrato-com-fundacao-que-administra-maternidades-de-goiania-vai-ser-reduzido-13316678.ghtml

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Pacientes e profissionais denunciam falta de leitos em unidades de saúde de Anápolis

https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/pacientes-e-profissionais-denunciam-falta-de-leitos-em-unidades-de-saude-de-anapolis-13316703.ghtml

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MEDICINA S/A

Desempenho de 74,9% das operadoras é considerado 'bom' ou 'excelente' pela ANS

O desempenho de quase 75% das operadoras de saúde do país foi considerado "bom" ou "excelente" pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no melhor resultado por faixa avaliativa do setor desde 2017. A análise foi feita pela Blendus, healthtech que atua na governança de dados regulatórios em saúde suplementar, com base nos dados do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgados pelo órgão regulador no final de dezembro com a avaliação de 833 operadoras no país.

O IDSS é uma nota atribuída anualmente pela ANS às operadoras de saúde que avalia dimensões como qualidade e atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade no mercado e gestão de processos e regulação. A classificação varia de 0 a 1, sendo 1 a melhor nota. Os números divulgados são referentes ao ano-base 2023, e a análise da Blendus levou em conta as médias aritmética simples do IDSS, sem diferenciação em relação ao porte das operadoras.

De acordo com o levantamento, 52,2% das operadoras de saúde foram classificadas na faixa de avaliação "boa", enquanto 22,7% foram consideradas "excelentes". A escala utilizada pela ANS conta ainda com as faixas "intermediária", onde se enquadraram 16% das operadoras, "penúltima" (7,7%) e "última" (1,3%).

Levando em conta todas as dimensões do IDSS, a média geral das operadoras de saúde foi de 0,6786, melhor desempenho em quatro anos. Por outro lado, apenas 2,16% (18 operadoras) receberam a nota máxima no IDSS.

Para Flávio Exterkoetter, CEO e sócio-fundador da Blendus, os resultados são positivos para o setor. "Fazendo uma análise do cenário como um todo, os números revelam que as operadoras de saúde estão melhorando o desempenho em aspectos como serviços e atendimentos, com base nos critérios da ANS. Ao mesmo tempo, demonstram também uma evolução na qualidade e tratamento de dados, pois isso diminui erros na comunicação com a Agência Nacional de Saúde e tem impacto importante na avaliação", analisa.

Garantia de acesso segue como principal desafio

Entre as dimensões avaliadas pela ANS, a Garantia de Acesso (IDGA) registrou o menor desempenho, com média de 0,4232 no ano-base 2023. Historicamente, essa é uma dimensão desafiadora para as operadoras. "Mesmo em 2019, quando o setor alcançou sua melhor média nessa categoria, o índice foi de apenas 0,4594, ainda dentro da faixa avaliativa intermediária", destaca Flávio Exterkoetter, CEO da Blendus.

Um dos principais entraves nessa dimensão é o indicador 2.2. Ele avalia o acesso dos beneficiários idosos à consulta eletiva com seu médico generalista, com meta de duas consultas ao ano para cada um dos beneficiários da operadora com 60 anos ou mais. Em 2023, 73,2% das operadoras receberam nota zero nesse indicador, enquanto 92,81% das operadoras foram enquadradas nas faixas "penúltima" ou "última".

Em contrapartida, a Sustentabilidade no Mercado (IDSM) foi a dimensão mais bem avaliada, com média de 0,8863, o melhor desempenho desde 2017. Em seguida, aparecem Gestão de Processos e Regulação (IDGR), com 0,8104, e Qualidade em Atenção à Saúde (IDQS), que alcançou 0,6714, também registrando sua melhor média desde 2017.

Sul lidera desempenho regional no IDSS

As operadoras da região Sul apresentaram a melhor média de desempenho no último Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), com 0,7323, destacando-se como a região mais bem avaliada do país, ainda conforme a análise da Blendus. Na sequência, aparecem Centro-Oeste (0,6836), Norte (0,6813), Sudeste (0,6670) e Nordeste (0,6574).

Apesar da média positiva na maior parte do país, três estados do Nordeste ficaram com a média na faixa intermediária: Piauí (0,5991), Sergipe (0,5967) e Maranhão (0,5622). Já no Norte, o Amazonas foi o único estado a registrar média intermediária (0,5655). As demais unidades federativas apresentaram médias nas faixas avaliativas "boa" ou "excelente", reforçando os avanços gerais observados nas operadoras em todas as regiões.

"Os resultados do IDSS reforçam a importância de uma gestão estratégica e eficiente dos dados regulatórios pelas operadoras de saúde, o que contribui para decisões assertivas que podem influenciar a melhoria assistencial à saúde dos beneficiários", comenta Flávio Exterkoetter.

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PORTAL G7

Planos de saúde e a Justiça que salva vidas

No Brasil, a Justiça que faz a diferença diante do descaso e descompromisso de muitas operadoras de planos de saúde

*Natália Soriani

A cada ano, a ciência se debruça em inovações tecnológicas e medicamentosas com o propósito de fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas. O mesmo objetivo deveria ser compartilhado pelas operadoras de saúde. No Brasil, contudo, esse cuidado infelizmente nem sempre acontece. É onde entra a Justiça que, em muitos casos, representa o caminho que salva vidas diante do descaso e descompromisso dessas empresas.

Em um caso recente, um jovem de 25 anos que enfrenta uma intensa batalha contra a depressão grave, precisou recorrer ao judiciário para garantir acesso a um medicamento revolucionário que fora recomendado por médicos como uma última possibilidade de tratamento, mas negado pela operadora SulAmérica Seguradora de Saúde S.A..

O medicamento chama-se Spravato, produzido à base de Cloridrato de Escetamina. Por ser uma droga ainda não inserida no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador das operadoras de saúde no país, o convênio médico do beneficiário negou acesso a esta possibilidade que surgiu como recurso final para tratamento de sua doença.

Julgado pela Juíza da 5ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Luciana Bassi de Melo, o caso foi deferido favoravelmente ao beneficiário para o acesso a tal medicamento. Em sua decisão, a magistrada destacou que "apesar das limitações naturais decorrentes deste início de processamento do feito, e sem desconsiderar que...a recusa decorre da ausência de previsão do fármaco no rol da ANS, bem como em razão do cumprimento do período de carência ...entendo que as provas pré-constituídas que acompanham a petição inicial se mostram suficientes para convencer este Juízo a respeito da plausibilidade do direito invocado, em virtude do grave problema de saúde apresentado pelo autor, inclusive com risco a sua integridade física caso o tratamento não seja iniciado com a medição indicada pelo médico".

Na decisão, a juíza também ressaltou "a situação de 'urgência', justificando o encaminhamento médico existente nos autos e também diante do potencial de ocorrência de perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, caso a medida viesse a ser concedida apenas a final, daí...a antecipação de tutela de urgência pleiteada, a fim de determinar que a ré autorize o tratamento do autor, no prazo de cinco dias com o medicamento indicado".

A decisão em prol da vida deve ser aplaudida e reforça o olhar da Justiça acerca da relação, por vezes abusivas, existente entre beneficiário e seu plano de saúde. Pela relevância que tem, este caso não deve ser visto como a história de uma pessoa, mas um componente importante para um debate vital sobre a importância do acesso a tratamentos adequados e a luta contra a burocracia na saúde.

O paciente deste caso não ficou resiliente com a negativa do plano de saúde. Foi em busca de seus direitos, inclusive aquele que é tão fundamental, qual seja o direito à vida. Outros exemplos semelhantes acontecem pelos tribunais do país, mas, infelizmente, ainda em pequeno número comparado com a quantidade de negativas a tratamentos e outras condutas abusivas das operadoras de saúde, em contradição ao que determina o Código de Defesa do Consumidor.

Nesse sentido, beneficiários em todas as regiões do país que se sintam lesados por seus planos de saúde podem e devem buscar auxílio jurídico para, na Justiça, garantir seu pleno direito à saúde, especialmente em casos de gravidade e de risco de morte. A Justiça tem entendido a abusividade cometida por muitos planos em questões sensíveis e, de fato, tem sido aplicada para salvar vidas.

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e de Saúde

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A REDAÇÃO

Aumento de casos de dengue coloca 27 cidades de Goiás em emergência

Goiás está em alerta devido ao aumento de casos de dengue no início de 2025. O Estado já registra 6.191 casos e duas mortes em decorrência da doença. Além disso, outros 16 óbitos estão sendo investigados para verificar possível ligação com o vírus. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a pasta segue monitorando a situação das arboviroses.

A SES-GO informou à reportagem do jornal A Redação que 27 municípios goianos estão em situação de emergência, devido à taxa de incidência por 4 semanas consecutivas acima do limite esperado para o período.

Municípios em situação de emergência:

Iporá

Itumbiara

Faina

Itapuranga

Itapaci

Catalão

Jaraguá

Caçu

Santo Antônio do Descoberto

Diorama

Mozarlândia

Nerópolis

Araguapaz

Heitoraí

Mundo Novo

Americano do Brasil

Guarinos

Brazabrantes

Campos Belos

Santo Antônio de Goiás

Cromínia

Mossâmedes

Palestina de Goiás

Itajá

Turvelândia

Davinópolis

Gouvelândia

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CNN BRASIL

Aborto legal: ação no STF pede que enfermeiros possam realizar técnica

Uma ação protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) pede para que profissionais de enfermagem estejam autorizados para realização de abortos, nos casos em que a legislação permite a prática de interrupção da gestação. Atualmente, apenas médicos têm a permissão.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para que enfermeiros e outros profissionais de saúde, além de médicos, possam realizar abortos legais. A ação questiona a interpretação do Código Penal que restringe o procedimento aos médicos.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1207 foi distribuída ao ministro Edson Fachin. O ministro já relata outra ação sobre aborto no STF. O pedido busca ampliar o acesso ao aborto legal nos casos já previstos em lei: risco de morte da gestante e gravidez resultante de estupro.

Entidades argumentam que restrição viola direitos e dificulta acesso ao aborto legal

Atualmente, o Código Penal brasileiro criminaliza o aborto, exceto em duas situações: quando não há outra maneira de salvar a vida da gestante e em casos de gravidez decorrente de estupro.

Em 2012, o STF também descriminalizou a interrupção da gravidez de feto com anencefalia. PSOL e Aben argumentam que a interpretação literal do Código Penal, limitando o procedimento aos médicos, viola direitos e contraria as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo as entidades, o aborto é um procedimento de baixa complexidade que pode ser realizado por outros profissionais de saúde capacitados, em unidades de atenção primária.

A tese ressalta que a classificação do aborto como procedimento médico complexo torna o atendimento lento e burocrático, dificultando o acesso, principalmente para meninas em situação de vulnerabilidade.

A decisão do STF sobre a ADPF 1207 poderá ter impacto significativo na saúde pública e nos direitos das mulheres.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 05 Fevereiro 2025 07:32

CLIPPING AHPACEG 05/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quem é Lígia Bahia, professora da UFRJ acusada de difamação pelo Conselho Federal de Medicina

Cuide de sua saúde: Clínica São Marcelo promoverá ação solidária de doação de sangue

NSC TOTAL

Quem é Lígia Bahia, professora da UFRJ acusada de difamação pelo Conselho Federal de Medicina

Órgão alega que médica fez acusações infundadas durante uma entrevista a um canal do Youtube em outubro do ano passado

A médica sanitarista e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, está sendo acusada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por difamação. Nesta semana, a acadêmica recebeu apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) por meio de uma nota conjunta. As informações são da Folha de S. Paulo.

O CFM pede uma indenização de R$ 100 mil de Lígia, por conta de declarações feitas pela professora durante uma entrevista ao canal do Youtube do Instituto e Livraria Conhecimento Liberta. O vídeo não está mais no ar.

O órgão alega que a professora fez "acusações infundadas", "proselitismo ideológico" e "discurso de ódio" contra a instituição.

No processo contra Lígia, constam supostos trechos da entrevista onde a professora diz: " É ultra preocupante que o Conselho Federal de Medicina seja ocupado, digamos assim, politicamente, por posicionamentos político-partidários muito claros ".

O episódio foi dois meses após a eleição da nova gestão do CFM, em agosto do ano passado. Na época, dos 27 conselheiros, 18 eram contra o aborto legal, filiados a um partido político ou defendiam o uso de cloroquina para tratar a Covid - medicamento que já foi provado ineficaz no tratamento da doença. Alguns dos médicos, inclusive, foram investigados pelo próprio conselho por apoiarem os atos golpistas de 8 de janeiro.

Dois anos depois, atos de 8 de janeiro têm 371 condenações e 650 casos à espera de definição

O que diz a defesa de Lígia

Na época, a defesa de Lígia negou as acusações e defendeu a garantia do direito à liberdade de expressão: " Acreditamos que a possibilidade de manifestar opiniões e experiências pessoais contribui para a construção de senso crítico e de uma sociedade democrática e plural ", dizia a nota.

Em comunicado conjunto, a ABC e SBPC saíram em defesa da médica alegando que as declarações da professora na entrevista "refletem consensos científicos amplamente reconhecidos".

A nota dos dois órgãos diz, ainda, que o "CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e uma sociedade democrática".

Além da indenização de R$ 100 mil, o CFM pede uma retratação pública da professora, além da proibição de novas publicações que o órgão considere ofensivo. Na ação, são réus a empresa Google, dona do Youtube, e o Instituto Conhecimento Liberta.

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GONEWS 365

Cuide de sua saúde: Clínica São Marcelo promoverá ação solidária de doação de sangue

A prática de esportes após recomendação médica salva vidas, por isso sempre que puder faça sua caminhada, corrida, academia e tudo aquilo que seja importante para qualidade de vida.

Nessa sexta-feira, 7 de fevereiro, quem for a Unidade Marista da Clínica São Marcelo, além de realizar seus exames de imagem com segurança e precisão, ainda poderá fazer uma boa ação, doando sangue e ajudando a salvar até quatro vidas. A ação solidária para estimular a doação de sangue entre colaboradores, pacientes e visitantes acontecerá em parceria com o Hemocentro de Goiás e a Unidade Oeste da clínica. As doações poderão ser feitas das 8 às 16 horas, na Unidade Marista, localizada na Alameda Coronel Eugênio Jardim, 355, em frente ao Parque Areião.

Terça, 04 Fevereiro 2025 06:58

CLIPPING AHPACEG 04/02/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quase metade dos médicos brasileiros não tem especialidade

Unimed Federação Centro Brasileira conquista Selo ESG Unimed 2024 na categoria Prata

Vamos falar de práticas ESG na saúde?

Câncer em mulheres: como a medicina personalizada pode transformar vidas

Diagnóstico de Covid longa passa despercebido nos serviços de saúde

Mudanças do governo Lula no Médicos pelo Brasil podem prejudicar 4 mil profissionais

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

DIÁRIO MS NEWS

Quase metade dos médicos brasileiros não tem especialidade

Dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025 expõem urgência na revisão do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil

O cenário atual da formação médica especializada no Brasil revela um descompasso alarmante entre a oferta de especialistas e a crescente demanda por atendimento especializado, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Resultados preliminares do estudo Demografia Médica no Brasil 2025 destaca a necessidade de reavaliar e reformular o modelo de formação de especialistas para garantir uma oferta adequada de profissionais qualificados onde são mais necessários. Segundo o estudo, o Brasil tem mais de 260 mil médicos generalistas, o que equivale a quase metade do contingente de profissionais em atuação no país.

Em 2022, 25.500 médicos se formaram, mas havia apenas 16.000 vagas de residência médica em 2023. O déficit de quase 10 mil vagas em residência médica provoca impactos graves na saúde pública. O resultado da política implantada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece a residência médica como único caminho para a formação de especialistas, é a dificuldade de acesso a atendimento especializado pela população que depende do SUS, principalmente nas regiões mais remotas do país.

O presidente da Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo), Eduardo Teixeira, entende que este cenário evidencia a urgência de repensar as vias de especialização médica no país. "A maior parte destes 260 mil médicos sem o registro de especialidade no CFM é composta por especialistas que não têm essa condição reconhecida porque, em vez de residência médica, fizeram cursos de pós-graduação lato sensu. Estamos falando de dezenas de milhares de profissionais atualizados e com conhecimento para atuar em inúmeras áreas da medicina que hoje sofrem com a falta de especialistas", comenta o cirurgião.

Quase metade dos médicos não tem especialidade registrada no CFM

É preciso deixar claro que a pós-graduação lato sensu é uma via legítima para a especialização, amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que atribui ao MEC a competência para normatizar esses cursos. "Temos muitos cursos de pós com conteúdo programático e duração semelhantes e até mais extensos que os das residências médicas", afirma Teixeira, que é professor titular da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Frente ampla em defesa da saúde pública

A Abramepo defende a criação de uma frente formada pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e entidades médicas para regulamentar os cursos de pós-graduações médicas e estabelecer a modalidade como uma forma legítima de especialização. "Diante da escassez de vagas de residência, precisamos reconhecer a pós-graduação lato sensu como via legítima de especialização. Para isso, devemos estabelecer requisitos rigorosos de qualidade. A Abramepo defende um diálogo com diversas entidades médicas e o MEC para construir um modelo regulatório eficaz que garanta a qualidade da pós-graduação e o reconhecimento dos profissionais qualificados, contribuindo para a solução da escassez de especialistas no Brasil. Essa é uma questão urgente de saúde pública", reforça Teixeira.

Lei autoriza atuação em todas as áreas

A Lei 3268/57 diz que todos os médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) podem atuar em qualquer área da medicina. Mas uma norma do CFM limita a divulgação, por parte dos médicos, de seus cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Na prática, o médico pode e atua em sua área de especialidade, mas não pode informar corretamente os pacientes sobre sua formação. "Isso tem consequências drásticas para os profissionais. Muitos editais de concurso para médico do SUS vêm com a obrigatoriedade de RQE para atuar e muitos convênios não credenciam profissionais sem RQE. O resultado é falta de especialistas no SUS e em convênios mais populares. Essa reserva de mercado atinge justamente quem não tem condições de pagar por consultas particulares. Se nada for feito, a saúde pública vai entrar em colapso", afirma o presidente da Abramepo.

O caminho para a solução

A revisão urgente do modelo de formação de especialistas médicos no Brasil é fundamental para enfrentar o desafio da escassez de profissionais especializados no SUS. A proposta da Abramepo oferece uma via promissora para equilibrar a oferta e a demanda de especialistas, garantindo a qualidade da formação e o atendimento às necessidades da população brasileira. "É fundamental que as autoridades competentes e as entidades médicas unam esforços para implementar mudanças significativas, assegurando o cumprimento da Constituição, que garante a cada brasileiro o acesso integral à Saúde", completa Teixeira.

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FOLHA DO PLANALTO

Unimed Federação Centro Brasileira conquista Selo ESG Unimed 2024 na categoria Prata

A conquista da certificação é um reconhecimento da importância das medidas implantadas em prol da governança ambiental, social e corporativa

A missão da Unimed Federação Centro Brasileira de oferecer serviços de excelência e sustentabilidade foi mais uma vez reconhecida. Agora, com o Selo ESG Unimed 2024, na categoria Prata.

O selo foi concedido pela Unimed do Brasil e ressalta a importância das medidas implantadas pela Federação em prol da governança ambiental, social e corporativa, que fortalecem os princípios do cooperativismo, como gestão comprometida com a integração e perenidade das Unimeds federadas.

O Selo ESG Unimed 2024 inaugura um ciclo da certificação, agora bianual. Para a concessão, são analisados requisitos mínimos de evidências de boas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (“ESG”, na sigla em inglês) nas cooperativas do Sistema Unimed e em recursos próprias.

Por meio da pontuação, são definidas as categorias Ouro, Prata e Bronze. A mais recente edição, contou com a participação de 113 Unimeds e 60 hospitais, que tiveram a oportunidade de autodiagnosticar suas ações em ESG.

Exemplos rotineiros desse compromisso na Federação estão nos cursos, workshops e demais eventos promovidos, que visam levar conhecimentos e atualizações às equipes, assim como as reuniões periódicas com as diretorias.

Outro exemplo da atuação da Federação nas boas práticas ESG está na parceria com o projeto Tampatas, com a instalação de um ponto de recolhimento de tampas plásticas que serão vendidas e terão os recursos destinados à castração de animais abandonados.

A Unimed Federação Centro Brasileira parabeniza todos que contribuíram para essa conquista e seguirá investindo nos pilares da ESG para manter a qualidade já reconhecida dos serviços prestados.

As diretrizes ESG têm lugar de destaque estratégico no Sistema Unimed como alavancadoras na evolução do modelo de negócio, refletindo o compromisso da marca com um futuro mais responsável e alinhado aos desafios e demandas globais.

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CANAL COM Q

Vamos falar de práticas ESG na saúde?

Nos últimos anos, a discussão sobre ESG (Environmental, Social and Governance) - conhecido no Brasil como ASG (Ambiental, Social e Governança) - ganhou destaque em diversos setores, incluindo a saúde. Instituições e empresas enfrentam o desafio de integrar esses princípios em suas práticas diárias, promovendo uma abordagem ética e sustentável.

Embora o tema ESG tenha sido politizado, é importante focar na essência positiva das práticas ESG, deixando de lado as circunstâncias políticas. Valorizar ESG é construir um mundo mais sustentável em diversos aspectos. No setor da saúde, isso significa não apenas melhorar a qualidade e ampliar o atendimento, mas também preservar o meio ambiente e promover o bem-estar social.

Estudos mostram que instituições que adotam práticas ESG frequentemente alcançam melhor desempenho financeiro e ampliam o acesso dos pacientes a tratamentos. A sustentabilidade e a responsabilidade social podem reduzir custos, fidelizar pacientes e atrair investimentos.

Para avançar na implementação de ESG na saúde no Brasil, é necessário mudar mentalidades, promovendo a formação de profissionais e uma cultura organizacional que valorize ética e responsabilidade. A colaboração entre setor público e privado é crucial, pois permite unir recursos e esforços para viabilizar práticas sustentáveis em larga escala. O setor público pode oferecer incentivos fiscais, apoio regulatório e financiamento para a infraestrutura necessária, enquanto o setor privado contribui com inovações, investimentos e conhecimento técnico. Essa parceria torna possível a criação de soluções acessíveis e sustentáveis, mesmo em áreas com recursos limitados.

A adoção do ESG também requer uma estrutura de compliance que assegure a ética e a conformidade regulatória em todas as esferas de atuação, fortalecendo a governança interna e promovendo transparência. Um programa de compliance robusto orienta gestores e colaboradores na aplicação dos princípios ESG, criando uma estrutura que valoriza a responsabilidade e o equilíbrio entre objetivos financeiros e impactos sociais e ambientais.

A implementação de práticas ESG no setor de saúde é um desafio, mas também uma oportunidade para inovação e novos modelos de negócios. Vejamos alguns bons exemplos de práticas ESG na saúde:

Gestão de resíduos hospitalares: Desenvolvimento de sistemas eficientes de separação, reciclagem e descarte de resíduos, reduzindo o impacto ambiental;

Eficiência energética em instalações de saúde: Investimentos em tecnologia de baixo consumo, como iluminação LED e sistemas de aquecimento e refrigeração sustentáveis;

Telemedicina e redução de deslocamentos: Adoção de telemedicina para diminuir deslocamentos de pacientes, reduzindo a pegada de carbono e promovendo acesso remoto a tratamentos;

Aquisição de insumos de fornecedores sustentáveis: Priorizar fornecedores que adotam práticas responsáveis, como a redução do uso de plásticos e a escolha de materiais biodegradáveis;

Práticas de trabalho inclusivas e programas de diversidade: Desenvolver iniciativas de inclusão que promovam igualdade de oportunidades para grupos sub-representados, melhorando o bem-estar social;

Capacitação contínua em sustentabilidade e ética: Programas de formação para profissionais de saúde sobre práticas sustentáveis e ética, criando uma cultura de responsabilidade.

Essas iniciativas também incentivam a criação de um legado duradouro para as próximas gerações e oportunidades de inovação para a indústria da saúde.

Como disse John Elkington, criador do conceito de "Triple Bottom Line": "As empresas que prosperarão no futuro são aquelas que entenderam que o lucro e o propósito não são opostos, mas sim complementares." Isso nos lembra que o caminho para um setor de saúde sustentável e ético passa pela harmonização de objetivos financeiros, ambientais e sociais.

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ESTADÃO

Câncer em mulheres: como a medicina personalizada pode transformar vidas


Entender os subtipos de câncer de mama, ovário e endométrio é essencial para tratamentos individualizados, que aumentam as chances de sobrevida e a qualidade de vida das pacientes
O câncer é uma doença complexa e cada caso traz características únicas que influenciam no prognóstico e nas possibilidades de tratamento. No caso dos cânceres comuns em mulheres, como de mama, ovário e endométrio, a individualização do cuidado, baseada em testes genéticos e moleculares, tem sido um divisor de águas na forma como as pacientes são tratadas.

Mas qual a diferença entre esses dois tipos de teste? Segundo a oncologista Bruna Zucchetti, do Grupo Dasa, testes genéticos analisam o DNA herdado e identificam mutações transmitidas de geração em geração, como nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo. Essas alterações podem indicar predisposição para determinados tipos de câncer e são essenciais para orientar medidas preventivas ou tratamentos personalizados.

Os testes moleculares avaliam alterações no DNA do tumor da paciente e mostram mutações adquiridas durante o desenvolvimento da doença. "Esses testes ajudam a identificar alvos terapêuticos específicos e a escolher medicamentos mais eficazes", explica a médica.

Luciana Cavalcante (ao centro) enfrentou simultaneamente cânceres de mama e ovário e reforça a importância da testagem genética Foto: Acervo PessoalCâncer de mama

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e afeta cerca de uma a cada oito ao longo da vida, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) . Mas dizer que uma mulher tem câncer de mama é apenas o ponto de partida. Os subtipos - triplo-negativo, HER2 positivo e luminal - são determinantes para a escolha do tratamento.

A oncologista do Grupo Dasa explica que o tratamento varia conforme o subtipo tumoral. "No caso dos tumores triplo-negativos, a quimioterapia associada à imunoterapia é o pilar principal. Já nos tumores HER2 positivos, usamos terapias-alvo, como anticorpos monoclonais e medicamentos que bloqueiam essa proteína na superfície das células tumorais", diz.

Outro ponto fundamental é a testagem genética. De acordo com a especialista, pacientes com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 podem se beneficiar com uma classe específica de medicamentos que tentam impedir que as células cancerígenas reparem o DNA tumoral danificado e, assim, aumentam significativamente a resposta ao tratamento. "A testagem genética também impacta familiares, que podem adotar medidas preventivas", afirma a oncologista.

Câncer de ovário

Embora não seja tão prevalente quanto o de mama, o câncer de ovário é o mais letal entre os ginecológicos, frequentemente diagnosticado em estágios avançados . Para a oncologista clínica Andrea Gadelha, do A.C.Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), os testes genéticos são essenciais. "Toda paciente com câncer de ovário epitelial deve ser submetida a testagem genética para identificar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, pois isso define opções de tratamento e estratégias de prevenção para familiares", afirma.

O tratamento inclui cirurgia e quimioterapia, mas também conta com avanços como uma classe específica de medicamentos que bloqueia o reparo do DNA, revolucionando o cuidado. "Para pacientes com mutação BRCA, o risco de recidiva cai drasticamente com o uso desses medicamentos", explica Andrea. Segundo ela, outro marco foi a inclusão de testes moleculares que avaliam a deficiência de recombinação homóloga (HRD), um biomarcador que indica a capacidade de reparo do DNA da paciente e, dessa forma, amplia o acesso a terapias-alvo.

Câncer de endométrio

O câncer de endométrio é o sétimo mais frequente entre as mulheres no Brasil, com 7.800 casos estimados para 2025 pelo Inca . Andreia Melo, oncologista do Grupo Oncoclínicas e chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Inca, destaca a relação entre obesidade, síndrome metabólica e o aumento da incidência da doença. "Com a crescente adoção de dietas ultraprocessadas e sedentarismo, esperamos um aumento significativo de casos", alerta.

Para identificar pacientes que podem se beneficiar de tratamentos personalizados, os testes moleculares têm ganhado espaço. Uma mutação comumente encontrada no câncer de endométrio é a deficiência em enzimas de reparo de DNA. Nesses casos, a combinação de quimioterapia com imunoterapia tem mostrado resultados impressionantes em tumores avançados. "Hoje, dividimos as pacientes em subgrupos com base em alterações moleculares, o que permite tratamentos mais eficazes. Infelizmente, essas terapias ainda não estão disponíveis no SUS, o que limita o acesso a tratamentos inovadores", lamenta Andreia.

Prevenção e impacto familiar

A dona de casa Luciana Cavalcante, de 54 anos, que enfrentou simultaneamente cânceres de mama e ovário, reforça a importância da testagem genética. Após ser diagnosticada com uma mutação no gene BRCA2, Luciana incentivou os filhos a realizar o teste. Sua filha testou negativo, mas seu filho apresentou a mesma alteração genética.

Com o resultado, ele passou a adotar medidas de prevenção precoce, como exames regulares, para minimizar riscos futuros. "Saber dessa mutação foi como ter um mapa para agir de forma preventiva. Hoje, meu filho faz exames regulares que talvez só fossem recomendados muito mais tarde. Essa informação é um privilégio", afirma Luciana.

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AGÊNCIA BRASIL

Diagnóstico de Covid longa passa despercebido nos serviços de saúde

Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela elevado índice de Covid longa na cidade do Rio de Janeiro, além de altas prevalências de sintomas associados à síndrome pós-Covid, tais como fadiga, dor articular e comprometimento cognitivo. Os dados apontam que a síndrome permanece despercebida nos serviços de saúde, indicando que os pacientes não conseguem obter os cuidados necessários e os serviços de saúde não estão preparados para cuidar deles. A pesquisa aponta ainda que, apesar do alto custo da Covid longa para indivíduos, famílias e sociedade, a conscientização e compreensão sobre essa condição são muito baixas.

A pesquisa realizada em parceria com a Escola de Saúde Pública de Harvard (Harvard T. H. Chan School of Public Health) e a Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres (London School of Economics and Political Science), objetiva fortalecer o cuidado com a síndrome pós-Covid no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados foram coletados entre novembro de 2022 e abril de 2024.

Também conhecida como Covid longa, a síndrome pós-Covid é uma condição crônica associada à infecção (CCAI), que pode se desenvolver após uma infecção por SARS-CoV-2, podendo durar de três meses até anos. A síndrome envolve entre um a vários sintomas, que podem variar ao longo do tempo. Os pacientes também podem apresentar danos em alguns órgãos.

A coordenadora do projeto no Brasil, Margareth Portela contou que "o estudo foi uma iniciativa internacional, interdisciplinar e com engajamento de pacientes, com vistas a estimar a prevalência de Covid longa, a partir da probabilidade de pacientes que foram hospitalizados por Covid-19 em hospitais do SUS, na cidade do Rio de Janeiro".

A pesquisadora da ENSP explicou ainda que o estudo buscou, "identificar as necessidades, o uso e as barreiras de acesso aos serviços de saúde. No componente quantitativo do estudo, realizamos 651 entrevistas com pacientes hospitalizados durante o quadro agudo da doença. O componente qualitativo incluiu 29 entrevistas com gestores e profissionais de saúde da rede, além de 31 entrevistas sobre a experiência de pacientes vivendo com a Covid longa, independentemente de hospitalização prévia", esclareceu Portela.

Sintomas

Os resultados da pesquisa apontaram alta prevalência de sintomas pós-Covid: 91,1% dos entrevistados relataram, pelo menos, um sintoma; e 71,3% afirmaram vivenciar pelo menos um sintoma frequente. Do total de entrevistados, 39,3% falaram em síndrome pós-Covid, mas apenas 8,3% tiveram um diagnóstico de Covid longa de um profissional de saúde. Também foi constatada elevada mortalidade (12%) entre a alta do paciente e o seu recrutamento para o estudo até dois anos depois.

Os cinco sintomas mais comuns da doença foram: fadiga, mal-estar pós-exercícios (piora ou surgimento de sintomas entre 24 e 72 horas após esforço físico ou cognitivo), dor nas articulações, alterações no sono e comprometimento cognitivo.

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Mudanças do governo Lula no Médicos pelo Brasil podem prejudicar 4 mil profissionais

As recentes mudanças promovidas pelo governo Lula no Programa Médicos pelo Brasil (PMpB) , criado em 2019 pelo governo Bolsonaro com o objetivo de especializar médicos e contratá-los sob regime CLT, vão contra a legislação.

Essas alterações afetam cerca de quatro mil profissionais que atuam em áreas remotas e vulneráveis no Brasil e colocam em risco a qualidade do atendimento nessas regiões.

Raphael Câmara Medeiros Parente, conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM) , alerta que "se o governo não cumprir o que está na lei, os médicos vão acabar pedindo demissão, e as comunidades ficarão sem assistência".

Ele explica que os médicos do PMpB foram aprovados em concurso para cumprir uma carga horária de 60 horas semanais durante dois anos e, então, obter o título de especialista em Medicina de Família e Comunidade (MFC).

No entanto, no final do processo, em outubro, o Ministério da Saúde anunciou que os médicos não receberiam mais o título de especialista e, ao invés, farão um teste eliminatório neste ano.

"Caso algum médico não seja aprovado, poderá permanecer no mesmo local [ de trabalho ] como bolsista do Programa Mais Médicos [ não mais do Programa Médicos pelo Brasil ]", explicou o Ministério da Saúde, em nota enviada ao jornal Gazeta do Povo .

"Isso é um desrespeito com esse grupo, que aceitou o apelo de cuidar dos brasileiros diante da promessa de contratação pela CLT", diz o presidente do CFM, José Hiran Gallo. De acordo com ele, não há previsão em edital ou na legislação para a mudança anunciada pelo governo, o que a torna ilegal.

Segundo Raphael Câmara, essa transição para o Mais Médicos prejudica os profissionais, pois esse programa não oferece estabilidade ou benefícios trabalhistas, como FGTS, INSS e férias, ao contrário do PMpB, que contrata em regime CLT com melhores condições.

"O Mais Médicos trabalha com bolsas e tem rotatividade muito alta, enquanto o PMpB seleciona profissionais por concurso, os especializa na área e contrata em regime CLT, com estabilidade, melhores salários e garantia de que o médico não será demitido por qualquer motivo", diz Câmara, que era Secretário de Atenção Primária à Saúde em 2021, quando o programa  saiu do papel efetivamente.

Já a Associação Médicos Pelo Brasil (AMPB), que representa os médicos do PMpB, pontua que essa tentativa de aprimorar o conhecimento e a carreira dos profissionais em busca de melhor atendimento aos cidadãos parece estar sendo ignorada.

Criada em 2022, a AMPB luta pela valorização da carreira federal em MFC, independentemente dos governos. "Tínhamos receio de que o Programa Médicos pelo Brasil fosse desconstruído por ter sido feito pela oposição", diz Camacho. "E estamos vendo isso acontecer."

Ele destaca que os médicos do PMpB cumpriram uma jornada de 60 horas semanais durante dois anos - mais de seis mil horas de trabalho -, mas agora estão sem a titulação prometida. "Na prática, já está indo para três anos, sem encerramento do processo."

A médica generalista Camila Ignácio, da zona leste de São Paulo, é uma das participantes do programa. Ela fez o curso entre 2023 e 2024 e garante que o conteúdo "foi excelente, baseado em competências do Médico de Família, com a supervisão de tutores clínicos e uma plataforma de estudos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)".

À Gazeta , ela também relatou como foi extenuante ocupar 60 horas semanais para o programa, sendo 40 horas de atendimento a pacientes e 20 de estudos. "Essas horas de dedicação significaram menos tempo com meus amigos e familiares e menos horas de lazer, mas havia a motivação de me tornar especialista."

Estudante de uma escola pública da periferia, Camila se tornou a primeira médica da família e estava ansiosa para prestar a prova de titulação. Ela conta que chegou a passar na residência tradicional em Medicina de Família antes de ingressar no PMpB, mas desistiu da vaga para fazer a especialização do programa do governo federal, com vaga garantida em regime CLT.

"Confiei que uma entidade da magnitude do Ministério da Saúde cumpriria o prometido e que o médico deixaria de ser um eterno bolsista", diz Camila.

Mas o período de dois anos de curso com carga horária extensiva terminou e ela descobriu, no fim de 2024, que não receberia a titulação esperada e que até mesmo quem já tinha esse título antes de ingressar no programa poderia ser eliminado, sem contratação. "Me sinto enganada", lamentou a paulista de 33 anos, que diz ter sido "desesperador" acompanhar as informações divulgadas pelo governo.

Fernando Sabia Tallo, conselheiro titular da Associação Médica Brasileira (AMB) na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), também criticou as mudanças. "Mais uma vez, o médico brasileiro é passado para trás", disse ela em vídeo publicado nas redes sociais.

De acordo com Tallo, a Lei 13.958 dá aos bolsistas que cumprissem todas as etapas do programa o direito de fazer a prova para obter título de especialista.

Ele explica que a prova de título de MFC é prestada no Brasil em três situações: por médicos que desempenharam a função durante quatro anos, por profissionais que tenham cursado residência credenciada pela CNRM, ou por quem concluiu uma residência similar, certificada pela sociedade da especialidade.

No PMpB, o governo federal tentou realizar a terceira opção com um currículo semelhante à residência em MFC. Porém, Tallo aponta que o programa "não foi vinculado diretamente à Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)", o que é exigido nesses casos.

Então, como "nenhuma outra entidade tem autoridade para fazer um curso que dê direito à prova de título, surgiu o problema", diz o conselheiro da AMB, ao afirmar ainda que todas as titulações precisam ser autorizadas pela associação, e que a entidade deve cumprir as normas vigentes. "A posição tecnicamente é essa."

Em nota encaminhada à Gazeta do Povo , a AMB diz que o assunto está em análise pelo departamento jurídico. "Tão logo tenhamos posição definida a respeito, iremos divulgá-la."

Entretanto, o médico anestesista Diogo Leite Sampaio, vice-presidente da AMB na época do lançamento do PMpB, informa que a associação participou da elaboração do programa, que surgiu da necessidade de especialistas em Medicina da Família para regiões remotas e vulneráveis.

De acordo com Sampaio, a AMB percebeu que o programa Mais Médicos, criado em 2013, pelo governo de Dilma Rousseff, não atendia às necessidades relacionadas à atenção primária e que municípios de áreas remotas e de vulnerabilidade precisavam urgentemente de especialistas em Medicina da Família que se fixassem nessas regiões.

"Foi algo excepcional para aquele momento, e depois voltaríamos a valorizar a residência médica tradicional", diz ele. O médico também ressalta que o Congresso Nacional sancionou a lei para estabelecer o programa, e que "a lei é superior às normas".

A SBMFC, que pode certificar residência similar à tradicional para a titulação de especialista, também apoiou a iniciativa e participou da elaboração do programa. Em 28 de agosto de 2019, o então diretor da instituição, Daniel Knupp, afirmou no Senado que a entidade estava disposta a oferecer a prova aos profissionais que concluíssem a carga horária de trabalho e estudos exigida pelo PMpB.

"Acreditamos que esse curso será suficiente para formar profissionais com as competências necessárias para atendimento à população nos serviços de atenção primária", disse Knupp, à época.

A instituição também chegou a emitir uma nota técnica em relação ao programa, em agosto de 2019, reconhecendo o contexto nacional de déficit de especialistas em MFC e pontuando que "a formação proposta, composta por curso de especialização com duração de dois anos e carga horária de 60 horas semanais" seria suficiente, desde que tivesse "apoio pedagógico da SBMFC".

No entanto, em nota enviada à Gazeta na última semana, a diretoria atual da Sociedade informa que, embora tenha existido esse entendimento inicial, não foi realizada a "construção conjunta do Projeto Político-Pedagógico do curso com a SBMFC" e nem o monitoramento e avaliação.

De acordo com Raphael Câmara, que atuou como secretário de Atenção Primária à Saúde na época, as gestões das entidades mudaram depois da assinatura da lei, e o encerramento do prazo de dois anos para titulação dos médicos se deu no governo Lula, que "não têm interesse em continuar o programa por questão ideológica".

A SBMFC, no entanto, aponta que tem posicionamento resultante do não atendimento dos critérios. Além disso, reitera que a titulação de especialistas em MFC para médicos sem residência exige quatro anos de atuação na área. Portanto, os profissionais bolsistas do PMpB ainda não possuem a experiência exigida.

Diante disso, a responsável pela administração dos programas médicos governamentais - AgSUS -, esclarece que a prova agendada para abril deste ano será realizada "em parceria com a SBMFC", mas sem caráter de titulação.

A agência informa em seu site oficial que, depois do exame, os profissionais aprovados serão contratados com vínculo trabalhista no programa Mais Médicos, e não mais do PMpB.

A situação causa temor de entidades como a AMPB, que vê o novo exame como tentativa de aplicar uma prova de nível dificultado para que mais profissionais sejam eliminados e não tenham acesso à carreira.

O CFM também acompanha o caso com preocupação, já que, segundo o conselheiro Raphael Câmara, a prova tradicional da SBMF tem em torno de 90% de aprovação, e esse não é o porcentual esperado para o novo teste. "Infelizmente, podem fazer uma prova impossível que tem caráter eliminatório, então o médico não poderá fazer outra."

O Ministério da Saúde, no entanto, disse em nota à Gazeta do Povo que o exame será baseado "exclusivamente nos conteúdos estudados pelos médicos ao longo dos dois anos de especialização".

Diante da incerteza, a AMPB entrou na Justiça para solicitar à AgSUS e ao Ministério da Saúde a suspensão desse teste e a realização da prova de título prevista na lei. "Ou seja, uma prova de título realizada pela SBMFC para habilitar o profissional como especialista em medicina de família e comunidade", informa o advogado Rafael Studart.

O caso segue na Justiça.

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PORTAL G1

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

Profissionais foram afastados das funções e pelo menos uma mulher foi transferida. Polícia Penal investiga o caso.

Um médico e um enfermeiro que atuavam na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia são suspeitos de envolvimento sexual com detentas do local. De acordo com a Polícia Penal (PP), eles estariam mantendo “relações libidinosas” com mulheres no Posto de Saúde da CPP. O caso é investigado.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não conseguiu localizá-los para que se posicionassem.

A Polícia Penal relatou em nota que recebeu a denúncia sobre o caso no dia 7 de janeiro. Afirmou que ouviu detentas e profissionais de saúde no mesmo dia.

“Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade”, diz nota da polícia.

No dia 8, foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. A PP informou que foram encontrados “elementos mais robustos” de que os profissionais realmente tenham praticado as infrações.

Diante disso, um médico e um enfermeiro foram proibidos de entrar em qualquer unidade prisional do estado por tempo indeterminado, declarou a polícia.

g1 questionou sobre que tipo de relações o médico e o enfermeiro tinham com as detentas e o motivo de apenas uma ter sido transferida, mas a corporação informou que o caso ainda está em investigação.

A PP reforçou que "não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa”.

Contratos encerrados

De acordo com a PP, os profissionais suspeitos eram ligados à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Eles prestam serviços no posto de saúde da CPP por meio de um convênio firmado entre o município e a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP). A Secretaria de Saúde de Aparecida informou que encerrou o contrato com os suspeitos e que soube do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal.

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) disse que "está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas". O conselho afirmou ainda que tem compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que, até o momento, "não recebeu qualquer informação oficial sobre o caso. Mas, todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomam conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico".

Nota da Polícia Penal de Goiás

No dia 7 de janeiro de 2025 chegou ao conhecimento da 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal uma situação em que, supostamente, servidores da saúde do município de Aparecida de Goiânia estariam mantendo relações libidinosas com presas privadas de liberdade no Posto de Saúde daquele estabelecimento penal.

Na mesma data, a Gerência de Segurança e Monitoramento, em conjunto com a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal, realizaram oitivas iniciais das presas e servidores da saúde. Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade.

A Diretoria-Geral de Polícia Penal determinou a imediata instauração de sindicância preliminar pela Corregedoria Setorial, o que foi feito já no dia 08/01/2025.

Com o andamento das apurações, constatou-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município. As apurações elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas.

Um médico e um enfermeiro, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida foram proibidos de adentrar em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado.

A Polícia Penal reitera está colaborando com as investigações, e não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Comunicação Setorial da Polícia Penal de Goiás

Nota da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia

A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) informa:

- Que tomou conhecimento do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal, responsável pela gestão dos serviços de saúde dentro do complexo prisional;
-
Que o caso está sendo investigado sob sigilo pela Polícia Penal;
-
E que os contratos dos profissionais envolvidos estão encerrados.

Nota do Coren-GO

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, responsável por normatizar e fiscalizar o exercício profissional da categoria já está ciente do caso e está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas.

O abuso de poder e a violação da dignidade de pessoas privadas de liberdade são inaceitáveis e devem ser combatidos com rigor. Profissionais da Enfermagem têm o dever de atuar com ética, respeito e humanidade, garantindo atendimento digno e livre de qualquer forma de violência.

Reforçamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos, dentro e fora das instituições de saúde.

Contem conosco para verificar a situação, junto às autoridades competentes, a fim de responsabilizar devidamente todos os envolvidos. A investigação continua e nossa luta também, por um correto exercício da profissão nos ambientes de trabalho.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 03 Fevereiro 2025 07:03

CLIPPING AHPACEG 01 A 03/02/25

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Redimensionamento de rede de atendimento dos planos de saúde: resolução da ANS reforça jurisprudência

Há limitação de prazo para internação hospitalar?

Periodicidade de mamografias divide médicos e autoridades de saúde

Governo de Goiás investe R$ 919,2 mil em centro cirúrgico do Crer

IMAS acumula dívidas milionárias e deixa usuários sem assistência

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

SAÚDE BUSINESS

Redimensionamento de rede de atendimento dos planos de saúde: resolução da ANS reforça jurisprudência

Nos últimos anos, operadoras de planos de saúde no Brasil têm adotado a verticalização como estratégia para integrar a gestão de planos à prestação direta de serviços médicos. A prática visa a reduzir custos operacionais e, teoricamente, beneficiar o consumidor. No entanto, essa abordagem também gera desafios significativos, especialmente em razão do descredenciamento de hospitais, clínicas e laboratórios, mudanças que muitos beneficiários percebem como restrições ao acesso.

De fato, a verticalização, marcada pela substituição ou descredenciamento de prestadores, tende a reduzir a diversidade e a acessibilidade da rede assistencial, por vezes prejudicando os beneficiários. A descontinuidade de tratamentos com prestadores de confiança e a natural sobrecarga das estruturas próprias das operadoras podem comprometer a qualidade dos serviços e os prazos no atendimento, sobretudo em regiões com opções limitadas desses prestadores.

Além disso, a centralização dos serviços na operadora tende a enfraquecer o vínculo médico-paciente e a ameaçar a viabilidade econômica de prestadores independentes, isto é, aqueles que não possuem relações contratuais com os planos de saúde, mas que são essenciais para a sustentabilidade do setor. Nesse contexto, é fundamental que os critérios para redução ou substituição da rede assistencial sejam rigorosos e objetivos, garantindo equilíbrio entre eficiência operacional para as operadoras, que já arcam com diversos impactos financeiros relevantes anualmente, e a proteção dos direitos e interesses dos beneficiários e dos prestadores de serviços de apoio à saúde.

Foi nesse cenário que entrou em vigor, em 31 de dezembro de 2024, a Resolução Normativa nº 585 da ANS (“RN 585”), que atualiza as normas vigentes à realidade que se impõe, e regulamenta alterações na rede hospitalar. A nova regra exige comunicação prévia aos beneficiários, assegura a manutenção da qualidade dos serviços e detalha os critérios para substituições e redimensionamentos, procurando equilibrar eficiência operacional e proteção ao consumidor.

A nova resolução obriga o Plano, para o caso de substituição de prestador de serviço credenciado, a comunicar individualmente os clientes, e a pelo menos manter a qualificação do prestador a ser substituído.

Tal obrigação não pode ser encarada como novidade, na medida em que o artigo 17, da Lei Federal 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, estabelece como regra geral a manutenção dos prestadores de serviços médicos ao longo da vigência dos contratos, mas admite a substituição do prestador, desde que por outro prestador equivalente e mediante comunicação aos consumidores com 30 (trinta) dias de antecedência.  Em caso de redução da rede, cabe esclarecer, em seu parágrafo 4º esse mesmo artigo exige autorização expressa da ANS.

Por outro lado, é importante ressaltar que o conceito de rede ou entidade hospitalar, na linha da jurisprudência hoje existente do Superior Tribunal de Justiça, “…deve ser entendido como gênero, a englobar também clínicas médicas, laboratórios, médicos e demais serviços conveniados”[1].

Para o Superior Tribunal de Justiça, outrossim, o “redimensionamento configura-se pela mera supressão de um estabelecimento hospitalar da rede do produto”[2], e tal entendimento é refletido pelo inciso VI, do artigo 2º, da RN 585.

Não há razão ou fundamento, portanto, para que se defenda que a RN 585 altera o entendimento do Superior Tribunal de Justiça a propósito da supressão de prestador/redução de rede, de modo que a supressão de uma clínica especializada em tratamento renal, ou de uma instituição médica de exames e diagnósticos, para dar alguns exemplos, deva ser precedida de autorização da ANS.

A nova resolução também reflete o entendimento jurisprudencial quanto à obrigatoriedade de comunicação individualizada aos beneficiários (artigo 21), providência que já vinha sendo exigida pelo Poder Judiciário[3].

Outro ponto a destacar da RN 585 é a estipulação dos critérios de equivalência de entidades hospitalares para fins de substituição (artigos 7 a 9), e dos requisitos para o redimensionamento por redução (artigos 10 a 12), incluindo as hipóteses concretas que podem motivar o redimensionamento (artigo 11), e que devem constar no pedido de autorização expressa para a ANS (art. 17, § 4º, inciso IV da Lei n. 9.656/1998).

A nova RN 585 também dispõe, em seu artigo 13, dos critérios objetivos relacionados aos impactos sobre a massa assistida, o que deve tornar a avaliação da ANS mais objetiva, e nesse sentido melhor balizar as operadoras e mitigar eventuais questionamentos face a decisões discricionárias da Agência.

A RN 585, enfim, consolida o entendimento jurisprudencial sobre a substituição e o redimensionamento de sua rede, reforçando a transparência e a objetividade nas mudanças. O sucesso de sua aplicação dependerá da adesão rigorosa das operadoras às exigências normativas e da capacidade da ANS de realizar análises ágeis, técnicas e objetivas, dentro dos limites da lei e da regulamentação, reduzindo a insegurança jurídica que gera impactos negativos às operadoras, aos segurados e aos prestadores de serviços médicos de apoio à saúde.

* Leonardo Ribas é sócio da área de Contencioso, Arbitragem e Mediação do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper. Foi eleito um dos advogados mais admirados de 2025 no Setor Econômico de Saúde Edição 2025 (Band 1).

* Giulia Distler é associada da área de Contencioso, Arbitragem e Mediação do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper.

* Jaqueline Suryan é sócia da área de Seguros e Resseguros do Campos Mello Advogados em cooperação com DLA Piper. Foi destacada no Leaders League 2024.

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O DIA ONLINE

Há limitação de prazo para internação hospitalar?

Meu filho nasceu prematuro, e o hospital informou que ele precisaria de internação em UTI neonatal por tempo indeterminado. O plano de saúde quer limitar o período de cobertura a 15 dias. Essa restrição é legal? Como posso garantir o atendimento completo? Marcelo Portella, Bento Ribeiro.

A advogada Melissa Areal Pires, especialista em Direito à Saúde, destaca que a Lei 9656/98, que regulamenta os planos de saúde, veda, no artigo 12, II, "a", a limitação de prazo para internações hospitalares. Além disso, o STJ editou a Súmula 302, que considera abusiva e, portanto, nula de pleno direito, qualquer cláusula contratual que limite a duração da internação do segurado. Segundo Melissa, isso se aplica a casos em que o paciente precisa prorrogar sua permanência em unidade de tratamento intensivo ou ser internado novamente devido a complicações da mesma doença coberta pelo plano de saúde.

A Corte Superior reconhece, portanto, que o paciente não é senhor do prazo de sua recuperação, que, como é curial, depende de muitos fatores, que nem mesmo os médicos são capazes de controlar. "Se a enfermidade está coberta pelo seguro, não é possível, sob pena de grave abuso, impor ao paciente que se retire da unidade de tratamento intensivo, com o risco de morte, porque está fora do limite temporal estabelecido em uma determinada cláusula. Não pode a estipulação contratual ofender o princípio da razoabilidade, e se o faz, comete abusividade vedada pelo art. 51, IV, do CDC", explica a especialista. Anote-se que a regra protetiva, expressamente, refere-se a uma desvantagem exagerada do consumidor e, ainda, a obrigações incompatíveis com a boa-fé e a equidade.

Essa decisão do STJ reforça a proteção dos direitos do consumidor, garantindo que as cláusulas contratuais de planos de saúde não prejudiquem o paciente em momentos críticos de sua recuperação, e que os princípios da boa-fé e da equidade prevaleçam nas relações contratuais, salienta o advogado Átila Nunes do serviço www.reclamar adianta com br. O atendimento é gratuito pelo e-mail juríO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou pelo WhatsApp (21) 993289328.

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PORTAL EXTRA NEWS

Periodicidade de mamografias divide médicos e autoridades de saúde

A partir de quantos anos se deve fazer a mamografia de rastreio, ou seja, como um exame de rotina, mesmo sem sintomas? Para autoridades públicas, como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ideal é que a mamografia seja feita a cada dois anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Algumas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), entretanto, recomendam exame anual a partir dos 40 anos.

As divergências ganharam notoriedade há alguns dias, depois que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez consulta pública sobre as atualizações do Manual de Boas Práticas em Atenção Oncológica, usado no Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde. Órgão regulador dos planos de saúde, cabe à ANS fiscalizar o serviço prestado e criar normas e outras iniciativas que melhorem o atendimento à população.

Entre os critérios para que as operadoras de planos de saúde sejam certificadas, está a realização de exames de rastreamento de diversos tipos de câncer, o que contribui para o diagnóstico precoce. No caso do câncer de mama, a minuta elaborada pela ANS estabelece o rastreamento organizado, com a convocação de todas as beneficiárias dentro da faixa etária para fazer a mamografia e outros exames complementares que forem necessários.

Até esse ponto, há consenso. "A melhor maneira de desenvolver a linha de cuidados do câncer é tentar fazer o diagnóstico da doença o mais precocemente possível. Porque quanto mais precoce for o diagnóstico, o tratamento é mais efetivo e é menos dispendioso", diz o diretor-geral do Inca, Roberto Gil.

A mastologista Rosemar Rahal, que integra a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), complementa: "Este é o caminho, não tenho dúvida. Os países que reduziram a mortalidade por causa de câncer de mama conseguiram fazendo o rastreamento organizado."

Divergências

A ANS decidiu, entretanto, seguir em sua minuta o protocolo do Inca, que também é adotado no Sistema Único de Saúde (SUS) e preconiza a realização de mamografia de rastreio apenas a partir dos 50 anos, com intervalo de dois anos entre os exames, caso nenhum problema seja encontrado. "O rastreamento do câncer deve ser direcionado às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama e em que o balanço entre benefícios e possíveis danos à saúde dessa prática seja mais favorável", diz a minuta.

A escolha motivou protestos de várias entidades médicas, que defendem a inclusão de pessoas de 40 a 50 anos e a realização anual dos exames. "Esse já é um posicionamento das sociedades médicas há alguns anos. Nós já temos três diretivas publicadas pela SBM, pela Febrasgo [Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia] e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia nos anos de 2012, 2017 e 2023, colocando o que essas três sociedades médicas consideram como sendo ideal para o rastreamento mamográfico no Brasil. ( ) Porque nós temos no Brasil 25% dos cânceres de mama entre 40 e 50 anos de idade. Então, se nós fazemos esse rastreamento só a partir dos 50 anos, estaremos postergando o diagnóstico. Essa lesão prolifera dentro desse tecido mamário e chega para gente em um estágio mais avançado", afirma Rosemar Rahal.

O diretor-geral do Inca enfatiza que o protocolo do instituto está de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer: "A informação científica que temos hoje não é da opinião de um especialista, é da literatura médica, avaliada com o nível de evidência 1, meta-análise e estudo randomizado, que é o maior nível de evidência que se tem. Grande parte dos trabalhos não conseguiu mostrar nenhum aumento de sobrevida na faixa dos 40 aos 50 anos. Só houve aumento de sobrevida na faixa de 50 a 69 anos."

Roberto Gil explica por que esses estudos consideram que os 50 anos são a idade certa para o início do rastreamento na população em geral: "Não estamos negando que mulheres abaixo de 50 anos tenham câncer de mama. Estamos falando que, abaixo dos 50 anos, acumulam-se outros problemas e o rastreamento populacional é menos eficiente. A mamografia é um exame de raio X, que vai ser mais efetivo na medida que a mama seja menos densa e que se tenha mais contraste na imagem, para não se confundir o parênquima normal com um nódulo. Então [antes dessa idade], aumenta muito mais a possibilidade de ter falsos positivos e ter que fazer mais exames. Posso fazer uma biópsia e ser mais difícil interpretar e levar a uma cirurgia desnecessária."

O médico afirma também que a mudança da faixa etária pode atrapalhar o rastreamento da população atualmente incluída. "Hoje, 30% das mulheres brasileiras nunca fizeram uma mamografia. Então, para dar um exemplo, seria como se eu estivesse fazendo um salto em altura. Eu botei o meu sarrafo em 2 metros e não estou conseguindo pular. A minha próxima medida vai ser tentar melhorar e treinar muito para pular os 2 metros, ou elevar o sarrafo para 2,50?"

A mastologista Rosemar Rahal, porém, ressalta que o aumento da demanda não seria um problema por si só. "No Brasil, não temos déficit de aparelho de mamografia, temos déficit de mamografias. O aparelho está lá, mas não é usado. E aí tem uma série de questões que vêm à tona. Talvez esse exame não seja solicitado, ou quando é solicitado a paciente não faz por medo do exame e do diagnóstico. A nossa questão não é de falta de equipamento, a nossa questão é de comunicação."

Cobertura

Quando a discussão chegou às redes sociais, muitos usuários começaram a dizer que a ANS pretendia mudar as regras de cobertura, impedindo mulheres mais jovens de fazer a mamografia pelos planos A agência esclareceu que os critérios do manual se referem apenas ao programa de certificação, que é de adesão voluntária das operadoras, e não tem nenhuma relação com o chamado rol obrigatório: uma lista com todas as consultas, exames, cirurgias e tratamentos que as operadoras devem cobrir.

Atualmente, o rol garante direito à mamografia bilateral para mulheres de qualquer idade, conforme indicação médica, e mamografia digital, dos 40 aos 69 anos. Até a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota enfatizando que os planos de saúde não podem negar mamografia, sob pena de multa.

Mesmo assim, a mastologista Rosemar Rahal teme que a adoção do manual com a redação atual possa embasar negativas de cobertura por parte dos planos de saúde: "Se a Agência Nacional coloca um selo de qualidade e considera como qualidade realizar mamografia a partir dos 50 anos, de 2 em 2 anos, toda a saúde suplementar vai considerar aquilo como ideal. O que a gente acredita é que, se o documento for publicado desse jeito, os planos de saúde vão assumir isso como regra."

Na última segunda-feira (27), a ANS realizou reunião com representantes de diversas entidades médicas para esclarecer dúvidas sobre a consulta pública e concedeu prazo de 30 dias para que s apresentem os estudos científicos e dados técnicos que embasam o pedido de mudanças nos critérios de rastreamento. Além disso, a ANS recebeu mais de 63 mil contribuições por meio da consulta pública e informou que vai analisar todas as propostas recebidas.

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A REDAÇÃO

Governo de Goiás investe R$ 919,2 mil em centro cirúrgico do Crer

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia, recebeu em janeiro três novos equipamentos de cirurgia por vídeo. A atualização do parque tecnológico do centro cirúrgico demandou investimento de R$ 919,2 mil, recursos do Tesouro Estadual, repassados pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

Com a aquisição das novas torres de videoendoscopia; videolaparoscopia e videoartroscopia, o Crer dá mais um passo importante no aprimoramento tecnológico dos procedimentos oferecidos ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Os equipamentos são essenciais para procedimentos cirúrgicos menos invasivos, permitindo maior precisão com imagens de alta definição, pequenas incisões e menor risco de complicações, resultando em menos dor e recuperação mais rápida para os pacientes.

Segundo o gerente de infraestrutura do Crer, Vagner Aurélio Diniz Novaes, as novas aquisições representam um avanço. “As torres de vídeo agora compõem o portfólio de equipamentos modernos da unidade, reforçando a missão de oferecer um atendimento de qualidade, seguro e humanizado”, afirma.

O coordenador médico do centro cirúrgico do Crer, Henrique do Carmo Rodrigues, explica que as torres de vídeo adquiridas pelo Crer aprimoram a qualidade das cirurgias minimamente invasivas, tornando os procedimentos mais rápidos, precisos e seguros. “Esses equipamentos reduzem o tempo de cirurgia, aceleram a recuperação e diminuem os riscos”, comenta.

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O HOJE

IMAS acumula dívidas milionárias e deixa usuários sem assistência

Devido à crise no Imas, servidores pagam, mas continuam enfrentando problemas com filas e falta de atendimento

O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS) enfrenta uma crise sem precedentes, deixando milhares de usuários desamparados. Apesar dos descontos mensais em folha de pagamento, servidores municipais relatam dificuldades extremas para obter atendimento médico, acesso a exames e realização de cirurgias. Com uma dívida acumulada de R$ 227,1 milhões, a situação afeta diretamente cerca de 78.619 beneficiários, entre titulares, dependentes e agregados, que dependem do plano de saúde para seus cuidados.

Em janeiro de 2025, o presidente do IMAS, Paulo Henrique da Farmácia, anunciou medidas emergenciais para enfrentar os problemas herdados de gestões anteriores. Entre as ações planejadas, ele destacou a elaboração de um cronograma de pagamento das dívidas e uma auditoria para reorganizar as finanças do instituto.

Em entrevista, Paulo Henrique da Farmácia apontou que os pagamentos aos prestadores de serviço seriam feitos no início de fevereiro, sendo esses os débitos de 2024. “Estamos conversando com todos os hospitais e avaliando uma questão cronológica para que eles voltem a atender. Claro que é necessário um pouco de paciência, pois temos apenas 20 dias de gestão”, afirmou o presidente. Enquanto isso, os usuários reclamam da falta de atendimento, mesmo pagando todos os meses através do desconto na folha de pagamento.

“A saúde pública é uma prioridade, e estamos trabalhando para resolver essas pendências com responsabilidade e agilidade. Nosso compromisso é com a população e com a qualidade dos serviços oferecidos”, afirmou Paulo Henrique.

Entretanto, a demora na apresentação do plano de pagamento gerou mais insatisfação entre os servidores. Em 17 de janeiro, o IMAS havia se comprometido a divulgar o cronograma em até 10 dias, mas até 28 de janeiro nenhuma proposta concreta foi apresentada. Essa situação levou à suspensão de atendimentos por parte de vários hospitais credenciados, incluindo o Instituto Goiano de Pediatria (IGOP), que não recebe repasses desde setembro de 2023.

Déficit financeiro 

A raiz do problema está no constante déficit orçamentário do Imas, que enfrenta despesas mensais de R$ 20 milhões, enquanto sua receita é de apenas R$ 14 a R$ 15 milhões. Atualmente, a contribuição patronal da Prefeitura é de 4%, valor equivalente ao descontado dos servidores. Para equilibrar as contas, Paulo Henrique afirmou que será necessária uma revisão nos valores descontados em folha, o que dependerá de um projeto de lei a ser encaminhado à Câmara Municipal.

“Temos que organizar a questão financeira junto com o projeto de lei para dar saúde ao instituto, aumentar a receita e organizar o atendimento para o usuário de maneira fácil”, destacou o presidente. Ele também afirmou que os pagamentos de 2025 serão feitos pontualmente, como forma de assegurar a continuidade dos serviços.

Em resposta às críticas, o Imas enviou uma nota oficial ao Jornal O Hoje, destacando os esforços da atual gestão para enfrentar a crise. “O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) esclarece que a atual gestão tem se debruçado em encontrar soluções para problemas históricos da capital, dentre eles a dívida do Imas. Diante do grave quadro herdado, o instituto tem se reunido com diferentes entidades para traçar um plano de ação para este momento.”, afirmou o comunicado.

Crise compromete atendimento e gera desespero entre usuários

A crise financeira reflete diretamente na qualidade do atendimento. Mariângela Pereira, usuária do IMAS, relatou as dificuldades enfrentadas por ela e sua família. “Meu esposo precisou de uma cirurgia no ano passado, mas não conseguiu atendimento pelo plano. Ele teve que recorrer ao SUS, mas também não conseguiu por falta de médicos. No fim, tivemos que pagar particular”, desabafou. “Os médicos não querem atender pelo IMAS, a realidade é essa”, afirma.

Além disso, a usuária também mencionou filas longas como problemas recorrentes enquanto o IMAS estava sob a antiga gestão. “ O Imas estava bem pior, nem consultar você não conseguia. Agora depois que o Mabel entrou começou a melhorar, deu uma leve melhorada, não tá bom não, mas tá uma leve melhorada. Antes só tinham dois hospitais em Goiânia que atendia pelo Imas e a maior dificuldade. “

Essas situações negativas que ainda persistem tem gerado manifestações por parte dos servidores, que cobram melhorias urgentes no serviço. Em março de 2024, o então presidente do Imas, Marcelo Teixeira, revelou que o instituto enfrentava um déficit mensal de R$ 6 milhões. Para o atual prefeito Sandro Mabel, a solução passa pela gestão técnica e pela eliminação de indicações políticas na administração do Imas.

Apesar das promessas, os servidores continuam apreensivos quanto ao futuro do Imas. A crise financeira e a falta de atendimento médico são sintomas de uma gestão que enfrenta desafios estruturais e necessita de soluções imediatas para recuperar a confiança de seus beneficiários. Enquanto isso, milhares de usuários seguem sem a assistência de saúde pela qual pagam mensalmente, gerando um cenário de incerteza e revolta entre os servidores de Goiânia.

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PORTAL G1

Médico e enfermeiro são suspeitos de atos sexuais com detentas no Complexo de Aparecida de Goiânia

Profissionais foram afastados das funções e pelo menos uma mulher foi transferida. Polícia Penal investiga o caso.

Um médico e um enfermeiro que atuavam na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia são suspeitos de envolvimento sexual com detentas do local. De acordo com a Polícia Penal (PP), eles estariam mantendo “relações libidinosas” com mulheres no Posto de Saúde da CPP. O caso é investigado.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e, por isso, o g1 não conseguiu localizá-los para que se posicionassem.

A Polícia Penal relatou em nota que recebeu a denúncia sobre o caso no dia 7 de janeiro. Afirmou que ouviu detentas e profissionais de saúde no mesmo dia.

“Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade”, diz nota da polícia.

No dia 8, foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. A PP informou que foram encontrados “elementos mais robustos” de que os profissionais realmente tenham praticado as infrações.

Diante disso, um médico e um enfermeiro foram proibidos de entrar em qualquer unidade prisional do estado por tempo indeterminado, declarou a polícia.

g1 questionou sobre que tipo de relações o médico e o enfermeiro tinham com as detentas e o motivo de apenas uma ter sido transferida, mas a corporação informou que o caso ainda está em investigação.

A PP reforçou que "não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa”.

Contratos encerrados

De acordo com a PP, os profissionais suspeitos eram ligados à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Eles prestam serviços no posto de saúde da CPP por meio de um convênio firmado entre o município e a Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP). A Secretaria de Saúde de Aparecida informou que encerrou o contrato com os suspeitos e que soube do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal.

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) disse que "está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas". O conselho afirmou ainda que tem compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos.

A reportagem também solicitou um posicionamento do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas não teve retorno até a última atualização deste texto.

Nota da Polícia Penal de Goiás

No dia 7 de janeiro de 2025 chegou ao conhecimento da 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal uma situação em que, supostamente, servidores da saúde do município de Aparecida de Goiânia estariam mantendo relações libidinosas com presas privadas de liberdade no Posto de Saúde daquele estabelecimento penal.

Na mesma data, a Gerência de Segurança e Monitoramento, em conjunto com a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal, realizaram oitivas iniciais das presas e servidores da saúde. Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade.

A Diretoria-Geral de Polícia Penal determinou a imediata instauração de sindicância preliminar pela Corregedoria Setorial, o que foi feito já no dia 08/01/2025.

Com o andamento das apurações, constatou-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município. As apurações elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas.

Um médico e um enfermeiro, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida foram proibidos de adentrar em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado.

A Polícia Penal reitera está colaborando com as investigações, e não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Comunicação Setorial da Polícia Penal de Goiás

Nota da Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia

A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) informa:

- Que tomou conhecimento do caso pela Gerência de Saúde da Polícia Penal, responsável pela gestão dos serviços de saúde dentro do complexo prisional;
-
Que o caso está sendo investigado sob sigilo pela Polícia Penal;
-
E que os contratos dos profissionais envolvidos estão encerrados.

Nota do Coren-GO

O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, responsável por normatizar e fiscalizar o exercício profissional da categoria já está ciente do caso e está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas.

O abuso de poder e a violação da dignidade de pessoas privadas de liberdade são inaceitáveis e devem ser combatidos com rigor. Profissionais da Enfermagem têm o dever de atuar com ética, respeito e humanidade, garantindo atendimento digno e livre de qualquer forma de violência.

Reforçamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos e a luta por um ambiente seguro e respeitoso para todos, dentro e fora das instituições de saúde.

Contem conosco para verificar a situação, junto às autoridades competentes, a fim de responsabilizar devidamente todos os envolvidos. A investigação continua e nossa luta também, por um correto exercício da profissão nos ambientes de trabalho.

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Assessoria de Comunicação

1 Janeiro Cursos SES dengue 31 01 25

 

A partir de 6 de fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) oferecerá cursos online, todas as quintas-feiras, para a atualização de profissionais de saúde sobre manejo clínico e enfrentamento da dengue e outras arboviroses.

Os cursos acontecerão até abril e são abertos a profissionais da Atenção Primária à Saúde, incluindo médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, técnicos de enfermagem e gestores.

O objetivo é garantir o correto diagnóstico e manejo dos casos, além de preparar a rede de saúde para complicações das doenças. A SES ressalta que tem registrado aumento de casos de dengue em Goiás, principalmente do sorotipo DENV-3. 

Serão oito cursos, realizados via Microsoft Teams e transmitidos pelo canal do Youtube da SES, todas as quintas-feiras, das 14h às 16h. As capacitações abordarão diversos temas, incluindo manejo clínico, vigilância epidemiológica e laboratorial, testes rápidos de diagnóstico, e o papel dos agentes comunitários de saúde. 

Acesse o arquivo anexo, confira a programação completa e participe.

Sexta, 31 Janeiro 2025 06:31

CLIPPING AHPACEG 31/01/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

A dose certa para aproveitar os benefícios do café

Blitz da Saúde CDI Premium vai oferecer exames gratuitos amanhã (31)

Ministério da Saúde anuncia retomada de 24 obras em Goiás

Goiás reativa Sala de Situação para combater dengue e outras arboviroses

'Não faltam médicos no Brasil, nosso problema é de distribuição', afirma oncologista Paulo Hoff

Médicos apostam na empatia como ferramenta para melhorar atendimentos

Profissionais de saúde já incorporam prontuário eletrônico e relógios inteligentes na prática clínica

Como transformar relacionamento em receita na área da saúde

 

TV SERRA DOURADA

A dose certa para aproveitar os benefícios do café

https://www.youtube.com/watch?v=8yPTsSKiYBs

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STG News Redação

Blitz da Saúde CDI Premium vai oferecer exames gratuitos amanhã (31)

Primeira edição de 2025 ocorre das 8 às 17 horas

Eletrocardiograma, aferição de pressão arterial, teste de glicemia e hemoglobina glicada são exames que o CDI Premium vai oferecer gratuitamente à população na primeira edição de 2025 da Blitz da Saúde, que acontece nesta sexta-feira, 31, das 8 às 17 horas.

Os atendimentos e orientações para cuidados com a saúde cardiovascular serão disponibilizados na entrada do CDI Premium – Avenida Portugal, 496, esquina com a Rua 22, no Setor Oeste, em Goiânia –, em parceria com a Sociedade Goiana de Cardiologia e as empresas Omron e Tiradentes Saúde.

O objetivo desta ação social e de saúde é oferecer à população orientações e exames gratuitos para a prevenção das doenças cardiovasculares, que, a cada hora, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são responsáveis pela morte de 46 brasileiros. São mais de 1 mil óbitos por dia e 80% deles poderiam ser evitados com cuidados com a saúde.

As doenças cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e hipertensão, segundo o Ministério da Saúde, também estão entre as oito doenças com maior mortalidade no país.

Exames de rotina, uma alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas podem ajudar a reduzir os riscos dessas doenças e a Blitz da Saúde chega para contribuir com essa prevenção.

Serviço | Blitz da Saúde
Data: 31/01/25 (Sexta-feira)
Horário: 8 às 17 horas
Local: CDI Premium – Avenida Portugal, 496, esquina com a Rua 22, no Setor Oeste

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A REDAÇÃO

Ministério da Saúde anuncia retomada de 24 obras em Goiás

O Ministério da Saúde anunciou a retomada de 24 obras em Goiás, como parte de um esforço nacional para retomar 478 canteiros em todo o Brasil. No Estado, 15 obras serão reativadas ou regularizadas e outras nove repactuadas, beneficiando 18 municípios goianos.
 
A medida, prevista em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta semana, apresenta a relação de 282 obras que serão reativadas ou regularizadas e outras 196 obras que receberam autorização para serem repactuadas no país. A retomada das 478 obras totaliza um investimento de R$ 189 milhões.
 
“O governo federal está resolvendo o problema de mais 478 obras inacabadas na saúde graças a aplicação da Lei do Pacto Nacional da Retomada de Obras Inacabadas, sancionada pelo presidente Lula”, destaca o secretário executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.

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Goiás reativa Sala de Situação para combater dengue e outras arboviroses

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) reativou a Sala de Situação para Arboviroses. O objetivo é unir esforços para avaliar e redirecionar as estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, e dar agilidade no encaminhamento de materiais, regulação de pacientes e apoio técnico aos municípios. A primeira reunião ordinária da equipe ocorre nesta quinta-feira (30/1), na Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES/GO. Os encontros vão analisar o cenário epidemiológico dos municípios, possibilitando a avaliação e redirecionamento das ações nas regiões de alto risco.
 
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, materiais de suporte como o cartão de acompanhamento do paciente e o fluxograma de manejo clínico da dengue serão enviados aos municípios novamente, como foi feito em 2024. “Todas as ações são importantes, do combate aos criadouros ao diagnóstico oportuno do paciente e manejo clínico”, explica Santos.
 
Diversas áreas da SES participam da Sala de Situação, como as superintendências de Vigilância em Saúde (Suvisa), de Política de Atenção Integral à Saúde (Spais) e Regulação Controle e Avaliação, além da Defesa Civil Estadual do Estado. Goiás registra até o momento, 4.033 casos confirmados, 1 óbito confirmado e 11 em investigação pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbitos Suspeitos por Arboviroses.
 
A subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, explica que a Sala de Situação trabalha com reuniões semanais para discutir estratégias da assistência ao paciente e elencar os municípios prioritários onde deverão ser reforçadas as ações de combate ao vetor. “Esses municípios terão uma atenção maior por parte da SES, principalmente no que se refere ao controle do Aedes aegypti, ao monitoramento dos casos e à vigilância laboratorial”, acrescenta.
 
A superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES, Amanda Limongi, ressalta que já foram definidos os hospitais estaduais que servirão de referência para os casos mais graves. “Além das unidades que serão retaguarda para os casos mais graves, a secretaria programou capacitações que começam no final de janeiro e vão até abril para com os profissionais da saúde sobre o manejo clínico dos pacientes”, reforça ela.
 
Apoio
Outra ação importante é a realização do matriciamento, que é a seleção de unidades de referência da SES de cada macrorregião para fornecer apoio, suporte médico e clínico, para os profissionais de outros serviços. Todos os dias da semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, o profissional médico de qualquer unidade que tiver alguma dúvida poderá entrar em contato com a unidade disponível naquele dia e ter orientações em relação ao manejo adequado para o paciente que ele está cuidando.
 
Nesta semana, municípios com aumento de casos acima do esperado, como Catalão, Iporá, Diorama, Santo Antônio do Descoberto e Brazabrantes, estão recebendo equipes do Controle de Vetor da SES para dar suporte nas ações de apoio presencial, como identificar e selecionar as áreas de maior risco no município para atuação dos agentes de combate às endemias.
 
Cenário
Goiás registra neste ano 9.630 casos notificados de dengue, com 4.033 confirmados. Um óbito foi confirmado, em Heitoraí. Outros 11 estão em investigação. Em relação à chikungunya, são 102 casos confirmados e nenhum óbito registrado. Até o momento, Goiás possui 1 caso confirmado de zika, sem registro de óbito. No caso da dengue, a maioria dos registros mostra a circulação predominante do sorotipo 2 em 2025. Goiás registrou 3 casos de dengue tipo 3 no ano passado, em Rio Verde, Jataí e Goiatuba - todos evoluíram para cura. Em 2025, um caso importado foi identificado em Anápolis.
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O GLOBO

'Não faltam médicos no Brasil, nosso problema é de distribuição', afirma oncologista Paulo Hoff

Especialista avalia a formação de medicina no país e aponta gargalos para atendimento adequado

Não falta médico no Brasil; o que o país precisa é melhorar a cobertura do atendimento, criando atrativos para que jovens profissionais se estabeleçam desde a sua formação em regiões com carências assistenciais. O caminho é desenvolver programas de residência robustos nessas áreas, com infraestrutura e remuneração adequadas, defende o médico Paulo Hoff, professor titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor de oncologia da Rede D'Or.

Em entrevista ao GLOBO, o especialista, aos 34 anos de experiência profissional, externa preocupação quanto à criação de muitos novos cursos de Medicina no país e à necessária aferição da qualidade da formação dos alunos. Ele também analisa os avanços tecnológicos aplicados à promoção da saúde e ao atendimento dos pacientes.

Qual a sua avaliação da formação médica oferecida no Brasil atualmente?

O Brasil tem excelentes médicos, e muitas das nossas faculdades têm reconhecimento internacional quanto à qualidade dos profissionais nelas formados. No entanto, preocupa o grande aumento no número de escolas médicas pelo país. Isso traz desafios na formação e na garantia de que todos os profissionais tenham o mesmo grau de qualidade assistencial.

Afinal, falta médico no Brasil ou não? A média atual é de 2,8 profissionais por mil habitantes, mas existe concentração no Sudeste e no Sul e nos grandes centros.

É uma falácia dizer que no Brasil existe carência de profissionais médicos. Não falta, mas precisamos distribuir melhor e nos concentrar na qualidade dos médicos que estão sendo formados. Devemos terminar esta década com algo próximo a um milhão de médicos, um índice por habitante igual ou superior ao da maior parte dos países. Nos Estados Unidos e Canadá, a média é essa, 2,6 (a cada mil habitantes), 2,7 Aumentar o número de médicos não resolverá o problema do acesso.

O desafio, há décadas, tem sido justamente atrair médicos às áreas que mais precisam de atendimento

É preciso levar programas de residência bem planejados para as regiões onde há necessidade de se ter mais profissionais. Os médicos têm um período de formação muito longo, então quando ele começa a trabalhar efetivamente, já passou pelo período de formação da família. Dessa forma, é muito comum que se estabeleça e continue sua trajetória onde passou grande parte da sua vida adulta, onde tem familiares, amigos etc. Além disso, para que o profissional seja atraído, é muito importante que haja remuneração e condições de trabalho adequadas. Outra questão é a infraestrutura. Alguém que fez uma boa faculdade e bom treinamento e que acaba deslocado para uma região do interior que não tem um ambulatório vai desanimar e querer voltar. A sociedade precisa participar dessas discussões; não adianta simplesmente aumentar o número de faculdades.

Os programas de residência representam outro gargalo. Qual o déficit de vagas?

Hoje temos vagas de residência apenas para metade dos formandos, o que é grave: são cerca de 40 mil novos médicos por ano e temos 18 mil vagas de residência. E vai piorar, porque grande parte das faculdades novas, que foram criadas recentemente, ainda não formaram a primeira turma. O país está formando médicos até demais. Muita gente diz "é sempre melhor ter mais médico". Mas não basta ter o médico. Alguém que não está bem formado aumenta os custos, vai pedir mais exames, por exemplo, sem que isso traga benefício.

Está em debate no Senado o projeto do Exame Nacional de Proficiência em Medicina, que, se implementado, vai se tornar um instrumento para certificar a qualidade da formação médica no Brasil. Qual sua opinião sobre isso?

Sou muito a favor de algum tipo de prova padronizada para a área, como a Ordem dos Advogados do Brasil tem para os advogados. Talvez a cada dois anos de faculdade. A vasta maioria dos professores é a favor deste modelo. Hoje, a faculdade de Medicina é um grande negócio, e a gente tem que pensar nisso. O intuito das provas não seria evitar a aprovação, eliminar pessoas, e sim assegurar que os programas estão preparados, o conhecimento foi adquirido e que a pessoa está apta a assumir uma das profissões mais importantes que existem.

Como avalia os currículos das faculdades?

Acredito que o currículo deve estar adequado à infraestrutura e aos objetivos de ensino que aquela escola se propõe a fazer. Ou seja, o currículo tem que corresponder ao tipo de profissional que se gostaria de formar. Creio que a maior parte delas tenha currículos adequados, embora, certamente, pequenas modificações possam ser interessantes. Por exemplo, uma inclusão maior de oncologia na graduação, já que é um tipo de doença que está se tornando a principal causa de morte em diversos municípios e estados brasileiros.

Estima-se que já em 2030 o câncer passe a ser a doença que mais mata no Brasil, o que pode aumentar a demanda por oncologistas. Como está o ensino da oncologia hoje?

O aluno pode ter contato com a oncologia como disciplina isolada ou como parte da clínica médica; neste caso, entra em outras disciplinas, como pneumologia ou gastroenterologia, por exemplo. Mas pela relevância do assunto, seria interessante expor um pouco mais os alunos a isso. Dado o número esperado de casos, mesmo quem não vai seguir carreira na oncologia terá que necessariamente estar preparado para reconhecer um caso, saber como encaminhar. Algumas faculdades, como a USP, já têm a presença desse conteúdo desde os anos 1990. Outras ainda precisam incorporá-lo entre suas disciplinas.

Aumentou o interesse dos futuros médicos pela oncologia com os avanços terapêuticos contra o câncer?

Sim, melhorou muito a percepção do aluno sobre a doença, está menos negativa. Quando o presidente da República ou um ator famoso tem um tumor, se trata e está aí, bem, curado, reforçamos que o câncer não é uma sentença de morte. Surge aí um senso de propósito, por ser uma doença potencialmente curável. A taxa de cura é, em média, de 60%.

A tecnologia traz um cenário que seria inimaginável 34 anos atrás, quando o senhor iniciou sua carreira. As novas gerações de médicos vão lidar com uma prática muito diferente da sua geração? Por exemplo, como a inteligência artificial pode auxiliar os futuros profissionais?

Assim como a telemedicina, a inteligência artificial é algo que veio para ficar. Mas nós ainda não temos, na minha opinião, uma noção exata de qual extensão terá no atendimento futuro. Os prontuários eletrônicos deveriam ter, de preferência, um ferramenta de interoperabilidade, que permitisse que dados coletados de um paciente em uma localidade pudessem estar acessíveis se este paciente procurar auxílio médico em outra. E esses prontuários eletrônicos, num futuro muito próximo, poderiam ou deveriam estar conectados a ferramentas de IA, que ajudassem a conduzir melhor os casos, seja no diagnóstico, seja no tratamento.

Quais seriam os principais ganhos com essa inovação?

Tudo isso pode gerar uma enorme quantidade de novos dados, o que permitiria uma análise constante de resultados e desfechos. Isso não só para a pesquisa científica, mas também para o acompanhamento da qualidade do atendimento nas diversas regiões do país. Tanto o prontuário eletrônico quanto a telemedicina e a IA melhoram a eficiência do atendimento médico. Teremos cada vez mais o uso dessas ferramentas no dia a dia dos nossos consultórios.

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Médicos apostam na empatia como ferramenta para melhorar atendimentos

Escuta ativa, grupos consultivos de pacientes e conversas sobre medos ajudam a promover conforto em tratamentos

A oncologista Ana Coradazzi não esquece, mesmo muitos anos depois, o impacto que uma paciente teve em sua trajetória na medicina. Internada, a mulher em questão ouvia Ana ao longo de diversos dias explicar suas condutas técnicas. Ao longo das visitas, a especialista detalhava à paciente que iria, por exemplo, usar um antibiótico para dar conta de uma alteração, ou sugerir novas abordagens na quimioterapia, entre outras alternativas. Sempre focando nos aspectos técnicos daquele atendimento. Em um certo momento, porém, a paciente ergueu as mãos e respondeu à médica: "chega, não faça mais isso comigo!", demonstrando claro cansaço da falta de tato da especialista.

- - Foi um momento transformador para mim. A partir daí fui buscar uma formação diferente, pois notei que não estava minimamente alinhada com o que ela precisava. Foi um momento muito doloroso, no qual decidi que não queria nunca mais passar por isso - afirma.

Passado o episódio, Ana dedicou-se ao estudo dos cuidados paliativos - aqueles dedicados aos pacientes com gravidade, que não têm cura disponível, mas são tratados tendo seu bem-estar como norte, considerando também seus familiares - e dedicou-se a falar sobre a prática médica baseada na empatia. Focada em disseminar esse entendimento, a especialista lançou recentemente o livro "O Médico Sutil", pela MG Editores, em que há uma coletânea de textos focados na delicada relação entre médicos e pacientes. Há ali relatos nos quais escuta atenta é o atalho para melhorar a vida de quem enfrenta um difícil diagnóstico, mas também a transcrição de condutas arrogantes e despreparadas para lidar com o sofrimento alheio, absolutamente inaceitáveis nos dias de hoje e que devem ser combatidas.

Ana, porém, não é a única de olho nessa temática. Especialistas das mais diversas áreas de atendimento dão conta que o cuidado compassivo e o atendimento que leva em consideração a situação sócioemocional do paciente ocupam cada vez mais espaço em consultórios brasileiros. Essa mudança está de mãos dadas com o que esperam os brasileiros. Ao menos é o que mostra uma pesquisa realizada com 2.794 pessoas, no ano passado, pela empresa de inteligência SoluCX, junto à Sociedade Brasileira de Experiência do Paciente e Cuidado Centrado na Pessoa (SOBREXP) e mais o The Beryl Institute, uma organização internacional focada no tema. No levantamento 70% dos respondentes dizem que a "empatia" é extremamente importante na relação com o médico.

- O maior desafio é ter tempo disponível para conhecer os valores e entender o paciente. Isso porque a medicina, cada vez mais, nos apresenta diversos caminhos a seguir (diante de um diagnóstico). E, não se trata mais de um cenário em que o médico decide e o paciente acata. Essa decisão é tomada em conjunto - conta Marina Sahade, oncologista do Hospital Sírio-Libanês. - Ouvir o paciente é muito importante. Cada vez mais se formam grupos de voluntários dispostos a falar o que passaram no tratamento médico. E eles contam coisas que nós não imaginávamos. Por exemplo, uma paciente jovem, com o diagnóstico de câncer ouve muito frequentemente "puxa, você é tão novinha!". E a gente só vai notar que faz isso quando escuta uma reclamação sobre o tema.

No centro de atendimento liderado pelo endocrinologista Ricardo Cohen, no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, a preocupação com o conforto de quem é atendido se dá, inclusive, na dimensão de portas, poltronas e banheiros projetados em tamanho maior, para que todos possam usar com conforto. Isso porque Cohen é um dos maiores especialistas em obesidade no mundo e está acostumado a receber pacientes que tentaram, sem sucesso, diversas alternativas de tratamento para a doença. Nesse caso, a conversa com o médico também figura um dos principais trunfos acolher o paciente que precisa de atenção.

- Uma coisa muito comum na obesidade é ver o paciente com culpa. A primeira coisa que fazemos lá no hospital, todos, desde os endócrinos, passando pelos cardiologistas, nutricionistas e psicólogos, é mostrar para essa pessoa que não há razões para a culpa e que a obesidade é uma doença que pode ser tratada - diz Cohen. - Alguns chegam dizendo que não comem tanto assim para ter esse quadro de saúde. E nós explicamos que não é comer muito que leva à obesidade e sim o contrário (a doença leva ao aumento de peso). Metade dos que recebemos chegam a chorar ouvindo isso, porque estão acostumados a serem culpabilizados e a ouvir comentários pejorativos. Nós precisamos ajudar a mudar esse cenário.

No digital Embora a telemedicina seja ainda uma estratégia nova de atendimento, cuja aplicação no Brasil só foi liberada diante da emergência de saúde deflagrada pela Covid-19, o serviço também pode ser um atalho para oferecer mais comodidade e atenção aos pacientes que procuram algum atendimento de saúde. É o que explica Ronaldo Gismondi, cardiologista e editor do Afya Whitebook, uma plataforma de divulgação de conteúdo científico para médicos.

- No digital não dá pra você ter, claro, o contato físico com seu paciente, mas dá para fazer algumas estratégias como: não olhar para baixo, anotar, enquanto ele estiver falando. É importante olhar para a tela, demonstrar por meio de expressões faciais que está entendendo enquanto o outro se comunica. Além disso, mesmo no digital, é possível validar o que a outra pessoa está dizendo. Isso é possível ao perguntar como o paciente está se sentido e porque decidiu procurar uma consulta médica naquele momento.

O grande desafio no setor, explica Ronaldo, que também é professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, é justamente atrelar essa capacidade de dialogar com o paciente em esquema de consultas de tempo muito reduzido, como ocorre em alguns sistemas de convênio e também no Sistema Único de Saúde (SUS).

- Nesse caso, é importante focar na escuta ativa e na comunicação clara com o paciente, explicando os detalhes do tratamento. Esse é um desafio para diversos lugares do mundo que também operacionalizam grandes sistemas de saúde - comenta.

Voluntários consultores A necessidade de ouvir os pacientes têm, inclusive, extrapolado os limites das paredes dos consultórios. Também no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, foi montado um conselho consultivo de pacientes voluntários que dá dicas, ideias e opiniões sobre como o centro de saúde poderia ser mais amigável aos pacientes e familiares. Foi dessa comitiva de participantes, por exemplo, que saiu a ideia de criar um tipo de "cartilha" de alta, onde os medicamentos a serem usados em casa pelos pacientes são descritos com detalhamento. A cor da roupa dos especialistas médicos, alvo de dúvida entre quem passa por cuidados de saúde, passou a ser explicada em quadros informativos, para que pacientes e familiares tenham mais segurança ao procurar a pessoa certa para tirar dúvidas. O grupo, que existe desde 2018, também foi um dos grandes aconselhadores para que o hospital incluísse um time de 80 voluntários voltados às atividades lúdicas como leitura, acompanhamento e entretenimento para quem está internado.

- Uma das coisas que discutimos no conselho e também é aplicada no pronto-socorro é que o especialista pergunte a quem chegue em busca de atendimento se ele está com algum medo. Isso é superimportante porque às vezes a pessoa está com tosse, mas na verdade está com receio de ser diagnosticada com Covid e ter infectado um parente. Nesse caso, o médico precisa entender o medo para que seja possível dar as explicações sobre o diagnóstico - comenta Fátima Gerolin, diretora executiva assistencial e de ensino do hospital. - Aqui, inclusive, nos preocupamos que o médico possa passar o máximo de tempo possível com os mesmos pacientes, tudo para que tenham a oportunidade de criar uma relação firme, de confiança e de abertura entre eles.

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Profissionais de saúde já incorporam prontuário eletrônico e relógios inteligentes na prática clínica

Adesão dos profissionais a recursos tecnológicos como prontuário eletrônico aumenta e já transforma dados de saúde

O perfil dos médicos brasileiros está mudando, dando espaço para uma nova geração alinhada ao avanço da tecnologia e inovação na área da saúde. Segundo o relatório ProvMed 2030, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em cinco anos mais de 80% dos médicos terão entre 22 e 45 anos.

Essa pesquisa corrobora os dados do estudo "Demografia Médica no Brasil 2020", parceria do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Universidade de São Paulo (USP), que mostrou que mais de 85% dos graduados em 2019 tinham menos de 30 anos.

Ao mesmo tempo, ocorre outro fenômeno: a transformação digital da saúde, que não é mais uma expectativa, mas uma realidade acelerada em grande parte pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19.

À medida que os nativos digitais das gerações Y ou millenials (nascidos entre 1980 e 1995) e da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) se tornam a maior parte da força de trabalho na medicina, a incorporações de soluções inovadoras e tecnológicas na área da saúde tende a se intensificar.

Crescimento O estudo da USP em parceria com o CFM mostrou, por exemplo, que 78% dos médicos paulistas eram favoráveis à utilização de aplicativos de mensagens na relação com os pacientes. Para fator de comparação, na edição anterior, o índice foi de 67%. O levantamento apontou também que o prontuário eletrônico já se tornou uma tecnologia incorporada por 76% dos participantes.

- Hoje os consultórios são muito diferentes. Se você for a um médico que costuma se atualizar, vai ver que no computador dele está simultaneamente aberto o prontuário eletrônico e a ferramenta de telemedicina, por exemplo. Tem aplicativo para consultar remédio, doenças, para tentar relacionar sintomas e ajudar a fazer diagnóstico, para ver o resultado de exames. É uma prática muito diferente. Antes a gente tinha muitos papéis na frente do médico, que eram o prontuário do paciente - pontua Alexandre Holthausen Campos, diretor executivo de Ensino do Einstein.

A adoção de ferramentas como o prontuário eletrônico melhoram o atendimento do paciente, dizem os profissionais. Se ele estiver associado à receita digital, por exemplo, existem ferramentas que detectam e sinalizar a interação medicamentosa. No fim, cabe ao médico decidir se segue com a prescrição ou altera a receita, mas ele conta com um dado a mais que poderia passar despercebido.

Não há dúvidas entre especialistas que a quantidade de informação disponível na área da medicina atualmente é um dos principais desafios para os médicos. Ferramentas que utilizam inteligência artificial para fazer a síntese desses dados, como o ChatGPT são considerados aliados.

Outra ferramenta de IA já utilizada nos consultórios e popular em especial entre os mais jovens são mecanismos de transcrição de consulta. Em vez do médico ter que ficar anotando o relato do paciente para colocar no prontuário, essas ferramentas transcrevem o relato dos pacientes, incluindo a tradução de vocabulário leigo para termos médicos.

Há ainda os dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, que, muitas vezes coletam dados de saúde dos usuários e podem sinalizar condições como arritmias cardíacas e apneia do sono. Ou os equipamentos de diagnóstico portáteis com inteligência artificial, como um estetoscópio eletrônico que transforma o som em traçados gráficos e manda essas informações para o computador do médico, um ultrassom que pode ser conectado ao celular e sinaliza possíveis diagnósticos.

Tudo isso não só facilita o dia a do médico, como se traduz em melhor atendimento. Mas os profissionais são categóricos em dizer que esses recursos não vêm para reduzir seu papel, pelo contrário.

- Eu sempre brinco que ninguém fez Medicina sonhando em passar cinco horas por dia digitando no computador. A pessoa fez o curso para salvar vidas e aliviar sofrimento e é isso o que essas ferramentas proporcionam - ressalta o cardiologista Eduardo Lapa, fundador do Afya CardioPapers.

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MEDICINA S/A

Como transformar relacionamento em receita na área da saúde

Garantir a sustentabilidade de um negócio é um desafio para qualquer gestor. Aumentar a receita, ganhar eficiência e gerar valor ao cliente — como equilibrar esse tripé? Essa inquietação deve estar na agenda de todo líder que almeja o crescimento sólido de sua empresa. E essa busca passa, entre outros pontos, pela proximidade e pelo relacionamento com o cliente.

O consumidor, seja ao realizar uma compra online ou ao buscar informações sobre um serviço, espera uma jornada fluida: sem atritos, rápida, intuitiva e resolutiva. Essa experiência, muitas vezes, é o que define a atração e retenção de clientes.

Ao aplicarmos esse conceito à área da saúde, podemos falar, por exemplo, de um agendamento de consulta simples e funcional, disponível em todos os pontos de contato com a clínica, independentemente do canal escolhido pelo paciente. E esse é apenas o início de um relacionamento, que deve ser nutrido com lembretes sobre o compromisso, orientações pré e pós-atendimento e, principalmente, a manutenção dessa proximidade ao longo do tempo.

Estudos comprovam que, quando bem estruturada e apoiada por soluções tecnológicas, essa conexão gera resultados expressivos para as empresas. A pesquisa da Salesforce “State of Sales Report”, por exemplo, mostra que negócios que utilizam plataformas e estratégias de CRM (Customer Relationship Management) de forma eficaz aumentam a produtividade, a receita e a satisfação do cliente. Além disso, um estudo da Nucleus Research revelou que, para cada dólar investido em CRM, o retorno era de US$ 8,71.

No cenário atual, apostar em softwares de gestão e relacionamento deixou de ser uma mera opção: tornou-se uma questão de sobrevivência no mercado. Com o “boom” dos serviços digitais, especialmente após a pandemia, o consumidor se tornou ainda mais exigente em relação às interações online. Se antes as empresas competiam apenas com aquelas do mesmo segmento e região, hoje disputam a atenção dos consumidores com players de todo o país, cuja qualidade de atendimento e experiência digital proporcionada define as expectativas do consumidor.

E para além do investimento em uma plataforma que irá automatizar, otimizar e organizar a rotina de atendimento ao cliente — além de monitorar dados e gerar relatórios —, é fundamental que a empresa desenvolva um processo robusto. Seguindo no exemplo de clínicas e consultórios médicos, aquelas que adotam como processo o levantamento de dados do paciente são as que melhor conseguem trabalhar o relacionamento e se destacar no mercado, gerando mais receita.

Exemplos práticos para aumento de receita

Algumas práticas adotadas por clínicas médicas em todo o país podem ilustrar como processos bem implementados, quando aliados à tecnologia, promovem resultados significativos:

Confirmação de atendimento – A confirmação automatizada de consultas tem um impacto direto na redução de faltas. Isso não só diminui a perda de horários, mas também aumenta os agendamentos, otimizando a agenda da clínica.

Datas especiais – O uso de dados, como a data de aniversário do paciente, ajuda a criar um vínculo mais próximo com o cliente. Quando uma clínica envia um simples lembrete ou mensagem de felicitações, reforça sua marca na memória do consumidor, o que aumenta a probabilidade de retorno.

Fluxos de comunicação – Garantir que o paciente saiba qual é o próximo passo em sua jornada é fundamental para evitar que ele se sinta perdido no processo. O envio de informações pré e pós-consulta é um exemplo prático de como isso pode ser feito, guiando o paciente até seu próximo atendimento preventivo, por exemplo.

Programas de indicação – Criar um programa estruturado de indicação é outra forma de fortalecer o relacionamento e aumentar a receita. O ato de agradecer e recompensar o paciente que faz uma indicação pode ser ativado com ofertas de cashback ou vantagens para ambas as partes.

Campanhas de engajamento – Utilizar listas de transmissão para enviar dicas de cuidados com a saúde ou informações específicas sobre prevenção e tratamento contribui para o reforço da marca. O engajamento contínuo com o paciente aumenta a probabilidade de ele recomendar a clínica e retornar para novos atendimentos.

Tudo isso pode ser automatizado a partir de ferramentas próprias de gestão e relacionamento. A transformação de um simples atendimento em uma receita recorrente passa, essencialmente, pelo reconhecimento e valorização dos principais clientes, que entregam mais valor ao longo do tempo.

A jornada relacional não é um resultado, mas o próprio processo contínuo de interação, engajamento e personalização. Gestores que tratam isso como algo essencial e o colocam no centro da tomada de decisão são os que realmente prosperam e garantem um crescimento sólido e sustentável para os seus negócios.

*Felipe Ravanello é Sócio-fundador e CGBO da GestãoDS.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 30 Janeiro 2025 06:36

CLIPPING AHPACEG 30/01/25

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

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Cartões de desconto em saúde: um olhar sobre a regulamentação e seus impactos

Golden Cross diz tomar medidas legais contra ANS

Unimed Goiânia substitui cartão físico pelo virtual em apoio à sustentabilidade

Artigo - IA: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Artigo - Saúde: a transformação da cultura corporativa por meio da NR1

Estudo da Unifesp revela que câncer mata mais que doenças cardiovasculares em algumas cidades do Brasil

Goiás registra aumento de 31% em cirurgias eletivas pelo SUS

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Cartões de desconto em saúde: um olhar sobre a regulamentação e seus impactos

Segundo informações da ANS, atualmente, 51,5 milhões de brasileiros possuem planos de assistência médica, que garantem acesso amplo a hospitais e profissionais de saúde. No entanto, esse número representa apenas 25% da população, evidenciando que os altos custos dos planos de saúde ainda os tornam inacessíveis para a maior parte da população brasileira.

Diante desse cenário, a busca por serviços de saúde mais acessíveis tem crescido, abrindo espaço para o surgimento de empresas que oferecem cartões de benefícios de saúde. Esses produtos proporcionam descontos em clínicas e hospitais privados e se apresentam como uma solução economicamente viável para quem não tem condições de arcar com um plano de saúde. Com eles, é possível acessar consultas, exames e procedimentos médicos a custos reduzidos, sem as exigências de períodos de carência que caracterizam os planos tradicionais.

Existem dois tipos de cartões de benefícios de saúde. O primeiro é o cartão de desconto, que requer o pagamento de uma taxa para sua emissão e oferece descontos em consultas e serviços médicos, cujo pagamento é negociado diretamente com o estabelecimento. O outro é o cartão pré-pago, que também exige uma taxa, além do carregamento com um valor. Esse modelo permite o pagamento de consultas e procedimentos médicos com desconto em locais conveniados.

Estima-se que ao menos 40 milhões de brasileiros utilizem atualmente cartões de benefícios, constatando-se uma disseminação das clínicas e empresas que trabalham com o produto. O ponto de alerta é que, embora ampliem o acesso a serviços privados de saúde para aqueles que não têm condições de contratar um plano, esses cartões não oferecem as mesmas coberturas assistenciais de um plano de saúde e, ainda assim, vêm sendo comercializados sem qualquer regulamentação.

É fundamental destacar que os cartões de desconto em saúde não são planos de saúde. Embora ofereçam descontos em procedimentos médicos, eles não garantem acesso ilimitado aos procedimentos obrigatórios listados no rol da ANS, nem cobrem atendimentos emergenciais e internações, como fazem os planos de saúde. Alguns cartões podem até oferecer atendimento para consultas online em caso de emergências, mas isso não substitui a abrangência de um plano de saúde em casos de urgência. Por essa razão, a expectativa é de que a regulamentação desse tipo de produto permita que as próprias operadoras participem desse mercado, sem alterar as regras dos planos ambulatoriais.

Atualmente, as operadoras de planos de saúde não podem comercializar, oferecer ou se associar a empresas que disponibilizem esse tipo de serviço. Conforme o art. 1º da RN nº 484/2022, é vedado às operadoras "a operação de sistemas de descontos ou de garantia de preços diferenciados a serem pagos diretamente pelo consumidor ao prestador dos serviços, bem como a oferta de qualquer produto ou serviço de saúde que não apresente as características definidas no inciso I e § 1º do art. 1º da Lei nº 9.656, de 1998."

Essa questão já havia sido debatida pela ANS em 2002, quando foi concluído que tais produtos estariam fora da competência regulatória da Agência, por não se enquadrarem nas características definidas pela Lei nº 9.656/98.

No entanto, uma decisão de 02/10/2023, do ministro Herman Benjamin, da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no acórdão AgInt no AREsp n. 2.183.7040, determinou que é competência da ANS regular e fiscalizar os cartões de descontos, sob o argumento de que tais produtos se assemelhariam aos planos com coparticipação, tornando irrelevante o fato de os pagamentos serem realizados diretamente pelos usuários.

A partir dessa decisão, o tema voltou a ser debatido na ANS, que realizou a Tomada Pública de Subsídios nº 5, em outubro de 2024. O objetivo foi receber propostas para a reformulação das regras dos planos ambulatoriais, e incentivar a venda de planos com cobertura de consultas e exames de forma segura para o consumidor.

Muito se discute sobre os impactos que uma eventual regulamentação pela ANS poderá trazer para os cartões de desconto. É inegável que o número de consumidores é expressivo e que uma regulação nos moldes dos planos de saúde poderia resultar em um encarecimento substancial dos produtos ofertados, podendo comprometer o acesso dos consumidores a esse tipo de serviço.

Por outro lado, a regulamentação trará maior segurança aos consumidores, e permitiria às operadoras, hoje impedidas de comercializar tais produtos, ingressarem nesse segmento, oferecendo novos produtos, e promovendo uma competitividade benéfica ao setor.

Atualmente, o plano ambulatorial oferece cobertura para consultas, exames e atendimentos oncológicos, conforme as coberturas mínimas estabelecidas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, além de atendimento ambulatorial nas primeiras 12 (doze) horas em casos de urgência/emergência.

Para que as coberturas mínimas já asseguradas aos planos ambulatoriais não sejam afetadas e, ao mesmo tempo, viabilizar a comercialização de produtos que ofereçam coberturas pontuais para consultas e procedimentos previamente estabelecidos, o caminho que parece viável ao mercado seria o da criação de uma nova modalidade de plano, alternativa que vem sendo considerada pela Agência.

Em 16/12/2024, durante a 616ª Reunião da Diretoria Colegiada, a ANS aprovou o edital de chamamento público para a regulamentação do cartão de desconto por meio do sandbox regulatório, ferramenta recém regulamentada (RN nº 621/2024), que permite às operadoras testar produtos ou serviços inovadores em um ambiente regulatório experimental e controlado pela Agência, com suspensão temporária das normas vigentes. O edital está atualmente sob avaliação da Procuradoria Federal.

O esperado é que a experiência obtida com o sandbox proporcione à ANS e ao mercado informações e perspectivas que sirvam de base para a formulação de uma regulação que atenda aos consumidores, ao mercado e promova a sustentabilidade do setor.

A Agência ainda tem um longo caminho a percorrer. Será necessário realizar diversos estudos e testes para chegar ao produto, que será oferecido pelas operadoras. O sucesso do serviço e sua adesão pelos consumidores dependerão das restrições que a Agência decidir impor ao novo produto.

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PORTAL CORREIO DA MANHÃ

Golden Cross diz tomar medidas legais contra ANS

A Golden Cross engrossou a conversa com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que determinou a venda de toda sua carteira de clientes. No dia 23, a operadora disse à coluna que tomaria as "medidas cabíveis" relacionadas à decisão.

Agora, afirma não concordar com a determinação e que já está adotando "medidas administrativas e legais".

A ANS deu 30 dias para a Golden Cross repassar seus clientes para outra operadora. Isto, ao detectar a incapacidade da operadora de sanar suas "anormalidades econômico-financeiras". Desde julho que, por um acordo, clientes da Golden são atendidos pela Amil.

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PORTAL ADUF

Unimed Goiânia substitui cartão físico pelo virtual em apoio à sustentabilidade

Com o intuito de fomentar a sustentabilidade, a Unimed Goiânia informa aos seus beneficiários que parou de emitir cartões físicos, adotando somente o modelo virtual. O novo formato deve ser acessado pelo aplicativo Cliente Unimed Goiânia.

Para acessar o cartão virtual, o primeiro passo é baixar o aplicativo no celular iOS ou Android. Em seguida, o beneficiário deve entrar na área "Não possui cadastro", ou caso já possua, deve fornecer o CPF e a senha para acessar sua página. Depois de realizar o login e acessar a página do beneficiário, basta clicar em "Cartão Virtual".

Para visualização do dependente no App Cliente Unimed Goiânia junto ao Titular, o mesmo deve ter o CPF cadastrado no sistema. Caso haja algum dependente sem a informação do CPF, é necessário entrar em contato com o setor de Planos Assistenciais e solicitar a atualização cadastral junto à Unimed.

Para aqueles que optarem pelo cartão físico, o mesmo poderá ser solicitado pelos e-mails O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. no departamento de planos Assistenciais do Adufg-Sindicato e será cobrado o valor de R$ 10,00 por unidade, podendo este valor ser alterado a qualquer momento.

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MEDICINA S/A

Artigo - IA: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Por Marcel Andrade

O ano de 2025 promete ser um marco na transformação digital da saúde, com a Inteligência Artificial (IA) emergindo como uma ferramenta poderosa para fortalecer o vínculo entre médicos, instituições e pacientes. A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados, personalizar tratamentos e a comunicação, além de otimizar processos, está revolucionando a forma como cuidamos da saúde e abrindo novas possibilidades para a fidelização de pacientes.

Uma das principais vantagens da IA é a sua capacidade de personalizar a experiência do usuário do serviço de saúde. Por meio da análise de dados clínicos, históricos de saúde e preferências individuais, a IA pode identificar padrões e gerar insights valiosos para que a comunicação entre instituição de saúde e paciente seja aprimorada. Essa abordagem não apenas melhora a eficácia dos tratamentos, mas também demonstra ao paciente que ele está sendo cuidado de forma individualizada, aumentando a sua satisfação e fidelidade.

A IA também está transformando a forma como médicos e pacientes se comunicam. Chatbots e assistentes virtuais baseados em IA podem responder a dúvidas comuns, agendar consultas e fornecer informações relevantes para otimizar o tempo das instituições e do paciente. Dessa forma, a equipe de profissionais de saúde se dedica ao acolhimento e tratamento das pessoas, deixando a automação cuidar de processos burocráticos.

Essa ferramenta permite que os médicos se concentrem em tarefas mais complexas, como a realização de diagnósticos e a prescrição de medicamentos, enquanto os pacientes têm acesso a informações precisas e atualizadas a qualquer hora e lugar.

A automação de tarefas repetitivas e a otimização de processos são outras vantagens da IA no setor da saúde. Através da análise de dados, a IA pode identificar gargalos e ineficiências, permitindo que as instituições de saúde aloquem seus recursos de forma mais eficiente. Além disso, a IA pode auxiliar na previsão de demandas e na gestão de estoques, reduzindo custos e otimizando a operação.

Apesar dos benefícios da automação, é importante destacar que a implementação dessa tecnologia no setor da saúde apresenta alguns desafios, como a necessidade de garantir a segurança e a privacidade dos dados dos pacientes, além de investir em infraestrutura e capacitação de profissionais.

Sai na frente dessa corrida quem entrega uma ferramenta que funcione integrada ao sistema que cada cliente tem instalado em sua organização, eliminando a barreira de contratação de uma nova ferramenta para a integração, o que, na maioria das vezes, demandaria muito trabalho e aumento do custo de implantação.

No entanto, as oportunidades são vastas e a IA tem o potencial de transformar a saúde em um setor mais eficiente, personalizado e centrado no paciente.

Um estudo recente da McKinsey & Company revelou que a adoção de tecnologias de IA no setor da saúde pode gerar economias de até US$ 100 bilhões por ano nos Estados Unidos. Além disso, uma pesquisa realizada pela Accenture mostrou que 80% dos pacientes estão dispostos a compartilhar seus dados de saúde com provedores que utilizam a IA para melhorar seus cuidados.

Segundo a McKinsey, as áreas de marketing, vendas, desenvolvimento de produtos, engenharia de software e P&D concentram o maior potencial de geração de valor da IA generativa nas empresas. Nesse contexto, a busca por vantagem competitiva está levando as empresas a repensarem a forma como utilizam a tecnologia.

Enquanto muitas organizações se limitam a soluções prontas, as líderes de mercado estão investindo em soluções personalizadas que se adaptam às suas necessidades específicas. Ao customizar modelos existentes ou desenvolver soluções próprias, essas empresas estão explorando novas oportunidades de negócio e se diferenciando da concorrência. A capacidade de capturar o valor dos dados proprietários e integrar a tecnologia aos processos internos é o segredo para o sucesso nessa nova era digital.

*Marcel Andrade é o cofundador e CPO da Wellon.

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Artigo - Saúde: a transformação da cultura corporativa por meio da NR1

Por Aline Silva

Com as novas exigências regulatórias, a gestão de saúde e segurança no trabalho (SST) evolui para um foco mais amplo, integrando a saúde mental ao planejamento estratégico das empresas. A recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR1) introduz o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que agora inclui a gestão de riscos psicossociais. Essa mudança não é apenas uma exigência legal, mas uma verdadeira transformação cultural que desafia muitas empresas a repensar como integram a saúde mental ao seu ambiente de trabalho.

Apesar dessa evolução, muitas empresas, especialmente as de maior porte, enfrentam dificuldades em gerenciar essas mudanças. Para elas, o papel de garantir a implementação do PGR e o mapeamento dos riscos psicossociais muitas vezes recai sobre profissionais de saúde ocupacional, enquanto os Recursos Humanos (RH) ficam com a responsabilidade de integrar essas novas demandas ao cotidiano corporativo. Esse desafio é amplificado pela falta de expertise em avaliação de riscos psicossociais e pela dificuldade em alocar recursos financeiros suficientes para a implementação do PGR, além da necessidade de um sistema dinâmico e baseado em dados, que demanda investimentos em tecnologia.

Uma solução para essa transição envolve o uso de ferramentas como a ISO 45003, que ajudam no mapeamento de riscos psicossociais e no impacto do ambiente de trabalho na saúde mental dos colaboradores. Treinamentos regulares para gestores, campanhas de conscientização e plataformas de monitoramento da saúde emocional dos colaboradores são fundamentais para integrar o bem-estar ao cotidiano da empresa, com medidas preventivas eficazes.

Além disso, a gestão do PGR deve ser incorporada ao planejamento estratégico da empresa, mostrando que o investimento em saúde mental traz retorno financeiro. Criar indicadores de desempenho específicos para o PGR é essencial para garantir a eficácia das ações e ajustar as estratégias conforme necessário.

O ano de 2025 é uma oportunidade para empresas que desejam alinhar seus objetivos às novas exigências do PGR. A implementação dessa mudança não apenas cumpre uma exigência regulatória, mas contribui para um ambiente corporativo mais saudável e seguro, com benefícios como a redução do absenteísmo, maior engajamento, produtividade e retenção de talentos. Investir na saúde mental não é apenas uma obrigação, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade do negócio.

*Aline Silva é Head de Gestão Clínica da Telavita.

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Estudo da Unifesp revela que câncer mata mais que doenças cardiovasculares em algumas cidades do Brasil

Trabalho publicado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), publicado na revista científica Lancet Regional Health – Americas, em novembro de 2024, identificou uma mudança no perfil das principais causas de mortalidade em mais de 700 municípios brasileiros. O câncer se tornou a principal causa de morte nesses locais, superando as doenças cardiovasculares (que historicamente ocupavam esse lugar), com uma taxa crescente de mortalidade associada ao aumento de tumores diagnosticados. Segundo os autores, essa transição epidemiológica reflete uma mudança contínua, com notáveis disparidades econômicas e regionais.

Na pesquisa, foram analisados os 5.570 municípios brasileiros no período de 2000 a 2019. Em 2000, a mortalidade por câncer era inferior à em todos os estados, mas já em 2019, 13% dos municípios apresentaram taxas de mortalidade por câncer superiores às de doenças cardiovasculares. Os autores mostram também que as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares diminuíram em 25 dos 27 estados, enquanto a mortalidade por câncer aumentou em 15 estados. Além disso, uma maior renda familiar correlacionou-se com uma maior mortalidade por câncer quando comparada com as decorrentes por doenças cardiovasculares. “Houve uma redução mais acentuada nas mortes cardiovasculares (de 30% a 60%) do que por câncer (de 20% a 30%)”, analisa Erick Rauber, radio-oncologista e diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).

 

Ainda segundo o especialista, há a necessidade de políticas públicas de saúde voltadas para a prevenção e o tratamento do câncer. “A mudança no perfil de mortalidade representa um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que o câncer exige estratégias diferenciadas de prevenção e tratamento. Além disso, os custos elevados para tratamentos de câncer podem sobrecarregar o sistema de saúde, especialmente em regiões com menor acesso a serviços especializados”, aponta.

O estudo aponta que um dos indícios para essa mudança é o aumento da expectativa de vida da população, associada a uma melhor capacidade de monitoramento e tratamento precoce dos problemas cardiovasculares. “É importante destacar que avanços significativos no controle de fatores de risco, como hipertensão e tabagismo, além de melhorias no diagnóstico precoce e no tratamento de doenças cardiovasculares podem ter contribuído para a diminuição do número de óbitos. Por outro lado, o câncer apresenta desafios mais complexos para prevenção e tratamento. O aumento da mortalidade por câncer no Brasil reflete, em parte, a crescente incidência de tipos de câncer associados ao envelhecimento da população e ao estilo de vida, como câncer de pulmão, mama e cólon”, explica Erick.

É possível baixar o número de casos de câncer também?

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o Brasil registrará 704 mil novos casos de câncer em 2025. “Apesar de números altos de estimativa de casos, vivemos uma cenário em que há exames de rastreamento com foco em diagnóstico precoce, além de várias e eficazes opções de tratamento como a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. O que complica é o acesso desigual em muitas regiões do país. Porém, vale destacar que as entidades internacionais já estão comprometidas em diminuir esses números. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, lançou a estratégia global para a eliminação do câncer do colo do útero”, pontua Rauber.

Radioterapia como um dos pilares do tratamento de câncer

A radioterapia é uma das principais modalidades de tratamento para o câncer, especialmente eficaz no combate a tumores localizados ou em estágios iniciais. “Apesar de não ser o único tratamento viável, a radioterapia utiliza radiação ionizante para destruir células cancerígenas, danificando o DNA dessas células doentes de forma que elas não possam mais se dividir e crescer. A radioterapia é frequentemente combinada com outros tratamentos, como a cirurgia e a quimioterapia. O uso de técnicas avançadas, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a radioterapia guiada por imagem (IGRT), tem permitido um controle mais preciso da radiação, reduzindo os efeitos colaterais e proporcionando tratamentos mais seguros e eficazes”, finaliza.

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A REDAÇÃO

Goiás registra aumento de 31% em cirurgias eletivas pelo SUS

O Ministério da Saúde realizou o maior número de cirurgias eletivas da história do Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, foram realizados 13.663.782 procedimentos, 10,8% maior do que em 2023, quando o número chegou a 12.322.368 operações. Em comparação com 2022, a alta é ainda maior, chegando a 32%, onde foram realizadas 10.314.385 cirurgias. No estado de Goiás, entre 2022 e 2023, o aumento foi de 31%, quando o número de cirurgias passou de 290.022 para 380.793. Até novembro de 2024, já haviam sido realizadas 383.461 operações no estado. 

O  Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), que visa a expansão de cirurgias prioritárias, também apresenta crescimento de procedimentos. No ano passado, 5.324.823 cirurgias foram realizadas. O índice é 18% maior do que o registrado em 2023 (4.510.740). Entre 2022 e 2024, houve aumento de 1.573.966 cirurgias: alta de 42% nos atendimentos. Neste período, 1.355.192 cirurgias foram financiadas pelo programa. Em Goiás, o número de procedimentos pelo PNRF passou de 24.430, em 2023, para 24.551, em 2024.  

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que a redução das filas e o fortalecimento do SUS são prioridades do governo federal. “Estamos trabalhando em programas que diminuem o tempo de espera do paciente nas filas. Além disso, nos últimos dois anos, concentramos nossos esforços na reestruturação do SUS, que passou por um período de desestruturação. Nosso objetivo é que a população seja atendida em tempo hábil e com muita qualidade”, frisa. 

Nísia Trindade destaca que o programa Mais Acesso a Especialistas é de extrema importância para o alcance dos resultados. “Com o programa, alcançamos o maior crescimento no número de serviços especializados no SUS nos últimos 10 anos. Além disso, ampliamos o número de médicos especialistas que atendem no SUS entre 2022 e 2024”, destaca a ministra. 

Sobre o programa 

O Mais Acesso a Especialistas traz inovações como a incorporação de um modelo de remuneração baseado no cuidado integral, que prioriza o paciente. Para isso, estão sendo investidos R$ 2,4 bilhões nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. 

O programa já alcançou adesão de 100% dos estados e do Distrito Federal, além de 97,9% dos municípios. Até o momento, foram enviados 136 planos de ação regionais, abrangendo 167,9 milhões de habitantes.

O programa prioriza a redução do tempo de espera para consultas, exames e tratamentos, com foco no diagnóstico precoce. As especialidades prioritárias são oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. 

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CORREIO BRAZILIENSE

Casos de covid no Brasil aumentam 151% em janeiro, maior alta em 10 meses

O país registrou 57.713 diagnósticos da doença nas três primeiras semanas deste mês

Os casos de covid-19 nas primeiras três semanas de 2025 no Brasil já superaram os registros dos últimos 10 meses. Nesse período, o país contabilizou 57.713 diagnósticos da doença, o que representa um aumento de 151% em comparação com as três últimas semanas de dezembro, quando foram registradas 23.018 infecções.

Os números foram divulgados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com base nas informações do Ministério da e da plataforma de pesquisadores da Unesp, SP Info Tracker.

Segundo as informações, o pico da doença ocorreu entre 5 e 11 de janeiro, quando 23,5 mil casos foram notificados às autoridades de saúde. Já entre 29 de dezembro e 4 de janeiro, 16 mil casos foram registrados, enquanto entre 22 e 28 de dezembro apenas 6.090 infecções foram contabilizadas.

Desde março de 2024 não eram observados números tão altos de infecção. Na primeira semana daquele mês, foram 53,8 mil casos. Já na segunda semana, 35,6 mil. A partir da terceira semana de março, houve uma queda significativa nos números, com apenas 14 mil casos. Nos últimos meses do ano passado, os casos não ultrapassaram 10 mil.

Segundo o professor da Unesp e coordenador do InfoTracker, Wallace Casaca, o aumento do número de casos no primeiro mês de 2025 pode estar relacionado com dois motivos: "A questão das festas de fim de ano, que levam a aglomerações e são uma oportunidade para que o vírus se dissemine. Além disso, existe também a nova variante da ômicron que é mais transmissível". "Quando junta esses dois fatores, temos um aumento significativo", explica.

Casaca adverte que a primeira grande medida para combater o vírus é atualizar o calendário vacinal. "Pessoas com comorbidade, pessoas idosas, crianças devem estar atentos para a vacina", frisa.

O professor aponta contudo que, apesar da alta, a tendência é de que em algumas semanas os casos diminuam. "É como uma sanfona, uma hora aumenta outra hora diminui, mas é preciso sempre ficar atento. Não deixe de se vacinar e de usar máscara quando estiver gripado", recomenda.

SRAG

De acordo com o último boletim InfoGripe da Fiocruz, entre 12 e 18 de janeiro houve também um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada à covid-19 na região Norte e Nordeste. "O crescimento ocorre principalmente na população mais idosa, mas em alguns estados também temos observado um aumento dos casos graves na população de jovens e adultos", afirma Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, no vídeo de divulgação do boletim.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 29 Janeiro 2025 07:11

CLIPPING AHPACEG 29/01/25

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DESTAQUES

As 8 doenças que mais matam no Brasil e como preveni-las

Remédio mais caro do Brasil custa até R$ 20 milhões e não tem previsão para chegar ao SUS

Artigo - Luciana Felipetto: A importância dos novos critérios para o diagnóstico do autismo

Pacientes renais de Anápolis relatam dificuldade no atendimento pelo SUS

O GLOBO ONLINE

As 8 doenças que mais matam no Brasil e como preveni-las

Infarto lidera lista de causas de óbito no país, que tem ainda diagnósticos como pneumonia e diabetes no topo

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60 milhões de pessoas morrem a cada ano, 1,5 milhão delas no Brasil. De um modo geral, o grupo de doenças cardiovasculares é a principal responsável pelos óbitos, seguido pelos cânceres e pelas doenças do aparelho respiratório. Mas quais são os diagnósticos exatos que mais matam os brasileiros?

Um levantamento do GLOBO, feito com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), mostra as 8 doenças específicas com maior mortalidade no país: infarto agudo do miocárdio; pneumonia; diabetes; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); hipertensão; acidente vascular cerebral (AVC); câncer de pulmão e insuficiência cardíaca.

Em 2023, os 8 diagnósticos responderam juntos por 423,2 mil mortes, cerca de 28,9% do total registrado naquele ano (1,46 milhão) - ou seja, representaram mais de 1 a cada 4 óbitos. No ano passado, dados de até agosto já contabilizavam 257 mil vidas perdidas pelas 8 doenças, 27,6% de todas as 932,6 mil mortes identificadas no período.

Especialistas ouvidos pelo GLOBO explicam por que as doenças têm uma mortalidade tão alta, ainda que tenha ocorrido um avanço significativo no tratamento nas últimas décadas, e listam o que pode ser feito para preveni-las a nível individual e populacional. Eles destacam que grande parte das condições podem ser evitadas por medidas simples em comum, que devem ser incorporadas ao dia a dia.

Infarto, hipertensão, AVC e insuficiência cardíaca Para a Ana Luiza Ferreira Sales, coordenadora da unidade cardiointensiva do Hospital Pró-Cardíaco e do Serviço de Transplante Cardíaco e Suporte Circulatório, no Rio de Janeiro, não é surpresa que as doenças cardíacas apareçam no topo da lista. De um modo geral, todas as causas cardiovasculares foram responsáveis por 388,2 mil óbitos em 2023.

- Costumamos englobar essas doenças porque elas têm uma origem muito semelhante e medidas em comum que influenciam como prevenção. Isso porque o que evita uma protege contra a outra. Tratando a hipertensão, por exemplo, você diminui taxas de insuficiência cardíaca. Evitando infarto, você evita um AVC - explica a médica.

O infarto, também conhecido como ataque cardíaco, foi a causa sozinho de 94 mil vidas perdidas. Ele ocorre quando há um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo no coração, o que leva à morte de células cardíacas. Geralmente esse bloqueio é resultado da aterosclerose, quando placas de gordura se acumulam no interior das artérias até obstruí-las.

Já a hipertensão essencial, também chamada de primária, é a elevação da pressão arterial que não é provocada por uma doença específica, mas sim por fatores como histórico familiar, sedentarismo ou obesidade. Ela respondeu por cerca de 34,3 mil óbitos. Quando não tratada, leva a danos de longo prazo em diversos órgãos e torna-se o principal fator de risco de desfechos graves, como infarto.

O AVC (33,8 mil mortes), assim como o infarto, é causado pelo bloqueio no fluxo sanguíneo, porém em vasos que ficam no cérebro. Outro motivo é quando esse vaso se rompe, causando uma hemorragia no órgão. Enquanto isso, a insuficiência cardíaca (30,9 mil mortes) é uma síndrome clínica que leva o coração a perder ou a diminuir a capacidade de bombear sangue adequadamente. Geralmente, decorre de outros problemas de saúde, estima-se que 2 milhões de brasileiros vivam com a doença.

- O diagnóstico de insuficiência cardíaca se destaca porque é muito prevalente e impacta de maneira muito negativa a sobrevida do paciente. Mas avançamos muito nos tratamentos de todas essas doenças nos últimos 10 anos. Hoje temos muitas opções de terapias medicamentosas para insuficiência cardíaca, e temos diversos anti-hipertensivos, técnicas de revascularização e protocolos mais efetivos para pacientes que sofreram infarto ou AVC - conta Ana Luiza.

Em relação à prevenção, ela explica que, no caso de pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca, que são doenças crônicas, é importante a correta adesão ao tratamento para evitar os desfechos graves. Já para se proteger contra o surgimento de todos os quatro diagnósticos, a principal medida é adotar melhores hábitos de vida.

- Atividade física regular, uma dieta pobre em gorduras insaturadas, rica em fibras e alimentos mais naturais, menos ultraprocessados, tratar a obesidade como doença, deixar de fumar, inclusive os cigarros eletrônicos, evitar abuso de álcool e outras drogas, tudo é efetivo. Evitar o diabetes, que é um grande fator de risco, também é importante. Com essas medidas, conseguimos impactar o número de casos dessas doenças e, consequentemente, a mortalidade geral do país - diz.

Pneumonia, DPOC e câncer de pulmão A pneumonia, causa da morte de 85,2 mil brasileiros em 2023, é uma inflamação que acomete os pulmões e que, geralmente, está ligada ao agravamento de uma infecção, como por um vírus ou uma bactéria. Por isso, costuma ter início com uma simples gripe ou resfriado, mas que evolui para a forma grave, especialmente em grupos de risco, como tabagistas, idosos, imunocomprometidos e recém-nascidos.

- No mundo inteiro, a pneumonia é a principal causa de morte por doenças infecciosas. Houve uma redução da mortalidade ao longo do tempo com a melhora dos sistemas de saúde, das condições sanitárias, dos tratamentos, das vacinas, mas os números continuam muito altos. E a pneumonia é comum porque os pulmões, além da pele, são o órgão que tem um contato direto com o meio ambiente pelo ar e está exposto a esses agentes infecciosos - explica Ricardo de Amorim Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O especialista explica que ter uma boa qualidade de vida, com práticas de exercícios e alimentação adequada, protege contra formas graves das infecções. Mas, no caso da pneumonia, há outras medidas importantes: a vacinação e o cuidado de pessoas contaminadas para evitar a transmissão de vírus e bactérias:

- A vacinação tem um papel fundamental, principalmente para crianças pequenas e outros grupos de risco. A vacinação contra a gripe, por exemplo, é essencial porque o vírus Influenza é um agente que também propicia o desenvolvimento de pneumonia por uma bactéria chamada pneumococo. Temos vacinas avançadas para a pneumococo, recentemente tivemos o lançamento no Brasil de uma dose que protege contra os 20 principais tipos da bactéria, mas existem mais de 100 sorotipos. As vacinas não impedem a transmissão, mas reduzem consideravelmente as complicações graves.

Em relação a pessoas infectadas, ele destaca a importância de se higienizar as mãos, usar máscaras e evitar aglomerações para evitar a propagação dos agentes respiratórios. Em caso de sintomas, as pessoas devem procurar o serviço de saúde porque, se for uma pneumonia, cada hora de atraso no início do antibiótico adequado implica um aumento no risco de morte em 30 dias pela doença.

Já a DPOC, causa de 43,4 mil vidas perdidas em 2023, ocorre em decorrência da inalação de fumaça tóxica. A maioria dos casos, 80%, é relacionada ao tabagismo, mas também pode ser provocada por fumaça ocupacional e ambiental. O quadro é caracterizado por uma inflamação dos brônquios e destruição dos alvéolos, que é onde ocorre a troca gasosa no pulmão.

- Os pacientes sofrem uma redução da capacidade pulmonar, o que leva à redução da oxigenação, da capacidade de exercício físico. Eles ficam mais sedentários, perdem massa muscular, função cardíaca, então enfrentam risco aumentado de morte também por doença cardíaca. E os pulmões ficam extremamente expostos à invasão por agentes infecciosos. Qualquer resfriado, gripe, que seriam bem tolerados em pessoas sem DPOC, nesses pacientes às vezes significa um abismo, um risco enorme de internação e morte - explica Amorim Corrêa.

A prevenção ocorre ao evitar a inalação da fumaça tóxica. Uma delas é utilizar equipamento de proteção individual em casos de trabalhos que levam à exposição à fumaça tóxica. Mas a principal é não aderir ou abandonar o tabagismo.

Hoje, no país, 9,3% dos brasileiros com mais de 18 anos são fumantes, segundo a edição de 2023 do levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde. Há 35 anos, em 1989, esse percentual era de 34,8% da população adulta, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) da época.

- O Brasil teve um avanço importante na cessação do tabagismo, que precisa ser mantido. Só que ainda temos pessoas que fumam e hoje temos um risco grande com a disseminação dos cigarros eletrônicos. Além disso, o impacto na DPOC que vemos hoje é dos altos níveis de tabagismo de 20, 40 anos atrás. A estimativa é que a mortalidade pode crescer e se tornar a principal causa de óbito nas próximas décadas - diz o pneumologista.

O câncer de pulmão, que matou 31,1 mil brasileiros, é um dos mais difíceis e graves de tratar, explica o presidente da SBPT. Cerca de 70% dos casos é também associado ao tabagismo. No entanto, os tumores têm se modificado com mutações importantes que levam a quadros mais agressivos e mais precoces.

- Felizmente, paralelamente ao aumento de casos, temos visto um avanço grande na tecnologia do diagnóstico, que melhora o tratamento. Hoje podemos detectar em bases moleculares as mutações e os antígenos presentes no câncer para guiar a utilização de medicamentos imunoterápicos ou quimioterápicos, direcionados especificamente a essa mutação. Essas drogas específicas evitam efeitos colaterais e impacto em células saudáveis - diz.

Em relação à prevenção, além de não fumar, como 30% dos casos não são causados pelo cigarro, a detecção precoce se torna a principal ferramenta para identificar o câncer em estágios iniciais e aumentar as chances de cura para até cerca de 85%, explica o pneumologista:

- Existem protocolos de rastreamento, trabalhamos aqui no Brasil para que eles sejam implantados de forma definitiva no Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, os médicos têm tomado mais consciência e aumentado a adoção dos protocolos. Eles envolvem a realização de tomografias de baixa dose de radiação nas pessoas que apresentam micro nódulos ou anualmente em pessoas de 50 a 80 anos que fumam ou deixaram de fumar há menos de 15 anos.

Diabetes A diabetes, doença por trás de 70,4 mil óbitos no Brasil em 2023, tem uma alta mortalidade por dois fatores: ser muito prevalente na população (cerca de 10% dos adultos) e poder levar a complicações graves. É o que explica Bianca de Almeida Pititto, coordenadora de Epidemiologia do Departamento de Saúde Pública, Epidemiologia, Economia da saúde e Advocacy da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD):

- São cerca de 20 milhões de brasileiros com a doença. A relevância desses números é que ela é um dos principais fatores de risco para infarto, insuficiência cardíaca e derrame. Quando analisamos os dados de óbito por diabetes, entende-se que ela foi a base para todas as complicações que levaram à morte. Mas às vezes o atestado coloca como causa base o infarto, então a diabetes pode ser ainda mais relevante, com estimativas de que chega a estar por trás de 10% das mortes.

A doença é causada pela produção insuficiente ou má absorção da insulina, hormônio que regula os níveis de glicose (açúcar) no sangue. No caso da diabetes tipo 1, menos comum, isso ocorre devido a uma resposta imunológica que leva o próprio corpo a atacar as células produtoras de insulina. Já no do tipo 2, que responde por 95% dos casos, a má produção e absorção do hormônio são resultado de fatores de estilo de vida, como obesidade e sedentarismo.

Bianca explica que existem causas de morte decorrentes da descompensação aguda do diabetes, como a cetoacidose diabética e a hipoglicemia. Mas são menos comuns do que as complicações cardíacas e renais de longo prazo. O tratamento adequado da doença, com os medicamentos e a reposição do hormônio, nos casos em que há necessidade, é a principal maneira de evitar os desfechos fatais.

Já para prevenir o surgimento da doença, os estudos comprovam que mudanças no estilo de vida conseguem postergar ou prevenir por completo o diagnóstico, mesmo em pessoas consideradas de risco, conta a médica:

- Nos casos de pessoas com sobrepeso ou obesidade, uma perda de 7% do peso corporal, adoção de 150 minutos de atividade física por semana e a incorporação de uma dieta saudável, com pelo menos cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia, por ao menos cinco dias na semana, faz muita diferença. O grande desafio é levar essas intervenções para todas as pessoas que são de risco no país.

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PORTAL G1

Remédio mais caro do Brasil custa até R$ 20 milhões e não tem previsão para chegar ao SUS

Medicamento de terapia gênica é utilizado para tratar crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD). Uma das únicas formas de tratamento desse tipo de distrofia, o remédio é um dos mais caros do mundo.

Aprovado no início de dezembro pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Elevidys (delandistrogeno moxeparvoveque) pode chegar a custar até R$ milhões no Brasil e ainda não há previsão de quando o medicamento será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O remédio de terapia gênica é utilizado para tratar crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética rara que causa atraso no desempenho motor, dificuldade para se levantar e quedas frequentes.

O medicamento é considerado um dos mais caros do mundo e é um dos únicos tratamentos para a esse tipo de distrofia. No Brasil, são diagnosticados cerca de novos casos da doença por ano.

A Anvisa aprovou o uso para crianças deambuladoras (que ainda conseguem caminhar) de a anos que tenham a distrofia. Para maiores de anos e que perderam a capacidade de locomoção, os dados ainda são limitados, não permitindo a comprovação de eficácia.

Após o processo de aprovação pela agência reguladora brasileira, o preço do medicamento foi estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que determinou no início de janeiro um custo que pode chegar a R$ milhões, considerando os impostos.

Segundo o Ministério da Saúde, agora cabe à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) analisar as evidências científicas sobre a tecnologia, considerando aspectos como eficácia e segurança, além de realizar uma "avaliação econômica comparativa dos benefícios, custos e impactos orçamentários para o SUS".

Apesar da disposição da farmacêutica Roche, fabricante do medicamento, em negociar com os órgãos públicos para facilitar o acesso aos pacientes, especialistas ouvidos pelo g explicam que muito dificilmente será possível conseguir o remédio sem entrar na justiça.

Dificuldade no acessoMesmo com a aprovação da Anvisa, o acesso ao remédio ainda é difícil. Além do altíssimo custo, o medicamento possui uso restrito a estabelecimentos de saúde, segundo a agência reguladora.

"O registro do medicamento é a autorização para que o produto possa ser utilizado e comercializado no Brasil, mas a logística e prazos de comercialização cabem ao fabricante", explica a Anvisa, em nota.A Roche, fabricante do Elevidys, afirma que, com a aprovação do preço pela CMED, o medicamento já pode ser comercializado localmente - o que, até o momento, está restrito ao mercado privado.

Mesmo antes da autorização da Anvisa, famílias buscavam o acesso ao tratamento por meio de ações judiciais.

Juliana Hasse, advogada e presidente da comissão especial de direito médico e da saúde da OAB-SP, explica que, além da aprovação conferir segurança e permissão legal para o uso do medicamento no Brasil, pode facilitar o aspecto da judicialização.

"Para judicializar é exigido que o remédio possua registro na Anvisa, no sentido de provar que não é nada experimental", afirma.Para Karina Zuge, presidente da Aliança Distrofia Brasil, organização nacional de pacientes com distrofias musculares, a aprovação na Anvisa garante o acesso com garantia de que há segurança ao paciente.

"Ficamos muito felizes, porque é um momento histórico e muito aguardado. E agora é seguir para que o medicamento chegue a quem precisa", pontua.Uma vez que o tratamento anual tem valor que supera os salários-mínimos e envolve um medicamento não incorporado ao SUS, mas agora com registro na Anvisa, os processos devem tramitar na Justiça Federal - e a União deve custear integralmente o remédio.

Incorporação ao SUSAtualmente, a incorporação do Elevidys ao SUS se encontra em "análise de conformidade", de acordo com o Ministério da Saúde.

"Caso atenda aos critérios estabelecidos, o tema será pautado para avaliação inicial em reunião da Conitec até o final do primeiro semestre de ", detalha o ministério.O processo de avaliação pelo Conitec prevê um prazo de dias, prorrogáveis por mais dias. Depois disso, o órgão emite uma recomendação ao Ministério da Saúde para a incorporação ou não do remédio no SUS.

Com isso, ainda não há previsão para que o medicamento chegue ao SUS. E isso pode nem de fato acontecer.

"Em tese deveria ser incorporado ao SUS, mas por questões burocráticas e até pelo altíssimo custo do medicamento, pouco provável que haverá fácil acesso, a exemplo do que ocorre com outros medicamentos de altíssimo custo hoje no país. Necessariamente haverá judicialização", prevê Juliana Hasse. disso, a falta de exigências científicas mais robustas pode dificultar a inclusão do medicamento como remédio de alto custo.

"O tratamento tem potencial de cura, mas há incertezas no que se refere aos resultados e sequelas a longo prazo, que ainda são desconhecidas por se tratar de uma tecnologia relativamente nova no mercado", complementa Juliana.

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O DIA ONLINE

Artigo - Luciana Felipetto: A importância dos novos critérios para o diagnóstico do autismo

Luciana Felipetto - Divulgação

Segundo levantamentos da Organização Mundial da Saúde - OMS, uma em cada 160 crianças no mundo são autistas. No Brasil, seriam aproximadamente 2 milhões de autistas. Estes cidadãos demandam políticas públicas e adaptações que são estabelecidas a partir do grau de suporte que necessitam e levando em consideração critérios que o médico avalia e que estão descritos no CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), elaborado pela Organização Mundial da Saúde.

Vale a ressalva que o diagnóstico do Autismo é dado pelo médico, mas a equipe multidisciplinar tem papel relevante neste percurso e na criação das adaptações e no suporte para a intervenção terapêutica.

Atualmente, houve a necessidade de uma atualização nestes critérios diagnósticos e a partir de 2025 entraria em vigor a CID- 11, mas como seria uma mudança significativa, esta atualização entrará em vigor somente em 2027, pois vai demandar capacitação dos profissionais da saúde e do sistema único de saúde.

Com a CID- 11 o Transtorno do Espectro do Autismo passará a ser classificado pelo código 6A02 e estabelecerá critérios diagnósticos parecidos com os encontrados no DSM-V que é o Manual Estatístico de Transtornos Mentais, publicado em 2013 e em vigor, principalmente nos Estados Unidos. E o que mudará então?

Mudará que os critérios diagnósticos de TEA passarão a agrupar aspectos relacionados à socialização e comunicação em uma categoria e em outra a inclusão dos sintomas sensoriais. Também vai oferecer mais dados para detalhar o autismo com e sem deficiência intelectual e comprometimento de linguagem funcional, além da gravidade de cada um.

Ademais, com esta padronização, os critérios passam a ser universais e o detalhamento proposto vai ajudar a evitar diagnósticos errados e dúvidas quanto à grande diversidade encontradas neste espectro tão amplo. Assim, a forma de intervenção será mais assertiva também.

E é importante dizer que, quanto mais precocemente for o diagnóstico de Autismo, mais cedo se iniciam as intervenções e orientações que fazem toda a diferença na vida dos pacientes e de seus familiares.

E enquanto a Cid-11 não é implementada, cabe estudo, capacitação, troca de sistema do SUS e muita discussão sobre estes novos critérios que serão adotados. Mas o que não pode faltar é o respeito às pessoas que estão no espectro do autismo e que eles tenham visibilidade na sociedade.

Técnicas e avaliações pautadas em evidências científicas são imprescindíveis para a boa condução e autonomia destes cidadãos, mas a empatia por eles deve ser genuína e natural.

Cabe aqui expor que ninguém é igual e os indivíduos com autismo também não são iguais. Assegurar saúde, educação e a inclusão destes cidadãos precisa ser um movimento pensado e individualizado.

Já avançamos muito em políticas públicas e em direitos dos autistas. Mas ainda não é suficiente. Vamos continuar lutando para que a inclusão não só dos autistas, mas de todas as pessoas com deficiências, seja algo natural em nossa sociedade, a ponto de não serem mais necessárias legislações para garantir seus direitos constitucionais.

Luciana Felipetto é doutoranda e mestre em Ciências da Educação

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A REDAÇÃO

Pacientes renais de Anápolis relatam dificuldade no atendimento pelo SUS

Depois de apurar denúncias sobre a dificuldade de acesso de pacientes renais ao tratamento pelo SUS em Anápolis, o Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou que o município tome uma série de medidas visando garantir o atendimento em um hospital de retaguarda - unidade que presta atendimento pós-hospitalar, com o objetivo de continuar o tratamento de quem necessita de longos períodos de internação.

De acordo com o promotor de Justiça Marcelo de Freitas, a orientação do órgão é de que a secretária municipal de Saúde, Eliane Pereira dos Santos, informe qual é o hospital para esta finalidade, enviando documentos que comprovem esse pacto e garantindo que o local tem condições de receber os pacientes do Instituto Nefrológico de Anápolis (Inan).

Para isso, deverá ser observado, caso ainda não exista hospital vinculado, que se defina uma unidade no prazo de 15 dias. Também deverá, no prazo de 20 dias, definir formalmente o fluxo de acesso ao hospital vinculado ao SUS de retaguarda dos pacientes do Inan.

Por fim, terá de adotar as medidas administrativas para garantir aos pacientes as transfusões de sangue das quais venham eventualmente necessitar e que o respectivo procedimento ocorra na unidade nefrológica na qual realizam hemodiálise.  

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Assessoria de Comunicação

 

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Setor atinge 5,15 milhões de postos de trabalho no 3º trimestre de 2024, com destaque para a saúde suplementar e maior participação feminina.

Análise Especial do Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS), elaborada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revelou um aumento expressivo nas oportunidades de trabalho na área da saúde até o terceiro trimestre de 2024. Destaque para o segmento de saúde suplementar, que inclui operadoras e prestadores de serviços, onde o saldo de empregos foi positivo. 

Crescimento de ocupações 

No comparativo com o trimestre anterior, o saldo total de empregos gerados na cadeia da saúde foi de 76,2 mil novas ocupações, um crescimento de 1,5%, totalizando 5,15 milhões de postos de trabalho. Esse desempenho supera a média da economia geral, que registrou crescimento de 1,3% no mesmo período. 

Apesar da expansão no número de empregos, foi observada uma desaceleração no aumento dos rendimentos médios reais. Essa tendência reflete desafios no equilíbrio entre geração de vagas e a valorização salarial no setor. 

Liderança feminina e escolaridade 

A presença feminina continua em destaque na saúde suplementar. As mulheres lideraram a geração de postos de trabalho nas regiões Sudeste (+3.936) e Nordeste (+2.022). A análise também apontou o ensino médio completo como a principal qualificação demandada no setor, enquanto níveis de escolaridade mais altos, como ensino superior e pós-graduação, enfrentaram crescimento mais modesto ou até quedas em determinadas categorias. 

Variações regionais 

O desempenho do mercado de trabalho na saúde apresentou diferenças regionais marcantes: 

Centro-Oeste: Crescimento moderado, com estabilidade nas oportunidades para profissionais com ensino médio e superior completo. 

Nordeste: Expansão significativa em operadoras, impulsionada pela contratação de mulheres e profissionais com ensino médio completo. 

Sudeste: Forte concentração de vagas em operadoras e prestadores, com destaque para mulheres e trabalhadores com ensino médio. 

Norte e Sul: Crescimento mais tímido, acompanhado de quedas em ocupações que exigem níveis de escolaridade mais baixos. 

Destaques por gênero e escolaridade 

Gênero 

As mulheres registraram menor perda percentual nos rendimentos médios reais em comparação aos homens no terceiro trimestre de 2024. 

Em 12 meses, no entanto, as mulheres apresentaram uma queda percentual mais acentuada nos rendimentos. 

A presença feminina foi mais expressiva em áreas de operadoras e prestadores, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. 

Escolaridade 

O ensino médio completo foi a qualificação mais procurada, refletindo a forte demanda por profissionais com esse nível de formação. 

O ensino superior e a pós-graduação cresceram de forma moderada, com algumas categorias enfrentando retrações. 

O fundamental incompleto sofreu perdas em diversas regiões. 

Fonte: Saúde Business