
Administrador
Eliminação do sarampo no Brasil tem reconhecimento internacional
Até o final de 2016 o Brasil receberá, da OMS, o certificado de eliminação do sarampo - e com isso ficará reconhecido o fim da transmissão da doença em todo o continente americano
O sarampo está eliminado no Brasil. O anúncio foi feito durante visita ao Brasil da presidente da Comissão Nacional de Especialistas para a Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), Merceline Dahl-Regis: o último caso relatado no país foi no Ceará, em julho de 2015. A expectativa agora é que, até o final de 2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – e com isso ficará reconhecida a eliminação da transmissão da doença em todo o continente americano, que será a primeira região do mundo onde isso acontece. O mesmo ocorreu, em 2015, com a rubéola e a síndrome da rubéola congênita.
Dahl-Regis elogiou o trabalho integrado e exitoso do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Ceará, parabenizando todo o processo de vigilância epidemiológica realizado durante a situação. “O Ministério da Saúde, junto com a Secretaria Estadual e municipais de Saúde no Ceará, buscaram sempre agir de forma oportuna para enfrentar e garantir a interrupção da cadeia de transmissão do sarampo. Isso demonstra a eficiência do trabalho integrado feito pelo monitoramento e a vigilância dentro do Sistema Único de Saúde do Brasil”, explicou o secretário Executivo, Antonio Nardi, durante evento na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em Brasília, onde foram discutidos também os progressos realizados no sentido de garantir a sustentabilidade da interrupção da transmissão do vírus no sarampo.
Histórico – No Brasil, o Sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. Desde 1999, a vigilância do sarampo é integrada à vigilância da rubéola, tornando oportuna a detecção de casos e surtos e a efetivação das medidas de controle adequadas.
Desde a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo, em 2000, a doença apresentou baixa morbimortalidade. No ano 2000 foram confirmados os últimos surtos autóctones nos estados do AC e MS. A partir de 2001 ocorreram casos importados, mas sem grande magnitude e controlados pelas ações de prevenção e controle.
Também foi realizada Campanha de Seguimento contra o Sarampo em todos os municípios brasileiros no período de 08 a 28 de Novembro de 2014. Com as medidas adotadas foi constatada a interrupção da circulação do vírus do sarampo no Brasil. A partir desse cenário, particularmente nos estados de PE e CE – onde ocorreram surtos em 2013, 2014 e 2015 – foi elaborado, em 2014 o Plano de Contingência Para Resposta às Emergências em Saúde Pública para o Sarampo. Em 2015, considerando o cenário da disseminação do Zika vírus país, foi elaborado o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia – Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Atualizado de acordo com as necessidades e o cenário epidemiológico.
Apesar dos grandes avanços obtidos no mundo, os surtos continuam ocorrendo mesmo em países que apresentam alta cobertura vacinal, o que requer que sejam mantidas as estratégias estabelecidas no Plano de Sustentabilidade da Eliminação do Sarampo, Rubéola e SRC e manutenção da Comissão Nacional de Especialistas do Sarampo.
Mesmo após a interrupção dessa transmissão, é importante a manutenção do sistema de vigilância epidemiológica da doença, com o objetivo de detectar oportunamente todo caso de sarampo importado, bem como adotar todas as medidas de controle ao caso.
O Programa Nacional de Imunizações estabelece a meta de 95% da cobertura vacinal de forma homogênea em todas as localidades no município. Para avaliar e monitorar essa cobertura local, o Monitoramento Rápido de Cobertura (MRC) deve ser realizado de forma sistemática, com articulação entre as equipes de vigilância epidemiológica, laboratorial e imunizações, Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no País eram importados ou relacionados à importação. (Fonte: Ministério da Saúde)
Classificados como grandes geradores, hospitais associados da Ahpaceg assumem a gestão de seus resíduos
Os resíduos gerados por hospitais goianienses associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) passarão a ser coletados por uma empresa particular. Os associados já se adequaram às novas exigências da legislação municipal, em vigor desde ontem (14), e que determinam que grandes geradores assumam a gestão dos resíduos produzidos. Mensalmente, cada associado gera, em média, entre 9 e 10 toneladas de resíduos.
O serviço de coleta, transporte e destinação final deste lixo comum produzido pelos hospitais, que vinha sendo feito pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), passará a ser realizado pela empresa Indcom Ambiental.
Nesta sexta-feira, após uma negociação com sete empresas do ramo de coleta de resíduos, a Central de Compras da Ahpaceg firmou um contrato com a Indcom Ambiental. O preço cobrado pela empresa para a prestação do serviço é bem inferior ao oferecido pela Comurg, que continuará coletando os resíduos dos grandes geradores, mas mediante pagamento.
Desde 2015, quando o município transferiu para os hospitais a responsabilidade pela coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos químicos e infectantes gerados, a Indcom Ambiental vem atendendo os associados da Ahpaceg. Agora, o contrato será aditivado e a empresa ficará responsável também pelo lixo comum.
Saiba mais...
A Ahpaceg representa 21 grandes hospitais goianos, sendo que 16 deles estão instalados na capital: Hospital Amparo, Hospital do Coração, Hospital do Coração Anis Rassi, Hospital da Criança, Hospital de Acidentados, Hospital Infantil de Campinas, Hospital e Maternidade Jardim América, Hospital Monte Sinai, Hospital Ortopédico de Goiânia, Hospital Samaritano de Goiânia, Hospital Santa Genoveva, Hospital Santa Helena, Hospital São Francisco de Assis, Instituto de Neurologia de Goiânia, Instituto Ortopédico de Goiânia e Maternidade Ela.
Leia também: Hospitais associados vão assumir a gestão de seus resíduos químicos e infectantes
Ahpaceg tem novos associados e agora representa 21 hospitais
A Ahpaceg recebeu, recentemente, quatro novos associados: o Hospital do Coração, Hospital Ortopédico de Goiânia e Maternidade Ela, os três de Goiânia, e Hospital Santa Terezinha, de Rio Verde. Com a entrada destes importantes sócios, a Ahpaceg encerra o recebimento de novos membros em 2016, com a satisfação de representar 21 hospitais goianos, que são referências sólidas nas áreas de cardiologia, ginecologia e obstetrícia, neurologia, ortopedia, pediatria e outras especialidades médicas.
A diretoria da Associação observa que o grupo de associados congrega hospitais que comungam do ideal da Ahpaceg de oferecer à sociedade uma assistência hospitalar com qualidade e segurança. A Associação ressalta ser a legítima e única representante destes associados em negociações coletivas com operadoras de planos de saúde, função que desempenha sempre buscando a sustentabilidade dos hospitais com um compromisso ético e responsabilidade social.
Confira a relação dos hospitais associados
Goiânia: Hospital Amparo, Hospital do Coração, Hospital do Coração Anis Rassi, Hospital da Criança, Hospital de Acidentados, Hospital Infantil de Campinas, Hospital e Maternidade Jardim América, Hospital Monte Sinai, Hospital Ortopédico de Goiânia, Hospital Samaritano de Goiânia, Hospital Santa Genoveva, Hospital Santa Helena, Hospital São Francisco de Assis, Instituto de Neurologia de Goiânia, Instituto Ortopédico de Goiânia e Maternidade Ela
Aparecida de Goiânia: Hospital Santa Mônica
Anápolis: Hospital Evangélico Goiano
Catalão: Hospital Nasr Faiad e Hospital São Nicolau
Rio Verde: Hospital Santa Terezinha
Nota de Apoio ao Ministério Público Estadual na Operação SOS Samu
Goiânia, 9 de julho de 2016
Coleta de Lixo: Hospitais devem se cadastrar na Comurg
Os hospitais de Goiânia devem se cadastrar na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) como grandes geradores de resíduos. A exigência é válida para todos os estabelecimentos comerciais, públicos, institucionais, de prestação de serviços e industriais goianienses que produzem volume superior ou igual a 200 litros diários de resíduos. O cadastro deve ser feito pelo site da Comurg - clique aqui.
Hoje pela manhã, em reunião com representantes da Ahpaceg, o diretor de Operações da Comurg, Ailson Alves da Costa, informou que a companhia está notificando os grandes geradores via e-mail ou carta, mas, independentemente desta notificação, os hospitais devem efetuar o cadastro.
A partir da próxima quinta-feira, 14 de julho, os hospitais que produzem esse volume por dia deverão arcar com os custos da coleta, transporte e destinação final deste lixo. A Comurg continuará prestando o serviço mediante pagamento. Para a coleta e transporte, o órgão vai cobrar 215 reais por tonelada e uma taxa de 108 reais pelo uso do aterro sanitário da capital.
Os hospitais também poderão contratar empresas privadas para a prestação destes serviços. A Ahpaceg já está fazendo uma cotação em busca dos melhores preços e serviços para uma compra coletiva.
Separação do lixo ajuda a reduzir volume
O diretor citou o volume gerado por alguns hospitais associados. Os dados apresentados variam de 3 a 48 toneladas mês. Uma forma de reduzir esse volume é a separação do lixo comum (seco) do lixo orgânico (úmido).
A coleta seletiva é feita gratuitamente pela Comurg, basta que o hospital solicite uma visita técnica do órgão para a definição do período do recolhiomento. Essa solicitação pode ser feita pelo telefone 3524 8575.
O diretor explica que não é necessário separar papel de metal, vidro ou outros resíduos que possam ser reciclados. “As únicas exigências são a separação do lixo úmido do seco e o cuidado para não contaminar o material a ser reciclado”, disse.
A Ahpaceg vai organizar uma palestra com técnicos da Comurg e da Agência Municipal do Meio Ambiente para orientar os hospitais sobre a correta separação dos resíduos e como reduzir o volume de lixo produzido.
Unimed Cerrado parabeniza a Ahpaceg e associados pelo Dia do Hospital
Em mensagem enviada à Ahpaceg, o presidente da Unimed Cerrado (Federação das Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins e do Distrito Federal), José Abel Ximenes, parabenizou os associados pelo Dia do Hospital, celebrado em 2 de julho. Confira:
Dia do Hospital - Parabéns, associados!
Dia do Hospital – 2 de Julho
Parabéns, associados!
A Ahpaceg orgulha-se de representá-los
A Ahpaceg tem o orgulho de representar 21 hospitais goianos, que são referências sólidas nas áreas de cardiologia, ginecologia e obstetrícia, neurologia, ortopedia, pediatria e outras especialidades médicas.
Nosso grupo de associados congrega hospitais que comungam do ideal da Ahpaceg de oferecer à sociedade uma assistência hospitalar com qualidade e segurança.
Com satisfação, informamos que somos os legítimos e únicos representantes destes associados em negociações coletivas com operadoras de planos de saúde e que sempre buscamos a sustentabilidade de nossos hospitais com um compromisso ético e responsabilidade social.
Nesta data, parabenizamos nossos associados e renovamos o nosso compromisso de trabalhar por uma assistência hospitalar segura, ética e com qualidade.
Hospital Amparo
Hospital do Coração
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital Evangélico Goiano
Hospital Infantil de Campinas
Hospital Jardim América
Hospital Monte Sinai
Hospital Nasr Faiad
Hospital Ortopédico de Goiânia
Hospital Samaritano de Goiânia
Hospital Santa Genoveva
Hospital Santa Helena
Hospital Santa Mônica
Hospital Santa Terezinha
Hospital São Francisco de Assis
Hospital São Nicolau
Instituto de Neurologia de Goiânia
Instituto Ortopédico de Goiânia
Maternidade Ela
Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás
Hospitais devem atualizar cadastro no Guia Médico da Unimed Goiânia
Os hospitais prestadores de serviços à Unimed Goiânia têm até o dia 30 de julho para a atualização de seus dados cadastrais, inclusive com o e-mail, que serão divulgados na nova edição do Guia Médico da cooperativa. O guia estará disponível a partir de fevereiro no site www.unimedgoiania.coop.br.
Para a atualização, basta preencher a ficha cadastral abaixo e enviá-la ao Departamento de Relacionamento com o Prestador (DRP) pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
NOME | CÓDIGO | ||||||||
ENDEREÇO DE ATENDIMENTO | |||||||||
CEP | ENDEREÇO | Nº | |||||||
COMPLEMENTO | BAIRRO | ||||||||
CIDADE | UF | ||||||||
DDD | TELEFONE1 | TELEFONE2 | |||||||
EMAIL (ENDEREÇO ELETRÔNICO) | |||||||||
Atributos de Qualificação Qual? A – Programa de Acreditação ( ) N – Comunicação de eventos adversos ( ) Q – Qualidade monitorada ( ) G - Certificações de Entidades Gestoras de Outros Programas de Qualidade ( ) I – Certificação ISO 9001( ) |
|||||||||
Demais Endereços – Postos de Atendimento (se houver) |
|||||||||
NOME | CÓDIGO/CRM | ||||||||
ENDEREÇO DE ATENDIMENTO | |||||||||
CEP | ENDEREÇO | Nº | |||||||
COMPLEMENTO | BAIRRO | ||||||||
CIDADE | UF | ||||||||
DDD | TELEFONE1 | TELEFONE2 | |||||||
EMAIL (ENDEREÇO ELETRÔNICO) | |||||||||
POSSUI ACREDITAÇÃO: SIM( ) NÃO ( ) Qual? ONA( ) PALC ( ) DICQ ( ) NOTIVISA ( )
|
Hospital São Nicolau conquista o Selo Platina na Classificação Hospitalar Ahpaceg
Associado da Ahpaceg (Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás) desde o início de 2015, o Hospital São Nicolau, de Catalão, acaba de conquistar o Selo Platina na Classificação Hospitalar Ahpaceg. O Platina é um dos mais altos selos da Classificação Hospitalar Ahpaceg, que foi oficialmente lançada há dois anos e meio e segue reconhecidos padrões internacionais de complexidade, resolutividade e outros valores tangíveis focados na qualidade e na segurança da assistência hospitalar.
Para ser classificado, o hospital passa por uma avaliação de auditores independentes, que verificam o cumprimento de requisitos previstos no Manual de Classificação do Selo de Qualidade Ahpaceg. De acordo com a pontuação obtida, o hospital pode receber o selo Bronze, Prata, Ouro, Platina ou Diamante.
Agora, o Hospital São Nicolau passa a integrar a lista de 14 hospitais associados e um não associado classificados com o Selo Ahpaceg. Essa classificação atesta que os hospitais cumprem requisitos fundamentais para assegurar um atendimento com qualidade e segurança.
Em ofício enviado à diretoria do Hospital São Nicolau, o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, parabenizou o associado pela conquista, definida como “um grande mérito, fruto da excelência dos serviços prestados pelo hospital e que vem engrandecer a atuação da Associação em prol da qualidade da saúde em Goiás”.
A Ahpaceg representa 21 hospitais goianos
Goiânia:Hospital Amparo, Hospital do Coração, Hospital do Coração Anis Rassi, Hospital da Criança, Hospital de Acidentados, Hospital Infantil de Campinas, Hospital e Maternidade Jardim América, Hospital Monte Sinai, Hospital Ortopédico de Goiânia, Hospital Samaritano de Goiânia, Hospital Santa Genoveva, Hospital Santa Helena, Hospital São Francisco de Assis, Instituto de Neurologia de Goiânia, Instituto Ortopédico de Goiânia e Maternidade Ela
Aparecida de Goiânia:Hospital Santa Mônica
Anápolis:Hospital Evangélico Goiano
Catalão:Hospital Nasr Faiad e Hospital São Nicolau
Rio Verde:Hospital Santa Terezinha
Clique aqui e saiba mais sobre a Classificação Hospitalar Ahpaceg
Ahpaceg na Mídia - Investigação de fraudes escancara crise das UTIs
O POPULAR
Investigação de fraudes escancara crise das UTIs
Terceirização de serviço de terapia intensiva em hospitais abre espaço para assédios, propostas de vantagem indevida e briga na Justiça
Sob comando único - CTI do Hospital Santa Genoveva. Para diretor técnico, única instituição deve gerir todos os setores de um hospital
Galtiery Rodrigues
O avanço das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) terceirizadas em Goiânia e região foi positivo, em primeiro momento, quando se iniciou há 13 anos, mas trouxe, em seguida, uma série de questões polêmicas, como as investigadas pela Operação S.O.S. Samu do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). O caráter mercantil, a livre concorrência e a necessidade de compensação financeira do investimento feito pelos empresários abriram espaço para um cenário caracterizado, segundo médicos e diretores técnicos de hospitais, por assédios, propostas e pagamentos de vantagem indevida, burla de regras e, hoje, brigas na Justiça entre gestores e donos de empresas contratadas para desterceirizar o serviço.
Quando surgiram, as empresas de UTI terceirizadas foram uma solução interessante para os hospitais, que, além da crise financeira, temiam a descapitalização brusca para investir em CTIs próprios e cumprir recomendação do Ministério da Saúde.
“Foi um dos piores negócios que aconteceram para os hospitais privados do País, porque não se tem um compromisso claro. O tratamento tem de ser uma cadeia, com uma única instituição gerindo todos os envolvidos, do pronto-socorro à UTI. É péssimo ter mais de um gestor dentro de um hospital”, afirma o diretor técnico do Hospital Santa Genoveva, Francisco Ludovico de Almeida Filho.
Os fatos evidenciados pela investigação do MP não surpreenderam médicos e diretores de hospitais. Desde 1989 à frente da UTI do Hospital Santa Rosa, o médico Sérgio Safatle conta que, há alguns anos, vem notando o encaminhamento irregular de pacientes. “Mesmo quando a ambulância pega o paciente em casa e este paciente está acostumado a se internar no Santa Rosa, ele não é trazido para cá”, aponta. Para o médico, o problema não se resume ao Samu. “Vai além disso”, diz.
Relatos de assédio e propina
O diretor técnico de um hospital tradicional de Goiânia que tem UTI própria - ele pediu para não ser identificado - contou ao POPULAR que a sistematização do que se convém chamar de concorrência desleal chegou ao ponto de empresários do ramo de terceirizadas irem até o pronto-socorro assediar os funcionários, sugerindo propina. O objetivo era convencê-los para que não encaminhassem os pacientes em situação grave para um leito de UTI do hospital onde trabalhavam, mas que mentissem dizendo que o Centro de Terapia Intensiva (CTI) estava lotado. Com isso, o paciente era direcionado para outro local. A situação obrigou a direção do hospital a aprimorar as medidas de controle interno.
O mesmo diretor relatou ainda já ter recebido propostas de socorristas e condutores de ambulâncias em troca de encaminhamento de pacientes. Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou pondera que não são todas as terceirizadas que apelam dessa forma , mas pontua o fato de que elas têm uma autonomia muito grande. A reportagem tentou contato com representantes de UTIs terceirizadas, mas eles preferiram não se pronunciar.
Hospitais passam por processo de desvinculação
O Hospital Evangélico Goiano (HEG), em Anápolis, e o Hospital de Acidentados - Clínica Santa Isabel, em Goiânia, são dois exemplos que passam por processo de tentativa de desterceirização das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O caso deste último foi parar na Justiça e a empresa conseguiu, por meio de acordo, uma prorrogação de três anos. Por incompatibilidade de gestão, a direção do hospital entrou com pedido de cancelamento antes do vencimento do contrato, o que motivou a judicialização.
“Houve o nosso desinteresse, porque não existia mais uma boa relação comercial, mas não tínhamos nada previsto em contrato para justificar o cancelamento”, conta o diretor do Santa Isabel, o médico Válney Luiz da Rocha. Ele é mais um que reforça o coro em desfavor do processo de terceirização. Para o médico, atividades fins, como UTIs e cirurgias, não devem jamais ser responsabilidade de outros. “Têm de estar sob a gestão do hospital. Não vejo com bons olhos a manutenção de duas empresas dentro de uma”, diz.
No HEG, a situação é um pouco diferente. A direção do hospital já comunicou a empresa terceirizada que não se interessa pela renovação do contrato, que deve vencer em 2017. O curioso é que o hospital possui UTI própria e mesmo assim fechou contrato com outro responsável. “Não sei explicar o porquê. É um contrato que herdamos da gestão passada. Eles podem querer manter, mas vamos trabalhar para que isso não aconteça”, diz o superintendente administrativo do HEG, Joseval dos Reis Brito. O tempo de contrato é de 10 anos. A terceirizada é a Illuminata UTI Ltda., de propriedade do médico Rafael Haddad, um dos presos na Operação S.O.S. Samu. A empresa do médico foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Assim como os demais investigados, Haddad foi liberado da prisão no sábado à noite. A reportagem o procurou, por meio do advogado, que tentou mediar a entrevista, dizendo que ele retornaria a ligação, o que não aconteceu.
Fiscalização diz que estrutura de UTIs em Goiânia é boa
A Vigilância Sanitária é quem se encarrega pela fiscalização e controle de hospitais e clínicas com Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Em Goiânia, segundo o gerente de Fiscalização e Projetos, Dagoberto Costa, existem 53 unidades com esse perfil. No geral, elas não apresentam nenhum problema específico, apenas questões pontuais que motivaram, até então, intervenções por infecção hospitalar. “Não me lembro agora de nenhuma interdição. No geral, as estruturas são boas”, diz. A Vigilância se baseia em normas do Ministério da Saúde e da Anvisa. Um problema enfrentado pelas UTIs da capital, de acordo com o gerente, é a obrigatoriedade relacionada ao quadro de funcionários e especialidades destes. “Existem algumas profissões que ainda não têm o número suficiente de profissionais no mercado”, diz.
Haikal Helou: “Já sentimos um aumento de 30%”
Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg) diz que, após operação, já deu para sentir a diferença em seu hospital, com aumento de pacientes em até 30%
O que você pensa sobre a terceirização de UTIs?
Hoje, dentro da boa prática médica, isso é algo que não se considera. A boa medicina é ter boa estrutura, e o hospital é um todo. Não estou dizendo que todo CTI terceirizado tem conduta semelhante, mas essas empresas acabam tendo muita autonomia e, querendo ou não, dividem a gestão de um hospital, já que executam um serviço de extrema importância. O processo de terceirização parecia uma boa ideia, mas quem colocou, sofreu para retirar. É algo que estamos combatendo pouco a pouco. Muitos casos vão parar na Justiça e demoram anos para se resolver. As empresas alegam sempre que não podem ficar sem o contrato, sob risco de falência. É sempre a mesma história.
Os fatos levantados pela operação S.O.S. Samu te surpreenderam?
Isso acontece em várias cidades, mas existe uma frequência que só se encontra aqui em Goiânia, e isso nunca foi segredo. Tanto que tivemos, desta vez, presos que já foram investigados em operações anteriores. Não sei o que estava acontecendo, até então, mas, no meu hospital (Santa Mônica), já sentimos um aumento de 30% na procura de pacientes, nos últimos dias. Isso, sim, vem me surpreendendo e aos funcionários também. Havia um desvio e ele parou.
É atrativo investir em UTIs, financeiramente falando?
A atração não é de todo financeira. Não sei explicar exatamente. Para você montar um CTI, hoje, completo, com equipamentos de última geração, cada leito pode valer até R$ 220 mil, com custo de manutenção anual que gira em torno de 20% desse valor total. É caro.
O que explica, então, essa quantidade de investidores?
Na verdade, existem os “vampiros” originais e tem também os independentes. É algo que precisa ser olhado muito de perto, mas, formalmente, são as mesmas pessoas fazendo essa balbúrdia.
Você acredita que agora acaba?
Eu estaria sendo otimista se imaginasse que esse núcleo só existe no Samu. Acho difícil um sistema tão doente como esse não ter afetado outros núcleos. Goiânia se tornou um lugar inseguro. Você entra numa ambulância e não sabe para onde vai. Fica a questão agora: isso é usual ou corriqueiro? Teve uma semana, no meu hospital, que quatro pacientes não conseguiram chegar. Eles foram encaminhados para outros locais. Há algo de muito estranho no ar.
O que regulamenta essas empresas?
Existem normas do Ministério da Saúde e da Anvisa, mas, no que se refere ao mercado e à concorrência, vai muito da boa índole do indivíduo.