Administrador

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Sexta, 28 Novembro 2025 06:55

CLIPPING AHPACEG 28/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/apos-atuacao-decisiva-da-defesa-justica-arquiva-inquerito-e-confirma-inocencia-de-dra-bianca-butterby-769641/

Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/medica-e-agredida-por-paciente-que-perdeu-a-vez-em-upa-flamboyant-14134342.ghtml

Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/camera-flagra-homem-furtando-aparelho-de-endoscopia-de-dentro-de-hospital-14134054.ghtml

Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma

https://www.saudebusiness.com/colunistas/formacao-dos-medicos-a-nova-geracao-do-diploma/

Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB

https://saudedebate.com.br/entrelinhas/colegio-brasileiro-de-cirurgioes-declara-apoio-a-nota-de-alerta-divulgada-pela-amb-e-o-cfm-sobre-a-ordem-medica-brasileira-amb/

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

https://medicinasa.com.br/ia-saude-potencial/

Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros

https://medicinasa.com.br/isencao-distribuicao-lucros/

Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”

https://tribunadoplanalto.com.br/mabel-dara-um-ano-ao-imas-sob-gestao-terceirizada-se-nao-andar-bem-nos-vamos-fechar/

Sem rede prestadora, não há saúde suplementar

https://oglobo.globo.com/opiniao/artigos/coluna/2025/11/sem-rede-prestadora-nao-ha-saude-suplementar.ghtml

Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP

https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/canetas-emagrecedoras-saude-recusa-propostas-de-fundacoes-de-go-e-sp

Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”

https://ohoje.com/2025/11/27/mabel-ameaca-fechar-imas/

JORNAL OPÇÃO

Após atuação decisiva da defesa, Justiça arquiva inquérito e confirma inocência de Dra. Bianca Butterby

A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado

A Justiça de Goiás arquivou definitivamente, nesta quarta-feira , 26, o inquérito contra a médica Bianca Borges Butterby, presa em 20 de maio sob suspeita de falsificação de medicamento, propaganda enganosa e exercício ilegal da medicina. Após a conclusão das investigações e manifestação do Ministério Público de Goiás (MPGO), que apontou atipicidade da conduta, a investigação foi encerrada sem oferecimento de denúncia. A defesa classificou o caso como um dos mais graves erros judiciários recentes no Estado.

Bianca é formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), possui inscrição ativa no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), pós-graduação em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e certificações da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Mesmo assim, foi tratada publicamente como “falsa médica”, situação que sua equipe jurídica considera ter provocado danos graves e irreparáveis à sua reputação.

O advogado Darô Fernandes, que lidera a defesa, afirma que o inquérito deveria ter sido arquivado desde o início. “A acusação era de que ela falsificava medicamentos, fazia propaganda enganosa e não era médica. No inquérito, provamos que nada disso existia. Demonstramos sua formação, seu registro no Cremego, todas as notas fiscais de medicamentos manipulados legalmente e a inexistência de qualquer ingrediente irregular. O Ministério Público pediu o arquivamento porque não havia fato ilícito, típico ou culpável. Ou seja, ela é inocente”, disse ao Jornal Opção.

Segundo Darô, o arquivamento encerra um processo que durou pouco mais de seis meses e que chegou a mobilizar pedidos de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Não houve irregularidade na decisão judicial, mas o inquérito não tinha elementos para seguir. Como foi arquivado, não existe ação penal contra ela”, explicou.

A defesa da doutora Bianca é composta pela banca de advogados: Daroszewski Advocacia (representa pelo advogado Jaroslaw Daroszewski – Darô Fernandes ) e Éboli Consultare (compostas pelos advogados Henrique Éboli e Leonardo Éboli).

“A verdade apareceu”

Em entrevista ao Jornal Opção, Bianca Borges Butterby relatou que o período em que esteve sob investigação provocou danos físicos, emocionais e financeiros. “A verdade apareceu. Eu nunca cometi nenhum ato ilícito, e agora a justiça está sendo feita”, afirmou. Ela contou que ficou cinco meses sem trabalhar, o que comprometeu sua renda e sua rotina profissional. “Sou profissional liberal. Se não trabalho, não tenho rendimentos”.

A médica também revelou que enfrentou um quadro grave de saúde decorrente do estresse. “Tive síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático. No dia da prisão, tive um pico de ansiedade que evoluiu para um sangramento hepático. Precisei de UTI e de cirurgia. Foi tudo muito danoso”, continuou.

Com o arquivamento, Bianca diz que busca reconstruir sua vida profissional. “Retomei meus atendimentos há pouco tempo, primeiro na clínica e, aos poucos, nos hospitais. Meus pacientes sempre acreditaram na verdade. Agora é seguir em frente, cabeça erguida, fazendo o que sempre fiz: uma medicina bem feita.”

A defesa afirma que deve ingressar com ação reparatória pelos danos sofridos, tanto pela prisão quanto pela exposição pública considerada injusta. “O que eu mais queria era minha inocência provada. Nenhuma reparação vai minimizar o que eu sofri, mas a justiça dos homens precisa ser buscada”, concluiu Bianca.

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TV ANHANGUERA

Médica é agredida por paciente que perdeu a vez em UPA Flamboyant

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/medica-e-agredida-por-paciente-que-perdeu-a-vez-em-upa-flamboyant-14134342.ghtml

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Câmera flagra homem furtando aparelho de endoscopia de dentro de hospital

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/camera-flagra-homem-furtando-aparelho-de-endoscopia-de-dentro-de-hospital-14134054.ghtml

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SAÚDE BUSINESS

Nova geração de médicos: os desafios do pós-diploma

Em 2025, o Brasil alcançou a marca de 494 escolas médicas, mais do que o triplo das faculdades existentes há duas décadas

A cada ano, formam-se no Brasil milhares de novos médicos. Para muitos jovens, o CRM (Conselho Regional de Medicina) na mão ainda é visto como passaporte automático para estabilidade, prestígio e boa remuneração. Mas os dados mais recentes mostram um cenário bem diferente – e, na minha visão, bastante desafiador.

Hoje, cerca de 35 mil estudantes concluem medicina e entram no mercado de trabalho por ano, e esse número deve ultrapassar os 50 mil egressos anuais nos próximos anos, impulsionado pelo crescimento do número de vagas e escolas médicas em todo o país. 

Em 2025, o Brasil atingiu 494 escolas médicas, com 50.974 vagas de ingresso por ano – mais que o triplo do número de faculdades que existia há 20 anos.  Se nada mudar, em poucos anos estaremos próximos da marca de 50 mil novos médicos formados anualmente.

Dito isso, fica a reflexão: o que acontece com todos esses médicos depois da colação de grau?

O gargalo da residência: números que não fecham

A residência médica ainda é, com razão, o “padrão-ouro” de formação especializada. O problema é que a conta simplesmente não fecha.

Segundo dados da Demografia Médica 2025, de 2017–2018 para 2023–2024, passamos de 17.130 graduados em medicina para 32.611 egressos. No mesmo período, as vagas de residência aumentaram bem menos: de 13.322 para apenas 16.189 vagas. 

Ou seja:

Em 2023–2024, tivemos 32.611 novos médicos disputando 16.189 vagas de residência.

Isso significa um déficit anual de mais de 16 mil médicos sem vaga de residência, e essa defasagem quase triplicou no período analisado. 

Quando projetamos esse cenário para o futuro, com turmas de graduação cada vez maiores, fica claro: não há, e não haverá, residência para todo mundo.

O resultado já aparece nos números gerais: em dezembro de 2024, o Brasil tinha 353.287 médicos especialistas (59,1%) e 244.141 generalistas (40,9%), ou seja, quase metade dos médicos sem título de especialista. 

Não se trata apenas de estatística. Estamos formando uma “geração do CRM sem rumo”: jovens médicos que chegam ao mercado sem um caminho estruturado de desenvolvimento, empurrados para decisões de carreira por pressão financeira, geográfica ou simples falta de informação.

Os caminhos (nem sempre conscientes) do recém-formado

Diante desse cenário, enxergo quatro trajetórias principais que se repetem hoje entre os jovens médicos no Brasil.

1. A corrida exaustiva pelos preparatórios e residências disputadas

O primeiro grupo é o dos que entram na “linha de batalha” dos cursinhos de residência. É o caminho mais tradicional:

Alguns passam no R1 logo no primeiro ciclo.

Muitos repetem provas por 2, 3, 4 anos, conciliando plantões mal remunerados, dívidas estudantis e pressão familiar.

Há méritos claros aqui: a residência bem escolhida ainda oferece formação robusta, acesso a casos complexos, preceptoria estruturada e melhor empregabilidade. Mas os custos emocionais são altos:

Burnout precoce, sensação de fracasso a cada reprovação.

Adiamento da vida financeira (casamento, filhos, compra de casa) porque “a vida só começa depois da residência”.

Risco de escolher a especialidade mais “quente” do mercado, e não aquela que faz sentido para a vocação do médico.

O problema não está em fazer prova de residência, mas em colocar toda a estratégia de carreira em um funil cada vez mais estreito, sem plano B consistente.

2. Pós-graduações e especializações fora da residência

O segundo caminho é o dos médicos que buscam programas de pós-graduação e especialização lato sensu, MBAs, fellowships e cursos avançados oferecidos por hospitais, instituições privadas e sociedades de especialidade.

Esse movimento cresceu muito nos últimos anos, por três razões principais:

Defasagem de vagas de residência – muita gente não consegue entrar, mas precisa se diferenciar.

Flexibilidade – muitos cursos permitem conciliar estudos com trabalho clínico.

Novas áreas de atuação – dor, medicina esportiva, estética, gestão em saúde, tecnologia médica, telemedicina, longevidade, entre outras.

Aqui, porém, existe um ponto crítico: nem toda pós-graduação é igual. Há programas sérios, com forte componente prático, supervisão adequada e inserção em serviços consolidados. E há também cursos essencialmente teóricos, com pouca ou nenhuma experiência de campo, que prometem “formar especialistas” sem entregar o que o mercado e os pacientes esperam.

Para o jovem médico, a pergunta não deveria ser “tem certificado?”, mas:

Qual é a carga prática real?

Quem são os preceptores e onde atuam?

O programa tem integração com serviços de referência?

Como os ex-alunos estão hoje?

A pós-graduação pode ser um excelente caminho – sobretudo em áreas em que a residência é limitada ou inexistente – desde que o médico entenda suas potencialidades e limites. Em muitos casos, ela não substitui a residência em concursos públicos ou processos seletivos hospitalares.

3. Migrar para cidades menores só com o diploma

O terceiro caminho é o do médico que deixa os grandes centros e migra para cidades menores, muitas vezes no interior, apenas com o diploma de graduação.

A Demografia Médica 2025 mostra que 58% dos médicos atuam em capitais e grandes cidades, concentrando oferta e concorrência nesses polos.  Isso abre espaço real em regiões menores, onde:

A demanda reprimida por atendimento médico é grande.

O médico generalista ainda ocupa posição central na rede de atenção.

A comunidade tende a valorizar mais o vínculo longitudinal.

As vantagens são óbvias:

Mercado menos saturado.

Oportunidade de construir reputação e carteira de pacientes mais rapidamente.

Custos de vida muitas vezes menores.

Mas há riscos importantes:

Isolamento profissional: pouca troca com outros especialistas, menor acesso a serviços de alta complexidade.

Exigência de atuar como “clínico para tudo” sem a base prática que uma boa residência ofereceria.

Maior responsabilidade e pressão, especialmente em locais sem retaguarda hospitalar qualificada.

Se bem planejada, com supervisão remota, atualizações constantes e boa rede de apoio, essa pode ser uma escolha estratégica. Sem planejamento, pode se transformar em fonte de ansiedade, insegurança clínica e erros evitáveis.

4. Ficar nos grandes centros sem especialização, aceitando baixas remunerações

Talvez o cenário mais preocupante seja o do médico que permanece nas grandes capitais, sem residência e sem formação complementar sólida, entrando em um ciclo de subemprego médico:

Plantões mal remunerados em pronto-atendimento.

Jornadas extensas, múltiplos vínculos, contratos precários.

Trabalho repetitivo, com pouco espaço para aprendizado estruturado.

Esse é um terreno fértil para a chamada “uberização da medicina”: médicos  substituíveis, pressionados por metas de volume a qualquer preço, com pouca autonomia clínica e quase nenhuma perspectiva de carreira de longo prazo.

Do ponto de vista da saúde pública e privada, isso também é perigoso: um grande contingente de médicos desmotivados, exaustos e sem plano de desenvolvimento impacta diretamente na qualidade assistencial e na experiência do paciente.

O que um jovem médico deveria considerar hoje

Diante desse cenário, a decisão pós-diploma não pode ser automática. Algumas perguntas precisam ser feitas cedo:

Quem eu quero ser como médico daqui a 10 anos?

Mais que a especialidade, é sobre o tipo de vida, rotina, renda desejada, local onde quer morar, equilíbrio entre trabalho e família.

Quais caminhos combinam melhor com esse projeto de vida?

Residência em grandes centros?

Pós-graduação robusta com foco em prática?

Interiorização planejada?

Combinação de etapas (por exemplo, 2–3 anos em cidade menor + retorno para especialização)?

Quais competências não clínicas eu preciso desenvolver?

Com o cenário atual, não basta saber clínica e cirurgia. A nova geração de médicos vai precisar, cada vez mais, de:

Gestão de carreira e finanças pessoais.

Comunicação e relacionamento com pacientes, equipes e gestores.

Tecnologia e análise de dados em saúde.

Liderança, negociação e trabalho em equipe.

Estou escolhendo por vocação ou por pânico?

Entrar em qualquer pós, aceitar qualquer trabalho, mudar para qualquer cidade, apenas para “não ficar parado”, é compreensível – mas pode custar caro no médio prazo.

Do “passaporte” ao projeto de carreira

O diploma de medicina deixou de ser um passaporte automático para estabilidade.

Ele é, cada vez mais, apenas o primeiro carimbo de uma jornada que exige escolhas maduras, dados na mesa e muito mais consciência de carreira.

Entre cursinhos de residência, pós-graduações, interiorização e permanência em grandes centros, não existe caminho perfeito. O que existe é a necessidade de:

Planejar, em vez de apenas reagir.

Combinar formação técnica com competências de negócios e de relacionamento humano.

Reivindicar, como categoria, políticas mais responsáveis de formação e especialização.

Se não conectarmos a expansão da graduação médica a um projeto consistente de formação pós-diploma, corremos o risco de transformar a medicina brasileira em um campo de frustrações – tanto para médicos quanto para pacientes.

O jovem médico de hoje não precisa apenas de um CRM.

Ele precisa de estratégia de carreira, boa informação e coragem para fazer escolhas que vão muito além da próxima prova de residência.

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SAÚDE DEBATE

Colégio Brasileiro de Cirurgiões declara apoio à nota de alerta divulgada pela AMB e o CFM sobre a Ordem Médica Brasileira – AMB

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), uma das mais tradicionais entidades científicas da área cirúrgica no país, manifestou por meio de carta, o seu apoio à nota conjunta divulgada pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a chamada Ordem Médica Brasileira (OMB).

Na declaração, o CBC reforça a posição das instituições que compõem a Comissão Mista de Especialidades (CME) — composta pelo CFM, AMB e CNRM — destacando que não há base legal que permita a qualquer organização fora desse tripé emitir títulos de especialista ou de área de atuação para médicos.

O comunicado alerta profissionais e sociedade sobre os riscos de iniciativas que tentam criar títulos, selos ou certificações sem reconhecimento oficial, o que pode gerar confusão, insegurança e comprometer a qualidade da assistência em saúde.

A entidade médica ressalta ainda que todos os seus títulos e certificações seguem rigorosamente as normas da CME, incluindo o Título de Especialista em Cirurgia Geral, as áreas de atuação em Cirurgia do Trauma, Cirurgia Videolaparoscópica, Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além da habilitação em Cirurgia Robótica.

O CBC ainda afirma no documento que qualquer tentativa de contornar esse sistema regulado não contribui para a boa formação médica e desrespeita o compromisso com a segurança da população. 

Ao se posicionar, o Colégio reafirma sua confiança nas instituições que regulam a atividade médica no Brasil e se mantém alinhado à AMB e ao CFM na defesa de uma certificação séria, transparente e legalmente constituída.

Pedro Eder Portari Filho
Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

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MEDICINA S/A

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

A inteligência artificial (IA) já é uma realidade incontornável na saúde. Da triagem de pacientes ao suporte ao diagnóstico, passando pela gestão hospitalar e pela análise preditiva de dados clínicos, os algoritmos estão redesenhando a maneira como o sistema de saúde opera. O potencial é imenso – reduzir custos, otimizar recursos e ampliar o acesso à medicina de qualidade. Mas esse entusiasmo precisa caminhar lado a lado com prudência, governança e responsabilidade.

O Brasil vive agora um momento decisivo nesse equilíbrio. O Congresso Nacional discute o projeto de lei que criará o marco regulatório da inteligência artificial no país. O texto, em fase final de elaboração, adota uma lógica de regulação baseada em risco, segundo a qual as exigências legais devem ser proporcionais à gravidade e ao impacto de cada aplicação. No caso da saúde, isso significa distinguir, por exemplo, um algoritmo que ajuda na priorização de exames de outro que atua diretamente em procedimentos invasivos. O modelo proposto prevê uma governança coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com papéis definidos para Anvisa e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – buscando evitar sobreposição de competências e, ao mesmo tempo, incentivar a inovação responsável.

Essa discussão chega em boa hora. Países que avançaram primeiro nesse campo, como os europeus, vêm revisando suas normas após perceberem que o excesso de rigidez pode travar a inovação e afastar investimentos. A lição é que regular é necessário, mas regular mal pode ser pior do que não regular. O desafio brasileiro é aprender com essas experiências e construir um modelo próprio – capaz de proteger o cidadão, garantir segurança jurídica e fortalecer a indústria nacional de tecnologia.

Eu acredito que o verdadeiro ponto de equilíbrio está justamente entre segurança e inovação. A IA é uma ferramenta poderosa, mas não neutra. Requer responsabilidade ética, transparência nos critérios de decisão e proteção rigorosa dos dados pessoais. Ao mesmo tempo, é essencial que o país mantenha liberdade para criar, testar e adaptar soluções à sua realidade. Sem uma base de dados estruturada, interoperável e protegida, qualquer avanço será frágil. E sem liberdade para inovar, não vai produzir resultados.

Há, ainda, a questão cultural. A adoção da IA na saúde não depende apenas de tecnologia, mas de confiança. Profissionais de saúde ainda demonstram resistência – em parte pela falta de familiaridade, em parte pelo receio de que os sistemas automatizados substituam o julgamento clínico. Esse é um equívoco que precisa ser superado. A inteligência artificial não substitui o médico: ela o potencializa. Ao reduzir tarefas burocráticas e apoiar decisões, permite que o foco volte a ser o que importa: o cuidado humano.

A regulação em andamento pode ajudar a consolidar essa confiança. Um marco legal bem calibrado tem o poder de oferecer previsibilidade a investidores, pesquisadores e hospitais, e de garantir que a inovação avance dentro de parâmetros seguros. E essa regulação de ser viva e ágil, capaz de acompanhar a velocidade da tecnologia e de se ajustar às transformações do setor, sem travar quem já está inovando.

A inteligência artificial representa, portanto, um divisor de águas na forma de cuidar, planejar e gerir a saúde. Seu potencial de transformar o sistema público é enorme, mas sua implementação exige governança proporcional ao seu poder. A combinação entre regulação inteligente, confiança profissional e inovação ética será o caminho para que a IA cumpra seu papel: humanizar o futuro da saúde.

*Valter Lima é CEO da CTC.

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Clínicas: o que muda com o fim da isenção na distribuição de lucros

Durante anos, a distribuição de lucros foi a forma mais vantajosa de remunerar médicos que atuam como sócios de clínicas. O modelo era simples: a empresa pagava seus tributos e os lucros podiam ser repassados aos médicos sem qualquer tributação adicional. Esse mecanismo ajudou muitas clínicas a equilibrar custos, atrair profissionais e organizar a remuneração de forma eficiente.

Com a mudança recente na legislação, esse cenário se transforma de maneira relevante. A distribuição de lucros deixa de ser isenta e passa a ser tributada na pessoa física dos médicos, mesmo quando o profissional trabalha diretamente no objeto social e recebe parte do rendimento como pró-labore e parte como lucros. Isso altera a lógica financeira que sustentou o funcionamento de inúmeras clínicas pelo país.

O impacto é especialmente forte no setor médico porque boa parte das sociedades foi estruturada justamente com base nessa eficiência tributária. Em muitas clínicas, o pró-labore era mantido no mínimo necessário e o restante da remuneração era distribuído como lucro. Agora, se nada for ajustado, a carga tributária do médico tende a aumentar e a margem da clínica pode diminuir.

Diante desse novo cenário, muitos negócios precisarão repensar sua estrutura interna. Algumas clínicas terão de revisar o regime tributário adotado, reavaliar o contrato social e até ajustar a forma de remuneração entre os sócios. Modelos mistos — que combinem pró-labore, distribuição racional de lucros, participação em resultados e benefícios — devem se tornar mais comuns. Outras poderão adotar centros de resultado internos, organizando de forma mais precisa o que cada especialidade, sala ou profissional gera para o negócio, criando uma divisão mais justa e estratégica.

Também volta ao debate a possibilidade de sociedades uniprofissionais, mas apenas para casos específicos em que a prestação seja totalmente pessoal e técnica, sem características empresariais. É uma alternativa que pode funcionar para alguns, mas não serve para a maioria das clínicas que já operam como verdadeiros negócios de saúde.

Em termos práticos, a mudança exige que cada médico entenda algo simples: o modelo antigo, baseado fortemente na distribuição isenta, não se sustenta mais. Quem continuar operando do mesmo jeito terá perda financeira. Quem ajustar a estrutura terá mais previsibilidade e poderá até melhorar sua organização interna, reduzindo conflitos entre sócios, clarificando responsabilidades e tornando a gestão mais profissional.

A tributação dos lucros não representa o fim das empresas médicas, mas sim o fim de um modelo que funcionou bem por muito tempo. A partir de agora, clínicas que desejam permanecer competitivas precisarão apostar em governança, eficiência e transparência. Médicos que são sócios terão de encarar sua clínica não apenas como um consultório ampliado, mas como um negócio que exige organização, estratégia e planejamento.

O futuro das clínicas médicas será menos sobre “como pagar menos imposto” e mais sobre “como estruturar melhor o negócio”. E, para muitos, isso pode ser uma excelente oportunidade de evolução.

*Guilherme Chambarelli é Advogado Tributarista e Sócio do Chambarelli Advogados.

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TRIBUNA DO PLANALTO

Mabel dará um ano ao Imas sob gestão terceirizada: “Se não andar bem, nós vamos fechar”

Prefeito reforça que plano passará por gestão terceirizada em caráter de teste por um ano; se não houver melhora, o plano será encerrado

O prefeito Sandro Mabel (UB) reafirmou que a Prefeitura vai abrir uma licitação para entregar a operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Ele declarou que se o modelo não funcionar e não acabar “a confusão” em torno do atendimento, o plano de saúde dos servidores será fechado. A declaração foi feita à TV Serra Dourada nesta quarta-feira (26).

Ao ser questionado por uma telespectadora sobre relatos de que médicos, clínicas e hospitais seguem recusando o convênio, apesar dos descontos continuarem vindo na folha dos servidores, Mabel disse que o problema não é falta de pagamento, mas o descompasso entre o que o servidor contribui e o tamanho da cobertura oferecida.

“Não existe falta de pagamento. Existe uma cota dentro do convênio muito acima até do que se paga. Você consegue pagar 80 reais e ter oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A Prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, respondeu a Maria Luz.

Mabel destacou que o município não tem condições técnicas de operar um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”

O prefeito explicou que a gestão trabalha com duas possibilidades: ou entrega a operação a uma empresa especializada ou extingue o Imas e oferece um auxílio para que cada servidor contrate seu próprio plano.

“É isso que nós iremos fazer: abrir uma licitação para isso e experimentar por mais um ano. Se funcionar bem, se funcionar direito e não tiver o tanto de confusão que tem em cima, nós vamos manter o plano. Se não andar bem, nós vamos fechar esse plano do Imas.”

Reestruturação

A proposta que redesenha o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia deve ficar pronta até meados de dezembro, segundo a presidente Gardene Moreira.

O texto, que altera a forma de contribuição e busca corrigir distorções históricas do plano, foi compartilhado pelo prefeito Sandro Mabel com o Ministério Público de Goiás, que acompanha o rombo de cerca de R$ 150 milhões do Imas.

A ideia da Prefeitura é encaminhar o projeto à Câmara Municipal no retorno do recesso, no início de 2026. A reestruturação inclui mudanças na cobrança, possivelmente adotando valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.

Gardene afirmou ao Jornal Opção que não haverá “mudanças gritantes”, mas admite que o modelo atual não se sustenta: hoje o servidor paga 4% e pode incluir toda a família, o que pressiona o instituto.

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O GLOBO

Sem rede prestadora, não há saúde suplementar

A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento

A atual defesa do acordo entre a Unimed Ferj e a Unimed do Brasil tenta enquadrar uma crise sistêmica como um bem-sucedido "pacto institucional". Mas, para quem está no chão de fábrica da saúde - hospitais, clínicas, laboratórios, empresas de home care e centros especializados - o que se vê não é reorganização. É a repetição de uma tragédia anunciada.

Desde 20 de novembro, a carteira de 344 mil beneficiários operada pela Unimed Ferj passou à gestão compartilhada com a Unimed do Brasil, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ). A narrativa oficial insiste em chamar isso de solução. Do ponto de vista dos prestadores, trata-se de mais uma tentativa paliativa para um problema estrutural que se arrasta há mais de uma década no Rio de Janeiro.

A crise não é da Unimed. É do paciente, que corre risco real de ficar sem atendimento.

O modelo apresentado se sustenta sobre um equívoco técnico. Pelo desenho do compartilhamento de risco, apenas cerca de 7% da arrecadação permanece com a Unimed Ferj. Esse percentual é insuficiente até para sustentar a operação corrente - quanto mais para amortizar um passivo que já ultrapassa os R$ 2 bilhões, considerando a dívida herdada da Unimed-Rio e ampliada ao longo da gestão da Ferj. Esperar que esse arranjo resolva o rombo financeiro é, na prática, alimentar uma ilusão.

A Ferj assumiu a carteira da Unimed-Rio com uma dívida estimada em R$ 1,6 bilhão. Agora, entrega uma operação cujo passivo gira em torno de R$ 2 bilhões. Não apenas não resolveu o problema: aprofundou-o. A lógica é a mesma, o discurso é o mesmo, restando apenas a mudança de nomes e a tentativa de apresentar a repetição como inovação.

O ponto central permanece sem resposta: de onde virá o recurso novo para manter a operação funcionando e, ao mesmo tempo, honrar os compromissos com os prestadores que mantiveram o atendimento mesmo sem receber?

A situação se agrava porque os prestadores seguem sendo pressionados a atender sem contratos claros, sem cronogramas formais de pagamento e sem qualquer tipo de garantia financeira. Na prática, hospitais e clínicas estão sendo forçados a bancar o sistema. Isso inverte completamente a lógica do setor. Não cabe à rede prestadora financiar a operação de uma operadora insolvente.

Além disso, falta transparência. Não há dados públicos confiáveis sobre a arrecadação efetiva dessa carteira, nem sobre a destinação dos recursos, nem sobre o valor consolidado do passivo. Não está claro quanto é dívida da Unimed-Rio, quanto foi gerado sob a gestão da Ferj e o que, de fato, será assumido pela Unimed do Brasil. Toda operadora é obrigada a reportar essas informações mensalmente à ANS. Por que, nesse caso, elas seguem restritas e fragmentadas?

Enquanto isso, a realidade na ponta é alarmante. Grandes redes hospitalares já suspenderam atendimentos. Empresas de home care estão recusando novos pacientes crônicos e dependentes vitais. Isso não é pressão política: é consequência direta da inadimplência e da insegurança contratual. O risco de desassistência é concreto e imediato.

Diante desse cenário, a ANS não pode se limitar ao papel de espectadora técnica de um processo que ela própria conduz. Se a agência determinou essa engenharia de transição, ela tem responsabilidade direta sobre a transparência dos dados, sobre a clareza quanto às dívidas e sobre a viabilidade econômica do modelo. Endossar uma solução sem exigir garantias é transferir o risco para quem está na ponta.

Nos últimos anos, já vimos três ou quatro tentativas de "solução" para esse mesmo problema. Todas falharam. Todas foram apresentadas como técnicas e responsáveis. Todas deixaram um saldo de dívidas maiores, rede mais fragilizada e pacientes mais vulneráveis. A insistência nesse caminho não é prudência. É uma aposta temerária.

O sistema de saúde suplementar não se sustenta sobre discursos de solidariedade institucional, mas sobre fluxo financeiro, contratos claros e previsibilidade. Sem pagamento, não há rede. Sem rede, não há atendimento. E sem atendimento, todo o arranjo perde sentido.

O que os prestadores exigem é básico: transparência integral sobre arrecadação e passivos; garantias jurídicas e financeiras mínimas; um plano emergencial de recomposição de pagamentos; e um plano estrutural que não empurre o problema para a próxima crise. E, sobretudo, participação efetiva de quem mantém a assistência funcionando no debate com a ANS, o Ministério Público e as demais instituições envolvidas.

Sem rede prestadora, não existe saúde suplementar. O que está em jogo não é a imagem de uma marca, mas a continuidade do atendimento e a saúde de centenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro.

*Guilherme Jaccoud é presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcus Quintella é presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro
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METROPOLES

Canetas emagrecedoras: Saúde recusa propostas de fundações de GO e SP

Por outro lado, fundação do Ministério da Saúde escolheu proposta mais cara da EMS para produzir canetas emagrecedoras
O Ministério da Saúde reprovou definitivamente as propostas apresentadas por fundações ligadas ao governos de Goiás e de São Paulo para a produção de canetas emagrecedoras. O resultado final da avaliação foi publicado na edição dessa terça-feira (25/11) do Diário Oficial da União (DOU). Até então, os projetos estavam em fase de recurso.

Enquanto o Ministério da Saúde exclui projetos ligados a governos de oposição, a Fiocruz - que é um braço da pasta - firmou contrato com a EMS para a produção de canetas emagrecedoras apesar de a farmacêutica ter apresentado uma proposta mais cara do que a da concorrente, conforme revelou a coluna nesta reportagem.

Além disso, a parceria da Fiocruz com a EMS vincula futuro fornecimento desses medicamentos ao SUS sem que haja, porém, licitação ou contrato de compra. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para investigar a parceria, que foi anunciada nas redes sociais pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), como uma "notícia bombástica".

As duas propostas recusadas pela pasta foram fornecidas pelo Remédio Popular (Furp), do governo paulista, e pela Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego). Ambos os projetos foram apresentados pelo rito padrão, de Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), ainda em 2024.

No início deste mês, o Ministério da Saúde explicou que os projetos envolvendo o Furp e a Iquego descumpriram requisitos básicos, "como envolvimento de uma terceira empresa no projeto sem fazer parte da parceria e a ausência de transferência do princípio ativo, respectivamente". "A transferência de tecnologia e o desenvolvimento do produto no Brasil é o mote principal desta política", acrescentou o órgão.

Procurada desde terça-feira para prestar novos esclarecimentos, a Pasta não se manifestou.

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O HOJE

Sandro Mabel ameaça fechar o Imas após novo modelo de gestão: “Se não funcionar, vamos encerrar o plano”

Prefeito afirma que vai testar por um ano a terceirização da operação do plano dos servidores e admite que o modelo atual é insustentável. Dívida supera R$ 145 milhões e cobertura segue em colapso

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou nesta quarta-feira (26) que o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas) poderá ser fechado caso a terceirização da operação, prevista para o próximo ano, não reduza os problemas enfrentados pelo plano de saúde.

Nesta quarta-feira (26), em entrevista à TV Serra Dourada, Mabel voltou a defender a entrega da operação do Imas a uma empresa especializada por um período de um ano. Segundo ele, a terceirização será um “teste final” para avaliar a viabilidade do plano de saúde dos servidores.

O prefeito respondeu a uma telespectadora que questionou a recusa de médicos, clínicas e hospitais em atender o convênio, mesmo com os descontos mantidos na folha. Mabel negou falta de pagamento, mas afirmou que há um desequilíbrio estrutural no modelo.

“Você consegue pagar 80 reais e incluir oito membros da sua família no plano? Pois é, não dá. A prefeitura, no Imas, tem. Então o plano não subsiste”, disse o prefeito.

Segundo ele, o município não possui capacidade técnica para gerir um plano de saúde. “Unimed e outras operadoras tocam com dificuldade, mesmo sendo profissionais. Nós não somos, e queremos tocar um plano? A conta não fecha.”

Mabel disse que a gestão trabalha com duas alternativas:
— contratar uma empresa especializada para operar o Imas;
— ou extinguir o instituto e conceder auxílio financeiro para que cada servidor contrate seu próprio plano.

“Se funcionar direito e acabar a confusão, vamos manter. Se não, fecharemos o plano”, afirmou.

Reestruturação em andamento

A presidente do Imas, Gardene Moreira, afirmou que a proposta de redesenho do instituto deve ser finalizada até meados de dezembro. O texto prevê mudanças na forma de contribuição, correção de distorções históricas e adoção de valores por faixa etária com base em cálculo atuarial.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acompanha o processo, diante do rombo superior a R$ 145 milhões. A expectativa da prefeitura é enviar o projeto final à Câmara no retorno do recesso, no início de 2026.

Terceirizações aceleradas na Saúde

Paralelamente à crise no Imas, a rede de Saúde viveu episódios críticos ao longo do ano. Em julho, o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) suspendeu partos por falta de pagamento a anestesistas, e a restrição se espalhou para outras unidades.

A prefeitura rompeu o contrato com a Fundahc no dia 28 de julho e, no mesmo dia, criou uma comissão de transição. Três dias depois, já havia definido novas organizações sociais para assumir emergencialmente as maternidades por três meses — duas de São Paulo e uma do Mato Grosso. O repasse registrado foi de R$ 38 milhões.

Apesar da intervenção, denúncias persistiram. Em novembro, a presidente do Sindsaúde, Néia Vieira, apontou insegurança profissional, incerteza salarial, equipes reduzidas e mau atendimento. Pacientes relataram demora nas emergências, sobretudo nas unidades Dona Iris e Nascer Cidadão.

As OSs negaram as acusações.
— O Instituto Patris afirmou ter realizado cerca de 80 partos na primeira semana de novembro.
— A AHBB disse não haver filas ou atrasos e pediu reformas e pagamento antecipado do piso da enfermagem.
— A Sociedade Beneficente São José destacou melhorias como laboratório próprio e reforço das equipes.

As divergências escancararam falhas de monitoramento e falta de transparência nos contratos emergenciais.

Um governo guiado por “choque de eficiência”

A estratégia de Mabel tem sido apresentada pela prefeitura como um “choque de eficiência”, diante da crise financeira que marca 2025. Além da Saúde e do Imas, o Paço encaminha:

estudos para terceirizar parte da Educação infantil;

análises para concessão de parques públicos;

revisão de contratos e parcerias já existentes;

reestruturações internas em áreas estratégicas.

O ritmo acelerado das decisões gera reações na Câmara Municipal, que cobra mais transparência, e no MP-GO, que monitora de perto cada etapa do processo.

O que vem pela frente

A prefeitura deve entregar ao Ministério Público a versão final do Plano de Transformação Estrutural do Imas até o fim de novembro. A partir de então, o novo modelo será acompanhado por um ano.

Se o desempenho não melhorar, Mabel voltou a dizer que não descarta o encerramento do instituto.

A possibilidade preocupa sindicatos e servidores, que temem perder a cobertura e não veem clareza no futuro do plano — um órgão que, mesmo em crise, atende milhares de famílias em Goiânia.

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Assessoria de Comunicação        

Quinta, 27 Novembro 2025 06:37

CLIPPING AHPACEG 27/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Nota de Repúdio| Cremego: Médica agredida em Aparecida de Goiânia

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/nota-de-repudio-cremego-medica-agredida.html

Presa no semiaberto agride médica dentro da UPA do Parque Flamboyant, em Aparecida

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/presa-no-semiaberto-agride-medica-dentro-da-upa-do-parque-flamboyant-em-aparecida-769227/

CFM reforça mobilização no Senado e segue confiante no avanço do PL da Proficiência em Medicina

https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-reforca-mobilizacao-no-senado-e-segue-confiante-no-avanco-do-pl-da-proficiencia-em-medicina

Anvisa aprova registro de vacina nacional contra dengue

https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/saude/audio/2025-11/anvisa-aprova-registro-da-vacina-100-nacional-contra-dengue

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

https://medicinasa.com.br/ia-saude-potencial/

IA cria “médicos fantasmas” para vender Ozempic falsificado

https://medicinasa.com.br/golpe-ia-ozempic-pirata/

Desafio dos hospitais: unir conhecimento, tecnologia e propósito

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/desafio-dos-hospitais-unir-conhecimento-tecnologia-e-proposito/

Cuidado contínuo: como a tecnologia está redesenhando a saúde

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/cuidado-continuo-como-a-tecnologia-esta-redesenhando-a-saude/

FOLHA DO PLANALTO

Nota de Repúdio| Cremego: Médica agredida em Aparecida de Goiânia

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudia a violência sofrida pela médica Ana Paula Martins Ferreira (CRM/GO 35088), agredida e ameaçada por uma paciente durante plantão na UPA Flamboyant, em Aparecida de Goiânia.

O Cremego é signatário do Pacto Medicina Segura, uma mobilização nacional dos CRMs e CFM pela segurança no exercício da profissão, e tem atuado para combater a violência contra os médicos.

Profissionais que se dedicam diariamente a cuidar e salvar vidas precisam ser respeitados e protegidos.

O presidente Rafael Martinez manifesta solidariedade à colega e a todos os médicos que, infelizmente, vivenciam essas ameaças e agressões que precisam parar.

Não há justificativa para o ocorrido.

Médicos não podem continuar sendo vítimas de agressões físicas, verbais e psicológicas, nem da precarização das condições de trabalho e do aviltamento salarial.

Além do Boletim de Ocorrência, os profissionais devem denunciar esses casos ao Conselho por meio do formulário: bit.ly/formulario_agressao

O Cremego seguirá firme para garantir que todos os médicos exerçam a medicina com segurança, dignidade e condições adequadas.

Cremego: Por uma Medicina mais Segura

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JORNAL OPÇÃO

Presa no semiaberto agride médica dentro da UPA do Parque Flamboyant, em Aparecida

Paciente se exaltou depois de ser chamada cinco vezes pelo painel eletrônico e também por aviso verbal, sem comparecer ao consultório

A Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia atuou na noite de terça-feira, 25, após uma mulher em atendimento agredir uma médica dentro da UPA do Parque Flamboyant. A agressora cumpre pena em regime semiaberto por homicídio e, segundo a ficha criminal, deveria estar usando tornozeleira eletrônica, que não foi encontrada no momento da detenção.

De acordo com o Registro de Ocorrência e o relato da vítima, a paciente se exaltou depois de ser chamada cinco vezes pelo painel eletrônico e também por aviso verbal, sem comparecer ao consultório. Minutos depois, ela procurou a médica na enfermaria, onde a profissional preparava a internação de outra paciente, alegando que não havia sido acionada.

A médica orientou que ela retornasse à recepção para ser atendida pelo profissional responsável naquele momento. A mulher, porém, bloqueou a porta, impediu a circulação da médica, passou a fazer ameaças e exigiu atendimento imediato. Ao tentar impedir que a médica retomasse os atendimentos, a agressora deu duas cabeçadas no rosto da profissional.

A equipe da GCM que estava de plantão foi acionada, conteve a mulher e garantiu a retomada do funcionamento da unidade. Em seguida, a suspeita foi conduzida ao 4º Distrito Policial, no Garavelo, onde o caso foi registrado.

A ocorrência foi enquadrada como lesão corporal grave, conforme o Art. 129, §1º, inciso I, do Código Penal. A médica realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, e a investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.

Em nota, a Prefeitura de Aparecida afirmou que não tolera agressões contra profissionais de saúde. O município destacou que as unidades de urgência e emergência contam com videomonitoramento, botão de pânico e presença permanente da GCM, reforçando a segurança de servidores e pacientes e garantindo a continuidade dos serviços.

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PORTAL CFM

CFM reforça mobilização no Senado e segue confiante no avanço do PL da Proficiência em Medicina

Em sessão extraordinária realizada nesta quarta-feira (26), no Senado Federal, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) analisou o Projeto de Lei nº 2.294/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina. A proposta é de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP), relatada pelo senador Dr. Hiran Gonçalves (PP/RR).

O Conselho Federal de Medicina (CFM) esteve presente com os conselheiros federais Rosylane das Mercês Rocha, Estevam Rivello, Francisco Cardoso, Flávio Freitas, Alceu Peixoto, Antônio Meira e Marcelo Lemos, reforçando a mobilização pela aprovação da matéria.

A tramitação avança em meio a amplo diálogo com o Parlamento e com o governo. Apesar do pedido de vista coletiva, solicitado nesta quarta-feira pelo senador Rogério Carvalho (PT/SE), adiando a deliberação final, o clima entre os representantes médicos permaneceu de firmeza e otimismo. O CFM garante que continuará atuando para assegurar o que considera um marco essencial para a qualidade da formação médica no país.

Atribuição legítima – A conselheira federal Rosylane das Mercês Rocha, 2ª vice-presidente do CFM, reiterou o papel legal do CFM na avaliação profissional: “Esse texto foi construído de forma democrática, com a participação do governo, dos senadores e das entidades médicas. Ele traz o Enamed para dentro da lei e mantém a competência do MEC de avaliar estudantes, mas reafirma que cabe ao CFM avaliar o médico formado, garantindo que ele reúne condições adequadas para atender a nossa população.”

“Com surpresa, hoje, ouvimos do senador Rogério Carvalho algo diferente do que afirmou anteriormente. O MEC avalia alunos; o Conselho Federal de Medicina avalia o profissional médico. Estamos aqui reunidos e contamos com os senadores que se comprometeram com a defesa do exame de proficiência”, complementou

Mobilização nacional pela aprovação – O relator da matéria, senador Dr. Hiran Gonçalves, reforçou que o texto construído é fruto de consenso técnico, mas ainda enfrenta resistência política: “Apresentamos um relatório construído por todas as entidades médicas, pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde. Mas enfrentamos uma resistência grande. O governo não abre mão de uma prerrogativa que, por lei, é do CFM. Nós não abrimos mão dessa responsabilidade.”

O senador conclamou a união da classe médica e dos parlamentares:  “Nada resiste ao trabalho. Vamos mobilizar os senadores que apoiam nossa causa e que são a grande maioria. Na próxima semana, queremos aprovar esse projeto, proteger a sociedade e seguir para a Câmara dos Deputados.”

Um compromisso com o paciente – O Conselho Federal de Medicina tem marcado a sua posição institucional em defesa de uma medicina mais segura, qualificada e responsável. Como atesta pesquisa Datafolha encomendada pela autarquia, para os brasileiros, o Exame Nacional de Proficiência é uma medida essencial diante da expansão desordenada de cursos de medicina e da heterogeneidade na formação dos egressos.

É praticamente uma unanimidade nacional: 96% da população avalia que os médicos recém-formados devem ser aprovados em um exame de proficiência antes de começar a atender a população. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas.

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AGÊNCIA BRASIL

Anvisa aprova registro de vacina nacional contra dengue

Imunizante é o primeiro de dose única 

Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira (26/11) o registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina da dengue (Butantan-DV) produzida pelo Instituto Butantan. A intenção é começar a aplicação da doses em 2026, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Segundo o Instituto Butantan, já há 1 milhão de unidades da vacina contra a dengue prontas para distribuição. Este é o primeiro imunizante no mundo de apenas uma dose. A estimativa do Butantan é ter disponível mais de 30 milhões de doses em meados de 2026.

“Hoje é um dia de alegria, de vitória da vacina, de vitória da ciência, de vitória da cooperação entre o SUS brasileiro e de suas instituições públicas que estão espalhadas pelo país, entre elas o Instituto Butantan”.

A indicação aprovada é para pessoas na faixa etária de 12 a 59 anos de idade. Este perfil ainda pode ser ampliado no futuro, a depender de novos estudos apresentados pelo fabricante. 

Padilha, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ressaltou a qualidade da vacina contra a dengue.

“Sabemos já dos dados publicados, sabemos da segurança dessa vacina. Estamos falando de um hat-trick: é uma vacina 100% brasileira, tem capacidade de proteção ampla e é uma dose apenas”.

A nova vacina será integrada ao Programa Nacional de Imunização (PNI). De acordo com o governo, o ministério apresentará a novidade já nesta quinta-feira (27) à Comissão Tripartite, formada por secretários estaduais e municipais de saúde, bem como a estratégia de incorporação. 

“Queremos começar a utilização dessa vacina no começo do calendário vacinal de 2026”, revelou o ministro.

Segundo Priscilla Perdicaris, secretária-executiva da Saúde do Estado de São Paulo, em 2025, o Brasil teve 866 mil casos de dengue e 1.108 mortes confirmadas. "Mesmo antes da aprovação, o Butantan correu para produzir 1 milhão de doses, porque sabíamos que eram estudos robustos e que seriam aprovados". Para Perdicaris, há uma importância grande de a Butantan-DV ser em dose únca: "Para nós que estamos na operação, isso muda completamente a história do jogo: facilita a logística e aumenta a adesão da população".

O governador Tarcísio de Freitas ressaltou a importância do novo imunizante: "ser dose única vai nos ajudar muito do ponto de vista da logística e da cobertura vacinal. Infelizmente ainda perdemos muitas vidas para a dengue e é um cenário que vamos poder reverter rapidamente com uma vacina 100% brasileira".

Leandro Pinheiro Safatle, diretor-presidente da Anvisa, também presente no evento no Instituto Butantan, comemorou a aprovação da nova vacina: "O registro da vacina da dengue é uma fonte de orgulho não só para a Anvisa, mas para o país. Estamos avançando com o registro de uma tecnologia que é desenvolvida e feita nacionalmente pelo Instituto Butantan. Os resultados que serão apresentados em breve são muito bons. O trabalho que foi feito junto com o Butantan pela Anvisa foi fenomenal entre as duas equipes". Safatle comentou lembrou ainda que o desenvolvimento da Butantan-DV teve o apoio do "BNDES e do ministério da Saúde com R$ 130 milhões para a parte da pesquisa de fase 2 e fase 3".

Butantan-DV

A vacina chamada de Butantan-DV, é o primeiro imunizante contra dengue em dose única do mundo.  Ela foi desenvolvida pelo Instituto do Butantan a partir de uma parceria articulada pelo Ministério da Saúde com a empresa chinesa WuXi Vaccines. 

A nova vacina utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado, segura e já utilizada em outros imunizantes em uso no Brasil e no mundo, como a tríplice viral, febre amarela, poliomielite e algumas da gripe.  

De acordo com a avaliação técnica da Anvisa, a Butantan-DV apresentou uma eficácia global de 74,7% contra dengue sintomática na população de 12 a 59 anos. Isso significa que, em 74% dos casos, a doença foi evitada por conta da vacina. 

Também demonstrou 89% de proteção contra as formas graves e com sinais de alarme, conforme publicação na The Lancet Infectious Diseases. 

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MEDICINA S/A

IA na saúde tem potencial infinito, mas exige equilíbrio e preparação

A inteligência artificial (IA) já é uma realidade incontornável na saúde. Da triagem de pacientes ao suporte ao diagnóstico, passando pela gestão hospitalar e pela análise preditiva de dados clínicos, os algoritmos estão redesenhando a maneira como o sistema de saúde opera. O potencial é imenso – reduzir custos, otimizar recursos e ampliar o acesso à medicina de qualidade. Mas esse entusiasmo precisa caminhar lado a lado com prudência, governança e responsabilidade.

O Brasil vive agora um momento decisivo nesse equilíbrio. O Congresso Nacional discute o projeto de lei que criará o marco regulatório da inteligência artificial no país. O texto, em fase final de elaboração, adota uma lógica de regulação baseada em risco, segundo a qual as exigências legais devem ser proporcionais à gravidade e ao impacto de cada aplicação. No caso da saúde, isso significa distinguir, por exemplo, um algoritmo que ajuda na priorização de exames de outro que atua diretamente em procedimentos invasivos. O modelo proposto prevê uma governança coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, com papéis definidos para Anvisa e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – buscando evitar sobreposição de competências e, ao mesmo tempo, incentivar a inovação responsável.

Essa discussão chega em boa hora. Países que avançaram primeiro nesse campo, como os europeus, vêm revisando suas normas após perceberem que o excesso de rigidez pode travar a inovação e afastar investimentos. A lição é que regular é necessário, mas regular mal pode ser pior do que não regular. O desafio brasileiro é aprender com essas experiências e construir um modelo próprio – capaz de proteger o cidadão, garantir segurança jurídica e fortalecer a indústria nacional de tecnologia.

Eu acredito que o verdadeiro ponto de equilíbrio está justamente entre segurança e inovação. A IA é uma ferramenta poderosa, mas não neutra. Requer responsabilidade ética, transparência nos critérios de decisão e proteção rigorosa dos dados pessoais. Ao mesmo tempo, é essencial que o país mantenha liberdade para criar, testar e adaptar soluções à sua realidade. Sem uma base de dados estruturada, interoperável e protegida, qualquer avanço será frágil. E sem liberdade para inovar, não vai produzir resultados.

Há, ainda, a questão cultural. A adoção da IA na saúde não depende apenas de tecnologia, mas de confiança. Profissionais de saúde ainda demonstram resistência – em parte pela falta de familiaridade, em parte pelo receio de que os sistemas automatizados substituam o julgamento clínico. Esse é um equívoco que precisa ser superado. A inteligência artificial não substitui o médico: ela o potencializa. Ao reduzir tarefas burocráticas e apoiar decisões, permite que o foco volte a ser o que importa: o cuidado humano.

A regulação em andamento pode ajudar a consolidar essa confiança. Um marco legal bem calibrado tem o poder de oferecer previsibilidade a investidores, pesquisadores e hospitais, e de garantir que a inovação avance dentro de parâmetros seguros. E essa regulação de ser viva e ágil, capaz de acompanhar a velocidade da tecnologia e de se ajustar às transformações do setor, sem travar quem já está inovando.

A inteligência artificial representa, portanto, um divisor de águas na forma de cuidar, planejar e gerir a saúde. Seu potencial de transformar o sistema público é enorme, mas sua implementação exige governança proporcional ao seu poder. A combinação entre regulação inteligente, confiança profissional e inovação ética será o caminho para que a IA cumpra seu papel: humanizar o futuro da saúde.

*Valter Lima é CEO da CTC.

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IA cria “médicos fantasmas” para vender Ozempic falsificado

Pesquisadores da Check Point Software revelam uma nova onda de golpes online, impulsionada por inteligência artificial generativa (IA), em que grupos criminosos fabricam medicamentos falsos para emagrecimento e reproduzem a identidade visual de organizações de saúde da Europa. As campanhas replicam logotipos, certificados e outros elementos institucionais para criar aparência de legitimidade e atrair pessoas em busca de alternativas aos medicamentos oficiais à base de agonistas do GLP-1.

Nesse contexto, os criminosos digitais inauguram uma nova fronteira de fraude ao se passarem por médicos e clínicas reais para vender medicamentos falsificados, usando IA e deepfakes para produzir fotos, vídeos e depoimentos altamente convincentes. A ação ultrapassa o golpe financeiro: vítimas são levadas a comprar e consumir substâncias não aprovadas e potencialmente perigosas, comercializadas como prescrições legítimas. A ameaça cruza o mundo virtual e o físico ao explorar a confiança em profissionais de saúde para ampliar alcance, gerar receita ilícita e colocar usuários em risco real.

Vale destacar que, no Brasil, em agosto deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a manipulação da substância semaglutida, usada em canetas de emagrecimento como Ozempic e Wegovy e no medicamento oral Rybelsus. Em comunicado oficial, a Anvisa definiu critérios, prescrição médica e retenção de receita para insumos farmacêuticos ativos (IFAs) agonistas do hormônio GLP-1, empregado em tratamentos de diabetes tipo 2 e obesidade.

Na investigação dos especialistas da Check Point Software, eles identificaram um grande volume de anúncios, vídeos e sites gerados por IA utilizando:

Identidade visual do NHS (Serviço Nacional de Saúde, órgão do Reino Unido) e “profissionais do NHS” fabricados;

Logotipos de AEMPS (Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários / Espanha), ANSM (Agência Nacional Francesa de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde / França), BfArM (Instituto Federal Alemão de Medicamentos e Dispositivos Médicos / Alemanha) e AIFA (Agência Italiana de Medicamentos / Itália);

Farmacêuticos, médicos e depoimentos de pacientes falsificados;

Embalagens inventadas, alegações clínicas e imagens de “transformação em 7 dias”;

Depoimentos em vídeo sintéticos criados com IA.

Esses golpes já se espalham pelo Instagram, TikTok, YouTube e anúncios pagos, e muitos consumidores não conseguem distinguir o real do falso.

IA e desinformação

A combinação de manipulação por IA com desinformação em saúde pública abriu espaço para que imitações perigosas circulem mais rápido do que orientações médicas confiáveis. E, com a demanda por medicamentos à base de GLP-1 em alta, o risco para consumidores mais vulneráveis cresce no mesmo ritmo.

Os pesquisadores conduziram uma análise de infraestrutura que mostra que essas campanhas médicas fraudulentas operam de forma coordenada, praticamente como uma verdadeira indústria do crime:

Infraestrutura compartilhada: muitos sites médicos fraudulentos estão interligados no nível de infraestrutura. Eles compartilham endereços IP e utilizam os mesmos provedores de hospedagem, muitas vezes em países com regras fracas de segurança online. Domínios, certificados SSL e datas de registro mostram padrões de agrupamento, com dezenas de sites fraudulentos lançados simultaneamente, provavelmente por mecanismos automatizados.

Designs comuns de sites: a análise de código-fonte revelou que muitos portais foram construídos com os mesmos modelos e roteiros. Layouts, elementos de interface e sistemas de pagamento repetidos apontam para o uso de “kits prontos” que agilizam a criação de clínicas falsas.

Imagens geradas por IA: fotos de médicos, clínicas e embalagens exibem sinais típicos de geração artificial. Inconsistências de iluminação, texturas incomuns e padrões repetitivos sugerem que um mesmo modelo generativo foi usado em múltiplas operações.

Kits de fraude à venda: em áreas clandestinas da Internet, golpistas vendem kits completos contendo tudo o que é necessário para montar um site médico falso: template/modelos, imagens, scripts de automação de hospedagem e até traduções multilíngues. Essa “comoditização” permite que indivíduos com pouca expertise técnica lancem golpes globalmente.

“O que estamos observando nesses golpes envolvendo GLP-1 representa um patamar totalmente novo de fraude. Os criminosos não falsificam apenas o produto, eles recriam todo o ecossistema ao redor dele. Com o apoio da IA, conseguem gerar em poucos minutos supostos médicos, farmacêuticos, avaliações, embalagens e até logotipos de sistemas nacionais de saúde de diversos países. Para o público em geral, tudo isso passa facilmente por legítimo”, explica Amit Weigman, engenheiro de segurança de Gestão de Riscos Empresariais (ERM) e evangelista da Check Point Software.

Weigman reforça que é justamente isso que torna esses golpes tão eficazes: eles parecem locais, autênticos e clinicamente confiáveis. Um crachá falso da NHS ou a fachada de uma farmácia francesa já bastam para convencer muita gente. Para ele, segurança preventiva apoiada por IA é essencial para conter esse tipo de falsificação em larga escala antes que chegue ao público.

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SAÚDE BUSINESS

Desafio dos hospitais: unir conhecimento, tecnologia e propósito

A primeira etapa da proposta para a construção do hospital inteligente prevê um investimento de R$ 1,7 bilhão

No final de outubro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o Brasil se prepara, a partir de 2026, para começar a investir na criação de uma rede nacional de hospitais inteligentes. A proposta conta com o apoio do Banco dos BRICS, da Faculdade de Medicina da USP e do Hospital das Clínicas, inspirada em modelos internacionais de saúde pública. Vejo nesse projeto, independentemente de bandeiras partidárias, uma inspiração positiva, além de uma oportunidade única de aproximar o que há de mais inovador na iniciativa privada brasileira das necessidades do SUS.

Quando pensamos em hospitais inteligentes, estamos falando de uma gestão sustentável e efetiva da saúde. Essas unidades assistenciais incorporam tecnologias avançadas para transformar a experiência do paciente e a segurança do cuidado e permitir que ela se amplie para cada vez mais brasileiros, com um atendimento acolhedor e mais humano.

Como médico e gestor de saúde, testemunho diariamente os benefícios da gestão inteligente, apoiada em uma base de dados rica e bem estruturada. Posso citar inúmeros exemplos, mas, para ilustrar, destaco a inteligência artificial que analisa prescrições médicas em tempo real, cruzando informações do prontuário, exames e histórico dos pacientes para antecipar riscos e apoiar a atuação da equipe de farmácia clínica.

Em um cenário em que o número de novos fármacos cresce continuamente, essa tecnologia não apenas evita interações arriscadas e eventos adversos, mas também amplia a eficiência das equipes, reduz custos e consolida uma cultura de cuidado preventivo.

Já um exemplo de como a tecnologia pode transformar o cuidado em regiões mais remotas e com menos especialistas é a recente realização da primeira telecirurgia robótica não experimental da América Latina. O marco simboliza um salto concreto da tecnologia robótica e abre caminho, ainda, para um novo modelo de formação médica à distância, em que cirurgiões de todo o país podem ser acompanhados e orientados remotamente, ampliando o alcance da robótica cirúrgica e democratizando o acesso à medicina de alta complexidade.

A impressão 3D tem sido um recurso essencial no apoio a casos clínicos mais complexos, permitindo um planejamento cirúrgico mais preciso com a criação de próteses customizadas e conectando os profissionais pelo Metaverso. Essas tecnologias podem reduzir em até 15% o tempo transoperatório, além de contribuírem para uma recuperação mais rápida do paciente e para o aumento da produtividade de médicos e hospitais.

Além disso, a digitalização das informações em saúde viabiliza uma medicina mais assertiva, voltada para a entrega de alta qualidade assistencial com eficiência, propósito, melhor gestão e redução de custos. É a capacidade de transformar dados clínicos em decisões seguras e ágeis. Sem dúvidas, a chave para implementar a inovação em ampla escala depende de um olhar cuidadoso para os processos e de como aperfeiçoá-los por meio da integração digital, automação e conectividade.

Unir tecnologia e boas práticas assistenciais é o caminho para garantir um cuidado cada vez mais seguro, eficiente e humano, seja na rede pública ou privada de saúde. A inovação, quando aplicada com propósito, tem um grande poder na construção de um modelo de saúde verdadeiramente integrado. Ao aproximar esse modelo de inteligência da rede pública, o Brasil tem a chance de proteger um número cada vez maior de vidas.

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Cuidado contínuo: como a tecnologia está redesenhando a saúde

O uso de dados pode reduzir riscos clínicos, reinternações e custos. Metadescrição: Tecnologias conectam instituições, modernizam fluxos assistenciais e ampliam o acesso à saúde

A fronteira entre tecnologia e cuidado nunca esteve tão próxima. Sensores cada vez menores, algoritmos mais inteligentes e plataformas interoperáveis estão preparando o terreno para uma nova lógica na saúde: o cuidado contínuo, alimentado por dados que fluem em tempo real entre paciente, equipe médica e sistemas de informação.

No Brasil, esse movimento ainda é incipiente, mas avança rápido em universidades, start-ups deeptech e centros de pesquisa que desenvolvem biowearables de alta precisão, bioreceptores capazes de detectar alterações metabólicas em segundos e soluções de monitoramento remoto voltadas ao acompanhamento de doenças crônicas. Iniciativas de parceria universidade-indústria, laboratórios de wearables e programas de aceleração têm produzido protótipos que, em poucos anos, podem redefinir a lógica do cuidado.

“A transição do cuidado reativo para o cuidado proativo representa uma mudança estrutural na medicina — e os dados contínuos são o coração dessa transformação”, diz Willyan Hasenkamp, Co-Founder & CEO da Biosens, uma deeptech brasileira dedicada ao desenvolvimento de diagnósticos point-of-care (POC).

Para o executivo, enquanto a medicina tradicional depende de pontos isolados de informação, dispositivos point-of-care (POC) descentralizados permitem coletar dados no instante e no local em que o cuidado acontece. “Esses fluxos alimentam algoritmos de inteligência artificial que precisam de volume, variedade e atualização constante para refletir a complexidade da vida real.”

Hasenkamp continua, explicando que, com acesso a dados frequentes, altera-se a forma de atuação do profissional de saúde. “Em uma emergência, o resultado de um exame pode ser analisado em minutos, acelerando decisões. No entanto, a base dessa mudança é clara: sem dados confiáveis capturados por biossensores não há inteligência artificial verdadeiramente preditiva.”

A Biosens estruturou sua plataforma segundo padrões globais como HL7 e FHIR — os mesmos utilizados pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Isso permite que resultados de testes POC sejam enviados diretamente ao prontuário eletrônico e à infraestrutura nacional de saúde digital.

Ainda assim, Hasenkamp ressalta que a interoperabilidade é apenas o “último quilômetro” da jornada. “Sem dados capturados com precisão na ponta do cuidado, nenhuma integração gera valor.”

No dia a dia, os desafios ainda são muito para que os biossensores saiam do laboratório e possam se tornar de uso massivo. Dentre eles, o executivo cita aspectos regulatórios, validação científica, custo e produção em escala. A interoperabilidade, embora relevante, na opinião de Hasenkamp, é considerada um obstáculo menor quando comparada aos gargalos produtivos e de hardware.

Interoperabilidade ainda é um desafio

De acordo com Grace Teresinha Marcon Dal Sasso, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), o Brasil atravessa um momento crucial de maturação na interoperabilidade em saúde.

“Após décadas de iniciativas fragmentadas, a adoção do HL7 FHIR como padrão estruturante da RNDS inaugurou uma nova fase: mais moderna, mais conectada e alinhada às melhores práticas internacionais. Essa mudança foi um ‘divisor de águas’ que reposicionou o país no debate global sobre arquitetura digital em saúde.”

Grace destaca que a expansão da RNDS — hoje já integrando dados de vacinação, exames laboratoriais, atendimentos clínicos e novas camadas conectadas à saúde suplementar — é um dos maiores avanços do período recente.

“O Brasil também tem investido em guias públicos de implementação, participação em laboratórios colaborativos FHIR e consolidação institucional via SUS Digital e Estratégia de Saúde Digital 2028, documentos que definem prioridades estratégicas para os próximos anos.”

Ainda assim, os gargalos continuam expressivos. A heterogeneidade entre municípios, hospitais e prestadores privados segue sendo um dos principais entraves para a adoção uniforme dos padrões.

“Muitas unidades ainda produzem dados não estruturados, incompatíveis com terminologias clínicas ou sem aderência aos perfis FHIR. A governança da informação é frágil em muitos locais, e a formação técnica — tanto de profissionais de TI quanto das equipes assistenciais — ainda é insuficiente para garantir a aplicação correta de modelos, terminologias e boas práticas de interoperabilidade”, avalia Grace.

Na opinião da especialista, qualidade e integridade dos dados não são apenas requisitos técnicos — são o alicerce de todo o ecossistema digital. Ela defende uma abordagem baseada em: modelagem robusta da informação pautada em FHIR; terminologias clínicas padronizadas (SNOMED CT, LOINC, CID-10, CID-11); governança formal de dados, com dicionário único, validação automática, monitoramento, rastreabilidade e trilhas de auditoria; boas práticas de captura e registro no ponto do cuidado; e gestão completa do ciclo de vida dos algoritmos de IA, com mitigação de vieses, auditoria e avaliação contínua de desempenho.

“Além disso, marcos regulatórios como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as diretrizes da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e políticas do Ministério da Saúde precisam convergir para garantir uso ético, seguro e centrado no paciente.”

A adoção de tecnologias tem recebido apoio estruturado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Um dos principais mecanismos dessa estratégia é o Programa e Projeto Prioritário de Interesse Nacional (PPI Saúde Digital), coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Por meio dele, empresas podem direcionar parte do imposto devido para financiar projetos de P&D voltados a IA, interoperabilidade, dispositivos vestíveis e outras tecnologias emergentes, acelerando o caminho entre descoberta científica e aplicação prática.

“Esse movimento se fortalece à medida que universidades, start-ups deeptech e hospitais começam a atuar de forma integrada no desenvolvimento de biowearables, biossensores e plataformas inteligentes”, explica Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital.

Para estimular essa colaboração, o MCTI realizou recentemente uma chamada pública dentro do PPI-Saúde Digital, selecionando redes de pesquisa que formam um ecossistema robusto e descentralizado de inovação.

Entre elas estão a CareNet.AI, focada em cuidado inteligente; a REDI-SUS, dedicada a diagnóstico e acompanhamento remoto; a ReNTAI, voltada à telessaúde avançada; a plataforma mareIA, para telemonitoramento preditivo; a INTEROPCHAIN, que explora blockchain para consentimento e interoperabilidade; e a Rede SOFIA, concentrada em soluções para saúde materno-infantil.

“Outro pilar dessa estratégia é a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), que há 20 anos estimula a integração entre profissionais da saúde para conduzir projetos colaborativos em pesquisa, inovação, gestão, educação e assistência em saúde digital”, destaca Cristina Akemi Shimoda, coordenadora-geral de Transformação Digital.

Cuidado conectado: a estratégia das instituições de saúde

Com a aposta no cuidado contínuo se consolidando como uma das principais estratégias da inovação em saúde no Brasil, o InovaHC tem buscado transformar esse conceito em prática. No hub de inovação do Hospital das Clínicas, diversas start-ups já desenvolvem wearables, sensores e tecnologias de monitoramento remoto voltadas ao acompanhamento de pacientes crônicos.

“Essas soluções estão sendo incorporadas ao projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação conduzido em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que prioriza a adoção de modelos de telemonitoramento e dispositivos aplicados à saúde digital”, detalha Giovanni Cerri, presidente dos Conselhos dos Institutos de Radiologia (InRad) e de Inovação (InovaHC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 26 Novembro 2025 06:57

CLIPPING AHPACEG 26/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Justiça aponta falhas e mantém assembleia na Unimed cancelada

https://www.midianews.com.br/judiciario/justica-aponta-falhas-e-mantem-assembleia-na-unimed-cancelada/508885

Sindicato dos Médicos vai tentar barrar edital da prefeitura de Goiânia que ‘precariza’ trabalho

https://www.maisgoias.com.br/cidades/sindicato-dos-medicos-vai-tentar-barrar-edital-da-prefeitura-de-goiania-que-precariza-trabalho/

Nova edição da Blitz da Saúde CDI Premium terá foco na campanha Novembro Azul Diabetes

https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/11/nova-edicao-da-blitz-da-saude-cdi.html

Pronto Atendimento Virtual: auxiliando a eficiência em autogestões

https://medicinasa.com.br/conexa-assefaz/

O Brasil no cenário global de pesquisas em doenças raras

https://medicinasa.com.br/pesquisas-doencas-raras/

Care Plus investe R$ 10 milhões em clínicas especializadas em TEA

https://medicinasa.com.br/care-plus-mindplace-kids/

ABCIS homenageia executivos de saúde no prêmio Notáveis 2025

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/executivos-de-ti-em-saude-recebem-premio-notaveis-2025/

Rede D'Or é eleita a empresa de saúde mais confiável do Brasil em ranking da Newsweek

https://www.metropoles.com/conteudo-especial/rede-dor-e-eleita-a-empresa-de-saude-mais-confiavel-do-brasil

Fechado desde maio, centro de referência para doenças contagiosas em Goiânia segue sem nova sede

https://opopular.com.br/cidades/fechado-desde-maio-centro-de-referencia-para-doencas-contagiosas-em-goiania-segue-sem-nova-sede-1.3342052

MIDIA NEWS

Justiça aponta falhas e mantém assembleia na Unimed cancelada

A Justiça de Mato Grosso manteve suspenso a realização da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Unimed Cuiabá, marcada para esta terça-feira (25) e convocada por um grupo de cooperados.

A suspensão foi determinada pelo juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível da Capital, que acolheu pedido da própria cooperativa e considerou que houve irregularidades tanto na convocação quanto no número de assinaturas exigidas para validar o ato.

A decisão do magistrado foi mantida pela desembargadora plantonista Tatiane Colombo.

Segundo o juiz Yale Sabo Mendes, a convocação publicada pelos cooperados violou o Estatuto Social e a Lei nº 5.764/1971, que rege o sistema cooperativista.

O magistrado destacou que não houve inércia da diretoria, requisito necessário para legitimar a autoconvocação. Pelo contrário: a administração respondeu à solicitação dentro das 48 horas, informando o prazo estatutário de 15 dias para análise.

A Unimed ainda apresentou declarações de cooperados que pediram a retirada de suas assinaturas, levantando dúvidas sobre o cumprimento do quórum mínimo de 20% exigido para a instalação da assembleia. A pauta da AGE previa medidas de forte impacto, como a destituição da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração, anulação de deliberações anteriores e eleição de gestores interinos.

Considerando o risco de dano institucional e a possibilidade de instabilidade administrativa, o magistrado determinou a suspensão da AGE e de quaisquer efeitos de eventual reunião já realizada, fixando multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

Inconformados, os cooperados responsáveis pela convocação ingressaram com um recurso junto ao plantão do Tribunal de Justiça, pedindo autorização imediata para manter o evento.

Eles argumentaram ter reunido 267 assinaturas, superior ao percentual exigido, e alegaram que a retratação de parte dos cooperados teria ocorrido sob pressão.

Contudo, a desembargadora plantonista Tatiane Colombo negou o pedido de efeito suspensivo.

Para ela, não há elementos suficientes que comprovem ilegalidade na decisão de 1º grau, nem urgência que autorize reverter a suspensão.

A magistrada reforçou que os temas submetidos à AGE possuem grande impacto e exigem especial rigor formal, concluindo que a realização da assembleia poderia gerar instabilidade e comprometer a continuidade dos serviços de saúde prestados pela cooperativa.

Com isso, permanece válida a ordem judicial que impede a realização da AGE até julgamento final da ação.

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MAIS GOIÁS

Sindicato dos Médicos vai tentar barrar edital da prefeitura de Goiânia que ‘precariza’ trabalho

Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) decidiu, em assembleia geral extraordinária na noite de segunda-feira (24), dar continuidade às medidas judiciais para impugnar edital da prefeitura de Goiânia que, segundo a entidade, precariza o trabalho, reduz a remuneração e não garante condições adequadas. Os presentes também decidiram enviar ofícios ao Ministério Público, ao Conselho Federal de Medicina (CFM), à Associação Médica Brasileira (AMB), à Federação Médica Brasileira (FMB), às sociedades de especialidades e ao Conselho Municipal de Saúde (CMS) da capital.

Segundo o Simego, o corte previsto no edital seria por meio da redução dos plantões pagos aos profissionais, com cortes superiores a 15% em alguns casos. Ao Jornal Opção, o representante do Simego, Robson Azevedo, disse que a prefeitura só poderia publicar o novo edital com autorização do Conselho Municipal de Saúde, que já tinha recusado a proposta duas vezes. Desta forma, o sindicato optou por acionar o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Ministério Público.

Não está descartada uma greve. Esta, contudo, depende do andamento das negociações com a prefeitura. Também participaram do encontro, que ocorreu na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), vereadores Gustavo Cardoso Gomides, conhecido como Dr. Gustavo (Agir), e Fabrício Rosa (PT). O petista disse ao Mais Goiás que vai questionar quais critérios a Secretaria Municipal de Saúde utilizou para reduzir o salário dos médicos e que irá ingressar com ação judicial e denúncia ao Ministério Público.

“Temos cobrado do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) a realização de concursos e de chamamento. Dos médicos e também demais profissionais da saúde. Temos visto as precarizações em geral – não dos médicos -, pejotização, transferência para OS…”, afirma. Fabrício adianta, ainda, que pedirá a impugnação do edital ainda nesta tarde, tanto administrativamente na prefeitura, porque o próprio edital abre um prazo para impugnação, quanto no Tribunal de Contas do Município.

O Mais Goiás procurou a prefeitura e aguarda retorno.

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FOLHA DO PLANALTO

Nova edição da Blitz da Saúde CDI Premium terá foco na campanha Novembro Azul Diabetes

 Ação social acontece toda última sexta-feira de cada mês,em Goiânia (GO)

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O CBEXS Chapter Goiás será relançado no dia 12 de dezembro, no auditório da Coopanest Goiânia. Durante o evento, que ocorrerá das 7h30 às 17h30, será empossada a nova diretoria da entidade, que terá na presidência Renato Gomes e, entre os conselheiros, o presidente da Ahpaceg, Renato Daher, e o presidente do Conselho de Administração da Associação, Haikal Helou.

 

Além da posse da diretoria, o evento reunirá gestores, especialistas e autoridades para discutir soluções práticas e inovadoras para o sistema de saúde goiano. O painel de abertura será conduzido por Renato Gomes, Francisco Balestrin e Christiano Quinan, com o tema “A Saúde do Amanhã”.

 

Também serão debatidos os temas “Políticas Públicas e Privadas para a Saúde: Política de Governo ou Política de Estado?”, “Atenção Primária à Saúde como Estratégia para a Sustentabilidade da Saúde Hoje e Amanhã”, “Saúde: Desafio para a Educação e Formação de Lideranças” e “Saúde Phygital”.

 

Haikal Helou será debatedor do painel “O Cenário do Financiamento em Saúde no Brasil”. Além dos painéis temáticos, a programação contará com a apresentação de um Case de Sucesso no Cooperativismo, conduzida por Haroldo Carneiro e Wagner de Sá, presidente e vice-presidente da Coopanest-GO.

 

O evento é gratuito, e para participar basta se inscrever na plataforma EVEN3: https://www.even3.com.br/a-saude-do-amanha-641507

Terça, 25 Novembro 2025 06:35

CLIPPING AHPACEG 25/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Prefeitura aponta avanço de 22,7% na capacidade operacional do Samu em 2025

https://www.aredacao.com.br/noticias/244395/prefeitura-aponta-avanco-de-22-7-na-capacidade-operacional-do-samu-em-2025

Prefeitura de Goiânia lança sistema de agendamento de consultas por app

https://www.aredacao.com.br/noticias/244402/prefeitura-de-goiania-lanca-sistema-de-agendamento-de-consultas-por-app

Governança clínica garante acreditações e otimiza performance hospitalar

https://www.saudebusiness.com/esg/o-modelo-garante-cria-vantagem-competitiva-sustentavel-e-garante-reconhecimento-no-mercado-de-saude/

Gestores de saúde pública recebem capacitação contra assédio e discriminação

https://www.saudebusiness.com/saude-publica/gestores-de-saude-publica-recebem-capacitacao-contra-assedio-e-discriminacao/

Por que a Saúde Suplementar não vai sobreviver focada em custos

https://medicinasa.com.br/premissa-invertida/

Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME

https://medicinasa.com.br/imposicoes-unilaterais-opme/

A REDAÇÃO

Prefeitura aponta avanço de 22,7% na capacidade operacional do Samu em 2025

Até agora, serviço realizou 41mil atendimentos 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia registrou avanço de 22,7% na capacidade operacional em 2025, após as medidas implementadas pela gestão Sandro Mabel. A informação consta em relatório divulgado nesta segunda-feira (24/11), pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que locou 16 novas ambulâncias, viabilizou junto ao Ministério da Saúde (MS) a aquisição de um veículo próprio e revisou protocolos operacionais que agilizam o retorno das unidades para circulação.

Outra medida importante, de acordo com a pasta, foi a reestruturação do Núcleo de Educação Permanente do Samu, que passou a oferecer capacitações, cursos, atualizações e workshops voltados a todos os profissionais envolvidos no atendimento pré-hospitalar.

O documento em questão aponta que, entre janeiro e outubro, foram realizados 41.883 atendimentos pelo Samu, sendo sete mil a mais que no mesmo período de 2024. “Recebemos o Samu com um grande déficit de recursos humanos. Nós contratamos credenciados, melhoramos as condições de trabalho e conseguimos atrair servidores efetivos, recompondo as equipes assistenciais. Hoje estamos com 521 servidores, explica o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer.

“Temos muito orgulho em entregar um serviço que funciona 24 horas por dia, inclusive em áreas remotas ou de difícil acesso, garantindo o direito à saúde para toda a população”, destaca a coordenadora do Samu Goiânia, Jacqueline Leão.

O Samu pode ser acionado gratuitamente pelo número 192, por celulares ou telefones fixos. Os atendentes fazem a triagem inicial e, em seguida, a ligação é direcionada ao médico regulador, responsável pelas orientações de socorro e pelo envio da ambulância necessária para cada situação.

As unidades estão distribuídas em 11 pontos estratégicos da cidade, o que reduz o tempo de resposta entre o chamado e o encaminhamento ao hospital de referência. O serviço deve ser acionado em casos como queimaduras graves, trabalho de parto de alto risco, suspeita de infarto ou AVC, convulsões, afogamentos, choques elétricos, acidentes de trânsito com vítimas, entre outros.

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Prefeitura de Goiânia lança sistema de agendamento de consultas por app

Ferramenta começa com mais de 10 mil vagas 

O prefeito Sandro Mabel lançou nesta segunda-feira (24/11) o Mais Saúde Goiânia, serviço de agendamento de consultas disponibilizado no aplicativo Prefeitura 24h. A ferramenta, segundo o chefe do Executivo municipal, facilita e torna mais rápido o acesso da população à saúde e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), inicia a operação com mais de 10 mil vagas para consultas em diversas especialidades.

Durante o evento, Mabel lembrou que assumiu a gestão de Goiânia em meio a uma grave crise na saúde e destacou que esta é uma prioridade da prefeitura. “Estamos lançando um app que já tem inteligência artificial e que vai facilitar a vida de quem precisa marcar a consulta. Nós esperamos com isso que possa dar uma maior agilidade para a população”, disse Mabel.

A rede de atenção básica de Goiânia oferta mensalmente cerca de 28 mil consultas e é a porta de entrada para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo aplicativo Prefeitura 24h, podem ser agendadas consultas com clínico geral, pediatra, ginecologista e cirurgião-dentista na rede de atenção primária do município, composta por mais de 100 unidades de saúde.

“Essa é uma alternativa a mais para que o cidadão consiga marcar suas consultas de atenção básica. É um aplicativo bem simples e intuitivo: a pessoa vai colocar o CPF, vai escolher a região, a especialidade que ele deseja fazer e já vai ser feito o agendamento para a data mais próxima que for disponível”, explicou o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer.

Cadastro no SUS
O secretário reforçou ainda que o agendamento pelo aplicativo só está disponível para os usuários que têm cadastro no SUS. Aqueles que não têm, precisam ir pessoalmente em uma unidade de saúde fazer o cadastro. Após isso, segundo Pellizzer, as especialidades aparecem no agendamento de acordo com CPF do usuário, considerando o gênero e a idade. 

“Vão ser 28 mil consultas ofertadas mensalmente nesse aplicativo, além do 0800-646-1560 (ligações de telefone fixo) e WhatsApp (62) 3209-9727, que continuam funcionando.”, afirmou o secretário. “Estamos facilitando a marcação de consultas com o app, mas, se você não pode ir à consulta, desmarque, porque aí você abre espaço para outra pessoa ser consultada”, pediu Mabel.

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SAÚDE BUSINESS

Governança clínica garante acreditações e otimiza performance hospitalar

O modelo gera cria vantagem competitiva sustentável e garante reconhecimento no mercado de saúde

A governança clínica  e as acreditações em hospitais desempenham papel fundamental na qualidade e segurança dos serviços de saúde. E mais do que reconhecimento e credibilidade agrega diretrizes importantes na gestão risco, segurança do paciente, estrutura e controle e também para a sustentabilidade financeira. Esse assunto é tema de diversas discussões entre gestores e especialistas do setor.

Segundo o gestor, médico e professor Juliano Gasparetto, menos de 10% dos hospitais no Brasil têm algum tipo de acreditação — uma espécie de “selo de qualidade” que reconhece instituições que seguem padrões rigorosos de qualidade e segurança no atendimento à saúde.

Gasparetto dirige dois hospitais com perfis bem diferentes: o Universitário Cajuru, que atende só pelo SUS, e o São Marcelino Champagnat, referência no atendimento privado e suplementar. Os dois têm acreditações máximas, o que, segundo o médico, não é um luxo — é uma necessidade. “Você não compraria um carro sem saber se o freio funciona. Por que aceitamos ser operados em hospitais que não passam por nenhuma checagem?”, questiona o gestor durante o II Congresso Nacional de Direito Médico e da Saúde.

Segurança é prioridade

A implementação efetiva de governança sólida e busca por certificações representam investimentos estratégicos que resultam em benefícios tangíveis para todas as partes envolvidas no ecossistema hospitalar.

Para Gasparetto, a segurança do paciente e a qualidade do atendimento não dependem apenas de bons médicos ou equipamentos modernos. “É preciso ter regras claras, processos padronizados, trabalho em equipe e transparência nos resultados”.

Um exemplo prático é o trabalho colaborativo entre os setores. Médicos, enfermeiros, gestores e até o setor jurídico do hospital trabalham juntos para garantir o melhor cuidado possível, com o menor risco. “Quando tudo é feito de forma organizada, os erros diminuem, os tratamentos são mais eficientes e a confiança aumenta. Isso faz bem para o paciente e também para o hospital”, explica Gasparetto.

Segundo o advogado especializado em saúde, Tertius Rebel, dessa forma, o setor jurídico deixa de ser apenas um “bombeiro de crise” e passa a atuar como parte estratégica da governança corporativa. “Governança e propósito são pilares da eficiência. As empresas de saúde são organismos complexos que operam na interseção entre ciência, ética e negócios. Por isso, devem atuar com jurídico preventivo, gestão estratégica e crescimento sólido”.

Principais Acreditadoras no Brasil

ONA (Organização Nacional de Acreditação)

Níveis: Acreditado, Acreditado Pleno, Acreditado com Excelência

Foco: Segurança do paciente e gestão de qualidade

Reconhecimento: Padrão nacional brasileiro

Joint Commission International (JCI)

Origem: Estados Unidos, referência mundial

Padrões: Rigorosos critérios internacionais

Benefício: Reconhecimento global

NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations)

Características: Metodologia americana

Diferencial: Foco em resultados clínicos

Aplicação: Hospitais de alta complexidade

Exemplos brasileiros

As principais acreditações hospitalares no Brasil são a ONA (padrão nacional), JCI (referência internacional) e NIAHO (foco em alta complexidade).

Sete hospitais públicos do Brasil figuram no ranking World’s Best Hospitals 2026, elaborado pela revista americana Newsweek. Entre eles, quatro têm acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA).  São eles:

Hospital das Clínicas da USP

Hospital Municipal Infantil Menino Jesus; 

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Instituto do Coração (InCor)

Um exemplo no sul do país, em Curitiba é o Hospital Universitário Cajuru, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que objeteve nota máxima da ONA. “Isso mostra que qualidade não é só uma questão de dinheiro, mas de compromisso”, diz Gasparetto.

Na região centro-oeste, o Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), unidade do governo de Goiás, conquistou recentemente o segundo nível do certificado de qualidade concedido pela ONA como Acreditado Pleno, atendendo aos padrões e requisitos de segurança do paciente, gestão integrada e excelência em gestão. A ONA 2, segundo nível do modelo de acreditação brasileira conquistada pelo Hetrin, tem foco nos processos hospitalares, avaliando sua gestão e suas interações, além da segurança do paciente.

Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, recebeu a certificação Nível 1 – Acreditado da Organização Nacional de Acreditação (ONA), tornando-se o primeiro hospital público do Piauí a alcançar esse reconhecimento. A certificação atesta que a unidade cumpre requisitos estruturais, de processos e de segurança do paciente estabelecidos por uma das principais entidades de avaliação da qualidade hospitalar no Brasil.

Você lembra?

Em maio deste ano, a Organização Nacional de Acreditação (ONA) lançou, seu livro comemorativo de 25 anos durante a Hospitalar 2025, o maior evento do setor de saúde da América Latina. A publicação resgata a trajetória da instituição desde 1999, com depoimentos, registros históricos e momentos-chave da evolução da acreditação e dos padrões de qualidade no sistema de saúde brasileiro.

O livro está disponível em versão física e digital no site oficial da ONA (www.ona.org.br), contendo depoimentos e registros históricos dos 25 anos de atuação da organização.

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Gestores de saúde pública recebem capacitação contra assédio e discriminação

A ação integra o conjunto de estratégias elaboradas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES)

O Ministério da Saúde reuniu dirigentes de hospitais, representantes de institutos federais e superintendentes estaduais de todo o Brasil, na última semana, na sede da Fiocruz, em Brasília (DF), para participar da oficina Dialogando sobre Assédios e Discriminações no Ambiente de Trabalho: Cultivando Respeito e Inclusão. A formação, que durou dois dias, faz parte das ações do Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde (PEADTS) do Ministério da Saúde.

A iniciativa faz parte do portfólio de estratégias desenvolvidas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e está diretamente ligada aos objetivos estabelecidos no Sistema de Planejamento e Monitoramento do Ministério da Saúde (SIPLAM) para valorização e proteção dos profissionais de saúde.

De acordo com os coordenadores do Ministério da Saúde, investir na formação das lideranças é uma estratéria para fomentar uma cultura organizacional baseada no respeito à diversidade, na equidade e na integridade, ampliando a capacidade institucional de prevenir conflitos e promover ambientes de trabalho saudáveis.

 “O foco dessa formação é promover as relações de trabalho éticas e respeitosas. Isso se traduz no desenvolvimento de habilidades para identificar e intervir em situações de risco, criando um ambiente seguro e saudável para todos os colaboradores da pasta”, ressalta o secretário da SGTES, Felipe Proenço. Ele explica ainda que a oficina tem o intuito de sensibilizar gestoras e gestores e estimular a reflexão crítica sobre suas responsabilidades na prevenção e no enfrentamento ao assédio e à descriminação.

Para a diretora do Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Descriminação do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), Ariana Frances, o Ministério da Saúde tem se consolidado como uma importante referência na abordagem e desenvolvimento de políticas relacionadas à saúde do trabalhador no país. “É com grande satisfação que observamos essa construção permanente que a pasta vem coordenando, notadamente com o fortalecimento das redes de atenção aos trabalhadores. O diálogo que vem sendo estabelecido deve ser ainda mais fortalecido para o bem-estar dos trabalhadores”.

Gestores em foco

Um dos assuntos destaques do encontro  foi a escuta qualificada, de acordo com os organizadores do evento. “Aprendi muito com as trocas entre os participantes, com as vivências compartilhadas e com os debates sobre mecanismos de prevenção, fluxos de atendimento e protocolos de acolhimento. Saio da formação ainda mais consciente de que o enfrentamento ao assédio e às discriminações exige atualização constante, diálogo permanente e ações integradas”, disse a assessora técnica da Ouvidoria-Geral do SUS, Viviane de Oliveira, que ressaltou a importância do diálogo, da responsabilização institucional e do compromisso contínuo com a cultura de respeito.

O representante da Comissão de Ética do Ministério da Saúde, Elielso de Sousa, afirmou que participar da oficina foi uma oportunidade de refletir sobre os comportamentos dentro do ambiente de trabalho e fora dele. E também uma forma de refletir e enxergar que há outras maneiras de promover um processo de produção com relações e ambientes saudáveis. “Oprimir parece estar incrustado em nossa cultura. Somos oprimidos e opressores e por muitas vezes não enxergamos isso. Muitas pessoas não percebem que são vítimas de violência e muitos que promovem a violência aprenderam este modelo de gestão como o certo”.

Plano de enfrentamento

É importante destacar que a legislação brasileira (Lei nº 14.540/2023) determina que organizações públicas e privadas estabeleçam programas voltados à prevenção e ao combate do assédio e da discriminação. A capacitação de lideranças torna-se fundamental para o cumprimento das exigências legais e para a redução de riscos relacionados a ações trabalhistas e prejuízos à reputação institucional.

O Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde (PEADTS) criado para aplicação nos órgãos do Ministério da Saúde, tem como objetivo estabelecer medidas concretas voltadas à prevenção, acolhimento, apuração, responsabilização e resolução de conflitos, com vistas à construção de ambientes laborais seguros, inclusivos e livres de violência. O material, revisado a cada dois anos, aborda temas como assédio moral, assédio sexual, discriminação, assédio moral organizacional, rede de acolhimento, organização do trabalho, saúde no trabalho e racismo.

“O Ministério da Saúde vem construindo de forma coletiva e articulada um conjunto de ações para enfrentar o assédio e à discriminação, reforçando a importância da temática e o compromisso com o cuidado e a saúde de todos os trabalhadores da pasta. É importante que os demais órgãos que compõem o Governo Federal e que ainda não iniciaram suas ações nessa temática façam essa integração entre os seus gestores e ampliem os seus conhecimentos acerca do tema”, concluiu a coordenadora-geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde, Etel Matielo.

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MEDICINA S/A

Por que a Saúde Suplementar não vai sobreviver focada em custos

Saúde Suplementar não está apenas em crise; ela enfrenta o seu momento mais decisivo. Os resultados aquém do esperado pelos investidores e os players e a retórica recorrente do controle de sinistralidade ignoram o que realmente importa: a reinvenção do cuidado assistencial e a entrega de valor.

Contudo, o que temos visto é a dilação dos prazos de pagamentos, uma grande incerteza sobre o que a glosa de fato representa no cenário atual e a pouca interlocução sobre o resultado assistencial e a qualidade percebida lá na ponta tanto para os profissionais da saúde quanto para o consumidor final que, com dificuldades, paga o plano de saúde esperando um atendimento ilimitado de recursos que são finitos.

Como se não bastasse toda carga custos envolvendo a prestação de serviços que vão desde o aumento do custo de mão de obra à dolarização dos insumos e equipamentos, podemos perceber o aumento exponencial da judicialização e a tensão envolvendo as fontes pagadoras e os diversos prestadores em suas camadas de atendimento médico-hospitalar. O resultado disso tudo está sendo o grande avanço da verticalização de hospitais e operadoras visando a sobrevivência e, muitas vezes, a imposição de modelos que podem impactar drasticamente o atendimento lá na ponta.

Fora todo esse cenário caótico e muitas vezes desanimador, nos deparamos com as fraudes e formas pouco ortodoxas dos prestadores conseguirem ganho de mercado, buscando aumentar a volumetria da assistência, criando modelos para reembolso e investindo pesado em protocolos assistenciais cada vez mais custosos aos bolsos das fontes pagadoras.

Considerando todos os aspectos ainda atravessamos um momento árduo da economia, uma grande incerteza sobre as políticas públicas e cada vez mais a perda do poder de compra dos consumidores, que optam por fazer um down grade nos planos ou buscar alternativas em empresas de cartão de desconto, plataformas de consultas e exames particulares de baixo custo, por valores praticados pelas operadoras e similares. Este cenário é insustentável. A boa notícia é que as soluções já existem e exigem apenas uma mudança de paradigma e de remuneração.

O mercado possui boas alternativas de controle da sinistralidade com boas práticas, como Atenção Primaria à Saúde (APS), Transição de Cuidados e os cuidados domiciliares que podem ser melhor explorados invertendo a lógica do investimento nos tratamentos propostos. É preciso considerar que os cuidados pós agudos aliados a APS são grandes ferramentas de promoção e prevenção se bem geridos e, principalmente, bem remunerados com base nos desfechos, acurácia de resultados e alocação correta do paciente no momento certo do cuidado gerando uma economia virtuosa a todos os envolvidos.

É inquestionável a eficácia desse modelo assistencial. Diversos cases divulgados por instituições de referência no setor, bem como estudos científicos, comprovam os benefícios proporcionados aos pacientes. Além disso, o modelo agrega valor ao médico de origem, que acompanha a evolução clínica e o bom desfecho dos casos encaminhados, recebendo, ao longo de toda a jornada de cuidado, retorno e reciprocidade da equipe assistencial. Diante desse cenário, é essencial que o mercado intensifique a comunicação sobre esse tipo de cuidado, de modo que a população o conheça e reconheça seu valor, superando a falsa percepção de que o paciente está sendo institucionalizado.

Neste ponto, a Transição de Cuidados exige um novo patamar de excelência e, acima de tudo, confiança estrutural. Em países onde a gestão de saúde é sinônimo de precisão e visão de longo prazo -uma cultura que me é particularmente familiar, pois vim da Suíça-, o sucesso desse modelo está intimamente ligado à consolidação de uma parceria estratégica entre as Unidades de Transição de Cuidados (UTC) e as operadoras. Essa colaboração deve ter como pilares a transparência irrestrita de dados e a acurácia dos desfechos clínicos no pós-alta, canalizando o foco para a alta responsável, e não apenas para a celeridade do processo. Sem a solidez dessa confiança mútua, comprovada pela clareza dos resultados, a “economia virtuosa” alicerçada na segurança e qualidade do paciente torna-se insustentável.

Vale ressaltar que o famoso Fee For Service (FFS) ainda é um modelo de remuneração que está longe de acabar, embora mesmo considerando o crescente aumento para empacotamento de procedimentos bem como as diárias globais (clínicas ou cirúrgicas). Tal situação demonstra que os resultados alcançados pelas operadoras e hospitais refletem exatamente o pensamento de controle financeiro apenas ao invés de premiar àqueles que procuram trazer a Saúde Baseada em Valor para prática, em outras palavras, o Value-Based Health Care (VBHC) acaba sendo um fator secundário na mensuração de valor gerado ao mercado quando comparado as práticas voltadas para o FFS.

A premissa está invertida, pois faz-se necessário analisar os prestadores que possuem boas práticas, qualidade, geram valor e uma boa experiencia aos pacientes e familiares remunerando-os adequadamente com prazos médios de recebimentos mais adequados em relação daqueles que procuram volumetria e concedem eventualmente descontos na conta mesmo após índices elevados de glosas.

*Peer Buergin é CEO da YUNA.

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Imposições unilaterais podem inviabilizar segmento de OPME

O setor de saúde suplementar no Brasil, especificamente o segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais – OPME – vive um momento de intensas transformações e pressões. O avanço de novos portais de compras, as dificuldades de operação e retenção de faturamento, e fenômenos recentes que vêm afetando principalmente as pequenas e médias empresas, têm criado um ambiente de incerteza e preocupação entre importadores e distribuidores de produtos para saúde que, em alguns casos, já estão na iminência de inviabilidade comercial.

As distorções no setor, que vem sendo registradas pela ABRAIDI em pesquisa há quase uma década chegaram a patamares jamais registrados. O montante de pagamentos pendentes ou não realizados pelos clientes, planos de saúde ou hospitais, chegou à marca de R$ 4,587 bilhões, no levantamento deste ano. Desse total, R$ 2,2 bilhões, que imobilizou 17,63% do faturamento das empresas de produtos para saúde, estão relacionados à Retenção de Faturamento, que é o valor de OPME já utilizado na cirurgia, que por alguma falha ou impasse, não teve a autorização de faturamento aprovada pelo hospital ou pela operadora de plano de saúde. As glosas injustificadas, aquelas cujo pagamento é paralisado ou não realizado sem motivo legítimo e transparentes, chegaram à R$ 229,7 milhões e a inadimplência à R$ 2,069 bilhões. O valor global comprometeu 36% do faturamento das empresas.

Por outro lado, o surgimento de portais de compra, que chegaram para padronizar processos, rastrear transações, ofertar maior agilidade nas cotações e centralizar informações vem produzindo efeitos colaterais que não podem mais ser ignorados. Sob o pretexto de modernizar e otimizar as compras, a maioria desses portais tem imposto aos fornecedores custos adicionais expressivos, que não necessariamente se traduzem em valor proporcional. Os portais de compras de OPME operam, muitas vezes, em uma lógica de leilão reverso. Para ter o direito de participar das cotações, o fornecedor precisa pagar taxas de acesso e, em determinados modelos de negócio, taxas sobre o volume transacionado. Trata-se de um verdadeiro pedágio com condição obrigatória para poder vender a clientes já cativos, sem perspectiva de ampliação do mercado ou da visibilidade do portfólio.

Outro ponto de extrema gravidade é o avanço do chamado empacotamento de procedimentos e insumos, que vem se disseminando em diversas redes hospitalares e operadoras de planos de saúde. Sob o argumento de otimizar custos, esse modelo tem promovido reduções unilaterais de valores, agrupando diferentes procedimentos e materiais em pacotes de remuneração única e reduzida. A prática, além de carecer de respaldo técnico e jurídico, distorce a composição de custos e compromete a qualidade assistencial, uma vez que induz à utilização de materiais de menor desempenho e à limitação de tratamentos. Trata-se de uma forma disfarçada de contenção de despesas que, na prática, compromete a liberdade técnica dos profissionais, o equilíbrio contratual e a segurança dos pacientes, além de desrespeitar normas de referência, como as da CBHPM, e princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor.

Esses desafios, no entanto, não são isolados. Eles refletem um cenário mais amplo de mudanças estruturais na relação entre fabricantes, distribuidores, prestadores e operadoras. Contexto que exige, mais do que nunca, coesão institucional, diálogo permanente e atuação técnica responsável porque muitas empresas já vivem um completo desequilíbrio econômico-financeiro.

Temos consciência da dimensão desses impactos e da ansiedade legítima de nossos associados diante de práticas de mercado que já comprometem a sustentabilidade das empresas e a qualidade do atendimento ao paciente. Por isso, reforçamos nosso compromisso histórico com a representatividade efetiva, a defesa jurídica e regulatória, e a busca de soluções equilibradas, que conciliem os interesses do setor com as boas práticas éticas e de governança.

Entendemos que, diante de um ambiente tão complexo, a resposta mais eficiente não está na fragmentação, mas sim no fortalecimento das instituições existentes e na construção coletiva de propostas que representem, de fato, a diversidade e a força de união do setor de OPME, que tem travado uma queda de braço com gigantes de enorme poder político e financeiro. Eles dão as cartas na saúde suplementar do país e deixam na vulnerabilidade as empresas de produtos para a saúde e na última ponta o consumidor.

Seguimos tentando ampliar o diálogo com órgãos reguladores, com o Legislativo e com a sociedade civil, reafirmando a importância de um setor de saúde suplementar ético, transparente e sustentável. Nosso compromisso é continuar sendo uma voz técnica, ponderada e firme na defesa de um mercado mais justo e equilibrado para todos.

*Sérgio Rocha é presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI).

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 24 Novembro 2025 07:02

CLIPPING AHPACEG 24/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Quando o problema não é a medicina, mas a administração

https://medicinasa.com.br/administracao-consultorio/

Perdas com corrupção na saúde chegam a R$ 26 bilhões por ano

https://medicinasa.com.br/corrupcao-saude-ies/

Todas as regiões registram alta de beneficiários de planos de saúde no período de 12 meses

https://medicinasa.com.br/crescimento-beneficiarios-planos/

Caiado se mantém clinicamente estável, aponta boletim médico

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/caiado-se-mantem-clinicamente-estavel-aponta-boletim-medico-768325/

Reajuste abusivo de plano de saúde leva a condenação judicial de operadora

https://oantagonista.com.br/brasil/reajuste-abusivo-de-plano-de-saude-leva-condenacao-judicial-de-operadora/

Advogado ligou cerca de 10 vezes para o Samu antes de ser encontrado morto

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/11/23/advogado-ligou-cerca-de-10-vezes-para-o-samu-antes-de-ser-encontrado-morto.ghtml

MEDICINA S/A

Quando o problema não é a medicina, mas a administração

Nos últimos anos, a medicina passou por uma transformação silenciosa. Se antes a autonomia profissional era vista como sinônimo de liberdade, hoje ela vem acompanhada de responsabilidades que pouco têm a ver com a prática clínica. A digitalização dos serviços, o aumento da concorrência e a complexidade tributária tornaram o médico não apenas um especialista em saúde, mas também, queira ou não, um gestor de negócios. Esse novo papel exige uma combinação de habilidades que raramente são ensinadas nas faculdades de medicina.

Realizei uma pesquisa com mais de 160 médicos de diferentes regiões do país para entender o que realmente tem tirado o sono dos profissionais da saúde. A maioria das respostas não surpreendeu, mas o conjunto delas revela um quadro preocupante. Noventa e sete por cento dos médicos afirmaram enfrentar problemas financeiros, e seis em cada dez não sabem exatamente quais impostos estão pagando.

Esses números mostram algo que venho observando há bastante tempo: a medicina forma grandes especialistas, no entanto ainda não possui preparo o suficiente para o lado empresarial da profissão. E é justamente nessa lacuna que muitos profissionais se perdem. Um consultório ou uma clínica são, em essência, empresas com fluxo de caixa, impostos, custos fixos, equipe e estratégias de crescimento. Sem uma base mínima de gestão, o risco de frustração é alto.

É sintomático que tantos médicos cheguem ao mercado sem saber distinguir regimes tributários ou planejar o fluxo de caixa de uma clínica. Isso não é culpa individual, mas reflexo de uma formação que ainda separa o conhecimento técnico do conhecimento administrativo. Enquanto outras áreas profissionais vêm incorporando noções de gestão, marketing e empreendedorismo ao currículo, a medicina permanece voltada quase exclusivamente ao atendimento. O resultado é um contingente de profissionais altamente qualificados, mas vulneráveis à desorganização financeira e à sobrecarga.

O mais curioso é que as dificuldades vão muito além das finanças. Entre as queixas mais frequentes, surgiram problemas na contratação de equipe qualificada, falta de treinamento e padronização de processos, e dúvidas sobre como montar uma sociedade médica. São desafios que atravessam o dia a dia da categoria e que, se não forem enfrentados de forma estruturada, acabam comprometendo a qualidade de vida e até o desempenho clínico.

Ao conversar com médicos que decidiram empreender, percebo que o erro raramente está na falta de conhecimento técnico e sim na ausência de suporte na gestão. Muitos subestimam os custos fixos, escolhem o regime tributário errado ou simplesmente ignoram a importância de estratégias básicas de marketing e comunicação. Pequenas decisões mal calculadas acabam minando o retorno do investimento e gerando um ciclo de sobrecarga e insatisfação.

Falar em gestão para médicos ainda desperta resistência em parte da categoria. Existe um certo desconforto em associar o exercício da medicina a termos como lucro, eficiência e produtividade. Mas essa mentalidade precisa evoluir. A gestão não é antagônica à ética médica; é o que garante que o cuidado possa ser oferecido de forma contínua, sustentável e de qualidade.

Essa realidade exige uma mudança de mentalidade. Assim como o cuidado com o paciente depende de diagnóstico e acompanhamento constantes, o cuidado com o próprio negócio também precisa de atenção e método. Entender números, revisar processos, delegar funções e buscar orientação especializada não são sinais de fraqueza, na verdade são atitudes de quem quer exercer a medicina de forma sustentável.

À medida que o sistema de saúde brasileiro se torna mais competitivo, a gestão tende a se tornar uma competência central para que possamos oferecer o melhor aos pacientes. Médicos que dominarem aspectos básicos de planejamento financeiro, relacionamento com pacientes e uso de tecnologia terão uma vantagem real e poderão transmitir melhor qualidade para os atendimentos. A medicina do futuro será híbrida: técnica, humana e estratégica.

No fim das contas, acredito que a saúde financeira e administrativa dos médicos é parte essencial da saúde do sistema como um todo. Profissionais mais conscientes de sua gestão têm mais tempo, recursos e tranquilidade para fazer o que realmente importa: cuidar de pessoas.

*Matheus Reis é CEO da Back4you.

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Perdas com corrupção na saúde chegam a R$ 26 bilhões por ano

O Brasil perde cerca de R$ 26 bilhões em corrupção na saúde, por ano. A estimativa é do Instituto Ética Saúde (IES), que congrega a indústria de produtos médico-hospitalares, hospitais, laboratórios, entidades médicas, planos de saúde e indústria farmacêutica, com o apoio de órgão reguladores do governo. O orçamento destinado ao setor (público e privado) corresponde a 9,7% do PIB, segundo o Ministério da Saúde, o que equivale a R$ 1,13 trilhão. De acordo com a entidade, pelo menos 2,3% de tudo que é investido na saúde não chega aos pacientes devido à corrupção pública e privada, fraudes e ações ilícitas, ou seja, R$ 26 bilhões.

Há cinco anos, a corrupção na saúde equivalia a uma perda de R$ 14,5 bilhões, segundo o mesmo cálculo do IES. De lá para cá houve um aumento de 79% no montante que é desviado. Com esses R$ 26 bilhões, daria para construir 52 hospitais públicos de grande porte (cerca de 300 leitos) por ano; ou 26 mil UTIs móveis; ou ainda 2.200 aparelhos de ressonância magnética de alta resolução.

“O maior prejudicado sempre é o paciente. O Instituto Ética Saúde avalia que é preciso participar mais ativamente das decisões públicas, focando na busca pela transparência junto à administração pública e intensificando o papel que cabe a sociedade, que é o Controle Social, com o fito de resgatar a confiança. Em paralelo, é preciso punir os responsáveis pelos desvios, para isso, a legislação precisa mudar e as leis ficarem mais rígidas”, afirma a presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde, Candida Bollis.

O diretor Executivo, Filipe Venturini Signorelli, destaca ainda que “as entidades representativas de todos os segmentos da saúde devem se unir com veemência, buscando o verdadeiro diálogo entre os stakeholders, para que o controle e fiscalização possam ser moldados de forma que garantam a transparência total das contratações que envolvam dinheiro público, sejam elas diretas ou por qualquer meio de repasse”.

O IES alerta para os riscos mais comuns de corrupção no setor:

Compras Públicas
Desvio de recursos
Descumprimento contratual (entrega ou pagamento)
Desperdício

Abusos de preços ou em condições contratuais

Corte ou negativa de fornecimento

Imposição de condições abusivas

Acordos entre concorrentes

Descumprimento contratual Privado
Entrega
Pagamento

Produtos de baixa qualidade
Fragilidade regulatória
Falsificação

Alocação inadequada de recursos
Intervenção administrativa oportunista
Distribuição não isonômica

Posturas antiéticas de profissionais da saúde com pacientes
Casos de abuso e negligência em tratamentos
Violação da integridade física e psicológica de pacientes
Comprometimento da confiança no sistema de saúde

Comercialização irregular de medicamentos controlados
Venda sem prescrição médica
Desvios de produtos de distribuição gratuita
Riscos à saúde e sanções administrativas e criminais

Vazamento de informações de profissionais de saúde para manipulação de produtos
Uso indevido de dados médicos para direcionamento de prescrições
Violação da LGPD e sanções legais

Reajuste tarifário abusivo
Aumento sem justificativa transparente
Falha na fiscalização da ANS permitindo abusos
Comprometimento do acesso à saúde

Rescisão contratual imotivada
Cancelamento unilateral de planos de saúde
Impacto em pacientes em tratamento crítico
Descumprimento da Lei nº 9.656/98

Nas relações entre os atores do mercado da saúde, segundo um levantamento do Instituto Ética Saúde, as práticas antiéticas, fraudes e ilegalidades mais frequentes são: pagamento de propinas a profissionais de saúde vinculados à indicação de produtos; pagamento de despesas de profissionais de saúde em eventos de terceiros; patrocínio indevido de eventos de terceiros; presentes e brindes sem cunho científico em troca de indicação de produtos; informalidade nas remessas de comodato e consignação de produtos e equipamentos médicos.

Foram consideradas mais prejudiciais, ou seja, com alto impacto a curto, médio e longo prazo na cadeia econômica do setor saúde, incluindo riscos à segurança do paciente: pagamentos de propinas a profissionais de saúde, disfarçados de descontos financeiros; profissionais médicos praticando atos mercantilistas vedados pelos órgãos reguladores; empresas sem CNAE do setor de saúde comercializando dispositivos médicos – Covid-19 (flexibilização da pandemia pelo governo); pagamento inadequado de materiais cirúrgicos, com incentivo à reesterilização de produtos de uso único; fraudes em cobranças de material utilizado – troca de material efetivamente comercializado; falsificação de produtos cirúrgicos; fraudes em registros de materiais – produtos sem registro da Anvisa; fraudes em concessão de leitos do SUS – Covid-19.

Além dessas práticas, observa-se ainda um aumento nos casos de conduta antiética por profissionais de saúde, incluindo abusos físicos e psicológicos contra pacientes, bem como negligência intencional em tratamentos, comprometendo a segurança e a confiança no sistema de saúde. Da mesma forma, cresce a preocupação com a venda irregular de medicamentos controlados, especialmente a comercialização sem prescrição médica e desvios de produtos destinados à distribuição gratuita, impactando pacientes que dependem desses fármacos. Outra questão relevante é o uso indevido de dados de profissionais médicos para direcionamento de prescrições, colocando em risco a ética na relação médico-paciente e violando normas de proteção de dados.

O setor também enfrenta desafios relacionados ao aumento abusivo das tarifas dos planos de saúde e ao cancelamento imotivado de contratos, afetando diretamente pacientes em tratamento contínuo e ferindo princípios de transparência e equidade contratual.

Radar da Ética

O Instituto Ética Saúde acaba de lançar o Radar da Ética, uma iniciativa dedicada ao monitoramento e análise de casos que impactam a integridade e a transparência no setor da saúde, no Brasil. “Por meio de relatórios técnicos, a ferramenta identifica, acompanha e divulga irregularidades, promovendo o debate sobre boas práticas de governança, compliance e responsabilidade na gestão da saúde pública e suplementar, com o objetivo de fortalecer um sistema mais ético, seguro e sustentável”, explica o diretor Executivo do IES.

Mais do que relatar os fatos, o Radar da Ética oferece à sociedade relatórios estruturados, atualizados e acessíveis, que servem como base para que cidadãos, profissionais da saúde, empresas, jornalistas e gestores tenham meios concretos para exercer essa vigilância com conhecimento de causa e senso crítico.

Canal de denúncias

O Instituto Ética Saúde se coloca à disposição do público para registrar as ocorrências de eventos de falta de ética e de flagrante de desrespeito às leis, práticas de sobrepreço, lucros abusivos, desrespeito aos mínimos preceitos de qualidade, adulteração de produtos, falsificações e fraudes, entre outras práticas.

As denúncias são sigilosas, podem inclusive ser anônimas, feitas pelo telefone 0800 810 8163 e através do site.

“Precisamos fomentar as denúncias e informações para aqueles que podem agir de forma preventiva e coercitiva no combate a tais práticas nocivas a sustentabilidade da saúde. É preciso uma atuação conjunta, via Instituto e Órgãos estatais reguladores, para maior imputação e apuração das responsabilidades, além da identificação dos infratores, e eventuais punições”, defende Filipe Venturini.

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Todas as regiões registram alta de beneficiários de planos de saúde no período de 12 meses

Todas as regiões brasileiras registraram aumento no número de beneficiários de planos médico-hospitalares entre setembro de 2024 e setembro de 2025, segundo a 111ª Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O avanço foi generalizado, com destaque para o Norte, que apresentou a maior variação proporcional do País (5,6%), e para o Sudeste, responsável pelo maior crescimento absoluto, com 833 mil novos vínculos no período.

No trimestre (junho a setembro de 2025), todas as regiões também registraram expansão, reforçando a tendência positiva observada desde 2020. O movimento é influenciado principalmente pelo avanço dos planos coletivos empresariais, que representam cerca de 73% de todos os vínculos médico-hospitalares do País.

O avanço da saúde suplementar segue alinhado ao comportamento do emprego formal. Entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o estoque de empregos celetistas cresceu 2,9%, alcançando 48,9 milhões, enquanto os planos coletivos empresariais avançaram 4,4%, somando 38,8 milhões de vínculos.

“O ritmo de expansão dos planos coletivos reflete o dinamismo do mercado de trabalho. A continuidade da criação de empregos formais é fundamental para ampliar o acesso à saúde suplementar em todo o País”, destaca José Cechin, superintendente executivo do IESS.

Em termos estaduais, o maior crescimento proporcional ocorreu no Amazonas, com alta de 12,2% em 12 meses, enquanto o maior crescimento absoluto foi registrado em São Paulo, que adicionou 592,3 mil beneficiários no período. O Brasil contabilizou 1,43 milhão de novos vínculos em planos médico-hospitalares entre setembro de 2024 e setembro de 2025, equivalente a um crescimento nacional de 2,8% e totalizando 53,2 milhões de beneficiários.

Planos exclusivamente odontológicos

Os planos exclusivamente odontológicos alcançaram 34,9 milhões de beneficiários em setembro de 2025, registrando crescimento de 2,8% em 12 meses e de 2,4% no trimestre. Os maiores destaques percentuais do País foram Santa Catarina, com alta de 6,5%, Espírito Santo, com 5%, e Paraná, com 6%.

Síntese dos resultados da NAB 111 — Setembro/2025 (comparação entre setembro de 2024 e setembro de 2025):

Planos médico-hospitalares

Crescimento nacional: 2,8%

Destaque proporcional: Amazonas (12,2%)

Destaque absoluto: São Paulo (592,3 mil vínculos)

Todas as regiões cresceram no período:

Norte: 5,6%

Nordeste: 2,8%

Sudeste: 2,7%

Sul: 2,3%

Centro-Oeste: 2,3%

Planos exclusivamente odontológicos

Crescimento nacional: 2,8%

Destaques proporcionais:

Santa Catarina: 6,5%

Espírito Santo: 5%

Paraná: 6%

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JORNAL OPÇÃO

Caiado se mantém clinicamente estável, aponta boletim médico

Caiado apresentou evolução favorável nas últimas 24 horas

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, internado no sábado, 22, após apresentar arritmia cardíaca, apresentou evolução favorável nas últimas 24 horas, segundo boletim médico divulgado neste domingo, 23, pelo Hospital Vila Nova Star.

De acordo com a nota, o governador se mantém clinicamente estável e não apresentou novas ocorrências. A equipe de cardiologia avaliou a situação e indicou a realização de uma ablação por cateter, procedimento seguro e reconhecido como padrão terapêutico para o controle definitivo da fibrilação atrial.

A intervenção está programada para ser realizada nesta segunda-feira, 24.

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O ANTAGONISTA

Reajuste abusivo de plano de saúde leva a condenação judicial de operadora

Em meio às vastas leis que regem os contratos de planos de saúde no Brasil, uma questão ganha relevo quando se fala de reajustes por idade.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) trouxe atenção a esta temática ao tratar do Tema 952, que versa sobre a legalidade dos reajustes em planos de saúde individuais ou familiares em razão da mudança de faixa etária.

Este tema é particularmente sensível quando envolve consumidores idosos, pois o aumento das mensalidades deve ser justo e alinhado a critérios atuariais.

Um caso recente em São Paulo ilustra a aplicação prática dessas diretrizes. Uma segurada contestou o reajuste em seu plano, que aumentou significativamente ao ela completar 60 anos.

A questão submetida à apreciação do tribunal foi crucial devido ao impacto dos custos na garantia de direitos do consumidor, levando a uma análise aprofundada dos aumentos embasados em cálculos atuariais.

A seguradora defendeu a legitimidade do aumento citando o contrato, mas o poder judiciário estava atento aos detalhes.

Como os planos de saúde justificam os reajustes?

Seguradoras frequentemente argumentam que os ajustes teriam por finalidade garantir o equilíbrio financeiro da apólice, dado que o envelhecimento dos beneficiários acarretaria mais despesas médicas.

Contudo, tais reajustes precisam obedecer a padrões legislativos e regulatórios, sendo imperativo que eles não sejam arbitrários mas fundamentados em análises atuariais rigorosas.

Quando um reajuste é considerado abusivo?

Abusividade é caracterizada quando os aumentos ultrapassam parâmetros de razoabilidade e não se justificam pelos riscos cobertos.

O Tema 952 requer que esses reajustes não sejam discriminatórios ou desarrazoados, especialmente os que atingem indivíduos em idade avançada.

Isto significa que, além de preverem cláusulas no contrato, devem ser seguidos princípios de transparência e equidade nos ajustes.

Quais são os direitos do consumidor ao enfrentar reajustes abusivos?

Consumidores têm o direito de questionar judicialmente reajustes que considerem excessivos diante de evidências de falta de base atuarial adequada.

No exemplo mencionado, a segurada obteve uma decisão favorável onde, após constatação de ilegalidade, determinou-se não só a devolução dos valores pagos além do devido, mas também a correção monetária desses montantes.

Esta postura do judiciário realça a importância de regras claras e a defesa dos consumidores contra práticas potencialmente prejudiciais.

Como os órgãos reguladores influenciam esses ajustes?

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e outros órgãos reguladores desempenham papel crucial na fiscalização dos contratos de saúde, assegurando que aumentos obedeçam a normativas estabelecidas.

As seguradoras se beneficiam dessas diretrizes para atuar com segurança e previsibilidade econômica, mas devem sempre respeitar os limites que visam proteger o consumidor.

Em suma, embora reajustes por faixa etária possam ser justificáveis, é imperativo que sigam uma matriz ética e regulatória que proteja especialmente os mais vulneráveis, assegurando seu acesso contínuo à saúde sem onerosidade indevida.

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PORTAL G1/GOIÁS

Advogado ligou cerca de 10 vezes para o Samu antes de ser encontrado morto

Em nota, a SMS informou que o sistema do Samu não registrou nenhuma das chamadas. Advogado foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas morreu no local.

O advogado Rodrigo Bonfim, de 47 anos, que foi encontrado morto dentro do próprio carro, em Anápolis, chegou a ligar cerca de 10 vezes ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) antes de morrer. Uma imagem do celular do advogado, obtida pela TV Anhanguera, mostra o registro das chamadas (veja acima).

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, mesmo constando registros de ligações no celular de Rodrigo, o sistema do Samu não registrou nenhuma das chamadas (leia a nota completa ao final do texto).

Rodrigo foi encontrado por uma testemunha desacordado dentro do carro na madrugada desta quinta-feira (20), no cruzamento da Rua José Neto Paranhos com a Visconde de Taunay, e morreu ainda no local. Juliana Jaime, irmã do advogado, contou ao g1 que o celular que realizou as chamadas ficou sob a posse da Polícia Civil.

Ainda de acordo com o Samu, Rodrigo foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, acionado às 1h12 da madrugada. Somente às 1h39, o serviço de saúde afirmou que recebeu uma chamada, mas realizada pelos próprios bombeiros que solicitaram o apoio do Samu.

A nota também descreve que uma Unidade de Suporte Avançado (USA) foi até o local após a solicitação dos militares, que constatou a morte de Rodrigo.

De acordo com a irmã, Rodrigo era apegado à mãe e deixa dois filhos. O corpo dele foi velado e sepultado ainda na quinta-feira (20).

A morte do advogado está sendo investigada pela Polícia Civil.

A família ainda aguardava pelo resultado conclusivo sobre a causa da morte do advogado até a última atualização desta reportagem, mas a irmã explicou que o legista responsável pela autópsia acredita que Rodrigo possa ter sofrido um infarto ou arritmia.

Entenda o caso

O advogado foi encontrado por uma testemunha que estava em uma distribuidora próxima ao local e ouviu o momento em que o carro em que ele estava bateu em algo, de acordo com o Boletim de Ocorrência (BO). Dentro do veículo, a testemunha relatou à Polícia Civil que a vítima estava sem roupas e respirava com dificuldades.

O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados, mas a morte de Rodrigo foi confirmada ainda no local pelos socorristas. Segundo Juliana, Rodrigo estava a apenas 200 metros da casa dele.

Segundo a irmã, a família do advogado tem um grande histórico de mortes por problemas cardíacos.

Ainda segundo o BO, o delegado Manoel Vanderick esteve no local, e não foi constatado nenhum ferimento no corpo da vítima, indicando que o advogado teria sofrido um mal súbito.

Nota do Samu

"A Secretaria Municipal de Saúde informa que, a princípio, embora constem no aparelho celular da vítima registros de tentativas de ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), nenhuma dessas chamadas chegou a ser reconhecida pelo sistema.

Conforme os registros oficiais, o Corpo de Bombeiros foi acionado às 1h12 e prestou imediatamente o atendimento inicial ao paciente. O primeiro acionamento ao SAMU ocorreu apenas às 1h39, por meio de solicitação dos próprios bombeiros, para apoio a um paciente que já se encontrava em parada cardiorrespiratória. A Unidade de Suporte Avançado (USA) se deslocou prontamente e, ao chegar ao local, a equipe constatou o óbito.

A SEMUSA, por meio do SAMU, reitera seu compromisso com o serviço de urgência e emergência pré-hospitalar. Informa ainda que, medidas já estão sendo tomadas para elucidar todos os fatos e que havendo falta de zelo ou imperícia, providências administrativas serão aplicadas.

O SAMU continuará a serviço da comunidade, prezando pelo atendimento ágil e qualificado para toda a população anapolina em todas as situações de urgência e emergência."

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Assessoria de Comunicação        

Quarta, 19 Novembro 2025 07:00

CLIPPING AHPACEG 19/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Saúde anuncia rede de hospitais e serviços inteligentes no SUS

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-11/saude-anuncia-rede-de-hospitais-e-servicos-inteligentes-no-sus-1

Contrato de hospital em Anápolis gerou prejuízo de R$ 42 milhões na gestão de Roberto Naves, aponta TCM

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/tjgo-afasta-imediatamente-professor-acusado-de-agredir-aluno-em-escola-de-quirinopolis-766817/

Aplicativo Mais Saúde Goiânia é aprovado e deve ser lançado nos próximos dias

https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/goiania-deve-lancar-aplicativo-para-agendamento-de-consultas-na-atencao-basica-do-sus-nos-proximos-dias-766868/

Quando os medicamentos param de funcionar: uma crise que mata

https://medicinasa.com.br/crise-silenciosa-mata/

Quando o problema não é a medicina, mas a administração

https://medicinasa.com.br/administracao-consultorio/

Entidades pedem por mais servidores na Gerência de Produtos para Saúde

https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/entidades-pedem-por-mais-servidores-na-gerencia-de-produtos-para-saude/

Gestão eficiente: o segredo para o crescimento de clínicas médicas

https://medicinasa.com.br/gestao-eficiente-clinicas/

AGÊNCIA BRASIL

Saúde anuncia rede de hospitais e serviços inteligentes no SUS

Meta é reunir tecnologia avançada com alta especialização

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (18), em Brasília, uma rede nacional de hospitais e serviços de saúde inteligentes e de medicina de alta precisão dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta é reunir tecnologia avançada, alta especialização e cooperação internacional para modernizar o atendimento.

A iniciativa prevê a implantação de 14 unidades de terapia intensiva (UTIs) automatizadas que funcionarão de forma interligada nas cinco regiões, além da construção do Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), o primeiro hospital inteligente do país.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que outras oito unidades hospitalares serão modernizadas “com envolvimento de universidades e secretarias de saúde”. “Não tenho dúvida de que, hoje, nós estamos entrando em uma nova era de inovação para o SUS e para a saúde do país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

“Não estamos falando só de construção de hospitais, de modernização de UTIs e de hospitais que já existem. Estamos falando de um movimento de incorporação tecnológica, de parcerias de transferência tecnológica”, completou, durante entrevista.

Entenda

A rede integra o programa Agora Tem Especialistas, voltado para a expansão do atendimento especializado na rede pública. Dados oficiais indicam que o uso de tecnologias como inteligência artificial e big data pode reduzir em até cinco vezes o tempo de espera por atendimento de emergência, além de tornar o diagnóstico e a assistência especializada mais rápidos e precisos.

As 14 UTIs inteligentes vão funcionar de forma interligada em hospitais selecionados pelo Ministério da Saúde junto a gestores de 13 estados nas cidades de Manaus, Dourados (MS), Belém, Teresina, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília. 

“Serão serviços totalmente digitais, com monitoramento contínuo, integração entre equipamentos e sistemas de informação. A tecnologia auxiliará na previsão de agravos, apoiará decisões clínicas, otimizará avaliações e permitirá a troca de conhecimento entre especialistas em diferentes regiões. Também estarão conectadas a uma central de pesquisa e inovação”, finalizou o ministério. 

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JORNAL OPÇÃO

Contrato de hospital em Anápolis gerou prejuízo de R$ 42 milhões na gestão de Roberto Naves, aponta TCM

O contrato teve origem em uma contratação emergencial por dispensa de licitação, mas as irregularidades mais graves ocorreram na execução

O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) converteu um processo de representação em Tomada de Contas Especial (TCE) para apurar ilegalidades verificadas na execução de contrato firmado pela gestão do então prefeito Roberto Naves para transferir a administração do Hospital Municipal Alfredo Abrahão à Associação Beneficente João Paulo II.

Ao Jornal Opção, Roberto Naves negou irregularidades e afirmou que a Tomada de Contas Especial teria sido uma iniciativa sua. O ex-prefeito destacou, ainda, não ser alvo de qualquer condenação ou reprovação na prestação de contas.

A decisão do TCM foi motivada pela presença de indícios de dano ao erário, inicialmente “não passível de quantificação completa”, mas posteriormente estimado em R$ 42,9 milhões, conforme Relatório Conclusivo emitido pela Comissão de TCE instaurada pelo próprio município de Anápolis.

O contrato teve origem em uma contratação emergencial por dispensa de licitação, mas as irregularidades mais graves ocorreram na execução. O acórdão nº 06731/2025 responsabiliza diretamente o ex-prefeito Roberto Naves pelas falhas registradas entre 2021 e 2023, incluindo inexecução parcial e contínua dos serviços, descumprimento de metas quantitativas e qualitativas, subcontratações ilegais, ausência de transparência, falhas na fiscalização e pagamento integral à organização social apesar da falta de comprovação da entrega dos serviços contratados.

Em um dos períodos analisados, por exemplo, o atendimento ambulatorial alcançou apenas 11,26% da meta prevista, enquanto os repasses municipais permaneceram integrais.

Entre os pontos considerados mais graves pelo Tribunal está o conflito de interesses nas contratações de terceiros realizadas pela Associação. A entidade firmou contratos com empresas diretamente ligadas à sua diretoria e à direção do hospital, como a B-Health Consultoria de Gestão e Administração de Saúde Ltda., que recebeu 38% dos recursos transferidos entre novembro de 2021 e abril de 2023 e tinha como sócio administrador o próprio presidente da organização social, Pedro Alberto Paraíso de Almeida.

A prática violaria a Lei Municipal nº 4.173/21, que proíbe acordos com empresas das quais participem dirigentes da OS.

O TCM-GO também identificou falhas estruturais na fiscalização municipal. Os relatórios de execução contratual foram apresentados tardiamente – apenas após medida cautelar emitida pelo Tribunal – e o julgamento das contas ocorreu somente em abril de 2024, após o encerramento da vigência do contrato, em desacordo com a legislação aplicável. Somam-se ainda problemas na publicidade dos dados pela ABJPII e despesas sem relação com o objeto contratual, como o pagamento de R$ 17,5 mil por passagens aéreas.

O Tribunal destacou, ainda, que todas as irregularidades tiveram origem e continuidade durante a gestão de Roberto Naves, cabendo à administração atual apenas adotar medidas para recuperação do prejuízo. Assim, ao converter o processo em TCE, o TCM-GO determinou a notificação da Associação Beneficente João Paulo II e de diversos responsáveis para apresentação de defesa.

O julgamento final sobre responsabilizações e ressarcimento ocorrerá apenas após a conclusão do rito da Tomada de Contas Especial.

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Aplicativo Mais Saúde Goiânia é aprovado e deve ser lançado nos próximos dias

A ferramenta deve ser oficialmente apresentada nos próximos dias pelo prefeito Sandro Mabel (UB)

A Prefeitura de Goiânia recebeu aprovação para incluir o aplicativo Mais Saúde Goiânia na Play Store e na Apple Store. A ferramenta deve ser oficialmente apresentada nos próximos dias pelo prefeito Sandro Mabel (UB). O aplicativo, no entanto, ainda não está disponível para download.

Com o app, os usuários poderão agendar consultas da rede de atenção básica do SUS, em modalidade de demanda espontânea, sem necessidade de encaminhamento prévio. Estão disponíveis agendamentos para clínico geral, pediatria, ginecologia e médico de saúde da família.

Segundo a gestão municipal, o aplicativo é exclusivo para a atenção básica. As consultas com especialistas continuam dependendo de avaliação inicial, feita por um médico geral. Após a primeira consulta, o profissional poderá emitir o encaminhamento, que será regulado conforme a prioridade clínica do caso.

A expectativa do município é que a ferramenta reduza filas e facilite o acesso dos moradores aos serviços essenciais de saúde.

O novo aplicativo deve substituir a ferramenta Saúde Fácil Goiânia, lançado em dezembro de 2019 pelo então prefeito Iris Rezende (MDB) e descontinuado pela nova gestão do Paço. A ferramenta proporcionava que moradores da Capital agendassem consultas médicas ambulatoriais nas unidades de saúde do município, como nas Unidades Básica de Saúde (UBS).

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MEDICINA S/A

Quando os medicamentos param de funcionar: uma crise que mata

Estamos diante de um dos maiores riscos à saúde global e também à nossa realidade local: a resistência aos antimicrobianos (RAM). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 as bactérias resistentes foram responsáveis diretas por cerca de 1,27 milhão de mortes e contribuíram para quase 5 milhões de óbitos em todo o mundo.

Apesar desses números alarmantes, o enfrentamento do problema ainda apresenta graves lacunas. Prescrições padronizadas, escassez de laboratórios de microbiologia, produção de carne com uso indiscriminado de antimicrobianos e o saneamento precário compõem um cenário em que os medicamentos que salvam vidas hoje podem não funcionar amanhã.

Nos hospitais e unidades de saúde, a cultura do uso rápido e generalista de antibióticos permanece enraizada. Diagnósticos imprecisos ou tardios resultam em tratamentos ineficazes quando o micro-organismo já apresenta resistência. Fora do ambiente hospitalar, o uso de antimicrobianos na criação de animais e a falta de medidas básicas de prevenção — como higiene, vacinação e controle de infecções — agravam ainda mais a crise.

As consequências não são apenas sanitárias. O Banco Mundial estima que, sem ações efetivas, a RAM poderá consumir até 3,8% do PIB mundial e empurrar milhões de pessoas para a pobreza.

O que se exige agora é ação coordenada

Primeiro: responsabilidade sistemática no uso de antimicrobianos — profissionais de saúde, gestores públicos e privados, produtores e a comunidade devem prescrever, dispensar e usar esses medicamentos com critério e monitoramento contínuo.

Segundo: transparência e vigilância. Unidades de saúde precisam divulgar indicadores de consumo e resistência (antibiogramas locais), além de taxas de infecção associadas a dispositivos e o tempo até a terapia efetiva quando a resistência é identificada.

Terceiro: prevenção. Higiene das mãos, vacinação, saneamento, diagnóstico rápido e programas de stewardship com auditoria e feedback reduzem infecções — e, consequentemente, a necessidade de antibióticos.

A resistência aos antimicrobianos está corroendo silenciosamente uma das maiores conquistas da medicina moderna. Se nada mudar, o que hoje é rotina — uma cirurgia, um parto, um tratamento oncológico — voltará a ser arriscado. Os antibióticos, que já salvaram milhões, podem se tornar inúteis diante de infecções banais.

*Mara Machado é CEO do IQG (Instituto Qualisa de Gestão).

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Quando o problema não é a medicina, mas a administração

Nos últimos anos, a medicina passou por uma transformação silenciosa. Se antes a autonomia profissional era vista como sinônimo de liberdade, hoje ela vem acompanhada de responsabilidades que pouco têm a ver com a prática clínica. A digitalização dos serviços, o aumento da concorrência e a complexidade tributária tornaram o médico não apenas um especialista em saúde, mas também, queira ou não, um gestor de negócios. Esse novo papel exige uma combinação de habilidades que raramente são ensinadas nas faculdades de medicina.

Realizei uma pesquisa com mais de 160 médicos de diferentes regiões do país para entender o que realmente tem tirado o sono dos profissionais da saúde. A maioria das respostas não surpreendeu, mas o conjunto delas revela um quadro preocupante. Noventa e sete por cento dos médicos afirmaram enfrentar problemas financeiros, e seis em cada dez não sabem exatamente quais impostos estão pagando.

Esses números mostram algo que venho observando há bastante tempo: a medicina forma grandes especialistas, no entanto ainda não possui preparo o suficiente para o lado empresarial da profissão. E é justamente nessa lacuna que muitos profissionais se perdem. Um consultório ou uma clínica são, em essência, empresas com fluxo de caixa, impostos, custos fixos, equipe e estratégias de crescimento. Sem uma base mínima de gestão, o risco de frustração é alto.

É sintomático que tantos médicos cheguem ao mercado sem saber distinguir regimes tributários ou planejar o fluxo de caixa de uma clínica. Isso não é culpa individual, mas reflexo de uma formação que ainda separa o conhecimento técnico do conhecimento administrativo. Enquanto outras áreas profissionais vêm incorporando noções de gestão, marketing e empreendedorismo ao currículo, a medicina permanece voltada quase exclusivamente ao atendimento. O resultado é um contingente de profissionais altamente qualificados, mas vulneráveis à desorganização financeira e à sobrecarga.

O mais curioso é que as dificuldades vão muito além das finanças. Entre as queixas mais frequentes, surgiram problemas na contratação de equipe qualificada, falta de treinamento e padronização de processos, e dúvidas sobre como montar uma sociedade médica. São desafios que atravessam o dia a dia da categoria e que, se não forem enfrentados de forma estruturada, acabam comprometendo a qualidade de vida e até o desempenho clínico.

Ao conversar com médicos que decidiram empreender, percebo que o erro raramente está na falta de conhecimento técnico e sim na ausência de suporte na gestão. Muitos subestimam os custos fixos, escolhem o regime tributário errado ou simplesmente ignoram a importância de estratégias básicas de marketing e comunicação. Pequenas decisões mal calculadas acabam minando o retorno do investimento e gerando um ciclo de sobrecarga e insatisfação.

Falar em gestão para médicos ainda desperta resistência em parte da categoria. Existe um certo desconforto em associar o exercício da medicina a termos como lucro, eficiência e produtividade. Mas essa mentalidade precisa evoluir. A gestão não é antagônica à ética médica; é o que garante que o cuidado possa ser oferecido de forma contínua, sustentável e de qualidade.

Essa realidade exige uma mudança de mentalidade. Assim como o cuidado com o paciente depende de diagnóstico e acompanhamento constantes, o cuidado com o próprio negócio também precisa de atenção e método. Entender números, revisar processos, delegar funções e buscar orientação especializada não são sinais de fraqueza, na verdade são atitudes de quem quer exercer a medicina de forma sustentável.

À medida que o sistema de saúde brasileiro se torna mais competitivo, a gestão tende a se tornar uma competência central para que possamos oferecer o melhor aos pacientes. Médicos que dominarem aspectos básicos de planejamento financeiro, relacionamento com pacientes e uso de tecnologia terão uma vantagem real e poderão transmitir melhor qualidade para os atendimentos. A medicina do futuro será híbrida: técnica, humana e estratégica.

No fim das contas, acredito que a saúde financeira e administrativa dos médicos é parte essencial da saúde do sistema como um todo. Profissionais mais conscientes de sua gestão têm mais tempo, recursos e tranquilidade para fazer o que realmente importa: cuidar de pessoas.

*Matheus Reis é CEO da Back4you.

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SAÚDE BUSINESS

Entidades pedem por mais servidores na Gerência de Produtos para Saúde

Enquanto o Brasil tem 1 servidor para cada 1,9 milhão de habitantes, o Canadá possui 1 para cada 254 mil, os Estados Unidos 1 para cada 150 mil e a Argentina 1 para cada 476 mil

De acordo com levantamento da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), a Anvisa conta hoje com apenas 113 servidores dedicados ao setor de dispositivos médicos (para todo ciclo de vida do produto), número bastante inferior ao de outras agências regulatórias das Américas. Por esse motivo, associações de saúde criaram um documento para pedir mais servidores para a agência reguladora alegando falhas na qualidade.

Veja a comparação com outros países:

• ANMAT (Argentina) – 100 servidores
• Health Canada (Canadá) – 165 servidores
• INVIMA (Colômbia) – 65 servidores
• FDA (Estados Unidos) – 2.260 servidores
• COFEPRIS (México) – 42 servidores

O que fazem

Os servidores da Gerência de Produtos para Saúde (GPROS) da Anvisa desempenham funções essenciais na regulamentação e fiscalização de produtos médicos e para saúde no Brasil. Suas principais atividades incluem:

Analisar e aprovar registros de equipamentos médicos e produtos para saúde

Elaborar regulamentos e normas técnicas do setor

Fiscalizar empresas fabricantes e importadoras

Monitorar a segurança dos produtos após a comercialização

Investigar eventos adversos e problemas de qualidade

Controlar a entrada de produtos irregulares no mercado

Aplicar medidas sanitárias quando necessário

Esses profissionais são fundamentais para garantir que os produtos para saúde comercializados no Brasil atendam aos padrões de segurança, eficácia e qualidade exigidos pela legislação sanitária.

Capacidade técnica

As entidades médicas – Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), a Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (ABIMED), a Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) – fizeram um apelo à Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela reposição adequada de servidores na Gerência-Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde (GGTPS).

O pedido destaca que a área – responsável pela regulação e vigilância de dispositivos médicos no país – opera atualmente muito acima de sua capacidade técnica, o que ameaça o ritmo e a qualidade das análises realizadas.

De acordo com a pesquisa, enquanto o Brasil tem 1 servidor para cada 1,9 milhão de habitantes, o Canadá possui 1 para cada 254 mil; os Estados Unidos, 1 para cada 150 mil; a Argentina, 1 para cada 476 mil; a Colômbia tem 1 para cada 814 mil; e o México possui 1 para cada 3,1 milhões.

O documento traz dados apresentados pela própria GGTPS, em maio de 2025, que evidenciam que o número de servidores atualmente disponíveis é expressivamente inferior ao necessário para atender, de maneira adequada, ao elevado volume de processos iniciais de regularização. Destaca-se, ainda, que até setembro de 2025, a GGTPS contabilizava um total de 95.277 registros ativos, evidenciando o desafio enfrentado para garantir a eficiência e a celeridade das atividades regulatórias diante da demanda crescente.

Demanda x qualidade

“Essa situação é extremamente preocupante, pois compromete a capacidade da GGTPS de cumprir sua missão primordial e de acompanhar as crescentes demandas do país. Sem recursos humanos e materiais adequados, a GGTPS perde sua capacidade vital de análise e resposta às demandas do setor regulado, mesmo com o enorme empenho de seus dirigentes e servidores, que, visivelmente, envidam todos os esforços na busca de soluções para os ‘gargalos’ da gerência-geral”, afirma o ofício conjunto.

Leia mais sobre Mercado da Saúde

As associações solicitam que a Anvisa priorize a alocação de parte dos 103 aprovados no concurso público de 2024 — que estão no cadastro de reserva — à gerência responsável por produtos para saúde.

 “Acreditamos que só é possível ter inovação no país se houver uma agência regulatória robusta e tecnicamente preparada para cumprir sua missão primordial: proteger a saúde pública”, afirma o presidente executivo da Aliança, José Márcio Cerqueira Gomes.

As entidades ressaltam que a Anvisa exerce influência significativa nas Américas e em fóruns internacionais, como o IMDRF e o MDSAP, dos quais é membro fundador, fomentando um ambiente de negócios transparente e confiável. A Agência, inclusive, está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao Plano Plurianual Brasileiro, com metas voltadas à inovação, ao acesso equitativo e à excelência regulatória.

“Fortalecer a GGTPS é uma medida urgente, a fim de garantir que o País esteja em conformidade com os mais altos padrões internacionais de segurança e qualidade, evitando que o paciente, centro absoluto dessa discussão, seja afetado”, reforça o documento.

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Gestão eficiente: o segredo para o crescimento de clínicas médicas

Quando comecei a atuar no setor de clínicas médicas e odontológicas, percebi algo que muitos não enxergam: não é a ciência nem a qualidade do atendimento que limitam o crescimento, mas a forma como a clínica é gerida. Equipes desalinhadas, processos inconsistentes, marketing improvisado e finanças fragmentadas travam negócios que poderiam alcançar resultados muito maiores. Identificar essas lacunas me motivou a implementar gestão clínica eficiente, com foco em processos, performance de equipe e padronização de protocolos.

Estratégia, disciplina e execução impecável são pilares que permitem transformar ideias em resultados concretos. Com processos bem estruturados, é possível criar previsibilidade, escalabilidade e eficiência operacional, permitindo que a equipe se desenvolva, inove e concentre esforços no que gera valor real para pacientes e para o negócio.

A tecnologia, especialmente a inteligência artificial (IA), tem se mostrado uma aliada poderosa para otimizar processos clínicos e administrativos. Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, 17% dos médicos no Brasil já utilizam IA em suas rotinas profissionais, com maior adoção em estabelecimentos privados (20%) e hospitais maiores (20%). As principais aplicações incluem suporte a pesquisas e auxílio na elaboração de relatórios médicos, aumentando velocidade, precisão e assertividade.

Apesar do avanço, a adoção da IA ainda enfrenta desafios como percepção de falta de necessidade, baixa priorização e custos elevados. Além disso, ainda segundo a pesquisa, apenas 23% dos profissionais de saúde realizaram capacitação recente em informática, destacando a importância de investimentos em treinamento para garantir segurança, ética e qualidade dos dados.

Mais do que resolver problemas, transformar desafios em oportunidades é fundamental. A cooperação verdadeira, que envolve assumir responsabilidades em áreas como comercial, financeiro, marketing e treinamento, é o que transforma intenção em execução e resultados concretos. A execução consistente é o motor do crescimento sustentável em clínicas.

Acima de tudo, crescimento sustentável não se resume a números, mas à combinação de consistência, visão estratégica e coragem para tomar decisões difíceis. Receita, performance e escala são consequência de processos claros, equipe engajada e execução disciplinada. O gestor que estrutura sua clínica, aplica tecnologia de forma inteligente e lidera com propósito cria um negócio resiliente, preparado para o futuro e capaz de se reinventar continuamente.

No final, a verdadeira virada de chave é perceber: o extraordinário não vem por acaso; ele é construído, dia após dia, escolha após escolha.

*Stefanno Polidoro é cofundador da QuantumLife e um dos idealizadores do CSC Quantum.

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Assessoria de Comunicação        

Terça, 18 Novembro 2025 06:33

CLIPPING AHPACEG 18/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

No MP, Mabel diz que quer testar reestruturação do IMAS por 1 ano, e depois pode extinguir o órgão

https://diariodegoias.com.br/no-mp-mabel-diz-que-quer-testar-reestruturacao-do-imas-por-1-ano-e-depois-pode-extinguir-o-orgao/511095/

Governo de Goiás moderniza Hugo e amplia qualidade do atendimento no SUS

https://blogdoalanribeiro.com.br/2025/11/17/governo-de-goias-moderniza-hugo-e-amplia-qualidade-do-atendimento-no-sus/

IA vai substituir os médicos? SUS vai utilizar IA e 5G para acelerar atendimentos

https://atarde.com.br/saude/ia-vai-substituir-os-medicos-sus-vai-utilizar-ia-e-5g-para-acelerar-atendimentos-1368851

Uma década de insights: revelando a próxima transformação da saúde

https://medicinasa.com.br/proxima-transformacao-saude/

Quando ser experiente se torna um risco

https://www.saudebusiness.com/colunistas/quando-ser-experiente-se-torna-um-risco/

DIÁRIO DE GOIÁS

No MP, Mabel diz que quer testar reestruturação do IMAS por 1 ano, e depois pode extinguir o órgão

Prefeito apresenta plano ao MPGO, que cobra revisão e assinatura; dívida milionária pressiona futuro do instituto e extinção após um ano pode ocorrer

Prefeito esteve com equipe no MP para tratar do IMAS - Foto divulgação MPGO Lucas Gabriel

O prefeito Sandro Mabel afirmou em reunião no Ministério Público de Goiás (MPGO) que vai testar o plano de reestruturação do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS), visto por alguns como próximo de uma terceirização, e que, a depender do resultado, após um ano, pode extinguir o IMAS.

Conforme divulgou o MPGO, na quarta-feira (12), Mabel e representantes da administração municipal apresentaram o plano de transformação estrutural do instituto que era cobrado pelas promotorias. Durante o encontro, o MPGO solicitou o encaminhamento do documento assinado por todos os representantes do Município, e as autoridades presentes comprometeram-se a enviar o plano de transformação revisado e assinado até dia 24.

Mabel cita extinção da autarquia se plano não der certo

Na reunião no MPGO, o prefeito reafirmou que o Município, em conjunto com o instituto, está disposto a empreender todos os esforços necessários para a reestruturação do instituto, mediante alteração de sua lei instituidora, modernização dos processos internos e fortalecimento dos mecanismos de controle. “A partir dos resultados, pretende analisar, no prazo de um ano, o funcionamento e a eficiência do IMAS para, então, decidir quanto à manutenção ou possível extinção da autarquia”.

O instituto acumula uma dívida milionária, que girava em torno de R$ 226 milhões em março, e enfrenta um déficit mensal significativo. A crise tem gerado problemas de pagamento aos prestadores de serviço do IMAS em Goiânia e respingado nos pacientes que ficam sem atendimento.

Reunião ampla

A reunião foi realizada na sede do MPGO e conduzida pela promotora de Justiça Carmem Lúcia Santana de Freitas, titular da 20ª Promotoria de Justiça da capital, e pelo promotor de Justiça Cassius Marcellus de Freitas Rodrigues, da 88ª Promotoria. Participaram ainda os promotores de Justiça Lucas César Costa Ferreira e Augusto Henrique Moreno Alves, integrantes do Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor).

O encontro é resultado de inquérito civil público que tramita na 20ª Promotoria de Justiça e busca construir solução consensual voltada a assegurar a continuidade e a melhoria da assistência à saúde das servidoras e servidores públicos municipais. Na abertura, as promotoras e os promotores apresentaram breve histórico das tratativas já realizadas e consignaram a necessidade de garantir atendimento de qualidade às pessoas beneficiárias do instituto.

Mabel admite falhas antigas e “cabide de emprego”

O prefeito Sandro Mabel reconheceu que o IMAS apresenta desconformidades operacionais e administrativas há muitos anos, resultando em elevado custo para o Município.

Segundo ele, o instituto teria sido utilizado como “cabide de empregos” e, diante desse cenário, “as alternativas possíveis seriam a extinção da autarquia ou sua profissionalização, sempre com respeito às servidoras e aos servidores municipais”, conforme divulgado pelo MPGO. Destacou ainda que, desde o início de sua gestão, o Município tem adotado medidas junto ao próprio IMAS para sanar irregularidades, embora os problemas sejam complexos e demandem contratação de serviços especializados.

MP reconhece autonomia do prefeito para extinção do IMAS se for o caso

A promotora de Justiça Carmem Lúcia destacou o papel institucional do MPGO no acompanhamento do caso, com o propósito de contribuir para a implementação de medidas estruturantes sustentáveis que garantam transparência, eficiência administrativa e proteção do interesse público.

Ela ressaltou que o chefe do Poder Executivo municipal tem autonomia para adotar providências juridicamente sustentáveis diante da identificação de ineficiências na gestão da autarquia, “incluindo sua reestruturação ou, em última hipótese, extinção mediante lei específica”.

Terceirização não cabe, aponta promotora

Ainda segundo o que foi divulgado sobre a reunião, a promotora pontuou também que, no entendimento dela, as atividades finalísticas da autarquia não podem ser delegadas a terceiros em razão de sua natureza jurídica, admitindo-se apenas a contratação de serviços de manutenção, suporte administrativo ou atividades acessórias, sob pena de esvaziamento do propósito que justificou a criação do instituto.

PGM nega terceirização

O procurador-geral do Município, Wandir Allan de Oliveira, sustentou que a proposta de profissionalização apresentada não deve ser confundida com terceirização. Segundo ele, a prestação da assistência à saúde das servidoras e dos servidores continuaria sendo realizada por meio de credenciamento, cabendo ao instituto o gerenciamento desses credenciamentos e a realização de auditorias.

Já as demais atividades, de regulação e controle da rede assistencial, por exemplo, seriam aprimoradas mediante contratação de empresa especializada, por meio de processo licitatório.

 Plano de reestruturação foi detalhado

O presidente do IMAS, Gardene Fernandes Moreira, informou que o plano foi elaborado com base em apontamentos do Ministério Público constantes de expediente e recomendação previamente encaminhados.

Já a chefe da Advocacia Setorial do instituto, Paula Taisa Rezende Borges, apresentou detalhamento dos oito tópicos do plano estrutural, explicando a aplicabilidade de cada um, os prazos estimados e o acompanhamento das metas.

Durante os debates, o promotor de Justiça Lucas César direcionou a discussão à análise da viabilidade do IMAS diante da implementação das medidas previstas no plano de ação.

O procurador-geral do Município assegurou que todo o processo de reestruturação será transparente, permitindo o acompanhamento pelos órgãos de controle e pela população goianiense.

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BLOG ALAN RIBEIRO

Governo de Goiás moderniza Hugo e amplia qualidade do atendimento no SUS

Profissionais do Hugo utilizam microscópio cirúrgico de alta tecnologia durante procedimento

Mais de R$ 16 milhões foram aplicados na renovação do parque tecnológico da unidade, que recebeu 472 novos equipamentos médico-hospitalares e tecnologia inédita na rede estadual pública

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), segue avançando na modernização da rede pública de saúde. Por meio dos repasses estaduais, o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) passa por um amplo processo de modernização que reforça a qualidade, a segurança e a eficiência no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2024, o hospital recebeu investimentos estruturais que já somam mais de R$ 16 milhões, destinados à aquisição de 472 novos equipamentos médico-hospitalares.

As melhorias são parte do plano de modernização da unidade, que vem sendo executado de forma gradual e estratégica. Entre as inovações, destaca-se o tomógrafo por impedância elétrica, tecnologia inédita na rede estadual pública. O equipamento é capaz de monitorar a ventilação pulmonar em tempo real, de forma não invasiva, permitindo visualizar a distribuição da ventilação nos pulmões e auxiliar a equipe multiprofissional na definição das melhores estratégias de ventilação mecânica para cada paciente. A ferramenta representa um avanço decisivo na medicina intensiva, especialmente no cuidado de pacientes graves.

De acordo com a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla, o novo equipamento eleva o padrão de cuidado oferecido na rede pública. Com essa tecnologia, conseguimos acompanhar de forma dinâmica como o pulmão está respondendo à ventilação e ajustar o tratamento conforme a necessidade clínica. É um recurso que salva vidas e reflete o compromisso do hospital com a excelência no atendimento ao paciente do SUS”, ressalta.

Mais agilidade e conforto aos pacientes
Outro destaque é a chegada de dois aparelhos de raio-x digitais portáteis, que permitem a realização de exames à beira leito, beneficiando pacientes com dificuldade de locomoção. Com o uso da nova tecnologia, o tempo médio para realização de raio-x de tórax foi reduzido em 64%, diminuindo de 14 para 5 minutos.

O pacote de modernização inclui ainda microscópios cirúrgicos, torres de nasolaringoscopia, monitores de sinais vitais, eletrocardiógrafos, aparelhos de anestesia, refrigeradores científicos e colchões viscoelásticos, entre outros equipamentos. Todos seguem os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram adquiridos conforme as necessidades específicas de um hospital de urgência e referência em trauma.

Segundo o coordenador de Engenharia Clínica do Hugo, Paulo Gregory, os novos equipamentos refletem diretamente na eficiência e na qualidade do atendimento. “As tecnologias ampliam a precisão diagnóstica, otimizam o tempo das equipes assistenciais e integram os sistemas de informação, o que se traduz em mais eficiência e qualidade no cuidado ao paciente”, afirma.

Com as novas entregas, o Hugo dá continuidade ao plano de modernização iniciado em 2024, que já havia contemplado a aquisição de 215 equipamentos, entre ventiladores pulmonares, ultrassons portáteis, macas e outros dispositivos essenciais. Os investimentos reforçam o compromisso do Governo de Goiás em fortalecer a rede estadual de saúde, garantindo atendimento moderno, seguro e humanizado aos pacientes do SUS.

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A TARDE

IA vai substituir os médicos? SUS vai utilizar IA e 5G para acelerar atendimentos

Novo hospital inteligente promete agilizar emergências com IA e 5G

 

O Sistema Único de Saúde vai ganhar o primeiro hospital totalmente inteligente do país. Chamado de Instituto Tecnológico de Emergência, o novo prédio será construído dentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e deve começar a sair do papel em 2026.

Com previsão para entrar em operação entre 2028 e 2029, o espaço será erguido do zero e equipado com inteligência artificial, rede 5G e integração em tempo real com ambulâncias e equipes médicas. A proposta é dobrar a capacidade de urgências do HC e inaugurar uma estrutura nacional de atendimento digital conectado ao SUS.

Afinal, a IA vai substituir médicos?

O uso de inteligência artificial no futuro hospital não pretende “trocar profissionais por máquinas”, mas sim automatizar processos que hoje são lentos, manuais e burocráticos.

Atualmente, para liberar uma vaga, equipes precisam lidar com regulação, telefonemas e e-mails — um fluxo quebrado que faz o paciente esperar muito mais do que deveria para ser atendido.

No instituto inteligente, todas essas etapas serão substituídas por uma cadeia totalmente digital, encurtando o intervalo entre o primeiro diagnóstico e o início efetivo do tratamento.

Triagem digital: chegada deixa de ser “ordem de fila” e passa a ser gravidade

No modelo tradicional, a triagem depende da avaliação presencial e da ordem de chegada. No novo hospital, isso muda completamente.

A rede 5G permitirá que ambulâncias enviem automaticamente informações clínicas enquanto o paciente ainda está a caminho, incluindo:

sinais vitais

eletrocardiograma

imagens

localização

sintomas e histórico

A IA analisará tudo em tempo real, cruzando gravidade do quadro, disponibilidade de leitos e especialidades responsáveis. Com isso, o sistema já aponta:

para onde o paciente deve ir assim que chegar,

quais equipes precisam se preparar,

qual tratamento deve começar imediatamente.

Segundo a idealizadora do projeto, Ludhmila Hajjar, ouvida pelo G1, “hoje ainda existe muita subjetividade na triagem”.

Os sistemas inteligentes, afirma ela, conseguem reduzir erros, estruturar níveis claros de gravidade e antecipar decisões.

O maior beneficiado é o paciente crítico: o tempo de espera praticamente desaparece, e o atendimento pode até começar dentro da ambulância, já que o hospital estará previamente sincronizado com a chegada.

Projeto de R$ 1,7 bi será referência para expansão nacional no SUS

A etapa burocrática foi concluída na última sexta-feira, 14 com a assinatura de um acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde, o Hospital das Clínicas e o governo de São Paulo.

Agora, o banco responsável avalia o financiamento de R$ 1,7 bilhão.

Segundo o Ministério da Saúde, a proposta já havia sido apresentada ao NDB, com apoio da presidente da instituição, Dilma Rousseff, e está na agenda internacional da pasta desde o início da gestão Alexandre Padilha.

A iniciativa segue uma tendência global já consolidada em países como a China, que possui cinco hospitais inteligentes de referência.

Um modelo brasileiro, mas com tecnologia dos BRICS

Cerca de 70% das tecnologias usadas no instituto virão de países do bloco BRICS. O restante será fornecido por outros parceiros internacionais.

Hajjar reforça que a intenção não é copiar modelos estrangeiros, mas adaptar tecnologias ao tamanho e à complexidade do SUS, o maior sistema público universal do mundo.

Sustentabilidade, automação e impacto direto no HC

O prédio será construído seguindo critérios ambientais, como:

baixo carbono

eficiência energética

reuso de água

processos automatizados para reduzir desperdícios

Além de ser 100% SUS, o instituto deve aliviar o prédio principal do HC, liberando espaço para cirurgias eletivas, reabilitação e consultas especializadas.

Estratégia nacional: o projeto não para em São Paulo

O hospital será o laboratório inicial. Caso os resultados confirmem redução de tempo de atendimento e mais precisão nas emergências, o Ministério da Saúde pretende replicar o modelo em outras regiões do país.

A estratégia inclui ainda a instalação de 14 UTIs de alta precisão nas cinco regiões do Brasil e a modernização de unidades de excelência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

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MEDICINA S/A

Uma década de insights: revelando a próxima transformação da saúde

Há dez anos, a Philips decidiu mapear o rumo da saúde global com o Future Health Index (FHI). Desde então, essa pesquisa anual com líderes e profissionais da área da saúde tornou-se um barômetro crucial, ajudando-nos a compreender as mudanças estruturais que moldam nosso setor. Recentemente, decidi relembrar uma década inteira de insights dos nossos relatórios brasileiros e fiquei fascinado ao ver como as coisas mudaram.

Por um lado, a história da saúde brasileira não é mais sobre se os líderes adotam a tecnologia, mas sobre como transformar dados em insights e conectividade em colaboração para oferecer um atendimento melhor a um número maior de pessoas. Vamos analisar as maiores mudanças, os desafios persistentes e quais podem ser as novas prioridades estratégicas para os líderes nos próximos anos.

1. Da infraestrutura digital ao poder de predição, a importância da IA

De longe, a maior mudança que observei na última década foi a discussão em torno das tecnologias digitais. Entre 2017 e 2019, os relatórios FHI mostraram que os líderes brasileiros se concentraram principalmente na implementação de sistemas digitais fundamentais, priorizando o caminho para a interoperabilidade e a adoção de prontuários eletrônicos. Naquela época, o objetivo era construir a infraestrutura digital básica.

O foco agora está na geração de insights. Nossos relatórios mais recentes do FHI mostram que os líderes estão priorizando a aplicação avançada de dados por meio de análises preditivas e, fundamentalmente, inteligência artificial (IA) para abordar questões sistêmicas profundamente enraizadas na área da saúde. O FHI 2025 aborda especificamente a construção da confiança na IA por parte de pacientes e profissionais da saúde, demonstrando uma mudança na forma de pensar: de como coletar dados para como utilizá-los de forma segura e ética no local de atendimento. Essa evolução demonstra um sistema maduro, pronto para usar tecnologia inteligente para superar barreiras tradicionais.

Para onde os líderes irão a partir daqui? Com base nessas percepções, o próximo passo para os líderes brasileiros da área da saúde é investir em inteligência clínica, e não apenas em infraestrutura de TI. Essa é uma medida que irá melhorar os fluxos de trabalho, reduzirá a carga administrativa e transformará dados brutos em insights acionáveis que podem proporcionar um atendimento mais personalizado a milhões de pacientes.

2. Do burnout à inovação: como a tecnologia pode resgatar o ativo mais valioso da saúde – as pessoas

Embora a tecnologia tenha avançado, uma questão sistêmica permaneceu constante: a pressão sobre os profissionais de saúde. O FHI de 2018 destacou que o Brasil tinha alguns dos índices mais baixos de satisfação da equipe em nível global. Os anos seguintes, intensificados pela pandemia, confirmaram que a escassez de mão de obra e o burnout continuam sendo uma crise crítica.

A mudança está na solução: os líderes simplesmente não estão mais tentando recrutar pessoas; eles estão explorando novos modelos de prestação de cuidados que integram atendimento físico e virtual (FHI 2023) e usam a tecnologia para aumentar a eficiência de suas equipes existentes e sobrecarregadas. A tecnologia está sendo reaproveitada como uma ferramenta vital para a retenção da força de trabalho, não apenas para o diagnóstico de pacientes.

Para onde os líderes irão a partir daqui? Daqui para frente, as organizações de saúde do Brasil precisam adotar tecnologias projetadas especificamente para aliviar a carga de trabalho e a fadiga da equipe. Isso significa adotar plataformas de atendimento virtual, implementar ferramentas de automação que simplificam tarefas repetitivas e investir em treinamento contínuo.

3. O grande equalizador: melhorar o acesso à saúde para todos os brasileiros

Por trás de todas as mudanças tecnológicas, a missão fundamental dos profissionais de saúde brasileiros identificada pelo FHI permanece constante: melhorar o acesso à saúde.

Em 2017-2018, o FHI destacou o alto risco de pobreza causado pelo custo dos cuidados de saúde. Isso reflete o desafio contínuo de garantir que cuidados de qualidade sejam acessíveis e econômicos para as diversas populações do Brasil. Embora a saúde digital ofereça soluções para o acesso remoto, a edição FHI 2024 confirmou que os líderes lutam para encontrar maneiras de fornecer cuidados oportunos e de alta qualidade para todas as pessoas e eliminar as persistentes desigualdades na saúde.

A complexidade do sistema de saúde público e privado brasileiro exige que a inovação não seja apenas poderosa, mas universalmente aplicável. A inovação deve estar vinculada ao Quadruple Aim: melhorar a experiência do paciente, melhorar os resultados de saúde, reduzir o custo dos cuidados e melhorar a experiência da equipe.

Para onde os líderes irão a partir daqui? Os líderes estão cada vez mais buscando ir além dos setores organizacionais para participar de mais parcerias público-privadas (como sugerido pela primeira vez pelos líderes no FHI 2017) e modelos de negócios inovadores que ampliem as soluções digitais e de IA de maneira acessível, para que os avanços feitos em São Paulo ou no Rio de Janeiro estejam igualmente disponíveis nas áreas mais remotas, alcançando as comunidades carentes do Brasil.

Estabelecendo as diretrizes para os próximos 10 anos

Ao analisar uma década de insights dos líderes da área da saúde, uma verdade simples se destaca: o sucesso não é medido por uma nova tecnologia ou uma mudança na regulamentação, mas pelo conforto e bem-estar dos pacientes e das pessoas que cuidam deles.

O caminho a seguir requer a participação de todos nós. A transformação não será alcançada de forma isolada, mas por meio de parcerias sólidas e colaborativas que compartilhem a visão de uma nação mais saudável. Ao abraçar essa jornada conjunta, os líderes podem garantir que o progresso da próxima década melhore substancialmente a vida das pessoas que eles atendem. A saúde construída para o povo brasileiro hoje é o legado deixado para o amanhã.

*Felipe Basso é Diretor Geral da Philips América Latina.

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SAÚDE BUSINESS

Quando ser experiente se torna um risco

Dr. Carlos Frederico Pinto, médico oncologista e Senior Advisor do Lean Institute Brasil (LIB)

“Em Deus nós acreditamos.

Todos os outros precisam

exibir os dados.”

(W. E. Deming)

Há mais de 10 anos, um artigo interessante foi publicado na revista Harvard Business Review (maio 2015) por Emre Soyer e Robin Hogarth. “Enganado pela Experiência” fala sobre o excesso de confiança no processo de tomada de decisões por conta de nossa vivência.

E como não considerar a opinião de uma pessoa experiente, um grande especialista em condições nas quais não somos capazes de emitir uma opinião consistente? E onde há uma grande assimetria de informações entre os agentes do contexto?

Só que essa é a condição habitual na medicina. Muitos especialistas tomam decisões sobre problemas que afetam diretamente a vida dos pacientes. E esses não possuem condições de avaliar tecnicamente o que está sendo proposto. Há um abismo entre o conhecimento do especialista e o do paciente.

Quando ganhamos mais experiência enquanto profissionais, corremos o risco de interpretar o passado como uma realidade que pode ser extrapolada como sendo o processo ou procedimento ideal em condições futuras. Como se a nossa experiência passada fosse o suficiente para nos credenciar a tomar decisões similares no futuro. Soyer e Hogarth afirmam que essa experiência é um filtro distorcido, fundamentado em três contextos básicos, mas enviesados:

buscamos sempre opiniões que endossam nossa visão e perspectiva, fugindo de conflitos ou visões contraditórias, reverberando nossa visão parcial, como em uma bolha;

e usamos de vieses cognitivos que corroboram nossas crenças, superestimando o valor da nossa experiência pessoal, baseada em uma amostra muito limitada, completamente irreal e baseada em uma visão, em geral, muito restrita do problema.

há uma tendência em focar nos resultados positivos ou negativos que nos impressionaram, ignorando os processos ligados a esses resultados e as evidências existentes sobre essas condições;

Diversos exemplos estão disponíveis no dia a dia da prática clínica. O medo associado a experiências ruins no passado ou a opinião de colegas que nos são caros valida decisões inconsistentes. O uso excessivo de ocitocina para não prolongar partos normais baseados em experiências ruins do passado introduz novos riscos, talvez piores. Sofrimento fetal e cesariana de urgência são apenas dois deles, mas muitos não levam esses riscos em conta.

Outro exemplo extraordinariamente frequente é o uso de antibióticos para infecções respiratórias virais, como gripes ou resfriados. Baseados em um caso prévio de infecção viral que complicou com uma pneumonia, muitos prescrevem antibióticos, apenas para não correr o risco, sem qualquer evidência ou análise estatística. A experiência prévia, de novo, engana o profissional. O custo direto associado ao uso dos antibióticos é de cerca de US$ 500 milhões por ano. O dano colateral são as infecções multirresistentes, que são responsáveis diretamente, segundo estudo na Lancet de 2019, por cerca de 1,2 milhão de mortes anuais, e mais de 4 milhões de mortes por condições associadas.

Há um trocadilho entre oncologistas que é habitual tratar pacientes com câncer de próstata que não precisam de tratamento e negar tratamento para os que realmente se beneficiariam dele. Se o sistema de saúde dos EUA fosse capaz de evitar o tratamento de pacientes com doença de baixo risco e que nunca morrerão de câncer de próstata, essa política geraria uma economia de mais de um bilhão de dólares por ano, somando a isso os riscos, toxicidade e complicações associados ao tratamento.

Hoje, nos EUA, já há diversos centros especializados em fornecer uma “segunda opinião” sobre certas decisões clínicas, tanto para eliminar esse viés do interesse econômico, quanto para reduzir a assimetria da informação. Em um estudo da Cleveland Clinic, a segunda opinião mudou o diagnóstico ou estadiamento de casos de câncer na ordem de 12%, e a recomendação de tratamento mudou em 43% dos casos.

O Programa de Segunda Opinião em Cirurgia de Coluna do Hospital Israelita Albert Einstein iniciado em 2011, reduziu drasticamente o uso de órteses, próteses e matérias especiais com uma alta taxa de divergência entre as indicações originais e as da segunda opinião. Cerca de 60% das indicações de cirurgia não foram corroboradas pelas equipes do Einstein. De todos os casos, 79% tinham indicação de procedimentos de alta complexidade (mais caros), na segunda opinião apenas 35% delas foram recomendadas. Nos primeiros anos do programa, a economia para as operadoras parceiras foi superior a R$ 100 milhões de reais. Sem considerar os benefícios clínicos e a redução das potencias complicações.

As contramedidas recomendadas para a cilada do especialista envolvem [1] não subestimar os “quase erros”, [2] falar abertamente sobre opiniões divergentes, [3] buscar experiências com evidências contraditórias e [4] ampliar o foco de visão.

Entender melhor os processos relacionados aos resultados passados nos ensinam muito. Por exemplo, compreender que o início retardado de um antibiótico para um paciente com suspeita de sepse pode ter sido o fator determinante para o fracasso do tratamento. E buscar métodos para que esse tipo de problema não se repita é a melhor decisão. Dar antibióticos para todos os pacientes com quadros respiratórios não é uma boa resposta.

Melhorar a segurança psicológica do ambiente pode ajudar a identificar problemas graves e sistêmicos que são frequentemente ignorados. Por exemplo, poder falar abertamente sobre condições de risco em passagens de plantão, horários críticos e capacidade técnica ou funcional para executar determinadas tarefas.

Muitas falhas no sistema ocorrem por conta de “erros latentes”: má qualidade do material ou equipamento, baixa iluminação, alertas que não foram dados, sobrecarga de tarefas, fontes ou prescrições ilegíveis, erros de cálculo de doses ou horários por falta de clareza nos protocolos de cuidado, etc.

E tão importante quanto tudo o que já foi escrito aqui: antes de tomar uma decisão, reflita se ela está baseada em uma evidência clínica consistente ou apenas em instintos ou crenças pessoais. Na dúvida, busque uma segunda opinião. Amplie seu foco. Veja a questão sob outros pontos de vista. Amplie o escopo do seu desafio e enxergue o problema como um todo. Esse é um hábito que faz parte das rotinas de uma organização lean.

Todas as discussões e processos precisam ser tratados como experimentos, buscando entender como diversos fatores podem impactar um determinado processo. Mapear um fluxo de valor é ampliar nosso campo de visão sobre os problemas e trazer à tona riscos ocultos ou variáveis relevantes, mas difíceis de enxergar à primeira vista.

Para um pensador lean, tudo é visto como um processo de aprendizagem, sempre envolvendo duas ou mais pessoas. Falar abertamente sobre problemas, dúvidas ou conflitos aumenta a nossa capacidade de tratá-los de forma consistente. Submeter nosso julgamento ao escrutínio de colegas aumenta nossa confiabilidade. Compartilhar as ideias amplia nosso campo de visão e capacidade de dar resposta aos desafios do cotidiano. O todo é sempre maior do que a soma das partes, diria Aristóteles.

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Assessoria de Comunicação        

Segunda, 17 Novembro 2025 06:33

CLIPPING AHPACEG 17/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

A revolução silenciosa da IA e a reinvenção do papel médico

https://medicinasa.com.br/hlth-usa-2025-ia/

Brasileiro entende benefícios do prontuário eletrônico, mas segurança ainda gera dúvida

https://medicinasa.com.br/pep-seguranca/

Futuro dos hospitais conectados começa no capital humano

https://medicinasa.com.br/hospitais-conectados/

Morre o médico Celso Barros, ex-presidente da Unimed

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2025-11/morre-o-medico-celso-barros-ex-presidente-da-unimed

Trump quer barrar visto para obesos: como vai funcionar

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/11/12/trump-quer-barrar-visto-para-obesos-como-vai-funcionar.ghtml

Estratégia e eficiência conversacional: a nova fronteira da gestão em saúde 

https://www.saudebusiness.com/ti-e-inovao/estrategia-e-eficiencia-conversacional-a-nova-fronteira-da-gestao-em-saude/

MEDICINA S/A

A revolução silenciosa da IA e a reinvenção do papel médico

Mais do que uma promessa, a Inteligência Artificial (IA) emerge como o copiloto essencial que reorienta o foco do clínico: da burocracia digital para a essência humana do cuidado.

Participei do HLTH USA 2025 em Las Vegas, um dos mais importantes fóruns globais de inovação em saúde, e a sensação ao final é de clareza: estamos no epicentro de uma revolução inevitável na prática médica. A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um roadmap de P&D para se consolidar como uma força transformadora que redefine o modus operandi do profissional de saúde, a jornada do paciente e o engajamento clínico.

Entre as inovações, duas categorias de IA se destacaram por seu impacto imediato na rotina clínica. A primeira é a Ambient AI, tecnologia de escuta ativa e transcrição em tempo real de conversas médico-paciente. Seu impacto é profundo: ao automatizar o registro de dados clínicos, a codificação e a integração aos sistemas de prontuário eletrônico (EHRs), a Ambient AI liberta o médico da tirania da tela.

É um ponto crucial: o profissional de saúde reorienta sua atenção, deixando de ser um digitador de luxo para reafirmar seu papel central — o de cuidador humano. O ganho de conexão interpessoal e a redução do burnout administrativo são o verdadeiro ROI desta tecnologia, representando a primeira grande vitória da IA em favor da qualidade de vida do clínico.

A segunda força disruptiva é a Agentic AI. Esta opera como um assistente de saúde inteligente, capaz de executar tarefas autônomas com base em protocolos definidos. Funciona como um “secretário digital” que não apenas agenda exames e consultas, mas acompanha ativamente os resultados, emite lembretes de medicação e mantém uma comunicação contínua e personalizada com o paciente.

Essa automação inteligente desonera a equipe de saúde da sobrecarga administrativa, enquanto, na ponta, promove maior adesão e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. A Agentic AI garante a continuidade do cuidado — um desafio crônico do sistema de saúde.

O HLTH 2025 também marcou o surgimento de uma nova e fascinante fronteira: a IA como Health Coach. Integrada à jornada do paciente, esta IA atua como um copiloto comportamental, dialogando, motivando, gamificando o cuidado e sugerindo ajustes de rotina em tempo real, baseada em dados fisiológicos. Sua eficácia é potencializada pela integração com wearables de alta precisão (smartwatches, anéis inteligentes, etc.), que monitoram padrões de sono, frequência cardíaca, respiração e outros biomarcadores de forma contínua e não invasiva.

Essa convergência de IA-Coach com a biometria vestível é o pontapé inicial para uma medicina verdadeiramente proativa e preditiva. A tecnologia que detecta alterações fisiológicas sutis e é capaz, por exemplo, de sinalizar um estresse metabólico ou uma gestação precoce, não é mais ficção científica. É o presente da vigilância clínica remota.

Adicionalmente, os medicamentos análogos de GLP-1 (semaglutida, tirzepatida, etc.) continuaram em destaque, mas o debate evoluiu de sua potência farmacológica para a sustentabilidade dos resultados. O foco agora é como integrar essas terapias a uma transformação comportamental e ao acompanhamento digital robusto.

A discussão técnica é clara: a farmacoterapia, por si só, não garante a manutenção do peso e da saúde metabólica a longo prazo sem a adesão a novos hábitos. A IA-Coach surge, portanto, como a peça que faltava para otimizar a eficácia clínica dos GLP-1s, transformando o tratamento pontual em uma mudança de lifestyle duradoura.

Saí de Las Vegas com uma provocação: o futuro da saúde não está em substituir o médico, mas em oferecer a ele e ao paciente copilotos digitais que transformem a gestão do cuidado em um hábito. Se a medicina sempre se equilibrou entre a arte do saber e a ciência do sentir, a IA nos oferece agora as ferramentas para unir esses domínios de forma mais poderosa e escalável. O desafio é nosso: abraçar a tecnologia para que possamos, finalmente, dedicar mais tempo ao toque humano e à expertise clínica que só o profissional pode oferecer.

*Leandro Rubio é médico cardiologista e CEO da Starbem.

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Brasileiro entende benefícios do prontuário eletrônico, mas segurança ainda gera dúvida

O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) já é conhecido pela maioria dos brasileiros e é amplamente percebido como um instrumento que pode melhorar o atendimento e a coordenação do cuidado em saúde, segundo pesquisa do instituto Vox Populiencomendada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

O levantamento ouviu 3,2 mil pessoas com 18 anos ou mais, entre beneficiários e não beneficiários de planos de saúde e odontológicos, em oito regiões metropolitanas — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília. As entrevistas foram presenciais, realizadas entre 31 de julho e 17 de agosto de 2025, com nível de confiança de 95%.

Sete em cada dez entrevistados (70% dos respondentes) afirmam já ter ouvido falar sobre o PEP e reconhecem seus potenciais benefícios, como maior agilidade no atendimento, acesso rápido ao histórico clínico e integração entre diferentes profissionais e serviços de saúde.

Apesar disso, a pesquisa mostra que a segurança das informações ainda é um ponto sensível: apenas metade dos entrevistados afirma sentir-se segura em ter todos os dados integrados em um único sistema. Entre os que manifestam insegurança, os principais motivos são o medo de vazamento de informações pessoais (57%), o uso comercial dos dados por empresas (11%), a falta de controle sobre quem acessa (11%) e o receio de fraude ou mistura de informações (7%).

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, a percepção revela o desafio de equilibrar inovação tecnológica e confiança pública. “O prontuário eletrônico é um avanço essencial para a eficiência e a qualidade do atendimento, mas depende de confiança e transparência. O cidadão precisa ter clareza sobre como seus dados são protegidos e utilizados, sob responsabilidade das instituições de saúde e das operadoras.”

O levantamento também evidencia diferenças regionais no nível de conhecimento sobre o prontuário eletrônico. Em Brasília, São Paulo e Porto Alegre, os percentuais de entrevistados que afirmam conhecer o PEP são mais elevados, enquanto em Manaus e Salvador os índices são menores.

Mesmo entre os que não conhecem o PEP em profundidade, há ampla concordância quanto aos benefícios esperados: os entrevistados destacam, de forma espontânea, melhor organização das informações médicas, agilidade no atendimento, redução de erros e integração entre unidades e profissionais de saúde.

“Esses resultados mostram que a digitalização da saúde é uma realidade percebida pela população”, afirma Cechin. “Há um reconhecimento claro das vantagens do prontuário eletrônico, mas também um alerta sobre a importância de comunicação, governança e segurança digital.”

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Futuro dos hospitais conectados começa no capital humano

Nos últimos doze meses, o sistema de saúde brasileiro registrou mais de 295 mil falhas na assistência ao paciente. Erros de diagnóstico, cirurgias em locais incorretos e administração equivocada de medicamentos são eventos trágicos que, embora multifatoriais, apontam para uma causa raiz frequentemente subestimada: a fragilidade na gestão de pessoas. Em um setor onde cada segundo conta, a falta de digitalizaçãono RH hospitalar não é mais uma questão de eficiência, mas um risco direto à segurança do paciente.

A área de gestão de pessoas é o pilar que garante que médicos, enfermeiros e toda a equipe assistencial estejam não apenas qualificados, mas também engajados, comunicados e operando sob jornadas de trabalho equilibradas. É o RH quem zela pela conformidade dos treinamentos, proteção de dados sensíveis e, em última análise, pela criação de um ambiente onde o cuidado ao paciente possa florescer. Ou seja, os desafios do setor vão muito além da mera burocracia de contratação, especialmente no ambiente hospitalar.

Ainda assim, a dificuldade operacional de grandes organizações de saúde é uma realidade global. Historicamente, a informação flui de maneira hierárquica e ineficiente, perdendo-se em canais informais e inseguros, como grupos de mensagens. Em um hospital com milhares de colaboradores distribuídos em dezenas de unidades, por exemplo, esse modelo fragmentado não apenas cria silos operacionais e problemas de rastreabilidade, mas também dilui o senso de pertencimento e a coesão da cultura corporativa.

O impacto é direto e inevitável. Uma gestão de pessoas desestruturada gera um efeito dominó negativo: equipes desengajadas e sobrecarregadas são mais propensas a cometer erros. Por outro lado, quando a gestão é bem executada (e sobretudo com o auxílio da tecnologia) o ciclo se inverte. Profissionais que se sentem apoiados, bem informados e com processos claros desenvolvem melhor suas atividades. Esse bem-estar operacional reflete-se diretamente na qualidade do atendimento e, consequentemente, na segurança e satisfação dos pacientes.

É nesse contexto que a tecnologia se insere como um pilar indispensável para a gestão hospitalar e automação no RH. Porém, o Mapa da Transformação Digital dos Hospitais Brasileiros 2024 revela um paradoxo alarmante: 62% das instituições reconhecem a importância do digital, mas apenas 18% possuem estratégias definidas para implementá-lo. Já a maturidade digital média nos hospitais avaliados foi de apenas 46,19%, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer.

Contudo, temos exemplos claros de que a mudança é não apenas possível, mas transformadora. Em um setor marcado por turnos rotativos e rigor regulatório, plataformas que automatizam processos como comunicação interna, gestão de documentos, fluxos de onboarding e métricas de engajamento são cruciais. Elas liberam a equipe de RH de tarefas operacionais para que possam focar no que realmente importa: a estratégia de capital humano e segurança do paciente.

A conclusão é inevitável. A consciência sobre a necessidade da tecnologia existe, mas ainda não se traduz em ação prática na gestão de pessoas. É hora das lideranças hospitalares entenderem que investir em um RH digital e automatizado não é um custo, mas um investimento direto na qualidade da assistência. A segurança do paciente não começa na sala de cirurgia, mas na forma como cuidamos de quem cuida.

*Leandro Oliveira é Diretor do Brasil e de EMEA da Humand.

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AGÊNCIA BRASIL

Morre o médico Celso Barros, ex-presidente da Unimed

Vítima de infarto, ele foi pré-candidato à presidência do Fluminense

Morreu neste sábado (15), no Rio, vítima de infarto, o médico pediatra Celso Barros, 73 anos, ex-presidente da Unimed Rio, e pré-candidato à presidência do Fluminense Futebol Clube, na eleição do próximo dia 29 deste mês. Ficou conhecido no futebol, no período em que a cooperativa de saúde médica foi patrocinadora do Fluminense, entre 1999 e 2014.

Ele foi diretor do Sindicato dos Médicos do Rio, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) e também diretor da Associação Médica Brasileira (AMB).

Em nota, o Fluminense Football Club manifesta profundo pesar pelo falecimento do grande tricolor Celso Barros. Personagem de grande expressão na história do clube;
 

“Celso teve papel preponderante como presidente da patrocinadora do time que levantou títulos de relevância nacional, como a Copa do Brasil de 2007 e os Campeonatos Brasileiros de 2010 e 2012, além do vice-campeonato da Copa Libertadores de 2008”.


Apaixonado desde sempre, o médico pediatra viveu intensamente a discussão sobre os destinos do clube. Mantinha-se atuante na política do Fluminense e era, neste momento, pré-candidato à presidência para o próximo triênio.

O texto diz ainda que “o Fluminense se solidariza nesse momento de tristeza com sua família, seus amigos e todos os tricolores que o admiraram por todos esses anos. O clube decreta luto oficial por seu falecimento e coloca o Salão Nobre de Laranjeiras à disposição de seus familiares para o velório e devidas homenagens.

Federação

Com profundo pesar, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) lamenta a morte de Celso Barros, ex-dirigente do Fluminense, aos 73 anos.

Em nota, a Ferj informa que “no âmbito esportivo, Celso ganhou destaque como presidente da Unimed durante o período em que a empresa foi parceira do time das Laranjeiras, de 1999 a 2014. O dirigente também “ficou conhecido por viabilizar a contratação de grandes nomes para compor o elenco tricolor, incluindo jogadores como Romário, Edmundo, Fred, Conca, Deco e outros craques que deixaram sua marca no time ao longo dos anos”, conclui a nota.

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PORTAL G1

Trump quer barrar visto para obesos: como vai funcionar

Governo dos EUA ampliou critérios para concessão de vistos e podem barrar permissões para pessoas obesas ou com outras doenças crônicas. Documento obtido pela agência Associated Press aponta que embaixadas passarão a exigir mais dados sobre a saúde dos candidatos. Turistas não estão incluídos.

EUA ampliam critérios e podem barrar vistos para pessoas obesas

O governo de Donald Trump, que já vem fechando o cerco para a entrada e permanência de estrangeiros nos Estados Unidos, começará a avaliar também questões de saúde de solicitantes de vistos para autorizar ou não entradas no país.

Uma lista de doenças como a hipertensão, a diabetes e a obsesidade podem agora ser justificativa para barrar cidadãos estrangeiros.

A nova diretriz já foi passada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos a embaixadas e consulados dos EUA pelo mundo, de acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press, que teve acesso ao documento na terça-feira (11).

Entenda, abaixo, como funcionarão as restrições — e quem pode ser alvo dela:

O que é a nova diretriz?

A nova diretriz é uma orientação — não necessariamente com caráter obrigatório (leia mais abaixo) — do governo dos Estados Unidos emitida na semana passada a embaixadas e consulados por meio de um comunicado do Departamento de Estado, segundo a Associated Press, que teve acesso ao documento.

A diretriz determina que os funcionários de embaixadas e consulados façam uma análise ampla e detalhada de solicitantes de visto, incluindo, agora, informações sobre condições de saúde pré-existentes.

Quais doenças ou condições médicas serão analisadas?

Entre as condições médicas que podem desclassificar um candidato a visto estão:

  • Doenças crônicas;
  • Obesidade;
  • Hipertensão;
  • Doenças cardiovasculares, metabólicas e neurológicas (não foram especificadas quais);
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Condições de saúde mental que possam exigir “centenas de milhares de dólares em cuidados”.

A nova diretriz exige que funcionários consulares devem considerar também detalhes dos candidatos, como:

  • Idade;
  • Saúde;
  • Estado civil;
  • Finanças;
  • Educação;
  • Habilidades gerais;
  • Se houve uso anterior de benefícios sociais do governo dos EUA;
  • Proficiência em inglês.

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SAÚDE BUSINESS

Estratégia e eficiência conversacional: a nova fronteira da gestão em saúde 

Integração, automação e atendimento contínuo consolidam um novo modelo de relacionamento entre pacientes, operadoras e prestadores.

O avanço das ferramentas de atendimento digital tem redesenhado a relação entre operadoras, hospitais, clínicas e seus beneficiários. A estratégia conversacional, antes vista como um complemento aos canais tradicionais, vem se consolidando como um eixo central de eficiência, redução de custos e melhoria da experiência do paciente. 

Robustez do setor e urgência por novos modelos de atendimento 

A complexidade do setor foi destacada por Tulio Batista, especialista de Soluções de Segmento de Saúde da Totvs, que atua há mais de duas décadas na área. O executivo explicou que a saúde suplementar é um ecossistema formado por múltiplos sistemas, regulações e jornadas críticas que exigem respostas rápidas e precisas.  

Para o executivo, a automação tem reduzido fricções e ampliado eficiência. “Quando você entrega esse tipo de serviço de forma automatizada, você aumenta a satisfação do cliente e diminui o custo, porque não precisa de uma retaguarda tão grande”, ressaltou. 

A digitalização do contato com o beneficiário já se reflete em comportamentos consolidados. As pessoas querem resolver demandas como segunda via de boleto, status de autorizações ou busca por prestadores sem depender de call centers lotados.  

Batista resume esse movimento. “A pessoa não quer mais ficar ligando para uma central. Ela quer ter acesso ao que precisa naquele momento”, pontua. 

Esse debate ganhou força no RD Summit, onde especialistas destacaram como operadoras têm usado automação para cumprir normas como a RN 623, que tornou obrigatória a emissão de protocolos em qualquer interação. A combinação de menus, linguagem natural e transferência fluida para atendimento humano reduz fricções e mantém a rastreabilidade necessária em um setor altamente regulado. 

Integração como base da maturidade conversacional 

No ambiente hospitalar e ambulatorial, a lógica é semelhante: reduzir ruídos e remover etapas que se tornam gargalos, especialmente em momentos críticos. Agendamentos, orientações pré-atendimento, reconhecimento facial e envio de documentos passam a acontecer sem interrupções e em tempo real. Há ganhos assistenciais e também para prestadores, que lidam com dezenas de convênios e dependem da eficiência desses fluxos para evitar filas e atrasos. 

A experiência apresentada por Tiago Balbinot, desenvolvedor de negócios da Plano B Martech, reforça o papel da integração para que a saúde alcance maturidade conversacional. Balbinot conduziu um projeto com múltiplas equipes, regras rígidas de compliance e forte dependência de rastreabilidade.  

“Tudo aquilo que está sendo feito precisa estar registrado e ser apresentado, caso alguém questione”, explica. Integrações entre sistemas de atendimento, ERPs e portais permitiram consolidar protocolos, mapear jornadas e registrar cada escolha do beneficiário. 

O resultado só foi possível pelo envolvimento conjunto das equipes técnicas e de negócio. “Uma conversa, para realmente gerar satisfação, precisa ter integrações”, resume. Em apenas dez dias após o Go Live, o projeto superou 7 mil atendimentos, com alto índice de satisfação e sem sobrecarga das centrais. 

Do ponto de vista de gestão, esses projetos evidenciam um movimento claro: o atendimento digital deixa de ser um canal complementar e se transforma no eixo estruturante de jornadas escaláveis, auditáveis e continuamente aperfeiçoadas. Para organizações que crescem em número de vidas sem ampliar proporcionalmente suas equipes, a eficiência conversacional emerge como estratégia de sustentabilidade. 

A convergência entre mensagens, automação, integração sistêmica e inteligência contextual aponta o próximo passo: jornadas capazes de interpretar necessidades, antecipar demandas e acionar recursos de forma autônoma. Em um ambiente sensível, regulado e pressionado por custos, essa transformação é mais que inovação — é um novo padrão operacional para o setor de saúde. 

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Assessoria de Comunicação        

Sexta, 14 Novembro 2025 07:07

CLIPPING AHPACEG 14/11/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médicos criam 55 entidades paralelas, driblam regras e concedem títulos de especialistas fora das normas

https://amb.org.br/noticias/revista-veja-medicos-criam-55-entidades-paralelas-driblam-regras-e-concedem-titulos-de-especialista-fora-das-normas/

Novembro Roxo: tecnologia e cuidado garantem segurança aos bebês prematuros

https://www.aredacao.com.br/noticias/243831/novembro-roxo-tecnologia-e-cuidado-garantem-seguranca-aos-bebes-prematuros

Dasa tem lucro líquido de R$ 97 milhões no 3° trimestre e reverte prejuízo

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/negocios/dasa-lucro-liquido-soma-r-97-milhoes-no-3tri25-e-reverte-prejuizo-de-r-87-milhoes-do-3tri24/

Hapvida (HAPV3) cai mais de 40% após dados do 3T25: O que assusta o mercado?

https://investidor10.com.br/noticias/hapvida-hapv3-cai-mais-de-40-apos-dados-do-3t25-o-que-assusta-o-mercado-116740/

REVISTA VEJA

Médicos criam 55 entidades paralelas, driblam regras e concedem títulos de especialista fora das normas

Projeto usa nome próximo ao da Associação Médica Brasileira, estabelecida há 70 anos, para certificar especialistas e divulgar diretrizes sem evidências

Não é de hoje que falsos especialistas minam a medicina. Basta uma pesquisa rápida nas redes sociais para encontrar médicos que se dizem especialistas em tal ou qual área, mas que, na prática, não têm qualificações registradas. Neste ano, porém, o problema parece ter ganhado outra dimensão. Desde janeiro, um projeto chamado Ordem Médica Brasileira (OMB) tenta se posicionar como alternativa à Associação Médica Brasileira (AMB), entidade responsável por conceder títulos de especialista a médicos há 70 anos.

A OMB se apresenta como defensora da “isonomia e justiça entre médicos” e promete criar suas próprias regras para certificar profissionais em diferentes áreas da medicina a partir de 2026. \”Vivemos uma estrutura concentradora, na qual apenas uma sociedade passou a emitir títulos […] isso ignora a multiplicidade de ideias e desconsidera formações médicas diversas\”, diz texto divulgado pela iniciativa. Nas redes sociais, onde soma quase 3 mil seguidores, um médico — que se apresenta como endocrinologista, mas não tem registro formal — é o rosto mais visível do projeto, cujo site ainda está “em construção”.

Apesar disso, a iniciativa já começou a se movimentar. Foram criadas pelo menos 55 sociedades médicas paralelas, muitas com nomes e siglas semelhantes aos de instituições tradicionais. Um exemplo é a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Exercício do Esporte (SBEMEE), muito parecida com a já consolidada Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), que completou 75 anos em setembro. Além disso, há entidades voltadas à ginecologia, menopausa, mastologia, pediatria, diabetes, cardiologia e outras especialidades — todas ligadas à OMB e criadas por ela.

E não é só pelo número de sociedades que a iniciativa chama a atenção: algumas já começaram a publicar diretrizes para orientar a prática médica, muitas delas questionáveis segundo especialistas. Um exemplo é a recomendação de implantes hormonais à base de testosterona em mulheres, uma técnica sem respaldo científico consolidado e considerada arriscada, com risco de problemas cardiovasculares, hepáticos e até câncer de mama. Especialistas também alertam que esse tipo de procedimento movimenta um mercado lucrativo, levantando suspeitas sobre interesses comerciais.

Riscos do “atalho”

Diante desse cenário, a AMB emitiu nota alertando para o que chama de “grave ameaça” ao sistema de certificação de especialistas e à segurança que ele garante. A entidade explica que, no Brasil, apenas médicos que concluíram residência reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou que obtiveram o título de especialista emitido pela AMB, em parceria com sociedades filiadas, têm direito ao Registro de Qualificação de Especialista (RQE).

“São processos rigorosos, baseados em critérios técnicos, científicos e éticos, que visam, sobretudo, proteger o paciente”, diz o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da AMB. Segundo ele, esse tipo de “atalho” para obter especialidade coloca diretamente em risco a segurança dos pacientes. “Um diagnóstico incorreto, um tratamento inadequado ou um procedimento mal conduzido pode custar não apenas a confiança no sistema médico, mas também vidas humanas”.

A AMB também chama a atenção para a estratégia da OMB de se aproximar do nome e das siglas de sociedades já consolidadas, criando risco de confusão institucional e levando, por exemplo, pacientes a acreditar que estão sendo atendidos por especialistas devidamente qualificados quando não estão. “A escolha do nome ‘OMB’, muito semelhante a ‘AMB’, e o anúncio de iniciativas que tangenciam atribuições legais e históricas da AMB e de suas sociedades filiadas, como a certificação de especialistas, revelam a inconveniência e o risco de confusão junto à sociedade, aos médicos em formação e às autoridades públicas”, alerta a entidade.

A Associação Médica Brasileira, que tem mais de 70 anos, orienta médicos a rejeitarem qualquer vínculo “com práticas irregulares que deturpam o conceito de especialidade e ferem a ética profissional”. A AMB também defende que “é imperativo que as autoridades competentes adotem medidas firmes para coibir tentativas de burlar o sistema legítimo de certificação, que colocam em risco a segurança da assistência médica no Brasil”.

A reportagem pediu posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o caso, questionando se há conhecimento da situação e se alguma medida está sendo tomada, mas ainda não houve resposta. A matéria será atualizada quando houver retorno.

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A REDAÇÃO

Novembro Roxo: tecnologia e cuidado garantem segurança aos bebês prematuros

Em alusão ao Novembro Roxo, mês mundial de conscientização sobre a prematuridade, a Unimed Goiânia reforça a importância da neuroproteção e da neuromonitorização para garantir um início de vida mais seguro aos bebês nascidos antes do tempo. Desde 2021, a cooperativa implantou neuromonitorização contínua em cinco hospitais da rede conveniada, melhorando os desfechos na neonatologia. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 11% dos nascimentos no Brasil são prematuros, exigindo atenção especial ao desenvolvimento cerebral que ocorre, muitas vezes, ainda dentro da UTI neonatal.
Nesse período, o sistema nervoso ainda está formando conexões, consolidando circuitos e definindo padrões de atividade elétrica.
Situações como instabilidade hemodinâmica, infecção, variações na oxigenação ou sangramentos podem interferir diretamente nesse processo. Por isso, a proteção neurológica se tornou um dos pilares do cuidado neonatal contemporâneo.
 

Desde 2021, a Unimed Goiânia – Cooperativa de Trabalho Médico implantou, em unidades conveniadas, um protocolo estruturado de neuroproteção associado à neuromonitorização contínua com Eletroencefalografia de Amplitude Integrada (aEEG). Trata-se de um monitoramento cerebral em tempo real que permite observar a atividade elétrica do cérebro durante 24 horas por dia, identificando crises convulsivas silenciosas, variações no padrão de atividade cerebral e sinais precoces de risco neurológico.
A iniciativa segue o modelo da PBSF – Protecting Brains & Saving Futures, referência nacional em neuroproteção neonatal.
Atualmente, a tecnologia está implementada em cinco hospitais da rede conveniada: Ela Maternidade, Hospital da Criança, Hospital Premium, Maternidade Amparo e Hospital Santa Bárbara, e já beneficiou mais de 500 recém-nascidos de alto risco, somando mais de 28 mil horas de vigilância cerebral.
A pediatra neonatologista cooperada da Unimed Goiânia Dra. Renata Lorenzetti, que atua na linha de cuidado, explica por quê. “O cérebro do prematuro está em pleno desenvolvimento. Quando esse processo acontece fora do útero, ele fica mais vulnerável a oscilações clínicas. Monitorar o cérebro continuamente nos permite enxergar alterações que não são visíveis ao exame físico, orientando intervenções antes que se tornem lesões permanentes.”
Além do diagnóstico precoce, a neuromonitorização orienta o uso mais preciso de medicamentos, como anticonvulsivantes, indica a necessidade de suporte adicional e ajuda a avaliar a resposta do cérebro ao tratamento.
“A tecnologia não substitui o cuidado humano, mas qualifica a tomada de decisão. Ela oferece informações que complementam o olhar clínico e ajudam a construir um prognóstico com mais segurança”, completa.
O cuidado não termina na alta

Para a Dra. Renata, os primeiros anos de vida representa uma janela de oportunidade decisiva: “Quando estimulamos o desenvolvimento no tempo certo, com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e neuropediatria, a trajetória da criança pode mudar completamente. São ganhos que repercutem na fala, na autonomia, na coordenação, no aprendizado e na vida adulta.”

ntretanto, ela reforça que esse acompanhamento precisa ser contínuo, orientado e acolhedor, envolvendo família e equipe multiprofissional. “O prematuro é um bebê de acompanhamento de alto risco. Não é apenas sobreviver à UTI, é seguir apoiando o desenvolvimento, passo a passo, com cuidado, paciência e orientação”, reforça.
Mais que sobrevivência: qualidade de vida

Para a neonatologia contemporânea, o objetivo não é apenas aumentar taxas de sobrevivência, mas garantir que essas crianças cresçam com funcionalidade e participação na vida cotidiana.
Dra. Renata finaliza destacando a relevância da data. “O Novembro Roxo nos lembra que esses bebês, aparentemente tão frágeis, nos mostram todos os dias uma força extraordinária. Eles não aceitam limites desnecessários e nós, profissionais, também não devemos aceitar. Nosso compromisso é garantir não apenas a vida, mas a vida com qualidade”, conclui.

Sobre a Unimed Goiânia

A Unimed Goiânia integra o Sistema Nacional Unimed e atua com princípios cooperativistas no setor de Saúde Suplementar. Conta com uma ampla rede credenciada, composta por mais de 450 estabelecimentos, entre hospitais, clínicas e laboratórios, além de oferecer serviços próprios como o SOS Unimed (UTI móvel, aéreo e terrestre) e programas de atenção integral à saúde, responsáveis pela assistência a mais de 400 mil beneficiários em Goiânia, na região metropolitana e em outros 69 municípios circunvizinhos. A cooperativa oferece planos de saúde individuais ou familiares para pessoas físicas, além de planos empresariais e coletivos por adesão para pessoas jurídicas, com cobertura definida pela lista de Procedimentos e Eventos em Saúde estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Também disponibiliza produtos opcionais, como SOS – UTI móvel, aéreo e terrestre – e Proteção no Trabalho. Presente há mais de 47 anos no mercado, a cooperativa segue investindo em inovação e qualidade assistencial, reforçando seu compromisso de cuidar da vida e da saúde dos goianos.

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CNN

Dasa tem lucro líquido de R$ 97 milhões no 3° trimestre e reverte prejuízo

Companhia havia registrado resultado negativo em R$ 87 milhões no mesmo período em 2024

A rede de diagnósticos Dasa registrou lucro líquido de R$ 97 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 87 milhões anotado no mesmo período do ano passado.

O resultado foi impulsionado pela reorganização do portfólio, por iniciativas de eficiência operacional e pela redução do endividamento. A companhia voltou ao lucro após um ano, ao mesmo tempo em que expandiu margens, gerou mais caixa e reduziu despesas.

O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) alcançou R$ 691 milhões, queda de 8,0% na comparação anual.

A receita líquida totalizou R$ 2,115 bilhões, aumento de 12,0% em relação ao apurado um ano antes.

"Essa receita vem mais forte com boa utilização dos nossos ativos, tanto o metro quadrado das unidades quanto nossos equipamentos de margem, que são cada vez mais produtivos", disse o diretor-presidente da companhia, Rafael Lucchesi.

No terceiro trimestre, a despesas comerciais, gerais e administrativas somaram R$ 348 milhões, uma redução de 43,9% em relação ao mesmo período de 2024.

A dívida líquida financeira após aquisições a pagar e antecipação de recebíveis totalizou R$ 6,657 bilhões ao final do terceiro trimestre do ano, redução de 34% em comparação com igual intervalo do ano passado.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 2,62 vezes, diminuição de 1,45 vez na mesma base de comparação.

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INVESTIDOR 10

Hapvida (HAPV3) cai mais de 40% após dados do 3T25: O que assusta o mercado?

Para o mercado, Hapvida mostrou resultados fracos e enfrenta desafios que devem persistir por algum tempo.

Hapvida (HAPV3) sofre a maior queda da bolsa brasileira nesta quinta-feira (13), diante da decepção do mercado com os resultados do terceiro trimestre de 2025.

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