CLIPPING AHPACEG 10/10/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Missão internacional fortalece inovação, conhecimento e integração entre Unimeds federadas e Unimed Federação Centro Brasileira
https://www.foconacional.com.br/2025/10/missao-internacional-fortalece-inovacao.html
Justiça determina que Hapvida cubra tratamentos de pacientes com sequelas graves
Nenhum caso notificado de intoxicação por metanol foi confirmado, informa a SES-GO
Caiado lança Rede Nascer em Goiás para fortalecer cuidado materno-infantil
Ministério da Saúde inicia atendimentos nas carretas da saúde da mulher
Santa Casa suspende internações pelo SUS
Mulher de 55 anos morre após sofrer perfuração no intestino durante colonoscopia
https://www.youtube.com/watch?v=j0tXdVOyQiY
Saúde Mental: 40% dos líderes não têm preparo para riscos psicossociais
https://medicinasa.com.br/lideres-riscos-psicossociais/
A tecnologia a serviço da ética e da proteção do paciente
https://medicinasa.com.br/tecnologia-etica-protecao/
FOCO NACIONAL
Missão internacional fortalece inovação, conhecimento e integração entre Unimeds federadas e Unimed Federação Centro Brasileira
Diretores e gestores da Unimed Federação Centro Brasileira e de Unimeds federadas participaram da Jornada Internacional em Inovação, Saúde e Liderança, realizada em Lisboa, Portugal. A missão técnica foi promovida pela Federação em parceria com o Sescoop/GO (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Goiás) e proporcionou aos participantes um rico intercâmbio de experiências e conhecimentos na área da saúde, liderança e gestão cooperativista.
A programação foi dividida em duas fases. A primeira, preparatória, consistiu em aulas virtuais com a FIA (Fundação Instituto de Administração), referência nacional em formação executiva com foco no cooperativismo. A segunda fase ocorreu presencialmente no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro.
Na capital portuguesa, a programação teve início no dia 29 de setembro pela manhã com o workshop “Liderança e Gestão de Equipe”. No dia 30, foi ministrada a palestra “Política e Economia de Saúde”. No dia 1º, todos participaram do workshop “Inovação”. À tarde, teve a entrega dos certificados e o encerramento à noite com um jantar.
A missão técnica também incluiu visitas a duas instituições de destaque no sistema de saúde português: o Hospital da Luz, maior complexo privado de Portugal, e o Hospital Santa Maria, o maior hospital público de Lisboa. Os encontros proporcionaram à comitiva brasileira uma visão prática dos desafios, soluções e investimentos voltados à inovação em saúde.
Participaram da missão, os diretores da Federação, Fernando Henrique Abrão Alves da Costa (vice-presidente), Martúlio Nunes Gomes (diretor-superintendente) e Éder Cássio Rocha Ribeiro (diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional) e diretores e gestores das federadas Unimed Araguaína, Unimed Catalão, Unimed Cerrado, Unimed Goiânia, Unimed Gurupi, Unimed Jataí, Unimed Morrinhos, Unimed Norte Goiano, Unimed Oeste Goiano, Unimed Porangatu, Unimed Regional Sul Goiás e Unimed Vale do Corumbá.
Para o diretor-superintendente da Unimed Federação Centro Brasileira, Martúlio Nunes Gomes, a missão foi altamente proveitosa em diferentes dimensões. “A visita foi muito positiva em três aspectos. No prático, tivemos a oportunidade de conhecer os dois grandes hospitais, onde ficou evidente a preocupação do país com inovação e com ensaios clínicos para mensurar a eficiência e eficácia dos procedimentos e tratamentos, com foco na redução de custos. No aspecto científico, as palestras contribuíram significativamente para nossa reflexão sobre liderança, inovação e a importância de mensurar os resultados e impactos das nossas ações, considerando especialmente os riscos e custos envolvidos em muitas práticas da medicina”, disse.
O diretor também ressaltou o aspecto social da missão. “Tivemos também um grande ganho social, com a participação e integração de representantes de quase todas as federadas. Isso proporcionou não apenas desenvolvimento técnico e profissional, mas também pessoal, o que fortalece o trabalho conjunto, o papel de cada instância do Sistema Unimed, a importância da marca e do cooperativismo. Foi positivo para todos.”
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JORNAL OPÇÃO
Justiça determina que Hapvida cubra tratamentos de pacientes com sequelas graves
Justiça aponta que operadoras de saúde não podem limitar procedimentos indicados por profissionais médicos
A Justiça de Goiás determinou que a operadora Hapvida Assistência Médica S.A. cubra integralmente tratamentos e cirurgias de pacientes com graves sequelas neurológicas e ortopédicas atendidos pelo plano. As sentenças foram proferidas pela 8ª e 31ª Varas Cíveis da capital com base em jurisprudência que entende que as operadoras de saúde não podem limitar os procedimentos indicados por profissionais médicos, sob risco de violar o direito à vida e à saúde do beneficiário.
A primeira decisão, assinada pela juíza Vanessa Cristina Garcia Lemos, da 8ª Vara Cível, foi movida por Edson Alves contra a operadora e o Hospital Jardim América. O autor relata ter sofrido uma lesão neurológica irreversível após uma cirurgia de coluna realizada em 2023, o que resultou em perda de movimento do pé esquerdo, atrofia muscular e incapacidade de laboral permanente, além de sequelas estéticas e psicológicas.
A magistrada reconheceu a presença dos requisitos legais para a concessão da tutela de urgência e destacou que a falta do tratamento adequado pode agravar o quadro do paciente. A magistrada determinou que a operadora e o hospital custeiem, no prazo de 10 dias, a cirurgia de Fusão Intervertebral Lombar Anterior, além de fisioterapia neurofuncional, medicamentos, órteses e acompanhamento multidisciplinar com neurologista, fisiatra, ortopedista e psicólogo.
Segunda decisão
Nesta quinta-feira, 9, o juiz José Augusto de Melo Silva, da 31ª Vara Cível, também deferiu tutela de urgência em favor de Márcio de Lima Almeida, que busca reparação por danos morais, materiais e estéticos decorrentes de complicações pós-operatórias na coluna.
Nesse caso, houve uma revisão de um entendimento anterior, fundamentada em uma nova nota técnica do núcleo de apoio do judiciário. O novo parecer atestou a existência de um quadro clínico de urgência, caracterizado por instabilidade acentuada da coluna vertebral, complicações pós-operatórias, limitação funcional expressiva e quadro de dor intensa que exige intervenção imediata.
As determinações incluem consultas médicas especializadas (ortopedia, neurologia e fisiatria), exames de controle (ressonâncias magnéticas, tomografias e eletroneuromiografias), todos os medicamentos necessários mediante prescrição médica e sessões de fisioterapia especializada.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse que acompanha as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, recebidas ou das quais tomam conhecimento. A reportagem procurou a Hapvida, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
Problema comum
Em entrevista ao Jornal Opção, o empresário Márcio Lima, lembra da batalha judicial contra o plano de saúde e um médico neurocirurgião após uma cirurgia de coluna mal sucedida em dezembro de 2024. Segundo ele, após a alta hospitalar, não houve acompanhamento médico adequado, o que resultou em parafusos soltos na coluna e dores incapacitantes.
“Eu fiquei 22 dias sem contato com o médico. Quando voltei, já não conseguia andar direito. Ele disse que estava tudo bem, mas um novo especialista constatou que todos os parafusos estavam soltos. Se eu não tivesse feito outra cirurgia, poderia ter tido uma complicação irreversível”, contou Márcio.
O paciente afirma que buscou apoio jurídico após constatar que outras pessoas haviam passado por situações semelhantes com o mesmo profissional.
“Eu fiz uma live contando o que aconteceu e várias pessoas me procuraram. Hoje somos pelo menos oito pacientes que relatam complicações parecidas. Alguns não quiseram seguir com o processo por trauma psicológico. Nosso objetivo não é atacar ninguém, mas fazer justiça”, declarou.
Versão do médico:
O médico Tiago Vinícius Silva Fernandes esclarece que as recentes decisões judiciais mencionadas não tratam de responsabilidade civil nem de suposto erro médico.
Ambas as decisões — proferidas pela 8ª Vara Cível e pela 31ª Vara Cível de Goiânia — dizem respeito exclusivamente às obrigações contratuais da operadora de plano de saúde Hapvida, relacionadas ao custeio de tratamentos médicos de seus beneficiários.
Em uma das decisões, o próprio magistrado destaca:
“É fundamental distinguir que a tutela de urgência ora apreciada não versa sobre a responsabilidade civil pelos danos já ocorridos, mas sim sobre a obrigação contratual da operadora de plano de saúde de custear o tratamento médico necessário ao seu beneficiário.”
Portanto, não há qualquer decisão judicial que reconheça culpa, negligência ou imperícia do médico.
Tiago Vinícius reafirma sua confiança na Justiça e seu compromisso com a ética e a boa prática profissional.
A reportagem contatou a Hapvida, porém não recebeu resposta até o fechamento desta edição. A empresa continua com o espaço aberto para se manifestar.
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Nenhum caso notificado de intoxicação por metanol foi confirmado, informa a SES-GO
De acordo com a pasta, o caso do paciente de Padre Bernardo foi descartado após resultado negativo no exame toxicológico. Ainda não há informações sobre o protocolo de morte encefálica desse paciente
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgou, nesta quinta-feira, 9, uma nova atualização sobre os casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado. Dos cinco casos notificados em Goiás, a pasta informou que nenhum foi confirmado até o momento.
De acordo com a pasta, o caso do paciente de Padre Bernardo foi descartado após resultado negativo no exame toxicológico. Ainda não há informações sobre o protocolo de morte encefálica desse paciente.
Dos cinco casos notificados, um foi descartado por não apresentar detecção de metanol, embora tenha inicialmente atendido aos critérios para caso suspeito. Outros dois também foram excluídos por não se enquadrarem na definição de suspeita de intoxicação.
Dois casos permanecem em investigação. Uma mulher de 25 anos, moradora de Itapaci, está internada no Hospital Estadual Centro-Norte Goiano (HCN). Já um homem de 20 anos, residente em Formosa, recebeu alta hospitalar após atendimento.
A SES-GO informou que segue acompanhando os casos e reforça as orientações de vigilância e prevenção junto às unidades de saúde dos municípios.
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Caiado lança Rede Nascer em Goiás para fortalecer cuidado materno-infantil
O projeto vai acompanhar a mulher desde o planejamento familiar até os dois primeiros anos de vida da criança
O governador Ronaldo Caiado lançou, nesta quinta-feira, 9, em Goiânia, o programa Rede Nascer em Goiás, iniciativa voltada ao fortalecimento da atenção integral e humanizada à saúde materno-infantil. O projeto vai acompanhar a mulher desde o planejamento familiar até os dois primeiros anos de vida da criança, com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade materna e infantil no estado.
Com previsão de atender os 246 municípios goianos, o programa vai oferecer suporte contínuo para um pré-natal seguro, parto acolhedor e desenvolvimento saudável do bebê, articulando ações entre Estado e prefeituras. A proposta também envolve o uso de tecnologia e logística integrada, com aplicativo próprio, call center e veículos exclusivos para transporte de gestantes, garantindo acesso mais rápido e seguro ao atendimento.
O secretário de Saúde de Goiás, Rasível Santos, destacou que a iniciativa nasce de um compromisso direto do governador e da primeira-dama Gracinha Caiado com a vida e a dignidade das mães goianas. “A Rede Nascer é um compromisso moral com a vida. O cuidado começa desde a gestação, e a gestante será a verdadeira fiscal da qualidade da saúde que está recebendo. Queremos que ela saiba onde vai ter o parto, conheça a equipe e se sinta segura”, afirmou o secretário.
Segundo ele, o programa vai mapear todas as gestantes do estado, permitindo que cada uma seja acompanhada por uma “madrinha”, profissional responsável por garantir que o pré-natal e os exames sejam feitos no tempo certo. O call center 155 e o aplicativo do programa serão ferramentas centrais nesse acompanhamento.
“Cada gestante será cadastrada e monitorada. Vamos garantir que ela esteja bem nutrida, vacinada e acompanhada, com acesso a medicamentos e exames. Esse é um programa que vai salvar vidas e reduzir complicações”, disse.
Além do acompanhamento digital, o programa prevê a entrega de 65 veículos para facilitar o transporte de gestantes, especialmente em municípios de difícil acesso. Os carros foram adquiridos com recursos do programa Goiás do Crescimento, com apoio de deputados estaduais. “É mais econômico e mais seguro que a gestante seja levada a um local de parto estruturado, em vez de arriscar em unidades que fazem poucos partos por mês e não têm equipe completa. Queremos qualidade e segurança, não quantidade”, explicou o secretário.
A primeira-dama Gracinha Caiado, madrinha do projeto, ressaltou que o Estado assume papel ativo no apoio às mães, mesmo quando a responsabilidade direta é municipal. “As mães estão nos municípios, mas o Estado não vai virar as costas. O call center e o aplicativo vão permitir chegar a cada mãe, 24 horas por dia, inclusive nas regiões mais distantes. É uma rede de cuidado, amor e proteção à vida”, disse Gracinha.
O governador Ronaldo Caiado, que também é médico, defende que a Rede Nascer representa um passo decisivo na consolidação de um sistema público de saúde que funcione de forma regionalizada e integrada. A meta, segundo ele, é reduzir a mortalidade infantil para um dígito e tornar Goiás referência em atenção à primeira infância. “Não existe política social mais nobre do que garantir que uma mãe e seu filho tenham o direito de viver com dignidade e segurança”, afirmou Caiado.
O programa prevê ainda capacitação de profissionais, ampliação de maternidades regionais e integração com as ações do Goiás Social, unindo saúde, educação e assistência.
Rede Nascer em Goiás
O programa tem como as principais ações:
Acompanhamento da gestante desde a concepção até os 2 anos da criança
Aplicativo e call center 155 para monitoramento das mães
65 veículos para transporte de gestantes
Ações conjuntas entre Estado e municípios
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A REDAÇÃO
Ministério da Saúde inicia atendimentos nas carretas da saúde da mulher
O Ministério da Saúde anunciou o início dos atendimentos das carretas da saúde da mulher em Goiânia, nesta sexta-feira (10/10), a partir das 14h, no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara. A ação do programa Agora Tem Especialistas ocorre neste Outubro Rosa em locais de difícil acesso, com pouca oferta de serviços especializados e em cidades-polo. O foco é a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero.
A ação também acontece, de forma simultânea, em 15 municípios de 11 estados, com a presença de secretários e de outros representantes do Ministério da Saúde. Na próxima semana, outros 8 estados também iniciarão a prestação do serviço nas carretas da saúde da mulher do Agora Tem Especialistas.?
Serviço:
10h - Cerimônia da chegada de carreta de saúde da mulher do Agora Tem Especialistas
Com as autoridades: Diretor de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Junior, o secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Olavo Noleto, e o superintendente estadual do Ministério da Saúde em Goiás, Lucas Betti de Vasconcellos
Data: 10/10/2025 (sexta-feira)
Horário: 10h
Local: Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara - Av. Sen. Canedo, 1031-907 - Conj. Vera Cruz, Goiânia-GO
14h - Início dos atendimentos da carreta de saúde do Agora Tem Especialistas
Data: 10/10/2025 (sexta-feira)
Horário: 14h
Local: Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara - Av. Sen. Canedo, 1031-907 - Conj. Vera Cruz, Goiânia-GO
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TV ANHANGUERA
Santa Casa suspende internações pelo SUS
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TV RECORD
Mulher de 55 anos morre após sofrer perfuração no intestino durante colonoscopia
https://www.youtube.com/watch?v=j0tXdVOyQiY
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MEDICINA S/A
Saúde Mental: 40% dos líderes não têm preparo para riscos psicossociais
Quatro em cada dez líderes não possuem preparo para lidar com riscos psicossociais. Ao mesmo tempo, uma em cada três empresas não aplicam qualquer tipo de política contra assédio. Os dados fazem parte de um levantamento inédito divulgado pela Zenklub, uma empresa Conexa, ecossistema digital de saúde física e mental, que ouviu quase 800 companhias em todo o país e aponta para uma imaturidade na gestão da organização do trabalho e dos fatores de risco psicossociais relacionados a ele.
Segundo o estudo, 43% das empresas afirmaram que suas lideranças não são capacitadas para reconhecer riscos psicossociais. Outras 33,3% apontaram apenas uma qualificação parcial, enquanto somente 18,4% consideram o preparo adequado.
A pesquisa indica ainda que 40% das instituições não oferecem capacitação contínua em gestão de pessoas e comunicação empática para seus líderes. Além disso, 29,1% afirmaram que os gestores enfrentam problemas para manter um ambiente de trabalho colaborativo.
“Embora muitas empresas já contarem com estruturas formais de liderança, ainda existe uma oportunidade importante de fortalecer o preparo humano dos gestores. A NR-1 ajuda justamente a dar luz a esses pontos, criando intencionalidade para que as organizações invistam em capacitação e estejam mais preparadas para lidar com riscos psicossociais de forma estratégica”, avalia Rui Brandão, Cofundador do Zenklub e Vice-Presidente de Saúde Mental da Conexa.
Lacunas de gestão
A falta de preparo começa já desde o processo de admissão: em 50% das empresas, os escopos de trabalho e responsabilidades não estão bem definidos, e 58,8% não possuem rotinas formalizadas para execução das tarefas. Como consequência, apenas 33,5% conseguem organizar prazos e prioridades de forma adequada, enquanto 61% relatam dificuldades nesse processo. O cenário expõe grande parte dos profissionais a riscos de adoecimento relacionados ao trabalho, como ansiedade, depressão e esgotamento profissional.
“A gestão adequada da carga de trabalho é aliada poderosa na prevenção do estresse ocupacional. Ao adotar práticas previstas pela NR-1, as empresas conseguem organizar melhor processos, reduzir riscos de esgotamento e criar condições mais saudáveis para colaboradores”, complementa Brandão.
Assédio e falta de segurança psicológica
O levantamento mostra ainda que o assédio e a segurança psicológica seguem como ponto crítico. Apenas 37,1% das empresas relataram possuir uma política formal de prevenção contra as impertinências. Outras 35,8% disseram não ter qualquer diretriz, ao mesmo tempo que 21,9% possuem apenas iniciativas parciais, mesmo diante da necessidade formal estabelecida pela NR5 – CIPA, norma que obriga as empresas a abordarem o tema.
O cenário se agrava quando se trata de processos de denúncia. Enquanto apenas 38,9% relataram ter um fluxo estruturado de apuração, 36,2% disseram não contar com nenhum processo e 19,1% apontaram que o canal é apenas parcial, o que sugere riscos de impunidade para a maioria dos respondentes.
“Os dados mostram que existe espaço para evolução em segurança emocional e políticas de prevenção. A ausência de políticas claras e de canais de denúncia eficazes expõe profissionais a situações de risco, impactando diretamente sua qualidade de vida e produtividade no trabalho”, reforça o VP de saúde mental da Conexa.
A pesquisa revelou também deficiências nos programas de diversidade e inclusão. Mais da metade das empresas, que representam 53,2%, não possuem comitês ou metas de D&I, ao passo que 42,6% não analisam práticas de equidade salarial, e 40,1% delas não oferecem um suporte psicológico acessível.
“A integração da saúde mental com estratégias de diversidade, inclusão e equidade é essencial. Quando a empresa adota esse olhar mais amplo, cria um ambiente seguro e saudável para todos”, conclui o executivo.
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A tecnologia a serviço da ética e da proteção do paciente
Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou que pretende lançar um robô de inteligência artificial (IA) para rastrear redes sociais e identificar falsos especialistas. Essa novidade reacende debates importantes.
A “epidemia” de fraudes na saúde, caracterizada pela proliferação de profissionais que se apresentam como especialistas sem a devida formação ou reconhecimento oficial, coloca em risco não apenas a credibilidade da classe médica, mas principalmente a segurança dos pacientes. Nesse contexto, o uso de tecnologia e IAs como instrumento de fiscalização surgem como ferramentas necessárias e inovadoras.
Essa medida dialoga diretamente com os princípios da beneficência e da não maleficência. Permitir que profissionais não habilitados atuem em especialidades médicas viola o dever de cuidado e pode causar danos irreversíveis à saúde das pessoas. O uso de IA, quando orientado pela ética e pelo compromisso com a vida, pode se tornar um aliado fundamental para preservar esses princípios.
Além disso, é importante lembrar que a prática profissional deve observar normas claras, que incluem a titulação adequada, o registro nos conselhos de classe e o respeito aos limites da atuação médica. Profissionais que se apresentam de forma irregular em redes sociais incorrem em infrações éticas e jurídicas, sujeitando-se a processos administrativos e até mesmo judiciais. A rastreabilidade promovida por ferramentas digitais, nesse sentido, pode reforçar a efetividade das normas já existentes.
O movimento do CFM vai além da fiscalização individual. Ele sinaliza a necessidade de que clínicas, hospitais e empresas de saúde implementem mecanismos internos de verificação e controle de credenciais profissionais. A conformidade regulatória não pode se limitar ao cumprimento formal da lei, ela deve ser incorporada à cultura organizacional como prática contínua de mitigação de riscos.
É inegável que utilizar IA em processos regulatórios levanta dilemas adicionais, como a transparência dos algoritmos e os limites éticos da vigilância digital. Contudo, se equilibrado com salvaguardas jurídicas e bioéticas, o robô do CFM pode se tornar um marco na proteção da sociedade contra práticas fraudulentas na medicina.
Em um cenário em que a informação circula de forma veloz e nem sempre com a devida responsabilidade, a combinação entre tecnologia, ética e direito é essencial para resguardar o bem maior que deve sempre orientar a medicina: a saúde e a dignidade do paciente.
*Camila Cortez é advogada, consultora, palestrante especializada em Bioética, Direito Médico e Healthcare Compliance, fundadora da KCortez Consultoria, Diretora e Professora do Instituto BIOMEDS.
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Assessoria de Comunicação