CLIPPING AHPACEG 23/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida
Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia
Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou
https://medicinasa.com.br/tecnologia-prevencao/
Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes
https://medicinasa.com.br/poder-dados-saude/
O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde
SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada
Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso
Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata
Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU
MAIS GOIÁS
Vizinho é detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendiar hospital em Aparecida
O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele
Um homem foi detido após atacar ambulâncias e ameaçar incendia o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). O suspeito, que seria vizinho da unidade de saúde, ofendeu funcionários e chegou a lançar garrafas de vidro contra ambulâncias. O autor justificou que está incomodado com a luz e o barulho do hospital, que vão diretamente para a casa dele. O caso ocorreu na noite de sábado (20) e deve ser investigado.
De acordo com o relato da Polícia Militar, o homem entrou no hospital acompanhado do filho em estado de grande agitação. Aos gritos, dirigiu ofensas a servidores, ameaçou “resolver a situação com as próprias mãos” e jogou uma garrafa em direção a uma ambulância. Segundo consta no boletim de ocorrência, “em razão do comportamento violento, a equipe policial, com apoio do Comandante do Policiamento da Unidade (CPU), interveio para garantir a segurança de pacientes e profissionais. Foi necessário o uso de algemas para contê-lo”.
Ameaças
Imagens feitas por testemunhas registraram o momento em que o suspeito, alterado, discute com um segurança do hospital. Apontando o dedo no rosto do servidor, ele reclama da iluminação e do barulho das ambulâncias: “Para que você deixa essa lâmpada acesa que vai dentro da minha casa, esse motor dos infern0s? Vai pra p** que pariu, eu tô cansado. Eu entendo que aqui é um hospital, mas esse inferno está acabando com a minha vida, estou adoecendo por causa desse inferno.”
Em outro momento, ao ser questionado por um servidor do Samu sobre ter arremessado garrafas na ambulância, Samuel responde: “Meu irmão, para mim era para tacar na sua cabeça, para te matar.” Segundo relatos, ele ainda afirmou que iria atear fogo na unidade de saúde e matar funcionários.
Prisão
Segundo o boletim policial, o homem ofendeu, desacatou, injuriou e colocou em risco a integridade física de pelo menos 8 trabalhadores do hospital. Após ser contido, ele foi encaminhado à Central Geral de Flagrantes (CGF), onde a autoridade policial adotou as medidas cabíveis.
Em nota, o HMAP confirmou a ocorrência e disse que não houve danos à estrutura do hospital, nem registro de feridos. “O hospital esclarece ainda que o nível de ruído gerado pelas ambulâncias que atendem aos pacientes da unidade está dentro do que prevê a legislação. O HMAP mantém contato direto com a Guarda Civil Metropolitana e já solicitou intensificação das rondas em seu entorno, visando garantir a segurança de pacientes e colaboradores.”
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Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia
Medida "garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente"
Nova resolução do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) prevê que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida, publicada em 19 de setembro no Diário Oficial da União, “garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente”, conforme a entidade.
Vale lembrar que, em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) enviou um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No mês passado, o Cremego realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforçou que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente. Além disso, elaborou a minuta da resolução, à época.
Em nota, nesta segunda-feira (22), o presidente do Cremego, Rafael Martinez, disse que a nova norma é um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, afirmou.
À época em que houve a reunião do Cremego, a SMS disse, em nota, que a proposta buscava garantir que os pacientes tivessem consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, afirmou que a medida não seria adotada nas unidades de urgência e emergência. “A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos, sem pacientes agendados”, informou naquele momento.
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MEDICINA S/A
Tecnologia e prevenção: o futuro da saúde já começou
Da inteligência artificial aos dispositivos vestíveis, a inovação vem transformando a medicina preventiva e oferecendo novos caminhos para viver mais e melhor.
A medicina sempre foi moldada por grandes avanços tecnológicos. Da descoberta dos antibióticos ao advento da imagem digital, cada etapa abriu possibilidades antes inimagináveis. Hoje, vivemos mais uma transformação: a revolução digital que coloca a prevenção no centro da prática médica.
Não se trata apenas de tratar doenças quando elas já se instalaram, mas de usar ciência, dados e tecnologia para antecipar riscos e orientar escolhas de vida. Essa mudança já está documentada por estudos recentes, como o publicado na Journal of Medical Internet Research (De la Torre et al.), que aponta para uma redefinição global do cuidado em saúde: a medicina está migrando para o modelo preditivo, preventivo, personalizado e participativo, a chamada P4.
Um dos pilares dessa mudança é a inteligência artificial. Com capacidade de analisar grandes volumes de dados em segundos, a IA consegue identificar padrões invisíveis ao olho humano. Pequenas alterações em exames, no sono ou nos batimentos cardíacos, que antes poderiam passar despercebidas, hoje já acendem alertas que orientam médicos e pacientes. Isso significa diagnósticos mais precoces, tratamentos menos invasivos e maior chance de evitar complicações futuras.
Outro vetor é a integração de dispositivos vestíveis. O editorial da Nature Reviews Electrical Engineering destacou como a engenharia biomédica tem avançado para criar sensores acoplados ao corpo, capazes de monitorar em tempo real frequência cardíaca, respiração, temperatura e até níveis de estresse. Esses equipamentos vão muito além de relógios inteligentes: são plataformas completas que permitem ao indivíduo acompanhar sua saúde de forma contínua, gerando informações valiosas para médicos e sistemas de saúde.
Na prática clínica, a telemedicina também tem se consolidado como ferramenta essencial. Ela garante acessibilidade, aproxima especialistas de pacientes em qualquer lugar e possibilita acompanhamento pós-consulta ou pós-check-up. Em um cenário de envelhecimento populacional e sobrecarga dos sistemas de saúde, soluções digitais tornam a prevenção mais viável, personalizada e sustentável.
Mas é importante ressaltar: tecnologia sozinha não faz saúde. É preciso integrá-la a um olhar humano e ético. A prevenção depende tanto de algoritmos sofisticados quanto da consciência de cada pessoa sobre hábitos de vida. Dormir bem, praticar atividade física, manter alimentação equilibrada, reduzir o estresse e realizar exames periódicos são atitudes que continuam sendo a base para evitar doenças crônicas. O diferencial é que, hoje, a tecnologia potencializa esses cuidados, oferecendo informações objetivas, suporte em tempo real e programas de acompanhamento mais eficazes.
Do ponto de vista da gestão, a inovação aplicada à medicina preventiva também tem um impacto social relevante. Ao reduzir hospitalizações e aumentar a adesão a hábitos saudáveis, diminui-se a pressão sobre os sistemas de saúde, com benefícios econômicos e maior qualidade de vida para a população. No entanto, esse processo exige governança responsável: privacidade, proteção de dados e práticas alinhadas aos princípios ESG são indispensáveis para que a tecnologia seja de fato confiável e transformadora.
O grande desafio está lançado: como usar inovação e tecnologia não apenas para prolongar a vida, mas para garantir que ela seja vivida com autonomia, equilíbrio e bem-estar? A resposta está na integração entre ciência e cuidado, prevenção e propósito.
Estamos diante de uma oportunidade histórica. A tecnologia nos dá ferramentas inéditas para antecipar doenças, personalizar cuidados e ampliar a longevidade. Mas cabe a nós, médicos, gestores e cidadãos, escolher colocá-la a serviço do que realmente importa: a vida.
*Gilberto Ururahy é Diretor-médico especializado em medicina preventiva na Med-Rio Check-up.
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Como transformar dados clínicos em valor real para os pacientes
Os hospitais produzem um volume impressionante de informações clínicas todos os dias. Contudo, grande parte desses dados — especialmente os não estruturados, como laudos, anotações médicas e evoluções — acaba não sendo aproveitada em sua totalidade. Essa realidade não é uma falha tecnológica ou humana, mas sim uma oportunidade de transformar esses registros em inteligência estratégica, capaz de orientar decisões mais assertivas e impulsionar tanto os resultados clínicos quanto os financeiros.
Hospitais que centralizam seus dados e adotam plataformas de IA conseguem reduzir custos administrativos em até 40%, além de aumentar a precisão de seus indicadores de qualidade e compliance. Com dados bem estruturados, é possível agir antes que o paciente se agrave — e até evitar a chamada “fuga de pacientes”, identificando padrões de consumo e fragmentação do cuidado para trazer os usuários de volta à instituição, o que pode elevar a receita em até 17% .
No entanto, na minha visão, o maior desafio não é só identificar esses dados, é dar valor real para eles e maior poder de decisão aos gestores de saúde. Tecnologias que capturam e processam dados não estruturados com NLP (natural language processing) são fundamentais. Estima-se que 70% a 80% do conteúdo dos EHRs esteja em notas livres, que são invisíveis para sistemas tradicionais, de acordo com informações do Institute for Health Metrics (IHM). Nesse sentido, ferramentas de IA habilitam o resumo automático de prontuários e extração de sinais clínicos relevantes, reduzindo erros e tempo médico dedicado à revisão manual, segundo estudo publicado na plataforma Arxvi, da Cornell University.
Recentemente, falei do desenho de uma solução para lidar com esse desafio. Pensem que quase todo dado no setor de saúde é textual – evoluções clínicas, anotações médicas, exames — e infelizmente, a maioria não é utilizada corretamente, ou aproveitada em sua totalidade. Logo, é preciso criar pontinhos de dados e transformar tudo num único filme do paciente. Essa capacidade de transformar fragmentos desestruturados em uma visão integrada é o que reduz riscos clínicos e permite ações mais rápidas e direcionadas por parte das equipes assistenciais.
Como CEO de uma helthtech, atuo diariamente ao lado de hospitais e outros gestores de saúde que enfrentam essa realidade. Assim, atuamos no sentido de identificar pacientes com risco clínico elevado, mas que também entrega os meios para que a instituição entre em ação — e garanta que intervenções, triagens e linhas de cuidado sejam, de fato, implementados. Agimos assim, pois o simples envio de uma lista de indivíduos em risco não basta. É preciso que a instituição tenha ferramentas para captar e acompanhar aquele paciente de forma segura e sustentável.
Na prática, a tecnologia precisa mais do que detectar risco e oferecer recursos para atrair o paciente identificado. É essencial inseri-lo em jornadas de cuidado oncológico ou cronológico e monitorar se o que precisa ser feito está realmente acontecendo. Essa ponte entre risco identificado e ação efetiva é o que pode acelerar diagnósticos, reduzir reinternações e fortalecer o relacionamento com o paciente.
Assim, vejo que a eficiência não é só cortar custos, mas fazer mais com os recursos que já existem, especialmente os humanos. Um exemplo concreto disso, é o caso de um hospital mineiro, em que se conseguiu reduzir uma fila de 45 dias de análises de laudos para câncer de pulmão para praticamente zero, usando IA. Em apenas seis meses, uma única enfermeira altamente capacitada conseguiu inserir 36 pacientes em linhas de cuidado oncológico — pessoas que provavelmente não seriam diagnosticadas a tempo sem esse tipo de apoio tecnológico.
Além disso, quando executada corretamente, a integração e inteligência aplicada aos dados também garantem governança e transparência num sistema hospitalar cada vez mais regulamentado e exigente. Estudos indicam que 33% de melhoria no compliance da CMS (autoridade americana de saúde) pode ser alcançada em três meses com dados centralizados e de alta integridade, em artigo publicado no exterior.
Hospitais que implementam essa cultura data-driven ganham eficiência operacional e melhores desfechos para pacientes, além da sustentabilidade ao longo prazo. Para líderes de hospitais e operadoras, é hora de considerar estratégias integradas que tornem dados clínicos — mesmo os não estruturados — em uma fonte de rendimento assistencial e valor para o paciente.
Minha experiência mostra que transformar dados em diagnóstico, ações e resultados concretos não se trata de uma opção. Estamos falando de uma necessidade urgente para quem quer antecipar crises clínicas com semanas de antecedência — ao mesmo tempo que eleva a eficiência hospitalar, melhora as margens financeiras, sem comprometer a segurança do paciente ou deixar de lado a necessária humanização do cuidado.
Contudo, é importante lembrar que a IA na saúde não é um fim, mas sim um meio. Ela deve ser usada para identificar o paciente certo, no momento certo, e garantir que ele receba o cuidado mais adequado. Nesse contexto, a tecnologia deve atuar como aliada dos profissionais de saúde: uma ferramenta de apoio, nunca uma substituta.
*Anthony Eigier é CEO e fundador da Neuralmed.
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REVISTA COBERTURA
O impacto do transtorno do espectro autista nos planos de saúde
O autismo tem ganhado cada vez mais relevância no debate sobre saúde suplementar no Brasil. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aponta que os custos com terapias para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) cresceram 74,4% entre 2021 e 2023. O percentual é expressivo, sobretudo quando comparado ao aumento de 37,3% observado nos tratamentos oncológicos no mesmo período, historicamente entre os mais onerosos do setor.
Segundo o Censo 2022, o Brasil conta com 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo, o equivalente a 1,2% da população. O dado evidencia a dimensão do desafio e ajuda a explicar a pressão crescente sobre os planos de saúde: a ampliação da conscientização sobre o diagnóstico precoce e a importância de terapias adequadas têm elevado de forma significativa a demanda por atendimento contínuo.
Essa tendência já se reflete diretamente nos custos corporativos. Em levantamento realizado por meio de pesquisa de consultoria empresarial, a Lockton, maior corretora de seguros independente e privada do mundo, identificou que, em 2024, 37,38% das crianças e adolescentes de 1 a 18 anos com plano de saúde realizaram terapias relacionadas ao TEA. Esses atendimentos representaram 4,82% de todo o sinistro do período. O custo anual médio do tratamento possui uma alta variação conforme a necessidade de cada paciente, porém, alguns casos já ultrapassam a marca de R$ 450 mil/ano. Desde a mudança da lei em 2022, os gastos associados ao tratamento já acumulam alta superior a 300%.
"Estamos diante de uma realidade que exige atenção e proatividade", alerta Leonardo Ribeiro, Diretor Médico da Lockton. "É fundamental que empresas e operadoras compreendam esse cenário e transformem dados em estratégia, por meio de análises detalhadas e de parcerias com clínicas e profissionais especializados. Somente assim será possível desenhar soluções que reduzam custos sem comprometer a qualidade do cuidado. Nosso compromisso é com a saúde e o bem-estar, buscando continuamente formas de tornar o tratamento do TEA mais acessível e inclusivo", finaliza Ribeiro.
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93 NOTÍCIAS
SUS realiza 60% dos exames de imagem no país, mas acesso é maior na saúde privada
O Sistema Único de Saúde respondeu por 60% dos principais exames de imagem realizados no Brasil em 2023, somando mais de 101 milhões de procedimentos. No entanto, a proporção de exames para cada 1 mil usuários mostra que o acesso é ainda maior entre as pessoas que têm plano de saúde, apesar de ter havido melhora entre 2014 e 2023.
Naquele ano, a cada 1 mil usuários do SUS, foram realizados cerca de 634,41 exames. Já no setor privado, foram aproximadamente 1.323 procedimentos custeados pelos planos para cada grupo de 1 mil beneficiários.
Os dados são do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, elaborado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações oficiais do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números englobam cinco tipo de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
A base de usuários considerada no estudo é de 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e de 51,2 milhões que possuíam plano de saúde em 2023.
A partir dessa base, o Atlas calculou a razão entre os exames realizados em cada situação e a quantidade de usuários, o que chamou de densidade. Além disso, criou um Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP).
A comparação anual mostra que a densidade no SUS aumentou e o IDPP caiu desde 2014 em quatro exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já no caso das mamografias, o movimento foi inverso entre 2014 e 2020. Nos anos seguintes, a desigualdade caiu, mas continuou maior em 2023 (3,54) do que em 2014 (3,23).
Isso significa que os usuários dos planos realizaram 3,54 vezes mais mamografias do que os do SUS. O exame é essencial para o diagnóstico do câncer de mama e deve ser realizado, inclusive, para o rastreamento da doença, mesmo quando não há sintomas.
No entanto, há divergência sobre a periodicidade recomendada. O Ministério da Saúde preconiza um exame a cada dois anos, para todas as mulheres entre 50 e 69 anos. Já o rol obrigatório da ANS garante às usuárias dos planos a mamografia de rastreio a partir dos 40 anos.
O menor IDPP, ou seja, a menor diferença entre o SUS e os planos de saúde, é encontrado no raio-x: 1,36. Já a maior desigualdade está na ressonância magnética: o exame foi realizado 13,13 vezes mais entre os beneficiários dos planos do que entre os usuários de serviços públicos.
O Atlas, no entanto, mostra que a densidade de ressonâncias no serviço público mais do que dobrou entre 2014 e 2023, saindo de 6,07 exames a cada 1 mil pessoas, para 13,80, o que fez o IDPP cair 30% no período.
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O HOJE
Sepse mata 136 crianças goianas em dois anos e traz alerta para risco silencioso
A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças idosos e grávidas
Pouco conhecida por grande parte da população segundo o Ministério da Saúde, a sepse, também chamada de infecção generalizada, é uma condição grave que surge como resposta descontrolada do organismo a uma infecção. Quando isso acontece, o corpo libera substâncias que, em vez de ajudar, acabam provocando uma inflamação generalizada. Isso compromete o funcionamento dos órgãos e, em casos mais sérios, pode levar à morte em poucas horas.
A doença pode ser desencadeada por infecções simples, como uma pneumonia, uma infecção urinária ou mesmo uma lesão na pele. Mas o problema está na forma como o corpo reage. Em vez de combater apenas o foco da infecção, o sistema imunológico ataca o próprio organismo, afetando coração, rins, fígado e outros órgãos vitais.
Em Goiás, os números revelam a gravidade do cenário. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foram registradas 91 mortes de bebês e crianças de até 12 anos por sepse em 2024. Neste ano, até o momento, já são 45 óbitos pela mesma causa, totalizando 136 mortes infantis em dois anos. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e ainda podem passar por atualizações.
Além das mortes, os registros de internações também chamam atenção: 374 crianças foram internadas em hospitais estaduais em 2024 com diagnóstico de sepse. Em 2025, até o momento, são 183 internações em unidades sob gestão estadual.
A infecção pode atingir qualquer pessoa, mas alguns grupos estão mais vulneráveis, como recém-nascidos, crianças pequenas, idosos, grávidas, pacientes com doenças crônicas (como diabetes, insuficiência renal ou cardíaca), imunossuprimidos (como pessoas com Aids ou em tratamento contra o câncer), transplantados, usuários frequentes de antibióticos, além de pacientes hospitalizados com uso de sondas, cateteres ou ventilação mecânica.
O pediatra Tiago Dalcin, membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente, alerta que é preciso atenção com qualquer infecção em crianças. Segundo ele, a sepse pode ter várias origens. “Existem vários tipos de infecções que podem causar sepse em crianças: como doenças respiratórias, infecções urinárias, meningite, até uma infecção de pele pode evoluir para sepse”, explica.
Ele reforça que o principal risco da doença está na letalidade. “O grande perigo é que ela está associada a maior mortalidade. Cerca de 20% das crianças com sepse morrem, isso significa que 1 a cada 5 crianças com sepse não sobrevive”, alerta o médico.
Reconhecer os sinais iniciais pode salvar vidas. De acordo com Dalcin, os pais devem observar mudanças no comportamento da criança durante quadros de infecção.
“Os principais sinais e sintomas que os pais devem ficar atentos, eu diria, têm a ver com o estado geral da criança. Uma criança que está muito prostrada, eventualmente sonolenta, associada a um quadro de infecção, deve ser avaliada o mais rápido possível por um profissional de saúde. Muito importante deixar claro que, felizmente, a maioria dos quadros infecciosos não evolui para a sepsis, mas alguns sim acabam evoluindo e, quando evoluem, a gente sabe que tem um risco maior de morte”, afirma.
Em caso de suspeita, a recomendação é agir rápido. “A primeira coisa a fazer numa desconfiança de que pode ser sepse é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo. E a grande questão da importância do diagnóstico de sepsis cedo é que quanto mais cedo a gente conseguir diagnosticar sepsis, mais cedo a gente vai conseguir fazer uma intervenção”, orienta.
A prevenção da sepse, segundo o especialista, está ligada ao controle de infecções em geral. Higiene e vacinação são as principais recomendações para proteger os pequenos. “A grande prevenção da sepsis, na realidade, acaba sendo a prevenção das infecções que podem evoluir com a sepsis. A gente enfatiza há bastante tempo medidas fundamentais como a higiene de mãos, medidas fundamentais como a imunização. A gente tem novas vacinas, cada vez mais o calendário vacinal brasileiro está mais completo. E a gente sabe que as vacinas funcionam bastante para a gente poder fazer esse tratamento, essa prevenção.”, afirma.
Segundo a superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES/GO, Amanda Melo, os profissionais de saúde fazem treinamentos com frequência para criar um protocolo padronizado de atendimento. ” Nós, com frequência fazemos treinamentos com os profissionais, e nesse momento nós estamos com um projeto chamado IHR, que é Integração Hospitalar em Rede. E a partir disso, com parceria do Instituto IHI e também Einstein, a gente vem fazendo capacitações e treinamentos dentro das nossas unidades de saúde, nos nossos hospitais estaduais, para que eles tenham os protocolos padronizados”, afirmou
Em relação a estrutura dos hospitais, Amanda ressaltou que o Estado possui leitos de UTI pediátricas suficientes e preparadas para receber esses pacientes. ” A gente faz muitas visitas, além dos nossos hospitais estaduais, nós temos alguns planos de fortalecimento, , que nós cofinanciamos também alguns leitos de UTIs pediátricas. Em quantidade nós temos um quantitativo suficiente para atendimento das crianças”, comentou.
Diante dos números crescentes e da falta de conhecimento sobre a sepse, em 2024 foi lançada a Agenda Global para a Sepse. A iniciativa tem metas a serem cumpridas até 2030 e é apoiada por mais de 70 organizações internacionais. Ela se baseia em cinco pilares: liderança política com planos nacionais, preparação dos sistemas de saúde para atendimento, mobilização social com campanhas educativas, incentivo à pesquisa e inclusão do tema em políticas públicas.
A sepse é uma emergência médica e precisa ser tratada como tal. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são determinantes para a sobrevivência. Ao menor sinal de agravamento em um quadro infeccioso, principalmente em crianças, é essencial buscar atendimento médico. Quanto antes a sepse for identificada, maiores são as chances de recuperação.
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RÁDIO CBN GOIÂNIA
Setembro marca campanha de conscientização sobre a alopecia areata
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PORTAL G1
Superbactérias resistentes a antibióticos podem superar mortes por câncer no mundo, alerta ONU
Avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, mas cientistas do MIT acreditam que a IA pode abrir uma nova “era de ouro” dos antibióticos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) faz um alerta: até 2050, infecções causadas por superbactérias podem provocar dez milhões de mortes por ano no mundo, superando o número de vítimas de câncer.
O Fantástico mostrou que o avanço da resistência bacteriana está diretamente ligado ao uso inadequado de antibióticos ao longo das décadas, que reduziu a eficácia desses medicamentos e abriu caminho para microrganismos mais fortes. VEJA O VÍDEO ACIMA.
No Brasil, por exemplo, antibióticos chegaram a ser vendidos sem receita médica, o que contribuiu para acelerar a resistência. A preocupação é global: em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou 12 famílias de bactérias resistentes que representam ameaça prioritária à saúde pública.
Ao mesmo tempo em que o cenário é alarmante, a ciência busca soluções. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, vêm utilizando inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento de novos antibióticos. Os algoritmos já projetaram mais de 36 milhões de moléculas e identificaram compostos com potencial antimicrobiano em tempo recorde.
Antes, a criação de uma nova substância podia levar até dois anos; agora, os resultados aparecem em dias e já avançam para testes em laboratório e em animais. O objetivo é encontrar alternativas para combater bactérias que desafiam os tratamentos atuais, como as que causam gonorreia e pneumonia.
Para especialistas, a inteligência artificial pode inaugurar uma “era de ouro” dos antibióticos, quase um século após a descoberta da penicilina. Em meio ao alerta da ONU, a tecnologia surge como uma das principais apostas para evitar que o mundo enfrente uma crise sanitária de proporções inéditas.
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Assessoria de Comunicação